técnicas de costruções gráficas

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TØcnicas de Construıes GrÆcas Washington Soares Alves Partindo do principio que as derivadas sªo usadas no estudo das retas tan- gentes e taxas de variaªo, faremos agora mais uma aplicaªo que corresponde ao desenvolvimento de tØcnicas para construıes grÆcas. Iniciaremos o estudo dessas tØcnicas, isto Ø, o processo de construªo, usando os seguintes elementos. TESTE DA DERIVADA PRIMEIRA A idØia em que se baseia o teste da derivada primeira estÆ indicada nas guras abaixo: A funªo f da Fig. 01 tem uma derivada positiva e as retas tangentes a seu grÆco tŒm coecientes angulares positivos, isso implica que a funªo em questªo Ø uma funªo crescente, isto Ø, para todo x 1 <x 2 a funªo f (x 1 ) <f (x 2 ). JÆ a Fig. 02, a funªo f tem uma derivada negativa e as retas tangentes a seu grÆco possuem coecientes angulares negativos, dessa forma, temos uma funªo Ø decrescente, ou seja, x 1 <x 2 tem-se f (x 1 ) >f (x 2 ). Deniªo (Teste da derivada primeira em um ponto): Uma funªo f Ø crescente (respectivamente decrescente) num ponto x o , se existe um intervalo aberto I contendo x o tal que f (x) <f (x o ) (f (x) >f (x o )), para x em I esquerda de x o e f (x o ) <f (x) (f (x o ) >f (x)), para x em I direita de x o . Teorema (Teste da derivada primeira em um ponto): Se a derivada f 0 (x o ) existe e Ø positiva, entªo, a funªo f Ø crescente em x o . Se a derivada Ø negativa, entªo, f Ø decrescente em x o . 1

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Há concluir.

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  • Tcnicas de Construes Grcas

    Washington Soares Alves

    Partindo do principio que as derivadas so usadas no estudo das retas tan-gentes e taxas de variao, faremos agora mais uma aplicao que correspondeao desenvolvimento de tcnicas para construes grcas.Iniciaremos o estudo dessas tcnicas, isto , o processo de construo, usando

    os seguintes elementos.

    TESTE DA DERIVADA PRIMEIRA

    A idia em que se baseia o teste da derivada primeira est indicada nas gurasabaixo:

    A funo f da Fig. 01 tem uma derivada positiva e as retas tangentes a seugrco tm coecientes angulares positivos, isso implica que a funo em questo uma funo crescente, isto , para todo x1 < x2 a funo f (x1) < f (x2).J a Fig. 02, a funo f tem uma derivada negativa e as retas tangentes aseu grco possuem coecientes angulares negativos, dessa forma, temos umafuno decrescente, ou seja, x1 < x2 tem-se f (x1) > f (x2).

    Denio (Teste da derivada primeira em um ponto): Uma funof crescente (respectivamente decrescente) num ponto xo, se existe umintervalo aberto I contendo xo tal que f (x) < f (xo) (f (x) > f (xo)), para xem I esquerda de xo e f (xo) < f (x) (f (xo) > f (x)), para x em I direitade xo.

    Teorema (Teste da derivada primeira em um ponto): Se a derivadaf 0 (xo) existe e positiva, ento, a funo f crescente em xo. Se a derivada negativa, ento, f decrescente em xo.

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  • Exemplo: a funo x3 x crescente ou decrescente em x = 0?Soluo: Fazendo f (x) = x3x, a derivada da funo f f 0 (x) = 3x21.Agora, pelo teorema, tem-se

    f 0 (0) = 3:02 1 = 1;e como a derivada negativa nesse ponto, tem-se que a funo f decrescente

    quando x = 0.

    Denio (Teste da derivada primeira num intervalo aberto): Umafuno f crescente em um intervalo I, se, para quaisquer x1 e x2 em I, comx1 < x2, tivermos f (x1) < f (x2). A funo decrescente no intervalo, sef (x1) > f (x2), para todo par de nmeros x1 e x2.

    Teorema (Teste da derivada primeira num intervalo aberto): Se aderivada f 0 (x) existe e positiva para todo x em um intervalo aberto, ento, afuno crescente neste intervalo. Se a derivada negativa no intervalo aberto,ento, a a funo decrescente.

    Exemplo: Determinar onde a funo f (x) = x2 crescente e onde ela decrescente.Soluo: a derivada da funo f (x) = x2

    f 0 (x) = 2x3 = 2x3:

    Veja que para todo x > 0, a derivada negativa, enquanto que para todox < 0, a derivada positiva. Portanto, a funo denida por f (x) = x2

    decrescente no intervalo x > 0 (derivada negativa) e crescente no intervalox < 0 (derivada positiva). Veja a gura abaixo.

    -4 -2 0 2 4

    0.5

    1.0

    x

    y

    -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4

    0.2

    0.4

    0.6

    0.8

    1.0

    x

    y

    f (x) = x2 = 1x2 f0 (x) = 2x3 = 2x3

    2

  • MXIMOS E MNIMOS RELATIVOS

    Denio: Uma funo f tem um mximo relativo em xo, se f (x) 6 f (xo),para todo x em um intervalo aberto contendo xo. A funo tem um mnimorelativo em xo, se f (x) > f (xo) para todo x em um intervalo aberto contendoxo.

    PONTOS CRTICOS

    Denio: O ponto xo um ponto crtico de uma funo f , se f denida emum intervalo aberto contendo xo e f 0 (xo) zero ou no existe.

    Observao: Se o grco de uma funo tem uma reta tangente num pontocrtico, ento, a reta tangente horizontal. De acordo o prximo teorema, mx-imos e mnimos relativos de uma funo s podem ocorrer em pontos crticos.

    Teorema: Se f tem um mximo ou mnimo relativo em xo, ento, xo umponto crtico de f .

    Exemplo: Traar o grco do polinmio 14x4 2x2. Mostrar os pontos

    crticos e os mximos e mnimos relativos.Soluo: Consideremos f (x) = 14x

    4 2x2, a sua representao grca dada por

    -4 -3 -2 -1 1 2 3 4

    -4

    -2

    2

    4

    6

    8

    x

    y

    A derivada da funo f

    f 0 (x) =d

    dx

    1

    4x4 2x2

    = 4:

    1

    4x41 2:2x21 = x3 4x

    = xx2 4 = x (x+ 2) (x 2)

    3

  • Veja que em

    f 0 (x) = 0 =) x (x+ 2) (x 2) = 0 =)8 0

    0 < 1 < 2 e

    f 0 (1) = (1) (1 + 2) (1 2)= (1) (3) (1) = 3 < 0

    2 < 3 e

    f 0 (3) = (3) (3 + 2) (3 2)= (3) (5) (1) = 15 > 0

    Dessa forma, podemos fazer uma anlise do grco com mais riqueza dedetalhes, veja que

    para x < 2; f 0 (x) < 0 =) f (x) decrescente;para 2 < x < 0; f 0 (x) > 0 =) f (x) crescente;para 0 < x < 2; f 0 (x) < 0 =) f (x) decrescente;

    e para x > 2; f 0 (x) > 0 =) f (x) crescente;

    Observao: Uma funo pode ter um ponto crtico sem que haja um mx-imo ou um mnimo relativo, um exemplo de funo que cumpre essa condio f (x) = x3, (ver grco abaixo) a derivada da funo f 0 (x) = 3x2, e quandof 0 (x) = 0 =) x = 0, portanto a funo tem um ponto crtico e uma tangentehorizontal (eixo x) para x = 0, sem que haja mximo ou mnimo relativo.

    4

  • -2 -1 1 2

    -2

    -1

    1

    2

    x

    y

    TESTE DA DERIVADA SEGUNDA

    Veremos agora como o estudo das derivadas segundas pode auxiliar no processode traados de grcos de funes.A derivada segunda de uma funo corresponde derivada da derivada da

    funo. Usaremos como notao:

    f 00 (x) oud2f

    dx2(notao de Leibniz)

    Para derivadas de ordem superior, faz-se uso da mesma analogia, isto

    f000(x) ou

    d3f

    dx3; f

    (4)

    (x) oud4f

    dx4; ; f (n) (x) ou d

    nf

    dxn:

    0.1 Concavidade e o teste da derivada segunda

    A derivada primeira, f 0 (x), de uma funo o coeciente angular da reta tan-gente a seu grco em x.Se esse coeciente angular cresce, quando x cresce, ento, o grco da curva

    voltada para cima e dizemos que tem concavidade voltada para cima.Pela inclinao da tangente vericamos que a derivada da funo positiva

    e crescente, consequentemente a derivada segunda, f 00 (x), positiva.Se o coeciente angular decresce, quando x decresce, ento, o grco da

    curva voltado para baixo e dizemos que tem concavidade voltada para baixo.Pela inclinao da tangente vericamos que a derivada da funo positiva

    e decrescente, consequentemente a derivada segunda negativa.

    Denio (concavidade): O grco de uma funo f tem a concavidadevoltada para cima, para x pertencente um intervalo, se, neste intervalo, o coe-ciente angular fx da reta tangente uma funo crescente. O grco tem aconcavidade voltada para baixo, para x pertencente a um intervalo, se fx a uma funo decrescente.

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  • Teorema (Teste da derivada segunda): Se a derivada segunda fx de umafuno f positiva num intervalo aberto, ento, o grco de f tem concavidadevoltada para cima, para x pertencente a esse intervalo. Se a derivada segunda negativa no intervalo, ento, o grco tem concavidade voltada para baixo,para x nesse intervalo

    6

  • 7