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BRUNO WEBER MERLIN
ARMAZENAGEM INTERNACIONAL: ANÁLISE DO SERVIÇO OFERECIDO PELA
EURO-AMÉRICA AOS EXPORTADORES DE COURO NO MERCADO ASIÁTICO.
Novo Hamburgo
2012
BRUNO WEBER MERLIN
ARMAZENAGEM INTERNACIONAL: ANÁLISE DO SERVIÇO OFERECIDO PELA
EURO-AMÉRICA AOS EXPORTADORES DE COURO NO MERCADO ASIÁTICO.
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado como requisito parcial à
obtenção do grau de Bacharel em
Administração pela Universidade
Feevale.
Orientador: Everton Luis Kupssinsku
Novo Hamburgo
2013
BRUNO WEBER MERLIN
Trabalho de conclusão do Curso Administração, com título ARMAZENAGEM
INTERNACIONAL: ANALISE DO SERVICO OFERECIDO PELA EURO-AMÉRICA
AOS EXPORTADORES DE COURO NO MERCADO ASIATICO, submetido ao
corpo docente da Universidade Feevale, como requisito necessário para obtenção
do Grau de Bacharel em Administração.
Inclui Termo de Consentimento da Empresa/Entrevistado: [_] Sim; [_] Não
Aprovado por:
__________________________________________
Orientador: Everton Luis Kupssinsku
___________________________________________
Professor avaliador
___________________________________________
Professor avaliador
Dedicatória
Dedico este trabalho...
Agradecimentos
Agradeço...
O que não provoca minha morte faz com que eu fique mais forte.Friedrich Nietzsche
RESUMO
[“Apresentar, de forma breve, o tema e sua importância, os objetivos, o marco
teórico principal, a metodologia e os resultados alcançados, ou seja, os pontos
relevantes do texto, fornecendo uma visão rápida e clara do conteúdo e das
conclusões do trabalho. O resumo deve ser elaborado de acordo com a NBR 6028,
na forma de frases concisas e objetivas ( e não enumeração de tópicos), utilizando a
terceira pessoa do singular, os verbos na voz ativa e evitando o uso de expressões
negativas. O resumo de um trabalho deve constituir-se de 150 a 500 palavras (...)”
(PRODANOV E FREITAS, 2009, pg. 255-257)]
Palavras-chave: [3 a 5 palavras-chave]
ABSTRACT
[“Elemento obrigatório, com as mesmas características do resumo em língua
vernácula, digitado em folha separada (em inglês, Abstract; em espanhol, Resumen;
em francês, Resumé, por exemplo) (...)” (PRODANOV E FREITAS, 2009, pg. 257)]
Keywords: [3 a 5 palavras-chave em inglês]
[Lista de ilustrações: opcional, digitado em página separada]
[Lista de tabelas: opcional, digitado em página separada]
[Lista de abreviaturas e siglas: opcional, digitado em página separada]
[Lista de símbolos: opcional, digitado em página separada]
SUMÁRIO
[Substituir este texto pelo sumário. Para um sumário automatizado, o texto deve
respeitar a utilização dos estilos próprios para cada nível de título (Título 1, Título 2,
etc.) Nesse caso, deve-se somente clicar em “Referências” “Sumário”. Deve
constar desde a Introdução até as Referências e respeitar a NBR 6024. Para mais
detalhes, consultar Prodanov e Freitas (2009, pg. 258). Vide exemplo a seguir,
criado a partir deste documento:
Introdução.....................................................................................................10
1 LOGÍSTICA................................................................................................13
1.1 LOGÍSTICA INTERNACIONAL...........................................................14
1.2 SERVIÇOS LOGÍSTICOS...................................................................14
1.2.1 Documentação Necessária...........................................................15
1.2.2 Métodos de Transporte.................................................................18
Transporte Aéreo...................................................................................19
Transporte Marítimo...............................................................................21
Transporte Rodoviário...........................................................................23
1.2.3 Estoque.........................................................................................24
1.2.4 Armazenagem...............................................................................28
O Armazém............................................................................................31
Segurança e Limpeza............................................................................35
Movimentação........................................................................................36
Recebimento..........................................................................................38
Estocagem.............................................................................................40
Separação e Expedição de pedidos......................................................42
Tecnologia da informação na armazenagem.........................................44
2 Método.......................................................................................................45
2.1 Classificação da pesquisa...................................................................45
2.1.1 Quanto à sua natureza.................................................................45
2.1.2 Quanto aos seus objetivos............................................................46
2.1.3 Quanto aos procedimentos técnicos.............................................46
2.1.4 Quanto à abordagem do problema...............................................47
2.2 Universo e amostra [ou “Empresa objeto de estudo”].........................47
2.3 Instrumento(s) E PROCEDIMENTOS de coleta de dados..................48
2.4 Procedimentos de análise...................................................................50
3 Análise e discussão dos resultados...........................................................51
3.1 APRESENTAÇÃO DA EURO-AMÉRICA............................................51
Considerações finais.....................................................................................53
Referências...................................................................................................54
[apêndices/anexos].......................................................................................59
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INTRODUÇÃO
O comércio internacional acontece devido as diferenças de produção e das
disponibilidades de recursos naturais encontradas em cada território. Este fenômeno
que ocorre desde os primórdios da historia, vem se intensificando cada vez mais.
Acredita-se que a globalização surgiu não só para energizar estas trocas de
produtos e serviços, mas também para revolucioná-lo, fazendo com que os
indivíduos que participam destas trocas passem por transformações e evoluções.
Para muitos, o país que mais aproveitou a fenômeno da globalização foi a
China. Um exemplo disto pode ser notado no ano de 2007, onde o país foi
responsável por 17% do PIB mundial, mesma porcentagem alcançada pelos
Estados Unidos. Ainda considerando que a China é o país que mais cresceu no
mundo nas ultimas três décadas, sua participação no comércio internacional é
fundamental. Sendo ainda possível verificar a importância deste mercado quando
verificamos que quase 20% das exportações brasileiras possuem como destino o
território Chinês.
O setor coureiro não foge deste panorama, uma vez que a China possui uma
grande demanda do produto e tem uma gigantesca capacidade produtiva com baixo
custo. Segundo o Centro das Industrias de Curtumes – CICB (2008, p.136) “Em
1997, a China produziu quase 48% de toda a renda gerada no mundo com a
comercialização de calcados. Em 2005, esse valor já havia subido para 61%.”
Em um ambiente desta magnitude, onde a maioria dos concorrentes
internacionais buscam espaço no mercado chinês, as empresas são forçadas a
procurar formas de distinção. Esta diferenciação pode ser alcançada de diversas
formas, seja através de qualidade, preço ou alguma outra forma que proporcione
destaque frente concorrência internacional.
Neste sentido, a logística tem um papel fundamental para que as empresas
consigam agregar valor ao seu produto, e considerar o processo logístico como um
fator capaz de trazer diferencial competitivo para as organizações é essencial.
Muitos fatores podem ser estudados dentro do fluxo das mercadorias de
uma empresa, mas o estoque é a parte da logística responsável pela armazenagem
de produtos em um determinado local. Esta atividade pode se tornar um diferencial
muito importante para as empresas, a partir do momento que o estoque esta
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armazenado para atender a uma demanda futura com a possibilidade de entrega
imediata do produto. Alvarenga e Novaes (2000) ainda defendem que a
armazenagem esta relacionada com a distribuição de produtos, sazonalidade de
consumo, variação de preços de mercado, consolidação e desconsolidação de
mercadorias, falta de espaço físico ou redução de custos.
Por conseguinte, o presente trabalho tem por tema a logística internacional,
sendo delimitado a analise do serviço logístico de armazenagem internacional
oferecido pela Empresa Euro-América em Hong Kong para o setor coureiro.
A escolha justifica-se pelo fato do serviço oferecido pela empresa ser
diferente dos demais operadores logísticos da região, mostrando que os agentes de
carga também precisam oferecer novas soluções devido a atual situação do
mercado internacional. Para o acadêmico o tema abordado pelo trabalho é de suma
importância, uma vez que o mesmo trabalha na organização executando e
desenvolvendo o serviço. Já para empresa, a pesquisa será importante para verificar
se o serviço pode ser aperfeiçoado.
Considerando o contexto descrito, este trabalho busca responder a seguinte
questão: Como esta estruturado o serviço de armazenagem internacional oferecido
pela Euro-América. A partir da conhecimento da estrutura do serviço, acredita-se
que seja possível difundir a ferramenta para uma maior gama de clientes, e que tal
ferramenta seja capaz de gerar um diferencial competitivo para a empresa perante
sua concorrência.
Estabelece-se, então, como objetivo geral, analisar o serviço de
armazenagem internacional oferecido pela Euro-América em Hong Kong. A partir do
objetivo geral foram estabelecidos os seguintes objetivos específicos: identificar o
atual mercado asiático para o setor coureiro; apresentar e descrever o processo de
armazenagem internacional e, por fim, propor melhorias ao serviço oferecido pela
empresa.
Quanto ao tipo de pesquisa empregado no desenvolvimento do referido
relatório, foi utilizado a pesquisa descritiva, pois conforme Prodanov e Freitas (2009,
p. 63) "Tal pesquisa observa, registra, analisa e ordena dados, sem manipulá-los,
isto é, sem interferência do pesquisador". Através de pesquisa bibliográfica a
monografia relaciona a teoria que foi encontrada nos livros e artigos científicos com
as situações analisadas dentro da empresa. Com uma abordagem qualitativa na
analise dos dados encontrados durante a execução do estudo de caso, o trabalho de
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conclusão de curso propõem as melhorias ao serviço e responde ao problema do
trabalho.
Constitui-se assim o trabalho de conclusão de curso da seguinte forma: na
introdução foi abordada a contextualização do tema e da pesquisa. O referencial
teórico é importante para definir e aprofundar o conhecimento sobre a logística
internacional, em especial sobre a armazenagem de produtos fora do pais. O
capítulo seguinte abordou o método de pesquisa utilizado no trabalho; na seqüência,
apresenta-se o capítulo sobre o estudo de caso, que foi dividido em apresentação do
caso e análise dos dados; seguido pelas considerações finais.
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1 LOGÍSTICA
Antes de ser abordada a Logística no âmbito internacional, ou seja, além das
fronteiras do nosso pais, é interessante definir o que é logística e conhecer sua
origem. Pretende-se então definir neste capitulo aspectos fundamentais deste
processo empresarial para o comércio internacional e abordar em especial a
atividade de armazenagem com o intuito de resolver os objetivos e questionamentos
levantados por este trabalho.
Estudiosos afirmam que a origem da logística é militar, pois foi desenvolvida
com objetivo de vencer batalhas colocando os recursos certos no local certo, na
hora certa, explica Alt e Martins (2000). A respeito disso, Novaes (2001, p. 31) diz
que: “os generais precisavam ter, sob suas ordens, uma equipe que providenciasse
o deslocamento, na hora certa, de munição, víveres, equipamentos e socorro
médico para o campo de batalha”.
Já no âmbito empresarial Novaes (2001, p. 36) define logística como:
Logística é o processo de planejar, implementar e controlar de maneira eficiente o fluxo e a armazenagem de produtos, bem como os serviços e informações associados, cobrindo desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o objetivo de atender os requisitos do consumidor.
Hara (2011, p. 43) apud Kotler e Keller (2006), aponta que:
a logística de mercado requer sistemas logisticos integrados, que segundo eles, englobam: o gerenciamento de materiais, os sistemas de fluxos de materiais e a distribuição física, com base na tecnologia da informação.
Atualmente a logística evoluiu muito, pois inúmeros valores foram agregados
á cadeia produtiva, Novaes (2001) diz que o valor de lugar, de tempo, de qualidade
e de informação são valores positivos para o consumidor final. O autor ainda
completa dizendo que a Logística Moderna visa eliminar do processo qualquer
procedimento que acarreta custos e perda de tempo.
No momento que a logística passa a oferecer valores positivos aos clientes
finais, é possível afirmar que este processo é capaz de agregar valor ao produto da
empresa. Conseqüentemente a logística deve ser analisada como um artifício capaz
de gerar vantagem competitiva perante a concorrência e uma artimanha para
diferenciar a empresa em mercados competitivos. Para Hara (2011) isto fica ainda
mais evidente quando é destacado que o custo da logística pode representar até
35% do valor final do produto.
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1.1 LOGÍSTICA INTERNACIONAL
A logística passa a acontecer no âmbito internacional a partir do momento
que a globalização dos mercados e a internacionalização das economias mundiais
se intensificam (NUNES, 2006 apud VASTAG; KASARDA; BOONE, 1994).
Aproveitando a oportunidade oferecida por estes dois fatores o numero de
negociações entre diferentes países aumenta significativamente, gerando assim a
necessidade de um maior planejamento, um rígido controle e constante
monitoramento dos aspectos de entrega e prazos.
O gerenciamento logístico de qualquer empresa não é um processo simples
e fácil de ser gerido, mas segundo os pensamentos de Morini (2011) a complexidade
da logística internacional, gerada pela globalização, fica ainda mais complicada e
custosa devido as novas variáveis encontradas neste âmbito. Estes fatores
destacados pelo autor são: a distância de cada lugar, a documentação exigida em
cada país, a diversidade de cultura encontrada em cada parte do mundo e a
diferença de demanda de cada mercado.
Seguindo as variáveis abordadas por Morini (2011), a seguir serão
apresentados os tipos de serviços logísticos que possuem o intuito de solucionar
estes impasses gerados no comercio internacional.
1.2 SERVIÇOS LOGÍSTICOS
Considerando que o comércio internacional requer múltiplos conhecimentos de legislações especificas em constante processo de mutação, procedimentos operacionais diversificados, além da necessidade de uma coordenação entre as diferentes fases do processo, a tendência moderna é a terceirização do processo, entregando-o a empresas especializadas na condução dos procedimentos logísticos, que executarão com competência o conjunto de operações porta-a-porta (RODRIGUES, 2012, p. 15).
Seguindo os raciocínios de Fleury e Ribeiro (2003) existem diversos tipos de
serviços logísticos que podem ser encontrados junto a prestadores especializados
para agregar valor ao produto dentro da cadeia de suprimentos, alguns deles podem
ser destacados abaixo:
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Assessoria documental;
Gerenciamento e contratação de transporte;
Importação e exportação de produtos;
Gestão do fluxo de informações;
Consolidação e desconsolidação de mercadorias;
Gerenciamento de armazém;
Reposição de estoque;
Mourão (2010, apud Morini;Leoce, 2011, p. 13), define o prestador de
serviços logísticos como:
[...] um agente integrador no processo de relacionamento, especializado em gerenciar todas as atividades logísticas o parte delas, o qual assume tambem a responsabilidade de trabalhar para que as ações planejadas se concretizem nas varias fases da cadeia de suprimentos de seus clientes, agregando valor ao produto dos mesmos, e que tenha competência para, no mínimo, presta simultaneamente serviços nas três atividades básicas: controle de estoques, armazenagem e gestão de transporte.
Devido a globalização, atualmente o comércio internacional esta muito
competitivo e falhas com questões de prazos e qualidade de serviço contratado para
entrega do produto, podem causar prejuízos enormes nas transações internacionais
de uma organização. O auxílio de empresas especializadas e reconhecidas no ramo
do agenciamento do transporte internacional é extremamente necessário, para que a
gestão de custos com transporte, armazenamento e burocracia documental sejam
bem controladas, uma vez que a atenção da empresa deve estar no cliente final e
qualidade de seu produto (LUDOVICO, 2010, p. 194).
1.2.1 Documentação Necessária
Conforme Hartung (2002, p. 34) “No campo do comércio exterior, vários
documentos são produzidos e emitidos durante todo o processo de negociação,
concretização do negocio, embarque e desembaraço da mercadoria”. Portanto o
processo de envio de mercadorias ao exterior com o intuito de armazenagem, não
foge desta regra e, a seguir, será apresentado os documentos básicos para a
exportação de um processo desta característica.
A fatura Pro Forma é o primeiro documento trocado entre o importador e o
exportador. Ali serão definidas os preços, o incoterm, o local de entrega, a forma de
entrega, as condições de embalagem, etc. É valido ressaltar que neste ponto ainda
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não ha nenhum compromisso formal entre as partes. Dias e Rodrigues (2012, p.
182) afirmam que:
É o primeiro documento oficial, que pode ser desde uma carta contento todos elementos indispensáveis para ser considerado um documento, ate um contrato formal semelhante a uma fatura comercial. Esse documento é enviado ao importador quando existir uma manifestação de interesse por parte deste importador pelo produto que o vendedor esta oferecendo.
De acordo com o que afirmam Lopez e Gama (2011, p. 234), a fatura
comercial é um “documento de cobrança emitido pelo exportador, consignando
todos os detalhes da negociação desenvolvida [...]”. Este documento ira conter as
informações que foram definidas a partir do envio da Pro Forma, porém com os
valores já definidos e as variáveis seladas. Na mesma linha de raciocínio, Mier
(1997) destaca que a fatura comercial é um documento essencial tanto para a
exportação da mercadoria no pais de origem como para a importação e
nacionalização dos produtos no destino.
O Packing List, Lista de Embarque ou ainda Romaneio, é um documento
emitido pelo fabricante da mercadoria, onde é destacado a mercadoria e a
quantidade do produto que consta em cada volume. Informações como peso bruto,
peso liquido, quantidade de peças, volume, referencia e marcas devem constar
neste documento. Conforme Diaz e Rodrigues (2012, p. 184):
O packing list, ou romaneio é um documento (informal) necessário para uma verificação da mercadoria que esta se comercializando, bem como para o desembaraço aduaneiro, tanto na origem quanto no destino final, pois serve de orientação para o fiscal de alfândega, para o importador, ou para qualquer fase do processo, no caso de conferência física da mercadoria.
O AWB (Air Way Bill), o BL (Bill of Landing) e o CRT (Conhecimento de
Transporte Rodoviário) são exemplos de documentos de embarque, sendo que cada
modal de transporte emite o seu respectivo documento. Conforme Vieira (2011)
existe ainda o conhecimento de transporte multimodal (CTM), que abrange as
mercadorias transportadas por mais que um método de transporte. Entretanto na
pratica do transporte internacional os próprios conhecimentos de embarque como o
BL e o AWB possuem clausulas especificas alertando que a mercadoria poderá ser
transportada por mais que um método de transporte.
Os documentos abordados no parágrafo anterior, podem ser considerados
um contrato. Sendo que neste acordo, serão estipulados cláusulas que definiram
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aspectos como: quem irá transportar; qual é a origem; qual é o destino; quem é o
dono do produto; quem será o destinatário; qual mercadoria será conduzida; que
preço irá custar este serviço; dentre outros (DIAS; RODRIGUES, 2012). Para que
estas condições sejam cumpridas, estes conhecimentos irão constar informações
como a descrição simplificada da mercadoria, a quantidade de produto, o numero do
equipamento que esta realizando o transporte, o responsável pelo pagamento do
frete e o estabelecimento de origem e destino do embarque. Ainda sobre este
documento, em especial sobre o conhecimento marítimo de transporto, Meir (1997,
p. 185) afirma que:
Es el documento que recibe el cargador, emitido por el capitan del barco o naviera, cuya finalidad es acreditar la recepcion de la mercancia a bordo del buque, y supone el compromisso de transportala a un determinado lugar y en un tiempo determinado.
Devido a questões burocráticas e procedimentos locais, alguns países
exigem do exportador determinados certificados. Na sua grande maioria o certificado
de origem é solicitado para comprovar a procedência do produto, este pode ser
emitido por vários ou em determinadas ocasiões, por específicos órgãos. Alem da
certificação de origem, o importador pode requisitar certificados ambientais, animais,
de analise ou inspeção técnica para atestar que o produto esta livre de doenças ou
atende as requisições técnicas necessárias. Na linha de raciocínio de David e
Stewart (2010, p. 211) “Nos casos de transações que envolvem produtos agrícolas e
gêneros alimentícios, o pais importador freqüentemente exige o Certificado
Fitossanitário com a papelada”.
Como cada local possui suas próprias normas e procedimentos de
exportação e importação, serão apresentados a seguir os documentos auxiliares
exigidos pelas autoridades brasileiras para a efetivação de uma exportação.
Talvez o principal documento emitido hoje para exportação de produtos
brasileiros, é o Registro de Exportação (RE). Este documento é providenciado
através do novo sistema de comercio exterior brasileiro NOVOEX, e todas as
informações contidas ali servirão para que as entidades responsáveis possam definir
os planos de governo em âmbito nacional, a partir da analisa estatísticas geradas
pelo sistema.
Para Rocha (2009, p. 601), o artigo 523 do Regulamento Aduaneiro, destaca
que:
18
O registro de exportação, compreende o conjunto de informações de natureza comercial, financeira, cambial e fiscal que caracteriza a operação de exportação de uma mercadoria e define seu enquadramento, devendo ser efetuado de acordo com o estabelecido pela Secretaria de Comércio Exterior.
Por fim é solicitado através de um despachante aduaneiro, credenciado a
empresa, o Despacho de Exportação. O despachante aduaneiro, que segundo
Ludovico (2007), são profissionais registrados perante a Receita Federal e
controlados pelo sindicato da categoria, irão representar o exportador no momento
da liberação da mercadoria. A partir das informações declaradas na fatura comercial,
no romaneio de embarque, na nota fiscal e no registro de exportação é emitido a
Declaração de Exportação (DDE ou DE). Lopez e Gama (2011, p.254) ressaltam
que “a formulação da Declaração de Exportação inicia o despacho de exportação,
ou seja, o documento base do despacho e a DE.” Quando parametrizado o
despacho e os eventuais ajustes atendidos, a mercadorias esta autorizada a sair do
território nacional.
1.2.2 Métodos de Transporte
Desde os primórdios da humanidade, onde o homem precisava se locomover
consideráveis distancias para adquirir seu alimento, se viu necessário o transporte
de mercadorias de um ponto a outro. Neste período já era claro que o ser humano
era incapaz de transportar certos volumes devido a suas restrições físicas, mas a
solução foi rapidamente identificada com a utilização de animais domesticados que
poderiam aumentar a capacidade de transporte.
A intensificação do transporte acendia consideravelmente devido as
crescentes trocas de produtos, surgiram então novos problemas, como a
transposição de águas que não permitiam o transporte terrestre. Novos métodos de
transporte via barcos e jangadas foram ali criados (RODRIGUES, 2007).
Hara (2011, p. 3) afirma que “o transporte é definido como um elo essencial
entre a expedição da empresa e o cliente”, sendo que a maneira que as mercadorias
serão transportadas até seu destino irá influenciar em dois aspectos muito
importantes para qualquer processo logístico eficiente, tanto no âmbito nacional
como internacional, são elas: custo e tempo de transporte. Para Ballou (2004, p.
19
163) “os preços que um operador logístico precisa pagar pelo transporte estão
ligados as particularidades dos custos de cada tipo de serviço”. Aspectos de
localização irão ter forte influencia, mas estes dois fatores, custo e tempo, irão
basicamente definir se o produto ira viajar via aérea, marítima, ferroviária ou
rodoviária.
Keedi (2007, p.98) acredita que “uma boa logística de transporte deve utilizar
todos os instrumentos a seu alcance e a escolha do melhor modo ou dos melhores
modos é absolutamente fundamental para o sucesso do processo logístico”. Hara
(2011) aponta que para grande parte das organizações, a contratação do transporte
é uma das mais importantes etapas do ciclo logístico de um produto, podendo
chegar a absorver até 70% dos custos totais deste processo. Já para Ackerman
(2004, p. 257) “o transporte representa 37 por cento dos custos da logística, com a
armazenagem em 25 por cento e os custos de manutenção do inventário em 21 por
cento”.
Portanto, a seguir serão abordados os métodos de transporte aéreo, marítimo
e rodoviário. Embora existam outras metodologias de movimentação de carga como
o transporte ferroviário, no qual são utilizadas as linhas férreas para o transporte, e o
transporte dutoviário, quando se utiliza dutos para a locomoção de produtos, o
presente trabalho ira abordar somente as três primeiras formas de transporte de
mercadorias.
Transporte Aéreo
O modal aéreo, ou seja, quando a mercadoria é transportada através de
aviões, pode ser considerado o mais oneroso dentre as demais formas de transporte
(LUDOVICO, 2010). O custo elevado deste modal pode ser atrelado a diversos
fatores como a existência de despesas extremamente altas na manutenção de
aeronaves, conservação dos aeroportos, enorme do gasto de combustível da
limitação de volume transportado devido ao tamanho limitado das aeronaves.
O fato de existir restrições no tamanho e peso dos volumes transportados
via aérea acaba inviabilizando o transporte de determinadas mercadorias neste
modal. Conforme Barat (2007, p. 70) “o modal aéreo é o mais adequado para
mercadorias de alto valor agregado, pequenos volumes ou com urgência de
entrega”. Complementando, Bowersox, Cooper e Closs (2006) afirmam que apesar
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de não haver predomínio de nenhuma mercadoria em especifico no transporte
aéreo, a sazonalidade pode influenciar de maneira significativa. Isto acontece no
transporte de frutas, alimentos perecíveis ou artefatos que precisam ser
comercializados em períodos limitados como no Natal.
De acordo com Rodrigues (2011), além de ser o modal mais rápido o envio
de mercadorias via aviões é uma forma de entrega eficaz nas regiões onde modal
marítimo não consegue atender de forma direta, uma vez que os aeroportos estão
localizados pertos de grandes metrópoles. Isto acontece em países europeus como
a Suíça ou estados como o Mato Grosso que não são costeados por mares ou
oceanos. Outro ponto positivo e quem apresentando um crescimento considerável
no transporte de mercadorias pelo ar, é a crescente malha aérea atendida pelas
companhias aéreas e alta frequência de vôos.
Ludovico (2010, p.140) defende que “o transporte aéreo internacional é um
dos setores mais dinâmicos e de rápida evolução do mundo. Por essas
características esse setor precisa de uma associação representativa [...]”. Em
consequência do exposto a International Air Transport Association (IATA) foi criada.
Ainda nos pensamentos do mesmo autor é possível destacar que a principal
finalidade desta agencia é a administração e supervisão dos serviços oferecidos
pelas companhias aéreas e dos serviços prestados pelos intervenientes das
operações. Conseqüentemente Vieira (2011, p. 116) delimita quem são os
responsáveis pela contratação do serviço de transporte aéreo.
Os agentes de carga, devidamente reconhecidos e credenciados pela Iata, são responsáveis pela intermediação entre as companhias aéreas e os usuários, prestando informações sobre vôos, fretes e disponibilidade de espaços nas aeronaves e atuando tambem na consolidação de cargas.
A consolidação de cargas é mais uma parte importante no transporte de
mercadorias via aérea, entretanto para um bom entendimento é essencial entender
a estrutura de tarifas aplicadas para este transporte. David e Stewart (2010, p. 318)
afirmam que “o frete aéreo é cobrado em função de dois aspectos: peso e volume”.
Em outras palavras, o valor do frete aéreo será obtido através da multiplicação do
peso e/ou volume transportado pela tarifa aplicada pela companhia aérea.
Lembrando que esta tarifa irá variar conforme o destino e mercadoria e o volume
que esta sendo carregado, pois quanto maior o peso do produto menor será a tarifa
aplicada (GAMA; LOPEZ; 2011)
Retornando a questão da consolidação, Vieira (2011, p. 120) explica que:
21
A consolidação de carga torna possível a aplicação de fretes mais baixos, através da tarifação em uma faixa maior de peso, o que se traduz em vantagens para o embarcador e para o agente de cargas. O agente ao consolidar diversas cargas, paga a companhia aérea a tarifa correspondente a uma faixa maoir de peso, sendo essa tarifa mais baixa que aquela que seria aplicada em cada carga individualmente.
Ainda neste raciocínio Ludovico (2010) esclarece que a consolidação de
mercadorias deve acontecer somente quando as mercadorias tiverem em comum os
mesmos aeroportos de origem e destino. Assim, a consolidação de mercadorias ira
se concentrar em locais onde existam um grande fluxo de cargas, como nos
aeroportos de Hong Kong, Tokyo e Memphis, que segundo Rodrigues (2011) são os
principais aeroportos do mundo no transporte de cargas internacionais.
Finalizando, Bowersox, Cooper e Closs (2006) destacam que “embora as
rotas aéreas excedam 591.000 quilômetros, os transportes aéreos representam
menos da metade de 1% das toneladas/quilômetro intermunicipais”. Na mesma
linha, Keedi (2007) comenta que apesar da importância do modal para o comercio, e
do crescente numero de mercadorias transportadas nas ultimas décadas, o
transporte aéreo não participa de maneira expressiva das trocas de mercadorias do
Brasil, correspondendo por apenas 0,33% de tudo que entra e sai do território
nacional.
A seguir será apresentado o modal de transporte mais representativo para o
comercio internacional de mercadorias, o transporte marítimo.
Transporte Marítimo
A importância do modal marítimo para a humanidade pode ser
compreendida através da sentença que “Deus só pode ter sido um dono de navio.
Ele colocou matérias primas distantes do lugar onde elas são necessárias e cobriu
dois terços do mundo com água” (MOSES, apud KEEDI, 2007, tradução nossa).
O marítimo é um modal que aparentemente possui o custo mais acessível
para grandes volumes de mercadorias com menor valor agregado. É o método ideal
para o transporte de commodity. Isto acontece pois neste modal é utilizado o veiculo
transportador com maior capacidade de transporte de carga, o navio. Rodrigues
(2011, p. 91) ainda completa:
22
Atualmente, com imensa capacidade de carga, os navios superam facilmente 25 nós de velocidade; operações que demandariam centenas de trabalhadores e semanas para serem realizadas, comumente são executadas por bem menos pessoas, com o uso de modernos equipamentos, capazes de gerar produtividades antes insuspeitada.
No que diz respeito ao veiculo transportador deste modal, o navio, é
interessante destacar que existe tipos de embarcações específicos para uma ampla
variedade de mercadorias, como carros, petróleo, grãos e gás natural liquefeito.
Entretanto, de acordo com David e Stewart (2010), o transporte em navio Porta-
Contêiner vem crescendo com muita rapidez, aproximadamente 9% por ano. Esta
aceleração resulta na informação de que atualmente perto dos 60% do volume de
mercadorias transportadas internacionalmente, são transportadas em navios desta
linha.
Keedi (2007, p. 33) comenta que “os navios porta-contêiner são aqueles
especializados no equipamento, isto é, no container [...]”. Sobre este equipamento o
contêiner, Vieira (2011, p. 63) caracteriza o seguinte:
Segundo a ISO (International Standards Organization), o contêiner é um cofre de carga móvel, ou seja, provido de dispositivos que permitem a sua manipulação; desenhado para o transporte multimodal; apto para o uso reiterado; dotado de marcas e sinais de identificação; com volume interno de, no mínimo, 1 m3. O material de construção mais utilizado na fabricação de contêineres é o aço, que tem como vantagem seu custo relativamente baixo e sua alta resistência.
Conforme Ludovico (2010), com a chegada do contêiner ao transporte, a
troca de mercadorias entre nações ficou muito mais viável, pois o equipamento
oferece um grande nível de segurança para as mercadorias que ali estão sendo
transportadas, seja pela diminuição das avarias nos produtos ou pelo risco de roubo
e extravio. Ainda sobre estes cofres que transportam mercadorias, é valido ressaltar
que apesar de existir vários tipos de equipamentos, vide TABELA ABAIXO OU EM
ANEXO (http://www.mourimar.com.br/containers.html - 28/02 – 22:15), os mais
utilizados no Brasil e no mundo para o transporte de mercadorias são os de tamanho
20 e 40 pés.
Segundo Vieira (2011, p. 75) “as tarifas de frete no transporte marítimo de
cargas conteinerizadas são cobradas por contêiner, em casos de FCL, ou nas
condições w/m (weight/measurement), em cargas consolidadas.” O FCL são
mercadorias que foram alocadas em um especifico contêiner, sendo o frete
calculado pelo distancia que aquele equipamento ira percorrer. Para embarques
consolidados, o LCL (less than a container load) o frete é calculado pelo peso ou
23
metragem cúbica, pois nesses casos é feito um rateio do valor proporcionalmente ao
espaço que a mercadoria ocupa dentro do contêiner.
A contratação do frete marítimo pode ser feita diretamente com as
companhias donas dos navios ou através de agentes de carga que possuem
acordos comerciais com as companhias donas dos navios. Estas empresas são
chamadas de NVOCCs (Non-Vessel-Operatng Commom Carreir) e são reguladas
pela Comissão Marítima Federal. Além da revenda destes espaços a maioria dos
NVOCCs operam como agentes consolidadores de carga (DAVID; STEWART,
2010).
Atualmente a navegação de longo curso, ou seja, os serviços de navegação
que ligam os portos internacionais, ocorrem com freqüência. Porem, é importante
salientar que no modal marítimo existe uma série de variáveis que podem influenciar
significativamente no embarque de algum produto. O transit-time (tempo de transito)
é um exemplo, pois atualmente não existe navios que ofereçam uma viagem Brasil x
China em menos de 30 dias.
Além desta variável que aborda o tempo, é necessário uma análise dos
custos portuários, que em muitos casos, podem ser maiores que o próprio frete
marítimo do contêiner. Neste raciocínio Vieira (2011, p. 44):
Em primeiro lugar, é importante que seja feita uma analise da adequação e disponibilidade dos meios de transporte, levando-se em conta fatores como tipos de navios, condições para manipulação e proteção adequada da carga, capacidade frigorífica e outros. A freqüência e confiabilidade das datas de escala e a duração do tempo de transito devem receber atenção especial, visando a uma maior coordenação e otimização em todo o processo logístico (gestão de estoques, estratégias de produção e distribuição). Ha, ainda, outros fatores que podem ser lavados em consideração como: sistemas de informação utilizados; transparência na documentação; qualificação do pessoal etc.
Por fim, Ludovico (2010) caracteriza o transporte marítimo como um
elemento essencial para o comércio internacional. O autor ainda completa que esta
forma milenar de transporte sobre a água é a mais complexa de todas as outras
devido as diversas regras e princípios internacionais que são aplicados nesta
modalidade.
Transporte Rodoviário
24
O transporte realizado por estradas, rodovias ou ruas, é chamado de
transporte rodoviário. Utilizando veículos automotores, este modal é muito
importante para a logística internacional. No Brasil o transporte rodoviário não é o
principal modal utilizado na exportação e importação, mas ele é essencial para o
transporte interno das mercadorias até os portos e aeroportos (KEEDI, 2007).
Conforme Rodrigues (2011, p. 49) “o transporte rodoviário é um dos mais
simples e eficientes dentre seus pares, sua única exigência e existirem rodovias,
porém, este modal apresenta um elevado consumo de combustível [...].” No que diz
respeito ao custo deste transporte, é possível notar variáveis muito delicadas, como
preço da gasolina, distancia, pedágios e situações das estradas, fatores estes que
podem causar desníveis consideráveis no valor do frete.
As tarifas de frete são organizadas individualmente pela empresa de transporte. A estrutura tarifaria básica leva em conta a natureza e custo do transporte, o peso ou o volume da unidade e a distancia. O frete pode ser calculado por peso, volume ou lotação do veiculo, podendo ser adicionada uma taxa ad valorem, para mercadorias de alto valor, bem como o custo do seguro rodoviário obrigatório (LOPEZ; GAMA, 2011, p.467).
De acordo com Vieira (2011), o modal rodoviário deve sofrer uma
reestruturação, passando a operar basicamente operações de coleta e entrega em
trajetos curtos. Isto tende a acontecer devido aos atuais panoramas do Brasil, onde
as estradas serão privatizadas e os gastos com roubo de mercadorias são muito
altos. Estes fatores acabam gerando custos consideráveis ao transporte,
inviabilizando a utilização do mesmo em grandes distancias. No âmbito internacional
é possível apontar a poluição gerada pelos veículos como um ponto a ser revisto.
Por fim Rodrigues (2011) lista como as principais vantagens do sistema
rodoviário de transporte a grande oferta de rodovias de acesso; a rapidez em
carregamento e entregas de mercadorias em curtas distancias; a facilidade de troca
do veiculo caso aconteça algum problema mecânico e a possibilidade de entrega
porta-a-porta. Este ultimo fator é extremamente importante, pois “A rigor é o único
modo capaz de realizar um transporte porta-a-porta, [...] uma vez que pode
pegarcarga na sua própria origem e entregar no seu ponto de destino final” (KEEDI,
2007, p. 36).
1.2.3 Estoque
25
Uma variável muito importante na logística é o prazo de entrega. Castro
(2011) aborda a questão do tempo de trânsito dos modais de transporte, dos
possíveis contra-tempos nos tramites aduaneiros e na possibilidade do veículo
transportador sofrer atrasos, ou cancelamentos no caso do modal marítimo.
Salientando que que estes fatores podem resultar no cancelamento das
negociações internacionais e gerar prejuízos gigantescos para a empresa.
Lopez e Gama (2011, p. 225) ainda reforçam que “esse prazo deve ser
rigorosamente cumprido, uma vez que é tradição no mercado internacional o
respeito as clausulas previstas em contrato”.
Ainda no prazo de entrega a logística trabalha muito com o termo chamando
lead time, que segundo Bookman (2006) é o tempo necessário entre fazer um
pedido e receber o produto. Devido ao atual mercado, onde os prazos estão cada
vez mais apertados, “[...] muitas empresas estão procurando ativamente por
fornecedores com lead times menores, e muitos clientes potenciais consideram o
lead time um critério muito importante para a seleção do fornecedor” (SIMCHI-LEVI;
KAMINSKY, 2003, p. 121). O paradigma de “tempo é dinheiro” é reforçado na
logística quando Christopher (2009, p. 147) afirma que “[...] os compradores tendem
a comprar dos fornecedores com menores lead times [...].”
Para reduzir o lead time de uma empresa, não é necessário que o processo
de fabricação precise ser reformulado, novas maquinas adquiridas ou que aconteça
uma expansão da produção. Em processos onde o ciclo de produção é lento e não
se consegue transformar a matéria prima no produto final do dia para a noite,
também existe uma forma de redução do tempo de entrega. Arnold (2012, p. 5)
caracteriza este processo como make-to-stock, ou seja, fazer para estocar, e
“significa que o fornecedor produz os bens e os vende com base em um estoque de
produtos acabados. O lead time de entrega é o menor de todos”. Hara (2011)
destaca que esta prática criada pelos americanos fui muito utilizada até meaods dos
anos 1980, porém a criação de novas práticas de manufatura foi revolucionada pelos
japoneses nos anos seguintes.
Ballou (2006, p. 271) complementa definindo estoque como:
Estoques são acumulações de matérias-primas, suprimentos, componentes, materiais em processo e produtos acabados que surgem em numerosos pontos do canal de produção e logisticas das empresas [...]. Estoques figuram normalmente em lugares como armazéns, pátios, chão de fabrica, equipamentos de transporte e em armazéns das redes de varejo.
26
No raciocinio de Hara (2011) todas as organizações precisam trabalhar com
estoque, pois dentro de uma empresa é possível encontrar quatro tipos de estoque.
O primeiro é o estoque de matéria-prima, que consiste na armazenagem de insumos
básicos e necessários para produção de algum bem. A estocagem de produtos em
processo, que consiste no armazenamento de produtos que já sofreram algum
tratamento, mas que ainda não foram finalizados, é o segunto tipo de estoque. O
terceiro tipo de estoque é caracterizado por produtos acabados, ou seja, que já
estão prontos para ser entregues, porém ainda não foram vendidos. Por último, o
estoque de peças de manutenção se torna estratégico para que não aconteça
problemas na produção, evitando prejuizos gigantescos com a paralização de uma
linha de montagem (DIAS, 1996).
Coelho (2009) evidencia que estoques são armazenados para atender a uma
demanda futura, onde muitas vezes não se tem a certeza nem que ela ira acontecer.
Devido a esta incerteza deve-se focar na melhoria e controle dos sistemas de gestão
de estoque, estudando profundamente os custos e a previsão de demanda do
mercado. Hara (2011, p. 111) apud Kotler (2002) concorda com o exposto quando
diz que “a função estocagem significa que os produtos podem ser entregues aos
clientes mais rapidamente, mas também gera maiores custos de armazenagem.”
A preocupação com a rapidez de entreg pode ser confirmada por Lopez e
Gama (2011, p. 407):
A colocação de mercadorias em locais próximos aos compradores, preferencialmente consumidores finais, previamente a negociação ou a conclusão da venda costuma ser interessante, principalmente nos casos daqueles exigentes quanto a entregas rápidas, como também quando não se conta com cadeia logística eficiente, ou mesmo quando os custos de armazenagem no pais de destino somados ao de determinada opção de escoamento sejam inferiores aos das demais alternativas.
De acordo com Rodrigues (2011), no final da década de 50, com a criação
do sistema Toyota de produção, nasceu uma filosofia muito importante para o
mantimento e a criação de novos estoques. A técnica Just-in-time tem como objetivo
a supressão dos estoques, somente o necessário deve ser produzido ou adquirido.
A vantagem deste processo é a redução dos custos, porem o ponto fraco deste
processo é a fragilidade que a fabrica passa a apresentar, uma vez que problemas
de atraso no recebimento das matérias primas podem causar a paralisação de toda
uma unidade fabril.
Acreditando na premissa que a técnica do just-in-time é amplamente aceita
no mercado atual devido a redução de custos que a mesma proporciona, pode-se
27
identificar necessidades de atendimento especificas devido a eventuais oscilações
de demanda ou problemas de entrega da matéria prima. Segundo Arnold (2012) um
modo eficiente de atender a estas necessidades pode ser desenvolvido a partir da
de uma administração estratégica nas áreas de produção e logística responsáveis
pelo fornecimento e distribuição de produto. Exemplos como estes, podem ser
observados na gigante necessidade de insumos básicos em alguns setores, o que
justificaria a criação de estoques estratégicos.
Manter Estoques de Insumos: atender primordialmente as necessidades da produção é uma política que deve ser privilegiada sobre qualquer outra nas situações em que a paralisação da produção pode acarretar prejuízos de grande monta. Por exemplo, faltar estoque de carvão energético em uma siderurgia pode acarretar o desligamento do alto-forno, que pode se estilhaçar no processo, ficando totalmente destruído (RODRIGUES, 2011, p. 181).
Outro aspecto importante conectado com as premissas do just-in-time, é
abordado por Arnold (2012, p. 270) “quanto maior a frequência com que as
mercadorias são transportadas e quanto menores as quantidades transportadas,
maiores são os custos de manuseio e transporte.”
Ballou (2006) ainda complementa a importância de uma boa administração de
estoques, pois segundo ele o custo de manutenção desses estoques pode
representar de 20% a 40% dos ativos de uma empresa. Lembrando que este valor
se converte em dinheiro somente quando é vendido e passa a integrar o fluxo de
caixa da organização.
É possível também relacionar a situacao economica de uma nação com a
necessidade de criação de estoques, sendo também possível indentificar
oportunidades ou alertas com tal procedimento:
Com a estabilização dos preços provocada pela queda da inflação, os consumidores, deixaram de estocar alimentos, aumentando o número de visitas ao supermercado. Para conseguir atende-los, a indústria e o varejo foram pressionados a gerenciar melhor seus estoques. Qualquer falha nesse processo pode fazer com que voce não encontre aquela caixa de sabão em pó na prateleira e resolva fazer suas compras em outro lugar (HARA, 2011, p. 108).
Segundo Zylstra (2008, p. 108) “as decisões quanto ao estoque nem sempre
são tomadas de forma estratégica”. Portanto é importante abordar o valor
desprendido para ações como estas. Neste sentido, Rodrigues (2011, p. 179), define
o custo de manter estoque da seguinte forma:
envolve o capital investido em áreas de armazenagem e equipamentos de movimentação ou as tarifas relativas a armazenagem pagas a terceiros, as
28
apólices de seguros, a mão-de-obra alocada ao controle e a guarda dos produtos, os riscos de furtos, roubos, avarias, obsolescência, e/ou deterioração.
“O armazenamento do estoque requer espaço, funcionários e equipamentos.
A medida que aumenta o estoque, aumentam esses custos” (ARNOLD, 2012, p.
257). Ainda na abordagem do custo de espaço, Ballou (2006, p. 279) comenta que:
Os custos de espaços são cobrados pelo uso do volume no prédio de estocagem. Quando se trata de espaço alugado, as taxas são cobradas por peso e período de tempo – por exemplo, US$/ctw./mês. Quando se trata de espaço próprio ou contratado, os custos de espaço são determinados pela alocação de custos operacionais relacionados ao espaço, como os de calefação e iluminação, alem de custos fixos como os de equipamento de construção e armazenagem, a base de volume armazenado. Os custos de espaço são irrelevantes ao calcular os custos de manutenção dos estoques em trânsito.
A fim de conseguir analisar e compreender a estrutura logística do estoque,
é fundamental a abordagem técnicas dos aspectos de armazenagem. Valores estes
que serão abordados na sequência.
1.2.4 Armazenagem
De acordo com Ackreman (2004, p. 184):
A armazenagem não é considerada normalmente uma atividade altamente inovadora, que seja tanto um problema quanto uma grande oportunidade. Alguns acham que a armazenagem seja uma atividade enfadonha, de modo que as expectativas de inovação muitas vezes não sejam grandes. Entretanto, quando as expectativas são tão pequenas, a inovação pode causar um impacto verdadeiramente drástico.
Conforme Moura (1997, p. 13) “armazenagem é definida simplesmente como
o ato de se manter os materiais até que sejam solicitados”. Ainda é possível
compreender que serão os objetivos das empresas que estão contratando este
serviço que irão definir o tempo de permanecia da mercadoria neste local, podendo
ser espaços de tempo curtos ou relativamente longos. Banzato (2003) define a
função da armazenagem como a administração e gestão do espaço e tempo.
Campos et. al (2011) afirmam que apesar da armazenagem ser definida de
diversas maneiras por diferentes autores, ela terá sempre o mesmo objetivo, o de
armazenar com eficiência alguma mercadoria em um local especifico.
29
Antes de prosseguir na abordagem e caracterização do processo de
armazenagem, é interessante abordar a diferença ou semelhança entro o processo
com o termo estocagem.
Os termos “estocagem” e “armazenagem” são freqüentemente usados para identificar coisas semelhantes. Mas alguns preferem distinguir os dois, referindo-se aos produtos acabados como “armazenagem” e aos suprimentos, matérias-primas e materiais em processo como estocagem. Devido a estas discussões; algumas vezes, os termos usados são intercambiáveis (MOURA, 1997, p. 3).
Para Alvarenga e Novaes (2000), a armazenagem pode estar relacionada
com a distribuição de produtos, sazonalidade de consumo, variação de preços de
mercado, consolidação e desconsolidação de mercadorias, falta de espaço físico ou
redução de custos.
Já na análise do serviço e procedimentos de armazenagem, Rago (2008, p.
30) afirma que:
O processo de armazenagem é formado pelos seguintes subprocessos: recebimento físico e contábil; estocagem; separação de pedidos; reposição de estoques; preparação de carga; expedição ou atendimento a produção quando se tratar de matérias-primas; componentes ou insumos produtivos entre outros”
Três finalidades da armazenagem são destacadas por Hara (2011). A
primeira é referente ao desmembramento de materiais, ou seja, ocorre quando o
armazém recebe grandes quantidades e precisa repartir as mercadorias em lotes
específicos. A distribuição é mais uma finalidade, sendo este processo caracterizado
pelo direcionamento físico dos pedidos conforme as instruções enviadas pelos
clientes. A consolidação e a desconsolidação é a última finalidade abordada pelo
autor, sendo este processo compreendido pela ação de carregamento de múltiplos
produtos ou pedidos para um único destino, ou origem no caso da desconsolidação.
Assim como no marketing, Ackerman (2004) define “4 pes” da armazenagem:
Produto: é o serviço e a instalação física oferecida para o
armazenamento de materiais.
Preço: é o valor cobrado pelo prestador de serviço para estocar os
produtos dentro de suas dependências.
Promoção: é a difusão ou venda do serviço para o mercado.
Ponto: é a localização física do armazém, que se estrategicamente
estudado pode alavancar resultados significativos.
30
Algumas tendências em armazenagem e movimentação de cargas foram
apontadas por Hara (2011):
Estoques deverão ser mantidos em centros de distribuição ou nas
próprias instalações de manufatura, porém em volumes cada vez mais
reduzidos.
Afim de criar parcerias comerciais mais duradoras, os fornecedores
tendem a manter estoques mais altos, mesmo que isto ocasione custos
superiores.
A estocagem de produtos deve ser intensificadas no Extremo Oriente,
para que aspectos como lead-time possam ser reduzidos.
A localização dos armazéns deve ser em áreas periféricas às cidades
que facilitem o acesso rodoviário.
O processo de armazenagem deve ser caracterizado pelos 3 S:
Simples, Seguro e Satisfatório.
Deverá acontecer graduativamente a substiruição da madeira por
outros materiais dentro dos armazéns e transporte de mercadorias.
A tecnologia não pode ser desconsiderada, sendo a automação dos
armazéns e fluxo de informações essenciais para o futuro da
armazenagem industrial. O código de barras e identificação eletronica
não podem ser menosprezadas.
Haverá uma redução na quantidade de armazéns e ocorrerá uma
centralizaçao das atividades no mesmo local.
Nos pensamentos de Ackerman (2004) existem seis critérios que podem ser
avaliados na definição de um local de armazenagem. Estes critérios são:
gerenciamento, cultura da empresa, instalações, equipamentos, sistemas, histórico e
situação financeira.
Portanto, por mais que o processo de armazenagem pode parecer uma tarefa
simples, porém quando estamos lidando com mercadorias de clientes, a tarefa se
torna um elemento crucial na cadeia logística. Para que os objetivos sejam
alcançados e a satisfação do cliente alcançada, se faz necessário o monitoramento
constante das principais tarefas que ali serão realizadas.
Ackerman (2004), finaliza quando diz que existem quatro caminhos cruciais
para que um processo de armazenagem possa ter sucesso. A definição de um nicho
de mercado é o primeiro. Em seguida vem a importância de conseguir recursos
31
suficientes para a implementação do serviço, sendo que o principal recurso é o
capital humano. O terceiro seria a importância de contar com uma equipe que além
de estar motivada e capacitada, possa implementar o plano da empresa. Vindo por
último, é destacado o quanto essencial é capacidade da empresa responder as
mudanças do mercado.
O Armazém
De acordo com Banzato et al. (2003), o armazém é uma ferramenta muito
importante para a administração logística de qualquer empresa. Hara (2011, p. 116)
concorda com a afirmação quando expoem que “instalações especializadas de
estocagem reduzem custos e atendem melhor os consumidores.”
É importante salientar que a utilização destes locais deve estar alinhada com
as estratégias das empresas uma vez que existe um custo envolvido nestas
operações, mas quando bem utilizados estes depósitos proporcionam flexibilidade e
satisfação aos clientes da organização. Moura (2005, p. 131) comenta que “o
propósito de qualquer armazém é fornecer o material certo, na quantidade certa, no
lugar certo e no momento certo”.
Para Dias (1996) um dos principais objetivos de um armazém é maximizar a
utilização da capacidade cúbica do local. Sendo necessário a reestruturação da
armazenagem tradicional de empilhamentos, onde se desprende muita mão-de-obra
para movimentação de materiais, para a utilização de modernas estruturas de
grande altura, com corredores estreitos e utilização de equipamentos de longo
alcance.
Estes locais são importantes para que os produtos sejam protegidos de
fatores externos como chuva e sol. “Se não houver armazéns [...] é provável que a
carga fique exposta, nesse caso, ha a possibilidade de ser danificada” (DAVID;
STEWART, 2010, p. 35). O aspecto físico do armazém, ou a estrutura dos depósitos
é abordada por Rosa (2003, p. 37):
A estrutura estabelecida tanto pode ser de madeira modulada, quanto de alvenaria ou metálica. O piso será sempre pavimentado e com acabamento nivelado e liso. A cobertura desse tipo de construção pede fibrocimento, com pé direito de seis metros para as áreas de armazenamento e 2,5 metros para a parte de escritórios e facilidades administrativas. Para a localização dos materiais é mais conveniente designar as filas longitudinais do armazém por letras e as filas transversais por números.
32
Dias (1996) faz algumas ressalvas importantes no aspecto físico do
armazém. Um exemplo é referente ao tamanho dos corredores do armazém, pois
segundo o autor a largura destas vias internas devem ser determinadas conforme o
equipamento que ali irá transitar. Sendo necessário uma largura de 2,4 metros para
empilhadeiras de capacidade para duas toneladas e portas de 2,4 metros de altura e
largura para permitir a passagem dos carregamentos. O piso também é abordado,
sendo importante a utilização de um piso de concreto que permita a armazenagem
dos produtos e o transito das empilhadeiras carregadas sem causar danos a
estrutura. Por último a afirmação que os escritórios devem estar próximos aos locais
de embarque.
O armazém, também pode ser considerado um centro de distribuição. Estes
locais proporcionam uma oportunidade muito valiosa a qualquer empresa que
pretende disseminar sua marca em locais distantes.
As empresas sem condições de investir e dispor de instalações exclusivas podem utilizar centros de distribuição compartilhados, situados em outros países, os quais facilitam sua presença no exterior, oferecendo serviços de suporte na importação (transporte e liberação em alfândega), de armazenagem e apresentação de produtos (show-room), e de auxilio ao processo de vendas (LOPEZ; GAMA, 2011, p. 408).
A localização dos armazéns também é muito importante, Rosa (2003, p. 29)
comprova isto da seguinte maneira:
[...] ele deve localizar-se obrigatoriamente o mais próximo possível dos usuários – clientes internos – também chamados de centros consumidores. Assim, no atendimento as demandas, material percorre menor distancia entre almoxarifado e cliente, diminuindo o tempo gasto em deslocamentos. [...] Adiantamos, porém, que a movimentação precisa ser a menor possível, pois qualquer acréscimo reflete diretamente na perda da capacidade produtiva e aumento de custo do produto final.
Ainda na localização dos armazéns, Banzatto et al. (2003) abordam
aspectos quantitativos (FIGURA ABAIXO Fonte: Banzatto et al. 2003, p. 93) e
qualitativos (FIGURA ABAIXO II Fonte: Banzato et al. 2003, p. 95) que influenciam
diretamente na definição da utilização de um determinado armazém.
33
Os valores abordados acima, podem ser confirmados quando o armazém é
caracterizado como um centro de distribuição com localização estratégica.
Ressaltando que a localização estratégica não significa que o local precisa ser mais
perto em questão de distância, mas sim que os fatores como freqüência de navio,
proximidade a fornecedores façam a diferença. Ackerman (2004, p. 128) confirma
isto quando afirma que “naturalmente o preço é influenciado pelos fatores
competitivos, e não pela distância percorrida.”
34
A maioria dos autores destaca dois tipos de armazéns, os de administração
particular, e os de gestão pública. Ballou (2006, p. 381) diferencia os armazéns
privados quando diz que “[...] armazéns particulares tem o potencial de oferecer
melhor controle, menores custos e maior flexibilidade [...].” Do outro lado, os
armazéns públicos, podem oferecer serviços abaixo do que se espera devido a
administração pública, que pode fugir dos padrões esperados pelo mercado. Em
muitos casos também não existe fontes confiáveis sobre a infraestrutura e qualidade
de serviço destes armazéns, uma visita ao local se torna indispensável devido a falta
de informações destes locais (DAVID; STEWART, 2010).
Um dos problemas encontrados em armazéns públicos, é salientado por
Ackreman (2004) quando o autor aborda os horários de funcionamento dos
armazéns, alegando que atualmente existem fornecedores logísticos que atuam na
filosofia e 24 horas por dia, 7 dias por semana e que isto dificilmente é oferecido por
tais tipos de armazém. Talvez seja o extremo, mas no atual mercado a
competitividade da empresa pode ser prejudicada se o usual horário de
atendimento, das 9 horas da manhã as 17 horas da tarde.
Dentre as diversas atividades que acontecem dentro de um armazém, estes
locais são muito importante para a desconsolidação e consolidação de embarques,
pois a técnica de aglomeração dos volumes acontece nestes espaços. Ballou (2006,
p. 376) afirma que “o frete diferenciado proporcionado pela consolidação mais do
que recompensa as taxas de armazenamento intermediário”.
Segundo Arnold (2012) os custos envolvidos na armazenagem podem ser
divididos em custos fixos e custos operacionais. Os custos estáveis correspondem
principalmente ao espaço físico, ou seja, o aluguel do terminal. Também é possível
incluir os valores desprendidos com salários neste primeiro tipo de custo. No outro
lado, os custos variáveis são todos o valores associados com a quantidade de
operações e volume movimentado. Podem ser incluídos nesta conta as despesas
com manuseio, combustível, energia elétrica e manutenção de equipamentos,
gastos estes que irão aumentar a medida que o volume de mercadorias
armazenadas amplie. Moura (1997) informa que o investimento necessário para
viabilização de um armazém esta dividido aproximadamente em 60% para o custo
do edifício e 40% para o custos das instalações de estocagem e os valores
depreendidos para a movimentação dos produtos.
35
Segurança e Limpeza
Ackerman (2004) acredita que o armazém é um ambiente propicio a furtos
devido ao alto números de funcionários que trabalham em diversos turnos. Também
pela fácil oportunidade de extravios de mercadorias ali manuseadas.
Algumas mercadorias com valor agregado exigem dos locais de
armazenagem com uma infra-estrutura especial em questões de segurança. Estes
princípios partem desde vigilância 24 horas até no controle das pessoas que
trafegam dentro destes locais. Rodrigues (2012, p. 21) aborda a importância da
segurança quando conceitua que:
dotar a área de armazenagem de sistemas que garantem a integridade física das mercadorias armazenadas, mão-de-obra, segurança das instalações e equipamentos, e a saúde financeira da empresa mantendo as equipes de trabalho devidamente treinadas para eventuais emergências.
Rosa (2003, p. 38) afirma que “o prédio terá obrigatoriamente sistema de
segurança.” Atualmente a facilidade na aquisição de sistemas internos de TV são
muitos utilizados nestes locais, porem para Ackerman (2004, p. 69) “circuitos
fechados de TV raramente evitam roubos”. Por este motivo, Rosa (2003, p. 39),
completa que “É imprescindível que o armazém disponha de guarita, pois quando
não estiver em funcionamento normal, alojara um vigia ou um guarda, dependendo
do tipo de produto que a empresa mantém em estoque.”
Na preveenção de incendios é importante ressaltar Dias (1996, p. 182), “todo
armazém tem de estar equipado com equipamento para combater incêndios, como
extintores, sprinklers, sinais de alarme.” Ainda neste assunto, Dias (1996) ressalta
que as pilhas de produtos armazenados, devem ficar no minímo um metro de
distância dos sprinklers e aproximadamento 60 centimetros de distância das
paredes.
A sinalização do armazém, seja por placas de advertência ou marcação das
vias de movimentação dos materiais em tinta amarela podem também melhorar a
segurança dentro deposito (ACKERMAN, 2004). Entretanto, é essencial que a
administração do local também trabalhe técnicas preventivas junto aos seus
colaboradores para que acidentes sejam evitados no local.
Moura (1997, p. 159) acrescenta a limpeza ao aspecto de seguranca dentro
do armazém quando desta que:
A limpeza e a segurança são necessidades operacionais no pátio. Os materiais nunca devem ser deixados nos corredores, onde irão impedir o
36
trafego ou criar um risco a segurança. Um programa continuo de tratamento é altamente recomendável para assegurar que os empregados entendam os métodos apropriados e seguros, para movimentar os materiais sob quaisquer condições.
Na linha de raciocínio de Ackrerman (2004) a limpeza dos armazéns não é
essencial somente para lugares que trabalhem com produtos alimentícios onde
regulamentações especificas se aplicam. Para o autor a higiene do local é um ponto
muito positivo para a empresa. Ainda reforça que e a presença de insetos ou
roedores mortos no local pode desvalorizar o produto que esta ali estocado, alem do
serviço de armazenagem que esta sendo ofertado.
Movimentação
Para que uma mercadoria possa ser estocada, será indispensável a
movimentação da mesma. É possível então identificar a importância do manuseio do
produto, independente do estágio do processo. O transporte das mercadorias é
definido por Arnold (2012) como manuseio de mercadoria, e é caracterizado como a
ação de transportar em curtas distâncias o produto dentro dos limites do depósito.
Neste sentido, Ballou (1993, p. 172) completa da seguinte forma:
Transportar pequenas quantidades de bens por distâncias relativamente pequenas, quando comparadas com as distâncias na movimentação de longo curso executada pelas companhias transportadoras. É atividade executada em depósitos, fábricas e lojas, assim como no transbordo entre modais de transporte.
Um armazém irá receber mercadorias de diversos tipos e tamanhos. Para o
manuseio e movimentação destes materiais, é necessário o auxílio de equipamentos
de movimentação. “O tipo de equipamento de manuseio de materiais utilizado afeta
a eficiência e os custos operacionais do centro de distribuição.” (ARNOLD, 2012, p.
359) Banzato et al. (2003) ainda alegam que serão as características das
mercadorias que irão influenciar na decisão de qual equipamento é o mais adequado
para a movimentação do volume.
A respeito disso Ballou (1993) explica que “existe grande variedade de
equipamento mecânico para manuseio de amplo leque de tamanhos, formas,
volumes e pesos de produtos”. Segundo o mesmo autor, os tipos mais comuns de
equipamentos de movimentação são: empilhadeiras (FIGURA ABAIXO), tratores,
esteiras, paleteiras e guinchos.
37
Medeiros, Moura e Silva (2008, p. 12) afirmam que:
Os equipamentos de movimentação são muitos importantes para o bom desempenho das práticas de armazenagens, existe vários tipos de equipamentos com tecnologias avançadas que proporcionam rapidez e segurança, pois, é na escolha dos equipamentos que determina a melhor maneira, a forma, as técnicas e condições de armazenamento dentro de qualquer empresa; independente do ramo de atividades.
Arnold (2012) aponta três objetivos principais da movimentação de materiais
dentro do terminal. O primeiro é a aumento da utilização cúbica do espaço, sendo a
altura dos edifícios utilizados ao máximo, e a redução dos espaços de transito, como
os corredores. O aumento da eficiência operacional pode ser alcançada através da
redução da quantidade de manuseios que o volume sofre durante a estadia dentro
do armazém. Finalizando, o ultimo objetivo é a melhora do atendimento ao cliente
pelo pronto atendimento as solicitações.
Na movimentação de mercadorias dentro de armazéns, a distância pode ser
considerada como inimiga da produtividade. Neste sentido alguns princípios são
levantados por Ackerman (2004), como:
Quanto menos o material se mover, melhor.
A rapidez é sempre positiva.
Operadores produzem mais quando controlam o próprio trabalho.
Lugares distantes devem ser reservados para produtos com baixo
índice de movimentação.
38
Os clientes e fornecedores fazem parte do processo e podem agregar
valor.
Rodrigues (2012, p. 20) aborda que é essencial a simplificação das
atividades dentro do armazém:
Desenvolver, adaptar e/ou implementar o arranjo físico de uma área de armazenagem, lavando em conta as características dos equipamentos disponíveis e a localização de docas, portas e corredores, com o objetivo de simplificar ao máximo os fluxos de entrada e de saída, de modo a obter a maior produtividade possível, sem ocasionar gargalos.
A primeira movimentação de mercadoria, antes mesmo do recebimento do
produto no armazém, é a movimentação da mercadoria do porto onde o contêiner
foi descarregado, ou do aeroporto, até o armazém onde a mercadoria será estocada.
Ballou (2006, p. 380) confirma ao afirmar que “a primeira movimentação é aquela do
ponto de descarga para a área de estocagem.” Porém, na seqüência, os
procedimentos realizados dentro do armazém são abordados.
Recebimento
O recebimento da mercadoria pode ser considerado a primeira etapa dentro
armazém. A partir da chegada de veículos carregados, as mercadorias deverão ser
descarregadas, conferidas e identificadas para que os próximos passos possam ser
bem executados, pois conforme Banzato (2003, p. 96) “a forma pela qual você
movimenta produtos, componentes ou materiais no recebimento é fundamental para
que haja sucesso em todas as demais operações”.
Como os processos de chegada das mercadorias é realizado na maioria via
rodovia, as docas (colocar no rodapé: local adaptado para o encaixe do caminhão
com o armazém a fim de facilitar a carga ou descarga do veiculo) são a primeira
necessidade da instalação. Sendo estas plataformas vitais para o funcionamento
uniforme das operações de forma rápida e eficaz (MOURA, 1997).
Arnold (2012, p. 333) destaca as principais tarefas de armazenagem da
seguinte forma:
1) Receber os produtos. O depósito aceita os produtos que chegam por transportadoras ou de uma fábrica anexa, assumindo a responsabilidade por eles. Isso significa que o deposito deve:
a. Checar os produtos com um pedido ou um conhecimento de carga.b. Checar as quantidades.
39
c. Verificar se não há danos e preencher relatórios de danos caso necessário.
d. Inspecionar os produtos caso necessário.2) Identificar os produtos. Os itens são identificados pelo numero de unidade de armazenamento apropriado (número da peça) e a quantidade recebida e registrada.3) Despachar os produtos para armazenamento. Os produtos são separados e guardados. [...]
No processo de recebimento de mercadorias, independente da origem
daquele produto que esta sendo recebido, poderá haver instruções de manuseios
especiais. Ludovico (2010) afirma que existem instrução especiais para diversas
mercadorias e para que não aconteça nenhum imprevisto estas informações são
exemplificadas em formas de desenhos e símbolos (FIGURA ABAIXO – fonte:
http://www.aprendendoaexportar.gov.br/sitio/paginas/comExportar/forMemMercadori
a.html). É imprescindível o seguimento de orientações como para que não aconteça
nenhum desgaste entre o armazém e seus clientes.
Rodrigues (2012) aborda ainda a importância da marcação dos volumes no
momento do recebimento, sendo essencial as informações de data de recebimento,
descrição da mercadoria, quantidades de volumes, peso unitário, marcas, cliente e
informações de origem e destino.
40
Estocagem
Após o recebimento, as mercadorias irão precisar ser deslocadas para um
determinado ponto, onde a mesma deverá ficar armazenada. Segundo Rodrigues
(2012) este processo é a armazenagem propriamente dita, onde os produtos serão
transferidos da área de recebimento até o local de empilhamento onde serão
armazenados e devem ficar ali protegidos durante a estadia do produto no armazém.
O processo também é conhecido como estocagem dos produtos e a
importância do mesmo para a logística é definido por Bazato et al. (2003, p. 130) da
seguinte forma:
O processo de estocagem é fundamental na manutenção da organização de um armazém, bem como na otimização da produtividade operacional. É por meio de um bom processo de estocagem que podemos contar com uma boa ocupação do espaço, boa utilização dos recursos operacionais, otimização do tempo do pessoal operacional e facilidade no processo de separação de pedidos, entre inúmeros outros benefícios.
Para que haja organização e facilidade na localização dos produtos ali
estocados, Dias (1993) ressalta que os profissionais especializados em layout
precisam ser consultados, pois é importante fazer uma descrição das atividades e
dos caminhos que tal produto irá fazer dentro da empresa, visando sempre a
otimização de custos e tempo.
A definição do local onde a mercadoria será estocada é uma preocupação
de Ackerman (2004, p. 155):
Como o local é escolhido e quem faz a seleção? Em um número surpreendente de casos, a decisão é feita por um operador de empilhadeiras; ele encontra um “box” vazio mais próximo para que o envio ao estoque possa ser terminado rapidamente. Quando isso acontece, os locais de estocagem acabam logo se tornando uma mistura irremediável de produtos sem pé nem cabeça. Quando os locais e o processo de envio ao estoque são cuidadosamente controlados, a necessidade de remover o produto numa outra ocasião poderá ser evitada, e o espaço será economizado, pois os locais vazios são planejados ao invés de serem descobertos.
Rodrigues (2012, p. 23) destaca que “a natureza do produto, o tamanho do
lote ou tempo de permanência pode exigir armazenagem em áreas separadas.” Este
fator é muito importante em casos de mercadorias perigosas, onde a natureza do
produto deve ser muito bem analisada, uma vez que determinados produtos
químicos podem reagir com outros itens armazenados no mesmo local, causando
grandes problemas para todos envolvidos.
41
Quatro técnicas de estocagem são abordadas por Dias (1996). A estocagem
em caixas seriam designadas para materiais de pequenas dimensões. A utilização
de prateleiras, que podem ser feitas tanto de madeira, como de estrutura metálica,
seriam especificas para volumes de maior tamanho, mas com baixo peso. Os Racks,
seriam especificos para a armazenagem de peças longas e estreitas, como tubos,
barras e vergalhões. Por último, o empilhamento de produtos sem a utilização de
alguma estrutura de apoio, como prateleira, é a última técnia abordada pelo autor.
Referente ao tamanho dos volumes, é importante ressaltar que a
armazenagem pode ser facilitada com a utilização de embalagens padrões.
Conforme Arnold (2012) a unitização de vários volumes em uma embalagem única é
importante para que seja possível reduzir os custos de transporte e também facilitar
o manuseio das mercadorias, conseqüentemente aumentando a proteção ao
produto. Keedi (2007, p. 89) define que “unitização é o agrupamento de cargas em
uma unidade de transporte para facilitar a sua manipulação, transporte,
armazenagem, bem como para dar maior segurança a carga e reduzir custos dessas
atividades”. Dias (1996) acredita que através da utilização da unitização é possível
criar um sistema de armazenagem muito mais organizado.
Existem diversos equipamentos que podem alocar várias embalagens, mas
o mais utilizado atualmente é o palete, que alem de facilitar o manuseio, auxilia na
estocagem dos produtos na forma vertical dentro do armazém. Ballou (2006, p. 386)
define um palete como “[...] uma plataforma portátil, normalmente feita de madeira
ou material corrugado em que se empilham materiais para transporte e estocagem”.
A paletização hoje é cada vez mais utilizada porque exige manipulação rápida de grandes quantidades de cargas. O uso de empilhadeira e palete já proporciona uma economia de até 80% do capital despendido com o sistema de transporte interno. Um sistema de paletização bem organizado permite a formação de pilhas altas e segura, oferece melhor proteção às embalagens, que são manipuladas em conjunto, além de economizar tempo nas operações de carga e descarga (MEDEIROS; MOURA; SILVA, 2008, p. 17).
A estocagem vertical é muito importante para que o espaço do armazém
seja aproveitado da melhor maneira possível. Dias (1996) acredita que qualquer
equipamento que auxilie no empilhamento irá influenciar positivamente na
capacidade de estocagem. Medeiros, Moura e Silva (2008), destacam que a
utilização dos paletes auxilia neste processo, porém mesmo a com a utilização
destes equipamentos a altura do armazém pode não ser utilizada ao máximo devido
as características do produto. Ballou (2006, p. 405) aborda que:
42
A estabilidade dos produtos empilhados individualmente em colunas ou em unidades de carga em paletes podem impor um limite máximo `a altura. Claro que a utilização das prateleiras de estocagem aumenta a utilização da cubagem e supera as limitações impostas pelo empilhamento dos produtos. As limitações de altura podem então mudar das características dos produtos para as características do equipamento de estocagem e manuseio de materiais.
Rago (2008) adverte, porém, que a verticalização dos estoques pode causar
demora na separação de pedidos devido a quantidade necessária de
movimentações. Sendo necessário um projeto de verticalização que encontre um
ponto de equilíbrio entra a ocupação volumétrica das mercadorias com o
investimento necessário. Na oposição, Moura (1997, p. 162) afirma que “[...] estocar
os materiais no próprio piso, sem o uso de estanteiras, caçambas ou outros recursos
de estocagem, é o método mais básico”.
Segundo Banzato et al. (2003, p. 130) “[...] o processo de estocagem faz
parte da armazenagem e simplificadamente se encontra entre o processo de
recebimento e o processo de separação de pedidos.”
Separação e Expedição de pedidos
A fim de atender o maior numero de clientes, algumas situações poderão
exigir do armazém a preparação de pedidos, ou seja, separação e re-identificação
de volumes. Alvarenga e Novaes (2000, p. 122) defendem que “Em certos tipos de
armazém, os pedidos dos clientes, filiais, etc. são preparados num local especifico
do deposito”.
O espaço inadequado para expedição é um problema constante na armazenagem. Quando a área de espera não é organizada, o processo acaba atravancando corredores e bloqueando acessos aos materiais que devem ser separados e embarcados. [...] Definindo e restringindo as áreas de espera, o armazém fica organizado e limpo com todos os paletes em um local designado (ACKERMAN, 2004, p. 152).
É importante ressaltar que além de uma área especifica para este
procedimento, será necessária uma equipe muito qualificada para exercer esta
tarefa, uma vez que erros podem acarretar em grandes perdas para a empresa e
seu cliente. Ballou (2006, p. 387) comprova a importância desta quando afirma que
“um tempo de trabalho desproporcionalmente maior pode ser gasto no atendimento
de pedidos do que no recebimento e na estocagem”.
43
Rago (2008) acredita que o processo de separação de pedidos é um dos
mais importantes da cadeia logística, que pode representar até 70% dos custos de
armazenagem. Segundo o autor a opção pela melhor estratégia irá ser definida
através da analise de fatores como a freqüência de coleta de produtos,
características das mercadorias, tipo de embalagens, giro do estoque, nível de
fracionamento, entre outros.
Por fim, a última tarefa operacional da armazenagem é a entrega das
mercadorias que ali foram armazenadas. Após a busca do material dentro do
armazém, deve ser realizado mais uma checagem do pedido com o que esta sendo
carregado, pois segundo Bazato (2003), a área de expedição é um excelente local
para checar se não houve nenhum erro nas etapas anteriores.
Quanto a conferência ou checagem do pedido, é importante caracterizar este
processo de maneira clara, pois o mesmo é um fator muito delicado e pode definido
da seguinte forma:
A conferência de qualquer tarefa ou processo é tida como uma atividade de retrabalho que não agrega valor ao produto ou serviço. Portanto, deve se atuar nas causas que geram a necessidade desta atividade, tais como falta de atenção e de comprometimento dos colaboradores, profissionais despreparados ou sistemas e processos inconsistentes. Porém, em alguns casos, quando bem dimensionada, a conferencia pode vir a reduzir os erros e furtos do armazém. A melhor conferência é aquela eficaz e sem custos, realizada pelo próprio sistema de gerenciamento, por intermédio do cruzamento das informações do pedido (código do item, endereço e quantidade a separar) com as coletadas no ato da separação. Caso esta solução seja inviável, a segunda opção é a realizada pelos próprios separadores e fazendo parte do processo de separação, como no caso do sistema pick-pack, no qual o separador separa, confere e embala o pedido. Neste caso, o nível de treinamento, capacitação e comprometimento do funcionário tem de ser diferenciado, funcionando em empresas que trabalhem muito bem os recursos humanos.Uma conferência bem dimensionada e adequada aos padrões culturais da empresa reduzira os erros no envio de pedidos aos clientes, melhorando sua imagem junto ao mercado e aumentando a produtividade da operação, quando evitamos retrabalhos devido a devoluções ou trocas de produtos (RAGO, 2008, p.35).
Banzato et al. (2003) afirmam que o processo de expedição precisa ser
rápido, eficiente e preciso. Também abordam que não é suficiente o êxito de todas
as previas atividades se a entrega da mercadoria falhar. Ressaltando que esta
atividade envolve atividades como pesagem do produto, eventuais ajustes nas
embalagens, aplicação de etiquetas de manuseio e emissão de conhecimento de
entrega ou transporte.
44
Tecnologia da informação na armazenagem
Seguindo uma tendência internacional da manufatura, a armazenagem vem
sofrendo significativas alterações devido a implementação da tecnologia dentro dos
armazéns. A eficiência gerada pelo uso da tecnologia é indiscutível, pois além de
aumentar a agilidade de movimentação, o fácil acesso as informações melhoram o
gerenciamento dos estoques.
Porém, é importante salientar o alto investimento na compra de equipamentos
e ajuste das instalações para que a armazenagem possa ser automatizada. Neste
sentido, Ackerman (2004, p. 81) afirma que “embora o uso da movimentação física
continue subindo, os custos de computação e comunicação estão reduzidos.”
Hara (2011, p. 120) explica como funciona um sistema de armazenagem
quando caracteriza o Warehouse Management System – Sistema de Gerenciamento
de Armazéns:
O WMS é um software de gestão, que otimiza todas as atividades operacionais (Fluxo de Materiais) e burocráticas (Fluxo de informações) dentro do processo de armazenagem, incluindo recebimento, inspeção, endereçamento, estocagem, separação, embalagem, carregamento, expedição, emissão de documentos, inventário etc.
Além dos sistemas de gerenciamento, os armazéns podem contar com
equipamentos automatizados onde o manuseio é feito totalmente por máquinas.
Entretanto, para que o armazém possa contar com este diferencial é necessário a
aquisição de transelevadores, onde a mercadoria será deslocada por cabos e trilhos
automatizados reduzindo a utilização de recursos humanos (MOURA; 2003)
45
2 MÉTODO
Afim de solucionar o problema principal deste trabalho, ou seja, como esta
estruturado o serviço de armazenagem internacional da Euro-América, o presente
capitulo busca determinar os métodos utilizados para aplicação da pesquisa e
resolução do problema. Para Prodanov e Freitas (2009, p. 19):
A Metodologia Científica preconiza uma série de regras através das quais o conhecimento deve ser obtido. Essas regras atribuem à produção científica um alto grau de confiabilidade na medida em que permitem apresentar a comprovação daquilo que afirmam.
Andrade (2009, p. 119) complementa a definição de metodologia explicando
que “é o conjunto de métodos ou caminhos que são percorridos na busca do
conhecimento”; assim como para Lakatos e Marconi (2011, p. 51), o “método
científico é a teoria da investigação”.
Seguindo na abordagem técnica do estudo, a seguir são apresentados a
classificação da pesquisa, os instrumentos de coleta de dados e os procedimentos
de análise aplicados no relatório.
2.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA
Para Prodanov e Freitas (2009) a pesquisa é um instrumento essencial para
que o conhecimento seja adquirido e aprimorado. Seguindo um sistema bem
estruturado espera-se que a investigação ofereça a resolução de problemas não só
para o pesquisador, mas conseqüentemente para toda a sociedade.
2.1.1 Quanto à sua natureza
Do ponto de vista da sua natureza a presente pesquisa pode ser classificada
como uma pesquisa aplicada. Isto ocorre, pois o presente estudo proporciona uma
fundamentação teórica que difunde tendências para futuramente serem
implementadas dentro do local do local analisado.
46
2.1.2 Quanto aos seus objetivos
Referente a abordagem dos objetivos de pesquisa, o estudo pode ser
classificado com uma pesquisa explicativa. O mesmo pode ser comprovado, quando
Prodanov e Freitas (2009, p. 67) ressaltam:
[...] o pesquisador procura explicar os porquês das coisas e suas causas, por meio de registro, da análise, da classificação e da interpretação dos fenômenos observados. [...] As pesquisas explicativas são mais complexas, pois, além de registrar, analisar, classificar e interpretar os fenômenos estudados, têm como preocupação central identificar seus fatores determinantes. Esse tipo de pesquisa é o que mais aprofunda o conhecimento da realidade, porque explica a razão, o porquê das coisas e, por esse motivo, está mais sujeita a erros.
2.1.3 Quanto aos procedimentos técnicos
Para chegar na resolução de um problema de pesquisa é essencial a
definição de métodos específicos que irão proporcionar dados e informações
capazes de auxiliar nesta tarefa. A pesquisa de campo foi então o procedimento
técnico escolhido.
Quanto a utilização da pesquisa de campo, Veloso (2011) afirma que neste
tipo de estudo o pesquisador procura e observa os fatos e fenômenos que
acontecem na prática para posteriormente desenvolver a redação. Prodanov e
Freitas (2009, p. 64) completam afirmando que “[...] é a pesquisa em que
observamos e coletamos os dados diretamente no próprio local em que se dá o fato
em estudo, caracterizando-se pelo contato direto sem interferência do pesquisador
[...]”. O procedimento técnico utilizado pode ser ainda comprovado quando as fases
de pesquisa de campo são demonstradas:
As fases de pesquisa de campo requerem, em primeiro lugar, a realização de uma pesquisa bibliográfica sobre o tema em questão. Ela servirá, como primeiro passo para sabermos em que estado se encontra atualmente o problema, que trabalhos já foram realizados a respeito e quais são as opiniões reinantes sobre o assunto. [...] Em segundo lugar, de acordo com a natureza da pesquisa, determinamos as técnicas que serão empregadas na coleta de dados e na definição da amostra, que deverá ser representativa e suficiente para apoiar as conclusões. Por último, antes que realizamos a coleta de dados, é preciso estabelecer tanto as técnicas de registro desses dados como as técnicas que serão utilizadas em sua análise posterior (PRODANOV; FREITAS, 2009, p. 73).
Em paralelo a pesquisa utilizou outro procedimento técnico importante, o
estudo de caso. O mesmo pode ser comprovado a partir da definição de Prodanov e
Freitas (2009, p. 74) onde afirmam que “quando envolve o estudo profundo e
47
exaustivo de um ou poucos objetos de maneira que permita o seu amplo e detalhado
conhecimento” o estudo de caso se faz necessário.
2.1.4 Quanto à abordagem do problema
Para abordagem do problema, utilizou-se o método qualitativo, pois a
pesquisa não se preocupou em representar em números os resultados verificados
no estudo, mas sim em proporcionar o entendimento e descrever o serviço analisado
durante a pesquisa. Seguindo os raciocínios de Severino (2000) esse tipo de
abordagem descreve a complexidade de determinados problemas, a partir do
envolvimento do pesquisador na fonte de estudo. Lakatos e Marconi (2011)
completam que:
A metodologia qualitativa preocupa-se em analisar e interpretar aspectos mais profundos, descrevendo a complexidade do comportamento humano. Fornece análise mais detalhada sobre as investigações, hábitos, atitudes, tendências de comportamento etc.
2.2 UNIVERSO E AMOSTRA
O presente estudo foi realizado dentro da empresa Euro-América, mais
precisamente dentro do departamento comercial da empresa, que atualmente é a
divisão responsável pelo serviço analisado. Válido também ressaltar que o
pesquisador pode contar com o auxílio de diversas fontes para execução do
presente relatório. Destacando o suporte prestado pelo (CARGO) do Centro das
Industria de Couro do Brasil (CICB) para o desenvolvimento do panorama do setor
coureiro na Ásia, e principalmente do gerente operacional da Proud-Sky Co. Ltd.,
parceira comercial da Euro-América em Hong Kong, que junto com a equipe de
supervisores da Euro-América proporcionaram conhecimento suficiente para
descrever e analisar o serviço de armazenagem oferecido pela empresa.
48
2.3 INSTRUMENTO(S) E PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS
A coleta de dados é de suma importância para a resolução de um problema
de pesquisa. Entende-se por coleta de dados, todas as informações e
conhecimentos adquiridos nas diversas etapas do estudo, sendo eles obtidos de
diferentes maneiras. As técnicas de coleta de dados utilizadas na presente
investigação, foram várias, pois acredita-se que é quanto mais fontes e visões
diferentes, melhor será o resultado obtido.
Inicialmente, realizou-se uma pesquisa bibliográfica em matérias já
publicados sobre o assunto abordado. A utilização de diversos autores se fez
necessária, pois apesar das idéias serem na sua maior parte as mesmas, a
diferença na qual eram abordadas mostravam sua importância e indicavam que
seriam encontradas na etapa de observação presencial da atividade. Utilizou-se
como fonte principal a biblioteca da universidade, que possuí um excelente arquivo
no assunto, mas também foi adquirido produtos fora deste centro para que
posteriormente seja possível a implementação de valores estudados na empresa
analisada. Com este método de pesquisa, foi possível levantar diversas teorias, por
vários autores, que posteriormente foram identificados na prática. A etapa pode ser
considerada essencial seguindo os raciocínios de Prodanov e Freitas (2009, p. 113):
Normalmente, fazemos uma pesquisa bibliográfica prévia, de acordo com a natureza da pesquisa, passando em seguida, aos detalhes desta, determinando as técnicas a serem utilizadas na coleta de dados, a fonte de amostragem, que deverá ser significativa, isto é, representativa e suficiente para apóias conclusões, além das técnicas de registro desses dados e as de análise posterior.
Posteriormente, realizou-se então uma entrevista semi-estruturada com o
PESSOA (CARGO) do órgão governamental responsável pelo controle e estudo
sobre o mercado coureiro, o objetivo era de adquirir uma maior gama de
informações sobre o assunto. A entrevista foi realizada a partir do roteiro que consta
no apêndice A. É importante ressaltar que o pesquisador já possuía uma noção
sobre o assunto, então procurou-se elaborar questões que na sua formulação já
abordassem aspectos técnicos, econômicos e práticos importantes que iriam
influenciar no resultado de pesquisa. Para a formulação destas perguntas, foi
utilizado métodos informais, como o próprio conhecimento do pesquisador e
aspectos físicos, econômicos e sociais básicos, como tamanho do território,
49
formulação do PIB, população, tendências de mercado, entre outras informações
que são facilmente encontrados em fontes digitais. Veloso (2011) defende a
utilização de entrevistas afirmando que é uma das melhores maneiras para a
realização da coleta de dados.
Paralelamente foi necessário a observação direta intensiva, uma vez que
muitos dados foram adquiridos pela observação do pesquisador. Destacando que o
pesquisador utilizou dois tipos: a observação participante e a observação na vida
real. Prodanov e Freitas (2009, p. 116) caracterizam estes tipos de observação da
seguinte forma:
- observação participante: consiste na participação real do conhecimento na vida da comunidade, do grupo ou de uma situação determinada. Nesse caso, o observador assume, pelo menos até certo ponto, o papel de um membro do grupo. O observador participante enfrenta grandes dificuldades para manter a objetividade, pelo fato de exercer influência no grupo, ser influenciado por antipatias ou simpatias pessoais e pelo choque do quadro de referência entre observador e observação;- observação na vida real: normalmente, as observações são feitas no ambiente real, como o registro dos dados a medida que forem ocorrendo, espontaneamente, sem a devida preparação. Podemos dizer que estar no local onde o evento ocorre corresponde a melhor ocasião para registro. Isso reduz as tendências seletivas e a deturpação na reevocação.
Tanto a observação participante quanto a observação na vida real, ou
presencial como o pesquisador prefere abordar, serviram para que fosse possível
verificar se os dados levantados com a pesquisa bibliográfica se comprovavam na
prática do serviço. A pesquisa participante começou a acontecer a partir do
momento que o pesquisador foi deslocado dentro da empresa para o setor
comercial, sendo este o departamento responsável pela atividade que aqui esta
sendo analisada. Com a intervenção prática do pesquisador, foi facilmente possível
identificar as etapas do serviços e como elas aconteciam.
Já a observação na vida real aconteceu com a ida do pesquisador a Hong
Kong durante o mês de março de 2013. Esta abordagem, e oportunidade oferecida
pela empresa analisada, foram muito importante, não só para o pesquisador que
pode agregar significativos conhecimentos culturais e profissionais, mas também
para a resolução dos problemas levantados na presente pesquisa. Foi então
determinado que nesta visita o pesquisador iria buscar registro fotográfico que
comprovassem as teorias levantadas na pesquisa bibliográfica, ou de novos pontos
que fizessem necessário novos pensamentos sobre o assunto.
50
2.4 PROCEDIMENTOS DE ANÁLISE
Seguindo um raciocínio lógico, após o levantamento dos dados resultantes
da pesquisa aplicada, se faz necessário a análise das informações obtidas.
Pretende-se então nesta etapa responder ou atingir os objetivos do estudo
confirmando ou rejeitando as hipóteses previamente levantadas.
Uma vez que o trabalho utiliza a forma qualitativa na interpretação dos
dados, é interessante ter claro como funciona esta forma de análise:
A análise qualitativa é menos formal do que a quantitativa, pois nesta última, seus passos podem ser definidos de maneira relativamente simples. A análise qualitativa depende de muitos fatores, tais como a natureza do dados coletados, a extensão da amostra, os instrumentos de pesquisa e os pressupostos teóricos que nortearam a investigação. Podemos entretanto, definir este processo como uma sequência de atividades, que envolve a redução dos dados, a sua categorização, sua interpretação e a redação do relatório (PRODANOV; FREITAS, 2009, p. 125).
Neste sentido, Veloso (2011, p.105), alega que “Uma vez coletados os
dados, o pesquisador passa a confrontar o que se anotou com o que se encontra
descrito na literatura. Também é hora de aproximar as respostas e até mesmo
unificar alguns grupos de resultados”.
Na sequência, será possível conhecer a empresa onde o estudo foi
realizado. Esta caracterização foi executada a partir da análise dos documentos
internos da empresa, além de entrevistas informais com o fundador e diretora da
empresa. Utilizou-se também o próprio web-site da empresa como fonte de
pesquisa. Além da apresentação da empresa estudada, irá ser possível
compreender o mercado asiático para o setor coureiro, pois o pesquisador realizou
uma análise qualitativa das questões feitas para o CICB (Centro das Industrias de
Couro do Brasil).
Seguindo o estudo, será possível identificar os resultados da pesquisa através
da análise dos dados encontrados na pesquisa bibliográfica com as informações
adquiridas no estudo de caso. Esta junção será facilmente identificada de forma
ilustrativa, ou seja, confrontando os dizeres dos autores que formaram o referencial
teórico com fotos tiradas no terminal de armazenagem em Hong Kong.
51
3 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
O presente capítulo pretende apresentar o estudo de caso realizado na
empresa de serviços logísticos analisada. Porém, antes disto, Lakatos e Marconi
(2011) explicam que o estudo de caso é um exploração limitada, pois esta sendo
analisado um indivíduo em específico, conseqüentemente suas conclusões não
podem ser generalizadas.
Para que seja seguido uma lógica na abordagem do estudo, será possível
referenciar Fleury e Ribeiro (2003), que destacam que alguns serviços oferecidos
por empresas especializadas agregam valor a um produto. Os autores ainda citam
eles de modo que se estabeleça uma seqüência, são eles: a assessoria documental,
o gerenciamento e contratação de transporte, a gestão do fluxo de informações, o
gerenciamento de armazém e a reposição de estoque.
Entretanto, acredita-se que é essencial para o início da apresentação, a
exposição da organização onde o estudo fora realizado. Aspectos como a historia da
Empresa, localização, tamanho, ramo de atuação, dentre outros serão brevemente
apresentados.
3.1 APRESENTAÇÃO DA EURO-AMÉRICA
A Euro-América Assessoria de Despachos e Transportes Ltda é uma
companhia agenciadora de transporte de cargas Internacional. A empresa iniciou
suas atividades em Junho de 1989, na cidade de Novo Hamburgo. Fundada por um
empresário com vasta experiência no setor de comércio exterior, a Empresa teve um
rápido crescimento devida ao seu diferencial de atendimento e ao cenário
econômico da época.
Atualmente a empresa esta estruturada na matriz, em Novo Hamburgo, onde
toda a administração da empresa é gerenciada, além de duas filiais distribuídas
estrategicamente nas cidades portuárias de Santos e Paranaguá. Hoje a Euro-
América conta com um quadro de funcionários diferenciado, que além de possuir
52
experiência no setor trabalham motivados, chegando a aproximadamente 80
colaboradores.
Desde sua inauguração, a Empresa esta focada no setor coureiro, mas
também com atuações em vários outros setores como: calçadista, maquinário,
químico dentre outros. Esta especialização esta alinhada com os pensamentos de
Rodrigues (2012) que ressalta a competência de empresas. Atualmente o elevado
volume de cargas movimentadas pela Empresa resulta em uma facilidade de
atuação em demais setores. Todo o conhecimento e know-how adquiridos nestes 24
anos de atuação, permitem a empresa oferecer serviços e assistência que possam
auxiliar o sucesso de seus clientes.
Seguindo os raciocínios de Mourão (2010), a Euro-América possuí uma
filosofia de ser um agente que trabalha diariamente que o seu serviço possa agregar
valor ao produto do seu cliente. A posição que a empresa possui hoje no mercado
comprova isto, com fornecedores e clientes que trabalham junto com a organização
por mais de 20 anos.
No decorrer do estudo são apresentados alguns tipos de serviço oferecido
pela empresa afim de proporcionar uma operação de estoque internacional segura e
eficaz. Porém é importante ressaltar que o serviço oferecido pela Euro-América esta
estruturado no aspecto operacional da armazenagem internacional, sendo o estudo
sobre a viabilização do estoque internacional feita pelos próprios gestores da
empresa produtora, uma vez que são eles que possuem as melhores informações
sobre seu produto e mercado.
3.2 ASSESSÓRIA DOCUMENTAL
Durante a pesquisa e a experiência profissional do pesquisador dentro da
organização, foi observado que praticamente todas as tarefas desempenhadas pela
Euro-América precisam passar por uma série de análise documentais. Hartung
(2002) já alertava que no campo do comercio internacional vários documentos são
criados, seja pela questão comercial ou pela burocracia enfrentada na exportação e
na importação de produtos. O estudo do processo de armazenagem internacional
53
não fugiu desta regra, e foi possível identificar a importância de documentos
específicos para o manuseio do processo.
No decorrer da observação participante, foi possível notar que a assistência
documental oferecida pela empresa está baseada na análise dos documentos
básicos de uma exportação, como a fatura comercial e o romaneio de carga, que na
maioria das ocasiões são emitidos pelo próprio exportador. Destacando, porém, que
apesar da empresa não ser a responsável pela emissão destas informações, a
empresa é consultada diversas vezes para que os mesmos sejam emitidos de
maneira correta e apropriada. Atualmente a emissão destes documentos não é uma
tarefa complexa, porém com a implementação dos novos sistemas do governos no
comercio internacional brasileiro, onde todas as informações são ligadas, a
experiência que a empresa possui proporciona uma vantagem significativa aos
clientes que utilizam a mesma como uma fonte de informações.
Outro documento que precisa ser emitido pelo exportador é a nota fiscal,
mas os demais documentos abordados no referencial teórico como RE, DDE e
Certificados são providenciados pela própria Euro-América no momento da
exportação. Analisando os documentos manuseados dentro do setor pesquisado, foi
possível identificar que além da commercial invoice e do packing list, o
conhecimento de embarque e os certificados são normalmente emitidos contra um
agente no exterior, pois este individuo será o responsável pela futura venda e
distribuição dos produtos.
Posteriormente, no momento de liberação das mercadorias, foi visto que a
fatura comercial e o romaneio de carga são os documentos que são emitidos
novamente. A fatura comercial, que é definida por Lopez e Gama (2011) como um
documento de cobrança precisa ser ajustada com os novos dados acordados nesta
última negociação. Da mesma forma, a retificação da lista de embarque se torna
necessária em casos onde o estoque será liberado parcialmente. Diaz e Rodrigues
(2012) defendem isto quando afirmam que este documento auxilia na orientação
física, ou seja, a interpretação correta deste documento irá evitar que mercadorias
sejam liberadas por engano. Claro que outra vez a Euro-América é contatada para
instruir o exportador quanto a correta emissão destes documentos.
Especificamente, é válido ressaltar a importância do procedimento adotado
pela empresa no manuseio dos originais do BL ou AWB, uma vez que, segundo Dias
e Rodrigues (2012), estes documentos são contratos que transferem a propriedade
54
do produto. Afim que não aconteça nenhum problema na retirada da mercadoria
sem a autorização do exportador, a Euro-América fica como detentora destas vias,
impossibilitando retirada da mercadoria sem a apresentação dos mesmos.
3.3 GERENCIAMENTO E CONTRATAÇÃO DE TRANSPORTE
Para que seja implementado um estoque no exterior, será fundamental o
transporte da mercadoria. Lopez e Gama (2011) advertem que a colocação de
mercadorias próximos aos consumidores costuma ser interessante, mas é
importante lembrar que os produtos não se locomovem sozinhos. Portanto, os
gestores das empresas precisam prestar atenção no fator de como a mercadoria
será levada até o determinado local. Neste sentido Hara (2011), reforça que o
transporte é fundamental para conexão do produto com o seu mercado.
A análise básica do transporte inicia nos dois fatores fundamentais, o tempo
e o custo. Provavelmente serão estes que definirão como as mercadorias serão
transportadas de um local a outro. Como o presente estudo abordou um mercado
em especifico, a Ásia, alguns métodos de transporte já puderam ser ignorados no
que diz respeito ao trânsito do produto do Brasil para lá. São eles o rodoviário e o
ferroviário devido a falta de linhas férreas e rodovias.
Conseqüentemente, os métodos de transporte aéreo e marítimo ficam como
opções. Barat (2007) constata que o modal aéreo é mais adequado para produtos
pequenos, de valor agregado e com urgência de entrega. Já Ludovico (2010)
ressalta que este tipo de transporte é o mais caro de todos. Na outra mão, o
transporte marítimo é muito mais acessível e seguindo uma linha de raciocínio que o
produto não possui urgência, uma vez que ficará estocado para atender uma
demanda futura, a locomoção do produto por água se faz mais coerente (COELHO,
2006).
No estudo ainda foi possível identificar a grande diferença de valores
monetários, onde o custo do transporte marítimo ficaria em torno dos USD 0,02 por
kg, enquanto o custo do valor do transporte aéreo não baixaria dos USD 1,30 a
kilograma. Mesmo que a diferença do tempo de trânsito dos modais fica em
55
aproximadamente 30 dias, este fator não é o suficiente para alterar o método de
transporte utilizado atualmente pelos exportadores de couro ao mercado asiático.
Entretanto o estudo não se obteve somente na identificação de qual modal é
o mais utilizado para o transporte do produto até o mercado asiático com o intuito de
armazenagem. Aprofundando o assunto, o pesquisador pode notar a preocupação
da Euro-América em vários fatores na gestão do transporte oferecido aos seus
clientes exportadores e importadores, seguindo as premissas abordadas por Hara
(2011), onde é afirmado que a contratação do transporte é umas das mais
importantes etapas da cadeia logística de uma organização.
Primeiramente, não podendo fugir do mercado atual, o custo é um aspecto
que provoca a Empresa a sempre procurar opções que satisfaçam seus clientes.
Lembrando da premissa que o barato pode sair caro, os colaboradores da
organização buscam oferecer a seus clientes opções confiáveis e que ainda possam
proporcionar excelente valor competitivo em termos monetários. Para isto a parceria
com companhias idôneas são fortalecidas diariamente, além da oferta de diversos
recursos logísticos como a consolidação de mercadorias que podem auxiliar na
competitividade do cliente, exatamente como os pensamentos de Keedi (2007).
O segundo aspecto que já esta consolidado dentro da empresa é referente a
gestão do fluxo de informações, que vai de encontro com o que Fleury e Ribero
(2003) afirmam sobre os serviços logísticos básicos de um agente de carga. Para a
diretoria da empresa, manter os clientes informados sobre as movimentações que
suas mercadorias passam não é mais um diferencial, mas sim um necessidade
devido a tecnologia da informação. Este processo hoje é muito importante e precisa
ser constantemente ajustado devido aos inúmeros instrumentos tecnológicos que
freqüentemente são lançados. Pensando nisto, altos investimentos são feitos em
sistemas que proporcionem uma interatividade com o cliente, além da constante
capacitação do quadro de funcionários que podem proporcionar tais benefícios aos
clientes da Euro-América.
Voltando para a delimitação do presente estudo, a seguir o pesquisador
apresenta como o serviço esta estruturado, abordando e caracterizando as etapas
essenciais para a armazenagem de produtos em Hong Kong.
56
3.4 O SERVIÇO DE ARMAZENAGEM
Independente de Ackerman (2004) acreditar que a armazenagem não é
uma atividade altamente inovadora, ou de Moura (1997) pensar simplesmente no
ato de manter um material parado até que o mesmo seja solicitado. O presente
estudo conseguiu analisar a importância das diversas etapas que acontecem
durante o procedimento de estocagem internacional, e através do entendimento
destes passos acredita-se que é possível atingir o ideal de Campos et al. (2011), o
de armazenar um material com eficiência.
Para seguir uma seqüência lógica de apresentação dos procedimentos e
etapas encontradas na pesquisa, será seguido os raciocínios de Rago (2008), onde
o mesmo basicamente define os subprocessos de armazenagem em recebimento
físico, estocagem, separação de pedidos e expedição.
Não contrariando a ordem dos subprocessos abordados por Rago (2008),
acredita-se que primeiramente é fundamental a apresentação do armazém onde o
serviço da Euro-América esta estruturado.
Hong Kong, como abordado previamente, não é um local que possua
exuberância de espaço físico, portanto as maiorias das edificação são estruturadas
verticalmente. Não fugindo desta realidade o armazém onde as mercadorias ficam
hoje armazenadas esta localizado dentro do ATL Logistics Centre - the world's first
and largest intelligent multi-storey drive-in cargo logistics centre, um complexo
logístico de administração privada, estruturado em dois edifícios de 7 e 13 andares
com capacidade de armazenamento de até 9.329.000 pés quadrados.
A localização estratégica do armazém pode ser melhor compreendida na
imagem 1. E através da análise de mesma, pode se observar que posição
geográfica do centro logístico vai de encontro com os pensamentos de Rosa (2003),
que afirma que o armazém deve estar localizado mais próximo possível dos
usuários. Ainda é possível associar com o aspecto qualitativo de localização
abordado por Banzato et al. (2003), a facilidade de acesso, pois o mesmo fica ao
lado do porto de Hong Kong e a 35 minutos da fronteira do país com a China.
57
Imagem 1: Localização do ATL Logitics CentreFonte: http://www.atlhk.com/en_atl_main.html - acesso em 19/04/2013
O ponto, ou a localização física do armazém, é abordado por Ackerman
(2004) como um dos “4 pes” da armazenagem. Outro “p” abordado pelo autor é o
produto, que segundo o mesmo refere-se tanto ao serviço, quanto a instalação física
oferecida para a armazenagem. A imagem 2 foi capturada durante a visita ao local, e
pode comprovar alguns aspectos abordados no referencial teórico no que diz
respeito a estrutura física.
Imagem 2: Localização do ATL Logitics CentreFonte: http://www.atlhk.com/en_atl_main.html - acesso em 19/04/2013
58
O piso de um armazém é abordado por Rosa (2003) quando o autor afirma
que o mesmo deve possuir um acabamento nivelado e liso para proporcionar um
bom transito de produtos, o que pode ser verificado no local. Porém, o mesmo autor
fala da altura dos espaços de armazenagem, mas no local não foi constatado os 6
metros de pé direto requisitado pelo escritor. David e Stewart (2010) afirmam que o
local deve basicamente proteger os produtos que ali estão estocados da chuva e do
sol, logo este pressuposto pode ser plenamente verificado a partir da visita
realizada.
Ackerman (2004) traz um ponto importante, que é a segurança destes locais.
Segundo o autor o armazém pode ser um local propicio a furtos devido a diversos
fatores. Alguns aspectos abordados pelos autores puderam ser verificados no local,
e por mais que Ackerman (2004) não acredite totalmente na eficiência dos sistemas
de monitoramento por câmeras, este foi o primeiro ponto verificado na visita e pode
ser comprovado nas imagem 3.
Imagem 3: Circuito fechado de TVFonte: Fotografia tirada pelo pesquisador em 26 de Março de 2013.
Na oportunidade também foi encontrada a presença de uma guarita, imagem
4. Rosa (2003) defende a importância deste instrumento, que com alojamento de um
vigilante irá intensificar a segurança do local e também pode auxiliar na
movimentação e orientação dos usuários do armazém. Na mesma imagem ainda é
possível associar os pensamentos de Ackerman (2004) referente a marcação das
vias de movimentação com tintas amarelas no chão e equipamentos de orientação
como semáforos para o trânsito de veículos.
59
Imagem 4: Guarita de segurança e vias de movimentação Fonte: Fotografia tirada pelo pesquisador em 26 de Março de 2013.
O referencial ainda aborda dois importantes aspectos na questão de
segurança dos armazéns, a limpeza e os sistemas de combate a incêndio. Dias
(1996) fala principalmente da utilização dos sprinklers em algum eventual incêndio.
Durante a visita do pesquisador, procurou-se verificar a existência de tal sistema e
se as distâncias mínimas abordadas pelo autor estavam sendo obedecidas no local.
A figura 5 mostra que estes valores foram facilmente identificados no local e a figura
7 ainda mostra a utilização de extintores de incêndio.
Imagem 5: Sistemas de combate a incêndios Fonte: Fotografia tirada pelo pesquisador em 26 de Março de 2013.
Voltando aos raciocínios de Rago (2008) a primeira etapa da armazenagem
esta constituída no recebimento das mercadorias. Foi identificado no local a
existência de uma área especifica onde o processo acontece. Moura (1997) fala da
60
necessidade e da importância das docas para um procedimento de recebimento
eficaz, durante a pesquisa o mesmo pode ser comprovador devido a facilidade de
movimentação que estas proporcionam aos operadores de empilhadeiras, que
conseguem aumentar o raio de ação de seus equipamentos através da utilização
destas plataformas. A imagem 6 exemplifica isto mostrando algum dos espaços
oferecidos pelo armazém para o carregamento ou descarregamento de caminhões,
além da operação de uma desova de container. É interessante observar a
possibilidade da empilhadeira entrar dentro do contêiner devido a utilização destes
espaços específicos, fator este que além de facilitar a operação agiliza a tarefa.
Acrescentando também a possibilidade de operações simultâneas devido ao espaço
oferecido.
Imagem 6: Área de carregamento e descarregamento Fonte: Fotografia tirada pelo pesquisador em 26 de Março de 2013.
Quando o armazém descarrega um determinado caminhão, a
responsabilidade pelos produtos que ali estão sendo entregue esta transferida para
a organização. No local pesquisado foi verificado a importância desta etapa a partir
da existência de uma aérea especifica para tal serviço e utilização de funcionários
designados especificadamente para a conferência dos produtos que ali chegam. A
tarefa desta equipe consiste em uma análise criteriosa do produto, com a pesagem,
medição, e verificação de alguma avaria que o volume tenha sofrido antes de chagar
ao armazém, exatamente de acordo com o que Arnold (2012) aborda sobre a
referida tarefa. Qualquer divergência entre o que foi declarado nos documentos com
o que ali esta sendo recebido é registrado e reportado ao escritório imediatamente
para que o cliente também fique a par da situação. A imagem 7 ilustra o que foi
identificado presencialmente em Hong Kong.
61
Imagem 7: Área de recebimento e conferência Fonte: Fotografia tirada pelo pesquisador em 26 de Março de 2013.
Seguindo na análise do serviço prestado pela Euro-América, foi identificado
que após o recebimento e conferência dos volumes, os mesmos são enviados para
os locais onde serão estocados. Porém, antes do envio, os volumes recebem uma
nova marcação que padroniza as informações aos operários do armazém. Seguindo
os pensamentos de Rodrigues (2012), dentre as informações que são colocadas
nesta etiqueta, constam o número do volume, data de recebimento, peso e nome do
cliente, o procedimento pode ser observado na Imagem 7.
Voltando na questão da movimentação, durante a visita foi constatado que o
processo de circulação dos volumes é feito por empilhadeiras, isto é justificado
devido ao peso dos volumes de aproximadamente 500 kgs cada, exatamente como
Bazato et al. (2003) afirma quando aborda que é a característica do volume que
define o método como o mesmo será transportado dentro do armazém.
É possível afirmar que a movimentação dos volumes e o processo de
armazenamento são relacionadas diretamente, pois o que foi verificado durante a
visita, é que os próprios operadores definem os locais onde os produtos são
estocados. Válido ressaltar porém, que esta informação não pode ser considerada
como cem por cento confirmada, uma vez que o pesquisador não conseguiu traduzir
o que os funcionários do armazém falavam devido a diferença de idiomas.
Entretanto, a partir da observação feita no local, foi concluído que os próprios
operadores armazenavam as mercadorias seguindo as instruções básicas de
manuseio identificadas no recebimento. Dentre estas instruções, estão as indicações
62
de sentido abordadas por Ludovico (2010) que puderam ser encontradas no local e
são ilustradas a partir da imagem 8.
Imagem 8: Instruções de movimentação.Fonte: Fotografia tirada pelo pesquisador em 26 de Março de 2013.
A questão de onde os volumes são estocados é uma variável muito
importante para logística do armazém. Banzato et al. (2003) afirma que este
procedimento irá interferir diretamente na otimização dos espaços do armazém e
conseqüentemente na eficácia do serviço oferecido pela organização. Autores como
Dias (1993) aconselham a consulta a profissionais especializados na criação de
layout de armazenagem. Ackerman (2004), ao mesmo tempo que demonstra uma
preocupação com o operador de empilhadeira se responsabilizando pela definição
de um local para estocagem do produto, afirma que os operadores produzem mais
quando controlam o próprio trabalho. O período de análise no terminal foi curto,
porém o que foi observado foi que os espaços tendem a ser bem utilizados com um
grande aproveitamento do espaço cúbico oferecido pelas instalações do terminal, a
imagem 9 procura elucidar isto.
Um dos fatores muito importantes na armazenagem, além do
aproveitamento do espaço físico é movimentação necessária para retirada de um
determinado volume, porém esta variável não pode ser analisada, devido ao curto
espaço de tempo que o pesquisador esteve no terminal.
63
Imagem 9: Estocagem de volumes e aproveitamento do espaco.Fonte: Fotografia tirada pelo pesquisador em 26 de Março de 2013.
Durante a visita ao armazém em Hong Kong o pesquisador procurou
identificar qual ou quais das quatro técnicas de estocagem abordadas por Dias
(1996) estavam sendo aplicadas naquele local. A partir do conhecimento dos
produtos que ali eram estocados, na grande maioria couro, já foi possível eliminar a
estocagem em caixas e a utilização de racks. Também não foi encontrado o
empilhamento de produtos em nenhuma estrutura de apoio, as prateleiras. Isto pode
ser compreendido quando Dias (1996) lembra que estas estruturas servem para
estocagem de volumes com baixo peso, o que não é o caso dos que ali estão
estocados. As imagens 9 e 10 mostram a técnica encontrada no terminal
pesquisado: o empilhamento de produtos sob produtos.
Imagem 10: Armazenagem vertical.Fonte: Fotografia tirada pelo pesquisador em 26 de Março de 2013.
Ainda a partir da análise das imagens 9 e 10, foi possível identificar a
presença dos paletes, que segundo Arnold (2012) além de padronizar as
64
embalagens e proporcionar mais segurança ao produto, auxiliam na estocagem dos
produtos. Foi possível então identificar a importância destes instrumentos logístico,
pois devido a utilização dos mesmos o armazém consegue efetuar uma estocagem
vertical segura e eficaz.
A preocupação de Rago (2008) com um manuseio excessivo dos volumes
quanto a estocagem vertical pode ser identificado no local. A imagem 11 mostra que
o referido armazém também utiliza os pensamentos de Moura (1997), armazenando
os volumes ao longo da próprio pavimento da instalação, uma vez que este método
proporciona uma facilidade de movimentação. Porém foi identificado que esta
técnica acaba restringindo o espaço do armazém de maneira significativa, causando
inclusive o aproveitamento das lacunas reservadas para circulação das
empilhadeiras para o armazenamento dos volumes. Conseqüentemente esta
utilização dos espaços pode gerar um número maior de movimentações, o que vai
contra os preceitos de Ackerman (2004), e ainda pode influenciar negativamente na
próxima tarefa executada no terminal: a separação e expedição dos pedidos.
Imagem 11: Armazenagem horizontal.Fonte: Fotografia tirada pelo pesquisador em 26 de Março de 2013.
Neste sentido, Banzato et al. (2003) já destacavam que o processo de
expedição deve ser rápido, eficiente e preciso. Verifica-se então, a importância de
todas as atividades anteriores serem executadas de maneira correta para que esta
etapa final do serviço também possa acontecer de maneira eficaz. Foi identificado
que o processo inicia quando as instruções de liberação da mercadoria são
recebidas pelo escritório do armazém e posteriormente repassadas ao departamento
operacional. Estes então, irão efetuar a busca pelos volumes nas áreas de
estocagem e transferi-las para um espaço especifico designado para expedição dos
65
volumes. A imagem 12 ilustra que o local nomeado para a expedição é semelhante
ao lugar onde as mercadorias foram recebidas.
Imagem 12: Expedição de mercadorias.
Fonte: Fotografia tirada pelo pesquisador em 26 de Março de 2013.
A escolha do local pode ser justificada pela agilidade proporcionada no
momento do carregamento dos veículos, uma vez que os volumes já estão
posicionados nos locais onde os veículos são estacionados e como o armazém
possui inúmeras docas, nenhuma operação é prejudicada. Ressaltando ainda que o
posicionamento das mercadorias não bloqueia a circulação das empilhadeiras
conforme os pensamentos de Ackerman (2004).
Antes da entrega ou autorização para o carregamento, a mesma equipe que
efetuou o recebimento das mercadorias irá verificar a necessidade de algum
eventual ajuste nas embalagens através de uma conferência minuciosa dos volumes
que ali estão sendo entregue. Banzato (2003) destaca que a expedição pode indicar
erros que acontecem nas atividades anteriores e apesar de Rago (2008) definir a
tarefa de conferência como um procedimento de retrabalho e que não agrega valor
ao serviço, o procedimento é executado no local com máxima atenção. Acredita-se
que os erros que podem acontecer na atividade, como uma troca de volumes, tem a
capacidade de manchar a imagem da organização, além do alto custo necessário
para corrigir o erro. Rago (2008) acredita que a melhor maneira de se fazer uma
conferência seria através da utilização de um sistema de informática específico para
armazenagem que efetue um cruzamento de dados afim de apontar algum acidental
erro no serviço. Entretanto não foi observada a utilização de etiquetas com código
de barras que proporcionariam tal facilidade.
66
Ainda na expedição, foi identificado que apesar do serviço de estocagem
estar localizado em Hong Kong, não é necessário que o destino final dos volumes
deve ser este. A Euro-América ainda oferece o serviço de entrega ou envio dos
produtos a qualquer lugar do mundo, uma vez que além de ser um centro de
estocagem o serviço pode ser considerado como um centro de distribuição. A
localização do terminal proporciona facilidade de utilização dos modais básicos
transporte, fazendo que o produto possa ser entregue em qualquer lugar do mundo
via aérea, marítima e rodoviária, conforme a necessidade dos envolvidos.
O último aspecto analisado foi a tecnologia de informação no controle do
estoque dos clientes. O pesquisador, atuando dentro da organização como
integrante do processo, conseguiu identificar um sistema de armazenagem
informatizado. Foi verificado que é através da utilização do mesmo, que a cobrança
dos valores é realizada. A Imagem 13 esboça o relatório gerado pelo sistema onde
informações de quantidade e tempo de permanência são as bases essenciais para a
cobrança do serviço.
Imagem 13: Controle gerado do WMS do armazém.Fonte: Fotografia tirada pelo pesquisador em 17 de Abril de 2013.
Após feita a apresentação do serviço, o presente estudo pretende
67
CONSIDERAÇÕES FINAIS
[Conclusões baseadas nas evidências coletadas, resgatando os objetivos do
trabalho e fazendo considerações acerca das contribuições do trabalho para a
comunidade acadêmica e profissional. Não se deve aqui repetir resultados já
detalhados no capítulo anterior ou análise de outros resultados não apresentados. O
objetivo é contextualizar a elaboração do trabalho e seus resultados]
[Abordagem das limitações do estudo, ou seja, até que ponto os resultados
são considerados válidos ou se pode generalizá-los a outras empresas.]
[Indicações de futuros direcionamentos de pesquisa.]
68
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Apêndices são produzidos pelo próprio autor e anexos referem-se a outros materiais
ou documentos.]