técnicas de reparação e reforçofiles.isec.pt/documentos/servicos/biblio/teses/tese_mest... ·...

169
Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES DE REPARAÇÃO E REFORÇO EM ESTRUTURAS DE BETÃO ARMADO Dissertação apresentada para a obtenção do grau de Mestre em Engenharia Civil, Especialidade de Construção Urbana Autor Tiago André Pais Madeira Boto Orientador Prof. Doutor Ricardo Nuno Francisco do Carmo Instituto Superior de Engenharia de Coimbra Coimbra, dezembro de 2015

Upload: others

Post on 06-Nov-2020

4 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES

Departamento de Engenharia Civil

ESTRATEacuteGIAS PARA INTERVENCcedilOtildeES DE REPARACcedilAtildeO E

REFORCcedilO EM ESTRUTURAS DE BETAtildeO ARMADO

Dissertaccedilatildeo apresentada para a obtenccedilatildeo do grau de Mestre em Engenharia Civil Especialidade de Construccedilatildeo Urbana

Autor

Tiago Andreacute Pais Madeira Boto

Orientador

Prof Doutor Ricardo Nuno Francisco do Carmo

Instituto Superior de Engenharia de Coimbra

Coimbra dezembro de 2015

Each player must accept the cards

life deals him or her

But once they are in hand

he or she alone must decide

how to play the cards

in order to win the game

iii Tiago Pais Boto

AGRADECIMENTOS

A presente dissertaccedilatildeo natildeo poderia ter sido realizado sem a imprescindiacutevel ajuda de vaacuterias

pessoas e entidades pelo que expresso aqui a minha gratidatildeo particularmente

Ao Doutor Ricardo Nuno Francisco do Carmo meu orientador cientiacutefico pela

disponibilidade apoio colaboraccedilatildeo e amizade manifestada durante a realizaccedilatildeo deste trabalho

e ao longo de todo o meu percurso acadeacutemico

Ao Mestre Paulo Maranha Nunes Tiago pela disponibilidade e partilha de referecircncias

bibliograacuteficas para a realizaccedilatildeo da presente dissertaccedilatildeo assim como as saacutebias palavras e

ensinamentos transmitidos ao longo do percurso acadeacutemico

Aos meus colegas de curso especialmente ao Joatildeo Carlos Oacutescar Santos e Helena Alves

pela amizade revisatildeo e partilha de livros

Um agradecimento especial ao pessoal que partilhou a casa em Coimbra durante o percurso

acadeacutemico e todos os amigos Zeacute Miguel Jorge Renato e Paulo a amizade e companheirismo

foram muito importantes

Agrave Inecircs Castro Joana Costa Vanessa Simotildees e Teresa Loureiro pela disponibilidade na

ajuda e revisatildeo do documento

Agrave minha famiacutelia especialmente aos meus pais pelo apoio e incentivo e conjuntamente com

o meu irmatildeo por continuarem-me a aturar Sem eles nada seria possiacutevel

iv

RESUMO

Jaacute se passaram algumas deacutecadas desde que o betatildeo eacute o principal material de construccedilatildeo

que ergue cidades e estruturas nas civilizaccedilotildees contemporacircneas Num passado natildeo muito

longiacutenquo a aacuterea da durabilidade manutenccedilatildeo e prevenccedilatildeo das estruturas de betatildeo natildeo foi vista

como prioridade chegando a ser negligenciada por consequecircncia hoje existem graves

problemas nalgumas construccedilotildees de betatildeo Por outro lado devido ao excedente de construccedilatildeo

habitacional em Portugal e agrave a atual conjuntura econoacutemicafinanceira que a Europa atravessa

o setor da construccedilatildeo tem sofrido um abrandamento acentuado A consciecircncia e postura de

sustentabilidade das novas geraccedilotildees e entidades competentes acentuou a necessidade de

preservar reparar e reforccedilar muito do patrimoacutenio no parque habitacional portuguecircs e europeu

O projeto de intervenccedilatildeo numa estrutura nunca eacute abordada da mesma maneira natildeo existem duas

estruturas iguais e haacute particularidades neste tipo de projetos que natildeo existem num projeto de

uma estrutura nova Para intervir numa estrutura jaacute construiacuteda eacute necessaacuterio um conhecimento

abrangente em vaacuterias temaacuteticas tais como regulamentaccedilatildeo meacutetodos de avaliaccedilatildeo de

seguranccedila definiccedilatildeo das caracteriacutesticas mecacircnicas dos materiais teacutecnicas de reparaccedilatildeo e

reforccedilo metodologias de diagnostico e intervenccedilatildeo comportamento estrutural etc

Atualmente existe muita informaccedilatildeo acerca da temaacutetica de reparaccedilatildeo e reforccedilo de estruturas de

betatildeo armado no entanto haacute ainda alguma falta de documentaccedilatildeo onde a informaccedilatildeo aparece

de forma integral e objetiva

Consideando o apresentado anteriormente tentou-se compilar informaccedilatildeo sobre os principais

assuntos que interessam a um projeto de reparaccedilatildeoreforccedilo de estruturas de betatildeo armado

nomeadamente as normas e legislaccedilatildeo aplicaacutevel exemplos de metodologias de inspeccedilatildeo e

intervenccedilatildeo os principais ensaios em laboratoacuterio e in situ para caracterizaccedilatildeo dos materiais

principais teacutecnicas de reparaccedilatildeoreforccedilo Sobre este toacutepico e a tiacutetulo de exemplo aprofundou-

se com mais detalhe as consideraccedilotildees relativas ao dimensionamento com reforccedilo com FRPacutes

v Tiago Pais Boto

ABSTRACT

It has been a few decades since the concrete is the main building material used to raised cities

and structures in the contemporary civilizations In a not so distant past the area of durability

maintenance and prevention of concrete structures has not been seen as a priority being

neglected and therefore today there are serious problems in some concrete structures On the

other hand due to the surplus of the housing construction in Portugal and the current

economicfinancial that Europe is going through the construction industry has been suffering

a sharp slowdown The consciousness and attitude of sustainability of the new generations

and competent authorities accented the need to maintain repair and enhance much of the

Portuguese and European housing stock and patrimony

The intervention project in a structure is never addressed the same way there are not two

equal structures and there are special features on this type of project that do not exist a new

structure project To intervene in a structure already built it is necessary comprehensive

knowledge of various topics such as regulations safety assessment methods definition of the

mechanical characteristics of the materials techniques of reparation and reinforcement

diagnostic and intervention methodologies structural behavior and so on

Currently there is a lot of information about the subject of reparation and reinforcement of

reinforced concrete structures however there is still some lack of documentation where the

information appears fully and objectively

Considering the previously presented We tried attempt to compile the information on the

main issues which are of interest to the project of reparationreinforcement of reinforced

concrete structures in particular the guidelines and applicable legislation examples of

inspection methodologies and interventions the main tests in laboratories and in situ to

characterize the materials the main techniques in reparationreinforcement On this topic and

for example deepened in more detail considerations on the design with reinforcement with

FRPs

Palavras-chave

Patologias Diagnostico Inspeccedilatildeo Ensaios in situ Ensaios laboratoriais Reforccedilo Estruturas de

Betatildeo Armado

KEYWORDS

Pathology Diagnosis Inspection Testing situ Laboratory tests Reinforcement Concrete

Structures

vi

vii Tiago Pais Boto

Iacutendice

AGRADECIMENTOS iii

RESUMO iv

ABSTRACT v

IacuteNDICE DE FIGURAS 1

IacuteNDICE DE TABELAS 4

ACROacuteNIMOS 4

SIMBOLOGIA 6

1 INTRODUCcedilAtildeO 13

11 Enquadramento 13

12 Objetivos 14

13 Estrutura da dissertaccedilatildeo 15

2 Normas Regulamentaccedilatildeo e Documentaccedilatildeo teacutecnica 17

21 Normas europeias mais relevantes e que devem consultadas na realizaccedilatildeo de um

projeto de reabilitaccedilatildeo estrutural 17

22 Importacircncia da Norma EN NP 1504 em projetos de reforccediloreparaccedilatildeo 17

23 Os regulamentos publicados em Portugal na aacuterea do projeto estrutural 22

24 Por fim aconselha-se consulta da seguinte documentaccedilatildeo que apresenta

recomendaccedilotildees relevantes para na realizaccedilatildeo de um projeto de reabilitaccedilatildeo estrutural 22

3 Avaliaccedilatildeo e diagnoacutestico do estado de conservaccedilatildeo das estruturas de betatildeo armado 25

31 Introduccedilatildeo 25

32 Metodologia de inspeccedilatildeo 25

33 Ensaios in situ e Ensaios laboratoriais 26

331 Anaacutelise e monitorizaccedilatildeo de vibraccedilotildees em estruturas 26

332 Ensaios de ultrassons em betatildeo 27

333 Deteccedilatildeo de armaduras com recurso do pacoacutemetro 30

334 Deteccedilatildeo de corrosatildeo em armaduras por mediccedilatildeo dos potenciais eleacutetricos 32

335 Determinaccedilatildeo do teor de cloretos no betatildeo 33

336 Ensaio de aderecircncia por traccedilatildeo (pull-off) 35

337 Resistecircncia aacute compressatildeo com recurso ao escleroacutemetro do tipo Schmidt 36

338 Avaliaccedilatildeo da profundidade de carbonataccedilatildeo com indicador de fenolftaleiacutena 38

viii

339 Observaccedilatildeo boroscoacutepica de cavidades e fendas 40

3310 Mediccedilatildeo de deslocamentos em juntas e fendas com o alongacircmetro 41

3311 Determinaccedilatildeo da resistecircncia de betotildees a partir de provetes ciliacutendricos 42

3312 Mediccedilatildeo da espessura da seccedilatildeo atraveacutes de ensaios impacto-eco 44

4 Patologias em Estruturas de Betatildeo Armado 47

41 Introduccedilatildeo 47

42 Erros de projeto 48

43 Deficiente execuccedilatildeo 49

44 Erros de Exploraccedilatildeo Manutenccedilatildeo 49

441 Mecanismos Mecacircnicos 49

442 Mecanismos Quiacutemicos 52

443 Mecanismos Fiacutesicos 56

5 Reparaccedilatildeo e Reforccedilo de Estruturas de betatildeo armado 59

51 Enquadramento Geral de uma intervenccedilatildeo de reforccedilo 59

52 Aspetos teacutecnicos a considerar em situaccedilotildees de reparaccedilatildeo ou reforccedilo estrutural 59

53 Metodologias de intervenccedilatildeo 60

54 Verificaccedilatildeo da seguranccedila de estruturas existentes 62

55 Caracterizaccedilatildeo do tipo de intervenccedilatildeo 65

56 Paracircmetros principais a considerar no dimensionamento do Reforccedilo 66

57 Mecanismos de transferecircncia de tensotildees de acordo com CEB Nordm162 68

571 Transferecircncia de tensotildees atraveacutes de compressatildeo direta betatildeo sobre betatildeo 68

572 Transferecircncia de tensotildees atraveacutes de adesatildeo betatildeobetatildeo 69

573 Transferecircncia de tensotildees atraveacutes de fricccedilatildeo betatildeobetatildeo 69

574 Transferecircncia de tensotildees de compressatildeo atraveacutes camadas de resina 70

575 Transferecircncia de forccedilas das armaduras de reforccedilo para armaduras de reforccedilo ou

armaduras existentes 72

58 Principais Teacutecnicas de reparaccedilatildeo e reforccedilo estrutural 73

581 Meacutetodos de proteccedilatildeoreparaccedilatildeo eletroquiacutemica 73

582 Reforccedilo de seccedilotildees com encamisamentocolagem de chapas metaacutelicas (EBR)

Externally bonded reinforcement 82

583 Reforccedilo de seccedilotildees com encamisamento de betatildeo armado 95

ix Tiago Pais Boto

584 Reforccedilo de estruturas em betatildeo com colagem de compoacutesitos FRP (Poliacutemeros

reforccedilados com fibras) 105

6 Exemplos de casos praacuteticos de reparaccedilatildeo e reforccedilo 113

61 Cais de carga geral do porto de Aveiro 113

62 Viaduto Duarte Pacheco 117

63 Reabilitaccedilatildeo da ponte cais da Trafaria 122

64 Reabilitaccedilatildeo da ponte de Arraacutebida 125

7 CONCLUSOtildeES E DESENVOLVIMENTOS FUTUROS 130

71 CONCLUSOtildeES 130

72 DESENVOLVIMENTOS FUTUROS 130

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 131

Anexo 1 141

8 Consideraccedilotildees gerais de reforccedilo com FRP agrave flexatildeo e corte em seccedilotildees retangulares de

acordo com ACI 440 e ACI 318 141

81 Reforccedilo agrave flexatildeo 143

811 Modos de ruina 143

812 Hipoacuteteses baacutesicas do dimensionamento 143

813 Criteacuterio de seguranccedila da resistecircncia agrave flexatildeo 144

814 Niacutevel de extensatildeo no FRP 144

815 Niacutevel de tensatildeo no FRP 145

816 Fator de reduccedilatildeo de ductilidade 146

817 Estados limites de serviccedilo 146

818 Aplicaccedilatildeo a seccedilotildees retangulares 147

819 Tensatildeo no accedilo para estados limites de utilizaccedilatildeo 150

8110 Tensatildeo no FRP para estados limites de utilizaccedilatildeo 152

8111 Fluxograma para verificaccedilatildeo da capacidade resistente da seccedilatildeo reforccedilada agrave flexatildeo

153

82 Reforccedilo ao esforccedilo transverso de uma viga ou pilar de betatildeo armado 155

821 Configuraccedilotildees geomeacutetricas de reforccedilo 155

822 Resistecircncia Nominal de corte 155

823 Valor de caacutelculo da contribuiccedilatildeo do FRP 156

824 Tensatildeo efetiva do FRP 157

x

825 Extensatildeo efetiva para configuraccedilatildeo de envolvimento total da seccedilatildeo com FRP 157

826 Extensatildeo efetiva para configuraccedilatildeo de envolvimento da seccedilatildeo com FRP em forma

de U e nas duas faces 158

827 Coeficiente de reduccedilatildeo ambiental 119914119942 159

1 Tiago Pais Boto

IacuteNDICE DE FIGURAS

Figura 1-1 Peso () da Reabilitaccedilatildeo Residencial na Produccedilatildeo Total da Construccedilatildeo para 14 paiacuteses da Europa

(AECOPS 2009) 14

Figura 2-1 Etapas de um processo de reparaccedilatildeoreforccedilo (Silva 2008) 21

Figura 3-1 Esquema do equipamento para registo de vibraccedilotildees (oz diagnostico2015) 27

Figura 3-2 Equipamento para ensaios de ultrassons no betatildeo (ATCP Physical Engineering) 28

Figura 3-3Ilustraccedilatildeo das trecircs metodologias para realizaccedilatildeo de ensaios ultrassons (ATCP Physical Engineering)

28

Figura 3-4 Pacoacutemetro (geotechpedia 2012) 31

Figura 3-5 Equipamento para mediccedilatildeo do teor de cloretos in situ (oz diagnostico 2015) 34

Figura 3-6 Esquematizaccedilatildeo do ensaio de aderecircncia por traccedilatildeo pull-off (oz diagnostico 2015) 36

Figura 3-7 Escleroacutemetro de Schmidt (Nabrande Wikipedia 2015) 37

Figura 3-8 Reaccedilatildeo da fenolftaleiacutena numa carote de betatildeo (oz diagnostico 2015) 39

Figura 3-9 Esquematizaccedilatildeo de um boroscoacutepio (oz diagnostico 2015) 40

Figura 3-10Alongacircmetro mecacircnico (oz diagnostico 2015) 41

Figura 3-11 Extraccedilatildeo de carote com localizaccedilatildeo preacutevia da malha de armaduras (oz diagnostico 2015) 43

Figura 3-12 Parte do equipamento para realizaccedilatildeo do ensaio (impacto-ecoimpact Echo instruments 2015) 44

Figura 4-1 Modelo de Tuutti evoluccedilatildeo dos niacuteveis de deterioraccedilatildeo ao longo da vida uacutetil de uma estrutura (Concrete

Institute of Australia 2015) 48

Figura 4-2Modelo simplificado do processo de corrosatildeo nas armaduras (ACosta1997) 54

Figura 4-3 Evoluccedilatildeo dos niacuteveis de concentraccedilatildeo de CO2 nos uacuteltimos 50 anos 55

Figura 5-1 Comportamento teoacuterico dos modelos de anaacutelise (Appleton Jamp Costa A 2011) 63

Figura 5-2 Tensatildeo de corte em funccedilatildeo da tensatildeo normal em superfiacutecie de betatildeo tratada com jacto de areia (CEB

Bulletin drsquoinformation nordm1621983) 70

Figura 5-3 Espessura da camada de resina e correspondente resistecircncia agrave traccedilatildeo (CEB Bulletin drsquoinformation

nordm162 1983) 71

Figura 5-4Tensatildeo de corte em funccedilatildeo do deslizamento para vaacuterias espessuras de chapa de accedilo coladas (CEB

Bulletin drsquoinformation nordm162 1983) 72

Figura 5-5 Transferecircncia de forccedilas atraveacutes das armaduras de reforccedilo (CED 2015) 72

Figura 5-6Esquema de proteccedilatildeo catoacutedica por corrente imposta com recurso a acircnodo inerte distribuiacutedo (adaptado

de G Kakuba 2005) 75

Figura 5-7Esquema de proteccedilatildeo catoacutedica por corrente imposta com recurso a acircnodos internos (adaptado de G

Kakuba 2005) 75

Figura 5-8 Esquema de proteccedilatildeo catoacutedica com recurso a acircnodos de sacrifiacutecio sem necessidade de fonte de corrente

contiacutenua (adaptado de G Kakuba 2005) 76

Figura 5-9Malha de titacircnio (Global Sources 2015) 77

Figura 5-10 Fita de malha de titacircnio (Chemical Newtech 2015) 77

Figura 5-11 Acircnodo de titacircnio ativado (Global Sources 2015) 78

2

Figura 5-12 Aplicaccedilatildeo de tinta orgacircnica condutora (CONREHAB Cathodic protection 2015) 78

Figura 5-13 Acircnodo enterrado de magneacutesio (AEGION 2015) 79

Figura 5-14Sistema de acircnodo adesivo de zinco (Jianhai Qiu 2002) 79

Figura 5-15Acircnodo de zinco envolvido em argamassa de elevada porosidade (CCASMI Corrosion Services

2015) 80

Figura 5-16Sistema de proteccedilatildeo catoacutedica com malha de zinco (FOSROC 2015) 80

Figura 5-17Aplicaccedilatildeo de metais por projeccedilatildeo em estrutura de betatildeo armado (Structural Technologies 2015) 81

Figura 5-18 Diagrama de Pourbaix para Fe-H2O a 25ordmC (SJSU2015) 81

Figura 5-19Reforccedilo com encamisamento metaacutelico eliacuteptico para seccedilotildees retangulares (Aboutaha RS et all 1999)

84

Figura 5-20 Dimensotildees recomendadas no reforccedilo agrave flexatildeo de uma viga em betatildeo armado (Gomes A Appleton

J1997) 84

Figura 5-21 Dimensotildees recomendadas no reforccedilo ao esforccedilo transverso de uma viga em betatildeo armado (Gomes

A Appleton J) 85

Figura 5-22 Deformaccedilatildeo de pilares devido agrave formaccedilatildeo de roacutetulas plaacutesticas ldquoph-plastic hingesrdquo (SCRIP academic

publisher 2015) 86

Figura 5-23Esquematizaccedilatildeo de um encamisamento metaacutelico (Chai Y H et al 1991) 86

Figura 5-24Seccedilatildeo de betatildeo confinada com anel e encamisamento metaacutelico (Attard M M Setunge S 1996) 87

Figura 5-25 Modelo de caacutelculo de pilares agrave flexatildeo composta (Gomes A Appleton J) 90

Figura 5-26 Modelo de caacutelculo agrave flexatildeo de vigas reforccediladas por colagem de chapas metaacutelicas (Gomes A

Appleton J) 91

Figura 5-27 Distribuiccedilatildeo plaacutestica das tensotildees de aderecircncia (Gomes A Appleton J) 93

Figura 5-28 Encamisamento de pilares com betatildeo armado (Santos 2008) 95

Figura 5-29Disposiccedilatildeo das armaduras mais utilizado no encamisamento de vigas (Gomes A Appleton J) 96

Figura 5-30 Disposiccedilatildeo das armaduras mais utilizado no encamisamento de pilares (Gomes A Appleton J)

97

Figura 5-31Espessura a betonar em funccedilatildeo do material e teacutecnica utilizada (Gomes A Appleton J) 97

Figura 5-32Modelo de caacutelculo agrave flexatildeo de vigas reforccediladas por encamisamento de betatildeo armado (Gomes A

Appleton J) 98

Figura 5-33 Modelo de caacutelculo para verificaccedilatildeo da ligaccedilatildeo betatildeo existentebetatildeo novo (Gomes A Appleton J)

99

Figura 5-34Pilar com encamisamento de betatildeo armado total (Aacutelvaro Sousa 2008) 102

Figura 5-35Modelo de caacutelculo dos esforccedilos resistentes agrave flexatildeo composta (Aacutelvaro Sousa 2008) 104

Figura 5-36 Compoacutesito de FRP (Formas Preacute-Fabricada e Curada ldquoin siturdquo) (LJuvandes et all 2007) 106

Figura 5-37 Comportamento agrave traccedilatildeo de fibras e metais (ACI 440R-96 1996) 107

Figura 5-38 Aplicaccedilatildeo do sistema FRP (adaptado de BASF 2007) 110

Figura 5-39Fatores condicionantes para a durabilidade dos FRPrsquos 110

Figura 6-1 Vista do Cais de Carga do porto de Aveiro (LOURENCcedilO Z 2007) 113

3 Tiago Pais Boto

Figura 6-2 Corte da viga frontal com a ilustraccedilatildeo das diferentes zonas anoacutedicas do sistema de proteccedilatildeo catoacutedica

(LOURENCcedilO Z 2007) 114

Figura 6-3 Instalaccedilatildeo das fitas de malha de TiMMO (LOURENCcedilO Z 2007) 115

Figura 6-4 Unidade Central de controlo e monitorizaccedilatildeo (LOURENCcedilO Z 2007) 115

Figura 6-5 Meacutedia dos valores do decrescimento do potencial (72 h) em funccedilatildeo da densidade de corrente

(LOURENCcedilO Z 2007) 117

Figura 6-6 Vista geral viaduto Duarte Pacheco (httpwwwpanoramiocom 2014) 117

Figura 6-7 Alccedilado do Viaduto Duarte Pacheco (APPLETON J et al 2004) 118

Figura 6-8 Fendilhaccedilatildeo das reaccedilotildees alcali-siacutelica no betatildeo nas vigas do tabuleiro (APPLETON J et al 2004)119

Figura 6-9 Fendilhaccedilatildeo em pilar e trabalho de injeccedilatildeo (APPLETON J et al 2004) 120

Figura 6-10 Reabilitaccedilatildeo de apoios moveis (APPLETON J et al 2004) 120

Figura 6-11 Substituiccedilatildeo de apoios moacuteveis bloqueados e deformados (APPLETON J et al 2004) 120

Figura 6-12Reforccedilo com laminados de fibra de carbono (APPLETON J et al 2004) 121

Figura 6-13Reconstruccedilatildeo das lajes consola e dos passeios (APPLETON J et al 2004) 121

Figura 6-14Vista geral do viaduto Duarte Pacheco apoacutes intervenccedilatildeo (APPLETON J et al 2004) 122

Figura 6-15 Ponte Cais da Trafaria (a2p estudos e projetos 2004) 122

Figura 6-16 Estado de degradaccedilatildeo da estrutura (a2p estudos e projetos 2004) 123

Figura 6-17 Intervenccedilotildees nas vigas da ponte cais da Trafaria (a2p estudos e projetos 2004) 124

Figura 6-18 Vista geral Ponte da Arraacutebida (Gaiurb 2015) 125

Figura 6-19 Ilustraccedilatildeo do mapeamento das Patologias (APPLETON J et al 2002) 126

Figura 6-20 Localizaccedilatildeo das zonas ensaiadas (APPLETON J et al 2002) 127

Figura 6-21 Corrosatildeo das armaduras (APPLETON J et al 2002) 128

Figura 8-1 Fator de reduccedilatildeo do momento resistente em funccedilatildeo da extensatildeo do accedilo (adaptado por Joaquim barros

et al) 146

Figura 8-2Distribuiccedilatildeo de extensotildees e de tensotildees na verificaccedilatildeo aos estados limites uacuteltimos (nas equaccedilotildees h foi

substituiacutedo por 119889119891) (adaptado por Joaquim barros et al) 148

Figura 8-3 Distribuiccedilatildeo de tensotildees e extensotildees na verificaccedilatildeo dos estados limites de utilizaccedilatildeo (adaptado por

Joaquim barros et al) 152

Figura 8-4Diagrama para verificaccedilatildeo aos ELU em reforccedilo de seccedilotildees em betatildeo armado com FRP (adaptado de

Joaquim barros et al) 154

Figura 8-5Configuraccedilotildees geomeacutetricas do reforccedilo ao corte com FRP (ACI 4402R-08) 155

Figura 8-6Valores correspondentes ao coeficiente 120595119891 (adaptaccedilatildeo de Joaquim barros et al) 156

Figura 8-7Identificaccedilatildeo dos paracircmetros intervenientes na formulaccedilatildeo do reforccedilo com FRP (ACI 4402R) 157

4

IacuteNDICE DE TABELAS

Tabela 2-1 Organizaccedilatildeo da Norma EN NP 1504 18

Tabela 3-1 Qualidade do betatildeo em funccedilatildeo da velocidade de propagaccedilatildeo dos ultrassons (Japanese Society of

Construction) 30

Tabela 3-2Risco de corrosatildeo ativa em funccedilatildeo do niacutevel de potencial 33

Tabela 4-1 Caracteriacutesticas do betatildeo em funccedilatildeo da temperatura (Adaptado de Rosso (1975) Neville (1923) 51

Tabela 5-1 Aspetos teacutecnicos a considerar para situaccedilotildees de reparaccedilatildeo e reforccedilo (Joseacute Vasconcelos Paiva et all

LNEC 2006) 60

Tabela 5-2Metodologia a seguir para projeto de reparaccedilatildeoreforccedilo (ACI Committee 364 1999) 61

Tabela 5-3 Coeficiente 120593119877 para danos provocados por sismos (CEB 1983) 64

Tabela 5-4 Coeficiente 120593119877 para danos provocados por incecircndios (CEB 1983) 64

Tabela 5-5 Coeficiente 120593119877 para danos provocados pela corrosatildeo (CEB 1983) 65

Tabela 5-6Relaccedilatildeo entre Coeficiente de Capacidade e Grau de Intervenccedilatildeo 66

Tabela 5-7 Coeficientes de minoraccedilatildeo (120574prime119862) para betatildeo cofrado em obra (CEB 1983) 66

Tabela 5-8 Coeficientes de minoraccedilatildeo (120574prime119862) para betatildeo projetado (CEB 1983) 66

Tabela 5-9 Coeficientes de minoraccedilatildeo (120574prime119878) para Accedilo (CEB 1983) 67

Tabela 5-10Forccedila de Adesatildeo consoante a interface de ligaccedilatildeo 69

Tabela 5-11 Seacuterie galvacircnica dos materiais 74

Tabela 5-12Propriedades das Principais Fibras (Manoochehr Zoghi 2014) 108

Tabela 5-13 Principais vantagens e desvantagens das fibras FRP (Aacutelvaro Sousa 2008) 112

Tabela 6-1 Resultados obtidos durante dois ciclos de polarizaccedilatildeo despolarizaccedilatildeo (LOURENCcedilO Z 2007) 116

Tabela 6-2 Meacutedia dos valores de decrescimento de potencial obtido em cada zona e em cada ciclo de polarizaccedilatildeo

(LOURENCcedilO Z 2007) 116

Tabela 0-1Valores de coeficiente de minoraccedilatildeo 119862119864 142

Tabela 8-2 Limite de tensatildeo no FRP para carregamentos de longa duraccedilatildeo e accedilotildees ciacuteclicas 147

ACROacuteNIMOS

A - Fibra de Aramida

ACI ndash American Concrete Institute

AECOPS - Associaccedilatildeo de Empresas de Construccedilatildeo Obras Publicas e Serviccedilos

AFRP ndash Aramid Fiber Reinforced Polymer Poliacutemero reforccedilado com fibras de aramida

ASCE ndash American society of civil engineering

ASTM ndash American Society for Testing and Materials

A-HM ndash Fibras de Aramida de elevado moacutedulo de elasticidade

5 Tiago Pais Boto

A-IM ndash Fibras de Aramida de moacutedulo de elasticidade intermeacutedio

BRI ndash Building Research Institute

C - Fibra de carbono

CE ndash Marcaccedilatildeo de no Espaccedilo Econoacutemico Europeu

CFRP ndash Carbon Fiber Reinforced Polymer Poliacutemero reforccedilado com fibras de carbono

CEN - Comiteacute Europeu de Normalizaccedilatildeo

CEB ndash Comiteacute Europeacuteen du Beacuteton

CONREPNET - Thematic network on performance based rehabilitation of reinforced concrete

structures

CPF - Controlo de produccedilatildeo de faacutebrica

CNR ndash Consiglio Nazionale delle Ricerche

C-HM ndash Fibras de Carbono de elevado moacutedulo de elasticidade

C-HS ndash Fibras de Carbono de elevada resistecircncia

DEF ndash Delayed Ettringite Formation

DSC ndash Differential Scanning Calorimetry

DMTA ndash Dynamic Mechanical Thermal Analysis

FRP ndash Fiber Reinforced Polymer

G - Fibra de vidro

GFRP ndash Glass Fiber Reinforced Polymer Poliacutemero reforccedilado com fibras de vidro

G-S ndash Fibras de Vidro de elevada resistecircncia

G-AR ndash Fibras de Vidro de resistecircncia meacutedia

G-E ndash Fibras de Vidro com propriedades similares a G-AR mas de densidade inferior

IBC ndash International Existing Building Code

JCI ndash Japan Concrete Institute

JCSS ndash Joint Committee on Structural Safety

K - Fibra de Kevlar

LNEC ndash Laboratoacuterio Nacional de Engenharia Civil

NACE ndash National Association of Corrosion Engineers

RBA ndash Regulamento do Betatildeo Armado

REBA ndash Regulamento de Estruturas de Betatildeo Armado

REBAP ndash Regulamento de Estruturas de Betatildeo Armado e Preacute-Esforccedilado

RSA ndash Regulamento de Seguranccedila e Accedilotildees para Estruturas de Edifiacutecios e Pontes

6

SIMBOLOGIA

Maiuacutesculas Latinas

AgCl ndash Cloreto de prata

119860119904119890119902

ndash Aacuterea de armadura equivalente

119860119904119894 ndash Aacuterea da armadura existente

119860119904119903 ndash Aacuterea da armadura de reforccedilo

119860119888119894 ndash Aacuterea do betatildeo existente

119860119888119903 ndash Aacuterea do betatildeo de reforccedilo

119860119888119888119903 ndash Aacuterea do betatildeo de recobrimento que natildeo se considera confinado

119860119904119903 ndash Aacuterea da armadura de reforccedilo

119860119904119908119894 ndash Aacuterea da armadura de esforccedilo transverso inicial por metro

119860119904 ndash Aacuterea da armadura convencional de traccedilatildeo

119860119891 ndash Aacuterea de FRP

119860119891119907 ndash Aacuterea de reforccedilo de FRP ao corte

119860119887 ndash Aacuterea da seccedilatildeo das armaduras longitudinais

119860119904119895 ndash Aacuterea estimada dos aneacuteis de accedilo

CaCO3 ndash Carbonato de Caacutelcio

Ca(HCO3)2 ndash Bicarbonato de Caacutelcio

Ca(OH)2 ndash Hidroacutexido de Caacutelcio

CaO ndash Oacutexido de Caacutelcio

CL- ndash Cloro

Ca+ ndash Caacutelcio

CO2 ndash Dioacutexido de Carbono

119862119864 ndash Coeficiente de reduccedilatildeo da accedilatildeo do meio ambiente

C1 ndash Concentraccedilatildeo de CO2 no exterior [gm3]

C2 ndashConcentraccedilatildeo de CO2 na frente de carbonataccedilatildeo [gm3]

119863119895 ndash Diacircmetro externo do encamisamento

D ndash Coeficiente de difusatildeo do CO2 no betatildeo [m2s]

E ndash Moacutedulo de Elasticidade

7 Tiago Pais Boto

119864119904119895 ndash Moacutedulo de elasticidade do accedilo de encamisamento

119864ƒ ndash Moacutedulo de elasticidade do FRP

119865119887 ndash Forccedila de corte resistente de uma bucha metaacutelica

119865119890 ndash Ferro

119865119910119904119895 ndash Tensatildeo de cedecircncia do accedilo de encamisamento

119865119904119889 ndash Forccedila de traccedilatildeo de reforccedilo

H2O ndash Aacutegua

L ndash Comprimento da Ligaccedilatildeo

119871119870 ndash Comprimento da chapa metaacutelica

119871119890 ndash Comprimento de colagem efetivo do FRP

K ndash Coeficiente de carbonataccedilatildeo [m s-05]

K ndash Potaacutessio

119870119868119899119894119888119894119886119897 ndash Caracteriacutesticas iniciais de rigidez

119870119903119890119904119894119889119906119886119897 ndash Caracteriacutesticas residuais de rigidez

K2O ndash Oacutexido de Potaacutessio

Mg ndash Magneacutesio

119872119877119889 ndash Momento resistente da seccedilatildeo reforccedilada

119872119899 ndash Momento fletor resistente de caacutelculo

119872119906 ndash Momento fletor solicitante da combinaccedilatildeo mais desfavoraacutevel Nmm

119872119904 ndash Momento no momento elaacutestico do elemento

119872119877119863 ndash Momento resistente

119873119877119889119891119894119899119886119897

ndash Esforccedilo axial resistente afetado pelo coeficiente de monolitismo

119873119877119889 ndash Esforccedilo axial resistente

119873119904119889 ndash Esforccedilo axial atuante

Na2O ndash Oacutexido de Soacutedio

Na ndash Soacutedio

119877119899 ndash Resistecircncia nominal de um elemento estrutural

119877119899120579 ndash Resistecircncia nominal de um elemento estrutural submetido a temperaturas elevadas

119877119889 ndash Valor de caacutelculo do esforccedilo resistente da estrutura

119877prime119889 ndash Esforccedilo de caacutelculo residual resistente

8

119877119868119899119894119888119894119886119897 ndash Caracteriacutesticas iniciais de resistecircncia

119877119903119890119904119894119889119906119886119897 ndash Caracteriacutesticas residuais de resistecircncia

119877119903 ndash Resistecircncia da estrutura apoacutes reforccedilo

119877119894 ndash Resistecircncia da estrutura supondo que eacute nova

119878119904119895 ndash Espaccedilamento igual agrave unidade

119878prime119889 ndash Esforccedilo de caacutelculo atuante

SO4 ndash Sulfato

119878 ndash Espaccedilamento dos varotildees de accedilo

S ndash Forccedila

119878119889 ndash Valor de caacutelculo atuante na estrutura

Tc ndash Temperatura Criacutetica

Tg ndash Temperatura de transiccedilatildeo viacutetrea

T95 ndash Temperatura Caracteriacutestica

119881119906 ndash Resistecircncia do pilar ao esforccedilo transverso

119881119888 ndash Resistecircncia do betatildeo ao corte

119881119904 ndash Resistecircncia das armaduras ao corte

119881119899 ndash Resistecircncia ao corte da contribuiccedilatildeo das cargas verticais

119881119904119895 = Resistecircncia miacutenima necessaacuteria ao corte do encamisamento de accedilo

1198810 ndash Forccedila de corte induzida pela capacidade de flexatildeo maacutexima provaacutevel da roacutetula plaacutestica

119881119904119889 ndash Valor de caacutelculo do esforccedilo transverso atuante

119881119877119889119898119886119909 ndash Esforccedilo transverso maacuteximo

V ndash Velocidade de propagaccedilatildeo do impulso ultra-soacutenico do betatildeo

119881119877119889119898119886119909 ndash Esforccedilo transverso maacuteximo

119881119904119889 ndash Valor de caacutelculo do esforccedilo transverso atuante

119881119889 ndash Velocidade do som pelo meacutetodo direto

119881119894 ndash Velocidade do som pelo meacutetodo indireto

119881119901 ndash Velocidade ultrassoacutenica (Kms)

119882 ndash Watt unidade de medida de potecircncia eleacutetrica no sistema internacional de unidades

119882119860119875 ndash Accedilotildees permanentes

119882119878119900119887 ndash Accedilotildees da sobrecarga

119885119890119902 ndash Braccedilo equivalente da seccedilatildeo reforccedilada

9 Tiago Pais Boto

119885119894 ndash Braccedilo da seccedilatildeo de betatildeo relativamente agrave armadura existente

119885119903 ndash Braccedilo da seccedilatildeo de betatildeo relativamente agrave armadura de reforccedilo

Minuacutesculas Latinas

a ndash Quantidade necessaacuteria para carbonatar uma unidade de volume de betatildeo [gm3]

119887 ndash Largura da chapa metaacutelica

119887119903 ndash Largura da seccedilatildeo de betatildeo reforccedilada

119887119894 ndash Largura da seccedilatildeo de betatildeo da viga inicial

119887119903 ndash Largura da seccedilatildeo de betatildeo reforccedilada

119887119896 ndash Largura da seccedilatildeo retangular de betatildeo

c ndash Distancia da fibra mais comprimida ao eixo neutro

119889119890119902 ndash Altura uacutetil equivalente da seccedilatildeo reforccedilada

119889119903 ndash Altura uacutetil da seccedilatildeo reforccedilada relativamente agrave armadura de reforccedilo

119889119894 ndash Altura uacutetil da seccedilatildeo reforccedilada relativamente agrave armadura existente

119889119904 ndash Distancia entre a fibra do betatildeo mais comprimida e o centro geomeacutetrico da armadura de

traccedilatildeo

119889119891 ndash Altura total do elemento de betatildeo armado

119889119891119907 ndash Altura uacutetil do reforccedilo de FRP

119889119904119895 ndash Espessura da placa de encamisamento metaacutelico

119891119888 ndash Resistecircncia do betatildeo agrave compressatildeo

119891119888119889 ndash Valor de caacutelculo da resistecircncia agrave compressatildeo do betatildeo

119891119891119890 ndash Tensatildeo de traccedilatildeo efetiva no FRP

119891119897 ndash Tensatildeo maacutexima de confinamento do encamisamento de accedilo

119891119910119895 ndash Tensatildeo limite de proporcionalidade do accedilo

119891prime119888119888 ndash Resistecircncia agrave compressatildeo do betatildeo confinado

119891prime119888 ndash Resistecircncia agrave compressatildeo do betatildeo natildeo confinado

119891prime119897 ndash Tensatildeo maacutexima de confinamento do encamisamento de accedilo

119891119910 ndash Tensatildeo de cedecircncia das armaduras longitudinais

119891119904119910119889119894 ndash Tensatildeo de cedecircncia de traccedilatildeo da armadura existente

119891119904119910119889119903 ndash Tensatildeo de cedecircncia de traccedilatildeo da armadura de reforccedilo

10

119891119904119910119889119894 ndash Tensatildeo de cedecircncia de traccedilatildeo da armadura existente

119891119888119905119898 ndash Resistecircncia meacutedia agrave traccedilatildeo do betatildeo

ƒ119891119906 ndash Resistecircncia uacuteltima de caacutelculo do FRP

119891119888119889119888119891 ndash Valor de caacutelculo corrigido da resistecircncia aacute compressatildeo do betatildeo

ƒ119891119906lowast ndash Resistecircncia uacuteltima do FRP segundo o fabricante

119891119891119890 ndash Tensatildeo efetiva no FRP niacutevel alcanccedilado na rotura da seccedilatildeo

119891119904119904 ndash Tensatildeo para o accedilo natildeo preacute-esforccedilado para estados limites de utilizaccedilatildeo

119891119904119910 ndash Tensatildeo de cedecircncia para o accedilo natildeo preacute-esforccedilado

119891119888119904 ndash Resistecircncia de compressatildeo do betatildeo para estados limites de utilizaccedilatildeo

119891119904 ndash Tensatildeo de traccedilatildeo no accedilo

119891119891119904 ndash Tensatildeo no FRP causado pelo momento no regime elaacutestico do elemento de betatildeo armado

119896 ndash Razatildeo entre a profundidade do eixo neutro e a profundidade medida no mesmo lado do

eixo neutro

119896119907 ndash Coeficiente de reduccedilatildeo de aderecircncia

1198961 ndash Coeficiente que tem em conta a resistecircncia do betatildeo

1198962 ndash Fator que tem em conta a configuraccedilatildeo do reforccedilo

119897119904 ndash Comprimento de emenda dos varotildees

mV ndash milivolt (Volt eacute a unidade de tensatildeo eleacutetrica ou diferenccedila de potencial eleacutetrico)

119899 ndash Nuacutemero de buchas colocadas no comprimento L2

119899119891 ndash Nuacutemero de camadas de FRP

119901 ndash Diacircmetro equivalente do betatildeo fissurado em torno da armadura longitudinal

119904119891 ndash Espaccedilamento do FRP na direccedilatildeo do eixo da viga

t ndash Tempo [s]

119905119895 ndash Espessura do encamisamento

119905119891 ndash Espessura de cada camada de FRP

119908119891 ndash Largura por unidade de FRP

χ ndash Profundidade de carbonataccedilatildeo [m]

Maiuacutesculas Gregas

ΔL ndash Variaccedilatildeo de Comprimento

11 Tiago Pais Boto

empty ndash Coeficiente de ductilidade

120579 ndash Angulo das bielas do betatildeo

Φ ndash Coeficiente de capacidade

Minuacutesculas Gregas

120572119888119908 ndash Fator que tem em conta o estado de tensatildeo na biela comprimida

120573 ndash Orientaccedilatildeo das fibras de FRP

1205731 ndash Factor de transformaccedilatildeo do diagrama de tensotildees podendo assumir-se 08

120574119888 ndash Coeficiente de minoraccedilatildeo das propriedades resistentes do betatildeo em estruturas novas

120574119899119877 ndash Coeficiente de monolitismo para a flexatildeo ( 120574119899119877 = 09 valor sugerido por Eurocoacutedio 8

parte14)

120574119899119881 ndash Coeficiente de monolitismo para a esforccedilo transverso ( 120574119899119881 = 08 valor sugerido por

Eurocoacutedio 8 parte14)

120574prime119862 ndash Coeficiente de minoraccedilatildeo para betatildeo projetado e cofrado em obra

120574prime119904 ndash Coeficiente de minoraccedilatildeo para accedilo

120574119899119877 ndash Coeficiente de monolitismo

1205741 e 1205731 ndash Coeficientes Multiplicadores de 119891119888 para determinar a tensatildeo equivalente do betatildeo agrave

compressatildeo

120574119892 ndash Coeficiente de majoraccedilatildeo de accedilotildees permanentes em estruturas novas

120574prime119902 ndash Coeficiente de majoraccedilatildeo de accedilotildees variaacuteveis em estruturas existentes

120574119902 ndash Coeficiente de majoraccedilatildeo de accedilotildees permanentes em estruturas existentes

δ ndash Deformaccedilatildeo

120576119891119906 ndash Extensatildeo uacuteltima de caacutelculo do FRP

120576119891119906lowast ndash Extensatildeo uacuteltima do FRP segundo o fabricante

120576119891119889 ndash Valor de caacutelculo da extensatildeo de rotura do FRP

120576119891119890 ndash Extensatildeo efetiva do FRP

120576119888119906 ndash Extensatildeo maacutexima admitida no betatildeo comprimido

120576119887119894 ndash Extensatildeo do betatildeo no substrato (betatildeo de recobrimento) no momento de instalaccedilatildeo do FRP

120576119904 ndash Extensatildeo nas armaduras

120576119887119894 ndash Extensatildeo do betatildeo (betatildeo de recobrimento) no momento de instalaccedilatildeo do FRP

120576119904119910 ndash Extensatildeo nas armaduras correspondente aacute tensatildeo de cedecircncia

12

120576119891 ndash Extensatildeo no FRP

ξ ndash Fator de Correccedilatildeo (depende da compactaccedilatildeo da fluidez e das adiccedilotildees presentes no betatildeo)

120588119904 ndash Percentagem de reforccedilo da armadura convencional

120588119891 ndash Percentagem de reforccedilo de FRP

120590119878119889 ndash Tensatildeo normal aplicada

120590119877119889 ndash Tensatildeo normal resistente

120590119873 ndash Tensatildeo Normal

120591119878119889 ndash Tensatildeo de corte aplicada

120591119877119889 ndash Tensatildeo de corte resistente

120591119877 ndash Tensatildeo de Corte

1205911 ndash Tensatildeo tangencial na seccedilatildeo do betatildeo existente

1205912 ndash Tensatildeo tangencial na seccedilatildeo do betatildeo novo e o betatildeo existente

120591119898aacute119909 ndash Tensatildeo tangencial limite

120591119904119889 ndash Tensatildeo de aderecircncia resistente accediloresinabetatildeo

ϕ ndash Fator de reduccedilatildeo de resistecircncia ACI 318-05 (ϕ = 085)

120593119877 ndash Coeficiente empiacuterico para reduccedilatildeo de resistecircncia

120593119870 ndash Coeficiente empiacuterico para reduccedilatildeo de rigidez

micro ndash Coeficiente de Fricccedilatildeo

1205921 ndash Fator redutor da tensatildeo de compressatildeo do betatildeo fendilhado

120595119891 ndash Coeficiente de minoraccedilatildeo da resistecircncia do FRP na flexatildeo pode assumir-se 085

13 Tiago Pais Boto

1 INTRODUCcedilAtildeO

11 Enquadramento

ldquoO betatildeo armado surge como elemento primordial nas construccedilotildees em Portugal logo

apoacutes o iniacutecio da produccedilatildeo em 1894 de cimento Portland na Faacutebrica de Cimento Tejo em

Alhandra A construccedilatildeo da Igreja de Nordf Srordf de Faacutetima em 1938 nas Avenidas Novas marcou

o iniacutecio do atual domiacutenio do betatildeo armado nos nossos haacutebitos construtivosrdquo (Coias 2006)

O betatildeo eacute um material heterogeacuteneo caracterizado pela estrutura porosa constituiacutedo

essencialmente por cimento agregados brita areia aacutegua e nalguns betotildees por adjuvantes e

adiccedilotildees tais como siacutelicas de fumo cinzas volantes e escoacuterias Como o betatildeo eacute um material que

pode apresentar uma boa trabalhabilidade no estado fresco e uma elevada resistecircncia mecacircnica

(resistecircncia agrave compressatildeo) foi utilizado exaustivamente na construccedilatildeo

A durabilidade do betatildeo eacute influenciada pela sua composiccedilatildeo (razatildeo aacutegua-cimento

quantidade miacutenima e tipo de cimento) recobrimento das armaduras fendilhacatildeo processo de

cura entre outros factores As propriedades do betatildeo vatildeo-se alterando ao longo do tempo por

isso a anaacutelise de uma estrutura de betatildeo jaacute construiacuteda deve ser diferentes adaptada

comparativamente com uma a anaacutelise de betatildeo armado nova Portanto todas as estruturas de

betatildeo armado devem ser um alvo de uma atenccedilatildeo especial tanto na sua execuccedilatildeo como durante

as fases de intervenccedilatildeo durante o seu periacuteodo de vida uacutetil

ldquoEntende-se por reparaccedilatildeo todas as accedilotildees que visam repor os niacuteveis de desempenho da

estrutura para os padrotildees inicialmente previstos ou que visam corrigir e prevenir os efeitos da

degradaccedilatildeo da estrutura Uma intervenccedilatildeo de reforccedilo define-se como uma Acatildeo que incide

sobre o comportamento da estrutura visando o aumento da resistecircncia eou ductilidade dos seus

elementos melhorando assim o desempenho da estrutura relativamente ao seu estado inicialrdquo

(Rodrigues 2005)

Para tomar a decisatildeo de reforccedilar ou reparar um a estrutura eacute absolutamente necessaacuterio efetuar

um estudo preacutevio da estrutura jaacute existente onde satildeo necessaacuterias observaccedilotildees in situ que na

maioria das vezes satildeo complementadas com a realizaccedilatildeo de ensaios O historial da estrutura

tambeacutem tem que ser analisado fatores como redistribuiccedilatildeo de cargas carregamentos sucessivos

eou excessivos efeitos de retraccedilatildeo e fluecircncia satildeo condicionantes importantes que devem ser

conhecidos para que a intervenccedilatildeo de reparaccedilatildeo ou reforccedilo seja bem-sucedida Geralmente a

decisatildeo de reparar ou reforccedilar uma estrutura depende do resultado da inspeccedilatildeo agrave estrutura

existente e da anaacutelise da relaccedilatildeo custobenefiacutecio (Rodriguez 1991)

A reparaccedilatildeo e reforccedilo estrutural do patrimoacutenio construiacutedo dependendo do grau e

extensatildeo das intervenccedilotildees tecircm implicaccedilotildees de ordem arquitetoacutenica estrutural econoacutemica

histoacuterica e social pelo que todos os aspetos deveratildeo ter tido em conta (LNEC Pompeu 2008)

14

De acordo com o trabalho de JAVieitez e JLRamirez (1984) os principais fatores que

levam agrave necessidade de reparaccedilatildeo e reforccedilo satildeo a existecircncia de erros de projeto presentes em

515 dos casos e os agentes agressivos de degradaccedilatildeo satildeo a razatildeo para 31 das situaccedilotildees

Em relaccedilatildeo aos defeitos de execuccedilatildeo estes estatildeo presentes em cerca de 385 dos casos mas

apenas 187 eacute que conduzem a intervenccedilotildees Os defeitos na qualidade dos materiais aparecem

em 162 dos casos Por fim o mau uso ou falta de manutenccedilatildeo das estruturas justificam 134

das intervenccedilotildees e as causas naturais excecionais justificam apenas 4 Os resultados

apresentados satildeo referentes a Espanha mas satildeo substancialmente parecidos com estatiacutesticas nos

restantes paiacuteses europeus

Segundo o relatoacuterio da AECOPS Portugal ainda tem grande carecircncia no peso da

reabilitaccedilatildeo em funccedilatildeo da produccedilatildeo total da construccedilatildeo com cerca de 7 O paiacutes que lidera o

volume de produccedilatildeo no sector da reabilitaccedilatildeo eacute a Alemanha com cerca de 33 seguindo-se a

Itaacutelia com 29 e a Finlacircndia com 26

Figura 1-1 Peso () da Reabilitaccedilatildeo Residencial na Produccedilatildeo Total da Construccedilatildeo para 14

paiacuteses da Europa (AECOPS 2009)

Existem hoje vaacuterias teacutecnicas de reparaccedilatildeo e reforccedilo de estruturas de betatildeo armado umas

com mais aplicaccedilatildeo que outras mas que partilham o objetivo comum de aumentar a

durabilidade e a capacidade resistente da construccedilatildeo Seja qual for a teacutecnica escolhida todas

devem seguir um conjunto de consideraccedilotildees recomendaccedilotildees Neste tipo de intervenccedilotildees

necessaacuterio natildeo soacute conhecer bem a teacutecnica de reforccedilo ou reparaccedilatildeo mas tambeacutem as

caracteriacutesticas dos materiais empregues e garantir que a sua aplicaccedilatildeo eacute a mais correta

12 Objetivos

O trabalho desenvolvido nesta dissertaccedilatildeo tem como principal objetivo sistematizar a

informaccedilatildeo de um projeto de reforccediloreparaccedilatildeo em estruturas de betatildeo armado A presente

compilaccedilatildeo bibliograacutefica refere um conjunto de estrateacutegias que os intervenientes na elaboraccedilatildeo

de um projeto de reforccedilo em estruturas de betatildeo armado podem consultar e assim enriquecer

15 Tiago Pais Boto

os conhecimentos necessaacuterios na elaboraccedilatildeo deste Como objetivo mais especiacutefico procurou-se

com este documento contribuir para o esclarecimento dos seguintes toacutepicos

Qual a regulamentaccedilatildeo aplicaacutevel normas e boletins teacutecnicos (neste assunto dar-se-aacute

grande relevacircncia agrave Norma EN NP 1504)

Breve descriccedilatildeo das metodologias de inspeccedilatildeo caracterizaccedilatildeo das propriedades dos

materiais atraveacutes de ensaios laboratoriais e em situ

Identificaccedilatildeo dos principais erros de exploraccedilatildeo e manutenccedilatildeo que estatildeo associados agraves

patologias em estruturas de betatildeo armado

Apresentaccedilatildeo das principais teacutecnicas de reparaccedilatildeoreforccedilo com especial enfase na

utilizaccedilatildeo de FRPacutes

Introduccedilatildeo do mecanismo de transferecircncia de tensotildees ao abrigo do CEB boletim nordm162

e descriccedilatildeo geral da metodologia em caso de reforccedilo estrutural

Consideraccedilotildees gerais sobre o dimensionamento do reforccedilo agrave flexatildeo e ao corte de seccedilotildees

retangulares em betatildeo armado

13 Estrutura da dissertaccedilatildeo

A estrutura desta dissertaccedilatildeo estaacute organizada em seis capiacutetulos incluindo a introduccedilatildeo

conclusotildees e desenvolvimentos futuros as referecircncias bibliograacuteficas e um anexo Segue-se a

descriccedilatildeo de cada capiacutetulo abrangendo os objetivos gerais pretendidos

No Capitulo 1 onde se encontra a introduccedilatildeo procurou-se dar a conhecer a importacircncia

do betatildeo como material na engenharia civil expondo o porquecirc da necessidade em reparar e

reforccedilar as estruturas de betatildeo armado

No Capitulo 2 descreve-se de forma sucinta e atualizada as Normas Regulamentaccedilatildeo

e documentaccedilatildeo teacutecnica que abrange uma intervenccedilatildeo de reparaccedilatildeo e reforccedilo em estruturas de

betatildeo armado dando especial enfase e descriccedilatildeo agrave norma EN NP 1504

O Capitulo 3 reporta a avaliaccedilatildeo e diagnoacutestico do estado de conservaccedilatildeo das estruturas

de betatildeo armado sugerindo uma possiacutevel metodologia de inspeccedilatildeo Satildeo descritos vaacuterios ensaios

in situ e em laboratoacuterio detalhando os mais utilizados e aqueles que melhor ajudam a

caracterizar as propriedades mecacircnicas dos materiais assim como o estado de conservaccedilatildeo da

estrutura

Apresentam-se no Capitulo 4 as causas das patologias mais comuns nas estruturas

nomeadamente os erros de projeto e as causas dos principais erros cometidos no processo de

execuccedilatildeo Satildeo ainda indicados os mecanismos mecacircnicos quiacutemicos e fiacutesicos de deterioraccedilatildeo

das estruturas de betatildeo armado

O Capitulo 5 reporta um dos principais capiacutetulos da dissertaccedilatildeo as teacutecnicas de reparaccedilatildeo

e reforccedilo de estruturas em betatildeo armado Comeccedilando com uma breve introduccedilatildeo e depois

passando para os aspetos teacutecnicos que devem ser tidos em consideraccedilatildeo no projeto de

intervenccedilatildeo numa estruturas de betatildeo armado Descreve-se ainda uma possiacutevel metodologia de

16

intervenccedilatildeo sugerida pelo ACI Committee 364 onde os seguintes itens satildeo abordados breve

caracterizaccedilatildeo do tipo de intervenccedilatildeo verificaccedilatildeo da seguranccedila das estruturas existentes e

paracircmetros principais no dimensionamento de reforccedilo No reforccedilo estrutural eacute fundamental

compreender o mecanismo de transferecircncia de tensotildees Neste capiacutetulo satildeo descritos

minuciosamente cinco mecanismos de transferecircncia de tensotildees de acordo com o boletim nordm162

do CEB

Jaacute no capiacutetulo 6 capiacutetulo apresenta-se 4 exemplos de casos reais de reparaccedilatildeo e reforccedilo

em estruturas de betatildeo armado expondo as patologias o procedimento adotado material

utilizado recomendaccedilotildees dimensionamento etc

As conclusotildees finais acerca de toda a abordagem feita na temaacutetica de reparaccedilotildees e reforccedilo

em estruturas de betatildeo armado assim como a sugestatildeo dos desenvolvimentos futuros

encontram-se no Capitulo 7

A dissertaccedilatildeo termina com as referecircncias bibliograacuteficas que serviram de suporte na

concretizaccedilatildeo da mesma

Na seccedilatildeo de anexo seguindo o ACI 440 e o ACI 318 satildeo descritas consideraccedilotildees gerais

acerca do criteacuterio de dimensionamento de reforccedilo agrave flexatildeo e ao esforccedilo transverso com recurso

a FRPacutes para secccedilotildees retangulares

17 Tiago Pais Boto

2 Normas Regulamentaccedilatildeo e Documentaccedilatildeo teacutecnica

A facilidade de acesso e partilha de informaccedilatildeo teacutecnica eacute cada vez maior e o trabalho

de investigaccedilatildeo cientiacutefica realizado nos uacuteltimos anos conduziu a um vasto leque de informaccedilatildeo

na temaacutetica da reparaccedilatildeoreforccedilo de estruturas de betatildeo armado

Agrave semelhanccedila de um projeto de uma estrutura nova de betatildeo armado a realizaccedilatildeo de um

projeto de reparaccedilatildeo ou reforccedilo em estruturas de betatildeo armado existentes deve ter em

consideraccedilatildeo a regulamentaccedilatildeo nacional coacutedigos europeus em vigor Na falta de

regulamentaccedilatildeo nacional ou em complemento desta deve-se recorrer a regulamentos normas

internacionais ou documentaccedilatildeo teacutecnica de referecircncia emitidos por entidades crediacuteveis

Poreacutem este tipo de recomendaccedilotildees nem sempre eacute seguida na praacutetica conduzindo por

vezes a prejuiacutezos para o projetista e para o dono de obra resultantes da reduccedilatildeo dos padrotildees

de qualidade exigidos De acordo com um artigo do CONREPNET em 2004 ldquoVinte e cinco por

cento dos donos-de-obra estatildeo descontentes com o desempenho dos materiais de reparaccedilatildeo e

proteccedilatildeo no periacuteodo de 5 anos apoacutes a reabilitaccedilatildeo setenta e cinco por cento estatildeo insatisfeitos

no periacuteodo de 10 anosrdquo (CONREPNET 2004)

Realccedila-se a importacircncia da necessidade em avaliar em cada situaccedilatildeo qual eacute a

documentaccedilatildeo teacutecnica adequada pois natildeo existem dois projetos iguais

21 Normas europeias mais relevantes e que devem consultadas na

realizaccedilatildeo de um projeto de reabilitaccedilatildeo estrutural

Eurocoacutedigo 1 - Bases de Projeto e Accedilotildees em Estruturas (CEN 2002)

Eurocoacutedigo 2 - Projeto de Estruturas de Betatildeo (CEN 2004)

Eurocoacutedigo 7 - Projeto Geoteacutecnico (CEN 2004)

Eurocoacutedigo 8 - Parte 1-4 Reforccedilo e Recuperaccedilatildeo de Edifiacutecios (CEN 2004)

Norma EN NP 1504 - Produtos e Sistemas para a Proteccedilatildeo e Reparaccedilatildeo de Estruturas

de Betatildeo

22 Importacircncia da Norma EN NP 1504 em projetos de reforccediloreparaccedilatildeo

Como resultado da lacuna de normas e regulamentaccedilatildeo nesta aacuterea foi criado a Norma

NP EN 1504 pelo Comiteacute Europeu de Normalizaccedilatildeo (CEN) com o tiacutetulo de ldquoProdutos e

sistemas para a proteccedilatildeo reparaccedilatildeo de estruturas de betatildeordquo em meados da deacutecada de 80

apresentando um conjunto de normas alusivas agrave reparaccedilatildeo e proteccedilatildeo de estruturas de

betatildeoCom esta norma o projetista pode em funccedilatildeo das caracteriacutesticas da obra fazer a melhor

opccedilatildeo com abrigo de um documento normativo Desde 1 de Janeiro de 2009 que a Norma NP

EN 1504 estaacute implementada por todos os organismos do CEN Salienta-se que ao tornar esta

norma nacional por cada um dos paiacuteses foram retiras em Dezembro de 2008 todas as normas

que estariam em conflito com esta Esta norma reuacutene toda a informaccedilatildeo sobre produtos e

18

sistemas para a manutenccedilatildeo e proteccedilatildeo reabilitaccedilatildeo e reforccedilo de estruturas de betatildeo (Silva

2008)

Para uma melhor organizaccedilatildeo e consulta a norma encontra-se dividida em dez partes

como descrito na tabela que se segue

Tabela 2-1 Organizaccedilatildeo da Norma EN NP 1504

Nuacutemero do

Documento Descriccedilatildeo

EN 1504- 1 Descreve os termos e definiccedilotildees compreendidos na norma

EN 1504- 2 Fornece especificaccedilotildees para produtossistemas de proteccedilatildeo superficial do betatildeo

EN 1504- 3 Fornece especificaccedilotildees para a reparaccedilatildeo estrutural e natildeo-estrutural

EN 1504- 4 Fornece especificaccedilotildees para colagem estrutural

EN 1504- 5 Fornece especificaccedilotildees para injeccedilatildeo do betatildeo

EN 1504- 6 Fornece especificaccedilotildees para ancoragem de armaduras

EN 1504- 7 Fornece especificaccedilotildees para proteccedilatildeo contra a corrosatildeo das armaduras

EN 1504- 8 Descreve o controlo da qualidade e avaliaccedilatildeo da conformidade das empresas fabricantes

EN 1504- 9 Define os princiacutepios gerais para o uso de produtos e sistemas na reparaccedilatildeo e proteccedilatildeo de betatildeo

EN 1504- 10 Fornece informaccedilatildeo sobre a aplicaccedilatildeo e o controlo da qualidade dos trabalhos

A primeira parte (EN NP1504-1) como referido no quadro anterior remete para os

termos e definiccedilotildees gerais compreendidos na norma Estas definiccedilotildees satildeo entatildeo orientadas para

a classificaccedilatildeo constituiccedilatildeo quiacutemica e definiccedilotildees dos principais produtos abordando tambeacutem

os sistemas para a reparaccedilatildeo proteccedilatildeo manutenccedilatildeo e reforccedilo de estruturas de betatildeo armado

A parte 2 da NP EN 1504 (2006) especifica os sistemas para a proteccedilatildeo superficial do

betatildeo em estruturas novas ou todas as que necessitem de intervenccedilotildees de reparaccedilatildeo eou

reforccedilo Caracteriza e descreve o desempenho de cada um dos sistemas de acordo com os

requisitos miacutenimos definidos pela norma e de acordo os princiacutepios definidos na parte 9

(incluindo aspetos de durabilidade)

A parte 3 da NP EN 1504 (2006) especifica as reparaccedilotildees estruturais e natildeo estruturais

nomeadamente betotildees e argamassas caracterizadas em 4 classes (R4 R3 R2e R1) Estas

classes estatildeo subdivididas em argamassas de reparaccedilatildeo estrutural e natildeo estrutural quer isto

dizer que o projetista tem ou natildeo de considerar as transferecircncias de carga Esta parte enuncia

tambeacutem os requisitos necessaacuterios caracteriacutesticas de desempenho (incluindo aspetos de

durabilidade) dos produtos utilizados em reparaccedilotildees estruturais e natildeo estruturais para prolongar

a vida uacutetil das estruturas

19 Tiago Pais Boto

A parte 4 da NP EN 1504 (2006) especifica sistemas e caracteriacutesticas de desempenho

(incluindo aspetos de durabilidade) para os produtos utilizados na reparaccedilatildeo e reforccedilo de

estruturas de betatildeo atraveacutes de

Colagem atraveacutes de placas exteriores em accedilo compoacutesitos armados com fibras ou outros

materiais que verifiquem os requisitos necessaacuterios

Colagem de componentes betatildeo endurecido sobre betatildeo endurecido geralmente esta

praacutetica eacute efetuada com elementos de betatildeo preacute-fabricado

Utilizaccedilatildeo de uma cola adesiva de junta entre uma superfiacutecie de betatildeo fresco com uma

superfiacutecie de betatildeo endurecido resultando em uma nova estrutura

A parte 5 da NP EN 1504 (2006) especifica sistemas e caracteriacutesticas de desempenho

(incluindo aspetos de durabilidade) para produtos de injeccedilatildeo para tratamento de fendas com

larguras entre 01 e 08mm medido agrave superfiacutecie As caracteriacutesticas de desempenho dividem-se

em 3 classes referidas

Caracteriacutestica de desempenho e requisitos agrave base de poliuretanos e acriacutelicos utilizados

para o enchimento duacutectil de fendas

Caracteriacutestica de desempenho e requisitos agrave base de epoxys polieacutesteres e produtos de

base cimentosa utilizados para o enchimento de fendas com transmissatildeo de forccedilas

Caracteriacutestica de desempenho e requisitos agrave base de poliuretanos e acriacutelicos para

enchimento expansivo das fendas

A parte 6 da NP EN 1504 (2008) especifica sistemas e caracteriacutesticas de desempenho

(incluindo aspetos de durabilidade) e seguranccedila de produtos utilizados na realizaccedilatildeo de

ancoragens para deste modo funcionarem como uma estrutura monoliacutetica seja em estruturas

que necessitem de reparaccedilatildeo ou reforccedilo Esta parte da norma abrange especificaccedilotildees do

Principio 4 (reforccedilo estrutural) - meacutetodo 42 e a parte 9 ldquo ldquoInstalaccedilatildeo de armaduras aderidas em

orifiacutecios preformados ou perfurados no betatildeordquo

A parte 7 da NP EN 1504 (2008) especifica sistemas e caracteriacutesticas de desempenho

(incluindo aspetos de durabilidade) de produtos de proteccedilatildeo contra a corrosatildeo das armaduras

Esta parte refere particularmente dois tipos de revestimento de armaduras

Revestimento ativo para armaduras estes revestimentos contecircm pigmentos

electroquimicamente ativos fornecendo proteccedilatildeo catoacutedica ou entatildeo funcionam apenas

inibidores um exemplo eacute o cimento Portland devido agrave sua elevada alcalinidade

Revestimentos de barreira este tipo de revestimento de base polimeacuterica isola a armadura

da aacutegua envolvente na matriz cimentosa

A parte 8 da NP EN 1504 (2006) especifica ensaios para verificaccedilatildeo de conformidade

rotulagem e marcaccedilatildeo CE dos produtos Menciona tambeacutem que os produtos usados em

reparaccedilatildeo e reforccedilo de estruturas de betatildeo armado tecircm que verificar um requisito de

conformidade designado por 2+ que significa que os produtos precisam de verificar

20

Controlo de produccedilatildeo de faacutebrica (CPF)

Ensaios de tipo iniciais

Inspeccedilatildeo e fiscalizaccedilatildeo contiacutenua e aprovaccedilatildeo do CPF

Fiscalizaccedilatildeo continua avaliaccedilotildees e aprovaccedilotildees do CPF

A parte 9 da NP EN 1504 (2009) especifica meacutetodos e princiacutepios gerais da reparaccedilatildeo

de betatildeo baseados na experiencia e no sucesso de muitos anos No entanto eacute admitida a opccedilatildeo

de utilizaccedilatildeo ou necessidade de novos meacutetodos em certas condiccedilotildees especiacuteficas

Os 11 princiacutepios referidos pela norma estatildeo organizados essencialmente em duas partes

Defeitos do betatildeo devido agrave deterioraccedilatildeo princiacutepio 1 ao 6

Defeitos das armaduras devido agrave deterioraccedilatildeo princiacutepio 7 ao 11

O meacutetodo apresentado pela parte 9 da norma e exemplificado na figura seguinte

representa as quatro fases de reparaccedilatildeo de uma estrutura de betatildeo armado a fase de diagnoacutestico

a fase deliberativa a fase de dimensionamento e a fase de execuccedilatildeo

21 Tiago Pais Boto

Figura 2-1 Etapas de um processo de reparaccedilatildeoreforccedilo (Silva 2008)

A parte 10 da NP EN 1504 (2008) especifica a aplicaccedilatildeo dos produtos e o controlo da

qualidade na execuccedilatildeo dos trabalhos de reparaccedilatildeo e reforccedilo de estruturas de betatildeo armado

Abrange tambeacutem o controlo de seguranccedila sauacutede e manutenccedilatildeo

Esta parte refere alguns ensaios para determinaccedilatildeo das causas das patologias existentes

distribuiacutedos em

Ensaios destrutivos

Ensaios natildeo destrutivos

22

Ensaios quiacutemicos

O controlo da qualidade dos trabalhos executados deve apresentar informaccedilotildees especiacuteficas tais

como

Preparaccedilatildeo da superfiacutecie

Aplicaccedilatildeo dos produtos

Controlo da qualidade e higiene e seguranccedila

23 Os regulamentos publicados em Portugal na aacuterea do projeto estrutural

Regulamento para o emprego do Beacuteton Armado (Dec 4036 de 2831918)

Regulamento do Betatildeo Armado ndash RBA (Dec25948 de 16101935)

Regulamento de Estruturas de Betatildeo Armado ndash REBA (Dec 47723 de 2551967)

Regulamento de Estruturas de Betatildeo Armado e Preacute-Esforccedilado ndash (REBAP Dec 349-c83

de 3071983)

Regulamento de Seguranccedila e Accedilotildees para Estruturas de Edifiacutecios e Pontes ndash (RSA

1983)

24 Por fim aconselha-se consulta da seguinte documentaccedilatildeo que apresenta

recomendaccedilotildees relevantes para na realizaccedilatildeo de um projeto de

reabilitaccedilatildeo estrutural

Boletim de informaccedilatildeo nordm 162 (1983) ndash ldquoAssessment of Concrete Structures and Design

Procedures for Upgrading (Redesign)rdquo [13] Comiteacute Euro-Internacional do Betatildeo

(CEB)

Boletim de informaccedilatildeo nordm14 ndash ldquoExternally bonded FRP reinforcement for RC

structuresrdquo

Technical report October 2001 [14] Emitido pela Federaccedilatildeo Internacional do Betatildeo

(FIB)

Boletim de informaccedilatildeo nordm18 ndash ldquoManagement maintenance and strengthening of

concrete structuresrdquo Technical report April 2001 Emitido pela FIB

ldquoGuidelines for the design and construction of externally FRP systems for

strengthening concrete sctruturesrdquo ACI Comiteacute 440 Sub-Comiteacute 440F Emitido pelo

Instituto Americano do Betatildeo (ACI ndash American Concrete Institute)

Manual Nordm 4 ndash ldquoStrengthening Reinforced Concrete Structures with Externally-Bonded

Fibre Reinforced Polymers (FRPs)rdquo Emitido pelo ldquoIntelligent Sensing for Innovative

Structures Canada Research Networkrdquo (ISIS Canada)

CANCSA-S806-02 (R2007) F - ldquoDesign and Construction of Building Components

with Fibre - Reinforced Polymersrdquo Emitido pela ldquoCanadian Standards Associationrdquo

(CSA)

23 Tiago Pais Boto

JCI TC952 1998 ldquoContinuous fiber reinforced concreterdquo Emitido pelo Instituto

Japonecircs do Betatildeo (JCI ndash Japan Concrete Institute)

ldquoPractical Guideline for Investigation Repair and Strengthening of Cracked Concrete

Structuresrdquo 2003 Emitido pelo JCI

ldquoDesign guidelines of FRP reinforced concrete building sctruturesrdquo 1993 Emitido

pelo ldquoBuilding Research Instituterdquo (BRI) pertencente aoMinisteacuterio da Construccedilatildeo

Japonecircs

International Building Code (IBC) Chapter 34 ldquoExisting building allowancesrdquo

Emitido por International code council 2009

SIA 462 Pre-Standard SIA 462 Assessment of the Structural Safety of Existing

Structures Swiss Society of Engineers and Architects Zurich Switzerland 1994

SIA 269 Swiss Standard SIA 269 Existing Structures ndashBasis for Examination and

Interventions Swiss Society of Engineers and Architects Zurich Switzerland 2011

ASCE 41-06 2006 Seismic Rehabilitation of Existing Buildings American Society of

Civil Engineers Reston Virginia

ACI 437R -03 ldquoStrength Evaluation of Existing Concrete Buildingsrdquo American

Concrete Institute 2003

Joint Committee on Structural Safety (JCSS) Report 032 Probabilistic Assessment of

Existing Structures 2001

ldquoGuide for the design and construction of externally bonded FRP systems for

strengthening existing sctruturesrdquo 2004 Emitido pelo CNR (Consiglio Nazionale

delle Ricerche)

Fichas teacutecnicas dos produtores de FRP tais como SampP SIKA MBT etc

24

25 Tiago Pais Boto

3 Avaliaccedilatildeo e diagnoacutestico do estado de conservaccedilatildeo das estruturas

de betatildeo armado

31 Introduccedilatildeo

Antes de realizar uma intervenccedilatildeo numa estrutura de betatildeo armado com o objetivo de

reforccedilar ou de reparar eacute essencial proceder a uma inspeccedilatildeo direcionada e minuciosa para

detetar todas as anomalias que satildeo necessaacuterias de ser corrigidas para garantir a seguranccedila e

estabilidade da estrutura

Como em geral a maioria dos ensaios satildeo monetariamente caros e a sua realizaccedilatildeo pode

afetar eou danificar a construccedilatildeo estes deveratildeo ser previamente delineados nomeadamente

quanto ao nuacutemero e locais de realizaccedilatildeo

Os ensaios podem ser definidos em ensaios natildeo-destrutivos (NDT) ou ensaios

destrutivos Os natildeo-destrutivos satildeo claramente preferenciais para as construccedilotildees devido agrave baixa

intrusatildeo que conferem agrave estrutura

Sempre que possiacutevel as inspeccedilotildees devem obedecer a procedimentos normalizados e a

criteacuterios teacutecnicos adequados ao tipo de estrutura tipo de elemento a inspecionar A inspeccedilatildeo

deve tambeacutem ser exequiacutevel e eficaz de modo a produzir informaccedilatildeo uacutetil e consistente para que

toda a equipa multidisciplinar envolvida seja capaz de assimilar e compreender com clareza

32 Metodologia de inspeccedilatildeo

A seguir apresentam-se as principais etapas genericamente abrangidas numa inspeccedilatildeo Estas

etapas definem de certa a forma uma metodologia a adotar

Consulta recolha e anaacutelise de elementos escritos e desenhados dos projetos anteriores

elementos alusivos a inspeccedilotildees anteriores informaccedilatildeo acerca do meio ambiente Eacute

tambeacutem fundamental a realizaccedilatildeo de um inqueacuterito direcionado aos responsaacuteveis pela

manutenccedilatildeo das estruturas

Preparaccedilatildeo da inspeccedilatildeo isso passa por uma visita preacutevia ao local para identificaccedilatildeo das

construccedilotildees e dos elementos a avaliar e identificaccedilatildeo do programa funcional dos

diversos espaccedilos

Preparaccedilatildeo das fichas de inspeccedilatildeo ou do software previsto para anotaccedilatildeo de toda a

informaccedilatildeo a registar

26

Verificaccedilatildeo de todas as ferramentas e equipamentos necessaacuterios para o dia da inspeccedilatildeo

providenciando os meios de apoio agrave inspeccedilatildeo tais como veiacuteculos de inspeccedilatildeo especial

ou ateacute mesmo autorizaccedilotildees permissotildees municipais

O processo de diagnoacutestico passa por

1) Inspeccedilatildeo visual distinguindo os mecanismos fiacutesicos e quiacutemicos envolvidos

2) Inspeccedilatildeo detalhada de maneira que se compreenda a relaccedilatildeo causaefeito

3) Conhecimento acerca do comportamento dos materiais e teacutecnicas de

construccedilatildeo utilizadas

4) Realizaccedilatildeo de ensaios in situ destrutivos e natildeo destrutivos

5) Recolha se possiacutevel de amostras e carotes para ensaios laboratoriais

6) Anaacutelise de resultados consideraccedilotildees finais e elaboraccedilatildeo de relatoacuterio

33 Ensaios in situ e Ensaios laboratoriais

331 Anaacutelise e monitorizaccedilatildeo de vibraccedilotildees em estruturas

Para uma avaliaccedilatildeo da capacidade de resistecircncia em estruturas de betatildeo armado eacute

fundamental avaliar o comportamento dinacircmico para que desta forma se possam selecionar

medidas de reparaccedilatildeo ou reforccedilo Os dados podem referentes agraves solicitaccedilotildees dinacircmicas a que a

estrutura estaacute constantemente sujeita da envolvente ou a partir da aplicaccedilatildeo de vibraccedilotildees

impostas

3311 Equipamento

Aceleroacutemetros de alta sensibilidade com preacute amplificador incorporado A gama de

frequecircncias de mediccedilatildeo normalmente estaacute compreendida entre 01 Hz a 1KHz e

sensiacuteveis a aceleraccedilotildees da ordem de 005 mms-2

Um computador portaacutetil com software especiacutefico

Cabos de ligaccedilatildeo

Caixas de ligaccedilatildeo dos sensores

3312 Metodologia

Os sinais dos transdutores satildeo introduzidos num PC dotado de software adequado que

executa o processamento de dados e fornece a informaccedilatildeo relevante sobre as vibraccedilotildees da

construccedilatildeo

- Intensidade das vibraccedilotildees

- Valores maacuteximos da aceleraccedilatildeo velocidade ou deslocamento nos pontos analisados

27 Tiago Pais Boto

- Frequecircncias dominantes nos sinais das vibraccedilotildees

- Representaccedilatildeo graacutefica dos sinais de aceleraccedilatildeo velocidade ou deslocamentos medidos ao

longo do tempo

- Verificaccedilatildeo automaacutetica e alarme se forem excedidos os valores limites preacute-estabelecidos

Figura 3-1 Esquema do equipamento para registo de vibraccedilotildees (oz diagnostico2015)

332 Ensaios de ultrassons em betatildeo

Os ensaios ultrassoacutenicos resume-se na determinaccedilatildeo da velocidade de propagaccedilatildeo dum

impulso ultrassoacutenico entre dois pontos de mediccedilatildeo tendo em vista adquirir informaccedilotildees sobre

Caracteriacutesticas mecacircnicas do betatildeo nomeadamente o seu moacutedulo de elasticidade

Homogeneidade

Presenccedila de fendas vazios ou outras descontinuidades

O impulso ultrassoacutenico eacute gerado num ponto do elemento em estudo atraveacutes de um

transdutor emissor a partir dum sinal eleacutetrico Apoacutes atravessar o betatildeo o sinal ultrassoacutenico eacute

captado por um outro transdutor-recetor colocado num outro ponto que o transforma

novamente em sinal eleacutetrico O tempo gasto no percurso eacute medido na unidade de medida central

sendo assim possiacutevel calcular a velocidade de propagaccedilatildeo

28

A correlaccedilatildeo existente entre a velocidade de propagaccedilatildeo do impulso ultrassoacutenico no

betatildeo (V) e o seu moacutedulo de elasticidade (E) permite ter uma ideia da classe a que pertence o

betatildeo ensaiado (Viacutetor Coias ldquoInspeccedilotildees e Ensaios na reabilitaccedilatildeo de edifiacuteciosrdquo 2006)

3321 Equipamento

O equipamento eacute geralmente composto por uma unidade central onde alberga o

gerador de impulsos eleacutetricos o circuito de leitura e os dois transdutores Para calibraccedilatildeo do

equipamento utiliza-se um invar (barra padratildeo)

Figura 3-2 Equipamento para ensaios de ultrassons no betatildeo (ATCP Physical Engineering)

3322 Metodologia

Existem trecircs meacutetodos possiacuteveis para a realizaccedilatildeo deste tipo de ensaios

Direto

Semidirecto

Indireto

Figura 3-3Ilustraccedilatildeo das trecircs metodologias para realizaccedilatildeo de ensaios ultrassons (ATCP

Physical Engineering)

29 Tiago Pais Boto

Os meacutetodos diretos e semidirecto tecircm como finalidade a avaliaccedilatildeo das caracteriacutesticas

mecacircnicas a homogeneidade e a deteccedilatildeo de descontinuidades no betatildeo O meacutetodo semidirecto

aplica-se apenas na impossibilidade de colocaccedilatildeo de transdutores segundo o meacutetodo direto

O meacutetodo indireto aplica-se fundamentalmente na determinaccedilatildeo da profundidade de

fendas

Para melhorar a transmissatildeo acuacutestica eacute aconselhaacutevel a utilizaccedilatildeo de uma massa de

contato entre os tradutores e a superfiacutecie do betatildeo Aconselha-se tambeacutem que esses pontos de

contato sejam efetuados em superfiacutecies lisas

Considerando-se que o resultado do teste pelo meacutetodo indireto eacute menos preciso

recomenda-se comparar esses resultados com os resultados do teste pelo meacutetodo direto

Meacutetodo direto 119881119901 (119898119898

120583119904) =

119889119894119904119905119886119899119888119894119886 (119898119898)

119905119890119898119901119900 119889119890 119901119903119900119901119886119892119886ccedilatilde119900 (120583119904)lowast 105 (31)

Meacutetodo indireto 119881119894 (119898119898

120583119904) =

119889119894119904119905119886119899119888119894119886 (119898119898)

119905119890119898119901119900 119889119890 119901119903119900119901119886119892119886ccedilatilde119900 (120583119904) (32)

119881119889 = 105 lowast 119881119894 (33)

Onde

Vd = velocidade do som pelo meacutetodo direto

Vi = velocidade do som pelo meacutetodo indireto

Vp= velocidade ultrassoacutenica (Kms)

Para obter a resistecircncia do betatildeo satildeo apresentadas vaacuterias expressotildees deduzidas por diversos

autores como por exemplo a expressatildeo seguinte referida na Japanese Society of Construction

119865119888 = 215 lowast 119881119901 minus 620 (34)

Onde

119865119888= Resistecircncia do betatildeo agrave compressatildeo (MPa)

30

Tabela 3-1 Qualidade do betatildeo em funccedilatildeo da velocidade de propagaccedilatildeo dos ultrassons

(Japanese Society of Construction)

Velocidade (ms) Qualidade do betatildeo

gt4500 Excelente

3500 a 4500 Bom

3000 a 3500 Regular

2000 a 3000 Mediacuteocre

lt2000 Mau

O ensaio deve ser realizado segundo as normas de referecircncia

BS 1881-2031986 ldquoRecommendations for measurement of velocity of ultrasonic pulses

in concreterdquo

ASTM C597-09 ldquoStandard test method for pulse velocity through concreterdquo

333 Deteccedilatildeo de armaduras com recurso do pacoacutemetro

Os ensaios realizados com recurso a um pacoacutemetro aleacutem de permitirem medir o

recobrimento tambeacutem satildeo utilizados para deteccedilatildeo posicionamento dimensatildeo e direccedilatildeo das

armaduras em estruturas de betatildeo armado ou betatildeo preacute-esforccedilado A deteccedilatildeo de cabos de preacute-

esforccedilo apresenta algumas limitaccedilotildees devido agraves caracteriacutesticas proacuteprias dos elementos de preacute-

esforccedilo e agraves capacidades do equipamento (Viacutetor Coias ldquoInspeccedilotildees e Ensaios na reabilitaccedilatildeo de

edifiacuteciosrdquo 2006)

3331 Equipamento

O pacoacutemetro eacute um aparelho portaacutetil composto pela unidade de leitura por dois detetores

e por dois espaccediladores O alcance de mediccedilatildeo depende do diacircmetro do varatildeo e do tamanho do

detetor podendo ir ateacute 360 mm com uma precisatildeo de aproximadamente 2 mm ou 5 ateacute 75 por

cento do alcance O ajuste do zero eacute automaacutetico bastando para tal afastar o elemento detetor de

elementos metaacutelicos O meacutetodo de deteccedilatildeo de armaduras eacute auxiliado por um sistema aacuteudio

variaacutevel com a distacircncia agraves armaduras

31 Tiago Pais Boto

Figura 3-4 Pacoacutemetro (geotechpedia 2012)

3332 Metodologia

Apoacutes a calibragem do aparelho e caso se tenha acesso ao projeto seleciona-se a

dimensatildeo dos varotildees de accedilo e o recobrimento se pretende controlar Se natildeo tivermos informaccedilatildeo

acerca do tipo de armadura que estamos a tentar identificar poderaacute ser vantajoso nesta fase

remover o recobrimento da armadura num local onde natildeo seja muito inconveniente a fim de

acertar a calibraccedilatildeo e eventualmente identificar o tipo de armadura

O recobrimento eacute medido usando a face normal de trabalho do elemento detetor grande

Tendo-se identificado a face normal de trabalho do elemento detetor pode-se explorar a

superfiacutecie do elemento a inspecionar A identificaccedilatildeo da posiccedilatildeo dos varotildees quando o som

emitido for alto e agudo

Para determinar a direccedilatildeo da armadura move-se e roda-se o elemento detetor no sentido

de aumentar o sinal sonoro Quando o elemento detetor estiver cuidadosamente posicionado

dessa maneira o eixo do varatildeo estaraacute paralelo com o eixo longitudinal do elemento detetor O

recobrimento em miliacutemetros poderaacute ser observado na parte esquerda do visor O

microprocessador do aparelho determina automaacutetica o diacircmetro dos varotildees a partir de duas

leituras no mesmo local utilizando um espaccedilador apropriado

O elemento detetor pequeno deve ser usado quando se estaacute na presenccedila de malha soldada

ou de varotildees proacuteximos ou entatildeo quando o elemento detetor grande for incapaz de fornecer

uma discriminaccedilatildeo mais pormenorizada da zona a sondar

Este equipamento fornece boa capacidade de resoluccedilatildeo para desenhar

pormenorizadamente as armaduras que se encontram mais proacuteximas Para uma faacutecil perceccedilatildeo

da disposiccedilatildeo das armaduras nos elementos de betatildeo armado a superfiacutecie do elemento a sondar

vai sendo marcada agrave medida que vatildeo sendo detetadas armaduras

O ensaio deve seguir as recomendaccedilotildees da norma de referecircncia Norma BS 1881-204 1988

Testing concrete ldquoRecommendations on the use of electromagnetic cover metersrdquo

32

334 Deteccedilatildeo de corrosatildeo em armaduras por mediccedilatildeo dos potenciais eleacutetricos

A corrosatildeo das armaduras pode ser avaliada atraveacutes da mediccedilatildeo dos potenciais eleacutetricos

aplicados na superfiacutecie do betatildeo relativamente a um eleacutetrodo de referecircncia Este tipo de ensaios

permite localizar as aacutereas onde a corrosatildeo estaacute presente ou prestes a verificar-se antes de os

efeitos se tornarem visiacuteveis

Esta teacutecnica permite localizar as aacutereas onde a estrutura de betatildeo armado precisa de ser

reparada ou protegida e atraveacutes da sua aplicaccedilatildeo repetida pode ser usada para minimizar assim

os seus custos de manutenccedilatildeo

3341 Equipamento

O equipamento eacute composto por

Ceacutelula de mediccedilatildeo em cloreto de prata (AgCl)

Medidor com ligaccedilatildeo que permite leituras digitais em unidades de tensatildeo (volt) ou

resistecircncia (ohm)

Recipientes com liacutequido para reabastecer a ceacutelula de mediccedilatildeo

Cabo de ligaccedilatildeo

Brocas diamantadas de 10 e 18 mm de diacircmetro

Martelo e escopro

Alicate de aperto

Bico para contacto com armadura e chave de Allen

Cabo de ligaccedilatildeo

Extensatildeo telescoacutepica para fixaccedilatildeo da ceacutelula de mediccedilatildeo

Berbequim com percussatildeo

Balde e esponja

3342 Metodologia

Apoacutes a escolha de uma aacuterea em funccedilatildeo do estado aparente do betatildeo definem-se zonas

de leitura da aacuterea a estudar e define-se o nuacutemero de leituras a realizar em funccedilatildeo da degradaccedilatildeo

aparente do betatildeo Procede-se agrave limpeza com uma escova de accedilo de um varatildeo da armadura

previamente localizado com o detetor de armaduras Fixa-se o eleacutetrodo secundaacuterio atraveacutes do

alicate de aperto ao varatildeo da armadura e liga-se o eleacutetrodo ao voltiacutemetro atraveacutes do cabo

fornecido Procede-se agrave molhagem das superfiacutecies vatildeo onde seratildeo efetuadas as leituras de modo

a humedecer em profundidade o betatildeo a estudar Coloca-se o eleacutetrodo primaacuterio sucessivamente

em cada ponto de leitura medindo-se no voltiacutemetro do equipamento o potencial eleacutetrico

33 Tiago Pais Boto

Durante a realizaccedilatildeo de todas as mediccedilotildees o operador deve assegurar-se que a esponja do topo

do eleacutetrodo primaacuterio se encontra devidamente humedecida

Tabela 3-2Risco de corrosatildeo ativa em funccedilatildeo do niacutevel de potencial

Niacutevel de Potencial (mV) Risco de corrosatildeo ativa ()

-260 a -410 Ateacute 95

-110 a -260 Incerto

gt-100 Ateacute 5

Esta metodologia estaacute descrita em Norma ASTM C 876-91 (R1999) Standard Test Method

for Half-Cell Potentials of Uncoated Reinforcing Steel in concrete

335 Determinaccedilatildeo do teor de cloretos no betatildeo

A determinaccedilatildeo do teor de cloretos no betatildeo consiste precisamente em determinar o

teor soluacutevel em aacutecido de cloretos existentes no betatildeo Em traccedilos gerais uma amostra de poacute de

betatildeo a ensaiar eacute dissolvida numa soluccedilatildeo aacutecida normalizada para que os iotildees de cloreto reajam

com o aacutecido Um eleacutetrodo dotado de um sensor de temperatura eacute introduzido na soluccedilatildeo

medindo a reaccedilatildeo eletroquiacutemica A tensatildeo gerada pela concentraccedilatildeo de iotildees afeta

simultaneamente a temperatura da soluccedilatildeo a qual eacute medida pelo aparelho eletroacutenico Este

aparelho apresenta instantemente a percentagem de iotildees num mostrador (Viacutetor Coias

ldquoInspeccedilotildees e Ensaios na reabilitaccedilatildeo de edifiacuteciosrdquo 2006)

3351 Equipamento

O equipamento utilizado eacute composto por

Eleacutetrodo com sensor de temperatura montado exteriormente

Cabos e ligaccedilotildees

Aparelho eletroacutenico de leitura com circuitos compensadores da temperatura e

microprocessador para conversatildeo direta em percentagens de cloretos

Embalagens contendo soluccedilotildees aacutecidas com coloraccedilatildeo diferente para calibraccedilatildeo do

eleacutetrodo

Balanccedila para pesar as amostras

Embalagens contendo a soluccedilatildeo aacutecida onde se vai misturar cada amostra

Garrafa com agente de molhagem do eleacutetrodo

34

Concha para recolha do poacute e soprador para amostragem

Alicate de fixaccedilatildeo broca buchas chave de bocas e chave de fendas

Detetor de armaduras

A calibragem eacute feita antes de cada ensaio utilizando duas soluccedilotildees padratildeo

Figura 3-5 Equipamento para mediccedilatildeo do teor de cloretos in situ (oz diagnostico 2015)

3352 Metodologia

Haacute que localizar previamente a posiccedilatildeo das armaduras com um detetor de armaduras

Selecionado o local de ensaio preferencialmente onde a posiccedilatildeo das armaduras se encontra

mais exteriormente do elemento estrutural em estudo Em seguida posiciona-se a concha de

recolha do poacute fixando-a com o alicate de fixaccedilatildeo atraveacutes de uma bucha de fixaccedilatildeo Depois

fazem-se trecircs furos no betatildeo a ensaiar agrave profundidade a que se pretende determinar o teor em

cloretos de modo a recolher cerca de 20 g de poacute que devem guardados num saco de plaacutestico

hermeticamente fechado Se se pretender um perfil do teor de cloretos haacute que furar e recolher

o poacute em menos trecircs niacuteveis de profundidade (Viacutetor Coias 2006)

Perto da superfiacutecie

Ao niacutevel das armaduras

A uma distacircncia de 2 ou 3 cm abaixo das armaduras

Uma amostragem de 3 g retirada do poacute extraiacutedo eacute dissolvida em 20 ml de uma soluccedilatildeo

aacutecida Coloca-se o eleacutetrodo jaacute calibrado na garrafa de ensaio e lecirc-se o teor de cloretos que seraacute

automaticamente indicado no mostrador do aparelho A leitura pode ser obtida em percentagem

ou PPM (partes por milhatildeo) consoante a funccedilatildeo selecionada

O ensaio deve seguir as recomendaccedilotildees das normas de referecircncia

35 Tiago Pais Boto

Norma BS 1881-6 1971 Methods of testing concrete Analysis of hardened concrete

Norma AASHTO T260‑84 Standard Method of Test for Sampling and testing for

chloride ion in concrete and concrete raw materials

336 Ensaio de aderecircncia por traccedilatildeo (pull-off)

Os ensaios de aderecircncia por traccedilatildeo direta pull-off satildeo fundamentais para o ecircxito de trabalhos

de reparaccedilatildeo e reforccedilo em estruturas de betatildeo armado pois a garantia de uma boa aderecircncia

entre os materiais existentes e os materiais novos eacute fundamental (Viacutetor Coias ldquoInspeccedilotildees e

Ensaios na reabilitaccedilatildeo de edifiacuteciosrdquo 2006) Este tipo de ensaio consiste na aplicaccedilatildeo de uma

forccedila de traccedilatildeo exercida manualmente atraveacutes de um aparelho concebido para esse fim A

traccedilatildeo eacute transmitida axialmente atraveacutes de uma peccedila metaacutelica colada previamente ao provete

O aumento gradual da forccedila pode ser observado diretamente numa escala (MPa) A forccedila

maacutexima eacute registada assim que se daacute o arrancamento do provete na secccedilatildeo mais fraacutegil (Viacutetor

Coias ldquoInspeccedilotildees e Ensaios na reabilitaccedilatildeo de edifiacuteciosrdquo 2006)

Analisando o provete pode-se observar se a secccedilatildeo de rotura pertence a um dos

materiais ou se por outro lado estaacute contida na superfiacutecie de ligaccedilatildeo entre os materiais Dada a

sua grande simplicidade este ensaio pode ser executado na proacutepria estrutura traduzindo melhor

as condiccedilotildees reais existentes

3361 Equipamento

Carotadora portaacutetil

Coroa diamantada

Caixa diferencial

Aparelho mecacircnico de aderecircncia

Equipamento de arrancamento com pastilhas metaacutelicas

Detetor de armaduras

Cola epoxiacutedica

Extensatildeo monofaacutesica

Mangueira para aacutegua

36

Figura 3-6 Esquematizaccedilatildeo do ensaio de aderecircncia por traccedilatildeo pull-off (oz diagnostico 2015)

3362 Metodologia

Com o auxiacutelio de uma carotadora executa-se um entalhe circular com cerca de 4 cm de

diacircmetro perpendicular agrave superfiacutecie do material A profundidade deve ser suficiente para que

ultrapasse o plano de ligaccedilatildeo dos materiais atingindo assim o substrato do betatildeo A superfiacutecie

eacute entatildeo regularizada com o auxiacutelio de uma grossa a poeira deve ser retirada com acetona

Procede-se agrave colagem da peccedila metaacutelica (pastilha) ao provete a de betatildeo com uma cola epoxiacutedica

exercendo uma pressatildeo moderada durante alguns minutos conforme mencionado nas normas

de referecircncia (Viacutetor Coias 2006)

Apoacutes uma hora pode-se entatildeo colocar o aparelho de ensaio de modo que este acople a

peccedila metaacutelica coloca-se o indicador a zero e inicia-se o ensaio propriamente dito

O ensaio deve seguir as recomendaccedilotildees das normas de referecircncia

Norma BS 1881-207 1992 Testing concrete Recommendations for the assessment of

concrete strength by near-to-surface test

Norma ASTM D4541-95 Stand Test Method for Pull-Off Strength

337 Resistecircncia aacute compressatildeo com recurso ao escleroacutemetro do tipo Schmidt

O ensaio com o escleroacutemetro permite obter de forma simples e natildeo destrutiva a

resistecircncia agrave compressatildeo de elementos de betatildeo Sendo um ensaio baseado na resistecircncia

37 Tiago Pais Boto

superficial os valores obtidos satildeo apenas representativos de uma camada ateacute 5 cm de

profundidade Contudo o ensaio eacute uacutetil para avaliar a homogeneidade do betatildeo verificar se

existe um determinado niacutevel miacutenimo de resistecircncia e decidir sobre a necessidade de fazer

ensaios mais completos A tensatildeo de rotura agrave compressatildeo referente a provetes cuacutebicos ou

ciliacutendricos pode ser estimada com base numa correlaccedilatildeo com o iacutendice escleromeacutetrico

3371 Equipamento

O equipamento utilizado eacute denominado de escleroacutemetro do tipo Schmidt Quando se

pressiona o veio de compressatildeo do escleroacutemetro contra a superfiacutecie de betatildeo a ensaiar

comprime-se uma mola existente no interior do aparelho Quando o veio atinge o fim do seu

curso eacute libertada instantaneamente uma massa que choca com a sua extremidade interior O

choque eacute transmitido agrave superfiacutecie a ensaiar a qual reage provocando um ressalto O mesmo

veio transmite esse ressalto agrave massa moacutevel que ao deslocar-se faz mover um ponteiro visiacutevel

no exterior do invoacutelucro do aparelho e regista o ponto maacuteximo do ressalto da massa Quanto

mais dura e compacta for a superfiacutecie do betatildeo maior seraacute o ressalto

O valor de referecircncia obtido atraveacutes da escala do aparelho iacutendice escleromeacutetrico

permite avaliar o valor de resistecircncia agrave compressatildeo do betatildeo tendo em conta o acircngulo entre o

eixo longitudinal do escleroacutemetro e a superfiacutecie ensaiada (Viacutetor Coias 2006)

Figura 3-7 Escleroacutemetro de Schmidt (Nabrande Wikipedia 2015)

O ensaio deve seguir as recomendaccedilotildees das normas de referecircncia

BS 1881 parte 202

ASTM C 505-85

38

3372 Registo e anaacutelise de dados

A mediccedilatildeo num determinado local deve corresponder 5 ou 10 leituras O registo de

dados deve ser efetuado num impresso proacuteprio incluindo

Identificaccedilatildeo da obra

Nome do operador

Data

Localizaccedilatildeo da aacuterea ensaiada na estrutura

Acircngulo do escleroacutemetro com a horizontal

Descriccedilatildeo da aacuterea ensaiada

Descriccedilatildeo do betatildeo

A resistecircncia de caacutelculo

Idade e condiccedilotildees de cura

Observaccedilotildees do aspeto da superfiacutecie do betatildeo

Zonas em que o ensaio natildeo teve validade

Nuacutemero de seacuterie do escleroacutemetro utilizado ou a sua identificaccedilatildeo simplificada

O tratamento dos dados depende do fim a que destina a informaccedilatildeo final podendo-se

registar apenas os valores meacutedios da tensatildeo de rotura agrave compressatildeo do betatildeo referente a provetes

cuacutebicos os ciliacutendricos incluindo os valores meacutedios de dispersatildeo Ou entatildeo pode-se tambeacutem

estimar os valores caracteriacutesticos da tensatildeo de rotura

338 Avaliaccedilatildeo da profundidade de carbonataccedilatildeo com indicador de fenolftaleiacutena

Este ensaio eacute de execuccedilatildeo simples A escolha adequada do local onde seraacute feita a anaacutelise

eacute fundamental sobretudo quando se trata de edifiacutecios de elevado valor patrimonial

Geralmente a carbonataccedilatildeo progride com a frente paralela agrave superfiacutecie a frente de

carbonataccedilatildeo quando atravessa o recobrimento das armaduras o accedilo despassiva iniciando o

processo de corrosatildeo das armaduras originando uma perda de resistecircncia e comprometendo a

durabilidade do betatildeo (Viacutetor Coias 2006) Conhecendo a posiccedilatildeo da frente de carbonataccedilatildeo eacute

possiacutevel estimar a extensatildeo das zonas a reparar

3381 Equipamento

Fazem parte do equipamento

Berbequim com percussatildeo

Martelo e escopro

Aspersor

Reacutegua graduada em miliacutemetros

Soluccedilatildeo alcooacutelica de fenolftaleiacutena a 01 por cento

Detetor de armaduras

39 Tiago Pais Boto

3382 Metodologia

Os pontos de mediccedilatildeo devem ser criteriosamente selecionados de forma a poderem-se

comparar diferentes mediccedilotildees Esta seleccedilatildeo deve ter tambeacutem em conta o tipo de controlo que

se pretende fazer e o grau de rigor pretendido Nomeadamente os elementos estruturais com as

superfiacutecies expostas aos agentes ambientais devem ser objeto de um maior nuacutemero de mediccedilotildees

A seleccedilatildeo exata do ponto de mediccedilatildeo deveraacute ter em conta a posiccedilatildeo das armaduras que devem

ser localizadas previamente com um detetor de armaduras a fim de natildeo serem danificadas

Os pontos selecionados devem ser previamente identificados e localizados numa planta

da estrutura

A profundidade dos furos ou cavidades seraacute superior em pelo menos 1 cm ao

recobrimento medido com o detetor de armaduras A limpeza correta do furo eacute essencial para a

fiabilidade dos resultados que deixaratildeo de ter validade se existirem resiacuteduos de poacute nas zonas

interiores natildeo carbonatadas

Utilizando um aspersor com a soluccedilatildeo alcooacutelica de fenolftaleiacutena molham-se a

superfiacutecies internas do furo do ensaio e observa-se a sua coloraccedilatildeo rosada sendo possiacutevel medir

a profundidade da frente de carbonataccedilatildeo na transiccedilatildeo de uma zona para a outra (Viacutetor Coias

2006)

O ensaio deve seguir as recomendaccedilotildees da norma de referecircncia RILEM CPC ndash 18 e E391 ndash

LNEC

Figura 3-8 Reaccedilatildeo da fenolftaleiacutena numa carote de betatildeo (oz diagnostico 2015)

40

339 Observaccedilatildeo boroscoacutepica de cavidades e fendas

O diagnoacutestico de patologias das estruturas e dos materiais bem como o seu

levantamento satildeo em muitos casos facilitados pela possibilidade de inspecionar o interior de

cavidades e fendas de pequenas dimensotildees existentes nesses materiais ou elementos estruturais

A boroscopia eacute uma teacutecnica baseada na utilizaccedilatildeo de um instrumento oacutetico o boroscoacutepio e

constitui uma forma muito pouco intrusiva de efetuar tais observaccedilotildees

3391 Equipamento

Na sua versatildeo mais simples o boroscoacutepio consiste numa haste delgada dotada numa

das extremidades de um ocular e na outra duma objetiva e um prisma A fim de permitir a

iluminaccedilatildeo da cavidade a observar um segundo sistema oacutetico montado no interior da mesma

haste conduz um feixe luminoso intenso que eacute dirigido para o campo observado (Viacutetor Coias

2006) A haste pode ser ligeiramente inclinada em relaccedilatildeo agrave vertical e rodada a toda a volta o

que aliado ao grande acircngulo do sistema oacutetico montado na sua extremidade possibilita uma

observaccedilatildeo com poucos acircngulos mortos

Aleacutem da observaccedilatildeo direta a ocular pode permitir atraveacutes de adaptadores apropriados

montar uma maacutequina fotograacutefica de 35 mm ou uma cacircmara de viacutedeo possibilitando o registo

de imagens do campo observado

Figura 3-9 Esquematizaccedilatildeo de um boroscoacutepio (oz diagnostico 2015)

41 Tiago Pais Boto

3392 Metodologia

Uma vez selecionados os pontos de observaccedilatildeo torna-se necessaacuterio a menos que se

trate de fendas suficientemente largas executar um ou mais furos com cerca de 10 mm de

diacircmetro Depois de montado o sistema e feita a ligaccedilatildeo agrave fonte de iluminaccedilatildeo a haste de

observaccedilatildeo eacute introduzida no orifiacutecio observando-se visualmente o seu interior

3310 Mediccedilatildeo de deslocamentos em juntas e fendas com o alongacircmetro

As construccedilotildees apresentam com frequecircncia fissuras ou fendas resultantes de

deformaccedilotildees ocasionadas por variadas causas como sejam por exemplo assentamentos

diferenciais variaccedilotildees de temperatura alteraccedilatildeo das solicitaccedilotildees ou das propriedades

mecacircnicas dos materiais execuccedilatildeo de obras subterracircneas na vizinhanccedila de construccedilotildees

existentes etc Sendo aquelas fissuras ou fendas manifestaccedilotildees do comportamento estrutural

haacute normalmente interesse em acompanhar a variaccedilatildeo da sua abertura ao longo do tempo em

diversos pontos do seu desenvolvimento (Viacutetor Coias 2006)

O alongacircmetro eacute um dispositivo mecacircnico que se utiliza para medir com precisatildeo

pequenos deslocamentos em juntas e fissuras

33101 Equipamento

O alongacircmetro mecacircnico tem uma base que pode medir 200 mm mas haacute outras medidas

e eacute utilizado para medir as distacircncias entre os pontos definidos por cada par de bases circulares

metaacutelicas com um diacircmetro de 5 mm Usa-se um invar para corrigir os valores lidos devido agrave

influecircncia tanto de variaccedilotildees de temperatura no aparelho como de esforccedilos a que este possa ser

submetido durante a sua utilizaccedilatildeo

Figura 3-10Alongacircmetro mecacircnico (oz diagnostico 2015)

42

33102 Metodologia

Apoacutes seleccedilatildeo e marcaccedilatildeo dos locais onde seratildeo realizadas as mediccedilotildees satildeo previamente

colocados simetricamente pares de bases metaacutelicas especialmente concebidas com 5 mm de

diacircmetro coladas ao elemento em estudo A anaacutelise das leituras ao longo do tempo permite ter

uma ideia da tendecircncia do movimento agravamento estabilizaccedilatildeo recuperaccedilatildeo ou uma

variaccedilatildeo ciacuteclica Esta base de dados permitiraacute eventualmente ajudar a estabelecer relaccedilotildees de

causa-efeito com as accedilotildees a que a construccedilatildeo estaacute sujeita

3311 Determinaccedilatildeo da resistecircncia de betotildees a partir de provetes ciliacutendricos

Sendo este tambeacutem um ensaio semi-destrutivo ou mesmo destrutivo torna-se necessaacuterio

a escolha criteriosa dos locais para recolha dos provetes O ensaio consiste genericamente na

determinaccedilatildeo da resistecircncia atual dos betotildees atraveacutes do ensaio de rotura agrave compressatildeo de

provetes ciliacutendricos

33111 Equipamento

Para a realizaccedilatildeo deste ensaio eacute necessaacuterio

bull Pacoacutemetro

bull Caroteadora

bull Coroas diamantadas com diacircmetro miacutenimo interior de 75 mm

bull Aspirador para extraccedilatildeo de carotes na direccedilatildeo ascendente ou para extraccedilatildeo de carotes

segundo qualquer direccedilatildeo

33112 Metodologia

A seleccedilatildeo exata do local de extraccedilatildeo das carotes deveraacute ter sempre em conta a seguranccedila

estrutural do elemento a sondar no sentido de ser o menos possiacutevel afetada Deste modo em

pilares correntes (de edifiacutecios) o furo de extraccedilatildeo deveraacute localizar‑se sensivelmente a meio da

altura ou o mais possiacutevel afastado das ligaccedilotildees aos restantes elementos estruturais (vigas ou

lajes) Do mesmo modo em vigas o furo de extraccedilatildeo das carotes deveraacute localizar‑se entre 15

e 14 do vatildeo na zona onde os esforccedilos de flexatildeo satildeo mais reduzidos Para aleacutem dos

condicionamentos atraacutes referidos deveraacute ser tido em conta que recolha das carotes deve ser

feita de modo a interferir o miacutenimo com as armaduras do elemento a sondar Para tal deve ser

usado um pacoacutemetro antes da extraccedilatildeo das carotes

As carotes apoacutes a sua extraccedilatildeo deveratildeo ser imediatamente identificadas marcando-as

com laacutepis de cera ou por outro processo igualmente eficaz Depois deveratildeo ser devidamente

acondicionadas a fim de natildeo sofrerem quaisquer danos durante o transporte No caso de alguma

43 Tiago Pais Boto

carote ter intersectado uma armadura o corte dessa carote antes do ensaio deveraacute ser feito de

modo a eliminar o troccedilo afetado pela presenccedila da armadura

Os ensaios de rotura agrave compressatildeo simples dos provetes devem ser realizados em laboratoacuterio

de acordo com a Norma E 226 do LNEC (Viacutetor Coias 2006)

Figura 3-11 Extraccedilatildeo de carote com localizaccedilatildeo preacutevia da malha de armaduras (oz

diagnostico 2015)

33113 Registo e anaacutelise de resultados

O registo dos dados eacute efetuado em impresso proacuteprio incluindo

Identificaccedilatildeo da obra

Nome do operador

Data

Localizaccedilatildeo e identificaccedilatildeo dos pontos de extraccedilatildeo das carotes recorrendo a um

desenho esquemaacutetico

Observaccedilotildees sobre o aspeto da superfiacutecie do betatildeo

Zonas em que as extraccedilotildees natildeo foram vaacutelidas

Os resultados obtidos deveratildeo ser processados tendo por base a metodologia

preconizada na publicaccedilatildeo da Concrete Society Technical Report nordm 11 onde satildeo indicados

vaacuterios fatores de correccedilatildeo a aplicar sobre os resultados dos provetes ensaiados que tecircm em

conta entre outros a direccedilatildeo da carotagem a relaccedilatildeo alturadiacircmetro do provete o corte dos

agregados a presenccedila de material de recobrimento a forma dos provetes a resistecircncia

potencial etc (Viacutetor Coias 2006)

44

3312 Mediccedilatildeo da espessura da seccedilatildeo atraveacutes de ensaios impacto-eco

Este meacutetodo consiste em emitir um impacto mecacircnico sobre uma superfiacutecie originando

impulsos que satildeo projetados ao longo do material As ondas refletidas por uma falha interna

satildeo captadas por um recetor posicionado na mesma superfiacutecie do impacto (Malhotra 1984

ACI-364 1993)

33121 Equipamento

Para a realizaccedilatildeo deste ensaio eacute necessaacuterio

Computador portaacutetil preparado para operar em condiccedilotildees adversas que deveraacute

ter instalado o software adequado para o processamento dos sinais (possibilidade

de definir diferentes resoluccedilotildees dos sinais) e uma placa especiacutefica para aquisiccedilatildeo

dos sinais

Transdutor piezoeleacutetrico com extremidade coacutenica acoplado ao suporte das

massas impactoras ou outro equivalente

Massa impactoras esferas metaacutelicas com diacircmetros de 5 8 125 mm ou outras

equivalentes

Todo o sistema deveraacute estar devidamente operacional e calibrado pelo que deveraacute fazer-

se acompanhar da folha de calibraccedilatildeo devidamente atualizada Para apoio agrave execuccedilatildeo dos

ensaios deveraacute prever-se a eventual utilizaccedilatildeo de um boroscoacutepio ou de equipamento de ultra-

sons (Viacutetor Coias 2006)

Figura 3-12 Parte do equipamento para realizaccedilatildeo do ensaio (impacto-ecoimpact Echo

instruments 2015)

45 Tiago Pais Boto

33122 Metodologia

Para a colocaccedilatildeo dos transdutores os pontos selecionados devem ser em zonas onde natildeo

existem juntas e irregularidades superficiais para que desta forma natildeo influenciem os

resultados

Deve-se portanto remover quaisquer materiais de revestimento nomeadamente os

rebocos jaacute no caso de pinturas de espessura reduzida deve-se comparar os resultados com zonas

sem a referida pintura

Na superfiacutecie do elemento a ensaiar marca-se uma malha de pontos de referecircncia onde

a abertura e quantidade vem em funccedilatildeo da espessura ou largura da seccedilatildeo transversal do

elemento Devem tambeacutem ser garantidos no miacutenimo 9 pontos e em elementos laminares 16

pontos

Sobre cada um dos pontos eacute realizado o ensaio utilizando a massa de impacto previamente

selecionada atraveacutes de testes preliminares

A realizaccedilatildeo deste ensaio deve seguir a norma Norma ASTM C1383-98a Standard Test

Method for Measuring the P-Wave Speed and the Thickness of Concrete Plates Using the

Impact-Echo Method

46

47 Tiago Pais Boto

4 Patologias em Estruturas de Betatildeo Armado

41 Introduccedilatildeo

Em Engenharia Civil o conceito de patologia estaacute associado aos fenoacutemenos que afetam

o comportamento anoacutemalo de uma construccedilatildeo Este conceito pode ser diferenccedilado em patologia

estrutural e em patologia natildeo estrutural Patologia estrutural eacute para os fenoacutemenos que afetam a

funcionalidade estrutural dos elementos da construccedilatildeo nomeadamente as fundaccedilotildees

infraestrutura e superestrutura Patologia natildeo estrutural alberga todos os outros fenoacutemenos que

afetam os restantes elementos da construccedilatildeo

Dada a natureza quiacutemica do betatildeo a sua macro e micro estrutura encontra-se em

constante mudanccedila devido agrave sua estrutura porosa estar sempre em contato com o meio

ambiente Atraveacutes de diversos mecanismos nomeadamente a permeaccedilatildeo difusatildeo e absorccedilatildeo

satildeo transportados diversos agentes necessaacuterios agrave corrosatildeo ao accedilo CO2 aacutegua sulfatos cloretos

Devido agrave sua constituiccedilatildeo e caracteriacutesticas dos constituintes do betatildeo estes podem desenvolver

reaccedilotildees quiacutemicas internas originando patologias

A existecircncia de armaduras no interior do betatildeo e a deficiente proteccedilatildeo das mesmas pode

originar processos de corrosatildeo acelerados originando severas patologias que podem colocar

em causa a proacutepria estabilidade da estrutura

As patologias podem verificar-se devido a erros de projeto erros de execuccedilatildeo erros de

exploraccedilatildeo e manutenccedilatildeo O uacuteltimo erro remete essencialmente para os mecanismos

mecacircnicos fiacutesicos e quiacutemicos a que o betatildeo armado poderaacute estar exposto Este assunto seraacute

abordado com mais detalhe nesta dissertaccedilatildeo Jaacute em relaccedilatildeo aos erros de projeto e de execuccedilatildeo

estando intrinsecamente ligados agrave construccedilatildeo de estruturas novas seratildeo apenas enunciados

neste documento

Segundo um modelo proposto por Tuutti para o mecanismo de detioraccedilatildeo das estruturas

satildeo identificadas principalmente duas fases distintas a iniciaccedilatildeo e a propagaccedilatildeo Na fase de

iniciaccedilatildeo a penetraccedilatildeo e alojamento das substacircncias agressivas vai aumentando ateacute valores

criacuteticos de forma pouco significativa ateacute ao iniacutecio da fase de propagaccedilatildeo Na fase de

propagaccedilatildeo segundo o modelo de Tuutti a evoluccedilatildeo eacute idecircntica a um crescimento exponencial

ao longo da vida uacutetil da estrutura exemplificado pelo graacutefico apresentado na figura seguinte

48

Figura 4-1 Modelo de Tuutti evoluccedilatildeo dos niacuteveis de deterioraccedilatildeo ao longo da vida uacutetil de

uma estrutura (Concrete Institute of Australia 2015)

Segundo Tuutti os instantes representados no graacutefico da Figura 4-1 correspondem agraves

diferentes condiccedilotildees de deterioraccedilatildeo que ocorrem na fase de propagaccedilatildeo

Instante T0 Iniacutecio da corrosatildeo das armaduras

Instante T1 Ocorrecircncia da propagaccedilatildeo da corrosatildeo

Instante T2 Niacutevel de corrosatildeo elevado

42 Erros de projeto

Geralmente os erros de projeto estrutural mais recorrentes e significativos satildeo

Falta de detalhes nos projetos

Erros de dimensionamento

Falta de compatibilidade entre os vaacuterios projetos de especialidade

Deficiente avaliaccedilatildeo das accedilotildees e esforccedilos impostos nomeadamente o efeito teacutermico

Ausecircncia de pormenorizaccedilatildeo adequada do recobrimento e das armaduras

Deficiecircncia avaliaccedilatildeo da agressividade da classe de exposiccedilatildeo

Especificaccedilotildees inadequadas dos materiais

Deficiente avaliaccedilatildeo do controlo de deformaccedilatildeo fendilhacatildeo

Deficiente avaliaccedilatildeo na drenagem e impermeabilizaccedilatildeo

49 Tiago Pais Boto

43 Deficiente execuccedilatildeo

Jaacute na fase de execuccedilatildeo das estruturas de betatildeo armado os erros mais comuns geralmente

satildeo

Falta de rigor e controlo tecnoloacutegico

Erro de interpretaccedilatildeo de projetos

Armaduras mal posicionadas

Deslocamentos das cofragens

Descofragem prematura

Ausecircncia de espaccediladores para garantir recobrimentos

Deficiente vibraccedilatildeo do betatildeo

Segregaccedilatildeo do betatildeo

Falta de fiscalizaccedilatildeo

Juntas de dilataccedilatildeo mal posicionadas ou mesmo ausecircncia das mesmas

Escolha de materiais inadequados ou sem homologaccedilatildeo e marcaccedilatildeo CE

Abatimentos das superfiacutecies de betonagem

44 Erros de Exploraccedilatildeo Manutenccedilatildeo

Como referido anteriormente os erros de exploraccedilatildeomanutenccedilatildeo satildeo remetidos para

os principais mecanismos mecacircnicos fiacutesicos e quiacutemicos a que o betatildeo armado poderaacute estar

exposto

441 Mecanismos Mecacircnicos

Cristalizaccedilatildeo dos sais

A cristalizaccedilatildeo dos sais acontece na passagem da situaccedilatildeo de natildeo saturaccedilatildeo para a de

saturaccedilatildeo ou sobressaturaccedilatildeo e acontece na circunstacircncia de abaixamento da temperatura

evaporaccedilatildeo ou por acreacutescimo de sal Comeccedilam-se entatildeo a formar sais cristalizaccedilatildeo nos espaccedilos

porosos do betatildeo exercendo deste modo uma pressatildeo de nas paredes capilares do betatildeo (Viacutetor

Coias 2006)

Retraccedilatildeo (secagem por evaporaccedilatildeo quiacutemica e teacutermica)

O efeito da retraccedilatildeo do betatildeo seja ela secagem por evaporaccedilatildeo retraccedilatildeo plaacutestica ou por

efeito teacutermico origina uma diminuiccedilatildeo no volume das peccedilas de betatildeo Por consequecircncia pode

originar tensotildees de traccedilatildeo no betatildeo e se estes esforccedilos natildeo forem libertados por exemplo

atraveacutes de juntas de dilataccedilatildeo Quando as tensotildees de traccedilatildeo forem superiores agrave resistecircncia do

betatildeo agrave traccedilatildeo surge o aparecimento de fendas

A retraccedilatildeo por secagem acontece devido agrave evaporaccedilatildeo do excesso de aacutegua presente nos

poros capilares que natildeo foi usada no processo de hidrataccedilatildeo do cimento Este processo sendo

50

lento pode demorar anos ateacute se evidenciarem as primeiras patologias em elementos estruturais

espessos

A retraccedilatildeo quiacutemica tambeacutem designada por endoacutegena ou autogeacutenea ocorre devido agrave

evoluccedilatildeo quiacutemica resultante da hidrataccedilatildeo da pasta de cimento Este processo pode ocorrer

mesmo sem trocas de aacutegua quando o betatildeo tem uma idade jovem e provoca fendas de pequena

profundidade

Por uacuteltimo a retraccedilatildeo teacutermica ocorre apoacutes um arrefecimento teacutermico ateacute atingir a

temperatura ambiente consequecircncia de uma elevaccedilatildeo preacutevia e acentuada da temperatura Uma

peccedila monoliacutetica de betatildeo sujeita a variaccedilotildees de temperatura da ordem dos 40ordmC ou 50ordmC sofre

uma deformaccedilatildeo de alguns deacutecimos de miliacutemetros por cada metro de comprimento Os efeitos

deste alongamento e encurtamento satildeo despreziacuteveis se a peccedila dilatar livremente mas surgem

tensotildees internas se estiver rigidamente confinada (Viacutetor Coias 2006)

Abrasatildeo

Esta caracteriza-se essencialmente por accedilotildees repetidas de fricccedilatildeo ou impacto repetido

Eacute um mecanismo de deterioraccedilatildeo no betatildeo importante para estruturas em que estejam em

contato com a aacutegua em escoamento em especial quando esta arraste detritos e areias A erosatildeo

pode desenvolver-se rapidamente assim que a camada superficial do betatildeo desaparecer (Rui

Ferreira 2000)

Cavitaccedilatildeo

A cavitaccedilatildeo acontece devido aacute formaccedilatildeo de bolhas de vapor provocada por uma variaccedilatildeo

brusca da velocidade do escoamento ou diminuiccedilatildeo de pressatildeo na aacutegua que por sua vez

quando atingem zonas de pressatildeo normal rebentam Esta accedilatildeo hidrodinacircmica ganha

preponderacircncia apenas em estruturas total ou parcialmente submersas

Variaccedilotildees de temperatura

O efeito da temperatura em estruturas de betatildeo armado pode causar enormes esforccedilos

quando natildeo existem juntas de dilataccedilatildeo As tensotildees originadas podem ser de compressatildeo ou de

traccedilatildeo consoante a variaccedilatildeo da temperatura seja positiva ou negativa respetivamente A

principal consequecircncia nas estruturas eacute a fendilhacatildeo do betatildeo que se inicia assim que as tensotildees

originadas forem superiores agrave resistecircncia de traccedilatildeo ou compressatildeo do betatildeo

Temperaturas elevadas (incecircndio)

Dependendo da temperatura do tempo de exposiccedilatildeo e da velocidade de arrefecimento

as propriedades dos materiais nomeadamente o betatildeo e o accedilo satildeo alteradas levando a um

51 Tiago Pais Boto

decreacutescimo da resistecircncia dos elementos estruturais alteraccedilatildeo na coloraccedilatildeo esfarelamento

superficial fendilhaccedilatildeo e ateacute ao proacuteprio colapso da estrutura

Segundo Rosso (1975) o ciclo caracteriacutestico de um incecircndio numa edificaccedilatildeo eacute

categorizada em trecircs fases a inicial a intermeacutedia e a final Na fase inicial verifica-se um

aumento severo da temperatura ateacute cerca dos 250-300ordmC provocando perdas da resistecircncia

mecacircnica agrave compressatildeo em cerca de 5 Quando os elementos satildeo sujeitos a temperaturas

superiores a 300ordmC a perda da resistecircncia mecacircnica agrave compressatildeo jaacute eacute bastante consideraacutevel e

agrava-se em situaccedilotildees de arrefecimento raacutepido Na entrada da segunda fase ocorre um

fenoacutemeno designado por ldquoflash overrdquo Nesta fase ocorrem os efeitos mais nocivos para as

estruturas de betatildeo armado Segundo Rosso (1975) raramente excede temperaturas de 1250-

1300ordmC Na uacuteltima fase jaacute caracterizada pela extinccedilatildeo do fogo o aspeto mais relevante eacute a

velocidade de arrefecimento Quando este eacute feito lentamente existe a possibilidade de uma

recuperaccedilatildeo da resistecircncia inicial de ateacute 90 dependendo da temperatura maacutexima atingida

(Rosso T FAUUSP 1975)

Tabela 4-1 Caracteriacutesticas do betatildeo em funccedilatildeo da temperatura (Adaptado de Rosso (1975)

Neville (1923)

Temperatura [ordmC] Cor Aspeto Visual Desempenho

lt250 Cinza Perda de resistecircncia pequena e irregular

285-300 Cinza-Rosa Fissuraccedilatildeo superficial lascamento explosivo

300 Rosa Iniacutecio de mudanccedila de cor

50-400 Rosa Reduccedilatildeo do Modulo de deformaccedilatildeo

535-550 Roxo Fissuraccedilatildeo profunda friabilidade superficial

575 Vermelho claro Destacamento dos gratildeos de quartzo

650 Cinza esbranquiccedilado Perda das propriedades mecacircnicas

790-800 Cinza esbranquiccedilado Lascamentos do recobrimento das armaduras com

exposiccedilatildeo ateacute 25 da superfiacutecie das mesmas

900 Amarelo alaranjado Superfiacutecie pulverulenta

1000 Amarelo claro Superfiacutecie pulverulenta

Ciclos de gelodegelo

O betatildeo sendo um material poroso absorve e reteacutem aacutegua nos seus poros Quando sujeito a

temperaturas negativas a aacutegua presente nos poros congela originando um aumento de volume

em cerca de 9 Se este aumento de volume for restringido geram-se tensotildees no interior do

betatildeo causando fendilhaccedilatildeo agrave superfiacutecie Por sua vez quando o processo se inverte resulta na

degradaccedilatildeo do material verificando-se escamaccedilatildeo do betatildeo Esta accedilatildeo depende da frequecircncia

dos ciclos gelodegelo da porosidade do betatildeo da classe de exposiccedilatildeo em que se encontra o

betatildeo da rapidez e duraccedilatildeo do arrefecimento e da idade do betatildeo que por sua vez eacute proporcional

agrave resistecircncia (Viacutetor Coias 2006)

52

442 Mecanismos Quiacutemicos

Reaccedilotildees alcalis-agregado

As reaccedilotildees mais importantes satildeo as aacutelcalis-siacutelica e aacutelcalis-silicatos Estas reaccedilotildees

resultam da reaccedilatildeo dos metais alcalinos presentes no betatildeo (K2O e Na2O) e os silicatos

presentes nos agregados

Os paracircmetros fundamentais que influenciam esta reaccedilatildeo satildeo a compactaccedilatildeo cura

razatildeo aacuteguacimento quantidade de agregado ativo e a quantidade de aacutelcalis no betatildeo (COSTA

A ldquoPatologia do Betatildeo Armado 2007)

Agregados Reativos + Humidade + Alcalinidade Elevada rarrRisco de Reaccedilatildeo aacutelcalis-agregado

Ataque pelos aacutecidos sais e aacuteguas puras

Atraveacutes da interaccedilatildeo da pasta de cimento com hidroacutexido de caacutelcio silicato de caacutelcio e o

aluminato de caacutelcio formam-se sais de caacutelcio soluacuteveis destruindo os poros da pasta A

agressividade dos aacutecidos depende da solubilidade dos sais de caacutelcio que satildeo originados quer

isto dizer que quanto maior eacute a solubilidade mais acelerado seraacute o ritmo de deterioraccedilatildeo

As aacuteguas puras sendo estas aacuteguas correntes contecircm um elevado poder dissolvente

dissolvem o hidroacutexido de caacutelcio originando a perda das propriedades ligantes e a decomposiccedilatildeo

da pasta de cimento Estas aacuteguas quando contecircm um teor elevado de iotildees de caacutelcio a

agressividade diminui Jaacute quando haacute a presenccedila de dioacutexido de carbono e alcalis dissolvidos a

agressividade aumenta

Ataque pelos sulfatos

A deterioraccedilatildeo eacute originada pela Formaccedilatildeo de Etringite Retardada (DEF) A origem daacute-

se no processo da reaccedilatildeo do aluminato do cimento Portland endurecido com o iatildeo sulfato

provocando uma reaccedilatildeo expansiva do betatildeo A principal causa eacute um aumento da temperatura

durante o endurecimento do betatildeo e o seu efeito eacute devido a tensotildees internas que podem

provocar a fendilhaccedilatildeo do betatildeo

As causas mais importantes desta accedilatildeo quiacutemica eacute o ambiente agressivo a que a estrutura

de betatildeo estaacute exposta e a permeabilidade do betatildeo

Accedilatildeo da aacutegua do mar

A grande quantidade de iotildees agressivos na aacutegua do mar tais como CL- SO4-- Ca++

Mg++ Na+ K+ entram em reaccedilatildeo com a pasta de cimento levando agrave deterioraccedilatildeo do betatildeo

Corrosatildeo das armaduras

O betatildeo eacute um composto com alto teor alcalino essencialmente devido agraves reaccedilotildees de

hidrataccedilatildeo dos silicatos de caacutelcio constituintes do cimento originando hidroacutexidos de caacutelcio

Em condiccedilotildees onde o pH eacute elevado proporciona agraves armaduras presentes no betatildeo um

comportamento passivo originado por uma pelicula de oacutexido de ferro ou seja uma pelicula

passivante (Politico G 2006)

53 Tiago Pais Boto

Quando a pelicula passivante do accedilo eacute destruiacuteda inicia-se o mecanismo de corrosatildeo As

armaduras funcionam como condutores eleacutetricos e o betatildeo como eletroacutelito isto quer dizer que

funciona como um condutor ioacutenico abrangendo simultaneamente as zonas anoacutedicas e

catoacutedicas A dissoluccedilatildeo do accedilo no acircnodo origina a libertaccedilatildeo de iotildees ferrosos permanecendo

um excesso de eletrotildees no accedilo e estes devido agrave diferenccedila de potencial migram para a zona

catoacutedica atraveacutes da armadura Quando reagem com a aacutegua formam-se iotildees hidroacutexidos que

migram para a zona anoacutedica (Joana Silva 2007)

As principais equaccedilotildees no processo de corrosatildeo das armaduras satildeo

Dissoluccedilatildeo do accedilo (Reaccedilatildeo Anoacutedica) 119865119890 rarr 119865119890++ + 2119890minus (41)

Reduccedilatildeo do oxigeacutenio (Reaccedilatildeo Catoacutedica) 119874221 + 1198672119874 + 2119890minus rarr 2119874119867minus (42)

Produtos da corrosatildeo 119865119890++ + 2119874119867minus rarr 119865119890(119874119867)2 (43)

ldquoNa zona anoacutedica ocorrem em geral reaccedilotildees secundaacuterias cujos produtos da corrosatildeo

podem originar aumentos de volume significativos criando no betatildeo elevadas tensotildees internas

que podem promover fenoacutemenos de fissuraccedilatildeo eou delaminaccedilatildeo do recobrimento das

armadurasrdquo (A Costa J Appleton 1999) As reaccedilotildees referidas satildeo

119865119890 + 31198672119874 rarr 119865119890(119874119867)3 + 3119867+ + 3119890minus (44)

3119865119890 + 41198672119874 rarr 11986511989031198744 + 8119867+ + 8119890minus (45)

119865119890 + 21198672119874 rarr 119865119890119874(119874119867minus) + 3119867+ + 3119890minus (46)

119865119890119874(119874119867minus) + 1198742 rarr 11986511989031198744 (47)

54

Figura 4-2Modelo simplificado do processo de corrosatildeo nas armaduras (ACosta1997)

Accedilatildeo dos cloretos

A accedilatildeo dos cloretos ocorre devido a trecircs mecanismos de transporte permeaccedilatildeo absorccedilatildeo

e difusatildeo Estes mecanismos podem ocorrer isoladamente ou em simultacircneo estando

dependentes do grau de humidade do betatildeo da presenccedila de aacutegua e do coeficiente de

permeabilidade do betatildeo Os cloretos no betatildeo armado provocam uma aceleraccedilatildeo das reaccedilotildees

anoacutedicas promovendo o processo de dissoluccedilatildeo das armaduras

De acordo com Rozenberg no mecanismo de corrosatildeo provocado pela accedilatildeo dos

cloretos o cloreto de ferro originado no acircnodo originaacuterio da combinaccedilatildeo dos iotildees de ferro e

cloretos reage com os iotildees de hidroacutexido consumindo-os e originando hidroacutexido de ferro Da

diminuiccedilatildeo dos iotildees hidroacutexido leva a uma diminuiccedilatildeo do pH do betatildeo proporcionando a

destruiccedilatildeo da peliacutecula passiva das armaduras (I M Rozenberg 2002)

2119865119890 + 6119862119897minus rarr 21198651198901198621198973minus + 4119890minus (48)

119865119890119862119897minus + 2119874119867minus rarr 119865119890(119874119867)2 + 3119862119897minus (49)

Carbonataccedilatildeo do betatildeo

Este eacute um fator de grande importacircncia na deterioraccedilatildeo das estruturas de betatildeo armado

Quanto maiores forem as percentagens de cimento Portland no betatildeo menor seraacute a

profundidade de carbonataccedilatildeo na estrutura havendo mais cal a carbonatar aumenta a

impermeabilidade agrave penetraccedilatildeo do CO2 Face ao aumento dos niacuteveis de concentraccedilatildeo de CO2

verificado nos uacuteltimos anos este mecanismo de deterioraccedilatildeo tem importacircncia significativa na

deterioraccedilatildeo das armaduras

55 Tiago Pais Boto

Figura 4-3 Evoluccedilatildeo dos niacuteveis de concentraccedilatildeo de CO2 nos uacuteltimos 50 anos

ldquoQuando o processo de corrosatildeo atinge as armaduras torna-se de extrema importacircncia

avaliar a profundidade da mesma ldquoEste processo pode ser dividido em trecircs zonas distintas a

zona carbonatada o hidroacutexido de caacutelcio jaacute foi consumida pelo dioacutexido de carbono

transformando-o em carbonato de caacutelcio (CaCO3) a zona natildeo carbonatada onde ainda natildeo

existe penetraccedilatildeo de dioacutexido de carbono e finalmente a fronteira delimitadora das duas zonas

descritas chamada frente de carbonataccedilatildeordquo (A Costa J Appleton 1999)

De acordo com a 1ordf lei de Fick e sendo este um processo de difusatildeo de dioacutexido de

carbono a corrosatildeo avanccedila em profundidade ao longo do tempo podendo entatildeo ser

representada atraveacutes de

120594 = 119870radic119905 (410)

Onde

χ - Profundidade de carbonataccedilatildeo [m]

K - Coeficiente de carbonataccedilatildeo [m s-05]

t - tempo [s]

Sendo que a constante de carbonataccedilatildeo (K) depende da razatildeo aacuteguacimento (AC) do

coeficiente de difusatildeo do CO2 no betatildeo e da quantidade presente na atmosfera do tipo e

quantidade de cimento e do teor de humidade do betatildeo relacionando as condicionantes

mencionadas da seguinte formardquo (A Costa 1997)

56

119870 = radic2119863

119886(1198621 minus 1198622) (411)

Onde

D - coeficiente de difusatildeo do CO2 no betatildeo [m2s]

a - Quantidade necessaacuteria para carbonatar uma unidade de volume de betatildeo [gm3]

1198621 - Concentraccedilatildeo de CO2 no exterior [gm3]

1198622 - Concentraccedilatildeo de CO2 na frente de carbonataccedilatildeo [gm3]

O processo da carbonataccedilatildeo do betatildeo pode ser explicado da seguinte forma

No processo de cura do betatildeo atraveacutes da hidrataccedilatildeo dos silicatos e do oacutexido de caacutelcio

(CaO) contido no cimento gera-se o hidroacutexido de caacutelcio Ca(OH)2

CaO + H2O rarr Ca(OH) (412)

O hidroacutexido de caacutelcio em contato com a atmosfera reage com o dioacutexido de carbono CO2

formando assim o carbonato de caacutelcio CaCO3 insoluacutevel Esta reaccedilatildeo eacute ainda afetada pela

humidade relativa presente na atmosfera potenciando o consumo do hidroacutexido de caacutelcio

Ca(OH)2 presente diminuindo a alcalinidade da estrutura ou seja diminuiccedilatildeo dos iacuteons OH-

Ca(OH)2 + CO2 rarr CaCO3 + H2O (413)

Em seguida o ataque do dioacutexido de carbono CO2 presente na aacutegua e na atmosfera sobre

o hidroacutexido de caacutelcio Ca(OH)2 e o carbonato de caacutelcio CaCO3 gera o bicarbonato de caacutelcio

Ca(HCO3)2

Ca(OH)2 + 2CO2 rarr Ca(HCO3)2 (414)

CaCO3 + CO2 + H2O rarr Ca(HCO3)2 (415)

O bicarbonato de caacutelcio Ca(HCO3)2 eacute soluacutevel na aacutegua Portanto a exposiccedilatildeo da estrutura

a ambientes com altos teores de dioacutexido de carbono potencia a degradaccedilatildeo do betatildeo ao longo

do tempo

443 Mecanismos Fiacutesicos

Os mecanismos fiacutesicos responsaacuteveis pelas patologias nas estruturas podem para melhor

enquadramento ser divididos em dois grupos accedilotildees previsiacuteveis e accedilotildees imprevisiacuteveis ou de

carater acidental Nas accedilotildees previsiacuteveis estatildeo os problemas patoloacutegicos resultantes da ausecircncia

ou inadequada manutenccedilatildeo da estrutura Por sua vez estas causas satildeo ldquofrutordquo da falta de

conhecimento teacutecnico da falta de rigor profissional e problemas econoacutemicos As accedilotildees

imprevisiacuteveis satildeo caracterizadas pela ocorrecircncia de accedilotildees acidentais e accedilotildees sem contribuiccedilatildeo

da accedilatildeo humana resultado da agressividade do meio Provocando vaacuterias deterioraccedilotildees nas

estruturas de betatildeo (enunciadas nas accedilotildees acidentais seguidamente descritas)

57 Tiago Pais Boto

Vento e Sismo

As accedilotildees do vento e sismo satildeo accedilotildees dinacircmicas nas estruturas que por vezes quando

significativas causam ataques mecacircnicos significativos

Crescimento de vegetaccedilotildees

O crescimento de vegetaccedilotildees (tais como musgos algas raiacutezes etc) quando se formam em

zonas porosas do betatildeo e fendas originam forccedilas expansivas causando ataques mecacircnicos

Acumulaccedilatildeo de sujidades ou lixos e contaminaccedilatildeo por oacuteleos e gorduras

Este tipo de contaminaccedilatildeo quando promove a criaccedilatildeo de bacteacuterias anaeroacutebicas e aeroacutebicas

causando um ataque quiacutemico da passa de cimento

Microorganismos

Os microrganismos que produzem aacutecido huacutemico causam um ataque quiacutemico aacute pasta de

cimento

58

59 Tiago Pais Boto

5 Reparaccedilatildeo e Reforccedilo de Estruturas de betatildeo armado

51 Enquadramento Geral de uma intervenccedilatildeo de reforccedilo

A decisatildeo de intervenccedilatildeo numa estrutura existente em betatildeo armado com o objetivo de

reforccedilar prende-se agrave necessidade de melhorar ou corrigir uma situaccedilatildeo deficiente de seguranccedila

estrutural independentemente dos vaacuterios estados limites sendo que habitualmente eacute relacionado

ao estado limite uacuteltimo

Uma intervenccedilatildeo sobre as accedilotildees traduz-se normalmente pela imposiccedilatildeo de restriccedilotildees agrave

utilizaccedilatildeo da estrutura Eacute o caso por exemplo do procedimento apoacutes a ocorrecircncia dum acidente

estrutural em que se aplicam regra geral de imediato restriccedilotildees de utilizaccedilatildeo do edifiacutecio ateacute

se esclarecer a situaccedilatildeo geral em que a estrutura se encontra (Joseacute Vasconcelos Paiva at all

LNEC 2006)

Satildeo igualmente consideradas accedilotildees de reparaccedilatildeo ou reforccedilo quando existe uma

redistribuiccedilatildeo de esforccedilos entre os diversos elementos estruturais quer isto dizer que neste tipo

de intervenccedilotildees natildeo eacute executada nenhuma teacutecnica de reforccedilo especiacutefica mas sim uma

intervenccedilatildeo ativa com a aplicaccedilatildeo de sistemas de forccedilas autoequilibradas

52 Aspetos teacutecnicos a considerar em situaccedilotildees de reparaccedilatildeo ou reforccedilo

estrutural

Na tabela seguinte indicam-se os principais aspetos teacutecnicos que devem ser alvo de

anaacutelise em projetos de reparaccedilatildeo ou reforccedilo (Joseacute Vasconcelos Paiva et all LNEC 2006)

60

Tabela 5-1 Aspetos teacutecnicos a considerar para situaccedilotildees de reparaccedilatildeo e reforccedilo (Joseacute

Vasconcelos Paiva et all LNEC 2006)

Seguranccedila

Estrutural

Caracteriacutesticas geomeacutetricas e propriedades dos materiais constituintes dos elementos

estruturais jaacute construiacutedos e estado de conservaccedilatildeo desses materiais

Aplicabilidade das accedilotildees das regras de combinaccedilatildeo e dos coeficientes de seguranccedila

estabelecidos para construccedilotildees novas

Periacuteodo de vida uacutetil da estrutura apoacutes a intervenccedilatildeo

Anaacutelise

Estrutural

Distribuiccedilatildeo de esforccedilos antes da intervenccedilatildeo

Distribuiccedilatildeo de esforccedilos depois da intervenccedilatildeo

Soluccedilotildees de

interligaccedilatildeo entre

elementos ou

materiais

Por colagem

Por soldadura

Por fricccedilatildeo ou atrito

Por confinamento (pressatildeo transversal)

Com ferrolhos (corte e traccedilatildeo)

Com ligadores metaacutelicos (ex parafusos pregos)

Por comportamento diferido

Dimensionamento

(definiccedilatildeo da

capacidade

resistente)

Funcionamento em serviccedilo

Resistecircncia uacuteltima

Interaccedilatildeo entre materiais novos e jaacute existentes

Funcionamento em seacuterie ou em paralelo

Tipo de esforccedilo dominante (compressatildeo traccedilatildeo flexatildeo esforccedilo transverso)

Durabilidade

Durabilidade relativa dos materiais

Coexistecircncia natildeo reativa

Resistecircncia agrave corrosatildeo e ao fogo

Resistecircncia das ligaccedilotildees agrave fadiga

53 Metodologias de intervenccedilatildeo

Embora seja difiacutecil propor uma sequecircncia de etapas adequada a todos os casos de

reparaccedilatildeoreforccedilo sugere-se a metodologia apresentada por (ACI Committee 364 1999)

61 Tiago Pais Boto

Tabela 5-2Metodologia a seguir para projeto de reparaccedilatildeoreforccedilo (ACI Committee 364

1999)

FASE A ndash AVALIACcedilAtildeO DO ESTADO DA ESTRUTURA

A1 Recolha de informaccedilatildeo

A11 Elementos de

projeto

i Peccedilas desenhadas

ii Peccedilas escritas

A12 Elementos de obra

i Telas finais

ii Registos da fiscalizaccedilatildeo

iii Livro de obra

A13 Histoacuteria da

estrutura

i Registo de alteraccedilotildees de uso da estrutura

ii Registo de anteriores intervenccedilotildees de reparaccedilatildeoreforccedilo

A14 Levantamento da

geometria da estrutura

atual

i Recolha da dimensatildeo real dos elementos estruturais

ii Verificaccedilatildeo da introduccedilatildeo supressatildeo de elementos

estruturais

iii Verificaccedilatildeo da conformidade do sistema estrutural do

projetoobra

A2 Inspeccedilatildeo da estrutura

A21 Abordagem niacutevel

1

i Registo visualizaccedilatildeo anaacutelise e eventual quantificaccedilatildeo

de defeitos visiacuteveis e potenciais nos elementos estruturais

(fendilhacatildeo deformaccedilatildeo deterioraccedilatildeo do betatildeo

deterioraccedilatildeo do accedilo etc)

A22 Abordagem niacutevel

2

i Quantificaccedilatildeo das propriedades mecacircnicas do betatildeo e do

accedilo atraveacutes de ensaios in-situ ou em laboratoacuterio

ii Quantificaccedilatildeo das anomalias registadas na abordagem

niacutevel 1 atraveacutes de ensaios in-situ ou em laboratoacuterio

FASE B ndash AVALIACcedilAtildeO DA SEGURANCcedilA DA ESTRUTURA

B11 Verificaccedilatildeo da

seguranccedila da estrutura

face agraves condiccedilotildees

iniciais de projeto

i Verificaccedilatildeo aos estados limites uacuteltimos

ii Verificaccedilatildeo aos estados limites de utilizaccedilatildeo

B12 Verificaccedilatildeo da

seguranccedila da estrutura

face agraves novas exigecircncias

de utilizaccedilatildeo

i Verificaccedilatildeo aos estados limites uacuteltimos

ii Verificaccedilatildeo aos estados limites de utilizaccedilatildeo

FASE C ndash CARACTERIZACcedilAtildeO DO TIPO E OBJECTIVOS DA INTERVENCcedilAtildeO

C1Face aos resultados

das fases A e B deveraacute

adotar-se uma das

seguintes estrateacutegias

i Natildeo intervir

ii Reparar em pequena escala

iii Reparar e eventualmente reforccedilar

iv Reforccedilar

v Demolir

FASE D ndash PROJECTO DE REPARACcedilAtildeOREFORCcedilO

62

54 Verificaccedilatildeo da seguranccedila de estruturas existentes

Tendo em conta que natildeo se trata de estruturas novas a escolha do modelo de

comportamento estrutural deve ser adequada agrave realidade da estrutura possibilitando assim a

verificaccedilatildeo da seguranccedila em relaccedilatildeo aos estados limites de utilizaccedilatildeo e estados limites uacuteltimos

Deste modo a verificaccedilatildeo dos estados uacuteltimos eacute exposta pela seguinte equaccedilatildeo

119878119889 le 119877119889 (51)

O valor de caacutelculo do esforccedilo que atua na estrutura eacute caracterizado por Sd este valor

deve ser calculado tendo em consideraccedilatildeo o historial de cargas da estrutura O valor de caacutelculo

do esforccedilo resistente residual do elemento eacute caracterizado por Rd Define-se por esforccedilo

resistente residual a capacidade de resistecircncia a cargas apoacutes este ter sido sujeito ao historial de

cargas durante toda a sua vida uacutetil

Apoacutes a execuccedilatildeo das etapas definidas na metodologia de intervenccedilatildeo apresentada por

(ACI Committee 364 1999) deve-se proceder agrave modelaccedilatildeo da estrutura existente tendo em

conta as propriedades mecacircnicas dos materiais e a disposiccedilatildeo estrutural Depois eacute necessaacuterio

quantificar as accedilotildees obter os coeficientes de majoraccedilatildeo de accedilotildees e definir quais os modelos de

anaacutelise mais adequados e por fim utilizar um software de caacutelculo automaacutetico para determinar

os esforccedilos atuantes Sd

Quantificaccedilatildeo de accedilotildees Regulamento de Seguranccedila e Accedilotildees Para Estruturas de Edifiacutecios e

Pontes (RSA 1983) e Eurocoacutedigo 1 (CEN 2002)

Coeficientes de majoraccedilatildeo de accedilotildees Coeficientes de seguranccedila propostos no Boletim nordm 162

do CEB (CEB 1983)

120574prime119892 = 1375 times (120574119892 minus 01) rarr 119864119904119905119903119906119905119906119903119886119904 119889119886119899119894119891119894119888119886119889119886119904

125 times (120574119892 minus 01) rarr 119864119904119905119903119906119905119906119903119886119904 119904atilde119904 (52)

120574prime119902 = 165 times 120574119902 rarr 119864119904119905119903119906119905119906119903119886119904 119889119886119899119894119891119894119888119886119889119886119904

15 times 120574119902 rarr 119864119904119905119903119906119905119906119903119886119904 119904atilde119904 (53)

120574prime119892 = Coeficiente de majoraccedilatildeo de accedilotildees permanentes em estruturas existentes

120574prime119902= Coeficiente de majoraccedilatildeo de accedilotildees variaacuteveis em estruturas existentes

Modelos de anaacutelise

Modelo elaacutestico linear

63 Tiago Pais Boto

Modelo elaacutestico linear com redistribuiccedilatildeo de esforccedilos

Modelo plaacutestico

Modelo natildeo linear

Figura 5-1 Comportamento teoacuterico dos modelos de anaacutelise (Appleton Jamp Costa A 2011)

Onde

S= Forccedila

δ=Deformaccedilatildeo

Para a determinaccedilatildeo de esforccedilos resistentes devem ser tomadas em consideraccedilatildeo as

caracteriacutesticas mecacircnicas residuais dos elementos existentes estas podem ser determinadas a

partir dos seguintes meacutetodos (CEB 1983)

i Estimativa analiacutetica ndash realiza-se uma estimativa das propriedades mecacircnicas dos

materiais a partir de graacuteficos apresentados pelo (CEB1983)

ii Ensaio de carga ndash consiste na realizaccedilatildeo de ensaios de carga da estrutura devidamente

monitorizados

iii Estimativa empiacuterica ndash consiste na multiplicaccedilatildeo das propriedades dos materiais por

coeficientes redutores que procuram ter em conta o efeito dos danos da estrutura

existente

Conforme o meacutetodo simplificado em iii o valor das caracteriacutesticas de rigidez e

resistecircncia dos materiais pode ser adquirido a partir das seguintes expressotildees

119877119903119890119904119894119889119906119886119897=120593119877 times 119877119868119899119894119888119894119886119897 (54)

119870119903119890119904119894119889119906119886119897=120593119870 times 119870119868119899119894119888119894119886119897 (55)

Onde

119877119868119899119894119888119894119886119897 ndash Caracteriacutesticas iniciais de resistecircncia 119870119868119899119894119888119894119886119897 ndash Caracteriacutesticas iniciais de rigidez

119877119903119890119904119894119889119906119886119897 ndash Caracteriacutesticas residuais de resistecircncia

119870119903119890119904119894119889119906119886119897 ndash Caracteriacutesticas residuais de rigidez

120593119877 ndash Coeficiente empiacuterico para reduccedilatildeo de resistecircncia 120593119870 ndash Coeficiente empiacuterico para reduccedilatildeo de rigidez

64

Nas tabelas seguintes satildeo indicados os valores preconizados pelo CEB (CEB ndash Bul 162 1983)

Tabela 5-3 Coeficiente 120593119877 para danos provocados por sismos (CEB 1983)

Tipo de

Construccedilatildeo

Niacutevel de Danos

Niacutevel A Niacutevel B Niacutevel C Niacutevel C

Nova 095 075 045 015

Antiga 08 06 03 0

Niacutevel A

Fendas de flexatildeo isoladas com larguras inferiores a 1 ndash 2 mm desde que um caacutelculo simples

demonstre que estas fendas natildeo satildeo devidas a deficiecircncia da armadura para as accedilotildees de

dimensionamento mas sim devidas a efeitos localizados (juntas de construccedilatildeo restriccedilotildees

devidas a paredes divisoacuterias choques ligeiros accedilotildees teacutermicas iniciais retraccedilotildees etc)

Niacutevel B Vaacuterias fendas de flexatildeo largas ou fendas de corte diagonais isoladas com larguras inferiores a

cerca de 05 mm natildeo existindo deslocamentos residuais

Niacutevel C Fendas de corte bi-diagonais eou esmagamento localizados no betatildeo devidos a corte e

compressatildeo natildeo existindo deslocamentos residuais apreciaacuteveis ocorrecircncia de fendilhacatildeo em

noacutes de ligaccedilatildeo viga pilar

Niacutevel D Rotura do nuacutecleo de betatildeo do elemento encurvadura dos varotildees (o elemento perdeu a

continuidade mas natildeo colapsou) existindo apenas pequenos deslocamentos residuais (verticais

e horizontais) ocorrecircncia de danos severos em noacutes de ligaccedilatildeo pilar viga

Tabela 5-4 Coeficiente 120593119877 para danos provocados por incecircndios (CEB 1983)

Tipo de

Construccedilatildeo

Niacutevel de Danos

Niacutevel A Niacutevel B Niacutevel C Niacutevel C

Nova 095 080 065 04

Antiga 090 075 060 030

Niacutevel A Sem danos exceto algum descasque miacutenimo do acabamento eou do betatildeo

Niacutevel B Acabamento bastante afetado algum descasque do betatildeo microfendilhaccedilatildeo generalizada da

superfiacutecie do betatildeo e eventual cor rosada o que dependeraacute dos agregados

Niacutevel C

Arranque generalizado do acabamento descasque significativo do betatildeo e eventual cor

cinzento avermelhado esbranquiccedilado os varotildees ainda estatildeo aderentes ao betatildeo apenas um

varatildeo no caso de pilares ou ateacute 10 da armadura principal no caso de vigas e lajes tenha

encurvado

Niacutevel D

Danos severos descasque generalizado do betatildeo deixando agrave vista praticamente toda a

armadura o betatildeo possui uma cor amarelo acastanhado mais do que um varatildeo no caso de

pilares ou ateacute 50 da armadura principal no case de vigas e lajes encurvou podendo existir

distorccedilatildeo dos pilares eventuais fendas de corte com poucos miliacutemetros de largura nos pilares

65 Tiago Pais Boto

eventuais fendas de flexatildeo corte com vaacuterios miliacutemetros de largura nas vigas e lajes e

possiacuteveis flechas apreciaacuteveis

Tabela 5-5 Coeficiente 120593119877 para danos provocados pela corrosatildeo (CEB 1983)

Tipo de

Construccedilatildeo

Niacutevel de Danos

Niacutevel A Niacutevel B Niacutevel C Niacutevel C

Nova 095 08 06 035

Antiga 085 07 05 025

Niacutevel A Manchas de ferrugem alguma fendilhacatildeo longitudinal perda de secccedilatildeo de armadura

lt1

Niacutevel B Manchas de ferrugem alguma fendilhacatildeo longitudinal e transversal algum descasque do

betatildeo perda de secccedilatildeo da armadura lt5

Niacutevel C Manchas de ferrugem fendilhacatildeo extensa descasque significativo do betatildeo perda de

secccedilatildeo da armadura lt10

Niacutevel D

Manchas de ferrugem fendilhacatildeo extensa descasque do betatildeo em algumas zonas

deixando a armadura agrave vista perda de secccedilatildeo da armadura lt25 eventuais deslocamentos

residuais

Tal como acontece em estruturas novas os valores de caacutelculo das caracteriacutesticas iniciais

de resistecircncia e de rigidez satildeo obtidos pela aplicaccedilatildeo dos coeficientes de minoraccedilatildeo das

propriedades dos materiais caso exista informaccedilatildeo rigorosa acerca dos materiais utilizados

Estes coeficientes de acordo com (CEB 1983) podem ser inferiores aos utilizados no caacutelculo

de estruturas novas no entanto o CEB natildeo refere um valor para os mesmos

Para verificaccedilatildeo dos estados limites de utilizaccedilatildeo satildeo calculados os esforccedilos com

combinaccedilotildees de accedilotildees no Estado Limite de Utilizaccedilatildeo No lado da resistecircncia dos materiais as

caracteriacutesticas de resistecircncia (rigidez axial e de flexatildeo) devem ser reduzidos 20 coeficiente

120593119877 ( consultar tabelas 67 e 8 do CEB 1983) (CEB 1983)

55 Caracterizaccedilatildeo do tipo de intervenccedilatildeo

De acordo com CEB para caracterizar o do tipo de intervenccedilatildeo a utilizar define-se o

coeficiente de capacidade ɸ dado pela expressatildeo seguinte

66

Φ =119877prime119889

119878prime119889 (56)

Onde

Φ = Coeficiente de capacidade

119877prime119889 =Esforccedilo de caacutelculo residual resistente

119878prime119889 =Esforccedilo de caacutelculo atuante

A decisatildeo do tipo de intervenccedilatildeo a adotar deve ter em conta os criteacuterios baseados

apresentados na tabela seguinte sugeridos pelo CEB mas tambeacutem a importacircncia e o tipo de

utilizaccedilatildeo da estrutura

Tabela 5-6Relaccedilatildeo entre Coeficiente de Capacidade e Grau de Intervenccedilatildeo

Coeficiente de Capacidadeɸ Accedilatildeo

ɸ ge 1 Natildeo reforccedilar

067 ˂ ɸ ˂ 1 Reparar e eventualmente reforccedilar

050 ˂ ɸ ˂ 067 Reforccedilar

ɸ le 050 Demolir

56 Paracircmetros principais a considerar no dimensionamento do Reforccedilo

A par do dimensionamento para estruturas novas a filosofia dos estados limites deve

ser a mesma para o dimensionamento de reforccedilo e seguir as recomendaccedilotildees dos regulamentos

em vigor nacionais e europeus

Para materiais de reforccedilo tais como o betatildeo cofrado betatildeo projetado e accedilo o CEB

recomenda coeficientes de seguranccedila de minoraccedilatildeo (120574prime119862 e 120574prime119878) indicados nas tabelas seguintes

(CEB ndash Bul 162 1983)

Tabela 5-7 Coeficientes de minoraccedilatildeo (120574prime119862) para betatildeo cofrado em obra (CEB 1983)

Controlo de Qualidade

e Inspeccedilatildeo

Espessura Adicional

˂ 100mm ˃100mm

Acessibilidade

Baixa Normal Baixa Normal

Alto 180 165 150 150

Meacutedio 195 180 165 150

Tabela 5-8 Coeficientes de minoraccedilatildeo (120574prime119862) para betatildeo projetado (CEB 1983)

Controlo de Qualidade

e Inspeccedilatildeo

Acessibilidade

Baixa Normal

67 Tiago Pais Boto

Alto 195 180

Meacutedio 210 195

Tabela 5-9 Coeficientes de minoraccedilatildeo (120574prime119878) para Accedilo (CEB 1983)

Controlo de Qualidade

e Inspeccedilatildeo Armaduras Novas

Alto 140

Meacutedio

Em relaccedilatildeo aos restantes materiais de reforccedilo os coeficientes de minoraccedilatildeo das

propriedades dos materiais devem ser calculados em funccedilatildeo ao tipo de material e sistema de

reforccedilo aplicado de forma que se mobilizem tensotildees mais baixas compatiacuteveis com a

transmissatildeo de esforccedilos (Ripper 2005)

Jaacute a determinaccedilatildeo dos esforccedilos resistentes das estruturas em betatildeo armado reforccedilada

pode ser realizada atraveacutes de

i Meacutetodos numeacutericos que recorrem agrave simulaccedilatildeo das tensotildees iniciais dos materiais

existentes

ii Meacutetodos numeacutericos que consideram a transferecircncia de tensotildees entre os materiais

existentes e os materiais de reforccedilo

iii Meacutetodos simplificados tais como o meacutetodo dos coeficientes globais

A aplicaccedilatildeo do Meacutetodo dos coeficientes globais baseia-se primeiro na determinaccedilatildeo da

resistecircncia da estrutura atraveacutes dos modelos de comportamento utilizados em estruturas de

betatildeo armado nova excluindo a existecircncia de qualquer dano e estados de tensatildeo preacutevios quer

isto dizer antes de qualquer aplicaccedilatildeo de teacutecnica de reforccedilo Ri Em seguida aplica-se um

coeficiente redutor de monolitismo 120574nR Este representa a imperfeiccedilatildeo da ligaccedilatildeo entre o

reforccedilo e a estrutura existente e supotildee que a estrutura apoacutes o reforccedilo deixa de funcionar como

uma estrutura monoliacutetica O valor eacute definido consoante o tipo de reforccedilo sendo este

responsabilidade do projetista

119877119903 = 120574119899119877 times 119877119894 (57)

119877119903 = Resistecircncia da estrutura apoacutes reforccedilo

120574119899119877 = Coeficiente de monolitismo

68

119877119894 = Resistecircncia da estrutura supondo que eacute nova

A verificaccedilatildeo das tensotildees de corte e as tensotildees normais entre o material de reforccedilo e a

estrutura existente devem ser alvo de anaacutelise neste tipo de projetos

120591119878119889 le 120591119877119889 (58)

120590119878119889 le 120590119877119889 (59)

120591119878119889 = Tensatildeo de corte aplicada

120591119877119889 = Tensatildeo de corte resistente

120590119878119889 = Tensatildeo normal aplicada

120590119877119889 = Tensatildeo normal resistente

57 Mecanismos de transferecircncia de tensotildees de acordo com CEB Nordm162

Nos projetos de reforccedilo o mecanismo de transferecircncia de tensotildees eacute fundamental para que a

estrutura apoacutes o reforccedilo seja o mais monoliacutetica possiacutevel Ou seja o material de reforccedilo e

existente natildeo tenha comportamentos muito independentes tornando-se mais previsiacutevel o seu

comportamento

571 Transferecircncia de tensotildees atraveacutes de compressatildeo direta betatildeo sobre betatildeo

Sendo a compressatildeo a melhor opccedilatildeo para transferir tensotildees entre betatildeobetatildeo devem-se

garantir alguns preacute-requisitos para se conseguir uma ligaccedilatildeo satisfatoacuteria Eacute necessaacuterio limpar a

superfiacutecies de ligaccedilatildeo assegurar uma boa rugosidade e saturar a superfiacutecie com aacutegua pelo

menos 6 horas antes de aplicar o betatildeo novo O novo betatildeo deve ser bem compactado

Geralmente ocorrem deformaccedilotildees devido agraves imperfeiccedilotildees de compactaccedilatildeo e de

confinamento Para minimizar estas deformaccedilotildees eacute necessaacuterio criar uma espessura miacutenima de

betatildeo entre as interfaces Assim esta nova espessura de betatildeo pode apresentar um moacutedulo de

elasticidade inferior comparativamente ao moacutedulo de elasticidade do conjunto

∆119871 =120590

119864times 119871 times (1 +

1198710divide119871

1198640divide119864) times 120585 (510)

Onde

ΔL = Variaccedilatildeo de Comprimento

σ = Tensatildeo no betatildeo

E = Moacutedulo de Elasticidade do betatildeo

L = Comprimento da Ligaccedilatildeo

ξ = Fator de Correccedilatildeo (depende da compactaccedilatildeo da fluidez e das adiccedilotildees presentes no betatildeo)

69 Tiago Pais Boto

572 Transferecircncia de tensotildees atraveacutes de adesatildeo betatildeobetatildeo

A ligaccedilatildeo da interface efetuada atraveacutes da adesatildeo eacute influenciada pela rugosidade e

tratamento das superfiacutecies de ligaccedilatildeo pelo meacutetodo usado na colocaccedilatildeo do betatildeo novo e pela

utilizaccedilatildeo de agentes quiacutemicos de ligaccedilatildeo ou betatildeo especial Fatores como a diferenccedila de idade

entre o betatildeo novo e velho a resistecircncia retraccedilatildeo e fluecircncia do betatildeo novo natildeo influenciam a

adesatildeo entre as superfiacutecies

Em relaccedilatildeo agrave rugosidade das superfiacutecies um estudo conduzido por F Daschner (1976)

aponta essencialmente para trecircs as principais condiccedilotildees de rugosidade (ver Tabela 5-10)

Tabela 5-10Forccedila de Adesatildeo consoante a interface de ligaccedilatildeo

Condiccedilotildees de Interface Forccedila da Adesatildeo (Nmmsup2)

Suave ou liso 10

Jato de Areia 17

Dente de Serra 19

Em 1977 K Steinwede investigou a influecircncia de vaacuterios agentes na ligaccedilatildeo entre betatildeo

velho e betatildeo novo Consegue-se obter valores de adesatildeo entre 80 a 100 da resistecircncia aacute

traccedilatildeo do betatildeo antigo quando a ligaccedilatildeo eacute efetuada com argamassas com poliacutemeros

modificados argamassas com resinas ou betatildeo projetado

Em relaccedilatildeo ao meacutetodo usado para aplicaccedilatildeo do betatildeo novo quando eacute aplicado a teacutecnica

de projeccedilatildeo ou pulverizaccedilatildeo obtecircm-se resultados mais satisfatoacuterios uma vez que a forccedila de

impacto faz com que sejam preenchidos mais poros e vazios no betatildeo existente O resultado

final da ligaccedilatildeo permite que a estrutura seja tratada como uma estrutura monoliacutetica

573 Transferecircncia de tensotildees atraveacutes de fricccedilatildeo betatildeobetatildeo

A quantidade da transferecircncia de tensotildees que se exercem atraveacutes da fricccedilatildeo depende de

vaacuterios fatores tais como

a) Tamanho e forma dos agregados presentes na interface do betatildeo

Estes fatores satildeo importantes para se obter um coeficiente de fricccedilatildeo maior Agregados

com maiores dimensotildees e arestas angulares mais iacutengremes satildeo melhores para aumentar o atrito

120583 = 120591119877 divide 120590119873 (511)

Onde

micro = Coeficiente de Fricccedilatildeo

70

120591119877 = Tensatildeo de Corte

120590119873 = Tensatildeo Normal

b) Rugosidade da superfiacutecie

A rugosidade pode ser classificada como micro-rugosidade ou como macro-rogusidade

neste caso pode-se considerar como macro rugosidade Esta seraacute maior quanto maior o

coeficiente de fricccedilatildeo e quanto maior aacuterea de contacto

Figura 5-2 Tensatildeo de corte em funccedilatildeo da tensatildeo normal em superfiacutecie de betatildeo tratada

com jacto de areia (CEB Bulletin drsquoinformation nordm1621983)

c) Tensatildeo normal de compressatildeo (120590119873) aplicada externamente

A tensatildeo normal de compressatildeo determina a forccedila de compressatildeo a que os agregados

da superfiacutecie estatildeo sujeitos Valores elevados da tensatildeo normal de compressatildeo originam

elevadas rigidez ao corte e diminui a probabilidade de rotura por deslizamento Este aumento eacute

mais evidenciado quando se tratam de superfiacutecies lisas quando as superfiacutecies satildeo mais aacutesperas

o aumento da tensatildeo normal eacute significativo apenas quando as forccedilas de corte satildeo baixas

574 Transferecircncia de tensotildees de compressatildeo atraveacutes camadas de resina

Embora a distribuiccedilatildeo de tensotildees que atua numa camada fina de resina natildeo seja

uniforme esta forccedila de ligaccedilatildeo entre interfaces eacute proporcional agrave aacuterea de superfiacutecie quer seja

betatildeobetatildeo ou betatildeoaccedilo As resinas satildeo caracterizadas pela sua elevada resistecircncia mecacircnica

embora o seu moacutedulo de elasticidade seja consideravelmente menor quando comparado com o

betatildeo A superfiacutecie onde se vai estabelecer a ligaccedilatildeo deve ter uma rugosidade natildeo muito

acentuada de maneira que a peliacutecula de resina natildeo sofra descontinuidades Embora a ligaccedilatildeo

71 Tiago Pais Boto

mecacircnica diminua nas superfiacutecies menos rugosas a ligaccedilatildeo quiacutemica providenciada pela resina

garante que em esforccedilos de flexatildeo ou de corte a rotura acontece no betatildeo

Uma ligaccedilatildeo efetuada com recurso a resinas epoxy ou polyester soacute eacute eficaz garantindo

a transferecircncia de tensotildees quando as interfaces estatildeo completamente secas qualquer presenccedila

de humidade vai influenciar drasticamente a capacidade de adesatildeo das mesmas (CEB Bulletin

drsquoinformation nordm162 1983)

Resumidamente as caracteriacutesticas mecacircnicas responsaacuteveis pela transferecircncia de tensotildees atraveacutes

da camada de resina satildeo

Compressatildeo Uma transferecircncia de tensotildees atraveacutes da compressatildeo eacute conseguida quando

as tensotildees satildeo perpendiculares

Traccedilatildeo A resistecircncia agrave traccedilatildeo com camadas de resina satildeo muitas vezes superiores agrave

resistecircncia do betatildeo agrave traccedilatildeo como jaacute foi dito anteriormente Geralmente quando existe

uma rotura no sistema esta daacute-se no betatildeo e natildeo na resina Esta resistecircncia depende

muito da espessura da camada de resina

Figura 5-3 Espessura da camada de resina e correspondente resistecircncia agrave traccedilatildeo (CEB

Bulletin drsquoinformation nordm162 1983)

Tensatildeo tangencial A resistecircncia ao corte da resina maacutexima eacute mobilizada quando as

superfiacutecies estatildeo secas e os coeficientes de fricccedilatildeo (micro) satildeo baixos com micro rugosidade

inferiores a 002mm

72

Figura 5-4Tensatildeo de corte em funccedilatildeo do deslizamento para vaacuterias espessuras de chapa de accedilo

coladas (CEB Bulletin drsquoinformation nordm162 1983)

575 Transferecircncia de forccedilas das armaduras de reforccedilo para armaduras de reforccedilo ou

armaduras existentes

A transferecircncia de forccedilas eacute feita de uma armadura atraveacutes da ligaccedilatildeo ao betatildeo envolvente

para as outras armaduras Dentro de betatildeo estas forccedilas podem gerar tensotildees de corte elevadas

Quando se utilizam varotildees de accedilo com diacircmetro inferior a 12mm eacute aconselhaacutevel a natildeo se

deixarem as extremidades livres dos varotildees alinhadas

Figura 5-5 Transferecircncia de forccedilas atraveacutes das armaduras de reforccedilo (CED 2015)

Este tipo de transferecircncias de tensotildees tambeacutem pode ser efetuado atraveacutes de ligaccedilotildees

soldadas entre os varotildees de reforccedilo

73 Tiago Pais Boto

Seja qual o tipo de mecanismo de transferecircncia de tensotildees de accedilo para accedilo o uso de

estribos (ou mais geral reforccedilo transversal) na zona de ligaccedilatildeo eacute essencial para o equiliacutebrio de

forccedilas e para aumentar a rigidez do reforccedilo

58 Principais Teacutecnicas de reparaccedilatildeo e reforccedilo estrutural

Quando eacute necessaacuterio reparar e reforccedilar uma estrutura de betatildeo armado torna-se

importante escolher as teacutecnicas mais apropriadas ao caso em estudo minimizando o niacutevel de

intrusatildeo e otimizando a durabilidade e eficiecircncia Desta maneira a escolha da metodologia deve

passar por uma minuciosa anaacutelise das causas e extensatildeo das patologias caracteriacutesticas da

estrutura condicionamentos teacutecnico sociais designo da vida uacutetil funcionalidade e viabilidade

econoacutemica

Satildeo muitas as teacutecnicas jaacute desenvolvidas a enumeraccedilatildeo e descriccedilatildeo de todas as teacutecnicas

possiacuteveis natildeo se enquadra no acircmbito definido para esta dissertaccedilatildeo pelo que se optou por referir

apenas as mais utilizadas e avanccediladas tecnologicamente

581 Meacutetodos de proteccedilatildeoreparaccedilatildeo eletroquiacutemica

Estes meacutetodos tecircm como principio alterar os potenciais das armaduras com recurso agrave

aplicaccedilatildeo de um campo eleacutetrico permitindo a restauraccedilatildeo da passividade das armaduras a

alcalinidade do betatildeo ou eliminaccedilatildeo do agente agressor parcial ou ateacute mesmo total Estes

meacutetodos aleacutem de apresentarem resultados com elevado sucesso a execuccedilatildeo causam

perturbaccedilotildees miacutenimas na funcionalidade da estrutura devido agrave diminuta amplitude das

intervenccedilotildees tais como demoliccedilotildees ou substituiccedilatildeo do betatildeo contaminado (D W Whitmore

2002)

Habitualmente usam-se as teacutecnicas

Proteccedilatildeo catoacutedica

Realcalinazaccedilatildeo

Dessalinizaccedilatildeo ou extraccedilatildeo eletroquiacutemica

Destas trecircs teacutecnicas seraacute apenas exposta a descriccedilatildeo da Proteccedilatildeo catoacutedica por ser a mais eficaz

e utilizada

5811 Proteccedilatildeo Catoacutedica

A proteccedilatildeo catoacutedica consiste genericamente na alteraccedilatildeo do potencial eleacutetrico no accedilo

para valores mais negativos Com recurso a uma fonte de corrente continua e um acircnodo

aplicado no interior do betatildeo ou agrave superfiacutecie satildeo aplicados eletrotildees agraves armaduras aumentando

assim a intensidade das reaccedilotildees catoacutedicas e diminuindo a intensidade das reaccedilotildees anoacutedicas quer

isto dizer que o accedilo passa a funcionar como caacutetodo De todos os meacutetodos eletroquiacutemicos este

eacute o uacutenico enquadrado numa norma europeia a EN 12696 2000 ldquoCathodic protection of steel in

concreterdquo Esta norma abrange a aplicaccedilatildeo de proteccedilatildeo catoacutedica em estruturas novas ou

74

existentes desde que sejam atmosfeacutericas quer isto dizer que estruturas enterradas ou submersas

natildeo satildeo abrangidas (D W Whitmore 2002)

A constituiccedilatildeo de um sistema de proteccedilatildeo catoacutedica abrange

Fonte de alimentaccedilatildeo externa

Acircnodo sistema de distribuiccedilatildeo de corrente

Caacutetodo (armaduras)

Fio eleacutetricos de ligaccedilatildeo para o fecho do sistema

Sensores de controlo e monitorizaccedilatildeo

Existem dois tipos de acircnodos os acircnodos inertes utilizados em sistemas de corrente

imposta e acircnodos galvacircnicos ou de sacrifiacutecio Ambos os tipos de acircnodos podem ser aplicados

de uma forma isoladainterna ou distribuiacuteda ao longo da estrutura Os acircnodos inertes satildeo

consumidos ao longo do tempo necessitando de uma corrente contiacutenua denominando-se

proteccedilatildeo catoacutedica por corrente imposta ou impressa estes sistemas satildeo os mais usados porque

proporcionam uma distribuiccedilatildeo de corrente mais ampla possibilitando que a proteccedilatildeo catoacutedica

atinga uma aacuterea maior Tem ainda a vantagem de alterar a intensidade de corrente transmitida

possibilitando compensar alteraccedilotildees de potencial (D W Whitmore 2002) Jaacute relativamente aos

acircnodos galvacircnicos ou sacrificiais estes satildeo menos dispendiosos e de aplicaccedilatildeo mais simples

quando aplicados na altura da construccedilatildeo da estrutura O natildeo recurso de uma fonte de energia

externa anula o perigo de interaccedilatildeo com outras estruturas em redor No entanto apresentam

algumas desvantagens que podem inviabilizar a sua escolha tais como a dificuldade de

controlar o sistema devido agrave impossibilidade de monitorizaccedilatildeo assim como o tempo de serviccedilo

uacutetil relativamente curto Para garantir um correto funcionamento da proteccedilatildeo catoacutedica eacute

necessaacuterio compreender a seacuterie galvacircnica esta eacute constituiacuteda por uma lista de metais ordenados

pelo seu niacutevel de oxidaccedilatildeo ou seja a suscetibilidade de corrosatildeo quando inseridos no eletroliacutetico

(A V Moreno et all 2007)

Tabela 5-11 Seacuterie galvacircnica dos materiais

Metal Potencial de Eleacutetrodo (volt)

Menos Nobres

Magneacutesio -2340

Anoacutedicos

Alumiacutenio -1670

Zinco -0762

Cromo -0710

Ferro -0440

Caacutedmio -0402

Niacutequel -0250

Estanho -0136

Chumbo -0126

Mais Nobres Cobre 0345

Catoacutedicos Prata 0800

Ouro 1680

75 Tiago Pais Boto

Quanto mais afastado estiver o material do acircnodo na seacuterie galvacircnica relativamente ao accedilo das

armaduras maior seraacute a diferenccedila de potencial entre estes logo o sistema de proteccedilatildeo seraacute

mais eficaz (Electrical Engineering Cathodic Protection 2004)

Figura 5-6Esquema de proteccedilatildeo catoacutedica por corrente imposta com recurso a acircnodo inerte

distribuiacutedo (adaptado de G Kakuba 2005)

Figura 5-7Esquema de proteccedilatildeo catoacutedica por corrente imposta com recurso a acircnodos internos

(adaptado de G Kakuba 2005)

76

Figura 5-8 Esquema de proteccedilatildeo catoacutedica com recurso a acircnodos de sacrifiacutecio sem

necessidade de fonte de corrente contiacutenua (adaptado de G Kakuba 2005)

Os acircnodos internos possibilitam uma proteccedilatildeo mais eficaz possibilitando a distribuiccedilatildeo

em nuacutemero e espaccedilamento conforme a densidade da armadura existente e em zonas com

requisitos de proteccedilatildeo elevados Acresce ainda a vantagem de poderem ser utilizados em

elementos com recobrimento pequeno (Joana Silva 2007) Este tipo de aplicaccedilatildeo apresenta

alguns inconvenientes tais como a possibilidade de ocorrecircncia de curto-circuito caso o acircnodo

toque nas armaduras Quando se utiliza corrente imposta a diferenccedila de potencial pode gerar

gaacutes no interior da estrutura o que leva agrave necessidade de criar um sistema de ventilaccedilatildeo (D W

Whitmore 2002)

Atualmente satildeo comercializados vaacuterios tipos de acircnodos em funccedilatildeo do material de

fabrico desta forma torna-se essencial conhecer as suas propriedades mecacircnicas e fiacutesicas

assim como a classe de exposiccedilatildeo ambiental onde vatildeo ser utilizados

Os principais materiais dos acircnodos para sistemas de corrente imposta satildeo

Malhas de titacircnio

Estas malhas de titacircnio satildeo as mais utilizadas em sistemas com acircnodos de corrente

imposta tecircm cerca de 1 a 2 mm de espessura Satildeo revestidas com oacutexidos de metais nobres

(MMO-mixed metal oxides) em forma tubular varatildeo ou fio e tecircm um periacuteodo de vida uacutetil

superior a 25 anos (ZLoureccedilo 2007) Satildeo fabricadas com tamanhos diferentes de aberturas

proporcionando a distribuiccedilatildeo de diferentes densidades de corrente suportando uma densidade

maacutexima de aproximadamente 100 mAm2

(Joana Silva 2007)

77 Tiago Pais Boto

Figura 5-9Malha de titacircnio (Global Sources 2015)

Fitas de malha de titacircnio

As fitas de malha de titacircnio tecircm geralmente 10 a 20 mm de largura satildeo tambeacutem

revestidas com oacutexidos de metais nobres (MMO) Satildeo fabricadas com vaacuterias espessuras

suportando densidades de corrente entre 3 e 6 mAm linear e tecircm a vantagem dos problemas de

delaminaccedilatildeo do betatildeo serem mais baixos Em termos de vida uacutetil anda na ordem dos 40 anos

(ZLoureccedilo 2007)

Figura 5-10 Fita de malha de titacircnio (Chemical Newtech 2015)

Acircnodos enterrados de titacircnio ativado ferro e grafite

Este tipo de acircnodos tem como constituiccedilatildeo um revestimento com oacutexidos de metais

nobres Os primeiros acircnodos eram constituiacutedos por ferro e accedilo mas como o consumo destes era

muito elevado foram substituiacutedos por acircnodos de grafite cuja taxa de consumo era inferior

dominando o mercado ateacute meados dos anos 70 (Public Works Technical Bulletin 2002) Os

acircnodos com grafite satildeo envoltos em uma composiccedilatildeo de carbono evitando assim um consumo

do acircnodo natildeo uniforme (Electrical Engineering Cathodic Protection 2004) Eacute importante

salientar que a diferenccedila de potencial entre a grafite e o accedilo eacute de 1 Volt atuando a grafite como

caacutetodo Os acircnodos mais eficientes satildeo os de titacircnio apesar do custo mais elevado

78

comparativamente com as outras tipologias Estes satildeo estaacuteveis em qualquer exposiccedilatildeo

ambiental devido ao revestimento com oacutexidos de metais nobres promovem o aumento de vida

uacutetil normalmente na ordem dos 15 a 20 anos ldquoOs acircnodos enterrados de corrente impressa satildeo

aplicados em aberturas no solo sendo posteriormente ligados por fios condutores ao poacutelo

positivo do retificador estabelecendo-se assim as ligaccedilotildees anoacutedicas Agrave semelhanccedila dos sistemas

de proteccedilatildeo catoacutedica jaacute apresentados a promoccedilatildeo das ligaccedilotildees catoacutedicas eacute efetuada atraveacutes da

ligaccedilatildeo das armaduras ao poacutelo negativo da fonte de correnterdquo (Joana Silva 2007)

Figura 5-11 Acircnodo de titacircnio ativado (Global Sources 2015)

Revestimentos ou tintas orgacircnicas condutoras

As tintas condutoras contecircm na sua composiccedilatildeo materiais de elevada condutibilidade

eleacutetrica tais como a grafite e o carbono Este tipo de acircnodos tem a vantagem de serem de

aplicaccedilatildeo muito simples em qualquer tipo de superfiacutecie e natildeo precisam de um revestimento de

proteccedilatildeo No entanto o sistema facilmente entra em curto-circuito em ambientes com

exposiccedilatildeo agrave chuva ou por contacto com a armadura exposta (Joana Silva 2007)

Figura 5-12 Aplicaccedilatildeo de tinta orgacircnica condutora (CONREHAB Cathodic protection 2015)

79 Tiago Pais Boto

Os principais materiais dos acircnodos sacrificiais ou galvacircnicos satildeo

Acircnodos enterrados de zinco alumiacutenio e magneacutesio

Estes acircnodos funcionam muito bem em sistemas de proteccedilatildeo catoacutedica em estruturas

enterradas porque fornecem correntes mais elevadas comparativamente com os outros acircnodos

sacrificiais Estes acircnodos vecircm promovidos de um fio metaacutelico para posteriormente ser ligado

agraves armaduras atraveacutes de solda geralmente satildeo envolvidos em papel para a proteccedilatildeo dos

mesmos A colocaccedilatildeo dos acircnodos deve ser colocada a um agrave distacircncia miacutenima de 1 metro da

estrutura a proteger (Electrical Engineering Cathodic Protection 2004)

Figura 5-13 Acircnodo enterrado de magneacutesio (AEGION 2015)

Acircnodos adesivos

Esta tipologia de acircnodo consiste em chapas de zinco com espessura de cerca de 025

mm que satildeo aplicadas na superfiacutecie da estrutura a proteger com o auxiacutelio de um adesivo

condutor designado por hydrogel Este tecircm a vantagem de manterem permanentemente o

contato entre o acircnodo e o betatildeo funcionando o hydrogel como um segundo eletroliacutetico (Jianhai

Qiu 2002)

Figura 5-14Sistema de acircnodo adesivo de zinco (Jianhai Qiu 2002)

80

Sistemas com nuacutecleos de zinco

A maior parte destes sistemas eacute constituiacuteda por nuacutecleos de zinco envoltos em

argamassas altamente alcalinas para promoverem a corrosatildeo do zinco O zinco ocupa a posiccedilatildeo

na serie galvacircnica do metal que corroacutei mais facilmente logo o risco de corrosatildeo nas armaduras

eacute quase nulo A aplicaccedilatildeo deste sistema eacute feita com a ligaccedilatildeo direta as armaduras atraveacutes de fios

de accedilo que transmitem a corrente galvacircnica Eacute aconselhado a aplicaccedilatildeo de uma camada de betatildeo

a cobrir o acircnodo O tempo de vida uacutetil natildeo chega aos 20 anos dependendo muito das condiccedilotildees

do betatildeo e das caracteriacutesticas do acircnodo (E Gilinsky 2006)

Figura 5-15Acircnodo de zinco envolvido em argamassa de elevada porosidade (CCASMI

Corrosion Services 2015)

Malhas de zinco

As malhas de zinco podem ser aplicadas em pilares de diversas formas devido agrave baixa

complexidade do sistema apresentam uma vida uacutetil de serviccedilo superior a 40 anos e natildeo

necessitam de manutenccedilatildeo Os espaccedilos vazios entre a superfiacutecie de betatildeo e a malha devem ser

preenchidos por uma argamassa cimentiacutecia (S F Daily 2007)

Figura 5-16Sistema de proteccedilatildeo catoacutedica com malha de zinco (FOSROC 2015)

81 Tiago Pais Boto

Metais projetados

Neste tipo de sistema a aplicaccedilatildeo deve ser feita diretamente nas armaduras da estrutura

sem aplicaccedilatildeo de camada de recobrimento apoacutes a remoccedilatildeo do betatildeo deteriorado Em zonas onde

o betatildeo estaacute relativamente seco a corrente proporcionada pelo zinco vai diminuindo ao longo

do tempo como recurso recorre-se a uma combinaccedilatildeo dos metais alumiacutenio zinco e iacutendio de

modo a melhorar a eficiecircncia do sistema ( S F Daily 2007)

Figura 5-17Aplicaccedilatildeo de metais por projeccedilatildeo em estrutura de betatildeo armado (Structural

Technologies 2015)

Os processos de proteccedilatildeo catoacutedica por corrente impressa carecem de uma continuidade

eleacutetrica entre o betatildeo e a armadura logo quanto maior for a resistividade eleacutetrica do betatildeo menor

seraacute a intensidade de corrente necessaacuteria A contaminaccedilatildeo por cloretos estaacute associada a grandes

niacuteveis de humidade aumentando a resistividade eleacutetrica Comparativamente nos casos de

carbonataccedilatildeo do betatildeo a resistividade eleacutetrica eacute muito mais reduzida

Figura 5-18 Diagrama de Pourbaix para Fe-H2O a 25ordmC (SJSU2015)

82

Entenda-se por resistividade a propriedade dos materiais que quantifica a relaccedilatildeo que

existe entre o campo eleacutetrico aplicado e densidade de corrente que percorre a unidade de volume

desse material (JM Miranda et all)

Das desvantagens que o meacutetodo de proteccedilatildeo catoacutedica com corrente impressa destaca-

se o risco de o accedilo sob a tensatildeo do campo eleacutetrico para sofrer alguma fragilizaccedilatildeo Este

fenoacutemeno eacute mais plausiacutevel de acontecer em accedilos de elevada ductilidade como eacute o caso de accedilos

de preacute-esforccedilo A causa proveacutem de valores muito elevados de potenciais negativos no accedilo

originando libertaccedilatildeo de hidrogeacutenio na interface das armaduras A perda de aderecircncia na

interface armadura-betatildeo ocorre sobretudo em varotildees de accedilo lisos Outro acontecimento

embora raro verifica-se quando a proteccedilatildeo catoacutedica nas armaduras aumenta a alcalinidade na

envolvente das armaduras podendo promover reaccedilotildees aacutelcalis-siacutelica em betotildees constituiacutedos com

agregados reativos

As intensidades de corrente que possibilitam o abrandamento ou a paragem da corrosatildeo

oscilam nos 20mAm2 de armadura A repassivaccedilatildeo das armaduras necessita de intensidades

de 20mAm2 (P Pedeferri 1998)

582 Reforccedilo de seccedilotildees com encamisamentocolagem de chapas metaacutelicas (EBR) Externally

bonded reinforcement

5821 Introduccedilatildeo

Apoacutes o sismo de 1971 em San Fernando nos Estados Unidos da Ameacuterica foi

reconhecida a necessidade de dar mais atenccedilatildeo ao reforccedilo dos elementos estruturais

nomeadamente pilares Desde entatildeo na deacutecada de 1990 muitos estudos foram conduzidos

acerca do reforccedilo de seccedilotildees estruturais nomeadamente o departamento de transportes da

Califoacuternia (CALTRAN) Esses estudos foram essencialmente em pilares de pontes com

recurso a encamisamento de chapas metaacutelicas e concluiu-se que esta opccedilatildeo de reforccedilo

proporciona um aumento da ductilidade aumento da resistecircncia ao esforccedilo transverso e maior

dissipaccedilatildeo de energia (Charlotte AC Bouvier 2003)

Este tipo de meacutetodo eacute relativamente simples consiste em colar armaduras (chapas ou

placas) agrave superfiacutecie do betatildeo por aplicaccedilatildeo de uma resina epoxy O adesivo garante a ligaccedilatildeo

entre o betatildeo e a armadura adicionada desta maneira satildeo transferidas as forccedilas da armadura

para o betatildeo por intermeacutedio de tensotildees tangenciais desenvolvidas ao longo da interface de

colagem (Juvandes 1999) Esta teacutecnica permite o reforccedilo de vigas ao esforccedilo transverso agrave

flexatildeo e o reforccedilo de pilares agrave compressatildeo simples e flexatildeo composta

A utilizaccedilatildeo de elementos metaacutelicos apresenta vaacuterias vantagens no reforccedilo e na

reparaccedilatildeo de estruturas entre as quais salientam-se os seguintes (Joseacute V Paiva et all 2006)

83 Tiago Pais Boto

Relaccedilatildeo favoraacutevel pesoresistecircncia mecacircnica

Aptidatildeo para resistir a diferentes tipos de solicitaccedilotildees

Capacidade de adaptaccedilatildeo aos espaccedilos existentes

Elevado grau de prefabricaccedilatildeo que permite a realizaccedilatildeo de operaccedilotildees de montagem

relativamente limpa e assegura a entrada imediata ldquoem serviccedilordquo da nova estrutura

Rapidez e facilidade de execuccedilatildeo

Diminuta alteraccedilatildeo nas dimensotildees arquitetoacutenicas

Natildeo requer matildeo-de-obra especializada

Em relaccedilatildeo as desvantagens as principais satildeo

Vulnerabilidade da estrutura agrave corrosatildeo e ao incendio

Manuseamento das chapas metaacutelicas devido ao seu peso

Limitaccedilatildeo das dimensotildees das chapas metaacutelicas

A solidarizaccedilatildeo do reforccedilo com o material existente eacute por vezes feita atraveacutes de

transmissatildeo de tensotildees tangenciais Deste modo para um melhor aproveitamento do reforccedilo eacute

aconselhaacutevel o uso de teacutecnicas de colagem ou buchas autoexpansiacuteveis

5822 Descriccedilatildeo da teacutecnica

O princiacutepio por traacutes desta teacutecnica eacute o encamisamento de accedilo atuar como um

confinamento passivo de reforccedilo Este encamisamento vai impedir dilataccedilotildees do betatildeo havendo

uma compressatildeo lateral a resistecircncia agrave compressatildeo eacute aumentada assim como a resistecircncia ao

corte e a ductilidade do elemento

Os elementos utilizados satildeo geralmente chapas de accedilo ou perfis metaacutelicos colados com

resinas eacutepoxy podendo ainda ser complementada com buchas metaacutelicas

Para pilares circulares o meacutetodo utiliza duas secccedilotildees semicirculares onde satildeo unidas

atraveacutes de soldadura ao longo de toda a altura do revestimento Eacute deixado um espaccedilo

aproximadamente de 2 centiacutemetros entre o pilar e o revestimento para este ser preenchido com

argamassa possibilitando uma boa ligaccedilatildeo entre os materiais e assim criar um comportamento

monoliacutetico entre os mesmos Um espaccedilo de cerca de 5 centiacutemetros eacute tambeacutem deixado entre a

parte superior e inferior do pilar para evitar possiacuteveis destacamentos do revestimento (Daudey

X and A Filiatrault 2000)

Para pilares retangulares o encamisamento metaacutelico pode ser feito com secccedilotildees

retangulares ou eliacutepticas No caso de um revestimento retangular o procedimento eacute semelhante

ao descrito anteriormente as chapas em forma de ldquoLrdquo satildeo solidarizados atraveacutes de soldadura

Para encamisamento com seccedilotildees eliacutepticas os espaccedilos vazios satildeo preenchidos com betatildeo em

vez de argamassa porque a quantidade a preencher eacute maior (Aboutaha RS et all 1999)

84

Figura 5-19Reforccedilo com encamisamento metaacutelico eliacuteptico para seccedilotildees retangulares

(Aboutaha RS et all 1999)

No caso das vigas de acordo com (Gomes A Appleton J) quando a ligaccedilatildeo do reforccedilo

eacute efetuado sem buchas metaacutelicas eacute recomendado a utilizaccedilatildeo de chapas com larguras inferiores

a 300mm e espessuras entre 3 e 5mm a espessura da resina deve estar entre 1 a 3mm

Figura 5-20 Dimensotildees recomendadas no reforccedilo agrave flexatildeo de uma viga em betatildeo armado

(Gomes A Appleton J1997)

85 Tiago Pais Boto

Figura 5-21 Dimensotildees recomendadas no reforccedilo ao esforccedilo transverso de uma viga em betatildeo

armado (Gomes A Appleton J)

A execuccedilatildeo de um reforccedilo com colagem de armaduras eacute composta por diversas etapas

sendo que as mais importantes satildeo

Tratamento da superfiacutecie do betatildeo

Nesta fase inicial do processo de reforccedilo eacute essencial garantir uma superfiacutecie limpa e

com rugosidade suficiente mas natildeo exagerada de modo que a espessura da resina se mantenha

entre 1 e 3mm

Tratamento das chapas (Gomes A Appleton J)

As chapas apoacutes o fabrico devem ser decapadas e protegidas com peliculas plaacutesticas para

se garantir a limpeza das mesmas ateacute aacute zona de aplicaccedilatildeo Estas devem ser protegidas com

pintura contra a corrosatildeo e accedilatildeo do fogo

Caracteriacutesticas da resina (Gomes A Appleton J)

A resina deve ser do tipo eacutepoxy com caracteriacutesticas relevantes tais como o moacutedulo de

elasticidade tensatildeo de rotura viscosidade e periacuteodo de aplicaccedilatildeo e endurecimento

5823 Pilares - resistecircncia agrave flexatildeo

Uma das vaacuterias razotildees da inadequada capacidade de resistecircncia agrave flexatildeo pode ter origem

na falta de confinamento do nuacutecleo de betatildeo que posteriormente pode provocar a rotura da

roacutetula plaacutestica vigapilar (ver Figura 5-20) As atuais praacuteticas de dimensionamento de pilares

apresentam um espaccedilamento mais reduzido da armadura de esforccedilo transverso o que aumenta

consideravelmente a resistecircncia agrave compressatildeo no nuacutecleo Quando aparecem fendas na interface

accedilo-betatildeo o encamisamento de accedilo vai proporcionar uma pressatildeo radial atraveacutes do

86

confinamento passivo Para aumentar a capacidade de resistecircncia axial do pilar por vezes

tambeacutem eacute utilizado um anel metaacutelico (hoop reinforcement)

Figura 5-22 Deformaccedilatildeo de pilares devido agrave formaccedilatildeo de roacutetulas plaacutesticas ldquoph-plastic hingesrdquo

(SCRIP academic publisher 2015)

Figura 5-23Esquematizaccedilatildeo de um encamisamento metaacutelico (Chai Y H et al 1991)

87 Tiago Pais Boto

Figura 5-24Seccedilatildeo de betatildeo confinada com anel e encamisamento metaacutelico (Attard M M

Setunge S 1996)

Ignorando a contribuiccedilatildeo do anel metaacutelico a contribuiccedilatildeo do encamisamento metaacutelico

para o aumento da tensatildeo de confinamento eacute dada pela expressatildeo seguinte (Chai Y H et al

1991)

119891119897 =2times119891119910119895times119905119895

(119863119895minus119905119895) (512)

Onde

119891119897 = Tensatildeo maacutexima de confinamento do encamisamento de accedilo

119891119910119895 = Tensatildeo limite de proporcionalidade do accedilo

119905119895 = Espessura do encamisamento

119863119895 = Diacircmetro externo do encamisamento

A resistecircncia agrave compressatildeo do betatildeo confinado pode ser estimada a partir da expressatildeo seguinte

(Chai Y H et al 1991)

119891prime119888119888 = 119891prime119888 times (2254radic1 +794119891prime119897119891prime119888

minus2119891prime119897119891prime119888

minus 1254 [MPa] (513)

Onde

119891prime119888119888 = Resistecircncia agrave compressatildeo do betatildeo confinado

119891prime119888 = Resistecircncia agrave compressatildeo do betatildeo natildeo confinado

119891prime119897 = Tensatildeo maacutexima de confinamento do encamisamento de accedilo

Para os pilares que possuem uma regiatildeo com uma emenda dos varotildees longitudinais na

base do pilar a rotura agrave flexatildeo do pilar ocorre atraveacutes de um mecanismo de deslizamento entre

as armaduras longitudinais e as armaduras de ligaccedilatildeo da base do pilar Verificando-se muitas

vezes este deslizamento antes de se atingir a maacutexima capacidade de resistecircncia agrave flexatildeo da

88

seccedilatildeo Aplicando uma pressatildeo radial com um anel metaacutelico (hoop reinforcement) vai evitar

esse deslizamento A investigaccedilatildeo tem mostrado que um coeficiente de atrito de μ=14 deve ser

garantido na interface da zona prevista de fendilhacatildeo Para garantir este coeficiente de atrito e

evitar que o accedilo do encamisamento entre em cedecircncia a extensatildeo do anel de accedilo (hoop

reinforcement) natildeo deve ultrapassar o valor de 120576119904119895 = 00015 (Daudey X and A Filiatrault

2000)

Entatildeo a espessura necessaacuteria para o encamisamento de accedilo pode ser calculada atraveacutes de

119905119895 =242119860119887times119891119910times119863119895

4times119901times119897119904times(00015119864119904119895) (514)

Onde

119905119895 = Espessura do encamisamento de accedilo

119860119887 = Aacuterea da seccedilatildeo das armaduras longitudinais

119891119910 = Tensatildeo de cedecircncia das armaduras longitudinais

119863119895 = Diacircmetro externo do encamisamento

119901 = Diacircmetro equivalente do betatildeo fissurado em torno da armadura longitudinal

119897119904 = Comprimento de emenda dos varotildees

119864119904119895 = Moacutedulo de elasticidade do accedilo de encamisamento

Resultado de vaacuterios estudos tendem a comprovar que um encamisamento retangular

fornece menos tensatildeo de confinamento na seccedilatildeo de betatildeo comparativamente ao encamisamento

circular ou eliacuteptico Por isso em casos de necessidade de incrementar resistecircncia agrave flexatildeo em

pilares aconselha-se a usar um encamisamento circular ou eliacuteptico Em casos onde o espaccedilo eacute

limitado obrigando a um confinamento retangular verificou-se que a colocaccedilatildeo de duas

ancoragens na parte superior e inferior do pilar iraacute aumentar a resistecircncia agrave flexatildeo do pilar

(Aboutaha RS et all 1999)

5824 Pilares - resistecircncia ao corte

A capacidade de resistecircncia ao corte de um pilar eacute a soma da contribuiccedilatildeo de resistecircncia

de cada um dos elementos constituintes do pilar ou seja

119881119906 = 119881119888 + 119881119904 + 119881119899 (515)

Onde

119881119906 = Resistecircncia do pilar ao esforccedilo transverso

89 Tiago Pais Boto

119881119888 = Resistecircncia do betatildeo ao corte

119881119904 = Resistecircncia das armaduras ao corte

119881119899 = Resistecircncia ao corte da contribuiccedilatildeo das cargas verticais

Para se conseguir melhorar a resistecircncia do pilar ao corte pode-se adicionar a

contribuiccedilatildeo do encamisamento de accedilo para resistir ao corte calculada a partir de

120573 times 119881119904119895 ge 1198810 minus 120573 times (119881119888 + 119881119904 + 119881119899) (516)

Onde

120573 = 07

119881119904119895 = Resistecircncia miacutenima necessaacuteria ao corte do encamisamento de accedilo

1198810 = Forccedila de corte induzida pela capacidade de flexatildeo maacutexima provaacutevel da roacutetula plaacutestica

Para uma estimativa de 119881119904119895 pode ser considerado como uma armadura transversal

continua de seccedilatildeo igual agrave sua espessura e espaccedilamento igual agrave unidade podendo ser calculado

por

119881119904119895 = 119860119904119895 times (119865119910119904119895

2) times

119889119904119895

119878119904119895 (517)

Onde

119881119904119895 = Resistecircncia ao corte do encamisamento de accedilo

119860119904119895 = Aacuterea estimada dos aneacuteis de accedilo

119865119910119904119895 = Tensatildeo de cedecircncia do accedilo de encamisamento (soacute 50 deste calor deve ser

considerado por isso eacute dividido por 2)

119889119904119895 = Espessura da placa de encamisamento metaacutelico

119878119904119895 = Espaccedilamento igual agrave unidade

Para seccedilotildees circulares ou retangulares com necessidade de reforccedilo ao corte o

encamisamento metaacutelico deve ser aplicado em todo o comprimento do pilar conduzindo a bons

resultados Mas devido agrave fraca ligaccedilatildeo na interface betatildeo e encamisamento metaacutelico deve-se

aplicar uma ancoragem com parafusos

5825 Verificaccedilatildeo da seguranccedila de pilares aos estados limites uacuteltimos

O dimensionamento para a verificaccedilatildeo da resistecircncia agrave compressatildeo simples e resistecircncia

agrave flexatildeo de um pilar de betatildeo armado pode ser realizado pelo meacutetodo dos coeficientes globais

e tendo em conta os modelos e pressupostos semelhantes aos efetuados no caacutelculo de seccedilotildees

novas aacute flexatildeo

90

i) Dimensionamento agrave compressatildeo simples

119873119904119889 le 119873119903119889 = 120574119899119877 times (119860119888119894 times 119891119888119889119888119891 + 119860119904

119894 times 119891119904119910119889119894 ) + 120574119899119877 times (119860119888

119903 times 119891119888119889119888119891 + 119860119904119903 times 119891119904119910119889

119903 ) (518)

Onde

119873119904119889 =Esforccedilo axial atuante

119873119903119889 =Esforccedilo axial resistente

120574119899119877 = Coeficiente de monolitismo para a flexatildeo ( 120574119899119877 = 09)

119860119888119894 =Aacuterea do betatildeo existente

119891119888119889119888119891 =Valor de caacutelculo corrigido da resistecircncia aacute compressatildeo do betatildeo

119860119904119894 =Aacuterea da armadura existente

119891119904119910119889119894 =Tensatildeo de cedecircncia de traccedilatildeo da armadura de existente

119860119888119903 =Aacuterea do betatildeo de reforccedilo

119860119904119903=Aacuterea da armadura de reforccedilo

119891119904119910119889119903 = Tensatildeo de cedecircncia de traccedilatildeo da armadura de reforccedilo

ii) Dimensionamento agrave flexatildeo e compressatildeo

Figura 5-25 Modelo de caacutelculo de pilares agrave flexatildeo composta (Gomes A Appleton J)

O esforccedilo axial resistente final e o momento devem ser afetados pelos coeficientes de

monolitismo correspondentes

91 Tiago Pais Boto

119873119877119889119891119894119899119886119897

= 119873119877119889 times 120574119899119877 (519)

119872119877119889119891119894119899119886119897

= 119872119877119889 times 120574119899119877 (520)

Onde

119873119877119889119891119894119899119886119897

=Esforccedilo axial resistente afetado pelo coeficiente de monolitismo

119873119877119889= Esforccedilo axial resistente

120574119899119872119873 = Coeficiente de monolitismo

119872119877119889119891119894119899119886119897

= Momento resistente da seccedilatildeo reforccedilada afetado pelo coeficiente de monolitismo

119872119877119889= Momento resistente da seccedilatildeo reforccedilada

5826 Verificaccedilatildeo da seguranccedila de vigas aacute flexatildeo no estado limite uacuteltimo

O dimensionamento para a verificaccedilatildeo da resistecircncia agrave flexatildeo de uma viga de betatildeo

armado pode ser realizado pelo meacutetodo dos coeficientes globais admitindo que a secccedilatildeo tem

um comportamento monoliacutetico existindo uma aderecircncia perfeita e as secccedilotildees planas mantecircm-

se planas apoacutes a deformaccedilatildeo considerando um coeficiente de monolitismo para a flexatildeo de

120574119899119872 = 10

Deste modo o caacutelculo eacute semelhante ao de uma secccedilatildeo de betatildeo armado considerando-

se duas camadas de armaduras com resistecircncias diferentes exemplificado na figura seguinte

(Gomes A Appleton J)

Figura 5-26 Modelo de caacutelculo agrave flexatildeo de vigas reforccediladas por colagem de chapas metaacutelicas

(Gomes A Appleton J)

i) Caacutelculo do momento resistente

119872119877119863 = 120574119899119877 times (119860119904119890119902 times 119885119890119902 times 119891119904119910119889

119894 ) (521)

119860119904119890119902 = 119860119904

119894 + 119860119904119903 times

119891119904119910119889119903

119891119904119910119889119894 (522)

92

119885119890119902 =119860119904119894times119885119894times119891119904119910119889

119894 +119860119904119903times119885119903times119891119904119910119889

119903

119860119904119894times119891119904119910119889

119894 +119860119904119903times119891119904119910119889

119903 (523)

Admitindo z=09 vem

119872119877119863 = 120574119899119877 times (119860119904

119890119902 times 09 times 119891119904119910119889119894 ) (524)

Com a utilizaccedilatildeo de tabelas de dimensionamento determina-se 119860119904119890119902

e atraveacutes da

expressatildeo seguinte podemos calcular a aacuterea de armadura de reforccedilo (119860119904119903)

119860119904119903 =

119891119904119910119889119894

119891119904119910119889119903 times (119860119904

119890119902 times119889119890119902

119889119903minus 119860119904

119894 times119889119894

119889119903) (525)

Onde

119872119877119863 = Momento resistente

120574119899119877 = Coeficiente de monolitismo para a flexatildeo ( 120574119899119877 = 09 valor sugerido por Eurocoacutedio 8

parte14)

119860119904119890119902

=Aacuterea de armadura equivalente

119885119890119902= Braccedilo equivalente da seccedilatildeo reforccedilada

119891119904119910119889119894 = Tensatildeo de cedecircncia de traccedilatildeo da armadura existente

119860119904119894 = Aacuterea da armadura existente

119860119904119903 = Aacuterea da armadura de reforccedilo

119891119904119910119889119903 =Tensatildeo de cedecircncia de traccedilatildeo da armadura de reforccedilo

119885119894 = Braccedilo da seccedilatildeo de betatildeo relativamente agrave armadura existente

119885119903 = Braccedilo da seccedilatildeo de betatildeo relativamente agrave armadura de reforccedilo

119889119890119902 = Altura uacutetil equivalente da seccedilatildeo reforccedilada

119889119903 = Altura uacutetil da seccedilatildeo reforccedilada relativamente agrave armadura de reforccedilo

119889119894 =Altura uacutetil da seccedilatildeo reforccedilada relativamente agrave armadura existente

ii) Verificaccedilatildeo da seguranccedila da ligaccedilatildeo betatildeo existentebetatildeo novo

Sendo a ligaccedilatildeo accedilobetatildeo de elevada importacircncia neste tipo de teacutecnica apresenta-se na

figura seguinte a configuraccedilatildeo de uma viga simplesmente apoiada admitindo uma distribuiccedilatildeo

plaacutestica uniforme das tensotildees de corte

93 Tiago Pais Boto

Figura 5-27 Distribuiccedilatildeo plaacutestica das tensotildees de aderecircncia (Gomes A Appleton J)

Ligaccedilatildeo sem buchas metaacutelicas

119865119904119889 = 119860119904119903 times 119891119904119910119889

119903 le 120591119904119889 times 119887 times119871119870

2 (526)

Sendo que

120591119904119889 = 119891119888119905119898119894119899

2 119872119875119886 (527)

Ligaccedilatildeo com buchas metaacutelicas

119865119904119889 = 119860119904119903 times 119891119904119910119889

119903 le 119899 times 119865119887 + 120574 times 120591119904119889 times 119887 times119871119870

2 (528)

Onde

119865119904119889 =Forccedila de traccedilatildeo de reforccedilo

119860119904119903 =Aacuterea da armadura de reforccedilo

119891119904119910119889119903 = Tensatildeo de cedecircncia de traccedilatildeo da armadura de reforccedilo

119899 = Nuacutemero de buchas colocadas no comprimento 1198711198702

119865119887 = Forccedila de corte resistente de uma bucha metaacutelica

120574 = Coeficiente de monolitismo para a flexatildeo ( 120574119899119877 = 10)

120591119904119889 = Tensatildeo de aderecircncia resistente accediloresinabetatildeo

119887 =Largura da chapa metaacutelica

94

119871119870 =Comprimento da chapa metaacutelica

5827 Verificaccedilatildeo da seguranccedila de vigas ao esforccedilo transverso no estado limite uacuteltimo

Como jaacute referido anteriormente o dimensionamento ao esforccedilo transverso pode ser feito

atraveacutes da teacutecnica dos coeficientes globais tendo em conta a contribuiccedilatildeo para a resistecircncia dos

novos estribos adicionados sob a forma de chapas

i) Caacutelculo do esforccedilo transverso maacuteximo

119881119904119889 le 119881119877119889119898119886119909 =120572119888119908times119887119894times119885119894times1205921times119891119888119889

119888119900119905120579+119905119886119899120579+

120572119888119908times(119887119894minus119887119903)times119885119894times1205921times119891119888119889

119888119900119905120579+119905119886119899120579 (529)

Onde

119881119904119889 = Valor de caacutelculo do esforccedilo transverso atuante

119881119877119889119898119886119909 = Esforccedilo transverso maacuteximo

120572119888119908 = Fator que tem em conta o estado de tensatildeo na biela comprimida

119887119894 = Largura da seccedilatildeo de betatildeo da viga inicial

119885119894 = = Braccedilo da seccedilatildeo de betatildeo relativamente agrave armadura existente

1205921 = Fator redutor da tensatildeo de compressatildeo do betatildeo fendilhado

119891119888119889 =Valor de caacutelculo da resistecircncia agrave compressatildeo do betatildeo

119887119903 = Largura da seccedilatildeo de betatildeo reforccedilada

120579 = Angulo das bielas do betatildeo

ii) Caacutelculo do esforccedilo transverso resistente de caacutelculo

119881119904119889 le 119881119877119889119904 = 120574119899119877 times (119885119894 times119860119904119908119894

119878times coth 120579 times 119891119904119910119889

119894 ) + 120574119899119877 times (119885119903 times119860119904119908119903

119878times coth 120579 times 119891119904119910119889

119903 ) (530)

Onde

119881119904119889 = Valor de caacutelculo do esforccedilo transverso atuante

119881119877119889119904 = Esforccedilo transverso resistente de caacutelculo

120574119899119877 = Coeficiente de monolitismo para a flexatildeo ( 120574119899119877 = 09)

95 Tiago Pais Boto

119885119894 = Braccedilo de uma seccedilatildeo de betatildeo relativamente agrave armadura existente

119860119904119908119894 =Aacuterea da armadura de esforccedilo transverso inicial por metro

119878 = Espaccedilamento dos varotildees de accedilo

120579 = Angulo das bielas do betatildeo

119891119904119910119889119894 = Tensatildeo de cedecircncia do accedilo da armadura existente

119885119903 =Braccedilo de uma seccedilatildeo de betatildeo relativamente agrave armadura de reforccedilo

119860119904119908119903 = Aacuterea da armadura de esforccedilo transverso adicional por metro

119891119904119910119889119903 =Tensatildeo de cedecircncia do accedilo da armadura de reforccedilo

583 Reforccedilo de seccedilotildees com encamisamento de betatildeo armado

5831 Introduccedilatildeo

Uma das teacutecnicas de reforccedilo estrutural mais comum para melhorar o desempenho de

elementos de betatildeo armado (pilares paredes vigas e noacutes viga-pilar) eacute o encamisamento das

seccedilotildees com betatildeo armado

Figura 5-28 Encamisamento de pilares com betatildeo armado (Santos 2008)

O reforccedilo de um elemento por encamisamento com recurso ao betatildeo armado eacute uma das

teacutecnicas mais adequadas para aumentar a resistecircncia das zonas comprimidas Pode ser aplicado

em vigas para aumentar a resistecircncia agrave flexatildeo eou a resistecircncia ao esforccedilo transverso Jaacute nos

pilares o reforccedilo garante um aumento de resistecircncia agrave flexatildeo e agrave compressatildeo Esta teacutecnica tem

vaacuterias vantagens (Eduardo S Juacutelio 2011) destacando

Simplicidade de execuccedilatildeo natildeo requer matildeo-de-obra especializada apenas conhecimento

de teacutecnicas de execuccedilatildeo como se tratasse de estruturas novas (Eduardo S Juacutelio 2011)

Distribuiccedilatildeo uniforme do incremento de rigidez (Eduardo S Juacutelio 2011)

Aumento de durabilidade do pilar

96

Como principais desvantagens destacam-se

No caso de necessidade de continuaccedilatildeo do reforccedilo do pilar entre pisos subsiste a

necessidade de perfurar a laje para poder dar continuaccedilatildeo agraves armaduras de reforccedilo caso

a laje seja vigada a armadura longitudinal de reforccedilo pode ficar condicionada (Eduardo

S Juacutelio 2011)

Nos casos de necessidade de proteccedilatildeo contra a corrosatildeo ou incecircndio onde o accedilo fica

exposto e quando satildeo usadas resinas de epoacutexido (Eduardo S Juacutelio 2011)

Aumento das necessidades das dimensotildees da seccedilatildeo transversal (Gomes A Appleton

J)

5832 Descriccedilatildeo das teacutecnicas de encamisamento

A execuccedilatildeo de um encamisamento eacute composta por diversas etapas sendo que as mais

importantes satildeo

Escoramento

A execuccedilatildeo do escoramento natildeo serve soacute para evitar danos ou mesmo o colapso mas

tambeacutem para permitir que o reforccedilo seja aplicado com niacuteveis de tensatildeo mais baixos na estrutura

Interface material existentereforccedilo

Eacute essencial preparar a superfiacutecie de ligaccedilatildeo de modo que a ligaccedilatildeo final entre o material

existente e o reforccedilo possa ter um comportamento o mais monoliacutetico possiacutevel

Disposiccedilatildeo de armaduras

Colocaccedilatildeo de armaduras adicionais de reforccedilo se as armaduras existentes apresentarem

uma perda de seccedilatildeo superior a 10 (Gomes A Appleton J) Exemplificam-se nas figuras

seguintes os vaacuterios tipos de disposiccedilatildeo de armaduras para reforccedilo de vigas e pilares

Figura 5-29Disposiccedilatildeo das armaduras mais utilizado no encamisamento de vigas (Gomes

A Appleton J)

97 Tiago Pais Boto

Figura 5-30 Disposiccedilatildeo das armaduras mais utilizado no encamisamento de pilares (Gomes

A Appleton J)

Fase de Betonagem

A betonagem pode ser feita com betatildeo projetado betatildeo normal ou com uma argamassa

especial os quais devem possuir boa trabalhabilidade baixa retraccedilatildeo elevada resistecircncia agrave

compressatildeo e boa aderecircncia (Gomes A Appleton J)

119890119898119894119899=

50119898119898 119861119890119905atilde119900 119901119903119900119895119890119905119886119889119900 75 119886 100119898119898 119861119890119905atilde119900 119899119900119903119898119886119897 11988811990011989111990311988611988911990040 119886 60119898119898 119860119903119892119886119898119886119904119904119886 119890119904119901119890119888119894119886119897

Figura 5-31Espessura a betonar em funccedilatildeo do material e teacutecnica utilizada (Gomes A

Appleton J)

A ligaccedilatildeo pode ser substancialmente melhorada com a pintura de resina epoacutexida com

ldquopot liferdquo elevado (periacuteodo em que a colagem eacute eficaz apoacutes 1 hora)

98

5833 Verificaccedilatildeo da seguranccedila de vigas agrave flexatildeo no estado limite uacuteltimo

O dimensionamento para a verificaccedilatildeo da resistecircncia agrave flexatildeo de uma viga de betatildeo

armado pode ser realizado pelo meacutetodo dos coeficientes globais admitindo que a secccedilatildeo tem

um comportamento monoliacutetico uma aderecircncia perfeita e as secccedilotildees planas mantecircm-se planas

apoacutes a deformaccedilatildeo Considera-se um coeficiente de monolitismo para a flexatildeo de 120574119899119877 = 09

Deste modo o caacutelculo eacute semelhante ao de uma secccedilatildeo de betatildeo armado corrente considerando-

se duas camadas de armaduras com resistecircncias diferentes como se exemplifica na figura

seguinte (Gomes A Appleton J 2008)

Figura 5-32Modelo de caacutelculo agrave flexatildeo de vigas reforccediladas por encamisamento de betatildeo

armado (Gomes A Appleton J)

i) Caacutelculo do momento resistente

119872119877119863 = 120574119899119877 times (119860119904119890119902 times 119885119890119902 times 119891119904119910119889

119894 ) (531)

119860119904119890119902 = 119860119904

119894 + 119860119904119903 times

119891119904119910119889119903

119891119904119910119889119894 (532)

119885119890119902 =119860119904119894times119885119894times119891119904119910119889

119894 +119860119904119903times119885119903times119891119904119910119889

119903

119860119904119894times119891119904119910119889

119894 +119860119904119903times119891119904119910119889

119903 (533)

Admitindo z=09 vem

119872119877119863 = 120574119899119877 times (119860119904

119890119902 times 09 times 119891119904119910119889119894 ) (534)

99 Tiago Pais Boto

Com a utilizaccedilatildeo de tabelas de dimensionamento determina-se 119860119904119890119902

e atraveacutes da

expressatildeo seguinte podemos calcular a aacuterea de armadura de reforccedilo (119860119904119903)

119860119904119903 =

119891119904119910119889119894

119891119904119910119889119903 times (119860119904

119890119902 times119889119890119902

119889119903minus 119860119904

119894 times119889119894

119889119903) (535)

Onde

119872119877119863 = Momento resistente

120574119899119877 = Coeficiente de monolitismo para a flexatildeo ( 120574119899119877 = 09 valor sugerido no Eurocoacutedio 8

parte14)

119860119904119890119902

= Aacuterea de armadura equivalente

119885119890119902 = Braccedilo equivalente da seccedilatildeo reforccedilada

119891119904119910119889119894 = Tensatildeo de cedecircncia de traccedilatildeo da armadura existente

119860119904119894 = Aacuterea da armadura existente

119860119904119903 = Aacuterea da armadura de reforccedilo

119891119904119910119889119903 = Tensatildeo de cedecircncia de traccedilatildeo da armadura de reforccedilo

119885119894 = Braccedilo da seccedilatildeo de betatildeo relativamente agrave armadura existente

119885119903 = Braccedilo da seccedilatildeo de betatildeo relativamente agrave armadura de reforccedilo

119889119890119902 = Altura uacutetil equivalente da seccedilatildeo reforccedilada

119889119903 = Altura uacutetil da seccedilatildeo reforccedilada relativamente agrave armadura de reforccedilo

119889119894 = Altura uacutetil da seccedilatildeo reforccedilada relativamente agrave armadura existente

ii) Verificaccedilatildeo da seguranccedila da ligaccedilatildeo entre o betatildeo existentebetatildeo novo

Figura 5-33 Modelo de caacutelculo para verificaccedilatildeo da ligaccedilatildeo betatildeo existentebetatildeo novo

(Gomes A Appleton J)

100

1205911 =119881119904119889

119887119903times119885119890119902 (536)

1205912 =119881119904119889

119887119903times119885119890119902times

119860119904119903times119891119904119910119889

119903

119860119904119903times119891119904119910119889

119903 +119860119904119894times119891119904119910119889

119894 (537)

Para verificaccedilatildeo da ligaccedilatildeo temos de garantir que

1205912 le 120591119898aacute119909 =1

120574119888times

2

3times 119891119888119905119898 (538)

119891119888119905119898 = 119898119894119899 119891119888119905119898119899119900119907119900

119891119888119905119898119890119909119894119904119905119890119899119905119890

(539)

Onde

1205911 = Tensatildeo tangencial na seccedilatildeo do betatildeo existente

119881119904119889 = Valor de caacutelculo do esforccedilo transverso atuante

119887119903 = Largura da seccedilatildeo de betatildeo reforccedilada

119885119890119902 = Braccedilo equivalente da seccedilatildeo reforccedilada

1205912 = Tensatildeo tangencial na seccedilatildeo do betatildeo novo e o betatildeo existente

119860119904119903 = Aacuterea da armadura de reforccedilo

119891119904119910119889119903 = Tensatildeo de cedecircncia de traccedilatildeo da armadura de reforccedilo

119860119904119894 = Aacuterea da armadura existente

119891119904119910119889119894 = Tensatildeo de cedecircncia de traccedilatildeo da armadura existente

120591119898aacute119909 = Tensatildeo tangencial limite

120574119888 = Coeficiente de minoraccedilatildeo das propriedades resistentes do betatildeo em estruturas novas

119891119888119905119898 = Resistecircncia meacutedia agrave traccedilatildeo do betatildeo

5834 Verificaccedilatildeo da seguranccedila de vigas ao esforccedilo transverso no estado limite uacuteltimo

O dimensionamento para a verificaccedilatildeo da resistecircncia ao esforccedilo transverso de uma viga

de betatildeo armado pode ser realizado pelo meacutetodo dos coeficientes globais Com esta teacutecnica eacute

possiacutevel incrementar a resistecircncia associada agraves tensotildees de compressatildeo nas bielas inclinadas do

modelo de treliccedila aumentando a largura da alma da seccedilatildeo de betatildeo e introduzindo novos

estribos (Gomes A Appleton J 2008)

101 Tiago Pais Boto

i) Caacutelculo do esforccedilo transverso maacuteximo

119881119904119889 le 119881119877119889119898119886119909 =120572119888119908times119887119894times119885119894times1205921times119891119888119889

119888119900119905120579+119905119886119899120579+

120572119888119908times(119887119894minus119887119903)times119885119894times1205921times119891119888119889

119888119900119905120579+119905119886119899120579 (540)

Onde

119881119904119889 = Valor de caacutelculo do esforccedilo transverso atuante

119881119877119889119898119886119909 = Esforccedilo transverso maacuteximo

120572119888119908 = Fator que tem em conta o estado de tensatildeo na biela comprimida

119887119894 = Largura da seccedilatildeo de betatildeo da viga inicial

119885119894 = Braccedilo da seccedilatildeo de betatildeo relativamente agrave armadura existente

1205921 = Fator redutor da tensatildeo de compressatildeo do betatildeo fendilhado

119891119888119889 =Valor de caacutelculo da resistecircncia agrave compressatildeo do betatildeo

119887119903 = Largura da seccedilatildeo de betatildeo reforccedilada

120579 = Angulo das bielas do betatildeo

ii) Caacutelculo do esforccedilo transverso resistente de caacutelculo

119881119904119889 le 119881119877119889119904 = 120574119899119881 times (119885119894 times119860119904119908119894

119878times coth 120579 times 119891119910119889

119894 ) + 120574119899119881 times (119885119903 times119860119904119908119903

119878times coth 120579 times 119891119910119889

119903 ) (541)

Onde

119881119904119889 = Valor de caacutelculo do esforccedilo transverso atuante

119881119877119889119904 = Esforccedilo transverso resistente de caacutelculo

120574119899119881 = Coeficiente de monolitismo para a esforccedilo transverso ( 120574119899119881 = 08 valor sugerido por

Eurocoacutedio 8 parte14)

119885119894 = Braccedilo de uma seccedilatildeo de betatildeo relativamente agrave armadura existente

119860119904119908119894 =Aacuterea da armadura de esforccedilo transverso inicial por metro

119878 = Espaccedilamento dos varotildees de accedilo

120579 = Angulo das bielas do betatildeo

119891119910119889119894 = Tensatildeo de cedecircncia do accedilo da armadura existente

119885119903 = Braccedilo de uma seccedilatildeo de betatildeo relativamente agrave armadura de reforccedilo

119860119904119908119903 = Aacuterea da armadura de esforccedilo transverso adicional por metro

119891119910119889119903 =Tensatildeo de cedecircncia do accedilo da armadura de reforccedilo

102

De acordo com o Eurocoacutedigo 8 parte 14 o reforccedilo ao esforccedilo transverso natildeo conveacutem que seja

muito elevado seguindo a recomendaccedilatildeo de

119881119877119889119903 lt 2119881119877119889

119894 (542)

5835 Verificaccedilatildeo da seguranccedila de pilares aos estados limites uacuteltimos

O dimensionamento para a verificaccedilatildeo da resistecircncia agrave compressatildeo simples e resistecircncia

agrave flexatildeo de um pilar de betatildeo armado pode ser realizado pelo meacutetodo dos coeficientes globais

tendo em conta os modelos e os pressupostos satildeo semelhantes aos efetuados no caacutelculo de

seccedilotildees novas agrave flexatildeo

De acordo com (CEB- Bulletin drsquoinformation nordm 162 ) a contribuiccedilatildeo inicial de betatildeo

para a resistecircncia da peccedila pode ser desprezada se

119860119888119891119894119899119886119897

= 119860119888119903 + 119860119888

119894 ge 2119860119888119894 (543)

Figura 5-34Pilar com encamisamento de betatildeo armado total (Aacutelvaro Sousa 2008)

i) Correccedilatildeo da resistecircncia agrave compressatildeo do betatildeo

De acordo com o CEB Bulletin drsquoinformation nordm 213214 o valor corrigido da

resistecircncia agrave compressatildeo do betatildeo 119891119888119870119888119891 pode ser calculado a partir das seguintes expressotildees

119891119888119870119888119891 = 119891119888119896 times (1000 + 50 times1205902

119891119888119896) 119902119906119886119899119889119900 1205902 lt 005 times 119891119888119896 (544)

103 Tiago Pais Boto

119891119888119870119888119891 = 119891119888119896 times (1125 + 25 times1205902

119891119888119896) 119902119906119886119899119889119900 1205902 gt 005 times 119891119888119896 (545)

1205902 =1

2times 120572119899 times 120572119904 times 120596119899 (546)

120596119899 =119881119900119897119906119898119890 119889119886 119886119903119898119886119889119906119903119886 119905119903119886119899119904119907119890119903119904119886119897

119881119900119897119906119898119890 119889119900 119887119890119905atilde119900=

2(1198870+ℎ0)timesempty1198901199041199051199031198941198871199061199042

4times1

119904

1198870timesℎ0 (547)

Onde

119891119888119870119888119891 = Valor caracteriacutestico corrigido da resistecircncia agrave compressatildeo do betatildeo

119891119888119896 = Valor caracteriacutestico da tensatildeo de rotura agrave compressatildeo do betatildeo

1205902 = Tensatildeo de confinamento

120596119899 = Percentagem volumeacutetrica da armadura transversal

120572119899 = Coeficiente redutor que tem em conta a aacuterea de betatildeo em planta efetivamente

confinada

120572119904 = Coeficiente redutor que tem em conta a aacuterea de betatildeo em altura efetivamente

confinada

1198870 119890 ℎ0 = Dimensatildeo do nuacutecleo cintado de betatildeo medidas em relaccedilatildeo agrave face interior do

betatildeo

119904 = Espaccedilamento dos varotildees da armadura transversal (espaccedilamento dos estribos)

ii) Dimensionamento agrave compressatildeo simples

119873119904119889 le 119873119903119889 = 120574119899119877 times (119860119888119894 times 119891119888119889119888119891 + 119860119904

119894 times 119891119904119910119889119894 ) + 120574119899119877 times ((119860119888

119903 minus 119860119888119888119903) times 119891119888119889119888119891 + 119860119904

119903 times 119891119904119910119889119903 )

(548)

Onde

119873119904119889 = Esforccedilo axial atuante

119873119903119889 = Esforccedilo axial resistente

120574119899119881 = Coeficiente de monolitismo para a esforccedilo transverso ( 120574119899119881 = 08 valor

sugerido no Eurocoacutedio 8 parte14)

119860119888119894 = Aacuterea do betatildeo existente

119891119888119889119888119891 = Valor de caacutelculo corrigido da resistecircncia aacute compressatildeo do betatildeo

104

119860119904119894 = Aacuterea da armadura existente

119891119904119910119889119894 = Tensatildeo de cedecircncia de traccedilatildeo da armadura de existente

119860119888119903 = Aacuterea do betatildeo de reforccedilo

119860119888119888119903 = Aacuterea do betatildeo de recobrimento que natildeo se considera confinado

119860119904119903 = Aacuterea da armadura de reforccedilo

119891119904119910119889119903 = Tensatildeo de cedecircncia de traccedilatildeo da armadura de reforccedilo

iii) Dimensionamento agrave flexatildeo composta

O modelo de caacutelculo semelhante aos efetuados no caacutelculo de secccedilotildees novas agrave flexatildeo composta

Figura 5-35Modelo de caacutelculo dos esforccedilos resistentes agrave flexatildeo composta (Aacutelvaro Sousa

2008)

O esforccedilo axial e o momento resistente final devem ser afetados pelos coeficientes de

monolitismo correspondentes

119873119877119889119891119894119899119886119897

= 119873119877119889 times 120574119899119877 (549)

119872119877119889119891119894119899119886119897

= 119872119877119889 times 120574119899119877 (550)

Onde

119873119877119889119891119894119899119886119897

=Esforccedilo axial resistente afetado pelo coeficiente de monolitismo

119873119877119889 = Esforccedilo axial resistente

120574119899119881 = Coeficiente de monolitismo para a esforccedilo transverso ( 120574119899119881 = 08 valor

sugerido por Eurocoacutedio 8 parte14)

119872119877119889119891119894119899119886119897

= Momento resistente da seccedilatildeo reforccedilada afetado pelo coeficiente de

monolitismo

119872119877119889 = Momento resistente da seccedilatildeo reforccedilada

105 Tiago Pais Boto

584 Reforccedilo de estruturas em betatildeo com colagem de compoacutesitos FRP (Poliacutemeros reforccedilados

com fibras)

5841 Introduccedilatildeo

O reforccedilo de estruturas com FRP aparece devido agrave necessidade de reforccedilar com

materiais mais leves facilitar a execuccedilatildeo e por atualmente haver uma reduccedilatildeo dos custos de

fabrico das fibras Pode-se dizer que eacute uma evoluccedilatildeo da teacutecnica por colagem de chapas ou placas

de accedilo

Este compoacutesito de FRP eacute constituiacutedo pela conjugaccedilatildeo de fibras orgacircnicas ou inorgacircnicas

agrupadas atraveacutes de uma resina (polieacutesteres vinil ou epoacutexi) termoendureciacutevel ou

termoplaacutestica formando assim a matriz polimeacuterica O compoacutesito de FRP tem ainda cargas de

enchimento designadas por ldquofillersrdquo podendo tambeacutem conter aditivos tais como agentes

catalisadores ou aceleradores De acordo com Juvandes (1999) os FRPrsquos satildeo distinguidos em

dois grupos os sistemas preacute-fabricados conhecidos por ldquoPrefabricated Elementsrdquo (constituiacutedos

pelo laminado de FRP e pelo adesivo) e os sistemas curados ldquoin siturdquo conhecidos por ldquoWet Lay-

up Systemsrdquo (constituiacutedos pela telas de fibras e pela resina de impregnaccedilatildeo) Ainda de acordo

com a disposiccedilatildeo das fibras e da sua geometria podem ser classificados de unidirecionais

bidirecionais e multidirecionais As fibras mais utilizadas satildeo o vidro o carbono e a poliamide

aromaacutetica (aramida ou kevlarreg) sendo os respetivos compoacutesitos reforccedilados assinalados

internacionalmente por GFRP (Glass Fiber Reinforced Polymer) CFRP (Carbon Fiber

Reinforced Polymer) e AFRP (Aramid Fiber Reinforced Polymer)

5842 Sistemas Preacute-Fabricados

O grupo dos Sistemas Preacute-Fabricados adveacutem de um conjunto de fibras com orientaccedilatildeo

unidirecional unificadas atraveacutes de uma resina termoendureciacutevel resultante de um processo

designado por pultrusatildeo este consiste em saturar as fibras continuas com espessuras e larguras

controladas com resina puxadas atraveacutes de um molde aquecido resultando num produto final

com a forma transversal desejada dispensando qualquer polimerizaccedilatildeo do produto em obra

De acordo com (Juvandes1999) o laminado mais utilizado (ldquoLaminaterdquo ldquoStripsrdquo)

apresenta-se com a espessura tiacutepica de 12 a 14mm e com largura variaacutevel As caracteriacutesticas

mecacircnicas e fiacutesicas destes devem ser garantidas pelo fabricante com base em ensaios em

planos de controlo de qualidade Para a colagem dos laminados agrave superfiacutecie do betatildeo eacute utilizado

um compoacutesito que pode ser do tipo epoacutexido de vinil ou polieacutester designado por adesivo

5843 Sistemas ldquoin siturdquo

Ao contraacuterio dos sistemas Preacute-fabricados os sistemas ldquoin siturdquo natildeo apresentam um

produto final consolidado com resina mas sim fibras em forma de fios designados por Tecidos

(ldquoFabricsrdquo) ou Mantas (ldquoSheetsrdquo) em estado seco ou com teores de impregnaccedilatildeo reduzidos

106

De acordo com Juvandes (1999) as Mantas satildeo compostas por fibras unidirecionais

(orientaccedilatildeo 0ordm) e com espessuras de 01 a 02mm (110 dos laminados) e larguras entre 25 e

30cm Os Tecidos tecircm fibras entrelaccediladas (orientaccedilotildees 0ordm90ordm) ou multi direccionalmente com

a largura de cerca de 60cm A percentagem das fibras das Mantas e dos tecidos satildeo indicadas

pelo peso do produto por msup2 (gmsup2) sendo que os valores correntes encontram-se na ordem dos

200 a 400 gmsup2

O produto final conteacutem resina para impregnar as fibras sendo necessaacuterio em obra uma

polimerizaccedilatildeo com resina para criar o FRP Esta polimerizaccedilatildeo funciona tambeacutem como adesivo

agrave superfiacutecie da estrutura de betatildeo

Figura 5-36 Compoacutesito de FRP (Formas Preacute-Fabricada e Curada ldquoin siturdquo) (LJuvandes et all

2007)

5844 Componentes da aplicaccedilatildeo do sistema FRP

Fibras

107 Tiago Pais Boto

As fibras sendo o componente principal nos sistemas FRP tecircm que ser escolhidas

essencialmente em funccedilatildeo da classe de exposiccedilatildeo ambiental do moacutedulo de elasticidade

resistecircncia agrave traccedilatildeo e fadiga durabilidade e custo econoacutemico

As fibras em filamento de configuraccedilatildeo contiacutenua designadas ldquoContinuous Fibersrdquo (ACI

440R-96 1996 JCI TC952 1998) satildeo as mais adequadas para intervenccedilotildees de reforccedilo em

estruturas de betatildeo devido agrave possibilidade de orientaccedilatildeo numa direccedilatildeo especiacutefica otimizando

o desempenho estrutural (Juvandes 1999) As fibras continuas mais usadas no reforccedilo com

recurso a sistemas de FRP satildeo de vidro (G) de carbono (C) e a poliamida aromaacutetica (aramida

(A) ou Kevlarreg (K))

As fibras de carbono (C) destingem-se das outras natildeo soacute pelo elevado preccedilo mas

tambeacutem por apresentarem elevados moacutedulos de elasticidade elevada resistecircncia agrave traccedilatildeo e

fadiga relaccedilatildeo resistecircnciapeso extremamente altos As fibras de Aramida (A) satildeo as que tecircm

a maior relaccedilatildeo resistecircncia de traccedilatildeo peso assim como o mais baixo peso especiacutefico de entre

as trecircs boa resistecircncia agrave abrasatildeo impacto e resistecircncia teacutermica Em relaccedilatildeo agraves fibras de vidro

(G) aleacutem dos baixos moacutedulos de elasticidade e baixa resistecircncia agrave fadiga distinguem-se pelo

baixo custo econoacutemico elevada resistecircncia teacutermica e resistecircncia agrave traccedilatildeo

Figura 5-37 Comportamento agrave traccedilatildeo de fibras e metais (ACI 440R-96 1996)

Legenda

C-HM = Fibras de Carbono de elevado moacutedulo de elasticidade

C-HS = Fibras de Carbono de elevada resistecircncia

A-HM = Fibras de Aramida de elevado moacutedulo de elasticidade

A-IM = Fibras de Aramida de moacutedulo de elasticidade intermeacutedio

G-S = Fibras de Vidro de elevada resistecircncia

108

G-AR = Fibras de Vidro de resistecircncia meacutedia

G-E = Fibras de Vidro com propriedades similares a G-AR mas de densidade

inferior

Tabela 5-12Propriedades das Principais Fibras (Manoochehr Zoghi 2014)

Adesivos

Os adesivos satildeo utilizados em sistemas ldquoPreacute-Fabricadosrdquo jaacute referido anteriormente e

satildeo constituiacutedos por uma resina e por vezes com a adiccedilatildeo de um endurecedor garantindo assim

a funccedilatildeo de ligaccedilatildeo e transferecircncia de tensotildees entre o sistema FRP e o betatildeo

Primaacuterio (Primers)

O Primaacuterio tambeacutem conhecido por (ldquoPrimersrdquo) eacute um fluido de viscosidade reduzida

geralmente cerca de 10 de soluccedilatildeo do adesivo em solvente orgacircnico que se coloca na

superfiacutecie do betatildeo para melhorar o desempenho da ligaccedilatildeo e criar um revestimento sobre o

qual o adesivo possa fluir mais facilmente (FIB bulletin14 2001)

Massa de enchimento (Puttie filler)

A massa de enchimento designada por (ldquoPuttie fillerrdquo) segundo a norma ACI 4402R-

08 2008 eacute um material relativamente inerte constituiacutedo por calcaacuterio pulverizado siacutelica ou

substancias coloidais adicionado com cimento Portland tinta resina ou outros materiais

podendo reduzir a retraccedilatildeo a densidade os custos e aumentar a trabalhabilidade

109 Tiago Pais Boto

Este material eacute usado para preencher vazios quando a superfiacutecie de betatildeo apresenta

irregularidades significativas das quais o primaacuterio natildeo eacute suficiente para suprimir pequenas

fendas ou orifiacutecios tornando assim a superfiacutecie de betatildeo mais lisa e regular

Resinas de saturaccedilatildeo

As resinas de saturaccedilatildeo ou matriz polimeacuterica (resina termoendureciacutevel) como o nome

indica servem para impregnar as fibras de reforccedilo e moldar a superfiacutecie de betatildeo Tecircm ainda

como funccedilatildeo fornecer um caminho de transferecircncia de tensotildees proteger as fibras de eventuais

choques mecacircnicos essencialmente esforccedilos de compressatildeo accedilotildees teacutermicas e exposiccedilatildeo agrave

agressividade ambiental Por estas razotildees a seleccedilatildeo da matriz polimeacuterica deve ser cuidada

justificando geralmente a escolha por resinas termoendureciacuteveis do tipo epoacutexido (ACI 440R-

96 1996)

Um estudo conduzido por (Juvandes et all 2006) com o tema A temperatura e a teacutecnica

de reforccedilo por colagem de sistemas de FRP com recurso a ensaios DSC e DMTArdquo Permitiu

concluir que a variaccedilatildeo de temperatura critica (Tc) em resinas comerciais correntes se encontra

muito proacuteximo e por vezes abaixo do valor das temperaturas caracteriacutesticas (T95) das obras em

Portugal Esta aproximaccedilatildeo pode conduzir ao amolecimento dos adesivos em determinado

periacuteodo de funcionamento da estrutura pondo em causa as propriedades e todo o sistema de

reforccedilo FRP

Desta forma os autores recomendam a implementaccedilatildeo trecircs criteacuterios [i] ‒ avaliar o

gradiente higroteacutermico esperado para a envolvente da obra no periacuteodo de vida uacutetil [ii] ‒

selecionar ou desenvolver novos adesivosresinas cujo valor da temperatura de transiccedilatildeo viacutetrea

(Tg) seja superior agraves condicionantes ambientais esperadas para a estrutura [iii] ‒ implementar

accedilotildees preventivas na zona reforccedilada de modo a evitar a exposiccedilatildeo direta dos reforccedilos ao

ambiente recorrendo a medidas de proteccedilatildeo

Revestimento protetor

A camada exterior do sistema FRP eacute designada por revestimento protetor Para o

sistema ter um comportamento adequado a longo prazo recomenda-se a execuccedilatildeo de uma

proteccedilatildeo a curto prazo (Proteccedilatildeo Temporaacuteria) incluindo medidas de proteccedilatildeo essencialmente

ambientais na fase em que a resina de saturaccedilatildeo se encontra em processo de cura Apoacutes a

conclusatildeo deste processo eacute entatildeo aplicada a proteccedilatildeo de caraacuteter definitivo (Proteccedilatildeo

Permanente) concebida para proteger contra impactos fogo exposiccedilatildeo a quiacutemicos raios

ultravioleta humidade temperaturas excessivas e vandalismo Poderaacute ainda haver um

acabamento esteacutetico (Mirmiran e Shahawy 2008)

110

Figura 5-38 Aplicaccedilatildeo do sistema FRP (adaptado de BASF 2007)

5845 Apreciaccedilotildees sobre Durabilidade dos FRPrsquos

Figura 5-39Fatores condicionantes para a durabilidade dos FRPrsquos

Humidade

A humidade eacute a principal causa da diminuiccedilatildeo da resistecircncia da matriz devido agraves

ligaccedilotildees moleculares moles Uma escolha apropriada da resina por exemplo a matriz de

vinylester pode diminuir o efeito da humidade Jaacute as resinas de polieacutester natildeo satildeo aconselhadas

em ambientes onde a humidade eacute importante Para sistemas de reforccedilo com CFRP vaacuterios

estudos mostram que em ambientes que envolvem ciclos de molhagem o desempenho do FRP

diminui entre 20 a 30 valores resultantes da descolagem da placa FRP agrave interface do betatildeo

(Aacutelvaro Sousa 2008)

Alcalinidade

DURABILIDADE

TEMPERATURAEXPOSICcedilAtildeO

ULTRA-VIOLETA

HUMIDADE ALCALINIDADE

111 Tiago Pais Boto

A diminuiccedilatildeo da capacidade resistente dos sistemas FRP devido agrave alcalinidade provem

obviamente da exposiccedilatildeo a que o sistema estaacute sujeito mas tambeacutem devido alcalinidade e

porosidade do betatildeo onde usualmente se encontram valores de pH acima de 11 Esta

sensibilidade eacute substancialmente notoacuteria em sistemas GFRP onde a deterioraccedilatildeo da matriz e das

fibras conduzem a perdas de capacidade resistente na ordem dos 20 Para combater estas

vulneraacuteveis situaccedilotildees aconselha-se a usar resinas da matriz do tipo vinylester e uma pintura de

proteccedilatildeo designada por AR-Glass (Alkalin Resistant fibers) Apesar de ser cerca de 10 vezes

monetariamente mais caro comparativamente ao sistema convencional GFRP (E-GLASS)

(Aacutelvaro Sousa 2008)

Temperatura

Os sistemas FRP perdem as suas propriedades mecacircnicas quando expostos a altas

temperaturas A temperatura tiacutepica desta deterioraccedilatildeo eacute a temperatura de transiccedilatildeo viacutetrea que

se situa entre os 60ordm e 120ordm Celsius em sistemas GFRP e AFRP Esta eacute uma das razotildees para os

FRPacutes natildeo serem tatildeo amplamente utilizados em edifiacutecios onde em comparaccedilatildeo com as pontes

a seguranccedila eacute mais exigente Uma das principais preocupaccedilotildees em caso de incecircndio usando

FRP eacute a libertaccedilatildeo de gases extremamente toacutexicos e perigosos para os seres humanos aleacutem da

perda de cerca de 80 da resistecircncia agrave traccedilatildeo para temperaturas acima de 500ordm Celsius

Uma soluccedilatildeo para contornar o problema eacute o uso de sistemas CFRP na verdade satildeo quase

insensiacuteveis a altas temperaturas capazes de suportar temperaturas superiores a 1000ordm Celsius

que eacute entre outras a razatildeo pela qual se utilizam fibras na induacutestria de aviaccedilatildeo

A American Concrete Institute (ACI) publicou um artigo interessante em 2006 que natildeo

recomenda o uso de FRP em edifiacutecios onde a integridade estrutural tem que ser mantida no caso

de um incecircndio

Exposiccedilatildeo ultravioleta

Compreende-se bem que os raios ultra violetas causam danos nas ligaccedilotildees quiacutemicas (foto

degradaccedilatildeo) fenoacutemeno que se verifica para determinados comprimentos de onda Poreacutem este

fenoacutemeno aparece apenas na camada superficial do poliacutemero AFRP onde um revestimento

adequado pode resolver o problema Os sistemas CFRP e GFRP natildeo estatildeo sujeitos a este tipo

de agressatildeo

5846 Consideraccedilotildees Finais vantagens e desvantagens

A teacutecnica de reforccedilo por colagem exterior de Sistemas Compoacutesitos de FRP surge como

uma alternativa aos sistemas de reforccedilo por colagem de chapas ou perfis metaacutelicos

As caracteriacutesticas mecacircnicas notaacuteveis de poliacutemeros reforccedilados com fibras foram

descritas ao longo deste capiacutetulo Apesar do custo econoacutemico mais elevado em comparaccedilatildeo

com os materiais tiacutepicos de engenharia civil tais como betatildeo ou accedilo a relaccedilatildeo pesoresistecircncia

112

capacidade contra ambientes agressivos facilidade e simplicidade de manuseamento em obra

daacute a este material um grande potencial para ser usado em melhorias estruturais apresentando

oacutetimos resultados de resistecircncia durabilidade facilidade e simplicidade de execuccedilatildeo em obra

Natildeo diferindo das restantes teacutecnicas de reforccedilo o seu ecircxito depende em larga escala da sua

correta conceccedilatildeo em projeto e da boa execuccedilatildeo em obra

Tabela 5-13 Principais vantagens e desvantagens das fibras FRP (Aacutelvaro Sousa 2008)

Tipo de Fibra Vantagens Desvantagens

Carbono (CFRP)

Grande resistecircncia agrave traccedilatildeo

compressatildeo e fadiga

Sensibilidade ao choque e

abrasatildeo

Grande resistecircncia a temperaturas

elevadas e agrave accedilatildeo de agentes quiacutemicos Corrosatildeo do tipo galvacircnico

Boa condutividade teacutermica e eleacutetrica Cerca de dez vezes mais cara do

que as fibras de vidro (GFRP)

Imune agrave corrosatildeo

Vidro (GFRP)

Grande resistecircncia agrave temperatura Muito suscetiacutevel a choques e

danos

Boa aderecircncia agrave matriz polimeacuterica Caracteriacutesticas mecacircnicas

inferiores a CFRP e AFRP

Transparente Maior peso especiacutefico

Boa relaccedilatildeo qualidadepreccedilo

Aramida (AFRP)

Baixa densidade Baixa resistecircncia agrave compressatildeo

Elevada resistecircncia agrave traccedilatildeo Sensibilidade agrave fluecircncia e accedilatildeo

dos raios ultra violetas

Boa resistecircncia ao choque desgaste e

vibraccedilotildees Dificuldade de moldagem

Boa resistecircncia a altas temperaturas e a

quiacutemicos Absorccedilatildeo de humidade

113 Tiago Pais Boto

6 Exemplos de casos praacuteticos de reparaccedilatildeo e reforccedilo

61 Cais de carga geral do porto de Aveiro

Figura 6-1 Vista do Cais de Carga do porto de Aveiro (LOURENCcedilO Z 2007)

Descriccedilatildeo da obra

O cais do Porto de Aveiro situa-se na faixa da costa dentro do limite da largura maacutexima legal

do domiacutenio puacuteblico mariacutetimo Este contem cinco zonas portuaacuterias designadas por Terminal

Norte Terminal Sul Terminal de Graneis Liacutequidos Porto de Pesca Costeira e Porto de Pesca

do Largo A intervenccedilatildeo eacute direcionada para as zonas de mareacute e de salpicos da viga frontal do

Cais de Carga Geral este tem um comprimento de 250 metros e a aacuterea total de betatildeo armado

a ser protegida foi de 1046 m2

Inspeccedilotildees Ensaios Anomalias patologias

O ensaio submetido ao cais de carga geral foi a mediccedilatildeo nos pontos de monitorizaccedilatildeo (zona 1

zona 2 e zona 3) do potencial natural

Como esperado os valores mais negativos foram verificados na zona 3 onde a concentraccedilatildeo de

humidade no betatildeo era superior Jaacute os valores menos negativos foram registados na zona 1

zona de salpicos onde a concentraccedilatildeo de humidade eacute inferior e com maior concentraccedilatildeo de

oxigeacutenio

Jaacute no decorrer da obra foram efetuados os seguintes testes antes da betonagem

- Verificaccedilatildeo da continuidade eleacutetrica das armaduras em cada secccedilatildeo

- Continuidade eleacutetrica das ligaccedilotildees catoacutedicas

- Continuidade eleacutetrica entre as ligaccedilotildees anoacutedicas na mesma zona

114

Antes durante e depois da betonagem foram realizados testes para verificaccedilatildeo da ausecircncia de

curto-circuito entre fitas de acircnodo e a armadura Estes testes foram realizados atraveacutes da

mediccedilatildeo da resistecircncia e do potencial entre as ligaccedilotildees anoacutedicas e catoacutedicas em cada

zonasecccedilatildeo

Figura 6-2 Corte da viga frontal com a ilustraccedilatildeo das diferentes zonas anoacutedicas do sistema de

proteccedilatildeo catoacutedica (LOURENCcedilO Z 2007)

Intervenccedilatildeo realizada

Um sistema de proteccedilatildeo catoacutedica foi utilizado nesta intervenccedilatildeo constituiacutedo por fitas de malha

de Titacircnio ativado revestida com oacutexidos de metais nobre (TiMMO) com 20 mm de largura e

05 mm de espessura As fitas foram instaladas com espaccedilamento de 250 mm garantido atraveacutes

de espaccediladores apropriados de modo a evitar curto-circuitos e ligadas atraveacutes de soldadura por

pontos a uma outra fita de Titacircnio distribuidor da corrente Os eleacutetrodos de referecircncia

utilizados foram de MnMnO2 sendo fixos nas armaduras com a ajuda de braccediladeiras de

plaacutestico

Para um melhor controlo da informaccedilatildeo gerada e controlo da corrente as trecircs zonas iniciais de

monitorizaccedilatildeo foram subdivididas em subzonas

De modo a que a intensidade de corrente de cada zona se mantivesse constante o sistema foi

carregado em modo de corrente constante permitindo tambeacutem assim que a tensatildeo de saiacuteda de

cada fonte de alimentaccedilatildeo varie automaticamente em funccedilatildeo da resistividade do betatildeo

A monitorizaccedilatildeo e controlo do sistema eacute feito atraveacutes de uma unidade central constituiacuteda

essencialmente por trecircs fontes de alimentaccedilatildeo (uma por zona) voltiacutemetros e amperiacutemetros para

mediccedilatildeo da intensidade da corrente e da voltagem fornecida e voltiacutemetro de alta impedacircncia

para mediccedilatildeo dos potenciais de eleacutetrodo (LOURENCcedilO Z 2007)

115 Tiago Pais Boto

Figura 6-3 Instalaccedilatildeo das fitas de malha de TiMMO (LOURENCcedilO Z 2007)

Figura 6-4 Unidade Central de controlo e monitorizaccedilatildeo (LOURENCcedilO Z 2007)

Ficha teacutecnica e estado atual da obra (conclusotildees)

Decidiu-se efetuar dois ciclos de polarizaccedilatildeodespolarizaccedilatildeo com duraccedilatildeo de dois meses cada

ciclo de polarizaccedilatildeo e 72 horas cada ciclo de despolarizaccedilatildeo Verificou-se que os valores do

decrescimento de potencial ao fim do primeiro ciclo foram inferiores a 100mV portanto

116

decidiu-se aumentar a corrente fornecida a cada sub zona no segundo ciclo de despolarizaccedilatildeo

A tabela 61 apresenta os valores de potencial polarizado (instante OFF) e do decrescimento do

potencial obtidos em cada sub zona

Tabela 6-1 Resultados obtidos durante dois ciclos de polarizaccedilatildeo despolarizaccedilatildeo

(LOURENCcedilO Z 2007)

Tabela 6-2 Meacutedia dos valores de decrescimento de potencial obtido em cada zona e em cada

ciclo de polarizaccedilatildeo (LOURENCcedilO Z 2007)

Em comparaccedilatildeo com o maacuteximo de 2 mAm2 recomendado na Norma Europeia estes resultados

mostram que a densidade de corrente necessaacuteria nesta estrutura para a obtenccedilatildeo de 100 mV de

decrescimento de potencial ao fim de 72 h de despolarizaccedilatildeo eacute da ordem de 35 mA m2 Mas

sendo que o sistema foi dimensionado para receber densidades de corrente muito superiores aos

valores recomendados pela Norma Europeia natildeo existiu qualquer problema de durabilidade

117 Tiago Pais Boto

dos acircnodos e dos restantes componentes do sistema (LOURENCcedilO Z 2007)

Figura 6-5 Meacutedia dos valores do decrescimento do potencial (72 h) em funccedilatildeo da densidade de

corrente (LOURENCcedilO Z 2007)

62 Viaduto Duarte Pacheco

Figura 6-6 Vista geral viaduto Duarte Pacheco (httpwwwpanoramiocom 2014)

118

Descriccedilatildeo da obra

O Viaduto Duarte Pacheco eacute um viaduto de acesso a Lisboa vindo da autoestrada A5 Tem um

tabuleiro com 355m de desenvolvimento e 24 metros de largura Foi projetado em 1937 pelo

Engenheiro Joatildeo Alberto Barbosa Carmona e a obra teve iniacutecio em Abril de 1939 e concluiacuteda

em Dezembro de 1944 (APPLETON J et al 2004)

A estrutura realizada na sua maioria em betatildeo armado eacute composta em 5 partes

Duas passagens superiores em arco uma sobre a linha de caminho-de-ferro e outra sobre

a Avenida do Parque Florestal de Monsanto

Um arco central sobre a Avenida de Ceuta

Dois viadutos com uma extensatildeo de 8580 m entre eixos de vigas contiacutenuas de 5 tramos

com 1635 m de vatildeo apoiadas em pilares articulados longitudinalmente

Figura 6-7 Alccedilado do Viaduto Duarte Pacheco (APPLETON J et al 2004)

Inspeccedilotildees Ensaios Anomalias

Em 1993 e 1994 o LNEC realizou uma inspeccedilatildeo visual onde se detetou fendilhaccedilatildeo de

geometria irregular e fendilhaccedilatildeo orientada com as armaduras longitudinais o que originou a

despassivaccedilatildeo das armaduras e alguma corrosatildeo nas mesmas Da anaacutelise efetuada em amostras

de betatildeo com recurso a raio X foram detetadas reaccedilotildees expansivas no betatildeo nomeadamente

reaccedilotildees aacutelcalis-siacutelica e etringite Em algumas zonas a carbonataccedilatildeo jaacute era significativa

aproximando-se da profundidade das armaduras

Os ensaios de composiccedilatildeo do betatildeo confirmaram a presenccedila de inertes reativos em toda a obra

Os ensaios de humidade indicam que a humidade relativa no interior dos elementos estruturais

eacute superior a 85 Os ensaios de reatividade potencial dos aacutelcalis concluiacuteram que estas reaccedilotildees

estatildeo praticamente terminadas (APPLETON J et al 2004)

119 Tiago Pais Boto

Figura 6-8 Fendilhaccedilatildeo das reaccedilotildees alcali-siacutelica no betatildeo nas vigas do tabuleiro

(APPLETON J et al 2004)

Intervenccedilatildeo realizada

A reabilitaccedilatildeo orientada para suprimir as patologias detetadas foi dividida em 8 fases de

trabalho (APPLETON J et al 2004)

1ordf Reparaccedilatildeo local das zonas com indiacutecios de corrosatildeo de armaduras reconstruindo o

betatildeo da camada superficial com microbetatildeo ou argamassas preacute-doseadas Em zonas

com extensatildeo significativa foi previsto o reforccedilo com malha de accedilo galvanizado que tem

o objetivo de controlar reduzindo a abertura de fendas devidas a novas reaccedilotildees

expansivas

2ordf Reparaccedilatildeo das zonas com fendilhaccedilatildeo acentuada (em particular em pilares e arcos)

provocada pelas reaccedilotildees expansivas com ou sem corrosatildeo de armaduras Nas fendas de

abertura superior a 10 mm foi realizado o seu preenchimento com calda de cimento e a

selagem do bordo com poliuretano (figura 3) As fendas com abertura entre 04 mm e

10 mm foram somente seladas

3ordf Proteccedilatildeo da estrutura em relaccedilatildeo ao mecanismo de corrosatildeo de armaduras e controlo

das reaccedilotildees expansivas aacutelcalis-siacutelica Neste efeito de proteccedilatildeo eacute essencial a eficaacutecia no

controlo das trocas de humidade entre o ambiente exterior e a estrutura de betatildeo Assim

o sistema deveraacute eliminar a penetraccedilatildeo de aacutegua para o interior do betatildeo ao mesmo tempo

que possibilita a saiacuteda de vapor de aacutegua do interior do betatildeo para o meio exterior

Paralelamente o sistema de proteccedilatildeo superficial deveraacute ainda garantir uma adequada

proteccedilatildeo em relaccedilatildeo agrave penetraccedilatildeo de aniacutedrico carboacutenico (CO2) e deveraacute possuir

capacidade de deformaccedilatildeo para absorver sem fendilhar as deformaccedilotildees expansivas (e

abertura de fendas) devidas agraves reaccedilotildees aacutelcalis-siacutelica Assim este sistema de proteccedilatildeo

superficial multi barreiras eacute composto pelos seguintes elementos

-Impregnaccedilatildeo hidrofugante sistema aplicado por projeccedilatildeo e que penetra na estrutura

porosa superficial do betatildeo revestindo os poros e repelindo a aacutegua

-Barramento das fendas incorporando malha de fibras de vidro

-Pintura (revestimento espesso e flexiacutevel) aplicado pelo menos em duas dematildeos

cruzadas e com maior espessura nos seguintes elementos arcos centrais pilares sobre

os arcos centrais pilastras dos arcos centrais e vigas exteriores do tabuleiro (espessura

superior ou igual a 500 μm)

120

Figura 6-9 Fendilhaccedilatildeo em pilar e trabalho de injeccedilatildeo (APPLETON J et al 2004)

4ordf Reabilitaccedilatildeo de apoios

Figura 6-10 Reabilitaccedilatildeo de apoios moveis (APPLETON J et al 2004)

5ordf Substituiccedilatildeo de apoios moacuteveis

Figura 6-11 Substituiccedilatildeo de apoios moacuteveis bloqueados e deformados (APPLETON J et al

2004)

121 Tiago Pais Boto

6ordf Reforccedilo das vigas externas do tabuleiro com laminados de fibras de carbono

Figura 6-12Reforccedilo com laminados de fibra de carbono (APPLETON J et al 2004)

7ordf Reconstruccedilatildeo das lajes consola dos passeios A laje consola tinha apenas uma espessura

de 007 m o que dificultaria a sua reparaccedilatildeo Assim foi considerado que a sua

reconstruccedilatildeo seria mais apropriada tendo entatildeo a espessura da nova laje sido de 010 m

Na figura 7 ilustram-se os trabalhos de reconstruccedilatildeo dessas lajes

Figura 6-13Reconstruccedilatildeo das lajes consola e dos passeios (APPLETON J et al 2004)

8ordf Trabalhos diversos tais como reconstruccedilatildeo dos topos das pilastras zonas de apoio das

vigas repavimentaccedilatildeo do tabuleiro requalificaccedilatildeo do sistema de drenagem de aacuteguas

pluviais introduccedilatildeo de um sistema de impermeabilizaccedilatildeo

122

Ficha teacutecnica e estado atual da obra

A intervenccedilatildeo foi realizada em 200203 e ficou a cargo do empreiteiro Construtora do Tacircmega

Foram reparados 1930m2 de aacuterea deteriorada o sistema de proteccedilatildeo foi aplicado em 44000m2

Utilizaram-se 968m de laminados para reforccedilo (Saraiva J 2007)

Figura 6-14Vista geral do viaduto Duarte Pacheco apoacutes intervenccedilatildeo (APPLETON J et al

2004)

63 Reabilitaccedilatildeo da ponte cais da Trafaria

Figura 6-15 Ponte Cais da Trafaria (a2p estudos e projetos 2004)

123 Tiago Pais Boto

Descriccedilatildeo da obra

A Ponte Cais construiacuteda em 1983 eacute utilizada para o aprestamento de navios de transporte dos

cereais Eacute constituiacuteda por 9 caixotildees com 210m de largura e 120m de desenvolvimento sobre

os quais apoiam 8 lajes vigadas com 204m de comprimento e 190m de largura Estes satildeo em

betatildeo armado e as lajes vigadas em betatildeo armado preacute-esforccedilado A ponte inclui 3 duques

DrsquoAlba e respetivas passagens para peotildees constituiacutedos por vigas simplesmente apoiadas com

vatildeos que variam entre 22m e 42m (a2p estudos e projetos 2004)

Inspeccedilotildees ensaios e anomalias

Uma inspeccedilatildeo visual mostrou que alguns paineacuteis de laje tinham o betatildeo da face inferior

totalmente delaminado e nalgumas vigas as bainhas de preacute-esforccedilo estavam jaacute aparentes e

sujeitas agrave livre corrosatildeo Constatou-se que as vigas mais altas que estavam em contacto com a

aacutegua por terem um niacutevel de humidade permanente mais elevado se encontravam menos

deterioradas que as vigas mais baixas (poros saturados fazem diminuir a quantidade de oxigeacutenio

junto das armaduras limitando a progressatildeo da corrosatildeo)

Devido aacute elevada exposiccedilatildeo do ambiente mariacutetimo verificou-se a corrosatildeo geral nas armaduras

causada por cloretos Os ensaios concluiacuteram que o valor criacutetico de concentraccedilatildeo de cloretos

situava-se aos 45mm de profundidade

Inclusivamente devido ao elevado estado de deterioraccedilatildeo em 2004 uma das vigas das

passagens de peotildees colapsou com uma rotura fraacutegil O colapso aconteceu apenas para a accedilatildeo

das cargas permanentes Realizou-se uma anaacutelise estrutural que permitiu concluir que tal soacute

podia acontecer com a rotura de dois cabos de preacute-esforccedilo Ensaios posteriores agrave calda de

injeccedilatildeo dos cabos permitiu concluir que esta se encontrava totalmente contaminada com

cloretos que resultou num estado avanccedilado de corrosatildeo dos cordotildees de preacute-esforccedilo (Saraiva J

2007)

Figura 6-16 Estado de degradaccedilatildeo da estrutura (a2p estudos e projetos 2004)

124

Intervenccedilatildeo realizada

Reparaccedilatildeo global com encamisamento da estrutura com microbetatildeo de alta durabilidade de

modo a garantir o recobrimento das armaduras de 50mm complementado por uma proteccedilatildeo

superficial de pintura epoxiacutedica

Para o encamisamento das vigas o empreiteiro estudou a hipoacutetese de utilizar microbetatildeo

autocompactaacutevel ou com inertes preacute-colocados seguidos de injeccedilatildeo de calda de cimento A

necessidade de recorrer a uma destas teacutecnicas relacionava-se com a dificuldade de acesso e

orientaccedilatildeo das superfiacutecies a betonar Realizaram-se testes num modelo agrave escala 11 para

comparar as teacutecnicas e adotou-se a utilizaccedilatildeo de microbetatildeo autocompactaacutevel Esta escolha

deveu-se ao facto que nas condiccedilotildees de execuccedilatildeo era inviaacutevel recorrer a meios de vibraccedilatildeo

mecacircnicos Para aleacutem disso o betatildeo com agregados preacute-colocados originava uma camada

superficial de betatildeo soacute com calda de cimento devido ao agrave deposiccedilatildeo dos agregados

Na face inferior das lajes comeccedilou por se utilizar projeccedilatildeo de betatildeo mas foram detetadas

algumas deficiecircncias na interface de ligaccedilatildeo ao substrato Abandonou-se esta teacutecnica e tambeacutem

aqui se adotou o betatildeo autocompactaacutevel tendo-se realizado furos na laje para colocaccedilatildeo do

betatildeo a partir da face superior da laje e purga do ar apoacutes colocaccedilatildeo de cofragem fixa na face

inferior

A remoccedilatildeo de betatildeo deteriorado foi realizada por fases para manter a ancoragem das armaduras

As passagens de peotildees foram substituiacutedas por novas estruturas de elevada durabilidade (betatildeo

de alto desempenho recobrimento miacutenimo de 50 mm e protecccedilatildeo superficial com pintura

acriacutelica) pois a sua reabilitaccedilatildeo natildeo era economicamente viaacutevel

Figura 6-17 Intervenccedilotildees nas vigas da ponte cais da Trafaria (a2p estudos e projetos 2004)

Ficha teacutecnica da obra e estado atual

A intervenccedilatildeo foi realizada em 2005 com um custo total de 1250000euro sendo reparados 4469

m2 de aacuterea de viga e 490 m2 de aacuterea de laje Para a proteccedilatildeo geral das superfiacutecies reparadas

utilizou-se uma tinta agrave base de resina eacutepoxy da International Paint com nome Interzone B54

com espessura superior de 300 μm que faz cura debaixo de aacutegua Em zonas onde natildeo se aplicou

nova camada de betatildeo mas se detetou a existecircncia de fendas com abertura superior a 02 mm

125 Tiago Pais Boto

aplicou-se revestimento com tinta Sikagard 255 (tinta de resina eacutepoxy muito flexiacutevel e

resistente) armada com tela de fibra de vidro Sika TX 270 (Saraiva J 2007)

O betatildeo autocompactaacutevel apresentava as seguintes caracteriacutesticas

Classe de resistecircncia miacutenima C3545

Quantidade de cimento 300lt clt 400 kgmsup3

Relaccedilatildeo aacutegua cimento aclt 04

Maacuteximo diacircmetro de inerte lt10 mm

O betatildeo adotado tinha a seguinte composiccedilatildeo

Cimento tipo I 425 com 355 kgm3 177 kgm3 de cinzas volantes 195 kgm3 de escoacuterias

relaccedilatildeo aacutegua cimento ac=027 (Saraiva J 2007)

64 Reabilitaccedilatildeo da ponte de Arraacutebida

Figura 6-18 Vista geral Ponte da Arraacutebida (Gaiurb 2015)

Descriccedilatildeo da obra

A ponte da Arraacutebida foi concluiacuteda em 1963 e inaugurada a 22 de Junho do mesmo ano O

projeto e direccedilatildeo estiveram a cargo do Prof Engordm Edgar Cardoso (Porto XXI 2015)

O desenvolvimento total da ponte eacute de 49320 m com um arco de 270 m de corda e 52 m de

flecha O tabuleiro em laje vigada com 12 vigas tem uma largura de 25 m e vatildeos de 2120 m

O tabuleiro apoia em cada alinhamento transversal com 4 pilares atraveacutes de carlingas Na zona

do Rio as accedilotildees satildeo transmitidas pelos pilares a dois arcos geacutemeos com 8m de largura cada e

secccedilatildeo em caixatildeo bicelular (APPLETON J et al 2002)

Inspeccedilotildees ensaios e anomalias

A inspeccedilatildeo visual originou um mapeamento das anomalias representado na figura seguinte

126

Figura 6-19 Ilustraccedilatildeo do mapeamento das Patologias (APPLETON J et al 2002)

Em simultacircneo com a inspeccedilatildeo visual realizou-se o ensaio de deteccedilatildeo de delaminaccedilatildeo por

precursatildeo com martelo nas superfiacutecies de betatildeo que comprovou a extensa delaminaccedilatildeo do betatildeo

e armaduras agrave vista que se observam nas vigas do tabuleiro em especial na zona sobre o arco

Constatou-se tambeacutem que grande parte da corrosatildeo de armaduras ocorre em locais de juntas de

betonagem ou locais de deficiente colocaccedilatildeo e vibraccedilatildeo do betatildeo traduzidas por segregaccedilatildeo dos

inertes e em locais de recobrimento muito pequeno (APPLETON J et al 2002)

Para o efeito e tendo em conta a diversidade de elementos estruturais as diferentes condiccedilotildees

de exposiccedilatildeo e as diferentes condiccedilotildees de acesso definiram-se e selecionaram-se um conjunto

de regiotildees representativas da totalidade da estrutura (figura seguinte) Em cada uma dessas

regiotildees realizaram-se os seguintes ensaios (APPLETON J et al 2002)

a Observaccedilatildeo topograacutefica da obra para se verificar a sua conformidade dimensional com

o projeto incidindo especialmente no nivelamento geomeacutetrico do tabuleiro

configuraccedilatildeo e posiccedilatildeo dos arcos e observaccedilatildeo da verticalidade dos pilares

b Deteccedilatildeo de armaduras e mediccedilatildeo do seu recobrimento (394msup2 que correspondem a

cerca de 05 da aacuterea exposta de betatildeo) utilizando sensores magneacuteticos e um

microprocessador

c Determinaccedilatildeo da profundidade da carbonataccedilatildeo (86 mediccedilotildees) em pequenas carotes

furos e superfiacutecies de fratura aplicando uma soluccedilatildeo alcooacutelica de fenolftaleiacutena

d Determinaccedilatildeo do teor em cloretos (expresso em percentagem da massa do betatildeo) a

vaacuterias profundidades (44 perfis de cloretos) por recolha de poacute de betatildeo obtido por

furaccedilatildeo com broca e utilizaccedilatildeo de equipamento standard

e Ensaios de caracterizaccedilatildeo do betatildeo envolvendo extraccedilatildeo de 16 carotes para realizaccedilatildeo

de

-Ensaios de resistecircncia e mediccedilatildeo do moacutedulo de elasticidade (7 ensaios)

-Ensaios de avaliaccedilatildeo da qualidade do betatildeo absorccedilatildeo por imersatildeo (3) absorccedilatildeo por

capilaridade (5) e permeabilidade (5)

127 Tiago Pais Boto

-Anaacutelise petograacutefica mineraloacutegica e microestrutural com vista a avaliar a estrutura

interna do betatildeo e eventuais reaccedilotildees quiacutemicas expansivas do betatildeo (3 provetes)

f Ensaio de escleroacutemetros (83) para avaliar a homogeneidade do betatildeo e a sua dureza

superficial Ensaios de avaliaccedilatildeo do grau e estado de corrosatildeo das armaduras

envolvendo Mediccedilatildeo do potencial eleacutetrico (6 malhas)

g Mediccedilatildeo da resistividade do betatildeo (6 zonas)

h Mediccedilatildeo da resistecircncia de polarizaccedilatildeo para avaliar a velocidade da corrosatildeo em μmano

(5 locais)

i Ensaios de traccedilatildeo de varotildees de accedilo (6 provetes)

j Avaliaccedilatildeo das caracteriacutesticas dinacircmicas da Ponte

Figura 6-20 Localizaccedilatildeo das zonas ensaiadas (APPLETON J et al 2002)

O estado de deterioraccedilatildeo da Ponte em funccedilatildeo das inspeccedilotildees e ensaios concluiu-se que

- A profundidade de carbonataccedilatildeo eacute apenas de 5 mm

- A penetraccedilatildeo de cloretos eacute muito pequena em geral com exceccedilatildeo das zonas onde se verificam

deficiecircncias de betonagem onde a contaminaccedilatildeo por cloretos atinge 008 do peso do betatildeo a

uma profundidade de 250 cm De referir que um valor de referecircncia do teor criacutetico em cloretos

valor a partir do qual as armaduras satildeo despassivadas eacute de 005

-A corrosatildeo de armaduras associada agrave carbonataccedilatildeo do betatildeo soacute ocorre em locais onde o

recobrimento for muito pequeno (inferior a 610 mm) e a corrosatildeo de armaduras associada agrave

penetraccedilatildeo de cloretos se estaacute a desenvolver na Ponte constituindo o principal mecanismo de

deterioraccedilatildeo o qual eacute jaacute especialmente gravoso nas zonas onde as deficiecircncias de betonagem

conduziram a uma qualidade inferior para o betatildeo

-Os ensaios de resistecircncia agrave compressatildeo conduziram a valores de 5260 a 7850 MPa Os ensaios

de avaliaccedilatildeo da qualidade do betatildeo revelaram que a composiccedilatildeo adotada era muito boa

-A realizaccedilatildeo da anaacutelise petrograacutefica revelou uma pasta de cimento muito compacta e a

inexistecircncia de reaccedilotildees expansivas no betatildeo e permitiu identificar a natureza dos inertes

-Apesar de ter sido utilizado na Ponte da Arraacutebida um betatildeo de alta qualidade e das superfiacutecies

do betatildeo terem sido protegidos por pintura a Ponte apresenta apoacutes 35 anos de serviccedilo uma

128

deterioraccedilatildeo significativa devida agrave corrosatildeo de armaduras associada agrave penetraccedilatildeo de cloretos

nas zonas onde ocorrem deficiecircncias de betonagem (APPLETON J et al 2002)

Intervenccedilatildeo realizada

Realizou-se uma proteccedilatildeo superficial geral da obra com tinta acriacutelica de base aquosa de

espessuras compreendidas entre 180 μm e 250 μm

Realizou-se um sistema de proteccedilatildeo diferenciado reforccedilado nas zonas de deficiecircncias de

betonagem (juntas de construccedilatildeo e zonas de deficiente compactaccedilatildeo) e com uma espessura

superior na zona da Ponte em relaccedilatildeo agrave aos viadutos

As zonas em que as armaduras estatildeo expostas e as zonas em que o betatildeo estaacute delaminado foi

reparado o local com substituiccedilatildeo do betatildeo e com novas argamassas de base cimentiacutecia

repassivando assim as armaduras Os pilares sobre os arcos junto ao fecho nas zonas

fendilhadas e delaminadas e aplicou-se uma junta com selante deformaacutevel por forma a permitir

a rotaccedilatildeo das secccedilotildees de topo e base dos pilares

A reabilitaccedilatildeo geral contempla ainda a reformulaccedilatildeo do sistema do pavimento do tabuleiro

incluindo a sua impermeabilizaccedilatildeo a reformulaccedilatildeo do sistema de drenagem e a substituiccedilatildeo das

juntas de dilataccedilatildeo A intervenccedilatildeo inclui ainda a instalaccedilatildeo de um sistema de monitorizaccedilatildeo

especialmente focado na observaccedilatildeo do processo de deterioraccedilatildeo que conduz agrave corrosatildeo de

armaduras pelo que foram instaladas ceacutelulas de corrosatildeo nas zonas atualmente satildes e nas zonas

sujeitas a reparaccedilatildeo local em especial na estrutura do tabuleiro

Figura 6-21 Corrosatildeo das armaduras (APPLETON J et al 2002)

Ficha teacutecnica da obra e estado atual

129 Tiago Pais Boto

A intervenccedilatildeo foi realizada em 2002 e ficou a cargo do empreiteiro Teixeira Duarte Teve um

custo de 4524000euro sendo que deste valor 964200euro corresponderam agrave pintura geral e 359700euro

agrave reparaccedilatildeo Foram reparados 3650 m2 de aacuterea deteriorada e 150 m de fendas O sistema de

protecccedilatildeo foi aplicado em 65000 m2

130

7 CONCLUSOtildeES E DESENVOLVIMENTOS FUTUROS

71 CONCLUSOtildeES

Ao longo desta dissertaccedilatildeo foram abordadas as vaacuterias etapas constituintes num projeto

de reparaccedilatildeo e reforccedilo em estruturas de betatildeo armado Descreveram-se as principais teacutecnicas

de reforccedilo estrutural dando especial atenccedilatildeo agrave sua aplicaccedilatildeo nalguns elementos estruturais

nomeadamente vigas e pilares Sendo que este trabalho padece de componente pratica eou

laboratorial tentou-se sistematizar o complexo processo de um projeto deste acircmbito de modo

a que a presente dissertaccedilatildeo possa servir de complemento bibliograacutefico ao projetista

Foram referenciadas as normas e regulamentos mais importantes e descreveram-se os

principais ensaios in situ e laboratoriais usados para caracterizar e avaliar o estado da estrutura

Em seguida expuseram-se as patologias e os mecanismos de deterioraccedilatildeo mecacircnicos fiacutesicos e

quiacutemicos mais recorrentes nas estruturas de betatildeo armado Refere-se ainda a metodologia geral

de intervenccedilatildeo a seguir assim como os principais aspetos teacutecnicos a considerar neste tipo de

intervenccedilatildeo nomeadamente mecanismos de transferecircncia de tensotildees

De um modo geral no penuacuteltimo capiacutetulo descreveu-se as principais teacutecnicas de reforccedilo

salientando-se o reforccedilo atraveacutes de materiais compoacutesitos empregues atualmente tais como os

CFRP que possibilitam acreacutescimos elevados na capacidade resistente Realccedilou-se este tipo de

reforccedilo tambeacutem por apresentar um baixo impacto arquitetoacutenico e ser faacutecil aplicaccedilatildeo embora

exija matildeo-de-obra especializada

No uacuteltimo capitulo como jaacute referido anteriormente a ausecircncia de componente praacutetica

nesta dissertaccedilatildeo foram expostos quatro casos praacuteticos de reparaccedilatildeo e reforccedilo em estruturas de

betatildeo armado localizadas em Portugal

Por fim com base no ACI 440 e ACI 318 foram abordadas consideraccedilotildees gerais de

dimensionamento de reforccedilo agrave flexatildeo e ao corte com recurso a FRP (apresentadas no anexo)

Assim torna-se visiacutevel que um estudo criterioso da estrutura existente em conjunto com

o conhecimento dos materiais e teacutecnicas de reforccedilo pode conduzir a intervenccedilotildees viaacuteveis

economicamente e com pouco impacto na estrutura intervencionada Podendo concluir que a

reparaccedilatildeo e reforccedilo de estruturas de betatildeo armado eacute atualmente uma ciecircncia dominada com

apoio normativo e teacutecnicas bastante evoluiacutedas bastante completo comprovado com obras

realizadas de grande sucesso

72 DESENVOLVIMENTOS FUTUROS

Os desenvolvimentos que se consideram mais importantes a realizar no acircmbito desta temaacutetica

satildeo os seguintes

Recolha de novas teacutecnicas de reparaccedilatildeo e reforccedilo agrave medida que sejam realizados novos

trabalhos de investigaccedilatildeo

Elaboraccedilatildeo de um caso praacutetico de reforccedilo numa estrutura real usando por exemplo o

reforccedilo com recurso a FRP e seguindo a metodologia do ACI 440 e ACI 318

131 Tiago Pais Boto

Elaboraccedilatildeo de um manual de dimensionamento para as diversas teacutecnicas aqui

abordadas

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ACI COMMITTEE 364 ACI 3641 R-94 - Guide for Evaluation of Concrete Structures

Prior to Rehabilitation American Concrete Institute 1999

ACI COMMITTEE 318 ACI 318M-05 - BUILDING CODE REQUIREMENTS FOR

STRUCTURAL CONCRETE AND COMMENTARY American Concrete Institute 2005

ACI COMMITTEE 440 ACI 4402R-08 - Guide for the Design and Construction of

Externally Bonded FRP Systems for Strengthening Concrete Structures American Concrete

Institute 2008

AFONSO F P O mercado da reabilitaccedilatildeo Enquadramento relevacircncia e perspectivas

Associaccedilatildeo de Empresas de Construccedilatildeo Obras Puacuteblicas e Serviccedilos Lisboa 2009

AZEVEDO D ldquoReforccedilo de Estruturas de Betatildeo com Colagem de Sistemas Compoacutesitos

CFRP ndash Recomendaccedilotildees para Dimensionamentordquo Faculdade de Engenharia da

Universidade do Porto Novembro 2008

APPLETON J amp COSTA A Disciplina de Reabilitaccedilatildeo e Reforccedilo de Estruturas Lisboa

Instituto Superior Teacutecnico 2011

APPLETON J COSTA A DELGADO J GRAVE DOS SANTOS J PEDRINHO

VITOR ldquoReabilitaccedilatildeo do viaduto Duarte Pachecordquo Encontro Nacional de Betatildeo

Estrutural 2014

ATTARD M M SETUNGE S ldquoStress-strain relationship of confined and unconfined

concreterdquo Material Journal ACI 93(5) 432-444 1996

APPLETON Juacutelio ldquoInspecccedilatildeo Avaliaccedilatildeo e Reabilitaccedilatildeo da Ponte da Arraacutebidardquo Estradas

2002 2ordm Congresso Rodoviaacuterio Portuguecircs Lisboa Novembro 2002

APPLETON Juacutelio FRIAS Fernando MOURA Rita ldquoReparaccedilatildeo da Ponte da Arraacutebida

Sobre o Rio Estruturas 2002 Lisboa 2002

ABOUTAHA RS ENGELHARDT M D JIRSA JO and ME Kreger

Rehabilitation of Shear Critical Columnsusing Rectangular Steel Jacket ACI Structural

Journal January-February 1999 pp6 8 -78

BUNGEY JH Testing Concrete in Structures A guide to equipment for testing concrete

structures CIRIA technical note 143 CIRIA ndash Construction Industry Research and

Information Association London 1992

132

BRETT A M O BRETT C M A ldquoElectroquiacutemica ndash Princiacutepios meacutetodos e

aplicaccedilotildeesrdquo Oxford University Press 1993

BASF ldquoReforccedilando Estruturas com a Utilizaccedilatildeo do Sistema Compoacutesito Estrutural de

Fibras de Carbono MBracerdquo BASF Construction Chemical 2007

BOUVIER Charlotte A C ldquoTechniques of Seismic Retrofitting For Concrete Structuresrdquo

Submitted to the department of civil and environmental engineering requirements for the

degree of marter of engineering in Civil and Environmental Engineering at the

Massachusetts Institute of Technology (MIT) June 2003

COacuteIAS V Construccedilatildeo nova e reabilitaccedilatildeo satildeo coisas diferentes Greacutemio das Empresas de

Conservaccedilatildeo e Restauro do Patrimoacutenio Arquitectoacutenico Lisboa 2009

COacuteIAS Victor Outubro 2006 Inspeccedilotildees e Ensaios na reabilitaccedilatildeo de edifiacutecios Instituto

Superior Teacutecnico Lisboa

COacuteIAS V Inspecccedilotildees e Ensaios na Reabilitaccedilatildeo de Edifiacutecios Lisboa IST PRESS Agosto

2009

COMITEacute EURO-INTERNACIONAL DU BETOacuteN Bulletin drsquoinformation nordm 162 ndash

Assessment of Concrete Structures and Design Procedures for Up-grading (redesign)

Prague October 1983

COMITEacute EURO-INTERNACIONAL DU BETOacuteN Bulletin drsquoinformation nordm 213214

ndash CENFIP Model Code 1990 Lausanne Maio 1993

COSTA A ldquoPatologia do Betatildeo Armado Teacutecnicas de diagnoacutesticordquo Ciclos de Acccedilotildees de

Formaccedilatildeo em Reabilitaccedilatildeo de Estruturas Ordem dos Engenheiros 21 a 23 Marccedilo 2007

COSTA A ldquoDurabilidade Estruturas de Betatildeordquo Ciclos de Acccedilotildees de Formaccedilatildeo em

Reabilitaccedilatildeo de Estruturas Ordem dos Engenheiros 21 a 23 Marccedilo 2007

COSTA A ldquoPatologia do Betatildeo Armado ndash Modelaccedilatildeo da Deterioraccedilatildeordquo - Reabilitaccedilatildeo

e Reforccedilo de Estruturas Instituto Superior Teacutecnico 2007

COSTA A J Appleton ldquoAssessment and Repair of a ConcreteDockyardrdquo IABSE

Symposium - Rio de Janeiro - August 25-27 1999

COSTA A J Appleton ldquoMecanismos de deterioraccedilatildeo das estruturas de betatildeo armadordquo

Departamento de Engenharia Civil Grupo de estruturas de betatildeo armado e preacute-esforccedilado

1999

COSTA Antoacutenio ldquoDurabilidade de estruturas de betatildeo armado em ambiente mariacutetimordquo

Tese de Doutoramento Instituto Superior Teacutecnico 1997

COSTA A APPLETON J ldquoCase studies of concrete deterioration in a marine

environment in Portugalrdquo Cement amp Concrete Composites 24 pp 169-179 2002

133 Tiago Pais Boto

CASTRO J e MARTINS J M Patologias do betatildeo reparaccedilatildeo e reforccedilo de estruturas

serie reabilitaccedilatildeo 1ordf ediccedilatildeo 2006

CHAI Y H PRIESTLEY M J N and SEIBLE F Seismic Retrofit of Circular Bridge

Columns for Enhanced Flexural Performance ACI Structural Journal Sept-Oct 1991 p

574

DASCHNER F rdquoNotwendige Schubbewehrung zwischen Betonfertigteilen und Ortbetonrdquo

-Literaturschau Teil 2ordm Laborversuche Universitat Munchen 1976

Department of Defense United States of America Unified Facilities Criteria (UFC)

ldquoElectrical Engineering Cathodic Protectionrdquo 16 de Janeiro de 2004 disponiacutevel em

[httpwwwwbdgorgccbDODUFCufc_3_570_02npdf] acedido em Abril de 2007]

Department of Trade and Industry ldquoResidual life Models for Concrete Repair ndash

Assessment of the Concrete Repair Processrdquo BRE Client report number OCT 02 Draft

2002

Department of the Army US Army Corps of Engineers Public Works Technical Bulletin

No 420-49-37 ldquoCathodic Protection ndash Anode Selectionrdquo 15 Junho 2002

DAILY S F rdquoUsing Cathodic Protection to Control Corrorsion of Reinforced Concrete

Structures in Marine Environmentsrdquo Corrpro Companies Inc Techinical Papers

DA SILVA SOUSA Aacutelvaro Fernando ldquoReparaccedilatildeo reabilitaccedilatildeo e reforccedilo de estruturas

de betatildeo armadordquo Dissertaccedilatildeo em Engenharia Civil ndash Especializaccedilatildeo em Estruturas FEUP-

faculdade de engenharia da universidade do porto 2008

DAUDEY X and FILIATRAULT A Seismic Evaluation and Retrofit with Steel Jackets

of Reinforced Concrete Bridge Piers Detailed with Lap-Splices Canadian Journal of Civil

Engineering vol 27 1-16 2000

EUROCODE 2 ENV 1992-1-3 ldquoDesign of Concrete Structures Part 1-3 General Rules

-Precast Concrete Elements and Structuresrdquo CEN 1994

European Standard EN 12696 ldquoCathodic Protection of steel in concreterdquo English

Version March 2000

European Standard EN 12696 Cathodic Protection of steel in concreterdquo English

Version March 2000

European Commitee for Standardization Technical Specification FinalDraft prCENTS

14038-1 ldquoElectrochemical realkalization and choride extraction treatments for reinforced

concrete ndash Part 1 Realkalizationrdquo May 2004

EUROCOacuteDIGO 2 Projeto de estruturas de betatildeo ndash Parte 11 Regras Gerais e Regras para

Edifiacutecios CEN EN-1992-1-1 2004

EUROCODE 8 Design Provisions for Earthquake Resistance of Structures Part 1-4

Strengthening and Repair of Buildings CEN prEN-1998-1-4 Draft1995

134

FOOKESPGConcreteinHotDrySaltyEnvironments Concrete 29 34-39 2005

FERREIRA Rui Miguel ldquoAvaliaccedilatildeo de ensaios de durabilidade do betatildeordquo Tese de

Mestrado Escola de Engenharia da Universidade do Minho 2000

FERREIRA Rui Miguel ldquoAvaliaccedilatildeo de ensaios de durabilidade do betatildeordquo Tese de

Mestrado Escola de Engenharia da Universidade do Minho 2000

FERREIRA SILVA Joana M M Meacutetodos Electroquiacutemicos para Prevenccedilatildeo da

deterioraccedilatildeo e Reparaccedilatildeo de Estruturas de Betatildeo Armado Protecccedilatildeo Catoacutedica -

Dessalinizaccedilatildeo e Realcalinizaccedilatildeo Tese de Mestrado 2007

GILINSKY E ldquoGuidelines For Underground Storage Tank Cathodic Protection

Evaluationrdquo Departent of Enviromental Quality Guidance Memorandum No06-2006

May 2006

GOMES A Comportamento e Reforccedilo de Elementos de Betatildeo Armado Sujeitos a Acccedilotildees

Ciacuteclicas Tese de Doutoramento Instituto Superior Teacutecnico Julho de 1992

GOMES A e APPLETON J ldquoEnsaios Experimentais de Pilares Reforccedilados Submetidos

a Cargas Ciacuteclicasrdquo Revista Portuguesa de Engenharia de Estruturas Nordm 38 pp 19-29 2008

Gomes A Appleton J ldquoReforccedilo de Estruturas de Betatildeo Armado por Encamisamento das

Secccedilotildeesrdquo Revista Portuguesa de Engenharia de Estruturas nordm42

Gomes A Appleton J ldquoReforccedilo de Estruturas de Betatildeo Armado por Adiccedilatildeo de

Armaduras Exterioresrdquo Revista Portuguesa de Engenharia de Estruturas nordm41

Juacutelio S Eduardo ldquo Influencia da interface no comportamento de pilares reforccedilados por

encamisamento de betatildeo armadordquo dissertaccedilatildeo apresentada na Universidade de Coimbra

para a obtenccedilatildeo do grau de Doutor em Engenharia Civil especialidade de Mecacircnica das

Estruturas e dos Materiais Coimbra 2001

JUVANDES LFP Reforccedilo e reabilitaccedilatildeo de estruturas de betatildeo usando materiais

compoacutesitos de CFRP dissertaccedilatildeo apresentada agrave Faculdade de Engenharia da Universidade

do Porto para obtenccedilatildeo do grau de Doutor DECivil Porto Setembro 400 pp 1999

JIANHAI Qiu ldquoEmerging Corrosion Control Technologies for Repair and Rehabilitation

of Concrete Structuresrdquo

JUVANDES LFP e MARQUES N A - ldquoReforccedilo de Estruturas por Colagem Exterior

de Sistemas Compoacutesitos de FRP - Manual de Procedimentos e de Controlo de Qualidade

para Construccedilatildeordquo protocolo MOTA-ENGIL Engenharia e Construccedilatildeo SALEMC

publicaccedilatildeo LEMC-JUV003-2007 FEUP Outubro 180 pp 2007

135 Tiago Pais Boto

JUVANDES LFP e tal - A temperatura e a teacutecnica de reforccedilo por colagem de sistemas

de FRPrdquo 4ordfs Jornadas JPEE 2006 LNEC Lisboa 13 ndash 16 Dezembro CD 2006 ldquoThe

International Handbook of FRP Composites in Civil Engineeringrdquo Manoochehr Zoghi

KHOURY Gabriel Alexander Effect of fire on concrete and concrete structures Imperial

College London 2000

KAKUBA G ldquoThe Impressed Current Cathodic Protection Systemrdquo Masterrsquos Theses

Department of Mathematics and Computer Science Techische Universiteit Eindhoven

Eindhoven August 2005

LOURENCcedilO Z ldquoTeacutecnicas de PrevenccedilatildeoProtecccedilatildeo Electroquiacutemicas Parte 2 ndash

Realcalinizaccedilatildeo e Dessalinizaccedilatildeordquo Ciclo de Acccedilotildees de Formaccedilatildeo em Reabilitaccedilatildeo de

Estruturas Ordem dos Engenheiros 21 a 23 Marccedilo 2007

LOURENCcedilO Z ldquoProtecccedilatildeo Catoacutelica de Estruturas de Betatildeo Armadordquo Ciclo de Acccedilotildees

de Formaccedilatildeo em Reabilitaccedilatildeo de Estruturas Ordem dos Engenheiros 21 a 23 Marccedilo 2007

LESLIE J R CHEESEMAN W J D An ultrasonic method for studying deterioration

and cracking in concrete structures Amer Concrete Inst 1949

MARANHA Paulo Apresentaccedilatildeo das aulas - Reforccedilo de estruturas e fundaccedilotildees de

edifiacutecios e pontes (2014)

MALHOTRA VM In situnondestructive testing of concrete ndash A global Review In

Situnondestructive Testing of Concrete Special Publication SP-82 American Concrete

Institute Detroit p 1-16 1984

MORENO AV LOPEacuteZ T P MADRID M M ldquoEl Fenoacutemeno de la corrosion en

estruturas de concreto reforzadordquo Publicacioacuten Teacutecnica No 182 Sandafandila Qro 2001

disponiacutevel em [httpboletinimtmxpublicacionespubtecpt182pdf] acedido em Abril de

2007

MIRANDA JM LUIacuteS J F COSTA P T SANTOS F M ldquoFundamentos de

Geofiacutesicardquo

MILTENBERGER M PE ldquoCorrosion Protection of Reinforcing Steel in Concreterdquo

Vector Technologies Inc disponiacutevel em

httpwwwvirginiadotorgbusinessresourcesbu-mat-05VCC-MMiltenbergerpdf

acedido em Marccedilo 2015

MIRMIRAN A e SHAHAWY M ldquoRecommended construction specifications and

process control manual for repair and retrofit of concrete structures using bonded

FRP compositesrdquo National Cooperative Highway Research Program American

Association of State Highway and Transportation officials Transportation Research Board

Washington DC NCHRP report nordm609 71 pp 2008

136

NACE Proposed Standard Practice ldquoElectrochemical Realkalization and Chloride

Extraction for Reinforced Concreterdquo NACE Internacional 2006

Norma BS 1881-204 1988 Testing concrete ldquoRecommendations on the use of

electromagnetic cover metersrdquo

Norma BS 1881-6 1971 Methods of testing concrete Analysis of hardened concrete

Norma BS 1881-202 1986 Testing concrete Recommendations for surface hardness

testing by rebound hammer

Norma RILEM CPC-18 Measurement of hardened concrete carbonation depth 1996

Norma BS 1881-207 1992 Testing concrete Recommendations for the assessment of

concrete strength by near-to-surface test

Norma BS 1881-203 1986 Testing concrete Recommendations for measurement of

velocity of ultrasonic pulses in concrete

Norma ASTM C805-85 Standard Test Method for Rebound Number of Hardened

Concrete

Norma ASTM D4541-95 Stand Test Method for Pull-Off Strength

Norma ASTM C1383-98a Standard Test Method for Measuring the P-Wave Speed and

the Thickness of Concrete Plates Using the Impact-Echo Method

Norma ASTM C597-09 Standard Test Method for Pulse Velocity Through Concrete

Norma AASHTO T260‑84 Standard Method of Test for Sampling and testing for chloride

ion in concrete and concrete raw materials

PAIVA J VASCONCELOS J AGUIAR J Pinho A ldquoGuia Teacutecnico de Reabilitaccedilatildeo

Habitacionalrdquo LNEC2006

POLITICO G ldquoCorrosatildeo em estruturas de concreto armado causas mecanismos

prevenccedilatildeo e recuperaccedilatildeordquo Belo Horizonte Universidade Federal de Minas Gerais Janeiro

2006

PEDEFERRI P ldquoElectrochemical Realkalization and Electrochemical Cloride

Removalrdquo Dipartimento di Chimica Fiacutesica Applicata ndash Politecnico di Milano Italy

137 Tiago Pais Boto

PEDEFERRI P ldquoCathodic Protection and Cathodic Preventionrdquo Seminaacuterio Prevenccedilatildeo

da Corrosatildeo em Estruturas de Betatildeo Armado

REHABCON ldquoElectrochemical techniques ndash Annex Drdquo Strategy for Maintenance and

Rehabilitation in Concrete Structures 2000

REBAP 84 Regulamento de Estruturas de Betatildeo Armado e Preacute-Esforccedilado Dec-Lei nordm

349-C83 de 30 Julho rectificado no suplemento ao DR 1ordf Seacuterie de 29 de Setembro de

1984

Rosso Rosso T Incecircndios e arquitetura Apostila Satildeo Paulo Faculdade de Arquitetura e

Urbanismo da Universidade de Satildeo Paulo (FAUUSP 1975)

RODRIGUES Joatildeo Paulo C ndash ldquoRecuperaccedilatildeo de Estruturas Danificadas por Incecircndio ndash

Propriedades Mecacircnicas Residuais do Accedilo e do Betatildeordquo Coimbra Tese de Mestrado em

Engenharia Civil ndash especializaccedilatildeo em Estruturas Universidade de Coimbra 1994

RODRIGUEZ M Park M (1991) ldquoRepair and Strengthening of reiforced concrete

Buildings for Earthquake Resistencerdquo Earthquake Spectra V7Nordm3Aug

RIPPER T Sistemas Especiais para Reforccedilo de Estruturas de Betatildeo Rio de Janeiro

Universidade Federal Fluminense 2005

RIacuteO BUENO Alfonso PATOLOGIacuteA REPARACIOacuteN Y REFUERZO DE ESTRUCTURAS

DE HORMIGOacuteN ARMADO DE EDIFICACIOacuteN - Departamento de Estructuras de

Edificacioacuten ETS de Arquitectura Universidad Politeacutecnica de Madrid 2008

ROZENBERG I M ldquoQuiacutemica geralrdquo Instituto Mauaacute de Tecnologia Editora Edgard

Blucher Ltda 2002

SANTOS S Pompeu ndash A Reabilitaccedilatildeo Estrutural Do Patrimoacutenio Construiacutedo Laboratoacuterio

Nacional De Engenharia Civil Lisboa 2008

SARAIVA J ndash ldquoTeacutecnicas de proteccedilatildeo e reabilitaccedilatildeo de estruturas em betatildeo armadordquo Tese

Mestradordquo Instituto Superior Teacutecnico Lisboa 2007

SILVA PASCM Comportamento de Estruturas de Betatildeo Reforccediladas por Colagem

Exterior de Sistemas de CFRP Tese de Doutoramento Faculdade de Engenharia da

Universidade do Porto DECivil Porto 2008

SILVA Joana Dissertaccedilatildeo de Mestrado - Meacutetodos Electroquiacutemicos para Prevenccedilatildeo da

Deterioraccedilatildeo e Reparaccedilatildeo de Estruturas de Betatildeo Armado com Protecccedilatildeo Catoacutedica

Dessalinizaccedilatildeo e Realcalinizaccedilatildeo 2007

138

VIEITEZ CHAMOSA JA RAMIacuteREZ ORTIZ JL Patologiacutea de la Construccioacuten en

Espantildea Aproximacioacuten Estadiacutestica Resumen de Tesis Doctoral Informes de la

Construccioacuten Vol 36 n1364 pp 5-15 Madrid Octubre 1984

WHITMORE D W ldquoImpressed Current and Galvanic Discrete Anode Cathodic

Protection for Corrosion Protection of Concrete Structuresrdquo Paper 02263 Vector

Corrosion Technologies 2002

SCIELO (2015) httpwwwscielobrscielophppid=S1983-

41952013000200002ampscript=sci_arttext Revista IBRACON de Estruturas e Materiais

NCREP (2015) httpwwwncrepptstatic7954 Reforccedilo e Reabilitaccedilatildeo de Estruturas de Betatildeo

Armado Intervencoes

Earths CO2 Home Page (2015) httpco2noworg

CED (2015) httpwwwaboutcivilorg Civil Engineering Portal of Lectures amp Training

Material

SJSU (2015) httpwwwengrsjsueduWofMatEprojectssrprojectsrproj5html Norma E 226 do

LNEC San Joseacute State University

GEO (2015) httpgeotechpediacomEquipmentShow719Covermeter--

BartrackerprettyPhoto[pp_gal]1 Geotechpedia

IEI (2015) httpwwwimpact-echocompagesproductshtml Impact Echo Instruments

OZ (2015) httpwwwoz-diagnosticopt Diagnostico Levantamento e Controlo de qualidade

em Estruturas e Fundaccedilotildees Lda

(2015) httpfilescirporgHtml5-18800425Cd03561fa-756f-475a-af97-f26d3082f1d3jpg

Imagem

GS (2015) httpwwwglobalsourcescomsiASBaoji-Dingding6008825187076pdtlTitanium-

Anodes-Mesh1050971236htm Global Sources

CNT (2015) httpwwwchemicalnewtechcomcathodic-protectioncathodic-protection-wavy

Chemical New Tech

139 Tiago Pais Boto

PTC (2015) httpwwwperfecttitaniumcomproductshtml Perfect Titanium Components

CONREHAB (2015) httpwwwconrehabcomCathodic-protectionAnode Cathodic

protection

AEGION (2015) httpwwwaegioncomCompanyInformationResourcesProductCatalogAnodesMagnesium-AnodesMagnesium-HPaspx

(2015) AC httpwwwcorrosioncliniccomcorrosion_resourcescorrosion_control_concrete_structures_p3ht

m Aegion Corporation

CCASMI (2015) httpwwwcorrosionservicesuscomold-concrete-structuresasp Corrosion

Control and Automation Systems for Municipalities and Industry

WCCCS (2015) httpwwwcorrosioncliniccomcorrosion_resourcescorrosion_control_concrete_structures_p5ht

m Web Corr Corrosion Consulting Services

ST (2015) httpwwwstructuraltechnologiescomproductelectro-tech-cp-metalized-mcp-

systems-0 structuraltechnologies

A2p (2015) httpwwwa2pptportfolioprojectosponte-cais-da-silopor estudos e

projetos

GAIURB (2015) httpwwwgaiurbptgaiurb_arrabidahtm urbanismo e habitaccedilatildeo

Durability Modelling of Reinforcement Corrosion in Concrete Structures Concrete

Institute of Australiardquo httpswwwconcreteinstitutecomau 2015

FOSROC 2015 httpwwwfosroccom International and Alltrista Zinc Products

Company

SCRIP 2015 httpwwwscirporg Academic publisher

140

141 Tiago Pais Boto

Anexo 1

8 Consideraccedilotildees gerais de reforccedilo com FRP agrave flexatildeo e corte em

seccedilotildees retangulares de acordo com ACI 440 e ACI 318

De modo a que a estrutura apresente uma reserva de resistecircncia quando solicitada por

a accedilatildeo do fogo o ACI recomenda que a estrutura anteriormente ao reforccedilo resista a duas

condiccedilotildees A primeira garante a resistecircncia a pelo menos 120 das accedilotildees permanentes e a 85

das sobrecargas A segunda condiccedilatildeo prende-se com a verificaccedilatildeo da capacidade resistente

tendo em conta a diminuiccedilatildeo das propriedades dos materiais apoacutes sujeitos ao fogo

(empty119877119899) 119890119909119894119904119905119890119899119905119890 ge (12119882119860119875 + 085119882119878119900119887) 119899119900119907119900 (81)

(119877119899120579) 119890119909119894119904119905119890119899119905119890 ge 119882119860119875 +119882119878119900119887 (82)

empty= Coeficiente de ductilidade

119877119899= Resistecircncia nominal de um elemento estrutural

119877119899120579= Resistecircncia nominal de um elemento estrutural submetido a temperaturas elevadas

119882119860119875= Accedilotildees permanentes

119882119878119900119887= Accedilotildees da sobrecarga

empty =

090 119904119890 120576119904 ge 0005

065 +025(120576119904minus120576119904119910)

0005minus120576119904119910 119904119890 120576119904119910 lt 120576119904 lt 0005

065 119904119890 120576119904 le 120576119904119910

(83)

Os elementos de reforccedilo FRP indicados nos documentos teacutecnicos dos fabricantes natildeo

satildeo afetados por nenhum coeficiente de minoraccedilatildeo devido aacute exposiccedilatildeo ambiental desta maneira

o ACI 440 recomenda que os alores de resistecircncia agrave traccedilatildeo e da extensatildeo uacuteltima sejam

corregidos por o coeficiente ambiental 119862119864

ƒ119891119906 = 119862119864 times ƒ119891119906lowast (84)

120576119891119906 = 119862119864 times 120576119891119906lowast (85)

ƒ119891119906=Resistecircncia uacuteltima de caacutelculo do FRP

142

ƒ119891119906lowast =Resistecircncia uacuteltima do FRP segundo o fabricante

119862119864=Coeficiente de reduccedilatildeo da accedilatildeo do meio ambiente

120576119891119906= Extensatildeo uacuteltima de caacutelculo do FRP

120576119891119906lowast =Extensatildeo uacuteltima do FRP segundo o fabricante

Tabela 8-1Valores de coeficiente de minoraccedilatildeo 119862119864

Condiccedilotildees de Exposiccedilatildeo Tipo de Fibra Coeficiente de reduccedilatildeo 119862119864

Interior Carbono 095

Vidro 075

Aramida 085

Exterior (pontes docas parques de estacionamento etc)

Carbono 085

Vidro 065

Aramida 075

Ambientes agressivos (ETARs industrias quiacutemicas etc)

Carbono 085

Vidro 050

Aramida 070

Devido aos materiais FRP apresentarem um comportamento linear elaacutestico antes da

rotura e admitindo que natildeo eacute afetado pela exposiccedilatildeo ambiental entatildeo o moacutedulo de elasticidade

pode ser determinado a partir da expressatildeo de Hooke

119864ƒ = ƒ119891119906 divide 120576119891119906 (86)

119864ƒ= Moacutedulo de elasticidade do FRP

ƒ119891119906= Resistecircncia uacuteltima de caacutelculo do FRP

120576119891119906= Extensatildeo uacuteltima de caacutelculo do FRP

143 Tiago Pais Boto

81 Reforccedilo agrave flexatildeo

811 Modos de ruina

Em elementos de betatildeo armado reforccedilado por FRPs a capacidade resistente agrave flexatildeo

estaacute intrinsecamente ligada aos modos de ruina os principais satildeo

Esmagamento do betatildeo comprimido ante da cedecircncia das armaduras de traccedilatildeo

Antes da rotura do FRP a armadura de traccedilatildeo entra em cedecircncia

Cedecircncia da armadura de traccedilatildeo seguindo-se o esmagamento do betatildeo de

compressatildeo

Destacamento do betatildeo de recobrimento devido a esta ser uma zona mais fraacutegil

devido aacute presenccedila de maior nuacutemero de vazios na interface betatildeoarmadura

Descolamento do FRP

Quando a extensatildeo na fibra de FRP atinge o valor de 3 (120576119888 = 120576119888119906=0003) considera-

se que se daacute o esmagamento do betatildeo A rotura do FRP acontece quando a extensatildeo for igual

ao valor de caacutelculo da extensatildeo uacuteltima de rotura (120576119891 = 120576119891119906)

Sendo que as tensotildees instaladas no FRP satildeo transferidas para o betatildeo de recobrimento

das armaduras introduzindo um acreacutescimo de tensotildees de corte e traccedilatildeo a extensatildeo maacutexima do

FRP eacute limitada atraveacutes da expressatildeo seguinte

120576119891119889 = 041radic119891119888

119899119864119891119905119891le 09 120576119891119906 (87)

120576119891119889 = Valor de caacutelculo da extensatildeo de rotura do FRP

119891119888 = Resistecircncia agrave compressatildeo do betatildeo

n = numero de camadas de FRP

119864119891 = Moacutedulo de elasticidade do FRP

119905119891 = Espessura de cada camada de FRP

120576119891119906 = Extensatildeo uacuteltima de caacutelculo do FRP

812 Hipoacuteteses baacutesicas do dimensionamento

De acordo com o ACI 440 as hipoacuteteses baacutesicas do dimensionamento satildeo consideradas

as seguintes suposiccedilotildees

Os caacutelculos de conceccedilatildeo do reforccedilo satildeo baseados nas propriedades dos materiais

existentes e nas disposiccedilotildees das armaduras

144

As extensotildees nas armaduras e no betatildeo satildeo diretamente proporcionais agraves

respetivas distacircncias do eixo neutro Uma seccedilatildeo plana antes da aplicaccedilatildeo do

carregamento devera permanecer plana apoacutes o carregamento (modelo de viga de

Euler-Bernoulli despreza-se a deformabilidade por corte)

A deformaccedilatildeo por corte na camada adesiva eacute desprezada devida a espessura

muito reduzida

A extensatildeo maacutexima de compressatildeo no betatildeo eacute de 0003

A resistecircncia agrave traccedilatildeo do betatildeo eacute desprezada

O FRP eacute caracterizado por um comportamento linear e elaacutestico tensatildeo-extensatildeo

ateacute agrave rotura

O accedilo assume um diagrama tensatildeoextensatildeo linear-elaacutestico ateacute agrave cedecircncia

seguido de um comportamento perfeitamente plaacutestico

Embora algumas das suposiccedilotildees possam natildeo refletir o verdadeiro comportamento do

FRP agrave flexatildeo tornam-se necessaacuterias para a introduccedilatildeo de dados computacionais Por exemplo

natildeo eacute considerado a deformaccedilatildeo por corte que ocorre na camada adesiva fazendo com que

ocorra um deslizamento relativo entre o FRP e o substrato

813 Criteacuterio de seguranccedila da resistecircncia agrave flexatildeo

O criteacuterio de seguranccedila da resistecircncia aacute flexatildeo deve ser verificado comparando o

momento fletor resistente de caacutelculo afetado por um coeficiente de reduccedilatildeo de ductilidade empty

descrito anteriormente e do momento fletor solicitante da combinaccedilatildeo mais desfavoraacutevel

empty119872119899 ge 119872119906 (88)

empty=Coeficiente de ductilidade

119872119899=Momento fletor resistente de caacutelculo

119872119906=Momento fletor solicitante da combinaccedilatildeo mais desfavoraacutevel Nmm

814 Niacutevel de extensatildeo no FRP

O maacuteximo de extensatildeo possiacutevel no FRP designada por extensatildeo efetiva 120576119891119890 acontece

quando

Ocorre o esmagamento do betatildeo de compressatildeo

Alcance do valor da extensatildeo de rotura do FRP

145 Tiago Pais Boto

Ocorrecircncia do descolamento do FRP

Entatildeo a extensatildeo efetiva pode ser calculada atraveacutes da seguinte expressatildeo

120576119891119890 = 120576119888119906 (119889119891minus119888

119888) minus 120576119887119894 le 120576119891119889 times 119896119898 (89)

Em que

119896119898 =

1

60120576119891119889(1 minus

119899119864119891119905119891

360000) le 090 119904119890 119899119864119891119905119891 le 180000

1

60120576119891119889(90000

119899119864119891119905119891) le 09 119904119890 119899119864119891119905119891 ge 180000

[119873119898119898] (810)

Onde

120576119891119890 = Extensatildeo efetiva do FRP

120576119888119906 = Extensatildeo maacutexima admitida no betatildeo comprimido

119889119891 = Distacircncia da face mais comprimida do betatildeo ao centro geomeacutetrico do FRP

c = Distancia da fibra mais comprimida ao eixo neutro

120576119887119894= Extensatildeo do betatildeo no substrato (betatildeo de recobrimento) no momento de instalaccedilatildeo do FRP

120576119891119889= Valor de caacutelculo da extensatildeo de rotura do FRP

n = Numero de camadas de FRP

119864119891 = Moacutedulo de elasticidade do FRP

119905119891 = Espessura de cada camada de FRP

815 Niacutevel de tensatildeo no FRP

A tensatildeo maacutexima que o FRP pode suportar antes da rotura da estrutura por flexatildeo pode

ser calculada admitindo um comportamento elaacutestico para o FRP atraveacutes da expressatildeo seguinte

119891119891119890 = 119864119891120576119891119890 (811)

Onde

119891119891119890=Tensatildeo efetiva no FRP niacutevel alcanccedilado na rotura da seccedilatildeo

119864119891=Modulo de elasticidade do FRP

120576119891119890=Extensatildeo efetiva no FRP niacutevel alcanccedilado na rotura da seccedilatildeo

146

816 Fator de reduccedilatildeo de ductilidade

Tendo em conta que a ductilidade de uma viga reforccedilada com FRP eacute inferior ao sistema original

desta maneira eacute importante verificar o niacutevel de deformaccedilatildeo das armaduras no estado limite

uacuteltimo apoacutes o esmagamento do betatildeo e descolamento do FRP de forma a manter a ductilidade

em niacuteveis aceitaacuteveis Este paracircmetro empty seraacute um fator de reduccedilatildeo do momento resistente

Figura 8-1 Fator de reduccedilatildeo do momento resistente em funccedilatildeo da extensatildeo do accedilo (adaptado

por Joaquim barros et al)

817 Estados limites de serviccedilo

Para se poderem evitar ou prevenir deformaccedilotildees plaacutesticas excessivas estas devem ser

limitadas em elementos de betatildeo armado reforccedilados com FRP para os estados limites de

utilizaccedilatildeo especialmente para elementos submetidos a cargas ciacuteclicas (El-Tawil et al 2001)

Desta forma a tensatildeo nas armaduras deve ser limitada a 80 e a tensatildeo de compressatildeo no betatildeo

limitada a 45 exemplificado nas expressotildees seguintes

119891119904119904 le 08 119891119904119910 (812)

119891119888119904 le 045119891119888 (813)

Onde

119891119904119904 = Tensatildeo para o accedilo natildeo preacute-esforccedilado para estados limites de utilizaccedilatildeo

119891119904119910 = Tensatildeo de cedecircncia para o accedilo natildeo preacute-esforccedilado

119891119888119904 = Resistecircncia de compressatildeo do betatildeo para estados limites de utilizaccedilatildeo

119891119888 = Resistecircncia agrave compressatildeo do betatildeo

147 Tiago Pais Boto

De acordo com Yamaguchi et al (1997) os autores observaram que existe uma relaccedilatildeo

linear entre a resistecircncia e as accedilotildees de longa duraccedilatildeo e o logaritmo do tempo de permanecircncia

do carregamento Chegaram agrave conclusatildeo que depois de aproximadamente 50 anos a resistecircncia

inicial do GFRP reduz em cerca de 30 a resitencia inicial do AFRP apresenta uma reduccedilatildeo

de cerca de 47 e a resistecircncia do CFRP tem uma perda de resistecircncia de aproximadamente

91 De acordo com Malvar (1998) os valores encontrados foram semelhantes

Desta maneira para se evitar a rotura dos sistemas reforccedilados com FRPs devido a accedilotildees

de longa duraccedilatildeo os valores da tensatildeo no FRP 119891119891119904 podem ser obtido segundo uma anaacutelise

elaacutestica e aplicando o momento que resulta das accedilotildees quase permanentes e das accedilotildees ciacuteclicas

Assim os valores das tensotildees para os sistemas GFRP AFRP e CFRP devem ficar limitados aos

valores indicados na tabela seguinte

Tabela 8-2 Limite de tensatildeo no FRP para carregamentos de longa duraccedilatildeo e accedilotildees ciacuteclicas

Tipo de Fibra do sistema FRP GFRP AFRP CFRP

020 119891119891119906 03 119891119891119906 055 119891119891119906

Onde

119891119891119906= Resistecircncia uacuteltima de caacutelculo do FRP

Os valores indicados na tabela satildeo resultado da aplicaccedilatildeo de um fator de seguranccedila de

06 aos valores dos fatores redutores de 03 047 e 091 para as fibras GFRP AFRP e CFRP

respetivamente

818 Aplicaccedilatildeo a seccedilotildees retangulares

Em aplicaccedilotildees de reforccedilo em seccedilotildees retangulares a resistecircncia agrave flexatildeo pode ser

determinada considerando a compatibilidade de deformaccedilotildees e o equiliacutebrio das forccedilas internas

atraveacutes do diagrama paraacutebola-retacircngulo

148

Figura 8-2Distribuiccedilatildeo de extensotildees e de tensotildees na verificaccedilatildeo aos estados limites uacuteltimos

(nas equaccedilotildees h foi substituiacutedo por 119889119891) (adaptado por Joaquim barros et al)

A distribuiccedilatildeo de extensotildees e de tensotildees representadas na figura anterior o momento

fletor resistente da secccedilatildeo na verificaccedilatildeo aos estados limite uacuteltimo pode ser calculado por

intermeacutedio da equaccedilatildeo seguinte

119872119899 = 119860119904119891119904 (119889119904 minus1205731119888

2) + 120595119891119860119891119891119891119890 (119889119891 minus

1205731119888

2) (814)

Onde

119872119899 = Momento fletor resistente da secccedilatildeo

119860119904 = Aacuterea da armadura convencional de traccedilatildeo

119891119904 = Tensatildeo de traccedilatildeo no accedilo

119889119904= Distancia entre a fibra do betatildeo mais comprimida e o centro geomeacutetrico da armadura de

traccedilatildeo

1205731 = Factor de transformaccedilatildeo do diagrama de tensotildees podendo assumir-se 08

c = Distancia da fibra de betatildeo mais comprimida ao eixo neutro

120595119891 =Coeficiente de minoraccedilatildeo da resistecircncia do FRP na flexatildeo pode assumir-se 085

119860119891= Aacuterea de FRP

119891119891119890 =Tensatildeo de traccedilatildeo efetiva no FRP

119889119891 = Altura total do elemento de betatildeo armado

149 Tiago Pais Boto

Por compatibilizaccedilatildeo de extensotildees e jaacute conhecendo a extensatildeo efetiva do FRP 120576119891119890 a

extensatildeo existente na camada de recobrimento logo apoacutes a aplicaccedilatildeo de reforccedilo 120576119887119894 e a posiccedilatildeo

do eixo neutro c podemos calcular a extensatildeo nas armaduras 120576119904 atraveacutes da expressatildeo

120576119904 = (120576119891119890 + 120576119887119894) (119889119904minus119888

119889119891minus119888) (815)

Onde

120576119904 = Niacutevel de extensatildeo nas armaduras

120576119891119890 = Extensatildeo efetiva no FRP niacutevel alcanccedilado na rotura da seccedilatildeo

120576119887119894 = Extensatildeo do betatildeo no substrato (betatildeo de recobrimento) no momento de instalaccedilatildeo do

FRP

119889119904 = Distancia entre a fibra do betatildeo armado mais comprimida e o centro geomeacutetrico da

armadura de traccedilatildeo

119889119891 = Altura total do elemento de betatildeo armado

c = Distancia da fibra de betatildeo mais comprimida ao eixo neutro

Conhecidas as extensotildees de todos os materiais que compotildees a seccedilatildeo e considerando-se

o comportamento linear-elaacutestico ateacute agrave cedecircncia seguido do comportamento perfeitamente

plaacutestico No caso do FRP como tambeacutem jaacute foi dito considera-se um comportamento linear e

elaacutestico Desta forma pode-se obter a correspondente tensatildeo atraveacutes das expressotildees

119891119904 = 119864119904120576119904 119904119890 120576119904 lt 120576119904119910 (816)

119891119904 = 119891119904119910 119904119890 120576119904 ge 120576119904119910 (817)

119891119891119890 = 119864119891120576119891 119904119890 120576119891 le 120576119891119889 (818)

119891119891119890 = 0 119904119890 120576119891 gt 120576119891119889 (819)

Onde

119891119904 =Tensatildeo nas armaduras

119864119904 = Moacutedulo de elasticidade do accedilo

120576119904 = Niacutevel de extensatildeo nas armaduras

150

120576119904119910 =Extensatildeo nas armaduras correspondente aacute tensatildeo de cedecircncia

119891119904119910 = Tensatildeo de cedecircncia para o accedilo natildeo preacute-esforccedilado

119891119891119890 = Tensatildeo de traccedilatildeo efetiva no FRP

119864119891 = Moacutedulo de elasticidade do FRP

120576119891 = Extensatildeo no FRP

120576119891119889 =Valor de caacutelculo da extensatildeo de descolamento do FRP ao substrato

Para o caacutelculo do equiliacutebrio interno de forccedilas se a equaccedilatildeo seguinte for satisfeita com a

verificaccedilatildeo da posiccedilatildeo do eixo neutro Os paracircmetros 1205721 e 1205731 de acordo com ACI 318-05 seccedilatildeo

10273 estatildeo associados agrave equivalecircncia do diagrama paraboacutelico das distribuiccedilatildeo de tensotildees no

betatildeo comprimido para o diagrama retangular e consideraccedilatildeo da linearidade fiacutesica dos

materiais Para 1205741 e 1205731 recomenda-se os valores de 085 e 08 respetivamente se a rotura do

sistema ocorrer por delaminaccedilatildeo ou descolamento do FRP segundo o ACI o diagrama

retangular garante resultados bastantes precisos

119888 =119860119904 119891119904+119860119891 119891119891119890

1205741 119891119888 1205731 119887119896 (820)

Onde

c = Distancia da fibra de betatildeo mais comprimida ao eixo neutro

119860119904 =Aacuterea das armaduras

119891119904 = Tensatildeo nas armaduras

119860119891 =Aacuterea de FRP

119891119891119890 = Tensatildeo de traccedilatildeo efetiva no FRP

1205741 e 1205731= Multiplicador de 119891119888 para determinar a tensatildeo equivalente do betatildeo agrave compressatildeo

119891119888 =Resistecircncia agrave compressatildeo do betatildeo

119887119896 =Largura da seccedilatildeo retangular de betatildeo

819 Tensatildeo no accedilo para estados limites de utilizaccedilatildeo

Assumindo o betatildeo fendilhado podemos calcular a tensatildeo no accedilo da secccedilatildeo reforccedilada

119891119904119904 e a posiccedilatildeo do eixo neutro para as cargas de serviccedilo kd atraveacutes do conceito de

homogeneizaccedilatildeo dos materiais

151 Tiago Pais Boto

119891119904119904 =[119872119904+ 120576119887119894 119860119891119864119891(119889119891minus

1198961198891199043)](119889119904minus119896119889119904)119864119904

119860119904119864119904(119889119904minus1198961198891199043)(119889119904minus119896119889119904)+119860119891119864119891(119889119891minus

1198961198891199043)(119889119891minus119896119889119904)

(821)

Em que

119896 = radic(120588119904119864119904

119864119888+ 120588119891

119864119891

119864119888)2

+ 2(120588119904119864119904

119864119888+ 120588119891

119864119891

119864119888(119889119891

119889119904)) minus (120588119904

119864119904

119864119888+ 120588119891

119864119891

119864119888) (822)

Onde

119891119904119904 = Tensatildeo nas armaduras para as cargas de serviccedilo

119872119904 =Momento no momento elaacutestico do elemento

120576119887119894 = Extensatildeo do betatildeo no substrato (betatildeo de recobrimento) no momento de instalaccedilatildeo do

FRP

119860119891 = Aacuterea de FRP

119864119891 = Moacutedulo de elasticidade do FRP

119889119891 = Altura total do elemento de betatildeo armado

119896 = Razatildeo entre a profundidade do eixo neutro e a profundidade medida no mesmo lado do eixo

neutro

119889119904 = Distancia entre a fibra mais comprimida do betatildeo armado e o centro geomeacutetrico da

armadura de traccedilatildeo

119864119904 = Moacutedulo de elasticidade do accedilo

119860119904 = Aacuterea das armaduras

120588119904 = Percentagem de reforccedilo da armadura convencional

119864119888 = Moacutedulo de elasticidade do betatildeo

120588119891 = Percentagem de reforccedilo de FRP

152

Figura 8-3 Distribuiccedilatildeo de tensotildees e extensotildees na verificaccedilatildeo dos estados limites de

utilizaccedilatildeo (adaptado por Joaquim barros et al)

8110 Tensatildeo no FRP para estados limites de utilizaccedilatildeo

Devido agrave atuaccedilatildeo de cargas de longa duraccedilatildeo e fadiga deve-se limitar a tensatildeo existente

no FRP atraveacutes da expressatildeo seguinte considerando-se as cargas quase permanentes e

comparar aos limites da tabela 16 recomendados pelo ACI

119891119891119904 = 119891119904119904 (119864119891

119864119904)119889119891minus119896119889119904

119889119904minus119896119889119904minus 120576119887119894119864119891 (823)

Onde

119891119891119904 = Tensatildeo no FRP causado pelo momento no regime elaacutestico do elemento de betatildeo armado

119891119904119904 = Tensatildeo nas armaduras para as cargas de serviccedilo

119864119891 = Moacutedulo de elasticidade do FRP

119864119904 = Moacutedulo de elasticidade das armaduras

119889119891 = Altura total do elemento de betatildeo armado

k = Razatildeo entre a profundidade do eixo neutro e a profundidade medida no mesmo lado do eixo

neutro

119889119904 = Distancia entre a fibra mais comprimida do betatildeo armado e o centro geomeacutetrico da

armadura de traccedilatildeo

120576119887119894 = Extensatildeo do betatildeo no substrato (betatildeo de recobrimento) no momento de instalaccedilatildeo do

FRP

153 Tiago Pais Boto

8111 Fluxograma para verificaccedilatildeo da capacidade resistente da seccedilatildeo reforccedilada agrave flexatildeo

De acordo com ACI 440 para a verificaccedilatildeo dos estados limites uacuteltimos a resistecircncia agrave

flexatildeo pode ser obtida seguindo o fluxograma indicado na figura seguinte Mas sendo que o

valor de 120576119891119889 diminui com a rigidez do sistema de reforccedilo na situaccedilatildeo em que a extensatildeo do

FRP for superior egrave extensatildeo efetiva torna-se necessaacuterio usar mais fibras de FRP no entanto no

contexto da rigidez e do valor econoacutemico eacute preferiacutevel aumentar a largura das camadas de FRP

do que aplicar mais camadas de FRP

154

Figura 8-4Diagrama para verificaccedilatildeo aos ELU em reforccedilo de seccedilotildees em betatildeo armado com

FRP (adaptado de Joaquim barros et al)

Determinar a extensatildeo inicial

Determinar a rigidez

Determinar o paracircmetro

Impor ruiacutena por esmagamento do betatildeo ( = )e =

Calcular a posiccedilatildeo da linha neutra c

Calcular o estado de extensatildeo no accedilo

lt

Calcular o estado de tensatildeo no accedilo

Tensatildeo no accedilo =

Calcular a tensatildeo efetiva no reforccedilo

Com a meacutedia dos valores de c calcula-se a nova

extensatildeo no reforccedilo

Obter a meacutedia dos dois valores de c Verificaccedilatildeo de equilibrio calcular a

posiccedilatildeo da linha neutra c

lt lt

Alterar a aacuterea do FRP de

Verificaccedilatildeo de dectilidade da seccedilatildeo calcular fAtor de reduccedilatildeo φ

Calcular o momento resistente

Criteacuterio de seguranccedila ao ELU

eacute verificado

Fim

Fornecer as caracteristicas geomeacutetricas da seccedilatildeo e

propriedades mecanicas dos

NAtildeONAtildeO

NAtildeO

SIM

SIM

SIM

155 Tiago Pais Boto

82 Reforccedilo ao esforccedilo transverso de uma viga ou pilar de betatildeo armado

821 Configuraccedilotildees geomeacutetricas de reforccedilo

Existem essencialmente trecircs tipos de revestimento de FRP usados para aumentar a

resistecircncia ao corte de uma viga de betatildeo armado ou pilar

Das trecircs hipoacuteteses a mais eficiente eacute total envolvimento da seccedilatildeo ilustrado na figura seguinte

a) Total envolvimento da seccedilatildeo

b) Em forma de U

c) Colagem em duas faces

Figura 8-5Configuraccedilotildees geomeacutetricas do reforccedilo ao corte com FRP (ACI 4402R-08)

822 Resistecircncia Nominal de corte

De acordo com o ACI 318-05 o valor da resistecircncia nominal de corte deve ser

multiplicado por um fator de reduccedilatildeo ϕ=085

ϕ119881119899 ge 119881119906 (824)

O valor nominal da resistecircncia ao corte tambeacutem pode ser calculado fazendo o

somatoacuterio da contribuiccedilatildeo da armadura resistente ao corte da contribuiccedilatildeo do betatildeo e do

sistema FRP afetado de um coeficiente de minoraccedilatildeo 120595119891 dependente da configuraccedilatildeo de

reforccedilo

Φ119881119899=ϕ(119881119888 + 119881119904 + 120595119891119881119891) (825)

Onde

119881119899 =Valor nominal da resistecircncia ao corte

119881119906 = Valor resistente ao corte requerido

156

119881119888 = Contribuiccedilatildeo do betatildeo para a resistecircncia ao corte de uma seccedilatildeo de betatildeo

119881119904 = Contribuiccedilatildeo das armaduras para a resistecircncia ao corte de uma seccedilatildeo de betatildeo

120595119891 = Coeficiente de minoraccedilatildeo dependente da configuraccedilatildeo de reforccedilo

Figura 8-6Valores correspondentes ao coeficiente 120595119891 (adaptaccedilatildeo de Joaquim barros et al)

823 Valor de caacutelculo da contribuiccedilatildeo do FRP

De acordo com ACI 440 o valor da contribuiccedilatildeo do FRP para aumentar a resistecircncia ao

esforccedilo transverso de uma viga de betatildeo armado eacute calculado com a expressatildeo seguinte

(Joaquim barros et al)

119881119891119889 = ϕ times 120595119891119860119891119907times119891119891119890times(sin120573+cos120573)times119889119891119907

119904119891 (826)

Em que

119860119891119907 = 2 times 119899119891 times 119905119891 times 119908119891 (827)

Onde

119881119891119889 = Valor de caacutelculo da contribuiccedilatildeo do FRP para contribuiccedilatildeo ao corte

ϕ = Fator de reduccedilatildeo de resistecircncia ACI 318-05 (empty = 085)

120595119891 =Coeficiente de minoraccedilatildeo dependente da configuraccedilatildeo de reforccedilo

119860119891119907 = Aacuterea de reforccedilo de FRP ao corte

119891119891119890 = Tensatildeo efetiva do FRP

120573 = Orientaccedilatildeo das fibras de FRP

119889119891119907= Altura uacutetil do reforccedilo de FRP

119904119891 = Espaccedilamento do FRP na direccedilatildeo do eixo da viga

157 Tiago Pais Boto

119899119891 = Nuacutemero de camadas de FRP

119905119891 = Espessura por camada de FRP

119908119891 =Largura por unidade de FRP

Figura 8-7Identificaccedilatildeo dos paracircmetros intervenientes na formulaccedilatildeo do reforccedilo com FRP

(ACI 4402R)

824 Tensatildeo efetiva do FRP

119891119891119890 = 120576119891119890 times 119864119891 (828)

Onde

119891119891119890 = Tensatildeo efetiva do FRP

120576119891119890 = Extensatildeo efetiva do FRP (extensatildeo do FRP na rotura da seccedilatildeo de betatildeo armado)

119864119891 = Moacutedulo de elasticidade do FRP

825 Extensatildeo efetiva para configuraccedilatildeo de envolvimento total da seccedilatildeo com FRP

De acordo com o ACI 440 observou-se que em reforccedilo de vigas ou pilares com

envolvimento total da seccedilatildeo ocorria uma perda de ligaccedilatildeo nos agregados do betatildeo onde o niacutevel

de extensatildeo era maior desta maneira o niacutevel de extensatildeo efetiva 120576119891119890 deveraacute ser limitada a

120576119891119890 = 0004 le 075 times 120576119891119906 (829)

Onde

120576119891119890 = Extensatildeo efetiva do FRP (extensatildeo do FRP na rotura da seccedilatildeo de betatildeo armado)

120576119891119906 = Valor de caacutelculo da extensatildeo de rotura do FRP

158

826 Extensatildeo efetiva para configuraccedilatildeo de envolvimento da seccedilatildeo com FRP em forma de U

e nas duas faces

Nestes dois casos de envolvimento da seccedilatildeo de betatildeo com FRP de acordo com o ACI

440 Triantafillou em 1998 observou que antes da perda de ligaccedilatildeo dos agregados ocorreu a

delaminaccedilatildeo do betatildeo desta forma analisaram-se as tensotildees de aderecircncia permitindo chegar a

um coeficiente de reduccedilatildeo aplicaacutevel ao corte 119896119907 de forma a viabilizar estas duas configuraccedilotildees

de envolvimento da seccedilatildeo com FRP

120576119891119890 = 119896119907 times 120576119891119890 le 0004 (830)

Em que

119896119907 =1198961times1198962times119871119890

11900times120576119891119906le 075 (831)

1198961 = (119891119888

27)23frasl

(832)

1198962 =

119889119891119907minus119871119890

119889119891119907 119877119890119891119900119903ccedil119900 119890119898 119891119900119903119898119886 119889119890 119880

119889119891119907minus2times119871119890

119889119891119907 119877119890119891119900119903ccedil119900 119886119901119897119894119888119886119889119900 119899119886119904 119891119886119888119890119904 119897119886119905119890119903119886119894119904

(833)

119871119890 =23300

(119899119891times119905119891times119864119891)058 (834)

Onde

120576119891119890 = Extensatildeo efetiva do FRP (extensatildeo do FRP na rotura da seccedilatildeo de betatildeo armado)

119896119907 =Coeficiente de reduccedilatildeo de aderecircncia

1198961 =Coeficiente que tem em conta a resistecircncia do betatildeo

1198962 =Fator que tem em conta a configuraccedilatildeo do reforccedilo

119871119890 =Comprimento de colagem efetivo do FRP

120576119891119906 = Valor de caacutelculo da extensatildeo de rotura do FRP

119891119888 = Valor caracteriacutestico da resistecircncia agrave compressatildeo do betatildeo

159 Tiago Pais Boto

119889119891119907 = Altura uacutetil do reforccedilo de FRP

119899119891 = Nuacutemero de camadas de FRP

119905119891 = Espessura por camada de FRP

119864119891 = Moacutedulo de elasticidade do FRP

827 Coeficiente de reduccedilatildeo ambiental 119914119942

Como jaacute referido no iniacutecio do capiacutetulo 6 Os elementos de reforccedilo FRP indicados nos

documentos teacutecnicos dos fabricantes natildeo satildeo afetados por nenhum coeficiente de minoraccedilatildeo

devido aacute exposiccedilatildeo ambiental desta maneira o ACI 440 recomenda que os alores de resistecircncia

agrave traccedilatildeo e da extensatildeo uacuteltima sejam corregidos por o coeficiente ambiental 119862119864

ƒ119891119906 = 119862119864 times ƒ119891119906lowast (835)

120576119891119906 = 119862119864 times 120576119891119906lowast (836)

ƒ119891119906=Resistecircncia uacuteltima de caacutelculo do FRP

ƒ119891119906lowast =Resistecircncia uacuteltima do FRP segundo o fabricante

119862119864=Coeficiente de reduccedilatildeo da accedilatildeo do meio ambiente

120576119891119906= Extensatildeo uacuteltima de caacutelculo do FRP

120576119891119906lowast =Extensatildeo uacuteltima do FRP segundo o fabricante

Page 2: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES

Each player must accept the cards

life deals him or her

But once they are in hand

he or she alone must decide

how to play the cards

in order to win the game

iii Tiago Pais Boto

AGRADECIMENTOS

A presente dissertaccedilatildeo natildeo poderia ter sido realizado sem a imprescindiacutevel ajuda de vaacuterias

pessoas e entidades pelo que expresso aqui a minha gratidatildeo particularmente

Ao Doutor Ricardo Nuno Francisco do Carmo meu orientador cientiacutefico pela

disponibilidade apoio colaboraccedilatildeo e amizade manifestada durante a realizaccedilatildeo deste trabalho

e ao longo de todo o meu percurso acadeacutemico

Ao Mestre Paulo Maranha Nunes Tiago pela disponibilidade e partilha de referecircncias

bibliograacuteficas para a realizaccedilatildeo da presente dissertaccedilatildeo assim como as saacutebias palavras e

ensinamentos transmitidos ao longo do percurso acadeacutemico

Aos meus colegas de curso especialmente ao Joatildeo Carlos Oacutescar Santos e Helena Alves

pela amizade revisatildeo e partilha de livros

Um agradecimento especial ao pessoal que partilhou a casa em Coimbra durante o percurso

acadeacutemico e todos os amigos Zeacute Miguel Jorge Renato e Paulo a amizade e companheirismo

foram muito importantes

Agrave Inecircs Castro Joana Costa Vanessa Simotildees e Teresa Loureiro pela disponibilidade na

ajuda e revisatildeo do documento

Agrave minha famiacutelia especialmente aos meus pais pelo apoio e incentivo e conjuntamente com

o meu irmatildeo por continuarem-me a aturar Sem eles nada seria possiacutevel

iv

RESUMO

Jaacute se passaram algumas deacutecadas desde que o betatildeo eacute o principal material de construccedilatildeo

que ergue cidades e estruturas nas civilizaccedilotildees contemporacircneas Num passado natildeo muito

longiacutenquo a aacuterea da durabilidade manutenccedilatildeo e prevenccedilatildeo das estruturas de betatildeo natildeo foi vista

como prioridade chegando a ser negligenciada por consequecircncia hoje existem graves

problemas nalgumas construccedilotildees de betatildeo Por outro lado devido ao excedente de construccedilatildeo

habitacional em Portugal e agrave a atual conjuntura econoacutemicafinanceira que a Europa atravessa

o setor da construccedilatildeo tem sofrido um abrandamento acentuado A consciecircncia e postura de

sustentabilidade das novas geraccedilotildees e entidades competentes acentuou a necessidade de

preservar reparar e reforccedilar muito do patrimoacutenio no parque habitacional portuguecircs e europeu

O projeto de intervenccedilatildeo numa estrutura nunca eacute abordada da mesma maneira natildeo existem duas

estruturas iguais e haacute particularidades neste tipo de projetos que natildeo existem num projeto de

uma estrutura nova Para intervir numa estrutura jaacute construiacuteda eacute necessaacuterio um conhecimento

abrangente em vaacuterias temaacuteticas tais como regulamentaccedilatildeo meacutetodos de avaliaccedilatildeo de

seguranccedila definiccedilatildeo das caracteriacutesticas mecacircnicas dos materiais teacutecnicas de reparaccedilatildeo e

reforccedilo metodologias de diagnostico e intervenccedilatildeo comportamento estrutural etc

Atualmente existe muita informaccedilatildeo acerca da temaacutetica de reparaccedilatildeo e reforccedilo de estruturas de

betatildeo armado no entanto haacute ainda alguma falta de documentaccedilatildeo onde a informaccedilatildeo aparece

de forma integral e objetiva

Consideando o apresentado anteriormente tentou-se compilar informaccedilatildeo sobre os principais

assuntos que interessam a um projeto de reparaccedilatildeoreforccedilo de estruturas de betatildeo armado

nomeadamente as normas e legislaccedilatildeo aplicaacutevel exemplos de metodologias de inspeccedilatildeo e

intervenccedilatildeo os principais ensaios em laboratoacuterio e in situ para caracterizaccedilatildeo dos materiais

principais teacutecnicas de reparaccedilatildeoreforccedilo Sobre este toacutepico e a tiacutetulo de exemplo aprofundou-

se com mais detalhe as consideraccedilotildees relativas ao dimensionamento com reforccedilo com FRPacutes

v Tiago Pais Boto

ABSTRACT

It has been a few decades since the concrete is the main building material used to raised cities

and structures in the contemporary civilizations In a not so distant past the area of durability

maintenance and prevention of concrete structures has not been seen as a priority being

neglected and therefore today there are serious problems in some concrete structures On the

other hand due to the surplus of the housing construction in Portugal and the current

economicfinancial that Europe is going through the construction industry has been suffering

a sharp slowdown The consciousness and attitude of sustainability of the new generations

and competent authorities accented the need to maintain repair and enhance much of the

Portuguese and European housing stock and patrimony

The intervention project in a structure is never addressed the same way there are not two

equal structures and there are special features on this type of project that do not exist a new

structure project To intervene in a structure already built it is necessary comprehensive

knowledge of various topics such as regulations safety assessment methods definition of the

mechanical characteristics of the materials techniques of reparation and reinforcement

diagnostic and intervention methodologies structural behavior and so on

Currently there is a lot of information about the subject of reparation and reinforcement of

reinforced concrete structures however there is still some lack of documentation where the

information appears fully and objectively

Considering the previously presented We tried attempt to compile the information on the

main issues which are of interest to the project of reparationreinforcement of reinforced

concrete structures in particular the guidelines and applicable legislation examples of

inspection methodologies and interventions the main tests in laboratories and in situ to

characterize the materials the main techniques in reparationreinforcement On this topic and

for example deepened in more detail considerations on the design with reinforcement with

FRPs

Palavras-chave

Patologias Diagnostico Inspeccedilatildeo Ensaios in situ Ensaios laboratoriais Reforccedilo Estruturas de

Betatildeo Armado

KEYWORDS

Pathology Diagnosis Inspection Testing situ Laboratory tests Reinforcement Concrete

Structures

vi

vii Tiago Pais Boto

Iacutendice

AGRADECIMENTOS iii

RESUMO iv

ABSTRACT v

IacuteNDICE DE FIGURAS 1

IacuteNDICE DE TABELAS 4

ACROacuteNIMOS 4

SIMBOLOGIA 6

1 INTRODUCcedilAtildeO 13

11 Enquadramento 13

12 Objetivos 14

13 Estrutura da dissertaccedilatildeo 15

2 Normas Regulamentaccedilatildeo e Documentaccedilatildeo teacutecnica 17

21 Normas europeias mais relevantes e que devem consultadas na realizaccedilatildeo de um

projeto de reabilitaccedilatildeo estrutural 17

22 Importacircncia da Norma EN NP 1504 em projetos de reforccediloreparaccedilatildeo 17

23 Os regulamentos publicados em Portugal na aacuterea do projeto estrutural 22

24 Por fim aconselha-se consulta da seguinte documentaccedilatildeo que apresenta

recomendaccedilotildees relevantes para na realizaccedilatildeo de um projeto de reabilitaccedilatildeo estrutural 22

3 Avaliaccedilatildeo e diagnoacutestico do estado de conservaccedilatildeo das estruturas de betatildeo armado 25

31 Introduccedilatildeo 25

32 Metodologia de inspeccedilatildeo 25

33 Ensaios in situ e Ensaios laboratoriais 26

331 Anaacutelise e monitorizaccedilatildeo de vibraccedilotildees em estruturas 26

332 Ensaios de ultrassons em betatildeo 27

333 Deteccedilatildeo de armaduras com recurso do pacoacutemetro 30

334 Deteccedilatildeo de corrosatildeo em armaduras por mediccedilatildeo dos potenciais eleacutetricos 32

335 Determinaccedilatildeo do teor de cloretos no betatildeo 33

336 Ensaio de aderecircncia por traccedilatildeo (pull-off) 35

337 Resistecircncia aacute compressatildeo com recurso ao escleroacutemetro do tipo Schmidt 36

338 Avaliaccedilatildeo da profundidade de carbonataccedilatildeo com indicador de fenolftaleiacutena 38

viii

339 Observaccedilatildeo boroscoacutepica de cavidades e fendas 40

3310 Mediccedilatildeo de deslocamentos em juntas e fendas com o alongacircmetro 41

3311 Determinaccedilatildeo da resistecircncia de betotildees a partir de provetes ciliacutendricos 42

3312 Mediccedilatildeo da espessura da seccedilatildeo atraveacutes de ensaios impacto-eco 44

4 Patologias em Estruturas de Betatildeo Armado 47

41 Introduccedilatildeo 47

42 Erros de projeto 48

43 Deficiente execuccedilatildeo 49

44 Erros de Exploraccedilatildeo Manutenccedilatildeo 49

441 Mecanismos Mecacircnicos 49

442 Mecanismos Quiacutemicos 52

443 Mecanismos Fiacutesicos 56

5 Reparaccedilatildeo e Reforccedilo de Estruturas de betatildeo armado 59

51 Enquadramento Geral de uma intervenccedilatildeo de reforccedilo 59

52 Aspetos teacutecnicos a considerar em situaccedilotildees de reparaccedilatildeo ou reforccedilo estrutural 59

53 Metodologias de intervenccedilatildeo 60

54 Verificaccedilatildeo da seguranccedila de estruturas existentes 62

55 Caracterizaccedilatildeo do tipo de intervenccedilatildeo 65

56 Paracircmetros principais a considerar no dimensionamento do Reforccedilo 66

57 Mecanismos de transferecircncia de tensotildees de acordo com CEB Nordm162 68

571 Transferecircncia de tensotildees atraveacutes de compressatildeo direta betatildeo sobre betatildeo 68

572 Transferecircncia de tensotildees atraveacutes de adesatildeo betatildeobetatildeo 69

573 Transferecircncia de tensotildees atraveacutes de fricccedilatildeo betatildeobetatildeo 69

574 Transferecircncia de tensotildees de compressatildeo atraveacutes camadas de resina 70

575 Transferecircncia de forccedilas das armaduras de reforccedilo para armaduras de reforccedilo ou

armaduras existentes 72

58 Principais Teacutecnicas de reparaccedilatildeo e reforccedilo estrutural 73

581 Meacutetodos de proteccedilatildeoreparaccedilatildeo eletroquiacutemica 73

582 Reforccedilo de seccedilotildees com encamisamentocolagem de chapas metaacutelicas (EBR)

Externally bonded reinforcement 82

583 Reforccedilo de seccedilotildees com encamisamento de betatildeo armado 95

ix Tiago Pais Boto

584 Reforccedilo de estruturas em betatildeo com colagem de compoacutesitos FRP (Poliacutemeros

reforccedilados com fibras) 105

6 Exemplos de casos praacuteticos de reparaccedilatildeo e reforccedilo 113

61 Cais de carga geral do porto de Aveiro 113

62 Viaduto Duarte Pacheco 117

63 Reabilitaccedilatildeo da ponte cais da Trafaria 122

64 Reabilitaccedilatildeo da ponte de Arraacutebida 125

7 CONCLUSOtildeES E DESENVOLVIMENTOS FUTUROS 130

71 CONCLUSOtildeES 130

72 DESENVOLVIMENTOS FUTUROS 130

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 131

Anexo 1 141

8 Consideraccedilotildees gerais de reforccedilo com FRP agrave flexatildeo e corte em seccedilotildees retangulares de

acordo com ACI 440 e ACI 318 141

81 Reforccedilo agrave flexatildeo 143

811 Modos de ruina 143

812 Hipoacuteteses baacutesicas do dimensionamento 143

813 Criteacuterio de seguranccedila da resistecircncia agrave flexatildeo 144

814 Niacutevel de extensatildeo no FRP 144

815 Niacutevel de tensatildeo no FRP 145

816 Fator de reduccedilatildeo de ductilidade 146

817 Estados limites de serviccedilo 146

818 Aplicaccedilatildeo a seccedilotildees retangulares 147

819 Tensatildeo no accedilo para estados limites de utilizaccedilatildeo 150

8110 Tensatildeo no FRP para estados limites de utilizaccedilatildeo 152

8111 Fluxograma para verificaccedilatildeo da capacidade resistente da seccedilatildeo reforccedilada agrave flexatildeo

153

82 Reforccedilo ao esforccedilo transverso de uma viga ou pilar de betatildeo armado 155

821 Configuraccedilotildees geomeacutetricas de reforccedilo 155

822 Resistecircncia Nominal de corte 155

823 Valor de caacutelculo da contribuiccedilatildeo do FRP 156

824 Tensatildeo efetiva do FRP 157

x

825 Extensatildeo efetiva para configuraccedilatildeo de envolvimento total da seccedilatildeo com FRP 157

826 Extensatildeo efetiva para configuraccedilatildeo de envolvimento da seccedilatildeo com FRP em forma

de U e nas duas faces 158

827 Coeficiente de reduccedilatildeo ambiental 119914119942 159

1 Tiago Pais Boto

IacuteNDICE DE FIGURAS

Figura 1-1 Peso () da Reabilitaccedilatildeo Residencial na Produccedilatildeo Total da Construccedilatildeo para 14 paiacuteses da Europa

(AECOPS 2009) 14

Figura 2-1 Etapas de um processo de reparaccedilatildeoreforccedilo (Silva 2008) 21

Figura 3-1 Esquema do equipamento para registo de vibraccedilotildees (oz diagnostico2015) 27

Figura 3-2 Equipamento para ensaios de ultrassons no betatildeo (ATCP Physical Engineering) 28

Figura 3-3Ilustraccedilatildeo das trecircs metodologias para realizaccedilatildeo de ensaios ultrassons (ATCP Physical Engineering)

28

Figura 3-4 Pacoacutemetro (geotechpedia 2012) 31

Figura 3-5 Equipamento para mediccedilatildeo do teor de cloretos in situ (oz diagnostico 2015) 34

Figura 3-6 Esquematizaccedilatildeo do ensaio de aderecircncia por traccedilatildeo pull-off (oz diagnostico 2015) 36

Figura 3-7 Escleroacutemetro de Schmidt (Nabrande Wikipedia 2015) 37

Figura 3-8 Reaccedilatildeo da fenolftaleiacutena numa carote de betatildeo (oz diagnostico 2015) 39

Figura 3-9 Esquematizaccedilatildeo de um boroscoacutepio (oz diagnostico 2015) 40

Figura 3-10Alongacircmetro mecacircnico (oz diagnostico 2015) 41

Figura 3-11 Extraccedilatildeo de carote com localizaccedilatildeo preacutevia da malha de armaduras (oz diagnostico 2015) 43

Figura 3-12 Parte do equipamento para realizaccedilatildeo do ensaio (impacto-ecoimpact Echo instruments 2015) 44

Figura 4-1 Modelo de Tuutti evoluccedilatildeo dos niacuteveis de deterioraccedilatildeo ao longo da vida uacutetil de uma estrutura (Concrete

Institute of Australia 2015) 48

Figura 4-2Modelo simplificado do processo de corrosatildeo nas armaduras (ACosta1997) 54

Figura 4-3 Evoluccedilatildeo dos niacuteveis de concentraccedilatildeo de CO2 nos uacuteltimos 50 anos 55

Figura 5-1 Comportamento teoacuterico dos modelos de anaacutelise (Appleton Jamp Costa A 2011) 63

Figura 5-2 Tensatildeo de corte em funccedilatildeo da tensatildeo normal em superfiacutecie de betatildeo tratada com jacto de areia (CEB

Bulletin drsquoinformation nordm1621983) 70

Figura 5-3 Espessura da camada de resina e correspondente resistecircncia agrave traccedilatildeo (CEB Bulletin drsquoinformation

nordm162 1983) 71

Figura 5-4Tensatildeo de corte em funccedilatildeo do deslizamento para vaacuterias espessuras de chapa de accedilo coladas (CEB

Bulletin drsquoinformation nordm162 1983) 72

Figura 5-5 Transferecircncia de forccedilas atraveacutes das armaduras de reforccedilo (CED 2015) 72

Figura 5-6Esquema de proteccedilatildeo catoacutedica por corrente imposta com recurso a acircnodo inerte distribuiacutedo (adaptado

de G Kakuba 2005) 75

Figura 5-7Esquema de proteccedilatildeo catoacutedica por corrente imposta com recurso a acircnodos internos (adaptado de G

Kakuba 2005) 75

Figura 5-8 Esquema de proteccedilatildeo catoacutedica com recurso a acircnodos de sacrifiacutecio sem necessidade de fonte de corrente

contiacutenua (adaptado de G Kakuba 2005) 76

Figura 5-9Malha de titacircnio (Global Sources 2015) 77

Figura 5-10 Fita de malha de titacircnio (Chemical Newtech 2015) 77

Figura 5-11 Acircnodo de titacircnio ativado (Global Sources 2015) 78

2

Figura 5-12 Aplicaccedilatildeo de tinta orgacircnica condutora (CONREHAB Cathodic protection 2015) 78

Figura 5-13 Acircnodo enterrado de magneacutesio (AEGION 2015) 79

Figura 5-14Sistema de acircnodo adesivo de zinco (Jianhai Qiu 2002) 79

Figura 5-15Acircnodo de zinco envolvido em argamassa de elevada porosidade (CCASMI Corrosion Services

2015) 80

Figura 5-16Sistema de proteccedilatildeo catoacutedica com malha de zinco (FOSROC 2015) 80

Figura 5-17Aplicaccedilatildeo de metais por projeccedilatildeo em estrutura de betatildeo armado (Structural Technologies 2015) 81

Figura 5-18 Diagrama de Pourbaix para Fe-H2O a 25ordmC (SJSU2015) 81

Figura 5-19Reforccedilo com encamisamento metaacutelico eliacuteptico para seccedilotildees retangulares (Aboutaha RS et all 1999)

84

Figura 5-20 Dimensotildees recomendadas no reforccedilo agrave flexatildeo de uma viga em betatildeo armado (Gomes A Appleton

J1997) 84

Figura 5-21 Dimensotildees recomendadas no reforccedilo ao esforccedilo transverso de uma viga em betatildeo armado (Gomes

A Appleton J) 85

Figura 5-22 Deformaccedilatildeo de pilares devido agrave formaccedilatildeo de roacutetulas plaacutesticas ldquoph-plastic hingesrdquo (SCRIP academic

publisher 2015) 86

Figura 5-23Esquematizaccedilatildeo de um encamisamento metaacutelico (Chai Y H et al 1991) 86

Figura 5-24Seccedilatildeo de betatildeo confinada com anel e encamisamento metaacutelico (Attard M M Setunge S 1996) 87

Figura 5-25 Modelo de caacutelculo de pilares agrave flexatildeo composta (Gomes A Appleton J) 90

Figura 5-26 Modelo de caacutelculo agrave flexatildeo de vigas reforccediladas por colagem de chapas metaacutelicas (Gomes A

Appleton J) 91

Figura 5-27 Distribuiccedilatildeo plaacutestica das tensotildees de aderecircncia (Gomes A Appleton J) 93

Figura 5-28 Encamisamento de pilares com betatildeo armado (Santos 2008) 95

Figura 5-29Disposiccedilatildeo das armaduras mais utilizado no encamisamento de vigas (Gomes A Appleton J) 96

Figura 5-30 Disposiccedilatildeo das armaduras mais utilizado no encamisamento de pilares (Gomes A Appleton J)

97

Figura 5-31Espessura a betonar em funccedilatildeo do material e teacutecnica utilizada (Gomes A Appleton J) 97

Figura 5-32Modelo de caacutelculo agrave flexatildeo de vigas reforccediladas por encamisamento de betatildeo armado (Gomes A

Appleton J) 98

Figura 5-33 Modelo de caacutelculo para verificaccedilatildeo da ligaccedilatildeo betatildeo existentebetatildeo novo (Gomes A Appleton J)

99

Figura 5-34Pilar com encamisamento de betatildeo armado total (Aacutelvaro Sousa 2008) 102

Figura 5-35Modelo de caacutelculo dos esforccedilos resistentes agrave flexatildeo composta (Aacutelvaro Sousa 2008) 104

Figura 5-36 Compoacutesito de FRP (Formas Preacute-Fabricada e Curada ldquoin siturdquo) (LJuvandes et all 2007) 106

Figura 5-37 Comportamento agrave traccedilatildeo de fibras e metais (ACI 440R-96 1996) 107

Figura 5-38 Aplicaccedilatildeo do sistema FRP (adaptado de BASF 2007) 110

Figura 5-39Fatores condicionantes para a durabilidade dos FRPrsquos 110

Figura 6-1 Vista do Cais de Carga do porto de Aveiro (LOURENCcedilO Z 2007) 113

3 Tiago Pais Boto

Figura 6-2 Corte da viga frontal com a ilustraccedilatildeo das diferentes zonas anoacutedicas do sistema de proteccedilatildeo catoacutedica

(LOURENCcedilO Z 2007) 114

Figura 6-3 Instalaccedilatildeo das fitas de malha de TiMMO (LOURENCcedilO Z 2007) 115

Figura 6-4 Unidade Central de controlo e monitorizaccedilatildeo (LOURENCcedilO Z 2007) 115

Figura 6-5 Meacutedia dos valores do decrescimento do potencial (72 h) em funccedilatildeo da densidade de corrente

(LOURENCcedilO Z 2007) 117

Figura 6-6 Vista geral viaduto Duarte Pacheco (httpwwwpanoramiocom 2014) 117

Figura 6-7 Alccedilado do Viaduto Duarte Pacheco (APPLETON J et al 2004) 118

Figura 6-8 Fendilhaccedilatildeo das reaccedilotildees alcali-siacutelica no betatildeo nas vigas do tabuleiro (APPLETON J et al 2004)119

Figura 6-9 Fendilhaccedilatildeo em pilar e trabalho de injeccedilatildeo (APPLETON J et al 2004) 120

Figura 6-10 Reabilitaccedilatildeo de apoios moveis (APPLETON J et al 2004) 120

Figura 6-11 Substituiccedilatildeo de apoios moacuteveis bloqueados e deformados (APPLETON J et al 2004) 120

Figura 6-12Reforccedilo com laminados de fibra de carbono (APPLETON J et al 2004) 121

Figura 6-13Reconstruccedilatildeo das lajes consola e dos passeios (APPLETON J et al 2004) 121

Figura 6-14Vista geral do viaduto Duarte Pacheco apoacutes intervenccedilatildeo (APPLETON J et al 2004) 122

Figura 6-15 Ponte Cais da Trafaria (a2p estudos e projetos 2004) 122

Figura 6-16 Estado de degradaccedilatildeo da estrutura (a2p estudos e projetos 2004) 123

Figura 6-17 Intervenccedilotildees nas vigas da ponte cais da Trafaria (a2p estudos e projetos 2004) 124

Figura 6-18 Vista geral Ponte da Arraacutebida (Gaiurb 2015) 125

Figura 6-19 Ilustraccedilatildeo do mapeamento das Patologias (APPLETON J et al 2002) 126

Figura 6-20 Localizaccedilatildeo das zonas ensaiadas (APPLETON J et al 2002) 127

Figura 6-21 Corrosatildeo das armaduras (APPLETON J et al 2002) 128

Figura 8-1 Fator de reduccedilatildeo do momento resistente em funccedilatildeo da extensatildeo do accedilo (adaptado por Joaquim barros

et al) 146

Figura 8-2Distribuiccedilatildeo de extensotildees e de tensotildees na verificaccedilatildeo aos estados limites uacuteltimos (nas equaccedilotildees h foi

substituiacutedo por 119889119891) (adaptado por Joaquim barros et al) 148

Figura 8-3 Distribuiccedilatildeo de tensotildees e extensotildees na verificaccedilatildeo dos estados limites de utilizaccedilatildeo (adaptado por

Joaquim barros et al) 152

Figura 8-4Diagrama para verificaccedilatildeo aos ELU em reforccedilo de seccedilotildees em betatildeo armado com FRP (adaptado de

Joaquim barros et al) 154

Figura 8-5Configuraccedilotildees geomeacutetricas do reforccedilo ao corte com FRP (ACI 4402R-08) 155

Figura 8-6Valores correspondentes ao coeficiente 120595119891 (adaptaccedilatildeo de Joaquim barros et al) 156

Figura 8-7Identificaccedilatildeo dos paracircmetros intervenientes na formulaccedilatildeo do reforccedilo com FRP (ACI 4402R) 157

4

IacuteNDICE DE TABELAS

Tabela 2-1 Organizaccedilatildeo da Norma EN NP 1504 18

Tabela 3-1 Qualidade do betatildeo em funccedilatildeo da velocidade de propagaccedilatildeo dos ultrassons (Japanese Society of

Construction) 30

Tabela 3-2Risco de corrosatildeo ativa em funccedilatildeo do niacutevel de potencial 33

Tabela 4-1 Caracteriacutesticas do betatildeo em funccedilatildeo da temperatura (Adaptado de Rosso (1975) Neville (1923) 51

Tabela 5-1 Aspetos teacutecnicos a considerar para situaccedilotildees de reparaccedilatildeo e reforccedilo (Joseacute Vasconcelos Paiva et all

LNEC 2006) 60

Tabela 5-2Metodologia a seguir para projeto de reparaccedilatildeoreforccedilo (ACI Committee 364 1999) 61

Tabela 5-3 Coeficiente 120593119877 para danos provocados por sismos (CEB 1983) 64

Tabela 5-4 Coeficiente 120593119877 para danos provocados por incecircndios (CEB 1983) 64

Tabela 5-5 Coeficiente 120593119877 para danos provocados pela corrosatildeo (CEB 1983) 65

Tabela 5-6Relaccedilatildeo entre Coeficiente de Capacidade e Grau de Intervenccedilatildeo 66

Tabela 5-7 Coeficientes de minoraccedilatildeo (120574prime119862) para betatildeo cofrado em obra (CEB 1983) 66

Tabela 5-8 Coeficientes de minoraccedilatildeo (120574prime119862) para betatildeo projetado (CEB 1983) 66

Tabela 5-9 Coeficientes de minoraccedilatildeo (120574prime119878) para Accedilo (CEB 1983) 67

Tabela 5-10Forccedila de Adesatildeo consoante a interface de ligaccedilatildeo 69

Tabela 5-11 Seacuterie galvacircnica dos materiais 74

Tabela 5-12Propriedades das Principais Fibras (Manoochehr Zoghi 2014) 108

Tabela 5-13 Principais vantagens e desvantagens das fibras FRP (Aacutelvaro Sousa 2008) 112

Tabela 6-1 Resultados obtidos durante dois ciclos de polarizaccedilatildeo despolarizaccedilatildeo (LOURENCcedilO Z 2007) 116

Tabela 6-2 Meacutedia dos valores de decrescimento de potencial obtido em cada zona e em cada ciclo de polarizaccedilatildeo

(LOURENCcedilO Z 2007) 116

Tabela 0-1Valores de coeficiente de minoraccedilatildeo 119862119864 142

Tabela 8-2 Limite de tensatildeo no FRP para carregamentos de longa duraccedilatildeo e accedilotildees ciacuteclicas 147

ACROacuteNIMOS

A - Fibra de Aramida

ACI ndash American Concrete Institute

AECOPS - Associaccedilatildeo de Empresas de Construccedilatildeo Obras Publicas e Serviccedilos

AFRP ndash Aramid Fiber Reinforced Polymer Poliacutemero reforccedilado com fibras de aramida

ASCE ndash American society of civil engineering

ASTM ndash American Society for Testing and Materials

A-HM ndash Fibras de Aramida de elevado moacutedulo de elasticidade

5 Tiago Pais Boto

A-IM ndash Fibras de Aramida de moacutedulo de elasticidade intermeacutedio

BRI ndash Building Research Institute

C - Fibra de carbono

CE ndash Marcaccedilatildeo de no Espaccedilo Econoacutemico Europeu

CFRP ndash Carbon Fiber Reinforced Polymer Poliacutemero reforccedilado com fibras de carbono

CEN - Comiteacute Europeu de Normalizaccedilatildeo

CEB ndash Comiteacute Europeacuteen du Beacuteton

CONREPNET - Thematic network on performance based rehabilitation of reinforced concrete

structures

CPF - Controlo de produccedilatildeo de faacutebrica

CNR ndash Consiglio Nazionale delle Ricerche

C-HM ndash Fibras de Carbono de elevado moacutedulo de elasticidade

C-HS ndash Fibras de Carbono de elevada resistecircncia

DEF ndash Delayed Ettringite Formation

DSC ndash Differential Scanning Calorimetry

DMTA ndash Dynamic Mechanical Thermal Analysis

FRP ndash Fiber Reinforced Polymer

G - Fibra de vidro

GFRP ndash Glass Fiber Reinforced Polymer Poliacutemero reforccedilado com fibras de vidro

G-S ndash Fibras de Vidro de elevada resistecircncia

G-AR ndash Fibras de Vidro de resistecircncia meacutedia

G-E ndash Fibras de Vidro com propriedades similares a G-AR mas de densidade inferior

IBC ndash International Existing Building Code

JCI ndash Japan Concrete Institute

JCSS ndash Joint Committee on Structural Safety

K - Fibra de Kevlar

LNEC ndash Laboratoacuterio Nacional de Engenharia Civil

NACE ndash National Association of Corrosion Engineers

RBA ndash Regulamento do Betatildeo Armado

REBA ndash Regulamento de Estruturas de Betatildeo Armado

REBAP ndash Regulamento de Estruturas de Betatildeo Armado e Preacute-Esforccedilado

RSA ndash Regulamento de Seguranccedila e Accedilotildees para Estruturas de Edifiacutecios e Pontes

6

SIMBOLOGIA

Maiuacutesculas Latinas

AgCl ndash Cloreto de prata

119860119904119890119902

ndash Aacuterea de armadura equivalente

119860119904119894 ndash Aacuterea da armadura existente

119860119904119903 ndash Aacuterea da armadura de reforccedilo

119860119888119894 ndash Aacuterea do betatildeo existente

119860119888119903 ndash Aacuterea do betatildeo de reforccedilo

119860119888119888119903 ndash Aacuterea do betatildeo de recobrimento que natildeo se considera confinado

119860119904119903 ndash Aacuterea da armadura de reforccedilo

119860119904119908119894 ndash Aacuterea da armadura de esforccedilo transverso inicial por metro

119860119904 ndash Aacuterea da armadura convencional de traccedilatildeo

119860119891 ndash Aacuterea de FRP

119860119891119907 ndash Aacuterea de reforccedilo de FRP ao corte

119860119887 ndash Aacuterea da seccedilatildeo das armaduras longitudinais

119860119904119895 ndash Aacuterea estimada dos aneacuteis de accedilo

CaCO3 ndash Carbonato de Caacutelcio

Ca(HCO3)2 ndash Bicarbonato de Caacutelcio

Ca(OH)2 ndash Hidroacutexido de Caacutelcio

CaO ndash Oacutexido de Caacutelcio

CL- ndash Cloro

Ca+ ndash Caacutelcio

CO2 ndash Dioacutexido de Carbono

119862119864 ndash Coeficiente de reduccedilatildeo da accedilatildeo do meio ambiente

C1 ndash Concentraccedilatildeo de CO2 no exterior [gm3]

C2 ndashConcentraccedilatildeo de CO2 na frente de carbonataccedilatildeo [gm3]

119863119895 ndash Diacircmetro externo do encamisamento

D ndash Coeficiente de difusatildeo do CO2 no betatildeo [m2s]

E ndash Moacutedulo de Elasticidade

7 Tiago Pais Boto

119864119904119895 ndash Moacutedulo de elasticidade do accedilo de encamisamento

119864ƒ ndash Moacutedulo de elasticidade do FRP

119865119887 ndash Forccedila de corte resistente de uma bucha metaacutelica

119865119890 ndash Ferro

119865119910119904119895 ndash Tensatildeo de cedecircncia do accedilo de encamisamento

119865119904119889 ndash Forccedila de traccedilatildeo de reforccedilo

H2O ndash Aacutegua

L ndash Comprimento da Ligaccedilatildeo

119871119870 ndash Comprimento da chapa metaacutelica

119871119890 ndash Comprimento de colagem efetivo do FRP

K ndash Coeficiente de carbonataccedilatildeo [m s-05]

K ndash Potaacutessio

119870119868119899119894119888119894119886119897 ndash Caracteriacutesticas iniciais de rigidez

119870119903119890119904119894119889119906119886119897 ndash Caracteriacutesticas residuais de rigidez

K2O ndash Oacutexido de Potaacutessio

Mg ndash Magneacutesio

119872119877119889 ndash Momento resistente da seccedilatildeo reforccedilada

119872119899 ndash Momento fletor resistente de caacutelculo

119872119906 ndash Momento fletor solicitante da combinaccedilatildeo mais desfavoraacutevel Nmm

119872119904 ndash Momento no momento elaacutestico do elemento

119872119877119863 ndash Momento resistente

119873119877119889119891119894119899119886119897

ndash Esforccedilo axial resistente afetado pelo coeficiente de monolitismo

119873119877119889 ndash Esforccedilo axial resistente

119873119904119889 ndash Esforccedilo axial atuante

Na2O ndash Oacutexido de Soacutedio

Na ndash Soacutedio

119877119899 ndash Resistecircncia nominal de um elemento estrutural

119877119899120579 ndash Resistecircncia nominal de um elemento estrutural submetido a temperaturas elevadas

119877119889 ndash Valor de caacutelculo do esforccedilo resistente da estrutura

119877prime119889 ndash Esforccedilo de caacutelculo residual resistente

8

119877119868119899119894119888119894119886119897 ndash Caracteriacutesticas iniciais de resistecircncia

119877119903119890119904119894119889119906119886119897 ndash Caracteriacutesticas residuais de resistecircncia

119877119903 ndash Resistecircncia da estrutura apoacutes reforccedilo

119877119894 ndash Resistecircncia da estrutura supondo que eacute nova

119878119904119895 ndash Espaccedilamento igual agrave unidade

119878prime119889 ndash Esforccedilo de caacutelculo atuante

SO4 ndash Sulfato

119878 ndash Espaccedilamento dos varotildees de accedilo

S ndash Forccedila

119878119889 ndash Valor de caacutelculo atuante na estrutura

Tc ndash Temperatura Criacutetica

Tg ndash Temperatura de transiccedilatildeo viacutetrea

T95 ndash Temperatura Caracteriacutestica

119881119906 ndash Resistecircncia do pilar ao esforccedilo transverso

119881119888 ndash Resistecircncia do betatildeo ao corte

119881119904 ndash Resistecircncia das armaduras ao corte

119881119899 ndash Resistecircncia ao corte da contribuiccedilatildeo das cargas verticais

119881119904119895 = Resistecircncia miacutenima necessaacuteria ao corte do encamisamento de accedilo

1198810 ndash Forccedila de corte induzida pela capacidade de flexatildeo maacutexima provaacutevel da roacutetula plaacutestica

119881119904119889 ndash Valor de caacutelculo do esforccedilo transverso atuante

119881119877119889119898119886119909 ndash Esforccedilo transverso maacuteximo

V ndash Velocidade de propagaccedilatildeo do impulso ultra-soacutenico do betatildeo

119881119877119889119898119886119909 ndash Esforccedilo transverso maacuteximo

119881119904119889 ndash Valor de caacutelculo do esforccedilo transverso atuante

119881119889 ndash Velocidade do som pelo meacutetodo direto

119881119894 ndash Velocidade do som pelo meacutetodo indireto

119881119901 ndash Velocidade ultrassoacutenica (Kms)

119882 ndash Watt unidade de medida de potecircncia eleacutetrica no sistema internacional de unidades

119882119860119875 ndash Accedilotildees permanentes

119882119878119900119887 ndash Accedilotildees da sobrecarga

119885119890119902 ndash Braccedilo equivalente da seccedilatildeo reforccedilada

9 Tiago Pais Boto

119885119894 ndash Braccedilo da seccedilatildeo de betatildeo relativamente agrave armadura existente

119885119903 ndash Braccedilo da seccedilatildeo de betatildeo relativamente agrave armadura de reforccedilo

Minuacutesculas Latinas

a ndash Quantidade necessaacuteria para carbonatar uma unidade de volume de betatildeo [gm3]

119887 ndash Largura da chapa metaacutelica

119887119903 ndash Largura da seccedilatildeo de betatildeo reforccedilada

119887119894 ndash Largura da seccedilatildeo de betatildeo da viga inicial

119887119903 ndash Largura da seccedilatildeo de betatildeo reforccedilada

119887119896 ndash Largura da seccedilatildeo retangular de betatildeo

c ndash Distancia da fibra mais comprimida ao eixo neutro

119889119890119902 ndash Altura uacutetil equivalente da seccedilatildeo reforccedilada

119889119903 ndash Altura uacutetil da seccedilatildeo reforccedilada relativamente agrave armadura de reforccedilo

119889119894 ndash Altura uacutetil da seccedilatildeo reforccedilada relativamente agrave armadura existente

119889119904 ndash Distancia entre a fibra do betatildeo mais comprimida e o centro geomeacutetrico da armadura de

traccedilatildeo

119889119891 ndash Altura total do elemento de betatildeo armado

119889119891119907 ndash Altura uacutetil do reforccedilo de FRP

119889119904119895 ndash Espessura da placa de encamisamento metaacutelico

119891119888 ndash Resistecircncia do betatildeo agrave compressatildeo

119891119888119889 ndash Valor de caacutelculo da resistecircncia agrave compressatildeo do betatildeo

119891119891119890 ndash Tensatildeo de traccedilatildeo efetiva no FRP

119891119897 ndash Tensatildeo maacutexima de confinamento do encamisamento de accedilo

119891119910119895 ndash Tensatildeo limite de proporcionalidade do accedilo

119891prime119888119888 ndash Resistecircncia agrave compressatildeo do betatildeo confinado

119891prime119888 ndash Resistecircncia agrave compressatildeo do betatildeo natildeo confinado

119891prime119897 ndash Tensatildeo maacutexima de confinamento do encamisamento de accedilo

119891119910 ndash Tensatildeo de cedecircncia das armaduras longitudinais

119891119904119910119889119894 ndash Tensatildeo de cedecircncia de traccedilatildeo da armadura existente

119891119904119910119889119903 ndash Tensatildeo de cedecircncia de traccedilatildeo da armadura de reforccedilo

10

119891119904119910119889119894 ndash Tensatildeo de cedecircncia de traccedilatildeo da armadura existente

119891119888119905119898 ndash Resistecircncia meacutedia agrave traccedilatildeo do betatildeo

ƒ119891119906 ndash Resistecircncia uacuteltima de caacutelculo do FRP

119891119888119889119888119891 ndash Valor de caacutelculo corrigido da resistecircncia aacute compressatildeo do betatildeo

ƒ119891119906lowast ndash Resistecircncia uacuteltima do FRP segundo o fabricante

119891119891119890 ndash Tensatildeo efetiva no FRP niacutevel alcanccedilado na rotura da seccedilatildeo

119891119904119904 ndash Tensatildeo para o accedilo natildeo preacute-esforccedilado para estados limites de utilizaccedilatildeo

119891119904119910 ndash Tensatildeo de cedecircncia para o accedilo natildeo preacute-esforccedilado

119891119888119904 ndash Resistecircncia de compressatildeo do betatildeo para estados limites de utilizaccedilatildeo

119891119904 ndash Tensatildeo de traccedilatildeo no accedilo

119891119891119904 ndash Tensatildeo no FRP causado pelo momento no regime elaacutestico do elemento de betatildeo armado

119896 ndash Razatildeo entre a profundidade do eixo neutro e a profundidade medida no mesmo lado do

eixo neutro

119896119907 ndash Coeficiente de reduccedilatildeo de aderecircncia

1198961 ndash Coeficiente que tem em conta a resistecircncia do betatildeo

1198962 ndash Fator que tem em conta a configuraccedilatildeo do reforccedilo

119897119904 ndash Comprimento de emenda dos varotildees

mV ndash milivolt (Volt eacute a unidade de tensatildeo eleacutetrica ou diferenccedila de potencial eleacutetrico)

119899 ndash Nuacutemero de buchas colocadas no comprimento L2

119899119891 ndash Nuacutemero de camadas de FRP

119901 ndash Diacircmetro equivalente do betatildeo fissurado em torno da armadura longitudinal

119904119891 ndash Espaccedilamento do FRP na direccedilatildeo do eixo da viga

t ndash Tempo [s]

119905119895 ndash Espessura do encamisamento

119905119891 ndash Espessura de cada camada de FRP

119908119891 ndash Largura por unidade de FRP

χ ndash Profundidade de carbonataccedilatildeo [m]

Maiuacutesculas Gregas

ΔL ndash Variaccedilatildeo de Comprimento

11 Tiago Pais Boto

empty ndash Coeficiente de ductilidade

120579 ndash Angulo das bielas do betatildeo

Φ ndash Coeficiente de capacidade

Minuacutesculas Gregas

120572119888119908 ndash Fator que tem em conta o estado de tensatildeo na biela comprimida

120573 ndash Orientaccedilatildeo das fibras de FRP

1205731 ndash Factor de transformaccedilatildeo do diagrama de tensotildees podendo assumir-se 08

120574119888 ndash Coeficiente de minoraccedilatildeo das propriedades resistentes do betatildeo em estruturas novas

120574119899119877 ndash Coeficiente de monolitismo para a flexatildeo ( 120574119899119877 = 09 valor sugerido por Eurocoacutedio 8

parte14)

120574119899119881 ndash Coeficiente de monolitismo para a esforccedilo transverso ( 120574119899119881 = 08 valor sugerido por

Eurocoacutedio 8 parte14)

120574prime119862 ndash Coeficiente de minoraccedilatildeo para betatildeo projetado e cofrado em obra

120574prime119904 ndash Coeficiente de minoraccedilatildeo para accedilo

120574119899119877 ndash Coeficiente de monolitismo

1205741 e 1205731 ndash Coeficientes Multiplicadores de 119891119888 para determinar a tensatildeo equivalente do betatildeo agrave

compressatildeo

120574119892 ndash Coeficiente de majoraccedilatildeo de accedilotildees permanentes em estruturas novas

120574prime119902 ndash Coeficiente de majoraccedilatildeo de accedilotildees variaacuteveis em estruturas existentes

120574119902 ndash Coeficiente de majoraccedilatildeo de accedilotildees permanentes em estruturas existentes

δ ndash Deformaccedilatildeo

120576119891119906 ndash Extensatildeo uacuteltima de caacutelculo do FRP

120576119891119906lowast ndash Extensatildeo uacuteltima do FRP segundo o fabricante

120576119891119889 ndash Valor de caacutelculo da extensatildeo de rotura do FRP

120576119891119890 ndash Extensatildeo efetiva do FRP

120576119888119906 ndash Extensatildeo maacutexima admitida no betatildeo comprimido

120576119887119894 ndash Extensatildeo do betatildeo no substrato (betatildeo de recobrimento) no momento de instalaccedilatildeo do FRP

120576119904 ndash Extensatildeo nas armaduras

120576119887119894 ndash Extensatildeo do betatildeo (betatildeo de recobrimento) no momento de instalaccedilatildeo do FRP

120576119904119910 ndash Extensatildeo nas armaduras correspondente aacute tensatildeo de cedecircncia

12

120576119891 ndash Extensatildeo no FRP

ξ ndash Fator de Correccedilatildeo (depende da compactaccedilatildeo da fluidez e das adiccedilotildees presentes no betatildeo)

120588119904 ndash Percentagem de reforccedilo da armadura convencional

120588119891 ndash Percentagem de reforccedilo de FRP

120590119878119889 ndash Tensatildeo normal aplicada

120590119877119889 ndash Tensatildeo normal resistente

120590119873 ndash Tensatildeo Normal

120591119878119889 ndash Tensatildeo de corte aplicada

120591119877119889 ndash Tensatildeo de corte resistente

120591119877 ndash Tensatildeo de Corte

1205911 ndash Tensatildeo tangencial na seccedilatildeo do betatildeo existente

1205912 ndash Tensatildeo tangencial na seccedilatildeo do betatildeo novo e o betatildeo existente

120591119898aacute119909 ndash Tensatildeo tangencial limite

120591119904119889 ndash Tensatildeo de aderecircncia resistente accediloresinabetatildeo

ϕ ndash Fator de reduccedilatildeo de resistecircncia ACI 318-05 (ϕ = 085)

120593119877 ndash Coeficiente empiacuterico para reduccedilatildeo de resistecircncia

120593119870 ndash Coeficiente empiacuterico para reduccedilatildeo de rigidez

micro ndash Coeficiente de Fricccedilatildeo

1205921 ndash Fator redutor da tensatildeo de compressatildeo do betatildeo fendilhado

120595119891 ndash Coeficiente de minoraccedilatildeo da resistecircncia do FRP na flexatildeo pode assumir-se 085

13 Tiago Pais Boto

1 INTRODUCcedilAtildeO

11 Enquadramento

ldquoO betatildeo armado surge como elemento primordial nas construccedilotildees em Portugal logo

apoacutes o iniacutecio da produccedilatildeo em 1894 de cimento Portland na Faacutebrica de Cimento Tejo em

Alhandra A construccedilatildeo da Igreja de Nordf Srordf de Faacutetima em 1938 nas Avenidas Novas marcou

o iniacutecio do atual domiacutenio do betatildeo armado nos nossos haacutebitos construtivosrdquo (Coias 2006)

O betatildeo eacute um material heterogeacuteneo caracterizado pela estrutura porosa constituiacutedo

essencialmente por cimento agregados brita areia aacutegua e nalguns betotildees por adjuvantes e

adiccedilotildees tais como siacutelicas de fumo cinzas volantes e escoacuterias Como o betatildeo eacute um material que

pode apresentar uma boa trabalhabilidade no estado fresco e uma elevada resistecircncia mecacircnica

(resistecircncia agrave compressatildeo) foi utilizado exaustivamente na construccedilatildeo

A durabilidade do betatildeo eacute influenciada pela sua composiccedilatildeo (razatildeo aacutegua-cimento

quantidade miacutenima e tipo de cimento) recobrimento das armaduras fendilhacatildeo processo de

cura entre outros factores As propriedades do betatildeo vatildeo-se alterando ao longo do tempo por

isso a anaacutelise de uma estrutura de betatildeo jaacute construiacuteda deve ser diferentes adaptada

comparativamente com uma a anaacutelise de betatildeo armado nova Portanto todas as estruturas de

betatildeo armado devem ser um alvo de uma atenccedilatildeo especial tanto na sua execuccedilatildeo como durante

as fases de intervenccedilatildeo durante o seu periacuteodo de vida uacutetil

ldquoEntende-se por reparaccedilatildeo todas as accedilotildees que visam repor os niacuteveis de desempenho da

estrutura para os padrotildees inicialmente previstos ou que visam corrigir e prevenir os efeitos da

degradaccedilatildeo da estrutura Uma intervenccedilatildeo de reforccedilo define-se como uma Acatildeo que incide

sobre o comportamento da estrutura visando o aumento da resistecircncia eou ductilidade dos seus

elementos melhorando assim o desempenho da estrutura relativamente ao seu estado inicialrdquo

(Rodrigues 2005)

Para tomar a decisatildeo de reforccedilar ou reparar um a estrutura eacute absolutamente necessaacuterio efetuar

um estudo preacutevio da estrutura jaacute existente onde satildeo necessaacuterias observaccedilotildees in situ que na

maioria das vezes satildeo complementadas com a realizaccedilatildeo de ensaios O historial da estrutura

tambeacutem tem que ser analisado fatores como redistribuiccedilatildeo de cargas carregamentos sucessivos

eou excessivos efeitos de retraccedilatildeo e fluecircncia satildeo condicionantes importantes que devem ser

conhecidos para que a intervenccedilatildeo de reparaccedilatildeo ou reforccedilo seja bem-sucedida Geralmente a

decisatildeo de reparar ou reforccedilar uma estrutura depende do resultado da inspeccedilatildeo agrave estrutura

existente e da anaacutelise da relaccedilatildeo custobenefiacutecio (Rodriguez 1991)

A reparaccedilatildeo e reforccedilo estrutural do patrimoacutenio construiacutedo dependendo do grau e

extensatildeo das intervenccedilotildees tecircm implicaccedilotildees de ordem arquitetoacutenica estrutural econoacutemica

histoacuterica e social pelo que todos os aspetos deveratildeo ter tido em conta (LNEC Pompeu 2008)

14

De acordo com o trabalho de JAVieitez e JLRamirez (1984) os principais fatores que

levam agrave necessidade de reparaccedilatildeo e reforccedilo satildeo a existecircncia de erros de projeto presentes em

515 dos casos e os agentes agressivos de degradaccedilatildeo satildeo a razatildeo para 31 das situaccedilotildees

Em relaccedilatildeo aos defeitos de execuccedilatildeo estes estatildeo presentes em cerca de 385 dos casos mas

apenas 187 eacute que conduzem a intervenccedilotildees Os defeitos na qualidade dos materiais aparecem

em 162 dos casos Por fim o mau uso ou falta de manutenccedilatildeo das estruturas justificam 134

das intervenccedilotildees e as causas naturais excecionais justificam apenas 4 Os resultados

apresentados satildeo referentes a Espanha mas satildeo substancialmente parecidos com estatiacutesticas nos

restantes paiacuteses europeus

Segundo o relatoacuterio da AECOPS Portugal ainda tem grande carecircncia no peso da

reabilitaccedilatildeo em funccedilatildeo da produccedilatildeo total da construccedilatildeo com cerca de 7 O paiacutes que lidera o

volume de produccedilatildeo no sector da reabilitaccedilatildeo eacute a Alemanha com cerca de 33 seguindo-se a

Itaacutelia com 29 e a Finlacircndia com 26

Figura 1-1 Peso () da Reabilitaccedilatildeo Residencial na Produccedilatildeo Total da Construccedilatildeo para 14

paiacuteses da Europa (AECOPS 2009)

Existem hoje vaacuterias teacutecnicas de reparaccedilatildeo e reforccedilo de estruturas de betatildeo armado umas

com mais aplicaccedilatildeo que outras mas que partilham o objetivo comum de aumentar a

durabilidade e a capacidade resistente da construccedilatildeo Seja qual for a teacutecnica escolhida todas

devem seguir um conjunto de consideraccedilotildees recomendaccedilotildees Neste tipo de intervenccedilotildees

necessaacuterio natildeo soacute conhecer bem a teacutecnica de reforccedilo ou reparaccedilatildeo mas tambeacutem as

caracteriacutesticas dos materiais empregues e garantir que a sua aplicaccedilatildeo eacute a mais correta

12 Objetivos

O trabalho desenvolvido nesta dissertaccedilatildeo tem como principal objetivo sistematizar a

informaccedilatildeo de um projeto de reforccediloreparaccedilatildeo em estruturas de betatildeo armado A presente

compilaccedilatildeo bibliograacutefica refere um conjunto de estrateacutegias que os intervenientes na elaboraccedilatildeo

de um projeto de reforccedilo em estruturas de betatildeo armado podem consultar e assim enriquecer

15 Tiago Pais Boto

os conhecimentos necessaacuterios na elaboraccedilatildeo deste Como objetivo mais especiacutefico procurou-se

com este documento contribuir para o esclarecimento dos seguintes toacutepicos

Qual a regulamentaccedilatildeo aplicaacutevel normas e boletins teacutecnicos (neste assunto dar-se-aacute

grande relevacircncia agrave Norma EN NP 1504)

Breve descriccedilatildeo das metodologias de inspeccedilatildeo caracterizaccedilatildeo das propriedades dos

materiais atraveacutes de ensaios laboratoriais e em situ

Identificaccedilatildeo dos principais erros de exploraccedilatildeo e manutenccedilatildeo que estatildeo associados agraves

patologias em estruturas de betatildeo armado

Apresentaccedilatildeo das principais teacutecnicas de reparaccedilatildeoreforccedilo com especial enfase na

utilizaccedilatildeo de FRPacutes

Introduccedilatildeo do mecanismo de transferecircncia de tensotildees ao abrigo do CEB boletim nordm162

e descriccedilatildeo geral da metodologia em caso de reforccedilo estrutural

Consideraccedilotildees gerais sobre o dimensionamento do reforccedilo agrave flexatildeo e ao corte de seccedilotildees

retangulares em betatildeo armado

13 Estrutura da dissertaccedilatildeo

A estrutura desta dissertaccedilatildeo estaacute organizada em seis capiacutetulos incluindo a introduccedilatildeo

conclusotildees e desenvolvimentos futuros as referecircncias bibliograacuteficas e um anexo Segue-se a

descriccedilatildeo de cada capiacutetulo abrangendo os objetivos gerais pretendidos

No Capitulo 1 onde se encontra a introduccedilatildeo procurou-se dar a conhecer a importacircncia

do betatildeo como material na engenharia civil expondo o porquecirc da necessidade em reparar e

reforccedilar as estruturas de betatildeo armado

No Capitulo 2 descreve-se de forma sucinta e atualizada as Normas Regulamentaccedilatildeo

e documentaccedilatildeo teacutecnica que abrange uma intervenccedilatildeo de reparaccedilatildeo e reforccedilo em estruturas de

betatildeo armado dando especial enfase e descriccedilatildeo agrave norma EN NP 1504

O Capitulo 3 reporta a avaliaccedilatildeo e diagnoacutestico do estado de conservaccedilatildeo das estruturas

de betatildeo armado sugerindo uma possiacutevel metodologia de inspeccedilatildeo Satildeo descritos vaacuterios ensaios

in situ e em laboratoacuterio detalhando os mais utilizados e aqueles que melhor ajudam a

caracterizar as propriedades mecacircnicas dos materiais assim como o estado de conservaccedilatildeo da

estrutura

Apresentam-se no Capitulo 4 as causas das patologias mais comuns nas estruturas

nomeadamente os erros de projeto e as causas dos principais erros cometidos no processo de

execuccedilatildeo Satildeo ainda indicados os mecanismos mecacircnicos quiacutemicos e fiacutesicos de deterioraccedilatildeo

das estruturas de betatildeo armado

O Capitulo 5 reporta um dos principais capiacutetulos da dissertaccedilatildeo as teacutecnicas de reparaccedilatildeo

e reforccedilo de estruturas em betatildeo armado Comeccedilando com uma breve introduccedilatildeo e depois

passando para os aspetos teacutecnicos que devem ser tidos em consideraccedilatildeo no projeto de

intervenccedilatildeo numa estruturas de betatildeo armado Descreve-se ainda uma possiacutevel metodologia de

16

intervenccedilatildeo sugerida pelo ACI Committee 364 onde os seguintes itens satildeo abordados breve

caracterizaccedilatildeo do tipo de intervenccedilatildeo verificaccedilatildeo da seguranccedila das estruturas existentes e

paracircmetros principais no dimensionamento de reforccedilo No reforccedilo estrutural eacute fundamental

compreender o mecanismo de transferecircncia de tensotildees Neste capiacutetulo satildeo descritos

minuciosamente cinco mecanismos de transferecircncia de tensotildees de acordo com o boletim nordm162

do CEB

Jaacute no capiacutetulo 6 capiacutetulo apresenta-se 4 exemplos de casos reais de reparaccedilatildeo e reforccedilo

em estruturas de betatildeo armado expondo as patologias o procedimento adotado material

utilizado recomendaccedilotildees dimensionamento etc

As conclusotildees finais acerca de toda a abordagem feita na temaacutetica de reparaccedilotildees e reforccedilo

em estruturas de betatildeo armado assim como a sugestatildeo dos desenvolvimentos futuros

encontram-se no Capitulo 7

A dissertaccedilatildeo termina com as referecircncias bibliograacuteficas que serviram de suporte na

concretizaccedilatildeo da mesma

Na seccedilatildeo de anexo seguindo o ACI 440 e o ACI 318 satildeo descritas consideraccedilotildees gerais

acerca do criteacuterio de dimensionamento de reforccedilo agrave flexatildeo e ao esforccedilo transverso com recurso

a FRPacutes para secccedilotildees retangulares

17 Tiago Pais Boto

2 Normas Regulamentaccedilatildeo e Documentaccedilatildeo teacutecnica

A facilidade de acesso e partilha de informaccedilatildeo teacutecnica eacute cada vez maior e o trabalho

de investigaccedilatildeo cientiacutefica realizado nos uacuteltimos anos conduziu a um vasto leque de informaccedilatildeo

na temaacutetica da reparaccedilatildeoreforccedilo de estruturas de betatildeo armado

Agrave semelhanccedila de um projeto de uma estrutura nova de betatildeo armado a realizaccedilatildeo de um

projeto de reparaccedilatildeo ou reforccedilo em estruturas de betatildeo armado existentes deve ter em

consideraccedilatildeo a regulamentaccedilatildeo nacional coacutedigos europeus em vigor Na falta de

regulamentaccedilatildeo nacional ou em complemento desta deve-se recorrer a regulamentos normas

internacionais ou documentaccedilatildeo teacutecnica de referecircncia emitidos por entidades crediacuteveis

Poreacutem este tipo de recomendaccedilotildees nem sempre eacute seguida na praacutetica conduzindo por

vezes a prejuiacutezos para o projetista e para o dono de obra resultantes da reduccedilatildeo dos padrotildees

de qualidade exigidos De acordo com um artigo do CONREPNET em 2004 ldquoVinte e cinco por

cento dos donos-de-obra estatildeo descontentes com o desempenho dos materiais de reparaccedilatildeo e

proteccedilatildeo no periacuteodo de 5 anos apoacutes a reabilitaccedilatildeo setenta e cinco por cento estatildeo insatisfeitos

no periacuteodo de 10 anosrdquo (CONREPNET 2004)

Realccedila-se a importacircncia da necessidade em avaliar em cada situaccedilatildeo qual eacute a

documentaccedilatildeo teacutecnica adequada pois natildeo existem dois projetos iguais

21 Normas europeias mais relevantes e que devem consultadas na

realizaccedilatildeo de um projeto de reabilitaccedilatildeo estrutural

Eurocoacutedigo 1 - Bases de Projeto e Accedilotildees em Estruturas (CEN 2002)

Eurocoacutedigo 2 - Projeto de Estruturas de Betatildeo (CEN 2004)

Eurocoacutedigo 7 - Projeto Geoteacutecnico (CEN 2004)

Eurocoacutedigo 8 - Parte 1-4 Reforccedilo e Recuperaccedilatildeo de Edifiacutecios (CEN 2004)

Norma EN NP 1504 - Produtos e Sistemas para a Proteccedilatildeo e Reparaccedilatildeo de Estruturas

de Betatildeo

22 Importacircncia da Norma EN NP 1504 em projetos de reforccediloreparaccedilatildeo

Como resultado da lacuna de normas e regulamentaccedilatildeo nesta aacuterea foi criado a Norma

NP EN 1504 pelo Comiteacute Europeu de Normalizaccedilatildeo (CEN) com o tiacutetulo de ldquoProdutos e

sistemas para a proteccedilatildeo reparaccedilatildeo de estruturas de betatildeordquo em meados da deacutecada de 80

apresentando um conjunto de normas alusivas agrave reparaccedilatildeo e proteccedilatildeo de estruturas de

betatildeoCom esta norma o projetista pode em funccedilatildeo das caracteriacutesticas da obra fazer a melhor

opccedilatildeo com abrigo de um documento normativo Desde 1 de Janeiro de 2009 que a Norma NP

EN 1504 estaacute implementada por todos os organismos do CEN Salienta-se que ao tornar esta

norma nacional por cada um dos paiacuteses foram retiras em Dezembro de 2008 todas as normas

que estariam em conflito com esta Esta norma reuacutene toda a informaccedilatildeo sobre produtos e

18

sistemas para a manutenccedilatildeo e proteccedilatildeo reabilitaccedilatildeo e reforccedilo de estruturas de betatildeo (Silva

2008)

Para uma melhor organizaccedilatildeo e consulta a norma encontra-se dividida em dez partes

como descrito na tabela que se segue

Tabela 2-1 Organizaccedilatildeo da Norma EN NP 1504

Nuacutemero do

Documento Descriccedilatildeo

EN 1504- 1 Descreve os termos e definiccedilotildees compreendidos na norma

EN 1504- 2 Fornece especificaccedilotildees para produtossistemas de proteccedilatildeo superficial do betatildeo

EN 1504- 3 Fornece especificaccedilotildees para a reparaccedilatildeo estrutural e natildeo-estrutural

EN 1504- 4 Fornece especificaccedilotildees para colagem estrutural

EN 1504- 5 Fornece especificaccedilotildees para injeccedilatildeo do betatildeo

EN 1504- 6 Fornece especificaccedilotildees para ancoragem de armaduras

EN 1504- 7 Fornece especificaccedilotildees para proteccedilatildeo contra a corrosatildeo das armaduras

EN 1504- 8 Descreve o controlo da qualidade e avaliaccedilatildeo da conformidade das empresas fabricantes

EN 1504- 9 Define os princiacutepios gerais para o uso de produtos e sistemas na reparaccedilatildeo e proteccedilatildeo de betatildeo

EN 1504- 10 Fornece informaccedilatildeo sobre a aplicaccedilatildeo e o controlo da qualidade dos trabalhos

A primeira parte (EN NP1504-1) como referido no quadro anterior remete para os

termos e definiccedilotildees gerais compreendidos na norma Estas definiccedilotildees satildeo entatildeo orientadas para

a classificaccedilatildeo constituiccedilatildeo quiacutemica e definiccedilotildees dos principais produtos abordando tambeacutem

os sistemas para a reparaccedilatildeo proteccedilatildeo manutenccedilatildeo e reforccedilo de estruturas de betatildeo armado

A parte 2 da NP EN 1504 (2006) especifica os sistemas para a proteccedilatildeo superficial do

betatildeo em estruturas novas ou todas as que necessitem de intervenccedilotildees de reparaccedilatildeo eou

reforccedilo Caracteriza e descreve o desempenho de cada um dos sistemas de acordo com os

requisitos miacutenimos definidos pela norma e de acordo os princiacutepios definidos na parte 9

(incluindo aspetos de durabilidade)

A parte 3 da NP EN 1504 (2006) especifica as reparaccedilotildees estruturais e natildeo estruturais

nomeadamente betotildees e argamassas caracterizadas em 4 classes (R4 R3 R2e R1) Estas

classes estatildeo subdivididas em argamassas de reparaccedilatildeo estrutural e natildeo estrutural quer isto

dizer que o projetista tem ou natildeo de considerar as transferecircncias de carga Esta parte enuncia

tambeacutem os requisitos necessaacuterios caracteriacutesticas de desempenho (incluindo aspetos de

durabilidade) dos produtos utilizados em reparaccedilotildees estruturais e natildeo estruturais para prolongar

a vida uacutetil das estruturas

19 Tiago Pais Boto

A parte 4 da NP EN 1504 (2006) especifica sistemas e caracteriacutesticas de desempenho

(incluindo aspetos de durabilidade) para os produtos utilizados na reparaccedilatildeo e reforccedilo de

estruturas de betatildeo atraveacutes de

Colagem atraveacutes de placas exteriores em accedilo compoacutesitos armados com fibras ou outros

materiais que verifiquem os requisitos necessaacuterios

Colagem de componentes betatildeo endurecido sobre betatildeo endurecido geralmente esta

praacutetica eacute efetuada com elementos de betatildeo preacute-fabricado

Utilizaccedilatildeo de uma cola adesiva de junta entre uma superfiacutecie de betatildeo fresco com uma

superfiacutecie de betatildeo endurecido resultando em uma nova estrutura

A parte 5 da NP EN 1504 (2006) especifica sistemas e caracteriacutesticas de desempenho

(incluindo aspetos de durabilidade) para produtos de injeccedilatildeo para tratamento de fendas com

larguras entre 01 e 08mm medido agrave superfiacutecie As caracteriacutesticas de desempenho dividem-se

em 3 classes referidas

Caracteriacutestica de desempenho e requisitos agrave base de poliuretanos e acriacutelicos utilizados

para o enchimento duacutectil de fendas

Caracteriacutestica de desempenho e requisitos agrave base de epoxys polieacutesteres e produtos de

base cimentosa utilizados para o enchimento de fendas com transmissatildeo de forccedilas

Caracteriacutestica de desempenho e requisitos agrave base de poliuretanos e acriacutelicos para

enchimento expansivo das fendas

A parte 6 da NP EN 1504 (2008) especifica sistemas e caracteriacutesticas de desempenho

(incluindo aspetos de durabilidade) e seguranccedila de produtos utilizados na realizaccedilatildeo de

ancoragens para deste modo funcionarem como uma estrutura monoliacutetica seja em estruturas

que necessitem de reparaccedilatildeo ou reforccedilo Esta parte da norma abrange especificaccedilotildees do

Principio 4 (reforccedilo estrutural) - meacutetodo 42 e a parte 9 ldquo ldquoInstalaccedilatildeo de armaduras aderidas em

orifiacutecios preformados ou perfurados no betatildeordquo

A parte 7 da NP EN 1504 (2008) especifica sistemas e caracteriacutesticas de desempenho

(incluindo aspetos de durabilidade) de produtos de proteccedilatildeo contra a corrosatildeo das armaduras

Esta parte refere particularmente dois tipos de revestimento de armaduras

Revestimento ativo para armaduras estes revestimentos contecircm pigmentos

electroquimicamente ativos fornecendo proteccedilatildeo catoacutedica ou entatildeo funcionam apenas

inibidores um exemplo eacute o cimento Portland devido agrave sua elevada alcalinidade

Revestimentos de barreira este tipo de revestimento de base polimeacuterica isola a armadura

da aacutegua envolvente na matriz cimentosa

A parte 8 da NP EN 1504 (2006) especifica ensaios para verificaccedilatildeo de conformidade

rotulagem e marcaccedilatildeo CE dos produtos Menciona tambeacutem que os produtos usados em

reparaccedilatildeo e reforccedilo de estruturas de betatildeo armado tecircm que verificar um requisito de

conformidade designado por 2+ que significa que os produtos precisam de verificar

20

Controlo de produccedilatildeo de faacutebrica (CPF)

Ensaios de tipo iniciais

Inspeccedilatildeo e fiscalizaccedilatildeo contiacutenua e aprovaccedilatildeo do CPF

Fiscalizaccedilatildeo continua avaliaccedilotildees e aprovaccedilotildees do CPF

A parte 9 da NP EN 1504 (2009) especifica meacutetodos e princiacutepios gerais da reparaccedilatildeo

de betatildeo baseados na experiencia e no sucesso de muitos anos No entanto eacute admitida a opccedilatildeo

de utilizaccedilatildeo ou necessidade de novos meacutetodos em certas condiccedilotildees especiacuteficas

Os 11 princiacutepios referidos pela norma estatildeo organizados essencialmente em duas partes

Defeitos do betatildeo devido agrave deterioraccedilatildeo princiacutepio 1 ao 6

Defeitos das armaduras devido agrave deterioraccedilatildeo princiacutepio 7 ao 11

O meacutetodo apresentado pela parte 9 da norma e exemplificado na figura seguinte

representa as quatro fases de reparaccedilatildeo de uma estrutura de betatildeo armado a fase de diagnoacutestico

a fase deliberativa a fase de dimensionamento e a fase de execuccedilatildeo

21 Tiago Pais Boto

Figura 2-1 Etapas de um processo de reparaccedilatildeoreforccedilo (Silva 2008)

A parte 10 da NP EN 1504 (2008) especifica a aplicaccedilatildeo dos produtos e o controlo da

qualidade na execuccedilatildeo dos trabalhos de reparaccedilatildeo e reforccedilo de estruturas de betatildeo armado

Abrange tambeacutem o controlo de seguranccedila sauacutede e manutenccedilatildeo

Esta parte refere alguns ensaios para determinaccedilatildeo das causas das patologias existentes

distribuiacutedos em

Ensaios destrutivos

Ensaios natildeo destrutivos

22

Ensaios quiacutemicos

O controlo da qualidade dos trabalhos executados deve apresentar informaccedilotildees especiacuteficas tais

como

Preparaccedilatildeo da superfiacutecie

Aplicaccedilatildeo dos produtos

Controlo da qualidade e higiene e seguranccedila

23 Os regulamentos publicados em Portugal na aacuterea do projeto estrutural

Regulamento para o emprego do Beacuteton Armado (Dec 4036 de 2831918)

Regulamento do Betatildeo Armado ndash RBA (Dec25948 de 16101935)

Regulamento de Estruturas de Betatildeo Armado ndash REBA (Dec 47723 de 2551967)

Regulamento de Estruturas de Betatildeo Armado e Preacute-Esforccedilado ndash (REBAP Dec 349-c83

de 3071983)

Regulamento de Seguranccedila e Accedilotildees para Estruturas de Edifiacutecios e Pontes ndash (RSA

1983)

24 Por fim aconselha-se consulta da seguinte documentaccedilatildeo que apresenta

recomendaccedilotildees relevantes para na realizaccedilatildeo de um projeto de

reabilitaccedilatildeo estrutural

Boletim de informaccedilatildeo nordm 162 (1983) ndash ldquoAssessment of Concrete Structures and Design

Procedures for Upgrading (Redesign)rdquo [13] Comiteacute Euro-Internacional do Betatildeo

(CEB)

Boletim de informaccedilatildeo nordm14 ndash ldquoExternally bonded FRP reinforcement for RC

structuresrdquo

Technical report October 2001 [14] Emitido pela Federaccedilatildeo Internacional do Betatildeo

(FIB)

Boletim de informaccedilatildeo nordm18 ndash ldquoManagement maintenance and strengthening of

concrete structuresrdquo Technical report April 2001 Emitido pela FIB

ldquoGuidelines for the design and construction of externally FRP systems for

strengthening concrete sctruturesrdquo ACI Comiteacute 440 Sub-Comiteacute 440F Emitido pelo

Instituto Americano do Betatildeo (ACI ndash American Concrete Institute)

Manual Nordm 4 ndash ldquoStrengthening Reinforced Concrete Structures with Externally-Bonded

Fibre Reinforced Polymers (FRPs)rdquo Emitido pelo ldquoIntelligent Sensing for Innovative

Structures Canada Research Networkrdquo (ISIS Canada)

CANCSA-S806-02 (R2007) F - ldquoDesign and Construction of Building Components

with Fibre - Reinforced Polymersrdquo Emitido pela ldquoCanadian Standards Associationrdquo

(CSA)

23 Tiago Pais Boto

JCI TC952 1998 ldquoContinuous fiber reinforced concreterdquo Emitido pelo Instituto

Japonecircs do Betatildeo (JCI ndash Japan Concrete Institute)

ldquoPractical Guideline for Investigation Repair and Strengthening of Cracked Concrete

Structuresrdquo 2003 Emitido pelo JCI

ldquoDesign guidelines of FRP reinforced concrete building sctruturesrdquo 1993 Emitido

pelo ldquoBuilding Research Instituterdquo (BRI) pertencente aoMinisteacuterio da Construccedilatildeo

Japonecircs

International Building Code (IBC) Chapter 34 ldquoExisting building allowancesrdquo

Emitido por International code council 2009

SIA 462 Pre-Standard SIA 462 Assessment of the Structural Safety of Existing

Structures Swiss Society of Engineers and Architects Zurich Switzerland 1994

SIA 269 Swiss Standard SIA 269 Existing Structures ndashBasis for Examination and

Interventions Swiss Society of Engineers and Architects Zurich Switzerland 2011

ASCE 41-06 2006 Seismic Rehabilitation of Existing Buildings American Society of

Civil Engineers Reston Virginia

ACI 437R -03 ldquoStrength Evaluation of Existing Concrete Buildingsrdquo American

Concrete Institute 2003

Joint Committee on Structural Safety (JCSS) Report 032 Probabilistic Assessment of

Existing Structures 2001

ldquoGuide for the design and construction of externally bonded FRP systems for

strengthening existing sctruturesrdquo 2004 Emitido pelo CNR (Consiglio Nazionale

delle Ricerche)

Fichas teacutecnicas dos produtores de FRP tais como SampP SIKA MBT etc

24

25 Tiago Pais Boto

3 Avaliaccedilatildeo e diagnoacutestico do estado de conservaccedilatildeo das estruturas

de betatildeo armado

31 Introduccedilatildeo

Antes de realizar uma intervenccedilatildeo numa estrutura de betatildeo armado com o objetivo de

reforccedilar ou de reparar eacute essencial proceder a uma inspeccedilatildeo direcionada e minuciosa para

detetar todas as anomalias que satildeo necessaacuterias de ser corrigidas para garantir a seguranccedila e

estabilidade da estrutura

Como em geral a maioria dos ensaios satildeo monetariamente caros e a sua realizaccedilatildeo pode

afetar eou danificar a construccedilatildeo estes deveratildeo ser previamente delineados nomeadamente

quanto ao nuacutemero e locais de realizaccedilatildeo

Os ensaios podem ser definidos em ensaios natildeo-destrutivos (NDT) ou ensaios

destrutivos Os natildeo-destrutivos satildeo claramente preferenciais para as construccedilotildees devido agrave baixa

intrusatildeo que conferem agrave estrutura

Sempre que possiacutevel as inspeccedilotildees devem obedecer a procedimentos normalizados e a

criteacuterios teacutecnicos adequados ao tipo de estrutura tipo de elemento a inspecionar A inspeccedilatildeo

deve tambeacutem ser exequiacutevel e eficaz de modo a produzir informaccedilatildeo uacutetil e consistente para que

toda a equipa multidisciplinar envolvida seja capaz de assimilar e compreender com clareza

32 Metodologia de inspeccedilatildeo

A seguir apresentam-se as principais etapas genericamente abrangidas numa inspeccedilatildeo Estas

etapas definem de certa a forma uma metodologia a adotar

Consulta recolha e anaacutelise de elementos escritos e desenhados dos projetos anteriores

elementos alusivos a inspeccedilotildees anteriores informaccedilatildeo acerca do meio ambiente Eacute

tambeacutem fundamental a realizaccedilatildeo de um inqueacuterito direcionado aos responsaacuteveis pela

manutenccedilatildeo das estruturas

Preparaccedilatildeo da inspeccedilatildeo isso passa por uma visita preacutevia ao local para identificaccedilatildeo das

construccedilotildees e dos elementos a avaliar e identificaccedilatildeo do programa funcional dos

diversos espaccedilos

Preparaccedilatildeo das fichas de inspeccedilatildeo ou do software previsto para anotaccedilatildeo de toda a

informaccedilatildeo a registar

26

Verificaccedilatildeo de todas as ferramentas e equipamentos necessaacuterios para o dia da inspeccedilatildeo

providenciando os meios de apoio agrave inspeccedilatildeo tais como veiacuteculos de inspeccedilatildeo especial

ou ateacute mesmo autorizaccedilotildees permissotildees municipais

O processo de diagnoacutestico passa por

1) Inspeccedilatildeo visual distinguindo os mecanismos fiacutesicos e quiacutemicos envolvidos

2) Inspeccedilatildeo detalhada de maneira que se compreenda a relaccedilatildeo causaefeito

3) Conhecimento acerca do comportamento dos materiais e teacutecnicas de

construccedilatildeo utilizadas

4) Realizaccedilatildeo de ensaios in situ destrutivos e natildeo destrutivos

5) Recolha se possiacutevel de amostras e carotes para ensaios laboratoriais

6) Anaacutelise de resultados consideraccedilotildees finais e elaboraccedilatildeo de relatoacuterio

33 Ensaios in situ e Ensaios laboratoriais

331 Anaacutelise e monitorizaccedilatildeo de vibraccedilotildees em estruturas

Para uma avaliaccedilatildeo da capacidade de resistecircncia em estruturas de betatildeo armado eacute

fundamental avaliar o comportamento dinacircmico para que desta forma se possam selecionar

medidas de reparaccedilatildeo ou reforccedilo Os dados podem referentes agraves solicitaccedilotildees dinacircmicas a que a

estrutura estaacute constantemente sujeita da envolvente ou a partir da aplicaccedilatildeo de vibraccedilotildees

impostas

3311 Equipamento

Aceleroacutemetros de alta sensibilidade com preacute amplificador incorporado A gama de

frequecircncias de mediccedilatildeo normalmente estaacute compreendida entre 01 Hz a 1KHz e

sensiacuteveis a aceleraccedilotildees da ordem de 005 mms-2

Um computador portaacutetil com software especiacutefico

Cabos de ligaccedilatildeo

Caixas de ligaccedilatildeo dos sensores

3312 Metodologia

Os sinais dos transdutores satildeo introduzidos num PC dotado de software adequado que

executa o processamento de dados e fornece a informaccedilatildeo relevante sobre as vibraccedilotildees da

construccedilatildeo

- Intensidade das vibraccedilotildees

- Valores maacuteximos da aceleraccedilatildeo velocidade ou deslocamento nos pontos analisados

27 Tiago Pais Boto

- Frequecircncias dominantes nos sinais das vibraccedilotildees

- Representaccedilatildeo graacutefica dos sinais de aceleraccedilatildeo velocidade ou deslocamentos medidos ao

longo do tempo

- Verificaccedilatildeo automaacutetica e alarme se forem excedidos os valores limites preacute-estabelecidos

Figura 3-1 Esquema do equipamento para registo de vibraccedilotildees (oz diagnostico2015)

332 Ensaios de ultrassons em betatildeo

Os ensaios ultrassoacutenicos resume-se na determinaccedilatildeo da velocidade de propagaccedilatildeo dum

impulso ultrassoacutenico entre dois pontos de mediccedilatildeo tendo em vista adquirir informaccedilotildees sobre

Caracteriacutesticas mecacircnicas do betatildeo nomeadamente o seu moacutedulo de elasticidade

Homogeneidade

Presenccedila de fendas vazios ou outras descontinuidades

O impulso ultrassoacutenico eacute gerado num ponto do elemento em estudo atraveacutes de um

transdutor emissor a partir dum sinal eleacutetrico Apoacutes atravessar o betatildeo o sinal ultrassoacutenico eacute

captado por um outro transdutor-recetor colocado num outro ponto que o transforma

novamente em sinal eleacutetrico O tempo gasto no percurso eacute medido na unidade de medida central

sendo assim possiacutevel calcular a velocidade de propagaccedilatildeo

28

A correlaccedilatildeo existente entre a velocidade de propagaccedilatildeo do impulso ultrassoacutenico no

betatildeo (V) e o seu moacutedulo de elasticidade (E) permite ter uma ideia da classe a que pertence o

betatildeo ensaiado (Viacutetor Coias ldquoInspeccedilotildees e Ensaios na reabilitaccedilatildeo de edifiacuteciosrdquo 2006)

3321 Equipamento

O equipamento eacute geralmente composto por uma unidade central onde alberga o

gerador de impulsos eleacutetricos o circuito de leitura e os dois transdutores Para calibraccedilatildeo do

equipamento utiliza-se um invar (barra padratildeo)

Figura 3-2 Equipamento para ensaios de ultrassons no betatildeo (ATCP Physical Engineering)

3322 Metodologia

Existem trecircs meacutetodos possiacuteveis para a realizaccedilatildeo deste tipo de ensaios

Direto

Semidirecto

Indireto

Figura 3-3Ilustraccedilatildeo das trecircs metodologias para realizaccedilatildeo de ensaios ultrassons (ATCP

Physical Engineering)

29 Tiago Pais Boto

Os meacutetodos diretos e semidirecto tecircm como finalidade a avaliaccedilatildeo das caracteriacutesticas

mecacircnicas a homogeneidade e a deteccedilatildeo de descontinuidades no betatildeo O meacutetodo semidirecto

aplica-se apenas na impossibilidade de colocaccedilatildeo de transdutores segundo o meacutetodo direto

O meacutetodo indireto aplica-se fundamentalmente na determinaccedilatildeo da profundidade de

fendas

Para melhorar a transmissatildeo acuacutestica eacute aconselhaacutevel a utilizaccedilatildeo de uma massa de

contato entre os tradutores e a superfiacutecie do betatildeo Aconselha-se tambeacutem que esses pontos de

contato sejam efetuados em superfiacutecies lisas

Considerando-se que o resultado do teste pelo meacutetodo indireto eacute menos preciso

recomenda-se comparar esses resultados com os resultados do teste pelo meacutetodo direto

Meacutetodo direto 119881119901 (119898119898

120583119904) =

119889119894119904119905119886119899119888119894119886 (119898119898)

119905119890119898119901119900 119889119890 119901119903119900119901119886119892119886ccedilatilde119900 (120583119904)lowast 105 (31)

Meacutetodo indireto 119881119894 (119898119898

120583119904) =

119889119894119904119905119886119899119888119894119886 (119898119898)

119905119890119898119901119900 119889119890 119901119903119900119901119886119892119886ccedilatilde119900 (120583119904) (32)

119881119889 = 105 lowast 119881119894 (33)

Onde

Vd = velocidade do som pelo meacutetodo direto

Vi = velocidade do som pelo meacutetodo indireto

Vp= velocidade ultrassoacutenica (Kms)

Para obter a resistecircncia do betatildeo satildeo apresentadas vaacuterias expressotildees deduzidas por diversos

autores como por exemplo a expressatildeo seguinte referida na Japanese Society of Construction

119865119888 = 215 lowast 119881119901 minus 620 (34)

Onde

119865119888= Resistecircncia do betatildeo agrave compressatildeo (MPa)

30

Tabela 3-1 Qualidade do betatildeo em funccedilatildeo da velocidade de propagaccedilatildeo dos ultrassons

(Japanese Society of Construction)

Velocidade (ms) Qualidade do betatildeo

gt4500 Excelente

3500 a 4500 Bom

3000 a 3500 Regular

2000 a 3000 Mediacuteocre

lt2000 Mau

O ensaio deve ser realizado segundo as normas de referecircncia

BS 1881-2031986 ldquoRecommendations for measurement of velocity of ultrasonic pulses

in concreterdquo

ASTM C597-09 ldquoStandard test method for pulse velocity through concreterdquo

333 Deteccedilatildeo de armaduras com recurso do pacoacutemetro

Os ensaios realizados com recurso a um pacoacutemetro aleacutem de permitirem medir o

recobrimento tambeacutem satildeo utilizados para deteccedilatildeo posicionamento dimensatildeo e direccedilatildeo das

armaduras em estruturas de betatildeo armado ou betatildeo preacute-esforccedilado A deteccedilatildeo de cabos de preacute-

esforccedilo apresenta algumas limitaccedilotildees devido agraves caracteriacutesticas proacuteprias dos elementos de preacute-

esforccedilo e agraves capacidades do equipamento (Viacutetor Coias ldquoInspeccedilotildees e Ensaios na reabilitaccedilatildeo de

edifiacuteciosrdquo 2006)

3331 Equipamento

O pacoacutemetro eacute um aparelho portaacutetil composto pela unidade de leitura por dois detetores

e por dois espaccediladores O alcance de mediccedilatildeo depende do diacircmetro do varatildeo e do tamanho do

detetor podendo ir ateacute 360 mm com uma precisatildeo de aproximadamente 2 mm ou 5 ateacute 75 por

cento do alcance O ajuste do zero eacute automaacutetico bastando para tal afastar o elemento detetor de

elementos metaacutelicos O meacutetodo de deteccedilatildeo de armaduras eacute auxiliado por um sistema aacuteudio

variaacutevel com a distacircncia agraves armaduras

31 Tiago Pais Boto

Figura 3-4 Pacoacutemetro (geotechpedia 2012)

3332 Metodologia

Apoacutes a calibragem do aparelho e caso se tenha acesso ao projeto seleciona-se a

dimensatildeo dos varotildees de accedilo e o recobrimento se pretende controlar Se natildeo tivermos informaccedilatildeo

acerca do tipo de armadura que estamos a tentar identificar poderaacute ser vantajoso nesta fase

remover o recobrimento da armadura num local onde natildeo seja muito inconveniente a fim de

acertar a calibraccedilatildeo e eventualmente identificar o tipo de armadura

O recobrimento eacute medido usando a face normal de trabalho do elemento detetor grande

Tendo-se identificado a face normal de trabalho do elemento detetor pode-se explorar a

superfiacutecie do elemento a inspecionar A identificaccedilatildeo da posiccedilatildeo dos varotildees quando o som

emitido for alto e agudo

Para determinar a direccedilatildeo da armadura move-se e roda-se o elemento detetor no sentido

de aumentar o sinal sonoro Quando o elemento detetor estiver cuidadosamente posicionado

dessa maneira o eixo do varatildeo estaraacute paralelo com o eixo longitudinal do elemento detetor O

recobrimento em miliacutemetros poderaacute ser observado na parte esquerda do visor O

microprocessador do aparelho determina automaacutetica o diacircmetro dos varotildees a partir de duas

leituras no mesmo local utilizando um espaccedilador apropriado

O elemento detetor pequeno deve ser usado quando se estaacute na presenccedila de malha soldada

ou de varotildees proacuteximos ou entatildeo quando o elemento detetor grande for incapaz de fornecer

uma discriminaccedilatildeo mais pormenorizada da zona a sondar

Este equipamento fornece boa capacidade de resoluccedilatildeo para desenhar

pormenorizadamente as armaduras que se encontram mais proacuteximas Para uma faacutecil perceccedilatildeo

da disposiccedilatildeo das armaduras nos elementos de betatildeo armado a superfiacutecie do elemento a sondar

vai sendo marcada agrave medida que vatildeo sendo detetadas armaduras

O ensaio deve seguir as recomendaccedilotildees da norma de referecircncia Norma BS 1881-204 1988

Testing concrete ldquoRecommendations on the use of electromagnetic cover metersrdquo

32

334 Deteccedilatildeo de corrosatildeo em armaduras por mediccedilatildeo dos potenciais eleacutetricos

A corrosatildeo das armaduras pode ser avaliada atraveacutes da mediccedilatildeo dos potenciais eleacutetricos

aplicados na superfiacutecie do betatildeo relativamente a um eleacutetrodo de referecircncia Este tipo de ensaios

permite localizar as aacutereas onde a corrosatildeo estaacute presente ou prestes a verificar-se antes de os

efeitos se tornarem visiacuteveis

Esta teacutecnica permite localizar as aacutereas onde a estrutura de betatildeo armado precisa de ser

reparada ou protegida e atraveacutes da sua aplicaccedilatildeo repetida pode ser usada para minimizar assim

os seus custos de manutenccedilatildeo

3341 Equipamento

O equipamento eacute composto por

Ceacutelula de mediccedilatildeo em cloreto de prata (AgCl)

Medidor com ligaccedilatildeo que permite leituras digitais em unidades de tensatildeo (volt) ou

resistecircncia (ohm)

Recipientes com liacutequido para reabastecer a ceacutelula de mediccedilatildeo

Cabo de ligaccedilatildeo

Brocas diamantadas de 10 e 18 mm de diacircmetro

Martelo e escopro

Alicate de aperto

Bico para contacto com armadura e chave de Allen

Cabo de ligaccedilatildeo

Extensatildeo telescoacutepica para fixaccedilatildeo da ceacutelula de mediccedilatildeo

Berbequim com percussatildeo

Balde e esponja

3342 Metodologia

Apoacutes a escolha de uma aacuterea em funccedilatildeo do estado aparente do betatildeo definem-se zonas

de leitura da aacuterea a estudar e define-se o nuacutemero de leituras a realizar em funccedilatildeo da degradaccedilatildeo

aparente do betatildeo Procede-se agrave limpeza com uma escova de accedilo de um varatildeo da armadura

previamente localizado com o detetor de armaduras Fixa-se o eleacutetrodo secundaacuterio atraveacutes do

alicate de aperto ao varatildeo da armadura e liga-se o eleacutetrodo ao voltiacutemetro atraveacutes do cabo

fornecido Procede-se agrave molhagem das superfiacutecies vatildeo onde seratildeo efetuadas as leituras de modo

a humedecer em profundidade o betatildeo a estudar Coloca-se o eleacutetrodo primaacuterio sucessivamente

em cada ponto de leitura medindo-se no voltiacutemetro do equipamento o potencial eleacutetrico

33 Tiago Pais Boto

Durante a realizaccedilatildeo de todas as mediccedilotildees o operador deve assegurar-se que a esponja do topo

do eleacutetrodo primaacuterio se encontra devidamente humedecida

Tabela 3-2Risco de corrosatildeo ativa em funccedilatildeo do niacutevel de potencial

Niacutevel de Potencial (mV) Risco de corrosatildeo ativa ()

-260 a -410 Ateacute 95

-110 a -260 Incerto

gt-100 Ateacute 5

Esta metodologia estaacute descrita em Norma ASTM C 876-91 (R1999) Standard Test Method

for Half-Cell Potentials of Uncoated Reinforcing Steel in concrete

335 Determinaccedilatildeo do teor de cloretos no betatildeo

A determinaccedilatildeo do teor de cloretos no betatildeo consiste precisamente em determinar o

teor soluacutevel em aacutecido de cloretos existentes no betatildeo Em traccedilos gerais uma amostra de poacute de

betatildeo a ensaiar eacute dissolvida numa soluccedilatildeo aacutecida normalizada para que os iotildees de cloreto reajam

com o aacutecido Um eleacutetrodo dotado de um sensor de temperatura eacute introduzido na soluccedilatildeo

medindo a reaccedilatildeo eletroquiacutemica A tensatildeo gerada pela concentraccedilatildeo de iotildees afeta

simultaneamente a temperatura da soluccedilatildeo a qual eacute medida pelo aparelho eletroacutenico Este

aparelho apresenta instantemente a percentagem de iotildees num mostrador (Viacutetor Coias

ldquoInspeccedilotildees e Ensaios na reabilitaccedilatildeo de edifiacuteciosrdquo 2006)

3351 Equipamento

O equipamento utilizado eacute composto por

Eleacutetrodo com sensor de temperatura montado exteriormente

Cabos e ligaccedilotildees

Aparelho eletroacutenico de leitura com circuitos compensadores da temperatura e

microprocessador para conversatildeo direta em percentagens de cloretos

Embalagens contendo soluccedilotildees aacutecidas com coloraccedilatildeo diferente para calibraccedilatildeo do

eleacutetrodo

Balanccedila para pesar as amostras

Embalagens contendo a soluccedilatildeo aacutecida onde se vai misturar cada amostra

Garrafa com agente de molhagem do eleacutetrodo

34

Concha para recolha do poacute e soprador para amostragem

Alicate de fixaccedilatildeo broca buchas chave de bocas e chave de fendas

Detetor de armaduras

A calibragem eacute feita antes de cada ensaio utilizando duas soluccedilotildees padratildeo

Figura 3-5 Equipamento para mediccedilatildeo do teor de cloretos in situ (oz diagnostico 2015)

3352 Metodologia

Haacute que localizar previamente a posiccedilatildeo das armaduras com um detetor de armaduras

Selecionado o local de ensaio preferencialmente onde a posiccedilatildeo das armaduras se encontra

mais exteriormente do elemento estrutural em estudo Em seguida posiciona-se a concha de

recolha do poacute fixando-a com o alicate de fixaccedilatildeo atraveacutes de uma bucha de fixaccedilatildeo Depois

fazem-se trecircs furos no betatildeo a ensaiar agrave profundidade a que se pretende determinar o teor em

cloretos de modo a recolher cerca de 20 g de poacute que devem guardados num saco de plaacutestico

hermeticamente fechado Se se pretender um perfil do teor de cloretos haacute que furar e recolher

o poacute em menos trecircs niacuteveis de profundidade (Viacutetor Coias 2006)

Perto da superfiacutecie

Ao niacutevel das armaduras

A uma distacircncia de 2 ou 3 cm abaixo das armaduras

Uma amostragem de 3 g retirada do poacute extraiacutedo eacute dissolvida em 20 ml de uma soluccedilatildeo

aacutecida Coloca-se o eleacutetrodo jaacute calibrado na garrafa de ensaio e lecirc-se o teor de cloretos que seraacute

automaticamente indicado no mostrador do aparelho A leitura pode ser obtida em percentagem

ou PPM (partes por milhatildeo) consoante a funccedilatildeo selecionada

O ensaio deve seguir as recomendaccedilotildees das normas de referecircncia

35 Tiago Pais Boto

Norma BS 1881-6 1971 Methods of testing concrete Analysis of hardened concrete

Norma AASHTO T260‑84 Standard Method of Test for Sampling and testing for

chloride ion in concrete and concrete raw materials

336 Ensaio de aderecircncia por traccedilatildeo (pull-off)

Os ensaios de aderecircncia por traccedilatildeo direta pull-off satildeo fundamentais para o ecircxito de trabalhos

de reparaccedilatildeo e reforccedilo em estruturas de betatildeo armado pois a garantia de uma boa aderecircncia

entre os materiais existentes e os materiais novos eacute fundamental (Viacutetor Coias ldquoInspeccedilotildees e

Ensaios na reabilitaccedilatildeo de edifiacuteciosrdquo 2006) Este tipo de ensaio consiste na aplicaccedilatildeo de uma

forccedila de traccedilatildeo exercida manualmente atraveacutes de um aparelho concebido para esse fim A

traccedilatildeo eacute transmitida axialmente atraveacutes de uma peccedila metaacutelica colada previamente ao provete

O aumento gradual da forccedila pode ser observado diretamente numa escala (MPa) A forccedila

maacutexima eacute registada assim que se daacute o arrancamento do provete na secccedilatildeo mais fraacutegil (Viacutetor

Coias ldquoInspeccedilotildees e Ensaios na reabilitaccedilatildeo de edifiacuteciosrdquo 2006)

Analisando o provete pode-se observar se a secccedilatildeo de rotura pertence a um dos

materiais ou se por outro lado estaacute contida na superfiacutecie de ligaccedilatildeo entre os materiais Dada a

sua grande simplicidade este ensaio pode ser executado na proacutepria estrutura traduzindo melhor

as condiccedilotildees reais existentes

3361 Equipamento

Carotadora portaacutetil

Coroa diamantada

Caixa diferencial

Aparelho mecacircnico de aderecircncia

Equipamento de arrancamento com pastilhas metaacutelicas

Detetor de armaduras

Cola epoxiacutedica

Extensatildeo monofaacutesica

Mangueira para aacutegua

36

Figura 3-6 Esquematizaccedilatildeo do ensaio de aderecircncia por traccedilatildeo pull-off (oz diagnostico 2015)

3362 Metodologia

Com o auxiacutelio de uma carotadora executa-se um entalhe circular com cerca de 4 cm de

diacircmetro perpendicular agrave superfiacutecie do material A profundidade deve ser suficiente para que

ultrapasse o plano de ligaccedilatildeo dos materiais atingindo assim o substrato do betatildeo A superfiacutecie

eacute entatildeo regularizada com o auxiacutelio de uma grossa a poeira deve ser retirada com acetona

Procede-se agrave colagem da peccedila metaacutelica (pastilha) ao provete a de betatildeo com uma cola epoxiacutedica

exercendo uma pressatildeo moderada durante alguns minutos conforme mencionado nas normas

de referecircncia (Viacutetor Coias 2006)

Apoacutes uma hora pode-se entatildeo colocar o aparelho de ensaio de modo que este acople a

peccedila metaacutelica coloca-se o indicador a zero e inicia-se o ensaio propriamente dito

O ensaio deve seguir as recomendaccedilotildees das normas de referecircncia

Norma BS 1881-207 1992 Testing concrete Recommendations for the assessment of

concrete strength by near-to-surface test

Norma ASTM D4541-95 Stand Test Method for Pull-Off Strength

337 Resistecircncia aacute compressatildeo com recurso ao escleroacutemetro do tipo Schmidt

O ensaio com o escleroacutemetro permite obter de forma simples e natildeo destrutiva a

resistecircncia agrave compressatildeo de elementos de betatildeo Sendo um ensaio baseado na resistecircncia

37 Tiago Pais Boto

superficial os valores obtidos satildeo apenas representativos de uma camada ateacute 5 cm de

profundidade Contudo o ensaio eacute uacutetil para avaliar a homogeneidade do betatildeo verificar se

existe um determinado niacutevel miacutenimo de resistecircncia e decidir sobre a necessidade de fazer

ensaios mais completos A tensatildeo de rotura agrave compressatildeo referente a provetes cuacutebicos ou

ciliacutendricos pode ser estimada com base numa correlaccedilatildeo com o iacutendice escleromeacutetrico

3371 Equipamento

O equipamento utilizado eacute denominado de escleroacutemetro do tipo Schmidt Quando se

pressiona o veio de compressatildeo do escleroacutemetro contra a superfiacutecie de betatildeo a ensaiar

comprime-se uma mola existente no interior do aparelho Quando o veio atinge o fim do seu

curso eacute libertada instantaneamente uma massa que choca com a sua extremidade interior O

choque eacute transmitido agrave superfiacutecie a ensaiar a qual reage provocando um ressalto O mesmo

veio transmite esse ressalto agrave massa moacutevel que ao deslocar-se faz mover um ponteiro visiacutevel

no exterior do invoacutelucro do aparelho e regista o ponto maacuteximo do ressalto da massa Quanto

mais dura e compacta for a superfiacutecie do betatildeo maior seraacute o ressalto

O valor de referecircncia obtido atraveacutes da escala do aparelho iacutendice escleromeacutetrico

permite avaliar o valor de resistecircncia agrave compressatildeo do betatildeo tendo em conta o acircngulo entre o

eixo longitudinal do escleroacutemetro e a superfiacutecie ensaiada (Viacutetor Coias 2006)

Figura 3-7 Escleroacutemetro de Schmidt (Nabrande Wikipedia 2015)

O ensaio deve seguir as recomendaccedilotildees das normas de referecircncia

BS 1881 parte 202

ASTM C 505-85

38

3372 Registo e anaacutelise de dados

A mediccedilatildeo num determinado local deve corresponder 5 ou 10 leituras O registo de

dados deve ser efetuado num impresso proacuteprio incluindo

Identificaccedilatildeo da obra

Nome do operador

Data

Localizaccedilatildeo da aacuterea ensaiada na estrutura

Acircngulo do escleroacutemetro com a horizontal

Descriccedilatildeo da aacuterea ensaiada

Descriccedilatildeo do betatildeo

A resistecircncia de caacutelculo

Idade e condiccedilotildees de cura

Observaccedilotildees do aspeto da superfiacutecie do betatildeo

Zonas em que o ensaio natildeo teve validade

Nuacutemero de seacuterie do escleroacutemetro utilizado ou a sua identificaccedilatildeo simplificada

O tratamento dos dados depende do fim a que destina a informaccedilatildeo final podendo-se

registar apenas os valores meacutedios da tensatildeo de rotura agrave compressatildeo do betatildeo referente a provetes

cuacutebicos os ciliacutendricos incluindo os valores meacutedios de dispersatildeo Ou entatildeo pode-se tambeacutem

estimar os valores caracteriacutesticos da tensatildeo de rotura

338 Avaliaccedilatildeo da profundidade de carbonataccedilatildeo com indicador de fenolftaleiacutena

Este ensaio eacute de execuccedilatildeo simples A escolha adequada do local onde seraacute feita a anaacutelise

eacute fundamental sobretudo quando se trata de edifiacutecios de elevado valor patrimonial

Geralmente a carbonataccedilatildeo progride com a frente paralela agrave superfiacutecie a frente de

carbonataccedilatildeo quando atravessa o recobrimento das armaduras o accedilo despassiva iniciando o

processo de corrosatildeo das armaduras originando uma perda de resistecircncia e comprometendo a

durabilidade do betatildeo (Viacutetor Coias 2006) Conhecendo a posiccedilatildeo da frente de carbonataccedilatildeo eacute

possiacutevel estimar a extensatildeo das zonas a reparar

3381 Equipamento

Fazem parte do equipamento

Berbequim com percussatildeo

Martelo e escopro

Aspersor

Reacutegua graduada em miliacutemetros

Soluccedilatildeo alcooacutelica de fenolftaleiacutena a 01 por cento

Detetor de armaduras

39 Tiago Pais Boto

3382 Metodologia

Os pontos de mediccedilatildeo devem ser criteriosamente selecionados de forma a poderem-se

comparar diferentes mediccedilotildees Esta seleccedilatildeo deve ter tambeacutem em conta o tipo de controlo que

se pretende fazer e o grau de rigor pretendido Nomeadamente os elementos estruturais com as

superfiacutecies expostas aos agentes ambientais devem ser objeto de um maior nuacutemero de mediccedilotildees

A seleccedilatildeo exata do ponto de mediccedilatildeo deveraacute ter em conta a posiccedilatildeo das armaduras que devem

ser localizadas previamente com um detetor de armaduras a fim de natildeo serem danificadas

Os pontos selecionados devem ser previamente identificados e localizados numa planta

da estrutura

A profundidade dos furos ou cavidades seraacute superior em pelo menos 1 cm ao

recobrimento medido com o detetor de armaduras A limpeza correta do furo eacute essencial para a

fiabilidade dos resultados que deixaratildeo de ter validade se existirem resiacuteduos de poacute nas zonas

interiores natildeo carbonatadas

Utilizando um aspersor com a soluccedilatildeo alcooacutelica de fenolftaleiacutena molham-se a

superfiacutecies internas do furo do ensaio e observa-se a sua coloraccedilatildeo rosada sendo possiacutevel medir

a profundidade da frente de carbonataccedilatildeo na transiccedilatildeo de uma zona para a outra (Viacutetor Coias

2006)

O ensaio deve seguir as recomendaccedilotildees da norma de referecircncia RILEM CPC ndash 18 e E391 ndash

LNEC

Figura 3-8 Reaccedilatildeo da fenolftaleiacutena numa carote de betatildeo (oz diagnostico 2015)

40

339 Observaccedilatildeo boroscoacutepica de cavidades e fendas

O diagnoacutestico de patologias das estruturas e dos materiais bem como o seu

levantamento satildeo em muitos casos facilitados pela possibilidade de inspecionar o interior de

cavidades e fendas de pequenas dimensotildees existentes nesses materiais ou elementos estruturais

A boroscopia eacute uma teacutecnica baseada na utilizaccedilatildeo de um instrumento oacutetico o boroscoacutepio e

constitui uma forma muito pouco intrusiva de efetuar tais observaccedilotildees

3391 Equipamento

Na sua versatildeo mais simples o boroscoacutepio consiste numa haste delgada dotada numa

das extremidades de um ocular e na outra duma objetiva e um prisma A fim de permitir a

iluminaccedilatildeo da cavidade a observar um segundo sistema oacutetico montado no interior da mesma

haste conduz um feixe luminoso intenso que eacute dirigido para o campo observado (Viacutetor Coias

2006) A haste pode ser ligeiramente inclinada em relaccedilatildeo agrave vertical e rodada a toda a volta o

que aliado ao grande acircngulo do sistema oacutetico montado na sua extremidade possibilita uma

observaccedilatildeo com poucos acircngulos mortos

Aleacutem da observaccedilatildeo direta a ocular pode permitir atraveacutes de adaptadores apropriados

montar uma maacutequina fotograacutefica de 35 mm ou uma cacircmara de viacutedeo possibilitando o registo

de imagens do campo observado

Figura 3-9 Esquematizaccedilatildeo de um boroscoacutepio (oz diagnostico 2015)

41 Tiago Pais Boto

3392 Metodologia

Uma vez selecionados os pontos de observaccedilatildeo torna-se necessaacuterio a menos que se

trate de fendas suficientemente largas executar um ou mais furos com cerca de 10 mm de

diacircmetro Depois de montado o sistema e feita a ligaccedilatildeo agrave fonte de iluminaccedilatildeo a haste de

observaccedilatildeo eacute introduzida no orifiacutecio observando-se visualmente o seu interior

3310 Mediccedilatildeo de deslocamentos em juntas e fendas com o alongacircmetro

As construccedilotildees apresentam com frequecircncia fissuras ou fendas resultantes de

deformaccedilotildees ocasionadas por variadas causas como sejam por exemplo assentamentos

diferenciais variaccedilotildees de temperatura alteraccedilatildeo das solicitaccedilotildees ou das propriedades

mecacircnicas dos materiais execuccedilatildeo de obras subterracircneas na vizinhanccedila de construccedilotildees

existentes etc Sendo aquelas fissuras ou fendas manifestaccedilotildees do comportamento estrutural

haacute normalmente interesse em acompanhar a variaccedilatildeo da sua abertura ao longo do tempo em

diversos pontos do seu desenvolvimento (Viacutetor Coias 2006)

O alongacircmetro eacute um dispositivo mecacircnico que se utiliza para medir com precisatildeo

pequenos deslocamentos em juntas e fissuras

33101 Equipamento

O alongacircmetro mecacircnico tem uma base que pode medir 200 mm mas haacute outras medidas

e eacute utilizado para medir as distacircncias entre os pontos definidos por cada par de bases circulares

metaacutelicas com um diacircmetro de 5 mm Usa-se um invar para corrigir os valores lidos devido agrave

influecircncia tanto de variaccedilotildees de temperatura no aparelho como de esforccedilos a que este possa ser

submetido durante a sua utilizaccedilatildeo

Figura 3-10Alongacircmetro mecacircnico (oz diagnostico 2015)

42

33102 Metodologia

Apoacutes seleccedilatildeo e marcaccedilatildeo dos locais onde seratildeo realizadas as mediccedilotildees satildeo previamente

colocados simetricamente pares de bases metaacutelicas especialmente concebidas com 5 mm de

diacircmetro coladas ao elemento em estudo A anaacutelise das leituras ao longo do tempo permite ter

uma ideia da tendecircncia do movimento agravamento estabilizaccedilatildeo recuperaccedilatildeo ou uma

variaccedilatildeo ciacuteclica Esta base de dados permitiraacute eventualmente ajudar a estabelecer relaccedilotildees de

causa-efeito com as accedilotildees a que a construccedilatildeo estaacute sujeita

3311 Determinaccedilatildeo da resistecircncia de betotildees a partir de provetes ciliacutendricos

Sendo este tambeacutem um ensaio semi-destrutivo ou mesmo destrutivo torna-se necessaacuterio

a escolha criteriosa dos locais para recolha dos provetes O ensaio consiste genericamente na

determinaccedilatildeo da resistecircncia atual dos betotildees atraveacutes do ensaio de rotura agrave compressatildeo de

provetes ciliacutendricos

33111 Equipamento

Para a realizaccedilatildeo deste ensaio eacute necessaacuterio

bull Pacoacutemetro

bull Caroteadora

bull Coroas diamantadas com diacircmetro miacutenimo interior de 75 mm

bull Aspirador para extraccedilatildeo de carotes na direccedilatildeo ascendente ou para extraccedilatildeo de carotes

segundo qualquer direccedilatildeo

33112 Metodologia

A seleccedilatildeo exata do local de extraccedilatildeo das carotes deveraacute ter sempre em conta a seguranccedila

estrutural do elemento a sondar no sentido de ser o menos possiacutevel afetada Deste modo em

pilares correntes (de edifiacutecios) o furo de extraccedilatildeo deveraacute localizar‑se sensivelmente a meio da

altura ou o mais possiacutevel afastado das ligaccedilotildees aos restantes elementos estruturais (vigas ou

lajes) Do mesmo modo em vigas o furo de extraccedilatildeo das carotes deveraacute localizar‑se entre 15

e 14 do vatildeo na zona onde os esforccedilos de flexatildeo satildeo mais reduzidos Para aleacutem dos

condicionamentos atraacutes referidos deveraacute ser tido em conta que recolha das carotes deve ser

feita de modo a interferir o miacutenimo com as armaduras do elemento a sondar Para tal deve ser

usado um pacoacutemetro antes da extraccedilatildeo das carotes

As carotes apoacutes a sua extraccedilatildeo deveratildeo ser imediatamente identificadas marcando-as

com laacutepis de cera ou por outro processo igualmente eficaz Depois deveratildeo ser devidamente

acondicionadas a fim de natildeo sofrerem quaisquer danos durante o transporte No caso de alguma

43 Tiago Pais Boto

carote ter intersectado uma armadura o corte dessa carote antes do ensaio deveraacute ser feito de

modo a eliminar o troccedilo afetado pela presenccedila da armadura

Os ensaios de rotura agrave compressatildeo simples dos provetes devem ser realizados em laboratoacuterio

de acordo com a Norma E 226 do LNEC (Viacutetor Coias 2006)

Figura 3-11 Extraccedilatildeo de carote com localizaccedilatildeo preacutevia da malha de armaduras (oz

diagnostico 2015)

33113 Registo e anaacutelise de resultados

O registo dos dados eacute efetuado em impresso proacuteprio incluindo

Identificaccedilatildeo da obra

Nome do operador

Data

Localizaccedilatildeo e identificaccedilatildeo dos pontos de extraccedilatildeo das carotes recorrendo a um

desenho esquemaacutetico

Observaccedilotildees sobre o aspeto da superfiacutecie do betatildeo

Zonas em que as extraccedilotildees natildeo foram vaacutelidas

Os resultados obtidos deveratildeo ser processados tendo por base a metodologia

preconizada na publicaccedilatildeo da Concrete Society Technical Report nordm 11 onde satildeo indicados

vaacuterios fatores de correccedilatildeo a aplicar sobre os resultados dos provetes ensaiados que tecircm em

conta entre outros a direccedilatildeo da carotagem a relaccedilatildeo alturadiacircmetro do provete o corte dos

agregados a presenccedila de material de recobrimento a forma dos provetes a resistecircncia

potencial etc (Viacutetor Coias 2006)

44

3312 Mediccedilatildeo da espessura da seccedilatildeo atraveacutes de ensaios impacto-eco

Este meacutetodo consiste em emitir um impacto mecacircnico sobre uma superfiacutecie originando

impulsos que satildeo projetados ao longo do material As ondas refletidas por uma falha interna

satildeo captadas por um recetor posicionado na mesma superfiacutecie do impacto (Malhotra 1984

ACI-364 1993)

33121 Equipamento

Para a realizaccedilatildeo deste ensaio eacute necessaacuterio

Computador portaacutetil preparado para operar em condiccedilotildees adversas que deveraacute

ter instalado o software adequado para o processamento dos sinais (possibilidade

de definir diferentes resoluccedilotildees dos sinais) e uma placa especiacutefica para aquisiccedilatildeo

dos sinais

Transdutor piezoeleacutetrico com extremidade coacutenica acoplado ao suporte das

massas impactoras ou outro equivalente

Massa impactoras esferas metaacutelicas com diacircmetros de 5 8 125 mm ou outras

equivalentes

Todo o sistema deveraacute estar devidamente operacional e calibrado pelo que deveraacute fazer-

se acompanhar da folha de calibraccedilatildeo devidamente atualizada Para apoio agrave execuccedilatildeo dos

ensaios deveraacute prever-se a eventual utilizaccedilatildeo de um boroscoacutepio ou de equipamento de ultra-

sons (Viacutetor Coias 2006)

Figura 3-12 Parte do equipamento para realizaccedilatildeo do ensaio (impacto-ecoimpact Echo

instruments 2015)

45 Tiago Pais Boto

33122 Metodologia

Para a colocaccedilatildeo dos transdutores os pontos selecionados devem ser em zonas onde natildeo

existem juntas e irregularidades superficiais para que desta forma natildeo influenciem os

resultados

Deve-se portanto remover quaisquer materiais de revestimento nomeadamente os

rebocos jaacute no caso de pinturas de espessura reduzida deve-se comparar os resultados com zonas

sem a referida pintura

Na superfiacutecie do elemento a ensaiar marca-se uma malha de pontos de referecircncia onde

a abertura e quantidade vem em funccedilatildeo da espessura ou largura da seccedilatildeo transversal do

elemento Devem tambeacutem ser garantidos no miacutenimo 9 pontos e em elementos laminares 16

pontos

Sobre cada um dos pontos eacute realizado o ensaio utilizando a massa de impacto previamente

selecionada atraveacutes de testes preliminares

A realizaccedilatildeo deste ensaio deve seguir a norma Norma ASTM C1383-98a Standard Test

Method for Measuring the P-Wave Speed and the Thickness of Concrete Plates Using the

Impact-Echo Method

46

47 Tiago Pais Boto

4 Patologias em Estruturas de Betatildeo Armado

41 Introduccedilatildeo

Em Engenharia Civil o conceito de patologia estaacute associado aos fenoacutemenos que afetam

o comportamento anoacutemalo de uma construccedilatildeo Este conceito pode ser diferenccedilado em patologia

estrutural e em patologia natildeo estrutural Patologia estrutural eacute para os fenoacutemenos que afetam a

funcionalidade estrutural dos elementos da construccedilatildeo nomeadamente as fundaccedilotildees

infraestrutura e superestrutura Patologia natildeo estrutural alberga todos os outros fenoacutemenos que

afetam os restantes elementos da construccedilatildeo

Dada a natureza quiacutemica do betatildeo a sua macro e micro estrutura encontra-se em

constante mudanccedila devido agrave sua estrutura porosa estar sempre em contato com o meio

ambiente Atraveacutes de diversos mecanismos nomeadamente a permeaccedilatildeo difusatildeo e absorccedilatildeo

satildeo transportados diversos agentes necessaacuterios agrave corrosatildeo ao accedilo CO2 aacutegua sulfatos cloretos

Devido agrave sua constituiccedilatildeo e caracteriacutesticas dos constituintes do betatildeo estes podem desenvolver

reaccedilotildees quiacutemicas internas originando patologias

A existecircncia de armaduras no interior do betatildeo e a deficiente proteccedilatildeo das mesmas pode

originar processos de corrosatildeo acelerados originando severas patologias que podem colocar

em causa a proacutepria estabilidade da estrutura

As patologias podem verificar-se devido a erros de projeto erros de execuccedilatildeo erros de

exploraccedilatildeo e manutenccedilatildeo O uacuteltimo erro remete essencialmente para os mecanismos

mecacircnicos fiacutesicos e quiacutemicos a que o betatildeo armado poderaacute estar exposto Este assunto seraacute

abordado com mais detalhe nesta dissertaccedilatildeo Jaacute em relaccedilatildeo aos erros de projeto e de execuccedilatildeo

estando intrinsecamente ligados agrave construccedilatildeo de estruturas novas seratildeo apenas enunciados

neste documento

Segundo um modelo proposto por Tuutti para o mecanismo de detioraccedilatildeo das estruturas

satildeo identificadas principalmente duas fases distintas a iniciaccedilatildeo e a propagaccedilatildeo Na fase de

iniciaccedilatildeo a penetraccedilatildeo e alojamento das substacircncias agressivas vai aumentando ateacute valores

criacuteticos de forma pouco significativa ateacute ao iniacutecio da fase de propagaccedilatildeo Na fase de

propagaccedilatildeo segundo o modelo de Tuutti a evoluccedilatildeo eacute idecircntica a um crescimento exponencial

ao longo da vida uacutetil da estrutura exemplificado pelo graacutefico apresentado na figura seguinte

48

Figura 4-1 Modelo de Tuutti evoluccedilatildeo dos niacuteveis de deterioraccedilatildeo ao longo da vida uacutetil de

uma estrutura (Concrete Institute of Australia 2015)

Segundo Tuutti os instantes representados no graacutefico da Figura 4-1 correspondem agraves

diferentes condiccedilotildees de deterioraccedilatildeo que ocorrem na fase de propagaccedilatildeo

Instante T0 Iniacutecio da corrosatildeo das armaduras

Instante T1 Ocorrecircncia da propagaccedilatildeo da corrosatildeo

Instante T2 Niacutevel de corrosatildeo elevado

42 Erros de projeto

Geralmente os erros de projeto estrutural mais recorrentes e significativos satildeo

Falta de detalhes nos projetos

Erros de dimensionamento

Falta de compatibilidade entre os vaacuterios projetos de especialidade

Deficiente avaliaccedilatildeo das accedilotildees e esforccedilos impostos nomeadamente o efeito teacutermico

Ausecircncia de pormenorizaccedilatildeo adequada do recobrimento e das armaduras

Deficiecircncia avaliaccedilatildeo da agressividade da classe de exposiccedilatildeo

Especificaccedilotildees inadequadas dos materiais

Deficiente avaliaccedilatildeo do controlo de deformaccedilatildeo fendilhacatildeo

Deficiente avaliaccedilatildeo na drenagem e impermeabilizaccedilatildeo

49 Tiago Pais Boto

43 Deficiente execuccedilatildeo

Jaacute na fase de execuccedilatildeo das estruturas de betatildeo armado os erros mais comuns geralmente

satildeo

Falta de rigor e controlo tecnoloacutegico

Erro de interpretaccedilatildeo de projetos

Armaduras mal posicionadas

Deslocamentos das cofragens

Descofragem prematura

Ausecircncia de espaccediladores para garantir recobrimentos

Deficiente vibraccedilatildeo do betatildeo

Segregaccedilatildeo do betatildeo

Falta de fiscalizaccedilatildeo

Juntas de dilataccedilatildeo mal posicionadas ou mesmo ausecircncia das mesmas

Escolha de materiais inadequados ou sem homologaccedilatildeo e marcaccedilatildeo CE

Abatimentos das superfiacutecies de betonagem

44 Erros de Exploraccedilatildeo Manutenccedilatildeo

Como referido anteriormente os erros de exploraccedilatildeomanutenccedilatildeo satildeo remetidos para

os principais mecanismos mecacircnicos fiacutesicos e quiacutemicos a que o betatildeo armado poderaacute estar

exposto

441 Mecanismos Mecacircnicos

Cristalizaccedilatildeo dos sais

A cristalizaccedilatildeo dos sais acontece na passagem da situaccedilatildeo de natildeo saturaccedilatildeo para a de

saturaccedilatildeo ou sobressaturaccedilatildeo e acontece na circunstacircncia de abaixamento da temperatura

evaporaccedilatildeo ou por acreacutescimo de sal Comeccedilam-se entatildeo a formar sais cristalizaccedilatildeo nos espaccedilos

porosos do betatildeo exercendo deste modo uma pressatildeo de nas paredes capilares do betatildeo (Viacutetor

Coias 2006)

Retraccedilatildeo (secagem por evaporaccedilatildeo quiacutemica e teacutermica)

O efeito da retraccedilatildeo do betatildeo seja ela secagem por evaporaccedilatildeo retraccedilatildeo plaacutestica ou por

efeito teacutermico origina uma diminuiccedilatildeo no volume das peccedilas de betatildeo Por consequecircncia pode

originar tensotildees de traccedilatildeo no betatildeo e se estes esforccedilos natildeo forem libertados por exemplo

atraveacutes de juntas de dilataccedilatildeo Quando as tensotildees de traccedilatildeo forem superiores agrave resistecircncia do

betatildeo agrave traccedilatildeo surge o aparecimento de fendas

A retraccedilatildeo por secagem acontece devido agrave evaporaccedilatildeo do excesso de aacutegua presente nos

poros capilares que natildeo foi usada no processo de hidrataccedilatildeo do cimento Este processo sendo

50

lento pode demorar anos ateacute se evidenciarem as primeiras patologias em elementos estruturais

espessos

A retraccedilatildeo quiacutemica tambeacutem designada por endoacutegena ou autogeacutenea ocorre devido agrave

evoluccedilatildeo quiacutemica resultante da hidrataccedilatildeo da pasta de cimento Este processo pode ocorrer

mesmo sem trocas de aacutegua quando o betatildeo tem uma idade jovem e provoca fendas de pequena

profundidade

Por uacuteltimo a retraccedilatildeo teacutermica ocorre apoacutes um arrefecimento teacutermico ateacute atingir a

temperatura ambiente consequecircncia de uma elevaccedilatildeo preacutevia e acentuada da temperatura Uma

peccedila monoliacutetica de betatildeo sujeita a variaccedilotildees de temperatura da ordem dos 40ordmC ou 50ordmC sofre

uma deformaccedilatildeo de alguns deacutecimos de miliacutemetros por cada metro de comprimento Os efeitos

deste alongamento e encurtamento satildeo despreziacuteveis se a peccedila dilatar livremente mas surgem

tensotildees internas se estiver rigidamente confinada (Viacutetor Coias 2006)

Abrasatildeo

Esta caracteriza-se essencialmente por accedilotildees repetidas de fricccedilatildeo ou impacto repetido

Eacute um mecanismo de deterioraccedilatildeo no betatildeo importante para estruturas em que estejam em

contato com a aacutegua em escoamento em especial quando esta arraste detritos e areias A erosatildeo

pode desenvolver-se rapidamente assim que a camada superficial do betatildeo desaparecer (Rui

Ferreira 2000)

Cavitaccedilatildeo

A cavitaccedilatildeo acontece devido aacute formaccedilatildeo de bolhas de vapor provocada por uma variaccedilatildeo

brusca da velocidade do escoamento ou diminuiccedilatildeo de pressatildeo na aacutegua que por sua vez

quando atingem zonas de pressatildeo normal rebentam Esta accedilatildeo hidrodinacircmica ganha

preponderacircncia apenas em estruturas total ou parcialmente submersas

Variaccedilotildees de temperatura

O efeito da temperatura em estruturas de betatildeo armado pode causar enormes esforccedilos

quando natildeo existem juntas de dilataccedilatildeo As tensotildees originadas podem ser de compressatildeo ou de

traccedilatildeo consoante a variaccedilatildeo da temperatura seja positiva ou negativa respetivamente A

principal consequecircncia nas estruturas eacute a fendilhacatildeo do betatildeo que se inicia assim que as tensotildees

originadas forem superiores agrave resistecircncia de traccedilatildeo ou compressatildeo do betatildeo

Temperaturas elevadas (incecircndio)

Dependendo da temperatura do tempo de exposiccedilatildeo e da velocidade de arrefecimento

as propriedades dos materiais nomeadamente o betatildeo e o accedilo satildeo alteradas levando a um

51 Tiago Pais Boto

decreacutescimo da resistecircncia dos elementos estruturais alteraccedilatildeo na coloraccedilatildeo esfarelamento

superficial fendilhaccedilatildeo e ateacute ao proacuteprio colapso da estrutura

Segundo Rosso (1975) o ciclo caracteriacutestico de um incecircndio numa edificaccedilatildeo eacute

categorizada em trecircs fases a inicial a intermeacutedia e a final Na fase inicial verifica-se um

aumento severo da temperatura ateacute cerca dos 250-300ordmC provocando perdas da resistecircncia

mecacircnica agrave compressatildeo em cerca de 5 Quando os elementos satildeo sujeitos a temperaturas

superiores a 300ordmC a perda da resistecircncia mecacircnica agrave compressatildeo jaacute eacute bastante consideraacutevel e

agrava-se em situaccedilotildees de arrefecimento raacutepido Na entrada da segunda fase ocorre um

fenoacutemeno designado por ldquoflash overrdquo Nesta fase ocorrem os efeitos mais nocivos para as

estruturas de betatildeo armado Segundo Rosso (1975) raramente excede temperaturas de 1250-

1300ordmC Na uacuteltima fase jaacute caracterizada pela extinccedilatildeo do fogo o aspeto mais relevante eacute a

velocidade de arrefecimento Quando este eacute feito lentamente existe a possibilidade de uma

recuperaccedilatildeo da resistecircncia inicial de ateacute 90 dependendo da temperatura maacutexima atingida

(Rosso T FAUUSP 1975)

Tabela 4-1 Caracteriacutesticas do betatildeo em funccedilatildeo da temperatura (Adaptado de Rosso (1975)

Neville (1923)

Temperatura [ordmC] Cor Aspeto Visual Desempenho

lt250 Cinza Perda de resistecircncia pequena e irregular

285-300 Cinza-Rosa Fissuraccedilatildeo superficial lascamento explosivo

300 Rosa Iniacutecio de mudanccedila de cor

50-400 Rosa Reduccedilatildeo do Modulo de deformaccedilatildeo

535-550 Roxo Fissuraccedilatildeo profunda friabilidade superficial

575 Vermelho claro Destacamento dos gratildeos de quartzo

650 Cinza esbranquiccedilado Perda das propriedades mecacircnicas

790-800 Cinza esbranquiccedilado Lascamentos do recobrimento das armaduras com

exposiccedilatildeo ateacute 25 da superfiacutecie das mesmas

900 Amarelo alaranjado Superfiacutecie pulverulenta

1000 Amarelo claro Superfiacutecie pulverulenta

Ciclos de gelodegelo

O betatildeo sendo um material poroso absorve e reteacutem aacutegua nos seus poros Quando sujeito a

temperaturas negativas a aacutegua presente nos poros congela originando um aumento de volume

em cerca de 9 Se este aumento de volume for restringido geram-se tensotildees no interior do

betatildeo causando fendilhaccedilatildeo agrave superfiacutecie Por sua vez quando o processo se inverte resulta na

degradaccedilatildeo do material verificando-se escamaccedilatildeo do betatildeo Esta accedilatildeo depende da frequecircncia

dos ciclos gelodegelo da porosidade do betatildeo da classe de exposiccedilatildeo em que se encontra o

betatildeo da rapidez e duraccedilatildeo do arrefecimento e da idade do betatildeo que por sua vez eacute proporcional

agrave resistecircncia (Viacutetor Coias 2006)

52

442 Mecanismos Quiacutemicos

Reaccedilotildees alcalis-agregado

As reaccedilotildees mais importantes satildeo as aacutelcalis-siacutelica e aacutelcalis-silicatos Estas reaccedilotildees

resultam da reaccedilatildeo dos metais alcalinos presentes no betatildeo (K2O e Na2O) e os silicatos

presentes nos agregados

Os paracircmetros fundamentais que influenciam esta reaccedilatildeo satildeo a compactaccedilatildeo cura

razatildeo aacuteguacimento quantidade de agregado ativo e a quantidade de aacutelcalis no betatildeo (COSTA

A ldquoPatologia do Betatildeo Armado 2007)

Agregados Reativos + Humidade + Alcalinidade Elevada rarrRisco de Reaccedilatildeo aacutelcalis-agregado

Ataque pelos aacutecidos sais e aacuteguas puras

Atraveacutes da interaccedilatildeo da pasta de cimento com hidroacutexido de caacutelcio silicato de caacutelcio e o

aluminato de caacutelcio formam-se sais de caacutelcio soluacuteveis destruindo os poros da pasta A

agressividade dos aacutecidos depende da solubilidade dos sais de caacutelcio que satildeo originados quer

isto dizer que quanto maior eacute a solubilidade mais acelerado seraacute o ritmo de deterioraccedilatildeo

As aacuteguas puras sendo estas aacuteguas correntes contecircm um elevado poder dissolvente

dissolvem o hidroacutexido de caacutelcio originando a perda das propriedades ligantes e a decomposiccedilatildeo

da pasta de cimento Estas aacuteguas quando contecircm um teor elevado de iotildees de caacutelcio a

agressividade diminui Jaacute quando haacute a presenccedila de dioacutexido de carbono e alcalis dissolvidos a

agressividade aumenta

Ataque pelos sulfatos

A deterioraccedilatildeo eacute originada pela Formaccedilatildeo de Etringite Retardada (DEF) A origem daacute-

se no processo da reaccedilatildeo do aluminato do cimento Portland endurecido com o iatildeo sulfato

provocando uma reaccedilatildeo expansiva do betatildeo A principal causa eacute um aumento da temperatura

durante o endurecimento do betatildeo e o seu efeito eacute devido a tensotildees internas que podem

provocar a fendilhaccedilatildeo do betatildeo

As causas mais importantes desta accedilatildeo quiacutemica eacute o ambiente agressivo a que a estrutura

de betatildeo estaacute exposta e a permeabilidade do betatildeo

Accedilatildeo da aacutegua do mar

A grande quantidade de iotildees agressivos na aacutegua do mar tais como CL- SO4-- Ca++

Mg++ Na+ K+ entram em reaccedilatildeo com a pasta de cimento levando agrave deterioraccedilatildeo do betatildeo

Corrosatildeo das armaduras

O betatildeo eacute um composto com alto teor alcalino essencialmente devido agraves reaccedilotildees de

hidrataccedilatildeo dos silicatos de caacutelcio constituintes do cimento originando hidroacutexidos de caacutelcio

Em condiccedilotildees onde o pH eacute elevado proporciona agraves armaduras presentes no betatildeo um

comportamento passivo originado por uma pelicula de oacutexido de ferro ou seja uma pelicula

passivante (Politico G 2006)

53 Tiago Pais Boto

Quando a pelicula passivante do accedilo eacute destruiacuteda inicia-se o mecanismo de corrosatildeo As

armaduras funcionam como condutores eleacutetricos e o betatildeo como eletroacutelito isto quer dizer que

funciona como um condutor ioacutenico abrangendo simultaneamente as zonas anoacutedicas e

catoacutedicas A dissoluccedilatildeo do accedilo no acircnodo origina a libertaccedilatildeo de iotildees ferrosos permanecendo

um excesso de eletrotildees no accedilo e estes devido agrave diferenccedila de potencial migram para a zona

catoacutedica atraveacutes da armadura Quando reagem com a aacutegua formam-se iotildees hidroacutexidos que

migram para a zona anoacutedica (Joana Silva 2007)

As principais equaccedilotildees no processo de corrosatildeo das armaduras satildeo

Dissoluccedilatildeo do accedilo (Reaccedilatildeo Anoacutedica) 119865119890 rarr 119865119890++ + 2119890minus (41)

Reduccedilatildeo do oxigeacutenio (Reaccedilatildeo Catoacutedica) 119874221 + 1198672119874 + 2119890minus rarr 2119874119867minus (42)

Produtos da corrosatildeo 119865119890++ + 2119874119867minus rarr 119865119890(119874119867)2 (43)

ldquoNa zona anoacutedica ocorrem em geral reaccedilotildees secundaacuterias cujos produtos da corrosatildeo

podem originar aumentos de volume significativos criando no betatildeo elevadas tensotildees internas

que podem promover fenoacutemenos de fissuraccedilatildeo eou delaminaccedilatildeo do recobrimento das

armadurasrdquo (A Costa J Appleton 1999) As reaccedilotildees referidas satildeo

119865119890 + 31198672119874 rarr 119865119890(119874119867)3 + 3119867+ + 3119890minus (44)

3119865119890 + 41198672119874 rarr 11986511989031198744 + 8119867+ + 8119890minus (45)

119865119890 + 21198672119874 rarr 119865119890119874(119874119867minus) + 3119867+ + 3119890minus (46)

119865119890119874(119874119867minus) + 1198742 rarr 11986511989031198744 (47)

54

Figura 4-2Modelo simplificado do processo de corrosatildeo nas armaduras (ACosta1997)

Accedilatildeo dos cloretos

A accedilatildeo dos cloretos ocorre devido a trecircs mecanismos de transporte permeaccedilatildeo absorccedilatildeo

e difusatildeo Estes mecanismos podem ocorrer isoladamente ou em simultacircneo estando

dependentes do grau de humidade do betatildeo da presenccedila de aacutegua e do coeficiente de

permeabilidade do betatildeo Os cloretos no betatildeo armado provocam uma aceleraccedilatildeo das reaccedilotildees

anoacutedicas promovendo o processo de dissoluccedilatildeo das armaduras

De acordo com Rozenberg no mecanismo de corrosatildeo provocado pela accedilatildeo dos

cloretos o cloreto de ferro originado no acircnodo originaacuterio da combinaccedilatildeo dos iotildees de ferro e

cloretos reage com os iotildees de hidroacutexido consumindo-os e originando hidroacutexido de ferro Da

diminuiccedilatildeo dos iotildees hidroacutexido leva a uma diminuiccedilatildeo do pH do betatildeo proporcionando a

destruiccedilatildeo da peliacutecula passiva das armaduras (I M Rozenberg 2002)

2119865119890 + 6119862119897minus rarr 21198651198901198621198973minus + 4119890minus (48)

119865119890119862119897minus + 2119874119867minus rarr 119865119890(119874119867)2 + 3119862119897minus (49)

Carbonataccedilatildeo do betatildeo

Este eacute um fator de grande importacircncia na deterioraccedilatildeo das estruturas de betatildeo armado

Quanto maiores forem as percentagens de cimento Portland no betatildeo menor seraacute a

profundidade de carbonataccedilatildeo na estrutura havendo mais cal a carbonatar aumenta a

impermeabilidade agrave penetraccedilatildeo do CO2 Face ao aumento dos niacuteveis de concentraccedilatildeo de CO2

verificado nos uacuteltimos anos este mecanismo de deterioraccedilatildeo tem importacircncia significativa na

deterioraccedilatildeo das armaduras

55 Tiago Pais Boto

Figura 4-3 Evoluccedilatildeo dos niacuteveis de concentraccedilatildeo de CO2 nos uacuteltimos 50 anos

ldquoQuando o processo de corrosatildeo atinge as armaduras torna-se de extrema importacircncia

avaliar a profundidade da mesma ldquoEste processo pode ser dividido em trecircs zonas distintas a

zona carbonatada o hidroacutexido de caacutelcio jaacute foi consumida pelo dioacutexido de carbono

transformando-o em carbonato de caacutelcio (CaCO3) a zona natildeo carbonatada onde ainda natildeo

existe penetraccedilatildeo de dioacutexido de carbono e finalmente a fronteira delimitadora das duas zonas

descritas chamada frente de carbonataccedilatildeordquo (A Costa J Appleton 1999)

De acordo com a 1ordf lei de Fick e sendo este um processo de difusatildeo de dioacutexido de

carbono a corrosatildeo avanccedila em profundidade ao longo do tempo podendo entatildeo ser

representada atraveacutes de

120594 = 119870radic119905 (410)

Onde

χ - Profundidade de carbonataccedilatildeo [m]

K - Coeficiente de carbonataccedilatildeo [m s-05]

t - tempo [s]

Sendo que a constante de carbonataccedilatildeo (K) depende da razatildeo aacuteguacimento (AC) do

coeficiente de difusatildeo do CO2 no betatildeo e da quantidade presente na atmosfera do tipo e

quantidade de cimento e do teor de humidade do betatildeo relacionando as condicionantes

mencionadas da seguinte formardquo (A Costa 1997)

56

119870 = radic2119863

119886(1198621 minus 1198622) (411)

Onde

D - coeficiente de difusatildeo do CO2 no betatildeo [m2s]

a - Quantidade necessaacuteria para carbonatar uma unidade de volume de betatildeo [gm3]

1198621 - Concentraccedilatildeo de CO2 no exterior [gm3]

1198622 - Concentraccedilatildeo de CO2 na frente de carbonataccedilatildeo [gm3]

O processo da carbonataccedilatildeo do betatildeo pode ser explicado da seguinte forma

No processo de cura do betatildeo atraveacutes da hidrataccedilatildeo dos silicatos e do oacutexido de caacutelcio

(CaO) contido no cimento gera-se o hidroacutexido de caacutelcio Ca(OH)2

CaO + H2O rarr Ca(OH) (412)

O hidroacutexido de caacutelcio em contato com a atmosfera reage com o dioacutexido de carbono CO2

formando assim o carbonato de caacutelcio CaCO3 insoluacutevel Esta reaccedilatildeo eacute ainda afetada pela

humidade relativa presente na atmosfera potenciando o consumo do hidroacutexido de caacutelcio

Ca(OH)2 presente diminuindo a alcalinidade da estrutura ou seja diminuiccedilatildeo dos iacuteons OH-

Ca(OH)2 + CO2 rarr CaCO3 + H2O (413)

Em seguida o ataque do dioacutexido de carbono CO2 presente na aacutegua e na atmosfera sobre

o hidroacutexido de caacutelcio Ca(OH)2 e o carbonato de caacutelcio CaCO3 gera o bicarbonato de caacutelcio

Ca(HCO3)2

Ca(OH)2 + 2CO2 rarr Ca(HCO3)2 (414)

CaCO3 + CO2 + H2O rarr Ca(HCO3)2 (415)

O bicarbonato de caacutelcio Ca(HCO3)2 eacute soluacutevel na aacutegua Portanto a exposiccedilatildeo da estrutura

a ambientes com altos teores de dioacutexido de carbono potencia a degradaccedilatildeo do betatildeo ao longo

do tempo

443 Mecanismos Fiacutesicos

Os mecanismos fiacutesicos responsaacuteveis pelas patologias nas estruturas podem para melhor

enquadramento ser divididos em dois grupos accedilotildees previsiacuteveis e accedilotildees imprevisiacuteveis ou de

carater acidental Nas accedilotildees previsiacuteveis estatildeo os problemas patoloacutegicos resultantes da ausecircncia

ou inadequada manutenccedilatildeo da estrutura Por sua vez estas causas satildeo ldquofrutordquo da falta de

conhecimento teacutecnico da falta de rigor profissional e problemas econoacutemicos As accedilotildees

imprevisiacuteveis satildeo caracterizadas pela ocorrecircncia de accedilotildees acidentais e accedilotildees sem contribuiccedilatildeo

da accedilatildeo humana resultado da agressividade do meio Provocando vaacuterias deterioraccedilotildees nas

estruturas de betatildeo (enunciadas nas accedilotildees acidentais seguidamente descritas)

57 Tiago Pais Boto

Vento e Sismo

As accedilotildees do vento e sismo satildeo accedilotildees dinacircmicas nas estruturas que por vezes quando

significativas causam ataques mecacircnicos significativos

Crescimento de vegetaccedilotildees

O crescimento de vegetaccedilotildees (tais como musgos algas raiacutezes etc) quando se formam em

zonas porosas do betatildeo e fendas originam forccedilas expansivas causando ataques mecacircnicos

Acumulaccedilatildeo de sujidades ou lixos e contaminaccedilatildeo por oacuteleos e gorduras

Este tipo de contaminaccedilatildeo quando promove a criaccedilatildeo de bacteacuterias anaeroacutebicas e aeroacutebicas

causando um ataque quiacutemico da passa de cimento

Microorganismos

Os microrganismos que produzem aacutecido huacutemico causam um ataque quiacutemico aacute pasta de

cimento

58

59 Tiago Pais Boto

5 Reparaccedilatildeo e Reforccedilo de Estruturas de betatildeo armado

51 Enquadramento Geral de uma intervenccedilatildeo de reforccedilo

A decisatildeo de intervenccedilatildeo numa estrutura existente em betatildeo armado com o objetivo de

reforccedilar prende-se agrave necessidade de melhorar ou corrigir uma situaccedilatildeo deficiente de seguranccedila

estrutural independentemente dos vaacuterios estados limites sendo que habitualmente eacute relacionado

ao estado limite uacuteltimo

Uma intervenccedilatildeo sobre as accedilotildees traduz-se normalmente pela imposiccedilatildeo de restriccedilotildees agrave

utilizaccedilatildeo da estrutura Eacute o caso por exemplo do procedimento apoacutes a ocorrecircncia dum acidente

estrutural em que se aplicam regra geral de imediato restriccedilotildees de utilizaccedilatildeo do edifiacutecio ateacute

se esclarecer a situaccedilatildeo geral em que a estrutura se encontra (Joseacute Vasconcelos Paiva at all

LNEC 2006)

Satildeo igualmente consideradas accedilotildees de reparaccedilatildeo ou reforccedilo quando existe uma

redistribuiccedilatildeo de esforccedilos entre os diversos elementos estruturais quer isto dizer que neste tipo

de intervenccedilotildees natildeo eacute executada nenhuma teacutecnica de reforccedilo especiacutefica mas sim uma

intervenccedilatildeo ativa com a aplicaccedilatildeo de sistemas de forccedilas autoequilibradas

52 Aspetos teacutecnicos a considerar em situaccedilotildees de reparaccedilatildeo ou reforccedilo

estrutural

Na tabela seguinte indicam-se os principais aspetos teacutecnicos que devem ser alvo de

anaacutelise em projetos de reparaccedilatildeo ou reforccedilo (Joseacute Vasconcelos Paiva et all LNEC 2006)

60

Tabela 5-1 Aspetos teacutecnicos a considerar para situaccedilotildees de reparaccedilatildeo e reforccedilo (Joseacute

Vasconcelos Paiva et all LNEC 2006)

Seguranccedila

Estrutural

Caracteriacutesticas geomeacutetricas e propriedades dos materiais constituintes dos elementos

estruturais jaacute construiacutedos e estado de conservaccedilatildeo desses materiais

Aplicabilidade das accedilotildees das regras de combinaccedilatildeo e dos coeficientes de seguranccedila

estabelecidos para construccedilotildees novas

Periacuteodo de vida uacutetil da estrutura apoacutes a intervenccedilatildeo

Anaacutelise

Estrutural

Distribuiccedilatildeo de esforccedilos antes da intervenccedilatildeo

Distribuiccedilatildeo de esforccedilos depois da intervenccedilatildeo

Soluccedilotildees de

interligaccedilatildeo entre

elementos ou

materiais

Por colagem

Por soldadura

Por fricccedilatildeo ou atrito

Por confinamento (pressatildeo transversal)

Com ferrolhos (corte e traccedilatildeo)

Com ligadores metaacutelicos (ex parafusos pregos)

Por comportamento diferido

Dimensionamento

(definiccedilatildeo da

capacidade

resistente)

Funcionamento em serviccedilo

Resistecircncia uacuteltima

Interaccedilatildeo entre materiais novos e jaacute existentes

Funcionamento em seacuterie ou em paralelo

Tipo de esforccedilo dominante (compressatildeo traccedilatildeo flexatildeo esforccedilo transverso)

Durabilidade

Durabilidade relativa dos materiais

Coexistecircncia natildeo reativa

Resistecircncia agrave corrosatildeo e ao fogo

Resistecircncia das ligaccedilotildees agrave fadiga

53 Metodologias de intervenccedilatildeo

Embora seja difiacutecil propor uma sequecircncia de etapas adequada a todos os casos de

reparaccedilatildeoreforccedilo sugere-se a metodologia apresentada por (ACI Committee 364 1999)

61 Tiago Pais Boto

Tabela 5-2Metodologia a seguir para projeto de reparaccedilatildeoreforccedilo (ACI Committee 364

1999)

FASE A ndash AVALIACcedilAtildeO DO ESTADO DA ESTRUTURA

A1 Recolha de informaccedilatildeo

A11 Elementos de

projeto

i Peccedilas desenhadas

ii Peccedilas escritas

A12 Elementos de obra

i Telas finais

ii Registos da fiscalizaccedilatildeo

iii Livro de obra

A13 Histoacuteria da

estrutura

i Registo de alteraccedilotildees de uso da estrutura

ii Registo de anteriores intervenccedilotildees de reparaccedilatildeoreforccedilo

A14 Levantamento da

geometria da estrutura

atual

i Recolha da dimensatildeo real dos elementos estruturais

ii Verificaccedilatildeo da introduccedilatildeo supressatildeo de elementos

estruturais

iii Verificaccedilatildeo da conformidade do sistema estrutural do

projetoobra

A2 Inspeccedilatildeo da estrutura

A21 Abordagem niacutevel

1

i Registo visualizaccedilatildeo anaacutelise e eventual quantificaccedilatildeo

de defeitos visiacuteveis e potenciais nos elementos estruturais

(fendilhacatildeo deformaccedilatildeo deterioraccedilatildeo do betatildeo

deterioraccedilatildeo do accedilo etc)

A22 Abordagem niacutevel

2

i Quantificaccedilatildeo das propriedades mecacircnicas do betatildeo e do

accedilo atraveacutes de ensaios in-situ ou em laboratoacuterio

ii Quantificaccedilatildeo das anomalias registadas na abordagem

niacutevel 1 atraveacutes de ensaios in-situ ou em laboratoacuterio

FASE B ndash AVALIACcedilAtildeO DA SEGURANCcedilA DA ESTRUTURA

B11 Verificaccedilatildeo da

seguranccedila da estrutura

face agraves condiccedilotildees

iniciais de projeto

i Verificaccedilatildeo aos estados limites uacuteltimos

ii Verificaccedilatildeo aos estados limites de utilizaccedilatildeo

B12 Verificaccedilatildeo da

seguranccedila da estrutura

face agraves novas exigecircncias

de utilizaccedilatildeo

i Verificaccedilatildeo aos estados limites uacuteltimos

ii Verificaccedilatildeo aos estados limites de utilizaccedilatildeo

FASE C ndash CARACTERIZACcedilAtildeO DO TIPO E OBJECTIVOS DA INTERVENCcedilAtildeO

C1Face aos resultados

das fases A e B deveraacute

adotar-se uma das

seguintes estrateacutegias

i Natildeo intervir

ii Reparar em pequena escala

iii Reparar e eventualmente reforccedilar

iv Reforccedilar

v Demolir

FASE D ndash PROJECTO DE REPARACcedilAtildeOREFORCcedilO

62

54 Verificaccedilatildeo da seguranccedila de estruturas existentes

Tendo em conta que natildeo se trata de estruturas novas a escolha do modelo de

comportamento estrutural deve ser adequada agrave realidade da estrutura possibilitando assim a

verificaccedilatildeo da seguranccedila em relaccedilatildeo aos estados limites de utilizaccedilatildeo e estados limites uacuteltimos

Deste modo a verificaccedilatildeo dos estados uacuteltimos eacute exposta pela seguinte equaccedilatildeo

119878119889 le 119877119889 (51)

O valor de caacutelculo do esforccedilo que atua na estrutura eacute caracterizado por Sd este valor

deve ser calculado tendo em consideraccedilatildeo o historial de cargas da estrutura O valor de caacutelculo

do esforccedilo resistente residual do elemento eacute caracterizado por Rd Define-se por esforccedilo

resistente residual a capacidade de resistecircncia a cargas apoacutes este ter sido sujeito ao historial de

cargas durante toda a sua vida uacutetil

Apoacutes a execuccedilatildeo das etapas definidas na metodologia de intervenccedilatildeo apresentada por

(ACI Committee 364 1999) deve-se proceder agrave modelaccedilatildeo da estrutura existente tendo em

conta as propriedades mecacircnicas dos materiais e a disposiccedilatildeo estrutural Depois eacute necessaacuterio

quantificar as accedilotildees obter os coeficientes de majoraccedilatildeo de accedilotildees e definir quais os modelos de

anaacutelise mais adequados e por fim utilizar um software de caacutelculo automaacutetico para determinar

os esforccedilos atuantes Sd

Quantificaccedilatildeo de accedilotildees Regulamento de Seguranccedila e Accedilotildees Para Estruturas de Edifiacutecios e

Pontes (RSA 1983) e Eurocoacutedigo 1 (CEN 2002)

Coeficientes de majoraccedilatildeo de accedilotildees Coeficientes de seguranccedila propostos no Boletim nordm 162

do CEB (CEB 1983)

120574prime119892 = 1375 times (120574119892 minus 01) rarr 119864119904119905119903119906119905119906119903119886119904 119889119886119899119894119891119894119888119886119889119886119904

125 times (120574119892 minus 01) rarr 119864119904119905119903119906119905119906119903119886119904 119904atilde119904 (52)

120574prime119902 = 165 times 120574119902 rarr 119864119904119905119903119906119905119906119903119886119904 119889119886119899119894119891119894119888119886119889119886119904

15 times 120574119902 rarr 119864119904119905119903119906119905119906119903119886119904 119904atilde119904 (53)

120574prime119892 = Coeficiente de majoraccedilatildeo de accedilotildees permanentes em estruturas existentes

120574prime119902= Coeficiente de majoraccedilatildeo de accedilotildees variaacuteveis em estruturas existentes

Modelos de anaacutelise

Modelo elaacutestico linear

63 Tiago Pais Boto

Modelo elaacutestico linear com redistribuiccedilatildeo de esforccedilos

Modelo plaacutestico

Modelo natildeo linear

Figura 5-1 Comportamento teoacuterico dos modelos de anaacutelise (Appleton Jamp Costa A 2011)

Onde

S= Forccedila

δ=Deformaccedilatildeo

Para a determinaccedilatildeo de esforccedilos resistentes devem ser tomadas em consideraccedilatildeo as

caracteriacutesticas mecacircnicas residuais dos elementos existentes estas podem ser determinadas a

partir dos seguintes meacutetodos (CEB 1983)

i Estimativa analiacutetica ndash realiza-se uma estimativa das propriedades mecacircnicas dos

materiais a partir de graacuteficos apresentados pelo (CEB1983)

ii Ensaio de carga ndash consiste na realizaccedilatildeo de ensaios de carga da estrutura devidamente

monitorizados

iii Estimativa empiacuterica ndash consiste na multiplicaccedilatildeo das propriedades dos materiais por

coeficientes redutores que procuram ter em conta o efeito dos danos da estrutura

existente

Conforme o meacutetodo simplificado em iii o valor das caracteriacutesticas de rigidez e

resistecircncia dos materiais pode ser adquirido a partir das seguintes expressotildees

119877119903119890119904119894119889119906119886119897=120593119877 times 119877119868119899119894119888119894119886119897 (54)

119870119903119890119904119894119889119906119886119897=120593119870 times 119870119868119899119894119888119894119886119897 (55)

Onde

119877119868119899119894119888119894119886119897 ndash Caracteriacutesticas iniciais de resistecircncia 119870119868119899119894119888119894119886119897 ndash Caracteriacutesticas iniciais de rigidez

119877119903119890119904119894119889119906119886119897 ndash Caracteriacutesticas residuais de resistecircncia

119870119903119890119904119894119889119906119886119897 ndash Caracteriacutesticas residuais de rigidez

120593119877 ndash Coeficiente empiacuterico para reduccedilatildeo de resistecircncia 120593119870 ndash Coeficiente empiacuterico para reduccedilatildeo de rigidez

64

Nas tabelas seguintes satildeo indicados os valores preconizados pelo CEB (CEB ndash Bul 162 1983)

Tabela 5-3 Coeficiente 120593119877 para danos provocados por sismos (CEB 1983)

Tipo de

Construccedilatildeo

Niacutevel de Danos

Niacutevel A Niacutevel B Niacutevel C Niacutevel C

Nova 095 075 045 015

Antiga 08 06 03 0

Niacutevel A

Fendas de flexatildeo isoladas com larguras inferiores a 1 ndash 2 mm desde que um caacutelculo simples

demonstre que estas fendas natildeo satildeo devidas a deficiecircncia da armadura para as accedilotildees de

dimensionamento mas sim devidas a efeitos localizados (juntas de construccedilatildeo restriccedilotildees

devidas a paredes divisoacuterias choques ligeiros accedilotildees teacutermicas iniciais retraccedilotildees etc)

Niacutevel B Vaacuterias fendas de flexatildeo largas ou fendas de corte diagonais isoladas com larguras inferiores a

cerca de 05 mm natildeo existindo deslocamentos residuais

Niacutevel C Fendas de corte bi-diagonais eou esmagamento localizados no betatildeo devidos a corte e

compressatildeo natildeo existindo deslocamentos residuais apreciaacuteveis ocorrecircncia de fendilhacatildeo em

noacutes de ligaccedilatildeo viga pilar

Niacutevel D Rotura do nuacutecleo de betatildeo do elemento encurvadura dos varotildees (o elemento perdeu a

continuidade mas natildeo colapsou) existindo apenas pequenos deslocamentos residuais (verticais

e horizontais) ocorrecircncia de danos severos em noacutes de ligaccedilatildeo pilar viga

Tabela 5-4 Coeficiente 120593119877 para danos provocados por incecircndios (CEB 1983)

Tipo de

Construccedilatildeo

Niacutevel de Danos

Niacutevel A Niacutevel B Niacutevel C Niacutevel C

Nova 095 080 065 04

Antiga 090 075 060 030

Niacutevel A Sem danos exceto algum descasque miacutenimo do acabamento eou do betatildeo

Niacutevel B Acabamento bastante afetado algum descasque do betatildeo microfendilhaccedilatildeo generalizada da

superfiacutecie do betatildeo e eventual cor rosada o que dependeraacute dos agregados

Niacutevel C

Arranque generalizado do acabamento descasque significativo do betatildeo e eventual cor

cinzento avermelhado esbranquiccedilado os varotildees ainda estatildeo aderentes ao betatildeo apenas um

varatildeo no caso de pilares ou ateacute 10 da armadura principal no caso de vigas e lajes tenha

encurvado

Niacutevel D

Danos severos descasque generalizado do betatildeo deixando agrave vista praticamente toda a

armadura o betatildeo possui uma cor amarelo acastanhado mais do que um varatildeo no caso de

pilares ou ateacute 50 da armadura principal no case de vigas e lajes encurvou podendo existir

distorccedilatildeo dos pilares eventuais fendas de corte com poucos miliacutemetros de largura nos pilares

65 Tiago Pais Boto

eventuais fendas de flexatildeo corte com vaacuterios miliacutemetros de largura nas vigas e lajes e

possiacuteveis flechas apreciaacuteveis

Tabela 5-5 Coeficiente 120593119877 para danos provocados pela corrosatildeo (CEB 1983)

Tipo de

Construccedilatildeo

Niacutevel de Danos

Niacutevel A Niacutevel B Niacutevel C Niacutevel C

Nova 095 08 06 035

Antiga 085 07 05 025

Niacutevel A Manchas de ferrugem alguma fendilhacatildeo longitudinal perda de secccedilatildeo de armadura

lt1

Niacutevel B Manchas de ferrugem alguma fendilhacatildeo longitudinal e transversal algum descasque do

betatildeo perda de secccedilatildeo da armadura lt5

Niacutevel C Manchas de ferrugem fendilhacatildeo extensa descasque significativo do betatildeo perda de

secccedilatildeo da armadura lt10

Niacutevel D

Manchas de ferrugem fendilhacatildeo extensa descasque do betatildeo em algumas zonas

deixando a armadura agrave vista perda de secccedilatildeo da armadura lt25 eventuais deslocamentos

residuais

Tal como acontece em estruturas novas os valores de caacutelculo das caracteriacutesticas iniciais

de resistecircncia e de rigidez satildeo obtidos pela aplicaccedilatildeo dos coeficientes de minoraccedilatildeo das

propriedades dos materiais caso exista informaccedilatildeo rigorosa acerca dos materiais utilizados

Estes coeficientes de acordo com (CEB 1983) podem ser inferiores aos utilizados no caacutelculo

de estruturas novas no entanto o CEB natildeo refere um valor para os mesmos

Para verificaccedilatildeo dos estados limites de utilizaccedilatildeo satildeo calculados os esforccedilos com

combinaccedilotildees de accedilotildees no Estado Limite de Utilizaccedilatildeo No lado da resistecircncia dos materiais as

caracteriacutesticas de resistecircncia (rigidez axial e de flexatildeo) devem ser reduzidos 20 coeficiente

120593119877 ( consultar tabelas 67 e 8 do CEB 1983) (CEB 1983)

55 Caracterizaccedilatildeo do tipo de intervenccedilatildeo

De acordo com CEB para caracterizar o do tipo de intervenccedilatildeo a utilizar define-se o

coeficiente de capacidade ɸ dado pela expressatildeo seguinte

66

Φ =119877prime119889

119878prime119889 (56)

Onde

Φ = Coeficiente de capacidade

119877prime119889 =Esforccedilo de caacutelculo residual resistente

119878prime119889 =Esforccedilo de caacutelculo atuante

A decisatildeo do tipo de intervenccedilatildeo a adotar deve ter em conta os criteacuterios baseados

apresentados na tabela seguinte sugeridos pelo CEB mas tambeacutem a importacircncia e o tipo de

utilizaccedilatildeo da estrutura

Tabela 5-6Relaccedilatildeo entre Coeficiente de Capacidade e Grau de Intervenccedilatildeo

Coeficiente de Capacidadeɸ Accedilatildeo

ɸ ge 1 Natildeo reforccedilar

067 ˂ ɸ ˂ 1 Reparar e eventualmente reforccedilar

050 ˂ ɸ ˂ 067 Reforccedilar

ɸ le 050 Demolir

56 Paracircmetros principais a considerar no dimensionamento do Reforccedilo

A par do dimensionamento para estruturas novas a filosofia dos estados limites deve

ser a mesma para o dimensionamento de reforccedilo e seguir as recomendaccedilotildees dos regulamentos

em vigor nacionais e europeus

Para materiais de reforccedilo tais como o betatildeo cofrado betatildeo projetado e accedilo o CEB

recomenda coeficientes de seguranccedila de minoraccedilatildeo (120574prime119862 e 120574prime119878) indicados nas tabelas seguintes

(CEB ndash Bul 162 1983)

Tabela 5-7 Coeficientes de minoraccedilatildeo (120574prime119862) para betatildeo cofrado em obra (CEB 1983)

Controlo de Qualidade

e Inspeccedilatildeo

Espessura Adicional

˂ 100mm ˃100mm

Acessibilidade

Baixa Normal Baixa Normal

Alto 180 165 150 150

Meacutedio 195 180 165 150

Tabela 5-8 Coeficientes de minoraccedilatildeo (120574prime119862) para betatildeo projetado (CEB 1983)

Controlo de Qualidade

e Inspeccedilatildeo

Acessibilidade

Baixa Normal

67 Tiago Pais Boto

Alto 195 180

Meacutedio 210 195

Tabela 5-9 Coeficientes de minoraccedilatildeo (120574prime119878) para Accedilo (CEB 1983)

Controlo de Qualidade

e Inspeccedilatildeo Armaduras Novas

Alto 140

Meacutedio

Em relaccedilatildeo aos restantes materiais de reforccedilo os coeficientes de minoraccedilatildeo das

propriedades dos materiais devem ser calculados em funccedilatildeo ao tipo de material e sistema de

reforccedilo aplicado de forma que se mobilizem tensotildees mais baixas compatiacuteveis com a

transmissatildeo de esforccedilos (Ripper 2005)

Jaacute a determinaccedilatildeo dos esforccedilos resistentes das estruturas em betatildeo armado reforccedilada

pode ser realizada atraveacutes de

i Meacutetodos numeacutericos que recorrem agrave simulaccedilatildeo das tensotildees iniciais dos materiais

existentes

ii Meacutetodos numeacutericos que consideram a transferecircncia de tensotildees entre os materiais

existentes e os materiais de reforccedilo

iii Meacutetodos simplificados tais como o meacutetodo dos coeficientes globais

A aplicaccedilatildeo do Meacutetodo dos coeficientes globais baseia-se primeiro na determinaccedilatildeo da

resistecircncia da estrutura atraveacutes dos modelos de comportamento utilizados em estruturas de

betatildeo armado nova excluindo a existecircncia de qualquer dano e estados de tensatildeo preacutevios quer

isto dizer antes de qualquer aplicaccedilatildeo de teacutecnica de reforccedilo Ri Em seguida aplica-se um

coeficiente redutor de monolitismo 120574nR Este representa a imperfeiccedilatildeo da ligaccedilatildeo entre o

reforccedilo e a estrutura existente e supotildee que a estrutura apoacutes o reforccedilo deixa de funcionar como

uma estrutura monoliacutetica O valor eacute definido consoante o tipo de reforccedilo sendo este

responsabilidade do projetista

119877119903 = 120574119899119877 times 119877119894 (57)

119877119903 = Resistecircncia da estrutura apoacutes reforccedilo

120574119899119877 = Coeficiente de monolitismo

68

119877119894 = Resistecircncia da estrutura supondo que eacute nova

A verificaccedilatildeo das tensotildees de corte e as tensotildees normais entre o material de reforccedilo e a

estrutura existente devem ser alvo de anaacutelise neste tipo de projetos

120591119878119889 le 120591119877119889 (58)

120590119878119889 le 120590119877119889 (59)

120591119878119889 = Tensatildeo de corte aplicada

120591119877119889 = Tensatildeo de corte resistente

120590119878119889 = Tensatildeo normal aplicada

120590119877119889 = Tensatildeo normal resistente

57 Mecanismos de transferecircncia de tensotildees de acordo com CEB Nordm162

Nos projetos de reforccedilo o mecanismo de transferecircncia de tensotildees eacute fundamental para que a

estrutura apoacutes o reforccedilo seja o mais monoliacutetica possiacutevel Ou seja o material de reforccedilo e

existente natildeo tenha comportamentos muito independentes tornando-se mais previsiacutevel o seu

comportamento

571 Transferecircncia de tensotildees atraveacutes de compressatildeo direta betatildeo sobre betatildeo

Sendo a compressatildeo a melhor opccedilatildeo para transferir tensotildees entre betatildeobetatildeo devem-se

garantir alguns preacute-requisitos para se conseguir uma ligaccedilatildeo satisfatoacuteria Eacute necessaacuterio limpar a

superfiacutecies de ligaccedilatildeo assegurar uma boa rugosidade e saturar a superfiacutecie com aacutegua pelo

menos 6 horas antes de aplicar o betatildeo novo O novo betatildeo deve ser bem compactado

Geralmente ocorrem deformaccedilotildees devido agraves imperfeiccedilotildees de compactaccedilatildeo e de

confinamento Para minimizar estas deformaccedilotildees eacute necessaacuterio criar uma espessura miacutenima de

betatildeo entre as interfaces Assim esta nova espessura de betatildeo pode apresentar um moacutedulo de

elasticidade inferior comparativamente ao moacutedulo de elasticidade do conjunto

∆119871 =120590

119864times 119871 times (1 +

1198710divide119871

1198640divide119864) times 120585 (510)

Onde

ΔL = Variaccedilatildeo de Comprimento

σ = Tensatildeo no betatildeo

E = Moacutedulo de Elasticidade do betatildeo

L = Comprimento da Ligaccedilatildeo

ξ = Fator de Correccedilatildeo (depende da compactaccedilatildeo da fluidez e das adiccedilotildees presentes no betatildeo)

69 Tiago Pais Boto

572 Transferecircncia de tensotildees atraveacutes de adesatildeo betatildeobetatildeo

A ligaccedilatildeo da interface efetuada atraveacutes da adesatildeo eacute influenciada pela rugosidade e

tratamento das superfiacutecies de ligaccedilatildeo pelo meacutetodo usado na colocaccedilatildeo do betatildeo novo e pela

utilizaccedilatildeo de agentes quiacutemicos de ligaccedilatildeo ou betatildeo especial Fatores como a diferenccedila de idade

entre o betatildeo novo e velho a resistecircncia retraccedilatildeo e fluecircncia do betatildeo novo natildeo influenciam a

adesatildeo entre as superfiacutecies

Em relaccedilatildeo agrave rugosidade das superfiacutecies um estudo conduzido por F Daschner (1976)

aponta essencialmente para trecircs as principais condiccedilotildees de rugosidade (ver Tabela 5-10)

Tabela 5-10Forccedila de Adesatildeo consoante a interface de ligaccedilatildeo

Condiccedilotildees de Interface Forccedila da Adesatildeo (Nmmsup2)

Suave ou liso 10

Jato de Areia 17

Dente de Serra 19

Em 1977 K Steinwede investigou a influecircncia de vaacuterios agentes na ligaccedilatildeo entre betatildeo

velho e betatildeo novo Consegue-se obter valores de adesatildeo entre 80 a 100 da resistecircncia aacute

traccedilatildeo do betatildeo antigo quando a ligaccedilatildeo eacute efetuada com argamassas com poliacutemeros

modificados argamassas com resinas ou betatildeo projetado

Em relaccedilatildeo ao meacutetodo usado para aplicaccedilatildeo do betatildeo novo quando eacute aplicado a teacutecnica

de projeccedilatildeo ou pulverizaccedilatildeo obtecircm-se resultados mais satisfatoacuterios uma vez que a forccedila de

impacto faz com que sejam preenchidos mais poros e vazios no betatildeo existente O resultado

final da ligaccedilatildeo permite que a estrutura seja tratada como uma estrutura monoliacutetica

573 Transferecircncia de tensotildees atraveacutes de fricccedilatildeo betatildeobetatildeo

A quantidade da transferecircncia de tensotildees que se exercem atraveacutes da fricccedilatildeo depende de

vaacuterios fatores tais como

a) Tamanho e forma dos agregados presentes na interface do betatildeo

Estes fatores satildeo importantes para se obter um coeficiente de fricccedilatildeo maior Agregados

com maiores dimensotildees e arestas angulares mais iacutengremes satildeo melhores para aumentar o atrito

120583 = 120591119877 divide 120590119873 (511)

Onde

micro = Coeficiente de Fricccedilatildeo

70

120591119877 = Tensatildeo de Corte

120590119873 = Tensatildeo Normal

b) Rugosidade da superfiacutecie

A rugosidade pode ser classificada como micro-rugosidade ou como macro-rogusidade

neste caso pode-se considerar como macro rugosidade Esta seraacute maior quanto maior o

coeficiente de fricccedilatildeo e quanto maior aacuterea de contacto

Figura 5-2 Tensatildeo de corte em funccedilatildeo da tensatildeo normal em superfiacutecie de betatildeo tratada

com jacto de areia (CEB Bulletin drsquoinformation nordm1621983)

c) Tensatildeo normal de compressatildeo (120590119873) aplicada externamente

A tensatildeo normal de compressatildeo determina a forccedila de compressatildeo a que os agregados

da superfiacutecie estatildeo sujeitos Valores elevados da tensatildeo normal de compressatildeo originam

elevadas rigidez ao corte e diminui a probabilidade de rotura por deslizamento Este aumento eacute

mais evidenciado quando se tratam de superfiacutecies lisas quando as superfiacutecies satildeo mais aacutesperas

o aumento da tensatildeo normal eacute significativo apenas quando as forccedilas de corte satildeo baixas

574 Transferecircncia de tensotildees de compressatildeo atraveacutes camadas de resina

Embora a distribuiccedilatildeo de tensotildees que atua numa camada fina de resina natildeo seja

uniforme esta forccedila de ligaccedilatildeo entre interfaces eacute proporcional agrave aacuterea de superfiacutecie quer seja

betatildeobetatildeo ou betatildeoaccedilo As resinas satildeo caracterizadas pela sua elevada resistecircncia mecacircnica

embora o seu moacutedulo de elasticidade seja consideravelmente menor quando comparado com o

betatildeo A superfiacutecie onde se vai estabelecer a ligaccedilatildeo deve ter uma rugosidade natildeo muito

acentuada de maneira que a peliacutecula de resina natildeo sofra descontinuidades Embora a ligaccedilatildeo

71 Tiago Pais Boto

mecacircnica diminua nas superfiacutecies menos rugosas a ligaccedilatildeo quiacutemica providenciada pela resina

garante que em esforccedilos de flexatildeo ou de corte a rotura acontece no betatildeo

Uma ligaccedilatildeo efetuada com recurso a resinas epoxy ou polyester soacute eacute eficaz garantindo

a transferecircncia de tensotildees quando as interfaces estatildeo completamente secas qualquer presenccedila

de humidade vai influenciar drasticamente a capacidade de adesatildeo das mesmas (CEB Bulletin

drsquoinformation nordm162 1983)

Resumidamente as caracteriacutesticas mecacircnicas responsaacuteveis pela transferecircncia de tensotildees atraveacutes

da camada de resina satildeo

Compressatildeo Uma transferecircncia de tensotildees atraveacutes da compressatildeo eacute conseguida quando

as tensotildees satildeo perpendiculares

Traccedilatildeo A resistecircncia agrave traccedilatildeo com camadas de resina satildeo muitas vezes superiores agrave

resistecircncia do betatildeo agrave traccedilatildeo como jaacute foi dito anteriormente Geralmente quando existe

uma rotura no sistema esta daacute-se no betatildeo e natildeo na resina Esta resistecircncia depende

muito da espessura da camada de resina

Figura 5-3 Espessura da camada de resina e correspondente resistecircncia agrave traccedilatildeo (CEB

Bulletin drsquoinformation nordm162 1983)

Tensatildeo tangencial A resistecircncia ao corte da resina maacutexima eacute mobilizada quando as

superfiacutecies estatildeo secas e os coeficientes de fricccedilatildeo (micro) satildeo baixos com micro rugosidade

inferiores a 002mm

72

Figura 5-4Tensatildeo de corte em funccedilatildeo do deslizamento para vaacuterias espessuras de chapa de accedilo

coladas (CEB Bulletin drsquoinformation nordm162 1983)

575 Transferecircncia de forccedilas das armaduras de reforccedilo para armaduras de reforccedilo ou

armaduras existentes

A transferecircncia de forccedilas eacute feita de uma armadura atraveacutes da ligaccedilatildeo ao betatildeo envolvente

para as outras armaduras Dentro de betatildeo estas forccedilas podem gerar tensotildees de corte elevadas

Quando se utilizam varotildees de accedilo com diacircmetro inferior a 12mm eacute aconselhaacutevel a natildeo se

deixarem as extremidades livres dos varotildees alinhadas

Figura 5-5 Transferecircncia de forccedilas atraveacutes das armaduras de reforccedilo (CED 2015)

Este tipo de transferecircncias de tensotildees tambeacutem pode ser efetuado atraveacutes de ligaccedilotildees

soldadas entre os varotildees de reforccedilo

73 Tiago Pais Boto

Seja qual o tipo de mecanismo de transferecircncia de tensotildees de accedilo para accedilo o uso de

estribos (ou mais geral reforccedilo transversal) na zona de ligaccedilatildeo eacute essencial para o equiliacutebrio de

forccedilas e para aumentar a rigidez do reforccedilo

58 Principais Teacutecnicas de reparaccedilatildeo e reforccedilo estrutural

Quando eacute necessaacuterio reparar e reforccedilar uma estrutura de betatildeo armado torna-se

importante escolher as teacutecnicas mais apropriadas ao caso em estudo minimizando o niacutevel de

intrusatildeo e otimizando a durabilidade e eficiecircncia Desta maneira a escolha da metodologia deve

passar por uma minuciosa anaacutelise das causas e extensatildeo das patologias caracteriacutesticas da

estrutura condicionamentos teacutecnico sociais designo da vida uacutetil funcionalidade e viabilidade

econoacutemica

Satildeo muitas as teacutecnicas jaacute desenvolvidas a enumeraccedilatildeo e descriccedilatildeo de todas as teacutecnicas

possiacuteveis natildeo se enquadra no acircmbito definido para esta dissertaccedilatildeo pelo que se optou por referir

apenas as mais utilizadas e avanccediladas tecnologicamente

581 Meacutetodos de proteccedilatildeoreparaccedilatildeo eletroquiacutemica

Estes meacutetodos tecircm como principio alterar os potenciais das armaduras com recurso agrave

aplicaccedilatildeo de um campo eleacutetrico permitindo a restauraccedilatildeo da passividade das armaduras a

alcalinidade do betatildeo ou eliminaccedilatildeo do agente agressor parcial ou ateacute mesmo total Estes

meacutetodos aleacutem de apresentarem resultados com elevado sucesso a execuccedilatildeo causam

perturbaccedilotildees miacutenimas na funcionalidade da estrutura devido agrave diminuta amplitude das

intervenccedilotildees tais como demoliccedilotildees ou substituiccedilatildeo do betatildeo contaminado (D W Whitmore

2002)

Habitualmente usam-se as teacutecnicas

Proteccedilatildeo catoacutedica

Realcalinazaccedilatildeo

Dessalinizaccedilatildeo ou extraccedilatildeo eletroquiacutemica

Destas trecircs teacutecnicas seraacute apenas exposta a descriccedilatildeo da Proteccedilatildeo catoacutedica por ser a mais eficaz

e utilizada

5811 Proteccedilatildeo Catoacutedica

A proteccedilatildeo catoacutedica consiste genericamente na alteraccedilatildeo do potencial eleacutetrico no accedilo

para valores mais negativos Com recurso a uma fonte de corrente continua e um acircnodo

aplicado no interior do betatildeo ou agrave superfiacutecie satildeo aplicados eletrotildees agraves armaduras aumentando

assim a intensidade das reaccedilotildees catoacutedicas e diminuindo a intensidade das reaccedilotildees anoacutedicas quer

isto dizer que o accedilo passa a funcionar como caacutetodo De todos os meacutetodos eletroquiacutemicos este

eacute o uacutenico enquadrado numa norma europeia a EN 12696 2000 ldquoCathodic protection of steel in

concreterdquo Esta norma abrange a aplicaccedilatildeo de proteccedilatildeo catoacutedica em estruturas novas ou

74

existentes desde que sejam atmosfeacutericas quer isto dizer que estruturas enterradas ou submersas

natildeo satildeo abrangidas (D W Whitmore 2002)

A constituiccedilatildeo de um sistema de proteccedilatildeo catoacutedica abrange

Fonte de alimentaccedilatildeo externa

Acircnodo sistema de distribuiccedilatildeo de corrente

Caacutetodo (armaduras)

Fio eleacutetricos de ligaccedilatildeo para o fecho do sistema

Sensores de controlo e monitorizaccedilatildeo

Existem dois tipos de acircnodos os acircnodos inertes utilizados em sistemas de corrente

imposta e acircnodos galvacircnicos ou de sacrifiacutecio Ambos os tipos de acircnodos podem ser aplicados

de uma forma isoladainterna ou distribuiacuteda ao longo da estrutura Os acircnodos inertes satildeo

consumidos ao longo do tempo necessitando de uma corrente contiacutenua denominando-se

proteccedilatildeo catoacutedica por corrente imposta ou impressa estes sistemas satildeo os mais usados porque

proporcionam uma distribuiccedilatildeo de corrente mais ampla possibilitando que a proteccedilatildeo catoacutedica

atinga uma aacuterea maior Tem ainda a vantagem de alterar a intensidade de corrente transmitida

possibilitando compensar alteraccedilotildees de potencial (D W Whitmore 2002) Jaacute relativamente aos

acircnodos galvacircnicos ou sacrificiais estes satildeo menos dispendiosos e de aplicaccedilatildeo mais simples

quando aplicados na altura da construccedilatildeo da estrutura O natildeo recurso de uma fonte de energia

externa anula o perigo de interaccedilatildeo com outras estruturas em redor No entanto apresentam

algumas desvantagens que podem inviabilizar a sua escolha tais como a dificuldade de

controlar o sistema devido agrave impossibilidade de monitorizaccedilatildeo assim como o tempo de serviccedilo

uacutetil relativamente curto Para garantir um correto funcionamento da proteccedilatildeo catoacutedica eacute

necessaacuterio compreender a seacuterie galvacircnica esta eacute constituiacuteda por uma lista de metais ordenados

pelo seu niacutevel de oxidaccedilatildeo ou seja a suscetibilidade de corrosatildeo quando inseridos no eletroliacutetico

(A V Moreno et all 2007)

Tabela 5-11 Seacuterie galvacircnica dos materiais

Metal Potencial de Eleacutetrodo (volt)

Menos Nobres

Magneacutesio -2340

Anoacutedicos

Alumiacutenio -1670

Zinco -0762

Cromo -0710

Ferro -0440

Caacutedmio -0402

Niacutequel -0250

Estanho -0136

Chumbo -0126

Mais Nobres Cobre 0345

Catoacutedicos Prata 0800

Ouro 1680

75 Tiago Pais Boto

Quanto mais afastado estiver o material do acircnodo na seacuterie galvacircnica relativamente ao accedilo das

armaduras maior seraacute a diferenccedila de potencial entre estes logo o sistema de proteccedilatildeo seraacute

mais eficaz (Electrical Engineering Cathodic Protection 2004)

Figura 5-6Esquema de proteccedilatildeo catoacutedica por corrente imposta com recurso a acircnodo inerte

distribuiacutedo (adaptado de G Kakuba 2005)

Figura 5-7Esquema de proteccedilatildeo catoacutedica por corrente imposta com recurso a acircnodos internos

(adaptado de G Kakuba 2005)

76

Figura 5-8 Esquema de proteccedilatildeo catoacutedica com recurso a acircnodos de sacrifiacutecio sem

necessidade de fonte de corrente contiacutenua (adaptado de G Kakuba 2005)

Os acircnodos internos possibilitam uma proteccedilatildeo mais eficaz possibilitando a distribuiccedilatildeo

em nuacutemero e espaccedilamento conforme a densidade da armadura existente e em zonas com

requisitos de proteccedilatildeo elevados Acresce ainda a vantagem de poderem ser utilizados em

elementos com recobrimento pequeno (Joana Silva 2007) Este tipo de aplicaccedilatildeo apresenta

alguns inconvenientes tais como a possibilidade de ocorrecircncia de curto-circuito caso o acircnodo

toque nas armaduras Quando se utiliza corrente imposta a diferenccedila de potencial pode gerar

gaacutes no interior da estrutura o que leva agrave necessidade de criar um sistema de ventilaccedilatildeo (D W

Whitmore 2002)

Atualmente satildeo comercializados vaacuterios tipos de acircnodos em funccedilatildeo do material de

fabrico desta forma torna-se essencial conhecer as suas propriedades mecacircnicas e fiacutesicas

assim como a classe de exposiccedilatildeo ambiental onde vatildeo ser utilizados

Os principais materiais dos acircnodos para sistemas de corrente imposta satildeo

Malhas de titacircnio

Estas malhas de titacircnio satildeo as mais utilizadas em sistemas com acircnodos de corrente

imposta tecircm cerca de 1 a 2 mm de espessura Satildeo revestidas com oacutexidos de metais nobres

(MMO-mixed metal oxides) em forma tubular varatildeo ou fio e tecircm um periacuteodo de vida uacutetil

superior a 25 anos (ZLoureccedilo 2007) Satildeo fabricadas com tamanhos diferentes de aberturas

proporcionando a distribuiccedilatildeo de diferentes densidades de corrente suportando uma densidade

maacutexima de aproximadamente 100 mAm2

(Joana Silva 2007)

77 Tiago Pais Boto

Figura 5-9Malha de titacircnio (Global Sources 2015)

Fitas de malha de titacircnio

As fitas de malha de titacircnio tecircm geralmente 10 a 20 mm de largura satildeo tambeacutem

revestidas com oacutexidos de metais nobres (MMO) Satildeo fabricadas com vaacuterias espessuras

suportando densidades de corrente entre 3 e 6 mAm linear e tecircm a vantagem dos problemas de

delaminaccedilatildeo do betatildeo serem mais baixos Em termos de vida uacutetil anda na ordem dos 40 anos

(ZLoureccedilo 2007)

Figura 5-10 Fita de malha de titacircnio (Chemical Newtech 2015)

Acircnodos enterrados de titacircnio ativado ferro e grafite

Este tipo de acircnodos tem como constituiccedilatildeo um revestimento com oacutexidos de metais

nobres Os primeiros acircnodos eram constituiacutedos por ferro e accedilo mas como o consumo destes era

muito elevado foram substituiacutedos por acircnodos de grafite cuja taxa de consumo era inferior

dominando o mercado ateacute meados dos anos 70 (Public Works Technical Bulletin 2002) Os

acircnodos com grafite satildeo envoltos em uma composiccedilatildeo de carbono evitando assim um consumo

do acircnodo natildeo uniforme (Electrical Engineering Cathodic Protection 2004) Eacute importante

salientar que a diferenccedila de potencial entre a grafite e o accedilo eacute de 1 Volt atuando a grafite como

caacutetodo Os acircnodos mais eficientes satildeo os de titacircnio apesar do custo mais elevado

78

comparativamente com as outras tipologias Estes satildeo estaacuteveis em qualquer exposiccedilatildeo

ambiental devido ao revestimento com oacutexidos de metais nobres promovem o aumento de vida

uacutetil normalmente na ordem dos 15 a 20 anos ldquoOs acircnodos enterrados de corrente impressa satildeo

aplicados em aberturas no solo sendo posteriormente ligados por fios condutores ao poacutelo

positivo do retificador estabelecendo-se assim as ligaccedilotildees anoacutedicas Agrave semelhanccedila dos sistemas

de proteccedilatildeo catoacutedica jaacute apresentados a promoccedilatildeo das ligaccedilotildees catoacutedicas eacute efetuada atraveacutes da

ligaccedilatildeo das armaduras ao poacutelo negativo da fonte de correnterdquo (Joana Silva 2007)

Figura 5-11 Acircnodo de titacircnio ativado (Global Sources 2015)

Revestimentos ou tintas orgacircnicas condutoras

As tintas condutoras contecircm na sua composiccedilatildeo materiais de elevada condutibilidade

eleacutetrica tais como a grafite e o carbono Este tipo de acircnodos tem a vantagem de serem de

aplicaccedilatildeo muito simples em qualquer tipo de superfiacutecie e natildeo precisam de um revestimento de

proteccedilatildeo No entanto o sistema facilmente entra em curto-circuito em ambientes com

exposiccedilatildeo agrave chuva ou por contacto com a armadura exposta (Joana Silva 2007)

Figura 5-12 Aplicaccedilatildeo de tinta orgacircnica condutora (CONREHAB Cathodic protection 2015)

79 Tiago Pais Boto

Os principais materiais dos acircnodos sacrificiais ou galvacircnicos satildeo

Acircnodos enterrados de zinco alumiacutenio e magneacutesio

Estes acircnodos funcionam muito bem em sistemas de proteccedilatildeo catoacutedica em estruturas

enterradas porque fornecem correntes mais elevadas comparativamente com os outros acircnodos

sacrificiais Estes acircnodos vecircm promovidos de um fio metaacutelico para posteriormente ser ligado

agraves armaduras atraveacutes de solda geralmente satildeo envolvidos em papel para a proteccedilatildeo dos

mesmos A colocaccedilatildeo dos acircnodos deve ser colocada a um agrave distacircncia miacutenima de 1 metro da

estrutura a proteger (Electrical Engineering Cathodic Protection 2004)

Figura 5-13 Acircnodo enterrado de magneacutesio (AEGION 2015)

Acircnodos adesivos

Esta tipologia de acircnodo consiste em chapas de zinco com espessura de cerca de 025

mm que satildeo aplicadas na superfiacutecie da estrutura a proteger com o auxiacutelio de um adesivo

condutor designado por hydrogel Este tecircm a vantagem de manterem permanentemente o

contato entre o acircnodo e o betatildeo funcionando o hydrogel como um segundo eletroliacutetico (Jianhai

Qiu 2002)

Figura 5-14Sistema de acircnodo adesivo de zinco (Jianhai Qiu 2002)

80

Sistemas com nuacutecleos de zinco

A maior parte destes sistemas eacute constituiacuteda por nuacutecleos de zinco envoltos em

argamassas altamente alcalinas para promoverem a corrosatildeo do zinco O zinco ocupa a posiccedilatildeo

na serie galvacircnica do metal que corroacutei mais facilmente logo o risco de corrosatildeo nas armaduras

eacute quase nulo A aplicaccedilatildeo deste sistema eacute feita com a ligaccedilatildeo direta as armaduras atraveacutes de fios

de accedilo que transmitem a corrente galvacircnica Eacute aconselhado a aplicaccedilatildeo de uma camada de betatildeo

a cobrir o acircnodo O tempo de vida uacutetil natildeo chega aos 20 anos dependendo muito das condiccedilotildees

do betatildeo e das caracteriacutesticas do acircnodo (E Gilinsky 2006)

Figura 5-15Acircnodo de zinco envolvido em argamassa de elevada porosidade (CCASMI

Corrosion Services 2015)

Malhas de zinco

As malhas de zinco podem ser aplicadas em pilares de diversas formas devido agrave baixa

complexidade do sistema apresentam uma vida uacutetil de serviccedilo superior a 40 anos e natildeo

necessitam de manutenccedilatildeo Os espaccedilos vazios entre a superfiacutecie de betatildeo e a malha devem ser

preenchidos por uma argamassa cimentiacutecia (S F Daily 2007)

Figura 5-16Sistema de proteccedilatildeo catoacutedica com malha de zinco (FOSROC 2015)

81 Tiago Pais Boto

Metais projetados

Neste tipo de sistema a aplicaccedilatildeo deve ser feita diretamente nas armaduras da estrutura

sem aplicaccedilatildeo de camada de recobrimento apoacutes a remoccedilatildeo do betatildeo deteriorado Em zonas onde

o betatildeo estaacute relativamente seco a corrente proporcionada pelo zinco vai diminuindo ao longo

do tempo como recurso recorre-se a uma combinaccedilatildeo dos metais alumiacutenio zinco e iacutendio de

modo a melhorar a eficiecircncia do sistema ( S F Daily 2007)

Figura 5-17Aplicaccedilatildeo de metais por projeccedilatildeo em estrutura de betatildeo armado (Structural

Technologies 2015)

Os processos de proteccedilatildeo catoacutedica por corrente impressa carecem de uma continuidade

eleacutetrica entre o betatildeo e a armadura logo quanto maior for a resistividade eleacutetrica do betatildeo menor

seraacute a intensidade de corrente necessaacuteria A contaminaccedilatildeo por cloretos estaacute associada a grandes

niacuteveis de humidade aumentando a resistividade eleacutetrica Comparativamente nos casos de

carbonataccedilatildeo do betatildeo a resistividade eleacutetrica eacute muito mais reduzida

Figura 5-18 Diagrama de Pourbaix para Fe-H2O a 25ordmC (SJSU2015)

82

Entenda-se por resistividade a propriedade dos materiais que quantifica a relaccedilatildeo que

existe entre o campo eleacutetrico aplicado e densidade de corrente que percorre a unidade de volume

desse material (JM Miranda et all)

Das desvantagens que o meacutetodo de proteccedilatildeo catoacutedica com corrente impressa destaca-

se o risco de o accedilo sob a tensatildeo do campo eleacutetrico para sofrer alguma fragilizaccedilatildeo Este

fenoacutemeno eacute mais plausiacutevel de acontecer em accedilos de elevada ductilidade como eacute o caso de accedilos

de preacute-esforccedilo A causa proveacutem de valores muito elevados de potenciais negativos no accedilo

originando libertaccedilatildeo de hidrogeacutenio na interface das armaduras A perda de aderecircncia na

interface armadura-betatildeo ocorre sobretudo em varotildees de accedilo lisos Outro acontecimento

embora raro verifica-se quando a proteccedilatildeo catoacutedica nas armaduras aumenta a alcalinidade na

envolvente das armaduras podendo promover reaccedilotildees aacutelcalis-siacutelica em betotildees constituiacutedos com

agregados reativos

As intensidades de corrente que possibilitam o abrandamento ou a paragem da corrosatildeo

oscilam nos 20mAm2 de armadura A repassivaccedilatildeo das armaduras necessita de intensidades

de 20mAm2 (P Pedeferri 1998)

582 Reforccedilo de seccedilotildees com encamisamentocolagem de chapas metaacutelicas (EBR) Externally

bonded reinforcement

5821 Introduccedilatildeo

Apoacutes o sismo de 1971 em San Fernando nos Estados Unidos da Ameacuterica foi

reconhecida a necessidade de dar mais atenccedilatildeo ao reforccedilo dos elementos estruturais

nomeadamente pilares Desde entatildeo na deacutecada de 1990 muitos estudos foram conduzidos

acerca do reforccedilo de seccedilotildees estruturais nomeadamente o departamento de transportes da

Califoacuternia (CALTRAN) Esses estudos foram essencialmente em pilares de pontes com

recurso a encamisamento de chapas metaacutelicas e concluiu-se que esta opccedilatildeo de reforccedilo

proporciona um aumento da ductilidade aumento da resistecircncia ao esforccedilo transverso e maior

dissipaccedilatildeo de energia (Charlotte AC Bouvier 2003)

Este tipo de meacutetodo eacute relativamente simples consiste em colar armaduras (chapas ou

placas) agrave superfiacutecie do betatildeo por aplicaccedilatildeo de uma resina epoxy O adesivo garante a ligaccedilatildeo

entre o betatildeo e a armadura adicionada desta maneira satildeo transferidas as forccedilas da armadura

para o betatildeo por intermeacutedio de tensotildees tangenciais desenvolvidas ao longo da interface de

colagem (Juvandes 1999) Esta teacutecnica permite o reforccedilo de vigas ao esforccedilo transverso agrave

flexatildeo e o reforccedilo de pilares agrave compressatildeo simples e flexatildeo composta

A utilizaccedilatildeo de elementos metaacutelicos apresenta vaacuterias vantagens no reforccedilo e na

reparaccedilatildeo de estruturas entre as quais salientam-se os seguintes (Joseacute V Paiva et all 2006)

83 Tiago Pais Boto

Relaccedilatildeo favoraacutevel pesoresistecircncia mecacircnica

Aptidatildeo para resistir a diferentes tipos de solicitaccedilotildees

Capacidade de adaptaccedilatildeo aos espaccedilos existentes

Elevado grau de prefabricaccedilatildeo que permite a realizaccedilatildeo de operaccedilotildees de montagem

relativamente limpa e assegura a entrada imediata ldquoem serviccedilordquo da nova estrutura

Rapidez e facilidade de execuccedilatildeo

Diminuta alteraccedilatildeo nas dimensotildees arquitetoacutenicas

Natildeo requer matildeo-de-obra especializada

Em relaccedilatildeo as desvantagens as principais satildeo

Vulnerabilidade da estrutura agrave corrosatildeo e ao incendio

Manuseamento das chapas metaacutelicas devido ao seu peso

Limitaccedilatildeo das dimensotildees das chapas metaacutelicas

A solidarizaccedilatildeo do reforccedilo com o material existente eacute por vezes feita atraveacutes de

transmissatildeo de tensotildees tangenciais Deste modo para um melhor aproveitamento do reforccedilo eacute

aconselhaacutevel o uso de teacutecnicas de colagem ou buchas autoexpansiacuteveis

5822 Descriccedilatildeo da teacutecnica

O princiacutepio por traacutes desta teacutecnica eacute o encamisamento de accedilo atuar como um

confinamento passivo de reforccedilo Este encamisamento vai impedir dilataccedilotildees do betatildeo havendo

uma compressatildeo lateral a resistecircncia agrave compressatildeo eacute aumentada assim como a resistecircncia ao

corte e a ductilidade do elemento

Os elementos utilizados satildeo geralmente chapas de accedilo ou perfis metaacutelicos colados com

resinas eacutepoxy podendo ainda ser complementada com buchas metaacutelicas

Para pilares circulares o meacutetodo utiliza duas secccedilotildees semicirculares onde satildeo unidas

atraveacutes de soldadura ao longo de toda a altura do revestimento Eacute deixado um espaccedilo

aproximadamente de 2 centiacutemetros entre o pilar e o revestimento para este ser preenchido com

argamassa possibilitando uma boa ligaccedilatildeo entre os materiais e assim criar um comportamento

monoliacutetico entre os mesmos Um espaccedilo de cerca de 5 centiacutemetros eacute tambeacutem deixado entre a

parte superior e inferior do pilar para evitar possiacuteveis destacamentos do revestimento (Daudey

X and A Filiatrault 2000)

Para pilares retangulares o encamisamento metaacutelico pode ser feito com secccedilotildees

retangulares ou eliacutepticas No caso de um revestimento retangular o procedimento eacute semelhante

ao descrito anteriormente as chapas em forma de ldquoLrdquo satildeo solidarizados atraveacutes de soldadura

Para encamisamento com seccedilotildees eliacutepticas os espaccedilos vazios satildeo preenchidos com betatildeo em

vez de argamassa porque a quantidade a preencher eacute maior (Aboutaha RS et all 1999)

84

Figura 5-19Reforccedilo com encamisamento metaacutelico eliacuteptico para seccedilotildees retangulares

(Aboutaha RS et all 1999)

No caso das vigas de acordo com (Gomes A Appleton J) quando a ligaccedilatildeo do reforccedilo

eacute efetuado sem buchas metaacutelicas eacute recomendado a utilizaccedilatildeo de chapas com larguras inferiores

a 300mm e espessuras entre 3 e 5mm a espessura da resina deve estar entre 1 a 3mm

Figura 5-20 Dimensotildees recomendadas no reforccedilo agrave flexatildeo de uma viga em betatildeo armado

(Gomes A Appleton J1997)

85 Tiago Pais Boto

Figura 5-21 Dimensotildees recomendadas no reforccedilo ao esforccedilo transverso de uma viga em betatildeo

armado (Gomes A Appleton J)

A execuccedilatildeo de um reforccedilo com colagem de armaduras eacute composta por diversas etapas

sendo que as mais importantes satildeo

Tratamento da superfiacutecie do betatildeo

Nesta fase inicial do processo de reforccedilo eacute essencial garantir uma superfiacutecie limpa e

com rugosidade suficiente mas natildeo exagerada de modo que a espessura da resina se mantenha

entre 1 e 3mm

Tratamento das chapas (Gomes A Appleton J)

As chapas apoacutes o fabrico devem ser decapadas e protegidas com peliculas plaacutesticas para

se garantir a limpeza das mesmas ateacute aacute zona de aplicaccedilatildeo Estas devem ser protegidas com

pintura contra a corrosatildeo e accedilatildeo do fogo

Caracteriacutesticas da resina (Gomes A Appleton J)

A resina deve ser do tipo eacutepoxy com caracteriacutesticas relevantes tais como o moacutedulo de

elasticidade tensatildeo de rotura viscosidade e periacuteodo de aplicaccedilatildeo e endurecimento

5823 Pilares - resistecircncia agrave flexatildeo

Uma das vaacuterias razotildees da inadequada capacidade de resistecircncia agrave flexatildeo pode ter origem

na falta de confinamento do nuacutecleo de betatildeo que posteriormente pode provocar a rotura da

roacutetula plaacutestica vigapilar (ver Figura 5-20) As atuais praacuteticas de dimensionamento de pilares

apresentam um espaccedilamento mais reduzido da armadura de esforccedilo transverso o que aumenta

consideravelmente a resistecircncia agrave compressatildeo no nuacutecleo Quando aparecem fendas na interface

accedilo-betatildeo o encamisamento de accedilo vai proporcionar uma pressatildeo radial atraveacutes do

86

confinamento passivo Para aumentar a capacidade de resistecircncia axial do pilar por vezes

tambeacutem eacute utilizado um anel metaacutelico (hoop reinforcement)

Figura 5-22 Deformaccedilatildeo de pilares devido agrave formaccedilatildeo de roacutetulas plaacutesticas ldquoph-plastic hingesrdquo

(SCRIP academic publisher 2015)

Figura 5-23Esquematizaccedilatildeo de um encamisamento metaacutelico (Chai Y H et al 1991)

87 Tiago Pais Boto

Figura 5-24Seccedilatildeo de betatildeo confinada com anel e encamisamento metaacutelico (Attard M M

Setunge S 1996)

Ignorando a contribuiccedilatildeo do anel metaacutelico a contribuiccedilatildeo do encamisamento metaacutelico

para o aumento da tensatildeo de confinamento eacute dada pela expressatildeo seguinte (Chai Y H et al

1991)

119891119897 =2times119891119910119895times119905119895

(119863119895minus119905119895) (512)

Onde

119891119897 = Tensatildeo maacutexima de confinamento do encamisamento de accedilo

119891119910119895 = Tensatildeo limite de proporcionalidade do accedilo

119905119895 = Espessura do encamisamento

119863119895 = Diacircmetro externo do encamisamento

A resistecircncia agrave compressatildeo do betatildeo confinado pode ser estimada a partir da expressatildeo seguinte

(Chai Y H et al 1991)

119891prime119888119888 = 119891prime119888 times (2254radic1 +794119891prime119897119891prime119888

minus2119891prime119897119891prime119888

minus 1254 [MPa] (513)

Onde

119891prime119888119888 = Resistecircncia agrave compressatildeo do betatildeo confinado

119891prime119888 = Resistecircncia agrave compressatildeo do betatildeo natildeo confinado

119891prime119897 = Tensatildeo maacutexima de confinamento do encamisamento de accedilo

Para os pilares que possuem uma regiatildeo com uma emenda dos varotildees longitudinais na

base do pilar a rotura agrave flexatildeo do pilar ocorre atraveacutes de um mecanismo de deslizamento entre

as armaduras longitudinais e as armaduras de ligaccedilatildeo da base do pilar Verificando-se muitas

vezes este deslizamento antes de se atingir a maacutexima capacidade de resistecircncia agrave flexatildeo da

88

seccedilatildeo Aplicando uma pressatildeo radial com um anel metaacutelico (hoop reinforcement) vai evitar

esse deslizamento A investigaccedilatildeo tem mostrado que um coeficiente de atrito de μ=14 deve ser

garantido na interface da zona prevista de fendilhacatildeo Para garantir este coeficiente de atrito e

evitar que o accedilo do encamisamento entre em cedecircncia a extensatildeo do anel de accedilo (hoop

reinforcement) natildeo deve ultrapassar o valor de 120576119904119895 = 00015 (Daudey X and A Filiatrault

2000)

Entatildeo a espessura necessaacuteria para o encamisamento de accedilo pode ser calculada atraveacutes de

119905119895 =242119860119887times119891119910times119863119895

4times119901times119897119904times(00015119864119904119895) (514)

Onde

119905119895 = Espessura do encamisamento de accedilo

119860119887 = Aacuterea da seccedilatildeo das armaduras longitudinais

119891119910 = Tensatildeo de cedecircncia das armaduras longitudinais

119863119895 = Diacircmetro externo do encamisamento

119901 = Diacircmetro equivalente do betatildeo fissurado em torno da armadura longitudinal

119897119904 = Comprimento de emenda dos varotildees

119864119904119895 = Moacutedulo de elasticidade do accedilo de encamisamento

Resultado de vaacuterios estudos tendem a comprovar que um encamisamento retangular

fornece menos tensatildeo de confinamento na seccedilatildeo de betatildeo comparativamente ao encamisamento

circular ou eliacuteptico Por isso em casos de necessidade de incrementar resistecircncia agrave flexatildeo em

pilares aconselha-se a usar um encamisamento circular ou eliacuteptico Em casos onde o espaccedilo eacute

limitado obrigando a um confinamento retangular verificou-se que a colocaccedilatildeo de duas

ancoragens na parte superior e inferior do pilar iraacute aumentar a resistecircncia agrave flexatildeo do pilar

(Aboutaha RS et all 1999)

5824 Pilares - resistecircncia ao corte

A capacidade de resistecircncia ao corte de um pilar eacute a soma da contribuiccedilatildeo de resistecircncia

de cada um dos elementos constituintes do pilar ou seja

119881119906 = 119881119888 + 119881119904 + 119881119899 (515)

Onde

119881119906 = Resistecircncia do pilar ao esforccedilo transverso

89 Tiago Pais Boto

119881119888 = Resistecircncia do betatildeo ao corte

119881119904 = Resistecircncia das armaduras ao corte

119881119899 = Resistecircncia ao corte da contribuiccedilatildeo das cargas verticais

Para se conseguir melhorar a resistecircncia do pilar ao corte pode-se adicionar a

contribuiccedilatildeo do encamisamento de accedilo para resistir ao corte calculada a partir de

120573 times 119881119904119895 ge 1198810 minus 120573 times (119881119888 + 119881119904 + 119881119899) (516)

Onde

120573 = 07

119881119904119895 = Resistecircncia miacutenima necessaacuteria ao corte do encamisamento de accedilo

1198810 = Forccedila de corte induzida pela capacidade de flexatildeo maacutexima provaacutevel da roacutetula plaacutestica

Para uma estimativa de 119881119904119895 pode ser considerado como uma armadura transversal

continua de seccedilatildeo igual agrave sua espessura e espaccedilamento igual agrave unidade podendo ser calculado

por

119881119904119895 = 119860119904119895 times (119865119910119904119895

2) times

119889119904119895

119878119904119895 (517)

Onde

119881119904119895 = Resistecircncia ao corte do encamisamento de accedilo

119860119904119895 = Aacuterea estimada dos aneacuteis de accedilo

119865119910119904119895 = Tensatildeo de cedecircncia do accedilo de encamisamento (soacute 50 deste calor deve ser

considerado por isso eacute dividido por 2)

119889119904119895 = Espessura da placa de encamisamento metaacutelico

119878119904119895 = Espaccedilamento igual agrave unidade

Para seccedilotildees circulares ou retangulares com necessidade de reforccedilo ao corte o

encamisamento metaacutelico deve ser aplicado em todo o comprimento do pilar conduzindo a bons

resultados Mas devido agrave fraca ligaccedilatildeo na interface betatildeo e encamisamento metaacutelico deve-se

aplicar uma ancoragem com parafusos

5825 Verificaccedilatildeo da seguranccedila de pilares aos estados limites uacuteltimos

O dimensionamento para a verificaccedilatildeo da resistecircncia agrave compressatildeo simples e resistecircncia

agrave flexatildeo de um pilar de betatildeo armado pode ser realizado pelo meacutetodo dos coeficientes globais

e tendo em conta os modelos e pressupostos semelhantes aos efetuados no caacutelculo de seccedilotildees

novas aacute flexatildeo

90

i) Dimensionamento agrave compressatildeo simples

119873119904119889 le 119873119903119889 = 120574119899119877 times (119860119888119894 times 119891119888119889119888119891 + 119860119904

119894 times 119891119904119910119889119894 ) + 120574119899119877 times (119860119888

119903 times 119891119888119889119888119891 + 119860119904119903 times 119891119904119910119889

119903 ) (518)

Onde

119873119904119889 =Esforccedilo axial atuante

119873119903119889 =Esforccedilo axial resistente

120574119899119877 = Coeficiente de monolitismo para a flexatildeo ( 120574119899119877 = 09)

119860119888119894 =Aacuterea do betatildeo existente

119891119888119889119888119891 =Valor de caacutelculo corrigido da resistecircncia aacute compressatildeo do betatildeo

119860119904119894 =Aacuterea da armadura existente

119891119904119910119889119894 =Tensatildeo de cedecircncia de traccedilatildeo da armadura de existente

119860119888119903 =Aacuterea do betatildeo de reforccedilo

119860119904119903=Aacuterea da armadura de reforccedilo

119891119904119910119889119903 = Tensatildeo de cedecircncia de traccedilatildeo da armadura de reforccedilo

ii) Dimensionamento agrave flexatildeo e compressatildeo

Figura 5-25 Modelo de caacutelculo de pilares agrave flexatildeo composta (Gomes A Appleton J)

O esforccedilo axial resistente final e o momento devem ser afetados pelos coeficientes de

monolitismo correspondentes

91 Tiago Pais Boto

119873119877119889119891119894119899119886119897

= 119873119877119889 times 120574119899119877 (519)

119872119877119889119891119894119899119886119897

= 119872119877119889 times 120574119899119877 (520)

Onde

119873119877119889119891119894119899119886119897

=Esforccedilo axial resistente afetado pelo coeficiente de monolitismo

119873119877119889= Esforccedilo axial resistente

120574119899119872119873 = Coeficiente de monolitismo

119872119877119889119891119894119899119886119897

= Momento resistente da seccedilatildeo reforccedilada afetado pelo coeficiente de monolitismo

119872119877119889= Momento resistente da seccedilatildeo reforccedilada

5826 Verificaccedilatildeo da seguranccedila de vigas aacute flexatildeo no estado limite uacuteltimo

O dimensionamento para a verificaccedilatildeo da resistecircncia agrave flexatildeo de uma viga de betatildeo

armado pode ser realizado pelo meacutetodo dos coeficientes globais admitindo que a secccedilatildeo tem

um comportamento monoliacutetico existindo uma aderecircncia perfeita e as secccedilotildees planas mantecircm-

se planas apoacutes a deformaccedilatildeo considerando um coeficiente de monolitismo para a flexatildeo de

120574119899119872 = 10

Deste modo o caacutelculo eacute semelhante ao de uma secccedilatildeo de betatildeo armado considerando-

se duas camadas de armaduras com resistecircncias diferentes exemplificado na figura seguinte

(Gomes A Appleton J)

Figura 5-26 Modelo de caacutelculo agrave flexatildeo de vigas reforccediladas por colagem de chapas metaacutelicas

(Gomes A Appleton J)

i) Caacutelculo do momento resistente

119872119877119863 = 120574119899119877 times (119860119904119890119902 times 119885119890119902 times 119891119904119910119889

119894 ) (521)

119860119904119890119902 = 119860119904

119894 + 119860119904119903 times

119891119904119910119889119903

119891119904119910119889119894 (522)

92

119885119890119902 =119860119904119894times119885119894times119891119904119910119889

119894 +119860119904119903times119885119903times119891119904119910119889

119903

119860119904119894times119891119904119910119889

119894 +119860119904119903times119891119904119910119889

119903 (523)

Admitindo z=09 vem

119872119877119863 = 120574119899119877 times (119860119904

119890119902 times 09 times 119891119904119910119889119894 ) (524)

Com a utilizaccedilatildeo de tabelas de dimensionamento determina-se 119860119904119890119902

e atraveacutes da

expressatildeo seguinte podemos calcular a aacuterea de armadura de reforccedilo (119860119904119903)

119860119904119903 =

119891119904119910119889119894

119891119904119910119889119903 times (119860119904

119890119902 times119889119890119902

119889119903minus 119860119904

119894 times119889119894

119889119903) (525)

Onde

119872119877119863 = Momento resistente

120574119899119877 = Coeficiente de monolitismo para a flexatildeo ( 120574119899119877 = 09 valor sugerido por Eurocoacutedio 8

parte14)

119860119904119890119902

=Aacuterea de armadura equivalente

119885119890119902= Braccedilo equivalente da seccedilatildeo reforccedilada

119891119904119910119889119894 = Tensatildeo de cedecircncia de traccedilatildeo da armadura existente

119860119904119894 = Aacuterea da armadura existente

119860119904119903 = Aacuterea da armadura de reforccedilo

119891119904119910119889119903 =Tensatildeo de cedecircncia de traccedilatildeo da armadura de reforccedilo

119885119894 = Braccedilo da seccedilatildeo de betatildeo relativamente agrave armadura existente

119885119903 = Braccedilo da seccedilatildeo de betatildeo relativamente agrave armadura de reforccedilo

119889119890119902 = Altura uacutetil equivalente da seccedilatildeo reforccedilada

119889119903 = Altura uacutetil da seccedilatildeo reforccedilada relativamente agrave armadura de reforccedilo

119889119894 =Altura uacutetil da seccedilatildeo reforccedilada relativamente agrave armadura existente

ii) Verificaccedilatildeo da seguranccedila da ligaccedilatildeo betatildeo existentebetatildeo novo

Sendo a ligaccedilatildeo accedilobetatildeo de elevada importacircncia neste tipo de teacutecnica apresenta-se na

figura seguinte a configuraccedilatildeo de uma viga simplesmente apoiada admitindo uma distribuiccedilatildeo

plaacutestica uniforme das tensotildees de corte

93 Tiago Pais Boto

Figura 5-27 Distribuiccedilatildeo plaacutestica das tensotildees de aderecircncia (Gomes A Appleton J)

Ligaccedilatildeo sem buchas metaacutelicas

119865119904119889 = 119860119904119903 times 119891119904119910119889

119903 le 120591119904119889 times 119887 times119871119870

2 (526)

Sendo que

120591119904119889 = 119891119888119905119898119894119899

2 119872119875119886 (527)

Ligaccedilatildeo com buchas metaacutelicas

119865119904119889 = 119860119904119903 times 119891119904119910119889

119903 le 119899 times 119865119887 + 120574 times 120591119904119889 times 119887 times119871119870

2 (528)

Onde

119865119904119889 =Forccedila de traccedilatildeo de reforccedilo

119860119904119903 =Aacuterea da armadura de reforccedilo

119891119904119910119889119903 = Tensatildeo de cedecircncia de traccedilatildeo da armadura de reforccedilo

119899 = Nuacutemero de buchas colocadas no comprimento 1198711198702

119865119887 = Forccedila de corte resistente de uma bucha metaacutelica

120574 = Coeficiente de monolitismo para a flexatildeo ( 120574119899119877 = 10)

120591119904119889 = Tensatildeo de aderecircncia resistente accediloresinabetatildeo

119887 =Largura da chapa metaacutelica

94

119871119870 =Comprimento da chapa metaacutelica

5827 Verificaccedilatildeo da seguranccedila de vigas ao esforccedilo transverso no estado limite uacuteltimo

Como jaacute referido anteriormente o dimensionamento ao esforccedilo transverso pode ser feito

atraveacutes da teacutecnica dos coeficientes globais tendo em conta a contribuiccedilatildeo para a resistecircncia dos

novos estribos adicionados sob a forma de chapas

i) Caacutelculo do esforccedilo transverso maacuteximo

119881119904119889 le 119881119877119889119898119886119909 =120572119888119908times119887119894times119885119894times1205921times119891119888119889

119888119900119905120579+119905119886119899120579+

120572119888119908times(119887119894minus119887119903)times119885119894times1205921times119891119888119889

119888119900119905120579+119905119886119899120579 (529)

Onde

119881119904119889 = Valor de caacutelculo do esforccedilo transverso atuante

119881119877119889119898119886119909 = Esforccedilo transverso maacuteximo

120572119888119908 = Fator que tem em conta o estado de tensatildeo na biela comprimida

119887119894 = Largura da seccedilatildeo de betatildeo da viga inicial

119885119894 = = Braccedilo da seccedilatildeo de betatildeo relativamente agrave armadura existente

1205921 = Fator redutor da tensatildeo de compressatildeo do betatildeo fendilhado

119891119888119889 =Valor de caacutelculo da resistecircncia agrave compressatildeo do betatildeo

119887119903 = Largura da seccedilatildeo de betatildeo reforccedilada

120579 = Angulo das bielas do betatildeo

ii) Caacutelculo do esforccedilo transverso resistente de caacutelculo

119881119904119889 le 119881119877119889119904 = 120574119899119877 times (119885119894 times119860119904119908119894

119878times coth 120579 times 119891119904119910119889

119894 ) + 120574119899119877 times (119885119903 times119860119904119908119903

119878times coth 120579 times 119891119904119910119889

119903 ) (530)

Onde

119881119904119889 = Valor de caacutelculo do esforccedilo transverso atuante

119881119877119889119904 = Esforccedilo transverso resistente de caacutelculo

120574119899119877 = Coeficiente de monolitismo para a flexatildeo ( 120574119899119877 = 09)

95 Tiago Pais Boto

119885119894 = Braccedilo de uma seccedilatildeo de betatildeo relativamente agrave armadura existente

119860119904119908119894 =Aacuterea da armadura de esforccedilo transverso inicial por metro

119878 = Espaccedilamento dos varotildees de accedilo

120579 = Angulo das bielas do betatildeo

119891119904119910119889119894 = Tensatildeo de cedecircncia do accedilo da armadura existente

119885119903 =Braccedilo de uma seccedilatildeo de betatildeo relativamente agrave armadura de reforccedilo

119860119904119908119903 = Aacuterea da armadura de esforccedilo transverso adicional por metro

119891119904119910119889119903 =Tensatildeo de cedecircncia do accedilo da armadura de reforccedilo

583 Reforccedilo de seccedilotildees com encamisamento de betatildeo armado

5831 Introduccedilatildeo

Uma das teacutecnicas de reforccedilo estrutural mais comum para melhorar o desempenho de

elementos de betatildeo armado (pilares paredes vigas e noacutes viga-pilar) eacute o encamisamento das

seccedilotildees com betatildeo armado

Figura 5-28 Encamisamento de pilares com betatildeo armado (Santos 2008)

O reforccedilo de um elemento por encamisamento com recurso ao betatildeo armado eacute uma das

teacutecnicas mais adequadas para aumentar a resistecircncia das zonas comprimidas Pode ser aplicado

em vigas para aumentar a resistecircncia agrave flexatildeo eou a resistecircncia ao esforccedilo transverso Jaacute nos

pilares o reforccedilo garante um aumento de resistecircncia agrave flexatildeo e agrave compressatildeo Esta teacutecnica tem

vaacuterias vantagens (Eduardo S Juacutelio 2011) destacando

Simplicidade de execuccedilatildeo natildeo requer matildeo-de-obra especializada apenas conhecimento

de teacutecnicas de execuccedilatildeo como se tratasse de estruturas novas (Eduardo S Juacutelio 2011)

Distribuiccedilatildeo uniforme do incremento de rigidez (Eduardo S Juacutelio 2011)

Aumento de durabilidade do pilar

96

Como principais desvantagens destacam-se

No caso de necessidade de continuaccedilatildeo do reforccedilo do pilar entre pisos subsiste a

necessidade de perfurar a laje para poder dar continuaccedilatildeo agraves armaduras de reforccedilo caso

a laje seja vigada a armadura longitudinal de reforccedilo pode ficar condicionada (Eduardo

S Juacutelio 2011)

Nos casos de necessidade de proteccedilatildeo contra a corrosatildeo ou incecircndio onde o accedilo fica

exposto e quando satildeo usadas resinas de epoacutexido (Eduardo S Juacutelio 2011)

Aumento das necessidades das dimensotildees da seccedilatildeo transversal (Gomes A Appleton

J)

5832 Descriccedilatildeo das teacutecnicas de encamisamento

A execuccedilatildeo de um encamisamento eacute composta por diversas etapas sendo que as mais

importantes satildeo

Escoramento

A execuccedilatildeo do escoramento natildeo serve soacute para evitar danos ou mesmo o colapso mas

tambeacutem para permitir que o reforccedilo seja aplicado com niacuteveis de tensatildeo mais baixos na estrutura

Interface material existentereforccedilo

Eacute essencial preparar a superfiacutecie de ligaccedilatildeo de modo que a ligaccedilatildeo final entre o material

existente e o reforccedilo possa ter um comportamento o mais monoliacutetico possiacutevel

Disposiccedilatildeo de armaduras

Colocaccedilatildeo de armaduras adicionais de reforccedilo se as armaduras existentes apresentarem

uma perda de seccedilatildeo superior a 10 (Gomes A Appleton J) Exemplificam-se nas figuras

seguintes os vaacuterios tipos de disposiccedilatildeo de armaduras para reforccedilo de vigas e pilares

Figura 5-29Disposiccedilatildeo das armaduras mais utilizado no encamisamento de vigas (Gomes

A Appleton J)

97 Tiago Pais Boto

Figura 5-30 Disposiccedilatildeo das armaduras mais utilizado no encamisamento de pilares (Gomes

A Appleton J)

Fase de Betonagem

A betonagem pode ser feita com betatildeo projetado betatildeo normal ou com uma argamassa

especial os quais devem possuir boa trabalhabilidade baixa retraccedilatildeo elevada resistecircncia agrave

compressatildeo e boa aderecircncia (Gomes A Appleton J)

119890119898119894119899=

50119898119898 119861119890119905atilde119900 119901119903119900119895119890119905119886119889119900 75 119886 100119898119898 119861119890119905atilde119900 119899119900119903119898119886119897 11988811990011989111990311988611988911990040 119886 60119898119898 119860119903119892119886119898119886119904119904119886 119890119904119901119890119888119894119886119897

Figura 5-31Espessura a betonar em funccedilatildeo do material e teacutecnica utilizada (Gomes A

Appleton J)

A ligaccedilatildeo pode ser substancialmente melhorada com a pintura de resina epoacutexida com

ldquopot liferdquo elevado (periacuteodo em que a colagem eacute eficaz apoacutes 1 hora)

98

5833 Verificaccedilatildeo da seguranccedila de vigas agrave flexatildeo no estado limite uacuteltimo

O dimensionamento para a verificaccedilatildeo da resistecircncia agrave flexatildeo de uma viga de betatildeo

armado pode ser realizado pelo meacutetodo dos coeficientes globais admitindo que a secccedilatildeo tem

um comportamento monoliacutetico uma aderecircncia perfeita e as secccedilotildees planas mantecircm-se planas

apoacutes a deformaccedilatildeo Considera-se um coeficiente de monolitismo para a flexatildeo de 120574119899119877 = 09

Deste modo o caacutelculo eacute semelhante ao de uma secccedilatildeo de betatildeo armado corrente considerando-

se duas camadas de armaduras com resistecircncias diferentes como se exemplifica na figura

seguinte (Gomes A Appleton J 2008)

Figura 5-32Modelo de caacutelculo agrave flexatildeo de vigas reforccediladas por encamisamento de betatildeo

armado (Gomes A Appleton J)

i) Caacutelculo do momento resistente

119872119877119863 = 120574119899119877 times (119860119904119890119902 times 119885119890119902 times 119891119904119910119889

119894 ) (531)

119860119904119890119902 = 119860119904

119894 + 119860119904119903 times

119891119904119910119889119903

119891119904119910119889119894 (532)

119885119890119902 =119860119904119894times119885119894times119891119904119910119889

119894 +119860119904119903times119885119903times119891119904119910119889

119903

119860119904119894times119891119904119910119889

119894 +119860119904119903times119891119904119910119889

119903 (533)

Admitindo z=09 vem

119872119877119863 = 120574119899119877 times (119860119904

119890119902 times 09 times 119891119904119910119889119894 ) (534)

99 Tiago Pais Boto

Com a utilizaccedilatildeo de tabelas de dimensionamento determina-se 119860119904119890119902

e atraveacutes da

expressatildeo seguinte podemos calcular a aacuterea de armadura de reforccedilo (119860119904119903)

119860119904119903 =

119891119904119910119889119894

119891119904119910119889119903 times (119860119904

119890119902 times119889119890119902

119889119903minus 119860119904

119894 times119889119894

119889119903) (535)

Onde

119872119877119863 = Momento resistente

120574119899119877 = Coeficiente de monolitismo para a flexatildeo ( 120574119899119877 = 09 valor sugerido no Eurocoacutedio 8

parte14)

119860119904119890119902

= Aacuterea de armadura equivalente

119885119890119902 = Braccedilo equivalente da seccedilatildeo reforccedilada

119891119904119910119889119894 = Tensatildeo de cedecircncia de traccedilatildeo da armadura existente

119860119904119894 = Aacuterea da armadura existente

119860119904119903 = Aacuterea da armadura de reforccedilo

119891119904119910119889119903 = Tensatildeo de cedecircncia de traccedilatildeo da armadura de reforccedilo

119885119894 = Braccedilo da seccedilatildeo de betatildeo relativamente agrave armadura existente

119885119903 = Braccedilo da seccedilatildeo de betatildeo relativamente agrave armadura de reforccedilo

119889119890119902 = Altura uacutetil equivalente da seccedilatildeo reforccedilada

119889119903 = Altura uacutetil da seccedilatildeo reforccedilada relativamente agrave armadura de reforccedilo

119889119894 = Altura uacutetil da seccedilatildeo reforccedilada relativamente agrave armadura existente

ii) Verificaccedilatildeo da seguranccedila da ligaccedilatildeo entre o betatildeo existentebetatildeo novo

Figura 5-33 Modelo de caacutelculo para verificaccedilatildeo da ligaccedilatildeo betatildeo existentebetatildeo novo

(Gomes A Appleton J)

100

1205911 =119881119904119889

119887119903times119885119890119902 (536)

1205912 =119881119904119889

119887119903times119885119890119902times

119860119904119903times119891119904119910119889

119903

119860119904119903times119891119904119910119889

119903 +119860119904119894times119891119904119910119889

119894 (537)

Para verificaccedilatildeo da ligaccedilatildeo temos de garantir que

1205912 le 120591119898aacute119909 =1

120574119888times

2

3times 119891119888119905119898 (538)

119891119888119905119898 = 119898119894119899 119891119888119905119898119899119900119907119900

119891119888119905119898119890119909119894119904119905119890119899119905119890

(539)

Onde

1205911 = Tensatildeo tangencial na seccedilatildeo do betatildeo existente

119881119904119889 = Valor de caacutelculo do esforccedilo transverso atuante

119887119903 = Largura da seccedilatildeo de betatildeo reforccedilada

119885119890119902 = Braccedilo equivalente da seccedilatildeo reforccedilada

1205912 = Tensatildeo tangencial na seccedilatildeo do betatildeo novo e o betatildeo existente

119860119904119903 = Aacuterea da armadura de reforccedilo

119891119904119910119889119903 = Tensatildeo de cedecircncia de traccedilatildeo da armadura de reforccedilo

119860119904119894 = Aacuterea da armadura existente

119891119904119910119889119894 = Tensatildeo de cedecircncia de traccedilatildeo da armadura existente

120591119898aacute119909 = Tensatildeo tangencial limite

120574119888 = Coeficiente de minoraccedilatildeo das propriedades resistentes do betatildeo em estruturas novas

119891119888119905119898 = Resistecircncia meacutedia agrave traccedilatildeo do betatildeo

5834 Verificaccedilatildeo da seguranccedila de vigas ao esforccedilo transverso no estado limite uacuteltimo

O dimensionamento para a verificaccedilatildeo da resistecircncia ao esforccedilo transverso de uma viga

de betatildeo armado pode ser realizado pelo meacutetodo dos coeficientes globais Com esta teacutecnica eacute

possiacutevel incrementar a resistecircncia associada agraves tensotildees de compressatildeo nas bielas inclinadas do

modelo de treliccedila aumentando a largura da alma da seccedilatildeo de betatildeo e introduzindo novos

estribos (Gomes A Appleton J 2008)

101 Tiago Pais Boto

i) Caacutelculo do esforccedilo transverso maacuteximo

119881119904119889 le 119881119877119889119898119886119909 =120572119888119908times119887119894times119885119894times1205921times119891119888119889

119888119900119905120579+119905119886119899120579+

120572119888119908times(119887119894minus119887119903)times119885119894times1205921times119891119888119889

119888119900119905120579+119905119886119899120579 (540)

Onde

119881119904119889 = Valor de caacutelculo do esforccedilo transverso atuante

119881119877119889119898119886119909 = Esforccedilo transverso maacuteximo

120572119888119908 = Fator que tem em conta o estado de tensatildeo na biela comprimida

119887119894 = Largura da seccedilatildeo de betatildeo da viga inicial

119885119894 = Braccedilo da seccedilatildeo de betatildeo relativamente agrave armadura existente

1205921 = Fator redutor da tensatildeo de compressatildeo do betatildeo fendilhado

119891119888119889 =Valor de caacutelculo da resistecircncia agrave compressatildeo do betatildeo

119887119903 = Largura da seccedilatildeo de betatildeo reforccedilada

120579 = Angulo das bielas do betatildeo

ii) Caacutelculo do esforccedilo transverso resistente de caacutelculo

119881119904119889 le 119881119877119889119904 = 120574119899119881 times (119885119894 times119860119904119908119894

119878times coth 120579 times 119891119910119889

119894 ) + 120574119899119881 times (119885119903 times119860119904119908119903

119878times coth 120579 times 119891119910119889

119903 ) (541)

Onde

119881119904119889 = Valor de caacutelculo do esforccedilo transverso atuante

119881119877119889119904 = Esforccedilo transverso resistente de caacutelculo

120574119899119881 = Coeficiente de monolitismo para a esforccedilo transverso ( 120574119899119881 = 08 valor sugerido por

Eurocoacutedio 8 parte14)

119885119894 = Braccedilo de uma seccedilatildeo de betatildeo relativamente agrave armadura existente

119860119904119908119894 =Aacuterea da armadura de esforccedilo transverso inicial por metro

119878 = Espaccedilamento dos varotildees de accedilo

120579 = Angulo das bielas do betatildeo

119891119910119889119894 = Tensatildeo de cedecircncia do accedilo da armadura existente

119885119903 = Braccedilo de uma seccedilatildeo de betatildeo relativamente agrave armadura de reforccedilo

119860119904119908119903 = Aacuterea da armadura de esforccedilo transverso adicional por metro

119891119910119889119903 =Tensatildeo de cedecircncia do accedilo da armadura de reforccedilo

102

De acordo com o Eurocoacutedigo 8 parte 14 o reforccedilo ao esforccedilo transverso natildeo conveacutem que seja

muito elevado seguindo a recomendaccedilatildeo de

119881119877119889119903 lt 2119881119877119889

119894 (542)

5835 Verificaccedilatildeo da seguranccedila de pilares aos estados limites uacuteltimos

O dimensionamento para a verificaccedilatildeo da resistecircncia agrave compressatildeo simples e resistecircncia

agrave flexatildeo de um pilar de betatildeo armado pode ser realizado pelo meacutetodo dos coeficientes globais

tendo em conta os modelos e os pressupostos satildeo semelhantes aos efetuados no caacutelculo de

seccedilotildees novas agrave flexatildeo

De acordo com (CEB- Bulletin drsquoinformation nordm 162 ) a contribuiccedilatildeo inicial de betatildeo

para a resistecircncia da peccedila pode ser desprezada se

119860119888119891119894119899119886119897

= 119860119888119903 + 119860119888

119894 ge 2119860119888119894 (543)

Figura 5-34Pilar com encamisamento de betatildeo armado total (Aacutelvaro Sousa 2008)

i) Correccedilatildeo da resistecircncia agrave compressatildeo do betatildeo

De acordo com o CEB Bulletin drsquoinformation nordm 213214 o valor corrigido da

resistecircncia agrave compressatildeo do betatildeo 119891119888119870119888119891 pode ser calculado a partir das seguintes expressotildees

119891119888119870119888119891 = 119891119888119896 times (1000 + 50 times1205902

119891119888119896) 119902119906119886119899119889119900 1205902 lt 005 times 119891119888119896 (544)

103 Tiago Pais Boto

119891119888119870119888119891 = 119891119888119896 times (1125 + 25 times1205902

119891119888119896) 119902119906119886119899119889119900 1205902 gt 005 times 119891119888119896 (545)

1205902 =1

2times 120572119899 times 120572119904 times 120596119899 (546)

120596119899 =119881119900119897119906119898119890 119889119886 119886119903119898119886119889119906119903119886 119905119903119886119899119904119907119890119903119904119886119897

119881119900119897119906119898119890 119889119900 119887119890119905atilde119900=

2(1198870+ℎ0)timesempty1198901199041199051199031198941198871199061199042

4times1

119904

1198870timesℎ0 (547)

Onde

119891119888119870119888119891 = Valor caracteriacutestico corrigido da resistecircncia agrave compressatildeo do betatildeo

119891119888119896 = Valor caracteriacutestico da tensatildeo de rotura agrave compressatildeo do betatildeo

1205902 = Tensatildeo de confinamento

120596119899 = Percentagem volumeacutetrica da armadura transversal

120572119899 = Coeficiente redutor que tem em conta a aacuterea de betatildeo em planta efetivamente

confinada

120572119904 = Coeficiente redutor que tem em conta a aacuterea de betatildeo em altura efetivamente

confinada

1198870 119890 ℎ0 = Dimensatildeo do nuacutecleo cintado de betatildeo medidas em relaccedilatildeo agrave face interior do

betatildeo

119904 = Espaccedilamento dos varotildees da armadura transversal (espaccedilamento dos estribos)

ii) Dimensionamento agrave compressatildeo simples

119873119904119889 le 119873119903119889 = 120574119899119877 times (119860119888119894 times 119891119888119889119888119891 + 119860119904

119894 times 119891119904119910119889119894 ) + 120574119899119877 times ((119860119888

119903 minus 119860119888119888119903) times 119891119888119889119888119891 + 119860119904

119903 times 119891119904119910119889119903 )

(548)

Onde

119873119904119889 = Esforccedilo axial atuante

119873119903119889 = Esforccedilo axial resistente

120574119899119881 = Coeficiente de monolitismo para a esforccedilo transverso ( 120574119899119881 = 08 valor

sugerido no Eurocoacutedio 8 parte14)

119860119888119894 = Aacuterea do betatildeo existente

119891119888119889119888119891 = Valor de caacutelculo corrigido da resistecircncia aacute compressatildeo do betatildeo

104

119860119904119894 = Aacuterea da armadura existente

119891119904119910119889119894 = Tensatildeo de cedecircncia de traccedilatildeo da armadura de existente

119860119888119903 = Aacuterea do betatildeo de reforccedilo

119860119888119888119903 = Aacuterea do betatildeo de recobrimento que natildeo se considera confinado

119860119904119903 = Aacuterea da armadura de reforccedilo

119891119904119910119889119903 = Tensatildeo de cedecircncia de traccedilatildeo da armadura de reforccedilo

iii) Dimensionamento agrave flexatildeo composta

O modelo de caacutelculo semelhante aos efetuados no caacutelculo de secccedilotildees novas agrave flexatildeo composta

Figura 5-35Modelo de caacutelculo dos esforccedilos resistentes agrave flexatildeo composta (Aacutelvaro Sousa

2008)

O esforccedilo axial e o momento resistente final devem ser afetados pelos coeficientes de

monolitismo correspondentes

119873119877119889119891119894119899119886119897

= 119873119877119889 times 120574119899119877 (549)

119872119877119889119891119894119899119886119897

= 119872119877119889 times 120574119899119877 (550)

Onde

119873119877119889119891119894119899119886119897

=Esforccedilo axial resistente afetado pelo coeficiente de monolitismo

119873119877119889 = Esforccedilo axial resistente

120574119899119881 = Coeficiente de monolitismo para a esforccedilo transverso ( 120574119899119881 = 08 valor

sugerido por Eurocoacutedio 8 parte14)

119872119877119889119891119894119899119886119897

= Momento resistente da seccedilatildeo reforccedilada afetado pelo coeficiente de

monolitismo

119872119877119889 = Momento resistente da seccedilatildeo reforccedilada

105 Tiago Pais Boto

584 Reforccedilo de estruturas em betatildeo com colagem de compoacutesitos FRP (Poliacutemeros reforccedilados

com fibras)

5841 Introduccedilatildeo

O reforccedilo de estruturas com FRP aparece devido agrave necessidade de reforccedilar com

materiais mais leves facilitar a execuccedilatildeo e por atualmente haver uma reduccedilatildeo dos custos de

fabrico das fibras Pode-se dizer que eacute uma evoluccedilatildeo da teacutecnica por colagem de chapas ou placas

de accedilo

Este compoacutesito de FRP eacute constituiacutedo pela conjugaccedilatildeo de fibras orgacircnicas ou inorgacircnicas

agrupadas atraveacutes de uma resina (polieacutesteres vinil ou epoacutexi) termoendureciacutevel ou

termoplaacutestica formando assim a matriz polimeacuterica O compoacutesito de FRP tem ainda cargas de

enchimento designadas por ldquofillersrdquo podendo tambeacutem conter aditivos tais como agentes

catalisadores ou aceleradores De acordo com Juvandes (1999) os FRPrsquos satildeo distinguidos em

dois grupos os sistemas preacute-fabricados conhecidos por ldquoPrefabricated Elementsrdquo (constituiacutedos

pelo laminado de FRP e pelo adesivo) e os sistemas curados ldquoin siturdquo conhecidos por ldquoWet Lay-

up Systemsrdquo (constituiacutedos pela telas de fibras e pela resina de impregnaccedilatildeo) Ainda de acordo

com a disposiccedilatildeo das fibras e da sua geometria podem ser classificados de unidirecionais

bidirecionais e multidirecionais As fibras mais utilizadas satildeo o vidro o carbono e a poliamide

aromaacutetica (aramida ou kevlarreg) sendo os respetivos compoacutesitos reforccedilados assinalados

internacionalmente por GFRP (Glass Fiber Reinforced Polymer) CFRP (Carbon Fiber

Reinforced Polymer) e AFRP (Aramid Fiber Reinforced Polymer)

5842 Sistemas Preacute-Fabricados

O grupo dos Sistemas Preacute-Fabricados adveacutem de um conjunto de fibras com orientaccedilatildeo

unidirecional unificadas atraveacutes de uma resina termoendureciacutevel resultante de um processo

designado por pultrusatildeo este consiste em saturar as fibras continuas com espessuras e larguras

controladas com resina puxadas atraveacutes de um molde aquecido resultando num produto final

com a forma transversal desejada dispensando qualquer polimerizaccedilatildeo do produto em obra

De acordo com (Juvandes1999) o laminado mais utilizado (ldquoLaminaterdquo ldquoStripsrdquo)

apresenta-se com a espessura tiacutepica de 12 a 14mm e com largura variaacutevel As caracteriacutesticas

mecacircnicas e fiacutesicas destes devem ser garantidas pelo fabricante com base em ensaios em

planos de controlo de qualidade Para a colagem dos laminados agrave superfiacutecie do betatildeo eacute utilizado

um compoacutesito que pode ser do tipo epoacutexido de vinil ou polieacutester designado por adesivo

5843 Sistemas ldquoin siturdquo

Ao contraacuterio dos sistemas Preacute-fabricados os sistemas ldquoin siturdquo natildeo apresentam um

produto final consolidado com resina mas sim fibras em forma de fios designados por Tecidos

(ldquoFabricsrdquo) ou Mantas (ldquoSheetsrdquo) em estado seco ou com teores de impregnaccedilatildeo reduzidos

106

De acordo com Juvandes (1999) as Mantas satildeo compostas por fibras unidirecionais

(orientaccedilatildeo 0ordm) e com espessuras de 01 a 02mm (110 dos laminados) e larguras entre 25 e

30cm Os Tecidos tecircm fibras entrelaccediladas (orientaccedilotildees 0ordm90ordm) ou multi direccionalmente com

a largura de cerca de 60cm A percentagem das fibras das Mantas e dos tecidos satildeo indicadas

pelo peso do produto por msup2 (gmsup2) sendo que os valores correntes encontram-se na ordem dos

200 a 400 gmsup2

O produto final conteacutem resina para impregnar as fibras sendo necessaacuterio em obra uma

polimerizaccedilatildeo com resina para criar o FRP Esta polimerizaccedilatildeo funciona tambeacutem como adesivo

agrave superfiacutecie da estrutura de betatildeo

Figura 5-36 Compoacutesito de FRP (Formas Preacute-Fabricada e Curada ldquoin siturdquo) (LJuvandes et all

2007)

5844 Componentes da aplicaccedilatildeo do sistema FRP

Fibras

107 Tiago Pais Boto

As fibras sendo o componente principal nos sistemas FRP tecircm que ser escolhidas

essencialmente em funccedilatildeo da classe de exposiccedilatildeo ambiental do moacutedulo de elasticidade

resistecircncia agrave traccedilatildeo e fadiga durabilidade e custo econoacutemico

As fibras em filamento de configuraccedilatildeo contiacutenua designadas ldquoContinuous Fibersrdquo (ACI

440R-96 1996 JCI TC952 1998) satildeo as mais adequadas para intervenccedilotildees de reforccedilo em

estruturas de betatildeo devido agrave possibilidade de orientaccedilatildeo numa direccedilatildeo especiacutefica otimizando

o desempenho estrutural (Juvandes 1999) As fibras continuas mais usadas no reforccedilo com

recurso a sistemas de FRP satildeo de vidro (G) de carbono (C) e a poliamida aromaacutetica (aramida

(A) ou Kevlarreg (K))

As fibras de carbono (C) destingem-se das outras natildeo soacute pelo elevado preccedilo mas

tambeacutem por apresentarem elevados moacutedulos de elasticidade elevada resistecircncia agrave traccedilatildeo e

fadiga relaccedilatildeo resistecircnciapeso extremamente altos As fibras de Aramida (A) satildeo as que tecircm

a maior relaccedilatildeo resistecircncia de traccedilatildeo peso assim como o mais baixo peso especiacutefico de entre

as trecircs boa resistecircncia agrave abrasatildeo impacto e resistecircncia teacutermica Em relaccedilatildeo agraves fibras de vidro

(G) aleacutem dos baixos moacutedulos de elasticidade e baixa resistecircncia agrave fadiga distinguem-se pelo

baixo custo econoacutemico elevada resistecircncia teacutermica e resistecircncia agrave traccedilatildeo

Figura 5-37 Comportamento agrave traccedilatildeo de fibras e metais (ACI 440R-96 1996)

Legenda

C-HM = Fibras de Carbono de elevado moacutedulo de elasticidade

C-HS = Fibras de Carbono de elevada resistecircncia

A-HM = Fibras de Aramida de elevado moacutedulo de elasticidade

A-IM = Fibras de Aramida de moacutedulo de elasticidade intermeacutedio

G-S = Fibras de Vidro de elevada resistecircncia

108

G-AR = Fibras de Vidro de resistecircncia meacutedia

G-E = Fibras de Vidro com propriedades similares a G-AR mas de densidade

inferior

Tabela 5-12Propriedades das Principais Fibras (Manoochehr Zoghi 2014)

Adesivos

Os adesivos satildeo utilizados em sistemas ldquoPreacute-Fabricadosrdquo jaacute referido anteriormente e

satildeo constituiacutedos por uma resina e por vezes com a adiccedilatildeo de um endurecedor garantindo assim

a funccedilatildeo de ligaccedilatildeo e transferecircncia de tensotildees entre o sistema FRP e o betatildeo

Primaacuterio (Primers)

O Primaacuterio tambeacutem conhecido por (ldquoPrimersrdquo) eacute um fluido de viscosidade reduzida

geralmente cerca de 10 de soluccedilatildeo do adesivo em solvente orgacircnico que se coloca na

superfiacutecie do betatildeo para melhorar o desempenho da ligaccedilatildeo e criar um revestimento sobre o

qual o adesivo possa fluir mais facilmente (FIB bulletin14 2001)

Massa de enchimento (Puttie filler)

A massa de enchimento designada por (ldquoPuttie fillerrdquo) segundo a norma ACI 4402R-

08 2008 eacute um material relativamente inerte constituiacutedo por calcaacuterio pulverizado siacutelica ou

substancias coloidais adicionado com cimento Portland tinta resina ou outros materiais

podendo reduzir a retraccedilatildeo a densidade os custos e aumentar a trabalhabilidade

109 Tiago Pais Boto

Este material eacute usado para preencher vazios quando a superfiacutecie de betatildeo apresenta

irregularidades significativas das quais o primaacuterio natildeo eacute suficiente para suprimir pequenas

fendas ou orifiacutecios tornando assim a superfiacutecie de betatildeo mais lisa e regular

Resinas de saturaccedilatildeo

As resinas de saturaccedilatildeo ou matriz polimeacuterica (resina termoendureciacutevel) como o nome

indica servem para impregnar as fibras de reforccedilo e moldar a superfiacutecie de betatildeo Tecircm ainda

como funccedilatildeo fornecer um caminho de transferecircncia de tensotildees proteger as fibras de eventuais

choques mecacircnicos essencialmente esforccedilos de compressatildeo accedilotildees teacutermicas e exposiccedilatildeo agrave

agressividade ambiental Por estas razotildees a seleccedilatildeo da matriz polimeacuterica deve ser cuidada

justificando geralmente a escolha por resinas termoendureciacuteveis do tipo epoacutexido (ACI 440R-

96 1996)

Um estudo conduzido por (Juvandes et all 2006) com o tema A temperatura e a teacutecnica

de reforccedilo por colagem de sistemas de FRP com recurso a ensaios DSC e DMTArdquo Permitiu

concluir que a variaccedilatildeo de temperatura critica (Tc) em resinas comerciais correntes se encontra

muito proacuteximo e por vezes abaixo do valor das temperaturas caracteriacutesticas (T95) das obras em

Portugal Esta aproximaccedilatildeo pode conduzir ao amolecimento dos adesivos em determinado

periacuteodo de funcionamento da estrutura pondo em causa as propriedades e todo o sistema de

reforccedilo FRP

Desta forma os autores recomendam a implementaccedilatildeo trecircs criteacuterios [i] ‒ avaliar o

gradiente higroteacutermico esperado para a envolvente da obra no periacuteodo de vida uacutetil [ii] ‒

selecionar ou desenvolver novos adesivosresinas cujo valor da temperatura de transiccedilatildeo viacutetrea

(Tg) seja superior agraves condicionantes ambientais esperadas para a estrutura [iii] ‒ implementar

accedilotildees preventivas na zona reforccedilada de modo a evitar a exposiccedilatildeo direta dos reforccedilos ao

ambiente recorrendo a medidas de proteccedilatildeo

Revestimento protetor

A camada exterior do sistema FRP eacute designada por revestimento protetor Para o

sistema ter um comportamento adequado a longo prazo recomenda-se a execuccedilatildeo de uma

proteccedilatildeo a curto prazo (Proteccedilatildeo Temporaacuteria) incluindo medidas de proteccedilatildeo essencialmente

ambientais na fase em que a resina de saturaccedilatildeo se encontra em processo de cura Apoacutes a

conclusatildeo deste processo eacute entatildeo aplicada a proteccedilatildeo de caraacuteter definitivo (Proteccedilatildeo

Permanente) concebida para proteger contra impactos fogo exposiccedilatildeo a quiacutemicos raios

ultravioleta humidade temperaturas excessivas e vandalismo Poderaacute ainda haver um

acabamento esteacutetico (Mirmiran e Shahawy 2008)

110

Figura 5-38 Aplicaccedilatildeo do sistema FRP (adaptado de BASF 2007)

5845 Apreciaccedilotildees sobre Durabilidade dos FRPrsquos

Figura 5-39Fatores condicionantes para a durabilidade dos FRPrsquos

Humidade

A humidade eacute a principal causa da diminuiccedilatildeo da resistecircncia da matriz devido agraves

ligaccedilotildees moleculares moles Uma escolha apropriada da resina por exemplo a matriz de

vinylester pode diminuir o efeito da humidade Jaacute as resinas de polieacutester natildeo satildeo aconselhadas

em ambientes onde a humidade eacute importante Para sistemas de reforccedilo com CFRP vaacuterios

estudos mostram que em ambientes que envolvem ciclos de molhagem o desempenho do FRP

diminui entre 20 a 30 valores resultantes da descolagem da placa FRP agrave interface do betatildeo

(Aacutelvaro Sousa 2008)

Alcalinidade

DURABILIDADE

TEMPERATURAEXPOSICcedilAtildeO

ULTRA-VIOLETA

HUMIDADE ALCALINIDADE

111 Tiago Pais Boto

A diminuiccedilatildeo da capacidade resistente dos sistemas FRP devido agrave alcalinidade provem

obviamente da exposiccedilatildeo a que o sistema estaacute sujeito mas tambeacutem devido alcalinidade e

porosidade do betatildeo onde usualmente se encontram valores de pH acima de 11 Esta

sensibilidade eacute substancialmente notoacuteria em sistemas GFRP onde a deterioraccedilatildeo da matriz e das

fibras conduzem a perdas de capacidade resistente na ordem dos 20 Para combater estas

vulneraacuteveis situaccedilotildees aconselha-se a usar resinas da matriz do tipo vinylester e uma pintura de

proteccedilatildeo designada por AR-Glass (Alkalin Resistant fibers) Apesar de ser cerca de 10 vezes

monetariamente mais caro comparativamente ao sistema convencional GFRP (E-GLASS)

(Aacutelvaro Sousa 2008)

Temperatura

Os sistemas FRP perdem as suas propriedades mecacircnicas quando expostos a altas

temperaturas A temperatura tiacutepica desta deterioraccedilatildeo eacute a temperatura de transiccedilatildeo viacutetrea que

se situa entre os 60ordm e 120ordm Celsius em sistemas GFRP e AFRP Esta eacute uma das razotildees para os

FRPacutes natildeo serem tatildeo amplamente utilizados em edifiacutecios onde em comparaccedilatildeo com as pontes

a seguranccedila eacute mais exigente Uma das principais preocupaccedilotildees em caso de incecircndio usando

FRP eacute a libertaccedilatildeo de gases extremamente toacutexicos e perigosos para os seres humanos aleacutem da

perda de cerca de 80 da resistecircncia agrave traccedilatildeo para temperaturas acima de 500ordm Celsius

Uma soluccedilatildeo para contornar o problema eacute o uso de sistemas CFRP na verdade satildeo quase

insensiacuteveis a altas temperaturas capazes de suportar temperaturas superiores a 1000ordm Celsius

que eacute entre outras a razatildeo pela qual se utilizam fibras na induacutestria de aviaccedilatildeo

A American Concrete Institute (ACI) publicou um artigo interessante em 2006 que natildeo

recomenda o uso de FRP em edifiacutecios onde a integridade estrutural tem que ser mantida no caso

de um incecircndio

Exposiccedilatildeo ultravioleta

Compreende-se bem que os raios ultra violetas causam danos nas ligaccedilotildees quiacutemicas (foto

degradaccedilatildeo) fenoacutemeno que se verifica para determinados comprimentos de onda Poreacutem este

fenoacutemeno aparece apenas na camada superficial do poliacutemero AFRP onde um revestimento

adequado pode resolver o problema Os sistemas CFRP e GFRP natildeo estatildeo sujeitos a este tipo

de agressatildeo

5846 Consideraccedilotildees Finais vantagens e desvantagens

A teacutecnica de reforccedilo por colagem exterior de Sistemas Compoacutesitos de FRP surge como

uma alternativa aos sistemas de reforccedilo por colagem de chapas ou perfis metaacutelicos

As caracteriacutesticas mecacircnicas notaacuteveis de poliacutemeros reforccedilados com fibras foram

descritas ao longo deste capiacutetulo Apesar do custo econoacutemico mais elevado em comparaccedilatildeo

com os materiais tiacutepicos de engenharia civil tais como betatildeo ou accedilo a relaccedilatildeo pesoresistecircncia

112

capacidade contra ambientes agressivos facilidade e simplicidade de manuseamento em obra

daacute a este material um grande potencial para ser usado em melhorias estruturais apresentando

oacutetimos resultados de resistecircncia durabilidade facilidade e simplicidade de execuccedilatildeo em obra

Natildeo diferindo das restantes teacutecnicas de reforccedilo o seu ecircxito depende em larga escala da sua

correta conceccedilatildeo em projeto e da boa execuccedilatildeo em obra

Tabela 5-13 Principais vantagens e desvantagens das fibras FRP (Aacutelvaro Sousa 2008)

Tipo de Fibra Vantagens Desvantagens

Carbono (CFRP)

Grande resistecircncia agrave traccedilatildeo

compressatildeo e fadiga

Sensibilidade ao choque e

abrasatildeo

Grande resistecircncia a temperaturas

elevadas e agrave accedilatildeo de agentes quiacutemicos Corrosatildeo do tipo galvacircnico

Boa condutividade teacutermica e eleacutetrica Cerca de dez vezes mais cara do

que as fibras de vidro (GFRP)

Imune agrave corrosatildeo

Vidro (GFRP)

Grande resistecircncia agrave temperatura Muito suscetiacutevel a choques e

danos

Boa aderecircncia agrave matriz polimeacuterica Caracteriacutesticas mecacircnicas

inferiores a CFRP e AFRP

Transparente Maior peso especiacutefico

Boa relaccedilatildeo qualidadepreccedilo

Aramida (AFRP)

Baixa densidade Baixa resistecircncia agrave compressatildeo

Elevada resistecircncia agrave traccedilatildeo Sensibilidade agrave fluecircncia e accedilatildeo

dos raios ultra violetas

Boa resistecircncia ao choque desgaste e

vibraccedilotildees Dificuldade de moldagem

Boa resistecircncia a altas temperaturas e a

quiacutemicos Absorccedilatildeo de humidade

113 Tiago Pais Boto

6 Exemplos de casos praacuteticos de reparaccedilatildeo e reforccedilo

61 Cais de carga geral do porto de Aveiro

Figura 6-1 Vista do Cais de Carga do porto de Aveiro (LOURENCcedilO Z 2007)

Descriccedilatildeo da obra

O cais do Porto de Aveiro situa-se na faixa da costa dentro do limite da largura maacutexima legal

do domiacutenio puacuteblico mariacutetimo Este contem cinco zonas portuaacuterias designadas por Terminal

Norte Terminal Sul Terminal de Graneis Liacutequidos Porto de Pesca Costeira e Porto de Pesca

do Largo A intervenccedilatildeo eacute direcionada para as zonas de mareacute e de salpicos da viga frontal do

Cais de Carga Geral este tem um comprimento de 250 metros e a aacuterea total de betatildeo armado

a ser protegida foi de 1046 m2

Inspeccedilotildees Ensaios Anomalias patologias

O ensaio submetido ao cais de carga geral foi a mediccedilatildeo nos pontos de monitorizaccedilatildeo (zona 1

zona 2 e zona 3) do potencial natural

Como esperado os valores mais negativos foram verificados na zona 3 onde a concentraccedilatildeo de

humidade no betatildeo era superior Jaacute os valores menos negativos foram registados na zona 1

zona de salpicos onde a concentraccedilatildeo de humidade eacute inferior e com maior concentraccedilatildeo de

oxigeacutenio

Jaacute no decorrer da obra foram efetuados os seguintes testes antes da betonagem

- Verificaccedilatildeo da continuidade eleacutetrica das armaduras em cada secccedilatildeo

- Continuidade eleacutetrica das ligaccedilotildees catoacutedicas

- Continuidade eleacutetrica entre as ligaccedilotildees anoacutedicas na mesma zona

114

Antes durante e depois da betonagem foram realizados testes para verificaccedilatildeo da ausecircncia de

curto-circuito entre fitas de acircnodo e a armadura Estes testes foram realizados atraveacutes da

mediccedilatildeo da resistecircncia e do potencial entre as ligaccedilotildees anoacutedicas e catoacutedicas em cada

zonasecccedilatildeo

Figura 6-2 Corte da viga frontal com a ilustraccedilatildeo das diferentes zonas anoacutedicas do sistema de

proteccedilatildeo catoacutedica (LOURENCcedilO Z 2007)

Intervenccedilatildeo realizada

Um sistema de proteccedilatildeo catoacutedica foi utilizado nesta intervenccedilatildeo constituiacutedo por fitas de malha

de Titacircnio ativado revestida com oacutexidos de metais nobre (TiMMO) com 20 mm de largura e

05 mm de espessura As fitas foram instaladas com espaccedilamento de 250 mm garantido atraveacutes

de espaccediladores apropriados de modo a evitar curto-circuitos e ligadas atraveacutes de soldadura por

pontos a uma outra fita de Titacircnio distribuidor da corrente Os eleacutetrodos de referecircncia

utilizados foram de MnMnO2 sendo fixos nas armaduras com a ajuda de braccediladeiras de

plaacutestico

Para um melhor controlo da informaccedilatildeo gerada e controlo da corrente as trecircs zonas iniciais de

monitorizaccedilatildeo foram subdivididas em subzonas

De modo a que a intensidade de corrente de cada zona se mantivesse constante o sistema foi

carregado em modo de corrente constante permitindo tambeacutem assim que a tensatildeo de saiacuteda de

cada fonte de alimentaccedilatildeo varie automaticamente em funccedilatildeo da resistividade do betatildeo

A monitorizaccedilatildeo e controlo do sistema eacute feito atraveacutes de uma unidade central constituiacuteda

essencialmente por trecircs fontes de alimentaccedilatildeo (uma por zona) voltiacutemetros e amperiacutemetros para

mediccedilatildeo da intensidade da corrente e da voltagem fornecida e voltiacutemetro de alta impedacircncia

para mediccedilatildeo dos potenciais de eleacutetrodo (LOURENCcedilO Z 2007)

115 Tiago Pais Boto

Figura 6-3 Instalaccedilatildeo das fitas de malha de TiMMO (LOURENCcedilO Z 2007)

Figura 6-4 Unidade Central de controlo e monitorizaccedilatildeo (LOURENCcedilO Z 2007)

Ficha teacutecnica e estado atual da obra (conclusotildees)

Decidiu-se efetuar dois ciclos de polarizaccedilatildeodespolarizaccedilatildeo com duraccedilatildeo de dois meses cada

ciclo de polarizaccedilatildeo e 72 horas cada ciclo de despolarizaccedilatildeo Verificou-se que os valores do

decrescimento de potencial ao fim do primeiro ciclo foram inferiores a 100mV portanto

116

decidiu-se aumentar a corrente fornecida a cada sub zona no segundo ciclo de despolarizaccedilatildeo

A tabela 61 apresenta os valores de potencial polarizado (instante OFF) e do decrescimento do

potencial obtidos em cada sub zona

Tabela 6-1 Resultados obtidos durante dois ciclos de polarizaccedilatildeo despolarizaccedilatildeo

(LOURENCcedilO Z 2007)

Tabela 6-2 Meacutedia dos valores de decrescimento de potencial obtido em cada zona e em cada

ciclo de polarizaccedilatildeo (LOURENCcedilO Z 2007)

Em comparaccedilatildeo com o maacuteximo de 2 mAm2 recomendado na Norma Europeia estes resultados

mostram que a densidade de corrente necessaacuteria nesta estrutura para a obtenccedilatildeo de 100 mV de

decrescimento de potencial ao fim de 72 h de despolarizaccedilatildeo eacute da ordem de 35 mA m2 Mas

sendo que o sistema foi dimensionado para receber densidades de corrente muito superiores aos

valores recomendados pela Norma Europeia natildeo existiu qualquer problema de durabilidade

117 Tiago Pais Boto

dos acircnodos e dos restantes componentes do sistema (LOURENCcedilO Z 2007)

Figura 6-5 Meacutedia dos valores do decrescimento do potencial (72 h) em funccedilatildeo da densidade de

corrente (LOURENCcedilO Z 2007)

62 Viaduto Duarte Pacheco

Figura 6-6 Vista geral viaduto Duarte Pacheco (httpwwwpanoramiocom 2014)

118

Descriccedilatildeo da obra

O Viaduto Duarte Pacheco eacute um viaduto de acesso a Lisboa vindo da autoestrada A5 Tem um

tabuleiro com 355m de desenvolvimento e 24 metros de largura Foi projetado em 1937 pelo

Engenheiro Joatildeo Alberto Barbosa Carmona e a obra teve iniacutecio em Abril de 1939 e concluiacuteda

em Dezembro de 1944 (APPLETON J et al 2004)

A estrutura realizada na sua maioria em betatildeo armado eacute composta em 5 partes

Duas passagens superiores em arco uma sobre a linha de caminho-de-ferro e outra sobre

a Avenida do Parque Florestal de Monsanto

Um arco central sobre a Avenida de Ceuta

Dois viadutos com uma extensatildeo de 8580 m entre eixos de vigas contiacutenuas de 5 tramos

com 1635 m de vatildeo apoiadas em pilares articulados longitudinalmente

Figura 6-7 Alccedilado do Viaduto Duarte Pacheco (APPLETON J et al 2004)

Inspeccedilotildees Ensaios Anomalias

Em 1993 e 1994 o LNEC realizou uma inspeccedilatildeo visual onde se detetou fendilhaccedilatildeo de

geometria irregular e fendilhaccedilatildeo orientada com as armaduras longitudinais o que originou a

despassivaccedilatildeo das armaduras e alguma corrosatildeo nas mesmas Da anaacutelise efetuada em amostras

de betatildeo com recurso a raio X foram detetadas reaccedilotildees expansivas no betatildeo nomeadamente

reaccedilotildees aacutelcalis-siacutelica e etringite Em algumas zonas a carbonataccedilatildeo jaacute era significativa

aproximando-se da profundidade das armaduras

Os ensaios de composiccedilatildeo do betatildeo confirmaram a presenccedila de inertes reativos em toda a obra

Os ensaios de humidade indicam que a humidade relativa no interior dos elementos estruturais

eacute superior a 85 Os ensaios de reatividade potencial dos aacutelcalis concluiacuteram que estas reaccedilotildees

estatildeo praticamente terminadas (APPLETON J et al 2004)

119 Tiago Pais Boto

Figura 6-8 Fendilhaccedilatildeo das reaccedilotildees alcali-siacutelica no betatildeo nas vigas do tabuleiro

(APPLETON J et al 2004)

Intervenccedilatildeo realizada

A reabilitaccedilatildeo orientada para suprimir as patologias detetadas foi dividida em 8 fases de

trabalho (APPLETON J et al 2004)

1ordf Reparaccedilatildeo local das zonas com indiacutecios de corrosatildeo de armaduras reconstruindo o

betatildeo da camada superficial com microbetatildeo ou argamassas preacute-doseadas Em zonas

com extensatildeo significativa foi previsto o reforccedilo com malha de accedilo galvanizado que tem

o objetivo de controlar reduzindo a abertura de fendas devidas a novas reaccedilotildees

expansivas

2ordf Reparaccedilatildeo das zonas com fendilhaccedilatildeo acentuada (em particular em pilares e arcos)

provocada pelas reaccedilotildees expansivas com ou sem corrosatildeo de armaduras Nas fendas de

abertura superior a 10 mm foi realizado o seu preenchimento com calda de cimento e a

selagem do bordo com poliuretano (figura 3) As fendas com abertura entre 04 mm e

10 mm foram somente seladas

3ordf Proteccedilatildeo da estrutura em relaccedilatildeo ao mecanismo de corrosatildeo de armaduras e controlo

das reaccedilotildees expansivas aacutelcalis-siacutelica Neste efeito de proteccedilatildeo eacute essencial a eficaacutecia no

controlo das trocas de humidade entre o ambiente exterior e a estrutura de betatildeo Assim

o sistema deveraacute eliminar a penetraccedilatildeo de aacutegua para o interior do betatildeo ao mesmo tempo

que possibilita a saiacuteda de vapor de aacutegua do interior do betatildeo para o meio exterior

Paralelamente o sistema de proteccedilatildeo superficial deveraacute ainda garantir uma adequada

proteccedilatildeo em relaccedilatildeo agrave penetraccedilatildeo de aniacutedrico carboacutenico (CO2) e deveraacute possuir

capacidade de deformaccedilatildeo para absorver sem fendilhar as deformaccedilotildees expansivas (e

abertura de fendas) devidas agraves reaccedilotildees aacutelcalis-siacutelica Assim este sistema de proteccedilatildeo

superficial multi barreiras eacute composto pelos seguintes elementos

-Impregnaccedilatildeo hidrofugante sistema aplicado por projeccedilatildeo e que penetra na estrutura

porosa superficial do betatildeo revestindo os poros e repelindo a aacutegua

-Barramento das fendas incorporando malha de fibras de vidro

-Pintura (revestimento espesso e flexiacutevel) aplicado pelo menos em duas dematildeos

cruzadas e com maior espessura nos seguintes elementos arcos centrais pilares sobre

os arcos centrais pilastras dos arcos centrais e vigas exteriores do tabuleiro (espessura

superior ou igual a 500 μm)

120

Figura 6-9 Fendilhaccedilatildeo em pilar e trabalho de injeccedilatildeo (APPLETON J et al 2004)

4ordf Reabilitaccedilatildeo de apoios

Figura 6-10 Reabilitaccedilatildeo de apoios moveis (APPLETON J et al 2004)

5ordf Substituiccedilatildeo de apoios moacuteveis

Figura 6-11 Substituiccedilatildeo de apoios moacuteveis bloqueados e deformados (APPLETON J et al

2004)

121 Tiago Pais Boto

6ordf Reforccedilo das vigas externas do tabuleiro com laminados de fibras de carbono

Figura 6-12Reforccedilo com laminados de fibra de carbono (APPLETON J et al 2004)

7ordf Reconstruccedilatildeo das lajes consola dos passeios A laje consola tinha apenas uma espessura

de 007 m o que dificultaria a sua reparaccedilatildeo Assim foi considerado que a sua

reconstruccedilatildeo seria mais apropriada tendo entatildeo a espessura da nova laje sido de 010 m

Na figura 7 ilustram-se os trabalhos de reconstruccedilatildeo dessas lajes

Figura 6-13Reconstruccedilatildeo das lajes consola e dos passeios (APPLETON J et al 2004)

8ordf Trabalhos diversos tais como reconstruccedilatildeo dos topos das pilastras zonas de apoio das

vigas repavimentaccedilatildeo do tabuleiro requalificaccedilatildeo do sistema de drenagem de aacuteguas

pluviais introduccedilatildeo de um sistema de impermeabilizaccedilatildeo

122

Ficha teacutecnica e estado atual da obra

A intervenccedilatildeo foi realizada em 200203 e ficou a cargo do empreiteiro Construtora do Tacircmega

Foram reparados 1930m2 de aacuterea deteriorada o sistema de proteccedilatildeo foi aplicado em 44000m2

Utilizaram-se 968m de laminados para reforccedilo (Saraiva J 2007)

Figura 6-14Vista geral do viaduto Duarte Pacheco apoacutes intervenccedilatildeo (APPLETON J et al

2004)

63 Reabilitaccedilatildeo da ponte cais da Trafaria

Figura 6-15 Ponte Cais da Trafaria (a2p estudos e projetos 2004)

123 Tiago Pais Boto

Descriccedilatildeo da obra

A Ponte Cais construiacuteda em 1983 eacute utilizada para o aprestamento de navios de transporte dos

cereais Eacute constituiacuteda por 9 caixotildees com 210m de largura e 120m de desenvolvimento sobre

os quais apoiam 8 lajes vigadas com 204m de comprimento e 190m de largura Estes satildeo em

betatildeo armado e as lajes vigadas em betatildeo armado preacute-esforccedilado A ponte inclui 3 duques

DrsquoAlba e respetivas passagens para peotildees constituiacutedos por vigas simplesmente apoiadas com

vatildeos que variam entre 22m e 42m (a2p estudos e projetos 2004)

Inspeccedilotildees ensaios e anomalias

Uma inspeccedilatildeo visual mostrou que alguns paineacuteis de laje tinham o betatildeo da face inferior

totalmente delaminado e nalgumas vigas as bainhas de preacute-esforccedilo estavam jaacute aparentes e

sujeitas agrave livre corrosatildeo Constatou-se que as vigas mais altas que estavam em contacto com a

aacutegua por terem um niacutevel de humidade permanente mais elevado se encontravam menos

deterioradas que as vigas mais baixas (poros saturados fazem diminuir a quantidade de oxigeacutenio

junto das armaduras limitando a progressatildeo da corrosatildeo)

Devido aacute elevada exposiccedilatildeo do ambiente mariacutetimo verificou-se a corrosatildeo geral nas armaduras

causada por cloretos Os ensaios concluiacuteram que o valor criacutetico de concentraccedilatildeo de cloretos

situava-se aos 45mm de profundidade

Inclusivamente devido ao elevado estado de deterioraccedilatildeo em 2004 uma das vigas das

passagens de peotildees colapsou com uma rotura fraacutegil O colapso aconteceu apenas para a accedilatildeo

das cargas permanentes Realizou-se uma anaacutelise estrutural que permitiu concluir que tal soacute

podia acontecer com a rotura de dois cabos de preacute-esforccedilo Ensaios posteriores agrave calda de

injeccedilatildeo dos cabos permitiu concluir que esta se encontrava totalmente contaminada com

cloretos que resultou num estado avanccedilado de corrosatildeo dos cordotildees de preacute-esforccedilo (Saraiva J

2007)

Figura 6-16 Estado de degradaccedilatildeo da estrutura (a2p estudos e projetos 2004)

124

Intervenccedilatildeo realizada

Reparaccedilatildeo global com encamisamento da estrutura com microbetatildeo de alta durabilidade de

modo a garantir o recobrimento das armaduras de 50mm complementado por uma proteccedilatildeo

superficial de pintura epoxiacutedica

Para o encamisamento das vigas o empreiteiro estudou a hipoacutetese de utilizar microbetatildeo

autocompactaacutevel ou com inertes preacute-colocados seguidos de injeccedilatildeo de calda de cimento A

necessidade de recorrer a uma destas teacutecnicas relacionava-se com a dificuldade de acesso e

orientaccedilatildeo das superfiacutecies a betonar Realizaram-se testes num modelo agrave escala 11 para

comparar as teacutecnicas e adotou-se a utilizaccedilatildeo de microbetatildeo autocompactaacutevel Esta escolha

deveu-se ao facto que nas condiccedilotildees de execuccedilatildeo era inviaacutevel recorrer a meios de vibraccedilatildeo

mecacircnicos Para aleacutem disso o betatildeo com agregados preacute-colocados originava uma camada

superficial de betatildeo soacute com calda de cimento devido ao agrave deposiccedilatildeo dos agregados

Na face inferior das lajes comeccedilou por se utilizar projeccedilatildeo de betatildeo mas foram detetadas

algumas deficiecircncias na interface de ligaccedilatildeo ao substrato Abandonou-se esta teacutecnica e tambeacutem

aqui se adotou o betatildeo autocompactaacutevel tendo-se realizado furos na laje para colocaccedilatildeo do

betatildeo a partir da face superior da laje e purga do ar apoacutes colocaccedilatildeo de cofragem fixa na face

inferior

A remoccedilatildeo de betatildeo deteriorado foi realizada por fases para manter a ancoragem das armaduras

As passagens de peotildees foram substituiacutedas por novas estruturas de elevada durabilidade (betatildeo

de alto desempenho recobrimento miacutenimo de 50 mm e protecccedilatildeo superficial com pintura

acriacutelica) pois a sua reabilitaccedilatildeo natildeo era economicamente viaacutevel

Figura 6-17 Intervenccedilotildees nas vigas da ponte cais da Trafaria (a2p estudos e projetos 2004)

Ficha teacutecnica da obra e estado atual

A intervenccedilatildeo foi realizada em 2005 com um custo total de 1250000euro sendo reparados 4469

m2 de aacuterea de viga e 490 m2 de aacuterea de laje Para a proteccedilatildeo geral das superfiacutecies reparadas

utilizou-se uma tinta agrave base de resina eacutepoxy da International Paint com nome Interzone B54

com espessura superior de 300 μm que faz cura debaixo de aacutegua Em zonas onde natildeo se aplicou

nova camada de betatildeo mas se detetou a existecircncia de fendas com abertura superior a 02 mm

125 Tiago Pais Boto

aplicou-se revestimento com tinta Sikagard 255 (tinta de resina eacutepoxy muito flexiacutevel e

resistente) armada com tela de fibra de vidro Sika TX 270 (Saraiva J 2007)

O betatildeo autocompactaacutevel apresentava as seguintes caracteriacutesticas

Classe de resistecircncia miacutenima C3545

Quantidade de cimento 300lt clt 400 kgmsup3

Relaccedilatildeo aacutegua cimento aclt 04

Maacuteximo diacircmetro de inerte lt10 mm

O betatildeo adotado tinha a seguinte composiccedilatildeo

Cimento tipo I 425 com 355 kgm3 177 kgm3 de cinzas volantes 195 kgm3 de escoacuterias

relaccedilatildeo aacutegua cimento ac=027 (Saraiva J 2007)

64 Reabilitaccedilatildeo da ponte de Arraacutebida

Figura 6-18 Vista geral Ponte da Arraacutebida (Gaiurb 2015)

Descriccedilatildeo da obra

A ponte da Arraacutebida foi concluiacuteda em 1963 e inaugurada a 22 de Junho do mesmo ano O

projeto e direccedilatildeo estiveram a cargo do Prof Engordm Edgar Cardoso (Porto XXI 2015)

O desenvolvimento total da ponte eacute de 49320 m com um arco de 270 m de corda e 52 m de

flecha O tabuleiro em laje vigada com 12 vigas tem uma largura de 25 m e vatildeos de 2120 m

O tabuleiro apoia em cada alinhamento transversal com 4 pilares atraveacutes de carlingas Na zona

do Rio as accedilotildees satildeo transmitidas pelos pilares a dois arcos geacutemeos com 8m de largura cada e

secccedilatildeo em caixatildeo bicelular (APPLETON J et al 2002)

Inspeccedilotildees ensaios e anomalias

A inspeccedilatildeo visual originou um mapeamento das anomalias representado na figura seguinte

126

Figura 6-19 Ilustraccedilatildeo do mapeamento das Patologias (APPLETON J et al 2002)

Em simultacircneo com a inspeccedilatildeo visual realizou-se o ensaio de deteccedilatildeo de delaminaccedilatildeo por

precursatildeo com martelo nas superfiacutecies de betatildeo que comprovou a extensa delaminaccedilatildeo do betatildeo

e armaduras agrave vista que se observam nas vigas do tabuleiro em especial na zona sobre o arco

Constatou-se tambeacutem que grande parte da corrosatildeo de armaduras ocorre em locais de juntas de

betonagem ou locais de deficiente colocaccedilatildeo e vibraccedilatildeo do betatildeo traduzidas por segregaccedilatildeo dos

inertes e em locais de recobrimento muito pequeno (APPLETON J et al 2002)

Para o efeito e tendo em conta a diversidade de elementos estruturais as diferentes condiccedilotildees

de exposiccedilatildeo e as diferentes condiccedilotildees de acesso definiram-se e selecionaram-se um conjunto

de regiotildees representativas da totalidade da estrutura (figura seguinte) Em cada uma dessas

regiotildees realizaram-se os seguintes ensaios (APPLETON J et al 2002)

a Observaccedilatildeo topograacutefica da obra para se verificar a sua conformidade dimensional com

o projeto incidindo especialmente no nivelamento geomeacutetrico do tabuleiro

configuraccedilatildeo e posiccedilatildeo dos arcos e observaccedilatildeo da verticalidade dos pilares

b Deteccedilatildeo de armaduras e mediccedilatildeo do seu recobrimento (394msup2 que correspondem a

cerca de 05 da aacuterea exposta de betatildeo) utilizando sensores magneacuteticos e um

microprocessador

c Determinaccedilatildeo da profundidade da carbonataccedilatildeo (86 mediccedilotildees) em pequenas carotes

furos e superfiacutecies de fratura aplicando uma soluccedilatildeo alcooacutelica de fenolftaleiacutena

d Determinaccedilatildeo do teor em cloretos (expresso em percentagem da massa do betatildeo) a

vaacuterias profundidades (44 perfis de cloretos) por recolha de poacute de betatildeo obtido por

furaccedilatildeo com broca e utilizaccedilatildeo de equipamento standard

e Ensaios de caracterizaccedilatildeo do betatildeo envolvendo extraccedilatildeo de 16 carotes para realizaccedilatildeo

de

-Ensaios de resistecircncia e mediccedilatildeo do moacutedulo de elasticidade (7 ensaios)

-Ensaios de avaliaccedilatildeo da qualidade do betatildeo absorccedilatildeo por imersatildeo (3) absorccedilatildeo por

capilaridade (5) e permeabilidade (5)

127 Tiago Pais Boto

-Anaacutelise petograacutefica mineraloacutegica e microestrutural com vista a avaliar a estrutura

interna do betatildeo e eventuais reaccedilotildees quiacutemicas expansivas do betatildeo (3 provetes)

f Ensaio de escleroacutemetros (83) para avaliar a homogeneidade do betatildeo e a sua dureza

superficial Ensaios de avaliaccedilatildeo do grau e estado de corrosatildeo das armaduras

envolvendo Mediccedilatildeo do potencial eleacutetrico (6 malhas)

g Mediccedilatildeo da resistividade do betatildeo (6 zonas)

h Mediccedilatildeo da resistecircncia de polarizaccedilatildeo para avaliar a velocidade da corrosatildeo em μmano

(5 locais)

i Ensaios de traccedilatildeo de varotildees de accedilo (6 provetes)

j Avaliaccedilatildeo das caracteriacutesticas dinacircmicas da Ponte

Figura 6-20 Localizaccedilatildeo das zonas ensaiadas (APPLETON J et al 2002)

O estado de deterioraccedilatildeo da Ponte em funccedilatildeo das inspeccedilotildees e ensaios concluiu-se que

- A profundidade de carbonataccedilatildeo eacute apenas de 5 mm

- A penetraccedilatildeo de cloretos eacute muito pequena em geral com exceccedilatildeo das zonas onde se verificam

deficiecircncias de betonagem onde a contaminaccedilatildeo por cloretos atinge 008 do peso do betatildeo a

uma profundidade de 250 cm De referir que um valor de referecircncia do teor criacutetico em cloretos

valor a partir do qual as armaduras satildeo despassivadas eacute de 005

-A corrosatildeo de armaduras associada agrave carbonataccedilatildeo do betatildeo soacute ocorre em locais onde o

recobrimento for muito pequeno (inferior a 610 mm) e a corrosatildeo de armaduras associada agrave

penetraccedilatildeo de cloretos se estaacute a desenvolver na Ponte constituindo o principal mecanismo de

deterioraccedilatildeo o qual eacute jaacute especialmente gravoso nas zonas onde as deficiecircncias de betonagem

conduziram a uma qualidade inferior para o betatildeo

-Os ensaios de resistecircncia agrave compressatildeo conduziram a valores de 5260 a 7850 MPa Os ensaios

de avaliaccedilatildeo da qualidade do betatildeo revelaram que a composiccedilatildeo adotada era muito boa

-A realizaccedilatildeo da anaacutelise petrograacutefica revelou uma pasta de cimento muito compacta e a

inexistecircncia de reaccedilotildees expansivas no betatildeo e permitiu identificar a natureza dos inertes

-Apesar de ter sido utilizado na Ponte da Arraacutebida um betatildeo de alta qualidade e das superfiacutecies

do betatildeo terem sido protegidos por pintura a Ponte apresenta apoacutes 35 anos de serviccedilo uma

128

deterioraccedilatildeo significativa devida agrave corrosatildeo de armaduras associada agrave penetraccedilatildeo de cloretos

nas zonas onde ocorrem deficiecircncias de betonagem (APPLETON J et al 2002)

Intervenccedilatildeo realizada

Realizou-se uma proteccedilatildeo superficial geral da obra com tinta acriacutelica de base aquosa de

espessuras compreendidas entre 180 μm e 250 μm

Realizou-se um sistema de proteccedilatildeo diferenciado reforccedilado nas zonas de deficiecircncias de

betonagem (juntas de construccedilatildeo e zonas de deficiente compactaccedilatildeo) e com uma espessura

superior na zona da Ponte em relaccedilatildeo agrave aos viadutos

As zonas em que as armaduras estatildeo expostas e as zonas em que o betatildeo estaacute delaminado foi

reparado o local com substituiccedilatildeo do betatildeo e com novas argamassas de base cimentiacutecia

repassivando assim as armaduras Os pilares sobre os arcos junto ao fecho nas zonas

fendilhadas e delaminadas e aplicou-se uma junta com selante deformaacutevel por forma a permitir

a rotaccedilatildeo das secccedilotildees de topo e base dos pilares

A reabilitaccedilatildeo geral contempla ainda a reformulaccedilatildeo do sistema do pavimento do tabuleiro

incluindo a sua impermeabilizaccedilatildeo a reformulaccedilatildeo do sistema de drenagem e a substituiccedilatildeo das

juntas de dilataccedilatildeo A intervenccedilatildeo inclui ainda a instalaccedilatildeo de um sistema de monitorizaccedilatildeo

especialmente focado na observaccedilatildeo do processo de deterioraccedilatildeo que conduz agrave corrosatildeo de

armaduras pelo que foram instaladas ceacutelulas de corrosatildeo nas zonas atualmente satildes e nas zonas

sujeitas a reparaccedilatildeo local em especial na estrutura do tabuleiro

Figura 6-21 Corrosatildeo das armaduras (APPLETON J et al 2002)

Ficha teacutecnica da obra e estado atual

129 Tiago Pais Boto

A intervenccedilatildeo foi realizada em 2002 e ficou a cargo do empreiteiro Teixeira Duarte Teve um

custo de 4524000euro sendo que deste valor 964200euro corresponderam agrave pintura geral e 359700euro

agrave reparaccedilatildeo Foram reparados 3650 m2 de aacuterea deteriorada e 150 m de fendas O sistema de

protecccedilatildeo foi aplicado em 65000 m2

130

7 CONCLUSOtildeES E DESENVOLVIMENTOS FUTUROS

71 CONCLUSOtildeES

Ao longo desta dissertaccedilatildeo foram abordadas as vaacuterias etapas constituintes num projeto

de reparaccedilatildeo e reforccedilo em estruturas de betatildeo armado Descreveram-se as principais teacutecnicas

de reforccedilo estrutural dando especial atenccedilatildeo agrave sua aplicaccedilatildeo nalguns elementos estruturais

nomeadamente vigas e pilares Sendo que este trabalho padece de componente pratica eou

laboratorial tentou-se sistematizar o complexo processo de um projeto deste acircmbito de modo

a que a presente dissertaccedilatildeo possa servir de complemento bibliograacutefico ao projetista

Foram referenciadas as normas e regulamentos mais importantes e descreveram-se os

principais ensaios in situ e laboratoriais usados para caracterizar e avaliar o estado da estrutura

Em seguida expuseram-se as patologias e os mecanismos de deterioraccedilatildeo mecacircnicos fiacutesicos e

quiacutemicos mais recorrentes nas estruturas de betatildeo armado Refere-se ainda a metodologia geral

de intervenccedilatildeo a seguir assim como os principais aspetos teacutecnicos a considerar neste tipo de

intervenccedilatildeo nomeadamente mecanismos de transferecircncia de tensotildees

De um modo geral no penuacuteltimo capiacutetulo descreveu-se as principais teacutecnicas de reforccedilo

salientando-se o reforccedilo atraveacutes de materiais compoacutesitos empregues atualmente tais como os

CFRP que possibilitam acreacutescimos elevados na capacidade resistente Realccedilou-se este tipo de

reforccedilo tambeacutem por apresentar um baixo impacto arquitetoacutenico e ser faacutecil aplicaccedilatildeo embora

exija matildeo-de-obra especializada

No uacuteltimo capitulo como jaacute referido anteriormente a ausecircncia de componente praacutetica

nesta dissertaccedilatildeo foram expostos quatro casos praacuteticos de reparaccedilatildeo e reforccedilo em estruturas de

betatildeo armado localizadas em Portugal

Por fim com base no ACI 440 e ACI 318 foram abordadas consideraccedilotildees gerais de

dimensionamento de reforccedilo agrave flexatildeo e ao corte com recurso a FRP (apresentadas no anexo)

Assim torna-se visiacutevel que um estudo criterioso da estrutura existente em conjunto com

o conhecimento dos materiais e teacutecnicas de reforccedilo pode conduzir a intervenccedilotildees viaacuteveis

economicamente e com pouco impacto na estrutura intervencionada Podendo concluir que a

reparaccedilatildeo e reforccedilo de estruturas de betatildeo armado eacute atualmente uma ciecircncia dominada com

apoio normativo e teacutecnicas bastante evoluiacutedas bastante completo comprovado com obras

realizadas de grande sucesso

72 DESENVOLVIMENTOS FUTUROS

Os desenvolvimentos que se consideram mais importantes a realizar no acircmbito desta temaacutetica

satildeo os seguintes

Recolha de novas teacutecnicas de reparaccedilatildeo e reforccedilo agrave medida que sejam realizados novos

trabalhos de investigaccedilatildeo

Elaboraccedilatildeo de um caso praacutetico de reforccedilo numa estrutura real usando por exemplo o

reforccedilo com recurso a FRP e seguindo a metodologia do ACI 440 e ACI 318

131 Tiago Pais Boto

Elaboraccedilatildeo de um manual de dimensionamento para as diversas teacutecnicas aqui

abordadas

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ACI COMMITTEE 364 ACI 3641 R-94 - Guide for Evaluation of Concrete Structures

Prior to Rehabilitation American Concrete Institute 1999

ACI COMMITTEE 318 ACI 318M-05 - BUILDING CODE REQUIREMENTS FOR

STRUCTURAL CONCRETE AND COMMENTARY American Concrete Institute 2005

ACI COMMITTEE 440 ACI 4402R-08 - Guide for the Design and Construction of

Externally Bonded FRP Systems for Strengthening Concrete Structures American Concrete

Institute 2008

AFONSO F P O mercado da reabilitaccedilatildeo Enquadramento relevacircncia e perspectivas

Associaccedilatildeo de Empresas de Construccedilatildeo Obras Puacuteblicas e Serviccedilos Lisboa 2009

AZEVEDO D ldquoReforccedilo de Estruturas de Betatildeo com Colagem de Sistemas Compoacutesitos

CFRP ndash Recomendaccedilotildees para Dimensionamentordquo Faculdade de Engenharia da

Universidade do Porto Novembro 2008

APPLETON J amp COSTA A Disciplina de Reabilitaccedilatildeo e Reforccedilo de Estruturas Lisboa

Instituto Superior Teacutecnico 2011

APPLETON J COSTA A DELGADO J GRAVE DOS SANTOS J PEDRINHO

VITOR ldquoReabilitaccedilatildeo do viaduto Duarte Pachecordquo Encontro Nacional de Betatildeo

Estrutural 2014

ATTARD M M SETUNGE S ldquoStress-strain relationship of confined and unconfined

concreterdquo Material Journal ACI 93(5) 432-444 1996

APPLETON Juacutelio ldquoInspecccedilatildeo Avaliaccedilatildeo e Reabilitaccedilatildeo da Ponte da Arraacutebidardquo Estradas

2002 2ordm Congresso Rodoviaacuterio Portuguecircs Lisboa Novembro 2002

APPLETON Juacutelio FRIAS Fernando MOURA Rita ldquoReparaccedilatildeo da Ponte da Arraacutebida

Sobre o Rio Estruturas 2002 Lisboa 2002

ABOUTAHA RS ENGELHARDT M D JIRSA JO and ME Kreger

Rehabilitation of Shear Critical Columnsusing Rectangular Steel Jacket ACI Structural

Journal January-February 1999 pp6 8 -78

BUNGEY JH Testing Concrete in Structures A guide to equipment for testing concrete

structures CIRIA technical note 143 CIRIA ndash Construction Industry Research and

Information Association London 1992

132

BRETT A M O BRETT C M A ldquoElectroquiacutemica ndash Princiacutepios meacutetodos e

aplicaccedilotildeesrdquo Oxford University Press 1993

BASF ldquoReforccedilando Estruturas com a Utilizaccedilatildeo do Sistema Compoacutesito Estrutural de

Fibras de Carbono MBracerdquo BASF Construction Chemical 2007

BOUVIER Charlotte A C ldquoTechniques of Seismic Retrofitting For Concrete Structuresrdquo

Submitted to the department of civil and environmental engineering requirements for the

degree of marter of engineering in Civil and Environmental Engineering at the

Massachusetts Institute of Technology (MIT) June 2003

COacuteIAS V Construccedilatildeo nova e reabilitaccedilatildeo satildeo coisas diferentes Greacutemio das Empresas de

Conservaccedilatildeo e Restauro do Patrimoacutenio Arquitectoacutenico Lisboa 2009

COacuteIAS Victor Outubro 2006 Inspeccedilotildees e Ensaios na reabilitaccedilatildeo de edifiacutecios Instituto

Superior Teacutecnico Lisboa

COacuteIAS V Inspecccedilotildees e Ensaios na Reabilitaccedilatildeo de Edifiacutecios Lisboa IST PRESS Agosto

2009

COMITEacute EURO-INTERNACIONAL DU BETOacuteN Bulletin drsquoinformation nordm 162 ndash

Assessment of Concrete Structures and Design Procedures for Up-grading (redesign)

Prague October 1983

COMITEacute EURO-INTERNACIONAL DU BETOacuteN Bulletin drsquoinformation nordm 213214

ndash CENFIP Model Code 1990 Lausanne Maio 1993

COSTA A ldquoPatologia do Betatildeo Armado Teacutecnicas de diagnoacutesticordquo Ciclos de Acccedilotildees de

Formaccedilatildeo em Reabilitaccedilatildeo de Estruturas Ordem dos Engenheiros 21 a 23 Marccedilo 2007

COSTA A ldquoDurabilidade Estruturas de Betatildeordquo Ciclos de Acccedilotildees de Formaccedilatildeo em

Reabilitaccedilatildeo de Estruturas Ordem dos Engenheiros 21 a 23 Marccedilo 2007

COSTA A ldquoPatologia do Betatildeo Armado ndash Modelaccedilatildeo da Deterioraccedilatildeordquo - Reabilitaccedilatildeo

e Reforccedilo de Estruturas Instituto Superior Teacutecnico 2007

COSTA A J Appleton ldquoAssessment and Repair of a ConcreteDockyardrdquo IABSE

Symposium - Rio de Janeiro - August 25-27 1999

COSTA A J Appleton ldquoMecanismos de deterioraccedilatildeo das estruturas de betatildeo armadordquo

Departamento de Engenharia Civil Grupo de estruturas de betatildeo armado e preacute-esforccedilado

1999

COSTA Antoacutenio ldquoDurabilidade de estruturas de betatildeo armado em ambiente mariacutetimordquo

Tese de Doutoramento Instituto Superior Teacutecnico 1997

COSTA A APPLETON J ldquoCase studies of concrete deterioration in a marine

environment in Portugalrdquo Cement amp Concrete Composites 24 pp 169-179 2002

133 Tiago Pais Boto

CASTRO J e MARTINS J M Patologias do betatildeo reparaccedilatildeo e reforccedilo de estruturas

serie reabilitaccedilatildeo 1ordf ediccedilatildeo 2006

CHAI Y H PRIESTLEY M J N and SEIBLE F Seismic Retrofit of Circular Bridge

Columns for Enhanced Flexural Performance ACI Structural Journal Sept-Oct 1991 p

574

DASCHNER F rdquoNotwendige Schubbewehrung zwischen Betonfertigteilen und Ortbetonrdquo

-Literaturschau Teil 2ordm Laborversuche Universitat Munchen 1976

Department of Defense United States of America Unified Facilities Criteria (UFC)

ldquoElectrical Engineering Cathodic Protectionrdquo 16 de Janeiro de 2004 disponiacutevel em

[httpwwwwbdgorgccbDODUFCufc_3_570_02npdf] acedido em Abril de 2007]

Department of Trade and Industry ldquoResidual life Models for Concrete Repair ndash

Assessment of the Concrete Repair Processrdquo BRE Client report number OCT 02 Draft

2002

Department of the Army US Army Corps of Engineers Public Works Technical Bulletin

No 420-49-37 ldquoCathodic Protection ndash Anode Selectionrdquo 15 Junho 2002

DAILY S F rdquoUsing Cathodic Protection to Control Corrorsion of Reinforced Concrete

Structures in Marine Environmentsrdquo Corrpro Companies Inc Techinical Papers

DA SILVA SOUSA Aacutelvaro Fernando ldquoReparaccedilatildeo reabilitaccedilatildeo e reforccedilo de estruturas

de betatildeo armadordquo Dissertaccedilatildeo em Engenharia Civil ndash Especializaccedilatildeo em Estruturas FEUP-

faculdade de engenharia da universidade do porto 2008

DAUDEY X and FILIATRAULT A Seismic Evaluation and Retrofit with Steel Jackets

of Reinforced Concrete Bridge Piers Detailed with Lap-Splices Canadian Journal of Civil

Engineering vol 27 1-16 2000

EUROCODE 2 ENV 1992-1-3 ldquoDesign of Concrete Structures Part 1-3 General Rules

-Precast Concrete Elements and Structuresrdquo CEN 1994

European Standard EN 12696 ldquoCathodic Protection of steel in concreterdquo English

Version March 2000

European Standard EN 12696 Cathodic Protection of steel in concreterdquo English

Version March 2000

European Commitee for Standardization Technical Specification FinalDraft prCENTS

14038-1 ldquoElectrochemical realkalization and choride extraction treatments for reinforced

concrete ndash Part 1 Realkalizationrdquo May 2004

EUROCOacuteDIGO 2 Projeto de estruturas de betatildeo ndash Parte 11 Regras Gerais e Regras para

Edifiacutecios CEN EN-1992-1-1 2004

EUROCODE 8 Design Provisions for Earthquake Resistance of Structures Part 1-4

Strengthening and Repair of Buildings CEN prEN-1998-1-4 Draft1995

134

FOOKESPGConcreteinHotDrySaltyEnvironments Concrete 29 34-39 2005

FERREIRA Rui Miguel ldquoAvaliaccedilatildeo de ensaios de durabilidade do betatildeordquo Tese de

Mestrado Escola de Engenharia da Universidade do Minho 2000

FERREIRA Rui Miguel ldquoAvaliaccedilatildeo de ensaios de durabilidade do betatildeordquo Tese de

Mestrado Escola de Engenharia da Universidade do Minho 2000

FERREIRA SILVA Joana M M Meacutetodos Electroquiacutemicos para Prevenccedilatildeo da

deterioraccedilatildeo e Reparaccedilatildeo de Estruturas de Betatildeo Armado Protecccedilatildeo Catoacutedica -

Dessalinizaccedilatildeo e Realcalinizaccedilatildeo Tese de Mestrado 2007

GILINSKY E ldquoGuidelines For Underground Storage Tank Cathodic Protection

Evaluationrdquo Departent of Enviromental Quality Guidance Memorandum No06-2006

May 2006

GOMES A Comportamento e Reforccedilo de Elementos de Betatildeo Armado Sujeitos a Acccedilotildees

Ciacuteclicas Tese de Doutoramento Instituto Superior Teacutecnico Julho de 1992

GOMES A e APPLETON J ldquoEnsaios Experimentais de Pilares Reforccedilados Submetidos

a Cargas Ciacuteclicasrdquo Revista Portuguesa de Engenharia de Estruturas Nordm 38 pp 19-29 2008

Gomes A Appleton J ldquoReforccedilo de Estruturas de Betatildeo Armado por Encamisamento das

Secccedilotildeesrdquo Revista Portuguesa de Engenharia de Estruturas nordm42

Gomes A Appleton J ldquoReforccedilo de Estruturas de Betatildeo Armado por Adiccedilatildeo de

Armaduras Exterioresrdquo Revista Portuguesa de Engenharia de Estruturas nordm41

Juacutelio S Eduardo ldquo Influencia da interface no comportamento de pilares reforccedilados por

encamisamento de betatildeo armadordquo dissertaccedilatildeo apresentada na Universidade de Coimbra

para a obtenccedilatildeo do grau de Doutor em Engenharia Civil especialidade de Mecacircnica das

Estruturas e dos Materiais Coimbra 2001

JUVANDES LFP Reforccedilo e reabilitaccedilatildeo de estruturas de betatildeo usando materiais

compoacutesitos de CFRP dissertaccedilatildeo apresentada agrave Faculdade de Engenharia da Universidade

do Porto para obtenccedilatildeo do grau de Doutor DECivil Porto Setembro 400 pp 1999

JIANHAI Qiu ldquoEmerging Corrosion Control Technologies for Repair and Rehabilitation

of Concrete Structuresrdquo

JUVANDES LFP e MARQUES N A - ldquoReforccedilo de Estruturas por Colagem Exterior

de Sistemas Compoacutesitos de FRP - Manual de Procedimentos e de Controlo de Qualidade

para Construccedilatildeordquo protocolo MOTA-ENGIL Engenharia e Construccedilatildeo SALEMC

publicaccedilatildeo LEMC-JUV003-2007 FEUP Outubro 180 pp 2007

135 Tiago Pais Boto

JUVANDES LFP e tal - A temperatura e a teacutecnica de reforccedilo por colagem de sistemas

de FRPrdquo 4ordfs Jornadas JPEE 2006 LNEC Lisboa 13 ndash 16 Dezembro CD 2006 ldquoThe

International Handbook of FRP Composites in Civil Engineeringrdquo Manoochehr Zoghi

KHOURY Gabriel Alexander Effect of fire on concrete and concrete structures Imperial

College London 2000

KAKUBA G ldquoThe Impressed Current Cathodic Protection Systemrdquo Masterrsquos Theses

Department of Mathematics and Computer Science Techische Universiteit Eindhoven

Eindhoven August 2005

LOURENCcedilO Z ldquoTeacutecnicas de PrevenccedilatildeoProtecccedilatildeo Electroquiacutemicas Parte 2 ndash

Realcalinizaccedilatildeo e Dessalinizaccedilatildeordquo Ciclo de Acccedilotildees de Formaccedilatildeo em Reabilitaccedilatildeo de

Estruturas Ordem dos Engenheiros 21 a 23 Marccedilo 2007

LOURENCcedilO Z ldquoProtecccedilatildeo Catoacutelica de Estruturas de Betatildeo Armadordquo Ciclo de Acccedilotildees

de Formaccedilatildeo em Reabilitaccedilatildeo de Estruturas Ordem dos Engenheiros 21 a 23 Marccedilo 2007

LESLIE J R CHEESEMAN W J D An ultrasonic method for studying deterioration

and cracking in concrete structures Amer Concrete Inst 1949

MARANHA Paulo Apresentaccedilatildeo das aulas - Reforccedilo de estruturas e fundaccedilotildees de

edifiacutecios e pontes (2014)

MALHOTRA VM In situnondestructive testing of concrete ndash A global Review In

Situnondestructive Testing of Concrete Special Publication SP-82 American Concrete

Institute Detroit p 1-16 1984

MORENO AV LOPEacuteZ T P MADRID M M ldquoEl Fenoacutemeno de la corrosion en

estruturas de concreto reforzadordquo Publicacioacuten Teacutecnica No 182 Sandafandila Qro 2001

disponiacutevel em [httpboletinimtmxpublicacionespubtecpt182pdf] acedido em Abril de

2007

MIRANDA JM LUIacuteS J F COSTA P T SANTOS F M ldquoFundamentos de

Geofiacutesicardquo

MILTENBERGER M PE ldquoCorrosion Protection of Reinforcing Steel in Concreterdquo

Vector Technologies Inc disponiacutevel em

httpwwwvirginiadotorgbusinessresourcesbu-mat-05VCC-MMiltenbergerpdf

acedido em Marccedilo 2015

MIRMIRAN A e SHAHAWY M ldquoRecommended construction specifications and

process control manual for repair and retrofit of concrete structures using bonded

FRP compositesrdquo National Cooperative Highway Research Program American

Association of State Highway and Transportation officials Transportation Research Board

Washington DC NCHRP report nordm609 71 pp 2008

136

NACE Proposed Standard Practice ldquoElectrochemical Realkalization and Chloride

Extraction for Reinforced Concreterdquo NACE Internacional 2006

Norma BS 1881-204 1988 Testing concrete ldquoRecommendations on the use of

electromagnetic cover metersrdquo

Norma BS 1881-6 1971 Methods of testing concrete Analysis of hardened concrete

Norma BS 1881-202 1986 Testing concrete Recommendations for surface hardness

testing by rebound hammer

Norma RILEM CPC-18 Measurement of hardened concrete carbonation depth 1996

Norma BS 1881-207 1992 Testing concrete Recommendations for the assessment of

concrete strength by near-to-surface test

Norma BS 1881-203 1986 Testing concrete Recommendations for measurement of

velocity of ultrasonic pulses in concrete

Norma ASTM C805-85 Standard Test Method for Rebound Number of Hardened

Concrete

Norma ASTM D4541-95 Stand Test Method for Pull-Off Strength

Norma ASTM C1383-98a Standard Test Method for Measuring the P-Wave Speed and

the Thickness of Concrete Plates Using the Impact-Echo Method

Norma ASTM C597-09 Standard Test Method for Pulse Velocity Through Concrete

Norma AASHTO T260‑84 Standard Method of Test for Sampling and testing for chloride

ion in concrete and concrete raw materials

PAIVA J VASCONCELOS J AGUIAR J Pinho A ldquoGuia Teacutecnico de Reabilitaccedilatildeo

Habitacionalrdquo LNEC2006

POLITICO G ldquoCorrosatildeo em estruturas de concreto armado causas mecanismos

prevenccedilatildeo e recuperaccedilatildeordquo Belo Horizonte Universidade Federal de Minas Gerais Janeiro

2006

PEDEFERRI P ldquoElectrochemical Realkalization and Electrochemical Cloride

Removalrdquo Dipartimento di Chimica Fiacutesica Applicata ndash Politecnico di Milano Italy

137 Tiago Pais Boto

PEDEFERRI P ldquoCathodic Protection and Cathodic Preventionrdquo Seminaacuterio Prevenccedilatildeo

da Corrosatildeo em Estruturas de Betatildeo Armado

REHABCON ldquoElectrochemical techniques ndash Annex Drdquo Strategy for Maintenance and

Rehabilitation in Concrete Structures 2000

REBAP 84 Regulamento de Estruturas de Betatildeo Armado e Preacute-Esforccedilado Dec-Lei nordm

349-C83 de 30 Julho rectificado no suplemento ao DR 1ordf Seacuterie de 29 de Setembro de

1984

Rosso Rosso T Incecircndios e arquitetura Apostila Satildeo Paulo Faculdade de Arquitetura e

Urbanismo da Universidade de Satildeo Paulo (FAUUSP 1975)

RODRIGUES Joatildeo Paulo C ndash ldquoRecuperaccedilatildeo de Estruturas Danificadas por Incecircndio ndash

Propriedades Mecacircnicas Residuais do Accedilo e do Betatildeordquo Coimbra Tese de Mestrado em

Engenharia Civil ndash especializaccedilatildeo em Estruturas Universidade de Coimbra 1994

RODRIGUEZ M Park M (1991) ldquoRepair and Strengthening of reiforced concrete

Buildings for Earthquake Resistencerdquo Earthquake Spectra V7Nordm3Aug

RIPPER T Sistemas Especiais para Reforccedilo de Estruturas de Betatildeo Rio de Janeiro

Universidade Federal Fluminense 2005

RIacuteO BUENO Alfonso PATOLOGIacuteA REPARACIOacuteN Y REFUERZO DE ESTRUCTURAS

DE HORMIGOacuteN ARMADO DE EDIFICACIOacuteN - Departamento de Estructuras de

Edificacioacuten ETS de Arquitectura Universidad Politeacutecnica de Madrid 2008

ROZENBERG I M ldquoQuiacutemica geralrdquo Instituto Mauaacute de Tecnologia Editora Edgard

Blucher Ltda 2002

SANTOS S Pompeu ndash A Reabilitaccedilatildeo Estrutural Do Patrimoacutenio Construiacutedo Laboratoacuterio

Nacional De Engenharia Civil Lisboa 2008

SARAIVA J ndash ldquoTeacutecnicas de proteccedilatildeo e reabilitaccedilatildeo de estruturas em betatildeo armadordquo Tese

Mestradordquo Instituto Superior Teacutecnico Lisboa 2007

SILVA PASCM Comportamento de Estruturas de Betatildeo Reforccediladas por Colagem

Exterior de Sistemas de CFRP Tese de Doutoramento Faculdade de Engenharia da

Universidade do Porto DECivil Porto 2008

SILVA Joana Dissertaccedilatildeo de Mestrado - Meacutetodos Electroquiacutemicos para Prevenccedilatildeo da

Deterioraccedilatildeo e Reparaccedilatildeo de Estruturas de Betatildeo Armado com Protecccedilatildeo Catoacutedica

Dessalinizaccedilatildeo e Realcalinizaccedilatildeo 2007

138

VIEITEZ CHAMOSA JA RAMIacuteREZ ORTIZ JL Patologiacutea de la Construccioacuten en

Espantildea Aproximacioacuten Estadiacutestica Resumen de Tesis Doctoral Informes de la

Construccioacuten Vol 36 n1364 pp 5-15 Madrid Octubre 1984

WHITMORE D W ldquoImpressed Current and Galvanic Discrete Anode Cathodic

Protection for Corrosion Protection of Concrete Structuresrdquo Paper 02263 Vector

Corrosion Technologies 2002

SCIELO (2015) httpwwwscielobrscielophppid=S1983-

41952013000200002ampscript=sci_arttext Revista IBRACON de Estruturas e Materiais

NCREP (2015) httpwwwncrepptstatic7954 Reforccedilo e Reabilitaccedilatildeo de Estruturas de Betatildeo

Armado Intervencoes

Earths CO2 Home Page (2015) httpco2noworg

CED (2015) httpwwwaboutcivilorg Civil Engineering Portal of Lectures amp Training

Material

SJSU (2015) httpwwwengrsjsueduWofMatEprojectssrprojectsrproj5html Norma E 226 do

LNEC San Joseacute State University

GEO (2015) httpgeotechpediacomEquipmentShow719Covermeter--

BartrackerprettyPhoto[pp_gal]1 Geotechpedia

IEI (2015) httpwwwimpact-echocompagesproductshtml Impact Echo Instruments

OZ (2015) httpwwwoz-diagnosticopt Diagnostico Levantamento e Controlo de qualidade

em Estruturas e Fundaccedilotildees Lda

(2015) httpfilescirporgHtml5-18800425Cd03561fa-756f-475a-af97-f26d3082f1d3jpg

Imagem

GS (2015) httpwwwglobalsourcescomsiASBaoji-Dingding6008825187076pdtlTitanium-

Anodes-Mesh1050971236htm Global Sources

CNT (2015) httpwwwchemicalnewtechcomcathodic-protectioncathodic-protection-wavy

Chemical New Tech

139 Tiago Pais Boto

PTC (2015) httpwwwperfecttitaniumcomproductshtml Perfect Titanium Components

CONREHAB (2015) httpwwwconrehabcomCathodic-protectionAnode Cathodic

protection

AEGION (2015) httpwwwaegioncomCompanyInformationResourcesProductCatalogAnodesMagnesium-AnodesMagnesium-HPaspx

(2015) AC httpwwwcorrosioncliniccomcorrosion_resourcescorrosion_control_concrete_structures_p3ht

m Aegion Corporation

CCASMI (2015) httpwwwcorrosionservicesuscomold-concrete-structuresasp Corrosion

Control and Automation Systems for Municipalities and Industry

WCCCS (2015) httpwwwcorrosioncliniccomcorrosion_resourcescorrosion_control_concrete_structures_p5ht

m Web Corr Corrosion Consulting Services

ST (2015) httpwwwstructuraltechnologiescomproductelectro-tech-cp-metalized-mcp-

systems-0 structuraltechnologies

A2p (2015) httpwwwa2pptportfolioprojectosponte-cais-da-silopor estudos e

projetos

GAIURB (2015) httpwwwgaiurbptgaiurb_arrabidahtm urbanismo e habitaccedilatildeo

Durability Modelling of Reinforcement Corrosion in Concrete Structures Concrete

Institute of Australiardquo httpswwwconcreteinstitutecomau 2015

FOSROC 2015 httpwwwfosroccom International and Alltrista Zinc Products

Company

SCRIP 2015 httpwwwscirporg Academic publisher

140

141 Tiago Pais Boto

Anexo 1

8 Consideraccedilotildees gerais de reforccedilo com FRP agrave flexatildeo e corte em

seccedilotildees retangulares de acordo com ACI 440 e ACI 318

De modo a que a estrutura apresente uma reserva de resistecircncia quando solicitada por

a accedilatildeo do fogo o ACI recomenda que a estrutura anteriormente ao reforccedilo resista a duas

condiccedilotildees A primeira garante a resistecircncia a pelo menos 120 das accedilotildees permanentes e a 85

das sobrecargas A segunda condiccedilatildeo prende-se com a verificaccedilatildeo da capacidade resistente

tendo em conta a diminuiccedilatildeo das propriedades dos materiais apoacutes sujeitos ao fogo

(empty119877119899) 119890119909119894119904119905119890119899119905119890 ge (12119882119860119875 + 085119882119878119900119887) 119899119900119907119900 (81)

(119877119899120579) 119890119909119894119904119905119890119899119905119890 ge 119882119860119875 +119882119878119900119887 (82)

empty= Coeficiente de ductilidade

119877119899= Resistecircncia nominal de um elemento estrutural

119877119899120579= Resistecircncia nominal de um elemento estrutural submetido a temperaturas elevadas

119882119860119875= Accedilotildees permanentes

119882119878119900119887= Accedilotildees da sobrecarga

empty =

090 119904119890 120576119904 ge 0005

065 +025(120576119904minus120576119904119910)

0005minus120576119904119910 119904119890 120576119904119910 lt 120576119904 lt 0005

065 119904119890 120576119904 le 120576119904119910

(83)

Os elementos de reforccedilo FRP indicados nos documentos teacutecnicos dos fabricantes natildeo

satildeo afetados por nenhum coeficiente de minoraccedilatildeo devido aacute exposiccedilatildeo ambiental desta maneira

o ACI 440 recomenda que os alores de resistecircncia agrave traccedilatildeo e da extensatildeo uacuteltima sejam

corregidos por o coeficiente ambiental 119862119864

ƒ119891119906 = 119862119864 times ƒ119891119906lowast (84)

120576119891119906 = 119862119864 times 120576119891119906lowast (85)

ƒ119891119906=Resistecircncia uacuteltima de caacutelculo do FRP

142

ƒ119891119906lowast =Resistecircncia uacuteltima do FRP segundo o fabricante

119862119864=Coeficiente de reduccedilatildeo da accedilatildeo do meio ambiente

120576119891119906= Extensatildeo uacuteltima de caacutelculo do FRP

120576119891119906lowast =Extensatildeo uacuteltima do FRP segundo o fabricante

Tabela 8-1Valores de coeficiente de minoraccedilatildeo 119862119864

Condiccedilotildees de Exposiccedilatildeo Tipo de Fibra Coeficiente de reduccedilatildeo 119862119864

Interior Carbono 095

Vidro 075

Aramida 085

Exterior (pontes docas parques de estacionamento etc)

Carbono 085

Vidro 065

Aramida 075

Ambientes agressivos (ETARs industrias quiacutemicas etc)

Carbono 085

Vidro 050

Aramida 070

Devido aos materiais FRP apresentarem um comportamento linear elaacutestico antes da

rotura e admitindo que natildeo eacute afetado pela exposiccedilatildeo ambiental entatildeo o moacutedulo de elasticidade

pode ser determinado a partir da expressatildeo de Hooke

119864ƒ = ƒ119891119906 divide 120576119891119906 (86)

119864ƒ= Moacutedulo de elasticidade do FRP

ƒ119891119906= Resistecircncia uacuteltima de caacutelculo do FRP

120576119891119906= Extensatildeo uacuteltima de caacutelculo do FRP

143 Tiago Pais Boto

81 Reforccedilo agrave flexatildeo

811 Modos de ruina

Em elementos de betatildeo armado reforccedilado por FRPs a capacidade resistente agrave flexatildeo

estaacute intrinsecamente ligada aos modos de ruina os principais satildeo

Esmagamento do betatildeo comprimido ante da cedecircncia das armaduras de traccedilatildeo

Antes da rotura do FRP a armadura de traccedilatildeo entra em cedecircncia

Cedecircncia da armadura de traccedilatildeo seguindo-se o esmagamento do betatildeo de

compressatildeo

Destacamento do betatildeo de recobrimento devido a esta ser uma zona mais fraacutegil

devido aacute presenccedila de maior nuacutemero de vazios na interface betatildeoarmadura

Descolamento do FRP

Quando a extensatildeo na fibra de FRP atinge o valor de 3 (120576119888 = 120576119888119906=0003) considera-

se que se daacute o esmagamento do betatildeo A rotura do FRP acontece quando a extensatildeo for igual

ao valor de caacutelculo da extensatildeo uacuteltima de rotura (120576119891 = 120576119891119906)

Sendo que as tensotildees instaladas no FRP satildeo transferidas para o betatildeo de recobrimento

das armaduras introduzindo um acreacutescimo de tensotildees de corte e traccedilatildeo a extensatildeo maacutexima do

FRP eacute limitada atraveacutes da expressatildeo seguinte

120576119891119889 = 041radic119891119888

119899119864119891119905119891le 09 120576119891119906 (87)

120576119891119889 = Valor de caacutelculo da extensatildeo de rotura do FRP

119891119888 = Resistecircncia agrave compressatildeo do betatildeo

n = numero de camadas de FRP

119864119891 = Moacutedulo de elasticidade do FRP

119905119891 = Espessura de cada camada de FRP

120576119891119906 = Extensatildeo uacuteltima de caacutelculo do FRP

812 Hipoacuteteses baacutesicas do dimensionamento

De acordo com o ACI 440 as hipoacuteteses baacutesicas do dimensionamento satildeo consideradas

as seguintes suposiccedilotildees

Os caacutelculos de conceccedilatildeo do reforccedilo satildeo baseados nas propriedades dos materiais

existentes e nas disposiccedilotildees das armaduras

144

As extensotildees nas armaduras e no betatildeo satildeo diretamente proporcionais agraves

respetivas distacircncias do eixo neutro Uma seccedilatildeo plana antes da aplicaccedilatildeo do

carregamento devera permanecer plana apoacutes o carregamento (modelo de viga de

Euler-Bernoulli despreza-se a deformabilidade por corte)

A deformaccedilatildeo por corte na camada adesiva eacute desprezada devida a espessura

muito reduzida

A extensatildeo maacutexima de compressatildeo no betatildeo eacute de 0003

A resistecircncia agrave traccedilatildeo do betatildeo eacute desprezada

O FRP eacute caracterizado por um comportamento linear e elaacutestico tensatildeo-extensatildeo

ateacute agrave rotura

O accedilo assume um diagrama tensatildeoextensatildeo linear-elaacutestico ateacute agrave cedecircncia

seguido de um comportamento perfeitamente plaacutestico

Embora algumas das suposiccedilotildees possam natildeo refletir o verdadeiro comportamento do

FRP agrave flexatildeo tornam-se necessaacuterias para a introduccedilatildeo de dados computacionais Por exemplo

natildeo eacute considerado a deformaccedilatildeo por corte que ocorre na camada adesiva fazendo com que

ocorra um deslizamento relativo entre o FRP e o substrato

813 Criteacuterio de seguranccedila da resistecircncia agrave flexatildeo

O criteacuterio de seguranccedila da resistecircncia aacute flexatildeo deve ser verificado comparando o

momento fletor resistente de caacutelculo afetado por um coeficiente de reduccedilatildeo de ductilidade empty

descrito anteriormente e do momento fletor solicitante da combinaccedilatildeo mais desfavoraacutevel

empty119872119899 ge 119872119906 (88)

empty=Coeficiente de ductilidade

119872119899=Momento fletor resistente de caacutelculo

119872119906=Momento fletor solicitante da combinaccedilatildeo mais desfavoraacutevel Nmm

814 Niacutevel de extensatildeo no FRP

O maacuteximo de extensatildeo possiacutevel no FRP designada por extensatildeo efetiva 120576119891119890 acontece

quando

Ocorre o esmagamento do betatildeo de compressatildeo

Alcance do valor da extensatildeo de rotura do FRP

145 Tiago Pais Boto

Ocorrecircncia do descolamento do FRP

Entatildeo a extensatildeo efetiva pode ser calculada atraveacutes da seguinte expressatildeo

120576119891119890 = 120576119888119906 (119889119891minus119888

119888) minus 120576119887119894 le 120576119891119889 times 119896119898 (89)

Em que

119896119898 =

1

60120576119891119889(1 minus

119899119864119891119905119891

360000) le 090 119904119890 119899119864119891119905119891 le 180000

1

60120576119891119889(90000

119899119864119891119905119891) le 09 119904119890 119899119864119891119905119891 ge 180000

[119873119898119898] (810)

Onde

120576119891119890 = Extensatildeo efetiva do FRP

120576119888119906 = Extensatildeo maacutexima admitida no betatildeo comprimido

119889119891 = Distacircncia da face mais comprimida do betatildeo ao centro geomeacutetrico do FRP

c = Distancia da fibra mais comprimida ao eixo neutro

120576119887119894= Extensatildeo do betatildeo no substrato (betatildeo de recobrimento) no momento de instalaccedilatildeo do FRP

120576119891119889= Valor de caacutelculo da extensatildeo de rotura do FRP

n = Numero de camadas de FRP

119864119891 = Moacutedulo de elasticidade do FRP

119905119891 = Espessura de cada camada de FRP

815 Niacutevel de tensatildeo no FRP

A tensatildeo maacutexima que o FRP pode suportar antes da rotura da estrutura por flexatildeo pode

ser calculada admitindo um comportamento elaacutestico para o FRP atraveacutes da expressatildeo seguinte

119891119891119890 = 119864119891120576119891119890 (811)

Onde

119891119891119890=Tensatildeo efetiva no FRP niacutevel alcanccedilado na rotura da seccedilatildeo

119864119891=Modulo de elasticidade do FRP

120576119891119890=Extensatildeo efetiva no FRP niacutevel alcanccedilado na rotura da seccedilatildeo

146

816 Fator de reduccedilatildeo de ductilidade

Tendo em conta que a ductilidade de uma viga reforccedilada com FRP eacute inferior ao sistema original

desta maneira eacute importante verificar o niacutevel de deformaccedilatildeo das armaduras no estado limite

uacuteltimo apoacutes o esmagamento do betatildeo e descolamento do FRP de forma a manter a ductilidade

em niacuteveis aceitaacuteveis Este paracircmetro empty seraacute um fator de reduccedilatildeo do momento resistente

Figura 8-1 Fator de reduccedilatildeo do momento resistente em funccedilatildeo da extensatildeo do accedilo (adaptado

por Joaquim barros et al)

817 Estados limites de serviccedilo

Para se poderem evitar ou prevenir deformaccedilotildees plaacutesticas excessivas estas devem ser

limitadas em elementos de betatildeo armado reforccedilados com FRP para os estados limites de

utilizaccedilatildeo especialmente para elementos submetidos a cargas ciacuteclicas (El-Tawil et al 2001)

Desta forma a tensatildeo nas armaduras deve ser limitada a 80 e a tensatildeo de compressatildeo no betatildeo

limitada a 45 exemplificado nas expressotildees seguintes

119891119904119904 le 08 119891119904119910 (812)

119891119888119904 le 045119891119888 (813)

Onde

119891119904119904 = Tensatildeo para o accedilo natildeo preacute-esforccedilado para estados limites de utilizaccedilatildeo

119891119904119910 = Tensatildeo de cedecircncia para o accedilo natildeo preacute-esforccedilado

119891119888119904 = Resistecircncia de compressatildeo do betatildeo para estados limites de utilizaccedilatildeo

119891119888 = Resistecircncia agrave compressatildeo do betatildeo

147 Tiago Pais Boto

De acordo com Yamaguchi et al (1997) os autores observaram que existe uma relaccedilatildeo

linear entre a resistecircncia e as accedilotildees de longa duraccedilatildeo e o logaritmo do tempo de permanecircncia

do carregamento Chegaram agrave conclusatildeo que depois de aproximadamente 50 anos a resistecircncia

inicial do GFRP reduz em cerca de 30 a resitencia inicial do AFRP apresenta uma reduccedilatildeo

de cerca de 47 e a resistecircncia do CFRP tem uma perda de resistecircncia de aproximadamente

91 De acordo com Malvar (1998) os valores encontrados foram semelhantes

Desta maneira para se evitar a rotura dos sistemas reforccedilados com FRPs devido a accedilotildees

de longa duraccedilatildeo os valores da tensatildeo no FRP 119891119891119904 podem ser obtido segundo uma anaacutelise

elaacutestica e aplicando o momento que resulta das accedilotildees quase permanentes e das accedilotildees ciacuteclicas

Assim os valores das tensotildees para os sistemas GFRP AFRP e CFRP devem ficar limitados aos

valores indicados na tabela seguinte

Tabela 8-2 Limite de tensatildeo no FRP para carregamentos de longa duraccedilatildeo e accedilotildees ciacuteclicas

Tipo de Fibra do sistema FRP GFRP AFRP CFRP

020 119891119891119906 03 119891119891119906 055 119891119891119906

Onde

119891119891119906= Resistecircncia uacuteltima de caacutelculo do FRP

Os valores indicados na tabela satildeo resultado da aplicaccedilatildeo de um fator de seguranccedila de

06 aos valores dos fatores redutores de 03 047 e 091 para as fibras GFRP AFRP e CFRP

respetivamente

818 Aplicaccedilatildeo a seccedilotildees retangulares

Em aplicaccedilotildees de reforccedilo em seccedilotildees retangulares a resistecircncia agrave flexatildeo pode ser

determinada considerando a compatibilidade de deformaccedilotildees e o equiliacutebrio das forccedilas internas

atraveacutes do diagrama paraacutebola-retacircngulo

148

Figura 8-2Distribuiccedilatildeo de extensotildees e de tensotildees na verificaccedilatildeo aos estados limites uacuteltimos

(nas equaccedilotildees h foi substituiacutedo por 119889119891) (adaptado por Joaquim barros et al)

A distribuiccedilatildeo de extensotildees e de tensotildees representadas na figura anterior o momento

fletor resistente da secccedilatildeo na verificaccedilatildeo aos estados limite uacuteltimo pode ser calculado por

intermeacutedio da equaccedilatildeo seguinte

119872119899 = 119860119904119891119904 (119889119904 minus1205731119888

2) + 120595119891119860119891119891119891119890 (119889119891 minus

1205731119888

2) (814)

Onde

119872119899 = Momento fletor resistente da secccedilatildeo

119860119904 = Aacuterea da armadura convencional de traccedilatildeo

119891119904 = Tensatildeo de traccedilatildeo no accedilo

119889119904= Distancia entre a fibra do betatildeo mais comprimida e o centro geomeacutetrico da armadura de

traccedilatildeo

1205731 = Factor de transformaccedilatildeo do diagrama de tensotildees podendo assumir-se 08

c = Distancia da fibra de betatildeo mais comprimida ao eixo neutro

120595119891 =Coeficiente de minoraccedilatildeo da resistecircncia do FRP na flexatildeo pode assumir-se 085

119860119891= Aacuterea de FRP

119891119891119890 =Tensatildeo de traccedilatildeo efetiva no FRP

119889119891 = Altura total do elemento de betatildeo armado

149 Tiago Pais Boto

Por compatibilizaccedilatildeo de extensotildees e jaacute conhecendo a extensatildeo efetiva do FRP 120576119891119890 a

extensatildeo existente na camada de recobrimento logo apoacutes a aplicaccedilatildeo de reforccedilo 120576119887119894 e a posiccedilatildeo

do eixo neutro c podemos calcular a extensatildeo nas armaduras 120576119904 atraveacutes da expressatildeo

120576119904 = (120576119891119890 + 120576119887119894) (119889119904minus119888

119889119891minus119888) (815)

Onde

120576119904 = Niacutevel de extensatildeo nas armaduras

120576119891119890 = Extensatildeo efetiva no FRP niacutevel alcanccedilado na rotura da seccedilatildeo

120576119887119894 = Extensatildeo do betatildeo no substrato (betatildeo de recobrimento) no momento de instalaccedilatildeo do

FRP

119889119904 = Distancia entre a fibra do betatildeo armado mais comprimida e o centro geomeacutetrico da

armadura de traccedilatildeo

119889119891 = Altura total do elemento de betatildeo armado

c = Distancia da fibra de betatildeo mais comprimida ao eixo neutro

Conhecidas as extensotildees de todos os materiais que compotildees a seccedilatildeo e considerando-se

o comportamento linear-elaacutestico ateacute agrave cedecircncia seguido do comportamento perfeitamente

plaacutestico No caso do FRP como tambeacutem jaacute foi dito considera-se um comportamento linear e

elaacutestico Desta forma pode-se obter a correspondente tensatildeo atraveacutes das expressotildees

119891119904 = 119864119904120576119904 119904119890 120576119904 lt 120576119904119910 (816)

119891119904 = 119891119904119910 119904119890 120576119904 ge 120576119904119910 (817)

119891119891119890 = 119864119891120576119891 119904119890 120576119891 le 120576119891119889 (818)

119891119891119890 = 0 119904119890 120576119891 gt 120576119891119889 (819)

Onde

119891119904 =Tensatildeo nas armaduras

119864119904 = Moacutedulo de elasticidade do accedilo

120576119904 = Niacutevel de extensatildeo nas armaduras

150

120576119904119910 =Extensatildeo nas armaduras correspondente aacute tensatildeo de cedecircncia

119891119904119910 = Tensatildeo de cedecircncia para o accedilo natildeo preacute-esforccedilado

119891119891119890 = Tensatildeo de traccedilatildeo efetiva no FRP

119864119891 = Moacutedulo de elasticidade do FRP

120576119891 = Extensatildeo no FRP

120576119891119889 =Valor de caacutelculo da extensatildeo de descolamento do FRP ao substrato

Para o caacutelculo do equiliacutebrio interno de forccedilas se a equaccedilatildeo seguinte for satisfeita com a

verificaccedilatildeo da posiccedilatildeo do eixo neutro Os paracircmetros 1205721 e 1205731 de acordo com ACI 318-05 seccedilatildeo

10273 estatildeo associados agrave equivalecircncia do diagrama paraboacutelico das distribuiccedilatildeo de tensotildees no

betatildeo comprimido para o diagrama retangular e consideraccedilatildeo da linearidade fiacutesica dos

materiais Para 1205741 e 1205731 recomenda-se os valores de 085 e 08 respetivamente se a rotura do

sistema ocorrer por delaminaccedilatildeo ou descolamento do FRP segundo o ACI o diagrama

retangular garante resultados bastantes precisos

119888 =119860119904 119891119904+119860119891 119891119891119890

1205741 119891119888 1205731 119887119896 (820)

Onde

c = Distancia da fibra de betatildeo mais comprimida ao eixo neutro

119860119904 =Aacuterea das armaduras

119891119904 = Tensatildeo nas armaduras

119860119891 =Aacuterea de FRP

119891119891119890 = Tensatildeo de traccedilatildeo efetiva no FRP

1205741 e 1205731= Multiplicador de 119891119888 para determinar a tensatildeo equivalente do betatildeo agrave compressatildeo

119891119888 =Resistecircncia agrave compressatildeo do betatildeo

119887119896 =Largura da seccedilatildeo retangular de betatildeo

819 Tensatildeo no accedilo para estados limites de utilizaccedilatildeo

Assumindo o betatildeo fendilhado podemos calcular a tensatildeo no accedilo da secccedilatildeo reforccedilada

119891119904119904 e a posiccedilatildeo do eixo neutro para as cargas de serviccedilo kd atraveacutes do conceito de

homogeneizaccedilatildeo dos materiais

151 Tiago Pais Boto

119891119904119904 =[119872119904+ 120576119887119894 119860119891119864119891(119889119891minus

1198961198891199043)](119889119904minus119896119889119904)119864119904

119860119904119864119904(119889119904minus1198961198891199043)(119889119904minus119896119889119904)+119860119891119864119891(119889119891minus

1198961198891199043)(119889119891minus119896119889119904)

(821)

Em que

119896 = radic(120588119904119864119904

119864119888+ 120588119891

119864119891

119864119888)2

+ 2(120588119904119864119904

119864119888+ 120588119891

119864119891

119864119888(119889119891

119889119904)) minus (120588119904

119864119904

119864119888+ 120588119891

119864119891

119864119888) (822)

Onde

119891119904119904 = Tensatildeo nas armaduras para as cargas de serviccedilo

119872119904 =Momento no momento elaacutestico do elemento

120576119887119894 = Extensatildeo do betatildeo no substrato (betatildeo de recobrimento) no momento de instalaccedilatildeo do

FRP

119860119891 = Aacuterea de FRP

119864119891 = Moacutedulo de elasticidade do FRP

119889119891 = Altura total do elemento de betatildeo armado

119896 = Razatildeo entre a profundidade do eixo neutro e a profundidade medida no mesmo lado do eixo

neutro

119889119904 = Distancia entre a fibra mais comprimida do betatildeo armado e o centro geomeacutetrico da

armadura de traccedilatildeo

119864119904 = Moacutedulo de elasticidade do accedilo

119860119904 = Aacuterea das armaduras

120588119904 = Percentagem de reforccedilo da armadura convencional

119864119888 = Moacutedulo de elasticidade do betatildeo

120588119891 = Percentagem de reforccedilo de FRP

152

Figura 8-3 Distribuiccedilatildeo de tensotildees e extensotildees na verificaccedilatildeo dos estados limites de

utilizaccedilatildeo (adaptado por Joaquim barros et al)

8110 Tensatildeo no FRP para estados limites de utilizaccedilatildeo

Devido agrave atuaccedilatildeo de cargas de longa duraccedilatildeo e fadiga deve-se limitar a tensatildeo existente

no FRP atraveacutes da expressatildeo seguinte considerando-se as cargas quase permanentes e

comparar aos limites da tabela 16 recomendados pelo ACI

119891119891119904 = 119891119904119904 (119864119891

119864119904)119889119891minus119896119889119904

119889119904minus119896119889119904minus 120576119887119894119864119891 (823)

Onde

119891119891119904 = Tensatildeo no FRP causado pelo momento no regime elaacutestico do elemento de betatildeo armado

119891119904119904 = Tensatildeo nas armaduras para as cargas de serviccedilo

119864119891 = Moacutedulo de elasticidade do FRP

119864119904 = Moacutedulo de elasticidade das armaduras

119889119891 = Altura total do elemento de betatildeo armado

k = Razatildeo entre a profundidade do eixo neutro e a profundidade medida no mesmo lado do eixo

neutro

119889119904 = Distancia entre a fibra mais comprimida do betatildeo armado e o centro geomeacutetrico da

armadura de traccedilatildeo

120576119887119894 = Extensatildeo do betatildeo no substrato (betatildeo de recobrimento) no momento de instalaccedilatildeo do

FRP

153 Tiago Pais Boto

8111 Fluxograma para verificaccedilatildeo da capacidade resistente da seccedilatildeo reforccedilada agrave flexatildeo

De acordo com ACI 440 para a verificaccedilatildeo dos estados limites uacuteltimos a resistecircncia agrave

flexatildeo pode ser obtida seguindo o fluxograma indicado na figura seguinte Mas sendo que o

valor de 120576119891119889 diminui com a rigidez do sistema de reforccedilo na situaccedilatildeo em que a extensatildeo do

FRP for superior egrave extensatildeo efetiva torna-se necessaacuterio usar mais fibras de FRP no entanto no

contexto da rigidez e do valor econoacutemico eacute preferiacutevel aumentar a largura das camadas de FRP

do que aplicar mais camadas de FRP

154

Figura 8-4Diagrama para verificaccedilatildeo aos ELU em reforccedilo de seccedilotildees em betatildeo armado com

FRP (adaptado de Joaquim barros et al)

Determinar a extensatildeo inicial

Determinar a rigidez

Determinar o paracircmetro

Impor ruiacutena por esmagamento do betatildeo ( = )e =

Calcular a posiccedilatildeo da linha neutra c

Calcular o estado de extensatildeo no accedilo

lt

Calcular o estado de tensatildeo no accedilo

Tensatildeo no accedilo =

Calcular a tensatildeo efetiva no reforccedilo

Com a meacutedia dos valores de c calcula-se a nova

extensatildeo no reforccedilo

Obter a meacutedia dos dois valores de c Verificaccedilatildeo de equilibrio calcular a

posiccedilatildeo da linha neutra c

lt lt

Alterar a aacuterea do FRP de

Verificaccedilatildeo de dectilidade da seccedilatildeo calcular fAtor de reduccedilatildeo φ

Calcular o momento resistente

Criteacuterio de seguranccedila ao ELU

eacute verificado

Fim

Fornecer as caracteristicas geomeacutetricas da seccedilatildeo e

propriedades mecanicas dos

NAtildeONAtildeO

NAtildeO

SIM

SIM

SIM

155 Tiago Pais Boto

82 Reforccedilo ao esforccedilo transverso de uma viga ou pilar de betatildeo armado

821 Configuraccedilotildees geomeacutetricas de reforccedilo

Existem essencialmente trecircs tipos de revestimento de FRP usados para aumentar a

resistecircncia ao corte de uma viga de betatildeo armado ou pilar

Das trecircs hipoacuteteses a mais eficiente eacute total envolvimento da seccedilatildeo ilustrado na figura seguinte

a) Total envolvimento da seccedilatildeo

b) Em forma de U

c) Colagem em duas faces

Figura 8-5Configuraccedilotildees geomeacutetricas do reforccedilo ao corte com FRP (ACI 4402R-08)

822 Resistecircncia Nominal de corte

De acordo com o ACI 318-05 o valor da resistecircncia nominal de corte deve ser

multiplicado por um fator de reduccedilatildeo ϕ=085

ϕ119881119899 ge 119881119906 (824)

O valor nominal da resistecircncia ao corte tambeacutem pode ser calculado fazendo o

somatoacuterio da contribuiccedilatildeo da armadura resistente ao corte da contribuiccedilatildeo do betatildeo e do

sistema FRP afetado de um coeficiente de minoraccedilatildeo 120595119891 dependente da configuraccedilatildeo de

reforccedilo

Φ119881119899=ϕ(119881119888 + 119881119904 + 120595119891119881119891) (825)

Onde

119881119899 =Valor nominal da resistecircncia ao corte

119881119906 = Valor resistente ao corte requerido

156

119881119888 = Contribuiccedilatildeo do betatildeo para a resistecircncia ao corte de uma seccedilatildeo de betatildeo

119881119904 = Contribuiccedilatildeo das armaduras para a resistecircncia ao corte de uma seccedilatildeo de betatildeo

120595119891 = Coeficiente de minoraccedilatildeo dependente da configuraccedilatildeo de reforccedilo

Figura 8-6Valores correspondentes ao coeficiente 120595119891 (adaptaccedilatildeo de Joaquim barros et al)

823 Valor de caacutelculo da contribuiccedilatildeo do FRP

De acordo com ACI 440 o valor da contribuiccedilatildeo do FRP para aumentar a resistecircncia ao

esforccedilo transverso de uma viga de betatildeo armado eacute calculado com a expressatildeo seguinte

(Joaquim barros et al)

119881119891119889 = ϕ times 120595119891119860119891119907times119891119891119890times(sin120573+cos120573)times119889119891119907

119904119891 (826)

Em que

119860119891119907 = 2 times 119899119891 times 119905119891 times 119908119891 (827)

Onde

119881119891119889 = Valor de caacutelculo da contribuiccedilatildeo do FRP para contribuiccedilatildeo ao corte

ϕ = Fator de reduccedilatildeo de resistecircncia ACI 318-05 (empty = 085)

120595119891 =Coeficiente de minoraccedilatildeo dependente da configuraccedilatildeo de reforccedilo

119860119891119907 = Aacuterea de reforccedilo de FRP ao corte

119891119891119890 = Tensatildeo efetiva do FRP

120573 = Orientaccedilatildeo das fibras de FRP

119889119891119907= Altura uacutetil do reforccedilo de FRP

119904119891 = Espaccedilamento do FRP na direccedilatildeo do eixo da viga

157 Tiago Pais Boto

119899119891 = Nuacutemero de camadas de FRP

119905119891 = Espessura por camada de FRP

119908119891 =Largura por unidade de FRP

Figura 8-7Identificaccedilatildeo dos paracircmetros intervenientes na formulaccedilatildeo do reforccedilo com FRP

(ACI 4402R)

824 Tensatildeo efetiva do FRP

119891119891119890 = 120576119891119890 times 119864119891 (828)

Onde

119891119891119890 = Tensatildeo efetiva do FRP

120576119891119890 = Extensatildeo efetiva do FRP (extensatildeo do FRP na rotura da seccedilatildeo de betatildeo armado)

119864119891 = Moacutedulo de elasticidade do FRP

825 Extensatildeo efetiva para configuraccedilatildeo de envolvimento total da seccedilatildeo com FRP

De acordo com o ACI 440 observou-se que em reforccedilo de vigas ou pilares com

envolvimento total da seccedilatildeo ocorria uma perda de ligaccedilatildeo nos agregados do betatildeo onde o niacutevel

de extensatildeo era maior desta maneira o niacutevel de extensatildeo efetiva 120576119891119890 deveraacute ser limitada a

120576119891119890 = 0004 le 075 times 120576119891119906 (829)

Onde

120576119891119890 = Extensatildeo efetiva do FRP (extensatildeo do FRP na rotura da seccedilatildeo de betatildeo armado)

120576119891119906 = Valor de caacutelculo da extensatildeo de rotura do FRP

158

826 Extensatildeo efetiva para configuraccedilatildeo de envolvimento da seccedilatildeo com FRP em forma de U

e nas duas faces

Nestes dois casos de envolvimento da seccedilatildeo de betatildeo com FRP de acordo com o ACI

440 Triantafillou em 1998 observou que antes da perda de ligaccedilatildeo dos agregados ocorreu a

delaminaccedilatildeo do betatildeo desta forma analisaram-se as tensotildees de aderecircncia permitindo chegar a

um coeficiente de reduccedilatildeo aplicaacutevel ao corte 119896119907 de forma a viabilizar estas duas configuraccedilotildees

de envolvimento da seccedilatildeo com FRP

120576119891119890 = 119896119907 times 120576119891119890 le 0004 (830)

Em que

119896119907 =1198961times1198962times119871119890

11900times120576119891119906le 075 (831)

1198961 = (119891119888

27)23frasl

(832)

1198962 =

119889119891119907minus119871119890

119889119891119907 119877119890119891119900119903ccedil119900 119890119898 119891119900119903119898119886 119889119890 119880

119889119891119907minus2times119871119890

119889119891119907 119877119890119891119900119903ccedil119900 119886119901119897119894119888119886119889119900 119899119886119904 119891119886119888119890119904 119897119886119905119890119903119886119894119904

(833)

119871119890 =23300

(119899119891times119905119891times119864119891)058 (834)

Onde

120576119891119890 = Extensatildeo efetiva do FRP (extensatildeo do FRP na rotura da seccedilatildeo de betatildeo armado)

119896119907 =Coeficiente de reduccedilatildeo de aderecircncia

1198961 =Coeficiente que tem em conta a resistecircncia do betatildeo

1198962 =Fator que tem em conta a configuraccedilatildeo do reforccedilo

119871119890 =Comprimento de colagem efetivo do FRP

120576119891119906 = Valor de caacutelculo da extensatildeo de rotura do FRP

119891119888 = Valor caracteriacutestico da resistecircncia agrave compressatildeo do betatildeo

159 Tiago Pais Boto

119889119891119907 = Altura uacutetil do reforccedilo de FRP

119899119891 = Nuacutemero de camadas de FRP

119905119891 = Espessura por camada de FRP

119864119891 = Moacutedulo de elasticidade do FRP

827 Coeficiente de reduccedilatildeo ambiental 119914119942

Como jaacute referido no iniacutecio do capiacutetulo 6 Os elementos de reforccedilo FRP indicados nos

documentos teacutecnicos dos fabricantes natildeo satildeo afetados por nenhum coeficiente de minoraccedilatildeo

devido aacute exposiccedilatildeo ambiental desta maneira o ACI 440 recomenda que os alores de resistecircncia

agrave traccedilatildeo e da extensatildeo uacuteltima sejam corregidos por o coeficiente ambiental 119862119864

ƒ119891119906 = 119862119864 times ƒ119891119906lowast (835)

120576119891119906 = 119862119864 times 120576119891119906lowast (836)

ƒ119891119906=Resistecircncia uacuteltima de caacutelculo do FRP

ƒ119891119906lowast =Resistecircncia uacuteltima do FRP segundo o fabricante

119862119864=Coeficiente de reduccedilatildeo da accedilatildeo do meio ambiente

120576119891119906= Extensatildeo uacuteltima de caacutelculo do FRP

120576119891119906lowast =Extensatildeo uacuteltima do FRP segundo o fabricante

Page 3: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES

iii Tiago Pais Boto

AGRADECIMENTOS

A presente dissertaccedilatildeo natildeo poderia ter sido realizado sem a imprescindiacutevel ajuda de vaacuterias

pessoas e entidades pelo que expresso aqui a minha gratidatildeo particularmente

Ao Doutor Ricardo Nuno Francisco do Carmo meu orientador cientiacutefico pela

disponibilidade apoio colaboraccedilatildeo e amizade manifestada durante a realizaccedilatildeo deste trabalho

e ao longo de todo o meu percurso acadeacutemico

Ao Mestre Paulo Maranha Nunes Tiago pela disponibilidade e partilha de referecircncias

bibliograacuteficas para a realizaccedilatildeo da presente dissertaccedilatildeo assim como as saacutebias palavras e

ensinamentos transmitidos ao longo do percurso acadeacutemico

Aos meus colegas de curso especialmente ao Joatildeo Carlos Oacutescar Santos e Helena Alves

pela amizade revisatildeo e partilha de livros

Um agradecimento especial ao pessoal que partilhou a casa em Coimbra durante o percurso

acadeacutemico e todos os amigos Zeacute Miguel Jorge Renato e Paulo a amizade e companheirismo

foram muito importantes

Agrave Inecircs Castro Joana Costa Vanessa Simotildees e Teresa Loureiro pela disponibilidade na

ajuda e revisatildeo do documento

Agrave minha famiacutelia especialmente aos meus pais pelo apoio e incentivo e conjuntamente com

o meu irmatildeo por continuarem-me a aturar Sem eles nada seria possiacutevel

iv

RESUMO

Jaacute se passaram algumas deacutecadas desde que o betatildeo eacute o principal material de construccedilatildeo

que ergue cidades e estruturas nas civilizaccedilotildees contemporacircneas Num passado natildeo muito

longiacutenquo a aacuterea da durabilidade manutenccedilatildeo e prevenccedilatildeo das estruturas de betatildeo natildeo foi vista

como prioridade chegando a ser negligenciada por consequecircncia hoje existem graves

problemas nalgumas construccedilotildees de betatildeo Por outro lado devido ao excedente de construccedilatildeo

habitacional em Portugal e agrave a atual conjuntura econoacutemicafinanceira que a Europa atravessa

o setor da construccedilatildeo tem sofrido um abrandamento acentuado A consciecircncia e postura de

sustentabilidade das novas geraccedilotildees e entidades competentes acentuou a necessidade de

preservar reparar e reforccedilar muito do patrimoacutenio no parque habitacional portuguecircs e europeu

O projeto de intervenccedilatildeo numa estrutura nunca eacute abordada da mesma maneira natildeo existem duas

estruturas iguais e haacute particularidades neste tipo de projetos que natildeo existem num projeto de

uma estrutura nova Para intervir numa estrutura jaacute construiacuteda eacute necessaacuterio um conhecimento

abrangente em vaacuterias temaacuteticas tais como regulamentaccedilatildeo meacutetodos de avaliaccedilatildeo de

seguranccedila definiccedilatildeo das caracteriacutesticas mecacircnicas dos materiais teacutecnicas de reparaccedilatildeo e

reforccedilo metodologias de diagnostico e intervenccedilatildeo comportamento estrutural etc

Atualmente existe muita informaccedilatildeo acerca da temaacutetica de reparaccedilatildeo e reforccedilo de estruturas de

betatildeo armado no entanto haacute ainda alguma falta de documentaccedilatildeo onde a informaccedilatildeo aparece

de forma integral e objetiva

Consideando o apresentado anteriormente tentou-se compilar informaccedilatildeo sobre os principais

assuntos que interessam a um projeto de reparaccedilatildeoreforccedilo de estruturas de betatildeo armado

nomeadamente as normas e legislaccedilatildeo aplicaacutevel exemplos de metodologias de inspeccedilatildeo e

intervenccedilatildeo os principais ensaios em laboratoacuterio e in situ para caracterizaccedilatildeo dos materiais

principais teacutecnicas de reparaccedilatildeoreforccedilo Sobre este toacutepico e a tiacutetulo de exemplo aprofundou-

se com mais detalhe as consideraccedilotildees relativas ao dimensionamento com reforccedilo com FRPacutes

v Tiago Pais Boto

ABSTRACT

It has been a few decades since the concrete is the main building material used to raised cities

and structures in the contemporary civilizations In a not so distant past the area of durability

maintenance and prevention of concrete structures has not been seen as a priority being

neglected and therefore today there are serious problems in some concrete structures On the

other hand due to the surplus of the housing construction in Portugal and the current

economicfinancial that Europe is going through the construction industry has been suffering

a sharp slowdown The consciousness and attitude of sustainability of the new generations

and competent authorities accented the need to maintain repair and enhance much of the

Portuguese and European housing stock and patrimony

The intervention project in a structure is never addressed the same way there are not two

equal structures and there are special features on this type of project that do not exist a new

structure project To intervene in a structure already built it is necessary comprehensive

knowledge of various topics such as regulations safety assessment methods definition of the

mechanical characteristics of the materials techniques of reparation and reinforcement

diagnostic and intervention methodologies structural behavior and so on

Currently there is a lot of information about the subject of reparation and reinforcement of

reinforced concrete structures however there is still some lack of documentation where the

information appears fully and objectively

Considering the previously presented We tried attempt to compile the information on the

main issues which are of interest to the project of reparationreinforcement of reinforced

concrete structures in particular the guidelines and applicable legislation examples of

inspection methodologies and interventions the main tests in laboratories and in situ to

characterize the materials the main techniques in reparationreinforcement On this topic and

for example deepened in more detail considerations on the design with reinforcement with

FRPs

Palavras-chave

Patologias Diagnostico Inspeccedilatildeo Ensaios in situ Ensaios laboratoriais Reforccedilo Estruturas de

Betatildeo Armado

KEYWORDS

Pathology Diagnosis Inspection Testing situ Laboratory tests Reinforcement Concrete

Structures

vi

vii Tiago Pais Boto

Iacutendice

AGRADECIMENTOS iii

RESUMO iv

ABSTRACT v

IacuteNDICE DE FIGURAS 1

IacuteNDICE DE TABELAS 4

ACROacuteNIMOS 4

SIMBOLOGIA 6

1 INTRODUCcedilAtildeO 13

11 Enquadramento 13

12 Objetivos 14

13 Estrutura da dissertaccedilatildeo 15

2 Normas Regulamentaccedilatildeo e Documentaccedilatildeo teacutecnica 17

21 Normas europeias mais relevantes e que devem consultadas na realizaccedilatildeo de um

projeto de reabilitaccedilatildeo estrutural 17

22 Importacircncia da Norma EN NP 1504 em projetos de reforccediloreparaccedilatildeo 17

23 Os regulamentos publicados em Portugal na aacuterea do projeto estrutural 22

24 Por fim aconselha-se consulta da seguinte documentaccedilatildeo que apresenta

recomendaccedilotildees relevantes para na realizaccedilatildeo de um projeto de reabilitaccedilatildeo estrutural 22

3 Avaliaccedilatildeo e diagnoacutestico do estado de conservaccedilatildeo das estruturas de betatildeo armado 25

31 Introduccedilatildeo 25

32 Metodologia de inspeccedilatildeo 25

33 Ensaios in situ e Ensaios laboratoriais 26

331 Anaacutelise e monitorizaccedilatildeo de vibraccedilotildees em estruturas 26

332 Ensaios de ultrassons em betatildeo 27

333 Deteccedilatildeo de armaduras com recurso do pacoacutemetro 30

334 Deteccedilatildeo de corrosatildeo em armaduras por mediccedilatildeo dos potenciais eleacutetricos 32

335 Determinaccedilatildeo do teor de cloretos no betatildeo 33

336 Ensaio de aderecircncia por traccedilatildeo (pull-off) 35

337 Resistecircncia aacute compressatildeo com recurso ao escleroacutemetro do tipo Schmidt 36

338 Avaliaccedilatildeo da profundidade de carbonataccedilatildeo com indicador de fenolftaleiacutena 38

viii

339 Observaccedilatildeo boroscoacutepica de cavidades e fendas 40

3310 Mediccedilatildeo de deslocamentos em juntas e fendas com o alongacircmetro 41

3311 Determinaccedilatildeo da resistecircncia de betotildees a partir de provetes ciliacutendricos 42

3312 Mediccedilatildeo da espessura da seccedilatildeo atraveacutes de ensaios impacto-eco 44

4 Patologias em Estruturas de Betatildeo Armado 47

41 Introduccedilatildeo 47

42 Erros de projeto 48

43 Deficiente execuccedilatildeo 49

44 Erros de Exploraccedilatildeo Manutenccedilatildeo 49

441 Mecanismos Mecacircnicos 49

442 Mecanismos Quiacutemicos 52

443 Mecanismos Fiacutesicos 56

5 Reparaccedilatildeo e Reforccedilo de Estruturas de betatildeo armado 59

51 Enquadramento Geral de uma intervenccedilatildeo de reforccedilo 59

52 Aspetos teacutecnicos a considerar em situaccedilotildees de reparaccedilatildeo ou reforccedilo estrutural 59

53 Metodologias de intervenccedilatildeo 60

54 Verificaccedilatildeo da seguranccedila de estruturas existentes 62

55 Caracterizaccedilatildeo do tipo de intervenccedilatildeo 65

56 Paracircmetros principais a considerar no dimensionamento do Reforccedilo 66

57 Mecanismos de transferecircncia de tensotildees de acordo com CEB Nordm162 68

571 Transferecircncia de tensotildees atraveacutes de compressatildeo direta betatildeo sobre betatildeo 68

572 Transferecircncia de tensotildees atraveacutes de adesatildeo betatildeobetatildeo 69

573 Transferecircncia de tensotildees atraveacutes de fricccedilatildeo betatildeobetatildeo 69

574 Transferecircncia de tensotildees de compressatildeo atraveacutes camadas de resina 70

575 Transferecircncia de forccedilas das armaduras de reforccedilo para armaduras de reforccedilo ou

armaduras existentes 72

58 Principais Teacutecnicas de reparaccedilatildeo e reforccedilo estrutural 73

581 Meacutetodos de proteccedilatildeoreparaccedilatildeo eletroquiacutemica 73

582 Reforccedilo de seccedilotildees com encamisamentocolagem de chapas metaacutelicas (EBR)

Externally bonded reinforcement 82

583 Reforccedilo de seccedilotildees com encamisamento de betatildeo armado 95

ix Tiago Pais Boto

584 Reforccedilo de estruturas em betatildeo com colagem de compoacutesitos FRP (Poliacutemeros

reforccedilados com fibras) 105

6 Exemplos de casos praacuteticos de reparaccedilatildeo e reforccedilo 113

61 Cais de carga geral do porto de Aveiro 113

62 Viaduto Duarte Pacheco 117

63 Reabilitaccedilatildeo da ponte cais da Trafaria 122

64 Reabilitaccedilatildeo da ponte de Arraacutebida 125

7 CONCLUSOtildeES E DESENVOLVIMENTOS FUTUROS 130

71 CONCLUSOtildeES 130

72 DESENVOLVIMENTOS FUTUROS 130

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 131

Anexo 1 141

8 Consideraccedilotildees gerais de reforccedilo com FRP agrave flexatildeo e corte em seccedilotildees retangulares de

acordo com ACI 440 e ACI 318 141

81 Reforccedilo agrave flexatildeo 143

811 Modos de ruina 143

812 Hipoacuteteses baacutesicas do dimensionamento 143

813 Criteacuterio de seguranccedila da resistecircncia agrave flexatildeo 144

814 Niacutevel de extensatildeo no FRP 144

815 Niacutevel de tensatildeo no FRP 145

816 Fator de reduccedilatildeo de ductilidade 146

817 Estados limites de serviccedilo 146

818 Aplicaccedilatildeo a seccedilotildees retangulares 147

819 Tensatildeo no accedilo para estados limites de utilizaccedilatildeo 150

8110 Tensatildeo no FRP para estados limites de utilizaccedilatildeo 152

8111 Fluxograma para verificaccedilatildeo da capacidade resistente da seccedilatildeo reforccedilada agrave flexatildeo

153

82 Reforccedilo ao esforccedilo transverso de uma viga ou pilar de betatildeo armado 155

821 Configuraccedilotildees geomeacutetricas de reforccedilo 155

822 Resistecircncia Nominal de corte 155

823 Valor de caacutelculo da contribuiccedilatildeo do FRP 156

824 Tensatildeo efetiva do FRP 157

x

825 Extensatildeo efetiva para configuraccedilatildeo de envolvimento total da seccedilatildeo com FRP 157

826 Extensatildeo efetiva para configuraccedilatildeo de envolvimento da seccedilatildeo com FRP em forma

de U e nas duas faces 158

827 Coeficiente de reduccedilatildeo ambiental 119914119942 159

1 Tiago Pais Boto

IacuteNDICE DE FIGURAS

Figura 1-1 Peso () da Reabilitaccedilatildeo Residencial na Produccedilatildeo Total da Construccedilatildeo para 14 paiacuteses da Europa

(AECOPS 2009) 14

Figura 2-1 Etapas de um processo de reparaccedilatildeoreforccedilo (Silva 2008) 21

Figura 3-1 Esquema do equipamento para registo de vibraccedilotildees (oz diagnostico2015) 27

Figura 3-2 Equipamento para ensaios de ultrassons no betatildeo (ATCP Physical Engineering) 28

Figura 3-3Ilustraccedilatildeo das trecircs metodologias para realizaccedilatildeo de ensaios ultrassons (ATCP Physical Engineering)

28

Figura 3-4 Pacoacutemetro (geotechpedia 2012) 31

Figura 3-5 Equipamento para mediccedilatildeo do teor de cloretos in situ (oz diagnostico 2015) 34

Figura 3-6 Esquematizaccedilatildeo do ensaio de aderecircncia por traccedilatildeo pull-off (oz diagnostico 2015) 36

Figura 3-7 Escleroacutemetro de Schmidt (Nabrande Wikipedia 2015) 37

Figura 3-8 Reaccedilatildeo da fenolftaleiacutena numa carote de betatildeo (oz diagnostico 2015) 39

Figura 3-9 Esquematizaccedilatildeo de um boroscoacutepio (oz diagnostico 2015) 40

Figura 3-10Alongacircmetro mecacircnico (oz diagnostico 2015) 41

Figura 3-11 Extraccedilatildeo de carote com localizaccedilatildeo preacutevia da malha de armaduras (oz diagnostico 2015) 43

Figura 3-12 Parte do equipamento para realizaccedilatildeo do ensaio (impacto-ecoimpact Echo instruments 2015) 44

Figura 4-1 Modelo de Tuutti evoluccedilatildeo dos niacuteveis de deterioraccedilatildeo ao longo da vida uacutetil de uma estrutura (Concrete

Institute of Australia 2015) 48

Figura 4-2Modelo simplificado do processo de corrosatildeo nas armaduras (ACosta1997) 54

Figura 4-3 Evoluccedilatildeo dos niacuteveis de concentraccedilatildeo de CO2 nos uacuteltimos 50 anos 55

Figura 5-1 Comportamento teoacuterico dos modelos de anaacutelise (Appleton Jamp Costa A 2011) 63

Figura 5-2 Tensatildeo de corte em funccedilatildeo da tensatildeo normal em superfiacutecie de betatildeo tratada com jacto de areia (CEB

Bulletin drsquoinformation nordm1621983) 70

Figura 5-3 Espessura da camada de resina e correspondente resistecircncia agrave traccedilatildeo (CEB Bulletin drsquoinformation

nordm162 1983) 71

Figura 5-4Tensatildeo de corte em funccedilatildeo do deslizamento para vaacuterias espessuras de chapa de accedilo coladas (CEB

Bulletin drsquoinformation nordm162 1983) 72

Figura 5-5 Transferecircncia de forccedilas atraveacutes das armaduras de reforccedilo (CED 2015) 72

Figura 5-6Esquema de proteccedilatildeo catoacutedica por corrente imposta com recurso a acircnodo inerte distribuiacutedo (adaptado

de G Kakuba 2005) 75

Figura 5-7Esquema de proteccedilatildeo catoacutedica por corrente imposta com recurso a acircnodos internos (adaptado de G

Kakuba 2005) 75

Figura 5-8 Esquema de proteccedilatildeo catoacutedica com recurso a acircnodos de sacrifiacutecio sem necessidade de fonte de corrente

contiacutenua (adaptado de G Kakuba 2005) 76

Figura 5-9Malha de titacircnio (Global Sources 2015) 77

Figura 5-10 Fita de malha de titacircnio (Chemical Newtech 2015) 77

Figura 5-11 Acircnodo de titacircnio ativado (Global Sources 2015) 78

2

Figura 5-12 Aplicaccedilatildeo de tinta orgacircnica condutora (CONREHAB Cathodic protection 2015) 78

Figura 5-13 Acircnodo enterrado de magneacutesio (AEGION 2015) 79

Figura 5-14Sistema de acircnodo adesivo de zinco (Jianhai Qiu 2002) 79

Figura 5-15Acircnodo de zinco envolvido em argamassa de elevada porosidade (CCASMI Corrosion Services

2015) 80

Figura 5-16Sistema de proteccedilatildeo catoacutedica com malha de zinco (FOSROC 2015) 80

Figura 5-17Aplicaccedilatildeo de metais por projeccedilatildeo em estrutura de betatildeo armado (Structural Technologies 2015) 81

Figura 5-18 Diagrama de Pourbaix para Fe-H2O a 25ordmC (SJSU2015) 81

Figura 5-19Reforccedilo com encamisamento metaacutelico eliacuteptico para seccedilotildees retangulares (Aboutaha RS et all 1999)

84

Figura 5-20 Dimensotildees recomendadas no reforccedilo agrave flexatildeo de uma viga em betatildeo armado (Gomes A Appleton

J1997) 84

Figura 5-21 Dimensotildees recomendadas no reforccedilo ao esforccedilo transverso de uma viga em betatildeo armado (Gomes

A Appleton J) 85

Figura 5-22 Deformaccedilatildeo de pilares devido agrave formaccedilatildeo de roacutetulas plaacutesticas ldquoph-plastic hingesrdquo (SCRIP academic

publisher 2015) 86

Figura 5-23Esquematizaccedilatildeo de um encamisamento metaacutelico (Chai Y H et al 1991) 86

Figura 5-24Seccedilatildeo de betatildeo confinada com anel e encamisamento metaacutelico (Attard M M Setunge S 1996) 87

Figura 5-25 Modelo de caacutelculo de pilares agrave flexatildeo composta (Gomes A Appleton J) 90

Figura 5-26 Modelo de caacutelculo agrave flexatildeo de vigas reforccediladas por colagem de chapas metaacutelicas (Gomes A

Appleton J) 91

Figura 5-27 Distribuiccedilatildeo plaacutestica das tensotildees de aderecircncia (Gomes A Appleton J) 93

Figura 5-28 Encamisamento de pilares com betatildeo armado (Santos 2008) 95

Figura 5-29Disposiccedilatildeo das armaduras mais utilizado no encamisamento de vigas (Gomes A Appleton J) 96

Figura 5-30 Disposiccedilatildeo das armaduras mais utilizado no encamisamento de pilares (Gomes A Appleton J)

97

Figura 5-31Espessura a betonar em funccedilatildeo do material e teacutecnica utilizada (Gomes A Appleton J) 97

Figura 5-32Modelo de caacutelculo agrave flexatildeo de vigas reforccediladas por encamisamento de betatildeo armado (Gomes A

Appleton J) 98

Figura 5-33 Modelo de caacutelculo para verificaccedilatildeo da ligaccedilatildeo betatildeo existentebetatildeo novo (Gomes A Appleton J)

99

Figura 5-34Pilar com encamisamento de betatildeo armado total (Aacutelvaro Sousa 2008) 102

Figura 5-35Modelo de caacutelculo dos esforccedilos resistentes agrave flexatildeo composta (Aacutelvaro Sousa 2008) 104

Figura 5-36 Compoacutesito de FRP (Formas Preacute-Fabricada e Curada ldquoin siturdquo) (LJuvandes et all 2007) 106

Figura 5-37 Comportamento agrave traccedilatildeo de fibras e metais (ACI 440R-96 1996) 107

Figura 5-38 Aplicaccedilatildeo do sistema FRP (adaptado de BASF 2007) 110

Figura 5-39Fatores condicionantes para a durabilidade dos FRPrsquos 110

Figura 6-1 Vista do Cais de Carga do porto de Aveiro (LOURENCcedilO Z 2007) 113

3 Tiago Pais Boto

Figura 6-2 Corte da viga frontal com a ilustraccedilatildeo das diferentes zonas anoacutedicas do sistema de proteccedilatildeo catoacutedica

(LOURENCcedilO Z 2007) 114

Figura 6-3 Instalaccedilatildeo das fitas de malha de TiMMO (LOURENCcedilO Z 2007) 115

Figura 6-4 Unidade Central de controlo e monitorizaccedilatildeo (LOURENCcedilO Z 2007) 115

Figura 6-5 Meacutedia dos valores do decrescimento do potencial (72 h) em funccedilatildeo da densidade de corrente

(LOURENCcedilO Z 2007) 117

Figura 6-6 Vista geral viaduto Duarte Pacheco (httpwwwpanoramiocom 2014) 117

Figura 6-7 Alccedilado do Viaduto Duarte Pacheco (APPLETON J et al 2004) 118

Figura 6-8 Fendilhaccedilatildeo das reaccedilotildees alcali-siacutelica no betatildeo nas vigas do tabuleiro (APPLETON J et al 2004)119

Figura 6-9 Fendilhaccedilatildeo em pilar e trabalho de injeccedilatildeo (APPLETON J et al 2004) 120

Figura 6-10 Reabilitaccedilatildeo de apoios moveis (APPLETON J et al 2004) 120

Figura 6-11 Substituiccedilatildeo de apoios moacuteveis bloqueados e deformados (APPLETON J et al 2004) 120

Figura 6-12Reforccedilo com laminados de fibra de carbono (APPLETON J et al 2004) 121

Figura 6-13Reconstruccedilatildeo das lajes consola e dos passeios (APPLETON J et al 2004) 121

Figura 6-14Vista geral do viaduto Duarte Pacheco apoacutes intervenccedilatildeo (APPLETON J et al 2004) 122

Figura 6-15 Ponte Cais da Trafaria (a2p estudos e projetos 2004) 122

Figura 6-16 Estado de degradaccedilatildeo da estrutura (a2p estudos e projetos 2004) 123

Figura 6-17 Intervenccedilotildees nas vigas da ponte cais da Trafaria (a2p estudos e projetos 2004) 124

Figura 6-18 Vista geral Ponte da Arraacutebida (Gaiurb 2015) 125

Figura 6-19 Ilustraccedilatildeo do mapeamento das Patologias (APPLETON J et al 2002) 126

Figura 6-20 Localizaccedilatildeo das zonas ensaiadas (APPLETON J et al 2002) 127

Figura 6-21 Corrosatildeo das armaduras (APPLETON J et al 2002) 128

Figura 8-1 Fator de reduccedilatildeo do momento resistente em funccedilatildeo da extensatildeo do accedilo (adaptado por Joaquim barros

et al) 146

Figura 8-2Distribuiccedilatildeo de extensotildees e de tensotildees na verificaccedilatildeo aos estados limites uacuteltimos (nas equaccedilotildees h foi

substituiacutedo por 119889119891) (adaptado por Joaquim barros et al) 148

Figura 8-3 Distribuiccedilatildeo de tensotildees e extensotildees na verificaccedilatildeo dos estados limites de utilizaccedilatildeo (adaptado por

Joaquim barros et al) 152

Figura 8-4Diagrama para verificaccedilatildeo aos ELU em reforccedilo de seccedilotildees em betatildeo armado com FRP (adaptado de

Joaquim barros et al) 154

Figura 8-5Configuraccedilotildees geomeacutetricas do reforccedilo ao corte com FRP (ACI 4402R-08) 155

Figura 8-6Valores correspondentes ao coeficiente 120595119891 (adaptaccedilatildeo de Joaquim barros et al) 156

Figura 8-7Identificaccedilatildeo dos paracircmetros intervenientes na formulaccedilatildeo do reforccedilo com FRP (ACI 4402R) 157

4

IacuteNDICE DE TABELAS

Tabela 2-1 Organizaccedilatildeo da Norma EN NP 1504 18

Tabela 3-1 Qualidade do betatildeo em funccedilatildeo da velocidade de propagaccedilatildeo dos ultrassons (Japanese Society of

Construction) 30

Tabela 3-2Risco de corrosatildeo ativa em funccedilatildeo do niacutevel de potencial 33

Tabela 4-1 Caracteriacutesticas do betatildeo em funccedilatildeo da temperatura (Adaptado de Rosso (1975) Neville (1923) 51

Tabela 5-1 Aspetos teacutecnicos a considerar para situaccedilotildees de reparaccedilatildeo e reforccedilo (Joseacute Vasconcelos Paiva et all

LNEC 2006) 60

Tabela 5-2Metodologia a seguir para projeto de reparaccedilatildeoreforccedilo (ACI Committee 364 1999) 61

Tabela 5-3 Coeficiente 120593119877 para danos provocados por sismos (CEB 1983) 64

Tabela 5-4 Coeficiente 120593119877 para danos provocados por incecircndios (CEB 1983) 64

Tabela 5-5 Coeficiente 120593119877 para danos provocados pela corrosatildeo (CEB 1983) 65

Tabela 5-6Relaccedilatildeo entre Coeficiente de Capacidade e Grau de Intervenccedilatildeo 66

Tabela 5-7 Coeficientes de minoraccedilatildeo (120574prime119862) para betatildeo cofrado em obra (CEB 1983) 66

Tabela 5-8 Coeficientes de minoraccedilatildeo (120574prime119862) para betatildeo projetado (CEB 1983) 66

Tabela 5-9 Coeficientes de minoraccedilatildeo (120574prime119878) para Accedilo (CEB 1983) 67

Tabela 5-10Forccedila de Adesatildeo consoante a interface de ligaccedilatildeo 69

Tabela 5-11 Seacuterie galvacircnica dos materiais 74

Tabela 5-12Propriedades das Principais Fibras (Manoochehr Zoghi 2014) 108

Tabela 5-13 Principais vantagens e desvantagens das fibras FRP (Aacutelvaro Sousa 2008) 112

Tabela 6-1 Resultados obtidos durante dois ciclos de polarizaccedilatildeo despolarizaccedilatildeo (LOURENCcedilO Z 2007) 116

Tabela 6-2 Meacutedia dos valores de decrescimento de potencial obtido em cada zona e em cada ciclo de polarizaccedilatildeo

(LOURENCcedilO Z 2007) 116

Tabela 0-1Valores de coeficiente de minoraccedilatildeo 119862119864 142

Tabela 8-2 Limite de tensatildeo no FRP para carregamentos de longa duraccedilatildeo e accedilotildees ciacuteclicas 147

ACROacuteNIMOS

A - Fibra de Aramida

ACI ndash American Concrete Institute

AECOPS - Associaccedilatildeo de Empresas de Construccedilatildeo Obras Publicas e Serviccedilos

AFRP ndash Aramid Fiber Reinforced Polymer Poliacutemero reforccedilado com fibras de aramida

ASCE ndash American society of civil engineering

ASTM ndash American Society for Testing and Materials

A-HM ndash Fibras de Aramida de elevado moacutedulo de elasticidade

5 Tiago Pais Boto

A-IM ndash Fibras de Aramida de moacutedulo de elasticidade intermeacutedio

BRI ndash Building Research Institute

C - Fibra de carbono

CE ndash Marcaccedilatildeo de no Espaccedilo Econoacutemico Europeu

CFRP ndash Carbon Fiber Reinforced Polymer Poliacutemero reforccedilado com fibras de carbono

CEN - Comiteacute Europeu de Normalizaccedilatildeo

CEB ndash Comiteacute Europeacuteen du Beacuteton

CONREPNET - Thematic network on performance based rehabilitation of reinforced concrete

structures

CPF - Controlo de produccedilatildeo de faacutebrica

CNR ndash Consiglio Nazionale delle Ricerche

C-HM ndash Fibras de Carbono de elevado moacutedulo de elasticidade

C-HS ndash Fibras de Carbono de elevada resistecircncia

DEF ndash Delayed Ettringite Formation

DSC ndash Differential Scanning Calorimetry

DMTA ndash Dynamic Mechanical Thermal Analysis

FRP ndash Fiber Reinforced Polymer

G - Fibra de vidro

GFRP ndash Glass Fiber Reinforced Polymer Poliacutemero reforccedilado com fibras de vidro

G-S ndash Fibras de Vidro de elevada resistecircncia

G-AR ndash Fibras de Vidro de resistecircncia meacutedia

G-E ndash Fibras de Vidro com propriedades similares a G-AR mas de densidade inferior

IBC ndash International Existing Building Code

JCI ndash Japan Concrete Institute

JCSS ndash Joint Committee on Structural Safety

K - Fibra de Kevlar

LNEC ndash Laboratoacuterio Nacional de Engenharia Civil

NACE ndash National Association of Corrosion Engineers

RBA ndash Regulamento do Betatildeo Armado

REBA ndash Regulamento de Estruturas de Betatildeo Armado

REBAP ndash Regulamento de Estruturas de Betatildeo Armado e Preacute-Esforccedilado

RSA ndash Regulamento de Seguranccedila e Accedilotildees para Estruturas de Edifiacutecios e Pontes

6

SIMBOLOGIA

Maiuacutesculas Latinas

AgCl ndash Cloreto de prata

119860119904119890119902

ndash Aacuterea de armadura equivalente

119860119904119894 ndash Aacuterea da armadura existente

119860119904119903 ndash Aacuterea da armadura de reforccedilo

119860119888119894 ndash Aacuterea do betatildeo existente

119860119888119903 ndash Aacuterea do betatildeo de reforccedilo

119860119888119888119903 ndash Aacuterea do betatildeo de recobrimento que natildeo se considera confinado

119860119904119903 ndash Aacuterea da armadura de reforccedilo

119860119904119908119894 ndash Aacuterea da armadura de esforccedilo transverso inicial por metro

119860119904 ndash Aacuterea da armadura convencional de traccedilatildeo

119860119891 ndash Aacuterea de FRP

119860119891119907 ndash Aacuterea de reforccedilo de FRP ao corte

119860119887 ndash Aacuterea da seccedilatildeo das armaduras longitudinais

119860119904119895 ndash Aacuterea estimada dos aneacuteis de accedilo

CaCO3 ndash Carbonato de Caacutelcio

Ca(HCO3)2 ndash Bicarbonato de Caacutelcio

Ca(OH)2 ndash Hidroacutexido de Caacutelcio

CaO ndash Oacutexido de Caacutelcio

CL- ndash Cloro

Ca+ ndash Caacutelcio

CO2 ndash Dioacutexido de Carbono

119862119864 ndash Coeficiente de reduccedilatildeo da accedilatildeo do meio ambiente

C1 ndash Concentraccedilatildeo de CO2 no exterior [gm3]

C2 ndashConcentraccedilatildeo de CO2 na frente de carbonataccedilatildeo [gm3]

119863119895 ndash Diacircmetro externo do encamisamento

D ndash Coeficiente de difusatildeo do CO2 no betatildeo [m2s]

E ndash Moacutedulo de Elasticidade

7 Tiago Pais Boto

119864119904119895 ndash Moacutedulo de elasticidade do accedilo de encamisamento

119864ƒ ndash Moacutedulo de elasticidade do FRP

119865119887 ndash Forccedila de corte resistente de uma bucha metaacutelica

119865119890 ndash Ferro

119865119910119904119895 ndash Tensatildeo de cedecircncia do accedilo de encamisamento

119865119904119889 ndash Forccedila de traccedilatildeo de reforccedilo

H2O ndash Aacutegua

L ndash Comprimento da Ligaccedilatildeo

119871119870 ndash Comprimento da chapa metaacutelica

119871119890 ndash Comprimento de colagem efetivo do FRP

K ndash Coeficiente de carbonataccedilatildeo [m s-05]

K ndash Potaacutessio

119870119868119899119894119888119894119886119897 ndash Caracteriacutesticas iniciais de rigidez

119870119903119890119904119894119889119906119886119897 ndash Caracteriacutesticas residuais de rigidez

K2O ndash Oacutexido de Potaacutessio

Mg ndash Magneacutesio

119872119877119889 ndash Momento resistente da seccedilatildeo reforccedilada

119872119899 ndash Momento fletor resistente de caacutelculo

119872119906 ndash Momento fletor solicitante da combinaccedilatildeo mais desfavoraacutevel Nmm

119872119904 ndash Momento no momento elaacutestico do elemento

119872119877119863 ndash Momento resistente

119873119877119889119891119894119899119886119897

ndash Esforccedilo axial resistente afetado pelo coeficiente de monolitismo

119873119877119889 ndash Esforccedilo axial resistente

119873119904119889 ndash Esforccedilo axial atuante

Na2O ndash Oacutexido de Soacutedio

Na ndash Soacutedio

119877119899 ndash Resistecircncia nominal de um elemento estrutural

119877119899120579 ndash Resistecircncia nominal de um elemento estrutural submetido a temperaturas elevadas

119877119889 ndash Valor de caacutelculo do esforccedilo resistente da estrutura

119877prime119889 ndash Esforccedilo de caacutelculo residual resistente

8

119877119868119899119894119888119894119886119897 ndash Caracteriacutesticas iniciais de resistecircncia

119877119903119890119904119894119889119906119886119897 ndash Caracteriacutesticas residuais de resistecircncia

119877119903 ndash Resistecircncia da estrutura apoacutes reforccedilo

119877119894 ndash Resistecircncia da estrutura supondo que eacute nova

119878119904119895 ndash Espaccedilamento igual agrave unidade

119878prime119889 ndash Esforccedilo de caacutelculo atuante

SO4 ndash Sulfato

119878 ndash Espaccedilamento dos varotildees de accedilo

S ndash Forccedila

119878119889 ndash Valor de caacutelculo atuante na estrutura

Tc ndash Temperatura Criacutetica

Tg ndash Temperatura de transiccedilatildeo viacutetrea

T95 ndash Temperatura Caracteriacutestica

119881119906 ndash Resistecircncia do pilar ao esforccedilo transverso

119881119888 ndash Resistecircncia do betatildeo ao corte

119881119904 ndash Resistecircncia das armaduras ao corte

119881119899 ndash Resistecircncia ao corte da contribuiccedilatildeo das cargas verticais

119881119904119895 = Resistecircncia miacutenima necessaacuteria ao corte do encamisamento de accedilo

1198810 ndash Forccedila de corte induzida pela capacidade de flexatildeo maacutexima provaacutevel da roacutetula plaacutestica

119881119904119889 ndash Valor de caacutelculo do esforccedilo transverso atuante

119881119877119889119898119886119909 ndash Esforccedilo transverso maacuteximo

V ndash Velocidade de propagaccedilatildeo do impulso ultra-soacutenico do betatildeo

119881119877119889119898119886119909 ndash Esforccedilo transverso maacuteximo

119881119904119889 ndash Valor de caacutelculo do esforccedilo transverso atuante

119881119889 ndash Velocidade do som pelo meacutetodo direto

119881119894 ndash Velocidade do som pelo meacutetodo indireto

119881119901 ndash Velocidade ultrassoacutenica (Kms)

119882 ndash Watt unidade de medida de potecircncia eleacutetrica no sistema internacional de unidades

119882119860119875 ndash Accedilotildees permanentes

119882119878119900119887 ndash Accedilotildees da sobrecarga

119885119890119902 ndash Braccedilo equivalente da seccedilatildeo reforccedilada

9 Tiago Pais Boto

119885119894 ndash Braccedilo da seccedilatildeo de betatildeo relativamente agrave armadura existente

119885119903 ndash Braccedilo da seccedilatildeo de betatildeo relativamente agrave armadura de reforccedilo

Minuacutesculas Latinas

a ndash Quantidade necessaacuteria para carbonatar uma unidade de volume de betatildeo [gm3]

119887 ndash Largura da chapa metaacutelica

119887119903 ndash Largura da seccedilatildeo de betatildeo reforccedilada

119887119894 ndash Largura da seccedilatildeo de betatildeo da viga inicial

119887119903 ndash Largura da seccedilatildeo de betatildeo reforccedilada

119887119896 ndash Largura da seccedilatildeo retangular de betatildeo

c ndash Distancia da fibra mais comprimida ao eixo neutro

119889119890119902 ndash Altura uacutetil equivalente da seccedilatildeo reforccedilada

119889119903 ndash Altura uacutetil da seccedilatildeo reforccedilada relativamente agrave armadura de reforccedilo

119889119894 ndash Altura uacutetil da seccedilatildeo reforccedilada relativamente agrave armadura existente

119889119904 ndash Distancia entre a fibra do betatildeo mais comprimida e o centro geomeacutetrico da armadura de

traccedilatildeo

119889119891 ndash Altura total do elemento de betatildeo armado

119889119891119907 ndash Altura uacutetil do reforccedilo de FRP

119889119904119895 ndash Espessura da placa de encamisamento metaacutelico

119891119888 ndash Resistecircncia do betatildeo agrave compressatildeo

119891119888119889 ndash Valor de caacutelculo da resistecircncia agrave compressatildeo do betatildeo

119891119891119890 ndash Tensatildeo de traccedilatildeo efetiva no FRP

119891119897 ndash Tensatildeo maacutexima de confinamento do encamisamento de accedilo

119891119910119895 ndash Tensatildeo limite de proporcionalidade do accedilo

119891prime119888119888 ndash Resistecircncia agrave compressatildeo do betatildeo confinado

119891prime119888 ndash Resistecircncia agrave compressatildeo do betatildeo natildeo confinado

119891prime119897 ndash Tensatildeo maacutexima de confinamento do encamisamento de accedilo

119891119910 ndash Tensatildeo de cedecircncia das armaduras longitudinais

119891119904119910119889119894 ndash Tensatildeo de cedecircncia de traccedilatildeo da armadura existente

119891119904119910119889119903 ndash Tensatildeo de cedecircncia de traccedilatildeo da armadura de reforccedilo

10

119891119904119910119889119894 ndash Tensatildeo de cedecircncia de traccedilatildeo da armadura existente

119891119888119905119898 ndash Resistecircncia meacutedia agrave traccedilatildeo do betatildeo

ƒ119891119906 ndash Resistecircncia uacuteltima de caacutelculo do FRP

119891119888119889119888119891 ndash Valor de caacutelculo corrigido da resistecircncia aacute compressatildeo do betatildeo

ƒ119891119906lowast ndash Resistecircncia uacuteltima do FRP segundo o fabricante

119891119891119890 ndash Tensatildeo efetiva no FRP niacutevel alcanccedilado na rotura da seccedilatildeo

119891119904119904 ndash Tensatildeo para o accedilo natildeo preacute-esforccedilado para estados limites de utilizaccedilatildeo

119891119904119910 ndash Tensatildeo de cedecircncia para o accedilo natildeo preacute-esforccedilado

119891119888119904 ndash Resistecircncia de compressatildeo do betatildeo para estados limites de utilizaccedilatildeo

119891119904 ndash Tensatildeo de traccedilatildeo no accedilo

119891119891119904 ndash Tensatildeo no FRP causado pelo momento no regime elaacutestico do elemento de betatildeo armado

119896 ndash Razatildeo entre a profundidade do eixo neutro e a profundidade medida no mesmo lado do

eixo neutro

119896119907 ndash Coeficiente de reduccedilatildeo de aderecircncia

1198961 ndash Coeficiente que tem em conta a resistecircncia do betatildeo

1198962 ndash Fator que tem em conta a configuraccedilatildeo do reforccedilo

119897119904 ndash Comprimento de emenda dos varotildees

mV ndash milivolt (Volt eacute a unidade de tensatildeo eleacutetrica ou diferenccedila de potencial eleacutetrico)

119899 ndash Nuacutemero de buchas colocadas no comprimento L2

119899119891 ndash Nuacutemero de camadas de FRP

119901 ndash Diacircmetro equivalente do betatildeo fissurado em torno da armadura longitudinal

119904119891 ndash Espaccedilamento do FRP na direccedilatildeo do eixo da viga

t ndash Tempo [s]

119905119895 ndash Espessura do encamisamento

119905119891 ndash Espessura de cada camada de FRP

119908119891 ndash Largura por unidade de FRP

χ ndash Profundidade de carbonataccedilatildeo [m]

Maiuacutesculas Gregas

ΔL ndash Variaccedilatildeo de Comprimento

11 Tiago Pais Boto

empty ndash Coeficiente de ductilidade

120579 ndash Angulo das bielas do betatildeo

Φ ndash Coeficiente de capacidade

Minuacutesculas Gregas

120572119888119908 ndash Fator que tem em conta o estado de tensatildeo na biela comprimida

120573 ndash Orientaccedilatildeo das fibras de FRP

1205731 ndash Factor de transformaccedilatildeo do diagrama de tensotildees podendo assumir-se 08

120574119888 ndash Coeficiente de minoraccedilatildeo das propriedades resistentes do betatildeo em estruturas novas

120574119899119877 ndash Coeficiente de monolitismo para a flexatildeo ( 120574119899119877 = 09 valor sugerido por Eurocoacutedio 8

parte14)

120574119899119881 ndash Coeficiente de monolitismo para a esforccedilo transverso ( 120574119899119881 = 08 valor sugerido por

Eurocoacutedio 8 parte14)

120574prime119862 ndash Coeficiente de minoraccedilatildeo para betatildeo projetado e cofrado em obra

120574prime119904 ndash Coeficiente de minoraccedilatildeo para accedilo

120574119899119877 ndash Coeficiente de monolitismo

1205741 e 1205731 ndash Coeficientes Multiplicadores de 119891119888 para determinar a tensatildeo equivalente do betatildeo agrave

compressatildeo

120574119892 ndash Coeficiente de majoraccedilatildeo de accedilotildees permanentes em estruturas novas

120574prime119902 ndash Coeficiente de majoraccedilatildeo de accedilotildees variaacuteveis em estruturas existentes

120574119902 ndash Coeficiente de majoraccedilatildeo de accedilotildees permanentes em estruturas existentes

δ ndash Deformaccedilatildeo

120576119891119906 ndash Extensatildeo uacuteltima de caacutelculo do FRP

120576119891119906lowast ndash Extensatildeo uacuteltima do FRP segundo o fabricante

120576119891119889 ndash Valor de caacutelculo da extensatildeo de rotura do FRP

120576119891119890 ndash Extensatildeo efetiva do FRP

120576119888119906 ndash Extensatildeo maacutexima admitida no betatildeo comprimido

120576119887119894 ndash Extensatildeo do betatildeo no substrato (betatildeo de recobrimento) no momento de instalaccedilatildeo do FRP

120576119904 ndash Extensatildeo nas armaduras

120576119887119894 ndash Extensatildeo do betatildeo (betatildeo de recobrimento) no momento de instalaccedilatildeo do FRP

120576119904119910 ndash Extensatildeo nas armaduras correspondente aacute tensatildeo de cedecircncia

12

120576119891 ndash Extensatildeo no FRP

ξ ndash Fator de Correccedilatildeo (depende da compactaccedilatildeo da fluidez e das adiccedilotildees presentes no betatildeo)

120588119904 ndash Percentagem de reforccedilo da armadura convencional

120588119891 ndash Percentagem de reforccedilo de FRP

120590119878119889 ndash Tensatildeo normal aplicada

120590119877119889 ndash Tensatildeo normal resistente

120590119873 ndash Tensatildeo Normal

120591119878119889 ndash Tensatildeo de corte aplicada

120591119877119889 ndash Tensatildeo de corte resistente

120591119877 ndash Tensatildeo de Corte

1205911 ndash Tensatildeo tangencial na seccedilatildeo do betatildeo existente

1205912 ndash Tensatildeo tangencial na seccedilatildeo do betatildeo novo e o betatildeo existente

120591119898aacute119909 ndash Tensatildeo tangencial limite

120591119904119889 ndash Tensatildeo de aderecircncia resistente accediloresinabetatildeo

ϕ ndash Fator de reduccedilatildeo de resistecircncia ACI 318-05 (ϕ = 085)

120593119877 ndash Coeficiente empiacuterico para reduccedilatildeo de resistecircncia

120593119870 ndash Coeficiente empiacuterico para reduccedilatildeo de rigidez

micro ndash Coeficiente de Fricccedilatildeo

1205921 ndash Fator redutor da tensatildeo de compressatildeo do betatildeo fendilhado

120595119891 ndash Coeficiente de minoraccedilatildeo da resistecircncia do FRP na flexatildeo pode assumir-se 085

13 Tiago Pais Boto

1 INTRODUCcedilAtildeO

11 Enquadramento

ldquoO betatildeo armado surge como elemento primordial nas construccedilotildees em Portugal logo

apoacutes o iniacutecio da produccedilatildeo em 1894 de cimento Portland na Faacutebrica de Cimento Tejo em

Alhandra A construccedilatildeo da Igreja de Nordf Srordf de Faacutetima em 1938 nas Avenidas Novas marcou

o iniacutecio do atual domiacutenio do betatildeo armado nos nossos haacutebitos construtivosrdquo (Coias 2006)

O betatildeo eacute um material heterogeacuteneo caracterizado pela estrutura porosa constituiacutedo

essencialmente por cimento agregados brita areia aacutegua e nalguns betotildees por adjuvantes e

adiccedilotildees tais como siacutelicas de fumo cinzas volantes e escoacuterias Como o betatildeo eacute um material que

pode apresentar uma boa trabalhabilidade no estado fresco e uma elevada resistecircncia mecacircnica

(resistecircncia agrave compressatildeo) foi utilizado exaustivamente na construccedilatildeo

A durabilidade do betatildeo eacute influenciada pela sua composiccedilatildeo (razatildeo aacutegua-cimento

quantidade miacutenima e tipo de cimento) recobrimento das armaduras fendilhacatildeo processo de

cura entre outros factores As propriedades do betatildeo vatildeo-se alterando ao longo do tempo por

isso a anaacutelise de uma estrutura de betatildeo jaacute construiacuteda deve ser diferentes adaptada

comparativamente com uma a anaacutelise de betatildeo armado nova Portanto todas as estruturas de

betatildeo armado devem ser um alvo de uma atenccedilatildeo especial tanto na sua execuccedilatildeo como durante

as fases de intervenccedilatildeo durante o seu periacuteodo de vida uacutetil

ldquoEntende-se por reparaccedilatildeo todas as accedilotildees que visam repor os niacuteveis de desempenho da

estrutura para os padrotildees inicialmente previstos ou que visam corrigir e prevenir os efeitos da

degradaccedilatildeo da estrutura Uma intervenccedilatildeo de reforccedilo define-se como uma Acatildeo que incide

sobre o comportamento da estrutura visando o aumento da resistecircncia eou ductilidade dos seus

elementos melhorando assim o desempenho da estrutura relativamente ao seu estado inicialrdquo

(Rodrigues 2005)

Para tomar a decisatildeo de reforccedilar ou reparar um a estrutura eacute absolutamente necessaacuterio efetuar

um estudo preacutevio da estrutura jaacute existente onde satildeo necessaacuterias observaccedilotildees in situ que na

maioria das vezes satildeo complementadas com a realizaccedilatildeo de ensaios O historial da estrutura

tambeacutem tem que ser analisado fatores como redistribuiccedilatildeo de cargas carregamentos sucessivos

eou excessivos efeitos de retraccedilatildeo e fluecircncia satildeo condicionantes importantes que devem ser

conhecidos para que a intervenccedilatildeo de reparaccedilatildeo ou reforccedilo seja bem-sucedida Geralmente a

decisatildeo de reparar ou reforccedilar uma estrutura depende do resultado da inspeccedilatildeo agrave estrutura

existente e da anaacutelise da relaccedilatildeo custobenefiacutecio (Rodriguez 1991)

A reparaccedilatildeo e reforccedilo estrutural do patrimoacutenio construiacutedo dependendo do grau e

extensatildeo das intervenccedilotildees tecircm implicaccedilotildees de ordem arquitetoacutenica estrutural econoacutemica

histoacuterica e social pelo que todos os aspetos deveratildeo ter tido em conta (LNEC Pompeu 2008)

14

De acordo com o trabalho de JAVieitez e JLRamirez (1984) os principais fatores que

levam agrave necessidade de reparaccedilatildeo e reforccedilo satildeo a existecircncia de erros de projeto presentes em

515 dos casos e os agentes agressivos de degradaccedilatildeo satildeo a razatildeo para 31 das situaccedilotildees

Em relaccedilatildeo aos defeitos de execuccedilatildeo estes estatildeo presentes em cerca de 385 dos casos mas

apenas 187 eacute que conduzem a intervenccedilotildees Os defeitos na qualidade dos materiais aparecem

em 162 dos casos Por fim o mau uso ou falta de manutenccedilatildeo das estruturas justificam 134

das intervenccedilotildees e as causas naturais excecionais justificam apenas 4 Os resultados

apresentados satildeo referentes a Espanha mas satildeo substancialmente parecidos com estatiacutesticas nos

restantes paiacuteses europeus

Segundo o relatoacuterio da AECOPS Portugal ainda tem grande carecircncia no peso da

reabilitaccedilatildeo em funccedilatildeo da produccedilatildeo total da construccedilatildeo com cerca de 7 O paiacutes que lidera o

volume de produccedilatildeo no sector da reabilitaccedilatildeo eacute a Alemanha com cerca de 33 seguindo-se a

Itaacutelia com 29 e a Finlacircndia com 26

Figura 1-1 Peso () da Reabilitaccedilatildeo Residencial na Produccedilatildeo Total da Construccedilatildeo para 14

paiacuteses da Europa (AECOPS 2009)

Existem hoje vaacuterias teacutecnicas de reparaccedilatildeo e reforccedilo de estruturas de betatildeo armado umas

com mais aplicaccedilatildeo que outras mas que partilham o objetivo comum de aumentar a

durabilidade e a capacidade resistente da construccedilatildeo Seja qual for a teacutecnica escolhida todas

devem seguir um conjunto de consideraccedilotildees recomendaccedilotildees Neste tipo de intervenccedilotildees

necessaacuterio natildeo soacute conhecer bem a teacutecnica de reforccedilo ou reparaccedilatildeo mas tambeacutem as

caracteriacutesticas dos materiais empregues e garantir que a sua aplicaccedilatildeo eacute a mais correta

12 Objetivos

O trabalho desenvolvido nesta dissertaccedilatildeo tem como principal objetivo sistematizar a

informaccedilatildeo de um projeto de reforccediloreparaccedilatildeo em estruturas de betatildeo armado A presente

compilaccedilatildeo bibliograacutefica refere um conjunto de estrateacutegias que os intervenientes na elaboraccedilatildeo

de um projeto de reforccedilo em estruturas de betatildeo armado podem consultar e assim enriquecer

15 Tiago Pais Boto

os conhecimentos necessaacuterios na elaboraccedilatildeo deste Como objetivo mais especiacutefico procurou-se

com este documento contribuir para o esclarecimento dos seguintes toacutepicos

Qual a regulamentaccedilatildeo aplicaacutevel normas e boletins teacutecnicos (neste assunto dar-se-aacute

grande relevacircncia agrave Norma EN NP 1504)

Breve descriccedilatildeo das metodologias de inspeccedilatildeo caracterizaccedilatildeo das propriedades dos

materiais atraveacutes de ensaios laboratoriais e em situ

Identificaccedilatildeo dos principais erros de exploraccedilatildeo e manutenccedilatildeo que estatildeo associados agraves

patologias em estruturas de betatildeo armado

Apresentaccedilatildeo das principais teacutecnicas de reparaccedilatildeoreforccedilo com especial enfase na

utilizaccedilatildeo de FRPacutes

Introduccedilatildeo do mecanismo de transferecircncia de tensotildees ao abrigo do CEB boletim nordm162

e descriccedilatildeo geral da metodologia em caso de reforccedilo estrutural

Consideraccedilotildees gerais sobre o dimensionamento do reforccedilo agrave flexatildeo e ao corte de seccedilotildees

retangulares em betatildeo armado

13 Estrutura da dissertaccedilatildeo

A estrutura desta dissertaccedilatildeo estaacute organizada em seis capiacutetulos incluindo a introduccedilatildeo

conclusotildees e desenvolvimentos futuros as referecircncias bibliograacuteficas e um anexo Segue-se a

descriccedilatildeo de cada capiacutetulo abrangendo os objetivos gerais pretendidos

No Capitulo 1 onde se encontra a introduccedilatildeo procurou-se dar a conhecer a importacircncia

do betatildeo como material na engenharia civil expondo o porquecirc da necessidade em reparar e

reforccedilar as estruturas de betatildeo armado

No Capitulo 2 descreve-se de forma sucinta e atualizada as Normas Regulamentaccedilatildeo

e documentaccedilatildeo teacutecnica que abrange uma intervenccedilatildeo de reparaccedilatildeo e reforccedilo em estruturas de

betatildeo armado dando especial enfase e descriccedilatildeo agrave norma EN NP 1504

O Capitulo 3 reporta a avaliaccedilatildeo e diagnoacutestico do estado de conservaccedilatildeo das estruturas

de betatildeo armado sugerindo uma possiacutevel metodologia de inspeccedilatildeo Satildeo descritos vaacuterios ensaios

in situ e em laboratoacuterio detalhando os mais utilizados e aqueles que melhor ajudam a

caracterizar as propriedades mecacircnicas dos materiais assim como o estado de conservaccedilatildeo da

estrutura

Apresentam-se no Capitulo 4 as causas das patologias mais comuns nas estruturas

nomeadamente os erros de projeto e as causas dos principais erros cometidos no processo de

execuccedilatildeo Satildeo ainda indicados os mecanismos mecacircnicos quiacutemicos e fiacutesicos de deterioraccedilatildeo

das estruturas de betatildeo armado

O Capitulo 5 reporta um dos principais capiacutetulos da dissertaccedilatildeo as teacutecnicas de reparaccedilatildeo

e reforccedilo de estruturas em betatildeo armado Comeccedilando com uma breve introduccedilatildeo e depois

passando para os aspetos teacutecnicos que devem ser tidos em consideraccedilatildeo no projeto de

intervenccedilatildeo numa estruturas de betatildeo armado Descreve-se ainda uma possiacutevel metodologia de

16

intervenccedilatildeo sugerida pelo ACI Committee 364 onde os seguintes itens satildeo abordados breve

caracterizaccedilatildeo do tipo de intervenccedilatildeo verificaccedilatildeo da seguranccedila das estruturas existentes e

paracircmetros principais no dimensionamento de reforccedilo No reforccedilo estrutural eacute fundamental

compreender o mecanismo de transferecircncia de tensotildees Neste capiacutetulo satildeo descritos

minuciosamente cinco mecanismos de transferecircncia de tensotildees de acordo com o boletim nordm162

do CEB

Jaacute no capiacutetulo 6 capiacutetulo apresenta-se 4 exemplos de casos reais de reparaccedilatildeo e reforccedilo

em estruturas de betatildeo armado expondo as patologias o procedimento adotado material

utilizado recomendaccedilotildees dimensionamento etc

As conclusotildees finais acerca de toda a abordagem feita na temaacutetica de reparaccedilotildees e reforccedilo

em estruturas de betatildeo armado assim como a sugestatildeo dos desenvolvimentos futuros

encontram-se no Capitulo 7

A dissertaccedilatildeo termina com as referecircncias bibliograacuteficas que serviram de suporte na

concretizaccedilatildeo da mesma

Na seccedilatildeo de anexo seguindo o ACI 440 e o ACI 318 satildeo descritas consideraccedilotildees gerais

acerca do criteacuterio de dimensionamento de reforccedilo agrave flexatildeo e ao esforccedilo transverso com recurso

a FRPacutes para secccedilotildees retangulares

17 Tiago Pais Boto

2 Normas Regulamentaccedilatildeo e Documentaccedilatildeo teacutecnica

A facilidade de acesso e partilha de informaccedilatildeo teacutecnica eacute cada vez maior e o trabalho

de investigaccedilatildeo cientiacutefica realizado nos uacuteltimos anos conduziu a um vasto leque de informaccedilatildeo

na temaacutetica da reparaccedilatildeoreforccedilo de estruturas de betatildeo armado

Agrave semelhanccedila de um projeto de uma estrutura nova de betatildeo armado a realizaccedilatildeo de um

projeto de reparaccedilatildeo ou reforccedilo em estruturas de betatildeo armado existentes deve ter em

consideraccedilatildeo a regulamentaccedilatildeo nacional coacutedigos europeus em vigor Na falta de

regulamentaccedilatildeo nacional ou em complemento desta deve-se recorrer a regulamentos normas

internacionais ou documentaccedilatildeo teacutecnica de referecircncia emitidos por entidades crediacuteveis

Poreacutem este tipo de recomendaccedilotildees nem sempre eacute seguida na praacutetica conduzindo por

vezes a prejuiacutezos para o projetista e para o dono de obra resultantes da reduccedilatildeo dos padrotildees

de qualidade exigidos De acordo com um artigo do CONREPNET em 2004 ldquoVinte e cinco por

cento dos donos-de-obra estatildeo descontentes com o desempenho dos materiais de reparaccedilatildeo e

proteccedilatildeo no periacuteodo de 5 anos apoacutes a reabilitaccedilatildeo setenta e cinco por cento estatildeo insatisfeitos

no periacuteodo de 10 anosrdquo (CONREPNET 2004)

Realccedila-se a importacircncia da necessidade em avaliar em cada situaccedilatildeo qual eacute a

documentaccedilatildeo teacutecnica adequada pois natildeo existem dois projetos iguais

21 Normas europeias mais relevantes e que devem consultadas na

realizaccedilatildeo de um projeto de reabilitaccedilatildeo estrutural

Eurocoacutedigo 1 - Bases de Projeto e Accedilotildees em Estruturas (CEN 2002)

Eurocoacutedigo 2 - Projeto de Estruturas de Betatildeo (CEN 2004)

Eurocoacutedigo 7 - Projeto Geoteacutecnico (CEN 2004)

Eurocoacutedigo 8 - Parte 1-4 Reforccedilo e Recuperaccedilatildeo de Edifiacutecios (CEN 2004)

Norma EN NP 1504 - Produtos e Sistemas para a Proteccedilatildeo e Reparaccedilatildeo de Estruturas

de Betatildeo

22 Importacircncia da Norma EN NP 1504 em projetos de reforccediloreparaccedilatildeo

Como resultado da lacuna de normas e regulamentaccedilatildeo nesta aacuterea foi criado a Norma

NP EN 1504 pelo Comiteacute Europeu de Normalizaccedilatildeo (CEN) com o tiacutetulo de ldquoProdutos e

sistemas para a proteccedilatildeo reparaccedilatildeo de estruturas de betatildeordquo em meados da deacutecada de 80

apresentando um conjunto de normas alusivas agrave reparaccedilatildeo e proteccedilatildeo de estruturas de

betatildeoCom esta norma o projetista pode em funccedilatildeo das caracteriacutesticas da obra fazer a melhor

opccedilatildeo com abrigo de um documento normativo Desde 1 de Janeiro de 2009 que a Norma NP

EN 1504 estaacute implementada por todos os organismos do CEN Salienta-se que ao tornar esta

norma nacional por cada um dos paiacuteses foram retiras em Dezembro de 2008 todas as normas

que estariam em conflito com esta Esta norma reuacutene toda a informaccedilatildeo sobre produtos e

18

sistemas para a manutenccedilatildeo e proteccedilatildeo reabilitaccedilatildeo e reforccedilo de estruturas de betatildeo (Silva

2008)

Para uma melhor organizaccedilatildeo e consulta a norma encontra-se dividida em dez partes

como descrito na tabela que se segue

Tabela 2-1 Organizaccedilatildeo da Norma EN NP 1504

Nuacutemero do

Documento Descriccedilatildeo

EN 1504- 1 Descreve os termos e definiccedilotildees compreendidos na norma

EN 1504- 2 Fornece especificaccedilotildees para produtossistemas de proteccedilatildeo superficial do betatildeo

EN 1504- 3 Fornece especificaccedilotildees para a reparaccedilatildeo estrutural e natildeo-estrutural

EN 1504- 4 Fornece especificaccedilotildees para colagem estrutural

EN 1504- 5 Fornece especificaccedilotildees para injeccedilatildeo do betatildeo

EN 1504- 6 Fornece especificaccedilotildees para ancoragem de armaduras

EN 1504- 7 Fornece especificaccedilotildees para proteccedilatildeo contra a corrosatildeo das armaduras

EN 1504- 8 Descreve o controlo da qualidade e avaliaccedilatildeo da conformidade das empresas fabricantes

EN 1504- 9 Define os princiacutepios gerais para o uso de produtos e sistemas na reparaccedilatildeo e proteccedilatildeo de betatildeo

EN 1504- 10 Fornece informaccedilatildeo sobre a aplicaccedilatildeo e o controlo da qualidade dos trabalhos

A primeira parte (EN NP1504-1) como referido no quadro anterior remete para os

termos e definiccedilotildees gerais compreendidos na norma Estas definiccedilotildees satildeo entatildeo orientadas para

a classificaccedilatildeo constituiccedilatildeo quiacutemica e definiccedilotildees dos principais produtos abordando tambeacutem

os sistemas para a reparaccedilatildeo proteccedilatildeo manutenccedilatildeo e reforccedilo de estruturas de betatildeo armado

A parte 2 da NP EN 1504 (2006) especifica os sistemas para a proteccedilatildeo superficial do

betatildeo em estruturas novas ou todas as que necessitem de intervenccedilotildees de reparaccedilatildeo eou

reforccedilo Caracteriza e descreve o desempenho de cada um dos sistemas de acordo com os

requisitos miacutenimos definidos pela norma e de acordo os princiacutepios definidos na parte 9

(incluindo aspetos de durabilidade)

A parte 3 da NP EN 1504 (2006) especifica as reparaccedilotildees estruturais e natildeo estruturais

nomeadamente betotildees e argamassas caracterizadas em 4 classes (R4 R3 R2e R1) Estas

classes estatildeo subdivididas em argamassas de reparaccedilatildeo estrutural e natildeo estrutural quer isto

dizer que o projetista tem ou natildeo de considerar as transferecircncias de carga Esta parte enuncia

tambeacutem os requisitos necessaacuterios caracteriacutesticas de desempenho (incluindo aspetos de

durabilidade) dos produtos utilizados em reparaccedilotildees estruturais e natildeo estruturais para prolongar

a vida uacutetil das estruturas

19 Tiago Pais Boto

A parte 4 da NP EN 1504 (2006) especifica sistemas e caracteriacutesticas de desempenho

(incluindo aspetos de durabilidade) para os produtos utilizados na reparaccedilatildeo e reforccedilo de

estruturas de betatildeo atraveacutes de

Colagem atraveacutes de placas exteriores em accedilo compoacutesitos armados com fibras ou outros

materiais que verifiquem os requisitos necessaacuterios

Colagem de componentes betatildeo endurecido sobre betatildeo endurecido geralmente esta

praacutetica eacute efetuada com elementos de betatildeo preacute-fabricado

Utilizaccedilatildeo de uma cola adesiva de junta entre uma superfiacutecie de betatildeo fresco com uma

superfiacutecie de betatildeo endurecido resultando em uma nova estrutura

A parte 5 da NP EN 1504 (2006) especifica sistemas e caracteriacutesticas de desempenho

(incluindo aspetos de durabilidade) para produtos de injeccedilatildeo para tratamento de fendas com

larguras entre 01 e 08mm medido agrave superfiacutecie As caracteriacutesticas de desempenho dividem-se

em 3 classes referidas

Caracteriacutestica de desempenho e requisitos agrave base de poliuretanos e acriacutelicos utilizados

para o enchimento duacutectil de fendas

Caracteriacutestica de desempenho e requisitos agrave base de epoxys polieacutesteres e produtos de

base cimentosa utilizados para o enchimento de fendas com transmissatildeo de forccedilas

Caracteriacutestica de desempenho e requisitos agrave base de poliuretanos e acriacutelicos para

enchimento expansivo das fendas

A parte 6 da NP EN 1504 (2008) especifica sistemas e caracteriacutesticas de desempenho

(incluindo aspetos de durabilidade) e seguranccedila de produtos utilizados na realizaccedilatildeo de

ancoragens para deste modo funcionarem como uma estrutura monoliacutetica seja em estruturas

que necessitem de reparaccedilatildeo ou reforccedilo Esta parte da norma abrange especificaccedilotildees do

Principio 4 (reforccedilo estrutural) - meacutetodo 42 e a parte 9 ldquo ldquoInstalaccedilatildeo de armaduras aderidas em

orifiacutecios preformados ou perfurados no betatildeordquo

A parte 7 da NP EN 1504 (2008) especifica sistemas e caracteriacutesticas de desempenho

(incluindo aspetos de durabilidade) de produtos de proteccedilatildeo contra a corrosatildeo das armaduras

Esta parte refere particularmente dois tipos de revestimento de armaduras

Revestimento ativo para armaduras estes revestimentos contecircm pigmentos

electroquimicamente ativos fornecendo proteccedilatildeo catoacutedica ou entatildeo funcionam apenas

inibidores um exemplo eacute o cimento Portland devido agrave sua elevada alcalinidade

Revestimentos de barreira este tipo de revestimento de base polimeacuterica isola a armadura

da aacutegua envolvente na matriz cimentosa

A parte 8 da NP EN 1504 (2006) especifica ensaios para verificaccedilatildeo de conformidade

rotulagem e marcaccedilatildeo CE dos produtos Menciona tambeacutem que os produtos usados em

reparaccedilatildeo e reforccedilo de estruturas de betatildeo armado tecircm que verificar um requisito de

conformidade designado por 2+ que significa que os produtos precisam de verificar

20

Controlo de produccedilatildeo de faacutebrica (CPF)

Ensaios de tipo iniciais

Inspeccedilatildeo e fiscalizaccedilatildeo contiacutenua e aprovaccedilatildeo do CPF

Fiscalizaccedilatildeo continua avaliaccedilotildees e aprovaccedilotildees do CPF

A parte 9 da NP EN 1504 (2009) especifica meacutetodos e princiacutepios gerais da reparaccedilatildeo

de betatildeo baseados na experiencia e no sucesso de muitos anos No entanto eacute admitida a opccedilatildeo

de utilizaccedilatildeo ou necessidade de novos meacutetodos em certas condiccedilotildees especiacuteficas

Os 11 princiacutepios referidos pela norma estatildeo organizados essencialmente em duas partes

Defeitos do betatildeo devido agrave deterioraccedilatildeo princiacutepio 1 ao 6

Defeitos das armaduras devido agrave deterioraccedilatildeo princiacutepio 7 ao 11

O meacutetodo apresentado pela parte 9 da norma e exemplificado na figura seguinte

representa as quatro fases de reparaccedilatildeo de uma estrutura de betatildeo armado a fase de diagnoacutestico

a fase deliberativa a fase de dimensionamento e a fase de execuccedilatildeo

21 Tiago Pais Boto

Figura 2-1 Etapas de um processo de reparaccedilatildeoreforccedilo (Silva 2008)

A parte 10 da NP EN 1504 (2008) especifica a aplicaccedilatildeo dos produtos e o controlo da

qualidade na execuccedilatildeo dos trabalhos de reparaccedilatildeo e reforccedilo de estruturas de betatildeo armado

Abrange tambeacutem o controlo de seguranccedila sauacutede e manutenccedilatildeo

Esta parte refere alguns ensaios para determinaccedilatildeo das causas das patologias existentes

distribuiacutedos em

Ensaios destrutivos

Ensaios natildeo destrutivos

22

Ensaios quiacutemicos

O controlo da qualidade dos trabalhos executados deve apresentar informaccedilotildees especiacuteficas tais

como

Preparaccedilatildeo da superfiacutecie

Aplicaccedilatildeo dos produtos

Controlo da qualidade e higiene e seguranccedila

23 Os regulamentos publicados em Portugal na aacuterea do projeto estrutural

Regulamento para o emprego do Beacuteton Armado (Dec 4036 de 2831918)

Regulamento do Betatildeo Armado ndash RBA (Dec25948 de 16101935)

Regulamento de Estruturas de Betatildeo Armado ndash REBA (Dec 47723 de 2551967)

Regulamento de Estruturas de Betatildeo Armado e Preacute-Esforccedilado ndash (REBAP Dec 349-c83

de 3071983)

Regulamento de Seguranccedila e Accedilotildees para Estruturas de Edifiacutecios e Pontes ndash (RSA

1983)

24 Por fim aconselha-se consulta da seguinte documentaccedilatildeo que apresenta

recomendaccedilotildees relevantes para na realizaccedilatildeo de um projeto de

reabilitaccedilatildeo estrutural

Boletim de informaccedilatildeo nordm 162 (1983) ndash ldquoAssessment of Concrete Structures and Design

Procedures for Upgrading (Redesign)rdquo [13] Comiteacute Euro-Internacional do Betatildeo

(CEB)

Boletim de informaccedilatildeo nordm14 ndash ldquoExternally bonded FRP reinforcement for RC

structuresrdquo

Technical report October 2001 [14] Emitido pela Federaccedilatildeo Internacional do Betatildeo

(FIB)

Boletim de informaccedilatildeo nordm18 ndash ldquoManagement maintenance and strengthening of

concrete structuresrdquo Technical report April 2001 Emitido pela FIB

ldquoGuidelines for the design and construction of externally FRP systems for

strengthening concrete sctruturesrdquo ACI Comiteacute 440 Sub-Comiteacute 440F Emitido pelo

Instituto Americano do Betatildeo (ACI ndash American Concrete Institute)

Manual Nordm 4 ndash ldquoStrengthening Reinforced Concrete Structures with Externally-Bonded

Fibre Reinforced Polymers (FRPs)rdquo Emitido pelo ldquoIntelligent Sensing for Innovative

Structures Canada Research Networkrdquo (ISIS Canada)

CANCSA-S806-02 (R2007) F - ldquoDesign and Construction of Building Components

with Fibre - Reinforced Polymersrdquo Emitido pela ldquoCanadian Standards Associationrdquo

(CSA)

23 Tiago Pais Boto

JCI TC952 1998 ldquoContinuous fiber reinforced concreterdquo Emitido pelo Instituto

Japonecircs do Betatildeo (JCI ndash Japan Concrete Institute)

ldquoPractical Guideline for Investigation Repair and Strengthening of Cracked Concrete

Structuresrdquo 2003 Emitido pelo JCI

ldquoDesign guidelines of FRP reinforced concrete building sctruturesrdquo 1993 Emitido

pelo ldquoBuilding Research Instituterdquo (BRI) pertencente aoMinisteacuterio da Construccedilatildeo

Japonecircs

International Building Code (IBC) Chapter 34 ldquoExisting building allowancesrdquo

Emitido por International code council 2009

SIA 462 Pre-Standard SIA 462 Assessment of the Structural Safety of Existing

Structures Swiss Society of Engineers and Architects Zurich Switzerland 1994

SIA 269 Swiss Standard SIA 269 Existing Structures ndashBasis for Examination and

Interventions Swiss Society of Engineers and Architects Zurich Switzerland 2011

ASCE 41-06 2006 Seismic Rehabilitation of Existing Buildings American Society of

Civil Engineers Reston Virginia

ACI 437R -03 ldquoStrength Evaluation of Existing Concrete Buildingsrdquo American

Concrete Institute 2003

Joint Committee on Structural Safety (JCSS) Report 032 Probabilistic Assessment of

Existing Structures 2001

ldquoGuide for the design and construction of externally bonded FRP systems for

strengthening existing sctruturesrdquo 2004 Emitido pelo CNR (Consiglio Nazionale

delle Ricerche)

Fichas teacutecnicas dos produtores de FRP tais como SampP SIKA MBT etc

24

25 Tiago Pais Boto

3 Avaliaccedilatildeo e diagnoacutestico do estado de conservaccedilatildeo das estruturas

de betatildeo armado

31 Introduccedilatildeo

Antes de realizar uma intervenccedilatildeo numa estrutura de betatildeo armado com o objetivo de

reforccedilar ou de reparar eacute essencial proceder a uma inspeccedilatildeo direcionada e minuciosa para

detetar todas as anomalias que satildeo necessaacuterias de ser corrigidas para garantir a seguranccedila e

estabilidade da estrutura

Como em geral a maioria dos ensaios satildeo monetariamente caros e a sua realizaccedilatildeo pode

afetar eou danificar a construccedilatildeo estes deveratildeo ser previamente delineados nomeadamente

quanto ao nuacutemero e locais de realizaccedilatildeo

Os ensaios podem ser definidos em ensaios natildeo-destrutivos (NDT) ou ensaios

destrutivos Os natildeo-destrutivos satildeo claramente preferenciais para as construccedilotildees devido agrave baixa

intrusatildeo que conferem agrave estrutura

Sempre que possiacutevel as inspeccedilotildees devem obedecer a procedimentos normalizados e a

criteacuterios teacutecnicos adequados ao tipo de estrutura tipo de elemento a inspecionar A inspeccedilatildeo

deve tambeacutem ser exequiacutevel e eficaz de modo a produzir informaccedilatildeo uacutetil e consistente para que

toda a equipa multidisciplinar envolvida seja capaz de assimilar e compreender com clareza

32 Metodologia de inspeccedilatildeo

A seguir apresentam-se as principais etapas genericamente abrangidas numa inspeccedilatildeo Estas

etapas definem de certa a forma uma metodologia a adotar

Consulta recolha e anaacutelise de elementos escritos e desenhados dos projetos anteriores

elementos alusivos a inspeccedilotildees anteriores informaccedilatildeo acerca do meio ambiente Eacute

tambeacutem fundamental a realizaccedilatildeo de um inqueacuterito direcionado aos responsaacuteveis pela

manutenccedilatildeo das estruturas

Preparaccedilatildeo da inspeccedilatildeo isso passa por uma visita preacutevia ao local para identificaccedilatildeo das

construccedilotildees e dos elementos a avaliar e identificaccedilatildeo do programa funcional dos

diversos espaccedilos

Preparaccedilatildeo das fichas de inspeccedilatildeo ou do software previsto para anotaccedilatildeo de toda a

informaccedilatildeo a registar

26

Verificaccedilatildeo de todas as ferramentas e equipamentos necessaacuterios para o dia da inspeccedilatildeo

providenciando os meios de apoio agrave inspeccedilatildeo tais como veiacuteculos de inspeccedilatildeo especial

ou ateacute mesmo autorizaccedilotildees permissotildees municipais

O processo de diagnoacutestico passa por

1) Inspeccedilatildeo visual distinguindo os mecanismos fiacutesicos e quiacutemicos envolvidos

2) Inspeccedilatildeo detalhada de maneira que se compreenda a relaccedilatildeo causaefeito

3) Conhecimento acerca do comportamento dos materiais e teacutecnicas de

construccedilatildeo utilizadas

4) Realizaccedilatildeo de ensaios in situ destrutivos e natildeo destrutivos

5) Recolha se possiacutevel de amostras e carotes para ensaios laboratoriais

6) Anaacutelise de resultados consideraccedilotildees finais e elaboraccedilatildeo de relatoacuterio

33 Ensaios in situ e Ensaios laboratoriais

331 Anaacutelise e monitorizaccedilatildeo de vibraccedilotildees em estruturas

Para uma avaliaccedilatildeo da capacidade de resistecircncia em estruturas de betatildeo armado eacute

fundamental avaliar o comportamento dinacircmico para que desta forma se possam selecionar

medidas de reparaccedilatildeo ou reforccedilo Os dados podem referentes agraves solicitaccedilotildees dinacircmicas a que a

estrutura estaacute constantemente sujeita da envolvente ou a partir da aplicaccedilatildeo de vibraccedilotildees

impostas

3311 Equipamento

Aceleroacutemetros de alta sensibilidade com preacute amplificador incorporado A gama de

frequecircncias de mediccedilatildeo normalmente estaacute compreendida entre 01 Hz a 1KHz e

sensiacuteveis a aceleraccedilotildees da ordem de 005 mms-2

Um computador portaacutetil com software especiacutefico

Cabos de ligaccedilatildeo

Caixas de ligaccedilatildeo dos sensores

3312 Metodologia

Os sinais dos transdutores satildeo introduzidos num PC dotado de software adequado que

executa o processamento de dados e fornece a informaccedilatildeo relevante sobre as vibraccedilotildees da

construccedilatildeo

- Intensidade das vibraccedilotildees

- Valores maacuteximos da aceleraccedilatildeo velocidade ou deslocamento nos pontos analisados

27 Tiago Pais Boto

- Frequecircncias dominantes nos sinais das vibraccedilotildees

- Representaccedilatildeo graacutefica dos sinais de aceleraccedilatildeo velocidade ou deslocamentos medidos ao

longo do tempo

- Verificaccedilatildeo automaacutetica e alarme se forem excedidos os valores limites preacute-estabelecidos

Figura 3-1 Esquema do equipamento para registo de vibraccedilotildees (oz diagnostico2015)

332 Ensaios de ultrassons em betatildeo

Os ensaios ultrassoacutenicos resume-se na determinaccedilatildeo da velocidade de propagaccedilatildeo dum

impulso ultrassoacutenico entre dois pontos de mediccedilatildeo tendo em vista adquirir informaccedilotildees sobre

Caracteriacutesticas mecacircnicas do betatildeo nomeadamente o seu moacutedulo de elasticidade

Homogeneidade

Presenccedila de fendas vazios ou outras descontinuidades

O impulso ultrassoacutenico eacute gerado num ponto do elemento em estudo atraveacutes de um

transdutor emissor a partir dum sinal eleacutetrico Apoacutes atravessar o betatildeo o sinal ultrassoacutenico eacute

captado por um outro transdutor-recetor colocado num outro ponto que o transforma

novamente em sinal eleacutetrico O tempo gasto no percurso eacute medido na unidade de medida central

sendo assim possiacutevel calcular a velocidade de propagaccedilatildeo

28

A correlaccedilatildeo existente entre a velocidade de propagaccedilatildeo do impulso ultrassoacutenico no

betatildeo (V) e o seu moacutedulo de elasticidade (E) permite ter uma ideia da classe a que pertence o

betatildeo ensaiado (Viacutetor Coias ldquoInspeccedilotildees e Ensaios na reabilitaccedilatildeo de edifiacuteciosrdquo 2006)

3321 Equipamento

O equipamento eacute geralmente composto por uma unidade central onde alberga o

gerador de impulsos eleacutetricos o circuito de leitura e os dois transdutores Para calibraccedilatildeo do

equipamento utiliza-se um invar (barra padratildeo)

Figura 3-2 Equipamento para ensaios de ultrassons no betatildeo (ATCP Physical Engineering)

3322 Metodologia

Existem trecircs meacutetodos possiacuteveis para a realizaccedilatildeo deste tipo de ensaios

Direto

Semidirecto

Indireto

Figura 3-3Ilustraccedilatildeo das trecircs metodologias para realizaccedilatildeo de ensaios ultrassons (ATCP

Physical Engineering)

29 Tiago Pais Boto

Os meacutetodos diretos e semidirecto tecircm como finalidade a avaliaccedilatildeo das caracteriacutesticas

mecacircnicas a homogeneidade e a deteccedilatildeo de descontinuidades no betatildeo O meacutetodo semidirecto

aplica-se apenas na impossibilidade de colocaccedilatildeo de transdutores segundo o meacutetodo direto

O meacutetodo indireto aplica-se fundamentalmente na determinaccedilatildeo da profundidade de

fendas

Para melhorar a transmissatildeo acuacutestica eacute aconselhaacutevel a utilizaccedilatildeo de uma massa de

contato entre os tradutores e a superfiacutecie do betatildeo Aconselha-se tambeacutem que esses pontos de

contato sejam efetuados em superfiacutecies lisas

Considerando-se que o resultado do teste pelo meacutetodo indireto eacute menos preciso

recomenda-se comparar esses resultados com os resultados do teste pelo meacutetodo direto

Meacutetodo direto 119881119901 (119898119898

120583119904) =

119889119894119904119905119886119899119888119894119886 (119898119898)

119905119890119898119901119900 119889119890 119901119903119900119901119886119892119886ccedilatilde119900 (120583119904)lowast 105 (31)

Meacutetodo indireto 119881119894 (119898119898

120583119904) =

119889119894119904119905119886119899119888119894119886 (119898119898)

119905119890119898119901119900 119889119890 119901119903119900119901119886119892119886ccedilatilde119900 (120583119904) (32)

119881119889 = 105 lowast 119881119894 (33)

Onde

Vd = velocidade do som pelo meacutetodo direto

Vi = velocidade do som pelo meacutetodo indireto

Vp= velocidade ultrassoacutenica (Kms)

Para obter a resistecircncia do betatildeo satildeo apresentadas vaacuterias expressotildees deduzidas por diversos

autores como por exemplo a expressatildeo seguinte referida na Japanese Society of Construction

119865119888 = 215 lowast 119881119901 minus 620 (34)

Onde

119865119888= Resistecircncia do betatildeo agrave compressatildeo (MPa)

30

Tabela 3-1 Qualidade do betatildeo em funccedilatildeo da velocidade de propagaccedilatildeo dos ultrassons

(Japanese Society of Construction)

Velocidade (ms) Qualidade do betatildeo

gt4500 Excelente

3500 a 4500 Bom

3000 a 3500 Regular

2000 a 3000 Mediacuteocre

lt2000 Mau

O ensaio deve ser realizado segundo as normas de referecircncia

BS 1881-2031986 ldquoRecommendations for measurement of velocity of ultrasonic pulses

in concreterdquo

ASTM C597-09 ldquoStandard test method for pulse velocity through concreterdquo

333 Deteccedilatildeo de armaduras com recurso do pacoacutemetro

Os ensaios realizados com recurso a um pacoacutemetro aleacutem de permitirem medir o

recobrimento tambeacutem satildeo utilizados para deteccedilatildeo posicionamento dimensatildeo e direccedilatildeo das

armaduras em estruturas de betatildeo armado ou betatildeo preacute-esforccedilado A deteccedilatildeo de cabos de preacute-

esforccedilo apresenta algumas limitaccedilotildees devido agraves caracteriacutesticas proacuteprias dos elementos de preacute-

esforccedilo e agraves capacidades do equipamento (Viacutetor Coias ldquoInspeccedilotildees e Ensaios na reabilitaccedilatildeo de

edifiacuteciosrdquo 2006)

3331 Equipamento

O pacoacutemetro eacute um aparelho portaacutetil composto pela unidade de leitura por dois detetores

e por dois espaccediladores O alcance de mediccedilatildeo depende do diacircmetro do varatildeo e do tamanho do

detetor podendo ir ateacute 360 mm com uma precisatildeo de aproximadamente 2 mm ou 5 ateacute 75 por

cento do alcance O ajuste do zero eacute automaacutetico bastando para tal afastar o elemento detetor de

elementos metaacutelicos O meacutetodo de deteccedilatildeo de armaduras eacute auxiliado por um sistema aacuteudio

variaacutevel com a distacircncia agraves armaduras

31 Tiago Pais Boto

Figura 3-4 Pacoacutemetro (geotechpedia 2012)

3332 Metodologia

Apoacutes a calibragem do aparelho e caso se tenha acesso ao projeto seleciona-se a

dimensatildeo dos varotildees de accedilo e o recobrimento se pretende controlar Se natildeo tivermos informaccedilatildeo

acerca do tipo de armadura que estamos a tentar identificar poderaacute ser vantajoso nesta fase

remover o recobrimento da armadura num local onde natildeo seja muito inconveniente a fim de

acertar a calibraccedilatildeo e eventualmente identificar o tipo de armadura

O recobrimento eacute medido usando a face normal de trabalho do elemento detetor grande

Tendo-se identificado a face normal de trabalho do elemento detetor pode-se explorar a

superfiacutecie do elemento a inspecionar A identificaccedilatildeo da posiccedilatildeo dos varotildees quando o som

emitido for alto e agudo

Para determinar a direccedilatildeo da armadura move-se e roda-se o elemento detetor no sentido

de aumentar o sinal sonoro Quando o elemento detetor estiver cuidadosamente posicionado

dessa maneira o eixo do varatildeo estaraacute paralelo com o eixo longitudinal do elemento detetor O

recobrimento em miliacutemetros poderaacute ser observado na parte esquerda do visor O

microprocessador do aparelho determina automaacutetica o diacircmetro dos varotildees a partir de duas

leituras no mesmo local utilizando um espaccedilador apropriado

O elemento detetor pequeno deve ser usado quando se estaacute na presenccedila de malha soldada

ou de varotildees proacuteximos ou entatildeo quando o elemento detetor grande for incapaz de fornecer

uma discriminaccedilatildeo mais pormenorizada da zona a sondar

Este equipamento fornece boa capacidade de resoluccedilatildeo para desenhar

pormenorizadamente as armaduras que se encontram mais proacuteximas Para uma faacutecil perceccedilatildeo

da disposiccedilatildeo das armaduras nos elementos de betatildeo armado a superfiacutecie do elemento a sondar

vai sendo marcada agrave medida que vatildeo sendo detetadas armaduras

O ensaio deve seguir as recomendaccedilotildees da norma de referecircncia Norma BS 1881-204 1988

Testing concrete ldquoRecommendations on the use of electromagnetic cover metersrdquo

32

334 Deteccedilatildeo de corrosatildeo em armaduras por mediccedilatildeo dos potenciais eleacutetricos

A corrosatildeo das armaduras pode ser avaliada atraveacutes da mediccedilatildeo dos potenciais eleacutetricos

aplicados na superfiacutecie do betatildeo relativamente a um eleacutetrodo de referecircncia Este tipo de ensaios

permite localizar as aacutereas onde a corrosatildeo estaacute presente ou prestes a verificar-se antes de os

efeitos se tornarem visiacuteveis

Esta teacutecnica permite localizar as aacutereas onde a estrutura de betatildeo armado precisa de ser

reparada ou protegida e atraveacutes da sua aplicaccedilatildeo repetida pode ser usada para minimizar assim

os seus custos de manutenccedilatildeo

3341 Equipamento

O equipamento eacute composto por

Ceacutelula de mediccedilatildeo em cloreto de prata (AgCl)

Medidor com ligaccedilatildeo que permite leituras digitais em unidades de tensatildeo (volt) ou

resistecircncia (ohm)

Recipientes com liacutequido para reabastecer a ceacutelula de mediccedilatildeo

Cabo de ligaccedilatildeo

Brocas diamantadas de 10 e 18 mm de diacircmetro

Martelo e escopro

Alicate de aperto

Bico para contacto com armadura e chave de Allen

Cabo de ligaccedilatildeo

Extensatildeo telescoacutepica para fixaccedilatildeo da ceacutelula de mediccedilatildeo

Berbequim com percussatildeo

Balde e esponja

3342 Metodologia

Apoacutes a escolha de uma aacuterea em funccedilatildeo do estado aparente do betatildeo definem-se zonas

de leitura da aacuterea a estudar e define-se o nuacutemero de leituras a realizar em funccedilatildeo da degradaccedilatildeo

aparente do betatildeo Procede-se agrave limpeza com uma escova de accedilo de um varatildeo da armadura

previamente localizado com o detetor de armaduras Fixa-se o eleacutetrodo secundaacuterio atraveacutes do

alicate de aperto ao varatildeo da armadura e liga-se o eleacutetrodo ao voltiacutemetro atraveacutes do cabo

fornecido Procede-se agrave molhagem das superfiacutecies vatildeo onde seratildeo efetuadas as leituras de modo

a humedecer em profundidade o betatildeo a estudar Coloca-se o eleacutetrodo primaacuterio sucessivamente

em cada ponto de leitura medindo-se no voltiacutemetro do equipamento o potencial eleacutetrico

33 Tiago Pais Boto

Durante a realizaccedilatildeo de todas as mediccedilotildees o operador deve assegurar-se que a esponja do topo

do eleacutetrodo primaacuterio se encontra devidamente humedecida

Tabela 3-2Risco de corrosatildeo ativa em funccedilatildeo do niacutevel de potencial

Niacutevel de Potencial (mV) Risco de corrosatildeo ativa ()

-260 a -410 Ateacute 95

-110 a -260 Incerto

gt-100 Ateacute 5

Esta metodologia estaacute descrita em Norma ASTM C 876-91 (R1999) Standard Test Method

for Half-Cell Potentials of Uncoated Reinforcing Steel in concrete

335 Determinaccedilatildeo do teor de cloretos no betatildeo

A determinaccedilatildeo do teor de cloretos no betatildeo consiste precisamente em determinar o

teor soluacutevel em aacutecido de cloretos existentes no betatildeo Em traccedilos gerais uma amostra de poacute de

betatildeo a ensaiar eacute dissolvida numa soluccedilatildeo aacutecida normalizada para que os iotildees de cloreto reajam

com o aacutecido Um eleacutetrodo dotado de um sensor de temperatura eacute introduzido na soluccedilatildeo

medindo a reaccedilatildeo eletroquiacutemica A tensatildeo gerada pela concentraccedilatildeo de iotildees afeta

simultaneamente a temperatura da soluccedilatildeo a qual eacute medida pelo aparelho eletroacutenico Este

aparelho apresenta instantemente a percentagem de iotildees num mostrador (Viacutetor Coias

ldquoInspeccedilotildees e Ensaios na reabilitaccedilatildeo de edifiacuteciosrdquo 2006)

3351 Equipamento

O equipamento utilizado eacute composto por

Eleacutetrodo com sensor de temperatura montado exteriormente

Cabos e ligaccedilotildees

Aparelho eletroacutenico de leitura com circuitos compensadores da temperatura e

microprocessador para conversatildeo direta em percentagens de cloretos

Embalagens contendo soluccedilotildees aacutecidas com coloraccedilatildeo diferente para calibraccedilatildeo do

eleacutetrodo

Balanccedila para pesar as amostras

Embalagens contendo a soluccedilatildeo aacutecida onde se vai misturar cada amostra

Garrafa com agente de molhagem do eleacutetrodo

34

Concha para recolha do poacute e soprador para amostragem

Alicate de fixaccedilatildeo broca buchas chave de bocas e chave de fendas

Detetor de armaduras

A calibragem eacute feita antes de cada ensaio utilizando duas soluccedilotildees padratildeo

Figura 3-5 Equipamento para mediccedilatildeo do teor de cloretos in situ (oz diagnostico 2015)

3352 Metodologia

Haacute que localizar previamente a posiccedilatildeo das armaduras com um detetor de armaduras

Selecionado o local de ensaio preferencialmente onde a posiccedilatildeo das armaduras se encontra

mais exteriormente do elemento estrutural em estudo Em seguida posiciona-se a concha de

recolha do poacute fixando-a com o alicate de fixaccedilatildeo atraveacutes de uma bucha de fixaccedilatildeo Depois

fazem-se trecircs furos no betatildeo a ensaiar agrave profundidade a que se pretende determinar o teor em

cloretos de modo a recolher cerca de 20 g de poacute que devem guardados num saco de plaacutestico

hermeticamente fechado Se se pretender um perfil do teor de cloretos haacute que furar e recolher

o poacute em menos trecircs niacuteveis de profundidade (Viacutetor Coias 2006)

Perto da superfiacutecie

Ao niacutevel das armaduras

A uma distacircncia de 2 ou 3 cm abaixo das armaduras

Uma amostragem de 3 g retirada do poacute extraiacutedo eacute dissolvida em 20 ml de uma soluccedilatildeo

aacutecida Coloca-se o eleacutetrodo jaacute calibrado na garrafa de ensaio e lecirc-se o teor de cloretos que seraacute

automaticamente indicado no mostrador do aparelho A leitura pode ser obtida em percentagem

ou PPM (partes por milhatildeo) consoante a funccedilatildeo selecionada

O ensaio deve seguir as recomendaccedilotildees das normas de referecircncia

35 Tiago Pais Boto

Norma BS 1881-6 1971 Methods of testing concrete Analysis of hardened concrete

Norma AASHTO T260‑84 Standard Method of Test for Sampling and testing for

chloride ion in concrete and concrete raw materials

336 Ensaio de aderecircncia por traccedilatildeo (pull-off)

Os ensaios de aderecircncia por traccedilatildeo direta pull-off satildeo fundamentais para o ecircxito de trabalhos

de reparaccedilatildeo e reforccedilo em estruturas de betatildeo armado pois a garantia de uma boa aderecircncia

entre os materiais existentes e os materiais novos eacute fundamental (Viacutetor Coias ldquoInspeccedilotildees e

Ensaios na reabilitaccedilatildeo de edifiacuteciosrdquo 2006) Este tipo de ensaio consiste na aplicaccedilatildeo de uma

forccedila de traccedilatildeo exercida manualmente atraveacutes de um aparelho concebido para esse fim A

traccedilatildeo eacute transmitida axialmente atraveacutes de uma peccedila metaacutelica colada previamente ao provete

O aumento gradual da forccedila pode ser observado diretamente numa escala (MPa) A forccedila

maacutexima eacute registada assim que se daacute o arrancamento do provete na secccedilatildeo mais fraacutegil (Viacutetor

Coias ldquoInspeccedilotildees e Ensaios na reabilitaccedilatildeo de edifiacuteciosrdquo 2006)

Analisando o provete pode-se observar se a secccedilatildeo de rotura pertence a um dos

materiais ou se por outro lado estaacute contida na superfiacutecie de ligaccedilatildeo entre os materiais Dada a

sua grande simplicidade este ensaio pode ser executado na proacutepria estrutura traduzindo melhor

as condiccedilotildees reais existentes

3361 Equipamento

Carotadora portaacutetil

Coroa diamantada

Caixa diferencial

Aparelho mecacircnico de aderecircncia

Equipamento de arrancamento com pastilhas metaacutelicas

Detetor de armaduras

Cola epoxiacutedica

Extensatildeo monofaacutesica

Mangueira para aacutegua

36

Figura 3-6 Esquematizaccedilatildeo do ensaio de aderecircncia por traccedilatildeo pull-off (oz diagnostico 2015)

3362 Metodologia

Com o auxiacutelio de uma carotadora executa-se um entalhe circular com cerca de 4 cm de

diacircmetro perpendicular agrave superfiacutecie do material A profundidade deve ser suficiente para que

ultrapasse o plano de ligaccedilatildeo dos materiais atingindo assim o substrato do betatildeo A superfiacutecie

eacute entatildeo regularizada com o auxiacutelio de uma grossa a poeira deve ser retirada com acetona

Procede-se agrave colagem da peccedila metaacutelica (pastilha) ao provete a de betatildeo com uma cola epoxiacutedica

exercendo uma pressatildeo moderada durante alguns minutos conforme mencionado nas normas

de referecircncia (Viacutetor Coias 2006)

Apoacutes uma hora pode-se entatildeo colocar o aparelho de ensaio de modo que este acople a

peccedila metaacutelica coloca-se o indicador a zero e inicia-se o ensaio propriamente dito

O ensaio deve seguir as recomendaccedilotildees das normas de referecircncia

Norma BS 1881-207 1992 Testing concrete Recommendations for the assessment of

concrete strength by near-to-surface test

Norma ASTM D4541-95 Stand Test Method for Pull-Off Strength

337 Resistecircncia aacute compressatildeo com recurso ao escleroacutemetro do tipo Schmidt

O ensaio com o escleroacutemetro permite obter de forma simples e natildeo destrutiva a

resistecircncia agrave compressatildeo de elementos de betatildeo Sendo um ensaio baseado na resistecircncia

37 Tiago Pais Boto

superficial os valores obtidos satildeo apenas representativos de uma camada ateacute 5 cm de

profundidade Contudo o ensaio eacute uacutetil para avaliar a homogeneidade do betatildeo verificar se

existe um determinado niacutevel miacutenimo de resistecircncia e decidir sobre a necessidade de fazer

ensaios mais completos A tensatildeo de rotura agrave compressatildeo referente a provetes cuacutebicos ou

ciliacutendricos pode ser estimada com base numa correlaccedilatildeo com o iacutendice escleromeacutetrico

3371 Equipamento

O equipamento utilizado eacute denominado de escleroacutemetro do tipo Schmidt Quando se

pressiona o veio de compressatildeo do escleroacutemetro contra a superfiacutecie de betatildeo a ensaiar

comprime-se uma mola existente no interior do aparelho Quando o veio atinge o fim do seu

curso eacute libertada instantaneamente uma massa que choca com a sua extremidade interior O

choque eacute transmitido agrave superfiacutecie a ensaiar a qual reage provocando um ressalto O mesmo

veio transmite esse ressalto agrave massa moacutevel que ao deslocar-se faz mover um ponteiro visiacutevel

no exterior do invoacutelucro do aparelho e regista o ponto maacuteximo do ressalto da massa Quanto

mais dura e compacta for a superfiacutecie do betatildeo maior seraacute o ressalto

O valor de referecircncia obtido atraveacutes da escala do aparelho iacutendice escleromeacutetrico

permite avaliar o valor de resistecircncia agrave compressatildeo do betatildeo tendo em conta o acircngulo entre o

eixo longitudinal do escleroacutemetro e a superfiacutecie ensaiada (Viacutetor Coias 2006)

Figura 3-7 Escleroacutemetro de Schmidt (Nabrande Wikipedia 2015)

O ensaio deve seguir as recomendaccedilotildees das normas de referecircncia

BS 1881 parte 202

ASTM C 505-85

38

3372 Registo e anaacutelise de dados

A mediccedilatildeo num determinado local deve corresponder 5 ou 10 leituras O registo de

dados deve ser efetuado num impresso proacuteprio incluindo

Identificaccedilatildeo da obra

Nome do operador

Data

Localizaccedilatildeo da aacuterea ensaiada na estrutura

Acircngulo do escleroacutemetro com a horizontal

Descriccedilatildeo da aacuterea ensaiada

Descriccedilatildeo do betatildeo

A resistecircncia de caacutelculo

Idade e condiccedilotildees de cura

Observaccedilotildees do aspeto da superfiacutecie do betatildeo

Zonas em que o ensaio natildeo teve validade

Nuacutemero de seacuterie do escleroacutemetro utilizado ou a sua identificaccedilatildeo simplificada

O tratamento dos dados depende do fim a que destina a informaccedilatildeo final podendo-se

registar apenas os valores meacutedios da tensatildeo de rotura agrave compressatildeo do betatildeo referente a provetes

cuacutebicos os ciliacutendricos incluindo os valores meacutedios de dispersatildeo Ou entatildeo pode-se tambeacutem

estimar os valores caracteriacutesticos da tensatildeo de rotura

338 Avaliaccedilatildeo da profundidade de carbonataccedilatildeo com indicador de fenolftaleiacutena

Este ensaio eacute de execuccedilatildeo simples A escolha adequada do local onde seraacute feita a anaacutelise

eacute fundamental sobretudo quando se trata de edifiacutecios de elevado valor patrimonial

Geralmente a carbonataccedilatildeo progride com a frente paralela agrave superfiacutecie a frente de

carbonataccedilatildeo quando atravessa o recobrimento das armaduras o accedilo despassiva iniciando o

processo de corrosatildeo das armaduras originando uma perda de resistecircncia e comprometendo a

durabilidade do betatildeo (Viacutetor Coias 2006) Conhecendo a posiccedilatildeo da frente de carbonataccedilatildeo eacute

possiacutevel estimar a extensatildeo das zonas a reparar

3381 Equipamento

Fazem parte do equipamento

Berbequim com percussatildeo

Martelo e escopro

Aspersor

Reacutegua graduada em miliacutemetros

Soluccedilatildeo alcooacutelica de fenolftaleiacutena a 01 por cento

Detetor de armaduras

39 Tiago Pais Boto

3382 Metodologia

Os pontos de mediccedilatildeo devem ser criteriosamente selecionados de forma a poderem-se

comparar diferentes mediccedilotildees Esta seleccedilatildeo deve ter tambeacutem em conta o tipo de controlo que

se pretende fazer e o grau de rigor pretendido Nomeadamente os elementos estruturais com as

superfiacutecies expostas aos agentes ambientais devem ser objeto de um maior nuacutemero de mediccedilotildees

A seleccedilatildeo exata do ponto de mediccedilatildeo deveraacute ter em conta a posiccedilatildeo das armaduras que devem

ser localizadas previamente com um detetor de armaduras a fim de natildeo serem danificadas

Os pontos selecionados devem ser previamente identificados e localizados numa planta

da estrutura

A profundidade dos furos ou cavidades seraacute superior em pelo menos 1 cm ao

recobrimento medido com o detetor de armaduras A limpeza correta do furo eacute essencial para a

fiabilidade dos resultados que deixaratildeo de ter validade se existirem resiacuteduos de poacute nas zonas

interiores natildeo carbonatadas

Utilizando um aspersor com a soluccedilatildeo alcooacutelica de fenolftaleiacutena molham-se a

superfiacutecies internas do furo do ensaio e observa-se a sua coloraccedilatildeo rosada sendo possiacutevel medir

a profundidade da frente de carbonataccedilatildeo na transiccedilatildeo de uma zona para a outra (Viacutetor Coias

2006)

O ensaio deve seguir as recomendaccedilotildees da norma de referecircncia RILEM CPC ndash 18 e E391 ndash

LNEC

Figura 3-8 Reaccedilatildeo da fenolftaleiacutena numa carote de betatildeo (oz diagnostico 2015)

40

339 Observaccedilatildeo boroscoacutepica de cavidades e fendas

O diagnoacutestico de patologias das estruturas e dos materiais bem como o seu

levantamento satildeo em muitos casos facilitados pela possibilidade de inspecionar o interior de

cavidades e fendas de pequenas dimensotildees existentes nesses materiais ou elementos estruturais

A boroscopia eacute uma teacutecnica baseada na utilizaccedilatildeo de um instrumento oacutetico o boroscoacutepio e

constitui uma forma muito pouco intrusiva de efetuar tais observaccedilotildees

3391 Equipamento

Na sua versatildeo mais simples o boroscoacutepio consiste numa haste delgada dotada numa

das extremidades de um ocular e na outra duma objetiva e um prisma A fim de permitir a

iluminaccedilatildeo da cavidade a observar um segundo sistema oacutetico montado no interior da mesma

haste conduz um feixe luminoso intenso que eacute dirigido para o campo observado (Viacutetor Coias

2006) A haste pode ser ligeiramente inclinada em relaccedilatildeo agrave vertical e rodada a toda a volta o

que aliado ao grande acircngulo do sistema oacutetico montado na sua extremidade possibilita uma

observaccedilatildeo com poucos acircngulos mortos

Aleacutem da observaccedilatildeo direta a ocular pode permitir atraveacutes de adaptadores apropriados

montar uma maacutequina fotograacutefica de 35 mm ou uma cacircmara de viacutedeo possibilitando o registo

de imagens do campo observado

Figura 3-9 Esquematizaccedilatildeo de um boroscoacutepio (oz diagnostico 2015)

41 Tiago Pais Boto

3392 Metodologia

Uma vez selecionados os pontos de observaccedilatildeo torna-se necessaacuterio a menos que se

trate de fendas suficientemente largas executar um ou mais furos com cerca de 10 mm de

diacircmetro Depois de montado o sistema e feita a ligaccedilatildeo agrave fonte de iluminaccedilatildeo a haste de

observaccedilatildeo eacute introduzida no orifiacutecio observando-se visualmente o seu interior

3310 Mediccedilatildeo de deslocamentos em juntas e fendas com o alongacircmetro

As construccedilotildees apresentam com frequecircncia fissuras ou fendas resultantes de

deformaccedilotildees ocasionadas por variadas causas como sejam por exemplo assentamentos

diferenciais variaccedilotildees de temperatura alteraccedilatildeo das solicitaccedilotildees ou das propriedades

mecacircnicas dos materiais execuccedilatildeo de obras subterracircneas na vizinhanccedila de construccedilotildees

existentes etc Sendo aquelas fissuras ou fendas manifestaccedilotildees do comportamento estrutural

haacute normalmente interesse em acompanhar a variaccedilatildeo da sua abertura ao longo do tempo em

diversos pontos do seu desenvolvimento (Viacutetor Coias 2006)

O alongacircmetro eacute um dispositivo mecacircnico que se utiliza para medir com precisatildeo

pequenos deslocamentos em juntas e fissuras

33101 Equipamento

O alongacircmetro mecacircnico tem uma base que pode medir 200 mm mas haacute outras medidas

e eacute utilizado para medir as distacircncias entre os pontos definidos por cada par de bases circulares

metaacutelicas com um diacircmetro de 5 mm Usa-se um invar para corrigir os valores lidos devido agrave

influecircncia tanto de variaccedilotildees de temperatura no aparelho como de esforccedilos a que este possa ser

submetido durante a sua utilizaccedilatildeo

Figura 3-10Alongacircmetro mecacircnico (oz diagnostico 2015)

42

33102 Metodologia

Apoacutes seleccedilatildeo e marcaccedilatildeo dos locais onde seratildeo realizadas as mediccedilotildees satildeo previamente

colocados simetricamente pares de bases metaacutelicas especialmente concebidas com 5 mm de

diacircmetro coladas ao elemento em estudo A anaacutelise das leituras ao longo do tempo permite ter

uma ideia da tendecircncia do movimento agravamento estabilizaccedilatildeo recuperaccedilatildeo ou uma

variaccedilatildeo ciacuteclica Esta base de dados permitiraacute eventualmente ajudar a estabelecer relaccedilotildees de

causa-efeito com as accedilotildees a que a construccedilatildeo estaacute sujeita

3311 Determinaccedilatildeo da resistecircncia de betotildees a partir de provetes ciliacutendricos

Sendo este tambeacutem um ensaio semi-destrutivo ou mesmo destrutivo torna-se necessaacuterio

a escolha criteriosa dos locais para recolha dos provetes O ensaio consiste genericamente na

determinaccedilatildeo da resistecircncia atual dos betotildees atraveacutes do ensaio de rotura agrave compressatildeo de

provetes ciliacutendricos

33111 Equipamento

Para a realizaccedilatildeo deste ensaio eacute necessaacuterio

bull Pacoacutemetro

bull Caroteadora

bull Coroas diamantadas com diacircmetro miacutenimo interior de 75 mm

bull Aspirador para extraccedilatildeo de carotes na direccedilatildeo ascendente ou para extraccedilatildeo de carotes

segundo qualquer direccedilatildeo

33112 Metodologia

A seleccedilatildeo exata do local de extraccedilatildeo das carotes deveraacute ter sempre em conta a seguranccedila

estrutural do elemento a sondar no sentido de ser o menos possiacutevel afetada Deste modo em

pilares correntes (de edifiacutecios) o furo de extraccedilatildeo deveraacute localizar‑se sensivelmente a meio da

altura ou o mais possiacutevel afastado das ligaccedilotildees aos restantes elementos estruturais (vigas ou

lajes) Do mesmo modo em vigas o furo de extraccedilatildeo das carotes deveraacute localizar‑se entre 15

e 14 do vatildeo na zona onde os esforccedilos de flexatildeo satildeo mais reduzidos Para aleacutem dos

condicionamentos atraacutes referidos deveraacute ser tido em conta que recolha das carotes deve ser

feita de modo a interferir o miacutenimo com as armaduras do elemento a sondar Para tal deve ser

usado um pacoacutemetro antes da extraccedilatildeo das carotes

As carotes apoacutes a sua extraccedilatildeo deveratildeo ser imediatamente identificadas marcando-as

com laacutepis de cera ou por outro processo igualmente eficaz Depois deveratildeo ser devidamente

acondicionadas a fim de natildeo sofrerem quaisquer danos durante o transporte No caso de alguma

43 Tiago Pais Boto

carote ter intersectado uma armadura o corte dessa carote antes do ensaio deveraacute ser feito de

modo a eliminar o troccedilo afetado pela presenccedila da armadura

Os ensaios de rotura agrave compressatildeo simples dos provetes devem ser realizados em laboratoacuterio

de acordo com a Norma E 226 do LNEC (Viacutetor Coias 2006)

Figura 3-11 Extraccedilatildeo de carote com localizaccedilatildeo preacutevia da malha de armaduras (oz

diagnostico 2015)

33113 Registo e anaacutelise de resultados

O registo dos dados eacute efetuado em impresso proacuteprio incluindo

Identificaccedilatildeo da obra

Nome do operador

Data

Localizaccedilatildeo e identificaccedilatildeo dos pontos de extraccedilatildeo das carotes recorrendo a um

desenho esquemaacutetico

Observaccedilotildees sobre o aspeto da superfiacutecie do betatildeo

Zonas em que as extraccedilotildees natildeo foram vaacutelidas

Os resultados obtidos deveratildeo ser processados tendo por base a metodologia

preconizada na publicaccedilatildeo da Concrete Society Technical Report nordm 11 onde satildeo indicados

vaacuterios fatores de correccedilatildeo a aplicar sobre os resultados dos provetes ensaiados que tecircm em

conta entre outros a direccedilatildeo da carotagem a relaccedilatildeo alturadiacircmetro do provete o corte dos

agregados a presenccedila de material de recobrimento a forma dos provetes a resistecircncia

potencial etc (Viacutetor Coias 2006)

44

3312 Mediccedilatildeo da espessura da seccedilatildeo atraveacutes de ensaios impacto-eco

Este meacutetodo consiste em emitir um impacto mecacircnico sobre uma superfiacutecie originando

impulsos que satildeo projetados ao longo do material As ondas refletidas por uma falha interna

satildeo captadas por um recetor posicionado na mesma superfiacutecie do impacto (Malhotra 1984

ACI-364 1993)

33121 Equipamento

Para a realizaccedilatildeo deste ensaio eacute necessaacuterio

Computador portaacutetil preparado para operar em condiccedilotildees adversas que deveraacute

ter instalado o software adequado para o processamento dos sinais (possibilidade

de definir diferentes resoluccedilotildees dos sinais) e uma placa especiacutefica para aquisiccedilatildeo

dos sinais

Transdutor piezoeleacutetrico com extremidade coacutenica acoplado ao suporte das

massas impactoras ou outro equivalente

Massa impactoras esferas metaacutelicas com diacircmetros de 5 8 125 mm ou outras

equivalentes

Todo o sistema deveraacute estar devidamente operacional e calibrado pelo que deveraacute fazer-

se acompanhar da folha de calibraccedilatildeo devidamente atualizada Para apoio agrave execuccedilatildeo dos

ensaios deveraacute prever-se a eventual utilizaccedilatildeo de um boroscoacutepio ou de equipamento de ultra-

sons (Viacutetor Coias 2006)

Figura 3-12 Parte do equipamento para realizaccedilatildeo do ensaio (impacto-ecoimpact Echo

instruments 2015)

45 Tiago Pais Boto

33122 Metodologia

Para a colocaccedilatildeo dos transdutores os pontos selecionados devem ser em zonas onde natildeo

existem juntas e irregularidades superficiais para que desta forma natildeo influenciem os

resultados

Deve-se portanto remover quaisquer materiais de revestimento nomeadamente os

rebocos jaacute no caso de pinturas de espessura reduzida deve-se comparar os resultados com zonas

sem a referida pintura

Na superfiacutecie do elemento a ensaiar marca-se uma malha de pontos de referecircncia onde

a abertura e quantidade vem em funccedilatildeo da espessura ou largura da seccedilatildeo transversal do

elemento Devem tambeacutem ser garantidos no miacutenimo 9 pontos e em elementos laminares 16

pontos

Sobre cada um dos pontos eacute realizado o ensaio utilizando a massa de impacto previamente

selecionada atraveacutes de testes preliminares

A realizaccedilatildeo deste ensaio deve seguir a norma Norma ASTM C1383-98a Standard Test

Method for Measuring the P-Wave Speed and the Thickness of Concrete Plates Using the

Impact-Echo Method

46

47 Tiago Pais Boto

4 Patologias em Estruturas de Betatildeo Armado

41 Introduccedilatildeo

Em Engenharia Civil o conceito de patologia estaacute associado aos fenoacutemenos que afetam

o comportamento anoacutemalo de uma construccedilatildeo Este conceito pode ser diferenccedilado em patologia

estrutural e em patologia natildeo estrutural Patologia estrutural eacute para os fenoacutemenos que afetam a

funcionalidade estrutural dos elementos da construccedilatildeo nomeadamente as fundaccedilotildees

infraestrutura e superestrutura Patologia natildeo estrutural alberga todos os outros fenoacutemenos que

afetam os restantes elementos da construccedilatildeo

Dada a natureza quiacutemica do betatildeo a sua macro e micro estrutura encontra-se em

constante mudanccedila devido agrave sua estrutura porosa estar sempre em contato com o meio

ambiente Atraveacutes de diversos mecanismos nomeadamente a permeaccedilatildeo difusatildeo e absorccedilatildeo

satildeo transportados diversos agentes necessaacuterios agrave corrosatildeo ao accedilo CO2 aacutegua sulfatos cloretos

Devido agrave sua constituiccedilatildeo e caracteriacutesticas dos constituintes do betatildeo estes podem desenvolver

reaccedilotildees quiacutemicas internas originando patologias

A existecircncia de armaduras no interior do betatildeo e a deficiente proteccedilatildeo das mesmas pode

originar processos de corrosatildeo acelerados originando severas patologias que podem colocar

em causa a proacutepria estabilidade da estrutura

As patologias podem verificar-se devido a erros de projeto erros de execuccedilatildeo erros de

exploraccedilatildeo e manutenccedilatildeo O uacuteltimo erro remete essencialmente para os mecanismos

mecacircnicos fiacutesicos e quiacutemicos a que o betatildeo armado poderaacute estar exposto Este assunto seraacute

abordado com mais detalhe nesta dissertaccedilatildeo Jaacute em relaccedilatildeo aos erros de projeto e de execuccedilatildeo

estando intrinsecamente ligados agrave construccedilatildeo de estruturas novas seratildeo apenas enunciados

neste documento

Segundo um modelo proposto por Tuutti para o mecanismo de detioraccedilatildeo das estruturas

satildeo identificadas principalmente duas fases distintas a iniciaccedilatildeo e a propagaccedilatildeo Na fase de

iniciaccedilatildeo a penetraccedilatildeo e alojamento das substacircncias agressivas vai aumentando ateacute valores

criacuteticos de forma pouco significativa ateacute ao iniacutecio da fase de propagaccedilatildeo Na fase de

propagaccedilatildeo segundo o modelo de Tuutti a evoluccedilatildeo eacute idecircntica a um crescimento exponencial

ao longo da vida uacutetil da estrutura exemplificado pelo graacutefico apresentado na figura seguinte

48

Figura 4-1 Modelo de Tuutti evoluccedilatildeo dos niacuteveis de deterioraccedilatildeo ao longo da vida uacutetil de

uma estrutura (Concrete Institute of Australia 2015)

Segundo Tuutti os instantes representados no graacutefico da Figura 4-1 correspondem agraves

diferentes condiccedilotildees de deterioraccedilatildeo que ocorrem na fase de propagaccedilatildeo

Instante T0 Iniacutecio da corrosatildeo das armaduras

Instante T1 Ocorrecircncia da propagaccedilatildeo da corrosatildeo

Instante T2 Niacutevel de corrosatildeo elevado

42 Erros de projeto

Geralmente os erros de projeto estrutural mais recorrentes e significativos satildeo

Falta de detalhes nos projetos

Erros de dimensionamento

Falta de compatibilidade entre os vaacuterios projetos de especialidade

Deficiente avaliaccedilatildeo das accedilotildees e esforccedilos impostos nomeadamente o efeito teacutermico

Ausecircncia de pormenorizaccedilatildeo adequada do recobrimento e das armaduras

Deficiecircncia avaliaccedilatildeo da agressividade da classe de exposiccedilatildeo

Especificaccedilotildees inadequadas dos materiais

Deficiente avaliaccedilatildeo do controlo de deformaccedilatildeo fendilhacatildeo

Deficiente avaliaccedilatildeo na drenagem e impermeabilizaccedilatildeo

49 Tiago Pais Boto

43 Deficiente execuccedilatildeo

Jaacute na fase de execuccedilatildeo das estruturas de betatildeo armado os erros mais comuns geralmente

satildeo

Falta de rigor e controlo tecnoloacutegico

Erro de interpretaccedilatildeo de projetos

Armaduras mal posicionadas

Deslocamentos das cofragens

Descofragem prematura

Ausecircncia de espaccediladores para garantir recobrimentos

Deficiente vibraccedilatildeo do betatildeo

Segregaccedilatildeo do betatildeo

Falta de fiscalizaccedilatildeo

Juntas de dilataccedilatildeo mal posicionadas ou mesmo ausecircncia das mesmas

Escolha de materiais inadequados ou sem homologaccedilatildeo e marcaccedilatildeo CE

Abatimentos das superfiacutecies de betonagem

44 Erros de Exploraccedilatildeo Manutenccedilatildeo

Como referido anteriormente os erros de exploraccedilatildeomanutenccedilatildeo satildeo remetidos para

os principais mecanismos mecacircnicos fiacutesicos e quiacutemicos a que o betatildeo armado poderaacute estar

exposto

441 Mecanismos Mecacircnicos

Cristalizaccedilatildeo dos sais

A cristalizaccedilatildeo dos sais acontece na passagem da situaccedilatildeo de natildeo saturaccedilatildeo para a de

saturaccedilatildeo ou sobressaturaccedilatildeo e acontece na circunstacircncia de abaixamento da temperatura

evaporaccedilatildeo ou por acreacutescimo de sal Comeccedilam-se entatildeo a formar sais cristalizaccedilatildeo nos espaccedilos

porosos do betatildeo exercendo deste modo uma pressatildeo de nas paredes capilares do betatildeo (Viacutetor

Coias 2006)

Retraccedilatildeo (secagem por evaporaccedilatildeo quiacutemica e teacutermica)

O efeito da retraccedilatildeo do betatildeo seja ela secagem por evaporaccedilatildeo retraccedilatildeo plaacutestica ou por

efeito teacutermico origina uma diminuiccedilatildeo no volume das peccedilas de betatildeo Por consequecircncia pode

originar tensotildees de traccedilatildeo no betatildeo e se estes esforccedilos natildeo forem libertados por exemplo

atraveacutes de juntas de dilataccedilatildeo Quando as tensotildees de traccedilatildeo forem superiores agrave resistecircncia do

betatildeo agrave traccedilatildeo surge o aparecimento de fendas

A retraccedilatildeo por secagem acontece devido agrave evaporaccedilatildeo do excesso de aacutegua presente nos

poros capilares que natildeo foi usada no processo de hidrataccedilatildeo do cimento Este processo sendo

50

lento pode demorar anos ateacute se evidenciarem as primeiras patologias em elementos estruturais

espessos

A retraccedilatildeo quiacutemica tambeacutem designada por endoacutegena ou autogeacutenea ocorre devido agrave

evoluccedilatildeo quiacutemica resultante da hidrataccedilatildeo da pasta de cimento Este processo pode ocorrer

mesmo sem trocas de aacutegua quando o betatildeo tem uma idade jovem e provoca fendas de pequena

profundidade

Por uacuteltimo a retraccedilatildeo teacutermica ocorre apoacutes um arrefecimento teacutermico ateacute atingir a

temperatura ambiente consequecircncia de uma elevaccedilatildeo preacutevia e acentuada da temperatura Uma

peccedila monoliacutetica de betatildeo sujeita a variaccedilotildees de temperatura da ordem dos 40ordmC ou 50ordmC sofre

uma deformaccedilatildeo de alguns deacutecimos de miliacutemetros por cada metro de comprimento Os efeitos

deste alongamento e encurtamento satildeo despreziacuteveis se a peccedila dilatar livremente mas surgem

tensotildees internas se estiver rigidamente confinada (Viacutetor Coias 2006)

Abrasatildeo

Esta caracteriza-se essencialmente por accedilotildees repetidas de fricccedilatildeo ou impacto repetido

Eacute um mecanismo de deterioraccedilatildeo no betatildeo importante para estruturas em que estejam em

contato com a aacutegua em escoamento em especial quando esta arraste detritos e areias A erosatildeo

pode desenvolver-se rapidamente assim que a camada superficial do betatildeo desaparecer (Rui

Ferreira 2000)

Cavitaccedilatildeo

A cavitaccedilatildeo acontece devido aacute formaccedilatildeo de bolhas de vapor provocada por uma variaccedilatildeo

brusca da velocidade do escoamento ou diminuiccedilatildeo de pressatildeo na aacutegua que por sua vez

quando atingem zonas de pressatildeo normal rebentam Esta accedilatildeo hidrodinacircmica ganha

preponderacircncia apenas em estruturas total ou parcialmente submersas

Variaccedilotildees de temperatura

O efeito da temperatura em estruturas de betatildeo armado pode causar enormes esforccedilos

quando natildeo existem juntas de dilataccedilatildeo As tensotildees originadas podem ser de compressatildeo ou de

traccedilatildeo consoante a variaccedilatildeo da temperatura seja positiva ou negativa respetivamente A

principal consequecircncia nas estruturas eacute a fendilhacatildeo do betatildeo que se inicia assim que as tensotildees

originadas forem superiores agrave resistecircncia de traccedilatildeo ou compressatildeo do betatildeo

Temperaturas elevadas (incecircndio)

Dependendo da temperatura do tempo de exposiccedilatildeo e da velocidade de arrefecimento

as propriedades dos materiais nomeadamente o betatildeo e o accedilo satildeo alteradas levando a um

51 Tiago Pais Boto

decreacutescimo da resistecircncia dos elementos estruturais alteraccedilatildeo na coloraccedilatildeo esfarelamento

superficial fendilhaccedilatildeo e ateacute ao proacuteprio colapso da estrutura

Segundo Rosso (1975) o ciclo caracteriacutestico de um incecircndio numa edificaccedilatildeo eacute

categorizada em trecircs fases a inicial a intermeacutedia e a final Na fase inicial verifica-se um

aumento severo da temperatura ateacute cerca dos 250-300ordmC provocando perdas da resistecircncia

mecacircnica agrave compressatildeo em cerca de 5 Quando os elementos satildeo sujeitos a temperaturas

superiores a 300ordmC a perda da resistecircncia mecacircnica agrave compressatildeo jaacute eacute bastante consideraacutevel e

agrava-se em situaccedilotildees de arrefecimento raacutepido Na entrada da segunda fase ocorre um

fenoacutemeno designado por ldquoflash overrdquo Nesta fase ocorrem os efeitos mais nocivos para as

estruturas de betatildeo armado Segundo Rosso (1975) raramente excede temperaturas de 1250-

1300ordmC Na uacuteltima fase jaacute caracterizada pela extinccedilatildeo do fogo o aspeto mais relevante eacute a

velocidade de arrefecimento Quando este eacute feito lentamente existe a possibilidade de uma

recuperaccedilatildeo da resistecircncia inicial de ateacute 90 dependendo da temperatura maacutexima atingida

(Rosso T FAUUSP 1975)

Tabela 4-1 Caracteriacutesticas do betatildeo em funccedilatildeo da temperatura (Adaptado de Rosso (1975)

Neville (1923)

Temperatura [ordmC] Cor Aspeto Visual Desempenho

lt250 Cinza Perda de resistecircncia pequena e irregular

285-300 Cinza-Rosa Fissuraccedilatildeo superficial lascamento explosivo

300 Rosa Iniacutecio de mudanccedila de cor

50-400 Rosa Reduccedilatildeo do Modulo de deformaccedilatildeo

535-550 Roxo Fissuraccedilatildeo profunda friabilidade superficial

575 Vermelho claro Destacamento dos gratildeos de quartzo

650 Cinza esbranquiccedilado Perda das propriedades mecacircnicas

790-800 Cinza esbranquiccedilado Lascamentos do recobrimento das armaduras com

exposiccedilatildeo ateacute 25 da superfiacutecie das mesmas

900 Amarelo alaranjado Superfiacutecie pulverulenta

1000 Amarelo claro Superfiacutecie pulverulenta

Ciclos de gelodegelo

O betatildeo sendo um material poroso absorve e reteacutem aacutegua nos seus poros Quando sujeito a

temperaturas negativas a aacutegua presente nos poros congela originando um aumento de volume

em cerca de 9 Se este aumento de volume for restringido geram-se tensotildees no interior do

betatildeo causando fendilhaccedilatildeo agrave superfiacutecie Por sua vez quando o processo se inverte resulta na

degradaccedilatildeo do material verificando-se escamaccedilatildeo do betatildeo Esta accedilatildeo depende da frequecircncia

dos ciclos gelodegelo da porosidade do betatildeo da classe de exposiccedilatildeo em que se encontra o

betatildeo da rapidez e duraccedilatildeo do arrefecimento e da idade do betatildeo que por sua vez eacute proporcional

agrave resistecircncia (Viacutetor Coias 2006)

52

442 Mecanismos Quiacutemicos

Reaccedilotildees alcalis-agregado

As reaccedilotildees mais importantes satildeo as aacutelcalis-siacutelica e aacutelcalis-silicatos Estas reaccedilotildees

resultam da reaccedilatildeo dos metais alcalinos presentes no betatildeo (K2O e Na2O) e os silicatos

presentes nos agregados

Os paracircmetros fundamentais que influenciam esta reaccedilatildeo satildeo a compactaccedilatildeo cura

razatildeo aacuteguacimento quantidade de agregado ativo e a quantidade de aacutelcalis no betatildeo (COSTA

A ldquoPatologia do Betatildeo Armado 2007)

Agregados Reativos + Humidade + Alcalinidade Elevada rarrRisco de Reaccedilatildeo aacutelcalis-agregado

Ataque pelos aacutecidos sais e aacuteguas puras

Atraveacutes da interaccedilatildeo da pasta de cimento com hidroacutexido de caacutelcio silicato de caacutelcio e o

aluminato de caacutelcio formam-se sais de caacutelcio soluacuteveis destruindo os poros da pasta A

agressividade dos aacutecidos depende da solubilidade dos sais de caacutelcio que satildeo originados quer

isto dizer que quanto maior eacute a solubilidade mais acelerado seraacute o ritmo de deterioraccedilatildeo

As aacuteguas puras sendo estas aacuteguas correntes contecircm um elevado poder dissolvente

dissolvem o hidroacutexido de caacutelcio originando a perda das propriedades ligantes e a decomposiccedilatildeo

da pasta de cimento Estas aacuteguas quando contecircm um teor elevado de iotildees de caacutelcio a

agressividade diminui Jaacute quando haacute a presenccedila de dioacutexido de carbono e alcalis dissolvidos a

agressividade aumenta

Ataque pelos sulfatos

A deterioraccedilatildeo eacute originada pela Formaccedilatildeo de Etringite Retardada (DEF) A origem daacute-

se no processo da reaccedilatildeo do aluminato do cimento Portland endurecido com o iatildeo sulfato

provocando uma reaccedilatildeo expansiva do betatildeo A principal causa eacute um aumento da temperatura

durante o endurecimento do betatildeo e o seu efeito eacute devido a tensotildees internas que podem

provocar a fendilhaccedilatildeo do betatildeo

As causas mais importantes desta accedilatildeo quiacutemica eacute o ambiente agressivo a que a estrutura

de betatildeo estaacute exposta e a permeabilidade do betatildeo

Accedilatildeo da aacutegua do mar

A grande quantidade de iotildees agressivos na aacutegua do mar tais como CL- SO4-- Ca++

Mg++ Na+ K+ entram em reaccedilatildeo com a pasta de cimento levando agrave deterioraccedilatildeo do betatildeo

Corrosatildeo das armaduras

O betatildeo eacute um composto com alto teor alcalino essencialmente devido agraves reaccedilotildees de

hidrataccedilatildeo dos silicatos de caacutelcio constituintes do cimento originando hidroacutexidos de caacutelcio

Em condiccedilotildees onde o pH eacute elevado proporciona agraves armaduras presentes no betatildeo um

comportamento passivo originado por uma pelicula de oacutexido de ferro ou seja uma pelicula

passivante (Politico G 2006)

53 Tiago Pais Boto

Quando a pelicula passivante do accedilo eacute destruiacuteda inicia-se o mecanismo de corrosatildeo As

armaduras funcionam como condutores eleacutetricos e o betatildeo como eletroacutelito isto quer dizer que

funciona como um condutor ioacutenico abrangendo simultaneamente as zonas anoacutedicas e

catoacutedicas A dissoluccedilatildeo do accedilo no acircnodo origina a libertaccedilatildeo de iotildees ferrosos permanecendo

um excesso de eletrotildees no accedilo e estes devido agrave diferenccedila de potencial migram para a zona

catoacutedica atraveacutes da armadura Quando reagem com a aacutegua formam-se iotildees hidroacutexidos que

migram para a zona anoacutedica (Joana Silva 2007)

As principais equaccedilotildees no processo de corrosatildeo das armaduras satildeo

Dissoluccedilatildeo do accedilo (Reaccedilatildeo Anoacutedica) 119865119890 rarr 119865119890++ + 2119890minus (41)

Reduccedilatildeo do oxigeacutenio (Reaccedilatildeo Catoacutedica) 119874221 + 1198672119874 + 2119890minus rarr 2119874119867minus (42)

Produtos da corrosatildeo 119865119890++ + 2119874119867minus rarr 119865119890(119874119867)2 (43)

ldquoNa zona anoacutedica ocorrem em geral reaccedilotildees secundaacuterias cujos produtos da corrosatildeo

podem originar aumentos de volume significativos criando no betatildeo elevadas tensotildees internas

que podem promover fenoacutemenos de fissuraccedilatildeo eou delaminaccedilatildeo do recobrimento das

armadurasrdquo (A Costa J Appleton 1999) As reaccedilotildees referidas satildeo

119865119890 + 31198672119874 rarr 119865119890(119874119867)3 + 3119867+ + 3119890minus (44)

3119865119890 + 41198672119874 rarr 11986511989031198744 + 8119867+ + 8119890minus (45)

119865119890 + 21198672119874 rarr 119865119890119874(119874119867minus) + 3119867+ + 3119890minus (46)

119865119890119874(119874119867minus) + 1198742 rarr 11986511989031198744 (47)

54

Figura 4-2Modelo simplificado do processo de corrosatildeo nas armaduras (ACosta1997)

Accedilatildeo dos cloretos

A accedilatildeo dos cloretos ocorre devido a trecircs mecanismos de transporte permeaccedilatildeo absorccedilatildeo

e difusatildeo Estes mecanismos podem ocorrer isoladamente ou em simultacircneo estando

dependentes do grau de humidade do betatildeo da presenccedila de aacutegua e do coeficiente de

permeabilidade do betatildeo Os cloretos no betatildeo armado provocam uma aceleraccedilatildeo das reaccedilotildees

anoacutedicas promovendo o processo de dissoluccedilatildeo das armaduras

De acordo com Rozenberg no mecanismo de corrosatildeo provocado pela accedilatildeo dos

cloretos o cloreto de ferro originado no acircnodo originaacuterio da combinaccedilatildeo dos iotildees de ferro e

cloretos reage com os iotildees de hidroacutexido consumindo-os e originando hidroacutexido de ferro Da

diminuiccedilatildeo dos iotildees hidroacutexido leva a uma diminuiccedilatildeo do pH do betatildeo proporcionando a

destruiccedilatildeo da peliacutecula passiva das armaduras (I M Rozenberg 2002)

2119865119890 + 6119862119897minus rarr 21198651198901198621198973minus + 4119890minus (48)

119865119890119862119897minus + 2119874119867minus rarr 119865119890(119874119867)2 + 3119862119897minus (49)

Carbonataccedilatildeo do betatildeo

Este eacute um fator de grande importacircncia na deterioraccedilatildeo das estruturas de betatildeo armado

Quanto maiores forem as percentagens de cimento Portland no betatildeo menor seraacute a

profundidade de carbonataccedilatildeo na estrutura havendo mais cal a carbonatar aumenta a

impermeabilidade agrave penetraccedilatildeo do CO2 Face ao aumento dos niacuteveis de concentraccedilatildeo de CO2

verificado nos uacuteltimos anos este mecanismo de deterioraccedilatildeo tem importacircncia significativa na

deterioraccedilatildeo das armaduras

55 Tiago Pais Boto

Figura 4-3 Evoluccedilatildeo dos niacuteveis de concentraccedilatildeo de CO2 nos uacuteltimos 50 anos

ldquoQuando o processo de corrosatildeo atinge as armaduras torna-se de extrema importacircncia

avaliar a profundidade da mesma ldquoEste processo pode ser dividido em trecircs zonas distintas a

zona carbonatada o hidroacutexido de caacutelcio jaacute foi consumida pelo dioacutexido de carbono

transformando-o em carbonato de caacutelcio (CaCO3) a zona natildeo carbonatada onde ainda natildeo

existe penetraccedilatildeo de dioacutexido de carbono e finalmente a fronteira delimitadora das duas zonas

descritas chamada frente de carbonataccedilatildeordquo (A Costa J Appleton 1999)

De acordo com a 1ordf lei de Fick e sendo este um processo de difusatildeo de dioacutexido de

carbono a corrosatildeo avanccedila em profundidade ao longo do tempo podendo entatildeo ser

representada atraveacutes de

120594 = 119870radic119905 (410)

Onde

χ - Profundidade de carbonataccedilatildeo [m]

K - Coeficiente de carbonataccedilatildeo [m s-05]

t - tempo [s]

Sendo que a constante de carbonataccedilatildeo (K) depende da razatildeo aacuteguacimento (AC) do

coeficiente de difusatildeo do CO2 no betatildeo e da quantidade presente na atmosfera do tipo e

quantidade de cimento e do teor de humidade do betatildeo relacionando as condicionantes

mencionadas da seguinte formardquo (A Costa 1997)

56

119870 = radic2119863

119886(1198621 minus 1198622) (411)

Onde

D - coeficiente de difusatildeo do CO2 no betatildeo [m2s]

a - Quantidade necessaacuteria para carbonatar uma unidade de volume de betatildeo [gm3]

1198621 - Concentraccedilatildeo de CO2 no exterior [gm3]

1198622 - Concentraccedilatildeo de CO2 na frente de carbonataccedilatildeo [gm3]

O processo da carbonataccedilatildeo do betatildeo pode ser explicado da seguinte forma

No processo de cura do betatildeo atraveacutes da hidrataccedilatildeo dos silicatos e do oacutexido de caacutelcio

(CaO) contido no cimento gera-se o hidroacutexido de caacutelcio Ca(OH)2

CaO + H2O rarr Ca(OH) (412)

O hidroacutexido de caacutelcio em contato com a atmosfera reage com o dioacutexido de carbono CO2

formando assim o carbonato de caacutelcio CaCO3 insoluacutevel Esta reaccedilatildeo eacute ainda afetada pela

humidade relativa presente na atmosfera potenciando o consumo do hidroacutexido de caacutelcio

Ca(OH)2 presente diminuindo a alcalinidade da estrutura ou seja diminuiccedilatildeo dos iacuteons OH-

Ca(OH)2 + CO2 rarr CaCO3 + H2O (413)

Em seguida o ataque do dioacutexido de carbono CO2 presente na aacutegua e na atmosfera sobre

o hidroacutexido de caacutelcio Ca(OH)2 e o carbonato de caacutelcio CaCO3 gera o bicarbonato de caacutelcio

Ca(HCO3)2

Ca(OH)2 + 2CO2 rarr Ca(HCO3)2 (414)

CaCO3 + CO2 + H2O rarr Ca(HCO3)2 (415)

O bicarbonato de caacutelcio Ca(HCO3)2 eacute soluacutevel na aacutegua Portanto a exposiccedilatildeo da estrutura

a ambientes com altos teores de dioacutexido de carbono potencia a degradaccedilatildeo do betatildeo ao longo

do tempo

443 Mecanismos Fiacutesicos

Os mecanismos fiacutesicos responsaacuteveis pelas patologias nas estruturas podem para melhor

enquadramento ser divididos em dois grupos accedilotildees previsiacuteveis e accedilotildees imprevisiacuteveis ou de

carater acidental Nas accedilotildees previsiacuteveis estatildeo os problemas patoloacutegicos resultantes da ausecircncia

ou inadequada manutenccedilatildeo da estrutura Por sua vez estas causas satildeo ldquofrutordquo da falta de

conhecimento teacutecnico da falta de rigor profissional e problemas econoacutemicos As accedilotildees

imprevisiacuteveis satildeo caracterizadas pela ocorrecircncia de accedilotildees acidentais e accedilotildees sem contribuiccedilatildeo

da accedilatildeo humana resultado da agressividade do meio Provocando vaacuterias deterioraccedilotildees nas

estruturas de betatildeo (enunciadas nas accedilotildees acidentais seguidamente descritas)

57 Tiago Pais Boto

Vento e Sismo

As accedilotildees do vento e sismo satildeo accedilotildees dinacircmicas nas estruturas que por vezes quando

significativas causam ataques mecacircnicos significativos

Crescimento de vegetaccedilotildees

O crescimento de vegetaccedilotildees (tais como musgos algas raiacutezes etc) quando se formam em

zonas porosas do betatildeo e fendas originam forccedilas expansivas causando ataques mecacircnicos

Acumulaccedilatildeo de sujidades ou lixos e contaminaccedilatildeo por oacuteleos e gorduras

Este tipo de contaminaccedilatildeo quando promove a criaccedilatildeo de bacteacuterias anaeroacutebicas e aeroacutebicas

causando um ataque quiacutemico da passa de cimento

Microorganismos

Os microrganismos que produzem aacutecido huacutemico causam um ataque quiacutemico aacute pasta de

cimento

58

59 Tiago Pais Boto

5 Reparaccedilatildeo e Reforccedilo de Estruturas de betatildeo armado

51 Enquadramento Geral de uma intervenccedilatildeo de reforccedilo

A decisatildeo de intervenccedilatildeo numa estrutura existente em betatildeo armado com o objetivo de

reforccedilar prende-se agrave necessidade de melhorar ou corrigir uma situaccedilatildeo deficiente de seguranccedila

estrutural independentemente dos vaacuterios estados limites sendo que habitualmente eacute relacionado

ao estado limite uacuteltimo

Uma intervenccedilatildeo sobre as accedilotildees traduz-se normalmente pela imposiccedilatildeo de restriccedilotildees agrave

utilizaccedilatildeo da estrutura Eacute o caso por exemplo do procedimento apoacutes a ocorrecircncia dum acidente

estrutural em que se aplicam regra geral de imediato restriccedilotildees de utilizaccedilatildeo do edifiacutecio ateacute

se esclarecer a situaccedilatildeo geral em que a estrutura se encontra (Joseacute Vasconcelos Paiva at all

LNEC 2006)

Satildeo igualmente consideradas accedilotildees de reparaccedilatildeo ou reforccedilo quando existe uma

redistribuiccedilatildeo de esforccedilos entre os diversos elementos estruturais quer isto dizer que neste tipo

de intervenccedilotildees natildeo eacute executada nenhuma teacutecnica de reforccedilo especiacutefica mas sim uma

intervenccedilatildeo ativa com a aplicaccedilatildeo de sistemas de forccedilas autoequilibradas

52 Aspetos teacutecnicos a considerar em situaccedilotildees de reparaccedilatildeo ou reforccedilo

estrutural

Na tabela seguinte indicam-se os principais aspetos teacutecnicos que devem ser alvo de

anaacutelise em projetos de reparaccedilatildeo ou reforccedilo (Joseacute Vasconcelos Paiva et all LNEC 2006)

60

Tabela 5-1 Aspetos teacutecnicos a considerar para situaccedilotildees de reparaccedilatildeo e reforccedilo (Joseacute

Vasconcelos Paiva et all LNEC 2006)

Seguranccedila

Estrutural

Caracteriacutesticas geomeacutetricas e propriedades dos materiais constituintes dos elementos

estruturais jaacute construiacutedos e estado de conservaccedilatildeo desses materiais

Aplicabilidade das accedilotildees das regras de combinaccedilatildeo e dos coeficientes de seguranccedila

estabelecidos para construccedilotildees novas

Periacuteodo de vida uacutetil da estrutura apoacutes a intervenccedilatildeo

Anaacutelise

Estrutural

Distribuiccedilatildeo de esforccedilos antes da intervenccedilatildeo

Distribuiccedilatildeo de esforccedilos depois da intervenccedilatildeo

Soluccedilotildees de

interligaccedilatildeo entre

elementos ou

materiais

Por colagem

Por soldadura

Por fricccedilatildeo ou atrito

Por confinamento (pressatildeo transversal)

Com ferrolhos (corte e traccedilatildeo)

Com ligadores metaacutelicos (ex parafusos pregos)

Por comportamento diferido

Dimensionamento

(definiccedilatildeo da

capacidade

resistente)

Funcionamento em serviccedilo

Resistecircncia uacuteltima

Interaccedilatildeo entre materiais novos e jaacute existentes

Funcionamento em seacuterie ou em paralelo

Tipo de esforccedilo dominante (compressatildeo traccedilatildeo flexatildeo esforccedilo transverso)

Durabilidade

Durabilidade relativa dos materiais

Coexistecircncia natildeo reativa

Resistecircncia agrave corrosatildeo e ao fogo

Resistecircncia das ligaccedilotildees agrave fadiga

53 Metodologias de intervenccedilatildeo

Embora seja difiacutecil propor uma sequecircncia de etapas adequada a todos os casos de

reparaccedilatildeoreforccedilo sugere-se a metodologia apresentada por (ACI Committee 364 1999)

61 Tiago Pais Boto

Tabela 5-2Metodologia a seguir para projeto de reparaccedilatildeoreforccedilo (ACI Committee 364

1999)

FASE A ndash AVALIACcedilAtildeO DO ESTADO DA ESTRUTURA

A1 Recolha de informaccedilatildeo

A11 Elementos de

projeto

i Peccedilas desenhadas

ii Peccedilas escritas

A12 Elementos de obra

i Telas finais

ii Registos da fiscalizaccedilatildeo

iii Livro de obra

A13 Histoacuteria da

estrutura

i Registo de alteraccedilotildees de uso da estrutura

ii Registo de anteriores intervenccedilotildees de reparaccedilatildeoreforccedilo

A14 Levantamento da

geometria da estrutura

atual

i Recolha da dimensatildeo real dos elementos estruturais

ii Verificaccedilatildeo da introduccedilatildeo supressatildeo de elementos

estruturais

iii Verificaccedilatildeo da conformidade do sistema estrutural do

projetoobra

A2 Inspeccedilatildeo da estrutura

A21 Abordagem niacutevel

1

i Registo visualizaccedilatildeo anaacutelise e eventual quantificaccedilatildeo

de defeitos visiacuteveis e potenciais nos elementos estruturais

(fendilhacatildeo deformaccedilatildeo deterioraccedilatildeo do betatildeo

deterioraccedilatildeo do accedilo etc)

A22 Abordagem niacutevel

2

i Quantificaccedilatildeo das propriedades mecacircnicas do betatildeo e do

accedilo atraveacutes de ensaios in-situ ou em laboratoacuterio

ii Quantificaccedilatildeo das anomalias registadas na abordagem

niacutevel 1 atraveacutes de ensaios in-situ ou em laboratoacuterio

FASE B ndash AVALIACcedilAtildeO DA SEGURANCcedilA DA ESTRUTURA

B11 Verificaccedilatildeo da

seguranccedila da estrutura

face agraves condiccedilotildees

iniciais de projeto

i Verificaccedilatildeo aos estados limites uacuteltimos

ii Verificaccedilatildeo aos estados limites de utilizaccedilatildeo

B12 Verificaccedilatildeo da

seguranccedila da estrutura

face agraves novas exigecircncias

de utilizaccedilatildeo

i Verificaccedilatildeo aos estados limites uacuteltimos

ii Verificaccedilatildeo aos estados limites de utilizaccedilatildeo

FASE C ndash CARACTERIZACcedilAtildeO DO TIPO E OBJECTIVOS DA INTERVENCcedilAtildeO

C1Face aos resultados

das fases A e B deveraacute

adotar-se uma das

seguintes estrateacutegias

i Natildeo intervir

ii Reparar em pequena escala

iii Reparar e eventualmente reforccedilar

iv Reforccedilar

v Demolir

FASE D ndash PROJECTO DE REPARACcedilAtildeOREFORCcedilO

62

54 Verificaccedilatildeo da seguranccedila de estruturas existentes

Tendo em conta que natildeo se trata de estruturas novas a escolha do modelo de

comportamento estrutural deve ser adequada agrave realidade da estrutura possibilitando assim a

verificaccedilatildeo da seguranccedila em relaccedilatildeo aos estados limites de utilizaccedilatildeo e estados limites uacuteltimos

Deste modo a verificaccedilatildeo dos estados uacuteltimos eacute exposta pela seguinte equaccedilatildeo

119878119889 le 119877119889 (51)

O valor de caacutelculo do esforccedilo que atua na estrutura eacute caracterizado por Sd este valor

deve ser calculado tendo em consideraccedilatildeo o historial de cargas da estrutura O valor de caacutelculo

do esforccedilo resistente residual do elemento eacute caracterizado por Rd Define-se por esforccedilo

resistente residual a capacidade de resistecircncia a cargas apoacutes este ter sido sujeito ao historial de

cargas durante toda a sua vida uacutetil

Apoacutes a execuccedilatildeo das etapas definidas na metodologia de intervenccedilatildeo apresentada por

(ACI Committee 364 1999) deve-se proceder agrave modelaccedilatildeo da estrutura existente tendo em

conta as propriedades mecacircnicas dos materiais e a disposiccedilatildeo estrutural Depois eacute necessaacuterio

quantificar as accedilotildees obter os coeficientes de majoraccedilatildeo de accedilotildees e definir quais os modelos de

anaacutelise mais adequados e por fim utilizar um software de caacutelculo automaacutetico para determinar

os esforccedilos atuantes Sd

Quantificaccedilatildeo de accedilotildees Regulamento de Seguranccedila e Accedilotildees Para Estruturas de Edifiacutecios e

Pontes (RSA 1983) e Eurocoacutedigo 1 (CEN 2002)

Coeficientes de majoraccedilatildeo de accedilotildees Coeficientes de seguranccedila propostos no Boletim nordm 162

do CEB (CEB 1983)

120574prime119892 = 1375 times (120574119892 minus 01) rarr 119864119904119905119903119906119905119906119903119886119904 119889119886119899119894119891119894119888119886119889119886119904

125 times (120574119892 minus 01) rarr 119864119904119905119903119906119905119906119903119886119904 119904atilde119904 (52)

120574prime119902 = 165 times 120574119902 rarr 119864119904119905119903119906119905119906119903119886119904 119889119886119899119894119891119894119888119886119889119886119904

15 times 120574119902 rarr 119864119904119905119903119906119905119906119903119886119904 119904atilde119904 (53)

120574prime119892 = Coeficiente de majoraccedilatildeo de accedilotildees permanentes em estruturas existentes

120574prime119902= Coeficiente de majoraccedilatildeo de accedilotildees variaacuteveis em estruturas existentes

Modelos de anaacutelise

Modelo elaacutestico linear

63 Tiago Pais Boto

Modelo elaacutestico linear com redistribuiccedilatildeo de esforccedilos

Modelo plaacutestico

Modelo natildeo linear

Figura 5-1 Comportamento teoacuterico dos modelos de anaacutelise (Appleton Jamp Costa A 2011)

Onde

S= Forccedila

δ=Deformaccedilatildeo

Para a determinaccedilatildeo de esforccedilos resistentes devem ser tomadas em consideraccedilatildeo as

caracteriacutesticas mecacircnicas residuais dos elementos existentes estas podem ser determinadas a

partir dos seguintes meacutetodos (CEB 1983)

i Estimativa analiacutetica ndash realiza-se uma estimativa das propriedades mecacircnicas dos

materiais a partir de graacuteficos apresentados pelo (CEB1983)

ii Ensaio de carga ndash consiste na realizaccedilatildeo de ensaios de carga da estrutura devidamente

monitorizados

iii Estimativa empiacuterica ndash consiste na multiplicaccedilatildeo das propriedades dos materiais por

coeficientes redutores que procuram ter em conta o efeito dos danos da estrutura

existente

Conforme o meacutetodo simplificado em iii o valor das caracteriacutesticas de rigidez e

resistecircncia dos materiais pode ser adquirido a partir das seguintes expressotildees

119877119903119890119904119894119889119906119886119897=120593119877 times 119877119868119899119894119888119894119886119897 (54)

119870119903119890119904119894119889119906119886119897=120593119870 times 119870119868119899119894119888119894119886119897 (55)

Onde

119877119868119899119894119888119894119886119897 ndash Caracteriacutesticas iniciais de resistecircncia 119870119868119899119894119888119894119886119897 ndash Caracteriacutesticas iniciais de rigidez

119877119903119890119904119894119889119906119886119897 ndash Caracteriacutesticas residuais de resistecircncia

119870119903119890119904119894119889119906119886119897 ndash Caracteriacutesticas residuais de rigidez

120593119877 ndash Coeficiente empiacuterico para reduccedilatildeo de resistecircncia 120593119870 ndash Coeficiente empiacuterico para reduccedilatildeo de rigidez

64

Nas tabelas seguintes satildeo indicados os valores preconizados pelo CEB (CEB ndash Bul 162 1983)

Tabela 5-3 Coeficiente 120593119877 para danos provocados por sismos (CEB 1983)

Tipo de

Construccedilatildeo

Niacutevel de Danos

Niacutevel A Niacutevel B Niacutevel C Niacutevel C

Nova 095 075 045 015

Antiga 08 06 03 0

Niacutevel A

Fendas de flexatildeo isoladas com larguras inferiores a 1 ndash 2 mm desde que um caacutelculo simples

demonstre que estas fendas natildeo satildeo devidas a deficiecircncia da armadura para as accedilotildees de

dimensionamento mas sim devidas a efeitos localizados (juntas de construccedilatildeo restriccedilotildees

devidas a paredes divisoacuterias choques ligeiros accedilotildees teacutermicas iniciais retraccedilotildees etc)

Niacutevel B Vaacuterias fendas de flexatildeo largas ou fendas de corte diagonais isoladas com larguras inferiores a

cerca de 05 mm natildeo existindo deslocamentos residuais

Niacutevel C Fendas de corte bi-diagonais eou esmagamento localizados no betatildeo devidos a corte e

compressatildeo natildeo existindo deslocamentos residuais apreciaacuteveis ocorrecircncia de fendilhacatildeo em

noacutes de ligaccedilatildeo viga pilar

Niacutevel D Rotura do nuacutecleo de betatildeo do elemento encurvadura dos varotildees (o elemento perdeu a

continuidade mas natildeo colapsou) existindo apenas pequenos deslocamentos residuais (verticais

e horizontais) ocorrecircncia de danos severos em noacutes de ligaccedilatildeo pilar viga

Tabela 5-4 Coeficiente 120593119877 para danos provocados por incecircndios (CEB 1983)

Tipo de

Construccedilatildeo

Niacutevel de Danos

Niacutevel A Niacutevel B Niacutevel C Niacutevel C

Nova 095 080 065 04

Antiga 090 075 060 030

Niacutevel A Sem danos exceto algum descasque miacutenimo do acabamento eou do betatildeo

Niacutevel B Acabamento bastante afetado algum descasque do betatildeo microfendilhaccedilatildeo generalizada da

superfiacutecie do betatildeo e eventual cor rosada o que dependeraacute dos agregados

Niacutevel C

Arranque generalizado do acabamento descasque significativo do betatildeo e eventual cor

cinzento avermelhado esbranquiccedilado os varotildees ainda estatildeo aderentes ao betatildeo apenas um

varatildeo no caso de pilares ou ateacute 10 da armadura principal no caso de vigas e lajes tenha

encurvado

Niacutevel D

Danos severos descasque generalizado do betatildeo deixando agrave vista praticamente toda a

armadura o betatildeo possui uma cor amarelo acastanhado mais do que um varatildeo no caso de

pilares ou ateacute 50 da armadura principal no case de vigas e lajes encurvou podendo existir

distorccedilatildeo dos pilares eventuais fendas de corte com poucos miliacutemetros de largura nos pilares

65 Tiago Pais Boto

eventuais fendas de flexatildeo corte com vaacuterios miliacutemetros de largura nas vigas e lajes e

possiacuteveis flechas apreciaacuteveis

Tabela 5-5 Coeficiente 120593119877 para danos provocados pela corrosatildeo (CEB 1983)

Tipo de

Construccedilatildeo

Niacutevel de Danos

Niacutevel A Niacutevel B Niacutevel C Niacutevel C

Nova 095 08 06 035

Antiga 085 07 05 025

Niacutevel A Manchas de ferrugem alguma fendilhacatildeo longitudinal perda de secccedilatildeo de armadura

lt1

Niacutevel B Manchas de ferrugem alguma fendilhacatildeo longitudinal e transversal algum descasque do

betatildeo perda de secccedilatildeo da armadura lt5

Niacutevel C Manchas de ferrugem fendilhacatildeo extensa descasque significativo do betatildeo perda de

secccedilatildeo da armadura lt10

Niacutevel D

Manchas de ferrugem fendilhacatildeo extensa descasque do betatildeo em algumas zonas

deixando a armadura agrave vista perda de secccedilatildeo da armadura lt25 eventuais deslocamentos

residuais

Tal como acontece em estruturas novas os valores de caacutelculo das caracteriacutesticas iniciais

de resistecircncia e de rigidez satildeo obtidos pela aplicaccedilatildeo dos coeficientes de minoraccedilatildeo das

propriedades dos materiais caso exista informaccedilatildeo rigorosa acerca dos materiais utilizados

Estes coeficientes de acordo com (CEB 1983) podem ser inferiores aos utilizados no caacutelculo

de estruturas novas no entanto o CEB natildeo refere um valor para os mesmos

Para verificaccedilatildeo dos estados limites de utilizaccedilatildeo satildeo calculados os esforccedilos com

combinaccedilotildees de accedilotildees no Estado Limite de Utilizaccedilatildeo No lado da resistecircncia dos materiais as

caracteriacutesticas de resistecircncia (rigidez axial e de flexatildeo) devem ser reduzidos 20 coeficiente

120593119877 ( consultar tabelas 67 e 8 do CEB 1983) (CEB 1983)

55 Caracterizaccedilatildeo do tipo de intervenccedilatildeo

De acordo com CEB para caracterizar o do tipo de intervenccedilatildeo a utilizar define-se o

coeficiente de capacidade ɸ dado pela expressatildeo seguinte

66

Φ =119877prime119889

119878prime119889 (56)

Onde

Φ = Coeficiente de capacidade

119877prime119889 =Esforccedilo de caacutelculo residual resistente

119878prime119889 =Esforccedilo de caacutelculo atuante

A decisatildeo do tipo de intervenccedilatildeo a adotar deve ter em conta os criteacuterios baseados

apresentados na tabela seguinte sugeridos pelo CEB mas tambeacutem a importacircncia e o tipo de

utilizaccedilatildeo da estrutura

Tabela 5-6Relaccedilatildeo entre Coeficiente de Capacidade e Grau de Intervenccedilatildeo

Coeficiente de Capacidadeɸ Accedilatildeo

ɸ ge 1 Natildeo reforccedilar

067 ˂ ɸ ˂ 1 Reparar e eventualmente reforccedilar

050 ˂ ɸ ˂ 067 Reforccedilar

ɸ le 050 Demolir

56 Paracircmetros principais a considerar no dimensionamento do Reforccedilo

A par do dimensionamento para estruturas novas a filosofia dos estados limites deve

ser a mesma para o dimensionamento de reforccedilo e seguir as recomendaccedilotildees dos regulamentos

em vigor nacionais e europeus

Para materiais de reforccedilo tais como o betatildeo cofrado betatildeo projetado e accedilo o CEB

recomenda coeficientes de seguranccedila de minoraccedilatildeo (120574prime119862 e 120574prime119878) indicados nas tabelas seguintes

(CEB ndash Bul 162 1983)

Tabela 5-7 Coeficientes de minoraccedilatildeo (120574prime119862) para betatildeo cofrado em obra (CEB 1983)

Controlo de Qualidade

e Inspeccedilatildeo

Espessura Adicional

˂ 100mm ˃100mm

Acessibilidade

Baixa Normal Baixa Normal

Alto 180 165 150 150

Meacutedio 195 180 165 150

Tabela 5-8 Coeficientes de minoraccedilatildeo (120574prime119862) para betatildeo projetado (CEB 1983)

Controlo de Qualidade

e Inspeccedilatildeo

Acessibilidade

Baixa Normal

67 Tiago Pais Boto

Alto 195 180

Meacutedio 210 195

Tabela 5-9 Coeficientes de minoraccedilatildeo (120574prime119878) para Accedilo (CEB 1983)

Controlo de Qualidade

e Inspeccedilatildeo Armaduras Novas

Alto 140

Meacutedio

Em relaccedilatildeo aos restantes materiais de reforccedilo os coeficientes de minoraccedilatildeo das

propriedades dos materiais devem ser calculados em funccedilatildeo ao tipo de material e sistema de

reforccedilo aplicado de forma que se mobilizem tensotildees mais baixas compatiacuteveis com a

transmissatildeo de esforccedilos (Ripper 2005)

Jaacute a determinaccedilatildeo dos esforccedilos resistentes das estruturas em betatildeo armado reforccedilada

pode ser realizada atraveacutes de

i Meacutetodos numeacutericos que recorrem agrave simulaccedilatildeo das tensotildees iniciais dos materiais

existentes

ii Meacutetodos numeacutericos que consideram a transferecircncia de tensotildees entre os materiais

existentes e os materiais de reforccedilo

iii Meacutetodos simplificados tais como o meacutetodo dos coeficientes globais

A aplicaccedilatildeo do Meacutetodo dos coeficientes globais baseia-se primeiro na determinaccedilatildeo da

resistecircncia da estrutura atraveacutes dos modelos de comportamento utilizados em estruturas de

betatildeo armado nova excluindo a existecircncia de qualquer dano e estados de tensatildeo preacutevios quer

isto dizer antes de qualquer aplicaccedilatildeo de teacutecnica de reforccedilo Ri Em seguida aplica-se um

coeficiente redutor de monolitismo 120574nR Este representa a imperfeiccedilatildeo da ligaccedilatildeo entre o

reforccedilo e a estrutura existente e supotildee que a estrutura apoacutes o reforccedilo deixa de funcionar como

uma estrutura monoliacutetica O valor eacute definido consoante o tipo de reforccedilo sendo este

responsabilidade do projetista

119877119903 = 120574119899119877 times 119877119894 (57)

119877119903 = Resistecircncia da estrutura apoacutes reforccedilo

120574119899119877 = Coeficiente de monolitismo

68

119877119894 = Resistecircncia da estrutura supondo que eacute nova

A verificaccedilatildeo das tensotildees de corte e as tensotildees normais entre o material de reforccedilo e a

estrutura existente devem ser alvo de anaacutelise neste tipo de projetos

120591119878119889 le 120591119877119889 (58)

120590119878119889 le 120590119877119889 (59)

120591119878119889 = Tensatildeo de corte aplicada

120591119877119889 = Tensatildeo de corte resistente

120590119878119889 = Tensatildeo normal aplicada

120590119877119889 = Tensatildeo normal resistente

57 Mecanismos de transferecircncia de tensotildees de acordo com CEB Nordm162

Nos projetos de reforccedilo o mecanismo de transferecircncia de tensotildees eacute fundamental para que a

estrutura apoacutes o reforccedilo seja o mais monoliacutetica possiacutevel Ou seja o material de reforccedilo e

existente natildeo tenha comportamentos muito independentes tornando-se mais previsiacutevel o seu

comportamento

571 Transferecircncia de tensotildees atraveacutes de compressatildeo direta betatildeo sobre betatildeo

Sendo a compressatildeo a melhor opccedilatildeo para transferir tensotildees entre betatildeobetatildeo devem-se

garantir alguns preacute-requisitos para se conseguir uma ligaccedilatildeo satisfatoacuteria Eacute necessaacuterio limpar a

superfiacutecies de ligaccedilatildeo assegurar uma boa rugosidade e saturar a superfiacutecie com aacutegua pelo

menos 6 horas antes de aplicar o betatildeo novo O novo betatildeo deve ser bem compactado

Geralmente ocorrem deformaccedilotildees devido agraves imperfeiccedilotildees de compactaccedilatildeo e de

confinamento Para minimizar estas deformaccedilotildees eacute necessaacuterio criar uma espessura miacutenima de

betatildeo entre as interfaces Assim esta nova espessura de betatildeo pode apresentar um moacutedulo de

elasticidade inferior comparativamente ao moacutedulo de elasticidade do conjunto

∆119871 =120590

119864times 119871 times (1 +

1198710divide119871

1198640divide119864) times 120585 (510)

Onde

ΔL = Variaccedilatildeo de Comprimento

σ = Tensatildeo no betatildeo

E = Moacutedulo de Elasticidade do betatildeo

L = Comprimento da Ligaccedilatildeo

ξ = Fator de Correccedilatildeo (depende da compactaccedilatildeo da fluidez e das adiccedilotildees presentes no betatildeo)

69 Tiago Pais Boto

572 Transferecircncia de tensotildees atraveacutes de adesatildeo betatildeobetatildeo

A ligaccedilatildeo da interface efetuada atraveacutes da adesatildeo eacute influenciada pela rugosidade e

tratamento das superfiacutecies de ligaccedilatildeo pelo meacutetodo usado na colocaccedilatildeo do betatildeo novo e pela

utilizaccedilatildeo de agentes quiacutemicos de ligaccedilatildeo ou betatildeo especial Fatores como a diferenccedila de idade

entre o betatildeo novo e velho a resistecircncia retraccedilatildeo e fluecircncia do betatildeo novo natildeo influenciam a

adesatildeo entre as superfiacutecies

Em relaccedilatildeo agrave rugosidade das superfiacutecies um estudo conduzido por F Daschner (1976)

aponta essencialmente para trecircs as principais condiccedilotildees de rugosidade (ver Tabela 5-10)

Tabela 5-10Forccedila de Adesatildeo consoante a interface de ligaccedilatildeo

Condiccedilotildees de Interface Forccedila da Adesatildeo (Nmmsup2)

Suave ou liso 10

Jato de Areia 17

Dente de Serra 19

Em 1977 K Steinwede investigou a influecircncia de vaacuterios agentes na ligaccedilatildeo entre betatildeo

velho e betatildeo novo Consegue-se obter valores de adesatildeo entre 80 a 100 da resistecircncia aacute

traccedilatildeo do betatildeo antigo quando a ligaccedilatildeo eacute efetuada com argamassas com poliacutemeros

modificados argamassas com resinas ou betatildeo projetado

Em relaccedilatildeo ao meacutetodo usado para aplicaccedilatildeo do betatildeo novo quando eacute aplicado a teacutecnica

de projeccedilatildeo ou pulverizaccedilatildeo obtecircm-se resultados mais satisfatoacuterios uma vez que a forccedila de

impacto faz com que sejam preenchidos mais poros e vazios no betatildeo existente O resultado

final da ligaccedilatildeo permite que a estrutura seja tratada como uma estrutura monoliacutetica

573 Transferecircncia de tensotildees atraveacutes de fricccedilatildeo betatildeobetatildeo

A quantidade da transferecircncia de tensotildees que se exercem atraveacutes da fricccedilatildeo depende de

vaacuterios fatores tais como

a) Tamanho e forma dos agregados presentes na interface do betatildeo

Estes fatores satildeo importantes para se obter um coeficiente de fricccedilatildeo maior Agregados

com maiores dimensotildees e arestas angulares mais iacutengremes satildeo melhores para aumentar o atrito

120583 = 120591119877 divide 120590119873 (511)

Onde

micro = Coeficiente de Fricccedilatildeo

70

120591119877 = Tensatildeo de Corte

120590119873 = Tensatildeo Normal

b) Rugosidade da superfiacutecie

A rugosidade pode ser classificada como micro-rugosidade ou como macro-rogusidade

neste caso pode-se considerar como macro rugosidade Esta seraacute maior quanto maior o

coeficiente de fricccedilatildeo e quanto maior aacuterea de contacto

Figura 5-2 Tensatildeo de corte em funccedilatildeo da tensatildeo normal em superfiacutecie de betatildeo tratada

com jacto de areia (CEB Bulletin drsquoinformation nordm1621983)

c) Tensatildeo normal de compressatildeo (120590119873) aplicada externamente

A tensatildeo normal de compressatildeo determina a forccedila de compressatildeo a que os agregados

da superfiacutecie estatildeo sujeitos Valores elevados da tensatildeo normal de compressatildeo originam

elevadas rigidez ao corte e diminui a probabilidade de rotura por deslizamento Este aumento eacute

mais evidenciado quando se tratam de superfiacutecies lisas quando as superfiacutecies satildeo mais aacutesperas

o aumento da tensatildeo normal eacute significativo apenas quando as forccedilas de corte satildeo baixas

574 Transferecircncia de tensotildees de compressatildeo atraveacutes camadas de resina

Embora a distribuiccedilatildeo de tensotildees que atua numa camada fina de resina natildeo seja

uniforme esta forccedila de ligaccedilatildeo entre interfaces eacute proporcional agrave aacuterea de superfiacutecie quer seja

betatildeobetatildeo ou betatildeoaccedilo As resinas satildeo caracterizadas pela sua elevada resistecircncia mecacircnica

embora o seu moacutedulo de elasticidade seja consideravelmente menor quando comparado com o

betatildeo A superfiacutecie onde se vai estabelecer a ligaccedilatildeo deve ter uma rugosidade natildeo muito

acentuada de maneira que a peliacutecula de resina natildeo sofra descontinuidades Embora a ligaccedilatildeo

71 Tiago Pais Boto

mecacircnica diminua nas superfiacutecies menos rugosas a ligaccedilatildeo quiacutemica providenciada pela resina

garante que em esforccedilos de flexatildeo ou de corte a rotura acontece no betatildeo

Uma ligaccedilatildeo efetuada com recurso a resinas epoxy ou polyester soacute eacute eficaz garantindo

a transferecircncia de tensotildees quando as interfaces estatildeo completamente secas qualquer presenccedila

de humidade vai influenciar drasticamente a capacidade de adesatildeo das mesmas (CEB Bulletin

drsquoinformation nordm162 1983)

Resumidamente as caracteriacutesticas mecacircnicas responsaacuteveis pela transferecircncia de tensotildees atraveacutes

da camada de resina satildeo

Compressatildeo Uma transferecircncia de tensotildees atraveacutes da compressatildeo eacute conseguida quando

as tensotildees satildeo perpendiculares

Traccedilatildeo A resistecircncia agrave traccedilatildeo com camadas de resina satildeo muitas vezes superiores agrave

resistecircncia do betatildeo agrave traccedilatildeo como jaacute foi dito anteriormente Geralmente quando existe

uma rotura no sistema esta daacute-se no betatildeo e natildeo na resina Esta resistecircncia depende

muito da espessura da camada de resina

Figura 5-3 Espessura da camada de resina e correspondente resistecircncia agrave traccedilatildeo (CEB

Bulletin drsquoinformation nordm162 1983)

Tensatildeo tangencial A resistecircncia ao corte da resina maacutexima eacute mobilizada quando as

superfiacutecies estatildeo secas e os coeficientes de fricccedilatildeo (micro) satildeo baixos com micro rugosidade

inferiores a 002mm

72

Figura 5-4Tensatildeo de corte em funccedilatildeo do deslizamento para vaacuterias espessuras de chapa de accedilo

coladas (CEB Bulletin drsquoinformation nordm162 1983)

575 Transferecircncia de forccedilas das armaduras de reforccedilo para armaduras de reforccedilo ou

armaduras existentes

A transferecircncia de forccedilas eacute feita de uma armadura atraveacutes da ligaccedilatildeo ao betatildeo envolvente

para as outras armaduras Dentro de betatildeo estas forccedilas podem gerar tensotildees de corte elevadas

Quando se utilizam varotildees de accedilo com diacircmetro inferior a 12mm eacute aconselhaacutevel a natildeo se

deixarem as extremidades livres dos varotildees alinhadas

Figura 5-5 Transferecircncia de forccedilas atraveacutes das armaduras de reforccedilo (CED 2015)

Este tipo de transferecircncias de tensotildees tambeacutem pode ser efetuado atraveacutes de ligaccedilotildees

soldadas entre os varotildees de reforccedilo

73 Tiago Pais Boto

Seja qual o tipo de mecanismo de transferecircncia de tensotildees de accedilo para accedilo o uso de

estribos (ou mais geral reforccedilo transversal) na zona de ligaccedilatildeo eacute essencial para o equiliacutebrio de

forccedilas e para aumentar a rigidez do reforccedilo

58 Principais Teacutecnicas de reparaccedilatildeo e reforccedilo estrutural

Quando eacute necessaacuterio reparar e reforccedilar uma estrutura de betatildeo armado torna-se

importante escolher as teacutecnicas mais apropriadas ao caso em estudo minimizando o niacutevel de

intrusatildeo e otimizando a durabilidade e eficiecircncia Desta maneira a escolha da metodologia deve

passar por uma minuciosa anaacutelise das causas e extensatildeo das patologias caracteriacutesticas da

estrutura condicionamentos teacutecnico sociais designo da vida uacutetil funcionalidade e viabilidade

econoacutemica

Satildeo muitas as teacutecnicas jaacute desenvolvidas a enumeraccedilatildeo e descriccedilatildeo de todas as teacutecnicas

possiacuteveis natildeo se enquadra no acircmbito definido para esta dissertaccedilatildeo pelo que se optou por referir

apenas as mais utilizadas e avanccediladas tecnologicamente

581 Meacutetodos de proteccedilatildeoreparaccedilatildeo eletroquiacutemica

Estes meacutetodos tecircm como principio alterar os potenciais das armaduras com recurso agrave

aplicaccedilatildeo de um campo eleacutetrico permitindo a restauraccedilatildeo da passividade das armaduras a

alcalinidade do betatildeo ou eliminaccedilatildeo do agente agressor parcial ou ateacute mesmo total Estes

meacutetodos aleacutem de apresentarem resultados com elevado sucesso a execuccedilatildeo causam

perturbaccedilotildees miacutenimas na funcionalidade da estrutura devido agrave diminuta amplitude das

intervenccedilotildees tais como demoliccedilotildees ou substituiccedilatildeo do betatildeo contaminado (D W Whitmore

2002)

Habitualmente usam-se as teacutecnicas

Proteccedilatildeo catoacutedica

Realcalinazaccedilatildeo

Dessalinizaccedilatildeo ou extraccedilatildeo eletroquiacutemica

Destas trecircs teacutecnicas seraacute apenas exposta a descriccedilatildeo da Proteccedilatildeo catoacutedica por ser a mais eficaz

e utilizada

5811 Proteccedilatildeo Catoacutedica

A proteccedilatildeo catoacutedica consiste genericamente na alteraccedilatildeo do potencial eleacutetrico no accedilo

para valores mais negativos Com recurso a uma fonte de corrente continua e um acircnodo

aplicado no interior do betatildeo ou agrave superfiacutecie satildeo aplicados eletrotildees agraves armaduras aumentando

assim a intensidade das reaccedilotildees catoacutedicas e diminuindo a intensidade das reaccedilotildees anoacutedicas quer

isto dizer que o accedilo passa a funcionar como caacutetodo De todos os meacutetodos eletroquiacutemicos este

eacute o uacutenico enquadrado numa norma europeia a EN 12696 2000 ldquoCathodic protection of steel in

concreterdquo Esta norma abrange a aplicaccedilatildeo de proteccedilatildeo catoacutedica em estruturas novas ou

74

existentes desde que sejam atmosfeacutericas quer isto dizer que estruturas enterradas ou submersas

natildeo satildeo abrangidas (D W Whitmore 2002)

A constituiccedilatildeo de um sistema de proteccedilatildeo catoacutedica abrange

Fonte de alimentaccedilatildeo externa

Acircnodo sistema de distribuiccedilatildeo de corrente

Caacutetodo (armaduras)

Fio eleacutetricos de ligaccedilatildeo para o fecho do sistema

Sensores de controlo e monitorizaccedilatildeo

Existem dois tipos de acircnodos os acircnodos inertes utilizados em sistemas de corrente

imposta e acircnodos galvacircnicos ou de sacrifiacutecio Ambos os tipos de acircnodos podem ser aplicados

de uma forma isoladainterna ou distribuiacuteda ao longo da estrutura Os acircnodos inertes satildeo

consumidos ao longo do tempo necessitando de uma corrente contiacutenua denominando-se

proteccedilatildeo catoacutedica por corrente imposta ou impressa estes sistemas satildeo os mais usados porque

proporcionam uma distribuiccedilatildeo de corrente mais ampla possibilitando que a proteccedilatildeo catoacutedica

atinga uma aacuterea maior Tem ainda a vantagem de alterar a intensidade de corrente transmitida

possibilitando compensar alteraccedilotildees de potencial (D W Whitmore 2002) Jaacute relativamente aos

acircnodos galvacircnicos ou sacrificiais estes satildeo menos dispendiosos e de aplicaccedilatildeo mais simples

quando aplicados na altura da construccedilatildeo da estrutura O natildeo recurso de uma fonte de energia

externa anula o perigo de interaccedilatildeo com outras estruturas em redor No entanto apresentam

algumas desvantagens que podem inviabilizar a sua escolha tais como a dificuldade de

controlar o sistema devido agrave impossibilidade de monitorizaccedilatildeo assim como o tempo de serviccedilo

uacutetil relativamente curto Para garantir um correto funcionamento da proteccedilatildeo catoacutedica eacute

necessaacuterio compreender a seacuterie galvacircnica esta eacute constituiacuteda por uma lista de metais ordenados

pelo seu niacutevel de oxidaccedilatildeo ou seja a suscetibilidade de corrosatildeo quando inseridos no eletroliacutetico

(A V Moreno et all 2007)

Tabela 5-11 Seacuterie galvacircnica dos materiais

Metal Potencial de Eleacutetrodo (volt)

Menos Nobres

Magneacutesio -2340

Anoacutedicos

Alumiacutenio -1670

Zinco -0762

Cromo -0710

Ferro -0440

Caacutedmio -0402

Niacutequel -0250

Estanho -0136

Chumbo -0126

Mais Nobres Cobre 0345

Catoacutedicos Prata 0800

Ouro 1680

75 Tiago Pais Boto

Quanto mais afastado estiver o material do acircnodo na seacuterie galvacircnica relativamente ao accedilo das

armaduras maior seraacute a diferenccedila de potencial entre estes logo o sistema de proteccedilatildeo seraacute

mais eficaz (Electrical Engineering Cathodic Protection 2004)

Figura 5-6Esquema de proteccedilatildeo catoacutedica por corrente imposta com recurso a acircnodo inerte

distribuiacutedo (adaptado de G Kakuba 2005)

Figura 5-7Esquema de proteccedilatildeo catoacutedica por corrente imposta com recurso a acircnodos internos

(adaptado de G Kakuba 2005)

76

Figura 5-8 Esquema de proteccedilatildeo catoacutedica com recurso a acircnodos de sacrifiacutecio sem

necessidade de fonte de corrente contiacutenua (adaptado de G Kakuba 2005)

Os acircnodos internos possibilitam uma proteccedilatildeo mais eficaz possibilitando a distribuiccedilatildeo

em nuacutemero e espaccedilamento conforme a densidade da armadura existente e em zonas com

requisitos de proteccedilatildeo elevados Acresce ainda a vantagem de poderem ser utilizados em

elementos com recobrimento pequeno (Joana Silva 2007) Este tipo de aplicaccedilatildeo apresenta

alguns inconvenientes tais como a possibilidade de ocorrecircncia de curto-circuito caso o acircnodo

toque nas armaduras Quando se utiliza corrente imposta a diferenccedila de potencial pode gerar

gaacutes no interior da estrutura o que leva agrave necessidade de criar um sistema de ventilaccedilatildeo (D W

Whitmore 2002)

Atualmente satildeo comercializados vaacuterios tipos de acircnodos em funccedilatildeo do material de

fabrico desta forma torna-se essencial conhecer as suas propriedades mecacircnicas e fiacutesicas

assim como a classe de exposiccedilatildeo ambiental onde vatildeo ser utilizados

Os principais materiais dos acircnodos para sistemas de corrente imposta satildeo

Malhas de titacircnio

Estas malhas de titacircnio satildeo as mais utilizadas em sistemas com acircnodos de corrente

imposta tecircm cerca de 1 a 2 mm de espessura Satildeo revestidas com oacutexidos de metais nobres

(MMO-mixed metal oxides) em forma tubular varatildeo ou fio e tecircm um periacuteodo de vida uacutetil

superior a 25 anos (ZLoureccedilo 2007) Satildeo fabricadas com tamanhos diferentes de aberturas

proporcionando a distribuiccedilatildeo de diferentes densidades de corrente suportando uma densidade

maacutexima de aproximadamente 100 mAm2

(Joana Silva 2007)

77 Tiago Pais Boto

Figura 5-9Malha de titacircnio (Global Sources 2015)

Fitas de malha de titacircnio

As fitas de malha de titacircnio tecircm geralmente 10 a 20 mm de largura satildeo tambeacutem

revestidas com oacutexidos de metais nobres (MMO) Satildeo fabricadas com vaacuterias espessuras

suportando densidades de corrente entre 3 e 6 mAm linear e tecircm a vantagem dos problemas de

delaminaccedilatildeo do betatildeo serem mais baixos Em termos de vida uacutetil anda na ordem dos 40 anos

(ZLoureccedilo 2007)

Figura 5-10 Fita de malha de titacircnio (Chemical Newtech 2015)

Acircnodos enterrados de titacircnio ativado ferro e grafite

Este tipo de acircnodos tem como constituiccedilatildeo um revestimento com oacutexidos de metais

nobres Os primeiros acircnodos eram constituiacutedos por ferro e accedilo mas como o consumo destes era

muito elevado foram substituiacutedos por acircnodos de grafite cuja taxa de consumo era inferior

dominando o mercado ateacute meados dos anos 70 (Public Works Technical Bulletin 2002) Os

acircnodos com grafite satildeo envoltos em uma composiccedilatildeo de carbono evitando assim um consumo

do acircnodo natildeo uniforme (Electrical Engineering Cathodic Protection 2004) Eacute importante

salientar que a diferenccedila de potencial entre a grafite e o accedilo eacute de 1 Volt atuando a grafite como

caacutetodo Os acircnodos mais eficientes satildeo os de titacircnio apesar do custo mais elevado

78

comparativamente com as outras tipologias Estes satildeo estaacuteveis em qualquer exposiccedilatildeo

ambiental devido ao revestimento com oacutexidos de metais nobres promovem o aumento de vida

uacutetil normalmente na ordem dos 15 a 20 anos ldquoOs acircnodos enterrados de corrente impressa satildeo

aplicados em aberturas no solo sendo posteriormente ligados por fios condutores ao poacutelo

positivo do retificador estabelecendo-se assim as ligaccedilotildees anoacutedicas Agrave semelhanccedila dos sistemas

de proteccedilatildeo catoacutedica jaacute apresentados a promoccedilatildeo das ligaccedilotildees catoacutedicas eacute efetuada atraveacutes da

ligaccedilatildeo das armaduras ao poacutelo negativo da fonte de correnterdquo (Joana Silva 2007)

Figura 5-11 Acircnodo de titacircnio ativado (Global Sources 2015)

Revestimentos ou tintas orgacircnicas condutoras

As tintas condutoras contecircm na sua composiccedilatildeo materiais de elevada condutibilidade

eleacutetrica tais como a grafite e o carbono Este tipo de acircnodos tem a vantagem de serem de

aplicaccedilatildeo muito simples em qualquer tipo de superfiacutecie e natildeo precisam de um revestimento de

proteccedilatildeo No entanto o sistema facilmente entra em curto-circuito em ambientes com

exposiccedilatildeo agrave chuva ou por contacto com a armadura exposta (Joana Silva 2007)

Figura 5-12 Aplicaccedilatildeo de tinta orgacircnica condutora (CONREHAB Cathodic protection 2015)

79 Tiago Pais Boto

Os principais materiais dos acircnodos sacrificiais ou galvacircnicos satildeo

Acircnodos enterrados de zinco alumiacutenio e magneacutesio

Estes acircnodos funcionam muito bem em sistemas de proteccedilatildeo catoacutedica em estruturas

enterradas porque fornecem correntes mais elevadas comparativamente com os outros acircnodos

sacrificiais Estes acircnodos vecircm promovidos de um fio metaacutelico para posteriormente ser ligado

agraves armaduras atraveacutes de solda geralmente satildeo envolvidos em papel para a proteccedilatildeo dos

mesmos A colocaccedilatildeo dos acircnodos deve ser colocada a um agrave distacircncia miacutenima de 1 metro da

estrutura a proteger (Electrical Engineering Cathodic Protection 2004)

Figura 5-13 Acircnodo enterrado de magneacutesio (AEGION 2015)

Acircnodos adesivos

Esta tipologia de acircnodo consiste em chapas de zinco com espessura de cerca de 025

mm que satildeo aplicadas na superfiacutecie da estrutura a proteger com o auxiacutelio de um adesivo

condutor designado por hydrogel Este tecircm a vantagem de manterem permanentemente o

contato entre o acircnodo e o betatildeo funcionando o hydrogel como um segundo eletroliacutetico (Jianhai

Qiu 2002)

Figura 5-14Sistema de acircnodo adesivo de zinco (Jianhai Qiu 2002)

80

Sistemas com nuacutecleos de zinco

A maior parte destes sistemas eacute constituiacuteda por nuacutecleos de zinco envoltos em

argamassas altamente alcalinas para promoverem a corrosatildeo do zinco O zinco ocupa a posiccedilatildeo

na serie galvacircnica do metal que corroacutei mais facilmente logo o risco de corrosatildeo nas armaduras

eacute quase nulo A aplicaccedilatildeo deste sistema eacute feita com a ligaccedilatildeo direta as armaduras atraveacutes de fios

de accedilo que transmitem a corrente galvacircnica Eacute aconselhado a aplicaccedilatildeo de uma camada de betatildeo

a cobrir o acircnodo O tempo de vida uacutetil natildeo chega aos 20 anos dependendo muito das condiccedilotildees

do betatildeo e das caracteriacutesticas do acircnodo (E Gilinsky 2006)

Figura 5-15Acircnodo de zinco envolvido em argamassa de elevada porosidade (CCASMI

Corrosion Services 2015)

Malhas de zinco

As malhas de zinco podem ser aplicadas em pilares de diversas formas devido agrave baixa

complexidade do sistema apresentam uma vida uacutetil de serviccedilo superior a 40 anos e natildeo

necessitam de manutenccedilatildeo Os espaccedilos vazios entre a superfiacutecie de betatildeo e a malha devem ser

preenchidos por uma argamassa cimentiacutecia (S F Daily 2007)

Figura 5-16Sistema de proteccedilatildeo catoacutedica com malha de zinco (FOSROC 2015)

81 Tiago Pais Boto

Metais projetados

Neste tipo de sistema a aplicaccedilatildeo deve ser feita diretamente nas armaduras da estrutura

sem aplicaccedilatildeo de camada de recobrimento apoacutes a remoccedilatildeo do betatildeo deteriorado Em zonas onde

o betatildeo estaacute relativamente seco a corrente proporcionada pelo zinco vai diminuindo ao longo

do tempo como recurso recorre-se a uma combinaccedilatildeo dos metais alumiacutenio zinco e iacutendio de

modo a melhorar a eficiecircncia do sistema ( S F Daily 2007)

Figura 5-17Aplicaccedilatildeo de metais por projeccedilatildeo em estrutura de betatildeo armado (Structural

Technologies 2015)

Os processos de proteccedilatildeo catoacutedica por corrente impressa carecem de uma continuidade

eleacutetrica entre o betatildeo e a armadura logo quanto maior for a resistividade eleacutetrica do betatildeo menor

seraacute a intensidade de corrente necessaacuteria A contaminaccedilatildeo por cloretos estaacute associada a grandes

niacuteveis de humidade aumentando a resistividade eleacutetrica Comparativamente nos casos de

carbonataccedilatildeo do betatildeo a resistividade eleacutetrica eacute muito mais reduzida

Figura 5-18 Diagrama de Pourbaix para Fe-H2O a 25ordmC (SJSU2015)

82

Entenda-se por resistividade a propriedade dos materiais que quantifica a relaccedilatildeo que

existe entre o campo eleacutetrico aplicado e densidade de corrente que percorre a unidade de volume

desse material (JM Miranda et all)

Das desvantagens que o meacutetodo de proteccedilatildeo catoacutedica com corrente impressa destaca-

se o risco de o accedilo sob a tensatildeo do campo eleacutetrico para sofrer alguma fragilizaccedilatildeo Este

fenoacutemeno eacute mais plausiacutevel de acontecer em accedilos de elevada ductilidade como eacute o caso de accedilos

de preacute-esforccedilo A causa proveacutem de valores muito elevados de potenciais negativos no accedilo

originando libertaccedilatildeo de hidrogeacutenio na interface das armaduras A perda de aderecircncia na

interface armadura-betatildeo ocorre sobretudo em varotildees de accedilo lisos Outro acontecimento

embora raro verifica-se quando a proteccedilatildeo catoacutedica nas armaduras aumenta a alcalinidade na

envolvente das armaduras podendo promover reaccedilotildees aacutelcalis-siacutelica em betotildees constituiacutedos com

agregados reativos

As intensidades de corrente que possibilitam o abrandamento ou a paragem da corrosatildeo

oscilam nos 20mAm2 de armadura A repassivaccedilatildeo das armaduras necessita de intensidades

de 20mAm2 (P Pedeferri 1998)

582 Reforccedilo de seccedilotildees com encamisamentocolagem de chapas metaacutelicas (EBR) Externally

bonded reinforcement

5821 Introduccedilatildeo

Apoacutes o sismo de 1971 em San Fernando nos Estados Unidos da Ameacuterica foi

reconhecida a necessidade de dar mais atenccedilatildeo ao reforccedilo dos elementos estruturais

nomeadamente pilares Desde entatildeo na deacutecada de 1990 muitos estudos foram conduzidos

acerca do reforccedilo de seccedilotildees estruturais nomeadamente o departamento de transportes da

Califoacuternia (CALTRAN) Esses estudos foram essencialmente em pilares de pontes com

recurso a encamisamento de chapas metaacutelicas e concluiu-se que esta opccedilatildeo de reforccedilo

proporciona um aumento da ductilidade aumento da resistecircncia ao esforccedilo transverso e maior

dissipaccedilatildeo de energia (Charlotte AC Bouvier 2003)

Este tipo de meacutetodo eacute relativamente simples consiste em colar armaduras (chapas ou

placas) agrave superfiacutecie do betatildeo por aplicaccedilatildeo de uma resina epoxy O adesivo garante a ligaccedilatildeo

entre o betatildeo e a armadura adicionada desta maneira satildeo transferidas as forccedilas da armadura

para o betatildeo por intermeacutedio de tensotildees tangenciais desenvolvidas ao longo da interface de

colagem (Juvandes 1999) Esta teacutecnica permite o reforccedilo de vigas ao esforccedilo transverso agrave

flexatildeo e o reforccedilo de pilares agrave compressatildeo simples e flexatildeo composta

A utilizaccedilatildeo de elementos metaacutelicos apresenta vaacuterias vantagens no reforccedilo e na

reparaccedilatildeo de estruturas entre as quais salientam-se os seguintes (Joseacute V Paiva et all 2006)

83 Tiago Pais Boto

Relaccedilatildeo favoraacutevel pesoresistecircncia mecacircnica

Aptidatildeo para resistir a diferentes tipos de solicitaccedilotildees

Capacidade de adaptaccedilatildeo aos espaccedilos existentes

Elevado grau de prefabricaccedilatildeo que permite a realizaccedilatildeo de operaccedilotildees de montagem

relativamente limpa e assegura a entrada imediata ldquoem serviccedilordquo da nova estrutura

Rapidez e facilidade de execuccedilatildeo

Diminuta alteraccedilatildeo nas dimensotildees arquitetoacutenicas

Natildeo requer matildeo-de-obra especializada

Em relaccedilatildeo as desvantagens as principais satildeo

Vulnerabilidade da estrutura agrave corrosatildeo e ao incendio

Manuseamento das chapas metaacutelicas devido ao seu peso

Limitaccedilatildeo das dimensotildees das chapas metaacutelicas

A solidarizaccedilatildeo do reforccedilo com o material existente eacute por vezes feita atraveacutes de

transmissatildeo de tensotildees tangenciais Deste modo para um melhor aproveitamento do reforccedilo eacute

aconselhaacutevel o uso de teacutecnicas de colagem ou buchas autoexpansiacuteveis

5822 Descriccedilatildeo da teacutecnica

O princiacutepio por traacutes desta teacutecnica eacute o encamisamento de accedilo atuar como um

confinamento passivo de reforccedilo Este encamisamento vai impedir dilataccedilotildees do betatildeo havendo

uma compressatildeo lateral a resistecircncia agrave compressatildeo eacute aumentada assim como a resistecircncia ao

corte e a ductilidade do elemento

Os elementos utilizados satildeo geralmente chapas de accedilo ou perfis metaacutelicos colados com

resinas eacutepoxy podendo ainda ser complementada com buchas metaacutelicas

Para pilares circulares o meacutetodo utiliza duas secccedilotildees semicirculares onde satildeo unidas

atraveacutes de soldadura ao longo de toda a altura do revestimento Eacute deixado um espaccedilo

aproximadamente de 2 centiacutemetros entre o pilar e o revestimento para este ser preenchido com

argamassa possibilitando uma boa ligaccedilatildeo entre os materiais e assim criar um comportamento

monoliacutetico entre os mesmos Um espaccedilo de cerca de 5 centiacutemetros eacute tambeacutem deixado entre a

parte superior e inferior do pilar para evitar possiacuteveis destacamentos do revestimento (Daudey

X and A Filiatrault 2000)

Para pilares retangulares o encamisamento metaacutelico pode ser feito com secccedilotildees

retangulares ou eliacutepticas No caso de um revestimento retangular o procedimento eacute semelhante

ao descrito anteriormente as chapas em forma de ldquoLrdquo satildeo solidarizados atraveacutes de soldadura

Para encamisamento com seccedilotildees eliacutepticas os espaccedilos vazios satildeo preenchidos com betatildeo em

vez de argamassa porque a quantidade a preencher eacute maior (Aboutaha RS et all 1999)

84

Figura 5-19Reforccedilo com encamisamento metaacutelico eliacuteptico para seccedilotildees retangulares

(Aboutaha RS et all 1999)

No caso das vigas de acordo com (Gomes A Appleton J) quando a ligaccedilatildeo do reforccedilo

eacute efetuado sem buchas metaacutelicas eacute recomendado a utilizaccedilatildeo de chapas com larguras inferiores

a 300mm e espessuras entre 3 e 5mm a espessura da resina deve estar entre 1 a 3mm

Figura 5-20 Dimensotildees recomendadas no reforccedilo agrave flexatildeo de uma viga em betatildeo armado

(Gomes A Appleton J1997)

85 Tiago Pais Boto

Figura 5-21 Dimensotildees recomendadas no reforccedilo ao esforccedilo transverso de uma viga em betatildeo

armado (Gomes A Appleton J)

A execuccedilatildeo de um reforccedilo com colagem de armaduras eacute composta por diversas etapas

sendo que as mais importantes satildeo

Tratamento da superfiacutecie do betatildeo

Nesta fase inicial do processo de reforccedilo eacute essencial garantir uma superfiacutecie limpa e

com rugosidade suficiente mas natildeo exagerada de modo que a espessura da resina se mantenha

entre 1 e 3mm

Tratamento das chapas (Gomes A Appleton J)

As chapas apoacutes o fabrico devem ser decapadas e protegidas com peliculas plaacutesticas para

se garantir a limpeza das mesmas ateacute aacute zona de aplicaccedilatildeo Estas devem ser protegidas com

pintura contra a corrosatildeo e accedilatildeo do fogo

Caracteriacutesticas da resina (Gomes A Appleton J)

A resina deve ser do tipo eacutepoxy com caracteriacutesticas relevantes tais como o moacutedulo de

elasticidade tensatildeo de rotura viscosidade e periacuteodo de aplicaccedilatildeo e endurecimento

5823 Pilares - resistecircncia agrave flexatildeo

Uma das vaacuterias razotildees da inadequada capacidade de resistecircncia agrave flexatildeo pode ter origem

na falta de confinamento do nuacutecleo de betatildeo que posteriormente pode provocar a rotura da

roacutetula plaacutestica vigapilar (ver Figura 5-20) As atuais praacuteticas de dimensionamento de pilares

apresentam um espaccedilamento mais reduzido da armadura de esforccedilo transverso o que aumenta

consideravelmente a resistecircncia agrave compressatildeo no nuacutecleo Quando aparecem fendas na interface

accedilo-betatildeo o encamisamento de accedilo vai proporcionar uma pressatildeo radial atraveacutes do

86

confinamento passivo Para aumentar a capacidade de resistecircncia axial do pilar por vezes

tambeacutem eacute utilizado um anel metaacutelico (hoop reinforcement)

Figura 5-22 Deformaccedilatildeo de pilares devido agrave formaccedilatildeo de roacutetulas plaacutesticas ldquoph-plastic hingesrdquo

(SCRIP academic publisher 2015)

Figura 5-23Esquematizaccedilatildeo de um encamisamento metaacutelico (Chai Y H et al 1991)

87 Tiago Pais Boto

Figura 5-24Seccedilatildeo de betatildeo confinada com anel e encamisamento metaacutelico (Attard M M

Setunge S 1996)

Ignorando a contribuiccedilatildeo do anel metaacutelico a contribuiccedilatildeo do encamisamento metaacutelico

para o aumento da tensatildeo de confinamento eacute dada pela expressatildeo seguinte (Chai Y H et al

1991)

119891119897 =2times119891119910119895times119905119895

(119863119895minus119905119895) (512)

Onde

119891119897 = Tensatildeo maacutexima de confinamento do encamisamento de accedilo

119891119910119895 = Tensatildeo limite de proporcionalidade do accedilo

119905119895 = Espessura do encamisamento

119863119895 = Diacircmetro externo do encamisamento

A resistecircncia agrave compressatildeo do betatildeo confinado pode ser estimada a partir da expressatildeo seguinte

(Chai Y H et al 1991)

119891prime119888119888 = 119891prime119888 times (2254radic1 +794119891prime119897119891prime119888

minus2119891prime119897119891prime119888

minus 1254 [MPa] (513)

Onde

119891prime119888119888 = Resistecircncia agrave compressatildeo do betatildeo confinado

119891prime119888 = Resistecircncia agrave compressatildeo do betatildeo natildeo confinado

119891prime119897 = Tensatildeo maacutexima de confinamento do encamisamento de accedilo

Para os pilares que possuem uma regiatildeo com uma emenda dos varotildees longitudinais na

base do pilar a rotura agrave flexatildeo do pilar ocorre atraveacutes de um mecanismo de deslizamento entre

as armaduras longitudinais e as armaduras de ligaccedilatildeo da base do pilar Verificando-se muitas

vezes este deslizamento antes de se atingir a maacutexima capacidade de resistecircncia agrave flexatildeo da

88

seccedilatildeo Aplicando uma pressatildeo radial com um anel metaacutelico (hoop reinforcement) vai evitar

esse deslizamento A investigaccedilatildeo tem mostrado que um coeficiente de atrito de μ=14 deve ser

garantido na interface da zona prevista de fendilhacatildeo Para garantir este coeficiente de atrito e

evitar que o accedilo do encamisamento entre em cedecircncia a extensatildeo do anel de accedilo (hoop

reinforcement) natildeo deve ultrapassar o valor de 120576119904119895 = 00015 (Daudey X and A Filiatrault

2000)

Entatildeo a espessura necessaacuteria para o encamisamento de accedilo pode ser calculada atraveacutes de

119905119895 =242119860119887times119891119910times119863119895

4times119901times119897119904times(00015119864119904119895) (514)

Onde

119905119895 = Espessura do encamisamento de accedilo

119860119887 = Aacuterea da seccedilatildeo das armaduras longitudinais

119891119910 = Tensatildeo de cedecircncia das armaduras longitudinais

119863119895 = Diacircmetro externo do encamisamento

119901 = Diacircmetro equivalente do betatildeo fissurado em torno da armadura longitudinal

119897119904 = Comprimento de emenda dos varotildees

119864119904119895 = Moacutedulo de elasticidade do accedilo de encamisamento

Resultado de vaacuterios estudos tendem a comprovar que um encamisamento retangular

fornece menos tensatildeo de confinamento na seccedilatildeo de betatildeo comparativamente ao encamisamento

circular ou eliacuteptico Por isso em casos de necessidade de incrementar resistecircncia agrave flexatildeo em

pilares aconselha-se a usar um encamisamento circular ou eliacuteptico Em casos onde o espaccedilo eacute

limitado obrigando a um confinamento retangular verificou-se que a colocaccedilatildeo de duas

ancoragens na parte superior e inferior do pilar iraacute aumentar a resistecircncia agrave flexatildeo do pilar

(Aboutaha RS et all 1999)

5824 Pilares - resistecircncia ao corte

A capacidade de resistecircncia ao corte de um pilar eacute a soma da contribuiccedilatildeo de resistecircncia

de cada um dos elementos constituintes do pilar ou seja

119881119906 = 119881119888 + 119881119904 + 119881119899 (515)

Onde

119881119906 = Resistecircncia do pilar ao esforccedilo transverso

89 Tiago Pais Boto

119881119888 = Resistecircncia do betatildeo ao corte

119881119904 = Resistecircncia das armaduras ao corte

119881119899 = Resistecircncia ao corte da contribuiccedilatildeo das cargas verticais

Para se conseguir melhorar a resistecircncia do pilar ao corte pode-se adicionar a

contribuiccedilatildeo do encamisamento de accedilo para resistir ao corte calculada a partir de

120573 times 119881119904119895 ge 1198810 minus 120573 times (119881119888 + 119881119904 + 119881119899) (516)

Onde

120573 = 07

119881119904119895 = Resistecircncia miacutenima necessaacuteria ao corte do encamisamento de accedilo

1198810 = Forccedila de corte induzida pela capacidade de flexatildeo maacutexima provaacutevel da roacutetula plaacutestica

Para uma estimativa de 119881119904119895 pode ser considerado como uma armadura transversal

continua de seccedilatildeo igual agrave sua espessura e espaccedilamento igual agrave unidade podendo ser calculado

por

119881119904119895 = 119860119904119895 times (119865119910119904119895

2) times

119889119904119895

119878119904119895 (517)

Onde

119881119904119895 = Resistecircncia ao corte do encamisamento de accedilo

119860119904119895 = Aacuterea estimada dos aneacuteis de accedilo

119865119910119904119895 = Tensatildeo de cedecircncia do accedilo de encamisamento (soacute 50 deste calor deve ser

considerado por isso eacute dividido por 2)

119889119904119895 = Espessura da placa de encamisamento metaacutelico

119878119904119895 = Espaccedilamento igual agrave unidade

Para seccedilotildees circulares ou retangulares com necessidade de reforccedilo ao corte o

encamisamento metaacutelico deve ser aplicado em todo o comprimento do pilar conduzindo a bons

resultados Mas devido agrave fraca ligaccedilatildeo na interface betatildeo e encamisamento metaacutelico deve-se

aplicar uma ancoragem com parafusos

5825 Verificaccedilatildeo da seguranccedila de pilares aos estados limites uacuteltimos

O dimensionamento para a verificaccedilatildeo da resistecircncia agrave compressatildeo simples e resistecircncia

agrave flexatildeo de um pilar de betatildeo armado pode ser realizado pelo meacutetodo dos coeficientes globais

e tendo em conta os modelos e pressupostos semelhantes aos efetuados no caacutelculo de seccedilotildees

novas aacute flexatildeo

90

i) Dimensionamento agrave compressatildeo simples

119873119904119889 le 119873119903119889 = 120574119899119877 times (119860119888119894 times 119891119888119889119888119891 + 119860119904

119894 times 119891119904119910119889119894 ) + 120574119899119877 times (119860119888

119903 times 119891119888119889119888119891 + 119860119904119903 times 119891119904119910119889

119903 ) (518)

Onde

119873119904119889 =Esforccedilo axial atuante

119873119903119889 =Esforccedilo axial resistente

120574119899119877 = Coeficiente de monolitismo para a flexatildeo ( 120574119899119877 = 09)

119860119888119894 =Aacuterea do betatildeo existente

119891119888119889119888119891 =Valor de caacutelculo corrigido da resistecircncia aacute compressatildeo do betatildeo

119860119904119894 =Aacuterea da armadura existente

119891119904119910119889119894 =Tensatildeo de cedecircncia de traccedilatildeo da armadura de existente

119860119888119903 =Aacuterea do betatildeo de reforccedilo

119860119904119903=Aacuterea da armadura de reforccedilo

119891119904119910119889119903 = Tensatildeo de cedecircncia de traccedilatildeo da armadura de reforccedilo

ii) Dimensionamento agrave flexatildeo e compressatildeo

Figura 5-25 Modelo de caacutelculo de pilares agrave flexatildeo composta (Gomes A Appleton J)

O esforccedilo axial resistente final e o momento devem ser afetados pelos coeficientes de

monolitismo correspondentes

91 Tiago Pais Boto

119873119877119889119891119894119899119886119897

= 119873119877119889 times 120574119899119877 (519)

119872119877119889119891119894119899119886119897

= 119872119877119889 times 120574119899119877 (520)

Onde

119873119877119889119891119894119899119886119897

=Esforccedilo axial resistente afetado pelo coeficiente de monolitismo

119873119877119889= Esforccedilo axial resistente

120574119899119872119873 = Coeficiente de monolitismo

119872119877119889119891119894119899119886119897

= Momento resistente da seccedilatildeo reforccedilada afetado pelo coeficiente de monolitismo

119872119877119889= Momento resistente da seccedilatildeo reforccedilada

5826 Verificaccedilatildeo da seguranccedila de vigas aacute flexatildeo no estado limite uacuteltimo

O dimensionamento para a verificaccedilatildeo da resistecircncia agrave flexatildeo de uma viga de betatildeo

armado pode ser realizado pelo meacutetodo dos coeficientes globais admitindo que a secccedilatildeo tem

um comportamento monoliacutetico existindo uma aderecircncia perfeita e as secccedilotildees planas mantecircm-

se planas apoacutes a deformaccedilatildeo considerando um coeficiente de monolitismo para a flexatildeo de

120574119899119872 = 10

Deste modo o caacutelculo eacute semelhante ao de uma secccedilatildeo de betatildeo armado considerando-

se duas camadas de armaduras com resistecircncias diferentes exemplificado na figura seguinte

(Gomes A Appleton J)

Figura 5-26 Modelo de caacutelculo agrave flexatildeo de vigas reforccediladas por colagem de chapas metaacutelicas

(Gomes A Appleton J)

i) Caacutelculo do momento resistente

119872119877119863 = 120574119899119877 times (119860119904119890119902 times 119885119890119902 times 119891119904119910119889

119894 ) (521)

119860119904119890119902 = 119860119904

119894 + 119860119904119903 times

119891119904119910119889119903

119891119904119910119889119894 (522)

92

119885119890119902 =119860119904119894times119885119894times119891119904119910119889

119894 +119860119904119903times119885119903times119891119904119910119889

119903

119860119904119894times119891119904119910119889

119894 +119860119904119903times119891119904119910119889

119903 (523)

Admitindo z=09 vem

119872119877119863 = 120574119899119877 times (119860119904

119890119902 times 09 times 119891119904119910119889119894 ) (524)

Com a utilizaccedilatildeo de tabelas de dimensionamento determina-se 119860119904119890119902

e atraveacutes da

expressatildeo seguinte podemos calcular a aacuterea de armadura de reforccedilo (119860119904119903)

119860119904119903 =

119891119904119910119889119894

119891119904119910119889119903 times (119860119904

119890119902 times119889119890119902

119889119903minus 119860119904

119894 times119889119894

119889119903) (525)

Onde

119872119877119863 = Momento resistente

120574119899119877 = Coeficiente de monolitismo para a flexatildeo ( 120574119899119877 = 09 valor sugerido por Eurocoacutedio 8

parte14)

119860119904119890119902

=Aacuterea de armadura equivalente

119885119890119902= Braccedilo equivalente da seccedilatildeo reforccedilada

119891119904119910119889119894 = Tensatildeo de cedecircncia de traccedilatildeo da armadura existente

119860119904119894 = Aacuterea da armadura existente

119860119904119903 = Aacuterea da armadura de reforccedilo

119891119904119910119889119903 =Tensatildeo de cedecircncia de traccedilatildeo da armadura de reforccedilo

119885119894 = Braccedilo da seccedilatildeo de betatildeo relativamente agrave armadura existente

119885119903 = Braccedilo da seccedilatildeo de betatildeo relativamente agrave armadura de reforccedilo

119889119890119902 = Altura uacutetil equivalente da seccedilatildeo reforccedilada

119889119903 = Altura uacutetil da seccedilatildeo reforccedilada relativamente agrave armadura de reforccedilo

119889119894 =Altura uacutetil da seccedilatildeo reforccedilada relativamente agrave armadura existente

ii) Verificaccedilatildeo da seguranccedila da ligaccedilatildeo betatildeo existentebetatildeo novo

Sendo a ligaccedilatildeo accedilobetatildeo de elevada importacircncia neste tipo de teacutecnica apresenta-se na

figura seguinte a configuraccedilatildeo de uma viga simplesmente apoiada admitindo uma distribuiccedilatildeo

plaacutestica uniforme das tensotildees de corte

93 Tiago Pais Boto

Figura 5-27 Distribuiccedilatildeo plaacutestica das tensotildees de aderecircncia (Gomes A Appleton J)

Ligaccedilatildeo sem buchas metaacutelicas

119865119904119889 = 119860119904119903 times 119891119904119910119889

119903 le 120591119904119889 times 119887 times119871119870

2 (526)

Sendo que

120591119904119889 = 119891119888119905119898119894119899

2 119872119875119886 (527)

Ligaccedilatildeo com buchas metaacutelicas

119865119904119889 = 119860119904119903 times 119891119904119910119889

119903 le 119899 times 119865119887 + 120574 times 120591119904119889 times 119887 times119871119870

2 (528)

Onde

119865119904119889 =Forccedila de traccedilatildeo de reforccedilo

119860119904119903 =Aacuterea da armadura de reforccedilo

119891119904119910119889119903 = Tensatildeo de cedecircncia de traccedilatildeo da armadura de reforccedilo

119899 = Nuacutemero de buchas colocadas no comprimento 1198711198702

119865119887 = Forccedila de corte resistente de uma bucha metaacutelica

120574 = Coeficiente de monolitismo para a flexatildeo ( 120574119899119877 = 10)

120591119904119889 = Tensatildeo de aderecircncia resistente accediloresinabetatildeo

119887 =Largura da chapa metaacutelica

94

119871119870 =Comprimento da chapa metaacutelica

5827 Verificaccedilatildeo da seguranccedila de vigas ao esforccedilo transverso no estado limite uacuteltimo

Como jaacute referido anteriormente o dimensionamento ao esforccedilo transverso pode ser feito

atraveacutes da teacutecnica dos coeficientes globais tendo em conta a contribuiccedilatildeo para a resistecircncia dos

novos estribos adicionados sob a forma de chapas

i) Caacutelculo do esforccedilo transverso maacuteximo

119881119904119889 le 119881119877119889119898119886119909 =120572119888119908times119887119894times119885119894times1205921times119891119888119889

119888119900119905120579+119905119886119899120579+

120572119888119908times(119887119894minus119887119903)times119885119894times1205921times119891119888119889

119888119900119905120579+119905119886119899120579 (529)

Onde

119881119904119889 = Valor de caacutelculo do esforccedilo transverso atuante

119881119877119889119898119886119909 = Esforccedilo transverso maacuteximo

120572119888119908 = Fator que tem em conta o estado de tensatildeo na biela comprimida

119887119894 = Largura da seccedilatildeo de betatildeo da viga inicial

119885119894 = = Braccedilo da seccedilatildeo de betatildeo relativamente agrave armadura existente

1205921 = Fator redutor da tensatildeo de compressatildeo do betatildeo fendilhado

119891119888119889 =Valor de caacutelculo da resistecircncia agrave compressatildeo do betatildeo

119887119903 = Largura da seccedilatildeo de betatildeo reforccedilada

120579 = Angulo das bielas do betatildeo

ii) Caacutelculo do esforccedilo transverso resistente de caacutelculo

119881119904119889 le 119881119877119889119904 = 120574119899119877 times (119885119894 times119860119904119908119894

119878times coth 120579 times 119891119904119910119889

119894 ) + 120574119899119877 times (119885119903 times119860119904119908119903

119878times coth 120579 times 119891119904119910119889

119903 ) (530)

Onde

119881119904119889 = Valor de caacutelculo do esforccedilo transverso atuante

119881119877119889119904 = Esforccedilo transverso resistente de caacutelculo

120574119899119877 = Coeficiente de monolitismo para a flexatildeo ( 120574119899119877 = 09)

95 Tiago Pais Boto

119885119894 = Braccedilo de uma seccedilatildeo de betatildeo relativamente agrave armadura existente

119860119904119908119894 =Aacuterea da armadura de esforccedilo transverso inicial por metro

119878 = Espaccedilamento dos varotildees de accedilo

120579 = Angulo das bielas do betatildeo

119891119904119910119889119894 = Tensatildeo de cedecircncia do accedilo da armadura existente

119885119903 =Braccedilo de uma seccedilatildeo de betatildeo relativamente agrave armadura de reforccedilo

119860119904119908119903 = Aacuterea da armadura de esforccedilo transverso adicional por metro

119891119904119910119889119903 =Tensatildeo de cedecircncia do accedilo da armadura de reforccedilo

583 Reforccedilo de seccedilotildees com encamisamento de betatildeo armado

5831 Introduccedilatildeo

Uma das teacutecnicas de reforccedilo estrutural mais comum para melhorar o desempenho de

elementos de betatildeo armado (pilares paredes vigas e noacutes viga-pilar) eacute o encamisamento das

seccedilotildees com betatildeo armado

Figura 5-28 Encamisamento de pilares com betatildeo armado (Santos 2008)

O reforccedilo de um elemento por encamisamento com recurso ao betatildeo armado eacute uma das

teacutecnicas mais adequadas para aumentar a resistecircncia das zonas comprimidas Pode ser aplicado

em vigas para aumentar a resistecircncia agrave flexatildeo eou a resistecircncia ao esforccedilo transverso Jaacute nos

pilares o reforccedilo garante um aumento de resistecircncia agrave flexatildeo e agrave compressatildeo Esta teacutecnica tem

vaacuterias vantagens (Eduardo S Juacutelio 2011) destacando

Simplicidade de execuccedilatildeo natildeo requer matildeo-de-obra especializada apenas conhecimento

de teacutecnicas de execuccedilatildeo como se tratasse de estruturas novas (Eduardo S Juacutelio 2011)

Distribuiccedilatildeo uniforme do incremento de rigidez (Eduardo S Juacutelio 2011)

Aumento de durabilidade do pilar

96

Como principais desvantagens destacam-se

No caso de necessidade de continuaccedilatildeo do reforccedilo do pilar entre pisos subsiste a

necessidade de perfurar a laje para poder dar continuaccedilatildeo agraves armaduras de reforccedilo caso

a laje seja vigada a armadura longitudinal de reforccedilo pode ficar condicionada (Eduardo

S Juacutelio 2011)

Nos casos de necessidade de proteccedilatildeo contra a corrosatildeo ou incecircndio onde o accedilo fica

exposto e quando satildeo usadas resinas de epoacutexido (Eduardo S Juacutelio 2011)

Aumento das necessidades das dimensotildees da seccedilatildeo transversal (Gomes A Appleton

J)

5832 Descriccedilatildeo das teacutecnicas de encamisamento

A execuccedilatildeo de um encamisamento eacute composta por diversas etapas sendo que as mais

importantes satildeo

Escoramento

A execuccedilatildeo do escoramento natildeo serve soacute para evitar danos ou mesmo o colapso mas

tambeacutem para permitir que o reforccedilo seja aplicado com niacuteveis de tensatildeo mais baixos na estrutura

Interface material existentereforccedilo

Eacute essencial preparar a superfiacutecie de ligaccedilatildeo de modo que a ligaccedilatildeo final entre o material

existente e o reforccedilo possa ter um comportamento o mais monoliacutetico possiacutevel

Disposiccedilatildeo de armaduras

Colocaccedilatildeo de armaduras adicionais de reforccedilo se as armaduras existentes apresentarem

uma perda de seccedilatildeo superior a 10 (Gomes A Appleton J) Exemplificam-se nas figuras

seguintes os vaacuterios tipos de disposiccedilatildeo de armaduras para reforccedilo de vigas e pilares

Figura 5-29Disposiccedilatildeo das armaduras mais utilizado no encamisamento de vigas (Gomes

A Appleton J)

97 Tiago Pais Boto

Figura 5-30 Disposiccedilatildeo das armaduras mais utilizado no encamisamento de pilares (Gomes

A Appleton J)

Fase de Betonagem

A betonagem pode ser feita com betatildeo projetado betatildeo normal ou com uma argamassa

especial os quais devem possuir boa trabalhabilidade baixa retraccedilatildeo elevada resistecircncia agrave

compressatildeo e boa aderecircncia (Gomes A Appleton J)

119890119898119894119899=

50119898119898 119861119890119905atilde119900 119901119903119900119895119890119905119886119889119900 75 119886 100119898119898 119861119890119905atilde119900 119899119900119903119898119886119897 11988811990011989111990311988611988911990040 119886 60119898119898 119860119903119892119886119898119886119904119904119886 119890119904119901119890119888119894119886119897

Figura 5-31Espessura a betonar em funccedilatildeo do material e teacutecnica utilizada (Gomes A

Appleton J)

A ligaccedilatildeo pode ser substancialmente melhorada com a pintura de resina epoacutexida com

ldquopot liferdquo elevado (periacuteodo em que a colagem eacute eficaz apoacutes 1 hora)

98

5833 Verificaccedilatildeo da seguranccedila de vigas agrave flexatildeo no estado limite uacuteltimo

O dimensionamento para a verificaccedilatildeo da resistecircncia agrave flexatildeo de uma viga de betatildeo

armado pode ser realizado pelo meacutetodo dos coeficientes globais admitindo que a secccedilatildeo tem

um comportamento monoliacutetico uma aderecircncia perfeita e as secccedilotildees planas mantecircm-se planas

apoacutes a deformaccedilatildeo Considera-se um coeficiente de monolitismo para a flexatildeo de 120574119899119877 = 09

Deste modo o caacutelculo eacute semelhante ao de uma secccedilatildeo de betatildeo armado corrente considerando-

se duas camadas de armaduras com resistecircncias diferentes como se exemplifica na figura

seguinte (Gomes A Appleton J 2008)

Figura 5-32Modelo de caacutelculo agrave flexatildeo de vigas reforccediladas por encamisamento de betatildeo

armado (Gomes A Appleton J)

i) Caacutelculo do momento resistente

119872119877119863 = 120574119899119877 times (119860119904119890119902 times 119885119890119902 times 119891119904119910119889

119894 ) (531)

119860119904119890119902 = 119860119904

119894 + 119860119904119903 times

119891119904119910119889119903

119891119904119910119889119894 (532)

119885119890119902 =119860119904119894times119885119894times119891119904119910119889

119894 +119860119904119903times119885119903times119891119904119910119889

119903

119860119904119894times119891119904119910119889

119894 +119860119904119903times119891119904119910119889

119903 (533)

Admitindo z=09 vem

119872119877119863 = 120574119899119877 times (119860119904

119890119902 times 09 times 119891119904119910119889119894 ) (534)

99 Tiago Pais Boto

Com a utilizaccedilatildeo de tabelas de dimensionamento determina-se 119860119904119890119902

e atraveacutes da

expressatildeo seguinte podemos calcular a aacuterea de armadura de reforccedilo (119860119904119903)

119860119904119903 =

119891119904119910119889119894

119891119904119910119889119903 times (119860119904

119890119902 times119889119890119902

119889119903minus 119860119904

119894 times119889119894

119889119903) (535)

Onde

119872119877119863 = Momento resistente

120574119899119877 = Coeficiente de monolitismo para a flexatildeo ( 120574119899119877 = 09 valor sugerido no Eurocoacutedio 8

parte14)

119860119904119890119902

= Aacuterea de armadura equivalente

119885119890119902 = Braccedilo equivalente da seccedilatildeo reforccedilada

119891119904119910119889119894 = Tensatildeo de cedecircncia de traccedilatildeo da armadura existente

119860119904119894 = Aacuterea da armadura existente

119860119904119903 = Aacuterea da armadura de reforccedilo

119891119904119910119889119903 = Tensatildeo de cedecircncia de traccedilatildeo da armadura de reforccedilo

119885119894 = Braccedilo da seccedilatildeo de betatildeo relativamente agrave armadura existente

119885119903 = Braccedilo da seccedilatildeo de betatildeo relativamente agrave armadura de reforccedilo

119889119890119902 = Altura uacutetil equivalente da seccedilatildeo reforccedilada

119889119903 = Altura uacutetil da seccedilatildeo reforccedilada relativamente agrave armadura de reforccedilo

119889119894 = Altura uacutetil da seccedilatildeo reforccedilada relativamente agrave armadura existente

ii) Verificaccedilatildeo da seguranccedila da ligaccedilatildeo entre o betatildeo existentebetatildeo novo

Figura 5-33 Modelo de caacutelculo para verificaccedilatildeo da ligaccedilatildeo betatildeo existentebetatildeo novo

(Gomes A Appleton J)

100

1205911 =119881119904119889

119887119903times119885119890119902 (536)

1205912 =119881119904119889

119887119903times119885119890119902times

119860119904119903times119891119904119910119889

119903

119860119904119903times119891119904119910119889

119903 +119860119904119894times119891119904119910119889

119894 (537)

Para verificaccedilatildeo da ligaccedilatildeo temos de garantir que

1205912 le 120591119898aacute119909 =1

120574119888times

2

3times 119891119888119905119898 (538)

119891119888119905119898 = 119898119894119899 119891119888119905119898119899119900119907119900

119891119888119905119898119890119909119894119904119905119890119899119905119890

(539)

Onde

1205911 = Tensatildeo tangencial na seccedilatildeo do betatildeo existente

119881119904119889 = Valor de caacutelculo do esforccedilo transverso atuante

119887119903 = Largura da seccedilatildeo de betatildeo reforccedilada

119885119890119902 = Braccedilo equivalente da seccedilatildeo reforccedilada

1205912 = Tensatildeo tangencial na seccedilatildeo do betatildeo novo e o betatildeo existente

119860119904119903 = Aacuterea da armadura de reforccedilo

119891119904119910119889119903 = Tensatildeo de cedecircncia de traccedilatildeo da armadura de reforccedilo

119860119904119894 = Aacuterea da armadura existente

119891119904119910119889119894 = Tensatildeo de cedecircncia de traccedilatildeo da armadura existente

120591119898aacute119909 = Tensatildeo tangencial limite

120574119888 = Coeficiente de minoraccedilatildeo das propriedades resistentes do betatildeo em estruturas novas

119891119888119905119898 = Resistecircncia meacutedia agrave traccedilatildeo do betatildeo

5834 Verificaccedilatildeo da seguranccedila de vigas ao esforccedilo transverso no estado limite uacuteltimo

O dimensionamento para a verificaccedilatildeo da resistecircncia ao esforccedilo transverso de uma viga

de betatildeo armado pode ser realizado pelo meacutetodo dos coeficientes globais Com esta teacutecnica eacute

possiacutevel incrementar a resistecircncia associada agraves tensotildees de compressatildeo nas bielas inclinadas do

modelo de treliccedila aumentando a largura da alma da seccedilatildeo de betatildeo e introduzindo novos

estribos (Gomes A Appleton J 2008)

101 Tiago Pais Boto

i) Caacutelculo do esforccedilo transverso maacuteximo

119881119904119889 le 119881119877119889119898119886119909 =120572119888119908times119887119894times119885119894times1205921times119891119888119889

119888119900119905120579+119905119886119899120579+

120572119888119908times(119887119894minus119887119903)times119885119894times1205921times119891119888119889

119888119900119905120579+119905119886119899120579 (540)

Onde

119881119904119889 = Valor de caacutelculo do esforccedilo transverso atuante

119881119877119889119898119886119909 = Esforccedilo transverso maacuteximo

120572119888119908 = Fator que tem em conta o estado de tensatildeo na biela comprimida

119887119894 = Largura da seccedilatildeo de betatildeo da viga inicial

119885119894 = Braccedilo da seccedilatildeo de betatildeo relativamente agrave armadura existente

1205921 = Fator redutor da tensatildeo de compressatildeo do betatildeo fendilhado

119891119888119889 =Valor de caacutelculo da resistecircncia agrave compressatildeo do betatildeo

119887119903 = Largura da seccedilatildeo de betatildeo reforccedilada

120579 = Angulo das bielas do betatildeo

ii) Caacutelculo do esforccedilo transverso resistente de caacutelculo

119881119904119889 le 119881119877119889119904 = 120574119899119881 times (119885119894 times119860119904119908119894

119878times coth 120579 times 119891119910119889

119894 ) + 120574119899119881 times (119885119903 times119860119904119908119903

119878times coth 120579 times 119891119910119889

119903 ) (541)

Onde

119881119904119889 = Valor de caacutelculo do esforccedilo transverso atuante

119881119877119889119904 = Esforccedilo transverso resistente de caacutelculo

120574119899119881 = Coeficiente de monolitismo para a esforccedilo transverso ( 120574119899119881 = 08 valor sugerido por

Eurocoacutedio 8 parte14)

119885119894 = Braccedilo de uma seccedilatildeo de betatildeo relativamente agrave armadura existente

119860119904119908119894 =Aacuterea da armadura de esforccedilo transverso inicial por metro

119878 = Espaccedilamento dos varotildees de accedilo

120579 = Angulo das bielas do betatildeo

119891119910119889119894 = Tensatildeo de cedecircncia do accedilo da armadura existente

119885119903 = Braccedilo de uma seccedilatildeo de betatildeo relativamente agrave armadura de reforccedilo

119860119904119908119903 = Aacuterea da armadura de esforccedilo transverso adicional por metro

119891119910119889119903 =Tensatildeo de cedecircncia do accedilo da armadura de reforccedilo

102

De acordo com o Eurocoacutedigo 8 parte 14 o reforccedilo ao esforccedilo transverso natildeo conveacutem que seja

muito elevado seguindo a recomendaccedilatildeo de

119881119877119889119903 lt 2119881119877119889

119894 (542)

5835 Verificaccedilatildeo da seguranccedila de pilares aos estados limites uacuteltimos

O dimensionamento para a verificaccedilatildeo da resistecircncia agrave compressatildeo simples e resistecircncia

agrave flexatildeo de um pilar de betatildeo armado pode ser realizado pelo meacutetodo dos coeficientes globais

tendo em conta os modelos e os pressupostos satildeo semelhantes aos efetuados no caacutelculo de

seccedilotildees novas agrave flexatildeo

De acordo com (CEB- Bulletin drsquoinformation nordm 162 ) a contribuiccedilatildeo inicial de betatildeo

para a resistecircncia da peccedila pode ser desprezada se

119860119888119891119894119899119886119897

= 119860119888119903 + 119860119888

119894 ge 2119860119888119894 (543)

Figura 5-34Pilar com encamisamento de betatildeo armado total (Aacutelvaro Sousa 2008)

i) Correccedilatildeo da resistecircncia agrave compressatildeo do betatildeo

De acordo com o CEB Bulletin drsquoinformation nordm 213214 o valor corrigido da

resistecircncia agrave compressatildeo do betatildeo 119891119888119870119888119891 pode ser calculado a partir das seguintes expressotildees

119891119888119870119888119891 = 119891119888119896 times (1000 + 50 times1205902

119891119888119896) 119902119906119886119899119889119900 1205902 lt 005 times 119891119888119896 (544)

103 Tiago Pais Boto

119891119888119870119888119891 = 119891119888119896 times (1125 + 25 times1205902

119891119888119896) 119902119906119886119899119889119900 1205902 gt 005 times 119891119888119896 (545)

1205902 =1

2times 120572119899 times 120572119904 times 120596119899 (546)

120596119899 =119881119900119897119906119898119890 119889119886 119886119903119898119886119889119906119903119886 119905119903119886119899119904119907119890119903119904119886119897

119881119900119897119906119898119890 119889119900 119887119890119905atilde119900=

2(1198870+ℎ0)timesempty1198901199041199051199031198941198871199061199042

4times1

119904

1198870timesℎ0 (547)

Onde

119891119888119870119888119891 = Valor caracteriacutestico corrigido da resistecircncia agrave compressatildeo do betatildeo

119891119888119896 = Valor caracteriacutestico da tensatildeo de rotura agrave compressatildeo do betatildeo

1205902 = Tensatildeo de confinamento

120596119899 = Percentagem volumeacutetrica da armadura transversal

120572119899 = Coeficiente redutor que tem em conta a aacuterea de betatildeo em planta efetivamente

confinada

120572119904 = Coeficiente redutor que tem em conta a aacuterea de betatildeo em altura efetivamente

confinada

1198870 119890 ℎ0 = Dimensatildeo do nuacutecleo cintado de betatildeo medidas em relaccedilatildeo agrave face interior do

betatildeo

119904 = Espaccedilamento dos varotildees da armadura transversal (espaccedilamento dos estribos)

ii) Dimensionamento agrave compressatildeo simples

119873119904119889 le 119873119903119889 = 120574119899119877 times (119860119888119894 times 119891119888119889119888119891 + 119860119904

119894 times 119891119904119910119889119894 ) + 120574119899119877 times ((119860119888

119903 minus 119860119888119888119903) times 119891119888119889119888119891 + 119860119904

119903 times 119891119904119910119889119903 )

(548)

Onde

119873119904119889 = Esforccedilo axial atuante

119873119903119889 = Esforccedilo axial resistente

120574119899119881 = Coeficiente de monolitismo para a esforccedilo transverso ( 120574119899119881 = 08 valor

sugerido no Eurocoacutedio 8 parte14)

119860119888119894 = Aacuterea do betatildeo existente

119891119888119889119888119891 = Valor de caacutelculo corrigido da resistecircncia aacute compressatildeo do betatildeo

104

119860119904119894 = Aacuterea da armadura existente

119891119904119910119889119894 = Tensatildeo de cedecircncia de traccedilatildeo da armadura de existente

119860119888119903 = Aacuterea do betatildeo de reforccedilo

119860119888119888119903 = Aacuterea do betatildeo de recobrimento que natildeo se considera confinado

119860119904119903 = Aacuterea da armadura de reforccedilo

119891119904119910119889119903 = Tensatildeo de cedecircncia de traccedilatildeo da armadura de reforccedilo

iii) Dimensionamento agrave flexatildeo composta

O modelo de caacutelculo semelhante aos efetuados no caacutelculo de secccedilotildees novas agrave flexatildeo composta

Figura 5-35Modelo de caacutelculo dos esforccedilos resistentes agrave flexatildeo composta (Aacutelvaro Sousa

2008)

O esforccedilo axial e o momento resistente final devem ser afetados pelos coeficientes de

monolitismo correspondentes

119873119877119889119891119894119899119886119897

= 119873119877119889 times 120574119899119877 (549)

119872119877119889119891119894119899119886119897

= 119872119877119889 times 120574119899119877 (550)

Onde

119873119877119889119891119894119899119886119897

=Esforccedilo axial resistente afetado pelo coeficiente de monolitismo

119873119877119889 = Esforccedilo axial resistente

120574119899119881 = Coeficiente de monolitismo para a esforccedilo transverso ( 120574119899119881 = 08 valor

sugerido por Eurocoacutedio 8 parte14)

119872119877119889119891119894119899119886119897

= Momento resistente da seccedilatildeo reforccedilada afetado pelo coeficiente de

monolitismo

119872119877119889 = Momento resistente da seccedilatildeo reforccedilada

105 Tiago Pais Boto

584 Reforccedilo de estruturas em betatildeo com colagem de compoacutesitos FRP (Poliacutemeros reforccedilados

com fibras)

5841 Introduccedilatildeo

O reforccedilo de estruturas com FRP aparece devido agrave necessidade de reforccedilar com

materiais mais leves facilitar a execuccedilatildeo e por atualmente haver uma reduccedilatildeo dos custos de

fabrico das fibras Pode-se dizer que eacute uma evoluccedilatildeo da teacutecnica por colagem de chapas ou placas

de accedilo

Este compoacutesito de FRP eacute constituiacutedo pela conjugaccedilatildeo de fibras orgacircnicas ou inorgacircnicas

agrupadas atraveacutes de uma resina (polieacutesteres vinil ou epoacutexi) termoendureciacutevel ou

termoplaacutestica formando assim a matriz polimeacuterica O compoacutesito de FRP tem ainda cargas de

enchimento designadas por ldquofillersrdquo podendo tambeacutem conter aditivos tais como agentes

catalisadores ou aceleradores De acordo com Juvandes (1999) os FRPrsquos satildeo distinguidos em

dois grupos os sistemas preacute-fabricados conhecidos por ldquoPrefabricated Elementsrdquo (constituiacutedos

pelo laminado de FRP e pelo adesivo) e os sistemas curados ldquoin siturdquo conhecidos por ldquoWet Lay-

up Systemsrdquo (constituiacutedos pela telas de fibras e pela resina de impregnaccedilatildeo) Ainda de acordo

com a disposiccedilatildeo das fibras e da sua geometria podem ser classificados de unidirecionais

bidirecionais e multidirecionais As fibras mais utilizadas satildeo o vidro o carbono e a poliamide

aromaacutetica (aramida ou kevlarreg) sendo os respetivos compoacutesitos reforccedilados assinalados

internacionalmente por GFRP (Glass Fiber Reinforced Polymer) CFRP (Carbon Fiber

Reinforced Polymer) e AFRP (Aramid Fiber Reinforced Polymer)

5842 Sistemas Preacute-Fabricados

O grupo dos Sistemas Preacute-Fabricados adveacutem de um conjunto de fibras com orientaccedilatildeo

unidirecional unificadas atraveacutes de uma resina termoendureciacutevel resultante de um processo

designado por pultrusatildeo este consiste em saturar as fibras continuas com espessuras e larguras

controladas com resina puxadas atraveacutes de um molde aquecido resultando num produto final

com a forma transversal desejada dispensando qualquer polimerizaccedilatildeo do produto em obra

De acordo com (Juvandes1999) o laminado mais utilizado (ldquoLaminaterdquo ldquoStripsrdquo)

apresenta-se com a espessura tiacutepica de 12 a 14mm e com largura variaacutevel As caracteriacutesticas

mecacircnicas e fiacutesicas destes devem ser garantidas pelo fabricante com base em ensaios em

planos de controlo de qualidade Para a colagem dos laminados agrave superfiacutecie do betatildeo eacute utilizado

um compoacutesito que pode ser do tipo epoacutexido de vinil ou polieacutester designado por adesivo

5843 Sistemas ldquoin siturdquo

Ao contraacuterio dos sistemas Preacute-fabricados os sistemas ldquoin siturdquo natildeo apresentam um

produto final consolidado com resina mas sim fibras em forma de fios designados por Tecidos

(ldquoFabricsrdquo) ou Mantas (ldquoSheetsrdquo) em estado seco ou com teores de impregnaccedilatildeo reduzidos

106

De acordo com Juvandes (1999) as Mantas satildeo compostas por fibras unidirecionais

(orientaccedilatildeo 0ordm) e com espessuras de 01 a 02mm (110 dos laminados) e larguras entre 25 e

30cm Os Tecidos tecircm fibras entrelaccediladas (orientaccedilotildees 0ordm90ordm) ou multi direccionalmente com

a largura de cerca de 60cm A percentagem das fibras das Mantas e dos tecidos satildeo indicadas

pelo peso do produto por msup2 (gmsup2) sendo que os valores correntes encontram-se na ordem dos

200 a 400 gmsup2

O produto final conteacutem resina para impregnar as fibras sendo necessaacuterio em obra uma

polimerizaccedilatildeo com resina para criar o FRP Esta polimerizaccedilatildeo funciona tambeacutem como adesivo

agrave superfiacutecie da estrutura de betatildeo

Figura 5-36 Compoacutesito de FRP (Formas Preacute-Fabricada e Curada ldquoin siturdquo) (LJuvandes et all

2007)

5844 Componentes da aplicaccedilatildeo do sistema FRP

Fibras

107 Tiago Pais Boto

As fibras sendo o componente principal nos sistemas FRP tecircm que ser escolhidas

essencialmente em funccedilatildeo da classe de exposiccedilatildeo ambiental do moacutedulo de elasticidade

resistecircncia agrave traccedilatildeo e fadiga durabilidade e custo econoacutemico

As fibras em filamento de configuraccedilatildeo contiacutenua designadas ldquoContinuous Fibersrdquo (ACI

440R-96 1996 JCI TC952 1998) satildeo as mais adequadas para intervenccedilotildees de reforccedilo em

estruturas de betatildeo devido agrave possibilidade de orientaccedilatildeo numa direccedilatildeo especiacutefica otimizando

o desempenho estrutural (Juvandes 1999) As fibras continuas mais usadas no reforccedilo com

recurso a sistemas de FRP satildeo de vidro (G) de carbono (C) e a poliamida aromaacutetica (aramida

(A) ou Kevlarreg (K))

As fibras de carbono (C) destingem-se das outras natildeo soacute pelo elevado preccedilo mas

tambeacutem por apresentarem elevados moacutedulos de elasticidade elevada resistecircncia agrave traccedilatildeo e

fadiga relaccedilatildeo resistecircnciapeso extremamente altos As fibras de Aramida (A) satildeo as que tecircm

a maior relaccedilatildeo resistecircncia de traccedilatildeo peso assim como o mais baixo peso especiacutefico de entre

as trecircs boa resistecircncia agrave abrasatildeo impacto e resistecircncia teacutermica Em relaccedilatildeo agraves fibras de vidro

(G) aleacutem dos baixos moacutedulos de elasticidade e baixa resistecircncia agrave fadiga distinguem-se pelo

baixo custo econoacutemico elevada resistecircncia teacutermica e resistecircncia agrave traccedilatildeo

Figura 5-37 Comportamento agrave traccedilatildeo de fibras e metais (ACI 440R-96 1996)

Legenda

C-HM = Fibras de Carbono de elevado moacutedulo de elasticidade

C-HS = Fibras de Carbono de elevada resistecircncia

A-HM = Fibras de Aramida de elevado moacutedulo de elasticidade

A-IM = Fibras de Aramida de moacutedulo de elasticidade intermeacutedio

G-S = Fibras de Vidro de elevada resistecircncia

108

G-AR = Fibras de Vidro de resistecircncia meacutedia

G-E = Fibras de Vidro com propriedades similares a G-AR mas de densidade

inferior

Tabela 5-12Propriedades das Principais Fibras (Manoochehr Zoghi 2014)

Adesivos

Os adesivos satildeo utilizados em sistemas ldquoPreacute-Fabricadosrdquo jaacute referido anteriormente e

satildeo constituiacutedos por uma resina e por vezes com a adiccedilatildeo de um endurecedor garantindo assim

a funccedilatildeo de ligaccedilatildeo e transferecircncia de tensotildees entre o sistema FRP e o betatildeo

Primaacuterio (Primers)

O Primaacuterio tambeacutem conhecido por (ldquoPrimersrdquo) eacute um fluido de viscosidade reduzida

geralmente cerca de 10 de soluccedilatildeo do adesivo em solvente orgacircnico que se coloca na

superfiacutecie do betatildeo para melhorar o desempenho da ligaccedilatildeo e criar um revestimento sobre o

qual o adesivo possa fluir mais facilmente (FIB bulletin14 2001)

Massa de enchimento (Puttie filler)

A massa de enchimento designada por (ldquoPuttie fillerrdquo) segundo a norma ACI 4402R-

08 2008 eacute um material relativamente inerte constituiacutedo por calcaacuterio pulverizado siacutelica ou

substancias coloidais adicionado com cimento Portland tinta resina ou outros materiais

podendo reduzir a retraccedilatildeo a densidade os custos e aumentar a trabalhabilidade

109 Tiago Pais Boto

Este material eacute usado para preencher vazios quando a superfiacutecie de betatildeo apresenta

irregularidades significativas das quais o primaacuterio natildeo eacute suficiente para suprimir pequenas

fendas ou orifiacutecios tornando assim a superfiacutecie de betatildeo mais lisa e regular

Resinas de saturaccedilatildeo

As resinas de saturaccedilatildeo ou matriz polimeacuterica (resina termoendureciacutevel) como o nome

indica servem para impregnar as fibras de reforccedilo e moldar a superfiacutecie de betatildeo Tecircm ainda

como funccedilatildeo fornecer um caminho de transferecircncia de tensotildees proteger as fibras de eventuais

choques mecacircnicos essencialmente esforccedilos de compressatildeo accedilotildees teacutermicas e exposiccedilatildeo agrave

agressividade ambiental Por estas razotildees a seleccedilatildeo da matriz polimeacuterica deve ser cuidada

justificando geralmente a escolha por resinas termoendureciacuteveis do tipo epoacutexido (ACI 440R-

96 1996)

Um estudo conduzido por (Juvandes et all 2006) com o tema A temperatura e a teacutecnica

de reforccedilo por colagem de sistemas de FRP com recurso a ensaios DSC e DMTArdquo Permitiu

concluir que a variaccedilatildeo de temperatura critica (Tc) em resinas comerciais correntes se encontra

muito proacuteximo e por vezes abaixo do valor das temperaturas caracteriacutesticas (T95) das obras em

Portugal Esta aproximaccedilatildeo pode conduzir ao amolecimento dos adesivos em determinado

periacuteodo de funcionamento da estrutura pondo em causa as propriedades e todo o sistema de

reforccedilo FRP

Desta forma os autores recomendam a implementaccedilatildeo trecircs criteacuterios [i] ‒ avaliar o

gradiente higroteacutermico esperado para a envolvente da obra no periacuteodo de vida uacutetil [ii] ‒

selecionar ou desenvolver novos adesivosresinas cujo valor da temperatura de transiccedilatildeo viacutetrea

(Tg) seja superior agraves condicionantes ambientais esperadas para a estrutura [iii] ‒ implementar

accedilotildees preventivas na zona reforccedilada de modo a evitar a exposiccedilatildeo direta dos reforccedilos ao

ambiente recorrendo a medidas de proteccedilatildeo

Revestimento protetor

A camada exterior do sistema FRP eacute designada por revestimento protetor Para o

sistema ter um comportamento adequado a longo prazo recomenda-se a execuccedilatildeo de uma

proteccedilatildeo a curto prazo (Proteccedilatildeo Temporaacuteria) incluindo medidas de proteccedilatildeo essencialmente

ambientais na fase em que a resina de saturaccedilatildeo se encontra em processo de cura Apoacutes a

conclusatildeo deste processo eacute entatildeo aplicada a proteccedilatildeo de caraacuteter definitivo (Proteccedilatildeo

Permanente) concebida para proteger contra impactos fogo exposiccedilatildeo a quiacutemicos raios

ultravioleta humidade temperaturas excessivas e vandalismo Poderaacute ainda haver um

acabamento esteacutetico (Mirmiran e Shahawy 2008)

110

Figura 5-38 Aplicaccedilatildeo do sistema FRP (adaptado de BASF 2007)

5845 Apreciaccedilotildees sobre Durabilidade dos FRPrsquos

Figura 5-39Fatores condicionantes para a durabilidade dos FRPrsquos

Humidade

A humidade eacute a principal causa da diminuiccedilatildeo da resistecircncia da matriz devido agraves

ligaccedilotildees moleculares moles Uma escolha apropriada da resina por exemplo a matriz de

vinylester pode diminuir o efeito da humidade Jaacute as resinas de polieacutester natildeo satildeo aconselhadas

em ambientes onde a humidade eacute importante Para sistemas de reforccedilo com CFRP vaacuterios

estudos mostram que em ambientes que envolvem ciclos de molhagem o desempenho do FRP

diminui entre 20 a 30 valores resultantes da descolagem da placa FRP agrave interface do betatildeo

(Aacutelvaro Sousa 2008)

Alcalinidade

DURABILIDADE

TEMPERATURAEXPOSICcedilAtildeO

ULTRA-VIOLETA

HUMIDADE ALCALINIDADE

111 Tiago Pais Boto

A diminuiccedilatildeo da capacidade resistente dos sistemas FRP devido agrave alcalinidade provem

obviamente da exposiccedilatildeo a que o sistema estaacute sujeito mas tambeacutem devido alcalinidade e

porosidade do betatildeo onde usualmente se encontram valores de pH acima de 11 Esta

sensibilidade eacute substancialmente notoacuteria em sistemas GFRP onde a deterioraccedilatildeo da matriz e das

fibras conduzem a perdas de capacidade resistente na ordem dos 20 Para combater estas

vulneraacuteveis situaccedilotildees aconselha-se a usar resinas da matriz do tipo vinylester e uma pintura de

proteccedilatildeo designada por AR-Glass (Alkalin Resistant fibers) Apesar de ser cerca de 10 vezes

monetariamente mais caro comparativamente ao sistema convencional GFRP (E-GLASS)

(Aacutelvaro Sousa 2008)

Temperatura

Os sistemas FRP perdem as suas propriedades mecacircnicas quando expostos a altas

temperaturas A temperatura tiacutepica desta deterioraccedilatildeo eacute a temperatura de transiccedilatildeo viacutetrea que

se situa entre os 60ordm e 120ordm Celsius em sistemas GFRP e AFRP Esta eacute uma das razotildees para os

FRPacutes natildeo serem tatildeo amplamente utilizados em edifiacutecios onde em comparaccedilatildeo com as pontes

a seguranccedila eacute mais exigente Uma das principais preocupaccedilotildees em caso de incecircndio usando

FRP eacute a libertaccedilatildeo de gases extremamente toacutexicos e perigosos para os seres humanos aleacutem da

perda de cerca de 80 da resistecircncia agrave traccedilatildeo para temperaturas acima de 500ordm Celsius

Uma soluccedilatildeo para contornar o problema eacute o uso de sistemas CFRP na verdade satildeo quase

insensiacuteveis a altas temperaturas capazes de suportar temperaturas superiores a 1000ordm Celsius

que eacute entre outras a razatildeo pela qual se utilizam fibras na induacutestria de aviaccedilatildeo

A American Concrete Institute (ACI) publicou um artigo interessante em 2006 que natildeo

recomenda o uso de FRP em edifiacutecios onde a integridade estrutural tem que ser mantida no caso

de um incecircndio

Exposiccedilatildeo ultravioleta

Compreende-se bem que os raios ultra violetas causam danos nas ligaccedilotildees quiacutemicas (foto

degradaccedilatildeo) fenoacutemeno que se verifica para determinados comprimentos de onda Poreacutem este

fenoacutemeno aparece apenas na camada superficial do poliacutemero AFRP onde um revestimento

adequado pode resolver o problema Os sistemas CFRP e GFRP natildeo estatildeo sujeitos a este tipo

de agressatildeo

5846 Consideraccedilotildees Finais vantagens e desvantagens

A teacutecnica de reforccedilo por colagem exterior de Sistemas Compoacutesitos de FRP surge como

uma alternativa aos sistemas de reforccedilo por colagem de chapas ou perfis metaacutelicos

As caracteriacutesticas mecacircnicas notaacuteveis de poliacutemeros reforccedilados com fibras foram

descritas ao longo deste capiacutetulo Apesar do custo econoacutemico mais elevado em comparaccedilatildeo

com os materiais tiacutepicos de engenharia civil tais como betatildeo ou accedilo a relaccedilatildeo pesoresistecircncia

112

capacidade contra ambientes agressivos facilidade e simplicidade de manuseamento em obra

daacute a este material um grande potencial para ser usado em melhorias estruturais apresentando

oacutetimos resultados de resistecircncia durabilidade facilidade e simplicidade de execuccedilatildeo em obra

Natildeo diferindo das restantes teacutecnicas de reforccedilo o seu ecircxito depende em larga escala da sua

correta conceccedilatildeo em projeto e da boa execuccedilatildeo em obra

Tabela 5-13 Principais vantagens e desvantagens das fibras FRP (Aacutelvaro Sousa 2008)

Tipo de Fibra Vantagens Desvantagens

Carbono (CFRP)

Grande resistecircncia agrave traccedilatildeo

compressatildeo e fadiga

Sensibilidade ao choque e

abrasatildeo

Grande resistecircncia a temperaturas

elevadas e agrave accedilatildeo de agentes quiacutemicos Corrosatildeo do tipo galvacircnico

Boa condutividade teacutermica e eleacutetrica Cerca de dez vezes mais cara do

que as fibras de vidro (GFRP)

Imune agrave corrosatildeo

Vidro (GFRP)

Grande resistecircncia agrave temperatura Muito suscetiacutevel a choques e

danos

Boa aderecircncia agrave matriz polimeacuterica Caracteriacutesticas mecacircnicas

inferiores a CFRP e AFRP

Transparente Maior peso especiacutefico

Boa relaccedilatildeo qualidadepreccedilo

Aramida (AFRP)

Baixa densidade Baixa resistecircncia agrave compressatildeo

Elevada resistecircncia agrave traccedilatildeo Sensibilidade agrave fluecircncia e accedilatildeo

dos raios ultra violetas

Boa resistecircncia ao choque desgaste e

vibraccedilotildees Dificuldade de moldagem

Boa resistecircncia a altas temperaturas e a

quiacutemicos Absorccedilatildeo de humidade

113 Tiago Pais Boto

6 Exemplos de casos praacuteticos de reparaccedilatildeo e reforccedilo

61 Cais de carga geral do porto de Aveiro

Figura 6-1 Vista do Cais de Carga do porto de Aveiro (LOURENCcedilO Z 2007)

Descriccedilatildeo da obra

O cais do Porto de Aveiro situa-se na faixa da costa dentro do limite da largura maacutexima legal

do domiacutenio puacuteblico mariacutetimo Este contem cinco zonas portuaacuterias designadas por Terminal

Norte Terminal Sul Terminal de Graneis Liacutequidos Porto de Pesca Costeira e Porto de Pesca

do Largo A intervenccedilatildeo eacute direcionada para as zonas de mareacute e de salpicos da viga frontal do

Cais de Carga Geral este tem um comprimento de 250 metros e a aacuterea total de betatildeo armado

a ser protegida foi de 1046 m2

Inspeccedilotildees Ensaios Anomalias patologias

O ensaio submetido ao cais de carga geral foi a mediccedilatildeo nos pontos de monitorizaccedilatildeo (zona 1

zona 2 e zona 3) do potencial natural

Como esperado os valores mais negativos foram verificados na zona 3 onde a concentraccedilatildeo de

humidade no betatildeo era superior Jaacute os valores menos negativos foram registados na zona 1

zona de salpicos onde a concentraccedilatildeo de humidade eacute inferior e com maior concentraccedilatildeo de

oxigeacutenio

Jaacute no decorrer da obra foram efetuados os seguintes testes antes da betonagem

- Verificaccedilatildeo da continuidade eleacutetrica das armaduras em cada secccedilatildeo

- Continuidade eleacutetrica das ligaccedilotildees catoacutedicas

- Continuidade eleacutetrica entre as ligaccedilotildees anoacutedicas na mesma zona

114

Antes durante e depois da betonagem foram realizados testes para verificaccedilatildeo da ausecircncia de

curto-circuito entre fitas de acircnodo e a armadura Estes testes foram realizados atraveacutes da

mediccedilatildeo da resistecircncia e do potencial entre as ligaccedilotildees anoacutedicas e catoacutedicas em cada

zonasecccedilatildeo

Figura 6-2 Corte da viga frontal com a ilustraccedilatildeo das diferentes zonas anoacutedicas do sistema de

proteccedilatildeo catoacutedica (LOURENCcedilO Z 2007)

Intervenccedilatildeo realizada

Um sistema de proteccedilatildeo catoacutedica foi utilizado nesta intervenccedilatildeo constituiacutedo por fitas de malha

de Titacircnio ativado revestida com oacutexidos de metais nobre (TiMMO) com 20 mm de largura e

05 mm de espessura As fitas foram instaladas com espaccedilamento de 250 mm garantido atraveacutes

de espaccediladores apropriados de modo a evitar curto-circuitos e ligadas atraveacutes de soldadura por

pontos a uma outra fita de Titacircnio distribuidor da corrente Os eleacutetrodos de referecircncia

utilizados foram de MnMnO2 sendo fixos nas armaduras com a ajuda de braccediladeiras de

plaacutestico

Para um melhor controlo da informaccedilatildeo gerada e controlo da corrente as trecircs zonas iniciais de

monitorizaccedilatildeo foram subdivididas em subzonas

De modo a que a intensidade de corrente de cada zona se mantivesse constante o sistema foi

carregado em modo de corrente constante permitindo tambeacutem assim que a tensatildeo de saiacuteda de

cada fonte de alimentaccedilatildeo varie automaticamente em funccedilatildeo da resistividade do betatildeo

A monitorizaccedilatildeo e controlo do sistema eacute feito atraveacutes de uma unidade central constituiacuteda

essencialmente por trecircs fontes de alimentaccedilatildeo (uma por zona) voltiacutemetros e amperiacutemetros para

mediccedilatildeo da intensidade da corrente e da voltagem fornecida e voltiacutemetro de alta impedacircncia

para mediccedilatildeo dos potenciais de eleacutetrodo (LOURENCcedilO Z 2007)

115 Tiago Pais Boto

Figura 6-3 Instalaccedilatildeo das fitas de malha de TiMMO (LOURENCcedilO Z 2007)

Figura 6-4 Unidade Central de controlo e monitorizaccedilatildeo (LOURENCcedilO Z 2007)

Ficha teacutecnica e estado atual da obra (conclusotildees)

Decidiu-se efetuar dois ciclos de polarizaccedilatildeodespolarizaccedilatildeo com duraccedilatildeo de dois meses cada

ciclo de polarizaccedilatildeo e 72 horas cada ciclo de despolarizaccedilatildeo Verificou-se que os valores do

decrescimento de potencial ao fim do primeiro ciclo foram inferiores a 100mV portanto

116

decidiu-se aumentar a corrente fornecida a cada sub zona no segundo ciclo de despolarizaccedilatildeo

A tabela 61 apresenta os valores de potencial polarizado (instante OFF) e do decrescimento do

potencial obtidos em cada sub zona

Tabela 6-1 Resultados obtidos durante dois ciclos de polarizaccedilatildeo despolarizaccedilatildeo

(LOURENCcedilO Z 2007)

Tabela 6-2 Meacutedia dos valores de decrescimento de potencial obtido em cada zona e em cada

ciclo de polarizaccedilatildeo (LOURENCcedilO Z 2007)

Em comparaccedilatildeo com o maacuteximo de 2 mAm2 recomendado na Norma Europeia estes resultados

mostram que a densidade de corrente necessaacuteria nesta estrutura para a obtenccedilatildeo de 100 mV de

decrescimento de potencial ao fim de 72 h de despolarizaccedilatildeo eacute da ordem de 35 mA m2 Mas

sendo que o sistema foi dimensionado para receber densidades de corrente muito superiores aos

valores recomendados pela Norma Europeia natildeo existiu qualquer problema de durabilidade

117 Tiago Pais Boto

dos acircnodos e dos restantes componentes do sistema (LOURENCcedilO Z 2007)

Figura 6-5 Meacutedia dos valores do decrescimento do potencial (72 h) em funccedilatildeo da densidade de

corrente (LOURENCcedilO Z 2007)

62 Viaduto Duarte Pacheco

Figura 6-6 Vista geral viaduto Duarte Pacheco (httpwwwpanoramiocom 2014)

118

Descriccedilatildeo da obra

O Viaduto Duarte Pacheco eacute um viaduto de acesso a Lisboa vindo da autoestrada A5 Tem um

tabuleiro com 355m de desenvolvimento e 24 metros de largura Foi projetado em 1937 pelo

Engenheiro Joatildeo Alberto Barbosa Carmona e a obra teve iniacutecio em Abril de 1939 e concluiacuteda

em Dezembro de 1944 (APPLETON J et al 2004)

A estrutura realizada na sua maioria em betatildeo armado eacute composta em 5 partes

Duas passagens superiores em arco uma sobre a linha de caminho-de-ferro e outra sobre

a Avenida do Parque Florestal de Monsanto

Um arco central sobre a Avenida de Ceuta

Dois viadutos com uma extensatildeo de 8580 m entre eixos de vigas contiacutenuas de 5 tramos

com 1635 m de vatildeo apoiadas em pilares articulados longitudinalmente

Figura 6-7 Alccedilado do Viaduto Duarte Pacheco (APPLETON J et al 2004)

Inspeccedilotildees Ensaios Anomalias

Em 1993 e 1994 o LNEC realizou uma inspeccedilatildeo visual onde se detetou fendilhaccedilatildeo de

geometria irregular e fendilhaccedilatildeo orientada com as armaduras longitudinais o que originou a

despassivaccedilatildeo das armaduras e alguma corrosatildeo nas mesmas Da anaacutelise efetuada em amostras

de betatildeo com recurso a raio X foram detetadas reaccedilotildees expansivas no betatildeo nomeadamente

reaccedilotildees aacutelcalis-siacutelica e etringite Em algumas zonas a carbonataccedilatildeo jaacute era significativa

aproximando-se da profundidade das armaduras

Os ensaios de composiccedilatildeo do betatildeo confirmaram a presenccedila de inertes reativos em toda a obra

Os ensaios de humidade indicam que a humidade relativa no interior dos elementos estruturais

eacute superior a 85 Os ensaios de reatividade potencial dos aacutelcalis concluiacuteram que estas reaccedilotildees

estatildeo praticamente terminadas (APPLETON J et al 2004)

119 Tiago Pais Boto

Figura 6-8 Fendilhaccedilatildeo das reaccedilotildees alcali-siacutelica no betatildeo nas vigas do tabuleiro

(APPLETON J et al 2004)

Intervenccedilatildeo realizada

A reabilitaccedilatildeo orientada para suprimir as patologias detetadas foi dividida em 8 fases de

trabalho (APPLETON J et al 2004)

1ordf Reparaccedilatildeo local das zonas com indiacutecios de corrosatildeo de armaduras reconstruindo o

betatildeo da camada superficial com microbetatildeo ou argamassas preacute-doseadas Em zonas

com extensatildeo significativa foi previsto o reforccedilo com malha de accedilo galvanizado que tem

o objetivo de controlar reduzindo a abertura de fendas devidas a novas reaccedilotildees

expansivas

2ordf Reparaccedilatildeo das zonas com fendilhaccedilatildeo acentuada (em particular em pilares e arcos)

provocada pelas reaccedilotildees expansivas com ou sem corrosatildeo de armaduras Nas fendas de

abertura superior a 10 mm foi realizado o seu preenchimento com calda de cimento e a

selagem do bordo com poliuretano (figura 3) As fendas com abertura entre 04 mm e

10 mm foram somente seladas

3ordf Proteccedilatildeo da estrutura em relaccedilatildeo ao mecanismo de corrosatildeo de armaduras e controlo

das reaccedilotildees expansivas aacutelcalis-siacutelica Neste efeito de proteccedilatildeo eacute essencial a eficaacutecia no

controlo das trocas de humidade entre o ambiente exterior e a estrutura de betatildeo Assim

o sistema deveraacute eliminar a penetraccedilatildeo de aacutegua para o interior do betatildeo ao mesmo tempo

que possibilita a saiacuteda de vapor de aacutegua do interior do betatildeo para o meio exterior

Paralelamente o sistema de proteccedilatildeo superficial deveraacute ainda garantir uma adequada

proteccedilatildeo em relaccedilatildeo agrave penetraccedilatildeo de aniacutedrico carboacutenico (CO2) e deveraacute possuir

capacidade de deformaccedilatildeo para absorver sem fendilhar as deformaccedilotildees expansivas (e

abertura de fendas) devidas agraves reaccedilotildees aacutelcalis-siacutelica Assim este sistema de proteccedilatildeo

superficial multi barreiras eacute composto pelos seguintes elementos

-Impregnaccedilatildeo hidrofugante sistema aplicado por projeccedilatildeo e que penetra na estrutura

porosa superficial do betatildeo revestindo os poros e repelindo a aacutegua

-Barramento das fendas incorporando malha de fibras de vidro

-Pintura (revestimento espesso e flexiacutevel) aplicado pelo menos em duas dematildeos

cruzadas e com maior espessura nos seguintes elementos arcos centrais pilares sobre

os arcos centrais pilastras dos arcos centrais e vigas exteriores do tabuleiro (espessura

superior ou igual a 500 μm)

120

Figura 6-9 Fendilhaccedilatildeo em pilar e trabalho de injeccedilatildeo (APPLETON J et al 2004)

4ordf Reabilitaccedilatildeo de apoios

Figura 6-10 Reabilitaccedilatildeo de apoios moveis (APPLETON J et al 2004)

5ordf Substituiccedilatildeo de apoios moacuteveis

Figura 6-11 Substituiccedilatildeo de apoios moacuteveis bloqueados e deformados (APPLETON J et al

2004)

121 Tiago Pais Boto

6ordf Reforccedilo das vigas externas do tabuleiro com laminados de fibras de carbono

Figura 6-12Reforccedilo com laminados de fibra de carbono (APPLETON J et al 2004)

7ordf Reconstruccedilatildeo das lajes consola dos passeios A laje consola tinha apenas uma espessura

de 007 m o que dificultaria a sua reparaccedilatildeo Assim foi considerado que a sua

reconstruccedilatildeo seria mais apropriada tendo entatildeo a espessura da nova laje sido de 010 m

Na figura 7 ilustram-se os trabalhos de reconstruccedilatildeo dessas lajes

Figura 6-13Reconstruccedilatildeo das lajes consola e dos passeios (APPLETON J et al 2004)

8ordf Trabalhos diversos tais como reconstruccedilatildeo dos topos das pilastras zonas de apoio das

vigas repavimentaccedilatildeo do tabuleiro requalificaccedilatildeo do sistema de drenagem de aacuteguas

pluviais introduccedilatildeo de um sistema de impermeabilizaccedilatildeo

122

Ficha teacutecnica e estado atual da obra

A intervenccedilatildeo foi realizada em 200203 e ficou a cargo do empreiteiro Construtora do Tacircmega

Foram reparados 1930m2 de aacuterea deteriorada o sistema de proteccedilatildeo foi aplicado em 44000m2

Utilizaram-se 968m de laminados para reforccedilo (Saraiva J 2007)

Figura 6-14Vista geral do viaduto Duarte Pacheco apoacutes intervenccedilatildeo (APPLETON J et al

2004)

63 Reabilitaccedilatildeo da ponte cais da Trafaria

Figura 6-15 Ponte Cais da Trafaria (a2p estudos e projetos 2004)

123 Tiago Pais Boto

Descriccedilatildeo da obra

A Ponte Cais construiacuteda em 1983 eacute utilizada para o aprestamento de navios de transporte dos

cereais Eacute constituiacuteda por 9 caixotildees com 210m de largura e 120m de desenvolvimento sobre

os quais apoiam 8 lajes vigadas com 204m de comprimento e 190m de largura Estes satildeo em

betatildeo armado e as lajes vigadas em betatildeo armado preacute-esforccedilado A ponte inclui 3 duques

DrsquoAlba e respetivas passagens para peotildees constituiacutedos por vigas simplesmente apoiadas com

vatildeos que variam entre 22m e 42m (a2p estudos e projetos 2004)

Inspeccedilotildees ensaios e anomalias

Uma inspeccedilatildeo visual mostrou que alguns paineacuteis de laje tinham o betatildeo da face inferior

totalmente delaminado e nalgumas vigas as bainhas de preacute-esforccedilo estavam jaacute aparentes e

sujeitas agrave livre corrosatildeo Constatou-se que as vigas mais altas que estavam em contacto com a

aacutegua por terem um niacutevel de humidade permanente mais elevado se encontravam menos

deterioradas que as vigas mais baixas (poros saturados fazem diminuir a quantidade de oxigeacutenio

junto das armaduras limitando a progressatildeo da corrosatildeo)

Devido aacute elevada exposiccedilatildeo do ambiente mariacutetimo verificou-se a corrosatildeo geral nas armaduras

causada por cloretos Os ensaios concluiacuteram que o valor criacutetico de concentraccedilatildeo de cloretos

situava-se aos 45mm de profundidade

Inclusivamente devido ao elevado estado de deterioraccedilatildeo em 2004 uma das vigas das

passagens de peotildees colapsou com uma rotura fraacutegil O colapso aconteceu apenas para a accedilatildeo

das cargas permanentes Realizou-se uma anaacutelise estrutural que permitiu concluir que tal soacute

podia acontecer com a rotura de dois cabos de preacute-esforccedilo Ensaios posteriores agrave calda de

injeccedilatildeo dos cabos permitiu concluir que esta se encontrava totalmente contaminada com

cloretos que resultou num estado avanccedilado de corrosatildeo dos cordotildees de preacute-esforccedilo (Saraiva J

2007)

Figura 6-16 Estado de degradaccedilatildeo da estrutura (a2p estudos e projetos 2004)

124

Intervenccedilatildeo realizada

Reparaccedilatildeo global com encamisamento da estrutura com microbetatildeo de alta durabilidade de

modo a garantir o recobrimento das armaduras de 50mm complementado por uma proteccedilatildeo

superficial de pintura epoxiacutedica

Para o encamisamento das vigas o empreiteiro estudou a hipoacutetese de utilizar microbetatildeo

autocompactaacutevel ou com inertes preacute-colocados seguidos de injeccedilatildeo de calda de cimento A

necessidade de recorrer a uma destas teacutecnicas relacionava-se com a dificuldade de acesso e

orientaccedilatildeo das superfiacutecies a betonar Realizaram-se testes num modelo agrave escala 11 para

comparar as teacutecnicas e adotou-se a utilizaccedilatildeo de microbetatildeo autocompactaacutevel Esta escolha

deveu-se ao facto que nas condiccedilotildees de execuccedilatildeo era inviaacutevel recorrer a meios de vibraccedilatildeo

mecacircnicos Para aleacutem disso o betatildeo com agregados preacute-colocados originava uma camada

superficial de betatildeo soacute com calda de cimento devido ao agrave deposiccedilatildeo dos agregados

Na face inferior das lajes comeccedilou por se utilizar projeccedilatildeo de betatildeo mas foram detetadas

algumas deficiecircncias na interface de ligaccedilatildeo ao substrato Abandonou-se esta teacutecnica e tambeacutem

aqui se adotou o betatildeo autocompactaacutevel tendo-se realizado furos na laje para colocaccedilatildeo do

betatildeo a partir da face superior da laje e purga do ar apoacutes colocaccedilatildeo de cofragem fixa na face

inferior

A remoccedilatildeo de betatildeo deteriorado foi realizada por fases para manter a ancoragem das armaduras

As passagens de peotildees foram substituiacutedas por novas estruturas de elevada durabilidade (betatildeo

de alto desempenho recobrimento miacutenimo de 50 mm e protecccedilatildeo superficial com pintura

acriacutelica) pois a sua reabilitaccedilatildeo natildeo era economicamente viaacutevel

Figura 6-17 Intervenccedilotildees nas vigas da ponte cais da Trafaria (a2p estudos e projetos 2004)

Ficha teacutecnica da obra e estado atual

A intervenccedilatildeo foi realizada em 2005 com um custo total de 1250000euro sendo reparados 4469

m2 de aacuterea de viga e 490 m2 de aacuterea de laje Para a proteccedilatildeo geral das superfiacutecies reparadas

utilizou-se uma tinta agrave base de resina eacutepoxy da International Paint com nome Interzone B54

com espessura superior de 300 μm que faz cura debaixo de aacutegua Em zonas onde natildeo se aplicou

nova camada de betatildeo mas se detetou a existecircncia de fendas com abertura superior a 02 mm

125 Tiago Pais Boto

aplicou-se revestimento com tinta Sikagard 255 (tinta de resina eacutepoxy muito flexiacutevel e

resistente) armada com tela de fibra de vidro Sika TX 270 (Saraiva J 2007)

O betatildeo autocompactaacutevel apresentava as seguintes caracteriacutesticas

Classe de resistecircncia miacutenima C3545

Quantidade de cimento 300lt clt 400 kgmsup3

Relaccedilatildeo aacutegua cimento aclt 04

Maacuteximo diacircmetro de inerte lt10 mm

O betatildeo adotado tinha a seguinte composiccedilatildeo

Cimento tipo I 425 com 355 kgm3 177 kgm3 de cinzas volantes 195 kgm3 de escoacuterias

relaccedilatildeo aacutegua cimento ac=027 (Saraiva J 2007)

64 Reabilitaccedilatildeo da ponte de Arraacutebida

Figura 6-18 Vista geral Ponte da Arraacutebida (Gaiurb 2015)

Descriccedilatildeo da obra

A ponte da Arraacutebida foi concluiacuteda em 1963 e inaugurada a 22 de Junho do mesmo ano O

projeto e direccedilatildeo estiveram a cargo do Prof Engordm Edgar Cardoso (Porto XXI 2015)

O desenvolvimento total da ponte eacute de 49320 m com um arco de 270 m de corda e 52 m de

flecha O tabuleiro em laje vigada com 12 vigas tem uma largura de 25 m e vatildeos de 2120 m

O tabuleiro apoia em cada alinhamento transversal com 4 pilares atraveacutes de carlingas Na zona

do Rio as accedilotildees satildeo transmitidas pelos pilares a dois arcos geacutemeos com 8m de largura cada e

secccedilatildeo em caixatildeo bicelular (APPLETON J et al 2002)

Inspeccedilotildees ensaios e anomalias

A inspeccedilatildeo visual originou um mapeamento das anomalias representado na figura seguinte

126

Figura 6-19 Ilustraccedilatildeo do mapeamento das Patologias (APPLETON J et al 2002)

Em simultacircneo com a inspeccedilatildeo visual realizou-se o ensaio de deteccedilatildeo de delaminaccedilatildeo por

precursatildeo com martelo nas superfiacutecies de betatildeo que comprovou a extensa delaminaccedilatildeo do betatildeo

e armaduras agrave vista que se observam nas vigas do tabuleiro em especial na zona sobre o arco

Constatou-se tambeacutem que grande parte da corrosatildeo de armaduras ocorre em locais de juntas de

betonagem ou locais de deficiente colocaccedilatildeo e vibraccedilatildeo do betatildeo traduzidas por segregaccedilatildeo dos

inertes e em locais de recobrimento muito pequeno (APPLETON J et al 2002)

Para o efeito e tendo em conta a diversidade de elementos estruturais as diferentes condiccedilotildees

de exposiccedilatildeo e as diferentes condiccedilotildees de acesso definiram-se e selecionaram-se um conjunto

de regiotildees representativas da totalidade da estrutura (figura seguinte) Em cada uma dessas

regiotildees realizaram-se os seguintes ensaios (APPLETON J et al 2002)

a Observaccedilatildeo topograacutefica da obra para se verificar a sua conformidade dimensional com

o projeto incidindo especialmente no nivelamento geomeacutetrico do tabuleiro

configuraccedilatildeo e posiccedilatildeo dos arcos e observaccedilatildeo da verticalidade dos pilares

b Deteccedilatildeo de armaduras e mediccedilatildeo do seu recobrimento (394msup2 que correspondem a

cerca de 05 da aacuterea exposta de betatildeo) utilizando sensores magneacuteticos e um

microprocessador

c Determinaccedilatildeo da profundidade da carbonataccedilatildeo (86 mediccedilotildees) em pequenas carotes

furos e superfiacutecies de fratura aplicando uma soluccedilatildeo alcooacutelica de fenolftaleiacutena

d Determinaccedilatildeo do teor em cloretos (expresso em percentagem da massa do betatildeo) a

vaacuterias profundidades (44 perfis de cloretos) por recolha de poacute de betatildeo obtido por

furaccedilatildeo com broca e utilizaccedilatildeo de equipamento standard

e Ensaios de caracterizaccedilatildeo do betatildeo envolvendo extraccedilatildeo de 16 carotes para realizaccedilatildeo

de

-Ensaios de resistecircncia e mediccedilatildeo do moacutedulo de elasticidade (7 ensaios)

-Ensaios de avaliaccedilatildeo da qualidade do betatildeo absorccedilatildeo por imersatildeo (3) absorccedilatildeo por

capilaridade (5) e permeabilidade (5)

127 Tiago Pais Boto

-Anaacutelise petograacutefica mineraloacutegica e microestrutural com vista a avaliar a estrutura

interna do betatildeo e eventuais reaccedilotildees quiacutemicas expansivas do betatildeo (3 provetes)

f Ensaio de escleroacutemetros (83) para avaliar a homogeneidade do betatildeo e a sua dureza

superficial Ensaios de avaliaccedilatildeo do grau e estado de corrosatildeo das armaduras

envolvendo Mediccedilatildeo do potencial eleacutetrico (6 malhas)

g Mediccedilatildeo da resistividade do betatildeo (6 zonas)

h Mediccedilatildeo da resistecircncia de polarizaccedilatildeo para avaliar a velocidade da corrosatildeo em μmano

(5 locais)

i Ensaios de traccedilatildeo de varotildees de accedilo (6 provetes)

j Avaliaccedilatildeo das caracteriacutesticas dinacircmicas da Ponte

Figura 6-20 Localizaccedilatildeo das zonas ensaiadas (APPLETON J et al 2002)

O estado de deterioraccedilatildeo da Ponte em funccedilatildeo das inspeccedilotildees e ensaios concluiu-se que

- A profundidade de carbonataccedilatildeo eacute apenas de 5 mm

- A penetraccedilatildeo de cloretos eacute muito pequena em geral com exceccedilatildeo das zonas onde se verificam

deficiecircncias de betonagem onde a contaminaccedilatildeo por cloretos atinge 008 do peso do betatildeo a

uma profundidade de 250 cm De referir que um valor de referecircncia do teor criacutetico em cloretos

valor a partir do qual as armaduras satildeo despassivadas eacute de 005

-A corrosatildeo de armaduras associada agrave carbonataccedilatildeo do betatildeo soacute ocorre em locais onde o

recobrimento for muito pequeno (inferior a 610 mm) e a corrosatildeo de armaduras associada agrave

penetraccedilatildeo de cloretos se estaacute a desenvolver na Ponte constituindo o principal mecanismo de

deterioraccedilatildeo o qual eacute jaacute especialmente gravoso nas zonas onde as deficiecircncias de betonagem

conduziram a uma qualidade inferior para o betatildeo

-Os ensaios de resistecircncia agrave compressatildeo conduziram a valores de 5260 a 7850 MPa Os ensaios

de avaliaccedilatildeo da qualidade do betatildeo revelaram que a composiccedilatildeo adotada era muito boa

-A realizaccedilatildeo da anaacutelise petrograacutefica revelou uma pasta de cimento muito compacta e a

inexistecircncia de reaccedilotildees expansivas no betatildeo e permitiu identificar a natureza dos inertes

-Apesar de ter sido utilizado na Ponte da Arraacutebida um betatildeo de alta qualidade e das superfiacutecies

do betatildeo terem sido protegidos por pintura a Ponte apresenta apoacutes 35 anos de serviccedilo uma

128

deterioraccedilatildeo significativa devida agrave corrosatildeo de armaduras associada agrave penetraccedilatildeo de cloretos

nas zonas onde ocorrem deficiecircncias de betonagem (APPLETON J et al 2002)

Intervenccedilatildeo realizada

Realizou-se uma proteccedilatildeo superficial geral da obra com tinta acriacutelica de base aquosa de

espessuras compreendidas entre 180 μm e 250 μm

Realizou-se um sistema de proteccedilatildeo diferenciado reforccedilado nas zonas de deficiecircncias de

betonagem (juntas de construccedilatildeo e zonas de deficiente compactaccedilatildeo) e com uma espessura

superior na zona da Ponte em relaccedilatildeo agrave aos viadutos

As zonas em que as armaduras estatildeo expostas e as zonas em que o betatildeo estaacute delaminado foi

reparado o local com substituiccedilatildeo do betatildeo e com novas argamassas de base cimentiacutecia

repassivando assim as armaduras Os pilares sobre os arcos junto ao fecho nas zonas

fendilhadas e delaminadas e aplicou-se uma junta com selante deformaacutevel por forma a permitir

a rotaccedilatildeo das secccedilotildees de topo e base dos pilares

A reabilitaccedilatildeo geral contempla ainda a reformulaccedilatildeo do sistema do pavimento do tabuleiro

incluindo a sua impermeabilizaccedilatildeo a reformulaccedilatildeo do sistema de drenagem e a substituiccedilatildeo das

juntas de dilataccedilatildeo A intervenccedilatildeo inclui ainda a instalaccedilatildeo de um sistema de monitorizaccedilatildeo

especialmente focado na observaccedilatildeo do processo de deterioraccedilatildeo que conduz agrave corrosatildeo de

armaduras pelo que foram instaladas ceacutelulas de corrosatildeo nas zonas atualmente satildes e nas zonas

sujeitas a reparaccedilatildeo local em especial na estrutura do tabuleiro

Figura 6-21 Corrosatildeo das armaduras (APPLETON J et al 2002)

Ficha teacutecnica da obra e estado atual

129 Tiago Pais Boto

A intervenccedilatildeo foi realizada em 2002 e ficou a cargo do empreiteiro Teixeira Duarte Teve um

custo de 4524000euro sendo que deste valor 964200euro corresponderam agrave pintura geral e 359700euro

agrave reparaccedilatildeo Foram reparados 3650 m2 de aacuterea deteriorada e 150 m de fendas O sistema de

protecccedilatildeo foi aplicado em 65000 m2

130

7 CONCLUSOtildeES E DESENVOLVIMENTOS FUTUROS

71 CONCLUSOtildeES

Ao longo desta dissertaccedilatildeo foram abordadas as vaacuterias etapas constituintes num projeto

de reparaccedilatildeo e reforccedilo em estruturas de betatildeo armado Descreveram-se as principais teacutecnicas

de reforccedilo estrutural dando especial atenccedilatildeo agrave sua aplicaccedilatildeo nalguns elementos estruturais

nomeadamente vigas e pilares Sendo que este trabalho padece de componente pratica eou

laboratorial tentou-se sistematizar o complexo processo de um projeto deste acircmbito de modo

a que a presente dissertaccedilatildeo possa servir de complemento bibliograacutefico ao projetista

Foram referenciadas as normas e regulamentos mais importantes e descreveram-se os

principais ensaios in situ e laboratoriais usados para caracterizar e avaliar o estado da estrutura

Em seguida expuseram-se as patologias e os mecanismos de deterioraccedilatildeo mecacircnicos fiacutesicos e

quiacutemicos mais recorrentes nas estruturas de betatildeo armado Refere-se ainda a metodologia geral

de intervenccedilatildeo a seguir assim como os principais aspetos teacutecnicos a considerar neste tipo de

intervenccedilatildeo nomeadamente mecanismos de transferecircncia de tensotildees

De um modo geral no penuacuteltimo capiacutetulo descreveu-se as principais teacutecnicas de reforccedilo

salientando-se o reforccedilo atraveacutes de materiais compoacutesitos empregues atualmente tais como os

CFRP que possibilitam acreacutescimos elevados na capacidade resistente Realccedilou-se este tipo de

reforccedilo tambeacutem por apresentar um baixo impacto arquitetoacutenico e ser faacutecil aplicaccedilatildeo embora

exija matildeo-de-obra especializada

No uacuteltimo capitulo como jaacute referido anteriormente a ausecircncia de componente praacutetica

nesta dissertaccedilatildeo foram expostos quatro casos praacuteticos de reparaccedilatildeo e reforccedilo em estruturas de

betatildeo armado localizadas em Portugal

Por fim com base no ACI 440 e ACI 318 foram abordadas consideraccedilotildees gerais de

dimensionamento de reforccedilo agrave flexatildeo e ao corte com recurso a FRP (apresentadas no anexo)

Assim torna-se visiacutevel que um estudo criterioso da estrutura existente em conjunto com

o conhecimento dos materiais e teacutecnicas de reforccedilo pode conduzir a intervenccedilotildees viaacuteveis

economicamente e com pouco impacto na estrutura intervencionada Podendo concluir que a

reparaccedilatildeo e reforccedilo de estruturas de betatildeo armado eacute atualmente uma ciecircncia dominada com

apoio normativo e teacutecnicas bastante evoluiacutedas bastante completo comprovado com obras

realizadas de grande sucesso

72 DESENVOLVIMENTOS FUTUROS

Os desenvolvimentos que se consideram mais importantes a realizar no acircmbito desta temaacutetica

satildeo os seguintes

Recolha de novas teacutecnicas de reparaccedilatildeo e reforccedilo agrave medida que sejam realizados novos

trabalhos de investigaccedilatildeo

Elaboraccedilatildeo de um caso praacutetico de reforccedilo numa estrutura real usando por exemplo o

reforccedilo com recurso a FRP e seguindo a metodologia do ACI 440 e ACI 318

131 Tiago Pais Boto

Elaboraccedilatildeo de um manual de dimensionamento para as diversas teacutecnicas aqui

abordadas

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ACI COMMITTEE 364 ACI 3641 R-94 - Guide for Evaluation of Concrete Structures

Prior to Rehabilitation American Concrete Institute 1999

ACI COMMITTEE 318 ACI 318M-05 - BUILDING CODE REQUIREMENTS FOR

STRUCTURAL CONCRETE AND COMMENTARY American Concrete Institute 2005

ACI COMMITTEE 440 ACI 4402R-08 - Guide for the Design and Construction of

Externally Bonded FRP Systems for Strengthening Concrete Structures American Concrete

Institute 2008

AFONSO F P O mercado da reabilitaccedilatildeo Enquadramento relevacircncia e perspectivas

Associaccedilatildeo de Empresas de Construccedilatildeo Obras Puacuteblicas e Serviccedilos Lisboa 2009

AZEVEDO D ldquoReforccedilo de Estruturas de Betatildeo com Colagem de Sistemas Compoacutesitos

CFRP ndash Recomendaccedilotildees para Dimensionamentordquo Faculdade de Engenharia da

Universidade do Porto Novembro 2008

APPLETON J amp COSTA A Disciplina de Reabilitaccedilatildeo e Reforccedilo de Estruturas Lisboa

Instituto Superior Teacutecnico 2011

APPLETON J COSTA A DELGADO J GRAVE DOS SANTOS J PEDRINHO

VITOR ldquoReabilitaccedilatildeo do viaduto Duarte Pachecordquo Encontro Nacional de Betatildeo

Estrutural 2014

ATTARD M M SETUNGE S ldquoStress-strain relationship of confined and unconfined

concreterdquo Material Journal ACI 93(5) 432-444 1996

APPLETON Juacutelio ldquoInspecccedilatildeo Avaliaccedilatildeo e Reabilitaccedilatildeo da Ponte da Arraacutebidardquo Estradas

2002 2ordm Congresso Rodoviaacuterio Portuguecircs Lisboa Novembro 2002

APPLETON Juacutelio FRIAS Fernando MOURA Rita ldquoReparaccedilatildeo da Ponte da Arraacutebida

Sobre o Rio Estruturas 2002 Lisboa 2002

ABOUTAHA RS ENGELHARDT M D JIRSA JO and ME Kreger

Rehabilitation of Shear Critical Columnsusing Rectangular Steel Jacket ACI Structural

Journal January-February 1999 pp6 8 -78

BUNGEY JH Testing Concrete in Structures A guide to equipment for testing concrete

structures CIRIA technical note 143 CIRIA ndash Construction Industry Research and

Information Association London 1992

132

BRETT A M O BRETT C M A ldquoElectroquiacutemica ndash Princiacutepios meacutetodos e

aplicaccedilotildeesrdquo Oxford University Press 1993

BASF ldquoReforccedilando Estruturas com a Utilizaccedilatildeo do Sistema Compoacutesito Estrutural de

Fibras de Carbono MBracerdquo BASF Construction Chemical 2007

BOUVIER Charlotte A C ldquoTechniques of Seismic Retrofitting For Concrete Structuresrdquo

Submitted to the department of civil and environmental engineering requirements for the

degree of marter of engineering in Civil and Environmental Engineering at the

Massachusetts Institute of Technology (MIT) June 2003

COacuteIAS V Construccedilatildeo nova e reabilitaccedilatildeo satildeo coisas diferentes Greacutemio das Empresas de

Conservaccedilatildeo e Restauro do Patrimoacutenio Arquitectoacutenico Lisboa 2009

COacuteIAS Victor Outubro 2006 Inspeccedilotildees e Ensaios na reabilitaccedilatildeo de edifiacutecios Instituto

Superior Teacutecnico Lisboa

COacuteIAS V Inspecccedilotildees e Ensaios na Reabilitaccedilatildeo de Edifiacutecios Lisboa IST PRESS Agosto

2009

COMITEacute EURO-INTERNACIONAL DU BETOacuteN Bulletin drsquoinformation nordm 162 ndash

Assessment of Concrete Structures and Design Procedures for Up-grading (redesign)

Prague October 1983

COMITEacute EURO-INTERNACIONAL DU BETOacuteN Bulletin drsquoinformation nordm 213214

ndash CENFIP Model Code 1990 Lausanne Maio 1993

COSTA A ldquoPatologia do Betatildeo Armado Teacutecnicas de diagnoacutesticordquo Ciclos de Acccedilotildees de

Formaccedilatildeo em Reabilitaccedilatildeo de Estruturas Ordem dos Engenheiros 21 a 23 Marccedilo 2007

COSTA A ldquoDurabilidade Estruturas de Betatildeordquo Ciclos de Acccedilotildees de Formaccedilatildeo em

Reabilitaccedilatildeo de Estruturas Ordem dos Engenheiros 21 a 23 Marccedilo 2007

COSTA A ldquoPatologia do Betatildeo Armado ndash Modelaccedilatildeo da Deterioraccedilatildeordquo - Reabilitaccedilatildeo

e Reforccedilo de Estruturas Instituto Superior Teacutecnico 2007

COSTA A J Appleton ldquoAssessment and Repair of a ConcreteDockyardrdquo IABSE

Symposium - Rio de Janeiro - August 25-27 1999

COSTA A J Appleton ldquoMecanismos de deterioraccedilatildeo das estruturas de betatildeo armadordquo

Departamento de Engenharia Civil Grupo de estruturas de betatildeo armado e preacute-esforccedilado

1999

COSTA Antoacutenio ldquoDurabilidade de estruturas de betatildeo armado em ambiente mariacutetimordquo

Tese de Doutoramento Instituto Superior Teacutecnico 1997

COSTA A APPLETON J ldquoCase studies of concrete deterioration in a marine

environment in Portugalrdquo Cement amp Concrete Composites 24 pp 169-179 2002

133 Tiago Pais Boto

CASTRO J e MARTINS J M Patologias do betatildeo reparaccedilatildeo e reforccedilo de estruturas

serie reabilitaccedilatildeo 1ordf ediccedilatildeo 2006

CHAI Y H PRIESTLEY M J N and SEIBLE F Seismic Retrofit of Circular Bridge

Columns for Enhanced Flexural Performance ACI Structural Journal Sept-Oct 1991 p

574

DASCHNER F rdquoNotwendige Schubbewehrung zwischen Betonfertigteilen und Ortbetonrdquo

-Literaturschau Teil 2ordm Laborversuche Universitat Munchen 1976

Department of Defense United States of America Unified Facilities Criteria (UFC)

ldquoElectrical Engineering Cathodic Protectionrdquo 16 de Janeiro de 2004 disponiacutevel em

[httpwwwwbdgorgccbDODUFCufc_3_570_02npdf] acedido em Abril de 2007]

Department of Trade and Industry ldquoResidual life Models for Concrete Repair ndash

Assessment of the Concrete Repair Processrdquo BRE Client report number OCT 02 Draft

2002

Department of the Army US Army Corps of Engineers Public Works Technical Bulletin

No 420-49-37 ldquoCathodic Protection ndash Anode Selectionrdquo 15 Junho 2002

DAILY S F rdquoUsing Cathodic Protection to Control Corrorsion of Reinforced Concrete

Structures in Marine Environmentsrdquo Corrpro Companies Inc Techinical Papers

DA SILVA SOUSA Aacutelvaro Fernando ldquoReparaccedilatildeo reabilitaccedilatildeo e reforccedilo de estruturas

de betatildeo armadordquo Dissertaccedilatildeo em Engenharia Civil ndash Especializaccedilatildeo em Estruturas FEUP-

faculdade de engenharia da universidade do porto 2008

DAUDEY X and FILIATRAULT A Seismic Evaluation and Retrofit with Steel Jackets

of Reinforced Concrete Bridge Piers Detailed with Lap-Splices Canadian Journal of Civil

Engineering vol 27 1-16 2000

EUROCODE 2 ENV 1992-1-3 ldquoDesign of Concrete Structures Part 1-3 General Rules

-Precast Concrete Elements and Structuresrdquo CEN 1994

European Standard EN 12696 ldquoCathodic Protection of steel in concreterdquo English

Version March 2000

European Standard EN 12696 Cathodic Protection of steel in concreterdquo English

Version March 2000

European Commitee for Standardization Technical Specification FinalDraft prCENTS

14038-1 ldquoElectrochemical realkalization and choride extraction treatments for reinforced

concrete ndash Part 1 Realkalizationrdquo May 2004

EUROCOacuteDIGO 2 Projeto de estruturas de betatildeo ndash Parte 11 Regras Gerais e Regras para

Edifiacutecios CEN EN-1992-1-1 2004

EUROCODE 8 Design Provisions for Earthquake Resistance of Structures Part 1-4

Strengthening and Repair of Buildings CEN prEN-1998-1-4 Draft1995

134

FOOKESPGConcreteinHotDrySaltyEnvironments Concrete 29 34-39 2005

FERREIRA Rui Miguel ldquoAvaliaccedilatildeo de ensaios de durabilidade do betatildeordquo Tese de

Mestrado Escola de Engenharia da Universidade do Minho 2000

FERREIRA Rui Miguel ldquoAvaliaccedilatildeo de ensaios de durabilidade do betatildeordquo Tese de

Mestrado Escola de Engenharia da Universidade do Minho 2000

FERREIRA SILVA Joana M M Meacutetodos Electroquiacutemicos para Prevenccedilatildeo da

deterioraccedilatildeo e Reparaccedilatildeo de Estruturas de Betatildeo Armado Protecccedilatildeo Catoacutedica -

Dessalinizaccedilatildeo e Realcalinizaccedilatildeo Tese de Mestrado 2007

GILINSKY E ldquoGuidelines For Underground Storage Tank Cathodic Protection

Evaluationrdquo Departent of Enviromental Quality Guidance Memorandum No06-2006

May 2006

GOMES A Comportamento e Reforccedilo de Elementos de Betatildeo Armado Sujeitos a Acccedilotildees

Ciacuteclicas Tese de Doutoramento Instituto Superior Teacutecnico Julho de 1992

GOMES A e APPLETON J ldquoEnsaios Experimentais de Pilares Reforccedilados Submetidos

a Cargas Ciacuteclicasrdquo Revista Portuguesa de Engenharia de Estruturas Nordm 38 pp 19-29 2008

Gomes A Appleton J ldquoReforccedilo de Estruturas de Betatildeo Armado por Encamisamento das

Secccedilotildeesrdquo Revista Portuguesa de Engenharia de Estruturas nordm42

Gomes A Appleton J ldquoReforccedilo de Estruturas de Betatildeo Armado por Adiccedilatildeo de

Armaduras Exterioresrdquo Revista Portuguesa de Engenharia de Estruturas nordm41

Juacutelio S Eduardo ldquo Influencia da interface no comportamento de pilares reforccedilados por

encamisamento de betatildeo armadordquo dissertaccedilatildeo apresentada na Universidade de Coimbra

para a obtenccedilatildeo do grau de Doutor em Engenharia Civil especialidade de Mecacircnica das

Estruturas e dos Materiais Coimbra 2001

JUVANDES LFP Reforccedilo e reabilitaccedilatildeo de estruturas de betatildeo usando materiais

compoacutesitos de CFRP dissertaccedilatildeo apresentada agrave Faculdade de Engenharia da Universidade

do Porto para obtenccedilatildeo do grau de Doutor DECivil Porto Setembro 400 pp 1999

JIANHAI Qiu ldquoEmerging Corrosion Control Technologies for Repair and Rehabilitation

of Concrete Structuresrdquo

JUVANDES LFP e MARQUES N A - ldquoReforccedilo de Estruturas por Colagem Exterior

de Sistemas Compoacutesitos de FRP - Manual de Procedimentos e de Controlo de Qualidade

para Construccedilatildeordquo protocolo MOTA-ENGIL Engenharia e Construccedilatildeo SALEMC

publicaccedilatildeo LEMC-JUV003-2007 FEUP Outubro 180 pp 2007

135 Tiago Pais Boto

JUVANDES LFP e tal - A temperatura e a teacutecnica de reforccedilo por colagem de sistemas

de FRPrdquo 4ordfs Jornadas JPEE 2006 LNEC Lisboa 13 ndash 16 Dezembro CD 2006 ldquoThe

International Handbook of FRP Composites in Civil Engineeringrdquo Manoochehr Zoghi

KHOURY Gabriel Alexander Effect of fire on concrete and concrete structures Imperial

College London 2000

KAKUBA G ldquoThe Impressed Current Cathodic Protection Systemrdquo Masterrsquos Theses

Department of Mathematics and Computer Science Techische Universiteit Eindhoven

Eindhoven August 2005

LOURENCcedilO Z ldquoTeacutecnicas de PrevenccedilatildeoProtecccedilatildeo Electroquiacutemicas Parte 2 ndash

Realcalinizaccedilatildeo e Dessalinizaccedilatildeordquo Ciclo de Acccedilotildees de Formaccedilatildeo em Reabilitaccedilatildeo de

Estruturas Ordem dos Engenheiros 21 a 23 Marccedilo 2007

LOURENCcedilO Z ldquoProtecccedilatildeo Catoacutelica de Estruturas de Betatildeo Armadordquo Ciclo de Acccedilotildees

de Formaccedilatildeo em Reabilitaccedilatildeo de Estruturas Ordem dos Engenheiros 21 a 23 Marccedilo 2007

LESLIE J R CHEESEMAN W J D An ultrasonic method for studying deterioration

and cracking in concrete structures Amer Concrete Inst 1949

MARANHA Paulo Apresentaccedilatildeo das aulas - Reforccedilo de estruturas e fundaccedilotildees de

edifiacutecios e pontes (2014)

MALHOTRA VM In situnondestructive testing of concrete ndash A global Review In

Situnondestructive Testing of Concrete Special Publication SP-82 American Concrete

Institute Detroit p 1-16 1984

MORENO AV LOPEacuteZ T P MADRID M M ldquoEl Fenoacutemeno de la corrosion en

estruturas de concreto reforzadordquo Publicacioacuten Teacutecnica No 182 Sandafandila Qro 2001

disponiacutevel em [httpboletinimtmxpublicacionespubtecpt182pdf] acedido em Abril de

2007

MIRANDA JM LUIacuteS J F COSTA P T SANTOS F M ldquoFundamentos de

Geofiacutesicardquo

MILTENBERGER M PE ldquoCorrosion Protection of Reinforcing Steel in Concreterdquo

Vector Technologies Inc disponiacutevel em

httpwwwvirginiadotorgbusinessresourcesbu-mat-05VCC-MMiltenbergerpdf

acedido em Marccedilo 2015

MIRMIRAN A e SHAHAWY M ldquoRecommended construction specifications and

process control manual for repair and retrofit of concrete structures using bonded

FRP compositesrdquo National Cooperative Highway Research Program American

Association of State Highway and Transportation officials Transportation Research Board

Washington DC NCHRP report nordm609 71 pp 2008

136

NACE Proposed Standard Practice ldquoElectrochemical Realkalization and Chloride

Extraction for Reinforced Concreterdquo NACE Internacional 2006

Norma BS 1881-204 1988 Testing concrete ldquoRecommendations on the use of

electromagnetic cover metersrdquo

Norma BS 1881-6 1971 Methods of testing concrete Analysis of hardened concrete

Norma BS 1881-202 1986 Testing concrete Recommendations for surface hardness

testing by rebound hammer

Norma RILEM CPC-18 Measurement of hardened concrete carbonation depth 1996

Norma BS 1881-207 1992 Testing concrete Recommendations for the assessment of

concrete strength by near-to-surface test

Norma BS 1881-203 1986 Testing concrete Recommendations for measurement of

velocity of ultrasonic pulses in concrete

Norma ASTM C805-85 Standard Test Method for Rebound Number of Hardened

Concrete

Norma ASTM D4541-95 Stand Test Method for Pull-Off Strength

Norma ASTM C1383-98a Standard Test Method for Measuring the P-Wave Speed and

the Thickness of Concrete Plates Using the Impact-Echo Method

Norma ASTM C597-09 Standard Test Method for Pulse Velocity Through Concrete

Norma AASHTO T260‑84 Standard Method of Test for Sampling and testing for chloride

ion in concrete and concrete raw materials

PAIVA J VASCONCELOS J AGUIAR J Pinho A ldquoGuia Teacutecnico de Reabilitaccedilatildeo

Habitacionalrdquo LNEC2006

POLITICO G ldquoCorrosatildeo em estruturas de concreto armado causas mecanismos

prevenccedilatildeo e recuperaccedilatildeordquo Belo Horizonte Universidade Federal de Minas Gerais Janeiro

2006

PEDEFERRI P ldquoElectrochemical Realkalization and Electrochemical Cloride

Removalrdquo Dipartimento di Chimica Fiacutesica Applicata ndash Politecnico di Milano Italy

137 Tiago Pais Boto

PEDEFERRI P ldquoCathodic Protection and Cathodic Preventionrdquo Seminaacuterio Prevenccedilatildeo

da Corrosatildeo em Estruturas de Betatildeo Armado

REHABCON ldquoElectrochemical techniques ndash Annex Drdquo Strategy for Maintenance and

Rehabilitation in Concrete Structures 2000

REBAP 84 Regulamento de Estruturas de Betatildeo Armado e Preacute-Esforccedilado Dec-Lei nordm

349-C83 de 30 Julho rectificado no suplemento ao DR 1ordf Seacuterie de 29 de Setembro de

1984

Rosso Rosso T Incecircndios e arquitetura Apostila Satildeo Paulo Faculdade de Arquitetura e

Urbanismo da Universidade de Satildeo Paulo (FAUUSP 1975)

RODRIGUES Joatildeo Paulo C ndash ldquoRecuperaccedilatildeo de Estruturas Danificadas por Incecircndio ndash

Propriedades Mecacircnicas Residuais do Accedilo e do Betatildeordquo Coimbra Tese de Mestrado em

Engenharia Civil ndash especializaccedilatildeo em Estruturas Universidade de Coimbra 1994

RODRIGUEZ M Park M (1991) ldquoRepair and Strengthening of reiforced concrete

Buildings for Earthquake Resistencerdquo Earthquake Spectra V7Nordm3Aug

RIPPER T Sistemas Especiais para Reforccedilo de Estruturas de Betatildeo Rio de Janeiro

Universidade Federal Fluminense 2005

RIacuteO BUENO Alfonso PATOLOGIacuteA REPARACIOacuteN Y REFUERZO DE ESTRUCTURAS

DE HORMIGOacuteN ARMADO DE EDIFICACIOacuteN - Departamento de Estructuras de

Edificacioacuten ETS de Arquitectura Universidad Politeacutecnica de Madrid 2008

ROZENBERG I M ldquoQuiacutemica geralrdquo Instituto Mauaacute de Tecnologia Editora Edgard

Blucher Ltda 2002

SANTOS S Pompeu ndash A Reabilitaccedilatildeo Estrutural Do Patrimoacutenio Construiacutedo Laboratoacuterio

Nacional De Engenharia Civil Lisboa 2008

SARAIVA J ndash ldquoTeacutecnicas de proteccedilatildeo e reabilitaccedilatildeo de estruturas em betatildeo armadordquo Tese

Mestradordquo Instituto Superior Teacutecnico Lisboa 2007

SILVA PASCM Comportamento de Estruturas de Betatildeo Reforccediladas por Colagem

Exterior de Sistemas de CFRP Tese de Doutoramento Faculdade de Engenharia da

Universidade do Porto DECivil Porto 2008

SILVA Joana Dissertaccedilatildeo de Mestrado - Meacutetodos Electroquiacutemicos para Prevenccedilatildeo da

Deterioraccedilatildeo e Reparaccedilatildeo de Estruturas de Betatildeo Armado com Protecccedilatildeo Catoacutedica

Dessalinizaccedilatildeo e Realcalinizaccedilatildeo 2007

138

VIEITEZ CHAMOSA JA RAMIacuteREZ ORTIZ JL Patologiacutea de la Construccioacuten en

Espantildea Aproximacioacuten Estadiacutestica Resumen de Tesis Doctoral Informes de la

Construccioacuten Vol 36 n1364 pp 5-15 Madrid Octubre 1984

WHITMORE D W ldquoImpressed Current and Galvanic Discrete Anode Cathodic

Protection for Corrosion Protection of Concrete Structuresrdquo Paper 02263 Vector

Corrosion Technologies 2002

SCIELO (2015) httpwwwscielobrscielophppid=S1983-

41952013000200002ampscript=sci_arttext Revista IBRACON de Estruturas e Materiais

NCREP (2015) httpwwwncrepptstatic7954 Reforccedilo e Reabilitaccedilatildeo de Estruturas de Betatildeo

Armado Intervencoes

Earths CO2 Home Page (2015) httpco2noworg

CED (2015) httpwwwaboutcivilorg Civil Engineering Portal of Lectures amp Training

Material

SJSU (2015) httpwwwengrsjsueduWofMatEprojectssrprojectsrproj5html Norma E 226 do

LNEC San Joseacute State University

GEO (2015) httpgeotechpediacomEquipmentShow719Covermeter--

BartrackerprettyPhoto[pp_gal]1 Geotechpedia

IEI (2015) httpwwwimpact-echocompagesproductshtml Impact Echo Instruments

OZ (2015) httpwwwoz-diagnosticopt Diagnostico Levantamento e Controlo de qualidade

em Estruturas e Fundaccedilotildees Lda

(2015) httpfilescirporgHtml5-18800425Cd03561fa-756f-475a-af97-f26d3082f1d3jpg

Imagem

GS (2015) httpwwwglobalsourcescomsiASBaoji-Dingding6008825187076pdtlTitanium-

Anodes-Mesh1050971236htm Global Sources

CNT (2015) httpwwwchemicalnewtechcomcathodic-protectioncathodic-protection-wavy

Chemical New Tech

139 Tiago Pais Boto

PTC (2015) httpwwwperfecttitaniumcomproductshtml Perfect Titanium Components

CONREHAB (2015) httpwwwconrehabcomCathodic-protectionAnode Cathodic

protection

AEGION (2015) httpwwwaegioncomCompanyInformationResourcesProductCatalogAnodesMagnesium-AnodesMagnesium-HPaspx

(2015) AC httpwwwcorrosioncliniccomcorrosion_resourcescorrosion_control_concrete_structures_p3ht

m Aegion Corporation

CCASMI (2015) httpwwwcorrosionservicesuscomold-concrete-structuresasp Corrosion

Control and Automation Systems for Municipalities and Industry

WCCCS (2015) httpwwwcorrosioncliniccomcorrosion_resourcescorrosion_control_concrete_structures_p5ht

m Web Corr Corrosion Consulting Services

ST (2015) httpwwwstructuraltechnologiescomproductelectro-tech-cp-metalized-mcp-

systems-0 structuraltechnologies

A2p (2015) httpwwwa2pptportfolioprojectosponte-cais-da-silopor estudos e

projetos

GAIURB (2015) httpwwwgaiurbptgaiurb_arrabidahtm urbanismo e habitaccedilatildeo

Durability Modelling of Reinforcement Corrosion in Concrete Structures Concrete

Institute of Australiardquo httpswwwconcreteinstitutecomau 2015

FOSROC 2015 httpwwwfosroccom International and Alltrista Zinc Products

Company

SCRIP 2015 httpwwwscirporg Academic publisher

140

141 Tiago Pais Boto

Anexo 1

8 Consideraccedilotildees gerais de reforccedilo com FRP agrave flexatildeo e corte em

seccedilotildees retangulares de acordo com ACI 440 e ACI 318

De modo a que a estrutura apresente uma reserva de resistecircncia quando solicitada por

a accedilatildeo do fogo o ACI recomenda que a estrutura anteriormente ao reforccedilo resista a duas

condiccedilotildees A primeira garante a resistecircncia a pelo menos 120 das accedilotildees permanentes e a 85

das sobrecargas A segunda condiccedilatildeo prende-se com a verificaccedilatildeo da capacidade resistente

tendo em conta a diminuiccedilatildeo das propriedades dos materiais apoacutes sujeitos ao fogo

(empty119877119899) 119890119909119894119904119905119890119899119905119890 ge (12119882119860119875 + 085119882119878119900119887) 119899119900119907119900 (81)

(119877119899120579) 119890119909119894119904119905119890119899119905119890 ge 119882119860119875 +119882119878119900119887 (82)

empty= Coeficiente de ductilidade

119877119899= Resistecircncia nominal de um elemento estrutural

119877119899120579= Resistecircncia nominal de um elemento estrutural submetido a temperaturas elevadas

119882119860119875= Accedilotildees permanentes

119882119878119900119887= Accedilotildees da sobrecarga

empty =

090 119904119890 120576119904 ge 0005

065 +025(120576119904minus120576119904119910)

0005minus120576119904119910 119904119890 120576119904119910 lt 120576119904 lt 0005

065 119904119890 120576119904 le 120576119904119910

(83)

Os elementos de reforccedilo FRP indicados nos documentos teacutecnicos dos fabricantes natildeo

satildeo afetados por nenhum coeficiente de minoraccedilatildeo devido aacute exposiccedilatildeo ambiental desta maneira

o ACI 440 recomenda que os alores de resistecircncia agrave traccedilatildeo e da extensatildeo uacuteltima sejam

corregidos por o coeficiente ambiental 119862119864

ƒ119891119906 = 119862119864 times ƒ119891119906lowast (84)

120576119891119906 = 119862119864 times 120576119891119906lowast (85)

ƒ119891119906=Resistecircncia uacuteltima de caacutelculo do FRP

142

ƒ119891119906lowast =Resistecircncia uacuteltima do FRP segundo o fabricante

119862119864=Coeficiente de reduccedilatildeo da accedilatildeo do meio ambiente

120576119891119906= Extensatildeo uacuteltima de caacutelculo do FRP

120576119891119906lowast =Extensatildeo uacuteltima do FRP segundo o fabricante

Tabela 8-1Valores de coeficiente de minoraccedilatildeo 119862119864

Condiccedilotildees de Exposiccedilatildeo Tipo de Fibra Coeficiente de reduccedilatildeo 119862119864

Interior Carbono 095

Vidro 075

Aramida 085

Exterior (pontes docas parques de estacionamento etc)

Carbono 085

Vidro 065

Aramida 075

Ambientes agressivos (ETARs industrias quiacutemicas etc)

Carbono 085

Vidro 050

Aramida 070

Devido aos materiais FRP apresentarem um comportamento linear elaacutestico antes da

rotura e admitindo que natildeo eacute afetado pela exposiccedilatildeo ambiental entatildeo o moacutedulo de elasticidade

pode ser determinado a partir da expressatildeo de Hooke

119864ƒ = ƒ119891119906 divide 120576119891119906 (86)

119864ƒ= Moacutedulo de elasticidade do FRP

ƒ119891119906= Resistecircncia uacuteltima de caacutelculo do FRP

120576119891119906= Extensatildeo uacuteltima de caacutelculo do FRP

143 Tiago Pais Boto

81 Reforccedilo agrave flexatildeo

811 Modos de ruina

Em elementos de betatildeo armado reforccedilado por FRPs a capacidade resistente agrave flexatildeo

estaacute intrinsecamente ligada aos modos de ruina os principais satildeo

Esmagamento do betatildeo comprimido ante da cedecircncia das armaduras de traccedilatildeo

Antes da rotura do FRP a armadura de traccedilatildeo entra em cedecircncia

Cedecircncia da armadura de traccedilatildeo seguindo-se o esmagamento do betatildeo de

compressatildeo

Destacamento do betatildeo de recobrimento devido a esta ser uma zona mais fraacutegil

devido aacute presenccedila de maior nuacutemero de vazios na interface betatildeoarmadura

Descolamento do FRP

Quando a extensatildeo na fibra de FRP atinge o valor de 3 (120576119888 = 120576119888119906=0003) considera-

se que se daacute o esmagamento do betatildeo A rotura do FRP acontece quando a extensatildeo for igual

ao valor de caacutelculo da extensatildeo uacuteltima de rotura (120576119891 = 120576119891119906)

Sendo que as tensotildees instaladas no FRP satildeo transferidas para o betatildeo de recobrimento

das armaduras introduzindo um acreacutescimo de tensotildees de corte e traccedilatildeo a extensatildeo maacutexima do

FRP eacute limitada atraveacutes da expressatildeo seguinte

120576119891119889 = 041radic119891119888

119899119864119891119905119891le 09 120576119891119906 (87)

120576119891119889 = Valor de caacutelculo da extensatildeo de rotura do FRP

119891119888 = Resistecircncia agrave compressatildeo do betatildeo

n = numero de camadas de FRP

119864119891 = Moacutedulo de elasticidade do FRP

119905119891 = Espessura de cada camada de FRP

120576119891119906 = Extensatildeo uacuteltima de caacutelculo do FRP

812 Hipoacuteteses baacutesicas do dimensionamento

De acordo com o ACI 440 as hipoacuteteses baacutesicas do dimensionamento satildeo consideradas

as seguintes suposiccedilotildees

Os caacutelculos de conceccedilatildeo do reforccedilo satildeo baseados nas propriedades dos materiais

existentes e nas disposiccedilotildees das armaduras

144

As extensotildees nas armaduras e no betatildeo satildeo diretamente proporcionais agraves

respetivas distacircncias do eixo neutro Uma seccedilatildeo plana antes da aplicaccedilatildeo do

carregamento devera permanecer plana apoacutes o carregamento (modelo de viga de

Euler-Bernoulli despreza-se a deformabilidade por corte)

A deformaccedilatildeo por corte na camada adesiva eacute desprezada devida a espessura

muito reduzida

A extensatildeo maacutexima de compressatildeo no betatildeo eacute de 0003

A resistecircncia agrave traccedilatildeo do betatildeo eacute desprezada

O FRP eacute caracterizado por um comportamento linear e elaacutestico tensatildeo-extensatildeo

ateacute agrave rotura

O accedilo assume um diagrama tensatildeoextensatildeo linear-elaacutestico ateacute agrave cedecircncia

seguido de um comportamento perfeitamente plaacutestico

Embora algumas das suposiccedilotildees possam natildeo refletir o verdadeiro comportamento do

FRP agrave flexatildeo tornam-se necessaacuterias para a introduccedilatildeo de dados computacionais Por exemplo

natildeo eacute considerado a deformaccedilatildeo por corte que ocorre na camada adesiva fazendo com que

ocorra um deslizamento relativo entre o FRP e o substrato

813 Criteacuterio de seguranccedila da resistecircncia agrave flexatildeo

O criteacuterio de seguranccedila da resistecircncia aacute flexatildeo deve ser verificado comparando o

momento fletor resistente de caacutelculo afetado por um coeficiente de reduccedilatildeo de ductilidade empty

descrito anteriormente e do momento fletor solicitante da combinaccedilatildeo mais desfavoraacutevel

empty119872119899 ge 119872119906 (88)

empty=Coeficiente de ductilidade

119872119899=Momento fletor resistente de caacutelculo

119872119906=Momento fletor solicitante da combinaccedilatildeo mais desfavoraacutevel Nmm

814 Niacutevel de extensatildeo no FRP

O maacuteximo de extensatildeo possiacutevel no FRP designada por extensatildeo efetiva 120576119891119890 acontece

quando

Ocorre o esmagamento do betatildeo de compressatildeo

Alcance do valor da extensatildeo de rotura do FRP

145 Tiago Pais Boto

Ocorrecircncia do descolamento do FRP

Entatildeo a extensatildeo efetiva pode ser calculada atraveacutes da seguinte expressatildeo

120576119891119890 = 120576119888119906 (119889119891minus119888

119888) minus 120576119887119894 le 120576119891119889 times 119896119898 (89)

Em que

119896119898 =

1

60120576119891119889(1 minus

119899119864119891119905119891

360000) le 090 119904119890 119899119864119891119905119891 le 180000

1

60120576119891119889(90000

119899119864119891119905119891) le 09 119904119890 119899119864119891119905119891 ge 180000

[119873119898119898] (810)

Onde

120576119891119890 = Extensatildeo efetiva do FRP

120576119888119906 = Extensatildeo maacutexima admitida no betatildeo comprimido

119889119891 = Distacircncia da face mais comprimida do betatildeo ao centro geomeacutetrico do FRP

c = Distancia da fibra mais comprimida ao eixo neutro

120576119887119894= Extensatildeo do betatildeo no substrato (betatildeo de recobrimento) no momento de instalaccedilatildeo do FRP

120576119891119889= Valor de caacutelculo da extensatildeo de rotura do FRP

n = Numero de camadas de FRP

119864119891 = Moacutedulo de elasticidade do FRP

119905119891 = Espessura de cada camada de FRP

815 Niacutevel de tensatildeo no FRP

A tensatildeo maacutexima que o FRP pode suportar antes da rotura da estrutura por flexatildeo pode

ser calculada admitindo um comportamento elaacutestico para o FRP atraveacutes da expressatildeo seguinte

119891119891119890 = 119864119891120576119891119890 (811)

Onde

119891119891119890=Tensatildeo efetiva no FRP niacutevel alcanccedilado na rotura da seccedilatildeo

119864119891=Modulo de elasticidade do FRP

120576119891119890=Extensatildeo efetiva no FRP niacutevel alcanccedilado na rotura da seccedilatildeo

146

816 Fator de reduccedilatildeo de ductilidade

Tendo em conta que a ductilidade de uma viga reforccedilada com FRP eacute inferior ao sistema original

desta maneira eacute importante verificar o niacutevel de deformaccedilatildeo das armaduras no estado limite

uacuteltimo apoacutes o esmagamento do betatildeo e descolamento do FRP de forma a manter a ductilidade

em niacuteveis aceitaacuteveis Este paracircmetro empty seraacute um fator de reduccedilatildeo do momento resistente

Figura 8-1 Fator de reduccedilatildeo do momento resistente em funccedilatildeo da extensatildeo do accedilo (adaptado

por Joaquim barros et al)

817 Estados limites de serviccedilo

Para se poderem evitar ou prevenir deformaccedilotildees plaacutesticas excessivas estas devem ser

limitadas em elementos de betatildeo armado reforccedilados com FRP para os estados limites de

utilizaccedilatildeo especialmente para elementos submetidos a cargas ciacuteclicas (El-Tawil et al 2001)

Desta forma a tensatildeo nas armaduras deve ser limitada a 80 e a tensatildeo de compressatildeo no betatildeo

limitada a 45 exemplificado nas expressotildees seguintes

119891119904119904 le 08 119891119904119910 (812)

119891119888119904 le 045119891119888 (813)

Onde

119891119904119904 = Tensatildeo para o accedilo natildeo preacute-esforccedilado para estados limites de utilizaccedilatildeo

119891119904119910 = Tensatildeo de cedecircncia para o accedilo natildeo preacute-esforccedilado

119891119888119904 = Resistecircncia de compressatildeo do betatildeo para estados limites de utilizaccedilatildeo

119891119888 = Resistecircncia agrave compressatildeo do betatildeo

147 Tiago Pais Boto

De acordo com Yamaguchi et al (1997) os autores observaram que existe uma relaccedilatildeo

linear entre a resistecircncia e as accedilotildees de longa duraccedilatildeo e o logaritmo do tempo de permanecircncia

do carregamento Chegaram agrave conclusatildeo que depois de aproximadamente 50 anos a resistecircncia

inicial do GFRP reduz em cerca de 30 a resitencia inicial do AFRP apresenta uma reduccedilatildeo

de cerca de 47 e a resistecircncia do CFRP tem uma perda de resistecircncia de aproximadamente

91 De acordo com Malvar (1998) os valores encontrados foram semelhantes

Desta maneira para se evitar a rotura dos sistemas reforccedilados com FRPs devido a accedilotildees

de longa duraccedilatildeo os valores da tensatildeo no FRP 119891119891119904 podem ser obtido segundo uma anaacutelise

elaacutestica e aplicando o momento que resulta das accedilotildees quase permanentes e das accedilotildees ciacuteclicas

Assim os valores das tensotildees para os sistemas GFRP AFRP e CFRP devem ficar limitados aos

valores indicados na tabela seguinte

Tabela 8-2 Limite de tensatildeo no FRP para carregamentos de longa duraccedilatildeo e accedilotildees ciacuteclicas

Tipo de Fibra do sistema FRP GFRP AFRP CFRP

020 119891119891119906 03 119891119891119906 055 119891119891119906

Onde

119891119891119906= Resistecircncia uacuteltima de caacutelculo do FRP

Os valores indicados na tabela satildeo resultado da aplicaccedilatildeo de um fator de seguranccedila de

06 aos valores dos fatores redutores de 03 047 e 091 para as fibras GFRP AFRP e CFRP

respetivamente

818 Aplicaccedilatildeo a seccedilotildees retangulares

Em aplicaccedilotildees de reforccedilo em seccedilotildees retangulares a resistecircncia agrave flexatildeo pode ser

determinada considerando a compatibilidade de deformaccedilotildees e o equiliacutebrio das forccedilas internas

atraveacutes do diagrama paraacutebola-retacircngulo

148

Figura 8-2Distribuiccedilatildeo de extensotildees e de tensotildees na verificaccedilatildeo aos estados limites uacuteltimos

(nas equaccedilotildees h foi substituiacutedo por 119889119891) (adaptado por Joaquim barros et al)

A distribuiccedilatildeo de extensotildees e de tensotildees representadas na figura anterior o momento

fletor resistente da secccedilatildeo na verificaccedilatildeo aos estados limite uacuteltimo pode ser calculado por

intermeacutedio da equaccedilatildeo seguinte

119872119899 = 119860119904119891119904 (119889119904 minus1205731119888

2) + 120595119891119860119891119891119891119890 (119889119891 minus

1205731119888

2) (814)

Onde

119872119899 = Momento fletor resistente da secccedilatildeo

119860119904 = Aacuterea da armadura convencional de traccedilatildeo

119891119904 = Tensatildeo de traccedilatildeo no accedilo

119889119904= Distancia entre a fibra do betatildeo mais comprimida e o centro geomeacutetrico da armadura de

traccedilatildeo

1205731 = Factor de transformaccedilatildeo do diagrama de tensotildees podendo assumir-se 08

c = Distancia da fibra de betatildeo mais comprimida ao eixo neutro

120595119891 =Coeficiente de minoraccedilatildeo da resistecircncia do FRP na flexatildeo pode assumir-se 085

119860119891= Aacuterea de FRP

119891119891119890 =Tensatildeo de traccedilatildeo efetiva no FRP

119889119891 = Altura total do elemento de betatildeo armado

149 Tiago Pais Boto

Por compatibilizaccedilatildeo de extensotildees e jaacute conhecendo a extensatildeo efetiva do FRP 120576119891119890 a

extensatildeo existente na camada de recobrimento logo apoacutes a aplicaccedilatildeo de reforccedilo 120576119887119894 e a posiccedilatildeo

do eixo neutro c podemos calcular a extensatildeo nas armaduras 120576119904 atraveacutes da expressatildeo

120576119904 = (120576119891119890 + 120576119887119894) (119889119904minus119888

119889119891minus119888) (815)

Onde

120576119904 = Niacutevel de extensatildeo nas armaduras

120576119891119890 = Extensatildeo efetiva no FRP niacutevel alcanccedilado na rotura da seccedilatildeo

120576119887119894 = Extensatildeo do betatildeo no substrato (betatildeo de recobrimento) no momento de instalaccedilatildeo do

FRP

119889119904 = Distancia entre a fibra do betatildeo armado mais comprimida e o centro geomeacutetrico da

armadura de traccedilatildeo

119889119891 = Altura total do elemento de betatildeo armado

c = Distancia da fibra de betatildeo mais comprimida ao eixo neutro

Conhecidas as extensotildees de todos os materiais que compotildees a seccedilatildeo e considerando-se

o comportamento linear-elaacutestico ateacute agrave cedecircncia seguido do comportamento perfeitamente

plaacutestico No caso do FRP como tambeacutem jaacute foi dito considera-se um comportamento linear e

elaacutestico Desta forma pode-se obter a correspondente tensatildeo atraveacutes das expressotildees

119891119904 = 119864119904120576119904 119904119890 120576119904 lt 120576119904119910 (816)

119891119904 = 119891119904119910 119904119890 120576119904 ge 120576119904119910 (817)

119891119891119890 = 119864119891120576119891 119904119890 120576119891 le 120576119891119889 (818)

119891119891119890 = 0 119904119890 120576119891 gt 120576119891119889 (819)

Onde

119891119904 =Tensatildeo nas armaduras

119864119904 = Moacutedulo de elasticidade do accedilo

120576119904 = Niacutevel de extensatildeo nas armaduras

150

120576119904119910 =Extensatildeo nas armaduras correspondente aacute tensatildeo de cedecircncia

119891119904119910 = Tensatildeo de cedecircncia para o accedilo natildeo preacute-esforccedilado

119891119891119890 = Tensatildeo de traccedilatildeo efetiva no FRP

119864119891 = Moacutedulo de elasticidade do FRP

120576119891 = Extensatildeo no FRP

120576119891119889 =Valor de caacutelculo da extensatildeo de descolamento do FRP ao substrato

Para o caacutelculo do equiliacutebrio interno de forccedilas se a equaccedilatildeo seguinte for satisfeita com a

verificaccedilatildeo da posiccedilatildeo do eixo neutro Os paracircmetros 1205721 e 1205731 de acordo com ACI 318-05 seccedilatildeo

10273 estatildeo associados agrave equivalecircncia do diagrama paraboacutelico das distribuiccedilatildeo de tensotildees no

betatildeo comprimido para o diagrama retangular e consideraccedilatildeo da linearidade fiacutesica dos

materiais Para 1205741 e 1205731 recomenda-se os valores de 085 e 08 respetivamente se a rotura do

sistema ocorrer por delaminaccedilatildeo ou descolamento do FRP segundo o ACI o diagrama

retangular garante resultados bastantes precisos

119888 =119860119904 119891119904+119860119891 119891119891119890

1205741 119891119888 1205731 119887119896 (820)

Onde

c = Distancia da fibra de betatildeo mais comprimida ao eixo neutro

119860119904 =Aacuterea das armaduras

119891119904 = Tensatildeo nas armaduras

119860119891 =Aacuterea de FRP

119891119891119890 = Tensatildeo de traccedilatildeo efetiva no FRP

1205741 e 1205731= Multiplicador de 119891119888 para determinar a tensatildeo equivalente do betatildeo agrave compressatildeo

119891119888 =Resistecircncia agrave compressatildeo do betatildeo

119887119896 =Largura da seccedilatildeo retangular de betatildeo

819 Tensatildeo no accedilo para estados limites de utilizaccedilatildeo

Assumindo o betatildeo fendilhado podemos calcular a tensatildeo no accedilo da secccedilatildeo reforccedilada

119891119904119904 e a posiccedilatildeo do eixo neutro para as cargas de serviccedilo kd atraveacutes do conceito de

homogeneizaccedilatildeo dos materiais

151 Tiago Pais Boto

119891119904119904 =[119872119904+ 120576119887119894 119860119891119864119891(119889119891minus

1198961198891199043)](119889119904minus119896119889119904)119864119904

119860119904119864119904(119889119904minus1198961198891199043)(119889119904minus119896119889119904)+119860119891119864119891(119889119891minus

1198961198891199043)(119889119891minus119896119889119904)

(821)

Em que

119896 = radic(120588119904119864119904

119864119888+ 120588119891

119864119891

119864119888)2

+ 2(120588119904119864119904

119864119888+ 120588119891

119864119891

119864119888(119889119891

119889119904)) minus (120588119904

119864119904

119864119888+ 120588119891

119864119891

119864119888) (822)

Onde

119891119904119904 = Tensatildeo nas armaduras para as cargas de serviccedilo

119872119904 =Momento no momento elaacutestico do elemento

120576119887119894 = Extensatildeo do betatildeo no substrato (betatildeo de recobrimento) no momento de instalaccedilatildeo do

FRP

119860119891 = Aacuterea de FRP

119864119891 = Moacutedulo de elasticidade do FRP

119889119891 = Altura total do elemento de betatildeo armado

119896 = Razatildeo entre a profundidade do eixo neutro e a profundidade medida no mesmo lado do eixo

neutro

119889119904 = Distancia entre a fibra mais comprimida do betatildeo armado e o centro geomeacutetrico da

armadura de traccedilatildeo

119864119904 = Moacutedulo de elasticidade do accedilo

119860119904 = Aacuterea das armaduras

120588119904 = Percentagem de reforccedilo da armadura convencional

119864119888 = Moacutedulo de elasticidade do betatildeo

120588119891 = Percentagem de reforccedilo de FRP

152

Figura 8-3 Distribuiccedilatildeo de tensotildees e extensotildees na verificaccedilatildeo dos estados limites de

utilizaccedilatildeo (adaptado por Joaquim barros et al)

8110 Tensatildeo no FRP para estados limites de utilizaccedilatildeo

Devido agrave atuaccedilatildeo de cargas de longa duraccedilatildeo e fadiga deve-se limitar a tensatildeo existente

no FRP atraveacutes da expressatildeo seguinte considerando-se as cargas quase permanentes e

comparar aos limites da tabela 16 recomendados pelo ACI

119891119891119904 = 119891119904119904 (119864119891

119864119904)119889119891minus119896119889119904

119889119904minus119896119889119904minus 120576119887119894119864119891 (823)

Onde

119891119891119904 = Tensatildeo no FRP causado pelo momento no regime elaacutestico do elemento de betatildeo armado

119891119904119904 = Tensatildeo nas armaduras para as cargas de serviccedilo

119864119891 = Moacutedulo de elasticidade do FRP

119864119904 = Moacutedulo de elasticidade das armaduras

119889119891 = Altura total do elemento de betatildeo armado

k = Razatildeo entre a profundidade do eixo neutro e a profundidade medida no mesmo lado do eixo

neutro

119889119904 = Distancia entre a fibra mais comprimida do betatildeo armado e o centro geomeacutetrico da

armadura de traccedilatildeo

120576119887119894 = Extensatildeo do betatildeo no substrato (betatildeo de recobrimento) no momento de instalaccedilatildeo do

FRP

153 Tiago Pais Boto

8111 Fluxograma para verificaccedilatildeo da capacidade resistente da seccedilatildeo reforccedilada agrave flexatildeo

De acordo com ACI 440 para a verificaccedilatildeo dos estados limites uacuteltimos a resistecircncia agrave

flexatildeo pode ser obtida seguindo o fluxograma indicado na figura seguinte Mas sendo que o

valor de 120576119891119889 diminui com a rigidez do sistema de reforccedilo na situaccedilatildeo em que a extensatildeo do

FRP for superior egrave extensatildeo efetiva torna-se necessaacuterio usar mais fibras de FRP no entanto no

contexto da rigidez e do valor econoacutemico eacute preferiacutevel aumentar a largura das camadas de FRP

do que aplicar mais camadas de FRP

154

Figura 8-4Diagrama para verificaccedilatildeo aos ELU em reforccedilo de seccedilotildees em betatildeo armado com

FRP (adaptado de Joaquim barros et al)

Determinar a extensatildeo inicial

Determinar a rigidez

Determinar o paracircmetro

Impor ruiacutena por esmagamento do betatildeo ( = )e =

Calcular a posiccedilatildeo da linha neutra c

Calcular o estado de extensatildeo no accedilo

lt

Calcular o estado de tensatildeo no accedilo

Tensatildeo no accedilo =

Calcular a tensatildeo efetiva no reforccedilo

Com a meacutedia dos valores de c calcula-se a nova

extensatildeo no reforccedilo

Obter a meacutedia dos dois valores de c Verificaccedilatildeo de equilibrio calcular a

posiccedilatildeo da linha neutra c

lt lt

Alterar a aacuterea do FRP de

Verificaccedilatildeo de dectilidade da seccedilatildeo calcular fAtor de reduccedilatildeo φ

Calcular o momento resistente

Criteacuterio de seguranccedila ao ELU

eacute verificado

Fim

Fornecer as caracteristicas geomeacutetricas da seccedilatildeo e

propriedades mecanicas dos

NAtildeONAtildeO

NAtildeO

SIM

SIM

SIM

155 Tiago Pais Boto

82 Reforccedilo ao esforccedilo transverso de uma viga ou pilar de betatildeo armado

821 Configuraccedilotildees geomeacutetricas de reforccedilo

Existem essencialmente trecircs tipos de revestimento de FRP usados para aumentar a

resistecircncia ao corte de uma viga de betatildeo armado ou pilar

Das trecircs hipoacuteteses a mais eficiente eacute total envolvimento da seccedilatildeo ilustrado na figura seguinte

a) Total envolvimento da seccedilatildeo

b) Em forma de U

c) Colagem em duas faces

Figura 8-5Configuraccedilotildees geomeacutetricas do reforccedilo ao corte com FRP (ACI 4402R-08)

822 Resistecircncia Nominal de corte

De acordo com o ACI 318-05 o valor da resistecircncia nominal de corte deve ser

multiplicado por um fator de reduccedilatildeo ϕ=085

ϕ119881119899 ge 119881119906 (824)

O valor nominal da resistecircncia ao corte tambeacutem pode ser calculado fazendo o

somatoacuterio da contribuiccedilatildeo da armadura resistente ao corte da contribuiccedilatildeo do betatildeo e do

sistema FRP afetado de um coeficiente de minoraccedilatildeo 120595119891 dependente da configuraccedilatildeo de

reforccedilo

Φ119881119899=ϕ(119881119888 + 119881119904 + 120595119891119881119891) (825)

Onde

119881119899 =Valor nominal da resistecircncia ao corte

119881119906 = Valor resistente ao corte requerido

156

119881119888 = Contribuiccedilatildeo do betatildeo para a resistecircncia ao corte de uma seccedilatildeo de betatildeo

119881119904 = Contribuiccedilatildeo das armaduras para a resistecircncia ao corte de uma seccedilatildeo de betatildeo

120595119891 = Coeficiente de minoraccedilatildeo dependente da configuraccedilatildeo de reforccedilo

Figura 8-6Valores correspondentes ao coeficiente 120595119891 (adaptaccedilatildeo de Joaquim barros et al)

823 Valor de caacutelculo da contribuiccedilatildeo do FRP

De acordo com ACI 440 o valor da contribuiccedilatildeo do FRP para aumentar a resistecircncia ao

esforccedilo transverso de uma viga de betatildeo armado eacute calculado com a expressatildeo seguinte

(Joaquim barros et al)

119881119891119889 = ϕ times 120595119891119860119891119907times119891119891119890times(sin120573+cos120573)times119889119891119907

119904119891 (826)

Em que

119860119891119907 = 2 times 119899119891 times 119905119891 times 119908119891 (827)

Onde

119881119891119889 = Valor de caacutelculo da contribuiccedilatildeo do FRP para contribuiccedilatildeo ao corte

ϕ = Fator de reduccedilatildeo de resistecircncia ACI 318-05 (empty = 085)

120595119891 =Coeficiente de minoraccedilatildeo dependente da configuraccedilatildeo de reforccedilo

119860119891119907 = Aacuterea de reforccedilo de FRP ao corte

119891119891119890 = Tensatildeo efetiva do FRP

120573 = Orientaccedilatildeo das fibras de FRP

119889119891119907= Altura uacutetil do reforccedilo de FRP

119904119891 = Espaccedilamento do FRP na direccedilatildeo do eixo da viga

157 Tiago Pais Boto

119899119891 = Nuacutemero de camadas de FRP

119905119891 = Espessura por camada de FRP

119908119891 =Largura por unidade de FRP

Figura 8-7Identificaccedilatildeo dos paracircmetros intervenientes na formulaccedilatildeo do reforccedilo com FRP

(ACI 4402R)

824 Tensatildeo efetiva do FRP

119891119891119890 = 120576119891119890 times 119864119891 (828)

Onde

119891119891119890 = Tensatildeo efetiva do FRP

120576119891119890 = Extensatildeo efetiva do FRP (extensatildeo do FRP na rotura da seccedilatildeo de betatildeo armado)

119864119891 = Moacutedulo de elasticidade do FRP

825 Extensatildeo efetiva para configuraccedilatildeo de envolvimento total da seccedilatildeo com FRP

De acordo com o ACI 440 observou-se que em reforccedilo de vigas ou pilares com

envolvimento total da seccedilatildeo ocorria uma perda de ligaccedilatildeo nos agregados do betatildeo onde o niacutevel

de extensatildeo era maior desta maneira o niacutevel de extensatildeo efetiva 120576119891119890 deveraacute ser limitada a

120576119891119890 = 0004 le 075 times 120576119891119906 (829)

Onde

120576119891119890 = Extensatildeo efetiva do FRP (extensatildeo do FRP na rotura da seccedilatildeo de betatildeo armado)

120576119891119906 = Valor de caacutelculo da extensatildeo de rotura do FRP

158

826 Extensatildeo efetiva para configuraccedilatildeo de envolvimento da seccedilatildeo com FRP em forma de U

e nas duas faces

Nestes dois casos de envolvimento da seccedilatildeo de betatildeo com FRP de acordo com o ACI

440 Triantafillou em 1998 observou que antes da perda de ligaccedilatildeo dos agregados ocorreu a

delaminaccedilatildeo do betatildeo desta forma analisaram-se as tensotildees de aderecircncia permitindo chegar a

um coeficiente de reduccedilatildeo aplicaacutevel ao corte 119896119907 de forma a viabilizar estas duas configuraccedilotildees

de envolvimento da seccedilatildeo com FRP

120576119891119890 = 119896119907 times 120576119891119890 le 0004 (830)

Em que

119896119907 =1198961times1198962times119871119890

11900times120576119891119906le 075 (831)

1198961 = (119891119888

27)23frasl

(832)

1198962 =

119889119891119907minus119871119890

119889119891119907 119877119890119891119900119903ccedil119900 119890119898 119891119900119903119898119886 119889119890 119880

119889119891119907minus2times119871119890

119889119891119907 119877119890119891119900119903ccedil119900 119886119901119897119894119888119886119889119900 119899119886119904 119891119886119888119890119904 119897119886119905119890119903119886119894119904

(833)

119871119890 =23300

(119899119891times119905119891times119864119891)058 (834)

Onde

120576119891119890 = Extensatildeo efetiva do FRP (extensatildeo do FRP na rotura da seccedilatildeo de betatildeo armado)

119896119907 =Coeficiente de reduccedilatildeo de aderecircncia

1198961 =Coeficiente que tem em conta a resistecircncia do betatildeo

1198962 =Fator que tem em conta a configuraccedilatildeo do reforccedilo

119871119890 =Comprimento de colagem efetivo do FRP

120576119891119906 = Valor de caacutelculo da extensatildeo de rotura do FRP

119891119888 = Valor caracteriacutestico da resistecircncia agrave compressatildeo do betatildeo

159 Tiago Pais Boto

119889119891119907 = Altura uacutetil do reforccedilo de FRP

119899119891 = Nuacutemero de camadas de FRP

119905119891 = Espessura por camada de FRP

119864119891 = Moacutedulo de elasticidade do FRP

827 Coeficiente de reduccedilatildeo ambiental 119914119942

Como jaacute referido no iniacutecio do capiacutetulo 6 Os elementos de reforccedilo FRP indicados nos

documentos teacutecnicos dos fabricantes natildeo satildeo afetados por nenhum coeficiente de minoraccedilatildeo

devido aacute exposiccedilatildeo ambiental desta maneira o ACI 440 recomenda que os alores de resistecircncia

agrave traccedilatildeo e da extensatildeo uacuteltima sejam corregidos por o coeficiente ambiental 119862119864

ƒ119891119906 = 119862119864 times ƒ119891119906lowast (835)

120576119891119906 = 119862119864 times 120576119891119906lowast (836)

ƒ119891119906=Resistecircncia uacuteltima de caacutelculo do FRP

ƒ119891119906lowast =Resistecircncia uacuteltima do FRP segundo o fabricante

119862119864=Coeficiente de reduccedilatildeo da accedilatildeo do meio ambiente

120576119891119906= Extensatildeo uacuteltima de caacutelculo do FRP

120576119891119906lowast =Extensatildeo uacuteltima do FRP segundo o fabricante

Page 4: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES

iv

RESUMO

Jaacute se passaram algumas deacutecadas desde que o betatildeo eacute o principal material de construccedilatildeo

que ergue cidades e estruturas nas civilizaccedilotildees contemporacircneas Num passado natildeo muito

longiacutenquo a aacuterea da durabilidade manutenccedilatildeo e prevenccedilatildeo das estruturas de betatildeo natildeo foi vista

como prioridade chegando a ser negligenciada por consequecircncia hoje existem graves

problemas nalgumas construccedilotildees de betatildeo Por outro lado devido ao excedente de construccedilatildeo

habitacional em Portugal e agrave a atual conjuntura econoacutemicafinanceira que a Europa atravessa

o setor da construccedilatildeo tem sofrido um abrandamento acentuado A consciecircncia e postura de

sustentabilidade das novas geraccedilotildees e entidades competentes acentuou a necessidade de

preservar reparar e reforccedilar muito do patrimoacutenio no parque habitacional portuguecircs e europeu

O projeto de intervenccedilatildeo numa estrutura nunca eacute abordada da mesma maneira natildeo existem duas

estruturas iguais e haacute particularidades neste tipo de projetos que natildeo existem num projeto de

uma estrutura nova Para intervir numa estrutura jaacute construiacuteda eacute necessaacuterio um conhecimento

abrangente em vaacuterias temaacuteticas tais como regulamentaccedilatildeo meacutetodos de avaliaccedilatildeo de

seguranccedila definiccedilatildeo das caracteriacutesticas mecacircnicas dos materiais teacutecnicas de reparaccedilatildeo e

reforccedilo metodologias de diagnostico e intervenccedilatildeo comportamento estrutural etc

Atualmente existe muita informaccedilatildeo acerca da temaacutetica de reparaccedilatildeo e reforccedilo de estruturas de

betatildeo armado no entanto haacute ainda alguma falta de documentaccedilatildeo onde a informaccedilatildeo aparece

de forma integral e objetiva

Consideando o apresentado anteriormente tentou-se compilar informaccedilatildeo sobre os principais

assuntos que interessam a um projeto de reparaccedilatildeoreforccedilo de estruturas de betatildeo armado

nomeadamente as normas e legislaccedilatildeo aplicaacutevel exemplos de metodologias de inspeccedilatildeo e

intervenccedilatildeo os principais ensaios em laboratoacuterio e in situ para caracterizaccedilatildeo dos materiais

principais teacutecnicas de reparaccedilatildeoreforccedilo Sobre este toacutepico e a tiacutetulo de exemplo aprofundou-

se com mais detalhe as consideraccedilotildees relativas ao dimensionamento com reforccedilo com FRPacutes

v Tiago Pais Boto

ABSTRACT

It has been a few decades since the concrete is the main building material used to raised cities

and structures in the contemporary civilizations In a not so distant past the area of durability

maintenance and prevention of concrete structures has not been seen as a priority being

neglected and therefore today there are serious problems in some concrete structures On the

other hand due to the surplus of the housing construction in Portugal and the current

economicfinancial that Europe is going through the construction industry has been suffering

a sharp slowdown The consciousness and attitude of sustainability of the new generations

and competent authorities accented the need to maintain repair and enhance much of the

Portuguese and European housing stock and patrimony

The intervention project in a structure is never addressed the same way there are not two

equal structures and there are special features on this type of project that do not exist a new

structure project To intervene in a structure already built it is necessary comprehensive

knowledge of various topics such as regulations safety assessment methods definition of the

mechanical characteristics of the materials techniques of reparation and reinforcement

diagnostic and intervention methodologies structural behavior and so on

Currently there is a lot of information about the subject of reparation and reinforcement of

reinforced concrete structures however there is still some lack of documentation where the

information appears fully and objectively

Considering the previously presented We tried attempt to compile the information on the

main issues which are of interest to the project of reparationreinforcement of reinforced

concrete structures in particular the guidelines and applicable legislation examples of

inspection methodologies and interventions the main tests in laboratories and in situ to

characterize the materials the main techniques in reparationreinforcement On this topic and

for example deepened in more detail considerations on the design with reinforcement with

FRPs

Palavras-chave

Patologias Diagnostico Inspeccedilatildeo Ensaios in situ Ensaios laboratoriais Reforccedilo Estruturas de

Betatildeo Armado

KEYWORDS

Pathology Diagnosis Inspection Testing situ Laboratory tests Reinforcement Concrete

Structures

vi

vii Tiago Pais Boto

Iacutendice

AGRADECIMENTOS iii

RESUMO iv

ABSTRACT v

IacuteNDICE DE FIGURAS 1

IacuteNDICE DE TABELAS 4

ACROacuteNIMOS 4

SIMBOLOGIA 6

1 INTRODUCcedilAtildeO 13

11 Enquadramento 13

12 Objetivos 14

13 Estrutura da dissertaccedilatildeo 15

2 Normas Regulamentaccedilatildeo e Documentaccedilatildeo teacutecnica 17

21 Normas europeias mais relevantes e que devem consultadas na realizaccedilatildeo de um

projeto de reabilitaccedilatildeo estrutural 17

22 Importacircncia da Norma EN NP 1504 em projetos de reforccediloreparaccedilatildeo 17

23 Os regulamentos publicados em Portugal na aacuterea do projeto estrutural 22

24 Por fim aconselha-se consulta da seguinte documentaccedilatildeo que apresenta

recomendaccedilotildees relevantes para na realizaccedilatildeo de um projeto de reabilitaccedilatildeo estrutural 22

3 Avaliaccedilatildeo e diagnoacutestico do estado de conservaccedilatildeo das estruturas de betatildeo armado 25

31 Introduccedilatildeo 25

32 Metodologia de inspeccedilatildeo 25

33 Ensaios in situ e Ensaios laboratoriais 26

331 Anaacutelise e monitorizaccedilatildeo de vibraccedilotildees em estruturas 26

332 Ensaios de ultrassons em betatildeo 27

333 Deteccedilatildeo de armaduras com recurso do pacoacutemetro 30

334 Deteccedilatildeo de corrosatildeo em armaduras por mediccedilatildeo dos potenciais eleacutetricos 32

335 Determinaccedilatildeo do teor de cloretos no betatildeo 33

336 Ensaio de aderecircncia por traccedilatildeo (pull-off) 35

337 Resistecircncia aacute compressatildeo com recurso ao escleroacutemetro do tipo Schmidt 36

338 Avaliaccedilatildeo da profundidade de carbonataccedilatildeo com indicador de fenolftaleiacutena 38

viii

339 Observaccedilatildeo boroscoacutepica de cavidades e fendas 40

3310 Mediccedilatildeo de deslocamentos em juntas e fendas com o alongacircmetro 41

3311 Determinaccedilatildeo da resistecircncia de betotildees a partir de provetes ciliacutendricos 42

3312 Mediccedilatildeo da espessura da seccedilatildeo atraveacutes de ensaios impacto-eco 44

4 Patologias em Estruturas de Betatildeo Armado 47

41 Introduccedilatildeo 47

42 Erros de projeto 48

43 Deficiente execuccedilatildeo 49

44 Erros de Exploraccedilatildeo Manutenccedilatildeo 49

441 Mecanismos Mecacircnicos 49

442 Mecanismos Quiacutemicos 52

443 Mecanismos Fiacutesicos 56

5 Reparaccedilatildeo e Reforccedilo de Estruturas de betatildeo armado 59

51 Enquadramento Geral de uma intervenccedilatildeo de reforccedilo 59

52 Aspetos teacutecnicos a considerar em situaccedilotildees de reparaccedilatildeo ou reforccedilo estrutural 59

53 Metodologias de intervenccedilatildeo 60

54 Verificaccedilatildeo da seguranccedila de estruturas existentes 62

55 Caracterizaccedilatildeo do tipo de intervenccedilatildeo 65

56 Paracircmetros principais a considerar no dimensionamento do Reforccedilo 66

57 Mecanismos de transferecircncia de tensotildees de acordo com CEB Nordm162 68

571 Transferecircncia de tensotildees atraveacutes de compressatildeo direta betatildeo sobre betatildeo 68

572 Transferecircncia de tensotildees atraveacutes de adesatildeo betatildeobetatildeo 69

573 Transferecircncia de tensotildees atraveacutes de fricccedilatildeo betatildeobetatildeo 69

574 Transferecircncia de tensotildees de compressatildeo atraveacutes camadas de resina 70

575 Transferecircncia de forccedilas das armaduras de reforccedilo para armaduras de reforccedilo ou

armaduras existentes 72

58 Principais Teacutecnicas de reparaccedilatildeo e reforccedilo estrutural 73

581 Meacutetodos de proteccedilatildeoreparaccedilatildeo eletroquiacutemica 73

582 Reforccedilo de seccedilotildees com encamisamentocolagem de chapas metaacutelicas (EBR)

Externally bonded reinforcement 82

583 Reforccedilo de seccedilotildees com encamisamento de betatildeo armado 95

ix Tiago Pais Boto

584 Reforccedilo de estruturas em betatildeo com colagem de compoacutesitos FRP (Poliacutemeros

reforccedilados com fibras) 105

6 Exemplos de casos praacuteticos de reparaccedilatildeo e reforccedilo 113

61 Cais de carga geral do porto de Aveiro 113

62 Viaduto Duarte Pacheco 117

63 Reabilitaccedilatildeo da ponte cais da Trafaria 122

64 Reabilitaccedilatildeo da ponte de Arraacutebida 125

7 CONCLUSOtildeES E DESENVOLVIMENTOS FUTUROS 130

71 CONCLUSOtildeES 130

72 DESENVOLVIMENTOS FUTUROS 130

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 131

Anexo 1 141

8 Consideraccedilotildees gerais de reforccedilo com FRP agrave flexatildeo e corte em seccedilotildees retangulares de

acordo com ACI 440 e ACI 318 141

81 Reforccedilo agrave flexatildeo 143

811 Modos de ruina 143

812 Hipoacuteteses baacutesicas do dimensionamento 143

813 Criteacuterio de seguranccedila da resistecircncia agrave flexatildeo 144

814 Niacutevel de extensatildeo no FRP 144

815 Niacutevel de tensatildeo no FRP 145

816 Fator de reduccedilatildeo de ductilidade 146

817 Estados limites de serviccedilo 146

818 Aplicaccedilatildeo a seccedilotildees retangulares 147

819 Tensatildeo no accedilo para estados limites de utilizaccedilatildeo 150

8110 Tensatildeo no FRP para estados limites de utilizaccedilatildeo 152

8111 Fluxograma para verificaccedilatildeo da capacidade resistente da seccedilatildeo reforccedilada agrave flexatildeo

153

82 Reforccedilo ao esforccedilo transverso de uma viga ou pilar de betatildeo armado 155

821 Configuraccedilotildees geomeacutetricas de reforccedilo 155

822 Resistecircncia Nominal de corte 155

823 Valor de caacutelculo da contribuiccedilatildeo do FRP 156

824 Tensatildeo efetiva do FRP 157

x

825 Extensatildeo efetiva para configuraccedilatildeo de envolvimento total da seccedilatildeo com FRP 157

826 Extensatildeo efetiva para configuraccedilatildeo de envolvimento da seccedilatildeo com FRP em forma

de U e nas duas faces 158

827 Coeficiente de reduccedilatildeo ambiental 119914119942 159

1 Tiago Pais Boto

IacuteNDICE DE FIGURAS

Figura 1-1 Peso () da Reabilitaccedilatildeo Residencial na Produccedilatildeo Total da Construccedilatildeo para 14 paiacuteses da Europa

(AECOPS 2009) 14

Figura 2-1 Etapas de um processo de reparaccedilatildeoreforccedilo (Silva 2008) 21

Figura 3-1 Esquema do equipamento para registo de vibraccedilotildees (oz diagnostico2015) 27

Figura 3-2 Equipamento para ensaios de ultrassons no betatildeo (ATCP Physical Engineering) 28

Figura 3-3Ilustraccedilatildeo das trecircs metodologias para realizaccedilatildeo de ensaios ultrassons (ATCP Physical Engineering)

28

Figura 3-4 Pacoacutemetro (geotechpedia 2012) 31

Figura 3-5 Equipamento para mediccedilatildeo do teor de cloretos in situ (oz diagnostico 2015) 34

Figura 3-6 Esquematizaccedilatildeo do ensaio de aderecircncia por traccedilatildeo pull-off (oz diagnostico 2015) 36

Figura 3-7 Escleroacutemetro de Schmidt (Nabrande Wikipedia 2015) 37

Figura 3-8 Reaccedilatildeo da fenolftaleiacutena numa carote de betatildeo (oz diagnostico 2015) 39

Figura 3-9 Esquematizaccedilatildeo de um boroscoacutepio (oz diagnostico 2015) 40

Figura 3-10Alongacircmetro mecacircnico (oz diagnostico 2015) 41

Figura 3-11 Extraccedilatildeo de carote com localizaccedilatildeo preacutevia da malha de armaduras (oz diagnostico 2015) 43

Figura 3-12 Parte do equipamento para realizaccedilatildeo do ensaio (impacto-ecoimpact Echo instruments 2015) 44

Figura 4-1 Modelo de Tuutti evoluccedilatildeo dos niacuteveis de deterioraccedilatildeo ao longo da vida uacutetil de uma estrutura (Concrete

Institute of Australia 2015) 48

Figura 4-2Modelo simplificado do processo de corrosatildeo nas armaduras (ACosta1997) 54

Figura 4-3 Evoluccedilatildeo dos niacuteveis de concentraccedilatildeo de CO2 nos uacuteltimos 50 anos 55

Figura 5-1 Comportamento teoacuterico dos modelos de anaacutelise (Appleton Jamp Costa A 2011) 63

Figura 5-2 Tensatildeo de corte em funccedilatildeo da tensatildeo normal em superfiacutecie de betatildeo tratada com jacto de areia (CEB

Bulletin drsquoinformation nordm1621983) 70

Figura 5-3 Espessura da camada de resina e correspondente resistecircncia agrave traccedilatildeo (CEB Bulletin drsquoinformation

nordm162 1983) 71

Figura 5-4Tensatildeo de corte em funccedilatildeo do deslizamento para vaacuterias espessuras de chapa de accedilo coladas (CEB

Bulletin drsquoinformation nordm162 1983) 72

Figura 5-5 Transferecircncia de forccedilas atraveacutes das armaduras de reforccedilo (CED 2015) 72

Figura 5-6Esquema de proteccedilatildeo catoacutedica por corrente imposta com recurso a acircnodo inerte distribuiacutedo (adaptado

de G Kakuba 2005) 75

Figura 5-7Esquema de proteccedilatildeo catoacutedica por corrente imposta com recurso a acircnodos internos (adaptado de G

Kakuba 2005) 75

Figura 5-8 Esquema de proteccedilatildeo catoacutedica com recurso a acircnodos de sacrifiacutecio sem necessidade de fonte de corrente

contiacutenua (adaptado de G Kakuba 2005) 76

Figura 5-9Malha de titacircnio (Global Sources 2015) 77

Figura 5-10 Fita de malha de titacircnio (Chemical Newtech 2015) 77

Figura 5-11 Acircnodo de titacircnio ativado (Global Sources 2015) 78

2

Figura 5-12 Aplicaccedilatildeo de tinta orgacircnica condutora (CONREHAB Cathodic protection 2015) 78

Figura 5-13 Acircnodo enterrado de magneacutesio (AEGION 2015) 79

Figura 5-14Sistema de acircnodo adesivo de zinco (Jianhai Qiu 2002) 79

Figura 5-15Acircnodo de zinco envolvido em argamassa de elevada porosidade (CCASMI Corrosion Services

2015) 80

Figura 5-16Sistema de proteccedilatildeo catoacutedica com malha de zinco (FOSROC 2015) 80

Figura 5-17Aplicaccedilatildeo de metais por projeccedilatildeo em estrutura de betatildeo armado (Structural Technologies 2015) 81

Figura 5-18 Diagrama de Pourbaix para Fe-H2O a 25ordmC (SJSU2015) 81

Figura 5-19Reforccedilo com encamisamento metaacutelico eliacuteptico para seccedilotildees retangulares (Aboutaha RS et all 1999)

84

Figura 5-20 Dimensotildees recomendadas no reforccedilo agrave flexatildeo de uma viga em betatildeo armado (Gomes A Appleton

J1997) 84

Figura 5-21 Dimensotildees recomendadas no reforccedilo ao esforccedilo transverso de uma viga em betatildeo armado (Gomes

A Appleton J) 85

Figura 5-22 Deformaccedilatildeo de pilares devido agrave formaccedilatildeo de roacutetulas plaacutesticas ldquoph-plastic hingesrdquo (SCRIP academic

publisher 2015) 86

Figura 5-23Esquematizaccedilatildeo de um encamisamento metaacutelico (Chai Y H et al 1991) 86

Figura 5-24Seccedilatildeo de betatildeo confinada com anel e encamisamento metaacutelico (Attard M M Setunge S 1996) 87

Figura 5-25 Modelo de caacutelculo de pilares agrave flexatildeo composta (Gomes A Appleton J) 90

Figura 5-26 Modelo de caacutelculo agrave flexatildeo de vigas reforccediladas por colagem de chapas metaacutelicas (Gomes A

Appleton J) 91

Figura 5-27 Distribuiccedilatildeo plaacutestica das tensotildees de aderecircncia (Gomes A Appleton J) 93

Figura 5-28 Encamisamento de pilares com betatildeo armado (Santos 2008) 95

Figura 5-29Disposiccedilatildeo das armaduras mais utilizado no encamisamento de vigas (Gomes A Appleton J) 96

Figura 5-30 Disposiccedilatildeo das armaduras mais utilizado no encamisamento de pilares (Gomes A Appleton J)

97

Figura 5-31Espessura a betonar em funccedilatildeo do material e teacutecnica utilizada (Gomes A Appleton J) 97

Figura 5-32Modelo de caacutelculo agrave flexatildeo de vigas reforccediladas por encamisamento de betatildeo armado (Gomes A

Appleton J) 98

Figura 5-33 Modelo de caacutelculo para verificaccedilatildeo da ligaccedilatildeo betatildeo existentebetatildeo novo (Gomes A Appleton J)

99

Figura 5-34Pilar com encamisamento de betatildeo armado total (Aacutelvaro Sousa 2008) 102

Figura 5-35Modelo de caacutelculo dos esforccedilos resistentes agrave flexatildeo composta (Aacutelvaro Sousa 2008) 104

Figura 5-36 Compoacutesito de FRP (Formas Preacute-Fabricada e Curada ldquoin siturdquo) (LJuvandes et all 2007) 106

Figura 5-37 Comportamento agrave traccedilatildeo de fibras e metais (ACI 440R-96 1996) 107

Figura 5-38 Aplicaccedilatildeo do sistema FRP (adaptado de BASF 2007) 110

Figura 5-39Fatores condicionantes para a durabilidade dos FRPrsquos 110

Figura 6-1 Vista do Cais de Carga do porto de Aveiro (LOURENCcedilO Z 2007) 113

3 Tiago Pais Boto

Figura 6-2 Corte da viga frontal com a ilustraccedilatildeo das diferentes zonas anoacutedicas do sistema de proteccedilatildeo catoacutedica

(LOURENCcedilO Z 2007) 114

Figura 6-3 Instalaccedilatildeo das fitas de malha de TiMMO (LOURENCcedilO Z 2007) 115

Figura 6-4 Unidade Central de controlo e monitorizaccedilatildeo (LOURENCcedilO Z 2007) 115

Figura 6-5 Meacutedia dos valores do decrescimento do potencial (72 h) em funccedilatildeo da densidade de corrente

(LOURENCcedilO Z 2007) 117

Figura 6-6 Vista geral viaduto Duarte Pacheco (httpwwwpanoramiocom 2014) 117

Figura 6-7 Alccedilado do Viaduto Duarte Pacheco (APPLETON J et al 2004) 118

Figura 6-8 Fendilhaccedilatildeo das reaccedilotildees alcali-siacutelica no betatildeo nas vigas do tabuleiro (APPLETON J et al 2004)119

Figura 6-9 Fendilhaccedilatildeo em pilar e trabalho de injeccedilatildeo (APPLETON J et al 2004) 120

Figura 6-10 Reabilitaccedilatildeo de apoios moveis (APPLETON J et al 2004) 120

Figura 6-11 Substituiccedilatildeo de apoios moacuteveis bloqueados e deformados (APPLETON J et al 2004) 120

Figura 6-12Reforccedilo com laminados de fibra de carbono (APPLETON J et al 2004) 121

Figura 6-13Reconstruccedilatildeo das lajes consola e dos passeios (APPLETON J et al 2004) 121

Figura 6-14Vista geral do viaduto Duarte Pacheco apoacutes intervenccedilatildeo (APPLETON J et al 2004) 122

Figura 6-15 Ponte Cais da Trafaria (a2p estudos e projetos 2004) 122

Figura 6-16 Estado de degradaccedilatildeo da estrutura (a2p estudos e projetos 2004) 123

Figura 6-17 Intervenccedilotildees nas vigas da ponte cais da Trafaria (a2p estudos e projetos 2004) 124

Figura 6-18 Vista geral Ponte da Arraacutebida (Gaiurb 2015) 125

Figura 6-19 Ilustraccedilatildeo do mapeamento das Patologias (APPLETON J et al 2002) 126

Figura 6-20 Localizaccedilatildeo das zonas ensaiadas (APPLETON J et al 2002) 127

Figura 6-21 Corrosatildeo das armaduras (APPLETON J et al 2002) 128

Figura 8-1 Fator de reduccedilatildeo do momento resistente em funccedilatildeo da extensatildeo do accedilo (adaptado por Joaquim barros

et al) 146

Figura 8-2Distribuiccedilatildeo de extensotildees e de tensotildees na verificaccedilatildeo aos estados limites uacuteltimos (nas equaccedilotildees h foi

substituiacutedo por 119889119891) (adaptado por Joaquim barros et al) 148

Figura 8-3 Distribuiccedilatildeo de tensotildees e extensotildees na verificaccedilatildeo dos estados limites de utilizaccedilatildeo (adaptado por

Joaquim barros et al) 152

Figura 8-4Diagrama para verificaccedilatildeo aos ELU em reforccedilo de seccedilotildees em betatildeo armado com FRP (adaptado de

Joaquim barros et al) 154

Figura 8-5Configuraccedilotildees geomeacutetricas do reforccedilo ao corte com FRP (ACI 4402R-08) 155

Figura 8-6Valores correspondentes ao coeficiente 120595119891 (adaptaccedilatildeo de Joaquim barros et al) 156

Figura 8-7Identificaccedilatildeo dos paracircmetros intervenientes na formulaccedilatildeo do reforccedilo com FRP (ACI 4402R) 157

4

IacuteNDICE DE TABELAS

Tabela 2-1 Organizaccedilatildeo da Norma EN NP 1504 18

Tabela 3-1 Qualidade do betatildeo em funccedilatildeo da velocidade de propagaccedilatildeo dos ultrassons (Japanese Society of

Construction) 30

Tabela 3-2Risco de corrosatildeo ativa em funccedilatildeo do niacutevel de potencial 33

Tabela 4-1 Caracteriacutesticas do betatildeo em funccedilatildeo da temperatura (Adaptado de Rosso (1975) Neville (1923) 51

Tabela 5-1 Aspetos teacutecnicos a considerar para situaccedilotildees de reparaccedilatildeo e reforccedilo (Joseacute Vasconcelos Paiva et all

LNEC 2006) 60

Tabela 5-2Metodologia a seguir para projeto de reparaccedilatildeoreforccedilo (ACI Committee 364 1999) 61

Tabela 5-3 Coeficiente 120593119877 para danos provocados por sismos (CEB 1983) 64

Tabela 5-4 Coeficiente 120593119877 para danos provocados por incecircndios (CEB 1983) 64

Tabela 5-5 Coeficiente 120593119877 para danos provocados pela corrosatildeo (CEB 1983) 65

Tabela 5-6Relaccedilatildeo entre Coeficiente de Capacidade e Grau de Intervenccedilatildeo 66

Tabela 5-7 Coeficientes de minoraccedilatildeo (120574prime119862) para betatildeo cofrado em obra (CEB 1983) 66

Tabela 5-8 Coeficientes de minoraccedilatildeo (120574prime119862) para betatildeo projetado (CEB 1983) 66

Tabela 5-9 Coeficientes de minoraccedilatildeo (120574prime119878) para Accedilo (CEB 1983) 67

Tabela 5-10Forccedila de Adesatildeo consoante a interface de ligaccedilatildeo 69

Tabela 5-11 Seacuterie galvacircnica dos materiais 74

Tabela 5-12Propriedades das Principais Fibras (Manoochehr Zoghi 2014) 108

Tabela 5-13 Principais vantagens e desvantagens das fibras FRP (Aacutelvaro Sousa 2008) 112

Tabela 6-1 Resultados obtidos durante dois ciclos de polarizaccedilatildeo despolarizaccedilatildeo (LOURENCcedilO Z 2007) 116

Tabela 6-2 Meacutedia dos valores de decrescimento de potencial obtido em cada zona e em cada ciclo de polarizaccedilatildeo

(LOURENCcedilO Z 2007) 116

Tabela 0-1Valores de coeficiente de minoraccedilatildeo 119862119864 142

Tabela 8-2 Limite de tensatildeo no FRP para carregamentos de longa duraccedilatildeo e accedilotildees ciacuteclicas 147

ACROacuteNIMOS

A - Fibra de Aramida

ACI ndash American Concrete Institute

AECOPS - Associaccedilatildeo de Empresas de Construccedilatildeo Obras Publicas e Serviccedilos

AFRP ndash Aramid Fiber Reinforced Polymer Poliacutemero reforccedilado com fibras de aramida

ASCE ndash American society of civil engineering

ASTM ndash American Society for Testing and Materials

A-HM ndash Fibras de Aramida de elevado moacutedulo de elasticidade

5 Tiago Pais Boto

A-IM ndash Fibras de Aramida de moacutedulo de elasticidade intermeacutedio

BRI ndash Building Research Institute

C - Fibra de carbono

CE ndash Marcaccedilatildeo de no Espaccedilo Econoacutemico Europeu

CFRP ndash Carbon Fiber Reinforced Polymer Poliacutemero reforccedilado com fibras de carbono

CEN - Comiteacute Europeu de Normalizaccedilatildeo

CEB ndash Comiteacute Europeacuteen du Beacuteton

CONREPNET - Thematic network on performance based rehabilitation of reinforced concrete

structures

CPF - Controlo de produccedilatildeo de faacutebrica

CNR ndash Consiglio Nazionale delle Ricerche

C-HM ndash Fibras de Carbono de elevado moacutedulo de elasticidade

C-HS ndash Fibras de Carbono de elevada resistecircncia

DEF ndash Delayed Ettringite Formation

DSC ndash Differential Scanning Calorimetry

DMTA ndash Dynamic Mechanical Thermal Analysis

FRP ndash Fiber Reinforced Polymer

G - Fibra de vidro

GFRP ndash Glass Fiber Reinforced Polymer Poliacutemero reforccedilado com fibras de vidro

G-S ndash Fibras de Vidro de elevada resistecircncia

G-AR ndash Fibras de Vidro de resistecircncia meacutedia

G-E ndash Fibras de Vidro com propriedades similares a G-AR mas de densidade inferior

IBC ndash International Existing Building Code

JCI ndash Japan Concrete Institute

JCSS ndash Joint Committee on Structural Safety

K - Fibra de Kevlar

LNEC ndash Laboratoacuterio Nacional de Engenharia Civil

NACE ndash National Association of Corrosion Engineers

RBA ndash Regulamento do Betatildeo Armado

REBA ndash Regulamento de Estruturas de Betatildeo Armado

REBAP ndash Regulamento de Estruturas de Betatildeo Armado e Preacute-Esforccedilado

RSA ndash Regulamento de Seguranccedila e Accedilotildees para Estruturas de Edifiacutecios e Pontes

6

SIMBOLOGIA

Maiuacutesculas Latinas

AgCl ndash Cloreto de prata

119860119904119890119902

ndash Aacuterea de armadura equivalente

119860119904119894 ndash Aacuterea da armadura existente

119860119904119903 ndash Aacuterea da armadura de reforccedilo

119860119888119894 ndash Aacuterea do betatildeo existente

119860119888119903 ndash Aacuterea do betatildeo de reforccedilo

119860119888119888119903 ndash Aacuterea do betatildeo de recobrimento que natildeo se considera confinado

119860119904119903 ndash Aacuterea da armadura de reforccedilo

119860119904119908119894 ndash Aacuterea da armadura de esforccedilo transverso inicial por metro

119860119904 ndash Aacuterea da armadura convencional de traccedilatildeo

119860119891 ndash Aacuterea de FRP

119860119891119907 ndash Aacuterea de reforccedilo de FRP ao corte

119860119887 ndash Aacuterea da seccedilatildeo das armaduras longitudinais

119860119904119895 ndash Aacuterea estimada dos aneacuteis de accedilo

CaCO3 ndash Carbonato de Caacutelcio

Ca(HCO3)2 ndash Bicarbonato de Caacutelcio

Ca(OH)2 ndash Hidroacutexido de Caacutelcio

CaO ndash Oacutexido de Caacutelcio

CL- ndash Cloro

Ca+ ndash Caacutelcio

CO2 ndash Dioacutexido de Carbono

119862119864 ndash Coeficiente de reduccedilatildeo da accedilatildeo do meio ambiente

C1 ndash Concentraccedilatildeo de CO2 no exterior [gm3]

C2 ndashConcentraccedilatildeo de CO2 na frente de carbonataccedilatildeo [gm3]

119863119895 ndash Diacircmetro externo do encamisamento

D ndash Coeficiente de difusatildeo do CO2 no betatildeo [m2s]

E ndash Moacutedulo de Elasticidade

7 Tiago Pais Boto

119864119904119895 ndash Moacutedulo de elasticidade do accedilo de encamisamento

119864ƒ ndash Moacutedulo de elasticidade do FRP

119865119887 ndash Forccedila de corte resistente de uma bucha metaacutelica

119865119890 ndash Ferro

119865119910119904119895 ndash Tensatildeo de cedecircncia do accedilo de encamisamento

119865119904119889 ndash Forccedila de traccedilatildeo de reforccedilo

H2O ndash Aacutegua

L ndash Comprimento da Ligaccedilatildeo

119871119870 ndash Comprimento da chapa metaacutelica

119871119890 ndash Comprimento de colagem efetivo do FRP

K ndash Coeficiente de carbonataccedilatildeo [m s-05]

K ndash Potaacutessio

119870119868119899119894119888119894119886119897 ndash Caracteriacutesticas iniciais de rigidez

119870119903119890119904119894119889119906119886119897 ndash Caracteriacutesticas residuais de rigidez

K2O ndash Oacutexido de Potaacutessio

Mg ndash Magneacutesio

119872119877119889 ndash Momento resistente da seccedilatildeo reforccedilada

119872119899 ndash Momento fletor resistente de caacutelculo

119872119906 ndash Momento fletor solicitante da combinaccedilatildeo mais desfavoraacutevel Nmm

119872119904 ndash Momento no momento elaacutestico do elemento

119872119877119863 ndash Momento resistente

119873119877119889119891119894119899119886119897

ndash Esforccedilo axial resistente afetado pelo coeficiente de monolitismo

119873119877119889 ndash Esforccedilo axial resistente

119873119904119889 ndash Esforccedilo axial atuante

Na2O ndash Oacutexido de Soacutedio

Na ndash Soacutedio

119877119899 ndash Resistecircncia nominal de um elemento estrutural

119877119899120579 ndash Resistecircncia nominal de um elemento estrutural submetido a temperaturas elevadas

119877119889 ndash Valor de caacutelculo do esforccedilo resistente da estrutura

119877prime119889 ndash Esforccedilo de caacutelculo residual resistente

8

119877119868119899119894119888119894119886119897 ndash Caracteriacutesticas iniciais de resistecircncia

119877119903119890119904119894119889119906119886119897 ndash Caracteriacutesticas residuais de resistecircncia

119877119903 ndash Resistecircncia da estrutura apoacutes reforccedilo

119877119894 ndash Resistecircncia da estrutura supondo que eacute nova

119878119904119895 ndash Espaccedilamento igual agrave unidade

119878prime119889 ndash Esforccedilo de caacutelculo atuante

SO4 ndash Sulfato

119878 ndash Espaccedilamento dos varotildees de accedilo

S ndash Forccedila

119878119889 ndash Valor de caacutelculo atuante na estrutura

Tc ndash Temperatura Criacutetica

Tg ndash Temperatura de transiccedilatildeo viacutetrea

T95 ndash Temperatura Caracteriacutestica

119881119906 ndash Resistecircncia do pilar ao esforccedilo transverso

119881119888 ndash Resistecircncia do betatildeo ao corte

119881119904 ndash Resistecircncia das armaduras ao corte

119881119899 ndash Resistecircncia ao corte da contribuiccedilatildeo das cargas verticais

119881119904119895 = Resistecircncia miacutenima necessaacuteria ao corte do encamisamento de accedilo

1198810 ndash Forccedila de corte induzida pela capacidade de flexatildeo maacutexima provaacutevel da roacutetula plaacutestica

119881119904119889 ndash Valor de caacutelculo do esforccedilo transverso atuante

119881119877119889119898119886119909 ndash Esforccedilo transverso maacuteximo

V ndash Velocidade de propagaccedilatildeo do impulso ultra-soacutenico do betatildeo

119881119877119889119898119886119909 ndash Esforccedilo transverso maacuteximo

119881119904119889 ndash Valor de caacutelculo do esforccedilo transverso atuante

119881119889 ndash Velocidade do som pelo meacutetodo direto

119881119894 ndash Velocidade do som pelo meacutetodo indireto

119881119901 ndash Velocidade ultrassoacutenica (Kms)

119882 ndash Watt unidade de medida de potecircncia eleacutetrica no sistema internacional de unidades

119882119860119875 ndash Accedilotildees permanentes

119882119878119900119887 ndash Accedilotildees da sobrecarga

119885119890119902 ndash Braccedilo equivalente da seccedilatildeo reforccedilada

9 Tiago Pais Boto

119885119894 ndash Braccedilo da seccedilatildeo de betatildeo relativamente agrave armadura existente

119885119903 ndash Braccedilo da seccedilatildeo de betatildeo relativamente agrave armadura de reforccedilo

Minuacutesculas Latinas

a ndash Quantidade necessaacuteria para carbonatar uma unidade de volume de betatildeo [gm3]

119887 ndash Largura da chapa metaacutelica

119887119903 ndash Largura da seccedilatildeo de betatildeo reforccedilada

119887119894 ndash Largura da seccedilatildeo de betatildeo da viga inicial

119887119903 ndash Largura da seccedilatildeo de betatildeo reforccedilada

119887119896 ndash Largura da seccedilatildeo retangular de betatildeo

c ndash Distancia da fibra mais comprimida ao eixo neutro

119889119890119902 ndash Altura uacutetil equivalente da seccedilatildeo reforccedilada

119889119903 ndash Altura uacutetil da seccedilatildeo reforccedilada relativamente agrave armadura de reforccedilo

119889119894 ndash Altura uacutetil da seccedilatildeo reforccedilada relativamente agrave armadura existente

119889119904 ndash Distancia entre a fibra do betatildeo mais comprimida e o centro geomeacutetrico da armadura de

traccedilatildeo

119889119891 ndash Altura total do elemento de betatildeo armado

119889119891119907 ndash Altura uacutetil do reforccedilo de FRP

119889119904119895 ndash Espessura da placa de encamisamento metaacutelico

119891119888 ndash Resistecircncia do betatildeo agrave compressatildeo

119891119888119889 ndash Valor de caacutelculo da resistecircncia agrave compressatildeo do betatildeo

119891119891119890 ndash Tensatildeo de traccedilatildeo efetiva no FRP

119891119897 ndash Tensatildeo maacutexima de confinamento do encamisamento de accedilo

119891119910119895 ndash Tensatildeo limite de proporcionalidade do accedilo

119891prime119888119888 ndash Resistecircncia agrave compressatildeo do betatildeo confinado

119891prime119888 ndash Resistecircncia agrave compressatildeo do betatildeo natildeo confinado

119891prime119897 ndash Tensatildeo maacutexima de confinamento do encamisamento de accedilo

119891119910 ndash Tensatildeo de cedecircncia das armaduras longitudinais

119891119904119910119889119894 ndash Tensatildeo de cedecircncia de traccedilatildeo da armadura existente

119891119904119910119889119903 ndash Tensatildeo de cedecircncia de traccedilatildeo da armadura de reforccedilo

10

119891119904119910119889119894 ndash Tensatildeo de cedecircncia de traccedilatildeo da armadura existente

119891119888119905119898 ndash Resistecircncia meacutedia agrave traccedilatildeo do betatildeo

ƒ119891119906 ndash Resistecircncia uacuteltima de caacutelculo do FRP

119891119888119889119888119891 ndash Valor de caacutelculo corrigido da resistecircncia aacute compressatildeo do betatildeo

ƒ119891119906lowast ndash Resistecircncia uacuteltima do FRP segundo o fabricante

119891119891119890 ndash Tensatildeo efetiva no FRP niacutevel alcanccedilado na rotura da seccedilatildeo

119891119904119904 ndash Tensatildeo para o accedilo natildeo preacute-esforccedilado para estados limites de utilizaccedilatildeo

119891119904119910 ndash Tensatildeo de cedecircncia para o accedilo natildeo preacute-esforccedilado

119891119888119904 ndash Resistecircncia de compressatildeo do betatildeo para estados limites de utilizaccedilatildeo

119891119904 ndash Tensatildeo de traccedilatildeo no accedilo

119891119891119904 ndash Tensatildeo no FRP causado pelo momento no regime elaacutestico do elemento de betatildeo armado

119896 ndash Razatildeo entre a profundidade do eixo neutro e a profundidade medida no mesmo lado do

eixo neutro

119896119907 ndash Coeficiente de reduccedilatildeo de aderecircncia

1198961 ndash Coeficiente que tem em conta a resistecircncia do betatildeo

1198962 ndash Fator que tem em conta a configuraccedilatildeo do reforccedilo

119897119904 ndash Comprimento de emenda dos varotildees

mV ndash milivolt (Volt eacute a unidade de tensatildeo eleacutetrica ou diferenccedila de potencial eleacutetrico)

119899 ndash Nuacutemero de buchas colocadas no comprimento L2

119899119891 ndash Nuacutemero de camadas de FRP

119901 ndash Diacircmetro equivalente do betatildeo fissurado em torno da armadura longitudinal

119904119891 ndash Espaccedilamento do FRP na direccedilatildeo do eixo da viga

t ndash Tempo [s]

119905119895 ndash Espessura do encamisamento

119905119891 ndash Espessura de cada camada de FRP

119908119891 ndash Largura por unidade de FRP

χ ndash Profundidade de carbonataccedilatildeo [m]

Maiuacutesculas Gregas

ΔL ndash Variaccedilatildeo de Comprimento

11 Tiago Pais Boto

empty ndash Coeficiente de ductilidade

120579 ndash Angulo das bielas do betatildeo

Φ ndash Coeficiente de capacidade

Minuacutesculas Gregas

120572119888119908 ndash Fator que tem em conta o estado de tensatildeo na biela comprimida

120573 ndash Orientaccedilatildeo das fibras de FRP

1205731 ndash Factor de transformaccedilatildeo do diagrama de tensotildees podendo assumir-se 08

120574119888 ndash Coeficiente de minoraccedilatildeo das propriedades resistentes do betatildeo em estruturas novas

120574119899119877 ndash Coeficiente de monolitismo para a flexatildeo ( 120574119899119877 = 09 valor sugerido por Eurocoacutedio 8

parte14)

120574119899119881 ndash Coeficiente de monolitismo para a esforccedilo transverso ( 120574119899119881 = 08 valor sugerido por

Eurocoacutedio 8 parte14)

120574prime119862 ndash Coeficiente de minoraccedilatildeo para betatildeo projetado e cofrado em obra

120574prime119904 ndash Coeficiente de minoraccedilatildeo para accedilo

120574119899119877 ndash Coeficiente de monolitismo

1205741 e 1205731 ndash Coeficientes Multiplicadores de 119891119888 para determinar a tensatildeo equivalente do betatildeo agrave

compressatildeo

120574119892 ndash Coeficiente de majoraccedilatildeo de accedilotildees permanentes em estruturas novas

120574prime119902 ndash Coeficiente de majoraccedilatildeo de accedilotildees variaacuteveis em estruturas existentes

120574119902 ndash Coeficiente de majoraccedilatildeo de accedilotildees permanentes em estruturas existentes

δ ndash Deformaccedilatildeo

120576119891119906 ndash Extensatildeo uacuteltima de caacutelculo do FRP

120576119891119906lowast ndash Extensatildeo uacuteltima do FRP segundo o fabricante

120576119891119889 ndash Valor de caacutelculo da extensatildeo de rotura do FRP

120576119891119890 ndash Extensatildeo efetiva do FRP

120576119888119906 ndash Extensatildeo maacutexima admitida no betatildeo comprimido

120576119887119894 ndash Extensatildeo do betatildeo no substrato (betatildeo de recobrimento) no momento de instalaccedilatildeo do FRP

120576119904 ndash Extensatildeo nas armaduras

120576119887119894 ndash Extensatildeo do betatildeo (betatildeo de recobrimento) no momento de instalaccedilatildeo do FRP

120576119904119910 ndash Extensatildeo nas armaduras correspondente aacute tensatildeo de cedecircncia

12

120576119891 ndash Extensatildeo no FRP

ξ ndash Fator de Correccedilatildeo (depende da compactaccedilatildeo da fluidez e das adiccedilotildees presentes no betatildeo)

120588119904 ndash Percentagem de reforccedilo da armadura convencional

120588119891 ndash Percentagem de reforccedilo de FRP

120590119878119889 ndash Tensatildeo normal aplicada

120590119877119889 ndash Tensatildeo normal resistente

120590119873 ndash Tensatildeo Normal

120591119878119889 ndash Tensatildeo de corte aplicada

120591119877119889 ndash Tensatildeo de corte resistente

120591119877 ndash Tensatildeo de Corte

1205911 ndash Tensatildeo tangencial na seccedilatildeo do betatildeo existente

1205912 ndash Tensatildeo tangencial na seccedilatildeo do betatildeo novo e o betatildeo existente

120591119898aacute119909 ndash Tensatildeo tangencial limite

120591119904119889 ndash Tensatildeo de aderecircncia resistente accediloresinabetatildeo

ϕ ndash Fator de reduccedilatildeo de resistecircncia ACI 318-05 (ϕ = 085)

120593119877 ndash Coeficiente empiacuterico para reduccedilatildeo de resistecircncia

120593119870 ndash Coeficiente empiacuterico para reduccedilatildeo de rigidez

micro ndash Coeficiente de Fricccedilatildeo

1205921 ndash Fator redutor da tensatildeo de compressatildeo do betatildeo fendilhado

120595119891 ndash Coeficiente de minoraccedilatildeo da resistecircncia do FRP na flexatildeo pode assumir-se 085

13 Tiago Pais Boto

1 INTRODUCcedilAtildeO

11 Enquadramento

ldquoO betatildeo armado surge como elemento primordial nas construccedilotildees em Portugal logo

apoacutes o iniacutecio da produccedilatildeo em 1894 de cimento Portland na Faacutebrica de Cimento Tejo em

Alhandra A construccedilatildeo da Igreja de Nordf Srordf de Faacutetima em 1938 nas Avenidas Novas marcou

o iniacutecio do atual domiacutenio do betatildeo armado nos nossos haacutebitos construtivosrdquo (Coias 2006)

O betatildeo eacute um material heterogeacuteneo caracterizado pela estrutura porosa constituiacutedo

essencialmente por cimento agregados brita areia aacutegua e nalguns betotildees por adjuvantes e

adiccedilotildees tais como siacutelicas de fumo cinzas volantes e escoacuterias Como o betatildeo eacute um material que

pode apresentar uma boa trabalhabilidade no estado fresco e uma elevada resistecircncia mecacircnica

(resistecircncia agrave compressatildeo) foi utilizado exaustivamente na construccedilatildeo

A durabilidade do betatildeo eacute influenciada pela sua composiccedilatildeo (razatildeo aacutegua-cimento

quantidade miacutenima e tipo de cimento) recobrimento das armaduras fendilhacatildeo processo de

cura entre outros factores As propriedades do betatildeo vatildeo-se alterando ao longo do tempo por

isso a anaacutelise de uma estrutura de betatildeo jaacute construiacuteda deve ser diferentes adaptada

comparativamente com uma a anaacutelise de betatildeo armado nova Portanto todas as estruturas de

betatildeo armado devem ser um alvo de uma atenccedilatildeo especial tanto na sua execuccedilatildeo como durante

as fases de intervenccedilatildeo durante o seu periacuteodo de vida uacutetil

ldquoEntende-se por reparaccedilatildeo todas as accedilotildees que visam repor os niacuteveis de desempenho da

estrutura para os padrotildees inicialmente previstos ou que visam corrigir e prevenir os efeitos da

degradaccedilatildeo da estrutura Uma intervenccedilatildeo de reforccedilo define-se como uma Acatildeo que incide

sobre o comportamento da estrutura visando o aumento da resistecircncia eou ductilidade dos seus

elementos melhorando assim o desempenho da estrutura relativamente ao seu estado inicialrdquo

(Rodrigues 2005)

Para tomar a decisatildeo de reforccedilar ou reparar um a estrutura eacute absolutamente necessaacuterio efetuar

um estudo preacutevio da estrutura jaacute existente onde satildeo necessaacuterias observaccedilotildees in situ que na

maioria das vezes satildeo complementadas com a realizaccedilatildeo de ensaios O historial da estrutura

tambeacutem tem que ser analisado fatores como redistribuiccedilatildeo de cargas carregamentos sucessivos

eou excessivos efeitos de retraccedilatildeo e fluecircncia satildeo condicionantes importantes que devem ser

conhecidos para que a intervenccedilatildeo de reparaccedilatildeo ou reforccedilo seja bem-sucedida Geralmente a

decisatildeo de reparar ou reforccedilar uma estrutura depende do resultado da inspeccedilatildeo agrave estrutura

existente e da anaacutelise da relaccedilatildeo custobenefiacutecio (Rodriguez 1991)

A reparaccedilatildeo e reforccedilo estrutural do patrimoacutenio construiacutedo dependendo do grau e

extensatildeo das intervenccedilotildees tecircm implicaccedilotildees de ordem arquitetoacutenica estrutural econoacutemica

histoacuterica e social pelo que todos os aspetos deveratildeo ter tido em conta (LNEC Pompeu 2008)

14

De acordo com o trabalho de JAVieitez e JLRamirez (1984) os principais fatores que

levam agrave necessidade de reparaccedilatildeo e reforccedilo satildeo a existecircncia de erros de projeto presentes em

515 dos casos e os agentes agressivos de degradaccedilatildeo satildeo a razatildeo para 31 das situaccedilotildees

Em relaccedilatildeo aos defeitos de execuccedilatildeo estes estatildeo presentes em cerca de 385 dos casos mas

apenas 187 eacute que conduzem a intervenccedilotildees Os defeitos na qualidade dos materiais aparecem

em 162 dos casos Por fim o mau uso ou falta de manutenccedilatildeo das estruturas justificam 134

das intervenccedilotildees e as causas naturais excecionais justificam apenas 4 Os resultados

apresentados satildeo referentes a Espanha mas satildeo substancialmente parecidos com estatiacutesticas nos

restantes paiacuteses europeus

Segundo o relatoacuterio da AECOPS Portugal ainda tem grande carecircncia no peso da

reabilitaccedilatildeo em funccedilatildeo da produccedilatildeo total da construccedilatildeo com cerca de 7 O paiacutes que lidera o

volume de produccedilatildeo no sector da reabilitaccedilatildeo eacute a Alemanha com cerca de 33 seguindo-se a

Itaacutelia com 29 e a Finlacircndia com 26

Figura 1-1 Peso () da Reabilitaccedilatildeo Residencial na Produccedilatildeo Total da Construccedilatildeo para 14

paiacuteses da Europa (AECOPS 2009)

Existem hoje vaacuterias teacutecnicas de reparaccedilatildeo e reforccedilo de estruturas de betatildeo armado umas

com mais aplicaccedilatildeo que outras mas que partilham o objetivo comum de aumentar a

durabilidade e a capacidade resistente da construccedilatildeo Seja qual for a teacutecnica escolhida todas

devem seguir um conjunto de consideraccedilotildees recomendaccedilotildees Neste tipo de intervenccedilotildees

necessaacuterio natildeo soacute conhecer bem a teacutecnica de reforccedilo ou reparaccedilatildeo mas tambeacutem as

caracteriacutesticas dos materiais empregues e garantir que a sua aplicaccedilatildeo eacute a mais correta

12 Objetivos

O trabalho desenvolvido nesta dissertaccedilatildeo tem como principal objetivo sistematizar a

informaccedilatildeo de um projeto de reforccediloreparaccedilatildeo em estruturas de betatildeo armado A presente

compilaccedilatildeo bibliograacutefica refere um conjunto de estrateacutegias que os intervenientes na elaboraccedilatildeo

de um projeto de reforccedilo em estruturas de betatildeo armado podem consultar e assim enriquecer

15 Tiago Pais Boto

os conhecimentos necessaacuterios na elaboraccedilatildeo deste Como objetivo mais especiacutefico procurou-se

com este documento contribuir para o esclarecimento dos seguintes toacutepicos

Qual a regulamentaccedilatildeo aplicaacutevel normas e boletins teacutecnicos (neste assunto dar-se-aacute

grande relevacircncia agrave Norma EN NP 1504)

Breve descriccedilatildeo das metodologias de inspeccedilatildeo caracterizaccedilatildeo das propriedades dos

materiais atraveacutes de ensaios laboratoriais e em situ

Identificaccedilatildeo dos principais erros de exploraccedilatildeo e manutenccedilatildeo que estatildeo associados agraves

patologias em estruturas de betatildeo armado

Apresentaccedilatildeo das principais teacutecnicas de reparaccedilatildeoreforccedilo com especial enfase na

utilizaccedilatildeo de FRPacutes

Introduccedilatildeo do mecanismo de transferecircncia de tensotildees ao abrigo do CEB boletim nordm162

e descriccedilatildeo geral da metodologia em caso de reforccedilo estrutural

Consideraccedilotildees gerais sobre o dimensionamento do reforccedilo agrave flexatildeo e ao corte de seccedilotildees

retangulares em betatildeo armado

13 Estrutura da dissertaccedilatildeo

A estrutura desta dissertaccedilatildeo estaacute organizada em seis capiacutetulos incluindo a introduccedilatildeo

conclusotildees e desenvolvimentos futuros as referecircncias bibliograacuteficas e um anexo Segue-se a

descriccedilatildeo de cada capiacutetulo abrangendo os objetivos gerais pretendidos

No Capitulo 1 onde se encontra a introduccedilatildeo procurou-se dar a conhecer a importacircncia

do betatildeo como material na engenharia civil expondo o porquecirc da necessidade em reparar e

reforccedilar as estruturas de betatildeo armado

No Capitulo 2 descreve-se de forma sucinta e atualizada as Normas Regulamentaccedilatildeo

e documentaccedilatildeo teacutecnica que abrange uma intervenccedilatildeo de reparaccedilatildeo e reforccedilo em estruturas de

betatildeo armado dando especial enfase e descriccedilatildeo agrave norma EN NP 1504

O Capitulo 3 reporta a avaliaccedilatildeo e diagnoacutestico do estado de conservaccedilatildeo das estruturas

de betatildeo armado sugerindo uma possiacutevel metodologia de inspeccedilatildeo Satildeo descritos vaacuterios ensaios

in situ e em laboratoacuterio detalhando os mais utilizados e aqueles que melhor ajudam a

caracterizar as propriedades mecacircnicas dos materiais assim como o estado de conservaccedilatildeo da

estrutura

Apresentam-se no Capitulo 4 as causas das patologias mais comuns nas estruturas

nomeadamente os erros de projeto e as causas dos principais erros cometidos no processo de

execuccedilatildeo Satildeo ainda indicados os mecanismos mecacircnicos quiacutemicos e fiacutesicos de deterioraccedilatildeo

das estruturas de betatildeo armado

O Capitulo 5 reporta um dos principais capiacutetulos da dissertaccedilatildeo as teacutecnicas de reparaccedilatildeo

e reforccedilo de estruturas em betatildeo armado Comeccedilando com uma breve introduccedilatildeo e depois

passando para os aspetos teacutecnicos que devem ser tidos em consideraccedilatildeo no projeto de

intervenccedilatildeo numa estruturas de betatildeo armado Descreve-se ainda uma possiacutevel metodologia de

16

intervenccedilatildeo sugerida pelo ACI Committee 364 onde os seguintes itens satildeo abordados breve

caracterizaccedilatildeo do tipo de intervenccedilatildeo verificaccedilatildeo da seguranccedila das estruturas existentes e

paracircmetros principais no dimensionamento de reforccedilo No reforccedilo estrutural eacute fundamental

compreender o mecanismo de transferecircncia de tensotildees Neste capiacutetulo satildeo descritos

minuciosamente cinco mecanismos de transferecircncia de tensotildees de acordo com o boletim nordm162

do CEB

Jaacute no capiacutetulo 6 capiacutetulo apresenta-se 4 exemplos de casos reais de reparaccedilatildeo e reforccedilo

em estruturas de betatildeo armado expondo as patologias o procedimento adotado material

utilizado recomendaccedilotildees dimensionamento etc

As conclusotildees finais acerca de toda a abordagem feita na temaacutetica de reparaccedilotildees e reforccedilo

em estruturas de betatildeo armado assim como a sugestatildeo dos desenvolvimentos futuros

encontram-se no Capitulo 7

A dissertaccedilatildeo termina com as referecircncias bibliograacuteficas que serviram de suporte na

concretizaccedilatildeo da mesma

Na seccedilatildeo de anexo seguindo o ACI 440 e o ACI 318 satildeo descritas consideraccedilotildees gerais

acerca do criteacuterio de dimensionamento de reforccedilo agrave flexatildeo e ao esforccedilo transverso com recurso

a FRPacutes para secccedilotildees retangulares

17 Tiago Pais Boto

2 Normas Regulamentaccedilatildeo e Documentaccedilatildeo teacutecnica

A facilidade de acesso e partilha de informaccedilatildeo teacutecnica eacute cada vez maior e o trabalho

de investigaccedilatildeo cientiacutefica realizado nos uacuteltimos anos conduziu a um vasto leque de informaccedilatildeo

na temaacutetica da reparaccedilatildeoreforccedilo de estruturas de betatildeo armado

Agrave semelhanccedila de um projeto de uma estrutura nova de betatildeo armado a realizaccedilatildeo de um

projeto de reparaccedilatildeo ou reforccedilo em estruturas de betatildeo armado existentes deve ter em

consideraccedilatildeo a regulamentaccedilatildeo nacional coacutedigos europeus em vigor Na falta de

regulamentaccedilatildeo nacional ou em complemento desta deve-se recorrer a regulamentos normas

internacionais ou documentaccedilatildeo teacutecnica de referecircncia emitidos por entidades crediacuteveis

Poreacutem este tipo de recomendaccedilotildees nem sempre eacute seguida na praacutetica conduzindo por

vezes a prejuiacutezos para o projetista e para o dono de obra resultantes da reduccedilatildeo dos padrotildees

de qualidade exigidos De acordo com um artigo do CONREPNET em 2004 ldquoVinte e cinco por

cento dos donos-de-obra estatildeo descontentes com o desempenho dos materiais de reparaccedilatildeo e

proteccedilatildeo no periacuteodo de 5 anos apoacutes a reabilitaccedilatildeo setenta e cinco por cento estatildeo insatisfeitos

no periacuteodo de 10 anosrdquo (CONREPNET 2004)

Realccedila-se a importacircncia da necessidade em avaliar em cada situaccedilatildeo qual eacute a

documentaccedilatildeo teacutecnica adequada pois natildeo existem dois projetos iguais

21 Normas europeias mais relevantes e que devem consultadas na

realizaccedilatildeo de um projeto de reabilitaccedilatildeo estrutural

Eurocoacutedigo 1 - Bases de Projeto e Accedilotildees em Estruturas (CEN 2002)

Eurocoacutedigo 2 - Projeto de Estruturas de Betatildeo (CEN 2004)

Eurocoacutedigo 7 - Projeto Geoteacutecnico (CEN 2004)

Eurocoacutedigo 8 - Parte 1-4 Reforccedilo e Recuperaccedilatildeo de Edifiacutecios (CEN 2004)

Norma EN NP 1504 - Produtos e Sistemas para a Proteccedilatildeo e Reparaccedilatildeo de Estruturas

de Betatildeo

22 Importacircncia da Norma EN NP 1504 em projetos de reforccediloreparaccedilatildeo

Como resultado da lacuna de normas e regulamentaccedilatildeo nesta aacuterea foi criado a Norma

NP EN 1504 pelo Comiteacute Europeu de Normalizaccedilatildeo (CEN) com o tiacutetulo de ldquoProdutos e

sistemas para a proteccedilatildeo reparaccedilatildeo de estruturas de betatildeordquo em meados da deacutecada de 80

apresentando um conjunto de normas alusivas agrave reparaccedilatildeo e proteccedilatildeo de estruturas de

betatildeoCom esta norma o projetista pode em funccedilatildeo das caracteriacutesticas da obra fazer a melhor

opccedilatildeo com abrigo de um documento normativo Desde 1 de Janeiro de 2009 que a Norma NP

EN 1504 estaacute implementada por todos os organismos do CEN Salienta-se que ao tornar esta

norma nacional por cada um dos paiacuteses foram retiras em Dezembro de 2008 todas as normas

que estariam em conflito com esta Esta norma reuacutene toda a informaccedilatildeo sobre produtos e

18

sistemas para a manutenccedilatildeo e proteccedilatildeo reabilitaccedilatildeo e reforccedilo de estruturas de betatildeo (Silva

2008)

Para uma melhor organizaccedilatildeo e consulta a norma encontra-se dividida em dez partes

como descrito na tabela que se segue

Tabela 2-1 Organizaccedilatildeo da Norma EN NP 1504

Nuacutemero do

Documento Descriccedilatildeo

EN 1504- 1 Descreve os termos e definiccedilotildees compreendidos na norma

EN 1504- 2 Fornece especificaccedilotildees para produtossistemas de proteccedilatildeo superficial do betatildeo

EN 1504- 3 Fornece especificaccedilotildees para a reparaccedilatildeo estrutural e natildeo-estrutural

EN 1504- 4 Fornece especificaccedilotildees para colagem estrutural

EN 1504- 5 Fornece especificaccedilotildees para injeccedilatildeo do betatildeo

EN 1504- 6 Fornece especificaccedilotildees para ancoragem de armaduras

EN 1504- 7 Fornece especificaccedilotildees para proteccedilatildeo contra a corrosatildeo das armaduras

EN 1504- 8 Descreve o controlo da qualidade e avaliaccedilatildeo da conformidade das empresas fabricantes

EN 1504- 9 Define os princiacutepios gerais para o uso de produtos e sistemas na reparaccedilatildeo e proteccedilatildeo de betatildeo

EN 1504- 10 Fornece informaccedilatildeo sobre a aplicaccedilatildeo e o controlo da qualidade dos trabalhos

A primeira parte (EN NP1504-1) como referido no quadro anterior remete para os

termos e definiccedilotildees gerais compreendidos na norma Estas definiccedilotildees satildeo entatildeo orientadas para

a classificaccedilatildeo constituiccedilatildeo quiacutemica e definiccedilotildees dos principais produtos abordando tambeacutem

os sistemas para a reparaccedilatildeo proteccedilatildeo manutenccedilatildeo e reforccedilo de estruturas de betatildeo armado

A parte 2 da NP EN 1504 (2006) especifica os sistemas para a proteccedilatildeo superficial do

betatildeo em estruturas novas ou todas as que necessitem de intervenccedilotildees de reparaccedilatildeo eou

reforccedilo Caracteriza e descreve o desempenho de cada um dos sistemas de acordo com os

requisitos miacutenimos definidos pela norma e de acordo os princiacutepios definidos na parte 9

(incluindo aspetos de durabilidade)

A parte 3 da NP EN 1504 (2006) especifica as reparaccedilotildees estruturais e natildeo estruturais

nomeadamente betotildees e argamassas caracterizadas em 4 classes (R4 R3 R2e R1) Estas

classes estatildeo subdivididas em argamassas de reparaccedilatildeo estrutural e natildeo estrutural quer isto

dizer que o projetista tem ou natildeo de considerar as transferecircncias de carga Esta parte enuncia

tambeacutem os requisitos necessaacuterios caracteriacutesticas de desempenho (incluindo aspetos de

durabilidade) dos produtos utilizados em reparaccedilotildees estruturais e natildeo estruturais para prolongar

a vida uacutetil das estruturas

19 Tiago Pais Boto

A parte 4 da NP EN 1504 (2006) especifica sistemas e caracteriacutesticas de desempenho

(incluindo aspetos de durabilidade) para os produtos utilizados na reparaccedilatildeo e reforccedilo de

estruturas de betatildeo atraveacutes de

Colagem atraveacutes de placas exteriores em accedilo compoacutesitos armados com fibras ou outros

materiais que verifiquem os requisitos necessaacuterios

Colagem de componentes betatildeo endurecido sobre betatildeo endurecido geralmente esta

praacutetica eacute efetuada com elementos de betatildeo preacute-fabricado

Utilizaccedilatildeo de uma cola adesiva de junta entre uma superfiacutecie de betatildeo fresco com uma

superfiacutecie de betatildeo endurecido resultando em uma nova estrutura

A parte 5 da NP EN 1504 (2006) especifica sistemas e caracteriacutesticas de desempenho

(incluindo aspetos de durabilidade) para produtos de injeccedilatildeo para tratamento de fendas com

larguras entre 01 e 08mm medido agrave superfiacutecie As caracteriacutesticas de desempenho dividem-se

em 3 classes referidas

Caracteriacutestica de desempenho e requisitos agrave base de poliuretanos e acriacutelicos utilizados

para o enchimento duacutectil de fendas

Caracteriacutestica de desempenho e requisitos agrave base de epoxys polieacutesteres e produtos de

base cimentosa utilizados para o enchimento de fendas com transmissatildeo de forccedilas

Caracteriacutestica de desempenho e requisitos agrave base de poliuretanos e acriacutelicos para

enchimento expansivo das fendas

A parte 6 da NP EN 1504 (2008) especifica sistemas e caracteriacutesticas de desempenho

(incluindo aspetos de durabilidade) e seguranccedila de produtos utilizados na realizaccedilatildeo de

ancoragens para deste modo funcionarem como uma estrutura monoliacutetica seja em estruturas

que necessitem de reparaccedilatildeo ou reforccedilo Esta parte da norma abrange especificaccedilotildees do

Principio 4 (reforccedilo estrutural) - meacutetodo 42 e a parte 9 ldquo ldquoInstalaccedilatildeo de armaduras aderidas em

orifiacutecios preformados ou perfurados no betatildeordquo

A parte 7 da NP EN 1504 (2008) especifica sistemas e caracteriacutesticas de desempenho

(incluindo aspetos de durabilidade) de produtos de proteccedilatildeo contra a corrosatildeo das armaduras

Esta parte refere particularmente dois tipos de revestimento de armaduras

Revestimento ativo para armaduras estes revestimentos contecircm pigmentos

electroquimicamente ativos fornecendo proteccedilatildeo catoacutedica ou entatildeo funcionam apenas

inibidores um exemplo eacute o cimento Portland devido agrave sua elevada alcalinidade

Revestimentos de barreira este tipo de revestimento de base polimeacuterica isola a armadura

da aacutegua envolvente na matriz cimentosa

A parte 8 da NP EN 1504 (2006) especifica ensaios para verificaccedilatildeo de conformidade

rotulagem e marcaccedilatildeo CE dos produtos Menciona tambeacutem que os produtos usados em

reparaccedilatildeo e reforccedilo de estruturas de betatildeo armado tecircm que verificar um requisito de

conformidade designado por 2+ que significa que os produtos precisam de verificar

20

Controlo de produccedilatildeo de faacutebrica (CPF)

Ensaios de tipo iniciais

Inspeccedilatildeo e fiscalizaccedilatildeo contiacutenua e aprovaccedilatildeo do CPF

Fiscalizaccedilatildeo continua avaliaccedilotildees e aprovaccedilotildees do CPF

A parte 9 da NP EN 1504 (2009) especifica meacutetodos e princiacutepios gerais da reparaccedilatildeo

de betatildeo baseados na experiencia e no sucesso de muitos anos No entanto eacute admitida a opccedilatildeo

de utilizaccedilatildeo ou necessidade de novos meacutetodos em certas condiccedilotildees especiacuteficas

Os 11 princiacutepios referidos pela norma estatildeo organizados essencialmente em duas partes

Defeitos do betatildeo devido agrave deterioraccedilatildeo princiacutepio 1 ao 6

Defeitos das armaduras devido agrave deterioraccedilatildeo princiacutepio 7 ao 11

O meacutetodo apresentado pela parte 9 da norma e exemplificado na figura seguinte

representa as quatro fases de reparaccedilatildeo de uma estrutura de betatildeo armado a fase de diagnoacutestico

a fase deliberativa a fase de dimensionamento e a fase de execuccedilatildeo

21 Tiago Pais Boto

Figura 2-1 Etapas de um processo de reparaccedilatildeoreforccedilo (Silva 2008)

A parte 10 da NP EN 1504 (2008) especifica a aplicaccedilatildeo dos produtos e o controlo da

qualidade na execuccedilatildeo dos trabalhos de reparaccedilatildeo e reforccedilo de estruturas de betatildeo armado

Abrange tambeacutem o controlo de seguranccedila sauacutede e manutenccedilatildeo

Esta parte refere alguns ensaios para determinaccedilatildeo das causas das patologias existentes

distribuiacutedos em

Ensaios destrutivos

Ensaios natildeo destrutivos

22

Ensaios quiacutemicos

O controlo da qualidade dos trabalhos executados deve apresentar informaccedilotildees especiacuteficas tais

como

Preparaccedilatildeo da superfiacutecie

Aplicaccedilatildeo dos produtos

Controlo da qualidade e higiene e seguranccedila

23 Os regulamentos publicados em Portugal na aacuterea do projeto estrutural

Regulamento para o emprego do Beacuteton Armado (Dec 4036 de 2831918)

Regulamento do Betatildeo Armado ndash RBA (Dec25948 de 16101935)

Regulamento de Estruturas de Betatildeo Armado ndash REBA (Dec 47723 de 2551967)

Regulamento de Estruturas de Betatildeo Armado e Preacute-Esforccedilado ndash (REBAP Dec 349-c83

de 3071983)

Regulamento de Seguranccedila e Accedilotildees para Estruturas de Edifiacutecios e Pontes ndash (RSA

1983)

24 Por fim aconselha-se consulta da seguinte documentaccedilatildeo que apresenta

recomendaccedilotildees relevantes para na realizaccedilatildeo de um projeto de

reabilitaccedilatildeo estrutural

Boletim de informaccedilatildeo nordm 162 (1983) ndash ldquoAssessment of Concrete Structures and Design

Procedures for Upgrading (Redesign)rdquo [13] Comiteacute Euro-Internacional do Betatildeo

(CEB)

Boletim de informaccedilatildeo nordm14 ndash ldquoExternally bonded FRP reinforcement for RC

structuresrdquo

Technical report October 2001 [14] Emitido pela Federaccedilatildeo Internacional do Betatildeo

(FIB)

Boletim de informaccedilatildeo nordm18 ndash ldquoManagement maintenance and strengthening of

concrete structuresrdquo Technical report April 2001 Emitido pela FIB

ldquoGuidelines for the design and construction of externally FRP systems for

strengthening concrete sctruturesrdquo ACI Comiteacute 440 Sub-Comiteacute 440F Emitido pelo

Instituto Americano do Betatildeo (ACI ndash American Concrete Institute)

Manual Nordm 4 ndash ldquoStrengthening Reinforced Concrete Structures with Externally-Bonded

Fibre Reinforced Polymers (FRPs)rdquo Emitido pelo ldquoIntelligent Sensing for Innovative

Structures Canada Research Networkrdquo (ISIS Canada)

CANCSA-S806-02 (R2007) F - ldquoDesign and Construction of Building Components

with Fibre - Reinforced Polymersrdquo Emitido pela ldquoCanadian Standards Associationrdquo

(CSA)

23 Tiago Pais Boto

JCI TC952 1998 ldquoContinuous fiber reinforced concreterdquo Emitido pelo Instituto

Japonecircs do Betatildeo (JCI ndash Japan Concrete Institute)

ldquoPractical Guideline for Investigation Repair and Strengthening of Cracked Concrete

Structuresrdquo 2003 Emitido pelo JCI

ldquoDesign guidelines of FRP reinforced concrete building sctruturesrdquo 1993 Emitido

pelo ldquoBuilding Research Instituterdquo (BRI) pertencente aoMinisteacuterio da Construccedilatildeo

Japonecircs

International Building Code (IBC) Chapter 34 ldquoExisting building allowancesrdquo

Emitido por International code council 2009

SIA 462 Pre-Standard SIA 462 Assessment of the Structural Safety of Existing

Structures Swiss Society of Engineers and Architects Zurich Switzerland 1994

SIA 269 Swiss Standard SIA 269 Existing Structures ndashBasis for Examination and

Interventions Swiss Society of Engineers and Architects Zurich Switzerland 2011

ASCE 41-06 2006 Seismic Rehabilitation of Existing Buildings American Society of

Civil Engineers Reston Virginia

ACI 437R -03 ldquoStrength Evaluation of Existing Concrete Buildingsrdquo American

Concrete Institute 2003

Joint Committee on Structural Safety (JCSS) Report 032 Probabilistic Assessment of

Existing Structures 2001

ldquoGuide for the design and construction of externally bonded FRP systems for

strengthening existing sctruturesrdquo 2004 Emitido pelo CNR (Consiglio Nazionale

delle Ricerche)

Fichas teacutecnicas dos produtores de FRP tais como SampP SIKA MBT etc

24

25 Tiago Pais Boto

3 Avaliaccedilatildeo e diagnoacutestico do estado de conservaccedilatildeo das estruturas

de betatildeo armado

31 Introduccedilatildeo

Antes de realizar uma intervenccedilatildeo numa estrutura de betatildeo armado com o objetivo de

reforccedilar ou de reparar eacute essencial proceder a uma inspeccedilatildeo direcionada e minuciosa para

detetar todas as anomalias que satildeo necessaacuterias de ser corrigidas para garantir a seguranccedila e

estabilidade da estrutura

Como em geral a maioria dos ensaios satildeo monetariamente caros e a sua realizaccedilatildeo pode

afetar eou danificar a construccedilatildeo estes deveratildeo ser previamente delineados nomeadamente

quanto ao nuacutemero e locais de realizaccedilatildeo

Os ensaios podem ser definidos em ensaios natildeo-destrutivos (NDT) ou ensaios

destrutivos Os natildeo-destrutivos satildeo claramente preferenciais para as construccedilotildees devido agrave baixa

intrusatildeo que conferem agrave estrutura

Sempre que possiacutevel as inspeccedilotildees devem obedecer a procedimentos normalizados e a

criteacuterios teacutecnicos adequados ao tipo de estrutura tipo de elemento a inspecionar A inspeccedilatildeo

deve tambeacutem ser exequiacutevel e eficaz de modo a produzir informaccedilatildeo uacutetil e consistente para que

toda a equipa multidisciplinar envolvida seja capaz de assimilar e compreender com clareza

32 Metodologia de inspeccedilatildeo

A seguir apresentam-se as principais etapas genericamente abrangidas numa inspeccedilatildeo Estas

etapas definem de certa a forma uma metodologia a adotar

Consulta recolha e anaacutelise de elementos escritos e desenhados dos projetos anteriores

elementos alusivos a inspeccedilotildees anteriores informaccedilatildeo acerca do meio ambiente Eacute

tambeacutem fundamental a realizaccedilatildeo de um inqueacuterito direcionado aos responsaacuteveis pela

manutenccedilatildeo das estruturas

Preparaccedilatildeo da inspeccedilatildeo isso passa por uma visita preacutevia ao local para identificaccedilatildeo das

construccedilotildees e dos elementos a avaliar e identificaccedilatildeo do programa funcional dos

diversos espaccedilos

Preparaccedilatildeo das fichas de inspeccedilatildeo ou do software previsto para anotaccedilatildeo de toda a

informaccedilatildeo a registar

26

Verificaccedilatildeo de todas as ferramentas e equipamentos necessaacuterios para o dia da inspeccedilatildeo

providenciando os meios de apoio agrave inspeccedilatildeo tais como veiacuteculos de inspeccedilatildeo especial

ou ateacute mesmo autorizaccedilotildees permissotildees municipais

O processo de diagnoacutestico passa por

1) Inspeccedilatildeo visual distinguindo os mecanismos fiacutesicos e quiacutemicos envolvidos

2) Inspeccedilatildeo detalhada de maneira que se compreenda a relaccedilatildeo causaefeito

3) Conhecimento acerca do comportamento dos materiais e teacutecnicas de

construccedilatildeo utilizadas

4) Realizaccedilatildeo de ensaios in situ destrutivos e natildeo destrutivos

5) Recolha se possiacutevel de amostras e carotes para ensaios laboratoriais

6) Anaacutelise de resultados consideraccedilotildees finais e elaboraccedilatildeo de relatoacuterio

33 Ensaios in situ e Ensaios laboratoriais

331 Anaacutelise e monitorizaccedilatildeo de vibraccedilotildees em estruturas

Para uma avaliaccedilatildeo da capacidade de resistecircncia em estruturas de betatildeo armado eacute

fundamental avaliar o comportamento dinacircmico para que desta forma se possam selecionar

medidas de reparaccedilatildeo ou reforccedilo Os dados podem referentes agraves solicitaccedilotildees dinacircmicas a que a

estrutura estaacute constantemente sujeita da envolvente ou a partir da aplicaccedilatildeo de vibraccedilotildees

impostas

3311 Equipamento

Aceleroacutemetros de alta sensibilidade com preacute amplificador incorporado A gama de

frequecircncias de mediccedilatildeo normalmente estaacute compreendida entre 01 Hz a 1KHz e

sensiacuteveis a aceleraccedilotildees da ordem de 005 mms-2

Um computador portaacutetil com software especiacutefico

Cabos de ligaccedilatildeo

Caixas de ligaccedilatildeo dos sensores

3312 Metodologia

Os sinais dos transdutores satildeo introduzidos num PC dotado de software adequado que

executa o processamento de dados e fornece a informaccedilatildeo relevante sobre as vibraccedilotildees da

construccedilatildeo

- Intensidade das vibraccedilotildees

- Valores maacuteximos da aceleraccedilatildeo velocidade ou deslocamento nos pontos analisados

27 Tiago Pais Boto

- Frequecircncias dominantes nos sinais das vibraccedilotildees

- Representaccedilatildeo graacutefica dos sinais de aceleraccedilatildeo velocidade ou deslocamentos medidos ao

longo do tempo

- Verificaccedilatildeo automaacutetica e alarme se forem excedidos os valores limites preacute-estabelecidos

Figura 3-1 Esquema do equipamento para registo de vibraccedilotildees (oz diagnostico2015)

332 Ensaios de ultrassons em betatildeo

Os ensaios ultrassoacutenicos resume-se na determinaccedilatildeo da velocidade de propagaccedilatildeo dum

impulso ultrassoacutenico entre dois pontos de mediccedilatildeo tendo em vista adquirir informaccedilotildees sobre

Caracteriacutesticas mecacircnicas do betatildeo nomeadamente o seu moacutedulo de elasticidade

Homogeneidade

Presenccedila de fendas vazios ou outras descontinuidades

O impulso ultrassoacutenico eacute gerado num ponto do elemento em estudo atraveacutes de um

transdutor emissor a partir dum sinal eleacutetrico Apoacutes atravessar o betatildeo o sinal ultrassoacutenico eacute

captado por um outro transdutor-recetor colocado num outro ponto que o transforma

novamente em sinal eleacutetrico O tempo gasto no percurso eacute medido na unidade de medida central

sendo assim possiacutevel calcular a velocidade de propagaccedilatildeo

28

A correlaccedilatildeo existente entre a velocidade de propagaccedilatildeo do impulso ultrassoacutenico no

betatildeo (V) e o seu moacutedulo de elasticidade (E) permite ter uma ideia da classe a que pertence o

betatildeo ensaiado (Viacutetor Coias ldquoInspeccedilotildees e Ensaios na reabilitaccedilatildeo de edifiacuteciosrdquo 2006)

3321 Equipamento

O equipamento eacute geralmente composto por uma unidade central onde alberga o

gerador de impulsos eleacutetricos o circuito de leitura e os dois transdutores Para calibraccedilatildeo do

equipamento utiliza-se um invar (barra padratildeo)

Figura 3-2 Equipamento para ensaios de ultrassons no betatildeo (ATCP Physical Engineering)

3322 Metodologia

Existem trecircs meacutetodos possiacuteveis para a realizaccedilatildeo deste tipo de ensaios

Direto

Semidirecto

Indireto

Figura 3-3Ilustraccedilatildeo das trecircs metodologias para realizaccedilatildeo de ensaios ultrassons (ATCP

Physical Engineering)

29 Tiago Pais Boto

Os meacutetodos diretos e semidirecto tecircm como finalidade a avaliaccedilatildeo das caracteriacutesticas

mecacircnicas a homogeneidade e a deteccedilatildeo de descontinuidades no betatildeo O meacutetodo semidirecto

aplica-se apenas na impossibilidade de colocaccedilatildeo de transdutores segundo o meacutetodo direto

O meacutetodo indireto aplica-se fundamentalmente na determinaccedilatildeo da profundidade de

fendas

Para melhorar a transmissatildeo acuacutestica eacute aconselhaacutevel a utilizaccedilatildeo de uma massa de

contato entre os tradutores e a superfiacutecie do betatildeo Aconselha-se tambeacutem que esses pontos de

contato sejam efetuados em superfiacutecies lisas

Considerando-se que o resultado do teste pelo meacutetodo indireto eacute menos preciso

recomenda-se comparar esses resultados com os resultados do teste pelo meacutetodo direto

Meacutetodo direto 119881119901 (119898119898

120583119904) =

119889119894119904119905119886119899119888119894119886 (119898119898)

119905119890119898119901119900 119889119890 119901119903119900119901119886119892119886ccedilatilde119900 (120583119904)lowast 105 (31)

Meacutetodo indireto 119881119894 (119898119898

120583119904) =

119889119894119904119905119886119899119888119894119886 (119898119898)

119905119890119898119901119900 119889119890 119901119903119900119901119886119892119886ccedilatilde119900 (120583119904) (32)

119881119889 = 105 lowast 119881119894 (33)

Onde

Vd = velocidade do som pelo meacutetodo direto

Vi = velocidade do som pelo meacutetodo indireto

Vp= velocidade ultrassoacutenica (Kms)

Para obter a resistecircncia do betatildeo satildeo apresentadas vaacuterias expressotildees deduzidas por diversos

autores como por exemplo a expressatildeo seguinte referida na Japanese Society of Construction

119865119888 = 215 lowast 119881119901 minus 620 (34)

Onde

119865119888= Resistecircncia do betatildeo agrave compressatildeo (MPa)

30

Tabela 3-1 Qualidade do betatildeo em funccedilatildeo da velocidade de propagaccedilatildeo dos ultrassons

(Japanese Society of Construction)

Velocidade (ms) Qualidade do betatildeo

gt4500 Excelente

3500 a 4500 Bom

3000 a 3500 Regular

2000 a 3000 Mediacuteocre

lt2000 Mau

O ensaio deve ser realizado segundo as normas de referecircncia

BS 1881-2031986 ldquoRecommendations for measurement of velocity of ultrasonic pulses

in concreterdquo

ASTM C597-09 ldquoStandard test method for pulse velocity through concreterdquo

333 Deteccedilatildeo de armaduras com recurso do pacoacutemetro

Os ensaios realizados com recurso a um pacoacutemetro aleacutem de permitirem medir o

recobrimento tambeacutem satildeo utilizados para deteccedilatildeo posicionamento dimensatildeo e direccedilatildeo das

armaduras em estruturas de betatildeo armado ou betatildeo preacute-esforccedilado A deteccedilatildeo de cabos de preacute-

esforccedilo apresenta algumas limitaccedilotildees devido agraves caracteriacutesticas proacuteprias dos elementos de preacute-

esforccedilo e agraves capacidades do equipamento (Viacutetor Coias ldquoInspeccedilotildees e Ensaios na reabilitaccedilatildeo de

edifiacuteciosrdquo 2006)

3331 Equipamento

O pacoacutemetro eacute um aparelho portaacutetil composto pela unidade de leitura por dois detetores

e por dois espaccediladores O alcance de mediccedilatildeo depende do diacircmetro do varatildeo e do tamanho do

detetor podendo ir ateacute 360 mm com uma precisatildeo de aproximadamente 2 mm ou 5 ateacute 75 por

cento do alcance O ajuste do zero eacute automaacutetico bastando para tal afastar o elemento detetor de

elementos metaacutelicos O meacutetodo de deteccedilatildeo de armaduras eacute auxiliado por um sistema aacuteudio

variaacutevel com a distacircncia agraves armaduras

31 Tiago Pais Boto

Figura 3-4 Pacoacutemetro (geotechpedia 2012)

3332 Metodologia

Apoacutes a calibragem do aparelho e caso se tenha acesso ao projeto seleciona-se a

dimensatildeo dos varotildees de accedilo e o recobrimento se pretende controlar Se natildeo tivermos informaccedilatildeo

acerca do tipo de armadura que estamos a tentar identificar poderaacute ser vantajoso nesta fase

remover o recobrimento da armadura num local onde natildeo seja muito inconveniente a fim de

acertar a calibraccedilatildeo e eventualmente identificar o tipo de armadura

O recobrimento eacute medido usando a face normal de trabalho do elemento detetor grande

Tendo-se identificado a face normal de trabalho do elemento detetor pode-se explorar a

superfiacutecie do elemento a inspecionar A identificaccedilatildeo da posiccedilatildeo dos varotildees quando o som

emitido for alto e agudo

Para determinar a direccedilatildeo da armadura move-se e roda-se o elemento detetor no sentido

de aumentar o sinal sonoro Quando o elemento detetor estiver cuidadosamente posicionado

dessa maneira o eixo do varatildeo estaraacute paralelo com o eixo longitudinal do elemento detetor O

recobrimento em miliacutemetros poderaacute ser observado na parte esquerda do visor O

microprocessador do aparelho determina automaacutetica o diacircmetro dos varotildees a partir de duas

leituras no mesmo local utilizando um espaccedilador apropriado

O elemento detetor pequeno deve ser usado quando se estaacute na presenccedila de malha soldada

ou de varotildees proacuteximos ou entatildeo quando o elemento detetor grande for incapaz de fornecer

uma discriminaccedilatildeo mais pormenorizada da zona a sondar

Este equipamento fornece boa capacidade de resoluccedilatildeo para desenhar

pormenorizadamente as armaduras que se encontram mais proacuteximas Para uma faacutecil perceccedilatildeo

da disposiccedilatildeo das armaduras nos elementos de betatildeo armado a superfiacutecie do elemento a sondar

vai sendo marcada agrave medida que vatildeo sendo detetadas armaduras

O ensaio deve seguir as recomendaccedilotildees da norma de referecircncia Norma BS 1881-204 1988

Testing concrete ldquoRecommendations on the use of electromagnetic cover metersrdquo

32

334 Deteccedilatildeo de corrosatildeo em armaduras por mediccedilatildeo dos potenciais eleacutetricos

A corrosatildeo das armaduras pode ser avaliada atraveacutes da mediccedilatildeo dos potenciais eleacutetricos

aplicados na superfiacutecie do betatildeo relativamente a um eleacutetrodo de referecircncia Este tipo de ensaios

permite localizar as aacutereas onde a corrosatildeo estaacute presente ou prestes a verificar-se antes de os

efeitos se tornarem visiacuteveis

Esta teacutecnica permite localizar as aacutereas onde a estrutura de betatildeo armado precisa de ser

reparada ou protegida e atraveacutes da sua aplicaccedilatildeo repetida pode ser usada para minimizar assim

os seus custos de manutenccedilatildeo

3341 Equipamento

O equipamento eacute composto por

Ceacutelula de mediccedilatildeo em cloreto de prata (AgCl)

Medidor com ligaccedilatildeo que permite leituras digitais em unidades de tensatildeo (volt) ou

resistecircncia (ohm)

Recipientes com liacutequido para reabastecer a ceacutelula de mediccedilatildeo

Cabo de ligaccedilatildeo

Brocas diamantadas de 10 e 18 mm de diacircmetro

Martelo e escopro

Alicate de aperto

Bico para contacto com armadura e chave de Allen

Cabo de ligaccedilatildeo

Extensatildeo telescoacutepica para fixaccedilatildeo da ceacutelula de mediccedilatildeo

Berbequim com percussatildeo

Balde e esponja

3342 Metodologia

Apoacutes a escolha de uma aacuterea em funccedilatildeo do estado aparente do betatildeo definem-se zonas

de leitura da aacuterea a estudar e define-se o nuacutemero de leituras a realizar em funccedilatildeo da degradaccedilatildeo

aparente do betatildeo Procede-se agrave limpeza com uma escova de accedilo de um varatildeo da armadura

previamente localizado com o detetor de armaduras Fixa-se o eleacutetrodo secundaacuterio atraveacutes do

alicate de aperto ao varatildeo da armadura e liga-se o eleacutetrodo ao voltiacutemetro atraveacutes do cabo

fornecido Procede-se agrave molhagem das superfiacutecies vatildeo onde seratildeo efetuadas as leituras de modo

a humedecer em profundidade o betatildeo a estudar Coloca-se o eleacutetrodo primaacuterio sucessivamente

em cada ponto de leitura medindo-se no voltiacutemetro do equipamento o potencial eleacutetrico

33 Tiago Pais Boto

Durante a realizaccedilatildeo de todas as mediccedilotildees o operador deve assegurar-se que a esponja do topo

do eleacutetrodo primaacuterio se encontra devidamente humedecida

Tabela 3-2Risco de corrosatildeo ativa em funccedilatildeo do niacutevel de potencial

Niacutevel de Potencial (mV) Risco de corrosatildeo ativa ()

-260 a -410 Ateacute 95

-110 a -260 Incerto

gt-100 Ateacute 5

Esta metodologia estaacute descrita em Norma ASTM C 876-91 (R1999) Standard Test Method

for Half-Cell Potentials of Uncoated Reinforcing Steel in concrete

335 Determinaccedilatildeo do teor de cloretos no betatildeo

A determinaccedilatildeo do teor de cloretos no betatildeo consiste precisamente em determinar o

teor soluacutevel em aacutecido de cloretos existentes no betatildeo Em traccedilos gerais uma amostra de poacute de

betatildeo a ensaiar eacute dissolvida numa soluccedilatildeo aacutecida normalizada para que os iotildees de cloreto reajam

com o aacutecido Um eleacutetrodo dotado de um sensor de temperatura eacute introduzido na soluccedilatildeo

medindo a reaccedilatildeo eletroquiacutemica A tensatildeo gerada pela concentraccedilatildeo de iotildees afeta

simultaneamente a temperatura da soluccedilatildeo a qual eacute medida pelo aparelho eletroacutenico Este

aparelho apresenta instantemente a percentagem de iotildees num mostrador (Viacutetor Coias

ldquoInspeccedilotildees e Ensaios na reabilitaccedilatildeo de edifiacuteciosrdquo 2006)

3351 Equipamento

O equipamento utilizado eacute composto por

Eleacutetrodo com sensor de temperatura montado exteriormente

Cabos e ligaccedilotildees

Aparelho eletroacutenico de leitura com circuitos compensadores da temperatura e

microprocessador para conversatildeo direta em percentagens de cloretos

Embalagens contendo soluccedilotildees aacutecidas com coloraccedilatildeo diferente para calibraccedilatildeo do

eleacutetrodo

Balanccedila para pesar as amostras

Embalagens contendo a soluccedilatildeo aacutecida onde se vai misturar cada amostra

Garrafa com agente de molhagem do eleacutetrodo

34

Concha para recolha do poacute e soprador para amostragem

Alicate de fixaccedilatildeo broca buchas chave de bocas e chave de fendas

Detetor de armaduras

A calibragem eacute feita antes de cada ensaio utilizando duas soluccedilotildees padratildeo

Figura 3-5 Equipamento para mediccedilatildeo do teor de cloretos in situ (oz diagnostico 2015)

3352 Metodologia

Haacute que localizar previamente a posiccedilatildeo das armaduras com um detetor de armaduras

Selecionado o local de ensaio preferencialmente onde a posiccedilatildeo das armaduras se encontra

mais exteriormente do elemento estrutural em estudo Em seguida posiciona-se a concha de

recolha do poacute fixando-a com o alicate de fixaccedilatildeo atraveacutes de uma bucha de fixaccedilatildeo Depois

fazem-se trecircs furos no betatildeo a ensaiar agrave profundidade a que se pretende determinar o teor em

cloretos de modo a recolher cerca de 20 g de poacute que devem guardados num saco de plaacutestico

hermeticamente fechado Se se pretender um perfil do teor de cloretos haacute que furar e recolher

o poacute em menos trecircs niacuteveis de profundidade (Viacutetor Coias 2006)

Perto da superfiacutecie

Ao niacutevel das armaduras

A uma distacircncia de 2 ou 3 cm abaixo das armaduras

Uma amostragem de 3 g retirada do poacute extraiacutedo eacute dissolvida em 20 ml de uma soluccedilatildeo

aacutecida Coloca-se o eleacutetrodo jaacute calibrado na garrafa de ensaio e lecirc-se o teor de cloretos que seraacute

automaticamente indicado no mostrador do aparelho A leitura pode ser obtida em percentagem

ou PPM (partes por milhatildeo) consoante a funccedilatildeo selecionada

O ensaio deve seguir as recomendaccedilotildees das normas de referecircncia

35 Tiago Pais Boto

Norma BS 1881-6 1971 Methods of testing concrete Analysis of hardened concrete

Norma AASHTO T260‑84 Standard Method of Test for Sampling and testing for

chloride ion in concrete and concrete raw materials

336 Ensaio de aderecircncia por traccedilatildeo (pull-off)

Os ensaios de aderecircncia por traccedilatildeo direta pull-off satildeo fundamentais para o ecircxito de trabalhos

de reparaccedilatildeo e reforccedilo em estruturas de betatildeo armado pois a garantia de uma boa aderecircncia

entre os materiais existentes e os materiais novos eacute fundamental (Viacutetor Coias ldquoInspeccedilotildees e

Ensaios na reabilitaccedilatildeo de edifiacuteciosrdquo 2006) Este tipo de ensaio consiste na aplicaccedilatildeo de uma

forccedila de traccedilatildeo exercida manualmente atraveacutes de um aparelho concebido para esse fim A

traccedilatildeo eacute transmitida axialmente atraveacutes de uma peccedila metaacutelica colada previamente ao provete

O aumento gradual da forccedila pode ser observado diretamente numa escala (MPa) A forccedila

maacutexima eacute registada assim que se daacute o arrancamento do provete na secccedilatildeo mais fraacutegil (Viacutetor

Coias ldquoInspeccedilotildees e Ensaios na reabilitaccedilatildeo de edifiacuteciosrdquo 2006)

Analisando o provete pode-se observar se a secccedilatildeo de rotura pertence a um dos

materiais ou se por outro lado estaacute contida na superfiacutecie de ligaccedilatildeo entre os materiais Dada a

sua grande simplicidade este ensaio pode ser executado na proacutepria estrutura traduzindo melhor

as condiccedilotildees reais existentes

3361 Equipamento

Carotadora portaacutetil

Coroa diamantada

Caixa diferencial

Aparelho mecacircnico de aderecircncia

Equipamento de arrancamento com pastilhas metaacutelicas

Detetor de armaduras

Cola epoxiacutedica

Extensatildeo monofaacutesica

Mangueira para aacutegua

36

Figura 3-6 Esquematizaccedilatildeo do ensaio de aderecircncia por traccedilatildeo pull-off (oz diagnostico 2015)

3362 Metodologia

Com o auxiacutelio de uma carotadora executa-se um entalhe circular com cerca de 4 cm de

diacircmetro perpendicular agrave superfiacutecie do material A profundidade deve ser suficiente para que

ultrapasse o plano de ligaccedilatildeo dos materiais atingindo assim o substrato do betatildeo A superfiacutecie

eacute entatildeo regularizada com o auxiacutelio de uma grossa a poeira deve ser retirada com acetona

Procede-se agrave colagem da peccedila metaacutelica (pastilha) ao provete a de betatildeo com uma cola epoxiacutedica

exercendo uma pressatildeo moderada durante alguns minutos conforme mencionado nas normas

de referecircncia (Viacutetor Coias 2006)

Apoacutes uma hora pode-se entatildeo colocar o aparelho de ensaio de modo que este acople a

peccedila metaacutelica coloca-se o indicador a zero e inicia-se o ensaio propriamente dito

O ensaio deve seguir as recomendaccedilotildees das normas de referecircncia

Norma BS 1881-207 1992 Testing concrete Recommendations for the assessment of

concrete strength by near-to-surface test

Norma ASTM D4541-95 Stand Test Method for Pull-Off Strength

337 Resistecircncia aacute compressatildeo com recurso ao escleroacutemetro do tipo Schmidt

O ensaio com o escleroacutemetro permite obter de forma simples e natildeo destrutiva a

resistecircncia agrave compressatildeo de elementos de betatildeo Sendo um ensaio baseado na resistecircncia

37 Tiago Pais Boto

superficial os valores obtidos satildeo apenas representativos de uma camada ateacute 5 cm de

profundidade Contudo o ensaio eacute uacutetil para avaliar a homogeneidade do betatildeo verificar se

existe um determinado niacutevel miacutenimo de resistecircncia e decidir sobre a necessidade de fazer

ensaios mais completos A tensatildeo de rotura agrave compressatildeo referente a provetes cuacutebicos ou

ciliacutendricos pode ser estimada com base numa correlaccedilatildeo com o iacutendice escleromeacutetrico

3371 Equipamento

O equipamento utilizado eacute denominado de escleroacutemetro do tipo Schmidt Quando se

pressiona o veio de compressatildeo do escleroacutemetro contra a superfiacutecie de betatildeo a ensaiar

comprime-se uma mola existente no interior do aparelho Quando o veio atinge o fim do seu

curso eacute libertada instantaneamente uma massa que choca com a sua extremidade interior O

choque eacute transmitido agrave superfiacutecie a ensaiar a qual reage provocando um ressalto O mesmo

veio transmite esse ressalto agrave massa moacutevel que ao deslocar-se faz mover um ponteiro visiacutevel

no exterior do invoacutelucro do aparelho e regista o ponto maacuteximo do ressalto da massa Quanto

mais dura e compacta for a superfiacutecie do betatildeo maior seraacute o ressalto

O valor de referecircncia obtido atraveacutes da escala do aparelho iacutendice escleromeacutetrico

permite avaliar o valor de resistecircncia agrave compressatildeo do betatildeo tendo em conta o acircngulo entre o

eixo longitudinal do escleroacutemetro e a superfiacutecie ensaiada (Viacutetor Coias 2006)

Figura 3-7 Escleroacutemetro de Schmidt (Nabrande Wikipedia 2015)

O ensaio deve seguir as recomendaccedilotildees das normas de referecircncia

BS 1881 parte 202

ASTM C 505-85

38

3372 Registo e anaacutelise de dados

A mediccedilatildeo num determinado local deve corresponder 5 ou 10 leituras O registo de

dados deve ser efetuado num impresso proacuteprio incluindo

Identificaccedilatildeo da obra

Nome do operador

Data

Localizaccedilatildeo da aacuterea ensaiada na estrutura

Acircngulo do escleroacutemetro com a horizontal

Descriccedilatildeo da aacuterea ensaiada

Descriccedilatildeo do betatildeo

A resistecircncia de caacutelculo

Idade e condiccedilotildees de cura

Observaccedilotildees do aspeto da superfiacutecie do betatildeo

Zonas em que o ensaio natildeo teve validade

Nuacutemero de seacuterie do escleroacutemetro utilizado ou a sua identificaccedilatildeo simplificada

O tratamento dos dados depende do fim a que destina a informaccedilatildeo final podendo-se

registar apenas os valores meacutedios da tensatildeo de rotura agrave compressatildeo do betatildeo referente a provetes

cuacutebicos os ciliacutendricos incluindo os valores meacutedios de dispersatildeo Ou entatildeo pode-se tambeacutem

estimar os valores caracteriacutesticos da tensatildeo de rotura

338 Avaliaccedilatildeo da profundidade de carbonataccedilatildeo com indicador de fenolftaleiacutena

Este ensaio eacute de execuccedilatildeo simples A escolha adequada do local onde seraacute feita a anaacutelise

eacute fundamental sobretudo quando se trata de edifiacutecios de elevado valor patrimonial

Geralmente a carbonataccedilatildeo progride com a frente paralela agrave superfiacutecie a frente de

carbonataccedilatildeo quando atravessa o recobrimento das armaduras o accedilo despassiva iniciando o

processo de corrosatildeo das armaduras originando uma perda de resistecircncia e comprometendo a

durabilidade do betatildeo (Viacutetor Coias 2006) Conhecendo a posiccedilatildeo da frente de carbonataccedilatildeo eacute

possiacutevel estimar a extensatildeo das zonas a reparar

3381 Equipamento

Fazem parte do equipamento

Berbequim com percussatildeo

Martelo e escopro

Aspersor

Reacutegua graduada em miliacutemetros

Soluccedilatildeo alcooacutelica de fenolftaleiacutena a 01 por cento

Detetor de armaduras

39 Tiago Pais Boto

3382 Metodologia

Os pontos de mediccedilatildeo devem ser criteriosamente selecionados de forma a poderem-se

comparar diferentes mediccedilotildees Esta seleccedilatildeo deve ter tambeacutem em conta o tipo de controlo que

se pretende fazer e o grau de rigor pretendido Nomeadamente os elementos estruturais com as

superfiacutecies expostas aos agentes ambientais devem ser objeto de um maior nuacutemero de mediccedilotildees

A seleccedilatildeo exata do ponto de mediccedilatildeo deveraacute ter em conta a posiccedilatildeo das armaduras que devem

ser localizadas previamente com um detetor de armaduras a fim de natildeo serem danificadas

Os pontos selecionados devem ser previamente identificados e localizados numa planta

da estrutura

A profundidade dos furos ou cavidades seraacute superior em pelo menos 1 cm ao

recobrimento medido com o detetor de armaduras A limpeza correta do furo eacute essencial para a

fiabilidade dos resultados que deixaratildeo de ter validade se existirem resiacuteduos de poacute nas zonas

interiores natildeo carbonatadas

Utilizando um aspersor com a soluccedilatildeo alcooacutelica de fenolftaleiacutena molham-se a

superfiacutecies internas do furo do ensaio e observa-se a sua coloraccedilatildeo rosada sendo possiacutevel medir

a profundidade da frente de carbonataccedilatildeo na transiccedilatildeo de uma zona para a outra (Viacutetor Coias

2006)

O ensaio deve seguir as recomendaccedilotildees da norma de referecircncia RILEM CPC ndash 18 e E391 ndash

LNEC

Figura 3-8 Reaccedilatildeo da fenolftaleiacutena numa carote de betatildeo (oz diagnostico 2015)

40

339 Observaccedilatildeo boroscoacutepica de cavidades e fendas

O diagnoacutestico de patologias das estruturas e dos materiais bem como o seu

levantamento satildeo em muitos casos facilitados pela possibilidade de inspecionar o interior de

cavidades e fendas de pequenas dimensotildees existentes nesses materiais ou elementos estruturais

A boroscopia eacute uma teacutecnica baseada na utilizaccedilatildeo de um instrumento oacutetico o boroscoacutepio e

constitui uma forma muito pouco intrusiva de efetuar tais observaccedilotildees

3391 Equipamento

Na sua versatildeo mais simples o boroscoacutepio consiste numa haste delgada dotada numa

das extremidades de um ocular e na outra duma objetiva e um prisma A fim de permitir a

iluminaccedilatildeo da cavidade a observar um segundo sistema oacutetico montado no interior da mesma

haste conduz um feixe luminoso intenso que eacute dirigido para o campo observado (Viacutetor Coias

2006) A haste pode ser ligeiramente inclinada em relaccedilatildeo agrave vertical e rodada a toda a volta o

que aliado ao grande acircngulo do sistema oacutetico montado na sua extremidade possibilita uma

observaccedilatildeo com poucos acircngulos mortos

Aleacutem da observaccedilatildeo direta a ocular pode permitir atraveacutes de adaptadores apropriados

montar uma maacutequina fotograacutefica de 35 mm ou uma cacircmara de viacutedeo possibilitando o registo

de imagens do campo observado

Figura 3-9 Esquematizaccedilatildeo de um boroscoacutepio (oz diagnostico 2015)

41 Tiago Pais Boto

3392 Metodologia

Uma vez selecionados os pontos de observaccedilatildeo torna-se necessaacuterio a menos que se

trate de fendas suficientemente largas executar um ou mais furos com cerca de 10 mm de

diacircmetro Depois de montado o sistema e feita a ligaccedilatildeo agrave fonte de iluminaccedilatildeo a haste de

observaccedilatildeo eacute introduzida no orifiacutecio observando-se visualmente o seu interior

3310 Mediccedilatildeo de deslocamentos em juntas e fendas com o alongacircmetro

As construccedilotildees apresentam com frequecircncia fissuras ou fendas resultantes de

deformaccedilotildees ocasionadas por variadas causas como sejam por exemplo assentamentos

diferenciais variaccedilotildees de temperatura alteraccedilatildeo das solicitaccedilotildees ou das propriedades

mecacircnicas dos materiais execuccedilatildeo de obras subterracircneas na vizinhanccedila de construccedilotildees

existentes etc Sendo aquelas fissuras ou fendas manifestaccedilotildees do comportamento estrutural

haacute normalmente interesse em acompanhar a variaccedilatildeo da sua abertura ao longo do tempo em

diversos pontos do seu desenvolvimento (Viacutetor Coias 2006)

O alongacircmetro eacute um dispositivo mecacircnico que se utiliza para medir com precisatildeo

pequenos deslocamentos em juntas e fissuras

33101 Equipamento

O alongacircmetro mecacircnico tem uma base que pode medir 200 mm mas haacute outras medidas

e eacute utilizado para medir as distacircncias entre os pontos definidos por cada par de bases circulares

metaacutelicas com um diacircmetro de 5 mm Usa-se um invar para corrigir os valores lidos devido agrave

influecircncia tanto de variaccedilotildees de temperatura no aparelho como de esforccedilos a que este possa ser

submetido durante a sua utilizaccedilatildeo

Figura 3-10Alongacircmetro mecacircnico (oz diagnostico 2015)

42

33102 Metodologia

Apoacutes seleccedilatildeo e marcaccedilatildeo dos locais onde seratildeo realizadas as mediccedilotildees satildeo previamente

colocados simetricamente pares de bases metaacutelicas especialmente concebidas com 5 mm de

diacircmetro coladas ao elemento em estudo A anaacutelise das leituras ao longo do tempo permite ter

uma ideia da tendecircncia do movimento agravamento estabilizaccedilatildeo recuperaccedilatildeo ou uma

variaccedilatildeo ciacuteclica Esta base de dados permitiraacute eventualmente ajudar a estabelecer relaccedilotildees de

causa-efeito com as accedilotildees a que a construccedilatildeo estaacute sujeita

3311 Determinaccedilatildeo da resistecircncia de betotildees a partir de provetes ciliacutendricos

Sendo este tambeacutem um ensaio semi-destrutivo ou mesmo destrutivo torna-se necessaacuterio

a escolha criteriosa dos locais para recolha dos provetes O ensaio consiste genericamente na

determinaccedilatildeo da resistecircncia atual dos betotildees atraveacutes do ensaio de rotura agrave compressatildeo de

provetes ciliacutendricos

33111 Equipamento

Para a realizaccedilatildeo deste ensaio eacute necessaacuterio

bull Pacoacutemetro

bull Caroteadora

bull Coroas diamantadas com diacircmetro miacutenimo interior de 75 mm

bull Aspirador para extraccedilatildeo de carotes na direccedilatildeo ascendente ou para extraccedilatildeo de carotes

segundo qualquer direccedilatildeo

33112 Metodologia

A seleccedilatildeo exata do local de extraccedilatildeo das carotes deveraacute ter sempre em conta a seguranccedila

estrutural do elemento a sondar no sentido de ser o menos possiacutevel afetada Deste modo em

pilares correntes (de edifiacutecios) o furo de extraccedilatildeo deveraacute localizar‑se sensivelmente a meio da

altura ou o mais possiacutevel afastado das ligaccedilotildees aos restantes elementos estruturais (vigas ou

lajes) Do mesmo modo em vigas o furo de extraccedilatildeo das carotes deveraacute localizar‑se entre 15

e 14 do vatildeo na zona onde os esforccedilos de flexatildeo satildeo mais reduzidos Para aleacutem dos

condicionamentos atraacutes referidos deveraacute ser tido em conta que recolha das carotes deve ser

feita de modo a interferir o miacutenimo com as armaduras do elemento a sondar Para tal deve ser

usado um pacoacutemetro antes da extraccedilatildeo das carotes

As carotes apoacutes a sua extraccedilatildeo deveratildeo ser imediatamente identificadas marcando-as

com laacutepis de cera ou por outro processo igualmente eficaz Depois deveratildeo ser devidamente

acondicionadas a fim de natildeo sofrerem quaisquer danos durante o transporte No caso de alguma

43 Tiago Pais Boto

carote ter intersectado uma armadura o corte dessa carote antes do ensaio deveraacute ser feito de

modo a eliminar o troccedilo afetado pela presenccedila da armadura

Os ensaios de rotura agrave compressatildeo simples dos provetes devem ser realizados em laboratoacuterio

de acordo com a Norma E 226 do LNEC (Viacutetor Coias 2006)

Figura 3-11 Extraccedilatildeo de carote com localizaccedilatildeo preacutevia da malha de armaduras (oz

diagnostico 2015)

33113 Registo e anaacutelise de resultados

O registo dos dados eacute efetuado em impresso proacuteprio incluindo

Identificaccedilatildeo da obra

Nome do operador

Data

Localizaccedilatildeo e identificaccedilatildeo dos pontos de extraccedilatildeo das carotes recorrendo a um

desenho esquemaacutetico

Observaccedilotildees sobre o aspeto da superfiacutecie do betatildeo

Zonas em que as extraccedilotildees natildeo foram vaacutelidas

Os resultados obtidos deveratildeo ser processados tendo por base a metodologia

preconizada na publicaccedilatildeo da Concrete Society Technical Report nordm 11 onde satildeo indicados

vaacuterios fatores de correccedilatildeo a aplicar sobre os resultados dos provetes ensaiados que tecircm em

conta entre outros a direccedilatildeo da carotagem a relaccedilatildeo alturadiacircmetro do provete o corte dos

agregados a presenccedila de material de recobrimento a forma dos provetes a resistecircncia

potencial etc (Viacutetor Coias 2006)

44

3312 Mediccedilatildeo da espessura da seccedilatildeo atraveacutes de ensaios impacto-eco

Este meacutetodo consiste em emitir um impacto mecacircnico sobre uma superfiacutecie originando

impulsos que satildeo projetados ao longo do material As ondas refletidas por uma falha interna

satildeo captadas por um recetor posicionado na mesma superfiacutecie do impacto (Malhotra 1984

ACI-364 1993)

33121 Equipamento

Para a realizaccedilatildeo deste ensaio eacute necessaacuterio

Computador portaacutetil preparado para operar em condiccedilotildees adversas que deveraacute

ter instalado o software adequado para o processamento dos sinais (possibilidade

de definir diferentes resoluccedilotildees dos sinais) e uma placa especiacutefica para aquisiccedilatildeo

dos sinais

Transdutor piezoeleacutetrico com extremidade coacutenica acoplado ao suporte das

massas impactoras ou outro equivalente

Massa impactoras esferas metaacutelicas com diacircmetros de 5 8 125 mm ou outras

equivalentes

Todo o sistema deveraacute estar devidamente operacional e calibrado pelo que deveraacute fazer-

se acompanhar da folha de calibraccedilatildeo devidamente atualizada Para apoio agrave execuccedilatildeo dos

ensaios deveraacute prever-se a eventual utilizaccedilatildeo de um boroscoacutepio ou de equipamento de ultra-

sons (Viacutetor Coias 2006)

Figura 3-12 Parte do equipamento para realizaccedilatildeo do ensaio (impacto-ecoimpact Echo

instruments 2015)

45 Tiago Pais Boto

33122 Metodologia

Para a colocaccedilatildeo dos transdutores os pontos selecionados devem ser em zonas onde natildeo

existem juntas e irregularidades superficiais para que desta forma natildeo influenciem os

resultados

Deve-se portanto remover quaisquer materiais de revestimento nomeadamente os

rebocos jaacute no caso de pinturas de espessura reduzida deve-se comparar os resultados com zonas

sem a referida pintura

Na superfiacutecie do elemento a ensaiar marca-se uma malha de pontos de referecircncia onde

a abertura e quantidade vem em funccedilatildeo da espessura ou largura da seccedilatildeo transversal do

elemento Devem tambeacutem ser garantidos no miacutenimo 9 pontos e em elementos laminares 16

pontos

Sobre cada um dos pontos eacute realizado o ensaio utilizando a massa de impacto previamente

selecionada atraveacutes de testes preliminares

A realizaccedilatildeo deste ensaio deve seguir a norma Norma ASTM C1383-98a Standard Test

Method for Measuring the P-Wave Speed and the Thickness of Concrete Plates Using the

Impact-Echo Method

46

47 Tiago Pais Boto

4 Patologias em Estruturas de Betatildeo Armado

41 Introduccedilatildeo

Em Engenharia Civil o conceito de patologia estaacute associado aos fenoacutemenos que afetam

o comportamento anoacutemalo de uma construccedilatildeo Este conceito pode ser diferenccedilado em patologia

estrutural e em patologia natildeo estrutural Patologia estrutural eacute para os fenoacutemenos que afetam a

funcionalidade estrutural dos elementos da construccedilatildeo nomeadamente as fundaccedilotildees

infraestrutura e superestrutura Patologia natildeo estrutural alberga todos os outros fenoacutemenos que

afetam os restantes elementos da construccedilatildeo

Dada a natureza quiacutemica do betatildeo a sua macro e micro estrutura encontra-se em

constante mudanccedila devido agrave sua estrutura porosa estar sempre em contato com o meio

ambiente Atraveacutes de diversos mecanismos nomeadamente a permeaccedilatildeo difusatildeo e absorccedilatildeo

satildeo transportados diversos agentes necessaacuterios agrave corrosatildeo ao accedilo CO2 aacutegua sulfatos cloretos

Devido agrave sua constituiccedilatildeo e caracteriacutesticas dos constituintes do betatildeo estes podem desenvolver

reaccedilotildees quiacutemicas internas originando patologias

A existecircncia de armaduras no interior do betatildeo e a deficiente proteccedilatildeo das mesmas pode

originar processos de corrosatildeo acelerados originando severas patologias que podem colocar

em causa a proacutepria estabilidade da estrutura

As patologias podem verificar-se devido a erros de projeto erros de execuccedilatildeo erros de

exploraccedilatildeo e manutenccedilatildeo O uacuteltimo erro remete essencialmente para os mecanismos

mecacircnicos fiacutesicos e quiacutemicos a que o betatildeo armado poderaacute estar exposto Este assunto seraacute

abordado com mais detalhe nesta dissertaccedilatildeo Jaacute em relaccedilatildeo aos erros de projeto e de execuccedilatildeo

estando intrinsecamente ligados agrave construccedilatildeo de estruturas novas seratildeo apenas enunciados

neste documento

Segundo um modelo proposto por Tuutti para o mecanismo de detioraccedilatildeo das estruturas

satildeo identificadas principalmente duas fases distintas a iniciaccedilatildeo e a propagaccedilatildeo Na fase de

iniciaccedilatildeo a penetraccedilatildeo e alojamento das substacircncias agressivas vai aumentando ateacute valores

criacuteticos de forma pouco significativa ateacute ao iniacutecio da fase de propagaccedilatildeo Na fase de

propagaccedilatildeo segundo o modelo de Tuutti a evoluccedilatildeo eacute idecircntica a um crescimento exponencial

ao longo da vida uacutetil da estrutura exemplificado pelo graacutefico apresentado na figura seguinte

48

Figura 4-1 Modelo de Tuutti evoluccedilatildeo dos niacuteveis de deterioraccedilatildeo ao longo da vida uacutetil de

uma estrutura (Concrete Institute of Australia 2015)

Segundo Tuutti os instantes representados no graacutefico da Figura 4-1 correspondem agraves

diferentes condiccedilotildees de deterioraccedilatildeo que ocorrem na fase de propagaccedilatildeo

Instante T0 Iniacutecio da corrosatildeo das armaduras

Instante T1 Ocorrecircncia da propagaccedilatildeo da corrosatildeo

Instante T2 Niacutevel de corrosatildeo elevado

42 Erros de projeto

Geralmente os erros de projeto estrutural mais recorrentes e significativos satildeo

Falta de detalhes nos projetos

Erros de dimensionamento

Falta de compatibilidade entre os vaacuterios projetos de especialidade

Deficiente avaliaccedilatildeo das accedilotildees e esforccedilos impostos nomeadamente o efeito teacutermico

Ausecircncia de pormenorizaccedilatildeo adequada do recobrimento e das armaduras

Deficiecircncia avaliaccedilatildeo da agressividade da classe de exposiccedilatildeo

Especificaccedilotildees inadequadas dos materiais

Deficiente avaliaccedilatildeo do controlo de deformaccedilatildeo fendilhacatildeo

Deficiente avaliaccedilatildeo na drenagem e impermeabilizaccedilatildeo

49 Tiago Pais Boto

43 Deficiente execuccedilatildeo

Jaacute na fase de execuccedilatildeo das estruturas de betatildeo armado os erros mais comuns geralmente

satildeo

Falta de rigor e controlo tecnoloacutegico

Erro de interpretaccedilatildeo de projetos

Armaduras mal posicionadas

Deslocamentos das cofragens

Descofragem prematura

Ausecircncia de espaccediladores para garantir recobrimentos

Deficiente vibraccedilatildeo do betatildeo

Segregaccedilatildeo do betatildeo

Falta de fiscalizaccedilatildeo

Juntas de dilataccedilatildeo mal posicionadas ou mesmo ausecircncia das mesmas

Escolha de materiais inadequados ou sem homologaccedilatildeo e marcaccedilatildeo CE

Abatimentos das superfiacutecies de betonagem

44 Erros de Exploraccedilatildeo Manutenccedilatildeo

Como referido anteriormente os erros de exploraccedilatildeomanutenccedilatildeo satildeo remetidos para

os principais mecanismos mecacircnicos fiacutesicos e quiacutemicos a que o betatildeo armado poderaacute estar

exposto

441 Mecanismos Mecacircnicos

Cristalizaccedilatildeo dos sais

A cristalizaccedilatildeo dos sais acontece na passagem da situaccedilatildeo de natildeo saturaccedilatildeo para a de

saturaccedilatildeo ou sobressaturaccedilatildeo e acontece na circunstacircncia de abaixamento da temperatura

evaporaccedilatildeo ou por acreacutescimo de sal Comeccedilam-se entatildeo a formar sais cristalizaccedilatildeo nos espaccedilos

porosos do betatildeo exercendo deste modo uma pressatildeo de nas paredes capilares do betatildeo (Viacutetor

Coias 2006)

Retraccedilatildeo (secagem por evaporaccedilatildeo quiacutemica e teacutermica)

O efeito da retraccedilatildeo do betatildeo seja ela secagem por evaporaccedilatildeo retraccedilatildeo plaacutestica ou por

efeito teacutermico origina uma diminuiccedilatildeo no volume das peccedilas de betatildeo Por consequecircncia pode

originar tensotildees de traccedilatildeo no betatildeo e se estes esforccedilos natildeo forem libertados por exemplo

atraveacutes de juntas de dilataccedilatildeo Quando as tensotildees de traccedilatildeo forem superiores agrave resistecircncia do

betatildeo agrave traccedilatildeo surge o aparecimento de fendas

A retraccedilatildeo por secagem acontece devido agrave evaporaccedilatildeo do excesso de aacutegua presente nos

poros capilares que natildeo foi usada no processo de hidrataccedilatildeo do cimento Este processo sendo

50

lento pode demorar anos ateacute se evidenciarem as primeiras patologias em elementos estruturais

espessos

A retraccedilatildeo quiacutemica tambeacutem designada por endoacutegena ou autogeacutenea ocorre devido agrave

evoluccedilatildeo quiacutemica resultante da hidrataccedilatildeo da pasta de cimento Este processo pode ocorrer

mesmo sem trocas de aacutegua quando o betatildeo tem uma idade jovem e provoca fendas de pequena

profundidade

Por uacuteltimo a retraccedilatildeo teacutermica ocorre apoacutes um arrefecimento teacutermico ateacute atingir a

temperatura ambiente consequecircncia de uma elevaccedilatildeo preacutevia e acentuada da temperatura Uma

peccedila monoliacutetica de betatildeo sujeita a variaccedilotildees de temperatura da ordem dos 40ordmC ou 50ordmC sofre

uma deformaccedilatildeo de alguns deacutecimos de miliacutemetros por cada metro de comprimento Os efeitos

deste alongamento e encurtamento satildeo despreziacuteveis se a peccedila dilatar livremente mas surgem

tensotildees internas se estiver rigidamente confinada (Viacutetor Coias 2006)

Abrasatildeo

Esta caracteriza-se essencialmente por accedilotildees repetidas de fricccedilatildeo ou impacto repetido

Eacute um mecanismo de deterioraccedilatildeo no betatildeo importante para estruturas em que estejam em

contato com a aacutegua em escoamento em especial quando esta arraste detritos e areias A erosatildeo

pode desenvolver-se rapidamente assim que a camada superficial do betatildeo desaparecer (Rui

Ferreira 2000)

Cavitaccedilatildeo

A cavitaccedilatildeo acontece devido aacute formaccedilatildeo de bolhas de vapor provocada por uma variaccedilatildeo

brusca da velocidade do escoamento ou diminuiccedilatildeo de pressatildeo na aacutegua que por sua vez

quando atingem zonas de pressatildeo normal rebentam Esta accedilatildeo hidrodinacircmica ganha

preponderacircncia apenas em estruturas total ou parcialmente submersas

Variaccedilotildees de temperatura

O efeito da temperatura em estruturas de betatildeo armado pode causar enormes esforccedilos

quando natildeo existem juntas de dilataccedilatildeo As tensotildees originadas podem ser de compressatildeo ou de

traccedilatildeo consoante a variaccedilatildeo da temperatura seja positiva ou negativa respetivamente A

principal consequecircncia nas estruturas eacute a fendilhacatildeo do betatildeo que se inicia assim que as tensotildees

originadas forem superiores agrave resistecircncia de traccedilatildeo ou compressatildeo do betatildeo

Temperaturas elevadas (incecircndio)

Dependendo da temperatura do tempo de exposiccedilatildeo e da velocidade de arrefecimento

as propriedades dos materiais nomeadamente o betatildeo e o accedilo satildeo alteradas levando a um

51 Tiago Pais Boto

decreacutescimo da resistecircncia dos elementos estruturais alteraccedilatildeo na coloraccedilatildeo esfarelamento

superficial fendilhaccedilatildeo e ateacute ao proacuteprio colapso da estrutura

Segundo Rosso (1975) o ciclo caracteriacutestico de um incecircndio numa edificaccedilatildeo eacute

categorizada em trecircs fases a inicial a intermeacutedia e a final Na fase inicial verifica-se um

aumento severo da temperatura ateacute cerca dos 250-300ordmC provocando perdas da resistecircncia

mecacircnica agrave compressatildeo em cerca de 5 Quando os elementos satildeo sujeitos a temperaturas

superiores a 300ordmC a perda da resistecircncia mecacircnica agrave compressatildeo jaacute eacute bastante consideraacutevel e

agrava-se em situaccedilotildees de arrefecimento raacutepido Na entrada da segunda fase ocorre um

fenoacutemeno designado por ldquoflash overrdquo Nesta fase ocorrem os efeitos mais nocivos para as

estruturas de betatildeo armado Segundo Rosso (1975) raramente excede temperaturas de 1250-

1300ordmC Na uacuteltima fase jaacute caracterizada pela extinccedilatildeo do fogo o aspeto mais relevante eacute a

velocidade de arrefecimento Quando este eacute feito lentamente existe a possibilidade de uma

recuperaccedilatildeo da resistecircncia inicial de ateacute 90 dependendo da temperatura maacutexima atingida

(Rosso T FAUUSP 1975)

Tabela 4-1 Caracteriacutesticas do betatildeo em funccedilatildeo da temperatura (Adaptado de Rosso (1975)

Neville (1923)

Temperatura [ordmC] Cor Aspeto Visual Desempenho

lt250 Cinza Perda de resistecircncia pequena e irregular

285-300 Cinza-Rosa Fissuraccedilatildeo superficial lascamento explosivo

300 Rosa Iniacutecio de mudanccedila de cor

50-400 Rosa Reduccedilatildeo do Modulo de deformaccedilatildeo

535-550 Roxo Fissuraccedilatildeo profunda friabilidade superficial

575 Vermelho claro Destacamento dos gratildeos de quartzo

650 Cinza esbranquiccedilado Perda das propriedades mecacircnicas

790-800 Cinza esbranquiccedilado Lascamentos do recobrimento das armaduras com

exposiccedilatildeo ateacute 25 da superfiacutecie das mesmas

900 Amarelo alaranjado Superfiacutecie pulverulenta

1000 Amarelo claro Superfiacutecie pulverulenta

Ciclos de gelodegelo

O betatildeo sendo um material poroso absorve e reteacutem aacutegua nos seus poros Quando sujeito a

temperaturas negativas a aacutegua presente nos poros congela originando um aumento de volume

em cerca de 9 Se este aumento de volume for restringido geram-se tensotildees no interior do

betatildeo causando fendilhaccedilatildeo agrave superfiacutecie Por sua vez quando o processo se inverte resulta na

degradaccedilatildeo do material verificando-se escamaccedilatildeo do betatildeo Esta accedilatildeo depende da frequecircncia

dos ciclos gelodegelo da porosidade do betatildeo da classe de exposiccedilatildeo em que se encontra o

betatildeo da rapidez e duraccedilatildeo do arrefecimento e da idade do betatildeo que por sua vez eacute proporcional

agrave resistecircncia (Viacutetor Coias 2006)

52

442 Mecanismos Quiacutemicos

Reaccedilotildees alcalis-agregado

As reaccedilotildees mais importantes satildeo as aacutelcalis-siacutelica e aacutelcalis-silicatos Estas reaccedilotildees

resultam da reaccedilatildeo dos metais alcalinos presentes no betatildeo (K2O e Na2O) e os silicatos

presentes nos agregados

Os paracircmetros fundamentais que influenciam esta reaccedilatildeo satildeo a compactaccedilatildeo cura

razatildeo aacuteguacimento quantidade de agregado ativo e a quantidade de aacutelcalis no betatildeo (COSTA

A ldquoPatologia do Betatildeo Armado 2007)

Agregados Reativos + Humidade + Alcalinidade Elevada rarrRisco de Reaccedilatildeo aacutelcalis-agregado

Ataque pelos aacutecidos sais e aacuteguas puras

Atraveacutes da interaccedilatildeo da pasta de cimento com hidroacutexido de caacutelcio silicato de caacutelcio e o

aluminato de caacutelcio formam-se sais de caacutelcio soluacuteveis destruindo os poros da pasta A

agressividade dos aacutecidos depende da solubilidade dos sais de caacutelcio que satildeo originados quer

isto dizer que quanto maior eacute a solubilidade mais acelerado seraacute o ritmo de deterioraccedilatildeo

As aacuteguas puras sendo estas aacuteguas correntes contecircm um elevado poder dissolvente

dissolvem o hidroacutexido de caacutelcio originando a perda das propriedades ligantes e a decomposiccedilatildeo

da pasta de cimento Estas aacuteguas quando contecircm um teor elevado de iotildees de caacutelcio a

agressividade diminui Jaacute quando haacute a presenccedila de dioacutexido de carbono e alcalis dissolvidos a

agressividade aumenta

Ataque pelos sulfatos

A deterioraccedilatildeo eacute originada pela Formaccedilatildeo de Etringite Retardada (DEF) A origem daacute-

se no processo da reaccedilatildeo do aluminato do cimento Portland endurecido com o iatildeo sulfato

provocando uma reaccedilatildeo expansiva do betatildeo A principal causa eacute um aumento da temperatura

durante o endurecimento do betatildeo e o seu efeito eacute devido a tensotildees internas que podem

provocar a fendilhaccedilatildeo do betatildeo

As causas mais importantes desta accedilatildeo quiacutemica eacute o ambiente agressivo a que a estrutura

de betatildeo estaacute exposta e a permeabilidade do betatildeo

Accedilatildeo da aacutegua do mar

A grande quantidade de iotildees agressivos na aacutegua do mar tais como CL- SO4-- Ca++

Mg++ Na+ K+ entram em reaccedilatildeo com a pasta de cimento levando agrave deterioraccedilatildeo do betatildeo

Corrosatildeo das armaduras

O betatildeo eacute um composto com alto teor alcalino essencialmente devido agraves reaccedilotildees de

hidrataccedilatildeo dos silicatos de caacutelcio constituintes do cimento originando hidroacutexidos de caacutelcio

Em condiccedilotildees onde o pH eacute elevado proporciona agraves armaduras presentes no betatildeo um

comportamento passivo originado por uma pelicula de oacutexido de ferro ou seja uma pelicula

passivante (Politico G 2006)

53 Tiago Pais Boto

Quando a pelicula passivante do accedilo eacute destruiacuteda inicia-se o mecanismo de corrosatildeo As

armaduras funcionam como condutores eleacutetricos e o betatildeo como eletroacutelito isto quer dizer que

funciona como um condutor ioacutenico abrangendo simultaneamente as zonas anoacutedicas e

catoacutedicas A dissoluccedilatildeo do accedilo no acircnodo origina a libertaccedilatildeo de iotildees ferrosos permanecendo

um excesso de eletrotildees no accedilo e estes devido agrave diferenccedila de potencial migram para a zona

catoacutedica atraveacutes da armadura Quando reagem com a aacutegua formam-se iotildees hidroacutexidos que

migram para a zona anoacutedica (Joana Silva 2007)

As principais equaccedilotildees no processo de corrosatildeo das armaduras satildeo

Dissoluccedilatildeo do accedilo (Reaccedilatildeo Anoacutedica) 119865119890 rarr 119865119890++ + 2119890minus (41)

Reduccedilatildeo do oxigeacutenio (Reaccedilatildeo Catoacutedica) 119874221 + 1198672119874 + 2119890minus rarr 2119874119867minus (42)

Produtos da corrosatildeo 119865119890++ + 2119874119867minus rarr 119865119890(119874119867)2 (43)

ldquoNa zona anoacutedica ocorrem em geral reaccedilotildees secundaacuterias cujos produtos da corrosatildeo

podem originar aumentos de volume significativos criando no betatildeo elevadas tensotildees internas

que podem promover fenoacutemenos de fissuraccedilatildeo eou delaminaccedilatildeo do recobrimento das

armadurasrdquo (A Costa J Appleton 1999) As reaccedilotildees referidas satildeo

119865119890 + 31198672119874 rarr 119865119890(119874119867)3 + 3119867+ + 3119890minus (44)

3119865119890 + 41198672119874 rarr 11986511989031198744 + 8119867+ + 8119890minus (45)

119865119890 + 21198672119874 rarr 119865119890119874(119874119867minus) + 3119867+ + 3119890minus (46)

119865119890119874(119874119867minus) + 1198742 rarr 11986511989031198744 (47)

54

Figura 4-2Modelo simplificado do processo de corrosatildeo nas armaduras (ACosta1997)

Accedilatildeo dos cloretos

A accedilatildeo dos cloretos ocorre devido a trecircs mecanismos de transporte permeaccedilatildeo absorccedilatildeo

e difusatildeo Estes mecanismos podem ocorrer isoladamente ou em simultacircneo estando

dependentes do grau de humidade do betatildeo da presenccedila de aacutegua e do coeficiente de

permeabilidade do betatildeo Os cloretos no betatildeo armado provocam uma aceleraccedilatildeo das reaccedilotildees

anoacutedicas promovendo o processo de dissoluccedilatildeo das armaduras

De acordo com Rozenberg no mecanismo de corrosatildeo provocado pela accedilatildeo dos

cloretos o cloreto de ferro originado no acircnodo originaacuterio da combinaccedilatildeo dos iotildees de ferro e

cloretos reage com os iotildees de hidroacutexido consumindo-os e originando hidroacutexido de ferro Da

diminuiccedilatildeo dos iotildees hidroacutexido leva a uma diminuiccedilatildeo do pH do betatildeo proporcionando a

destruiccedilatildeo da peliacutecula passiva das armaduras (I M Rozenberg 2002)

2119865119890 + 6119862119897minus rarr 21198651198901198621198973minus + 4119890minus (48)

119865119890119862119897minus + 2119874119867minus rarr 119865119890(119874119867)2 + 3119862119897minus (49)

Carbonataccedilatildeo do betatildeo

Este eacute um fator de grande importacircncia na deterioraccedilatildeo das estruturas de betatildeo armado

Quanto maiores forem as percentagens de cimento Portland no betatildeo menor seraacute a

profundidade de carbonataccedilatildeo na estrutura havendo mais cal a carbonatar aumenta a

impermeabilidade agrave penetraccedilatildeo do CO2 Face ao aumento dos niacuteveis de concentraccedilatildeo de CO2

verificado nos uacuteltimos anos este mecanismo de deterioraccedilatildeo tem importacircncia significativa na

deterioraccedilatildeo das armaduras

55 Tiago Pais Boto

Figura 4-3 Evoluccedilatildeo dos niacuteveis de concentraccedilatildeo de CO2 nos uacuteltimos 50 anos

ldquoQuando o processo de corrosatildeo atinge as armaduras torna-se de extrema importacircncia

avaliar a profundidade da mesma ldquoEste processo pode ser dividido em trecircs zonas distintas a

zona carbonatada o hidroacutexido de caacutelcio jaacute foi consumida pelo dioacutexido de carbono

transformando-o em carbonato de caacutelcio (CaCO3) a zona natildeo carbonatada onde ainda natildeo

existe penetraccedilatildeo de dioacutexido de carbono e finalmente a fronteira delimitadora das duas zonas

descritas chamada frente de carbonataccedilatildeordquo (A Costa J Appleton 1999)

De acordo com a 1ordf lei de Fick e sendo este um processo de difusatildeo de dioacutexido de

carbono a corrosatildeo avanccedila em profundidade ao longo do tempo podendo entatildeo ser

representada atraveacutes de

120594 = 119870radic119905 (410)

Onde

χ - Profundidade de carbonataccedilatildeo [m]

K - Coeficiente de carbonataccedilatildeo [m s-05]

t - tempo [s]

Sendo que a constante de carbonataccedilatildeo (K) depende da razatildeo aacuteguacimento (AC) do

coeficiente de difusatildeo do CO2 no betatildeo e da quantidade presente na atmosfera do tipo e

quantidade de cimento e do teor de humidade do betatildeo relacionando as condicionantes

mencionadas da seguinte formardquo (A Costa 1997)

56

119870 = radic2119863

119886(1198621 minus 1198622) (411)

Onde

D - coeficiente de difusatildeo do CO2 no betatildeo [m2s]

a - Quantidade necessaacuteria para carbonatar uma unidade de volume de betatildeo [gm3]

1198621 - Concentraccedilatildeo de CO2 no exterior [gm3]

1198622 - Concentraccedilatildeo de CO2 na frente de carbonataccedilatildeo [gm3]

O processo da carbonataccedilatildeo do betatildeo pode ser explicado da seguinte forma

No processo de cura do betatildeo atraveacutes da hidrataccedilatildeo dos silicatos e do oacutexido de caacutelcio

(CaO) contido no cimento gera-se o hidroacutexido de caacutelcio Ca(OH)2

CaO + H2O rarr Ca(OH) (412)

O hidroacutexido de caacutelcio em contato com a atmosfera reage com o dioacutexido de carbono CO2

formando assim o carbonato de caacutelcio CaCO3 insoluacutevel Esta reaccedilatildeo eacute ainda afetada pela

humidade relativa presente na atmosfera potenciando o consumo do hidroacutexido de caacutelcio

Ca(OH)2 presente diminuindo a alcalinidade da estrutura ou seja diminuiccedilatildeo dos iacuteons OH-

Ca(OH)2 + CO2 rarr CaCO3 + H2O (413)

Em seguida o ataque do dioacutexido de carbono CO2 presente na aacutegua e na atmosfera sobre

o hidroacutexido de caacutelcio Ca(OH)2 e o carbonato de caacutelcio CaCO3 gera o bicarbonato de caacutelcio

Ca(HCO3)2

Ca(OH)2 + 2CO2 rarr Ca(HCO3)2 (414)

CaCO3 + CO2 + H2O rarr Ca(HCO3)2 (415)

O bicarbonato de caacutelcio Ca(HCO3)2 eacute soluacutevel na aacutegua Portanto a exposiccedilatildeo da estrutura

a ambientes com altos teores de dioacutexido de carbono potencia a degradaccedilatildeo do betatildeo ao longo

do tempo

443 Mecanismos Fiacutesicos

Os mecanismos fiacutesicos responsaacuteveis pelas patologias nas estruturas podem para melhor

enquadramento ser divididos em dois grupos accedilotildees previsiacuteveis e accedilotildees imprevisiacuteveis ou de

carater acidental Nas accedilotildees previsiacuteveis estatildeo os problemas patoloacutegicos resultantes da ausecircncia

ou inadequada manutenccedilatildeo da estrutura Por sua vez estas causas satildeo ldquofrutordquo da falta de

conhecimento teacutecnico da falta de rigor profissional e problemas econoacutemicos As accedilotildees

imprevisiacuteveis satildeo caracterizadas pela ocorrecircncia de accedilotildees acidentais e accedilotildees sem contribuiccedilatildeo

da accedilatildeo humana resultado da agressividade do meio Provocando vaacuterias deterioraccedilotildees nas

estruturas de betatildeo (enunciadas nas accedilotildees acidentais seguidamente descritas)

57 Tiago Pais Boto

Vento e Sismo

As accedilotildees do vento e sismo satildeo accedilotildees dinacircmicas nas estruturas que por vezes quando

significativas causam ataques mecacircnicos significativos

Crescimento de vegetaccedilotildees

O crescimento de vegetaccedilotildees (tais como musgos algas raiacutezes etc) quando se formam em

zonas porosas do betatildeo e fendas originam forccedilas expansivas causando ataques mecacircnicos

Acumulaccedilatildeo de sujidades ou lixos e contaminaccedilatildeo por oacuteleos e gorduras

Este tipo de contaminaccedilatildeo quando promove a criaccedilatildeo de bacteacuterias anaeroacutebicas e aeroacutebicas

causando um ataque quiacutemico da passa de cimento

Microorganismos

Os microrganismos que produzem aacutecido huacutemico causam um ataque quiacutemico aacute pasta de

cimento

58

59 Tiago Pais Boto

5 Reparaccedilatildeo e Reforccedilo de Estruturas de betatildeo armado

51 Enquadramento Geral de uma intervenccedilatildeo de reforccedilo

A decisatildeo de intervenccedilatildeo numa estrutura existente em betatildeo armado com o objetivo de

reforccedilar prende-se agrave necessidade de melhorar ou corrigir uma situaccedilatildeo deficiente de seguranccedila

estrutural independentemente dos vaacuterios estados limites sendo que habitualmente eacute relacionado

ao estado limite uacuteltimo

Uma intervenccedilatildeo sobre as accedilotildees traduz-se normalmente pela imposiccedilatildeo de restriccedilotildees agrave

utilizaccedilatildeo da estrutura Eacute o caso por exemplo do procedimento apoacutes a ocorrecircncia dum acidente

estrutural em que se aplicam regra geral de imediato restriccedilotildees de utilizaccedilatildeo do edifiacutecio ateacute

se esclarecer a situaccedilatildeo geral em que a estrutura se encontra (Joseacute Vasconcelos Paiva at all

LNEC 2006)

Satildeo igualmente consideradas accedilotildees de reparaccedilatildeo ou reforccedilo quando existe uma

redistribuiccedilatildeo de esforccedilos entre os diversos elementos estruturais quer isto dizer que neste tipo

de intervenccedilotildees natildeo eacute executada nenhuma teacutecnica de reforccedilo especiacutefica mas sim uma

intervenccedilatildeo ativa com a aplicaccedilatildeo de sistemas de forccedilas autoequilibradas

52 Aspetos teacutecnicos a considerar em situaccedilotildees de reparaccedilatildeo ou reforccedilo

estrutural

Na tabela seguinte indicam-se os principais aspetos teacutecnicos que devem ser alvo de

anaacutelise em projetos de reparaccedilatildeo ou reforccedilo (Joseacute Vasconcelos Paiva et all LNEC 2006)

60

Tabela 5-1 Aspetos teacutecnicos a considerar para situaccedilotildees de reparaccedilatildeo e reforccedilo (Joseacute

Vasconcelos Paiva et all LNEC 2006)

Seguranccedila

Estrutural

Caracteriacutesticas geomeacutetricas e propriedades dos materiais constituintes dos elementos

estruturais jaacute construiacutedos e estado de conservaccedilatildeo desses materiais

Aplicabilidade das accedilotildees das regras de combinaccedilatildeo e dos coeficientes de seguranccedila

estabelecidos para construccedilotildees novas

Periacuteodo de vida uacutetil da estrutura apoacutes a intervenccedilatildeo

Anaacutelise

Estrutural

Distribuiccedilatildeo de esforccedilos antes da intervenccedilatildeo

Distribuiccedilatildeo de esforccedilos depois da intervenccedilatildeo

Soluccedilotildees de

interligaccedilatildeo entre

elementos ou

materiais

Por colagem

Por soldadura

Por fricccedilatildeo ou atrito

Por confinamento (pressatildeo transversal)

Com ferrolhos (corte e traccedilatildeo)

Com ligadores metaacutelicos (ex parafusos pregos)

Por comportamento diferido

Dimensionamento

(definiccedilatildeo da

capacidade

resistente)

Funcionamento em serviccedilo

Resistecircncia uacuteltima

Interaccedilatildeo entre materiais novos e jaacute existentes

Funcionamento em seacuterie ou em paralelo

Tipo de esforccedilo dominante (compressatildeo traccedilatildeo flexatildeo esforccedilo transverso)

Durabilidade

Durabilidade relativa dos materiais

Coexistecircncia natildeo reativa

Resistecircncia agrave corrosatildeo e ao fogo

Resistecircncia das ligaccedilotildees agrave fadiga

53 Metodologias de intervenccedilatildeo

Embora seja difiacutecil propor uma sequecircncia de etapas adequada a todos os casos de

reparaccedilatildeoreforccedilo sugere-se a metodologia apresentada por (ACI Committee 364 1999)

61 Tiago Pais Boto

Tabela 5-2Metodologia a seguir para projeto de reparaccedilatildeoreforccedilo (ACI Committee 364

1999)

FASE A ndash AVALIACcedilAtildeO DO ESTADO DA ESTRUTURA

A1 Recolha de informaccedilatildeo

A11 Elementos de

projeto

i Peccedilas desenhadas

ii Peccedilas escritas

A12 Elementos de obra

i Telas finais

ii Registos da fiscalizaccedilatildeo

iii Livro de obra

A13 Histoacuteria da

estrutura

i Registo de alteraccedilotildees de uso da estrutura

ii Registo de anteriores intervenccedilotildees de reparaccedilatildeoreforccedilo

A14 Levantamento da

geometria da estrutura

atual

i Recolha da dimensatildeo real dos elementos estruturais

ii Verificaccedilatildeo da introduccedilatildeo supressatildeo de elementos

estruturais

iii Verificaccedilatildeo da conformidade do sistema estrutural do

projetoobra

A2 Inspeccedilatildeo da estrutura

A21 Abordagem niacutevel

1

i Registo visualizaccedilatildeo anaacutelise e eventual quantificaccedilatildeo

de defeitos visiacuteveis e potenciais nos elementos estruturais

(fendilhacatildeo deformaccedilatildeo deterioraccedilatildeo do betatildeo

deterioraccedilatildeo do accedilo etc)

A22 Abordagem niacutevel

2

i Quantificaccedilatildeo das propriedades mecacircnicas do betatildeo e do

accedilo atraveacutes de ensaios in-situ ou em laboratoacuterio

ii Quantificaccedilatildeo das anomalias registadas na abordagem

niacutevel 1 atraveacutes de ensaios in-situ ou em laboratoacuterio

FASE B ndash AVALIACcedilAtildeO DA SEGURANCcedilA DA ESTRUTURA

B11 Verificaccedilatildeo da

seguranccedila da estrutura

face agraves condiccedilotildees

iniciais de projeto

i Verificaccedilatildeo aos estados limites uacuteltimos

ii Verificaccedilatildeo aos estados limites de utilizaccedilatildeo

B12 Verificaccedilatildeo da

seguranccedila da estrutura

face agraves novas exigecircncias

de utilizaccedilatildeo

i Verificaccedilatildeo aos estados limites uacuteltimos

ii Verificaccedilatildeo aos estados limites de utilizaccedilatildeo

FASE C ndash CARACTERIZACcedilAtildeO DO TIPO E OBJECTIVOS DA INTERVENCcedilAtildeO

C1Face aos resultados

das fases A e B deveraacute

adotar-se uma das

seguintes estrateacutegias

i Natildeo intervir

ii Reparar em pequena escala

iii Reparar e eventualmente reforccedilar

iv Reforccedilar

v Demolir

FASE D ndash PROJECTO DE REPARACcedilAtildeOREFORCcedilO

62

54 Verificaccedilatildeo da seguranccedila de estruturas existentes

Tendo em conta que natildeo se trata de estruturas novas a escolha do modelo de

comportamento estrutural deve ser adequada agrave realidade da estrutura possibilitando assim a

verificaccedilatildeo da seguranccedila em relaccedilatildeo aos estados limites de utilizaccedilatildeo e estados limites uacuteltimos

Deste modo a verificaccedilatildeo dos estados uacuteltimos eacute exposta pela seguinte equaccedilatildeo

119878119889 le 119877119889 (51)

O valor de caacutelculo do esforccedilo que atua na estrutura eacute caracterizado por Sd este valor

deve ser calculado tendo em consideraccedilatildeo o historial de cargas da estrutura O valor de caacutelculo

do esforccedilo resistente residual do elemento eacute caracterizado por Rd Define-se por esforccedilo

resistente residual a capacidade de resistecircncia a cargas apoacutes este ter sido sujeito ao historial de

cargas durante toda a sua vida uacutetil

Apoacutes a execuccedilatildeo das etapas definidas na metodologia de intervenccedilatildeo apresentada por

(ACI Committee 364 1999) deve-se proceder agrave modelaccedilatildeo da estrutura existente tendo em

conta as propriedades mecacircnicas dos materiais e a disposiccedilatildeo estrutural Depois eacute necessaacuterio

quantificar as accedilotildees obter os coeficientes de majoraccedilatildeo de accedilotildees e definir quais os modelos de

anaacutelise mais adequados e por fim utilizar um software de caacutelculo automaacutetico para determinar

os esforccedilos atuantes Sd

Quantificaccedilatildeo de accedilotildees Regulamento de Seguranccedila e Accedilotildees Para Estruturas de Edifiacutecios e

Pontes (RSA 1983) e Eurocoacutedigo 1 (CEN 2002)

Coeficientes de majoraccedilatildeo de accedilotildees Coeficientes de seguranccedila propostos no Boletim nordm 162

do CEB (CEB 1983)

120574prime119892 = 1375 times (120574119892 minus 01) rarr 119864119904119905119903119906119905119906119903119886119904 119889119886119899119894119891119894119888119886119889119886119904

125 times (120574119892 minus 01) rarr 119864119904119905119903119906119905119906119903119886119904 119904atilde119904 (52)

120574prime119902 = 165 times 120574119902 rarr 119864119904119905119903119906119905119906119903119886119904 119889119886119899119894119891119894119888119886119889119886119904

15 times 120574119902 rarr 119864119904119905119903119906119905119906119903119886119904 119904atilde119904 (53)

120574prime119892 = Coeficiente de majoraccedilatildeo de accedilotildees permanentes em estruturas existentes

120574prime119902= Coeficiente de majoraccedilatildeo de accedilotildees variaacuteveis em estruturas existentes

Modelos de anaacutelise

Modelo elaacutestico linear

63 Tiago Pais Boto

Modelo elaacutestico linear com redistribuiccedilatildeo de esforccedilos

Modelo plaacutestico

Modelo natildeo linear

Figura 5-1 Comportamento teoacuterico dos modelos de anaacutelise (Appleton Jamp Costa A 2011)

Onde

S= Forccedila

δ=Deformaccedilatildeo

Para a determinaccedilatildeo de esforccedilos resistentes devem ser tomadas em consideraccedilatildeo as

caracteriacutesticas mecacircnicas residuais dos elementos existentes estas podem ser determinadas a

partir dos seguintes meacutetodos (CEB 1983)

i Estimativa analiacutetica ndash realiza-se uma estimativa das propriedades mecacircnicas dos

materiais a partir de graacuteficos apresentados pelo (CEB1983)

ii Ensaio de carga ndash consiste na realizaccedilatildeo de ensaios de carga da estrutura devidamente

monitorizados

iii Estimativa empiacuterica ndash consiste na multiplicaccedilatildeo das propriedades dos materiais por

coeficientes redutores que procuram ter em conta o efeito dos danos da estrutura

existente

Conforme o meacutetodo simplificado em iii o valor das caracteriacutesticas de rigidez e

resistecircncia dos materiais pode ser adquirido a partir das seguintes expressotildees

119877119903119890119904119894119889119906119886119897=120593119877 times 119877119868119899119894119888119894119886119897 (54)

119870119903119890119904119894119889119906119886119897=120593119870 times 119870119868119899119894119888119894119886119897 (55)

Onde

119877119868119899119894119888119894119886119897 ndash Caracteriacutesticas iniciais de resistecircncia 119870119868119899119894119888119894119886119897 ndash Caracteriacutesticas iniciais de rigidez

119877119903119890119904119894119889119906119886119897 ndash Caracteriacutesticas residuais de resistecircncia

119870119903119890119904119894119889119906119886119897 ndash Caracteriacutesticas residuais de rigidez

120593119877 ndash Coeficiente empiacuterico para reduccedilatildeo de resistecircncia 120593119870 ndash Coeficiente empiacuterico para reduccedilatildeo de rigidez

64

Nas tabelas seguintes satildeo indicados os valores preconizados pelo CEB (CEB ndash Bul 162 1983)

Tabela 5-3 Coeficiente 120593119877 para danos provocados por sismos (CEB 1983)

Tipo de

Construccedilatildeo

Niacutevel de Danos

Niacutevel A Niacutevel B Niacutevel C Niacutevel C

Nova 095 075 045 015

Antiga 08 06 03 0

Niacutevel A

Fendas de flexatildeo isoladas com larguras inferiores a 1 ndash 2 mm desde que um caacutelculo simples

demonstre que estas fendas natildeo satildeo devidas a deficiecircncia da armadura para as accedilotildees de

dimensionamento mas sim devidas a efeitos localizados (juntas de construccedilatildeo restriccedilotildees

devidas a paredes divisoacuterias choques ligeiros accedilotildees teacutermicas iniciais retraccedilotildees etc)

Niacutevel B Vaacuterias fendas de flexatildeo largas ou fendas de corte diagonais isoladas com larguras inferiores a

cerca de 05 mm natildeo existindo deslocamentos residuais

Niacutevel C Fendas de corte bi-diagonais eou esmagamento localizados no betatildeo devidos a corte e

compressatildeo natildeo existindo deslocamentos residuais apreciaacuteveis ocorrecircncia de fendilhacatildeo em

noacutes de ligaccedilatildeo viga pilar

Niacutevel D Rotura do nuacutecleo de betatildeo do elemento encurvadura dos varotildees (o elemento perdeu a

continuidade mas natildeo colapsou) existindo apenas pequenos deslocamentos residuais (verticais

e horizontais) ocorrecircncia de danos severos em noacutes de ligaccedilatildeo pilar viga

Tabela 5-4 Coeficiente 120593119877 para danos provocados por incecircndios (CEB 1983)

Tipo de

Construccedilatildeo

Niacutevel de Danos

Niacutevel A Niacutevel B Niacutevel C Niacutevel C

Nova 095 080 065 04

Antiga 090 075 060 030

Niacutevel A Sem danos exceto algum descasque miacutenimo do acabamento eou do betatildeo

Niacutevel B Acabamento bastante afetado algum descasque do betatildeo microfendilhaccedilatildeo generalizada da

superfiacutecie do betatildeo e eventual cor rosada o que dependeraacute dos agregados

Niacutevel C

Arranque generalizado do acabamento descasque significativo do betatildeo e eventual cor

cinzento avermelhado esbranquiccedilado os varotildees ainda estatildeo aderentes ao betatildeo apenas um

varatildeo no caso de pilares ou ateacute 10 da armadura principal no caso de vigas e lajes tenha

encurvado

Niacutevel D

Danos severos descasque generalizado do betatildeo deixando agrave vista praticamente toda a

armadura o betatildeo possui uma cor amarelo acastanhado mais do que um varatildeo no caso de

pilares ou ateacute 50 da armadura principal no case de vigas e lajes encurvou podendo existir

distorccedilatildeo dos pilares eventuais fendas de corte com poucos miliacutemetros de largura nos pilares

65 Tiago Pais Boto

eventuais fendas de flexatildeo corte com vaacuterios miliacutemetros de largura nas vigas e lajes e

possiacuteveis flechas apreciaacuteveis

Tabela 5-5 Coeficiente 120593119877 para danos provocados pela corrosatildeo (CEB 1983)

Tipo de

Construccedilatildeo

Niacutevel de Danos

Niacutevel A Niacutevel B Niacutevel C Niacutevel C

Nova 095 08 06 035

Antiga 085 07 05 025

Niacutevel A Manchas de ferrugem alguma fendilhacatildeo longitudinal perda de secccedilatildeo de armadura

lt1

Niacutevel B Manchas de ferrugem alguma fendilhacatildeo longitudinal e transversal algum descasque do

betatildeo perda de secccedilatildeo da armadura lt5

Niacutevel C Manchas de ferrugem fendilhacatildeo extensa descasque significativo do betatildeo perda de

secccedilatildeo da armadura lt10

Niacutevel D

Manchas de ferrugem fendilhacatildeo extensa descasque do betatildeo em algumas zonas

deixando a armadura agrave vista perda de secccedilatildeo da armadura lt25 eventuais deslocamentos

residuais

Tal como acontece em estruturas novas os valores de caacutelculo das caracteriacutesticas iniciais

de resistecircncia e de rigidez satildeo obtidos pela aplicaccedilatildeo dos coeficientes de minoraccedilatildeo das

propriedades dos materiais caso exista informaccedilatildeo rigorosa acerca dos materiais utilizados

Estes coeficientes de acordo com (CEB 1983) podem ser inferiores aos utilizados no caacutelculo

de estruturas novas no entanto o CEB natildeo refere um valor para os mesmos

Para verificaccedilatildeo dos estados limites de utilizaccedilatildeo satildeo calculados os esforccedilos com

combinaccedilotildees de accedilotildees no Estado Limite de Utilizaccedilatildeo No lado da resistecircncia dos materiais as

caracteriacutesticas de resistecircncia (rigidez axial e de flexatildeo) devem ser reduzidos 20 coeficiente

120593119877 ( consultar tabelas 67 e 8 do CEB 1983) (CEB 1983)

55 Caracterizaccedilatildeo do tipo de intervenccedilatildeo

De acordo com CEB para caracterizar o do tipo de intervenccedilatildeo a utilizar define-se o

coeficiente de capacidade ɸ dado pela expressatildeo seguinte

66

Φ =119877prime119889

119878prime119889 (56)

Onde

Φ = Coeficiente de capacidade

119877prime119889 =Esforccedilo de caacutelculo residual resistente

119878prime119889 =Esforccedilo de caacutelculo atuante

A decisatildeo do tipo de intervenccedilatildeo a adotar deve ter em conta os criteacuterios baseados

apresentados na tabela seguinte sugeridos pelo CEB mas tambeacutem a importacircncia e o tipo de

utilizaccedilatildeo da estrutura

Tabela 5-6Relaccedilatildeo entre Coeficiente de Capacidade e Grau de Intervenccedilatildeo

Coeficiente de Capacidadeɸ Accedilatildeo

ɸ ge 1 Natildeo reforccedilar

067 ˂ ɸ ˂ 1 Reparar e eventualmente reforccedilar

050 ˂ ɸ ˂ 067 Reforccedilar

ɸ le 050 Demolir

56 Paracircmetros principais a considerar no dimensionamento do Reforccedilo

A par do dimensionamento para estruturas novas a filosofia dos estados limites deve

ser a mesma para o dimensionamento de reforccedilo e seguir as recomendaccedilotildees dos regulamentos

em vigor nacionais e europeus

Para materiais de reforccedilo tais como o betatildeo cofrado betatildeo projetado e accedilo o CEB

recomenda coeficientes de seguranccedila de minoraccedilatildeo (120574prime119862 e 120574prime119878) indicados nas tabelas seguintes

(CEB ndash Bul 162 1983)

Tabela 5-7 Coeficientes de minoraccedilatildeo (120574prime119862) para betatildeo cofrado em obra (CEB 1983)

Controlo de Qualidade

e Inspeccedilatildeo

Espessura Adicional

˂ 100mm ˃100mm

Acessibilidade

Baixa Normal Baixa Normal

Alto 180 165 150 150

Meacutedio 195 180 165 150

Tabela 5-8 Coeficientes de minoraccedilatildeo (120574prime119862) para betatildeo projetado (CEB 1983)

Controlo de Qualidade

e Inspeccedilatildeo

Acessibilidade

Baixa Normal

67 Tiago Pais Boto

Alto 195 180

Meacutedio 210 195

Tabela 5-9 Coeficientes de minoraccedilatildeo (120574prime119878) para Accedilo (CEB 1983)

Controlo de Qualidade

e Inspeccedilatildeo Armaduras Novas

Alto 140

Meacutedio

Em relaccedilatildeo aos restantes materiais de reforccedilo os coeficientes de minoraccedilatildeo das

propriedades dos materiais devem ser calculados em funccedilatildeo ao tipo de material e sistema de

reforccedilo aplicado de forma que se mobilizem tensotildees mais baixas compatiacuteveis com a

transmissatildeo de esforccedilos (Ripper 2005)

Jaacute a determinaccedilatildeo dos esforccedilos resistentes das estruturas em betatildeo armado reforccedilada

pode ser realizada atraveacutes de

i Meacutetodos numeacutericos que recorrem agrave simulaccedilatildeo das tensotildees iniciais dos materiais

existentes

ii Meacutetodos numeacutericos que consideram a transferecircncia de tensotildees entre os materiais

existentes e os materiais de reforccedilo

iii Meacutetodos simplificados tais como o meacutetodo dos coeficientes globais

A aplicaccedilatildeo do Meacutetodo dos coeficientes globais baseia-se primeiro na determinaccedilatildeo da

resistecircncia da estrutura atraveacutes dos modelos de comportamento utilizados em estruturas de

betatildeo armado nova excluindo a existecircncia de qualquer dano e estados de tensatildeo preacutevios quer

isto dizer antes de qualquer aplicaccedilatildeo de teacutecnica de reforccedilo Ri Em seguida aplica-se um

coeficiente redutor de monolitismo 120574nR Este representa a imperfeiccedilatildeo da ligaccedilatildeo entre o

reforccedilo e a estrutura existente e supotildee que a estrutura apoacutes o reforccedilo deixa de funcionar como

uma estrutura monoliacutetica O valor eacute definido consoante o tipo de reforccedilo sendo este

responsabilidade do projetista

119877119903 = 120574119899119877 times 119877119894 (57)

119877119903 = Resistecircncia da estrutura apoacutes reforccedilo

120574119899119877 = Coeficiente de monolitismo

68

119877119894 = Resistecircncia da estrutura supondo que eacute nova

A verificaccedilatildeo das tensotildees de corte e as tensotildees normais entre o material de reforccedilo e a

estrutura existente devem ser alvo de anaacutelise neste tipo de projetos

120591119878119889 le 120591119877119889 (58)

120590119878119889 le 120590119877119889 (59)

120591119878119889 = Tensatildeo de corte aplicada

120591119877119889 = Tensatildeo de corte resistente

120590119878119889 = Tensatildeo normal aplicada

120590119877119889 = Tensatildeo normal resistente

57 Mecanismos de transferecircncia de tensotildees de acordo com CEB Nordm162

Nos projetos de reforccedilo o mecanismo de transferecircncia de tensotildees eacute fundamental para que a

estrutura apoacutes o reforccedilo seja o mais monoliacutetica possiacutevel Ou seja o material de reforccedilo e

existente natildeo tenha comportamentos muito independentes tornando-se mais previsiacutevel o seu

comportamento

571 Transferecircncia de tensotildees atraveacutes de compressatildeo direta betatildeo sobre betatildeo

Sendo a compressatildeo a melhor opccedilatildeo para transferir tensotildees entre betatildeobetatildeo devem-se

garantir alguns preacute-requisitos para se conseguir uma ligaccedilatildeo satisfatoacuteria Eacute necessaacuterio limpar a

superfiacutecies de ligaccedilatildeo assegurar uma boa rugosidade e saturar a superfiacutecie com aacutegua pelo

menos 6 horas antes de aplicar o betatildeo novo O novo betatildeo deve ser bem compactado

Geralmente ocorrem deformaccedilotildees devido agraves imperfeiccedilotildees de compactaccedilatildeo e de

confinamento Para minimizar estas deformaccedilotildees eacute necessaacuterio criar uma espessura miacutenima de

betatildeo entre as interfaces Assim esta nova espessura de betatildeo pode apresentar um moacutedulo de

elasticidade inferior comparativamente ao moacutedulo de elasticidade do conjunto

∆119871 =120590

119864times 119871 times (1 +

1198710divide119871

1198640divide119864) times 120585 (510)

Onde

ΔL = Variaccedilatildeo de Comprimento

σ = Tensatildeo no betatildeo

E = Moacutedulo de Elasticidade do betatildeo

L = Comprimento da Ligaccedilatildeo

ξ = Fator de Correccedilatildeo (depende da compactaccedilatildeo da fluidez e das adiccedilotildees presentes no betatildeo)

69 Tiago Pais Boto

572 Transferecircncia de tensotildees atraveacutes de adesatildeo betatildeobetatildeo

A ligaccedilatildeo da interface efetuada atraveacutes da adesatildeo eacute influenciada pela rugosidade e

tratamento das superfiacutecies de ligaccedilatildeo pelo meacutetodo usado na colocaccedilatildeo do betatildeo novo e pela

utilizaccedilatildeo de agentes quiacutemicos de ligaccedilatildeo ou betatildeo especial Fatores como a diferenccedila de idade

entre o betatildeo novo e velho a resistecircncia retraccedilatildeo e fluecircncia do betatildeo novo natildeo influenciam a

adesatildeo entre as superfiacutecies

Em relaccedilatildeo agrave rugosidade das superfiacutecies um estudo conduzido por F Daschner (1976)

aponta essencialmente para trecircs as principais condiccedilotildees de rugosidade (ver Tabela 5-10)

Tabela 5-10Forccedila de Adesatildeo consoante a interface de ligaccedilatildeo

Condiccedilotildees de Interface Forccedila da Adesatildeo (Nmmsup2)

Suave ou liso 10

Jato de Areia 17

Dente de Serra 19

Em 1977 K Steinwede investigou a influecircncia de vaacuterios agentes na ligaccedilatildeo entre betatildeo

velho e betatildeo novo Consegue-se obter valores de adesatildeo entre 80 a 100 da resistecircncia aacute

traccedilatildeo do betatildeo antigo quando a ligaccedilatildeo eacute efetuada com argamassas com poliacutemeros

modificados argamassas com resinas ou betatildeo projetado

Em relaccedilatildeo ao meacutetodo usado para aplicaccedilatildeo do betatildeo novo quando eacute aplicado a teacutecnica

de projeccedilatildeo ou pulverizaccedilatildeo obtecircm-se resultados mais satisfatoacuterios uma vez que a forccedila de

impacto faz com que sejam preenchidos mais poros e vazios no betatildeo existente O resultado

final da ligaccedilatildeo permite que a estrutura seja tratada como uma estrutura monoliacutetica

573 Transferecircncia de tensotildees atraveacutes de fricccedilatildeo betatildeobetatildeo

A quantidade da transferecircncia de tensotildees que se exercem atraveacutes da fricccedilatildeo depende de

vaacuterios fatores tais como

a) Tamanho e forma dos agregados presentes na interface do betatildeo

Estes fatores satildeo importantes para se obter um coeficiente de fricccedilatildeo maior Agregados

com maiores dimensotildees e arestas angulares mais iacutengremes satildeo melhores para aumentar o atrito

120583 = 120591119877 divide 120590119873 (511)

Onde

micro = Coeficiente de Fricccedilatildeo

70

120591119877 = Tensatildeo de Corte

120590119873 = Tensatildeo Normal

b) Rugosidade da superfiacutecie

A rugosidade pode ser classificada como micro-rugosidade ou como macro-rogusidade

neste caso pode-se considerar como macro rugosidade Esta seraacute maior quanto maior o

coeficiente de fricccedilatildeo e quanto maior aacuterea de contacto

Figura 5-2 Tensatildeo de corte em funccedilatildeo da tensatildeo normal em superfiacutecie de betatildeo tratada

com jacto de areia (CEB Bulletin drsquoinformation nordm1621983)

c) Tensatildeo normal de compressatildeo (120590119873) aplicada externamente

A tensatildeo normal de compressatildeo determina a forccedila de compressatildeo a que os agregados

da superfiacutecie estatildeo sujeitos Valores elevados da tensatildeo normal de compressatildeo originam

elevadas rigidez ao corte e diminui a probabilidade de rotura por deslizamento Este aumento eacute

mais evidenciado quando se tratam de superfiacutecies lisas quando as superfiacutecies satildeo mais aacutesperas

o aumento da tensatildeo normal eacute significativo apenas quando as forccedilas de corte satildeo baixas

574 Transferecircncia de tensotildees de compressatildeo atraveacutes camadas de resina

Embora a distribuiccedilatildeo de tensotildees que atua numa camada fina de resina natildeo seja

uniforme esta forccedila de ligaccedilatildeo entre interfaces eacute proporcional agrave aacuterea de superfiacutecie quer seja

betatildeobetatildeo ou betatildeoaccedilo As resinas satildeo caracterizadas pela sua elevada resistecircncia mecacircnica

embora o seu moacutedulo de elasticidade seja consideravelmente menor quando comparado com o

betatildeo A superfiacutecie onde se vai estabelecer a ligaccedilatildeo deve ter uma rugosidade natildeo muito

acentuada de maneira que a peliacutecula de resina natildeo sofra descontinuidades Embora a ligaccedilatildeo

71 Tiago Pais Boto

mecacircnica diminua nas superfiacutecies menos rugosas a ligaccedilatildeo quiacutemica providenciada pela resina

garante que em esforccedilos de flexatildeo ou de corte a rotura acontece no betatildeo

Uma ligaccedilatildeo efetuada com recurso a resinas epoxy ou polyester soacute eacute eficaz garantindo

a transferecircncia de tensotildees quando as interfaces estatildeo completamente secas qualquer presenccedila

de humidade vai influenciar drasticamente a capacidade de adesatildeo das mesmas (CEB Bulletin

drsquoinformation nordm162 1983)

Resumidamente as caracteriacutesticas mecacircnicas responsaacuteveis pela transferecircncia de tensotildees atraveacutes

da camada de resina satildeo

Compressatildeo Uma transferecircncia de tensotildees atraveacutes da compressatildeo eacute conseguida quando

as tensotildees satildeo perpendiculares

Traccedilatildeo A resistecircncia agrave traccedilatildeo com camadas de resina satildeo muitas vezes superiores agrave

resistecircncia do betatildeo agrave traccedilatildeo como jaacute foi dito anteriormente Geralmente quando existe

uma rotura no sistema esta daacute-se no betatildeo e natildeo na resina Esta resistecircncia depende

muito da espessura da camada de resina

Figura 5-3 Espessura da camada de resina e correspondente resistecircncia agrave traccedilatildeo (CEB

Bulletin drsquoinformation nordm162 1983)

Tensatildeo tangencial A resistecircncia ao corte da resina maacutexima eacute mobilizada quando as

superfiacutecies estatildeo secas e os coeficientes de fricccedilatildeo (micro) satildeo baixos com micro rugosidade

inferiores a 002mm

72

Figura 5-4Tensatildeo de corte em funccedilatildeo do deslizamento para vaacuterias espessuras de chapa de accedilo

coladas (CEB Bulletin drsquoinformation nordm162 1983)

575 Transferecircncia de forccedilas das armaduras de reforccedilo para armaduras de reforccedilo ou

armaduras existentes

A transferecircncia de forccedilas eacute feita de uma armadura atraveacutes da ligaccedilatildeo ao betatildeo envolvente

para as outras armaduras Dentro de betatildeo estas forccedilas podem gerar tensotildees de corte elevadas

Quando se utilizam varotildees de accedilo com diacircmetro inferior a 12mm eacute aconselhaacutevel a natildeo se

deixarem as extremidades livres dos varotildees alinhadas

Figura 5-5 Transferecircncia de forccedilas atraveacutes das armaduras de reforccedilo (CED 2015)

Este tipo de transferecircncias de tensotildees tambeacutem pode ser efetuado atraveacutes de ligaccedilotildees

soldadas entre os varotildees de reforccedilo

73 Tiago Pais Boto

Seja qual o tipo de mecanismo de transferecircncia de tensotildees de accedilo para accedilo o uso de

estribos (ou mais geral reforccedilo transversal) na zona de ligaccedilatildeo eacute essencial para o equiliacutebrio de

forccedilas e para aumentar a rigidez do reforccedilo

58 Principais Teacutecnicas de reparaccedilatildeo e reforccedilo estrutural

Quando eacute necessaacuterio reparar e reforccedilar uma estrutura de betatildeo armado torna-se

importante escolher as teacutecnicas mais apropriadas ao caso em estudo minimizando o niacutevel de

intrusatildeo e otimizando a durabilidade e eficiecircncia Desta maneira a escolha da metodologia deve

passar por uma minuciosa anaacutelise das causas e extensatildeo das patologias caracteriacutesticas da

estrutura condicionamentos teacutecnico sociais designo da vida uacutetil funcionalidade e viabilidade

econoacutemica

Satildeo muitas as teacutecnicas jaacute desenvolvidas a enumeraccedilatildeo e descriccedilatildeo de todas as teacutecnicas

possiacuteveis natildeo se enquadra no acircmbito definido para esta dissertaccedilatildeo pelo que se optou por referir

apenas as mais utilizadas e avanccediladas tecnologicamente

581 Meacutetodos de proteccedilatildeoreparaccedilatildeo eletroquiacutemica

Estes meacutetodos tecircm como principio alterar os potenciais das armaduras com recurso agrave

aplicaccedilatildeo de um campo eleacutetrico permitindo a restauraccedilatildeo da passividade das armaduras a

alcalinidade do betatildeo ou eliminaccedilatildeo do agente agressor parcial ou ateacute mesmo total Estes

meacutetodos aleacutem de apresentarem resultados com elevado sucesso a execuccedilatildeo causam

perturbaccedilotildees miacutenimas na funcionalidade da estrutura devido agrave diminuta amplitude das

intervenccedilotildees tais como demoliccedilotildees ou substituiccedilatildeo do betatildeo contaminado (D W Whitmore

2002)

Habitualmente usam-se as teacutecnicas

Proteccedilatildeo catoacutedica

Realcalinazaccedilatildeo

Dessalinizaccedilatildeo ou extraccedilatildeo eletroquiacutemica

Destas trecircs teacutecnicas seraacute apenas exposta a descriccedilatildeo da Proteccedilatildeo catoacutedica por ser a mais eficaz

e utilizada

5811 Proteccedilatildeo Catoacutedica

A proteccedilatildeo catoacutedica consiste genericamente na alteraccedilatildeo do potencial eleacutetrico no accedilo

para valores mais negativos Com recurso a uma fonte de corrente continua e um acircnodo

aplicado no interior do betatildeo ou agrave superfiacutecie satildeo aplicados eletrotildees agraves armaduras aumentando

assim a intensidade das reaccedilotildees catoacutedicas e diminuindo a intensidade das reaccedilotildees anoacutedicas quer

isto dizer que o accedilo passa a funcionar como caacutetodo De todos os meacutetodos eletroquiacutemicos este

eacute o uacutenico enquadrado numa norma europeia a EN 12696 2000 ldquoCathodic protection of steel in

concreterdquo Esta norma abrange a aplicaccedilatildeo de proteccedilatildeo catoacutedica em estruturas novas ou

74

existentes desde que sejam atmosfeacutericas quer isto dizer que estruturas enterradas ou submersas

natildeo satildeo abrangidas (D W Whitmore 2002)

A constituiccedilatildeo de um sistema de proteccedilatildeo catoacutedica abrange

Fonte de alimentaccedilatildeo externa

Acircnodo sistema de distribuiccedilatildeo de corrente

Caacutetodo (armaduras)

Fio eleacutetricos de ligaccedilatildeo para o fecho do sistema

Sensores de controlo e monitorizaccedilatildeo

Existem dois tipos de acircnodos os acircnodos inertes utilizados em sistemas de corrente

imposta e acircnodos galvacircnicos ou de sacrifiacutecio Ambos os tipos de acircnodos podem ser aplicados

de uma forma isoladainterna ou distribuiacuteda ao longo da estrutura Os acircnodos inertes satildeo

consumidos ao longo do tempo necessitando de uma corrente contiacutenua denominando-se

proteccedilatildeo catoacutedica por corrente imposta ou impressa estes sistemas satildeo os mais usados porque

proporcionam uma distribuiccedilatildeo de corrente mais ampla possibilitando que a proteccedilatildeo catoacutedica

atinga uma aacuterea maior Tem ainda a vantagem de alterar a intensidade de corrente transmitida

possibilitando compensar alteraccedilotildees de potencial (D W Whitmore 2002) Jaacute relativamente aos

acircnodos galvacircnicos ou sacrificiais estes satildeo menos dispendiosos e de aplicaccedilatildeo mais simples

quando aplicados na altura da construccedilatildeo da estrutura O natildeo recurso de uma fonte de energia

externa anula o perigo de interaccedilatildeo com outras estruturas em redor No entanto apresentam

algumas desvantagens que podem inviabilizar a sua escolha tais como a dificuldade de

controlar o sistema devido agrave impossibilidade de monitorizaccedilatildeo assim como o tempo de serviccedilo

uacutetil relativamente curto Para garantir um correto funcionamento da proteccedilatildeo catoacutedica eacute

necessaacuterio compreender a seacuterie galvacircnica esta eacute constituiacuteda por uma lista de metais ordenados

pelo seu niacutevel de oxidaccedilatildeo ou seja a suscetibilidade de corrosatildeo quando inseridos no eletroliacutetico

(A V Moreno et all 2007)

Tabela 5-11 Seacuterie galvacircnica dos materiais

Metal Potencial de Eleacutetrodo (volt)

Menos Nobres

Magneacutesio -2340

Anoacutedicos

Alumiacutenio -1670

Zinco -0762

Cromo -0710

Ferro -0440

Caacutedmio -0402

Niacutequel -0250

Estanho -0136

Chumbo -0126

Mais Nobres Cobre 0345

Catoacutedicos Prata 0800

Ouro 1680

75 Tiago Pais Boto

Quanto mais afastado estiver o material do acircnodo na seacuterie galvacircnica relativamente ao accedilo das

armaduras maior seraacute a diferenccedila de potencial entre estes logo o sistema de proteccedilatildeo seraacute

mais eficaz (Electrical Engineering Cathodic Protection 2004)

Figura 5-6Esquema de proteccedilatildeo catoacutedica por corrente imposta com recurso a acircnodo inerte

distribuiacutedo (adaptado de G Kakuba 2005)

Figura 5-7Esquema de proteccedilatildeo catoacutedica por corrente imposta com recurso a acircnodos internos

(adaptado de G Kakuba 2005)

76

Figura 5-8 Esquema de proteccedilatildeo catoacutedica com recurso a acircnodos de sacrifiacutecio sem

necessidade de fonte de corrente contiacutenua (adaptado de G Kakuba 2005)

Os acircnodos internos possibilitam uma proteccedilatildeo mais eficaz possibilitando a distribuiccedilatildeo

em nuacutemero e espaccedilamento conforme a densidade da armadura existente e em zonas com

requisitos de proteccedilatildeo elevados Acresce ainda a vantagem de poderem ser utilizados em

elementos com recobrimento pequeno (Joana Silva 2007) Este tipo de aplicaccedilatildeo apresenta

alguns inconvenientes tais como a possibilidade de ocorrecircncia de curto-circuito caso o acircnodo

toque nas armaduras Quando se utiliza corrente imposta a diferenccedila de potencial pode gerar

gaacutes no interior da estrutura o que leva agrave necessidade de criar um sistema de ventilaccedilatildeo (D W

Whitmore 2002)

Atualmente satildeo comercializados vaacuterios tipos de acircnodos em funccedilatildeo do material de

fabrico desta forma torna-se essencial conhecer as suas propriedades mecacircnicas e fiacutesicas

assim como a classe de exposiccedilatildeo ambiental onde vatildeo ser utilizados

Os principais materiais dos acircnodos para sistemas de corrente imposta satildeo

Malhas de titacircnio

Estas malhas de titacircnio satildeo as mais utilizadas em sistemas com acircnodos de corrente

imposta tecircm cerca de 1 a 2 mm de espessura Satildeo revestidas com oacutexidos de metais nobres

(MMO-mixed metal oxides) em forma tubular varatildeo ou fio e tecircm um periacuteodo de vida uacutetil

superior a 25 anos (ZLoureccedilo 2007) Satildeo fabricadas com tamanhos diferentes de aberturas

proporcionando a distribuiccedilatildeo de diferentes densidades de corrente suportando uma densidade

maacutexima de aproximadamente 100 mAm2

(Joana Silva 2007)

77 Tiago Pais Boto

Figura 5-9Malha de titacircnio (Global Sources 2015)

Fitas de malha de titacircnio

As fitas de malha de titacircnio tecircm geralmente 10 a 20 mm de largura satildeo tambeacutem

revestidas com oacutexidos de metais nobres (MMO) Satildeo fabricadas com vaacuterias espessuras

suportando densidades de corrente entre 3 e 6 mAm linear e tecircm a vantagem dos problemas de

delaminaccedilatildeo do betatildeo serem mais baixos Em termos de vida uacutetil anda na ordem dos 40 anos

(ZLoureccedilo 2007)

Figura 5-10 Fita de malha de titacircnio (Chemical Newtech 2015)

Acircnodos enterrados de titacircnio ativado ferro e grafite

Este tipo de acircnodos tem como constituiccedilatildeo um revestimento com oacutexidos de metais

nobres Os primeiros acircnodos eram constituiacutedos por ferro e accedilo mas como o consumo destes era

muito elevado foram substituiacutedos por acircnodos de grafite cuja taxa de consumo era inferior

dominando o mercado ateacute meados dos anos 70 (Public Works Technical Bulletin 2002) Os

acircnodos com grafite satildeo envoltos em uma composiccedilatildeo de carbono evitando assim um consumo

do acircnodo natildeo uniforme (Electrical Engineering Cathodic Protection 2004) Eacute importante

salientar que a diferenccedila de potencial entre a grafite e o accedilo eacute de 1 Volt atuando a grafite como

caacutetodo Os acircnodos mais eficientes satildeo os de titacircnio apesar do custo mais elevado

78

comparativamente com as outras tipologias Estes satildeo estaacuteveis em qualquer exposiccedilatildeo

ambiental devido ao revestimento com oacutexidos de metais nobres promovem o aumento de vida

uacutetil normalmente na ordem dos 15 a 20 anos ldquoOs acircnodos enterrados de corrente impressa satildeo

aplicados em aberturas no solo sendo posteriormente ligados por fios condutores ao poacutelo

positivo do retificador estabelecendo-se assim as ligaccedilotildees anoacutedicas Agrave semelhanccedila dos sistemas

de proteccedilatildeo catoacutedica jaacute apresentados a promoccedilatildeo das ligaccedilotildees catoacutedicas eacute efetuada atraveacutes da

ligaccedilatildeo das armaduras ao poacutelo negativo da fonte de correnterdquo (Joana Silva 2007)

Figura 5-11 Acircnodo de titacircnio ativado (Global Sources 2015)

Revestimentos ou tintas orgacircnicas condutoras

As tintas condutoras contecircm na sua composiccedilatildeo materiais de elevada condutibilidade

eleacutetrica tais como a grafite e o carbono Este tipo de acircnodos tem a vantagem de serem de

aplicaccedilatildeo muito simples em qualquer tipo de superfiacutecie e natildeo precisam de um revestimento de

proteccedilatildeo No entanto o sistema facilmente entra em curto-circuito em ambientes com

exposiccedilatildeo agrave chuva ou por contacto com a armadura exposta (Joana Silva 2007)

Figura 5-12 Aplicaccedilatildeo de tinta orgacircnica condutora (CONREHAB Cathodic protection 2015)

79 Tiago Pais Boto

Os principais materiais dos acircnodos sacrificiais ou galvacircnicos satildeo

Acircnodos enterrados de zinco alumiacutenio e magneacutesio

Estes acircnodos funcionam muito bem em sistemas de proteccedilatildeo catoacutedica em estruturas

enterradas porque fornecem correntes mais elevadas comparativamente com os outros acircnodos

sacrificiais Estes acircnodos vecircm promovidos de um fio metaacutelico para posteriormente ser ligado

agraves armaduras atraveacutes de solda geralmente satildeo envolvidos em papel para a proteccedilatildeo dos

mesmos A colocaccedilatildeo dos acircnodos deve ser colocada a um agrave distacircncia miacutenima de 1 metro da

estrutura a proteger (Electrical Engineering Cathodic Protection 2004)

Figura 5-13 Acircnodo enterrado de magneacutesio (AEGION 2015)

Acircnodos adesivos

Esta tipologia de acircnodo consiste em chapas de zinco com espessura de cerca de 025

mm que satildeo aplicadas na superfiacutecie da estrutura a proteger com o auxiacutelio de um adesivo

condutor designado por hydrogel Este tecircm a vantagem de manterem permanentemente o

contato entre o acircnodo e o betatildeo funcionando o hydrogel como um segundo eletroliacutetico (Jianhai

Qiu 2002)

Figura 5-14Sistema de acircnodo adesivo de zinco (Jianhai Qiu 2002)

80

Sistemas com nuacutecleos de zinco

A maior parte destes sistemas eacute constituiacuteda por nuacutecleos de zinco envoltos em

argamassas altamente alcalinas para promoverem a corrosatildeo do zinco O zinco ocupa a posiccedilatildeo

na serie galvacircnica do metal que corroacutei mais facilmente logo o risco de corrosatildeo nas armaduras

eacute quase nulo A aplicaccedilatildeo deste sistema eacute feita com a ligaccedilatildeo direta as armaduras atraveacutes de fios

de accedilo que transmitem a corrente galvacircnica Eacute aconselhado a aplicaccedilatildeo de uma camada de betatildeo

a cobrir o acircnodo O tempo de vida uacutetil natildeo chega aos 20 anos dependendo muito das condiccedilotildees

do betatildeo e das caracteriacutesticas do acircnodo (E Gilinsky 2006)

Figura 5-15Acircnodo de zinco envolvido em argamassa de elevada porosidade (CCASMI

Corrosion Services 2015)

Malhas de zinco

As malhas de zinco podem ser aplicadas em pilares de diversas formas devido agrave baixa

complexidade do sistema apresentam uma vida uacutetil de serviccedilo superior a 40 anos e natildeo

necessitam de manutenccedilatildeo Os espaccedilos vazios entre a superfiacutecie de betatildeo e a malha devem ser

preenchidos por uma argamassa cimentiacutecia (S F Daily 2007)

Figura 5-16Sistema de proteccedilatildeo catoacutedica com malha de zinco (FOSROC 2015)

81 Tiago Pais Boto

Metais projetados

Neste tipo de sistema a aplicaccedilatildeo deve ser feita diretamente nas armaduras da estrutura

sem aplicaccedilatildeo de camada de recobrimento apoacutes a remoccedilatildeo do betatildeo deteriorado Em zonas onde

o betatildeo estaacute relativamente seco a corrente proporcionada pelo zinco vai diminuindo ao longo

do tempo como recurso recorre-se a uma combinaccedilatildeo dos metais alumiacutenio zinco e iacutendio de

modo a melhorar a eficiecircncia do sistema ( S F Daily 2007)

Figura 5-17Aplicaccedilatildeo de metais por projeccedilatildeo em estrutura de betatildeo armado (Structural

Technologies 2015)

Os processos de proteccedilatildeo catoacutedica por corrente impressa carecem de uma continuidade

eleacutetrica entre o betatildeo e a armadura logo quanto maior for a resistividade eleacutetrica do betatildeo menor

seraacute a intensidade de corrente necessaacuteria A contaminaccedilatildeo por cloretos estaacute associada a grandes

niacuteveis de humidade aumentando a resistividade eleacutetrica Comparativamente nos casos de

carbonataccedilatildeo do betatildeo a resistividade eleacutetrica eacute muito mais reduzida

Figura 5-18 Diagrama de Pourbaix para Fe-H2O a 25ordmC (SJSU2015)

82

Entenda-se por resistividade a propriedade dos materiais que quantifica a relaccedilatildeo que

existe entre o campo eleacutetrico aplicado e densidade de corrente que percorre a unidade de volume

desse material (JM Miranda et all)

Das desvantagens que o meacutetodo de proteccedilatildeo catoacutedica com corrente impressa destaca-

se o risco de o accedilo sob a tensatildeo do campo eleacutetrico para sofrer alguma fragilizaccedilatildeo Este

fenoacutemeno eacute mais plausiacutevel de acontecer em accedilos de elevada ductilidade como eacute o caso de accedilos

de preacute-esforccedilo A causa proveacutem de valores muito elevados de potenciais negativos no accedilo

originando libertaccedilatildeo de hidrogeacutenio na interface das armaduras A perda de aderecircncia na

interface armadura-betatildeo ocorre sobretudo em varotildees de accedilo lisos Outro acontecimento

embora raro verifica-se quando a proteccedilatildeo catoacutedica nas armaduras aumenta a alcalinidade na

envolvente das armaduras podendo promover reaccedilotildees aacutelcalis-siacutelica em betotildees constituiacutedos com

agregados reativos

As intensidades de corrente que possibilitam o abrandamento ou a paragem da corrosatildeo

oscilam nos 20mAm2 de armadura A repassivaccedilatildeo das armaduras necessita de intensidades

de 20mAm2 (P Pedeferri 1998)

582 Reforccedilo de seccedilotildees com encamisamentocolagem de chapas metaacutelicas (EBR) Externally

bonded reinforcement

5821 Introduccedilatildeo

Apoacutes o sismo de 1971 em San Fernando nos Estados Unidos da Ameacuterica foi

reconhecida a necessidade de dar mais atenccedilatildeo ao reforccedilo dos elementos estruturais

nomeadamente pilares Desde entatildeo na deacutecada de 1990 muitos estudos foram conduzidos

acerca do reforccedilo de seccedilotildees estruturais nomeadamente o departamento de transportes da

Califoacuternia (CALTRAN) Esses estudos foram essencialmente em pilares de pontes com

recurso a encamisamento de chapas metaacutelicas e concluiu-se que esta opccedilatildeo de reforccedilo

proporciona um aumento da ductilidade aumento da resistecircncia ao esforccedilo transverso e maior

dissipaccedilatildeo de energia (Charlotte AC Bouvier 2003)

Este tipo de meacutetodo eacute relativamente simples consiste em colar armaduras (chapas ou

placas) agrave superfiacutecie do betatildeo por aplicaccedilatildeo de uma resina epoxy O adesivo garante a ligaccedilatildeo

entre o betatildeo e a armadura adicionada desta maneira satildeo transferidas as forccedilas da armadura

para o betatildeo por intermeacutedio de tensotildees tangenciais desenvolvidas ao longo da interface de

colagem (Juvandes 1999) Esta teacutecnica permite o reforccedilo de vigas ao esforccedilo transverso agrave

flexatildeo e o reforccedilo de pilares agrave compressatildeo simples e flexatildeo composta

A utilizaccedilatildeo de elementos metaacutelicos apresenta vaacuterias vantagens no reforccedilo e na

reparaccedilatildeo de estruturas entre as quais salientam-se os seguintes (Joseacute V Paiva et all 2006)

83 Tiago Pais Boto

Relaccedilatildeo favoraacutevel pesoresistecircncia mecacircnica

Aptidatildeo para resistir a diferentes tipos de solicitaccedilotildees

Capacidade de adaptaccedilatildeo aos espaccedilos existentes

Elevado grau de prefabricaccedilatildeo que permite a realizaccedilatildeo de operaccedilotildees de montagem

relativamente limpa e assegura a entrada imediata ldquoem serviccedilordquo da nova estrutura

Rapidez e facilidade de execuccedilatildeo

Diminuta alteraccedilatildeo nas dimensotildees arquitetoacutenicas

Natildeo requer matildeo-de-obra especializada

Em relaccedilatildeo as desvantagens as principais satildeo

Vulnerabilidade da estrutura agrave corrosatildeo e ao incendio

Manuseamento das chapas metaacutelicas devido ao seu peso

Limitaccedilatildeo das dimensotildees das chapas metaacutelicas

A solidarizaccedilatildeo do reforccedilo com o material existente eacute por vezes feita atraveacutes de

transmissatildeo de tensotildees tangenciais Deste modo para um melhor aproveitamento do reforccedilo eacute

aconselhaacutevel o uso de teacutecnicas de colagem ou buchas autoexpansiacuteveis

5822 Descriccedilatildeo da teacutecnica

O princiacutepio por traacutes desta teacutecnica eacute o encamisamento de accedilo atuar como um

confinamento passivo de reforccedilo Este encamisamento vai impedir dilataccedilotildees do betatildeo havendo

uma compressatildeo lateral a resistecircncia agrave compressatildeo eacute aumentada assim como a resistecircncia ao

corte e a ductilidade do elemento

Os elementos utilizados satildeo geralmente chapas de accedilo ou perfis metaacutelicos colados com

resinas eacutepoxy podendo ainda ser complementada com buchas metaacutelicas

Para pilares circulares o meacutetodo utiliza duas secccedilotildees semicirculares onde satildeo unidas

atraveacutes de soldadura ao longo de toda a altura do revestimento Eacute deixado um espaccedilo

aproximadamente de 2 centiacutemetros entre o pilar e o revestimento para este ser preenchido com

argamassa possibilitando uma boa ligaccedilatildeo entre os materiais e assim criar um comportamento

monoliacutetico entre os mesmos Um espaccedilo de cerca de 5 centiacutemetros eacute tambeacutem deixado entre a

parte superior e inferior do pilar para evitar possiacuteveis destacamentos do revestimento (Daudey

X and A Filiatrault 2000)

Para pilares retangulares o encamisamento metaacutelico pode ser feito com secccedilotildees

retangulares ou eliacutepticas No caso de um revestimento retangular o procedimento eacute semelhante

ao descrito anteriormente as chapas em forma de ldquoLrdquo satildeo solidarizados atraveacutes de soldadura

Para encamisamento com seccedilotildees eliacutepticas os espaccedilos vazios satildeo preenchidos com betatildeo em

vez de argamassa porque a quantidade a preencher eacute maior (Aboutaha RS et all 1999)

84

Figura 5-19Reforccedilo com encamisamento metaacutelico eliacuteptico para seccedilotildees retangulares

(Aboutaha RS et all 1999)

No caso das vigas de acordo com (Gomes A Appleton J) quando a ligaccedilatildeo do reforccedilo

eacute efetuado sem buchas metaacutelicas eacute recomendado a utilizaccedilatildeo de chapas com larguras inferiores

a 300mm e espessuras entre 3 e 5mm a espessura da resina deve estar entre 1 a 3mm

Figura 5-20 Dimensotildees recomendadas no reforccedilo agrave flexatildeo de uma viga em betatildeo armado

(Gomes A Appleton J1997)

85 Tiago Pais Boto

Figura 5-21 Dimensotildees recomendadas no reforccedilo ao esforccedilo transverso de uma viga em betatildeo

armado (Gomes A Appleton J)

A execuccedilatildeo de um reforccedilo com colagem de armaduras eacute composta por diversas etapas

sendo que as mais importantes satildeo

Tratamento da superfiacutecie do betatildeo

Nesta fase inicial do processo de reforccedilo eacute essencial garantir uma superfiacutecie limpa e

com rugosidade suficiente mas natildeo exagerada de modo que a espessura da resina se mantenha

entre 1 e 3mm

Tratamento das chapas (Gomes A Appleton J)

As chapas apoacutes o fabrico devem ser decapadas e protegidas com peliculas plaacutesticas para

se garantir a limpeza das mesmas ateacute aacute zona de aplicaccedilatildeo Estas devem ser protegidas com

pintura contra a corrosatildeo e accedilatildeo do fogo

Caracteriacutesticas da resina (Gomes A Appleton J)

A resina deve ser do tipo eacutepoxy com caracteriacutesticas relevantes tais como o moacutedulo de

elasticidade tensatildeo de rotura viscosidade e periacuteodo de aplicaccedilatildeo e endurecimento

5823 Pilares - resistecircncia agrave flexatildeo

Uma das vaacuterias razotildees da inadequada capacidade de resistecircncia agrave flexatildeo pode ter origem

na falta de confinamento do nuacutecleo de betatildeo que posteriormente pode provocar a rotura da

roacutetula plaacutestica vigapilar (ver Figura 5-20) As atuais praacuteticas de dimensionamento de pilares

apresentam um espaccedilamento mais reduzido da armadura de esforccedilo transverso o que aumenta

consideravelmente a resistecircncia agrave compressatildeo no nuacutecleo Quando aparecem fendas na interface

accedilo-betatildeo o encamisamento de accedilo vai proporcionar uma pressatildeo radial atraveacutes do

86

confinamento passivo Para aumentar a capacidade de resistecircncia axial do pilar por vezes

tambeacutem eacute utilizado um anel metaacutelico (hoop reinforcement)

Figura 5-22 Deformaccedilatildeo de pilares devido agrave formaccedilatildeo de roacutetulas plaacutesticas ldquoph-plastic hingesrdquo

(SCRIP academic publisher 2015)

Figura 5-23Esquematizaccedilatildeo de um encamisamento metaacutelico (Chai Y H et al 1991)

87 Tiago Pais Boto

Figura 5-24Seccedilatildeo de betatildeo confinada com anel e encamisamento metaacutelico (Attard M M

Setunge S 1996)

Ignorando a contribuiccedilatildeo do anel metaacutelico a contribuiccedilatildeo do encamisamento metaacutelico

para o aumento da tensatildeo de confinamento eacute dada pela expressatildeo seguinte (Chai Y H et al

1991)

119891119897 =2times119891119910119895times119905119895

(119863119895minus119905119895) (512)

Onde

119891119897 = Tensatildeo maacutexima de confinamento do encamisamento de accedilo

119891119910119895 = Tensatildeo limite de proporcionalidade do accedilo

119905119895 = Espessura do encamisamento

119863119895 = Diacircmetro externo do encamisamento

A resistecircncia agrave compressatildeo do betatildeo confinado pode ser estimada a partir da expressatildeo seguinte

(Chai Y H et al 1991)

119891prime119888119888 = 119891prime119888 times (2254radic1 +794119891prime119897119891prime119888

minus2119891prime119897119891prime119888

minus 1254 [MPa] (513)

Onde

119891prime119888119888 = Resistecircncia agrave compressatildeo do betatildeo confinado

119891prime119888 = Resistecircncia agrave compressatildeo do betatildeo natildeo confinado

119891prime119897 = Tensatildeo maacutexima de confinamento do encamisamento de accedilo

Para os pilares que possuem uma regiatildeo com uma emenda dos varotildees longitudinais na

base do pilar a rotura agrave flexatildeo do pilar ocorre atraveacutes de um mecanismo de deslizamento entre

as armaduras longitudinais e as armaduras de ligaccedilatildeo da base do pilar Verificando-se muitas

vezes este deslizamento antes de se atingir a maacutexima capacidade de resistecircncia agrave flexatildeo da

88

seccedilatildeo Aplicando uma pressatildeo radial com um anel metaacutelico (hoop reinforcement) vai evitar

esse deslizamento A investigaccedilatildeo tem mostrado que um coeficiente de atrito de μ=14 deve ser

garantido na interface da zona prevista de fendilhacatildeo Para garantir este coeficiente de atrito e

evitar que o accedilo do encamisamento entre em cedecircncia a extensatildeo do anel de accedilo (hoop

reinforcement) natildeo deve ultrapassar o valor de 120576119904119895 = 00015 (Daudey X and A Filiatrault

2000)

Entatildeo a espessura necessaacuteria para o encamisamento de accedilo pode ser calculada atraveacutes de

119905119895 =242119860119887times119891119910times119863119895

4times119901times119897119904times(00015119864119904119895) (514)

Onde

119905119895 = Espessura do encamisamento de accedilo

119860119887 = Aacuterea da seccedilatildeo das armaduras longitudinais

119891119910 = Tensatildeo de cedecircncia das armaduras longitudinais

119863119895 = Diacircmetro externo do encamisamento

119901 = Diacircmetro equivalente do betatildeo fissurado em torno da armadura longitudinal

119897119904 = Comprimento de emenda dos varotildees

119864119904119895 = Moacutedulo de elasticidade do accedilo de encamisamento

Resultado de vaacuterios estudos tendem a comprovar que um encamisamento retangular

fornece menos tensatildeo de confinamento na seccedilatildeo de betatildeo comparativamente ao encamisamento

circular ou eliacuteptico Por isso em casos de necessidade de incrementar resistecircncia agrave flexatildeo em

pilares aconselha-se a usar um encamisamento circular ou eliacuteptico Em casos onde o espaccedilo eacute

limitado obrigando a um confinamento retangular verificou-se que a colocaccedilatildeo de duas

ancoragens na parte superior e inferior do pilar iraacute aumentar a resistecircncia agrave flexatildeo do pilar

(Aboutaha RS et all 1999)

5824 Pilares - resistecircncia ao corte

A capacidade de resistecircncia ao corte de um pilar eacute a soma da contribuiccedilatildeo de resistecircncia

de cada um dos elementos constituintes do pilar ou seja

119881119906 = 119881119888 + 119881119904 + 119881119899 (515)

Onde

119881119906 = Resistecircncia do pilar ao esforccedilo transverso

89 Tiago Pais Boto

119881119888 = Resistecircncia do betatildeo ao corte

119881119904 = Resistecircncia das armaduras ao corte

119881119899 = Resistecircncia ao corte da contribuiccedilatildeo das cargas verticais

Para se conseguir melhorar a resistecircncia do pilar ao corte pode-se adicionar a

contribuiccedilatildeo do encamisamento de accedilo para resistir ao corte calculada a partir de

120573 times 119881119904119895 ge 1198810 minus 120573 times (119881119888 + 119881119904 + 119881119899) (516)

Onde

120573 = 07

119881119904119895 = Resistecircncia miacutenima necessaacuteria ao corte do encamisamento de accedilo

1198810 = Forccedila de corte induzida pela capacidade de flexatildeo maacutexima provaacutevel da roacutetula plaacutestica

Para uma estimativa de 119881119904119895 pode ser considerado como uma armadura transversal

continua de seccedilatildeo igual agrave sua espessura e espaccedilamento igual agrave unidade podendo ser calculado

por

119881119904119895 = 119860119904119895 times (119865119910119904119895

2) times

119889119904119895

119878119904119895 (517)

Onde

119881119904119895 = Resistecircncia ao corte do encamisamento de accedilo

119860119904119895 = Aacuterea estimada dos aneacuteis de accedilo

119865119910119904119895 = Tensatildeo de cedecircncia do accedilo de encamisamento (soacute 50 deste calor deve ser

considerado por isso eacute dividido por 2)

119889119904119895 = Espessura da placa de encamisamento metaacutelico

119878119904119895 = Espaccedilamento igual agrave unidade

Para seccedilotildees circulares ou retangulares com necessidade de reforccedilo ao corte o

encamisamento metaacutelico deve ser aplicado em todo o comprimento do pilar conduzindo a bons

resultados Mas devido agrave fraca ligaccedilatildeo na interface betatildeo e encamisamento metaacutelico deve-se

aplicar uma ancoragem com parafusos

5825 Verificaccedilatildeo da seguranccedila de pilares aos estados limites uacuteltimos

O dimensionamento para a verificaccedilatildeo da resistecircncia agrave compressatildeo simples e resistecircncia

agrave flexatildeo de um pilar de betatildeo armado pode ser realizado pelo meacutetodo dos coeficientes globais

e tendo em conta os modelos e pressupostos semelhantes aos efetuados no caacutelculo de seccedilotildees

novas aacute flexatildeo

90

i) Dimensionamento agrave compressatildeo simples

119873119904119889 le 119873119903119889 = 120574119899119877 times (119860119888119894 times 119891119888119889119888119891 + 119860119904

119894 times 119891119904119910119889119894 ) + 120574119899119877 times (119860119888

119903 times 119891119888119889119888119891 + 119860119904119903 times 119891119904119910119889

119903 ) (518)

Onde

119873119904119889 =Esforccedilo axial atuante

119873119903119889 =Esforccedilo axial resistente

120574119899119877 = Coeficiente de monolitismo para a flexatildeo ( 120574119899119877 = 09)

119860119888119894 =Aacuterea do betatildeo existente

119891119888119889119888119891 =Valor de caacutelculo corrigido da resistecircncia aacute compressatildeo do betatildeo

119860119904119894 =Aacuterea da armadura existente

119891119904119910119889119894 =Tensatildeo de cedecircncia de traccedilatildeo da armadura de existente

119860119888119903 =Aacuterea do betatildeo de reforccedilo

119860119904119903=Aacuterea da armadura de reforccedilo

119891119904119910119889119903 = Tensatildeo de cedecircncia de traccedilatildeo da armadura de reforccedilo

ii) Dimensionamento agrave flexatildeo e compressatildeo

Figura 5-25 Modelo de caacutelculo de pilares agrave flexatildeo composta (Gomes A Appleton J)

O esforccedilo axial resistente final e o momento devem ser afetados pelos coeficientes de

monolitismo correspondentes

91 Tiago Pais Boto

119873119877119889119891119894119899119886119897

= 119873119877119889 times 120574119899119877 (519)

119872119877119889119891119894119899119886119897

= 119872119877119889 times 120574119899119877 (520)

Onde

119873119877119889119891119894119899119886119897

=Esforccedilo axial resistente afetado pelo coeficiente de monolitismo

119873119877119889= Esforccedilo axial resistente

120574119899119872119873 = Coeficiente de monolitismo

119872119877119889119891119894119899119886119897

= Momento resistente da seccedilatildeo reforccedilada afetado pelo coeficiente de monolitismo

119872119877119889= Momento resistente da seccedilatildeo reforccedilada

5826 Verificaccedilatildeo da seguranccedila de vigas aacute flexatildeo no estado limite uacuteltimo

O dimensionamento para a verificaccedilatildeo da resistecircncia agrave flexatildeo de uma viga de betatildeo

armado pode ser realizado pelo meacutetodo dos coeficientes globais admitindo que a secccedilatildeo tem

um comportamento monoliacutetico existindo uma aderecircncia perfeita e as secccedilotildees planas mantecircm-

se planas apoacutes a deformaccedilatildeo considerando um coeficiente de monolitismo para a flexatildeo de

120574119899119872 = 10

Deste modo o caacutelculo eacute semelhante ao de uma secccedilatildeo de betatildeo armado considerando-

se duas camadas de armaduras com resistecircncias diferentes exemplificado na figura seguinte

(Gomes A Appleton J)

Figura 5-26 Modelo de caacutelculo agrave flexatildeo de vigas reforccediladas por colagem de chapas metaacutelicas

(Gomes A Appleton J)

i) Caacutelculo do momento resistente

119872119877119863 = 120574119899119877 times (119860119904119890119902 times 119885119890119902 times 119891119904119910119889

119894 ) (521)

119860119904119890119902 = 119860119904

119894 + 119860119904119903 times

119891119904119910119889119903

119891119904119910119889119894 (522)

92

119885119890119902 =119860119904119894times119885119894times119891119904119910119889

119894 +119860119904119903times119885119903times119891119904119910119889

119903

119860119904119894times119891119904119910119889

119894 +119860119904119903times119891119904119910119889

119903 (523)

Admitindo z=09 vem

119872119877119863 = 120574119899119877 times (119860119904

119890119902 times 09 times 119891119904119910119889119894 ) (524)

Com a utilizaccedilatildeo de tabelas de dimensionamento determina-se 119860119904119890119902

e atraveacutes da

expressatildeo seguinte podemos calcular a aacuterea de armadura de reforccedilo (119860119904119903)

119860119904119903 =

119891119904119910119889119894

119891119904119910119889119903 times (119860119904

119890119902 times119889119890119902

119889119903minus 119860119904

119894 times119889119894

119889119903) (525)

Onde

119872119877119863 = Momento resistente

120574119899119877 = Coeficiente de monolitismo para a flexatildeo ( 120574119899119877 = 09 valor sugerido por Eurocoacutedio 8

parte14)

119860119904119890119902

=Aacuterea de armadura equivalente

119885119890119902= Braccedilo equivalente da seccedilatildeo reforccedilada

119891119904119910119889119894 = Tensatildeo de cedecircncia de traccedilatildeo da armadura existente

119860119904119894 = Aacuterea da armadura existente

119860119904119903 = Aacuterea da armadura de reforccedilo

119891119904119910119889119903 =Tensatildeo de cedecircncia de traccedilatildeo da armadura de reforccedilo

119885119894 = Braccedilo da seccedilatildeo de betatildeo relativamente agrave armadura existente

119885119903 = Braccedilo da seccedilatildeo de betatildeo relativamente agrave armadura de reforccedilo

119889119890119902 = Altura uacutetil equivalente da seccedilatildeo reforccedilada

119889119903 = Altura uacutetil da seccedilatildeo reforccedilada relativamente agrave armadura de reforccedilo

119889119894 =Altura uacutetil da seccedilatildeo reforccedilada relativamente agrave armadura existente

ii) Verificaccedilatildeo da seguranccedila da ligaccedilatildeo betatildeo existentebetatildeo novo

Sendo a ligaccedilatildeo accedilobetatildeo de elevada importacircncia neste tipo de teacutecnica apresenta-se na

figura seguinte a configuraccedilatildeo de uma viga simplesmente apoiada admitindo uma distribuiccedilatildeo

plaacutestica uniforme das tensotildees de corte

93 Tiago Pais Boto

Figura 5-27 Distribuiccedilatildeo plaacutestica das tensotildees de aderecircncia (Gomes A Appleton J)

Ligaccedilatildeo sem buchas metaacutelicas

119865119904119889 = 119860119904119903 times 119891119904119910119889

119903 le 120591119904119889 times 119887 times119871119870

2 (526)

Sendo que

120591119904119889 = 119891119888119905119898119894119899

2 119872119875119886 (527)

Ligaccedilatildeo com buchas metaacutelicas

119865119904119889 = 119860119904119903 times 119891119904119910119889

119903 le 119899 times 119865119887 + 120574 times 120591119904119889 times 119887 times119871119870

2 (528)

Onde

119865119904119889 =Forccedila de traccedilatildeo de reforccedilo

119860119904119903 =Aacuterea da armadura de reforccedilo

119891119904119910119889119903 = Tensatildeo de cedecircncia de traccedilatildeo da armadura de reforccedilo

119899 = Nuacutemero de buchas colocadas no comprimento 1198711198702

119865119887 = Forccedila de corte resistente de uma bucha metaacutelica

120574 = Coeficiente de monolitismo para a flexatildeo ( 120574119899119877 = 10)

120591119904119889 = Tensatildeo de aderecircncia resistente accediloresinabetatildeo

119887 =Largura da chapa metaacutelica

94

119871119870 =Comprimento da chapa metaacutelica

5827 Verificaccedilatildeo da seguranccedila de vigas ao esforccedilo transverso no estado limite uacuteltimo

Como jaacute referido anteriormente o dimensionamento ao esforccedilo transverso pode ser feito

atraveacutes da teacutecnica dos coeficientes globais tendo em conta a contribuiccedilatildeo para a resistecircncia dos

novos estribos adicionados sob a forma de chapas

i) Caacutelculo do esforccedilo transverso maacuteximo

119881119904119889 le 119881119877119889119898119886119909 =120572119888119908times119887119894times119885119894times1205921times119891119888119889

119888119900119905120579+119905119886119899120579+

120572119888119908times(119887119894minus119887119903)times119885119894times1205921times119891119888119889

119888119900119905120579+119905119886119899120579 (529)

Onde

119881119904119889 = Valor de caacutelculo do esforccedilo transverso atuante

119881119877119889119898119886119909 = Esforccedilo transverso maacuteximo

120572119888119908 = Fator que tem em conta o estado de tensatildeo na biela comprimida

119887119894 = Largura da seccedilatildeo de betatildeo da viga inicial

119885119894 = = Braccedilo da seccedilatildeo de betatildeo relativamente agrave armadura existente

1205921 = Fator redutor da tensatildeo de compressatildeo do betatildeo fendilhado

119891119888119889 =Valor de caacutelculo da resistecircncia agrave compressatildeo do betatildeo

119887119903 = Largura da seccedilatildeo de betatildeo reforccedilada

120579 = Angulo das bielas do betatildeo

ii) Caacutelculo do esforccedilo transverso resistente de caacutelculo

119881119904119889 le 119881119877119889119904 = 120574119899119877 times (119885119894 times119860119904119908119894

119878times coth 120579 times 119891119904119910119889

119894 ) + 120574119899119877 times (119885119903 times119860119904119908119903

119878times coth 120579 times 119891119904119910119889

119903 ) (530)

Onde

119881119904119889 = Valor de caacutelculo do esforccedilo transverso atuante

119881119877119889119904 = Esforccedilo transverso resistente de caacutelculo

120574119899119877 = Coeficiente de monolitismo para a flexatildeo ( 120574119899119877 = 09)

95 Tiago Pais Boto

119885119894 = Braccedilo de uma seccedilatildeo de betatildeo relativamente agrave armadura existente

119860119904119908119894 =Aacuterea da armadura de esforccedilo transverso inicial por metro

119878 = Espaccedilamento dos varotildees de accedilo

120579 = Angulo das bielas do betatildeo

119891119904119910119889119894 = Tensatildeo de cedecircncia do accedilo da armadura existente

119885119903 =Braccedilo de uma seccedilatildeo de betatildeo relativamente agrave armadura de reforccedilo

119860119904119908119903 = Aacuterea da armadura de esforccedilo transverso adicional por metro

119891119904119910119889119903 =Tensatildeo de cedecircncia do accedilo da armadura de reforccedilo

583 Reforccedilo de seccedilotildees com encamisamento de betatildeo armado

5831 Introduccedilatildeo

Uma das teacutecnicas de reforccedilo estrutural mais comum para melhorar o desempenho de

elementos de betatildeo armado (pilares paredes vigas e noacutes viga-pilar) eacute o encamisamento das

seccedilotildees com betatildeo armado

Figura 5-28 Encamisamento de pilares com betatildeo armado (Santos 2008)

O reforccedilo de um elemento por encamisamento com recurso ao betatildeo armado eacute uma das

teacutecnicas mais adequadas para aumentar a resistecircncia das zonas comprimidas Pode ser aplicado

em vigas para aumentar a resistecircncia agrave flexatildeo eou a resistecircncia ao esforccedilo transverso Jaacute nos

pilares o reforccedilo garante um aumento de resistecircncia agrave flexatildeo e agrave compressatildeo Esta teacutecnica tem

vaacuterias vantagens (Eduardo S Juacutelio 2011) destacando

Simplicidade de execuccedilatildeo natildeo requer matildeo-de-obra especializada apenas conhecimento

de teacutecnicas de execuccedilatildeo como se tratasse de estruturas novas (Eduardo S Juacutelio 2011)

Distribuiccedilatildeo uniforme do incremento de rigidez (Eduardo S Juacutelio 2011)

Aumento de durabilidade do pilar

96

Como principais desvantagens destacam-se

No caso de necessidade de continuaccedilatildeo do reforccedilo do pilar entre pisos subsiste a

necessidade de perfurar a laje para poder dar continuaccedilatildeo agraves armaduras de reforccedilo caso

a laje seja vigada a armadura longitudinal de reforccedilo pode ficar condicionada (Eduardo

S Juacutelio 2011)

Nos casos de necessidade de proteccedilatildeo contra a corrosatildeo ou incecircndio onde o accedilo fica

exposto e quando satildeo usadas resinas de epoacutexido (Eduardo S Juacutelio 2011)

Aumento das necessidades das dimensotildees da seccedilatildeo transversal (Gomes A Appleton

J)

5832 Descriccedilatildeo das teacutecnicas de encamisamento

A execuccedilatildeo de um encamisamento eacute composta por diversas etapas sendo que as mais

importantes satildeo

Escoramento

A execuccedilatildeo do escoramento natildeo serve soacute para evitar danos ou mesmo o colapso mas

tambeacutem para permitir que o reforccedilo seja aplicado com niacuteveis de tensatildeo mais baixos na estrutura

Interface material existentereforccedilo

Eacute essencial preparar a superfiacutecie de ligaccedilatildeo de modo que a ligaccedilatildeo final entre o material

existente e o reforccedilo possa ter um comportamento o mais monoliacutetico possiacutevel

Disposiccedilatildeo de armaduras

Colocaccedilatildeo de armaduras adicionais de reforccedilo se as armaduras existentes apresentarem

uma perda de seccedilatildeo superior a 10 (Gomes A Appleton J) Exemplificam-se nas figuras

seguintes os vaacuterios tipos de disposiccedilatildeo de armaduras para reforccedilo de vigas e pilares

Figura 5-29Disposiccedilatildeo das armaduras mais utilizado no encamisamento de vigas (Gomes

A Appleton J)

97 Tiago Pais Boto

Figura 5-30 Disposiccedilatildeo das armaduras mais utilizado no encamisamento de pilares (Gomes

A Appleton J)

Fase de Betonagem

A betonagem pode ser feita com betatildeo projetado betatildeo normal ou com uma argamassa

especial os quais devem possuir boa trabalhabilidade baixa retraccedilatildeo elevada resistecircncia agrave

compressatildeo e boa aderecircncia (Gomes A Appleton J)

119890119898119894119899=

50119898119898 119861119890119905atilde119900 119901119903119900119895119890119905119886119889119900 75 119886 100119898119898 119861119890119905atilde119900 119899119900119903119898119886119897 11988811990011989111990311988611988911990040 119886 60119898119898 119860119903119892119886119898119886119904119904119886 119890119904119901119890119888119894119886119897

Figura 5-31Espessura a betonar em funccedilatildeo do material e teacutecnica utilizada (Gomes A

Appleton J)

A ligaccedilatildeo pode ser substancialmente melhorada com a pintura de resina epoacutexida com

ldquopot liferdquo elevado (periacuteodo em que a colagem eacute eficaz apoacutes 1 hora)

98

5833 Verificaccedilatildeo da seguranccedila de vigas agrave flexatildeo no estado limite uacuteltimo

O dimensionamento para a verificaccedilatildeo da resistecircncia agrave flexatildeo de uma viga de betatildeo

armado pode ser realizado pelo meacutetodo dos coeficientes globais admitindo que a secccedilatildeo tem

um comportamento monoliacutetico uma aderecircncia perfeita e as secccedilotildees planas mantecircm-se planas

apoacutes a deformaccedilatildeo Considera-se um coeficiente de monolitismo para a flexatildeo de 120574119899119877 = 09

Deste modo o caacutelculo eacute semelhante ao de uma secccedilatildeo de betatildeo armado corrente considerando-

se duas camadas de armaduras com resistecircncias diferentes como se exemplifica na figura

seguinte (Gomes A Appleton J 2008)

Figura 5-32Modelo de caacutelculo agrave flexatildeo de vigas reforccediladas por encamisamento de betatildeo

armado (Gomes A Appleton J)

i) Caacutelculo do momento resistente

119872119877119863 = 120574119899119877 times (119860119904119890119902 times 119885119890119902 times 119891119904119910119889

119894 ) (531)

119860119904119890119902 = 119860119904

119894 + 119860119904119903 times

119891119904119910119889119903

119891119904119910119889119894 (532)

119885119890119902 =119860119904119894times119885119894times119891119904119910119889

119894 +119860119904119903times119885119903times119891119904119910119889

119903

119860119904119894times119891119904119910119889

119894 +119860119904119903times119891119904119910119889

119903 (533)

Admitindo z=09 vem

119872119877119863 = 120574119899119877 times (119860119904

119890119902 times 09 times 119891119904119910119889119894 ) (534)

99 Tiago Pais Boto

Com a utilizaccedilatildeo de tabelas de dimensionamento determina-se 119860119904119890119902

e atraveacutes da

expressatildeo seguinte podemos calcular a aacuterea de armadura de reforccedilo (119860119904119903)

119860119904119903 =

119891119904119910119889119894

119891119904119910119889119903 times (119860119904

119890119902 times119889119890119902

119889119903minus 119860119904

119894 times119889119894

119889119903) (535)

Onde

119872119877119863 = Momento resistente

120574119899119877 = Coeficiente de monolitismo para a flexatildeo ( 120574119899119877 = 09 valor sugerido no Eurocoacutedio 8

parte14)

119860119904119890119902

= Aacuterea de armadura equivalente

119885119890119902 = Braccedilo equivalente da seccedilatildeo reforccedilada

119891119904119910119889119894 = Tensatildeo de cedecircncia de traccedilatildeo da armadura existente

119860119904119894 = Aacuterea da armadura existente

119860119904119903 = Aacuterea da armadura de reforccedilo

119891119904119910119889119903 = Tensatildeo de cedecircncia de traccedilatildeo da armadura de reforccedilo

119885119894 = Braccedilo da seccedilatildeo de betatildeo relativamente agrave armadura existente

119885119903 = Braccedilo da seccedilatildeo de betatildeo relativamente agrave armadura de reforccedilo

119889119890119902 = Altura uacutetil equivalente da seccedilatildeo reforccedilada

119889119903 = Altura uacutetil da seccedilatildeo reforccedilada relativamente agrave armadura de reforccedilo

119889119894 = Altura uacutetil da seccedilatildeo reforccedilada relativamente agrave armadura existente

ii) Verificaccedilatildeo da seguranccedila da ligaccedilatildeo entre o betatildeo existentebetatildeo novo

Figura 5-33 Modelo de caacutelculo para verificaccedilatildeo da ligaccedilatildeo betatildeo existentebetatildeo novo

(Gomes A Appleton J)

100

1205911 =119881119904119889

119887119903times119885119890119902 (536)

1205912 =119881119904119889

119887119903times119885119890119902times

119860119904119903times119891119904119910119889

119903

119860119904119903times119891119904119910119889

119903 +119860119904119894times119891119904119910119889

119894 (537)

Para verificaccedilatildeo da ligaccedilatildeo temos de garantir que

1205912 le 120591119898aacute119909 =1

120574119888times

2

3times 119891119888119905119898 (538)

119891119888119905119898 = 119898119894119899 119891119888119905119898119899119900119907119900

119891119888119905119898119890119909119894119904119905119890119899119905119890

(539)

Onde

1205911 = Tensatildeo tangencial na seccedilatildeo do betatildeo existente

119881119904119889 = Valor de caacutelculo do esforccedilo transverso atuante

119887119903 = Largura da seccedilatildeo de betatildeo reforccedilada

119885119890119902 = Braccedilo equivalente da seccedilatildeo reforccedilada

1205912 = Tensatildeo tangencial na seccedilatildeo do betatildeo novo e o betatildeo existente

119860119904119903 = Aacuterea da armadura de reforccedilo

119891119904119910119889119903 = Tensatildeo de cedecircncia de traccedilatildeo da armadura de reforccedilo

119860119904119894 = Aacuterea da armadura existente

119891119904119910119889119894 = Tensatildeo de cedecircncia de traccedilatildeo da armadura existente

120591119898aacute119909 = Tensatildeo tangencial limite

120574119888 = Coeficiente de minoraccedilatildeo das propriedades resistentes do betatildeo em estruturas novas

119891119888119905119898 = Resistecircncia meacutedia agrave traccedilatildeo do betatildeo

5834 Verificaccedilatildeo da seguranccedila de vigas ao esforccedilo transverso no estado limite uacuteltimo

O dimensionamento para a verificaccedilatildeo da resistecircncia ao esforccedilo transverso de uma viga

de betatildeo armado pode ser realizado pelo meacutetodo dos coeficientes globais Com esta teacutecnica eacute

possiacutevel incrementar a resistecircncia associada agraves tensotildees de compressatildeo nas bielas inclinadas do

modelo de treliccedila aumentando a largura da alma da seccedilatildeo de betatildeo e introduzindo novos

estribos (Gomes A Appleton J 2008)

101 Tiago Pais Boto

i) Caacutelculo do esforccedilo transverso maacuteximo

119881119904119889 le 119881119877119889119898119886119909 =120572119888119908times119887119894times119885119894times1205921times119891119888119889

119888119900119905120579+119905119886119899120579+

120572119888119908times(119887119894minus119887119903)times119885119894times1205921times119891119888119889

119888119900119905120579+119905119886119899120579 (540)

Onde

119881119904119889 = Valor de caacutelculo do esforccedilo transverso atuante

119881119877119889119898119886119909 = Esforccedilo transverso maacuteximo

120572119888119908 = Fator que tem em conta o estado de tensatildeo na biela comprimida

119887119894 = Largura da seccedilatildeo de betatildeo da viga inicial

119885119894 = Braccedilo da seccedilatildeo de betatildeo relativamente agrave armadura existente

1205921 = Fator redutor da tensatildeo de compressatildeo do betatildeo fendilhado

119891119888119889 =Valor de caacutelculo da resistecircncia agrave compressatildeo do betatildeo

119887119903 = Largura da seccedilatildeo de betatildeo reforccedilada

120579 = Angulo das bielas do betatildeo

ii) Caacutelculo do esforccedilo transverso resistente de caacutelculo

119881119904119889 le 119881119877119889119904 = 120574119899119881 times (119885119894 times119860119904119908119894

119878times coth 120579 times 119891119910119889

119894 ) + 120574119899119881 times (119885119903 times119860119904119908119903

119878times coth 120579 times 119891119910119889

119903 ) (541)

Onde

119881119904119889 = Valor de caacutelculo do esforccedilo transverso atuante

119881119877119889119904 = Esforccedilo transverso resistente de caacutelculo

120574119899119881 = Coeficiente de monolitismo para a esforccedilo transverso ( 120574119899119881 = 08 valor sugerido por

Eurocoacutedio 8 parte14)

119885119894 = Braccedilo de uma seccedilatildeo de betatildeo relativamente agrave armadura existente

119860119904119908119894 =Aacuterea da armadura de esforccedilo transverso inicial por metro

119878 = Espaccedilamento dos varotildees de accedilo

120579 = Angulo das bielas do betatildeo

119891119910119889119894 = Tensatildeo de cedecircncia do accedilo da armadura existente

119885119903 = Braccedilo de uma seccedilatildeo de betatildeo relativamente agrave armadura de reforccedilo

119860119904119908119903 = Aacuterea da armadura de esforccedilo transverso adicional por metro

119891119910119889119903 =Tensatildeo de cedecircncia do accedilo da armadura de reforccedilo

102

De acordo com o Eurocoacutedigo 8 parte 14 o reforccedilo ao esforccedilo transverso natildeo conveacutem que seja

muito elevado seguindo a recomendaccedilatildeo de

119881119877119889119903 lt 2119881119877119889

119894 (542)

5835 Verificaccedilatildeo da seguranccedila de pilares aos estados limites uacuteltimos

O dimensionamento para a verificaccedilatildeo da resistecircncia agrave compressatildeo simples e resistecircncia

agrave flexatildeo de um pilar de betatildeo armado pode ser realizado pelo meacutetodo dos coeficientes globais

tendo em conta os modelos e os pressupostos satildeo semelhantes aos efetuados no caacutelculo de

seccedilotildees novas agrave flexatildeo

De acordo com (CEB- Bulletin drsquoinformation nordm 162 ) a contribuiccedilatildeo inicial de betatildeo

para a resistecircncia da peccedila pode ser desprezada se

119860119888119891119894119899119886119897

= 119860119888119903 + 119860119888

119894 ge 2119860119888119894 (543)

Figura 5-34Pilar com encamisamento de betatildeo armado total (Aacutelvaro Sousa 2008)

i) Correccedilatildeo da resistecircncia agrave compressatildeo do betatildeo

De acordo com o CEB Bulletin drsquoinformation nordm 213214 o valor corrigido da

resistecircncia agrave compressatildeo do betatildeo 119891119888119870119888119891 pode ser calculado a partir das seguintes expressotildees

119891119888119870119888119891 = 119891119888119896 times (1000 + 50 times1205902

119891119888119896) 119902119906119886119899119889119900 1205902 lt 005 times 119891119888119896 (544)

103 Tiago Pais Boto

119891119888119870119888119891 = 119891119888119896 times (1125 + 25 times1205902

119891119888119896) 119902119906119886119899119889119900 1205902 gt 005 times 119891119888119896 (545)

1205902 =1

2times 120572119899 times 120572119904 times 120596119899 (546)

120596119899 =119881119900119897119906119898119890 119889119886 119886119903119898119886119889119906119903119886 119905119903119886119899119904119907119890119903119904119886119897

119881119900119897119906119898119890 119889119900 119887119890119905atilde119900=

2(1198870+ℎ0)timesempty1198901199041199051199031198941198871199061199042

4times1

119904

1198870timesℎ0 (547)

Onde

119891119888119870119888119891 = Valor caracteriacutestico corrigido da resistecircncia agrave compressatildeo do betatildeo

119891119888119896 = Valor caracteriacutestico da tensatildeo de rotura agrave compressatildeo do betatildeo

1205902 = Tensatildeo de confinamento

120596119899 = Percentagem volumeacutetrica da armadura transversal

120572119899 = Coeficiente redutor que tem em conta a aacuterea de betatildeo em planta efetivamente

confinada

120572119904 = Coeficiente redutor que tem em conta a aacuterea de betatildeo em altura efetivamente

confinada

1198870 119890 ℎ0 = Dimensatildeo do nuacutecleo cintado de betatildeo medidas em relaccedilatildeo agrave face interior do

betatildeo

119904 = Espaccedilamento dos varotildees da armadura transversal (espaccedilamento dos estribos)

ii) Dimensionamento agrave compressatildeo simples

119873119904119889 le 119873119903119889 = 120574119899119877 times (119860119888119894 times 119891119888119889119888119891 + 119860119904

119894 times 119891119904119910119889119894 ) + 120574119899119877 times ((119860119888

119903 minus 119860119888119888119903) times 119891119888119889119888119891 + 119860119904

119903 times 119891119904119910119889119903 )

(548)

Onde

119873119904119889 = Esforccedilo axial atuante

119873119903119889 = Esforccedilo axial resistente

120574119899119881 = Coeficiente de monolitismo para a esforccedilo transverso ( 120574119899119881 = 08 valor

sugerido no Eurocoacutedio 8 parte14)

119860119888119894 = Aacuterea do betatildeo existente

119891119888119889119888119891 = Valor de caacutelculo corrigido da resistecircncia aacute compressatildeo do betatildeo

104

119860119904119894 = Aacuterea da armadura existente

119891119904119910119889119894 = Tensatildeo de cedecircncia de traccedilatildeo da armadura de existente

119860119888119903 = Aacuterea do betatildeo de reforccedilo

119860119888119888119903 = Aacuterea do betatildeo de recobrimento que natildeo se considera confinado

119860119904119903 = Aacuterea da armadura de reforccedilo

119891119904119910119889119903 = Tensatildeo de cedecircncia de traccedilatildeo da armadura de reforccedilo

iii) Dimensionamento agrave flexatildeo composta

O modelo de caacutelculo semelhante aos efetuados no caacutelculo de secccedilotildees novas agrave flexatildeo composta

Figura 5-35Modelo de caacutelculo dos esforccedilos resistentes agrave flexatildeo composta (Aacutelvaro Sousa

2008)

O esforccedilo axial e o momento resistente final devem ser afetados pelos coeficientes de

monolitismo correspondentes

119873119877119889119891119894119899119886119897

= 119873119877119889 times 120574119899119877 (549)

119872119877119889119891119894119899119886119897

= 119872119877119889 times 120574119899119877 (550)

Onde

119873119877119889119891119894119899119886119897

=Esforccedilo axial resistente afetado pelo coeficiente de monolitismo

119873119877119889 = Esforccedilo axial resistente

120574119899119881 = Coeficiente de monolitismo para a esforccedilo transverso ( 120574119899119881 = 08 valor

sugerido por Eurocoacutedio 8 parte14)

119872119877119889119891119894119899119886119897

= Momento resistente da seccedilatildeo reforccedilada afetado pelo coeficiente de

monolitismo

119872119877119889 = Momento resistente da seccedilatildeo reforccedilada

105 Tiago Pais Boto

584 Reforccedilo de estruturas em betatildeo com colagem de compoacutesitos FRP (Poliacutemeros reforccedilados

com fibras)

5841 Introduccedilatildeo

O reforccedilo de estruturas com FRP aparece devido agrave necessidade de reforccedilar com

materiais mais leves facilitar a execuccedilatildeo e por atualmente haver uma reduccedilatildeo dos custos de

fabrico das fibras Pode-se dizer que eacute uma evoluccedilatildeo da teacutecnica por colagem de chapas ou placas

de accedilo

Este compoacutesito de FRP eacute constituiacutedo pela conjugaccedilatildeo de fibras orgacircnicas ou inorgacircnicas

agrupadas atraveacutes de uma resina (polieacutesteres vinil ou epoacutexi) termoendureciacutevel ou

termoplaacutestica formando assim a matriz polimeacuterica O compoacutesito de FRP tem ainda cargas de

enchimento designadas por ldquofillersrdquo podendo tambeacutem conter aditivos tais como agentes

catalisadores ou aceleradores De acordo com Juvandes (1999) os FRPrsquos satildeo distinguidos em

dois grupos os sistemas preacute-fabricados conhecidos por ldquoPrefabricated Elementsrdquo (constituiacutedos

pelo laminado de FRP e pelo adesivo) e os sistemas curados ldquoin siturdquo conhecidos por ldquoWet Lay-

up Systemsrdquo (constituiacutedos pela telas de fibras e pela resina de impregnaccedilatildeo) Ainda de acordo

com a disposiccedilatildeo das fibras e da sua geometria podem ser classificados de unidirecionais

bidirecionais e multidirecionais As fibras mais utilizadas satildeo o vidro o carbono e a poliamide

aromaacutetica (aramida ou kevlarreg) sendo os respetivos compoacutesitos reforccedilados assinalados

internacionalmente por GFRP (Glass Fiber Reinforced Polymer) CFRP (Carbon Fiber

Reinforced Polymer) e AFRP (Aramid Fiber Reinforced Polymer)

5842 Sistemas Preacute-Fabricados

O grupo dos Sistemas Preacute-Fabricados adveacutem de um conjunto de fibras com orientaccedilatildeo

unidirecional unificadas atraveacutes de uma resina termoendureciacutevel resultante de um processo

designado por pultrusatildeo este consiste em saturar as fibras continuas com espessuras e larguras

controladas com resina puxadas atraveacutes de um molde aquecido resultando num produto final

com a forma transversal desejada dispensando qualquer polimerizaccedilatildeo do produto em obra

De acordo com (Juvandes1999) o laminado mais utilizado (ldquoLaminaterdquo ldquoStripsrdquo)

apresenta-se com a espessura tiacutepica de 12 a 14mm e com largura variaacutevel As caracteriacutesticas

mecacircnicas e fiacutesicas destes devem ser garantidas pelo fabricante com base em ensaios em

planos de controlo de qualidade Para a colagem dos laminados agrave superfiacutecie do betatildeo eacute utilizado

um compoacutesito que pode ser do tipo epoacutexido de vinil ou polieacutester designado por adesivo

5843 Sistemas ldquoin siturdquo

Ao contraacuterio dos sistemas Preacute-fabricados os sistemas ldquoin siturdquo natildeo apresentam um

produto final consolidado com resina mas sim fibras em forma de fios designados por Tecidos

(ldquoFabricsrdquo) ou Mantas (ldquoSheetsrdquo) em estado seco ou com teores de impregnaccedilatildeo reduzidos

106

De acordo com Juvandes (1999) as Mantas satildeo compostas por fibras unidirecionais

(orientaccedilatildeo 0ordm) e com espessuras de 01 a 02mm (110 dos laminados) e larguras entre 25 e

30cm Os Tecidos tecircm fibras entrelaccediladas (orientaccedilotildees 0ordm90ordm) ou multi direccionalmente com

a largura de cerca de 60cm A percentagem das fibras das Mantas e dos tecidos satildeo indicadas

pelo peso do produto por msup2 (gmsup2) sendo que os valores correntes encontram-se na ordem dos

200 a 400 gmsup2

O produto final conteacutem resina para impregnar as fibras sendo necessaacuterio em obra uma

polimerizaccedilatildeo com resina para criar o FRP Esta polimerizaccedilatildeo funciona tambeacutem como adesivo

agrave superfiacutecie da estrutura de betatildeo

Figura 5-36 Compoacutesito de FRP (Formas Preacute-Fabricada e Curada ldquoin siturdquo) (LJuvandes et all

2007)

5844 Componentes da aplicaccedilatildeo do sistema FRP

Fibras

107 Tiago Pais Boto

As fibras sendo o componente principal nos sistemas FRP tecircm que ser escolhidas

essencialmente em funccedilatildeo da classe de exposiccedilatildeo ambiental do moacutedulo de elasticidade

resistecircncia agrave traccedilatildeo e fadiga durabilidade e custo econoacutemico

As fibras em filamento de configuraccedilatildeo contiacutenua designadas ldquoContinuous Fibersrdquo (ACI

440R-96 1996 JCI TC952 1998) satildeo as mais adequadas para intervenccedilotildees de reforccedilo em

estruturas de betatildeo devido agrave possibilidade de orientaccedilatildeo numa direccedilatildeo especiacutefica otimizando

o desempenho estrutural (Juvandes 1999) As fibras continuas mais usadas no reforccedilo com

recurso a sistemas de FRP satildeo de vidro (G) de carbono (C) e a poliamida aromaacutetica (aramida

(A) ou Kevlarreg (K))

As fibras de carbono (C) destingem-se das outras natildeo soacute pelo elevado preccedilo mas

tambeacutem por apresentarem elevados moacutedulos de elasticidade elevada resistecircncia agrave traccedilatildeo e

fadiga relaccedilatildeo resistecircnciapeso extremamente altos As fibras de Aramida (A) satildeo as que tecircm

a maior relaccedilatildeo resistecircncia de traccedilatildeo peso assim como o mais baixo peso especiacutefico de entre

as trecircs boa resistecircncia agrave abrasatildeo impacto e resistecircncia teacutermica Em relaccedilatildeo agraves fibras de vidro

(G) aleacutem dos baixos moacutedulos de elasticidade e baixa resistecircncia agrave fadiga distinguem-se pelo

baixo custo econoacutemico elevada resistecircncia teacutermica e resistecircncia agrave traccedilatildeo

Figura 5-37 Comportamento agrave traccedilatildeo de fibras e metais (ACI 440R-96 1996)

Legenda

C-HM = Fibras de Carbono de elevado moacutedulo de elasticidade

C-HS = Fibras de Carbono de elevada resistecircncia

A-HM = Fibras de Aramida de elevado moacutedulo de elasticidade

A-IM = Fibras de Aramida de moacutedulo de elasticidade intermeacutedio

G-S = Fibras de Vidro de elevada resistecircncia

108

G-AR = Fibras de Vidro de resistecircncia meacutedia

G-E = Fibras de Vidro com propriedades similares a G-AR mas de densidade

inferior

Tabela 5-12Propriedades das Principais Fibras (Manoochehr Zoghi 2014)

Adesivos

Os adesivos satildeo utilizados em sistemas ldquoPreacute-Fabricadosrdquo jaacute referido anteriormente e

satildeo constituiacutedos por uma resina e por vezes com a adiccedilatildeo de um endurecedor garantindo assim

a funccedilatildeo de ligaccedilatildeo e transferecircncia de tensotildees entre o sistema FRP e o betatildeo

Primaacuterio (Primers)

O Primaacuterio tambeacutem conhecido por (ldquoPrimersrdquo) eacute um fluido de viscosidade reduzida

geralmente cerca de 10 de soluccedilatildeo do adesivo em solvente orgacircnico que se coloca na

superfiacutecie do betatildeo para melhorar o desempenho da ligaccedilatildeo e criar um revestimento sobre o

qual o adesivo possa fluir mais facilmente (FIB bulletin14 2001)

Massa de enchimento (Puttie filler)

A massa de enchimento designada por (ldquoPuttie fillerrdquo) segundo a norma ACI 4402R-

08 2008 eacute um material relativamente inerte constituiacutedo por calcaacuterio pulverizado siacutelica ou

substancias coloidais adicionado com cimento Portland tinta resina ou outros materiais

podendo reduzir a retraccedilatildeo a densidade os custos e aumentar a trabalhabilidade

109 Tiago Pais Boto

Este material eacute usado para preencher vazios quando a superfiacutecie de betatildeo apresenta

irregularidades significativas das quais o primaacuterio natildeo eacute suficiente para suprimir pequenas

fendas ou orifiacutecios tornando assim a superfiacutecie de betatildeo mais lisa e regular

Resinas de saturaccedilatildeo

As resinas de saturaccedilatildeo ou matriz polimeacuterica (resina termoendureciacutevel) como o nome

indica servem para impregnar as fibras de reforccedilo e moldar a superfiacutecie de betatildeo Tecircm ainda

como funccedilatildeo fornecer um caminho de transferecircncia de tensotildees proteger as fibras de eventuais

choques mecacircnicos essencialmente esforccedilos de compressatildeo accedilotildees teacutermicas e exposiccedilatildeo agrave

agressividade ambiental Por estas razotildees a seleccedilatildeo da matriz polimeacuterica deve ser cuidada

justificando geralmente a escolha por resinas termoendureciacuteveis do tipo epoacutexido (ACI 440R-

96 1996)

Um estudo conduzido por (Juvandes et all 2006) com o tema A temperatura e a teacutecnica

de reforccedilo por colagem de sistemas de FRP com recurso a ensaios DSC e DMTArdquo Permitiu

concluir que a variaccedilatildeo de temperatura critica (Tc) em resinas comerciais correntes se encontra

muito proacuteximo e por vezes abaixo do valor das temperaturas caracteriacutesticas (T95) das obras em

Portugal Esta aproximaccedilatildeo pode conduzir ao amolecimento dos adesivos em determinado

periacuteodo de funcionamento da estrutura pondo em causa as propriedades e todo o sistema de

reforccedilo FRP

Desta forma os autores recomendam a implementaccedilatildeo trecircs criteacuterios [i] ‒ avaliar o

gradiente higroteacutermico esperado para a envolvente da obra no periacuteodo de vida uacutetil [ii] ‒

selecionar ou desenvolver novos adesivosresinas cujo valor da temperatura de transiccedilatildeo viacutetrea

(Tg) seja superior agraves condicionantes ambientais esperadas para a estrutura [iii] ‒ implementar

accedilotildees preventivas na zona reforccedilada de modo a evitar a exposiccedilatildeo direta dos reforccedilos ao

ambiente recorrendo a medidas de proteccedilatildeo

Revestimento protetor

A camada exterior do sistema FRP eacute designada por revestimento protetor Para o

sistema ter um comportamento adequado a longo prazo recomenda-se a execuccedilatildeo de uma

proteccedilatildeo a curto prazo (Proteccedilatildeo Temporaacuteria) incluindo medidas de proteccedilatildeo essencialmente

ambientais na fase em que a resina de saturaccedilatildeo se encontra em processo de cura Apoacutes a

conclusatildeo deste processo eacute entatildeo aplicada a proteccedilatildeo de caraacuteter definitivo (Proteccedilatildeo

Permanente) concebida para proteger contra impactos fogo exposiccedilatildeo a quiacutemicos raios

ultravioleta humidade temperaturas excessivas e vandalismo Poderaacute ainda haver um

acabamento esteacutetico (Mirmiran e Shahawy 2008)

110

Figura 5-38 Aplicaccedilatildeo do sistema FRP (adaptado de BASF 2007)

5845 Apreciaccedilotildees sobre Durabilidade dos FRPrsquos

Figura 5-39Fatores condicionantes para a durabilidade dos FRPrsquos

Humidade

A humidade eacute a principal causa da diminuiccedilatildeo da resistecircncia da matriz devido agraves

ligaccedilotildees moleculares moles Uma escolha apropriada da resina por exemplo a matriz de

vinylester pode diminuir o efeito da humidade Jaacute as resinas de polieacutester natildeo satildeo aconselhadas

em ambientes onde a humidade eacute importante Para sistemas de reforccedilo com CFRP vaacuterios

estudos mostram que em ambientes que envolvem ciclos de molhagem o desempenho do FRP

diminui entre 20 a 30 valores resultantes da descolagem da placa FRP agrave interface do betatildeo

(Aacutelvaro Sousa 2008)

Alcalinidade

DURABILIDADE

TEMPERATURAEXPOSICcedilAtildeO

ULTRA-VIOLETA

HUMIDADE ALCALINIDADE

111 Tiago Pais Boto

A diminuiccedilatildeo da capacidade resistente dos sistemas FRP devido agrave alcalinidade provem

obviamente da exposiccedilatildeo a que o sistema estaacute sujeito mas tambeacutem devido alcalinidade e

porosidade do betatildeo onde usualmente se encontram valores de pH acima de 11 Esta

sensibilidade eacute substancialmente notoacuteria em sistemas GFRP onde a deterioraccedilatildeo da matriz e das

fibras conduzem a perdas de capacidade resistente na ordem dos 20 Para combater estas

vulneraacuteveis situaccedilotildees aconselha-se a usar resinas da matriz do tipo vinylester e uma pintura de

proteccedilatildeo designada por AR-Glass (Alkalin Resistant fibers) Apesar de ser cerca de 10 vezes

monetariamente mais caro comparativamente ao sistema convencional GFRP (E-GLASS)

(Aacutelvaro Sousa 2008)

Temperatura

Os sistemas FRP perdem as suas propriedades mecacircnicas quando expostos a altas

temperaturas A temperatura tiacutepica desta deterioraccedilatildeo eacute a temperatura de transiccedilatildeo viacutetrea que

se situa entre os 60ordm e 120ordm Celsius em sistemas GFRP e AFRP Esta eacute uma das razotildees para os

FRPacutes natildeo serem tatildeo amplamente utilizados em edifiacutecios onde em comparaccedilatildeo com as pontes

a seguranccedila eacute mais exigente Uma das principais preocupaccedilotildees em caso de incecircndio usando

FRP eacute a libertaccedilatildeo de gases extremamente toacutexicos e perigosos para os seres humanos aleacutem da

perda de cerca de 80 da resistecircncia agrave traccedilatildeo para temperaturas acima de 500ordm Celsius

Uma soluccedilatildeo para contornar o problema eacute o uso de sistemas CFRP na verdade satildeo quase

insensiacuteveis a altas temperaturas capazes de suportar temperaturas superiores a 1000ordm Celsius

que eacute entre outras a razatildeo pela qual se utilizam fibras na induacutestria de aviaccedilatildeo

A American Concrete Institute (ACI) publicou um artigo interessante em 2006 que natildeo

recomenda o uso de FRP em edifiacutecios onde a integridade estrutural tem que ser mantida no caso

de um incecircndio

Exposiccedilatildeo ultravioleta

Compreende-se bem que os raios ultra violetas causam danos nas ligaccedilotildees quiacutemicas (foto

degradaccedilatildeo) fenoacutemeno que se verifica para determinados comprimentos de onda Poreacutem este

fenoacutemeno aparece apenas na camada superficial do poliacutemero AFRP onde um revestimento

adequado pode resolver o problema Os sistemas CFRP e GFRP natildeo estatildeo sujeitos a este tipo

de agressatildeo

5846 Consideraccedilotildees Finais vantagens e desvantagens

A teacutecnica de reforccedilo por colagem exterior de Sistemas Compoacutesitos de FRP surge como

uma alternativa aos sistemas de reforccedilo por colagem de chapas ou perfis metaacutelicos

As caracteriacutesticas mecacircnicas notaacuteveis de poliacutemeros reforccedilados com fibras foram

descritas ao longo deste capiacutetulo Apesar do custo econoacutemico mais elevado em comparaccedilatildeo

com os materiais tiacutepicos de engenharia civil tais como betatildeo ou accedilo a relaccedilatildeo pesoresistecircncia

112

capacidade contra ambientes agressivos facilidade e simplicidade de manuseamento em obra

daacute a este material um grande potencial para ser usado em melhorias estruturais apresentando

oacutetimos resultados de resistecircncia durabilidade facilidade e simplicidade de execuccedilatildeo em obra

Natildeo diferindo das restantes teacutecnicas de reforccedilo o seu ecircxito depende em larga escala da sua

correta conceccedilatildeo em projeto e da boa execuccedilatildeo em obra

Tabela 5-13 Principais vantagens e desvantagens das fibras FRP (Aacutelvaro Sousa 2008)

Tipo de Fibra Vantagens Desvantagens

Carbono (CFRP)

Grande resistecircncia agrave traccedilatildeo

compressatildeo e fadiga

Sensibilidade ao choque e

abrasatildeo

Grande resistecircncia a temperaturas

elevadas e agrave accedilatildeo de agentes quiacutemicos Corrosatildeo do tipo galvacircnico

Boa condutividade teacutermica e eleacutetrica Cerca de dez vezes mais cara do

que as fibras de vidro (GFRP)

Imune agrave corrosatildeo

Vidro (GFRP)

Grande resistecircncia agrave temperatura Muito suscetiacutevel a choques e

danos

Boa aderecircncia agrave matriz polimeacuterica Caracteriacutesticas mecacircnicas

inferiores a CFRP e AFRP

Transparente Maior peso especiacutefico

Boa relaccedilatildeo qualidadepreccedilo

Aramida (AFRP)

Baixa densidade Baixa resistecircncia agrave compressatildeo

Elevada resistecircncia agrave traccedilatildeo Sensibilidade agrave fluecircncia e accedilatildeo

dos raios ultra violetas

Boa resistecircncia ao choque desgaste e

vibraccedilotildees Dificuldade de moldagem

Boa resistecircncia a altas temperaturas e a

quiacutemicos Absorccedilatildeo de humidade

113 Tiago Pais Boto

6 Exemplos de casos praacuteticos de reparaccedilatildeo e reforccedilo

61 Cais de carga geral do porto de Aveiro

Figura 6-1 Vista do Cais de Carga do porto de Aveiro (LOURENCcedilO Z 2007)

Descriccedilatildeo da obra

O cais do Porto de Aveiro situa-se na faixa da costa dentro do limite da largura maacutexima legal

do domiacutenio puacuteblico mariacutetimo Este contem cinco zonas portuaacuterias designadas por Terminal

Norte Terminal Sul Terminal de Graneis Liacutequidos Porto de Pesca Costeira e Porto de Pesca

do Largo A intervenccedilatildeo eacute direcionada para as zonas de mareacute e de salpicos da viga frontal do

Cais de Carga Geral este tem um comprimento de 250 metros e a aacuterea total de betatildeo armado

a ser protegida foi de 1046 m2

Inspeccedilotildees Ensaios Anomalias patologias

O ensaio submetido ao cais de carga geral foi a mediccedilatildeo nos pontos de monitorizaccedilatildeo (zona 1

zona 2 e zona 3) do potencial natural

Como esperado os valores mais negativos foram verificados na zona 3 onde a concentraccedilatildeo de

humidade no betatildeo era superior Jaacute os valores menos negativos foram registados na zona 1

zona de salpicos onde a concentraccedilatildeo de humidade eacute inferior e com maior concentraccedilatildeo de

oxigeacutenio

Jaacute no decorrer da obra foram efetuados os seguintes testes antes da betonagem

- Verificaccedilatildeo da continuidade eleacutetrica das armaduras em cada secccedilatildeo

- Continuidade eleacutetrica das ligaccedilotildees catoacutedicas

- Continuidade eleacutetrica entre as ligaccedilotildees anoacutedicas na mesma zona

114

Antes durante e depois da betonagem foram realizados testes para verificaccedilatildeo da ausecircncia de

curto-circuito entre fitas de acircnodo e a armadura Estes testes foram realizados atraveacutes da

mediccedilatildeo da resistecircncia e do potencial entre as ligaccedilotildees anoacutedicas e catoacutedicas em cada

zonasecccedilatildeo

Figura 6-2 Corte da viga frontal com a ilustraccedilatildeo das diferentes zonas anoacutedicas do sistema de

proteccedilatildeo catoacutedica (LOURENCcedilO Z 2007)

Intervenccedilatildeo realizada

Um sistema de proteccedilatildeo catoacutedica foi utilizado nesta intervenccedilatildeo constituiacutedo por fitas de malha

de Titacircnio ativado revestida com oacutexidos de metais nobre (TiMMO) com 20 mm de largura e

05 mm de espessura As fitas foram instaladas com espaccedilamento de 250 mm garantido atraveacutes

de espaccediladores apropriados de modo a evitar curto-circuitos e ligadas atraveacutes de soldadura por

pontos a uma outra fita de Titacircnio distribuidor da corrente Os eleacutetrodos de referecircncia

utilizados foram de MnMnO2 sendo fixos nas armaduras com a ajuda de braccediladeiras de

plaacutestico

Para um melhor controlo da informaccedilatildeo gerada e controlo da corrente as trecircs zonas iniciais de

monitorizaccedilatildeo foram subdivididas em subzonas

De modo a que a intensidade de corrente de cada zona se mantivesse constante o sistema foi

carregado em modo de corrente constante permitindo tambeacutem assim que a tensatildeo de saiacuteda de

cada fonte de alimentaccedilatildeo varie automaticamente em funccedilatildeo da resistividade do betatildeo

A monitorizaccedilatildeo e controlo do sistema eacute feito atraveacutes de uma unidade central constituiacuteda

essencialmente por trecircs fontes de alimentaccedilatildeo (uma por zona) voltiacutemetros e amperiacutemetros para

mediccedilatildeo da intensidade da corrente e da voltagem fornecida e voltiacutemetro de alta impedacircncia

para mediccedilatildeo dos potenciais de eleacutetrodo (LOURENCcedilO Z 2007)

115 Tiago Pais Boto

Figura 6-3 Instalaccedilatildeo das fitas de malha de TiMMO (LOURENCcedilO Z 2007)

Figura 6-4 Unidade Central de controlo e monitorizaccedilatildeo (LOURENCcedilO Z 2007)

Ficha teacutecnica e estado atual da obra (conclusotildees)

Decidiu-se efetuar dois ciclos de polarizaccedilatildeodespolarizaccedilatildeo com duraccedilatildeo de dois meses cada

ciclo de polarizaccedilatildeo e 72 horas cada ciclo de despolarizaccedilatildeo Verificou-se que os valores do

decrescimento de potencial ao fim do primeiro ciclo foram inferiores a 100mV portanto

116

decidiu-se aumentar a corrente fornecida a cada sub zona no segundo ciclo de despolarizaccedilatildeo

A tabela 61 apresenta os valores de potencial polarizado (instante OFF) e do decrescimento do

potencial obtidos em cada sub zona

Tabela 6-1 Resultados obtidos durante dois ciclos de polarizaccedilatildeo despolarizaccedilatildeo

(LOURENCcedilO Z 2007)

Tabela 6-2 Meacutedia dos valores de decrescimento de potencial obtido em cada zona e em cada

ciclo de polarizaccedilatildeo (LOURENCcedilO Z 2007)

Em comparaccedilatildeo com o maacuteximo de 2 mAm2 recomendado na Norma Europeia estes resultados

mostram que a densidade de corrente necessaacuteria nesta estrutura para a obtenccedilatildeo de 100 mV de

decrescimento de potencial ao fim de 72 h de despolarizaccedilatildeo eacute da ordem de 35 mA m2 Mas

sendo que o sistema foi dimensionado para receber densidades de corrente muito superiores aos

valores recomendados pela Norma Europeia natildeo existiu qualquer problema de durabilidade

117 Tiago Pais Boto

dos acircnodos e dos restantes componentes do sistema (LOURENCcedilO Z 2007)

Figura 6-5 Meacutedia dos valores do decrescimento do potencial (72 h) em funccedilatildeo da densidade de

corrente (LOURENCcedilO Z 2007)

62 Viaduto Duarte Pacheco

Figura 6-6 Vista geral viaduto Duarte Pacheco (httpwwwpanoramiocom 2014)

118

Descriccedilatildeo da obra

O Viaduto Duarte Pacheco eacute um viaduto de acesso a Lisboa vindo da autoestrada A5 Tem um

tabuleiro com 355m de desenvolvimento e 24 metros de largura Foi projetado em 1937 pelo

Engenheiro Joatildeo Alberto Barbosa Carmona e a obra teve iniacutecio em Abril de 1939 e concluiacuteda

em Dezembro de 1944 (APPLETON J et al 2004)

A estrutura realizada na sua maioria em betatildeo armado eacute composta em 5 partes

Duas passagens superiores em arco uma sobre a linha de caminho-de-ferro e outra sobre

a Avenida do Parque Florestal de Monsanto

Um arco central sobre a Avenida de Ceuta

Dois viadutos com uma extensatildeo de 8580 m entre eixos de vigas contiacutenuas de 5 tramos

com 1635 m de vatildeo apoiadas em pilares articulados longitudinalmente

Figura 6-7 Alccedilado do Viaduto Duarte Pacheco (APPLETON J et al 2004)

Inspeccedilotildees Ensaios Anomalias

Em 1993 e 1994 o LNEC realizou uma inspeccedilatildeo visual onde se detetou fendilhaccedilatildeo de

geometria irregular e fendilhaccedilatildeo orientada com as armaduras longitudinais o que originou a

despassivaccedilatildeo das armaduras e alguma corrosatildeo nas mesmas Da anaacutelise efetuada em amostras

de betatildeo com recurso a raio X foram detetadas reaccedilotildees expansivas no betatildeo nomeadamente

reaccedilotildees aacutelcalis-siacutelica e etringite Em algumas zonas a carbonataccedilatildeo jaacute era significativa

aproximando-se da profundidade das armaduras

Os ensaios de composiccedilatildeo do betatildeo confirmaram a presenccedila de inertes reativos em toda a obra

Os ensaios de humidade indicam que a humidade relativa no interior dos elementos estruturais

eacute superior a 85 Os ensaios de reatividade potencial dos aacutelcalis concluiacuteram que estas reaccedilotildees

estatildeo praticamente terminadas (APPLETON J et al 2004)

119 Tiago Pais Boto

Figura 6-8 Fendilhaccedilatildeo das reaccedilotildees alcali-siacutelica no betatildeo nas vigas do tabuleiro

(APPLETON J et al 2004)

Intervenccedilatildeo realizada

A reabilitaccedilatildeo orientada para suprimir as patologias detetadas foi dividida em 8 fases de

trabalho (APPLETON J et al 2004)

1ordf Reparaccedilatildeo local das zonas com indiacutecios de corrosatildeo de armaduras reconstruindo o

betatildeo da camada superficial com microbetatildeo ou argamassas preacute-doseadas Em zonas

com extensatildeo significativa foi previsto o reforccedilo com malha de accedilo galvanizado que tem

o objetivo de controlar reduzindo a abertura de fendas devidas a novas reaccedilotildees

expansivas

2ordf Reparaccedilatildeo das zonas com fendilhaccedilatildeo acentuada (em particular em pilares e arcos)

provocada pelas reaccedilotildees expansivas com ou sem corrosatildeo de armaduras Nas fendas de

abertura superior a 10 mm foi realizado o seu preenchimento com calda de cimento e a

selagem do bordo com poliuretano (figura 3) As fendas com abertura entre 04 mm e

10 mm foram somente seladas

3ordf Proteccedilatildeo da estrutura em relaccedilatildeo ao mecanismo de corrosatildeo de armaduras e controlo

das reaccedilotildees expansivas aacutelcalis-siacutelica Neste efeito de proteccedilatildeo eacute essencial a eficaacutecia no

controlo das trocas de humidade entre o ambiente exterior e a estrutura de betatildeo Assim

o sistema deveraacute eliminar a penetraccedilatildeo de aacutegua para o interior do betatildeo ao mesmo tempo

que possibilita a saiacuteda de vapor de aacutegua do interior do betatildeo para o meio exterior

Paralelamente o sistema de proteccedilatildeo superficial deveraacute ainda garantir uma adequada

proteccedilatildeo em relaccedilatildeo agrave penetraccedilatildeo de aniacutedrico carboacutenico (CO2) e deveraacute possuir

capacidade de deformaccedilatildeo para absorver sem fendilhar as deformaccedilotildees expansivas (e

abertura de fendas) devidas agraves reaccedilotildees aacutelcalis-siacutelica Assim este sistema de proteccedilatildeo

superficial multi barreiras eacute composto pelos seguintes elementos

-Impregnaccedilatildeo hidrofugante sistema aplicado por projeccedilatildeo e que penetra na estrutura

porosa superficial do betatildeo revestindo os poros e repelindo a aacutegua

-Barramento das fendas incorporando malha de fibras de vidro

-Pintura (revestimento espesso e flexiacutevel) aplicado pelo menos em duas dematildeos

cruzadas e com maior espessura nos seguintes elementos arcos centrais pilares sobre

os arcos centrais pilastras dos arcos centrais e vigas exteriores do tabuleiro (espessura

superior ou igual a 500 μm)

120

Figura 6-9 Fendilhaccedilatildeo em pilar e trabalho de injeccedilatildeo (APPLETON J et al 2004)

4ordf Reabilitaccedilatildeo de apoios

Figura 6-10 Reabilitaccedilatildeo de apoios moveis (APPLETON J et al 2004)

5ordf Substituiccedilatildeo de apoios moacuteveis

Figura 6-11 Substituiccedilatildeo de apoios moacuteveis bloqueados e deformados (APPLETON J et al

2004)

121 Tiago Pais Boto

6ordf Reforccedilo das vigas externas do tabuleiro com laminados de fibras de carbono

Figura 6-12Reforccedilo com laminados de fibra de carbono (APPLETON J et al 2004)

7ordf Reconstruccedilatildeo das lajes consola dos passeios A laje consola tinha apenas uma espessura

de 007 m o que dificultaria a sua reparaccedilatildeo Assim foi considerado que a sua

reconstruccedilatildeo seria mais apropriada tendo entatildeo a espessura da nova laje sido de 010 m

Na figura 7 ilustram-se os trabalhos de reconstruccedilatildeo dessas lajes

Figura 6-13Reconstruccedilatildeo das lajes consola e dos passeios (APPLETON J et al 2004)

8ordf Trabalhos diversos tais como reconstruccedilatildeo dos topos das pilastras zonas de apoio das

vigas repavimentaccedilatildeo do tabuleiro requalificaccedilatildeo do sistema de drenagem de aacuteguas

pluviais introduccedilatildeo de um sistema de impermeabilizaccedilatildeo

122

Ficha teacutecnica e estado atual da obra

A intervenccedilatildeo foi realizada em 200203 e ficou a cargo do empreiteiro Construtora do Tacircmega

Foram reparados 1930m2 de aacuterea deteriorada o sistema de proteccedilatildeo foi aplicado em 44000m2

Utilizaram-se 968m de laminados para reforccedilo (Saraiva J 2007)

Figura 6-14Vista geral do viaduto Duarte Pacheco apoacutes intervenccedilatildeo (APPLETON J et al

2004)

63 Reabilitaccedilatildeo da ponte cais da Trafaria

Figura 6-15 Ponte Cais da Trafaria (a2p estudos e projetos 2004)

123 Tiago Pais Boto

Descriccedilatildeo da obra

A Ponte Cais construiacuteda em 1983 eacute utilizada para o aprestamento de navios de transporte dos

cereais Eacute constituiacuteda por 9 caixotildees com 210m de largura e 120m de desenvolvimento sobre

os quais apoiam 8 lajes vigadas com 204m de comprimento e 190m de largura Estes satildeo em

betatildeo armado e as lajes vigadas em betatildeo armado preacute-esforccedilado A ponte inclui 3 duques

DrsquoAlba e respetivas passagens para peotildees constituiacutedos por vigas simplesmente apoiadas com

vatildeos que variam entre 22m e 42m (a2p estudos e projetos 2004)

Inspeccedilotildees ensaios e anomalias

Uma inspeccedilatildeo visual mostrou que alguns paineacuteis de laje tinham o betatildeo da face inferior

totalmente delaminado e nalgumas vigas as bainhas de preacute-esforccedilo estavam jaacute aparentes e

sujeitas agrave livre corrosatildeo Constatou-se que as vigas mais altas que estavam em contacto com a

aacutegua por terem um niacutevel de humidade permanente mais elevado se encontravam menos

deterioradas que as vigas mais baixas (poros saturados fazem diminuir a quantidade de oxigeacutenio

junto das armaduras limitando a progressatildeo da corrosatildeo)

Devido aacute elevada exposiccedilatildeo do ambiente mariacutetimo verificou-se a corrosatildeo geral nas armaduras

causada por cloretos Os ensaios concluiacuteram que o valor criacutetico de concentraccedilatildeo de cloretos

situava-se aos 45mm de profundidade

Inclusivamente devido ao elevado estado de deterioraccedilatildeo em 2004 uma das vigas das

passagens de peotildees colapsou com uma rotura fraacutegil O colapso aconteceu apenas para a accedilatildeo

das cargas permanentes Realizou-se uma anaacutelise estrutural que permitiu concluir que tal soacute

podia acontecer com a rotura de dois cabos de preacute-esforccedilo Ensaios posteriores agrave calda de

injeccedilatildeo dos cabos permitiu concluir que esta se encontrava totalmente contaminada com

cloretos que resultou num estado avanccedilado de corrosatildeo dos cordotildees de preacute-esforccedilo (Saraiva J

2007)

Figura 6-16 Estado de degradaccedilatildeo da estrutura (a2p estudos e projetos 2004)

124

Intervenccedilatildeo realizada

Reparaccedilatildeo global com encamisamento da estrutura com microbetatildeo de alta durabilidade de

modo a garantir o recobrimento das armaduras de 50mm complementado por uma proteccedilatildeo

superficial de pintura epoxiacutedica

Para o encamisamento das vigas o empreiteiro estudou a hipoacutetese de utilizar microbetatildeo

autocompactaacutevel ou com inertes preacute-colocados seguidos de injeccedilatildeo de calda de cimento A

necessidade de recorrer a uma destas teacutecnicas relacionava-se com a dificuldade de acesso e

orientaccedilatildeo das superfiacutecies a betonar Realizaram-se testes num modelo agrave escala 11 para

comparar as teacutecnicas e adotou-se a utilizaccedilatildeo de microbetatildeo autocompactaacutevel Esta escolha

deveu-se ao facto que nas condiccedilotildees de execuccedilatildeo era inviaacutevel recorrer a meios de vibraccedilatildeo

mecacircnicos Para aleacutem disso o betatildeo com agregados preacute-colocados originava uma camada

superficial de betatildeo soacute com calda de cimento devido ao agrave deposiccedilatildeo dos agregados

Na face inferior das lajes comeccedilou por se utilizar projeccedilatildeo de betatildeo mas foram detetadas

algumas deficiecircncias na interface de ligaccedilatildeo ao substrato Abandonou-se esta teacutecnica e tambeacutem

aqui se adotou o betatildeo autocompactaacutevel tendo-se realizado furos na laje para colocaccedilatildeo do

betatildeo a partir da face superior da laje e purga do ar apoacutes colocaccedilatildeo de cofragem fixa na face

inferior

A remoccedilatildeo de betatildeo deteriorado foi realizada por fases para manter a ancoragem das armaduras

As passagens de peotildees foram substituiacutedas por novas estruturas de elevada durabilidade (betatildeo

de alto desempenho recobrimento miacutenimo de 50 mm e protecccedilatildeo superficial com pintura

acriacutelica) pois a sua reabilitaccedilatildeo natildeo era economicamente viaacutevel

Figura 6-17 Intervenccedilotildees nas vigas da ponte cais da Trafaria (a2p estudos e projetos 2004)

Ficha teacutecnica da obra e estado atual

A intervenccedilatildeo foi realizada em 2005 com um custo total de 1250000euro sendo reparados 4469

m2 de aacuterea de viga e 490 m2 de aacuterea de laje Para a proteccedilatildeo geral das superfiacutecies reparadas

utilizou-se uma tinta agrave base de resina eacutepoxy da International Paint com nome Interzone B54

com espessura superior de 300 μm que faz cura debaixo de aacutegua Em zonas onde natildeo se aplicou

nova camada de betatildeo mas se detetou a existecircncia de fendas com abertura superior a 02 mm

125 Tiago Pais Boto

aplicou-se revestimento com tinta Sikagard 255 (tinta de resina eacutepoxy muito flexiacutevel e

resistente) armada com tela de fibra de vidro Sika TX 270 (Saraiva J 2007)

O betatildeo autocompactaacutevel apresentava as seguintes caracteriacutesticas

Classe de resistecircncia miacutenima C3545

Quantidade de cimento 300lt clt 400 kgmsup3

Relaccedilatildeo aacutegua cimento aclt 04

Maacuteximo diacircmetro de inerte lt10 mm

O betatildeo adotado tinha a seguinte composiccedilatildeo

Cimento tipo I 425 com 355 kgm3 177 kgm3 de cinzas volantes 195 kgm3 de escoacuterias

relaccedilatildeo aacutegua cimento ac=027 (Saraiva J 2007)

64 Reabilitaccedilatildeo da ponte de Arraacutebida

Figura 6-18 Vista geral Ponte da Arraacutebida (Gaiurb 2015)

Descriccedilatildeo da obra

A ponte da Arraacutebida foi concluiacuteda em 1963 e inaugurada a 22 de Junho do mesmo ano O

projeto e direccedilatildeo estiveram a cargo do Prof Engordm Edgar Cardoso (Porto XXI 2015)

O desenvolvimento total da ponte eacute de 49320 m com um arco de 270 m de corda e 52 m de

flecha O tabuleiro em laje vigada com 12 vigas tem uma largura de 25 m e vatildeos de 2120 m

O tabuleiro apoia em cada alinhamento transversal com 4 pilares atraveacutes de carlingas Na zona

do Rio as accedilotildees satildeo transmitidas pelos pilares a dois arcos geacutemeos com 8m de largura cada e

secccedilatildeo em caixatildeo bicelular (APPLETON J et al 2002)

Inspeccedilotildees ensaios e anomalias

A inspeccedilatildeo visual originou um mapeamento das anomalias representado na figura seguinte

126

Figura 6-19 Ilustraccedilatildeo do mapeamento das Patologias (APPLETON J et al 2002)

Em simultacircneo com a inspeccedilatildeo visual realizou-se o ensaio de deteccedilatildeo de delaminaccedilatildeo por

precursatildeo com martelo nas superfiacutecies de betatildeo que comprovou a extensa delaminaccedilatildeo do betatildeo

e armaduras agrave vista que se observam nas vigas do tabuleiro em especial na zona sobre o arco

Constatou-se tambeacutem que grande parte da corrosatildeo de armaduras ocorre em locais de juntas de

betonagem ou locais de deficiente colocaccedilatildeo e vibraccedilatildeo do betatildeo traduzidas por segregaccedilatildeo dos

inertes e em locais de recobrimento muito pequeno (APPLETON J et al 2002)

Para o efeito e tendo em conta a diversidade de elementos estruturais as diferentes condiccedilotildees

de exposiccedilatildeo e as diferentes condiccedilotildees de acesso definiram-se e selecionaram-se um conjunto

de regiotildees representativas da totalidade da estrutura (figura seguinte) Em cada uma dessas

regiotildees realizaram-se os seguintes ensaios (APPLETON J et al 2002)

a Observaccedilatildeo topograacutefica da obra para se verificar a sua conformidade dimensional com

o projeto incidindo especialmente no nivelamento geomeacutetrico do tabuleiro

configuraccedilatildeo e posiccedilatildeo dos arcos e observaccedilatildeo da verticalidade dos pilares

b Deteccedilatildeo de armaduras e mediccedilatildeo do seu recobrimento (394msup2 que correspondem a

cerca de 05 da aacuterea exposta de betatildeo) utilizando sensores magneacuteticos e um

microprocessador

c Determinaccedilatildeo da profundidade da carbonataccedilatildeo (86 mediccedilotildees) em pequenas carotes

furos e superfiacutecies de fratura aplicando uma soluccedilatildeo alcooacutelica de fenolftaleiacutena

d Determinaccedilatildeo do teor em cloretos (expresso em percentagem da massa do betatildeo) a

vaacuterias profundidades (44 perfis de cloretos) por recolha de poacute de betatildeo obtido por

furaccedilatildeo com broca e utilizaccedilatildeo de equipamento standard

e Ensaios de caracterizaccedilatildeo do betatildeo envolvendo extraccedilatildeo de 16 carotes para realizaccedilatildeo

de

-Ensaios de resistecircncia e mediccedilatildeo do moacutedulo de elasticidade (7 ensaios)

-Ensaios de avaliaccedilatildeo da qualidade do betatildeo absorccedilatildeo por imersatildeo (3) absorccedilatildeo por

capilaridade (5) e permeabilidade (5)

127 Tiago Pais Boto

-Anaacutelise petograacutefica mineraloacutegica e microestrutural com vista a avaliar a estrutura

interna do betatildeo e eventuais reaccedilotildees quiacutemicas expansivas do betatildeo (3 provetes)

f Ensaio de escleroacutemetros (83) para avaliar a homogeneidade do betatildeo e a sua dureza

superficial Ensaios de avaliaccedilatildeo do grau e estado de corrosatildeo das armaduras

envolvendo Mediccedilatildeo do potencial eleacutetrico (6 malhas)

g Mediccedilatildeo da resistividade do betatildeo (6 zonas)

h Mediccedilatildeo da resistecircncia de polarizaccedilatildeo para avaliar a velocidade da corrosatildeo em μmano

(5 locais)

i Ensaios de traccedilatildeo de varotildees de accedilo (6 provetes)

j Avaliaccedilatildeo das caracteriacutesticas dinacircmicas da Ponte

Figura 6-20 Localizaccedilatildeo das zonas ensaiadas (APPLETON J et al 2002)

O estado de deterioraccedilatildeo da Ponte em funccedilatildeo das inspeccedilotildees e ensaios concluiu-se que

- A profundidade de carbonataccedilatildeo eacute apenas de 5 mm

- A penetraccedilatildeo de cloretos eacute muito pequena em geral com exceccedilatildeo das zonas onde se verificam

deficiecircncias de betonagem onde a contaminaccedilatildeo por cloretos atinge 008 do peso do betatildeo a

uma profundidade de 250 cm De referir que um valor de referecircncia do teor criacutetico em cloretos

valor a partir do qual as armaduras satildeo despassivadas eacute de 005

-A corrosatildeo de armaduras associada agrave carbonataccedilatildeo do betatildeo soacute ocorre em locais onde o

recobrimento for muito pequeno (inferior a 610 mm) e a corrosatildeo de armaduras associada agrave

penetraccedilatildeo de cloretos se estaacute a desenvolver na Ponte constituindo o principal mecanismo de

deterioraccedilatildeo o qual eacute jaacute especialmente gravoso nas zonas onde as deficiecircncias de betonagem

conduziram a uma qualidade inferior para o betatildeo

-Os ensaios de resistecircncia agrave compressatildeo conduziram a valores de 5260 a 7850 MPa Os ensaios

de avaliaccedilatildeo da qualidade do betatildeo revelaram que a composiccedilatildeo adotada era muito boa

-A realizaccedilatildeo da anaacutelise petrograacutefica revelou uma pasta de cimento muito compacta e a

inexistecircncia de reaccedilotildees expansivas no betatildeo e permitiu identificar a natureza dos inertes

-Apesar de ter sido utilizado na Ponte da Arraacutebida um betatildeo de alta qualidade e das superfiacutecies

do betatildeo terem sido protegidos por pintura a Ponte apresenta apoacutes 35 anos de serviccedilo uma

128

deterioraccedilatildeo significativa devida agrave corrosatildeo de armaduras associada agrave penetraccedilatildeo de cloretos

nas zonas onde ocorrem deficiecircncias de betonagem (APPLETON J et al 2002)

Intervenccedilatildeo realizada

Realizou-se uma proteccedilatildeo superficial geral da obra com tinta acriacutelica de base aquosa de

espessuras compreendidas entre 180 μm e 250 μm

Realizou-se um sistema de proteccedilatildeo diferenciado reforccedilado nas zonas de deficiecircncias de

betonagem (juntas de construccedilatildeo e zonas de deficiente compactaccedilatildeo) e com uma espessura

superior na zona da Ponte em relaccedilatildeo agrave aos viadutos

As zonas em que as armaduras estatildeo expostas e as zonas em que o betatildeo estaacute delaminado foi

reparado o local com substituiccedilatildeo do betatildeo e com novas argamassas de base cimentiacutecia

repassivando assim as armaduras Os pilares sobre os arcos junto ao fecho nas zonas

fendilhadas e delaminadas e aplicou-se uma junta com selante deformaacutevel por forma a permitir

a rotaccedilatildeo das secccedilotildees de topo e base dos pilares

A reabilitaccedilatildeo geral contempla ainda a reformulaccedilatildeo do sistema do pavimento do tabuleiro

incluindo a sua impermeabilizaccedilatildeo a reformulaccedilatildeo do sistema de drenagem e a substituiccedilatildeo das

juntas de dilataccedilatildeo A intervenccedilatildeo inclui ainda a instalaccedilatildeo de um sistema de monitorizaccedilatildeo

especialmente focado na observaccedilatildeo do processo de deterioraccedilatildeo que conduz agrave corrosatildeo de

armaduras pelo que foram instaladas ceacutelulas de corrosatildeo nas zonas atualmente satildes e nas zonas

sujeitas a reparaccedilatildeo local em especial na estrutura do tabuleiro

Figura 6-21 Corrosatildeo das armaduras (APPLETON J et al 2002)

Ficha teacutecnica da obra e estado atual

129 Tiago Pais Boto

A intervenccedilatildeo foi realizada em 2002 e ficou a cargo do empreiteiro Teixeira Duarte Teve um

custo de 4524000euro sendo que deste valor 964200euro corresponderam agrave pintura geral e 359700euro

agrave reparaccedilatildeo Foram reparados 3650 m2 de aacuterea deteriorada e 150 m de fendas O sistema de

protecccedilatildeo foi aplicado em 65000 m2

130

7 CONCLUSOtildeES E DESENVOLVIMENTOS FUTUROS

71 CONCLUSOtildeES

Ao longo desta dissertaccedilatildeo foram abordadas as vaacuterias etapas constituintes num projeto

de reparaccedilatildeo e reforccedilo em estruturas de betatildeo armado Descreveram-se as principais teacutecnicas

de reforccedilo estrutural dando especial atenccedilatildeo agrave sua aplicaccedilatildeo nalguns elementos estruturais

nomeadamente vigas e pilares Sendo que este trabalho padece de componente pratica eou

laboratorial tentou-se sistematizar o complexo processo de um projeto deste acircmbito de modo

a que a presente dissertaccedilatildeo possa servir de complemento bibliograacutefico ao projetista

Foram referenciadas as normas e regulamentos mais importantes e descreveram-se os

principais ensaios in situ e laboratoriais usados para caracterizar e avaliar o estado da estrutura

Em seguida expuseram-se as patologias e os mecanismos de deterioraccedilatildeo mecacircnicos fiacutesicos e

quiacutemicos mais recorrentes nas estruturas de betatildeo armado Refere-se ainda a metodologia geral

de intervenccedilatildeo a seguir assim como os principais aspetos teacutecnicos a considerar neste tipo de

intervenccedilatildeo nomeadamente mecanismos de transferecircncia de tensotildees

De um modo geral no penuacuteltimo capiacutetulo descreveu-se as principais teacutecnicas de reforccedilo

salientando-se o reforccedilo atraveacutes de materiais compoacutesitos empregues atualmente tais como os

CFRP que possibilitam acreacutescimos elevados na capacidade resistente Realccedilou-se este tipo de

reforccedilo tambeacutem por apresentar um baixo impacto arquitetoacutenico e ser faacutecil aplicaccedilatildeo embora

exija matildeo-de-obra especializada

No uacuteltimo capitulo como jaacute referido anteriormente a ausecircncia de componente praacutetica

nesta dissertaccedilatildeo foram expostos quatro casos praacuteticos de reparaccedilatildeo e reforccedilo em estruturas de

betatildeo armado localizadas em Portugal

Por fim com base no ACI 440 e ACI 318 foram abordadas consideraccedilotildees gerais de

dimensionamento de reforccedilo agrave flexatildeo e ao corte com recurso a FRP (apresentadas no anexo)

Assim torna-se visiacutevel que um estudo criterioso da estrutura existente em conjunto com

o conhecimento dos materiais e teacutecnicas de reforccedilo pode conduzir a intervenccedilotildees viaacuteveis

economicamente e com pouco impacto na estrutura intervencionada Podendo concluir que a

reparaccedilatildeo e reforccedilo de estruturas de betatildeo armado eacute atualmente uma ciecircncia dominada com

apoio normativo e teacutecnicas bastante evoluiacutedas bastante completo comprovado com obras

realizadas de grande sucesso

72 DESENVOLVIMENTOS FUTUROS

Os desenvolvimentos que se consideram mais importantes a realizar no acircmbito desta temaacutetica

satildeo os seguintes

Recolha de novas teacutecnicas de reparaccedilatildeo e reforccedilo agrave medida que sejam realizados novos

trabalhos de investigaccedilatildeo

Elaboraccedilatildeo de um caso praacutetico de reforccedilo numa estrutura real usando por exemplo o

reforccedilo com recurso a FRP e seguindo a metodologia do ACI 440 e ACI 318

131 Tiago Pais Boto

Elaboraccedilatildeo de um manual de dimensionamento para as diversas teacutecnicas aqui

abordadas

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ACI COMMITTEE 364 ACI 3641 R-94 - Guide for Evaluation of Concrete Structures

Prior to Rehabilitation American Concrete Institute 1999

ACI COMMITTEE 318 ACI 318M-05 - BUILDING CODE REQUIREMENTS FOR

STRUCTURAL CONCRETE AND COMMENTARY American Concrete Institute 2005

ACI COMMITTEE 440 ACI 4402R-08 - Guide for the Design and Construction of

Externally Bonded FRP Systems for Strengthening Concrete Structures American Concrete

Institute 2008

AFONSO F P O mercado da reabilitaccedilatildeo Enquadramento relevacircncia e perspectivas

Associaccedilatildeo de Empresas de Construccedilatildeo Obras Puacuteblicas e Serviccedilos Lisboa 2009

AZEVEDO D ldquoReforccedilo de Estruturas de Betatildeo com Colagem de Sistemas Compoacutesitos

CFRP ndash Recomendaccedilotildees para Dimensionamentordquo Faculdade de Engenharia da

Universidade do Porto Novembro 2008

APPLETON J amp COSTA A Disciplina de Reabilitaccedilatildeo e Reforccedilo de Estruturas Lisboa

Instituto Superior Teacutecnico 2011

APPLETON J COSTA A DELGADO J GRAVE DOS SANTOS J PEDRINHO

VITOR ldquoReabilitaccedilatildeo do viaduto Duarte Pachecordquo Encontro Nacional de Betatildeo

Estrutural 2014

ATTARD M M SETUNGE S ldquoStress-strain relationship of confined and unconfined

concreterdquo Material Journal ACI 93(5) 432-444 1996

APPLETON Juacutelio ldquoInspecccedilatildeo Avaliaccedilatildeo e Reabilitaccedilatildeo da Ponte da Arraacutebidardquo Estradas

2002 2ordm Congresso Rodoviaacuterio Portuguecircs Lisboa Novembro 2002

APPLETON Juacutelio FRIAS Fernando MOURA Rita ldquoReparaccedilatildeo da Ponte da Arraacutebida

Sobre o Rio Estruturas 2002 Lisboa 2002

ABOUTAHA RS ENGELHARDT M D JIRSA JO and ME Kreger

Rehabilitation of Shear Critical Columnsusing Rectangular Steel Jacket ACI Structural

Journal January-February 1999 pp6 8 -78

BUNGEY JH Testing Concrete in Structures A guide to equipment for testing concrete

structures CIRIA technical note 143 CIRIA ndash Construction Industry Research and

Information Association London 1992

132

BRETT A M O BRETT C M A ldquoElectroquiacutemica ndash Princiacutepios meacutetodos e

aplicaccedilotildeesrdquo Oxford University Press 1993

BASF ldquoReforccedilando Estruturas com a Utilizaccedilatildeo do Sistema Compoacutesito Estrutural de

Fibras de Carbono MBracerdquo BASF Construction Chemical 2007

BOUVIER Charlotte A C ldquoTechniques of Seismic Retrofitting For Concrete Structuresrdquo

Submitted to the department of civil and environmental engineering requirements for the

degree of marter of engineering in Civil and Environmental Engineering at the

Massachusetts Institute of Technology (MIT) June 2003

COacuteIAS V Construccedilatildeo nova e reabilitaccedilatildeo satildeo coisas diferentes Greacutemio das Empresas de

Conservaccedilatildeo e Restauro do Patrimoacutenio Arquitectoacutenico Lisboa 2009

COacuteIAS Victor Outubro 2006 Inspeccedilotildees e Ensaios na reabilitaccedilatildeo de edifiacutecios Instituto

Superior Teacutecnico Lisboa

COacuteIAS V Inspecccedilotildees e Ensaios na Reabilitaccedilatildeo de Edifiacutecios Lisboa IST PRESS Agosto

2009

COMITEacute EURO-INTERNACIONAL DU BETOacuteN Bulletin drsquoinformation nordm 162 ndash

Assessment of Concrete Structures and Design Procedures for Up-grading (redesign)

Prague October 1983

COMITEacute EURO-INTERNACIONAL DU BETOacuteN Bulletin drsquoinformation nordm 213214

ndash CENFIP Model Code 1990 Lausanne Maio 1993

COSTA A ldquoPatologia do Betatildeo Armado Teacutecnicas de diagnoacutesticordquo Ciclos de Acccedilotildees de

Formaccedilatildeo em Reabilitaccedilatildeo de Estruturas Ordem dos Engenheiros 21 a 23 Marccedilo 2007

COSTA A ldquoDurabilidade Estruturas de Betatildeordquo Ciclos de Acccedilotildees de Formaccedilatildeo em

Reabilitaccedilatildeo de Estruturas Ordem dos Engenheiros 21 a 23 Marccedilo 2007

COSTA A ldquoPatologia do Betatildeo Armado ndash Modelaccedilatildeo da Deterioraccedilatildeordquo - Reabilitaccedilatildeo

e Reforccedilo de Estruturas Instituto Superior Teacutecnico 2007

COSTA A J Appleton ldquoAssessment and Repair of a ConcreteDockyardrdquo IABSE

Symposium - Rio de Janeiro - August 25-27 1999

COSTA A J Appleton ldquoMecanismos de deterioraccedilatildeo das estruturas de betatildeo armadordquo

Departamento de Engenharia Civil Grupo de estruturas de betatildeo armado e preacute-esforccedilado

1999

COSTA Antoacutenio ldquoDurabilidade de estruturas de betatildeo armado em ambiente mariacutetimordquo

Tese de Doutoramento Instituto Superior Teacutecnico 1997

COSTA A APPLETON J ldquoCase studies of concrete deterioration in a marine

environment in Portugalrdquo Cement amp Concrete Composites 24 pp 169-179 2002

133 Tiago Pais Boto

CASTRO J e MARTINS J M Patologias do betatildeo reparaccedilatildeo e reforccedilo de estruturas

serie reabilitaccedilatildeo 1ordf ediccedilatildeo 2006

CHAI Y H PRIESTLEY M J N and SEIBLE F Seismic Retrofit of Circular Bridge

Columns for Enhanced Flexural Performance ACI Structural Journal Sept-Oct 1991 p

574

DASCHNER F rdquoNotwendige Schubbewehrung zwischen Betonfertigteilen und Ortbetonrdquo

-Literaturschau Teil 2ordm Laborversuche Universitat Munchen 1976

Department of Defense United States of America Unified Facilities Criteria (UFC)

ldquoElectrical Engineering Cathodic Protectionrdquo 16 de Janeiro de 2004 disponiacutevel em

[httpwwwwbdgorgccbDODUFCufc_3_570_02npdf] acedido em Abril de 2007]

Department of Trade and Industry ldquoResidual life Models for Concrete Repair ndash

Assessment of the Concrete Repair Processrdquo BRE Client report number OCT 02 Draft

2002

Department of the Army US Army Corps of Engineers Public Works Technical Bulletin

No 420-49-37 ldquoCathodic Protection ndash Anode Selectionrdquo 15 Junho 2002

DAILY S F rdquoUsing Cathodic Protection to Control Corrorsion of Reinforced Concrete

Structures in Marine Environmentsrdquo Corrpro Companies Inc Techinical Papers

DA SILVA SOUSA Aacutelvaro Fernando ldquoReparaccedilatildeo reabilitaccedilatildeo e reforccedilo de estruturas

de betatildeo armadordquo Dissertaccedilatildeo em Engenharia Civil ndash Especializaccedilatildeo em Estruturas FEUP-

faculdade de engenharia da universidade do porto 2008

DAUDEY X and FILIATRAULT A Seismic Evaluation and Retrofit with Steel Jackets

of Reinforced Concrete Bridge Piers Detailed with Lap-Splices Canadian Journal of Civil

Engineering vol 27 1-16 2000

EUROCODE 2 ENV 1992-1-3 ldquoDesign of Concrete Structures Part 1-3 General Rules

-Precast Concrete Elements and Structuresrdquo CEN 1994

European Standard EN 12696 ldquoCathodic Protection of steel in concreterdquo English

Version March 2000

European Standard EN 12696 Cathodic Protection of steel in concreterdquo English

Version March 2000

European Commitee for Standardization Technical Specification FinalDraft prCENTS

14038-1 ldquoElectrochemical realkalization and choride extraction treatments for reinforced

concrete ndash Part 1 Realkalizationrdquo May 2004

EUROCOacuteDIGO 2 Projeto de estruturas de betatildeo ndash Parte 11 Regras Gerais e Regras para

Edifiacutecios CEN EN-1992-1-1 2004

EUROCODE 8 Design Provisions for Earthquake Resistance of Structures Part 1-4

Strengthening and Repair of Buildings CEN prEN-1998-1-4 Draft1995

134

FOOKESPGConcreteinHotDrySaltyEnvironments Concrete 29 34-39 2005

FERREIRA Rui Miguel ldquoAvaliaccedilatildeo de ensaios de durabilidade do betatildeordquo Tese de

Mestrado Escola de Engenharia da Universidade do Minho 2000

FERREIRA Rui Miguel ldquoAvaliaccedilatildeo de ensaios de durabilidade do betatildeordquo Tese de

Mestrado Escola de Engenharia da Universidade do Minho 2000

FERREIRA SILVA Joana M M Meacutetodos Electroquiacutemicos para Prevenccedilatildeo da

deterioraccedilatildeo e Reparaccedilatildeo de Estruturas de Betatildeo Armado Protecccedilatildeo Catoacutedica -

Dessalinizaccedilatildeo e Realcalinizaccedilatildeo Tese de Mestrado 2007

GILINSKY E ldquoGuidelines For Underground Storage Tank Cathodic Protection

Evaluationrdquo Departent of Enviromental Quality Guidance Memorandum No06-2006

May 2006

GOMES A Comportamento e Reforccedilo de Elementos de Betatildeo Armado Sujeitos a Acccedilotildees

Ciacuteclicas Tese de Doutoramento Instituto Superior Teacutecnico Julho de 1992

GOMES A e APPLETON J ldquoEnsaios Experimentais de Pilares Reforccedilados Submetidos

a Cargas Ciacuteclicasrdquo Revista Portuguesa de Engenharia de Estruturas Nordm 38 pp 19-29 2008

Gomes A Appleton J ldquoReforccedilo de Estruturas de Betatildeo Armado por Encamisamento das

Secccedilotildeesrdquo Revista Portuguesa de Engenharia de Estruturas nordm42

Gomes A Appleton J ldquoReforccedilo de Estruturas de Betatildeo Armado por Adiccedilatildeo de

Armaduras Exterioresrdquo Revista Portuguesa de Engenharia de Estruturas nordm41

Juacutelio S Eduardo ldquo Influencia da interface no comportamento de pilares reforccedilados por

encamisamento de betatildeo armadordquo dissertaccedilatildeo apresentada na Universidade de Coimbra

para a obtenccedilatildeo do grau de Doutor em Engenharia Civil especialidade de Mecacircnica das

Estruturas e dos Materiais Coimbra 2001

JUVANDES LFP Reforccedilo e reabilitaccedilatildeo de estruturas de betatildeo usando materiais

compoacutesitos de CFRP dissertaccedilatildeo apresentada agrave Faculdade de Engenharia da Universidade

do Porto para obtenccedilatildeo do grau de Doutor DECivil Porto Setembro 400 pp 1999

JIANHAI Qiu ldquoEmerging Corrosion Control Technologies for Repair and Rehabilitation

of Concrete Structuresrdquo

JUVANDES LFP e MARQUES N A - ldquoReforccedilo de Estruturas por Colagem Exterior

de Sistemas Compoacutesitos de FRP - Manual de Procedimentos e de Controlo de Qualidade

para Construccedilatildeordquo protocolo MOTA-ENGIL Engenharia e Construccedilatildeo SALEMC

publicaccedilatildeo LEMC-JUV003-2007 FEUP Outubro 180 pp 2007

135 Tiago Pais Boto

JUVANDES LFP e tal - A temperatura e a teacutecnica de reforccedilo por colagem de sistemas

de FRPrdquo 4ordfs Jornadas JPEE 2006 LNEC Lisboa 13 ndash 16 Dezembro CD 2006 ldquoThe

International Handbook of FRP Composites in Civil Engineeringrdquo Manoochehr Zoghi

KHOURY Gabriel Alexander Effect of fire on concrete and concrete structures Imperial

College London 2000

KAKUBA G ldquoThe Impressed Current Cathodic Protection Systemrdquo Masterrsquos Theses

Department of Mathematics and Computer Science Techische Universiteit Eindhoven

Eindhoven August 2005

LOURENCcedilO Z ldquoTeacutecnicas de PrevenccedilatildeoProtecccedilatildeo Electroquiacutemicas Parte 2 ndash

Realcalinizaccedilatildeo e Dessalinizaccedilatildeordquo Ciclo de Acccedilotildees de Formaccedilatildeo em Reabilitaccedilatildeo de

Estruturas Ordem dos Engenheiros 21 a 23 Marccedilo 2007

LOURENCcedilO Z ldquoProtecccedilatildeo Catoacutelica de Estruturas de Betatildeo Armadordquo Ciclo de Acccedilotildees

de Formaccedilatildeo em Reabilitaccedilatildeo de Estruturas Ordem dos Engenheiros 21 a 23 Marccedilo 2007

LESLIE J R CHEESEMAN W J D An ultrasonic method for studying deterioration

and cracking in concrete structures Amer Concrete Inst 1949

MARANHA Paulo Apresentaccedilatildeo das aulas - Reforccedilo de estruturas e fundaccedilotildees de

edifiacutecios e pontes (2014)

MALHOTRA VM In situnondestructive testing of concrete ndash A global Review In

Situnondestructive Testing of Concrete Special Publication SP-82 American Concrete

Institute Detroit p 1-16 1984

MORENO AV LOPEacuteZ T P MADRID M M ldquoEl Fenoacutemeno de la corrosion en

estruturas de concreto reforzadordquo Publicacioacuten Teacutecnica No 182 Sandafandila Qro 2001

disponiacutevel em [httpboletinimtmxpublicacionespubtecpt182pdf] acedido em Abril de

2007

MIRANDA JM LUIacuteS J F COSTA P T SANTOS F M ldquoFundamentos de

Geofiacutesicardquo

MILTENBERGER M PE ldquoCorrosion Protection of Reinforcing Steel in Concreterdquo

Vector Technologies Inc disponiacutevel em

httpwwwvirginiadotorgbusinessresourcesbu-mat-05VCC-MMiltenbergerpdf

acedido em Marccedilo 2015

MIRMIRAN A e SHAHAWY M ldquoRecommended construction specifications and

process control manual for repair and retrofit of concrete structures using bonded

FRP compositesrdquo National Cooperative Highway Research Program American

Association of State Highway and Transportation officials Transportation Research Board

Washington DC NCHRP report nordm609 71 pp 2008

136

NACE Proposed Standard Practice ldquoElectrochemical Realkalization and Chloride

Extraction for Reinforced Concreterdquo NACE Internacional 2006

Norma BS 1881-204 1988 Testing concrete ldquoRecommendations on the use of

electromagnetic cover metersrdquo

Norma BS 1881-6 1971 Methods of testing concrete Analysis of hardened concrete

Norma BS 1881-202 1986 Testing concrete Recommendations for surface hardness

testing by rebound hammer

Norma RILEM CPC-18 Measurement of hardened concrete carbonation depth 1996

Norma BS 1881-207 1992 Testing concrete Recommendations for the assessment of

concrete strength by near-to-surface test

Norma BS 1881-203 1986 Testing concrete Recommendations for measurement of

velocity of ultrasonic pulses in concrete

Norma ASTM C805-85 Standard Test Method for Rebound Number of Hardened

Concrete

Norma ASTM D4541-95 Stand Test Method for Pull-Off Strength

Norma ASTM C1383-98a Standard Test Method for Measuring the P-Wave Speed and

the Thickness of Concrete Plates Using the Impact-Echo Method

Norma ASTM C597-09 Standard Test Method for Pulse Velocity Through Concrete

Norma AASHTO T260‑84 Standard Method of Test for Sampling and testing for chloride

ion in concrete and concrete raw materials

PAIVA J VASCONCELOS J AGUIAR J Pinho A ldquoGuia Teacutecnico de Reabilitaccedilatildeo

Habitacionalrdquo LNEC2006

POLITICO G ldquoCorrosatildeo em estruturas de concreto armado causas mecanismos

prevenccedilatildeo e recuperaccedilatildeordquo Belo Horizonte Universidade Federal de Minas Gerais Janeiro

2006

PEDEFERRI P ldquoElectrochemical Realkalization and Electrochemical Cloride

Removalrdquo Dipartimento di Chimica Fiacutesica Applicata ndash Politecnico di Milano Italy

137 Tiago Pais Boto

PEDEFERRI P ldquoCathodic Protection and Cathodic Preventionrdquo Seminaacuterio Prevenccedilatildeo

da Corrosatildeo em Estruturas de Betatildeo Armado

REHABCON ldquoElectrochemical techniques ndash Annex Drdquo Strategy for Maintenance and

Rehabilitation in Concrete Structures 2000

REBAP 84 Regulamento de Estruturas de Betatildeo Armado e Preacute-Esforccedilado Dec-Lei nordm

349-C83 de 30 Julho rectificado no suplemento ao DR 1ordf Seacuterie de 29 de Setembro de

1984

Rosso Rosso T Incecircndios e arquitetura Apostila Satildeo Paulo Faculdade de Arquitetura e

Urbanismo da Universidade de Satildeo Paulo (FAUUSP 1975)

RODRIGUES Joatildeo Paulo C ndash ldquoRecuperaccedilatildeo de Estruturas Danificadas por Incecircndio ndash

Propriedades Mecacircnicas Residuais do Accedilo e do Betatildeordquo Coimbra Tese de Mestrado em

Engenharia Civil ndash especializaccedilatildeo em Estruturas Universidade de Coimbra 1994

RODRIGUEZ M Park M (1991) ldquoRepair and Strengthening of reiforced concrete

Buildings for Earthquake Resistencerdquo Earthquake Spectra V7Nordm3Aug

RIPPER T Sistemas Especiais para Reforccedilo de Estruturas de Betatildeo Rio de Janeiro

Universidade Federal Fluminense 2005

RIacuteO BUENO Alfonso PATOLOGIacuteA REPARACIOacuteN Y REFUERZO DE ESTRUCTURAS

DE HORMIGOacuteN ARMADO DE EDIFICACIOacuteN - Departamento de Estructuras de

Edificacioacuten ETS de Arquitectura Universidad Politeacutecnica de Madrid 2008

ROZENBERG I M ldquoQuiacutemica geralrdquo Instituto Mauaacute de Tecnologia Editora Edgard

Blucher Ltda 2002

SANTOS S Pompeu ndash A Reabilitaccedilatildeo Estrutural Do Patrimoacutenio Construiacutedo Laboratoacuterio

Nacional De Engenharia Civil Lisboa 2008

SARAIVA J ndash ldquoTeacutecnicas de proteccedilatildeo e reabilitaccedilatildeo de estruturas em betatildeo armadordquo Tese

Mestradordquo Instituto Superior Teacutecnico Lisboa 2007

SILVA PASCM Comportamento de Estruturas de Betatildeo Reforccediladas por Colagem

Exterior de Sistemas de CFRP Tese de Doutoramento Faculdade de Engenharia da

Universidade do Porto DECivil Porto 2008

SILVA Joana Dissertaccedilatildeo de Mestrado - Meacutetodos Electroquiacutemicos para Prevenccedilatildeo da

Deterioraccedilatildeo e Reparaccedilatildeo de Estruturas de Betatildeo Armado com Protecccedilatildeo Catoacutedica

Dessalinizaccedilatildeo e Realcalinizaccedilatildeo 2007

138

VIEITEZ CHAMOSA JA RAMIacuteREZ ORTIZ JL Patologiacutea de la Construccioacuten en

Espantildea Aproximacioacuten Estadiacutestica Resumen de Tesis Doctoral Informes de la

Construccioacuten Vol 36 n1364 pp 5-15 Madrid Octubre 1984

WHITMORE D W ldquoImpressed Current and Galvanic Discrete Anode Cathodic

Protection for Corrosion Protection of Concrete Structuresrdquo Paper 02263 Vector

Corrosion Technologies 2002

SCIELO (2015) httpwwwscielobrscielophppid=S1983-

41952013000200002ampscript=sci_arttext Revista IBRACON de Estruturas e Materiais

NCREP (2015) httpwwwncrepptstatic7954 Reforccedilo e Reabilitaccedilatildeo de Estruturas de Betatildeo

Armado Intervencoes

Earths CO2 Home Page (2015) httpco2noworg

CED (2015) httpwwwaboutcivilorg Civil Engineering Portal of Lectures amp Training

Material

SJSU (2015) httpwwwengrsjsueduWofMatEprojectssrprojectsrproj5html Norma E 226 do

LNEC San Joseacute State University

GEO (2015) httpgeotechpediacomEquipmentShow719Covermeter--

BartrackerprettyPhoto[pp_gal]1 Geotechpedia

IEI (2015) httpwwwimpact-echocompagesproductshtml Impact Echo Instruments

OZ (2015) httpwwwoz-diagnosticopt Diagnostico Levantamento e Controlo de qualidade

em Estruturas e Fundaccedilotildees Lda

(2015) httpfilescirporgHtml5-18800425Cd03561fa-756f-475a-af97-f26d3082f1d3jpg

Imagem

GS (2015) httpwwwglobalsourcescomsiASBaoji-Dingding6008825187076pdtlTitanium-

Anodes-Mesh1050971236htm Global Sources

CNT (2015) httpwwwchemicalnewtechcomcathodic-protectioncathodic-protection-wavy

Chemical New Tech

139 Tiago Pais Boto

PTC (2015) httpwwwperfecttitaniumcomproductshtml Perfect Titanium Components

CONREHAB (2015) httpwwwconrehabcomCathodic-protectionAnode Cathodic

protection

AEGION (2015) httpwwwaegioncomCompanyInformationResourcesProductCatalogAnodesMagnesium-AnodesMagnesium-HPaspx

(2015) AC httpwwwcorrosioncliniccomcorrosion_resourcescorrosion_control_concrete_structures_p3ht

m Aegion Corporation

CCASMI (2015) httpwwwcorrosionservicesuscomold-concrete-structuresasp Corrosion

Control and Automation Systems for Municipalities and Industry

WCCCS (2015) httpwwwcorrosioncliniccomcorrosion_resourcescorrosion_control_concrete_structures_p5ht

m Web Corr Corrosion Consulting Services

ST (2015) httpwwwstructuraltechnologiescomproductelectro-tech-cp-metalized-mcp-

systems-0 structuraltechnologies

A2p (2015) httpwwwa2pptportfolioprojectosponte-cais-da-silopor estudos e

projetos

GAIURB (2015) httpwwwgaiurbptgaiurb_arrabidahtm urbanismo e habitaccedilatildeo

Durability Modelling of Reinforcement Corrosion in Concrete Structures Concrete

Institute of Australiardquo httpswwwconcreteinstitutecomau 2015

FOSROC 2015 httpwwwfosroccom International and Alltrista Zinc Products

Company

SCRIP 2015 httpwwwscirporg Academic publisher

140

141 Tiago Pais Boto

Anexo 1

8 Consideraccedilotildees gerais de reforccedilo com FRP agrave flexatildeo e corte em

seccedilotildees retangulares de acordo com ACI 440 e ACI 318

De modo a que a estrutura apresente uma reserva de resistecircncia quando solicitada por

a accedilatildeo do fogo o ACI recomenda que a estrutura anteriormente ao reforccedilo resista a duas

condiccedilotildees A primeira garante a resistecircncia a pelo menos 120 das accedilotildees permanentes e a 85

das sobrecargas A segunda condiccedilatildeo prende-se com a verificaccedilatildeo da capacidade resistente

tendo em conta a diminuiccedilatildeo das propriedades dos materiais apoacutes sujeitos ao fogo

(empty119877119899) 119890119909119894119904119905119890119899119905119890 ge (12119882119860119875 + 085119882119878119900119887) 119899119900119907119900 (81)

(119877119899120579) 119890119909119894119904119905119890119899119905119890 ge 119882119860119875 +119882119878119900119887 (82)

empty= Coeficiente de ductilidade

119877119899= Resistecircncia nominal de um elemento estrutural

119877119899120579= Resistecircncia nominal de um elemento estrutural submetido a temperaturas elevadas

119882119860119875= Accedilotildees permanentes

119882119878119900119887= Accedilotildees da sobrecarga

empty =

090 119904119890 120576119904 ge 0005

065 +025(120576119904minus120576119904119910)

0005minus120576119904119910 119904119890 120576119904119910 lt 120576119904 lt 0005

065 119904119890 120576119904 le 120576119904119910

(83)

Os elementos de reforccedilo FRP indicados nos documentos teacutecnicos dos fabricantes natildeo

satildeo afetados por nenhum coeficiente de minoraccedilatildeo devido aacute exposiccedilatildeo ambiental desta maneira

o ACI 440 recomenda que os alores de resistecircncia agrave traccedilatildeo e da extensatildeo uacuteltima sejam

corregidos por o coeficiente ambiental 119862119864

ƒ119891119906 = 119862119864 times ƒ119891119906lowast (84)

120576119891119906 = 119862119864 times 120576119891119906lowast (85)

ƒ119891119906=Resistecircncia uacuteltima de caacutelculo do FRP

142

ƒ119891119906lowast =Resistecircncia uacuteltima do FRP segundo o fabricante

119862119864=Coeficiente de reduccedilatildeo da accedilatildeo do meio ambiente

120576119891119906= Extensatildeo uacuteltima de caacutelculo do FRP

120576119891119906lowast =Extensatildeo uacuteltima do FRP segundo o fabricante

Tabela 8-1Valores de coeficiente de minoraccedilatildeo 119862119864

Condiccedilotildees de Exposiccedilatildeo Tipo de Fibra Coeficiente de reduccedilatildeo 119862119864

Interior Carbono 095

Vidro 075

Aramida 085

Exterior (pontes docas parques de estacionamento etc)

Carbono 085

Vidro 065

Aramida 075

Ambientes agressivos (ETARs industrias quiacutemicas etc)

Carbono 085

Vidro 050

Aramida 070

Devido aos materiais FRP apresentarem um comportamento linear elaacutestico antes da

rotura e admitindo que natildeo eacute afetado pela exposiccedilatildeo ambiental entatildeo o moacutedulo de elasticidade

pode ser determinado a partir da expressatildeo de Hooke

119864ƒ = ƒ119891119906 divide 120576119891119906 (86)

119864ƒ= Moacutedulo de elasticidade do FRP

ƒ119891119906= Resistecircncia uacuteltima de caacutelculo do FRP

120576119891119906= Extensatildeo uacuteltima de caacutelculo do FRP

143 Tiago Pais Boto

81 Reforccedilo agrave flexatildeo

811 Modos de ruina

Em elementos de betatildeo armado reforccedilado por FRPs a capacidade resistente agrave flexatildeo

estaacute intrinsecamente ligada aos modos de ruina os principais satildeo

Esmagamento do betatildeo comprimido ante da cedecircncia das armaduras de traccedilatildeo

Antes da rotura do FRP a armadura de traccedilatildeo entra em cedecircncia

Cedecircncia da armadura de traccedilatildeo seguindo-se o esmagamento do betatildeo de

compressatildeo

Destacamento do betatildeo de recobrimento devido a esta ser uma zona mais fraacutegil

devido aacute presenccedila de maior nuacutemero de vazios na interface betatildeoarmadura

Descolamento do FRP

Quando a extensatildeo na fibra de FRP atinge o valor de 3 (120576119888 = 120576119888119906=0003) considera-

se que se daacute o esmagamento do betatildeo A rotura do FRP acontece quando a extensatildeo for igual

ao valor de caacutelculo da extensatildeo uacuteltima de rotura (120576119891 = 120576119891119906)

Sendo que as tensotildees instaladas no FRP satildeo transferidas para o betatildeo de recobrimento

das armaduras introduzindo um acreacutescimo de tensotildees de corte e traccedilatildeo a extensatildeo maacutexima do

FRP eacute limitada atraveacutes da expressatildeo seguinte

120576119891119889 = 041radic119891119888

119899119864119891119905119891le 09 120576119891119906 (87)

120576119891119889 = Valor de caacutelculo da extensatildeo de rotura do FRP

119891119888 = Resistecircncia agrave compressatildeo do betatildeo

n = numero de camadas de FRP

119864119891 = Moacutedulo de elasticidade do FRP

119905119891 = Espessura de cada camada de FRP

120576119891119906 = Extensatildeo uacuteltima de caacutelculo do FRP

812 Hipoacuteteses baacutesicas do dimensionamento

De acordo com o ACI 440 as hipoacuteteses baacutesicas do dimensionamento satildeo consideradas

as seguintes suposiccedilotildees

Os caacutelculos de conceccedilatildeo do reforccedilo satildeo baseados nas propriedades dos materiais

existentes e nas disposiccedilotildees das armaduras

144

As extensotildees nas armaduras e no betatildeo satildeo diretamente proporcionais agraves

respetivas distacircncias do eixo neutro Uma seccedilatildeo plana antes da aplicaccedilatildeo do

carregamento devera permanecer plana apoacutes o carregamento (modelo de viga de

Euler-Bernoulli despreza-se a deformabilidade por corte)

A deformaccedilatildeo por corte na camada adesiva eacute desprezada devida a espessura

muito reduzida

A extensatildeo maacutexima de compressatildeo no betatildeo eacute de 0003

A resistecircncia agrave traccedilatildeo do betatildeo eacute desprezada

O FRP eacute caracterizado por um comportamento linear e elaacutestico tensatildeo-extensatildeo

ateacute agrave rotura

O accedilo assume um diagrama tensatildeoextensatildeo linear-elaacutestico ateacute agrave cedecircncia

seguido de um comportamento perfeitamente plaacutestico

Embora algumas das suposiccedilotildees possam natildeo refletir o verdadeiro comportamento do

FRP agrave flexatildeo tornam-se necessaacuterias para a introduccedilatildeo de dados computacionais Por exemplo

natildeo eacute considerado a deformaccedilatildeo por corte que ocorre na camada adesiva fazendo com que

ocorra um deslizamento relativo entre o FRP e o substrato

813 Criteacuterio de seguranccedila da resistecircncia agrave flexatildeo

O criteacuterio de seguranccedila da resistecircncia aacute flexatildeo deve ser verificado comparando o

momento fletor resistente de caacutelculo afetado por um coeficiente de reduccedilatildeo de ductilidade empty

descrito anteriormente e do momento fletor solicitante da combinaccedilatildeo mais desfavoraacutevel

empty119872119899 ge 119872119906 (88)

empty=Coeficiente de ductilidade

119872119899=Momento fletor resistente de caacutelculo

119872119906=Momento fletor solicitante da combinaccedilatildeo mais desfavoraacutevel Nmm

814 Niacutevel de extensatildeo no FRP

O maacuteximo de extensatildeo possiacutevel no FRP designada por extensatildeo efetiva 120576119891119890 acontece

quando

Ocorre o esmagamento do betatildeo de compressatildeo

Alcance do valor da extensatildeo de rotura do FRP

145 Tiago Pais Boto

Ocorrecircncia do descolamento do FRP

Entatildeo a extensatildeo efetiva pode ser calculada atraveacutes da seguinte expressatildeo

120576119891119890 = 120576119888119906 (119889119891minus119888

119888) minus 120576119887119894 le 120576119891119889 times 119896119898 (89)

Em que

119896119898 =

1

60120576119891119889(1 minus

119899119864119891119905119891

360000) le 090 119904119890 119899119864119891119905119891 le 180000

1

60120576119891119889(90000

119899119864119891119905119891) le 09 119904119890 119899119864119891119905119891 ge 180000

[119873119898119898] (810)

Onde

120576119891119890 = Extensatildeo efetiva do FRP

120576119888119906 = Extensatildeo maacutexima admitida no betatildeo comprimido

119889119891 = Distacircncia da face mais comprimida do betatildeo ao centro geomeacutetrico do FRP

c = Distancia da fibra mais comprimida ao eixo neutro

120576119887119894= Extensatildeo do betatildeo no substrato (betatildeo de recobrimento) no momento de instalaccedilatildeo do FRP

120576119891119889= Valor de caacutelculo da extensatildeo de rotura do FRP

n = Numero de camadas de FRP

119864119891 = Moacutedulo de elasticidade do FRP

119905119891 = Espessura de cada camada de FRP

815 Niacutevel de tensatildeo no FRP

A tensatildeo maacutexima que o FRP pode suportar antes da rotura da estrutura por flexatildeo pode

ser calculada admitindo um comportamento elaacutestico para o FRP atraveacutes da expressatildeo seguinte

119891119891119890 = 119864119891120576119891119890 (811)

Onde

119891119891119890=Tensatildeo efetiva no FRP niacutevel alcanccedilado na rotura da seccedilatildeo

119864119891=Modulo de elasticidade do FRP

120576119891119890=Extensatildeo efetiva no FRP niacutevel alcanccedilado na rotura da seccedilatildeo

146

816 Fator de reduccedilatildeo de ductilidade

Tendo em conta que a ductilidade de uma viga reforccedilada com FRP eacute inferior ao sistema original

desta maneira eacute importante verificar o niacutevel de deformaccedilatildeo das armaduras no estado limite

uacuteltimo apoacutes o esmagamento do betatildeo e descolamento do FRP de forma a manter a ductilidade

em niacuteveis aceitaacuteveis Este paracircmetro empty seraacute um fator de reduccedilatildeo do momento resistente

Figura 8-1 Fator de reduccedilatildeo do momento resistente em funccedilatildeo da extensatildeo do accedilo (adaptado

por Joaquim barros et al)

817 Estados limites de serviccedilo

Para se poderem evitar ou prevenir deformaccedilotildees plaacutesticas excessivas estas devem ser

limitadas em elementos de betatildeo armado reforccedilados com FRP para os estados limites de

utilizaccedilatildeo especialmente para elementos submetidos a cargas ciacuteclicas (El-Tawil et al 2001)

Desta forma a tensatildeo nas armaduras deve ser limitada a 80 e a tensatildeo de compressatildeo no betatildeo

limitada a 45 exemplificado nas expressotildees seguintes

119891119904119904 le 08 119891119904119910 (812)

119891119888119904 le 045119891119888 (813)

Onde

119891119904119904 = Tensatildeo para o accedilo natildeo preacute-esforccedilado para estados limites de utilizaccedilatildeo

119891119904119910 = Tensatildeo de cedecircncia para o accedilo natildeo preacute-esforccedilado

119891119888119904 = Resistecircncia de compressatildeo do betatildeo para estados limites de utilizaccedilatildeo

119891119888 = Resistecircncia agrave compressatildeo do betatildeo

147 Tiago Pais Boto

De acordo com Yamaguchi et al (1997) os autores observaram que existe uma relaccedilatildeo

linear entre a resistecircncia e as accedilotildees de longa duraccedilatildeo e o logaritmo do tempo de permanecircncia

do carregamento Chegaram agrave conclusatildeo que depois de aproximadamente 50 anos a resistecircncia

inicial do GFRP reduz em cerca de 30 a resitencia inicial do AFRP apresenta uma reduccedilatildeo

de cerca de 47 e a resistecircncia do CFRP tem uma perda de resistecircncia de aproximadamente

91 De acordo com Malvar (1998) os valores encontrados foram semelhantes

Desta maneira para se evitar a rotura dos sistemas reforccedilados com FRPs devido a accedilotildees

de longa duraccedilatildeo os valores da tensatildeo no FRP 119891119891119904 podem ser obtido segundo uma anaacutelise

elaacutestica e aplicando o momento que resulta das accedilotildees quase permanentes e das accedilotildees ciacuteclicas

Assim os valores das tensotildees para os sistemas GFRP AFRP e CFRP devem ficar limitados aos

valores indicados na tabela seguinte

Tabela 8-2 Limite de tensatildeo no FRP para carregamentos de longa duraccedilatildeo e accedilotildees ciacuteclicas

Tipo de Fibra do sistema FRP GFRP AFRP CFRP

020 119891119891119906 03 119891119891119906 055 119891119891119906

Onde

119891119891119906= Resistecircncia uacuteltima de caacutelculo do FRP

Os valores indicados na tabela satildeo resultado da aplicaccedilatildeo de um fator de seguranccedila de

06 aos valores dos fatores redutores de 03 047 e 091 para as fibras GFRP AFRP e CFRP

respetivamente

818 Aplicaccedilatildeo a seccedilotildees retangulares

Em aplicaccedilotildees de reforccedilo em seccedilotildees retangulares a resistecircncia agrave flexatildeo pode ser

determinada considerando a compatibilidade de deformaccedilotildees e o equiliacutebrio das forccedilas internas

atraveacutes do diagrama paraacutebola-retacircngulo

148

Figura 8-2Distribuiccedilatildeo de extensotildees e de tensotildees na verificaccedilatildeo aos estados limites uacuteltimos

(nas equaccedilotildees h foi substituiacutedo por 119889119891) (adaptado por Joaquim barros et al)

A distribuiccedilatildeo de extensotildees e de tensotildees representadas na figura anterior o momento

fletor resistente da secccedilatildeo na verificaccedilatildeo aos estados limite uacuteltimo pode ser calculado por

intermeacutedio da equaccedilatildeo seguinte

119872119899 = 119860119904119891119904 (119889119904 minus1205731119888

2) + 120595119891119860119891119891119891119890 (119889119891 minus

1205731119888

2) (814)

Onde

119872119899 = Momento fletor resistente da secccedilatildeo

119860119904 = Aacuterea da armadura convencional de traccedilatildeo

119891119904 = Tensatildeo de traccedilatildeo no accedilo

119889119904= Distancia entre a fibra do betatildeo mais comprimida e o centro geomeacutetrico da armadura de

traccedilatildeo

1205731 = Factor de transformaccedilatildeo do diagrama de tensotildees podendo assumir-se 08

c = Distancia da fibra de betatildeo mais comprimida ao eixo neutro

120595119891 =Coeficiente de minoraccedilatildeo da resistecircncia do FRP na flexatildeo pode assumir-se 085

119860119891= Aacuterea de FRP

119891119891119890 =Tensatildeo de traccedilatildeo efetiva no FRP

119889119891 = Altura total do elemento de betatildeo armado

149 Tiago Pais Boto

Por compatibilizaccedilatildeo de extensotildees e jaacute conhecendo a extensatildeo efetiva do FRP 120576119891119890 a

extensatildeo existente na camada de recobrimento logo apoacutes a aplicaccedilatildeo de reforccedilo 120576119887119894 e a posiccedilatildeo

do eixo neutro c podemos calcular a extensatildeo nas armaduras 120576119904 atraveacutes da expressatildeo

120576119904 = (120576119891119890 + 120576119887119894) (119889119904minus119888

119889119891minus119888) (815)

Onde

120576119904 = Niacutevel de extensatildeo nas armaduras

120576119891119890 = Extensatildeo efetiva no FRP niacutevel alcanccedilado na rotura da seccedilatildeo

120576119887119894 = Extensatildeo do betatildeo no substrato (betatildeo de recobrimento) no momento de instalaccedilatildeo do

FRP

119889119904 = Distancia entre a fibra do betatildeo armado mais comprimida e o centro geomeacutetrico da

armadura de traccedilatildeo

119889119891 = Altura total do elemento de betatildeo armado

c = Distancia da fibra de betatildeo mais comprimida ao eixo neutro

Conhecidas as extensotildees de todos os materiais que compotildees a seccedilatildeo e considerando-se

o comportamento linear-elaacutestico ateacute agrave cedecircncia seguido do comportamento perfeitamente

plaacutestico No caso do FRP como tambeacutem jaacute foi dito considera-se um comportamento linear e

elaacutestico Desta forma pode-se obter a correspondente tensatildeo atraveacutes das expressotildees

119891119904 = 119864119904120576119904 119904119890 120576119904 lt 120576119904119910 (816)

119891119904 = 119891119904119910 119904119890 120576119904 ge 120576119904119910 (817)

119891119891119890 = 119864119891120576119891 119904119890 120576119891 le 120576119891119889 (818)

119891119891119890 = 0 119904119890 120576119891 gt 120576119891119889 (819)

Onde

119891119904 =Tensatildeo nas armaduras

119864119904 = Moacutedulo de elasticidade do accedilo

120576119904 = Niacutevel de extensatildeo nas armaduras

150

120576119904119910 =Extensatildeo nas armaduras correspondente aacute tensatildeo de cedecircncia

119891119904119910 = Tensatildeo de cedecircncia para o accedilo natildeo preacute-esforccedilado

119891119891119890 = Tensatildeo de traccedilatildeo efetiva no FRP

119864119891 = Moacutedulo de elasticidade do FRP

120576119891 = Extensatildeo no FRP

120576119891119889 =Valor de caacutelculo da extensatildeo de descolamento do FRP ao substrato

Para o caacutelculo do equiliacutebrio interno de forccedilas se a equaccedilatildeo seguinte for satisfeita com a

verificaccedilatildeo da posiccedilatildeo do eixo neutro Os paracircmetros 1205721 e 1205731 de acordo com ACI 318-05 seccedilatildeo

10273 estatildeo associados agrave equivalecircncia do diagrama paraboacutelico das distribuiccedilatildeo de tensotildees no

betatildeo comprimido para o diagrama retangular e consideraccedilatildeo da linearidade fiacutesica dos

materiais Para 1205741 e 1205731 recomenda-se os valores de 085 e 08 respetivamente se a rotura do

sistema ocorrer por delaminaccedilatildeo ou descolamento do FRP segundo o ACI o diagrama

retangular garante resultados bastantes precisos

119888 =119860119904 119891119904+119860119891 119891119891119890

1205741 119891119888 1205731 119887119896 (820)

Onde

c = Distancia da fibra de betatildeo mais comprimida ao eixo neutro

119860119904 =Aacuterea das armaduras

119891119904 = Tensatildeo nas armaduras

119860119891 =Aacuterea de FRP

119891119891119890 = Tensatildeo de traccedilatildeo efetiva no FRP

1205741 e 1205731= Multiplicador de 119891119888 para determinar a tensatildeo equivalente do betatildeo agrave compressatildeo

119891119888 =Resistecircncia agrave compressatildeo do betatildeo

119887119896 =Largura da seccedilatildeo retangular de betatildeo

819 Tensatildeo no accedilo para estados limites de utilizaccedilatildeo

Assumindo o betatildeo fendilhado podemos calcular a tensatildeo no accedilo da secccedilatildeo reforccedilada

119891119904119904 e a posiccedilatildeo do eixo neutro para as cargas de serviccedilo kd atraveacutes do conceito de

homogeneizaccedilatildeo dos materiais

151 Tiago Pais Boto

119891119904119904 =[119872119904+ 120576119887119894 119860119891119864119891(119889119891minus

1198961198891199043)](119889119904minus119896119889119904)119864119904

119860119904119864119904(119889119904minus1198961198891199043)(119889119904minus119896119889119904)+119860119891119864119891(119889119891minus

1198961198891199043)(119889119891minus119896119889119904)

(821)

Em que

119896 = radic(120588119904119864119904

119864119888+ 120588119891

119864119891

119864119888)2

+ 2(120588119904119864119904

119864119888+ 120588119891

119864119891

119864119888(119889119891

119889119904)) minus (120588119904

119864119904

119864119888+ 120588119891

119864119891

119864119888) (822)

Onde

119891119904119904 = Tensatildeo nas armaduras para as cargas de serviccedilo

119872119904 =Momento no momento elaacutestico do elemento

120576119887119894 = Extensatildeo do betatildeo no substrato (betatildeo de recobrimento) no momento de instalaccedilatildeo do

FRP

119860119891 = Aacuterea de FRP

119864119891 = Moacutedulo de elasticidade do FRP

119889119891 = Altura total do elemento de betatildeo armado

119896 = Razatildeo entre a profundidade do eixo neutro e a profundidade medida no mesmo lado do eixo

neutro

119889119904 = Distancia entre a fibra mais comprimida do betatildeo armado e o centro geomeacutetrico da

armadura de traccedilatildeo

119864119904 = Moacutedulo de elasticidade do accedilo

119860119904 = Aacuterea das armaduras

120588119904 = Percentagem de reforccedilo da armadura convencional

119864119888 = Moacutedulo de elasticidade do betatildeo

120588119891 = Percentagem de reforccedilo de FRP

152

Figura 8-3 Distribuiccedilatildeo de tensotildees e extensotildees na verificaccedilatildeo dos estados limites de

utilizaccedilatildeo (adaptado por Joaquim barros et al)

8110 Tensatildeo no FRP para estados limites de utilizaccedilatildeo

Devido agrave atuaccedilatildeo de cargas de longa duraccedilatildeo e fadiga deve-se limitar a tensatildeo existente

no FRP atraveacutes da expressatildeo seguinte considerando-se as cargas quase permanentes e

comparar aos limites da tabela 16 recomendados pelo ACI

119891119891119904 = 119891119904119904 (119864119891

119864119904)119889119891minus119896119889119904

119889119904minus119896119889119904minus 120576119887119894119864119891 (823)

Onde

119891119891119904 = Tensatildeo no FRP causado pelo momento no regime elaacutestico do elemento de betatildeo armado

119891119904119904 = Tensatildeo nas armaduras para as cargas de serviccedilo

119864119891 = Moacutedulo de elasticidade do FRP

119864119904 = Moacutedulo de elasticidade das armaduras

119889119891 = Altura total do elemento de betatildeo armado

k = Razatildeo entre a profundidade do eixo neutro e a profundidade medida no mesmo lado do eixo

neutro

119889119904 = Distancia entre a fibra mais comprimida do betatildeo armado e o centro geomeacutetrico da

armadura de traccedilatildeo

120576119887119894 = Extensatildeo do betatildeo no substrato (betatildeo de recobrimento) no momento de instalaccedilatildeo do

FRP

153 Tiago Pais Boto

8111 Fluxograma para verificaccedilatildeo da capacidade resistente da seccedilatildeo reforccedilada agrave flexatildeo

De acordo com ACI 440 para a verificaccedilatildeo dos estados limites uacuteltimos a resistecircncia agrave

flexatildeo pode ser obtida seguindo o fluxograma indicado na figura seguinte Mas sendo que o

valor de 120576119891119889 diminui com a rigidez do sistema de reforccedilo na situaccedilatildeo em que a extensatildeo do

FRP for superior egrave extensatildeo efetiva torna-se necessaacuterio usar mais fibras de FRP no entanto no

contexto da rigidez e do valor econoacutemico eacute preferiacutevel aumentar a largura das camadas de FRP

do que aplicar mais camadas de FRP

154

Figura 8-4Diagrama para verificaccedilatildeo aos ELU em reforccedilo de seccedilotildees em betatildeo armado com

FRP (adaptado de Joaquim barros et al)

Determinar a extensatildeo inicial

Determinar a rigidez

Determinar o paracircmetro

Impor ruiacutena por esmagamento do betatildeo ( = )e =

Calcular a posiccedilatildeo da linha neutra c

Calcular o estado de extensatildeo no accedilo

lt

Calcular o estado de tensatildeo no accedilo

Tensatildeo no accedilo =

Calcular a tensatildeo efetiva no reforccedilo

Com a meacutedia dos valores de c calcula-se a nova

extensatildeo no reforccedilo

Obter a meacutedia dos dois valores de c Verificaccedilatildeo de equilibrio calcular a

posiccedilatildeo da linha neutra c

lt lt

Alterar a aacuterea do FRP de

Verificaccedilatildeo de dectilidade da seccedilatildeo calcular fAtor de reduccedilatildeo φ

Calcular o momento resistente

Criteacuterio de seguranccedila ao ELU

eacute verificado

Fim

Fornecer as caracteristicas geomeacutetricas da seccedilatildeo e

propriedades mecanicas dos

NAtildeONAtildeO

NAtildeO

SIM

SIM

SIM

155 Tiago Pais Boto

82 Reforccedilo ao esforccedilo transverso de uma viga ou pilar de betatildeo armado

821 Configuraccedilotildees geomeacutetricas de reforccedilo

Existem essencialmente trecircs tipos de revestimento de FRP usados para aumentar a

resistecircncia ao corte de uma viga de betatildeo armado ou pilar

Das trecircs hipoacuteteses a mais eficiente eacute total envolvimento da seccedilatildeo ilustrado na figura seguinte

a) Total envolvimento da seccedilatildeo

b) Em forma de U

c) Colagem em duas faces

Figura 8-5Configuraccedilotildees geomeacutetricas do reforccedilo ao corte com FRP (ACI 4402R-08)

822 Resistecircncia Nominal de corte

De acordo com o ACI 318-05 o valor da resistecircncia nominal de corte deve ser

multiplicado por um fator de reduccedilatildeo ϕ=085

ϕ119881119899 ge 119881119906 (824)

O valor nominal da resistecircncia ao corte tambeacutem pode ser calculado fazendo o

somatoacuterio da contribuiccedilatildeo da armadura resistente ao corte da contribuiccedilatildeo do betatildeo e do

sistema FRP afetado de um coeficiente de minoraccedilatildeo 120595119891 dependente da configuraccedilatildeo de

reforccedilo

Φ119881119899=ϕ(119881119888 + 119881119904 + 120595119891119881119891) (825)

Onde

119881119899 =Valor nominal da resistecircncia ao corte

119881119906 = Valor resistente ao corte requerido

156

119881119888 = Contribuiccedilatildeo do betatildeo para a resistecircncia ao corte de uma seccedilatildeo de betatildeo

119881119904 = Contribuiccedilatildeo das armaduras para a resistecircncia ao corte de uma seccedilatildeo de betatildeo

120595119891 = Coeficiente de minoraccedilatildeo dependente da configuraccedilatildeo de reforccedilo

Figura 8-6Valores correspondentes ao coeficiente 120595119891 (adaptaccedilatildeo de Joaquim barros et al)

823 Valor de caacutelculo da contribuiccedilatildeo do FRP

De acordo com ACI 440 o valor da contribuiccedilatildeo do FRP para aumentar a resistecircncia ao

esforccedilo transverso de uma viga de betatildeo armado eacute calculado com a expressatildeo seguinte

(Joaquim barros et al)

119881119891119889 = ϕ times 120595119891119860119891119907times119891119891119890times(sin120573+cos120573)times119889119891119907

119904119891 (826)

Em que

119860119891119907 = 2 times 119899119891 times 119905119891 times 119908119891 (827)

Onde

119881119891119889 = Valor de caacutelculo da contribuiccedilatildeo do FRP para contribuiccedilatildeo ao corte

ϕ = Fator de reduccedilatildeo de resistecircncia ACI 318-05 (empty = 085)

120595119891 =Coeficiente de minoraccedilatildeo dependente da configuraccedilatildeo de reforccedilo

119860119891119907 = Aacuterea de reforccedilo de FRP ao corte

119891119891119890 = Tensatildeo efetiva do FRP

120573 = Orientaccedilatildeo das fibras de FRP

119889119891119907= Altura uacutetil do reforccedilo de FRP

119904119891 = Espaccedilamento do FRP na direccedilatildeo do eixo da viga

157 Tiago Pais Boto

119899119891 = Nuacutemero de camadas de FRP

119905119891 = Espessura por camada de FRP

119908119891 =Largura por unidade de FRP

Figura 8-7Identificaccedilatildeo dos paracircmetros intervenientes na formulaccedilatildeo do reforccedilo com FRP

(ACI 4402R)

824 Tensatildeo efetiva do FRP

119891119891119890 = 120576119891119890 times 119864119891 (828)

Onde

119891119891119890 = Tensatildeo efetiva do FRP

120576119891119890 = Extensatildeo efetiva do FRP (extensatildeo do FRP na rotura da seccedilatildeo de betatildeo armado)

119864119891 = Moacutedulo de elasticidade do FRP

825 Extensatildeo efetiva para configuraccedilatildeo de envolvimento total da seccedilatildeo com FRP

De acordo com o ACI 440 observou-se que em reforccedilo de vigas ou pilares com

envolvimento total da seccedilatildeo ocorria uma perda de ligaccedilatildeo nos agregados do betatildeo onde o niacutevel

de extensatildeo era maior desta maneira o niacutevel de extensatildeo efetiva 120576119891119890 deveraacute ser limitada a

120576119891119890 = 0004 le 075 times 120576119891119906 (829)

Onde

120576119891119890 = Extensatildeo efetiva do FRP (extensatildeo do FRP na rotura da seccedilatildeo de betatildeo armado)

120576119891119906 = Valor de caacutelculo da extensatildeo de rotura do FRP

158

826 Extensatildeo efetiva para configuraccedilatildeo de envolvimento da seccedilatildeo com FRP em forma de U

e nas duas faces

Nestes dois casos de envolvimento da seccedilatildeo de betatildeo com FRP de acordo com o ACI

440 Triantafillou em 1998 observou que antes da perda de ligaccedilatildeo dos agregados ocorreu a

delaminaccedilatildeo do betatildeo desta forma analisaram-se as tensotildees de aderecircncia permitindo chegar a

um coeficiente de reduccedilatildeo aplicaacutevel ao corte 119896119907 de forma a viabilizar estas duas configuraccedilotildees

de envolvimento da seccedilatildeo com FRP

120576119891119890 = 119896119907 times 120576119891119890 le 0004 (830)

Em que

119896119907 =1198961times1198962times119871119890

11900times120576119891119906le 075 (831)

1198961 = (119891119888

27)23frasl

(832)

1198962 =

119889119891119907minus119871119890

119889119891119907 119877119890119891119900119903ccedil119900 119890119898 119891119900119903119898119886 119889119890 119880

119889119891119907minus2times119871119890

119889119891119907 119877119890119891119900119903ccedil119900 119886119901119897119894119888119886119889119900 119899119886119904 119891119886119888119890119904 119897119886119905119890119903119886119894119904

(833)

119871119890 =23300

(119899119891times119905119891times119864119891)058 (834)

Onde

120576119891119890 = Extensatildeo efetiva do FRP (extensatildeo do FRP na rotura da seccedilatildeo de betatildeo armado)

119896119907 =Coeficiente de reduccedilatildeo de aderecircncia

1198961 =Coeficiente que tem em conta a resistecircncia do betatildeo

1198962 =Fator que tem em conta a configuraccedilatildeo do reforccedilo

119871119890 =Comprimento de colagem efetivo do FRP

120576119891119906 = Valor de caacutelculo da extensatildeo de rotura do FRP

119891119888 = Valor caracteriacutestico da resistecircncia agrave compressatildeo do betatildeo

159 Tiago Pais Boto

119889119891119907 = Altura uacutetil do reforccedilo de FRP

119899119891 = Nuacutemero de camadas de FRP

119905119891 = Espessura por camada de FRP

119864119891 = Moacutedulo de elasticidade do FRP

827 Coeficiente de reduccedilatildeo ambiental 119914119942

Como jaacute referido no iniacutecio do capiacutetulo 6 Os elementos de reforccedilo FRP indicados nos

documentos teacutecnicos dos fabricantes natildeo satildeo afetados por nenhum coeficiente de minoraccedilatildeo

devido aacute exposiccedilatildeo ambiental desta maneira o ACI 440 recomenda que os alores de resistecircncia

agrave traccedilatildeo e da extensatildeo uacuteltima sejam corregidos por o coeficiente ambiental 119862119864

ƒ119891119906 = 119862119864 times ƒ119891119906lowast (835)

120576119891119906 = 119862119864 times 120576119891119906lowast (836)

ƒ119891119906=Resistecircncia uacuteltima de caacutelculo do FRP

ƒ119891119906lowast =Resistecircncia uacuteltima do FRP segundo o fabricante

119862119864=Coeficiente de reduccedilatildeo da accedilatildeo do meio ambiente

120576119891119906= Extensatildeo uacuteltima de caacutelculo do FRP

120576119891119906lowast =Extensatildeo uacuteltima do FRP segundo o fabricante

Page 5: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES

v Tiago Pais Boto

ABSTRACT

It has been a few decades since the concrete is the main building material used to raised cities

and structures in the contemporary civilizations In a not so distant past the area of durability

maintenance and prevention of concrete structures has not been seen as a priority being

neglected and therefore today there are serious problems in some concrete structures On the

other hand due to the surplus of the housing construction in Portugal and the current

economicfinancial that Europe is going through the construction industry has been suffering

a sharp slowdown The consciousness and attitude of sustainability of the new generations

and competent authorities accented the need to maintain repair and enhance much of the

Portuguese and European housing stock and patrimony

The intervention project in a structure is never addressed the same way there are not two

equal structures and there are special features on this type of project that do not exist a new

structure project To intervene in a structure already built it is necessary comprehensive

knowledge of various topics such as regulations safety assessment methods definition of the

mechanical characteristics of the materials techniques of reparation and reinforcement

diagnostic and intervention methodologies structural behavior and so on

Currently there is a lot of information about the subject of reparation and reinforcement of

reinforced concrete structures however there is still some lack of documentation where the

information appears fully and objectively

Considering the previously presented We tried attempt to compile the information on the

main issues which are of interest to the project of reparationreinforcement of reinforced

concrete structures in particular the guidelines and applicable legislation examples of

inspection methodologies and interventions the main tests in laboratories and in situ to

characterize the materials the main techniques in reparationreinforcement On this topic and

for example deepened in more detail considerations on the design with reinforcement with

FRPs

Palavras-chave

Patologias Diagnostico Inspeccedilatildeo Ensaios in situ Ensaios laboratoriais Reforccedilo Estruturas de

Betatildeo Armado

KEYWORDS

Pathology Diagnosis Inspection Testing situ Laboratory tests Reinforcement Concrete

Structures

vi

vii Tiago Pais Boto

Iacutendice

AGRADECIMENTOS iii

RESUMO iv

ABSTRACT v

IacuteNDICE DE FIGURAS 1

IacuteNDICE DE TABELAS 4

ACROacuteNIMOS 4

SIMBOLOGIA 6

1 INTRODUCcedilAtildeO 13

11 Enquadramento 13

12 Objetivos 14

13 Estrutura da dissertaccedilatildeo 15

2 Normas Regulamentaccedilatildeo e Documentaccedilatildeo teacutecnica 17

21 Normas europeias mais relevantes e que devem consultadas na realizaccedilatildeo de um

projeto de reabilitaccedilatildeo estrutural 17

22 Importacircncia da Norma EN NP 1504 em projetos de reforccediloreparaccedilatildeo 17

23 Os regulamentos publicados em Portugal na aacuterea do projeto estrutural 22

24 Por fim aconselha-se consulta da seguinte documentaccedilatildeo que apresenta

recomendaccedilotildees relevantes para na realizaccedilatildeo de um projeto de reabilitaccedilatildeo estrutural 22

3 Avaliaccedilatildeo e diagnoacutestico do estado de conservaccedilatildeo das estruturas de betatildeo armado 25

31 Introduccedilatildeo 25

32 Metodologia de inspeccedilatildeo 25

33 Ensaios in situ e Ensaios laboratoriais 26

331 Anaacutelise e monitorizaccedilatildeo de vibraccedilotildees em estruturas 26

332 Ensaios de ultrassons em betatildeo 27

333 Deteccedilatildeo de armaduras com recurso do pacoacutemetro 30

334 Deteccedilatildeo de corrosatildeo em armaduras por mediccedilatildeo dos potenciais eleacutetricos 32

335 Determinaccedilatildeo do teor de cloretos no betatildeo 33

336 Ensaio de aderecircncia por traccedilatildeo (pull-off) 35

337 Resistecircncia aacute compressatildeo com recurso ao escleroacutemetro do tipo Schmidt 36

338 Avaliaccedilatildeo da profundidade de carbonataccedilatildeo com indicador de fenolftaleiacutena 38

viii

339 Observaccedilatildeo boroscoacutepica de cavidades e fendas 40

3310 Mediccedilatildeo de deslocamentos em juntas e fendas com o alongacircmetro 41

3311 Determinaccedilatildeo da resistecircncia de betotildees a partir de provetes ciliacutendricos 42

3312 Mediccedilatildeo da espessura da seccedilatildeo atraveacutes de ensaios impacto-eco 44

4 Patologias em Estruturas de Betatildeo Armado 47

41 Introduccedilatildeo 47

42 Erros de projeto 48

43 Deficiente execuccedilatildeo 49

44 Erros de Exploraccedilatildeo Manutenccedilatildeo 49

441 Mecanismos Mecacircnicos 49

442 Mecanismos Quiacutemicos 52

443 Mecanismos Fiacutesicos 56

5 Reparaccedilatildeo e Reforccedilo de Estruturas de betatildeo armado 59

51 Enquadramento Geral de uma intervenccedilatildeo de reforccedilo 59

52 Aspetos teacutecnicos a considerar em situaccedilotildees de reparaccedilatildeo ou reforccedilo estrutural 59

53 Metodologias de intervenccedilatildeo 60

54 Verificaccedilatildeo da seguranccedila de estruturas existentes 62

55 Caracterizaccedilatildeo do tipo de intervenccedilatildeo 65

56 Paracircmetros principais a considerar no dimensionamento do Reforccedilo 66

57 Mecanismos de transferecircncia de tensotildees de acordo com CEB Nordm162 68

571 Transferecircncia de tensotildees atraveacutes de compressatildeo direta betatildeo sobre betatildeo 68

572 Transferecircncia de tensotildees atraveacutes de adesatildeo betatildeobetatildeo 69

573 Transferecircncia de tensotildees atraveacutes de fricccedilatildeo betatildeobetatildeo 69

574 Transferecircncia de tensotildees de compressatildeo atraveacutes camadas de resina 70

575 Transferecircncia de forccedilas das armaduras de reforccedilo para armaduras de reforccedilo ou

armaduras existentes 72

58 Principais Teacutecnicas de reparaccedilatildeo e reforccedilo estrutural 73

581 Meacutetodos de proteccedilatildeoreparaccedilatildeo eletroquiacutemica 73

582 Reforccedilo de seccedilotildees com encamisamentocolagem de chapas metaacutelicas (EBR)

Externally bonded reinforcement 82

583 Reforccedilo de seccedilotildees com encamisamento de betatildeo armado 95

ix Tiago Pais Boto

584 Reforccedilo de estruturas em betatildeo com colagem de compoacutesitos FRP (Poliacutemeros

reforccedilados com fibras) 105

6 Exemplos de casos praacuteticos de reparaccedilatildeo e reforccedilo 113

61 Cais de carga geral do porto de Aveiro 113

62 Viaduto Duarte Pacheco 117

63 Reabilitaccedilatildeo da ponte cais da Trafaria 122

64 Reabilitaccedilatildeo da ponte de Arraacutebida 125

7 CONCLUSOtildeES E DESENVOLVIMENTOS FUTUROS 130

71 CONCLUSOtildeES 130

72 DESENVOLVIMENTOS FUTUROS 130

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 131

Anexo 1 141

8 Consideraccedilotildees gerais de reforccedilo com FRP agrave flexatildeo e corte em seccedilotildees retangulares de

acordo com ACI 440 e ACI 318 141

81 Reforccedilo agrave flexatildeo 143

811 Modos de ruina 143

812 Hipoacuteteses baacutesicas do dimensionamento 143

813 Criteacuterio de seguranccedila da resistecircncia agrave flexatildeo 144

814 Niacutevel de extensatildeo no FRP 144

815 Niacutevel de tensatildeo no FRP 145

816 Fator de reduccedilatildeo de ductilidade 146

817 Estados limites de serviccedilo 146

818 Aplicaccedilatildeo a seccedilotildees retangulares 147

819 Tensatildeo no accedilo para estados limites de utilizaccedilatildeo 150

8110 Tensatildeo no FRP para estados limites de utilizaccedilatildeo 152

8111 Fluxograma para verificaccedilatildeo da capacidade resistente da seccedilatildeo reforccedilada agrave flexatildeo

153

82 Reforccedilo ao esforccedilo transverso de uma viga ou pilar de betatildeo armado 155

821 Configuraccedilotildees geomeacutetricas de reforccedilo 155

822 Resistecircncia Nominal de corte 155

823 Valor de caacutelculo da contribuiccedilatildeo do FRP 156

824 Tensatildeo efetiva do FRP 157

x

825 Extensatildeo efetiva para configuraccedilatildeo de envolvimento total da seccedilatildeo com FRP 157

826 Extensatildeo efetiva para configuraccedilatildeo de envolvimento da seccedilatildeo com FRP em forma

de U e nas duas faces 158

827 Coeficiente de reduccedilatildeo ambiental 119914119942 159

1 Tiago Pais Boto

IacuteNDICE DE FIGURAS

Figura 1-1 Peso () da Reabilitaccedilatildeo Residencial na Produccedilatildeo Total da Construccedilatildeo para 14 paiacuteses da Europa

(AECOPS 2009) 14

Figura 2-1 Etapas de um processo de reparaccedilatildeoreforccedilo (Silva 2008) 21

Figura 3-1 Esquema do equipamento para registo de vibraccedilotildees (oz diagnostico2015) 27

Figura 3-2 Equipamento para ensaios de ultrassons no betatildeo (ATCP Physical Engineering) 28

Figura 3-3Ilustraccedilatildeo das trecircs metodologias para realizaccedilatildeo de ensaios ultrassons (ATCP Physical Engineering)

28

Figura 3-4 Pacoacutemetro (geotechpedia 2012) 31

Figura 3-5 Equipamento para mediccedilatildeo do teor de cloretos in situ (oz diagnostico 2015) 34

Figura 3-6 Esquematizaccedilatildeo do ensaio de aderecircncia por traccedilatildeo pull-off (oz diagnostico 2015) 36

Figura 3-7 Escleroacutemetro de Schmidt (Nabrande Wikipedia 2015) 37

Figura 3-8 Reaccedilatildeo da fenolftaleiacutena numa carote de betatildeo (oz diagnostico 2015) 39

Figura 3-9 Esquematizaccedilatildeo de um boroscoacutepio (oz diagnostico 2015) 40

Figura 3-10Alongacircmetro mecacircnico (oz diagnostico 2015) 41

Figura 3-11 Extraccedilatildeo de carote com localizaccedilatildeo preacutevia da malha de armaduras (oz diagnostico 2015) 43

Figura 3-12 Parte do equipamento para realizaccedilatildeo do ensaio (impacto-ecoimpact Echo instruments 2015) 44

Figura 4-1 Modelo de Tuutti evoluccedilatildeo dos niacuteveis de deterioraccedilatildeo ao longo da vida uacutetil de uma estrutura (Concrete

Institute of Australia 2015) 48

Figura 4-2Modelo simplificado do processo de corrosatildeo nas armaduras (ACosta1997) 54

Figura 4-3 Evoluccedilatildeo dos niacuteveis de concentraccedilatildeo de CO2 nos uacuteltimos 50 anos 55

Figura 5-1 Comportamento teoacuterico dos modelos de anaacutelise (Appleton Jamp Costa A 2011) 63

Figura 5-2 Tensatildeo de corte em funccedilatildeo da tensatildeo normal em superfiacutecie de betatildeo tratada com jacto de areia (CEB

Bulletin drsquoinformation nordm1621983) 70

Figura 5-3 Espessura da camada de resina e correspondente resistecircncia agrave traccedilatildeo (CEB Bulletin drsquoinformation

nordm162 1983) 71

Figura 5-4Tensatildeo de corte em funccedilatildeo do deslizamento para vaacuterias espessuras de chapa de accedilo coladas (CEB

Bulletin drsquoinformation nordm162 1983) 72

Figura 5-5 Transferecircncia de forccedilas atraveacutes das armaduras de reforccedilo (CED 2015) 72

Figura 5-6Esquema de proteccedilatildeo catoacutedica por corrente imposta com recurso a acircnodo inerte distribuiacutedo (adaptado

de G Kakuba 2005) 75

Figura 5-7Esquema de proteccedilatildeo catoacutedica por corrente imposta com recurso a acircnodos internos (adaptado de G

Kakuba 2005) 75

Figura 5-8 Esquema de proteccedilatildeo catoacutedica com recurso a acircnodos de sacrifiacutecio sem necessidade de fonte de corrente

contiacutenua (adaptado de G Kakuba 2005) 76

Figura 5-9Malha de titacircnio (Global Sources 2015) 77

Figura 5-10 Fita de malha de titacircnio (Chemical Newtech 2015) 77

Figura 5-11 Acircnodo de titacircnio ativado (Global Sources 2015) 78

2

Figura 5-12 Aplicaccedilatildeo de tinta orgacircnica condutora (CONREHAB Cathodic protection 2015) 78

Figura 5-13 Acircnodo enterrado de magneacutesio (AEGION 2015) 79

Figura 5-14Sistema de acircnodo adesivo de zinco (Jianhai Qiu 2002) 79

Figura 5-15Acircnodo de zinco envolvido em argamassa de elevada porosidade (CCASMI Corrosion Services

2015) 80

Figura 5-16Sistema de proteccedilatildeo catoacutedica com malha de zinco (FOSROC 2015) 80

Figura 5-17Aplicaccedilatildeo de metais por projeccedilatildeo em estrutura de betatildeo armado (Structural Technologies 2015) 81

Figura 5-18 Diagrama de Pourbaix para Fe-H2O a 25ordmC (SJSU2015) 81

Figura 5-19Reforccedilo com encamisamento metaacutelico eliacuteptico para seccedilotildees retangulares (Aboutaha RS et all 1999)

84

Figura 5-20 Dimensotildees recomendadas no reforccedilo agrave flexatildeo de uma viga em betatildeo armado (Gomes A Appleton

J1997) 84

Figura 5-21 Dimensotildees recomendadas no reforccedilo ao esforccedilo transverso de uma viga em betatildeo armado (Gomes

A Appleton J) 85

Figura 5-22 Deformaccedilatildeo de pilares devido agrave formaccedilatildeo de roacutetulas plaacutesticas ldquoph-plastic hingesrdquo (SCRIP academic

publisher 2015) 86

Figura 5-23Esquematizaccedilatildeo de um encamisamento metaacutelico (Chai Y H et al 1991) 86

Figura 5-24Seccedilatildeo de betatildeo confinada com anel e encamisamento metaacutelico (Attard M M Setunge S 1996) 87

Figura 5-25 Modelo de caacutelculo de pilares agrave flexatildeo composta (Gomes A Appleton J) 90

Figura 5-26 Modelo de caacutelculo agrave flexatildeo de vigas reforccediladas por colagem de chapas metaacutelicas (Gomes A

Appleton J) 91

Figura 5-27 Distribuiccedilatildeo plaacutestica das tensotildees de aderecircncia (Gomes A Appleton J) 93

Figura 5-28 Encamisamento de pilares com betatildeo armado (Santos 2008) 95

Figura 5-29Disposiccedilatildeo das armaduras mais utilizado no encamisamento de vigas (Gomes A Appleton J) 96

Figura 5-30 Disposiccedilatildeo das armaduras mais utilizado no encamisamento de pilares (Gomes A Appleton J)

97

Figura 5-31Espessura a betonar em funccedilatildeo do material e teacutecnica utilizada (Gomes A Appleton J) 97

Figura 5-32Modelo de caacutelculo agrave flexatildeo de vigas reforccediladas por encamisamento de betatildeo armado (Gomes A

Appleton J) 98

Figura 5-33 Modelo de caacutelculo para verificaccedilatildeo da ligaccedilatildeo betatildeo existentebetatildeo novo (Gomes A Appleton J)

99

Figura 5-34Pilar com encamisamento de betatildeo armado total (Aacutelvaro Sousa 2008) 102

Figura 5-35Modelo de caacutelculo dos esforccedilos resistentes agrave flexatildeo composta (Aacutelvaro Sousa 2008) 104

Figura 5-36 Compoacutesito de FRP (Formas Preacute-Fabricada e Curada ldquoin siturdquo) (LJuvandes et all 2007) 106

Figura 5-37 Comportamento agrave traccedilatildeo de fibras e metais (ACI 440R-96 1996) 107

Figura 5-38 Aplicaccedilatildeo do sistema FRP (adaptado de BASF 2007) 110

Figura 5-39Fatores condicionantes para a durabilidade dos FRPrsquos 110

Figura 6-1 Vista do Cais de Carga do porto de Aveiro (LOURENCcedilO Z 2007) 113

3 Tiago Pais Boto

Figura 6-2 Corte da viga frontal com a ilustraccedilatildeo das diferentes zonas anoacutedicas do sistema de proteccedilatildeo catoacutedica

(LOURENCcedilO Z 2007) 114

Figura 6-3 Instalaccedilatildeo das fitas de malha de TiMMO (LOURENCcedilO Z 2007) 115

Figura 6-4 Unidade Central de controlo e monitorizaccedilatildeo (LOURENCcedilO Z 2007) 115

Figura 6-5 Meacutedia dos valores do decrescimento do potencial (72 h) em funccedilatildeo da densidade de corrente

(LOURENCcedilO Z 2007) 117

Figura 6-6 Vista geral viaduto Duarte Pacheco (httpwwwpanoramiocom 2014) 117

Figura 6-7 Alccedilado do Viaduto Duarte Pacheco (APPLETON J et al 2004) 118

Figura 6-8 Fendilhaccedilatildeo das reaccedilotildees alcali-siacutelica no betatildeo nas vigas do tabuleiro (APPLETON J et al 2004)119

Figura 6-9 Fendilhaccedilatildeo em pilar e trabalho de injeccedilatildeo (APPLETON J et al 2004) 120

Figura 6-10 Reabilitaccedilatildeo de apoios moveis (APPLETON J et al 2004) 120

Figura 6-11 Substituiccedilatildeo de apoios moacuteveis bloqueados e deformados (APPLETON J et al 2004) 120

Figura 6-12Reforccedilo com laminados de fibra de carbono (APPLETON J et al 2004) 121

Figura 6-13Reconstruccedilatildeo das lajes consola e dos passeios (APPLETON J et al 2004) 121

Figura 6-14Vista geral do viaduto Duarte Pacheco apoacutes intervenccedilatildeo (APPLETON J et al 2004) 122

Figura 6-15 Ponte Cais da Trafaria (a2p estudos e projetos 2004) 122

Figura 6-16 Estado de degradaccedilatildeo da estrutura (a2p estudos e projetos 2004) 123

Figura 6-17 Intervenccedilotildees nas vigas da ponte cais da Trafaria (a2p estudos e projetos 2004) 124

Figura 6-18 Vista geral Ponte da Arraacutebida (Gaiurb 2015) 125

Figura 6-19 Ilustraccedilatildeo do mapeamento das Patologias (APPLETON J et al 2002) 126

Figura 6-20 Localizaccedilatildeo das zonas ensaiadas (APPLETON J et al 2002) 127

Figura 6-21 Corrosatildeo das armaduras (APPLETON J et al 2002) 128

Figura 8-1 Fator de reduccedilatildeo do momento resistente em funccedilatildeo da extensatildeo do accedilo (adaptado por Joaquim barros

et al) 146

Figura 8-2Distribuiccedilatildeo de extensotildees e de tensotildees na verificaccedilatildeo aos estados limites uacuteltimos (nas equaccedilotildees h foi

substituiacutedo por 119889119891) (adaptado por Joaquim barros et al) 148

Figura 8-3 Distribuiccedilatildeo de tensotildees e extensotildees na verificaccedilatildeo dos estados limites de utilizaccedilatildeo (adaptado por

Joaquim barros et al) 152

Figura 8-4Diagrama para verificaccedilatildeo aos ELU em reforccedilo de seccedilotildees em betatildeo armado com FRP (adaptado de

Joaquim barros et al) 154

Figura 8-5Configuraccedilotildees geomeacutetricas do reforccedilo ao corte com FRP (ACI 4402R-08) 155

Figura 8-6Valores correspondentes ao coeficiente 120595119891 (adaptaccedilatildeo de Joaquim barros et al) 156

Figura 8-7Identificaccedilatildeo dos paracircmetros intervenientes na formulaccedilatildeo do reforccedilo com FRP (ACI 4402R) 157

4

IacuteNDICE DE TABELAS

Tabela 2-1 Organizaccedilatildeo da Norma EN NP 1504 18

Tabela 3-1 Qualidade do betatildeo em funccedilatildeo da velocidade de propagaccedilatildeo dos ultrassons (Japanese Society of

Construction) 30

Tabela 3-2Risco de corrosatildeo ativa em funccedilatildeo do niacutevel de potencial 33

Tabela 4-1 Caracteriacutesticas do betatildeo em funccedilatildeo da temperatura (Adaptado de Rosso (1975) Neville (1923) 51

Tabela 5-1 Aspetos teacutecnicos a considerar para situaccedilotildees de reparaccedilatildeo e reforccedilo (Joseacute Vasconcelos Paiva et all

LNEC 2006) 60

Tabela 5-2Metodologia a seguir para projeto de reparaccedilatildeoreforccedilo (ACI Committee 364 1999) 61

Tabela 5-3 Coeficiente 120593119877 para danos provocados por sismos (CEB 1983) 64

Tabela 5-4 Coeficiente 120593119877 para danos provocados por incecircndios (CEB 1983) 64

Tabela 5-5 Coeficiente 120593119877 para danos provocados pela corrosatildeo (CEB 1983) 65

Tabela 5-6Relaccedilatildeo entre Coeficiente de Capacidade e Grau de Intervenccedilatildeo 66

Tabela 5-7 Coeficientes de minoraccedilatildeo (120574prime119862) para betatildeo cofrado em obra (CEB 1983) 66

Tabela 5-8 Coeficientes de minoraccedilatildeo (120574prime119862) para betatildeo projetado (CEB 1983) 66

Tabela 5-9 Coeficientes de minoraccedilatildeo (120574prime119878) para Accedilo (CEB 1983) 67

Tabela 5-10Forccedila de Adesatildeo consoante a interface de ligaccedilatildeo 69

Tabela 5-11 Seacuterie galvacircnica dos materiais 74

Tabela 5-12Propriedades das Principais Fibras (Manoochehr Zoghi 2014) 108

Tabela 5-13 Principais vantagens e desvantagens das fibras FRP (Aacutelvaro Sousa 2008) 112

Tabela 6-1 Resultados obtidos durante dois ciclos de polarizaccedilatildeo despolarizaccedilatildeo (LOURENCcedilO Z 2007) 116

Tabela 6-2 Meacutedia dos valores de decrescimento de potencial obtido em cada zona e em cada ciclo de polarizaccedilatildeo

(LOURENCcedilO Z 2007) 116

Tabela 0-1Valores de coeficiente de minoraccedilatildeo 119862119864 142

Tabela 8-2 Limite de tensatildeo no FRP para carregamentos de longa duraccedilatildeo e accedilotildees ciacuteclicas 147

ACROacuteNIMOS

A - Fibra de Aramida

ACI ndash American Concrete Institute

AECOPS - Associaccedilatildeo de Empresas de Construccedilatildeo Obras Publicas e Serviccedilos

AFRP ndash Aramid Fiber Reinforced Polymer Poliacutemero reforccedilado com fibras de aramida

ASCE ndash American society of civil engineering

ASTM ndash American Society for Testing and Materials

A-HM ndash Fibras de Aramida de elevado moacutedulo de elasticidade

5 Tiago Pais Boto

A-IM ndash Fibras de Aramida de moacutedulo de elasticidade intermeacutedio

BRI ndash Building Research Institute

C - Fibra de carbono

CE ndash Marcaccedilatildeo de no Espaccedilo Econoacutemico Europeu

CFRP ndash Carbon Fiber Reinforced Polymer Poliacutemero reforccedilado com fibras de carbono

CEN - Comiteacute Europeu de Normalizaccedilatildeo

CEB ndash Comiteacute Europeacuteen du Beacuteton

CONREPNET - Thematic network on performance based rehabilitation of reinforced concrete

structures

CPF - Controlo de produccedilatildeo de faacutebrica

CNR ndash Consiglio Nazionale delle Ricerche

C-HM ndash Fibras de Carbono de elevado moacutedulo de elasticidade

C-HS ndash Fibras de Carbono de elevada resistecircncia

DEF ndash Delayed Ettringite Formation

DSC ndash Differential Scanning Calorimetry

DMTA ndash Dynamic Mechanical Thermal Analysis

FRP ndash Fiber Reinforced Polymer

G - Fibra de vidro

GFRP ndash Glass Fiber Reinforced Polymer Poliacutemero reforccedilado com fibras de vidro

G-S ndash Fibras de Vidro de elevada resistecircncia

G-AR ndash Fibras de Vidro de resistecircncia meacutedia

G-E ndash Fibras de Vidro com propriedades similares a G-AR mas de densidade inferior

IBC ndash International Existing Building Code

JCI ndash Japan Concrete Institute

JCSS ndash Joint Committee on Structural Safety

K - Fibra de Kevlar

LNEC ndash Laboratoacuterio Nacional de Engenharia Civil

NACE ndash National Association of Corrosion Engineers

RBA ndash Regulamento do Betatildeo Armado

REBA ndash Regulamento de Estruturas de Betatildeo Armado

REBAP ndash Regulamento de Estruturas de Betatildeo Armado e Preacute-Esforccedilado

RSA ndash Regulamento de Seguranccedila e Accedilotildees para Estruturas de Edifiacutecios e Pontes

6

SIMBOLOGIA

Maiuacutesculas Latinas

AgCl ndash Cloreto de prata

119860119904119890119902

ndash Aacuterea de armadura equivalente

119860119904119894 ndash Aacuterea da armadura existente

119860119904119903 ndash Aacuterea da armadura de reforccedilo

119860119888119894 ndash Aacuterea do betatildeo existente

119860119888119903 ndash Aacuterea do betatildeo de reforccedilo

119860119888119888119903 ndash Aacuterea do betatildeo de recobrimento que natildeo se considera confinado

119860119904119903 ndash Aacuterea da armadura de reforccedilo

119860119904119908119894 ndash Aacuterea da armadura de esforccedilo transverso inicial por metro

119860119904 ndash Aacuterea da armadura convencional de traccedilatildeo

119860119891 ndash Aacuterea de FRP

119860119891119907 ndash Aacuterea de reforccedilo de FRP ao corte

119860119887 ndash Aacuterea da seccedilatildeo das armaduras longitudinais

119860119904119895 ndash Aacuterea estimada dos aneacuteis de accedilo

CaCO3 ndash Carbonato de Caacutelcio

Ca(HCO3)2 ndash Bicarbonato de Caacutelcio

Ca(OH)2 ndash Hidroacutexido de Caacutelcio

CaO ndash Oacutexido de Caacutelcio

CL- ndash Cloro

Ca+ ndash Caacutelcio

CO2 ndash Dioacutexido de Carbono

119862119864 ndash Coeficiente de reduccedilatildeo da accedilatildeo do meio ambiente

C1 ndash Concentraccedilatildeo de CO2 no exterior [gm3]

C2 ndashConcentraccedilatildeo de CO2 na frente de carbonataccedilatildeo [gm3]

119863119895 ndash Diacircmetro externo do encamisamento

D ndash Coeficiente de difusatildeo do CO2 no betatildeo [m2s]

E ndash Moacutedulo de Elasticidade

7 Tiago Pais Boto

119864119904119895 ndash Moacutedulo de elasticidade do accedilo de encamisamento

119864ƒ ndash Moacutedulo de elasticidade do FRP

119865119887 ndash Forccedila de corte resistente de uma bucha metaacutelica

119865119890 ndash Ferro

119865119910119904119895 ndash Tensatildeo de cedecircncia do accedilo de encamisamento

119865119904119889 ndash Forccedila de traccedilatildeo de reforccedilo

H2O ndash Aacutegua

L ndash Comprimento da Ligaccedilatildeo

119871119870 ndash Comprimento da chapa metaacutelica

119871119890 ndash Comprimento de colagem efetivo do FRP

K ndash Coeficiente de carbonataccedilatildeo [m s-05]

K ndash Potaacutessio

119870119868119899119894119888119894119886119897 ndash Caracteriacutesticas iniciais de rigidez

119870119903119890119904119894119889119906119886119897 ndash Caracteriacutesticas residuais de rigidez

K2O ndash Oacutexido de Potaacutessio

Mg ndash Magneacutesio

119872119877119889 ndash Momento resistente da seccedilatildeo reforccedilada

119872119899 ndash Momento fletor resistente de caacutelculo

119872119906 ndash Momento fletor solicitante da combinaccedilatildeo mais desfavoraacutevel Nmm

119872119904 ndash Momento no momento elaacutestico do elemento

119872119877119863 ndash Momento resistente

119873119877119889119891119894119899119886119897

ndash Esforccedilo axial resistente afetado pelo coeficiente de monolitismo

119873119877119889 ndash Esforccedilo axial resistente

119873119904119889 ndash Esforccedilo axial atuante

Na2O ndash Oacutexido de Soacutedio

Na ndash Soacutedio

119877119899 ndash Resistecircncia nominal de um elemento estrutural

119877119899120579 ndash Resistecircncia nominal de um elemento estrutural submetido a temperaturas elevadas

119877119889 ndash Valor de caacutelculo do esforccedilo resistente da estrutura

119877prime119889 ndash Esforccedilo de caacutelculo residual resistente

8

119877119868119899119894119888119894119886119897 ndash Caracteriacutesticas iniciais de resistecircncia

119877119903119890119904119894119889119906119886119897 ndash Caracteriacutesticas residuais de resistecircncia

119877119903 ndash Resistecircncia da estrutura apoacutes reforccedilo

119877119894 ndash Resistecircncia da estrutura supondo que eacute nova

119878119904119895 ndash Espaccedilamento igual agrave unidade

119878prime119889 ndash Esforccedilo de caacutelculo atuante

SO4 ndash Sulfato

119878 ndash Espaccedilamento dos varotildees de accedilo

S ndash Forccedila

119878119889 ndash Valor de caacutelculo atuante na estrutura

Tc ndash Temperatura Criacutetica

Tg ndash Temperatura de transiccedilatildeo viacutetrea

T95 ndash Temperatura Caracteriacutestica

119881119906 ndash Resistecircncia do pilar ao esforccedilo transverso

119881119888 ndash Resistecircncia do betatildeo ao corte

119881119904 ndash Resistecircncia das armaduras ao corte

119881119899 ndash Resistecircncia ao corte da contribuiccedilatildeo das cargas verticais

119881119904119895 = Resistecircncia miacutenima necessaacuteria ao corte do encamisamento de accedilo

1198810 ndash Forccedila de corte induzida pela capacidade de flexatildeo maacutexima provaacutevel da roacutetula plaacutestica

119881119904119889 ndash Valor de caacutelculo do esforccedilo transverso atuante

119881119877119889119898119886119909 ndash Esforccedilo transverso maacuteximo

V ndash Velocidade de propagaccedilatildeo do impulso ultra-soacutenico do betatildeo

119881119877119889119898119886119909 ndash Esforccedilo transverso maacuteximo

119881119904119889 ndash Valor de caacutelculo do esforccedilo transverso atuante

119881119889 ndash Velocidade do som pelo meacutetodo direto

119881119894 ndash Velocidade do som pelo meacutetodo indireto

119881119901 ndash Velocidade ultrassoacutenica (Kms)

119882 ndash Watt unidade de medida de potecircncia eleacutetrica no sistema internacional de unidades

119882119860119875 ndash Accedilotildees permanentes

119882119878119900119887 ndash Accedilotildees da sobrecarga

119885119890119902 ndash Braccedilo equivalente da seccedilatildeo reforccedilada

9 Tiago Pais Boto

119885119894 ndash Braccedilo da seccedilatildeo de betatildeo relativamente agrave armadura existente

119885119903 ndash Braccedilo da seccedilatildeo de betatildeo relativamente agrave armadura de reforccedilo

Minuacutesculas Latinas

a ndash Quantidade necessaacuteria para carbonatar uma unidade de volume de betatildeo [gm3]

119887 ndash Largura da chapa metaacutelica

119887119903 ndash Largura da seccedilatildeo de betatildeo reforccedilada

119887119894 ndash Largura da seccedilatildeo de betatildeo da viga inicial

119887119903 ndash Largura da seccedilatildeo de betatildeo reforccedilada

119887119896 ndash Largura da seccedilatildeo retangular de betatildeo

c ndash Distancia da fibra mais comprimida ao eixo neutro

119889119890119902 ndash Altura uacutetil equivalente da seccedilatildeo reforccedilada

119889119903 ndash Altura uacutetil da seccedilatildeo reforccedilada relativamente agrave armadura de reforccedilo

119889119894 ndash Altura uacutetil da seccedilatildeo reforccedilada relativamente agrave armadura existente

119889119904 ndash Distancia entre a fibra do betatildeo mais comprimida e o centro geomeacutetrico da armadura de

traccedilatildeo

119889119891 ndash Altura total do elemento de betatildeo armado

119889119891119907 ndash Altura uacutetil do reforccedilo de FRP

119889119904119895 ndash Espessura da placa de encamisamento metaacutelico

119891119888 ndash Resistecircncia do betatildeo agrave compressatildeo

119891119888119889 ndash Valor de caacutelculo da resistecircncia agrave compressatildeo do betatildeo

119891119891119890 ndash Tensatildeo de traccedilatildeo efetiva no FRP

119891119897 ndash Tensatildeo maacutexima de confinamento do encamisamento de accedilo

119891119910119895 ndash Tensatildeo limite de proporcionalidade do accedilo

119891prime119888119888 ndash Resistecircncia agrave compressatildeo do betatildeo confinado

119891prime119888 ndash Resistecircncia agrave compressatildeo do betatildeo natildeo confinado

119891prime119897 ndash Tensatildeo maacutexima de confinamento do encamisamento de accedilo

119891119910 ndash Tensatildeo de cedecircncia das armaduras longitudinais

119891119904119910119889119894 ndash Tensatildeo de cedecircncia de traccedilatildeo da armadura existente

119891119904119910119889119903 ndash Tensatildeo de cedecircncia de traccedilatildeo da armadura de reforccedilo

10

119891119904119910119889119894 ndash Tensatildeo de cedecircncia de traccedilatildeo da armadura existente

119891119888119905119898 ndash Resistecircncia meacutedia agrave traccedilatildeo do betatildeo

ƒ119891119906 ndash Resistecircncia uacuteltima de caacutelculo do FRP

119891119888119889119888119891 ndash Valor de caacutelculo corrigido da resistecircncia aacute compressatildeo do betatildeo

ƒ119891119906lowast ndash Resistecircncia uacuteltima do FRP segundo o fabricante

119891119891119890 ndash Tensatildeo efetiva no FRP niacutevel alcanccedilado na rotura da seccedilatildeo

119891119904119904 ndash Tensatildeo para o accedilo natildeo preacute-esforccedilado para estados limites de utilizaccedilatildeo

119891119904119910 ndash Tensatildeo de cedecircncia para o accedilo natildeo preacute-esforccedilado

119891119888119904 ndash Resistecircncia de compressatildeo do betatildeo para estados limites de utilizaccedilatildeo

119891119904 ndash Tensatildeo de traccedilatildeo no accedilo

119891119891119904 ndash Tensatildeo no FRP causado pelo momento no regime elaacutestico do elemento de betatildeo armado

119896 ndash Razatildeo entre a profundidade do eixo neutro e a profundidade medida no mesmo lado do

eixo neutro

119896119907 ndash Coeficiente de reduccedilatildeo de aderecircncia

1198961 ndash Coeficiente que tem em conta a resistecircncia do betatildeo

1198962 ndash Fator que tem em conta a configuraccedilatildeo do reforccedilo

119897119904 ndash Comprimento de emenda dos varotildees

mV ndash milivolt (Volt eacute a unidade de tensatildeo eleacutetrica ou diferenccedila de potencial eleacutetrico)

119899 ndash Nuacutemero de buchas colocadas no comprimento L2

119899119891 ndash Nuacutemero de camadas de FRP

119901 ndash Diacircmetro equivalente do betatildeo fissurado em torno da armadura longitudinal

119904119891 ndash Espaccedilamento do FRP na direccedilatildeo do eixo da viga

t ndash Tempo [s]

119905119895 ndash Espessura do encamisamento

119905119891 ndash Espessura de cada camada de FRP

119908119891 ndash Largura por unidade de FRP

χ ndash Profundidade de carbonataccedilatildeo [m]

Maiuacutesculas Gregas

ΔL ndash Variaccedilatildeo de Comprimento

11 Tiago Pais Boto

empty ndash Coeficiente de ductilidade

120579 ndash Angulo das bielas do betatildeo

Φ ndash Coeficiente de capacidade

Minuacutesculas Gregas

120572119888119908 ndash Fator que tem em conta o estado de tensatildeo na biela comprimida

120573 ndash Orientaccedilatildeo das fibras de FRP

1205731 ndash Factor de transformaccedilatildeo do diagrama de tensotildees podendo assumir-se 08

120574119888 ndash Coeficiente de minoraccedilatildeo das propriedades resistentes do betatildeo em estruturas novas

120574119899119877 ndash Coeficiente de monolitismo para a flexatildeo ( 120574119899119877 = 09 valor sugerido por Eurocoacutedio 8

parte14)

120574119899119881 ndash Coeficiente de monolitismo para a esforccedilo transverso ( 120574119899119881 = 08 valor sugerido por

Eurocoacutedio 8 parte14)

120574prime119862 ndash Coeficiente de minoraccedilatildeo para betatildeo projetado e cofrado em obra

120574prime119904 ndash Coeficiente de minoraccedilatildeo para accedilo

120574119899119877 ndash Coeficiente de monolitismo

1205741 e 1205731 ndash Coeficientes Multiplicadores de 119891119888 para determinar a tensatildeo equivalente do betatildeo agrave

compressatildeo

120574119892 ndash Coeficiente de majoraccedilatildeo de accedilotildees permanentes em estruturas novas

120574prime119902 ndash Coeficiente de majoraccedilatildeo de accedilotildees variaacuteveis em estruturas existentes

120574119902 ndash Coeficiente de majoraccedilatildeo de accedilotildees permanentes em estruturas existentes

δ ndash Deformaccedilatildeo

120576119891119906 ndash Extensatildeo uacuteltima de caacutelculo do FRP

120576119891119906lowast ndash Extensatildeo uacuteltima do FRP segundo o fabricante

120576119891119889 ndash Valor de caacutelculo da extensatildeo de rotura do FRP

120576119891119890 ndash Extensatildeo efetiva do FRP

120576119888119906 ndash Extensatildeo maacutexima admitida no betatildeo comprimido

120576119887119894 ndash Extensatildeo do betatildeo no substrato (betatildeo de recobrimento) no momento de instalaccedilatildeo do FRP

120576119904 ndash Extensatildeo nas armaduras

120576119887119894 ndash Extensatildeo do betatildeo (betatildeo de recobrimento) no momento de instalaccedilatildeo do FRP

120576119904119910 ndash Extensatildeo nas armaduras correspondente aacute tensatildeo de cedecircncia

12

120576119891 ndash Extensatildeo no FRP

ξ ndash Fator de Correccedilatildeo (depende da compactaccedilatildeo da fluidez e das adiccedilotildees presentes no betatildeo)

120588119904 ndash Percentagem de reforccedilo da armadura convencional

120588119891 ndash Percentagem de reforccedilo de FRP

120590119878119889 ndash Tensatildeo normal aplicada

120590119877119889 ndash Tensatildeo normal resistente

120590119873 ndash Tensatildeo Normal

120591119878119889 ndash Tensatildeo de corte aplicada

120591119877119889 ndash Tensatildeo de corte resistente

120591119877 ndash Tensatildeo de Corte

1205911 ndash Tensatildeo tangencial na seccedilatildeo do betatildeo existente

1205912 ndash Tensatildeo tangencial na seccedilatildeo do betatildeo novo e o betatildeo existente

120591119898aacute119909 ndash Tensatildeo tangencial limite

120591119904119889 ndash Tensatildeo de aderecircncia resistente accediloresinabetatildeo

ϕ ndash Fator de reduccedilatildeo de resistecircncia ACI 318-05 (ϕ = 085)

120593119877 ndash Coeficiente empiacuterico para reduccedilatildeo de resistecircncia

120593119870 ndash Coeficiente empiacuterico para reduccedilatildeo de rigidez

micro ndash Coeficiente de Fricccedilatildeo

1205921 ndash Fator redutor da tensatildeo de compressatildeo do betatildeo fendilhado

120595119891 ndash Coeficiente de minoraccedilatildeo da resistecircncia do FRP na flexatildeo pode assumir-se 085

13 Tiago Pais Boto

1 INTRODUCcedilAtildeO

11 Enquadramento

ldquoO betatildeo armado surge como elemento primordial nas construccedilotildees em Portugal logo

apoacutes o iniacutecio da produccedilatildeo em 1894 de cimento Portland na Faacutebrica de Cimento Tejo em

Alhandra A construccedilatildeo da Igreja de Nordf Srordf de Faacutetima em 1938 nas Avenidas Novas marcou

o iniacutecio do atual domiacutenio do betatildeo armado nos nossos haacutebitos construtivosrdquo (Coias 2006)

O betatildeo eacute um material heterogeacuteneo caracterizado pela estrutura porosa constituiacutedo

essencialmente por cimento agregados brita areia aacutegua e nalguns betotildees por adjuvantes e

adiccedilotildees tais como siacutelicas de fumo cinzas volantes e escoacuterias Como o betatildeo eacute um material que

pode apresentar uma boa trabalhabilidade no estado fresco e uma elevada resistecircncia mecacircnica

(resistecircncia agrave compressatildeo) foi utilizado exaustivamente na construccedilatildeo

A durabilidade do betatildeo eacute influenciada pela sua composiccedilatildeo (razatildeo aacutegua-cimento

quantidade miacutenima e tipo de cimento) recobrimento das armaduras fendilhacatildeo processo de

cura entre outros factores As propriedades do betatildeo vatildeo-se alterando ao longo do tempo por

isso a anaacutelise de uma estrutura de betatildeo jaacute construiacuteda deve ser diferentes adaptada

comparativamente com uma a anaacutelise de betatildeo armado nova Portanto todas as estruturas de

betatildeo armado devem ser um alvo de uma atenccedilatildeo especial tanto na sua execuccedilatildeo como durante

as fases de intervenccedilatildeo durante o seu periacuteodo de vida uacutetil

ldquoEntende-se por reparaccedilatildeo todas as accedilotildees que visam repor os niacuteveis de desempenho da

estrutura para os padrotildees inicialmente previstos ou que visam corrigir e prevenir os efeitos da

degradaccedilatildeo da estrutura Uma intervenccedilatildeo de reforccedilo define-se como uma Acatildeo que incide

sobre o comportamento da estrutura visando o aumento da resistecircncia eou ductilidade dos seus

elementos melhorando assim o desempenho da estrutura relativamente ao seu estado inicialrdquo

(Rodrigues 2005)

Para tomar a decisatildeo de reforccedilar ou reparar um a estrutura eacute absolutamente necessaacuterio efetuar

um estudo preacutevio da estrutura jaacute existente onde satildeo necessaacuterias observaccedilotildees in situ que na

maioria das vezes satildeo complementadas com a realizaccedilatildeo de ensaios O historial da estrutura

tambeacutem tem que ser analisado fatores como redistribuiccedilatildeo de cargas carregamentos sucessivos

eou excessivos efeitos de retraccedilatildeo e fluecircncia satildeo condicionantes importantes que devem ser

conhecidos para que a intervenccedilatildeo de reparaccedilatildeo ou reforccedilo seja bem-sucedida Geralmente a

decisatildeo de reparar ou reforccedilar uma estrutura depende do resultado da inspeccedilatildeo agrave estrutura

existente e da anaacutelise da relaccedilatildeo custobenefiacutecio (Rodriguez 1991)

A reparaccedilatildeo e reforccedilo estrutural do patrimoacutenio construiacutedo dependendo do grau e

extensatildeo das intervenccedilotildees tecircm implicaccedilotildees de ordem arquitetoacutenica estrutural econoacutemica

histoacuterica e social pelo que todos os aspetos deveratildeo ter tido em conta (LNEC Pompeu 2008)

14

De acordo com o trabalho de JAVieitez e JLRamirez (1984) os principais fatores que

levam agrave necessidade de reparaccedilatildeo e reforccedilo satildeo a existecircncia de erros de projeto presentes em

515 dos casos e os agentes agressivos de degradaccedilatildeo satildeo a razatildeo para 31 das situaccedilotildees

Em relaccedilatildeo aos defeitos de execuccedilatildeo estes estatildeo presentes em cerca de 385 dos casos mas

apenas 187 eacute que conduzem a intervenccedilotildees Os defeitos na qualidade dos materiais aparecem

em 162 dos casos Por fim o mau uso ou falta de manutenccedilatildeo das estruturas justificam 134

das intervenccedilotildees e as causas naturais excecionais justificam apenas 4 Os resultados

apresentados satildeo referentes a Espanha mas satildeo substancialmente parecidos com estatiacutesticas nos

restantes paiacuteses europeus

Segundo o relatoacuterio da AECOPS Portugal ainda tem grande carecircncia no peso da

reabilitaccedilatildeo em funccedilatildeo da produccedilatildeo total da construccedilatildeo com cerca de 7 O paiacutes que lidera o

volume de produccedilatildeo no sector da reabilitaccedilatildeo eacute a Alemanha com cerca de 33 seguindo-se a

Itaacutelia com 29 e a Finlacircndia com 26

Figura 1-1 Peso () da Reabilitaccedilatildeo Residencial na Produccedilatildeo Total da Construccedilatildeo para 14

paiacuteses da Europa (AECOPS 2009)

Existem hoje vaacuterias teacutecnicas de reparaccedilatildeo e reforccedilo de estruturas de betatildeo armado umas

com mais aplicaccedilatildeo que outras mas que partilham o objetivo comum de aumentar a

durabilidade e a capacidade resistente da construccedilatildeo Seja qual for a teacutecnica escolhida todas

devem seguir um conjunto de consideraccedilotildees recomendaccedilotildees Neste tipo de intervenccedilotildees

necessaacuterio natildeo soacute conhecer bem a teacutecnica de reforccedilo ou reparaccedilatildeo mas tambeacutem as

caracteriacutesticas dos materiais empregues e garantir que a sua aplicaccedilatildeo eacute a mais correta

12 Objetivos

O trabalho desenvolvido nesta dissertaccedilatildeo tem como principal objetivo sistematizar a

informaccedilatildeo de um projeto de reforccediloreparaccedilatildeo em estruturas de betatildeo armado A presente

compilaccedilatildeo bibliograacutefica refere um conjunto de estrateacutegias que os intervenientes na elaboraccedilatildeo

de um projeto de reforccedilo em estruturas de betatildeo armado podem consultar e assim enriquecer

15 Tiago Pais Boto

os conhecimentos necessaacuterios na elaboraccedilatildeo deste Como objetivo mais especiacutefico procurou-se

com este documento contribuir para o esclarecimento dos seguintes toacutepicos

Qual a regulamentaccedilatildeo aplicaacutevel normas e boletins teacutecnicos (neste assunto dar-se-aacute

grande relevacircncia agrave Norma EN NP 1504)

Breve descriccedilatildeo das metodologias de inspeccedilatildeo caracterizaccedilatildeo das propriedades dos

materiais atraveacutes de ensaios laboratoriais e em situ

Identificaccedilatildeo dos principais erros de exploraccedilatildeo e manutenccedilatildeo que estatildeo associados agraves

patologias em estruturas de betatildeo armado

Apresentaccedilatildeo das principais teacutecnicas de reparaccedilatildeoreforccedilo com especial enfase na

utilizaccedilatildeo de FRPacutes

Introduccedilatildeo do mecanismo de transferecircncia de tensotildees ao abrigo do CEB boletim nordm162

e descriccedilatildeo geral da metodologia em caso de reforccedilo estrutural

Consideraccedilotildees gerais sobre o dimensionamento do reforccedilo agrave flexatildeo e ao corte de seccedilotildees

retangulares em betatildeo armado

13 Estrutura da dissertaccedilatildeo

A estrutura desta dissertaccedilatildeo estaacute organizada em seis capiacutetulos incluindo a introduccedilatildeo

conclusotildees e desenvolvimentos futuros as referecircncias bibliograacuteficas e um anexo Segue-se a

descriccedilatildeo de cada capiacutetulo abrangendo os objetivos gerais pretendidos

No Capitulo 1 onde se encontra a introduccedilatildeo procurou-se dar a conhecer a importacircncia

do betatildeo como material na engenharia civil expondo o porquecirc da necessidade em reparar e

reforccedilar as estruturas de betatildeo armado

No Capitulo 2 descreve-se de forma sucinta e atualizada as Normas Regulamentaccedilatildeo

e documentaccedilatildeo teacutecnica que abrange uma intervenccedilatildeo de reparaccedilatildeo e reforccedilo em estruturas de

betatildeo armado dando especial enfase e descriccedilatildeo agrave norma EN NP 1504

O Capitulo 3 reporta a avaliaccedilatildeo e diagnoacutestico do estado de conservaccedilatildeo das estruturas

de betatildeo armado sugerindo uma possiacutevel metodologia de inspeccedilatildeo Satildeo descritos vaacuterios ensaios

in situ e em laboratoacuterio detalhando os mais utilizados e aqueles que melhor ajudam a

caracterizar as propriedades mecacircnicas dos materiais assim como o estado de conservaccedilatildeo da

estrutura

Apresentam-se no Capitulo 4 as causas das patologias mais comuns nas estruturas

nomeadamente os erros de projeto e as causas dos principais erros cometidos no processo de

execuccedilatildeo Satildeo ainda indicados os mecanismos mecacircnicos quiacutemicos e fiacutesicos de deterioraccedilatildeo

das estruturas de betatildeo armado

O Capitulo 5 reporta um dos principais capiacutetulos da dissertaccedilatildeo as teacutecnicas de reparaccedilatildeo

e reforccedilo de estruturas em betatildeo armado Comeccedilando com uma breve introduccedilatildeo e depois

passando para os aspetos teacutecnicos que devem ser tidos em consideraccedilatildeo no projeto de

intervenccedilatildeo numa estruturas de betatildeo armado Descreve-se ainda uma possiacutevel metodologia de

16

intervenccedilatildeo sugerida pelo ACI Committee 364 onde os seguintes itens satildeo abordados breve

caracterizaccedilatildeo do tipo de intervenccedilatildeo verificaccedilatildeo da seguranccedila das estruturas existentes e

paracircmetros principais no dimensionamento de reforccedilo No reforccedilo estrutural eacute fundamental

compreender o mecanismo de transferecircncia de tensotildees Neste capiacutetulo satildeo descritos

minuciosamente cinco mecanismos de transferecircncia de tensotildees de acordo com o boletim nordm162

do CEB

Jaacute no capiacutetulo 6 capiacutetulo apresenta-se 4 exemplos de casos reais de reparaccedilatildeo e reforccedilo

em estruturas de betatildeo armado expondo as patologias o procedimento adotado material

utilizado recomendaccedilotildees dimensionamento etc

As conclusotildees finais acerca de toda a abordagem feita na temaacutetica de reparaccedilotildees e reforccedilo

em estruturas de betatildeo armado assim como a sugestatildeo dos desenvolvimentos futuros

encontram-se no Capitulo 7

A dissertaccedilatildeo termina com as referecircncias bibliograacuteficas que serviram de suporte na

concretizaccedilatildeo da mesma

Na seccedilatildeo de anexo seguindo o ACI 440 e o ACI 318 satildeo descritas consideraccedilotildees gerais

acerca do criteacuterio de dimensionamento de reforccedilo agrave flexatildeo e ao esforccedilo transverso com recurso

a FRPacutes para secccedilotildees retangulares

17 Tiago Pais Boto

2 Normas Regulamentaccedilatildeo e Documentaccedilatildeo teacutecnica

A facilidade de acesso e partilha de informaccedilatildeo teacutecnica eacute cada vez maior e o trabalho

de investigaccedilatildeo cientiacutefica realizado nos uacuteltimos anos conduziu a um vasto leque de informaccedilatildeo

na temaacutetica da reparaccedilatildeoreforccedilo de estruturas de betatildeo armado

Agrave semelhanccedila de um projeto de uma estrutura nova de betatildeo armado a realizaccedilatildeo de um

projeto de reparaccedilatildeo ou reforccedilo em estruturas de betatildeo armado existentes deve ter em

consideraccedilatildeo a regulamentaccedilatildeo nacional coacutedigos europeus em vigor Na falta de

regulamentaccedilatildeo nacional ou em complemento desta deve-se recorrer a regulamentos normas

internacionais ou documentaccedilatildeo teacutecnica de referecircncia emitidos por entidades crediacuteveis

Poreacutem este tipo de recomendaccedilotildees nem sempre eacute seguida na praacutetica conduzindo por

vezes a prejuiacutezos para o projetista e para o dono de obra resultantes da reduccedilatildeo dos padrotildees

de qualidade exigidos De acordo com um artigo do CONREPNET em 2004 ldquoVinte e cinco por

cento dos donos-de-obra estatildeo descontentes com o desempenho dos materiais de reparaccedilatildeo e

proteccedilatildeo no periacuteodo de 5 anos apoacutes a reabilitaccedilatildeo setenta e cinco por cento estatildeo insatisfeitos

no periacuteodo de 10 anosrdquo (CONREPNET 2004)

Realccedila-se a importacircncia da necessidade em avaliar em cada situaccedilatildeo qual eacute a

documentaccedilatildeo teacutecnica adequada pois natildeo existem dois projetos iguais

21 Normas europeias mais relevantes e que devem consultadas na

realizaccedilatildeo de um projeto de reabilitaccedilatildeo estrutural

Eurocoacutedigo 1 - Bases de Projeto e Accedilotildees em Estruturas (CEN 2002)

Eurocoacutedigo 2 - Projeto de Estruturas de Betatildeo (CEN 2004)

Eurocoacutedigo 7 - Projeto Geoteacutecnico (CEN 2004)

Eurocoacutedigo 8 - Parte 1-4 Reforccedilo e Recuperaccedilatildeo de Edifiacutecios (CEN 2004)

Norma EN NP 1504 - Produtos e Sistemas para a Proteccedilatildeo e Reparaccedilatildeo de Estruturas

de Betatildeo

22 Importacircncia da Norma EN NP 1504 em projetos de reforccediloreparaccedilatildeo

Como resultado da lacuna de normas e regulamentaccedilatildeo nesta aacuterea foi criado a Norma

NP EN 1504 pelo Comiteacute Europeu de Normalizaccedilatildeo (CEN) com o tiacutetulo de ldquoProdutos e

sistemas para a proteccedilatildeo reparaccedilatildeo de estruturas de betatildeordquo em meados da deacutecada de 80

apresentando um conjunto de normas alusivas agrave reparaccedilatildeo e proteccedilatildeo de estruturas de

betatildeoCom esta norma o projetista pode em funccedilatildeo das caracteriacutesticas da obra fazer a melhor

opccedilatildeo com abrigo de um documento normativo Desde 1 de Janeiro de 2009 que a Norma NP

EN 1504 estaacute implementada por todos os organismos do CEN Salienta-se que ao tornar esta

norma nacional por cada um dos paiacuteses foram retiras em Dezembro de 2008 todas as normas

que estariam em conflito com esta Esta norma reuacutene toda a informaccedilatildeo sobre produtos e

18

sistemas para a manutenccedilatildeo e proteccedilatildeo reabilitaccedilatildeo e reforccedilo de estruturas de betatildeo (Silva

2008)

Para uma melhor organizaccedilatildeo e consulta a norma encontra-se dividida em dez partes

como descrito na tabela que se segue

Tabela 2-1 Organizaccedilatildeo da Norma EN NP 1504

Nuacutemero do

Documento Descriccedilatildeo

EN 1504- 1 Descreve os termos e definiccedilotildees compreendidos na norma

EN 1504- 2 Fornece especificaccedilotildees para produtossistemas de proteccedilatildeo superficial do betatildeo

EN 1504- 3 Fornece especificaccedilotildees para a reparaccedilatildeo estrutural e natildeo-estrutural

EN 1504- 4 Fornece especificaccedilotildees para colagem estrutural

EN 1504- 5 Fornece especificaccedilotildees para injeccedilatildeo do betatildeo

EN 1504- 6 Fornece especificaccedilotildees para ancoragem de armaduras

EN 1504- 7 Fornece especificaccedilotildees para proteccedilatildeo contra a corrosatildeo das armaduras

EN 1504- 8 Descreve o controlo da qualidade e avaliaccedilatildeo da conformidade das empresas fabricantes

EN 1504- 9 Define os princiacutepios gerais para o uso de produtos e sistemas na reparaccedilatildeo e proteccedilatildeo de betatildeo

EN 1504- 10 Fornece informaccedilatildeo sobre a aplicaccedilatildeo e o controlo da qualidade dos trabalhos

A primeira parte (EN NP1504-1) como referido no quadro anterior remete para os

termos e definiccedilotildees gerais compreendidos na norma Estas definiccedilotildees satildeo entatildeo orientadas para

a classificaccedilatildeo constituiccedilatildeo quiacutemica e definiccedilotildees dos principais produtos abordando tambeacutem

os sistemas para a reparaccedilatildeo proteccedilatildeo manutenccedilatildeo e reforccedilo de estruturas de betatildeo armado

A parte 2 da NP EN 1504 (2006) especifica os sistemas para a proteccedilatildeo superficial do

betatildeo em estruturas novas ou todas as que necessitem de intervenccedilotildees de reparaccedilatildeo eou

reforccedilo Caracteriza e descreve o desempenho de cada um dos sistemas de acordo com os

requisitos miacutenimos definidos pela norma e de acordo os princiacutepios definidos na parte 9

(incluindo aspetos de durabilidade)

A parte 3 da NP EN 1504 (2006) especifica as reparaccedilotildees estruturais e natildeo estruturais

nomeadamente betotildees e argamassas caracterizadas em 4 classes (R4 R3 R2e R1) Estas

classes estatildeo subdivididas em argamassas de reparaccedilatildeo estrutural e natildeo estrutural quer isto

dizer que o projetista tem ou natildeo de considerar as transferecircncias de carga Esta parte enuncia

tambeacutem os requisitos necessaacuterios caracteriacutesticas de desempenho (incluindo aspetos de

durabilidade) dos produtos utilizados em reparaccedilotildees estruturais e natildeo estruturais para prolongar

a vida uacutetil das estruturas

19 Tiago Pais Boto

A parte 4 da NP EN 1504 (2006) especifica sistemas e caracteriacutesticas de desempenho

(incluindo aspetos de durabilidade) para os produtos utilizados na reparaccedilatildeo e reforccedilo de

estruturas de betatildeo atraveacutes de

Colagem atraveacutes de placas exteriores em accedilo compoacutesitos armados com fibras ou outros

materiais que verifiquem os requisitos necessaacuterios

Colagem de componentes betatildeo endurecido sobre betatildeo endurecido geralmente esta

praacutetica eacute efetuada com elementos de betatildeo preacute-fabricado

Utilizaccedilatildeo de uma cola adesiva de junta entre uma superfiacutecie de betatildeo fresco com uma

superfiacutecie de betatildeo endurecido resultando em uma nova estrutura

A parte 5 da NP EN 1504 (2006) especifica sistemas e caracteriacutesticas de desempenho

(incluindo aspetos de durabilidade) para produtos de injeccedilatildeo para tratamento de fendas com

larguras entre 01 e 08mm medido agrave superfiacutecie As caracteriacutesticas de desempenho dividem-se

em 3 classes referidas

Caracteriacutestica de desempenho e requisitos agrave base de poliuretanos e acriacutelicos utilizados

para o enchimento duacutectil de fendas

Caracteriacutestica de desempenho e requisitos agrave base de epoxys polieacutesteres e produtos de

base cimentosa utilizados para o enchimento de fendas com transmissatildeo de forccedilas

Caracteriacutestica de desempenho e requisitos agrave base de poliuretanos e acriacutelicos para

enchimento expansivo das fendas

A parte 6 da NP EN 1504 (2008) especifica sistemas e caracteriacutesticas de desempenho

(incluindo aspetos de durabilidade) e seguranccedila de produtos utilizados na realizaccedilatildeo de

ancoragens para deste modo funcionarem como uma estrutura monoliacutetica seja em estruturas

que necessitem de reparaccedilatildeo ou reforccedilo Esta parte da norma abrange especificaccedilotildees do

Principio 4 (reforccedilo estrutural) - meacutetodo 42 e a parte 9 ldquo ldquoInstalaccedilatildeo de armaduras aderidas em

orifiacutecios preformados ou perfurados no betatildeordquo

A parte 7 da NP EN 1504 (2008) especifica sistemas e caracteriacutesticas de desempenho

(incluindo aspetos de durabilidade) de produtos de proteccedilatildeo contra a corrosatildeo das armaduras

Esta parte refere particularmente dois tipos de revestimento de armaduras

Revestimento ativo para armaduras estes revestimentos contecircm pigmentos

electroquimicamente ativos fornecendo proteccedilatildeo catoacutedica ou entatildeo funcionam apenas

inibidores um exemplo eacute o cimento Portland devido agrave sua elevada alcalinidade

Revestimentos de barreira este tipo de revestimento de base polimeacuterica isola a armadura

da aacutegua envolvente na matriz cimentosa

A parte 8 da NP EN 1504 (2006) especifica ensaios para verificaccedilatildeo de conformidade

rotulagem e marcaccedilatildeo CE dos produtos Menciona tambeacutem que os produtos usados em

reparaccedilatildeo e reforccedilo de estruturas de betatildeo armado tecircm que verificar um requisito de

conformidade designado por 2+ que significa que os produtos precisam de verificar

20

Controlo de produccedilatildeo de faacutebrica (CPF)

Ensaios de tipo iniciais

Inspeccedilatildeo e fiscalizaccedilatildeo contiacutenua e aprovaccedilatildeo do CPF

Fiscalizaccedilatildeo continua avaliaccedilotildees e aprovaccedilotildees do CPF

A parte 9 da NP EN 1504 (2009) especifica meacutetodos e princiacutepios gerais da reparaccedilatildeo

de betatildeo baseados na experiencia e no sucesso de muitos anos No entanto eacute admitida a opccedilatildeo

de utilizaccedilatildeo ou necessidade de novos meacutetodos em certas condiccedilotildees especiacuteficas

Os 11 princiacutepios referidos pela norma estatildeo organizados essencialmente em duas partes

Defeitos do betatildeo devido agrave deterioraccedilatildeo princiacutepio 1 ao 6

Defeitos das armaduras devido agrave deterioraccedilatildeo princiacutepio 7 ao 11

O meacutetodo apresentado pela parte 9 da norma e exemplificado na figura seguinte

representa as quatro fases de reparaccedilatildeo de uma estrutura de betatildeo armado a fase de diagnoacutestico

a fase deliberativa a fase de dimensionamento e a fase de execuccedilatildeo

21 Tiago Pais Boto

Figura 2-1 Etapas de um processo de reparaccedilatildeoreforccedilo (Silva 2008)

A parte 10 da NP EN 1504 (2008) especifica a aplicaccedilatildeo dos produtos e o controlo da

qualidade na execuccedilatildeo dos trabalhos de reparaccedilatildeo e reforccedilo de estruturas de betatildeo armado

Abrange tambeacutem o controlo de seguranccedila sauacutede e manutenccedilatildeo

Esta parte refere alguns ensaios para determinaccedilatildeo das causas das patologias existentes

distribuiacutedos em

Ensaios destrutivos

Ensaios natildeo destrutivos

22

Ensaios quiacutemicos

O controlo da qualidade dos trabalhos executados deve apresentar informaccedilotildees especiacuteficas tais

como

Preparaccedilatildeo da superfiacutecie

Aplicaccedilatildeo dos produtos

Controlo da qualidade e higiene e seguranccedila

23 Os regulamentos publicados em Portugal na aacuterea do projeto estrutural

Regulamento para o emprego do Beacuteton Armado (Dec 4036 de 2831918)

Regulamento do Betatildeo Armado ndash RBA (Dec25948 de 16101935)

Regulamento de Estruturas de Betatildeo Armado ndash REBA (Dec 47723 de 2551967)

Regulamento de Estruturas de Betatildeo Armado e Preacute-Esforccedilado ndash (REBAP Dec 349-c83

de 3071983)

Regulamento de Seguranccedila e Accedilotildees para Estruturas de Edifiacutecios e Pontes ndash (RSA

1983)

24 Por fim aconselha-se consulta da seguinte documentaccedilatildeo que apresenta

recomendaccedilotildees relevantes para na realizaccedilatildeo de um projeto de

reabilitaccedilatildeo estrutural

Boletim de informaccedilatildeo nordm 162 (1983) ndash ldquoAssessment of Concrete Structures and Design

Procedures for Upgrading (Redesign)rdquo [13] Comiteacute Euro-Internacional do Betatildeo

(CEB)

Boletim de informaccedilatildeo nordm14 ndash ldquoExternally bonded FRP reinforcement for RC

structuresrdquo

Technical report October 2001 [14] Emitido pela Federaccedilatildeo Internacional do Betatildeo

(FIB)

Boletim de informaccedilatildeo nordm18 ndash ldquoManagement maintenance and strengthening of

concrete structuresrdquo Technical report April 2001 Emitido pela FIB

ldquoGuidelines for the design and construction of externally FRP systems for

strengthening concrete sctruturesrdquo ACI Comiteacute 440 Sub-Comiteacute 440F Emitido pelo

Instituto Americano do Betatildeo (ACI ndash American Concrete Institute)

Manual Nordm 4 ndash ldquoStrengthening Reinforced Concrete Structures with Externally-Bonded

Fibre Reinforced Polymers (FRPs)rdquo Emitido pelo ldquoIntelligent Sensing for Innovative

Structures Canada Research Networkrdquo (ISIS Canada)

CANCSA-S806-02 (R2007) F - ldquoDesign and Construction of Building Components

with Fibre - Reinforced Polymersrdquo Emitido pela ldquoCanadian Standards Associationrdquo

(CSA)

23 Tiago Pais Boto

JCI TC952 1998 ldquoContinuous fiber reinforced concreterdquo Emitido pelo Instituto

Japonecircs do Betatildeo (JCI ndash Japan Concrete Institute)

ldquoPractical Guideline for Investigation Repair and Strengthening of Cracked Concrete

Structuresrdquo 2003 Emitido pelo JCI

ldquoDesign guidelines of FRP reinforced concrete building sctruturesrdquo 1993 Emitido

pelo ldquoBuilding Research Instituterdquo (BRI) pertencente aoMinisteacuterio da Construccedilatildeo

Japonecircs

International Building Code (IBC) Chapter 34 ldquoExisting building allowancesrdquo

Emitido por International code council 2009

SIA 462 Pre-Standard SIA 462 Assessment of the Structural Safety of Existing

Structures Swiss Society of Engineers and Architects Zurich Switzerland 1994

SIA 269 Swiss Standard SIA 269 Existing Structures ndashBasis for Examination and

Interventions Swiss Society of Engineers and Architects Zurich Switzerland 2011

ASCE 41-06 2006 Seismic Rehabilitation of Existing Buildings American Society of

Civil Engineers Reston Virginia

ACI 437R -03 ldquoStrength Evaluation of Existing Concrete Buildingsrdquo American

Concrete Institute 2003

Joint Committee on Structural Safety (JCSS) Report 032 Probabilistic Assessment of

Existing Structures 2001

ldquoGuide for the design and construction of externally bonded FRP systems for

strengthening existing sctruturesrdquo 2004 Emitido pelo CNR (Consiglio Nazionale

delle Ricerche)

Fichas teacutecnicas dos produtores de FRP tais como SampP SIKA MBT etc

24

25 Tiago Pais Boto

3 Avaliaccedilatildeo e diagnoacutestico do estado de conservaccedilatildeo das estruturas

de betatildeo armado

31 Introduccedilatildeo

Antes de realizar uma intervenccedilatildeo numa estrutura de betatildeo armado com o objetivo de

reforccedilar ou de reparar eacute essencial proceder a uma inspeccedilatildeo direcionada e minuciosa para

detetar todas as anomalias que satildeo necessaacuterias de ser corrigidas para garantir a seguranccedila e

estabilidade da estrutura

Como em geral a maioria dos ensaios satildeo monetariamente caros e a sua realizaccedilatildeo pode

afetar eou danificar a construccedilatildeo estes deveratildeo ser previamente delineados nomeadamente

quanto ao nuacutemero e locais de realizaccedilatildeo

Os ensaios podem ser definidos em ensaios natildeo-destrutivos (NDT) ou ensaios

destrutivos Os natildeo-destrutivos satildeo claramente preferenciais para as construccedilotildees devido agrave baixa

intrusatildeo que conferem agrave estrutura

Sempre que possiacutevel as inspeccedilotildees devem obedecer a procedimentos normalizados e a

criteacuterios teacutecnicos adequados ao tipo de estrutura tipo de elemento a inspecionar A inspeccedilatildeo

deve tambeacutem ser exequiacutevel e eficaz de modo a produzir informaccedilatildeo uacutetil e consistente para que

toda a equipa multidisciplinar envolvida seja capaz de assimilar e compreender com clareza

32 Metodologia de inspeccedilatildeo

A seguir apresentam-se as principais etapas genericamente abrangidas numa inspeccedilatildeo Estas

etapas definem de certa a forma uma metodologia a adotar

Consulta recolha e anaacutelise de elementos escritos e desenhados dos projetos anteriores

elementos alusivos a inspeccedilotildees anteriores informaccedilatildeo acerca do meio ambiente Eacute

tambeacutem fundamental a realizaccedilatildeo de um inqueacuterito direcionado aos responsaacuteveis pela

manutenccedilatildeo das estruturas

Preparaccedilatildeo da inspeccedilatildeo isso passa por uma visita preacutevia ao local para identificaccedilatildeo das

construccedilotildees e dos elementos a avaliar e identificaccedilatildeo do programa funcional dos

diversos espaccedilos

Preparaccedilatildeo das fichas de inspeccedilatildeo ou do software previsto para anotaccedilatildeo de toda a

informaccedilatildeo a registar

26

Verificaccedilatildeo de todas as ferramentas e equipamentos necessaacuterios para o dia da inspeccedilatildeo

providenciando os meios de apoio agrave inspeccedilatildeo tais como veiacuteculos de inspeccedilatildeo especial

ou ateacute mesmo autorizaccedilotildees permissotildees municipais

O processo de diagnoacutestico passa por

1) Inspeccedilatildeo visual distinguindo os mecanismos fiacutesicos e quiacutemicos envolvidos

2) Inspeccedilatildeo detalhada de maneira que se compreenda a relaccedilatildeo causaefeito

3) Conhecimento acerca do comportamento dos materiais e teacutecnicas de

construccedilatildeo utilizadas

4) Realizaccedilatildeo de ensaios in situ destrutivos e natildeo destrutivos

5) Recolha se possiacutevel de amostras e carotes para ensaios laboratoriais

6) Anaacutelise de resultados consideraccedilotildees finais e elaboraccedilatildeo de relatoacuterio

33 Ensaios in situ e Ensaios laboratoriais

331 Anaacutelise e monitorizaccedilatildeo de vibraccedilotildees em estruturas

Para uma avaliaccedilatildeo da capacidade de resistecircncia em estruturas de betatildeo armado eacute

fundamental avaliar o comportamento dinacircmico para que desta forma se possam selecionar

medidas de reparaccedilatildeo ou reforccedilo Os dados podem referentes agraves solicitaccedilotildees dinacircmicas a que a

estrutura estaacute constantemente sujeita da envolvente ou a partir da aplicaccedilatildeo de vibraccedilotildees

impostas

3311 Equipamento

Aceleroacutemetros de alta sensibilidade com preacute amplificador incorporado A gama de

frequecircncias de mediccedilatildeo normalmente estaacute compreendida entre 01 Hz a 1KHz e

sensiacuteveis a aceleraccedilotildees da ordem de 005 mms-2

Um computador portaacutetil com software especiacutefico

Cabos de ligaccedilatildeo

Caixas de ligaccedilatildeo dos sensores

3312 Metodologia

Os sinais dos transdutores satildeo introduzidos num PC dotado de software adequado que

executa o processamento de dados e fornece a informaccedilatildeo relevante sobre as vibraccedilotildees da

construccedilatildeo

- Intensidade das vibraccedilotildees

- Valores maacuteximos da aceleraccedilatildeo velocidade ou deslocamento nos pontos analisados

27 Tiago Pais Boto

- Frequecircncias dominantes nos sinais das vibraccedilotildees

- Representaccedilatildeo graacutefica dos sinais de aceleraccedilatildeo velocidade ou deslocamentos medidos ao

longo do tempo

- Verificaccedilatildeo automaacutetica e alarme se forem excedidos os valores limites preacute-estabelecidos

Figura 3-1 Esquema do equipamento para registo de vibraccedilotildees (oz diagnostico2015)

332 Ensaios de ultrassons em betatildeo

Os ensaios ultrassoacutenicos resume-se na determinaccedilatildeo da velocidade de propagaccedilatildeo dum

impulso ultrassoacutenico entre dois pontos de mediccedilatildeo tendo em vista adquirir informaccedilotildees sobre

Caracteriacutesticas mecacircnicas do betatildeo nomeadamente o seu moacutedulo de elasticidade

Homogeneidade

Presenccedila de fendas vazios ou outras descontinuidades

O impulso ultrassoacutenico eacute gerado num ponto do elemento em estudo atraveacutes de um

transdutor emissor a partir dum sinal eleacutetrico Apoacutes atravessar o betatildeo o sinal ultrassoacutenico eacute

captado por um outro transdutor-recetor colocado num outro ponto que o transforma

novamente em sinal eleacutetrico O tempo gasto no percurso eacute medido na unidade de medida central

sendo assim possiacutevel calcular a velocidade de propagaccedilatildeo

28

A correlaccedilatildeo existente entre a velocidade de propagaccedilatildeo do impulso ultrassoacutenico no

betatildeo (V) e o seu moacutedulo de elasticidade (E) permite ter uma ideia da classe a que pertence o

betatildeo ensaiado (Viacutetor Coias ldquoInspeccedilotildees e Ensaios na reabilitaccedilatildeo de edifiacuteciosrdquo 2006)

3321 Equipamento

O equipamento eacute geralmente composto por uma unidade central onde alberga o

gerador de impulsos eleacutetricos o circuito de leitura e os dois transdutores Para calibraccedilatildeo do

equipamento utiliza-se um invar (barra padratildeo)

Figura 3-2 Equipamento para ensaios de ultrassons no betatildeo (ATCP Physical Engineering)

3322 Metodologia

Existem trecircs meacutetodos possiacuteveis para a realizaccedilatildeo deste tipo de ensaios

Direto

Semidirecto

Indireto

Figura 3-3Ilustraccedilatildeo das trecircs metodologias para realizaccedilatildeo de ensaios ultrassons (ATCP

Physical Engineering)

29 Tiago Pais Boto

Os meacutetodos diretos e semidirecto tecircm como finalidade a avaliaccedilatildeo das caracteriacutesticas

mecacircnicas a homogeneidade e a deteccedilatildeo de descontinuidades no betatildeo O meacutetodo semidirecto

aplica-se apenas na impossibilidade de colocaccedilatildeo de transdutores segundo o meacutetodo direto

O meacutetodo indireto aplica-se fundamentalmente na determinaccedilatildeo da profundidade de

fendas

Para melhorar a transmissatildeo acuacutestica eacute aconselhaacutevel a utilizaccedilatildeo de uma massa de

contato entre os tradutores e a superfiacutecie do betatildeo Aconselha-se tambeacutem que esses pontos de

contato sejam efetuados em superfiacutecies lisas

Considerando-se que o resultado do teste pelo meacutetodo indireto eacute menos preciso

recomenda-se comparar esses resultados com os resultados do teste pelo meacutetodo direto

Meacutetodo direto 119881119901 (119898119898

120583119904) =

119889119894119904119905119886119899119888119894119886 (119898119898)

119905119890119898119901119900 119889119890 119901119903119900119901119886119892119886ccedilatilde119900 (120583119904)lowast 105 (31)

Meacutetodo indireto 119881119894 (119898119898

120583119904) =

119889119894119904119905119886119899119888119894119886 (119898119898)

119905119890119898119901119900 119889119890 119901119903119900119901119886119892119886ccedilatilde119900 (120583119904) (32)

119881119889 = 105 lowast 119881119894 (33)

Onde

Vd = velocidade do som pelo meacutetodo direto

Vi = velocidade do som pelo meacutetodo indireto

Vp= velocidade ultrassoacutenica (Kms)

Para obter a resistecircncia do betatildeo satildeo apresentadas vaacuterias expressotildees deduzidas por diversos

autores como por exemplo a expressatildeo seguinte referida na Japanese Society of Construction

119865119888 = 215 lowast 119881119901 minus 620 (34)

Onde

119865119888= Resistecircncia do betatildeo agrave compressatildeo (MPa)

30

Tabela 3-1 Qualidade do betatildeo em funccedilatildeo da velocidade de propagaccedilatildeo dos ultrassons

(Japanese Society of Construction)

Velocidade (ms) Qualidade do betatildeo

gt4500 Excelente

3500 a 4500 Bom

3000 a 3500 Regular

2000 a 3000 Mediacuteocre

lt2000 Mau

O ensaio deve ser realizado segundo as normas de referecircncia

BS 1881-2031986 ldquoRecommendations for measurement of velocity of ultrasonic pulses

in concreterdquo

ASTM C597-09 ldquoStandard test method for pulse velocity through concreterdquo

333 Deteccedilatildeo de armaduras com recurso do pacoacutemetro

Os ensaios realizados com recurso a um pacoacutemetro aleacutem de permitirem medir o

recobrimento tambeacutem satildeo utilizados para deteccedilatildeo posicionamento dimensatildeo e direccedilatildeo das

armaduras em estruturas de betatildeo armado ou betatildeo preacute-esforccedilado A deteccedilatildeo de cabos de preacute-

esforccedilo apresenta algumas limitaccedilotildees devido agraves caracteriacutesticas proacuteprias dos elementos de preacute-

esforccedilo e agraves capacidades do equipamento (Viacutetor Coias ldquoInspeccedilotildees e Ensaios na reabilitaccedilatildeo de

edifiacuteciosrdquo 2006)

3331 Equipamento

O pacoacutemetro eacute um aparelho portaacutetil composto pela unidade de leitura por dois detetores

e por dois espaccediladores O alcance de mediccedilatildeo depende do diacircmetro do varatildeo e do tamanho do

detetor podendo ir ateacute 360 mm com uma precisatildeo de aproximadamente 2 mm ou 5 ateacute 75 por

cento do alcance O ajuste do zero eacute automaacutetico bastando para tal afastar o elemento detetor de

elementos metaacutelicos O meacutetodo de deteccedilatildeo de armaduras eacute auxiliado por um sistema aacuteudio

variaacutevel com a distacircncia agraves armaduras

31 Tiago Pais Boto

Figura 3-4 Pacoacutemetro (geotechpedia 2012)

3332 Metodologia

Apoacutes a calibragem do aparelho e caso se tenha acesso ao projeto seleciona-se a

dimensatildeo dos varotildees de accedilo e o recobrimento se pretende controlar Se natildeo tivermos informaccedilatildeo

acerca do tipo de armadura que estamos a tentar identificar poderaacute ser vantajoso nesta fase

remover o recobrimento da armadura num local onde natildeo seja muito inconveniente a fim de

acertar a calibraccedilatildeo e eventualmente identificar o tipo de armadura

O recobrimento eacute medido usando a face normal de trabalho do elemento detetor grande

Tendo-se identificado a face normal de trabalho do elemento detetor pode-se explorar a

superfiacutecie do elemento a inspecionar A identificaccedilatildeo da posiccedilatildeo dos varotildees quando o som

emitido for alto e agudo

Para determinar a direccedilatildeo da armadura move-se e roda-se o elemento detetor no sentido

de aumentar o sinal sonoro Quando o elemento detetor estiver cuidadosamente posicionado

dessa maneira o eixo do varatildeo estaraacute paralelo com o eixo longitudinal do elemento detetor O

recobrimento em miliacutemetros poderaacute ser observado na parte esquerda do visor O

microprocessador do aparelho determina automaacutetica o diacircmetro dos varotildees a partir de duas

leituras no mesmo local utilizando um espaccedilador apropriado

O elemento detetor pequeno deve ser usado quando se estaacute na presenccedila de malha soldada

ou de varotildees proacuteximos ou entatildeo quando o elemento detetor grande for incapaz de fornecer

uma discriminaccedilatildeo mais pormenorizada da zona a sondar

Este equipamento fornece boa capacidade de resoluccedilatildeo para desenhar

pormenorizadamente as armaduras que se encontram mais proacuteximas Para uma faacutecil perceccedilatildeo

da disposiccedilatildeo das armaduras nos elementos de betatildeo armado a superfiacutecie do elemento a sondar

vai sendo marcada agrave medida que vatildeo sendo detetadas armaduras

O ensaio deve seguir as recomendaccedilotildees da norma de referecircncia Norma BS 1881-204 1988

Testing concrete ldquoRecommendations on the use of electromagnetic cover metersrdquo

32

334 Deteccedilatildeo de corrosatildeo em armaduras por mediccedilatildeo dos potenciais eleacutetricos

A corrosatildeo das armaduras pode ser avaliada atraveacutes da mediccedilatildeo dos potenciais eleacutetricos

aplicados na superfiacutecie do betatildeo relativamente a um eleacutetrodo de referecircncia Este tipo de ensaios

permite localizar as aacutereas onde a corrosatildeo estaacute presente ou prestes a verificar-se antes de os

efeitos se tornarem visiacuteveis

Esta teacutecnica permite localizar as aacutereas onde a estrutura de betatildeo armado precisa de ser

reparada ou protegida e atraveacutes da sua aplicaccedilatildeo repetida pode ser usada para minimizar assim

os seus custos de manutenccedilatildeo

3341 Equipamento

O equipamento eacute composto por

Ceacutelula de mediccedilatildeo em cloreto de prata (AgCl)

Medidor com ligaccedilatildeo que permite leituras digitais em unidades de tensatildeo (volt) ou

resistecircncia (ohm)

Recipientes com liacutequido para reabastecer a ceacutelula de mediccedilatildeo

Cabo de ligaccedilatildeo

Brocas diamantadas de 10 e 18 mm de diacircmetro

Martelo e escopro

Alicate de aperto

Bico para contacto com armadura e chave de Allen

Cabo de ligaccedilatildeo

Extensatildeo telescoacutepica para fixaccedilatildeo da ceacutelula de mediccedilatildeo

Berbequim com percussatildeo

Balde e esponja

3342 Metodologia

Apoacutes a escolha de uma aacuterea em funccedilatildeo do estado aparente do betatildeo definem-se zonas

de leitura da aacuterea a estudar e define-se o nuacutemero de leituras a realizar em funccedilatildeo da degradaccedilatildeo

aparente do betatildeo Procede-se agrave limpeza com uma escova de accedilo de um varatildeo da armadura

previamente localizado com o detetor de armaduras Fixa-se o eleacutetrodo secundaacuterio atraveacutes do

alicate de aperto ao varatildeo da armadura e liga-se o eleacutetrodo ao voltiacutemetro atraveacutes do cabo

fornecido Procede-se agrave molhagem das superfiacutecies vatildeo onde seratildeo efetuadas as leituras de modo

a humedecer em profundidade o betatildeo a estudar Coloca-se o eleacutetrodo primaacuterio sucessivamente

em cada ponto de leitura medindo-se no voltiacutemetro do equipamento o potencial eleacutetrico

33 Tiago Pais Boto

Durante a realizaccedilatildeo de todas as mediccedilotildees o operador deve assegurar-se que a esponja do topo

do eleacutetrodo primaacuterio se encontra devidamente humedecida

Tabela 3-2Risco de corrosatildeo ativa em funccedilatildeo do niacutevel de potencial

Niacutevel de Potencial (mV) Risco de corrosatildeo ativa ()

-260 a -410 Ateacute 95

-110 a -260 Incerto

gt-100 Ateacute 5

Esta metodologia estaacute descrita em Norma ASTM C 876-91 (R1999) Standard Test Method

for Half-Cell Potentials of Uncoated Reinforcing Steel in concrete

335 Determinaccedilatildeo do teor de cloretos no betatildeo

A determinaccedilatildeo do teor de cloretos no betatildeo consiste precisamente em determinar o

teor soluacutevel em aacutecido de cloretos existentes no betatildeo Em traccedilos gerais uma amostra de poacute de

betatildeo a ensaiar eacute dissolvida numa soluccedilatildeo aacutecida normalizada para que os iotildees de cloreto reajam

com o aacutecido Um eleacutetrodo dotado de um sensor de temperatura eacute introduzido na soluccedilatildeo

medindo a reaccedilatildeo eletroquiacutemica A tensatildeo gerada pela concentraccedilatildeo de iotildees afeta

simultaneamente a temperatura da soluccedilatildeo a qual eacute medida pelo aparelho eletroacutenico Este

aparelho apresenta instantemente a percentagem de iotildees num mostrador (Viacutetor Coias

ldquoInspeccedilotildees e Ensaios na reabilitaccedilatildeo de edifiacuteciosrdquo 2006)

3351 Equipamento

O equipamento utilizado eacute composto por

Eleacutetrodo com sensor de temperatura montado exteriormente

Cabos e ligaccedilotildees

Aparelho eletroacutenico de leitura com circuitos compensadores da temperatura e

microprocessador para conversatildeo direta em percentagens de cloretos

Embalagens contendo soluccedilotildees aacutecidas com coloraccedilatildeo diferente para calibraccedilatildeo do

eleacutetrodo

Balanccedila para pesar as amostras

Embalagens contendo a soluccedilatildeo aacutecida onde se vai misturar cada amostra

Garrafa com agente de molhagem do eleacutetrodo

34

Concha para recolha do poacute e soprador para amostragem

Alicate de fixaccedilatildeo broca buchas chave de bocas e chave de fendas

Detetor de armaduras

A calibragem eacute feita antes de cada ensaio utilizando duas soluccedilotildees padratildeo

Figura 3-5 Equipamento para mediccedilatildeo do teor de cloretos in situ (oz diagnostico 2015)

3352 Metodologia

Haacute que localizar previamente a posiccedilatildeo das armaduras com um detetor de armaduras

Selecionado o local de ensaio preferencialmente onde a posiccedilatildeo das armaduras se encontra

mais exteriormente do elemento estrutural em estudo Em seguida posiciona-se a concha de

recolha do poacute fixando-a com o alicate de fixaccedilatildeo atraveacutes de uma bucha de fixaccedilatildeo Depois

fazem-se trecircs furos no betatildeo a ensaiar agrave profundidade a que se pretende determinar o teor em

cloretos de modo a recolher cerca de 20 g de poacute que devem guardados num saco de plaacutestico

hermeticamente fechado Se se pretender um perfil do teor de cloretos haacute que furar e recolher

o poacute em menos trecircs niacuteveis de profundidade (Viacutetor Coias 2006)

Perto da superfiacutecie

Ao niacutevel das armaduras

A uma distacircncia de 2 ou 3 cm abaixo das armaduras

Uma amostragem de 3 g retirada do poacute extraiacutedo eacute dissolvida em 20 ml de uma soluccedilatildeo

aacutecida Coloca-se o eleacutetrodo jaacute calibrado na garrafa de ensaio e lecirc-se o teor de cloretos que seraacute

automaticamente indicado no mostrador do aparelho A leitura pode ser obtida em percentagem

ou PPM (partes por milhatildeo) consoante a funccedilatildeo selecionada

O ensaio deve seguir as recomendaccedilotildees das normas de referecircncia

35 Tiago Pais Boto

Norma BS 1881-6 1971 Methods of testing concrete Analysis of hardened concrete

Norma AASHTO T260‑84 Standard Method of Test for Sampling and testing for

chloride ion in concrete and concrete raw materials

336 Ensaio de aderecircncia por traccedilatildeo (pull-off)

Os ensaios de aderecircncia por traccedilatildeo direta pull-off satildeo fundamentais para o ecircxito de trabalhos

de reparaccedilatildeo e reforccedilo em estruturas de betatildeo armado pois a garantia de uma boa aderecircncia

entre os materiais existentes e os materiais novos eacute fundamental (Viacutetor Coias ldquoInspeccedilotildees e

Ensaios na reabilitaccedilatildeo de edifiacuteciosrdquo 2006) Este tipo de ensaio consiste na aplicaccedilatildeo de uma

forccedila de traccedilatildeo exercida manualmente atraveacutes de um aparelho concebido para esse fim A

traccedilatildeo eacute transmitida axialmente atraveacutes de uma peccedila metaacutelica colada previamente ao provete

O aumento gradual da forccedila pode ser observado diretamente numa escala (MPa) A forccedila

maacutexima eacute registada assim que se daacute o arrancamento do provete na secccedilatildeo mais fraacutegil (Viacutetor

Coias ldquoInspeccedilotildees e Ensaios na reabilitaccedilatildeo de edifiacuteciosrdquo 2006)

Analisando o provete pode-se observar se a secccedilatildeo de rotura pertence a um dos

materiais ou se por outro lado estaacute contida na superfiacutecie de ligaccedilatildeo entre os materiais Dada a

sua grande simplicidade este ensaio pode ser executado na proacutepria estrutura traduzindo melhor

as condiccedilotildees reais existentes

3361 Equipamento

Carotadora portaacutetil

Coroa diamantada

Caixa diferencial

Aparelho mecacircnico de aderecircncia

Equipamento de arrancamento com pastilhas metaacutelicas

Detetor de armaduras

Cola epoxiacutedica

Extensatildeo monofaacutesica

Mangueira para aacutegua

36

Figura 3-6 Esquematizaccedilatildeo do ensaio de aderecircncia por traccedilatildeo pull-off (oz diagnostico 2015)

3362 Metodologia

Com o auxiacutelio de uma carotadora executa-se um entalhe circular com cerca de 4 cm de

diacircmetro perpendicular agrave superfiacutecie do material A profundidade deve ser suficiente para que

ultrapasse o plano de ligaccedilatildeo dos materiais atingindo assim o substrato do betatildeo A superfiacutecie

eacute entatildeo regularizada com o auxiacutelio de uma grossa a poeira deve ser retirada com acetona

Procede-se agrave colagem da peccedila metaacutelica (pastilha) ao provete a de betatildeo com uma cola epoxiacutedica

exercendo uma pressatildeo moderada durante alguns minutos conforme mencionado nas normas

de referecircncia (Viacutetor Coias 2006)

Apoacutes uma hora pode-se entatildeo colocar o aparelho de ensaio de modo que este acople a

peccedila metaacutelica coloca-se o indicador a zero e inicia-se o ensaio propriamente dito

O ensaio deve seguir as recomendaccedilotildees das normas de referecircncia

Norma BS 1881-207 1992 Testing concrete Recommendations for the assessment of

concrete strength by near-to-surface test

Norma ASTM D4541-95 Stand Test Method for Pull-Off Strength

337 Resistecircncia aacute compressatildeo com recurso ao escleroacutemetro do tipo Schmidt

O ensaio com o escleroacutemetro permite obter de forma simples e natildeo destrutiva a

resistecircncia agrave compressatildeo de elementos de betatildeo Sendo um ensaio baseado na resistecircncia

37 Tiago Pais Boto

superficial os valores obtidos satildeo apenas representativos de uma camada ateacute 5 cm de

profundidade Contudo o ensaio eacute uacutetil para avaliar a homogeneidade do betatildeo verificar se

existe um determinado niacutevel miacutenimo de resistecircncia e decidir sobre a necessidade de fazer

ensaios mais completos A tensatildeo de rotura agrave compressatildeo referente a provetes cuacutebicos ou

ciliacutendricos pode ser estimada com base numa correlaccedilatildeo com o iacutendice escleromeacutetrico

3371 Equipamento

O equipamento utilizado eacute denominado de escleroacutemetro do tipo Schmidt Quando se

pressiona o veio de compressatildeo do escleroacutemetro contra a superfiacutecie de betatildeo a ensaiar

comprime-se uma mola existente no interior do aparelho Quando o veio atinge o fim do seu

curso eacute libertada instantaneamente uma massa que choca com a sua extremidade interior O

choque eacute transmitido agrave superfiacutecie a ensaiar a qual reage provocando um ressalto O mesmo

veio transmite esse ressalto agrave massa moacutevel que ao deslocar-se faz mover um ponteiro visiacutevel

no exterior do invoacutelucro do aparelho e regista o ponto maacuteximo do ressalto da massa Quanto

mais dura e compacta for a superfiacutecie do betatildeo maior seraacute o ressalto

O valor de referecircncia obtido atraveacutes da escala do aparelho iacutendice escleromeacutetrico

permite avaliar o valor de resistecircncia agrave compressatildeo do betatildeo tendo em conta o acircngulo entre o

eixo longitudinal do escleroacutemetro e a superfiacutecie ensaiada (Viacutetor Coias 2006)

Figura 3-7 Escleroacutemetro de Schmidt (Nabrande Wikipedia 2015)

O ensaio deve seguir as recomendaccedilotildees das normas de referecircncia

BS 1881 parte 202

ASTM C 505-85

38

3372 Registo e anaacutelise de dados

A mediccedilatildeo num determinado local deve corresponder 5 ou 10 leituras O registo de

dados deve ser efetuado num impresso proacuteprio incluindo

Identificaccedilatildeo da obra

Nome do operador

Data

Localizaccedilatildeo da aacuterea ensaiada na estrutura

Acircngulo do escleroacutemetro com a horizontal

Descriccedilatildeo da aacuterea ensaiada

Descriccedilatildeo do betatildeo

A resistecircncia de caacutelculo

Idade e condiccedilotildees de cura

Observaccedilotildees do aspeto da superfiacutecie do betatildeo

Zonas em que o ensaio natildeo teve validade

Nuacutemero de seacuterie do escleroacutemetro utilizado ou a sua identificaccedilatildeo simplificada

O tratamento dos dados depende do fim a que destina a informaccedilatildeo final podendo-se

registar apenas os valores meacutedios da tensatildeo de rotura agrave compressatildeo do betatildeo referente a provetes

cuacutebicos os ciliacutendricos incluindo os valores meacutedios de dispersatildeo Ou entatildeo pode-se tambeacutem

estimar os valores caracteriacutesticos da tensatildeo de rotura

338 Avaliaccedilatildeo da profundidade de carbonataccedilatildeo com indicador de fenolftaleiacutena

Este ensaio eacute de execuccedilatildeo simples A escolha adequada do local onde seraacute feita a anaacutelise

eacute fundamental sobretudo quando se trata de edifiacutecios de elevado valor patrimonial

Geralmente a carbonataccedilatildeo progride com a frente paralela agrave superfiacutecie a frente de

carbonataccedilatildeo quando atravessa o recobrimento das armaduras o accedilo despassiva iniciando o

processo de corrosatildeo das armaduras originando uma perda de resistecircncia e comprometendo a

durabilidade do betatildeo (Viacutetor Coias 2006) Conhecendo a posiccedilatildeo da frente de carbonataccedilatildeo eacute

possiacutevel estimar a extensatildeo das zonas a reparar

3381 Equipamento

Fazem parte do equipamento

Berbequim com percussatildeo

Martelo e escopro

Aspersor

Reacutegua graduada em miliacutemetros

Soluccedilatildeo alcooacutelica de fenolftaleiacutena a 01 por cento

Detetor de armaduras

39 Tiago Pais Boto

3382 Metodologia

Os pontos de mediccedilatildeo devem ser criteriosamente selecionados de forma a poderem-se

comparar diferentes mediccedilotildees Esta seleccedilatildeo deve ter tambeacutem em conta o tipo de controlo que

se pretende fazer e o grau de rigor pretendido Nomeadamente os elementos estruturais com as

superfiacutecies expostas aos agentes ambientais devem ser objeto de um maior nuacutemero de mediccedilotildees

A seleccedilatildeo exata do ponto de mediccedilatildeo deveraacute ter em conta a posiccedilatildeo das armaduras que devem

ser localizadas previamente com um detetor de armaduras a fim de natildeo serem danificadas

Os pontos selecionados devem ser previamente identificados e localizados numa planta

da estrutura

A profundidade dos furos ou cavidades seraacute superior em pelo menos 1 cm ao

recobrimento medido com o detetor de armaduras A limpeza correta do furo eacute essencial para a

fiabilidade dos resultados que deixaratildeo de ter validade se existirem resiacuteduos de poacute nas zonas

interiores natildeo carbonatadas

Utilizando um aspersor com a soluccedilatildeo alcooacutelica de fenolftaleiacutena molham-se a

superfiacutecies internas do furo do ensaio e observa-se a sua coloraccedilatildeo rosada sendo possiacutevel medir

a profundidade da frente de carbonataccedilatildeo na transiccedilatildeo de uma zona para a outra (Viacutetor Coias

2006)

O ensaio deve seguir as recomendaccedilotildees da norma de referecircncia RILEM CPC ndash 18 e E391 ndash

LNEC

Figura 3-8 Reaccedilatildeo da fenolftaleiacutena numa carote de betatildeo (oz diagnostico 2015)

40

339 Observaccedilatildeo boroscoacutepica de cavidades e fendas

O diagnoacutestico de patologias das estruturas e dos materiais bem como o seu

levantamento satildeo em muitos casos facilitados pela possibilidade de inspecionar o interior de

cavidades e fendas de pequenas dimensotildees existentes nesses materiais ou elementos estruturais

A boroscopia eacute uma teacutecnica baseada na utilizaccedilatildeo de um instrumento oacutetico o boroscoacutepio e

constitui uma forma muito pouco intrusiva de efetuar tais observaccedilotildees

3391 Equipamento

Na sua versatildeo mais simples o boroscoacutepio consiste numa haste delgada dotada numa

das extremidades de um ocular e na outra duma objetiva e um prisma A fim de permitir a

iluminaccedilatildeo da cavidade a observar um segundo sistema oacutetico montado no interior da mesma

haste conduz um feixe luminoso intenso que eacute dirigido para o campo observado (Viacutetor Coias

2006) A haste pode ser ligeiramente inclinada em relaccedilatildeo agrave vertical e rodada a toda a volta o

que aliado ao grande acircngulo do sistema oacutetico montado na sua extremidade possibilita uma

observaccedilatildeo com poucos acircngulos mortos

Aleacutem da observaccedilatildeo direta a ocular pode permitir atraveacutes de adaptadores apropriados

montar uma maacutequina fotograacutefica de 35 mm ou uma cacircmara de viacutedeo possibilitando o registo

de imagens do campo observado

Figura 3-9 Esquematizaccedilatildeo de um boroscoacutepio (oz diagnostico 2015)

41 Tiago Pais Boto

3392 Metodologia

Uma vez selecionados os pontos de observaccedilatildeo torna-se necessaacuterio a menos que se

trate de fendas suficientemente largas executar um ou mais furos com cerca de 10 mm de

diacircmetro Depois de montado o sistema e feita a ligaccedilatildeo agrave fonte de iluminaccedilatildeo a haste de

observaccedilatildeo eacute introduzida no orifiacutecio observando-se visualmente o seu interior

3310 Mediccedilatildeo de deslocamentos em juntas e fendas com o alongacircmetro

As construccedilotildees apresentam com frequecircncia fissuras ou fendas resultantes de

deformaccedilotildees ocasionadas por variadas causas como sejam por exemplo assentamentos

diferenciais variaccedilotildees de temperatura alteraccedilatildeo das solicitaccedilotildees ou das propriedades

mecacircnicas dos materiais execuccedilatildeo de obras subterracircneas na vizinhanccedila de construccedilotildees

existentes etc Sendo aquelas fissuras ou fendas manifestaccedilotildees do comportamento estrutural

haacute normalmente interesse em acompanhar a variaccedilatildeo da sua abertura ao longo do tempo em

diversos pontos do seu desenvolvimento (Viacutetor Coias 2006)

O alongacircmetro eacute um dispositivo mecacircnico que se utiliza para medir com precisatildeo

pequenos deslocamentos em juntas e fissuras

33101 Equipamento

O alongacircmetro mecacircnico tem uma base que pode medir 200 mm mas haacute outras medidas

e eacute utilizado para medir as distacircncias entre os pontos definidos por cada par de bases circulares

metaacutelicas com um diacircmetro de 5 mm Usa-se um invar para corrigir os valores lidos devido agrave

influecircncia tanto de variaccedilotildees de temperatura no aparelho como de esforccedilos a que este possa ser

submetido durante a sua utilizaccedilatildeo

Figura 3-10Alongacircmetro mecacircnico (oz diagnostico 2015)

42

33102 Metodologia

Apoacutes seleccedilatildeo e marcaccedilatildeo dos locais onde seratildeo realizadas as mediccedilotildees satildeo previamente

colocados simetricamente pares de bases metaacutelicas especialmente concebidas com 5 mm de

diacircmetro coladas ao elemento em estudo A anaacutelise das leituras ao longo do tempo permite ter

uma ideia da tendecircncia do movimento agravamento estabilizaccedilatildeo recuperaccedilatildeo ou uma

variaccedilatildeo ciacuteclica Esta base de dados permitiraacute eventualmente ajudar a estabelecer relaccedilotildees de

causa-efeito com as accedilotildees a que a construccedilatildeo estaacute sujeita

3311 Determinaccedilatildeo da resistecircncia de betotildees a partir de provetes ciliacutendricos

Sendo este tambeacutem um ensaio semi-destrutivo ou mesmo destrutivo torna-se necessaacuterio

a escolha criteriosa dos locais para recolha dos provetes O ensaio consiste genericamente na

determinaccedilatildeo da resistecircncia atual dos betotildees atraveacutes do ensaio de rotura agrave compressatildeo de

provetes ciliacutendricos

33111 Equipamento

Para a realizaccedilatildeo deste ensaio eacute necessaacuterio

bull Pacoacutemetro

bull Caroteadora

bull Coroas diamantadas com diacircmetro miacutenimo interior de 75 mm

bull Aspirador para extraccedilatildeo de carotes na direccedilatildeo ascendente ou para extraccedilatildeo de carotes

segundo qualquer direccedilatildeo

33112 Metodologia

A seleccedilatildeo exata do local de extraccedilatildeo das carotes deveraacute ter sempre em conta a seguranccedila

estrutural do elemento a sondar no sentido de ser o menos possiacutevel afetada Deste modo em

pilares correntes (de edifiacutecios) o furo de extraccedilatildeo deveraacute localizar‑se sensivelmente a meio da

altura ou o mais possiacutevel afastado das ligaccedilotildees aos restantes elementos estruturais (vigas ou

lajes) Do mesmo modo em vigas o furo de extraccedilatildeo das carotes deveraacute localizar‑se entre 15

e 14 do vatildeo na zona onde os esforccedilos de flexatildeo satildeo mais reduzidos Para aleacutem dos

condicionamentos atraacutes referidos deveraacute ser tido em conta que recolha das carotes deve ser

feita de modo a interferir o miacutenimo com as armaduras do elemento a sondar Para tal deve ser

usado um pacoacutemetro antes da extraccedilatildeo das carotes

As carotes apoacutes a sua extraccedilatildeo deveratildeo ser imediatamente identificadas marcando-as

com laacutepis de cera ou por outro processo igualmente eficaz Depois deveratildeo ser devidamente

acondicionadas a fim de natildeo sofrerem quaisquer danos durante o transporte No caso de alguma

43 Tiago Pais Boto

carote ter intersectado uma armadura o corte dessa carote antes do ensaio deveraacute ser feito de

modo a eliminar o troccedilo afetado pela presenccedila da armadura

Os ensaios de rotura agrave compressatildeo simples dos provetes devem ser realizados em laboratoacuterio

de acordo com a Norma E 226 do LNEC (Viacutetor Coias 2006)

Figura 3-11 Extraccedilatildeo de carote com localizaccedilatildeo preacutevia da malha de armaduras (oz

diagnostico 2015)

33113 Registo e anaacutelise de resultados

O registo dos dados eacute efetuado em impresso proacuteprio incluindo

Identificaccedilatildeo da obra

Nome do operador

Data

Localizaccedilatildeo e identificaccedilatildeo dos pontos de extraccedilatildeo das carotes recorrendo a um

desenho esquemaacutetico

Observaccedilotildees sobre o aspeto da superfiacutecie do betatildeo

Zonas em que as extraccedilotildees natildeo foram vaacutelidas

Os resultados obtidos deveratildeo ser processados tendo por base a metodologia

preconizada na publicaccedilatildeo da Concrete Society Technical Report nordm 11 onde satildeo indicados

vaacuterios fatores de correccedilatildeo a aplicar sobre os resultados dos provetes ensaiados que tecircm em

conta entre outros a direccedilatildeo da carotagem a relaccedilatildeo alturadiacircmetro do provete o corte dos

agregados a presenccedila de material de recobrimento a forma dos provetes a resistecircncia

potencial etc (Viacutetor Coias 2006)

44

3312 Mediccedilatildeo da espessura da seccedilatildeo atraveacutes de ensaios impacto-eco

Este meacutetodo consiste em emitir um impacto mecacircnico sobre uma superfiacutecie originando

impulsos que satildeo projetados ao longo do material As ondas refletidas por uma falha interna

satildeo captadas por um recetor posicionado na mesma superfiacutecie do impacto (Malhotra 1984

ACI-364 1993)

33121 Equipamento

Para a realizaccedilatildeo deste ensaio eacute necessaacuterio

Computador portaacutetil preparado para operar em condiccedilotildees adversas que deveraacute

ter instalado o software adequado para o processamento dos sinais (possibilidade

de definir diferentes resoluccedilotildees dos sinais) e uma placa especiacutefica para aquisiccedilatildeo

dos sinais

Transdutor piezoeleacutetrico com extremidade coacutenica acoplado ao suporte das

massas impactoras ou outro equivalente

Massa impactoras esferas metaacutelicas com diacircmetros de 5 8 125 mm ou outras

equivalentes

Todo o sistema deveraacute estar devidamente operacional e calibrado pelo que deveraacute fazer-

se acompanhar da folha de calibraccedilatildeo devidamente atualizada Para apoio agrave execuccedilatildeo dos

ensaios deveraacute prever-se a eventual utilizaccedilatildeo de um boroscoacutepio ou de equipamento de ultra-

sons (Viacutetor Coias 2006)

Figura 3-12 Parte do equipamento para realizaccedilatildeo do ensaio (impacto-ecoimpact Echo

instruments 2015)

45 Tiago Pais Boto

33122 Metodologia

Para a colocaccedilatildeo dos transdutores os pontos selecionados devem ser em zonas onde natildeo

existem juntas e irregularidades superficiais para que desta forma natildeo influenciem os

resultados

Deve-se portanto remover quaisquer materiais de revestimento nomeadamente os

rebocos jaacute no caso de pinturas de espessura reduzida deve-se comparar os resultados com zonas

sem a referida pintura

Na superfiacutecie do elemento a ensaiar marca-se uma malha de pontos de referecircncia onde

a abertura e quantidade vem em funccedilatildeo da espessura ou largura da seccedilatildeo transversal do

elemento Devem tambeacutem ser garantidos no miacutenimo 9 pontos e em elementos laminares 16

pontos

Sobre cada um dos pontos eacute realizado o ensaio utilizando a massa de impacto previamente

selecionada atraveacutes de testes preliminares

A realizaccedilatildeo deste ensaio deve seguir a norma Norma ASTM C1383-98a Standard Test

Method for Measuring the P-Wave Speed and the Thickness of Concrete Plates Using the

Impact-Echo Method

46

47 Tiago Pais Boto

4 Patologias em Estruturas de Betatildeo Armado

41 Introduccedilatildeo

Em Engenharia Civil o conceito de patologia estaacute associado aos fenoacutemenos que afetam

o comportamento anoacutemalo de uma construccedilatildeo Este conceito pode ser diferenccedilado em patologia

estrutural e em patologia natildeo estrutural Patologia estrutural eacute para os fenoacutemenos que afetam a

funcionalidade estrutural dos elementos da construccedilatildeo nomeadamente as fundaccedilotildees

infraestrutura e superestrutura Patologia natildeo estrutural alberga todos os outros fenoacutemenos que

afetam os restantes elementos da construccedilatildeo

Dada a natureza quiacutemica do betatildeo a sua macro e micro estrutura encontra-se em

constante mudanccedila devido agrave sua estrutura porosa estar sempre em contato com o meio

ambiente Atraveacutes de diversos mecanismos nomeadamente a permeaccedilatildeo difusatildeo e absorccedilatildeo

satildeo transportados diversos agentes necessaacuterios agrave corrosatildeo ao accedilo CO2 aacutegua sulfatos cloretos

Devido agrave sua constituiccedilatildeo e caracteriacutesticas dos constituintes do betatildeo estes podem desenvolver

reaccedilotildees quiacutemicas internas originando patologias

A existecircncia de armaduras no interior do betatildeo e a deficiente proteccedilatildeo das mesmas pode

originar processos de corrosatildeo acelerados originando severas patologias que podem colocar

em causa a proacutepria estabilidade da estrutura

As patologias podem verificar-se devido a erros de projeto erros de execuccedilatildeo erros de

exploraccedilatildeo e manutenccedilatildeo O uacuteltimo erro remete essencialmente para os mecanismos

mecacircnicos fiacutesicos e quiacutemicos a que o betatildeo armado poderaacute estar exposto Este assunto seraacute

abordado com mais detalhe nesta dissertaccedilatildeo Jaacute em relaccedilatildeo aos erros de projeto e de execuccedilatildeo

estando intrinsecamente ligados agrave construccedilatildeo de estruturas novas seratildeo apenas enunciados

neste documento

Segundo um modelo proposto por Tuutti para o mecanismo de detioraccedilatildeo das estruturas

satildeo identificadas principalmente duas fases distintas a iniciaccedilatildeo e a propagaccedilatildeo Na fase de

iniciaccedilatildeo a penetraccedilatildeo e alojamento das substacircncias agressivas vai aumentando ateacute valores

criacuteticos de forma pouco significativa ateacute ao iniacutecio da fase de propagaccedilatildeo Na fase de

propagaccedilatildeo segundo o modelo de Tuutti a evoluccedilatildeo eacute idecircntica a um crescimento exponencial

ao longo da vida uacutetil da estrutura exemplificado pelo graacutefico apresentado na figura seguinte

48

Figura 4-1 Modelo de Tuutti evoluccedilatildeo dos niacuteveis de deterioraccedilatildeo ao longo da vida uacutetil de

uma estrutura (Concrete Institute of Australia 2015)

Segundo Tuutti os instantes representados no graacutefico da Figura 4-1 correspondem agraves

diferentes condiccedilotildees de deterioraccedilatildeo que ocorrem na fase de propagaccedilatildeo

Instante T0 Iniacutecio da corrosatildeo das armaduras

Instante T1 Ocorrecircncia da propagaccedilatildeo da corrosatildeo

Instante T2 Niacutevel de corrosatildeo elevado

42 Erros de projeto

Geralmente os erros de projeto estrutural mais recorrentes e significativos satildeo

Falta de detalhes nos projetos

Erros de dimensionamento

Falta de compatibilidade entre os vaacuterios projetos de especialidade

Deficiente avaliaccedilatildeo das accedilotildees e esforccedilos impostos nomeadamente o efeito teacutermico

Ausecircncia de pormenorizaccedilatildeo adequada do recobrimento e das armaduras

Deficiecircncia avaliaccedilatildeo da agressividade da classe de exposiccedilatildeo

Especificaccedilotildees inadequadas dos materiais

Deficiente avaliaccedilatildeo do controlo de deformaccedilatildeo fendilhacatildeo

Deficiente avaliaccedilatildeo na drenagem e impermeabilizaccedilatildeo

49 Tiago Pais Boto

43 Deficiente execuccedilatildeo

Jaacute na fase de execuccedilatildeo das estruturas de betatildeo armado os erros mais comuns geralmente

satildeo

Falta de rigor e controlo tecnoloacutegico

Erro de interpretaccedilatildeo de projetos

Armaduras mal posicionadas

Deslocamentos das cofragens

Descofragem prematura

Ausecircncia de espaccediladores para garantir recobrimentos

Deficiente vibraccedilatildeo do betatildeo

Segregaccedilatildeo do betatildeo

Falta de fiscalizaccedilatildeo

Juntas de dilataccedilatildeo mal posicionadas ou mesmo ausecircncia das mesmas

Escolha de materiais inadequados ou sem homologaccedilatildeo e marcaccedilatildeo CE

Abatimentos das superfiacutecies de betonagem

44 Erros de Exploraccedilatildeo Manutenccedilatildeo

Como referido anteriormente os erros de exploraccedilatildeomanutenccedilatildeo satildeo remetidos para

os principais mecanismos mecacircnicos fiacutesicos e quiacutemicos a que o betatildeo armado poderaacute estar

exposto

441 Mecanismos Mecacircnicos

Cristalizaccedilatildeo dos sais

A cristalizaccedilatildeo dos sais acontece na passagem da situaccedilatildeo de natildeo saturaccedilatildeo para a de

saturaccedilatildeo ou sobressaturaccedilatildeo e acontece na circunstacircncia de abaixamento da temperatura

evaporaccedilatildeo ou por acreacutescimo de sal Comeccedilam-se entatildeo a formar sais cristalizaccedilatildeo nos espaccedilos

porosos do betatildeo exercendo deste modo uma pressatildeo de nas paredes capilares do betatildeo (Viacutetor

Coias 2006)

Retraccedilatildeo (secagem por evaporaccedilatildeo quiacutemica e teacutermica)

O efeito da retraccedilatildeo do betatildeo seja ela secagem por evaporaccedilatildeo retraccedilatildeo plaacutestica ou por

efeito teacutermico origina uma diminuiccedilatildeo no volume das peccedilas de betatildeo Por consequecircncia pode

originar tensotildees de traccedilatildeo no betatildeo e se estes esforccedilos natildeo forem libertados por exemplo

atraveacutes de juntas de dilataccedilatildeo Quando as tensotildees de traccedilatildeo forem superiores agrave resistecircncia do

betatildeo agrave traccedilatildeo surge o aparecimento de fendas

A retraccedilatildeo por secagem acontece devido agrave evaporaccedilatildeo do excesso de aacutegua presente nos

poros capilares que natildeo foi usada no processo de hidrataccedilatildeo do cimento Este processo sendo

50

lento pode demorar anos ateacute se evidenciarem as primeiras patologias em elementos estruturais

espessos

A retraccedilatildeo quiacutemica tambeacutem designada por endoacutegena ou autogeacutenea ocorre devido agrave

evoluccedilatildeo quiacutemica resultante da hidrataccedilatildeo da pasta de cimento Este processo pode ocorrer

mesmo sem trocas de aacutegua quando o betatildeo tem uma idade jovem e provoca fendas de pequena

profundidade

Por uacuteltimo a retraccedilatildeo teacutermica ocorre apoacutes um arrefecimento teacutermico ateacute atingir a

temperatura ambiente consequecircncia de uma elevaccedilatildeo preacutevia e acentuada da temperatura Uma

peccedila monoliacutetica de betatildeo sujeita a variaccedilotildees de temperatura da ordem dos 40ordmC ou 50ordmC sofre

uma deformaccedilatildeo de alguns deacutecimos de miliacutemetros por cada metro de comprimento Os efeitos

deste alongamento e encurtamento satildeo despreziacuteveis se a peccedila dilatar livremente mas surgem

tensotildees internas se estiver rigidamente confinada (Viacutetor Coias 2006)

Abrasatildeo

Esta caracteriza-se essencialmente por accedilotildees repetidas de fricccedilatildeo ou impacto repetido

Eacute um mecanismo de deterioraccedilatildeo no betatildeo importante para estruturas em que estejam em

contato com a aacutegua em escoamento em especial quando esta arraste detritos e areias A erosatildeo

pode desenvolver-se rapidamente assim que a camada superficial do betatildeo desaparecer (Rui

Ferreira 2000)

Cavitaccedilatildeo

A cavitaccedilatildeo acontece devido aacute formaccedilatildeo de bolhas de vapor provocada por uma variaccedilatildeo

brusca da velocidade do escoamento ou diminuiccedilatildeo de pressatildeo na aacutegua que por sua vez

quando atingem zonas de pressatildeo normal rebentam Esta accedilatildeo hidrodinacircmica ganha

preponderacircncia apenas em estruturas total ou parcialmente submersas

Variaccedilotildees de temperatura

O efeito da temperatura em estruturas de betatildeo armado pode causar enormes esforccedilos

quando natildeo existem juntas de dilataccedilatildeo As tensotildees originadas podem ser de compressatildeo ou de

traccedilatildeo consoante a variaccedilatildeo da temperatura seja positiva ou negativa respetivamente A

principal consequecircncia nas estruturas eacute a fendilhacatildeo do betatildeo que se inicia assim que as tensotildees

originadas forem superiores agrave resistecircncia de traccedilatildeo ou compressatildeo do betatildeo

Temperaturas elevadas (incecircndio)

Dependendo da temperatura do tempo de exposiccedilatildeo e da velocidade de arrefecimento

as propriedades dos materiais nomeadamente o betatildeo e o accedilo satildeo alteradas levando a um

51 Tiago Pais Boto

decreacutescimo da resistecircncia dos elementos estruturais alteraccedilatildeo na coloraccedilatildeo esfarelamento

superficial fendilhaccedilatildeo e ateacute ao proacuteprio colapso da estrutura

Segundo Rosso (1975) o ciclo caracteriacutestico de um incecircndio numa edificaccedilatildeo eacute

categorizada em trecircs fases a inicial a intermeacutedia e a final Na fase inicial verifica-se um

aumento severo da temperatura ateacute cerca dos 250-300ordmC provocando perdas da resistecircncia

mecacircnica agrave compressatildeo em cerca de 5 Quando os elementos satildeo sujeitos a temperaturas

superiores a 300ordmC a perda da resistecircncia mecacircnica agrave compressatildeo jaacute eacute bastante consideraacutevel e

agrava-se em situaccedilotildees de arrefecimento raacutepido Na entrada da segunda fase ocorre um

fenoacutemeno designado por ldquoflash overrdquo Nesta fase ocorrem os efeitos mais nocivos para as

estruturas de betatildeo armado Segundo Rosso (1975) raramente excede temperaturas de 1250-

1300ordmC Na uacuteltima fase jaacute caracterizada pela extinccedilatildeo do fogo o aspeto mais relevante eacute a

velocidade de arrefecimento Quando este eacute feito lentamente existe a possibilidade de uma

recuperaccedilatildeo da resistecircncia inicial de ateacute 90 dependendo da temperatura maacutexima atingida

(Rosso T FAUUSP 1975)

Tabela 4-1 Caracteriacutesticas do betatildeo em funccedilatildeo da temperatura (Adaptado de Rosso (1975)

Neville (1923)

Temperatura [ordmC] Cor Aspeto Visual Desempenho

lt250 Cinza Perda de resistecircncia pequena e irregular

285-300 Cinza-Rosa Fissuraccedilatildeo superficial lascamento explosivo

300 Rosa Iniacutecio de mudanccedila de cor

50-400 Rosa Reduccedilatildeo do Modulo de deformaccedilatildeo

535-550 Roxo Fissuraccedilatildeo profunda friabilidade superficial

575 Vermelho claro Destacamento dos gratildeos de quartzo

650 Cinza esbranquiccedilado Perda das propriedades mecacircnicas

790-800 Cinza esbranquiccedilado Lascamentos do recobrimento das armaduras com

exposiccedilatildeo ateacute 25 da superfiacutecie das mesmas

900 Amarelo alaranjado Superfiacutecie pulverulenta

1000 Amarelo claro Superfiacutecie pulverulenta

Ciclos de gelodegelo

O betatildeo sendo um material poroso absorve e reteacutem aacutegua nos seus poros Quando sujeito a

temperaturas negativas a aacutegua presente nos poros congela originando um aumento de volume

em cerca de 9 Se este aumento de volume for restringido geram-se tensotildees no interior do

betatildeo causando fendilhaccedilatildeo agrave superfiacutecie Por sua vez quando o processo se inverte resulta na

degradaccedilatildeo do material verificando-se escamaccedilatildeo do betatildeo Esta accedilatildeo depende da frequecircncia

dos ciclos gelodegelo da porosidade do betatildeo da classe de exposiccedilatildeo em que se encontra o

betatildeo da rapidez e duraccedilatildeo do arrefecimento e da idade do betatildeo que por sua vez eacute proporcional

agrave resistecircncia (Viacutetor Coias 2006)

52

442 Mecanismos Quiacutemicos

Reaccedilotildees alcalis-agregado

As reaccedilotildees mais importantes satildeo as aacutelcalis-siacutelica e aacutelcalis-silicatos Estas reaccedilotildees

resultam da reaccedilatildeo dos metais alcalinos presentes no betatildeo (K2O e Na2O) e os silicatos

presentes nos agregados

Os paracircmetros fundamentais que influenciam esta reaccedilatildeo satildeo a compactaccedilatildeo cura

razatildeo aacuteguacimento quantidade de agregado ativo e a quantidade de aacutelcalis no betatildeo (COSTA

A ldquoPatologia do Betatildeo Armado 2007)

Agregados Reativos + Humidade + Alcalinidade Elevada rarrRisco de Reaccedilatildeo aacutelcalis-agregado

Ataque pelos aacutecidos sais e aacuteguas puras

Atraveacutes da interaccedilatildeo da pasta de cimento com hidroacutexido de caacutelcio silicato de caacutelcio e o

aluminato de caacutelcio formam-se sais de caacutelcio soluacuteveis destruindo os poros da pasta A

agressividade dos aacutecidos depende da solubilidade dos sais de caacutelcio que satildeo originados quer

isto dizer que quanto maior eacute a solubilidade mais acelerado seraacute o ritmo de deterioraccedilatildeo

As aacuteguas puras sendo estas aacuteguas correntes contecircm um elevado poder dissolvente

dissolvem o hidroacutexido de caacutelcio originando a perda das propriedades ligantes e a decomposiccedilatildeo

da pasta de cimento Estas aacuteguas quando contecircm um teor elevado de iotildees de caacutelcio a

agressividade diminui Jaacute quando haacute a presenccedila de dioacutexido de carbono e alcalis dissolvidos a

agressividade aumenta

Ataque pelos sulfatos

A deterioraccedilatildeo eacute originada pela Formaccedilatildeo de Etringite Retardada (DEF) A origem daacute-

se no processo da reaccedilatildeo do aluminato do cimento Portland endurecido com o iatildeo sulfato

provocando uma reaccedilatildeo expansiva do betatildeo A principal causa eacute um aumento da temperatura

durante o endurecimento do betatildeo e o seu efeito eacute devido a tensotildees internas que podem

provocar a fendilhaccedilatildeo do betatildeo

As causas mais importantes desta accedilatildeo quiacutemica eacute o ambiente agressivo a que a estrutura

de betatildeo estaacute exposta e a permeabilidade do betatildeo

Accedilatildeo da aacutegua do mar

A grande quantidade de iotildees agressivos na aacutegua do mar tais como CL- SO4-- Ca++

Mg++ Na+ K+ entram em reaccedilatildeo com a pasta de cimento levando agrave deterioraccedilatildeo do betatildeo

Corrosatildeo das armaduras

O betatildeo eacute um composto com alto teor alcalino essencialmente devido agraves reaccedilotildees de

hidrataccedilatildeo dos silicatos de caacutelcio constituintes do cimento originando hidroacutexidos de caacutelcio

Em condiccedilotildees onde o pH eacute elevado proporciona agraves armaduras presentes no betatildeo um

comportamento passivo originado por uma pelicula de oacutexido de ferro ou seja uma pelicula

passivante (Politico G 2006)

53 Tiago Pais Boto

Quando a pelicula passivante do accedilo eacute destruiacuteda inicia-se o mecanismo de corrosatildeo As

armaduras funcionam como condutores eleacutetricos e o betatildeo como eletroacutelito isto quer dizer que

funciona como um condutor ioacutenico abrangendo simultaneamente as zonas anoacutedicas e

catoacutedicas A dissoluccedilatildeo do accedilo no acircnodo origina a libertaccedilatildeo de iotildees ferrosos permanecendo

um excesso de eletrotildees no accedilo e estes devido agrave diferenccedila de potencial migram para a zona

catoacutedica atraveacutes da armadura Quando reagem com a aacutegua formam-se iotildees hidroacutexidos que

migram para a zona anoacutedica (Joana Silva 2007)

As principais equaccedilotildees no processo de corrosatildeo das armaduras satildeo

Dissoluccedilatildeo do accedilo (Reaccedilatildeo Anoacutedica) 119865119890 rarr 119865119890++ + 2119890minus (41)

Reduccedilatildeo do oxigeacutenio (Reaccedilatildeo Catoacutedica) 119874221 + 1198672119874 + 2119890minus rarr 2119874119867minus (42)

Produtos da corrosatildeo 119865119890++ + 2119874119867minus rarr 119865119890(119874119867)2 (43)

ldquoNa zona anoacutedica ocorrem em geral reaccedilotildees secundaacuterias cujos produtos da corrosatildeo

podem originar aumentos de volume significativos criando no betatildeo elevadas tensotildees internas

que podem promover fenoacutemenos de fissuraccedilatildeo eou delaminaccedilatildeo do recobrimento das

armadurasrdquo (A Costa J Appleton 1999) As reaccedilotildees referidas satildeo

119865119890 + 31198672119874 rarr 119865119890(119874119867)3 + 3119867+ + 3119890minus (44)

3119865119890 + 41198672119874 rarr 11986511989031198744 + 8119867+ + 8119890minus (45)

119865119890 + 21198672119874 rarr 119865119890119874(119874119867minus) + 3119867+ + 3119890minus (46)

119865119890119874(119874119867minus) + 1198742 rarr 11986511989031198744 (47)

54

Figura 4-2Modelo simplificado do processo de corrosatildeo nas armaduras (ACosta1997)

Accedilatildeo dos cloretos

A accedilatildeo dos cloretos ocorre devido a trecircs mecanismos de transporte permeaccedilatildeo absorccedilatildeo

e difusatildeo Estes mecanismos podem ocorrer isoladamente ou em simultacircneo estando

dependentes do grau de humidade do betatildeo da presenccedila de aacutegua e do coeficiente de

permeabilidade do betatildeo Os cloretos no betatildeo armado provocam uma aceleraccedilatildeo das reaccedilotildees

anoacutedicas promovendo o processo de dissoluccedilatildeo das armaduras

De acordo com Rozenberg no mecanismo de corrosatildeo provocado pela accedilatildeo dos

cloretos o cloreto de ferro originado no acircnodo originaacuterio da combinaccedilatildeo dos iotildees de ferro e

cloretos reage com os iotildees de hidroacutexido consumindo-os e originando hidroacutexido de ferro Da

diminuiccedilatildeo dos iotildees hidroacutexido leva a uma diminuiccedilatildeo do pH do betatildeo proporcionando a

destruiccedilatildeo da peliacutecula passiva das armaduras (I M Rozenberg 2002)

2119865119890 + 6119862119897minus rarr 21198651198901198621198973minus + 4119890minus (48)

119865119890119862119897minus + 2119874119867minus rarr 119865119890(119874119867)2 + 3119862119897minus (49)

Carbonataccedilatildeo do betatildeo

Este eacute um fator de grande importacircncia na deterioraccedilatildeo das estruturas de betatildeo armado

Quanto maiores forem as percentagens de cimento Portland no betatildeo menor seraacute a

profundidade de carbonataccedilatildeo na estrutura havendo mais cal a carbonatar aumenta a

impermeabilidade agrave penetraccedilatildeo do CO2 Face ao aumento dos niacuteveis de concentraccedilatildeo de CO2

verificado nos uacuteltimos anos este mecanismo de deterioraccedilatildeo tem importacircncia significativa na

deterioraccedilatildeo das armaduras

55 Tiago Pais Boto

Figura 4-3 Evoluccedilatildeo dos niacuteveis de concentraccedilatildeo de CO2 nos uacuteltimos 50 anos

ldquoQuando o processo de corrosatildeo atinge as armaduras torna-se de extrema importacircncia

avaliar a profundidade da mesma ldquoEste processo pode ser dividido em trecircs zonas distintas a

zona carbonatada o hidroacutexido de caacutelcio jaacute foi consumida pelo dioacutexido de carbono

transformando-o em carbonato de caacutelcio (CaCO3) a zona natildeo carbonatada onde ainda natildeo

existe penetraccedilatildeo de dioacutexido de carbono e finalmente a fronteira delimitadora das duas zonas

descritas chamada frente de carbonataccedilatildeordquo (A Costa J Appleton 1999)

De acordo com a 1ordf lei de Fick e sendo este um processo de difusatildeo de dioacutexido de

carbono a corrosatildeo avanccedila em profundidade ao longo do tempo podendo entatildeo ser

representada atraveacutes de

120594 = 119870radic119905 (410)

Onde

χ - Profundidade de carbonataccedilatildeo [m]

K - Coeficiente de carbonataccedilatildeo [m s-05]

t - tempo [s]

Sendo que a constante de carbonataccedilatildeo (K) depende da razatildeo aacuteguacimento (AC) do

coeficiente de difusatildeo do CO2 no betatildeo e da quantidade presente na atmosfera do tipo e

quantidade de cimento e do teor de humidade do betatildeo relacionando as condicionantes

mencionadas da seguinte formardquo (A Costa 1997)

56

119870 = radic2119863

119886(1198621 minus 1198622) (411)

Onde

D - coeficiente de difusatildeo do CO2 no betatildeo [m2s]

a - Quantidade necessaacuteria para carbonatar uma unidade de volume de betatildeo [gm3]

1198621 - Concentraccedilatildeo de CO2 no exterior [gm3]

1198622 - Concentraccedilatildeo de CO2 na frente de carbonataccedilatildeo [gm3]

O processo da carbonataccedilatildeo do betatildeo pode ser explicado da seguinte forma

No processo de cura do betatildeo atraveacutes da hidrataccedilatildeo dos silicatos e do oacutexido de caacutelcio

(CaO) contido no cimento gera-se o hidroacutexido de caacutelcio Ca(OH)2

CaO + H2O rarr Ca(OH) (412)

O hidroacutexido de caacutelcio em contato com a atmosfera reage com o dioacutexido de carbono CO2

formando assim o carbonato de caacutelcio CaCO3 insoluacutevel Esta reaccedilatildeo eacute ainda afetada pela

humidade relativa presente na atmosfera potenciando o consumo do hidroacutexido de caacutelcio

Ca(OH)2 presente diminuindo a alcalinidade da estrutura ou seja diminuiccedilatildeo dos iacuteons OH-

Ca(OH)2 + CO2 rarr CaCO3 + H2O (413)

Em seguida o ataque do dioacutexido de carbono CO2 presente na aacutegua e na atmosfera sobre

o hidroacutexido de caacutelcio Ca(OH)2 e o carbonato de caacutelcio CaCO3 gera o bicarbonato de caacutelcio

Ca(HCO3)2

Ca(OH)2 + 2CO2 rarr Ca(HCO3)2 (414)

CaCO3 + CO2 + H2O rarr Ca(HCO3)2 (415)

O bicarbonato de caacutelcio Ca(HCO3)2 eacute soluacutevel na aacutegua Portanto a exposiccedilatildeo da estrutura

a ambientes com altos teores de dioacutexido de carbono potencia a degradaccedilatildeo do betatildeo ao longo

do tempo

443 Mecanismos Fiacutesicos

Os mecanismos fiacutesicos responsaacuteveis pelas patologias nas estruturas podem para melhor

enquadramento ser divididos em dois grupos accedilotildees previsiacuteveis e accedilotildees imprevisiacuteveis ou de

carater acidental Nas accedilotildees previsiacuteveis estatildeo os problemas patoloacutegicos resultantes da ausecircncia

ou inadequada manutenccedilatildeo da estrutura Por sua vez estas causas satildeo ldquofrutordquo da falta de

conhecimento teacutecnico da falta de rigor profissional e problemas econoacutemicos As accedilotildees

imprevisiacuteveis satildeo caracterizadas pela ocorrecircncia de accedilotildees acidentais e accedilotildees sem contribuiccedilatildeo

da accedilatildeo humana resultado da agressividade do meio Provocando vaacuterias deterioraccedilotildees nas

estruturas de betatildeo (enunciadas nas accedilotildees acidentais seguidamente descritas)

57 Tiago Pais Boto

Vento e Sismo

As accedilotildees do vento e sismo satildeo accedilotildees dinacircmicas nas estruturas que por vezes quando

significativas causam ataques mecacircnicos significativos

Crescimento de vegetaccedilotildees

O crescimento de vegetaccedilotildees (tais como musgos algas raiacutezes etc) quando se formam em

zonas porosas do betatildeo e fendas originam forccedilas expansivas causando ataques mecacircnicos

Acumulaccedilatildeo de sujidades ou lixos e contaminaccedilatildeo por oacuteleos e gorduras

Este tipo de contaminaccedilatildeo quando promove a criaccedilatildeo de bacteacuterias anaeroacutebicas e aeroacutebicas

causando um ataque quiacutemico da passa de cimento

Microorganismos

Os microrganismos que produzem aacutecido huacutemico causam um ataque quiacutemico aacute pasta de

cimento

58

59 Tiago Pais Boto

5 Reparaccedilatildeo e Reforccedilo de Estruturas de betatildeo armado

51 Enquadramento Geral de uma intervenccedilatildeo de reforccedilo

A decisatildeo de intervenccedilatildeo numa estrutura existente em betatildeo armado com o objetivo de

reforccedilar prende-se agrave necessidade de melhorar ou corrigir uma situaccedilatildeo deficiente de seguranccedila

estrutural independentemente dos vaacuterios estados limites sendo que habitualmente eacute relacionado

ao estado limite uacuteltimo

Uma intervenccedilatildeo sobre as accedilotildees traduz-se normalmente pela imposiccedilatildeo de restriccedilotildees agrave

utilizaccedilatildeo da estrutura Eacute o caso por exemplo do procedimento apoacutes a ocorrecircncia dum acidente

estrutural em que se aplicam regra geral de imediato restriccedilotildees de utilizaccedilatildeo do edifiacutecio ateacute

se esclarecer a situaccedilatildeo geral em que a estrutura se encontra (Joseacute Vasconcelos Paiva at all

LNEC 2006)

Satildeo igualmente consideradas accedilotildees de reparaccedilatildeo ou reforccedilo quando existe uma

redistribuiccedilatildeo de esforccedilos entre os diversos elementos estruturais quer isto dizer que neste tipo

de intervenccedilotildees natildeo eacute executada nenhuma teacutecnica de reforccedilo especiacutefica mas sim uma

intervenccedilatildeo ativa com a aplicaccedilatildeo de sistemas de forccedilas autoequilibradas

52 Aspetos teacutecnicos a considerar em situaccedilotildees de reparaccedilatildeo ou reforccedilo

estrutural

Na tabela seguinte indicam-se os principais aspetos teacutecnicos que devem ser alvo de

anaacutelise em projetos de reparaccedilatildeo ou reforccedilo (Joseacute Vasconcelos Paiva et all LNEC 2006)

60

Tabela 5-1 Aspetos teacutecnicos a considerar para situaccedilotildees de reparaccedilatildeo e reforccedilo (Joseacute

Vasconcelos Paiva et all LNEC 2006)

Seguranccedila

Estrutural

Caracteriacutesticas geomeacutetricas e propriedades dos materiais constituintes dos elementos

estruturais jaacute construiacutedos e estado de conservaccedilatildeo desses materiais

Aplicabilidade das accedilotildees das regras de combinaccedilatildeo e dos coeficientes de seguranccedila

estabelecidos para construccedilotildees novas

Periacuteodo de vida uacutetil da estrutura apoacutes a intervenccedilatildeo

Anaacutelise

Estrutural

Distribuiccedilatildeo de esforccedilos antes da intervenccedilatildeo

Distribuiccedilatildeo de esforccedilos depois da intervenccedilatildeo

Soluccedilotildees de

interligaccedilatildeo entre

elementos ou

materiais

Por colagem

Por soldadura

Por fricccedilatildeo ou atrito

Por confinamento (pressatildeo transversal)

Com ferrolhos (corte e traccedilatildeo)

Com ligadores metaacutelicos (ex parafusos pregos)

Por comportamento diferido

Dimensionamento

(definiccedilatildeo da

capacidade

resistente)

Funcionamento em serviccedilo

Resistecircncia uacuteltima

Interaccedilatildeo entre materiais novos e jaacute existentes

Funcionamento em seacuterie ou em paralelo

Tipo de esforccedilo dominante (compressatildeo traccedilatildeo flexatildeo esforccedilo transverso)

Durabilidade

Durabilidade relativa dos materiais

Coexistecircncia natildeo reativa

Resistecircncia agrave corrosatildeo e ao fogo

Resistecircncia das ligaccedilotildees agrave fadiga

53 Metodologias de intervenccedilatildeo

Embora seja difiacutecil propor uma sequecircncia de etapas adequada a todos os casos de

reparaccedilatildeoreforccedilo sugere-se a metodologia apresentada por (ACI Committee 364 1999)

61 Tiago Pais Boto

Tabela 5-2Metodologia a seguir para projeto de reparaccedilatildeoreforccedilo (ACI Committee 364

1999)

FASE A ndash AVALIACcedilAtildeO DO ESTADO DA ESTRUTURA

A1 Recolha de informaccedilatildeo

A11 Elementos de

projeto

i Peccedilas desenhadas

ii Peccedilas escritas

A12 Elementos de obra

i Telas finais

ii Registos da fiscalizaccedilatildeo

iii Livro de obra

A13 Histoacuteria da

estrutura

i Registo de alteraccedilotildees de uso da estrutura

ii Registo de anteriores intervenccedilotildees de reparaccedilatildeoreforccedilo

A14 Levantamento da

geometria da estrutura

atual

i Recolha da dimensatildeo real dos elementos estruturais

ii Verificaccedilatildeo da introduccedilatildeo supressatildeo de elementos

estruturais

iii Verificaccedilatildeo da conformidade do sistema estrutural do

projetoobra

A2 Inspeccedilatildeo da estrutura

A21 Abordagem niacutevel

1

i Registo visualizaccedilatildeo anaacutelise e eventual quantificaccedilatildeo

de defeitos visiacuteveis e potenciais nos elementos estruturais

(fendilhacatildeo deformaccedilatildeo deterioraccedilatildeo do betatildeo

deterioraccedilatildeo do accedilo etc)

A22 Abordagem niacutevel

2

i Quantificaccedilatildeo das propriedades mecacircnicas do betatildeo e do

accedilo atraveacutes de ensaios in-situ ou em laboratoacuterio

ii Quantificaccedilatildeo das anomalias registadas na abordagem

niacutevel 1 atraveacutes de ensaios in-situ ou em laboratoacuterio

FASE B ndash AVALIACcedilAtildeO DA SEGURANCcedilA DA ESTRUTURA

B11 Verificaccedilatildeo da

seguranccedila da estrutura

face agraves condiccedilotildees

iniciais de projeto

i Verificaccedilatildeo aos estados limites uacuteltimos

ii Verificaccedilatildeo aos estados limites de utilizaccedilatildeo

B12 Verificaccedilatildeo da

seguranccedila da estrutura

face agraves novas exigecircncias

de utilizaccedilatildeo

i Verificaccedilatildeo aos estados limites uacuteltimos

ii Verificaccedilatildeo aos estados limites de utilizaccedilatildeo

FASE C ndash CARACTERIZACcedilAtildeO DO TIPO E OBJECTIVOS DA INTERVENCcedilAtildeO

C1Face aos resultados

das fases A e B deveraacute

adotar-se uma das

seguintes estrateacutegias

i Natildeo intervir

ii Reparar em pequena escala

iii Reparar e eventualmente reforccedilar

iv Reforccedilar

v Demolir

FASE D ndash PROJECTO DE REPARACcedilAtildeOREFORCcedilO

62

54 Verificaccedilatildeo da seguranccedila de estruturas existentes

Tendo em conta que natildeo se trata de estruturas novas a escolha do modelo de

comportamento estrutural deve ser adequada agrave realidade da estrutura possibilitando assim a

verificaccedilatildeo da seguranccedila em relaccedilatildeo aos estados limites de utilizaccedilatildeo e estados limites uacuteltimos

Deste modo a verificaccedilatildeo dos estados uacuteltimos eacute exposta pela seguinte equaccedilatildeo

119878119889 le 119877119889 (51)

O valor de caacutelculo do esforccedilo que atua na estrutura eacute caracterizado por Sd este valor

deve ser calculado tendo em consideraccedilatildeo o historial de cargas da estrutura O valor de caacutelculo

do esforccedilo resistente residual do elemento eacute caracterizado por Rd Define-se por esforccedilo

resistente residual a capacidade de resistecircncia a cargas apoacutes este ter sido sujeito ao historial de

cargas durante toda a sua vida uacutetil

Apoacutes a execuccedilatildeo das etapas definidas na metodologia de intervenccedilatildeo apresentada por

(ACI Committee 364 1999) deve-se proceder agrave modelaccedilatildeo da estrutura existente tendo em

conta as propriedades mecacircnicas dos materiais e a disposiccedilatildeo estrutural Depois eacute necessaacuterio

quantificar as accedilotildees obter os coeficientes de majoraccedilatildeo de accedilotildees e definir quais os modelos de

anaacutelise mais adequados e por fim utilizar um software de caacutelculo automaacutetico para determinar

os esforccedilos atuantes Sd

Quantificaccedilatildeo de accedilotildees Regulamento de Seguranccedila e Accedilotildees Para Estruturas de Edifiacutecios e

Pontes (RSA 1983) e Eurocoacutedigo 1 (CEN 2002)

Coeficientes de majoraccedilatildeo de accedilotildees Coeficientes de seguranccedila propostos no Boletim nordm 162

do CEB (CEB 1983)

120574prime119892 = 1375 times (120574119892 minus 01) rarr 119864119904119905119903119906119905119906119903119886119904 119889119886119899119894119891119894119888119886119889119886119904

125 times (120574119892 minus 01) rarr 119864119904119905119903119906119905119906119903119886119904 119904atilde119904 (52)

120574prime119902 = 165 times 120574119902 rarr 119864119904119905119903119906119905119906119903119886119904 119889119886119899119894119891119894119888119886119889119886119904

15 times 120574119902 rarr 119864119904119905119903119906119905119906119903119886119904 119904atilde119904 (53)

120574prime119892 = Coeficiente de majoraccedilatildeo de accedilotildees permanentes em estruturas existentes

120574prime119902= Coeficiente de majoraccedilatildeo de accedilotildees variaacuteveis em estruturas existentes

Modelos de anaacutelise

Modelo elaacutestico linear

63 Tiago Pais Boto

Modelo elaacutestico linear com redistribuiccedilatildeo de esforccedilos

Modelo plaacutestico

Modelo natildeo linear

Figura 5-1 Comportamento teoacuterico dos modelos de anaacutelise (Appleton Jamp Costa A 2011)

Onde

S= Forccedila

δ=Deformaccedilatildeo

Para a determinaccedilatildeo de esforccedilos resistentes devem ser tomadas em consideraccedilatildeo as

caracteriacutesticas mecacircnicas residuais dos elementos existentes estas podem ser determinadas a

partir dos seguintes meacutetodos (CEB 1983)

i Estimativa analiacutetica ndash realiza-se uma estimativa das propriedades mecacircnicas dos

materiais a partir de graacuteficos apresentados pelo (CEB1983)

ii Ensaio de carga ndash consiste na realizaccedilatildeo de ensaios de carga da estrutura devidamente

monitorizados

iii Estimativa empiacuterica ndash consiste na multiplicaccedilatildeo das propriedades dos materiais por

coeficientes redutores que procuram ter em conta o efeito dos danos da estrutura

existente

Conforme o meacutetodo simplificado em iii o valor das caracteriacutesticas de rigidez e

resistecircncia dos materiais pode ser adquirido a partir das seguintes expressotildees

119877119903119890119904119894119889119906119886119897=120593119877 times 119877119868119899119894119888119894119886119897 (54)

119870119903119890119904119894119889119906119886119897=120593119870 times 119870119868119899119894119888119894119886119897 (55)

Onde

119877119868119899119894119888119894119886119897 ndash Caracteriacutesticas iniciais de resistecircncia 119870119868119899119894119888119894119886119897 ndash Caracteriacutesticas iniciais de rigidez

119877119903119890119904119894119889119906119886119897 ndash Caracteriacutesticas residuais de resistecircncia

119870119903119890119904119894119889119906119886119897 ndash Caracteriacutesticas residuais de rigidez

120593119877 ndash Coeficiente empiacuterico para reduccedilatildeo de resistecircncia 120593119870 ndash Coeficiente empiacuterico para reduccedilatildeo de rigidez

64

Nas tabelas seguintes satildeo indicados os valores preconizados pelo CEB (CEB ndash Bul 162 1983)

Tabela 5-3 Coeficiente 120593119877 para danos provocados por sismos (CEB 1983)

Tipo de

Construccedilatildeo

Niacutevel de Danos

Niacutevel A Niacutevel B Niacutevel C Niacutevel C

Nova 095 075 045 015

Antiga 08 06 03 0

Niacutevel A

Fendas de flexatildeo isoladas com larguras inferiores a 1 ndash 2 mm desde que um caacutelculo simples

demonstre que estas fendas natildeo satildeo devidas a deficiecircncia da armadura para as accedilotildees de

dimensionamento mas sim devidas a efeitos localizados (juntas de construccedilatildeo restriccedilotildees

devidas a paredes divisoacuterias choques ligeiros accedilotildees teacutermicas iniciais retraccedilotildees etc)

Niacutevel B Vaacuterias fendas de flexatildeo largas ou fendas de corte diagonais isoladas com larguras inferiores a

cerca de 05 mm natildeo existindo deslocamentos residuais

Niacutevel C Fendas de corte bi-diagonais eou esmagamento localizados no betatildeo devidos a corte e

compressatildeo natildeo existindo deslocamentos residuais apreciaacuteveis ocorrecircncia de fendilhacatildeo em

noacutes de ligaccedilatildeo viga pilar

Niacutevel D Rotura do nuacutecleo de betatildeo do elemento encurvadura dos varotildees (o elemento perdeu a

continuidade mas natildeo colapsou) existindo apenas pequenos deslocamentos residuais (verticais

e horizontais) ocorrecircncia de danos severos em noacutes de ligaccedilatildeo pilar viga

Tabela 5-4 Coeficiente 120593119877 para danos provocados por incecircndios (CEB 1983)

Tipo de

Construccedilatildeo

Niacutevel de Danos

Niacutevel A Niacutevel B Niacutevel C Niacutevel C

Nova 095 080 065 04

Antiga 090 075 060 030

Niacutevel A Sem danos exceto algum descasque miacutenimo do acabamento eou do betatildeo

Niacutevel B Acabamento bastante afetado algum descasque do betatildeo microfendilhaccedilatildeo generalizada da

superfiacutecie do betatildeo e eventual cor rosada o que dependeraacute dos agregados

Niacutevel C

Arranque generalizado do acabamento descasque significativo do betatildeo e eventual cor

cinzento avermelhado esbranquiccedilado os varotildees ainda estatildeo aderentes ao betatildeo apenas um

varatildeo no caso de pilares ou ateacute 10 da armadura principal no caso de vigas e lajes tenha

encurvado

Niacutevel D

Danos severos descasque generalizado do betatildeo deixando agrave vista praticamente toda a

armadura o betatildeo possui uma cor amarelo acastanhado mais do que um varatildeo no caso de

pilares ou ateacute 50 da armadura principal no case de vigas e lajes encurvou podendo existir

distorccedilatildeo dos pilares eventuais fendas de corte com poucos miliacutemetros de largura nos pilares

65 Tiago Pais Boto

eventuais fendas de flexatildeo corte com vaacuterios miliacutemetros de largura nas vigas e lajes e

possiacuteveis flechas apreciaacuteveis

Tabela 5-5 Coeficiente 120593119877 para danos provocados pela corrosatildeo (CEB 1983)

Tipo de

Construccedilatildeo

Niacutevel de Danos

Niacutevel A Niacutevel B Niacutevel C Niacutevel C

Nova 095 08 06 035

Antiga 085 07 05 025

Niacutevel A Manchas de ferrugem alguma fendilhacatildeo longitudinal perda de secccedilatildeo de armadura

lt1

Niacutevel B Manchas de ferrugem alguma fendilhacatildeo longitudinal e transversal algum descasque do

betatildeo perda de secccedilatildeo da armadura lt5

Niacutevel C Manchas de ferrugem fendilhacatildeo extensa descasque significativo do betatildeo perda de

secccedilatildeo da armadura lt10

Niacutevel D

Manchas de ferrugem fendilhacatildeo extensa descasque do betatildeo em algumas zonas

deixando a armadura agrave vista perda de secccedilatildeo da armadura lt25 eventuais deslocamentos

residuais

Tal como acontece em estruturas novas os valores de caacutelculo das caracteriacutesticas iniciais

de resistecircncia e de rigidez satildeo obtidos pela aplicaccedilatildeo dos coeficientes de minoraccedilatildeo das

propriedades dos materiais caso exista informaccedilatildeo rigorosa acerca dos materiais utilizados

Estes coeficientes de acordo com (CEB 1983) podem ser inferiores aos utilizados no caacutelculo

de estruturas novas no entanto o CEB natildeo refere um valor para os mesmos

Para verificaccedilatildeo dos estados limites de utilizaccedilatildeo satildeo calculados os esforccedilos com

combinaccedilotildees de accedilotildees no Estado Limite de Utilizaccedilatildeo No lado da resistecircncia dos materiais as

caracteriacutesticas de resistecircncia (rigidez axial e de flexatildeo) devem ser reduzidos 20 coeficiente

120593119877 ( consultar tabelas 67 e 8 do CEB 1983) (CEB 1983)

55 Caracterizaccedilatildeo do tipo de intervenccedilatildeo

De acordo com CEB para caracterizar o do tipo de intervenccedilatildeo a utilizar define-se o

coeficiente de capacidade ɸ dado pela expressatildeo seguinte

66

Φ =119877prime119889

119878prime119889 (56)

Onde

Φ = Coeficiente de capacidade

119877prime119889 =Esforccedilo de caacutelculo residual resistente

119878prime119889 =Esforccedilo de caacutelculo atuante

A decisatildeo do tipo de intervenccedilatildeo a adotar deve ter em conta os criteacuterios baseados

apresentados na tabela seguinte sugeridos pelo CEB mas tambeacutem a importacircncia e o tipo de

utilizaccedilatildeo da estrutura

Tabela 5-6Relaccedilatildeo entre Coeficiente de Capacidade e Grau de Intervenccedilatildeo

Coeficiente de Capacidadeɸ Accedilatildeo

ɸ ge 1 Natildeo reforccedilar

067 ˂ ɸ ˂ 1 Reparar e eventualmente reforccedilar

050 ˂ ɸ ˂ 067 Reforccedilar

ɸ le 050 Demolir

56 Paracircmetros principais a considerar no dimensionamento do Reforccedilo

A par do dimensionamento para estruturas novas a filosofia dos estados limites deve

ser a mesma para o dimensionamento de reforccedilo e seguir as recomendaccedilotildees dos regulamentos

em vigor nacionais e europeus

Para materiais de reforccedilo tais como o betatildeo cofrado betatildeo projetado e accedilo o CEB

recomenda coeficientes de seguranccedila de minoraccedilatildeo (120574prime119862 e 120574prime119878) indicados nas tabelas seguintes

(CEB ndash Bul 162 1983)

Tabela 5-7 Coeficientes de minoraccedilatildeo (120574prime119862) para betatildeo cofrado em obra (CEB 1983)

Controlo de Qualidade

e Inspeccedilatildeo

Espessura Adicional

˂ 100mm ˃100mm

Acessibilidade

Baixa Normal Baixa Normal

Alto 180 165 150 150

Meacutedio 195 180 165 150

Tabela 5-8 Coeficientes de minoraccedilatildeo (120574prime119862) para betatildeo projetado (CEB 1983)

Controlo de Qualidade

e Inspeccedilatildeo

Acessibilidade

Baixa Normal

67 Tiago Pais Boto

Alto 195 180

Meacutedio 210 195

Tabela 5-9 Coeficientes de minoraccedilatildeo (120574prime119878) para Accedilo (CEB 1983)

Controlo de Qualidade

e Inspeccedilatildeo Armaduras Novas

Alto 140

Meacutedio

Em relaccedilatildeo aos restantes materiais de reforccedilo os coeficientes de minoraccedilatildeo das

propriedades dos materiais devem ser calculados em funccedilatildeo ao tipo de material e sistema de

reforccedilo aplicado de forma que se mobilizem tensotildees mais baixas compatiacuteveis com a

transmissatildeo de esforccedilos (Ripper 2005)

Jaacute a determinaccedilatildeo dos esforccedilos resistentes das estruturas em betatildeo armado reforccedilada

pode ser realizada atraveacutes de

i Meacutetodos numeacutericos que recorrem agrave simulaccedilatildeo das tensotildees iniciais dos materiais

existentes

ii Meacutetodos numeacutericos que consideram a transferecircncia de tensotildees entre os materiais

existentes e os materiais de reforccedilo

iii Meacutetodos simplificados tais como o meacutetodo dos coeficientes globais

A aplicaccedilatildeo do Meacutetodo dos coeficientes globais baseia-se primeiro na determinaccedilatildeo da

resistecircncia da estrutura atraveacutes dos modelos de comportamento utilizados em estruturas de

betatildeo armado nova excluindo a existecircncia de qualquer dano e estados de tensatildeo preacutevios quer

isto dizer antes de qualquer aplicaccedilatildeo de teacutecnica de reforccedilo Ri Em seguida aplica-se um

coeficiente redutor de monolitismo 120574nR Este representa a imperfeiccedilatildeo da ligaccedilatildeo entre o

reforccedilo e a estrutura existente e supotildee que a estrutura apoacutes o reforccedilo deixa de funcionar como

uma estrutura monoliacutetica O valor eacute definido consoante o tipo de reforccedilo sendo este

responsabilidade do projetista

119877119903 = 120574119899119877 times 119877119894 (57)

119877119903 = Resistecircncia da estrutura apoacutes reforccedilo

120574119899119877 = Coeficiente de monolitismo

68

119877119894 = Resistecircncia da estrutura supondo que eacute nova

A verificaccedilatildeo das tensotildees de corte e as tensotildees normais entre o material de reforccedilo e a

estrutura existente devem ser alvo de anaacutelise neste tipo de projetos

120591119878119889 le 120591119877119889 (58)

120590119878119889 le 120590119877119889 (59)

120591119878119889 = Tensatildeo de corte aplicada

120591119877119889 = Tensatildeo de corte resistente

120590119878119889 = Tensatildeo normal aplicada

120590119877119889 = Tensatildeo normal resistente

57 Mecanismos de transferecircncia de tensotildees de acordo com CEB Nordm162

Nos projetos de reforccedilo o mecanismo de transferecircncia de tensotildees eacute fundamental para que a

estrutura apoacutes o reforccedilo seja o mais monoliacutetica possiacutevel Ou seja o material de reforccedilo e

existente natildeo tenha comportamentos muito independentes tornando-se mais previsiacutevel o seu

comportamento

571 Transferecircncia de tensotildees atraveacutes de compressatildeo direta betatildeo sobre betatildeo

Sendo a compressatildeo a melhor opccedilatildeo para transferir tensotildees entre betatildeobetatildeo devem-se

garantir alguns preacute-requisitos para se conseguir uma ligaccedilatildeo satisfatoacuteria Eacute necessaacuterio limpar a

superfiacutecies de ligaccedilatildeo assegurar uma boa rugosidade e saturar a superfiacutecie com aacutegua pelo

menos 6 horas antes de aplicar o betatildeo novo O novo betatildeo deve ser bem compactado

Geralmente ocorrem deformaccedilotildees devido agraves imperfeiccedilotildees de compactaccedilatildeo e de

confinamento Para minimizar estas deformaccedilotildees eacute necessaacuterio criar uma espessura miacutenima de

betatildeo entre as interfaces Assim esta nova espessura de betatildeo pode apresentar um moacutedulo de

elasticidade inferior comparativamente ao moacutedulo de elasticidade do conjunto

∆119871 =120590

119864times 119871 times (1 +

1198710divide119871

1198640divide119864) times 120585 (510)

Onde

ΔL = Variaccedilatildeo de Comprimento

σ = Tensatildeo no betatildeo

E = Moacutedulo de Elasticidade do betatildeo

L = Comprimento da Ligaccedilatildeo

ξ = Fator de Correccedilatildeo (depende da compactaccedilatildeo da fluidez e das adiccedilotildees presentes no betatildeo)

69 Tiago Pais Boto

572 Transferecircncia de tensotildees atraveacutes de adesatildeo betatildeobetatildeo

A ligaccedilatildeo da interface efetuada atraveacutes da adesatildeo eacute influenciada pela rugosidade e

tratamento das superfiacutecies de ligaccedilatildeo pelo meacutetodo usado na colocaccedilatildeo do betatildeo novo e pela

utilizaccedilatildeo de agentes quiacutemicos de ligaccedilatildeo ou betatildeo especial Fatores como a diferenccedila de idade

entre o betatildeo novo e velho a resistecircncia retraccedilatildeo e fluecircncia do betatildeo novo natildeo influenciam a

adesatildeo entre as superfiacutecies

Em relaccedilatildeo agrave rugosidade das superfiacutecies um estudo conduzido por F Daschner (1976)

aponta essencialmente para trecircs as principais condiccedilotildees de rugosidade (ver Tabela 5-10)

Tabela 5-10Forccedila de Adesatildeo consoante a interface de ligaccedilatildeo

Condiccedilotildees de Interface Forccedila da Adesatildeo (Nmmsup2)

Suave ou liso 10

Jato de Areia 17

Dente de Serra 19

Em 1977 K Steinwede investigou a influecircncia de vaacuterios agentes na ligaccedilatildeo entre betatildeo

velho e betatildeo novo Consegue-se obter valores de adesatildeo entre 80 a 100 da resistecircncia aacute

traccedilatildeo do betatildeo antigo quando a ligaccedilatildeo eacute efetuada com argamassas com poliacutemeros

modificados argamassas com resinas ou betatildeo projetado

Em relaccedilatildeo ao meacutetodo usado para aplicaccedilatildeo do betatildeo novo quando eacute aplicado a teacutecnica

de projeccedilatildeo ou pulverizaccedilatildeo obtecircm-se resultados mais satisfatoacuterios uma vez que a forccedila de

impacto faz com que sejam preenchidos mais poros e vazios no betatildeo existente O resultado

final da ligaccedilatildeo permite que a estrutura seja tratada como uma estrutura monoliacutetica

573 Transferecircncia de tensotildees atraveacutes de fricccedilatildeo betatildeobetatildeo

A quantidade da transferecircncia de tensotildees que se exercem atraveacutes da fricccedilatildeo depende de

vaacuterios fatores tais como

a) Tamanho e forma dos agregados presentes na interface do betatildeo

Estes fatores satildeo importantes para se obter um coeficiente de fricccedilatildeo maior Agregados

com maiores dimensotildees e arestas angulares mais iacutengremes satildeo melhores para aumentar o atrito

120583 = 120591119877 divide 120590119873 (511)

Onde

micro = Coeficiente de Fricccedilatildeo

70

120591119877 = Tensatildeo de Corte

120590119873 = Tensatildeo Normal

b) Rugosidade da superfiacutecie

A rugosidade pode ser classificada como micro-rugosidade ou como macro-rogusidade

neste caso pode-se considerar como macro rugosidade Esta seraacute maior quanto maior o

coeficiente de fricccedilatildeo e quanto maior aacuterea de contacto

Figura 5-2 Tensatildeo de corte em funccedilatildeo da tensatildeo normal em superfiacutecie de betatildeo tratada

com jacto de areia (CEB Bulletin drsquoinformation nordm1621983)

c) Tensatildeo normal de compressatildeo (120590119873) aplicada externamente

A tensatildeo normal de compressatildeo determina a forccedila de compressatildeo a que os agregados

da superfiacutecie estatildeo sujeitos Valores elevados da tensatildeo normal de compressatildeo originam

elevadas rigidez ao corte e diminui a probabilidade de rotura por deslizamento Este aumento eacute

mais evidenciado quando se tratam de superfiacutecies lisas quando as superfiacutecies satildeo mais aacutesperas

o aumento da tensatildeo normal eacute significativo apenas quando as forccedilas de corte satildeo baixas

574 Transferecircncia de tensotildees de compressatildeo atraveacutes camadas de resina

Embora a distribuiccedilatildeo de tensotildees que atua numa camada fina de resina natildeo seja

uniforme esta forccedila de ligaccedilatildeo entre interfaces eacute proporcional agrave aacuterea de superfiacutecie quer seja

betatildeobetatildeo ou betatildeoaccedilo As resinas satildeo caracterizadas pela sua elevada resistecircncia mecacircnica

embora o seu moacutedulo de elasticidade seja consideravelmente menor quando comparado com o

betatildeo A superfiacutecie onde se vai estabelecer a ligaccedilatildeo deve ter uma rugosidade natildeo muito

acentuada de maneira que a peliacutecula de resina natildeo sofra descontinuidades Embora a ligaccedilatildeo

71 Tiago Pais Boto

mecacircnica diminua nas superfiacutecies menos rugosas a ligaccedilatildeo quiacutemica providenciada pela resina

garante que em esforccedilos de flexatildeo ou de corte a rotura acontece no betatildeo

Uma ligaccedilatildeo efetuada com recurso a resinas epoxy ou polyester soacute eacute eficaz garantindo

a transferecircncia de tensotildees quando as interfaces estatildeo completamente secas qualquer presenccedila

de humidade vai influenciar drasticamente a capacidade de adesatildeo das mesmas (CEB Bulletin

drsquoinformation nordm162 1983)

Resumidamente as caracteriacutesticas mecacircnicas responsaacuteveis pela transferecircncia de tensotildees atraveacutes

da camada de resina satildeo

Compressatildeo Uma transferecircncia de tensotildees atraveacutes da compressatildeo eacute conseguida quando

as tensotildees satildeo perpendiculares

Traccedilatildeo A resistecircncia agrave traccedilatildeo com camadas de resina satildeo muitas vezes superiores agrave

resistecircncia do betatildeo agrave traccedilatildeo como jaacute foi dito anteriormente Geralmente quando existe

uma rotura no sistema esta daacute-se no betatildeo e natildeo na resina Esta resistecircncia depende

muito da espessura da camada de resina

Figura 5-3 Espessura da camada de resina e correspondente resistecircncia agrave traccedilatildeo (CEB

Bulletin drsquoinformation nordm162 1983)

Tensatildeo tangencial A resistecircncia ao corte da resina maacutexima eacute mobilizada quando as

superfiacutecies estatildeo secas e os coeficientes de fricccedilatildeo (micro) satildeo baixos com micro rugosidade

inferiores a 002mm

72

Figura 5-4Tensatildeo de corte em funccedilatildeo do deslizamento para vaacuterias espessuras de chapa de accedilo

coladas (CEB Bulletin drsquoinformation nordm162 1983)

575 Transferecircncia de forccedilas das armaduras de reforccedilo para armaduras de reforccedilo ou

armaduras existentes

A transferecircncia de forccedilas eacute feita de uma armadura atraveacutes da ligaccedilatildeo ao betatildeo envolvente

para as outras armaduras Dentro de betatildeo estas forccedilas podem gerar tensotildees de corte elevadas

Quando se utilizam varotildees de accedilo com diacircmetro inferior a 12mm eacute aconselhaacutevel a natildeo se

deixarem as extremidades livres dos varotildees alinhadas

Figura 5-5 Transferecircncia de forccedilas atraveacutes das armaduras de reforccedilo (CED 2015)

Este tipo de transferecircncias de tensotildees tambeacutem pode ser efetuado atraveacutes de ligaccedilotildees

soldadas entre os varotildees de reforccedilo

73 Tiago Pais Boto

Seja qual o tipo de mecanismo de transferecircncia de tensotildees de accedilo para accedilo o uso de

estribos (ou mais geral reforccedilo transversal) na zona de ligaccedilatildeo eacute essencial para o equiliacutebrio de

forccedilas e para aumentar a rigidez do reforccedilo

58 Principais Teacutecnicas de reparaccedilatildeo e reforccedilo estrutural

Quando eacute necessaacuterio reparar e reforccedilar uma estrutura de betatildeo armado torna-se

importante escolher as teacutecnicas mais apropriadas ao caso em estudo minimizando o niacutevel de

intrusatildeo e otimizando a durabilidade e eficiecircncia Desta maneira a escolha da metodologia deve

passar por uma minuciosa anaacutelise das causas e extensatildeo das patologias caracteriacutesticas da

estrutura condicionamentos teacutecnico sociais designo da vida uacutetil funcionalidade e viabilidade

econoacutemica

Satildeo muitas as teacutecnicas jaacute desenvolvidas a enumeraccedilatildeo e descriccedilatildeo de todas as teacutecnicas

possiacuteveis natildeo se enquadra no acircmbito definido para esta dissertaccedilatildeo pelo que se optou por referir

apenas as mais utilizadas e avanccediladas tecnologicamente

581 Meacutetodos de proteccedilatildeoreparaccedilatildeo eletroquiacutemica

Estes meacutetodos tecircm como principio alterar os potenciais das armaduras com recurso agrave

aplicaccedilatildeo de um campo eleacutetrico permitindo a restauraccedilatildeo da passividade das armaduras a

alcalinidade do betatildeo ou eliminaccedilatildeo do agente agressor parcial ou ateacute mesmo total Estes

meacutetodos aleacutem de apresentarem resultados com elevado sucesso a execuccedilatildeo causam

perturbaccedilotildees miacutenimas na funcionalidade da estrutura devido agrave diminuta amplitude das

intervenccedilotildees tais como demoliccedilotildees ou substituiccedilatildeo do betatildeo contaminado (D W Whitmore

2002)

Habitualmente usam-se as teacutecnicas

Proteccedilatildeo catoacutedica

Realcalinazaccedilatildeo

Dessalinizaccedilatildeo ou extraccedilatildeo eletroquiacutemica

Destas trecircs teacutecnicas seraacute apenas exposta a descriccedilatildeo da Proteccedilatildeo catoacutedica por ser a mais eficaz

e utilizada

5811 Proteccedilatildeo Catoacutedica

A proteccedilatildeo catoacutedica consiste genericamente na alteraccedilatildeo do potencial eleacutetrico no accedilo

para valores mais negativos Com recurso a uma fonte de corrente continua e um acircnodo

aplicado no interior do betatildeo ou agrave superfiacutecie satildeo aplicados eletrotildees agraves armaduras aumentando

assim a intensidade das reaccedilotildees catoacutedicas e diminuindo a intensidade das reaccedilotildees anoacutedicas quer

isto dizer que o accedilo passa a funcionar como caacutetodo De todos os meacutetodos eletroquiacutemicos este

eacute o uacutenico enquadrado numa norma europeia a EN 12696 2000 ldquoCathodic protection of steel in

concreterdquo Esta norma abrange a aplicaccedilatildeo de proteccedilatildeo catoacutedica em estruturas novas ou

74

existentes desde que sejam atmosfeacutericas quer isto dizer que estruturas enterradas ou submersas

natildeo satildeo abrangidas (D W Whitmore 2002)

A constituiccedilatildeo de um sistema de proteccedilatildeo catoacutedica abrange

Fonte de alimentaccedilatildeo externa

Acircnodo sistema de distribuiccedilatildeo de corrente

Caacutetodo (armaduras)

Fio eleacutetricos de ligaccedilatildeo para o fecho do sistema

Sensores de controlo e monitorizaccedilatildeo

Existem dois tipos de acircnodos os acircnodos inertes utilizados em sistemas de corrente

imposta e acircnodos galvacircnicos ou de sacrifiacutecio Ambos os tipos de acircnodos podem ser aplicados

de uma forma isoladainterna ou distribuiacuteda ao longo da estrutura Os acircnodos inertes satildeo

consumidos ao longo do tempo necessitando de uma corrente contiacutenua denominando-se

proteccedilatildeo catoacutedica por corrente imposta ou impressa estes sistemas satildeo os mais usados porque

proporcionam uma distribuiccedilatildeo de corrente mais ampla possibilitando que a proteccedilatildeo catoacutedica

atinga uma aacuterea maior Tem ainda a vantagem de alterar a intensidade de corrente transmitida

possibilitando compensar alteraccedilotildees de potencial (D W Whitmore 2002) Jaacute relativamente aos

acircnodos galvacircnicos ou sacrificiais estes satildeo menos dispendiosos e de aplicaccedilatildeo mais simples

quando aplicados na altura da construccedilatildeo da estrutura O natildeo recurso de uma fonte de energia

externa anula o perigo de interaccedilatildeo com outras estruturas em redor No entanto apresentam

algumas desvantagens que podem inviabilizar a sua escolha tais como a dificuldade de

controlar o sistema devido agrave impossibilidade de monitorizaccedilatildeo assim como o tempo de serviccedilo

uacutetil relativamente curto Para garantir um correto funcionamento da proteccedilatildeo catoacutedica eacute

necessaacuterio compreender a seacuterie galvacircnica esta eacute constituiacuteda por uma lista de metais ordenados

pelo seu niacutevel de oxidaccedilatildeo ou seja a suscetibilidade de corrosatildeo quando inseridos no eletroliacutetico

(A V Moreno et all 2007)

Tabela 5-11 Seacuterie galvacircnica dos materiais

Metal Potencial de Eleacutetrodo (volt)

Menos Nobres

Magneacutesio -2340

Anoacutedicos

Alumiacutenio -1670

Zinco -0762

Cromo -0710

Ferro -0440

Caacutedmio -0402

Niacutequel -0250

Estanho -0136

Chumbo -0126

Mais Nobres Cobre 0345

Catoacutedicos Prata 0800

Ouro 1680

75 Tiago Pais Boto

Quanto mais afastado estiver o material do acircnodo na seacuterie galvacircnica relativamente ao accedilo das

armaduras maior seraacute a diferenccedila de potencial entre estes logo o sistema de proteccedilatildeo seraacute

mais eficaz (Electrical Engineering Cathodic Protection 2004)

Figura 5-6Esquema de proteccedilatildeo catoacutedica por corrente imposta com recurso a acircnodo inerte

distribuiacutedo (adaptado de G Kakuba 2005)

Figura 5-7Esquema de proteccedilatildeo catoacutedica por corrente imposta com recurso a acircnodos internos

(adaptado de G Kakuba 2005)

76

Figura 5-8 Esquema de proteccedilatildeo catoacutedica com recurso a acircnodos de sacrifiacutecio sem

necessidade de fonte de corrente contiacutenua (adaptado de G Kakuba 2005)

Os acircnodos internos possibilitam uma proteccedilatildeo mais eficaz possibilitando a distribuiccedilatildeo

em nuacutemero e espaccedilamento conforme a densidade da armadura existente e em zonas com

requisitos de proteccedilatildeo elevados Acresce ainda a vantagem de poderem ser utilizados em

elementos com recobrimento pequeno (Joana Silva 2007) Este tipo de aplicaccedilatildeo apresenta

alguns inconvenientes tais como a possibilidade de ocorrecircncia de curto-circuito caso o acircnodo

toque nas armaduras Quando se utiliza corrente imposta a diferenccedila de potencial pode gerar

gaacutes no interior da estrutura o que leva agrave necessidade de criar um sistema de ventilaccedilatildeo (D W

Whitmore 2002)

Atualmente satildeo comercializados vaacuterios tipos de acircnodos em funccedilatildeo do material de

fabrico desta forma torna-se essencial conhecer as suas propriedades mecacircnicas e fiacutesicas

assim como a classe de exposiccedilatildeo ambiental onde vatildeo ser utilizados

Os principais materiais dos acircnodos para sistemas de corrente imposta satildeo

Malhas de titacircnio

Estas malhas de titacircnio satildeo as mais utilizadas em sistemas com acircnodos de corrente

imposta tecircm cerca de 1 a 2 mm de espessura Satildeo revestidas com oacutexidos de metais nobres

(MMO-mixed metal oxides) em forma tubular varatildeo ou fio e tecircm um periacuteodo de vida uacutetil

superior a 25 anos (ZLoureccedilo 2007) Satildeo fabricadas com tamanhos diferentes de aberturas

proporcionando a distribuiccedilatildeo de diferentes densidades de corrente suportando uma densidade

maacutexima de aproximadamente 100 mAm2

(Joana Silva 2007)

77 Tiago Pais Boto

Figura 5-9Malha de titacircnio (Global Sources 2015)

Fitas de malha de titacircnio

As fitas de malha de titacircnio tecircm geralmente 10 a 20 mm de largura satildeo tambeacutem

revestidas com oacutexidos de metais nobres (MMO) Satildeo fabricadas com vaacuterias espessuras

suportando densidades de corrente entre 3 e 6 mAm linear e tecircm a vantagem dos problemas de

delaminaccedilatildeo do betatildeo serem mais baixos Em termos de vida uacutetil anda na ordem dos 40 anos

(ZLoureccedilo 2007)

Figura 5-10 Fita de malha de titacircnio (Chemical Newtech 2015)

Acircnodos enterrados de titacircnio ativado ferro e grafite

Este tipo de acircnodos tem como constituiccedilatildeo um revestimento com oacutexidos de metais

nobres Os primeiros acircnodos eram constituiacutedos por ferro e accedilo mas como o consumo destes era

muito elevado foram substituiacutedos por acircnodos de grafite cuja taxa de consumo era inferior

dominando o mercado ateacute meados dos anos 70 (Public Works Technical Bulletin 2002) Os

acircnodos com grafite satildeo envoltos em uma composiccedilatildeo de carbono evitando assim um consumo

do acircnodo natildeo uniforme (Electrical Engineering Cathodic Protection 2004) Eacute importante

salientar que a diferenccedila de potencial entre a grafite e o accedilo eacute de 1 Volt atuando a grafite como

caacutetodo Os acircnodos mais eficientes satildeo os de titacircnio apesar do custo mais elevado

78

comparativamente com as outras tipologias Estes satildeo estaacuteveis em qualquer exposiccedilatildeo

ambiental devido ao revestimento com oacutexidos de metais nobres promovem o aumento de vida

uacutetil normalmente na ordem dos 15 a 20 anos ldquoOs acircnodos enterrados de corrente impressa satildeo

aplicados em aberturas no solo sendo posteriormente ligados por fios condutores ao poacutelo

positivo do retificador estabelecendo-se assim as ligaccedilotildees anoacutedicas Agrave semelhanccedila dos sistemas

de proteccedilatildeo catoacutedica jaacute apresentados a promoccedilatildeo das ligaccedilotildees catoacutedicas eacute efetuada atraveacutes da

ligaccedilatildeo das armaduras ao poacutelo negativo da fonte de correnterdquo (Joana Silva 2007)

Figura 5-11 Acircnodo de titacircnio ativado (Global Sources 2015)

Revestimentos ou tintas orgacircnicas condutoras

As tintas condutoras contecircm na sua composiccedilatildeo materiais de elevada condutibilidade

eleacutetrica tais como a grafite e o carbono Este tipo de acircnodos tem a vantagem de serem de

aplicaccedilatildeo muito simples em qualquer tipo de superfiacutecie e natildeo precisam de um revestimento de

proteccedilatildeo No entanto o sistema facilmente entra em curto-circuito em ambientes com

exposiccedilatildeo agrave chuva ou por contacto com a armadura exposta (Joana Silva 2007)

Figura 5-12 Aplicaccedilatildeo de tinta orgacircnica condutora (CONREHAB Cathodic protection 2015)

79 Tiago Pais Boto

Os principais materiais dos acircnodos sacrificiais ou galvacircnicos satildeo

Acircnodos enterrados de zinco alumiacutenio e magneacutesio

Estes acircnodos funcionam muito bem em sistemas de proteccedilatildeo catoacutedica em estruturas

enterradas porque fornecem correntes mais elevadas comparativamente com os outros acircnodos

sacrificiais Estes acircnodos vecircm promovidos de um fio metaacutelico para posteriormente ser ligado

agraves armaduras atraveacutes de solda geralmente satildeo envolvidos em papel para a proteccedilatildeo dos

mesmos A colocaccedilatildeo dos acircnodos deve ser colocada a um agrave distacircncia miacutenima de 1 metro da

estrutura a proteger (Electrical Engineering Cathodic Protection 2004)

Figura 5-13 Acircnodo enterrado de magneacutesio (AEGION 2015)

Acircnodos adesivos

Esta tipologia de acircnodo consiste em chapas de zinco com espessura de cerca de 025

mm que satildeo aplicadas na superfiacutecie da estrutura a proteger com o auxiacutelio de um adesivo

condutor designado por hydrogel Este tecircm a vantagem de manterem permanentemente o

contato entre o acircnodo e o betatildeo funcionando o hydrogel como um segundo eletroliacutetico (Jianhai

Qiu 2002)

Figura 5-14Sistema de acircnodo adesivo de zinco (Jianhai Qiu 2002)

80

Sistemas com nuacutecleos de zinco

A maior parte destes sistemas eacute constituiacuteda por nuacutecleos de zinco envoltos em

argamassas altamente alcalinas para promoverem a corrosatildeo do zinco O zinco ocupa a posiccedilatildeo

na serie galvacircnica do metal que corroacutei mais facilmente logo o risco de corrosatildeo nas armaduras

eacute quase nulo A aplicaccedilatildeo deste sistema eacute feita com a ligaccedilatildeo direta as armaduras atraveacutes de fios

de accedilo que transmitem a corrente galvacircnica Eacute aconselhado a aplicaccedilatildeo de uma camada de betatildeo

a cobrir o acircnodo O tempo de vida uacutetil natildeo chega aos 20 anos dependendo muito das condiccedilotildees

do betatildeo e das caracteriacutesticas do acircnodo (E Gilinsky 2006)

Figura 5-15Acircnodo de zinco envolvido em argamassa de elevada porosidade (CCASMI

Corrosion Services 2015)

Malhas de zinco

As malhas de zinco podem ser aplicadas em pilares de diversas formas devido agrave baixa

complexidade do sistema apresentam uma vida uacutetil de serviccedilo superior a 40 anos e natildeo

necessitam de manutenccedilatildeo Os espaccedilos vazios entre a superfiacutecie de betatildeo e a malha devem ser

preenchidos por uma argamassa cimentiacutecia (S F Daily 2007)

Figura 5-16Sistema de proteccedilatildeo catoacutedica com malha de zinco (FOSROC 2015)

81 Tiago Pais Boto

Metais projetados

Neste tipo de sistema a aplicaccedilatildeo deve ser feita diretamente nas armaduras da estrutura

sem aplicaccedilatildeo de camada de recobrimento apoacutes a remoccedilatildeo do betatildeo deteriorado Em zonas onde

o betatildeo estaacute relativamente seco a corrente proporcionada pelo zinco vai diminuindo ao longo

do tempo como recurso recorre-se a uma combinaccedilatildeo dos metais alumiacutenio zinco e iacutendio de

modo a melhorar a eficiecircncia do sistema ( S F Daily 2007)

Figura 5-17Aplicaccedilatildeo de metais por projeccedilatildeo em estrutura de betatildeo armado (Structural

Technologies 2015)

Os processos de proteccedilatildeo catoacutedica por corrente impressa carecem de uma continuidade

eleacutetrica entre o betatildeo e a armadura logo quanto maior for a resistividade eleacutetrica do betatildeo menor

seraacute a intensidade de corrente necessaacuteria A contaminaccedilatildeo por cloretos estaacute associada a grandes

niacuteveis de humidade aumentando a resistividade eleacutetrica Comparativamente nos casos de

carbonataccedilatildeo do betatildeo a resistividade eleacutetrica eacute muito mais reduzida

Figura 5-18 Diagrama de Pourbaix para Fe-H2O a 25ordmC (SJSU2015)

82

Entenda-se por resistividade a propriedade dos materiais que quantifica a relaccedilatildeo que

existe entre o campo eleacutetrico aplicado e densidade de corrente que percorre a unidade de volume

desse material (JM Miranda et all)

Das desvantagens que o meacutetodo de proteccedilatildeo catoacutedica com corrente impressa destaca-

se o risco de o accedilo sob a tensatildeo do campo eleacutetrico para sofrer alguma fragilizaccedilatildeo Este

fenoacutemeno eacute mais plausiacutevel de acontecer em accedilos de elevada ductilidade como eacute o caso de accedilos

de preacute-esforccedilo A causa proveacutem de valores muito elevados de potenciais negativos no accedilo

originando libertaccedilatildeo de hidrogeacutenio na interface das armaduras A perda de aderecircncia na

interface armadura-betatildeo ocorre sobretudo em varotildees de accedilo lisos Outro acontecimento

embora raro verifica-se quando a proteccedilatildeo catoacutedica nas armaduras aumenta a alcalinidade na

envolvente das armaduras podendo promover reaccedilotildees aacutelcalis-siacutelica em betotildees constituiacutedos com

agregados reativos

As intensidades de corrente que possibilitam o abrandamento ou a paragem da corrosatildeo

oscilam nos 20mAm2 de armadura A repassivaccedilatildeo das armaduras necessita de intensidades

de 20mAm2 (P Pedeferri 1998)

582 Reforccedilo de seccedilotildees com encamisamentocolagem de chapas metaacutelicas (EBR) Externally

bonded reinforcement

5821 Introduccedilatildeo

Apoacutes o sismo de 1971 em San Fernando nos Estados Unidos da Ameacuterica foi

reconhecida a necessidade de dar mais atenccedilatildeo ao reforccedilo dos elementos estruturais

nomeadamente pilares Desde entatildeo na deacutecada de 1990 muitos estudos foram conduzidos

acerca do reforccedilo de seccedilotildees estruturais nomeadamente o departamento de transportes da

Califoacuternia (CALTRAN) Esses estudos foram essencialmente em pilares de pontes com

recurso a encamisamento de chapas metaacutelicas e concluiu-se que esta opccedilatildeo de reforccedilo

proporciona um aumento da ductilidade aumento da resistecircncia ao esforccedilo transverso e maior

dissipaccedilatildeo de energia (Charlotte AC Bouvier 2003)

Este tipo de meacutetodo eacute relativamente simples consiste em colar armaduras (chapas ou

placas) agrave superfiacutecie do betatildeo por aplicaccedilatildeo de uma resina epoxy O adesivo garante a ligaccedilatildeo

entre o betatildeo e a armadura adicionada desta maneira satildeo transferidas as forccedilas da armadura

para o betatildeo por intermeacutedio de tensotildees tangenciais desenvolvidas ao longo da interface de

colagem (Juvandes 1999) Esta teacutecnica permite o reforccedilo de vigas ao esforccedilo transverso agrave

flexatildeo e o reforccedilo de pilares agrave compressatildeo simples e flexatildeo composta

A utilizaccedilatildeo de elementos metaacutelicos apresenta vaacuterias vantagens no reforccedilo e na

reparaccedilatildeo de estruturas entre as quais salientam-se os seguintes (Joseacute V Paiva et all 2006)

83 Tiago Pais Boto

Relaccedilatildeo favoraacutevel pesoresistecircncia mecacircnica

Aptidatildeo para resistir a diferentes tipos de solicitaccedilotildees

Capacidade de adaptaccedilatildeo aos espaccedilos existentes

Elevado grau de prefabricaccedilatildeo que permite a realizaccedilatildeo de operaccedilotildees de montagem

relativamente limpa e assegura a entrada imediata ldquoem serviccedilordquo da nova estrutura

Rapidez e facilidade de execuccedilatildeo

Diminuta alteraccedilatildeo nas dimensotildees arquitetoacutenicas

Natildeo requer matildeo-de-obra especializada

Em relaccedilatildeo as desvantagens as principais satildeo

Vulnerabilidade da estrutura agrave corrosatildeo e ao incendio

Manuseamento das chapas metaacutelicas devido ao seu peso

Limitaccedilatildeo das dimensotildees das chapas metaacutelicas

A solidarizaccedilatildeo do reforccedilo com o material existente eacute por vezes feita atraveacutes de

transmissatildeo de tensotildees tangenciais Deste modo para um melhor aproveitamento do reforccedilo eacute

aconselhaacutevel o uso de teacutecnicas de colagem ou buchas autoexpansiacuteveis

5822 Descriccedilatildeo da teacutecnica

O princiacutepio por traacutes desta teacutecnica eacute o encamisamento de accedilo atuar como um

confinamento passivo de reforccedilo Este encamisamento vai impedir dilataccedilotildees do betatildeo havendo

uma compressatildeo lateral a resistecircncia agrave compressatildeo eacute aumentada assim como a resistecircncia ao

corte e a ductilidade do elemento

Os elementos utilizados satildeo geralmente chapas de accedilo ou perfis metaacutelicos colados com

resinas eacutepoxy podendo ainda ser complementada com buchas metaacutelicas

Para pilares circulares o meacutetodo utiliza duas secccedilotildees semicirculares onde satildeo unidas

atraveacutes de soldadura ao longo de toda a altura do revestimento Eacute deixado um espaccedilo

aproximadamente de 2 centiacutemetros entre o pilar e o revestimento para este ser preenchido com

argamassa possibilitando uma boa ligaccedilatildeo entre os materiais e assim criar um comportamento

monoliacutetico entre os mesmos Um espaccedilo de cerca de 5 centiacutemetros eacute tambeacutem deixado entre a

parte superior e inferior do pilar para evitar possiacuteveis destacamentos do revestimento (Daudey

X and A Filiatrault 2000)

Para pilares retangulares o encamisamento metaacutelico pode ser feito com secccedilotildees

retangulares ou eliacutepticas No caso de um revestimento retangular o procedimento eacute semelhante

ao descrito anteriormente as chapas em forma de ldquoLrdquo satildeo solidarizados atraveacutes de soldadura

Para encamisamento com seccedilotildees eliacutepticas os espaccedilos vazios satildeo preenchidos com betatildeo em

vez de argamassa porque a quantidade a preencher eacute maior (Aboutaha RS et all 1999)

84

Figura 5-19Reforccedilo com encamisamento metaacutelico eliacuteptico para seccedilotildees retangulares

(Aboutaha RS et all 1999)

No caso das vigas de acordo com (Gomes A Appleton J) quando a ligaccedilatildeo do reforccedilo

eacute efetuado sem buchas metaacutelicas eacute recomendado a utilizaccedilatildeo de chapas com larguras inferiores

a 300mm e espessuras entre 3 e 5mm a espessura da resina deve estar entre 1 a 3mm

Figura 5-20 Dimensotildees recomendadas no reforccedilo agrave flexatildeo de uma viga em betatildeo armado

(Gomes A Appleton J1997)

85 Tiago Pais Boto

Figura 5-21 Dimensotildees recomendadas no reforccedilo ao esforccedilo transverso de uma viga em betatildeo

armado (Gomes A Appleton J)

A execuccedilatildeo de um reforccedilo com colagem de armaduras eacute composta por diversas etapas

sendo que as mais importantes satildeo

Tratamento da superfiacutecie do betatildeo

Nesta fase inicial do processo de reforccedilo eacute essencial garantir uma superfiacutecie limpa e

com rugosidade suficiente mas natildeo exagerada de modo que a espessura da resina se mantenha

entre 1 e 3mm

Tratamento das chapas (Gomes A Appleton J)

As chapas apoacutes o fabrico devem ser decapadas e protegidas com peliculas plaacutesticas para

se garantir a limpeza das mesmas ateacute aacute zona de aplicaccedilatildeo Estas devem ser protegidas com

pintura contra a corrosatildeo e accedilatildeo do fogo

Caracteriacutesticas da resina (Gomes A Appleton J)

A resina deve ser do tipo eacutepoxy com caracteriacutesticas relevantes tais como o moacutedulo de

elasticidade tensatildeo de rotura viscosidade e periacuteodo de aplicaccedilatildeo e endurecimento

5823 Pilares - resistecircncia agrave flexatildeo

Uma das vaacuterias razotildees da inadequada capacidade de resistecircncia agrave flexatildeo pode ter origem

na falta de confinamento do nuacutecleo de betatildeo que posteriormente pode provocar a rotura da

roacutetula plaacutestica vigapilar (ver Figura 5-20) As atuais praacuteticas de dimensionamento de pilares

apresentam um espaccedilamento mais reduzido da armadura de esforccedilo transverso o que aumenta

consideravelmente a resistecircncia agrave compressatildeo no nuacutecleo Quando aparecem fendas na interface

accedilo-betatildeo o encamisamento de accedilo vai proporcionar uma pressatildeo radial atraveacutes do

86

confinamento passivo Para aumentar a capacidade de resistecircncia axial do pilar por vezes

tambeacutem eacute utilizado um anel metaacutelico (hoop reinforcement)

Figura 5-22 Deformaccedilatildeo de pilares devido agrave formaccedilatildeo de roacutetulas plaacutesticas ldquoph-plastic hingesrdquo

(SCRIP academic publisher 2015)

Figura 5-23Esquematizaccedilatildeo de um encamisamento metaacutelico (Chai Y H et al 1991)

87 Tiago Pais Boto

Figura 5-24Seccedilatildeo de betatildeo confinada com anel e encamisamento metaacutelico (Attard M M

Setunge S 1996)

Ignorando a contribuiccedilatildeo do anel metaacutelico a contribuiccedilatildeo do encamisamento metaacutelico

para o aumento da tensatildeo de confinamento eacute dada pela expressatildeo seguinte (Chai Y H et al

1991)

119891119897 =2times119891119910119895times119905119895

(119863119895minus119905119895) (512)

Onde

119891119897 = Tensatildeo maacutexima de confinamento do encamisamento de accedilo

119891119910119895 = Tensatildeo limite de proporcionalidade do accedilo

119905119895 = Espessura do encamisamento

119863119895 = Diacircmetro externo do encamisamento

A resistecircncia agrave compressatildeo do betatildeo confinado pode ser estimada a partir da expressatildeo seguinte

(Chai Y H et al 1991)

119891prime119888119888 = 119891prime119888 times (2254radic1 +794119891prime119897119891prime119888

minus2119891prime119897119891prime119888

minus 1254 [MPa] (513)

Onde

119891prime119888119888 = Resistecircncia agrave compressatildeo do betatildeo confinado

119891prime119888 = Resistecircncia agrave compressatildeo do betatildeo natildeo confinado

119891prime119897 = Tensatildeo maacutexima de confinamento do encamisamento de accedilo

Para os pilares que possuem uma regiatildeo com uma emenda dos varotildees longitudinais na

base do pilar a rotura agrave flexatildeo do pilar ocorre atraveacutes de um mecanismo de deslizamento entre

as armaduras longitudinais e as armaduras de ligaccedilatildeo da base do pilar Verificando-se muitas

vezes este deslizamento antes de se atingir a maacutexima capacidade de resistecircncia agrave flexatildeo da

88

seccedilatildeo Aplicando uma pressatildeo radial com um anel metaacutelico (hoop reinforcement) vai evitar

esse deslizamento A investigaccedilatildeo tem mostrado que um coeficiente de atrito de μ=14 deve ser

garantido na interface da zona prevista de fendilhacatildeo Para garantir este coeficiente de atrito e

evitar que o accedilo do encamisamento entre em cedecircncia a extensatildeo do anel de accedilo (hoop

reinforcement) natildeo deve ultrapassar o valor de 120576119904119895 = 00015 (Daudey X and A Filiatrault

2000)

Entatildeo a espessura necessaacuteria para o encamisamento de accedilo pode ser calculada atraveacutes de

119905119895 =242119860119887times119891119910times119863119895

4times119901times119897119904times(00015119864119904119895) (514)

Onde

119905119895 = Espessura do encamisamento de accedilo

119860119887 = Aacuterea da seccedilatildeo das armaduras longitudinais

119891119910 = Tensatildeo de cedecircncia das armaduras longitudinais

119863119895 = Diacircmetro externo do encamisamento

119901 = Diacircmetro equivalente do betatildeo fissurado em torno da armadura longitudinal

119897119904 = Comprimento de emenda dos varotildees

119864119904119895 = Moacutedulo de elasticidade do accedilo de encamisamento

Resultado de vaacuterios estudos tendem a comprovar que um encamisamento retangular

fornece menos tensatildeo de confinamento na seccedilatildeo de betatildeo comparativamente ao encamisamento

circular ou eliacuteptico Por isso em casos de necessidade de incrementar resistecircncia agrave flexatildeo em

pilares aconselha-se a usar um encamisamento circular ou eliacuteptico Em casos onde o espaccedilo eacute

limitado obrigando a um confinamento retangular verificou-se que a colocaccedilatildeo de duas

ancoragens na parte superior e inferior do pilar iraacute aumentar a resistecircncia agrave flexatildeo do pilar

(Aboutaha RS et all 1999)

5824 Pilares - resistecircncia ao corte

A capacidade de resistecircncia ao corte de um pilar eacute a soma da contribuiccedilatildeo de resistecircncia

de cada um dos elementos constituintes do pilar ou seja

119881119906 = 119881119888 + 119881119904 + 119881119899 (515)

Onde

119881119906 = Resistecircncia do pilar ao esforccedilo transverso

89 Tiago Pais Boto

119881119888 = Resistecircncia do betatildeo ao corte

119881119904 = Resistecircncia das armaduras ao corte

119881119899 = Resistecircncia ao corte da contribuiccedilatildeo das cargas verticais

Para se conseguir melhorar a resistecircncia do pilar ao corte pode-se adicionar a

contribuiccedilatildeo do encamisamento de accedilo para resistir ao corte calculada a partir de

120573 times 119881119904119895 ge 1198810 minus 120573 times (119881119888 + 119881119904 + 119881119899) (516)

Onde

120573 = 07

119881119904119895 = Resistecircncia miacutenima necessaacuteria ao corte do encamisamento de accedilo

1198810 = Forccedila de corte induzida pela capacidade de flexatildeo maacutexima provaacutevel da roacutetula plaacutestica

Para uma estimativa de 119881119904119895 pode ser considerado como uma armadura transversal

continua de seccedilatildeo igual agrave sua espessura e espaccedilamento igual agrave unidade podendo ser calculado

por

119881119904119895 = 119860119904119895 times (119865119910119904119895

2) times

119889119904119895

119878119904119895 (517)

Onde

119881119904119895 = Resistecircncia ao corte do encamisamento de accedilo

119860119904119895 = Aacuterea estimada dos aneacuteis de accedilo

119865119910119904119895 = Tensatildeo de cedecircncia do accedilo de encamisamento (soacute 50 deste calor deve ser

considerado por isso eacute dividido por 2)

119889119904119895 = Espessura da placa de encamisamento metaacutelico

119878119904119895 = Espaccedilamento igual agrave unidade

Para seccedilotildees circulares ou retangulares com necessidade de reforccedilo ao corte o

encamisamento metaacutelico deve ser aplicado em todo o comprimento do pilar conduzindo a bons

resultados Mas devido agrave fraca ligaccedilatildeo na interface betatildeo e encamisamento metaacutelico deve-se

aplicar uma ancoragem com parafusos

5825 Verificaccedilatildeo da seguranccedila de pilares aos estados limites uacuteltimos

O dimensionamento para a verificaccedilatildeo da resistecircncia agrave compressatildeo simples e resistecircncia

agrave flexatildeo de um pilar de betatildeo armado pode ser realizado pelo meacutetodo dos coeficientes globais

e tendo em conta os modelos e pressupostos semelhantes aos efetuados no caacutelculo de seccedilotildees

novas aacute flexatildeo

90

i) Dimensionamento agrave compressatildeo simples

119873119904119889 le 119873119903119889 = 120574119899119877 times (119860119888119894 times 119891119888119889119888119891 + 119860119904

119894 times 119891119904119910119889119894 ) + 120574119899119877 times (119860119888

119903 times 119891119888119889119888119891 + 119860119904119903 times 119891119904119910119889

119903 ) (518)

Onde

119873119904119889 =Esforccedilo axial atuante

119873119903119889 =Esforccedilo axial resistente

120574119899119877 = Coeficiente de monolitismo para a flexatildeo ( 120574119899119877 = 09)

119860119888119894 =Aacuterea do betatildeo existente

119891119888119889119888119891 =Valor de caacutelculo corrigido da resistecircncia aacute compressatildeo do betatildeo

119860119904119894 =Aacuterea da armadura existente

119891119904119910119889119894 =Tensatildeo de cedecircncia de traccedilatildeo da armadura de existente

119860119888119903 =Aacuterea do betatildeo de reforccedilo

119860119904119903=Aacuterea da armadura de reforccedilo

119891119904119910119889119903 = Tensatildeo de cedecircncia de traccedilatildeo da armadura de reforccedilo

ii) Dimensionamento agrave flexatildeo e compressatildeo

Figura 5-25 Modelo de caacutelculo de pilares agrave flexatildeo composta (Gomes A Appleton J)

O esforccedilo axial resistente final e o momento devem ser afetados pelos coeficientes de

monolitismo correspondentes

91 Tiago Pais Boto

119873119877119889119891119894119899119886119897

= 119873119877119889 times 120574119899119877 (519)

119872119877119889119891119894119899119886119897

= 119872119877119889 times 120574119899119877 (520)

Onde

119873119877119889119891119894119899119886119897

=Esforccedilo axial resistente afetado pelo coeficiente de monolitismo

119873119877119889= Esforccedilo axial resistente

120574119899119872119873 = Coeficiente de monolitismo

119872119877119889119891119894119899119886119897

= Momento resistente da seccedilatildeo reforccedilada afetado pelo coeficiente de monolitismo

119872119877119889= Momento resistente da seccedilatildeo reforccedilada

5826 Verificaccedilatildeo da seguranccedila de vigas aacute flexatildeo no estado limite uacuteltimo

O dimensionamento para a verificaccedilatildeo da resistecircncia agrave flexatildeo de uma viga de betatildeo

armado pode ser realizado pelo meacutetodo dos coeficientes globais admitindo que a secccedilatildeo tem

um comportamento monoliacutetico existindo uma aderecircncia perfeita e as secccedilotildees planas mantecircm-

se planas apoacutes a deformaccedilatildeo considerando um coeficiente de monolitismo para a flexatildeo de

120574119899119872 = 10

Deste modo o caacutelculo eacute semelhante ao de uma secccedilatildeo de betatildeo armado considerando-

se duas camadas de armaduras com resistecircncias diferentes exemplificado na figura seguinte

(Gomes A Appleton J)

Figura 5-26 Modelo de caacutelculo agrave flexatildeo de vigas reforccediladas por colagem de chapas metaacutelicas

(Gomes A Appleton J)

i) Caacutelculo do momento resistente

119872119877119863 = 120574119899119877 times (119860119904119890119902 times 119885119890119902 times 119891119904119910119889

119894 ) (521)

119860119904119890119902 = 119860119904

119894 + 119860119904119903 times

119891119904119910119889119903

119891119904119910119889119894 (522)

92

119885119890119902 =119860119904119894times119885119894times119891119904119910119889

119894 +119860119904119903times119885119903times119891119904119910119889

119903

119860119904119894times119891119904119910119889

119894 +119860119904119903times119891119904119910119889

119903 (523)

Admitindo z=09 vem

119872119877119863 = 120574119899119877 times (119860119904

119890119902 times 09 times 119891119904119910119889119894 ) (524)

Com a utilizaccedilatildeo de tabelas de dimensionamento determina-se 119860119904119890119902

e atraveacutes da

expressatildeo seguinte podemos calcular a aacuterea de armadura de reforccedilo (119860119904119903)

119860119904119903 =

119891119904119910119889119894

119891119904119910119889119903 times (119860119904

119890119902 times119889119890119902

119889119903minus 119860119904

119894 times119889119894

119889119903) (525)

Onde

119872119877119863 = Momento resistente

120574119899119877 = Coeficiente de monolitismo para a flexatildeo ( 120574119899119877 = 09 valor sugerido por Eurocoacutedio 8

parte14)

119860119904119890119902

=Aacuterea de armadura equivalente

119885119890119902= Braccedilo equivalente da seccedilatildeo reforccedilada

119891119904119910119889119894 = Tensatildeo de cedecircncia de traccedilatildeo da armadura existente

119860119904119894 = Aacuterea da armadura existente

119860119904119903 = Aacuterea da armadura de reforccedilo

119891119904119910119889119903 =Tensatildeo de cedecircncia de traccedilatildeo da armadura de reforccedilo

119885119894 = Braccedilo da seccedilatildeo de betatildeo relativamente agrave armadura existente

119885119903 = Braccedilo da seccedilatildeo de betatildeo relativamente agrave armadura de reforccedilo

119889119890119902 = Altura uacutetil equivalente da seccedilatildeo reforccedilada

119889119903 = Altura uacutetil da seccedilatildeo reforccedilada relativamente agrave armadura de reforccedilo

119889119894 =Altura uacutetil da seccedilatildeo reforccedilada relativamente agrave armadura existente

ii) Verificaccedilatildeo da seguranccedila da ligaccedilatildeo betatildeo existentebetatildeo novo

Sendo a ligaccedilatildeo accedilobetatildeo de elevada importacircncia neste tipo de teacutecnica apresenta-se na

figura seguinte a configuraccedilatildeo de uma viga simplesmente apoiada admitindo uma distribuiccedilatildeo

plaacutestica uniforme das tensotildees de corte

93 Tiago Pais Boto

Figura 5-27 Distribuiccedilatildeo plaacutestica das tensotildees de aderecircncia (Gomes A Appleton J)

Ligaccedilatildeo sem buchas metaacutelicas

119865119904119889 = 119860119904119903 times 119891119904119910119889

119903 le 120591119904119889 times 119887 times119871119870

2 (526)

Sendo que

120591119904119889 = 119891119888119905119898119894119899

2 119872119875119886 (527)

Ligaccedilatildeo com buchas metaacutelicas

119865119904119889 = 119860119904119903 times 119891119904119910119889

119903 le 119899 times 119865119887 + 120574 times 120591119904119889 times 119887 times119871119870

2 (528)

Onde

119865119904119889 =Forccedila de traccedilatildeo de reforccedilo

119860119904119903 =Aacuterea da armadura de reforccedilo

119891119904119910119889119903 = Tensatildeo de cedecircncia de traccedilatildeo da armadura de reforccedilo

119899 = Nuacutemero de buchas colocadas no comprimento 1198711198702

119865119887 = Forccedila de corte resistente de uma bucha metaacutelica

120574 = Coeficiente de monolitismo para a flexatildeo ( 120574119899119877 = 10)

120591119904119889 = Tensatildeo de aderecircncia resistente accediloresinabetatildeo

119887 =Largura da chapa metaacutelica

94

119871119870 =Comprimento da chapa metaacutelica

5827 Verificaccedilatildeo da seguranccedila de vigas ao esforccedilo transverso no estado limite uacuteltimo

Como jaacute referido anteriormente o dimensionamento ao esforccedilo transverso pode ser feito

atraveacutes da teacutecnica dos coeficientes globais tendo em conta a contribuiccedilatildeo para a resistecircncia dos

novos estribos adicionados sob a forma de chapas

i) Caacutelculo do esforccedilo transverso maacuteximo

119881119904119889 le 119881119877119889119898119886119909 =120572119888119908times119887119894times119885119894times1205921times119891119888119889

119888119900119905120579+119905119886119899120579+

120572119888119908times(119887119894minus119887119903)times119885119894times1205921times119891119888119889

119888119900119905120579+119905119886119899120579 (529)

Onde

119881119904119889 = Valor de caacutelculo do esforccedilo transverso atuante

119881119877119889119898119886119909 = Esforccedilo transverso maacuteximo

120572119888119908 = Fator que tem em conta o estado de tensatildeo na biela comprimida

119887119894 = Largura da seccedilatildeo de betatildeo da viga inicial

119885119894 = = Braccedilo da seccedilatildeo de betatildeo relativamente agrave armadura existente

1205921 = Fator redutor da tensatildeo de compressatildeo do betatildeo fendilhado

119891119888119889 =Valor de caacutelculo da resistecircncia agrave compressatildeo do betatildeo

119887119903 = Largura da seccedilatildeo de betatildeo reforccedilada

120579 = Angulo das bielas do betatildeo

ii) Caacutelculo do esforccedilo transverso resistente de caacutelculo

119881119904119889 le 119881119877119889119904 = 120574119899119877 times (119885119894 times119860119904119908119894

119878times coth 120579 times 119891119904119910119889

119894 ) + 120574119899119877 times (119885119903 times119860119904119908119903

119878times coth 120579 times 119891119904119910119889

119903 ) (530)

Onde

119881119904119889 = Valor de caacutelculo do esforccedilo transverso atuante

119881119877119889119904 = Esforccedilo transverso resistente de caacutelculo

120574119899119877 = Coeficiente de monolitismo para a flexatildeo ( 120574119899119877 = 09)

95 Tiago Pais Boto

119885119894 = Braccedilo de uma seccedilatildeo de betatildeo relativamente agrave armadura existente

119860119904119908119894 =Aacuterea da armadura de esforccedilo transverso inicial por metro

119878 = Espaccedilamento dos varotildees de accedilo

120579 = Angulo das bielas do betatildeo

119891119904119910119889119894 = Tensatildeo de cedecircncia do accedilo da armadura existente

119885119903 =Braccedilo de uma seccedilatildeo de betatildeo relativamente agrave armadura de reforccedilo

119860119904119908119903 = Aacuterea da armadura de esforccedilo transverso adicional por metro

119891119904119910119889119903 =Tensatildeo de cedecircncia do accedilo da armadura de reforccedilo

583 Reforccedilo de seccedilotildees com encamisamento de betatildeo armado

5831 Introduccedilatildeo

Uma das teacutecnicas de reforccedilo estrutural mais comum para melhorar o desempenho de

elementos de betatildeo armado (pilares paredes vigas e noacutes viga-pilar) eacute o encamisamento das

seccedilotildees com betatildeo armado

Figura 5-28 Encamisamento de pilares com betatildeo armado (Santos 2008)

O reforccedilo de um elemento por encamisamento com recurso ao betatildeo armado eacute uma das

teacutecnicas mais adequadas para aumentar a resistecircncia das zonas comprimidas Pode ser aplicado

em vigas para aumentar a resistecircncia agrave flexatildeo eou a resistecircncia ao esforccedilo transverso Jaacute nos

pilares o reforccedilo garante um aumento de resistecircncia agrave flexatildeo e agrave compressatildeo Esta teacutecnica tem

vaacuterias vantagens (Eduardo S Juacutelio 2011) destacando

Simplicidade de execuccedilatildeo natildeo requer matildeo-de-obra especializada apenas conhecimento

de teacutecnicas de execuccedilatildeo como se tratasse de estruturas novas (Eduardo S Juacutelio 2011)

Distribuiccedilatildeo uniforme do incremento de rigidez (Eduardo S Juacutelio 2011)

Aumento de durabilidade do pilar

96

Como principais desvantagens destacam-se

No caso de necessidade de continuaccedilatildeo do reforccedilo do pilar entre pisos subsiste a

necessidade de perfurar a laje para poder dar continuaccedilatildeo agraves armaduras de reforccedilo caso

a laje seja vigada a armadura longitudinal de reforccedilo pode ficar condicionada (Eduardo

S Juacutelio 2011)

Nos casos de necessidade de proteccedilatildeo contra a corrosatildeo ou incecircndio onde o accedilo fica

exposto e quando satildeo usadas resinas de epoacutexido (Eduardo S Juacutelio 2011)

Aumento das necessidades das dimensotildees da seccedilatildeo transversal (Gomes A Appleton

J)

5832 Descriccedilatildeo das teacutecnicas de encamisamento

A execuccedilatildeo de um encamisamento eacute composta por diversas etapas sendo que as mais

importantes satildeo

Escoramento

A execuccedilatildeo do escoramento natildeo serve soacute para evitar danos ou mesmo o colapso mas

tambeacutem para permitir que o reforccedilo seja aplicado com niacuteveis de tensatildeo mais baixos na estrutura

Interface material existentereforccedilo

Eacute essencial preparar a superfiacutecie de ligaccedilatildeo de modo que a ligaccedilatildeo final entre o material

existente e o reforccedilo possa ter um comportamento o mais monoliacutetico possiacutevel

Disposiccedilatildeo de armaduras

Colocaccedilatildeo de armaduras adicionais de reforccedilo se as armaduras existentes apresentarem

uma perda de seccedilatildeo superior a 10 (Gomes A Appleton J) Exemplificam-se nas figuras

seguintes os vaacuterios tipos de disposiccedilatildeo de armaduras para reforccedilo de vigas e pilares

Figura 5-29Disposiccedilatildeo das armaduras mais utilizado no encamisamento de vigas (Gomes

A Appleton J)

97 Tiago Pais Boto

Figura 5-30 Disposiccedilatildeo das armaduras mais utilizado no encamisamento de pilares (Gomes

A Appleton J)

Fase de Betonagem

A betonagem pode ser feita com betatildeo projetado betatildeo normal ou com uma argamassa

especial os quais devem possuir boa trabalhabilidade baixa retraccedilatildeo elevada resistecircncia agrave

compressatildeo e boa aderecircncia (Gomes A Appleton J)

119890119898119894119899=

50119898119898 119861119890119905atilde119900 119901119903119900119895119890119905119886119889119900 75 119886 100119898119898 119861119890119905atilde119900 119899119900119903119898119886119897 11988811990011989111990311988611988911990040 119886 60119898119898 119860119903119892119886119898119886119904119904119886 119890119904119901119890119888119894119886119897

Figura 5-31Espessura a betonar em funccedilatildeo do material e teacutecnica utilizada (Gomes A

Appleton J)

A ligaccedilatildeo pode ser substancialmente melhorada com a pintura de resina epoacutexida com

ldquopot liferdquo elevado (periacuteodo em que a colagem eacute eficaz apoacutes 1 hora)

98

5833 Verificaccedilatildeo da seguranccedila de vigas agrave flexatildeo no estado limite uacuteltimo

O dimensionamento para a verificaccedilatildeo da resistecircncia agrave flexatildeo de uma viga de betatildeo

armado pode ser realizado pelo meacutetodo dos coeficientes globais admitindo que a secccedilatildeo tem

um comportamento monoliacutetico uma aderecircncia perfeita e as secccedilotildees planas mantecircm-se planas

apoacutes a deformaccedilatildeo Considera-se um coeficiente de monolitismo para a flexatildeo de 120574119899119877 = 09

Deste modo o caacutelculo eacute semelhante ao de uma secccedilatildeo de betatildeo armado corrente considerando-

se duas camadas de armaduras com resistecircncias diferentes como se exemplifica na figura

seguinte (Gomes A Appleton J 2008)

Figura 5-32Modelo de caacutelculo agrave flexatildeo de vigas reforccediladas por encamisamento de betatildeo

armado (Gomes A Appleton J)

i) Caacutelculo do momento resistente

119872119877119863 = 120574119899119877 times (119860119904119890119902 times 119885119890119902 times 119891119904119910119889

119894 ) (531)

119860119904119890119902 = 119860119904

119894 + 119860119904119903 times

119891119904119910119889119903

119891119904119910119889119894 (532)

119885119890119902 =119860119904119894times119885119894times119891119904119910119889

119894 +119860119904119903times119885119903times119891119904119910119889

119903

119860119904119894times119891119904119910119889

119894 +119860119904119903times119891119904119910119889

119903 (533)

Admitindo z=09 vem

119872119877119863 = 120574119899119877 times (119860119904

119890119902 times 09 times 119891119904119910119889119894 ) (534)

99 Tiago Pais Boto

Com a utilizaccedilatildeo de tabelas de dimensionamento determina-se 119860119904119890119902

e atraveacutes da

expressatildeo seguinte podemos calcular a aacuterea de armadura de reforccedilo (119860119904119903)

119860119904119903 =

119891119904119910119889119894

119891119904119910119889119903 times (119860119904

119890119902 times119889119890119902

119889119903minus 119860119904

119894 times119889119894

119889119903) (535)

Onde

119872119877119863 = Momento resistente

120574119899119877 = Coeficiente de monolitismo para a flexatildeo ( 120574119899119877 = 09 valor sugerido no Eurocoacutedio 8

parte14)

119860119904119890119902

= Aacuterea de armadura equivalente

119885119890119902 = Braccedilo equivalente da seccedilatildeo reforccedilada

119891119904119910119889119894 = Tensatildeo de cedecircncia de traccedilatildeo da armadura existente

119860119904119894 = Aacuterea da armadura existente

119860119904119903 = Aacuterea da armadura de reforccedilo

119891119904119910119889119903 = Tensatildeo de cedecircncia de traccedilatildeo da armadura de reforccedilo

119885119894 = Braccedilo da seccedilatildeo de betatildeo relativamente agrave armadura existente

119885119903 = Braccedilo da seccedilatildeo de betatildeo relativamente agrave armadura de reforccedilo

119889119890119902 = Altura uacutetil equivalente da seccedilatildeo reforccedilada

119889119903 = Altura uacutetil da seccedilatildeo reforccedilada relativamente agrave armadura de reforccedilo

119889119894 = Altura uacutetil da seccedilatildeo reforccedilada relativamente agrave armadura existente

ii) Verificaccedilatildeo da seguranccedila da ligaccedilatildeo entre o betatildeo existentebetatildeo novo

Figura 5-33 Modelo de caacutelculo para verificaccedilatildeo da ligaccedilatildeo betatildeo existentebetatildeo novo

(Gomes A Appleton J)

100

1205911 =119881119904119889

119887119903times119885119890119902 (536)

1205912 =119881119904119889

119887119903times119885119890119902times

119860119904119903times119891119904119910119889

119903

119860119904119903times119891119904119910119889

119903 +119860119904119894times119891119904119910119889

119894 (537)

Para verificaccedilatildeo da ligaccedilatildeo temos de garantir que

1205912 le 120591119898aacute119909 =1

120574119888times

2

3times 119891119888119905119898 (538)

119891119888119905119898 = 119898119894119899 119891119888119905119898119899119900119907119900

119891119888119905119898119890119909119894119904119905119890119899119905119890

(539)

Onde

1205911 = Tensatildeo tangencial na seccedilatildeo do betatildeo existente

119881119904119889 = Valor de caacutelculo do esforccedilo transverso atuante

119887119903 = Largura da seccedilatildeo de betatildeo reforccedilada

119885119890119902 = Braccedilo equivalente da seccedilatildeo reforccedilada

1205912 = Tensatildeo tangencial na seccedilatildeo do betatildeo novo e o betatildeo existente

119860119904119903 = Aacuterea da armadura de reforccedilo

119891119904119910119889119903 = Tensatildeo de cedecircncia de traccedilatildeo da armadura de reforccedilo

119860119904119894 = Aacuterea da armadura existente

119891119904119910119889119894 = Tensatildeo de cedecircncia de traccedilatildeo da armadura existente

120591119898aacute119909 = Tensatildeo tangencial limite

120574119888 = Coeficiente de minoraccedilatildeo das propriedades resistentes do betatildeo em estruturas novas

119891119888119905119898 = Resistecircncia meacutedia agrave traccedilatildeo do betatildeo

5834 Verificaccedilatildeo da seguranccedila de vigas ao esforccedilo transverso no estado limite uacuteltimo

O dimensionamento para a verificaccedilatildeo da resistecircncia ao esforccedilo transverso de uma viga

de betatildeo armado pode ser realizado pelo meacutetodo dos coeficientes globais Com esta teacutecnica eacute

possiacutevel incrementar a resistecircncia associada agraves tensotildees de compressatildeo nas bielas inclinadas do

modelo de treliccedila aumentando a largura da alma da seccedilatildeo de betatildeo e introduzindo novos

estribos (Gomes A Appleton J 2008)

101 Tiago Pais Boto

i) Caacutelculo do esforccedilo transverso maacuteximo

119881119904119889 le 119881119877119889119898119886119909 =120572119888119908times119887119894times119885119894times1205921times119891119888119889

119888119900119905120579+119905119886119899120579+

120572119888119908times(119887119894minus119887119903)times119885119894times1205921times119891119888119889

119888119900119905120579+119905119886119899120579 (540)

Onde

119881119904119889 = Valor de caacutelculo do esforccedilo transverso atuante

119881119877119889119898119886119909 = Esforccedilo transverso maacuteximo

120572119888119908 = Fator que tem em conta o estado de tensatildeo na biela comprimida

119887119894 = Largura da seccedilatildeo de betatildeo da viga inicial

119885119894 = Braccedilo da seccedilatildeo de betatildeo relativamente agrave armadura existente

1205921 = Fator redutor da tensatildeo de compressatildeo do betatildeo fendilhado

119891119888119889 =Valor de caacutelculo da resistecircncia agrave compressatildeo do betatildeo

119887119903 = Largura da seccedilatildeo de betatildeo reforccedilada

120579 = Angulo das bielas do betatildeo

ii) Caacutelculo do esforccedilo transverso resistente de caacutelculo

119881119904119889 le 119881119877119889119904 = 120574119899119881 times (119885119894 times119860119904119908119894

119878times coth 120579 times 119891119910119889

119894 ) + 120574119899119881 times (119885119903 times119860119904119908119903

119878times coth 120579 times 119891119910119889

119903 ) (541)

Onde

119881119904119889 = Valor de caacutelculo do esforccedilo transverso atuante

119881119877119889119904 = Esforccedilo transverso resistente de caacutelculo

120574119899119881 = Coeficiente de monolitismo para a esforccedilo transverso ( 120574119899119881 = 08 valor sugerido por

Eurocoacutedio 8 parte14)

119885119894 = Braccedilo de uma seccedilatildeo de betatildeo relativamente agrave armadura existente

119860119904119908119894 =Aacuterea da armadura de esforccedilo transverso inicial por metro

119878 = Espaccedilamento dos varotildees de accedilo

120579 = Angulo das bielas do betatildeo

119891119910119889119894 = Tensatildeo de cedecircncia do accedilo da armadura existente

119885119903 = Braccedilo de uma seccedilatildeo de betatildeo relativamente agrave armadura de reforccedilo

119860119904119908119903 = Aacuterea da armadura de esforccedilo transverso adicional por metro

119891119910119889119903 =Tensatildeo de cedecircncia do accedilo da armadura de reforccedilo

102

De acordo com o Eurocoacutedigo 8 parte 14 o reforccedilo ao esforccedilo transverso natildeo conveacutem que seja

muito elevado seguindo a recomendaccedilatildeo de

119881119877119889119903 lt 2119881119877119889

119894 (542)

5835 Verificaccedilatildeo da seguranccedila de pilares aos estados limites uacuteltimos

O dimensionamento para a verificaccedilatildeo da resistecircncia agrave compressatildeo simples e resistecircncia

agrave flexatildeo de um pilar de betatildeo armado pode ser realizado pelo meacutetodo dos coeficientes globais

tendo em conta os modelos e os pressupostos satildeo semelhantes aos efetuados no caacutelculo de

seccedilotildees novas agrave flexatildeo

De acordo com (CEB- Bulletin drsquoinformation nordm 162 ) a contribuiccedilatildeo inicial de betatildeo

para a resistecircncia da peccedila pode ser desprezada se

119860119888119891119894119899119886119897

= 119860119888119903 + 119860119888

119894 ge 2119860119888119894 (543)

Figura 5-34Pilar com encamisamento de betatildeo armado total (Aacutelvaro Sousa 2008)

i) Correccedilatildeo da resistecircncia agrave compressatildeo do betatildeo

De acordo com o CEB Bulletin drsquoinformation nordm 213214 o valor corrigido da

resistecircncia agrave compressatildeo do betatildeo 119891119888119870119888119891 pode ser calculado a partir das seguintes expressotildees

119891119888119870119888119891 = 119891119888119896 times (1000 + 50 times1205902

119891119888119896) 119902119906119886119899119889119900 1205902 lt 005 times 119891119888119896 (544)

103 Tiago Pais Boto

119891119888119870119888119891 = 119891119888119896 times (1125 + 25 times1205902

119891119888119896) 119902119906119886119899119889119900 1205902 gt 005 times 119891119888119896 (545)

1205902 =1

2times 120572119899 times 120572119904 times 120596119899 (546)

120596119899 =119881119900119897119906119898119890 119889119886 119886119903119898119886119889119906119903119886 119905119903119886119899119904119907119890119903119904119886119897

119881119900119897119906119898119890 119889119900 119887119890119905atilde119900=

2(1198870+ℎ0)timesempty1198901199041199051199031198941198871199061199042

4times1

119904

1198870timesℎ0 (547)

Onde

119891119888119870119888119891 = Valor caracteriacutestico corrigido da resistecircncia agrave compressatildeo do betatildeo

119891119888119896 = Valor caracteriacutestico da tensatildeo de rotura agrave compressatildeo do betatildeo

1205902 = Tensatildeo de confinamento

120596119899 = Percentagem volumeacutetrica da armadura transversal

120572119899 = Coeficiente redutor que tem em conta a aacuterea de betatildeo em planta efetivamente

confinada

120572119904 = Coeficiente redutor que tem em conta a aacuterea de betatildeo em altura efetivamente

confinada

1198870 119890 ℎ0 = Dimensatildeo do nuacutecleo cintado de betatildeo medidas em relaccedilatildeo agrave face interior do

betatildeo

119904 = Espaccedilamento dos varotildees da armadura transversal (espaccedilamento dos estribos)

ii) Dimensionamento agrave compressatildeo simples

119873119904119889 le 119873119903119889 = 120574119899119877 times (119860119888119894 times 119891119888119889119888119891 + 119860119904

119894 times 119891119904119910119889119894 ) + 120574119899119877 times ((119860119888

119903 minus 119860119888119888119903) times 119891119888119889119888119891 + 119860119904

119903 times 119891119904119910119889119903 )

(548)

Onde

119873119904119889 = Esforccedilo axial atuante

119873119903119889 = Esforccedilo axial resistente

120574119899119881 = Coeficiente de monolitismo para a esforccedilo transverso ( 120574119899119881 = 08 valor

sugerido no Eurocoacutedio 8 parte14)

119860119888119894 = Aacuterea do betatildeo existente

119891119888119889119888119891 = Valor de caacutelculo corrigido da resistecircncia aacute compressatildeo do betatildeo

104

119860119904119894 = Aacuterea da armadura existente

119891119904119910119889119894 = Tensatildeo de cedecircncia de traccedilatildeo da armadura de existente

119860119888119903 = Aacuterea do betatildeo de reforccedilo

119860119888119888119903 = Aacuterea do betatildeo de recobrimento que natildeo se considera confinado

119860119904119903 = Aacuterea da armadura de reforccedilo

119891119904119910119889119903 = Tensatildeo de cedecircncia de traccedilatildeo da armadura de reforccedilo

iii) Dimensionamento agrave flexatildeo composta

O modelo de caacutelculo semelhante aos efetuados no caacutelculo de secccedilotildees novas agrave flexatildeo composta

Figura 5-35Modelo de caacutelculo dos esforccedilos resistentes agrave flexatildeo composta (Aacutelvaro Sousa

2008)

O esforccedilo axial e o momento resistente final devem ser afetados pelos coeficientes de

monolitismo correspondentes

119873119877119889119891119894119899119886119897

= 119873119877119889 times 120574119899119877 (549)

119872119877119889119891119894119899119886119897

= 119872119877119889 times 120574119899119877 (550)

Onde

119873119877119889119891119894119899119886119897

=Esforccedilo axial resistente afetado pelo coeficiente de monolitismo

119873119877119889 = Esforccedilo axial resistente

120574119899119881 = Coeficiente de monolitismo para a esforccedilo transverso ( 120574119899119881 = 08 valor

sugerido por Eurocoacutedio 8 parte14)

119872119877119889119891119894119899119886119897

= Momento resistente da seccedilatildeo reforccedilada afetado pelo coeficiente de

monolitismo

119872119877119889 = Momento resistente da seccedilatildeo reforccedilada

105 Tiago Pais Boto

584 Reforccedilo de estruturas em betatildeo com colagem de compoacutesitos FRP (Poliacutemeros reforccedilados

com fibras)

5841 Introduccedilatildeo

O reforccedilo de estruturas com FRP aparece devido agrave necessidade de reforccedilar com

materiais mais leves facilitar a execuccedilatildeo e por atualmente haver uma reduccedilatildeo dos custos de

fabrico das fibras Pode-se dizer que eacute uma evoluccedilatildeo da teacutecnica por colagem de chapas ou placas

de accedilo

Este compoacutesito de FRP eacute constituiacutedo pela conjugaccedilatildeo de fibras orgacircnicas ou inorgacircnicas

agrupadas atraveacutes de uma resina (polieacutesteres vinil ou epoacutexi) termoendureciacutevel ou

termoplaacutestica formando assim a matriz polimeacuterica O compoacutesito de FRP tem ainda cargas de

enchimento designadas por ldquofillersrdquo podendo tambeacutem conter aditivos tais como agentes

catalisadores ou aceleradores De acordo com Juvandes (1999) os FRPrsquos satildeo distinguidos em

dois grupos os sistemas preacute-fabricados conhecidos por ldquoPrefabricated Elementsrdquo (constituiacutedos

pelo laminado de FRP e pelo adesivo) e os sistemas curados ldquoin siturdquo conhecidos por ldquoWet Lay-

up Systemsrdquo (constituiacutedos pela telas de fibras e pela resina de impregnaccedilatildeo) Ainda de acordo

com a disposiccedilatildeo das fibras e da sua geometria podem ser classificados de unidirecionais

bidirecionais e multidirecionais As fibras mais utilizadas satildeo o vidro o carbono e a poliamide

aromaacutetica (aramida ou kevlarreg) sendo os respetivos compoacutesitos reforccedilados assinalados

internacionalmente por GFRP (Glass Fiber Reinforced Polymer) CFRP (Carbon Fiber

Reinforced Polymer) e AFRP (Aramid Fiber Reinforced Polymer)

5842 Sistemas Preacute-Fabricados

O grupo dos Sistemas Preacute-Fabricados adveacutem de um conjunto de fibras com orientaccedilatildeo

unidirecional unificadas atraveacutes de uma resina termoendureciacutevel resultante de um processo

designado por pultrusatildeo este consiste em saturar as fibras continuas com espessuras e larguras

controladas com resina puxadas atraveacutes de um molde aquecido resultando num produto final

com a forma transversal desejada dispensando qualquer polimerizaccedilatildeo do produto em obra

De acordo com (Juvandes1999) o laminado mais utilizado (ldquoLaminaterdquo ldquoStripsrdquo)

apresenta-se com a espessura tiacutepica de 12 a 14mm e com largura variaacutevel As caracteriacutesticas

mecacircnicas e fiacutesicas destes devem ser garantidas pelo fabricante com base em ensaios em

planos de controlo de qualidade Para a colagem dos laminados agrave superfiacutecie do betatildeo eacute utilizado

um compoacutesito que pode ser do tipo epoacutexido de vinil ou polieacutester designado por adesivo

5843 Sistemas ldquoin siturdquo

Ao contraacuterio dos sistemas Preacute-fabricados os sistemas ldquoin siturdquo natildeo apresentam um

produto final consolidado com resina mas sim fibras em forma de fios designados por Tecidos

(ldquoFabricsrdquo) ou Mantas (ldquoSheetsrdquo) em estado seco ou com teores de impregnaccedilatildeo reduzidos

106

De acordo com Juvandes (1999) as Mantas satildeo compostas por fibras unidirecionais

(orientaccedilatildeo 0ordm) e com espessuras de 01 a 02mm (110 dos laminados) e larguras entre 25 e

30cm Os Tecidos tecircm fibras entrelaccediladas (orientaccedilotildees 0ordm90ordm) ou multi direccionalmente com

a largura de cerca de 60cm A percentagem das fibras das Mantas e dos tecidos satildeo indicadas

pelo peso do produto por msup2 (gmsup2) sendo que os valores correntes encontram-se na ordem dos

200 a 400 gmsup2

O produto final conteacutem resina para impregnar as fibras sendo necessaacuterio em obra uma

polimerizaccedilatildeo com resina para criar o FRP Esta polimerizaccedilatildeo funciona tambeacutem como adesivo

agrave superfiacutecie da estrutura de betatildeo

Figura 5-36 Compoacutesito de FRP (Formas Preacute-Fabricada e Curada ldquoin siturdquo) (LJuvandes et all

2007)

5844 Componentes da aplicaccedilatildeo do sistema FRP

Fibras

107 Tiago Pais Boto

As fibras sendo o componente principal nos sistemas FRP tecircm que ser escolhidas

essencialmente em funccedilatildeo da classe de exposiccedilatildeo ambiental do moacutedulo de elasticidade

resistecircncia agrave traccedilatildeo e fadiga durabilidade e custo econoacutemico

As fibras em filamento de configuraccedilatildeo contiacutenua designadas ldquoContinuous Fibersrdquo (ACI

440R-96 1996 JCI TC952 1998) satildeo as mais adequadas para intervenccedilotildees de reforccedilo em

estruturas de betatildeo devido agrave possibilidade de orientaccedilatildeo numa direccedilatildeo especiacutefica otimizando

o desempenho estrutural (Juvandes 1999) As fibras continuas mais usadas no reforccedilo com

recurso a sistemas de FRP satildeo de vidro (G) de carbono (C) e a poliamida aromaacutetica (aramida

(A) ou Kevlarreg (K))

As fibras de carbono (C) destingem-se das outras natildeo soacute pelo elevado preccedilo mas

tambeacutem por apresentarem elevados moacutedulos de elasticidade elevada resistecircncia agrave traccedilatildeo e

fadiga relaccedilatildeo resistecircnciapeso extremamente altos As fibras de Aramida (A) satildeo as que tecircm

a maior relaccedilatildeo resistecircncia de traccedilatildeo peso assim como o mais baixo peso especiacutefico de entre

as trecircs boa resistecircncia agrave abrasatildeo impacto e resistecircncia teacutermica Em relaccedilatildeo agraves fibras de vidro

(G) aleacutem dos baixos moacutedulos de elasticidade e baixa resistecircncia agrave fadiga distinguem-se pelo

baixo custo econoacutemico elevada resistecircncia teacutermica e resistecircncia agrave traccedilatildeo

Figura 5-37 Comportamento agrave traccedilatildeo de fibras e metais (ACI 440R-96 1996)

Legenda

C-HM = Fibras de Carbono de elevado moacutedulo de elasticidade

C-HS = Fibras de Carbono de elevada resistecircncia

A-HM = Fibras de Aramida de elevado moacutedulo de elasticidade

A-IM = Fibras de Aramida de moacutedulo de elasticidade intermeacutedio

G-S = Fibras de Vidro de elevada resistecircncia

108

G-AR = Fibras de Vidro de resistecircncia meacutedia

G-E = Fibras de Vidro com propriedades similares a G-AR mas de densidade

inferior

Tabela 5-12Propriedades das Principais Fibras (Manoochehr Zoghi 2014)

Adesivos

Os adesivos satildeo utilizados em sistemas ldquoPreacute-Fabricadosrdquo jaacute referido anteriormente e

satildeo constituiacutedos por uma resina e por vezes com a adiccedilatildeo de um endurecedor garantindo assim

a funccedilatildeo de ligaccedilatildeo e transferecircncia de tensotildees entre o sistema FRP e o betatildeo

Primaacuterio (Primers)

O Primaacuterio tambeacutem conhecido por (ldquoPrimersrdquo) eacute um fluido de viscosidade reduzida

geralmente cerca de 10 de soluccedilatildeo do adesivo em solvente orgacircnico que se coloca na

superfiacutecie do betatildeo para melhorar o desempenho da ligaccedilatildeo e criar um revestimento sobre o

qual o adesivo possa fluir mais facilmente (FIB bulletin14 2001)

Massa de enchimento (Puttie filler)

A massa de enchimento designada por (ldquoPuttie fillerrdquo) segundo a norma ACI 4402R-

08 2008 eacute um material relativamente inerte constituiacutedo por calcaacuterio pulverizado siacutelica ou

substancias coloidais adicionado com cimento Portland tinta resina ou outros materiais

podendo reduzir a retraccedilatildeo a densidade os custos e aumentar a trabalhabilidade

109 Tiago Pais Boto

Este material eacute usado para preencher vazios quando a superfiacutecie de betatildeo apresenta

irregularidades significativas das quais o primaacuterio natildeo eacute suficiente para suprimir pequenas

fendas ou orifiacutecios tornando assim a superfiacutecie de betatildeo mais lisa e regular

Resinas de saturaccedilatildeo

As resinas de saturaccedilatildeo ou matriz polimeacuterica (resina termoendureciacutevel) como o nome

indica servem para impregnar as fibras de reforccedilo e moldar a superfiacutecie de betatildeo Tecircm ainda

como funccedilatildeo fornecer um caminho de transferecircncia de tensotildees proteger as fibras de eventuais

choques mecacircnicos essencialmente esforccedilos de compressatildeo accedilotildees teacutermicas e exposiccedilatildeo agrave

agressividade ambiental Por estas razotildees a seleccedilatildeo da matriz polimeacuterica deve ser cuidada

justificando geralmente a escolha por resinas termoendureciacuteveis do tipo epoacutexido (ACI 440R-

96 1996)

Um estudo conduzido por (Juvandes et all 2006) com o tema A temperatura e a teacutecnica

de reforccedilo por colagem de sistemas de FRP com recurso a ensaios DSC e DMTArdquo Permitiu

concluir que a variaccedilatildeo de temperatura critica (Tc) em resinas comerciais correntes se encontra

muito proacuteximo e por vezes abaixo do valor das temperaturas caracteriacutesticas (T95) das obras em

Portugal Esta aproximaccedilatildeo pode conduzir ao amolecimento dos adesivos em determinado

periacuteodo de funcionamento da estrutura pondo em causa as propriedades e todo o sistema de

reforccedilo FRP

Desta forma os autores recomendam a implementaccedilatildeo trecircs criteacuterios [i] ‒ avaliar o

gradiente higroteacutermico esperado para a envolvente da obra no periacuteodo de vida uacutetil [ii] ‒

selecionar ou desenvolver novos adesivosresinas cujo valor da temperatura de transiccedilatildeo viacutetrea

(Tg) seja superior agraves condicionantes ambientais esperadas para a estrutura [iii] ‒ implementar

accedilotildees preventivas na zona reforccedilada de modo a evitar a exposiccedilatildeo direta dos reforccedilos ao

ambiente recorrendo a medidas de proteccedilatildeo

Revestimento protetor

A camada exterior do sistema FRP eacute designada por revestimento protetor Para o

sistema ter um comportamento adequado a longo prazo recomenda-se a execuccedilatildeo de uma

proteccedilatildeo a curto prazo (Proteccedilatildeo Temporaacuteria) incluindo medidas de proteccedilatildeo essencialmente

ambientais na fase em que a resina de saturaccedilatildeo se encontra em processo de cura Apoacutes a

conclusatildeo deste processo eacute entatildeo aplicada a proteccedilatildeo de caraacuteter definitivo (Proteccedilatildeo

Permanente) concebida para proteger contra impactos fogo exposiccedilatildeo a quiacutemicos raios

ultravioleta humidade temperaturas excessivas e vandalismo Poderaacute ainda haver um

acabamento esteacutetico (Mirmiran e Shahawy 2008)

110

Figura 5-38 Aplicaccedilatildeo do sistema FRP (adaptado de BASF 2007)

5845 Apreciaccedilotildees sobre Durabilidade dos FRPrsquos

Figura 5-39Fatores condicionantes para a durabilidade dos FRPrsquos

Humidade

A humidade eacute a principal causa da diminuiccedilatildeo da resistecircncia da matriz devido agraves

ligaccedilotildees moleculares moles Uma escolha apropriada da resina por exemplo a matriz de

vinylester pode diminuir o efeito da humidade Jaacute as resinas de polieacutester natildeo satildeo aconselhadas

em ambientes onde a humidade eacute importante Para sistemas de reforccedilo com CFRP vaacuterios

estudos mostram que em ambientes que envolvem ciclos de molhagem o desempenho do FRP

diminui entre 20 a 30 valores resultantes da descolagem da placa FRP agrave interface do betatildeo

(Aacutelvaro Sousa 2008)

Alcalinidade

DURABILIDADE

TEMPERATURAEXPOSICcedilAtildeO

ULTRA-VIOLETA

HUMIDADE ALCALINIDADE

111 Tiago Pais Boto

A diminuiccedilatildeo da capacidade resistente dos sistemas FRP devido agrave alcalinidade provem

obviamente da exposiccedilatildeo a que o sistema estaacute sujeito mas tambeacutem devido alcalinidade e

porosidade do betatildeo onde usualmente se encontram valores de pH acima de 11 Esta

sensibilidade eacute substancialmente notoacuteria em sistemas GFRP onde a deterioraccedilatildeo da matriz e das

fibras conduzem a perdas de capacidade resistente na ordem dos 20 Para combater estas

vulneraacuteveis situaccedilotildees aconselha-se a usar resinas da matriz do tipo vinylester e uma pintura de

proteccedilatildeo designada por AR-Glass (Alkalin Resistant fibers) Apesar de ser cerca de 10 vezes

monetariamente mais caro comparativamente ao sistema convencional GFRP (E-GLASS)

(Aacutelvaro Sousa 2008)

Temperatura

Os sistemas FRP perdem as suas propriedades mecacircnicas quando expostos a altas

temperaturas A temperatura tiacutepica desta deterioraccedilatildeo eacute a temperatura de transiccedilatildeo viacutetrea que

se situa entre os 60ordm e 120ordm Celsius em sistemas GFRP e AFRP Esta eacute uma das razotildees para os

FRPacutes natildeo serem tatildeo amplamente utilizados em edifiacutecios onde em comparaccedilatildeo com as pontes

a seguranccedila eacute mais exigente Uma das principais preocupaccedilotildees em caso de incecircndio usando

FRP eacute a libertaccedilatildeo de gases extremamente toacutexicos e perigosos para os seres humanos aleacutem da

perda de cerca de 80 da resistecircncia agrave traccedilatildeo para temperaturas acima de 500ordm Celsius

Uma soluccedilatildeo para contornar o problema eacute o uso de sistemas CFRP na verdade satildeo quase

insensiacuteveis a altas temperaturas capazes de suportar temperaturas superiores a 1000ordm Celsius

que eacute entre outras a razatildeo pela qual se utilizam fibras na induacutestria de aviaccedilatildeo

A American Concrete Institute (ACI) publicou um artigo interessante em 2006 que natildeo

recomenda o uso de FRP em edifiacutecios onde a integridade estrutural tem que ser mantida no caso

de um incecircndio

Exposiccedilatildeo ultravioleta

Compreende-se bem que os raios ultra violetas causam danos nas ligaccedilotildees quiacutemicas (foto

degradaccedilatildeo) fenoacutemeno que se verifica para determinados comprimentos de onda Poreacutem este

fenoacutemeno aparece apenas na camada superficial do poliacutemero AFRP onde um revestimento

adequado pode resolver o problema Os sistemas CFRP e GFRP natildeo estatildeo sujeitos a este tipo

de agressatildeo

5846 Consideraccedilotildees Finais vantagens e desvantagens

A teacutecnica de reforccedilo por colagem exterior de Sistemas Compoacutesitos de FRP surge como

uma alternativa aos sistemas de reforccedilo por colagem de chapas ou perfis metaacutelicos

As caracteriacutesticas mecacircnicas notaacuteveis de poliacutemeros reforccedilados com fibras foram

descritas ao longo deste capiacutetulo Apesar do custo econoacutemico mais elevado em comparaccedilatildeo

com os materiais tiacutepicos de engenharia civil tais como betatildeo ou accedilo a relaccedilatildeo pesoresistecircncia

112

capacidade contra ambientes agressivos facilidade e simplicidade de manuseamento em obra

daacute a este material um grande potencial para ser usado em melhorias estruturais apresentando

oacutetimos resultados de resistecircncia durabilidade facilidade e simplicidade de execuccedilatildeo em obra

Natildeo diferindo das restantes teacutecnicas de reforccedilo o seu ecircxito depende em larga escala da sua

correta conceccedilatildeo em projeto e da boa execuccedilatildeo em obra

Tabela 5-13 Principais vantagens e desvantagens das fibras FRP (Aacutelvaro Sousa 2008)

Tipo de Fibra Vantagens Desvantagens

Carbono (CFRP)

Grande resistecircncia agrave traccedilatildeo

compressatildeo e fadiga

Sensibilidade ao choque e

abrasatildeo

Grande resistecircncia a temperaturas

elevadas e agrave accedilatildeo de agentes quiacutemicos Corrosatildeo do tipo galvacircnico

Boa condutividade teacutermica e eleacutetrica Cerca de dez vezes mais cara do

que as fibras de vidro (GFRP)

Imune agrave corrosatildeo

Vidro (GFRP)

Grande resistecircncia agrave temperatura Muito suscetiacutevel a choques e

danos

Boa aderecircncia agrave matriz polimeacuterica Caracteriacutesticas mecacircnicas

inferiores a CFRP e AFRP

Transparente Maior peso especiacutefico

Boa relaccedilatildeo qualidadepreccedilo

Aramida (AFRP)

Baixa densidade Baixa resistecircncia agrave compressatildeo

Elevada resistecircncia agrave traccedilatildeo Sensibilidade agrave fluecircncia e accedilatildeo

dos raios ultra violetas

Boa resistecircncia ao choque desgaste e

vibraccedilotildees Dificuldade de moldagem

Boa resistecircncia a altas temperaturas e a

quiacutemicos Absorccedilatildeo de humidade

113 Tiago Pais Boto

6 Exemplos de casos praacuteticos de reparaccedilatildeo e reforccedilo

61 Cais de carga geral do porto de Aveiro

Figura 6-1 Vista do Cais de Carga do porto de Aveiro (LOURENCcedilO Z 2007)

Descriccedilatildeo da obra

O cais do Porto de Aveiro situa-se na faixa da costa dentro do limite da largura maacutexima legal

do domiacutenio puacuteblico mariacutetimo Este contem cinco zonas portuaacuterias designadas por Terminal

Norte Terminal Sul Terminal de Graneis Liacutequidos Porto de Pesca Costeira e Porto de Pesca

do Largo A intervenccedilatildeo eacute direcionada para as zonas de mareacute e de salpicos da viga frontal do

Cais de Carga Geral este tem um comprimento de 250 metros e a aacuterea total de betatildeo armado

a ser protegida foi de 1046 m2

Inspeccedilotildees Ensaios Anomalias patologias

O ensaio submetido ao cais de carga geral foi a mediccedilatildeo nos pontos de monitorizaccedilatildeo (zona 1

zona 2 e zona 3) do potencial natural

Como esperado os valores mais negativos foram verificados na zona 3 onde a concentraccedilatildeo de

humidade no betatildeo era superior Jaacute os valores menos negativos foram registados na zona 1

zona de salpicos onde a concentraccedilatildeo de humidade eacute inferior e com maior concentraccedilatildeo de

oxigeacutenio

Jaacute no decorrer da obra foram efetuados os seguintes testes antes da betonagem

- Verificaccedilatildeo da continuidade eleacutetrica das armaduras em cada secccedilatildeo

- Continuidade eleacutetrica das ligaccedilotildees catoacutedicas

- Continuidade eleacutetrica entre as ligaccedilotildees anoacutedicas na mesma zona

114

Antes durante e depois da betonagem foram realizados testes para verificaccedilatildeo da ausecircncia de

curto-circuito entre fitas de acircnodo e a armadura Estes testes foram realizados atraveacutes da

mediccedilatildeo da resistecircncia e do potencial entre as ligaccedilotildees anoacutedicas e catoacutedicas em cada

zonasecccedilatildeo

Figura 6-2 Corte da viga frontal com a ilustraccedilatildeo das diferentes zonas anoacutedicas do sistema de

proteccedilatildeo catoacutedica (LOURENCcedilO Z 2007)

Intervenccedilatildeo realizada

Um sistema de proteccedilatildeo catoacutedica foi utilizado nesta intervenccedilatildeo constituiacutedo por fitas de malha

de Titacircnio ativado revestida com oacutexidos de metais nobre (TiMMO) com 20 mm de largura e

05 mm de espessura As fitas foram instaladas com espaccedilamento de 250 mm garantido atraveacutes

de espaccediladores apropriados de modo a evitar curto-circuitos e ligadas atraveacutes de soldadura por

pontos a uma outra fita de Titacircnio distribuidor da corrente Os eleacutetrodos de referecircncia

utilizados foram de MnMnO2 sendo fixos nas armaduras com a ajuda de braccediladeiras de

plaacutestico

Para um melhor controlo da informaccedilatildeo gerada e controlo da corrente as trecircs zonas iniciais de

monitorizaccedilatildeo foram subdivididas em subzonas

De modo a que a intensidade de corrente de cada zona se mantivesse constante o sistema foi

carregado em modo de corrente constante permitindo tambeacutem assim que a tensatildeo de saiacuteda de

cada fonte de alimentaccedilatildeo varie automaticamente em funccedilatildeo da resistividade do betatildeo

A monitorizaccedilatildeo e controlo do sistema eacute feito atraveacutes de uma unidade central constituiacuteda

essencialmente por trecircs fontes de alimentaccedilatildeo (uma por zona) voltiacutemetros e amperiacutemetros para

mediccedilatildeo da intensidade da corrente e da voltagem fornecida e voltiacutemetro de alta impedacircncia

para mediccedilatildeo dos potenciais de eleacutetrodo (LOURENCcedilO Z 2007)

115 Tiago Pais Boto

Figura 6-3 Instalaccedilatildeo das fitas de malha de TiMMO (LOURENCcedilO Z 2007)

Figura 6-4 Unidade Central de controlo e monitorizaccedilatildeo (LOURENCcedilO Z 2007)

Ficha teacutecnica e estado atual da obra (conclusotildees)

Decidiu-se efetuar dois ciclos de polarizaccedilatildeodespolarizaccedilatildeo com duraccedilatildeo de dois meses cada

ciclo de polarizaccedilatildeo e 72 horas cada ciclo de despolarizaccedilatildeo Verificou-se que os valores do

decrescimento de potencial ao fim do primeiro ciclo foram inferiores a 100mV portanto

116

decidiu-se aumentar a corrente fornecida a cada sub zona no segundo ciclo de despolarizaccedilatildeo

A tabela 61 apresenta os valores de potencial polarizado (instante OFF) e do decrescimento do

potencial obtidos em cada sub zona

Tabela 6-1 Resultados obtidos durante dois ciclos de polarizaccedilatildeo despolarizaccedilatildeo

(LOURENCcedilO Z 2007)

Tabela 6-2 Meacutedia dos valores de decrescimento de potencial obtido em cada zona e em cada

ciclo de polarizaccedilatildeo (LOURENCcedilO Z 2007)

Em comparaccedilatildeo com o maacuteximo de 2 mAm2 recomendado na Norma Europeia estes resultados

mostram que a densidade de corrente necessaacuteria nesta estrutura para a obtenccedilatildeo de 100 mV de

decrescimento de potencial ao fim de 72 h de despolarizaccedilatildeo eacute da ordem de 35 mA m2 Mas

sendo que o sistema foi dimensionado para receber densidades de corrente muito superiores aos

valores recomendados pela Norma Europeia natildeo existiu qualquer problema de durabilidade

117 Tiago Pais Boto

dos acircnodos e dos restantes componentes do sistema (LOURENCcedilO Z 2007)

Figura 6-5 Meacutedia dos valores do decrescimento do potencial (72 h) em funccedilatildeo da densidade de

corrente (LOURENCcedilO Z 2007)

62 Viaduto Duarte Pacheco

Figura 6-6 Vista geral viaduto Duarte Pacheco (httpwwwpanoramiocom 2014)

118

Descriccedilatildeo da obra

O Viaduto Duarte Pacheco eacute um viaduto de acesso a Lisboa vindo da autoestrada A5 Tem um

tabuleiro com 355m de desenvolvimento e 24 metros de largura Foi projetado em 1937 pelo

Engenheiro Joatildeo Alberto Barbosa Carmona e a obra teve iniacutecio em Abril de 1939 e concluiacuteda

em Dezembro de 1944 (APPLETON J et al 2004)

A estrutura realizada na sua maioria em betatildeo armado eacute composta em 5 partes

Duas passagens superiores em arco uma sobre a linha de caminho-de-ferro e outra sobre

a Avenida do Parque Florestal de Monsanto

Um arco central sobre a Avenida de Ceuta

Dois viadutos com uma extensatildeo de 8580 m entre eixos de vigas contiacutenuas de 5 tramos

com 1635 m de vatildeo apoiadas em pilares articulados longitudinalmente

Figura 6-7 Alccedilado do Viaduto Duarte Pacheco (APPLETON J et al 2004)

Inspeccedilotildees Ensaios Anomalias

Em 1993 e 1994 o LNEC realizou uma inspeccedilatildeo visual onde se detetou fendilhaccedilatildeo de

geometria irregular e fendilhaccedilatildeo orientada com as armaduras longitudinais o que originou a

despassivaccedilatildeo das armaduras e alguma corrosatildeo nas mesmas Da anaacutelise efetuada em amostras

de betatildeo com recurso a raio X foram detetadas reaccedilotildees expansivas no betatildeo nomeadamente

reaccedilotildees aacutelcalis-siacutelica e etringite Em algumas zonas a carbonataccedilatildeo jaacute era significativa

aproximando-se da profundidade das armaduras

Os ensaios de composiccedilatildeo do betatildeo confirmaram a presenccedila de inertes reativos em toda a obra

Os ensaios de humidade indicam que a humidade relativa no interior dos elementos estruturais

eacute superior a 85 Os ensaios de reatividade potencial dos aacutelcalis concluiacuteram que estas reaccedilotildees

estatildeo praticamente terminadas (APPLETON J et al 2004)

119 Tiago Pais Boto

Figura 6-8 Fendilhaccedilatildeo das reaccedilotildees alcali-siacutelica no betatildeo nas vigas do tabuleiro

(APPLETON J et al 2004)

Intervenccedilatildeo realizada

A reabilitaccedilatildeo orientada para suprimir as patologias detetadas foi dividida em 8 fases de

trabalho (APPLETON J et al 2004)

1ordf Reparaccedilatildeo local das zonas com indiacutecios de corrosatildeo de armaduras reconstruindo o

betatildeo da camada superficial com microbetatildeo ou argamassas preacute-doseadas Em zonas

com extensatildeo significativa foi previsto o reforccedilo com malha de accedilo galvanizado que tem

o objetivo de controlar reduzindo a abertura de fendas devidas a novas reaccedilotildees

expansivas

2ordf Reparaccedilatildeo das zonas com fendilhaccedilatildeo acentuada (em particular em pilares e arcos)

provocada pelas reaccedilotildees expansivas com ou sem corrosatildeo de armaduras Nas fendas de

abertura superior a 10 mm foi realizado o seu preenchimento com calda de cimento e a

selagem do bordo com poliuretano (figura 3) As fendas com abertura entre 04 mm e

10 mm foram somente seladas

3ordf Proteccedilatildeo da estrutura em relaccedilatildeo ao mecanismo de corrosatildeo de armaduras e controlo

das reaccedilotildees expansivas aacutelcalis-siacutelica Neste efeito de proteccedilatildeo eacute essencial a eficaacutecia no

controlo das trocas de humidade entre o ambiente exterior e a estrutura de betatildeo Assim

o sistema deveraacute eliminar a penetraccedilatildeo de aacutegua para o interior do betatildeo ao mesmo tempo

que possibilita a saiacuteda de vapor de aacutegua do interior do betatildeo para o meio exterior

Paralelamente o sistema de proteccedilatildeo superficial deveraacute ainda garantir uma adequada

proteccedilatildeo em relaccedilatildeo agrave penetraccedilatildeo de aniacutedrico carboacutenico (CO2) e deveraacute possuir

capacidade de deformaccedilatildeo para absorver sem fendilhar as deformaccedilotildees expansivas (e

abertura de fendas) devidas agraves reaccedilotildees aacutelcalis-siacutelica Assim este sistema de proteccedilatildeo

superficial multi barreiras eacute composto pelos seguintes elementos

-Impregnaccedilatildeo hidrofugante sistema aplicado por projeccedilatildeo e que penetra na estrutura

porosa superficial do betatildeo revestindo os poros e repelindo a aacutegua

-Barramento das fendas incorporando malha de fibras de vidro

-Pintura (revestimento espesso e flexiacutevel) aplicado pelo menos em duas dematildeos

cruzadas e com maior espessura nos seguintes elementos arcos centrais pilares sobre

os arcos centrais pilastras dos arcos centrais e vigas exteriores do tabuleiro (espessura

superior ou igual a 500 μm)

120

Figura 6-9 Fendilhaccedilatildeo em pilar e trabalho de injeccedilatildeo (APPLETON J et al 2004)

4ordf Reabilitaccedilatildeo de apoios

Figura 6-10 Reabilitaccedilatildeo de apoios moveis (APPLETON J et al 2004)

5ordf Substituiccedilatildeo de apoios moacuteveis

Figura 6-11 Substituiccedilatildeo de apoios moacuteveis bloqueados e deformados (APPLETON J et al

2004)

121 Tiago Pais Boto

6ordf Reforccedilo das vigas externas do tabuleiro com laminados de fibras de carbono

Figura 6-12Reforccedilo com laminados de fibra de carbono (APPLETON J et al 2004)

7ordf Reconstruccedilatildeo das lajes consola dos passeios A laje consola tinha apenas uma espessura

de 007 m o que dificultaria a sua reparaccedilatildeo Assim foi considerado que a sua

reconstruccedilatildeo seria mais apropriada tendo entatildeo a espessura da nova laje sido de 010 m

Na figura 7 ilustram-se os trabalhos de reconstruccedilatildeo dessas lajes

Figura 6-13Reconstruccedilatildeo das lajes consola e dos passeios (APPLETON J et al 2004)

8ordf Trabalhos diversos tais como reconstruccedilatildeo dos topos das pilastras zonas de apoio das

vigas repavimentaccedilatildeo do tabuleiro requalificaccedilatildeo do sistema de drenagem de aacuteguas

pluviais introduccedilatildeo de um sistema de impermeabilizaccedilatildeo

122

Ficha teacutecnica e estado atual da obra

A intervenccedilatildeo foi realizada em 200203 e ficou a cargo do empreiteiro Construtora do Tacircmega

Foram reparados 1930m2 de aacuterea deteriorada o sistema de proteccedilatildeo foi aplicado em 44000m2

Utilizaram-se 968m de laminados para reforccedilo (Saraiva J 2007)

Figura 6-14Vista geral do viaduto Duarte Pacheco apoacutes intervenccedilatildeo (APPLETON J et al

2004)

63 Reabilitaccedilatildeo da ponte cais da Trafaria

Figura 6-15 Ponte Cais da Trafaria (a2p estudos e projetos 2004)

123 Tiago Pais Boto

Descriccedilatildeo da obra

A Ponte Cais construiacuteda em 1983 eacute utilizada para o aprestamento de navios de transporte dos

cereais Eacute constituiacuteda por 9 caixotildees com 210m de largura e 120m de desenvolvimento sobre

os quais apoiam 8 lajes vigadas com 204m de comprimento e 190m de largura Estes satildeo em

betatildeo armado e as lajes vigadas em betatildeo armado preacute-esforccedilado A ponte inclui 3 duques

DrsquoAlba e respetivas passagens para peotildees constituiacutedos por vigas simplesmente apoiadas com

vatildeos que variam entre 22m e 42m (a2p estudos e projetos 2004)

Inspeccedilotildees ensaios e anomalias

Uma inspeccedilatildeo visual mostrou que alguns paineacuteis de laje tinham o betatildeo da face inferior

totalmente delaminado e nalgumas vigas as bainhas de preacute-esforccedilo estavam jaacute aparentes e

sujeitas agrave livre corrosatildeo Constatou-se que as vigas mais altas que estavam em contacto com a

aacutegua por terem um niacutevel de humidade permanente mais elevado se encontravam menos

deterioradas que as vigas mais baixas (poros saturados fazem diminuir a quantidade de oxigeacutenio

junto das armaduras limitando a progressatildeo da corrosatildeo)

Devido aacute elevada exposiccedilatildeo do ambiente mariacutetimo verificou-se a corrosatildeo geral nas armaduras

causada por cloretos Os ensaios concluiacuteram que o valor criacutetico de concentraccedilatildeo de cloretos

situava-se aos 45mm de profundidade

Inclusivamente devido ao elevado estado de deterioraccedilatildeo em 2004 uma das vigas das

passagens de peotildees colapsou com uma rotura fraacutegil O colapso aconteceu apenas para a accedilatildeo

das cargas permanentes Realizou-se uma anaacutelise estrutural que permitiu concluir que tal soacute

podia acontecer com a rotura de dois cabos de preacute-esforccedilo Ensaios posteriores agrave calda de

injeccedilatildeo dos cabos permitiu concluir que esta se encontrava totalmente contaminada com

cloretos que resultou num estado avanccedilado de corrosatildeo dos cordotildees de preacute-esforccedilo (Saraiva J

2007)

Figura 6-16 Estado de degradaccedilatildeo da estrutura (a2p estudos e projetos 2004)

124

Intervenccedilatildeo realizada

Reparaccedilatildeo global com encamisamento da estrutura com microbetatildeo de alta durabilidade de

modo a garantir o recobrimento das armaduras de 50mm complementado por uma proteccedilatildeo

superficial de pintura epoxiacutedica

Para o encamisamento das vigas o empreiteiro estudou a hipoacutetese de utilizar microbetatildeo

autocompactaacutevel ou com inertes preacute-colocados seguidos de injeccedilatildeo de calda de cimento A

necessidade de recorrer a uma destas teacutecnicas relacionava-se com a dificuldade de acesso e

orientaccedilatildeo das superfiacutecies a betonar Realizaram-se testes num modelo agrave escala 11 para

comparar as teacutecnicas e adotou-se a utilizaccedilatildeo de microbetatildeo autocompactaacutevel Esta escolha

deveu-se ao facto que nas condiccedilotildees de execuccedilatildeo era inviaacutevel recorrer a meios de vibraccedilatildeo

mecacircnicos Para aleacutem disso o betatildeo com agregados preacute-colocados originava uma camada

superficial de betatildeo soacute com calda de cimento devido ao agrave deposiccedilatildeo dos agregados

Na face inferior das lajes comeccedilou por se utilizar projeccedilatildeo de betatildeo mas foram detetadas

algumas deficiecircncias na interface de ligaccedilatildeo ao substrato Abandonou-se esta teacutecnica e tambeacutem

aqui se adotou o betatildeo autocompactaacutevel tendo-se realizado furos na laje para colocaccedilatildeo do

betatildeo a partir da face superior da laje e purga do ar apoacutes colocaccedilatildeo de cofragem fixa na face

inferior

A remoccedilatildeo de betatildeo deteriorado foi realizada por fases para manter a ancoragem das armaduras

As passagens de peotildees foram substituiacutedas por novas estruturas de elevada durabilidade (betatildeo

de alto desempenho recobrimento miacutenimo de 50 mm e protecccedilatildeo superficial com pintura

acriacutelica) pois a sua reabilitaccedilatildeo natildeo era economicamente viaacutevel

Figura 6-17 Intervenccedilotildees nas vigas da ponte cais da Trafaria (a2p estudos e projetos 2004)

Ficha teacutecnica da obra e estado atual

A intervenccedilatildeo foi realizada em 2005 com um custo total de 1250000euro sendo reparados 4469

m2 de aacuterea de viga e 490 m2 de aacuterea de laje Para a proteccedilatildeo geral das superfiacutecies reparadas

utilizou-se uma tinta agrave base de resina eacutepoxy da International Paint com nome Interzone B54

com espessura superior de 300 μm que faz cura debaixo de aacutegua Em zonas onde natildeo se aplicou

nova camada de betatildeo mas se detetou a existecircncia de fendas com abertura superior a 02 mm

125 Tiago Pais Boto

aplicou-se revestimento com tinta Sikagard 255 (tinta de resina eacutepoxy muito flexiacutevel e

resistente) armada com tela de fibra de vidro Sika TX 270 (Saraiva J 2007)

O betatildeo autocompactaacutevel apresentava as seguintes caracteriacutesticas

Classe de resistecircncia miacutenima C3545

Quantidade de cimento 300lt clt 400 kgmsup3

Relaccedilatildeo aacutegua cimento aclt 04

Maacuteximo diacircmetro de inerte lt10 mm

O betatildeo adotado tinha a seguinte composiccedilatildeo

Cimento tipo I 425 com 355 kgm3 177 kgm3 de cinzas volantes 195 kgm3 de escoacuterias

relaccedilatildeo aacutegua cimento ac=027 (Saraiva J 2007)

64 Reabilitaccedilatildeo da ponte de Arraacutebida

Figura 6-18 Vista geral Ponte da Arraacutebida (Gaiurb 2015)

Descriccedilatildeo da obra

A ponte da Arraacutebida foi concluiacuteda em 1963 e inaugurada a 22 de Junho do mesmo ano O

projeto e direccedilatildeo estiveram a cargo do Prof Engordm Edgar Cardoso (Porto XXI 2015)

O desenvolvimento total da ponte eacute de 49320 m com um arco de 270 m de corda e 52 m de

flecha O tabuleiro em laje vigada com 12 vigas tem uma largura de 25 m e vatildeos de 2120 m

O tabuleiro apoia em cada alinhamento transversal com 4 pilares atraveacutes de carlingas Na zona

do Rio as accedilotildees satildeo transmitidas pelos pilares a dois arcos geacutemeos com 8m de largura cada e

secccedilatildeo em caixatildeo bicelular (APPLETON J et al 2002)

Inspeccedilotildees ensaios e anomalias

A inspeccedilatildeo visual originou um mapeamento das anomalias representado na figura seguinte

126

Figura 6-19 Ilustraccedilatildeo do mapeamento das Patologias (APPLETON J et al 2002)

Em simultacircneo com a inspeccedilatildeo visual realizou-se o ensaio de deteccedilatildeo de delaminaccedilatildeo por

precursatildeo com martelo nas superfiacutecies de betatildeo que comprovou a extensa delaminaccedilatildeo do betatildeo

e armaduras agrave vista que se observam nas vigas do tabuleiro em especial na zona sobre o arco

Constatou-se tambeacutem que grande parte da corrosatildeo de armaduras ocorre em locais de juntas de

betonagem ou locais de deficiente colocaccedilatildeo e vibraccedilatildeo do betatildeo traduzidas por segregaccedilatildeo dos

inertes e em locais de recobrimento muito pequeno (APPLETON J et al 2002)

Para o efeito e tendo em conta a diversidade de elementos estruturais as diferentes condiccedilotildees

de exposiccedilatildeo e as diferentes condiccedilotildees de acesso definiram-se e selecionaram-se um conjunto

de regiotildees representativas da totalidade da estrutura (figura seguinte) Em cada uma dessas

regiotildees realizaram-se os seguintes ensaios (APPLETON J et al 2002)

a Observaccedilatildeo topograacutefica da obra para se verificar a sua conformidade dimensional com

o projeto incidindo especialmente no nivelamento geomeacutetrico do tabuleiro

configuraccedilatildeo e posiccedilatildeo dos arcos e observaccedilatildeo da verticalidade dos pilares

b Deteccedilatildeo de armaduras e mediccedilatildeo do seu recobrimento (394msup2 que correspondem a

cerca de 05 da aacuterea exposta de betatildeo) utilizando sensores magneacuteticos e um

microprocessador

c Determinaccedilatildeo da profundidade da carbonataccedilatildeo (86 mediccedilotildees) em pequenas carotes

furos e superfiacutecies de fratura aplicando uma soluccedilatildeo alcooacutelica de fenolftaleiacutena

d Determinaccedilatildeo do teor em cloretos (expresso em percentagem da massa do betatildeo) a

vaacuterias profundidades (44 perfis de cloretos) por recolha de poacute de betatildeo obtido por

furaccedilatildeo com broca e utilizaccedilatildeo de equipamento standard

e Ensaios de caracterizaccedilatildeo do betatildeo envolvendo extraccedilatildeo de 16 carotes para realizaccedilatildeo

de

-Ensaios de resistecircncia e mediccedilatildeo do moacutedulo de elasticidade (7 ensaios)

-Ensaios de avaliaccedilatildeo da qualidade do betatildeo absorccedilatildeo por imersatildeo (3) absorccedilatildeo por

capilaridade (5) e permeabilidade (5)

127 Tiago Pais Boto

-Anaacutelise petograacutefica mineraloacutegica e microestrutural com vista a avaliar a estrutura

interna do betatildeo e eventuais reaccedilotildees quiacutemicas expansivas do betatildeo (3 provetes)

f Ensaio de escleroacutemetros (83) para avaliar a homogeneidade do betatildeo e a sua dureza

superficial Ensaios de avaliaccedilatildeo do grau e estado de corrosatildeo das armaduras

envolvendo Mediccedilatildeo do potencial eleacutetrico (6 malhas)

g Mediccedilatildeo da resistividade do betatildeo (6 zonas)

h Mediccedilatildeo da resistecircncia de polarizaccedilatildeo para avaliar a velocidade da corrosatildeo em μmano

(5 locais)

i Ensaios de traccedilatildeo de varotildees de accedilo (6 provetes)

j Avaliaccedilatildeo das caracteriacutesticas dinacircmicas da Ponte

Figura 6-20 Localizaccedilatildeo das zonas ensaiadas (APPLETON J et al 2002)

O estado de deterioraccedilatildeo da Ponte em funccedilatildeo das inspeccedilotildees e ensaios concluiu-se que

- A profundidade de carbonataccedilatildeo eacute apenas de 5 mm

- A penetraccedilatildeo de cloretos eacute muito pequena em geral com exceccedilatildeo das zonas onde se verificam

deficiecircncias de betonagem onde a contaminaccedilatildeo por cloretos atinge 008 do peso do betatildeo a

uma profundidade de 250 cm De referir que um valor de referecircncia do teor criacutetico em cloretos

valor a partir do qual as armaduras satildeo despassivadas eacute de 005

-A corrosatildeo de armaduras associada agrave carbonataccedilatildeo do betatildeo soacute ocorre em locais onde o

recobrimento for muito pequeno (inferior a 610 mm) e a corrosatildeo de armaduras associada agrave

penetraccedilatildeo de cloretos se estaacute a desenvolver na Ponte constituindo o principal mecanismo de

deterioraccedilatildeo o qual eacute jaacute especialmente gravoso nas zonas onde as deficiecircncias de betonagem

conduziram a uma qualidade inferior para o betatildeo

-Os ensaios de resistecircncia agrave compressatildeo conduziram a valores de 5260 a 7850 MPa Os ensaios

de avaliaccedilatildeo da qualidade do betatildeo revelaram que a composiccedilatildeo adotada era muito boa

-A realizaccedilatildeo da anaacutelise petrograacutefica revelou uma pasta de cimento muito compacta e a

inexistecircncia de reaccedilotildees expansivas no betatildeo e permitiu identificar a natureza dos inertes

-Apesar de ter sido utilizado na Ponte da Arraacutebida um betatildeo de alta qualidade e das superfiacutecies

do betatildeo terem sido protegidos por pintura a Ponte apresenta apoacutes 35 anos de serviccedilo uma

128

deterioraccedilatildeo significativa devida agrave corrosatildeo de armaduras associada agrave penetraccedilatildeo de cloretos

nas zonas onde ocorrem deficiecircncias de betonagem (APPLETON J et al 2002)

Intervenccedilatildeo realizada

Realizou-se uma proteccedilatildeo superficial geral da obra com tinta acriacutelica de base aquosa de

espessuras compreendidas entre 180 μm e 250 μm

Realizou-se um sistema de proteccedilatildeo diferenciado reforccedilado nas zonas de deficiecircncias de

betonagem (juntas de construccedilatildeo e zonas de deficiente compactaccedilatildeo) e com uma espessura

superior na zona da Ponte em relaccedilatildeo agrave aos viadutos

As zonas em que as armaduras estatildeo expostas e as zonas em que o betatildeo estaacute delaminado foi

reparado o local com substituiccedilatildeo do betatildeo e com novas argamassas de base cimentiacutecia

repassivando assim as armaduras Os pilares sobre os arcos junto ao fecho nas zonas

fendilhadas e delaminadas e aplicou-se uma junta com selante deformaacutevel por forma a permitir

a rotaccedilatildeo das secccedilotildees de topo e base dos pilares

A reabilitaccedilatildeo geral contempla ainda a reformulaccedilatildeo do sistema do pavimento do tabuleiro

incluindo a sua impermeabilizaccedilatildeo a reformulaccedilatildeo do sistema de drenagem e a substituiccedilatildeo das

juntas de dilataccedilatildeo A intervenccedilatildeo inclui ainda a instalaccedilatildeo de um sistema de monitorizaccedilatildeo

especialmente focado na observaccedilatildeo do processo de deterioraccedilatildeo que conduz agrave corrosatildeo de

armaduras pelo que foram instaladas ceacutelulas de corrosatildeo nas zonas atualmente satildes e nas zonas

sujeitas a reparaccedilatildeo local em especial na estrutura do tabuleiro

Figura 6-21 Corrosatildeo das armaduras (APPLETON J et al 2002)

Ficha teacutecnica da obra e estado atual

129 Tiago Pais Boto

A intervenccedilatildeo foi realizada em 2002 e ficou a cargo do empreiteiro Teixeira Duarte Teve um

custo de 4524000euro sendo que deste valor 964200euro corresponderam agrave pintura geral e 359700euro

agrave reparaccedilatildeo Foram reparados 3650 m2 de aacuterea deteriorada e 150 m de fendas O sistema de

protecccedilatildeo foi aplicado em 65000 m2

130

7 CONCLUSOtildeES E DESENVOLVIMENTOS FUTUROS

71 CONCLUSOtildeES

Ao longo desta dissertaccedilatildeo foram abordadas as vaacuterias etapas constituintes num projeto

de reparaccedilatildeo e reforccedilo em estruturas de betatildeo armado Descreveram-se as principais teacutecnicas

de reforccedilo estrutural dando especial atenccedilatildeo agrave sua aplicaccedilatildeo nalguns elementos estruturais

nomeadamente vigas e pilares Sendo que este trabalho padece de componente pratica eou

laboratorial tentou-se sistematizar o complexo processo de um projeto deste acircmbito de modo

a que a presente dissertaccedilatildeo possa servir de complemento bibliograacutefico ao projetista

Foram referenciadas as normas e regulamentos mais importantes e descreveram-se os

principais ensaios in situ e laboratoriais usados para caracterizar e avaliar o estado da estrutura

Em seguida expuseram-se as patologias e os mecanismos de deterioraccedilatildeo mecacircnicos fiacutesicos e

quiacutemicos mais recorrentes nas estruturas de betatildeo armado Refere-se ainda a metodologia geral

de intervenccedilatildeo a seguir assim como os principais aspetos teacutecnicos a considerar neste tipo de

intervenccedilatildeo nomeadamente mecanismos de transferecircncia de tensotildees

De um modo geral no penuacuteltimo capiacutetulo descreveu-se as principais teacutecnicas de reforccedilo

salientando-se o reforccedilo atraveacutes de materiais compoacutesitos empregues atualmente tais como os

CFRP que possibilitam acreacutescimos elevados na capacidade resistente Realccedilou-se este tipo de

reforccedilo tambeacutem por apresentar um baixo impacto arquitetoacutenico e ser faacutecil aplicaccedilatildeo embora

exija matildeo-de-obra especializada

No uacuteltimo capitulo como jaacute referido anteriormente a ausecircncia de componente praacutetica

nesta dissertaccedilatildeo foram expostos quatro casos praacuteticos de reparaccedilatildeo e reforccedilo em estruturas de

betatildeo armado localizadas em Portugal

Por fim com base no ACI 440 e ACI 318 foram abordadas consideraccedilotildees gerais de

dimensionamento de reforccedilo agrave flexatildeo e ao corte com recurso a FRP (apresentadas no anexo)

Assim torna-se visiacutevel que um estudo criterioso da estrutura existente em conjunto com

o conhecimento dos materiais e teacutecnicas de reforccedilo pode conduzir a intervenccedilotildees viaacuteveis

economicamente e com pouco impacto na estrutura intervencionada Podendo concluir que a

reparaccedilatildeo e reforccedilo de estruturas de betatildeo armado eacute atualmente uma ciecircncia dominada com

apoio normativo e teacutecnicas bastante evoluiacutedas bastante completo comprovado com obras

realizadas de grande sucesso

72 DESENVOLVIMENTOS FUTUROS

Os desenvolvimentos que se consideram mais importantes a realizar no acircmbito desta temaacutetica

satildeo os seguintes

Recolha de novas teacutecnicas de reparaccedilatildeo e reforccedilo agrave medida que sejam realizados novos

trabalhos de investigaccedilatildeo

Elaboraccedilatildeo de um caso praacutetico de reforccedilo numa estrutura real usando por exemplo o

reforccedilo com recurso a FRP e seguindo a metodologia do ACI 440 e ACI 318

131 Tiago Pais Boto

Elaboraccedilatildeo de um manual de dimensionamento para as diversas teacutecnicas aqui

abordadas

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ACI COMMITTEE 364 ACI 3641 R-94 - Guide for Evaluation of Concrete Structures

Prior to Rehabilitation American Concrete Institute 1999

ACI COMMITTEE 318 ACI 318M-05 - BUILDING CODE REQUIREMENTS FOR

STRUCTURAL CONCRETE AND COMMENTARY American Concrete Institute 2005

ACI COMMITTEE 440 ACI 4402R-08 - Guide for the Design and Construction of

Externally Bonded FRP Systems for Strengthening Concrete Structures American Concrete

Institute 2008

AFONSO F P O mercado da reabilitaccedilatildeo Enquadramento relevacircncia e perspectivas

Associaccedilatildeo de Empresas de Construccedilatildeo Obras Puacuteblicas e Serviccedilos Lisboa 2009

AZEVEDO D ldquoReforccedilo de Estruturas de Betatildeo com Colagem de Sistemas Compoacutesitos

CFRP ndash Recomendaccedilotildees para Dimensionamentordquo Faculdade de Engenharia da

Universidade do Porto Novembro 2008

APPLETON J amp COSTA A Disciplina de Reabilitaccedilatildeo e Reforccedilo de Estruturas Lisboa

Instituto Superior Teacutecnico 2011

APPLETON J COSTA A DELGADO J GRAVE DOS SANTOS J PEDRINHO

VITOR ldquoReabilitaccedilatildeo do viaduto Duarte Pachecordquo Encontro Nacional de Betatildeo

Estrutural 2014

ATTARD M M SETUNGE S ldquoStress-strain relationship of confined and unconfined

concreterdquo Material Journal ACI 93(5) 432-444 1996

APPLETON Juacutelio ldquoInspecccedilatildeo Avaliaccedilatildeo e Reabilitaccedilatildeo da Ponte da Arraacutebidardquo Estradas

2002 2ordm Congresso Rodoviaacuterio Portuguecircs Lisboa Novembro 2002

APPLETON Juacutelio FRIAS Fernando MOURA Rita ldquoReparaccedilatildeo da Ponte da Arraacutebida

Sobre o Rio Estruturas 2002 Lisboa 2002

ABOUTAHA RS ENGELHARDT M D JIRSA JO and ME Kreger

Rehabilitation of Shear Critical Columnsusing Rectangular Steel Jacket ACI Structural

Journal January-February 1999 pp6 8 -78

BUNGEY JH Testing Concrete in Structures A guide to equipment for testing concrete

structures CIRIA technical note 143 CIRIA ndash Construction Industry Research and

Information Association London 1992

132

BRETT A M O BRETT C M A ldquoElectroquiacutemica ndash Princiacutepios meacutetodos e

aplicaccedilotildeesrdquo Oxford University Press 1993

BASF ldquoReforccedilando Estruturas com a Utilizaccedilatildeo do Sistema Compoacutesito Estrutural de

Fibras de Carbono MBracerdquo BASF Construction Chemical 2007

BOUVIER Charlotte A C ldquoTechniques of Seismic Retrofitting For Concrete Structuresrdquo

Submitted to the department of civil and environmental engineering requirements for the

degree of marter of engineering in Civil and Environmental Engineering at the

Massachusetts Institute of Technology (MIT) June 2003

COacuteIAS V Construccedilatildeo nova e reabilitaccedilatildeo satildeo coisas diferentes Greacutemio das Empresas de

Conservaccedilatildeo e Restauro do Patrimoacutenio Arquitectoacutenico Lisboa 2009

COacuteIAS Victor Outubro 2006 Inspeccedilotildees e Ensaios na reabilitaccedilatildeo de edifiacutecios Instituto

Superior Teacutecnico Lisboa

COacuteIAS V Inspecccedilotildees e Ensaios na Reabilitaccedilatildeo de Edifiacutecios Lisboa IST PRESS Agosto

2009

COMITEacute EURO-INTERNACIONAL DU BETOacuteN Bulletin drsquoinformation nordm 162 ndash

Assessment of Concrete Structures and Design Procedures for Up-grading (redesign)

Prague October 1983

COMITEacute EURO-INTERNACIONAL DU BETOacuteN Bulletin drsquoinformation nordm 213214

ndash CENFIP Model Code 1990 Lausanne Maio 1993

COSTA A ldquoPatologia do Betatildeo Armado Teacutecnicas de diagnoacutesticordquo Ciclos de Acccedilotildees de

Formaccedilatildeo em Reabilitaccedilatildeo de Estruturas Ordem dos Engenheiros 21 a 23 Marccedilo 2007

COSTA A ldquoDurabilidade Estruturas de Betatildeordquo Ciclos de Acccedilotildees de Formaccedilatildeo em

Reabilitaccedilatildeo de Estruturas Ordem dos Engenheiros 21 a 23 Marccedilo 2007

COSTA A ldquoPatologia do Betatildeo Armado ndash Modelaccedilatildeo da Deterioraccedilatildeordquo - Reabilitaccedilatildeo

e Reforccedilo de Estruturas Instituto Superior Teacutecnico 2007

COSTA A J Appleton ldquoAssessment and Repair of a ConcreteDockyardrdquo IABSE

Symposium - Rio de Janeiro - August 25-27 1999

COSTA A J Appleton ldquoMecanismos de deterioraccedilatildeo das estruturas de betatildeo armadordquo

Departamento de Engenharia Civil Grupo de estruturas de betatildeo armado e preacute-esforccedilado

1999

COSTA Antoacutenio ldquoDurabilidade de estruturas de betatildeo armado em ambiente mariacutetimordquo

Tese de Doutoramento Instituto Superior Teacutecnico 1997

COSTA A APPLETON J ldquoCase studies of concrete deterioration in a marine

environment in Portugalrdquo Cement amp Concrete Composites 24 pp 169-179 2002

133 Tiago Pais Boto

CASTRO J e MARTINS J M Patologias do betatildeo reparaccedilatildeo e reforccedilo de estruturas

serie reabilitaccedilatildeo 1ordf ediccedilatildeo 2006

CHAI Y H PRIESTLEY M J N and SEIBLE F Seismic Retrofit of Circular Bridge

Columns for Enhanced Flexural Performance ACI Structural Journal Sept-Oct 1991 p

574

DASCHNER F rdquoNotwendige Schubbewehrung zwischen Betonfertigteilen und Ortbetonrdquo

-Literaturschau Teil 2ordm Laborversuche Universitat Munchen 1976

Department of Defense United States of America Unified Facilities Criteria (UFC)

ldquoElectrical Engineering Cathodic Protectionrdquo 16 de Janeiro de 2004 disponiacutevel em

[httpwwwwbdgorgccbDODUFCufc_3_570_02npdf] acedido em Abril de 2007]

Department of Trade and Industry ldquoResidual life Models for Concrete Repair ndash

Assessment of the Concrete Repair Processrdquo BRE Client report number OCT 02 Draft

2002

Department of the Army US Army Corps of Engineers Public Works Technical Bulletin

No 420-49-37 ldquoCathodic Protection ndash Anode Selectionrdquo 15 Junho 2002

DAILY S F rdquoUsing Cathodic Protection to Control Corrorsion of Reinforced Concrete

Structures in Marine Environmentsrdquo Corrpro Companies Inc Techinical Papers

DA SILVA SOUSA Aacutelvaro Fernando ldquoReparaccedilatildeo reabilitaccedilatildeo e reforccedilo de estruturas

de betatildeo armadordquo Dissertaccedilatildeo em Engenharia Civil ndash Especializaccedilatildeo em Estruturas FEUP-

faculdade de engenharia da universidade do porto 2008

DAUDEY X and FILIATRAULT A Seismic Evaluation and Retrofit with Steel Jackets

of Reinforced Concrete Bridge Piers Detailed with Lap-Splices Canadian Journal of Civil

Engineering vol 27 1-16 2000

EUROCODE 2 ENV 1992-1-3 ldquoDesign of Concrete Structures Part 1-3 General Rules

-Precast Concrete Elements and Structuresrdquo CEN 1994

European Standard EN 12696 ldquoCathodic Protection of steel in concreterdquo English

Version March 2000

European Standard EN 12696 Cathodic Protection of steel in concreterdquo English

Version March 2000

European Commitee for Standardization Technical Specification FinalDraft prCENTS

14038-1 ldquoElectrochemical realkalization and choride extraction treatments for reinforced

concrete ndash Part 1 Realkalizationrdquo May 2004

EUROCOacuteDIGO 2 Projeto de estruturas de betatildeo ndash Parte 11 Regras Gerais e Regras para

Edifiacutecios CEN EN-1992-1-1 2004

EUROCODE 8 Design Provisions for Earthquake Resistance of Structures Part 1-4

Strengthening and Repair of Buildings CEN prEN-1998-1-4 Draft1995

134

FOOKESPGConcreteinHotDrySaltyEnvironments Concrete 29 34-39 2005

FERREIRA Rui Miguel ldquoAvaliaccedilatildeo de ensaios de durabilidade do betatildeordquo Tese de

Mestrado Escola de Engenharia da Universidade do Minho 2000

FERREIRA Rui Miguel ldquoAvaliaccedilatildeo de ensaios de durabilidade do betatildeordquo Tese de

Mestrado Escola de Engenharia da Universidade do Minho 2000

FERREIRA SILVA Joana M M Meacutetodos Electroquiacutemicos para Prevenccedilatildeo da

deterioraccedilatildeo e Reparaccedilatildeo de Estruturas de Betatildeo Armado Protecccedilatildeo Catoacutedica -

Dessalinizaccedilatildeo e Realcalinizaccedilatildeo Tese de Mestrado 2007

GILINSKY E ldquoGuidelines For Underground Storage Tank Cathodic Protection

Evaluationrdquo Departent of Enviromental Quality Guidance Memorandum No06-2006

May 2006

GOMES A Comportamento e Reforccedilo de Elementos de Betatildeo Armado Sujeitos a Acccedilotildees

Ciacuteclicas Tese de Doutoramento Instituto Superior Teacutecnico Julho de 1992

GOMES A e APPLETON J ldquoEnsaios Experimentais de Pilares Reforccedilados Submetidos

a Cargas Ciacuteclicasrdquo Revista Portuguesa de Engenharia de Estruturas Nordm 38 pp 19-29 2008

Gomes A Appleton J ldquoReforccedilo de Estruturas de Betatildeo Armado por Encamisamento das

Secccedilotildeesrdquo Revista Portuguesa de Engenharia de Estruturas nordm42

Gomes A Appleton J ldquoReforccedilo de Estruturas de Betatildeo Armado por Adiccedilatildeo de

Armaduras Exterioresrdquo Revista Portuguesa de Engenharia de Estruturas nordm41

Juacutelio S Eduardo ldquo Influencia da interface no comportamento de pilares reforccedilados por

encamisamento de betatildeo armadordquo dissertaccedilatildeo apresentada na Universidade de Coimbra

para a obtenccedilatildeo do grau de Doutor em Engenharia Civil especialidade de Mecacircnica das

Estruturas e dos Materiais Coimbra 2001

JUVANDES LFP Reforccedilo e reabilitaccedilatildeo de estruturas de betatildeo usando materiais

compoacutesitos de CFRP dissertaccedilatildeo apresentada agrave Faculdade de Engenharia da Universidade

do Porto para obtenccedilatildeo do grau de Doutor DECivil Porto Setembro 400 pp 1999

JIANHAI Qiu ldquoEmerging Corrosion Control Technologies for Repair and Rehabilitation

of Concrete Structuresrdquo

JUVANDES LFP e MARQUES N A - ldquoReforccedilo de Estruturas por Colagem Exterior

de Sistemas Compoacutesitos de FRP - Manual de Procedimentos e de Controlo de Qualidade

para Construccedilatildeordquo protocolo MOTA-ENGIL Engenharia e Construccedilatildeo SALEMC

publicaccedilatildeo LEMC-JUV003-2007 FEUP Outubro 180 pp 2007

135 Tiago Pais Boto

JUVANDES LFP e tal - A temperatura e a teacutecnica de reforccedilo por colagem de sistemas

de FRPrdquo 4ordfs Jornadas JPEE 2006 LNEC Lisboa 13 ndash 16 Dezembro CD 2006 ldquoThe

International Handbook of FRP Composites in Civil Engineeringrdquo Manoochehr Zoghi

KHOURY Gabriel Alexander Effect of fire on concrete and concrete structures Imperial

College London 2000

KAKUBA G ldquoThe Impressed Current Cathodic Protection Systemrdquo Masterrsquos Theses

Department of Mathematics and Computer Science Techische Universiteit Eindhoven

Eindhoven August 2005

LOURENCcedilO Z ldquoTeacutecnicas de PrevenccedilatildeoProtecccedilatildeo Electroquiacutemicas Parte 2 ndash

Realcalinizaccedilatildeo e Dessalinizaccedilatildeordquo Ciclo de Acccedilotildees de Formaccedilatildeo em Reabilitaccedilatildeo de

Estruturas Ordem dos Engenheiros 21 a 23 Marccedilo 2007

LOURENCcedilO Z ldquoProtecccedilatildeo Catoacutelica de Estruturas de Betatildeo Armadordquo Ciclo de Acccedilotildees

de Formaccedilatildeo em Reabilitaccedilatildeo de Estruturas Ordem dos Engenheiros 21 a 23 Marccedilo 2007

LESLIE J R CHEESEMAN W J D An ultrasonic method for studying deterioration

and cracking in concrete structures Amer Concrete Inst 1949

MARANHA Paulo Apresentaccedilatildeo das aulas - Reforccedilo de estruturas e fundaccedilotildees de

edifiacutecios e pontes (2014)

MALHOTRA VM In situnondestructive testing of concrete ndash A global Review In

Situnondestructive Testing of Concrete Special Publication SP-82 American Concrete

Institute Detroit p 1-16 1984

MORENO AV LOPEacuteZ T P MADRID M M ldquoEl Fenoacutemeno de la corrosion en

estruturas de concreto reforzadordquo Publicacioacuten Teacutecnica No 182 Sandafandila Qro 2001

disponiacutevel em [httpboletinimtmxpublicacionespubtecpt182pdf] acedido em Abril de

2007

MIRANDA JM LUIacuteS J F COSTA P T SANTOS F M ldquoFundamentos de

Geofiacutesicardquo

MILTENBERGER M PE ldquoCorrosion Protection of Reinforcing Steel in Concreterdquo

Vector Technologies Inc disponiacutevel em

httpwwwvirginiadotorgbusinessresourcesbu-mat-05VCC-MMiltenbergerpdf

acedido em Marccedilo 2015

MIRMIRAN A e SHAHAWY M ldquoRecommended construction specifications and

process control manual for repair and retrofit of concrete structures using bonded

FRP compositesrdquo National Cooperative Highway Research Program American

Association of State Highway and Transportation officials Transportation Research Board

Washington DC NCHRP report nordm609 71 pp 2008

136

NACE Proposed Standard Practice ldquoElectrochemical Realkalization and Chloride

Extraction for Reinforced Concreterdquo NACE Internacional 2006

Norma BS 1881-204 1988 Testing concrete ldquoRecommendations on the use of

electromagnetic cover metersrdquo

Norma BS 1881-6 1971 Methods of testing concrete Analysis of hardened concrete

Norma BS 1881-202 1986 Testing concrete Recommendations for surface hardness

testing by rebound hammer

Norma RILEM CPC-18 Measurement of hardened concrete carbonation depth 1996

Norma BS 1881-207 1992 Testing concrete Recommendations for the assessment of

concrete strength by near-to-surface test

Norma BS 1881-203 1986 Testing concrete Recommendations for measurement of

velocity of ultrasonic pulses in concrete

Norma ASTM C805-85 Standard Test Method for Rebound Number of Hardened

Concrete

Norma ASTM D4541-95 Stand Test Method for Pull-Off Strength

Norma ASTM C1383-98a Standard Test Method for Measuring the P-Wave Speed and

the Thickness of Concrete Plates Using the Impact-Echo Method

Norma ASTM C597-09 Standard Test Method for Pulse Velocity Through Concrete

Norma AASHTO T260‑84 Standard Method of Test for Sampling and testing for chloride

ion in concrete and concrete raw materials

PAIVA J VASCONCELOS J AGUIAR J Pinho A ldquoGuia Teacutecnico de Reabilitaccedilatildeo

Habitacionalrdquo LNEC2006

POLITICO G ldquoCorrosatildeo em estruturas de concreto armado causas mecanismos

prevenccedilatildeo e recuperaccedilatildeordquo Belo Horizonte Universidade Federal de Minas Gerais Janeiro

2006

PEDEFERRI P ldquoElectrochemical Realkalization and Electrochemical Cloride

Removalrdquo Dipartimento di Chimica Fiacutesica Applicata ndash Politecnico di Milano Italy

137 Tiago Pais Boto

PEDEFERRI P ldquoCathodic Protection and Cathodic Preventionrdquo Seminaacuterio Prevenccedilatildeo

da Corrosatildeo em Estruturas de Betatildeo Armado

REHABCON ldquoElectrochemical techniques ndash Annex Drdquo Strategy for Maintenance and

Rehabilitation in Concrete Structures 2000

REBAP 84 Regulamento de Estruturas de Betatildeo Armado e Preacute-Esforccedilado Dec-Lei nordm

349-C83 de 30 Julho rectificado no suplemento ao DR 1ordf Seacuterie de 29 de Setembro de

1984

Rosso Rosso T Incecircndios e arquitetura Apostila Satildeo Paulo Faculdade de Arquitetura e

Urbanismo da Universidade de Satildeo Paulo (FAUUSP 1975)

RODRIGUES Joatildeo Paulo C ndash ldquoRecuperaccedilatildeo de Estruturas Danificadas por Incecircndio ndash

Propriedades Mecacircnicas Residuais do Accedilo e do Betatildeordquo Coimbra Tese de Mestrado em

Engenharia Civil ndash especializaccedilatildeo em Estruturas Universidade de Coimbra 1994

RODRIGUEZ M Park M (1991) ldquoRepair and Strengthening of reiforced concrete

Buildings for Earthquake Resistencerdquo Earthquake Spectra V7Nordm3Aug

RIPPER T Sistemas Especiais para Reforccedilo de Estruturas de Betatildeo Rio de Janeiro

Universidade Federal Fluminense 2005

RIacuteO BUENO Alfonso PATOLOGIacuteA REPARACIOacuteN Y REFUERZO DE ESTRUCTURAS

DE HORMIGOacuteN ARMADO DE EDIFICACIOacuteN - Departamento de Estructuras de

Edificacioacuten ETS de Arquitectura Universidad Politeacutecnica de Madrid 2008

ROZENBERG I M ldquoQuiacutemica geralrdquo Instituto Mauaacute de Tecnologia Editora Edgard

Blucher Ltda 2002

SANTOS S Pompeu ndash A Reabilitaccedilatildeo Estrutural Do Patrimoacutenio Construiacutedo Laboratoacuterio

Nacional De Engenharia Civil Lisboa 2008

SARAIVA J ndash ldquoTeacutecnicas de proteccedilatildeo e reabilitaccedilatildeo de estruturas em betatildeo armadordquo Tese

Mestradordquo Instituto Superior Teacutecnico Lisboa 2007

SILVA PASCM Comportamento de Estruturas de Betatildeo Reforccediladas por Colagem

Exterior de Sistemas de CFRP Tese de Doutoramento Faculdade de Engenharia da

Universidade do Porto DECivil Porto 2008

SILVA Joana Dissertaccedilatildeo de Mestrado - Meacutetodos Electroquiacutemicos para Prevenccedilatildeo da

Deterioraccedilatildeo e Reparaccedilatildeo de Estruturas de Betatildeo Armado com Protecccedilatildeo Catoacutedica

Dessalinizaccedilatildeo e Realcalinizaccedilatildeo 2007

138

VIEITEZ CHAMOSA JA RAMIacuteREZ ORTIZ JL Patologiacutea de la Construccioacuten en

Espantildea Aproximacioacuten Estadiacutestica Resumen de Tesis Doctoral Informes de la

Construccioacuten Vol 36 n1364 pp 5-15 Madrid Octubre 1984

WHITMORE D W ldquoImpressed Current and Galvanic Discrete Anode Cathodic

Protection for Corrosion Protection of Concrete Structuresrdquo Paper 02263 Vector

Corrosion Technologies 2002

SCIELO (2015) httpwwwscielobrscielophppid=S1983-

41952013000200002ampscript=sci_arttext Revista IBRACON de Estruturas e Materiais

NCREP (2015) httpwwwncrepptstatic7954 Reforccedilo e Reabilitaccedilatildeo de Estruturas de Betatildeo

Armado Intervencoes

Earths CO2 Home Page (2015) httpco2noworg

CED (2015) httpwwwaboutcivilorg Civil Engineering Portal of Lectures amp Training

Material

SJSU (2015) httpwwwengrsjsueduWofMatEprojectssrprojectsrproj5html Norma E 226 do

LNEC San Joseacute State University

GEO (2015) httpgeotechpediacomEquipmentShow719Covermeter--

BartrackerprettyPhoto[pp_gal]1 Geotechpedia

IEI (2015) httpwwwimpact-echocompagesproductshtml Impact Echo Instruments

OZ (2015) httpwwwoz-diagnosticopt Diagnostico Levantamento e Controlo de qualidade

em Estruturas e Fundaccedilotildees Lda

(2015) httpfilescirporgHtml5-18800425Cd03561fa-756f-475a-af97-f26d3082f1d3jpg

Imagem

GS (2015) httpwwwglobalsourcescomsiASBaoji-Dingding6008825187076pdtlTitanium-

Anodes-Mesh1050971236htm Global Sources

CNT (2015) httpwwwchemicalnewtechcomcathodic-protectioncathodic-protection-wavy

Chemical New Tech

139 Tiago Pais Boto

PTC (2015) httpwwwperfecttitaniumcomproductshtml Perfect Titanium Components

CONREHAB (2015) httpwwwconrehabcomCathodic-protectionAnode Cathodic

protection

AEGION (2015) httpwwwaegioncomCompanyInformationResourcesProductCatalogAnodesMagnesium-AnodesMagnesium-HPaspx

(2015) AC httpwwwcorrosioncliniccomcorrosion_resourcescorrosion_control_concrete_structures_p3ht

m Aegion Corporation

CCASMI (2015) httpwwwcorrosionservicesuscomold-concrete-structuresasp Corrosion

Control and Automation Systems for Municipalities and Industry

WCCCS (2015) httpwwwcorrosioncliniccomcorrosion_resourcescorrosion_control_concrete_structures_p5ht

m Web Corr Corrosion Consulting Services

ST (2015) httpwwwstructuraltechnologiescomproductelectro-tech-cp-metalized-mcp-

systems-0 structuraltechnologies

A2p (2015) httpwwwa2pptportfolioprojectosponte-cais-da-silopor estudos e

projetos

GAIURB (2015) httpwwwgaiurbptgaiurb_arrabidahtm urbanismo e habitaccedilatildeo

Durability Modelling of Reinforcement Corrosion in Concrete Structures Concrete

Institute of Australiardquo httpswwwconcreteinstitutecomau 2015

FOSROC 2015 httpwwwfosroccom International and Alltrista Zinc Products

Company

SCRIP 2015 httpwwwscirporg Academic publisher

140

141 Tiago Pais Boto

Anexo 1

8 Consideraccedilotildees gerais de reforccedilo com FRP agrave flexatildeo e corte em

seccedilotildees retangulares de acordo com ACI 440 e ACI 318

De modo a que a estrutura apresente uma reserva de resistecircncia quando solicitada por

a accedilatildeo do fogo o ACI recomenda que a estrutura anteriormente ao reforccedilo resista a duas

condiccedilotildees A primeira garante a resistecircncia a pelo menos 120 das accedilotildees permanentes e a 85

das sobrecargas A segunda condiccedilatildeo prende-se com a verificaccedilatildeo da capacidade resistente

tendo em conta a diminuiccedilatildeo das propriedades dos materiais apoacutes sujeitos ao fogo

(empty119877119899) 119890119909119894119904119905119890119899119905119890 ge (12119882119860119875 + 085119882119878119900119887) 119899119900119907119900 (81)

(119877119899120579) 119890119909119894119904119905119890119899119905119890 ge 119882119860119875 +119882119878119900119887 (82)

empty= Coeficiente de ductilidade

119877119899= Resistecircncia nominal de um elemento estrutural

119877119899120579= Resistecircncia nominal de um elemento estrutural submetido a temperaturas elevadas

119882119860119875= Accedilotildees permanentes

119882119878119900119887= Accedilotildees da sobrecarga

empty =

090 119904119890 120576119904 ge 0005

065 +025(120576119904minus120576119904119910)

0005minus120576119904119910 119904119890 120576119904119910 lt 120576119904 lt 0005

065 119904119890 120576119904 le 120576119904119910

(83)

Os elementos de reforccedilo FRP indicados nos documentos teacutecnicos dos fabricantes natildeo

satildeo afetados por nenhum coeficiente de minoraccedilatildeo devido aacute exposiccedilatildeo ambiental desta maneira

o ACI 440 recomenda que os alores de resistecircncia agrave traccedilatildeo e da extensatildeo uacuteltima sejam

corregidos por o coeficiente ambiental 119862119864

ƒ119891119906 = 119862119864 times ƒ119891119906lowast (84)

120576119891119906 = 119862119864 times 120576119891119906lowast (85)

ƒ119891119906=Resistecircncia uacuteltima de caacutelculo do FRP

142

ƒ119891119906lowast =Resistecircncia uacuteltima do FRP segundo o fabricante

119862119864=Coeficiente de reduccedilatildeo da accedilatildeo do meio ambiente

120576119891119906= Extensatildeo uacuteltima de caacutelculo do FRP

120576119891119906lowast =Extensatildeo uacuteltima do FRP segundo o fabricante

Tabela 8-1Valores de coeficiente de minoraccedilatildeo 119862119864

Condiccedilotildees de Exposiccedilatildeo Tipo de Fibra Coeficiente de reduccedilatildeo 119862119864

Interior Carbono 095

Vidro 075

Aramida 085

Exterior (pontes docas parques de estacionamento etc)

Carbono 085

Vidro 065

Aramida 075

Ambientes agressivos (ETARs industrias quiacutemicas etc)

Carbono 085

Vidro 050

Aramida 070

Devido aos materiais FRP apresentarem um comportamento linear elaacutestico antes da

rotura e admitindo que natildeo eacute afetado pela exposiccedilatildeo ambiental entatildeo o moacutedulo de elasticidade

pode ser determinado a partir da expressatildeo de Hooke

119864ƒ = ƒ119891119906 divide 120576119891119906 (86)

119864ƒ= Moacutedulo de elasticidade do FRP

ƒ119891119906= Resistecircncia uacuteltima de caacutelculo do FRP

120576119891119906= Extensatildeo uacuteltima de caacutelculo do FRP

143 Tiago Pais Boto

81 Reforccedilo agrave flexatildeo

811 Modos de ruina

Em elementos de betatildeo armado reforccedilado por FRPs a capacidade resistente agrave flexatildeo

estaacute intrinsecamente ligada aos modos de ruina os principais satildeo

Esmagamento do betatildeo comprimido ante da cedecircncia das armaduras de traccedilatildeo

Antes da rotura do FRP a armadura de traccedilatildeo entra em cedecircncia

Cedecircncia da armadura de traccedilatildeo seguindo-se o esmagamento do betatildeo de

compressatildeo

Destacamento do betatildeo de recobrimento devido a esta ser uma zona mais fraacutegil

devido aacute presenccedila de maior nuacutemero de vazios na interface betatildeoarmadura

Descolamento do FRP

Quando a extensatildeo na fibra de FRP atinge o valor de 3 (120576119888 = 120576119888119906=0003) considera-

se que se daacute o esmagamento do betatildeo A rotura do FRP acontece quando a extensatildeo for igual

ao valor de caacutelculo da extensatildeo uacuteltima de rotura (120576119891 = 120576119891119906)

Sendo que as tensotildees instaladas no FRP satildeo transferidas para o betatildeo de recobrimento

das armaduras introduzindo um acreacutescimo de tensotildees de corte e traccedilatildeo a extensatildeo maacutexima do

FRP eacute limitada atraveacutes da expressatildeo seguinte

120576119891119889 = 041radic119891119888

119899119864119891119905119891le 09 120576119891119906 (87)

120576119891119889 = Valor de caacutelculo da extensatildeo de rotura do FRP

119891119888 = Resistecircncia agrave compressatildeo do betatildeo

n = numero de camadas de FRP

119864119891 = Moacutedulo de elasticidade do FRP

119905119891 = Espessura de cada camada de FRP

120576119891119906 = Extensatildeo uacuteltima de caacutelculo do FRP

812 Hipoacuteteses baacutesicas do dimensionamento

De acordo com o ACI 440 as hipoacuteteses baacutesicas do dimensionamento satildeo consideradas

as seguintes suposiccedilotildees

Os caacutelculos de conceccedilatildeo do reforccedilo satildeo baseados nas propriedades dos materiais

existentes e nas disposiccedilotildees das armaduras

144

As extensotildees nas armaduras e no betatildeo satildeo diretamente proporcionais agraves

respetivas distacircncias do eixo neutro Uma seccedilatildeo plana antes da aplicaccedilatildeo do

carregamento devera permanecer plana apoacutes o carregamento (modelo de viga de

Euler-Bernoulli despreza-se a deformabilidade por corte)

A deformaccedilatildeo por corte na camada adesiva eacute desprezada devida a espessura

muito reduzida

A extensatildeo maacutexima de compressatildeo no betatildeo eacute de 0003

A resistecircncia agrave traccedilatildeo do betatildeo eacute desprezada

O FRP eacute caracterizado por um comportamento linear e elaacutestico tensatildeo-extensatildeo

ateacute agrave rotura

O accedilo assume um diagrama tensatildeoextensatildeo linear-elaacutestico ateacute agrave cedecircncia

seguido de um comportamento perfeitamente plaacutestico

Embora algumas das suposiccedilotildees possam natildeo refletir o verdadeiro comportamento do

FRP agrave flexatildeo tornam-se necessaacuterias para a introduccedilatildeo de dados computacionais Por exemplo

natildeo eacute considerado a deformaccedilatildeo por corte que ocorre na camada adesiva fazendo com que

ocorra um deslizamento relativo entre o FRP e o substrato

813 Criteacuterio de seguranccedila da resistecircncia agrave flexatildeo

O criteacuterio de seguranccedila da resistecircncia aacute flexatildeo deve ser verificado comparando o

momento fletor resistente de caacutelculo afetado por um coeficiente de reduccedilatildeo de ductilidade empty

descrito anteriormente e do momento fletor solicitante da combinaccedilatildeo mais desfavoraacutevel

empty119872119899 ge 119872119906 (88)

empty=Coeficiente de ductilidade

119872119899=Momento fletor resistente de caacutelculo

119872119906=Momento fletor solicitante da combinaccedilatildeo mais desfavoraacutevel Nmm

814 Niacutevel de extensatildeo no FRP

O maacuteximo de extensatildeo possiacutevel no FRP designada por extensatildeo efetiva 120576119891119890 acontece

quando

Ocorre o esmagamento do betatildeo de compressatildeo

Alcance do valor da extensatildeo de rotura do FRP

145 Tiago Pais Boto

Ocorrecircncia do descolamento do FRP

Entatildeo a extensatildeo efetiva pode ser calculada atraveacutes da seguinte expressatildeo

120576119891119890 = 120576119888119906 (119889119891minus119888

119888) minus 120576119887119894 le 120576119891119889 times 119896119898 (89)

Em que

119896119898 =

1

60120576119891119889(1 minus

119899119864119891119905119891

360000) le 090 119904119890 119899119864119891119905119891 le 180000

1

60120576119891119889(90000

119899119864119891119905119891) le 09 119904119890 119899119864119891119905119891 ge 180000

[119873119898119898] (810)

Onde

120576119891119890 = Extensatildeo efetiva do FRP

120576119888119906 = Extensatildeo maacutexima admitida no betatildeo comprimido

119889119891 = Distacircncia da face mais comprimida do betatildeo ao centro geomeacutetrico do FRP

c = Distancia da fibra mais comprimida ao eixo neutro

120576119887119894= Extensatildeo do betatildeo no substrato (betatildeo de recobrimento) no momento de instalaccedilatildeo do FRP

120576119891119889= Valor de caacutelculo da extensatildeo de rotura do FRP

n = Numero de camadas de FRP

119864119891 = Moacutedulo de elasticidade do FRP

119905119891 = Espessura de cada camada de FRP

815 Niacutevel de tensatildeo no FRP

A tensatildeo maacutexima que o FRP pode suportar antes da rotura da estrutura por flexatildeo pode

ser calculada admitindo um comportamento elaacutestico para o FRP atraveacutes da expressatildeo seguinte

119891119891119890 = 119864119891120576119891119890 (811)

Onde

119891119891119890=Tensatildeo efetiva no FRP niacutevel alcanccedilado na rotura da seccedilatildeo

119864119891=Modulo de elasticidade do FRP

120576119891119890=Extensatildeo efetiva no FRP niacutevel alcanccedilado na rotura da seccedilatildeo

146

816 Fator de reduccedilatildeo de ductilidade

Tendo em conta que a ductilidade de uma viga reforccedilada com FRP eacute inferior ao sistema original

desta maneira eacute importante verificar o niacutevel de deformaccedilatildeo das armaduras no estado limite

uacuteltimo apoacutes o esmagamento do betatildeo e descolamento do FRP de forma a manter a ductilidade

em niacuteveis aceitaacuteveis Este paracircmetro empty seraacute um fator de reduccedilatildeo do momento resistente

Figura 8-1 Fator de reduccedilatildeo do momento resistente em funccedilatildeo da extensatildeo do accedilo (adaptado

por Joaquim barros et al)

817 Estados limites de serviccedilo

Para se poderem evitar ou prevenir deformaccedilotildees plaacutesticas excessivas estas devem ser

limitadas em elementos de betatildeo armado reforccedilados com FRP para os estados limites de

utilizaccedilatildeo especialmente para elementos submetidos a cargas ciacuteclicas (El-Tawil et al 2001)

Desta forma a tensatildeo nas armaduras deve ser limitada a 80 e a tensatildeo de compressatildeo no betatildeo

limitada a 45 exemplificado nas expressotildees seguintes

119891119904119904 le 08 119891119904119910 (812)

119891119888119904 le 045119891119888 (813)

Onde

119891119904119904 = Tensatildeo para o accedilo natildeo preacute-esforccedilado para estados limites de utilizaccedilatildeo

119891119904119910 = Tensatildeo de cedecircncia para o accedilo natildeo preacute-esforccedilado

119891119888119904 = Resistecircncia de compressatildeo do betatildeo para estados limites de utilizaccedilatildeo

119891119888 = Resistecircncia agrave compressatildeo do betatildeo

147 Tiago Pais Boto

De acordo com Yamaguchi et al (1997) os autores observaram que existe uma relaccedilatildeo

linear entre a resistecircncia e as accedilotildees de longa duraccedilatildeo e o logaritmo do tempo de permanecircncia

do carregamento Chegaram agrave conclusatildeo que depois de aproximadamente 50 anos a resistecircncia

inicial do GFRP reduz em cerca de 30 a resitencia inicial do AFRP apresenta uma reduccedilatildeo

de cerca de 47 e a resistecircncia do CFRP tem uma perda de resistecircncia de aproximadamente

91 De acordo com Malvar (1998) os valores encontrados foram semelhantes

Desta maneira para se evitar a rotura dos sistemas reforccedilados com FRPs devido a accedilotildees

de longa duraccedilatildeo os valores da tensatildeo no FRP 119891119891119904 podem ser obtido segundo uma anaacutelise

elaacutestica e aplicando o momento que resulta das accedilotildees quase permanentes e das accedilotildees ciacuteclicas

Assim os valores das tensotildees para os sistemas GFRP AFRP e CFRP devem ficar limitados aos

valores indicados na tabela seguinte

Tabela 8-2 Limite de tensatildeo no FRP para carregamentos de longa duraccedilatildeo e accedilotildees ciacuteclicas

Tipo de Fibra do sistema FRP GFRP AFRP CFRP

020 119891119891119906 03 119891119891119906 055 119891119891119906

Onde

119891119891119906= Resistecircncia uacuteltima de caacutelculo do FRP

Os valores indicados na tabela satildeo resultado da aplicaccedilatildeo de um fator de seguranccedila de

06 aos valores dos fatores redutores de 03 047 e 091 para as fibras GFRP AFRP e CFRP

respetivamente

818 Aplicaccedilatildeo a seccedilotildees retangulares

Em aplicaccedilotildees de reforccedilo em seccedilotildees retangulares a resistecircncia agrave flexatildeo pode ser

determinada considerando a compatibilidade de deformaccedilotildees e o equiliacutebrio das forccedilas internas

atraveacutes do diagrama paraacutebola-retacircngulo

148

Figura 8-2Distribuiccedilatildeo de extensotildees e de tensotildees na verificaccedilatildeo aos estados limites uacuteltimos

(nas equaccedilotildees h foi substituiacutedo por 119889119891) (adaptado por Joaquim barros et al)

A distribuiccedilatildeo de extensotildees e de tensotildees representadas na figura anterior o momento

fletor resistente da secccedilatildeo na verificaccedilatildeo aos estados limite uacuteltimo pode ser calculado por

intermeacutedio da equaccedilatildeo seguinte

119872119899 = 119860119904119891119904 (119889119904 minus1205731119888

2) + 120595119891119860119891119891119891119890 (119889119891 minus

1205731119888

2) (814)

Onde

119872119899 = Momento fletor resistente da secccedilatildeo

119860119904 = Aacuterea da armadura convencional de traccedilatildeo

119891119904 = Tensatildeo de traccedilatildeo no accedilo

119889119904= Distancia entre a fibra do betatildeo mais comprimida e o centro geomeacutetrico da armadura de

traccedilatildeo

1205731 = Factor de transformaccedilatildeo do diagrama de tensotildees podendo assumir-se 08

c = Distancia da fibra de betatildeo mais comprimida ao eixo neutro

120595119891 =Coeficiente de minoraccedilatildeo da resistecircncia do FRP na flexatildeo pode assumir-se 085

119860119891= Aacuterea de FRP

119891119891119890 =Tensatildeo de traccedilatildeo efetiva no FRP

119889119891 = Altura total do elemento de betatildeo armado

149 Tiago Pais Boto

Por compatibilizaccedilatildeo de extensotildees e jaacute conhecendo a extensatildeo efetiva do FRP 120576119891119890 a

extensatildeo existente na camada de recobrimento logo apoacutes a aplicaccedilatildeo de reforccedilo 120576119887119894 e a posiccedilatildeo

do eixo neutro c podemos calcular a extensatildeo nas armaduras 120576119904 atraveacutes da expressatildeo

120576119904 = (120576119891119890 + 120576119887119894) (119889119904minus119888

119889119891minus119888) (815)

Onde

120576119904 = Niacutevel de extensatildeo nas armaduras

120576119891119890 = Extensatildeo efetiva no FRP niacutevel alcanccedilado na rotura da seccedilatildeo

120576119887119894 = Extensatildeo do betatildeo no substrato (betatildeo de recobrimento) no momento de instalaccedilatildeo do

FRP

119889119904 = Distancia entre a fibra do betatildeo armado mais comprimida e o centro geomeacutetrico da

armadura de traccedilatildeo

119889119891 = Altura total do elemento de betatildeo armado

c = Distancia da fibra de betatildeo mais comprimida ao eixo neutro

Conhecidas as extensotildees de todos os materiais que compotildees a seccedilatildeo e considerando-se

o comportamento linear-elaacutestico ateacute agrave cedecircncia seguido do comportamento perfeitamente

plaacutestico No caso do FRP como tambeacutem jaacute foi dito considera-se um comportamento linear e

elaacutestico Desta forma pode-se obter a correspondente tensatildeo atraveacutes das expressotildees

119891119904 = 119864119904120576119904 119904119890 120576119904 lt 120576119904119910 (816)

119891119904 = 119891119904119910 119904119890 120576119904 ge 120576119904119910 (817)

119891119891119890 = 119864119891120576119891 119904119890 120576119891 le 120576119891119889 (818)

119891119891119890 = 0 119904119890 120576119891 gt 120576119891119889 (819)

Onde

119891119904 =Tensatildeo nas armaduras

119864119904 = Moacutedulo de elasticidade do accedilo

120576119904 = Niacutevel de extensatildeo nas armaduras

150

120576119904119910 =Extensatildeo nas armaduras correspondente aacute tensatildeo de cedecircncia

119891119904119910 = Tensatildeo de cedecircncia para o accedilo natildeo preacute-esforccedilado

119891119891119890 = Tensatildeo de traccedilatildeo efetiva no FRP

119864119891 = Moacutedulo de elasticidade do FRP

120576119891 = Extensatildeo no FRP

120576119891119889 =Valor de caacutelculo da extensatildeo de descolamento do FRP ao substrato

Para o caacutelculo do equiliacutebrio interno de forccedilas se a equaccedilatildeo seguinte for satisfeita com a

verificaccedilatildeo da posiccedilatildeo do eixo neutro Os paracircmetros 1205721 e 1205731 de acordo com ACI 318-05 seccedilatildeo

10273 estatildeo associados agrave equivalecircncia do diagrama paraboacutelico das distribuiccedilatildeo de tensotildees no

betatildeo comprimido para o diagrama retangular e consideraccedilatildeo da linearidade fiacutesica dos

materiais Para 1205741 e 1205731 recomenda-se os valores de 085 e 08 respetivamente se a rotura do

sistema ocorrer por delaminaccedilatildeo ou descolamento do FRP segundo o ACI o diagrama

retangular garante resultados bastantes precisos

119888 =119860119904 119891119904+119860119891 119891119891119890

1205741 119891119888 1205731 119887119896 (820)

Onde

c = Distancia da fibra de betatildeo mais comprimida ao eixo neutro

119860119904 =Aacuterea das armaduras

119891119904 = Tensatildeo nas armaduras

119860119891 =Aacuterea de FRP

119891119891119890 = Tensatildeo de traccedilatildeo efetiva no FRP

1205741 e 1205731= Multiplicador de 119891119888 para determinar a tensatildeo equivalente do betatildeo agrave compressatildeo

119891119888 =Resistecircncia agrave compressatildeo do betatildeo

119887119896 =Largura da seccedilatildeo retangular de betatildeo

819 Tensatildeo no accedilo para estados limites de utilizaccedilatildeo

Assumindo o betatildeo fendilhado podemos calcular a tensatildeo no accedilo da secccedilatildeo reforccedilada

119891119904119904 e a posiccedilatildeo do eixo neutro para as cargas de serviccedilo kd atraveacutes do conceito de

homogeneizaccedilatildeo dos materiais

151 Tiago Pais Boto

119891119904119904 =[119872119904+ 120576119887119894 119860119891119864119891(119889119891minus

1198961198891199043)](119889119904minus119896119889119904)119864119904

119860119904119864119904(119889119904minus1198961198891199043)(119889119904minus119896119889119904)+119860119891119864119891(119889119891minus

1198961198891199043)(119889119891minus119896119889119904)

(821)

Em que

119896 = radic(120588119904119864119904

119864119888+ 120588119891

119864119891

119864119888)2

+ 2(120588119904119864119904

119864119888+ 120588119891

119864119891

119864119888(119889119891

119889119904)) minus (120588119904

119864119904

119864119888+ 120588119891

119864119891

119864119888) (822)

Onde

119891119904119904 = Tensatildeo nas armaduras para as cargas de serviccedilo

119872119904 =Momento no momento elaacutestico do elemento

120576119887119894 = Extensatildeo do betatildeo no substrato (betatildeo de recobrimento) no momento de instalaccedilatildeo do

FRP

119860119891 = Aacuterea de FRP

119864119891 = Moacutedulo de elasticidade do FRP

119889119891 = Altura total do elemento de betatildeo armado

119896 = Razatildeo entre a profundidade do eixo neutro e a profundidade medida no mesmo lado do eixo

neutro

119889119904 = Distancia entre a fibra mais comprimida do betatildeo armado e o centro geomeacutetrico da

armadura de traccedilatildeo

119864119904 = Moacutedulo de elasticidade do accedilo

119860119904 = Aacuterea das armaduras

120588119904 = Percentagem de reforccedilo da armadura convencional

119864119888 = Moacutedulo de elasticidade do betatildeo

120588119891 = Percentagem de reforccedilo de FRP

152

Figura 8-3 Distribuiccedilatildeo de tensotildees e extensotildees na verificaccedilatildeo dos estados limites de

utilizaccedilatildeo (adaptado por Joaquim barros et al)

8110 Tensatildeo no FRP para estados limites de utilizaccedilatildeo

Devido agrave atuaccedilatildeo de cargas de longa duraccedilatildeo e fadiga deve-se limitar a tensatildeo existente

no FRP atraveacutes da expressatildeo seguinte considerando-se as cargas quase permanentes e

comparar aos limites da tabela 16 recomendados pelo ACI

119891119891119904 = 119891119904119904 (119864119891

119864119904)119889119891minus119896119889119904

119889119904minus119896119889119904minus 120576119887119894119864119891 (823)

Onde

119891119891119904 = Tensatildeo no FRP causado pelo momento no regime elaacutestico do elemento de betatildeo armado

119891119904119904 = Tensatildeo nas armaduras para as cargas de serviccedilo

119864119891 = Moacutedulo de elasticidade do FRP

119864119904 = Moacutedulo de elasticidade das armaduras

119889119891 = Altura total do elemento de betatildeo armado

k = Razatildeo entre a profundidade do eixo neutro e a profundidade medida no mesmo lado do eixo

neutro

119889119904 = Distancia entre a fibra mais comprimida do betatildeo armado e o centro geomeacutetrico da

armadura de traccedilatildeo

120576119887119894 = Extensatildeo do betatildeo no substrato (betatildeo de recobrimento) no momento de instalaccedilatildeo do

FRP

153 Tiago Pais Boto

8111 Fluxograma para verificaccedilatildeo da capacidade resistente da seccedilatildeo reforccedilada agrave flexatildeo

De acordo com ACI 440 para a verificaccedilatildeo dos estados limites uacuteltimos a resistecircncia agrave

flexatildeo pode ser obtida seguindo o fluxograma indicado na figura seguinte Mas sendo que o

valor de 120576119891119889 diminui com a rigidez do sistema de reforccedilo na situaccedilatildeo em que a extensatildeo do

FRP for superior egrave extensatildeo efetiva torna-se necessaacuterio usar mais fibras de FRP no entanto no

contexto da rigidez e do valor econoacutemico eacute preferiacutevel aumentar a largura das camadas de FRP

do que aplicar mais camadas de FRP

154

Figura 8-4Diagrama para verificaccedilatildeo aos ELU em reforccedilo de seccedilotildees em betatildeo armado com

FRP (adaptado de Joaquim barros et al)

Determinar a extensatildeo inicial

Determinar a rigidez

Determinar o paracircmetro

Impor ruiacutena por esmagamento do betatildeo ( = )e =

Calcular a posiccedilatildeo da linha neutra c

Calcular o estado de extensatildeo no accedilo

lt

Calcular o estado de tensatildeo no accedilo

Tensatildeo no accedilo =

Calcular a tensatildeo efetiva no reforccedilo

Com a meacutedia dos valores de c calcula-se a nova

extensatildeo no reforccedilo

Obter a meacutedia dos dois valores de c Verificaccedilatildeo de equilibrio calcular a

posiccedilatildeo da linha neutra c

lt lt

Alterar a aacuterea do FRP de

Verificaccedilatildeo de dectilidade da seccedilatildeo calcular fAtor de reduccedilatildeo φ

Calcular o momento resistente

Criteacuterio de seguranccedila ao ELU

eacute verificado

Fim

Fornecer as caracteristicas geomeacutetricas da seccedilatildeo e

propriedades mecanicas dos

NAtildeONAtildeO

NAtildeO

SIM

SIM

SIM

155 Tiago Pais Boto

82 Reforccedilo ao esforccedilo transverso de uma viga ou pilar de betatildeo armado

821 Configuraccedilotildees geomeacutetricas de reforccedilo

Existem essencialmente trecircs tipos de revestimento de FRP usados para aumentar a

resistecircncia ao corte de uma viga de betatildeo armado ou pilar

Das trecircs hipoacuteteses a mais eficiente eacute total envolvimento da seccedilatildeo ilustrado na figura seguinte

a) Total envolvimento da seccedilatildeo

b) Em forma de U

c) Colagem em duas faces

Figura 8-5Configuraccedilotildees geomeacutetricas do reforccedilo ao corte com FRP (ACI 4402R-08)

822 Resistecircncia Nominal de corte

De acordo com o ACI 318-05 o valor da resistecircncia nominal de corte deve ser

multiplicado por um fator de reduccedilatildeo ϕ=085

ϕ119881119899 ge 119881119906 (824)

O valor nominal da resistecircncia ao corte tambeacutem pode ser calculado fazendo o

somatoacuterio da contribuiccedilatildeo da armadura resistente ao corte da contribuiccedilatildeo do betatildeo e do

sistema FRP afetado de um coeficiente de minoraccedilatildeo 120595119891 dependente da configuraccedilatildeo de

reforccedilo

Φ119881119899=ϕ(119881119888 + 119881119904 + 120595119891119881119891) (825)

Onde

119881119899 =Valor nominal da resistecircncia ao corte

119881119906 = Valor resistente ao corte requerido

156

119881119888 = Contribuiccedilatildeo do betatildeo para a resistecircncia ao corte de uma seccedilatildeo de betatildeo

119881119904 = Contribuiccedilatildeo das armaduras para a resistecircncia ao corte de uma seccedilatildeo de betatildeo

120595119891 = Coeficiente de minoraccedilatildeo dependente da configuraccedilatildeo de reforccedilo

Figura 8-6Valores correspondentes ao coeficiente 120595119891 (adaptaccedilatildeo de Joaquim barros et al)

823 Valor de caacutelculo da contribuiccedilatildeo do FRP

De acordo com ACI 440 o valor da contribuiccedilatildeo do FRP para aumentar a resistecircncia ao

esforccedilo transverso de uma viga de betatildeo armado eacute calculado com a expressatildeo seguinte

(Joaquim barros et al)

119881119891119889 = ϕ times 120595119891119860119891119907times119891119891119890times(sin120573+cos120573)times119889119891119907

119904119891 (826)

Em que

119860119891119907 = 2 times 119899119891 times 119905119891 times 119908119891 (827)

Onde

119881119891119889 = Valor de caacutelculo da contribuiccedilatildeo do FRP para contribuiccedilatildeo ao corte

ϕ = Fator de reduccedilatildeo de resistecircncia ACI 318-05 (empty = 085)

120595119891 =Coeficiente de minoraccedilatildeo dependente da configuraccedilatildeo de reforccedilo

119860119891119907 = Aacuterea de reforccedilo de FRP ao corte

119891119891119890 = Tensatildeo efetiva do FRP

120573 = Orientaccedilatildeo das fibras de FRP

119889119891119907= Altura uacutetil do reforccedilo de FRP

119904119891 = Espaccedilamento do FRP na direccedilatildeo do eixo da viga

157 Tiago Pais Boto

119899119891 = Nuacutemero de camadas de FRP

119905119891 = Espessura por camada de FRP

119908119891 =Largura por unidade de FRP

Figura 8-7Identificaccedilatildeo dos paracircmetros intervenientes na formulaccedilatildeo do reforccedilo com FRP

(ACI 4402R)

824 Tensatildeo efetiva do FRP

119891119891119890 = 120576119891119890 times 119864119891 (828)

Onde

119891119891119890 = Tensatildeo efetiva do FRP

120576119891119890 = Extensatildeo efetiva do FRP (extensatildeo do FRP na rotura da seccedilatildeo de betatildeo armado)

119864119891 = Moacutedulo de elasticidade do FRP

825 Extensatildeo efetiva para configuraccedilatildeo de envolvimento total da seccedilatildeo com FRP

De acordo com o ACI 440 observou-se que em reforccedilo de vigas ou pilares com

envolvimento total da seccedilatildeo ocorria uma perda de ligaccedilatildeo nos agregados do betatildeo onde o niacutevel

de extensatildeo era maior desta maneira o niacutevel de extensatildeo efetiva 120576119891119890 deveraacute ser limitada a

120576119891119890 = 0004 le 075 times 120576119891119906 (829)

Onde

120576119891119890 = Extensatildeo efetiva do FRP (extensatildeo do FRP na rotura da seccedilatildeo de betatildeo armado)

120576119891119906 = Valor de caacutelculo da extensatildeo de rotura do FRP

158

826 Extensatildeo efetiva para configuraccedilatildeo de envolvimento da seccedilatildeo com FRP em forma de U

e nas duas faces

Nestes dois casos de envolvimento da seccedilatildeo de betatildeo com FRP de acordo com o ACI

440 Triantafillou em 1998 observou que antes da perda de ligaccedilatildeo dos agregados ocorreu a

delaminaccedilatildeo do betatildeo desta forma analisaram-se as tensotildees de aderecircncia permitindo chegar a

um coeficiente de reduccedilatildeo aplicaacutevel ao corte 119896119907 de forma a viabilizar estas duas configuraccedilotildees

de envolvimento da seccedilatildeo com FRP

120576119891119890 = 119896119907 times 120576119891119890 le 0004 (830)

Em que

119896119907 =1198961times1198962times119871119890

11900times120576119891119906le 075 (831)

1198961 = (119891119888

27)23frasl

(832)

1198962 =

119889119891119907minus119871119890

119889119891119907 119877119890119891119900119903ccedil119900 119890119898 119891119900119903119898119886 119889119890 119880

119889119891119907minus2times119871119890

119889119891119907 119877119890119891119900119903ccedil119900 119886119901119897119894119888119886119889119900 119899119886119904 119891119886119888119890119904 119897119886119905119890119903119886119894119904

(833)

119871119890 =23300

(119899119891times119905119891times119864119891)058 (834)

Onde

120576119891119890 = Extensatildeo efetiva do FRP (extensatildeo do FRP na rotura da seccedilatildeo de betatildeo armado)

119896119907 =Coeficiente de reduccedilatildeo de aderecircncia

1198961 =Coeficiente que tem em conta a resistecircncia do betatildeo

1198962 =Fator que tem em conta a configuraccedilatildeo do reforccedilo

119871119890 =Comprimento de colagem efetivo do FRP

120576119891119906 = Valor de caacutelculo da extensatildeo de rotura do FRP

119891119888 = Valor caracteriacutestico da resistecircncia agrave compressatildeo do betatildeo

159 Tiago Pais Boto

119889119891119907 = Altura uacutetil do reforccedilo de FRP

119899119891 = Nuacutemero de camadas de FRP

119905119891 = Espessura por camada de FRP

119864119891 = Moacutedulo de elasticidade do FRP

827 Coeficiente de reduccedilatildeo ambiental 119914119942

Como jaacute referido no iniacutecio do capiacutetulo 6 Os elementos de reforccedilo FRP indicados nos

documentos teacutecnicos dos fabricantes natildeo satildeo afetados por nenhum coeficiente de minoraccedilatildeo

devido aacute exposiccedilatildeo ambiental desta maneira o ACI 440 recomenda que os alores de resistecircncia

agrave traccedilatildeo e da extensatildeo uacuteltima sejam corregidos por o coeficiente ambiental 119862119864

ƒ119891119906 = 119862119864 times ƒ119891119906lowast (835)

120576119891119906 = 119862119864 times 120576119891119906lowast (836)

ƒ119891119906=Resistecircncia uacuteltima de caacutelculo do FRP

ƒ119891119906lowast =Resistecircncia uacuteltima do FRP segundo o fabricante

119862119864=Coeficiente de reduccedilatildeo da accedilatildeo do meio ambiente

120576119891119906= Extensatildeo uacuteltima de caacutelculo do FRP

120576119891119906lowast =Extensatildeo uacuteltima do FRP segundo o fabricante

Page 6: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES

vi

vii Tiago Pais Boto

Iacutendice

AGRADECIMENTOS iii

RESUMO iv

ABSTRACT v

IacuteNDICE DE FIGURAS 1

IacuteNDICE DE TABELAS 4

ACROacuteNIMOS 4

SIMBOLOGIA 6

1 INTRODUCcedilAtildeO 13

11 Enquadramento 13

12 Objetivos 14

13 Estrutura da dissertaccedilatildeo 15

2 Normas Regulamentaccedilatildeo e Documentaccedilatildeo teacutecnica 17

21 Normas europeias mais relevantes e que devem consultadas na realizaccedilatildeo de um

projeto de reabilitaccedilatildeo estrutural 17

22 Importacircncia da Norma EN NP 1504 em projetos de reforccediloreparaccedilatildeo 17

23 Os regulamentos publicados em Portugal na aacuterea do projeto estrutural 22

24 Por fim aconselha-se consulta da seguinte documentaccedilatildeo que apresenta

recomendaccedilotildees relevantes para na realizaccedilatildeo de um projeto de reabilitaccedilatildeo estrutural 22

3 Avaliaccedilatildeo e diagnoacutestico do estado de conservaccedilatildeo das estruturas de betatildeo armado 25

31 Introduccedilatildeo 25

32 Metodologia de inspeccedilatildeo 25

33 Ensaios in situ e Ensaios laboratoriais 26

331 Anaacutelise e monitorizaccedilatildeo de vibraccedilotildees em estruturas 26

332 Ensaios de ultrassons em betatildeo 27

333 Deteccedilatildeo de armaduras com recurso do pacoacutemetro 30

334 Deteccedilatildeo de corrosatildeo em armaduras por mediccedilatildeo dos potenciais eleacutetricos 32

335 Determinaccedilatildeo do teor de cloretos no betatildeo 33

336 Ensaio de aderecircncia por traccedilatildeo (pull-off) 35

337 Resistecircncia aacute compressatildeo com recurso ao escleroacutemetro do tipo Schmidt 36

338 Avaliaccedilatildeo da profundidade de carbonataccedilatildeo com indicador de fenolftaleiacutena 38

viii

339 Observaccedilatildeo boroscoacutepica de cavidades e fendas 40

3310 Mediccedilatildeo de deslocamentos em juntas e fendas com o alongacircmetro 41

3311 Determinaccedilatildeo da resistecircncia de betotildees a partir de provetes ciliacutendricos 42

3312 Mediccedilatildeo da espessura da seccedilatildeo atraveacutes de ensaios impacto-eco 44

4 Patologias em Estruturas de Betatildeo Armado 47

41 Introduccedilatildeo 47

42 Erros de projeto 48

43 Deficiente execuccedilatildeo 49

44 Erros de Exploraccedilatildeo Manutenccedilatildeo 49

441 Mecanismos Mecacircnicos 49

442 Mecanismos Quiacutemicos 52

443 Mecanismos Fiacutesicos 56

5 Reparaccedilatildeo e Reforccedilo de Estruturas de betatildeo armado 59

51 Enquadramento Geral de uma intervenccedilatildeo de reforccedilo 59

52 Aspetos teacutecnicos a considerar em situaccedilotildees de reparaccedilatildeo ou reforccedilo estrutural 59

53 Metodologias de intervenccedilatildeo 60

54 Verificaccedilatildeo da seguranccedila de estruturas existentes 62

55 Caracterizaccedilatildeo do tipo de intervenccedilatildeo 65

56 Paracircmetros principais a considerar no dimensionamento do Reforccedilo 66

57 Mecanismos de transferecircncia de tensotildees de acordo com CEB Nordm162 68

571 Transferecircncia de tensotildees atraveacutes de compressatildeo direta betatildeo sobre betatildeo 68

572 Transferecircncia de tensotildees atraveacutes de adesatildeo betatildeobetatildeo 69

573 Transferecircncia de tensotildees atraveacutes de fricccedilatildeo betatildeobetatildeo 69

574 Transferecircncia de tensotildees de compressatildeo atraveacutes camadas de resina 70

575 Transferecircncia de forccedilas das armaduras de reforccedilo para armaduras de reforccedilo ou

armaduras existentes 72

58 Principais Teacutecnicas de reparaccedilatildeo e reforccedilo estrutural 73

581 Meacutetodos de proteccedilatildeoreparaccedilatildeo eletroquiacutemica 73

582 Reforccedilo de seccedilotildees com encamisamentocolagem de chapas metaacutelicas (EBR)

Externally bonded reinforcement 82

583 Reforccedilo de seccedilotildees com encamisamento de betatildeo armado 95

ix Tiago Pais Boto

584 Reforccedilo de estruturas em betatildeo com colagem de compoacutesitos FRP (Poliacutemeros

reforccedilados com fibras) 105

6 Exemplos de casos praacuteticos de reparaccedilatildeo e reforccedilo 113

61 Cais de carga geral do porto de Aveiro 113

62 Viaduto Duarte Pacheco 117

63 Reabilitaccedilatildeo da ponte cais da Trafaria 122

64 Reabilitaccedilatildeo da ponte de Arraacutebida 125

7 CONCLUSOtildeES E DESENVOLVIMENTOS FUTUROS 130

71 CONCLUSOtildeES 130

72 DESENVOLVIMENTOS FUTUROS 130

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 131

Anexo 1 141

8 Consideraccedilotildees gerais de reforccedilo com FRP agrave flexatildeo e corte em seccedilotildees retangulares de

acordo com ACI 440 e ACI 318 141

81 Reforccedilo agrave flexatildeo 143

811 Modos de ruina 143

812 Hipoacuteteses baacutesicas do dimensionamento 143

813 Criteacuterio de seguranccedila da resistecircncia agrave flexatildeo 144

814 Niacutevel de extensatildeo no FRP 144

815 Niacutevel de tensatildeo no FRP 145

816 Fator de reduccedilatildeo de ductilidade 146

817 Estados limites de serviccedilo 146

818 Aplicaccedilatildeo a seccedilotildees retangulares 147

819 Tensatildeo no accedilo para estados limites de utilizaccedilatildeo 150

8110 Tensatildeo no FRP para estados limites de utilizaccedilatildeo 152

8111 Fluxograma para verificaccedilatildeo da capacidade resistente da seccedilatildeo reforccedilada agrave flexatildeo

153

82 Reforccedilo ao esforccedilo transverso de uma viga ou pilar de betatildeo armado 155

821 Configuraccedilotildees geomeacutetricas de reforccedilo 155

822 Resistecircncia Nominal de corte 155

823 Valor de caacutelculo da contribuiccedilatildeo do FRP 156

824 Tensatildeo efetiva do FRP 157

x

825 Extensatildeo efetiva para configuraccedilatildeo de envolvimento total da seccedilatildeo com FRP 157

826 Extensatildeo efetiva para configuraccedilatildeo de envolvimento da seccedilatildeo com FRP em forma

de U e nas duas faces 158

827 Coeficiente de reduccedilatildeo ambiental 119914119942 159

1 Tiago Pais Boto

IacuteNDICE DE FIGURAS

Figura 1-1 Peso () da Reabilitaccedilatildeo Residencial na Produccedilatildeo Total da Construccedilatildeo para 14 paiacuteses da Europa

(AECOPS 2009) 14

Figura 2-1 Etapas de um processo de reparaccedilatildeoreforccedilo (Silva 2008) 21

Figura 3-1 Esquema do equipamento para registo de vibraccedilotildees (oz diagnostico2015) 27

Figura 3-2 Equipamento para ensaios de ultrassons no betatildeo (ATCP Physical Engineering) 28

Figura 3-3Ilustraccedilatildeo das trecircs metodologias para realizaccedilatildeo de ensaios ultrassons (ATCP Physical Engineering)

28

Figura 3-4 Pacoacutemetro (geotechpedia 2012) 31

Figura 3-5 Equipamento para mediccedilatildeo do teor de cloretos in situ (oz diagnostico 2015) 34

Figura 3-6 Esquematizaccedilatildeo do ensaio de aderecircncia por traccedilatildeo pull-off (oz diagnostico 2015) 36

Figura 3-7 Escleroacutemetro de Schmidt (Nabrande Wikipedia 2015) 37

Figura 3-8 Reaccedilatildeo da fenolftaleiacutena numa carote de betatildeo (oz diagnostico 2015) 39

Figura 3-9 Esquematizaccedilatildeo de um boroscoacutepio (oz diagnostico 2015) 40

Figura 3-10Alongacircmetro mecacircnico (oz diagnostico 2015) 41

Figura 3-11 Extraccedilatildeo de carote com localizaccedilatildeo preacutevia da malha de armaduras (oz diagnostico 2015) 43

Figura 3-12 Parte do equipamento para realizaccedilatildeo do ensaio (impacto-ecoimpact Echo instruments 2015) 44

Figura 4-1 Modelo de Tuutti evoluccedilatildeo dos niacuteveis de deterioraccedilatildeo ao longo da vida uacutetil de uma estrutura (Concrete

Institute of Australia 2015) 48

Figura 4-2Modelo simplificado do processo de corrosatildeo nas armaduras (ACosta1997) 54

Figura 4-3 Evoluccedilatildeo dos niacuteveis de concentraccedilatildeo de CO2 nos uacuteltimos 50 anos 55

Figura 5-1 Comportamento teoacuterico dos modelos de anaacutelise (Appleton Jamp Costa A 2011) 63

Figura 5-2 Tensatildeo de corte em funccedilatildeo da tensatildeo normal em superfiacutecie de betatildeo tratada com jacto de areia (CEB

Bulletin drsquoinformation nordm1621983) 70

Figura 5-3 Espessura da camada de resina e correspondente resistecircncia agrave traccedilatildeo (CEB Bulletin drsquoinformation

nordm162 1983) 71

Figura 5-4Tensatildeo de corte em funccedilatildeo do deslizamento para vaacuterias espessuras de chapa de accedilo coladas (CEB

Bulletin drsquoinformation nordm162 1983) 72

Figura 5-5 Transferecircncia de forccedilas atraveacutes das armaduras de reforccedilo (CED 2015) 72

Figura 5-6Esquema de proteccedilatildeo catoacutedica por corrente imposta com recurso a acircnodo inerte distribuiacutedo (adaptado

de G Kakuba 2005) 75

Figura 5-7Esquema de proteccedilatildeo catoacutedica por corrente imposta com recurso a acircnodos internos (adaptado de G

Kakuba 2005) 75

Figura 5-8 Esquema de proteccedilatildeo catoacutedica com recurso a acircnodos de sacrifiacutecio sem necessidade de fonte de corrente

contiacutenua (adaptado de G Kakuba 2005) 76

Figura 5-9Malha de titacircnio (Global Sources 2015) 77

Figura 5-10 Fita de malha de titacircnio (Chemical Newtech 2015) 77

Figura 5-11 Acircnodo de titacircnio ativado (Global Sources 2015) 78

2

Figura 5-12 Aplicaccedilatildeo de tinta orgacircnica condutora (CONREHAB Cathodic protection 2015) 78

Figura 5-13 Acircnodo enterrado de magneacutesio (AEGION 2015) 79

Figura 5-14Sistema de acircnodo adesivo de zinco (Jianhai Qiu 2002) 79

Figura 5-15Acircnodo de zinco envolvido em argamassa de elevada porosidade (CCASMI Corrosion Services

2015) 80

Figura 5-16Sistema de proteccedilatildeo catoacutedica com malha de zinco (FOSROC 2015) 80

Figura 5-17Aplicaccedilatildeo de metais por projeccedilatildeo em estrutura de betatildeo armado (Structural Technologies 2015) 81

Figura 5-18 Diagrama de Pourbaix para Fe-H2O a 25ordmC (SJSU2015) 81

Figura 5-19Reforccedilo com encamisamento metaacutelico eliacuteptico para seccedilotildees retangulares (Aboutaha RS et all 1999)

84

Figura 5-20 Dimensotildees recomendadas no reforccedilo agrave flexatildeo de uma viga em betatildeo armado (Gomes A Appleton

J1997) 84

Figura 5-21 Dimensotildees recomendadas no reforccedilo ao esforccedilo transverso de uma viga em betatildeo armado (Gomes

A Appleton J) 85

Figura 5-22 Deformaccedilatildeo de pilares devido agrave formaccedilatildeo de roacutetulas plaacutesticas ldquoph-plastic hingesrdquo (SCRIP academic

publisher 2015) 86

Figura 5-23Esquematizaccedilatildeo de um encamisamento metaacutelico (Chai Y H et al 1991) 86

Figura 5-24Seccedilatildeo de betatildeo confinada com anel e encamisamento metaacutelico (Attard M M Setunge S 1996) 87

Figura 5-25 Modelo de caacutelculo de pilares agrave flexatildeo composta (Gomes A Appleton J) 90

Figura 5-26 Modelo de caacutelculo agrave flexatildeo de vigas reforccediladas por colagem de chapas metaacutelicas (Gomes A

Appleton J) 91

Figura 5-27 Distribuiccedilatildeo plaacutestica das tensotildees de aderecircncia (Gomes A Appleton J) 93

Figura 5-28 Encamisamento de pilares com betatildeo armado (Santos 2008) 95

Figura 5-29Disposiccedilatildeo das armaduras mais utilizado no encamisamento de vigas (Gomes A Appleton J) 96

Figura 5-30 Disposiccedilatildeo das armaduras mais utilizado no encamisamento de pilares (Gomes A Appleton J)

97

Figura 5-31Espessura a betonar em funccedilatildeo do material e teacutecnica utilizada (Gomes A Appleton J) 97

Figura 5-32Modelo de caacutelculo agrave flexatildeo de vigas reforccediladas por encamisamento de betatildeo armado (Gomes A

Appleton J) 98

Figura 5-33 Modelo de caacutelculo para verificaccedilatildeo da ligaccedilatildeo betatildeo existentebetatildeo novo (Gomes A Appleton J)

99

Figura 5-34Pilar com encamisamento de betatildeo armado total (Aacutelvaro Sousa 2008) 102

Figura 5-35Modelo de caacutelculo dos esforccedilos resistentes agrave flexatildeo composta (Aacutelvaro Sousa 2008) 104

Figura 5-36 Compoacutesito de FRP (Formas Preacute-Fabricada e Curada ldquoin siturdquo) (LJuvandes et all 2007) 106

Figura 5-37 Comportamento agrave traccedilatildeo de fibras e metais (ACI 440R-96 1996) 107

Figura 5-38 Aplicaccedilatildeo do sistema FRP (adaptado de BASF 2007) 110

Figura 5-39Fatores condicionantes para a durabilidade dos FRPrsquos 110

Figura 6-1 Vista do Cais de Carga do porto de Aveiro (LOURENCcedilO Z 2007) 113

3 Tiago Pais Boto

Figura 6-2 Corte da viga frontal com a ilustraccedilatildeo das diferentes zonas anoacutedicas do sistema de proteccedilatildeo catoacutedica

(LOURENCcedilO Z 2007) 114

Figura 6-3 Instalaccedilatildeo das fitas de malha de TiMMO (LOURENCcedilO Z 2007) 115

Figura 6-4 Unidade Central de controlo e monitorizaccedilatildeo (LOURENCcedilO Z 2007) 115

Figura 6-5 Meacutedia dos valores do decrescimento do potencial (72 h) em funccedilatildeo da densidade de corrente

(LOURENCcedilO Z 2007) 117

Figura 6-6 Vista geral viaduto Duarte Pacheco (httpwwwpanoramiocom 2014) 117

Figura 6-7 Alccedilado do Viaduto Duarte Pacheco (APPLETON J et al 2004) 118

Figura 6-8 Fendilhaccedilatildeo das reaccedilotildees alcali-siacutelica no betatildeo nas vigas do tabuleiro (APPLETON J et al 2004)119

Figura 6-9 Fendilhaccedilatildeo em pilar e trabalho de injeccedilatildeo (APPLETON J et al 2004) 120

Figura 6-10 Reabilitaccedilatildeo de apoios moveis (APPLETON J et al 2004) 120

Figura 6-11 Substituiccedilatildeo de apoios moacuteveis bloqueados e deformados (APPLETON J et al 2004) 120

Figura 6-12Reforccedilo com laminados de fibra de carbono (APPLETON J et al 2004) 121

Figura 6-13Reconstruccedilatildeo das lajes consola e dos passeios (APPLETON J et al 2004) 121

Figura 6-14Vista geral do viaduto Duarte Pacheco apoacutes intervenccedilatildeo (APPLETON J et al 2004) 122

Figura 6-15 Ponte Cais da Trafaria (a2p estudos e projetos 2004) 122

Figura 6-16 Estado de degradaccedilatildeo da estrutura (a2p estudos e projetos 2004) 123

Figura 6-17 Intervenccedilotildees nas vigas da ponte cais da Trafaria (a2p estudos e projetos 2004) 124

Figura 6-18 Vista geral Ponte da Arraacutebida (Gaiurb 2015) 125

Figura 6-19 Ilustraccedilatildeo do mapeamento das Patologias (APPLETON J et al 2002) 126

Figura 6-20 Localizaccedilatildeo das zonas ensaiadas (APPLETON J et al 2002) 127

Figura 6-21 Corrosatildeo das armaduras (APPLETON J et al 2002) 128

Figura 8-1 Fator de reduccedilatildeo do momento resistente em funccedilatildeo da extensatildeo do accedilo (adaptado por Joaquim barros

et al) 146

Figura 8-2Distribuiccedilatildeo de extensotildees e de tensotildees na verificaccedilatildeo aos estados limites uacuteltimos (nas equaccedilotildees h foi

substituiacutedo por 119889119891) (adaptado por Joaquim barros et al) 148

Figura 8-3 Distribuiccedilatildeo de tensotildees e extensotildees na verificaccedilatildeo dos estados limites de utilizaccedilatildeo (adaptado por

Joaquim barros et al) 152

Figura 8-4Diagrama para verificaccedilatildeo aos ELU em reforccedilo de seccedilotildees em betatildeo armado com FRP (adaptado de

Joaquim barros et al) 154

Figura 8-5Configuraccedilotildees geomeacutetricas do reforccedilo ao corte com FRP (ACI 4402R-08) 155

Figura 8-6Valores correspondentes ao coeficiente 120595119891 (adaptaccedilatildeo de Joaquim barros et al) 156

Figura 8-7Identificaccedilatildeo dos paracircmetros intervenientes na formulaccedilatildeo do reforccedilo com FRP (ACI 4402R) 157

4

IacuteNDICE DE TABELAS

Tabela 2-1 Organizaccedilatildeo da Norma EN NP 1504 18

Tabela 3-1 Qualidade do betatildeo em funccedilatildeo da velocidade de propagaccedilatildeo dos ultrassons (Japanese Society of

Construction) 30

Tabela 3-2Risco de corrosatildeo ativa em funccedilatildeo do niacutevel de potencial 33

Tabela 4-1 Caracteriacutesticas do betatildeo em funccedilatildeo da temperatura (Adaptado de Rosso (1975) Neville (1923) 51

Tabela 5-1 Aspetos teacutecnicos a considerar para situaccedilotildees de reparaccedilatildeo e reforccedilo (Joseacute Vasconcelos Paiva et all

LNEC 2006) 60

Tabela 5-2Metodologia a seguir para projeto de reparaccedilatildeoreforccedilo (ACI Committee 364 1999) 61

Tabela 5-3 Coeficiente 120593119877 para danos provocados por sismos (CEB 1983) 64

Tabela 5-4 Coeficiente 120593119877 para danos provocados por incecircndios (CEB 1983) 64

Tabela 5-5 Coeficiente 120593119877 para danos provocados pela corrosatildeo (CEB 1983) 65

Tabela 5-6Relaccedilatildeo entre Coeficiente de Capacidade e Grau de Intervenccedilatildeo 66

Tabela 5-7 Coeficientes de minoraccedilatildeo (120574prime119862) para betatildeo cofrado em obra (CEB 1983) 66

Tabela 5-8 Coeficientes de minoraccedilatildeo (120574prime119862) para betatildeo projetado (CEB 1983) 66

Tabela 5-9 Coeficientes de minoraccedilatildeo (120574prime119878) para Accedilo (CEB 1983) 67

Tabela 5-10Forccedila de Adesatildeo consoante a interface de ligaccedilatildeo 69

Tabela 5-11 Seacuterie galvacircnica dos materiais 74

Tabela 5-12Propriedades das Principais Fibras (Manoochehr Zoghi 2014) 108

Tabela 5-13 Principais vantagens e desvantagens das fibras FRP (Aacutelvaro Sousa 2008) 112

Tabela 6-1 Resultados obtidos durante dois ciclos de polarizaccedilatildeo despolarizaccedilatildeo (LOURENCcedilO Z 2007) 116

Tabela 6-2 Meacutedia dos valores de decrescimento de potencial obtido em cada zona e em cada ciclo de polarizaccedilatildeo

(LOURENCcedilO Z 2007) 116

Tabela 0-1Valores de coeficiente de minoraccedilatildeo 119862119864 142

Tabela 8-2 Limite de tensatildeo no FRP para carregamentos de longa duraccedilatildeo e accedilotildees ciacuteclicas 147

ACROacuteNIMOS

A - Fibra de Aramida

ACI ndash American Concrete Institute

AECOPS - Associaccedilatildeo de Empresas de Construccedilatildeo Obras Publicas e Serviccedilos

AFRP ndash Aramid Fiber Reinforced Polymer Poliacutemero reforccedilado com fibras de aramida

ASCE ndash American society of civil engineering

ASTM ndash American Society for Testing and Materials

A-HM ndash Fibras de Aramida de elevado moacutedulo de elasticidade

5 Tiago Pais Boto

A-IM ndash Fibras de Aramida de moacutedulo de elasticidade intermeacutedio

BRI ndash Building Research Institute

C - Fibra de carbono

CE ndash Marcaccedilatildeo de no Espaccedilo Econoacutemico Europeu

CFRP ndash Carbon Fiber Reinforced Polymer Poliacutemero reforccedilado com fibras de carbono

CEN - Comiteacute Europeu de Normalizaccedilatildeo

CEB ndash Comiteacute Europeacuteen du Beacuteton

CONREPNET - Thematic network on performance based rehabilitation of reinforced concrete

structures

CPF - Controlo de produccedilatildeo de faacutebrica

CNR ndash Consiglio Nazionale delle Ricerche

C-HM ndash Fibras de Carbono de elevado moacutedulo de elasticidade

C-HS ndash Fibras de Carbono de elevada resistecircncia

DEF ndash Delayed Ettringite Formation

DSC ndash Differential Scanning Calorimetry

DMTA ndash Dynamic Mechanical Thermal Analysis

FRP ndash Fiber Reinforced Polymer

G - Fibra de vidro

GFRP ndash Glass Fiber Reinforced Polymer Poliacutemero reforccedilado com fibras de vidro

G-S ndash Fibras de Vidro de elevada resistecircncia

G-AR ndash Fibras de Vidro de resistecircncia meacutedia

G-E ndash Fibras de Vidro com propriedades similares a G-AR mas de densidade inferior

IBC ndash International Existing Building Code

JCI ndash Japan Concrete Institute

JCSS ndash Joint Committee on Structural Safety

K - Fibra de Kevlar

LNEC ndash Laboratoacuterio Nacional de Engenharia Civil

NACE ndash National Association of Corrosion Engineers

RBA ndash Regulamento do Betatildeo Armado

REBA ndash Regulamento de Estruturas de Betatildeo Armado

REBAP ndash Regulamento de Estruturas de Betatildeo Armado e Preacute-Esforccedilado

RSA ndash Regulamento de Seguranccedila e Accedilotildees para Estruturas de Edifiacutecios e Pontes

6

SIMBOLOGIA

Maiuacutesculas Latinas

AgCl ndash Cloreto de prata

119860119904119890119902

ndash Aacuterea de armadura equivalente

119860119904119894 ndash Aacuterea da armadura existente

119860119904119903 ndash Aacuterea da armadura de reforccedilo

119860119888119894 ndash Aacuterea do betatildeo existente

119860119888119903 ndash Aacuterea do betatildeo de reforccedilo

119860119888119888119903 ndash Aacuterea do betatildeo de recobrimento que natildeo se considera confinado

119860119904119903 ndash Aacuterea da armadura de reforccedilo

119860119904119908119894 ndash Aacuterea da armadura de esforccedilo transverso inicial por metro

119860119904 ndash Aacuterea da armadura convencional de traccedilatildeo

119860119891 ndash Aacuterea de FRP

119860119891119907 ndash Aacuterea de reforccedilo de FRP ao corte

119860119887 ndash Aacuterea da seccedilatildeo das armaduras longitudinais

119860119904119895 ndash Aacuterea estimada dos aneacuteis de accedilo

CaCO3 ndash Carbonato de Caacutelcio

Ca(HCO3)2 ndash Bicarbonato de Caacutelcio

Ca(OH)2 ndash Hidroacutexido de Caacutelcio

CaO ndash Oacutexido de Caacutelcio

CL- ndash Cloro

Ca+ ndash Caacutelcio

CO2 ndash Dioacutexido de Carbono

119862119864 ndash Coeficiente de reduccedilatildeo da accedilatildeo do meio ambiente

C1 ndash Concentraccedilatildeo de CO2 no exterior [gm3]

C2 ndashConcentraccedilatildeo de CO2 na frente de carbonataccedilatildeo [gm3]

119863119895 ndash Diacircmetro externo do encamisamento

D ndash Coeficiente de difusatildeo do CO2 no betatildeo [m2s]

E ndash Moacutedulo de Elasticidade

7 Tiago Pais Boto

119864119904119895 ndash Moacutedulo de elasticidade do accedilo de encamisamento

119864ƒ ndash Moacutedulo de elasticidade do FRP

119865119887 ndash Forccedila de corte resistente de uma bucha metaacutelica

119865119890 ndash Ferro

119865119910119904119895 ndash Tensatildeo de cedecircncia do accedilo de encamisamento

119865119904119889 ndash Forccedila de traccedilatildeo de reforccedilo

H2O ndash Aacutegua

L ndash Comprimento da Ligaccedilatildeo

119871119870 ndash Comprimento da chapa metaacutelica

119871119890 ndash Comprimento de colagem efetivo do FRP

K ndash Coeficiente de carbonataccedilatildeo [m s-05]

K ndash Potaacutessio

119870119868119899119894119888119894119886119897 ndash Caracteriacutesticas iniciais de rigidez

119870119903119890119904119894119889119906119886119897 ndash Caracteriacutesticas residuais de rigidez

K2O ndash Oacutexido de Potaacutessio

Mg ndash Magneacutesio

119872119877119889 ndash Momento resistente da seccedilatildeo reforccedilada

119872119899 ndash Momento fletor resistente de caacutelculo

119872119906 ndash Momento fletor solicitante da combinaccedilatildeo mais desfavoraacutevel Nmm

119872119904 ndash Momento no momento elaacutestico do elemento

119872119877119863 ndash Momento resistente

119873119877119889119891119894119899119886119897

ndash Esforccedilo axial resistente afetado pelo coeficiente de monolitismo

119873119877119889 ndash Esforccedilo axial resistente

119873119904119889 ndash Esforccedilo axial atuante

Na2O ndash Oacutexido de Soacutedio

Na ndash Soacutedio

119877119899 ndash Resistecircncia nominal de um elemento estrutural

119877119899120579 ndash Resistecircncia nominal de um elemento estrutural submetido a temperaturas elevadas

119877119889 ndash Valor de caacutelculo do esforccedilo resistente da estrutura

119877prime119889 ndash Esforccedilo de caacutelculo residual resistente

8

119877119868119899119894119888119894119886119897 ndash Caracteriacutesticas iniciais de resistecircncia

119877119903119890119904119894119889119906119886119897 ndash Caracteriacutesticas residuais de resistecircncia

119877119903 ndash Resistecircncia da estrutura apoacutes reforccedilo

119877119894 ndash Resistecircncia da estrutura supondo que eacute nova

119878119904119895 ndash Espaccedilamento igual agrave unidade

119878prime119889 ndash Esforccedilo de caacutelculo atuante

SO4 ndash Sulfato

119878 ndash Espaccedilamento dos varotildees de accedilo

S ndash Forccedila

119878119889 ndash Valor de caacutelculo atuante na estrutura

Tc ndash Temperatura Criacutetica

Tg ndash Temperatura de transiccedilatildeo viacutetrea

T95 ndash Temperatura Caracteriacutestica

119881119906 ndash Resistecircncia do pilar ao esforccedilo transverso

119881119888 ndash Resistecircncia do betatildeo ao corte

119881119904 ndash Resistecircncia das armaduras ao corte

119881119899 ndash Resistecircncia ao corte da contribuiccedilatildeo das cargas verticais

119881119904119895 = Resistecircncia miacutenima necessaacuteria ao corte do encamisamento de accedilo

1198810 ndash Forccedila de corte induzida pela capacidade de flexatildeo maacutexima provaacutevel da roacutetula plaacutestica

119881119904119889 ndash Valor de caacutelculo do esforccedilo transverso atuante

119881119877119889119898119886119909 ndash Esforccedilo transverso maacuteximo

V ndash Velocidade de propagaccedilatildeo do impulso ultra-soacutenico do betatildeo

119881119877119889119898119886119909 ndash Esforccedilo transverso maacuteximo

119881119904119889 ndash Valor de caacutelculo do esforccedilo transverso atuante

119881119889 ndash Velocidade do som pelo meacutetodo direto

119881119894 ndash Velocidade do som pelo meacutetodo indireto

119881119901 ndash Velocidade ultrassoacutenica (Kms)

119882 ndash Watt unidade de medida de potecircncia eleacutetrica no sistema internacional de unidades

119882119860119875 ndash Accedilotildees permanentes

119882119878119900119887 ndash Accedilotildees da sobrecarga

119885119890119902 ndash Braccedilo equivalente da seccedilatildeo reforccedilada

9 Tiago Pais Boto

119885119894 ndash Braccedilo da seccedilatildeo de betatildeo relativamente agrave armadura existente

119885119903 ndash Braccedilo da seccedilatildeo de betatildeo relativamente agrave armadura de reforccedilo

Minuacutesculas Latinas

a ndash Quantidade necessaacuteria para carbonatar uma unidade de volume de betatildeo [gm3]

119887 ndash Largura da chapa metaacutelica

119887119903 ndash Largura da seccedilatildeo de betatildeo reforccedilada

119887119894 ndash Largura da seccedilatildeo de betatildeo da viga inicial

119887119903 ndash Largura da seccedilatildeo de betatildeo reforccedilada

119887119896 ndash Largura da seccedilatildeo retangular de betatildeo

c ndash Distancia da fibra mais comprimida ao eixo neutro

119889119890119902 ndash Altura uacutetil equivalente da seccedilatildeo reforccedilada

119889119903 ndash Altura uacutetil da seccedilatildeo reforccedilada relativamente agrave armadura de reforccedilo

119889119894 ndash Altura uacutetil da seccedilatildeo reforccedilada relativamente agrave armadura existente

119889119904 ndash Distancia entre a fibra do betatildeo mais comprimida e o centro geomeacutetrico da armadura de

traccedilatildeo

119889119891 ndash Altura total do elemento de betatildeo armado

119889119891119907 ndash Altura uacutetil do reforccedilo de FRP

119889119904119895 ndash Espessura da placa de encamisamento metaacutelico

119891119888 ndash Resistecircncia do betatildeo agrave compressatildeo

119891119888119889 ndash Valor de caacutelculo da resistecircncia agrave compressatildeo do betatildeo

119891119891119890 ndash Tensatildeo de traccedilatildeo efetiva no FRP

119891119897 ndash Tensatildeo maacutexima de confinamento do encamisamento de accedilo

119891119910119895 ndash Tensatildeo limite de proporcionalidade do accedilo

119891prime119888119888 ndash Resistecircncia agrave compressatildeo do betatildeo confinado

119891prime119888 ndash Resistecircncia agrave compressatildeo do betatildeo natildeo confinado

119891prime119897 ndash Tensatildeo maacutexima de confinamento do encamisamento de accedilo

119891119910 ndash Tensatildeo de cedecircncia das armaduras longitudinais

119891119904119910119889119894 ndash Tensatildeo de cedecircncia de traccedilatildeo da armadura existente

119891119904119910119889119903 ndash Tensatildeo de cedecircncia de traccedilatildeo da armadura de reforccedilo

10

119891119904119910119889119894 ndash Tensatildeo de cedecircncia de traccedilatildeo da armadura existente

119891119888119905119898 ndash Resistecircncia meacutedia agrave traccedilatildeo do betatildeo

ƒ119891119906 ndash Resistecircncia uacuteltima de caacutelculo do FRP

119891119888119889119888119891 ndash Valor de caacutelculo corrigido da resistecircncia aacute compressatildeo do betatildeo

ƒ119891119906lowast ndash Resistecircncia uacuteltima do FRP segundo o fabricante

119891119891119890 ndash Tensatildeo efetiva no FRP niacutevel alcanccedilado na rotura da seccedilatildeo

119891119904119904 ndash Tensatildeo para o accedilo natildeo preacute-esforccedilado para estados limites de utilizaccedilatildeo

119891119904119910 ndash Tensatildeo de cedecircncia para o accedilo natildeo preacute-esforccedilado

119891119888119904 ndash Resistecircncia de compressatildeo do betatildeo para estados limites de utilizaccedilatildeo

119891119904 ndash Tensatildeo de traccedilatildeo no accedilo

119891119891119904 ndash Tensatildeo no FRP causado pelo momento no regime elaacutestico do elemento de betatildeo armado

119896 ndash Razatildeo entre a profundidade do eixo neutro e a profundidade medida no mesmo lado do

eixo neutro

119896119907 ndash Coeficiente de reduccedilatildeo de aderecircncia

1198961 ndash Coeficiente que tem em conta a resistecircncia do betatildeo

1198962 ndash Fator que tem em conta a configuraccedilatildeo do reforccedilo

119897119904 ndash Comprimento de emenda dos varotildees

mV ndash milivolt (Volt eacute a unidade de tensatildeo eleacutetrica ou diferenccedila de potencial eleacutetrico)

119899 ndash Nuacutemero de buchas colocadas no comprimento L2

119899119891 ndash Nuacutemero de camadas de FRP

119901 ndash Diacircmetro equivalente do betatildeo fissurado em torno da armadura longitudinal

119904119891 ndash Espaccedilamento do FRP na direccedilatildeo do eixo da viga

t ndash Tempo [s]

119905119895 ndash Espessura do encamisamento

119905119891 ndash Espessura de cada camada de FRP

119908119891 ndash Largura por unidade de FRP

χ ndash Profundidade de carbonataccedilatildeo [m]

Maiuacutesculas Gregas

ΔL ndash Variaccedilatildeo de Comprimento

11 Tiago Pais Boto

empty ndash Coeficiente de ductilidade

120579 ndash Angulo das bielas do betatildeo

Φ ndash Coeficiente de capacidade

Minuacutesculas Gregas

120572119888119908 ndash Fator que tem em conta o estado de tensatildeo na biela comprimida

120573 ndash Orientaccedilatildeo das fibras de FRP

1205731 ndash Factor de transformaccedilatildeo do diagrama de tensotildees podendo assumir-se 08

120574119888 ndash Coeficiente de minoraccedilatildeo das propriedades resistentes do betatildeo em estruturas novas

120574119899119877 ndash Coeficiente de monolitismo para a flexatildeo ( 120574119899119877 = 09 valor sugerido por Eurocoacutedio 8

parte14)

120574119899119881 ndash Coeficiente de monolitismo para a esforccedilo transverso ( 120574119899119881 = 08 valor sugerido por

Eurocoacutedio 8 parte14)

120574prime119862 ndash Coeficiente de minoraccedilatildeo para betatildeo projetado e cofrado em obra

120574prime119904 ndash Coeficiente de minoraccedilatildeo para accedilo

120574119899119877 ndash Coeficiente de monolitismo

1205741 e 1205731 ndash Coeficientes Multiplicadores de 119891119888 para determinar a tensatildeo equivalente do betatildeo agrave

compressatildeo

120574119892 ndash Coeficiente de majoraccedilatildeo de accedilotildees permanentes em estruturas novas

120574prime119902 ndash Coeficiente de majoraccedilatildeo de accedilotildees variaacuteveis em estruturas existentes

120574119902 ndash Coeficiente de majoraccedilatildeo de accedilotildees permanentes em estruturas existentes

δ ndash Deformaccedilatildeo

120576119891119906 ndash Extensatildeo uacuteltima de caacutelculo do FRP

120576119891119906lowast ndash Extensatildeo uacuteltima do FRP segundo o fabricante

120576119891119889 ndash Valor de caacutelculo da extensatildeo de rotura do FRP

120576119891119890 ndash Extensatildeo efetiva do FRP

120576119888119906 ndash Extensatildeo maacutexima admitida no betatildeo comprimido

120576119887119894 ndash Extensatildeo do betatildeo no substrato (betatildeo de recobrimento) no momento de instalaccedilatildeo do FRP

120576119904 ndash Extensatildeo nas armaduras

120576119887119894 ndash Extensatildeo do betatildeo (betatildeo de recobrimento) no momento de instalaccedilatildeo do FRP

120576119904119910 ndash Extensatildeo nas armaduras correspondente aacute tensatildeo de cedecircncia

12

120576119891 ndash Extensatildeo no FRP

ξ ndash Fator de Correccedilatildeo (depende da compactaccedilatildeo da fluidez e das adiccedilotildees presentes no betatildeo)

120588119904 ndash Percentagem de reforccedilo da armadura convencional

120588119891 ndash Percentagem de reforccedilo de FRP

120590119878119889 ndash Tensatildeo normal aplicada

120590119877119889 ndash Tensatildeo normal resistente

120590119873 ndash Tensatildeo Normal

120591119878119889 ndash Tensatildeo de corte aplicada

120591119877119889 ndash Tensatildeo de corte resistente

120591119877 ndash Tensatildeo de Corte

1205911 ndash Tensatildeo tangencial na seccedilatildeo do betatildeo existente

1205912 ndash Tensatildeo tangencial na seccedilatildeo do betatildeo novo e o betatildeo existente

120591119898aacute119909 ndash Tensatildeo tangencial limite

120591119904119889 ndash Tensatildeo de aderecircncia resistente accediloresinabetatildeo

ϕ ndash Fator de reduccedilatildeo de resistecircncia ACI 318-05 (ϕ = 085)

120593119877 ndash Coeficiente empiacuterico para reduccedilatildeo de resistecircncia

120593119870 ndash Coeficiente empiacuterico para reduccedilatildeo de rigidez

micro ndash Coeficiente de Fricccedilatildeo

1205921 ndash Fator redutor da tensatildeo de compressatildeo do betatildeo fendilhado

120595119891 ndash Coeficiente de minoraccedilatildeo da resistecircncia do FRP na flexatildeo pode assumir-se 085

13 Tiago Pais Boto

1 INTRODUCcedilAtildeO

11 Enquadramento

ldquoO betatildeo armado surge como elemento primordial nas construccedilotildees em Portugal logo

apoacutes o iniacutecio da produccedilatildeo em 1894 de cimento Portland na Faacutebrica de Cimento Tejo em

Alhandra A construccedilatildeo da Igreja de Nordf Srordf de Faacutetima em 1938 nas Avenidas Novas marcou

o iniacutecio do atual domiacutenio do betatildeo armado nos nossos haacutebitos construtivosrdquo (Coias 2006)

O betatildeo eacute um material heterogeacuteneo caracterizado pela estrutura porosa constituiacutedo

essencialmente por cimento agregados brita areia aacutegua e nalguns betotildees por adjuvantes e

adiccedilotildees tais como siacutelicas de fumo cinzas volantes e escoacuterias Como o betatildeo eacute um material que

pode apresentar uma boa trabalhabilidade no estado fresco e uma elevada resistecircncia mecacircnica

(resistecircncia agrave compressatildeo) foi utilizado exaustivamente na construccedilatildeo

A durabilidade do betatildeo eacute influenciada pela sua composiccedilatildeo (razatildeo aacutegua-cimento

quantidade miacutenima e tipo de cimento) recobrimento das armaduras fendilhacatildeo processo de

cura entre outros factores As propriedades do betatildeo vatildeo-se alterando ao longo do tempo por

isso a anaacutelise de uma estrutura de betatildeo jaacute construiacuteda deve ser diferentes adaptada

comparativamente com uma a anaacutelise de betatildeo armado nova Portanto todas as estruturas de

betatildeo armado devem ser um alvo de uma atenccedilatildeo especial tanto na sua execuccedilatildeo como durante

as fases de intervenccedilatildeo durante o seu periacuteodo de vida uacutetil

ldquoEntende-se por reparaccedilatildeo todas as accedilotildees que visam repor os niacuteveis de desempenho da

estrutura para os padrotildees inicialmente previstos ou que visam corrigir e prevenir os efeitos da

degradaccedilatildeo da estrutura Uma intervenccedilatildeo de reforccedilo define-se como uma Acatildeo que incide

sobre o comportamento da estrutura visando o aumento da resistecircncia eou ductilidade dos seus

elementos melhorando assim o desempenho da estrutura relativamente ao seu estado inicialrdquo

(Rodrigues 2005)

Para tomar a decisatildeo de reforccedilar ou reparar um a estrutura eacute absolutamente necessaacuterio efetuar

um estudo preacutevio da estrutura jaacute existente onde satildeo necessaacuterias observaccedilotildees in situ que na

maioria das vezes satildeo complementadas com a realizaccedilatildeo de ensaios O historial da estrutura

tambeacutem tem que ser analisado fatores como redistribuiccedilatildeo de cargas carregamentos sucessivos

eou excessivos efeitos de retraccedilatildeo e fluecircncia satildeo condicionantes importantes que devem ser

conhecidos para que a intervenccedilatildeo de reparaccedilatildeo ou reforccedilo seja bem-sucedida Geralmente a

decisatildeo de reparar ou reforccedilar uma estrutura depende do resultado da inspeccedilatildeo agrave estrutura

existente e da anaacutelise da relaccedilatildeo custobenefiacutecio (Rodriguez 1991)

A reparaccedilatildeo e reforccedilo estrutural do patrimoacutenio construiacutedo dependendo do grau e

extensatildeo das intervenccedilotildees tecircm implicaccedilotildees de ordem arquitetoacutenica estrutural econoacutemica

histoacuterica e social pelo que todos os aspetos deveratildeo ter tido em conta (LNEC Pompeu 2008)

14

De acordo com o trabalho de JAVieitez e JLRamirez (1984) os principais fatores que

levam agrave necessidade de reparaccedilatildeo e reforccedilo satildeo a existecircncia de erros de projeto presentes em

515 dos casos e os agentes agressivos de degradaccedilatildeo satildeo a razatildeo para 31 das situaccedilotildees

Em relaccedilatildeo aos defeitos de execuccedilatildeo estes estatildeo presentes em cerca de 385 dos casos mas

apenas 187 eacute que conduzem a intervenccedilotildees Os defeitos na qualidade dos materiais aparecem

em 162 dos casos Por fim o mau uso ou falta de manutenccedilatildeo das estruturas justificam 134

das intervenccedilotildees e as causas naturais excecionais justificam apenas 4 Os resultados

apresentados satildeo referentes a Espanha mas satildeo substancialmente parecidos com estatiacutesticas nos

restantes paiacuteses europeus

Segundo o relatoacuterio da AECOPS Portugal ainda tem grande carecircncia no peso da

reabilitaccedilatildeo em funccedilatildeo da produccedilatildeo total da construccedilatildeo com cerca de 7 O paiacutes que lidera o

volume de produccedilatildeo no sector da reabilitaccedilatildeo eacute a Alemanha com cerca de 33 seguindo-se a

Itaacutelia com 29 e a Finlacircndia com 26

Figura 1-1 Peso () da Reabilitaccedilatildeo Residencial na Produccedilatildeo Total da Construccedilatildeo para 14

paiacuteses da Europa (AECOPS 2009)

Existem hoje vaacuterias teacutecnicas de reparaccedilatildeo e reforccedilo de estruturas de betatildeo armado umas

com mais aplicaccedilatildeo que outras mas que partilham o objetivo comum de aumentar a

durabilidade e a capacidade resistente da construccedilatildeo Seja qual for a teacutecnica escolhida todas

devem seguir um conjunto de consideraccedilotildees recomendaccedilotildees Neste tipo de intervenccedilotildees

necessaacuterio natildeo soacute conhecer bem a teacutecnica de reforccedilo ou reparaccedilatildeo mas tambeacutem as

caracteriacutesticas dos materiais empregues e garantir que a sua aplicaccedilatildeo eacute a mais correta

12 Objetivos

O trabalho desenvolvido nesta dissertaccedilatildeo tem como principal objetivo sistematizar a

informaccedilatildeo de um projeto de reforccediloreparaccedilatildeo em estruturas de betatildeo armado A presente

compilaccedilatildeo bibliograacutefica refere um conjunto de estrateacutegias que os intervenientes na elaboraccedilatildeo

de um projeto de reforccedilo em estruturas de betatildeo armado podem consultar e assim enriquecer

15 Tiago Pais Boto

os conhecimentos necessaacuterios na elaboraccedilatildeo deste Como objetivo mais especiacutefico procurou-se

com este documento contribuir para o esclarecimento dos seguintes toacutepicos

Qual a regulamentaccedilatildeo aplicaacutevel normas e boletins teacutecnicos (neste assunto dar-se-aacute

grande relevacircncia agrave Norma EN NP 1504)

Breve descriccedilatildeo das metodologias de inspeccedilatildeo caracterizaccedilatildeo das propriedades dos

materiais atraveacutes de ensaios laboratoriais e em situ

Identificaccedilatildeo dos principais erros de exploraccedilatildeo e manutenccedilatildeo que estatildeo associados agraves

patologias em estruturas de betatildeo armado

Apresentaccedilatildeo das principais teacutecnicas de reparaccedilatildeoreforccedilo com especial enfase na

utilizaccedilatildeo de FRPacutes

Introduccedilatildeo do mecanismo de transferecircncia de tensotildees ao abrigo do CEB boletim nordm162

e descriccedilatildeo geral da metodologia em caso de reforccedilo estrutural

Consideraccedilotildees gerais sobre o dimensionamento do reforccedilo agrave flexatildeo e ao corte de seccedilotildees

retangulares em betatildeo armado

13 Estrutura da dissertaccedilatildeo

A estrutura desta dissertaccedilatildeo estaacute organizada em seis capiacutetulos incluindo a introduccedilatildeo

conclusotildees e desenvolvimentos futuros as referecircncias bibliograacuteficas e um anexo Segue-se a

descriccedilatildeo de cada capiacutetulo abrangendo os objetivos gerais pretendidos

No Capitulo 1 onde se encontra a introduccedilatildeo procurou-se dar a conhecer a importacircncia

do betatildeo como material na engenharia civil expondo o porquecirc da necessidade em reparar e

reforccedilar as estruturas de betatildeo armado

No Capitulo 2 descreve-se de forma sucinta e atualizada as Normas Regulamentaccedilatildeo

e documentaccedilatildeo teacutecnica que abrange uma intervenccedilatildeo de reparaccedilatildeo e reforccedilo em estruturas de

betatildeo armado dando especial enfase e descriccedilatildeo agrave norma EN NP 1504

O Capitulo 3 reporta a avaliaccedilatildeo e diagnoacutestico do estado de conservaccedilatildeo das estruturas

de betatildeo armado sugerindo uma possiacutevel metodologia de inspeccedilatildeo Satildeo descritos vaacuterios ensaios

in situ e em laboratoacuterio detalhando os mais utilizados e aqueles que melhor ajudam a

caracterizar as propriedades mecacircnicas dos materiais assim como o estado de conservaccedilatildeo da

estrutura

Apresentam-se no Capitulo 4 as causas das patologias mais comuns nas estruturas

nomeadamente os erros de projeto e as causas dos principais erros cometidos no processo de

execuccedilatildeo Satildeo ainda indicados os mecanismos mecacircnicos quiacutemicos e fiacutesicos de deterioraccedilatildeo

das estruturas de betatildeo armado

O Capitulo 5 reporta um dos principais capiacutetulos da dissertaccedilatildeo as teacutecnicas de reparaccedilatildeo

e reforccedilo de estruturas em betatildeo armado Comeccedilando com uma breve introduccedilatildeo e depois

passando para os aspetos teacutecnicos que devem ser tidos em consideraccedilatildeo no projeto de

intervenccedilatildeo numa estruturas de betatildeo armado Descreve-se ainda uma possiacutevel metodologia de

16

intervenccedilatildeo sugerida pelo ACI Committee 364 onde os seguintes itens satildeo abordados breve

caracterizaccedilatildeo do tipo de intervenccedilatildeo verificaccedilatildeo da seguranccedila das estruturas existentes e

paracircmetros principais no dimensionamento de reforccedilo No reforccedilo estrutural eacute fundamental

compreender o mecanismo de transferecircncia de tensotildees Neste capiacutetulo satildeo descritos

minuciosamente cinco mecanismos de transferecircncia de tensotildees de acordo com o boletim nordm162

do CEB

Jaacute no capiacutetulo 6 capiacutetulo apresenta-se 4 exemplos de casos reais de reparaccedilatildeo e reforccedilo

em estruturas de betatildeo armado expondo as patologias o procedimento adotado material

utilizado recomendaccedilotildees dimensionamento etc

As conclusotildees finais acerca de toda a abordagem feita na temaacutetica de reparaccedilotildees e reforccedilo

em estruturas de betatildeo armado assim como a sugestatildeo dos desenvolvimentos futuros

encontram-se no Capitulo 7

A dissertaccedilatildeo termina com as referecircncias bibliograacuteficas que serviram de suporte na

concretizaccedilatildeo da mesma

Na seccedilatildeo de anexo seguindo o ACI 440 e o ACI 318 satildeo descritas consideraccedilotildees gerais

acerca do criteacuterio de dimensionamento de reforccedilo agrave flexatildeo e ao esforccedilo transverso com recurso

a FRPacutes para secccedilotildees retangulares

17 Tiago Pais Boto

2 Normas Regulamentaccedilatildeo e Documentaccedilatildeo teacutecnica

A facilidade de acesso e partilha de informaccedilatildeo teacutecnica eacute cada vez maior e o trabalho

de investigaccedilatildeo cientiacutefica realizado nos uacuteltimos anos conduziu a um vasto leque de informaccedilatildeo

na temaacutetica da reparaccedilatildeoreforccedilo de estruturas de betatildeo armado

Agrave semelhanccedila de um projeto de uma estrutura nova de betatildeo armado a realizaccedilatildeo de um

projeto de reparaccedilatildeo ou reforccedilo em estruturas de betatildeo armado existentes deve ter em

consideraccedilatildeo a regulamentaccedilatildeo nacional coacutedigos europeus em vigor Na falta de

regulamentaccedilatildeo nacional ou em complemento desta deve-se recorrer a regulamentos normas

internacionais ou documentaccedilatildeo teacutecnica de referecircncia emitidos por entidades crediacuteveis

Poreacutem este tipo de recomendaccedilotildees nem sempre eacute seguida na praacutetica conduzindo por

vezes a prejuiacutezos para o projetista e para o dono de obra resultantes da reduccedilatildeo dos padrotildees

de qualidade exigidos De acordo com um artigo do CONREPNET em 2004 ldquoVinte e cinco por

cento dos donos-de-obra estatildeo descontentes com o desempenho dos materiais de reparaccedilatildeo e

proteccedilatildeo no periacuteodo de 5 anos apoacutes a reabilitaccedilatildeo setenta e cinco por cento estatildeo insatisfeitos

no periacuteodo de 10 anosrdquo (CONREPNET 2004)

Realccedila-se a importacircncia da necessidade em avaliar em cada situaccedilatildeo qual eacute a

documentaccedilatildeo teacutecnica adequada pois natildeo existem dois projetos iguais

21 Normas europeias mais relevantes e que devem consultadas na

realizaccedilatildeo de um projeto de reabilitaccedilatildeo estrutural

Eurocoacutedigo 1 - Bases de Projeto e Accedilotildees em Estruturas (CEN 2002)

Eurocoacutedigo 2 - Projeto de Estruturas de Betatildeo (CEN 2004)

Eurocoacutedigo 7 - Projeto Geoteacutecnico (CEN 2004)

Eurocoacutedigo 8 - Parte 1-4 Reforccedilo e Recuperaccedilatildeo de Edifiacutecios (CEN 2004)

Norma EN NP 1504 - Produtos e Sistemas para a Proteccedilatildeo e Reparaccedilatildeo de Estruturas

de Betatildeo

22 Importacircncia da Norma EN NP 1504 em projetos de reforccediloreparaccedilatildeo

Como resultado da lacuna de normas e regulamentaccedilatildeo nesta aacuterea foi criado a Norma

NP EN 1504 pelo Comiteacute Europeu de Normalizaccedilatildeo (CEN) com o tiacutetulo de ldquoProdutos e

sistemas para a proteccedilatildeo reparaccedilatildeo de estruturas de betatildeordquo em meados da deacutecada de 80

apresentando um conjunto de normas alusivas agrave reparaccedilatildeo e proteccedilatildeo de estruturas de

betatildeoCom esta norma o projetista pode em funccedilatildeo das caracteriacutesticas da obra fazer a melhor

opccedilatildeo com abrigo de um documento normativo Desde 1 de Janeiro de 2009 que a Norma NP

EN 1504 estaacute implementada por todos os organismos do CEN Salienta-se que ao tornar esta

norma nacional por cada um dos paiacuteses foram retiras em Dezembro de 2008 todas as normas

que estariam em conflito com esta Esta norma reuacutene toda a informaccedilatildeo sobre produtos e

18

sistemas para a manutenccedilatildeo e proteccedilatildeo reabilitaccedilatildeo e reforccedilo de estruturas de betatildeo (Silva

2008)

Para uma melhor organizaccedilatildeo e consulta a norma encontra-se dividida em dez partes

como descrito na tabela que se segue

Tabela 2-1 Organizaccedilatildeo da Norma EN NP 1504

Nuacutemero do

Documento Descriccedilatildeo

EN 1504- 1 Descreve os termos e definiccedilotildees compreendidos na norma

EN 1504- 2 Fornece especificaccedilotildees para produtossistemas de proteccedilatildeo superficial do betatildeo

EN 1504- 3 Fornece especificaccedilotildees para a reparaccedilatildeo estrutural e natildeo-estrutural

EN 1504- 4 Fornece especificaccedilotildees para colagem estrutural

EN 1504- 5 Fornece especificaccedilotildees para injeccedilatildeo do betatildeo

EN 1504- 6 Fornece especificaccedilotildees para ancoragem de armaduras

EN 1504- 7 Fornece especificaccedilotildees para proteccedilatildeo contra a corrosatildeo das armaduras

EN 1504- 8 Descreve o controlo da qualidade e avaliaccedilatildeo da conformidade das empresas fabricantes

EN 1504- 9 Define os princiacutepios gerais para o uso de produtos e sistemas na reparaccedilatildeo e proteccedilatildeo de betatildeo

EN 1504- 10 Fornece informaccedilatildeo sobre a aplicaccedilatildeo e o controlo da qualidade dos trabalhos

A primeira parte (EN NP1504-1) como referido no quadro anterior remete para os

termos e definiccedilotildees gerais compreendidos na norma Estas definiccedilotildees satildeo entatildeo orientadas para

a classificaccedilatildeo constituiccedilatildeo quiacutemica e definiccedilotildees dos principais produtos abordando tambeacutem

os sistemas para a reparaccedilatildeo proteccedilatildeo manutenccedilatildeo e reforccedilo de estruturas de betatildeo armado

A parte 2 da NP EN 1504 (2006) especifica os sistemas para a proteccedilatildeo superficial do

betatildeo em estruturas novas ou todas as que necessitem de intervenccedilotildees de reparaccedilatildeo eou

reforccedilo Caracteriza e descreve o desempenho de cada um dos sistemas de acordo com os

requisitos miacutenimos definidos pela norma e de acordo os princiacutepios definidos na parte 9

(incluindo aspetos de durabilidade)

A parte 3 da NP EN 1504 (2006) especifica as reparaccedilotildees estruturais e natildeo estruturais

nomeadamente betotildees e argamassas caracterizadas em 4 classes (R4 R3 R2e R1) Estas

classes estatildeo subdivididas em argamassas de reparaccedilatildeo estrutural e natildeo estrutural quer isto

dizer que o projetista tem ou natildeo de considerar as transferecircncias de carga Esta parte enuncia

tambeacutem os requisitos necessaacuterios caracteriacutesticas de desempenho (incluindo aspetos de

durabilidade) dos produtos utilizados em reparaccedilotildees estruturais e natildeo estruturais para prolongar

a vida uacutetil das estruturas

19 Tiago Pais Boto

A parte 4 da NP EN 1504 (2006) especifica sistemas e caracteriacutesticas de desempenho

(incluindo aspetos de durabilidade) para os produtos utilizados na reparaccedilatildeo e reforccedilo de

estruturas de betatildeo atraveacutes de

Colagem atraveacutes de placas exteriores em accedilo compoacutesitos armados com fibras ou outros

materiais que verifiquem os requisitos necessaacuterios

Colagem de componentes betatildeo endurecido sobre betatildeo endurecido geralmente esta

praacutetica eacute efetuada com elementos de betatildeo preacute-fabricado

Utilizaccedilatildeo de uma cola adesiva de junta entre uma superfiacutecie de betatildeo fresco com uma

superfiacutecie de betatildeo endurecido resultando em uma nova estrutura

A parte 5 da NP EN 1504 (2006) especifica sistemas e caracteriacutesticas de desempenho

(incluindo aspetos de durabilidade) para produtos de injeccedilatildeo para tratamento de fendas com

larguras entre 01 e 08mm medido agrave superfiacutecie As caracteriacutesticas de desempenho dividem-se

em 3 classes referidas

Caracteriacutestica de desempenho e requisitos agrave base de poliuretanos e acriacutelicos utilizados

para o enchimento duacutectil de fendas

Caracteriacutestica de desempenho e requisitos agrave base de epoxys polieacutesteres e produtos de

base cimentosa utilizados para o enchimento de fendas com transmissatildeo de forccedilas

Caracteriacutestica de desempenho e requisitos agrave base de poliuretanos e acriacutelicos para

enchimento expansivo das fendas

A parte 6 da NP EN 1504 (2008) especifica sistemas e caracteriacutesticas de desempenho

(incluindo aspetos de durabilidade) e seguranccedila de produtos utilizados na realizaccedilatildeo de

ancoragens para deste modo funcionarem como uma estrutura monoliacutetica seja em estruturas

que necessitem de reparaccedilatildeo ou reforccedilo Esta parte da norma abrange especificaccedilotildees do

Principio 4 (reforccedilo estrutural) - meacutetodo 42 e a parte 9 ldquo ldquoInstalaccedilatildeo de armaduras aderidas em

orifiacutecios preformados ou perfurados no betatildeordquo

A parte 7 da NP EN 1504 (2008) especifica sistemas e caracteriacutesticas de desempenho

(incluindo aspetos de durabilidade) de produtos de proteccedilatildeo contra a corrosatildeo das armaduras

Esta parte refere particularmente dois tipos de revestimento de armaduras

Revestimento ativo para armaduras estes revestimentos contecircm pigmentos

electroquimicamente ativos fornecendo proteccedilatildeo catoacutedica ou entatildeo funcionam apenas

inibidores um exemplo eacute o cimento Portland devido agrave sua elevada alcalinidade

Revestimentos de barreira este tipo de revestimento de base polimeacuterica isola a armadura

da aacutegua envolvente na matriz cimentosa

A parte 8 da NP EN 1504 (2006) especifica ensaios para verificaccedilatildeo de conformidade

rotulagem e marcaccedilatildeo CE dos produtos Menciona tambeacutem que os produtos usados em

reparaccedilatildeo e reforccedilo de estruturas de betatildeo armado tecircm que verificar um requisito de

conformidade designado por 2+ que significa que os produtos precisam de verificar

20

Controlo de produccedilatildeo de faacutebrica (CPF)

Ensaios de tipo iniciais

Inspeccedilatildeo e fiscalizaccedilatildeo contiacutenua e aprovaccedilatildeo do CPF

Fiscalizaccedilatildeo continua avaliaccedilotildees e aprovaccedilotildees do CPF

A parte 9 da NP EN 1504 (2009) especifica meacutetodos e princiacutepios gerais da reparaccedilatildeo

de betatildeo baseados na experiencia e no sucesso de muitos anos No entanto eacute admitida a opccedilatildeo

de utilizaccedilatildeo ou necessidade de novos meacutetodos em certas condiccedilotildees especiacuteficas

Os 11 princiacutepios referidos pela norma estatildeo organizados essencialmente em duas partes

Defeitos do betatildeo devido agrave deterioraccedilatildeo princiacutepio 1 ao 6

Defeitos das armaduras devido agrave deterioraccedilatildeo princiacutepio 7 ao 11

O meacutetodo apresentado pela parte 9 da norma e exemplificado na figura seguinte

representa as quatro fases de reparaccedilatildeo de uma estrutura de betatildeo armado a fase de diagnoacutestico

a fase deliberativa a fase de dimensionamento e a fase de execuccedilatildeo

21 Tiago Pais Boto

Figura 2-1 Etapas de um processo de reparaccedilatildeoreforccedilo (Silva 2008)

A parte 10 da NP EN 1504 (2008) especifica a aplicaccedilatildeo dos produtos e o controlo da

qualidade na execuccedilatildeo dos trabalhos de reparaccedilatildeo e reforccedilo de estruturas de betatildeo armado

Abrange tambeacutem o controlo de seguranccedila sauacutede e manutenccedilatildeo

Esta parte refere alguns ensaios para determinaccedilatildeo das causas das patologias existentes

distribuiacutedos em

Ensaios destrutivos

Ensaios natildeo destrutivos

22

Ensaios quiacutemicos

O controlo da qualidade dos trabalhos executados deve apresentar informaccedilotildees especiacuteficas tais

como

Preparaccedilatildeo da superfiacutecie

Aplicaccedilatildeo dos produtos

Controlo da qualidade e higiene e seguranccedila

23 Os regulamentos publicados em Portugal na aacuterea do projeto estrutural

Regulamento para o emprego do Beacuteton Armado (Dec 4036 de 2831918)

Regulamento do Betatildeo Armado ndash RBA (Dec25948 de 16101935)

Regulamento de Estruturas de Betatildeo Armado ndash REBA (Dec 47723 de 2551967)

Regulamento de Estruturas de Betatildeo Armado e Preacute-Esforccedilado ndash (REBAP Dec 349-c83

de 3071983)

Regulamento de Seguranccedila e Accedilotildees para Estruturas de Edifiacutecios e Pontes ndash (RSA

1983)

24 Por fim aconselha-se consulta da seguinte documentaccedilatildeo que apresenta

recomendaccedilotildees relevantes para na realizaccedilatildeo de um projeto de

reabilitaccedilatildeo estrutural

Boletim de informaccedilatildeo nordm 162 (1983) ndash ldquoAssessment of Concrete Structures and Design

Procedures for Upgrading (Redesign)rdquo [13] Comiteacute Euro-Internacional do Betatildeo

(CEB)

Boletim de informaccedilatildeo nordm14 ndash ldquoExternally bonded FRP reinforcement for RC

structuresrdquo

Technical report October 2001 [14] Emitido pela Federaccedilatildeo Internacional do Betatildeo

(FIB)

Boletim de informaccedilatildeo nordm18 ndash ldquoManagement maintenance and strengthening of

concrete structuresrdquo Technical report April 2001 Emitido pela FIB

ldquoGuidelines for the design and construction of externally FRP systems for

strengthening concrete sctruturesrdquo ACI Comiteacute 440 Sub-Comiteacute 440F Emitido pelo

Instituto Americano do Betatildeo (ACI ndash American Concrete Institute)

Manual Nordm 4 ndash ldquoStrengthening Reinforced Concrete Structures with Externally-Bonded

Fibre Reinforced Polymers (FRPs)rdquo Emitido pelo ldquoIntelligent Sensing for Innovative

Structures Canada Research Networkrdquo (ISIS Canada)

CANCSA-S806-02 (R2007) F - ldquoDesign and Construction of Building Components

with Fibre - Reinforced Polymersrdquo Emitido pela ldquoCanadian Standards Associationrdquo

(CSA)

23 Tiago Pais Boto

JCI TC952 1998 ldquoContinuous fiber reinforced concreterdquo Emitido pelo Instituto

Japonecircs do Betatildeo (JCI ndash Japan Concrete Institute)

ldquoPractical Guideline for Investigation Repair and Strengthening of Cracked Concrete

Structuresrdquo 2003 Emitido pelo JCI

ldquoDesign guidelines of FRP reinforced concrete building sctruturesrdquo 1993 Emitido

pelo ldquoBuilding Research Instituterdquo (BRI) pertencente aoMinisteacuterio da Construccedilatildeo

Japonecircs

International Building Code (IBC) Chapter 34 ldquoExisting building allowancesrdquo

Emitido por International code council 2009

SIA 462 Pre-Standard SIA 462 Assessment of the Structural Safety of Existing

Structures Swiss Society of Engineers and Architects Zurich Switzerland 1994

SIA 269 Swiss Standard SIA 269 Existing Structures ndashBasis for Examination and

Interventions Swiss Society of Engineers and Architects Zurich Switzerland 2011

ASCE 41-06 2006 Seismic Rehabilitation of Existing Buildings American Society of

Civil Engineers Reston Virginia

ACI 437R -03 ldquoStrength Evaluation of Existing Concrete Buildingsrdquo American

Concrete Institute 2003

Joint Committee on Structural Safety (JCSS) Report 032 Probabilistic Assessment of

Existing Structures 2001

ldquoGuide for the design and construction of externally bonded FRP systems for

strengthening existing sctruturesrdquo 2004 Emitido pelo CNR (Consiglio Nazionale

delle Ricerche)

Fichas teacutecnicas dos produtores de FRP tais como SampP SIKA MBT etc

24

25 Tiago Pais Boto

3 Avaliaccedilatildeo e diagnoacutestico do estado de conservaccedilatildeo das estruturas

de betatildeo armado

31 Introduccedilatildeo

Antes de realizar uma intervenccedilatildeo numa estrutura de betatildeo armado com o objetivo de

reforccedilar ou de reparar eacute essencial proceder a uma inspeccedilatildeo direcionada e minuciosa para

detetar todas as anomalias que satildeo necessaacuterias de ser corrigidas para garantir a seguranccedila e

estabilidade da estrutura

Como em geral a maioria dos ensaios satildeo monetariamente caros e a sua realizaccedilatildeo pode

afetar eou danificar a construccedilatildeo estes deveratildeo ser previamente delineados nomeadamente

quanto ao nuacutemero e locais de realizaccedilatildeo

Os ensaios podem ser definidos em ensaios natildeo-destrutivos (NDT) ou ensaios

destrutivos Os natildeo-destrutivos satildeo claramente preferenciais para as construccedilotildees devido agrave baixa

intrusatildeo que conferem agrave estrutura

Sempre que possiacutevel as inspeccedilotildees devem obedecer a procedimentos normalizados e a

criteacuterios teacutecnicos adequados ao tipo de estrutura tipo de elemento a inspecionar A inspeccedilatildeo

deve tambeacutem ser exequiacutevel e eficaz de modo a produzir informaccedilatildeo uacutetil e consistente para que

toda a equipa multidisciplinar envolvida seja capaz de assimilar e compreender com clareza

32 Metodologia de inspeccedilatildeo

A seguir apresentam-se as principais etapas genericamente abrangidas numa inspeccedilatildeo Estas

etapas definem de certa a forma uma metodologia a adotar

Consulta recolha e anaacutelise de elementos escritos e desenhados dos projetos anteriores

elementos alusivos a inspeccedilotildees anteriores informaccedilatildeo acerca do meio ambiente Eacute

tambeacutem fundamental a realizaccedilatildeo de um inqueacuterito direcionado aos responsaacuteveis pela

manutenccedilatildeo das estruturas

Preparaccedilatildeo da inspeccedilatildeo isso passa por uma visita preacutevia ao local para identificaccedilatildeo das

construccedilotildees e dos elementos a avaliar e identificaccedilatildeo do programa funcional dos

diversos espaccedilos

Preparaccedilatildeo das fichas de inspeccedilatildeo ou do software previsto para anotaccedilatildeo de toda a

informaccedilatildeo a registar

26

Verificaccedilatildeo de todas as ferramentas e equipamentos necessaacuterios para o dia da inspeccedilatildeo

providenciando os meios de apoio agrave inspeccedilatildeo tais como veiacuteculos de inspeccedilatildeo especial

ou ateacute mesmo autorizaccedilotildees permissotildees municipais

O processo de diagnoacutestico passa por

1) Inspeccedilatildeo visual distinguindo os mecanismos fiacutesicos e quiacutemicos envolvidos

2) Inspeccedilatildeo detalhada de maneira que se compreenda a relaccedilatildeo causaefeito

3) Conhecimento acerca do comportamento dos materiais e teacutecnicas de

construccedilatildeo utilizadas

4) Realizaccedilatildeo de ensaios in situ destrutivos e natildeo destrutivos

5) Recolha se possiacutevel de amostras e carotes para ensaios laboratoriais

6) Anaacutelise de resultados consideraccedilotildees finais e elaboraccedilatildeo de relatoacuterio

33 Ensaios in situ e Ensaios laboratoriais

331 Anaacutelise e monitorizaccedilatildeo de vibraccedilotildees em estruturas

Para uma avaliaccedilatildeo da capacidade de resistecircncia em estruturas de betatildeo armado eacute

fundamental avaliar o comportamento dinacircmico para que desta forma se possam selecionar

medidas de reparaccedilatildeo ou reforccedilo Os dados podem referentes agraves solicitaccedilotildees dinacircmicas a que a

estrutura estaacute constantemente sujeita da envolvente ou a partir da aplicaccedilatildeo de vibraccedilotildees

impostas

3311 Equipamento

Aceleroacutemetros de alta sensibilidade com preacute amplificador incorporado A gama de

frequecircncias de mediccedilatildeo normalmente estaacute compreendida entre 01 Hz a 1KHz e

sensiacuteveis a aceleraccedilotildees da ordem de 005 mms-2

Um computador portaacutetil com software especiacutefico

Cabos de ligaccedilatildeo

Caixas de ligaccedilatildeo dos sensores

3312 Metodologia

Os sinais dos transdutores satildeo introduzidos num PC dotado de software adequado que

executa o processamento de dados e fornece a informaccedilatildeo relevante sobre as vibraccedilotildees da

construccedilatildeo

- Intensidade das vibraccedilotildees

- Valores maacuteximos da aceleraccedilatildeo velocidade ou deslocamento nos pontos analisados

27 Tiago Pais Boto

- Frequecircncias dominantes nos sinais das vibraccedilotildees

- Representaccedilatildeo graacutefica dos sinais de aceleraccedilatildeo velocidade ou deslocamentos medidos ao

longo do tempo

- Verificaccedilatildeo automaacutetica e alarme se forem excedidos os valores limites preacute-estabelecidos

Figura 3-1 Esquema do equipamento para registo de vibraccedilotildees (oz diagnostico2015)

332 Ensaios de ultrassons em betatildeo

Os ensaios ultrassoacutenicos resume-se na determinaccedilatildeo da velocidade de propagaccedilatildeo dum

impulso ultrassoacutenico entre dois pontos de mediccedilatildeo tendo em vista adquirir informaccedilotildees sobre

Caracteriacutesticas mecacircnicas do betatildeo nomeadamente o seu moacutedulo de elasticidade

Homogeneidade

Presenccedila de fendas vazios ou outras descontinuidades

O impulso ultrassoacutenico eacute gerado num ponto do elemento em estudo atraveacutes de um

transdutor emissor a partir dum sinal eleacutetrico Apoacutes atravessar o betatildeo o sinal ultrassoacutenico eacute

captado por um outro transdutor-recetor colocado num outro ponto que o transforma

novamente em sinal eleacutetrico O tempo gasto no percurso eacute medido na unidade de medida central

sendo assim possiacutevel calcular a velocidade de propagaccedilatildeo

28

A correlaccedilatildeo existente entre a velocidade de propagaccedilatildeo do impulso ultrassoacutenico no

betatildeo (V) e o seu moacutedulo de elasticidade (E) permite ter uma ideia da classe a que pertence o

betatildeo ensaiado (Viacutetor Coias ldquoInspeccedilotildees e Ensaios na reabilitaccedilatildeo de edifiacuteciosrdquo 2006)

3321 Equipamento

O equipamento eacute geralmente composto por uma unidade central onde alberga o

gerador de impulsos eleacutetricos o circuito de leitura e os dois transdutores Para calibraccedilatildeo do

equipamento utiliza-se um invar (barra padratildeo)

Figura 3-2 Equipamento para ensaios de ultrassons no betatildeo (ATCP Physical Engineering)

3322 Metodologia

Existem trecircs meacutetodos possiacuteveis para a realizaccedilatildeo deste tipo de ensaios

Direto

Semidirecto

Indireto

Figura 3-3Ilustraccedilatildeo das trecircs metodologias para realizaccedilatildeo de ensaios ultrassons (ATCP

Physical Engineering)

29 Tiago Pais Boto

Os meacutetodos diretos e semidirecto tecircm como finalidade a avaliaccedilatildeo das caracteriacutesticas

mecacircnicas a homogeneidade e a deteccedilatildeo de descontinuidades no betatildeo O meacutetodo semidirecto

aplica-se apenas na impossibilidade de colocaccedilatildeo de transdutores segundo o meacutetodo direto

O meacutetodo indireto aplica-se fundamentalmente na determinaccedilatildeo da profundidade de

fendas

Para melhorar a transmissatildeo acuacutestica eacute aconselhaacutevel a utilizaccedilatildeo de uma massa de

contato entre os tradutores e a superfiacutecie do betatildeo Aconselha-se tambeacutem que esses pontos de

contato sejam efetuados em superfiacutecies lisas

Considerando-se que o resultado do teste pelo meacutetodo indireto eacute menos preciso

recomenda-se comparar esses resultados com os resultados do teste pelo meacutetodo direto

Meacutetodo direto 119881119901 (119898119898

120583119904) =

119889119894119904119905119886119899119888119894119886 (119898119898)

119905119890119898119901119900 119889119890 119901119903119900119901119886119892119886ccedilatilde119900 (120583119904)lowast 105 (31)

Meacutetodo indireto 119881119894 (119898119898

120583119904) =

119889119894119904119905119886119899119888119894119886 (119898119898)

119905119890119898119901119900 119889119890 119901119903119900119901119886119892119886ccedilatilde119900 (120583119904) (32)

119881119889 = 105 lowast 119881119894 (33)

Onde

Vd = velocidade do som pelo meacutetodo direto

Vi = velocidade do som pelo meacutetodo indireto

Vp= velocidade ultrassoacutenica (Kms)

Para obter a resistecircncia do betatildeo satildeo apresentadas vaacuterias expressotildees deduzidas por diversos

autores como por exemplo a expressatildeo seguinte referida na Japanese Society of Construction

119865119888 = 215 lowast 119881119901 minus 620 (34)

Onde

119865119888= Resistecircncia do betatildeo agrave compressatildeo (MPa)

30

Tabela 3-1 Qualidade do betatildeo em funccedilatildeo da velocidade de propagaccedilatildeo dos ultrassons

(Japanese Society of Construction)

Velocidade (ms) Qualidade do betatildeo

gt4500 Excelente

3500 a 4500 Bom

3000 a 3500 Regular

2000 a 3000 Mediacuteocre

lt2000 Mau

O ensaio deve ser realizado segundo as normas de referecircncia

BS 1881-2031986 ldquoRecommendations for measurement of velocity of ultrasonic pulses

in concreterdquo

ASTM C597-09 ldquoStandard test method for pulse velocity through concreterdquo

333 Deteccedilatildeo de armaduras com recurso do pacoacutemetro

Os ensaios realizados com recurso a um pacoacutemetro aleacutem de permitirem medir o

recobrimento tambeacutem satildeo utilizados para deteccedilatildeo posicionamento dimensatildeo e direccedilatildeo das

armaduras em estruturas de betatildeo armado ou betatildeo preacute-esforccedilado A deteccedilatildeo de cabos de preacute-

esforccedilo apresenta algumas limitaccedilotildees devido agraves caracteriacutesticas proacuteprias dos elementos de preacute-

esforccedilo e agraves capacidades do equipamento (Viacutetor Coias ldquoInspeccedilotildees e Ensaios na reabilitaccedilatildeo de

edifiacuteciosrdquo 2006)

3331 Equipamento

O pacoacutemetro eacute um aparelho portaacutetil composto pela unidade de leitura por dois detetores

e por dois espaccediladores O alcance de mediccedilatildeo depende do diacircmetro do varatildeo e do tamanho do

detetor podendo ir ateacute 360 mm com uma precisatildeo de aproximadamente 2 mm ou 5 ateacute 75 por

cento do alcance O ajuste do zero eacute automaacutetico bastando para tal afastar o elemento detetor de

elementos metaacutelicos O meacutetodo de deteccedilatildeo de armaduras eacute auxiliado por um sistema aacuteudio

variaacutevel com a distacircncia agraves armaduras

31 Tiago Pais Boto

Figura 3-4 Pacoacutemetro (geotechpedia 2012)

3332 Metodologia

Apoacutes a calibragem do aparelho e caso se tenha acesso ao projeto seleciona-se a

dimensatildeo dos varotildees de accedilo e o recobrimento se pretende controlar Se natildeo tivermos informaccedilatildeo

acerca do tipo de armadura que estamos a tentar identificar poderaacute ser vantajoso nesta fase

remover o recobrimento da armadura num local onde natildeo seja muito inconveniente a fim de

acertar a calibraccedilatildeo e eventualmente identificar o tipo de armadura

O recobrimento eacute medido usando a face normal de trabalho do elemento detetor grande

Tendo-se identificado a face normal de trabalho do elemento detetor pode-se explorar a

superfiacutecie do elemento a inspecionar A identificaccedilatildeo da posiccedilatildeo dos varotildees quando o som

emitido for alto e agudo

Para determinar a direccedilatildeo da armadura move-se e roda-se o elemento detetor no sentido

de aumentar o sinal sonoro Quando o elemento detetor estiver cuidadosamente posicionado

dessa maneira o eixo do varatildeo estaraacute paralelo com o eixo longitudinal do elemento detetor O

recobrimento em miliacutemetros poderaacute ser observado na parte esquerda do visor O

microprocessador do aparelho determina automaacutetica o diacircmetro dos varotildees a partir de duas

leituras no mesmo local utilizando um espaccedilador apropriado

O elemento detetor pequeno deve ser usado quando se estaacute na presenccedila de malha soldada

ou de varotildees proacuteximos ou entatildeo quando o elemento detetor grande for incapaz de fornecer

uma discriminaccedilatildeo mais pormenorizada da zona a sondar

Este equipamento fornece boa capacidade de resoluccedilatildeo para desenhar

pormenorizadamente as armaduras que se encontram mais proacuteximas Para uma faacutecil perceccedilatildeo

da disposiccedilatildeo das armaduras nos elementos de betatildeo armado a superfiacutecie do elemento a sondar

vai sendo marcada agrave medida que vatildeo sendo detetadas armaduras

O ensaio deve seguir as recomendaccedilotildees da norma de referecircncia Norma BS 1881-204 1988

Testing concrete ldquoRecommendations on the use of electromagnetic cover metersrdquo

32

334 Deteccedilatildeo de corrosatildeo em armaduras por mediccedilatildeo dos potenciais eleacutetricos

A corrosatildeo das armaduras pode ser avaliada atraveacutes da mediccedilatildeo dos potenciais eleacutetricos

aplicados na superfiacutecie do betatildeo relativamente a um eleacutetrodo de referecircncia Este tipo de ensaios

permite localizar as aacutereas onde a corrosatildeo estaacute presente ou prestes a verificar-se antes de os

efeitos se tornarem visiacuteveis

Esta teacutecnica permite localizar as aacutereas onde a estrutura de betatildeo armado precisa de ser

reparada ou protegida e atraveacutes da sua aplicaccedilatildeo repetida pode ser usada para minimizar assim

os seus custos de manutenccedilatildeo

3341 Equipamento

O equipamento eacute composto por

Ceacutelula de mediccedilatildeo em cloreto de prata (AgCl)

Medidor com ligaccedilatildeo que permite leituras digitais em unidades de tensatildeo (volt) ou

resistecircncia (ohm)

Recipientes com liacutequido para reabastecer a ceacutelula de mediccedilatildeo

Cabo de ligaccedilatildeo

Brocas diamantadas de 10 e 18 mm de diacircmetro

Martelo e escopro

Alicate de aperto

Bico para contacto com armadura e chave de Allen

Cabo de ligaccedilatildeo

Extensatildeo telescoacutepica para fixaccedilatildeo da ceacutelula de mediccedilatildeo

Berbequim com percussatildeo

Balde e esponja

3342 Metodologia

Apoacutes a escolha de uma aacuterea em funccedilatildeo do estado aparente do betatildeo definem-se zonas

de leitura da aacuterea a estudar e define-se o nuacutemero de leituras a realizar em funccedilatildeo da degradaccedilatildeo

aparente do betatildeo Procede-se agrave limpeza com uma escova de accedilo de um varatildeo da armadura

previamente localizado com o detetor de armaduras Fixa-se o eleacutetrodo secundaacuterio atraveacutes do

alicate de aperto ao varatildeo da armadura e liga-se o eleacutetrodo ao voltiacutemetro atraveacutes do cabo

fornecido Procede-se agrave molhagem das superfiacutecies vatildeo onde seratildeo efetuadas as leituras de modo

a humedecer em profundidade o betatildeo a estudar Coloca-se o eleacutetrodo primaacuterio sucessivamente

em cada ponto de leitura medindo-se no voltiacutemetro do equipamento o potencial eleacutetrico

33 Tiago Pais Boto

Durante a realizaccedilatildeo de todas as mediccedilotildees o operador deve assegurar-se que a esponja do topo

do eleacutetrodo primaacuterio se encontra devidamente humedecida

Tabela 3-2Risco de corrosatildeo ativa em funccedilatildeo do niacutevel de potencial

Niacutevel de Potencial (mV) Risco de corrosatildeo ativa ()

-260 a -410 Ateacute 95

-110 a -260 Incerto

gt-100 Ateacute 5

Esta metodologia estaacute descrita em Norma ASTM C 876-91 (R1999) Standard Test Method

for Half-Cell Potentials of Uncoated Reinforcing Steel in concrete

335 Determinaccedilatildeo do teor de cloretos no betatildeo

A determinaccedilatildeo do teor de cloretos no betatildeo consiste precisamente em determinar o

teor soluacutevel em aacutecido de cloretos existentes no betatildeo Em traccedilos gerais uma amostra de poacute de

betatildeo a ensaiar eacute dissolvida numa soluccedilatildeo aacutecida normalizada para que os iotildees de cloreto reajam

com o aacutecido Um eleacutetrodo dotado de um sensor de temperatura eacute introduzido na soluccedilatildeo

medindo a reaccedilatildeo eletroquiacutemica A tensatildeo gerada pela concentraccedilatildeo de iotildees afeta

simultaneamente a temperatura da soluccedilatildeo a qual eacute medida pelo aparelho eletroacutenico Este

aparelho apresenta instantemente a percentagem de iotildees num mostrador (Viacutetor Coias

ldquoInspeccedilotildees e Ensaios na reabilitaccedilatildeo de edifiacuteciosrdquo 2006)

3351 Equipamento

O equipamento utilizado eacute composto por

Eleacutetrodo com sensor de temperatura montado exteriormente

Cabos e ligaccedilotildees

Aparelho eletroacutenico de leitura com circuitos compensadores da temperatura e

microprocessador para conversatildeo direta em percentagens de cloretos

Embalagens contendo soluccedilotildees aacutecidas com coloraccedilatildeo diferente para calibraccedilatildeo do

eleacutetrodo

Balanccedila para pesar as amostras

Embalagens contendo a soluccedilatildeo aacutecida onde se vai misturar cada amostra

Garrafa com agente de molhagem do eleacutetrodo

34

Concha para recolha do poacute e soprador para amostragem

Alicate de fixaccedilatildeo broca buchas chave de bocas e chave de fendas

Detetor de armaduras

A calibragem eacute feita antes de cada ensaio utilizando duas soluccedilotildees padratildeo

Figura 3-5 Equipamento para mediccedilatildeo do teor de cloretos in situ (oz diagnostico 2015)

3352 Metodologia

Haacute que localizar previamente a posiccedilatildeo das armaduras com um detetor de armaduras

Selecionado o local de ensaio preferencialmente onde a posiccedilatildeo das armaduras se encontra

mais exteriormente do elemento estrutural em estudo Em seguida posiciona-se a concha de

recolha do poacute fixando-a com o alicate de fixaccedilatildeo atraveacutes de uma bucha de fixaccedilatildeo Depois

fazem-se trecircs furos no betatildeo a ensaiar agrave profundidade a que se pretende determinar o teor em

cloretos de modo a recolher cerca de 20 g de poacute que devem guardados num saco de plaacutestico

hermeticamente fechado Se se pretender um perfil do teor de cloretos haacute que furar e recolher

o poacute em menos trecircs niacuteveis de profundidade (Viacutetor Coias 2006)

Perto da superfiacutecie

Ao niacutevel das armaduras

A uma distacircncia de 2 ou 3 cm abaixo das armaduras

Uma amostragem de 3 g retirada do poacute extraiacutedo eacute dissolvida em 20 ml de uma soluccedilatildeo

aacutecida Coloca-se o eleacutetrodo jaacute calibrado na garrafa de ensaio e lecirc-se o teor de cloretos que seraacute

automaticamente indicado no mostrador do aparelho A leitura pode ser obtida em percentagem

ou PPM (partes por milhatildeo) consoante a funccedilatildeo selecionada

O ensaio deve seguir as recomendaccedilotildees das normas de referecircncia

35 Tiago Pais Boto

Norma BS 1881-6 1971 Methods of testing concrete Analysis of hardened concrete

Norma AASHTO T260‑84 Standard Method of Test for Sampling and testing for

chloride ion in concrete and concrete raw materials

336 Ensaio de aderecircncia por traccedilatildeo (pull-off)

Os ensaios de aderecircncia por traccedilatildeo direta pull-off satildeo fundamentais para o ecircxito de trabalhos

de reparaccedilatildeo e reforccedilo em estruturas de betatildeo armado pois a garantia de uma boa aderecircncia

entre os materiais existentes e os materiais novos eacute fundamental (Viacutetor Coias ldquoInspeccedilotildees e

Ensaios na reabilitaccedilatildeo de edifiacuteciosrdquo 2006) Este tipo de ensaio consiste na aplicaccedilatildeo de uma

forccedila de traccedilatildeo exercida manualmente atraveacutes de um aparelho concebido para esse fim A

traccedilatildeo eacute transmitida axialmente atraveacutes de uma peccedila metaacutelica colada previamente ao provete

O aumento gradual da forccedila pode ser observado diretamente numa escala (MPa) A forccedila

maacutexima eacute registada assim que se daacute o arrancamento do provete na secccedilatildeo mais fraacutegil (Viacutetor

Coias ldquoInspeccedilotildees e Ensaios na reabilitaccedilatildeo de edifiacuteciosrdquo 2006)

Analisando o provete pode-se observar se a secccedilatildeo de rotura pertence a um dos

materiais ou se por outro lado estaacute contida na superfiacutecie de ligaccedilatildeo entre os materiais Dada a

sua grande simplicidade este ensaio pode ser executado na proacutepria estrutura traduzindo melhor

as condiccedilotildees reais existentes

3361 Equipamento

Carotadora portaacutetil

Coroa diamantada

Caixa diferencial

Aparelho mecacircnico de aderecircncia

Equipamento de arrancamento com pastilhas metaacutelicas

Detetor de armaduras

Cola epoxiacutedica

Extensatildeo monofaacutesica

Mangueira para aacutegua

36

Figura 3-6 Esquematizaccedilatildeo do ensaio de aderecircncia por traccedilatildeo pull-off (oz diagnostico 2015)

3362 Metodologia

Com o auxiacutelio de uma carotadora executa-se um entalhe circular com cerca de 4 cm de

diacircmetro perpendicular agrave superfiacutecie do material A profundidade deve ser suficiente para que

ultrapasse o plano de ligaccedilatildeo dos materiais atingindo assim o substrato do betatildeo A superfiacutecie

eacute entatildeo regularizada com o auxiacutelio de uma grossa a poeira deve ser retirada com acetona

Procede-se agrave colagem da peccedila metaacutelica (pastilha) ao provete a de betatildeo com uma cola epoxiacutedica

exercendo uma pressatildeo moderada durante alguns minutos conforme mencionado nas normas

de referecircncia (Viacutetor Coias 2006)

Apoacutes uma hora pode-se entatildeo colocar o aparelho de ensaio de modo que este acople a

peccedila metaacutelica coloca-se o indicador a zero e inicia-se o ensaio propriamente dito

O ensaio deve seguir as recomendaccedilotildees das normas de referecircncia

Norma BS 1881-207 1992 Testing concrete Recommendations for the assessment of

concrete strength by near-to-surface test

Norma ASTM D4541-95 Stand Test Method for Pull-Off Strength

337 Resistecircncia aacute compressatildeo com recurso ao escleroacutemetro do tipo Schmidt

O ensaio com o escleroacutemetro permite obter de forma simples e natildeo destrutiva a

resistecircncia agrave compressatildeo de elementos de betatildeo Sendo um ensaio baseado na resistecircncia

37 Tiago Pais Boto

superficial os valores obtidos satildeo apenas representativos de uma camada ateacute 5 cm de

profundidade Contudo o ensaio eacute uacutetil para avaliar a homogeneidade do betatildeo verificar se

existe um determinado niacutevel miacutenimo de resistecircncia e decidir sobre a necessidade de fazer

ensaios mais completos A tensatildeo de rotura agrave compressatildeo referente a provetes cuacutebicos ou

ciliacutendricos pode ser estimada com base numa correlaccedilatildeo com o iacutendice escleromeacutetrico

3371 Equipamento

O equipamento utilizado eacute denominado de escleroacutemetro do tipo Schmidt Quando se

pressiona o veio de compressatildeo do escleroacutemetro contra a superfiacutecie de betatildeo a ensaiar

comprime-se uma mola existente no interior do aparelho Quando o veio atinge o fim do seu

curso eacute libertada instantaneamente uma massa que choca com a sua extremidade interior O

choque eacute transmitido agrave superfiacutecie a ensaiar a qual reage provocando um ressalto O mesmo

veio transmite esse ressalto agrave massa moacutevel que ao deslocar-se faz mover um ponteiro visiacutevel

no exterior do invoacutelucro do aparelho e regista o ponto maacuteximo do ressalto da massa Quanto

mais dura e compacta for a superfiacutecie do betatildeo maior seraacute o ressalto

O valor de referecircncia obtido atraveacutes da escala do aparelho iacutendice escleromeacutetrico

permite avaliar o valor de resistecircncia agrave compressatildeo do betatildeo tendo em conta o acircngulo entre o

eixo longitudinal do escleroacutemetro e a superfiacutecie ensaiada (Viacutetor Coias 2006)

Figura 3-7 Escleroacutemetro de Schmidt (Nabrande Wikipedia 2015)

O ensaio deve seguir as recomendaccedilotildees das normas de referecircncia

BS 1881 parte 202

ASTM C 505-85

38

3372 Registo e anaacutelise de dados

A mediccedilatildeo num determinado local deve corresponder 5 ou 10 leituras O registo de

dados deve ser efetuado num impresso proacuteprio incluindo

Identificaccedilatildeo da obra

Nome do operador

Data

Localizaccedilatildeo da aacuterea ensaiada na estrutura

Acircngulo do escleroacutemetro com a horizontal

Descriccedilatildeo da aacuterea ensaiada

Descriccedilatildeo do betatildeo

A resistecircncia de caacutelculo

Idade e condiccedilotildees de cura

Observaccedilotildees do aspeto da superfiacutecie do betatildeo

Zonas em que o ensaio natildeo teve validade

Nuacutemero de seacuterie do escleroacutemetro utilizado ou a sua identificaccedilatildeo simplificada

O tratamento dos dados depende do fim a que destina a informaccedilatildeo final podendo-se

registar apenas os valores meacutedios da tensatildeo de rotura agrave compressatildeo do betatildeo referente a provetes

cuacutebicos os ciliacutendricos incluindo os valores meacutedios de dispersatildeo Ou entatildeo pode-se tambeacutem

estimar os valores caracteriacutesticos da tensatildeo de rotura

338 Avaliaccedilatildeo da profundidade de carbonataccedilatildeo com indicador de fenolftaleiacutena

Este ensaio eacute de execuccedilatildeo simples A escolha adequada do local onde seraacute feita a anaacutelise

eacute fundamental sobretudo quando se trata de edifiacutecios de elevado valor patrimonial

Geralmente a carbonataccedilatildeo progride com a frente paralela agrave superfiacutecie a frente de

carbonataccedilatildeo quando atravessa o recobrimento das armaduras o accedilo despassiva iniciando o

processo de corrosatildeo das armaduras originando uma perda de resistecircncia e comprometendo a

durabilidade do betatildeo (Viacutetor Coias 2006) Conhecendo a posiccedilatildeo da frente de carbonataccedilatildeo eacute

possiacutevel estimar a extensatildeo das zonas a reparar

3381 Equipamento

Fazem parte do equipamento

Berbequim com percussatildeo

Martelo e escopro

Aspersor

Reacutegua graduada em miliacutemetros

Soluccedilatildeo alcooacutelica de fenolftaleiacutena a 01 por cento

Detetor de armaduras

39 Tiago Pais Boto

3382 Metodologia

Os pontos de mediccedilatildeo devem ser criteriosamente selecionados de forma a poderem-se

comparar diferentes mediccedilotildees Esta seleccedilatildeo deve ter tambeacutem em conta o tipo de controlo que

se pretende fazer e o grau de rigor pretendido Nomeadamente os elementos estruturais com as

superfiacutecies expostas aos agentes ambientais devem ser objeto de um maior nuacutemero de mediccedilotildees

A seleccedilatildeo exata do ponto de mediccedilatildeo deveraacute ter em conta a posiccedilatildeo das armaduras que devem

ser localizadas previamente com um detetor de armaduras a fim de natildeo serem danificadas

Os pontos selecionados devem ser previamente identificados e localizados numa planta

da estrutura

A profundidade dos furos ou cavidades seraacute superior em pelo menos 1 cm ao

recobrimento medido com o detetor de armaduras A limpeza correta do furo eacute essencial para a

fiabilidade dos resultados que deixaratildeo de ter validade se existirem resiacuteduos de poacute nas zonas

interiores natildeo carbonatadas

Utilizando um aspersor com a soluccedilatildeo alcooacutelica de fenolftaleiacutena molham-se a

superfiacutecies internas do furo do ensaio e observa-se a sua coloraccedilatildeo rosada sendo possiacutevel medir

a profundidade da frente de carbonataccedilatildeo na transiccedilatildeo de uma zona para a outra (Viacutetor Coias

2006)

O ensaio deve seguir as recomendaccedilotildees da norma de referecircncia RILEM CPC ndash 18 e E391 ndash

LNEC

Figura 3-8 Reaccedilatildeo da fenolftaleiacutena numa carote de betatildeo (oz diagnostico 2015)

40

339 Observaccedilatildeo boroscoacutepica de cavidades e fendas

O diagnoacutestico de patologias das estruturas e dos materiais bem como o seu

levantamento satildeo em muitos casos facilitados pela possibilidade de inspecionar o interior de

cavidades e fendas de pequenas dimensotildees existentes nesses materiais ou elementos estruturais

A boroscopia eacute uma teacutecnica baseada na utilizaccedilatildeo de um instrumento oacutetico o boroscoacutepio e

constitui uma forma muito pouco intrusiva de efetuar tais observaccedilotildees

3391 Equipamento

Na sua versatildeo mais simples o boroscoacutepio consiste numa haste delgada dotada numa

das extremidades de um ocular e na outra duma objetiva e um prisma A fim de permitir a

iluminaccedilatildeo da cavidade a observar um segundo sistema oacutetico montado no interior da mesma

haste conduz um feixe luminoso intenso que eacute dirigido para o campo observado (Viacutetor Coias

2006) A haste pode ser ligeiramente inclinada em relaccedilatildeo agrave vertical e rodada a toda a volta o

que aliado ao grande acircngulo do sistema oacutetico montado na sua extremidade possibilita uma

observaccedilatildeo com poucos acircngulos mortos

Aleacutem da observaccedilatildeo direta a ocular pode permitir atraveacutes de adaptadores apropriados

montar uma maacutequina fotograacutefica de 35 mm ou uma cacircmara de viacutedeo possibilitando o registo

de imagens do campo observado

Figura 3-9 Esquematizaccedilatildeo de um boroscoacutepio (oz diagnostico 2015)

41 Tiago Pais Boto

3392 Metodologia

Uma vez selecionados os pontos de observaccedilatildeo torna-se necessaacuterio a menos que se

trate de fendas suficientemente largas executar um ou mais furos com cerca de 10 mm de

diacircmetro Depois de montado o sistema e feita a ligaccedilatildeo agrave fonte de iluminaccedilatildeo a haste de

observaccedilatildeo eacute introduzida no orifiacutecio observando-se visualmente o seu interior

3310 Mediccedilatildeo de deslocamentos em juntas e fendas com o alongacircmetro

As construccedilotildees apresentam com frequecircncia fissuras ou fendas resultantes de

deformaccedilotildees ocasionadas por variadas causas como sejam por exemplo assentamentos

diferenciais variaccedilotildees de temperatura alteraccedilatildeo das solicitaccedilotildees ou das propriedades

mecacircnicas dos materiais execuccedilatildeo de obras subterracircneas na vizinhanccedila de construccedilotildees

existentes etc Sendo aquelas fissuras ou fendas manifestaccedilotildees do comportamento estrutural

haacute normalmente interesse em acompanhar a variaccedilatildeo da sua abertura ao longo do tempo em

diversos pontos do seu desenvolvimento (Viacutetor Coias 2006)

O alongacircmetro eacute um dispositivo mecacircnico que se utiliza para medir com precisatildeo

pequenos deslocamentos em juntas e fissuras

33101 Equipamento

O alongacircmetro mecacircnico tem uma base que pode medir 200 mm mas haacute outras medidas

e eacute utilizado para medir as distacircncias entre os pontos definidos por cada par de bases circulares

metaacutelicas com um diacircmetro de 5 mm Usa-se um invar para corrigir os valores lidos devido agrave

influecircncia tanto de variaccedilotildees de temperatura no aparelho como de esforccedilos a que este possa ser

submetido durante a sua utilizaccedilatildeo

Figura 3-10Alongacircmetro mecacircnico (oz diagnostico 2015)

42

33102 Metodologia

Apoacutes seleccedilatildeo e marcaccedilatildeo dos locais onde seratildeo realizadas as mediccedilotildees satildeo previamente

colocados simetricamente pares de bases metaacutelicas especialmente concebidas com 5 mm de

diacircmetro coladas ao elemento em estudo A anaacutelise das leituras ao longo do tempo permite ter

uma ideia da tendecircncia do movimento agravamento estabilizaccedilatildeo recuperaccedilatildeo ou uma

variaccedilatildeo ciacuteclica Esta base de dados permitiraacute eventualmente ajudar a estabelecer relaccedilotildees de

causa-efeito com as accedilotildees a que a construccedilatildeo estaacute sujeita

3311 Determinaccedilatildeo da resistecircncia de betotildees a partir de provetes ciliacutendricos

Sendo este tambeacutem um ensaio semi-destrutivo ou mesmo destrutivo torna-se necessaacuterio

a escolha criteriosa dos locais para recolha dos provetes O ensaio consiste genericamente na

determinaccedilatildeo da resistecircncia atual dos betotildees atraveacutes do ensaio de rotura agrave compressatildeo de

provetes ciliacutendricos

33111 Equipamento

Para a realizaccedilatildeo deste ensaio eacute necessaacuterio

bull Pacoacutemetro

bull Caroteadora

bull Coroas diamantadas com diacircmetro miacutenimo interior de 75 mm

bull Aspirador para extraccedilatildeo de carotes na direccedilatildeo ascendente ou para extraccedilatildeo de carotes

segundo qualquer direccedilatildeo

33112 Metodologia

A seleccedilatildeo exata do local de extraccedilatildeo das carotes deveraacute ter sempre em conta a seguranccedila

estrutural do elemento a sondar no sentido de ser o menos possiacutevel afetada Deste modo em

pilares correntes (de edifiacutecios) o furo de extraccedilatildeo deveraacute localizar‑se sensivelmente a meio da

altura ou o mais possiacutevel afastado das ligaccedilotildees aos restantes elementos estruturais (vigas ou

lajes) Do mesmo modo em vigas o furo de extraccedilatildeo das carotes deveraacute localizar‑se entre 15

e 14 do vatildeo na zona onde os esforccedilos de flexatildeo satildeo mais reduzidos Para aleacutem dos

condicionamentos atraacutes referidos deveraacute ser tido em conta que recolha das carotes deve ser

feita de modo a interferir o miacutenimo com as armaduras do elemento a sondar Para tal deve ser

usado um pacoacutemetro antes da extraccedilatildeo das carotes

As carotes apoacutes a sua extraccedilatildeo deveratildeo ser imediatamente identificadas marcando-as

com laacutepis de cera ou por outro processo igualmente eficaz Depois deveratildeo ser devidamente

acondicionadas a fim de natildeo sofrerem quaisquer danos durante o transporte No caso de alguma

43 Tiago Pais Boto

carote ter intersectado uma armadura o corte dessa carote antes do ensaio deveraacute ser feito de

modo a eliminar o troccedilo afetado pela presenccedila da armadura

Os ensaios de rotura agrave compressatildeo simples dos provetes devem ser realizados em laboratoacuterio

de acordo com a Norma E 226 do LNEC (Viacutetor Coias 2006)

Figura 3-11 Extraccedilatildeo de carote com localizaccedilatildeo preacutevia da malha de armaduras (oz

diagnostico 2015)

33113 Registo e anaacutelise de resultados

O registo dos dados eacute efetuado em impresso proacuteprio incluindo

Identificaccedilatildeo da obra

Nome do operador

Data

Localizaccedilatildeo e identificaccedilatildeo dos pontos de extraccedilatildeo das carotes recorrendo a um

desenho esquemaacutetico

Observaccedilotildees sobre o aspeto da superfiacutecie do betatildeo

Zonas em que as extraccedilotildees natildeo foram vaacutelidas

Os resultados obtidos deveratildeo ser processados tendo por base a metodologia

preconizada na publicaccedilatildeo da Concrete Society Technical Report nordm 11 onde satildeo indicados

vaacuterios fatores de correccedilatildeo a aplicar sobre os resultados dos provetes ensaiados que tecircm em

conta entre outros a direccedilatildeo da carotagem a relaccedilatildeo alturadiacircmetro do provete o corte dos

agregados a presenccedila de material de recobrimento a forma dos provetes a resistecircncia

potencial etc (Viacutetor Coias 2006)

44

3312 Mediccedilatildeo da espessura da seccedilatildeo atraveacutes de ensaios impacto-eco

Este meacutetodo consiste em emitir um impacto mecacircnico sobre uma superfiacutecie originando

impulsos que satildeo projetados ao longo do material As ondas refletidas por uma falha interna

satildeo captadas por um recetor posicionado na mesma superfiacutecie do impacto (Malhotra 1984

ACI-364 1993)

33121 Equipamento

Para a realizaccedilatildeo deste ensaio eacute necessaacuterio

Computador portaacutetil preparado para operar em condiccedilotildees adversas que deveraacute

ter instalado o software adequado para o processamento dos sinais (possibilidade

de definir diferentes resoluccedilotildees dos sinais) e uma placa especiacutefica para aquisiccedilatildeo

dos sinais

Transdutor piezoeleacutetrico com extremidade coacutenica acoplado ao suporte das

massas impactoras ou outro equivalente

Massa impactoras esferas metaacutelicas com diacircmetros de 5 8 125 mm ou outras

equivalentes

Todo o sistema deveraacute estar devidamente operacional e calibrado pelo que deveraacute fazer-

se acompanhar da folha de calibraccedilatildeo devidamente atualizada Para apoio agrave execuccedilatildeo dos

ensaios deveraacute prever-se a eventual utilizaccedilatildeo de um boroscoacutepio ou de equipamento de ultra-

sons (Viacutetor Coias 2006)

Figura 3-12 Parte do equipamento para realizaccedilatildeo do ensaio (impacto-ecoimpact Echo

instruments 2015)

45 Tiago Pais Boto

33122 Metodologia

Para a colocaccedilatildeo dos transdutores os pontos selecionados devem ser em zonas onde natildeo

existem juntas e irregularidades superficiais para que desta forma natildeo influenciem os

resultados

Deve-se portanto remover quaisquer materiais de revestimento nomeadamente os

rebocos jaacute no caso de pinturas de espessura reduzida deve-se comparar os resultados com zonas

sem a referida pintura

Na superfiacutecie do elemento a ensaiar marca-se uma malha de pontos de referecircncia onde

a abertura e quantidade vem em funccedilatildeo da espessura ou largura da seccedilatildeo transversal do

elemento Devem tambeacutem ser garantidos no miacutenimo 9 pontos e em elementos laminares 16

pontos

Sobre cada um dos pontos eacute realizado o ensaio utilizando a massa de impacto previamente

selecionada atraveacutes de testes preliminares

A realizaccedilatildeo deste ensaio deve seguir a norma Norma ASTM C1383-98a Standard Test

Method for Measuring the P-Wave Speed and the Thickness of Concrete Plates Using the

Impact-Echo Method

46

47 Tiago Pais Boto

4 Patologias em Estruturas de Betatildeo Armado

41 Introduccedilatildeo

Em Engenharia Civil o conceito de patologia estaacute associado aos fenoacutemenos que afetam

o comportamento anoacutemalo de uma construccedilatildeo Este conceito pode ser diferenccedilado em patologia

estrutural e em patologia natildeo estrutural Patologia estrutural eacute para os fenoacutemenos que afetam a

funcionalidade estrutural dos elementos da construccedilatildeo nomeadamente as fundaccedilotildees

infraestrutura e superestrutura Patologia natildeo estrutural alberga todos os outros fenoacutemenos que

afetam os restantes elementos da construccedilatildeo

Dada a natureza quiacutemica do betatildeo a sua macro e micro estrutura encontra-se em

constante mudanccedila devido agrave sua estrutura porosa estar sempre em contato com o meio

ambiente Atraveacutes de diversos mecanismos nomeadamente a permeaccedilatildeo difusatildeo e absorccedilatildeo

satildeo transportados diversos agentes necessaacuterios agrave corrosatildeo ao accedilo CO2 aacutegua sulfatos cloretos

Devido agrave sua constituiccedilatildeo e caracteriacutesticas dos constituintes do betatildeo estes podem desenvolver

reaccedilotildees quiacutemicas internas originando patologias

A existecircncia de armaduras no interior do betatildeo e a deficiente proteccedilatildeo das mesmas pode

originar processos de corrosatildeo acelerados originando severas patologias que podem colocar

em causa a proacutepria estabilidade da estrutura

As patologias podem verificar-se devido a erros de projeto erros de execuccedilatildeo erros de

exploraccedilatildeo e manutenccedilatildeo O uacuteltimo erro remete essencialmente para os mecanismos

mecacircnicos fiacutesicos e quiacutemicos a que o betatildeo armado poderaacute estar exposto Este assunto seraacute

abordado com mais detalhe nesta dissertaccedilatildeo Jaacute em relaccedilatildeo aos erros de projeto e de execuccedilatildeo

estando intrinsecamente ligados agrave construccedilatildeo de estruturas novas seratildeo apenas enunciados

neste documento

Segundo um modelo proposto por Tuutti para o mecanismo de detioraccedilatildeo das estruturas

satildeo identificadas principalmente duas fases distintas a iniciaccedilatildeo e a propagaccedilatildeo Na fase de

iniciaccedilatildeo a penetraccedilatildeo e alojamento das substacircncias agressivas vai aumentando ateacute valores

criacuteticos de forma pouco significativa ateacute ao iniacutecio da fase de propagaccedilatildeo Na fase de

propagaccedilatildeo segundo o modelo de Tuutti a evoluccedilatildeo eacute idecircntica a um crescimento exponencial

ao longo da vida uacutetil da estrutura exemplificado pelo graacutefico apresentado na figura seguinte

48

Figura 4-1 Modelo de Tuutti evoluccedilatildeo dos niacuteveis de deterioraccedilatildeo ao longo da vida uacutetil de

uma estrutura (Concrete Institute of Australia 2015)

Segundo Tuutti os instantes representados no graacutefico da Figura 4-1 correspondem agraves

diferentes condiccedilotildees de deterioraccedilatildeo que ocorrem na fase de propagaccedilatildeo

Instante T0 Iniacutecio da corrosatildeo das armaduras

Instante T1 Ocorrecircncia da propagaccedilatildeo da corrosatildeo

Instante T2 Niacutevel de corrosatildeo elevado

42 Erros de projeto

Geralmente os erros de projeto estrutural mais recorrentes e significativos satildeo

Falta de detalhes nos projetos

Erros de dimensionamento

Falta de compatibilidade entre os vaacuterios projetos de especialidade

Deficiente avaliaccedilatildeo das accedilotildees e esforccedilos impostos nomeadamente o efeito teacutermico

Ausecircncia de pormenorizaccedilatildeo adequada do recobrimento e das armaduras

Deficiecircncia avaliaccedilatildeo da agressividade da classe de exposiccedilatildeo

Especificaccedilotildees inadequadas dos materiais

Deficiente avaliaccedilatildeo do controlo de deformaccedilatildeo fendilhacatildeo

Deficiente avaliaccedilatildeo na drenagem e impermeabilizaccedilatildeo

49 Tiago Pais Boto

43 Deficiente execuccedilatildeo

Jaacute na fase de execuccedilatildeo das estruturas de betatildeo armado os erros mais comuns geralmente

satildeo

Falta de rigor e controlo tecnoloacutegico

Erro de interpretaccedilatildeo de projetos

Armaduras mal posicionadas

Deslocamentos das cofragens

Descofragem prematura

Ausecircncia de espaccediladores para garantir recobrimentos

Deficiente vibraccedilatildeo do betatildeo

Segregaccedilatildeo do betatildeo

Falta de fiscalizaccedilatildeo

Juntas de dilataccedilatildeo mal posicionadas ou mesmo ausecircncia das mesmas

Escolha de materiais inadequados ou sem homologaccedilatildeo e marcaccedilatildeo CE

Abatimentos das superfiacutecies de betonagem

44 Erros de Exploraccedilatildeo Manutenccedilatildeo

Como referido anteriormente os erros de exploraccedilatildeomanutenccedilatildeo satildeo remetidos para

os principais mecanismos mecacircnicos fiacutesicos e quiacutemicos a que o betatildeo armado poderaacute estar

exposto

441 Mecanismos Mecacircnicos

Cristalizaccedilatildeo dos sais

A cristalizaccedilatildeo dos sais acontece na passagem da situaccedilatildeo de natildeo saturaccedilatildeo para a de

saturaccedilatildeo ou sobressaturaccedilatildeo e acontece na circunstacircncia de abaixamento da temperatura

evaporaccedilatildeo ou por acreacutescimo de sal Comeccedilam-se entatildeo a formar sais cristalizaccedilatildeo nos espaccedilos

porosos do betatildeo exercendo deste modo uma pressatildeo de nas paredes capilares do betatildeo (Viacutetor

Coias 2006)

Retraccedilatildeo (secagem por evaporaccedilatildeo quiacutemica e teacutermica)

O efeito da retraccedilatildeo do betatildeo seja ela secagem por evaporaccedilatildeo retraccedilatildeo plaacutestica ou por

efeito teacutermico origina uma diminuiccedilatildeo no volume das peccedilas de betatildeo Por consequecircncia pode

originar tensotildees de traccedilatildeo no betatildeo e se estes esforccedilos natildeo forem libertados por exemplo

atraveacutes de juntas de dilataccedilatildeo Quando as tensotildees de traccedilatildeo forem superiores agrave resistecircncia do

betatildeo agrave traccedilatildeo surge o aparecimento de fendas

A retraccedilatildeo por secagem acontece devido agrave evaporaccedilatildeo do excesso de aacutegua presente nos

poros capilares que natildeo foi usada no processo de hidrataccedilatildeo do cimento Este processo sendo

50

lento pode demorar anos ateacute se evidenciarem as primeiras patologias em elementos estruturais

espessos

A retraccedilatildeo quiacutemica tambeacutem designada por endoacutegena ou autogeacutenea ocorre devido agrave

evoluccedilatildeo quiacutemica resultante da hidrataccedilatildeo da pasta de cimento Este processo pode ocorrer

mesmo sem trocas de aacutegua quando o betatildeo tem uma idade jovem e provoca fendas de pequena

profundidade

Por uacuteltimo a retraccedilatildeo teacutermica ocorre apoacutes um arrefecimento teacutermico ateacute atingir a

temperatura ambiente consequecircncia de uma elevaccedilatildeo preacutevia e acentuada da temperatura Uma

peccedila monoliacutetica de betatildeo sujeita a variaccedilotildees de temperatura da ordem dos 40ordmC ou 50ordmC sofre

uma deformaccedilatildeo de alguns deacutecimos de miliacutemetros por cada metro de comprimento Os efeitos

deste alongamento e encurtamento satildeo despreziacuteveis se a peccedila dilatar livremente mas surgem

tensotildees internas se estiver rigidamente confinada (Viacutetor Coias 2006)

Abrasatildeo

Esta caracteriza-se essencialmente por accedilotildees repetidas de fricccedilatildeo ou impacto repetido

Eacute um mecanismo de deterioraccedilatildeo no betatildeo importante para estruturas em que estejam em

contato com a aacutegua em escoamento em especial quando esta arraste detritos e areias A erosatildeo

pode desenvolver-se rapidamente assim que a camada superficial do betatildeo desaparecer (Rui

Ferreira 2000)

Cavitaccedilatildeo

A cavitaccedilatildeo acontece devido aacute formaccedilatildeo de bolhas de vapor provocada por uma variaccedilatildeo

brusca da velocidade do escoamento ou diminuiccedilatildeo de pressatildeo na aacutegua que por sua vez

quando atingem zonas de pressatildeo normal rebentam Esta accedilatildeo hidrodinacircmica ganha

preponderacircncia apenas em estruturas total ou parcialmente submersas

Variaccedilotildees de temperatura

O efeito da temperatura em estruturas de betatildeo armado pode causar enormes esforccedilos

quando natildeo existem juntas de dilataccedilatildeo As tensotildees originadas podem ser de compressatildeo ou de

traccedilatildeo consoante a variaccedilatildeo da temperatura seja positiva ou negativa respetivamente A

principal consequecircncia nas estruturas eacute a fendilhacatildeo do betatildeo que se inicia assim que as tensotildees

originadas forem superiores agrave resistecircncia de traccedilatildeo ou compressatildeo do betatildeo

Temperaturas elevadas (incecircndio)

Dependendo da temperatura do tempo de exposiccedilatildeo e da velocidade de arrefecimento

as propriedades dos materiais nomeadamente o betatildeo e o accedilo satildeo alteradas levando a um

51 Tiago Pais Boto

decreacutescimo da resistecircncia dos elementos estruturais alteraccedilatildeo na coloraccedilatildeo esfarelamento

superficial fendilhaccedilatildeo e ateacute ao proacuteprio colapso da estrutura

Segundo Rosso (1975) o ciclo caracteriacutestico de um incecircndio numa edificaccedilatildeo eacute

categorizada em trecircs fases a inicial a intermeacutedia e a final Na fase inicial verifica-se um

aumento severo da temperatura ateacute cerca dos 250-300ordmC provocando perdas da resistecircncia

mecacircnica agrave compressatildeo em cerca de 5 Quando os elementos satildeo sujeitos a temperaturas

superiores a 300ordmC a perda da resistecircncia mecacircnica agrave compressatildeo jaacute eacute bastante consideraacutevel e

agrava-se em situaccedilotildees de arrefecimento raacutepido Na entrada da segunda fase ocorre um

fenoacutemeno designado por ldquoflash overrdquo Nesta fase ocorrem os efeitos mais nocivos para as

estruturas de betatildeo armado Segundo Rosso (1975) raramente excede temperaturas de 1250-

1300ordmC Na uacuteltima fase jaacute caracterizada pela extinccedilatildeo do fogo o aspeto mais relevante eacute a

velocidade de arrefecimento Quando este eacute feito lentamente existe a possibilidade de uma

recuperaccedilatildeo da resistecircncia inicial de ateacute 90 dependendo da temperatura maacutexima atingida

(Rosso T FAUUSP 1975)

Tabela 4-1 Caracteriacutesticas do betatildeo em funccedilatildeo da temperatura (Adaptado de Rosso (1975)

Neville (1923)

Temperatura [ordmC] Cor Aspeto Visual Desempenho

lt250 Cinza Perda de resistecircncia pequena e irregular

285-300 Cinza-Rosa Fissuraccedilatildeo superficial lascamento explosivo

300 Rosa Iniacutecio de mudanccedila de cor

50-400 Rosa Reduccedilatildeo do Modulo de deformaccedilatildeo

535-550 Roxo Fissuraccedilatildeo profunda friabilidade superficial

575 Vermelho claro Destacamento dos gratildeos de quartzo

650 Cinza esbranquiccedilado Perda das propriedades mecacircnicas

790-800 Cinza esbranquiccedilado Lascamentos do recobrimento das armaduras com

exposiccedilatildeo ateacute 25 da superfiacutecie das mesmas

900 Amarelo alaranjado Superfiacutecie pulverulenta

1000 Amarelo claro Superfiacutecie pulverulenta

Ciclos de gelodegelo

O betatildeo sendo um material poroso absorve e reteacutem aacutegua nos seus poros Quando sujeito a

temperaturas negativas a aacutegua presente nos poros congela originando um aumento de volume

em cerca de 9 Se este aumento de volume for restringido geram-se tensotildees no interior do

betatildeo causando fendilhaccedilatildeo agrave superfiacutecie Por sua vez quando o processo se inverte resulta na

degradaccedilatildeo do material verificando-se escamaccedilatildeo do betatildeo Esta accedilatildeo depende da frequecircncia

dos ciclos gelodegelo da porosidade do betatildeo da classe de exposiccedilatildeo em que se encontra o

betatildeo da rapidez e duraccedilatildeo do arrefecimento e da idade do betatildeo que por sua vez eacute proporcional

agrave resistecircncia (Viacutetor Coias 2006)

52

442 Mecanismos Quiacutemicos

Reaccedilotildees alcalis-agregado

As reaccedilotildees mais importantes satildeo as aacutelcalis-siacutelica e aacutelcalis-silicatos Estas reaccedilotildees

resultam da reaccedilatildeo dos metais alcalinos presentes no betatildeo (K2O e Na2O) e os silicatos

presentes nos agregados

Os paracircmetros fundamentais que influenciam esta reaccedilatildeo satildeo a compactaccedilatildeo cura

razatildeo aacuteguacimento quantidade de agregado ativo e a quantidade de aacutelcalis no betatildeo (COSTA

A ldquoPatologia do Betatildeo Armado 2007)

Agregados Reativos + Humidade + Alcalinidade Elevada rarrRisco de Reaccedilatildeo aacutelcalis-agregado

Ataque pelos aacutecidos sais e aacuteguas puras

Atraveacutes da interaccedilatildeo da pasta de cimento com hidroacutexido de caacutelcio silicato de caacutelcio e o

aluminato de caacutelcio formam-se sais de caacutelcio soluacuteveis destruindo os poros da pasta A

agressividade dos aacutecidos depende da solubilidade dos sais de caacutelcio que satildeo originados quer

isto dizer que quanto maior eacute a solubilidade mais acelerado seraacute o ritmo de deterioraccedilatildeo

As aacuteguas puras sendo estas aacuteguas correntes contecircm um elevado poder dissolvente

dissolvem o hidroacutexido de caacutelcio originando a perda das propriedades ligantes e a decomposiccedilatildeo

da pasta de cimento Estas aacuteguas quando contecircm um teor elevado de iotildees de caacutelcio a

agressividade diminui Jaacute quando haacute a presenccedila de dioacutexido de carbono e alcalis dissolvidos a

agressividade aumenta

Ataque pelos sulfatos

A deterioraccedilatildeo eacute originada pela Formaccedilatildeo de Etringite Retardada (DEF) A origem daacute-

se no processo da reaccedilatildeo do aluminato do cimento Portland endurecido com o iatildeo sulfato

provocando uma reaccedilatildeo expansiva do betatildeo A principal causa eacute um aumento da temperatura

durante o endurecimento do betatildeo e o seu efeito eacute devido a tensotildees internas que podem

provocar a fendilhaccedilatildeo do betatildeo

As causas mais importantes desta accedilatildeo quiacutemica eacute o ambiente agressivo a que a estrutura

de betatildeo estaacute exposta e a permeabilidade do betatildeo

Accedilatildeo da aacutegua do mar

A grande quantidade de iotildees agressivos na aacutegua do mar tais como CL- SO4-- Ca++

Mg++ Na+ K+ entram em reaccedilatildeo com a pasta de cimento levando agrave deterioraccedilatildeo do betatildeo

Corrosatildeo das armaduras

O betatildeo eacute um composto com alto teor alcalino essencialmente devido agraves reaccedilotildees de

hidrataccedilatildeo dos silicatos de caacutelcio constituintes do cimento originando hidroacutexidos de caacutelcio

Em condiccedilotildees onde o pH eacute elevado proporciona agraves armaduras presentes no betatildeo um

comportamento passivo originado por uma pelicula de oacutexido de ferro ou seja uma pelicula

passivante (Politico G 2006)

53 Tiago Pais Boto

Quando a pelicula passivante do accedilo eacute destruiacuteda inicia-se o mecanismo de corrosatildeo As

armaduras funcionam como condutores eleacutetricos e o betatildeo como eletroacutelito isto quer dizer que

funciona como um condutor ioacutenico abrangendo simultaneamente as zonas anoacutedicas e

catoacutedicas A dissoluccedilatildeo do accedilo no acircnodo origina a libertaccedilatildeo de iotildees ferrosos permanecendo

um excesso de eletrotildees no accedilo e estes devido agrave diferenccedila de potencial migram para a zona

catoacutedica atraveacutes da armadura Quando reagem com a aacutegua formam-se iotildees hidroacutexidos que

migram para a zona anoacutedica (Joana Silva 2007)

As principais equaccedilotildees no processo de corrosatildeo das armaduras satildeo

Dissoluccedilatildeo do accedilo (Reaccedilatildeo Anoacutedica) 119865119890 rarr 119865119890++ + 2119890minus (41)

Reduccedilatildeo do oxigeacutenio (Reaccedilatildeo Catoacutedica) 119874221 + 1198672119874 + 2119890minus rarr 2119874119867minus (42)

Produtos da corrosatildeo 119865119890++ + 2119874119867minus rarr 119865119890(119874119867)2 (43)

ldquoNa zona anoacutedica ocorrem em geral reaccedilotildees secundaacuterias cujos produtos da corrosatildeo

podem originar aumentos de volume significativos criando no betatildeo elevadas tensotildees internas

que podem promover fenoacutemenos de fissuraccedilatildeo eou delaminaccedilatildeo do recobrimento das

armadurasrdquo (A Costa J Appleton 1999) As reaccedilotildees referidas satildeo

119865119890 + 31198672119874 rarr 119865119890(119874119867)3 + 3119867+ + 3119890minus (44)

3119865119890 + 41198672119874 rarr 11986511989031198744 + 8119867+ + 8119890minus (45)

119865119890 + 21198672119874 rarr 119865119890119874(119874119867minus) + 3119867+ + 3119890minus (46)

119865119890119874(119874119867minus) + 1198742 rarr 11986511989031198744 (47)

54

Figura 4-2Modelo simplificado do processo de corrosatildeo nas armaduras (ACosta1997)

Accedilatildeo dos cloretos

A accedilatildeo dos cloretos ocorre devido a trecircs mecanismos de transporte permeaccedilatildeo absorccedilatildeo

e difusatildeo Estes mecanismos podem ocorrer isoladamente ou em simultacircneo estando

dependentes do grau de humidade do betatildeo da presenccedila de aacutegua e do coeficiente de

permeabilidade do betatildeo Os cloretos no betatildeo armado provocam uma aceleraccedilatildeo das reaccedilotildees

anoacutedicas promovendo o processo de dissoluccedilatildeo das armaduras

De acordo com Rozenberg no mecanismo de corrosatildeo provocado pela accedilatildeo dos

cloretos o cloreto de ferro originado no acircnodo originaacuterio da combinaccedilatildeo dos iotildees de ferro e

cloretos reage com os iotildees de hidroacutexido consumindo-os e originando hidroacutexido de ferro Da

diminuiccedilatildeo dos iotildees hidroacutexido leva a uma diminuiccedilatildeo do pH do betatildeo proporcionando a

destruiccedilatildeo da peliacutecula passiva das armaduras (I M Rozenberg 2002)

2119865119890 + 6119862119897minus rarr 21198651198901198621198973minus + 4119890minus (48)

119865119890119862119897minus + 2119874119867minus rarr 119865119890(119874119867)2 + 3119862119897minus (49)

Carbonataccedilatildeo do betatildeo

Este eacute um fator de grande importacircncia na deterioraccedilatildeo das estruturas de betatildeo armado

Quanto maiores forem as percentagens de cimento Portland no betatildeo menor seraacute a

profundidade de carbonataccedilatildeo na estrutura havendo mais cal a carbonatar aumenta a

impermeabilidade agrave penetraccedilatildeo do CO2 Face ao aumento dos niacuteveis de concentraccedilatildeo de CO2

verificado nos uacuteltimos anos este mecanismo de deterioraccedilatildeo tem importacircncia significativa na

deterioraccedilatildeo das armaduras

55 Tiago Pais Boto

Figura 4-3 Evoluccedilatildeo dos niacuteveis de concentraccedilatildeo de CO2 nos uacuteltimos 50 anos

ldquoQuando o processo de corrosatildeo atinge as armaduras torna-se de extrema importacircncia

avaliar a profundidade da mesma ldquoEste processo pode ser dividido em trecircs zonas distintas a

zona carbonatada o hidroacutexido de caacutelcio jaacute foi consumida pelo dioacutexido de carbono

transformando-o em carbonato de caacutelcio (CaCO3) a zona natildeo carbonatada onde ainda natildeo

existe penetraccedilatildeo de dioacutexido de carbono e finalmente a fronteira delimitadora das duas zonas

descritas chamada frente de carbonataccedilatildeordquo (A Costa J Appleton 1999)

De acordo com a 1ordf lei de Fick e sendo este um processo de difusatildeo de dioacutexido de

carbono a corrosatildeo avanccedila em profundidade ao longo do tempo podendo entatildeo ser

representada atraveacutes de

120594 = 119870radic119905 (410)

Onde

χ - Profundidade de carbonataccedilatildeo [m]

K - Coeficiente de carbonataccedilatildeo [m s-05]

t - tempo [s]

Sendo que a constante de carbonataccedilatildeo (K) depende da razatildeo aacuteguacimento (AC) do

coeficiente de difusatildeo do CO2 no betatildeo e da quantidade presente na atmosfera do tipo e

quantidade de cimento e do teor de humidade do betatildeo relacionando as condicionantes

mencionadas da seguinte formardquo (A Costa 1997)

56

119870 = radic2119863

119886(1198621 minus 1198622) (411)

Onde

D - coeficiente de difusatildeo do CO2 no betatildeo [m2s]

a - Quantidade necessaacuteria para carbonatar uma unidade de volume de betatildeo [gm3]

1198621 - Concentraccedilatildeo de CO2 no exterior [gm3]

1198622 - Concentraccedilatildeo de CO2 na frente de carbonataccedilatildeo [gm3]

O processo da carbonataccedilatildeo do betatildeo pode ser explicado da seguinte forma

No processo de cura do betatildeo atraveacutes da hidrataccedilatildeo dos silicatos e do oacutexido de caacutelcio

(CaO) contido no cimento gera-se o hidroacutexido de caacutelcio Ca(OH)2

CaO + H2O rarr Ca(OH) (412)

O hidroacutexido de caacutelcio em contato com a atmosfera reage com o dioacutexido de carbono CO2

formando assim o carbonato de caacutelcio CaCO3 insoluacutevel Esta reaccedilatildeo eacute ainda afetada pela

humidade relativa presente na atmosfera potenciando o consumo do hidroacutexido de caacutelcio

Ca(OH)2 presente diminuindo a alcalinidade da estrutura ou seja diminuiccedilatildeo dos iacuteons OH-

Ca(OH)2 + CO2 rarr CaCO3 + H2O (413)

Em seguida o ataque do dioacutexido de carbono CO2 presente na aacutegua e na atmosfera sobre

o hidroacutexido de caacutelcio Ca(OH)2 e o carbonato de caacutelcio CaCO3 gera o bicarbonato de caacutelcio

Ca(HCO3)2

Ca(OH)2 + 2CO2 rarr Ca(HCO3)2 (414)

CaCO3 + CO2 + H2O rarr Ca(HCO3)2 (415)

O bicarbonato de caacutelcio Ca(HCO3)2 eacute soluacutevel na aacutegua Portanto a exposiccedilatildeo da estrutura

a ambientes com altos teores de dioacutexido de carbono potencia a degradaccedilatildeo do betatildeo ao longo

do tempo

443 Mecanismos Fiacutesicos

Os mecanismos fiacutesicos responsaacuteveis pelas patologias nas estruturas podem para melhor

enquadramento ser divididos em dois grupos accedilotildees previsiacuteveis e accedilotildees imprevisiacuteveis ou de

carater acidental Nas accedilotildees previsiacuteveis estatildeo os problemas patoloacutegicos resultantes da ausecircncia

ou inadequada manutenccedilatildeo da estrutura Por sua vez estas causas satildeo ldquofrutordquo da falta de

conhecimento teacutecnico da falta de rigor profissional e problemas econoacutemicos As accedilotildees

imprevisiacuteveis satildeo caracterizadas pela ocorrecircncia de accedilotildees acidentais e accedilotildees sem contribuiccedilatildeo

da accedilatildeo humana resultado da agressividade do meio Provocando vaacuterias deterioraccedilotildees nas

estruturas de betatildeo (enunciadas nas accedilotildees acidentais seguidamente descritas)

57 Tiago Pais Boto

Vento e Sismo

As accedilotildees do vento e sismo satildeo accedilotildees dinacircmicas nas estruturas que por vezes quando

significativas causam ataques mecacircnicos significativos

Crescimento de vegetaccedilotildees

O crescimento de vegetaccedilotildees (tais como musgos algas raiacutezes etc) quando se formam em

zonas porosas do betatildeo e fendas originam forccedilas expansivas causando ataques mecacircnicos

Acumulaccedilatildeo de sujidades ou lixos e contaminaccedilatildeo por oacuteleos e gorduras

Este tipo de contaminaccedilatildeo quando promove a criaccedilatildeo de bacteacuterias anaeroacutebicas e aeroacutebicas

causando um ataque quiacutemico da passa de cimento

Microorganismos

Os microrganismos que produzem aacutecido huacutemico causam um ataque quiacutemico aacute pasta de

cimento

58

59 Tiago Pais Boto

5 Reparaccedilatildeo e Reforccedilo de Estruturas de betatildeo armado

51 Enquadramento Geral de uma intervenccedilatildeo de reforccedilo

A decisatildeo de intervenccedilatildeo numa estrutura existente em betatildeo armado com o objetivo de

reforccedilar prende-se agrave necessidade de melhorar ou corrigir uma situaccedilatildeo deficiente de seguranccedila

estrutural independentemente dos vaacuterios estados limites sendo que habitualmente eacute relacionado

ao estado limite uacuteltimo

Uma intervenccedilatildeo sobre as accedilotildees traduz-se normalmente pela imposiccedilatildeo de restriccedilotildees agrave

utilizaccedilatildeo da estrutura Eacute o caso por exemplo do procedimento apoacutes a ocorrecircncia dum acidente

estrutural em que se aplicam regra geral de imediato restriccedilotildees de utilizaccedilatildeo do edifiacutecio ateacute

se esclarecer a situaccedilatildeo geral em que a estrutura se encontra (Joseacute Vasconcelos Paiva at all

LNEC 2006)

Satildeo igualmente consideradas accedilotildees de reparaccedilatildeo ou reforccedilo quando existe uma

redistribuiccedilatildeo de esforccedilos entre os diversos elementos estruturais quer isto dizer que neste tipo

de intervenccedilotildees natildeo eacute executada nenhuma teacutecnica de reforccedilo especiacutefica mas sim uma

intervenccedilatildeo ativa com a aplicaccedilatildeo de sistemas de forccedilas autoequilibradas

52 Aspetos teacutecnicos a considerar em situaccedilotildees de reparaccedilatildeo ou reforccedilo

estrutural

Na tabela seguinte indicam-se os principais aspetos teacutecnicos que devem ser alvo de

anaacutelise em projetos de reparaccedilatildeo ou reforccedilo (Joseacute Vasconcelos Paiva et all LNEC 2006)

60

Tabela 5-1 Aspetos teacutecnicos a considerar para situaccedilotildees de reparaccedilatildeo e reforccedilo (Joseacute

Vasconcelos Paiva et all LNEC 2006)

Seguranccedila

Estrutural

Caracteriacutesticas geomeacutetricas e propriedades dos materiais constituintes dos elementos

estruturais jaacute construiacutedos e estado de conservaccedilatildeo desses materiais

Aplicabilidade das accedilotildees das regras de combinaccedilatildeo e dos coeficientes de seguranccedila

estabelecidos para construccedilotildees novas

Periacuteodo de vida uacutetil da estrutura apoacutes a intervenccedilatildeo

Anaacutelise

Estrutural

Distribuiccedilatildeo de esforccedilos antes da intervenccedilatildeo

Distribuiccedilatildeo de esforccedilos depois da intervenccedilatildeo

Soluccedilotildees de

interligaccedilatildeo entre

elementos ou

materiais

Por colagem

Por soldadura

Por fricccedilatildeo ou atrito

Por confinamento (pressatildeo transversal)

Com ferrolhos (corte e traccedilatildeo)

Com ligadores metaacutelicos (ex parafusos pregos)

Por comportamento diferido

Dimensionamento

(definiccedilatildeo da

capacidade

resistente)

Funcionamento em serviccedilo

Resistecircncia uacuteltima

Interaccedilatildeo entre materiais novos e jaacute existentes

Funcionamento em seacuterie ou em paralelo

Tipo de esforccedilo dominante (compressatildeo traccedilatildeo flexatildeo esforccedilo transverso)

Durabilidade

Durabilidade relativa dos materiais

Coexistecircncia natildeo reativa

Resistecircncia agrave corrosatildeo e ao fogo

Resistecircncia das ligaccedilotildees agrave fadiga

53 Metodologias de intervenccedilatildeo

Embora seja difiacutecil propor uma sequecircncia de etapas adequada a todos os casos de

reparaccedilatildeoreforccedilo sugere-se a metodologia apresentada por (ACI Committee 364 1999)

61 Tiago Pais Boto

Tabela 5-2Metodologia a seguir para projeto de reparaccedilatildeoreforccedilo (ACI Committee 364

1999)

FASE A ndash AVALIACcedilAtildeO DO ESTADO DA ESTRUTURA

A1 Recolha de informaccedilatildeo

A11 Elementos de

projeto

i Peccedilas desenhadas

ii Peccedilas escritas

A12 Elementos de obra

i Telas finais

ii Registos da fiscalizaccedilatildeo

iii Livro de obra

A13 Histoacuteria da

estrutura

i Registo de alteraccedilotildees de uso da estrutura

ii Registo de anteriores intervenccedilotildees de reparaccedilatildeoreforccedilo

A14 Levantamento da

geometria da estrutura

atual

i Recolha da dimensatildeo real dos elementos estruturais

ii Verificaccedilatildeo da introduccedilatildeo supressatildeo de elementos

estruturais

iii Verificaccedilatildeo da conformidade do sistema estrutural do

projetoobra

A2 Inspeccedilatildeo da estrutura

A21 Abordagem niacutevel

1

i Registo visualizaccedilatildeo anaacutelise e eventual quantificaccedilatildeo

de defeitos visiacuteveis e potenciais nos elementos estruturais

(fendilhacatildeo deformaccedilatildeo deterioraccedilatildeo do betatildeo

deterioraccedilatildeo do accedilo etc)

A22 Abordagem niacutevel

2

i Quantificaccedilatildeo das propriedades mecacircnicas do betatildeo e do

accedilo atraveacutes de ensaios in-situ ou em laboratoacuterio

ii Quantificaccedilatildeo das anomalias registadas na abordagem

niacutevel 1 atraveacutes de ensaios in-situ ou em laboratoacuterio

FASE B ndash AVALIACcedilAtildeO DA SEGURANCcedilA DA ESTRUTURA

B11 Verificaccedilatildeo da

seguranccedila da estrutura

face agraves condiccedilotildees

iniciais de projeto

i Verificaccedilatildeo aos estados limites uacuteltimos

ii Verificaccedilatildeo aos estados limites de utilizaccedilatildeo

B12 Verificaccedilatildeo da

seguranccedila da estrutura

face agraves novas exigecircncias

de utilizaccedilatildeo

i Verificaccedilatildeo aos estados limites uacuteltimos

ii Verificaccedilatildeo aos estados limites de utilizaccedilatildeo

FASE C ndash CARACTERIZACcedilAtildeO DO TIPO E OBJECTIVOS DA INTERVENCcedilAtildeO

C1Face aos resultados

das fases A e B deveraacute

adotar-se uma das

seguintes estrateacutegias

i Natildeo intervir

ii Reparar em pequena escala

iii Reparar e eventualmente reforccedilar

iv Reforccedilar

v Demolir

FASE D ndash PROJECTO DE REPARACcedilAtildeOREFORCcedilO

62

54 Verificaccedilatildeo da seguranccedila de estruturas existentes

Tendo em conta que natildeo se trata de estruturas novas a escolha do modelo de

comportamento estrutural deve ser adequada agrave realidade da estrutura possibilitando assim a

verificaccedilatildeo da seguranccedila em relaccedilatildeo aos estados limites de utilizaccedilatildeo e estados limites uacuteltimos

Deste modo a verificaccedilatildeo dos estados uacuteltimos eacute exposta pela seguinte equaccedilatildeo

119878119889 le 119877119889 (51)

O valor de caacutelculo do esforccedilo que atua na estrutura eacute caracterizado por Sd este valor

deve ser calculado tendo em consideraccedilatildeo o historial de cargas da estrutura O valor de caacutelculo

do esforccedilo resistente residual do elemento eacute caracterizado por Rd Define-se por esforccedilo

resistente residual a capacidade de resistecircncia a cargas apoacutes este ter sido sujeito ao historial de

cargas durante toda a sua vida uacutetil

Apoacutes a execuccedilatildeo das etapas definidas na metodologia de intervenccedilatildeo apresentada por

(ACI Committee 364 1999) deve-se proceder agrave modelaccedilatildeo da estrutura existente tendo em

conta as propriedades mecacircnicas dos materiais e a disposiccedilatildeo estrutural Depois eacute necessaacuterio

quantificar as accedilotildees obter os coeficientes de majoraccedilatildeo de accedilotildees e definir quais os modelos de

anaacutelise mais adequados e por fim utilizar um software de caacutelculo automaacutetico para determinar

os esforccedilos atuantes Sd

Quantificaccedilatildeo de accedilotildees Regulamento de Seguranccedila e Accedilotildees Para Estruturas de Edifiacutecios e

Pontes (RSA 1983) e Eurocoacutedigo 1 (CEN 2002)

Coeficientes de majoraccedilatildeo de accedilotildees Coeficientes de seguranccedila propostos no Boletim nordm 162

do CEB (CEB 1983)

120574prime119892 = 1375 times (120574119892 minus 01) rarr 119864119904119905119903119906119905119906119903119886119904 119889119886119899119894119891119894119888119886119889119886119904

125 times (120574119892 minus 01) rarr 119864119904119905119903119906119905119906119903119886119904 119904atilde119904 (52)

120574prime119902 = 165 times 120574119902 rarr 119864119904119905119903119906119905119906119903119886119904 119889119886119899119894119891119894119888119886119889119886119904

15 times 120574119902 rarr 119864119904119905119903119906119905119906119903119886119904 119904atilde119904 (53)

120574prime119892 = Coeficiente de majoraccedilatildeo de accedilotildees permanentes em estruturas existentes

120574prime119902= Coeficiente de majoraccedilatildeo de accedilotildees variaacuteveis em estruturas existentes

Modelos de anaacutelise

Modelo elaacutestico linear

63 Tiago Pais Boto

Modelo elaacutestico linear com redistribuiccedilatildeo de esforccedilos

Modelo plaacutestico

Modelo natildeo linear

Figura 5-1 Comportamento teoacuterico dos modelos de anaacutelise (Appleton Jamp Costa A 2011)

Onde

S= Forccedila

δ=Deformaccedilatildeo

Para a determinaccedilatildeo de esforccedilos resistentes devem ser tomadas em consideraccedilatildeo as

caracteriacutesticas mecacircnicas residuais dos elementos existentes estas podem ser determinadas a

partir dos seguintes meacutetodos (CEB 1983)

i Estimativa analiacutetica ndash realiza-se uma estimativa das propriedades mecacircnicas dos

materiais a partir de graacuteficos apresentados pelo (CEB1983)

ii Ensaio de carga ndash consiste na realizaccedilatildeo de ensaios de carga da estrutura devidamente

monitorizados

iii Estimativa empiacuterica ndash consiste na multiplicaccedilatildeo das propriedades dos materiais por

coeficientes redutores que procuram ter em conta o efeito dos danos da estrutura

existente

Conforme o meacutetodo simplificado em iii o valor das caracteriacutesticas de rigidez e

resistecircncia dos materiais pode ser adquirido a partir das seguintes expressotildees

119877119903119890119904119894119889119906119886119897=120593119877 times 119877119868119899119894119888119894119886119897 (54)

119870119903119890119904119894119889119906119886119897=120593119870 times 119870119868119899119894119888119894119886119897 (55)

Onde

119877119868119899119894119888119894119886119897 ndash Caracteriacutesticas iniciais de resistecircncia 119870119868119899119894119888119894119886119897 ndash Caracteriacutesticas iniciais de rigidez

119877119903119890119904119894119889119906119886119897 ndash Caracteriacutesticas residuais de resistecircncia

119870119903119890119904119894119889119906119886119897 ndash Caracteriacutesticas residuais de rigidez

120593119877 ndash Coeficiente empiacuterico para reduccedilatildeo de resistecircncia 120593119870 ndash Coeficiente empiacuterico para reduccedilatildeo de rigidez

64

Nas tabelas seguintes satildeo indicados os valores preconizados pelo CEB (CEB ndash Bul 162 1983)

Tabela 5-3 Coeficiente 120593119877 para danos provocados por sismos (CEB 1983)

Tipo de

Construccedilatildeo

Niacutevel de Danos

Niacutevel A Niacutevel B Niacutevel C Niacutevel C

Nova 095 075 045 015

Antiga 08 06 03 0

Niacutevel A

Fendas de flexatildeo isoladas com larguras inferiores a 1 ndash 2 mm desde que um caacutelculo simples

demonstre que estas fendas natildeo satildeo devidas a deficiecircncia da armadura para as accedilotildees de

dimensionamento mas sim devidas a efeitos localizados (juntas de construccedilatildeo restriccedilotildees

devidas a paredes divisoacuterias choques ligeiros accedilotildees teacutermicas iniciais retraccedilotildees etc)

Niacutevel B Vaacuterias fendas de flexatildeo largas ou fendas de corte diagonais isoladas com larguras inferiores a

cerca de 05 mm natildeo existindo deslocamentos residuais

Niacutevel C Fendas de corte bi-diagonais eou esmagamento localizados no betatildeo devidos a corte e

compressatildeo natildeo existindo deslocamentos residuais apreciaacuteveis ocorrecircncia de fendilhacatildeo em

noacutes de ligaccedilatildeo viga pilar

Niacutevel D Rotura do nuacutecleo de betatildeo do elemento encurvadura dos varotildees (o elemento perdeu a

continuidade mas natildeo colapsou) existindo apenas pequenos deslocamentos residuais (verticais

e horizontais) ocorrecircncia de danos severos em noacutes de ligaccedilatildeo pilar viga

Tabela 5-4 Coeficiente 120593119877 para danos provocados por incecircndios (CEB 1983)

Tipo de

Construccedilatildeo

Niacutevel de Danos

Niacutevel A Niacutevel B Niacutevel C Niacutevel C

Nova 095 080 065 04

Antiga 090 075 060 030

Niacutevel A Sem danos exceto algum descasque miacutenimo do acabamento eou do betatildeo

Niacutevel B Acabamento bastante afetado algum descasque do betatildeo microfendilhaccedilatildeo generalizada da

superfiacutecie do betatildeo e eventual cor rosada o que dependeraacute dos agregados

Niacutevel C

Arranque generalizado do acabamento descasque significativo do betatildeo e eventual cor

cinzento avermelhado esbranquiccedilado os varotildees ainda estatildeo aderentes ao betatildeo apenas um

varatildeo no caso de pilares ou ateacute 10 da armadura principal no caso de vigas e lajes tenha

encurvado

Niacutevel D

Danos severos descasque generalizado do betatildeo deixando agrave vista praticamente toda a

armadura o betatildeo possui uma cor amarelo acastanhado mais do que um varatildeo no caso de

pilares ou ateacute 50 da armadura principal no case de vigas e lajes encurvou podendo existir

distorccedilatildeo dos pilares eventuais fendas de corte com poucos miliacutemetros de largura nos pilares

65 Tiago Pais Boto

eventuais fendas de flexatildeo corte com vaacuterios miliacutemetros de largura nas vigas e lajes e

possiacuteveis flechas apreciaacuteveis

Tabela 5-5 Coeficiente 120593119877 para danos provocados pela corrosatildeo (CEB 1983)

Tipo de

Construccedilatildeo

Niacutevel de Danos

Niacutevel A Niacutevel B Niacutevel C Niacutevel C

Nova 095 08 06 035

Antiga 085 07 05 025

Niacutevel A Manchas de ferrugem alguma fendilhacatildeo longitudinal perda de secccedilatildeo de armadura

lt1

Niacutevel B Manchas de ferrugem alguma fendilhacatildeo longitudinal e transversal algum descasque do

betatildeo perda de secccedilatildeo da armadura lt5

Niacutevel C Manchas de ferrugem fendilhacatildeo extensa descasque significativo do betatildeo perda de

secccedilatildeo da armadura lt10

Niacutevel D

Manchas de ferrugem fendilhacatildeo extensa descasque do betatildeo em algumas zonas

deixando a armadura agrave vista perda de secccedilatildeo da armadura lt25 eventuais deslocamentos

residuais

Tal como acontece em estruturas novas os valores de caacutelculo das caracteriacutesticas iniciais

de resistecircncia e de rigidez satildeo obtidos pela aplicaccedilatildeo dos coeficientes de minoraccedilatildeo das

propriedades dos materiais caso exista informaccedilatildeo rigorosa acerca dos materiais utilizados

Estes coeficientes de acordo com (CEB 1983) podem ser inferiores aos utilizados no caacutelculo

de estruturas novas no entanto o CEB natildeo refere um valor para os mesmos

Para verificaccedilatildeo dos estados limites de utilizaccedilatildeo satildeo calculados os esforccedilos com

combinaccedilotildees de accedilotildees no Estado Limite de Utilizaccedilatildeo No lado da resistecircncia dos materiais as

caracteriacutesticas de resistecircncia (rigidez axial e de flexatildeo) devem ser reduzidos 20 coeficiente

120593119877 ( consultar tabelas 67 e 8 do CEB 1983) (CEB 1983)

55 Caracterizaccedilatildeo do tipo de intervenccedilatildeo

De acordo com CEB para caracterizar o do tipo de intervenccedilatildeo a utilizar define-se o

coeficiente de capacidade ɸ dado pela expressatildeo seguinte

66

Φ =119877prime119889

119878prime119889 (56)

Onde

Φ = Coeficiente de capacidade

119877prime119889 =Esforccedilo de caacutelculo residual resistente

119878prime119889 =Esforccedilo de caacutelculo atuante

A decisatildeo do tipo de intervenccedilatildeo a adotar deve ter em conta os criteacuterios baseados

apresentados na tabela seguinte sugeridos pelo CEB mas tambeacutem a importacircncia e o tipo de

utilizaccedilatildeo da estrutura

Tabela 5-6Relaccedilatildeo entre Coeficiente de Capacidade e Grau de Intervenccedilatildeo

Coeficiente de Capacidadeɸ Accedilatildeo

ɸ ge 1 Natildeo reforccedilar

067 ˂ ɸ ˂ 1 Reparar e eventualmente reforccedilar

050 ˂ ɸ ˂ 067 Reforccedilar

ɸ le 050 Demolir

56 Paracircmetros principais a considerar no dimensionamento do Reforccedilo

A par do dimensionamento para estruturas novas a filosofia dos estados limites deve

ser a mesma para o dimensionamento de reforccedilo e seguir as recomendaccedilotildees dos regulamentos

em vigor nacionais e europeus

Para materiais de reforccedilo tais como o betatildeo cofrado betatildeo projetado e accedilo o CEB

recomenda coeficientes de seguranccedila de minoraccedilatildeo (120574prime119862 e 120574prime119878) indicados nas tabelas seguintes

(CEB ndash Bul 162 1983)

Tabela 5-7 Coeficientes de minoraccedilatildeo (120574prime119862) para betatildeo cofrado em obra (CEB 1983)

Controlo de Qualidade

e Inspeccedilatildeo

Espessura Adicional

˂ 100mm ˃100mm

Acessibilidade

Baixa Normal Baixa Normal

Alto 180 165 150 150

Meacutedio 195 180 165 150

Tabela 5-8 Coeficientes de minoraccedilatildeo (120574prime119862) para betatildeo projetado (CEB 1983)

Controlo de Qualidade

e Inspeccedilatildeo

Acessibilidade

Baixa Normal

67 Tiago Pais Boto

Alto 195 180

Meacutedio 210 195

Tabela 5-9 Coeficientes de minoraccedilatildeo (120574prime119878) para Accedilo (CEB 1983)

Controlo de Qualidade

e Inspeccedilatildeo Armaduras Novas

Alto 140

Meacutedio

Em relaccedilatildeo aos restantes materiais de reforccedilo os coeficientes de minoraccedilatildeo das

propriedades dos materiais devem ser calculados em funccedilatildeo ao tipo de material e sistema de

reforccedilo aplicado de forma que se mobilizem tensotildees mais baixas compatiacuteveis com a

transmissatildeo de esforccedilos (Ripper 2005)

Jaacute a determinaccedilatildeo dos esforccedilos resistentes das estruturas em betatildeo armado reforccedilada

pode ser realizada atraveacutes de

i Meacutetodos numeacutericos que recorrem agrave simulaccedilatildeo das tensotildees iniciais dos materiais

existentes

ii Meacutetodos numeacutericos que consideram a transferecircncia de tensotildees entre os materiais

existentes e os materiais de reforccedilo

iii Meacutetodos simplificados tais como o meacutetodo dos coeficientes globais

A aplicaccedilatildeo do Meacutetodo dos coeficientes globais baseia-se primeiro na determinaccedilatildeo da

resistecircncia da estrutura atraveacutes dos modelos de comportamento utilizados em estruturas de

betatildeo armado nova excluindo a existecircncia de qualquer dano e estados de tensatildeo preacutevios quer

isto dizer antes de qualquer aplicaccedilatildeo de teacutecnica de reforccedilo Ri Em seguida aplica-se um

coeficiente redutor de monolitismo 120574nR Este representa a imperfeiccedilatildeo da ligaccedilatildeo entre o

reforccedilo e a estrutura existente e supotildee que a estrutura apoacutes o reforccedilo deixa de funcionar como

uma estrutura monoliacutetica O valor eacute definido consoante o tipo de reforccedilo sendo este

responsabilidade do projetista

119877119903 = 120574119899119877 times 119877119894 (57)

119877119903 = Resistecircncia da estrutura apoacutes reforccedilo

120574119899119877 = Coeficiente de monolitismo

68

119877119894 = Resistecircncia da estrutura supondo que eacute nova

A verificaccedilatildeo das tensotildees de corte e as tensotildees normais entre o material de reforccedilo e a

estrutura existente devem ser alvo de anaacutelise neste tipo de projetos

120591119878119889 le 120591119877119889 (58)

120590119878119889 le 120590119877119889 (59)

120591119878119889 = Tensatildeo de corte aplicada

120591119877119889 = Tensatildeo de corte resistente

120590119878119889 = Tensatildeo normal aplicada

120590119877119889 = Tensatildeo normal resistente

57 Mecanismos de transferecircncia de tensotildees de acordo com CEB Nordm162

Nos projetos de reforccedilo o mecanismo de transferecircncia de tensotildees eacute fundamental para que a

estrutura apoacutes o reforccedilo seja o mais monoliacutetica possiacutevel Ou seja o material de reforccedilo e

existente natildeo tenha comportamentos muito independentes tornando-se mais previsiacutevel o seu

comportamento

571 Transferecircncia de tensotildees atraveacutes de compressatildeo direta betatildeo sobre betatildeo

Sendo a compressatildeo a melhor opccedilatildeo para transferir tensotildees entre betatildeobetatildeo devem-se

garantir alguns preacute-requisitos para se conseguir uma ligaccedilatildeo satisfatoacuteria Eacute necessaacuterio limpar a

superfiacutecies de ligaccedilatildeo assegurar uma boa rugosidade e saturar a superfiacutecie com aacutegua pelo

menos 6 horas antes de aplicar o betatildeo novo O novo betatildeo deve ser bem compactado

Geralmente ocorrem deformaccedilotildees devido agraves imperfeiccedilotildees de compactaccedilatildeo e de

confinamento Para minimizar estas deformaccedilotildees eacute necessaacuterio criar uma espessura miacutenima de

betatildeo entre as interfaces Assim esta nova espessura de betatildeo pode apresentar um moacutedulo de

elasticidade inferior comparativamente ao moacutedulo de elasticidade do conjunto

∆119871 =120590

119864times 119871 times (1 +

1198710divide119871

1198640divide119864) times 120585 (510)

Onde

ΔL = Variaccedilatildeo de Comprimento

σ = Tensatildeo no betatildeo

E = Moacutedulo de Elasticidade do betatildeo

L = Comprimento da Ligaccedilatildeo

ξ = Fator de Correccedilatildeo (depende da compactaccedilatildeo da fluidez e das adiccedilotildees presentes no betatildeo)

69 Tiago Pais Boto

572 Transferecircncia de tensotildees atraveacutes de adesatildeo betatildeobetatildeo

A ligaccedilatildeo da interface efetuada atraveacutes da adesatildeo eacute influenciada pela rugosidade e

tratamento das superfiacutecies de ligaccedilatildeo pelo meacutetodo usado na colocaccedilatildeo do betatildeo novo e pela

utilizaccedilatildeo de agentes quiacutemicos de ligaccedilatildeo ou betatildeo especial Fatores como a diferenccedila de idade

entre o betatildeo novo e velho a resistecircncia retraccedilatildeo e fluecircncia do betatildeo novo natildeo influenciam a

adesatildeo entre as superfiacutecies

Em relaccedilatildeo agrave rugosidade das superfiacutecies um estudo conduzido por F Daschner (1976)

aponta essencialmente para trecircs as principais condiccedilotildees de rugosidade (ver Tabela 5-10)

Tabela 5-10Forccedila de Adesatildeo consoante a interface de ligaccedilatildeo

Condiccedilotildees de Interface Forccedila da Adesatildeo (Nmmsup2)

Suave ou liso 10

Jato de Areia 17

Dente de Serra 19

Em 1977 K Steinwede investigou a influecircncia de vaacuterios agentes na ligaccedilatildeo entre betatildeo

velho e betatildeo novo Consegue-se obter valores de adesatildeo entre 80 a 100 da resistecircncia aacute

traccedilatildeo do betatildeo antigo quando a ligaccedilatildeo eacute efetuada com argamassas com poliacutemeros

modificados argamassas com resinas ou betatildeo projetado

Em relaccedilatildeo ao meacutetodo usado para aplicaccedilatildeo do betatildeo novo quando eacute aplicado a teacutecnica

de projeccedilatildeo ou pulverizaccedilatildeo obtecircm-se resultados mais satisfatoacuterios uma vez que a forccedila de

impacto faz com que sejam preenchidos mais poros e vazios no betatildeo existente O resultado

final da ligaccedilatildeo permite que a estrutura seja tratada como uma estrutura monoliacutetica

573 Transferecircncia de tensotildees atraveacutes de fricccedilatildeo betatildeobetatildeo

A quantidade da transferecircncia de tensotildees que se exercem atraveacutes da fricccedilatildeo depende de

vaacuterios fatores tais como

a) Tamanho e forma dos agregados presentes na interface do betatildeo

Estes fatores satildeo importantes para se obter um coeficiente de fricccedilatildeo maior Agregados

com maiores dimensotildees e arestas angulares mais iacutengremes satildeo melhores para aumentar o atrito

120583 = 120591119877 divide 120590119873 (511)

Onde

micro = Coeficiente de Fricccedilatildeo

70

120591119877 = Tensatildeo de Corte

120590119873 = Tensatildeo Normal

b) Rugosidade da superfiacutecie

A rugosidade pode ser classificada como micro-rugosidade ou como macro-rogusidade

neste caso pode-se considerar como macro rugosidade Esta seraacute maior quanto maior o

coeficiente de fricccedilatildeo e quanto maior aacuterea de contacto

Figura 5-2 Tensatildeo de corte em funccedilatildeo da tensatildeo normal em superfiacutecie de betatildeo tratada

com jacto de areia (CEB Bulletin drsquoinformation nordm1621983)

c) Tensatildeo normal de compressatildeo (120590119873) aplicada externamente

A tensatildeo normal de compressatildeo determina a forccedila de compressatildeo a que os agregados

da superfiacutecie estatildeo sujeitos Valores elevados da tensatildeo normal de compressatildeo originam

elevadas rigidez ao corte e diminui a probabilidade de rotura por deslizamento Este aumento eacute

mais evidenciado quando se tratam de superfiacutecies lisas quando as superfiacutecies satildeo mais aacutesperas

o aumento da tensatildeo normal eacute significativo apenas quando as forccedilas de corte satildeo baixas

574 Transferecircncia de tensotildees de compressatildeo atraveacutes camadas de resina

Embora a distribuiccedilatildeo de tensotildees que atua numa camada fina de resina natildeo seja

uniforme esta forccedila de ligaccedilatildeo entre interfaces eacute proporcional agrave aacuterea de superfiacutecie quer seja

betatildeobetatildeo ou betatildeoaccedilo As resinas satildeo caracterizadas pela sua elevada resistecircncia mecacircnica

embora o seu moacutedulo de elasticidade seja consideravelmente menor quando comparado com o

betatildeo A superfiacutecie onde se vai estabelecer a ligaccedilatildeo deve ter uma rugosidade natildeo muito

acentuada de maneira que a peliacutecula de resina natildeo sofra descontinuidades Embora a ligaccedilatildeo

71 Tiago Pais Boto

mecacircnica diminua nas superfiacutecies menos rugosas a ligaccedilatildeo quiacutemica providenciada pela resina

garante que em esforccedilos de flexatildeo ou de corte a rotura acontece no betatildeo

Uma ligaccedilatildeo efetuada com recurso a resinas epoxy ou polyester soacute eacute eficaz garantindo

a transferecircncia de tensotildees quando as interfaces estatildeo completamente secas qualquer presenccedila

de humidade vai influenciar drasticamente a capacidade de adesatildeo das mesmas (CEB Bulletin

drsquoinformation nordm162 1983)

Resumidamente as caracteriacutesticas mecacircnicas responsaacuteveis pela transferecircncia de tensotildees atraveacutes

da camada de resina satildeo

Compressatildeo Uma transferecircncia de tensotildees atraveacutes da compressatildeo eacute conseguida quando

as tensotildees satildeo perpendiculares

Traccedilatildeo A resistecircncia agrave traccedilatildeo com camadas de resina satildeo muitas vezes superiores agrave

resistecircncia do betatildeo agrave traccedilatildeo como jaacute foi dito anteriormente Geralmente quando existe

uma rotura no sistema esta daacute-se no betatildeo e natildeo na resina Esta resistecircncia depende

muito da espessura da camada de resina

Figura 5-3 Espessura da camada de resina e correspondente resistecircncia agrave traccedilatildeo (CEB

Bulletin drsquoinformation nordm162 1983)

Tensatildeo tangencial A resistecircncia ao corte da resina maacutexima eacute mobilizada quando as

superfiacutecies estatildeo secas e os coeficientes de fricccedilatildeo (micro) satildeo baixos com micro rugosidade

inferiores a 002mm

72

Figura 5-4Tensatildeo de corte em funccedilatildeo do deslizamento para vaacuterias espessuras de chapa de accedilo

coladas (CEB Bulletin drsquoinformation nordm162 1983)

575 Transferecircncia de forccedilas das armaduras de reforccedilo para armaduras de reforccedilo ou

armaduras existentes

A transferecircncia de forccedilas eacute feita de uma armadura atraveacutes da ligaccedilatildeo ao betatildeo envolvente

para as outras armaduras Dentro de betatildeo estas forccedilas podem gerar tensotildees de corte elevadas

Quando se utilizam varotildees de accedilo com diacircmetro inferior a 12mm eacute aconselhaacutevel a natildeo se

deixarem as extremidades livres dos varotildees alinhadas

Figura 5-5 Transferecircncia de forccedilas atraveacutes das armaduras de reforccedilo (CED 2015)

Este tipo de transferecircncias de tensotildees tambeacutem pode ser efetuado atraveacutes de ligaccedilotildees

soldadas entre os varotildees de reforccedilo

73 Tiago Pais Boto

Seja qual o tipo de mecanismo de transferecircncia de tensotildees de accedilo para accedilo o uso de

estribos (ou mais geral reforccedilo transversal) na zona de ligaccedilatildeo eacute essencial para o equiliacutebrio de

forccedilas e para aumentar a rigidez do reforccedilo

58 Principais Teacutecnicas de reparaccedilatildeo e reforccedilo estrutural

Quando eacute necessaacuterio reparar e reforccedilar uma estrutura de betatildeo armado torna-se

importante escolher as teacutecnicas mais apropriadas ao caso em estudo minimizando o niacutevel de

intrusatildeo e otimizando a durabilidade e eficiecircncia Desta maneira a escolha da metodologia deve

passar por uma minuciosa anaacutelise das causas e extensatildeo das patologias caracteriacutesticas da

estrutura condicionamentos teacutecnico sociais designo da vida uacutetil funcionalidade e viabilidade

econoacutemica

Satildeo muitas as teacutecnicas jaacute desenvolvidas a enumeraccedilatildeo e descriccedilatildeo de todas as teacutecnicas

possiacuteveis natildeo se enquadra no acircmbito definido para esta dissertaccedilatildeo pelo que se optou por referir

apenas as mais utilizadas e avanccediladas tecnologicamente

581 Meacutetodos de proteccedilatildeoreparaccedilatildeo eletroquiacutemica

Estes meacutetodos tecircm como principio alterar os potenciais das armaduras com recurso agrave

aplicaccedilatildeo de um campo eleacutetrico permitindo a restauraccedilatildeo da passividade das armaduras a

alcalinidade do betatildeo ou eliminaccedilatildeo do agente agressor parcial ou ateacute mesmo total Estes

meacutetodos aleacutem de apresentarem resultados com elevado sucesso a execuccedilatildeo causam

perturbaccedilotildees miacutenimas na funcionalidade da estrutura devido agrave diminuta amplitude das

intervenccedilotildees tais como demoliccedilotildees ou substituiccedilatildeo do betatildeo contaminado (D W Whitmore

2002)

Habitualmente usam-se as teacutecnicas

Proteccedilatildeo catoacutedica

Realcalinazaccedilatildeo

Dessalinizaccedilatildeo ou extraccedilatildeo eletroquiacutemica

Destas trecircs teacutecnicas seraacute apenas exposta a descriccedilatildeo da Proteccedilatildeo catoacutedica por ser a mais eficaz

e utilizada

5811 Proteccedilatildeo Catoacutedica

A proteccedilatildeo catoacutedica consiste genericamente na alteraccedilatildeo do potencial eleacutetrico no accedilo

para valores mais negativos Com recurso a uma fonte de corrente continua e um acircnodo

aplicado no interior do betatildeo ou agrave superfiacutecie satildeo aplicados eletrotildees agraves armaduras aumentando

assim a intensidade das reaccedilotildees catoacutedicas e diminuindo a intensidade das reaccedilotildees anoacutedicas quer

isto dizer que o accedilo passa a funcionar como caacutetodo De todos os meacutetodos eletroquiacutemicos este

eacute o uacutenico enquadrado numa norma europeia a EN 12696 2000 ldquoCathodic protection of steel in

concreterdquo Esta norma abrange a aplicaccedilatildeo de proteccedilatildeo catoacutedica em estruturas novas ou

74

existentes desde que sejam atmosfeacutericas quer isto dizer que estruturas enterradas ou submersas

natildeo satildeo abrangidas (D W Whitmore 2002)

A constituiccedilatildeo de um sistema de proteccedilatildeo catoacutedica abrange

Fonte de alimentaccedilatildeo externa

Acircnodo sistema de distribuiccedilatildeo de corrente

Caacutetodo (armaduras)

Fio eleacutetricos de ligaccedilatildeo para o fecho do sistema

Sensores de controlo e monitorizaccedilatildeo

Existem dois tipos de acircnodos os acircnodos inertes utilizados em sistemas de corrente

imposta e acircnodos galvacircnicos ou de sacrifiacutecio Ambos os tipos de acircnodos podem ser aplicados

de uma forma isoladainterna ou distribuiacuteda ao longo da estrutura Os acircnodos inertes satildeo

consumidos ao longo do tempo necessitando de uma corrente contiacutenua denominando-se

proteccedilatildeo catoacutedica por corrente imposta ou impressa estes sistemas satildeo os mais usados porque

proporcionam uma distribuiccedilatildeo de corrente mais ampla possibilitando que a proteccedilatildeo catoacutedica

atinga uma aacuterea maior Tem ainda a vantagem de alterar a intensidade de corrente transmitida

possibilitando compensar alteraccedilotildees de potencial (D W Whitmore 2002) Jaacute relativamente aos

acircnodos galvacircnicos ou sacrificiais estes satildeo menos dispendiosos e de aplicaccedilatildeo mais simples

quando aplicados na altura da construccedilatildeo da estrutura O natildeo recurso de uma fonte de energia

externa anula o perigo de interaccedilatildeo com outras estruturas em redor No entanto apresentam

algumas desvantagens que podem inviabilizar a sua escolha tais como a dificuldade de

controlar o sistema devido agrave impossibilidade de monitorizaccedilatildeo assim como o tempo de serviccedilo

uacutetil relativamente curto Para garantir um correto funcionamento da proteccedilatildeo catoacutedica eacute

necessaacuterio compreender a seacuterie galvacircnica esta eacute constituiacuteda por uma lista de metais ordenados

pelo seu niacutevel de oxidaccedilatildeo ou seja a suscetibilidade de corrosatildeo quando inseridos no eletroliacutetico

(A V Moreno et all 2007)

Tabela 5-11 Seacuterie galvacircnica dos materiais

Metal Potencial de Eleacutetrodo (volt)

Menos Nobres

Magneacutesio -2340

Anoacutedicos

Alumiacutenio -1670

Zinco -0762

Cromo -0710

Ferro -0440

Caacutedmio -0402

Niacutequel -0250

Estanho -0136

Chumbo -0126

Mais Nobres Cobre 0345

Catoacutedicos Prata 0800

Ouro 1680

75 Tiago Pais Boto

Quanto mais afastado estiver o material do acircnodo na seacuterie galvacircnica relativamente ao accedilo das

armaduras maior seraacute a diferenccedila de potencial entre estes logo o sistema de proteccedilatildeo seraacute

mais eficaz (Electrical Engineering Cathodic Protection 2004)

Figura 5-6Esquema de proteccedilatildeo catoacutedica por corrente imposta com recurso a acircnodo inerte

distribuiacutedo (adaptado de G Kakuba 2005)

Figura 5-7Esquema de proteccedilatildeo catoacutedica por corrente imposta com recurso a acircnodos internos

(adaptado de G Kakuba 2005)

76

Figura 5-8 Esquema de proteccedilatildeo catoacutedica com recurso a acircnodos de sacrifiacutecio sem

necessidade de fonte de corrente contiacutenua (adaptado de G Kakuba 2005)

Os acircnodos internos possibilitam uma proteccedilatildeo mais eficaz possibilitando a distribuiccedilatildeo

em nuacutemero e espaccedilamento conforme a densidade da armadura existente e em zonas com

requisitos de proteccedilatildeo elevados Acresce ainda a vantagem de poderem ser utilizados em

elementos com recobrimento pequeno (Joana Silva 2007) Este tipo de aplicaccedilatildeo apresenta

alguns inconvenientes tais como a possibilidade de ocorrecircncia de curto-circuito caso o acircnodo

toque nas armaduras Quando se utiliza corrente imposta a diferenccedila de potencial pode gerar

gaacutes no interior da estrutura o que leva agrave necessidade de criar um sistema de ventilaccedilatildeo (D W

Whitmore 2002)

Atualmente satildeo comercializados vaacuterios tipos de acircnodos em funccedilatildeo do material de

fabrico desta forma torna-se essencial conhecer as suas propriedades mecacircnicas e fiacutesicas

assim como a classe de exposiccedilatildeo ambiental onde vatildeo ser utilizados

Os principais materiais dos acircnodos para sistemas de corrente imposta satildeo

Malhas de titacircnio

Estas malhas de titacircnio satildeo as mais utilizadas em sistemas com acircnodos de corrente

imposta tecircm cerca de 1 a 2 mm de espessura Satildeo revestidas com oacutexidos de metais nobres

(MMO-mixed metal oxides) em forma tubular varatildeo ou fio e tecircm um periacuteodo de vida uacutetil

superior a 25 anos (ZLoureccedilo 2007) Satildeo fabricadas com tamanhos diferentes de aberturas

proporcionando a distribuiccedilatildeo de diferentes densidades de corrente suportando uma densidade

maacutexima de aproximadamente 100 mAm2

(Joana Silva 2007)

77 Tiago Pais Boto

Figura 5-9Malha de titacircnio (Global Sources 2015)

Fitas de malha de titacircnio

As fitas de malha de titacircnio tecircm geralmente 10 a 20 mm de largura satildeo tambeacutem

revestidas com oacutexidos de metais nobres (MMO) Satildeo fabricadas com vaacuterias espessuras

suportando densidades de corrente entre 3 e 6 mAm linear e tecircm a vantagem dos problemas de

delaminaccedilatildeo do betatildeo serem mais baixos Em termos de vida uacutetil anda na ordem dos 40 anos

(ZLoureccedilo 2007)

Figura 5-10 Fita de malha de titacircnio (Chemical Newtech 2015)

Acircnodos enterrados de titacircnio ativado ferro e grafite

Este tipo de acircnodos tem como constituiccedilatildeo um revestimento com oacutexidos de metais

nobres Os primeiros acircnodos eram constituiacutedos por ferro e accedilo mas como o consumo destes era

muito elevado foram substituiacutedos por acircnodos de grafite cuja taxa de consumo era inferior

dominando o mercado ateacute meados dos anos 70 (Public Works Technical Bulletin 2002) Os

acircnodos com grafite satildeo envoltos em uma composiccedilatildeo de carbono evitando assim um consumo

do acircnodo natildeo uniforme (Electrical Engineering Cathodic Protection 2004) Eacute importante

salientar que a diferenccedila de potencial entre a grafite e o accedilo eacute de 1 Volt atuando a grafite como

caacutetodo Os acircnodos mais eficientes satildeo os de titacircnio apesar do custo mais elevado

78

comparativamente com as outras tipologias Estes satildeo estaacuteveis em qualquer exposiccedilatildeo

ambiental devido ao revestimento com oacutexidos de metais nobres promovem o aumento de vida

uacutetil normalmente na ordem dos 15 a 20 anos ldquoOs acircnodos enterrados de corrente impressa satildeo

aplicados em aberturas no solo sendo posteriormente ligados por fios condutores ao poacutelo

positivo do retificador estabelecendo-se assim as ligaccedilotildees anoacutedicas Agrave semelhanccedila dos sistemas

de proteccedilatildeo catoacutedica jaacute apresentados a promoccedilatildeo das ligaccedilotildees catoacutedicas eacute efetuada atraveacutes da

ligaccedilatildeo das armaduras ao poacutelo negativo da fonte de correnterdquo (Joana Silva 2007)

Figura 5-11 Acircnodo de titacircnio ativado (Global Sources 2015)

Revestimentos ou tintas orgacircnicas condutoras

As tintas condutoras contecircm na sua composiccedilatildeo materiais de elevada condutibilidade

eleacutetrica tais como a grafite e o carbono Este tipo de acircnodos tem a vantagem de serem de

aplicaccedilatildeo muito simples em qualquer tipo de superfiacutecie e natildeo precisam de um revestimento de

proteccedilatildeo No entanto o sistema facilmente entra em curto-circuito em ambientes com

exposiccedilatildeo agrave chuva ou por contacto com a armadura exposta (Joana Silva 2007)

Figura 5-12 Aplicaccedilatildeo de tinta orgacircnica condutora (CONREHAB Cathodic protection 2015)

79 Tiago Pais Boto

Os principais materiais dos acircnodos sacrificiais ou galvacircnicos satildeo

Acircnodos enterrados de zinco alumiacutenio e magneacutesio

Estes acircnodos funcionam muito bem em sistemas de proteccedilatildeo catoacutedica em estruturas

enterradas porque fornecem correntes mais elevadas comparativamente com os outros acircnodos

sacrificiais Estes acircnodos vecircm promovidos de um fio metaacutelico para posteriormente ser ligado

agraves armaduras atraveacutes de solda geralmente satildeo envolvidos em papel para a proteccedilatildeo dos

mesmos A colocaccedilatildeo dos acircnodos deve ser colocada a um agrave distacircncia miacutenima de 1 metro da

estrutura a proteger (Electrical Engineering Cathodic Protection 2004)

Figura 5-13 Acircnodo enterrado de magneacutesio (AEGION 2015)

Acircnodos adesivos

Esta tipologia de acircnodo consiste em chapas de zinco com espessura de cerca de 025

mm que satildeo aplicadas na superfiacutecie da estrutura a proteger com o auxiacutelio de um adesivo

condutor designado por hydrogel Este tecircm a vantagem de manterem permanentemente o

contato entre o acircnodo e o betatildeo funcionando o hydrogel como um segundo eletroliacutetico (Jianhai

Qiu 2002)

Figura 5-14Sistema de acircnodo adesivo de zinco (Jianhai Qiu 2002)

80

Sistemas com nuacutecleos de zinco

A maior parte destes sistemas eacute constituiacuteda por nuacutecleos de zinco envoltos em

argamassas altamente alcalinas para promoverem a corrosatildeo do zinco O zinco ocupa a posiccedilatildeo

na serie galvacircnica do metal que corroacutei mais facilmente logo o risco de corrosatildeo nas armaduras

eacute quase nulo A aplicaccedilatildeo deste sistema eacute feita com a ligaccedilatildeo direta as armaduras atraveacutes de fios

de accedilo que transmitem a corrente galvacircnica Eacute aconselhado a aplicaccedilatildeo de uma camada de betatildeo

a cobrir o acircnodo O tempo de vida uacutetil natildeo chega aos 20 anos dependendo muito das condiccedilotildees

do betatildeo e das caracteriacutesticas do acircnodo (E Gilinsky 2006)

Figura 5-15Acircnodo de zinco envolvido em argamassa de elevada porosidade (CCASMI

Corrosion Services 2015)

Malhas de zinco

As malhas de zinco podem ser aplicadas em pilares de diversas formas devido agrave baixa

complexidade do sistema apresentam uma vida uacutetil de serviccedilo superior a 40 anos e natildeo

necessitam de manutenccedilatildeo Os espaccedilos vazios entre a superfiacutecie de betatildeo e a malha devem ser

preenchidos por uma argamassa cimentiacutecia (S F Daily 2007)

Figura 5-16Sistema de proteccedilatildeo catoacutedica com malha de zinco (FOSROC 2015)

81 Tiago Pais Boto

Metais projetados

Neste tipo de sistema a aplicaccedilatildeo deve ser feita diretamente nas armaduras da estrutura

sem aplicaccedilatildeo de camada de recobrimento apoacutes a remoccedilatildeo do betatildeo deteriorado Em zonas onde

o betatildeo estaacute relativamente seco a corrente proporcionada pelo zinco vai diminuindo ao longo

do tempo como recurso recorre-se a uma combinaccedilatildeo dos metais alumiacutenio zinco e iacutendio de

modo a melhorar a eficiecircncia do sistema ( S F Daily 2007)

Figura 5-17Aplicaccedilatildeo de metais por projeccedilatildeo em estrutura de betatildeo armado (Structural

Technologies 2015)

Os processos de proteccedilatildeo catoacutedica por corrente impressa carecem de uma continuidade

eleacutetrica entre o betatildeo e a armadura logo quanto maior for a resistividade eleacutetrica do betatildeo menor

seraacute a intensidade de corrente necessaacuteria A contaminaccedilatildeo por cloretos estaacute associada a grandes

niacuteveis de humidade aumentando a resistividade eleacutetrica Comparativamente nos casos de

carbonataccedilatildeo do betatildeo a resistividade eleacutetrica eacute muito mais reduzida

Figura 5-18 Diagrama de Pourbaix para Fe-H2O a 25ordmC (SJSU2015)

82

Entenda-se por resistividade a propriedade dos materiais que quantifica a relaccedilatildeo que

existe entre o campo eleacutetrico aplicado e densidade de corrente que percorre a unidade de volume

desse material (JM Miranda et all)

Das desvantagens que o meacutetodo de proteccedilatildeo catoacutedica com corrente impressa destaca-

se o risco de o accedilo sob a tensatildeo do campo eleacutetrico para sofrer alguma fragilizaccedilatildeo Este

fenoacutemeno eacute mais plausiacutevel de acontecer em accedilos de elevada ductilidade como eacute o caso de accedilos

de preacute-esforccedilo A causa proveacutem de valores muito elevados de potenciais negativos no accedilo

originando libertaccedilatildeo de hidrogeacutenio na interface das armaduras A perda de aderecircncia na

interface armadura-betatildeo ocorre sobretudo em varotildees de accedilo lisos Outro acontecimento

embora raro verifica-se quando a proteccedilatildeo catoacutedica nas armaduras aumenta a alcalinidade na

envolvente das armaduras podendo promover reaccedilotildees aacutelcalis-siacutelica em betotildees constituiacutedos com

agregados reativos

As intensidades de corrente que possibilitam o abrandamento ou a paragem da corrosatildeo

oscilam nos 20mAm2 de armadura A repassivaccedilatildeo das armaduras necessita de intensidades

de 20mAm2 (P Pedeferri 1998)

582 Reforccedilo de seccedilotildees com encamisamentocolagem de chapas metaacutelicas (EBR) Externally

bonded reinforcement

5821 Introduccedilatildeo

Apoacutes o sismo de 1971 em San Fernando nos Estados Unidos da Ameacuterica foi

reconhecida a necessidade de dar mais atenccedilatildeo ao reforccedilo dos elementos estruturais

nomeadamente pilares Desde entatildeo na deacutecada de 1990 muitos estudos foram conduzidos

acerca do reforccedilo de seccedilotildees estruturais nomeadamente o departamento de transportes da

Califoacuternia (CALTRAN) Esses estudos foram essencialmente em pilares de pontes com

recurso a encamisamento de chapas metaacutelicas e concluiu-se que esta opccedilatildeo de reforccedilo

proporciona um aumento da ductilidade aumento da resistecircncia ao esforccedilo transverso e maior

dissipaccedilatildeo de energia (Charlotte AC Bouvier 2003)

Este tipo de meacutetodo eacute relativamente simples consiste em colar armaduras (chapas ou

placas) agrave superfiacutecie do betatildeo por aplicaccedilatildeo de uma resina epoxy O adesivo garante a ligaccedilatildeo

entre o betatildeo e a armadura adicionada desta maneira satildeo transferidas as forccedilas da armadura

para o betatildeo por intermeacutedio de tensotildees tangenciais desenvolvidas ao longo da interface de

colagem (Juvandes 1999) Esta teacutecnica permite o reforccedilo de vigas ao esforccedilo transverso agrave

flexatildeo e o reforccedilo de pilares agrave compressatildeo simples e flexatildeo composta

A utilizaccedilatildeo de elementos metaacutelicos apresenta vaacuterias vantagens no reforccedilo e na

reparaccedilatildeo de estruturas entre as quais salientam-se os seguintes (Joseacute V Paiva et all 2006)

83 Tiago Pais Boto

Relaccedilatildeo favoraacutevel pesoresistecircncia mecacircnica

Aptidatildeo para resistir a diferentes tipos de solicitaccedilotildees

Capacidade de adaptaccedilatildeo aos espaccedilos existentes

Elevado grau de prefabricaccedilatildeo que permite a realizaccedilatildeo de operaccedilotildees de montagem

relativamente limpa e assegura a entrada imediata ldquoem serviccedilordquo da nova estrutura

Rapidez e facilidade de execuccedilatildeo

Diminuta alteraccedilatildeo nas dimensotildees arquitetoacutenicas

Natildeo requer matildeo-de-obra especializada

Em relaccedilatildeo as desvantagens as principais satildeo

Vulnerabilidade da estrutura agrave corrosatildeo e ao incendio

Manuseamento das chapas metaacutelicas devido ao seu peso

Limitaccedilatildeo das dimensotildees das chapas metaacutelicas

A solidarizaccedilatildeo do reforccedilo com o material existente eacute por vezes feita atraveacutes de

transmissatildeo de tensotildees tangenciais Deste modo para um melhor aproveitamento do reforccedilo eacute

aconselhaacutevel o uso de teacutecnicas de colagem ou buchas autoexpansiacuteveis

5822 Descriccedilatildeo da teacutecnica

O princiacutepio por traacutes desta teacutecnica eacute o encamisamento de accedilo atuar como um

confinamento passivo de reforccedilo Este encamisamento vai impedir dilataccedilotildees do betatildeo havendo

uma compressatildeo lateral a resistecircncia agrave compressatildeo eacute aumentada assim como a resistecircncia ao

corte e a ductilidade do elemento

Os elementos utilizados satildeo geralmente chapas de accedilo ou perfis metaacutelicos colados com

resinas eacutepoxy podendo ainda ser complementada com buchas metaacutelicas

Para pilares circulares o meacutetodo utiliza duas secccedilotildees semicirculares onde satildeo unidas

atraveacutes de soldadura ao longo de toda a altura do revestimento Eacute deixado um espaccedilo

aproximadamente de 2 centiacutemetros entre o pilar e o revestimento para este ser preenchido com

argamassa possibilitando uma boa ligaccedilatildeo entre os materiais e assim criar um comportamento

monoliacutetico entre os mesmos Um espaccedilo de cerca de 5 centiacutemetros eacute tambeacutem deixado entre a

parte superior e inferior do pilar para evitar possiacuteveis destacamentos do revestimento (Daudey

X and A Filiatrault 2000)

Para pilares retangulares o encamisamento metaacutelico pode ser feito com secccedilotildees

retangulares ou eliacutepticas No caso de um revestimento retangular o procedimento eacute semelhante

ao descrito anteriormente as chapas em forma de ldquoLrdquo satildeo solidarizados atraveacutes de soldadura

Para encamisamento com seccedilotildees eliacutepticas os espaccedilos vazios satildeo preenchidos com betatildeo em

vez de argamassa porque a quantidade a preencher eacute maior (Aboutaha RS et all 1999)

84

Figura 5-19Reforccedilo com encamisamento metaacutelico eliacuteptico para seccedilotildees retangulares

(Aboutaha RS et all 1999)

No caso das vigas de acordo com (Gomes A Appleton J) quando a ligaccedilatildeo do reforccedilo

eacute efetuado sem buchas metaacutelicas eacute recomendado a utilizaccedilatildeo de chapas com larguras inferiores

a 300mm e espessuras entre 3 e 5mm a espessura da resina deve estar entre 1 a 3mm

Figura 5-20 Dimensotildees recomendadas no reforccedilo agrave flexatildeo de uma viga em betatildeo armado

(Gomes A Appleton J1997)

85 Tiago Pais Boto

Figura 5-21 Dimensotildees recomendadas no reforccedilo ao esforccedilo transverso de uma viga em betatildeo

armado (Gomes A Appleton J)

A execuccedilatildeo de um reforccedilo com colagem de armaduras eacute composta por diversas etapas

sendo que as mais importantes satildeo

Tratamento da superfiacutecie do betatildeo

Nesta fase inicial do processo de reforccedilo eacute essencial garantir uma superfiacutecie limpa e

com rugosidade suficiente mas natildeo exagerada de modo que a espessura da resina se mantenha

entre 1 e 3mm

Tratamento das chapas (Gomes A Appleton J)

As chapas apoacutes o fabrico devem ser decapadas e protegidas com peliculas plaacutesticas para

se garantir a limpeza das mesmas ateacute aacute zona de aplicaccedilatildeo Estas devem ser protegidas com

pintura contra a corrosatildeo e accedilatildeo do fogo

Caracteriacutesticas da resina (Gomes A Appleton J)

A resina deve ser do tipo eacutepoxy com caracteriacutesticas relevantes tais como o moacutedulo de

elasticidade tensatildeo de rotura viscosidade e periacuteodo de aplicaccedilatildeo e endurecimento

5823 Pilares - resistecircncia agrave flexatildeo

Uma das vaacuterias razotildees da inadequada capacidade de resistecircncia agrave flexatildeo pode ter origem

na falta de confinamento do nuacutecleo de betatildeo que posteriormente pode provocar a rotura da

roacutetula plaacutestica vigapilar (ver Figura 5-20) As atuais praacuteticas de dimensionamento de pilares

apresentam um espaccedilamento mais reduzido da armadura de esforccedilo transverso o que aumenta

consideravelmente a resistecircncia agrave compressatildeo no nuacutecleo Quando aparecem fendas na interface

accedilo-betatildeo o encamisamento de accedilo vai proporcionar uma pressatildeo radial atraveacutes do

86

confinamento passivo Para aumentar a capacidade de resistecircncia axial do pilar por vezes

tambeacutem eacute utilizado um anel metaacutelico (hoop reinforcement)

Figura 5-22 Deformaccedilatildeo de pilares devido agrave formaccedilatildeo de roacutetulas plaacutesticas ldquoph-plastic hingesrdquo

(SCRIP academic publisher 2015)

Figura 5-23Esquematizaccedilatildeo de um encamisamento metaacutelico (Chai Y H et al 1991)

87 Tiago Pais Boto

Figura 5-24Seccedilatildeo de betatildeo confinada com anel e encamisamento metaacutelico (Attard M M

Setunge S 1996)

Ignorando a contribuiccedilatildeo do anel metaacutelico a contribuiccedilatildeo do encamisamento metaacutelico

para o aumento da tensatildeo de confinamento eacute dada pela expressatildeo seguinte (Chai Y H et al

1991)

119891119897 =2times119891119910119895times119905119895

(119863119895minus119905119895) (512)

Onde

119891119897 = Tensatildeo maacutexima de confinamento do encamisamento de accedilo

119891119910119895 = Tensatildeo limite de proporcionalidade do accedilo

119905119895 = Espessura do encamisamento

119863119895 = Diacircmetro externo do encamisamento

A resistecircncia agrave compressatildeo do betatildeo confinado pode ser estimada a partir da expressatildeo seguinte

(Chai Y H et al 1991)

119891prime119888119888 = 119891prime119888 times (2254radic1 +794119891prime119897119891prime119888

minus2119891prime119897119891prime119888

minus 1254 [MPa] (513)

Onde

119891prime119888119888 = Resistecircncia agrave compressatildeo do betatildeo confinado

119891prime119888 = Resistecircncia agrave compressatildeo do betatildeo natildeo confinado

119891prime119897 = Tensatildeo maacutexima de confinamento do encamisamento de accedilo

Para os pilares que possuem uma regiatildeo com uma emenda dos varotildees longitudinais na

base do pilar a rotura agrave flexatildeo do pilar ocorre atraveacutes de um mecanismo de deslizamento entre

as armaduras longitudinais e as armaduras de ligaccedilatildeo da base do pilar Verificando-se muitas

vezes este deslizamento antes de se atingir a maacutexima capacidade de resistecircncia agrave flexatildeo da

88

seccedilatildeo Aplicando uma pressatildeo radial com um anel metaacutelico (hoop reinforcement) vai evitar

esse deslizamento A investigaccedilatildeo tem mostrado que um coeficiente de atrito de μ=14 deve ser

garantido na interface da zona prevista de fendilhacatildeo Para garantir este coeficiente de atrito e

evitar que o accedilo do encamisamento entre em cedecircncia a extensatildeo do anel de accedilo (hoop

reinforcement) natildeo deve ultrapassar o valor de 120576119904119895 = 00015 (Daudey X and A Filiatrault

2000)

Entatildeo a espessura necessaacuteria para o encamisamento de accedilo pode ser calculada atraveacutes de

119905119895 =242119860119887times119891119910times119863119895

4times119901times119897119904times(00015119864119904119895) (514)

Onde

119905119895 = Espessura do encamisamento de accedilo

119860119887 = Aacuterea da seccedilatildeo das armaduras longitudinais

119891119910 = Tensatildeo de cedecircncia das armaduras longitudinais

119863119895 = Diacircmetro externo do encamisamento

119901 = Diacircmetro equivalente do betatildeo fissurado em torno da armadura longitudinal

119897119904 = Comprimento de emenda dos varotildees

119864119904119895 = Moacutedulo de elasticidade do accedilo de encamisamento

Resultado de vaacuterios estudos tendem a comprovar que um encamisamento retangular

fornece menos tensatildeo de confinamento na seccedilatildeo de betatildeo comparativamente ao encamisamento

circular ou eliacuteptico Por isso em casos de necessidade de incrementar resistecircncia agrave flexatildeo em

pilares aconselha-se a usar um encamisamento circular ou eliacuteptico Em casos onde o espaccedilo eacute

limitado obrigando a um confinamento retangular verificou-se que a colocaccedilatildeo de duas

ancoragens na parte superior e inferior do pilar iraacute aumentar a resistecircncia agrave flexatildeo do pilar

(Aboutaha RS et all 1999)

5824 Pilares - resistecircncia ao corte

A capacidade de resistecircncia ao corte de um pilar eacute a soma da contribuiccedilatildeo de resistecircncia

de cada um dos elementos constituintes do pilar ou seja

119881119906 = 119881119888 + 119881119904 + 119881119899 (515)

Onde

119881119906 = Resistecircncia do pilar ao esforccedilo transverso

89 Tiago Pais Boto

119881119888 = Resistecircncia do betatildeo ao corte

119881119904 = Resistecircncia das armaduras ao corte

119881119899 = Resistecircncia ao corte da contribuiccedilatildeo das cargas verticais

Para se conseguir melhorar a resistecircncia do pilar ao corte pode-se adicionar a

contribuiccedilatildeo do encamisamento de accedilo para resistir ao corte calculada a partir de

120573 times 119881119904119895 ge 1198810 minus 120573 times (119881119888 + 119881119904 + 119881119899) (516)

Onde

120573 = 07

119881119904119895 = Resistecircncia miacutenima necessaacuteria ao corte do encamisamento de accedilo

1198810 = Forccedila de corte induzida pela capacidade de flexatildeo maacutexima provaacutevel da roacutetula plaacutestica

Para uma estimativa de 119881119904119895 pode ser considerado como uma armadura transversal

continua de seccedilatildeo igual agrave sua espessura e espaccedilamento igual agrave unidade podendo ser calculado

por

119881119904119895 = 119860119904119895 times (119865119910119904119895

2) times

119889119904119895

119878119904119895 (517)

Onde

119881119904119895 = Resistecircncia ao corte do encamisamento de accedilo

119860119904119895 = Aacuterea estimada dos aneacuteis de accedilo

119865119910119904119895 = Tensatildeo de cedecircncia do accedilo de encamisamento (soacute 50 deste calor deve ser

considerado por isso eacute dividido por 2)

119889119904119895 = Espessura da placa de encamisamento metaacutelico

119878119904119895 = Espaccedilamento igual agrave unidade

Para seccedilotildees circulares ou retangulares com necessidade de reforccedilo ao corte o

encamisamento metaacutelico deve ser aplicado em todo o comprimento do pilar conduzindo a bons

resultados Mas devido agrave fraca ligaccedilatildeo na interface betatildeo e encamisamento metaacutelico deve-se

aplicar uma ancoragem com parafusos

5825 Verificaccedilatildeo da seguranccedila de pilares aos estados limites uacuteltimos

O dimensionamento para a verificaccedilatildeo da resistecircncia agrave compressatildeo simples e resistecircncia

agrave flexatildeo de um pilar de betatildeo armado pode ser realizado pelo meacutetodo dos coeficientes globais

e tendo em conta os modelos e pressupostos semelhantes aos efetuados no caacutelculo de seccedilotildees

novas aacute flexatildeo

90

i) Dimensionamento agrave compressatildeo simples

119873119904119889 le 119873119903119889 = 120574119899119877 times (119860119888119894 times 119891119888119889119888119891 + 119860119904

119894 times 119891119904119910119889119894 ) + 120574119899119877 times (119860119888

119903 times 119891119888119889119888119891 + 119860119904119903 times 119891119904119910119889

119903 ) (518)

Onde

119873119904119889 =Esforccedilo axial atuante

119873119903119889 =Esforccedilo axial resistente

120574119899119877 = Coeficiente de monolitismo para a flexatildeo ( 120574119899119877 = 09)

119860119888119894 =Aacuterea do betatildeo existente

119891119888119889119888119891 =Valor de caacutelculo corrigido da resistecircncia aacute compressatildeo do betatildeo

119860119904119894 =Aacuterea da armadura existente

119891119904119910119889119894 =Tensatildeo de cedecircncia de traccedilatildeo da armadura de existente

119860119888119903 =Aacuterea do betatildeo de reforccedilo

119860119904119903=Aacuterea da armadura de reforccedilo

119891119904119910119889119903 = Tensatildeo de cedecircncia de traccedilatildeo da armadura de reforccedilo

ii) Dimensionamento agrave flexatildeo e compressatildeo

Figura 5-25 Modelo de caacutelculo de pilares agrave flexatildeo composta (Gomes A Appleton J)

O esforccedilo axial resistente final e o momento devem ser afetados pelos coeficientes de

monolitismo correspondentes

91 Tiago Pais Boto

119873119877119889119891119894119899119886119897

= 119873119877119889 times 120574119899119877 (519)

119872119877119889119891119894119899119886119897

= 119872119877119889 times 120574119899119877 (520)

Onde

119873119877119889119891119894119899119886119897

=Esforccedilo axial resistente afetado pelo coeficiente de monolitismo

119873119877119889= Esforccedilo axial resistente

120574119899119872119873 = Coeficiente de monolitismo

119872119877119889119891119894119899119886119897

= Momento resistente da seccedilatildeo reforccedilada afetado pelo coeficiente de monolitismo

119872119877119889= Momento resistente da seccedilatildeo reforccedilada

5826 Verificaccedilatildeo da seguranccedila de vigas aacute flexatildeo no estado limite uacuteltimo

O dimensionamento para a verificaccedilatildeo da resistecircncia agrave flexatildeo de uma viga de betatildeo

armado pode ser realizado pelo meacutetodo dos coeficientes globais admitindo que a secccedilatildeo tem

um comportamento monoliacutetico existindo uma aderecircncia perfeita e as secccedilotildees planas mantecircm-

se planas apoacutes a deformaccedilatildeo considerando um coeficiente de monolitismo para a flexatildeo de

120574119899119872 = 10

Deste modo o caacutelculo eacute semelhante ao de uma secccedilatildeo de betatildeo armado considerando-

se duas camadas de armaduras com resistecircncias diferentes exemplificado na figura seguinte

(Gomes A Appleton J)

Figura 5-26 Modelo de caacutelculo agrave flexatildeo de vigas reforccediladas por colagem de chapas metaacutelicas

(Gomes A Appleton J)

i) Caacutelculo do momento resistente

119872119877119863 = 120574119899119877 times (119860119904119890119902 times 119885119890119902 times 119891119904119910119889

119894 ) (521)

119860119904119890119902 = 119860119904

119894 + 119860119904119903 times

119891119904119910119889119903

119891119904119910119889119894 (522)

92

119885119890119902 =119860119904119894times119885119894times119891119904119910119889

119894 +119860119904119903times119885119903times119891119904119910119889

119903

119860119904119894times119891119904119910119889

119894 +119860119904119903times119891119904119910119889

119903 (523)

Admitindo z=09 vem

119872119877119863 = 120574119899119877 times (119860119904

119890119902 times 09 times 119891119904119910119889119894 ) (524)

Com a utilizaccedilatildeo de tabelas de dimensionamento determina-se 119860119904119890119902

e atraveacutes da

expressatildeo seguinte podemos calcular a aacuterea de armadura de reforccedilo (119860119904119903)

119860119904119903 =

119891119904119910119889119894

119891119904119910119889119903 times (119860119904

119890119902 times119889119890119902

119889119903minus 119860119904

119894 times119889119894

119889119903) (525)

Onde

119872119877119863 = Momento resistente

120574119899119877 = Coeficiente de monolitismo para a flexatildeo ( 120574119899119877 = 09 valor sugerido por Eurocoacutedio 8

parte14)

119860119904119890119902

=Aacuterea de armadura equivalente

119885119890119902= Braccedilo equivalente da seccedilatildeo reforccedilada

119891119904119910119889119894 = Tensatildeo de cedecircncia de traccedilatildeo da armadura existente

119860119904119894 = Aacuterea da armadura existente

119860119904119903 = Aacuterea da armadura de reforccedilo

119891119904119910119889119903 =Tensatildeo de cedecircncia de traccedilatildeo da armadura de reforccedilo

119885119894 = Braccedilo da seccedilatildeo de betatildeo relativamente agrave armadura existente

119885119903 = Braccedilo da seccedilatildeo de betatildeo relativamente agrave armadura de reforccedilo

119889119890119902 = Altura uacutetil equivalente da seccedilatildeo reforccedilada

119889119903 = Altura uacutetil da seccedilatildeo reforccedilada relativamente agrave armadura de reforccedilo

119889119894 =Altura uacutetil da seccedilatildeo reforccedilada relativamente agrave armadura existente

ii) Verificaccedilatildeo da seguranccedila da ligaccedilatildeo betatildeo existentebetatildeo novo

Sendo a ligaccedilatildeo accedilobetatildeo de elevada importacircncia neste tipo de teacutecnica apresenta-se na

figura seguinte a configuraccedilatildeo de uma viga simplesmente apoiada admitindo uma distribuiccedilatildeo

plaacutestica uniforme das tensotildees de corte

93 Tiago Pais Boto

Figura 5-27 Distribuiccedilatildeo plaacutestica das tensotildees de aderecircncia (Gomes A Appleton J)

Ligaccedilatildeo sem buchas metaacutelicas

119865119904119889 = 119860119904119903 times 119891119904119910119889

119903 le 120591119904119889 times 119887 times119871119870

2 (526)

Sendo que

120591119904119889 = 119891119888119905119898119894119899

2 119872119875119886 (527)

Ligaccedilatildeo com buchas metaacutelicas

119865119904119889 = 119860119904119903 times 119891119904119910119889

119903 le 119899 times 119865119887 + 120574 times 120591119904119889 times 119887 times119871119870

2 (528)

Onde

119865119904119889 =Forccedila de traccedilatildeo de reforccedilo

119860119904119903 =Aacuterea da armadura de reforccedilo

119891119904119910119889119903 = Tensatildeo de cedecircncia de traccedilatildeo da armadura de reforccedilo

119899 = Nuacutemero de buchas colocadas no comprimento 1198711198702

119865119887 = Forccedila de corte resistente de uma bucha metaacutelica

120574 = Coeficiente de monolitismo para a flexatildeo ( 120574119899119877 = 10)

120591119904119889 = Tensatildeo de aderecircncia resistente accediloresinabetatildeo

119887 =Largura da chapa metaacutelica

94

119871119870 =Comprimento da chapa metaacutelica

5827 Verificaccedilatildeo da seguranccedila de vigas ao esforccedilo transverso no estado limite uacuteltimo

Como jaacute referido anteriormente o dimensionamento ao esforccedilo transverso pode ser feito

atraveacutes da teacutecnica dos coeficientes globais tendo em conta a contribuiccedilatildeo para a resistecircncia dos

novos estribos adicionados sob a forma de chapas

i) Caacutelculo do esforccedilo transverso maacuteximo

119881119904119889 le 119881119877119889119898119886119909 =120572119888119908times119887119894times119885119894times1205921times119891119888119889

119888119900119905120579+119905119886119899120579+

120572119888119908times(119887119894minus119887119903)times119885119894times1205921times119891119888119889

119888119900119905120579+119905119886119899120579 (529)

Onde

119881119904119889 = Valor de caacutelculo do esforccedilo transverso atuante

119881119877119889119898119886119909 = Esforccedilo transverso maacuteximo

120572119888119908 = Fator que tem em conta o estado de tensatildeo na biela comprimida

119887119894 = Largura da seccedilatildeo de betatildeo da viga inicial

119885119894 = = Braccedilo da seccedilatildeo de betatildeo relativamente agrave armadura existente

1205921 = Fator redutor da tensatildeo de compressatildeo do betatildeo fendilhado

119891119888119889 =Valor de caacutelculo da resistecircncia agrave compressatildeo do betatildeo

119887119903 = Largura da seccedilatildeo de betatildeo reforccedilada

120579 = Angulo das bielas do betatildeo

ii) Caacutelculo do esforccedilo transverso resistente de caacutelculo

119881119904119889 le 119881119877119889119904 = 120574119899119877 times (119885119894 times119860119904119908119894

119878times coth 120579 times 119891119904119910119889

119894 ) + 120574119899119877 times (119885119903 times119860119904119908119903

119878times coth 120579 times 119891119904119910119889

119903 ) (530)

Onde

119881119904119889 = Valor de caacutelculo do esforccedilo transverso atuante

119881119877119889119904 = Esforccedilo transverso resistente de caacutelculo

120574119899119877 = Coeficiente de monolitismo para a flexatildeo ( 120574119899119877 = 09)

95 Tiago Pais Boto

119885119894 = Braccedilo de uma seccedilatildeo de betatildeo relativamente agrave armadura existente

119860119904119908119894 =Aacuterea da armadura de esforccedilo transverso inicial por metro

119878 = Espaccedilamento dos varotildees de accedilo

120579 = Angulo das bielas do betatildeo

119891119904119910119889119894 = Tensatildeo de cedecircncia do accedilo da armadura existente

119885119903 =Braccedilo de uma seccedilatildeo de betatildeo relativamente agrave armadura de reforccedilo

119860119904119908119903 = Aacuterea da armadura de esforccedilo transverso adicional por metro

119891119904119910119889119903 =Tensatildeo de cedecircncia do accedilo da armadura de reforccedilo

583 Reforccedilo de seccedilotildees com encamisamento de betatildeo armado

5831 Introduccedilatildeo

Uma das teacutecnicas de reforccedilo estrutural mais comum para melhorar o desempenho de

elementos de betatildeo armado (pilares paredes vigas e noacutes viga-pilar) eacute o encamisamento das

seccedilotildees com betatildeo armado

Figura 5-28 Encamisamento de pilares com betatildeo armado (Santos 2008)

O reforccedilo de um elemento por encamisamento com recurso ao betatildeo armado eacute uma das

teacutecnicas mais adequadas para aumentar a resistecircncia das zonas comprimidas Pode ser aplicado

em vigas para aumentar a resistecircncia agrave flexatildeo eou a resistecircncia ao esforccedilo transverso Jaacute nos

pilares o reforccedilo garante um aumento de resistecircncia agrave flexatildeo e agrave compressatildeo Esta teacutecnica tem

vaacuterias vantagens (Eduardo S Juacutelio 2011) destacando

Simplicidade de execuccedilatildeo natildeo requer matildeo-de-obra especializada apenas conhecimento

de teacutecnicas de execuccedilatildeo como se tratasse de estruturas novas (Eduardo S Juacutelio 2011)

Distribuiccedilatildeo uniforme do incremento de rigidez (Eduardo S Juacutelio 2011)

Aumento de durabilidade do pilar

96

Como principais desvantagens destacam-se

No caso de necessidade de continuaccedilatildeo do reforccedilo do pilar entre pisos subsiste a

necessidade de perfurar a laje para poder dar continuaccedilatildeo agraves armaduras de reforccedilo caso

a laje seja vigada a armadura longitudinal de reforccedilo pode ficar condicionada (Eduardo

S Juacutelio 2011)

Nos casos de necessidade de proteccedilatildeo contra a corrosatildeo ou incecircndio onde o accedilo fica

exposto e quando satildeo usadas resinas de epoacutexido (Eduardo S Juacutelio 2011)

Aumento das necessidades das dimensotildees da seccedilatildeo transversal (Gomes A Appleton

J)

5832 Descriccedilatildeo das teacutecnicas de encamisamento

A execuccedilatildeo de um encamisamento eacute composta por diversas etapas sendo que as mais

importantes satildeo

Escoramento

A execuccedilatildeo do escoramento natildeo serve soacute para evitar danos ou mesmo o colapso mas

tambeacutem para permitir que o reforccedilo seja aplicado com niacuteveis de tensatildeo mais baixos na estrutura

Interface material existentereforccedilo

Eacute essencial preparar a superfiacutecie de ligaccedilatildeo de modo que a ligaccedilatildeo final entre o material

existente e o reforccedilo possa ter um comportamento o mais monoliacutetico possiacutevel

Disposiccedilatildeo de armaduras

Colocaccedilatildeo de armaduras adicionais de reforccedilo se as armaduras existentes apresentarem

uma perda de seccedilatildeo superior a 10 (Gomes A Appleton J) Exemplificam-se nas figuras

seguintes os vaacuterios tipos de disposiccedilatildeo de armaduras para reforccedilo de vigas e pilares

Figura 5-29Disposiccedilatildeo das armaduras mais utilizado no encamisamento de vigas (Gomes

A Appleton J)

97 Tiago Pais Boto

Figura 5-30 Disposiccedilatildeo das armaduras mais utilizado no encamisamento de pilares (Gomes

A Appleton J)

Fase de Betonagem

A betonagem pode ser feita com betatildeo projetado betatildeo normal ou com uma argamassa

especial os quais devem possuir boa trabalhabilidade baixa retraccedilatildeo elevada resistecircncia agrave

compressatildeo e boa aderecircncia (Gomes A Appleton J)

119890119898119894119899=

50119898119898 119861119890119905atilde119900 119901119903119900119895119890119905119886119889119900 75 119886 100119898119898 119861119890119905atilde119900 119899119900119903119898119886119897 11988811990011989111990311988611988911990040 119886 60119898119898 119860119903119892119886119898119886119904119904119886 119890119904119901119890119888119894119886119897

Figura 5-31Espessura a betonar em funccedilatildeo do material e teacutecnica utilizada (Gomes A

Appleton J)

A ligaccedilatildeo pode ser substancialmente melhorada com a pintura de resina epoacutexida com

ldquopot liferdquo elevado (periacuteodo em que a colagem eacute eficaz apoacutes 1 hora)

98

5833 Verificaccedilatildeo da seguranccedila de vigas agrave flexatildeo no estado limite uacuteltimo

O dimensionamento para a verificaccedilatildeo da resistecircncia agrave flexatildeo de uma viga de betatildeo

armado pode ser realizado pelo meacutetodo dos coeficientes globais admitindo que a secccedilatildeo tem

um comportamento monoliacutetico uma aderecircncia perfeita e as secccedilotildees planas mantecircm-se planas

apoacutes a deformaccedilatildeo Considera-se um coeficiente de monolitismo para a flexatildeo de 120574119899119877 = 09

Deste modo o caacutelculo eacute semelhante ao de uma secccedilatildeo de betatildeo armado corrente considerando-

se duas camadas de armaduras com resistecircncias diferentes como se exemplifica na figura

seguinte (Gomes A Appleton J 2008)

Figura 5-32Modelo de caacutelculo agrave flexatildeo de vigas reforccediladas por encamisamento de betatildeo

armado (Gomes A Appleton J)

i) Caacutelculo do momento resistente

119872119877119863 = 120574119899119877 times (119860119904119890119902 times 119885119890119902 times 119891119904119910119889

119894 ) (531)

119860119904119890119902 = 119860119904

119894 + 119860119904119903 times

119891119904119910119889119903

119891119904119910119889119894 (532)

119885119890119902 =119860119904119894times119885119894times119891119904119910119889

119894 +119860119904119903times119885119903times119891119904119910119889

119903

119860119904119894times119891119904119910119889

119894 +119860119904119903times119891119904119910119889

119903 (533)

Admitindo z=09 vem

119872119877119863 = 120574119899119877 times (119860119904

119890119902 times 09 times 119891119904119910119889119894 ) (534)

99 Tiago Pais Boto

Com a utilizaccedilatildeo de tabelas de dimensionamento determina-se 119860119904119890119902

e atraveacutes da

expressatildeo seguinte podemos calcular a aacuterea de armadura de reforccedilo (119860119904119903)

119860119904119903 =

119891119904119910119889119894

119891119904119910119889119903 times (119860119904

119890119902 times119889119890119902

119889119903minus 119860119904

119894 times119889119894

119889119903) (535)

Onde

119872119877119863 = Momento resistente

120574119899119877 = Coeficiente de monolitismo para a flexatildeo ( 120574119899119877 = 09 valor sugerido no Eurocoacutedio 8

parte14)

119860119904119890119902

= Aacuterea de armadura equivalente

119885119890119902 = Braccedilo equivalente da seccedilatildeo reforccedilada

119891119904119910119889119894 = Tensatildeo de cedecircncia de traccedilatildeo da armadura existente

119860119904119894 = Aacuterea da armadura existente

119860119904119903 = Aacuterea da armadura de reforccedilo

119891119904119910119889119903 = Tensatildeo de cedecircncia de traccedilatildeo da armadura de reforccedilo

119885119894 = Braccedilo da seccedilatildeo de betatildeo relativamente agrave armadura existente

119885119903 = Braccedilo da seccedilatildeo de betatildeo relativamente agrave armadura de reforccedilo

119889119890119902 = Altura uacutetil equivalente da seccedilatildeo reforccedilada

119889119903 = Altura uacutetil da seccedilatildeo reforccedilada relativamente agrave armadura de reforccedilo

119889119894 = Altura uacutetil da seccedilatildeo reforccedilada relativamente agrave armadura existente

ii) Verificaccedilatildeo da seguranccedila da ligaccedilatildeo entre o betatildeo existentebetatildeo novo

Figura 5-33 Modelo de caacutelculo para verificaccedilatildeo da ligaccedilatildeo betatildeo existentebetatildeo novo

(Gomes A Appleton J)

100

1205911 =119881119904119889

119887119903times119885119890119902 (536)

1205912 =119881119904119889

119887119903times119885119890119902times

119860119904119903times119891119904119910119889

119903

119860119904119903times119891119904119910119889

119903 +119860119904119894times119891119904119910119889

119894 (537)

Para verificaccedilatildeo da ligaccedilatildeo temos de garantir que

1205912 le 120591119898aacute119909 =1

120574119888times

2

3times 119891119888119905119898 (538)

119891119888119905119898 = 119898119894119899 119891119888119905119898119899119900119907119900

119891119888119905119898119890119909119894119904119905119890119899119905119890

(539)

Onde

1205911 = Tensatildeo tangencial na seccedilatildeo do betatildeo existente

119881119904119889 = Valor de caacutelculo do esforccedilo transverso atuante

119887119903 = Largura da seccedilatildeo de betatildeo reforccedilada

119885119890119902 = Braccedilo equivalente da seccedilatildeo reforccedilada

1205912 = Tensatildeo tangencial na seccedilatildeo do betatildeo novo e o betatildeo existente

119860119904119903 = Aacuterea da armadura de reforccedilo

119891119904119910119889119903 = Tensatildeo de cedecircncia de traccedilatildeo da armadura de reforccedilo

119860119904119894 = Aacuterea da armadura existente

119891119904119910119889119894 = Tensatildeo de cedecircncia de traccedilatildeo da armadura existente

120591119898aacute119909 = Tensatildeo tangencial limite

120574119888 = Coeficiente de minoraccedilatildeo das propriedades resistentes do betatildeo em estruturas novas

119891119888119905119898 = Resistecircncia meacutedia agrave traccedilatildeo do betatildeo

5834 Verificaccedilatildeo da seguranccedila de vigas ao esforccedilo transverso no estado limite uacuteltimo

O dimensionamento para a verificaccedilatildeo da resistecircncia ao esforccedilo transverso de uma viga

de betatildeo armado pode ser realizado pelo meacutetodo dos coeficientes globais Com esta teacutecnica eacute

possiacutevel incrementar a resistecircncia associada agraves tensotildees de compressatildeo nas bielas inclinadas do

modelo de treliccedila aumentando a largura da alma da seccedilatildeo de betatildeo e introduzindo novos

estribos (Gomes A Appleton J 2008)

101 Tiago Pais Boto

i) Caacutelculo do esforccedilo transverso maacuteximo

119881119904119889 le 119881119877119889119898119886119909 =120572119888119908times119887119894times119885119894times1205921times119891119888119889

119888119900119905120579+119905119886119899120579+

120572119888119908times(119887119894minus119887119903)times119885119894times1205921times119891119888119889

119888119900119905120579+119905119886119899120579 (540)

Onde

119881119904119889 = Valor de caacutelculo do esforccedilo transverso atuante

119881119877119889119898119886119909 = Esforccedilo transverso maacuteximo

120572119888119908 = Fator que tem em conta o estado de tensatildeo na biela comprimida

119887119894 = Largura da seccedilatildeo de betatildeo da viga inicial

119885119894 = Braccedilo da seccedilatildeo de betatildeo relativamente agrave armadura existente

1205921 = Fator redutor da tensatildeo de compressatildeo do betatildeo fendilhado

119891119888119889 =Valor de caacutelculo da resistecircncia agrave compressatildeo do betatildeo

119887119903 = Largura da seccedilatildeo de betatildeo reforccedilada

120579 = Angulo das bielas do betatildeo

ii) Caacutelculo do esforccedilo transverso resistente de caacutelculo

119881119904119889 le 119881119877119889119904 = 120574119899119881 times (119885119894 times119860119904119908119894

119878times coth 120579 times 119891119910119889

119894 ) + 120574119899119881 times (119885119903 times119860119904119908119903

119878times coth 120579 times 119891119910119889

119903 ) (541)

Onde

119881119904119889 = Valor de caacutelculo do esforccedilo transverso atuante

119881119877119889119904 = Esforccedilo transverso resistente de caacutelculo

120574119899119881 = Coeficiente de monolitismo para a esforccedilo transverso ( 120574119899119881 = 08 valor sugerido por

Eurocoacutedio 8 parte14)

119885119894 = Braccedilo de uma seccedilatildeo de betatildeo relativamente agrave armadura existente

119860119904119908119894 =Aacuterea da armadura de esforccedilo transverso inicial por metro

119878 = Espaccedilamento dos varotildees de accedilo

120579 = Angulo das bielas do betatildeo

119891119910119889119894 = Tensatildeo de cedecircncia do accedilo da armadura existente

119885119903 = Braccedilo de uma seccedilatildeo de betatildeo relativamente agrave armadura de reforccedilo

119860119904119908119903 = Aacuterea da armadura de esforccedilo transverso adicional por metro

119891119910119889119903 =Tensatildeo de cedecircncia do accedilo da armadura de reforccedilo

102

De acordo com o Eurocoacutedigo 8 parte 14 o reforccedilo ao esforccedilo transverso natildeo conveacutem que seja

muito elevado seguindo a recomendaccedilatildeo de

119881119877119889119903 lt 2119881119877119889

119894 (542)

5835 Verificaccedilatildeo da seguranccedila de pilares aos estados limites uacuteltimos

O dimensionamento para a verificaccedilatildeo da resistecircncia agrave compressatildeo simples e resistecircncia

agrave flexatildeo de um pilar de betatildeo armado pode ser realizado pelo meacutetodo dos coeficientes globais

tendo em conta os modelos e os pressupostos satildeo semelhantes aos efetuados no caacutelculo de

seccedilotildees novas agrave flexatildeo

De acordo com (CEB- Bulletin drsquoinformation nordm 162 ) a contribuiccedilatildeo inicial de betatildeo

para a resistecircncia da peccedila pode ser desprezada se

119860119888119891119894119899119886119897

= 119860119888119903 + 119860119888

119894 ge 2119860119888119894 (543)

Figura 5-34Pilar com encamisamento de betatildeo armado total (Aacutelvaro Sousa 2008)

i) Correccedilatildeo da resistecircncia agrave compressatildeo do betatildeo

De acordo com o CEB Bulletin drsquoinformation nordm 213214 o valor corrigido da

resistecircncia agrave compressatildeo do betatildeo 119891119888119870119888119891 pode ser calculado a partir das seguintes expressotildees

119891119888119870119888119891 = 119891119888119896 times (1000 + 50 times1205902

119891119888119896) 119902119906119886119899119889119900 1205902 lt 005 times 119891119888119896 (544)

103 Tiago Pais Boto

119891119888119870119888119891 = 119891119888119896 times (1125 + 25 times1205902

119891119888119896) 119902119906119886119899119889119900 1205902 gt 005 times 119891119888119896 (545)

1205902 =1

2times 120572119899 times 120572119904 times 120596119899 (546)

120596119899 =119881119900119897119906119898119890 119889119886 119886119903119898119886119889119906119903119886 119905119903119886119899119904119907119890119903119904119886119897

119881119900119897119906119898119890 119889119900 119887119890119905atilde119900=

2(1198870+ℎ0)timesempty1198901199041199051199031198941198871199061199042

4times1

119904

1198870timesℎ0 (547)

Onde

119891119888119870119888119891 = Valor caracteriacutestico corrigido da resistecircncia agrave compressatildeo do betatildeo

119891119888119896 = Valor caracteriacutestico da tensatildeo de rotura agrave compressatildeo do betatildeo

1205902 = Tensatildeo de confinamento

120596119899 = Percentagem volumeacutetrica da armadura transversal

120572119899 = Coeficiente redutor que tem em conta a aacuterea de betatildeo em planta efetivamente

confinada

120572119904 = Coeficiente redutor que tem em conta a aacuterea de betatildeo em altura efetivamente

confinada

1198870 119890 ℎ0 = Dimensatildeo do nuacutecleo cintado de betatildeo medidas em relaccedilatildeo agrave face interior do

betatildeo

119904 = Espaccedilamento dos varotildees da armadura transversal (espaccedilamento dos estribos)

ii) Dimensionamento agrave compressatildeo simples

119873119904119889 le 119873119903119889 = 120574119899119877 times (119860119888119894 times 119891119888119889119888119891 + 119860119904

119894 times 119891119904119910119889119894 ) + 120574119899119877 times ((119860119888

119903 minus 119860119888119888119903) times 119891119888119889119888119891 + 119860119904

119903 times 119891119904119910119889119903 )

(548)

Onde

119873119904119889 = Esforccedilo axial atuante

119873119903119889 = Esforccedilo axial resistente

120574119899119881 = Coeficiente de monolitismo para a esforccedilo transverso ( 120574119899119881 = 08 valor

sugerido no Eurocoacutedio 8 parte14)

119860119888119894 = Aacuterea do betatildeo existente

119891119888119889119888119891 = Valor de caacutelculo corrigido da resistecircncia aacute compressatildeo do betatildeo

104

119860119904119894 = Aacuterea da armadura existente

119891119904119910119889119894 = Tensatildeo de cedecircncia de traccedilatildeo da armadura de existente

119860119888119903 = Aacuterea do betatildeo de reforccedilo

119860119888119888119903 = Aacuterea do betatildeo de recobrimento que natildeo se considera confinado

119860119904119903 = Aacuterea da armadura de reforccedilo

119891119904119910119889119903 = Tensatildeo de cedecircncia de traccedilatildeo da armadura de reforccedilo

iii) Dimensionamento agrave flexatildeo composta

O modelo de caacutelculo semelhante aos efetuados no caacutelculo de secccedilotildees novas agrave flexatildeo composta

Figura 5-35Modelo de caacutelculo dos esforccedilos resistentes agrave flexatildeo composta (Aacutelvaro Sousa

2008)

O esforccedilo axial e o momento resistente final devem ser afetados pelos coeficientes de

monolitismo correspondentes

119873119877119889119891119894119899119886119897

= 119873119877119889 times 120574119899119877 (549)

119872119877119889119891119894119899119886119897

= 119872119877119889 times 120574119899119877 (550)

Onde

119873119877119889119891119894119899119886119897

=Esforccedilo axial resistente afetado pelo coeficiente de monolitismo

119873119877119889 = Esforccedilo axial resistente

120574119899119881 = Coeficiente de monolitismo para a esforccedilo transverso ( 120574119899119881 = 08 valor

sugerido por Eurocoacutedio 8 parte14)

119872119877119889119891119894119899119886119897

= Momento resistente da seccedilatildeo reforccedilada afetado pelo coeficiente de

monolitismo

119872119877119889 = Momento resistente da seccedilatildeo reforccedilada

105 Tiago Pais Boto

584 Reforccedilo de estruturas em betatildeo com colagem de compoacutesitos FRP (Poliacutemeros reforccedilados

com fibras)

5841 Introduccedilatildeo

O reforccedilo de estruturas com FRP aparece devido agrave necessidade de reforccedilar com

materiais mais leves facilitar a execuccedilatildeo e por atualmente haver uma reduccedilatildeo dos custos de

fabrico das fibras Pode-se dizer que eacute uma evoluccedilatildeo da teacutecnica por colagem de chapas ou placas

de accedilo

Este compoacutesito de FRP eacute constituiacutedo pela conjugaccedilatildeo de fibras orgacircnicas ou inorgacircnicas

agrupadas atraveacutes de uma resina (polieacutesteres vinil ou epoacutexi) termoendureciacutevel ou

termoplaacutestica formando assim a matriz polimeacuterica O compoacutesito de FRP tem ainda cargas de

enchimento designadas por ldquofillersrdquo podendo tambeacutem conter aditivos tais como agentes

catalisadores ou aceleradores De acordo com Juvandes (1999) os FRPrsquos satildeo distinguidos em

dois grupos os sistemas preacute-fabricados conhecidos por ldquoPrefabricated Elementsrdquo (constituiacutedos

pelo laminado de FRP e pelo adesivo) e os sistemas curados ldquoin siturdquo conhecidos por ldquoWet Lay-

up Systemsrdquo (constituiacutedos pela telas de fibras e pela resina de impregnaccedilatildeo) Ainda de acordo

com a disposiccedilatildeo das fibras e da sua geometria podem ser classificados de unidirecionais

bidirecionais e multidirecionais As fibras mais utilizadas satildeo o vidro o carbono e a poliamide

aromaacutetica (aramida ou kevlarreg) sendo os respetivos compoacutesitos reforccedilados assinalados

internacionalmente por GFRP (Glass Fiber Reinforced Polymer) CFRP (Carbon Fiber

Reinforced Polymer) e AFRP (Aramid Fiber Reinforced Polymer)

5842 Sistemas Preacute-Fabricados

O grupo dos Sistemas Preacute-Fabricados adveacutem de um conjunto de fibras com orientaccedilatildeo

unidirecional unificadas atraveacutes de uma resina termoendureciacutevel resultante de um processo

designado por pultrusatildeo este consiste em saturar as fibras continuas com espessuras e larguras

controladas com resina puxadas atraveacutes de um molde aquecido resultando num produto final

com a forma transversal desejada dispensando qualquer polimerizaccedilatildeo do produto em obra

De acordo com (Juvandes1999) o laminado mais utilizado (ldquoLaminaterdquo ldquoStripsrdquo)

apresenta-se com a espessura tiacutepica de 12 a 14mm e com largura variaacutevel As caracteriacutesticas

mecacircnicas e fiacutesicas destes devem ser garantidas pelo fabricante com base em ensaios em

planos de controlo de qualidade Para a colagem dos laminados agrave superfiacutecie do betatildeo eacute utilizado

um compoacutesito que pode ser do tipo epoacutexido de vinil ou polieacutester designado por adesivo

5843 Sistemas ldquoin siturdquo

Ao contraacuterio dos sistemas Preacute-fabricados os sistemas ldquoin siturdquo natildeo apresentam um

produto final consolidado com resina mas sim fibras em forma de fios designados por Tecidos

(ldquoFabricsrdquo) ou Mantas (ldquoSheetsrdquo) em estado seco ou com teores de impregnaccedilatildeo reduzidos

106

De acordo com Juvandes (1999) as Mantas satildeo compostas por fibras unidirecionais

(orientaccedilatildeo 0ordm) e com espessuras de 01 a 02mm (110 dos laminados) e larguras entre 25 e

30cm Os Tecidos tecircm fibras entrelaccediladas (orientaccedilotildees 0ordm90ordm) ou multi direccionalmente com

a largura de cerca de 60cm A percentagem das fibras das Mantas e dos tecidos satildeo indicadas

pelo peso do produto por msup2 (gmsup2) sendo que os valores correntes encontram-se na ordem dos

200 a 400 gmsup2

O produto final conteacutem resina para impregnar as fibras sendo necessaacuterio em obra uma

polimerizaccedilatildeo com resina para criar o FRP Esta polimerizaccedilatildeo funciona tambeacutem como adesivo

agrave superfiacutecie da estrutura de betatildeo

Figura 5-36 Compoacutesito de FRP (Formas Preacute-Fabricada e Curada ldquoin siturdquo) (LJuvandes et all

2007)

5844 Componentes da aplicaccedilatildeo do sistema FRP

Fibras

107 Tiago Pais Boto

As fibras sendo o componente principal nos sistemas FRP tecircm que ser escolhidas

essencialmente em funccedilatildeo da classe de exposiccedilatildeo ambiental do moacutedulo de elasticidade

resistecircncia agrave traccedilatildeo e fadiga durabilidade e custo econoacutemico

As fibras em filamento de configuraccedilatildeo contiacutenua designadas ldquoContinuous Fibersrdquo (ACI

440R-96 1996 JCI TC952 1998) satildeo as mais adequadas para intervenccedilotildees de reforccedilo em

estruturas de betatildeo devido agrave possibilidade de orientaccedilatildeo numa direccedilatildeo especiacutefica otimizando

o desempenho estrutural (Juvandes 1999) As fibras continuas mais usadas no reforccedilo com

recurso a sistemas de FRP satildeo de vidro (G) de carbono (C) e a poliamida aromaacutetica (aramida

(A) ou Kevlarreg (K))

As fibras de carbono (C) destingem-se das outras natildeo soacute pelo elevado preccedilo mas

tambeacutem por apresentarem elevados moacutedulos de elasticidade elevada resistecircncia agrave traccedilatildeo e

fadiga relaccedilatildeo resistecircnciapeso extremamente altos As fibras de Aramida (A) satildeo as que tecircm

a maior relaccedilatildeo resistecircncia de traccedilatildeo peso assim como o mais baixo peso especiacutefico de entre

as trecircs boa resistecircncia agrave abrasatildeo impacto e resistecircncia teacutermica Em relaccedilatildeo agraves fibras de vidro

(G) aleacutem dos baixos moacutedulos de elasticidade e baixa resistecircncia agrave fadiga distinguem-se pelo

baixo custo econoacutemico elevada resistecircncia teacutermica e resistecircncia agrave traccedilatildeo

Figura 5-37 Comportamento agrave traccedilatildeo de fibras e metais (ACI 440R-96 1996)

Legenda

C-HM = Fibras de Carbono de elevado moacutedulo de elasticidade

C-HS = Fibras de Carbono de elevada resistecircncia

A-HM = Fibras de Aramida de elevado moacutedulo de elasticidade

A-IM = Fibras de Aramida de moacutedulo de elasticidade intermeacutedio

G-S = Fibras de Vidro de elevada resistecircncia

108

G-AR = Fibras de Vidro de resistecircncia meacutedia

G-E = Fibras de Vidro com propriedades similares a G-AR mas de densidade

inferior

Tabela 5-12Propriedades das Principais Fibras (Manoochehr Zoghi 2014)

Adesivos

Os adesivos satildeo utilizados em sistemas ldquoPreacute-Fabricadosrdquo jaacute referido anteriormente e

satildeo constituiacutedos por uma resina e por vezes com a adiccedilatildeo de um endurecedor garantindo assim

a funccedilatildeo de ligaccedilatildeo e transferecircncia de tensotildees entre o sistema FRP e o betatildeo

Primaacuterio (Primers)

O Primaacuterio tambeacutem conhecido por (ldquoPrimersrdquo) eacute um fluido de viscosidade reduzida

geralmente cerca de 10 de soluccedilatildeo do adesivo em solvente orgacircnico que se coloca na

superfiacutecie do betatildeo para melhorar o desempenho da ligaccedilatildeo e criar um revestimento sobre o

qual o adesivo possa fluir mais facilmente (FIB bulletin14 2001)

Massa de enchimento (Puttie filler)

A massa de enchimento designada por (ldquoPuttie fillerrdquo) segundo a norma ACI 4402R-

08 2008 eacute um material relativamente inerte constituiacutedo por calcaacuterio pulverizado siacutelica ou

substancias coloidais adicionado com cimento Portland tinta resina ou outros materiais

podendo reduzir a retraccedilatildeo a densidade os custos e aumentar a trabalhabilidade

109 Tiago Pais Boto

Este material eacute usado para preencher vazios quando a superfiacutecie de betatildeo apresenta

irregularidades significativas das quais o primaacuterio natildeo eacute suficiente para suprimir pequenas

fendas ou orifiacutecios tornando assim a superfiacutecie de betatildeo mais lisa e regular

Resinas de saturaccedilatildeo

As resinas de saturaccedilatildeo ou matriz polimeacuterica (resina termoendureciacutevel) como o nome

indica servem para impregnar as fibras de reforccedilo e moldar a superfiacutecie de betatildeo Tecircm ainda

como funccedilatildeo fornecer um caminho de transferecircncia de tensotildees proteger as fibras de eventuais

choques mecacircnicos essencialmente esforccedilos de compressatildeo accedilotildees teacutermicas e exposiccedilatildeo agrave

agressividade ambiental Por estas razotildees a seleccedilatildeo da matriz polimeacuterica deve ser cuidada

justificando geralmente a escolha por resinas termoendureciacuteveis do tipo epoacutexido (ACI 440R-

96 1996)

Um estudo conduzido por (Juvandes et all 2006) com o tema A temperatura e a teacutecnica

de reforccedilo por colagem de sistemas de FRP com recurso a ensaios DSC e DMTArdquo Permitiu

concluir que a variaccedilatildeo de temperatura critica (Tc) em resinas comerciais correntes se encontra

muito proacuteximo e por vezes abaixo do valor das temperaturas caracteriacutesticas (T95) das obras em

Portugal Esta aproximaccedilatildeo pode conduzir ao amolecimento dos adesivos em determinado

periacuteodo de funcionamento da estrutura pondo em causa as propriedades e todo o sistema de

reforccedilo FRP

Desta forma os autores recomendam a implementaccedilatildeo trecircs criteacuterios [i] ‒ avaliar o

gradiente higroteacutermico esperado para a envolvente da obra no periacuteodo de vida uacutetil [ii] ‒

selecionar ou desenvolver novos adesivosresinas cujo valor da temperatura de transiccedilatildeo viacutetrea

(Tg) seja superior agraves condicionantes ambientais esperadas para a estrutura [iii] ‒ implementar

accedilotildees preventivas na zona reforccedilada de modo a evitar a exposiccedilatildeo direta dos reforccedilos ao

ambiente recorrendo a medidas de proteccedilatildeo

Revestimento protetor

A camada exterior do sistema FRP eacute designada por revestimento protetor Para o

sistema ter um comportamento adequado a longo prazo recomenda-se a execuccedilatildeo de uma

proteccedilatildeo a curto prazo (Proteccedilatildeo Temporaacuteria) incluindo medidas de proteccedilatildeo essencialmente

ambientais na fase em que a resina de saturaccedilatildeo se encontra em processo de cura Apoacutes a

conclusatildeo deste processo eacute entatildeo aplicada a proteccedilatildeo de caraacuteter definitivo (Proteccedilatildeo

Permanente) concebida para proteger contra impactos fogo exposiccedilatildeo a quiacutemicos raios

ultravioleta humidade temperaturas excessivas e vandalismo Poderaacute ainda haver um

acabamento esteacutetico (Mirmiran e Shahawy 2008)

110

Figura 5-38 Aplicaccedilatildeo do sistema FRP (adaptado de BASF 2007)

5845 Apreciaccedilotildees sobre Durabilidade dos FRPrsquos

Figura 5-39Fatores condicionantes para a durabilidade dos FRPrsquos

Humidade

A humidade eacute a principal causa da diminuiccedilatildeo da resistecircncia da matriz devido agraves

ligaccedilotildees moleculares moles Uma escolha apropriada da resina por exemplo a matriz de

vinylester pode diminuir o efeito da humidade Jaacute as resinas de polieacutester natildeo satildeo aconselhadas

em ambientes onde a humidade eacute importante Para sistemas de reforccedilo com CFRP vaacuterios

estudos mostram que em ambientes que envolvem ciclos de molhagem o desempenho do FRP

diminui entre 20 a 30 valores resultantes da descolagem da placa FRP agrave interface do betatildeo

(Aacutelvaro Sousa 2008)

Alcalinidade

DURABILIDADE

TEMPERATURAEXPOSICcedilAtildeO

ULTRA-VIOLETA

HUMIDADE ALCALINIDADE

111 Tiago Pais Boto

A diminuiccedilatildeo da capacidade resistente dos sistemas FRP devido agrave alcalinidade provem

obviamente da exposiccedilatildeo a que o sistema estaacute sujeito mas tambeacutem devido alcalinidade e

porosidade do betatildeo onde usualmente se encontram valores de pH acima de 11 Esta

sensibilidade eacute substancialmente notoacuteria em sistemas GFRP onde a deterioraccedilatildeo da matriz e das

fibras conduzem a perdas de capacidade resistente na ordem dos 20 Para combater estas

vulneraacuteveis situaccedilotildees aconselha-se a usar resinas da matriz do tipo vinylester e uma pintura de

proteccedilatildeo designada por AR-Glass (Alkalin Resistant fibers) Apesar de ser cerca de 10 vezes

monetariamente mais caro comparativamente ao sistema convencional GFRP (E-GLASS)

(Aacutelvaro Sousa 2008)

Temperatura

Os sistemas FRP perdem as suas propriedades mecacircnicas quando expostos a altas

temperaturas A temperatura tiacutepica desta deterioraccedilatildeo eacute a temperatura de transiccedilatildeo viacutetrea que

se situa entre os 60ordm e 120ordm Celsius em sistemas GFRP e AFRP Esta eacute uma das razotildees para os

FRPacutes natildeo serem tatildeo amplamente utilizados em edifiacutecios onde em comparaccedilatildeo com as pontes

a seguranccedila eacute mais exigente Uma das principais preocupaccedilotildees em caso de incecircndio usando

FRP eacute a libertaccedilatildeo de gases extremamente toacutexicos e perigosos para os seres humanos aleacutem da

perda de cerca de 80 da resistecircncia agrave traccedilatildeo para temperaturas acima de 500ordm Celsius

Uma soluccedilatildeo para contornar o problema eacute o uso de sistemas CFRP na verdade satildeo quase

insensiacuteveis a altas temperaturas capazes de suportar temperaturas superiores a 1000ordm Celsius

que eacute entre outras a razatildeo pela qual se utilizam fibras na induacutestria de aviaccedilatildeo

A American Concrete Institute (ACI) publicou um artigo interessante em 2006 que natildeo

recomenda o uso de FRP em edifiacutecios onde a integridade estrutural tem que ser mantida no caso

de um incecircndio

Exposiccedilatildeo ultravioleta

Compreende-se bem que os raios ultra violetas causam danos nas ligaccedilotildees quiacutemicas (foto

degradaccedilatildeo) fenoacutemeno que se verifica para determinados comprimentos de onda Poreacutem este

fenoacutemeno aparece apenas na camada superficial do poliacutemero AFRP onde um revestimento

adequado pode resolver o problema Os sistemas CFRP e GFRP natildeo estatildeo sujeitos a este tipo

de agressatildeo

5846 Consideraccedilotildees Finais vantagens e desvantagens

A teacutecnica de reforccedilo por colagem exterior de Sistemas Compoacutesitos de FRP surge como

uma alternativa aos sistemas de reforccedilo por colagem de chapas ou perfis metaacutelicos

As caracteriacutesticas mecacircnicas notaacuteveis de poliacutemeros reforccedilados com fibras foram

descritas ao longo deste capiacutetulo Apesar do custo econoacutemico mais elevado em comparaccedilatildeo

com os materiais tiacutepicos de engenharia civil tais como betatildeo ou accedilo a relaccedilatildeo pesoresistecircncia

112

capacidade contra ambientes agressivos facilidade e simplicidade de manuseamento em obra

daacute a este material um grande potencial para ser usado em melhorias estruturais apresentando

oacutetimos resultados de resistecircncia durabilidade facilidade e simplicidade de execuccedilatildeo em obra

Natildeo diferindo das restantes teacutecnicas de reforccedilo o seu ecircxito depende em larga escala da sua

correta conceccedilatildeo em projeto e da boa execuccedilatildeo em obra

Tabela 5-13 Principais vantagens e desvantagens das fibras FRP (Aacutelvaro Sousa 2008)

Tipo de Fibra Vantagens Desvantagens

Carbono (CFRP)

Grande resistecircncia agrave traccedilatildeo

compressatildeo e fadiga

Sensibilidade ao choque e

abrasatildeo

Grande resistecircncia a temperaturas

elevadas e agrave accedilatildeo de agentes quiacutemicos Corrosatildeo do tipo galvacircnico

Boa condutividade teacutermica e eleacutetrica Cerca de dez vezes mais cara do

que as fibras de vidro (GFRP)

Imune agrave corrosatildeo

Vidro (GFRP)

Grande resistecircncia agrave temperatura Muito suscetiacutevel a choques e

danos

Boa aderecircncia agrave matriz polimeacuterica Caracteriacutesticas mecacircnicas

inferiores a CFRP e AFRP

Transparente Maior peso especiacutefico

Boa relaccedilatildeo qualidadepreccedilo

Aramida (AFRP)

Baixa densidade Baixa resistecircncia agrave compressatildeo

Elevada resistecircncia agrave traccedilatildeo Sensibilidade agrave fluecircncia e accedilatildeo

dos raios ultra violetas

Boa resistecircncia ao choque desgaste e

vibraccedilotildees Dificuldade de moldagem

Boa resistecircncia a altas temperaturas e a

quiacutemicos Absorccedilatildeo de humidade

113 Tiago Pais Boto

6 Exemplos de casos praacuteticos de reparaccedilatildeo e reforccedilo

61 Cais de carga geral do porto de Aveiro

Figura 6-1 Vista do Cais de Carga do porto de Aveiro (LOURENCcedilO Z 2007)

Descriccedilatildeo da obra

O cais do Porto de Aveiro situa-se na faixa da costa dentro do limite da largura maacutexima legal

do domiacutenio puacuteblico mariacutetimo Este contem cinco zonas portuaacuterias designadas por Terminal

Norte Terminal Sul Terminal de Graneis Liacutequidos Porto de Pesca Costeira e Porto de Pesca

do Largo A intervenccedilatildeo eacute direcionada para as zonas de mareacute e de salpicos da viga frontal do

Cais de Carga Geral este tem um comprimento de 250 metros e a aacuterea total de betatildeo armado

a ser protegida foi de 1046 m2

Inspeccedilotildees Ensaios Anomalias patologias

O ensaio submetido ao cais de carga geral foi a mediccedilatildeo nos pontos de monitorizaccedilatildeo (zona 1

zona 2 e zona 3) do potencial natural

Como esperado os valores mais negativos foram verificados na zona 3 onde a concentraccedilatildeo de

humidade no betatildeo era superior Jaacute os valores menos negativos foram registados na zona 1

zona de salpicos onde a concentraccedilatildeo de humidade eacute inferior e com maior concentraccedilatildeo de

oxigeacutenio

Jaacute no decorrer da obra foram efetuados os seguintes testes antes da betonagem

- Verificaccedilatildeo da continuidade eleacutetrica das armaduras em cada secccedilatildeo

- Continuidade eleacutetrica das ligaccedilotildees catoacutedicas

- Continuidade eleacutetrica entre as ligaccedilotildees anoacutedicas na mesma zona

114

Antes durante e depois da betonagem foram realizados testes para verificaccedilatildeo da ausecircncia de

curto-circuito entre fitas de acircnodo e a armadura Estes testes foram realizados atraveacutes da

mediccedilatildeo da resistecircncia e do potencial entre as ligaccedilotildees anoacutedicas e catoacutedicas em cada

zonasecccedilatildeo

Figura 6-2 Corte da viga frontal com a ilustraccedilatildeo das diferentes zonas anoacutedicas do sistema de

proteccedilatildeo catoacutedica (LOURENCcedilO Z 2007)

Intervenccedilatildeo realizada

Um sistema de proteccedilatildeo catoacutedica foi utilizado nesta intervenccedilatildeo constituiacutedo por fitas de malha

de Titacircnio ativado revestida com oacutexidos de metais nobre (TiMMO) com 20 mm de largura e

05 mm de espessura As fitas foram instaladas com espaccedilamento de 250 mm garantido atraveacutes

de espaccediladores apropriados de modo a evitar curto-circuitos e ligadas atraveacutes de soldadura por

pontos a uma outra fita de Titacircnio distribuidor da corrente Os eleacutetrodos de referecircncia

utilizados foram de MnMnO2 sendo fixos nas armaduras com a ajuda de braccediladeiras de

plaacutestico

Para um melhor controlo da informaccedilatildeo gerada e controlo da corrente as trecircs zonas iniciais de

monitorizaccedilatildeo foram subdivididas em subzonas

De modo a que a intensidade de corrente de cada zona se mantivesse constante o sistema foi

carregado em modo de corrente constante permitindo tambeacutem assim que a tensatildeo de saiacuteda de

cada fonte de alimentaccedilatildeo varie automaticamente em funccedilatildeo da resistividade do betatildeo

A monitorizaccedilatildeo e controlo do sistema eacute feito atraveacutes de uma unidade central constituiacuteda

essencialmente por trecircs fontes de alimentaccedilatildeo (uma por zona) voltiacutemetros e amperiacutemetros para

mediccedilatildeo da intensidade da corrente e da voltagem fornecida e voltiacutemetro de alta impedacircncia

para mediccedilatildeo dos potenciais de eleacutetrodo (LOURENCcedilO Z 2007)

115 Tiago Pais Boto

Figura 6-3 Instalaccedilatildeo das fitas de malha de TiMMO (LOURENCcedilO Z 2007)

Figura 6-4 Unidade Central de controlo e monitorizaccedilatildeo (LOURENCcedilO Z 2007)

Ficha teacutecnica e estado atual da obra (conclusotildees)

Decidiu-se efetuar dois ciclos de polarizaccedilatildeodespolarizaccedilatildeo com duraccedilatildeo de dois meses cada

ciclo de polarizaccedilatildeo e 72 horas cada ciclo de despolarizaccedilatildeo Verificou-se que os valores do

decrescimento de potencial ao fim do primeiro ciclo foram inferiores a 100mV portanto

116

decidiu-se aumentar a corrente fornecida a cada sub zona no segundo ciclo de despolarizaccedilatildeo

A tabela 61 apresenta os valores de potencial polarizado (instante OFF) e do decrescimento do

potencial obtidos em cada sub zona

Tabela 6-1 Resultados obtidos durante dois ciclos de polarizaccedilatildeo despolarizaccedilatildeo

(LOURENCcedilO Z 2007)

Tabela 6-2 Meacutedia dos valores de decrescimento de potencial obtido em cada zona e em cada

ciclo de polarizaccedilatildeo (LOURENCcedilO Z 2007)

Em comparaccedilatildeo com o maacuteximo de 2 mAm2 recomendado na Norma Europeia estes resultados

mostram que a densidade de corrente necessaacuteria nesta estrutura para a obtenccedilatildeo de 100 mV de

decrescimento de potencial ao fim de 72 h de despolarizaccedilatildeo eacute da ordem de 35 mA m2 Mas

sendo que o sistema foi dimensionado para receber densidades de corrente muito superiores aos

valores recomendados pela Norma Europeia natildeo existiu qualquer problema de durabilidade

117 Tiago Pais Boto

dos acircnodos e dos restantes componentes do sistema (LOURENCcedilO Z 2007)

Figura 6-5 Meacutedia dos valores do decrescimento do potencial (72 h) em funccedilatildeo da densidade de

corrente (LOURENCcedilO Z 2007)

62 Viaduto Duarte Pacheco

Figura 6-6 Vista geral viaduto Duarte Pacheco (httpwwwpanoramiocom 2014)

118

Descriccedilatildeo da obra

O Viaduto Duarte Pacheco eacute um viaduto de acesso a Lisboa vindo da autoestrada A5 Tem um

tabuleiro com 355m de desenvolvimento e 24 metros de largura Foi projetado em 1937 pelo

Engenheiro Joatildeo Alberto Barbosa Carmona e a obra teve iniacutecio em Abril de 1939 e concluiacuteda

em Dezembro de 1944 (APPLETON J et al 2004)

A estrutura realizada na sua maioria em betatildeo armado eacute composta em 5 partes

Duas passagens superiores em arco uma sobre a linha de caminho-de-ferro e outra sobre

a Avenida do Parque Florestal de Monsanto

Um arco central sobre a Avenida de Ceuta

Dois viadutos com uma extensatildeo de 8580 m entre eixos de vigas contiacutenuas de 5 tramos

com 1635 m de vatildeo apoiadas em pilares articulados longitudinalmente

Figura 6-7 Alccedilado do Viaduto Duarte Pacheco (APPLETON J et al 2004)

Inspeccedilotildees Ensaios Anomalias

Em 1993 e 1994 o LNEC realizou uma inspeccedilatildeo visual onde se detetou fendilhaccedilatildeo de

geometria irregular e fendilhaccedilatildeo orientada com as armaduras longitudinais o que originou a

despassivaccedilatildeo das armaduras e alguma corrosatildeo nas mesmas Da anaacutelise efetuada em amostras

de betatildeo com recurso a raio X foram detetadas reaccedilotildees expansivas no betatildeo nomeadamente

reaccedilotildees aacutelcalis-siacutelica e etringite Em algumas zonas a carbonataccedilatildeo jaacute era significativa

aproximando-se da profundidade das armaduras

Os ensaios de composiccedilatildeo do betatildeo confirmaram a presenccedila de inertes reativos em toda a obra

Os ensaios de humidade indicam que a humidade relativa no interior dos elementos estruturais

eacute superior a 85 Os ensaios de reatividade potencial dos aacutelcalis concluiacuteram que estas reaccedilotildees

estatildeo praticamente terminadas (APPLETON J et al 2004)

119 Tiago Pais Boto

Figura 6-8 Fendilhaccedilatildeo das reaccedilotildees alcali-siacutelica no betatildeo nas vigas do tabuleiro

(APPLETON J et al 2004)

Intervenccedilatildeo realizada

A reabilitaccedilatildeo orientada para suprimir as patologias detetadas foi dividida em 8 fases de

trabalho (APPLETON J et al 2004)

1ordf Reparaccedilatildeo local das zonas com indiacutecios de corrosatildeo de armaduras reconstruindo o

betatildeo da camada superficial com microbetatildeo ou argamassas preacute-doseadas Em zonas

com extensatildeo significativa foi previsto o reforccedilo com malha de accedilo galvanizado que tem

o objetivo de controlar reduzindo a abertura de fendas devidas a novas reaccedilotildees

expansivas

2ordf Reparaccedilatildeo das zonas com fendilhaccedilatildeo acentuada (em particular em pilares e arcos)

provocada pelas reaccedilotildees expansivas com ou sem corrosatildeo de armaduras Nas fendas de

abertura superior a 10 mm foi realizado o seu preenchimento com calda de cimento e a

selagem do bordo com poliuretano (figura 3) As fendas com abertura entre 04 mm e

10 mm foram somente seladas

3ordf Proteccedilatildeo da estrutura em relaccedilatildeo ao mecanismo de corrosatildeo de armaduras e controlo

das reaccedilotildees expansivas aacutelcalis-siacutelica Neste efeito de proteccedilatildeo eacute essencial a eficaacutecia no

controlo das trocas de humidade entre o ambiente exterior e a estrutura de betatildeo Assim

o sistema deveraacute eliminar a penetraccedilatildeo de aacutegua para o interior do betatildeo ao mesmo tempo

que possibilita a saiacuteda de vapor de aacutegua do interior do betatildeo para o meio exterior

Paralelamente o sistema de proteccedilatildeo superficial deveraacute ainda garantir uma adequada

proteccedilatildeo em relaccedilatildeo agrave penetraccedilatildeo de aniacutedrico carboacutenico (CO2) e deveraacute possuir

capacidade de deformaccedilatildeo para absorver sem fendilhar as deformaccedilotildees expansivas (e

abertura de fendas) devidas agraves reaccedilotildees aacutelcalis-siacutelica Assim este sistema de proteccedilatildeo

superficial multi barreiras eacute composto pelos seguintes elementos

-Impregnaccedilatildeo hidrofugante sistema aplicado por projeccedilatildeo e que penetra na estrutura

porosa superficial do betatildeo revestindo os poros e repelindo a aacutegua

-Barramento das fendas incorporando malha de fibras de vidro

-Pintura (revestimento espesso e flexiacutevel) aplicado pelo menos em duas dematildeos

cruzadas e com maior espessura nos seguintes elementos arcos centrais pilares sobre

os arcos centrais pilastras dos arcos centrais e vigas exteriores do tabuleiro (espessura

superior ou igual a 500 μm)

120

Figura 6-9 Fendilhaccedilatildeo em pilar e trabalho de injeccedilatildeo (APPLETON J et al 2004)

4ordf Reabilitaccedilatildeo de apoios

Figura 6-10 Reabilitaccedilatildeo de apoios moveis (APPLETON J et al 2004)

5ordf Substituiccedilatildeo de apoios moacuteveis

Figura 6-11 Substituiccedilatildeo de apoios moacuteveis bloqueados e deformados (APPLETON J et al

2004)

121 Tiago Pais Boto

6ordf Reforccedilo das vigas externas do tabuleiro com laminados de fibras de carbono

Figura 6-12Reforccedilo com laminados de fibra de carbono (APPLETON J et al 2004)

7ordf Reconstruccedilatildeo das lajes consola dos passeios A laje consola tinha apenas uma espessura

de 007 m o que dificultaria a sua reparaccedilatildeo Assim foi considerado que a sua

reconstruccedilatildeo seria mais apropriada tendo entatildeo a espessura da nova laje sido de 010 m

Na figura 7 ilustram-se os trabalhos de reconstruccedilatildeo dessas lajes

Figura 6-13Reconstruccedilatildeo das lajes consola e dos passeios (APPLETON J et al 2004)

8ordf Trabalhos diversos tais como reconstruccedilatildeo dos topos das pilastras zonas de apoio das

vigas repavimentaccedilatildeo do tabuleiro requalificaccedilatildeo do sistema de drenagem de aacuteguas

pluviais introduccedilatildeo de um sistema de impermeabilizaccedilatildeo

122

Ficha teacutecnica e estado atual da obra

A intervenccedilatildeo foi realizada em 200203 e ficou a cargo do empreiteiro Construtora do Tacircmega

Foram reparados 1930m2 de aacuterea deteriorada o sistema de proteccedilatildeo foi aplicado em 44000m2

Utilizaram-se 968m de laminados para reforccedilo (Saraiva J 2007)

Figura 6-14Vista geral do viaduto Duarte Pacheco apoacutes intervenccedilatildeo (APPLETON J et al

2004)

63 Reabilitaccedilatildeo da ponte cais da Trafaria

Figura 6-15 Ponte Cais da Trafaria (a2p estudos e projetos 2004)

123 Tiago Pais Boto

Descriccedilatildeo da obra

A Ponte Cais construiacuteda em 1983 eacute utilizada para o aprestamento de navios de transporte dos

cereais Eacute constituiacuteda por 9 caixotildees com 210m de largura e 120m de desenvolvimento sobre

os quais apoiam 8 lajes vigadas com 204m de comprimento e 190m de largura Estes satildeo em

betatildeo armado e as lajes vigadas em betatildeo armado preacute-esforccedilado A ponte inclui 3 duques

DrsquoAlba e respetivas passagens para peotildees constituiacutedos por vigas simplesmente apoiadas com

vatildeos que variam entre 22m e 42m (a2p estudos e projetos 2004)

Inspeccedilotildees ensaios e anomalias

Uma inspeccedilatildeo visual mostrou que alguns paineacuteis de laje tinham o betatildeo da face inferior

totalmente delaminado e nalgumas vigas as bainhas de preacute-esforccedilo estavam jaacute aparentes e

sujeitas agrave livre corrosatildeo Constatou-se que as vigas mais altas que estavam em contacto com a

aacutegua por terem um niacutevel de humidade permanente mais elevado se encontravam menos

deterioradas que as vigas mais baixas (poros saturados fazem diminuir a quantidade de oxigeacutenio

junto das armaduras limitando a progressatildeo da corrosatildeo)

Devido aacute elevada exposiccedilatildeo do ambiente mariacutetimo verificou-se a corrosatildeo geral nas armaduras

causada por cloretos Os ensaios concluiacuteram que o valor criacutetico de concentraccedilatildeo de cloretos

situava-se aos 45mm de profundidade

Inclusivamente devido ao elevado estado de deterioraccedilatildeo em 2004 uma das vigas das

passagens de peotildees colapsou com uma rotura fraacutegil O colapso aconteceu apenas para a accedilatildeo

das cargas permanentes Realizou-se uma anaacutelise estrutural que permitiu concluir que tal soacute

podia acontecer com a rotura de dois cabos de preacute-esforccedilo Ensaios posteriores agrave calda de

injeccedilatildeo dos cabos permitiu concluir que esta se encontrava totalmente contaminada com

cloretos que resultou num estado avanccedilado de corrosatildeo dos cordotildees de preacute-esforccedilo (Saraiva J

2007)

Figura 6-16 Estado de degradaccedilatildeo da estrutura (a2p estudos e projetos 2004)

124

Intervenccedilatildeo realizada

Reparaccedilatildeo global com encamisamento da estrutura com microbetatildeo de alta durabilidade de

modo a garantir o recobrimento das armaduras de 50mm complementado por uma proteccedilatildeo

superficial de pintura epoxiacutedica

Para o encamisamento das vigas o empreiteiro estudou a hipoacutetese de utilizar microbetatildeo

autocompactaacutevel ou com inertes preacute-colocados seguidos de injeccedilatildeo de calda de cimento A

necessidade de recorrer a uma destas teacutecnicas relacionava-se com a dificuldade de acesso e

orientaccedilatildeo das superfiacutecies a betonar Realizaram-se testes num modelo agrave escala 11 para

comparar as teacutecnicas e adotou-se a utilizaccedilatildeo de microbetatildeo autocompactaacutevel Esta escolha

deveu-se ao facto que nas condiccedilotildees de execuccedilatildeo era inviaacutevel recorrer a meios de vibraccedilatildeo

mecacircnicos Para aleacutem disso o betatildeo com agregados preacute-colocados originava uma camada

superficial de betatildeo soacute com calda de cimento devido ao agrave deposiccedilatildeo dos agregados

Na face inferior das lajes comeccedilou por se utilizar projeccedilatildeo de betatildeo mas foram detetadas

algumas deficiecircncias na interface de ligaccedilatildeo ao substrato Abandonou-se esta teacutecnica e tambeacutem

aqui se adotou o betatildeo autocompactaacutevel tendo-se realizado furos na laje para colocaccedilatildeo do

betatildeo a partir da face superior da laje e purga do ar apoacutes colocaccedilatildeo de cofragem fixa na face

inferior

A remoccedilatildeo de betatildeo deteriorado foi realizada por fases para manter a ancoragem das armaduras

As passagens de peotildees foram substituiacutedas por novas estruturas de elevada durabilidade (betatildeo

de alto desempenho recobrimento miacutenimo de 50 mm e protecccedilatildeo superficial com pintura

acriacutelica) pois a sua reabilitaccedilatildeo natildeo era economicamente viaacutevel

Figura 6-17 Intervenccedilotildees nas vigas da ponte cais da Trafaria (a2p estudos e projetos 2004)

Ficha teacutecnica da obra e estado atual

A intervenccedilatildeo foi realizada em 2005 com um custo total de 1250000euro sendo reparados 4469

m2 de aacuterea de viga e 490 m2 de aacuterea de laje Para a proteccedilatildeo geral das superfiacutecies reparadas

utilizou-se uma tinta agrave base de resina eacutepoxy da International Paint com nome Interzone B54

com espessura superior de 300 μm que faz cura debaixo de aacutegua Em zonas onde natildeo se aplicou

nova camada de betatildeo mas se detetou a existecircncia de fendas com abertura superior a 02 mm

125 Tiago Pais Boto

aplicou-se revestimento com tinta Sikagard 255 (tinta de resina eacutepoxy muito flexiacutevel e

resistente) armada com tela de fibra de vidro Sika TX 270 (Saraiva J 2007)

O betatildeo autocompactaacutevel apresentava as seguintes caracteriacutesticas

Classe de resistecircncia miacutenima C3545

Quantidade de cimento 300lt clt 400 kgmsup3

Relaccedilatildeo aacutegua cimento aclt 04

Maacuteximo diacircmetro de inerte lt10 mm

O betatildeo adotado tinha a seguinte composiccedilatildeo

Cimento tipo I 425 com 355 kgm3 177 kgm3 de cinzas volantes 195 kgm3 de escoacuterias

relaccedilatildeo aacutegua cimento ac=027 (Saraiva J 2007)

64 Reabilitaccedilatildeo da ponte de Arraacutebida

Figura 6-18 Vista geral Ponte da Arraacutebida (Gaiurb 2015)

Descriccedilatildeo da obra

A ponte da Arraacutebida foi concluiacuteda em 1963 e inaugurada a 22 de Junho do mesmo ano O

projeto e direccedilatildeo estiveram a cargo do Prof Engordm Edgar Cardoso (Porto XXI 2015)

O desenvolvimento total da ponte eacute de 49320 m com um arco de 270 m de corda e 52 m de

flecha O tabuleiro em laje vigada com 12 vigas tem uma largura de 25 m e vatildeos de 2120 m

O tabuleiro apoia em cada alinhamento transversal com 4 pilares atraveacutes de carlingas Na zona

do Rio as accedilotildees satildeo transmitidas pelos pilares a dois arcos geacutemeos com 8m de largura cada e

secccedilatildeo em caixatildeo bicelular (APPLETON J et al 2002)

Inspeccedilotildees ensaios e anomalias

A inspeccedilatildeo visual originou um mapeamento das anomalias representado na figura seguinte

126

Figura 6-19 Ilustraccedilatildeo do mapeamento das Patologias (APPLETON J et al 2002)

Em simultacircneo com a inspeccedilatildeo visual realizou-se o ensaio de deteccedilatildeo de delaminaccedilatildeo por

precursatildeo com martelo nas superfiacutecies de betatildeo que comprovou a extensa delaminaccedilatildeo do betatildeo

e armaduras agrave vista que se observam nas vigas do tabuleiro em especial na zona sobre o arco

Constatou-se tambeacutem que grande parte da corrosatildeo de armaduras ocorre em locais de juntas de

betonagem ou locais de deficiente colocaccedilatildeo e vibraccedilatildeo do betatildeo traduzidas por segregaccedilatildeo dos

inertes e em locais de recobrimento muito pequeno (APPLETON J et al 2002)

Para o efeito e tendo em conta a diversidade de elementos estruturais as diferentes condiccedilotildees

de exposiccedilatildeo e as diferentes condiccedilotildees de acesso definiram-se e selecionaram-se um conjunto

de regiotildees representativas da totalidade da estrutura (figura seguinte) Em cada uma dessas

regiotildees realizaram-se os seguintes ensaios (APPLETON J et al 2002)

a Observaccedilatildeo topograacutefica da obra para se verificar a sua conformidade dimensional com

o projeto incidindo especialmente no nivelamento geomeacutetrico do tabuleiro

configuraccedilatildeo e posiccedilatildeo dos arcos e observaccedilatildeo da verticalidade dos pilares

b Deteccedilatildeo de armaduras e mediccedilatildeo do seu recobrimento (394msup2 que correspondem a

cerca de 05 da aacuterea exposta de betatildeo) utilizando sensores magneacuteticos e um

microprocessador

c Determinaccedilatildeo da profundidade da carbonataccedilatildeo (86 mediccedilotildees) em pequenas carotes

furos e superfiacutecies de fratura aplicando uma soluccedilatildeo alcooacutelica de fenolftaleiacutena

d Determinaccedilatildeo do teor em cloretos (expresso em percentagem da massa do betatildeo) a

vaacuterias profundidades (44 perfis de cloretos) por recolha de poacute de betatildeo obtido por

furaccedilatildeo com broca e utilizaccedilatildeo de equipamento standard

e Ensaios de caracterizaccedilatildeo do betatildeo envolvendo extraccedilatildeo de 16 carotes para realizaccedilatildeo

de

-Ensaios de resistecircncia e mediccedilatildeo do moacutedulo de elasticidade (7 ensaios)

-Ensaios de avaliaccedilatildeo da qualidade do betatildeo absorccedilatildeo por imersatildeo (3) absorccedilatildeo por

capilaridade (5) e permeabilidade (5)

127 Tiago Pais Boto

-Anaacutelise petograacutefica mineraloacutegica e microestrutural com vista a avaliar a estrutura

interna do betatildeo e eventuais reaccedilotildees quiacutemicas expansivas do betatildeo (3 provetes)

f Ensaio de escleroacutemetros (83) para avaliar a homogeneidade do betatildeo e a sua dureza

superficial Ensaios de avaliaccedilatildeo do grau e estado de corrosatildeo das armaduras

envolvendo Mediccedilatildeo do potencial eleacutetrico (6 malhas)

g Mediccedilatildeo da resistividade do betatildeo (6 zonas)

h Mediccedilatildeo da resistecircncia de polarizaccedilatildeo para avaliar a velocidade da corrosatildeo em μmano

(5 locais)

i Ensaios de traccedilatildeo de varotildees de accedilo (6 provetes)

j Avaliaccedilatildeo das caracteriacutesticas dinacircmicas da Ponte

Figura 6-20 Localizaccedilatildeo das zonas ensaiadas (APPLETON J et al 2002)

O estado de deterioraccedilatildeo da Ponte em funccedilatildeo das inspeccedilotildees e ensaios concluiu-se que

- A profundidade de carbonataccedilatildeo eacute apenas de 5 mm

- A penetraccedilatildeo de cloretos eacute muito pequena em geral com exceccedilatildeo das zonas onde se verificam

deficiecircncias de betonagem onde a contaminaccedilatildeo por cloretos atinge 008 do peso do betatildeo a

uma profundidade de 250 cm De referir que um valor de referecircncia do teor criacutetico em cloretos

valor a partir do qual as armaduras satildeo despassivadas eacute de 005

-A corrosatildeo de armaduras associada agrave carbonataccedilatildeo do betatildeo soacute ocorre em locais onde o

recobrimento for muito pequeno (inferior a 610 mm) e a corrosatildeo de armaduras associada agrave

penetraccedilatildeo de cloretos se estaacute a desenvolver na Ponte constituindo o principal mecanismo de

deterioraccedilatildeo o qual eacute jaacute especialmente gravoso nas zonas onde as deficiecircncias de betonagem

conduziram a uma qualidade inferior para o betatildeo

-Os ensaios de resistecircncia agrave compressatildeo conduziram a valores de 5260 a 7850 MPa Os ensaios

de avaliaccedilatildeo da qualidade do betatildeo revelaram que a composiccedilatildeo adotada era muito boa

-A realizaccedilatildeo da anaacutelise petrograacutefica revelou uma pasta de cimento muito compacta e a

inexistecircncia de reaccedilotildees expansivas no betatildeo e permitiu identificar a natureza dos inertes

-Apesar de ter sido utilizado na Ponte da Arraacutebida um betatildeo de alta qualidade e das superfiacutecies

do betatildeo terem sido protegidos por pintura a Ponte apresenta apoacutes 35 anos de serviccedilo uma

128

deterioraccedilatildeo significativa devida agrave corrosatildeo de armaduras associada agrave penetraccedilatildeo de cloretos

nas zonas onde ocorrem deficiecircncias de betonagem (APPLETON J et al 2002)

Intervenccedilatildeo realizada

Realizou-se uma proteccedilatildeo superficial geral da obra com tinta acriacutelica de base aquosa de

espessuras compreendidas entre 180 μm e 250 μm

Realizou-se um sistema de proteccedilatildeo diferenciado reforccedilado nas zonas de deficiecircncias de

betonagem (juntas de construccedilatildeo e zonas de deficiente compactaccedilatildeo) e com uma espessura

superior na zona da Ponte em relaccedilatildeo agrave aos viadutos

As zonas em que as armaduras estatildeo expostas e as zonas em que o betatildeo estaacute delaminado foi

reparado o local com substituiccedilatildeo do betatildeo e com novas argamassas de base cimentiacutecia

repassivando assim as armaduras Os pilares sobre os arcos junto ao fecho nas zonas

fendilhadas e delaminadas e aplicou-se uma junta com selante deformaacutevel por forma a permitir

a rotaccedilatildeo das secccedilotildees de topo e base dos pilares

A reabilitaccedilatildeo geral contempla ainda a reformulaccedilatildeo do sistema do pavimento do tabuleiro

incluindo a sua impermeabilizaccedilatildeo a reformulaccedilatildeo do sistema de drenagem e a substituiccedilatildeo das

juntas de dilataccedilatildeo A intervenccedilatildeo inclui ainda a instalaccedilatildeo de um sistema de monitorizaccedilatildeo

especialmente focado na observaccedilatildeo do processo de deterioraccedilatildeo que conduz agrave corrosatildeo de

armaduras pelo que foram instaladas ceacutelulas de corrosatildeo nas zonas atualmente satildes e nas zonas

sujeitas a reparaccedilatildeo local em especial na estrutura do tabuleiro

Figura 6-21 Corrosatildeo das armaduras (APPLETON J et al 2002)

Ficha teacutecnica da obra e estado atual

129 Tiago Pais Boto

A intervenccedilatildeo foi realizada em 2002 e ficou a cargo do empreiteiro Teixeira Duarte Teve um

custo de 4524000euro sendo que deste valor 964200euro corresponderam agrave pintura geral e 359700euro

agrave reparaccedilatildeo Foram reparados 3650 m2 de aacuterea deteriorada e 150 m de fendas O sistema de

protecccedilatildeo foi aplicado em 65000 m2

130

7 CONCLUSOtildeES E DESENVOLVIMENTOS FUTUROS

71 CONCLUSOtildeES

Ao longo desta dissertaccedilatildeo foram abordadas as vaacuterias etapas constituintes num projeto

de reparaccedilatildeo e reforccedilo em estruturas de betatildeo armado Descreveram-se as principais teacutecnicas

de reforccedilo estrutural dando especial atenccedilatildeo agrave sua aplicaccedilatildeo nalguns elementos estruturais

nomeadamente vigas e pilares Sendo que este trabalho padece de componente pratica eou

laboratorial tentou-se sistematizar o complexo processo de um projeto deste acircmbito de modo

a que a presente dissertaccedilatildeo possa servir de complemento bibliograacutefico ao projetista

Foram referenciadas as normas e regulamentos mais importantes e descreveram-se os

principais ensaios in situ e laboratoriais usados para caracterizar e avaliar o estado da estrutura

Em seguida expuseram-se as patologias e os mecanismos de deterioraccedilatildeo mecacircnicos fiacutesicos e

quiacutemicos mais recorrentes nas estruturas de betatildeo armado Refere-se ainda a metodologia geral

de intervenccedilatildeo a seguir assim como os principais aspetos teacutecnicos a considerar neste tipo de

intervenccedilatildeo nomeadamente mecanismos de transferecircncia de tensotildees

De um modo geral no penuacuteltimo capiacutetulo descreveu-se as principais teacutecnicas de reforccedilo

salientando-se o reforccedilo atraveacutes de materiais compoacutesitos empregues atualmente tais como os

CFRP que possibilitam acreacutescimos elevados na capacidade resistente Realccedilou-se este tipo de

reforccedilo tambeacutem por apresentar um baixo impacto arquitetoacutenico e ser faacutecil aplicaccedilatildeo embora

exija matildeo-de-obra especializada

No uacuteltimo capitulo como jaacute referido anteriormente a ausecircncia de componente praacutetica

nesta dissertaccedilatildeo foram expostos quatro casos praacuteticos de reparaccedilatildeo e reforccedilo em estruturas de

betatildeo armado localizadas em Portugal

Por fim com base no ACI 440 e ACI 318 foram abordadas consideraccedilotildees gerais de

dimensionamento de reforccedilo agrave flexatildeo e ao corte com recurso a FRP (apresentadas no anexo)

Assim torna-se visiacutevel que um estudo criterioso da estrutura existente em conjunto com

o conhecimento dos materiais e teacutecnicas de reforccedilo pode conduzir a intervenccedilotildees viaacuteveis

economicamente e com pouco impacto na estrutura intervencionada Podendo concluir que a

reparaccedilatildeo e reforccedilo de estruturas de betatildeo armado eacute atualmente uma ciecircncia dominada com

apoio normativo e teacutecnicas bastante evoluiacutedas bastante completo comprovado com obras

realizadas de grande sucesso

72 DESENVOLVIMENTOS FUTUROS

Os desenvolvimentos que se consideram mais importantes a realizar no acircmbito desta temaacutetica

satildeo os seguintes

Recolha de novas teacutecnicas de reparaccedilatildeo e reforccedilo agrave medida que sejam realizados novos

trabalhos de investigaccedilatildeo

Elaboraccedilatildeo de um caso praacutetico de reforccedilo numa estrutura real usando por exemplo o

reforccedilo com recurso a FRP e seguindo a metodologia do ACI 440 e ACI 318

131 Tiago Pais Boto

Elaboraccedilatildeo de um manual de dimensionamento para as diversas teacutecnicas aqui

abordadas

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

ACI COMMITTEE 364 ACI 3641 R-94 - Guide for Evaluation of Concrete Structures

Prior to Rehabilitation American Concrete Institute 1999

ACI COMMITTEE 318 ACI 318M-05 - BUILDING CODE REQUIREMENTS FOR

STRUCTURAL CONCRETE AND COMMENTARY American Concrete Institute 2005

ACI COMMITTEE 440 ACI 4402R-08 - Guide for the Design and Construction of

Externally Bonded FRP Systems for Strengthening Concrete Structures American Concrete

Institute 2008

AFONSO F P O mercado da reabilitaccedilatildeo Enquadramento relevacircncia e perspectivas

Associaccedilatildeo de Empresas de Construccedilatildeo Obras Puacuteblicas e Serviccedilos Lisboa 2009

AZEVEDO D ldquoReforccedilo de Estruturas de Betatildeo com Colagem de Sistemas Compoacutesitos

CFRP ndash Recomendaccedilotildees para Dimensionamentordquo Faculdade de Engenharia da

Universidade do Porto Novembro 2008

APPLETON J amp COSTA A Disciplina de Reabilitaccedilatildeo e Reforccedilo de Estruturas Lisboa

Instituto Superior Teacutecnico 2011

APPLETON J COSTA A DELGADO J GRAVE DOS SANTOS J PEDRINHO

VITOR ldquoReabilitaccedilatildeo do viaduto Duarte Pachecordquo Encontro Nacional de Betatildeo

Estrutural 2014

ATTARD M M SETUNGE S ldquoStress-strain relationship of confined and unconfined

concreterdquo Material Journal ACI 93(5) 432-444 1996

APPLETON Juacutelio ldquoInspecccedilatildeo Avaliaccedilatildeo e Reabilitaccedilatildeo da Ponte da Arraacutebidardquo Estradas

2002 2ordm Congresso Rodoviaacuterio Portuguecircs Lisboa Novembro 2002

APPLETON Juacutelio FRIAS Fernando MOURA Rita ldquoReparaccedilatildeo da Ponte da Arraacutebida

Sobre o Rio Estruturas 2002 Lisboa 2002

ABOUTAHA RS ENGELHARDT M D JIRSA JO and ME Kreger

Rehabilitation of Shear Critical Columnsusing Rectangular Steel Jacket ACI Structural

Journal January-February 1999 pp6 8 -78

BUNGEY JH Testing Concrete in Structures A guide to equipment for testing concrete

structures CIRIA technical note 143 CIRIA ndash Construction Industry Research and

Information Association London 1992

132

BRETT A M O BRETT C M A ldquoElectroquiacutemica ndash Princiacutepios meacutetodos e

aplicaccedilotildeesrdquo Oxford University Press 1993

BASF ldquoReforccedilando Estruturas com a Utilizaccedilatildeo do Sistema Compoacutesito Estrutural de

Fibras de Carbono MBracerdquo BASF Construction Chemical 2007

BOUVIER Charlotte A C ldquoTechniques of Seismic Retrofitting For Concrete Structuresrdquo

Submitted to the department of civil and environmental engineering requirements for the

degree of marter of engineering in Civil and Environmental Engineering at the

Massachusetts Institute of Technology (MIT) June 2003

COacuteIAS V Construccedilatildeo nova e reabilitaccedilatildeo satildeo coisas diferentes Greacutemio das Empresas de

Conservaccedilatildeo e Restauro do Patrimoacutenio Arquitectoacutenico Lisboa 2009

COacuteIAS Victor Outubro 2006 Inspeccedilotildees e Ensaios na reabilitaccedilatildeo de edifiacutecios Instituto

Superior Teacutecnico Lisboa

COacuteIAS V Inspecccedilotildees e Ensaios na Reabilitaccedilatildeo de Edifiacutecios Lisboa IST PRESS Agosto

2009

COMITEacute EURO-INTERNACIONAL DU BETOacuteN Bulletin drsquoinformation nordm 162 ndash

Assessment of Concrete Structures and Design Procedures for Up-grading (redesign)

Prague October 1983

COMITEacute EURO-INTERNACIONAL DU BETOacuteN Bulletin drsquoinformation nordm 213214

ndash CENFIP Model Code 1990 Lausanne Maio 1993

COSTA A ldquoPatologia do Betatildeo Armado Teacutecnicas de diagnoacutesticordquo Ciclos de Acccedilotildees de

Formaccedilatildeo em Reabilitaccedilatildeo de Estruturas Ordem dos Engenheiros 21 a 23 Marccedilo 2007

COSTA A ldquoDurabilidade Estruturas de Betatildeordquo Ciclos de Acccedilotildees de Formaccedilatildeo em

Reabilitaccedilatildeo de Estruturas Ordem dos Engenheiros 21 a 23 Marccedilo 2007

COSTA A ldquoPatologia do Betatildeo Armado ndash Modelaccedilatildeo da Deterioraccedilatildeordquo - Reabilitaccedilatildeo

e Reforccedilo de Estruturas Instituto Superior Teacutecnico 2007

COSTA A J Appleton ldquoAssessment and Repair of a ConcreteDockyardrdquo IABSE

Symposium - Rio de Janeiro - August 25-27 1999

COSTA A J Appleton ldquoMecanismos de deterioraccedilatildeo das estruturas de betatildeo armadordquo

Departamento de Engenharia Civil Grupo de estruturas de betatildeo armado e preacute-esforccedilado

1999

COSTA Antoacutenio ldquoDurabilidade de estruturas de betatildeo armado em ambiente mariacutetimordquo

Tese de Doutoramento Instituto Superior Teacutecnico 1997

COSTA A APPLETON J ldquoCase studies of concrete deterioration in a marine

environment in Portugalrdquo Cement amp Concrete Composites 24 pp 169-179 2002

133 Tiago Pais Boto

CASTRO J e MARTINS J M Patologias do betatildeo reparaccedilatildeo e reforccedilo de estruturas

serie reabilitaccedilatildeo 1ordf ediccedilatildeo 2006

CHAI Y H PRIESTLEY M J N and SEIBLE F Seismic Retrofit of Circular Bridge

Columns for Enhanced Flexural Performance ACI Structural Journal Sept-Oct 1991 p

574

DASCHNER F rdquoNotwendige Schubbewehrung zwischen Betonfertigteilen und Ortbetonrdquo

-Literaturschau Teil 2ordm Laborversuche Universitat Munchen 1976

Department of Defense United States of America Unified Facilities Criteria (UFC)

ldquoElectrical Engineering Cathodic Protectionrdquo 16 de Janeiro de 2004 disponiacutevel em

[httpwwwwbdgorgccbDODUFCufc_3_570_02npdf] acedido em Abril de 2007]

Department of Trade and Industry ldquoResidual life Models for Concrete Repair ndash

Assessment of the Concrete Repair Processrdquo BRE Client report number OCT 02 Draft

2002

Department of the Army US Army Corps of Engineers Public Works Technical Bulletin

No 420-49-37 ldquoCathodic Protection ndash Anode Selectionrdquo 15 Junho 2002

DAILY S F rdquoUsing Cathodic Protection to Control Corrorsion of Reinforced Concrete

Structures in Marine Environmentsrdquo Corrpro Companies Inc Techinical Papers

DA SILVA SOUSA Aacutelvaro Fernando ldquoReparaccedilatildeo reabilitaccedilatildeo e reforccedilo de estruturas

de betatildeo armadordquo Dissertaccedilatildeo em Engenharia Civil ndash Especializaccedilatildeo em Estruturas FEUP-

faculdade de engenharia da universidade do porto 2008

DAUDEY X and FILIATRAULT A Seismic Evaluation and Retrofit with Steel Jackets

of Reinforced Concrete Bridge Piers Detailed with Lap-Splices Canadian Journal of Civil

Engineering vol 27 1-16 2000

EUROCODE 2 ENV 1992-1-3 ldquoDesign of Concrete Structures Part 1-3 General Rules

-Precast Concrete Elements and Structuresrdquo CEN 1994

European Standard EN 12696 ldquoCathodic Protection of steel in concreterdquo English

Version March 2000

European Standard EN 12696 Cathodic Protection of steel in concreterdquo English

Version March 2000

European Commitee for Standardization Technical Specification FinalDraft prCENTS

14038-1 ldquoElectrochemical realkalization and choride extraction treatments for reinforced

concrete ndash Part 1 Realkalizationrdquo May 2004

EUROCOacuteDIGO 2 Projeto de estruturas de betatildeo ndash Parte 11 Regras Gerais e Regras para

Edifiacutecios CEN EN-1992-1-1 2004

EUROCODE 8 Design Provisions for Earthquake Resistance of Structures Part 1-4

Strengthening and Repair of Buildings CEN prEN-1998-1-4 Draft1995

134

FOOKESPGConcreteinHotDrySaltyEnvironments Concrete 29 34-39 2005

FERREIRA Rui Miguel ldquoAvaliaccedilatildeo de ensaios de durabilidade do betatildeordquo Tese de

Mestrado Escola de Engenharia da Universidade do Minho 2000

FERREIRA Rui Miguel ldquoAvaliaccedilatildeo de ensaios de durabilidade do betatildeordquo Tese de

Mestrado Escola de Engenharia da Universidade do Minho 2000

FERREIRA SILVA Joana M M Meacutetodos Electroquiacutemicos para Prevenccedilatildeo da

deterioraccedilatildeo e Reparaccedilatildeo de Estruturas de Betatildeo Armado Protecccedilatildeo Catoacutedica -

Dessalinizaccedilatildeo e Realcalinizaccedilatildeo Tese de Mestrado 2007

GILINSKY E ldquoGuidelines For Underground Storage Tank Cathodic Protection

Evaluationrdquo Departent of Enviromental Quality Guidance Memorandum No06-2006

May 2006

GOMES A Comportamento e Reforccedilo de Elementos de Betatildeo Armado Sujeitos a Acccedilotildees

Ciacuteclicas Tese de Doutoramento Instituto Superior Teacutecnico Julho de 1992

GOMES A e APPLETON J ldquoEnsaios Experimentais de Pilares Reforccedilados Submetidos

a Cargas Ciacuteclicasrdquo Revista Portuguesa de Engenharia de Estruturas Nordm 38 pp 19-29 2008

Gomes A Appleton J ldquoReforccedilo de Estruturas de Betatildeo Armado por Encamisamento das

Secccedilotildeesrdquo Revista Portuguesa de Engenharia de Estruturas nordm42

Gomes A Appleton J ldquoReforccedilo de Estruturas de Betatildeo Armado por Adiccedilatildeo de

Armaduras Exterioresrdquo Revista Portuguesa de Engenharia de Estruturas nordm41

Juacutelio S Eduardo ldquo Influencia da interface no comportamento de pilares reforccedilados por

encamisamento de betatildeo armadordquo dissertaccedilatildeo apresentada na Universidade de Coimbra

para a obtenccedilatildeo do grau de Doutor em Engenharia Civil especialidade de Mecacircnica das

Estruturas e dos Materiais Coimbra 2001

JUVANDES LFP Reforccedilo e reabilitaccedilatildeo de estruturas de betatildeo usando materiais

compoacutesitos de CFRP dissertaccedilatildeo apresentada agrave Faculdade de Engenharia da Universidade

do Porto para obtenccedilatildeo do grau de Doutor DECivil Porto Setembro 400 pp 1999

JIANHAI Qiu ldquoEmerging Corrosion Control Technologies for Repair and Rehabilitation

of Concrete Structuresrdquo

JUVANDES LFP e MARQUES N A - ldquoReforccedilo de Estruturas por Colagem Exterior

de Sistemas Compoacutesitos de FRP - Manual de Procedimentos e de Controlo de Qualidade

para Construccedilatildeordquo protocolo MOTA-ENGIL Engenharia e Construccedilatildeo SALEMC

publicaccedilatildeo LEMC-JUV003-2007 FEUP Outubro 180 pp 2007

135 Tiago Pais Boto

JUVANDES LFP e tal - A temperatura e a teacutecnica de reforccedilo por colagem de sistemas

de FRPrdquo 4ordfs Jornadas JPEE 2006 LNEC Lisboa 13 ndash 16 Dezembro CD 2006 ldquoThe

International Handbook of FRP Composites in Civil Engineeringrdquo Manoochehr Zoghi

KHOURY Gabriel Alexander Effect of fire on concrete and concrete structures Imperial

College London 2000

KAKUBA G ldquoThe Impressed Current Cathodic Protection Systemrdquo Masterrsquos Theses

Department of Mathematics and Computer Science Techische Universiteit Eindhoven

Eindhoven August 2005

LOURENCcedilO Z ldquoTeacutecnicas de PrevenccedilatildeoProtecccedilatildeo Electroquiacutemicas Parte 2 ndash

Realcalinizaccedilatildeo e Dessalinizaccedilatildeordquo Ciclo de Acccedilotildees de Formaccedilatildeo em Reabilitaccedilatildeo de

Estruturas Ordem dos Engenheiros 21 a 23 Marccedilo 2007

LOURENCcedilO Z ldquoProtecccedilatildeo Catoacutelica de Estruturas de Betatildeo Armadordquo Ciclo de Acccedilotildees

de Formaccedilatildeo em Reabilitaccedilatildeo de Estruturas Ordem dos Engenheiros 21 a 23 Marccedilo 2007

LESLIE J R CHEESEMAN W J D An ultrasonic method for studying deterioration

and cracking in concrete structures Amer Concrete Inst 1949

MARANHA Paulo Apresentaccedilatildeo das aulas - Reforccedilo de estruturas e fundaccedilotildees de

edifiacutecios e pontes (2014)

MALHOTRA VM In situnondestructive testing of concrete ndash A global Review In

Situnondestructive Testing of Concrete Special Publication SP-82 American Concrete

Institute Detroit p 1-16 1984

MORENO AV LOPEacuteZ T P MADRID M M ldquoEl Fenoacutemeno de la corrosion en

estruturas de concreto reforzadordquo Publicacioacuten Teacutecnica No 182 Sandafandila Qro 2001

disponiacutevel em [httpboletinimtmxpublicacionespubtecpt182pdf] acedido em Abril de

2007

MIRANDA JM LUIacuteS J F COSTA P T SANTOS F M ldquoFundamentos de

Geofiacutesicardquo

MILTENBERGER M PE ldquoCorrosion Protection of Reinforcing Steel in Concreterdquo

Vector Technologies Inc disponiacutevel em

httpwwwvirginiadotorgbusinessresourcesbu-mat-05VCC-MMiltenbergerpdf

acedido em Marccedilo 2015

MIRMIRAN A e SHAHAWY M ldquoRecommended construction specifications and

process control manual for repair and retrofit of concrete structures using bonded

FRP compositesrdquo National Cooperative Highway Research Program American

Association of State Highway and Transportation officials Transportation Research Board

Washington DC NCHRP report nordm609 71 pp 2008

136

NACE Proposed Standard Practice ldquoElectrochemical Realkalization and Chloride

Extraction for Reinforced Concreterdquo NACE Internacional 2006

Norma BS 1881-204 1988 Testing concrete ldquoRecommendations on the use of

electromagnetic cover metersrdquo

Norma BS 1881-6 1971 Methods of testing concrete Analysis of hardened concrete

Norma BS 1881-202 1986 Testing concrete Recommendations for surface hardness

testing by rebound hammer

Norma RILEM CPC-18 Measurement of hardened concrete carbonation depth 1996

Norma BS 1881-207 1992 Testing concrete Recommendations for the assessment of

concrete strength by near-to-surface test

Norma BS 1881-203 1986 Testing concrete Recommendations for measurement of

velocity of ultrasonic pulses in concrete

Norma ASTM C805-85 Standard Test Method for Rebound Number of Hardened

Concrete

Norma ASTM D4541-95 Stand Test Method for Pull-Off Strength

Norma ASTM C1383-98a Standard Test Method for Measuring the P-Wave Speed and

the Thickness of Concrete Plates Using the Impact-Echo Method

Norma ASTM C597-09 Standard Test Method for Pulse Velocity Through Concrete

Norma AASHTO T260‑84 Standard Method of Test for Sampling and testing for chloride

ion in concrete and concrete raw materials

PAIVA J VASCONCELOS J AGUIAR J Pinho A ldquoGuia Teacutecnico de Reabilitaccedilatildeo

Habitacionalrdquo LNEC2006

POLITICO G ldquoCorrosatildeo em estruturas de concreto armado causas mecanismos

prevenccedilatildeo e recuperaccedilatildeordquo Belo Horizonte Universidade Federal de Minas Gerais Janeiro

2006

PEDEFERRI P ldquoElectrochemical Realkalization and Electrochemical Cloride

Removalrdquo Dipartimento di Chimica Fiacutesica Applicata ndash Politecnico di Milano Italy

137 Tiago Pais Boto

PEDEFERRI P ldquoCathodic Protection and Cathodic Preventionrdquo Seminaacuterio Prevenccedilatildeo

da Corrosatildeo em Estruturas de Betatildeo Armado

REHABCON ldquoElectrochemical techniques ndash Annex Drdquo Strategy for Maintenance and

Rehabilitation in Concrete Structures 2000

REBAP 84 Regulamento de Estruturas de Betatildeo Armado e Preacute-Esforccedilado Dec-Lei nordm

349-C83 de 30 Julho rectificado no suplemento ao DR 1ordf Seacuterie de 29 de Setembro de

1984

Rosso Rosso T Incecircndios e arquitetura Apostila Satildeo Paulo Faculdade de Arquitetura e

Urbanismo da Universidade de Satildeo Paulo (FAUUSP 1975)

RODRIGUES Joatildeo Paulo C ndash ldquoRecuperaccedilatildeo de Estruturas Danificadas por Incecircndio ndash

Propriedades Mecacircnicas Residuais do Accedilo e do Betatildeordquo Coimbra Tese de Mestrado em

Engenharia Civil ndash especializaccedilatildeo em Estruturas Universidade de Coimbra 1994

RODRIGUEZ M Park M (1991) ldquoRepair and Strengthening of reiforced concrete

Buildings for Earthquake Resistencerdquo Earthquake Spectra V7Nordm3Aug

RIPPER T Sistemas Especiais para Reforccedilo de Estruturas de Betatildeo Rio de Janeiro

Universidade Federal Fluminense 2005

RIacuteO BUENO Alfonso PATOLOGIacuteA REPARACIOacuteN Y REFUERZO DE ESTRUCTURAS

DE HORMIGOacuteN ARMADO DE EDIFICACIOacuteN - Departamento de Estructuras de

Edificacioacuten ETS de Arquitectura Universidad Politeacutecnica de Madrid 2008

ROZENBERG I M ldquoQuiacutemica geralrdquo Instituto Mauaacute de Tecnologia Editora Edgard

Blucher Ltda 2002

SANTOS S Pompeu ndash A Reabilitaccedilatildeo Estrutural Do Patrimoacutenio Construiacutedo Laboratoacuterio

Nacional De Engenharia Civil Lisboa 2008

SARAIVA J ndash ldquoTeacutecnicas de proteccedilatildeo e reabilitaccedilatildeo de estruturas em betatildeo armadordquo Tese

Mestradordquo Instituto Superior Teacutecnico Lisboa 2007

SILVA PASCM Comportamento de Estruturas de Betatildeo Reforccediladas por Colagem

Exterior de Sistemas de CFRP Tese de Doutoramento Faculdade de Engenharia da

Universidade do Porto DECivil Porto 2008

SILVA Joana Dissertaccedilatildeo de Mestrado - Meacutetodos Electroquiacutemicos para Prevenccedilatildeo da

Deterioraccedilatildeo e Reparaccedilatildeo de Estruturas de Betatildeo Armado com Protecccedilatildeo Catoacutedica

Dessalinizaccedilatildeo e Realcalinizaccedilatildeo 2007

138

VIEITEZ CHAMOSA JA RAMIacuteREZ ORTIZ JL Patologiacutea de la Construccioacuten en

Espantildea Aproximacioacuten Estadiacutestica Resumen de Tesis Doctoral Informes de la

Construccioacuten Vol 36 n1364 pp 5-15 Madrid Octubre 1984

WHITMORE D W ldquoImpressed Current and Galvanic Discrete Anode Cathodic

Protection for Corrosion Protection of Concrete Structuresrdquo Paper 02263 Vector

Corrosion Technologies 2002

SCIELO (2015) httpwwwscielobrscielophppid=S1983-

41952013000200002ampscript=sci_arttext Revista IBRACON de Estruturas e Materiais

NCREP (2015) httpwwwncrepptstatic7954 Reforccedilo e Reabilitaccedilatildeo de Estruturas de Betatildeo

Armado Intervencoes

Earths CO2 Home Page (2015) httpco2noworg

CED (2015) httpwwwaboutcivilorg Civil Engineering Portal of Lectures amp Training

Material

SJSU (2015) httpwwwengrsjsueduWofMatEprojectssrprojectsrproj5html Norma E 226 do

LNEC San Joseacute State University

GEO (2015) httpgeotechpediacomEquipmentShow719Covermeter--

BartrackerprettyPhoto[pp_gal]1 Geotechpedia

IEI (2015) httpwwwimpact-echocompagesproductshtml Impact Echo Instruments

OZ (2015) httpwwwoz-diagnosticopt Diagnostico Levantamento e Controlo de qualidade

em Estruturas e Fundaccedilotildees Lda

(2015) httpfilescirporgHtml5-18800425Cd03561fa-756f-475a-af97-f26d3082f1d3jpg

Imagem

GS (2015) httpwwwglobalsourcescomsiASBaoji-Dingding6008825187076pdtlTitanium-

Anodes-Mesh1050971236htm Global Sources

CNT (2015) httpwwwchemicalnewtechcomcathodic-protectioncathodic-protection-wavy

Chemical New Tech

139 Tiago Pais Boto

PTC (2015) httpwwwperfecttitaniumcomproductshtml Perfect Titanium Components

CONREHAB (2015) httpwwwconrehabcomCathodic-protectionAnode Cathodic

protection

AEGION (2015) httpwwwaegioncomCompanyInformationResourcesProductCatalogAnodesMagnesium-AnodesMagnesium-HPaspx

(2015) AC httpwwwcorrosioncliniccomcorrosion_resourcescorrosion_control_concrete_structures_p3ht

m Aegion Corporation

CCASMI (2015) httpwwwcorrosionservicesuscomold-concrete-structuresasp Corrosion

Control and Automation Systems for Municipalities and Industry

WCCCS (2015) httpwwwcorrosioncliniccomcorrosion_resourcescorrosion_control_concrete_structures_p5ht

m Web Corr Corrosion Consulting Services

ST (2015) httpwwwstructuraltechnologiescomproductelectro-tech-cp-metalized-mcp-

systems-0 structuraltechnologies

A2p (2015) httpwwwa2pptportfolioprojectosponte-cais-da-silopor estudos e

projetos

GAIURB (2015) httpwwwgaiurbptgaiurb_arrabidahtm urbanismo e habitaccedilatildeo

Durability Modelling of Reinforcement Corrosion in Concrete Structures Concrete

Institute of Australiardquo httpswwwconcreteinstitutecomau 2015

FOSROC 2015 httpwwwfosroccom International and Alltrista Zinc Products

Company

SCRIP 2015 httpwwwscirporg Academic publisher

140

141 Tiago Pais Boto

Anexo 1

8 Consideraccedilotildees gerais de reforccedilo com FRP agrave flexatildeo e corte em

seccedilotildees retangulares de acordo com ACI 440 e ACI 318

De modo a que a estrutura apresente uma reserva de resistecircncia quando solicitada por

a accedilatildeo do fogo o ACI recomenda que a estrutura anteriormente ao reforccedilo resista a duas

condiccedilotildees A primeira garante a resistecircncia a pelo menos 120 das accedilotildees permanentes e a 85

das sobrecargas A segunda condiccedilatildeo prende-se com a verificaccedilatildeo da capacidade resistente

tendo em conta a diminuiccedilatildeo das propriedades dos materiais apoacutes sujeitos ao fogo

(empty119877119899) 119890119909119894119904119905119890119899119905119890 ge (12119882119860119875 + 085119882119878119900119887) 119899119900119907119900 (81)

(119877119899120579) 119890119909119894119904119905119890119899119905119890 ge 119882119860119875 +119882119878119900119887 (82)

empty= Coeficiente de ductilidade

119877119899= Resistecircncia nominal de um elemento estrutural

119877119899120579= Resistecircncia nominal de um elemento estrutural submetido a temperaturas elevadas

119882119860119875= Accedilotildees permanentes

119882119878119900119887= Accedilotildees da sobrecarga

empty =

090 119904119890 120576119904 ge 0005

065 +025(120576119904minus120576119904119910)

0005minus120576119904119910 119904119890 120576119904119910 lt 120576119904 lt 0005

065 119904119890 120576119904 le 120576119904119910

(83)

Os elementos de reforccedilo FRP indicados nos documentos teacutecnicos dos fabricantes natildeo

satildeo afetados por nenhum coeficiente de minoraccedilatildeo devido aacute exposiccedilatildeo ambiental desta maneira

o ACI 440 recomenda que os alores de resistecircncia agrave traccedilatildeo e da extensatildeo uacuteltima sejam

corregidos por o coeficiente ambiental 119862119864

ƒ119891119906 = 119862119864 times ƒ119891119906lowast (84)

120576119891119906 = 119862119864 times 120576119891119906lowast (85)

ƒ119891119906=Resistecircncia uacuteltima de caacutelculo do FRP

142

ƒ119891119906lowast =Resistecircncia uacuteltima do FRP segundo o fabricante

119862119864=Coeficiente de reduccedilatildeo da accedilatildeo do meio ambiente

120576119891119906= Extensatildeo uacuteltima de caacutelculo do FRP

120576119891119906lowast =Extensatildeo uacuteltima do FRP segundo o fabricante

Tabela 8-1Valores de coeficiente de minoraccedilatildeo 119862119864

Condiccedilotildees de Exposiccedilatildeo Tipo de Fibra Coeficiente de reduccedilatildeo 119862119864

Interior Carbono 095

Vidro 075

Aramida 085

Exterior (pontes docas parques de estacionamento etc)

Carbono 085

Vidro 065

Aramida 075

Ambientes agressivos (ETARs industrias quiacutemicas etc)

Carbono 085

Vidro 050

Aramida 070

Devido aos materiais FRP apresentarem um comportamento linear elaacutestico antes da

rotura e admitindo que natildeo eacute afetado pela exposiccedilatildeo ambiental entatildeo o moacutedulo de elasticidade

pode ser determinado a partir da expressatildeo de Hooke

119864ƒ = ƒ119891119906 divide 120576119891119906 (86)

119864ƒ= Moacutedulo de elasticidade do FRP

ƒ119891119906= Resistecircncia uacuteltima de caacutelculo do FRP

120576119891119906= Extensatildeo uacuteltima de caacutelculo do FRP

143 Tiago Pais Boto

81 Reforccedilo agrave flexatildeo

811 Modos de ruina

Em elementos de betatildeo armado reforccedilado por FRPs a capacidade resistente agrave flexatildeo

estaacute intrinsecamente ligada aos modos de ruina os principais satildeo

Esmagamento do betatildeo comprimido ante da cedecircncia das armaduras de traccedilatildeo

Antes da rotura do FRP a armadura de traccedilatildeo entra em cedecircncia

Cedecircncia da armadura de traccedilatildeo seguindo-se o esmagamento do betatildeo de

compressatildeo

Destacamento do betatildeo de recobrimento devido a esta ser uma zona mais fraacutegil

devido aacute presenccedila de maior nuacutemero de vazios na interface betatildeoarmadura

Descolamento do FRP

Quando a extensatildeo na fibra de FRP atinge o valor de 3 (120576119888 = 120576119888119906=0003) considera-

se que se daacute o esmagamento do betatildeo A rotura do FRP acontece quando a extensatildeo for igual

ao valor de caacutelculo da extensatildeo uacuteltima de rotura (120576119891 = 120576119891119906)

Sendo que as tensotildees instaladas no FRP satildeo transferidas para o betatildeo de recobrimento

das armaduras introduzindo um acreacutescimo de tensotildees de corte e traccedilatildeo a extensatildeo maacutexima do

FRP eacute limitada atraveacutes da expressatildeo seguinte

120576119891119889 = 041radic119891119888

119899119864119891119905119891le 09 120576119891119906 (87)

120576119891119889 = Valor de caacutelculo da extensatildeo de rotura do FRP

119891119888 = Resistecircncia agrave compressatildeo do betatildeo

n = numero de camadas de FRP

119864119891 = Moacutedulo de elasticidade do FRP

119905119891 = Espessura de cada camada de FRP

120576119891119906 = Extensatildeo uacuteltima de caacutelculo do FRP

812 Hipoacuteteses baacutesicas do dimensionamento

De acordo com o ACI 440 as hipoacuteteses baacutesicas do dimensionamento satildeo consideradas

as seguintes suposiccedilotildees

Os caacutelculos de conceccedilatildeo do reforccedilo satildeo baseados nas propriedades dos materiais

existentes e nas disposiccedilotildees das armaduras

144

As extensotildees nas armaduras e no betatildeo satildeo diretamente proporcionais agraves

respetivas distacircncias do eixo neutro Uma seccedilatildeo plana antes da aplicaccedilatildeo do

carregamento devera permanecer plana apoacutes o carregamento (modelo de viga de

Euler-Bernoulli despreza-se a deformabilidade por corte)

A deformaccedilatildeo por corte na camada adesiva eacute desprezada devida a espessura

muito reduzida

A extensatildeo maacutexima de compressatildeo no betatildeo eacute de 0003

A resistecircncia agrave traccedilatildeo do betatildeo eacute desprezada

O FRP eacute caracterizado por um comportamento linear e elaacutestico tensatildeo-extensatildeo

ateacute agrave rotura

O accedilo assume um diagrama tensatildeoextensatildeo linear-elaacutestico ateacute agrave cedecircncia

seguido de um comportamento perfeitamente plaacutestico

Embora algumas das suposiccedilotildees possam natildeo refletir o verdadeiro comportamento do

FRP agrave flexatildeo tornam-se necessaacuterias para a introduccedilatildeo de dados computacionais Por exemplo

natildeo eacute considerado a deformaccedilatildeo por corte que ocorre na camada adesiva fazendo com que

ocorra um deslizamento relativo entre o FRP e o substrato

813 Criteacuterio de seguranccedila da resistecircncia agrave flexatildeo

O criteacuterio de seguranccedila da resistecircncia aacute flexatildeo deve ser verificado comparando o

momento fletor resistente de caacutelculo afetado por um coeficiente de reduccedilatildeo de ductilidade empty

descrito anteriormente e do momento fletor solicitante da combinaccedilatildeo mais desfavoraacutevel

empty119872119899 ge 119872119906 (88)

empty=Coeficiente de ductilidade

119872119899=Momento fletor resistente de caacutelculo

119872119906=Momento fletor solicitante da combinaccedilatildeo mais desfavoraacutevel Nmm

814 Niacutevel de extensatildeo no FRP

O maacuteximo de extensatildeo possiacutevel no FRP designada por extensatildeo efetiva 120576119891119890 acontece

quando

Ocorre o esmagamento do betatildeo de compressatildeo

Alcance do valor da extensatildeo de rotura do FRP

145 Tiago Pais Boto

Ocorrecircncia do descolamento do FRP

Entatildeo a extensatildeo efetiva pode ser calculada atraveacutes da seguinte expressatildeo

120576119891119890 = 120576119888119906 (119889119891minus119888

119888) minus 120576119887119894 le 120576119891119889 times 119896119898 (89)

Em que

119896119898 =

1

60120576119891119889(1 minus

119899119864119891119905119891

360000) le 090 119904119890 119899119864119891119905119891 le 180000

1

60120576119891119889(90000

119899119864119891119905119891) le 09 119904119890 119899119864119891119905119891 ge 180000

[119873119898119898] (810)

Onde

120576119891119890 = Extensatildeo efetiva do FRP

120576119888119906 = Extensatildeo maacutexima admitida no betatildeo comprimido

119889119891 = Distacircncia da face mais comprimida do betatildeo ao centro geomeacutetrico do FRP

c = Distancia da fibra mais comprimida ao eixo neutro

120576119887119894= Extensatildeo do betatildeo no substrato (betatildeo de recobrimento) no momento de instalaccedilatildeo do FRP

120576119891119889= Valor de caacutelculo da extensatildeo de rotura do FRP

n = Numero de camadas de FRP

119864119891 = Moacutedulo de elasticidade do FRP

119905119891 = Espessura de cada camada de FRP

815 Niacutevel de tensatildeo no FRP

A tensatildeo maacutexima que o FRP pode suportar antes da rotura da estrutura por flexatildeo pode

ser calculada admitindo um comportamento elaacutestico para o FRP atraveacutes da expressatildeo seguinte

119891119891119890 = 119864119891120576119891119890 (811)

Onde

119891119891119890=Tensatildeo efetiva no FRP niacutevel alcanccedilado na rotura da seccedilatildeo

119864119891=Modulo de elasticidade do FRP

120576119891119890=Extensatildeo efetiva no FRP niacutevel alcanccedilado na rotura da seccedilatildeo

146

816 Fator de reduccedilatildeo de ductilidade

Tendo em conta que a ductilidade de uma viga reforccedilada com FRP eacute inferior ao sistema original

desta maneira eacute importante verificar o niacutevel de deformaccedilatildeo das armaduras no estado limite

uacuteltimo apoacutes o esmagamento do betatildeo e descolamento do FRP de forma a manter a ductilidade

em niacuteveis aceitaacuteveis Este paracircmetro empty seraacute um fator de reduccedilatildeo do momento resistente

Figura 8-1 Fator de reduccedilatildeo do momento resistente em funccedilatildeo da extensatildeo do accedilo (adaptado

por Joaquim barros et al)

817 Estados limites de serviccedilo

Para se poderem evitar ou prevenir deformaccedilotildees plaacutesticas excessivas estas devem ser

limitadas em elementos de betatildeo armado reforccedilados com FRP para os estados limites de

utilizaccedilatildeo especialmente para elementos submetidos a cargas ciacuteclicas (El-Tawil et al 2001)

Desta forma a tensatildeo nas armaduras deve ser limitada a 80 e a tensatildeo de compressatildeo no betatildeo

limitada a 45 exemplificado nas expressotildees seguintes

119891119904119904 le 08 119891119904119910 (812)

119891119888119904 le 045119891119888 (813)

Onde

119891119904119904 = Tensatildeo para o accedilo natildeo preacute-esforccedilado para estados limites de utilizaccedilatildeo

119891119904119910 = Tensatildeo de cedecircncia para o accedilo natildeo preacute-esforccedilado

119891119888119904 = Resistecircncia de compressatildeo do betatildeo para estados limites de utilizaccedilatildeo

119891119888 = Resistecircncia agrave compressatildeo do betatildeo

147 Tiago Pais Boto

De acordo com Yamaguchi et al (1997) os autores observaram que existe uma relaccedilatildeo

linear entre a resistecircncia e as accedilotildees de longa duraccedilatildeo e o logaritmo do tempo de permanecircncia

do carregamento Chegaram agrave conclusatildeo que depois de aproximadamente 50 anos a resistecircncia

inicial do GFRP reduz em cerca de 30 a resitencia inicial do AFRP apresenta uma reduccedilatildeo

de cerca de 47 e a resistecircncia do CFRP tem uma perda de resistecircncia de aproximadamente

91 De acordo com Malvar (1998) os valores encontrados foram semelhantes

Desta maneira para se evitar a rotura dos sistemas reforccedilados com FRPs devido a accedilotildees

de longa duraccedilatildeo os valores da tensatildeo no FRP 119891119891119904 podem ser obtido segundo uma anaacutelise

elaacutestica e aplicando o momento que resulta das accedilotildees quase permanentes e das accedilotildees ciacuteclicas

Assim os valores das tensotildees para os sistemas GFRP AFRP e CFRP devem ficar limitados aos

valores indicados na tabela seguinte

Tabela 8-2 Limite de tensatildeo no FRP para carregamentos de longa duraccedilatildeo e accedilotildees ciacuteclicas

Tipo de Fibra do sistema FRP GFRP AFRP CFRP

020 119891119891119906 03 119891119891119906 055 119891119891119906

Onde

119891119891119906= Resistecircncia uacuteltima de caacutelculo do FRP

Os valores indicados na tabela satildeo resultado da aplicaccedilatildeo de um fator de seguranccedila de

06 aos valores dos fatores redutores de 03 047 e 091 para as fibras GFRP AFRP e CFRP

respetivamente

818 Aplicaccedilatildeo a seccedilotildees retangulares

Em aplicaccedilotildees de reforccedilo em seccedilotildees retangulares a resistecircncia agrave flexatildeo pode ser

determinada considerando a compatibilidade de deformaccedilotildees e o equiliacutebrio das forccedilas internas

atraveacutes do diagrama paraacutebola-retacircngulo

148

Figura 8-2Distribuiccedilatildeo de extensotildees e de tensotildees na verificaccedilatildeo aos estados limites uacuteltimos

(nas equaccedilotildees h foi substituiacutedo por 119889119891) (adaptado por Joaquim barros et al)

A distribuiccedilatildeo de extensotildees e de tensotildees representadas na figura anterior o momento

fletor resistente da secccedilatildeo na verificaccedilatildeo aos estados limite uacuteltimo pode ser calculado por

intermeacutedio da equaccedilatildeo seguinte

119872119899 = 119860119904119891119904 (119889119904 minus1205731119888

2) + 120595119891119860119891119891119891119890 (119889119891 minus

1205731119888

2) (814)

Onde

119872119899 = Momento fletor resistente da secccedilatildeo

119860119904 = Aacuterea da armadura convencional de traccedilatildeo

119891119904 = Tensatildeo de traccedilatildeo no accedilo

119889119904= Distancia entre a fibra do betatildeo mais comprimida e o centro geomeacutetrico da armadura de

traccedilatildeo

1205731 = Factor de transformaccedilatildeo do diagrama de tensotildees podendo assumir-se 08

c = Distancia da fibra de betatildeo mais comprimida ao eixo neutro

120595119891 =Coeficiente de minoraccedilatildeo da resistecircncia do FRP na flexatildeo pode assumir-se 085

119860119891= Aacuterea de FRP

119891119891119890 =Tensatildeo de traccedilatildeo efetiva no FRP

119889119891 = Altura total do elemento de betatildeo armado

149 Tiago Pais Boto

Por compatibilizaccedilatildeo de extensotildees e jaacute conhecendo a extensatildeo efetiva do FRP 120576119891119890 a

extensatildeo existente na camada de recobrimento logo apoacutes a aplicaccedilatildeo de reforccedilo 120576119887119894 e a posiccedilatildeo

do eixo neutro c podemos calcular a extensatildeo nas armaduras 120576119904 atraveacutes da expressatildeo

120576119904 = (120576119891119890 + 120576119887119894) (119889119904minus119888

119889119891minus119888) (815)

Onde

120576119904 = Niacutevel de extensatildeo nas armaduras

120576119891119890 = Extensatildeo efetiva no FRP niacutevel alcanccedilado na rotura da seccedilatildeo

120576119887119894 = Extensatildeo do betatildeo no substrato (betatildeo de recobrimento) no momento de instalaccedilatildeo do

FRP

119889119904 = Distancia entre a fibra do betatildeo armado mais comprimida e o centro geomeacutetrico da

armadura de traccedilatildeo

119889119891 = Altura total do elemento de betatildeo armado

c = Distancia da fibra de betatildeo mais comprimida ao eixo neutro

Conhecidas as extensotildees de todos os materiais que compotildees a seccedilatildeo e considerando-se

o comportamento linear-elaacutestico ateacute agrave cedecircncia seguido do comportamento perfeitamente

plaacutestico No caso do FRP como tambeacutem jaacute foi dito considera-se um comportamento linear e

elaacutestico Desta forma pode-se obter a correspondente tensatildeo atraveacutes das expressotildees

119891119904 = 119864119904120576119904 119904119890 120576119904 lt 120576119904119910 (816)

119891119904 = 119891119904119910 119904119890 120576119904 ge 120576119904119910 (817)

119891119891119890 = 119864119891120576119891 119904119890 120576119891 le 120576119891119889 (818)

119891119891119890 = 0 119904119890 120576119891 gt 120576119891119889 (819)

Onde

119891119904 =Tensatildeo nas armaduras

119864119904 = Moacutedulo de elasticidade do accedilo

120576119904 = Niacutevel de extensatildeo nas armaduras

150

120576119904119910 =Extensatildeo nas armaduras correspondente aacute tensatildeo de cedecircncia

119891119904119910 = Tensatildeo de cedecircncia para o accedilo natildeo preacute-esforccedilado

119891119891119890 = Tensatildeo de traccedilatildeo efetiva no FRP

119864119891 = Moacutedulo de elasticidade do FRP

120576119891 = Extensatildeo no FRP

120576119891119889 =Valor de caacutelculo da extensatildeo de descolamento do FRP ao substrato

Para o caacutelculo do equiliacutebrio interno de forccedilas se a equaccedilatildeo seguinte for satisfeita com a

verificaccedilatildeo da posiccedilatildeo do eixo neutro Os paracircmetros 1205721 e 1205731 de acordo com ACI 318-05 seccedilatildeo

10273 estatildeo associados agrave equivalecircncia do diagrama paraboacutelico das distribuiccedilatildeo de tensotildees no

betatildeo comprimido para o diagrama retangular e consideraccedilatildeo da linearidade fiacutesica dos

materiais Para 1205741 e 1205731 recomenda-se os valores de 085 e 08 respetivamente se a rotura do

sistema ocorrer por delaminaccedilatildeo ou descolamento do FRP segundo o ACI o diagrama

retangular garante resultados bastantes precisos

119888 =119860119904 119891119904+119860119891 119891119891119890

1205741 119891119888 1205731 119887119896 (820)

Onde

c = Distancia da fibra de betatildeo mais comprimida ao eixo neutro

119860119904 =Aacuterea das armaduras

119891119904 = Tensatildeo nas armaduras

119860119891 =Aacuterea de FRP

119891119891119890 = Tensatildeo de traccedilatildeo efetiva no FRP

1205741 e 1205731= Multiplicador de 119891119888 para determinar a tensatildeo equivalente do betatildeo agrave compressatildeo

119891119888 =Resistecircncia agrave compressatildeo do betatildeo

119887119896 =Largura da seccedilatildeo retangular de betatildeo

819 Tensatildeo no accedilo para estados limites de utilizaccedilatildeo

Assumindo o betatildeo fendilhado podemos calcular a tensatildeo no accedilo da secccedilatildeo reforccedilada

119891119904119904 e a posiccedilatildeo do eixo neutro para as cargas de serviccedilo kd atraveacutes do conceito de

homogeneizaccedilatildeo dos materiais

151 Tiago Pais Boto

119891119904119904 =[119872119904+ 120576119887119894 119860119891119864119891(119889119891minus

1198961198891199043)](119889119904minus119896119889119904)119864119904

119860119904119864119904(119889119904minus1198961198891199043)(119889119904minus119896119889119904)+119860119891119864119891(119889119891minus

1198961198891199043)(119889119891minus119896119889119904)

(821)

Em que

119896 = radic(120588119904119864119904

119864119888+ 120588119891

119864119891

119864119888)2

+ 2(120588119904119864119904

119864119888+ 120588119891

119864119891

119864119888(119889119891

119889119904)) minus (120588119904

119864119904

119864119888+ 120588119891

119864119891

119864119888) (822)

Onde

119891119904119904 = Tensatildeo nas armaduras para as cargas de serviccedilo

119872119904 =Momento no momento elaacutestico do elemento

120576119887119894 = Extensatildeo do betatildeo no substrato (betatildeo de recobrimento) no momento de instalaccedilatildeo do

FRP

119860119891 = Aacuterea de FRP

119864119891 = Moacutedulo de elasticidade do FRP

119889119891 = Altura total do elemento de betatildeo armado

119896 = Razatildeo entre a profundidade do eixo neutro e a profundidade medida no mesmo lado do eixo

neutro

119889119904 = Distancia entre a fibra mais comprimida do betatildeo armado e o centro geomeacutetrico da

armadura de traccedilatildeo

119864119904 = Moacutedulo de elasticidade do accedilo

119860119904 = Aacuterea das armaduras

120588119904 = Percentagem de reforccedilo da armadura convencional

119864119888 = Moacutedulo de elasticidade do betatildeo

120588119891 = Percentagem de reforccedilo de FRP

152

Figura 8-3 Distribuiccedilatildeo de tensotildees e extensotildees na verificaccedilatildeo dos estados limites de

utilizaccedilatildeo (adaptado por Joaquim barros et al)

8110 Tensatildeo no FRP para estados limites de utilizaccedilatildeo

Devido agrave atuaccedilatildeo de cargas de longa duraccedilatildeo e fadiga deve-se limitar a tensatildeo existente

no FRP atraveacutes da expressatildeo seguinte considerando-se as cargas quase permanentes e

comparar aos limites da tabela 16 recomendados pelo ACI

119891119891119904 = 119891119904119904 (119864119891

119864119904)119889119891minus119896119889119904

119889119904minus119896119889119904minus 120576119887119894119864119891 (823)

Onde

119891119891119904 = Tensatildeo no FRP causado pelo momento no regime elaacutestico do elemento de betatildeo armado

119891119904119904 = Tensatildeo nas armaduras para as cargas de serviccedilo

119864119891 = Moacutedulo de elasticidade do FRP

119864119904 = Moacutedulo de elasticidade das armaduras

119889119891 = Altura total do elemento de betatildeo armado

k = Razatildeo entre a profundidade do eixo neutro e a profundidade medida no mesmo lado do eixo

neutro

119889119904 = Distancia entre a fibra mais comprimida do betatildeo armado e o centro geomeacutetrico da

armadura de traccedilatildeo

120576119887119894 = Extensatildeo do betatildeo no substrato (betatildeo de recobrimento) no momento de instalaccedilatildeo do

FRP

153 Tiago Pais Boto

8111 Fluxograma para verificaccedilatildeo da capacidade resistente da seccedilatildeo reforccedilada agrave flexatildeo

De acordo com ACI 440 para a verificaccedilatildeo dos estados limites uacuteltimos a resistecircncia agrave

flexatildeo pode ser obtida seguindo o fluxograma indicado na figura seguinte Mas sendo que o

valor de 120576119891119889 diminui com a rigidez do sistema de reforccedilo na situaccedilatildeo em que a extensatildeo do

FRP for superior egrave extensatildeo efetiva torna-se necessaacuterio usar mais fibras de FRP no entanto no

contexto da rigidez e do valor econoacutemico eacute preferiacutevel aumentar a largura das camadas de FRP

do que aplicar mais camadas de FRP

154

Figura 8-4Diagrama para verificaccedilatildeo aos ELU em reforccedilo de seccedilotildees em betatildeo armado com

FRP (adaptado de Joaquim barros et al)

Determinar a extensatildeo inicial

Determinar a rigidez

Determinar o paracircmetro

Impor ruiacutena por esmagamento do betatildeo ( = )e =

Calcular a posiccedilatildeo da linha neutra c

Calcular o estado de extensatildeo no accedilo

lt

Calcular o estado de tensatildeo no accedilo

Tensatildeo no accedilo =

Calcular a tensatildeo efetiva no reforccedilo

Com a meacutedia dos valores de c calcula-se a nova

extensatildeo no reforccedilo

Obter a meacutedia dos dois valores de c Verificaccedilatildeo de equilibrio calcular a

posiccedilatildeo da linha neutra c

lt lt

Alterar a aacuterea do FRP de

Verificaccedilatildeo de dectilidade da seccedilatildeo calcular fAtor de reduccedilatildeo φ

Calcular o momento resistente

Criteacuterio de seguranccedila ao ELU

eacute verificado

Fim

Fornecer as caracteristicas geomeacutetricas da seccedilatildeo e

propriedades mecanicas dos

NAtildeONAtildeO

NAtildeO

SIM

SIM

SIM

155 Tiago Pais Boto

82 Reforccedilo ao esforccedilo transverso de uma viga ou pilar de betatildeo armado

821 Configuraccedilotildees geomeacutetricas de reforccedilo

Existem essencialmente trecircs tipos de revestimento de FRP usados para aumentar a

resistecircncia ao corte de uma viga de betatildeo armado ou pilar

Das trecircs hipoacuteteses a mais eficiente eacute total envolvimento da seccedilatildeo ilustrado na figura seguinte

a) Total envolvimento da seccedilatildeo

b) Em forma de U

c) Colagem em duas faces

Figura 8-5Configuraccedilotildees geomeacutetricas do reforccedilo ao corte com FRP (ACI 4402R-08)

822 Resistecircncia Nominal de corte

De acordo com o ACI 318-05 o valor da resistecircncia nominal de corte deve ser

multiplicado por um fator de reduccedilatildeo ϕ=085

ϕ119881119899 ge 119881119906 (824)

O valor nominal da resistecircncia ao corte tambeacutem pode ser calculado fazendo o

somatoacuterio da contribuiccedilatildeo da armadura resistente ao corte da contribuiccedilatildeo do betatildeo e do

sistema FRP afetado de um coeficiente de minoraccedilatildeo 120595119891 dependente da configuraccedilatildeo de

reforccedilo

Φ119881119899=ϕ(119881119888 + 119881119904 + 120595119891119881119891) (825)

Onde

119881119899 =Valor nominal da resistecircncia ao corte

119881119906 = Valor resistente ao corte requerido

156

119881119888 = Contribuiccedilatildeo do betatildeo para a resistecircncia ao corte de uma seccedilatildeo de betatildeo

119881119904 = Contribuiccedilatildeo das armaduras para a resistecircncia ao corte de uma seccedilatildeo de betatildeo

120595119891 = Coeficiente de minoraccedilatildeo dependente da configuraccedilatildeo de reforccedilo

Figura 8-6Valores correspondentes ao coeficiente 120595119891 (adaptaccedilatildeo de Joaquim barros et al)

823 Valor de caacutelculo da contribuiccedilatildeo do FRP

De acordo com ACI 440 o valor da contribuiccedilatildeo do FRP para aumentar a resistecircncia ao

esforccedilo transverso de uma viga de betatildeo armado eacute calculado com a expressatildeo seguinte

(Joaquim barros et al)

119881119891119889 = ϕ times 120595119891119860119891119907times119891119891119890times(sin120573+cos120573)times119889119891119907

119904119891 (826)

Em que

119860119891119907 = 2 times 119899119891 times 119905119891 times 119908119891 (827)

Onde

119881119891119889 = Valor de caacutelculo da contribuiccedilatildeo do FRP para contribuiccedilatildeo ao corte

ϕ = Fator de reduccedilatildeo de resistecircncia ACI 318-05 (empty = 085)

120595119891 =Coeficiente de minoraccedilatildeo dependente da configuraccedilatildeo de reforccedilo

119860119891119907 = Aacuterea de reforccedilo de FRP ao corte

119891119891119890 = Tensatildeo efetiva do FRP

120573 = Orientaccedilatildeo das fibras de FRP

119889119891119907= Altura uacutetil do reforccedilo de FRP

119904119891 = Espaccedilamento do FRP na direccedilatildeo do eixo da viga

157 Tiago Pais Boto

119899119891 = Nuacutemero de camadas de FRP

119905119891 = Espessura por camada de FRP

119908119891 =Largura por unidade de FRP

Figura 8-7Identificaccedilatildeo dos paracircmetros intervenientes na formulaccedilatildeo do reforccedilo com FRP

(ACI 4402R)

824 Tensatildeo efetiva do FRP

119891119891119890 = 120576119891119890 times 119864119891 (828)

Onde

119891119891119890 = Tensatildeo efetiva do FRP

120576119891119890 = Extensatildeo efetiva do FRP (extensatildeo do FRP na rotura da seccedilatildeo de betatildeo armado)

119864119891 = Moacutedulo de elasticidade do FRP

825 Extensatildeo efetiva para configuraccedilatildeo de envolvimento total da seccedilatildeo com FRP

De acordo com o ACI 440 observou-se que em reforccedilo de vigas ou pilares com

envolvimento total da seccedilatildeo ocorria uma perda de ligaccedilatildeo nos agregados do betatildeo onde o niacutevel

de extensatildeo era maior desta maneira o niacutevel de extensatildeo efetiva 120576119891119890 deveraacute ser limitada a

120576119891119890 = 0004 le 075 times 120576119891119906 (829)

Onde

120576119891119890 = Extensatildeo efetiva do FRP (extensatildeo do FRP na rotura da seccedilatildeo de betatildeo armado)

120576119891119906 = Valor de caacutelculo da extensatildeo de rotura do FRP

158

826 Extensatildeo efetiva para configuraccedilatildeo de envolvimento da seccedilatildeo com FRP em forma de U

e nas duas faces

Nestes dois casos de envolvimento da seccedilatildeo de betatildeo com FRP de acordo com o ACI

440 Triantafillou em 1998 observou que antes da perda de ligaccedilatildeo dos agregados ocorreu a

delaminaccedilatildeo do betatildeo desta forma analisaram-se as tensotildees de aderecircncia permitindo chegar a

um coeficiente de reduccedilatildeo aplicaacutevel ao corte 119896119907 de forma a viabilizar estas duas configuraccedilotildees

de envolvimento da seccedilatildeo com FRP

120576119891119890 = 119896119907 times 120576119891119890 le 0004 (830)

Em que

119896119907 =1198961times1198962times119871119890

11900times120576119891119906le 075 (831)

1198961 = (119891119888

27)23frasl

(832)

1198962 =

119889119891119907minus119871119890

119889119891119907 119877119890119891119900119903ccedil119900 119890119898 119891119900119903119898119886 119889119890 119880

119889119891119907minus2times119871119890

119889119891119907 119877119890119891119900119903ccedil119900 119886119901119897119894119888119886119889119900 119899119886119904 119891119886119888119890119904 119897119886119905119890119903119886119894119904

(833)

119871119890 =23300

(119899119891times119905119891times119864119891)058 (834)

Onde

120576119891119890 = Extensatildeo efetiva do FRP (extensatildeo do FRP na rotura da seccedilatildeo de betatildeo armado)

119896119907 =Coeficiente de reduccedilatildeo de aderecircncia

1198961 =Coeficiente que tem em conta a resistecircncia do betatildeo

1198962 =Fator que tem em conta a configuraccedilatildeo do reforccedilo

119871119890 =Comprimento de colagem efetivo do FRP

120576119891119906 = Valor de caacutelculo da extensatildeo de rotura do FRP

119891119888 = Valor caracteriacutestico da resistecircncia agrave compressatildeo do betatildeo

159 Tiago Pais Boto

119889119891119907 = Altura uacutetil do reforccedilo de FRP

119899119891 = Nuacutemero de camadas de FRP

119905119891 = Espessura por camada de FRP

119864119891 = Moacutedulo de elasticidade do FRP

827 Coeficiente de reduccedilatildeo ambiental 119914119942

Como jaacute referido no iniacutecio do capiacutetulo 6 Os elementos de reforccedilo FRP indicados nos

documentos teacutecnicos dos fabricantes natildeo satildeo afetados por nenhum coeficiente de minoraccedilatildeo

devido aacute exposiccedilatildeo ambiental desta maneira o ACI 440 recomenda que os alores de resistecircncia

agrave traccedilatildeo e da extensatildeo uacuteltima sejam corregidos por o coeficiente ambiental 119862119864

ƒ119891119906 = 119862119864 times ƒ119891119906lowast (835)

120576119891119906 = 119862119864 times 120576119891119906lowast (836)

ƒ119891119906=Resistecircncia uacuteltima de caacutelculo do FRP

ƒ119891119906lowast =Resistecircncia uacuteltima do FRP segundo o fabricante

119862119864=Coeficiente de reduccedilatildeo da accedilatildeo do meio ambiente

120576119891119906= Extensatildeo uacuteltima de caacutelculo do FRP

120576119891119906lowast =Extensatildeo uacuteltima do FRP segundo o fabricante

Page 7: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 8: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 9: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 10: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 11: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 12: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 13: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 14: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 15: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 16: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 17: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 18: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 19: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 20: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 21: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 22: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 23: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 24: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 25: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 26: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 27: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 28: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 29: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 30: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 31: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 32: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 33: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 34: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 35: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 36: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 37: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 38: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 39: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 40: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 41: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 42: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 43: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 44: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 45: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 46: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 47: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 48: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 49: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 50: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 51: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 52: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 53: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 54: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 55: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 56: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 57: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 58: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 59: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 60: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 61: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 62: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 63: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 64: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 65: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 66: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 67: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 68: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 69: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 70: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 71: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 72: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 73: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 74: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 75: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 76: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 77: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 78: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 79: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 80: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 81: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 82: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 83: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 84: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 85: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 86: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 87: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 88: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 89: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 90: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 91: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 92: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 93: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 94: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 95: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 96: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 97: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 98: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 99: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 100: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 101: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 102: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 103: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 104: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 105: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 106: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 107: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 108: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 109: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 110: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 111: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 112: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 113: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 114: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 115: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 116: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 117: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 118: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 119: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 120: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 121: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 122: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 123: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 124: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 125: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 126: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 127: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 128: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 129: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 130: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 131: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 132: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 133: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 134: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 135: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 136: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 137: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 138: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 139: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 140: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 141: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 142: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 143: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 144: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 145: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 146: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 147: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 148: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 149: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 150: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 151: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 152: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 153: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 154: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 155: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 156: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 157: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 158: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 159: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 160: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 161: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 162: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 163: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 164: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 165: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 166: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 167: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 168: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES
Page 169: Técnicas de Reparação e Reforçofiles.isec.pt/DOCUMENTOS/SERVICOS/BIBLIO/Teses/Tese_Mest... · 2016. 9. 20. · Departamento de Engenharia Civil ESTRATÉGIAS PARA INTERVENÇÕES