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Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium
Curso de Ciências Contábeis
José Roberto dos Santos
Rafael Polasse
ANÁLISE DE INVESTIMENTO EM GADO DE CORTE
FINANCIADO
Fazenda Pontal – Nova Xavantina/MT
LINS – SP
2019
JOSÉ ROBERTO DOS SANTOS
RAFAEL POLASSE
ANÁLISE DE INVESTIMENTO EM GADO DE CORTE FINANCIADO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Ciências Contábeis, sob a orientação do Prof. Me. Ricardo Yoshio Horita e orientação técnica do Prof. Me. Thiago Flávio de Souza.
LINS – SP
2019
Santos, José Roberto dos; Polasse, Rafael Análise de investimentos em gado de corte financiado: Fazenda
Pontal / José Roberto dos Santos; Rafael Polasse. – – Lins, 2019. 75p. il.31cm.
Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico
Salesiano Auxilium – UniSALESIANO, Lins-SP, para graduação em Ciências Contábeis, 2019.
Orientadores: Ricardo Yoshio Horita; Thiago Flávio de Souza
1. Pecuária. 2. Análise de Investimento. 2. VPL. 4. TIR. 5. TIR
Modificado. I Título.
CDU 657
S235a
DEDICATÓRIA
A minha querida, linda e maravilhosa mãe a Dª. ANTÔNIA DOS SANTOS, que
eu tenho tanta saudade, queria tanto que estivesse aqui, como foram bons todos
os cuidados que teve por mim.
O maior amor que já recebi foi de minha maravilhosa mãe, ela faleceu antes de me
ver concluir mais esta faculdade, a saudade de sua ausência é muito grande, mas
sou grato por todo o tempo que Deus permitiu viver sobre os seus cuidados minha
linda mãe, te amo muito.
Dedico-te este TCC, como eu costumava te dizer: minha querida, linda e
maravilhosa mãe, eu te amo muito, descanse em paz.
José Roberto
DEDICATÓRIA
Dedico este a minha filha ALICE MALTA POLASSE, pois Deus me deu ela de
presente para que, quando eu pensasse em desistir, eu deveria lembrar que eu
serviria de exemplo para alguém que de alguma forma me verá como um “Herói”.
Que um dia ela possa ver que, por mais limitações que a gente possa ter, nunca será
impossível.
Rafael Polasse
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus por me abençoar concedendo-me ótima saúde,
sabedoria e caridade.
Agradeço minha querida mãe a Dona Antônia por ter cuidado tão bem de mim
tendo sido uma alavanca para eu conquistar mais esta meta.
A minha noiva Fabricia que tem sido uma grande companheira me dando
bastante suporte e apoio. Deus levou minha mãe meu anjo, mas colocou a
Fabricia como outro anjo, obrigado Deus, obrigado Fabricia.
Ao Prof. Ricardo Horita e ao Prof. Thiago Flávio pelas orientações, por
disponibilizar tempo para nos ensinar e nos ajudar a chegar à conclusão deste
TCC.
Ao Unisalesiano, a todos os colaboradores que de alguma forma, com seu
trabalho, contribuíram para o nosso crescimento e desenvolvimento, em especial a
coordenadora de CC Prof. Rosiane Cristina.
Aos proprietários da Fazenda Pontal, o André e o Ricardo e também sua mãe
Dona Maria Zélia pela abertura as informações e pela colaboração para que
pudéssemos executar este trabalho.
Ao meu companheiro de TCC pela parceria, por nos entendermos bem e podermos
pesquisar, nos reunir e finalizarmos este TCC.
José Roberto
AGRADECIMENTOS
Gostaria de agradecer primeiramente a Deus por me proporcionar a
oportunidade de cursar uma faculdade em uma instituição de ensino bastante
reconhecida pela sua qualidade de ensino e ter a honra de conhecer novos colegas e
professores, principalmente o Ricardo Horita, que sempre me ajudaram no decorrer
do tempo em que estive presente como aluno, agradeço também meus pais que me
deram um incentivo do começo ao fim para que eu não desistisse no começo do
caminho e conseguisse chegar até aqui. Por fim, agradeço meu companheiro de TCC,
que sempre se esforçou para que obtivéssemos o êxito do trabalho e que sempre
que precisei me fortaleceu e ajudou conforme ele podia. Por fim, agradeço a empresa
Unimed Lins em especial o Glauco, que quando indicado pela professora Roseane
acreditou no meu potencial e me tornaram um profissional responsável e ético e
sempre investiram no meu conhecimento.
A todos, muito obrigado!
Rafael Polasse
RESUMO
O Agronegócio brasileiro abrange inúmeras atividades apresentando oportunidades de investimento e desenvolvimento. A agropecuária brasileira tem vantagens competitivas no mercado mundial, por ter disponível aos pecuaristas, uma vasta extensão territorial com solo e climas favoráveis, permitindo a criação extensiva do rebanho, produzindo carne de alta qualidade. O investimento na agropecuária vem demonstrando potencialmente rentável a cada ano que passa. A pecuária de corte apresenta ótimas oportunidades de investimento potencialmente rentáveis ao produtor rural. A obtenção do retorno financeiro é o grande desejo dos investidores, assim como do produtor rural, que busca a maximização da rentabilidade. A captação de recursos de terceiro em instituições financeiras para financiar a atividade pecuária de corte é uma opção muito importante para o produtor. Estima-se que o confinamento entrega ao produtor rural um retorno que supera o de muitas aplicações financeiras. A família Junqueira desenvolve atividades na pecuária há mais de 100 anos. Em 2013, compraram a Fazenda Pontal com o objetivo de desenvolver a atividade de corte. Os proprietários fizeram um financiamento para investir na aquisição de 567 cabeças de gado de corte. Este trabalho teve como escopo avaliar a viabilidade desta operação. Para tanto foi realizado uma revisão bibliográfica sobre as técnicas de análise de investimentos e posterior estudo de caso. Foi elaborado o fluxo de caixa correspondente à aquisição dos animais, manejo da atividade e posterior revenda, levando-se em conta os custos financeiros do financiamento obtido junto ao mercado financeiro. O estudo foi realizado entre os meses de fevereiro a setembro de 2019. Como resultado pode-se verificar que o investimento em gado de corte realizado a partir da obtenção de recursos de terceiros apresentou-se viável atendendo a taxa mínima de atratividade pretendida pelos proprietários.
Palavras-chave: Pecuária. Análise de investimento. VPL. TIR. TIR Modificada.
ABSTRACT
Brazilian Agribusiness encompasses numerous activities presenting investment and development opportunities. Brazilian agriculture has competitive advantages in the world market because it has available to ranchers a vast territorial extension with favorable soil and climate, allowing the extensive breeding of the herd, producing high quality meat. Investment in agriculture has been demonstrating potentially profitable with each passing year. Beef cattle breeding presents great investment opportunities potentially profitable for the rural producer. Obtaining the financial return is the great desire of investors, as well as the rural producer, who seeks to maximize profitability. Raising funds from third parties in financial institutions to finance beef cattle raising is a very important option for the producer. Confinement is estimated to yield a return to farmers that exceeds many financial investments. The Junqueira family has been engaged in livestock farming for over 100 years. In 2013, they bought the Pontal farm with the objective of developing the cutting activity. The owners made a loan to invest in the purchase of 567 heads of beef cattle. This work aimed to evaluate the viability of this operation. To this end, a literature review on investment analysis techniques and a subsequent case study was performed. The cash flow corresponding to the acquisition of the animals, management of the activity and subsequent resale were prepared, taking into account the financial costs of the financing obtained from the financial market. The study was conducted from February to September 2019. As a result, it can be verified that the investment in beef cattle obtained from third party resources was viable, meeting the minimum attractiveness rate intended by the owners.
Keywords: Livestock. Investment analysis. NPV TIR. IRR Modified.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Panfleto de divulgação do 35º Leilão da Tradição ................................... 16
Figura 2 – Entrada da Fazenda Pontal ...................................................................... 20
Figura 3 – Gado pastando na Fazenda Pontal .......................................................... 21
Figura 4 – Manejo do gado na Fazenda Pontal......................................................... 24
Figura 5 – Comportamento da amortização, juros e prestação no SAC ................... 34
Figura 6 – Comportamento da amortização, juros e prestação no SAF .................... 35
Figura 7 – Fórmula do SAF ....................................................................................... 36
Figura 8 – Fórmula do VPL ....................................................................................... 39
Figura 9 – Decisões de Investimentos ...................................................................... 44
Figura 10 – Fórmula dos Juros Compostos da Cédula de Crédito ............................ 46
Figura 11 – Gráfico do cálculo da TIRM .................................................................... 51
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – SAC sem carência ................................................................................... 33
Tabela 2 – SAF sem carência ................................................................................... 35
Tabela 3 – Exemplo de fluxo de caixa – payback simples ........................................ 41
Tabela 4 – SAC do financiamento para compra de gado .......................................... 46
Tabela 5 – Cálculo do VPL do Investimento ............................................................. 49
Tabela 6 – Cálculo da TIRM .................................................................................. 50
Tabela 7 – Análise de sensibilidade da taxa do Financiamento x TMA ..................... 52
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABC: Programa Agricultura de Baixa Emissão de Carbono
BNDES: Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
CAE: Custo Anual Equivalente
CB: Cabeças
CEI: Cadastro Específico do INSS
CNPJ: Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica
CPF: Cadastro de Pessoa Física
FGTS: Fundo de Garantia do Tempo de Serviço
FUNRURAL: Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural
IE: Inscrição Estadual
INSS: Instituto Nacional do Seguro Social
ITR: Imposto Territorial Rural
PF: Pessoa Física
PJ: Pessoa Jurídica
SAC: Sistema de Amortização Constante
SAF: Sistema de Amortização Francês
TIR: Taxa Interna de Retorno
TIRM: Taxa Interna de Retorno Modificada
TMA: Taxa Mínima de Atratividade
VF: Valor Futuro
VP: Valor Presente
VPL: Valor Presente Líquido
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 13
CAPÍTULO I .............................................................................................................. 15
1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA ............................................................................... 15
1.1 Divulgação e propaganda, clientes e fornecedores ........................................ 17
1.2 Gestão financeira das fazendas ..................................................................... 17
1.3 Gestão financeira através do Software Sicom ................................................ 18
1.3.1 Fluxo de caixa por atividades de financiamento ............................................. 19
1.3.2 Posição financeira diária ................................................................................. 19
1.4 Caracterização da Fazenda Pontal objeto deste estudo................................. 20
1.4.1 Gestão tributária da Fazenda Pontal .............................................................. 22
1.4.2 Gestão financeira da Fazenda Pontal ............................................................. 23
1.4.3 Manejo e gestão de custo da Fazenda Pontal ................................................ 24
CAPÍTULO II ............................................................................................................. 26
2 AGRONEGÓCIO, FINANCIAMENTO DO INVESTIMENTO PARA A
EXPLORAÇÃO DO GADO DE CORTE ................................................................... 26
2.1 Agronegócio .................................................................................................... 26
2.1.1 Agropecuária .................................................................................................. 27
2.1.2 Pecuária: exploração do gado de corte .......................................................... 27
2.2 Análise de Custo ............................................................................................. 29
2.2.1 Custos ............................................................................................................. 30
2.2.2 Custo na atividade com gado de corte ........................................................... 31
2.3 Análise de Financiamento ............................................................................... 32
2.3.1 Sistemas de amortização de financiamentos .................................................. 32
2.4 Análise de Investimento .................................................................................. 36
2.4.1 Fluxo de caixa de um projeto de investimento ................................................ 37
2.4.2 Projeto de Investimento .................................................................................. 37
2.4.3 Métodos de Análise de Investimento .............................................................. 38
2.5 Conclusões de Análise de Investimento ......................................................... 43
CAPÍTULO III ............................................................................................................ 45
3 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 45
3.1 Análise do Investimento da Fazenda Pontal ................................................... 45
3.1.1 Elaboração do fluxo de caixa incremental da operação ................................. 47
3.1.2 Análise do Investimento através do VPL ........................................................ 48
3.1.3 Análise do Investimento através da TIRM ...................................................... 50
3.2 Parecer final sobre o caso .............................................................................. 52
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO ............................................................................. 54
CONCLUSÂO ........................................................................................................... 55
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 57
APÊNDICES ............................................................................................................. 61
ANEXOS ................................................................................................................... 66
13
INTRODUÇÃO
O agronegócio é muito abrangente e se refere a todas as atividades
econômicas relacionadas ao comércio de produtos agrícolas. (AGRONEGÓCIO...,
2018)
A agropecuária é o setor do agronegócio que se subdividem em agricultura e
pecuária. (SILVA, 2015)
A pecuária consiste na criação de gado. A pecuária extensiva é a criação de
animais no pasto para comercialização. (PECUÁRIA..., [s.d.])
O produtor rural é definido como: pessoa física ou jurídica que explora a terra,
com fins econômicos ou de subsistência, por meio da agricultura e da pecuária,
respeitada a função social da terra. (NARDELLI, [s.d.])
Um investimento pode ser feito com recursos próprios ou de terceiros.
O crédito rural é um dos instrumentos mais importantes para a manutenção e
ampliação da atividade agropecuária. (HISTÓRICO..., 2015)
A análise de investimento busca, por meio de técnicas avançadas, utilizando
estatística, matemática financeira e informática, uma solução eficiente para uma
decisão compensadora. Portanto, é necessário o domínio de vários indicadores para
estruturar um modelo que forneça resultados otimizados. (MOTTA; CALÔBA, 2002)
Dentro da importância do agronegócio no contexto da economia brasileira,
este trabalho busca verificar a viabilidade de obter recursos no mercado financeiro
para financiar a atividade pecuária de corte.
O objetivo deste trabalho é analisar se o investimento proveniente da
utilização de recurso de terceiro para a compra de gado de corte é viável. Para tanto,
foi utilizado como método uma pesquisa descritiva com revisão bibliográfica e
abordagem qualitativa, na qual foi elaborado um estudo de caso na Fazenda Pontal,
localizada na estrada ao lado do Laticínio, s/n, Zona Rural, Nova Xavantina/MT.
Para nortear o presente estudo levantou-se a seguinte pergunta problema:
A obtenção de um financiamento para investir na aquisição de gado de corte
é uma opção viável para o pecuarista?
Em busca de resposta a este questionamento surgiu a seguinte hipótese:
O investimento na exploração do gado de corte é rentável, pois estima-se que
o retorno obtido pela venda do gado deduzindo-se o custo de aquisição, seu trato e
14
manejo, permite a obtenção de uma taxa de retorno superior à taxa mínima de
retorno desejado pelos proprietários.
Para atingir o escopo desejado será elaborado uma revisão bibliográfica e um
estudo de caso utilizando técnicas de Análise de Investimentos.
Este trabalho está estruturado como segue:
Capítulo I: descreve sobre a fazenda objeto do estudo. Relata sobre a
evolução histórica da família até a compra da Fazenda Pontal, abordando sobre a
gestão da Fazenda Pontal.
Capítulo II: é descrito com base na revisão bibliográfica para dar suporte à
pesquisa, tratando de cenários do Agronegócio e de ferramentas para análise de
financiamento e técnicas de análise de investimento.
Capítulo III: apresenta o relato da pesquisa, tratando as informações obtidas
na fazenda relacionadas à atividade objeto do estudo de caso e avaliando a
viabilidade da operação.
E para finalizar é apresentada a proposta de intervenção e a conclusão.
15
CAPÍTULO I
FAZENDA PONTAL
1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA
A família Junqueira tem mais de 100 anos de tradição na pecuária, atividade
de criação de gado.
O Senhor Waldir Junqueira de Andrade casado com Dona Maria Zélia Beozzo
de Andrade teve três filhos, Oscar Braulio Beozzo Junqueira de Andrade, André Luis
Beozzo Junqueira de Andrade e Ricardo Beozzo Junqueira de Andrade.
A família possui diversas propriedades rurais: Fazenda Santana e Fazenda
Iracema localizadas na cidade de Lins, Fazenda Aparecida na cidade de Guaiçara e
Fazenda Alvorada na cidade de Cafelândia, todas localizadas na microrregião de
Lins, estado de São Paulo e a Fazenda Pontal localizada em Nova Xavantina no
estado de Mato Grosso, entre outras propriedades.
As fazendas localizadas no estado de São Paulo têm como principais
atividades produtivas a produção de leite, a venda de matrizes, a venda de látex e o
arrendamento de terras para plantação de cana.
A Fazenda Santana é o carro chefe das atividades produtivas, pois vendem
em média 290 mil litros de leite por mês, enquanto a Fazenda Aparecida vende
aproximadamente 30 mil litros por mês, segundo informações fornecidas pelo
proprietário.
O Senhor Waldir Junqueira esposa e filhos destacam-se como produtores
rurais do estado de São Paulo e do Brasil.
As fazendas produtoras de leite da família Junqueira são bem destacadas no
MilkPoint, que é uma entidade que realiza levantamentos que desde 2001, que
reúnem os 100 maiores produtores de leite do Brasil e disponibiliza as informações
deste levantamento em seu site TOP 100.
Segundo informações do Top 100 desde 2001 este grupo familiar,
representado pelo Senhor Waldir, figurou entre os 100 maiores produtores desde a
primeira edição, ficando ausente apenas na edição de 2011 e obteve as melhores
colocações em 2002 e 2003 ficando em 16º lugar nesses dois anos (TOP 100...,
16
2019). Fazendo cálculos com informações extraídas do site, estima-se que no
período entre 2001 e 2018 as fazendas da família Junqueira produziram
3.855.321,46 litros de leite em média anual e 321.276,79 em média mensal.
O Senhor Waldir Junqueira e família ainda destacam-se por serem um dos
pioneiros no Brasil a realizar leilão de venda de gado leiteiro, tendo realizado o 1º
leilão da Tradição em 1985 e o realiza anualmente e ininterruptamente.
Figura 1 – Panfleto de divulgação do 35º Leilão da Tradição
Fonte: Autores, 2019
17
O Sr. Waldir Junqueira, a direita de seu filho André no panfleto, faleceu em 11
de dezembro de 2018, sendo uma grande perda para o setor agropecuário paulista e
brasileiro, e desde então, sua esposa Maria Zélia e seus filhos continuam a conduzir
os negócios da família.
1.1 Divulgação e propaganda, clientes e fornecedores
O grupo familiar não realiza muitas propagandas e divulgação, à exceção
quando promove leilões e principalmente o leilão da tradição, sendo a divulgação
feita através de mala direta, por meio de panfletos, anúncios em canais de televisão
entre outros.
O maior cliente que compra leite produzido nas fazendas da família Junqueira
é o Laticínios Tirolez Ltda, através da unidade de Lins – SP, localizado na Rua Vol.
João Batista Araújo, Jardim Bom Viver - s/n o qual compra praticamente toda a
produção de leite.
Os maiores fornecedores são Bunge Alimentos S/A que fornece farelo de
milho entre outros tipos de ração para alimentação do gado e Cooperativa Agrícola
Mista de Adamantina, que fornece diversos insumos como vacinas, medicamentos,
entre outros.
1.2 Gestão financeira das fazendas
A gestão financeira das fazendas busca maximizar os recursos financeiros.
A diretoria procura ter planejamento, gestão, controle e direção. Enfim,
procuram cercar-se de informações possíveis para que consigam a produtividade e o
lucro na exploração das propriedades.
O grupo familiar possui um escritório localizado no centro da cidade de Lins
com a finalidade de operacionalizar a parte administrativa das atividades produtivas.
Este escritório possui os seguintes departamentos: de compras que é
responsável pela aquisição de vacinas e medicamentos; de recursos humanos que
realizam procedimentos tais como contratação, férias e demissão de colaboradores;
de contas a pagar que fazem os pagamentos das despesas e dos financiamentos e
a tesouraria que faz a conciliação bancária.
Diariamente o escritório envia para a direção à posição financeira do negócio.
18
1.3 Gestão financeira através do Software Sicom
O Sicom é o sistema gerencial utilizado pela administração da fazenda para
garantir que as informações possam ser compartilhadas por todos os departamentos
da empresa, para possibilitar que a diretoria possa optar pelas melhores decisões.
As informações financeiras das fazendas são analisadas com a seguinte
estruturação: os lançamentos de receitas e despesas são efetuados no sistema
Sicom onde primeiramente foi elaborado e cadastrado o centro de custo mestre,
etapa, serviço da etapa e evento, os quais geram relatórios classificados por: fluxo
de caixa por atividades operacionais subdivididas em produtivas e administrativas e
o controle das atividades de financiamento.
Neste grupo de controle das atividades de financiamento são lançados as
operações com instituições financeiras: financiamento, custeio e empréstimo.
O fluxo de caixa por atividades operacionais é o módulo em que registram as
entradas e saídas de recursos financeiros, sendo subdivididos em produtivas e
administrativas.
No subgrupo administrativo são lançados e controlados as receitas e
despesas com o próprio escritório, com a diretoria e outros.
Já no subgrupo produtivo são lançados e controlados todas as receitas e
despesas referentes às atividades produtivas das fazendas, sendo cada fazenda um
centro de custo mestre que recebe os lançamentos específicos de cada centro.
O segundo nível de lançamento classifica as receitas e despesas em etapas,
por exemplo, uma etapa pode ser a movimentação acerca de gastos para a
produção de leite ou gastos para a produção do látex.
O terceiro nível classifica em serviço da etapa que pode ser os gastos com o
gado leiteiro ou gastos com a mão de obra para produção da seringueira, e o quarto
nível classificam em eventos, enquanto as etapas e os serviços das etapas são
especificas os eventos podem ser utilizados para qualquer combinação de Centro de
Custo Mestre, etapa e serviço da etapa.
Cada etapa tem seus serviços previamente cadastrados. Os eventos são bem
específicos, no entanto, podem ser alocados para qualquer grupo de centro de custo
mestre, etapa e serviço da etapa, de forma que após a efetividade dos lançamentos
é possível emitir relatórios para saber a situação econômica e financeira de cada
fazenda, por etapa, por serviço de etapa e por eventos.
19
1.3.1 Fluxo de caixa por atividades de financiamento
As Atividades de Financiamento estão relacionadas com a obtenção de
empréstimos a curto e longo prazo.
Quando se faz a captação de recursos financeiros é feito o cálculo de análise
do contrato que geralmente é realizado pela Metodologia do Sistema de
Amortização Constante (SAC) em planilha de @Excel. Pois no Sicom não tem um
módulo para calcular o financiamento.
Além deste cálculo em planilha de @Excel, também é conferido com
calculadora HP 12c e em seguida as informações são lançadas no sistema Sicom no
centro de custo mestre de Atividades Financeiras, de modo que fica provisionado o
pagamento das prestações na data de vencimento de acordo com o contrato.
Além destes lançamentos, também são lançados neste módulo várias
informações referentes aos financiamentos, tais como: o número do contrato com o
banco, o valor financiado, a taxa de juros, a quantidade de parcelas totais,
quantidade de parcelas pagas, quantidade de parcelas em aberto e a periodicidade
de vencimento do contrato.
Após estes lançamentos os Diretores podem receber relatórios de diversos
layouts sintéticos e analíticos contendo as diversas informações acima.
1.3.2 Posição financeira diária
A conciliação bancária consiste em ter no sistema gerencial informações das
contas correntes espelho às dos extratos bancários.
Os colaboradores do escritório geram os relatórios de fluxo de caixa o qual
fornecem a informação analítica das contas a pagar e das contas a receber no
período informado e também do relatório de posição financeira que após a
realização da conciliação bancaria demonstra sinteticamente o saldo das contas
bancarias bem como o saldo de contas a receber e de contas a pagar.
Diariamente os colaboradores enviam para os diretores André, Ricardo e
Oscar, através de e-mail estes dois relatórios: posição financeira sintética e fluxo de
caixa analítico. Diante destas informações, a diretoria toma as decisões de
movimentação financeira necessária para o período em questão.
20
1.4 Caracterização da Fazenda Pontal objeto deste estudo
A Fazenda Pontal foi comprada por Waldir Junqueira de Andrade em 2013
com o objetivo de desenvolver a atividade de cria, recria e engorda de gados
destinados à venda para abate e de criação de matrizes para reprodução.
Ela está localizada na cidade de Nova Xavantina no estado de Mato Grosso,
possui uma área de 8.598 hectares dos quais destina 6.700 hectares para pastagem
onde mantém dois centros de manejo, cada centro com curral e casas que cuida de
4.000 a 6.000 cabeças (CB) de gado.
É uma fazenda com ótimas condições de proporcionar várias atividades
produtivas de grandes dimensões. Abaixo uma foto da entrada da Fazenda Pontal.
Figura 2 – Entrada da Fazenda Pontal
Fonte: Autores, 2019
A pecuária extensiva da Fazenda Pontal é bem privilegiada, pois os pastos
dela são todos formados por braquiária, colonião e dictyoneura.
21
Braquiária, que de acordo com CALDAS (2018), oferece forragem aos
rebanhos. Os capins deste gênero também contribuem para a estruturação do solo e
proporcionam mais sanidade, melhores condições e ganhos de produtividade aos
rebanhos, tornando a atividade de engorda para abate ainda mais lucrativa.
Colonião é uma planta que dura muito, forma uma grande moita com caules
densos. Exige altas temperaturas e umidade para crescer, é pouco resistente a
geadas e fogo, mas tem boa resistência à seca. O colonião da Fazenda Pontal é da
variedade Panicum Mombaça e é bem consumido pelo gado. (COLONHÃO..., 2012)
Dictyoneura possui as folhas em formas de lança e tem raízes superficiais,
facilitando a alimentação do gado. Suporta pastejo intenso e continuado. É bem
consumida por bovinos. (DICTYONEURA..., [s.d.])
Figura 3 – Gado pastando na Fazenda Pontal
Fonte: Autores, 2019
22
O estoque final de gado no primeiro ano de início da atividade na Fazenda
Pontal em dezembro de 2013 foi de 500 novilhas, em 2018 manteve uma média de
7.184 CB e foi feita uma projeção para se chegar a 10.000 CB em 2020.
1.4.1 Gestão tributária da Fazenda Pontal
A Fazenda Pontal tem várias particularidades diferentes das fazendas que
ficam no estado de São Paulo.
No estado de São Paulo, as fazendas possuem Cadastro Nacional de Pessoa
Jurídica (CNPJ) rural que, de acordo com o contador do grupo familiar, este CNPJ é
mais utilizado para os trâmites com o posto fiscal de São Paulo, mas não caracteriza
o produtor rural como pessoa jurídica, pois ele continua sendo considerado pessoa
física.
O estado do Mato Grosso, assim como a maioria dos estados, não obrigam
os produtores rurais a terem CNPJ Rural, portanto a Fazenda Pontal não tem CNPJ
rural.
No entanto, o grupo familiar possui a empresa Tradição do Ivinhema
Administração de Bens Ltda que tem por objetivo a incorporação e administração de
bens próprios a qual a Fazenda Pontal pertence.
A família proprietária do imóvel já antecipando distribuição hereditária inseriu
a Fazenda Pontal como patrimônio da empresa para garantir as divisões igualitárias
no futuro.
Em fevereiro de 2015, a empresa Tradição do Ivinhema cedeu em contrato de
comodato para André e Ricardo a exploração econômica da Fazenda Pontal.
O contrato consiste nos sócios explorarem economicamente a fazenda
recebendo receitas e pagando as despesas.
André Junqueira e Ricardo Junqueira possuem uma inscrição estadual no
Mato Grosso e é através desta inscrição que se faz a movimentação econômica da
Fazenda Pontal.
As Notas Fiscais de compras, vendas, despesas, entre outras, são emitidas
pelo CPF do produtor rural inserido no campo CNPJ / CPF e pela inscrição estadual
(IE) inserida no campo IE. O registro de colaboradores é feito pelo CPF do produtor
rural e pela Cadastro Específico do INSS (CEI) da respectiva fazenda, pois cada
fazenda é cadastrada numa CEI.
23
Nas Notas Fiscais de faturamento são recolhidos 1,50% na fonte a título de
Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (Funrural).
O produtor rural também recolhe o Imposto Territorial Rural (ITR).
Na folha de pagamento recolhe apenas o FGTS, pois ao se optar pela
retenção de 1,50% na fonte do faturamento a título de Funrural, o produtor rural fica
isento de recolher os 20,00% de Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), sendo
esta, uma opção existente no estado de Mato Grosso.
A Lei nº 8.383 de 30 de dezembro de 1991 no seu Capítulo II rege sobre o
Imposto de Renda das Pessoas Físicas. Em seu artigo 14 estipula:
Art.14 O resultado da atividade rural será apurado segundo o disposto na Lei n° 8.023, de 12 de abril de 1990 e, quando positivo integrará a base de cálculo do imposto definida no artigo anterior. (BRASIL, 1991)
O resultado da atividade rural será apurado segundo o disposto na Lei n°
8.023, de 12 de abril de 1990, artigo 4º: “considera-se resultado da atividade rural a
diferença entre os valores das receitas recebidas e das despesas pagas no ano-
base“. (BRASIL, 1990)
A atividade rural tem mais vantagens tributarias através da exploração por
Pessoa Física (PF) do que por Pessoa Jurídica (PJ). Sendo assim, a declaração de
Imposto de Renda da Fazenda Pontal é feita pelo regime tributário de PF,
observando estas legislações citadas.
A contabilidade da Fazenda Pontal é feita por um contador do estado de Mato
Grosso, sendo que para fazer a declaração de imposto de renda, o contador das
fazendas do estado de São Paulo coleta as informações da Fazenda Pontal para
declará-las no imposto de renda de André e Ricardo.
1.4.2 Gestão financeira da Fazenda Pontal
A gestão financeira da empresa pontal é feita no sistema Sicom utilizando os
mesmos critérios de lançamentos e análises das fazendas do estado de São Paulo,
mas é cadastrada como uma empresa separada e independente das demais.
Os diretores e proprietários André e Ricardo também recebem diariamente a
posição financeira e o fluxo de caixa específico da Fazenda Pontal, que também tem
um controle particular de atividades de financiamento nos moldes do que foi relatado
acima para as fazendas do estado de São Paulo.
24
1.4.3 Manejo e gestão de custo da Fazenda Pontal
O manejo é um trabalho cotidiano na Fazenda Pontal.
Inicia-se desde o nascimento dos bezerros, passa pelos cuidados na
condução dos animais e é executado de forma estratégica até em atividades
pontuais como vacinação e identificação dos animais.
A atividade de gado de corte é a única da Fazenda Pontal e é realizada numa
área de 6.700 ha de pastagem a qual não tem confinamento e nem é mista, mas que
o gado recebe um complemento de ração no cocho.
Faltando aproximadamente 100 dias para a venda ao abate, este gado passa
por um processo chamado terminação, onde recebe uma suplementação de ração
no cocho, pois é um período de maior desenvolvimento do animal.
Figura 4 – Manejo do gado na Fazenda Pontal
Fonte: Autores, 2019
A Fazenda Pontal exclusivamente, diferente das fazendas do estado de São
Paulo, é cadastrada e utiliza o sistema Benchmark da empresa Inttegra que através
25
de consultores franqueados fornece assessoria em métricas gerenciais com o
propósito de gerar referências para as fazendas, que fornece o Benchmarking que é
um dos mais úteis instrumentos de gestão para melhorar o desempenho da fazenda.
O processo consiste na mensuração da performance de uma propriedade,
permitindo que a mesma tenha sua eficiência comparada com a de outras. Baseia-
se na aprendizagem com as melhores experiências das melhores fazendas.
As análises das fazendas são feitas anualmente conforme o período de safra
iniciando-se em 1º junho de um ano e terminando em 31 de julho do ano seguinte.
Após os lançamentos feitos no sistema Sicom e encerrado a safra 01/06 de
um ano até 31/07 do ano seguinte, gera o relatório de receita e despesa realizada na
Fazenda Pontal, transfere o custo obtido pelo sistema Sicom para o sistema
Benchmark.
Para fazer essa transferência de custo, é separado por grupos: administração,
impostos e taxas, mão de obra permanente, investimento e manutenção em
infraestrutura, rebanho comum nutrição, rebanho comum reprodução, rebanho
comum sanidade, manutenções e conservação de máquinas, investimento e
manutenção em pastagens e outros.
Além disso, também são lançadas várias outras informações no sistema
Benchmark tais como:
a) lançamentos pecuários de gado: nascimentos, desmames, mortes,
estoques em confinamento, compras, vendas e transferências;
b) total da equipe de colaboradores;
c) total da equipe em campo;
d) pluviosidade: informa o volume de chuvas, pois quanto mais chuva melhor
a produtividade do gado, entre outros dados lançados.
Após o preenchimento e lançamento desses dados dentre outros no sistema
benchmark é possível extrair várias informações tais como média de CB no ano,
custo fixo, custo variável, valor médio de compra, valor médio de venda, entre
outros.
26
CAPÍTULO II
ANÁLISE DE INVESTIMENTO NA PECUÁRIA DE CORTE
2 AGRONEGÓCIO, FINANCIAMENTO DO INVESTIMENTO PARA A
EXPLORAÇÃO DO GADO DE CORTE
O Agronegócio brasileiro abrange inúmeras atividades apresentando
oportunidades de investimento e desenvolvimento ao produtor rural.
O investimento na agropecuária, mais especificamente em pecuária de corte
vem demonstrando potencialmente rentável a cada ano que passa.
O Brasil, em 2017, teve o maior rebanho bovino comercial do mundo, com
220 milhões de cabeças, com aumento de 1,00% a mais que em 2016. Em 2018, o
rebanho bovino foi de 222 milhões de cabeças 1,00% maior que 2017.
(BOVINOCULTURA..., 2018)
Esse dado mostra a forma crescente que o rebanho bovino vem tendo nos
últimos três anos e demonstra positivismo aos pecuaristas que já estão ou
pretendem iniciar seus investimentos nas oportunidades que oferece o setor de
confinamento de gado.
A atividade rural exige o cuidado com os custos de produção. A oscilação dos
preços, os imprevistos como doenças de rebanho ou pragas da plantação, os fatores
climáticos, a natureza do produto agropecuário, a sazonalidade da produção e a
extrema interferência do governo são fatores que complicam o seu bom andamento.
(AVILA; AVILA; FERREIRA, [s.d.])
2.1 Agronegócio
O Agronegócio é muito amplo e pode ser divididos em setores: primário:
produtores rurais, agricultores e pecuaristas; secundário: agroindústrias e fabricantes
de insumos; terciário: transportadoras, distribuidores e comerciantes de produtos
agrícolas. (AGRONEGÓCIO..., 2018)
A eficácia do Agronegócio tem melhorado muito, de tal forma que este setor
brasileiro passou a produzir cada vez mais com menos.
27
De acordo com Silva e Silva ([s.d.]), no Brasil existem duas maneiras de
explorar a atividade rural: pessoa física e pessoa jurídica, dentre estas prevalecendo
à exploração na forma de pessoa física por ser menos onerosa que a de pessoa
jurídica.
Ligado à área de produção, entende-se que o agronegócio necessita de
captação de recurso no setor financeiro para fomentar o capital de giro e
investimentos no setor.
2.1.1 Agropecuária
Trata-se de um setor voltado a atender as necessidades básicas e vitais, dos
seres humanos como a alimentação e a vestimenta (SILVA, 2015). A agropecuária é
o setor que se subdividem em agricultura e pecuária e é responsável pela maioria da
alimentação.
Entre 1975 e 2017, a produção da agropecuária no país cresceu a um ritmo
de 3,43% a cada ano, diante deste dado percebe-se a importância deste setor para
economia nacional. (PODESTÀ, 2019)
A agropecuária brasileira está sendo favorecida no cenário mundial, pois o
Brasil tem grande extensão territorial, a maior parte do rebanho é alimentada em
pasto de qualidade apropriada para o consumo do gado, possuindo solo e clima
favoráveis, disponibilidade de recursos humanos e tem se empenhado para a
resolução de problemas de sanidade. (ROSSETTI, 2011)
Todos estes fatores favorecem para que os custos de produção sejam os
mínimos possíveis, e proporciona para que sejam utilizados poucos fertilizantes e
manejo com feno, ração ou sal mineral, desta forma, permitem o aumento da
lucratividade do pecuarista brasileiro favorecendo-o na competitividade do cenário
mundial.
2.1.2 Pecuária: exploração do gado de corte
A atividade de pecuária consiste em cuidar de animais geralmente criados no
campo para abate, consumo doméstico, serviço na lavoura, reprodução, venda de
matrizes, leite, para fins industriais e comerciais. (SANTOS; MARION; SEGATTI,
2002)
28
A pecuária é uma atividade econômica de exploração do gado em áreas
rurais, com finalidade de produzir alimentos e outras matérias primas para o
consumo humano.
Santos, Marion e Segatti (2002) descrevem três sistemas de produção:
a) sistema extensivo – os animais ocupam grande área de pastagem, sem
alimentação suplementar cujo rendimento do rebanho é baixo;
b) sistema intensivo – é a concentração de inúmeros animais em áreas
pequenas com a finalidade de adquirir bons rendimentos, ganho de peso,
maior rentabilidade e aprimoramento técnico;
c) sistema semi-intensivo – muito aplicado hoje em dia, conseguindo assim,
manter o rebanho no pasto orgânico com elevado ganho de peso, alta
produtividade por hectare e aumento da capacidade medido por
cabeças/hectare.
“Pecuária extensiva é a criação de animais em grandes áreas, a pasto, com
fins de comercialização”. (PECUÁRIA..., [s.d.])
Assim, os sistemas podem ser usados de acordo com vários fatores, tais
como localização da fazenda, seu clima, qualidade do seu solo. seu tamanho, entre
outros.
2.1.2.1 Confinamento
Segundo levantamento realizado pela Scot Consultoria, variando conforme a
operação e a propriedade foi estimado que o custo da diária e operacional ficam
entre R$ 6,50 e R$ 7,00 por cabeça de gado confinado. Mesmo com o alto nível de
investimento e risco envolvido neste tipo de operação, o retorno estimado supera o
de muitas aplicações financeiras, como a tradicional poupança que rende em média
0,70% a.m. Concluiu-se que o confinamento entrega ao produtor rural do estado de
São Paulo um retorno de 2,17% a.m. em noventa dias de engorda.
(CONFINAMENTO..., 2015)
Em geral, o gado comercial só vai para o confinamento no período de seca,
para regularizar a produção quando diminui a disponibilidade de pastagens.
Enquanto nas criações extensivas é necessário dispor de 1 a 2 hectares, ou seja, de
10.000 a 20.000 metros quadrados, de pastagens por animal ao ano, no
confinamento, é bem menor, pois só há necessidades de 10 metros quadrados por
29
cabeça. Os cochos devem ser colocados de modo a facilitar o abastecimento, que
pode ser feito com carretas forrageiras puxadas por trator. (SANTOS; MARION;
SEGATTI, 2002)
Nota-se que a rentabilidade do investimento em gado de corte pode ser muito
vantajosa para o pecuarista que tem uma grande área para o confinamento e
também pode propiciar bons resultados para os que têm espaços menores.
Observando que quanto mais cabeças, menor o custo fixo proporcional por
cabeça.
2.2 Análise de Custo
Define-se objeto de custo o elemento do qual se deseja ter o custo especifico
apurado.
Em outras palavras, objeto de custo é o elemento que será́ objeto de
mensuração monetária, com a finalidade de se obter o custo unitário ou total desse
elemento.
Exemplos de objeto de custo podem ser: um produto, um serviço, uma
mercadoria, uma atividade, um departamento, uma divisão, um processo ou um
recurso. (PADOVEZI, 2006)
Desta forma, entende-se que custo é o recurso utilizado para se fabricar um
produto ou serviço, com o objetivo de se obter um ganho com a venda destes.
Padovezi (2006) elenca que a classificação dos custos e despesas pode ser
de duas maneiras: quanto ao objeto a ser custeado: custos diretos e indiretos; e
quanto ao volume de produção ou venda: custos fixos e variáveis.
Frezatti (2008) ressalta a importância de se gerenciar o custo com
financiamento, para que o retorno obtido na aplicação de tal recurso seja maior do
que os encargos financeiros devidos:
Os gestores, ao alocar recursos, devem ter a consciência de que qualquer tipo de recurso obtido tem um custo e, caso não proporcionem retorno, estarão descapitalizando a entidade, já́ que ela vai ter que remunerar os financiadores em algum momento. (FREZATTI, 2008, p. 22)
Na exploração da atividade pecuária é de extrema importância ter o
conhecimento dos seus custos relacionados em função da respectiva receita, pois o
que gera custo precisa dar um retorno maior do que custou.
30
2.2.1 Custos
Custo é um gasto de um processo realizado para a transformação ou
aquisição de um produto ou serviço. A importância de conhecer o custo geral da
organização é o fato de permitir avaliar a rentabilidade do negócio, frente ao preço
de venda do produto ou serviço.
O comportamento do custo pode ser avaliado como custos fixos e variáveis
em relação ao volume de atividade. Toma-se como referência o volume de produção
ou vendas e verificam-se como os custos aumentam ou diminuem em relação a esse
volume. (PADOVEZI, 2013)
A moderna gestão de empresas visualiza os custos de forma mais ampla, isto é, ao longo de toda a cadeia de valor da empresa. A redução dos custos ao longo da cadeia tornou-se imperativo para se conseguir vantagem competitiva. (SOUZA; CLEMENTE, 2011, p. 14)
Reduzir os custos é um desafio. É importante conhecer a forma de apuração
dos custos do empreendimento e sua classificação quanto a fixo ou variável para
possibilitar melhor gerenciamento do processo, a fim de garantir maior rentabilidade
do negócio.
2.2.1.1 Custo Fixo
O conceito de custo fixo é aplicado àqueles custos cujos valores não variam
em função de uma determinada produção dentro do período analisado. Como
exemplo, mesmo que uma fábrica não funcione em um determinado mês, o aluguel
deste mês precisa ser pago.
Os valores gastos a título de tais custos serão sempre os mesmos, não
importando o volume produzido ou vendido. (PADOVEZI, 2013)
De acordo com Silva e Lins (2017, p. 14) “é possível depreender que o custo
unitário depende diretamente do valor do custo fixo e principalmente do volume
produzido. Quanto maior for a produção, menor será o peso dos custos fixos em
cada unidade produzida”.
Observa-se que os custos fixos não dependem do volume produzido, mas
interfere diretamente no custo unitário, pois o mesmo é rateado pelo volume total
produzido.
31
2.2.1.2 Custo Variável
São classificados como custos variáveis aqueles que mantêm uma relação
direta ao volume de produção, ou seja, cada unidade a mais ou a menos produzida
repercute diretamente no custo de produção. (SILVA; LINS, 2017)
A análise comportamental clássica da variabilidade dos custos é em relação
ao volume de produção, onde se toma como base, a quantidade produzida para se
fazer a análise da variação do custo. É a visão clássica do custo variável.
(PADOVEZI, 2006)
Sendo assim, é importante o gestor conhecer e ter o controle dos custos
variáveis, pois ele influenciará diretamente na formação do preço do produto,
obviamente, levando-se em conta o preço de mercado.
2.2.2 Custo na atividade com gado de corte
Na exploração da atividade pecuária é de extrema importância ter o
conhecimento dos seus custos relacionados em função da respectiva receita a fim
de otimizar o lucro.
É muito comum o produtor saber o preço de venda do boi, mas menos
comum calcular o custo de produção, e ainda são poucos os produtores que sabem
calculá-lo. Sem esta informação não se pode saber quanto é o lucro. Quando se
sabe calcular os custos de produção, se tem muito mais segurança em fazer o
negócio crescer. (FERRAMENTA..., 2017)
O conhecimento do processo produtivo e seus custos relacionados possibilita
aos gestores detectar pontos onde pode ser melhorado a eficiência da produção,
reduzindo custos e melhorando o retorno financeiro.
Santos, Marion e Segatti (2002, p. 34), afirmam que “um dos objetivos do
sistema de custo é permitir uma correta valorização dos estoques para apuração dos
resultados obtidos em cada cultivo ou criação”.
Assim como ocorre nas empresas de outros ramos, a atividade com gado de
corte também tem necessidade de uma análise de custo mais aprofundada, pois é
de extrema importância que os dados dos custos estejam corretos, para que se
possa verificar se existe a possibilidade de reduzir os custos sem prejuízo da
qualidade do produto, aumentado a rentabilidade do empreendimento.
32
2.3 Análise de Financiamento
Para Hirschfeld (2007, p. 190): “financiamento é o recebimento de dinheiro,
com fim específico de aplicação para ser devolvido conforme prazos e juros
acordados”.
Após receber o crédito, o cliente assume o pagamento do valor financiado
mais o valor dos encargos financeiros que são calculados sobre o saldo devedor.
De maneira geral pode-se dizer que o cálculo financeiro estuda a evolução do
dinheiro ao longo do tempo. (FARO, 1995)
O cálculo financeiro estuda as relações envolvendo unidades monetárias
consideradas em distintos pontos no tempo.
Em uma operação de empréstimo o cliente recebe o dinheiro e utiliza como
quiser sem precisar vincular a algo, diferente de um contrato de financiamento onde
nele é especificado o vínculo com a compra de algum bem móvel, imóvel ou
semovente. (BREGOLIN, 2014)
No contrato de financiamento, o recurso financeiro é atrelado a algum bem e
é estabelecido um período pré-determinado para sua liquidação, podendo ser
parcelado ou em uma única vez.
A análise de financiamento geralmente é feita através de sistemas de
amortização.
2.3.1 Sistemas de amortização de financiamentos
As formas de pagamento dos financiamentos são chamadas sistemas de
amortização. (VERAS, 2012)
Os sistemas de amortização são desenvolvidos basicamente para operações
de empréstimos e financiamentos de longo prazo, envolvendo desembolsos
periódicos do principal mais os encargos financeiros ocorridos nestas operações de
crédito. (ASSAF NETO, 2008)
Abaixo, Assaf Neto (2008) apresenta o significado dos termos empregados
nas operações de financiamentos:
a) encargos: representam os juros devidos na operação;
b) amortização: refere-se exclusivamente ao pagamento da parcela do
principal, que é o capital emprestado;
33
c) saldo devedor: é o valor do principal da dívida que ainda resta pagar;
d) prestação: é composta pelo valor da amortização mais os encargos
financeiros devidos;
e) carência: é a postergação do principal, não incluindo os juros.
2.3.1.1 Sistema de Amortização Constante (SAC)
Amortização é o termo utilizado para definir a parcela do capital emprestado
paga em cada prestação.
O valor das parcelas de amortização é obtido simplesmente pelo cálculo da
divisão do capital financiado pela quantidade de parcelas a pagar. (HIRSCHFELD,
2007)
Os juros incidem sobre o saldo devedor, e como este diminui a cada
prestação quitada, os juros diminuem progressivamente após o pagamento de cada
parcela de amortização.
As prestações do SAC são decrescentes e análogas ao pagamento dos juros.
(ASSAF NETO, 2008)
Em relação ao saldo devedor, Nascimento (2011, p. 138) simplifica: “no SAC,
o saldo devedor é muito simples de ser calculado em razão de que ele decresce na
forma de uma Progressão Aritmética, cuja razão é igual à amortização constante”.
Abaixo segue uma tabela de simulação com um exemplo, adaptado de Assaf
Neto (2008).
Dados para cálculo: Valor do financiamento = R$ 100.000,00; Prazo = 5 anos;
Prestações = anuais e taxa = 10,00% a.a.;
Tabela 1 – SAC sem carência
período saldo devedor amortização juros prestação
0 100.000,00 - - -
1 80.000,00 20.000,00 10.000,00 30.000,00
2 60.000,00 20.000,00 8.000,00 28.000,00
3 40.000,00 20.000,00 6.000,00 26.000,00
4 20.000,00 20.000,00 4.000,00 24.000,00
5 0,00 20.000,00 2.000,00 22.000,00
Total - 100.000,00 30.000,00 130.000,00 Fonte: Adaptado de Assaf Neto, 2008, p. 197
34
De acordo com as citações acima e com a tabela 1, no SAC a amortização do
principal é constante e os juros são calculados sobre o saldo devedor do período
anterior. As prestações, que representam a soma da amortização mais juros do
período, são decrescentes e o saldo devedor diminui progressivamente até a
quitação final. O gráfico abaixo ilustra isso muito bem.
Figura 5 – Comportamento da amortização, juros e prestação no SAC
Fonte: Adaptado de Motta e Calôba, 2002, p. 78
Neste gráfico observa-se o comportamento da amortização, que sempre é a
mesma, neste caso, R$ 20.000,00. Observa-se, também, que os juros vão
diminuindo progressivamente e a prestação reduz-se proporcionalmente aos juros,
pois esta é a soma da amortização e os juros.
2.3.1.2 Sistema de Amortização Francês (SAF)
Segundo Tosi (2005), este sistema consiste no pagamento da dívida por meio
de prestações de valores iguais, com periodicidade constante.
Nesse sistema, cada prestação contém uma parcela de juros e outra do
principal amortizado.
Assaf Neto (2008, p. 201) explica: “os juros, por incidirem sobre o saldo
devedor, são decrescentes, e as parcelas de amortização assumem valores
crescentes”.
35
O SAF ao contrário do SAC estipula que as prestações devem ser iguais,
periódicas e sucessivas, o que explica que enquanto as amortizações crescem os
juros decrescem ao longo do tempo.
Abaixo segue uma tabela de simulação com um exemplo, adaptado de Assaf
Neto (2008).
Dados para cálculo: Valor do financiamento = R$ 100.000,00; Prazo = 5 anos;
Prestações = anuais e taxa = 10,00% a.a.;
Tabela 2 – SAF sem carência
período saldo devedor amortização juros prestação
0 100.000,00 - - - 1 83.620,25 16.379,75 10.000,00 26.379,75 2 65.602,53 18.017,72 8.362,03 26.379,75 3 45.783,03 19.819,50 6.560,25 26.379,75 4 23.981,59 21.801,44 4.578,30 26.379,75 5 0,00 23.981,59 2.398,16 26.379,75
Total - 100.000,00 31.898,74 131.898,74 Fonte: Adaptado de Assaf Neto, 2008 p. 201
Na tabela 2 pode-se observar que no SAF, os valores das prestações são
iguais, sendo os juros calculados sobre o saldo devedor do período anterior. A
amortização é obtida deduzindo-se a prestação dos juros calculados no período.
Figura 6 – Comportamento da amortização, juros e prestação no SAF
Fonte: Adaptado de Motta e Calôba, 2002, p. 76
36
Pela figura 6, observa-se que as prestações são constantes e os juros
decrescem devido à diminuição do saldo devedor. Em decorrência deste fato, a
amortização aumenta a cada período.
Segundo Tosi (2005) o cálculo de amortização pode ser dado pela seguinte
fórmula:
Figura 7 – Fórmula do SAF
��� = � ×� ( + �) × �( + �) − �
Fonte: Tosi, 2005, p.194
Sendo, PMT o valor da prestação; i a taxa de juros da operação; P o valor
financiado e n o número de parcelas.
2.4 Análise de Investimento
O termo investimento é muito genérico. Nos tópicos abaixo serão abordados
apenas alguns métodos de análise de investimento, estes baseados no fluxo de
caixa.
O cálculo financeiro e a análise de investimento são ferramentas
imprescindíveis para a tomada de decisão e a gestão financeira de pessoas físicas e
pessoas jurídicas. (SAMANEZ, 2007)
Um investimento além de ser uma aplicação de recursos financeiros em
alguma instituição financeira, também pode ser a criação de uma nova empresa ou
implantação de um novo projeto.
Fazer um projeto de investimento antes de investir é determinante para obter
sucesso, pois ele ajuda a identificar e quantificar as estimativas de uma
oportunidade. (BREGOLIN, 2014)
Para obter boa análise de investimento é necessário que haja um projeto de
investimento. Para esta análise, é necessária a elaboração do fluxo de caixa do
empreendimento.
37
O fluxo de caixa resume as entradas e saídas efetivas de dinheiro, permitindo
ao gestor conhecer a rentabilidade e a viabilidade econômica do projeto.
(SAMANEZ, 2007)
A análise do investimento é feita através da avaliação das saídas e entradas
do fluxo de caixa do projeto de investimento fundamentando-se na comparação dos
valores presentes, calculados segundo o regime de juros compostos a partir de uma
determinada taxa de juros preestabelecida.
2.4.1 Fluxo de caixa de um projeto de investimento
A análise de projetos de investimento e a montagem do fluxo de caixa
necessário para avaliação econômica não são uma ciência exata.
No entanto, se o analista seguir alguns princípios e convenções comumente
aceitos, o resultado obtido será mais satisfatório. (SAMANEZ, 2007)
O fluxo de caixa é um instrumento de planejamento financeiro que tem por
finalidade fornecer estimativas das entradas e saídas de caixa do projeto em
determinado período de tempo à frente.
O fluxo de caixa incremental é estimado com base apenas nos valores que
entram ou saem provenientes do investimento a ser analisado, excluindo-se assim,
os demais movimentos financeiros.
O fluxo de caixa incremental é a base para o cálculo dos índices que
permitem efetuar a avaliação econômica de um projeto de investimento, pois por
meio do desconto desses fluxos pode ser estabelecida a viabilidade econômica do
projeto em questão. (SAMANEZ, 2007)
É através da análise do fluxo de caixa do projeto de investimento que se
obterá informações a fim de identificar a viabilidade econômica do referido projeto,
para então, aceitá-lo ou não.
2.4.2 Projeto de Investimento
Para executar um projeto de investimento deve ser elaborado um fluxo de
caixa que contribui para detectar as incertezas e medir seu impacto para avaliação,
auxilia na análise dos riscos e na tomada de decisão sobre o investimento.
(BREGOLIN, 2014)
38
Para que um investimento traga resultados positivos aos negócios é preciso
que ele seja elaborado com precaução e seguindo etapas convencionais
previamente estabelecidas. Através do projeto de investimento, o investidor tem a
visão geral das possibilidades do negócio, demonstrando quais as chances de
viabilidade. (STRACHOSKI, 2011)
Para a elaboração de um projeto eficaz, Strachoski (2011) sugere as
seguintes etapas: Projeção de investimentos, projeção das entradas e saídas de
caixa e projeção do fluxo de caixa.
Assim, estima-se os gastos necessários para a implantação do projeto, os
retornos de caixa previstas pelo investimento e as saídas de caixa relacionadas à
sua operacionalização.
2.4.3 Métodos de Análise de Investimento
Antes de se tomar a decisão sobre o investimento a ser feito, é preciso
analisar uma série de ferramentas financeiras que comprovem sua viabilidade.
Essas ferramentas são alicerçadas pela formação do fluxo de caixa do
projeto.
De acordo com Assaf Neto (2008, p. 148):
Basicamente, toda operação financeira é representada em termos de fluxo de caixa, ou seja, em fluxos futuros esperados de recebimentos e pagamentos de caixa. A avaliação desses fluxos consiste, em essência, na comparação dos valores presentes, calculados segundo o regime de juros compostos a partir de uma dada taxa de juros, das saídas e entradas de caixa.
Os métodos de análise de investimento existem para ajudar os
administradores a determinar se um projeto satisfaz o padrão de ganhos
estabelecidos no negócio.
Considerando as características e restrições, é comum o uso combinado dos
métodos existentes para uma melhor avaliação de investimentos. (BREGOLIN,
2014)
Ao avaliar as análises, devem-se considerar as limitações de cada método,
ponderando os resultados na busca pela alternativa que possibilite a melhor
remuneração do capital investido, considerando as características de cada projeto,
para poder tomar a melhor decisão de investimento.
39
2.4.3.1 Método do Valor Presente Líquido (VPL)
De acordo com Frezatti (2008, p. 79) “o valor presente líquido do fluxo de
caixa é obtido subtraindo-se os investimentos iniciais de um projeto do valor
presente das entradas de caixa, descontados a uma taxa igual ao custo de
oportunidade da empresa”.
Através do método do VPL se calcula o Valor Presente (VP), a uma
determinada taxa, de todos os saldos do fluxo de caixa de cada período do projeto
durante sua vida útil descontando o investimento inicial.
O VPL é calculado, através da seguinte fórmula:
Figura 8 – Fórmula do VPL
��� = −�� + ��(1 + �)� + ��(1 + �)� + ��(1 + �)� + ⋯+ ��(1 + �)�
Fonte: Adaptado de Samanez, 2007, p.180
Onde:
VPL representa o Valor Presente Líquido descontado a uma dada taxa; - F0
representa o investimento inicial; F1, F2 ,................................... Fn representam os
fluxos de caixa dos períodos 1 a n; i representa a Taxa Mínima de Atratividade
(TMA) do empreendimento e n representa o último período da análise do
determinado projeto.
Após fazer os cálculos pelo método do VPL, Motta e Calôba (2002)
descrevem como analisar o resultado para poder tomar a decisão em se realizar ou
não o projeto:
a) VPL > 0, aceita-se o projeto pois o investimento é viável;
b) VPL = 0, o projeto de investimento, embora viável, é indiferente;
c) VPL < 0, rejeita-se o projeto pois o mesmo é inviável.
2.4.3.2 Método da Taxa Interna de Retorno (TIR)
Sobre a utilização da TIR Assaf Neto (2008, p. 149) explica: “normalmente, o
fluxo de caixa no momento zero, fluxo de caixa inicial, é representado pelo valor do
40
investimento, ou empréstimo ou financiamento; os demais fluxos de caixa indicam os
valores das receitas ou prestações devidas”.
Conforme esta observação, entende-se que, a TIR é a taxa que retorna um
VPL igual à zero.
De acordo com Motta e Calôba (2002) dada uma alternativa de investimento,
se a taxa de retorno, for maior que a taxa mínima de atratividade, ela merece
consideração para implantação, caso contrário, rejeita-se a alternativa.
O resultado de uma TIR maior que a TMA mostra que o projeto é lucrativo, ou
seja, apresenta um VPL maior que zero para uma dada TMA, sendo assim, aceita-se
o projeto.
Para a tomada de decisão por meio do TIR, Motta e Calôba (2002, p. 119)
destacam as seguintes regras:
a) TIR > TMA, aceita-se o projeto;
b) TIR < TMA, rejeita-se o projeto;
c) TIR = TMA, o VPL será zero, o projeto é indiferente.
2.4.3.3 Método da Taxa Interna de Retorno Modificada (TIRM)
Uma das limitações do método da TIR é que todos os fluxos de caixa
positivos são reinvestidos à taxa de retorno do projeto.
Essa premissa seria válida caso não houvesse uma grande discrepância
entre a TIR e a taxa de desconto utilizada para o projeto. Quando isso ocorre, os
resultados tendem a ser menos confiáveis, podendo induzir a erros de decisão.
(SAMPAIO FILHO, 2008)
Já a TIRM possibilita a comparação entre diversas taxas de mercado e obtém
uma taxa de retorno do investimento mais realista.
A TIRM é um método de análise de projetos de investimentos que consiste
em trazer os fluxos de caixa negativos para VP e levar os fluxos de caixa positivos
para Valor Futuro (VF), resultando em um novo fluxo de caixa e eliminando assim
alguns dos problemas da TIR, quando estimada na sua maneira tradicional.
(PRATES, 2017)
Esse método ainda é pouco utilizado para as tomadas de decisões devido à
complexidade do cálculo, pois esse método é visado para casos com múltiplas taxas
de captação de recursos.
41
2.4.3.4 Metodologia Payback
Segundo Bregolin (2014, p. 33) “payback não é método de decisão sobre
investimentos, pois trata-se de uma metodologia simples e rápida, porém, é
relevante para a efetivação do projeto pois é por meio dele que se verifica o tempo
de retorno do investimento”.
Payback apura o tempo necessário para um investimento ser recuperado.
Frezatti (2008, p. 74) cita um exemplo:
Tabela 3 – Exemplo de fluxo de caixa – payback simples
Fonte: Adaptado de Frezatti, 2008, p. 74
O período de payback demonstrado é de dois anos. Isso implica dizer que em
dois anos o investimento é recuperado.
Assim, para usar o payback o investidor precisa de um padrão de aceitação,
indicando o prazo que considere adequado para a operação. No exemplo citado se
tivesse estabelecido que aceitaria projeto com retorno inferior a 3 anos o projeto
deveria ser aceito, mas se estabelecesse retorno de 1 ano o projeto deveria ser
rejeitado.
De acordo com Camloffski (2014), há duas formas de aplicar a metodologia
payback: simples e descontado. Desta forma, ele explica:
a) payback simples: Trabalha com as entradas de caixa das datas em que
se espera que ocorram sem a aplicação de uma taxa de desconto.
Utilizam-se esses valores de futuras entradas para amortização do valor
presente do investimento a ser realizado na data zero;
b) payback descontado: A diferença desta técnica em relação ao payback
simples é que as futuras entradas e saídas de caixa são calculadas a
valores presentes considerando uma taxa mínima de atratividade para o
empreendedor.
Anos Fuxo de caixa Saldo0 -100 -100 1 50 -50 2 50 03 50 504 50 100
42
Concluindo sobre a metodologia payback, ela tem um papel importante para a
efetivação do projeto, porque por meio dela se verifica o tempo de retorno do
investimento, que consiste em mais uma informação para se decidir em fazer ou não
o investimento.
2.4.3.5 Taxa Mínima de Atratividade (TMA)
TMA é a taxa mínima que o investidor espera receber do investimento.
Se a taxa interna de retorno for maior que a TMA, o projeto é viável, pois
descontando-se o fluxo de caixa à TMA retorna um VPL positivo.
Conforme Strachoski (2011), a TMA basicamente significa o percentual
mínimo que o investidor ganharia aplicando seu recurso financeiro em outros
investimentos.
Assim, serão vantajosos somente os projetos que têm a TIR acima da TMA.
2.4.3.6 Custo de Oportunidade
Com intuito de elucidar o custo de oportunidade Samanez (2007, p. 229)
escreve o seguinte exemplo:
O salário alternativo, ou seja, o salário que se deixa de receber por dedicar-se a determinada atividade. Por exemplo, se um economista recém-formado decide constituir uma empresa própria e dedicar-se integralmente à sua administração, então o salário que ele poderia ganhar se procurasse um emprego no mercado de trabalho pode ser visto como um custo de oportunidade.
Desta forma, com este exemplo, percebe-se que o custo de oportunidade
corresponde àquilo que se deixa de ganhar em prol de um investimento quando, ao
invés de aplicar no projeto, os recursos forem aplicados em outra operação de risco
parecido.
2.4.3.7 Método do Custo Anual Equivalente (CAE)
Motta e Calôba (2002) definem o CAE como sendo a transformação de todos
os fluxos de caixa: investimentos, custos operacionais e valor residual em uma série
anual uniforme.
43
É feito a transformação de um fluxo de caixa irregular em uma série anual
uniforme equivalente.
Conforme Motta e Calôba (2002, p. 124): “geralmente emprega-se o CAE em
alternativas que envolvem só custos, não gerando receitas. Fica-se com aquela
opção que apresentar o menor custo anual equivalente, calculado a dada taxa
mínima de atratividade”.
O método CAE geralmente traz somente as despesas a VP considerada a
uma TMA e aceita-se a opção de menor custo.
2.5 Conclusões de Análise de Investimento
O VPL, o Payback e a TIR apresentam informações distintas. Enquanto o
Payback permite identificar o prazo de retorno do investimento, o VPL mostra o valor
líquido que restará ao investidor após a amortização do valor investido, e a TIR
indica a taxa de retorno que o projeto tem capacidade de gerar. (BREGOLIN, 2014)
Frezatti (2008, p. 80) faz uma importante observação quanto à classificação e
o ranqueamento dos projetos que poderá́ ser diferente, conforme a técnica de
análise escolhida:
Esta divergência é resultado das diferenças na magnitude do fluxo de caixa e da época de ocorrência do mesmo. Isso porque o VPL supõe que as entradas de caixa são reinvestidas a uma taxa igual ao custo de capital da empresa, enquanto que a TIR supõe que estes fluxos são reinvestidos a uma taxa igual à própria TIR.
Outra observação muito importante é que muitas vezes, o investidor necessita
captar recursos financeiros de terceiros para financiar sua atividade. Posteriormente,
o gestor terá que amortizar sua dívida com os encargos financeiros devidos. Isto
afetará o fluxo de caixa final da atividade.
As técnicas de análise de investimentos auxiliarão a análise para decidir se
esta obtenção de recursos de terceiros trará resultados positivos, ou seja, se a
opção de investir nesta condição é viável ou não.
Diante de todas as informações coletadas, projetadas e analisadas, então, o
investidor estará respaldado para tomar sua de decisão.
Finalmente, após análise e verificação de que o projeto é viável, o próximo
passo é a implantação do projeto. Tais procedimentos podem ser representados
pela seguinte figura:
44
Figura 9 – Decisões de Investimentos
Fonte: Adaptado Kassai et al, (2000 apud STRACHOSKI, 2011, p. 32)
Conforme observado por Strachoski (2011), depois de realizado o
investimento, a contabilidade analisará os resultados obtidos para verificar se a
decisão tomada teve o retorno esperado ou não.
45
CAPÍTULO III
A PESQUISA
3 INTRODUÇÃO
Essa pesquisa tem como objetivo analisar a viabilidade financeira de um
investimento na pecuária de corte, envolvendo financiamento para aquisição de 567
animais para engorda e posterior revenda para abate. A análise consiste em verificar
se é viável captar recurso de terceiros para financiar a operação.
De forma sistemática foram observados, analisados e acompanhados os
procedimentos de administração da Fazenda Pontal.
Para a elaboração do presente estudo foram utilizadas as seguintes técnicas:
a) roteiro de estudo de caso (Apêndice A);
b) roteiro de observação sistemática (Apêndice B);
c) roteiro do histórico da empresa (Apêndice C);
d) roteiro de entrevistas para o Sócio Diretor (Apêndice D).
O dono da fazenda proporcionou acesso à informação de forma clara e
satisfatória, o que foi essencial para o desenvolvimento deste trabalho.
3.1 Análise do Investimento da Fazenda Pontal
Inicialmente buscou-se elaborar o fluxo de caixa gerado pelo projeto proposto.
Foi disponibilizado um contrato da linha de crédito do Programa Agricultura de
Baixa Emissão de Carbono (ABC) disponibilizado pelo Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) através da intermediação do Banco
Santander, com valor financiado de R$ 2.200.000,00 com taxa de juros de 8,50%
a.a.. Imposto sobre Operações Financeiras de 0,38% e remuneração de estudo
técnico a 0,50%, ambas calculadas sobre o valor da operação, conforme ANEXO A.
De acordo com o preâmbulo do contrato, o valor total foi destinado à
recuperação de 458,0 hectares de pastagens degradadas e a aquisição de animais
para engorda, porém, para a presente análise foi considerada apenas o
financiamento relacionado à aquisição de 567 cabeças de gado para corte. Isto
46
porque, é de interesse do proprietário verificar o retorno e a viabilidade de se
financiar a aquisição de gado, engordar os animais para revender ao abate.
O gestor forneceu mais informações onde foi identificado o recebimento da
primeira parcela do financiamento no valor de R$ 1.100.000,00, creditado na conta
corrente no mês de março de 2017 e a segunda parcela de mesmo valor no mês de
junho do mesmo ano, conforme ANEXO B. Porém, para a presente análise foi
considerado apenas a liberação de R$ 717.000,00, referente à aquisição do gado
objeto da presente análise. Abaixo segue a planilha do financiamento:
Tabela 4 – SAC do financiamento para compra de gado
Fonte: Elaborado pelos autores, 2019
A fórmula utilizada para o cálculo dos juros é apresentada a seguir:
Figura 10 – Fórmula dos Juros Compostos da Cédula de Crédito � = �� ∗ (1 + �) ��!" − 1# Fonte: Autores, adaptado do ANEXO A, p. 2 da Cédula de Crédito, 2019
Onde: J = juros; SD = saldo devedor; i = taxa de juros; n/365 = numero de
dias entre a data do evento financeiro e a data de capitalização, vencimento ou
liquidação da obrigação, considerando-se como evento financeiro todo e qualquer
fato de natureza financeira do qual resulte ou possa resultar alteração do saldo
devedor desta cédula.
Observa-se que a taxa de juros é de capitalização anual, portanto, nesta
formula o numero de dias é dividido por 365 dias sendo o resultado equivalente a
unidades anuais, assim, o período fica com a mesma unidade de tempo que a taxa.
período movimento vencimento dias periodo saldo devedor juros amortização prestação0 16/03/2017 717.000,00 1 16/03/2017 15/02/2018 336 0,9205 627.375,00 55.918,90 89.625,00 145.543,90 2 15/02/2018 15/02/2019 365 1,0000 537.750,00 53.326,88 89.625,00 142.951,88 3 15/02/2019 15/02/2020 365 1,0000 448.125,00 45.708,75 89.625,00 135.333,75 4 15/02/2020 15/02/2021 366 1,0027 358.500,00 38.199,31 89.625,00 127.824,31 5 15/02/2021 15/02/2022 365 1,0000 268.875,00 30.472,50 89.625,00 120.097,50 6 15/02/2022 15/02/2023 365 1,0000 179.250,00 22.854,38 89.625,00 112.479,38 7 15/02/2023 15/02/2024 365 1,0000 89.625,00 15.236,25 89.625,00 104.861,25 8 15/02/2024 15/02/2025 366 1,0027 - 7.639,86 89.625,00 97.264,86
269.356,82 717.000,00 986.356,82
47
3.1.1 Elaboração do fluxo de caixa incremental da operação
Foram adquiridas 300 cabeças de gado em março/2017 e 267 cabeças em
junho/2017. As respectivas vendas ocorreram em setembro/2018 quando foram
vendidos 306 animais, em outubro/2018 quando foram vendidos 246 animais, e as
últimas 15 cabeças foram vendidas no mês novembro/2018 fechando assim o ciclo
do manejo nesta operação. Informações de compra e venda no ANEXO C.
Desta forma, para elaborar o fluxo de caixa deste investimento foi extraído o
relatório de despesas mensais do módulo produtivo e do módulo administrativo no
período de março/2017, mês da efetivação do financiamento e do investimento até o
mês novembro/2018, último mês do recebimento da venda das últimas cabeças de
gado. Assim, esta operação durou o período total de 20 meses.
Em seguida foram emitidos relatórios mensais das despesas totais da
Fazenda Pontal no período analisado, em planilha de @Excel, conforme ANEXO D.
Como a Fazenda Pontal possui mais animais além dos objetos deste estudo,
para obter os custos operacionais da atividade foram adotados os procedimentos
explanados a seguir.
Para o rateio dos custos operacionais da atividade pecuária, foi levantado
mês a mês o total de animais criados pela Fazenda Pontal e o total de animais
objetos deste estudo de caso, calculando-se os respectivos custos proporcionais.
Isto porque, tanto a compra como a venda dos animais ocorreram em várias datas
diferentes, conforme ANEXO E.
O financiamento foi firmado para um período de 96 meses, porém o ciclo
operacional analisado foi de 20 meses. Assim, durante o período do manejo destas
567 cabeças foi debitada a primeira parcela do financiamento. Foi elaborada a
planilha do financiamento total para serem incluídas no fluxo de caixa, questão
essencial para a elaboração da Análise de Investimento.
Desta forma, consideradas para a análise, as entradas de caixa, incluídos a
entrada dos recursos financeiros do financiamento e as vendas dos animais e as
saídas de caixa proporcionais ás 567 cabeças, resultou o saldo líquido mensal.
Ponderações nos dados do fluxo de caixa:
a) no mês março/2017, entrou o crédito analisado de R$ 717.000,00 e foram
comprados 300 bois que custaram R$ 450.000,00;
b) no mês de junho/2017 comprou-se 267 cabeças por R$ 267.000,00;
48
c) no mês de fevereiro/2018 foi debitada uma parcela do financiamento a
qual aumentou o saldo negativo no mês;
d) as despesas dos meses julho/2018, agosto/2018 e setembro/2018
aumentaram devido ao custo da suplementação para o gado que foi
transferido do pasto para o confinamento;
e) o recebimento das vendas efetivados R$ 784.138,00 em setembro/2018,
R$ 672.559,01 em outubro/2018 e R$ 39.897,60 em novembro/2018
tornou o saldo do fluxo de caixa positivo nesses meses;
f) a partir do mês dezembro/2018, nos meses de fevereiro de cada ano até
o ano de 2025 foi elaborada a projeção das prestações do financiamento,
além disso, os demais meses não possuem mais nenhuma movimentação
de crédito e nem de débito, pois o período operacional foi concluído no
mês de novembro/2018.
3.1.2 Análise do Investimento através do VPL
Depois de elaborar o fluxo de caixa incremental, foi apresentado o resumo do
fluxo de caixa somente com os saldos resultantes de cada período para, a seguir,
ser calculado o VPL.
No mês de março/2017, considerado período 0, mês em que se iniciou a
operação, foi creditado R$ 717.000,00, valor referente à liberação do financiamento
para a compra dos animais. Neste mesmo mês, ocorreu a compra de parte dos
animais que custou R$ 450.000,00, e deduzindo ainda as despesas proporcionais
deste mês resultou um saldo de R$ 250.211,19.
No mês seguinte, em abril de 2017, foi denominado período 1. Em
decorrência disto, o mês de novembro de 2018, na qual foi recebida a venda do
último lote de animais e consequentemente encerrando o ciclo da operação foi
atribuído período 20.
Dai em diante até o período 95 só houve movimentações nos meses de
fevereiro de cada ano referentes as parcelas do financiamento, no entanto, apesar
dos meses intermediário terem saldo zero, eles são considerados no cálculo do VPL,
a fim de facilitar a demonstração no @Excel esses meses sem movimento foram
ocultados, conforme será demonstrado na tabela do VPL do investimento analisado,
logo abaixo.
49
A TMA desejada pelo proprietário foi de 19,80% a.a. Os períodos da operação
foram calculados mensalmente, portanto, para efetuar o cálculo do VPL a TMA foi
convertida para uma taxa equivalente de 1,52% a.m.
Sendo assim, na fórmula do @Excel ficou: = VPL (taxa; seleção do período 1
até o período 95) + período 0.
Abaixo demonstração do fluxo de caixa para o cálculo do VPL:
Tabela 5 – Cálculo do VPL do Investimento
MÊS PERÍODOS SALDO MENSAL
mar/17 0 250.211,19 abr/17 1 -6.164,15 mai/17 2 -9.302,09 jun/17 3 -277.142,46 jul/17 4 -19.301,73
ago/17 5 -20.976,60 set/17 6 -12.758,56 out/17 7 -16.701,92 nov/17 8 -12.818,81 dez/17 9 -17.077,15 jan/18 10 -15.277,15 fev/18 11 -158.651,24 mar/18 12 -19.726,74 abr/18 13 -18.163,51 mai/18 14 -19.748,82 jun/18 15 -13.706,12 jul/18 16 -53.952,37
ago/18 17 -46.498,86 set/18 18 757.191,25 out/18 19 671.303,03 nov/18 20 39.897,60 fev/19 23 -142.951,88 fev/20 35 -135.333,75 fev/21 47 -127.824,31 fev/22 59 -120.097,50 fev/23 71 -112.479,38 fev/24 83 -104.861,25 fev/25 95 -97.264,86
VPL 321.207,84 Fonte: Elaborado pelos autores, 2019
50
Conforme demonstrado na tabela, o resultado do cálculo pelo método VPL foi
de R$ 321.207,84, sendo o resultado bem maior que zero, conclui-se que o projeto
foi viável.
3.1.3 Análise do Investimento através da TIRM
Embora a intenção deste trabalho fosse calcular a TIR, esta não foi calculada
pelo fato do fluxo de caixa Líquido apresentar mudanças sucessivas entre saldo
positivo do fluxo de caixa para o saldo negativo. Isto leva à obtenção de várias TIR,
o que torna o cálculo e análise deste índice mais complexo.
Sendo assim, optou-se pelo cálculo da TIRM, a fim de eliminar alguns dos
problemas da TIR.
Para encontrar a TIRM, foi calculado o valor presente dos fluxos de
caixa negativos considerando o custo do financiamento como custo do capital e o VF
dos fluxos de caixa positivos até o mês de venda do último lote, utilizando a taxa de
reinvestimento considerado de 19,80% a.a. desejada pelos proprietários.
Desta forma foi constituído um novo fluxo de caixa conforme tabela abaixo:
Tabela 6 – Cálculo da TIRM (Continua)
MÊS PERÍODOS SALDO MENSAL SAÍDAS A VP ENTRADAS A VF mar/17 0 250.211,19 338.117,84 abr/17 1 -6.164,15 -6.122,39 mai/17 2 -9.302,09 -9.176,47 jun/17 3 -277.142,46 -271.547,39 jul/17 4 -19.301,73 -18.783,92
ago/17 5 -20.976,60 -20.275,55 set/17 6 -12.758,56 -12.248,61 out/17 7 -16.701,92 -15.925,72 nov/17 8 -12.818,81 -12.140,26 dez/17 9 -17.077,15 -16.063,61 jan/18 10 -15.277,15 -14.273,07 fev/18 11 -158.651,24 -147.219,80 mar/18 12 -19.726,74 -18.181,33 abr/18 13 -18.163,51 -16.627,14 mai/18 14 -19.748,82 -17.955,87 jun/18 15 -13.706,12 -12.377,34 jul/18 16 -53.952,37 -48.391,70
51
(Conclusão) ago/18 17 -46.498,86 -41.423,82 set/18 18 757.191,25 780.336,14 out/18 19 671.303,03 681.485,59 nov/18 20 39.897,60 39.897,60 fev/19 23 -142.951,88 -122.259,57 fev/20 35 -135.333,75 -106.676,65 fev/21 47 -127.824,31 -92.863,91 fev/22 59 -120.097,50 -80.415,13 fev/23 71 -112.479,38 -69.413,98 fev/24 83 -104.861,25 -59.642,98 fev/25 95 -97.264,86 -50.988,30
VALOR TOTAL -1.280.994,51 1.839.837,17 Fonte: Elaborado pelos autores, 2019
Desta forma, todas as saídas de caixa líquido foram trazidas a VP no mês de
março/2017, a taxa de 8,50% a.a. calculada para taxa equivalente de 0,68% a.m.,
início das atividades, totalizando R$ 1.280.994,51.
Já as entradas líquidas de caixa foram levadas a VF, no mês de
novembro/2018, final da operação quando foi vendido o último lote de gado,
totalizando R$ 1.839.837,17.
Resume-se o novo fluxo de caixa da seguinte forma:
Figura 11 – Gráfico do cálculo da TIRM
Fonte: Elaborado pelos autores, 2019
Em seguida foi aplicada a fórmula da TAXA do @Excel obtendo-se uma TIRM
de 1,83% a.m. sendo sua taxa equivalente de 24,20% a.a. maior do que a TMA de
19,80% a.a. desejada pelo proprietário.
-1.280.994,51
1.839.837,17
0 20
52
3.2 Parecer final sobre o caso
Muitas vezes, o pecuarista necessita captar recursos financeiros para aplicar
em sua atividade. Posteriormente, o gestor terá que amortizar sua dívida com os
encargos financeiros devidos. Isto afetará o fluxo de caixa final da atividade.
As técnicas de análise de investimentos auxiliará o gestor a decidir se esta
obtenção de recursos de terceiros trará resultados positivos, ou seja, se é viável ou
não.
Este estudo apresentou um modelo conceitual e teórico que permitiu
demonstrar a viabilidade de captar recursos de terceiro em instituições financeiras
para financiar o investimento na pecuária de corte.
No estudo elaborado, à TMA definida pelos investidores, o VPL obtido foi de
R$ 321.207,84 demonstrando que o projeto é viável.
Considerando a TMA de 19,80% a.a. equivalente a 1,52% a.m., pretendida
pelo proprietário da Fazenda Pontal, a análise apontou uma TIRM de 24,20% a.a.
equivalente a 1,83% a.m., taxa bem maior do que a TMA pretendida.
Utilizando-se dos recursos do @Excel elaborou-se uma análise de
sensibilidade do estudo realizado, em relação à variação da taxa cobrada pelo
financiamento e a taxa mínima de atratividade requerida pelos proprietários da
propriedade rural.
Tabela 7 – Análise de sensibilidade da taxa do Financiamento x TMA
Fonte: Elaborado pelos autores, 2019
Identifica-se que para uma TMA desejada de 19,80% a.a. em relação a um
financiamento com taxa de 8,50% a.a., obtêm-se uma TIRM de 24,20% a.a.,
portanto, maior que a TMA, concluindo que o projeto é viável.
11,35% 12,68% 14,03% 15,39% 16,77% 18,16% 19,56% 19,80% 20,98%
6,80% 22,13% 22,46% 22,80% 23,15% 23,49% 23,85% 24,20% 24,20% 24,56%7,44% 22,13% 22,46% 22,80% 23,15% 23,49% 23,85% 24,20% 24,20% 24,56%8,08% 22,13% 22,46% 22,80% 23,15% 23,49% 23,85% 24,20% 24,20% 24,56%8,50% 22,13% 22,46% 22,80% 23,15% 23,49% 23,85% 24,20% 24,20% 24,56%8,73% 22,13% 22,46% 22,80% 23,15% 23,49% 23,85% 24,20% 24,20% 24,56%9,38% 22,13% 22,46% 22,80% 23,15% 23,49% 23,85% 24,20% 24,20% 24,56%
TAXA MÍNIMA DE ATRATIVIDADETAXA DO
FINANCIAMENTO
53
Pode-se observar que, para a mesma TMA de 19,80% a.a., se a taxa do
financiamento variasse de 6,80% a.a. até 9,38% a.a. a TIRM não se alteraria, sendo
estimada em 24,20% a.a.
Considerando que a taxa de financiamento seja fixada em 8,50% a.a. e a
TMA variando de 11,35% a.a. a 20,98% a.a., a TIRM varia de 22,13% a.a. a 24,56%
a.a., concluindo que a TIRM é mais sensível à variação da TMA adotada pelos
investidores do que à variação da taxa de financiamento.
54
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO
Confrontando a revisão bibliográfica com os procedimentos observados na
pesquisa realizada na Fazenda Pontal propõe-se o seguinte plano de intervenção:
a) realizar as técnicas de análise de investimentos em futuras operações,
projetando um fluxo de caixa estimado, levando-se em conta o mercado
futuro do preço do boi;
b) ao elaborar investimentos em infraestrutura como reforma de pasto,
cerca, estrutura de confinamento, fazer uma análise separada, pois deve-
se considerar a vida útil do investimento;
c) elaborar uma planilha, a fim de aplicar os métodos VPL e TIRM conforme
o modelo apresentado para análises futuras;
d) estender o presente trabalho para outras operações realizadas pelo
Grupo Familiar para saber a viabilidade do investimento e se a TIRM é de
interesse para o grupo.
55
CONCLUSÂO
A pesquisa realizada mostrou que o agronegócio brasileiro, dentro do qual se
inclui a pecuária de corte, tem um importante papel na economia nacional.
Para o empreendedor pecuarista é importante ter o conhecimento dos custos
de suas atividades para analisar e decidir se deve efetuar um investimento em sua
propriedade desde que seja financeiramente viável.
Para que esta análise possa ser realizada, é necessária a elaboração do fluxo
de caixa do investimento.
Técnicas como o VPL, TIR e TIRM permitem aos gestores avaliar a
viabilidade de um investimento seja com recursos próprios, seja com a obtenção de
recursos no mercado financeiro.
Os registros contábeis são de suma importância neste processo, pois dela
obtém-se informações sobre custos de produção e faturamento, que permitem a
elaboração do fluxo de caixa da atividade.
Este trabalho teve o objetivo de analisar a viabilidade econômica e financeira,
bem como a rentabilidade do investimento realizado com recurso financeiro
proveniente de financiamento para exploração da pecuária de corte.
Para as análises foi elaborada a projeção do fluxo de caixa incremental, com
posterior cálculo do VPL e da TIRM, a fim de estimar o retorno do investimento e por
fim analisar sua rentabilidade, verificando-se assim, sua viabilidade.
Após os resultados das análises constatou-se que, através do fluxo de caixa
obtida na operação, o investimento trouxe um retorno esperado, com uma taxa de
retorno considerada atraente para o produtor.
Como os proprietários possuem muitas propriedades e dentro da propriedade
rural objeto deste estudo de caso, há um grande rebanho, os custos relativos à
operação foram estimados proporcionalmente à quantidade de animais financiada
na presente operação.
Seria interessante que fosse criado um sistema que pudesse apurar com
maior precisão os custos relacionados às atividades desenvolvidas pelos
proprietários na exploração da atividade rural para que o rateio dos custos e
despesas possam ser elaborados com mais precisão.
56
Desta forma conclui-se que os objetivos foram alcançados e que a hipótese
foi encontrada para a pergunta problema, sendo assim, foi uma ótima oportunidade
pesquisar sobre este tema na Fazenda Pontal que esteve sempre aberta e forneceu
as informações suficientes para a realização e conclusão deste trabalho.
Fazer esta monografia proporcionou grande experiência para os autores que
puderam colocar em prática o que foi visto na teoria.
O presente trabalho não esgota o assunto, podendo ser fonte de consulta
para novas pesquisas e de referência para quem desejar utilizá-lo em outros estudos
e também poderá ser aplicada por outros produtores rurais para análises similares.
57
REFERÊNCIAS
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61
APÊNDICES
62
APÊNDICE A – ROTEIRO DE ESTUDO DE CASO
1 INTRODUÇÃO
Será analisada a atividade de exploração de engorda de gado de corte com o
objetivo de verificar o retorno do investimento realizado com recurso financeiro
proveniente de financiamento para exploração desta atividade, a fim de propor uma
ferramenta de análise para futuras operações similares.
1.1 Relatos dos trabalhos realizados referentes aos assuntos estudados
Será realizado um estudo de caso, na Fazenda Pontal, através da análise dos
custos históricos da propriedade, e estimativa de receitas da atividade, a fim de
verificar o retorno do investimento com o cálculo da TIR, VPL e Payback.
1.2 Discussão
Através da pesquisa será realizado o confronto dos conceitos teóricos e
aplica-los ao caso em concreto identificando o retorno do investimento na exploração
destra atividade.
1.3 Parecer Final
Mediante a apuração dos custos relacionados à atividade e o seu respectivo
retorno, apresentar um parecer final sobre a viabilidade de captar recursos
financeiros para a exploração da atividade de engorda de gado de corte.
63
APÊNDICE B – ROTEIRO DE OBSERVAÇÃO SISTEMÁTICA
I DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Empresa:
Localização:
Cidade: Estado:
Atividade:
II ASPECTOS A SEREM OBSERVADOS
01 Análise do financiamento;
02 Análise dos custos;
03 Análise do investimento;
04 Análise das receitas;
05 Análise do lucro; e
06 Análise da rentabilidade.
64
APÊNDICE C – ROTEIRO HISTÓRICO DA EMPRESA
I DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Empresa:
Localização:
Cidade: Estado:
Atividade:
Data da Fundação:
II ASPECTOS HISTÓRICO DA FAZENDA PONTAL
01 Serão observados os dados e evolução da história da Fazenda Pontal, no
aspecto voltado à análise de custo e de financiamento da compra de gado de
corte, como suporte para desenvolvimento do estudo de caso.
65
APÊNDICE D – ROTEIRO DE ENTREVISTA PARA O PROPRIETÁRIO DA
FAZENDA
I DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Nome:
Cargo:
Escolaridade:
Experiências Profissionais:
Outras Experiências:
Residência / Local:
II PERGUNTAS ESPECÍFICAS
01 Quais as características da Fazenda Pontal?
02 A atividade de gado de corte é a única da Fazenda Pontal?
03 Qual a área de expansão da fazenda e quanto são utilizados para o gado de
corte?
04 Como é feito o trato dos bovinos? Qual tipo de criação?
05 Com quantos meses um bovino já tem condições de ser abatido?
06 Quem são seus principais clientes?
07 Como é calculado o custo do tratamento do gado de corte?
08 Porque a captação de recurso foi feito por financiamento?
09 O investimento em gado de corte é rentável?
66
ANEXOS
67
ANEXO A – DADOS, FÓRMULA DOS JUROS E PREAMBULO DA CÉDULA DE
CRÉDITO
68
69
70
ANEXO B – CÁLCULO DOS JUROS PARA CONFERÊNCIA E PROVISÃO DAS
PRESTAÇÕES DA CEDULA DE CREDITO Nº 60120705-01
1ª 2ªliberaçao 16/03/2017 19/06/2017liberado 1.100.000,00 1.100.000,00 taxa a.a
parc amortizaçao vencimento periodo a pagar juros tt a pagar parcela prestaçao saldo16/03/2017 15/02/2018 0,9205479 1.100.000,00 85.789,11 1.185.789,11 137.500,00 223.289,11 962.500,00 19/06/2017 15/02/2018 0,6602740 1.100.000,00 60.876,50 1.160.876,50 137.500,00 198.376,50 962.500,00
15/02/2018 2.200.000,00 146.665,61 2.346.665,61 275.000,00 421.665,61 1.925.000,00 2 15/02/2018 15/02/2019 1,0000000 1.925.000,00 163.625,00 2.088.625,00 275.000,00 438.625,00 1.650.000,00 3 15/02/2019 15/02/2020 1,0000000 1.650.000,00 140.250,00 1.790.250,00 275.000,00 415.250,00 1.375.000,00 4 15/02/2020 15/02/2021 1,0027397 1.375.000,00 117.208,48 1.492.208,48 275.000,00 392.208,48 1.100.000,00 5 15/02/2021 15/02/2022 1,0000000 1.100.000,00 93.500,00 1.193.500,00 275.000,00 368.500,00 825.000,00 6 15/02/2022 15/02/2023 1,0000000 825.000,00 70.125,00 895.125,00 275.000,00 345.125,00 550.000,00 7 15/02/2023 15/02/2024 1,0000000 550.000,00 46.750,00 596.750,00 275.000,00 321.750,00 275.000,00 8 15/02/2024 15/02/2025 1,0027397 275.000,00 23.441,70 298.441,70 275.000,00 298.441,70 -
801.565,79 2.200.000,00 3.001.565,79 juros capital prestaçao tt
G D.MY15.022018 ENTER15.022019 G DYS
3658.5 ENTER 2.200.000,00 Credito100 / 0,085 0,38% Aliquota IOF1 + 1,085 8.360,00 IOF ADIC
X><Y 365365 / 1,000 0,50% Aliquota Estudo técnico
yx 1,085 11.000,00 Estudo técnico1 - 0,085
1.925.000,00 X163.625,00 juros
CÁLCULO DOS JUROS PARA CONFERÊNCIA E PROVISÃO DAS PRESTAÇÕES DA CEDULA DE CREDITO Nº 60120705-01
8,50%
1
Na HP12c Simulaçao de exemplo da 2ª parcela
71
ANEXO C – DEMONSTRATIVO DAS COMPRAS E VENDAS DOS BOIS
pagamento fornecedor Qtde VR Un VR TT
22/03/2017 ANTONIO MARINS PEIXOTO FILHO 300 BOI 1.500,00 450.000,00
19/06/2017 JOSE PEDRO BONELLA 110 BOI 1.000,00 110.000,00
26/06/2017 GILNEY DORNELLES 157 BOI 1.000,00 157.000,00
717.000,00
567 cabeças compradas
recebimento cliente Qtde VR Un VR TT dias meses
06/09/2018 MARFRIG GLOBAL FOODS S/A - MT 102 BOI 2.533,63 258.430,00 533 17,77
14/09/2018 MARFRIG GLOBAL FOODS S/A - MT 204 BOI 2.577,00 525.708,00 541 18,03
16/10/2018 JBS S/A 150 BOI 2.801,44 420.216,32 484 16,13
18/10/2018 JBS S/A - MT 96 BOI 2.628,57 252.342,69 479 15,97
07/11/2018 JBS S/A - MT 15 BOI 2.659,84 39.897,60 499 16,63
1.496.594,61
567 cabeças vendidas
COMPRAS DE BOI
VENDAS DE BOI
72
ANEXO D – FLUXO DE CAIXA DA FAZENDA PONTAL
0 1 2 3 4 5 6 7 8
Fluxo de caixa da fazenda Pontal mar/17 abr/17 mai/17 jun/17 jul/17 ago/17 set/17 out/17 nov/17
40 - CONTROLE DE RECEITAS 717.000,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
01 - GADO CORTE 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
02 - CREDITO DE FINANCIAMENTO 717.000,00
01 - DESPESAS ADMINISTRATIVAS 96.621,61 82.913,53 95.932,98 87.353,27 102.633,21 98.690,48 88.192,39 93.251,88 91.793,83
01 - DESPESAS ADMINISTRATIVAS 14.686,02 11.643,00 17.571,26 10.284,30 7.172,69 12.078,02 16.855,33 13.297,16 17.077,73
02 - MAO DE OBRA 40.210,82 30.388,82 38.605,42 37.592,97 58.852,02 47.869,54 29.923,33 42.513,72 37.309,70
03 - SERVIÇOS TERCEIRIZADOS 2.236,99 4.760,12 2.237,00 2.921,00 70,00 0,00 5.413,73 0,00 0,00
05 - REFORMA / MANUTENCAO 3.487,78 121,59 1.519,30 555,00 538,50 2.742,92 0,00 1.441,00 1.406,40
06 - PRO LABORE 36.000,00 36.000,00 36.000,00 36.000,00 36.000,00 36.000,00 36.000,00 36.000,00 36.000,00
02 - FINANCEIRAS 333,79 2.479,59 1.226,53 1.435,05 1.591,85 253,90 399,89 211,66 392,79
03 - CORTE 110.050,02 36.856,14 51.676,18 32.968,32 75.540,20 6.492,52 6.250,08 7.625,96 8.216,29
01 - GADO DE CORTE 32.171,92 10.576,14 15.300,98 8.478,32 19.244,20 6.492,52 6.250,08 7.625,96 8.216,29
50.01.03 - MEDICAMENTOS 17.075,91 0,00 888,10 1.347,92 3.171,65 560,84 0,00 1.716,88 969,48
50.01.13 - VACINAS 3.266,92 0,00 0,00 0,00 14.997,60 0,00 0,00 0,00 0,00
50.06.02 - VETERINARIO 3.970,23 2.357,14 12.165,88 0,00 0,00 1.380,33 2.442,33 1.380,33 0,00
50.03.12 - OUTROS 7.858,86 8.219,00 2.247,00 7.130,40 1.074,95 4.551,35 3.807,75 4.528,75 7.246,81
07 - REFORMA DE PASTAGEM 77.878,10 26.280,00 36.375,20 24.490,00 56.296,00 0,00 0,00 0,00 0,00
50.01.06 - FERTILIZANTE / CORRET / ADITI 47.920,00 0,00 30.000,00 24.490,00 56.296,00 0,00 0,00 0,00 0,00
50.01.10 - DEFENSIVOS / HERBICIDAS 21.228,10 26.280,00 6.375,20 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
50.06.04 - SERVICOS DE TERCEIROS 8.730,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
07 - RACAO 17.050,08 10.500,00 56.270,00 1.179,80 24.510,00 137.332,79 39.207,83 100.841,76 41.902,39
01 - RACAO 17.050,08 10.500,00 56.270,00 1.179,80 24.510,00 137.332,79 39.207,83 100.841,76 41.902,39
50.01.01 - RACAO 0,00 10.500,00 10.500,00 1.179,80 24.510,00 85.000,00 33.030,00 48.005,84 41.012,47
50.01.02 - SUPLEMENTO MINERAL 17.050,08 0,00 45.770,00 0,00 0,00 52.332,79 6.177,83 52.835,92 889,92
08 - INVESTIMENTOS 450.000,00 0,00 0,00 267.000,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
03 - COMPRA DE ANIMAIS 450.000,00 0,00 0,00 267.000,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
09 - DESP. C/ MAQ / EQUI / VEIC / TRA / 19.690,97 16.793,14 20.438,91 11.795,46 32.043,23 14.720,83 25.758,11 13.691,38 28.386,08
TOTAL DE DESPESAS 693.746,47 149.542,40 225.544,60 401.731,90 236.318,49 257.490,52 159.808,30 215.622,64 170.691,38
73
9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
dez/17 jan/18 fev/18 mar/18 abr/18 mai/18 jun/18 jul/18 ago/18 set/18 out/18 nov/18 TOTAL
0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 784.138,00 672.559,01 39.897,60 2.213.594,61
0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 784.138,00 672.559,01 39.897,60 1.496.594,61
717.000,00
96.548,29 91.875,39 79.285,47 84.295,80 77.421,15 75.122,67 79.242,60 164.076,86 99.802,43 121.684,79 144.540,91 108.140,69 2.059.420,23
19.463,24 14.644,78 14.873,16 12.760,11 12.247,65 7.622,36 10.326,35 85.815,38 18.125,64 24.733,21 61.665,37 10.179,96 413.122,72
38.030,05 36.291,41 21.734,86 27.964,19 24.396,30 28.284,62 27.212,67 34.079,55 39.488,66 44.483,58 32.137,25 54.178,92 771.548,40
0,00 0,00 0,00 1.950,00 500,00 0,00 1.041,38 0,00 591,00 12.742,00 2.140,29 2.972,26 39.575,77
3.055,00 4.939,20 6.677,45 5.621,50 4.277,20 3.215,69 4.662,20 8.181,93 5.597,13 3.726,00 12.598,00 4.809,55 79.173,34
36.000,00 36.000,00 36.000,00 36.000,00 36.000,00 36.000,00 36.000,00 36.000,00 36.000,00 36.000,00 36.000,00 36.000,00 756.000,00
2.272,15 2.482,67 2.751,72 2.930,21 668,15 2.906,23 349,80 201,87 708,51 585,35 441,39 249,30 24.872,40
23.720,59 37.727,37 23.657,42 63.496,86 54.233,98 45.616,98 17.930,14 90.695,53 24.063,82 54.337,55 11.614,29 92.733,47 875.503,71
8.720,59 13.895,81 8.657,42 14.746,86 12.423,98 14.666,98 17.930,14 90.695,53 10.663,82 3.337,55 11.614,29 54.353,27 376.062,65
266,73 5.511,64 514,98 7.523,82 2.052,58 4.553,48 5.457,56 2.369,51 3.137,71 294,50 7.997,66 8.060,89 73.471,84
0,00 178,20 93,75 0,00 0,00 0,00 4.858,12 4.642,12 4.642,12 0,00 259,90 0,00 32.938,73
4.809,83 4.792,02 5.291,72 4.785,04 4.786,97 5.155,00 4.614,56 4.250,00 0,00 0,00 0,00 0,00 62.181,38
3.644,03 3.413,95 2.756,97 2.438,00 5.584,43 4.958,50 2.999,90 79.433,90 2.883,99 3.043,05 3.356,73 46.292,38 207.470,70
15.000,00 23.831,56 15.000,00 48.750,00 41.810,00 30.950,00 0,00 0,00 13.400,00 51.000,00 0,00 38.380,20 499.441,06
0,00 0,00 0,00 26.950,00 26.950,00 0,00 0,00 0,00 13.400,00 51.000,00 0,00 0,00 277.006,00
15.000,00 23.831,56 15.000,00 15.000,00 14.860,00 30.950,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 604,00 169.128,86
0,00 0,00 0,00 6.800,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 37.776,20 53.306,20
67.672,38 42.848,71 26.755,46 61.744,92 58.002,93 118.407,91 54.471,64 399.768,14 422.912,49 502.876,50 397.923,18 135.373,43 2.717.552,34
67.672,38 42.848,71 26.755,46 61.744,92 58.002,93 118.407,91 54.471,64 399.768,14 422.912,49 502.876,50 397.923,18 135.373,43 2.717.552,34
43.959,87 19.136,21 26.755,46 37.256,10 11.014,11 55.832,81 54.471,64 399.768,14 366.203,08 476.338,55 365.152,68 68.133,43 2.177.760,19
23.712,51 23.712,50 0,00 24.488,82 46.988,82 62.575,10 0,00 0,00 56.709,41 26.537,95 32.770,50 67.240,00 539.792,15
0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 717.000,00
0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 717.000,00
33.656,92 20.273,83 28.351,81 29.123,95 27.187,42 20.741,39 27.369,87 31.794,34 18.617,94 36.927,74 42.740,62 37.431,17 537.535,11
223.870,33 195.207,97 160.801,88 241.591,74 217.513,63 262.795,18 179.364,05 686.536,74 566.105,19 716.411,93 597.260,39 373.928,06 6.931.883,79
74
ANEXO E – FLUXO DE CAIXA DA OPERAÇÃO
Fluxo de caixa da operaçao 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
mar/17 abr/17 mai/17 jun/17 jul/17 ago/17 set/17 out/17 nov/17 dez/17 jan/18 fev/18
40 - CONTROLE DE RECEITAS 717.000,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
01 - GADO CORTE 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
02 - CREDITO DE FINANCIAMENTO 717.000,00
01 - DESPESAS ADMINISTRATIVAS 4.153,98 3.417,71 3.956,54 6.575,85 8.382,75 8.039,87 7.040,99 7.223,20 6.893,66 7.364,84 7.190,25 6.462,75
01 - DESPESAS ADMINISTRATIVAS 631,39 479,93 724,69 774,19 585,84 983,94 1.345,67 1.029,98 1.282,53 1.484,68 1.146,11 1.212,35
02 - MAO DE OBRA 1.728,75 1.252,63 1.592,19 2.829,95 4.806,84 3.899,72 2.388,98 3.293,07 2.801,93 2.900,99 2.840,20 1.771,66
03 - SERVIÇOS TERCEIRIZADOS 96,17 196,21 92,26 219,89 5,72 0,00 432,21 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
05 - REFORMA / MANUTENCAO 149,95 5,01 62,66 41,78 43,98 223,45 0,00 111,62 105,62 233,04 386,55 544,29
06 - PRO LABORE 1.547,72 1.483,92 1.484,74 2.710,04 2.940,36 2.932,76 2.874,12 2.788,52 2.703,58 2.746,13 2.817,39 2.934,45
02 - FINANCEIRAS 6.323,95 102,21 50,59 108,03 130,02 20,68 31,93 16,39 29,50 173,32 194,30 224,30
03 - CORTE 4.731,30 1.519,21 2.131,27 2.481,82 6.169,88 528,92 498,99 590,70 617,04 1.809,44 2.952,58 1.928,37
01 - GADO DE CORTE 1.383,14 435,95 631,05 638,24 1.571,80 528,92 498,99 590,70 617,04 665,22 1.087,50 705,69
50.01.03 - MEDICAMENTOS 734,13 0,00 36,63 101,47 259,05 45,69 0,00 132,99 72,81 20,35 431,35 41,98
50.01.13 - VACINAS 140,45 0,00 0,00 0,00 1.224,96 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 13,95 7,64
50.06.02 - VETERINARIO 170,69 97,16 501,75 0,00 0,00 112,45 194,99 106,92 0,00 366,90 375,03 431,34
50.03.12 - OUTROS 337,87 338,79 92,67 536,77 87,80 370,78 304,00 350,79 544,23 277,97 267,18 224,73
07 - REFORMA DE PASTAGEM 3.348,16 1.083,26 1.500,21 1.843,58 4.598,07 0,00 0,00 0,00 0,00 1.144,22 1.865,08 1.222,69
50.01.06 - FERTILIZANTE / CORRET / ADITI 2.060,19 0,00 1.237,28 1.843,58 4.598,07 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
50.01.10 - DEFENSIVOS / HERBICIDAS 912,64 1.083,26 262,93 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1.144,22 1.865,08 1.222,69
50.06.04 - SERVICOS DE TERCEIROS 375,32 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
07 - RACAO 733,02 432,81 2.320,73 88,81 2.001,90 11.187,89 3.130,22 7.811,10 3.146,84 5.162,15 3.353,38 2.180,90
01 - RACAO 733,02 432,81 2.320,73 88,81 2.001,90 11.187,89 3.130,22 7.811,10 3.146,84 5.162,15 3.353,38 2.180,90
50.01.01 - RACAO 0,00 432,81 433,05 88,81 2.001,90 6.924,57 2.637,01 3.718,49 3.080,01 3.353,32 1.497,62 2.180,90
50.01.02 - SUPLEMENTO MINERAL 733,02 0,00 1.887,68 0,00 0,00 4.263,32 493,22 4.092,62 66,83 1.808,82 1.855,76 0,00
08 - INVESTIMENTOS 450.000,00 0,00 0,00 267.000,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
03 - COMPRA DE ANIMAIS 450.000,00 0,00 0,00 267.000,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
09 - DESP. C/ MAQ / EQUI / VEIC / TRA / 846,56 692,22 842,96 887,95 2.617,19 1.199,24 2.056,44 1.060,52 2.131,78 2.567,40 1.586,65 2.311,02
10 - FINANCIAMENTO 145.543,90
01 - PARCELA 89.625,00
02 - JUROS 55.918,90
TOTAL DE DESPESAS 466.788,81 6.164,15 9.302,09 277.142,46 19.301,73 20.976,60 12.758,56 16.701,92 12.818,81 17.077,15 15.277,15 158.651,24
CB no mês 6.978 7.278 7.274 7.532 6.942 6.960 7.102 7.320 7.550 7.433 7.245 6.956
CB em análise 300 300 300 567 567 567 567 567 567 567 567 567
Percentual de CB em análise 4,30% 4,12% 4,12% 7,53% 8,17% 8,15% 7,98% 7,75% 7,51% 7,63% 7,83% 8,15%
SALDO DA OPERAÇAO 250.211,19 -6.164,15 -9.302,09 -277.142,46 -19.301,73 -20.976,60 -12.758,56 -16.701,92 -12.818,81 -17.077,15 -15.277,15 -158.651,24
75
12 13 14 15 16 17 18 19 20 23 35 47 59 71 83 95
mar/18 abr/18 mai/18 jun/18 jul/18 ago/18 set/18 out/18 nov/18 fev/19 fev/20 fev/21 fev/22 fev/23 fev/24 fev/25 TOTAL
0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 784.138,00 672.559,01 39.897,60 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 2.213.594,61
0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 784.138,00 672.559,01 39.897,60
6.883,02 6.465,07 5.645,40 6.055,33 12.894,19 8.197,59 4.576,99 303,96 0,00
1.041,90 1.022,74 572,81 789,09 6.743,91 1.488,81 930,30 129,68 0,00
2.283,37 2.037,22 2.125,56 2.079,46 2.678,19 3.243,53 1.673,18 67,58 0,00
159,22 41,75 0,00 79,58 0,00 48,54 479,27 4,50 0,00
459,01 357,17 241,66 356,26 642,99 459,74 140,15 26,49 0,00
2.939,52 3.006,19 2.705,37 2.750,94 2.829,11 2.956,98 1.354,09 75,70 0,00
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1.204,13 1.037,47 1.102,21 1.370,13 7.127,42 875,91 125,54 24,42 0,00
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5.041,67 4.843,54 8.898,25 4.162,46 31.416,29 34.737,27 18.914,94 836,79 0,00
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567 567 567 567 567 567 261 15 0
8,17% 8,35% 7,51% 7,64% 7,86% 8,21% 3,76% 0,21% 0,00%
-19.726,74 -18.163,51 -19.748,82 -13.706,12 -53.952,37 -46.498,86 757.191,25 671.303,03 39.897,60 -142.951,88 -135.333,75 -127.824,31 -120.097,50 -112.479,38 -104.861,25 -97.264,86 139.821,86