técnicas de química orgânica experimental
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Destilação simples, fracionada, determinação do ponto de ebulição e purezaTRANSCRIPT
UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro
Escola de Química
Disciplina: IQO130 - Química Orgânica Experimental I
Professora: Regina Sandra
Aluna: Nathany Lisbôa de Souza e Castro
DRE: 111473665
Separação e Determinação do Ponto de Ebulição de
uma Mistura Conhecida Através de Técnicas
Diferenciadas
Rio de Janeiro, maio de 2012
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Sumário
Página
1. Introdução 03
2. Materiais e Métodos 04
2.1 - Destilação Simples
2.2 - Destilação Fracionada
2.3 - Ponto de Ebulição e Pureza
3. Resultados 11
3.1 - Destilação Simples
3.2 - Destilação Fracionada
3.3 - Ponto de Ebulição e Pureza
4. Discussão 17
4.1 - Destilação Simples
4.2 - Destilação Fracionada
4.3 - Ponto de Ebulição e Pureza
5. Conclusão 19
6. Referências Bibliográficas 20
3
1. Introdução
Na primeira parte do curso de Química Orgânica Experimental I, cada dupla recebeu
uma amostra com uma porcentagem conhecida da mistura de duas substâncias orgânicas
líquidas, também conhecidas, para que fosse realizada a separação de cada componente da
amostra e a medição do seu ponto de ebulição.
O presente relatório tem como objetivo descrever as técnicas utilizadas e apresentar os
resultados de cada experimento. Dentre os processos realizados, incluem-se dois tipos de
destilação (simples e fracionada), além da determinação de sua pureza.
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2. Materiais e Métodos
2.1 – Destilação Simples
Foram realizadas duas técnicas na destilação simples, na técnica A utilizou-se:
- Balão volumétrico de fundo redondo de 50 ml
- Cabeça de destilação
- Adaptador de termômetro
- Termômetro
- Condensador de Liebig
- Unha
- Bico de Bunsen
- Erlenmeyer
- Pedra pomes
Aparelhagem:
5
Procedimento:
A mistura foi colocada dentro do balão de forma que ocupasse um volume entre 1/2 e
2/3 do volume total, e foi adicionada uma pedra pomes (pedra de ebulição) para evitar que o
líquido sofra solavancos.
A aparelhagem foi montada cuidadosamente, a mistura foi aquecida com o bico de
Bunsen e o líquido entrou em ebulição, tendo a temperatura do vapor marcada pelo
termômetro. O vapor entra no condensador, onde é resfriado e condensado, e escorre pela
unha para o erlenmeyer. A temperatura do termômetro foi anotada após cair a primeira gota e
depois a cada mililitro de líquido preenchido no erlenmeyer.
Na técnica B utilizou-se:
- Balão volumétrico de fundo redondo de 50 ml
- Cabeça de destilação
- Adaptador de termômetro
- Dois termômetros
- Claysen
- Condensador de Liebig
- Unha
- Bico de Bunsen
- Provetas de 10 ml
- Pedra pomes
Aparelhagem:
A aparelhagem é semelhante à figura anterior, com a diferença de que foi colocado o
Claysen entre o balão volumétrico e a cabeça de destilação, fazendo com que seja possível o
uso de dois termômetros, um medindo a temperatura do líquido em ebulição e o outro
medindo o vapor que chega na cabeça de destilação. Abaixo encontra-se uma figura
mostrando o Claysen.
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Procedimento:
O procedimento, assim como a aparelhagem, é semelhante ao anterior, diferindo
apenas que o vapor que saía do balão teve que passar pelo Claysen antes de chegar ao
condensador, para só depois ser resfriado e condensado e escorrer até o erlenmeyer. A
temperatura dos dois termômetros foi medida também após a primeira gota cair e com o
preenchimento de cada mililitro na proveta.
Nesta técnica, a mistura era de dois componentes desconhecidos, e os prováveis
componentes, juntamente com seu ponto de ebulição estão descritos na tabela abaixo.
Composto Temperatura de
ebulição (°C)
Diclorometano 42
Acetona 56
Clorofórmio 61
Metiletil-cetona 80
Butanol 117
Xileno 138
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2.2 – Destilação Fracionada
Na técnica de destilação fracionada, os seguintes materiais foram utilizados:
- Balão Volumétrico de fundo redondo de 50 ml
- Coluna de Vigreux
- Cabeça de destilação
- Adaptador de termômetro
- Termômetro
- Condensador de Liebig
- Unha
- Bico de Bunsen
- Tubos de ensaio
- Pedra Pomes
Aparelhagem:
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A aparelhagem da destilação fracionada possui uma coluna de destilação entre o balão
volumétrico e a cabeça de destilação, e essa coluna contém um número x de pratos teóricos
que depende do tipo e do tamanho da coluna. No caso da coluna de Vigreux, sabe-se que
cada 20 cm da coluna possuem 2.5 pratos teóricos. A tabela a seguir mostra alguns exemplos
de diferença de pontos de ebulição e o número associado de pratos teóricos necessários.
Diferença de P.E. (°C) Número de pratos
teóricos
108 1
72 2
54 3
43 4
36 5
20 10
10 20
Procedimento:
O procedimento é semelhante à destilação simples, assim após montada a
aparelhagem só foi necessário aquecer o balão com o bico de Bunsen para que a mistura
entrasse em ebulição. Nesta técnica, vários tubos de ensaio foram usados, em vez do
erlenmeyer, sendo coletado um volume pequeno por tubo e a temperatura com que o líquido
escorria foi anotada. Os tubos onde foi observado diferença grande das temperaturas foram
descartados, para garantir uma boa separação dos destilados.
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2.3 – Ponto de Ebulição e Pureza
Para a determinação do ponto de ebulição, foram usados os seguintes materiais:
- Capilar selado
- Proveta de 10 ml
- Tubo de Thiele com óleo
- Microtubo
- Termômetro
- Adaptador de termômetro
- Bico de Bunsen
- Barbante
Aparelhagem:
10
Procedimento:
Para montar a aparelhagem, primeiro selou-se uma das extremidades de um capilar
com a chama azul (oxidante) do bico de Bunsen, introduziu-se o capilar selado e invertido
num microtubo que continha a amostra (um dos destilados separados com a destilação
fracionada). O microtubo é preso com um barbante junto ao termômetro de modo que o bulbo
fique na mesma altura do fundo do microtubo. O conjunto então é mergulhado no tubo de
Thiele que contém óleo.
Esta técnica é uma técnica modificada de determinação do ponto de ebulição. O
sistema é aquecido com bico de Bunsen até que se observe a formação de um colar contínuo
de bolhas saindo do capilar. Então o aquecimento é interrompido e após um intervalo de
tempo observa-se que o líquido antes em ebulição, entra no capilar. A temperatura marcada
pelo termômetro é anotada neste momento. O processo é repetido três vezes, porém apenas os
capilares são trocados, a amostra continua sendo a mesma. Isto garante que, se não houver
um aumento sistemático da temperatura, a amostra está pura e pode-se estimar o valor do
ponto de ebulição do líquido.
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3. Resultados
3.1 – Destilação Simples
Técnica A
Como dito anteriormente, a temperatura marcada no termômetro foi medida a cada
mililitro destilado, dando origem à tabela a seguir:
Volume Temperatura (°C)
1 gota 58
1 ml 59
2 ml 61
3 ml 62
4 ml 62
5 ml 62
6 ml 62
7 ml 62
8 ml 63
9 ml 64
10 ml 64
11 ml 63
12 ml 62
13 ml 64
14 ml 65
15 ml 66
16 ml 69
17 ml 69
18 ml 70
19 ml 71
12
20 ml 72
21 ml 73
22 ml 85
23 ml 100
24 ml 106
25 ml 109
26 ml 111
27 ml 111
28 ml 111
29 ml 112
30 ml 112
A partir desses resultados, o gráfico da curva de destilação a seguir foi traçado:
0
20
40
60
80
100
120
0 5 10 15 20 25 30 35
Tem
pe
ratu
ra (
°C)
Volume (ml)
Temperatura x Volume
13
Técnica B
De acordo com as temperaturas nos dois termômetros, foi possível montar a tabela a
seguir, com as temperaturas no termômetro A (TA), medindo a temperatura de ebulição do
líquido, e no termômetro B (TB), medindo a temperatura do vapor antes de entrar no
condensador.
Volume TA (°C) TB (°C)
1 gota 53 42
1 ml 55 42
2 ml 56 42
3 ml 58 42
4 ml 60 42
5 ml 62 42
6 ml 65 43
7 ml 72 46
8 ml 80 45
9 ml 90 43
10 ml 138 122
11 ml 139 135
12 ml 139 135
13 ml 140 136
14 ml 139 136
15 ml 139 136
16 ml 139 136
17 ml 140 136
18 ml 140 136
19 ml 140 137
20 ml 140 137
21 ml 140 137
14
A partir destes dados foi possível identificar os componentes (diclorometano e xileno)
e traçar os gráficos de temperatura x volume abaixo:
0
20
40
60
80
100
120
140
160
0 5 10 15 20 25
Tem
pe
ratu
ra A
(⁰C
)
Volume (ml)
Temperatura A x Volume
0
20
40
60
80
100
120
140
160
0 5 10 15 20 25
Tem
pe
ratu
ra B
(⁰C
)
Volume (ml)
Temperatura B x Volume
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3.2 – Destilação Fracionada
A mistura original era composta de 70% de acetona e 30% de tolueno. Com a realização
da destilação fracionada, foi possível separar os componentes e montar a tabela a seguir, que
mostra a temperatura de ebulição para cada tubo utilizado e a amostra correspondente.
Tubo Temperatura (°C) Amostra
1 56 Acetona
2 57 Acetona
3 56 Acetona
4 57 Acetona
5 100 Mistura (descartado)
6 106 Tolueno
7 106 Tolueno
A curva a seguir mostra bem a separação dos componentes da mistura, o que pode ser
observado pelo salto de temperatura presente.
0
20
40
60
80
100
120
0 1 2 3 4 5 6 7 8
Tem
pe
ratu
ra (
°C)
Núm. tubos
Temperatura x N° tubos
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3.3 – Ponto de Ebulição e Pureza
Na determinação do ponto de ebulição e da pureza, foram utilizadas as amostras
separadas por destilação fracionada, sem trocar o capilar para garantir a credibilidade dos
resultados. A tabela a seguir ilustra os resultados encontrados, mostrando as temperaturas
encontradas para cada componente.
Acetona Tolueno
T1 (°C) 59 105
T2 (°C) 59 107
T3 (°C) 58 108
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4. Discussão
4.1 – Destilação Simples
Na técnica A da destilação simples, foi possível observar que a separação do
componentes não é tão eficiente, embora ainda seja possível realizá-la sem problemas
maiores. Para o caso da acetona (PE = 56 °C) e do tolueno (PE = 110 °C), a diferença de
temperatura de ebulição ainda é considerável. Sendo assim, embora não seja a técnica ideal
para separar os dois, pode ser utilizada.
Para a técnica B foi observado uma melhor separação dos componentes, como poder ser
confirmado pela curva de destilação. Isso ocorre porque o Claysen funciona como um prato
teórico da destilação fracionada, fazendo com que o líquido menos volátil não consiga chegar
tão rápido no condensador quanto na técnica A.
4.2 – Destilação Fracionada
Na destilação fracionada observou-se uma melhor separação dos componentes da
amostra, isso ocorre devido à presença dos pratos teóricos da coluna de destilação que foi
adicionada. Na coluna de destilação ocorre o chamado “Gradiente de Temperatura”, o que
significa que no fundo da coluna a temperatura é maior do que no topo.
Quando a destilação se inicia, isto é, quando o líquido do balão começa a ferver, o vapor
formado contém tanto o componente mais volátil quanto o menos volátil. Com os pratos
teóricos, ocorrem várias condensações e ebulições dentro da coluna, fazendo o vapor ser mais
puro no componente mais volátil a medida que aumenta a altura da coluna. Desse jeito, no
alto da coluna o vapor formado será somente do componente mais volátil, até que o menos
volátil (mais pesado) consiga passar por todos os pratos. Esse é o motivo de um dos tubos ter
sido descartado.
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4.3 – Ponto de Ebulição e Pureza
Com os resultados encontrados na determinação do ponto de ebulição e da pureza da
amostra separada por destilação fracionada, foi possível verificar que as amostras eram puras,
apesar do ponto de ebulição observado ser um pouco diferente do teórico. Se não tivesse
ocorrido a separação dos componentes, haveria um aumento sistemático na temperatura de
ebulição, e no experimento ela permaneceu aproximadamente constante. Isso mostra que a
destilação feita anteriormente estava correta.
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5. Conclusão
Após realizados todos os procedimentos, confirmou-se a composição da amostra
recebida e, como mostram os resultados, que a separação foi bem sucedida. Foi possível
observar também que o melhor método de separação de líquidos é a destilação fracionada,
porque a presença da coluna de destilação vai purificando os vapores, enquanto uma
destilação simples pode ser arriscada se os líquidos possuírem temperaturas de ebulição
muito próximas.
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6. Referências Bibliográficas
PAVIA, Donald L., et al. Química Orgânica Experimental I: Técnicas de escala
pequena. Tradução: Ricardo Bicca de Alencastro. 2ª edição. Porto Alegre: Bookman, 2009.
EDUCAÇÃO PÚBLICA. Destilação: Processos de Destilação. Disponível em
<http://www.educacaopublica.rj.gov.br/oficinas/quimica/sensibilidade/saibamais02_b.html>.
Acesso em: 13/05/2012
SÓ BIOLOGIA. Química: Destilação. Disponível em
<http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Oitava_quimica/materia17.php>. Acesso em
14/05/2012.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA. Como fazer referências:
bibliográficas, eletrônicas e demais formas de documentos. Disponível em
<http://www.bu.ufsc.br/home982.PDF>. Acesso em 15/05/2012.