técnicas de análises...

Introdução à Farmacoeconomia

Técnicas de análises

farmacoeconômicas


Resumindo: tipos de custos

Custo Total

Custos

intangíveis

Custos

tangíveis

Custos

indiretos

Custos

diretos

Custos

diretos

sanitários

Custos

diretos não

sanitários


Etapas para determinação dos custos

• Identificação dos recursos

• Medição da quantidade de recursos utilizados

• Valorização dos custos

• Atualização dos custos


Identificação dos recursos

• Identificar os recursos que são consumidos

• Listar todas as atividades e recursos utilizados, mesmo

aqueles de menor quantia

• Classificar em Diretos (sanitários ou não sanitários) e

Indiretos (produtividade)



Medição da quantidade de recursos

• Determinação das quantidades de recursos consumidos

pelos pacientes/intervenção

• Exemplos: coleta retrospectiva em banco de dados,

painel de especialistas, revisão de histórias clínicas e

entrevistas com os pacientes



Valorização dos recursos

• Definição do preço ou valor monetário dos recursos

consumidos

• Indicação da fonte de preço elegida para cada recurso

consumido

• Indicação da forma de estimação dos custos



Valorização dos recursos

• Preço de produto ou serviço varia segundo a localização

geográfica, tipo de instituição, tempo e tipo de produto

(marca vs genérico)

• Preço utilizado deve ser relevante para a audiência do

estudo, reflita a natureza do problema estudado, bem

como a perspectiva do decisor



Atualização dos Custos: Taxa de desconto

• Matemática financeira

• Valores entre 3 e 10%

• Brasil: 5% - valor mais defendido1

• VP = Custo Ano t/ (1 + r)t


1Vanni et al (2009)


Técnicas em farmacoeconomia

TécnicasMedida de

Custos

Medida de

Conseqüências

Minimização de CustosUnidade

monetária

Assumem que são

iguais

Custo-EfetividadeUnidade

MonetáriaFísicas ou naturais

Custo-BeneficioUnidade

Monetária

Unidade

monetária

Custo-UtilidadeUnidade

monetáriaQualidade de Vida


Técnicas em farmacoeconomia: processo de escolha

Comparação

estatística da eficácia

clínica de A vs B

A não é mais eficaz

que B



Comparação


clínica de A vs B


que B

Análise de

minimização de

custos



Comparação


clínica de A vs B


que B

A é significantemente

mais eficaz que B

Análise de

minimização de

custos



Comparação


clínica de A vs B


que B


mais eficaz que B

Análise de

minimização de

custos

O efeito do medicamento é medido em:



Comparação


clínica de A vs B


que B


mais eficaz que B

Análise de

minimização de

custos


Unidades clínicas

Análise de custo-

efetividade

Unidades específicas

de uma enfermidadeAnos de vida ganho



Comparação


clínica de A vs B


que B


mais eficaz que B

Análise de

minimização de

custos


Unidades clínicas Unidades econômicas

Análise de custo-

efetividade

Análise de custo-

benefício


de uma enfermidadeAnos de vida ganho



Comparação


clínica de A vs B


que B


mais eficaz que B

Análise de

minimização de

custos


Unidades clínicas Unidades econômicas Utilidade

Análise de custo-

efetividade

Análise de custo-

benefício

Análise de custo-

utilidade


de uma enfermidadeAnos de vida ganho AVAC (QALY)


Custo-enfermidade

• Custos do consumo de recursos relacionados com uma

doença

• 1ºs estudos publicados nos anos 1920

• Em geral: custos diretos e indiretos

• Avaliação econômica parcial

• Número de pacientes afetados por uma doença

• Abordagem: prevalência/incidência



Custo-enfermidade

• Estudos de prevalência: úteis para a definição de

políticas de saúde e decisões orçamentárias

• Adotam obrigatoriamente a perspectiva da sociedade

• Abordagem: baixo para cima e cima para baixo

• Cálculo parte de um grupo de pacientes com a doença –

extrapola depois para o grupo da população

• Crítica: considera apenas os custos dos recursos e não

os ganhos na redução da doença



Custo-minimização

• Compara duas tecnologias que tenham o mesmo

resultado, e escolhe aquela com menor custo

• Os efeitos sobre a saúde que resultam das tecnologias

comparadas são similares

•Tipo mais simples de avaliação

• Escassez de terapia com consequências similares

(capacidade de cura e produção de eventos adversos)



Análise farmacoeconômica: custo minimização

Fonte: Anvisa

Indicação terapêutica: refluxo gastroesofágico


Custo-efetividade

• Aplicada quando os efeitos das tecnologias comparadas têm

nível de efetividade distinto, mas mesmo objetivo terapêutico

• Tipo de avaliação mais utilizada no âmbito da saúde

• Limitação: compara tecnologias cujos resultados são

expressos nas mesmas unidade de efetividade

• Objetivo: identificar a opção terapêutica que consegue o

melhor resultado clínico por unidade monetária

• Diurético x Betabloqueador x IECA = nº de hipertensos

controlados



Custo-benefício

• Custos e benefícios são expressados em termos

monetários (bº/custo > 1 ou custo/bº <1)

• Benefícios são diretamente comparáveis com os custos

• Análise mais utilizada pelos governos p/ tomar decisões

sobre alocar recursos

• Preocupação com problemas éticos

• Dificuldade de converter resultados em saúde em termos

monetários

• Técnica de valorização contingente



Análise de Custo-Benefício: componentes


CUSTOS

BENEFÍCIOS

Diretos

sanitários

Diretos não

sanitários

Bº intangíveisBº indiretos

Bº diretos

Economia direta não

sanitária

Economia direta

sanitária

Capital humano

ProdutividadeDisponibilidade a

pagar

Dor, sofrimento


Análise Custo-Benefício

Estudo de MILLÁN MONLEÓN et al (1991): Avaliou a possibilidade

de um programa de fluoretação das águas de consumo

público da cidade de Málaga como método de prevenção de

cáries

CUSTOS: os de fluoretação

BENEFÍCIOS: dinheiro que economizaria a sociedade não

tendo que atender a todos aqueles que não desenvolveriam

cáries dentárias



IntroduçãoAvaliação econômica

segundo o Paciente

Diga-me, Doutor,

em reais,

quanto estou doente?


Análise Custo-Utilidade

• Avalia os custos em unidades monetárias

• Conseqüências são medidas em anos de vida ajustados

pela qualidade

• Análise desenvolvida para o campo da saúde

• Análise específica de custo-efetividade



• Termo UTILIDADE:

Refere-se ao bem-estar subjetivo ou a percepção individual

dos níveis de satisfação (relacionados com a saúde) obtidos

pelos pacientes ao adquirir, receber, desfrutar ou consumir

determinados produtos ou serviços (Rubio, 2001)

Então, como medi-lá?




A - Instrumentos genéricos 1 - Perfil de Saúde

2 - Medidas de Utilidade

Escalas de Pontuação

Loteria Padrão

Compensação Temporal

B - Instrumentos específicos Gastrointestinales

Oncológicos

Insuficiencia respiratória etc




Perfil de Saúde: conjunto de perguntas para

avaliar distintas dimensões da qualidade de

vida relacionada à saúde (físicas, psicológica,

social, cognitiva, bem-estar, etc)




Perfil de Saúde – Qualidade de vida

a adaptado de Espallargues, M. s/db varia de pior pontuação possível (máxima disfunção) a melhor pontuação (máxima função)c pode também apresentar valores negativos (por ex., estados considerados piores que à morte como os comas profundos)

NHP – Nottingham Health Profile (Perfil de saúde de Nottingham), 1981

SF-36 – Short From Health Survey (Questionário de Saúde SF-36), 1990

SIP – Sickness Impacto Profile (Perfil das Conseqüências da Enfermidade), 1976 revisado 1981

EuroQol – European Quality of Life Scale (Escala de Qualidade de Vida Européia), 1990 revisado 1993

Nº itens/domínios NHP - 38 SF - 36 SIP - 136 EuroQol - 5

Tempo médio de autoadministração (min.) 10 10 20-30 5

Função física x x x x

Função social x x x x

Saúde mental x x x x

Dor x x x

Saúde percebida x x

Desempenho pessoal x x x

Vitalidade x x

Mudanças na saúde x

Sono x x

Nutrição x

Autocuidado x x x

Pontuação b 100-0 0-100 0-100 0-1b

Origem Reino Unido EUA EUA Europa


Melhor estado

de saúde 1,0

0,9

0,8

0,7

0,6

0,5

0,4

0,3

0,2

0,1

Morte 0

Escala Visual Analógica


• Consiste em uma linha de

10cm com dois extremos

fechados

• Cada extremo – representa

estado de saúde: “sem dor”

e “dor insuportável”

• Pacientes orientados a

marcar um único traço


Comparação entre os três métodos de

estimação da Utilidade

Critérios EVA LP CT

Confiabilidade Boa Boa Boa

Validez Pobre Criteriosa Boa

Facilidade Fácil/Difícil Difícil/Médio Médio/Fácil

Fonte: Ortega, 2001

Técnicas de análises econômicas


• Medidas de Utilidade: valores baseados nas

preferências dos estados de saúde que os indivíduos

avaliam para distintas situações de saúde

• Os valores variam de 0 (pior estado) a 1 (melhor estado

de saúde possível)




Estado de saúde ou Morte?


Custo-utilidade

• Custos

• Anos de vida

• Qualidade de vida

• AVAC = Anos vida X Qualidade vida

• Razão Custo-Utilidade = Custos/AVAC

R$ 100

10 anos

50%

5 anos

100/5=20

• QALY combina quantidade e qualidade de vida na

mensuração do desfecho



Avaliação farmacoeconômica: custo-utilidade

Estado

de saúde

Tempo

Perda de

AVAQ

Curso normal

Morte

Evento inusitado

s/ consequência

permanente

3 dias


Estado

de saúde

Tempo

Perda de

AVAQ

Curso normal

Morte

Evento inusitado

c/ consequência

permanente

3 dias



Estado

de saúde

Tempo

Perda de

AVAQ

Curso normal

Morte

Evento

inusitado

fatal

3 dias



Farmacoeconomia: custo-utilidade

Fonte: Hove, 2009


Quando fazer uma avaliação farmacoeconômica

completa?

Farmacoeconomia: tomada de decisão

• Nos casos em que os benefícios (consequências)

de um novo medicamento estejam acompanhados

de maiores custos

• Quando o impacto econômico de um novo

medicamento a ser incorporado for significativo no

orçamento limitado institucional



completa?


A, B, C e D são exemplos de novos medicamentos

Eixo central consta o medicamento em uso

Fonte: Vanni et al (2009)



completa?


Fonte: Mar et al., 2010



completa?


• Razão incremental de custo-efetividade

Expressa o custo por unidade adicional de

efetividade

• Threshold (limiar de aceitabilidade)

• Decisão de escolher a nova intervenção depende do

valor que a sociedade está disposta a pagar pelo

ganho adicional


Análise Custo-Efetividade


Variáveis/Indicador Antibiótico A Antibiótico B

Custo $500 $550

Infecções evitadas 70% 90%

Custo/infecção

evitada

$714 $611

Razão incremental

de C/E

$250/infecção evitada


Razão incremental de custo-efetividade

Tabela 3 – Estimativa da razão incremental de custo efetividade de estratégias de intervenção

relacionadas à rubéola durante situação de surto. Fortaleza-Ceará (Brasil), 2007.

R$ 1,00

Perspectiva

econômica Intervenção Custo total

Nº de

casos

Efetividade

incremental

Custo

incremental ACEI

Governo

A 2.008,54 21 - 37,46

B* 1.296,81 2 19 - 711,73 Dominante

Sociedade

A 14.009,20 21 - 602,88

B* 2.554,46 2 19 - 11.454,74 Dominante

A – Assistência aos casos confirmados de rubéola; B – Realização da operação limpeza + assistência a dois

pacientes com rubéola; * Ao custo da intervenção B foi acrescido o custo de dois casos de rubéola; ACEI –

Análise de custo-efetividade incremental.

Fonte: Mota et al (2010), no prelo


Critérios de decisão na saúde


• Clínico (segurança, eficácia e efetividade)

• Político

• Ético

• Gestão

• Econômico (eficiência)


Linhas gerais de um estudo de farmacoeconomia

• Objetivo do estudo

• Perspectiva da análise

• Comparadores

• População do estudo

• Avaliação do efeito terapêutico (efetividade...)

• Horizonte temporal

• Técnicas de análise

• Identificação, medição e valorização dos custos

• Medição das consequências


Linhas gerais de um estudo de farmacoeconomia

• Análise incremental

• Taxa de atualização

• Análise de sensibilidade

• Aspectos éticos


Análise de sensibilidade

• Parte fundamental de qualquer avaliação

farmacoeconômica

• Avalia-se o impacto da incerteza sobre os resultados

• Avalia-se a magnitude da alteração na razão de custo-

efetividade

• Resultado é robusto: razão de custo-efetividade não

sofrer grandes alterações

• Há três tipos principais: univariada, multivariada e

simulação de Monte Carlo


Conceito* Ceftriaxona Cefotaxima

Nº de pacientes 56 54

Pacientes curados 55 45

Custo total $ 1.070.224,40 $ 1.314.813,60

Razão C/E $ 19.458,62 $ 29.218,08

P. curados (sensib.) 55 54

C-E (sensib.) $ 19.458,62 $ 24.348,80

* Tratamento da pneumonia adquirida na comunidade – moderada a severa

Fonte: Garcia-Contreras et al. (2000)

Análise de sensibilidade: univariada


Realização de estudo de farmacoeconomia pressupõe

considerar:

• Alternativas a serem comparadas

• Custos e as conseqüências relevantes

• Perspectiva a ser adotada

• Fixar o horizonte temporal do estudo

• Técnica de análise farmacoeconômica adequada

• Análise incremental e sensibilidade

Pontos principais


Se examina os custos e as conseqüências?

Não Sim

Só

conseqüências?

Só

custos?

Se compara

duas ou mais

alternativas?

Não

Avaliação parcial Avaliação completa

Descrição de

conseqüências

Descrição

de custos

Descrição de

custos e

conseqüências

Sim

Avaliação parcial Avaliação completa

Avaliação de eficácia,

efetividade e utilidade

Análise

de

custos

AMC; ACE; ACU

ACB

Fonte: Department of Clinical Epidemiology and Biostatistics, McMaster University Health

Sciences Centre apud AETSA

Resumo


Obrigado!

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