tcc-robson soares de melo - ufpe · 2019. 10. 25. · 3 catalogação na fonte sistema de...

54
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO ACADÊMICO DE VITÓRIA CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS MORCEGOS DA ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE CAETÉS E ÁREAS URBANAS DO SEU ENTORNO VITÓRIA DE SANTO ANTÃO – PE / 2010

Upload: others

Post on 25-Feb-2021

0 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: TCC-ROBSON SOARES DE MELO - UFPE · 2019. 10. 25. · 3 Catalogação na fonte Sistema de Bibliotecas da UFPE – Biblioteca Setorial do CAV M528m Melo, Robson Soares de Morcegos

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO ACADÊMICO DE VITÓRIA

CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

MORCEGOS DA ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE CAETÉS E ÁREAS URBANAS DO SEU ENTORNO

VITÓRIA DE SANTO ANTÃO – PE / 2010

Page 2: TCC-ROBSON SOARES DE MELO - UFPE · 2019. 10. 25. · 3 Catalogação na fonte Sistema de Bibliotecas da UFPE – Biblioteca Setorial do CAV M528m Melo, Robson Soares de Morcegos

2

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO ACADÊMICO DE VITÓRIA

CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

MORCEGOS DA ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE CAETÉS E ÁREAS URBANAS DO SEU ENTORNO

ROBSON SOARES DE MELO

VITÓRIA DE SANTO ANTÃO – PE / 2010

TCC apresentado ao curso de Graduação em licenciatura em Ciências Biológicas como requisito para incremento da Disciplina Eletiva do Curso de Licenciatura em ciências Biológicas.

Orientador: Prof. Dr. Luiz Augustinho Menezes da Silva

Page 3: TCC-ROBSON SOARES DE MELO - UFPE · 2019. 10. 25. · 3 Catalogação na fonte Sistema de Bibliotecas da UFPE – Biblioteca Setorial do CAV M528m Melo, Robson Soares de Morcegos

3

Catalogação na fonte Sistema de Bibliotecas da UFPE – Biblioteca Setorial do CAV

M528m Melo, Robson Soares de Morcegos da estação ecológica de Caetés e áreas urbanas de seu entorno / Robson Soares de Melo. - Vitória de Santo Antão: O Autor, 2010. 54 folhas:il.; tab.; figuras. Monografia (Graduação) – Universidade Federal de Pernambuco. CAV. Ciências Biológicas, 2010. Inclui bibliografia e anexos.

1. Quirópteros – áreas urbanas. 2.Morcegos – Estação Ecológica de Caetés - PE. 3. Morcegos - inventários. I. Título.

CDD (21.ed.) 570

BIBCAV/UFPE-014/2010

Page 4: TCC-ROBSON SOARES DE MELO - UFPE · 2019. 10. 25. · 3 Catalogação na fonte Sistema de Bibliotecas da UFPE – Biblioteca Setorial do CAV M528m Melo, Robson Soares de Morcegos

4

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO ACADÊMICO DE VITÓRIA

CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

ROBSON SOARES DE MELO

MORCEGOS DA ESTAÇÃO ECOLÓGICA DE CAETÉS E ÁREAS URBANAS DO SEU ENTORNO

Trabalho de Conclusão de

Curso aprovado por banca

examinadora em 29 de

junho de 2010.

Banca Examinadora:

Prof. Dr. Luiz Augustinho Menezes da Silva (Orientador)

Prof. M.Sc. Yumma Bernardo Maranhão Valle

Prof. M.Sc. Gilmar Beserra de Farias

Vitória de Santo Antão, junho de 2010

Page 5: TCC-ROBSON SOARES DE MELO - UFPE · 2019. 10. 25. · 3 Catalogação na fonte Sistema de Bibliotecas da UFPE – Biblioteca Setorial do CAV M528m Melo, Robson Soares de Morcegos

5

Dedico este trabalho a minha querida mãe Maria dos Anjos, ela que é o amor da minha vida e sempre foi tudo pra mim, e aos meus avôs João Soares e Othília Zumira por na sua simplicidade terem me ajudado a realizar mais um sonho.

Page 6: TCC-ROBSON SOARES DE MELO - UFPE · 2019. 10. 25. · 3 Catalogação na fonte Sistema de Bibliotecas da UFPE – Biblioteca Setorial do CAV M528m Melo, Robson Soares de Morcegos

6

AGRADECIMENTOS

Primeiramente, com toda a honra e prazer, agradeço ao meu supremo DEUS.

Ele que de tão considerável para comigo, sempre me mostrou oportunidades que

jamais pensei em obter, ele que com todo o seu amor de pai e família completa me

ensinou a desafiar a vida e superar vários dos obstáculos que ele já me impôs.

Assim como todas as minhas outras conquistas que já obtive e por ventura as que

estão por vir em nome dele, mais uma etapa que cumpri com sua indispensável

ajuda mediante a intervenção assídua e contínua do Senhor Jesus Cristo e da minha

Mãezinha do céu que sempre esteve me protegendo com seu manto acolhedor de

mãe.

A minha querida família que sempre esteve presente em todos os momentos

da minha vida, nos bons e nos ruins, me incentivando e torcendo para eu superar os

obstáculos. Em especial à minha mãe pelas preocupações e orações para que tudo

desse certo na minha vida.

Ao Prof. Dr. Luiz Augustinho Menezes da Silva, meu orientador, pelo

incentivo, apoio, amizade e orientação. E por ter acreditado em mim e por ter me

dado a oportunidade de conhecer melhor animais de formas tão magníficas e de

elevada importância para os ecossistemas, que são os morcegos.

Aos amigos que fazem parte do Grupo de Estudos de Morcegos do Nordeste

(GEMNE): Leandro Pimentel, Roseli Rodolfo, Paloma Joana, Jarcilene de Oliveira,

Emmanuel Messias e Teone da Silva, pessoas essências na realização deste

trabalho sempre presentes nas coletas mensais e aplicação dos questionários, eles

que tornaram as noites frias e às vezes chuvosas muito mais agradáveis.

A todos os meus amigos que torceram, rezaram e aguentaram muitas

histórias de morcegos. Em especial aos colegas da turma 2006.2 do Curso de

Ciências Biológicas do CAV, que com certeza não terei como esquecer cada um de

vocês. E aos professores que me guiaram para a conclusão desta etapa da minha

vida.

A Comunidade em torno a ESEC-Caetés por terem respondido com toda

paciência aos questionários e ter nos recebido muito bem em suas casas. A CPRH

por todo apoio logístico, em especial a Sandra Cavalcante, pelas facilidades

prestadas ao desenvolvimento do trabalho na Estação Ecológica de Caetés.

Page 7: TCC-ROBSON SOARES DE MELO - UFPE · 2019. 10. 25. · 3 Catalogação na fonte Sistema de Bibliotecas da UFPE – Biblioteca Setorial do CAV M528m Melo, Robson Soares de Morcegos

7

A coordenação do curso pelo esforço e paciência com todos os graduandos

nestes quatro anos e por ter nos oferecido a oportunidade de escrever este TCC

como disciplina eletiva.

Ao Centro Acadêmico de Vitória (CAV-UFPE) pelo apoio as pesquisas e

disponibilidade dos laboratórios para realizarmos os nossos trabalhos.

A banca examinadora por terem aceitado argüir este trabalho.

E a todos que de alguma forma contribuíram para o desenvolvimento desta

pesquisa e de minha formação acadêmica, meus sinceros AGRADECIMENTOS.

Page 8: TCC-ROBSON SOARES DE MELO - UFPE · 2019. 10. 25. · 3 Catalogação na fonte Sistema de Bibliotecas da UFPE – Biblioteca Setorial do CAV M528m Melo, Robson Soares de Morcegos

8

O presente Trabalho de Conclusão de Curso está no formato da Revista Biota

Neotropica, conforme normas em anexo, enriquecido com figuras e tabelas.

Page 9: TCC-ROBSON SOARES DE MELO - UFPE · 2019. 10. 25. · 3 Catalogação na fonte Sistema de Bibliotecas da UFPE – Biblioteca Setorial do CAV M528m Melo, Robson Soares de Morcegos

9

LISTA DAS FIGURAS

Figura 1. Vista superior da Estação Ecológica de Caetés, Paulista,

Pernambuco, Brasil, obtida a partir do Google Earth. .............................

24

Figura 2.. Dado pluviométrico (em milímetro cúbico) de julho de 2009 a

junho de 2010 para a região da ESEC-Caetés (Abreu e Lima). Fonte:

Instituto Tecnológico de Pernambuco (ITEP).........................................

25

Figura 3 – Amarras plásticas, modelo GI-5000, fabricadas pela

Baumgarten Ltda, Atlanta, USA, com 12,8 mm de comprimento. ...........

26

Figura 4. Número cumulativo das espécies de morcegos coletadas

durante o período de julho de 2009 a junho de 2010, na ESEC-Caetés,

Paulista, Pernambuco. O valor entre parênteses corresponde ao

número de coletas já realizadas...............................................................

29

Figura 5. Abundância das espécies de quirópteros coletados na ESEC-

Caetés, entre julho de 2009 e junho de 2010. .........................................

32

Figura 6. Riqueza mensal e número de morcegos capturados em cada

mês na ESEC-Caetés entre julho de 2009 e junho de 2010....................

34

Figura 7. Número de capturas por espécies de morcegos na ESEC-

Caetés durante o período seco (setembro a fevereiro)............................

35

Figura 8. Número de capturas por espécies de morcegos na ESEC-

Caetés durante o período chuvoso (março a agosto)...............................

35

Page 10: TCC-ROBSON SOARES DE MELO - UFPE · 2019. 10. 25. · 3 Catalogação na fonte Sistema de Bibliotecas da UFPE – Biblioteca Setorial do CAV M528m Melo, Robson Soares de Morcegos

10

LISTA DAS TABELAS

Tabela 1. Lista sistemática das espécies de Chiroptera capturadas na

ESEC Caetés, Paulista, Pernambuco, Brasil. No período de julho de

2009 a junho de 2010...............................................................................

28

Tabela 2. Abundância e porcentagem das espécies de morcegos

capturados no período de um ano (entre julho de 2009 e junho de

2010) na ESEC Caetés.............................................................................

30

Tabela 3. Número de espécimes de quirópteros coletados na ESEC

Caetés – Paulista, PE, entre julho de 2009 e junho de 2010...................

31

Tabela 4. Número de capturas das espécies de morcegos muito

frequentes em todo o período de estudo, e separadamente nos período

chuvosos e seco, na ESEC Caetés, entre julho de 2009 e junho de

2010.........................................................................................................

36

Page 11: TCC-ROBSON SOARES DE MELO - UFPE · 2019. 10. 25. · 3 Catalogação na fonte Sistema de Bibliotecas da UFPE – Biblioteca Setorial do CAV M528m Melo, Robson Soares de Morcegos

11

SUMÁRIO

DEDICATÓRIA

AGRADECIMENTOS

LISTA DAS FIGURAS

LISTA DAS TABELAS

INTRODUÇÃO GERAL..............................................................................................12

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................16

ARTIGO......................................................................................................................20

Resumo .....................................................................................................................20

Introdução .................................................................................................................22

Material e Métodos.................................................................................................... 24

1. Área de estudo.............................................................................................24

2. Coleta de dados...........................................................................................25

Resultados e Discussão.............................................................................................27

1. Ocorrência, frequência, abundância e atividade anual das espécies de

Quirópteros coletados.....................................................................................27

Agradecimentos.........................................................................................................37

Referências bibliográficas..........................................................................................37

CONCLUSÕES..........................................................................................................43

ANEXO A (Normas da Revista Biota Neotropica).....................................................44

ANEXO B (Ficha de Campo).....................................................................................54

Page 12: TCC-ROBSON SOARES DE MELO - UFPE · 2019. 10. 25. · 3 Catalogação na fonte Sistema de Bibliotecas da UFPE – Biblioteca Setorial do CAV M528m Melo, Robson Soares de Morcegos

12

INTRODUÇÃO GERAL

De acordo com Hill & Smith (1988), a ordem Chiroptera é composta pelos

únicos mamíferos que verdadeiramente voam, devido à transformação de seus

braços e mãos em asas. Os quirópteros são um dos grupos de mamíferos mais

diversificados do mundo, com 18 famílias, 202 gêneros e 1120 espécies (Simmons

2005). Isso quer dizer que a ordem Chiroptera representa aproximadamente 22%

das espécies conhecidas de mamíferos, que hoje totalizam 5416 espécies (Wilson &

Reeder 2005). No Brasil são conhecidas 9 famílias, 64 gêneros e 167 espécies (Reis

et. al. 2006), destas, são encontradas em Pernambuco sete famílias e 67 espécies

(Guerra 2007).

Devido às mudanças ambientais e a estruturação do hábitat, a composição

de fauna está em constante mudança, sendo acrescidas novas espécies a partir da

ampliação de áreas de uso e da descrição de novos táxons como visto nos trabalhos

de Simmons (1996), Gregorin & Ditchfield (2005), Mikalauskas et al. (2006),

Nogueira et al. (2008) entre outros, sendo, portanto necessária a realização de

trabalhos de longo prazo ou coletas em áreas já estudas anteriormente, a fim de se

verificar as alterações na comunidade de morcegos local.

A importância da ordem Chiroptera, dentro do grupo dos mamíferos, pode ser

ilustrada pela sua grande representatividade em países neotropicais,

compreendendo mais de 50% da fauna de mamíferos da Costa Rica e do Panamá

(Bonaccorso 1975). O número de espécies de morcegos cresce a medida que nos

aproximamos do Equador e, além do mais, sabe-se que o aumento da diversidade

de mamíferos na comunidade é grandemente influenciada pelo crescimento do

número de espécies de morcegos (Heithaus et. al. 1975), podendo ser encontrada

até 98 espécies numa mesma área (Handley 1976).

Os morcegos são importantes na regeneração de áreas degradadas, onde os

frugívoros atuam na dispersão de sementes, sendo considerados excelentes

dispersores (Pijl 1957). Realizam a polinização de diversas espécies vegetais,

algumas com importância econômica. As espécies insetívoras, devido a sua

voracidade e ao seu elevado número, são ecologicamente importantes no controle

da população de insetos (Constantine 1970) e, certamente, teríamos uma

superabundância desses animais em regiões tropicais, caso não existissem agentes

Page 13: TCC-ROBSON SOARES DE MELO - UFPE · 2019. 10. 25. · 3 Catalogação na fonte Sistema de Bibliotecas da UFPE – Biblioteca Setorial do CAV M528m Melo, Robson Soares de Morcegos

13

controladores do número de insetos, dentro de um equilíbrio razoável (Goodwin &

Greenhall 1961). São utilizados como recurso alimentar por alguns povos na África e

algumas tribos no Brasil (Setz & Sazima 1987). Na medicina e na farmacologia, são

usados no desenvolvimento de vacinas, em estudos epidemiológicos e em

mecanismos de resistência a doenças (Yalden & Morris 1975 apud Reis 1982).

Os morcegos representam um dos grupos mais diversos, tanto em número de

espécies quanto em hábitos alimentares. A família Phyllostomidae engloba espécies

insetívoras, carnívoras, frugívoras, folívoras, granívoras, nectarívoras, onívoras e

hematófagas (Nogueira & Peracchi 2003). Os morcegos frugívoros merecem

destaque pela sua importância ecológica como dispersores de sementes e,

consequentemente regeneradores de áreas desmatadas (Aguiar 1994). Além disso,

esses animais são muito sensíveis a alterações de seus habitas, podendo funcionar

como bioindicadores (Medellín et al. 2000).

Apesar de toda a importância dos morcegos pouco se tem estudado a

respeito desse grupo em áreas urbanas, principalmente em Pernambuco, onde já

foram registradas 25 espécies ocorrendo em ambientes urbanos (Silva 2000, Guerra

2007, Leal 2007 e 2008, Melo 2007; dados não publicados do Centro de Controle de

Zoonoses do Recife e do Centro de Vigilância Ambiental de Olinda).

O desmatamento é uma das principais causas do aumento do número de

espécies de morcegos encontrados nas áreas urbanas. Segundo Bierregard et. al.

(1992) a fragmentação das florestas, acarreta transformações nos ecossistemas

naturais, e tem como consequências a redução do tamanho de diversas populações

e o desaparecimento de espécies que necessitam de grandes áreas para

sobreviverem. Chaves & Uieda (2003), dizem que inúmeras espécies de morcegos

são encontradas comumente em áreas urbanas devido às condições favoráveis de

abrigos e alimentos que encontram nas cidades.

Segundo Estrada & Coates-Estrada (2001), devido ao crescimento das

cidades e à aproximação com as áreas florestais, algumas espécies de morcegos,

em função da particularidade do vôo e devido à sua capacidade de dispersão entre

os fragmentos, tem se adaptado, seja permanecendo nos fragmentos florestais ou

deslocando-se entre outros fragmentos localizados em perímetro urbano ou até

mesmo se estabelecendo no ambiente urbano (Sazima et al. 1994, Silva et al. 1996,

Uieda 1996, Pedro 1998, Esbérard 2003, Passos et al. 2003, Reis et al. 2005).

Page 14: TCC-ROBSON SOARES DE MELO - UFPE · 2019. 10. 25. · 3 Catalogação na fonte Sistema de Bibliotecas da UFPE – Biblioteca Setorial do CAV M528m Melo, Robson Soares de Morcegos

14

Para animais silvestres vivendo em ambientes urbanos, a identificação de

habitats preferenciais é fundamental para sua conservação. As novas condições

geradas pela urbanização podem beneficiar espécies generalistas por fornecer

alimento extra, refúgios e sítios de reprodução (Furlonger et al. 1987). No entanto,

animais especialistas podem ser afetados se características de um habitat forem

demasiadamente modificadas pela urbanização, se certos recursos essenciais forem

removidos, ou ainda, se as distâncias entre os habitats adequados dentro do

mosaico urbano forem excessivamente grandes para colonização (Dickman &

Doncaster 1989). Em áreas urbanas, ruas arborizadas podem funcionar como

corredores biológicos formando linhas de conexão entre os parques urbanos

(Fernández-Juricic 2000). Comunidades de morcegos certamente podem mudar

dependendo dos processos de urbanização sofridos numa dada área. O

monitoramento das espécies e de seus hábitos alimentares em áreas urbanas se

mostram uma ferramenta valiosa na conservação e manejo dos morcegos (Silva et

al. 1996).

Dentre os ecossistemas brasileiros, a Mata Atlântica é um dos que apresenta

problemas críticos em termos de conservação, apresentando uma fauna rica e com

grande número de endemismo (Aguiar 1994) e que, devido a sua acelerada

destruição, muitas informações sobre este ambiente podem nunca vir a serem

registradas.

Reis et al. (1993-2003), Sazima et al. (1994), Zortéa & Chiarello (1994),

Pedro et al. (1995), Bredt & Uieda (1995), Silva et al. (1996), Félix et al. (2001),

Esbérard (2003), Passos & Passamani (2003) dizem que embora as florestas

venham cedendo lugar ao avanço das cidades, muitas espécies de morcegos

demonstram resistência a este avanço, resistindo a esse tipo de pressão antrópica,

mantendo-se diretamente em ambientes urbanos.

Para tanto, os morcegos utilizam-se dos mais diversos tipos de abrigos, como

cavernas, fendas de rocha, buracos no solo, ocos de árvores, superfície de troncos

de árvores, folhagem, cupinzeiros e construções humanas, como forros de casa,

sótãos, porões, janelas, vãos de dilatação, pontes e outros (Kunz 1982). Por isso

Estrada & Coates–Estrada (2001) relatam que os morcegos são menos vulneráveis

à fragmentação de seus ambientes naturais do que outros mamíferos devido a sua

capacidade de dispersão.

Page 15: TCC-ROBSON SOARES DE MELO - UFPE · 2019. 10. 25. · 3 Catalogação na fonte Sistema de Bibliotecas da UFPE – Biblioteca Setorial do CAV M528m Melo, Robson Soares de Morcegos

15

Em um inventário realizado em 1999 na Estação Ecológica de Caetés (ESEC-

Caetés) foram catalogadas 15 espécies de três famílias: Emballonuridae (01),

Phyllostomidae (13) e Vespertilionidae (01) (Silva 2000). De acordo com os dados

de Silva (2000) as espécies Carollia perspicillata, Platyrrhinus lineatus, Artibeus

lituratus, Artibeus cinereus, Artibeus jamaicensis (= Artibeus planirostris),

Phyllostomus. discolor, Glossophaga soricina e Sturnira lilium foram consideradas

espécies muito frenquentes na ESEC-Caetes. Também foi registro para a ESEC-

Caetés Desmodus rotundus, Artibeus obscurus, Myotis nigricans, Chiroderma

villosum, Chiroderma doriae, Phyllostomus hastatus e Saccopteryx leptura sendo

que estas espécies foram consideradas pouco frequentes pelo autor.

Com isso o presente trabalho teve como objetivo principal atualizar a lista das

espécies de morcegos existentes na Estação Ecológica de Caetés. Catalogar as

espécies e propiciar subsídios para a conservação e o manejo que permitam um

bom convívio entre os munícipes e os morcegos. Além de minimizar os problemas

causados pela presença dos quirópteros em áreas urbanas diminuindo assim, os

riscos de transmissão de zoonoses, bem como, evitar o extermínio de morcegos,

visando buscar estratégias de manejo para o táxon nas áreas urbanas e implantar

programas de monitoramento de quirópteros urbanos.

Page 16: TCC-ROBSON SOARES DE MELO - UFPE · 2019. 10. 25. · 3 Catalogação na fonte Sistema de Bibliotecas da UFPE – Biblioteca Setorial do CAV M528m Melo, Robson Soares de Morcegos

16

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Aguiar, L. M. S. 1994. Comunidades de Chiroptera em três áreas de Mata Atlântica

em diferentes estágios de sucessão- Estação Biológica de Caratinga, Minas Gerais.

Dissertação (Mestrado em Ecologia, Conservação e Manejo de Vida Silvestre),

Minas Gerais, 101p.

Bierregard, R. O. Jr.; Lovejoy, T.E; Kapos, V.; Santos, A. A. & Hutchings, R. W.,

1992. The Biological dynamics of Tropical Rainforests Fragments. Bioscience, 42:

859-866.

Bonaccorso, F. J. 1975. Foraging and reproductive ecology in Panamanian bat

community. Bull. Fla. St. Mus. Biol. Sci., 24 (4): 359-408.

Bredt, A. & Uieda, W., 1996. Bats from urban and rural environments of the Distrito

federal, mid-western Brazil. Chiropt. Neotrop. 2 (2): 54-57.

Chaves, M. E. & Uieda, W., 2003. Morcegos em edificações urbanas de Botucatu,

Estado de São Paulo. UBEA/PUCRS. PUB. ESP. Porto Alegre, n. 2, p. 53-54.

Constantine, D. G. 1970. Bats in relation to the health welfare and economy of man.

IN: Wimsatt, W. A. ed Biology of bats New York, Academic press, p. 319-449.

Dickman, C. R. & Doncaster, C. P. 1989. The ecology of small mammals in urban

habitats. II. Demography and dispersal. Journal of Animal Ecology 58: 119-127.

Esbérard, C.E.L. 2003. Diversidade de morcegos em área de Mata Atlântica

regenerada no sudeste do Brasil. Revista Brasileira de Zoociencias v.5, n.2, p. 189-

204.

Estrada, A. & Coates – Estrada, R., 2001. Bat species richness in live and in

corridors of residual rain Forest vegetation at los Tuxtlas, México. Ecography 24 (1):

94-102.

Félix, J.S.; Reis, N. R.; Lima, I. P.; Costa, E. F. & Peracchi, A. L., 2001. Is the área of

the Arthur Thomas park, with 82.72 há, sufficient to maintain viable chiropteran

populations? Chiropt. Neotrop. 7 (1-2): 129-133.

Fernández-Juricic, E. 2000. Avifaunal use of wooded streets in an urban landscape.

Conservation Biology 14: 513-521.

Furlonger, C. L., Dewar, H. J. & Fenton, M. B. 1987. Habitat use by foraging

insectivorous bats. Canadian Journal of Zoology 65: 284-288.

Page 17: TCC-ROBSON SOARES DE MELO - UFPE · 2019. 10. 25. · 3 Catalogação na fonte Sistema de Bibliotecas da UFPE – Biblioteca Setorial do CAV M528m Melo, Robson Soares de Morcegos

17

Goodwin, G. G.; Greenhall, A. M. 1961. A review of the bats of Trinidad and Tobago

(Descriptions, rabies infection and ecology). Bull Am. Mus. Nat. Hist., 122 (3): 191-

301.

Gregorin, R. e A. D. Ditchfield. 2005. New genus and species of nectar-feeding bat

in the tribe Lonchophyllini (Phyllostomidae: Glossophaginae) from northeastern

Brazil. Journal of Mammalogy, Lawrence.86 (2): 403-414.

Guerra, D. Q. 2007. Chiroptera de Pernambuco: Distribuição e aspectos biológicos.

2007. Dissertação (Mestrado em Biologia Animal) Universidade Federal de

Pernambuco. Recife. 65p.

Handley, C. O. Jr. 1976. Mammals of the Smithsoniam Venezuelan project. Brighan

Young Univ. Sci. Bull. Ser., 20 (5): 1-91.

Heithaus, E. R.; Fleming, T. M, Opler, P. A. 1975. Foraging patterns and resource

utilization in seven species of bats in a seasonal tropical forest. Ecology, 56 (4): 841-

854.

Hill, J. E. & J. D. Smith, 1988. Bats: A natural history. London, British Museum (Nat.

Hist.), 243 p.

Kunz, T. H., 1982. Roosting ecology of bats. P. 1-55. In: Ecology of bats (T. H. Kunz,

ed). Plenum Press, New York.

Medellin, R. A.; Equihua, M.; Amin, M. A. 2000. Bat diversity and abundance as

indicators as disturbarce in neotropical rainforests. Conservation Biology, México, 14

(6): 1666- 1675.

Mikalauskas, J. S; R. Moratelli e A. L. Peracchi. 2006. Ocorrência de Chiroderma

doriae Thomas (Chiroptera:Phyllostomidae) no estado de Sergipe, Brasil. Revista

Brasileira de Zoologia, Curitiba, 23 (3): 877-878.

Nogueira, M. R.; Peracchi, A. L. 2003. Fig-seed predation by two species of

Chiroderma: discovery of a new feeding strategy in bats. Journal of Mammalogy.

v.84, n.1. Lawrence, p. 225-233.

Nogueira, M. R; A. Pol; L. R. Monteiro e A. L. Peracchi 2008. First Record of Miller’s

mastiff bat, [Molossus pretiosus] (Mammalia: Chiroptera), from the Brazilian Caatinga

Chiroptera Neotropical Brasilia, 14 (1): 360-365.

Passos, F.C.; Silva, W.R.; Pedro, W.A.; Bonin, M.R. Frugivoria em morcegos

(Mammalia, Chiroptera) no Parque Estadual de Intervales, sudeste da Brasil. Revista

Brasileira de Zoologia, v.20, n.3, p. 511-517, 2003.

Page 18: TCC-ROBSON SOARES DE MELO - UFPE · 2019. 10. 25. · 3 Catalogação na fonte Sistema de Bibliotecas da UFPE – Biblioteca Setorial do CAV M528m Melo, Robson Soares de Morcegos

18

Passos, J. G. & Passamani, M., 2003. Artibeus lituratus (Chiroptera, Phyllostomidae):

Biologia e dispersão de sementes no Parque do Museu de Biologia Prof. Mello

Leitão, Santa Tereza ( ES). Natureza on line 1 (1): 1-6.

Pedro, W. A. 1998. Diversidade de Morcegos em habitats florestais fragmentados do

Brasil (Chiroptera, Mammalia). 1998. 128f. Tese (Doutorado) – Universidade Federal

de São Carlos, São Carlos.

Pedro, W. A.; Geraldes, M. P.; Lopez, G. G.; & Alho, C. J. R., 1995. Fragmentação

de habitat e a estrutura de uma taxocenose de morcegos em São Paulo (Brasil).

Chirop. Neotrop. 1 (1): 4-6.

Pijl, L. Van Der. 1957. The dispersal of plants by bats (Chiropterochory). Act. Botân.

Neerl. 6: 291-315.

Reis, N. R. Dos. 1982. Sobre a conservação dos morcegos. Semina, 3 (10): 107-

109.

Reis, N. R., Peracchi, A. L., Pedro, W. A., Lima, I. P. 2006. (Eds). Mamíferos do

Brasil. Londrina: 437 p.

Reis, N. R.; Barbieri, M. L. S.; Lima, I. P.; & Peracchi, A. L., 2003. O que é melhor

para manter a riqueza de espécies de morcegos (Mammalia, Chiroptera): um

fragmento florestal grande ou vários fragmentos de pequenos tamanhos? Rev. Bras.

Zool. 20 (2): 225-230.

Reis, N. R.; Barbieri, M.L.S.; Lima, I.P. 2005. O que é melhor para manter a riqueza

de espécies de morcegos (Mammalia: Chiroptera): um fragmento grande, ou vários

fragmentos de pequeno tamanhos? Revista brasileira de Zoologia, v.20, n.2, p. 45-

51.

Reis, N. R.; Peracchi, A. L. & Onuki, M. K., 1993. Quirópteros de Londrina, Paraná,

Brasil (Mammalia, Chiroptera) Rev. Brás. Zool. 10 (3): 371-381.

Sazima, I.; Fischer, W.A.; Sazima, M.; Fischer, E.A. The fruit bat Artibeus lituratus as

a forest and city dweller. Ciência e Cultura, v.46, n.3, p. 164- 168, 1994.

Setz, E. Z. F., Sazima, I. 1987. Bats eaten by Nambiquara indians in western Brazil.

Biotropica, 19 (2): 190.

Silva, L. A. M. da. 2000 Levantamento de Morcegos (Mammalia: Chiroptera) com

ênfase à alimentação na Estação ecológica de Caetés, Paulista, PE. Recife, 2000.

Dissertação (Mestrado em Biologia Animal). Universidade Federal de Pernambuco.

98p.

Page 19: TCC-ROBSON SOARES DE MELO - UFPE · 2019. 10. 25. · 3 Catalogação na fonte Sistema de Bibliotecas da UFPE – Biblioteca Setorial do CAV M528m Melo, Robson Soares de Morcegos

19

Silva, M. M. S., Harmani, N. M. S., Gonçalves, E. F. B., & Uieda, W. 1996. Bats from

the metropolitan region of São Paulo, southeastern Brazil. Chiroptera Neotropical 2:

39-41.

Simmons, N. B. 1996. A new species of [Micronycteris] (Chiroptera: Phyllostomidae)

from Northeastern Brazil, with comments on phylogenetic relationships. American

Museum Novitates, New York, 3158: 1-34.

Simmons, N. B., 2005. Order Chiroptera, 312-529. In: D. E Wilson & D. M. Reeder

(Eds). Mammal species of the world: a taxonomic and geographic reference.

Baltimore, Maryland, Johns Hopkins University Press, 3º., 2142p.

Uieda, W. 1996. Biologia e dinâmica populacional de morcegos hematófagos. Anais

do II curso de atualização em raiva dos herbívoros. Curitiba – PR, p. 63-87.

Wilson, D. E. & Reeder, D. M. 2005. (Eds). Mammal species of the world: a

taxonomic and geografic reference. 3ed., v.1. Baltimore: Johns Hopkins University

Press, 2181 p.

Zortéa, M. & Chiarello, A. G., 1994. Observations on the big fruit-eating bat, Artibeus

lituratus, in a urban reserve of south-east Brazil. Mammalia 58 (4): 665-670.

Page 20: TCC-ROBSON SOARES DE MELO - UFPE · 2019. 10. 25. · 3 Catalogação na fonte Sistema de Bibliotecas da UFPE – Biblioteca Setorial do CAV M528m Melo, Robson Soares de Morcegos

20

ARTIGO CIENTÍFICO

Morcegos da Estação Ecológica de Caetés e áreas urbanas do seu

entorno Robson Soares de Melo1 & Luiz Augustinho Menezes da Silva2

1 Graduando do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas – UFPE/CAV, Voluntário do

Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC/CNPq/UFPE) e estagiário do

Grupo de Estudos de Morcegos no Nordeste (GEMNE);

2 Prof. Adjunto- Núcleo de Biologia / Universidade Federal de Pernambuco - CAV

Coordenador do Grupo de Estudos de Morcegos no Nordeste (GEMNE);

E-mail: [email protected]

Resumo: Morcegos vivendo em florestas nativas próximas das áreas urbanas

podem ser atraídos para as cidades em busca de alimento. No Brasil, já foram

registradas 63 espécies de morcegos utilizando praças, parques e habitações em

ambientes urbanos. Com isso, o presente trabalho tem por objetivo realizar uma

atualização da lista das espécies de morcegos existentes na Estação Ecológica de

Caetés, localizada entre os municípios de Paulista e Abreu e Lima a 30 km do

Recife-PE. A ESEC-Caetés com aproximadamente 157ha está inserida em uma

matriz urbana cercada por residências e áreas industriais. As coletas foram

realizadas mensalmente, entre os meses de julho de 2009 a junho de 2010, durante

três dias consecutivos, em diferentes pontos distribuídos entre borda externa, borda

interna e interior de mata. Para a captura dos morcegos foram utilizadas, seis redes

de neblina (12m de comprimento por 2m de largura e malha de 36mm), estas foram

armadas em pontos aleatorios das áreas pré-estabelecidos. As capturas ocorreram

entre às 17h e 24h, os animais ao serem capturados eram marcados com colares de

identificação. Com um esforço de 36288 m2.h.r foram capturados 726 morcegos, de

14 espécies, todas da família Phyllostomidae. Carollia perspicillata e Artibeus

planirostris foram as espécies mais abundantes e de maior frequencia. Seis

espécies ocorreram em número inferior a dez capturas. Pela primeira vez foram

registradas Micronycteris sp., Trachops cirrhosus, Artibeus fimbriatus, e Lophostoma

silvicolum na ESEC–Caetés. Apesar da realização de trabalhos anteriores na

Estação Ecológica de Caetés com morcegos, a quiropterofauna presente encontra-

Page 21: TCC-ROBSON SOARES DE MELO - UFPE · 2019. 10. 25. · 3 Catalogação na fonte Sistema de Bibliotecas da UFPE – Biblioteca Setorial do CAV M528m Melo, Robson Soares de Morcegos

21

se ainda não totalmente amostrada, fato este evidenciado pela ausência de algumas

espécies inventariadas em trabalhos anteriores.

Palavras-chave: Chiroptera, levantamento, fragmento florestal, urbano.

Page 22: TCC-ROBSON SOARES DE MELO - UFPE · 2019. 10. 25. · 3 Catalogação na fonte Sistema de Bibliotecas da UFPE – Biblioteca Setorial do CAV M528m Melo, Robson Soares de Morcegos

22

Introdução

Os quirópteros apresentam uma elevada diversidade, constituindo em muitas

áreas tropicais e subtropicais a maior parte da fauna de mamíferos (Taddei 1983).

Por ser um dos mamíferos mais abundantes na região Neotropical (Humphrey e

Bonaccorso 1983), os morcegos contribuem para a riqueza faunística, além de

atuarem diretamente na dinâmica dos ecossistemas realizando a polinização e

dispersão de sementes de algumas espécies vegetais e controlando as populações

de boa parte dos insetos noturnos e crepusculares. Segundo Fenton et al. (1992), os

morcegos apresentam um grande potencial como indicadores dos níveis de

degradação do hábitat em muitas partes do globo, seja através da estrutura de suas

comunidades e guildas alimentares, ou pela presença de espécies consideradas

indicadoras de hábitat bem preservado.

Dentre os ecossistemas brasileiros, a Floresta Atlântica é um dos que

apresenta problemas críticos em termos de conservação, pois vem sofrendo, há

mais de 400 anos, destruição em ritmo acelerado e as modificações propiciadas pela

crescente urbanização resultam geralmente em redução significativa da diversidade

original.

A Mata Atlântica, é o segundo maior bioma da América do Sul, é formada por

um conjunto de fitofisionomias que compõem o domínio Mata Atlântica. Como

reflexo da ocupação territorial e da exploração desordenada, tornou-se uma das

formações mais descaracterizadas atualmente, sendo representada por fragmentos

isolados que não ultrapassam 8% de sua cobertura original (SOS Mata Atlântica

2009). A fragmentação de habitats altera as características ecológicas dos sistemas

naturais contínuos, ocasionando extinções locais e alterações na composição e

abundância de espécies. Ainda assim, a Mata Atlântica apresenta um alto índice de

endemismo e riqueza, abrigando mais de 8.000 espécies endêmicas de plantas

vasculares, anfíbios, répteis, aves e mamíferos (Myers et al. 2000). Por

consequência, o bioma tornou-se uma das grandes prioridades para a conservação

da biodiversidade neotropical (Conservação Internacional do Brasil 2000).

Os quirópteros compreendem 38% das espécies de mamíferos registradas na

Mata Atlântica (Marinho-Filho & Sazima 1998), sendo fundamentais ao processo de

sucessão ecológica nas florestas tropicais. Devido aos seus variados hábitos

alimentares, partilham recursos, agindo como dispersores de sementes,

Page 23: TCC-ROBSON SOARES DE MELO - UFPE · 2019. 10. 25. · 3 Catalogação na fonte Sistema de Bibliotecas da UFPE – Biblioteca Setorial do CAV M528m Melo, Robson Soares de Morcegos

23

polinizadores e reguladores de populações de insetos e de pequenos vertebrados

(Bianconi et al. 2004). Os morcegos são considerados espécies-chave e, por

conseguinte, tem grande potencial como indicadores do grau de descaracterização

de hábitats (Fenton et al. 1992), subsidiando tanto a conservação quanto a

recuperação de áreas degradadas.

De acordo com Marinho-Filho e Sazima (1998) a Floresta Atlântica é o

segundo Bioma brasileiro em número de espécies de morcegos, apresentando 96

espécies sendo cinco endêmicas. Para Pernambuco há o registro de sete famílias e

67 espécies de morcegos (Guerra 2007) destas, 50 estão associados à Mata

Atlântica, constituindo 72% da quiropterofauna do Bioma (96 espécies). Entretanto

ainda pouco se conhece sobre esta fauna na região Nordeste do país.

Morcegos vivendo em florestas nativas próximas da área urbana podem ser

atraídos para a cidade em busca de alimento, principalmente espécies vegetais

cultivadas (Zortéa & Chiarello 1994). Galetti & Morellato (1994) sugerem que estes

animais podem introduzir espécies vegetais exóticas de jardins e áreas urbanas em

habitats naturais, trazendo problemas para a conservação destes últimos.

No Brasil já foram registradas 63 espécies de morcegos utilizando praças,

parques e habitações em ambientes urbano, estas espécies fazem parte de cinco

famílias: Emballonuridae (3), Noctilionidae (2), Phyllostomidae (29), Molossidae (16),

e Vespertilionidae (13) (Lima 2008).

Devido às mudanças ambientais e a estruturação do habitat, a composição de

fauna está em constante mudança, sendo também acrescidas novas espécies a

partir de registros da ampliação da distribuição geográfica das espécies

(Mikalauskas et al. 2006, Nogueira et al. 2008) e da descrição de novos táxons

(Simmons 1996, Gregorin & Ditchfield 2005), sendo portanto necessária a realização

de trabalhos de longo prazo ou coletas mesmo em áreas já estudas anteriormente, a

fim de se verificar as alterações na comunidade local.

Em um inventário realizado em 1999 na Estação Ecológica de Caetés (ESEC-

Caetés) foram catalogadas 15 espécies de três famílias: Emballonuridae (01),

Phyllostomidae (13) e Vespertilionidae (01) (Silva 2000). Assim, o presente trabalho

tem por objetivo atualizar a lista das espécies de morcegos existentes na ESEC-

Caetés um fragmento de mata urbana, fornecendo subsídios para o manejo

ambiental.

Page 24: TCC-ROBSON SOARES DE MELO - UFPE · 2019. 10. 25. · 3 Catalogação na fonte Sistema de Bibliotecas da UFPE – Biblioteca Setorial do CAV M528m Melo, Robson Soares de Morcegos

24

Material e Métodos

1. Área de estudo

A Estação Ecológica de Caetés (ESEC-Caetés) localiza-se na Região

Metropolitana do Recife entre os municípios de Paulista e Abreu e Lima (7º55’15” e

7º56’30”S e 34º55’15” e 34º56’30”W), tem aproximadamente 157ha, limita-se ao Sul

com o Rio Paratibe; ao Leste com a antiga fábrica da Amorim Primo S.A.; ao Oeste

com a Fazenda Seringal Velho e ao Norte com a PE-18, na divisa entre os

municípios de Paulista e Abreu e Lima. Distando cerca de 30 km do centro do Recife

(Figura 1).

Figura 1. Vista superior da Estação Ecológica de Caetés, Paulista, Pernambuco, Brasil, obtida

a partir do Google Earth.

Há uma estação chuvosa entre os meses de março e agosto e uma seca

entre os meses de setembro e fevereiro (Figura 2), a precipitação anual no período

do estudo foi de 1190.6 mm. A vegetação da ESEC-Caetés é classificada como

Floresta Ombrófila densa das terras baixas apresentando desde áreas

razoavelmente bem preservadas até áreas desnudas de vegetação. Caracterizada

Page 25: TCC-ROBSON SOARES DE MELO - UFPE · 2019. 10. 25. · 3 Catalogação na fonte Sistema de Bibliotecas da UFPE – Biblioteca Setorial do CAV M528m Melo, Robson Soares de Morcegos

25

por ser uma formação exuberante, em que espécies arbóreas de porte mais elevado

atingem alturas em torno dos 20 metros.

316,4

146,3

84,9

5,1 10,6 21,1

84

4469

188

143116,5

0

50

100

150

200

250

300

350

Jul.2009

Ago.2009

Set.2009

Out.2009

Nov.2009

Dez.2009

Jan.2010

Fev.2010

Mar.2010

Abr.2010

Mai.2010

Jun.2010

Figura 2. Dado pluviométrico (em milímetro cúbico) de julho de 2009 a junho de 2010 para a

região da ESEC-Caetés (Abreu e Lima), Fonte: Instituto Tecnológico de Pernambuco (ITEP).

2. Coleta de dados

As coletas foram realizadas mensalmente entre julho de 2009 e junho de

2010, as capturas foram realizadas durante três noites consecutivas, em diferentes

pontos distribuídos entre borda externa, borda interna e interior de mata, as coletas

ocorriam de preferencia durante as fases de lua nova ou minguante. Levou-se em

consideração o fato de que as fases da lua interferem na atividade dos morcegos, os

quais ficam mais tempo fora de seus abrigos em noites mais escuras (Tamsitt &

Valdivieso 1961; Morrison 1978)

Para a captura dos morcegos foram utilizadas seis redes de neblina (12m de

comprimento por 2m de largura e malha de 36mm), estas foram armadas em pontos

pré-estabelecidos. As capturas ocorreram entre às 17h e 24h. Foram 36 noites de

capturas, o esforço de amostragem foi calculado conforme sugerido por Straube &

Bianconi (2002), multiplicando-se área e tempo totais de exposição de redes,

totalizando 36288 m2.h.r (1008 m2.h.r por noite).

Os morcegos foram identificados e classificados segundo Vizotto & Taddei

(1973), e Eisenberg & Redford (1999). Durante o processamento, foram utilizadas

fichas de campo contendo dados sobre morfometria, reprodução, marcação para

cada animal, além de informações ecológicas.

Page 26: TCC-ROBSON SOARES DE MELO - UFPE · 2019. 10. 25. · 3 Catalogação na fonte Sistema de Bibliotecas da UFPE – Biblioteca Setorial do CAV M528m Melo, Robson Soares de Morcegos

26

Os animais foram retirados das redes e acondicionados em sacos de algodão

para posterior análise e marcação. Para cada indivíduo capturado foram tomadas as

seguintes informações:

a) Local da captura; b) Condição do tempo; c) Recaptura (sim ou não); d)

Espécie; e) Sexo; f) Peso (g); g) Comprimento do antebraço (mm); h) Classe etária:

Jovem e Adulto; i) Condição reprodutiva: Machos - Escrotados; - Não escrotados;

Fêmeas: - Gestantes; - Lactantes; - Pós-lactantes; - Sem feto palpável;

Após as anotações dos dados necessários os animais foram marcados e

soltos, com exceção de alguns exemplares que ficaram retidos para identificação e

material testemunho.

As marcações foram realizadas utilizando colares plásticos adaptados de

acordo com Esberárd (1999) (Figura 3).

Figura 3 – Amarras plásticas, modelo GI-5000, com 12,8 mm de comprimento.

Quanto à frequência e abundância das espécies coletadas, seguiu-se a

classificação empregada por Fazzolari-Corrêa (1995)

Muito frequente: espécies presentes em pelo menos 10 dos 12 meses de coleta;

Frequente: espécies presentes em pelo menos seis dos 12 meses de coleta;

Pouco frequente: espécies presentes em menos de seis dos 12 meses de coleta;

Muito abundante: espécies que representassem mais de 15% do total de capturas;

Abundante: espécies que representassem entre quatro e 15% do total de indivíduos

capturados;

Pouco abundante: espécies que representassem menos de 4% do total de

indivíduos capturados.

Page 27: TCC-ROBSON SOARES DE MELO - UFPE · 2019. 10. 25. · 3 Catalogação na fonte Sistema de Bibliotecas da UFPE – Biblioteca Setorial do CAV M528m Melo, Robson Soares de Morcegos

27

Para o padrão de atividade anual, registrou-se a frequência de capturas ao

longo do ano, observando-se as possíveis variações no número de coletadas entre a

estação chuvosa e seca.

Foram considerados os seguintes índices: (1) riqueza de espécies; (2)

abundância relativa, determinada pela contagem de indivíduos capturados; (3)

frequência, registrada a partir da presença ou ausência da espécie na amostragem

(Krebs 1989).

Resultados e Discussão

1. Ocorrência, frequência, abundância e atividade anual das

espécies de Quirópteros coletadas

Entre julho de 2009 e junho de 2010 foram capturadas na ESEC-Caetés 14

espécies de morcegos pertencentes a 10 gêneros de filostomídeos totalizando 726

espécimes (Tabela 1). Entre os espécimes capturados, 624 foram anilhados e 20

indivíduos foram recapturados, o que da uma taxa de recaptura igual a 3,20%.

Em um inventário realizado em 1999 na ESEC-Caetés foram catalogadas 15

espécies de três famílias: Emballonuridae (01), Phyllostomidae (13) e

Vespertilionidae (01) (Silva 2000), destas, seis não foram registradas no presente

trabalho, são elas Saccopteryx leptura (Schreber 1774) (Emballonuridae) e Myotis

nigricans (Schinz 1821) (Vespertilionidae), Artibeus obscurus (Schinz 1821),

Phyllostomus hastatus (Pallas 1767), Chiroderma doriae (Thomas 1891) e

Chiroderma villosum (Peters 1861) (Phyllostomidae). Vale salientar que Saccopteryx

leptura foi capturada na ESEC- Caetés no mês de março de 2009, em outras coletas

do nosso grupo. Todas essas espécies foram consideradas raras e capturadas em

baixo número (n < 7) por Silva (2000).

Mesmo com a ausência destas espécies, podemos afirmar que no presente

trabalho foi obtida riqueza similar à encontrada por Silva (2000), entretanto ocorreu

uma mudança na composição com o acréscimo de Micronycteris sp., Trachops

cirrhosus (Spix 1823), Artibeus fimbriatus (Gray 1842) e Lophostoma silvicolum

(d’Orbigny 1836), estas quatro espécies não haviam sido registrada em trabalhos

anteriores para a ESEC-Caetés.

Page 28: TCC-ROBSON SOARES DE MELO - UFPE · 2019. 10. 25. · 3 Catalogação na fonte Sistema de Bibliotecas da UFPE – Biblioteca Setorial do CAV M528m Melo, Robson Soares de Morcegos

28

Tabela 1. Lista sistemática das espécies de Chiroptera capturadas na ESEC-Caetés, Paulista,

Pernambuco, Brasil no período de julho de 2009 a junho de 2010.

Família Subfamília Gênero Espécie

Phyllostomidae

Desmodontinae Desmodus (Wied-Neuwied 1826)

Desmodus rotundus (E. Geoffroy 1810)

Glossophaginae Glossophaga (Geoffroy 1818) Glossophaga soricina (Pallas 1766)

Phyllostominae

Lophostoma (d’Orbigny 1836) Lophostoma silvicolum (d’Orbigny 1836)

Micronycteris (Gray 1866) Micronycteris sp

Phyllostomus (Lacepede 1799) Phyllostomus discolor (Wagner 1834)

Trachops (Gray 1847) Trachops cirrhosus (Spix, 1823)

Carolliinae Carollia (Gray 1838) Carollia perspicillata (Linnaeus 1758)

Sternodermatinae

Artibeus (Leac 1821)

Artibeus cinereus (Gervais 1856) Artibeus fimbriatus (Gray 1842) Artibeus lituratus (Olfers, 1818) Artibeus planirostris (Spix,1823) Artibeus sp

Platyrrhinus (Saussure 1860) Platyrrhinus lineatus (E. Geoffroy 1810)

Sturnira (Gray 1842) Sturnira lilium (E. Geoffroy 1810)

O número cumulativo das espécies de morcegos coletadas na ESEC-Caetés

estabilizou-se a partir do mês de dezembro de 2009, onde ocorreu a captura da

ultima nova espécie Lophostoma silvicolum (Figura. 4). Este fato não indica

contudo, que todas as espécies ocorrentes na área foram registradas, uma vez que

foi comum a observação de pequenos morcegos Molossídeos, em vôos altos ao

entardecer, que entretanto não foram coletados. Este fato ressalta a necessidade de

se continuar a realizar um inventário na área. Tal esforço provavelmente

acrescentaria outras espécies com populações baixas, que exploram ambientes

muito específicos ou que são migratórias.

Page 29: TCC-ROBSON SOARES DE MELO - UFPE · 2019. 10. 25. · 3 Catalogação na fonte Sistema de Bibliotecas da UFPE – Biblioteca Setorial do CAV M528m Melo, Robson Soares de Morcegos

29

0

2

4

6

8

10

12

14

16

Jul.(3)

Ago.(6)

Set.(9)

Out.(12)

Nov.(15)

Dez.(18)

Jan.(21)

Fev.(24)

Mar.(27)

Abr.(30)

Mai.(33)

Jun.(36)

Meses

Número de espécies

Figura 4. Número cumulativo das espécies de morcegos coletadas durante o período de julho

de 2009 a junho de 2010, na ESEC-Caetés, Paulista, Pernambuco. O valor entre parênteses

corresponde ao número de coletas já realizadas.

Dentre as espécies coletadas no presente estudo Carollia perspicillata

(Linnaeus 1758) foi dominante perfazendo 45,59% (n=331) das capturas, seguida de

Artibeus planirostris com 28,51% (n=207), já as espécies A. fimbriatus, Desmodus

rotundus (E. Geoffroy 1810), Micronycteris sp, T. cirrhosus, Artibeus sp e L.

silvicolum, apresentaram os menores índices de captura (menos de cinco

espécimes) (Tabela 2). C. perspicilata é de fato uma das espécies de mamíferos

mais comuns e melhor estudada da região neotropical (Fleming 1988 apud Marinho-

Filho 1992). Mas, nem sempre estas espécies são as mais abundantes. A

dominância de Sturnira lilium (E. Geoffroy 1810) já foi relatada em outros estudos de

comunidades de morcegos no Brasil (Marinho-Filho 1991, Pedro & Taddei 1997).

Em algumas localidades Artibeus pode ser dominante (Muller & Reis 1992, Sipinski

& Reis 1995, Rui & Fabián 1997, Reis et al. 2000, Pedro et al. 2001). Em outras

localidades C. perspicillata se apresenta como a espécie dominante (Pedro &

Passos 1995, Stoner 2001, Bernard 2002, Pedro & Taddei 2002), assim como no

nosso trabalho.

Page 30: TCC-ROBSON SOARES DE MELO - UFPE · 2019. 10. 25. · 3 Catalogação na fonte Sistema de Bibliotecas da UFPE – Biblioteca Setorial do CAV M528m Melo, Robson Soares de Morcegos

30

Tabela 2. Abundância e porcentagem das espécies de morcegos capturados no período de um

ano (entre julho de 2009 e junho de 2010) na ESEC-Caetés.

Espécie Capturas % Carollia perspicillata 331 45,60 Artibeus planirostris 207 28,51 Phyllostomus discolor 46 6,34 Artibeus lituratus 44 6,06 Artibeus cinereus 39 5,37 Platyrrhinus lineatus 22 3,04 Glossophaga soricina 13 1,79 Sturnira lilium 10 1,38 Artibeus fimbriatus 5 0,68 Desmodus rotundus 3 0,41 Micronycteris sp 2 0,27 Trachops cirrhosus 2 0,27 Artibeus sp 1 0,14 Lophostoma silvicolum 1 0,14

Total Coletado 726 100,00

A predominância da família Phyllostomidae pode estar relacionada à

metodologia de captura empregada. O uso de redes de neblina instaladas no sub-

bosque privilegia a captura deste grupo (Simmons & Voss 1998). Por outro lado, os

filostomídeos são de fato a família mais rica na região Neotropical (Fenton et al.

1992). Isto pode ser explicado devido aos morcegos desta família apresentarem

versatilidade na exploração de alimentos, por possuírem diferentes técnicas de

forrageio e diversos tipos de abrigos (Bredt et al. 1998). Além disso, os filostomídeos

não têm uma boa capacidade de detectar redes (Kunz & Kurta 1988).

Durante as coletas observamos espécies da família Molossidae voando alto

no nível da copa das árvores, mas infelizmente, não conseguimos capturar

indivíduos desta família, sabemos que a mesma ocorre na ESEC-Caetés. A

ausência de famílias como Molossidae, Vespertillionidae e Emballonuridae, deve ser

atribuída ao fato desses insetívoros voarem mais alto e detectarem as redes com

maior facilidade (Kunz & Kurta 1988; Muller & Reis 1992). A família Molossidae

apresenta o comportamento de forragear normalmente na copa das árvores e

segundo Handley Jr. (1967) este fato pode contribuir para não captura no sub-

bosque. O método mais correto seria a captura desses morcegos nos locais

utilizados como abrigo diurnos (Voss & Emmons 1996), com a utilização de puçá

Page 31: TCC-ROBSON SOARES DE MELO - UFPE · 2019. 10. 25. · 3 Catalogação na fonte Sistema de Bibliotecas da UFPE – Biblioteca Setorial do CAV M528m Melo, Robson Soares de Morcegos

31

entomológico ou harpa (harp traps), podem apresentar uma maior eficiência na

captura de espécies não susceptíveis às redes de neblina (Kunz & Kurta 1988),

entretanto, tais abrigos não foram localizados nas dependências da ESEC-Caetés.

As espécies C. perspicillata, Artibeus planirostris (Spix,1823), Artibeus

lituratus (Olfers, 1818) foram consideradas muito frequentes, presentes em pelos

menos 10 meses de coleta. Foram consideradas frequentes P. discolor, Artibeus

cinereus (Gervais 1856), S. lilium, Glossophaga soricina (Pallas 1766) e Platyrrhinus

lineatus (E. Geoffroy 1810) encontrados em pelo menos seis meses de captura. As

demais, seis espécies, foram classificadas como pouco frequentes, ocorrendo em

menos de seis meses de coleta (Tabela 3). No trabalho de Silva (2000) as espécies

C. perspicillata, A. planirostris e A. lituratus também foram consideradas muito

frequentes além de P. discolor, A. cinereus, S. lilium, G. soricina e P. lineatus que

neste trabalho passaram a ser classificadas como frequentes.

Tabela 3. Variação mensal no número de espécimes de quirópteros coletados na ESEC-Caetés

– Paulista, PE, entre julho de 2009 e junho de 2010.

Espécies muito abundantes, apresentando mais de 15% do total de capturas,

foram C. perspicillata (45,59%) e A. planirostris (28,51%), abundantes, entre 4 e

15% do total de capturas foram P. discolor (6,33%), A. lituratus (6,03%) e P. discolor

(6,33%). As demais espécies foram consideradas pouco abundantes com menos de

4% do total de capturas (Tabela 2 e Figura 5). No levantamento de Silva (2000)

Meses Espécie

Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun

Carollia perspicillata 29 7 20 15 46 20 43 19 41 50 22 19 Artibeus planirostris 6 1 1 5 2 84 21 48 14 9 16 Phyllostomus discolor 2 27 1 3 3 4 3 1 2 Artibeus lituratus 2 6 3 3 8 6 7 3 4 1 1 Artibeus cinereus 1 3 2 1 4 12 4 6 6 Platyrrhinus lineatus 1 2 1 1 5 7 2 2 1 Glossophaga soricina 1 3 2 1 2 1 1 2 Sturnira lilium 1 1 1 2 2 2 1 Artibeus fimbriatus 1 2 2 Desmodus rotundus 1 2 Micronycteris sp 1 1 Trachops cirrhosus 1 1 Artibeus sp 1 Lophostoma silvicolum 1 Total Coletado 41 14 60 20 65 37 143 59 118 78 45 46

Page 32: TCC-ROBSON SOARES DE MELO - UFPE · 2019. 10. 25. · 3 Catalogação na fonte Sistema de Bibliotecas da UFPE – Biblioteca Setorial do CAV M528m Melo, Robson Soares de Morcegos

32

entre os meses de janeiro a dezembro de 1999 C. perspicillata (29,9%) e A.

planirostris (21,3%) também foram consideradas muito abundantes. As espécies que

se apresentaram abundantes teve resultado similar ao de Silva (2000) exceto para

P. lineatus que no seu trabalho se apresentou abundante com 9% do total de

captura e neste a mesma foi pouco abundante com 3,03% do total de captura,

apresentando uma diferença de 5,97%.

331

207

46

44

39

22

13

10

5

3

2

2

1

1

0 50 100 150 200 250 300 350

C. perspicillata

A. planirostris

P. discolor

A. lituratus

A. cinereus

P. lineatus

G. soricina

S. lilium

A. fimbriatus

D. rotundus

Micronycteris sp

T. cirrhosus

Artibeus sp

L. silvicolum

Figura 5. Abundância das espécies de quirópteros coletados na ESEC-Caetés, entre julho de

2009 e junho de 2010.

O registro, para este trabalho, de poucas espécies muito abundantes (duas) e

muitas espécies pouco abundantes (nove) encontra-se dentro dos padrões

encontrados para outras comunidades de morcegos neotropicais, como descritos

nos trabalhos de Fleming et al. (1972) ao estudar comunidades de morcegos no

Panamá e na Costa Rica, encontraram 19 ou 20 espécies com um número inferior a

dez indivíduos capturados. Marques (1985) registrou 32 espécies capturadas no

Parque Nacional da Amazônia, e destas, 23 espécies foram coletadas em número

inferior a dez indivíduos.

Trajano (1985) concluiu que a comunidade de morcegos cavernícolas do Alto

Ribeira – São Paulo é bastante diversificada, constituindo-se por uma espécie

superabundante, algumas espécies muito comuns, um bom número de espécies

Page 33: TCC-ROBSON SOARES DE MELO - UFPE · 2019. 10. 25. · 3 Catalogação na fonte Sistema de Bibliotecas da UFPE – Biblioteca Setorial do CAV M528m Melo, Robson Soares de Morcegos

33

comuns e várias espécies raras. Pedro & Taddei (1997) obtiveram dados

compatíveis com os padrões observados pelos autores acima citados, tendo

registrado a ocorrência de poucas espécies abundantes e muitas raras na Reserva

do Panga em Minas Gerais.

Via de regra, as espécies mais comuns não são coincidentes nas diversas

comunidades enfocadas, ainda que as mesmas espécies estejam presentes

(Fazzolari-Corrêa 1995). Desse modo, as espécies que se apresentaram muito

abundantes neste trabalho podem ser consideradas raras em outras regiões, do

mesmo modo que, as espécies raras neste trabalho podem ser consideradas

abundantes em outras áreas.

De acordo com Faria (1996), certas espécies de morcegos são capturadas

apenas eventualmente, por apresentarem populações em baixa densidade,

explorarem ambientes muito específicos, ou por terem características migratórias.

Os meses em que ocorreu o maior número de capturas foram os meses de

janeiro e março. Já os meses de agosto e outubro foram os que apresentaram o

menor número de capturas (Figura. 6). A diferença entre os meses de maior e menor

captura pode estar relacionada com as fortes chuvas que caíram no mês de agosto

e outubro de 2009. No trabalho de Silva (2000) os meses que apresentaram o maior

número de capturas foram janeiro, fevereiro e junho e o menor número de captura

aconteceu nos meses de agosto e setembro. Meses também classificados pelo autor

como chuvosos.

O número de espécies não variou com relação à estação seca e chuvosa.

Com relação à composição e o número de capturas houve certa variação entre as

estações. Na estação seca obteve-se 384 capturas, já na chuvosa foram 342

capturas, não havendo variação significativa entre as duas estações do ano.

Page 34: TCC-ROBSON SOARES DE MELO - UFPE · 2019. 10. 25. · 3 Catalogação na fonte Sistema de Bibliotecas da UFPE – Biblioteca Setorial do CAV M528m Melo, Robson Soares de Morcegos

34

7 7 4 9 7 8 7 8 8 8 7

41

14

60

20

65

37

143

59

118

78

45 46

70204060

80100

120140160

Jul. (Chuvoso)

Ago. (Chuvoso)

Set. (Seco)

Out. (Seco)

Nov. (Seco)

Dez. (Seco)

Jan. (Seco)

Fev. (Seco)

Mar. (Chuvoso)

Abr. (Chuvoso)

Mai. (Chuvoso)

Jun. (Chuvoso)

Mês

Riqueza e número de capturas

Figura 6. Riqueza mensal e número de morcegos capturados em cada mês na ESEC-Caetés

entre julho de 2009 e junho de 2010.

As variações sazonais específicas resultaram em padrões diferentes da

comunidade no período seco (setembro e fevereiro – Figura 7) e no chuvoso (março

e agosto – Figura 8). Em ambas as estações, C. perspicillata e A. planirostris

permaneceram como espécies muito abundantes na comunidade. Porém, ocorreram

variações quanto ao número de capturas em algumas espécies. No período seco,

observou-se a seguinte sequência: P. discolor, A. lituratus, A. cinereus e P. lineatus,

enquanto no período chuvoso esta sequência praticamente se inverte: A. cinereus,

P. lineatus, A. lituratus e P. discolor, situações muito semelhantes foram

encontradas para Silva (2000) na ESEC-Caetés.

No período seco P. discolor, A. lituratus foram consideradas espécies

abundantes, mudando sua condição para pouco abundante no período chuvoso.

Enquanto que A. cinereus passa da condição de pouco abundante, no período seco,

para abundante no período chuvoso. Considerando-se os períodos seco e chuvoso,

observou-se diferenças entre o número de capturas nos dois períodos (Tabela 4).

Page 35: TCC-ROBSON SOARES DE MELO - UFPE · 2019. 10. 25. · 3 Catalogação na fonte Sistema de Bibliotecas da UFPE – Biblioteca Setorial do CAV M528m Melo, Robson Soares de Morcegos

35

163

113

38 33

10 9 6 4 3 2 1 1 1 00

20

40

60

80

100

120

140

160

180

C. perspicillata

A. planirostris

P. discolor

A. lituratus

A. cinereus

P. lineatus

G. soricina

S. lilium

A. fimbriatus

D. rotundus

Micronycteris sp

T. cirrhosus

L. silvicolum

Artibeus sp

Espécies

Número Capturas

Figura 7. Número de capturas por espécies de morcegos na ESEC-Caetés durante o período

seco (setembro a fevereiro).

168

94

2913 13 11 8 6 2 1 1 1 1 0

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

C. perspicillata

A. planirostris

A. cinereus

P. lineatus

G. soricina

A. lituratus

P. discolor

S. lilium

A. fimbriatus

D. rotundus

Micronycteris sp

T. cirrhosus

Artibeus sp

L. silvicolum

Espécie

Número Capturas

Figura 8. Número de capturas por espécies de morcegos na ESEC-Caetés durante o período

chuvoso (março a agosto).

Marinho-Filho e Sazima (1989) na Serra do Japi – SP, Fazzolari-Corrêa

(1995) na Ilha do Cardoso – SP, Faria (1996) em Santa Genebra – Campinas e

Pedro & Taddei (1997) na Reserva do Panga – MG registraram para C. perspicillata

maiores números de indivíduos capturados no período chuvoso, esses dados foram

semelhantes neste trabalho para a espécie. Para o gênero Artibeus, Marinho-Filho &

Sazima (1989) não encontraram diferenças significativas quanto à sazonalidade na

Page 36: TCC-ROBSON SOARES DE MELO - UFPE · 2019. 10. 25. · 3 Catalogação na fonte Sistema de Bibliotecas da UFPE – Biblioteca Setorial do CAV M528m Melo, Robson Soares de Morcegos

36

Serra do Japi, entretanto, Fazzolari-Corrêa (1995) registra para A. lituratus e A.

cinereus maiores capturas no período seco. Nossos dados corroboram para maiores

picos de ocorrências de A. lituratus no período seco, porém discordam para A.

cinereus, que foi mais capturado no período chuvoso. Tendo o mesmo acontecido

com Silva (2000) na ESEC-Caetés.

Tabela 4. Número de capturas das espécies de morcegos muito frequentes em todo o período

de estudo, e separadamente nos período chuvosos e seco, na ESEC- Caetés, entre julho de

2009 e junho de 2010.

Período Espécie

Anual % Chuvoso %

Seco %

Carollia perspicillata 331 45,60 168 50,75 163 49,25 Artibeus planirostris 207 28,51 94 45,41 113 54,59 Phyllostomus discolor 46 6,34 8 17,39 38 82,61 Artibeus lituratus 44 6,06 11 25,00 33 75,00 Artibeus cinereus 39 5,37 29 74,40 10 25,65 Platyrrhinus lineatus 22 3,04 13 59,09 9 40,91 Glossophaga soricina 13 1,79 7 53,84 6 46,16 Sturnira lilium 10 1,38 6 60,00 4 40,00 Artibeus fimbriatus 5 0,68 2 40,00 3 60,00 Desmodus rotundus 3 0,41 1 33,33 2 66,67 Micronycteris sp 2 0,27 1 50,00 1 50,00 Trachops cirrhosus 2 0,27 1 50,00 1 50,00 Artibeus sp 1 0,14 1 100,00 - 0,00 Lophostoma silvicolum 1 0,14 - 0,00 1 100,00

Platyrrhinus lineatus e S. lilium, foram registradas com maiores ocorrências

para o período chuvoso, fato semelhante foi encontrado por Fazzolari-Corrêa (1995)

Pedro & Taddei (1997), entretanto, Faria (1996) registra maiores picos de atividade

para estas espécies durante o início da estação seca. Silva (2000) não encontrou

diferenças sazonais para as duas espécies na ESEC-Caetés.

Com relação aos padrões de atividade anual das espécies de morcegos

consideradas muito frequentes na ESEC-Caetés neste estudo, pode-se observar,

que C. perspicillata esteve presente durante todo o ano da amostragem,

apresentando os maiores picos de atividade nos meses de janeiro, março, abril e

novembro. No trabalho de Silva (2000) C. perspicillata e P. lineatus estiveram

presentes durante todo o ano, apresentando os maiores picos de atividade nos

meses de fevereiro, junho e novembro. A. planirostris apresentou um maior número

de capturas em janeiro e março, já nos meses de agosto, setembro e outubro esta

Page 37: TCC-ROBSON SOARES DE MELO - UFPE · 2019. 10. 25. · 3 Catalogação na fonte Sistema de Bibliotecas da UFPE – Biblioteca Setorial do CAV M528m Melo, Robson Soares de Morcegos

37

espécie apresentou um baixo número de capturas. A. lituratus apresentou pico de

captura em dezembro. Enquanto que Silva (2000) encontrou pico de atividade de A.

jamaicensis (= A. planirostris) em janeiro e de A. lituratus em janeiro e novembro.

Esses dados nos mostram que não existe um padrão do pico de captura

mesmo dentro da mesma espécie. Desta forma, concluímos que o período não seja

o principal fator determinante do número de capturas de uma determinada espécie e

sim, a oferta de alimentos disponível no ambiente. Silva (2000) comprova esta

hipótese, ele observou um grande número de espécimes de P. discolor, na ESEC-

Caetés em dezembro, próximo a floração de uma espécie de Mimosoidae não

identificada, que provavelmente atraiu esses indivíduos, justificando assim o número

elevado de indivíduos capturado neste mês. Esse fato foi comprovado pela presença

de pólen no corpo da maioria dos exemplares capturados. O mesmo aconteceu no

nosso trabalho com os P. discolor capturados no mês de dezembro de 2009.

Agradecimentos

Somos gratos a Coordenação da ESEC-Caetés, a CPRH, a CIPOMA e a

comunidade do entorno da Estação.

Referências bibliográficas ANDRIGUETTO A.C. & CUNHA A.M.O. 2004. O papel do ensino na desconstrução

de mitos e crendices sobre morcegos. Rev eletr. Mest. Educ. Ambient. 12: 123-134.

BERNARD, E. 2002. Diet, activity and reproduction of bat species (Mammalia,

Chiroptera) in Central Amazonia, Brasil. Revista Brasileira de Zoologia, Curitiba, 19

(1): 173-188.

BIANCONI G.V.; DI NAPOLI R.P.; CARNEIRO D.C. & MIRETZKI M. 2004. A

Fazenda Gralha Azul e a conservação dos morcegos da Floresta com Araucária no

Paraná. In: IV Encontro Brasileiro para o Estudo de Quirópteros, 2004, Porto Alegre,

RS. Divulgações do Museu de Ciências e Tecnologia, n. 2, P. 55-62.

BREDT, A.; ARAÚJO, F.A.A.; CAETANO-JUNIOR, J.; RODRIGUES, M.G.R.;

YOSHIKAWA, M. & SILVA, M.M.S. 1998. Morcegos em áreas urbanas e rurais:

manual de manejo e controle. Brasília: Fundação Nacional da Saúde, Brasília, 117p.

BREDT, A. 2003. Manejo de quirópteros em áreas urbanas: A experiência do Distrito

Federal In: Seminário comemorativo dos cem anos do Instituto Pasteur, 2003, São

Page 38: TCC-ROBSON SOARES DE MELO - UFPE · 2019. 10. 25. · 3 Catalogação na fonte Sistema de Bibliotecas da UFPE – Biblioteca Setorial do CAV M528m Melo, Robson Soares de Morcegos

38

Paulo. Manual Técnico do Instituto Pasteur: manejo de quirópteros em áreas

urbanas. V. 7. São Paulo: Instituto Pasteur, fundação Nacional de Saúde, Ministério

da Saúde. p.24-28.

BREDT, A.i., ARAÚJO, F.A.A, CAETANO-JÚNIOR, J., RODRIGUES, MG.R.,

YOSHIZAWA, M., SILVA, M.M.S., HARMANI, N.M.S., MASSUNAGA, P.N.T.,

BÜRER, S.P., POTRO, V.A.R. & UIEDA, W. 1996. Morcegos em áreas urbanas e

rurais: manual de manejo e controle. Brasília: Fundação Nacional

deSaúde/Ministério da Saúde.

CONSERVAÇÃO INTERNACIONAL DO BRASIL. 2000. Avaliação de ações

prioritárias para conservação da biodiversidade da Mata Altântica e Campos Sulinos.

Secretaria da Biodiversidade e Florestas (SBF), Ministério do Meio Ambiente (MMA),

Brasília.

COSTA NETO E.M. & PACHECO J.M. 2004. A construção do domínio etnozoológico

“inseto” pelos moradores do povoado de Pedra Branca, Santa Terezinha, Estado da

Bahia, Acta Scientiarum. Biological Sciences 26(1): 81-90.

EISENBERG, J.F. & K.H. RERDFORD. 1999. Mammals of the Neotropics. The

Central Neotropics. V. 3.:Ecuador, Peru, Bolivia, Brazil. University of Chicago Press,

Chicago. 609 p.

ESBÉRARD C.E.L.; CHAGAS A.S.; LUZ E.M. & CARNEIRO R. 1996. Pesquisa com

público sobre morcegos. Chiroptera Neotropical 1(2): 44-45.

ESBÉRARD & DAEMON. 1999. Um Novo Método Para Marcação de Morcegos,

Chiroptera Neotropical, 5(1-2).

FARIA, D.M. 1996. Uso de recursos alimentares por morcegos filostomídeos

fitófagos na Reserva de Santa Genebra, Campinas, São Paulo. Dissertação

(mestrado em Ecologia), Universidade Estadual de Campinas, Campinas. 86p.

FAZZOLARI-CORRÊA, S. 1995. Aspectos sistemáticos ecológicos e reprodutivos de

morcegos na Mata Atlântica. Tese (Doutorado em Zoologia). Universidade de São

Paulo, São Paulo. 168p.

FENTON, M. B., ACHARYA, L., AUDET, D., HICKEY, M. B. C., MERRIMAN, C.,

OBRIST, M. K., SYME, D. M. & ADKINS, B., 1992. Phyllostomid bats (Chiroptera:

Phyllostomidae) as indicators of habitat disruption in the Neotropics. Biotropica

24:440-446.

Page 39: TCC-ROBSON SOARES DE MELO - UFPE · 2019. 10. 25. · 3 Catalogação na fonte Sistema de Bibliotecas da UFPE – Biblioteca Setorial do CAV M528m Melo, Robson Soares de Morcegos

39

FLEMING, T.H. 1988. The short tailed fruit bat: a study in plantanimal interactions.

Chicago, University Press, 365p.

FLEMING, T.M., HOOPER, E.T., WILSON, D.E. 1972. Three Central American bt

communities: structure, reproductive cycles and movement patterns. Ecology, 53 (4):

555-569.

GALETTI, M. & MORELLATO, L. P. C., 1994 Diet of the large fruit-eating bat

Artibeus lituratus in a forest fragment in Brazil. Mammalia 58(4): 661-665.

GREGORIN R. & DITCHFIELD A.D. 2005. New genus and species of nectar-feeding

bat in the tribe Lonchophyllini (Phyllostomidae: Glossophaginae) from northeastern

Brazil. Journal of Mammalogy, Lawrence 86(2): 403-414.

GUERRA D.Q. 2007. Chiroptera de Pernambuco: Distribuição e aspectos biológicos.

2007. Dissertação (Mestrado em Biologia Animal) Universidade Federal de

Pernambuco. Recife.

HANDLEY C.O. JR. 1967. Bats of the canopy of na Amazonian Forest. Atas do

Simpósio sobre a Biota Amazônica, Belém, v.5, p.211-215.

HREBS, C. J. 1989. Ecological Methodology. Harper e row, New York.

HUMPHREY, S. R. F. J., BONACCORSO, F. J. & ZINN, T. L. 1983. Guild structure of

surface-gleaning bats in Panama. Ecology, 64 (2): 284-294.

KUNZ T.H. E KURTA A. 1988. Capture methods and holding devices. Em: Ecological

and Behavioral Methods for the Study of Bats. (Editado por Kunz T.H.), pp. 1-29.

Washington, DC, Smithsonian Institution.

KUNZ, R.A. 1982. Roosting ecology of bats. PP. 1-55. In Ecology of bats (T.H. Kunz,

ed). Plenum Press, New York.

LIMA, I. P. DE 2008. Espécies de morcegos (Mammalia: Chiroptera) registradas em

parques nas áreas urbanas do Brasil e suas implicações no uso deste ambiente. p.

71-86 In. REIS N. R DOS; PERACCHI, A. L E SANTOS, G. A. S. D DOS (Eds)

Ecologia de Morcegos. Londrina: Nélio Roberto dos Reis. 158p

MARINHO-FILHO J.S. & SAZIMA I. 1998. Brazilian Bats and Conservation Biology:

A first survey. Em: Bat Biology and Conservation. (Editado por Kunz T.H. e Racey

P.A.), pp. 282-294. Washington e Londres: Smithsonian Institution Press.

MARINHO-FILHO, J.S. 1992. Mamíferos da Serra do Japi, p. 264-286. In: L.P.C.

MORELLATO (Ed.). História natural da Serra do Japi. Campinas, Universidade

Estadual de Campinas, 321p.

Page 40: TCC-ROBSON SOARES DE MELO - UFPE · 2019. 10. 25. · 3 Catalogação na fonte Sistema de Bibliotecas da UFPE – Biblioteca Setorial do CAV M528m Melo, Robson Soares de Morcegos

40

MARINHO-FILHO, J.S. 1991. The coexistence of two frugivorous bat species and the

phenology of their food plants in Brazil. Journal of Tropical Ecology, Cambridge,

7:59-67.

MARINHO-FILHO, J.S. & SAZIMA, I. 1989. Activity patterns of six phyllostomid bat

species in Southeastern Brazil. Rev. Bras. Biol., 49 (3): 777-782.

MARQUES, S.A. 1985. Novos registros de morcegos do Parque Nacional da

Amazônia (Tapajós), com observações do período de atividade noturna e

reprodução. Bol. Mus. Par. Emílio Goeldi, 2 (1): 71-83.

MIKALAUSKAS, J. S., R. MORATELLI, AND A. L. PERACCHI. 2006. Occurrence of

Chiroderma doriae Thomas, (Chiroptera, Phyllostomidae) in Sergipe State, Brazil.

Revista Brasileira de Zoologia 23:877–878.

MORRISON, D. W. 1978. Lunar phobia in a neotropical fruit bat Artibeus jamaicensis

(Chiropetera: Phyllostomidae). Anim. Behav., 26: 852-855.

MULLER, M.F., REIS, N.R. 1992. participação de recursos alimentares entre quatro

espécies de morcegos frugívoros (chiroptera, Phyllostomidae). Ver. Brás. Zool., 3 (4)

345-355.

MYERS, N., MITTERMEIER, R.A., MITTERMEIER, C.G., FONSECA, G.A.B. &

KENT, J. 2000. Biodiversity hotspots for conservation priorities. Nature 403: 853-

858.

NOGUEIRA M.R; POL A.; MONTEIRO L.R. & PERACCHI A.L. 2008. First Record of

Miller’s mastiff bat, Molossus pretiosus (Mammalia: Chiroptera), from the Brazilian

Caatinga Chiroptera Neotropical Brasilia 14(1): 360- 365.

PACHECO, S.M., MARQUES, R.V., GRILLO, H.C.Z., MARDER, E., BIANCONI,

G.V., MIRETZKI, M., LIMA, I.P. & ROSA, V.A. Morcegos urbanos da região Sul do

Brasil. In: PACHECO, S.M, MARQUES, R.V., ESBÉRARD, C.EL. Morcegos do

Brasil: biologia, sistemática, ecologia e conservação. No prelo.

PEDRO W.A.; PASSOS F.C. & LIM B.K. 2001. Morcegos (Chiroptera; Mammalia) da

Estação Ecológica dos Caetetus, Estado de São Paulo. Chiroptera Neotropical 7(1-

2): 136-140.

PEDRO, W. A. & PASSOS, F.C. 1995. Occurrence and food habits of some bat

species from the Linhares Forest Reserve, Espírito Santo, Brazil. Bat. Res. News, 36

(1): 1-2.

Page 41: TCC-ROBSON SOARES DE MELO - UFPE · 2019. 10. 25. · 3 Catalogação na fonte Sistema de Bibliotecas da UFPE – Biblioteca Setorial do CAV M528m Melo, Robson Soares de Morcegos

41

PEDRO, W.A. & V.A. TADDEI. 2002. Temporal distribution of five bat species

(Chiroptera, Phyllostomidae) from Panga Reserve, Southeastern Brazil. Revista

Brasileira de Zoologia, Curitiba, 19 (3): 951-954.

PEDRO, W.A. & PASSOS, F.C. 2001.Diversidade de morcegos no Brasil. In:

Seminário Internacional: Morcegos Como Transmissores da Raiva, 2001, São Paulo.

Anais... São Paulo, p.17-19.

PEDRO, W.Z. & TADDEI, V.A. 1997. Taxonomic assemblage of bats from Panga

Reserve, southeastern Brazil: abundance patterns and trophic relations in the

Phyllotomidae (Chiroptera). Bol. Mus. Biol. Mello Leitão (N. Ser.) 6: 3-21.

REIS, N.R., LIMA, I.P. & PERACCHI, A.L. 2002. Morcegos (Chiroptera) da área

urbana de Londrina, Paraná, Brasil. Revista Brasileira de Zoologia, Curitiba, v. 19,

n.3, p.739-746.

REIS, N.R.; A.L. PERAQUI; M.L. SEKIAMA & I.P. DE LIMA. 2000. Diversidade de

morcegos (Chiroptera, Mammalia) em fragmentos florestais no estado do Paraná,

Brasil. Revista Brasileira de Zoologia, Curitiba, 17 (3): 697-704.

RUI, A.M. & M.E. FABIÁN. 1997. Quirópteros de la familia Phyllostomidae

(Mammalia, Chiroptera) en selvas del estado de Rio Grande do Sul, Brasil.

Chiroptera Neotropical, Brasília, 3 (2): 75-77.

SILVA L.A.M. 2000. Levantamento de Morcegos (Mammalia: Chiroptera) com ênfase

à alimentação na Estação ecológica de Caetés, Paulista, PE. Recife, Dissertação

(Mestrado em Biologia Animal). Universidade Federal de Pernambuco.

SIMMONS, N.B, VOSS, R.S. 1998. The mammals of Paracou, French Guiana: a

neotropical lowland rainforest fauna. Part I. Bats. Bulletin of the American Museum of

Natural History. New York, n.273, p. 1-219.

SIMMONS, N. B. 1996. A new species of [Micronycteris] (Chiroptera:

Phyllostomidae) from Northeastern Brazil, with comments on phylogenetic

relationships. American Museum Novitates, New York, 3158: 1-34.

SIPINSKI, E.A.B. & N.R. REIS. 1995. Dados ecológicos dos quirópteros da Reserva

Volta Velha, Itapoá, Santa Catarina, Brasil. Revista Brasileira de Zoologia, Curitiba,

12 (3): 519-528.

SODRÉ, M.M. 2003. Manejo de quirópteros em áreas urbanas: experiência na

cidade de São Paulo. In: Seminário comemorativo dos cem anos do Instituto

Pasteur, 2003, São Paulo. Manual Técnico do Instituto Pasteur: manejo de

Page 42: TCC-ROBSON SOARES DE MELO - UFPE · 2019. 10. 25. · 3 Catalogação na fonte Sistema de Bibliotecas da UFPE – Biblioteca Setorial do CAV M528m Melo, Robson Soares de Morcegos

42

quirópteros em áreas urbanas. V.7. São Paulo: Instituto Pasteur, Fundação Nacional

de Saúde. Ministério da saúde, p.4-8.

SOS MATA ATLÂNTICA. 2009. Atlas dos remanescentes florestais da Mata

Atlântica. São Paulo. Disponível em: <http://mapas.sosma.org.br>. Acesso em: 27

jan. 2010.

STONER, K.E. 2001. Differential habitat use and reproductive patterns of frugivorous

bats in tropical dry forest of northwestern Costa Rica. Canadian Journal of Zoology,

Ottawa, 79: 1626-1633.

STRAUBE, F. C., & BIANCONI, G. V. 2002. Sobre a grandeza e a unidade utilizada

para estimar esforço de captura com utilização de redes de neblina. Chiroptera

Neotropical 8: 150-152.

TADDEI, V. A., 1983. Morcegos: algumas considerações sistemáticas e biológicas.

Bol. Téc. CATI, 72: 1-31.

TAMSITT, J. R. & VALDIVIESO, D. 1961. Notas sobre atividades nocturnas y

estados de reproduction de algunos quirópteros de Costa Rica. Rev. Biol. Trop., 9

(2): 219-225.

TRAJANO, E. 1985. Ecologia de populações de morcegos cavernícolas em uma

região cárstica do Sudeste do Brasil. Ver. Brás. Zool., 2 (5): 255-320.

VOSS, R.S. & L.H. EMMONS. 1996. Mammalian diversity in Neotropical lowland

rainforests: a preliminary assessment. Bulletin of the American Museum of Natural

History, New York, 230: 1-115.

ZORTÉA, M. & CHIARELLO, A. G., 1994. Observations on the big fruit-eating bat,

Artibeus lituratus, in a urban reserve of south-east Brazil. Mammalia 58 (4): 665-670.

Page 43: TCC-ROBSON SOARES DE MELO - UFPE · 2019. 10. 25. · 3 Catalogação na fonte Sistema de Bibliotecas da UFPE – Biblioteca Setorial do CAV M528m Melo, Robson Soares de Morcegos

43

CONCLUSÃO

Com o presente estudo foi possível perceber, que a família Phyllostomidae é

a melhor representada na ESEC – Caetés, pois apresenta uma maior variedade de

espécies encontradas nesta área. Sendo Carollia perspicillata e Artibeus planirostris

as mais abundantes e mais frequentes. Pela primeira vez foi registrado o

aparecimento das espécies Micronycteris sp., Trachops cirrhosus, Artibeus

fimbriatus, e Lophostoma silvicolum na ESEC–Caetés, em contrapartida não foi

identificado o aparecimento das espécies Artibeus obscuros, Phyllostomus hastatus,

Micronycteris megalotis, Myotis nigricans e Chiroderma villosum. Isso indica que a

composição da quiropterofauna local está em mudança.

Apesar da presença de trabalhos anteriores na Estação Ecológica de Caetés

com morcegos, a quiropterofauna presente encontra-se não totalmente registrada,

fato este evidenciado pelo registro de novas ocorrências. Entretanto esforços

maiores são necessários para catalogar espécies registradas nos trabalhos

anteriores principalmente as consideradas raras.

Estes estudos revelam, sobretudo a complexidade da quiropterofauna da

região e a necessidade de se explorar outras áreas, com a finalidade de se registrar

a quiropterofauna do estado de Pernambuco e de se conhecer a sua participação no

ecossistema como um todo.

A coleta de três espécimes do morcego hematófago Desmodus rotundus

mostra a importância de se fazer campanhas de Educação Ambiental naquela área

tendo em vista que a estação ecológica é um fragmento de mata dentro do

perímetro Urbano. Um dos exemplares foi capturado em área de borda próximo as

edificações podendo vir a circular nas áreas urbanas. Se porventura um animal

deste tiver infectado com o vírus rábico o mesmo estará circulando naquela

localidade, podendo transmitir a doença durante o forrageio.

Page 44: TCC-ROBSON SOARES DE MELO - UFPE · 2019. 10. 25. · 3 Catalogação na fonte Sistema de Bibliotecas da UFPE – Biblioteca Setorial do CAV M528m Melo, Robson Soares de Morcegos

44

ANEXO A (Normas da Revista Biota Neotropica)

Instruções aos Autores

Os trabalhos submetidos à revista BIOTA NEOTROPICA devem ser enviados

exclusivamente através do site de submissão eletrônica de manuscritos

http://biota.submitcentral.com.br/login.php

Manuscritos que estejam de acordo com as normas serão enviados a assessores

científicos selecionados pela Comissão Editorial. Em cada caso, o parecer será

transmitido anonimamente aos autores. A aceitação dos trabalhos depende da

decisão da Comissão Editorial. Ao submeter o manuscrito, defina em que categoria

(Artigo, Short Communication etc.) deseja publicá-lo e indique uma lista de, no

mínimo, quatro possíveis assessores(as), 2 do exterior no caso de trabalhos em

inglês, com as respectivas instituições e e-mail.No caso de manuscritos em inglês,

indicar pelo menos 2 revisores estrangeiros, de preferência de países de língua

inglesa. O trabalho somente receberá data definitiva de aceitação após aprovação

pela Comissão Editorial, quanto ao mérito científico e conformidade com as normas

aqui estabelecidas. Essas normas valem para trabalhos em todas as categorias.

Desde 1º de março de 2007 a Comissão Editorial da Biota Neotropica instituiu a

cobrança de uma taxa por página impressa de cada artigo publicado. A partir

de 1º de julho de 2008 esta taxa passa a ser de R$ 30,00 (trinta reais) por

página impressa e publicada a partir do volume 8(3). Este valor cobre os

custos de produção do PDF, bem como da impressão e envio das cópias

impressas às bibliotecas de referência. Os demais custos - de manutenção do

site e das ferramentas eletrônicas - continuarão a depender de auxílios das

agências de fomento à pesquisa.

Ao submeter o manuscrito: a) defina em que categoria (Artigo, Short

Communication etc.) deseja publicá-lo; b) indique uma lista de, no mínimo,

quatro possíveis assessores(as), com as respectivas instituições e e-mail; c)

manifeste por escrito a concordância com o pagamento da taxa de R$ 30,00

(trinta reais) por página impressa, caso seu trabalho seja aceito para

publicação na Biota Neotropica.

Page 45: TCC-ROBSON SOARES DE MELO - UFPE · 2019. 10. 25. · 3 Catalogação na fonte Sistema de Bibliotecas da UFPE – Biblioteca Setorial do CAV M528m Melo, Robson Soares de Morcegos

45

No caso de citações de espécies, as mesmas devem obedecer aos respectivos

Códigos Nomenclaturais. Na área de Zoologia todas as espécies citadas no

trabalho devem estar, obrigatoriamente, seguidas do autor e a data da

publicação original da descrição. No caso da área de Botânica devem vir

acompanhadas do autor e/ou revisor da espécie. Na área de Microbiologia é

necessário consultar fontes específicas como o International Journal of

Systematic and Evolutionary Microbiology.

Os trabalhos deverão ser enviados em arquivos em formato DOC (MS-Word for

Windows versão 6.0 ou superior).Os trabalhos poderão conter os links eletrônicos

que o autor julgar apropriados. A inclusão de links eletrônicos é encorajada pelos

editores por tornar o trabalho mais rico. Os links devem ser incluídos usando-se os

recursos disponíveis no MS-Word para tal. Antes de serem publicados, todos os

trabalhos terão sua formatação gráfica refeita, de acordo com padrões pré-

estabelecidos pela Comissão Editorial. para cada categoria, antes de serem

publicados. As imagens e tabelas pertencentes ao trabalho serão inseridas no texto

final, a critério dos Editores, de acordo com os padrões previamente estabelecidos.

Os editores se reservam o direito de incluir links eletrônicos apenas às referências

internas a figuras e tabelas citadas no texto, assim como a inclusão de um índice,

quando julgarem apropriado. O PDF do trabalho em sua formatação final será

apresentado ao autor para que seja aprovado para publicação. Fica reservado ainda

aos editores, o direito de utilização de imagens dos trabalhos publicados para a

composição gráfica do site.

Editorial

Para cada volume da BIOTA NEOTROPICA, o Editor Chefe convidará um(a)

pesquisador(a) para escrever um Editorial abordando tópicos relevantes, tanto do

ponto de vista científico quanto do ponto de vista de formulação de políticas de

conservação e uso sustentável da biodiversidade. O Editorial, com no máximo 3000

palavras, deverá ser escrito em português ou espanhol e em inglês. As opiniões nele

expressas são de inteira responsabilidade do(s) autor(es).

Pontos de Vista

Page 46: TCC-ROBSON SOARES DE MELO - UFPE · 2019. 10. 25. · 3 Catalogação na fonte Sistema de Bibliotecas da UFPE – Biblioteca Setorial do CAV M528m Melo, Robson Soares de Morcegos

46

Esta seção servirá de fórum para a discussão acadêmica de um tema relevante para

o escopo da revista. A convite do Editor Chefe um(a) pesquisador(a) escreverá um

artigo curto, expressando de uma forma provocativa o(s) seu(s) ponto(s) de vista

sobre o tema em questão. A critério da Comissão Editorial. a revista poderá publicar

respostas ou considerações de outros pesquisadores(as) estimulando a discussão

sobre o tema. As opiniões expressas no Ponto de Vista e na(s) respectiva(s)

resposta(s) são de inteira responsabilidade do(s) autor(es).

Ao serem submetidos, os trabalhos enviados à revista BIOTA NEOTROPICA devem

ser divididos em dois arquivos: um primeiro arquivo contendo todo o texto do

manuscrito, incluindo o corpo principal do texto (primeira página, resumo, introdução,

material, métodos, resultados, discussão, agradecimentos e referências) e as

tabelas, com os respectivos títulos em português e inglês; um segundo arquivo DOC

contendo as figuras e as respectivas legendas em português e inglês. Estas deverão

ser submetidas em baixa resolução (e.g., 72 dpi para uma figura de 9 x 6 cm), de

forma que o arquivo de figuras não exceda 2 MBytes. Em casos excepcionais,

poderão ser submetidos mais de um arquivo de figuras, sempre respeitando o limite

de 2 MBytes por arquivo. É imprescindível que o autor abra os arquivos que

preparou para submissão e verifique, cuidadosamente, se as figuras, gráficos ou

tabelas estão, efetivamente, no formato desejado. Após o aceite definitivo do

manuscrito o(s) autor(es) deverá(ão) subdividir o trabalho em um conjunto específico

de arquivos, com os nomes abaixo especificados, de acordo com seus conteúdos,

devem ser escritos em letras minúsculas e não devem apresentar acentos, hífens,

espaços ou qualquer caractere extra. Nesta submissão final, as figuras deverão ser

apresentadas em alta resolução. Em todos os textos deve ser utilizada, como fonte

básica, Times New Roman, tamanho 10. Nos títulos das seções usar tamanho 12.

Podem ser utilizados negritos, itálicos, sublinhados, subscritos e superscritos,

quando pertinente. Evite, porém, o uso excessivo desses recursos. Em casos

especiais (ver fórmulas abaixo), podem ser utilizadas as seguintes fontes: Courier

New, Symbol e Wingdings.

Documento principal

Um único arquivo chamado Principal.rtf ou Principal.doc com os títulos, resumos e

palavras-chave em português ou espanhol e inglês, texto integral do trabalho,

Page 47: TCC-ROBSON SOARES DE MELO - UFPE · 2019. 10. 25. · 3 Catalogação na fonte Sistema de Bibliotecas da UFPE – Biblioteca Setorial do CAV M528m Melo, Robson Soares de Morcegos

47

referências bibliográficas e tabelas. Esse arquivo não deve conter figuras, que

deverão estar em arquivos separados, conforme descrito a seguir. O manuscrito

deverá seguir o seguinte formato:

Título conciso e informativo

Títulos em português ou espanhol e em inglês (Usar letra maiúscula apenas no

início da primeira palavra e quando for pertinente, do ponto de vista ortográfico ou de

regras científicas pré-estabelecidas);

Título resumido

Autores

Nome completo dos autores com numerações (sobrescritas) para indicar as

respectivas filiações filiações e endereços completos, com links eletrônicos para as

instituições. Indicar o autor para correspondência e respectivo e-mail

Resumos/Abstract - com no máximo, 350 palavras

• Título em inglês e em português ou espanhol

• Resumo em inglês (Abstract)

• Palavras-chave em inglês (Key words) evitando a repetição de palavras já

utilizadas no título

• Resumo em português ou espanhol

• Palavras-chave em português ou espanhol evitando a repetição de palavras

já utilizadas no título As palavras-chave devem ser separadas por vírgula e

não devem repetir palavras do título. Usar letra maiúscula apenas quando for

pertinente, do ponto de vista ortográfico ou de regras científicas pré-

estabelecidas.

Corpo do Trabalho

1. Seções

• Introdução (Introduction)

• Material e Métodos (Material and Methods)

• Resultados (Results)

Page 48: TCC-ROBSON SOARES DE MELO - UFPE · 2019. 10. 25. · 3 Catalogação na fonte Sistema de Bibliotecas da UFPE – Biblioteca Setorial do CAV M528m Melo, Robson Soares de Morcegos

48

• Discussão (Discussion)

• Agradecimentos (Acknowledgments)

• Referências bibliográficas (References)

• Tabelas

A critério do autor, no caso de Short Communications, os itens Resultados e

Discussão podem ser fundidos Não use notas de rodapé, inclua a informação

diretamente no texto, pois torna a leitura mais fácil e reduz o número de links

eletrônicos do manuscrito.

2. Casos especiais

No caso da categoria "Inventários" a listagem de espécies, ambientes, descrições,

fotos etc., devem ser enviadas separadamente para que possam ser organizadas

conforme formatações específicas. Além disso, para viabilizar o uso de ferramentas

eletrônicas de busca, como o XML, a Comissão Editorial enviará aos autores dos

trabalhos aceitos para publicação instruções específicas para a formatação da lista

de espécies citadas no trabalho. Na categoria "Chaves de Identificação" a chave em

si deve ser enviada separadamente para que possa ser formatada adequadamente.

No caso de referência de material coletado é obrigatória a citação das coordenadas

geográficas do local de coleta. Sempre que possível a citação deve ser feita em

graus, minutos e segundos (Ex. 24°32'75" S e 53°06'31" W). No caso de referência a

espécies ameaçadas especificar apenas graus e minutos.

3. Numeração dos subtítulos

O título de cada seção deve ser escrito sem numeração, em negrito, apenas com a

inicial maiúscula (Ex. Introdução, Material e Métodos etc.). Apenas dois níveis de

subtítulos serão permitidos, abaixo do título de cada seção. Os subtítulos deverão

ser numerados em algarismos arábicos seguidos de um ponto para auxiliar na

identificação de sua hierarquia quando da formatação final do trabalho. Ex. Material

e Métodos; 1. Subtítulo; 1.1. Sub-subtítulo).

4. Citações bibliográficas

Colocar as citações bibliográficas de acordo com o seguinte padrão:

Page 49: TCC-ROBSON SOARES DE MELO - UFPE · 2019. 10. 25. · 3 Catalogação na fonte Sistema de Bibliotecas da UFPE – Biblioteca Setorial do CAV M528m Melo, Robson Soares de Morcegos

49

Silva (1960) ou (Silva 1960);

Silva (1960, 1973)

Silva (1960a, b)

Silva & Pereira (1979) ou (Silva & Pereira 1979)

Silva et al. (1990) ou (Silva et al. 1990)

(Silva 1989, Pereira & Carvalho 1993, Araújo et al. 1996, Lima 1997)

Citar referências a resultados não publicados ou trabalhos submetidos da seguinte forma: (A.E. Silva, dados não publicados). Em trabalhos taxonômicos, detalhar as citações do material examinado, conforme as regras específicas para o tipo de organismo estudado.

5. Números e unidades

Citar números e unidades da seguinte forma:

• escrever números até nove por extenso, a menos que sejam seguidos de

unidades;

• utilizar, para número decimal, vírgula nos artigos em português ou espanhol

(10,5 m) ou ponto nos escritos em inglês (10.5 m);

• utilizar o Sistema Internacional de Unidades, separando as unidades dos

valores por um espaço (exceto para porcentagens, graus, minutos e

segundos);

• utilizar abreviações das unidades sempre que possível. Não inserir espaços

para mudar de linha caso a unidade não caiba na mesma linha.

6. Fórmulas

Fórmulas que puderem ser escritas em uma única linha, mesmo que exijam a

utilização de fontes especiais (Symbol, Courier New e Wingdings), poderão fazer

parte do texto. Ex. a = p.r2 ou Na2HPO, etc. Qualquer outro tipo de fórmula ou

equação deverá ser considerada uma figura e, portanto, seguir as regras

estabelecidas para figuras.

7. Citações de figuras e tabelas

Page 50: TCC-ROBSON SOARES DE MELO - UFPE · 2019. 10. 25. · 3 Catalogação na fonte Sistema de Bibliotecas da UFPE – Biblioteca Setorial do CAV M528m Melo, Robson Soares de Morcegos

50

Escrever as palavras por extenso (Ex. Figura 1, Tabela 1, Figure 1, Table 1)

8. Referências bibliográficas

Adotar o formato apresentado nos seguintes exemplos, colocando todos os dados

solicitados, na seqüência e com a pontuação indicadas, não acrescentando itens

não mencionados:

FERGUSON, I.B. & BOLLARD, E.G. 1976. The movement of calcium in woody

stems. Ann. Bot. 40(6):1057-1065.

SMITH, P.M. 1976. The chemotaxonomy of plants. Edward Arnold, London.

SNEDECOR, G.W. & COCHRAN, W.G. 1980. Statistical methods. 7 ed. Iowa State

University Press, Ames.

SUNDERLAND, N. 1973. Pollen and anther culture. In Plant tissue and cell culture

(H.F. Street, ed.). Blackwell Scientific Publications, Oxford, p.205-239.

BENTHAM, G. 1862. Leguminosae. Dalbergiae. In Flora Brasiliensis (C.F.P. Martius

& A.G. Eichler, eds). F. Fleischer, Lipsiae, v.15, pars 1, p.1-349.

MANTOVANI, W., ROSSI, L., ROMANIUC NETO, S., ASSAD-LUDEWIGS, I.Y.,

WANDERLEY, M.G.L., MELO, M.M.R.F. & TOLEDO, C.B. 1989. Estudo

fitossociológico de áreas de mata ciliar em Mogi-Guaçu, SP, Brasil. In Simpósio

sobre mata ciliar (L.M. Barbosa, coord.). Fundação Cargil, Campinas, p.235-267.

STRUFFALDI-DE VUONO, Y. 1985. Fitossociologia do estrato arbóreo da floresta da

Reserva Biológica do Instituto de Botânica de São Paulo, SP. Tese de doutorado,

Universidade de São Paulo, São Paulo.

FISHBASE. http://www.fishbase.org/home.htm (último acesso em dd/mmm/aaaa)

Abreviar títulos dos periódicos de acordo com o "World List of Scientific Periodicals"

(http://library.caltech.edu/reference/abbreviations/) ou conforme o banco de dados do

Catálogo Coletivo Nacional (CCN -IBICT) (busca disponível em

http://ccn.ibict.br/busca.jsf" ).

Page 51: TCC-ROBSON SOARES DE MELO - UFPE · 2019. 10. 25. · 3 Catalogação na fonte Sistema de Bibliotecas da UFPE – Biblioteca Setorial do CAV M528m Melo, Robson Soares de Morcegos

51

Para citação dos trabalhos publicados na BIOTA NEOTROPICA seguir o seguinte

exemplo:

PORTELA, R.C.Q. & SANTOS, F.A.M. 2003. Alometria de plântulas e jovens de

espécies arbóreas: copa x altura. Biota Neotrop. 3(2):

http://www.biotaneotropica.org.br/v3n2/pt/abstract?article+BN00503022003 (último

acesso em dd/mm/aaaa)

Todos os trabalhos publicados na BIOTA NEOTROPICA têm um endereço eletrônico

individual, que aparece imediatamente abaixo do(s) nome(s) do(s) autor(es) no PDF

do trabalho. Este código individual é composto pelo número que o manuscrito

recebe quando submetido (005 no exemplo acima), o número do volume (03), o

número do fascículo (02) e o ano (2003).

9 - Tabelas

Nos trabalhos em português ou espanhol os títulos das tabelas devem ser bilíngües,

obrigatoriamente em português/espanhol e em inglês, e devem estar na parte

superior das respectivas tabelas. O uso de duas línguas facilita a compreensão do

conteúdo por leitores do exterior quando o trabalho está em português. As tabelas

devem ser numeradas sequencialmente com números arábicos.

Caso uma tabela tenha uma legenda, essa deve ser incluída nesse arquivo, contida

em um único parágrafo, sendo identificada iniciando-se o parágrafo por Tabela N,

onde N é o número da tabela.

10 - Figuras

Mapas, fotos, gráficos são considerados figuras. As figuras devem ser numeradas

sequencialmente com números arábicos.

Na submissão inicial do trabalho, as imagens devem ser enviadas na menor

resolução possível, para facilitar o envio eletrônico do trabalho para assessoria "ad

hoc".

Na submissão inicial, todas as figuras deverão ser inseridas em um arquivo único,

tipo ZIP, de no máximo 2 MBytes. Em casos excepcionais, poderão ser submetidos

Page 52: TCC-ROBSON SOARES DE MELO - UFPE · 2019. 10. 25. · 3 Catalogação na fonte Sistema de Bibliotecas da UFPE – Biblioteca Setorial do CAV M528m Melo, Robson Soares de Morcegos

52

mais de um arquivo de figuras, sempre respeitando o limite de 2 MBytes por arquivo.

É encorajada, como forma de reduzir o tamanho do(s) arquivo(s) de figura, a

submissão em formatos compactados. Para avaliação da editoria e assessores, o

tamanho dos arquivos de imagens deve ser de 10 x 15 cm com 72 dpi de definição

(isso resulta em arquivos JPG da ordem de 60 a 100 Kbytes). O tamanho da

imagem deve, sempre que possível, ter uma proporção de 3x2 ou 2x3 cm entre a

largura e altura.

No caso de pranchas os textos inseridos nas figuras devem utilizar fontes sans-serif,

como Arial ou Helvética, para maior legibilidade. Figuras compostas por várias

outras devem ser identificadas por letras (Ex. Figura 1a, Figura 1b). Utilize escala de

barras para indicar tamanho. As figuras não devem conter legendas, estas deverão

ser especificadas em arquivo próprio.

Quando do aceite final do manuscrito, as figuras deverão ser apresentadas com alta

resolução e em arquivos separados. Cada arquivo deve ser denominado como figura

N.EXT, onde N é o número da figura e EXT é a extensão, de acordo com o formato

da figura, ou seja, jpg para imagens em JPEG, gif para imagens em formato gif, tif

para imagens em formato TIFF, bmp para imagens em formato BMP. Assim, o

arquivo contendo a figura 1, cujo formato é tif, deve se chamar figura1.tif. Uma

prancha composta por várias figuras a, b, c, d é considerada uma figura. Aconselha-

se o uso de formatos JPEG e TIFF para fotografias e GIF ou BMP para gráficos.

Outros formatos de imagens poderão também ser aceitos, sob consulta prévia. Para

desenhos e gráficos os detalhes da resolução serão definidos pela equipe de

produção do PDF em contacto com os autores.

As legendas das figuras devem fazer parte do arquivo texto Principal.rtf ou

Principal.doc. inseridas após as referências bibliográficas. Cada legenda deve estar

contida em um único parágrafo e deve ser identificada, iniciando-se o parágrafo por

Figura N, onde N é o número da figura. Figuras compostas podem ou não ter

legendas independentes.

Nos trabalhos em português ou espanhol todas as legendas das figuras devem ser

bilíngües, obrigatoriamente, em português/espanhol e em inglês. O uso de duas

Page 53: TCC-ROBSON SOARES DE MELO - UFPE · 2019. 10. 25. · 3 Catalogação na fonte Sistema de Bibliotecas da UFPE – Biblioteca Setorial do CAV M528m Melo, Robson Soares de Morcegos

53

línguas facilita a compreensão do conteúdo por leitores do exterior quando o

trabalho está em português.

Esta publicação é financiada com recursos da Fundação de Amparo à

Pesquisa do Estado de São Paulo/FAPESP (Processo 07/50856-8).

Page 54: TCC-ROBSON SOARES DE MELO - UFPE · 2019. 10. 25. · 3 Catalogação na fonte Sistema de Bibliotecas da UFPE – Biblioteca Setorial do CAV M528m Melo, Robson Soares de Morcegos

54

ANEXO B (Ficha de Campo)