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BRUNO WEBER MERLIN ARMAZENAGEM INTERNACIONAL: ANÁLISE DO SERVIÇO OFERECIDO PELA EURO-AMÉRICA AOS EXPORTADORES DE COURO NO MERCADO ASIÁTICO. Novo Hamburgo 2012

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Page 1: TCC Bruno 11-04

BRUNO WEBER MERLIN

ARMAZENAGEM INTERNACIONAL: ANÁLISE DO SERVIÇO OFERECIDO PELA

EURO-AMÉRICA AOS EXPORTADORES DE COURO NO MERCADO ASIÁTICO.

Novo Hamburgo

2012

Page 2: TCC Bruno 11-04

BRUNO WEBER MERLIN

ARMAZENAGEM INTERNACIONAL: ANÁLISE DO SERVIÇO OFERECIDO PELA

EURO-AMÉRICA AOS EXPORTADORES DE COURO NO MERCADO ASIÁTICO.

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado como requisito parcial à

obtenção do grau de Bacharel em

Administração pela Universidade

Feevale.

Orientador: Everton Luis Kupssinsku

Novo Hamburgo

2013

Page 3: TCC Bruno 11-04

BRUNO WEBER MERLIN

Trabalho de conclusão do Curso Administração, com título ARMAZENAGEM

INTERNACIONAL: ANALISE DO SERVICO OFERECIDO PELA EURO-AMÉRICA

AOS EXPORTADORES DE COURO NO MERCADO ASIATICO, submetido ao

corpo docente da Universidade Feevale, como requisito necessário para obtenção

do Grau de Bacharel em Administração.

Inclui Termo de Consentimento da Empresa/Entrevistado: [_] Sim; [_] Não

Aprovado por:

__________________________________________

Orientador: Everton Luis Kupssinsku

___________________________________________

Professor avaliador

___________________________________________

Professor avaliador

Page 4: TCC Bruno 11-04

Dedicatória

Dedico este trabalho...

Page 5: TCC Bruno 11-04

Agradecimentos

Agradeço...

O que não provoca minha morte faz com que eu fique mais forte.Friedrich Nietzsche

Page 6: TCC Bruno 11-04

RESUMO

[“Apresentar, de forma breve, o tema e sua importância, os objetivos, o marco

teórico principal, a metodologia e os resultados alcançados, ou seja, os pontos

relevantes do texto, fornecendo uma visão rápida e clara do conteúdo e das

conclusões do trabalho. O resumo deve ser elaborado de acordo com a NBR 6028,

na forma de frases concisas e objetivas ( e não enumeração de tópicos), utilizando a

terceira pessoa do singular, os verbos na voz ativa e evitando o uso de expressões

negativas. O resumo de um trabalho deve constituir-se de 150 a 500 palavras (...)”

(PRODANOV E FREITAS, 2009, pg. 255-257)]

Palavras-chave: [3 a 5 palavras-chave]

Page 7: TCC Bruno 11-04

ABSTRACT

[“Elemento obrigatório, com as mesmas características do resumo em língua

vernácula, digitado em folha separada (em inglês, Abstract; em espanhol, Resumen;

em francês, Resumé, por exemplo) (...)” (PRODANOV E FREITAS, 2009, pg. 257)]

Keywords: [3 a 5 palavras-chave em inglês]

Page 8: TCC Bruno 11-04

[Lista de ilustrações: opcional, digitado em página separada]

[Lista de tabelas: opcional, digitado em página separada]

[Lista de abreviaturas e siglas: opcional, digitado em página separada]

[Lista de símbolos: opcional, digitado em página separada]

Page 9: TCC Bruno 11-04

SUMÁRIO

[Substituir este texto pelo sumário. Para um sumário automatizado, o texto deve

respeitar a utilização dos estilos próprios para cada nível de título (Título 1, Título 2,

etc.) Nesse caso, deve-se somente clicar em “Referências” “Sumário”. Deve

constar desde a Introdução até as Referências e respeitar a NBR 6024. Para mais

detalhes, consultar Prodanov e Freitas (2009, pg. 258). Vide exemplo a seguir,

criado a partir deste documento:

Introdução.....................................................................................................10

1 LOGÍSTICA................................................................................................13

1.1 LOGÍSTICA INTERNACIONAL...........................................................14

1.2 SERVIÇOS LOGÍSTICOS...................................................................14

1.2.1 Documentação Necessária...........................................................15

1.2.2 Métodos de Transporte.................................................................18

Transporte Aéreo...................................................................................19

Transporte Marítimo...............................................................................21

Transporte Rodoviário...........................................................................23

1.2.3 Estoque.........................................................................................24

1.2.4 Armazenagem...............................................................................28

O Armazém............................................................................................31

Segurança e Limpeza............................................................................35

Movimentação........................................................................................36

Recebimento..........................................................................................38

Estocagem.............................................................................................40

Separação e Expedição de pedidos......................................................42

Tecnologia da informação na armazenagem.........................................44

2 Método.......................................................................................................45

2.1 Classificação da pesquisa...................................................................45

2.1.1 Quanto à sua natureza.................................................................45

2.1.2 Quanto aos seus objetivos............................................................46

2.1.3 Quanto aos procedimentos técnicos.............................................46

2.1.4 Quanto à abordagem do problema...............................................47

2.2 Universo e amostra [ou “Empresa objeto de estudo”].........................47

Page 10: TCC Bruno 11-04

2.3 Instrumento(s) E PROCEDIMENTOS de coleta de dados..................48

2.4 Procedimentos de análise...................................................................50

3 Análise e discussão dos resultados...........................................................51

3.1 APRESENTAÇÃO DA EURO-AMÉRICA............................................51

Considerações finais.....................................................................................53

Referências...................................................................................................54

[apêndices/anexos].......................................................................................59

Page 11: TCC Bruno 11-04

10

INTRODUÇÃO

O comércio internacional acontece devido as diferenças de produção e das

disponibilidades de recursos naturais encontradas em cada território. Este fenômeno

que ocorre desde os primórdios da historia, vem se intensificando cada vez mais.

Acredita-se que a globalização surgiu não só para energizar estas trocas de

produtos e serviços, mas também para revolucioná-lo, fazendo com que os

indivíduos que participam destas trocas passem por transformações e evoluções.

Para muitos, o país que mais aproveitou a fenômeno da globalização foi a

China. Um exemplo disto pode ser notado no ano de 2007, onde o país foi

responsável por 17% do PIB mundial, mesma porcentagem alcançada pelos

Estados Unidos. Ainda considerando que a China é o país que mais cresceu no

mundo nas ultimas três décadas, sua participação no comércio internacional é

fundamental. Sendo ainda possível verificar a importância deste mercado quando

verificamos que quase 20% das exportações brasileiras possuem como destino o

território Chinês.

O setor coureiro não foge deste panorama, uma vez que a China possui uma

grande demanda do produto e tem uma gigantesca capacidade produtiva com baixo

custo. Segundo o Centro das Industrias de Curtumes – CICB (2008, p.136) “Em

1997, a China produziu quase 48% de toda a renda gerada no mundo com a

comercialização de calcados. Em 2005, esse valor já havia subido para 61%.”

Em um ambiente desta magnitude, onde a maioria dos concorrentes

internacionais buscam espaço no mercado chinês, as empresas são forçadas a

procurar formas de distinção. Esta diferenciação pode ser alcançada de diversas

formas, seja através de qualidade, preço ou alguma outra forma que proporcione

destaque frente concorrência internacional.

Neste sentido, a logística tem um papel fundamental para que as empresas

consigam agregar valor ao seu produto, e considerar o processo logístico como um

fator capaz de trazer diferencial competitivo para as organizações é essencial.

Muitos fatores podem ser estudados dentro do fluxo das mercadorias de

uma empresa, mas o estoque é a parte da logística responsável pela armazenagem

de produtos em um determinado local. Esta atividade pode se tornar um diferencial

muito importante para as empresas, a partir do momento que o estoque esta

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11

armazenado para atender a uma demanda futura com a possibilidade de entrega

imediata do produto. Alvarenga e Novaes (2000) ainda defendem que a

armazenagem esta relacionada com a distribuição de produtos, sazonalidade de

consumo, variação de preços de mercado, consolidação e desconsolidação de

mercadorias, falta de espaço físico ou redução de custos.

Por conseguinte, o presente trabalho tem por tema a logística internacional,

sendo delimitado a analise do serviço logístico de armazenagem internacional

oferecido pela Empresa Euro-América em Hong Kong para o setor coureiro.

A escolha justifica-se pelo fato do serviço oferecido pela empresa ser

diferente dos demais operadores logísticos da região, mostrando que os agentes de

carga também precisam oferecer novas soluções devido a atual situação do

mercado internacional. Para o acadêmico o tema abordado pelo trabalho é de suma

importância, uma vez que o mesmo trabalha na organização executando e

desenvolvendo o serviço. Já para empresa, a pesquisa será importante para verificar

se o serviço pode ser aperfeiçoado.

Considerando o contexto descrito, este trabalho busca responder a seguinte

questão: Como esta estruturado o serviço de armazenagem internacional oferecido

pela Euro-América. A partir da conhecimento da estrutura do serviço, acredita-se

que seja possível difundir a ferramenta para uma maior gama de clientes, e que tal

ferramenta seja capaz de gerar um diferencial competitivo para a empresa perante

sua concorrência.

Estabelece-se, então, como objetivo geral, analisar o serviço de

armazenagem internacional oferecido pela Euro-América em Hong Kong. A partir do

objetivo geral foram estabelecidos os seguintes objetivos específicos: identificar o

atual mercado asiático para o setor coureiro; apresentar e descrever o processo de

armazenagem internacional e, por fim, propor melhorias ao serviço oferecido pela

empresa.

Quanto ao tipo de pesquisa empregado no desenvolvimento do referido

relatório, foi utilizado a pesquisa descritiva, pois conforme Prodanov e Freitas (2009,

p. 63) "Tal pesquisa observa, registra, analisa e ordena dados, sem manipulá-los,

isto é, sem interferência do pesquisador". Através de pesquisa bibliográfica a

monografia relaciona a teoria que foi encontrada nos livros e artigos científicos com

as situações analisadas dentro da empresa. Com uma abordagem qualitativa na

analise dos dados encontrados durante a execução do estudo de caso, o trabalho de

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12

conclusão de curso propõem as melhorias ao serviço e responde ao problema do

trabalho.

Constitui-se assim o trabalho de conclusão de curso da seguinte forma: na

introdução foi abordada a contextualização do tema e da pesquisa. O referencial

teórico é importante para definir e aprofundar o conhecimento sobre a logística

internacional, em especial sobre a armazenagem de produtos fora do pais. O

capítulo seguinte abordou o método de pesquisa utilizado no trabalho; na seqüência,

apresenta-se o capítulo sobre o estudo de caso, que foi dividido em apresentação do

caso e análise dos dados; seguido pelas considerações finais.

Page 14: TCC Bruno 11-04

13

1 LOGÍSTICA

Antes de ser abordada a Logística no âmbito internacional, ou seja, além das

fronteiras do nosso pais, é interessante definir o que é logística e conhecer sua

origem. Pretende-se então definir neste capitulo aspectos fundamentais deste

processo empresarial para o comércio internacional e abordar em especial a

atividade de armazenagem com o intuito de resolver os objetivos e questionamentos

levantados por este trabalho.

Estudiosos afirmam que a origem da logística é militar, pois foi desenvolvida

com objetivo de vencer batalhas colocando os recursos certos no local certo, na

hora certa, explica Alt e Martins (2000). A respeito disso, Novaes (2001, p. 31) diz

que: “os generais precisavam ter, sob suas ordens, uma equipe que providenciasse

o deslocamento, na hora certa, de munição, víveres, equipamentos e socorro

médico para o campo de batalha”.

Já no âmbito empresarial Novaes (2001, p. 36) define logística como:

Logística é o processo de planejar, implementar e controlar de maneira eficiente o fluxo e a armazenagem de produtos, bem como os serviços e informações associados, cobrindo desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o objetivo de atender os requisitos do consumidor.

Hara (2011, p. 43) apud Kotler e Keller (2006), aponta que:

a logística de mercado requer sistemas logisticos integrados, que segundo eles, englobam: o gerenciamento de materiais, os sistemas de fluxos de materiais e a distribuição física, com base na tecnologia da informação.

Atualmente a logística evoluiu muito, pois inúmeros valores foram agregados

á cadeia produtiva, Novaes (2001) diz que o valor de lugar, de tempo, de qualidade

e de informação são valores positivos para o consumidor final. O autor ainda

completa dizendo que a Logística Moderna visa eliminar do processo qualquer

procedimento que acarreta custos e perda de tempo.

No momento que a logística passa a oferecer valores positivos aos clientes

finais, é possível afirmar que este processo é capaz de agregar valor ao produto da

empresa. Conseqüentemente a logística deve ser analisada como um artifício capaz

de gerar vantagem competitiva perante a concorrência e uma artimanha para

diferenciar a empresa em mercados competitivos. Para Hara (2011) isto fica ainda

mais evidente quando é destacado que o custo da logística pode representar até

35% do valor final do produto.

Page 15: TCC Bruno 11-04

14

1.1 LOGÍSTICA INTERNACIONAL

A logística passa a acontecer no âmbito internacional a partir do momento

que a globalização dos mercados e a internacionalização das economias mundiais

se intensificam (NUNES, 2006 apud VASTAG; KASARDA; BOONE, 1994).

Aproveitando a oportunidade oferecida por estes dois fatores o numero de

negociações entre diferentes países aumenta significativamente, gerando assim a

necessidade de um maior planejamento, um rígido controle e constante

monitoramento dos aspectos de entrega e prazos.

O gerenciamento logístico de qualquer empresa não é um processo simples

e fácil de ser gerido, mas segundo os pensamentos de Morini (2011) a complexidade

da logística internacional, gerada pela globalização, fica ainda mais complicada e

custosa devido as novas variáveis encontradas neste âmbito. Estes fatores

destacados pelo autor são: a distância de cada lugar, a documentação exigida em

cada país, a diversidade de cultura encontrada em cada parte do mundo e a

diferença de demanda de cada mercado.

Seguindo as variáveis abordadas por Morini (2011), a seguir serão

apresentados os tipos de serviços logísticos que possuem o intuito de solucionar

estes impasses gerados no comercio internacional.

1.2 SERVIÇOS LOGÍSTICOS

Considerando que o comércio internacional requer múltiplos conhecimentos de legislações especificas em constante processo de mutação, procedimentos operacionais diversificados, além da necessidade de uma coordenação entre as diferentes fases do processo, a tendência moderna é a terceirização do processo, entregando-o a empresas especializadas na condução dos procedimentos logísticos, que executarão com competência o conjunto de operações porta-a-porta (RODRIGUES, 2012, p. 15).

Seguindo os raciocínios de Fleury e Ribeiro (2003) existem diversos tipos de

serviços logísticos que podem ser encontrados junto a prestadores especializados

para agregar valor ao produto dentro da cadeia de suprimentos, alguns deles podem

ser destacados abaixo:

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15

Assessoria documental;

Gerenciamento e contratação de transporte;

Importação e exportação de produtos;

Gestão do fluxo de informações;

Consolidação e desconsolidação de mercadorias;

Gerenciamento de armazém;

Reposição de estoque;

Mourão (2010, apud Morini;Leoce, 2011, p. 13), define o prestador de

serviços logísticos como:

[...] um agente integrador no processo de relacionamento, especializado em gerenciar todas as atividades logísticas o parte delas, o qual assume tambem a responsabilidade de trabalhar para que as ações planejadas se concretizem nas varias fases da cadeia de suprimentos de seus clientes, agregando valor ao produto dos mesmos, e que tenha competência para, no mínimo, presta simultaneamente serviços nas três atividades básicas: controle de estoques, armazenagem e gestão de transporte.

Devido a globalização, atualmente o comércio internacional esta muito

competitivo e falhas com questões de prazos e qualidade de serviço contratado para

entrega do produto, podem causar prejuízos enormes nas transações internacionais

de uma organização. O auxílio de empresas especializadas e reconhecidas no ramo

do agenciamento do transporte internacional é extremamente necessário, para que a

gestão de custos com transporte, armazenamento e burocracia documental sejam

bem controladas, uma vez que a atenção da empresa deve estar no cliente final e

qualidade de seu produto (LUDOVICO, 2010, p. 194).

1.2.1 Documentação Necessária

Conforme Hartung (2002, p. 34) “No campo do comércio exterior, vários

documentos são produzidos e emitidos durante todo o processo de negociação,

concretização do negocio, embarque e desembaraço da mercadoria”. Portanto o

processo de envio de mercadorias ao exterior com o intuito de armazenagem, não

foge desta regra e, a seguir, será apresentado os documentos básicos para a

exportação de um processo desta característica.

A fatura Pro Forma é o primeiro documento trocado entre o importador e o

exportador. Ali serão definidas os preços, o incoterm, o local de entrega, a forma de

entrega, as condições de embalagem, etc. É valido ressaltar que neste ponto ainda

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não ha nenhum compromisso formal entre as partes. Dias e Rodrigues (2012, p.

182) afirmam que:

É o primeiro documento oficial, que pode ser desde uma carta contento todos elementos indispensáveis para ser considerado um documento, ate um contrato formal semelhante a uma fatura comercial. Esse documento é enviado ao importador quando existir uma manifestação de interesse por parte deste importador pelo produto que o vendedor esta oferecendo.

De acordo com o que afirmam Lopez e Gama (2011, p. 234), a fatura

comercial é um “documento de cobrança emitido pelo exportador, consignando

todos os detalhes da negociação desenvolvida [...]”. Este documento ira conter as

informações que foram definidas a partir do envio da Pro Forma, porém com os

valores já definidos e as variáveis seladas. Na mesma linha de raciocínio, Mier

(1997) destaca que a fatura comercial é um documento essencial tanto para a

exportação da mercadoria no pais de origem como para a importação e

nacionalização dos produtos no destino.

O Packing List, Lista de Embarque ou ainda Romaneio, é um documento

emitido pelo fabricante da mercadoria, onde é destacado a mercadoria e a

quantidade do produto que consta em cada volume. Informações como peso bruto,

peso liquido, quantidade de peças, volume, referencia e marcas devem constar

neste documento. Conforme Diaz e Rodrigues (2012, p. 184):

O packing list, ou romaneio é um documento (informal) necessário para uma verificação da mercadoria que esta se comercializando, bem como para o desembaraço aduaneiro, tanto na origem quanto no destino final, pois serve de orientação para o fiscal de alfândega, para o importador, ou para qualquer fase do processo, no caso de conferência física da mercadoria.

O AWB (Air Way Bill), o BL (Bill of Landing) e o CRT (Conhecimento de

Transporte Rodoviário) são exemplos de documentos de embarque, sendo que cada

modal de transporte emite o seu respectivo documento. Conforme Vieira (2011)

existe ainda o conhecimento de transporte multimodal (CTM), que abrange as

mercadorias transportadas por mais que um método de transporte. Entretanto na

pratica do transporte internacional os próprios conhecimentos de embarque como o

BL e o AWB possuem clausulas especificas alertando que a mercadoria poderá ser

transportada por mais que um método de transporte.

Os documentos abordados no parágrafo anterior, podem ser considerados

um contrato. Sendo que neste acordo, serão estipulados cláusulas que definiram

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17

aspectos como: quem irá transportar; qual é a origem; qual é o destino; quem é o

dono do produto; quem será o destinatário; qual mercadoria será conduzida; que

preço irá custar este serviço; dentre outros (DIAS; RODRIGUES, 2012). Para que

estas condições sejam cumpridas, estes conhecimentos irão constar informações

como a descrição simplificada da mercadoria, a quantidade de produto, o numero do

equipamento que esta realizando o transporte, o responsável pelo pagamento do

frete e o estabelecimento de origem e destino do embarque. Ainda sobre este

documento, em especial sobre o conhecimento marítimo de transporto, Meir (1997,

p. 185) afirma que:

Es el documento que recibe el cargador, emitido por el capitan del barco o naviera, cuya finalidad es acreditar la recepcion de la mercancia a bordo del buque, y supone el compromisso de transportala a un determinado lugar y en un tiempo determinado.

Devido a questões burocráticas e procedimentos locais, alguns países

exigem do exportador determinados certificados. Na sua grande maioria o certificado

de origem é solicitado para comprovar a procedência do produto, este pode ser

emitido por vários ou em determinadas ocasiões, por específicos órgãos. Alem da

certificação de origem, o importador pode requisitar certificados ambientais, animais,

de analise ou inspeção técnica para atestar que o produto esta livre de doenças ou

atende as requisições técnicas necessárias. Na linha de raciocínio de David e

Stewart (2010, p. 211) “Nos casos de transações que envolvem produtos agrícolas e

gêneros alimentícios, o pais importador freqüentemente exige o Certificado

Fitossanitário com a papelada”.

Como cada local possui suas próprias normas e procedimentos de

exportação e importação, serão apresentados a seguir os documentos auxiliares

exigidos pelas autoridades brasileiras para a efetivação de uma exportação.

Talvez o principal documento emitido hoje para exportação de produtos

brasileiros, é o Registro de Exportação (RE). Este documento é providenciado

através do novo sistema de comercio exterior brasileiro NOVOEX, e todas as

informações contidas ali servirão para que as entidades responsáveis possam definir

os planos de governo em âmbito nacional, a partir da analisa estatísticas geradas

pelo sistema.

Para Rocha (2009, p. 601), o artigo 523 do Regulamento Aduaneiro, destaca

que:

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18

O registro de exportação, compreende o conjunto de informações de natureza comercial, financeira, cambial e fiscal que caracteriza a operação de exportação de uma mercadoria e define seu enquadramento, devendo ser efetuado de acordo com o estabelecido pela Secretaria de Comércio Exterior.

Por fim é solicitado através de um despachante aduaneiro, credenciado a

empresa, o Despacho de Exportação. O despachante aduaneiro, que segundo

Ludovico (2007), são profissionais registrados perante a Receita Federal e

controlados pelo sindicato da categoria, irão representar o exportador no momento

da liberação da mercadoria. A partir das informações declaradas na fatura comercial,

no romaneio de embarque, na nota fiscal e no registro de exportação é emitido a

Declaração de Exportação (DDE ou DE). Lopez e Gama (2011, p.254) ressaltam

que “a formulação da Declaração de Exportação inicia o despacho de exportação,

ou seja, o documento base do despacho e a DE.” Quando parametrizado o

despacho e os eventuais ajustes atendidos, a mercadorias esta autorizada a sair do

território nacional.

1.2.2 Métodos de Transporte

Desde os primórdios da humanidade, onde o homem precisava se locomover

consideráveis distancias para adquirir seu alimento, se viu necessário o transporte

de mercadorias de um ponto a outro. Neste período já era claro que o ser humano

era incapaz de transportar certos volumes devido a suas restrições físicas, mas a

solução foi rapidamente identificada com a utilização de animais domesticados que

poderiam aumentar a capacidade de transporte.

A intensificação do transporte acendia consideravelmente devido as

crescentes trocas de produtos, surgiram então novos problemas, como a

transposição de águas que não permitiam o transporte terrestre. Novos métodos de

transporte via barcos e jangadas foram ali criados (RODRIGUES, 2007).

Hara (2011, p. 3) afirma que “o transporte é definido como um elo essencial

entre a expedição da empresa e o cliente”, sendo que a maneira que as mercadorias

serão transportadas até seu destino irá influenciar em dois aspectos muito

importantes para qualquer processo logístico eficiente, tanto no âmbito nacional

como internacional, são elas: custo e tempo de transporte. Para Ballou (2004, p.

Page 20: TCC Bruno 11-04

19

163) “os preços que um operador logístico precisa pagar pelo transporte estão

ligados as particularidades dos custos de cada tipo de serviço”. Aspectos de

localização irão ter forte influencia, mas estes dois fatores, custo e tempo, irão

basicamente definir se o produto ira viajar via aérea, marítima, ferroviária ou

rodoviária.

Keedi (2007, p.98) acredita que “uma boa logística de transporte deve utilizar

todos os instrumentos a seu alcance e a escolha do melhor modo ou dos melhores

modos é absolutamente fundamental para o sucesso do processo logístico”. Hara

(2011) aponta que para grande parte das organizações, a contratação do transporte

é uma das mais importantes etapas do ciclo logístico de um produto, podendo

chegar a absorver até 70% dos custos totais deste processo. Já para Ackerman

(2004, p. 257) “o transporte representa 37 por cento dos custos da logística, com a

armazenagem em 25 por cento e os custos de manutenção do inventário em 21 por

cento”.

Portanto, a seguir serão abordados os métodos de transporte aéreo, marítimo

e rodoviário. Embora existam outras metodologias de movimentação de carga como

o transporte ferroviário, no qual são utilizadas as linhas férreas para o transporte, e o

transporte dutoviário, quando se utiliza dutos para a locomoção de produtos, o

presente trabalho ira abordar somente as três primeiras formas de transporte de

mercadorias.

Transporte Aéreo

O modal aéreo, ou seja, quando a mercadoria é transportada através de

aviões, pode ser considerado o mais oneroso dentre as demais formas de transporte

(LUDOVICO, 2010). O custo elevado deste modal pode ser atrelado a diversos

fatores como a existência de despesas extremamente altas na manutenção de

aeronaves, conservação dos aeroportos, enorme do gasto de combustível da

limitação de volume transportado devido ao tamanho limitado das aeronaves.

O fato de existir restrições no tamanho e peso dos volumes transportados

via aérea acaba inviabilizando o transporte de determinadas mercadorias neste

modal. Conforme Barat (2007, p. 70) “o modal aéreo é o mais adequado para

mercadorias de alto valor agregado, pequenos volumes ou com urgência de

entrega”. Complementando, Bowersox, Cooper e Closs (2006) afirmam que apesar

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20

de não haver predomínio de nenhuma mercadoria em especifico no transporte

aéreo, a sazonalidade pode influenciar de maneira significativa. Isto acontece no

transporte de frutas, alimentos perecíveis ou artefatos que precisam ser

comercializados em períodos limitados como no Natal.

De acordo com Rodrigues (2011), além de ser o modal mais rápido o envio

de mercadorias via aviões é uma forma de entrega eficaz nas regiões onde modal

marítimo não consegue atender de forma direta, uma vez que os aeroportos estão

localizados pertos de grandes metrópoles. Isto acontece em países europeus como

a Suíça ou estados como o Mato Grosso que não são costeados por mares ou

oceanos. Outro ponto positivo e quem apresentando um crescimento considerável

no transporte de mercadorias pelo ar, é a crescente malha aérea atendida pelas

companhias aéreas e alta frequência de vôos.

Ludovico (2010, p.140) defende que “o transporte aéreo internacional é um

dos setores mais dinâmicos e de rápida evolução do mundo. Por essas

características esse setor precisa de uma associação representativa [...]”. Em

consequência do exposto a International Air Transport Association (IATA) foi criada.

Ainda nos pensamentos do mesmo autor é possível destacar que a principal

finalidade desta agencia é a administração e supervisão dos serviços oferecidos

pelas companhias aéreas e dos serviços prestados pelos intervenientes das

operações. Conseqüentemente Vieira (2011, p. 116) delimita quem são os

responsáveis pela contratação do serviço de transporte aéreo.

Os agentes de carga, devidamente reconhecidos e credenciados pela Iata, são responsáveis pela intermediação entre as companhias aéreas e os usuários, prestando informações sobre vôos, fretes e disponibilidade de espaços nas aeronaves e atuando tambem na consolidação de cargas.

A consolidação de cargas é mais uma parte importante no transporte de

mercadorias via aérea, entretanto para um bom entendimento é essencial entender

a estrutura de tarifas aplicadas para este transporte. David e Stewart (2010, p. 318)

afirmam que “o frete aéreo é cobrado em função de dois aspectos: peso e volume”.

Em outras palavras, o valor do frete aéreo será obtido através da multiplicação do

peso e/ou volume transportado pela tarifa aplicada pela companhia aérea.

Lembrando que esta tarifa irá variar conforme o destino e mercadoria e o volume

que esta sendo carregado, pois quanto maior o peso do produto menor será a tarifa

aplicada (GAMA; LOPEZ; 2011)

Retornando a questão da consolidação, Vieira (2011, p. 120) explica que:

Page 22: TCC Bruno 11-04

21

A consolidação de carga torna possível a aplicação de fretes mais baixos, através da tarifação em uma faixa maior de peso, o que se traduz em vantagens para o embarcador e para o agente de cargas. O agente ao consolidar diversas cargas, paga a companhia aérea a tarifa correspondente a uma faixa maoir de peso, sendo essa tarifa mais baixa que aquela que seria aplicada em cada carga individualmente.

Ainda neste raciocínio Ludovico (2010) esclarece que a consolidação de

mercadorias deve acontecer somente quando as mercadorias tiverem em comum os

mesmos aeroportos de origem e destino. Assim, a consolidação de mercadorias ira

se concentrar em locais onde existam um grande fluxo de cargas, como nos

aeroportos de Hong Kong, Tokyo e Memphis, que segundo Rodrigues (2011) são os

principais aeroportos do mundo no transporte de cargas internacionais.

Finalizando, Bowersox, Cooper e Closs (2006) destacam que “embora as

rotas aéreas excedam 591.000 quilômetros, os transportes aéreos representam

menos da metade de 1% das toneladas/quilômetro intermunicipais”. Na mesma

linha, Keedi (2007) comenta que apesar da importância do modal para o comercio, e

do crescente numero de mercadorias transportadas nas ultimas décadas, o

transporte aéreo não participa de maneira expressiva das trocas de mercadorias do

Brasil, correspondendo por apenas 0,33% de tudo que entra e sai do território

nacional.

A seguir será apresentado o modal de transporte mais representativo para o

comercio internacional de mercadorias, o transporte marítimo.

Transporte Marítimo

A importância do modal marítimo para a humanidade pode ser

compreendida através da sentença que “Deus só pode ter sido um dono de navio.

Ele colocou matérias primas distantes do lugar onde elas são necessárias e cobriu

dois terços do mundo com água” (MOSES, apud KEEDI, 2007, tradução nossa).

O marítimo é um modal que aparentemente possui o custo mais acessível

para grandes volumes de mercadorias com menor valor agregado. É o método ideal

para o transporte de commodity. Isto acontece pois neste modal é utilizado o veiculo

transportador com maior capacidade de transporte de carga, o navio. Rodrigues

(2011, p. 91) ainda completa:

Page 23: TCC Bruno 11-04

22

Atualmente, com imensa capacidade de carga, os navios superam facilmente 25 nós de velocidade; operações que demandariam centenas de trabalhadores e semanas para serem realizadas, comumente são executadas por bem menos pessoas, com o uso de modernos equipamentos, capazes de gerar produtividades antes insuspeitada.

No que diz respeito ao veiculo transportador deste modal, o navio, é

interessante destacar que existe tipos de embarcações específicos para uma ampla

variedade de mercadorias, como carros, petróleo, grãos e gás natural liquefeito.

Entretanto, de acordo com David e Stewart (2010), o transporte em navio Porta-

Contêiner vem crescendo com muita rapidez, aproximadamente 9% por ano. Esta

aceleração resulta na informação de que atualmente perto dos 60% do volume de

mercadorias transportadas internacionalmente, são transportadas em navios desta

linha.

Keedi (2007, p. 33) comenta que “os navios porta-contêiner são aqueles

especializados no equipamento, isto é, no container [...]”. Sobre este equipamento o

contêiner, Vieira (2011, p. 63) caracteriza o seguinte:

Segundo a ISO (International Standards Organization), o contêiner é um cofre de carga móvel, ou seja, provido de dispositivos que permitem a sua manipulação; desenhado para o transporte multimodal; apto para o uso reiterado; dotado de marcas e sinais de identificação; com volume interno de, no mínimo, 1 m3. O material de construção mais utilizado na fabricação de contêineres é o aço, que tem como vantagem seu custo relativamente baixo e sua alta resistência.

Conforme Ludovico (2010), com a chegada do contêiner ao transporte, a

troca de mercadorias entre nações ficou muito mais viável, pois o equipamento

oferece um grande nível de segurança para as mercadorias que ali estão sendo

transportadas, seja pela diminuição das avarias nos produtos ou pelo risco de roubo

e extravio. Ainda sobre estes cofres que transportam mercadorias, é valido ressaltar

que apesar de existir vários tipos de equipamentos, vide TABELA ABAIXO OU EM

ANEXO (http://www.mourimar.com.br/containers.html - 28/02 – 22:15), os mais

utilizados no Brasil e no mundo para o transporte de mercadorias são os de tamanho

20 e 40 pés.

Segundo Vieira (2011, p. 75) “as tarifas de frete no transporte marítimo de

cargas conteinerizadas são cobradas por contêiner, em casos de FCL, ou nas

condições w/m (weight/measurement), em cargas consolidadas.” O FCL são

mercadorias que foram alocadas em um especifico contêiner, sendo o frete

calculado pelo distancia que aquele equipamento ira percorrer. Para embarques

consolidados, o LCL (less than a container load) o frete é calculado pelo peso ou

Page 24: TCC Bruno 11-04

23

metragem cúbica, pois nesses casos é feito um rateio do valor proporcionalmente ao

espaço que a mercadoria ocupa dentro do contêiner.

A contratação do frete marítimo pode ser feita diretamente com as

companhias donas dos navios ou através de agentes de carga que possuem

acordos comerciais com as companhias donas dos navios. Estas empresas são

chamadas de NVOCCs (Non-Vessel-Operatng Commom Carreir) e são reguladas

pela Comissão Marítima Federal. Além da revenda destes espaços a maioria dos

NVOCCs operam como agentes consolidadores de carga (DAVID; STEWART,

2010).

Atualmente a navegação de longo curso, ou seja, os serviços de navegação

que ligam os portos internacionais, ocorrem com freqüência. Porem, é importante

salientar que no modal marítimo existe uma série de variáveis que podem influenciar

significativamente no embarque de algum produto. O transit-time (tempo de transito)

é um exemplo, pois atualmente não existe navios que ofereçam uma viagem Brasil x

China em menos de 30 dias.

Além desta variável que aborda o tempo, é necessário uma análise dos

custos portuários, que em muitos casos, podem ser maiores que o próprio frete

marítimo do contêiner. Neste raciocínio Vieira (2011, p. 44):

Em primeiro lugar, é importante que seja feita uma analise da adequação e disponibilidade dos meios de transporte, levando-se em conta fatores como tipos de navios, condições para manipulação e proteção adequada da carga, capacidade frigorífica e outros. A freqüência e confiabilidade das datas de escala e a duração do tempo de transito devem receber atenção especial, visando a uma maior coordenação e otimização em todo o processo logístico (gestão de estoques, estratégias de produção e distribuição). Ha, ainda, outros fatores que podem ser lavados em consideração como: sistemas de informação utilizados; transparência na documentação; qualificação do pessoal etc.

Por fim, Ludovico (2010) caracteriza o transporte marítimo como um

elemento essencial para o comércio internacional. O autor ainda completa que esta

forma milenar de transporte sobre a água é a mais complexa de todas as outras

devido as diversas regras e princípios internacionais que são aplicados nesta

modalidade.

Transporte Rodoviário

Page 25: TCC Bruno 11-04

24

O transporte realizado por estradas, rodovias ou ruas, é chamado de

transporte rodoviário. Utilizando veículos automotores, este modal é muito

importante para a logística internacional. No Brasil o transporte rodoviário não é o

principal modal utilizado na exportação e importação, mas ele é essencial para o

transporte interno das mercadorias até os portos e aeroportos (KEEDI, 2007).

Conforme Rodrigues (2011, p. 49) “o transporte rodoviário é um dos mais

simples e eficientes dentre seus pares, sua única exigência e existirem rodovias,

porém, este modal apresenta um elevado consumo de combustível [...].” No que diz

respeito ao custo deste transporte, é possível notar variáveis muito delicadas, como

preço da gasolina, distancia, pedágios e situações das estradas, fatores estes que

podem causar desníveis consideráveis no valor do frete.

As tarifas de frete são organizadas individualmente pela empresa de transporte. A estrutura tarifaria básica leva em conta a natureza e custo do transporte, o peso ou o volume da unidade e a distancia. O frete pode ser calculado por peso, volume ou lotação do veiculo, podendo ser adicionada uma taxa ad valorem, para mercadorias de alto valor, bem como o custo do seguro rodoviário obrigatório (LOPEZ; GAMA, 2011, p.467).

De acordo com Vieira (2011), o modal rodoviário deve sofrer uma

reestruturação, passando a operar basicamente operações de coleta e entrega em

trajetos curtos. Isto tende a acontecer devido aos atuais panoramas do Brasil, onde

as estradas serão privatizadas e os gastos com roubo de mercadorias são muito

altos. Estes fatores acabam gerando custos consideráveis ao transporte,

inviabilizando a utilização do mesmo em grandes distancias. No âmbito internacional

é possível apontar a poluição gerada pelos veículos como um ponto a ser revisto.

Por fim Rodrigues (2011) lista como as principais vantagens do sistema

rodoviário de transporte a grande oferta de rodovias de acesso; a rapidez em

carregamento e entregas de mercadorias em curtas distancias; a facilidade de troca

do veiculo caso aconteça algum problema mecânico e a possibilidade de entrega

porta-a-porta. Este ultimo fator é extremamente importante, pois “A rigor é o único

modo capaz de realizar um transporte porta-a-porta, [...] uma vez que pode

pegarcarga na sua própria origem e entregar no seu ponto de destino final” (KEEDI,

2007, p. 36).

1.2.3 Estoque

Page 26: TCC Bruno 11-04

25

Uma variável muito importante na logística é o prazo de entrega. Castro

(2011) aborda a questão do tempo de trânsito dos modais de transporte, dos

possíveis contra-tempos nos tramites aduaneiros e na possibilidade do veículo

transportador sofrer atrasos, ou cancelamentos no caso do modal marítimo.

Salientando que que estes fatores podem resultar no cancelamento das

negociações internacionais e gerar prejuízos gigantescos para a empresa.

Lopez e Gama (2011, p. 225) ainda reforçam que “esse prazo deve ser

rigorosamente cumprido, uma vez que é tradição no mercado internacional o

respeito as clausulas previstas em contrato”.

Ainda no prazo de entrega a logística trabalha muito com o termo chamando

lead time, que segundo Bookman (2006) é o tempo necessário entre fazer um

pedido e receber o produto. Devido ao atual mercado, onde os prazos estão cada

vez mais apertados, “[...] muitas empresas estão procurando ativamente por

fornecedores com lead times menores, e muitos clientes potenciais consideram o

lead time um critério muito importante para a seleção do fornecedor” (SIMCHI-LEVI;

KAMINSKY, 2003, p. 121). O paradigma de “tempo é dinheiro” é reforçado na

logística quando Christopher (2009, p. 147) afirma que “[...] os compradores tendem

a comprar dos fornecedores com menores lead times [...].”

Para reduzir o lead time de uma empresa, não é necessário que o processo

de fabricação precise ser reformulado, novas maquinas adquiridas ou que aconteça

uma expansão da produção. Em processos onde o ciclo de produção é lento e não

se consegue transformar a matéria prima no produto final do dia para a noite,

também existe uma forma de redução do tempo de entrega. Arnold (2012, p. 5)

caracteriza este processo como make-to-stock, ou seja, fazer para estocar, e

“significa que o fornecedor produz os bens e os vende com base em um estoque de

produtos acabados. O lead time de entrega é o menor de todos”. Hara (2011)

destaca que esta prática criada pelos americanos fui muito utilizada até meaods dos

anos 1980, porém a criação de novas práticas de manufatura foi revolucionada pelos

japoneses nos anos seguintes.

Ballou (2006, p. 271) complementa definindo estoque como:

Estoques são acumulações de matérias-primas, suprimentos, componentes, materiais em processo e produtos acabados que surgem em numerosos pontos do canal de produção e logisticas das empresas [...]. Estoques figuram normalmente em lugares como armazéns, pátios, chão de fabrica, equipamentos de transporte e em armazéns das redes de varejo.

Page 27: TCC Bruno 11-04

26

No raciocinio de Hara (2011) todas as organizações precisam trabalhar com

estoque, pois dentro de uma empresa é possível encontrar quatro tipos de estoque.

O primeiro é o estoque de matéria-prima, que consiste na armazenagem de insumos

básicos e necessários para produção de algum bem. A estocagem de produtos em

processo, que consiste no armazenamento de produtos que já sofreram algum

tratamento, mas que ainda não foram finalizados, é o segunto tipo de estoque. O

terceiro tipo de estoque é caracterizado por produtos acabados, ou seja, que já

estão prontos para ser entregues, porém ainda não foram vendidos. Por último, o

estoque de peças de manutenção se torna estratégico para que não aconteça

problemas na produção, evitando prejuizos gigantescos com a paralização de uma

linha de montagem (DIAS, 1996).

Coelho (2009) evidencia que estoques são armazenados para atender a uma

demanda futura, onde muitas vezes não se tem a certeza nem que ela ira acontecer.

Devido a esta incerteza deve-se focar na melhoria e controle dos sistemas de gestão

de estoque, estudando profundamente os custos e a previsão de demanda do

mercado. Hara (2011, p. 111) apud Kotler (2002) concorda com o exposto quando

diz que “a função estocagem significa que os produtos podem ser entregues aos

clientes mais rapidamente, mas também gera maiores custos de armazenagem.”

A preocupação com a rapidez de entreg pode ser confirmada por Lopez e

Gama (2011, p. 407):

A colocação de mercadorias em locais próximos aos compradores, preferencialmente consumidores finais, previamente a negociação ou a conclusão da venda costuma ser interessante, principalmente nos casos daqueles exigentes quanto a entregas rápidas, como também quando não se conta com cadeia logística eficiente, ou mesmo quando os custos de armazenagem no pais de destino somados ao de determinada opção de escoamento sejam inferiores aos das demais alternativas.

De acordo com Rodrigues (2011), no final da década de 50, com a criação

do sistema Toyota de produção, nasceu uma filosofia muito importante para o

mantimento e a criação de novos estoques. A técnica Just-in-time tem como objetivo

a supressão dos estoques, somente o necessário deve ser produzido ou adquirido.

A vantagem deste processo é a redução dos custos, porem o ponto fraco deste

processo é a fragilidade que a fabrica passa a apresentar, uma vez que problemas

de atraso no recebimento das matérias primas podem causar a paralisação de toda

uma unidade fabril.

Acreditando na premissa que a técnica do just-in-time é amplamente aceita

no mercado atual devido a redução de custos que a mesma proporciona, pode-se

Page 28: TCC Bruno 11-04

27

identificar necessidades de atendimento especificas devido a eventuais oscilações

de demanda ou problemas de entrega da matéria prima. Segundo Arnold (2012) um

modo eficiente de atender a estas necessidades pode ser desenvolvido a partir da

de uma administração estratégica nas áreas de produção e logística responsáveis

pelo fornecimento e distribuição de produto. Exemplos como estes, podem ser

observados na gigante necessidade de insumos básicos em alguns setores, o que

justificaria a criação de estoques estratégicos.

Manter Estoques de Insumos: atender primordialmente as necessidades da produção é uma política que deve ser privilegiada sobre qualquer outra nas situações em que a paralisação da produção pode acarretar prejuízos de grande monta. Por exemplo, faltar estoque de carvão energético em uma siderurgia pode acarretar o desligamento do alto-forno, que pode se estilhaçar no processo, ficando totalmente destruído (RODRIGUES, 2011, p. 181).

Outro aspecto importante conectado com as premissas do just-in-time, é

abordado por Arnold (2012, p. 270) “quanto maior a frequência com que as

mercadorias são transportadas e quanto menores as quantidades transportadas,

maiores são os custos de manuseio e transporte.”

Ballou (2006) ainda complementa a importância de uma boa administração de

estoques, pois segundo ele o custo de manutenção desses estoques pode

representar de 20% a 40% dos ativos de uma empresa. Lembrando que este valor

se converte em dinheiro somente quando é vendido e passa a integrar o fluxo de

caixa da organização.

É possível também relacionar a situacao economica de uma nação com a

necessidade de criação de estoques, sendo também possível indentificar

oportunidades ou alertas com tal procedimento:

Com a estabilização dos preços provocada pela queda da inflação, os consumidores, deixaram de estocar alimentos, aumentando o número de visitas ao supermercado. Para conseguir atende-los, a indústria e o varejo foram pressionados a gerenciar melhor seus estoques. Qualquer falha nesse processo pode fazer com que voce não encontre aquela caixa de sabão em pó na prateleira e resolva fazer suas compras em outro lugar (HARA, 2011, p. 108).

Segundo Zylstra (2008, p. 108) “as decisões quanto ao estoque nem sempre

são tomadas de forma estratégica”. Portanto é importante abordar o valor

desprendido para ações como estas. Neste sentido, Rodrigues (2011, p. 179), define

o custo de manter estoque da seguinte forma:

envolve o capital investido em áreas de armazenagem e equipamentos de movimentação ou as tarifas relativas a armazenagem pagas a terceiros, as

Page 29: TCC Bruno 11-04

28

apólices de seguros, a mão-de-obra alocada ao controle e a guarda dos produtos, os riscos de furtos, roubos, avarias, obsolescência, e/ou deterioração.

“O armazenamento do estoque requer espaço, funcionários e equipamentos.

A medida que aumenta o estoque, aumentam esses custos” (ARNOLD, 2012, p.

257). Ainda na abordagem do custo de espaço, Ballou (2006, p. 279) comenta que:

Os custos de espaços são cobrados pelo uso do volume no prédio de estocagem. Quando se trata de espaço alugado, as taxas são cobradas por peso e período de tempo – por exemplo, US$/ctw./mês. Quando se trata de espaço próprio ou contratado, os custos de espaço são determinados pela alocação de custos operacionais relacionados ao espaço, como os de calefação e iluminação, alem de custos fixos como os de equipamento de construção e armazenagem, a base de volume armazenado. Os custos de espaço são irrelevantes ao calcular os custos de manutenção dos estoques em trânsito.

A fim de conseguir analisar e compreender a estrutura logística do estoque,

é fundamental a abordagem técnicas dos aspectos de armazenagem. Valores estes

que serão abordados na sequência.

1.2.4 Armazenagem

De acordo com Ackreman (2004, p. 184):

A armazenagem não é considerada normalmente uma atividade altamente inovadora, que seja tanto um problema quanto uma grande oportunidade. Alguns acham que a armazenagem seja uma atividade enfadonha, de modo que as expectativas de inovação muitas vezes não sejam grandes. Entretanto, quando as expectativas são tão pequenas, a inovação pode causar um impacto verdadeiramente drástico.

Conforme Moura (1997, p. 13) “armazenagem é definida simplesmente como

o ato de se manter os materiais até que sejam solicitados”. Ainda é possível

compreender que serão os objetivos das empresas que estão contratando este

serviço que irão definir o tempo de permanecia da mercadoria neste local, podendo

ser espaços de tempo curtos ou relativamente longos. Banzato (2003) define a

função da armazenagem como a administração e gestão do espaço e tempo.

Campos et. al (2011) afirmam que apesar da armazenagem ser definida de

diversas maneiras por diferentes autores, ela terá sempre o mesmo objetivo, o de

armazenar com eficiência alguma mercadoria em um local especifico.

Page 30: TCC Bruno 11-04

29

Antes de prosseguir na abordagem e caracterização do processo de

armazenagem, é interessante abordar a diferença ou semelhança entro o processo

com o termo estocagem.

Os termos “estocagem” e “armazenagem” são freqüentemente usados para identificar coisas semelhantes. Mas alguns preferem distinguir os dois, referindo-se aos produtos acabados como “armazenagem” e aos suprimentos, matérias-primas e materiais em processo como estocagem. Devido a estas discussões; algumas vezes, os termos usados são intercambiáveis (MOURA, 1997, p. 3).

Para Alvarenga e Novaes (2000), a armazenagem pode estar relacionada

com a distribuição de produtos, sazonalidade de consumo, variação de preços de

mercado, consolidação e desconsolidação de mercadorias, falta de espaço físico ou

redução de custos.

Já na análise do serviço e procedimentos de armazenagem, Rago (2008, p.

30) afirma que:

O processo de armazenagem é formado pelos seguintes subprocessos: recebimento físico e contábil; estocagem; separação de pedidos; reposição de estoques; preparação de carga; expedição ou atendimento a produção quando se tratar de matérias-primas; componentes ou insumos produtivos entre outros”

Três finalidades da armazenagem são destacadas por Hara (2011). A

primeira é referente ao desmembramento de materiais, ou seja, ocorre quando o

armazém recebe grandes quantidades e precisa repartir as mercadorias em lotes

específicos. A distribuição é mais uma finalidade, sendo este processo caracterizado

pelo direcionamento físico dos pedidos conforme as instruções enviadas pelos

clientes. A consolidação e a desconsolidação é a última finalidade abordada pelo

autor, sendo este processo compreendido pela ação de carregamento de múltiplos

produtos ou pedidos para um único destino, ou origem no caso da desconsolidação.

Assim como no marketing, Ackerman (2004) define “4 pes” da armazenagem:

Produto: é o serviço e a instalação física oferecida para o

armazenamento de materiais.

Preço: é o valor cobrado pelo prestador de serviço para estocar os

produtos dentro de suas dependências.

Promoção: é a difusão ou venda do serviço para o mercado.

Ponto: é a localização física do armazém, que se estrategicamente

estudado pode alavancar resultados significativos.

Page 31: TCC Bruno 11-04

30

Algumas tendências em armazenagem e movimentação de cargas foram

apontadas por Hara (2011):

Estoques deverão ser mantidos em centros de distribuição ou nas

próprias instalações de manufatura, porém em volumes cada vez mais

reduzidos.

Afim de criar parcerias comerciais mais duradoras, os fornecedores

tendem a manter estoques mais altos, mesmo que isto ocasione custos

superiores.

A estocagem de produtos deve ser intensificadas no Extremo Oriente,

para que aspectos como lead-time possam ser reduzidos.

A localização dos armazéns deve ser em áreas periféricas às cidades

que facilitem o acesso rodoviário.

O processo de armazenagem deve ser caracterizado pelos 3 S:

Simples, Seguro e Satisfatório.

Deverá acontecer graduativamente a substiruição da madeira por

outros materiais dentro dos armazéns e transporte de mercadorias.

A tecnologia não pode ser desconsiderada, sendo a automação dos

armazéns e fluxo de informações essenciais para o futuro da

armazenagem industrial. O código de barras e identificação eletronica

não podem ser menosprezadas.

Haverá uma redução na quantidade de armazéns e ocorrerá uma

centralizaçao das atividades no mesmo local.

Nos pensamentos de Ackerman (2004) existem seis critérios que podem ser

avaliados na definição de um local de armazenagem. Estes critérios são:

gerenciamento, cultura da empresa, instalações, equipamentos, sistemas, histórico e

situação financeira.

Portanto, por mais que o processo de armazenagem pode parecer uma tarefa

simples, porém quando estamos lidando com mercadorias de clientes, a tarefa se

torna um elemento crucial na cadeia logística. Para que os objetivos sejam

alcançados e a satisfação do cliente alcançada, se faz necessário o monitoramento

constante das principais tarefas que ali serão realizadas.

Ackerman (2004), finaliza quando diz que existem quatro caminhos cruciais

para que um processo de armazenagem possa ter sucesso. A definição de um nicho

de mercado é o primeiro. Em seguida vem a importância de conseguir recursos

Page 32: TCC Bruno 11-04

31

suficientes para a implementação do serviço, sendo que o principal recurso é o

capital humano. O terceiro seria a importância de contar com uma equipe que além

de estar motivada e capacitada, possa implementar o plano da empresa. Vindo por

último, é destacado o quanto essencial é capacidade da empresa responder as

mudanças do mercado.

O Armazém

De acordo com Banzato et al. (2003), o armazém é uma ferramenta muito

importante para a administração logística de qualquer empresa. Hara (2011, p. 116)

concorda com a afirmação quando expoem que “instalações especializadas de

estocagem reduzem custos e atendem melhor os consumidores.”

É importante salientar que a utilização destes locais deve estar alinhada com

as estratégias das empresas uma vez que existe um custo envolvido nestas

operações, mas quando bem utilizados estes depósitos proporcionam flexibilidade e

satisfação aos clientes da organização. Moura (2005, p. 131) comenta que “o

propósito de qualquer armazém é fornecer o material certo, na quantidade certa, no

lugar certo e no momento certo”.

Para Dias (1996) um dos principais objetivos de um armazém é maximizar a

utilização da capacidade cúbica do local. Sendo necessário a reestruturação da

armazenagem tradicional de empilhamentos, onde se desprende muita mão-de-obra

para movimentação de materiais, para a utilização de modernas estruturas de

grande altura, com corredores estreitos e utilização de equipamentos de longo

alcance.

Estes locais são importantes para que os produtos sejam protegidos de

fatores externos como chuva e sol. “Se não houver armazéns [...] é provável que a

carga fique exposta, nesse caso, ha a possibilidade de ser danificada” (DAVID;

STEWART, 2010, p. 35). O aspecto físico do armazém, ou a estrutura dos depósitos

é abordada por Rosa (2003, p. 37):

A estrutura estabelecida tanto pode ser de madeira modulada, quanto de alvenaria ou metálica. O piso será sempre pavimentado e com acabamento nivelado e liso. A cobertura desse tipo de construção pede fibrocimento, com pé direito de seis metros para as áreas de armazenamento e 2,5 metros para a parte de escritórios e facilidades administrativas. Para a localização dos materiais é mais conveniente designar as filas longitudinais do armazém por letras e as filas transversais por números.

Page 33: TCC Bruno 11-04

32

Dias (1996) faz algumas ressalvas importantes no aspecto físico do

armazém. Um exemplo é referente ao tamanho dos corredores do armazém, pois

segundo o autor a largura destas vias internas devem ser determinadas conforme o

equipamento que ali irá transitar. Sendo necessário uma largura de 2,4 metros para

empilhadeiras de capacidade para duas toneladas e portas de 2,4 metros de altura e

largura para permitir a passagem dos carregamentos. O piso também é abordado,

sendo importante a utilização de um piso de concreto que permita a armazenagem

dos produtos e o transito das empilhadeiras carregadas sem causar danos a

estrutura. Por último a afirmação que os escritórios devem estar próximos aos locais

de embarque.

O armazém, também pode ser considerado um centro de distribuição. Estes

locais proporcionam uma oportunidade muito valiosa a qualquer empresa que

pretende disseminar sua marca em locais distantes.

As empresas sem condições de investir e dispor de instalações exclusivas podem utilizar centros de distribuição compartilhados, situados em outros países, os quais facilitam sua presença no exterior, oferecendo serviços de suporte na importação (transporte e liberação em alfândega), de armazenagem e apresentação de produtos (show-room), e de auxilio ao processo de vendas (LOPEZ; GAMA, 2011, p. 408).

A localização dos armazéns também é muito importante, Rosa (2003, p. 29)

comprova isto da seguinte maneira:

[...] ele deve localizar-se obrigatoriamente o mais próximo possível dos usuários – clientes internos – também chamados de centros consumidores. Assim, no atendimento as demandas, material percorre menor distancia entre almoxarifado e cliente, diminuindo o tempo gasto em deslocamentos. [...] Adiantamos, porém, que a movimentação precisa ser a menor possível, pois qualquer acréscimo reflete diretamente na perda da capacidade produtiva e aumento de custo do produto final.

Ainda na localização dos armazéns, Banzatto et al. (2003) abordam

aspectos quantitativos (FIGURA ABAIXO Fonte: Banzatto et al. 2003, p. 93) e

qualitativos (FIGURA ABAIXO II Fonte: Banzato et al. 2003, p. 95) que influenciam

diretamente na definição da utilização de um determinado armazém.

Everton Luis Kupssinskü, 04/04/13,
Como é um quadro, sugiro elaborar e não passar no scanner!
Bruno Merlin, 04/04/13,
Ok, na formatacao vou solicitar que a figura seja transformadda em tabela.
Page 34: TCC Bruno 11-04

33

Os valores abordados acima, podem ser confirmados quando o armazém é

caracterizado como um centro de distribuição com localização estratégica.

Ressaltando que a localização estratégica não significa que o local precisa ser mais

perto em questão de distância, mas sim que os fatores como freqüência de navio,

proximidade a fornecedores façam a diferença. Ackerman (2004, p. 128) confirma

isto quando afirma que “naturalmente o preço é influenciado pelos fatores

competitivos, e não pela distância percorrida.”

Page 35: TCC Bruno 11-04

34

A maioria dos autores destaca dois tipos de armazéns, os de administração

particular, e os de gestão pública. Ballou (2006, p. 381) diferencia os armazéns

privados quando diz que “[...] armazéns particulares tem o potencial de oferecer

melhor controle, menores custos e maior flexibilidade [...].” Do outro lado, os

armazéns públicos, podem oferecer serviços abaixo do que se espera devido a

administração pública, que pode fugir dos padrões esperados pelo mercado. Em

muitos casos também não existe fontes confiáveis sobre a infraestrutura e qualidade

de serviço destes armazéns, uma visita ao local se torna indispensável devido a falta

de informações destes locais (DAVID; STEWART, 2010).

Um dos problemas encontrados em armazéns públicos, é salientado por

Ackreman (2004) quando o autor aborda os horários de funcionamento dos

armazéns, alegando que atualmente existem fornecedores logísticos que atuam na

filosofia e 24 horas por dia, 7 dias por semana e que isto dificilmente é oferecido por

tais tipos de armazém. Talvez seja o extremo, mas no atual mercado a

competitividade da empresa pode ser prejudicada se o usual horário de

atendimento, das 9 horas da manhã as 17 horas da tarde.

Dentre as diversas atividades que acontecem dentro de um armazém, estes

locais são muito importante para a desconsolidação e consolidação de embarques,

pois a técnica de aglomeração dos volumes acontece nestes espaços. Ballou (2006,

p. 376) afirma que “o frete diferenciado proporcionado pela consolidação mais do

que recompensa as taxas de armazenamento intermediário”.

Segundo Arnold (2012) os custos envolvidos na armazenagem podem ser

divididos em custos fixos e custos operacionais. Os custos estáveis correspondem

principalmente ao espaço físico, ou seja, o aluguel do terminal. Também é possível

incluir os valores desprendidos com salários neste primeiro tipo de custo. No outro

lado, os custos variáveis são todos o valores associados com a quantidade de

operações e volume movimentado. Podem ser incluídos nesta conta as despesas

com manuseio, combustível, energia elétrica e manutenção de equipamentos,

gastos estes que irão aumentar a medida que o volume de mercadorias

armazenadas amplie. Moura (1997) informa que o investimento necessário para

viabilização de um armazém esta dividido aproximadamente em 60% para o custo

do edifício e 40% para o custos das instalações de estocagem e os valores

depreendidos para a movimentação dos produtos.

Page 36: TCC Bruno 11-04

35

Segurança e Limpeza

Ackerman (2004) acredita que o armazém é um ambiente propicio a furtos

devido ao alto números de funcionários que trabalham em diversos turnos. Também

pela fácil oportunidade de extravios de mercadorias ali manuseadas.

Algumas mercadorias com valor agregado exigem dos locais de

armazenagem com uma infra-estrutura especial em questões de segurança. Estes

princípios partem desde vigilância 24 horas até no controle das pessoas que

trafegam dentro destes locais. Rodrigues (2012, p. 21) aborda a importância da

segurança quando conceitua que:

dotar a área de armazenagem de sistemas que garantem a integridade física das mercadorias armazenadas, mão-de-obra, segurança das instalações e equipamentos, e a saúde financeira da empresa mantendo as equipes de trabalho devidamente treinadas para eventuais emergências.

Rosa (2003, p. 38) afirma que “o prédio terá obrigatoriamente sistema de

segurança.” Atualmente a facilidade na aquisição de sistemas internos de TV são

muitos utilizados nestes locais, porem para Ackerman (2004, p. 69) “circuitos

fechados de TV raramente evitam roubos”. Por este motivo, Rosa (2003, p. 39),

completa que “É imprescindível que o armazém disponha de guarita, pois quando

não estiver em funcionamento normal, alojara um vigia ou um guarda, dependendo

do tipo de produto que a empresa mantém em estoque.”

Na preveenção de incendios é importante ressaltar Dias (1996, p. 182), “todo

armazém tem de estar equipado com equipamento para combater incêndios, como

extintores, sprinklers, sinais de alarme.” Ainda neste assunto, Dias (1996) ressalta

que as pilhas de produtos armazenados, devem ficar no minímo um metro de

distância dos sprinklers e aproximadamento 60 centimetros de distância das

paredes.

A sinalização do armazém, seja por placas de advertência ou marcação das

vias de movimentação dos materiais em tinta amarela podem também melhorar a

segurança dentro deposito (ACKERMAN, 2004). Entretanto, é essencial que a

administração do local também trabalhe técnicas preventivas junto aos seus

colaboradores para que acidentes sejam evitados no local.

Moura (1997, p. 159) acrescenta a limpeza ao aspecto de seguranca dentro

do armazém quando desta que:

A limpeza e a segurança são necessidades operacionais no pátio. Os materiais nunca devem ser deixados nos corredores, onde irão impedir o

Page 37: TCC Bruno 11-04

36

trafego ou criar um risco a segurança. Um programa continuo de tratamento é altamente recomendável para assegurar que os empregados entendam os métodos apropriados e seguros, para movimentar os materiais sob quaisquer condições.

Na linha de raciocínio de Ackrerman (2004) a limpeza dos armazéns não é

essencial somente para lugares que trabalhem com produtos alimentícios onde

regulamentações especificas se aplicam. Para o autor a higiene do local é um ponto

muito positivo para a empresa. Ainda reforça que e a presença de insetos ou

roedores mortos no local pode desvalorizar o produto que esta ali estocado, alem do

serviço de armazenagem que esta sendo ofertado.

Movimentação

Para que uma mercadoria possa ser estocada, será indispensável a

movimentação da mesma. É possível então identificar a importância do manuseio do

produto, independente do estágio do processo. O transporte das mercadorias é

definido por Arnold (2012) como manuseio de mercadoria, e é caracterizado como a

ação de transportar em curtas distâncias o produto dentro dos limites do depósito.

Neste sentido, Ballou (1993, p. 172) completa da seguinte forma:

Transportar pequenas quantidades de bens por distâncias relativamente pequenas, quando comparadas com as distâncias na movimentação de longo curso executada pelas companhias transportadoras. É atividade executada em depósitos, fábricas e lojas, assim como no transbordo entre modais de transporte.

Um armazém irá receber mercadorias de diversos tipos e tamanhos. Para o

manuseio e movimentação destes materiais, é necessário o auxílio de equipamentos

de movimentação. “O tipo de equipamento de manuseio de materiais utilizado afeta

a eficiência e os custos operacionais do centro de distribuição.” (ARNOLD, 2012, p.

359) Banzato et al. (2003) ainda alegam que serão as características das

mercadorias que irão influenciar na decisão de qual equipamento é o mais adequado

para a movimentação do volume.

A respeito disso Ballou (1993) explica que “existe grande variedade de

equipamento mecânico para manuseio de amplo leque de tamanhos, formas,

volumes e pesos de produtos”. Segundo o mesmo autor, os tipos mais comuns de

equipamentos de movimentação são: empilhadeiras (FIGURA ABAIXO), tratores,

esteiras, paleteiras e guinchos.

Page 38: TCC Bruno 11-04

37

Medeiros, Moura e Silva (2008, p. 12) afirmam que:

Os equipamentos de movimentação são muitos importantes para o bom desempenho das práticas de armazenagens, existe vários tipos de equipamentos com tecnologias avançadas que proporcionam rapidez e segurança, pois, é na escolha dos equipamentos que determina a melhor maneira, a forma, as técnicas e condições de armazenamento dentro de qualquer empresa; independente do ramo de atividades.

Arnold (2012) aponta três objetivos principais da movimentação de materiais

dentro do terminal. O primeiro é a aumento da utilização cúbica do espaço, sendo a

altura dos edifícios utilizados ao máximo, e a redução dos espaços de transito, como

os corredores. O aumento da eficiência operacional pode ser alcançada através da

redução da quantidade de manuseios que o volume sofre durante a estadia dentro

do armazém. Finalizando, o ultimo objetivo é a melhora do atendimento ao cliente

pelo pronto atendimento as solicitações.

Na movimentação de mercadorias dentro de armazéns, a distância pode ser

considerada como inimiga da produtividade. Neste sentido alguns princípios são

levantados por Ackerman (2004), como:

Quanto menos o material se mover, melhor.

A rapidez é sempre positiva.

Operadores produzem mais quando controlam o próprio trabalho.

Lugares distantes devem ser reservados para produtos com baixo

índice de movimentação.

Page 39: TCC Bruno 11-04

38

Os clientes e fornecedores fazem parte do processo e podem agregar

valor.

Rodrigues (2012, p. 20) aborda que é essencial a simplificação das

atividades dentro do armazém:

Desenvolver, adaptar e/ou implementar o arranjo físico de uma área de armazenagem, lavando em conta as características dos equipamentos disponíveis e a localização de docas, portas e corredores, com o objetivo de simplificar ao máximo os fluxos de entrada e de saída, de modo a obter a maior produtividade possível, sem ocasionar gargalos.

A primeira movimentação de mercadoria, antes mesmo do recebimento do

produto no armazém, é a movimentação da mercadoria do porto onde o contêiner

foi descarregado, ou do aeroporto, até o armazém onde a mercadoria será estocada.

Ballou (2006, p. 380) confirma ao afirmar que “a primeira movimentação é aquela do

ponto de descarga para a área de estocagem.” Porém, na seqüência, os

procedimentos realizados dentro do armazém são abordados.

Recebimento

O recebimento da mercadoria pode ser considerado a primeira etapa dentro

armazém. A partir da chegada de veículos carregados, as mercadorias deverão ser

descarregadas, conferidas e identificadas para que os próximos passos possam ser

bem executados, pois conforme Banzato (2003, p. 96) “a forma pela qual você

movimenta produtos, componentes ou materiais no recebimento é fundamental para

que haja sucesso em todas as demais operações”.

Como os processos de chegada das mercadorias é realizado na maioria via

rodovia, as docas (colocar no rodapé: local adaptado para o encaixe do caminhão

com o armazém a fim de facilitar a carga ou descarga do veiculo) são a primeira

necessidade da instalação. Sendo estas plataformas vitais para o funcionamento

uniforme das operações de forma rápida e eficaz (MOURA, 1997).

Arnold (2012, p. 333) destaca as principais tarefas de armazenagem da

seguinte forma:

1) Receber os produtos. O depósito aceita os produtos que chegam por transportadoras ou de uma fábrica anexa, assumindo a responsabilidade por eles. Isso significa que o deposito deve:

a. Checar os produtos com um pedido ou um conhecimento de carga.b. Checar as quantidades.

Page 40: TCC Bruno 11-04

39

c. Verificar se não há danos e preencher relatórios de danos caso necessário.

d. Inspecionar os produtos caso necessário.2) Identificar os produtos. Os itens são identificados pelo numero de unidade de armazenamento apropriado (número da peça) e a quantidade recebida e registrada.3) Despachar os produtos para armazenamento. Os produtos são separados e guardados. [...]

No processo de recebimento de mercadorias, independente da origem

daquele produto que esta sendo recebido, poderá haver instruções de manuseios

especiais. Ludovico (2010) afirma que existem instrução especiais para diversas

mercadorias e para que não aconteça nenhum imprevisto estas informações são

exemplificadas em formas de desenhos e símbolos (FIGURA ABAIXO – fonte:

http://www.aprendendoaexportar.gov.br/sitio/paginas/comExportar/forMemMercadori

a.html). É imprescindível o seguimento de orientações como para que não aconteça

nenhum desgaste entre o armazém e seus clientes.

Rodrigues (2012) aborda ainda a importância da marcação dos volumes no

momento do recebimento, sendo essencial as informações de data de recebimento,

descrição da mercadoria, quantidades de volumes, peso unitário, marcas, cliente e

informações de origem e destino.

Page 41: TCC Bruno 11-04

40

Estocagem

Após o recebimento, as mercadorias irão precisar ser deslocadas para um

determinado ponto, onde a mesma deverá ficar armazenada. Segundo Rodrigues

(2012) este processo é a armazenagem propriamente dita, onde os produtos serão

transferidos da área de recebimento até o local de empilhamento onde serão

armazenados e devem ficar ali protegidos durante a estadia do produto no armazém.

O processo também é conhecido como estocagem dos produtos e a

importância do mesmo para a logística é definido por Bazato et al. (2003, p. 130) da

seguinte forma:

O processo de estocagem é fundamental na manutenção da organização de um armazém, bem como na otimização da produtividade operacional. É por meio de um bom processo de estocagem que podemos contar com uma boa ocupação do espaço, boa utilização dos recursos operacionais, otimização do tempo do pessoal operacional e facilidade no processo de separação de pedidos, entre inúmeros outros benefícios.

Para que haja organização e facilidade na localização dos produtos ali

estocados, Dias (1993) ressalta que os profissionais especializados em layout

precisam ser consultados, pois é importante fazer uma descrição das atividades e

dos caminhos que tal produto irá fazer dentro da empresa, visando sempre a

otimização de custos e tempo.

A definição do local onde a mercadoria será estocada é uma preocupação

de Ackerman (2004, p. 155):

Como o local é escolhido e quem faz a seleção? Em um número surpreendente de casos, a decisão é feita por um operador de empilhadeiras; ele encontra um “box” vazio mais próximo para que o envio ao estoque possa ser terminado rapidamente. Quando isso acontece, os locais de estocagem acabam logo se tornando uma mistura irremediável de produtos sem pé nem cabeça. Quando os locais e o processo de envio ao estoque são cuidadosamente controlados, a necessidade de remover o produto numa outra ocasião poderá ser evitada, e o espaço será economizado, pois os locais vazios são planejados ao invés de serem descobertos.

Rodrigues (2012, p. 23) destaca que “a natureza do produto, o tamanho do

lote ou tempo de permanência pode exigir armazenagem em áreas separadas.” Este

fator é muito importante em casos de mercadorias perigosas, onde a natureza do

produto deve ser muito bem analisada, uma vez que determinados produtos

químicos podem reagir com outros itens armazenados no mesmo local, causando

grandes problemas para todos envolvidos.

Page 42: TCC Bruno 11-04

41

Quatro técnicas de estocagem são abordadas por Dias (1996). A estocagem

em caixas seriam designadas para materiais de pequenas dimensões. A utilização

de prateleiras, que podem ser feitas tanto de madeira, como de estrutura metálica,

seriam especificas para volumes de maior tamanho, mas com baixo peso. Os Racks,

seriam especificos para a armazenagem de peças longas e estreitas, como tubos,

barras e vergalhões. Por último, o empilhamento de produtos sem a utilização de

alguma estrutura de apoio, como prateleira, é a última técnia abordada pelo autor.

Referente ao tamanho dos volumes, é importante ressaltar que a

armazenagem pode ser facilitada com a utilização de embalagens padrões.

Conforme Arnold (2012) a unitização de vários volumes em uma embalagem única é

importante para que seja possível reduzir os custos de transporte e também facilitar

o manuseio das mercadorias, conseqüentemente aumentando a proteção ao

produto. Keedi (2007, p. 89) define que “unitização é o agrupamento de cargas em

uma unidade de transporte para facilitar a sua manipulação, transporte,

armazenagem, bem como para dar maior segurança a carga e reduzir custos dessas

atividades”. Dias (1996) acredita que através da utilização da unitização é possível

criar um sistema de armazenagem muito mais organizado.

Existem diversos equipamentos que podem alocar várias embalagens, mas

o mais utilizado atualmente é o palete, que alem de facilitar o manuseio, auxilia na

estocagem dos produtos na forma vertical dentro do armazém. Ballou (2006, p. 386)

define um palete como “[...] uma plataforma portátil, normalmente feita de madeira

ou material corrugado em que se empilham materiais para transporte e estocagem”.

A paletização hoje é cada vez mais utilizada porque exige manipulação rápida de grandes quantidades de cargas. O uso de empilhadeira e palete já proporciona uma economia de até 80% do capital despendido com o sistema de transporte interno. Um sistema de paletização bem organizado permite a formação de pilhas altas e segura, oferece melhor proteção às embalagens, que são manipuladas em conjunto, além de economizar tempo nas operações de carga e descarga (MEDEIROS; MOURA; SILVA, 2008, p. 17).

A estocagem vertical é muito importante para que o espaço do armazém

seja aproveitado da melhor maneira possível. Dias (1996) acredita que qualquer

equipamento que auxilie no empilhamento irá influenciar positivamente na

capacidade de estocagem. Medeiros, Moura e Silva (2008), destacam que a

utilização dos paletes auxilia neste processo, porém mesmo a com a utilização

destes equipamentos a altura do armazém pode não ser utilizada ao máximo devido

as características do produto. Ballou (2006, p. 405) aborda que:

Page 43: TCC Bruno 11-04

42

A estabilidade dos produtos empilhados individualmente em colunas ou em unidades de carga em paletes podem impor um limite máximo `a altura. Claro que a utilização das prateleiras de estocagem aumenta a utilização da cubagem e supera as limitações impostas pelo empilhamento dos produtos. As limitações de altura podem então mudar das características dos produtos para as características do equipamento de estocagem e manuseio de materiais.

Rago (2008) adverte, porém, que a verticalização dos estoques pode causar

demora na separação de pedidos devido a quantidade necessária de

movimentações. Sendo necessário um projeto de verticalização que encontre um

ponto de equilíbrio entra a ocupação volumétrica das mercadorias com o

investimento necessário. Na oposição, Moura (1997, p. 162) afirma que “[...] estocar

os materiais no próprio piso, sem o uso de estanteiras, caçambas ou outros recursos

de estocagem, é o método mais básico”.

Segundo Banzato et al. (2003, p. 130) “[...] o processo de estocagem faz

parte da armazenagem e simplificadamente se encontra entre o processo de

recebimento e o processo de separação de pedidos.”

Separação e Expedição de pedidos

A fim de atender o maior numero de clientes, algumas situações poderão

exigir do armazém a preparação de pedidos, ou seja, separação e re-identificação

de volumes. Alvarenga e Novaes (2000, p. 122) defendem que “Em certos tipos de

armazém, os pedidos dos clientes, filiais, etc. são preparados num local especifico

do deposito”.

O espaço inadequado para expedição é um problema constante na armazenagem. Quando a área de espera não é organizada, o processo acaba atravancando corredores e bloqueando acessos aos materiais que devem ser separados e embarcados. [...] Definindo e restringindo as áreas de espera, o armazém fica organizado e limpo com todos os paletes em um local designado (ACKERMAN, 2004, p. 152).

É importante ressaltar que além de uma área especifica para este

procedimento, será necessária uma equipe muito qualificada para exercer esta

tarefa, uma vez que erros podem acarretar em grandes perdas para a empresa e

seu cliente. Ballou (2006, p. 387) comprova a importância desta quando afirma que

“um tempo de trabalho desproporcionalmente maior pode ser gasto no atendimento

de pedidos do que no recebimento e na estocagem”.

Page 44: TCC Bruno 11-04

43

Rago (2008) acredita que o processo de separação de pedidos é um dos

mais importantes da cadeia logística, que pode representar até 70% dos custos de

armazenagem. Segundo o autor a opção pela melhor estratégia irá ser definida

através da analise de fatores como a freqüência de coleta de produtos,

características das mercadorias, tipo de embalagens, giro do estoque, nível de

fracionamento, entre outros.

Por fim, a última tarefa operacional da armazenagem é a entrega das

mercadorias que ali foram armazenadas. Após a busca do material dentro do

armazém, deve ser realizado mais uma checagem do pedido com o que esta sendo

carregado, pois segundo Bazato (2003), a área de expedição é um excelente local

para checar se não houve nenhum erro nas etapas anteriores.

Quanto a conferência ou checagem do pedido, é importante caracterizar este

processo de maneira clara, pois o mesmo é um fator muito delicado e pode definido

da seguinte forma:

A conferência de qualquer tarefa ou processo é tida como uma atividade de retrabalho que não agrega valor ao produto ou serviço. Portanto, deve se atuar nas causas que geram a necessidade desta atividade, tais como falta de atenção e de comprometimento dos colaboradores, profissionais despreparados ou sistemas e processos inconsistentes. Porém, em alguns casos, quando bem dimensionada, a conferencia pode vir a reduzir os erros e furtos do armazém. A melhor conferência é aquela eficaz e sem custos, realizada pelo próprio sistema de gerenciamento, por intermédio do cruzamento das informações do pedido (código do item, endereço e quantidade a separar) com as coletadas no ato da separação. Caso esta solução seja inviável, a segunda opção é a realizada pelos próprios separadores e fazendo parte do processo de separação, como no caso do sistema pick-pack, no qual o separador separa, confere e embala o pedido. Neste caso, o nível de treinamento, capacitação e comprometimento do funcionário tem de ser diferenciado, funcionando em empresas que trabalhem muito bem os recursos humanos.Uma conferência bem dimensionada e adequada aos padrões culturais da empresa reduzira os erros no envio de pedidos aos clientes, melhorando sua imagem junto ao mercado e aumentando a produtividade da operação, quando evitamos retrabalhos devido a devoluções ou trocas de produtos (RAGO, 2008, p.35).

Banzato et al. (2003) afirmam que o processo de expedição precisa ser

rápido, eficiente e preciso. Também abordam que não é suficiente o êxito de todas

as previas atividades se a entrega da mercadoria falhar. Ressaltando que esta

atividade envolve atividades como pesagem do produto, eventuais ajustes nas

embalagens, aplicação de etiquetas de manuseio e emissão de conhecimento de

entrega ou transporte.

Page 45: TCC Bruno 11-04

44

Tecnologia da informação na armazenagem

Seguindo uma tendência internacional da manufatura, a armazenagem vem

sofrendo significativas alterações devido a implementação da tecnologia dentro dos

armazéns. A eficiência gerada pelo uso da tecnologia é indiscutível, pois além de

aumentar a agilidade de movimentação, o fácil acesso as informações melhoram o

gerenciamento dos estoques.

Porém, é importante salientar o alto investimento na compra de equipamentos

e ajuste das instalações para que a armazenagem possa ser automatizada. Neste

sentido, Ackerman (2004, p. 81) afirma que “embora o uso da movimentação física

continue subindo, os custos de computação e comunicação estão reduzidos.”

Hara (2011, p. 120) explica como funciona um sistema de armazenagem

quando caracteriza o Warehouse Management System – Sistema de Gerenciamento

de Armazéns:

O WMS é um software de gestão, que otimiza todas as atividades operacionais (Fluxo de Materiais) e burocráticas (Fluxo de informações) dentro do processo de armazenagem, incluindo recebimento, inspeção, endereçamento, estocagem, separação, embalagem, carregamento, expedição, emissão de documentos, inventário etc.

Além dos sistemas de gerenciamento, os armazéns podem contar com

equipamentos automatizados onde o manuseio é feito totalmente por máquinas.

Entretanto, para que o armazém possa contar com este diferencial é necessário a

aquisição de transelevadores, onde a mercadoria será deslocada por cabos e trilhos

automatizados reduzindo a utilização de recursos humanos (MOURA; 2003)

Page 46: TCC Bruno 11-04

45

2 MÉTODO

Afim de solucionar o problema principal deste trabalho, ou seja, como esta

estruturado o serviço de armazenagem internacional da Euro-América, o presente

capitulo busca determinar os métodos utilizados para aplicação da pesquisa e

resolução do problema. Para Prodanov e Freitas (2009, p. 19):

A Metodologia Científica preconiza uma série de regras através das quais o conhecimento deve ser obtido. Essas regras atribuem à produção científica um alto grau de confiabilidade na medida em que permitem apresentar a comprovação daquilo que afirmam.

Andrade (2009, p. 119) complementa a definição de metodologia explicando

que “é o conjunto de métodos ou caminhos que são percorridos na busca do

conhecimento”; assim como para Lakatos e Marconi (2011, p. 51), o “método

científico é a teoria da investigação”.

Seguindo na abordagem técnica do estudo, a seguir são apresentados a

classificação da pesquisa, os instrumentos de coleta de dados e os procedimentos

de análise aplicados no relatório.

2.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA

Para Prodanov e Freitas (2009) a pesquisa é um instrumento essencial para

que o conhecimento seja adquirido e aprimorado. Seguindo um sistema bem

estruturado espera-se que a investigação ofereça a resolução de problemas não só

para o pesquisador, mas conseqüentemente para toda a sociedade.

2.1.1 Quanto à sua natureza

Do ponto de vista da sua natureza a presente pesquisa pode ser classificada

como uma pesquisa aplicada. Isto ocorre, pois o presente estudo proporciona uma

fundamentação teórica que difunde tendências para futuramente serem

implementadas dentro do local do local analisado.

Page 47: TCC Bruno 11-04

46

2.1.2 Quanto aos seus objetivos

Referente a abordagem dos objetivos de pesquisa, o estudo pode ser

classificado com uma pesquisa explicativa. O mesmo pode ser comprovado, quando

Prodanov e Freitas (2009, p. 67) ressaltam:

[...] o pesquisador procura explicar os porquês das coisas e suas causas, por meio de registro, da análise, da classificação e da interpretação dos fenômenos observados. [...] As pesquisas explicativas são mais complexas, pois, além de registrar, analisar, classificar e interpretar os fenômenos estudados, têm como preocupação central identificar seus fatores determinantes. Esse tipo de pesquisa é o que mais aprofunda o conhecimento da realidade, porque explica a razão, o porquê das coisas e, por esse motivo, está mais sujeita a erros.

2.1.3 Quanto aos procedimentos técnicos

Para chegar na resolução de um problema de pesquisa é essencial a

definição de métodos específicos que irão proporcionar dados e informações

capazes de auxiliar nesta tarefa. A pesquisa de campo foi então o procedimento

técnico escolhido.

Quanto a utilização da pesquisa de campo, Veloso (2011) afirma que neste

tipo de estudo o pesquisador procura e observa os fatos e fenômenos que

acontecem na prática para posteriormente desenvolver a redação. Prodanov e

Freitas (2009, p. 64) completam afirmando que “[...] é a pesquisa em que

observamos e coletamos os dados diretamente no próprio local em que se dá o fato

em estudo, caracterizando-se pelo contato direto sem interferência do pesquisador

[...]”. O procedimento técnico utilizado pode ser ainda comprovado quando as fases

de pesquisa de campo são demonstradas:

As fases de pesquisa de campo requerem, em primeiro lugar, a realização de uma pesquisa bibliográfica sobre o tema em questão. Ela servirá, como primeiro passo para sabermos em que estado se encontra atualmente o problema, que trabalhos já foram realizados a respeito e quais são as opiniões reinantes sobre o assunto. [...] Em segundo lugar, de acordo com a natureza da pesquisa, determinamos as técnicas que serão empregadas na coleta de dados e na definição da amostra, que deverá ser representativa e suficiente para apoiar as conclusões. Por último, antes que realizamos a coleta de dados, é preciso estabelecer tanto as técnicas de registro desses dados como as técnicas que serão utilizadas em sua análise posterior (PRODANOV; FREITAS, 2009, p. 73).

Em paralelo a pesquisa utilizou outro procedimento técnico importante, o

estudo de caso. O mesmo pode ser comprovado a partir da definição de Prodanov e

Freitas (2009, p. 74) onde afirmam que “quando envolve o estudo profundo e

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47

exaustivo de um ou poucos objetos de maneira que permita o seu amplo e detalhado

conhecimento” o estudo de caso se faz necessário.

2.1.4 Quanto à abordagem do problema

Para abordagem do problema, utilizou-se o método qualitativo, pois a

pesquisa não se preocupou em representar em números os resultados verificados

no estudo, mas sim em proporcionar o entendimento e descrever o serviço analisado

durante a pesquisa. Seguindo os raciocínios de Severino (2000) esse tipo de

abordagem descreve a complexidade de determinados problemas, a partir do

envolvimento do pesquisador na fonte de estudo. Lakatos e Marconi (2011)

completam que:

A metodologia qualitativa preocupa-se em analisar e interpretar aspectos mais profundos, descrevendo a complexidade do comportamento humano. Fornece análise mais detalhada sobre as investigações, hábitos, atitudes, tendências de comportamento etc.

2.2 UNIVERSO E AMOSTRA

O presente estudo foi realizado dentro da empresa Euro-América, mais

precisamente dentro do departamento comercial da empresa, que atualmente é a

divisão responsável pelo serviço analisado. Válido também ressaltar que o

pesquisador pode contar com o auxílio de diversas fontes para execução do

presente relatório. Destacando o suporte prestado pelo (CARGO) do Centro das

Industria de Couro do Brasil (CICB) para o desenvolvimento do panorama do setor

coureiro na Ásia, e principalmente do gerente operacional da Proud-Sky Co. Ltd.,

parceira comercial da Euro-América em Hong Kong, que junto com a equipe de

supervisores da Euro-América proporcionaram conhecimento suficiente para

descrever e analisar o serviço de armazenagem oferecido pela empresa.

Page 49: TCC Bruno 11-04

48

2.3 INSTRUMENTO(S) E PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS

A coleta de dados é de suma importância para a resolução de um problema

de pesquisa. Entende-se por coleta de dados, todas as informações e

conhecimentos adquiridos nas diversas etapas do estudo, sendo eles obtidos de

diferentes maneiras. As técnicas de coleta de dados utilizadas na presente

investigação, foram várias, pois acredita-se que é quanto mais fontes e visões

diferentes, melhor será o resultado obtido.

Inicialmente, realizou-se uma pesquisa bibliográfica em matérias já

publicados sobre o assunto abordado. A utilização de diversos autores se fez

necessária, pois apesar das idéias serem na sua maior parte as mesmas, a

diferença na qual eram abordadas mostravam sua importância e indicavam que

seriam encontradas na etapa de observação presencial da atividade. Utilizou-se

como fonte principal a biblioteca da universidade, que possuí um excelente arquivo

no assunto, mas também foi adquirido produtos fora deste centro para que

posteriormente seja possível a implementação de valores estudados na empresa

analisada. Com este método de pesquisa, foi possível levantar diversas teorias, por

vários autores, que posteriormente foram identificados na prática. A etapa pode ser

considerada essencial seguindo os raciocínios de Prodanov e Freitas (2009, p. 113):

Normalmente, fazemos uma pesquisa bibliográfica prévia, de acordo com a natureza da pesquisa, passando em seguida, aos detalhes desta, determinando as técnicas a serem utilizadas na coleta de dados, a fonte de amostragem, que deverá ser significativa, isto é, representativa e suficiente para apóias conclusões, além das técnicas de registro desses dados e as de análise posterior.

Posteriormente, realizou-se então uma entrevista semi-estruturada com o

PESSOA (CARGO) do órgão governamental responsável pelo controle e estudo

sobre o mercado coureiro, o objetivo era de adquirir uma maior gama de

informações sobre o assunto. A entrevista foi realizada a partir do roteiro que consta

no apêndice A. É importante ressaltar que o pesquisador já possuía uma noção

sobre o assunto, então procurou-se elaborar questões que na sua formulação já

abordassem aspectos técnicos, econômicos e práticos importantes que iriam

influenciar no resultado de pesquisa. Para a formulação destas perguntas, foi

utilizado métodos informais, como o próprio conhecimento do pesquisador e

aspectos físicos, econômicos e sociais básicos, como tamanho do território,

Page 50: TCC Bruno 11-04

49

formulação do PIB, população, tendências de mercado, entre outras informações

que são facilmente encontrados em fontes digitais. Veloso (2011) defende a

utilização de entrevistas afirmando que é uma das melhores maneiras para a

realização da coleta de dados.

Paralelamente foi necessário a observação direta intensiva, uma vez que

muitos dados foram adquiridos pela observação do pesquisador. Destacando que o

pesquisador utilizou dois tipos: a observação participante e a observação na vida

real. Prodanov e Freitas (2009, p. 116) caracterizam estes tipos de observação da

seguinte forma:

- observação participante: consiste na participação real do conhecimento na vida da comunidade, do grupo ou de uma situação determinada. Nesse caso, o observador assume, pelo menos até certo ponto, o papel de um membro do grupo. O observador participante enfrenta grandes dificuldades para manter a objetividade, pelo fato de exercer influência no grupo, ser influenciado por antipatias ou simpatias pessoais e pelo choque do quadro de referência entre observador e observação;- observação na vida real: normalmente, as observações são feitas no ambiente real, como o registro dos dados a medida que forem ocorrendo, espontaneamente, sem a devida preparação. Podemos dizer que estar no local onde o evento ocorre corresponde a melhor ocasião para registro. Isso reduz as tendências seletivas e a deturpação na reevocação.

Tanto a observação participante quanto a observação na vida real, ou

presencial como o pesquisador prefere abordar, serviram para que fosse possível

verificar se os dados levantados com a pesquisa bibliográfica se comprovavam na

prática do serviço. A pesquisa participante começou a acontecer a partir do

momento que o pesquisador foi deslocado dentro da empresa para o setor

comercial, sendo este o departamento responsável pela atividade que aqui esta

sendo analisada. Com a intervenção prática do pesquisador, foi facilmente possível

identificar as etapas do serviços e como elas aconteciam.

Já a observação na vida real aconteceu com a ida do pesquisador a Hong

Kong durante o mês de março de 2013. Esta abordagem, e oportunidade oferecida

pela empresa analisada, foram muito importante, não só para o pesquisador que

pode agregar significativos conhecimentos culturais e profissionais, mas também

para a resolução dos problemas levantados na presente pesquisa. Foi então

determinado que nesta visita o pesquisador iria buscar registro fotográfico que

comprovassem as teorias levantadas na pesquisa bibliográfica, ou de novos pontos

que fizessem necessário novos pensamentos sobre o assunto.

Page 51: TCC Bruno 11-04

50

2.4 PROCEDIMENTOS DE ANÁLISE

Seguindo um raciocínio lógico, após o levantamento dos dados resultantes

da pesquisa aplicada, se faz necessário a análise das informações obtidas.

Pretende-se então nesta etapa responder ou atingir os objetivos do estudo

confirmando ou rejeitando as hipóteses previamente levantadas.

Uma vez que o trabalho utiliza a forma qualitativa na interpretação dos

dados, é interessante ter claro como funciona esta forma de análise:

A análise qualitativa é menos formal do que a quantitativa, pois nesta última, seus passos podem ser definidos de maneira relativamente simples. A análise qualitativa depende de muitos fatores, tais como a natureza do dados coletados, a extensão da amostra, os instrumentos de pesquisa e os pressupostos teóricos que nortearam a investigação. Podemos entretanto, definir este processo como uma sequência de atividades, que envolve a redução dos dados, a sua categorização, sua interpretação e a redação do relatório (PRODANOV; FREITAS, 2009, p. 125).

Neste sentido, Veloso (2011, p.105), alega que “Uma vez coletados os

dados, o pesquisador passa a confrontar o que se anotou com o que se encontra

descrito na literatura. Também é hora de aproximar as respostas e até mesmo

unificar alguns grupos de resultados”.

Na sequência, será possível conhecer a empresa onde o estudo foi

realizado. Esta caracterização foi executada a partir da análise dos documentos

internos da empresa, além de entrevistas informais com o fundador e diretora da

empresa. Utilizou-se também o próprio web-site da empresa como fonte de

pesquisa. Além da apresentação da empresa estudada, irá ser possível

compreender o mercado asiático para o setor coureiro, pois o pesquisador realizou

uma análise qualitativa das questões feitas para o CICB (Centro das Industrias de

Couro do Brasil).

Seguindo o estudo, será possível identificar os resultados da pesquisa através

da análise dos dados encontrados na pesquisa bibliográfica com as informações

adquiridas no estudo de caso. Esta junção será facilmente identificada de forma

ilustrativa, ou seja, confrontando os dizeres dos autores que formaram o referencial

teórico com fotos tiradas no terminal de armazenagem em Hong Kong.

Page 52: TCC Bruno 11-04

51

3 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

O presente capítulo pretende apresentar o estudo de caso realizado na

empresa de serviços logísticos analisada. Porém, antes disto, Lakatos e Marconi

(2011) explicam que o estudo de caso é um exploração limitada, pois esta sendo

analisado um indivíduo em específico, conseqüentemente suas conclusões não

podem ser generalizadas.

Para que seja seguido uma lógica na abordagem do estudo, será possível

referenciar Fleury e Ribeiro (2003), que destacam que alguns serviços oferecidos

por empresas especializadas agregam valor a um produto. Os autores ainda citam

eles de modo que se estabeleça uma seqüência, são eles: a assessoria documental,

o gerenciamento e contratação de transporte, a gestão do fluxo de informações, o

gerenciamento de armazém e a reposição de estoque.

Entretanto, acredita-se que é essencial para o início da apresentação, a

exposição da organização onde o estudo fora realizado. Aspectos como a historia da

Empresa, localização, tamanho, ramo de atuação, dentre outros serão brevemente

apresentados.

3.1 APRESENTAÇÃO DA EURO-AMÉRICA

A Euro-América Assessoria de Despachos e Transportes Ltda é uma

companhia agenciadora de transporte de cargas Internacional. A empresa iniciou

suas atividades em Junho de 1989, na cidade de Novo Hamburgo. Fundada por um

empresário com vasta experiência no setor de comércio exterior, a Empresa teve um

rápido crescimento devida ao seu diferencial de atendimento e ao cenário

econômico da época.

Atualmente a empresa esta estruturada na matriz, em Novo Hamburgo, onde

toda a administração da empresa é gerenciada, além de duas filiais distribuídas

estrategicamente nas cidades portuárias de Santos e Paranaguá. Hoje a Euro-

América conta com um quadro de funcionários diferenciado, que além de possuir

Page 53: TCC Bruno 11-04

52

experiência no setor trabalham motivados, chegando a aproximadamente 80

colaboradores.

Desde sua inauguração, a Empresa esta focada no setor coureiro, mas

também com atuações em vários outros setores como: calçadista, maquinário,

químico dentre outros. Esta especialização esta alinhada com os pensamentos de

Rodrigues (2012) que ressalta a competência de empresas. Atualmente o elevado

volume de cargas movimentadas pela Empresa resulta em uma facilidade de

atuação em demais setores. Todo o conhecimento e know-how adquiridos nestes 24

anos de atuação, permitem a empresa oferecer serviços e assistência que possam

auxiliar o sucesso de seus clientes.

Seguindo os raciocínios de Mourão (2010), a Euro-América possuí uma

filosofia de ser um agente que trabalha diariamente que o seu serviço possa agregar

valor ao produto do seu cliente. A posição que a empresa possui hoje no mercado

comprova isto, com fornecedores e clientes que trabalham junto com a organização

por mais de 20 anos.

No decorrer do estudo são apresentados alguns tipos de serviço oferecido

pela empresa afim de proporcionar uma operação de estoque internacional segura e

eficaz. Porém é importante ressaltar que o serviço oferecido pela Euro-América esta

estruturado no aspecto operacional da armazenagem internacional, sendo o estudo

sobre a viabilização do estoque internacional feita pelos próprios gestores da

empresa produtora, uma vez que são eles que possuem as melhores informações

sobre seu produto e mercado.

3.2 ASSESSÓRIA DOCUMENTAL

Durante a pesquisa e a experiência profissional do pesquisador dentro da

organização, foi observado que praticamente todas as tarefas desempenhadas pela

Euro-América precisam passar por uma série de análise documentais. Hartung

(2002) já alertava que no campo do comercio internacional vários documentos são

criados, seja pela questão comercial ou pela burocracia enfrentada na exportação e

na importação de produtos. O estudo do processo de armazenagem internacional

Page 54: TCC Bruno 11-04

53

não fugiu desta regra, e foi possível identificar a importância de documentos

específicos para o manuseio do processo.

No decorrer da observação participante, foi possível notar que a assistência

documental oferecida pela empresa está baseada na análise dos documentos

básicos de uma exportação, como a fatura comercial e o romaneio de carga, que na

maioria das ocasiões são emitidos pelo próprio exportador. Destacando, porém, que

apesar da empresa não ser a responsável pela emissão destas informações, a

empresa é consultada diversas vezes para que os mesmos sejam emitidos de

maneira correta e apropriada. Atualmente a emissão destes documentos não é uma

tarefa complexa, porém com a implementação dos novos sistemas do governos no

comercio internacional brasileiro, onde todas as informações são ligadas, a

experiência que a empresa possui proporciona uma vantagem significativa aos

clientes que utilizam a mesma como uma fonte de informações.

Outro documento que precisa ser emitido pelo exportador é a nota fiscal,

mas os demais documentos abordados no referencial teórico como RE, DDE e

Certificados são providenciados pela própria Euro-América no momento da

exportação. Analisando os documentos manuseados dentro do setor pesquisado, foi

possível identificar que além da commercial invoice e do packing list, o

conhecimento de embarque e os certificados são normalmente emitidos contra um

agente no exterior, pois este individuo será o responsável pela futura venda e

distribuição dos produtos.

Posteriormente, no momento de liberação das mercadorias, foi visto que a

fatura comercial e o romaneio de carga são os documentos que são emitidos

novamente. A fatura comercial, que é definida por Lopez e Gama (2011) como um

documento de cobrança precisa ser ajustada com os novos dados acordados nesta

última negociação. Da mesma forma, a retificação da lista de embarque se torna

necessária em casos onde o estoque será liberado parcialmente. Diaz e Rodrigues

(2012) defendem isto quando afirmam que este documento auxilia na orientação

física, ou seja, a interpretação correta deste documento irá evitar que mercadorias

sejam liberadas por engano. Claro que outra vez a Euro-América é contatada para

instruir o exportador quanto a correta emissão destes documentos.

Especificamente, é válido ressaltar a importância do procedimento adotado

pela empresa no manuseio dos originais do BL ou AWB, uma vez que, segundo Dias

e Rodrigues (2012), estes documentos são contratos que transferem a propriedade

Page 55: TCC Bruno 11-04

54

do produto. Afim que não aconteça nenhum problema na retirada da mercadoria

sem a autorização do exportador, a Euro-América fica como detentora destas vias,

impossibilitando retirada da mercadoria sem a apresentação dos mesmos.

3.3 GERENCIAMENTO E CONTRATAÇÃO DE TRANSPORTE

Para que seja implementado um estoque no exterior, será fundamental o

transporte da mercadoria. Lopez e Gama (2011) advertem que a colocação de

mercadorias próximos aos consumidores costuma ser interessante, mas é

importante lembrar que os produtos não se locomovem sozinhos. Portanto, os

gestores das empresas precisam prestar atenção no fator de como a mercadoria

será levada até o determinado local. Neste sentido Hara (2011), reforça que o

transporte é fundamental para conexão do produto com o seu mercado.

A análise básica do transporte inicia nos dois fatores fundamentais, o tempo

e o custo. Provavelmente serão estes que definirão como as mercadorias serão

transportadas de um local a outro. Como o presente estudo abordou um mercado

em especifico, a Ásia, alguns métodos de transporte já puderam ser ignorados no

que diz respeito ao trânsito do produto do Brasil para lá. São eles o rodoviário e o

ferroviário devido a falta de linhas férreas e rodovias.

Conseqüentemente, os métodos de transporte aéreo e marítimo ficam como

opções. Barat (2007) constata que o modal aéreo é mais adequado para produtos

pequenos, de valor agregado e com urgência de entrega. Já Ludovico (2010)

ressalta que este tipo de transporte é o mais caro de todos. Na outra mão, o

transporte marítimo é muito mais acessível e seguindo uma linha de raciocínio que o

produto não possui urgência, uma vez que ficará estocado para atender uma

demanda futura, a locomoção do produto por água se faz mais coerente (COELHO,

2006).

No estudo ainda foi possível identificar a grande diferença de valores

monetários, onde o custo do transporte marítimo ficaria em torno dos USD 0,02 por

kg, enquanto o custo do valor do transporte aéreo não baixaria dos USD 1,30 a

kilograma. Mesmo que a diferença do tempo de trânsito dos modais fica em

Page 56: TCC Bruno 11-04

55

aproximadamente 30 dias, este fator não é o suficiente para alterar o método de

transporte utilizado atualmente pelos exportadores de couro ao mercado asiático.

Entretanto o estudo não se obteve somente na identificação de qual modal é

o mais utilizado para o transporte do produto até o mercado asiático com o intuito de

armazenagem. Aprofundando o assunto, o pesquisador pode notar a preocupação

da Euro-América em vários fatores na gestão do transporte oferecido aos seus

clientes exportadores e importadores, seguindo as premissas abordadas por Hara

(2011), onde é afirmado que a contratação do transporte é umas das mais

importantes etapas da cadeia logística de uma organização.

Primeiramente, não podendo fugir do mercado atual, o custo é um aspecto

que provoca a Empresa a sempre procurar opções que satisfaçam seus clientes.

Lembrando da premissa que o barato pode sair caro, os colaboradores da

organização buscam oferecer a seus clientes opções confiáveis e que ainda possam

proporcionar excelente valor competitivo em termos monetários. Para isto a parceria

com companhias idôneas são fortalecidas diariamente, além da oferta de diversos

recursos logísticos como a consolidação de mercadorias que podem auxiliar na

competitividade do cliente, exatamente como os pensamentos de Keedi (2007).

O segundo aspecto que já esta consolidado dentro da empresa é referente a

gestão do fluxo de informações, que vai de encontro com o que Fleury e Ribero

(2003) afirmam sobre os serviços logísticos básicos de um agente de carga. Para a

diretoria da empresa, manter os clientes informados sobre as movimentações que

suas mercadorias passam não é mais um diferencial, mas sim um necessidade

devido a tecnologia da informação. Este processo hoje é muito importante e precisa

ser constantemente ajustado devido aos inúmeros instrumentos tecnológicos que

freqüentemente são lançados. Pensando nisto, altos investimentos são feitos em

sistemas que proporcionem uma interatividade com o cliente, além da constante

capacitação do quadro de funcionários que podem proporcionar tais benefícios aos

clientes da Euro-América.

Voltando para a delimitação do presente estudo, a seguir o pesquisador

apresenta como o serviço esta estruturado, abordando e caracterizando as etapas

essenciais para a armazenagem de produtos em Hong Kong.

Page 57: TCC Bruno 11-04

56

3.4 O SERVIÇO DE ARMAZENAGEM

Independente de Ackerman (2004) acreditar que a armazenagem não é

uma atividade altamente inovadora, ou de Moura (1997) pensar simplesmente no

ato de manter um material parado até que o mesmo seja solicitado. O presente

estudo conseguiu analisar a importância das diversas etapas que acontecem

durante o procedimento de estocagem internacional, e através do entendimento

destes passos acredita-se que é possível atingir o ideal de Campos et al. (2011), o

de armazenar um material com eficiência.

Para seguir uma seqüência lógica de apresentação dos procedimentos e

etapas encontradas na pesquisa, será seguido os raciocínios de Rago (2008), onde

o mesmo basicamente define os subprocessos de armazenagem em recebimento

físico, estocagem, separação de pedidos e expedição.

Não contrariando a ordem dos subprocessos abordados por Rago (2008),

acredita-se que primeiramente é fundamental a apresentação do armazém onde o

serviço da Euro-América esta estruturado.

Hong Kong, como abordado previamente, não é um local que possua

exuberância de espaço físico, portanto as maiorias das edificação são estruturadas

verticalmente. Não fugindo desta realidade o armazém onde as mercadorias ficam

hoje armazenadas esta localizado dentro do ATL Logistics Centre - the world's first

and largest intelligent multi-storey drive-in cargo logistics centre, um complexo

logístico de administração privada, estruturado em dois edifícios de 7 e 13 andares

com capacidade de armazenamento de até 9.329.000 pés quadrados.

A localização estratégica do armazém pode ser melhor compreendida na

imagem 1. E através da análise de mesma, pode se observar que posição

geográfica do centro logístico vai de encontro com os pensamentos de Rosa (2003),

que afirma que o armazém deve estar localizado mais próximo possível dos

usuários. Ainda é possível associar com o aspecto qualitativo de localização

abordado por Banzato et al. (2003), a facilidade de acesso, pois o mesmo fica ao

lado do porto de Hong Kong e a 35 minutos da fronteira do país com a China.

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57

Imagem 1: Localização do ATL Logitics CentreFonte: http://www.atlhk.com/en_atl_main.html - acesso em 19/04/2013

O ponto, ou a localização física do armazém, é abordado por Ackerman

(2004) como um dos “4 pes” da armazenagem. Outro “p” abordado pelo autor é o

produto, que segundo o mesmo refere-se tanto ao serviço, quanto a instalação física

oferecida para a armazenagem. A imagem 2 foi capturada durante a visita ao local, e

pode comprovar alguns aspectos abordados no referencial teórico no que diz

respeito a estrutura física.

Imagem 2: Localização do ATL Logitics CentreFonte: http://www.atlhk.com/en_atl_main.html - acesso em 19/04/2013

Page 59: TCC Bruno 11-04

58

O piso de um armazém é abordado por Rosa (2003) quando o autor afirma

que o mesmo deve possuir um acabamento nivelado e liso para proporcionar um

bom transito de produtos, o que pode ser verificado no local. Porém, o mesmo autor

fala da altura dos espaços de armazenagem, mas no local não foi constatado os 6

metros de pé direto requisitado pelo escritor. David e Stewart (2010) afirmam que o

local deve basicamente proteger os produtos que ali estão estocados da chuva e do

sol, logo este pressuposto pode ser plenamente verificado a partir da visita

realizada.

Ackerman (2004) traz um ponto importante, que é a segurança destes locais.

Segundo o autor o armazém pode ser um local propicio a furtos devido a diversos

fatores. Alguns aspectos abordados pelos autores puderam ser verificados no local,

e por mais que Ackerman (2004) não acredite totalmente na eficiência dos sistemas

de monitoramento por câmeras, este foi o primeiro ponto verificado na visita e pode

ser comprovado nas imagem 3.

Imagem 3: Circuito fechado de TVFonte: Fotografia tirada pelo pesquisador em 26 de Março de 2013.

Na oportunidade também foi encontrada a presença de uma guarita, imagem

4. Rosa (2003) defende a importância deste instrumento, que com alojamento de um

vigilante irá intensificar a segurança do local e também pode auxiliar na

movimentação e orientação dos usuários do armazém. Na mesma imagem ainda é

possível associar os pensamentos de Ackerman (2004) referente a marcação das

vias de movimentação com tintas amarelas no chão e equipamentos de orientação

como semáforos para o trânsito de veículos.

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59

Imagem 4: Guarita de segurança e vias de movimentação Fonte: Fotografia tirada pelo pesquisador em 26 de Março de 2013.

O referencial ainda aborda dois importantes aspectos na questão de

segurança dos armazéns, a limpeza e os sistemas de combate a incêndio. Dias

(1996) fala principalmente da utilização dos sprinklers em algum eventual incêndio.

Durante a visita do pesquisador, procurou-se verificar a existência de tal sistema e

se as distâncias mínimas abordadas pelo autor estavam sendo obedecidas no local.

A figura 5 mostra que estes valores foram facilmente identificados no local e a figura

7 ainda mostra a utilização de extintores de incêndio.

Imagem 5: Sistemas de combate a incêndios Fonte: Fotografia tirada pelo pesquisador em 26 de Março de 2013.

Voltando aos raciocínios de Rago (2008) a primeira etapa da armazenagem

esta constituída no recebimento das mercadorias. Foi identificado no local a

existência de uma área especifica onde o processo acontece. Moura (1997) fala da

Page 61: TCC Bruno 11-04

60

necessidade e da importância das docas para um procedimento de recebimento

eficaz, durante a pesquisa o mesmo pode ser comprovador devido a facilidade de

movimentação que estas proporcionam aos operadores de empilhadeiras, que

conseguem aumentar o raio de ação de seus equipamentos através da utilização

destas plataformas. A imagem 6 exemplifica isto mostrando algum dos espaços

oferecidos pelo armazém para o carregamento ou descarregamento de caminhões,

além da operação de uma desova de container. É interessante observar a

possibilidade da empilhadeira entrar dentro do contêiner devido a utilização destes

espaços específicos, fator este que além de facilitar a operação agiliza a tarefa.

Acrescentando também a possibilidade de operações simultâneas devido ao espaço

oferecido.

Imagem 6: Área de carregamento e descarregamento Fonte: Fotografia tirada pelo pesquisador em 26 de Março de 2013.

Quando o armazém descarrega um determinado caminhão, a

responsabilidade pelos produtos que ali estão sendo entregue esta transferida para

a organização. No local pesquisado foi verificado a importância desta etapa a partir

da existência de uma aérea especifica para tal serviço e utilização de funcionários

designados especificadamente para a conferência dos produtos que ali chegam. A

tarefa desta equipe consiste em uma análise criteriosa do produto, com a pesagem,

medição, e verificação de alguma avaria que o volume tenha sofrido antes de chagar

ao armazém, exatamente de acordo com o que Arnold (2012) aborda sobre a

referida tarefa. Qualquer divergência entre o que foi declarado nos documentos com

o que ali esta sendo recebido é registrado e reportado ao escritório imediatamente

para que o cliente também fique a par da situação. A imagem 7 ilustra o que foi

identificado presencialmente em Hong Kong.

Page 62: TCC Bruno 11-04

61

Imagem 7: Área de recebimento e conferência Fonte: Fotografia tirada pelo pesquisador em 26 de Março de 2013.

Seguindo na análise do serviço prestado pela Euro-América, foi identificado

que após o recebimento e conferência dos volumes, os mesmos são enviados para

os locais onde serão estocados. Porém, antes do envio, os volumes recebem uma

nova marcação que padroniza as informações aos operários do armazém. Seguindo

os pensamentos de Rodrigues (2012), dentre as informações que são colocadas

nesta etiqueta, constam o número do volume, data de recebimento, peso e nome do

cliente, o procedimento pode ser observado na Imagem 7.

Voltando na questão da movimentação, durante a visita foi constatado que o

processo de circulação dos volumes é feito por empilhadeiras, isto é justificado

devido ao peso dos volumes de aproximadamente 500 kgs cada, exatamente como

Bazato et al. (2003) afirma quando aborda que é a característica do volume que

define o método como o mesmo será transportado dentro do armazém.

É possível afirmar que a movimentação dos volumes e o processo de

armazenamento são relacionadas diretamente, pois o que foi verificado durante a

visita, é que os próprios operadores definem os locais onde os produtos são

estocados. Válido ressaltar porém, que esta informação não pode ser considerada

como cem por cento confirmada, uma vez que o pesquisador não conseguiu traduzir

o que os funcionários do armazém falavam devido a diferença de idiomas.

Entretanto, a partir da observação feita no local, foi concluído que os próprios

operadores armazenavam as mercadorias seguindo as instruções básicas de

manuseio identificadas no recebimento. Dentre estas instruções, estão as indicações

Page 63: TCC Bruno 11-04

62

de sentido abordadas por Ludovico (2010) que puderam ser encontradas no local e

são ilustradas a partir da imagem 8.

Imagem 8: Instruções de movimentação.Fonte: Fotografia tirada pelo pesquisador em 26 de Março de 2013.

A questão de onde os volumes são estocados é uma variável muito

importante para logística do armazém. Banzato et al. (2003) afirma que este

procedimento irá interferir diretamente na otimização dos espaços do armazém e

conseqüentemente na eficácia do serviço oferecido pela organização. Autores como

Dias (1993) aconselham a consulta a profissionais especializados na criação de

layout de armazenagem. Ackerman (2004), ao mesmo tempo que demonstra uma

preocupação com o operador de empilhadeira se responsabilizando pela definição

de um local para estocagem do produto, afirma que os operadores produzem mais

quando controlam o próprio trabalho. O período de análise no terminal foi curto,

porém o que foi observado foi que os espaços tendem a ser bem utilizados com um

grande aproveitamento do espaço cúbico oferecido pelas instalações do terminal, a

imagem 9 procura elucidar isto.

Um dos fatores muito importantes na armazenagem, além do

aproveitamento do espaço físico é movimentação necessária para retirada de um

determinado volume, porém esta variável não pode ser analisada, devido ao curto

espaço de tempo que o pesquisador esteve no terminal.

Page 64: TCC Bruno 11-04

63

Imagem 9: Estocagem de volumes e aproveitamento do espaco.Fonte: Fotografia tirada pelo pesquisador em 26 de Março de 2013.

Durante a visita ao armazém em Hong Kong o pesquisador procurou

identificar qual ou quais das quatro técnicas de estocagem abordadas por Dias

(1996) estavam sendo aplicadas naquele local. A partir do conhecimento dos

produtos que ali eram estocados, na grande maioria couro, já foi possível eliminar a

estocagem em caixas e a utilização de racks. Também não foi encontrado o

empilhamento de produtos em nenhuma estrutura de apoio, as prateleiras. Isto pode

ser compreendido quando Dias (1996) lembra que estas estruturas servem para

estocagem de volumes com baixo peso, o que não é o caso dos que ali estão

estocados. As imagens 9 e 10 mostram a técnica encontrada no terminal

pesquisado: o empilhamento de produtos sob produtos.

Imagem 10: Armazenagem vertical.Fonte: Fotografia tirada pelo pesquisador em 26 de Março de 2013.

Ainda a partir da análise das imagens 9 e 10, foi possível identificar a

presença dos paletes, que segundo Arnold (2012) além de padronizar as

Page 65: TCC Bruno 11-04

64

embalagens e proporcionar mais segurança ao produto, auxiliam na estocagem dos

produtos. Foi possível então identificar a importância destes instrumentos logístico,

pois devido a utilização dos mesmos o armazém consegue efetuar uma estocagem

vertical segura e eficaz.

A preocupação de Rago (2008) com um manuseio excessivo dos volumes

quanto a estocagem vertical pode ser identificado no local. A imagem 11 mostra que

o referido armazém também utiliza os pensamentos de Moura (1997), armazenando

os volumes ao longo da próprio pavimento da instalação, uma vez que este método

proporciona uma facilidade de movimentação. Porém foi identificado que esta

técnica acaba restringindo o espaço do armazém de maneira significativa, causando

inclusive o aproveitamento das lacunas reservadas para circulação das

empilhadeiras para o armazenamento dos volumes. Conseqüentemente esta

utilização dos espaços pode gerar um número maior de movimentações, o que vai

contra os preceitos de Ackerman (2004), e ainda pode influenciar negativamente na

próxima tarefa executada no terminal: a separação e expedição dos pedidos.

Imagem 11: Armazenagem horizontal.Fonte: Fotografia tirada pelo pesquisador em 26 de Março de 2013.

Neste sentido, Banzato et al. (2003) já destacavam que o processo de

expedição deve ser rápido, eficiente e preciso. Verifica-se então, a importância de

todas as atividades anteriores serem executadas de maneira correta para que esta

etapa final do serviço também possa acontecer de maneira eficaz. Foi identificado

que o processo inicia quando as instruções de liberação da mercadoria são

recebidas pelo escritório do armazém e posteriormente repassadas ao departamento

operacional. Estes então, irão efetuar a busca pelos volumes nas áreas de

estocagem e transferi-las para um espaço especifico designado para expedição dos

Page 66: TCC Bruno 11-04

65

volumes. A imagem 12 ilustra que o local nomeado para a expedição é semelhante

ao lugar onde as mercadorias foram recebidas.

Imagem 12: Expedição de mercadorias.

Fonte: Fotografia tirada pelo pesquisador em 26 de Março de 2013.

A escolha do local pode ser justificada pela agilidade proporcionada no

momento do carregamento dos veículos, uma vez que os volumes já estão

posicionados nos locais onde os veículos são estacionados e como o armazém

possui inúmeras docas, nenhuma operação é prejudicada. Ressaltando ainda que o

posicionamento das mercadorias não bloqueia a circulação das empilhadeiras

conforme os pensamentos de Ackerman (2004).

Antes da entrega ou autorização para o carregamento, a mesma equipe que

efetuou o recebimento das mercadorias irá verificar a necessidade de algum

eventual ajuste nas embalagens através de uma conferência minuciosa dos volumes

que ali estão sendo entregue. Banzato (2003) destaca que a expedição pode indicar

erros que acontecem nas atividades anteriores e apesar de Rago (2008) definir a

tarefa de conferência como um procedimento de retrabalho e que não agrega valor

ao serviço, o procedimento é executado no local com máxima atenção. Acredita-se

que os erros que podem acontecer na atividade, como uma troca de volumes, tem a

capacidade de manchar a imagem da organização, além do alto custo necessário

para corrigir o erro. Rago (2008) acredita que a melhor maneira de se fazer uma

conferência seria através da utilização de um sistema de informática específico para

armazenagem que efetue um cruzamento de dados afim de apontar algum acidental

erro no serviço. Entretanto não foi observada a utilização de etiquetas com código

de barras que proporcionariam tal facilidade.

Page 67: TCC Bruno 11-04

66

Ainda na expedição, foi identificado que apesar do serviço de estocagem

estar localizado em Hong Kong, não é necessário que o destino final dos volumes

deve ser este. A Euro-América ainda oferece o serviço de entrega ou envio dos

produtos a qualquer lugar do mundo, uma vez que além de ser um centro de

estocagem o serviço pode ser considerado como um centro de distribuição. A

localização do terminal proporciona facilidade de utilização dos modais básicos

transporte, fazendo que o produto possa ser entregue em qualquer lugar do mundo

via aérea, marítima e rodoviária, conforme a necessidade dos envolvidos.

O último aspecto analisado foi a tecnologia de informação no controle do

estoque dos clientes. O pesquisador, atuando dentro da organização como

integrante do processo, conseguiu identificar um sistema de armazenagem

informatizado. Foi verificado que é através da utilização do mesmo, que a cobrança

dos valores é realizada. A Imagem 13 esboça o relatório gerado pelo sistema onde

informações de quantidade e tempo de permanência são as bases essenciais para a

cobrança do serviço.

Imagem 13: Controle gerado do WMS do armazém.Fonte: Fotografia tirada pelo pesquisador em 17 de Abril de 2013.

Após feita a apresentação do serviço, o presente estudo pretende

Page 68: TCC Bruno 11-04

67

CONSIDERAÇÕES FINAIS

[Conclusões baseadas nas evidências coletadas, resgatando os objetivos do

trabalho e fazendo considerações acerca das contribuições do trabalho para a

comunidade acadêmica e profissional. Não se deve aqui repetir resultados já

detalhados no capítulo anterior ou análise de outros resultados não apresentados. O

objetivo é contextualizar a elaboração do trabalho e seus resultados]

[Abordagem das limitações do estudo, ou seja, até que ponto os resultados

são considerados válidos ou se pode generalizá-los a outras empresas.]

[Indicações de futuros direcionamentos de pesquisa.]

Page 69: TCC Bruno 11-04

68

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[APÊNDICES/ANEXOS]

[Elementos opcionais que servem para auxiliar no entendimento do trabalho.

Apêndices são produzidos pelo próprio autor e anexos referem-se a outros materiais

ou documentos.]