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    UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPRITO SANTO

    CENTRO UNIVERSITRIO NORTE DO ESPRITO SANTO

    DEPARTAMENTO DE ENGENHARIAS E TECNOLOGIA

    CURSO DE ENGENHARIA DE PETRLEO

    PROJETO DE GRADUAO II

    Anlise do comportamento da presso mediante deposio

    parafnica em dutos subsea

    Rafael Adolfo de Oliveira e Silva

    So Mateus

    2015

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    2

    Anlise do comportamento da presso mediante deposioparafnica em dutos subsea

    Projeto de Graduao II apresentado

    ao Departamento de Engenharias e

    Tecnologia da Universidade Federal do

    Esprito Santo como requisito parcial

    para obteno do ttulo de Engenheiro

    de Petrleo.

    Orientador: Prof. Carlos Andr

    Maximiano Silva

    SO MATEUS

    2015

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    3

    Comisso Examinadora

    ______________________________________

    Prof. Carlos Andr Maximiano Silva

    Orientador

    Universidade Federal do Esprito Santo

    ______________________________________

    Luiz Gabriel Souza de Oliveira

    Convidado

    Universidade Federal do Esprito Santo

    ______________________________________

    Ana Paula Meneguelo

    Convidado

    Universidade Federal do Esprito Santo

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    Dedicatria

    Dedico este projeto ao meu pai, Edmundo Adolfo, e a minha me, MirianSuely, por me sustentarem em orao, sempre me apoiando e acreditando no

    meu sucesso.

    IV

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    Agradecimentos

    Primeiramente a Deus por todo sustento que Ele tem me dado.

    A todos os professores do curso de engenharia de petrleo, por todos os

    ensinamentos prestados.

    Ao meu orientador, Carlos Andr Maximiano da Silva pela grande ajuda

    durante a orientao deste trabalho.

    Aos meus irmos, Gabriel Adolfo, Matheus Adolfo e Maria Luiza por me

    apoiarem e acreditarem em meu potencial.

    A minha namorada, Jssica, pelo apoio dado nas horas mais difceis.

    A todos os meus queridos amigos da engenharia de petrleo, com os

    quais tive a oportunidade de vivenciar timos momentos, em especial ao Andr

    Fava, Gabriel Oliveira e Rodrigo Oliveira, com os quais tive grande alegria de

    dividir moradia.

    Finalmente, a todos os meus amigos da empresa Junior, ENERGY Jr,

    com os quais passei grande parte da minha graduao, crescendo e me

    aperfeioando profissionalmente.

    V

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    6

    Resumo

    A deposio de parafinas em dutos submarinos um srio problema para a

    produo martima de petrleo. As parafinas precipitam-se de solues oleosas

    quando h reduo de temperatura e, ao longo do tempo, a parafina slida

    deposita-se nas paredes internas dos dutos, obstruindo o fluxo e promovendo o

    aumento de perda de carga nas linhas de produo. Em consequncia, ocorre

    diminuio da vazo dos fluidos e entupimento da seo do duto de produo,

    entre outros problemas. Essas ocorrncias causam impactos econmicos

    negativos: reduo da receita, aumento de custos para remediao e

    interrupo da produo. O presente trabalho teve o intuito de reunir

    informaes sobre parafina, desde aspectos intrnsecos at formas de inibio.

    Todas as informaes reunidas foram obtidas atravs de uma reviso

    bibliogrfica, em que se constou caractersticas gerais da parafina e formas de

    inibio e remediao. O principal objetivo foi analisar o comportamento da

    presso nas linhas, causada pela deposio parafnica durante operaes de

    produo. Para isso, foram simulados quatro (4) cenrios distintos, cada um

    com uma espessura de incrustao diferente. Os resultados para cada cenrio

    foram comparados posteriormente. Para todos os cenrios houve uma

    diminuio da vazo dos fluidos, dificultando a produo e em casos mais

    graves, impedindo completamente que o fluido fosse produzido. Por fim, foram

    ressaltados os principais problemas operacionais causados por tal

    comportamento.

    VI

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    Sumrio

    Dedicatria........................................................................................................IV

    Agradecimentos................................................................................................V

    Resumo.............................................................................................................VI

    Lista de figuras.................................................................................................X

    Lista de tabelas.................................................................................................XI

    Lista de siglas..................................................................................................XII

    1. Introduo.....................................................................................................13

    1.1 Motivao.....................................................................................13

    1.2 Objetivos......................................................................................14

    1.3 Organizao da Monografia.........................................................15

    2. Reviso Bibliogrfica.....................................................................................16

    2.1 Introduo....................................................................................16

    2.2 Depsitos Parafnicos..................................................................17

    2.3 Fatores Importantes na Precipitao e Deposio......................20

    2.2.1. Temperatura......................................................................20

    2.2.2. Regime de Escoamento.....................................................21

    2.2.3. Natureza da Soluo..........................................................21

    2.4 Identificao, Preveno e Controle............................................22

    2.5 Mecanismos de Transporte e Deposio.....................................23

    2.5.1. Difuso Molecular..............................................................23

    2.5.2. Movimento Browniano........................................................25

    2.5.3. Disperso por Cisalhamento..............................................26

    2.5.4. Gravidade...........................................................................27

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    8

    2.6 Temperatura de Incio do Aparecimento de Cristais....................27

    3. Metodologia............................................................................................29

    4. Especificao de casos..........................................................................31

    4.1 Modelo Numrico.........................................................................31

    4.2 Modelo Matemtico......................................................................33

    4.3 Modelo Fsico..............................................................................35

    4.3.1. Propriedades do Manifold.................................................37

    4.3.2 Propriedades do Separador..............................................37

    4.3.3 Propriedades do Subsea Tieback.....................................38

    4.3.4 Propriedades do Riser......................................................39

    4.4 Propriedades do leo..................................................................40

    4.5 Apresentao dos casos analisados...........................................41

    5. Resultados e Discusses..................................................................... ..42

    5.1 Caso 1: Escoamento considerando riser limpo, sem incrustao

    parafnica....................................................................................42

    5.2 Caso 2: Escoamento considerando a espessura do depsito

    parafnico de 3 polegadas...........................................................45

    5.3 Caso 3: Escoamento considerando a espessura do depsito

    parafnico de 5 polegadas...........................................................48

    5.4 Caso 4: Escoamento considerando a espessura do depsito

    parafnico de 7 polegadas...........................................................51

    5.5 Comparao dos resultados.......................................................55

    6. Implicaes dos Resultados................................................................ ..57

    7. Concluso..............................................................................................58

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    8. Referncias...........................................................................................59

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    10

    Lista de Figuras

    Figura 2.1 - Amostra de tubo bloqueado por depsito parafnico. (Cortesia:

    Phillips Petroleum Co).......................................................................................19

    Figura 2.2Queda de temperatura em instalao de petrleo tpica. Baldotto,

    2004, p. 14.........................................................................................................20

    Figura 2.3 - Formao de depsito de parafina devido difuso molecular

    (Saraceno,2007)................................................................................................24

    Figura 2.4 - Esquema do mecanismo de disperso por cisalhamento

    (Saraceno,2007)................................................................................................26

    Figura 3.1 - Variao do dimetro de um pipeline devido deposio parafnica.

    Modificado de (Flogler, 2004)............................................................................29

    Figura 3.2 - Cenrios de simulao, considerando diferentes dimetros de duto.

    Elaborada pelo autor..........................................................................................29

    Figura 4.1 Representao Esquemtica do domnio onde procura-se as

    equaes governantes. Elaborada pelo autor...................................................32

    Figura 4.2 - Ilustrao de escoamento em dutos. Stuckenbruck, escoamento

    em dutos............................................................................................................34

    Figura 4.3 - Representao do modelo fsico para todos os

    casos..................................................................................................................35

    Figura 4.4 - Representao na simbologia gerada pelo software.....................36

    Figura 4.5 - Esquema do Subsea Tiebackgerado pelo software......................38

    Figura 4.6 - Esquema do Riser gerado pelo software.......................................39

    Figura 5.1Queda de Presso para o duto de 10 polegadasCaso 1...........43

    Figura 5.2Queda de Presso para o duto de 7 polegadasCaso 2.............46Figura 5.3Queda de Presso para duto de 5 polegadasCaso 3................49Figura 5.4Queda de Presso para duto de 3 polegadasCaso 4................52Figura 5.5Presso mnima para o duto de 3 polegadasCaso 4.................54

    Figura 5.6 Comparao dos resultados para todos os casos

    simulados...........................................................................................................55

    X

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    Lista de Tabelas

    Tabela 2.1 - Anlise elementar em leo tpico (% em peso).............................18

    Tabela 2.2 - Composio qumica de um petrleo tpico...................................18

    Tabela 4.1Propriedades do Manifold.............................................................37

    Tabela 4.2Propriedades do Separador..........................................................37

    Tabela 4.3Propriedades do Subsea Tieback.................................................38

    Tabela 4.4Propriedades do Riser..................................................................39

    Tabela 4.5 - Caracterizao do fluidomodelo Blackoil...................................40

    Tabela 4.6 - Correlaes Utilizadas...................................................................40

    Tabela 5.1Propriedade do RiserCaso 1....................................................42Tabela 5.2Queda de Presso vs. DistnciaCaso 1...................................44

    Tabela 5.3Propriedade do RiserCaso 2....................................................45

    Tabela 5.4 - Queda de Presso vs. DistnciaCaso 2....................................47

    Tabela 5.5Propriedade do RiserCaso 3....................................................48

    Tabela 5.6 - Queda de Presso vs. DistnciaCaso 3....................................50

    Tabela 5.7Propriedade do RiserCaso 4....................................................51

    Tabela 5.8 - Queda de Presso vs. DistnciaCaso 4....................................53

    Tabela 5.9Comparao dos casos analisados..............................................56

    XI

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    Lista de Siglas

    BOPBlow Out Preventer.

    TIAC - Temperatura de Inicio do Aparecimento de Cristais.

    XII

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    1. Introduo

    1.1 Motivao

    H algumas dcadas a PETROBRAS vem contribuindo com o avano e

    desenvolvimento tanto no mbito da produo quanto tecnolgico para a

    indstria petrolfera em todo o mundo. Este fato relaciona-se principalmente s

    inmeras descobertas de jazidas de petrleo e gs e da necessidade da

    explorao de campos cada vez mais complexos, reservatrios cobertos por

    zonas de sal, lminas dguas profundas e ultra profundas, por exemplo. Nesteltimo caso, a necessidade de longas linhas atrelada existncia de baixas

    temperaturas, torna a produo de petrleo mais complicada. Tais condies

    de operao favorecem o aparecimento de cristais de parafinas, pois

    perturbam o equilbrio termodinmico em que o leo se encontra. Esses cristais

    so um dos principais responsveis pela formao de depsitos que obstruem

    a tubulao. No Brasil, grande parte do petrleo produzido possui grande

    quantidade de parafina em sua composio, de modo que, ao ser extrado doreservatrio, passa por variaes termodinmicas, acarretando a precipitao

    da parafina presente.

    As consequncias relativas formao de parafina durante a produo

    so preocupantes, principalmente devido perda de propriedades reolgicas

    dos fluidos, acumulao de cristais de parafina e fechamento de linhas de

    escoamento de fluidos, BOP e regio anular, interrupo da produo e

    destruio dos equipamentos utilizados.

    Muitas tecnologias foram desenvolvidas a fim de evitar a diminuio ou

    mesmo a paralisao da produo e evitar, tambm, problemas de formao

    de parafinas durante as fases de perfurao, completao e transporte.

    Entretanto, novos desafios vm surgindo e o investimento na obteno de

    novas tecnologias no deve parar.

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    1.2 Objetivos

    Esta monografia teve como propsito alertar e informar sobre um tema

    atualmente tido como alvo de muito interesse na indstria brasileira: Aformao de parafinas em lminas dgua profundas e ultra profundas durante

    operaes de produo de hidrocarbonetos. Principalmente, em virtude das

    novas descobertas offshore de campos de explorao petrolferos situados em

    lminas dgua que ultrapassam os 2000 m (dois mil metros) de profundidade.

    O Principal objetivo foi analisar o comportamento da presso nas linhas,

    causada pela deposio parafnica durante operaes de produo, para casos

    distintos e, por fim, ressaltar os principais problemas operacionais causados

    por tais mudanas.

    Diversas metas especficas foram atendidas visando consecuo do

    objetivo maior:

    i. Realizao de uma reviso bibliogrfica a respeito da deposio

    parafnica e dos fatores relacionados a este processo, tais como identificao,

    preveno e controle de depsitos e os fatores mais importantes na

    precipitao e deposio dos cristais de parafina;

    ii. Compreenso do funcionamento do softwarecomercial escolhido, como

    etapa fundamental neste Projeto.

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    15

    1.3 Organizao da Monografia

    Este projeto de graduao dividido em oito captulos, incluindo

    introduo e referncias bibliogrficas.

    No captulo 2 realizada uma breve reviso bibliogrfica, incluindo fatores

    importantes na precipitao e deposio, processos de formao de depsitos

    parafnicos, mecanismos de deposio parafnica, controle, preveno e

    Remediao.

    No captulo 3 apresentada a metodologia a ser utilizada para soluo do

    problema proposto.

    No captulo 4 so apresentados os modelos numrico, fsico e

    matemtico do problema proposto, alm de descrever tambm as propriedades

    do leo utilizado no projeto. O modelo numrico descreve o simulador utilizado,

    bem como seu funcionamento. O modelo matemtico descrito contempla os

    conceitos acerca da queda de presso ao longo de uma tubulao. O modelo

    fsico apresentar o layout do projeto em questo bem como as principais

    propriedades fsicas dos equipamentos utilizados. No final do captulo 4tambm so apresentados os casos a serem analisados no projeto.

    No captulo 5 so apresentados os resultados e discusses

    separadamente, para cada um dos casos analisados.

    No captulo 6 apresentado as implicaes dos resultados gerados,

    aplicados para toda indstria petrolfera.

    No captulo 7 so apresentadas as concluses gerais e particulares doprojeto desenvolvido, levando em considerao os resultados gerados e a

    facilidade de manuseio do softwareutilizado.

    No captulo 8 esto relacionadas s referncias bibliogrficas utilizadas

    para a construo deste trabalho.

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    2. Reviso Bibliogrfica

    2.1 Introduo

    O crescente aumento da populao mundial teve uma exacerbao em

    meados do sculo XIX, mesma poca quando a indstria do petrleo comeou a

    se desenvolver nos Estados Unidos. Inicia-se assim uma indstria que em poucos

    anos se tornaria uma das mais importantes e rentveis do mundo, uma vez que a

    produo de derivados de petrleo deve atender a demanda sempre crescente por

    energia.

    Neste contexto, a gesto integrada e otimizada dos processos de

    Explorao e Produo considerada estratgica para o avano do setor

    petrolfero que, por um lado, se depara com um vasto e crescente aparato

    tecnolgico, e por outro, apresenta desafios grandiosos tal qual o transporte de

    fluidos por linhas cada vez mais longas e sob muitas condies adversas.

    Nesse mbito, a aplicao e definio de uma estratgia que permita

    maximizar a produo, atendendo s restries fsicas, econmicas e

    tecnolgicas se apresenta como um elemento fundamental para um eficiente

    processo de explorao e desenvolvimento de um campo petrolfero

    (MESSER, 2008).

    Durante a Produo de petrleo, o escoamento pode ser considerado

    bifsico no qual uma das fases gasosa e a outra lquida. Este tipo de

    escoamento frequentemente encontrado na coluna de produo no interior do

    poo e nos dutos de escoamento. A correta determinao do gradiente de

    presso no interior de dutos de extrema importncia. Correlaes foram

    desenvolvidas para este fim, como por exemplo, as propostas por Hagedorn e

    Brown (1965), Duns e Ross (1963), Beggs e Brill (1963) e Oliemans (1976).

    Na rea de Engenharia de Dutos, diversos softwares acadmicos (in-

    house) e comerciais (Olga, Pipesim, Pipeline Studio, Stoner, Pigsim) vm

    sendo desenvolvidos com intuito de simular condies operacionais bem como

    aprimorar a compreenso dos problemas tpicos, dos escoamentos

    multifsicos, tais como transientes hidrulicos, perda de calor, deposio de

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    17

    parafina, vazamentos, movimentao de raspadores como pigs de limpeza,

    etc., que ocorrem durante o transporte de petrleo.

    Uma das principais linhas de estudo da Engenharia de Dutos a

    denominada Garantia de Escoamento (flow assurance). Possui como principaisobjetivos identificar, qualificar e atenuar problemas operacionais,

    principalmente os decorrentes do escoamento de leos pesados, uma vez que

    pode gerar grandes problemas para o escoamento pela tubulao, como a

    corroso e desgaste precoce, alm da deposio de hidratos, parafinas e

    asfaltenos resultando em uma grande perda de carga e at mesmo obstruo

    dos dutos. Tm-se como principais desencadeadores da deposio de

    incrustaes, fatores como temperatura e presso. Portanto, a amostragem ecaracterizao dos fludos, medies de presso e temperatura so

    fundamentais para minimizar os riscos de deposies.

    2.2 Depsitos Parafnicos

    Em qumica, d-se o nome de parafina (do latim parum=pouca e

    ffinis=afinidade), aos hidrocarbonetos saturados de cadeia acclica, normal ou

    ramificada. Na indstria do petrleo este termo utilizado de forma mais

    genrica, representando o depsito formado por parafinas, asfaltenos, resinas,

    gua, areia, sais e sulfetos. Na caracterizao de um petrleo, o teor de

    parafinas est relacionado com a presena de fraes mais pesadas (C18+)

    que precipitam a uma determinada temperatura. Estas fraes podem ser

    constitudas de cadeias acclicas (parafinas) ou cclicas (naftnicas e

    aromticas) (Vaitsman et al, 1997). A deposio de cera durante a produo e

    transporte de leos brutos consiste predominantemente de n-parafinas com

    pequenas quantidades de parafinas de cadeia ramificadas, parafinas cclicas e

    aromticas. O nmero de diferentes componentes e os tipos de ceras

    encontrados nos depsitos parafnicos dependem das caractersticas do leo

    bruto (Jorda, 1966). O fenmeno de formao de depsitos parafnicos

    comum na indstria de petrleo e esto associados ao equilbrio de fases dos

    compostos hidrocarbnicos e s condies fluidodinmicas de escoamento,

    respectivamente. O aparecimento de uma fase slida no petrleo e asubsequente deposio de parafina se manifesta devido quebra deste

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    equilbrio, provocada pelo resfriamento do petrleo e/ou o desprendimento das

    fraes mais leves, originalmente dissolvidas neste petrleo (Mello et al, 2006).

    A tabela 2.1 apresenta a anlise elementar em um leo tpico e a tabela 2.2

    apresenta a composio qumica de um petrleo tpico.

    Tabela 2.1 - Anlise elementar em leo tpico (% em peso) (Thomas et al., 2001)

    Tabela 2.2 - Composio qumica de um petrleo tpico (Thomas et al., 2001)

    Segundo Crdoba e Schall (2001), os componentes de alto peso

    molecular, com cadeias de 20 ou mais carbonos, podem precipitar como ceras

    parafnicas quando o leo resfriado das temperaturas de reservatrio para as

    temperaturas das tubulaes, sendo responsveis por muitos problemas

    enfrentados durante a produo, o transporte e o processamento do leo. O

    teor dessa frao pesada numa mistura de petrleo conhecido na indstria

    como teor de parafina. Um exemplo bastante comum de operao onde esse

    processo de resfriamento pode ser desenvolvido o escoamento de um leo

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    que contenha uma frao pesada, em oleoduto. Para ser transferida,

    geralmente a mistura colocada a uma temperatura na qual assegurado o

    bombeio, na fase lquida. Entretanto, frequentemente a mistura escoa por dutos

    que esto sujeitos s temperaturas abaixo da TIAC, por no possurem um

    isolamento trmico adequado que evite a reduo da temperatura de

    escoamento para valores abaixo da TIAC. Sob essas condies, a precipitao

    de parafinas e sua consequncia mais imediata a deposio ocorreriam

    (Santos, 1994).

    A precipitao e deposio parafnica em sistemas de produo e

    transporte tm sido um enigma e acontece desde que os primeiros poos de

    petrleo foram postos em produo. um problema no limitado a uma rea

    geogrfica ou a um tipo particular de petrleo. Dentre as muitas variveis que

    atuam na produo de petrleo em guas profundas, a deposio de parafinas

    no interior de linhas de produo e transporte um dos mais srios problemas

    operacionais enfrentados, gerando custos muito elevados em sua preveno,

    controle e remoo. Um exemplo de duto bloqueado por depsito parafnico

    mostrado na figura 2.1. Segundo McClafin e Whitfill (1984), os depsitos

    podem variar em consistncia desde um lquido pastoso at ceras duras,

    pesadas e consistentes, dependendo do histrico de condies no qual eles

    foram formados. Apresentam usualmente cor negra, mas cores mais claras

    tambm so encontradas.

    Figura 2.1 - Amostra de tubo bloqueado por depsito parafnico. (Cortesia: PhillipsPetroleum Co)

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    2.3 Fatores Importantes na Precipitao e Deposio

    2.3.1. Temperatura

    O fator principal que afeta a deposio parafnica em oleodutos a

    temperatura (Bomba, 1986). Caso a temperatura, no escoamento, permanea

    acima da TIAC, no ocorrer precipitao. Sadeghazad et al. (2000), afirmaram

    que, medida que a temperatura da soluo diminui, a solubilidade das

    parafinas tambm diminui. Como a temperatura do fluido produzido cai abaixo

    do ponto de fuso das parafinas, elas tendem a se solidificarem e se

    separarem da fase lquida (Bomba, 1986). Em seguida h uma aglomerao e

    crescimento dos cristais e posterior adeso destas massas formadas aos

    equipamentos/tubulao. A figura 2.2 mostra a queda de temperatura em uma

    instalao offshore de petrleo tpica.

    Figura 2.2 Queda de temperatura em instalao de petrleo tpica. Baldotto, 2004, p. 14

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    2.3.2. Regime de Escoamento

    Outro fator muito importante que influencia na deposio parafnica o

    regime de escoamento. Em fluxo laminar, a taxa de deposio de parafinas

    aumenta com a vazo. medida que o fluxo passa a ser turbulento, a

    deposio diminui por causa da deformao do fluxo, pois a certa altura, a

    corrente de fluxo pode prover suficiente fora de cisalhamento para ultrapassar

    as foras coesivas das molculas parafnicas e remov-las to rpido quanto

    elas se depositam pela eroso (Misra et al., 1994). Segundo Grung (1995) e

    Creeck et al. (1999), a deposio em fluxo turbulento menor que em fluxo

    laminar. Crdoba e Schall (2001) concluram que em altas taxas de fluxo, os

    depsitos so rapidamente formados e subsequentemente, removidos. Altas

    vazes parecem remover muito das parafinas depositadas.

    A deposio tambm especialmente problemtica em poos com baixa

    taxa de fluxo. Isto por causa do longo tempo de residncia do leo no tubing de

    produo. Esse aumento no tempo de residncia permite maior perda de calor

    por parte do leo e leva a menores temperaturas, as quais agravam o processo

    de precipitao (Misra et. al., 1994).

    2.3.3. Natureza da Soluo

    De acordo com Sadeghazad et al. (2000), por natureza da soluo,

    entende-se a composio fsica e qumica desta. Esses pesquisadores

    mostraram que se a soluo composta principalmente de leves, a TIAC ir

    diminuir. Tambm, se a frao do soluto (parafinas) na soluo diminui, aprecipitao ser menor.

    Santos (1994) afirmou que, embora no possa ser diretamente

    responsabilizado pela temperatura em que a precipitao se inicia (TIAC), o

    teor de parafinas que influencia como se dar o processo da precipitao com

    a reduo da temperatura, abaixo da TIAC. Misturas apresentando um maior

    teor de parafina apresentaro uma taxa de precipitao maior com a reduo

    da temperatura do que aquelas com teor de parafina menor.

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    22

    2.4 Identificao, Preveno e Controle

    O caminho natural para enfrentar os problemas com precipitao e

    deposio parafnica , primeiramente, prever sua ocorrncia, atravs demodelos matemticos e termodinmicos, anlises qumicas e testes em

    laboratrio.

    O estudo dos mecanismos que fundamentam o fenmeno fator

    importante para a proposio de solues, tcnica e economicamente viveis

    (Cotrim e Hombeeck, 1991).

    Se isso no possvel, o segundo passo seria selecionar alguns mtodos

    preventivos, como o uso de inibidores qumicos, isolamento trmico, injeo desolventes aquecidos, uso de pigs (removedor de parafinas) e ferramentas

    magnticas.

    Ao final, a remoo do depsito se d atravs de aplicao de mtodos

    qumicos, mecnicos e trmicos, ou uma combinao destes.

    Para prevenir a formao e remover os depsitos parafnicos nas linhas

    de produo e equipamentos, existem numerosos mtodos que podem ser

    viveis. Porm, pouco se conhece sobre esses mtodos em condies de

    guas profundas. Neste caso, existe o desafio tecnolgico no desenvolvimento

    de mtodos e sistemas capazes de serem utilizados de forma econmica em

    poos de produo offshore.

    Os mtodos de remoo e controle propostos podem ser classificados,

    segundo a tcnica, da seguinte forma:

    - Qumicos:uso de solventes para dissolver os depsitos, agentes de

    superfcie ativa que atuam na presena de gua, provocando a perda de

    afinidade da partcula pela parede do tubo (dispersantes de parafinas),

    modificadores de cristais, que so polmeros que agem inibindo ou alterando o

    crescimento do cristal por mecanismo de co-cristalizao, inibidores qumicos;

    - Mecnicos:pigs (maior referncia na literatura), abrasivos, raspadores

    ou hidrojatos. Cada uma dessas tcnicas possui restries quanto ao uso em

    guas profundas;

    - Trmicos: mtodos que se fundamentam em minimizar perdas de

    calor com isolamento trmico e/ou adio de calor ao sistema. So usados

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    aquecedores de fundo, leo/gua quente, isolamento trmico (os materiais

    tradicionalmente usados para isolamento em linhas submarinas incluem

    espumas de poliuretano, polipropileno, sintticas, PVC e elastmeros

    isolantes). Em condies offshore, com temperaturas muito baixas de fundo do

    mar e grandes comprimentos de linhas, as tcnicas de aquecimento

    convencionais so pouco eficientes. A seleo de materiais para o isolamento

    trmico baseada na baixa condutividade e impermeabilidade gua;

    Alguns problemas requerem a combinao desses mtodos para

    controlar a deposio de parafinas e manter a produo. A seleo de qual

    combinao deve ser usada geralmente feita baseada em experincias

    anteriores (McClaflin e Whitfill, 1984 e van Engelen et al., 1981).

    E segundo o seu efeito, os mtodos podem ser classificados como:

    - Preventivos (inibidores, isolamento trmico, etc);

    - Corretivos (pigs, raspadores, hidrojatos, etc).

    2.5 Mecanismos de Transporte e Deposio

    Em oleodutos a deposio parafnica governada por diferentesmecanismos, a saber: (a) Difuso Molecular; (b) Disperso por Cisalhamento;

    (c) Movimento Browniano; (d) Gravidade. Esses mecanismos so a fora motriz

    para o transporte de parafinas dissolvidas ou precipitadas do seio do fluido

    para as paredes do tubo. Estudos prvios (Burger et. al., 1981, Misra et al.,

    1994) indicaram que a difuso molecular o mecanismo principal.

    2.5.1. Difuso Molecular

    A difuso molecular parece ser o mais importante dentre os mecanismos

    de transporte e deposio. Nesse processo, um gradiente radial de

    concentrao, produzido no leo como resultado do gradiente radial de

    temperatura devido ao aumento da solubilidade das parafinas com o aumento

    da temperatura. Este gradiente de concentrao (fora motriz do fenmeno)

    provoca uma difuso das parafinas do leo mais aquecido, o qual tem maior

    concentrao destas, para o leo mais frio, com menor concentrao, onde j

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    houve precipitao (Burger et. al., 1981, Misra et al., 1994). A figura 2.3 a

    seguir mostra o exemplo deste tipo de mecanismo.

    Figura 2.3 - Formao de depsito de parafina devido difuso molecular

    (Saraceno,2007)

    Segundo Hamouda e Viken (1996), a vazo mssica radial de parafinas

    dissolvidas devida difuso molecular :

    | | (2.1)

    Onde,

    = vazo mssica radial, kg/s= Coeficiente de difuso molecular, m2/s = Massa especfica do slido parafnico, kg/m3

    = rea da seo longitudinal do tubo no raio r, m2

    = Gradiente radial de concentrao no raio r, m-1

    A equao 2.1 anterior (Lei da difuso de Fick) pode ser reescrita da

    seguinte forma (Burger et al., 1981):

    . . |

    | (2.2)

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    Onde, o Gradiente radial de Temperatura, que pode ser obtido a

    partir da soluo da equao da energia para fluxo em tubos.

    A partir da equao (2.2), pode-se dizer que a taxa de deposio

    parafnica alcana seu mximo imediatamente abaixo da TIAC e gradualmente

    decresce medida que o diferencial de temperatura entre o leo e a parede

    decresce.

    Burger et al. (1981), sugeriram o uso da seguinte correlao para o

    clculo do coeficiente de difuso molecular,

    D 7,4 . 10

    .[ .( .) ]

    . . (2.3)

    Onde,

    T = Temperatura absoluta, K;

    = Parmetro de Associao;M = Peso Molecular do solvente (leo), g/mol;

    = Viscosidade Dinmica, Pa.s;

    V = Volume Molecular do soluto, g/mol.

    2.5.2. Movimento Browniano

    Caso existam algumas regies do tubo que estejam abaixo da TIAC,

    parafinas vo precipitar e os cristais gerados ficaro suspensos no leo. Neste

    caso, deve ser considerado o transporte lateral dessas partculas. Uma vez

    suspensas, iro colidir continuamente com molculas de leo termicamente

    agitadas. Essas colises levaro a um movimento desordenado dos cristais

    suspensos. Existindo um gradiente de concentrao entre as partculas, o

    movimento Browniano levar a um transporte em rede, que similar difuso,

    na direo da menor concentrao. O fluxo de partculas ser dado pela lei da

    difuso de Fick (Azevedo, 2001),

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    . . .

    (2.4)

    Onde,

    = Massa de parafina depositada;= Densidade do slido; = Coeficiente de difuso Browniana de cristais no leo;

    = rea de deposio;= Concentrao de slidos suspensos na soluo.

    2.5.3. Disperso por Cisalhamento

    Outro mecanismo contribuinte para a deposio parafnica que tem sido

    identificado em estudos prvios a disperso por cisalhamento. Pequenos

    cristais contidos no fluxo tendem a mover-se com a velocidade mdia e direo

    do escoamento. Porm, prximo parede do tubo h cisalhamento do fluido.

    Esse induz um movimento especial s partculas, conhecido como dispersopor cisalhamento. Esse movimento pode ser responsvel por transportar a

    parafina precipitada do seio do fluido para a parede, onde se une a depsitos j

    existentes devido ao fenmeno da difuso molecular.

    Addison (1984), concluiu que este mecanismo de deposio

    importante para qualquer situao quando a temperatura do leo est abaixo

    do ponto de nvoa (TIAC). A figura 2.4 representa este tipo de mecanismo.

    Figura 2.4 - Esquema do mecanismo de disperso por cisalhamento (Saraceno, 2007)

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    2.5.4. Gravidade

    Cristais de parafinas so mais densos que o leo. Assim, por gravidade

    podem depositar-se no fundo de tubos ou tanques.

    Para condies de operao tpicas encontradas em tubulaes, este

    mecanismo no contribui significativamente para a formao de depsitos.

    2.6 Temperatura de Incio do Aparecimento de Cristais

    Essa temperatura est entre as propriedades mais importantes relativas

    aos petrleos. A Temperatura de Inicio do Aparecimento de Cristais, representaa temperatura na qual os primeiros cristais de parafinas saem da soluo,

    provocando mudanas no comportamento reolgico do petrleo. Sua

    importncia reside no fato de que quando o petrleo resfriado, atingida a sua

    TIAC, cristais parafnicos comeam a se separar da soluo, devido ao fato de

    a solubilidade limite ser alcanada. Essa fase slida composta,

    principalmente, pelos componentes de maior peso molecular.

    A determinao da TIAC para o petrleo uma importante consideraopara aes futuras, na ocasio da produo e escoamento do cru.

    Modelos termodinmicos prevem a quantidade de parafinas formadas na

    soluo. Um resultado normal a TIAC. Quando a temperatura cai abaixo da

    TIAC, os modelos termodinmicos devem mostrar o aumento da quantidade de

    parafinas precipitadas com a distribuio de nmeros de carbono dos

    constituintes do leo.

    As tcnicas experimentais medem a maior temperatura em que os cristaisde cera so detectados quando uma amostra de leo pr-aquecida resfriada

    a uma taxa controlada. A acuracidade altamente dependente da

    representatividade da amostra, do manuseio dessa em laboratrio de da

    sensibilidade do equipamento utilizado ou da metodologia.

    Karam (2000) afirmou que uma distino deve ser feita entre TIAC

    termodinmica e TIAC experimentalmente medida. A TIAC termodinmica

    define a mxima temperatura na qual as fases lquida e slida existem em

    equilbrio a uma presso fixa. A TIAC experimental representa a temperatura

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    na qual os primeiros cristais so detectados e, consequentemente, depende

    da sensibilidade da tcnica experimental usada para realizar as medidas.

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    3. Metodologia

    Para analisar o comportamento da presso no interior das linhas de

    produo, dada diferentes espessuras de depsitos parafnicos, foramrealizadas vrias simulaes, considerando cenrios distintos. Para cada

    cenrio, a espessura do depsito foi alterada. A anlise da presso para cada

    um dos cenrios considerados foi comparada para cada uma das simulaes.

    A variao da espessura dos depsitos parafnicos foi considerada

    alterando-se somente o raio da tubulao e mantendo as outras propriedades

    referentes ao leo e ao duto, constante. A figura 3.1 a seguir mostra a

    alterao do dimetro interno de um pipeline devido ao fenmeno de deposio

    parafnica e a figura 3.2 apresenta os cenrios simulados neste projeto.

    Figura 3.1 - Variao do dimetro de um pipeline devido deposio parafnica.

    Modificado de (Flogler, 2004)

    Figura 3.2 - Cenrios de simulao, considerando diferentes dimetros de duto.

    Elaborada pelo autor

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    A deposio da parafina nas paredes dos dutos totalmente homognea,

    ou seja, considerou-se a deposio em toda a parede do duto e no apenas

    em pores especficas.

    Em relao s propriedades do leo, elas foram s mesmas para todos oscenrios simulados.

    A apresentao dos resultados do problema proposto mostrada de

    forma grfica, permitindo uma melhor visualizao do comportamento da

    presso para diferentes espessuras de depsitos parafnicos.

    Para analisar o quo prejudicial esta variao de presso pode ser para

    as instalaes de produo, foi necessria a utilizao de um software queresolvesse as equaes que regem o escoamento de fluidos. Todas as

    equaes so demonstradas a seguir, atravs do modelo matemtico.

    Optou-se por um software comercial bem difundido, para resoluo das

    equaes, dentre um leque de opes existentes no mbito acadmico. O

    software escolhido faz uso da tcnica de anlise nodal para determinar as

    presses ao longo do duto, desde a origem do fluxo at o seu destino final. Foi

    possvel ento, plotar suas curvas por todo o trajeto dos fluidos. Este aplicativo

    amplamente difundido na rea de Engenharia de Elevao e Escoamento de

    petrleo, sendo melhor apresentado atravs do modelo numrico descrito

    adiante.

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    4. Especificao de Casos

    O problema a ser investigado neste projeto refere-se ao comportamento

    da presso a partir da deposio parafnica, como abordado anteriormente.Para que este objetivo seja cumprido, foram avaliados quatro (4) cenrios

    distintos. Para cada cenrio, foram utilizadas as mesmas propriedades do leo,

    o mesmo modelo matemtico, o mesmo modelo numrico e o mesmo modelo

    fsico, alterando apenas o raio da tubulao nas regies de interesse para

    anlise. As propriedades do leo, os modelos fsico, numrico e matemtico

    so apresentados a seguir.

    4.1 Modelo Numrico

    O softwareescolhido para realizao deste trabalho uma ferramenta

    computacional para simulao de escoamento multifsico em sistemas de

    produo de leo e gs. Esta ferramenta modela o escoamento de fluidos em

    regime permanente. Ele possui um conjunto completo de correlaes empricas

    e modelos mecanicistas padres na indstria do petrleo. O comportamento

    termodinmico dos fluidos avaliado atravs do modelo blackoil ou pelo

    modelo composicional.

    A operao deste simulador dividida em mdulos, sendo os principais

    utilizados neste trabalho:

    Anlise do Sistema Operacional (System Analisys): Este mdulo permite

    analisar as condies de operao do sistema, de acordo com a anlise

    de sensibilidade para cada caso;

    Perfil de Presso e Temperatura (Pressure and Temperature Profile):

    Neste mdulo determina-se a presso e a temperatura em cada ponto

    do sistema. Por exemplo, grficos de presso e de temperatura versusa

    profundidade do poo.

    Comparao das Correlaes de Escoamento (Flow Correlation

    Comparison): Neste mdulo possvel comparar o desempenho das

    correlaes do escoamento multifsico, permitindo determinar qual

    correlao apresentou resultados mais ou menos otimistas.

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    O procedimento de obteno da soluo implementada baseado na

    tcnica denominada anlise nodal, que consiste em segmentar a linha de fluxo

    em um determinado nmero de trechos, denotado pelo ndicej, cada trecho por

    sua vez subdividido em pequenos intervalos denotado pelo ndice i, tal como

    pode ser visualizado na Fig. 4.1. Resolvem-se, ento, as equaes em cada

    intervalo progressivamente at atingir o ponto de interesse. A tcnica

    comumente aplicada para anlise de escoamento multifsico, visto que as

    propriedades PVT presso/volume/temperatura do fluido se alteram

    significantemente na medida em que o fluido transportado. Alm disso, a

    geometria por onde estes fluidos escoam pode sofrer mudanas no dimetro,

    na rugosidade da parede interna e na inclinao do duto. A diviso em Trechos

    j para poder contemplar tubulaes com diversas inclinaes.

    Figura 4.1 Representao Esquemtica do domnio onde procura-se as equaes

    governantes. Elaborada pelo autor

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    A integrao da equao a seguir ao longo do comprimento do duto L

    permite calcular o diferencial de presso ,

    == (4.1)

    em que o diferencial de presso calculado sucessivamente para diferentessegmentos da tubulao, n o nmero de seguimentos, m o nmero de

    clculos incrementados em cada seguimento.

    Partindo-se de um valor de presso constante medido no manifold,

    possvel utilizar o gradiente de presso multifsico dP/dL para calcular a

    presso de fluxo at a plataforma de produo para uma dada vazo q de

    escoamento em condies standard.

    O software faz uso da tcnica de anlise nodal para determinar as

    presses ao longo do duto de escoamento, desde a origem do fluxo at o seu

    destino final, tornando possvel plotar as curvas de queda de presso por todo o

    trajeto dos fluidos.

    4.2 Modelo Matemtico

    Dado um duto com as condies conhecidas em um determinado ponto

    inicial chamado de ponto 1, as condies em determinado ponto final chamado

    de ponto 2 como mostra a figura 4.2 so determinadas da seguinte forma:

    . (4.2)

    Onde: e so as presses nos pontos 1 e 2, respectivamente; o diferencial de comprimento; o diferencial de presso.

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    Figura 4.2 - Ilustrao de escoamento em dutos. Stuckenbruck, escoamento em dutos,

    2009, p.106

    O gradiente de presso dP/dL representa a queda de presso por

    unidade de comprimento do duto. O gradiente de presso composto do

    componente da gravidade, atrito e acelerao. A queda total de presso dada

    da seguinte forma:

    ) +

    ) +

    ) (4.3)

    ... +..sin()+. .

    (4.4)

    Onde: f o fator de atrito,

    o dimetro interno do duto; a velocidade.

    O fator de atrito calculado atravs do nmero de Reynolds e depende

    da rugosidade do duto, onde:

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    . . (4.5)

    Onde:

    a viscosidade do fluido.

    Vrias correlaes podem ser utilizadas para a determinao do fator de

    atrito, entre elas a correlao de Blasius para escoamento laminar, correlao

    de Colebrook e o grfico de Moody. Todas essas correlaes podem ser

    encontradas em TUCKENBRUCK (2009 e 2010).

    Aps definir os parmetros do escoamento atravs das correlaes, o

    gradiente de presso pode ser calculado.

    4.3 Modelo Fsico

    O modelo fsico apresentado na figura 4.3 a seguir foi o modelo escolhido

    para ser trabalhado neste projeto.

    Figura 4.3 - Representao do modelo fsico para todos os casos

    Observa-se que ele composto de dois segmentos denominados aqui de

    trecho 1, referindo-se um Subsea Tieback, disposto na horizontal e trecho 2,

    referindo-se ao Riser, disposto na posio vertical.O ponto de partida do fluido

    Trecho 1 Trecho 2

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    36

    o Subsea Manifold e o ponto final, ou ponto de recepo uma estao

    separadora, localizada no interior de uma plataforma offshore. O Subsea

    Manifoldtem a funo de receber a produo de leo e gs da rvore de Natal

    molhada (ANM) instalada na superfcie do leito marinho, durante a produo de

    um reservatrio. O Subsea Tieback uma linha submarina apoiada no leito

    marinho, o Riser o duto responsvel pela conduo dos fludos at a

    plataforma e o separador o equipamento de processamento primrio,

    responsvel pela separao das fases gua e leo.

    Na figura 4.4 a seguir, mostrado o mesmo modelo fsico definido

    anteriormente, desta vez com a representao na simbologia gerada pelo

    software.

    Figura 4.4 - Representao na simbologia gerada pelo sof tware

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    4.3.1 Propriedades do Manifold

    As propriedades do manifoldso representadas atravs da tabela 4.1:

    Tabela 4.1 Propriedades do Manifo ld

    Parmetro Valor

    Temperatura 80 C

    Presso 3500 Psia

    4.3.2 Propriedades do Separador

    Seguem relacionadas na tabela 4.2 abaixo, as propriedades do

    separador utilizado neste projeto.

    Tabela 4.2 Propriedades do Separador

    Parmetro Valor

    Tipo Lquido

    Eficincia 100%

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    4.3.3 Propriedades do Subsea Tieback

    As propriedades do subsea tieback so apresentadas de acordo com a

    tabela 4.3 abaixo:

    Tabela 4.3 Propriedades do Subs ea Tieback

    Parmetro Valor

    Distncia Horizontal 1500 m

    Diferena de Elevao 0 m

    Dimetro Interno 0,254 m = 10 pol

    Espessura da Parede 0,0127 m = 0,5 pol

    Rugosidade 2,54m = 0,001 polTemperatura Ambiente 30 C

    Transferncia de Calor 0 btu/hr/ft

    Como pode ser observado na tabela anterior, o subsea tieback est

    totalmente disposto na horizontal, em todos seus mil e quinhentos metros de

    extenso. A figura a 4.5 a seguir a representao do esquema do subsea

    tiebackgerada pelo software.

    Figura 4.5 - Esquema do Subs ea Tiebackgerado pelo sof tware

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    4.3.4 Propriedades do Riser

    Seguem relacionadas na tabela 4.4 as propriedades do riser utilizadas

    neste projeto:

    Tabela 4.4 Propriedades do Riser

    Parmetro Valor

    Distncia Horizontal 0 m

    Diferena de Elevao 2000 m

    Dimetro Interno 0,254 m = 10 pol

    Espessura da Parede 0,0127 m = 0,5 pol

    Rugosidade 2,54m = 0,001 polTemperatura Ambiente 30 C

    Transferncia de Calor 0 btu/hr/ft

    Observa-se da tabela acima que o riser est totalmente disposto na

    vertical, em todos seus dois mil metros de extenso. A figura a 4.6 a seguir a

    representao do esquema do risergerada pelo software.

    Figura 4.6 - Esquema do Riser gerado pelo sof tware

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    4.4 Propriedades do leo

    Os dados utilizados neste projeto correspondem a valores reais e

    utilizados em campo. Estas informaes foram obtidas junto a uma das

    maiores empresas de energia do mundo, assim como do banco de dados do

    software. A caracterizao dos fluidos foi feita utilizando o modelo Blackoil, por

    necessitar de uma menor quantidade de informaes do que a modelagem

    composicional, tornando a simulao mais rpida. Estes dados so mostrados

    na tabela 4.5 a seguir:

    Tabela 4.5 - Caracterizao do fluido modelo Blackoi l

    Parmetro Valor

    Porcentagem de gua - WCut 5%

    Razo Gs/leo - RGO 800 Scf/STB

    Densidade Relativa do Gs 0,64

    Densidade Relativa da gua 1,02

    Densidade do leo, API 30

    Viscosidade do leo Morto, cP 79,55 cP a 15,55 C

    2,64 cP a 93,33 C

    Concluindo a descrio das propriedades do leo, segue na tabela 4.6

    as correlaes usadas em cada etapa do modelo:

    Tabela 4.6 - Correlaes UtilizadasParmetro Correlao

    Escoamento Multifsico Vertical Beggs & Brill Revised

    Escoamento Multifsico Horizontal Beggs & Brill Revised

    Viscosidade do leo Morto Beggs & Robinson

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    4.5 Apresentao dos casos analisados

    De forma geral os casos estudados podem ser resumidos como:

    Caso 1: Escoamento considerando riser limpo, sem incrustao

    parafnica;

    Caso 2: Escoamento considerando a espessura do depsito parafnico

    de 3 polegadas;

    Caso 3: Escoamento considerando a espessura do depsito parafnico

    de 5 Polegadas;

    Caso 4: Escoamento considerando a espessura do depsito parafnico

    de 7 Polegadas;

    Comparao dos resultados para os quatro (4) casos descritos.

    Cada um dos casos ser efetuado utilizando o mdulo Pressure vs Total

    DistanceProfiles com o campo Outlet Pressureuma vez que j conhecemos

    a presso de entrada e queremos conhecer a presso na sada.

    Como mencionado anteriormente, foram utilizadas as mesmas

    propriedades do leo, o mesmo modelo matemtico, o mesmo modelo

    numrico e o mesmo modelo fsico para cada um dos casos, alterando apenas

    o raio da tubulao na regio de interesse para anlise. As propriedades do

    manifold, do separador, do subsea tieback e do leo e j foram mostradas

    anteriormente durante a modelagem fsica dos casos apresentados. Por este

    motivo e por questo de comparao com os demais casos, ser mostrada

    apenas a tabela com as propriedades do riser, onde a propriedade Dimetro

    Interno ser modificada para cada caso simulado.

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    5. Resultados e Discusses

    5.1 Caso 1: Escoamento considerando r iser limpo, sem

    incrustao parafnica.

    Para o caso 1 em especfico, vamos considerar que no h incrustao

    parafnica na parede dos dutos, ou seja, consideraremos o modelo de riser

    mostrado no modelo fsico, com 10 polegadas de dimetro e 0 polegadas de

    incrustao parafnica, como mostrado na tabela 5.1 a seguir.

    Tabela 5.1 Propriedade do RiserCaso 1

    O gradiente de presso calculado apresentado na Fig. 5.1 na qual se

    pode verificar a queda de presso ao longo do duto.

    Parmetro Valor

    Distncia Horizontal 0 m

    Diferena de Elevao 2000 m

    Dimetro Interno 0,254 m = 10 pol

    Espessura da Parede 0,0127 m = 0,5 pol

    Rugosidade 2,54m = 0,001 polTemperatura Ambiente 30 C

    Transferncia de Calor 0 btu/hr/ft

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    Figura 5.1 Queda de Presso para o duto de 10 polegadas Caso 1

    De acordo com o resultado apresentado, o fluido possui energia suficientepara escoar at o final da tubulao de comprimento equivalente igual a 3.500

    m, percorrendo os primeiros 1500 m de duto (Trecho 1 - subsea tieback) sem

    mostrar queda de presso relevante. Isso se deve ao fato do duto referente ao

    primeiro trecho estar horizontalmente fixado no leito marinho, ou seja, no h

    variao gravitacional permitindo que o termo da gravidade para o clculo da

    queda de presso seja desprezado.

    ) +

    ) +

    )

    Isso implica dizer que a queda de presso para o primeiro trecho leva em

    considerao apenas as componentes do atrito e da acelerao.

    A partir de 1500 m at o separador situado no interior de uma plataformaoffshore (Trecho 2 risercom 2000 m de duto), o termo da gravidade para o

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    clculo da queda de presso passa ser considerado, uma vez que a partir

    deste ponto o duto de produo se encontra totalmente na vertical. A queda de

    presso proporcional distncia percorrida pelo fluido produzido e a presso

    final medida em superfcie para este caso de 1868,158 Psia. A tabela 5.2 a

    seguir mostra com mais detalhe a queda de presso pela distncia percorrida

    pelo fluido.

    Tabela 5.2 Queda de Presso vs. Distncia Caso 1

    Distncia (m) Presso (Psia)

    0 3500,000375 3496,667

    750 3493,332

    1125 3489,997

    1500 3486,66

    1833,333 3192,253

    2166,667 2906,008

    2500 2629,315

    2833,333 2363,6693166,667 2110,597

    3500 1868,158

    A queda de presso total calculada como:

    3500 1868,158 1631,842

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    5.2 Caso 2: Escoamento considerando a espessura do depsito

    parafnico de 3 polegadas;

    No caso 2 vamos considerar o incio de deposio parafnica na parede do

    riser. Consideraremos que no riser de 10 polegadas do caso 1, h agora 3polegadas de incrustao parafnica aderida na parede do duto de forma

    homognea, ou seja, em toda sua extenso, at o separador. Isto faz com que

    a rea da seo transversal do duto aberta ao fluxo seja de 7 polegadas, como

    mostrado na tabela 5.3 a seguir.

    Tabela 5.3 Propriedade do RiserCaso 2

    O gradiente de presso calculado apresentado na Fig. 5.2 na qual se

    pode verificar a queda de presso ao longo do duto para este cenrio.

    Parmetro Valor

    Distncia Horizontal 0 m

    Diferena de Elevao 2000 m

    Dimetro Interno 0,1778 m = 7 pol

    Espessura da Parede 0,0127 m = 0,5 pol

    Rugosidade 2,54m = 0,001 polTemperatura Ambiente 30 C

    Transferncia de Calor 0 btu/hr/ft

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    Figura 5.2 Queda de Presso para o duto de 7 polegadas Caso 2

    Similarmente ao resultado apresentado no caso 1, o fluido possui

    energia suficiente para escoar at o final da tubulao de comprimento

    equivalente igual a 3.500 m, percorrendo os primeiros 1500 m de duto (Trecho

    1 - subsea tieback) sem mostrar queda de presso relevante. A presso final

    medida em superfcie para este caso de 1782,922 Psia, um pouco menor do

    que a presso apresentada no caso 1. A tabela 5.4 a seguir mostra com mais

    detalhe a queda de presso pela distncia percorrida pelo fluido.

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    Tabela 5.4 - Queda de Presso vs. Distncia Caso 2

    A queda de presso para o caso dois :

    3500 1782,922 1717,078

    Distncia (m) Presso (Psia)

    0 3500

    375 3496,667

    750 3493,332

    1125 3489,997

    1500 3486,555

    1833,333 3174,374

    2166,667 2872,777

    2500 2582,1852833,333 2302,768

    3166,667 2036,099

    3500 1782,922

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    5.3 Caso 3: Escoamento considerando a espessura do depsito

    parafnico de 5 polegadas;

    No caso 3 consideraremos que no riser de 10 polegadas do caso 1, h

    agora 5 polegadas de incrustao parafnica aderida na parede do duto de

    forma homognea. Isto faz com que a rea da seo transversal do duto aberta

    ao fluxo seja de 5 polegadas, como mostrado na tabela 5.5 a seguir.

    Tabela 5.5 Propriedade do RiserCaso 3

    O gradiente de presso calculado apresentado na Fig. 5.3 na qual se

    pode verificar a queda de presso ao longo do duto para este cenrio.

    Parmetro Valor

    Distncia Horizontal 0 m

    Diferena de Elevao 2000 m

    Dimetro Interno 0,127 m = 5 pol

    Espessura da Parede 0,0127 m = 0,5 pol

    Rugosidade 2,54m = 0,001 polTemperatura Ambiente 30 C

    Transferncia de Calor 0 btu/hr/ft

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    Figura 5.3 Queda de Presso para duto de 5 polegadas Caso 3

    Semelhantemente aos resultados apresentados nos casos 1 e 2, o fluido

    possui energia suficiente para escoar at o final da tubulao de comprimento

    equivalente igual a 3.500 m, percorrendo os primeiros 1500 m de duto (Trecho

    1 - subsea tieback) sem mostrar queda de presso relevante. A presso final

    medida em superfcie para este caso de 1309,681 Psia, um pouco menor do

    que a presso apresentada no caso 2. A tabela 5.6 a seguir mostra com mais

    detalhe a queda de presso pela distncia percorrida pelo fluido.

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    Tabela 5.6 - Queda de Presso vs. Distncia Caso 3

    A queda de presso para o caso trs :

    3500 1309,681 2190,319

    Distncia (m) Presso (Psia)

    0 3500375 3496,667

    750 3493,332

    1125 3489,997

    1500 3486,66

    1833,333 3103,647

    2166,667 2728,39

    2500 2361,5932833,333 2004,313

    3166,667 1655,173

    3500 1309,681

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    5.4 Caso 4: escoamento considerando dimetro do r iserde 3 pol

    No caso 4 consideraremos que no riser de 10 polegadas do caso 1, h

    agora 7 polegadas de incrustao parafnica aderida na parede do duto de

    forma homognea. Isto faz com que a rea da seo transversal do duto aberta

    ao fluxo seja de 3 polegadas. importante salientar que este tipo de caso

    ocorre para cenrios extremos, mas, apesar disso, j realidade em guas

    ultra profundas. A tabela 5.7 a seguir mostra com detalhes as propriedades do

    riserpara o caso 4 analisado.

    Tabela 5.7 Propriedade do RiserCaso 4

    O gradiente de presso calculado apresentado na Fig. 5.4 na qual se

    pode verificar a queda de presso ao longo do duto para este cenrio.

    Parmetro Valor

    Distncia Horizontal 0 m

    Diferena de Elevao 2000 m

    Dimetro Interno 0,0762 m = 3 pol

    Espessura da Parede 0,0127 m = 0,5 pol

    Rugosidade 2,54m = 0,001 polTemperatura Ambiente 30 C

    Transferncia de Calor 0 btu/hr/ft

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    Figura 5.4 Queda de Presso para duto de 3 polegadas Caso 4

    Diferentemente dos resultados apresentados nos casos 1, 2 e 3, o fluido

    no possui energia suficiente para escoar at o final da tubulao de

    comprimento equivalente igual a 3.500 m, pelo fato da queda de presso ser

    muito grande. A distncia mxima que o fluido percorre na tubulao de

    2166,667 m onde chega a 0 Psia de presso, ou seja, apenas 666,667 m a

    partir do riser. A tabela 5.8 a seguir mostra com mais detalhe a queda de

    presso pela distncia percorrida pelo fluido.

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    Tabela 5.8 - Queda de Presso vs. Distncia Caso 4

    Para este cenrio em especfico, outra simulao foi realizada considerando

    as mesmas propriedades de fluido e dutos apresentadas anteriormente para

    este caso, objetivando saber qual seria a presso mnima inicial medida no

    manifold para que o fluido tivesse energia suficiente para chegar at a

    plataforma de produo.

    Para esta ltima simulao, utilizou-se o mdulo Pressure vs Total

    Distance Profiles com o campo Inlet Pressure, uma vez que queremos

    conhecemos a presso de entrada para uma presso de sada conhecida.

    Distncia (m) Presso (Psia)

    0 3500

    375 3496,667

    750 3493,332

    1125 3489,997

    1500 3486,66

    1833,333 1867,627

    2166,667 0

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    Figura 5.5 Presso mnima para o duto de 3 polegadas Caso 4

    De acordo com a anlise do grfico anterior, para que fluido tenha

    energia suficiente para chegar at o separador passando pelos 3500 m dedutos na configurao apresentada, a presso mnima exigida no manifold de

    8922,0539 Psia. Esse resultado ento garante a necessidade de intervenes

    tcnicas e operacionais, sejam elas nos dutos ou no reservatrio em que o

    poo est produzindo.

    Para que esse problema seja resolvido, pode-se propor 2 caminhos

    diferentes: O primeiro fazer com que a presso no manifold chegue at apresso mnima necessria para ascenso do fluido at a plataforma. Para que

    essa presso seja atingida, se faz necessria a utilizao de mtodos especiais

    de recuperao objetivando o aumento da presso do fluido na sada do

    reservatrio. O grande problema que em sua grande maioria, estes mtodos

    so bastante dispendiosos e por isso se descarta sua utilizao para este tipo

    de problema. O segundo caminho proposto a utilizao de mtodos

    corretivos, de forma a desobstruir as paredes da tubulao e por vez, realizar a

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    substituio das linhas, causando empresa responsvel um gasto no

    esperado e por vez inviabilizando a continuidade de produo nessas linhas.

    5.5 Comparao dos Resultados

    A comparao dos resultados para os 4 casos simulados pode ser

    visualizada de forma grfica e a partir de tabela, como mostram a figura 5.6 e

    a tabela 5.9, mostradas abaixo.

    Figura 5.6 Comparao dos resultados para todos os casos simulados

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    Tabela 5.9 Comparao dos casos analisados

    Caso

    Dimetro

    do Riser

    (Pol)

    Espessura do

    depsito

    parafnico (Pol)

    Dimetro da

    rea aberta ao

    fluxo (Pol)

    Presso

    Final (Psia)

    Queda de

    Presso

    (Psia)

    Caso 1 10 0 10 1868,158 1631,842

    Caso 2 10 3 7 1782,922 1717,078

    Caso 3 10 5 5 1309,681 2190,319

    Caso 4 10 7 3 0 0

    A partir do grfico e da tabela, ambos mostrados anteriormente, podemos

    tirar as seguintes concluses:

    1. Quanto maior a espessura do depsito parafnico, menor o dimetro da

    rea aberta ao fluxo;

    2. Quanto menor o dimetro da rea aberta ao fluxo, menor a presso final

    medida em superfcie;

    3. Uma menor presso final medida na superfcie implicar em uma maior

    queda de presso.

    Resumidamente, podemos dizer que quanto maior a espessura do depsito

    parafnico, maior ser a queda de presso no duto por unidade de

    comprimento. Com esse resultado, conseguimos chegar ao objetivo do

    presente trabalho.

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    6. Implicao dos Resultados

    De acordo com os resultados apresentado nos casos simulados, a

    queda de presso proporcional quantidade de parafina depositada naparede dos dutos. Para problemas mais graves, o resultado apresentado pode

    gerar complicaes srias para a empresa operadora. So eles:

    Obstruo parcial ou total da tubulao;

    Perda de produo;

    Perdas financeiras causadas por menor produtividade nas linhas;

    Gastos com mtodos corretivos;

    Incremento da potncia de bombeio;

    Necessidade de substituio de equipamentos;

    Paralizao da produo em casos mais graves, gerando perdas

    financeiras adicionais.

    Por este motivo, faz necessria a utilizao de mtodos que auxiliaro

    na preveno de formao da parafina, sejam eles inibidores qumicos ou

    isolamento trmico das linhas.

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    7. Concluso

    O presente trabalho mostrou o comportamento da presso mediante a

    deposio parafnica em dutos subsea. Os resultados mostraram uma realqueda de presso associada formao de depsitos parafnicos em dutos.

    As simulaes realizadas no software, juntamente com as correlaes

    utilizadas, apresentaram resultados bastante expressivos e dentro do esperado

    para as caractersticas do reservatrio e do fluido em questo, sendo

    condizentes com os resultados reportados na literatura, o que comprova sua

    grande aplicao e eficcia quando se trata de simulaes de escoamento.

    As simulaes demostraram a importncia de um estudo prvio desta

    disciplina em poos de produo de hidrocarboneto. Em um cenrio real, por

    exemplo, se fosse utilizada a configurao de projeto de linhas apresentado

    neste trabalho e considerando a formao de parafina, certamente haveria

    srios problemas operacionais e grandes custos de mitigao. A

    recomendao, portanto, realizar adequadamente uma anlise do potencial

    de formao de parafina e de suas medidas preventivas.

    O aprendizado com relao ao software foi de grande importncia, pois

    alm de permitir o aprimoramento do conhecimento em diversas reas da

    Indstria do Petrleo, esse programa computacional muito utilizado por

    diversas empresas, como Petrobras, Schlumberger, Halliburton, Expro, dentre

    outras.

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    8. Referncias Bibliogrficas

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