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Capa: Iara Iguti Ed Perdomo, Cacau, Mulheres no Comando

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pelo mundo

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Por Daniela Carrara • Foto: Johan Gederberg

edperdomo

Ed Perdomo

Há quanto tempo você trabalha como tatuador?Já se passaram 18 anos desde que comecei a tatuar.

Como foi que você começou?Como tantos outros naquele tempo, eu comecei me ta-tuando e tatuando amigos mais próximos, usando instru-mentos produzidos em casa.

O que você pensa da nova geração de tatuadores?Alguns deles são realmente bons, enquanto outros apenas querem viver da tatuagem; sobre isso, não há nada errado, porém, alguns apenas desejam parecer cool, pois, para eles, tatuar se tornou uma moda.

Conte-nos algo sobre como anda a tatuagem em seu país.Não vou para lá há muito tempo, mas, na última vez, vi que começou a melhorar, muito lentamente, mas espe-ro que melhore mais. Você conhece algum artista brasileiro?

“eu vim da Colômbia; foi lá que todo esse lance com tattoos teve início. Foi onde abri meu primeiro estúdio, que mais tarde vendi

para começar a viajar e aprender mais alguma coisa sobre tatuagem. Trabalhei por um tempo em países da América do

Sul e da europa, e também estive trabalhando na China. durante os dois anos que passei por lá, aprendi bastante sobre arte

oriental, a qual influenciou muito o meu trabalho. Então, me mudei para Goteborg, Suécia. Faço somente tatuagens grandes, muito coloridas e personalizadas. Meu trabalho é otimista e um pouco

louco, pelo menos é o que as pessoas dizem.”

Vários deles, na verdade..., o Brasil causou um grande impacto no meu trabalho; foi a minha primeira visita ao Brasil que me fez querer ser um artista em vez de um tatuador comum. Realmente, eu amo a cena brasileira da tatuagem. Eu mesmo tenho algumas tatuagens de artistas (brasileiros) de que gosto mais. São eles: Mau-rício Teodoro, Márcio Duarte e Mauro Nunes, todos eles são grandes inspirações para mim e, realmente, tenho orgulho de ter a arte deles na minha pele. Tam-bém gosto do trabalho do Junior, mas, infelizmente, não tive ainda a chance de fazer uma tatuagem com ele, talvez em uma próxima viagem.

Quais são as técnicas que você usa em suas tatuagens?Recentemente, passei a usar a Hawk Machine, tirando isso, eu creio que faço tudo muito igual ao que todos os outros estão fazendo.

Além de ser um artista da tatuagem, você tem ou-tras atividades profissionais?Não, eu apenas tatuo e tenho pouquíssimo tempo

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destaque

Por Daniela Carrara • Foto: Fê Saltore

CACAu

Como você começou a trabalhar com a tatuagem?Foi meio por acaso, tinha apenas 16 anos e fui convidado pela Vania Mendes para trabalhar no estúdio dela, em Marília. Lá, eu soldava agu-lhas, desenhava, entre outras coi-sas. Certo dia, a Vania perguntou se eu queria tatuar alguém, aceitei e depois disso não parei mais.

Antes de abrir seu próprio estúdio, o Tattoo Classic, em Curitiba, você tatuava em Marília, sua cidade na-tal. Como foi esse período? Trabalhei de 2002 a 2006 no Ma-dam Tattoo Studio, depois abri o Body Custom Tattoo, que funcionou de 2006 até o final de 2009. Nesse período, eu comecei a ver que gosta-va muito do estilo oriental da tattoo e, em janeiro de 2010, resolvi que queria fazer apenas tattoos desse estilo. Foi aí que resolvi mudar para Curitiba, passei quatro meses no estúdio Tattoo Holic, onde conheci o Lucas e, na sequência, montamos o Tattoo Classic.

Quais são as diferenças entre ta-tuar em uma cidade pequena e em uma capital?Em Marília, muitas vezes, eu tinha de apresentar temas das tattoos orien-tais para clientes; aqui, em Curitiba, além da valorização, que é melhor, tenho clientes que chegam com boas referências. Aqui, funciona mui-to a propaganda por indicação, en-tão, você não precisa estar em loja de rua para trabalhar bastante.

Por que você resolveu se mudar para Curitiba?Como eu comecei tatuando em Marí-lia, havia muitos clientes que tinham minhas primeiras tattoos, quando defini o oriental como meu estilo. Percebi que eu precisava começar do zero; conhecia um pouco Curitiba e já a achava uma cidade linda, pen-sei que poderia ser a melhor cidade para eu começar uma coisa nova. Por que você se especializou no estilo oriental? O que esse estilo representa para você?Sempre gostei de tatuagens gran-

Ao completar 10 anos de profissão e depois de passar por diversos estúdios, Cacau

estudou e se especializou no estilo oriental.“A tatuagem oriental tradicional

tem sempre alguma história, algum personagem ou tema. Acredito que, assim,

a tattoo não seja apenas um desenho estampado na pele e sim algo com uma

história e com um sentido.” Atualmente, é proprietário do Tattoo Classic, em Curitiba.

5 • TattooArt5 • TattooArt5 • TattooArt

Cacau

des e com traços mais soltos. A tatuagem oriental tradicional tem sempre alguma história, algum personagem ou tema. Isso é muito legal, porque eu sempre tenho de pesquisar sobre cada tattoo ou pintura que vou fazer. Acredito que, assim, a tattoo não seja apenas um desenho estampado na pele e sim algo com uma história e com um sentido.

Você se identifica com algum outro estilo?Gosto muito dos estilos tradicionais da tattoo, old school, tribal, mas, quando comecei a tatuar, eu gostava muito do new school.

O que acha dos excessivos núme-ros de convenções de tatuagem que estão surgindo? Você acha que esses eventos são positivos para o mercado de trabalho?Não frequento muito convenções, eu sei que houve algumas últimas com bons tatuadores, isso é muito legal. No Brasil, uma convenção de que eu participei e a qual real-mente achei muito boa foi a Good Moments Tattoo Meeting.O que você faz além de tatuar? Gosto muito de pintar, beber com amigos, ouvir discos de vinil.

Contato:www.tattooclassic.com.br

Você se identifica com quais artistas?São muitas as minhas referências, não dá para citar apenas alguns no-mes, mas a minha maior influência vem de alguns artistas do Ukiyo-e.

Ukiyo-e é um estilo de pintura similar à xilogravura, a qual foi desenvolvida no Japão ao longo do período Edo (1603-1867). O Ukiyo-e foi uma técnica am-plamente difundida através de pinturas executadas com o auxílio de blocos de madeira usados para impressão, entre os séculos 18 e 19 (fim do período Edo). Fo

nte:

Wik

iped

ia.

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capa

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Iara Iguti

Iara IgutiO corpo coberto de tatuagens é um dos diferenciais que a catarinense radicada em São Paulo carrega.

Quem a vê passando pela rua com os braços tapados pela blusa não imagina o que se esconde debaixo

do tecido. Iara fez sua primeira tatuagem aos 16 anos de idade e de lá para cá não parou mais. Formada em Artes Plásticas, já

atuou na área de cinema fazendo roteiros e produção. Hoje, trabalha como beauty artist para diversas

publicações e editoriais.

Por Daniela Carrara • Fotos: Daniel Spalato

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mundo afora

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Darwin Enriquez

EstudoMeu estudo tem sido uma maneira empírica de apren-dizado, analisando, provando, ou seja, experimentando. Não tive nenhum tipo de mestre por assim dizer, apren-do muito vendo, tiro minhas próprias conclusões. Meu melhor aprendizado tem sido viajar para diferentes paí-ses e conhecer outros artistas.

Estilo de tatuagem Acredito que tenho estudado diferentes técnicas e estilos de tatuagem, e poderia dizer que tenho uma mescla des-ses estilos, além da busca de um estilo pessoal. Sempre achei que esse tema seria mais fácil para alguém que co-nhece seu trabalho.

Como aconteceu o convite de Paul Booth para tatuar no estúdio Last Rites?Decidi enviar meu portfólio para seu website; algum tempo depois, recebi uma resposta que dizia que ele tinha gostado muito de meus trabalhos. Começamos a trocar e-mails e logo tive um convite para ir ao seu estúdio, o qual já queria conhecer há muito tempo.

Por Alessandro Carvalho

dArwInenriquez

darwin enriquez é um nome bem comum no meio da tatuagem. Suas tatuagens foram ficando cada vez mais notórias devido

ao realismo e às cores que utiliza em suas artes. Hoje, seu trabalho se tornou inspiração e referência para muitos artistas, levando-o a ser um dos nomes mais conceituados do universo da tatuagem. Mesmo com todas essas qualidades, não falta

humildade a esse venezuelano, nascido em Valencia, que, por mérito próprio, foi convidado por Paul Booth a fazer parte do

seu time, em nova York.

Como é a relação com Paul Booth e com os outros tatuadores do estúdio?O tratamento é como artista, mais até do que como tatuador; compartilhamos ideias e técnicas. É um estúdio que o inspira, onde você pode se concentrar e trabalhar da forma mais tranquila e artística possível, onde se transmite muita arte e onde está presente a influência do estilo obscuro de Paul Booth.

Pretende morar definitivamente nos EUA ou vai tra-balhar em outros lugares?Estive viajando para diferentes países com o propó-sito de ir a convenções e a estúdios de tatuagem, então, por enquanto, decidi que quero me focar mais na pintura e, para isso, pretendo ficar uma tempo-rada em Nova York, tatuando no Last Rites, além de aproveitar para aperfeiçoar meu inglês.

Quais são as diferenças entre trabalhar em seu país e nos EUA?Digamos que a diferença em tatuar em Nova York está

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