tce avança na fiscalização de obras públicas em minas gerais

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CONTAS DE MINAS INFORMATIVO DO TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE MINAS GERAIS N. 95 . Ano XVI . 5 de Novembro de 2012 TCE avança na fiscalização de obras públicas em Minas Gerais PÁGINAS 4 E 5 Uma parceria para discutir micro e pequenas empresas Programa Farmácia de Minas sob auditoria operacional Controle externo é tema de livro em lançamento R epresentantes dos Tribunais de Contas e do Serviço Brasi- leiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Se- brae) programaram para o dia 13 de março de 2013 um evento voltado para esta par- cela do ramo empresarial. O TCEMG foi representado pelo Conselheiro Correge- dor Sebastião Helvecio e já foi assinado um termo de intenções em Brasília. PÁGINA 3 PÁGINA 3 Fiemg discute arrecadação com o Tribunal de Contas PÁGINA 3 PÁGINA 7 O Tribunal de Contas de Minas Gerais está avançando na implantação do Geo-Obras, um sistema de informações geográficas voltado espe- cificamente à fiscalização de obras públicas. Com o uso de imagens via satélite e a possibilidade de o cida- dão inserir informações di- versas, documentos e fo- tos das obras de seu muni- cípio, o sistema promete re- volucionar as atividades de controle externo no Estado. A implantação definitiva está prevista para o pri- meiro semestre de 2013, mas a iniciativa já ganha destaque na imprensa. A decisão foi tomada em encontro ocorrido em Brasília O Subse- cretário acompanha os debates A equipe de servido- res do TCE desig- nada para realizar Auditoria Operacional (AOP) no Programa Far- mácia de Minas reuniu-se com o Subsecretário de Saúde, João Luiz Soares, e sua equipe com a finali- dade de apresentar o rela- tório preliminar. O objetivo do trabalho é verificar o de- sempenho das ações do Estado na gestão da as- sistência farmacêutica.

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Page 1: TCE avança na fiscalização de obras públicas em Minas Gerais

CONTASDEMINASINFORMATIVO DO TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE MINAS GERAIS N. 95 . Ano XVI . 5 deNovembro de 2012

TCE avança na fiscalização deobras públicas em Minas Gerais

PÁGINAS 4 E 5

Uma parceria para discutirmicro e pequenas empresas

Programa Farmácia de Minassob auditoria operacional

Controleexterno étema delivro em

lançamento

Representantes dosTribunais deContase do Serviço Brasi-

leiro de Apoio às Micro ePequenas Empresas (Se-

brae) programaram para odia 13 demarço de 2013 umevento voltado para esta par-cela do ramo empresarial. OTCEMG foi representado

pelo Conselheiro Correge-dor SebastiãoHelvecio e jáfoi assinado um termo deintenções em Brasília.

PÁGINA 3

PÁGINA 3

Fiemgdiscute

arrecadaçãocom o Tribunalde Contas

PÁGINA 3

PÁGINA 7

OTribunal de Contasde Minas Geraisestá avançando na

implantação do Geo-Obras,um sistema de informaçõesgeográficas voltado espe-cificamente à fiscalizaçãode obras públicas. Com ouso de imagens via satélitee a possibilidade de o cida-dão inserir informações di-

versas, documentos e fo-tos das obras de seu muni-cípio, o sistema promete re-volucionar as atividades decontrole externo no Estado.A implantação definitivaestá prevista para o pri-meiro semestre de 2013,mas a iniciativa já ganhadestaque na imprensa.

A decisãofoi tomadaem encontroocorrido emBrasília

OSubse-cretário

acompanhaos debates

Aequipe de servido-res do TCE desig-nada para realizar

Auditoria Operacional(AOP) no Programa Far-mácia de Minas reuniu-secom o Subsecretário deSaúde, João Luiz Soares,

e sua equipe com a finali-dade de apresentar o rela-tório preliminar. O objetivodo trabalho é verificar o de-sempenho das ações doEstado na gestão da as-sistência farmacêutica.

Page 2: TCE avança na fiscalização de obras públicas em Minas Gerais

2 CONTAS DE MINAS . TCEMG . 5 de novembro de 2012

DIREÇÃOWanderley ÁvilaConselheiro Presidente

DIRETORIA DE COMUNICAÇÃOLúcio Braga GuimarãesDiretor/Jorn. Mtb n. 3422 – DRT/MG

EDITOR RESPONSÁVELLuiz Cláudio Diniz MendesCoordenador/Jorn. Mtb n. 0473 – DRT/MG

REDAÇÃOMárcio de Ávila RodriguesRaquel Campolina MoraesFred La RoccaThiago Rios GomesKarina Camargos CoutinhoUrsulla Magro Pohl

REVISÃODionne Emília Simões do Lago Gonçalves

DIAGRAMAÇÃOMárcio Wander - MG-00185 DG - DRT/MG

EDIÇÃODiretoria de ComunicaçãoAv. Raja Gabáglia, 1.315 - CEP: 30380-435Luxemburgo - Belo Horizonte/MGFones: (31) 3348-2147 / 3348-2177Fax: (31) 3348-2253e-mail: [email protected]: www.tce.mg.gov.br

IMPRESSÃOImprensa Oficial do Estado de Minas GeraisAvenida Augusto de Lima, 270 – CentroTel.: (31) 3237-3400www.iof.mg.gov.br

TIRAGEM5.400 exemplares

CONTAS DEMINAS

MINISTÉRIO PÚBLICO JUNTOAO TRIBUNAL DE CONTAS

WanderleyGeraldo ÁvilaCONSELHEIRO PRESIDENTE

Adriene Barbosade Faria AndradeCONSELHEIRA VICE-PRESIDENTE

Sebastião HelvecioRamos de CastroCONSELHEIRO CORREGEDOR

EduardoCarone CostaCONSELHEIRO

CláudioCouto TerrãoCONSELHEIRO OUVIDOR

Mauri JoséTorres DuarteCONSELHEIRO

José Alves VianaCONSELHEIRO

Gilberto PintoMonteiro DinizAUDITOR

Licurgo JosephMourão de OliveiraAUDITOR

Marcílio BarencoCorrea de MelloPROCURADOR DOMINISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS

Elke Andrade Soaresde Moura SilvaPROCURADORA DO MINISTÉRIOPÚBLICO DE CONTAS

CristinaAndrade MeloPROCURADORA DO MINISTÉRIOPÚBLICO DE CONTAS

Daniel de CarvalhoGuimarãesPROCURADOR DO MINISTÉRIOPÚBLICO DE CONTAS

Glaydson SantoSoprani MassariaPROCURADOR-GERAL DOMINISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS

Maria Cecília BorgesPROCURADORA DO MINISTÉRIOPÚBLICO DE CONTAS

SaraMeinberg SchmidtAndradeDuartePROCURADORA DO MINISTÉRIOPÚBLICO DE CONTAS

OBrasil acaba de sair de um processoeleitoral, após a vigência do projetoque se convencionou chamar de Fi-

cha Limpa e, muito a propósito, o Tribunal deContas do Estado de Minas Gerais recebeudo presidente do Tribunal de Contas do Es-tado do Rio de Janeiro texto tratando da au-tonomia dos TCs e a lei oriunda de iniciativapopular. Vejam o texto:

“O período de eleições municipais e oposicionamento da Justiça Eleitoral em jul-gamentos que envolvem candidaturas de or-denadores de despesa com contas reprova-das pelos Tribunais de Contas são, a meuver, uma boa oportunidade para retomarmosa discussão a respeito da autonomia institu-cional das Cortes de Contas e dos predica-mentos e garantias reconhecidos aos mem-bros que as integram. Sem pretender discutirdecisões judiciais, considero, em tese, equi-vocada a aceitação de candidaturas de ges-tores que tiveram contas reprovadas por Tri-bunais de Contas, em desacordo com o quedetermina a Lei Complementar 135, de 4 dejulho de 2010, mais conhecida como a Lei daFicha Limpa’’.

“Inicialmente, é preciso fazer distinção

entre conta de gestão e conta de ordenadorde despesa. As contas de gestão são julga-das pelo Poder Legislativo. As contas de or-denadores de despesa são julgadas pelosTribunais de Contas, e quem determina issoé a Constituição Federal. Muitas vezes, prin-cipalmente em cidades pequenas, o gover-nante – no caso, o prefeito – também é o or-denador de despesa. O que a JustiçaEleitoral, em muitos casos, entendeu é queosTribunais de Contas não têm competênciapara julgar contas de ordenadores de des-pesa, se prefeitos. Então, vários TribunaisRegionais Eleitorais e o próprio Tribunal Su-perior Eleitoral vêm aceitando candidaturasde ordenadores de despesa que tiveram con-tas reprovadas por Tribunais de Contas”.

“O artigo 71 da Constituição Federaldiz que o controle externo, a cargo do Con-gresso Nacional (no caso dos estados, acargo das Assembleias Legislativas), seráexercido com o auxílio do Tribunal de ContasdaUnião (nos estados, dosTribunais deCon-tas dos Estados), ao qual compete julgar ascontas dos administradores e demais res-ponsáveis por dinheiro, bens e valores públi-cos. Nesse passo, vale a pena reproduzir

parte da decisão do Supremo Tribunal Fe-deral – por unanimidade, diga-se de passa-gem – que afirma que ‘os Tribunais de Con-tas são órgãos do Poder Legislativo, semtodavia se acharem subordinados às Casasdo Congresso, Assembleias Legislativas ouCâmaras de Vereadores. Que não são su-bordinados nem dependentes comprovam-no o dispositivo da Constituição Federal quelhes atribui competência para realizar, poriniciativa própria, inspeções e auditorias nasunidades administrativas dos três poderes”.

“Segundo a Lei da Ficha Limpa, sãoinelegíveis os que tiverem suas contas relati-vas ao exercício de cargos e funções públicasrejeitadas por irregularidade insanável queconfigure ato doloso de improbidade admi-nistrativa e por decisão irrecorrível do órgãocompetente (leia-se TCE), salvo se houversido suspensa ou anulada pelo Poder Judi-ciário para eleições que se realizem nos oitoanos seguintes, contados a partir da data dadecisão, aplicando o disposto no artigo 71 daConstituição Federal a todos os ordenadoresde despesa, sem exclusão de mandatáriosque houveremagido nessa condição.Aliás, oSTF já decidiu, na Ação Direta de Constitu-

cionalidade nº 30, que esta determinação daLei da Ficha Limpa é constitucional”.

“ALei Eleitoral repete isso. Nomeu en-tender, a intenção do legislador foi submeteros chefes do Poder Executivo, especialmenteos prefeitos, nos casos em que acumulam asfunções de governo com a de gestor público(ordenador de despesa), ao julgamento desuas contas pelos Tribunais de Contas, nostermos do inciso II do art. 71 da CartaMagna”.

“Ora, afirmar-se – conforme vem sendoafirmado em várias decisões da Justiça Elei-toral – que a competência para julgar orde-nadores de despesa é do Poder Legislativo,e que os Tribunais de Contas não são porta-dores desta competência, posto que merosórgãos auxiliares deste Poder, é negar aConstituição da República e a contumaz ju-risprudência do STF. É preciso, portanto, fa-zer um alerta de que qualquer decisão daJustiça Eleitoral que considere os Tribunaisde Contas incompetentes para julgar contasde ordenadores de despesa de prefeitos estáem desacordo com o que decidiu amais altaCorte de Justiça do País”.

EDITORIAL

A autonomia dos Tribunais de Contas e a Lei da Ficha Limpa

O Terceiro Setor no exercício da cidadaniaARTIGO

Carla TângariCoordenadora da Secretaria

da Ouvidoria do TCEMG

Emrecente artigo publicado no JornalContas de Minas, intitulado Os Tribu-nais de Contas, o Estado e as ONGs,

o colega Paulo Roberto Cardoso registrouque as famigeradas Organizações não Go-vernamentais embora não governamentaiscomo o próprio nome diz, no Estado se fi-nanciam farta e generosamente, alienandomuitas vezes o dever que este possui da rea-lização do BemComum a favor de iniciativasque, salvo raras e honrosas exceções, fre-quentam diuturnamente as páginas policiaisdamídia. Emais adiante diz que, ao que pa-rece, as ONGs desconhecem ou conve-nientemente ignoram deliberadamente o de-ver de prestar contas. E conclui com umalerta quanto à necessidade urgente de secontemplar com o rigor ético da fiscalizaçãomoralizadora do Sistema Tribunais de Con-tas a transferência de recursos públicos paraas organizações não governamentais.

Nos últimos tempos, temos testemu-nhado um aumento de visibilidade e impor-tância no número e diversidade das Organi-zações Não Governamentais (ONGs). Maspara se falar emONG, há que semencionartambém o Terceiro Setor.

No Brasil, as organizações surgiram apartir da década de 1970 em virtude de mo-vimentos que tiveram como questão defundo a discussão democrática no país, aampliação da participação política e social ,a reivindicação dos direitos civis e a defesade grupos sociais marginalizados (Fischer,2002).

Não é recente, nem fato novo, a faltade confiança da população em relação aosseus governantes. Grupos no poder tratam a“coisa pública” como “coisa nossa” ignorandoo que se entende por interesse público e re-forçando a crise da representatividade pelaqual o poder estatal é definido.

Diante de um poder central alienado

em relação aos interesses da população,em um contexto no qual a política não é so-mente meio para exercício de direitos, mastambém para enriquecimento privado e ilí-cito, surge inevitavelmente o fenômeno noqual há um espargimento dos domínios dointeresse público para outras formas de or-ganização que se constituem no que se en-tende por “sociedade civil”, e que sãomuitase indiscriminadas vezes chamadas deONGs.

Não há na legislação uma definiçãopara Organização não Governamental(ONG), mas juridicamente toda ONG é umaassociação civil ou fundação. Contudo, nemtoda associação civil ou fundação é umaONG.

Na concepção de Herbert de Souza, oBetinho, uma ONG se define por sua voca-ção política, por sua positividade política:uma entidade sem fins de lucro cujo objetivofundamental é desenvolver uma sociedadedemocrática, isto é, uma sociedade fundadanos valores da democracia – liberdade, igual-dade, diversidade, participação e solidarie-dade. [...] As ONGs são comitês da cidada-nia e surgiram para ajudar a construir asociedade democrática com que todos so-nham.

Pode-se dizer ainda, como ressaltadopor Leilah Landim, que há uma amplitudeconceitual, uma elasticidade semântica euma fluidez literal da designação ONG, pelautilização do termo para quaisquer organi-zações não governamentais, independentede sua responsabilidade ou ética, o que fazcom que o termo seja uma “espécie de bodeexpiatório” na discussão de temas relacio-nados ao terceiro setor.

Portanto, uma série de reflexões sefaz necessária em relação a conceitos, as-pectos históricos, morais, éticos e jurídicosno que diz respeito às entidades não gover-namentais sob pena de se considerar todoslobos em pele de cordeiro. É preciso separaro joio do trigo.

Conforme dados da Controladoria-Ge-

ral da Uniãomais de 1.700 entidades ficaramimpedidas de receber verba da União por ir-regularidades graves. Contudo, vale ressal-tar que, segundo pesquisa resultante da par-ceria entre o Instituto Brasileiro deGeografiae Estatística (IBGE), o Instituto de PesquisaEconômicas e Aplicadas (IPEA), a Associa-ção Brasileira de ONGs (Abong) e o Grupode Institutos, Fundações e Empresas (Gife),existem hoje no Brasil mais de 338 mil or-ganizações sem fins lucrativos divididas emcinco categorias: 1. as privadas, que não in-tegram o aparelho do Estado; 2. as que nãodistribuem eventuais excedentes; 3. as vo-luntárias; 4. as que possuem capacidade deautogestão; e, 5. as institucionalizadas.

Diante desse cenário, quantas dessasorganizações fizeram parceria com o propó-sito de auxiliar o Estado na implementaçãode políticas públicas? Como foram avaliadosos resultados? No universo de 338mil orga-nizações sem fins lucrativos, quantas se va-lem somente dos recursos públicos? As in-formações referentes às prestações decontas dessas entidades, inclusive nos por-tais dos órgãos repassadores e dos órgãosfiscalizadores, estão fáceis e acessíveis nossites?

Em relação à parceria com o TerceiroSetor, é necessário considerar o que com-pete ao Estado: a tarefa de definir diretrizese regras claras, bem como prover um con-trole interno forte e atuante que detecte fa-lhas ou irregularidades na forma pela qualessa parceria deve acontecer e que, por suavez, subsidiará um controle externo que pre-cisa atuar com eficácia e tempestividade.

É importante também que o órgão re-passador deixe bem claro porque essa par-ceria se faz necessária a fim de que sepossa analisar o seu sentido e propósito.Afinal, o que se espera é que as ONGs cum-pram um papel transformador, propondo no-vas formas para que as políticas públicas se-jammais eficientes e capazes de abarcar osdireitos de todos os brasileiros.

Aos tribunais de contas compete a ob-

rigação e a responsabilidade de controlesefetivos sobre essas parcerias por meio deuma atuação eficaz que ultrapasse formali-dades burocráticas e processuais e que te-nha como objetivo os resultados da gestão.O controle exercido pela instituição podecontar inclusive com o apoio de entidades doTerceiro Setor, canais informais de accoun-tability que podem colaborar com informa-ções pertinentes às prestações de contasdas entidades não governamentais em suaparceria com o governo.

Na esfera internacional, como nosEUA, por exemplo, The National Center forResponsive Philanthropy monitora determi-nadas fundações e publica relatórios acercade escândalos e ausência de transparênciana prestação de contas de algumas organi-zações do Terceiro Setor.

Ainda nos EUA, The Better BusinessBureau incentiva as organizações a adota-rem códigos de conduta que regulem eorientem suas atividades e a aderir a umconjunto de práticas éticas divulgadas peloconselho da entidade.

ACivicus, instituição criada em 1993 ecom sede em Johannesburg, é uma aliançainternacional para fortalecer a ação cidadã ea sociedade civil em todo o mundo.

Já no âmbito nacional, a TransparênciaBrasil, fundada em 2000 e associada àTransparency International, elabora políticasde controle da corrupção trabalhando emconjunto com atores governamentais, da so-ciedade civil e da iniciativa privada.

Vale destacar, por fim, a importância dese aperfeiçoar e fortalecer os mecanismosde controle, sejam eles quais forem, para,além de punir as ONGs ineptas que mani-pulam a legislação a seu favor, fazer comque as aptas funcionem de forma adequada.Nesse sentido, um sistema integrado entreEstado e sociedade civil pode assegurar efe-tividade de ações quando o que está emjogo são direitos fundamentais.

HamiltonAntônio CoelhoAUDITOR

Page 3: TCE avança na fiscalização de obras públicas em Minas Gerais

3CONTAS DE MINAS . TCEMG . 5 de novembro de 2012

Representantes dos Tri-bunais de Contas e dosSebrae (Serviço Brasi-

leiro de Apoio às Micro e Pe-quenas Empresas) estaduaispresentes ao encontro “Os Tri-bunais de Contas e Desenvol-vimento Econômico”, realizadodia 24 de outubro, em Brasília,assinaram termo de intençõescom o propósito de realizar, nodia 13 de março de 2013, oDia Nacional das Micro e Pe-quenas Empresas. O TCEMGfoi representado pelo Conse-lheiro Corregedor SebastiãoHelvecio.

Assinaram o documento oPresidente daAtricon, Conse-lheiro Antonio Joaquim, oConselheiro Vice-Presidentedo Instituto Rui Barbosa (IRB),Júlio Pinheiro (TCE-AM), oConselheiro Francisco Neto(TCM-BA) pela Associação

dos Tribunais de Contas dosMunicípios (Abracon), e o Ge-rente da Unidade de PolíticasPúblicas do Sebrae, BrunoQuick. O termo de intenções

foi assinado no final do even-to, que foi realizado na sedenacional do Sebrae e organi-zado pelo Sebrae, Atricon eIRB. Com o objetivo de deba-

ter o papel dos tribunais decontas brasileiros no desen-volvimento econômico, pormeio da efetividade da LeiComplementar 123/2006, de-

nominada Lei da Microem-presa, o encontro pretendereunir prefeitos brasileiros epresidentes de câmaras mu-nicipais, nos respectivos Es-tados, para decidir os proce-dimentos necessários para asua aplicação.

O evento foi consequênciade um contato do Sebrae na-cional com os Tribunais deContas por meio de Atricon/IRB, solicitando uma parceria,com o intuito de implementar aLei 123/2006, nos municípiosbrasileiros e capacitar os agen-tes públicos para o cumpri-mento dessa legislação. Otema foi considerado altamenterelevante pelos palestrantes, jáque é importante instrumentode arrecadação municipal e deapoio ao desenvolvimento eco-nômico local.

TCs e Sebrae realizam o Diadas Micro e Pequenas Empresas

O Conselheiro Sebastião Helvecio (2º à esquerda) acompanha a palestra do presidente da Atricon

O controle externo étema de livro de servidores

TCE e Fiemg discutemarrecadação estadual

Está marcado parao dia 07 de novembroo lançamento do livroControle Externo – es-tudos temáticos, escritopelo Conselheiro Corre-gedor do TCE, Sebas-tião Helvecio, em par-ceria com servidoreslotados em seu gabi-nete. O lançamento serárealizado às 17h30min,no Salão Mestre de Pi-ranga, nas dependên-cias do Tribunal.

A obra trata de te-mas jurídicos contem-porâneos, relativos àárea do controle daadministração pública,com tópicos de DireitoAdministrativo, Finan-ceiro, Constitucional,Previdenciário, entreoutros. Os autores busca-ram não apenas o enfoqueteórico-científico, mas, tam-bém, anotações de ordempragmática, com o objetivode facilitar o entendimento

PUC Minas, a partir decasos concretos quepermitiram o delinea-mento técnico-científicodos assuntos tratados.

Os coordenadoresforam o próprio Conse-lheiro e seu assessorEvandro Martins Guer-ra, que também partici-pou como coautor. Par-ticiparam da obra osservidores Raquel deOliveira Miranda Si-mões, Marília Gonçal-ves de Carvalho, LuísEmílio Pinheiro Naves,Délia Mara Villani Mon-teiro, André Luís LopesFarinelli, José Cuper-tino de Oliveira Silveira,Letícia Flávia Alberga-ria Silva Nicolai, Si-mone Matta de Miranda

Alcântara, Mariléa da Silva,Rosane Meire Vinagre e Le-tícia Rezende Paiva. A obrafoi impressa pela EditoraFórum.

do gestor público em sua ati-vidade diária. Os textos foramdesenvolvidos por profissio-nais do controle, pós-gradua-dos em Controle da Gestãodos Recursos Públicos pela

O Conselheiro Presi-dente do TCEMG, Wander-ley Ávila, recebeu o Presi-dente da Federação dasIndústrias do Estado de Mi-nas Gerais (Fiemg), OlavoMachado Júnior, que dese-java manifestar a sua preo-cupação com a queda dearrecadação de impostosno nosso Estado. Ele es-tava acompanhado de Sér-gio Lourenço e LucianaMundim.

O dirigente lembrou quea arrecadação de Minas Ge-rais concentra-se em com-modities, e a diversificaçãodo parque industrial é ne-cessária por causa da crisefinanceira internacional. In-formou que a Fiemg enviaráao Tribunal um levanta-mento das principais lacu-nas e áreas que merecematenção especial da admi-nistração pública.

Wanderley Ávila e Olavo Machado Júnior

Page 4: TCE avança na fiscalização de obras públicas em Minas Gerais

4 CONTAS DE MINAS . TCEMG . 5 de novembro de 2012

Na abertura da fase de testes, o Presidente Wanderley Ávila destacou aimportância e significado do Geo-Obras para a sociedade

Qualidade do treinamento promovido pelo TCEMG foi destacada pelosparticipantes em fórum promovido pelo Portal Geo-Obras

Geo-Obras entra noterceiro mês de testes

e é destaque na imprensa

Repercussão na mídia

A implantação do Geo-Obras pelo TCEMGganhou re-percussão em diversos veícu-los de imprensa durante omêsde outubro. O jornal Estado deMinas, por exemplo, na ediçãodo dia 18, destacou o uso dasimagens via satélite na fiscali-zação das obras públicas, as-sinalando que o “novo sistemavai permitir ao Tribunal de Con-tas fiscalizar com precisão oandamento das ações realiza-das pelas prefeituras, inibindo odesvio de recursos e os traba-lhos inacabados”.

Tambéma emissora deTVCanção Nova, em reportagemveiculada no dia 25, registrouque o novo sistema prometefacilitar a fiscalização das obras

públicas e saber se tudo estásendo feito de acordo com oplanejamento.Amatéria, na ín-tegra, está disponível no linkhttp://www.youtube.com/watch?v=igoJ7RAgkJU&list=UUVrKQMmA2ew9LFzeIDaOFgw&index=46&feature=plcp.

E a revista InfraestruturaUrbana, editada emSãoPaulo,também publicou matéria nodia 26, sob o título “Tribunal deContas de Minas Gerais pas-sará a fiscalizar obras públicasvia satélite em 2013”, e quepode ser acessada emhttp://www.piniweb.com.br/con-strucao/infra-estrutura/tribunal-de-contas-de-minas-gerais-passara-a-fiscalizar-obras-272713-1.asp.

OGeo-Obras, um sistemade informações geográfi-cas voltado especifica-

mente à fiscalização de obras pú-blicas realizadas pelos órgãosjurisdicionados ao TCEMG, comuso de tecnologias inovadorascomo imagens via satélite, jáapresenta os primeiros sinais po-sitivos da fase inicial de testes. Aimplantação definitiva do sistemaestá prevista para o primeiro se-mestre de 2013,mas a iniciativa jáganha destaque na imprensa epromete revolucionar as ativida-des de controle no Estado.

Saldo positivoA primeira fase de testes do

Geo-Obras, que envolve 67 mu-nicípios mineiros, chega ao finalno próximo dia 30 de novembro,com saldo positivo, segundo de-monstram as observações dosparticipantes, registradas no fó-rum de sugestões e debates pro-movido pelo TCE por meio deportal específico. Ao destacarema facilidade de acesso, operação,inserção e consulta de dados pormeio do Geo-Obras, assinalandoque trata-se de uma “plataformamuito amigável”, os jurisdiciona-dos foram unânimes em tambémregistrar a qualidade do treina-mento: “as orientações recebidasdurante a apresentação do sis-tema, a detalhada exposição daferramenta por técnicos do Tribu-nal, as informações sistematiza-das em uma apostila e o manualdistribuído foram essenciais paraamelhor compreensão de todos”.

Os testes começaram logodepois do treinamento que oTCEMG realizou, em agosto, paraapresentar o sistema e que reuniu200 participantes, entre represen-tantes doDepartamento deObras

Públicas do Estado deMinas Ge-rais (DEOP-MG), do Departa-mento de Estradas de RodagemdoEstado deMinasGerais (DER-MG) e dos municípios seleciona-dos: Barbacena, Lavras, SãoJoão Del Rey, Bom Despacho,Curvelo, Três Marias, Almenara,Araçuaí, Capelinha, Diamantina,Pedra Azul, Belo Horizonte, Con-ceição do Mato Dentro, Conse-lheiro Lafaiete, Itabira, Itaguara,Ouro Preto, Pará de Minas, SeteLagoas, Paracatu, Unaí, Bo-caiúva, GrãoMogol, Janaúba, Ja-nuária, Montes Claros, Pirapora,Salinas, Campo Belo, Divinópo-lis, Formiga, Oliveira, Pium-í,Alfe-nas,Andrelândia, Itajubá, Passos,Poços de Caldas, Pouso Alegre,Santa Rita do Sapucaí, São Lou-renço, São Sebastião do Paraíso,Varginha, Araxá, Frutal, Ituiutaba,Patos de Minas, Patrocínio, Ube-raba, Uberlândia, Nanuque, Teó-filo Otoni,Aimorés, Caratinga, Go-vernador Valadares, Guanhães,Ipatinga, Mantena, Peçanha, Ca-taguases, Juiz de Fora, Ma-nhuaçu, Muriaé, Ponte Nova,

Ubá, Viçosa e Contagem.Já na abertura do evento, o

Presidente do TCEMG, Conse-lheiro Wanderley Ávila, destacoua importância e significado doGeo-Obras para a sociedadecomo um todo. “Trata-se de umrecurso tecnológico que permiteao cidadão, bem como a outrosórgãos parceiros, acessar o pro-cesso de execução de serviçosde engenharia e obras públicas,com a captação de fotografias,imagens de satélite e dados ca-dastrais e fazer um acompanha-mento dos investimentos públi-cos nessas áreas.”

HistóriaO Tribunal de Contas do Es-

tado doMatoGrosso foi o primeiroa utilizar o Geo-Obras em 2008.Como, na época, as opções parao acompanhamento de obraseram limitadas, a equipe de en-genharia do tribunal matogros-sense promoveu vários estudose aprimorou o projeto inicial atéque, em julho de 2011, passou ausar as informações colhidas viasatélite. E agora, o TCEMG é umdos primeiros tribunais de contasbrasileiros a iniciar os testes paraimplantação do Geo-Obras.Desde a assinatura com o TCE-MT, dos termos de cooperaçãotécnica e de cessão de uso gra-tuito do sistema, no final de 2011,o Tribunal deMinas, com envolvi-mento de analistas da DiretoriadeTecnologia da Informação, vemdesenvolvendo uma plataformaespecífica, comdimensionamentodo servidor de acordo com o uni-verso de jurisdicionados dos 853municípios do Estado.

Page 5: TCE avança na fiscalização de obras públicas em Minas Gerais

5CONTAS DE MINAS . TCEMG . 5 de novembro de 2012

A Diretora da DAEEP, Jacqueline Soares Gervásio Vianna de Paula e oCoordenador da CFOSE, Luiz Henrique Starling Lopes

Imagens de satélite e parceria como cidadão: sinais de uma nova era

Em resumo, os entrevistados apontaram uma série de benefícios eavanços acarretados pelo Geo-Obras, uma vez que o sistema:

�� Favorece o controle social, com maior proximidade e participação do cidadão;�� Representa uma poderosa ferramenta de controles externo, interno e pre-ventivo;

�� Permite que o jurisdicionado se organize melhor, desde o nascimento da li-citação até o termo de recebimento da obra;

�� Intensifica as relações de parceria com o Tribunal;��Otimiza os recursos próprios do Tribunal e torna as auditorias mais ágeis, me-nos onerosas e mais eficazes desde o planejamento;

�� Facilita o acesso a uma informação mais precisa e completa;�� Forma redes de controle com entidades parceiras, o que permite um conhe-cimento mais amplo do jurisdicionado.

“Um salto de tecnologia na fiscalização”. Assim a Diretorade Assuntos Especiais, Engenharia e Perícia, JacquelineSoares Gervásio Vianna de Paula, define o Geo-Obras,

um software desenvolvido para gerenciar as informações das obrasexecutadas por órgãos públicos das esferas estadual e municipal.O sistema foi implantado no TCE do Mato Grosso e agora chega aoTCEMG. Nessa entrevista ao jornal Contas de Minas(CM), a Dire-tora Jacqueline(JG) e o Coordenador de Fiscalização de Obras eServiços de Engenharia e Perícia, Luiz Henrique Starling Lopes(LH), falam das várias inovações, dentre elas o uso de imagens co-lhidas via satélite e a abertura de um canal direto com o cidadão.

CM: Em que consiste essenovo sistema de fiscalizaçãodas obras públicas a ser ado-tado pelo TCEMG e denomi-nado Geo-Obras?

LH: É um sistema de referên-cias geográficas implantado parao acompanhamento de toda aobra, desde o planejamento e acontratação até a execução. Parafiscalização das obras em Minas,o TCEMG deverá usar imagensatualizadas por meio de georrefe-renciamento em parceria com oInstituto de Geociências Aplicadas(IGA), que está desenvolvendoum banco de dados para o sis-tema. As imagens geradas via sa-télite de uma estrada, por exem-plo, poderão mostrar dadosespecíficos como a quantidade,em quilômetros, dos trechos já pa-vimentados dessa estrada.

JG: Um dos caracteres maisinovadores do sistema é o fato dejá estar preparado para emitir osrelatórios gerenciais a partir da fil-tragem dos dados recebidos, an-tecipando informações que permi-tem um controle preventivo econcomitante.

CM: Por exemplo?LH: Com o Geo-Obras, ques-

tões como o levantamento deobras paralisadas, sejam da es-fera estadual ou municipal, serámais rápido e efetivo. Haverá tam-bém situações de alerta automá-tico. Se alguém inserir uma obracom sobrepreço, por exemplo,que esteja fora da parametriza-ção, imediatamente é remetido umalerta para o TCE.

JG: Com isso, o Tribunal vaiter uma visão geral de tudo o queocorre e poderá selecionar os as-pectos a serem objeto de orienta-ção preventiva ou controle. O sis-tema é muito alinhado com alegislação. Ele trava se uma etapafoi saltada.

LH: Podem aparecer mensa-gens automáticas avisando, porexemplo, que “o vencedor da lici-

tação só pode ser informado de-pois de homologada a licitação”,caso haja equívoco na inserçãode uma informação.

CM: Esses avisos e alertastambém poderão auxiliar o ju-risdicionado em seu controle in-terno?

LH: O Geo-Obras é um po-deroso instrumento de controle in-terno para o jurisdicionado. Ele vaiter nas mãos uma ferramenta deorganização fenomenal, desde omomento em que nasceu a licita-ção até o termo de recebimento daobra.

JG: E se o controle internofunciona bem, automaticamente ocontrole externo é facilitado, semcontar que é um benefício semcusto para o jurisdicionado.

CM: Já existe previsão dedata inicial da implantação doGeo-Obras com obrigatorie-dade para o jurisdicionado?

LH: Ainda no primeiro semes-tre de 2013, o sistema já estaráem funcionamento, com obrigato-riedade de utilização por todos osjurisdicionados do Estado e dosmunicípios que executam obra.Não se pode precisar o mês exatoporque a implantação definitivaainda depende de pequenos ajus-tes jurídicos na validação e tam-bém da edição de Instrução Nor-mativa específica que definirá oprazo máximo para o jurisdicio-nado registrar no sistema as infor-mações relativas a cada obra eserviço de engenharia executado.

CM: O TCEMG realizou emagosto um evento para apre-sentar o Geo-Obras a repre-sentantes de 67 municípios mi-neiros, do DEOP-MG e do DER-MG. A partir do treinamentoocorrido nesse encontro, já fo-ram realizados os primeirostestes?

LH: A primeira fase de testesdo Geo-Obras, que envolve es-

ses 67 municípios, começou emagosto e chega ao final no pró-ximo dia 30 de novembro.

CM: O que está sendo feitonesse momento?

LH: Os participantes da fasede testes estão alimentando o sis-tema. Depois do dia 30 de no-vembro, verificaremos se foramdetectados problemas e queprovidências devem ser tomadas.Todas as informações, dúvidase sugestões, apresentadas pelosparticipantes por meio do Por-tal Geo-Obras, serão cuidadosa-mente analisadas, tanto pelaDAEEP quanto pela Diretoria deTecnologia da Informação doTCEMG, com o objetivo de identi-ficar os principais pontos a seremesclarecidos e redimensionadosno servidor de acordo com o vo-lume de dados.

CM: Como os participantesdessa fase de testes esclare-cem suas dúvidas? Há um ca-nal direto de comunicação como TCEMG?

LH: Sim, há um fórum comespaço para apresentação de su-gestões, pedido de orientações,discussões, esclarecimento de dú-

vidas, por meio do Portal Geo-Obras, mas por enquanto oacesso é restrito aos participan-tes do treinamento.

CM: Quem terá acesso àsinformações levantadas pormeio do Geo-Obras, além doTCEMG em seu trabalho decontrole externo?

LH: O Geo-Obras é compostopor cinco módulos distintos: admi-nistrador, jurisdicionado, auditor,parceiros e cidadão. Assim, têmacesso às informações os profis-sionais de tecnologia da informa-ção do TCEMG, os representan-tes dos órgãos sob a jurisdição doTribunal, as equipes de auditoria, ocidadão em geral e as entidadesparceiras como o CREA-MG, oMinistério Público Federal, o Insti-tuto de GeoCiências Aplicadas eoutros órgãos que mantenhamconvênios de cooperação técnicacom o Tribunal..

CM: As consultas então po-derão ser feitas por outras enti-dades, mas também pelos cida-dãos em geral. E de que forma?

LH: O cidadão e a sociedadecivil organizada terão acesso àsinformações prestadas pelos ju-

risdicionados no Portal do Cida-dão, podendo dirigir ao TCEMGcomentários e noticiar inconsis-tências.

JG: É importante lembrar queas informações disponibilizadasno “Portal do Cidadão” observarãoas disposições da Lei de Acesso àInformação.

CM: Então, o acesso do ci-dadão não se restringe apenasà possibilidade de ver as ima-gens...

LH: Qualquer pessoa poderánão apenas ver as imagens dasobras ,mas também inserir infor-mações diversas, documentos efotos, a partir do que pode acom-panhar de perto em seu própriomunicípio. Dentro do sistema, omódulo cidadão é uma grande no-vidade.

JG: É o controle social. Ao teracesso às imagens e às informa-ções atualizadas, o cidadão tam-bém ajuda a fiscalizar. Aliás, oGeo-Obras é uma poderosa ferra-menta tanto para o controle ex-terno, quanto para o interno e osocial. E representa um verdadeirosalto de tecnologia na fiscalização.

CM: E quanto ao jurisdicio-nado, quais os exemplos de do-cumentos e dados que ele vaipoder inserir via sistema?

LH: O edital de licitação, a pla-nilha, as medições...

CM: E isso vai interferirdiretamente no trabalho doTCEMG, não?

LH: Sem dúvida. Essa inser-ção antecipada de dados vai otimi-zar muito as auditorias, com melhoraproveitamento de nossos própriosrecursos. A equipe técnica sai parao trabalho de campo, de inspeçãono local da obra, com as informa-ções e os documentos já analisa-dos. Com isso, os técnicos do TCEpoderão agilizar seu trabalho e re-duzir o número de dias de viagempara as inspeções, o que tambémrepresenta um ganho para o Tribu-nal em termos de tempo e custos.

JG: Vale ainda acrescentarque, dentro do Tribunal, mais quenos municípios, geralmente hámaiores recursos tecnológicospara se analisar as planilhas, con-sultar as referências, os parâme-tros usados, o que poderá ser feitopor meio das informações anteci-padas pelo Geo-Obras.

Benefícios

GEO-OBRAS

Page 6: TCE avança na fiscalização de obras públicas em Minas Gerais

6 CONTAS DE MINAS . TCEMG . 5 de novembro de 2012

Coordenadoria e Comissão de Jurisprudência e Súmula | Belo Horizonte | 1º a 14 de outubro de 2012 | n. 77Este Informativo, desenvolvido a partir de no-tas tomadas nas sessões de julgamento dasCâmaras e do Tribunal Pleno, contém resu-mos elaborados pela Coordenadoria e Co-missão de Jurisprudência e Súmula, não con-sistindo em repositórios oficiais dajurisprudência deste Tribunal.

PLENO

Possibilidade de utilização de recursodo Fundeb para pagamento de

professor efetivo que trabalha juntoà Telessala-Telecurso 2000

As despesas com professores que trabalhamjunto à Telessala-Telecurso 2000 podem seralocadas no percentual de 60% dos recur-sosdo Fundo de Manutenção e Desenvolvi-mento da Educação Básica e de Valorizaçãodos Profissionais da Educação (Fundeb).Esse foi o parecer aprovado pelo TribunalPleno em resposta a consulta. O relator,Cons. Sebastião Helvecio, inicialmente, res-saltou entendimento do TCEMG no sentidode que os 60% dos recursos do Fundeb des-tinados à manutenção e ao desenvolvimentoda educação básica pública podem ser utili-zados para remuneração de professores eprofissionais do magistério emefetivo exercí-cio na rede pública, nos termos do art. 22 daLei 11.494/07. Salientou a necessidade de asatividades dos profissionais do ensino esta-rem diretamente relacionadas à manutençãoe aodesenvolvimento da educação básica.Para responder ao questionamento proposto,afirmou ser necessário esclarecer o métodode ensino do Programa Telecurso 2000, oqualse dá por meio da transmissão de con-teúdos curriculares de ensino fundamental emédio de modo sistematizado, utilizando me-todologias de ensino multimeios, como TV, in-ternet, vídeo (VHS e DVD) e material im-presso. Explicou que, implementado nasredes públicas, em parceria com secretariasestaduais e municipais de educação, o Tele-curso vem sendo utilizado como alternativapara correção da distorção idade-série de jo-vens e adultos, tendo também os deficientesauditivos acesso a todas as aulas exibidas naTV e nos DVDS, que possuem o recurso clo-sed caption (legenda oculta) e LIBRAS – lin-guagem brasileira de sinais. Salientou a pre-sença de um professor orientador nastelessalas, o qual exerce opapel de mediadorentre a oferta televisiva, os alunos e os con-teúdos. Ressaltou ser essa a peculiaridaderelacionada diretamente à questão suscitadapelo consulente. Destacou que as despesaspassíveisde serem classificadascomo de ma-nutenção e desenvolvimento do ensinocus-teadas pelo Fundeb sãoaquelas destinadasà consecução dos objetivos básicos das ins-tituições educacionais que oferecem a edu-cação básica, nos termos do art. 70 da Lei9.394/96. Aduziu que, nessa prática pedagó-gica de ensino semipresencial, o processo deaprendizagem se dá tanto à distância, quantoem momentos presenciais, nas telessalas.Esclareceu que, após regular matrícula emum dos centros de recepção, os alunos re-cebem todo o material didático gratuitamentee o acompanhamento de seu conteúdo porprofessor orientador. Registrou que, pela lei-tura do Decreto n. 5.622/05, alterado peloDecreto n. 6.303/07, que regulamenta o art.80 da Lei 9.394/96, tem-se que a educaçãoà distância é modalidade educacional inte-grante do processo ensino-aprendizagem,realizada por meio da utilização de tecnolo-gias de informação e comunicação, podendoser ofertada tanto na educação básica quantona educação de jovens e adultos. Pontuouque, ao mesmo tempo em que o ensino à dis-tância objetiva desenvolver atividades edu-cativas entre estudantes e professores, emtempos e lugares diversos, deve oferecermomentos presenciais, tanto para avaliaçãodesses estudantes, quanto para defesa detrabalhos de conclusão de curso, a exemplodo que dispõe o art. 1°, §1° do referido de-creto. Quanto à duração desses cursos eprogramas de ensino à distância, apontou o§ 1º do art. 3º do Decreto n. 5.622/05, o qualestabelecea necessidade de terem a mesmaduração definida para os cursos na modali-

dade presencial, existindo a exceção para asinstituições credenciadas pela União, que po-derão ministrá-los com duração inferior.Como as atividades desenvolvidas nas te-lessalas são utilizadas exclusivamente parafins pedagógicos, no ensino fundamental emédio, como parte de um conjunto de açõeseducativas que compõemo processo ensino-aprendizagem, o relator entendeu que asdespesas com seu custeio poderão ser con-sideradas para fins de cumprimento dos per-centuais mínimos da educação, incluindo oFundeb, levando-se em conta o âmbito deatuação prioritária do ente federado em rela-ção à educação básica. O parecer foi apro-vado por unanimidade (Consulta n. 841.948,Rel. Cons. Sebastião Helvecio, 03.10.12).

Irregularidades em procedimentosde compras de passagens

aéreas sem licitaçãoTrata-se de recurso ordinário interposto con-tra decisão que imputou multa em face deprocedimentos irregulares relativos à comprade passagens aéreas realizados sem o de-vido processo licitatório, tendo sido consta-tada também a ausência de publicidademensal das aquisições realizadaspor Câ-mara Municipal. O relator, Cons. SebastiãoHelvecio, considerou não merecerempros-perar as alegações de ausência de culpa oudolo declaradaspelo recorrente, acolhendo orelatório técnico no sentido de que o Presi-dente da Câmara, como autoridade respon-sável pela gestão da administração públicamunicipal, responde pelas falhas verificadasdurante o seu mandato. Ainda consoante omencionado relatório, as exigências consti-tucionais e demais mandamentos legais deobservância obrigatória devem ser cumpri-dos pela municipalidade, cabendoà autori-dade máxima, que presta contas perante oTCEMG, zelar pela obediência aosditameslegais impostos ao ente federado, mesmoporque a lei não ampara aquele que a ignoraou não a conhece. Aduz o relatório ser aresponsabilidade final pelos atos de gestão,causadores ou não de repercussão finan-ceira ao erário, do dirigente máximo do entepúblico, caso não haja delegação adminis-trativa formal a subordinados hierárquicos.Quanto à justificativa do recorrente de que oobjeto não foi licitado ante a falta de interessedas agências de viagens em participaremdoscertames, o relator entendeu não legitimar oprocedimento adotado à revelia da legislaçãoem vigor, registrando não terem sido junta-dosaos autos elementos para amparar a as-sertiva. Assinalou igualmente não prosperara afirmativa de que as falhas apontadas nãoacarretaram prejuízo ao erário municipal,pois alicitação, que não ocorreu no caso,busca assegurar a ampla competitividade,com vistas a selecionar a proposta mais van-tajosa para a Administração, conforme pre-visto no art. 3º da Lei 8.666/93.Quanto àmulta aplicada por afronta ao disposto no art.16 da Lei 8.666/93, ante à ausência de di-vulgação mensal das compras realizadaspela Câmara, entendeu por bem mantê-la,tendo em vista que o recorrente não apre-sentou documentação comprovando o cum-primento do disposto no citado dispositivo le-gal. Por todo o exposto, o relator negouprovimento ao recurso, mantendo incólumea decisão originária. O voto foi aprovado porunanimidade (Recurso Ordinário n. 862.155,Rel. Cons. Sebastião Helvecio, 10.10.12).

Não provimento de recurso ordinário emanutenção de multa a gestor

Trata-se de recurso ordinário interposto porex-Presidente de Câmara Municipal contradecisão prolatada nos autos de processoadministrativo. O recorrente apresenta in-conformidade no que tange aos seguintesitens, presentes na sentença originária: (a)ilegalidade na contratação de serviços deassessoria jurídica e contábil sem formaliza-ção de procedimento licitatório; (b) irregula-ridades no exercício do controle interno; (c)falha na formalização de procedimento lici-tatório na modalidade convite; (d) ausênciade publicação dos extratos dos contratos fir-mados pelo recorrente; (e) proporcionalidade

da pena imposta pelo TCEMG. Em relaçãoao item (a), o recorrente sustentou teremsido tais ajustes realizados regularmente,por meio de procedimento de inexigibilidadede licitação. Aduziu que, nos termos da Lei8.666/93, a contratação de serviços técnicosespecializados prescinde de procedimento li-citatório. Alegou que tais serviços, dada asua singularidade, exigem expertise de seusprestadores, o que, na hipótese, estaria de-vidamente comprovado. O relator, Cons.Mauri Torres, destacou o entendimento ex-presso no Enunciado de Súmula n. 106TCEMG, consoante o qual deve ser com-provado no caso concreto, por um lado, a ca-racterização da singularidade do objeto aser contratado e, por outro, que a notória es-pecialização do executor seja elemento es-sencial para a adequada realização desteobjeto, o que não restou demonstrado nascontratações. Em relação ao item (b), acercadas irregularidades constatadas no controleinterno, alegou o recorrente tratar-se de fa-lhas meramente formais, que não trouxe-ram quaisquer danos à Administração Pú-blica. Sustentou que a ausência de setor dealmoxarifado é recorrente em Municípios depequeno porte, não implicando falta de con-trole de estoque, e que a ausência de fun-cionário designado para realizar todas ascompras não significa desorganização, vezque no âmbito de cada Secretaria Municipalhavia um servidor para promover as aquisi-ções necessárias. O relator verificou que orecorrente não trouxe fato novo capaz deafastar as irregularidades apontadas, limi-tando-se a justificar os motivos que levaramao cometimento das falhas no controle deestoque e compras do Município. Citou o re-latório técnico, segundo o qual as alegaçõesde regularidade no procedimento das com-pras e aquisições não têm o condão de sa-nar os apontamentos feitos quanto às defi-ciências do controle interno, uma vez queestas se referem também a: não implantaçãode manuais de normas, procedimentos e ro-tinas administrativas; falta de controle dosgastos com manutenção de veículos e re-posição de peças; ausência de arquivo or-ganizado em pastas com a documentaçãodos fornecedores, de livro específico de pro-tocolo para numeração dos processos licita-tórios e de cadastro de preços dos principaisprodutos consumidos e serviços contrata-dos; não implantação do sistema de registrode preços; bem como a não apresentaçãodos anexos previstos no art. 7°, I a III, daINTC n. 08/2002 do TCEMG. No que tangeao item (c), a respeito da formalização doprocedimento licitatório na modalidade con-vite, afirmou o recorrente, novamente, tratar-se de mera irregularidade formal, incapazde gerar prejuízo à Administração Pública.Asseverou que a cotação de preço com umaúnica empresa não leva à conclusão de tersido a prestação do serviço realizada compreço acima do mercado e que o fato de nãose ter atendido o mínimo de pesquisa comtrês prestadores de serviço não implicaria su-perfaturamento ou prejuízo ao erário. Quantoà entrega dos convites aos licitantes, alegouter sido realizada em mãos aos interessados.Sustentou, ainda, ser a Lei 8.666/93 silentequanto à forma do convite, de modo quequalquer forma adotada seria válida se cum-pridora do objeto almejado pela lei. O relatorexplicou que a lisura e a legalidade das con-tratações serão aferidas a partir do cumpri-mento das formalidades estabelecidas nalei. Notou que, embora o legislador tenhaflexibilizado alguns pontos relativos à forma-lização dos procedimentos licitatórios na mo-dalidade convite, não pode o aplicador da lei,sob esse pretexto, deixar de cumprir as for-malidades impostas para a modalidade, sobpena de comprometer a lisura do certame.Verificou não ter sido sanada a irregulari-dade apontada, visto que as empresas con-vidadas não se encontravam no Município li-citante, e que a entrega do ato convocatóriose deu no mesmo dia em que foi redigido oedital, sem que tenha sido apresentada qual-quer justificativa. Quanto à cotação de pre-ços realizada junto a uma única empresa,constatou que, embora não haja previsão

expressa na Lei 8.666/93, a pesquisa depreço é instrumento fundamental para em-basar a formulação de propostas e seu su-perveniente julgamento, sendo que, sem ela,a Administração sequer poderia identificar amodalidade adequada para se instaurar oprocedimento licitatório. Registrou o enten-dimento manifestado pelo Ministério Públicojunto ao TCEMG, que, apoiado em decisõesdo TCU, afirma ser necessário, no mínimo, aapresentação de três orçamentos. Em rela-ção ao item (d), referente à ausência de pu-blicação dos extratos dos contratos, alegouo recorrente, em síntese, que tal publicaçãonão era ausente ou irregular, encontrando-se em conformidade com o disposto no art.88 da Lei Orgânica Municipal. Entretanto, orelator verificou não terem sido juntados oscitados comprovantes de publicação doscontratos, de forma a elidir a irregularidadeapontada. Quanto às falhas na formalizaçãodo convite, o recorrente alegou que a apre-sentação de certidão negativa de débitosmunicipais vencida é mera irregularidadeformal, não havendo beneficiamento inde-vido da empresa vencedora. Concluiu afir-mando que o êxito da empresa vencedora docertame deve-se a sua proposta, sendo des-cabida a multa aplicada pelo TCEMG. O re-lator entendeu não merecer prosperar o ar-gumento apresentado, pois, embora a Lei8.666/93, no art. 32, §2º, possibilite na mo-dalidade convite a dispensa de apresentaçãoda totalidade ou de parte dos documentos dehabilitação, inclusive de regularidade fiscal,no momento em que a Administração optoupor exigi-lo no edital, tornou-se obrigatória asua apresentação por todos os licitantes.Ressaltou o disposto no art. 41 da Lei8.666/93, no sentido de não poder a Admi-nistração descumprir as normas e condiçõesdo edital, ao qual se acha estritamente vin-culada. Em relação à alegação do recorrentedisposta no item (e), de que a multa aplicadaseria desproporcional e desarrazoada, porserem as faltas cometidas de natureza me-ramente formal, sem qualquer dolo, locuple-tamento ilícito, desvio de verba pública oumá-fé, o relator entendeu ter sido a multa to-tal arbitrada em quantum razoável e perfei-tamente proporcional à gravidade das infra-ções, em consonância com o disposto naCR/88, na Lei 8.666/93 e na LC 33/94, vi-gente à época. Ressaltou que o recorrentenão apresentou novos documentos relativosespecificamente às irregularidades que en-sejaram a aplicação das multas constantesno acórdão, razão pela qual ratificou a deci-são prolatada. Isso posto, o relator negouprovimento ao recurso, mantendo incólume adecisão que aplicou multa, tendo sido defe-rido seu parcelamento em doze vezes. Ovoto foi aprovado, ficando vencido o Cons.Sebastião Helvecio no tocante ao parcela-mento da multa (Recurso Ordinário n.862.265, Rel. Cons. Mauri Torres, 10.10.12).

Tribunal mantém aplicação de multa agestor municipal por descumprimentode decisão em face de concurso públicoTrata-se de recurso ordinário interposto con-tra decisão que imputoumulta no valor de R$5.000,00 a Presidente de Câmara Munici-pal,em razão de descumprimento de decisãoprolatada pelo TCEMG. Alega o recorrenteque, ao contrário do afirmado no relatório, adecisão do TCEMG foi atendida pela CasaLegislativa, vez que foi alterada a redação dedisposição do editalreferente à oportunizaçãode novas alternativas para protocolo de re-cursos porventura requeridos. O relator,Cons. Sebastião Helvecio, esclareceu serobjeto da decisão recorrida a apreciação dalegalidade de edital de concurso público des-tinado ao provimento de cargos do quadro depessoal dePoder Legislativo Municipal. Assi-nalou que a Primeira Câmara, em sessãorealizada no dia 23.02.10, decidiu pelo can-celamento da suspensão do certame, ao jul-gar regular a minuta apresentada, determi-nando a publicação do edital com asalterações promovidas. Aduziu que, entre-tanto,na sessão de 29.06.10, a Primeira Câ-mara, por unanimidade, considerando ter res-tado comprovado nos autos que a disposição

editalícia apontada anteriormente como irre-gular, não tinha sido alterada, julgou irregularo concurso, determinando multa de R$5.000,00 ao responsável pela realização docertame.Diante disso, o responsável impe-trouo recurso ordinário, instruído com o do-cumento contendo a retificação do item apon-tado como irregular. Argumentou, ainda, queao contrário do informado no relatório, a al-teração determinada havia sido cumpridapela Câmara, conforme documentação pro-tocolizada em 16.12.09. No tocante a essadocumentação, o relator registrou que, na-quela data (16.12.09), em atendimento à de-cisão da Primeira Câmara, o recorrente in-formou ao Tribunalas adequações efetuadasno instrumento convocatório, e encami-nhou,para comprovar tais alterações, o do-cumento nominado “Termo de retificação aoedital de concurso público”. Na oportunidade,enviou o recorrente também o edital de con-curso público consolidado. Compulsando osautos do processo original n. 811.819, o re-lator destacou que a redação do item apon-tado como irregular do edital de concursopúblico consolidadonão foi alterada conformeo termo de retificação apresentado, além denão constar o comprovante de publicidade re-ferente à alteraçãodomencionado item doedital. Verificou, portanto,que o recorrentenão trouxe aos autos fatos novos ou docu-mentos que comprovassem o cumprimentodas determinações impostas pelo TCEMG.Ante o exposto, o relator não acatou as deci-sões do recorrente e manteve a decisão re-corrida. O voto foi aprovado por unanimidade(Recurso Ordinário n. 862.293, Cons. Rel.Sebastião Helvecio, 10.10.12).

OUTROS ÓRGÃOS

TJMG – Inclusão de vantagenspessoais percebidas por servidor

e teto remuneratório“Trata-se de ação rescisória ajuizada peloEstado de Minas Gerais, visando à des-constituição do v. acórdão que concedeu asegurança em ação mandamental para de-terminar a cessação dos descontos efetua-dos na remuneração da impetrante, a títulode adequação ao limite do teto constitucional.O Desembargador Almeida Melo, Relator,lembrou que a inclusão das vantagens pes-soais do servidor público no teto remunera-tório, após a EC nº 41/03, foi aceita pelo Su-premo Tribunal Federal como matéria derepercussão geral, no Recurso Extraordiná-rio nº 606.358/SP. Informou que esse feito seencontra em tramitação, não tendo o Soda-lício concluído de forma definitiva sobre otema. Embasado em recente decisão do Mi-nistro Gilmar Mendes, frisou a possibilidadede violação a dispositivo literal de lei, pautadaem matéria constitucional, desde que a refe-rência seja decisão definitiva do STF, comefeitos erga omnes; caso contrário, resta-riam comprometidos a segurança jurídica e apaz social. Concluiu pela inviabilidade daação presente, por ausência de seus pres-supostos, achando-se a matéria ainda con-trovertida na Suprema Corte. O Desembar-gador Bittencourt Marcondes divergiu doposicionamento majoritário, aduzindo que oSTF já firmou o entendimento de que as van-tagens pessoais incluem o limite estabelecidono art. 37, XI, da Constituição da Repúblicae que, portanto, houve ofensa literal à normaconstitucional. Por sua vez, o Desembarga-dor Edílson Fernandes também votou nosentido de, até que haja solução definitiva so-bre a questão, prevalecer, nesses casos, atese adotada pelos Tribunais Superiores daincidência do disposto no artigo 485, V, doCPC. (Ação Rescisória nº 1.0000.11.035173-1/000, Des. Rel. Almeida Melo, DJe de20/09/2012.)”. Boletim de Jurisprudência doTJMG n. 50, de 10.10.12.

Servidores responsáveis pelo InformativoAlexandra Recarey Eiras NovielloFernando Vilela MascarenhasDúvidas e informações:[email protected]

(31) 3348-2341

Page 7: TCE avança na fiscalização de obras públicas em Minas Gerais

7CONTAS DE MINAS . TCEMG . 5 de novembro de 2012

Procurador Glaydson, servidores Caio, Isabel e Alexandre, e a Procuradora Sara

O Juiz Haroldo Dutra Dias foi o responsável pela palestra motivacional

O Subsecretário de Saúde, João Luiz Soares, acompanha os debates

Luisa Pinho Ribeiro Kaukal

Servidores recebem aMedalha Santos Dumont

Cinco servidores do Tribu-nal de Contas foramagraciados com a Meda-

lha Santos Dumont, importantecondecoração oferecida peloEstado. A cerimônia foi realizadano dia 26 de outubro na Fa-zenda Cabangu, na cidade deSantos Dumont. O Procurador-Geral do Ministério Público juntoao TCEMG, Glaydson SantoSoprani Massaria, recebeu a degrau prata e os demais em graubronze: Sara Meinberg, Procu-radora do MP de Contas; Caiode Carvalho Pereira, ConsultorGeral; Alexandre Pires de Lima,Secretário Geral do Pleno; eIsabel Rainha Guimarães Jun-

queira, Diretora de Planeja-mento, Orçamento e Finanças.A cerimônia aconteceu onde,em 1873, nasceu o inventor doavião e hoje está instalado ummuseu em sua homenagem.

A solenidade contou com apresença de Antônio AugustoAnastasia, Governador do Es-tado; Alberto Pinto Coelho,Vice-governador; Dinis Pinheiro,Presidente da Assembleia Le-gislativa; Desembargador Joa-quim Herculano, Presidente doTribunal de Justiça; Alceu JoséTorres Marques, Procurador-Geral de Justiça; entre outrasautoridades.

Eventos valorizamtrabalhadores da Casa

O gabinete da Presidên-cia do Tribunal de Contas e aDiretoria de Gestão de Pes-soas, com a colaboração deoutros setores, realizaram aSemana do Servidor, queteve por objetivo valorizar osfuncionários e efetuar umamelhor interação. O eventoaconteceu nos dias 22 e 23de outubro.

O Presidente WanderleyÁvila abriu a cerimônia como “Café com o Presidente” eressaltou a importância doevento como oportunidadepara troca de experiências.A seguir foi exibido um ví-deo com fotos de servidores

em seus ambientes de tra-balho.

Outras atividades realiza-das foram a entrega de pla-cas a funcionários escolhidospelo seu esforço pessoal,apresentações musicaisapresentadas por servidoresincluindo uma apresentaçãosolo de Rafael Lage Faria,uma palestra motivacional doJuiz de Direito Haroldo DutraDias e a exibição de um filmede caráter motivacional. A Di-retora de Gestão de Pessoas,Leila Renault, fez uma expo-sição sobre a preparaçãopara a aposentadoria.

Os servidores da Diretoria deJurisprudência, Assuntos Técnicose Publicações, Luisa Pinho RibeiroKaukal e Túlio César Pereira Ma-chado Martins, representaram oTribunal de Contas mineiro no 1ºEncontro de Jurisprudência nos Tri-bunais de Contas – JurisTCs, queaconteceu nos dias 18 e 19 de ou-tubro, no Tribunal de Contas doParaná.

Luisa Kaukal, Coordenadora

de Jurisprudência e Súmula, falousobre o MapJuris – Ferramenta desistematização da Jurisprudênciado TCEMG, lançada em abril de2012, e também sobre a “Coletâ-nea de Entendimentos do TCEMG:pareceres em consultas”, publi-cada em março. O evento foi orga-nizado pela Escola de Gestão Pú-blica - EGP, do Tribunal de Contasdo Paraná, com o apoio do InstitutoRui Barbosa – IRB.

TCE realiza auditoria operacionalno Programa Farmácia de Minas

Tribunal presente no 1° Encontrode Jurisprudência realizado em Curitiba

A equipe de servidores doTCE designada para realizar Audi-toria Operacional (AOP) no Pro-grama Farmácia de Minas reuniu-se, no final de outubro, com oSubsecretário de Inovação e Lo-gística em Saúde (Secretaria deEstado de Saúde/MG), João LuizSoares, a Superintendente de As-sistência Farmacêutica – SES/MG,Renata Cristina Rezende Macedo,o Diretor de Medicamentos de AltoCusto – SES/MG, Daniel ResendeFaleiros e a Diretora de Medica-mentos Estratégicos – SES/MG,Liziane Silva, com a finalidade deapresentar o relatório preliminar.

A auditoria no Programa Far-mácia de Minas foi incluída noPlano Anual de Auditorias/2012, se-gundo proposta apresentada peloConselheiro Sebastião HelvecioRamos de Castro, em voto profe-rido acerca da prestação de contasdo Governo do Estado de MinasGerais, relativo ao exercício de

2010, em Sessão Plenária do Tri-bunal de Contas do Estado de Mi-nas Gerais de 08/07/2011.

Seguindo as diretrizes do voto,os trabalhos foram conduzidos nosentido de verificar o desempenhodas ações do Estado na gestão daAssistência Farmacêutica, bemcomo a evolução do fenômeno dajudicialização da Assistência Far-macêutica e seu impacto no orça-

mento estadual relativo à área desaúde.

Os gestores da SES presentesao evento elogiaram a qualidadetécnica do trabalho realizado peloTribunal e a metodologia de análise.Enfatizaram, ainda, que as ques-tões apontadas já promoveram re-flexão e que medidas concretas jáestão sendo adotadas.

Page 8: TCE avança na fiscalização de obras públicas em Minas Gerais

8 CONTAS DE MINAS . TCEMG . 5 de novembro de 2012

DEVO

LUÇÃ

O GARANTIDADR/MG

OTCE e o Banco Mun-dial deram os primei-ros passos para a rea-

lização de um futuro eventonacional sobre Parcerias Pú-blico-Privadas. O assunto en-trou em discussão com a pre-sença, nos dias 18 e 19 deoutubro, do especialista emParcerias Público-Privadas(PPP) do Banco Mundial, RuiMonteiro, para falar sobre aatuação fundamental dos tri-bunais de contas no sistemade PPP.

O especialista, que foi re-cebido pelo Presidente doTCEMG, Conselheiro Wan-derley Ávila, ressaltou o papelexercido pelos tribunais decontas na condução dos con-tratos de PPP. Ele também

Mais duas autoridades recebem oColar do Mérito da Corte de Contas

ofereceu o apoio do banco noprocesso de sensibilização ecapacitação dos órgãos decontrole externo nessa área.

Outra realização que tam-bém foi discutida foi um pro-grama de capacitação a serdesenvolvido pelos tribunaisde contas com o apoio doBanco Mundial.

Além do ConselheiroWanderley Ávila, participaramda reunião a Secretária Exe-cutiva do TCEMG, Milena deBrito Alves, a Superintendentede Apoio ao Controle Externo,Heloísa Helena Rocha e aCoordenadora de Fiscaliza-ção de Concessões e Parce-rias Privadas, Maria AparecidaAiko Ikemura.

Começam preparativos para eventonacional sobre Parcerias Público-Privadas

O ConselheiroEduardo

Carone Costacondecorou

o ConselheiroSebastiãoColares

OConselheiroJosé AlvesVianacondecorou oConselheiroFernandoCatão

Da esquerda para a direita: Antônio Rodrigues Alves Júnior, Assessor da Presidência; o Conselheiro PresidenteWanderley Ávila; o visitante Rui Monteiro e as servidoras Aparecida Ikemura e Milena Alves

Em cerimônia realizadano Salão Nobre da Presidên-cia do Tribunal de Contas, nodia 17/10, o Conselheiro Se-bastião Cezar Leão Colares,do Tribunal de Contas dos

solução n° 12/95, por delibe-ração do Pleno, o Colar doMérito da Corte de Contas jáagraciou centenas de perso-nalidades.

Municípios do Estado do Pará,e o Conselheiro Fernando Ro-drigues Catão, do Tribunal deContas da Paraíba, receberamo Colar do Mérito da Corte deContas Ministro José Maria de

Licurgo Mourão de Oliveira,Hamilton Antônio Coelho e aProcuradora do Ministério Pú-blico de Contas Elke AndradeSoares de Moura Silva.

Criado em 1995, pela Re-

Alkmim. A comenda é oferecidapelo TCE de Minas a persona-lidades que prestaram relevan-tes serviços a Minas Gerais eao Brasil.

As comendas foram entre-gues pelos Conselheiros JoséAlves Viana e Eduardo CaroneCosta, designados para a ta-refa pelo Conselheiro Presi-dente Wanderley Ávila. Esta-vam também presentes nacerimônia os Conselheiros Se-bastião Helvecio Ramos deCastro, Cláudio Couto Terrão, aConselheira Adriene Barbosade Faria Andrade, os AuditoresGilberto Pinto Monteiro Diniz,