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__________________________________________________________________________________________ Mostra de Iniciação Científica e Mostra de Criação e Inovação ISSN: 2316-1566 Getúlio Vargas RS Brasil 1 INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL DO ALTO URUGUAI FACULDADES IDEAU TÉCNICA DE PLASTINAÇÃO EM COELHO GIGANTE DE FLANDRES CESARI, Eduarda Angela¹ E-mail: [email protected] RABSCH, Cristiane¹ E-mail: [email protected] FACCIN, Ângela² Email: [email protected] OLIVEIRA, Daniela dos Santos² Email: [email protected] OLIVEIRA, Franciele² Email: [email protected] MAHL, Deise Luiza² Email: [email protected] PIEROZAN, Morgana Karin² Email: [email protected] URIO, Elisandra Andreia² Email: [email protected] RITTER, Filipe² Email: veteriná[email protected] ¹ Discentes do Curso de Medicina Veterinária Nível 2 2015/2- Faculdade IDEAU Getúlio Vargas/RS. ² Docentes do de Medicina Veterinária Nível 2 2015/2- Faculdade IDEAU Getúlio Vargas/RS. RESUMO A plastinação é considerada uma técnica inovadora e moderna, de alta durabilidade, que possui muitas vantagens por consistir em um resultado seco e inodoro, envolvendo pouca utilidade de subst âncias altamente tóxica, como o formaldeído. O coelho Gigante de Flandres foi exportado da Inglaterra e da Bélgica para a América no início do ano de 1980, com a finalidade de melhoramento do tamanho dos coelhos de carne, estes se caracterizam por serem animais calmos, o que permite a utilização dos mesmos para muitas atividades. O trabalho teve como objetivo aplicar a técnica de plastinação em um coelho da raça Gigante de Flandres, empregando os estudos no sistema digestório do mesmo. O corpo foi imerso em solução de formol, e logo em solução de acetona com glicerina após foi deixado secar. O resultado obtido não foi conforme o esperado. Palavras-chave: Conservação anat ômica, cunicultura, sistema digestório. ABSTRACT:The plastination is considered an innovative technique and modern , high- durability, which has many advantages in that it consists in a dry and odorless result, involving little use of highly toxic substances ,

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Mostra de Iniciação Científica e Mostra de Criação e Inovação – ISSN: 2316-1566 – Getúlio Vargas – RS – Brasil 1

INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO

EDUCACIONAL DO ALTO URUGUAI

FACULDADES IDEAU

TÉCNICA DE PLASTINAÇÃO EM COELHO GIGANTE DE

FLANDRES

CESARI, Eduarda Angela¹

E-mail: [email protected]

RABSCH, Cristiane¹

E-mail: [email protected]

FACCIN, Ângela²

Email: [email protected]

OLIVEIRA, Daniela dos Santos²

Email: [email protected]

OLIVEIRA, Franciele²

Email: [email protected]

MAHL, Deise Luiza² Email: [email protected]

PIEROZAN, Morgana Karin² Email: [email protected]

URIO, Elisandra Andreia² Email: [email protected]

RITTER, Filipe²

Email: veteriná[email protected]

¹ Discentes do Curso de Medicina Veterinária Nível 2 2015/2- Faculdade IDEAU – Getúlio Vargas/RS.

² Docentes do de Medicina Veterinária Nível 2 2015/2- Faculdade IDEAU – Getúlio Vargas/RS.

RESUMO A plastinação é considerada uma técnica inovadora e moderna, de alta durabilidade, que possui

muitas vantagens por consistir em um resultado seco e inodoro, envolvendo pouca utilidade de substâncias

altamente tóxica, como o formaldeído. O coelho Gigante de Flandres foi exportado da Inglaterra e da Bélgica

para a América no início do ano de 1980, com a finalidade de melhoramento do tamanho dos coelhos de carne,

estes se caracterizam por serem animais calmos, o que permite a utilização dos mesmos para muitas atividades.

O trabalho teve como objetivo aplicar a técnica de plastinação em um coelho da raça Gigante de Flandres,

empregando os estudos no sistema digestório do mesmo. O corpo foi imerso em solução de formol, e logo em

solução de acetona com glicerina após foi deixado secar. O resultado obtido não foi conforme o esperado.

Palavras-chave: Conservação anat ômica, cunicultura, sistema digestório.

ABSTRACT:The plastination is considered an innovative technique and modern , high- durability, which has

many advantages in that it consists in a dry and odorless result, involving little use of highly toxic substances ,

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such as formaldehyde. The Flemish Giant rabbit in 1980 year beginning was exported from England and

Belgium to America, in order to improve the size of the meat of rabbits, these are characterized by being calm

animals, allowing their use for many activities. This paper aims to apply the plastination technique in a rabbit

Giant of Flanders race, using the studies in the digestive system of the same. The body was immersed in

formalin, then in acetone solution with glycerine, after it was allowed to dry. The result was not obtained as

expected, because the changes made by the lack of materials for performing the technique.

Keywords: Conservation anatomic, rabbit breeding, system digestive.

1 INTRODUÇÃO

A preocupação quanto á conservação de peças anatômicas existe há mais de 5 mil

anos, e o uso destas são indispensáveis para o ensino. Esta tem como objetivo manter as peças

ou cadáveres da forma mais parecida possível, visando preservar a morfologia e

características como em animais vivos, desta forma não modificando a coloração e

flexibilidade. Atualmente pode-se contar com várias técnicas que auxiliam na preservação de

órgãos, tecidos e estruturas para estudos (AMBROSSIO et al ., 2013).

A técnica de plastinação, foi criada por Gunther von Hagens, no ano de 1978. Esta

possui muitas vantagens por ser uma técnica seca e inodora, que consiste em uma forma

moderna e diferente de mumificação, para que os corpos tenham alta durabilidade e também

evitar o uso de substâncias tóxicas, como o formaldeído (REBOLLO, 2013). Conforme

Mando (2014), apesar de possuir muitas vantagens, esta técnica dada como inovadora, criou

muita polêmica a partir do momento que Gunther von Hagens começou a fazer dos cadáver

plastinados obras de arte, e logo, estes criaram questões de caráter moral e ético. Atualmente,

este método é muito reconhecido, e aperfeiçoado, para a técnica ficar cada vez mais utilizada.

O coelho Gigante de Flandres no início do ano de 1980 foi exportado da Inglaterra e

da Bélgica para a América, com a finalidade de melhoramento do tamanho dos coelhos de

carne, mas até o início do século XX esta raça ainda não era muito popular. Este se caracteriza

por ser calmo, o que permite, atualmente, utilizar-se em vários setores, como estimação,

espetáculos, criação, carne e pele. As cores de pelagem com maior predominância são:

branca, negro, cinza ferro, cinza claro, cinza escuro, azul e cinza lebre. O peso pode atingir

em machos os 5 kg e em fêmeas 6 kg (VIEIRA, 2012).

Tem-se como objetivo aplicar a técnica de plastinação, com modificações, para a

conservação da estrutura anatômica de um coelho da raça Gigante de Flandres, empregando

os estudos no sistema digestório do mesmo.

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2 MATERIAL E MÉTODOS

2.1 Material

Os experimentos e aplicação da técnica de plastinação, com adaptações, foram

desenvolvidos no Hospital Veterinário São Francisco de Assis, Campus III da Faculdade

Ideau, Getúlio Vargas. Para a realização, utilizou-se um coelho da raça Gigante de Flandres

Branco, que veio a óbito devido a uma pneumonia, onde aprofundou-se o estudo no sistema

digestório do mesmo, que compreende da boca até o ânus, passando pelo esôfago, estômago,

intestino delgado e intestino grosso. O animal foi doado por um agricultor, pois como o corpo

seria descartado, este foi cedido para estudo.

Os materiais utilizados para o desenvolvimento da técnica foram: coelho, luva, jaleco,

máscara, água, formol, bisturi, balde, acetona, glicerina, estufa de vidro.

2.2 Método

A primeira etapa do desenvolvimento da técnica foi realizada nas dependências do

hospital veterinário. Essa consistiu na abertura da cavidade abdominal do coelho (Figura 1), e

logo, fez-se a dissecação de alguns músculos (Figura 2). Deixou-se o animal congelado

durante uma semana após este processo.

Figura 1: abertura da cavidade abdominal, buscando a visualização do sistema digestório. Fonte: CESARI,

Eduarda,2016. Getúlio Vargas/RS.

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Figura 2: Dissecação dos músculos de um coelho da raça Gigante de Flandres. Fonte: CESARI, Eduarda, 2016.

Getúlio Vargas/RS.

Quando um animal morre, as próprias enzimas presentes no corpo começam fazer a

decomposição. Para impedir esse processo, colocou-se o animal em uma solução de formol a

uma concentração de 20% (um litro de formol para quatro litros de água), conforme a (Figura

3) e deixado por 7 dias. Além de impedir a decomposição, este etapa estabilizou o tecido e

preveniu a autodestruição das células.

Figura 3: Imersão do coelho em formol 20%. Fonte: CESARI, Eduarda, 2016. Getúlio Vargas/RS.

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Após a conservação por formol, colocou-se o corpo numa solução de acetona com

glicerina, com o intuíto de desidratar as células para impedir o ataque das bactérias, onde por

difusão, a água presente dentro das células passa para o ambiente mais concentrado, a

acetona, e logo se dílui (Figura 4).

Figura 4: Submersão do coelho em solução de acetona com glicerina. Fonte: CESARI, Eduarda, 2016. Getúlio

Vargas/RS.

Conforme as pesquisas bibliográficas, para o processo anterior, devia-se utilizar

acetona pura, mas como a técnica foi adaptada, utilizou-se uma solução de acetona com

glicerina. Observou-se também, que o próximo passo após a imersão na acetona seria colocar

o corpo numa câmera de gás, mas a etapa foi suprimida neste estudo, deixando-o exposto ao

ar livre, para que ocorresse a secagem da peça.

3 RESULTADOS E ANÁLISE

O coelho caracteriza-se por ser um animal monogástrico, herbívoro, habituado a

ingerir alimentos ricos em fibra. A boca, primeira parte do trato digestório, possui 28 dentes

que auxiliam na preensão, mastigação e trituração do alimento. A língua apresenta papilas

gustativas que permitem avaliar o paladar do alimento, realiza a mistura do alimento com a

saliva, contribuindo com o processo de mastigação e deglutição (MELO, 2012).

O esôfago é um tubo musculomembranoso que transporta o alimento cheio de saliva

até o estômago, através das contrações musculares desta região. O estômago é um

compartimento divido em três regiões: fundica, cárdica e pilórica, e atua como depósito de

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alimentos, mede cerca de 115 mm de comprimento por 75 mm de largura, no coelho adulto a

capacidade média é de 500 ml (CUNHA, 2003).

Intestino delgado é um segmento do trato digestório também dividido em três regiões:

duodeno, jejuno e íleo, tem um comprimento aproximado de 300 cm, com desenvolvimento

total por volta de 9 a 11 semanas de idade, uma região bastante glandular secreta substâncias

digestivas, local de recebimento das secreções do fígado e pâncreas apresenta placas de peyer.

Intestino grosso apresenta espessa e pregueada mucosa, também dividida em três partes: ceco,

cólon e reto, segmento no qual ocorre a digestão microbiana, absorção de nutrientes,

reabsorção de água e eletrólitos (MELLO et al, 2012).

O resultado obtido com a plastinação não foi de encontro com o esperado, devido a

algumas modificações ocorridas. Não foi possível a compra de acetona pura, a qual a

comercialização é proibida e a venda é somente liberada pela polícia federal, que leva

aproximadamente 20 dias para a entrega e é bem honerosa. Outro empecilho que prejudicou o

resultado foi a falta da câmara de gás, necessária para a secagem do cadáver. Logo, optou-se

em deixar o cadáver secar ao ar livre, resultando consequentemente em um trabalho diferente

do imaginado, sendo que o mesmo não apresenta tanta durabilidade e rigidez quanto o

esperado. (Figura 5).

Figura 5: Ao término da técnica, obteve-se um coelho plastinado. Fonte: CESARI, Eduarda, 2016. Getúlio

Vargas/RS.

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Rueda et al. (2012), contam que o formoldeído foi descoberto no século XIX, e a partir

disto foi possível prolongar o estudo da anatomia durante o tempo que o cadáver suportasse.

Desde então, pesquisadores começaram a procura em busca de novas e melhores técnicas de

conservação, em prol de objetos de estudos mais duradouros e menos prejudiciais a saúde.

O médico anatomista alemão Gunther von Hagens, no ano de 1978, foi o idealizador

de uma técnica inovadora, a plastinação (Figura 6). Esta consiste em retirar o lipídio e a água

do corpo, por meio de polímeros e, desta forma, evitando a decomposição dos materiais.

Figura 6: Gunther von Hagens e uma de suas obras obtidas pela técnica de plastinação. Fonte:

BIANCHI, 2013, República Argentina.

Este método permite a visibilidade e estudo de músculos, veias e vísceras, sem riscos

de saúde, como se dá com o uso do formol, bem como não pedende de câmeras frias, entre

outras (Figura 7), (REBOLLO, 2013).

Quanto à plastinação, Marsillac et al. (2006) destaca: Gunter Von Hagens mostra a

anatomia que só era vista em livros da área, nos corpos com seus músculos, nervos, esqueleto,

órgãos e nos diz que a sua exposição é importante por proporcionar ao público a possibilidade

de conhecer melhor seu corpo e suas funções.

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Figura 7: Membro plastinado onde é possível a visualização de nervos e artérias. Fonte: BIANCHI,

2013, República Argentina.

Muitos fatores são levados em consideração para iniciar-se uma pesquisa ou

experimento, inclusive para realizar a conservação de peças anatômicas. Alguns fatores para a

análise de conservação são: custos, o preparo, o grau de periculosidade, manuseio,

necessidade de manutenção, coloração. Quanto aos custos sabe-se que o formol é bem mais

vantajoso, no entanto ele possui algumas características que o tornam inviável como a

capacidade carcinogênica e alta toxidade, em relação à glicerina e a acetona que são mais

caras, porém não são tóxicas como o formoldeído (SILVA, 2007).

Deve-se lembrar de que à medida que se utiliza desta técnica para a conservação dos

corpos, o formol será aos poucos deixado de lado. Para a técnica em que se emprega glicerina

são exigidos alguns cuidados com a peça em seu preparo, a peça deve estar bem dissecada e

permanecer completamente submersa por 7 dias, após esse período ela pode ser manuseada da

forma que achar conveniente, pois ela será mais resistente, leve, sem cheiro e não estará

encharcada de líquido. Outra característica positiva é que a peça ou cadáver plastinado, não

sofre alterações de cor com o tempo, isso se deve ao peróxido de hidrogênio, que misturado à

glicerina tornará a peça muito mais clara, ao contrário das formolizadas, que após alguns dias

tendem a ficar escuras. Essa semelhança com o real torna a peça mais atrativa o que facilita

estudos práticos de anatomia, pois o aluno consegue relacionar de forma mais fácil a peça

anatômica com o atlas (SILVA, 2007).

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Mesmo que o processo seja bem delicado, bastante complexo e demorado, percebe-se

que pode ser a melhor forma de conservação de peças anatômicas por vários motivos. Uma

característica positiva é que trata-se de uma técnica inodora, ou seja, não possui cheiro, o que

é benéfico para realização de estudos anatômicos e acadêmicos, de exposição do trabalho em

feiras e museus, também evita intoxicação por inalação de substâncias que são agressivas para

o organismo. A peça submetida à técnica de plastinação pode ser transportada de forma

prática e simples, permite retoques, como pinturas caso sejam necessárias e alguns outros

pequenos reparos corretivos. Outra característica positiva é sua durabilidade, dita-se que seja

ilimitada, o que proporciona uma grande economia para a educação, pelo fato de não precisar

realizar a troca destes materiais por longos períodos (ANDREOLI, 2012).

No entanto, o uso de outras substâncias para realizar a conservação de peças

anatômicas tem gerado grandes polêmicas e graves problemas de saúde para as pessoas que

manipulam estes tipos de produtos químicos, um exemplo bem clássico é o formol. Este

produto químico apresenta aspecto incolor e límpido, bastante utilizado em laboratórios e em

hospitais para realizar a desinfecção e também para conservar peças, cadáveres entre outros

(ARSEGO et al., 2015).

O formol pode ser usado também na fabricação de móveis, vidros, tintas, borrachas

entre outros. Apresenta grau de toxidade muito elevado, quando inalado, provoca grave

irritação nas vias respiratórias, bem como em todo o sistema respiratório, ocasionando

queimaduras nas mucosas, e em casos de ingestão ocasiona vômitos hemorrágicos, dores na

região do abdômen, perfuração do esôfago e estômago, e em casos muito graves pode levar a

morte. Esta substância pode ainda, ao entrar em contato com outros produtos corrosivos ou

inflamáveis e produzir gases irritantes capazes de causar tontura ou asfixia (CARVALHO,

2009).

Este produto exige alguns cuidados específicos ao ser manuseado, preferencialmente

que seja manipulado por pessoas informadas sobre sua toxidade e que faça uso de todos os

EPIs de segurança. Ele deve ser armazenado em local isolado, longe de materiais oxidantes e

de preferência em recipientes plásticos com tampa e em área bem ventilada (ALVES, 2012).

Carvalho (2009) afirma ainda que por ser um método bem prático, de resultado rápido,

baixo custo, alta absorção em tecidos e células, impede a multiplicação de patógenos e

deterioração de peças, é um dos conservantes mais utilizados no mercado. No entanto, devido

sua utilização de forma inadequada e inapropriada em produtos de beleza, que causaram

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inúmeros problemas a população, sua venda foi proibida, desde então é permitido apenas o

uso de formol em funerárias para conservação de cadáveres e em universidades para fins

didáticos.

4 CONCLUSÃO

A técnica de plastinação não foi desenvolvida conforme a literatura, realizou-se

algumas adaptações, embora pesquisou-se outras fontes e produtos que apresentassem um

efeito correspondente. No decorrer deste, percebeu-se que seguindo a técnica corretamente os

resultados seriam de muito exito, de mesma forma adquiriu-se muito conhecimento para

aperfeiçoamento de futuras tentativas.

REFERÊNCIAS

AMBROSSIO, Carlos. CENSONI Julia. CURY, Fabio. Técnicas anatômicas no ensino da

prática de anatomia animal. São Paulo, SP; 2013.

ALVES, Celia. Formaldeído em escolas: uma revisão. Departamento de Biologia Animal,

Faculdade de Ciências, Universidade de Lisboa, Campo Grande, Lisboa, Portugal, 2012.

ARSEGO, Francieli, CESARI, Eduarda. FAGUNDES, Daniele. MOCELIN, Letícia.

RABSCH, Cristiane. SCHAFER, Andressa. Formolização do sistema gastrointestinal de

ovinos, 2015.

ANDREOLI, Audrey Tescarolo, SEREN, Henrique, SILVA, Gabriel Pádua, SILVA,

Harienber Fereira. O aprimoramento de técnicas de conservação de peças anatômicas: a

técnica inovadora de plastinação. Bebedouro, SP/2012.

BIANCHI, Homero F. Predictores individuales y demográficos de rendimiento académico

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Interamericana – Sede Regional Rosario - República Argentina. Revista Argentina de

Anatomía Online 2013, Vol. 4, Nº 2, pp. 45 – 50.

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na obtenção de DNA nuclear em tecido muscular. 2009.

CUNHA, Luisa Falcão. Fisiologia digestiva do coelho. 2003.

MANDO, Junior. Plastinação: um método revolucionário em conservação de

peças anatômicas. 4/02/2014. Disponível em:

https://bloganatomiaveterinaria.wordpress.com/2014/02/04/plastinacao-um-metodo-

revolucionario-em-conservacao-de-pecas-anatomicas/. Acesso em 14/09/2015

MARSILLAC, Ana Lucia Mandelli. DE SOUZA, Edson Luis. Corpo e imagem: excessos

em deslocamento. UPS, vol. 12. São Paulo, SP, 2006.

MELO, Helcio Vaz. DA SILVA, José Francisco. Criação de coelhos. Editora: aprenda fácil.

2 edição, Viçosa, MG, 2012.

REBOLLO, Regina. "De humani corporis circus" de Gunther von Hagens. São Paulo, SP,

2003.

RUEDA, Roberto. HERNANDÉZ, Juan. Anatomia Humana: Ciência, Ética,

Desenvolvimento e Educação. Grupo de Pesquisa em Anatomia para a Educação, Faculdade

de Medicina, Universidad de los Andes, Bogotá D.C. Colômbia, 2012.

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Jose Marciano. Estudo analítico da técnica de glicerinação empregada paa conservação

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VIEIRA, Marcio Infante. O coelho Gigante de Flandres. 2012 Disponível em:

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6 ANEXOS

Declaração

Eu, Gian Marcos Cesari, venho por meio deste, declarar a doação de um coelho, ao Instituto

de desenvolvimento do Auto Uruguai Faculdade IDEAU, para fins de ocupação acadêmica,

para a realização do Projeto de aperfeiçoamento teórico e prático, para um grupo da turma

MedVet 2A.

Viadutos, 22 de outubro de 2015

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Gian Marcos Cesari