técnica analítica

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Alguns fundamentos de psicanlálise

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Tcnica

Os conceitos tm sua ordem de realidade original. No surgem da experincia humana seno seriam bem feitos. As primeiras denominaes surgem das prprias palavras, so instrumentos para delinear as coisas. Toda cincia permanece, pois, muito tempo nas trevas, entravada na linguagem. Da porque Freud se imps, desde o comeo, a ascese de no se expandir no domnio especulativo, para onde sua natureza o levava. Submeteu-se a disciplina dos fatos, do laboratrio. Afastou-se da m linguagem. As teorias devem se encaixar aos fatos, e no os fatos se moldarem s teorias

Experincia germinal de FreudReconstituio completa da histria do sujeito, que o elemento essencial, constitutivo, estrutural, do progresso analtico. O progresso de Freud, sua descoberta, est na maneira de tomar um caso na sua singularidade. Tom-lo na sua singularidade, o que quer dizer isto? Quer dizer essencialmente que, para ele, o interesse, a essncia, o fundamento, a dimenso prpria da anlise, a reintegrao, pelo sujeito, da sua histria at os ltimos limites sensveis, isto , at uma dimenso que ultrapassa de muito os limites individuais. A histria no o passado. A histria o passado na medida em que historiado no presente historiado no presente porque foi vivido no passado. O caminho da restituio da histria do sujeito toma a forma de uma procura de restituio do passado Essa restituio deve ser considerada como o ponto de mira visado pelas vias da tcnica. A restituio do passado permaneceu, at o fim, no primeiro plano de suas preocupaes. (de Freud) Lacan destaca a obra de Freud O Homem dos lobos: Pode se dizer que a Freud chega a uma noo do fato de que o sujeito reviver, rememorar, no sentido intuitivo da palavra, os eventos formadores da sua existncia, no , em si mesmo, to importante. O que conta o que disso ele reconstri.

Afinal, escreve Freud, os sonhos so ainda uma maneira de se lembrar. Vai mesmo at dizer que so, afinal de contas, um representante satisfatrio daquilo que se trata. Certamente, sob sua forma manifesta de lembranas, no o so, mas se o elaborarmos suficientemente, nos do o equivalente daquilo que procuramos.

Ser que vocs percebem aonde chegamos? Chegamos concluso do prprio Freud, ideia de que se trata da leitura, da traduo qualificada, experimentada, do criptograma que representa o que o sujeito possui atualmente na sua conscincia o que que vou dizer? Dele mesmo? No, no somente dele mesmo dele mesmo e de tudo, isto , do conjunto do seu sistema. a) O sonho diz sobre voc mesmo naquela situao, mas tambm diz sobre voc no mundo

Concluso: A restituio da integralidade do sujeito apresenta-se como uma restaurao do passado. Mas o acento recai sempre mais sobre a face da reconstruo que sobre a face da revivescncia, no sentido que estamos habituados a chamar afetivo. O revivo exato que o sujeito se lembre de algo como sendo verdadeiramente dele, como tendo sido verdadeiramente vivido, que se comunique com ele, que se adote temos nos textos de Freud a mais formal indicao de que no o essencial. O essencial a reconstruo, o termo que ele emprega at o fim.... Direi afinal de contas, o de que se trata menos lembrar do que reescrever a histria.

Insisto no fato de que Freud avanava numa pesquisa que no marcada pelo mesmo estilo que as outras pesquisas cientificas. O seu domnio o da verdade do sujeito... Trata-se da realizao da verdade do sujeito, como de uma dimenso prpria que deve ser destacada na sua originalidade em relao noo mesma de realidade acentuei isso em todas as aulas deste ano.

Ego em torno da concepo de ego que gira desde ento, todo o desenvolvimento da tcnica analtica, e a que preciso situar a causa de todas as dificuldades que a elaborao terica desse desenvolvimento prtico coloca. S conhecemos o ego, escreve-se corretamente Anna Freud, Sr. Fenichel, quase todos os que escreveram sobre anlise desde 1920, repetem S nos endereamos ao eu, s temos comunicao com o eu, tudo deve passar pelo eu O eu est estruturado exatamente como um sintoma. No interior do sujeito, no seno um sintoma privilegiado. o sintoma humano por excelncia, a doena mental do homem. Alguns tomam com efeito a anlise por uma espcie de descarga homeoptica, pelo sujeito, da sua apreenso fantasiada do mundo. Segundo eles, essa apreenso fantasiada deve, pouco a pouco, no interior da experincia atual que ocorre no consultrio, reduzir-se, transformar-se, equilibrar-se numa certa relao ao real. ... E isso mesmo que h de grave. Porque nos permitimos efetivamente como a anlise nos revelou que ns nos permitimos as coisas, sem saber fazer intervir o nosso ego na anlise. J que se sustenta que se trata de obter uma readaptao do paciente ao real, seria preciso pelo menos saber se o ego do analista que d a medida do real

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