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Escola Técnica Estadual Prefeito Alberto Feres Curso técnico em Química Ana Paula Salomé Lourencetti Bruno Ribeiro Cruz Endriw Guilherme Villa Fernanda Caroline Fioramonte Cafeína Araras – São Paulo 2012

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TCC do Técnico em Química sobre Cafeína

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  • Escola Tcnica Estadual Prefeito Alberto Feres

    Curso tcnico em Qumica

    Ana Paula Salom Lourencetti

    Bruno Ribeiro Cruz

    Endriw Guilherme Villa

    Fernanda Caroline Fioramonte

    Cafena

    Araras So Paulo

    2012

  • Escola Tcnica Estadual Prefeito Alberto Feres

    Curso Tecnico em Qumica

    Ana Paula Salom Lourencetti

    Bruno Ribeiro Cruz

    Endriw Guilherme Villa

    Fernanda Caroline Fioramonte

    Cafena

    Trabalho de concluso de curso apresentado para o curso Tcnico em Qumica, da Escola Tcnica Estadual Prefeito Alberto Feres, Orientado pelas professoras Maria Stella Curtulo e Sandra Maria

    Dario Dalla Costa

    Araras So Paulo

    2012

  • Dedicatria

    Dedicamos esse trabalho aos nossos familiares, colegas e a todo corpo docente, que de

    maneira extremamente competente e compreensiva nos auxiliou em tudo que

    precisamos no decorrer do curso e de nossas vidas.

  • Agradecimentos

    A todo corpo docente, em especial nossas orientadoras Sandra e Maria Stela que

    nos deram todo o apoio necessrio, a nossas famlias e a tantas outras pessoas que de

    alguma forma contriburam para realizao deste trabalho, nossa gratido.

  • Havemos de amanhecer

    O mundo se tinge com as tintas da antemanh

    E o sangue que escorre doce, de to necessrio

    para colorir tuas plidas faces, aurora.

    Carlos Drummond de Andrade

  • RESUMO

    A cafena um alcaloide encontrado em diversos alimentos e bebidas (cafs, chs,

    refrigerantes, bebidas energticas, chocolates, frmacos, entre outros), tendo como principal

    efeito, a estimulao do Sistema Nervoso Central. Seu consumo deve ser moderado, pois em

    excesso pode levar dependncia.

    Devido aos efeitos estimulantes e a vasta diversidade em que encontrada a cafena se

    torna uma das substancias psicoativas mais consumidas por todo mundo.

    Assim o presente trabalho tem como por objetivo, analisar as caractersticas da cafena,

    seus efeitos em nosso organismo, suas vantagens e desvantagens para com a nossa sade,

    tirando frequentes dvidas e informando a populao sobre tal substncia to consumida por

    ns.

    Palavras chaves: cafena, sade, psicoativas, organismo, alimentos, bebidas, alcaloide.

  • ABSTRACT

    Caffeine is an alkaloid found in a great variety of foods and beverages (coffee,

    tea, sodas, energy drinks, chocolates, drugs, and others), having as it main effect, the

    stimulation of the central nervous system, its consumption must be moderate, because in

    excess it may take to dependence.

    Due to the stimulant effects and vast diversity that is found, caffeine becomes one

    of the most consumed psychoactive substances in whole world.

    Like this, the present study is aimed to analyze the characteristics of this alkaloid,

    the effects on our body, the advantages and disadvantages to our health, taking away

    frequent questions and informing the public about this substance so consumed by us.

    Key words: caffeine, health, psychoactive, body, foods, beverages, alkaloid.

  • Sumrio

    1. Obejetivos .................................................................................................................. 1 2. Introduo .................................................................................................................. 1 3. Histria da cafena ..................................................................................................... 2 4. Propriedades fsico-qumicas da cafena ................................................................... 4 5. Cafena nas plantas .................................................................................................... 6 6. A cafena na dieta humana ........................................................................................ 6 7. Farmocintica ............................................................................................................ 8

    7.1. Absoro e distribuio ...................................................................................... 8

    7.2. Metabolizao e excreo .................................................................................. 9

    7.3. Sntese de metabolizao da cafena .................................................................. 9

    8. Mecanismos de Ao ................................................................................................. 11 8.1. Mobilizao intracelular do clcio ...................................................................... 11

    8.2. Inibio da enzima fosforodiesterase ............................................................... 11

    8.3. Antagonismo dos receptores de adenosina ...................................................... 11

    8.4. Ao na bomba de sdio e clcio ..................................................................... 12

    9. Efeitos fisiolgicos .................................................................................................... 12 9.1. Sistema Nervoso Central (SNC) ......................................................................... 12

    9.2. Sistema cardiovascular ..................................................................................... 15

    9.3. Sistema respiratrio ......................................................................................... 15

    9.4. Sistema geniturinrio ....................................................................................... 15

    9.5. Sono e ansiedade .............................................................................................. 15

    9.6. Sistema digestivo ............................................................................................. 16

    9.7. Sistema endcrino ............................................................................................ 16

    10. Maleficios..................................................................................................................16

    10.1. Imunotoxidade ................................................................................................. 16

    10.2. Genotoxicidade e Carcinogenecidade .............................................................. 16

    10.3. Teratogenecidade e Reproduo ................................................................. 17 10.4. Efeitos renais e osteoporose ............................................................................. 18

    10.5. Efeitos gastrointestinais ................................................................................... 19

    10.6. Efeitos cardiovasculares e circulatrios ........................................................... 19

    11. Benefcios ................................................................................................................ 20

  • 11.1. Mal de Parkinson .............................................................................................. 20

    11.2. Rendimento Fsico ............................................................................................. 20

    11.3. Melhoria da ateno .......................................................................................... 21

    11.4. Dores de cabea ................................................................................................ 21

    11.5. Apnia do recm-nascido .................................................................................. 21

    11.6. Outros efeitos .................................................................................................... 22

    12. Tolerncia / dependncia ..................................................................................... 22 13. Toxicologia .......................................................................................................... 23 14. Produtos descafeinados ........................................................................................ 24 15. Questo ambiental ............................................................................................... 25 16. Enquete ................................................................................................................ 27 17. Concluso ............................................................................................................ 33 18. Referencias Bibliogrficas ................................................................................... 35

  • ndice de figuras, grficos e tabelas

    Figura 1: Xantina e derivados............................................................................................4

    Figura 2: Formula estrutural da cafeina.............................................................................5

    Figura 3: Biotransformao metablica da cafena.........................................................10

    Grfico1: Consumo da cafena em diferentes pases.........................................................7

    Grfico 2 : Resultados da enquete...................................................................................27

    Grfico 3 : Resultados da enquete...................................................................................28

    Grfico 4:Resultados da enquete.....................................................................................29

    Grfico 5: Resultados da enquete....................................................................................30

    Grfico 6: Resultados da enquete....................................................................................31

    Grafico 7: Resultados da enquete....................................................................................32

    Tabela 1: Alimentos que contem cafena..........................................................................8

  • 1

    1. Objetivos

    Informar atravs de bases tericas conceituadas os efeitos da cafena sobre o nosso

    corpo, mostrar seus benefcios e malefcios para com a nossa sade, instruir e tirar

    frequentes dvidas da populao sobre tal substncia.

    2. Introduo

    A cafena uma substncia psicoativa que vem sendo consumida por ns desde os

    primrdios da humanidade, atualmente ela consumida por bilhes de pessoas

    diariamente em todo mundo.

    Ela pertencente da famlia qumica dos alcaloides, fazendo parte do grupo das

    xantinas, juntamente com a teobromina e teofilina.

    A cafena est presente em uma grande diversidade de plantas, como o cafezeiro, o

    cacau, o guaran e as folhas da erva mate e consequentemente em diversos alimentos e

    bebidas onde possuem como base tais plantas, tambm pode-se encontrar a cafena

    aplicada artificialmente em produtos tais como principio ativo de frmacos com funo

    analgsica, bebidas energticas, suplementao para atividades fsicas entre outros.

    Devida a essa vasta diversidade de produtos em que a cafena encontrada ela acaba

    sendo o alcaloide mais consumido em nossa dieta.

    A cafena conhecida pelos seus efeitos estimulantes, ela age diretamente em nosso

    sistema nervoso central, causando diversos efeitos, atua como antagonista dos

    receptores de adenosina, diminuindo a fadiga e aumentando a excitao, libera alguns

    neurotransmissores e hormnios tais como a adrenalina, age sobre a enzima lpase

    mobilizando os depsitos de gordura, aumenta a frequncia cardaca e diurtico, atua

    sobre o metabolismo basal aumentando a produo de suco gstrico, estimula a

    atividade mental aumentando a capacidade de concentrao.

    No entanto o excesso de seu consumo pode acabar sendo prejudicial sade, tais

    como leve dependncia, causando irritao, ansiedade, insnia, nuseas, tremores entre

    outros sintomas.

  • 2

    Os efeitos da cafena variam de indivduo para indivduo, alguns so mais sensveis e

    outros mais tolerantes a tal, portanto h uma grande preocupao com os nveis de

    cafena em produtos presentes no mercado, os quais devem passar por um teste de

    qualidade e seguir a legislao vigente.

    Sendo consumida de forma moderada e consciente a cafena no prejudicial sade

    e sim age de forma benfica para com o ser humano.

    3. Histria da cafena

    Historicamente, a cafena proveniente de fontes naturais, tem sido consumida e apreciada

    desde os primrdios da humanidade, sendo o ch a bebida mais antiga que contm cafena.

    Alguns antroplogos dizem que o primeiro uso da cafena, inclusa nas plantas, provm 600

    mil anos a.C. (Idade da Pedra), no entanto, acredita-se que a sua descoberta foi feita na

    Etipia em torno de 700 a.C., onde um pastor observando que suas cabras ficavam muito

    agitadas ao comerem pequenos frutos vermelhos vindo de arbustos em seu pastoril

    O pastor comentou sobre o comportamento dos animais a um monge da regio, que

    decidiu experimentar o poder dos frutos. O monge apanhou um pouco das frutas e levou

    consigo at o monastrio. Ele comeou a utilizar os frutos na forma de infuso, percebendo

    que a bebida o ajudava a resistir ao sono enquanto orava ou em suas longas horas de leitura.

    Esta descoberta se espalhou rapidamente entre os monastrios, criando uma demanda pela

    bebida.

    As primeiras plantaes de caf designadas por Kaweh apareceram na pennsula

    Arbica, no sculo XIV, eram usadas como alimento, na fabricao de vinho, como remdio e

    para fazer uma bebida rabe denominada qahwa, conhecida por prevenir o sono.

    Posteriormente, difundiu-se atravs do Yemen e dos pases rabes para o resto do mundo.

    Somente na Prsia os primeiros gros de caf foram torrados para se transformar na bebida

    que hoje conhecemos.

    A partir de 1615 o caf comeou a ser saboreado no Continente Europeu, trazido por

    viajantes em suas frequentes viagens ao oriente, sendo introduzido, principalmente, pelos

    espanhis e holandeses, no perodo das descobertas. Antes disso, o caf era consumido de

  • 3

    maneira restrita e a bebida nobre era o ch. Inicialmente, o caf encontrou uma forte oposio

    em alguns pases protestantes, como a Alemanha, ustria e Sua, naes essas que chegaram

    a castigar o comrcio e o seu consumo.

    Com o passar do tempo, todas as proibies acabaram por desaparecer na Europa e, a

    partir da segunda metade do sculo XVII, o caf converteu-se em sinnimo de bebida

    intelectual, devido existncia de muitos comrcios que ofereciam espaos pblicos para

    consumi-lo, em todas as grandes cidades. Consta que, na Frana, os cafs eram tornados em

    locais de reunio de intelectuais, dentre eles Victor Hugo, Voltaire, Rousseau.

    Em 1736, surgem as primeiras plantaes na Amrica Latina, nomeadamente, em Porto

    Rico e cerca de 20 anos depois era j o principal produto de exportao do pas, o que

    acontece at aos nossos dias.

    O primeiro prottipo de uma mquina de caf expresso foi criado em Frana, em 1822,

    mas s em 1905 surge um modelo comercial na Itlia. O descafeinado descoberto na

    Alemanha em 1903 aps investigaes que visavam obter um processo que permitisse

    remover a cafena sem destruir o verdadeiro sabor do caf.

    Em 1938, o caf instantneo inventado por uma certa companhia que pretendia ajudar o

    governo brasileiro a escoar o seu excedente de caf.

    Atualmente, a cafena consumida por bilhes de pessoas no mundo, estando este hbito

    inserido em diversas e variadas prticas culturais, sendo at vital para a economia de alguns

    pases.

  • 4

    4. Propriedades fsico-qumicas da cafena

    A cafena pertence famlia qumica dos alcaloides, juntamente com a atropina, cocana, efedrina, morfina, quinina, nicotina e entre varias outras substancia frequentemente utilizadas por ns.

    Quimicamente os alcaloides so compostos de carter bsico contendo um anel heterocclico e pelo menos uma molcula de nitrognio.

    Os alcaloides so substancias que chamam a ateno pelo seu grande efeito

    farmacolgico, podem ser classificados quanto sua atividade biolgica; quanto

    sua estrutura qumica; e quanto sua origem biosinttica (maneira de produo na planta).

    Entre os vrios alcaloides existentes na natureza, encontram-se as metil-xantinas,

    as xantinas so bases nitrogenadas da mesma classe (alcaloide). Existem trs metil-xantinas

    particularmente importantes: a cafena (3,7 dihidro-1,3,7 trimetil-1H-purina-2,6 diona)

    comumente chamada de 1,3,7-trimetilxantina, a teofilina (3,7 dihidro-1,3 trimetil-1H-purina-

    2,6 diona) habitualmente designada 1,3-dimetilxantina e a teobromina (3,7 dihidro-3,7

    trimetil-1H-purina-2,6 diona) mais conhecida por 3,7-dimetilxantina. Todas so derivadas da

    purina (o grupo xantina o 2,6-dioxopurina). A teobromina e teofilina so duas dimetil-

    xantinas, com dois grupos metila, em contraste com a cafena, que possui trs.

    Figura 1: Xantina e derivados

    Sua formula molecular C8H10N4O2, seus constituintes so: 49,48% de carbono,

    5,19% de hidrognio, 28,85% dixido de nitrognio, e 16,48% de oxignio, o seu peso

    molecular de 194,19.

  • 5

    Um grama de cafena dissolve-se em 46 ml de gua, 5,5 ml de gua a 80 C, 1,5 ml de

    gua em ebulio, 66 ml de lcool, em 22 ml de lcool a 60 C, 50 ml de acetona, 5,5 ml de

    clorofrmio, 530 ml de ter, 100 ml de benzeno e 22 ml de benzeno em ebulio.

    Apresenta um ponto de fuso de 238 C e um ponto de ebulio de 178C. H a

    sublimao sem que se decomponha termicamente e solvel na gua embora com

    hidrofobicidade suficiente para atravessar as membranas biolgicas.

    A sua densidade de 1,23 e apresenta uma volatilidade de 0,5%. Possui pH de 6,9 em

    uma soluo a 1%. A cafena apresenta uma temperatura de auto-ignio de 925 C (1697 F).

    Caracteriza-se por ser um p branco, cristalino, com sabor muito amargo, sem cheiro e

    com aspecto brilhante. Em relao reatividade, podemos dizer que a cafena estvel em

    condies normais de temperatura e presso.

    A cafena incompatvel com cidos fortes, bases fortes, gua com cloro e, com

    oxidantes fortes, h perigo de exploso e fogo. Quando h uma decomposio trmica os

    produtos resultantes podem incluir xidos txicos de carbono e nitrognio. Nenhum risco de

    polimerizao quanto temperatura e presses normais.

    Figura 2 : Formula estrutural da cafena

  • 6

    5. Cafena nas plantas

    A cafena (1,3,7-trimetilxantina) um alcaloide presente em um pouco mais de

    sessenta espcie de plantas, tais tem ampla distribuio no globo terrestre, podendo ser

    encontradas em regies de clima frio e tropical.

    As principais plantas que contm o princpio ativo cafena so:

    Ch Mate: folhas e talos da Ilex paraguariensis.

    Caf: sementes da Coffea arabica.

    Cacau: frutos da Theobroma cacao.

    Guaran: frutos da Paullinia cupana.

    Cola: Cola acuminata.

    A cafena nas plantas tem efeito aleloptico e atua como agente protetor contra a

    predao por herbvoros.

    Tambm se discute a cafena como uma molcula armazenadora de nitrognio, j

    que possui 4 tomos de nitrognio, quase 29% da sua composio, poderia ter essa

    funo a exemplo do que ocorre com a glutamina, a aspargina , os uredos, alantona e

    o cido alantico em leguminosas tropicais.

    6. A cafena na dieta humana

    Das metil-xantinas existentes na natureza a cafena a que mais prevalece em nossa

    dieta, a consumimos diariamente, pois ela est presente em vrios alimentos, como os

    refrigerantes de cola, o guaran, o chocolate o caf e o ch. A cafena adicionada

    artificialmente em muitos outros produtos como frmacos com funo analgsica e

    antigripais, refrigerantes a base de cafena, guas cafeinadas, suplementao para

    atividades fsicas, bebidas energticas entre outros.

    A quantidade de cafena nos alimentos varia dependendo do tamanho da poro, do

    tipo do produto e do mtodo de preparo. No caso do caf e dos chs, a variedade da

    planta tambm interfere na quantidade de cafena.

  • 7

    Bebidas e refeies contendo cafena so consumidas pela maioria dos adultos e

    crianas nos EUA, onde o consumo dirio de cafena por adultos de aproximadamente

    280mg por dia.

    No Brasil as pessoas consomem anualmente 630 g de caf; sendo que a quantidade de

    cafena ingerida diariamente pelos brasileiros de 40mg (sendo que 26g da cafena so

    consumidas pelo caf, 1 mg pelo ch, 10 mg pelo mate e 3 mg pelos refrigerantes do

    tipo cola).

    Os pases que mais consomem cafena no mundo so os Pases Baixos, Sucia e

    Noruega.

    Normalmente a cafena ingerida por via oral; quando usada para propsitos

    teraputicos, ela administrada na forma de supositrios retais ou por meio de injees

    intramusculares ou intravenosas.

    Grfico 1: o consumo da cafena atravs do caf ch, mate e refrigerantes em diferentes

    pases.

  • 8

    Tabela 1: Alimentos que contem cafena e sua respectiva quantidade

    7. Farmocintica

    Farmacocintica pode ser definida simplesmente como o que o corpo faz a um

    agente xenobitico, em oposio farmacodinmica que o que o agente faz no

    corpo. O termo xenobitico (qumico normalmente estranho ao organismo), inclui

    no s drogas, mas tambm poluentes e potencias txicos que so transformados no

    organismo por vias similares s dos compostos endgenos. A farmacocintica refere-

    se, portanto, cintica (taxas e mecanismos das reaes qumicas) envolvidas com as

    doses farmacolgicas, existindo um termo mais recente, toxicintica, relacionado

    com as taxas e mecanismos de reaes qumicas produzidos por doses txicas.

    7.1. Absoro e distribuio

    A forma no dissociada da molcula da cafena solvel na membrana gstrica

    sendo, por isso, bem absorvida por via gastrointestinal, distribuindo-se em todo o

    organismo, encontrando-se, portanto uniformemente em todos os tecidos. Cerca de 99%

    absorvida por via oral e aps 15 a 45 minutos obtm-se o pico da concentrao

  • 9

    plasmtica . Tambm bem absorvida atravs da via subcutnea e da pele, e a absoro

    aps injeo intramuscular pode ser mais lenta que a administrao via oral. A absoro

    via retal, pelo uso de supositrios, pode ser lenta e nada aconselhvel.

    O volume aparente da cafena muito similar ao das restantes metil-xantinas e

    encontra-se geralmente entre 0,4 e 0,6 L/kg. J a ligao s protenas plasmticas difere

    entre as trs metil-xantinas, apresentando a teofilina 50-60%, a cafena 25-30% e

    a teobromina 15-25%.

    7.2. Metabolizao e excreo

    Ela metabolizada no fgado e possui meia vida entre 3 a 6 horas, no acumulando

    no corpo.

    Inicialmente remove os grupos metila 1 e 7, sendo essa reao catalisada pelo

    citocromo P450 1 A2 , onde ocorre a formao de trs grupos metilxantina . Nos

    humanos 84% dessa metabolizao se processa na forma da paraxantina (1,7 -

    dimetilxantina), seguida de 4% de teofilina (1,3-dimetilxantina) e 12% de teobromina

    (3,7- dimetilxantina), por meio da mudana dos grupos metila 1,3,7.

    Embora grande parte da metabolizao ocorra no fgado outros tecidos incluindo

    crebro e rins desempenham papel importante no metabolismo da cafena.

    Apesar de apenas uma pequena quantidade de cafena ser excretada sem mudanas

    em sua composio qumica sua deteco na urina relativamente fcil.

    A eliminao completa geralmente ocorre entre 24 e 48 horas aps ingesto da ultima

    dose

    7.3. Sntese de metabolizao da cafena a) Oxidao dos grupos metila originando metil-xantinas (paraxantina , teofilina e

    teobromina).

    b) Oxidao da posio 8 da purina originando como produto cido 1,3,7-trimetil-

    rico.

    c) Ruptura hidrolitica da purina entre a posio 8 e 9 produzindo 6-amino-5-(-N-

    formilmetilamino)-1,3 -dimetil uracilo .Originando como produtos finais vrios

  • 10

    cidos ricos e o 6-amino-5-(-N-formilmetilamino)-1metil uracilo e como

    metabolitos ativos da cafena temos as trs metil-xantinas.

    d) Excreo da cafena inalterada na urina.

    Figura 3: Biotransformao metablica da cafena

  • 11

    8. Mecanismos de Ao

    8.1. Mobilizao intracelular do clcio A cafena reduz o limiar de excitabilidade e prolonga a durao do perodo ativo da

    contrao muscular in vitro por aumentar a liberao de clcio do retculo

    sarcoplasmtico para o sarcoplasma e por inibir o mecanismo de recaptao de clcio

    pelo retculo sarcoplasmtico, tornado o on Ca2+ mais disponvel para a contrao

    muscular.

    O aumento da fora da contrao muscular induzido pela cafena est relacionado

    com o aumento na concentrao intracelular de clcio e com uma maior sensibilidade

    das miofibrilas (actina e miosina) ao clcio, causada pela cafena.

    No entanto, este mecanismo de ao s pode ser detectado em experimentos in vitro

    utilizando-se dosagens muito altas de cafena, cujas concentraes sanguneas

    representam efeitos txicos para o organismo. Dadas estas condies, no possvel

    que a mobilizao intracelular de clcio do retculo sarcoplasmtico, represente um

    mecanismo nos efeitos ergognicos da cafena.

    8.2. Inibio da enzima fosforodiesterase

    A cafena inibe a ao da enzima fosforodiesterase que responsvel pela

    degradao do mediador qumico intracelular denominado adenosina monofosfato

    (AMP cclico). Desta forma, a cafena aumenta o tempo de meia-vida do AMP cclico, o

    acumulo do AMP e a potencializao dos seus efeitos em estimular a ao de

    substncias como a das catecolaminas, que participam de vrios processos incluindo a

    elevao da glicose, a gliconeognese, liplise do msculo e tecido adiposo,

    contratibilidade muscular, respostas cronotrpicas e inotrpicas do corao e ajustes

    circulatrios.

    8.3. Antagonismo dos receptores de adenosina

    A cafena um antagonista dos receptores de adenosina A1. A adenosina presente

    em todo o corpo humano possuindo dois tipos de receptores o A1 e o A2, interagindo

    com os receptores A1 inibe a enzima adenilciclase, essa inibio resulta na diminuio

    do AMPc, como a cafena antagonista dos receptores A1, portanto, ao impedir a sua

    interao com a adenosina aumenta os nveis de AMPc, provocando uma srie de

  • 12

    reaes em nosso organismo como a liberao de catecolaminas, aumento da presso

    sangunea, aumento das secrees gstricas , liplise, ativao do sistema nervoso

    central e aumento da diurese.

    As aes do neurotransmissor adenosina, tanto no crebro como no organismo em

    geral, so de agente inibidor e depressivo. Esses efeitos depressores ocorrem porque a

    adenosina promove a inibio da liberao de norepinefrina (noradrenalina) em geral e,

    predominantemente, no sistema nervoso simptico. Antagonizando esses efeitos, a

    cafena resulta numa estimulao dos sistemas envolvidos, aumentando tanto a

    liberao de norepinefrina como a taxa de ativao espontnea dos neurnios

    noradrenrgicos.

    8.4. Ao na bomba de sdio e potssio

    A cafena influencia nas concentraes de potssio, mantendo-as baixas no meio

    extracelular e altas no meio intracelular, contribuindo para o retardamento da fadiga,

    sendo que as baixas concentraes de potssio no plasma ajudam a manter a

    excitabilidade da membranas celulares nos msculos.

    9. Efeitos fisiolgicos

    9.1. Sistema Nevoso Central (SNC) Muitas aes que a cafena exerce tm mecanismos semelhantes as das

    anfetaminas, cocana e herona, no entanto os seus efeitos so mais leves.

    O efeito mais conhecido da cafena sua atuao no Sistema Nervoso Central, tendo

    a capacidade de chegar corrente sangunea e deste modo atingir o crtex cerebral

    exercendo ai seus efeitos estimulantes, nos seres humanos esses efeitos se traduzem por

    uma diminuio da fadiga, melhoria na concentrao e capacidade de pensamento e

    tambm uma melhoria no desempenho de atividades motoras.

    Estudos confirmam que a cafena reduz o tempo de reao, melhora a capacidade

    mental, tais como testes de associao, e produz um aumento na velocidade de

    realizao de clculos, embora a preciso no sofra grandes melhorias. No entanto, estes

  • 13

    benefcios s se fazem sentir at um limite de 200mg de cafena que, ultrapassado, pode

    inibir estas capacidades.

    No Sistema Nervoso Central, mais precisamente, no Sistema Nervoso Autnomo,

    a adenosina, um neurotransmissor natural, ao ligar-se aos seus receptores (A1 e A2),

    diminui a atividade neuronal, dilata os vasos sanguneos, reduz a frequncia cardaca, a

    presso sangunea e a temperatura corporal.

    A popularidade da cafena como droga psicoativa, se deve s suas propriedades

    estimulantes, que depende da sua habilidade de diminuir a transmisso de adenosina no

    crebro. Para a clula nervosa, a cafena parece-se com a adenosina. A cafena, devido a

    esta semelhana, liga-se aos receptores da adenosina. No entanto, no diminui a

    atividade das clulas como a adenosina o faz. Ento, a clula no pode ver a

    adenosina porque a cafena est a ocupar o seu receptor, o que leva a um aumento da

    atividade celular, exercendo um efeito antagnico nos receptores centrais da adenosina.

    Os efeitos estimulatrios da cafena devem-se largamente ao bloqueio dos

    receptores A2A havendo uma estimulao dos neurnios inibitrios Gabargicos. No

    entanto, o bloqueio dos receptores A1 tem tambm algum papel nos seus efeitos

    estimulatrios. A cafena causa a constrio dos vasos sanguneos da cabea, pois

    bloqueia a ao dilatadora da adenosina. Alguns medicamentos para a dor de cabea

    contm cafena, o que poder ser benfico, j que ao contrair os vasos sanguneos ir

    haver um alvio da dor.

    Outro modo de ao da cafena, pelo bloqueio da enzima

    fosfodiesterase, responsvel pelo metabolismo intracelular do AMPc, ou seja, h um

    aumento da concentrao do AMPc intracelular , produzindo efeitos que mimetizam os

    dos mediadores que estimulam a adenilciclase. Assim, os efeitos da adrenalina

    persistem por mais tempo e com o aumento da atividade neuronal, a glndula pituitria

    age como se de uma situao anmala se tratasse e libertando grandes quantidades de

    hormnios que levam libertao de adrenalina pelas supra-renais aparecendo uma

    srie de efeitos no corpo humano, como a taquicardia, dilatao da pupila, aumento da

    presso arterial, abertura dos tubos respiratrios, aumento do metabolismo e contrao

    dos msculos, diminuio da afluncia sangunea ao estmago e aumento da secreo

    da enzima lipase, uma lipoprotena que mobiliza os depsitos de gordura para utiliz-los

  • 14

    como fonte de energia em vez do glicognio muscular. Este ltimo efeito reduz a

    utilizao de glicognio muscular permitindo aumentar a resistncia fadiga.

    Duas a trs xcaras de caf forte, portanto cerca de 300 mg levam a uma

    concentrao de cafena no plasma e no crebro de cerca de 100 M, o que suficiente

    para produzir um bloqueio dos receptores da adenosina bem como alguma inibio das

    fosfodiesterases.

    Em doses muito elevadas, a cafena pode provocar a libertao intracelular de ons

    clcio, desencadeando pequenos tremores involuntrios, aumento da presso arterial e

    da frequncia cardaca.

    A cafena tambm aumenta a concentrao de dopamina no sangue (assim como

    as anfetaminas, a cocana e a herona), por diminuir a recaptao desta no SNC. A

    dopamina atua tambm como um neurotransmissor, estando relacionada com o prazer, e

    pensa-se que seja este aumento dos nveis de dopamina que leva ao vcio da cafena.

    Obviamente, o efeito da cafena muito menor que o da herona embora o mecanismo

    de ao seja o mesmo.

    O comportamento estimulante da cafena e dos seus metabolitos principais, como

    a paraxantina e a teofilina correlaciona-se com a afinidade da ocupao dos receptores

    da adenosina. A paraxantina contribui para a ao farmacolgica da cafena,

    especialmente durante um consumo em longo prazo e em altas doses, quando a

    paraxantina se acumula no plasma. Os nveis plasmticos produzidos a partir da cafena

    de teofilina so provavelmente to baixos para exercer qualquer tipo de efeitos

    farmacolgicos adicionais.

    De uma forma geral, a cafena em pouco tempo, pode dificultar o sono porque

    bloqueia os receptores da adenosina, d energia, pois h libertao de adrenalina e d

    uma sensao de bem-estar, pois inibe a recaptao da dopamina.

  • 15

    9.2. Sistema cardiovascular

    A ingesto aguda de cafena causa o aumento na frequncia e rendimento

    cardaco, estimulo do miocrdio, podendo haver palpitaes e aumento da presso

    arterial.

    Segundo pesquisas na Europa considera-se que h um aumento no risco de

    doenas cardiovasculares por efeito da cafena sozinha ou em combinao de outros

    constituintes, como a taurina.

    No entanto o uso regular da cafena pode alterar os efeitos no sistema

    cardiovascular devido ao desenvolvimento de tolerncia a substncia.

    9.3. Sistema respiratrio

    Proporciona um aumento discreto da frequncia e da intensidade da respirao,

    juntamente com um efeito local no brnquio, produzindo um efeito bronco dilatador,

    essas propriedades evidenciam o uso regular da cafena em pessoas diagnosticadas com

    asma.

    9.4. Sistema geniturinrio

    O aumento do consumo de cafena causa um ligeiro aumento no volume de urina e

    na excreo urinria de sdio, diminuindo a reabsoro de sdio e de gua nos tubos

    renais, esse efeito diurtico pode ser til no alivio de clicas menstruais produzidas pela

    reteno de lquidos.

    9.5. Sono e ansiedade

    Poderamos pensar que o efeito da cafena no sono se deve ao chamado efeito

    psicolgico, o que poder at influenciar, no entanto, existem estudos que mostram que

    a cafena incrementa o perodo de latncia do sono, reduz a sua durao, altera os

    patamares normais do sono e a sua qualidade est diminuda. A cafena pode produzir

    efeitos no incremento de latncia na primeira metade da noite, mas sendo diferente do

    que ocorre na insnia. Existem grandes diferenas individuais no efeito da cafena no

    sono. Existem muitas razes para que isto ocorra nomeadamente a dose de cafena, o

    tempo entre a ingesto e a hora de dormir, a idade, fatores familiares e diferenas

    individuais na sensibilidade e tolerncia cafena.

  • 16

    H estudos que referem que altas doses de cafena na dieta (>200 mg), aumentam

    os nveis de ansiedade e podem induzir ataques de pnico . Indivduos com problemas

    de ansiedade e pnico so especialmente susceptveis aos efeitos da cafena. Embora

    muitos dos indivduos ansiosos tendam a limitar o consumo de cafena consumida,

    alguns no o fazem e tendem posteriormente a confundir os sintomas com os

    provocados pela cafena.

    9.6. Sistema digestivo

    Ela estimula a secreo gstrica do cido clordrico e da pepsina, em doses a

    partir de 250mg, por isso a cafena contra indicada para pacientes com lcera

    digestiva.

    9.7. Sistema endcrino

    O aumento dos cidos gordos livres no sangue tem sido associado a cafena ,

    assim a cafena seria uma substncia capaz de mobilizar gorduras; existem evidncias

    de que a cafena ajuda no emagrecimento de pessoas obesas.

    A ingesto da cafena tambm pode aumentar o nvel de alguns hormnios como a

    renina, as catecolaminas, a insulina e o hormnio da paratireoide.

    10. Malefcios 10.1. Imunotoxidade

    Elevadas doses de cafena, produzem significativas diminuies da resposta imune

    humoral, demonstrado pela diminuio do anticorpo IgM.H referncias de que a

    administrao de altas doses de cafena (200 mg/kgi.p.) em ratos, interferem em

    resposta a uma infeco viral.

    10.2. Genotoxicidade e Carcinogenicidade

    Devido semelhana qumica entre a cafena e a purina, componente dos cidos

    nucleicos, e consequentemente do ADN, a cafena poderia ter um potencial de

    mutagenicidade. A cafena tem, sido investigada pelo seu potencial mutagnico na

  • 17

    atividade de bactrias, fungos e clulas de mamferos em cultura, bem como em altas

    concentraes poder induzir a apoptose. A cafena um inibidor da sntese e reparao

    do ADN em pequenos organismos e sistemas celulares simples, no podendo afetar as

    formas mamferas. Estudos em ratos, com elevadas doses (200 mg/kg) foram negativos

    considerando-se a cafena como uma droga que no aparenta ter significativa

    genotoxicidade para o homem .

    Ao longo dos anos, a cafena tem sido relacionada com o aparecimento de certos

    cnceres, mas esta associao no suportada por estudos mdicos. Estudos que

    relacionam o cncer retal, do clon, pancretico e da bexiga e a sua relao com o

    consumo de cafena, mostraram que no foi encontrada uma relao entre o consumo de

    cafena e os cnceres. Tm sido realizados outros estudos nesta rea, nomeadamente, no

    cncer pancretico e do trato urinrio sem qualquer relao encontrada com o consumo

    de cafena, alm de que sempre difcil analisar apenas a contribuio da cafena, pois,

    existem numerosos fatores que concorrem com esta para um provvel aumento da

    incidncia de cncer.

    De acordo com American Cancer Society, os estudos atuais no permitem

    concluir que um aumento da ingesto de cafena possa contribuir para um maior risco de

    cncer no homem, afirmao proferida tambm pela International Agency for Research

    on Cancer.

    10.3. Teratogenicidade e Reproduo

    Estudos epidemiolgicos descrevem que mulheres que consumam cafena

    durante a gravidez esto mais sujeitas a desenvolverem aborto espontneo, ms

    formaes fetais, bem como retardamento do crescimento fetal e bebes de baixo peso

    nascena. Os resultados indicaram que um elevado consumo de cafena, mais de oito

    xcaras de caf por dia, estava associado a um incremento na frequncia de ms

    formaes congnitas, de 13% para 23%.

    A cafena est na longa lista de qumicos e drogas que podem ter um potencial

    que provoca ms formaes fetais se usadas em excesso. A Organization of Teratology

    Information Services (OTIS) refere que no existem evidncias que a cafena provoque

    deficincias nos recm-nascidos humanos. Toda esta controvrsia sobre a toxicidade

    fetal da cafena surge porque foi demonstrado in vitro que a cafena induz mutaes

  • 18

    cromossomais, mas nunca o foi demonstrado in vivo. Os estudos em animais

    demonstraram teratogenicidade para doses extremamente elevadas, mas no para doses

    fisiolgicas ou doses moderadamente txicas. Estudiosos reportam que o uso de cafena

    em grandes quantidades estaria associado a uma diminuio de 105 g no peso do recm-

    nascido, no entanto, o seu uso moderado no est associado ao nascimento de bebes

    com baixo peso. Existe um risco do nascimento de bebes com baixo peso de 5,2% em

    consumidoras de grandes quantidades de cafena (>300mg/dia) e 1,3% em mulheres que

    no ingeriam cafena, no entanto este 1,3% um valor abaixo da incidncia. Outros

    estudos no detectaram relao entre o peso do recm-nascido e o consumo de cafena.

    Uma pesquisa chegou a demonstrar que a ingesto superior a "quantidades

    moderadas" de cafena poderia reduzir a probabilidade de engravidar em at 27 por

    cento na comparao com mulheres que consomem pouca cafena. No caso deste

    estudo, quantidades moderadas equivaliam a trs xcaras de caf por dia ou seis xcaras

    de ch ou oito latas de bebida base de cola -- algo em torno em 300 miligramas.

    10.4. Efeitos renais e osteoporose

    Existem dados referindo um aumento da excreo via urinria de minerais,

    nomeadamente de clcio, magnsio, sdio, mas no potssio aps 3h da ingesto de

    bebidas contendo entre 150 a 300 mg de cafena, bem como um aumento do volume

    urinrio, sendo sugerido um envolvimento das prostaglandinas no incremento da

    concentrao de clcio na urina.Existe uma relao entre o consumo de caf por

    mulheres na pr-menopausa manifestada pela diminuio do balano do clcio atribudo

    a perdas urinrias e intestinais de clcio. Pelo fato de ter sido demonstrado que a cafena

    aumenta ligeiramente a excreo de clcio, foi sugerido que a sua ingesto seria um

    fator de risco para a osteoporose, nomeadamente, em mulheres na menopausa. No

    entanto, existem pesquisas que demonstram que a ingesto de cafena no representa um

    risco to significativo na diminuio dos nveis de clcio e consequente aparecimento da

    osteoporose, particularmente em mulheres que consomem as quantidades adequadas

    de clcio. Em 1994 o National Institutes of Health concluiu que a cafena no afetava,

    significativamente, a excreo ou absoro de clcio.

  • 19

    10.5. Efeitos gastrointestinais

    Est demonstrado que a administrao de cafena um estimulante da secreo

    de cido e pepsina no suco gstrico. Um aumento significativo do volume da acidez do

    suco gstrico verificado quer a administrao de cafena ocorra por via oral ou

    intravenosa. Como sabido, o aumento de cido e pepsina observado no agravamento

    das lceras ppticas e, por isso, recomendado evitar a cafena nestas situaes

    10.6. Efeitos cardiovasculares e circulatrios

    Em 1986, um estudo tentou relacionar o consumo excessivo de caf e as doenas

    do corao. No entanto, os investigadores falharam no controle de outros fatores

    significativos como as dietas e os hbitos. Investigadores da Universidade de Harvard

    conduziram um estudo que levou concluso que o consumo de cafena no contribua

    para um aumento substancial do risco de doena coronria, sendo os principais

    indicadores a dieta rica em gorduras, nomeadamente o colesterol e o tabaco.O consumo

    de cafena leva a um ligeiro aumento dos nveis das lipoprotenas de alta densidade

    (HDL), o bom colesterol, para proteger e diminuir o risco de doenas coronrias. No

    entanto um estudo de Scottish Heart Health refere no haver qualquer relao entre o

    consumo de cafena e o aumento do HDL ou diminuio do risco de doena coronria.

    Uma discusso alargada tem sugerido uma relao entre a cafena e o aumento da

    presso sangunea. No entanto, um grande nmero de estudos tem demonstrado que o

    pequeno aumento temporrio da presso sangunea, devido ao consumo de cafena,

    menor que o provocado pelas atividades normais dirias. A cafena no causa

    hipertenso crnica ou incremento persistente da presso sangunea. No entanto, alguns

    indivduos sensveis cafena podem experimentar um ligeiro aumento da presso

    sangunea que, normalmente, no dura mais que algumas horas. Indivduos com elevada

    presso sangunea devem consultar o seu mdico a fim de se aconselharem sobre a

    ingesto de cafena. A absteno de cafena no influencia a ocorrncia ou frequncia de

    arritmias bem como a excitabilidade ou severidade das arritmias ventriculares.

  • 20

    11. Benefcios

    11.1. Mal de Parkinson A Doena de Parkinson causa tremores musculares, fraqueza e afeta muitas

    pessoas, em todo o mundo, sendo mais comum em idosos. Existem dados

    experimentais que sugerem que a cafena reduz o risco da doena de Parkinson

    e,realmente, existe uma associao inversa entre o consumo de cafena e o risco da

    doena, tendo esta associao sido encontrada em estudos realizados em vrios

    locais do mundo, nomeadamente, na Alemanha e Sucia. A cafena pode ajudar a

    prevenir, ou mesmo retardar a evoluo da doena, mas, tendo em conta o ainda

    reduzido nmero de trabalhos sobre este tema, no se sabe o suficiente para poder

    recomendar, com bastante segurana, o aumento do consumo de cafena como

    medida preventiva para a Doena de Parkinson.

    11.2. Rendimento Fsico Os trs maiores tipos de estimulantes do SNC correntemente usados em excesso

    nos esportes so as anfetaminas, a cocana e a cafena. Embora muitos estudos sejam

    inconclusivos acerca da cafena nas atividades fsicas, h muitos atletas que acreditam

    que a substncia pode aumentar seu desempenho quer fsica quer mental. H mesmo

    quem considere que esta melhoria se deve diferena da percepo do cansao, ou seja,

    ela teria um papel ergognico no desempenho do exerccio, alterando a percepo

    neural do esforo e da disponibilidade fsica.

    A cafena estimula o Sistema Nervoso Central em elevados nveis, tal como a

    medula e o crtex, e tem tambm a capacidade de atingir a medula espinal. O efeito no

    crtex reduz a fadiga e aumenta o estado de alerta. Isto d aos atletas uma grande

    concentrao por 1 a 3 horas. O uso de cafena relativamente seguro, e no so

    conhecidos efeitos negativos no desempenho, nem to pouco causa desidratao

    significativa ou um desequilbrio electroltico durante o exerccio. uma substncia

    includa nos regulamentos de dopping de todas as federaes esportivas, estando os

    atletas olmpicos sujeitos desqualificao da competio a partir de 12 mg/ml de

    urina, quantidades obtidas com um consumo relativamente elevado de caf .As

    pesquisas no mostram qualquer efeito da cafena sobre a fora muscular mxima ou

    sobre as contraes musculares voluntrias. O seu efeito, entretanto, estaria na

    capacidade de retardar a fadiga e aumentar a concentrao.

  • 21

    11.3. Melhoria da ateno Em pacientes portadores de dficit de ateno e hiperatividade, onde est

    prejudicada a ateno voluntria e seletiva por um excesso de ateno espontnea

    (aumento da vigilncia e prejuzo da tenacidade), a cafena teria um possvel efeito nos

    mecanismos frontais do controle, isto , melhorando a ateno focalizada (espontnea) e

    favorecendo uma maior seletividade do objeto a dedicar ateno. A cafena sozinha

    aumenta o estado de alerta e o nervosismo, mas no afeta significativamente o domnio

    corporal e a desempenho psicomotor para a conduo. Embora as bases fisiolgicas da

    ateno seletiva e do alerta no estejam bem compreendidas, sabe-se que o tlamo est

    envolvido em ambos e, embora outras reas do crebro intervenham, estas no alteram a

    sua atividade durante o perodo de alerta. Alteraes na atividade talmica

    secundariamente administrao de cafena, o que sugere uma interveno desta no

    estado de alerta e ateno. Estudos do National Institutes of Health mostram que as

    crianas reagem da mesma forma que os adultos cafena. Estes estudos mostram que a

    cafena contida nas comidas e bebidas no tem efeito na hiperatividade e no dficit de

    ateno das crianas. Os pais devem, ento, usar o bom senso para decidir as

    quantidades de cafena contidas nos alimentos a fornecer s suas crianas.

    11.4. Dores de cabea A cafena, devido sua capacidade de contrair os vasos sanguneos, muito referida

    na melhoria das dores de cabea, j que estas se devem sobretudo dilatao dos vasos

    sanguneos do crnio e, portanto, se houver algo que contrarie essa dilatao verifica-se

    uma melhoria dos sintomas e exatamente isso que se passa com a cafena

    11.5. Apnia do recm-nascido Na maioria das vezes, a apnia uma ocorrncia isolada, mas que pode colocar o

    recm-nascido em risco de vida, quando no prontamente reconhecida e tratada

    adequadamente. Frequentemente, a apnia neonatal ocorre em crianas com baixo peso

    (inferior a 2,5 Kg) e prematuros, mas, excepcionalmente, a apnia grave tambm pode

    ocorrer no recm-nascido de tempo e pesos normais. Embora o tratamento oficialmente

    reconhecido para a apnia neonatal seja com teofilina, a cafena poderia tambm ser

    uma escolha, tendo como vantagens sobre a teofilina, um tempo de semi-vida maior,

    podendo ser administrada a cada 24h e com menos efeitos colaterais. Alguns autores

    recomendam a administrao de cafena em recm-nascidos em que o uso de teofilina

  • 22

    no resolveu o problema e ainda apresentam apnias. No Brasil a cafena existe para

    estas situaes em soluo ou p de cafena para uso via oral.

    11.6. Outros efeitos Alm dos efeitos teraputicos referidos, muitos outros tm sido propostos,como

    por exemplo, para a inseminao artificial, em casos de espermatozoides hipocinticos,

    benefcios no tratamento da dermatite atpica e alvio de clicas menstruais

    (dismenorreia), produzidas pela reteno de lquidos, onde o efeito diurtico da cafena

    pode ser til.A possvel ao antineoplsica da cafena necessita de pesquisas

    adicionais,pois ela poder ter um papel importante na proteo dos fumantes contra o

    cncer de pulmo.

    12. Tolerncia / dependncia

    O uso crnico da cafena leva a habituao e tolerncia, quando ingerida

    diariamente pode neutralizar os efeitos no organismo.

    Doses de cafena entre 750/1200mg por dia geram o fenmeno de tolerncia

    completa a substncia, ou seja, ela no tem efeito algum e seria como um placebo, no

    entanto doses baixas produzem uma tolerncia incompleta.

    De acordo com a Organizao Mundial de Sade, no existem evidncias que o

    uso da cafena possa ser remotamente comparvel s consequncias fsicas e sociais que

    esto associadas com as verdadeiras drogas de abuso. As pessoas diferem grandemente

    na sensibilidade a cafena. Alguns indivduos podem beber muito caf, ch, e outras

    bebidas contendo cafena, no sentindo qualquer efeito, outros sentem os efeitos

    estimulantes no momento da ingesto. Em certos indivduos, a cafena pode aumentar o

    estado de alerta, principalmente quando esto cansados e aumentar o rendimento de

    certas tarefas. Muitas pessoas encontram nas bebidas contendo cafena uma ajuda para

    se manterem alerta quando trabalham ou estudam. A sensibilidade individual e a

    frequncia de consumo determinam os efeitos da cafena.

    A tolerncia s aes da cafena notada aps um regular consumo, estando

    provavelmente associado a um incremento da atividade do receptor para a adenosina e a

    uma troca dos receptores A1 para maiores afinidades, levando a um aumento da

  • 23

    sensibilidade funcional para a adenosina e a uma diminuio da atividade adrenrgica.

    A cafena pode provocar dependncia fsica e psicolgica (sndrome de ansiedade,

    depresso e at psicoses), estando referenciado que doses maiores que 350mg dirias de

    cafena consumidos durante um ms podem provocar o aparecimento de um sndrome

    de abstinncia, pelo que quando usada com fins teraputicos, os mdicos devem

    recomendar a reduo gradual do seu consumo, ou seja, fazer o desmame. Este

    sndrome manifesta-se por dores de cabea, irritabilidade, dificuldade na concentrao,

    nuseas, ansiedade, cansao, depresso e sonolncia. No grave e desaparece em

    poucos dias. As dores de cabea verificam-se porque quando h reduo do consumo de

    cafena o corpo torna-se mais sensvel adenosina. Como resposta, h um aumento da

    presso sangunea que ir fazer com que um fluxo excessivo de sangue chegue ao

    crebro.

    O tempo de semi-vida da cafena no organismo entre 2 e 4 horas, por exemplo a

    ingesto durante a tarde de um caf (aproximadamente 125mg de cafena), faz com que

    ao incio da noite ainda cerca de 65 mg de cafena estejam no nosso organismo. Estas

    quantidades diminuem o sono. No dia seguinte, h uma necessidade maior de recorrer

    cafena para se manter alerta j que o seu sono poder no ter sido to repousante e tudo

    isto se torna um ciclo vicioso. Por outro lado, se tentar diminuir ou mesmo parar o seu

    consumo a pessoa ir sentir muitas vezes deprimida ou com grandes dores de cabea, o

    que forar a retomar o consumo.

    13. Toxicologia

    seguro o seu consumo desde que feito com moderao, no entanto, o mesmo pode

    no acontecer para elevadas doses.

    A dose mnima fatal em humanos aproximadamente de 150-200 mg/kg,embora

    haja casos em que ocorreu a morte por intoxicao com apenas doses de 57mg/kg. A

    dose txica mnima no letal 2-5 mg/kg , sendo os sintomas tpicos iniciais nuseas,

    vmitos, diarreias e cimbras. Os efeitos, no sistema nervoso central, manifestam-se

    por cansao, agitao e irritabilidade. Em casos mais severos pode ocorrer ataque

    apopltico. A dose mortal para um adulto rondaria a ingesto de 70 a 100 cafs. No

    entanto, a sensao de mal estar que se sente quando se ingere o vigsimo caf to

  • 24

    grande que geralmente impossvel continuar a ingerir mais caf evitando-se, assim

    atingir a dose fatal.

    No existe um antdoto especfico para a intoxicao com cafena, sendo a ateno e

    o cuidado a melhor ajuda. A ipecacuanha no recomendada, ao passo que a induo

    prvia do vomito com ipecacuanha recomendado. O carvo ativado tem demonstrado

    ser til para se ligar cafena. Pode, tambm, ser usada uma sonda para remover do

    trato gastrointestinal a droga por absorver. A lavagem gstrica, com soluo salina,

    pode ser til para remover substncias do estmago, bem como tratar hemorragias

    gastrointestinais. Os anticidos so tambm de considerar nestas situaes. O ataque

    apopltico pode ser tratado com diazepam ou fenobarbital que pode tambm servir para

    neutralizar o efeito da cafena no sistema nervoso central. As arritmias cardacas devem

    ser tratadas com agente apropriado, sendo a contribuio dos - bloqueadores

    particularmente importantes na neutralizao da estimulao excessiva dos -

    adrenrgicos. O esmolol uma escolha atrativa devido sua cardioseletividade e tempo

    de semi-vida curto. O paciente deve ser monitorizado pelo balano eletroltico,

    particularmente a hiperglicemia, hipocalcmia e hipocalmia, embora estes distrbios

    raramente requeiram tratamento.H registrados seis casos de morte por overdose

    causados pela intoxicao da cafena .

    14. Produtos descafeinados

    Muitos mtodos so utilizados para a extrao da cafena a partir dos produtos

    naturais.

    Na maioria dos mtodos so usados solventes orgnicos imiscveis em gua, em geral

    prejudiciais ao meio ambiente e a sade humana, outras utilizam solventes solveis em

    gua, alcois, que so menos seletivos para o processo de extrao.

    As etapas posteriores para que esses dois mtodos possuam resultados satisfatrios

    so onerosos e demorados, um problema a degradao trmica da cafena devido

    altas temperaturas nos processos de purificao.

    Sempre houve a busca da melhoria tecnolgica dos equipamentos e dos solventes a

    serem empregados nos processos para extrao da cafena, pois o uso adequado do

  • 25

    solvente e equipamento poderia maximizar a retirada do alcaloide da semente, como

    tambm minimizar a extrao de substancias indesejveis que poderiam afetar a

    qualidade da bebida.

    Inicialmente o benzeno foi o primeiro solvente usado para extrao da cafena,

    depois foi substitudo por hidrocarbonetos contendo cloro (triclorometano e

    diclorometano),atualmente tambm se utiliza a gua para tal fim.

    A principal vantagem de usar o solvente orgnico a seletividade para a cafena ao

    contrario da gua que alm da cafena retira outros componentes das matrizes vegetais

    necessitando de etapas demoradas e dispendiosas para recuperao da cafena.

    No entanto, independente do mtodo utilizado, a cafena no totalmente removida

    dos produtos, podendo apresentar at 2,5% de tal.

    15. Questo ambiental

    A gua natural importante para os ecossistemas, consumo humano, prticas

    agrcolas e para atividades recreativas isso requer uma rigorosa proteo contra sua

    contaminao quer por xenobiticos quer por microrganismos patognicos. A poluio

    na gua pode advir de diversas fontes, como a domstica, a industrial, ou a resultante

    de prticas agrcolas, sendo ento necessrios marcadores apropriados tanto para

    detectar como para localizar as fontes de poluio da gua. Um marcador ideal deveria

    dar-nos uma resposta concreta da fonte bem como permitir a quantificao da

    poluio. Os indicadores baseados em bactrias, como os coliformes fecais, so

    tradicionalmente usados para monitorizar a contaminao das guas naturais, mas a

    sua fiabilidade tem sido questionada devido quer ao seu pequeno tempo de vida quer

    sua limitao relativamente a fontes especficas. Alternativamente, uma srie de

    marcadores qumicos tem sido sugeridos para avaliar a poluio causada pela atividade

    domstica.

    Um potencial marcador qumico para as guas residuais domsticas a cafena, pois o

    homem a nica espcie que a consome, utiliza e a excreta de uma forma regular. A

    cafena tem sido detectada nas guas residuais, guas de superfcie e guas do solo em

  • 26

    todo o mundo. No entanto, poucos estudos mostram uma relao entre as concentraes

    de cafena encontradas e o nmero populacional.

    A cafena seria como um marcador humano nas guas residuais e a contaminao

    destas nas guas superficiais. As concentraes de cafena nos afluentes e efluentes das

    Estaes de tratamento de guas residuais (ETARs) da Sua foram de 7-73 g/L e de

    0,03-9,5, g/L respectivamente demonstrando uma eliminao eficiente de 81%-99%,

    devido primariamente a uma degradao por microrganismos.A cafena possui portanto

    uma boa biodegradabilidade, verificando-se concentraes menores que 1% algumas

    horas ou dias depois .Existem tambm estudos que determinaram as concentraes de

    cafena em efluentes de ETARs: >100 g/L nos EUA; 20-300 g/L no Canad e 34

    g/L na Sucia . As concentraes de cafena nas guas residuais no tratadas refletem

    o consumo, metabolismo, e excreo de cafena.

  • 27

    16. Enquete

    Enquete sobre a cafena realizada na Escola Tcnica Estadual Prefeito Alberto Feres

    com os alunos do IV mdulo e II mdulo do curso tcnico em qumica

    1) Voc acha que a cafena acrescenta riscos a sade?

    1

    Sim 100%

    No 0%

    Grfico 2 resultado da enquete

    Observao: Todos os entrevistados acharam que a cafena uma

    substancia que pode acrescentar riscos a sade.

  • 28

    2) Voc acha que a cafena pode ser considerada uma droga?

    2

    Sim 85%

    No 15%

    Grfico 3-resultado da enquete

    Observao: 85% dos entrevistados afirmam que a cafena pode ser considerada uma

    droga, o restante 15% acham que a cafena no tem o potencial para tal.

  • 29

    3) Em mdia quantas xcaras de caf voc toma por dia?

    a) No consumo

    b) Uma

    c) Duas a trs

    d) Quatro ou mais

    3

    A 35%

    B 23%

    C 23%

    D 19%

    Grfico 4- resultados da enquete

    Observao: 35% dos entrevistados dizem no consumir caf,23% dizem consumir

    apenas uma xcara por dia, outros 23% consomem de duas a trs e os outros 19%

    consomem quatro ou mais xcaras.

  • 30

    4) Alm do caf quais outros produtos voc conhece que contm cafena

    4

    Refrigerantes 26

    Energticos 15

    Doces 14

    Remdios 1

    Chs 1

    Grfico 5- resultados da enquete

    Observao: A maioria dos entrevistados 26% lembraram somente dos

    refrigerantes, somente 15% e 14% dos entrevistados lembraram-se das bebidas

    energticas e de doces, respectivamente, 1% apenas lembraram-se de citar os chs

    e remdios.

  • 31

    5) Os produtos que so considerados descafeinados possuem mesmo assim algum

    teor de cafena?

    5

    Sim 92%

    No 8%

    Grfico 6- resultados da enquete

    Observao: 92% concordaram que os produtos descafeinados ainda possuam

    vestgios de cafena em sua composio, apenas 5% discordam, acham que no h

    nenhum vestgio de cafena em tais produtos.

  • 32

    6) Voc conhece algum que ou era dependente da cafena?

    6

    Sim 42%

    No 58%

    Grafico 7- resultados da enquete

    Observao: 42% dos entrevistados dizem conhecer algum que ou foi dependente de

    tal substncia, o restante 58% negam conhecer algum com tal dependncia.

  • 33

    17. Concluso

    De acordo com o trabalho apresentado, podemos concluir que a cafena que um alcaloide, que age de forma psicoativa atingindo diretamente nosso sistema nervoso central, provocando diversas alteraes em nosso organismo, tais como o seu potencial ergognico, a inibio da adenosina, diminuindo o sono e a fadiga, o aumento da frequncia cardaca e da secreo gstrica, onde seu consumo pode acarretar a tolerncia e dependncia.

    Analisamos e apresentamos de forma clara os efeitos a longo, mdio e curto prazo de sua ingesto de forma abusiva. Leves dependncias podem ser notadas quando h a ingesto de maneira abusiva, podendo agravar o estado de comprometimento do sistema nervoso, assim a cafena pode ser considerada uma droga legalizada e consumida por todos.

    Consumida de forma moderada, ajuda no aumento da concentrao, melhora do humor, diminui a fadiga e usada em tratamentos de enxaqueca por contrair os vasos sanguneos. Antes da apresentao, pode ocorrer de algumas pessoas consumirem discretas quantidades de cafena diariamente em meio a sua refeio sem antes saberem, como por exemplo, o ch mate e os medicamentos. Geralmente grande parte da populao tem conhecimento da cafena presente em refrigerantes e energticos, podemos comprovar tal fato atravs da leitura da enquete realizada com alunos da Etec Prefeito Alberto Feres.

    Analisando os grficos isoladamente, verificamos diversas curiosidades e preocupaes a respeito da rotina e sade dos adolescentes entrevistados. No grfico 1 (a cafena acrescenta riscos sade?) percebe-se que todos os entrevistados responderam com xito que sim; no 2 (a cafena pode ser considerada uma droga?) a grande maioria respondeu que sim (85%) e os outros 15% que no. No grfico 3 (quantas xcaras de caf voc toma por dia?), 35% dos alunos responderam que no ingerem nenhuma, 23% uma, outros 23% duas a trs e 19% quatro xcaras ou mais. Em seguida, a pergunta feita foi sobre quais outros produtos se tm conhecimento alm do caf, 26% citaram os refrigerantes, 15% energticos, 14% doces, 1% remdios e chs. J no 5 grfico, foi questionada a possibilidade de haver qualquer quantia de cafena nos produtos descritos como descafeinados; 92% dos alunos afirmaram que h algum teor de tal substncia e outros 8% que no h. No ltimo grfico houve o questionamento sobre o conhecimento de pessoas dependentes da cafena; 58% responderam no conhecer algum dependente ou ex - dependente e 42% disseram saber da existncia dos mesmos.

    Com base nestes dados, notamos que a maioria dos alunos entrevistados costumam ingerir uma quantidade tolervel de cafena, porm devem tomar cuidado para no virem a consumir em maior quantia e ficarem dependentes.

    Podemos notar que a cafena uma substancia que causa uma grande dialtica quanto

  • 34

    aos seus efeitos, sendo visada de forma ruim e boa ao mesmo tempo.

    O trabalho teve o propsito de ajudar, influenciar, relatar e passar informaes e curiosidades sobre as propriedades da cafena, de seus subprodutos e mostrar de forma clara sua ao no organismo com suas devidas reaes quando houver ingesto de forma incorreta.

    Sendo assim deve haver a moderao para o consumo de produtos que contm cafena, pois assim ela no acarretara nenhum malefcio a nossa sade e sim benefcios.

  • 35

    18. Referencias Bibliogrficas

    ABIC.Disponivel.em: Acessado em: 14agos.2012

    ANVISA.Disponivel.em:

    Acessado em:15out.2012

    CAFEINA.Disponvel.em:Acessado.em 3

    jul.2012.

    CAFEINA.Disponvel.em:Acessado.em22junh.2012

    DETERMINAO DO TEOR DA CAFENA EM BEBIDAS ESTIMULANTES.

    Disponvel.em:Acessado

    .em:3jul.2012.

    ESTUDOS SOBRE A CAFEINA:METABOLISMO,LOCALIZA CELULAR E

    EFEITO

    HORMONAL.Disponvel.em: Acessado.em.22jun.2012.

    VERIFICAO DA QUANTIDADE DE CAFENA EM REFRIGERANTES DE

    COLA E BEBIDAS ENERGTICAS.

    Disponvel.em:Acessado em 22jun.2012

    LINCOLN TAIZ Y EDUARDO ZEIGER,Fisiologia vegetal, Volume1. Disponvel em:

    < http://books.google.com.br/books?id=7QIbYg-

    OC5AC&pg=PA558&lpg=PA558&dq=tipos+de+alcaloides&source=bl&ots=nhrJ0X6

    CCf&sig=jqhd4G7eQ5-FYHHXANbye5QdfBE&hl=pt-BR&sa=X&ei=QUCBUOCGI-

    Ka2gW58oHIDQ&sqi=2&ved=0CEQQ6AEwCA#v=onepage&q=tipos%20de%20alcal

    oides&f=false> Acessado em 19 out.2012

  • 36

    Caf e sade, Disponvel em < http://cafeesaude.com/tudo-sobre-cafe/os-beneficios-do-

    cafe-para-a-saude/>Acessado em 19 out 2012

    PAULO MAZAFERA , DIRCE MITHICO YAMAOKA-YANO 2 4, ANGELA

    PIERRE VITORIA 2 4 Reviso: Para que serve a cafena nas plantas? -

    Departamento de Fisiologia Vegetal, Instituto de Biologia, Universidade Estadual de

    Campinas, CP 6109, Campinas, SP, 13081-970, Brasil.