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0 ELAINE MARIANO ALVES A ADESÃO DO USO DOS EPI’s PELOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM

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Revisão bibliográfica sobre a utilização de EPI's na enfermagem

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Page 1: TCC Elaine Mariano Alves

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ELAINE MARIANO ALVES

A ADESÃO DO USO DOS EPI’s PELOS PROFISSIONAIS DE

ENFERMAGEM

UNICASTELO

São Paulo

2012

Page 2: TCC Elaine Mariano Alves

1

ELAINE MARIANO ALVES

A ADESÃO DO USO DOS EPI’s PELOS PROFISSIONAIS DE

ENFERMAGEM

Trabalho de conclusão de curso apresentado na

Universidade Camilo Castelo Branco, como

exigência parcial para obtenção do título de

Enfermeiro.

Orientador: Professor Especialista Donato José

Medeiros

UNICASTELO

São Paulo - SP

2012

Page 3: TCC Elaine Mariano Alves

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Agradecimentos

Primeiramente a Deus por ter me dado força para superar todas as dificuldades

que transcorreram no período de formação.

Aos meus queridos pais, irmãos e amigos por me acompanharem em todos os

momentos difíceis de minha vida, me dando força, incentivo e, principalmente por

acreditarem no meu sonho.

Ao meu esposo Clodoaldo por estar sempre ao meu lado em parte dessa

caminhada, me apoiando, ajudando e participando desse momento de muita

importância para mim, e a minhas filhas Ariane e Gabriele por ser tudo em minha

vida e ter compreendido minha ausência, me encorajando ainda mais.

Aos meus colegas de formação que muito me ajudaram, com palavras e gestos

de carinho e afeto.

Meus agradecimentos, também ao Professor Donato Jose Medeiros, meu orientador,

que diante das circunstâncias nos últimos meses fez o possível para me ajudar. De

coração e acima de tudo, agradeço pela sua valorosa contribuição, valorização,

disponibilidade, compreensão e, principalmente respeito as minhas dificuldades e

limitações.

Page 4: TCC Elaine Mariano Alves

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................... 07

2 OBJETIVOS........................................................................................... 11

3 MÉTODO DE PESQUISA ..................................................................... 12

4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ..................... 17

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................. 21

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................... 23

Page 5: TCC Elaine Mariano Alves

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Coleta de dados dos artigos científicos.................................. 13

Tabela 2 - Tipos de metodologia utilizadas pelas produções científicas estudadas.................................................................................................. 18

Page 6: TCC Elaine Mariano Alves

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RESUMO

Desde o século XVII registram-se medidas de segurança visando à proteção do trabalhador na saúde. Com os avanços tecnológicos, ficou comprovado que a utilização dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s) pelos trabalhadores da área da saúde é de suma importância para proteger não somente ao trabalhador, mas o cliente, evitando contaminação por microorganismos patogênicos. O setor da enfermagem é o que apresenta maior contingente de trabalhadores expostos a riscos de contaminação e acidentes de trabalho e onde se registra maior número de casos de intercorrências deste tipo, mesmo sabendo-se que nem todas são devidamente notificadas, seja pela negligência da supervisão do setor ou instituição de saúde ou do próprio trabalhador. Desta forma, o presente trabalho objetivou identificar a adesão ao uso dos equipamentos de proteção individual pela equipe de enfermagem, através de uma pesquisa bibliográfica integrativa. Através da presente pesquisa pôde-se concluir que a utilização dos EPI’s por parte dos profissionais de enfermagem ainda é motivo de polêmica em muitas instituições de saúde e que as instituições formadoras dos profissionais da área de enfermagem entrem com uma campanha mais incisiva sobre a importância da utilização dos EPI’s aos seus alunos, fazendo com que os mesmo internalizem sua utilização e que a mesma se faça de forma correta, não permitindo que haja lacunas entre os equipamentos e suas maneiras de utilização.

Palavras-chave: equipamentos de proteção individual na enfermagem, precauções padrões, reciclagem, acidente de trabalho na enfermagem.

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ABSTRACT

Since the seventeenth century record up security measures in order to protect worker health. With technological advances, it was proved that the use of Personal Protective Equipment (PPE) for healthcare workers is of utmost importance to not only protect the worker, but the client, avoiding contamination by pathogenic microorganisms. The nursing industry is the one with the greatest number of workers exposed to risks of contamination and accidents at work and where it has the largest number of cases of such complications, even knowing that not all are duly notified, either by neglect of supervision sector or institution or health worker. Thus, this study aimed to identify the adherence to the use of personal protective equipment by the nursing staff, through an integrative literature review. Through this study it was concluded that the use of PPE by the nursing staff is still a controversial topic in many health institutions and training institutions of professional nursing come with a campaign more effective on the importance of use of PPE to their students, making the same internalize their use and that it is done correctly, not allowing no gaps between components and their ways of use.

Keywords: personal protective equipment in nursing care standards, recycling, accident at work in nursing..

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1 - INTRODUÇÃO

Desde o século XVII registram-se medidas de segurança visando à proteção

do trabalhador na saúde. Com os avanços tecnológicos, ficou comprovado que a

utilização dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s) pelos trabalhadores da área

da saúde é de suma importância para proteger não somente ao trabalhador, mas o

cliente, evitando contaminação por microorganismos patogênicos (VASCONCELOS,

REIS e VIEIRA, 2008).

O setor da enfermagem é o que apresenta maior contingente de

trabalhadores expostos a riscos de contaminação e acidentes de trabalho e onde se

registra maior número de casos de intercorrências deste tipo, mesmo sabendo-se que

nem todas são devidamente notificadas, seja pela negligência da supervisão do setor

ou instituição de saúde ou do próprio trabalhador (RIBEIRO e SHIMIZU, 2007).

Durante a assistência ao paciente, os trabalhadores de enfermagem ficam

expostos a inúmeros riscos ocupacionais causados por fatores químicos, físicos,

psicossociais, mecânicos e biológicos (MARZIALE e RODRIGUES, 2002; CAMPOS e

GUTIERREZ, 2005).

Alguns estudos foram realizados na área de prevenção acidentes de trabalho

na enfermagem e as principais causas apontadas como desencadeantes foram

insatisfação na divisão de tarefas, picos de sobrecarga da equipe de enfermagem em

determinados horários do turno, acúmulo de tarefas e utilização das precauções padrão

(PP’s) e/ou de EPI’s de forma incorreta e/ou ausência destes (GUIMARÃES et al,

2005).

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As PP’s são tidas como medidas profiláticas que devem ser utilizadas por

todos os profissionais da saúde, podendo ser resumidas em: lavagem das mãos; uso

de luvas, de aventais limpos, de máscara/ protetor ocular, de proteção contra objetos

pérfurocortantes – EPI’s; e desinfecção de equipamentos utilizados no cuidado aos

pacientes de uso coletivo na instituição de saúde. Essas medidas preventivas foram

criadas em 1996 pelo CDC (Center for Disease Control and Prevention, nos Estados

Unidos) e denominadas Guideline for Isolation and PrecautionI (LOPES et al, 2008). No

Brasil, em 1998, o Ministério da Saúde emitiu a portaria nº 2.616 em complementação

às diretrizes e normas para a prevenção e o controle de infecções hospitalares,

compondo o Programa de Controle de Infecções Hospitalares (PCIH). (BRASIL, 1998)

Os EPI’s são equipamentos de proteção individual bastante valiosos na

área da enfermagem por constituírem uma forma de barreira no contágio do profissional

por agentes infecciosos. Em 1978, o Ministério do Trabalho e do Emprego (MTE),

divulgou uma norma reguladora, denominada NR – 6, normatizando de forma geral a

obrigatoriedade do uso dos EPI’s pelos trabalhadores contratados em regime de CLT.

Contudo, ainda era muito inespecífica para a área da saúde e, por esse motivo, em

2005, o Grupo Técnico (GT), juntamente com a Escola de Enfermagem de Ribeirão

Preto da Universidade de São Paulo (EERP – USP) e o MTE, construíram uma outra

norma, especificamente para a área da saúde, denominada NR – 32, sendo elaborada

para a utilização dos EPI’s por tipos de risco ocupacional e não por locais específicos

dos estabelecimentos de saúde (BRASIL, 2005; ROBAZZI e MARZIALE, 2004). Outro

órgão que também determina a utilização dos EPI’s como obrigatoriedade e direito do

profissional de saúde é o CoFEn, através da resolução 311/2007, seção IV, artigos 61,

63 e 64, ao mesmo tempo em que atrela na seção I, artigo 12: “assegurar à pessoa,

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família e coletividade assistência de Enfermagem livre de danos decorrentes de

imperícia, negligência ou imprudência” (CoFEn, 2007). Vale lembrar que é obrigação do

empregador fornecer os EPI’s de forma e em quantidade adequada e, além do direito

de usá-lo, o profissional tem o dever de fazê-lo de forma correta para a preservação do

paciente e segurança própria.

Apesar do profissional de enfermagem promover o cuidado ao indivíduo

enfermo, pouco sabe a respeito de cuidar de sua saúde profissional, haja vista que

muitas vezes não utiliza os EPI’s ou o faz de forma incorreta, uma vez que esses

equipamentos, apesar de não eliminar os riscos, o reduz efetivamente (TALHAFERRO,

BARBOZA e OLIVEIRA, 2008).

De acordo com Souza et al (2008) e Steinhofel, Piccoli e Maraschin (2002), o

uso de EPI’s é fundamental para uma prática segura em serviços de assistência à

saúde, entretanto, essa segurança se efetivará não apenas pela adoção destes

equipamentos, mas pela forma como são utilizados.

Estudos demonstram que a importância da utilização dos EPI’s não tem sido

construída de forma eficaz nos cursos de graduação e tampouco nos cursos

profissionalizantes para técnico ou auxiliar de enfermagem (SOUZA et al, 2008).

A utilização ou não dos EPI’s está intimamente relacionada à percepção que

os profissionais de enfermagem têm sobre os riscos a que estão expostos ou

simplesmente ao excesso de confiança em si mesmos. Alegam também a não

utilização por não gostarem, classificando-os como incômodos, falta de hábito ou

acreditar que determinado material não está contaminado (TIPPLE et al, 2007).

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1.1 Justificativa

Um estudo sobre o conhecimento e a utilização dos EPI’s torna-se oportuno,

tanto para os graduandos, quanto para profissionais de enfermagem de outros níveis,

pois, proporciona dimensionar a importância e eficiência da utilização dos EPI’s,

contribuindo para a conscientização de uma prática segura de cuidado, além de

demonstrar a importância da educação permanente para os profissionais envolvidos.

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2 - OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Identificar a adesão ao uso dos equipamentos de proteção individual pela

equipe de enfermagem.

2.2 Objetivos Específicos

- Identificar os motivos que levam os profissionais a não utilizarem os EPI’s;

- Identificar a importância da utilização dos EPI’s corretamente.

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3 - MÉTODO DE PESQUISA

O presente estudo pode ser caracterizado como sendo uma pesquisa

bibliográfica de revisão integrativa com enfoque qualitativo, porque a pesquisa

integrativa, proporciona a síntese do conhecimento e a incorporação da aplicabilidade

de resultados de estudos significativos na prática, utilizando para isso literatura teórica

e empírica (SOUZA, SILVA e CARVALHO, 2010).

Foi realizada uma pesquisa com 14 artigos científicos da área de

enfermagem, voltados para a utilização de EPI’s no ambiente de trabalho. A pesquisa

envolveu a cronologia de 2000 a 2012 e se desenvolveu em bases de dados indexadas

como Scielo Brasil, Bireme, Lilacs, PubMed e MedLine. Utilizou-se para a pesquisa dos

artigos as palavras-chave: equipamentos de proteção individual na enfermagem,

precauções padrões, reciclagem, acidente de trabalho na enfermagem.

Para critério de inclusão utilizou-se artigos dentro da cronologia proposta,

artigos em formato PDF e artigos somente em língua portuguesa. Para critério de

exclusão utilizou-se artigos fora da cronologia proposta, artigos apresentados em

formato html e artigos em línguas estrangeiras fora do proposto nos critérios de

inclusão.

Os dados foram coletados através de uma tabela desenvolvida para ser

utilizada como síntese de cada artigo científico.

O resultado foi analisado qualitativamente e apresentado em formato textual,

pois, não há como traduzir em números resultados qualitativos.

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4 - RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os artigos selecionados para a pesquisa bibliográfica integrativa que norteia

o presente trabalho foram selecionados entre os anos de 2000 a 2012. Dentro dessa

cronologia, verificou-se que houve um período de aumento das publicações científicas

sobre EPI’s dentro da área da enfermagem. Desta forma, os artigos selecionados estão

distribuídos da seguinte forma: a) 2002 = 02 artigos selecionados;

b) 2004 = 01 artigo selecionado;

c) 2005 = 02 artigos selecionados;

d) 2006 = 02 artigos selecionados;

e) 2007 = 02 artigos selecionados;

f) 2008 = 05 artigos selecionados.

Para a seleção dos artigos referentes à cronologia não houve critério de

números mínimo ou máximo de artigos por ano, e sim foi obedecido o período (2000 –

2012) de publicação. A quantidade de artigos selecionados por ano somente demonstra

que no ano de 2008 a quantidade de publicações foi maior do que a dos anos

anteriores.

Ocorre que assim como em 2009 e 2010 o tema mais trabalhado pela saúde

foi a humanização e a segurança do paciente, em 2008 o tema mais trabalhado na

enfermagem foi segurança no trabalho, o direito e o dever à proteção do profissional de

enfermagem.

Isso pode ser verificado quando Mafra et al (2008) afirmam que o ano de

2007 e 2008 foi o período de conscientização dos profissionais de enfermagem sobre

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segurança no trabalho. Tal afirmação foi feita baseada nas considerações do próprio

Coren em suas campanhas junto aos seus cadastrados, afirmam ainda, os autores.

Sobre o local de origem das publicações, observou-se que a maior

concentração de publicações se deram nas revistas de saúde do Estado de São Paulo.

Foram 11 publicações para o Estado de São Paulo, 01 para o Estado do Rio de

Janeiro, 01 para o Estado do Paraná e 01 para o Estado de Minas Gerais. Isso

demonstra que a maior concentração de estudantes e profissionais de enfermagem

encontram-se no Estado de São Paulo, deixando clara a idéia de que os demais

Estados carecem de profissionais de enfermagem em quantidade para atender sua

demanda de pacientes.

Souza et al (2008) em seus estudos afirmam que o Estado de São Paulo,

mais precisamente, a cidade de São Paulo é a cidade que mais forma profissionais de

enfermagem do Brasil. É também o local onde se concentra o maior contingente de

profissionais dessa área também.

Quanto à metodologia utilizada pelas produções científicas sobre a utilização

dos EPI’s pelos profissionais da enfermagem, a tabela a seguir demonstra a

predominância da metodologia descritiva realizada através de pesquisa de campo.

Tabela 2 - Tipos de metodologia utilizadas pelas produções científicas estudadas

Tipo de Pesquisa Total

Descritiva de campo 08

Revisão bibliográfica 04

Estudos de caso 02

Fonte: ALVES, 2012

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Essa predominância ocorre porque, de acordo com Santos (2010), apesar da

pesquisa bibliográfica ser de mais fácil acesso, a pesquisa de campo exige de seu

pesquisador maior conhecimento sobre o assunto a ser pesquisado para que depois,

possa ser dado um parâmetro mais específico na tabulação dos resultados.

Todos os artigos selecionados tratam sobre a utilização de EPI’s pelos

profissionais de enfermagem.

Um dos artigos selecionados tem seu foco na humanização do trabalho ao

profissional de enfermagem (AMESTOY SC, SCHWARTZ E, THOFEHRN MB, 2006),

entretanto, traz em sua análise a utilização dos EPI’s como direito e dever, prevendo o

autocuidado do profissional.

Outro artigo selecionado trata sobre a norma regulamentadora de EPI’s

específica para os trabalhadores da saúde (ROBAZZI MLCC, MARZIALE MHP, 2004),

demonstrando que a mesma ainda precisa ser mais bem aplicada nos

estabelecimentos de saúde.

Três artigos tratam sobre acidentes de trabalho (MARZIALE MHP,

RODRIGUES CM , 2002; GUIMARÃES RM, MAURO MYC, MENDES R, MELO AO,

COSTA TF, 2005; RIBEIRO EJG, SHIMIZU HE, 2007) e concordam entre si que os

mesmos seriam reduzidos se houvesse a adesão ao uso dos EPI’s e sua utilização

correta. Ressaltam ainda que é necessária educação constante aos profissionais para

que os mesmos transformem o uso dos EPI’s em hábito.

Outros três artigos tratam especificamente da percepção do enfermeiro para

a utilização dos EPI’s (CAMPOS ALA, GUTIERREZ PSG, 2005; MELO DS, SOUZA

ACS, TIPPLE AFV, NEVES ZCP, PEREIRA MS, 2006; MAFRA DAL, FONSECA IC,

VIANA JX, SANTANA JCB, SILVA MP, 2008) e deixam claro que o enfermeiro, como

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chefe da equipe tem a obrigação de utilizar corretamente os EPI’s, incentivando, desta

forma a utilização por toda a equipe. Salientam ainda (todos os autores) que o

enfermeiro, como responsável pela equipe de enfermagem deve possuir o

conhecimento das utilizações corretas dos mesmos para que possa transmitir o

conhecimento à sua equipe de forma segura e eficiente.

Um artigo (LOPES ACS, OLIVEIRA AC, SILVA JT, PAIVA MHRS, 2008) trata

sobre a adesão às precauções padrões que tem em seu grupo incluso a utilização dos

EPI’s como forma de segurança ao profissional e ao paciente.

Os demais artigos, somando os cinco restantes (STEINHOFEL E, PICCOLI

M, MARASCHIN M, 2002; TIPPLE AFV, AGULIARI HT, SOUZA ACS, PEREIRA MS,

MENDONÇA ACC, SILVEIRA C , 2007; SOUZA ACS, NEVES HCC, TIPPLE AFV,

SANTOS SLV, SILVA CF, BARRETO RAS, 2008; TALHAFERRO B, BARBOZA DB,

OLIVEIRA AR, 2008; VASCONCELOS BM, REIS ALRM, VIEIRA MS, 2008) tratam da

utilização dos EPI’s pelos profissionais de enfermagem, nos termos de adesão ou

fatores que interferem em seu uso. Em termos de adesão, todos os autores alegam que

o fator que mais colabora para que a utilização dos EPI’s seja efetivamente realizada é

a disponibilização por parte da instituição de saúde de materiais de qualidade e em

quantidade e número de profissionais suficientes para prestar atendimento à demanda

do local. Um dos fatores que interferem na utilização dos EPI’s, também mencionada

por todos os autores citados, é a falta de equipamento (tamanho adequado) e

sobrecarga de trabalho.

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5 – CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através do presente estudo, pôde-se verificar que a utilização dos EPI’s por

parte dos profissionais de enfermagem ainda é motivo de polêmica em muitas

instituições de saúde.

Aparentemente, isso ocorre em razão da falta de conscientização do próprio

profissional, somado, algumas vezes, à falta de disponibilidade de equipamento para

que o profissional faça o uso.

Verificou-se, também, que muitos profissionais de enfermagem não sabem

fazer o uso correto dos EPI’s, o que também prejudica a sua adesão.

Desta forma, conclui-se que é necessário que as instituições formadoras dos

profissionais da área de enfermagem entrem com uma campanha mais incisiva sobre a

importância da utilização dos EPI’s aos seus alunos, fazendo com que os mesmo

internalizem sua utilização e que a mesma se faça de forma correta, não permitindo que

haja lacunas entre os equipamentos e suas maneiras de utilização.

É necessário, também, que as instituições de saúde promovam aos seus

funcionários, regularmente, reciclagens sobre os EPI’s e, conseqüentemente, as

precauções padrões, uma vez que essas duas medidas tratam não somente da

segurança do paciente, mais acima de tudo, da segurança do profissional resultando

em melhores condições de trabalho aos mesmos.

Contudo, é intrigante concluir que os profissionais necessitam de supervisão

para a utilização dos EPI’s, pois, é uma medida que somente lhes trará benefícios. E,

partindo dessa premissa, fica a questão: como é que o profissional de enfermagem, ser

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humano que é – em primeiro lugar, não possui a sensibilidade de perceber que a

utilização dos EPI’s é um ato de amor consigo?

Sendo assim, acredita-se que o material aqui apresentado possa fazer com

que acadêmicos e profissionais da área da enfermagem adquiram consciência sobre a

utilização dos EPI’s, garantindo não somente sua segurança, mas a de seus pacientes

e a de seus familiares que o aguardam em casa para o retorno após um grande dia de

“bom combate”.

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6 – BIBLIOGRAFIA

1. AMESTOY SC, SCHWARTZ E, THOFEHRN MB. A humanização do trabalho para os profissionais de enfermagem. Revista Acta Paulista de Enfermagem, 2006; 19(4): 444-9.

2. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 2616, de 12 de maio de 1998. Dispõe sobre controle de infecções hospitalares. Diário Oficial da União 1998, 13 mai.

3. BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Portaria nº 485, de 11 de novembro de 2005. Aprova a norma regulamentadora nº 32. Segurança e saúde no trabalho em estabelecimentos de saúde. Brasília: Ministério do Trabalho e Emprego, 2005.

4. CAMPOS ALA, GUTIERREZ PSG. A assistência preventiva do enfermeiro ao trabalhador de enfermagem. Revista Brasileira de Enfermagem, 2005; 58(4): 458-61.

5. CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM – CoFEn. Resolução nº 311, de fevereiro de 2007. Aprova a reformulação do Código de Ética dos profissionais de enfermagem. São Paulo: CoFEn, 2007.

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Page 25: TCC Elaine Mariano Alves

24

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19. TIPPLE AFV, AGULIARI HT, SOUZA ACS, PEREIRA MS, MENDONÇA ACC, SILVEIRA C. Equipamentos de proteção em centros de material e esterilização: disponibilidade, uso e fatores intervenientes à adesão. Revista Ciência, Cuidado e Saúde, 2007; 6(4): 441-8.

20. VASCONCELOS BM, REIS ALRM, VIEIRA MS. Uso de equipamentos de proteção individual pela equipe de enfermagem de um hospital do município de Coronel Fabiano. Revista Enfermagem Integrada, Ipatinga: Unileste – MG, 2008; 1(1): 99-111.