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Abertura de capital como estratégia de gestão jurídica de empresas do setor sucroalcooleiro Júlio César de Lima RIBEIRO Mestrando em Direito Empresarial e Bolsista pela Pró-Reitoria da UNESP Universidade Estadual Paulista UNESP Linha de pesquisa Direito, Mercado e Relações Internacionais[email protected] Resumo O setor sucroalcooleiro, desde a época da colonização, ocupa destaque no cenário econômico brasileiro. Grande parte das empresas brasileiras do setor, entretanto, se constituiu há muito tempo e preserva métodos arcaicos de gestão administrativa. Para modificar esse cenário, registra-se, atualmente, entre as empresas do setor, diversos meios de se captar recursos, como a concentração de capital interno, a concentração empresarial, ou a atração de investimentos estrangeiros. Todas essas alternativas, contudo, possuem particularidades que podem ir de encontro à intenção dos sócios. Nessa conjuntura, propõe- se, uma alternativa pouco utilizada pelas empresas do setor, porém bastante viável nesse cenário; a abertura de capital. Essa opção, embasada em diversos pontos, pode viabilizar um excelente via para gerar recursos para essas empresas e, no mesmo passo, guisar sua gestão financeira em busca de acompanhar o interesse focado ao setor. Palavras-chave: Abertura de capital, setor sucroalcooleiro, capitalização, aquisição, crescimento. Abstract The sugar cane sector, since the time of colonization, occupies prominence in the Brazilian economic scenario. However, much of Brazilian companies were constituted a long time and preserves archaic methods of administrative management. In the process of changing this scenario, currently, there are several ways between the companies, to raise funds; as the concentration of internal capital, the business combination, or the attraction of foreign investments. All these alternatives, however, have characteristics that can go against the intention of the shareholders. At this juncture, it is proposed, an alternative used by some companies in the industry, but quite feasible in this scenario, the IPO. This option, based on several points, may prove an excellent way to generate funds for these companies and at the same pace, to stew in their financial interest to follow the search focused on the industry. Keywords: IPO, sugar and alcohol sector, capitalization, acquisition, growth.

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Júlio César de Lima RIBEIRO Mestrando em Direito Empresarial e Bolsista pela Pró-Reitoria da UNESP Universidade Estadual Paulista – UNESP Linha de pesquisa “Direito, Mercado e Relações Internacionais” [email protected] Resumo Keywords: IPO, sugar and alcohol sector, capitalization, acquisition, growth. Abstract

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Abertura de capital como estratégia de gestão jurídica de empresas do setor sucroalcooleiro

Júlio César de Lima RIBEIRO Mestrando em Direito Empresarial e Bolsista pela Pró-Reitoria da UNESP

Universidade Estadual Paulista – UNESP Linha de pesquisa “Direito, Mercado e Relações Internacionais”

[email protected]

Resumo O setor sucroalcooleiro, desde a época da colonização, ocupa destaque no cenário econômico brasileiro. Grande parte das empresas brasileiras do setor, entretanto, se constituiu há muito tempo e preserva métodos arcaicos de gestão administrativa. Para modificar esse cenário, registra-se, atualmente, entre as empresas do setor, diversos meios de se captar recursos, como a concentração de capital interno, a concentração empresarial, ou a atração de investimentos estrangeiros. Todas essas alternativas, contudo, possuem particularidades que podem ir de encontro à intenção dos sócios. Nessa conjuntura, propõe-se, uma alternativa pouco utilizada pelas empresas do setor, porém bastante viável nesse cenário; a abertura de capital. Essa opção, embasada em diversos pontos, pode viabilizar um excelente via para gerar recursos para essas empresas e, no mesmo passo, guisar sua gestão financeira em busca de acompanhar o interesse focado ao setor. Palavras-chave: Abertura de capital, setor sucroalcooleiro, capitalização, aquisição, crescimento. Abstract The sugar cane sector, since the time of colonization, occupies prominence in the Brazilian economic scenario. However, much of Brazilian companies were constituted a long time and preserves archaic methods of administrative management. In the process of changing this scenario, currently, there are several ways between the companies, to raise funds; as the concentration of internal capital, the business combination, or the attraction of foreign investments. All these alternatives, however, have characteristics that can go against the intention of the shareholders. At this juncture, it is proposed, an alternative used by some companies in the industry, but quite feasible in this scenario, the IPO. This option, based on several points, may prove an excellent way to generate funds for these companies and at the same pace, to stew in their financial interest to follow the search focused on the industry. Keywords: IPO, sugar and alcohol sector, capitalization, acquisition, growth.

Introdução

á muito tempo o setor sucroalcooleiro ou sucroenergético, como também vem sendo chamado em virtude da recente otimização da produção de combustíveis renováveis (tais como o etanol e o álcool anidro), possui papel de grande destaque

na economia brasileira. Essa importância, dentre outras razões, se deve principalmente a dois importantes fatores que, em conjunto, posicionam o Brasil como um dos principais produtores e exportadores de açúcar e etanol do mundo; quais sejam: as condições climáticas favoráveis ou até, no caso de algumas regiões, perfeitamente propícias ao cultivo da cana-de-açúcar e, além disso, à elevada demanda, em nível mundial, dos derivados da produção do setor. Ocorre que, recentemente, outros importantes fatores, que despontaram nas últimas décadas, vêm modificando positivamente as diretrizes que antes guisavam a produção deste setor agroindustrial. Nessa esteira, esses fenômenos vêm contribuindo para colocar a indústria da cana-de-açúcar em uma evidência ainda maior do que aquela registrada desde a sua inserção no território brasileiro e, por consequência, majorar em grandes proporções sua importância tanto no cenário econômico brasileiro quanto mundial. Entre esses fatores registram-se com destaque a diminuição da produção de açúcar através da beterraba, (em países que ofereciam concorrência para o produto brasileiro – como é caso da União Europeia), o que aumenta a demanda pelo açúcar brasileiro, produzido por meio da cana-de-açúcar; a recente preocupação em nível mundial pela proteção do meio ambiente (o que coloca os combustíveis renováveis como melhores alternativas em relação aos combustíveis fósseis); os custos elevados para a extração dos combustíveis fósseis (tais como o petróleo, que envolvem a pesquisa de novas reservas, a construção de plataformas e a perfuração de lugares de difícil acesso), além da série de conflitos e a corrente instabilidade política que envolve os países com maiores de reservas de petróleo (principalmente na região do Oriente Médio e em países como a Venezuela), o que dificulta a comercialização deste produto e aponta para a busca de alternativas a esta fonte energética; e as recentes e inovadoras tecnologias envolvendo a utilização do etanol e outros biocombustíveis, tais como o desenvolvimento dos motores flexfuel que propiciam a utilização tanto de combustíveis fósseis, como renováveis, inclusive simultaneamente. O setor sucroalcooleiro, portanto, muito embora já esteja posicionado há muito tempo com destaque no cenário econômico nacional, vem sofrendo nas últimas décadas um crescimento ainda maior. Nesse sentido, novas mudanças vêm sendo aplicadas no intuito de acompanhar esta ascensão e a sua principal consequência, qual seja, o aumento da demanda do mercado. A esse respeito, novos estudos relacionados às técnicas produtivas, ao reaproveitamento do material descartado durante a produção e ao desenvolvimento de novas fontes de energia geradas à partir de seus derivados, além da capacitação dos profissionais relacionados à cadeia produtiva e inclusive à administração das empresas do setor vêm sendo aplicados por seu protagonistas. Todo esse esforço, portanto, vêm sendo despendido em larga escala pelos produtores, em vias de otimizar as diversas fases da cadeia produtiva e, consequentemente acompanhar as tendências recentemente registradas para o setor em nível mundial. No entanto, os

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empreendedores sucroalcooleiros, para a adequada aplicação das novas técnicas que vêm sendo desenvolvidas, para a capacitação dos profissionais que acompanham cada fase da cadeia produtiva e para a ampliação e otimização da produção, além de outras barreiras a serem enfrentadas na busca pelo crescimento, precisam de capital para dar andamento e esses novos projetos. Entre as diversas formas de reunião deste capital, tais como, por exemplo, a internalização de lucros ou a formalização de contrato de concessão de crédito com instituições financeiras, conforme mencionado em ponto introdutório, destaca-se uma alternativa ainda pouco implementada pelas empresas do setor, cujas vantagens se defendem por meio deste estudo; qual seja, a abertura de capital. Por meio dessa estratégia jurídica, como se pretende demonstrar, é possível visualizar-se a reunião do capital necessário para a realização de novos projetos, a colocação da empresa em evidência no mercado e em contato com os investidores, além de trazer outros benefícios que a conduzem a empresa ao almejado crescimento e consequentemente em melhores condições de atender o aumento da demanda do mercado. Organização dos Complexos agroindustriais do setor sucroalcooleiro O setor sucroalcooleiro pode ser caracterizado por uma acentuada heterogenia, principalmente em razão de seu histórico marcado por ascensões e declínios no tocante ao cenário internacional, bem como pela variada concentração de poder entre produtores de diversas culturas e nacionalidades. Ao mesmo tempo em que se verificam, na estrutura do setor, empresas familiares, de pequenas, médias e grandes estruturas, organizadas ou não em cooperativas ou complexos de variável envergadura, verificam-se, também, grandes empreendimentos formados por meio de aquisições e fusões (decorrentes, na sua maioria, de capital estrangeiro), além de outros projetos, denominados “geenfields” ou seja, “que começam do zero” 1, e que prometem confrontar os já bem estruturados e importantes empreendimentos do setor. Os pequenos empreendimentos são, em sua maioria, dedicados apenas a produção da cana-de-açúcar in natura, ou seja, do produto em sua forma bruta para a produção de açúcar e álcool. A estrutura desses pequenos produtores se baseia na tradição da cultura passada de pai para filho de geração em geração e apesar de contar com um menor potencial corporativo e tecnológico, tem o seu espaço garantido na ambiência econômica do setor. Um exemplo da subsistência deste tipo de empreendimento é o projeto desenvolvido pela COPERCANA – Cooperativa dos Plantadores de Cana do Oeste Paulista2. Formada por mais de cinco mil cooperados, a cooperativa promove trabalhos e projetos em conjunto com seus cooperados, por meio da colaboração recíproca em defesa da causa dos produtores de menor porte. Como objetivo vigente desde a sua criação, a COPERCANA, busca facilitar o fornecimento de produtos agrícolas para os pequenos produtores e promove a propagação

1 NETO, Martin Mundo; SALTORATO, Patrícia. A dinâmica financista do setor sucroalcooleiro ou quando a

transparência vira moda. Disponível em: http://74.125.155.132/scholar?q=cache:Rkf8KO1pBAEJ:scholar.google.com/+cosan,+s%C3%A3o+martinho+e+guarani&hl=pt-BR. Consulta em: 04/11/2009. 2 COPERCANA. Histórico. Disponível em: http://www.copercana.com.br/. Consulta em 05/11/2009.

de tecnologia entre seus cooperados, buscando o crescimento de cada um deles, bem como da comunidade na qual estão inseridos. Em sede de um potencial um pouco mais acentuado na estrutura do setor, porém ainda modesto com relação aos grandes complexos que vem se formando nos últimos anos, têm-se os empreendimentos de médio e grande porte. Em geral esses empreendimentos dedicam-se tão somente ao plantio e colheita de cana-de-açúcar em grandes propriedades, ou ainda, exclusivamente, ou como atividade principal, nas denominadas usinas, no processamento do produto in natura, para a produção de açúcar e álcool.

Como latifúndios agrícolas, os empreendimentos buscam abastecer as mais diversas usinas da região na qual estão inseridos, de modo a promover, em vias de crescimento e desenvolvimento o investimento em técnicas agrícolas de otimização da produção. As técnicas se revezam principalmente no desenvolvimento de estratégias de aproveitamento máximo das áreas de plantio e de implemento de técnicas para propiciar a maior concentração de sacarose na matéria prima colhida.

As usinas, por sua vez, revezam-se de acordo com o seu grau de desenvolvimento na produção de açúcar, álcool anidro (misturado à gasolina), etanol ou, ainda, cachaça e derivados; tudo de acordo com as variáveis de mercado, que por vezes alteram a destinação da matéria prima que chega a esses empreendimentos para o processamento. Ainda que subsistentes com suas respectivas particularidades, pode-se afirmar, com segurança, que esses empreendimentos são o principal alvo das grandes empresas quando da exteriorização do intento de aumentarem seus domínios por meio de fusões e aquisições.

Por já deterem espaço, material, pessoal e técnica para a produção de cana-de-açúcar ou derivados, esses empreendimentos, têm sido constantemente, nos últimos anos, agregados a outros, de modo a potencializar o poderio e o controle de regiões e culturas, na produção de cana-de-açúcar e derivados. Esse verdadeiro fenômeno – fusões e aquisições entre grandes e médias empresas –, conforme mencionado no tópico anterior, é apenas uma das conseqüências da tendência anteriormente retratada, relacionada diretamente com a ascensão do setor perante o mercado internacional. Em suma, os empreendimentos de grande porte, que serão analisados em seqüência, seguindo uma conseqüência do mercado, de crescimento e desenvolvimento, optam por um atalho nesta empreitada, ou seja, no aproveitamento do que já foi desenvolvido pelos médios produtores.

Um exemplo, ainda que referente a uma aquisição anterior à fase atual do mercado, porém bastante ilustrativo no que se refere à ampliação de um empreendimento por meio da agregação de outros, posto que permeou o caminho do sucesso desde a efetivação da concentração, é o caso da aquisição da Usina São Francisco, pelo Grupo Balbo, estabelecido na cidade de Sertãozinho. A Usina, que segundo dados da ÚNICA, na safra de 2008/2009 teve uma produção total de 83.941 toneladas de açúcar e de 56.350 mil litros de álcool, o

que comparativamente a classifica em 116º dos produtores do Estado de São Paulo3, foi adquirido, no ano de 1957, pelo grupo Balbo4.

Veja-se no exemplo apontado que a capacidade produtiva do Grupo Balbo, antes formado tão somente pela Usina Santo Antonio, foi aumentado consideravelmente com a aquisição da Usina São Francisco, tornando o complexo empresarial formado, maior e mais atuante no mercado. Ainda nessa mesma toada, importa mencionar que o Grupo objeto de exemplo vem se fortalecendo desde então e, atualmente, busca investir em produtos com o selo ecológico de adequação aos padrões orgânicos, além de envolver atividade que promove sustentabilidade e o investimento em Bioenergia5; o que, ressalte-se, atrai a atenção dos investimentos estrangeiros e propicia a formalização de novos negócios.

Em seqüencia importa abordar os grandes complexos agroindustriais do setor, que, por sua vez, são formados por empreendimentos voltados à produção e exportação de açúcar e álcool em escalas extremamente vultuosas. A grande maioria desses complexos detém, eles próprios, os latifúndios produtores da cana-de-açúcar in natura e as usinas processadoras de açúcar e álcool espalhadas por várias regiões do país, além das indústrias voltadas para a agregação de valores aos produtos, laboratórios de investimento em tecnologia e escritórios de gestão e tomada de decisões.

Esses complexos se formam principalmente da fusão entre empreendimentos estrangeiros de grande vulto, com outros, brasileiros, com considerável tamanho e capacidade produtiva. São caracterizados por gestão especializada, alto investimento em tecnologia produtiva e de agregação de valor aos produtos e formulação de estratégias de acordo com as tendências de mercado. Como exemplo deste tipo de complexo agroindustrial, vale mencionar a compra pelo grupo espanhol Abengoa, formalizada há dois anos, de 100% do capital da Empresa Dedini Agro no Brasil; empreendimento que detinha usinas em São João da Boa vista e Pirassununga e que, segundo dados da Revista Valor Especial – Brazil Europe Parnership Stories, tem capacidade para moagem de 130 milhões de litros de álcool6.

Merece destaque, ainda, nesse mesmo cerne, em função, principalmente, da atualidade da informação, a formatação de negócios para a fusão da empresa francesa Dreyfus Commodities, com a brasileira Santelisa Vale, criando a nova empresa do setor sucroalcooleiro LDC-SEV. Este empreendimento agroindustrial, que segundo o portal EXAME7, já nasceu com valor de mercado de 8 bilhões de reais, foi formalizado no final do mês de outubro de 2009 e já é considerado como a segunda maior empresa do setor

3 UNICA. Dados e cotações. Ranking da produção de cana, açúcar e etanol das unidades da Região Centro-Sul.

Disponível em: http://www.unica.com.br/dadosCotacao/estatistica/. Consulta em 05/11/2009. 4 NATIVE. Bioenergia. Título do projeto: cana verde MDL. Descrição geral das atividades do projeto.

Participantes do projeto. Grupo empresarial implementador e titular do projeto. Disponível em: http://www.nativealimentos.com.br/cana_verde/descricao_geral.php. Consulta em 05/11/2009. 5 NATIVE. Bionergia. Sustentabilidade. Disponível em:

http://www.nativealimentos.com.br/sustentabilidade.php. Consulta em 05/11/2009. 6 VEIGA FILHO, Lauro. Do etanol à biotecnologia, maior interesse pelo campo. Valor Especial – Brazil Europe

Parnership Stories. Novembro de 2009. 7PORTAL EXAME. LDC-SEV nasce com valor de R$8 bilhões. Disponível em:

http://portalexame.abril.com.br/ae/economia/ldc-sev-nasce-valor-mercado-r-8-bilhoes-581601.shtml. Consulta em 05/11/2009.

sucroalcooleiro do mundo. Esses grandes empreendimentos, tal como o regido pelo grupo Abengoa e o novo LDC-SEV, além de outros diversos que atuam no setor, são responsáveis, em grande parte, pelo direcionamento da política sucroalcooleira. Decorre disso que, dadas as suas respectivas envergaduras econômicas, ditam tendências e definem fatores decisivos de encaminhamento econômico do setor sucroalcooleiro.

Entretanto, a formação de potências agroindustriais não está restrita somente à convergência de interesses e formalização de negócios de fusão e aquisição em vias de aumentar o potencial das empresas do setor. Esses negócios vultuosos também se dão, por meio da iniciativa de grupos de investimento que canalizam o capital em projetos novos, criados a partir de um marco zero. São os denominados projetos “greenfield”, que sem qualquer estrutura previamente montada ou aproveitamento de empreendimentos que já promovem a produção e moagem da cana-de-açúcar, traçam metas para a criação de novas potências no setor. Esses tipos de projetos reúnem capital de diversos fundos, contratam especialistas em gestão na área em que pretendem atuar, traçam detalhadamente as linhas do que será edificado e inicia, sob promessa de cumprimento ético de valores e desenvoltura de sustentabilidade, construindo o que foi idealizado. Tudo isso além de buscar mercado para o escoamento de tudo o que se pretende produzir.

Apesar dos projetos greenfield terem sido objeto de maior popularidade entre os investidores em um momento anterior à crise econômica enfrentada em âmbito mundial neste ano de 2009, atualmente ainda há movimentações bastante ousadas para a sua implementação. Este é, por exemplo, o caso da Dreyfus Commodities, que mal concluiu o processo de fusão com a Santelisa Vale, já possui diversos projetos neste sentido, principalmente na região de Mato-Grosso, onde já possui três usinas de moagem8.

Entretanto, o exemplo mais expressivo da criação ou implantação de projetos greenfield no Brasil, é o caso da Agroindustrial Brenco – Companhia Brasileira de Energia Renovável. Criada em março de 2007, a Brenco, a partir do marco zero, traçou metas ambiciosas no âmbito do setor sucroalcooleiro brasileiro, buscando, assim como ela própria propaga, criar três pólos bioenergéticos no Brasil, com 10 unidades industriais (12 módulos de 3.7 milhões de toneladas/módulo), visando atingir capacidade de produção anual de 1 bilhão de galões de etanol; quantidade que, segundo estima, em 2015, representará 10% da produção nacional e 5% da produção mundial de biocombustível9.

Trata-se de um projeto consistente, apoiado, assim como aponta a Revista Exame por investidores-celebridade, como Henri Philipe Reichstul, executivo que presidiu a Petrobrás durante o governo Fernando Henrique Cardoso, o indiano Vinod Khosla, da Sun Microsustems e Steve Case, fundador da AOL10, além de, mais recentemente, contar com o aporte de capital de Bill Clinton, ex-presidente estadunidense. Ainda que tenha passado por uma certa turbulência, dado o atraso no cumprimento de algumas metas, a Brenco continua

8 SCARAMUZZO, Mônica. LDC-SEV traça planos para novas usinas. Valor Online. 28/10/2009. Disponível em:

http://www.valoronline.com.br/?online/agronegocios/78/5893402/ldcsev-traca-planos-para-novas-usinas. Consulta em 05/11/2009. 9 BRENCO. Sobre a Brenco. Gerando energia limpa com Sustentabilidade – Um projeto de escala mundial.

Disponível em: http://www.brenco.com.br/brenco/Historia.aspx. Consulta em 05/11/2009. 10

AGOSTINI, Renata; GASPAR, Malu. O que deu errado. EXAME. 26 de agosto de 2009.

representando uma verdadeira promessa do setor e já busca novas alianças que, segundo indicam as notícias relacionadas ao setor, deve se dar com a ETH Bionergia, mais uma agroindustrial sucroalcooleira, controlada pelo grupo Odebrecht, que atua em diversos setores, em nível mundial.

Por fim, ainda no intento de buscar avaliar a organização dos complexos agroindustriais, importa mencionar a atuação de um órgão institucional associado à maioria dos empreendimentos sucroenergéticos, que se volta basicamente à promoção de uma imagem positiva do setor sucroalcooleiro no Brasil; qual seja a UNICA (União da Indústria de Cana de Açúcar). A UNICA tem como missão, assim como anuncia, liderar o processo de transformação do tradicional setor de cana-de-açúcar em uma moderna agroindústria capaz de competir de modo sustentável no Brasil e ao redor do mundo, nas áreas de etanol, açúcar e bioeletricidade11. Dessa forma, pode-se dizer que alia em suas metas dois objetivos que se intengram: propagar entre os produtores a ideia da sustentabilidade e de investimento em bioeletricidade, além de buscar aprimorar a visão dos investidores estrangeiros, quanto a produção de derivativos da cana-de-açúcar no Brasil, de modo a atrair investimentos para o setor como um todo.

Enfim, o que se verifica da análise superficial dos atores do setor sucroenergético é que, assim como mencionado, os empreendimentos que o compõem lançam mão de um nível bastante variado de tamanhos e de formas estruturais. Além disso, como se demonstrou, são partícipes de elevado número de formalizações de alianças entre empresas, grupos e complexos empresariais, de modo a buscar, a todo o tempo, moldar-se à estatura e forma delineada pelos atores internacionais, em uma corrida pelas maiores e melhores fatias do mercado. Sendo assim, demonstrar-se-á, no tópico subseqüente, que a abertura de capital, como forma de proporcionar a junção ou união de corporações empresariais, identifica-se uma excelente e eficiente alternativa, até então pouco implementada no setor, que permite a captação de recursos e a instauração de projetos para o crescimento e desenvolvimento das empresas.

Abertura de capital como estratégia para a gestão financeira das empresas do setor Conforme se demonstrou, as empresas do setor sucroalcooleiro, sejam de pequena, média, ou grande estrutura, vêem-se, atualmente, inseridas um cenário de modernização dos meios de produção, fomentado crescente demanda que atingiu o setor. Essa realidade, como se delineou, vem forçando os atores do setor a se agregarem à cadeia evolutiva que contaminou as empresas produtoras de açúcar e álcool, de modo a impelir os produtores a promover, cada qual em seus respectivos empreendimentos, diversas, reiteradas e necessárias mudanças ou transformações. Todavia, para implementar alterações e otimizar a produção, os produtores precisam de recursos necessários para a viabilização desses projetos. A grande barreira por eles enfrentada, entretanto, é a de como e onde conseguir tais recursos.

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ÚNICA. Missão. Disponível em: http://www.unica.com.br/quemSomos/texto/show.asp?txtCode={A888C6A1-9315-4050-B6B9-FC40D6320DF1}. Consulta em 05/11/2009.

A esse respeito, aparecem algumas alternativas que viabilizam a captação dos recursos necessários para essas mudanças, tais como: a cumulação de lucros da própria empresa, a atração de investimentos estrangeiros e a união entre diferentes empreendimentos, no sentido de agregar forças para implementação de alterações. Contudo, o implemento dessas alternativas, muitas vezes, implica no cumprimento de determinadas particularidades, que podem não ser a melhor opção em cada caso concreto. Nesse sentido, a cumulação de capitais oriundos do lucro da empresa é de difícil edificação, pois os rendimentos da empresa, geralmente já são, por vários exercícios, destinados a fins específicos e pré-estabelecidos, nas mais das vezes comprometidos com a sustentação das próprias atividades empresariais. A injeção de investimentos estrangeiros, por outro lado, implica na promoção, pelas empresas, de diversas medidas no intuito de atrair capitais. Todavia, essas alterações já exigem certo investimento por parte dos próprios empresários e, mais, não garantem, pelo simples fato de serem devidamente implementadas, a atração deste capital. Por fim, outra opção, qual seja a concentração empresarial, muito utilizada no setor nas últimas décadas, implica na confusão dos quadros societários dos empreendimentos, de modo a alterar as alçadas de poder dos sócios e, por vezes, entregar o controle dos empreendimentos nas mãos de investidores estrangeiros, ressalte-se, desapegados das idéias formuladas pelos sócios que inicialmente o haviam criado. Nesse ínterim, aparece, entretanto, outra alternativa, não menos desapegada de particularidades a ser implementada pelos seus protagonistas, porém bastante interessante e pouco utilizadas até os dias atuais; qual seja, a abertura de capital. Essa alternativa, observada com este estudo, mostra-se muito interessante no caso do setor sucroalcooleiro, por várias razões. Entre elas se destacam: (i) a atração do capital nacional e estrangeiro pela via indireta, (ii) a manutenção do controle nas mãos daqueles que inicialmente fomentaram o negócio, (iii) a possibilidade de lançar ações e debêntures para viabilização de novos projetos, em termos de futuro e (iv) a possibilidade de abrir o capital em apenas alguns setores dos empreendimentos, através da reorganização empresarial. O capital, tanto nacional quanto estrangeiro, é atraído pela via indireta, em função da emissão de ações no mercado de capitais. Nesse sentido, é importante ressaltar, que a atração de investimentos estrangeiros para a aquisição de ações é muito mais acentuado que o aporte de capitais pela via direta, pois o risco envolvido é significativamente inferior. Enquanto no investimento direto há um envolvimento do investidor nos projetos implementados e uma concentração maior de capital investido, na aquisição de ações há uma pulverização do valor a ser arrecadado entre diversos investidores, diminuindo risco e aumentando o número de aportes de capital. A manutenção do controle nas mãos dos primeiros sócios do empreendimento, viabiliza-se tendo em vista o lançamento no mercado de capitais de um número de ações inferior à metade do capital social da empresa, o que não derroga dos empresários administradores a manutenção do poder controle da empresa. A possibilidade de lançamentos de novas ações

e de debêntures no mercado de capitais em termos de futuro, mostra-se bastante interessante, posto que o custo, para uma segunda emissão de valores mobiliários é menor, além de promover a arrecadação do capital para a edificação de um novo projeto ou até mesmo de salvar a empresa de problemas financeiros em épocas de crise. Por fim, embora não possam ser descartadas possibilidades de vantagens outras, a outra vantagem apontada é a idéia da abertura de capitais de apenas um setor ou atividade da empresa, mantendo-se a maior parte do capital nas mãos dos antigos acionistas da empresa. Para que essa hipótese seja implementada, antes de se fazer qualquer alteração no sentido de abrir o capital da empresa, promove-se uma reorganização estrutural no empreendimento. Essa reorganização pode se dar, por exemplo, por meio da criação de uma holding (empresa especializada em gestão, que controla diversas outras empresas, através da aquisição da maior parte de suas respectivas partes sociais) e de outras diversas empresas, uma para cada atividade ou setor do empreendimento. Deste modo, os sócios do empreendimento terão o controle sobre a holding e esta, por sua vez, terá o controle sobre todas as empresas então recém criadas, cada qual responsável por um setor ou atividade de todo o complexo empresarial. Implementada uma reorganização nestes moldes, promove-se a abertura de capital de apenas uma ou algumas das empresas do empreendimento, mantendo-se, assim, uma parte consideravelmente maior e conseqüentemente o controle de todo o complexo empresarial nas mãos dos sócios – agora acionistas – antigos ou originários.

O que se pode concluir, nesse sentido, é que a abertura de capital é uma excelente alternativa para as empresas do setor sucroalcooleiro, pois contém os fatores necessários para promover a arrecadação do capital necessário para a edificação dos projetos de crescimento e desenvolvimento das empresas, assim como vem exigindo o cenário econômico contemporâneo. Ocorre que, ao mesmo tempo em que a abertura de capital é vantajosa, trata-se de alternativa que traz, também, alterações no quadro estrutural dos empreendimentos; alterações estas que precisam ser consideradas e apontadas.

Essas alterações, contudo, não devem ser encaradas em seu desfavor, mas, sim, como uma etapa a ser enfrentada na tarefa. Ainda que extenuantes, todas as mudanças são são necessárias e não desabonam a abertura de capital como alternativa para os empreendimentos do setor sucroalcooleiro.

Pois bem. Para que a empresa promova a abertura de capital é necessário, assim como aponta Valdir de Jesus Lameira12, que dê transparência aos atos da sua administração – ao mesmo tempo em que seus concorrentes permanecem fechados e contam com sigilo em seus negócios e passe a diluir o lucro gerado entre os antigos e novos acionistas, entre outros. Além disso, apontam-se, ainda, os gastos decorrentes da abertura de capitais e a adequação da empresa à forma de gestão das Sociedades Anônimas, com seus respectivos órgãos e assembléias, além da realização de auditorias, criação de departamentos, alteração das formas de gestão e etc.

12

LAMEIRA, Valdir de Jesus. Mercado de Capitais. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2001. p. 43.

A transparência, de fato, pode ser encarada como uma barreira para a empresa que tem como costume a estratégia do sigilo. Contudo, toda a estrutura da empresa passará por mudanças, assim como as estratégias e metas, que envolverão projetos novos e a conquista de novas fatias do mercado. Desse modo, o sigilo não necessariamente será uma estratégia, mas, sim, a transparência e a conjugação de ideias dos empreendedores e dos acionistas; tudo como forma de promover o empreendimento. O lucro do empreendimento deverá ser diluído entre acionistas antigos e novos, porém, a idéia da abertura de capitais é exatamente a de promover o crescimento e o desenvolvimento da empresa, o que necessariamente implica no aumento dos lucros. Logo, ainda que haja a divisão dos lucros da empresa, os ganhos comparativamente com a situação do empreendimento antes da abertura do capital, hão de ser mais robustos e alicerçados de maiores garantias. Por fim, quanto aos custos decorrentes da abertura de capitais e de sua posterior manutenção, além das alterações estruturais para adequação à formatação das sociedades anônimas, tem-se que qualquer mudança, nessa ordem, implica em gastos e alterações significativas na gênese das empresas. Todavia tratam-se de mudanças necessárias, para que se atinja o crescimento e o desenvolvimento do empreendimento. Veja-se, nesse sentido, que o capital a ser ampliado, com a alteração do modelo societário trará a possibilidade de que administradores, possam saldar dívidas da empresa, implementar os projetos idealizados, conquistar novas fatias de mercado, crescer fisicamente, estabelecer novos pontos de crescimento, tanto em nível nacional quanto internacional, explorar novos ramos de atividade, além de promover, assim como se pretende com qualquer empreendimento, um aumento nos lucros de empresa como um todo e, conseqüentemente, de seus respectivos acionistas. No caso do setor sucroalcooleiro, todas essas possibilidades são extremamente interessantes, de modo que, se aplicadas, podem se revelar como um grande diferencial entre os diferentes atores do setor. A dificuldade que se verifica, no caso do agronegócio, não só no ramo do açúcar e do álcool, mas também em outras culturas, é o grande apego dos primeiros empreendedores dos negócios, em grande parte de tradição familiar, com a empresa, que, via de regra, é vista como um patrimônio particular, passível de “escapar de controle”, em caso de abertura de capital. Trata-se de um apego de cunho efetivamente subjetivo. Essa talvez seja uma das barreiras mais difíceis de serem ultrapassadas pelos empreendedores destes setores, quando do surgimento da idéia da abertura de capital das empresas do setor. Entretanto, essa dificuldade, ao que parece, já vem sendo superada e a idéia da abertura de capitais, que efetivamente pode ser bastante interessante em termos de impulsionar as atividades dos empreendimentos do setor, sendo mais difundida.

A esse respeito, importante anotar que alguns grupos já se lançaram no mercado de capitais e vem obtendo sucesso no mercado sucroenergético, tal como é o caso dos grupo do Grupo

Cosan, que abriu capital em 2005, seguida pelos grupos São Martinho (fev/2007), Nova América (mai/2007) e Guarani (set/2007)13. Há ainda, aqueles que planejam a abertura de capitais, como é o caso da LDC-SEV, empresa recém criada, decorrente da fusão entre a Dreyfus Commodities e a Santaelisa Vale, que pretende abrir o capital no prazo de três a cinco anos14. Espera-se, portanto, que o exemplo das empresas que já vêm abrindo capital e tendo sucesso nessa empreitada, que o estimulo do cenário internacional no que se refere às mudanças e que a necessidade de captação de recursos por parte dos empreendimentos, os leve a se lançarem no mercado de capitais. Isso porque, como se buscou demonstrar, a abertura de capitais, pode ser uma das vias mais adequadas para o crescimento e o desenvolvimento das empresas do setor. Considerações finais O setor sucroalcooleiro, como se delineou, passa por um momento bastante favorável no cenário internacional, dado principalmente à propagação de políticas voltadas à utilização dos combustíveis renováveis, mais especificamente, o etanol. Nesse sentido, se verificou, conforme apontado, um grande aporte de capital estrangeiro no Brasil, no intuito de se aferir ganhos com o desenvolvimento da cultura da cana-de-açúcar brasileira. Tratam-se de investimentos, entretanto, que provocaram mobilização dos produtores brasileiros, no sentido de modernizarem seus empreendimentos e garantirem as fatias que já lhe cabem no mercado, além, é claro, de ampliarem seus âmbitos de atuação. Nessa corrida, o que se denotou, é que se faz essencial aos produtores uma reestruturação das empresas do setor, investindo-se em gestão e administração qualificada, agregação de valor aos produtos e otimização da produção. Para promover essas alterações, contudo, é necessário um investimento elevado, o que desponta na necessidade de promover a atração de capital. Nessa empreitada, visualizam-se várias alternativas, tais como o investimento em melhorias voltadas à atração de investimentos diretos estrangeiros e a concentração entre os empreendimentos de modo a aumentar a força da empresa. Alternativas, essas, que apresentam prós e contras, mas que são marcadas, principalmente, pela alteração nas alçadas de poder e, em muita das vezes, do controle dos empreendimentos. Além dessas, contudo, há uma outra interessante alternativa: a abertura de capital. Como se delineou, ainda que a abertura de capitais exija a consecução de diversas alterações estruturais no empreendimento, tais como a adequação às exigências da Lei de

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Sociedades Anônimas, a criação de departamentos e órgãos e a destinação de valores a serem gastos com a sua implementação e manutenção, as vantagens são compensadoras. Assim como demonstrado, a abertura de capitais pode promover a compensação das dívidas do empreendimento, a consecução dos projetos delineados para o crescimento da empresa, a instalação de novos pontos, a exploração de novos setores, a conquista de novos mercados, entre outras. Além disso, como principais pontos a seu favor, a abertura de capital pode, se implementada uma reorganização empresarial por meio da criação de uma holding, disponibilizar para a abertura de capitais apenas para um setor ou ramo de atividades do complexo formado. Ressalta-se também, a alternativa da empresa de, em termos de futuro, promover novos lançamentos de valores mobiliários no mercado de capitais, em vias de arrecadar novos montantes de capital, para realizar novos projetos ou até mesmo salvar a empresa em tempos de crise. O principal óbice que se encontra, entretanto, no setor sucroalcooleiro, que talvez seja o motivo de apenas haver algumas investidas na alternativa da abertura de capitais, é o apego dos proprietários dos empreendimentos, geralmente de caráter familiar, com os negócios. Sob esse aspecto, a vantagem a ser colocada em contrapartida, são as possibilidades da manutenção do controle em seu poder, aliadas aos diversos outros benefícios decorrentes da abertura de capital. Nesse sentido, espera-se que a abertura de capital seja tomada como uma alternativa viável no caso concreto, dado às diversas vantagens no seu implemento, superando-se, assim, a resistência dos antigos sócios e promovendo o crescimento e desenvolvimento dos empreendimentos do setor. Referências AGOSTINI, Renata; GASPAR, Malu (2009) O que deu errado. EXAME. 26 de agosto de 2009. BACHA, Edmar Lisboa; OLIVEIRA FILHO, Luiz Chrysostomo de Oliveira (2005) Mercado de Capitais e crescimento econômico. Lições internacionais. Desafios brasileiros. São Paulo: Contra Capa Livraria. BARBERO, María Inés Barbero; JACOB, Raúl (Org) (2008) La nueva historia de empresas em América Latina y Espanã. Buenos Aires: Temas. BORGES, Agnes Pinto (2004) Parceria empresarial no direito brasileiro. São Paulo: Saraiva. BRENCO. Sobre a Brenco (2009) Gerando energia limpa com Sustentabilidade – Um projeto de escala mundial. Disponível em: http://www.brenco.com.br/brenco/Historia.aspx. Consulta em 05/11/2009. BRITO, Beatriz Gontijo (2002) Concentração de empresas no direito brasileiro. Rio de Janeiro: Forense.

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