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CORREIO DO PLANALTO QUINZENÁRIO - ANO XLl - N. o 695 - 15.JUNHO.2015 Director: Bento da Cruz - Editor: José Dias Baptista Preço Avulso: E 0,70 - Assinatura Anual: Território Nacional E 15,00 / Estrangeiro E 45,00 (Continua na pág. 3) (Continua na pág. 3) CORREIO DO PLANALTO já pode ser lido em versão digital Consulte o site: ATENÇÃO www.aoutravoz.info O executivo municipal de Montalegre compareceu em força na abertura da XVI Feira do Livro. Um abrir de portas que casou com o dia mundial da criança, coincidência feliz que serviu para dar um outro colorido ao interior do pavilhão multiusos, palco onde até sábado decorre o certame. Visivelmente agradado estava Orlando Alves, presidente do município, que destacou a boa organização que encontrou: «esta edição da Feira do Livro está muito bem conseguida e preparada, com um cenário fantástico que já é timbre da nossa organização». No acrescento referiu: «a participação das crianças é enriquecedora e motivadora para que se continue a insistir neste tipo de organização. Faz falta que a população saiba corresponder e estar presente». Uma achega que Orlando Alves fez questão de sublinhar: «as pessoas devem Abertura da XVI Feira do Livro saber apreciar e se puderem comprar um livro, para oferecerem aos filhos, netos ou sobrinhos, seria bom e é sinal de que estão a apostar na educação e formação dos seus descendentes» Finda a recriação histórica da entrega do foral por D. Afonso III, o festejo do feriado municipal prosseguiu com a inauguração, no edifício dos Paços do Sessão ocorreu nas comemorações do feriado municipal Município inaugura Balcão Único e Espaço do Cidadão Integrado no programa comemorativo do feriado municipal, a Câmara Mu- nicipal de Montalegre inaugurou o “Balcão Único” e o “Espaço do Cidadão”, ambos instalados no edifício da autarquia. A sessão solene foi presidida pelo Secretário de Estado da Administração Local, António Leitão Amaro. Concelho, do “Balcão Único” e do “Espaço do Cidadão”, duas apostas de modernização administrativa apadrin- hadas pelo Secretário de Estado da Administração Local, António Leitão Amaro. Com efeito, o Balcão Único da Câmara Municipal de Montalegre foi concebido para responder às necessidades dos cidadãos que trabalham, vivem e visitam a vila de Montalegre. Trata-se de uma aposta na proximidade com os cidadãos e na qualidade dos serviços prestados. Em relação ao Espaço do Cidadão, é um local onde as pessoas podem aceder aos serviços digitais disponibilizados pela Administração Central. A criação de uma rede de “Espaços do Cidadão”, nos termos do Decreto-Lei nº 74/2014, de 13 de maio, enquadra-se na estratégia de reorganização dos serviços de Atendimento da Administração Pública, através do programa Aproximar, a fim de efetuar a racionalização do território, aproveitando as potencialidades da tecnologia. O fecho da XVI edição da Feira do Livro de Montalegre ficou marcado pela homenagem que o município prestou a dois vultos da cultura barrosã: José Dias Baptista e Barroso da Fonte. Feita no último dia da XVI Feira do Livro Homenagem a José Baptista e Barroso da Fonte O município de Montalegre, no último dia da XVI Feira do Livro, rendeu homenagem a José Dias Baptista e Barroso da Fonte, dois autores locais que assinalam 50 anos de vida literária. Um momento que fechou, com chave de ouro, dias de intensa atividade cultural. Orlando Alves, presidente da autarquia, classificou a cerimónia como «um momento alto» todo ele «carregado de simbolismo». O pretexto foi a comemoração do meio século de vida literária que estes dois filhos da terra assinalam no corrente ano. Um momento carregado de simbolismo. (Continua na pág. 4 e ainda... Empresas Familiares - pág. 2 “Robertices” - pág. 4 XVII Conversas com História - pág. 5 “As palavras nas dunas do tempo” - pág. 4 ”Notas sobre o Barroso dos Séculos X-XIV - Cartas Abertas” - pág. 4 ”A passagem por uma guerra inútil” - pág. 6 O Papel dos baldios nas economias locais por: António Chaves - pág. 6 “Aves de Barroso” - pág. 5 IV Jornadas das Letras Gale- go-Portuguesas - pág. 5 ”Carrilheiras de Palmo e Meio” - pág. 6 NOTICIAS por: Maria José Afonso - pág. 8 “Lembranças do tempo presente” no Ecomuseu de Pitões - pág. 6 Montalegre é a vila mais atrativa do distrito - pág. 7 CONVERSANDO por: F. M. - pág. 7 Plantação de árvores em Fafião - (Gerês) - pág. 7 correios TAXA PAGA Portugal

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CORREIO DO PLANALTOQUINZENÁRIO - ANO XLl - N.o 695 - 15.JUNHO.2015 w Director: Bento da Cruz - Editor: José Dias Baptista w Preço Avulso: E 0,70 - Assinatura Anual: Território Nacional E 15,00 / Estrangeiro E 45,00

(Continua na pág. 3)

(Continua na pág. 3)

CORREIO DO PLANALTOjá pode ser lido em versão digital

Consulte o site:

ATENÇÃO

www.aoutravoz. info

O executivo municipal de Montalegrecompareceu em força na abertura da XVIFeira do Livro. Um abrir de portas quecasou com o dia mundial da criança,coincidência feliz que serviu para dar umoutro colorido ao interior do pavilhãomultiusos, palco onde até sábado decorreo certame. Visivelmente agradado estavaOrlando Alves, presidente do município,que destacou a boa organização queencontrou: «esta edição da Feira do Livroestá muito bem conseguida e preparada,com um cenário fantástico que já é timbreda nossa organização». No acrescentoreferiu: «a participação das crianças éenriquecedora e motivadora para que secontinue a insistir neste tipo deorganização. Faz falta que a populaçãosaiba corresponder e estar presente».Uma achega que Orlando Alves fezquestão de sublinhar: «as pessoas devem

Abertura da XVI Feira do Livro

saber apreciar e se puderem comprar umlivro, para oferecerem aos filhos, netos ousobrinhos, seria bom e é sinal de que

estão a apostar na educação e formaçãodos seus descendentes»

Finda a recriação histórica da entregado foral por D. Afonso III, o festejo doferiado municipal prosseguiu com ainauguração, no edifício dos Paços do

Sessão ocorreu nas comemorações do feriado municipal

Município inaugura Balcão Único e Espaço do CidadãoIntegrado no programa comemorativo do feriado municipal, a Câmara Mu-

nicipal de Montalegre inaugurou o “Balcão Único” e o “Espaço do Cidadão”,ambos instalados no edifício da autarquia. A sessão solene foi presidida peloSecretário de Estado da Administração Local, António Leitão Amaro.

Concelho, do “Balcão Único” e do“Espaço do Cidadão”, duas apostas demodernização administrativa apadrin-hadas pelo Secretário de Estado da

Administração Local, António LeitãoAmaro. Com efeito, o Balcão Único daCâmara Municipal de Montalegre foiconcebido para responder àsnecessidades dos cidadãos quetrabalham, vivem e visitam a vila deMontalegre. Trata-se de uma aposta naproximidade com os cidadãos e naqualidade dos serviços prestados. Emrelação ao Espaço do Cidadão, é umlocal onde as pessoas podem aceder aosserviços digitais disponibilizados pelaAdministração Central. A criação de umarede de “Espaços do Cidadão”, nostermos do Decreto-Lei nº 74/2014, de 13de maio, enquadra-se na estratégia dereorganização dos serviços deAtendimento da Administração Pública,através do programa Aproximar, a fim deefetuar a racionalização do território,aproveitando as potencialidades datecnologia.

O fecho da XVI edição da Feira do Livrode Montalegre ficou marcado pelahomenagem que o município prestou adois vultos da cultura barrosã: José DiasBaptista e Barroso da Fonte.

Feita no último dia da XVI Feira do Livro

Homenagem a José Baptista e Barroso da FonteO município de Montalegre, no último dia da XVI Feira do Livro, rendeu

homenagem a José Dias Baptista e Barroso da Fonte, dois autores locais queassinalam 50 anos de vida literária.

Um momento que fechou, com chave de ouro, dias de intensa atividadecultural. Orlando Alves, presidente da autarquia, classificou a cerimónia como«um momento alto» todo ele «carregado de simbolismo».

O pretexto foi a comemoração do meioséculo de vida literária que estes doisfilhos da terra assinalam no corrente ano.Um momento carregado de simbolismo.

(Continua na pág. 4

e ainda...

Empresas Familiares- pág. 2

“Robertices” - pág. 4

XVII Conversas comHistória - pág. 5

“As palavras nas dunas dotempo” - pág. 4

”Notas sobre o Barroso dosSéculos X-XIV - Cartas Abertas”

- pág. 4

”A passagem por umaguerra inútil” - pág. 6

O Papel dos baldios naseconomias locaispor: António Chaves - pág. 6

“Aves de Barroso” - pág. 5

IV Jornadas das Letras Gale-go-Portuguesas - pág. 5

”Carrilheiras de Palmo eMeio” - pág. 6

NOTICIASpor: Maria José Afonso - pág. 8

“Lembranças do tempo presente”no Ecomuseu de Pitões - pág. 6

Montalegre é a vila mais atrativado distrito - pág. 7

CONVERSANDOpor: F. M. - pág. 7

Plantação de árvores emFafião - (Gerês) - pág. 7

correios

TAXA PAGAPortugal

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2 – CORREIO DO PLANALTO

CORREIO DO PLANALTONº Registo da D. G. C. S. 105438

Depósito Legal Nº 2163/83

Proprietário: Bento Gonçalves da CruzContribuinte Nº 108 805 239

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Fotocomposição:

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4350-278 PORTO - Tlf. 22 550 14 46

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Tiragem deste número: 1000 ex.—

Os artigos assinados são da inteira responsabilidade dos seus Autores

Locais onde as ASSINATURAS do“Correio do Planalto” podem ser pagas:

w Rádio Montalegre - Travessa do Polo

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Locais onde o “Correio do Planalto” está à venda:w MONTALEGRE: - Quiosque Estrela Norte.

w SALTO: - Papelaria Milénio.

Empresas Familiares por: João Medeiros Pereira

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(Continua no Próximo número)

EXTRATOCertifico, para fins de publicação que, por escritura exarada hoje, no Cartório da

Notária Constança Augusta Barreto Oliveira, situado na Rua Paixão Bastos, n.º 114,Póvoa de Lanhoso, no livro de escrituras diversas n.º 151 – A, a fls. 7 e seguintes:ARTUR MIGUEL ANTUNES GONÇALVES, solteiro maior, natural da freguesia deCovelo do Gerês, concelho de Montalegre, onde reside, na Rua das Cerdeiras, nº 2drtº, Peneda de Cima declara:Que é dono com exclusão de outrem do seguinte bem imóvel:

Prédio rústico situado no lugar de Cruz da Estrada da freguesia de Covelo doGerês, concelho de Montalegre, composto de mato, com a área de mil metrosquadrados, a confrontar do norte, nascente, sul, e do poente com baldio, inscrito narespetiva matriz sob o artigo 968.

Que este prédio não esta descrito na Conservatória do Registo Predial de MontalegreQue não tem qualquer título de onde resulte pertencer-lhe o direito de propriedade

do referido prédio, mas iniciou a sua posse , no ano de mil novecentos e noventa equatro, ano em que o adquiriu por doação meramente verbal de seus pais ManuelPereira Gonçalves e mulher Maria Ermelinda Pereira Gonçalves, casados emcomunhão de adquiridos, residentes no lugar da Peneda de Cima, na mencionadafreguesia de Covelo do Gerês.

Que desde essa data, por si ou por intermédio de alguém, sempre tem usado efruído o prédio, roçando mato e limpando-o, pagando todas as contribuições por elesdevidas e fazendo essa exploração com a consciência de ser o seus único dono, àvista de todo e qualquer interessado, sem qualquer tipo de oposição, há mais de vinteanos, o que confere á posse a natureza de pública, pacífica, continua e de boa-fé,razão pela qual adquiriu o direito de propriedade sob o prédio por USUCAPIÃO, queexpressamente invoca para efeitos de ingresso do mesmo no registo predial.

Está conforme.Póvoa de Lanhoso, 15 de Maio de 2015

A colaboradora com autorização para este ato, nos termos do nº 1, art. 8º do DL 26/2004 de 4 de FevereiroAna Cristina Veloso Sampaio - (assinatura elegivel) - Registada sob o nº 84/3

Conta/Recibo registada sob o mº 977 - emitida fatura reciboA autorização para a prática de atos pelos colaboradores foi publicada em

www.notarios.pt em 26/02/2013

Cartório Notarial Contança Augusta Barreto OliveiraNOTÁRIA

PUB CORREIO DO PLANALTO N.º 695 - 15.JUNHO.2015

7.2.2.2. Separação da propriedade dagestão

Prematuramente, no final do século XVII, asempresas familiares japonesas eramcaracterizadas pela quase separaçãocompleta entre propriedade e gestão e pelasua elevada especialização de funções,que é usualmente considerada umacaracterística única, de gestão, docapitalismo moderno Poutziouris et al,(2006, apud Fruin).

Os proprietários não administravamdirectamente nem vigiavam as instalaçõesfabris. Faziam pouco mais do que financiarou supervisionar o escritório. A gestão, emgeral, era delegada em gestores e eradividida em três esferas: direcção geral,direcção de produção, e direcção dopessoal.

A tomada de decisões, por consenso, erauma forma de proteger as empresasfamiliares do risco de decisões malignasdos chefes familiares. As regras das casascomerciais encorajavam os subordinadosa expressar a sua opinião, boa ou má, sobreo comportamento dos seus chefes. Emcasos em que os chefes ignorassem essasopiniões, outra reunião era convocada paraque oficialmente a chefia ouvisse emelhorasse a conduta.

Se não houvesse melhoria a chefia eraconvidada a reformar-se como últimorecurso. Estas reformas ocorriam emmuitas casas comerciais (Poutziouris et al,2006: 528).

7.2.2.3. A contabilidade

As grandes casas comerciaisdesenvolveram sistemas de escritarelativamente avançados que tinhamsemelhanças com o sistema de

Evaristo Alves, Porto: 30,00 (a)José Pereira Miranda: 15,00

(a) - (Já publicado em 15.03.2015).

memorandum

(Continuação do número anterior)contabilidade, de dupla entrada,desenvolvido pelos Italianos.

O sistema mais avançado foi criado pelafamília “Nakai”, de meados do século XVIII,em que tanto a conta do capital como a dosresultados apresentavam o mesmo lucroou prejuízo finais.

Eram utilizados vários tipos de livros deregisto: para as vendas, para compras, pararecebimentos e pagamentos, para capitale para expedições. Todos escritos com tintae selados.

Contudo, não existia um único métodoque prevalecesse durante o períodoTokugawa; cada casa comercial possuía oseu tipo de escrita.

Em Itália Luca Pacioli (1445-1517), o paido método de escrita de dupla entrada,publicou um estudo sobre os livros dotesouro da Républica de Génoa de 1340.Este estudo presumivelmente teráacelerado a introdução do método de duplaentrada e resultado na criação de umsistema altamente sofisticado decontabilidade.

Em contraste, no Japão, cada casacomercial mantinha a sua escritaconfidencial o que impedia a introduçãorápida deste método.

A existência de escrita de dupla entrada,sofisticada, indiciava um nível elevado deactividade comercial que exigia métodoselaborados de escrita.

7.2.2.4. A formação

Após a delegação de autoridade aosgestores subordinados, a função principalda equipa de gestão era a selecção eformação dos colaboradores que sededicariam ao negócio.

Os empregados numa casa comercialestavam divididos em aprendizes, caixeirose encarregados. Um aprendiz era recrutadocom a idade de 12 a 13 anos, com o temposeria promovido, a caixeiro, com umdeterminado salário, aos 17 ou 18 anos,mas a promoção ao cargo seguinte eraefectuada com uma avaliação dedesempenho e não ocorria automa-ticamente. Um caixeiro podia ambicionarser encarregado na idade próxima dos 30anos e era lhe concedido o direito de criar oseu próprio estabelecimento, mantendo-sefiel à casa comercial que o formou.

7.2.2.5. A gestão do risco

As Empresas familiares, no períodoTokugawa, estavam completamenteapetrechadas com políticas de gestão derisco. Evitavam que as “Casas” dividissemo seu negócio, preferiam antes dar quotasaos filhos que seriam proprietários masnão assumiam funções de gestão.

As Constituições Familiares eram feitasenumerando as normas e as condutas quemantinham o negócio sólido de geração emgeração. Na era Genroku (1688-1704) ocomerciante “tipo” era conservador, não eradado a extravagâncias. Foi durante esteperíodo de aforro que os comerciantes, commaior êxito, compilaram um conjunto deregras de conduta cívica e comportamentalnos negócios, que reflectiam bem a suamentalidade e atitude no negócio.

7.2.3. A educação e envolventefilosófica

Um factor importante que contribuiu parao desenvolvimento económico do Japão foia educação. Os locais mais importantes deensino eram “terakoya”, escolas privadaspara os filhos do povo. Em 1868, mais de10 000 foram criadas, não só nas cidadesprincipais mas também nas zonas rurais.43% dos meninos e 10% das meninas, noJapão, frequentavam estas escolas, o nívelde educação era o mais elevado do mundonaquele tempo. Nas principais cidadesindustrializadas inglesas, em 1837,apenas um em cada quatro ou cincocrianças frequentava a escola.

Os dirigentes Tokugawa adoptaram oJukyo, uma versão do Confucionismo, comoa filosofia ética oficial do Japão o quecontribuiu significativamente para alongevidade das empresas familiares. OConfucionismo era mais uma filosofia éticae um código de conduta para as relaçõessociais do que uma religião.

Ao examinar as razões da longevidadedas empresas familiares Japonesas éimportante compreender que a doutrinaJukyo considerava a família como sendo aunidade social basilar e a lealdade aosnossos superiores era considerada a maiorvirtude.

Na comunidade de comerciantessignificava que ambos, família e EF sãoentidades consideradas integradas. No

subconsciente dos comerciantes, aprincipal prioridade era colocada napreservação das empresas familiares aqualquer custo e a família era subservienteà continuidade da entidade económicachamada “Casa”.

Poutziouris et al, (2006, apudHirschmeier) concluiu que só estaprioridade, da “Casa”, em relação à famíliapodia explicar, que apesar das altas taxasde mortalidade, se verificava a continuidadedas empresas familiares.

Devido à prevalência da primogenitura,ficar à frente de uma “Casa” significavaassumir a responsabilidade sagrada defazer todos os esforços no sentido daprosperidade e continuidade da “Casa” enunca manchar (profanar) o nome da“Casa”. Todas as dil igências eramefectuadas para manter a continuidade dasempresas familiares, desde adoptar umfilho para sucessor, quando necessário,delegar a autoridade de gestão numelemento de fora da família ou até forçar olíder da família a reformar-se como últimamedida para salvar a empresa da crise.

O ideólogo mais influente nesta linha, foiIshida Baigan (1685-1754). Baiganconsiderou que o trabalho do comercianteé igual ao trabalho de qualquer outra classesocial. Contrariamente à percepção maiscomum que considerava a actividadecomercial como sendo algo de indigno.

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CORREIO DO PLANALTO – 3

«ESTÁ AQUI UMA GRANDE REALIZAÇÃO»

O presidente da Câmara de Montalegre continuou com o tom elogioso: «está aqui umagrande realização que merece ser vista e que a comunidade de Montalegre não deveignorar. Os adultos devem passar por aqui, beber um café ou uma água, não pagam nadapor isso porque é oferta da casa. Terão a oportunidade de ver o aprumo e uma organizaçãomuito bem conseguida».

Em suma, afirmou Orlando Alves, «fica aqui o desafio para que saibamos valorizar o queé nosso» e «reconhecer que uma feira, dedicada ao livro, é dedicada à cultura, à formação,ao futuro dos nossos filhos, às nossas gerações mais novas que são aquelas que durantepouco tempo irão tomar conta de nós e guiar-nos na administração pública».

Abertura da XVI Feira do Livro(Continuação da pág. 1)

PROGRAMA DIVERSIFICADORosto por excelência da Feira do Livro de Montalegre, Gorete Afonso frisou que o cartaz

«honra uma semana de cultura em Montalegre». Satisfeita pelo dia inaugural, a técnicadisse: «neste primeiro dia tivemos uma casa cheia, animada, organizada e, acima detudo, participada. Agradeço a todos os que direta ou indiretamente contribuíram para queeste resultado fosse possível». Ainda no mesmo tom, reportou: «o pavilhão multiusosestá vestido de uma forma organizada, educativa, cultural, pedagógica e, sobretudo, estácheio de vida». A rematar, Gorete Afonso enumera o que podemos encontrar até sábado:«preparamos um programa vasto de atividades, desde a venda de livros, exposições,teatro, música, apresentações de livros... um conjunto de atividades que recheiam estesseis dias. A cereja em cima do bolo é a comemoração dos 50 anos de vida literária dosnossos autores locais, José Dias Baptista e Barroso da Fonte, uma reconhecidahomenagem por parte do município... venham usufruir deste espaço que o município teveo cuidado de acarinhar e de investir».

PROXIMIDADE E MODERNIDADEEm face das obras que estão a ser operadas no edifício autárquico, a sessão solene

ocorreu no átrio num cenário que foi construído para o efeito. A singularidade do ato foivincada por Orlando Alves, presidente da Câmara de Montalegre, à qual foi «muito bemaceite» pelo representante do governo que preferiu valorizar a hospitalidade que sempreencontra nos responsáveis pela condução dos destinos do município. O líder do executivoexplicou a importância do dia: «aderimos a um projeto que aproxima a AdministraçãoPública e Local de todos nós. Isso tem consequências benéficas no dia a dia de todas aspessoas que têm que se relacionar com os serviços, seja para pagar, seja para receber».Orlando Alves frisou que o “Balcão Único”, o “Espaço do Cidadão” e a implementação deuma aplicação de telemóvel - Montalegre Alert -, que permite uma conexão fácil e rápidados munícipes com a governação autárquica, «são indicadores de proximidade e demodernidade».

ELOGIO AOS FUNCIONÁRIOSGalvanizado com o pulo tecnológico que o dia simboliza, Orlando Alves reportou novas

explicações: «o sistema de gestão de ocorrências vai permitir que qualquer pessoa possaestar alerta sendo um dever de cidadania de todos nós estarmos envolvidos na gestãomunicipal». É preciso «colaborar com o presidente e com os vereadores na definição depolíticas que levem à modernidade e ao desenvolvimento do território», adverte o edil. Apartir de agora, sustenta Orlando Alves, «qualquer cidadão pode denunciar, por exemplo,a existência de um buraco no pavimento onde os veículos podem ficar danificados».Porfim, o presidente da Câmara de Montalegre deixou uma palavra de reconhecimento aosfuncionários da autarquia que souberam «agarrar o desafio na implementação dasplataformas digitais» dando um contributo valioso para que tudo tivesse corrido pelomelhor num esforço que «deve ser valorizado» dado que «trabalharam fora do normalhorário laboral».

200 ATOS PÚBLICOS CONCENTRADOSAntónio Leitão Amaro não escondeu a satisfação pelo que encontrou em Montalegre.

Primeiro pela «receção que me fizeram que foi muito engraçada». As palavras do Secretáriode Estado da Administração Local referiam-se ao modo como “entrou” na recriação históricado outorgamento do foral à vila de Montalegre pelo rei de então D. Afonso III (1273),realizada, momentos antes, no largo do Pelourinho: «aquele ato simbólico, com a entregado foral, foi uma bela surpresa que vai ficar na minha lembrança e no meucoração...entregarei o vosso foral ao Senhor Primeiro Ministro e ao Senhor Presidente daRepública e agradeço este ato que renova o gosto de estar nesta terra, com estagente».Interrogado sobre a inauguração do espaço de atendimento ao munícipe, AntónioLeitão Amaro destaca: «em conjunto são uma forma diferente de prestar serviço públicoaos cidadãos. O poder central e local percebem que o cidadão deve estar no centro da suaatividade. Aproveitando as novas tecnologias, temos 200 atos públicos que antes erapreciso, em muitos casos, percorrer centenas de quilómetros e que agora estãoconcentrados neste edifício». Montalegre, sublinha o governante, «já era parceiro desteprojeto com o Espaço do Cidadão em Salto». Ainda sobre esta matéria, o Secretário deEstado da Administração Local lembra que, dentro de pouco tempo, irá ser instalada aLoja do Cidadão, a escassos metros, no edifício do tribunal: «precisamente nesta praça,daqui a algum tempo, vai abrir a Loja do Cidadão que vem acabar com a angústia dapopulação quando, por exemplo, ouviu falar no fecho das repartições de finanças». Destemodo, rematou «os serviços ficam a ser prestados de uma maneira diferente, maiseconómica e mais próxima».

SERVIÇOS DISPONÍVEIS NO ESPAÇO DO CIDADÃOACP Automóvel Clube Portugal - Pedido de 2.ª via de Cartão de Sócio ACP com ou sem

alteraçõesAlteração de dados de Cartão de Sócio ACPACT – Autoridade Para as Condições do Trabalho - Aquisição de livros e publicações à

ACTEsclarecimento de dúvidas (disponibilização e submissão de formulário destinado ao esclarecimentode dúvidas)Formulários e MinutasQueixas e denúncias (com encaminhamento das mesmas para oserviço desconcentrado mais próximo)Registo de contrato de trabalhadores estrangeirosSimulador:cálculo do valor a receber no final do contrato de trabalho

ADSE - Direção-Geral de Proteção Social aos Trabalhadores em Funções Públicas -Serviços de atendimentoPedido de Cartão Europeu de Seguro de DoençaRenovação de Cartão Europeude Seguro de DoençaAlteração de NIB de BeneficiárioAlteração de Nome de BeneficiárioAlteração deMorada do BeneficiárioPedido de 2.ª via do Cartão de BeneficiárioPedido de 2.ª via com alterações doCartão de BeneficiárioEmissão de Declaração de IRSConsulta da Conta-Corrente do BeneficiárioEntregade Documentos de Despesa para ComparticipaçãoEmissão de Declaração para efeitos deComplementaridadeNavegação assistida - ADSE Direta:Conta corrente do regime LivreAcesso aprestadores convencionadosCuidados de saúde com limites no regime livreDados pessoais doBeneficiárioDocumento único de cobrançaDeclaração para efeitos de IRS

AMA IP - Chave Móvel Digital - Registo presencial no BackofficeAlteração do PIN presencialno BackofficeCancelar registo presencial no BackofficeDesbloquear registo presencial no Backoffice

AMA IP - Portal do Cidadão - Pedido de alteração de morada no Portal do CidadãoPedido decertidões online de registo civil e predial

CGA - Caixa Geral de Aposentações - Requerimento de Pensão de SobrevivênciaRequerimentode Subsídio de FuneralRequerimento de Subsídio por MorteRequerimento para pagamento de quotasde subscritores na situação de licença sem vencimento e situações equiparadasRequerimento desubsídio por assistência a terceira pessoaRequerimento de aposentação de ex-subscritorRequerimentode contagem de tempo de ex-subscritorRequerimento de pedido de Subsídio Mensal VitalícioAlteraçãode dados pessoaisRequerimento de reembolso de despesas de funeral

DGAJ - Direção-Geral da Administração da Justiça - Emissão de Registo Criminal paraCidadãos NacionaisEmissão de Registo Criminal para Cidadãos EstrangeirosEmissão de Registo deContumácia

DGC - Direção Geral do Consumidor - Encaminhamento para a rede de apoio ao consumidorendividadoPedidos de informaçãoReceção de reclamações

DGLAB - Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas - CertidõesparoquiaisOutros assuntos

IEFP - Instituto Emprego e Formação Profissional - (netemprego)Candidatos:(Re) inscriçãopara empregoApresentação a ofertas de empregoConsulta e resposta a pedidos de informação /esclarecimentosGestão da inscrição para empregoObtenção de declaraçõesPesquisa deofertasRecuperação de dados de acessoRegisto / Atualização como utenteRegisto de CurriculumVitaeRegisto no Portal e obtenção de LoginCandidaturas eletrónicas - Anexar documentos àentidadeCandidaturas eletrónicas - Consulta e gestão de processosCandidaturas eletrónicas -Download de documentosCandidaturas eletrónicas - Submissão de candidaturasEntidades:Alteraçãode dadosGestão de oferta de empregoRegisto de entidade e obtenção de LoginRegisto de oferta deemprego

IGAC - Inspeção Geral das Atividades Culturais - Registo de Propriedade Intelectual:-Averbamento- Certidão- Registo de Nome Literário / Artístico- Registo de Obra

IHRU - Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana - Porta 65 - ArrendamentoJovemSubmissão de Candidaturas

IMT - Instituto de Mobilidade e Transportes - Carta de Condução:Alteração de morada nacarta de conduçãoRevalidação da carta de conduçãoRevalidação das guias de substituição de cartade conduçãoSegunda Via (duplicado)Substituição da carta de condução por mau estadoSubstituiçãoda carta de condução por alteração de restriçõesSubstituição da carta de condução por alteração deelementos

ISS - Segurança Social - Serviços de atendimentoPedido de alteração de moradaPedido desubsídio por doençaPedido de subsídio social de desemprego subsequentePedido de abono de famíliapara Crianças e JovensPedido de abono pré-natalPedido de subsídio por assistência a netosPedidode declaração de situação contributivaPedido de Cartão Europeu de Seguro de DoençaPedido deRenovação do Cartão Europeu de Seguro de DoençaPedido de Formulários / RequerimentosReceçãode Formulários / Requerimentos (documentos)Consulta Número de BeneficiárioAtendimento porMarcação (VMP – Visita por Marcação Prévia)InformaçõesSegurança Social Direta:Apoiar o Cidadão– Pessoa Coletiva sem Trabalhadores a CargoApoiar o Cidadão (Emigrante) no Pedido da Passwordda SSDApoiar o Cidadão no Pedido da Password da SSDApoiar o Cidadão na Consulta à SSD se estejá tiver PasswordApoiar o Cidadão no Acesso à SSD com Cartão de CidadãoCNP Centro Nacional dePensõesPedido de Alteração de Morada de PensionistaPedido de Bonificação do Tempo deServiçoPedido de Cálculo Provável de Montante de PensãoPedido de Complemento porDependênciaPedido de Complemento Solidário para IdososPedido de Pensão de VelhicePedido dePensão Social de VelhicePedido de Pensão de Viuvez Pedido de Pensão Social de ViuvezPedido dePrestação por MortePedido de Reembolso de Despesas de FuneralPedido de Subsídio de Funera

lSEF - Serviço de Estrangeiros e Fronteiras - Marcação de Renovação da Autorização deResidênciaMarcação da Prorrogação da Permanência (para Cidadãos Titulares de Visto de Trânsito,Curta Duração ou Estada Temporária)Marcação de Renovação do Cartão de Residência (para Cidadãosda União Europeia e seus Familiares)SAPA – Sistema automático de pré-agendamento de atendimentodos cidadãos que pretendam entrar, permanecer, sair ou que estejam em situação que impliqueafastamento do território nacional

SPMS - Serviços Partilhados Ministério da Saúde - Consulta de Lista de Espera paraCirurgia (ESIGIC)Alteração / Cancelamento do Pedido de Isenção das Taxas ModeradorasColocarPedido de Isenção de Taxas ModeradorasMarcar ConsultaCancelar Pedido de ConsultaRegistarAgregado Familiar para Poder Realizar Marcação de Consultas e pedidos de medicação parafamiliarConsultar Lista de Pedidos de ConsultaConsultar Lista de Médicos Aderentes ao Programa Oral“Cheques-Dentista”Consultar os Pedidos de Receita Submetidos no eAgendaFazer pedido derenovação de receita médica crónicaListar autorização de renovação de receita médicacrónicaPesquisa de prestadores (Farmácias; Hospitais; Entidades SNS…)Partilha de informação como SNSReclamação / Elogio / SugestãoServiços informativos

Município inaugura Balcão Único e Espaço do Cidadão(Continuação da pág. 1)

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4 – CORREIO DO PLANALTO

Artur Ferreira Coimbra é natural de Salto, concelho de Montalegre, e atualmente residena cidade de Fafe. Conta já com 25 publicações ligadas à poesia, prosa, história epatrimónio cultural. Esta obra, explicada pelo professor César Freitas, do Instituto deEstudos Superiores de Fafe, inclui testemunhos de personalidades ligadas às letrascomo José Vale Moutinho, José Manuel Mendes, Mário Cláudio, Manuel Alegre e VirgílioAlberto Vieira. Fátima Fernandes considerou que «o autor tem um percurso académicomuito rico».

POESIA - EXPRESSÃO GENÚINA

Segundo a responsável pela pasta educativa do município, a poesia é o género literárioque melhor «espelha o sentimento, é a expressão mais genuína do ser humano e o factodo autor ter apresentado este livro na nossa feira honra-nos muito».

«REENCONTRAR AS RAÍZES»

Segundo o autor, a obra permitiu-lhe «reencontrar as raízes nesta terra que tragosempre no coração e que faz parte de mim». Artur Ferreira Coimbra revelou, ainda, quenesta compilação, os poemas escolhidos estão associados a períodos marcantes dasua vida porque «a poesia é algo muito pessoal e muito íntimo».Por fim, Gorete Afonso,responsável pela Biblioteca Municipal de Montalegre, sublinhou o facto de estaapresentação ser «a estreia de mais um notável barrosão que nos deliciou com este livrode poesia e, ao mesmo tempo, enriqueceu as nossas instalações oferecendo-nos a suacoleção literária».

Mais um lançamento de um livro de um escritor barrosão

XVI Feira do Livro - “As palavras nas dunas do tempo”O escritor barrosão Artur Ferreira Coimbra exibiu na XVI Feira do Livro de

Montalegre a obra “As palavras nas dunas do tempo – 35 anos de poesia”. Foia primeira apresentação do autor na terra natal o que segundo FátimaFernandes, vereadora da educação da Câmara Municipal de Montalegre, «éum privilégio».

Como fez questão de vincar o presidente da edilidade: «não esperava que os doisescritores barrosões fossem já tão vetustos. Comemoram 50 anos de uma vida dedicadaà palavra, ao verbo e à escrita e faz todo o sentido que tenhamos para com eles um gestode simpatia, ternura e reconhecimento fazendo do seu percurso o mote desta edição daFeira do Livro de Montalegre».

Orlando Alves referiu que estivemos perante uma cerimónia simples o que não significouque não tivesse uma alta carga de «simbolismo». O autarca sublinhou ainda: «acircunstância de termos aqui o anterior e também o atual Presidente da Academia deLetras Transmontanas é muito enaltecedor e gratificante para quem organiza e para oshomenageados». Daí que, acentue Orlando Alves, «foi um momento alto desta singelacerimónia» onde «foram deixados testemunhos e palavras surpreendentes que oshomenageados irão levar para casa e recordar»

José Dias Baptista – Escritor homenageado«Sinto um orgulho enorme de ser barrosão, de receber esta homenagem e ainda bem

que há quem reconheça algumas qualidades nos barrosões. Durante todos estes anosdestaco a apreciação que um grande academista fez sobre a minha poesia. Para além dainvestigação histórica e da história da literatura, desde o 15 anos de idade que a poesiaocupa um lugar na minha linha de escrita. Sou avesso a homenagens mas esta foiespecial e gostei. Sinto-me orgulhoso e muito feliz por saber que o povo barrosão vailendo a minha atividade».

 Barroso da Fonte – Escritor homenageado«Faço 50 anos de autor em livro. O primeiro foi “Neve e altura” e referia-se à região de

Barroso. A Câmara Municipal de Montalegre foi simpática connosco. Somos dois autoresda região e congratulo-me publicamente pelo apreço que mostraram em relação ao nossotrabalho. Nós e outros autores do concelho cumprimos um dever. Barroso não nos devenada, nós é que devemos muito a Barroso. Estou feliz e irei continuar a cumprir o meudever. Sinto-me satisfeito, também, por ver alojados, na Biblioteca Municipal de Montalegre,70 coleções dos jornais regionais que ofereci e cujo valor real é de 35.000 euros».

Ernesto Rodrigues – Presidente da A. G, Academia de Letras de Trás-os-Montes«Já conhecia o Barroso da Fonte há vários anos. O José Dias Baptista foi uma surpresa

completa, como poeta, historiador e contista. São dois nomes que reúnem história, ficçãoe poesia. Li o Barroso da Fonte enquanto poeta interessado em temas angolanos, daguerra colonial, o que para mim foi uma surpresa. Por outro lado, li José Dias Baptistaenquanto poeta, com o pseudónimo Miguel Montes, mas também como contista na recolhade textos populares aos quais faz uma ligeira alteração. É um historiador, não só doBarroso mas de temas que vão para além desta pátria. O facto de eu vir a Montalegretraduz o apreço e a estima que lhes dedico».

Fernando Rua Castro – Presidente do Fórum Galaico Trasmontano«Nós apoiamos os escritores e os jornalistas. Um dos autores, Barroso da Fonte, é

associado do nosso fórum e temos acompanhado de perto a vida literária destes escritores.Era nosso dever homenagear estes vultos do Barroso».

Feita no último dia da XVI Feira do Livro

Homenagem a José Baptista e Barroso da Fonte(Continuação da pág. 1)

Foi sob o olhar atento de uma plateia bem composta que Fernando Calvão, médicode profissão, apresentou a sua primeira obra literária. São pouco mais de duzentaspáginas com o prefácio e edição de um outro conhecido escritor barrosão, Barroso daFonte.

«CONFRONTO DE IDEIAS»O presidente do município explica que a obra surge de «um confronto de ideias de

vários pensadores da nossa terra» por isso «já se impunha que a informação descritapelo autor, em formato de crónica jornalística, fosse convertida em livro». No entender deOrlando Alves «é conhecimento que deve ser perpetuado para ficarmos melhordocumentados e é também potenciador de debate e reflexão».

Livro apresentado na XVI Feira do Livro

”Notas sobre o Barroso dos Séculos X-XIV - Cartas Abertas”Foi apresentada, no primeiro dia da XVI Feira do Livro de Montalegre, a

obra “Notas sobre o Barroso dos Séculos X-XIV — Cartas Abertas”, de FernandoCalvão. É a primeira publicação do autor onde descreve factos históricos queestiveram na origem da região de Barroso. Orlando Alves, presidente daCâmara Municipal de Montalegre, referiu que «é um livro muito aguardado eque a comunidade barrosã exigia».

ALTERAÇÃO NA HISTÓRIA DE BARROSO

O autor salienta que é um livro destinado a um público muito específico porque «émuito técnico e deve ser lido e apreciado por quem entenda a história». Fernando Calvãosublinhou ainda que é uma publicação que «vem alterar substancialmente a história e aforma como a história de Barroso tem sido contada».Para Gorete Afonso, responsávelpela biblioteca municipal de Montalegre, esta apresentação foi «uma surpresa muitopositiva pelos conhecimentos que o autor partilhou» e será um «bom exemplar para aestante dos autores locais».

Integrado no programa da XVI Feira do Livro, subiu ao palco do lotadoauditório municipal de Montalegre a peça infantil “Robertices” (homenagemà escritora Luísa Dacosta), executada pela companhia de teatro Filandorra.Um espetáculo, feito no dia mundial da criança, que colocou em delírio asdezenas de crianças do concelho presentes.

“Robertices” na XVI Feira do Livro

R. Central, Edifício Igreja Nova, nº 77 - A, Loja 3

JORNAIS e REVISTAS

SALTO

PAPELARIA MILÉNIOPAPELARIA MILÉNIO

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CORREIO DO PLANALTO – 5

Decorreram, no pavilhão Multiusos de Montalegre, as XVII “Conversas com História”sob o tema “Contos do Barroso”. O serão cultural manteve o lado itinerante mas,desta vez, inserido no programa da XVI Feira do Livro. Os presentes tiveram oportunidadede contarem e lerem algumas histórias que animaram a noite.

Feitas no Âmbito da XVI Feira do Livro

XVII Conversas com História”Contos do Barroso”

foi este o tema da décima sétima edição do projeto cultural “Conversascom História” do Ecomuseu de Barroso. Realizadas no pavilhão multiusos, noâmbito da XVI Feira do Livro, levaram a boa disposição ao espaço. FátimaFernandes, vereadora da educação da Câmara Municipal de Montalegre,afirmou que foi «um serão muito bem passado».

IDENTIDADEFátima Fernandes recordou que foi «uma noite divertida e de reflexão sobre aquilo

que somos» porque «os contos populares marcam a nossa identidade». Na mesmalinha referiu que os barrosões «são pessoas bem-dispostas, irreverentes, que respeitame sabem brincar com aquilo que respeitam». A autarca reafirmou ainda a importânciade preservar esta tradição oral porque «no dia em que perdermos estas memóriasdeixamos de ser nós».

PRESERVAÇÃO DO PATRIMÓNIO IMATERIALEm nome do Ecomuseu de Barroso, Nuno Rodrigues considerou que este tema «é

sempre sinónimo de boa disposição e os contos, nas vozes de José Dias Baptista eda senhora Cândida, soam ainda melhor». Ciente do valor deste património imaterialexplicou que «deve e está a ser preservado pelo Ecomuseu». Por sua vez, José DiasBaptista, mentor dos serões culturais, mostrou-se satisfeito com «os risos do públicoque são uma satisfação para quem conta».Gorete Afonso, responsável pela bibliotecamunicipal de Montalegre, sublinhou que «um serão, à volta dos contos, é sempre umadelícia e parabéns ao Ecomuseu de Barroso por esta agradável noite». 

Organizadas pela junta de freguesia de Pitões das Júnias, em parceira com ogrupo ”Desperta do Teu Sono,” decorreram em Pitões das Júnias as “IV Jornadas dasLetras Galego-Portuguesas”.

Poesia, visualização de filmes e apresentação de trabalhos sobre temáticas ligadas àorigem da cultura e ao passado celto-galaico fizeram parte do programa. Orlando Alves fezas honras de abertura e referiu que se trata de uma iniciativa «que tenta criar na zona daraia, um espaço de intercâmbio dando importância à preservação das línguas galega eportuguesa como motores de aproximação dos dois povos».

«FORTE PRESENÇA DE GALEGOS»

Este encontro, que acontece anualmente, contou com «uma forte presença de galegosque não é correspondida do lado português» considerou o presidente do município. Estasjornadas acontecem numa altura em que terminou o período de adaptação ao novo acordoortográfico, uma revisão que segundo o autarca «rasgou por completo e essência e amatriz da língua portuguesa». Na mesma linha afirmou que os grandes nomes da literaturaportuguesa «dariam voltas no túmulo se pudessem perceber o crime que este acordoortográfico fez à nossa língua materna».

«HOUVE UM SALTO DE QUALIDADE»

No último dia do evento, David Teixeira, vice-presidente da Câmara Municipal deMontalegre, moderou as apresentações e explicou que na edição deste ano «houve umsalto de qualidade na defesa da nossa cultura».

O autarca frisou que «somos a génese deste país que acaba por nos esquecer». Nomesmo sentido, destacou que «é normal que as divisões administrativas sejam parafavorecer o poder central». A constituição e o trabalho desenvolvido pelo Ecomuseu deBarroso, onde se estreitam laços com a Galiza, acontecem «com o intuito de defenderaquilo que somos», para de seguida confessar: «desde pequeno sinto que esta fronteiraune-nos, não nos separa!».

Lúcia Jorge, presidente da Junta de Freguesia de Pitões, explicou que a cada edição«há mais estudos e mais conhecimentos que são apresentados» e essa informaçãodesperta «a curiosidade e o interesse na cultura celta, afirmando-a na região e no país».

Realizadas em Pitões das Júnias

IV Jornadas das Letras Galego-PortuguesasA típica aldeia de Pitões das Júnias, no concelho de Montalegre, recebeu a

quarta edição das “Jornadas das Letras Galego-Portuguesas”. Durante doisdias, oradores e participantes debateram aspetos importantes da cultura queune os dois povos. Orlando Alves, presidente da Câmara Municipal, definiu oevento como um momento de «exaltação na vida das pessoas que nãodispensam a cultura».

PROGRAMA30 Maio 10h00 - Abertura das IV Jornadas das Letras galego-portuguesas em Pitões das JúniasLúcia

Jorge - Presidente da Junta de Freguesia de Pitões das JúniasOrlando Alves - Presidente da CâmaraMunicipal de MontalegreJosé Manuel Barbosa - Desperta do teu sonoRepresentantes da AssociaçãoGalega da Língua, Associação Pró-Academia Galega da Língua Portuguesa e da Secretaria da AcademiaGalega da Língua Portuguesa

10h30 - 1º Painel - Moderador: José Manuel Barbosa - Desperta do teu sono10h30 Mónica O’Reilly: “Myth and identity: Leabhar Gabhála Éireann: Construction and de-construc-

tion of irish, Galician and Portuguese Gaelic narrative” (Tradução simultânea: João Paredes)11h30 João Paredes: “Sobrevivências da antiga religião galaica e concomitâncias na Europa atlântica”.12h30 Marcial Tenreiro: “Mito, realidade e território; Para uma etno-árqueologia jurídica na céltica

peninsular”.13h30 Almoço16h00 - 2º Painel - Moderadora: Kátia Pereira - Representante do Polo Ecomuseu de Barroso -

Pitões das Júnias16h00 Filme: “Cemraiost’abram” de Mónica Baptista17h00 Rafael Quintia, Miguel Losada e José Manuel Barbosa: Apresentação das Atas das Jornadas

das Letras galego-portuguesas dos anos passados18h00 Livre31 Maio 10h00 - 3º Painel - Moderador: David Teixeira - Vice-presidente da Câmara Municipal de

Montalegre10h00 Maria Dovigo: “Lei estranha do herdo. Presença da avó na poesia galega contemporânea: As

elegias de Joana Torres”11h00 Hugo da Nóbrega: “Identidade toponímica do Norte de Portugal e localização do nome da

Gallaecia”12h00 Conclusões e propostas em comum13h00 Almoço16h00Visita turística por Pitões das JúniasVisita ao Mosteiro de Pitões das JúniasVisita à CascataVisita

ao Ecomuseu onde se vai expor a panóplia guerreira dos soldados galaicos por parte do Grupo OinaikosBrakaron

 Colaboradores:AGLP (Academia Galega da Língua Portuguesa) Associação Pró-AGLP Câmara Municipal de

Montalegre J unta da Freguesia de Pitões das Júnias Ecomuseu do Barroso Polo de Pitões do Ecomuseude BarrosoAGAL: (Portal galego da Língua) e AGAL (Associação Galega da Língua) SAGA: http://www.antropoloxiagalega.org IDG: https://durvate.wordpress.com Oinaikos BrakaronGaiteiros de Pitõesdas Júnias.

Links para divulgação:Freguesia de Pitões das Júnias - http://jf-pitoesdasjunias.org

Concelho de Montalegre - www.cm-montalegre.pt

TESOUROS POR EXPLORAR Para o desenvolvimento e a promoção de uma estratégia de enriquecimento, deve

haver «um envolvimento da população porque houve muito pouca gente do concelho aparticipar». Na mesma linha, declarou que «significa que ainda não estamos despertospara os nossos tesouros e da dimensão que o “Birdwaching” pode ter». Montalegre temverdadeiros «tesouros escondidos que abrigam uma enorme variedade de aves que apopulação local teima em não reconhecer», concluiu o número dois do executivo municipal.

 «UMA CENTENA DE ESPÉCIES IDENTIFICADAS» Em nome da organização, José Manuel Arantes, do Clube Papaventos, explicou que

foi possível observar «uma centena de espécies, as mais bonitas da nossa zona, comopor exemplo a Escrevedeira-amarela, o Picanço-de-dorso-ruivo, a Petinha-das-árvores,entre muitas outras». O convívio e a partilha de experiências «são o mais importante»,afirmou. O responsável defendeu ainda que em próximas sessões «as crianças e escolaspudessem participar dando-lhes a conhecer o que é nosso». No último dia, como vemsendo hábito, a junta de freguesia de Tourém presenteou os participantes com um almoçorecheado de produtos típicos.

“Aves de Barroso”Durante três dias, os amantes da natureza e, sobretudo, da observação de aves

estiveram no concelho de Montalegre a participar na atividade “Aves de Barroso”.Vieram de várias regiões do país para observarem espécies que não existem noutraszonas. David Teixeira, vice-presidente da Câmara Municipal de Montalegre, acompanhouos participantes e considerou que estamos perante um evento que «está a afirmar-se». O bom tempo contribuiu para «um fim de semana fabuloso», destacou o autarca.

Organizada pelo Clube Papaventos, emparceria com o Ecomuseu de Barroso ecom o apoio do município de Montalegre, aatividade “Aves de Barroso” atraiu aoconcelho cerca de quarenta participantes.As margens do rio Cávado, a serra doLarouco, o planalto da Mourela, Tourém(com o seu Centro Interpretativo) e o “Trilhodas Aves” foram os locais de eleição paraesta prática. O objetivo, referiu o vice-presidente do município, «é que isto serepita uma vez por mês».

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6 – CORREIO DO PLANALTO

Normativa Legal

Continuando a recorrer ao trabalho de Nemésio Barxa, podemos observar que osmontes de vizinhos ou baldios existem desde o tempo dos forais e das enfiteuses, quandoestes se referiam aos terrenos secundários das explorações agrícolas, mas nunca existiuuma legislação específica que regulasse a propriedade e demais direitos relativos aomonte.

Esta situação de abandono legal propiciou que tanto o clero como a nobreza e aburguesia rural, em função da atitude manifestada pelo poder político, se apropriassemem benefício próprio de amplas extensões de terreno de origem comunitária. Mesmoassim, chegamos, até praticamente ao presente, com uma grande extensão, tanto naGaliza como em Portugal, de montes próprios das comunidades de vizinhos.

Um autor brasileiro coloca o seguinte exemplo como explicação do que é um bemcomum, formas de uso desse recurso comum limitado e o surgimento de situações deabuso: imagine uma praia que dispõe de um lote de espreguiçadeiras, administradascom base em regras muito simples. Não é permitido deixar a tolha a marcar lugar nacadeira e sempre que alguém se ausenta ela pode ser ocupada por outra pessoa. Destemodo, existindo embora mais pessoas do que espreguiçadeiras (isto é, sendo um recursolimitado) as pessoas usufruem, sem problemas, do recurso existente.

Entretanto chega um grupo numeroso que se apropria das ditas espreguiçadeiras eimpede o uso rotativo. Então surgem problemas pela apropriação abusiva do recursolimitado.

No que se refere à Galiza, existem vestígios legislativos sobre o reconhecimento dacopropriedade germânica de montes nas Ordenações de Montes de 1833 e no Decretode 24 de Setembro de 1934. Por via da Lei de Regime Local, e sob a denominação,primeiro de “bem comunal de domínio municipal”, e logo de “bens de domínio municipalcujo aproveitamento e disfrute pertence exclusivamente aos vizinhos”, admitiu-se o direitodos integrantes destas comunidades a disfrutar em exclusivo do monte, ainda quesituando o referendo dominical no concelho.

No entanto foram distintas as sentenças do Tribunal Supremo e as da AudiênciaTerritorial de A Corunha e também de alguma Resolução da Direção dos Registos e nosdo Notariado que prestou amparo à copropriedade em mão comum. Foi a pressão populare social derivada dos abusos da Administração florestal nos trabalhos de repovoamentoflorestal (que invadiram terras vizinhas afetas a pastos) que obrigou ao reconhecimento,pela primeira vez ao nível legal, não só a subsistência da copropriedade de carátergermânico como ainda a “existência nas províncias de A Corunha, Lugo, Orense ePontevedra de montes pertencentes a mão comum dos vizinhos das consuetudináriasdemarcações paroquiais…” na Lei de Montes de 8 de Julho de 1957, o reconhecimento foidesenvolvido no posterior Regulamento de 22 de Fevereiro de 1962; Fica assimevidenciada a pouca legislação legal para restituir estes montes, transcorridos váriosanos após a promulgação da lei, com vista a aprovar o respetivo Regulamento. A situaçãonesses montes produtivos tornara-se quase irreversível quanto à atuação dos concelhos“administradores” sem limite algum, chegando a unificar e a fazer desaparecer qualquervestígio da identidade dos montes dentro do âmbito do município.

A Compilação do Direito Civil Especial de Galiza de 02.12.63 dedica dois artigos aosmontes vizinhais, ratificando ainda que insuficientemente, a sua existência. O passolegislativo definitivo sobre a recuperação dos montes de vizinhos assenta na lei 52/68 “demontes de vizinhos em mão comum”, de 27 de Julho de 1968 e o seu Regulamento de 26de Fevereiro de 1970, transcorrendo entre os dois documentos mais de ano e meio.

O maior logro da lei para o autor Nemésio Barxa consiste em atribuir personalidadejurídica às comunidades de vizinhos como sujeito de direitos sobre os montes, admitindoassim a existência desta propriedade especial, atribuindo-lhes e considerando-os comotal, na sua qualidade da vizinhança dos utilizadores.

Passando por cima de conceitos e subtilezas de ordem jurídica, as caraterísticasespeciais destes bens impõem certas exigências de modo a assegurar a sua titularidadeem favor dos grupos que tradicionalmente os vêm utilizando, no quadro do regime decomunidade de tipo germânico.

Resumindo, o autor aponta o temor relativamente a «mentes maquiavélicas de ordempolítica [lá, como cá], que andam a estudar modificações legais que permitam uma futurae encoberta transmissão destes montes a entidades, empresas ou pessoas alheias aosseus legítimos titulares.»

O Papel dos baldios nas economias locaispor António Chaves(Continuação do número anterior)

(Continua no próximo número)

Cerca de uma centena de alunos do pré-escolar de Montalegre (CentroEscolar) percorreu um trilho de 1,5 km na zona envolvente ao Senhor daPiedade. Uma iniciativa do Ecomuseu de Barroso que tem suscitado, ao longodos anos, enorme simpatia junto dos homens e mulheres do amanhã.

Perto de uma centena de crianças envolvidas

”Carrilheiras de Palmo e Meio”

Desde 2013 que José Miranda Alves publica um livro por ano. Começou com os “Contosdas Minhas Memórias”, seguiram-se “Os Nossos Portefólios - Reflexos de Aprendizagem”até chegar ao mais recente desafio com o nome “A passagem por uma guerra inútil -Desde Ferral (Montalegre) a Madina do Boé (Guiné Bissau). Esta última obra há 40 anosque marinava no interior do autor. Um relato, na primeira pessoa, da passagem pelaguerra do Ultramar. Um trajeto devastador que não serviu para nada a não ser a experiênciade ver o que ninguém quer ver. O fim é deixar um testemunho real à família e amigos,como faz questão de referir José Miranda Alves: «é uma recordação para os meus filhos,netos, amigos, para que nunca esqueçam esta triste realidade...se calhar foi por isso quea sala estava cheia...falei dos sacrifícios dos jovens do meu tempo, só quem por lá andou,a dar o peito à bala, é que consegue imaginar o que aquilo foi».

MAIS LIVROS A CAMINHO

O também autarca da freguesia de Ferral diz que tudo que podemos encontrar no livrocomeçou nos “registos de sebenta”, escritos em pleno campo de batalha: «há horas edatas onde fomos flagelados dentro do arame farpado; houve uma altura em que já nemsaíamos para o mato, foi muito ingrato...tinha que escrever a história da minha vida naguerra». Posto isto, José Miranda Alves não promete parar: «prometi que se vivesse atéaos 80 anos (tem 72) iria escrever 10 livros. Tenho já dois quase preparados. Um deles sófalta o prefácio. Revelo em primeira mão que vai chamar-se “As minhas melhores liçõesdo livro da 4.ª classe”».

GUERRA INÚTIL

Amigo do autor, o presidente da Câmara de Montalegre não se cansou de elogiar apostura deste barrosão pelo exemplo que dá à comunidade: «é mais um livro do amigo ZéMiranda. Este fala do seu percurso de vida, bem difícil, porque aborda a sua adolescênciae juventude passadas na guerra o que retira qualidade de vida».

Orlando Alves não podia mais concordar com o título: «retratou muito bem o que foi aguerra...uma guerra inútil...felicito-o pela forma saudável como ocupa o tempo, ao mesmotempo que lhe desejo muita saúde para continuar a escrever».

Livro apresentado na XVI Feira do Livro

”A passagem por uma guerra inútil”O barrosão José Miranda Alves apresentou publicamente, na XVI Feira do

Livro de Montalegre, a sua mais recente obra literária que fala da sua passagempela guerra colonial. Um testemunho delicado onde cada português foi «carnepara canhão». O espaço, intitulado “Café com Letras”, ficou lotado para agradodo autor, familiares, amigos e organização.

Quem visitar o “Ecomuseu deBarroso, Corte do Boi – Pitões dasJúnias” dá de caras com umaexposição fotográfica que retrata as“lembranças do tempo presente”desta turística aldeia do concelho deMontalegre. Um trabalho da autoriade Armando Jorge que descreve estedesafio da seguinte forma: «pretendiapresentar, num pequeno conjunto de25 imagens, retalhos de um ricopatrimónio humano e cultural de umadas mais bonitas e pitorescas aldeiasbarrosãs, nos dias de hoje».

“Lembranças do tempo presente” no Ecomuseu de Pitões

Fátima Fernandes- (Vereadora da Educação da Câmara de Montalegre)

«Felizmente que o amigo Zé Miranda decidiu transmitir o seu pensamento, a suaintimidade, sobre o que pensa da guerra em que ele próprio participou. Nós agradecemos.De facto, foi uma passagem por uma guerra inútil. Com este livro, principalmente os maisjovens, deviam ter mais interesse por este tipo de matérias. Deviam estudar mais eperceber o que se passou neste país. Como aqui disse, o medo de morrer era muito, massuponho que ter que matar pessoas tivesse sido um sofrimento imenso».

Gorete Afonso - (responsável pela Biblioteca Municipal de Montalegre)

«Casa cheia! O espaço “Café com Letras” ficou repleto. Para nós, enquanto organização,é motivo de muita alegria. Todos os barrosões devem estar alegres porque o própriocartaz da Feira do Livro, em matéria de apresentações de livros, foi feito com escritores dacasa, filhos de Barroso, o que significa que, aos poucos, vai dando frutos o trabalho quetemos vindo a desenvolver o que nos honra muito».

Aníbal Ferreira - (Presidente da Junta de Freguesia de Ferral)

«A mim não me surpreende esta capacidade do senhor José Miranda para escreverlivros. É uma pessoa que conheço há bastantes anos, com muita simplicidade, o quetorna a sua escrita muito genuína. São livros que lhe dão muita satisfação e orgulho. Partedo meu percurso politico foi inspirado pela sua atuação. É uma pessoa muito respeitada».

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Conversando...Conversando...

CORREIO DO PLANALTO – 7

Vai um Maio demasiado quente e isto não é agradável nem bom para a saúde. Lá nosprincípios esteve frio, muito vento, embora as manhãs acordassem suaves e primaveris,mas cedo começava a ficar vento e o céu carregado de nuvens pretas, ficando então umfrio dos diabos que requeria uns bons agasalhos. À noite o vento ia-se embora e tudoficava mais suave e calmo, mas às vezes o vento entrava pela noite dentro e era umesgaçar de árvores e antenas de televisão. É certo que «em Maio se comem as cerejas aoborralho» o que quer dizer que está frio e os dias são desagradáveis em excesso. Do malo menos, vamos passando e sofrendo, haja saúde e que os deuses nos protejam. Vai atarde caminhando para o fim e já o céu começa a limpar e a ficar todo azulinho, anunciandobom tempo e andorinhas nos beirais. E subitamente, sem aviso à navegação, o solcomeçou a aquecer e tudo ficou escaldante. Tiraram-se os cobertores das camas e euprocurei na arca as camisas de manga curta, de modo a aliviar um pouco o calor que seinstalou. Deus seja louvado e nos valha. Passou mais um dia, isto de escrever vai aossoluços, e outro acordou radioso e quentinho, sem ponta de frio e de calor, o céu limpo,sem ponta de nuvens. Mesmo Maio, o tal que rompe uma croça, a questão é a gente sabero que é uma croça. Mas era um trabalhão dos diabos e as pessoas ficavam a perceber omesmo, isto é, se sete e dois nove noves fora nada. Vamos ficar por aqui e deixemosapenas uma luzinha a indicar que a croça nos resguardava da chuva quando havia temporal.Era feita de juncos, uma erva que abundava nos prados, terrenos húmidos, e havia homens,em Covelo, minha aldeia natal, que as faziam. Um era o Constantino, outro o tio Albino,que morava ao pé da igreja e era o sacristão. Mas havia mais quem fizesse croças, muitosmais. Naqueles antiquados tempos fazer croças era uma arte e não era qualquer que asfazia. Era preciso uma certa habilidade, muita paciência e sabedoria.

Quando se ia com o gado para os lameiros ou para o monte, se estava invernia e achuva caía, o melhor resguardo era a croça que não deixava passar uma gota de chuva.Havia ainda as polainas que se punham nas pernas até aos joelhos e que, além deaquecerem, não deixavam entrar a chuva. Assim se vivia nesses remotos tempos, não tãoremotos assim que não lembrem a quem vai agora na terceira idade. As polainas podiamser feitas do mesmo material das croças, isto é, juncos ou podiam ser de outro material,como por exemplo couro ou pele de ovelha. Para calçado nada melhor que os tamancos,os socos, melhor dizendo, que eram feitos de madeira de vidoeiro, se possível ferradoscom cardas para durarem mais tempo. O melhor artista a fazer socos, em Covelo era o tioManuel do Souto, um verdadeiro mestre na arte tamanqueira. Era canhoto e tinha fama demão leve, mas que fazia socos na perfeição era um facto. Já morreu há muitos anos eapenas recordo dele que era pai duma Idalina e de um Mário, que não sei por onde andamnem o que fazem. Por este mundo de Cristo que é o destino de nós todos. Como já disseanteriormente isto vai aos soluços, devagarinho, a passo de caracol e subitamente deiconta na minha agenda que já estamos em Junho, mês das festas do Santo António aquiem Amares e do São João em Braga e no Porto. Não faltam festas por esse país abaixo,são os três santos populares a açambarcarem os festejos, começando no Santo António,a 13 Junho, passando pelo S. João a 24, e acabando no S. Pedro, a 29. Posto o que serialíquido que acabassem os festejos mas não é bem assim: sobram sempre para osmeses de Julho e Agosto muitas e variadas festas, em escalas menores, é certo, masque levam o povo para os terreiros cantando e dançando ao ritmo de músicas e concertos.O povinho é danado para a brincadeira. Se calha de ouvir um apito algures começa a batero pé e arma-se um arraial em qualquer largo do burgo. Abençoado povo que manda acrise às urtigas e às malvas e enche a barriga de ar para esquecer a fome. Fome? Osministros e outos governantes sofrem é de fartura, a fome é pura e simplesmente paraquem não quer trabalhar e prefere estar de papo para o ar num recanto qualquer apanhandosol ou, estando calor, resguardado na sombra de uma árvore. Tudo é relativo a começarpela fome. Há quem sofra de fartura ao lado de quem passa fome.

F. M.

À semelhança de anos anteriores, a associação “A Vezeira” voltou a realizar umaplantação de árvores no Gerês. A manhã começou com uma caminhada ao cimo da serrae pelo meio uma paragem para um pequeno almoço ao ar livre, tendo como pano defundo a bela paisagem daquela zona. Segundo Alcides Afonso, em nome da coletividadeorganizadora, esclareceu que «há já participantes fiéis mas há sempre quem venha pelaprimeira vez». As árvores foram plantadas em locais estratégicos, «rodeadas de murosde pedra para que o gado não as destrua» porque, explicou, «posteriormente serão úteispara que os animais possam ter sombras nos meses de verão». Para além de se fazeremnovas plantações foram também cuidadas outras de edições anteriores. No final, foiservido o almoço na serra, com a denominada “massa do vezeireiro”, confecionada nopote, a fazer parte da ementa.

Meia centena de participantes

Plantação de árvores em Fafião (Gerês)Teve lugar nos Currais, Fafião, concelho de Montalegre, mais uma plantação

de árvores. Organizada pela associação “A Vezeira”, a atividade reuniu cercade meia centena de participantes. Foram plantados carvalhos nacionais enogueiras.

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Montalegre é a vila mais atrativa do distrito de Vila Real para viver, visitar e fazer negócios.A conclusão está num estudo tornado público por estes dias onde se conclui do impactoatrativo que representa a marca Montalegre. No que concerne ao distrito, as cidades de VilaReal, Chaves e Peso da Régua ocupam os três primeiros lugares do ranking distrital. Naquarta posição, num universo de 14 municípios que compõem o distrito, surge a vila deMontalegre, graças ao «apelo turístico e à qualidade de vida neste concelho», ficando àfrente dos vizinhos Boticas, Ribeira de Pena, Valpaços e Vila Pouca de Aguiar

 PRESIDENTE SATISFEITOO presidente da Câmara de Montalegre recebeu com total satisfação as conclusões

deste trabalho de investigação. Orlando Alves defende que este resultado traduz «as boaspolíticas que o executivo municipal tem seguido». O autarca reforça o raciocínio destaforma: «Montalegre afirma-se pelo seu potencial em diferentes áreas como um local ondeé bom viver, é um destino turístico de eleição onde há boas oportunidades de implantar umnegócio». Um dos temas ou “brandtags” mais procurados online sobre o município foitrabalhar. Uma palavra que não surpreende o edil: «efetivamente tem havido uma procurasignificativa por jovens licenciados de zonas distintas do país, que procuram a nossa terrapara se fixar».

DISTRITO NO TOP 10 REGIONAL DO NORTENo ranking nacional dos 308 municípios portugueses, Montalegre ocupa o lugar 129

da tabela. Por sua vez, Vila Real entra pela primeira vez no Top 10 regional do Norte, numano caracterizado por uma melhoria significativa da performance, que conta com mais deum quarto das pesquisas on-line sobre “Negócios, Visitar e Viver” de todos os municípiosportugueses, sendo a primeira classificada no distrito nos indicadores que medem aqualidade de vida, o turismo e o ambiente para fazer negócios. No reverso da medalha, istoé, os municípios com menos atratividade, segundo este estudo, são Santa Marta dePenaguião (13ª posição distrital e 299ª nacional) e Ribeira de Pena (último lugar distrital e302ª posição nacional).

COMO FOI CONSTRUÍDO ESTE RANKING?Para elaborar este ranking, a Bloom Consulting cruza dados estatísticos que já existem,

como a população, a percentagem de criação de novas empresas ou as dormidas porhabitante, com as pesquisas que são feitas na internet sobre todos os 308 municípiosportugueses. Entre outros dados, a Bloom Consulting avalia a performance online de cadaum dos municípios, através dos sites e redes sociais - o número de acessos, o tempomédio de permanência de cada utilizador e o número de páginas que visitou -, bem comoa procura. Ou seja, criou uma ferramenta que garante ser única no mercado, o DigitalDemand - D2, que calcula a atratividade de um município ou região «de forma objetivarigorosa e tangível». Para conseguir tal desiderato, mede o volume total de procuras onlinede temas relacionados com negócios, turismo ou condições de vida de cada município.Quanto mais procuras, maior a capacidade de atração. Deste modo, foram analisadascerca de 47 mil palavras-chave em cinco línguas - português, inglês, espanhol, alemão efrancês - que devolveram mais de 51 milhões de procuras válidas. Em causa estãopesquisas tão diversas como por estudar, trabalhar, saúde e segurança, incentivos, mão-de-obra, setores de atividade, praias, eventos, compras, vida noturna, entre outros.

Estudo recentemente publicado garante

Montalegre é a vila mais atrativa do distritoUm estudo elaborado pela Bloom Consulting Portugal (City Brand Ranking

2015) revela que Montalegre é a vila com mais poder de atração do distrito deVila Real em áreas como investimento, turismo e talento. Para o presidente daCâmara de Montalegre, Orlando Alves, o estudo «reflete as boas politicas queo executivo municipal tem seguido» ao mesmo tempo defende que o município«afirma-se pelo seu potencial em diferentes áreas como um local onde é bomviver» sendo «um destino turístico de eleição» onde há «boas oportunidadesde implantar um negócio».

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8 – CORREIO DO PLANALTO

António Leitão Amaro, Secretário de Estado da Administração Local, inaugurou o Espaçodo Cidadão em Montalegre, no feriado municipal, 9 de junho.

Começou por felicitar a forma como foi recebido, evidenciando a importânciafundamental que as autarquias têm na governação do país.

«A qualidade de vida no interior mudou muito, isso é da responsabilidade das autarquias.É um trabalho extraordinário que têm feito nos últimos 40 anos.» Diz.

«No entanto, os desafios agora são também outros, conseguir o que nos falta para queas pessoas se fixem que é a criação de emprego.»

Pelo meio do discurso, recorda a sua infância, que foi vivida numa região semelhantea Montalegre, na Beira Alta, onde a realidade no fluxo migratório e emigratório é um “drama”constante.

«Há qualidade de vida, a vários níveis, mas é necessário criar oportunidades para osnossos filhos. Este deve ser o principal foco: - A criação de dinâmicas económicas paraque as empresas possam criar emprego.»

“Descriminação positiva” foi tema nas palavras de Amaro ao afirmar que as zonas debaixa densidade populacional são tidas como áreas que receberão «estímulos nafiscalidade e nos fundos comunitários».

No discurso realça o programa “ Aproximar” lançado pelo governo, que tem comoobjetivo promover a proximidade com os cidadãos, rentabilizando os recursos aliados àsnovas tecnologias, através da criação da Loja do Cidadão, Espaço do Cidadão e Carrinhasdo Cidadão.

Está prevista, proximamente a criação de uma Loja do Cidadão em Montalegre queagregará os serviços das Finanças e Segurança Social num único local.

Recorde-se que o primeiro Espaço do Cidadão foi inaugurado há um ano, precisamenteno concelho de Montalegre, na vila de Salto.

MONTALEGRE

“Fixação de pessoas e descriminação positiva em zonas de baixa densidadepopulacional” foi a tónica que marcou o discurso de António Leitão Amaro,Secretário de Estado da Administração Local, na inauguração do Espaço doCidadão em Montalegre.

Chamemos-lhe “João”, vive no concelho de Montalegre.

A história começa com umas cuecas. Deixadas debaixo de uma almofada, na suacasa. A ex-namorada teima em dizer que “um dia será seu”.

João não está para ali virado, mas teme-a.“As forças do oculto são muito fortes” diz.A mulher, ”Maria”, que sofre de uma grave depressão, vive os dias em desespero.João, curou-se à pouco tempo de um cancro que padecia.“Quando tudo nos corre mal, acreditamos em tudo e procuramos ajuda.” E é aqui

que aparece “milagrosamente” o Professor Bambo, “médium que promete resolver todosos problemas que a gente tiver. Todos”. Afirma.

Estava encontrado o caminho para que as coisas na vida de João mudassem. “Seresolve tudo, é lá que temos que ir.”

E assim foi.A consulta estava marcada em Vila Real para as 3h00 da tarde. Depois de uma hora

e meia à espera, é chamado para ir para a consulta.“Entramos, e com o professor Bambo estava a assistente que traduzia para

português, o que ele ia dizendo e vice-versa.Mal nos sentamos, contei-lhe que tive cancro, que estaria curado, que a minha mulher

vivia num sofrimento grande. Das quezílias que tínhamos com a anterior parceira.Depois, tiramos as cuecas do saco, e entregamo-las ao médium.”Um silêncio invade a sala. João está expectante. Trémulo, sem saliva, cada segundo

parece uma eternidade.“A sua ex-namorada fez-lhe uma grande bruxaria”. Pagou mais de 5000 euros, para

lhe fazer mal”, teriam sido este o discurso de Bambo, “o senhor só tem 3 meses devida, pois a doença está ativa”.

O terror assolou João e Maria.“A bruxaria é para não se ver nas análises clinicas que o senhor tem cancro. Mas o

senhor tem, e eu posso curá-lo.”Não demorou mais de cinco minutos, e João marcava o código PIN do cartão

multibanco, para pagar 3850 euros.Depois seguiram-se mais 1000. Ficou a dever ficou 3800 euros.Pelo meio assinaturas em papéis e mais papéis. Não sabe o que assinou. O pavor

turvou-lhe a vista.8650 euros foi o valor total pedido por Bambo, para curar o cancro (que João não

tinha) seguido de um pedido de desculpas e redenção da ex-namorada por lhe ter feitobruxaria (que não aconteceu).

Notícia BAMBO

AS CUECAS, O CANCRO .......... e 8650 EUROS

Volvidos uns dias, João decidedenunciar publicamente aquilo a queconsidera ser “uma burla”, sentiu-seenganado, manipulado com argumentosassentes na fraqueza e desesperohumano.

O caso está em tribunal, e espera quese faça justiça. Mas acima de tudo, Joãoquer passar a palavra, para que outraspessoas não caiam no “conto do vigário”.

A Rádio Montalegre contactou aempresa do médium que se recusou aprestar qualquer tipo de esclarecimento,referindo que o senhor João estaria naconsulta de ”livre vontade e comconsciência do que assinou”.

As cidades de Vila Real, Chaves e Peso da Régua ocupam os três primeiros lugaresdo ranking de marcas municipais portuguesas, geral e de negócios  no distrito de VilaReal. 

Concebido pela Bloom Consulting Portugal, o “City Brand Ranking 2015” avaliou osmunicípios nacionais de acordo com os fatores :  Visitar, Investir e Viver.

 Na quarta posição, num universo de 14 municipios que compõem o distrito, surge avila de Montalegre, graças ao apelo turístico e à qualidade de vida neste concelho, ficandoà frente dos vizinhos Boticas, Ribeira de Pena, Valpaços, Vila Pouca de Aguiar, conclui orelatório.

 Para o presidente do Municpio, Orlando Alves este resultado reflete as boas políticasque o executivo municipal tem seguido, traduzindo-se nestes resultados e vinca «Montalegre afirma-se pelo seu potencial em diferentes áreas como um local onde é bomviver, é um destino turístico de eleição onde há boas oportunidades de implantar umnegócio». 

Um dos temas ou “brandtags” mais procurados online sobre o município foi:”Trabalhar”.E neste sentido, o edil comenta que, efetivamente, tem havido uma procura significativapor jovens licenciados de zonas distintas do país, que procuram terra, para se fixar.

 No ranking nacional dos 308 municipios, Montalegre ocupa o 129º lugar da tabela. Já Vila Real, entra pela primeira vez no Top 10 regional do Norte, num ano caracterizado

por uma melhoria significativa da performance em Digital Demand© da região, que contacom mais de um quarto das pesquisas on-line sobre Negócios, Visitar e Viver de todos osmunicípios portugueses, sendo a primeira classificada no distrito nos indicadores quemedem a qualidade de vida, o turismo e o ambiente para fazer negócios.

 Os municípios com menos atratividade, segundo este estudo, são: Santa Marta dePenaguião (13ª posição distrital e 299ª nacional) e Ribeira de Pena (último lugar distritale 302ª posição nacional).

 A atração de investimento, de turistas e de talento são as três dimensões estudadaspela Bloom Consulting para cada um dos municípios portugueses.

 Isto de acordo com indicadores económicos, como o número de empresas e ocrescimento empresarial, dados turísticos como a evolução das dormidas e a taxa deocupação hoteleira e, por fim, dados sociais como a taxa de crescimento da população, odesemprego, o poder de compra, bem como o rácio de centros de saúde e deestabelecimentos de ensino superior versus a população do conselho.

 Além destes dados objetivos, a Bloom Consulting avalia, ainda, a performance onlinede cada um dos municípios, através dos sites e redes sociais - o número de acessos, otempo médio de permanência de cada utilizador e o número de páginas que visitou -, bemcomo a procura. Ou seja, criou uma ferramenta que garante ser única no mercado, oDigital Demand - D2, que calcula a atratividade de um município ou região “de forma

por: Maria José Afonso

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REGIÃO

Montalegre vila mais atrativa no distrito de Vila Real

Foi realizada, no feriadomunicipal, a recriação histórica dooutorgamento do foral à vila deMontalegre pelo rei de então D.Afonso III (1273). Uma encenação,feita no largo do Pelourinho,levado a cabo pela companhia deteatro Vivarte que arrecadou osmaiores elogios. O momento serviupara «encimar o fuste doPelourinho com as armas de D.Afonso III porque, segundo osentendidos, as que ali estão nãosão as corretas e não se ajustam àatribuição do foral», explicou opresidente Orlando Alves.

Feita no feriado municipal

Recriação históricaEntrega do foral por D. Afonso III