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MESTRADO EM ODONTOLOGIA Área de Concentração em Periodontia TATIANE OLIVEIRA SIROTTO RASPAGEM E ALISAMENTO RADICULAR ASSOCIADA AO METRONIDAZOL SISTÊMICO E AO BOCHECHO COM CLOREXIDINA NO TRATAMENTO DA PERIODONTITE CRÔNICA. ESTUDO CLÍNICO E MICROBIOLÓGICO. . Guarulhos 2008

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MESTRADO EM ODONTOLOGIA

Área de Concentração em Periodontia

TATIANE OLIVEIRA SIROTTO

RASPAGEM E ALISAMENTO RADICULAR ASSOCIADA AO METRONIDAZOL SISTÊMICO E AO BOCHECHO COM CLOREXIDINA NO TRATAMENTO DA PERIODONTITE CRÔNICA. ESTUDO CLÍNICO E MICROBIOLÓGICO.

.

Guarulhos

2008

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TATIANE OLIVEIRA SIROTTO

RASPAGEM E ALISAMENTO RADICULAR ASSOCIADA AO METRONIDAZOL SISTÊMICO E AO BOCHECHO COM CLOREXIDINA NO TRATAMENTO DA PERIODONTITE CRÔNICA. ESTUDO CLÍNICO E MICROBIOLÓGICO.

Dissertação apresentada à Universidade

Guarulhos para obtenção do título

de Mestre em Odontologia, Área

de Concentração em Periodontia.

Orientadora: Profa. Dra. Magda Feres

Co-orientadora: Profa. Dra. Luciene C. de Figueiredo

Guarulhos

2008

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Sirotto, Tatiane Oliveira

O48r Raspagem e alisamento radicular associada ao metronidazol sistêmico e

ao bochecho com clorexidina no tratamento da periodontite crônica: estudo clínico e microbiológico / Tatiane Oliveira Sirotto. Guarulhos, SP, 2008.

81 f. ; 31 cm Dissertação (Mestrado em Odontologia, área de concentração em

Periodontia) - Centro de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão, Universidade Guarulhos, 2008.

Orientadora: Profª. Drª. Magda Feres Co-orientadora: Profª. Drª. Luciene C. de Figueiredo

Bibliografia: f. 63-73 1. Periodontite crônica. 2. Metronidazol. 4. Raspagem e alisamento

radicular. 4.Microbiologia bucal. I. Título. II. Universidade Guarulhos.

CDD 21st 617.632

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus pais

João e Cátia e ao meu marido

Flávio, que sempre me apóiam para

a realização dos meus sonhos.

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AGRADECIMENTOS

À Deus, que me protege todos os dias e sempre coloca em meus caminhos pessoas especiais.

Aos meus pais e irmãos, que estão sempre do meu lado e me incentivam a buscar os meus sonhos.

Ao meu marido, Flávio pela paciência e compreensão nos meus momentos de ausência.

À Profa. Dra. Magda Feres, que me apoiou e orientou nas fases deste trabalho, exemplo profissional, de determinação e competência a serem seguidos.

À Profa. Dra. Luciene Cristina de Figueiredo, pela paciência e dedicação em todas as fases do mestrado.

À Profa. Dra. Poliana Mendes Duarte, que muito contribuiu para meu crescimento intelectual.

Ao professor Dr. Jamil Awad Shibli, que contribuiu para o desenvolvimento deste trabalho tanto nas fases clínicas, como nas fases finais do estudo. E também muito engrandeceu meus conhecimentos.

Ao professor Dr. Marcelo de Faveri, que auxiliou nas fases clínicas e fez todas as análises dos dados deste estudo.

Aos demais professores da pós-graduação da Ung, pelos ensinamentos transmitidos e amizade.

À todos os meus colegas do mestrado, Adriana, Daniel, Diêgo, Maike, Maria Beatriz, Marcel e Mônica, que proporcionaram muitos momentos alegres e jamais serão esquecidos.

Ao meu amigo, Maike Paulino que participou comigo de todas as fases deste trabalho, de onde surgiu uma grande amizade, que espero não termine aqui.

Aos alunos de iniciação científica, Camila e Patrícia, sem eles seria impossível o desenvolvimento deste estudo.

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À bióloga Izilvânia Q. Barreto, que realizou a fase laboratorial deste estudo.

Às funcionárias da Ung, Adriana, Cíntia e Cristina, que não mediram esforços para a concretização desta pesquisa.

À todos os voluntários que aceitaram participar deste estudo.

Obrigada!

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“A vida é generosa e, a cada sala que se vive,

descobre-se tantas outras portas.

E a vida enriquece quem se arrisca a abrir novas portas.”

Içami Tiba

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RESUMO

O objetivo do presente estudo foi comparar os efeitos clínicos e as alterações na composição da microbiota subgengival após raspagem e alisamento radicular (RAR) somente ou em combinação com a clorexidina e/ou ao metronidazol sistêmico no tratamento periodontal. Quarenta e oito indivíduos com periodontite crônica foram distribuídos aleatoriamente em 4 grupos terapêuticos: Controle (n=12): RAR; T1 (n=10): RAR + bochechos com clorexidina 0,12%, 2x/dia (CLX); T2 (n=10): RAR + 400 mg de metronidazol sistêmico 3x/dia por 14 dias (MTZ); T3 (n=12): RAR + CLX + MTZ. Os parâmetros clínicos avaliados em 6 sítios por dente no início do estudo, 63 e 90 dias pós-terapia foram: profundidade de sondagem (PS), nível clínico de inserção (NCI), placa visível, sangramento gengival, sangramento à sondagem (SS) e supuração. Nove amostras de placa subgengival foram coletadas por indivíduo, 3 amostras em cada uma das seguintes categorias de PS iniciais: rasa (PS ≤ 3 mm), moderada (PS 4-6 mm) e profunda (PS ≥ 7 mm). As amostras foram avaliadas para os níveis e proporções de 40 espécies bacterianas por meio do teste checkerboard DNA-DNA hybridization. Aos 90 dias pós-terapia os indivíduos que receberam a combinação das 3 terapias (T3) mostraram as menores médias de PS e NCI e as maiores reduções na média de boca toda para os parâmetros de PS, NCI e SS. Os grupos T1 e T2 foram igualmente eficazes e ambos superiores ao grupo controle na melhora dos parâmetros clínicos periodontais. Todas as terapias levaram a uma redução da média de contagem e proporção dos patógenos do complexo vermelho, porém apenas os grupos-teste tiveram redução significativa dessas 3 espécies aos 90 dias pós-terapia. A proporção de patógenos periodontais foi mais afetada pela terapia T3 (redução de 45,9%) do que pelas terapias controle (21,9%), T1 (18,2%) e T2 (25,8%) (p<0,05); enquanto que as espécies benéficas foram mais elevadas pelas terapias que incluíram o metronidazol: grupos T2 (26,1%) e T3 (38,4%), em comparação com os grupos controle (16,2%) e T1 (19,4%) (p<0,05). A proporção do complexo vermelho (Porphyromonas gingivalis, Tannerella forsythia, Treponema denticola) passou de 30,8 %, 20,2 %, 31,6% e 33,9% para 15,6%, 9,7%, 8% e 5,1% nos grupos C, T1, T2 e T3, respectivamente. A associação da RAR, metronidazol e da clorexidina leva a benefícios clínicos e microbiológicos no tratamento da periodontite crônica, principalmente quando as 3 terapias são empregadas em conjunto aos 90 dias pós-terapia.

Palavras-chave: periodontite crônica, metronidazol, clorexidina, raspagem e alisamento radicular, microbiologia.

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ABSTRACT

The aim of the present study was to compare the clinical effects and changes

in the composition of the subgingival microbiota after scaling and root planning (SRP) alone or combined with chlorhexidine and/or systemic metronidazole in the periodontal treatment. Forty eight subjects with chronic periodontitis were randomly assigned to 4 therapeutic groups: Control (n=12): SRP; T1 (n=10): SRP + chlorhexidine rinses 0.12%, 2x/day (CHX); T2 (n=10): SRP + 400 mg of systemic metronidazole 3x/day for 14 days (MTZ); T3 (n=12): SRP + CHX + MTZ. The clinical parameters evaluated at 6 sites per tooth at baseline, 63 and 90 days post-therapy were: probing depth (PD), clinical attachment level (CAL), visible plaque, gingival bleeding, bleeding on probing (BOP) and suppuration. Nine subgingival plaque samples were collected per subject, 3 samples in each of the following initial PD categories: shallow (PD ≤ 3mm), moderate (PD 4-6 mm), and deep (PD ≥ 7mm). The samples were evaluated for the levels and proportions of 40 subgingival bacterial species using the checkerboard DNA-DNA hybridization test. At 90 days post-therapy subjects who received the combination of the 3 therapies (T3) showed the lowest mean values of PD and CAL, the greatest reductions in full-mouth mean PD, CAL and BOP. Groups T1 and T2 were equally effective and both better than the control group in improving clinical periodontal parameters. All therapies decreased the mean counts and proportions of red complex pathogens; however, only the test groups showed a significant reduction of these 3 species at 90 days post-therapy. The proportion of periodontal pathogens was more affected by therapy T3 (reduction of 45.9%) compared to therapies control (21.9%), T1 (18.2%) and T2 (25.8%) (p<0.05); while beneficial species were better increased by the therapies that included metronidazole: groups T2 (26,1%) and T3 (38,4%), in comparison to groups control (16.2%) and T1 (19.4%) (p<0.05). The proportion of the red complex (Porphyromonas gingivalis, Tannerella forsythia, Treponema denticola) decreased from 30.8%, 20.2%, 31.6% and 33.9% to 15.6%, 9.7%, 8% and 5.1% in groups C, T1, T2 and T3, respectively. The association of SRP, metronidazole and chlorhexidine leads to microbiological and clinical benefits in the treatment of chronic periodontitis, especially when these 3 therapies are used together 90 days post-therapy.

Key-words: Chronic periodontitis, metronidazole, chlorhexidine, scaling and root planning, microbiology.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Delineamento experimental...................................................... 28

Figura 2 Representação gráfica do Minislot (Immunetics, Cambridge, MA, EUA) e resumo da preparação e deposição das amostras de biofilme subgengival na membrana de nylon (técnica checkerboard DNA-DNA hybridization) ...................................

35

Figura 3 Representação gráfica do Miniblotter (Immunetics, Cambridge, MA, EUA) e resumo das etapas de hibridização e detecção das espécies bacterianas presentes nas amostras de biofilme subgengival (técnica checkerboard DNA-DNA hybridization)....

36

Figura 4 Representação esquemática do padrão de hibridização entre as bactérias presentes nas amostras de biofilme e as sondas de DNA (técnica checkerboard DNA-DNA hybridization) ........

37

Figura 5 Média dos parâmetros analisados nos 4 grupos terapêuticos em todos os tempos de avaliação (inicial, 63 e 90 dias pós terapia)........................................................................................

45

Figura 6 Alterações nas médias de profundidade de sondagem, nível clínico de inserção e sangramento à sondagem, de boca toda, ocorridas entre a consulta inicial, 63 e 90 dias pós-terapia nos quatro grupos terapêuticos.........................................................

46

Figura 7 Perfil microbiano das médias de contagem (x105) e de proporção (%) das 40 espécies bacterianas presentes nas amostras de biofilme subgengival no início do estudo, nos quatro grupos terapêuticos.........................................................

50

Figura 8 Perfil microbiano das médias de contagem (x105) das 40 espécies bacterianas presentes nas amostras de biofilme subgengival no início do estudo e 90 dias pós-terapia mecânica, nos quatro grupos terapêuticos.................................

51

Figura 9 Perfil microbiano das médias de proporção (%) de sondas de DNA das 40 espécies bacterianas.............................................

52

Figura 10 Alteração nas proporções de espécies bacterianas benéficas e patogênicas entre o tempo inicial e 90 dias pós-término da RAR, nos 4 grupos terapêuticos.................................................

53

Figura 11 Proporções dos complexos microbianos presentes nas amostras de biofilme subgengival no início do estudo e 90 dias pós-terapia, nos quatro grupos terapêuticos......................

54

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Relação das cepas bacterianas empregadas para a confecção das sondas de DNA. ....................................................................

33

Tabela 2 Índice utilizado para a determinação dos níveis dos microrganismos nas amostras de biofilme subgengival ..............

38

Tabela 3 Média (±DP) dos parâmetros clínicos e características epidemiológicas no exame inicial para os indivíduos nos 4 grupos terapêuticos……………………………………………….....

41

Tabela 4 Média (±DP) dos parâmetros clínicos aos 63 dias para os indivíduos nos 4 grupos terapêuticos...........................................

42

Tabela 5 Média (±DP) dos parâmetros clínicos aos 90 dias para os indivíduos nos 4 grupos terapêuticos.............................................

43

Tabela 6 Média (±DP) dos parâmetros clínicos, no exame inicial, para os indivíduos nos 4 grupos terapêuticos, para as diferentes categorias de profundidade de sondagem inicial........................

44

SUMÁRIO

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1 INTRODUÇÃO ............................................................................. 12

1.1 Etiologia da doença periodontal ............................................... 13

1.2 Terapia periodontal .................................................................... 16

1.2.1 Raspagem e alisamento radicular................................................. 16

1.2.2 Remoção da placa supragengival.................................................. 17

1.2.3 Antimicrobianos sistêmicos............................................................ 20

1.2.4 Antimicrobianos sistêmicos e o controle da placa supragengival.. 23

2 PROPOSIÇÃO ............................................................................. 25

3 MATERIAIS E MÉTODOS............................................................ 26

3.1 Seleção dos indivíduos .............................................................. 26

3.2 Critérios de inclusão e exclusão ............................................... 26

3.3 Delineamento experimental ....................................................... 27

3.4 Procedimentos terapêuticos ..................................................... 28

3.4.1 Terapia periodontal básica ............................................................ 28

3.4.2 Administração de metronidazol sistêmico e placebo .................... 29

3.4.3 Administração de bochechos com digluconato de clorexidina ou

placebo...........................................................................................

29

3.5 Avaliação clínica.......................................................................... 30

3.5.1 Calibração dos examinadores....................................................... 30

3.5.2 Exame clínico................................................................................. 30

3.6 Avaliação microbiológica ........................................................... 31

3.6.1 Seleção dos sítios-teste.. .............................................................. 31

3.6.2 Coleta das amostras de biofilme subgengival .............................. 32

3.6.3. Cepas bacterianas e condições de crescimento........................... 32

3.6.4 Isolamento do DNA e preparo das sondas ................................... 34

3.6.5 Checkerboard DNA-DNA Hybridization......................................... 34

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3.6.6 Detecção das espécies.................................................................. 36

3.7 Análise estatística ....................................................................... 39

3.7.1 Avaliação clínico-periodontal......................................................... 39

3.7.2 Avaliação microbiológica................................................................ 39

4 RESULTADOS.............................................................................. 41

4.1 Resultados clínico-periodontais................................................. 41

4.2 Resultados microbiológicos....................................................... 47

5 DISCUSSÃO ................................................................................. 55

5.1 Aspectos clínicos ........................................................................ 57

5.2 Aspectos microbiológicos.......................................................... 59

6 CONCLUSÕES.............................................................................. 63

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................ 64

ANEXOS....................................................................................................... 85

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1. INTRODUÇÃO

A periodontite crônica é uma doença infecciosa que atinge os tecidos

de suporte dos dentes, levando à perda progressiva de inserção conjuntiva e

óssea, podendo ocorrer a perda do elemento dentário. Os principais sinais

clínicos da infecção periodontal são formação de bolsa periodontal e/ou

recessão gengival e sangramento à sondagem (ARMITAGE, 1999). A etiologia

infecciosa, bem como as espécies bacterianas relacionadas à saúde periodontal

ou às diferentes formas de doenças periodontais já foram amplamente

estudadas. Esses microorganismos colonizam os tecidos moles e duros da

cavidade bucal e formam os biofilmes orais (SOCRANSKY & HAFFAJEE, 1994;

SOCRANSKY & HAFFAJEE, 2005).

Os principais objetivos da terapia periodontal são redução da

inflamação, da profundidade de sondagem e ganho de inserção clínica, além da

manutenção dos níveis de inserção estáveis ao longo do tempo. Diversos

estudos têm demonstrado que estes resultados clínicos são alcançados quando

a terapia utilizada é eficaz em reduzir espécies bacterianas

periodontopatogênicas e em permitir a recolonização dos sítios tratados por

espécies mais relacionadas com saúde periodontal (CUGINI et al., 2000;

FERES et al., 2001; CARVALHO et al., 2005; FAVERI et al., 2006b; TELES et

al., 2006). A raspagem e alisamento radicular (RAR) é o procedimento mais

comumente utilizado para o tratamento da doença periodontal crônica. Esta

forma de terapia leva a alterações benéficas na composição da microbiota

subgengival e conseqüentemente a melhora dos parâmetros clínicos

periodontais (SATO et al., 1993; HAFFAJEE et al, 1997; CUGINI et al., 2000;

DARBY et al., 2001). Fatores como a complexidade anatômica de alguns dentes

e bolsas periodontais profundas dificultam a efetividade do procedimento de

RAR. Áreas de furca dos molares, que requerem maior cuidado e tempo para

um tratamento mais efetivo geralmente respondem de forma menos favorável à

RAR do que um dente unirradicular, por exemplo (CAFFESSE et al., 1986).

Adicionalmente, alguns patógenos apresentam a capacidade de penetrar nos

tecidos periodontais (SANDROS et al., 1994; COLOMBO et al., 2006) e túbulos

dentinários (ADRIAENS & ADRIAENS, 2004), transformando estas áreas em

reservatórios de microorganismos, o que pode levar à recorrência da doença por

meio da re-infecção de sítios previamente tratados.

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Com o objetivo de potencializar os resultados da RAR, certos

autores têm proposto tratamentos coadjuvantes à esta terapia, como o uso de

antibióticos locais (MAGNUSSON, 1998; GARRETT et al., 1999; FRIESEN et

al., 2002; JOHNSON et al., 2002; PAPALARDO et al., 2006) ou sistêmicos

(FERES et al., 1999; SLOTS et al., 2002; HAFFAJEE et al., 2003b; CARVALHO

et al., 2004; 2005; HAFFAJEE et al., 2007; MOEINTAGHAVI et al., 2007;

HAFFAJEE et al., 2008), além de terapias cirúrgicas (LEVY et al., 1999; KIM et

al., 2007). Mais recentemente, a remoção sistemática da placa supragengival

realizada concomitantemente e até 3 meses após a RAR mostrou vantagens no

tratamento da periodontite crônica (XIMÉNEZ-FYVIE et al., 2000b; GURSKY,

2005; FAVERI., 2005; FAVERI et al., 2006b).

Os resultados positivos dos estudos que utilizaram o controle de placa

supragengival e antibióticos sistêmicos durante a fase ativa do tratamento

periodontal impulsionaram 2 grupos de pesquisadores a associarem essas 3

terapias para o tratamento da periodontite crônica em indivíduos americanos

(HAFFAJEE et al., 2003a) e brasileiros (CARVALHO, 2002; CARVALHO et al.,

2004; CARVALHO et al., 2005). Os autores mostraram diversas vantagens

deste protocolo terapêutico. Porém, a grande dificuldade em manter o paciente

retornando ao consultório semanalmente por 3 meses para efetuar a remoção

de placa supragengival constitui-se em um empecilho na utilização deste

protocolo.

Uma vez que o digluconato de clorexidina é altamente efetivo no

controle do biofilme oral (LANG & BRECX, 1986; JONES, 1997) e de fácil

utilização pelo próprio paciente, o presente estudo levanta a hipótese de que a

combinação do metronidazol sistêmico e de bochechos diários com clorexidina à

RAR pode levar a benefícios significativos no tratamento de indivíduos com

periodontite crônica.

Etiologia da doença periodontal

Estudos pioneiros relevantes sobre os fatores etiológicos

primários das doenças periodontais ocorreram na década de 60. Alguns

pesquisadores desta época demonstraram uma relação positiva entre as

infecções periodontais e o acúmulo de placa bacteriana (LOVDAL et al., 1958;

SCHEI et al., 1959; RUSSEL, 1967; LÖE et al., 1965; THEILADE et al., 1966). O

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estudo clássico de “gengivite experimental” em humanos foi a primeira

evidência científica de que o acúmulo indiferenciado de biofilme em superfícies

dentais previamente limpas leva a um processo inflamatório no tecido gengival

(LÖE et al., 1965). A partir deste estudo foram levantadas algumas hipóteses

sobre a etiologia da doença periodontal, como a “hipótese de placa não-

específica”. Este conceito estabelecia que o acúmulo indiferenciado de placa

bacteriana na margem gengival levaria inicialmente a uma inflamação gengival e

posteriormente à destruição periodontal (LISTGARTEN & HELLDEN, 1978;

LOESCHE et al., 1982). Porém, alguns estudos epidemiológicos, como o

realizado por Löe et al. (1978) sobre a história natural da doença periodontal em

um grupo de plantadores de chá do Sri Lanka, questionaram esta teoria. Os

pesquisadores observaram 480 indivíduos durante um período de até 15 anos e

demonstraram que 11% da população, independente da presença exacerbada

de biofilme, não apresentaram perda de inserção periodontal (LÖE et al., 1978;

LÖE et al., 1986). Ao mesmo tempo, a evolução das técnicas de cultura

microbiana levou ao desenvolvimento de estudos mais detalhados sobre os

biofilmes orais. Alguns desses estudos mostraram diferenças na composição da

microbiota presente em sítios periodontalmente saudáveis e doentes, e também

entre os diferentes tipos de doenças periodontais (TANNER et al., 1979;

LOESCHE et al., 1985). Os resultados dos estudos epidemiológicos e

microbiológicos sugeriam que não somente a quantidade do biofilme dental,

mas também sua composição poderia ter papel importante no início e na

progressão das periodontites. Esse novo conceito ficou conhecido como

“hipótese da placa específica”, e é amplamente aceito até os dias atuais.

Frente a esta teoria, as pesquisas em periodontia se voltaram para a

identificação dos microorganismos que estariam mais envolvidos com o início e

progressão das diferentes manifestações clínicas de periodontite. Porém, a falta

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de técnicas de diagnóstico microbiológico adequadas dificultou por muito

tempo a correta identificação dessas espécies bacterianas. A maioria dos

estudos pioneiros em periodontia empregava avaliação microscópica para

determinar diferentes morfotipos bacterianos. Porém, esse método não

diferencia as diversas espécies microbianas, limitando os resultados obtidos por

esses estudos. Técnicas de cultivo bacteriano tornaram-se comuns nos anos 70

e foram efetivas na discriminação de certas espécies, porém mesmo com

trabalho intenso e grande consumo de tempo apenas um pequeno número de

amostras podia ser avaliada por intermédio destas técnicas. Além disso, muitas

espécies presentes na placa supra e subgengival são difíceis de serem

cultivadas, ou até mesmo não-cultiváveis em placas de agár-sangue

(SOCRANSKY et al., 1987).

Mais recentemente, na década de 90, surgiram as técnicas

imunológicas e de biologia molecular, que permitiram um melhor entendimento

dos microorganismos que compõem os biofilmes orais e auxiliaram a traçar

perfis microbianos relacionados com as diferentes formas de doença periodontal

(CHRISTERSSON et al., 1987; ÁVILA-CAMPOS et al., 1999; SOCRANSKY &

HAFFAJEE, 1994). Uma das vantagens dessas técnicas é não depender da

viabilidade dos microorganismos para sua identificação, permitindo a detecção

de espécies difíceis de serem cultivadas pelos métodos tradicionais de

diagnóstico microbiológico, como por exemplo, as espiroquetas e a Tannerella

forsythia.

Em 1994, Socransky et al. descreveram o método do

checkerboard DNA-DNA hybridization, que utiliza sondas de DNA bacteriano

para o diagnóstico microbiológico. Alguns anos mais tarde os autores

analisaram as associações entre 40 espécies bacterianas presentes na

microbiota subgengival de indivíduos com periodontite crônica ou saúde

periodontal (SOCRANSKY et al., 1998). Foram descritos 5 complexos

bacterianos principais no ambiente subgengival, além de ter sido proposta uma

possível seqüência de colonização dessas bactérias. Os três primeiros

complexos são compostos por espécies mais compatíveis com saúde

periodontal e demonstraram grande associação entre si. São eles: complexo

roxo, que inclui Actinomyces odontolyticus e Veillonella parvula; complexo

amarelo, composto por um grupo de estreptococos (Streptococcus mitis,

Streptococcus sanguinis, Streptococcus oralis, Streptococcus gordonii e

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Streptococcus intermedius); e complexo verde, formado pelas espécies

Capnocytophaga sputigena, Capnocytophaga gingivalis, Capnocytophaga

ochracea, Eikenella corrodens e Aggregatibacter actinomycetemcomitans

sorotipo a. Os complexos laranja e vermelho são compostos por espécies mais

patogênicas e possuem menor associação com os 3 primeiros. O grupo laranja

parece preceder a colonização pelo vermelho e foi dividido em 2 subgrupos: um

central, composto por Fusobacterium nucleatum, Fusobacterium periodonticum,

Prevotella intermedia, Prevotella nigrescens e Parvimonas micra; e outro grupo

periférico, formado por Eubacterium nodatum, Campylobacter rectus,

Campylobacter showae, Campylobacter gracilis e Streptococcus constellatus. O

último complexo a colonizar o biofilme subgengival, o vermelho, foi fortemente

relacionado com profundidade de sondagem (PS) e sangramento à sondagem

(SS) e é composto pelas espécies T. forsythia, Porphyromonas gingivalis e

Treponema denticola. As espécies Selenomonas noxia e A.

actinomycetencomitans sorotipo b não se correlacionaram com nenhuma outra.

Posteriormente, algumas espécies de actinomicetos (Actinomyces gerencseriae,

Actinomyces israelii, Actinomyces naeslundii sorotipos 1 e 2) foram agrupadas

em um novo complexo, o azul (SOCRANSKY & HAFFAJEE, 2002).

1.2 Terapia periodontal

1.2.1 Raspagem e alisamento radicular

A terapia de raspagem e alisamento radicular (RAR) tem sido

considerada o padrão ouro no tratamento das periodontites. O objetivo desta

forma de tratamento é a remoção dos microorganismos presentes

subgengivalmente, cálculo, cemento e dentina contaminados (LISTGARTEN et

al., 1978; HELLDÉN et al., 1979; MOUSQUÉS et al., 1980; RABBANI et al.,

1981; ROSENBERG et al., 1981; BADERSTEN et al., 1984; LINDHE & NYMAN,

1985; MÜLLER et al., 1986; SBORDONE et al., 1990; BOLLEN & QUIRYNEN,

1996; HAFFAJEE et al., 1997; CUGINI et al., 2000; DARBY et al., 2001;

CARVALHO et al., 2004). As melhoras clínicas normalmente associadas à RAR

são diminuição na profundidade de sondagem, estabilização dos níveis de

inserção e diminuição de sangramento à sondagem (HAFFAJEE et al., 1997;

CUGINI et al., 2000; CARVALHO et al., 2004). Esses benefícios clínicos são

conseqüência dos efeitos positivos desta terapia na quantidade total e na

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composição da microbiota subgengival, como diminuição de

espiroquetas, bastonetes móveis, P. gingivalis, T. forsythia e T. denticola

(SLOTS et al., 1979; PEDRAZZOLI et al., 1991; SATO et al., 1993; HAFFAJEE

et al., 1997, CUGINI et al., 2000; DARBY et al., 2001; CARVALHO et al., 2005;

COLOMBO et al., 2005).

É importante destacar, porém, que apesar da RAR ser eficaz para

uma boa parcela dos pacientes, muitas vezes esse procedimento não leva às

modificações microbiológicas necessárias para manter os benefícios clínicos

conseguidos inicialmente estáveis a longo prazo (CUGINI et al., 2000). Isso

ocorre principalmente nos casos de indivíduos em estágios mais avançados de

doença, aonde a ocorrência de bolsas profundas e áreas de bi e trifurcação são

mais freqüentes e podem interferir negativamente na efetividade deste

procedimento (CARVALHO, 2002). De forma geral, e principalmente nesses

casos mais avançados, apesar da RAR levar a diminuição dos níveis e

proporções de alguns patógenos periodontais, esse procedimento não parece

modificar a composição do biofilme subgengival o suficiente para que a nova

comunidade bacteriana benéfica se instale de forma definitiva (CUGINI et al.,

2000; CARVALHO et al., 2005; XAJIGEORGIOU et al., 2006). Sendo assim,

para se assegurar a condição periodontal conseguida logo após a RAR, os

indivíduos devem ser submetidos a constantes sessões de manutenção, que

visam desorganizar novamente o biofilme subgengival e monitorar o controle de

placa supragengival dos pacientes (NYMAN et al., 1975; AXELSSON et al.,

1981; CUGINI et al., 2000; ROSLING et al., 2001).

Outras terapias mecânicas e químicas associadas à RAR têm sido

propostas com o objetivo de potencializar os efeitos benéficos deste tratamento

(HERRERA et al., 2002; XIMÉNEZ-FYVIE et al., 2000b; FERES et al., 2001;

FAVERI et al., 2006b). Espera-se que essas associações, adaptadas às

diferentes formas de manifestação das periodontites possa levar a redução mais

efetiva dos periodontopatógenos e a conseqüente recolonização das áreas

tratadas por uma microbiota mais compatível com saúde, assegurando

resultados clínicos mais estáveis e duradouros.

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1.2.2. Remoção da placa supragengival

A remoção do biofilme supragengival é considerada essencial para a

prevenção da doença periodontal e manutenção da saúde periodontal. Alguns

estudos realizados nas décadas de 70 e 80 mostraram que o grau de controle

de placa dental supragengival após diferentes terapias era mais importante para

a manutenção da estabilidade periodontal do que a modalidade de terapia inicial

utilizada (LINDHE & NYMAN, 1975; NYMAN et al., 1975; ROSLING et al., 1976;

LINDHE & LILJENBERG, 1984; MAGNUSSON et al., 1984; BELTRAMI et al.,

1987). O efeito da placa supragengival na composição da placa subgengival

vem sendo investigado. Vários autores sugeriram que o cuidadoso controle de

placa supragengival leva a uma redução na quantidade de microorganismos no

ambiente subgengival e/ou na contagem de certas espécies ou morfotipos

bacterianos. Essas mudanças microbiológicas são normalmente acompanhadas

por uma melhora nos parâmetros clínicos da doença e em alguns casos por

períodos longos de estabilidade periodontal (TABITA et al., 1981;

MAGNUSSON et al., 1984; HELLSTROM et al., 1996; WESTFELD et al.,1998;

KORNAMN et al., 1994). Xyménez-Fyvie et al. (2000b) estudaram de

forma minuciosa as alterações ocorridas na microbiota subgengival quando a

remoção mecânica profissional da placa supragengival (RMPS) foi realizada

como parte ativa do tratamento periodontal. Esse procedimento foi efetuado

semanalmente por 3 meses durante e até 3 meses após a RAR, em um grupo

de indivíduos com periodontite de leve a moderada. A composição da

microbiota subgengival foi avaliada utilizando-se sondas de DNA para 40

espécies microbianas e o método do checkerboard DNA-DNA hybridization.

Houve redução significativa dos níveis e proporções de diversos patógenos

periodontais como o A. actinomycetemcomitans, P. gingivalis, T. forsythia e T.

denticola. Surpreendentemente, esta redução se manteve longitudinalmente.

Aos 12 meses de avaliação, ou seja, 9 meses após a suspensão do controle de

placa profissional, a microbiota desses indivíduos mostrava-se semelhante à

composição da microbiota de um grupo de 22 pacientes periodontalmente

saudáveis.

Posteriormente, outros estudos mostraram resultados positivos

quando essa combinação de terapias mecânicas (supragengival e subgengival)

foi utilizada em indivíduos com periodontite crônica de moderada a avançada

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(CARVALHO, 2002; HAFFAJEE et al., 2003a; CARVALHO et al., 2004,

2005). Carvalho et al. (2004 e 2005) estudaram o efeito da associação de

diferentes terapias em 44 indivíduos brasileiros com doença periodontal crônica.

O grupo que recebeu RAR associada à remoção da placa dental supragengival

semanal por um período de 3 meses demonstrou maiores reduções no

percentual de sítios com placa visível e sangramento à sondagem em

comparação ao grupo controle que recebeu apenas RAR. Quando os sítios

periodontais foram categorizados de acordo com a profundidade de sondagem

inicial, a média da redução deste parâmetro e o ganho de inserção clínica foram

maiores nos indivíduos que receberam a RAR associada à RMPS,

principalmente em sítios intermediários (4 a 6 mm). Com relação aos resultados

microbiológicos, os voluntários que receberam a terapia combinada

apresentaram reduções mais significativas em certos periodontopatógenos,

principalmente os do complexo vermelho e laranja, em comparação ao grupo

controle.

Apesar dos resultados positivos observados na associação de RAR e

RMPS, uma dificuldade detectada neste protocolo terapêutico é a adesão dos

pacientes a essa forma de terapia. Sendo assim, uma alternativa viável seria a

substituição do controle mecânico profissional pelo controle químico da placa

supragengival realizado pelo próprio paciente durante e após a fase ativa do

tratamento periodontal. Dentre os agentes químicos utilizados para este fim, o

digluconato de clorexidina é considerado o padrão-ouro em estudos

experimentais clínicos e in vitro, devido as suas boas propriedades químicas e

antimicrobianas (LANG & BRECX, 1986; JONES, 1997). Alguns efeitos

colaterais como manchamento dos dentes e mucosa, perda temporária do

paladar, sensação de ardência da mucosa e língua podem ser observados em

alguns casos durante o uso da clorexidina. Porém, esses efeitos são totalmente

reversíveis quando a terapia é interrompida (ERNST et al., 1998; BORRAJO et

al., 2002).

A efetividade da clorexidina em reduzir a formação de biofilme dental

e gengivite tem sido demonstrada desde a década de 70. Löe & Schiott (1970) e

Schiött et al. (1970) observaram que bochechos com digluconato de clorexidina

a 0,2% duas vezes ao dia em indivíduos que não faziam uso de métodos

mecânicos de higiene bucal foi capaz de reduzir em até 60% o acúmulo de

placa dental e entre 50 e 80% a severidade da gengivite. Posteriormente,

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alguns estudos compararam a eficácia de diferentes concentrações

deste anti-séptico. Segreto et al. (1986) observaram que bochechos com essa

substância nas concentrações de 0,12% e 0,2% levavam aos mesmos

benefícios clínicos. Outros autores confirmaram a eficácia dos efeitos da

clorexidina utilizada a 0,12 % na redução de placa e gengivite, salientando o

fato de que a menor concentração oferece a vantagem de causar menores

efeitos colaterais (OVERHOLSER et al., 1990; SANZ et al., 1994) .

Faveri (2005), Gursky (2005) e Faveri et al. (2006b)

compararam a utilização do protocolo de RMPS duas vezes por semana, com a

utilização de bochecho de clorexidina 0,12% duas vezes ao dia no tratamento

de indivíduos com periodontite crônica avançada. Os dois tratamentos adjuntos

foram iniciados juntamente com a RAR e prosseguiram por 2 meses. Observou-

se que o controle químico da placa supragengival foi tão ou mais efetivo do que

a RMPS, tendo levado às alterações clínicas e microbiológicas mais positivas

pós-terapia. Os indivíduos que realizaram bochecho com clorexidina tiveram

uma redução mais acentuada na quantidade total de microorganismos

subgengivais, além de aumentos significativo nas proporções de complexos

relacionados à saúde periodontal. Esse aumento das espécies benéficas e as

reduções nos patógenos periodontais foram menos significativos nos indivíduos

que receberam apenas terapia de RAR. Esses dados ressaltam a importância

da manutenção de baixos níveis de placa supragengival durante e após a RAR

para o sucesso do tratamento periodontal.

1.2.3. Antimicrobianos sistêmicos

Os patógenos periodontais estão presentes em altos níveis e

proporções na cavidade bucal nos casos de periodontite. Porém, essas

espécies bacterianas não estão confinadas apenas aos tecidos periodontais e

em bolsas profundas com sangramento à sondagem, mas em toda a cavidade

oral. Enquanto as terapias mecânicas locais, como a RAR, são mais

direcionados para a remoção do biofilme dental, os antibióticos sistêmicos

atingem todos os tecidos e fluidos orais, mostrando-se como instrumentos

importantes no tratamento das periodontites.

A combinação de diferentes agentes sistêmicos com terapias

mecânicas, principalmente com a raspagem e alisamento radicular, tem

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mostrado ser uma terapia promissora para diversas manifestações da

doença periodontal, tanto em jovens como em adultos. Um estudo recente

realizado por López et al. (2006) gerou uma extensa discussão na literatura

periodontal sobre a utilização de antibióticos sistêmicos na ausência da terapia

mecânica concomitante. Os autores mostraram efeitos clínicos e microbiológicos

benéficos semelhantes entre a terapia de RAR e a combinação de metronidazol

e amoxicilina (sem RAR associada) no tratamento de pacientes com periodontite

crônica. Porém, é importante esclarecer que a remoção ou a desorganização da

microbiota subgengival é fundamental para que os efeitos dos antibióticos

sistêmicos sejam potencializados, uma vez que microrganismos vivendo em um

ambiente de biofilme tornam-se mais resistentes a esses agentes (SEDLACEK

& WALKER, 2007).

Os primeiros estudos clínicos controlados empregando antibióticos

sistêmicos no tratamento periodontal utilizaram a tetraciclina associada à RAR

no tratamento da periodontite agressiva e demonstraram resultados clínicos

benéficos superiores aos observados com a RAR isoladamente (GENCO et al.,

1981; LINDHE & LILJENBERG, 1984; NOVAK et al., 1988). Alguns desses

autores salientam que o sucesso desta associação de tratamentos foi devido à

eliminação ou supressão do A. actinomycetencomitans, sugerindo que terapias

antimicrobianas mais direcionadas para patógenos específicos podem ser

vantajosas no tratamento periodontal.

Diversos antibióticos sistêmicos, incluindo a tetraciclina e seus

derivados, como a doxiciclina e minociclina (GENCO et al., 1981; HAFFAJEE et

al., 1995; FERES et al., 1999; SIGUSCH et al., 2001; RODRIGUES et al.,

2004), a azitromicina (SEFTON et al., 1996; BLANDIZZI et al., 1999;

MASCARENHAS et al., 2005; HAFFAJEE et al., 2007; 2008), a amoxicilina

(FERES et al., 2001; ROONEY et al., 2002), o metronidazol (LINDHE et al.,

1982; JOYSTON-BECHAL et al., 1986; GUSBERTI et al., 1988; LOESCHE et

al., 1992; WINKEL et al., 1997; PALMER et al., 1999; FERES et al., 2001;

ROONEY et al., 2002; HAFFAJEE et al., 2003b; CARVALHO et al., 2004; 2005)

e a combinação de amoxicilina e metronidazol (BERGLUNDH et al., 1998;

WINKEL et al., 1998; SERINO et al., 2001; WINKEL et al., 2001; ROONEY et

al., 2002) entre outros agentes, já foram testados como coadjuvante à terapia

mecânica e demonstraram resultados eficazes para o tratamento da periodontite

crônica. As duas revisões sistemáticas mais recentes que avaliaram estudos

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sobre a utilização dos antibióticos sistêmicos em periodontia sugerem

que esses medicamentos potencializam os efeitos da RAR, principalmente nos

indivíduos com periodontite agressiva (HERRERA et al., 2002; HAFFAJEE et al.,

2003b). Nove das 10 comparações realizadas na revisão de Haffajee et al.

(2003b) mostraram que os indivíduos que tomaram um antibiótico sistêmico em

combinação com a RAR tiveram um maior ganho na média de nível clínico de

inserção em comparação àqueles indivíduos que receberam RAR somente.

O metronidazol foi utilizado primeiramente em odontologia no

tratamento da gengivite ulcerativa necrosante (GLENWRIGHT & SIDAWAY,

1966; LOESCHE et al., 1982) e após estes primeiros estudos seu uso foi

extrapolado para o tratamento de outras infecções periodontais. Devido à sua

efetividade seletiva para microrganismos anaeróbios estritos, como é o caso dos

três patógenos do complexo vermelho (P. gingivalis, T. forsythia e T. denticola),

esta é uma droga particularmente atrativa para o tratamento da periodontite

crônica.

Quase a totalidade dos estudos que utilizaram o metronidazol

em associação à RAR no tratamento da periodontite crônica mostrou resultados

clínicos e microbiológicos superiores aos observados com a terapia mecânica

somente (JOYSTON-BECHAL et al., 1986; LOESCHE et al., 1992; WINKEL et

al. 1997; FERES et al, 2001; HAFFAJEE et al., 2003a; CARVALHO et al., 2004;

2005). Elter et al. (1997) realizaram um estudo de meta-análise avaliando um

grande número de trabalhos que empregou o metronidazol sistêmico como parte

da terapia periodontal e concluíram que o metronidazol apresenta benefícios

clínicos quando instituído em conjunto com raspagem e alisamento radicular.

Loesche et al. realizaram uma série de estudos (1987, 1991, 1992, 2002 e 2005)

aonde o principal parâmetro de avaliação foi a redução na necessidade de

realização de cirurgia periodontal. Os resultados desses estudos sugeriram que

o uso do metronidazol sistêmico (750 mg – 1g / dia por 14 dias) em combinação

com RAR pode diminuir até 93% o número de dentes com necessidade de

cirurgia periodontal, além de diminuir a proporção de dentes indicados para a

extração devido a problemas periodontais.

Feres et al. (2001) compararam o efeito do uso sistêmico do

metronidazol ou da amoxicilina na microbiota subgengival e nos parâmetros

clínicos de pacientes com periodontite crônica. O metronidazol apresentou os

melhores resultados clínicos e microbiológicos. Sua ação principal foi na

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redução de patógenos dos complexos vermelho e laranja. As espécies

consideradas benéficas, como as do gênero Actinomyces, Streptococcus e

Capnocytophaga, foram minimamente afetadas por este agente. Clinicamente, a

média de PS de boca toda foi significantemente reduzida e houve um

considerável ganho de inserção e uma redução na porcentagem de sítios com

SS. A amoxicilina associada à RAR também reduziu os níveis das 3 espécies do

complexo vermelho. No entanto, aos 360 dias pós-terapia foi observada uma

recolonização, especialmente pelas espécies T. forsythia e T. denticola.

A dosagem e duração ideais da terapia com metronidazol em

odontologia ainda não está estabelecida. A maioria dos estudos que

combinaram RAR com metronidazol sistêmico propôs uma dosagem de 200 a

400 mg/ 3x dia, de 7 a 14 dias (LOESCHE et al., 1984; 1992; 2002; 2005;

PALMER et al., 1998; 1999; FERES et al., 2001; CARVALHO et al., 2004;

HAFFAJEE et al., 2007; 2008).

1.2.4 Antimicrobianos sistêmicos e o controle da placa supragengival

Os resultados positivos da associação da RAR ao controle químico

da placa supragengival (GURSKY, 2005; FAVERI, 2005; FAVERI et al., 2006b)

e ao metronidazol sistêmico (ELTER et al., 1997; FERES et al. 2001; LOESCHE

et al. 2005) levantaram a hipótese de que a associação dessas 3 terapias

poderia ser benéfica no tratamento da infecção periodontal. Já em 1994,

Kornman et al. haviam sugerido que uma boa higiene oral poderia potencializar

os efeitos dos antibióticos sistêmicos no tratamento da periodontite. Com base

nestes conceitos, estudos recentes de Carvalho et al. observaram que a

combinação do metronidazol sistêmico (400mg 3x/dia por 10 dias) e da RMPS

1x/semana por 3 meses leva a resultados extremamente benéficos no

tratamento de indivíduos com periodontite crônica generalizada

avançada(CARVALHO, 2002; CARVALHO et al., 2004; CARVALHO et al.,

2005). Amostras de placa subgengival foram avaliadas por meio do

checkerboard DNA-DNA hybridization até 360 dias pós-terapia, nos 3 grupos

experimentais (RAR somente, RAR associada ao metronidazol, RAR associada

ao metronidazol e à RMPS). Todas as terapias promoveram alterações na

microbiota, mas o aumento na proporção das espécies bacterianas compatíveis

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com o hospedeiro (complexos azul, roxo, amarelo e verde) e a redução

dos patógenos periodontais (complexos laranja e vermelho) foram mais

acentuados no grupo que recebeu a combinação das 3 terapias. As maiores

reduções em profundidade de sondagem e nível clínico de inserção foram

observadas em sítios profundos (PS > 6mm) dos indivíduos que receberam o

metronidazol associado ou não à profilaxia profissional. Benefícios semelhantes

foram também observados por Haffajee et al. (2003) ao tratar com o mesmo

protocolo terapêutico um grupo de pacientes americanos com periodontite

crônica. Os resultados obtidos nesses estudos (CARVALHO et al. 2004, 2005;

HAFFAJEE et al. 2003a) foram animadores. Porém, como mencionado

anteriormente, manter o paciente retornando semanalmente no consultório

odontológico para a realização do controle rigoroso de biofilme é muitas vezes

uma prática difícil de ser realizada. Por isso, a substituição da RMPS pelo

bochecho diário com digluconato de clorexidina foi recentemente testada com

sucesso na terapia periodontal (FAVERI et al., 2006b). Sendo assim, a

realização de estudos que associem a RAR, antibióticos sistêmicos e bochechos

com clorexidina no tratamento da periodontite crônica é justificável e pode ter

aplicações clínicas importantes para esses indivíduos.

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2. PROPOSIÇÃO

A proposição deste estudo cego, aleatorizado, placebo-controlado foi

avaliar e comparar os efeitos clínicos e microbiológicos da RAR associada ou

não ao uso sistêmico de metronidazol e/ou ao digluconato de clorexidina, no

tratamento de indivíduos com periodontite crônica.

As hipóteses testadas por esse objetivo foram:

1- Que a combinação de RAR, metronidazol sistêmico e

bochecho com clorexidina leva a efeitos clínicos e microbiológicos superiores

aos observados após RAR somente ou em combinação com uma dessas

terapias adjuntas.

2- Que a combinação de RAR e metronidazol sistêmico ou de

RAR e bochecho com clorexidina leva a efeitos clínicos e microbiológicos

superiores aos observados após RAR somente.

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3. MATERIAIS E MÉTODOS

3.1. Seleção dos indivíduos

Para determinação do tamanho da amostra foi realizado o cálculo de

potência para os parâmetros clínicos, com base nos resultados de Ximénez-

Fyvie et al. (2000b) e Feres et al. (1999 e 2001), encontrando uma potência

superior a 80% para uma amostragem de 10 indivíduos.

Foram selecionados para este estudo cego 48 indivíduos, sendo

22 homens e 26 mulheres, portadores de doença periodontal crônica, que

procuraram tratamento na Clínica Odontológica da Universidade Guarulhos. A

participação na pesquisa foi voluntária e os sujeitos assinaram o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido segundo a resolução n.196/96 das Normas

do Conselho Nacional de Saúde, contendo informações a respeito da pesquisa,

objetivos, riscos, conseqüências e grupos terapêuticos. O projeto foi submetido

à apreciação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Guarulhos. Após

sua aprovação, procedeu-se a seleção dos pacientes.

3.2. Critérios de inclusão e exclusão

Para ser incluído nesta pesquisa o indivíduo deveria ter idade

superior ou igual a 30 anos e no mínimo 15 dentes, excluindo-se terceiros

molares. Estes indivíduos deveriam apresentar no mínimo 6 dentes com pelo

menos 1 sítio interproximal apresentando profundidade de sondagem entre 5 e 7

mm e nível clínico de inserção entre 5 e 10 mm, não contíguos,

preferencialmente distribuídos em sextantes distintos (Faveri et al., 2006b).

Foram excluídos da pesquisa gestantes ou lactantes; indivíduos fumantes; com

alergia à clorexidina e/ou ao metronidazol; com histórico de tratamento

periodontal, antibioticoterapia ou uso de anti-séptico bucal nos seis meses

antecedentes a pesquisa; além de indivíduos com história de doenças

sistêmicas que comprometa a resposta do hospedeiro e/ou exija medicação

profilática ao tratamento (ex.: diabéticos e indivíduos com risco para desenvolver

endocardite bacteriana).

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3.3. Delineamento experimental

No tempo inicial, todos os indivíduos foram submetidos à

anamnese, exame clínico periodontal, coleta de amostras de placa

subgengival dos 9 sítios selecionados (ver item 3.6.1- Seleção dos sítios-

teste), instrução de higiene ora (IHO) e raspagem supragengival. Em

seguida, os indivíduos foram distribuídos aleatoriamente em 4 grupos

terapêuticos, por meio de uma tabela de números equiprováveis, e

submetidos a uma das seguintes formas de tratamento:

• Grupo controle: RAR + bochecho com digluconato de clorexidina placebo

duas vezes ao dia por 63 dias + metronidazol placebo de 8 em 8 horas por

14 dias.

• Grupo Teste 1: RAR + bochecho com digluconato de clorexidina duas

vezes ao dia por 63 dias + metronidazol placebo de 8 em 8 horas por 14

dias.

• Grupo Teste 2: RAR + metronidazol sistêmico 400mg de 8 em 8 horas

por 14 dias + bochecho com digluconato de clorexidina placebo duas

vezes ao dia por 63 dias.

• Grupo Teste 3 : RAR + bochecho com digluconato de clorexidina duas

vezes ao dia por 63 dias + metronidazol sistêmico 400mg de 8 em 8

horas por 14 dias.

Os procedimentos de controle químico (bochechos com clorexidina ou placebo)

e medicação sistêmica (metronidazol ou placebo) foram iniciados juntamente

com a terapia de RAR, que foi realizada em 21 dias. A medicação sistêmica foi

administrada por 14 dias e o bochecho prosseguiu por mais 42 dias após o

término da terapia de RAR. A avaliação microbiológica foi repetida 90 dias após

o término do procedimento de RAR. Foram instituídos dois intervalos sem a

utilização dos bochechos: do dia 0 ao dia 3 e do dia 21 ao dia 24. A avaliação

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microbiológica foi repetida aos 90 dias e a avaliação clínica aos 63 e 90

dias após o término do procedimento de RAR. O protocolo experimental está

representado na Figura 1.

Figura 1- Delineamento experimental

3.4. Procedimentos terapêuticos

3.4.1. Terapia periodontal básica

Todos os indivíduos foram submetidos no início do estudo a sessões

de adequação do meio bucal que incluíam IHO, raspagem supragengival,

desgaste de restaurações em excesso e selamento provisório das lesões

cariosas cavitadas, curativos endodônticos e exodontias. Durante as sessões de

instrução de higiene oral, os indivíduos foram orientados a utilizar escovas com

cerdas macias, juntamente com creme dental Colgate Total® (Anacol Ind. E

Com. Ltda - Kolynos do Brasil – Colgate Palmolive Co., São Bernardo do

Campo, SP, Brasil). Em seguida, os indivíduos receberam seis sessões de RAR

C/ T1/

CLX/PCB

C

L

M

C (Controle): RAR+ CLX PCB + MT PCB.

T1 (Teste 1): RAR+ CLX+ MT PCB.

RAR: Raspagem e alisamento

radicular.

CLX: Clorexidina 0,12%; 2x/dia.

MT: Metronidazol 400mg; 3x/dia.

PCB: placebo

0

3

21

24

CLX/PCB

C

L

MT/P

CLX/PCB

-21 -7 0 42 63

2 a

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com curetas Gracey números 5/6, 7/8, 11/12 e 13/14 (Hu-friedy) sob

anestesia local, com cloridrato de prilocaína a 3%, felipressina 0,03UI/mL

(Citocaína® Cristália Produtos Químicos Farmacêuticos, Itapira, SP, Brasil).

Estas sessões de RAR tiveram duração de aproximadamente 1 hora e foram

realizadas em no máximo 21 dias, por 2 alunos treinados do Mestrado em

Odontologia da Universidade Guarulhos (T.O.S e M.P.S.). As necessidades

adicionais de tratamento odontológico, quando observadas, foram

encaminhadas às demais disciplinas da clínica odontológica da própria

Universidade.

3.4.2. Administração de metronidazol sistêmico e placebo

Indivíduos dos grupos-teste receberam RAR e administração de 1,2

g/dia de metronidazol (400 mg de 8/8 hs) via oral por 14 dias, iniciada em

conjunto a terapia periodontal básica. Os pacientes do grupo controle receberam

cápsulas de placebo e foram orientados a seguirem o mesmo regime dos

pacientes que receberam a substância ativa. O medicamento e o placebo foram

manipulados especialmente para este estudo na Farmácia de Manipulação

Ervanário (Maringá, PR, Brasil). Os indivíduos foram monitorados de 3 em 3

dias, por telefone, quanto a reações adversas da medicação e para controle da

cooperação na ingestão da droga nos intervalos pré-determinados, por um aluno

de iniciação científica, bolsista da UnG.

Após o término do período de administração do metronidazol ou

placebo (14 dias) os indivíduos responderam a um questionário (ANEXO A)

sobre possíveis reações adversas do medicamento.

3.4.3. Administração de bochechos com digluconato de clorexidina ou

placebo.

Indivíduos do grupo teste fizeram uso de uma solução de digluconato de

clorexidina a 0,12% e os do grupo controle utilizaram solução placebo, que

possuía a mesma apresentação, cor e sabor da substância ativa.

Os bochechos foram realizados 2 vezes ao dia com 15 ml de solução,

40 minutos após a escovação; foram iniciados juntamente com o início da RAR

e prosseguiram por 63 dias. Neste período foram instituídos 2 intervalos de três

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dias cada para minimizar os efeitos colaterais da clorexidina. As

soluções foram manipuladas especialmente para o estudo na Farmácia de

Manipulação Ervanário (Maringá, PR, Brasil) e acondicionadas em frascos de

210 ml. Os indivíduos receberam 1 frasco por semana contendo a solução de

clorexidina ou o placebo e foram orientados a trazerem os frascos vazios para a

retirada de um novo frasco, para controle da cooperação.

Após o término do período de bochecho com clorexidina ou placebo

(63 dias) os indivíduos responderam a um questionário (ANEXO B) sobre

possíveis reações adversas do medicamento.

3.5. Avaliação clínica

3.5.1. Calibração dos examinadores

Os 2 examinadores que participaram deste estudo (T.O.S. e M.P.S.)

foram treinados e calibrados com o objetivo de se conseguir a máxima

reprodutibilidade nas medições realizadas por cada um deles e entre eles. A

metodologia utilizada para a calibração foi preconizada por Araújo et al. (2003),

que avaliaram o erro padrão da medida (e.p.m.) e o erro médio percentual

(e.m.p.) para os parâmetros clínicos periodontais contínuos (PS e NCI). O e.p.m

e o e.m.p variaram entre 0,09 mm- 0,31 mm e 2,0%- 5,79%, respectivamente.

Para as variáveis categóricas, aonde se considera a presença ou ausência do

parâmetro clínico, foi realizada a média do nível de concordância para cada

examinador e entre eles, obtendo-se concordância superior a 92% (Teste

Kappa).

Os dois examinadores realizaram os exames clínicos, coletas

microbiológicas e também a terapia de RAR. Porém, aquele examinador

responsável pela execução da RAR não realizava os exames no mesmo

indivíduo.

3.5.2. Exame clínico

As mensurações clínicas foram realizadas em 6 sítios por dente

(mesiovestibular, médiovestibular, distovestibular, mesiolingual, médiolingual,

distolingual), em todos os dentes (exceto terceiros molares) utilizando-se sonda

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periodontal milimetrada Carolina do Norte PCPUNC-BR 15 (Hu-Friedy do

Brasil, Rio de Janeiro, RJ, Brasil). Os parâmetros clínicos avaliados foram:

-Índice de placa visível (AINAMO & BAY, 1975): presença (escore 1)

ou ausência (escore 0) de placa supragengival visível;

-Sangramento gengival (SG) (AINAMO & BAY, 1975): presença

(escore 1) ou ausência (escore 0) de sangramento da gengiva marginal após

percorrer levemente a sonda periodontal ao longo do sulco gengival;

-Profundidade de sondagem (PS): distância, em milímetros, entre a

margem gengival livre e a porção mais apical sondável do sulco/bolsa

periodontal;

-Nível clínico de inserção (NCI): distância, em milímetros, entre a

junção cemento-esmalte e a porção mais apical sondável do sulco/bolsa

periodontal;

-Sangramento à sondagem (SS): presença (escore 1) ou ausência

(escore 0) de sangramento após 20 segundos da sondagem com a sonda

periodontal milimetrada.

-Supuração (SUP): presença (escore 1) ou ausência (escore 0) de

supuração espontânea ou após 20 segundos da sondagem com a sonda

periodontal milimetrada.

3.6. Avaliação microbiológica

3.6.1. Seleção dos sítios-teste

Foram selecionados 9 sítios por indivíduo, distribuídos uniformemente

de acordo com a profundidade de sondagem inicial nas seguintes categorias de

bolsa (3 sítios por categoria): rasas (PS≤ 3mm), moderadas (PS 4-6 mm), e

profundas (PS≥ 7mm). Estes sítios estavam localizados em faces dentais

interproximais não-contíguas, e preferencialmente distribuídos entre os 4

quadrantes. Sítios localizados em dentes com próteses mal adaptadas, lesão de

cárie extensa e/ou lesão endo-periodonal não foram utilizados. Amostras de

placa subgengival foram coletadas no início do estudo e 3 meses pós-terapia.

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3.6.2. Coleta das amostras de biofilme subgengival

Após a remoção de cálculo e biofilme supragengivais, as amostras de

biofilme subgengival foram retiradas com curetas Gracey do tipo minifive (Hu-

Friedy) estéreis, posicionadas na porção mais apical dos sítios e em um único

golpe de raspagem no sentido ápico-coronal. As amostras foram imediatamente

depositadas em tubos plásticos individuais contendo 150µL de solução tampão

TE (10 mM Tris-HCL (Invitrogen Life Technologies, Carlsbad, CA, EUA), 1 mM

EDTA (Labsynth Produtos para Laboratórios Ltda, Diadema, SP, Brasil), pH

7,6), e a estas foi acrescentado 100µL de NaOH (Labsynth) a 0,5M para que o

DNA bacteriano permanecesse viável por um longo período de tempo. Esses

tubos plásticos foram previamente identificados com o nome do indivíduo, data e

sítio, e após a coleta foram armazenados sob refrigeração a -20ºC até as

amostras serem analisadas por meio da técnica do checkerboard DNA-DNA

hybridization para 40 cepas bacterianas no laboratório de microbiologia da

Universidade Guarulhos.

3.6.3. Cepas bacterianas e condições de crescimento

A lista das 40 cepas bacterianas utilizadas neste estudo para o

preparo das sondas de DNA está apresentada na Tabela 1. Todas as cepas

foram adquiridas liofilizadas da ATCC (Americam Type Culture Collection,

Rockville, MD, EUA) ou do Forsyth Institute (Boston, MA, EUA). O conteúdo

liofilizado foi rehidratado em caldo para crescimento de Mycoplasma (Difco

Laboratories, Detroit, MI, EUA) e cultivado em ágar-triptose de soja (Difco)

contendo 5% de sangue desfibrinado de ovelha (BBL, Baltimore Biological

Laboratories, Cockeysville, MD, EUA) a 35ºC sob condição de anaerobiose

(80% N2, 10% CO2, 10% H2). Algumas bactérias foram cultivadas em meios de

cultura enriquecidos de forma a suprir suas necessidades nutricionais. T.

forsythia, por exemplo, foi cultivada em ágar-triptose de soja com 5% de sangue

desfibrilado de ovelha e 10 µg/mL de ácido N-acetil murâmico (NAM) (Sigma

Chemical Co., St. Louis, MO, EUA); enquanto P.gingivalis cresceu em um meio

similar, suplementado com 5% de sangue desfibrilado de ovelha, 0,3 µg/mL de

menadiona (Sigma) e 5 µg/ml de hemina (Sigma). As espécies T. denticola e

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Treponema socranskii foram cultivadas em caldo para crescimento de

Mycoplasma suplementado com 1 mg/ml de glicose (Sigma), 400 µg/ml de

niacinamida (Sigma), 150 µg/mL de espermina tetraidroclorídrica (Sigma), 20

µg/ml de isobutirato de sódio (ICN, Costa Mesa, CA, EUA), 1 mg/ml de L-

cisteína (Sigma), 5 µg/ml de tiamina pirofosfato (Sigma) e 0,5% de soro bovino

(Laborclin, São José dos Pinhais, PR, Brasil).

Tabela 1. Relação das cepas bacterianas empregadas para a confecção das

sondas de DNA. As espécies estão agrupadas por complexos bacterianos

(SOCRANSKY et al., 1998; SOCRANSKY & HAFFAJEE, 2002).

Espécies Cepas Espécies Cepas CCoommpplleexxoo AAzzuull CCoommpplleexxoo LLaarraannjjaa ((ccoonntt..)) Actinomyces gerencseriae 23860a Fusobacterium nucleatum ssp

nucleatum 25586a

Actinomyces israelii 12102a Fusobacterium nucleatum ssp polymorphum

10953a

Actinomyces naeslundii 1 12104a Fusobacterium nucleatum ssp vincentii

49256a

Actinomyces naeslundii 2 43146a Fusobacterium periodonticum 33693a CCoommpplleexxoo RRooxxoo Parvimonas micra 33270a Actinomyces odontolyticus 17929a Prevotella intermedia 25611a Veillonella parvula 10790a Prevotella nigrescens 33563a CCoommpplleexxoo AAmmaarreelloo Streptococcus constellatus 27823a Streptococcus gordonii 10558a CCoommpplleexxoo VVeerrmmeellhhoo Streptococcus intermedius 27335a Tannerella forsythia 43037a Streptococcus mitis 49456a Porphyromonas gingivalis 33277a Streptococcus oralis 35037a Treponema denticola B1b Streptococcus sanguinis 10556a OOuuttrraass EEssppéécciieess CCoommpplleexxoo VVeerrddee Eubacterium saburreum 33271a

Gemella morbillorum 27824a Aggregactibacter actinomycetemcomitans a + b

43718a 29523a

Leptotrichia buccalis 14201a

Capnocytophaga gingivalis 33624a Neisseria mucosa 19696a

Capnocytophaga ochracea 33596a Prevotella melaninogenica 25845a Capnocytophaga sputigena 33612a

Eikenella corrodens 23834a

Propionibacterium acnes I + II 11827a

11828a

CCoommpplleexxoo LLaarraannjjaa Selenomonas noxia 43541a Campylobacter gracilis 33236a Streptococcus anginosus 33397a Campylobacter rectus 33238a Treponema socranskii S1b Campylobacter showae 51146a

Eubacterium nodatum 33099a a ATCC (American Type Culture Collection); b Forsyth Institute

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3.6.4. Isolamento do DNA e preparo das sondas

As cepas bacterianas foram cultivadas anaerobicamente na superfície

de ágar-sangue, com exceção das 2 espécies de espiroquetas, que foram

cultivadas em caldo, por 3 a 7 dias. As colônias foram raspadas e depositadas

em tubos plásticos para microcentrífuga de 1,5 mL contendo 1 mL de solução

TE (pH 7,6). As células foram lavadas 2 vezes por centrifugação na solução-

tampão de TE a 3.500xg por 10 minutos. Em seguida, as cepas gram-negativas

foram novamente suspensas e lisadas com SDS (dodecilsulfato de sódio,

C12H25NaO4S, Labsynth) a 10% e proteinase K (Sigma) em uma concentração

de 20 mg/mL. As cepas de bactérias gram-positivas foram lisadas em 150µL de

uma mistura enzimática contendo 15 mg/mL de lisozima (Sigma) e 5 mg/mL de

acromopeptidase (Sigma) em solução tampão TE (pH 8,0). O DNA foi isolado e

purificado como descrito por Smith et al. (1989). As sondas genômicas foram

preparadas para cada uma das 40 espécies pela marcação de 1 µg do DNA

bacteriano com digoxigenina, por meio do random primer digoxigenin labeling kit

(Roche Diagnostics, Indianápolis, IN, EUA), de acordo com o método descrito

por Feinberg & Vogelstein (1983). As espécies avaliadas foram selecionadas

segundo suas associações com diferentes tipos de doenças ou saúde

periodontal (SOCRANSKY & HAFFAJEE, 1994; SOCRANSKY & HAFFAJEE,

2005).

3.6.5. Checkerboard DNA-DNA Hybridization

As suspensões contidas nos tubos plásticos foram fervidas em

banho-maria por 10 minutos e, em seguida, neutralizadas pela adição de 0,8 ml

de acetato de amônia a 5M. Cada suspensão de biofilme dental contendo o

DNA livre foi depositada em uma das canaletas do Minislot 30 (Immunetics,

Cambridge, MA, EUA – Figura 2) e transferida para a membrana de nylon (15 x

15 cm) com carga positiva (Amersham Biosciences UK Limited,

Buckinghamshire, Inglaterra). As duas últimas das 30 canaletas do Minislot

foram ocupadas por controles contendo uma mistura das espécies de

microorganismos investigados pelas sondas, nas concentrações

correspondentes a 105 e 106 células, ou seja, 1 ng e 10 ng de DNA de cada

espécie, respectivamente (SOCRANSKY et al., 1994; HAFFAJEE et al.,1997). A

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membrana foi removida do Minislot 30 e o DNA nela concentrado foi

fixado por aquecimento em forno a 120°C por 20 min.

Canaleta aberta

Canaleta Canaleta abertaaberta

Membrana de nylon

Membrana de Membrana de nylonnylon

FiltroFiltroFiltro

Colocar amostra em150µl solução tampão TE pH 7,6

Colocar amostra emColocar amostra em150150µµl solul soluçção tampão TE pH 7,6ão tampão TE pH 7,6

Ferver durante 10 minutosFerver durante 10 minutosFerver durante 10 minutos

Adicionar 100µl NaOH 0,5MAdicionar 100Adicionar 100µµl NaOH 0,5Ml NaOH 0,5M

Adicionar 800µl Acetato de Amônia 5M

Adicionar 800Adicionar 800µµl Acetato de l Acetato de Amônia 5MAmônia 5M

Depositar amostras nas canaletas do MiniSlot 30

Depositar amostras nas Depositar amostras nas canaletas do canaletas do MiniSlotMiniSlot 3030

Fixar DNA na membrana a 120°C por 20 min

Fixar DNA na membrana a 120Fixar DNA na membrana a 120°°C C por 20 minpor 20 min

Figura 2. Representação gráfica do Minislot 30 (Immunetics, Cambridge, MA,

EUA) e resumo da preparação e colocação das amostras de biofilme

subgengival na membrana de nylon (técnica checkerboard DNA-DNA

hybridization).

A membrana foi pré-hibridizada a 42°C, por 1 hora, em uma

solução contendo 50% formamida (Vetec Química Fina Ltda, Rio de Janeiro, RJ,

Brasil), 1% caseína (Vetec), 5 x solução salina citratada (SSC) (1 x SSC=

150mM NaCl (Vetec), 15M de citrato de sódio (J.T.Baker, Edo. de Méx., México)

, pH 7,0), 25mM de fosfato de sódio (Na2HPO4, Labsynth) pH 6,5 e 0,5 mg/mL

de RNA de levedura (Sigma).

Em seguida a membrana foi posicionada no Miniblotter 45

(Immunetics, Cambridge, MA, EUA – Figura 3) com as linhas contendo o DNA

das amostras e dos controles posicionadas perpendicularmente às canaletas do

aparato. Em cada canaleta do Miniblotter 45 foi adicionada uma sonda de DNA,

diluída a aproximadamente 20 ηg/mL, em 130 µL de solução de hibridização

composta de 45% formamida, 5 x SSC, 20mM de Na2HPO4 (pH 6,5), 0,2 mg/ml

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de RNA de levedura, 10% de sulfato de dextrano (Amersham) e 1%

caseína. A hibridização ocorreu dentro de um período mínimo de 20 horas, a

42°C.

Canaletas de hibridização

Canaletas de Canaletas de hibridizahibridizaççãoão

Membrana de nylonMembrana de Membrana de nylonnylon

Lavagem de alta adstringência em solução tampão SSC 0.4M a 65°C por

40 min

Lavagem de alta adstringência em Lavagem de alta adstringência em solusoluçção tampão SSC 0.4M a 65ão tampão SSC 0.4M a 65°°C por C por

40 min40 min

Anticorpo anti-digoxigenina conjugado à fosfatase alcalina 1:10.000

Anticorpo Anticorpo antianti--digoxigeninadigoxigenina conjugado conjugado àà fosfatase alcalina 1:10.000fosfatase alcalina 1:10.000

Pré-hibridização a 42°C 1 hrPrPréé--hibridizahibridizaçção a 42ão a 42°°C 1 hrC 1 hr

Girar membrana 90°Girar membrana 90Girar membrana 90°°

Hibridização em buffer de formamida a 42°C 20 hrs

HibridizaHibridizaçção em ão em bufferbuffer de de formamida a 42formamida a 42°°C 20 C 20 hrshrs

Detecção por quimioluminescência com CDP-Star™ Detection Reagent

DetecDetecçção por ão por quimioluminescênciaquimioluminescência com com CDPCDP--StarStar™ ™ DetectionDetection ReagentReagent

Sondas de DNA genômicas marcadas com digoxigenina

Sondas de DNA Sondas de DNA genômicasgenômicas marcadas marcadas com com digoxigeninadigoxigenina

Figura 3. Representação gráfica do Miniblotter 45 (Immunetics,

Cambridge, MA, EUA) e resumo das etapas de hibridização e detecção

das espécies bacterianas presentes nas amostras de biofilme subgengival

(técnica checkerboard DNA-DNA hybridization).

3.6.6. Detecção das espécies

Após o período de hibridização, a membrana foi removida do

Miniblotter 45 (Immunetics), lavada por 40 minutos a 65ºC numa solução

adstringente composta por 1% de SDS, 1mM de EDTA e 20mM de Na2HPO4, a

fim de remover sondas que não hibridizaram completamente. Em seguida, a

membrana foi imersa por 1 hora em uma solução contendo 1% de ácido maleico

(C4H4O4, Vetec), 3M NaCl, 0,2M NaOH (Labsynth), 0,3% Tween 20 (Vetec),

0,5% caseína, pH 8,0, e, logo após, por 30 minutos, na mesma solução

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contendo o anticorpo anti-digoxigenina conjugado à fosfatase alcalina

(Roche) em uma concentração de 1:10.000. A membrana foi, então, lavada 2

vezes, por 20 minutos, em uma solução de 0,1M de ácido maleico, 3M de NaCL,

0,2M de NaOH, 0,3% de Tween 20, pH 8,0, e 1 vez, por 5 minutos, em uma

solução de 0,1M de Tris HCl, 0,1M de NaCl, pH 9,5.

Para a detecção dos sinais a membrana foi incubada por 45 minutos

a 37°C em uma solução detectora contendo substrato para fosfatase alcalina,

CDP-Star™ Detection Reagent (Amersham). Em seguida, a membrana foi

colocada em um cassete, Chassi Radiográfico 30 x 40 cm (Konex, São Paulo,

SP, Brasil), sob um filme radiográfico 18 x 24 cm (Agfa Gevaert, NV, Bélgica)

por aproximadamente 40 minutos. O filme foi posteriormente revelado (Figura 4)

manualmente pelo método convencional temperatura-tempo, de acordo com

orientações do fabricante. As soluções utilizadas foram da marca Kodak (Kodak

Brasileira Com. e Ind. Ltda, São José dos Campos, SP, Brasil), mantidas a

temperatura de 20ºC.

106

105

47 4

6 45

44

43 4

2 41

37

36 3

5 34

33

32 3

1 27

26

25 2

4 23

22

21 1

7 16

15

14 1

3 12

11

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term

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AM

OS

TR

AS

SONDAS DE DNA

Figura 4. Representação esquemática do padrão de hibridização entre as

bactérias presentes nas amostras de biofilme e as sondas de DNA (técnica

checkerboard DNA-DNA hybridization).

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A leitura dos filmes radiográficos foi realizada por um único

examinador treinado, calibrado e cego para as terapias empregadas. A leitura foi

realizada 2 vezes, em dias diferentes, para conferência de resultados. Cada

sinal produzido por uma determinada sonda na amostra de biofilme foi

comparado, em intensidade, ao sinal produzido pela mesma sonda nas 2 linhas

de controles contendo 105 e 106 bactérias. Desta forma, o número 0 foi

registrado quando não houve detecção do sinal; 1 equivaleu a um sinal menos

intenso que o controle de 105 células; 2 equivaleu a 105 células; 3 entre 105 e

106 células; 4 a aproximadamente 106 células e 5 mais de 106 células (Tabela

2). Estes registros foram utilizados para determinar os níveis das diferentes

espécies investigadas nas diferentes amostras avaliadas.

Tabela 2. Índice utilizado para a determinação dos níveis dos microrganismos nas

amostras de biofilme subgengival.

ÍNDICE NÍVEL DO MICRORGANISMO CONTAGEM

0 Não detectado 0

1 Menos de 105 células 10.000

2 Aproximadamente 105 células 100.000

3 Entre 105 e 106 células 500.000

4 Aproximadamente 106 células 1.000.000

5 Mais de 106 células 10.000.000

3.7. ANÁLISE ESTATÍSTICA

3.7.1. Avaliação clínico-periodontal

Os dados disponíveis para essa avaliação foram provenientes de 44

indivíduos (12 do grupo controle; 10 do grupo T1; 10 do grupo T2 e 12 do grupo

T3). A média de boca toda dos parâmetros clínicos avaliados foi computada

para cada indivíduo e, posteriormente, dentro de cada grupo. De maneira

semelhante, as alterações nos parâmetros clínicos nos três tempos

experimentais foram examinadas separadamente nos sítios rasos (PS≤ 3mm),

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39

moderados (PS 4-6 mm) e profundos (PS≥ 7mm). Foram feitas as

médias para cada um dos valores clínicos separadamente dentro das 3

categorias, em cada indivíduo, e então a média entre os indivíduos. As

diferenças dentro de cada grupo, entre os tempos experimentais (inicial, 63 e 90

dias pós-terapia), foram avaliadas utilizando o teste Friedman. Caso diferença

estatística fosse detectada, o teste Wilcoxon foi empregado para identificar as

diferenças entre cada dois tempos experimentais. O teste Kruskal-Wallis foi

utilizado para examinar diferenças entre os 4 grupos terapêuticos. Caso

diferença estatística fosse detectada, o teste de Mann-Whitney foi empregado

para identificar as diferenças entre cada dois grupos. A significância estatística

foi estabelecida em 5% (p < 0,05).

3.7.2. Avaliação microbiológica

Os dados disponíveis para essa avaliação foram provenientes de da

análise das 40 espécies bacterianas em 9 amostras de biofilme subgengival por

indivíduo, em 36 indivíduos (12 do grupo controle; 8 do grupo T1; 7 do grupo T2

e 9 do grupo T3).

Esses dados foram expressos de 2 maneiras: contagens (níveis) e %

de contagem das sondas de DNA (proporção). Os níveis (x 105) foram

computados por indivíduo e depois dentro de cada grupo terapêutico, em cada

tempo do estudo. A partir desses dados foram calculadas as proporções de cada

espécie por sítio, por indivíduo e finalmente no grupo. Diferenças nos níveis

médios e proporções de cada espécie bacteriana individualmente, na soma da

contagem total das espécies avaliadas ou nas proporções dos diferentes

complexos bacterianos entre os grupos terapêuticos em diferentes tempos

experimentais foram avaliadas por meio do teste Kruskal-Wallis. Caso diferença

estatística fosse detectada, o teste Mann-Whitney foi empregado para identificar

as diferenças entre cada dois grupos.

Diferenças nos níveis médios ou nas proporções de microrganismos ou

grupos bacterianos dentro de cada grupo, entre o início do estudo e 90 dias pós-

terapia, foram avaliadas por meio do teste Wilcoxon. A significância estatística

foi estabelecida em 5%. Todas as análises foram realizadas utilizando ajustes

para comparações múltiplas. Foi aplicada a fórmula 0,05 = 1- (1-K)40, onde k é o

valor equivalente ao p<0,05 quando ajustado para a comparação de 40

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40

bactérias. Desta forma, as diferenças detectadas no presente estudo

foram consideradas significativas quando p < 0,00125 (p < 0,05), como proposto

por Socransky et al. (1991).

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41

4. RESULTADOS

4.1 Resultados clínico-periodontais

Os indivíduos que não compareceram na data marcada para as consultas

de re-avaliação tiveram um prazo máximo de 2 dias para que a consulta fosse

realizada. Dos 48 indivíduos incluídos no estudo, 4 faltaram a uma das consultas de

reavaliação e foram excluídos da análise de dados. Destes, 2 pertenciam ao grupo

T1 e 2 ao grupo T2. Portanto, a análise final dos dados deste estudo foi realizada

com 44 indivíduos, dos quais 12 pertenciam ao grupo controle (C), 10 ao grupo

RAR + clorexidina (T1), 10 ao grupo RAR + metronidazol (T2), 12 ao grupo RAR +

metronidazol + clorexidina (T3). As características epidemiológicas e as médias dos

parâmetros clínicos observados no exame inicial, nos 4 grupos terapêuticos estão

apresentados na Tabela 3. Os resultados demonstram homogeneidade entre os

grupos em relação aos parâmetros clínicos. Não houve diferenças estatísticas entre

eles em nenhum dos parâmetros avaliados.

Tabela 3. Média (±DP) dos parâmetros clínicos e características epidemiológicas, no exame inicial, para os indivíduos nos 4 grupos terapêuticos. Grupos Terapêuticos Parâmetros clínicos

Controle (RAR) n= 12

T1 (RAR+CLX)

n= 10

T2 (RAR+MT)

n=10

T3 (RAR+MT+CLX)

n= 12 Gênero (proporção M/F)

6/6 4/6 4/6 5/7

Idade (anos)

48,9 + 12,4

43,9 + 8,8 38,6 + 6,1 45,9 + 8,9

PS (mm) 3,79 + 0,56

4,02 + 0,60 3,82 + 0,61 3,62 + 0,40

NCI (mm) 4,37 + 0,90

4,45 + 0,86 4,21 + 0,86 3,96 + 0,49

%sítios IPV 1 82,8 +

14,29 83,5 + 12,1 74,5 + 19,6 82,5 + 12,8

ISG 1 47,2 + 21,56

53,7 + 20,6 52,6 + 21,1 46,5 + 20,2

SS 1 79,2 + 18,9

88,7 + 12,3 87,2 + 9,2 78,6 + 14,6

Sup 1 0,25 + 0,60

0,75 + 1,31 0,44 + 0,93 0,1 + 0,25

DP: Desvio Padrão; RAR: Raspagem e Alisamento Radicular; MT: Metronidazol 400mg (8/8hs; 14 dias); CLX: clorexidina 0,12%; PS: Profundidade de Sondagem; NCI: Nível Clínico de Inserção; IPV1: Índice de Placa Visível (escore 1); ISG1: Índice de Sangramento Gengival (escore 1); SS1: Sangramento à Sondagem (escore 1); Sup1: Supuração (escore 1); M:masculino; F:feminino. Teste Kruskal-Wallis (p>0,05)

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42

Todas as terapias levaram a uma melhora nos parâmetros clínicos

avaliados ao longo do estudo (Figura 5); porém, diferenças foram observadas entre

os grupos nos dois tempos de avaliação (Tabelas 4-6 e Figura 6). A avaliação

clínico-periodontal 63 dias após o término da terapia mecânica está representada

na Tabela 4. Quando avaliados o parâmetro profundidade de sondagem (PS), os

grupos controle, T1 e T2 mostraram resultados estatisticamente semelhantes,

porém diferentes do grupo T3, que apresentou a menor média para esse

parâmetro. O grupo controle mostrou um percentual médio significativamente maior

de sítios com IPV e SS em comparação aos demais grupos terapêuticos, que foram

semelhantes entre si para esses dois parâmetros.

Tabela 4. Média (±DP) dos parâmetros clínicos, aos 63 dias, para os indivíduos nos 4 grupos terapêuticos.

Grupos Terapêuticos

Parâmetros clínicos

Controle (RAR) n= 12

T1 (RAR+ CLX) n= 10

T2 (RAR+ M)

n=10

T3 (RAR+

M+ CLX) n= 12

PS (mm)* 3,32 + 0,34a

3,24 + 0,87a

3,28 + 0,38a 3,21 + 0,33b

NCI (mm) 4,01 + 0,75

4,11 + 1,25

3,75 + 0,7 3,32 + 0,49

%sítios IPV 1* 42,5 +

7,7a 28,4 + 8,8b

32,9 + 7,4b 21,5 + 14,3 b

ISG 1 22,3 + 15,7

14,6 + 9,35

20,6 + 9,5 16,7 + 7,3

SS 1* 41,4 + 9,5a

29,1 + 14b 34,2 + 7,4 b 32,0 + 11,68b

Sup 1 0 0,08 + 0,26

0,7 + 0,22 0

DP: Desvio Padrão; RAR: Raspagem e Alisamento Radicular; M: Metronidazol 400mg (8/8hs; 14 dias); CLX: clorexidina 0,12%; PS: Profundidade de Sondagem; NCI: Nível Clínico de Inserção; IPV1: Índice de Placa Visível (escore 1); ISG1: Índice de Sangramento Gengival (escore 1); SS1: Sangramento à Sondagem (escore 1); Sup1: Supuração (escore 1).

* Teste Kruskal-wallis ( p<0.05) Letras distintas entre os grupos: Teste U de Mann-Whitney ( p<0.05)

A última avaliação clínica foi realizada aos 90 dias após o término

da raspagem, e os dados estão representados na tabela 5. O grupo T3

apresentou a menor média de PS e NCI em comparação aos demais grupos

terapêuticos, que não demonstraram diferença estatística entre si. O grupo

controle (C) apresentou um maior percentual de sítios IPV e SS em

comparação com os 3 grupos Teste (p<0,05).

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Tabela 5. Média (±DP) dos parâmetros clínicos, aos 90 dias, para os indivíduos nos 4 grupos terapêuticos.

Grupos Terapêuticos Parâmetros

clínicos Controle

(RAR)

n= 12

T1 (RAR+ CLX) n= 10

T2 (RAR+ M)

n=10

T3 (RAR+

M+ CLX) n= 12

os (mm)* 3,25 + 0,38a

3,14 + 0,79a

3,14 + 0,33a 2,72 + 0,22b

NCI (mm)* 3,85 + 0,68a

4,02 + 1,1a

3,67 + 0,64a 3,25 + 0,36b

% sítios IPV 1 * 40,7 +

8,7a 32,8 + 9,1b

33,2 + 5,0b 29,9 + 16,7 b

ISG 1 24,0 + 12,3

19,0 + 15,5

22,1 + 9,5 20,1 + 12,8

SS 1* 40,6 + 6,2a

29,4 + 16,2b

33,3 + 5,6 b 31,9 + 16,3b

Sup 1 0,05 + 0,20

0,15 + 0,31

0 0

DP: Desvio Padrão; RAR: Raspagem e Alisamento Radicular; M: Metronidazol 400mg (8/8hs; 14 dias); CLX: clorexidina 0,12%; PS: Profundidade de Sondagem; NCI: Nível Clínico de Inserção; IPV1: Índice de Placa Visível (escore 1); ISG1: Índice de Sangramento Gengival (escore 1); SS1: Sangramento à Sondagem (escore 1); Sup1: Supuração (escore 1).

* Teste Kruskal-wallis ( p<0.05)

Letras distintas entre os grupos: Teste U de Mann-Whitney (p<0.05)

A Figura 6 representa as alterações ocorridas entre a consulta inicial, 63

e 90 dias pós-terapia, nas médias dos parâmetros de PS, NCI e SS nos 4 grupos

terapêuticos. Não houve diferenças significativas entre os grupos quanto a redução

desses 3 parâmetros clínicos aos 63 dias pós-terapia. Aos 90 dias após o término

da RAR,os dois grupos que bochecharam com clorexidina (T1 e T3) mostraram as

maiores reduções na média de profundidade de sondagem (p<0,05). A terapia de

RAR, metronidazol e clorexidina (T3) foi a que reduziu mais efetivamente o NCI aos

90 dias pós-terapia. Em relação ao SS o grupo controle apresentou a menor média

de redução. Com a finalidade de avaliar mais detalhadamente os efeitos clínicos

das 4 modalidades de terapia, os sítios foram subdividos por categoria de

profundidade de sondagem inicial (Psi) em rasas (<4mm), intermediárias (4-6mm) e

profundas (>6mm). A Tabela 6 mostra as médias dos parâmetros clínicos avaliados,

de acordo com as diferentes categorias de profundidade de sondagem inicial. Os

parâmetros da categoria bolsas rasas não foram apresentados por não terem

apresentado diferenças significativas entre os grupos ou entre os tempos

experimentais. Todas as terapias levaram a uma redução significativa na PS e NCI

nas categorias de bolsas inicialmente intermediárias e profundas. Porém,

diferenças significativas foram observadas entre os grupos nos tempos de

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avaliação de 63 e 90 dias. Nas bolsas intermediárias, o grupo T3 mostrou as

menores médias para o parâmetro de PS aos 63 e 90 dias pós-terapias, seguido do

grupo T1 e dos grupos T2 e controle. A terapia combinada (T3) também foi mais

eficaz em alterar o parâmetro de NCI aos 90 dias de avaliação em comparação com

as demais terapias-teste (T1 e T2) e com a RAR somente (controle). Na categoria

de bolsas profundas os grupos que tomaram antibióticos sistêmicos (T2 e T3) foram

os que mostraram as menores médias no parâmetro de PS aos 90 dias pós-terapia.

Neste mesmo tempo de observação o parâmetro de NCI estava mais reduzido no

grupo T2, seguido dos grupos T1 e T3, seguido do grupo controle.

Tabela 6 Média (±DP) dos parâmetros clínicos, no exame inicial, para os indivíduos nos 4 grupos terapêuticos, para as diferentes categorias de profundidade de sondagem inicial.

DP: Desvio Padrão RAR: Raspagem e Alisamento Radicular; M: Metronidazol 400mg (8/8hs; 14 dias); CLX: clorexidina 0,12%; PS: Profundidade de Sondagem; NCI: Nível Clínico de Inserção; IPV1: Índice de Placa Visível (escore 1); ISG1: Índice de Sangramento Gengival (escore 1); SS1: Sangramento à Sondagem (escore 1); Sup1: Supuração (escore 1).

* Teste Kruskal-Wallis (p<0.05) Letras minúsculas distintas entre os grupos: Teste U de Mann-Whitney (p<0,05) Letras maiúsculas distintas entre os tempos experimentais para cada parâmetro: Teste Friedman (p<0,05) e Wilcoxon (p<0,05).

Grupos terapêuticos Parâmetros clínicos Controle

(RAR) n=12

T1 (RAR + CHX)

n=10

T2 (RAR+M)

n=10

T3 (RAR +M+CHX)

n=10 Bolsas intermediárias

PS 4,75+0,19 A

4,79+0,20 A

4,71+0,20 A 4,70+0,25 A

PS63* 3,73+0,40a

B 3,55+0,57b

B 3,60+0,42

a

B 3,24+0,33c B

PS90* 3,69+0,36a

B 3,54+0,56b

B 3,64+0,28aB 3,17+0,28c B

NCI 5,37+0,64 A

5,31+0,73 A

5,04+0,46 A 4,98+0,40 A

NCI63 4,60+0,86 B

4,39+0,89 B

4,14+0,60 B 3,80+0,52 B

NCI90* 4,40+0,69a

B 4,16+0,91b

B 4,14+0,52bB 3,72+0,26c B

Bolsas profundas PS 8,07+0,71

A 8,15+0,48

A 8,08+0,83 A 7,94+0,73 A

PS63 5,34+1,52 B

5,11+0,61 B

4,58+1,07 B 4,80+1,21 B

PS90* 5,31+1,19a

B 5,07+0,74a

B 4,52+1,00bB 4,63+0,65b B

NCI 8,87+1,95 A

8,91+0,83 A

8,31+1,03 A 8,30+0,82 A

NCI63 6,71+2,63 B

6,91+1,40 B

5,31+1,41 B 5,73+1,32 B

NCI90* 6,79+2,21a

B 6,06+0,77b

B 5,22+1,33c B 5,59+0,93b B

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45

2,5

2,7

2,9

3,1

3,3

3,5

3,7

3,9

4,1

4,3

4,5

2,5

3

3,5

4

4,5

5

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

0 0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Índice de Placa Visível Índice de Sangramento Gengival Supuração

Sangramento à Sondagem Profundidade de Sondagem Nível Clínico de Inserção

-21 dias 63 dias 90 dias -21 dias 63 dias 90 dias -21 dias 63 dias 90 dias

********

10

20

30

40

50

60

*******

********

*********

***

******

***

***

RAR RAR + CHX RAR +M RAR + M + CHX

************

% sítios % sítios

% sítios

% sítios mm mm

-21 dias 63 dias 90 dias -21 dias 63 dias 90 dias -21 dias 63 dias 90 dias

Figura 5. Média dos parâmetros analisados nos 4 grupos terapêuticos em todos os tempos de avaliação (inicial, 63 e 90 dias pós-terapia)Teste Friedman: diferenças entre as médias em cada grupo, ao longo do período do estudo (* p<0,05 ** p<0,01 ; ***p<0,001).

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Profundidade de Sondagem Nível Clínico de Inserção Sangramento à Sondagem

RAR RAR + CHX RAR + M RAR + M + CHX

-1

-0,9

-0,8

-0,7

-0,6

-0,5

-0,4

-0,3

-0,2

-0,1

0

-0,8

-0,7

-0,6

-0,5

-0,4

-0,3

-0,2

-0,1

0

-1

-0,9

63 dias 90 dias

A A A B

A

-70

-60

-50

-40

-30

-20

-10

0

BAB

A B B B

63 dias 90 dias 63 dias 90 diasmm mm %sítios

Figura 6 Alterações nas médias de profundidade de sondagem, nível clínico de inserção e sangramento à sondagem, de boca toda, ocorridas entre a consulta inicial, 63 e 90 dias pós-terapia nos quatro grupos terapêuticos.RAR: Raspagem e alisamento radicular; M: Metronidazol; CHX: ClorexidinaTeste Kruskall-Wallis (p<0,05) e Teste U de Mann-Whitney: Letras distintas indicam diferenças significativas entre os grupos.

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4.2 Resultados microbiológicos

A análise final dos dados microbiológicos foi realizada para 36

indivíduos. Foram excluídas as análises das amostras de placa subgengival

de 8 indivíduos (2 do grupo T1, 3 do grupo T2 e 3 do grupo T3). Houve uma

falha técnica no processamento microbiológico dessas amostras, impedindo

que essa análise fosse concluída. Logo, dos 36 indivíduos avaliados

microbiologicamente, 12 pertenciam ao grupo controle, 8 ao grupo T1, 7 ao

grupo T2 e 9 ao grupo T3.

A Figura 7 mostra, respectivamente, as médias de contagem e de

proporção das 40 espécies bacterianas avaliadas. Não houve diferença

significativa entre os 4 grupos terapêuticos para nenhuma das espécies no

início do estudo.

A Figura 8 representa as médias de contagem (x105 + DP) das 40

espécies subgengivais no início do estudo e aos 90 dias pós-terapia para os 4

grupos terapêuticos. As espécies foram agrupadas de acordo com os

complexos descritos por Socransky et al. (1998). De um modo geral, houve

redução estatisticamente significativa das espécies do complexo vermelho em

todos os grupos. Essas reduções foram significativas para os 3 patógenos

deste complexo nos grupos teste, enquanto que no grupo controle apenas

das espécies T. forsythia e P. gingivalis estavam reduzidas aos 90 dias, em

relação ao início do estudo. A contagem de 3 espécies do complexo laranja

foram significativamente reduzidas no grupo controle (C. rectus, E. nodatum e

P. micra) e duas no grupo T2 (E. nodatum e P. micra). Os grupos que

receberam a clorexidina como terapia coadjuvante apresentaram as melhores

reduções no complexo laranja aos 90 dias. No grupo T1 houve a redução de 7

espécies (C. rectus, E. nodatum, F. nucleatum ss nucleatum, F. nucleatum ss

polymorphum, P. micra, P. nigrescens, S. constellatus) e no grupo T3 de 6

espécies (C. rectus, E. nodatum, F. nucleatum ss polymorphum, P. micra, P.

nigrescens, S. constellatus). Os complexos que estão mais relacionados com

saúde periodontal como o roxo, amarelo, verde e azul, foram, no geral, menos

afetados em relação à contagem. No grupo controle houve a redução de

apenas uma espécie do complexo amarelo (S. sanguinis), enquanto que no

grupo T3 foi observado um aumento nos níveis dos Actinomicetos, sendo que

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esse aumento foi significativo para a espécie Actinomyces naeslundii 2. Já o

grupo terapêutico T1 foi o que apresentou as maiores alterações nos níveis de

espécies consideradas benéficas. Foram constatadas redução de 5 espécies

do complexo amarelo (S. gordonii, S. intermedius, S. mitis, S. oralis, S.

sanguinis) de 2 espécies do complexo verde (A. actinomycetencomitans, C.

sputigena). Em relação às espécies que não se relacionam com nenhum dos

complexos (“outras”), P. melaninogenica foi reduzida no grupo T2, e os níveis

de N. mucosa aumentaram após a terapia no grupo T3. Já no grupo T1 foi

observada a redução na contagem de 4 espécies (G. morbillorum, L. bucalis,

N. mucosa e T. socranskii) e o aumento de S. noxia

A Figura 9 apresenta a média do percentual de sondas de DNA

(proporções individuais) encontradas nas amostras nos 4 grupos terapêuticos,

no início do estudo e aos 90 dias após RAR. Todos os grupos teste

diminuíram significativamente a proporção das 3 espécies do complexo

vermelho, enquanto que o grupo controle diminuiu apenas 2 desses

patógenos (P. gingivalis e T. denticola). Quando esta comparação foi feita em

relação ao complexo laranja, a terapia T3 foi única que conseguiu diminuir a

proporção de 3 espécies (E. nodatum, F. nucletaum ss nucleatum, P. micra).

As demais terapias reduziram a proporção de 2 espécies cada: F. nucleatum

ss nucleatum e P. micra no grupo T1, E. nodatum e P. micra no grupo T2; e C.

rectus e P. micra no grupo controle. As espécies relacionadas à saúde

periodontal (complexos azul, roxo amarelo e verde) não foram afetadas no

grupo T2. No grupo controle houve diminuição de uma espécie benéfica S.

sanguinis, no grupo T1 foi observado aumento na proporção de 6 espécies (A.

gerencseriae, A. israelii, A. naeslundii 2, S. intermedius, S. mitis, C.

sputigena), e no grupo T3 de 3 espécies do complexo azul (A .gerencseriae,

A. israelii e A. naeslundii 2 ). As espécies que não fazem parte de nenhum dos

complexos (denominadas “outras”) não foram afetadas na terapia T3. Na

terapia que recebeu a clorexidina como coadjuvante (T1) houve a redução da

proporção de 3 dessas espécies (G. morbillorum, S. anginosus, T. socranskii)

e na terapia T2 de 1 (P. melaninogenica). No grupo controle observou-se

aumento nas proporções de N. mucosa.

A Figura 10 mostra as alterações nas proporções de algumas das

espécies avaliadas aos 90 dias pós-terapia nos 4 grupos terapêuticos. As

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espécies bacterianas foram divididas em dois grupos: espécies benéficas

(complexos azul, roxo, amarelo e verde) e patógenos periodontais (complexos

laranja e vermelho). As 4 terapias conseguiram diminuir os patógenos; porém,

a combinação das 3 terapias (grupo T3) foi a mais efetiva , tendo levado a

redução de quase 40% das espécies bacterianas patogênicas (p<0,05). Todas

as terapias também foram capazes de aumentar as proporções das espécies

benéficas; porém, as terapias que tiveram o metronidazol como coadjuvante,

levaram aos maiores aumentos nessas espécies bacterianas compatíveis com

a saúde (T2: 23,6% e T3: 38,4%) em relação às demais terapias (p<0,05).

A Figura 11 mostra a contagem total (área dos gráficos) das 40

espécies bacterianas avaliadas e as proporções dos diferentes complexos

microbianos (SOCRANSKY et al., 1998) nas amostras de placa subgengival

dos indivíduos nos 4 grupos terapêuticos, no exame inicial e aos 90 dias pós

terapia. Não houve diferença significativa entre a contagem bacteriana total e

na proporção dos diferentes complexos bacterianos no início do estudo entre

os 4 grupos terapêuticos. Aos 90 dias pós-terapia algumas diferenças foram

observadas entre os grupos. Os complexos laranja e vermelho estavam em

menores proporções no grupo T3, enquanto que as espécies benéficas do

complexo azul estavam em maiores proporções nos 3 grupos teste (p<0,05).

De forma geral, todas as terapias causaram modificações na

contagem total de bactérias, porém não houve diferenças significativas no

tempo inicial e em 90 dias pós-terapia entre os grupos. Todas as terapias

levaram a redução na quantidade total de microrganismos (p<0.01). Quanto às

proporções dos complexos bacterianos subgengivais aos 90 dias pós-terapia

diferenças foram detectadas entre os grupos (Figura 11). A RAR (grupo

controle) afetou significativamente apenas a proporção do complexo vermelho.

As 3 terapias-teste reduziram as proporções do complexo vermelho e

aumentaram as do complexo azul. Adicionalmente, os grupos T1 e T3

mostraram uma redução significativa no complexo laranja após o tratamento.

O grupo que obteve as alterações mais substanciais na composição da

microbiota subgengival foi o T3 (terapia combinada), que conseguiu a maior

redução nas proporções dos complexos vermelho (de 33,9% para 5,1%) e

laranja (de 32,4% para 15,3%), e o maior aumento na proporção do grupo azul

(de 7,6% para 33,4%).

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50

Contagem x 105

AZUL

ROXO

AMARELOAMARELO

VERDE

LARANJA

VERMELHO

OUTRAS

T. forsythiaP. gingivalisT. denticola

A. gerencseriaeA. israelii

A. naeslundii 1A. naeslundii 2

A. odontolyticusV. parvula

A. actinomycetemcomitansC. gingivalisC. ochracea

C. sputigenaE. corrodens

C. gracilisC. rectus

C. showaeE. nodatum

F. nuc ss nucleatumF. nuc ss polymorphum

F. nuc ss vicentiiF. periodonticum

P. micra P. intermedia

P. nigrescensS. constellatus

RAR RAR + CHX RAR +M RAR + M + CHX

S. gordoniiS. intermedius

S. mitisS. oralis

S. sanguinis

E. saburreumG. morbillorum

L. buccalisP. acnes

P. melaninogenicaN. mucosa

S. anginosusS. noxia

T. socranskii

0 10 20 30 40 50

% sondas de DNA

0 5 10 15 20

Figura 7 Perfil microbiano das médias de contagem (x105) e de proporção (%) das 40 espécies bacterianas presentes nas amostras de biofilme subgengival no início do estudo, nos quatro grupos terapêuticos. RAR: Raspagem e alisamento radicular; M: Metronidazol; CHX : Clorexidina.Teste Kruskall-Wallis (p>0,05). Os resultados foram ajustados para comparações múltiplas.

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51

A. actinomycetemcomitansC. gingivalisC. ochracea

C. sputigenaE. corrodens

Figura 8. Perfil microbiano das médias de contagem (x105) das 40 espécies bacterianas presentes nas amostras de biofilme subgengival no início do estudo e 90 dias pós-terapia mecânica, nos quatro grupos terapêuticos. RAR: Raspagem e alisamento radicular; M: Metronidazol; CHX : Clorexidina.Teste de Wilcoxon (* p<0,05). Os resultados foram ajustados para comparações múltiplas.

AZUL

ROXO

AMARELOAMARELO

VERDE

LARANJA

VERMELHO

OUTRAS

Início 90 dias

Contagem x 105

RAR RAR+CHX RAR+ M RAR+M+CHX

*

A. gerencseriaeA. israelii

A. naeslundii 1A. naeslundii 2

A. odontolyticusV. parvula

C. gracilisC. rectus

C. showaeE. nodatum

F. nuc ss nucleatumF. nuc ss polymorphum

F. nuc ss vicentiiF. periodonticum

P. micra P. intermedia

P. nigrescensS. constellatus

S. gordoniiS. intermedius

S. mitisS. oralis

S. sanguinis

E. saburreumG. morbillorum

L. buccalisP. acnes

P. melaninogenicaN. mucosa

S. anginosusS. noxia

T. socranskii

T. forsythiaP. gingivalisT. denticola

0 10 20 30 40 50 0 10 20 30 40 0 10 20 30 40 50 0 10 20 30 40 50

*

*

*

**

* *

*

**

*

*

******

*

**

**

***

**

**

*

*

**

*

***

*

*

**

*

I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I

*

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52

A. actinomycetemcomitansC. gingivalisC. ochracea

C. sputigenaE. corrodens

C. gracilisC. rectus

C. showaeE. nodatum

F. nuc ss nucleatumF. nuc ss polymorphum

F. nuc ss vicentiiF. periodonticum

P. micra P. intermedia

P. nigrescensS. constellatus

Figura 9. Perfil microbiano das médias de proporção (%) de sondas de DNA das 40 espécies bacterianas presentes nas amostras de biofilme subgengival nos tempos inicial e 90 dias pós-terapia mecânica para os 4 grupos terapêuticosRAR: Raspagem e alisamento radicular; M: Metronidazol; CHX : Clorexidina.Teste Wilcoxon (*p<0,05). Os resultados foram ajustados para comparações múltiplas.

AZUL

ROXO

AMARELOAMARELO

VERDE

LARANJA

VERMELHO

OUTRAS

Início 90 dias

% SONDA DE DNA

RAR RAR+CHX RAR+M RAR+M+CHXA. gerencseriaeA. israelii

A. naeslundii 1A. naeslundii 2

A. odontolyticusV. parvula

S. gordoniiS. intermedius

S. mitisS. oralis

S. sanguinis

E. saburreumG. morbillorum

L. buccalisP. acnes

P. melaninogenicaN. mucosa

S. anginosusS. noxia

T. socranskii

T. forsythiaP. gingivalisT. denticola

0 5 10 15 20 0 5 10 15 20 0 5 10 15 20 0 5 10 15 20

*

*

*

**

*

*

*

***

*

***

**

*

*

*

****

**

***

**

*

***

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-50

-25

0

25

50

A A

B

A

AA

RAR RAR + CHX RAR + M RAR + M + CHX B

B

__

Microrganismos benéficos (complexo azul, amarelo, verde e roxo)

Microrganismos patogênicos -(complexos vermelho e laranja)

Figura 10. Alteração nas proporções de espécies bacterianas benéficas e patogênicas entre o tempo inicial e 90 dias pós término da RAR, nos 4 grupos terapêuticos. Teste Kruskall-Wallis (p<0,01) e Teste U de Mann-Whitney (p<0,05): Letras distintas indicam diferenças significativas entre os grupos.

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54

30,8

33,1

11,27,54,6

5,4

7,1

31,6

16,510,8

2,12,7

7,7

28,3

8,6

6,3

10,4

33,8

20,2

15,810,4

6,1

7,0

6,4

32,4

33,9

12,57,64,3

4,14,9

Figura 11. Proporções dos complexos microbianos presentes nas amostras de biofilme subgengival no início do estudo e 90 dias pós-terapia, nos quatro grupos terapêuticos. As áreas dos gráficos foram ajustadas para refletir a quantidade total de microrganismos, expressas nos retângulos. Teste de Wilcoxon (p<0,05): * e letras minúsculas distintas indicam diferenças significativas entre os tempos; Teste Kruskall-Wallis (p<0,05) e Teste U de Mann-Whitney (p<0,05): Letras maiúsculas distintas indicam diferenças significativas entre os grupos.

Inicial

15,6

16,615,5

26,4

26,1

8,0

16,527,1

7,94,9

9,5

RAR RAR+CHX RAR+M

A

AA

15,3

5,1

20,233,4

6,92,44 16,6

RAR+CHX+M

B CA

B B

26,1

9,7

14,727,5

5,73,7

12,4

BB

*

*

**

*

**

**

90 dias

B

3,2 X 107 Aa 2,2 X 107 Aa 3,2 X 107 Aa 2,4 X 107 Aa

1,6 X 107 Ab 1,4 X 107 Ab 1,1 X 107 Ab 1,2 X 107 Ab

A

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5. DISCUSSÃO

O objetivo deste estudo foi avaliar e comparar os efeitos clínicos e

microbiológicos que ocorreram após RAR associada ou não ao uso do

metronidazol e/ou ao controle químico do biofilme supragengival. Diversos

estudos já comprovaram os bons resultados clínicos e microbiológicos obtidos

após o tratamento mecânico (BADERSTEN et al.,1981; LINDHE et al., 1982;

BADERSTEN et al., 1984; GREENSTEIN, 1992; HAFFAJEE et al., 1997;

CUGINI et al., 2000), o que tornou a RAR uma das terapias mais utilizadas no

tratamento da doença periodontal crônica. Porém, o tratamento ideal para

essas infecções ainda não foi definido, fato que fica claro nos estudos que

demonstram a necessidade dos pacientes permanecerem sob manutenção

periodontal periódica para manter os níveis de inserção clínica estáveis ao

longo do tempo (LINDHE & NYMAN 1975; LINDHE et al., 1984; AXELSON &

LINDHE, 1981; CUGINI et al., 2000). A eficácia da terapia periodontal está

relacionada à supressão dos microorganismos patogênicos e à recolonização

desses sítios por uma microbiota relacionada com saúde periodontal

(SOCRANSKY & HAFFAJEE, 1994, TELES et al., 2006). Para potencializar o

efeito da RAR, diversas terapias adjuntas têm sido propostas, como os

antibióticos sistêmicos e a remoção química ou mecânica profissional de placa

supragengival (RMPS) (FERES et al., 1999; 2001; XIMÉNEZ-FYVIE et al.,

2000b; HERRERA et al., 2002; HAFFAJEE et al., 2003 a; b; CARVALHO et al.,

2004; 2005; FAVERI et al., 2006b; QUIRYNEN et al., 2006; HAFFAJEE et al.,

2007; 2008).

Dados de estudos que utilizaram o protocolo de RMPS ou o controle

químico de placa supragengival como parte efetiva da terapia periodontal

sugerem que a associação desses procedimentos à RAR tem influência

positiva na composição da placa subgengival, além de proporcionar melhoras

nos parâmetros clínicos periodontais (BOLLEN et al., 1996; WESTFELD et al.,

1998; HAFFAJEE et al., 2003a; XIMÉNEZ-FYVIE et al., 2000b, QUIRYNEN et

al., 2000 e 2006; CARVALHO et al., 2004 e 2005; FAVERI et al., 2006b).

No presente estudo foi utilizado bochecho com clorexidina a 0,12%, 2

vezes ao dia, de acordo com Eaton et al. (1997), que demonstraram a eficácia

deste protocolo de utilização na redução do índice de placa e da inflamação

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gengival. Em relação ao tempo de utilização, diversos autores já haviam

utilizado este antimicrobiano de forma prolongada, em períodos que variaram

entre 2 meses (QUIRYNEN et al., 2000; FAVERI et al., 2006b), 3 meses

(EATON et al., 1997), 4 meses (MAGNUSSON et al., 1984) e 1 ano (CHRISTIE

et al., 1998). O presente estudo seguiu o protocolo de Gursky, 2005; Faveri

2005 e Faveri et al. (2006b), que propuseram o uso deste antimicrobiano por

63 dias, e instituíram 2 intervalos de 3 dias na tentativa de minimizar os efeitos

colaterais causados pelo uso contínuo da clorexidina.

Os antibióticos sistêmicos também vêm sendo estudados na terapia

periodontal e, no caso da periodontite crônica, o metronidazol mostrou

resultados clínicos e microbiológicos favoráveis adicionais quando associado à

RAR (JOYSTON-BECHAL et al., 1986; LOESCHE et al., 1984; 1992; 2005;

WINKEL et al., 1997; FERES et al, 2001; CARVALHO et al., 2004; 2005). A

dosagem e duração ideais do metronidazol para o uso no tratamento da

infecção periodontal ainda não foram testados. O presente estudo seguiu a

recomendação do Phisicians Desk Reference (Medical Economics Staff), que

recomenda 250-500 mg de metronidazol 3 vezes ao dia para tratar infecções

anaeróbicas. Em relação à duração da terapia os estudos disponíveis na

literatura odontológica têm utilizado esse medicamento de 7 (JOYSTON-

BECHAL et al., 1986; LOESCHE et al., 1992) a 14 dias (FERES et al., 2001;

CARVALHO et al., 2004, 2005; HAFFAJEE et al., 2007; 2008). Neste estudo a

terapia por 14 dias foi escolhida para que a droga estivesse disponível no

ambiente subgengival pelo máximo de tempo possível em que a RAR estivesse

sendo realizada. Vale destacar que a utilização deste medicamento por 14 dias

está dentro dos limites biológicos aceitáveis e tem sido utilizado no tratamento

de outras infecções, como no caso de úlceras gástricas causadas por

Helicobacter pylori. (FUKUDA et al., 2006).

Dois questionários de efeitos colaterais relacionados aos dois

antimicrobianos empregados neste estudo foram aplicados (Anexos A e B) e

poucos efeitos adversos detectados (Anexos C e D). É importante salientar

que, apesar de certos indivíduos terem relatado algumas reações colaterais ao

metronidazol e à clorexidina, em nenhum caso as medicações foram

interrompidas por esse motivo.

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5.1 Aspectos clínicos

Todas as terapias empregadas no presente estudo levaram a uma

redução nos parâmetros clínicos periodontais (Figura 6). Porém, essa melhora

foi mais pronunciada nos indivíduos que receberam terapias adjuntas à RAR,

principalmente no grupo T3 que recebeu os 3 tratamentos. As terapias-teste

foram superiores à terapia controle nas avaliações de boca toda ou de

diferentes categorias de bolsa. Esses dados estão de acordo com os estudos

que mostraram resultados clínicos superiores de terapias que combinaram a

RAR ao metronidazol sistêmico (LINDHE et al., 1983; JOYSTON-BECHAL et

al., 1986; LOESCHE et al., 1984; 1991; 1992; 2005; SODER et al., 1990;

FERES et al., 2001; HAFFAJEE et al. 2003a; CARVALHO et al., 2004) e/ou à

remoção mecânica ou química da placa supragengival (XIMÉNEZ-FYVIE et al.,

2000b; HAFFAJEE et al., 2003a; CARVALHO et al., 2004; FAVERI et al.,

2006b).

Os indivíduos que tomaram metronidazol tiveram uma melhora

significativa nos parâmetros clínicos, principalmente nas bolsas inicialmente

profundas, em concordância com alguns estudos prévios. Loesche et al. (1992)

mostraram maiores reduções (p<0,01) na PS de sítios profundos (> 7 mm) de

indivíduos que receberam RAR associada à 750 mg/dia de metronidazol por 7

dias (2,83 mm) em comparação com o grupo placebo (1,78 mm). Essa

avaliação foi realizada de 4 a 6 semanas após as terapias. Similarmente,

Haffajee et al. (2007) compararam o efeito de 4 terapias periodontais em

indivíduos com periodontite crônica: RAR isoladamente ou em combinação

com azitromicina, metronidazol ou doxiciclina de baixa dosagem. Os autores

observaram que indivíduos que receberam RAR e 750 mg/dia de metronidazol

por 14 dias tiveram melhoras significativas em bolsas > 6 mm para os

parâmetros de PS e NCI em 1 ano pós-terapia. No presente estudo esse

medicamento também mostrou vantagens terapêuticas em bolsas inicialmente

intermediárias, principalmente quando foi associado à clorexidina. Em contraste

com esses resultados, alguns autores sugeriram que os benefícios do

metronidazol podem ser limitados em bolsas moderadas (LOESCHE et al.,

1984; JOYSTON-BECHAL et al., 1986). Entretanto, Feres (1999) também

observou que indivíduos que receberam metronidazol de uso sistêmico (250

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mg, 3 x dia/ 14 dias) mostraram uma maior redução no nível clínico de inserção

em bolsas 4-6 mm quando comparados com indivíduos que receberam RAR

somente ou em combinação com doxiciclina.

Dados interessantes foram obtidos no presente estudo com a

combinação da RAR ao bochecho prolongado com digluconato de clorexidina

(T1). Esta terapia levou a resultados clínicos semelhantes aos observados no

grupo de metronidazol e RAR (T2), tendo sido inclusive superior em reduzir a

média de boca toda do parâmetro de PS (Figura 6). Estudos prévios haviam

sugerido a importância da manutenção de baixos índices de placa durante e

após a fase ativa da terapia mecânica, como no caso do protocolo de RMPS

proposto por Ximénez-Fyvie et al. (2000b) e o de utilização da clorexidina e

RAR sugerido por Faveri (2005), Gursky (2005) e Faveri et al. (2006b). Em

concordância com os dados do presente estudo Faveri et al. (2006b)

mostraram que a associação de RAR e bochecho de clorexidina foi mais

efetiva em reduzir os parâmetros clínicos periodontais (PS, NCI, SS) do que a

terapia mecânica isoladamente. Este resultado foi observado em bolsas

inicialmente intermediárias e profundas.

Os resultados clínicos mais favoráveis foram obtidos com a

combinação da RAR, metronidazol sistêmico e clorexidina. Ao nosso

conhecimento, o presente estudo é o primeiro a utilizar este protocolo

terapêutico. Logo, comparações diretas com resultados de estudos prévios

tornam-se mais difíceis. Os indivíduos que receberam as 3 terapias

combinadas (T3) mostraram as menores médias nos parâmetros de PS e NCI

(Tabela 5), as maiores reduções na média de boca toda para os parâmetros

PS, NCI e SS aos 90 dias pós-terapia (Figura 6), além de terem mostrado um

efeito superior no tratamento das bolsas inicialmente intermediárias e

profundas (Tabela 6). Esses dados estão de acordo com dois estudos prévios

de Carvalho et al. (2004) e Haffajee et al. (2003a) que utilizaram a combinação

da RAR, metronidazol sistêmico e/ou RMPS semanal por 3 meses. Carvalho et

al. (2004) observaram que indivíduos com periodontite crônica tratados por

esse protocolo exibiram melhoras clínicas significativas em relação aos grupos

controle (RAR isoladamente ou em combinação com uma das terapias

adjuntas). Esses indivíduos tiveram as maiores reduções no % de sítios com

SS e nas médias de PS e NCI.

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Um dado interessante observado foi o menor percentual de sítios

com placa visível nos indivíduos dos grupos T1, T2 e T3 aos 90 dias pós-

terapia (Tabela 5). No início do estudo não foram observadas diferenças entre

os 4 grupos (p>0,05) e, além disso, todos os participantes do estudo receberam

as mesmas instruções e motivações para realizarem a higiene bucal durante a

participação na pesquisa. Uma possível explicação para este fato pode ser o

efeito da terapia na redução da inflamação e conseqüentemente na quantidade

de fluido gengival (TUTER et al., 2005). Uma vez que o fluido proporciona

peptídeos e outras moléculas essenciais para o crescimento de muitos

periodontopatógenos, estratégias que reduzem a inflamação podem

indiretamente modificar a composição do biofilme por restringir a

disponibilidade de nutrientes (MARSH & BRADSHAW, 1997). Os resultados

deste estudo parecem estar de acordo com essas observações.

5.2 Aspectos microbiológicos

Durante muito tempo os estudos de microbiologia periodontal foram

limitados pela escassez de técnicas de diagnóstico microbiológico capazes de

identificar espécies difíceis de serem cultivadas, como muitos dos patógenos

periodontais. Neste cenário, os métodos moleculares de diagnóstico

microbiano foram fundamentais para o progresso das investigações em

periodontia. Um desses métodos, o checkerboard DNA-DNA hybridization, foi

utilizado no presente estudo e possibilitou a avaliação detalhada das alterações

ocorridas na microbiota subgengival dos indivíduos submetidos às diversas

terapias empregadas. Esta minuciosa análise microbiológica se constitui em

um importante diferencial do presente estudo.

Todas as terapias empregadas nesse estudo levaram a uma redução

na quantidade total dos microorganismos avaliados aos 90 dias pós-tratamento

(Figura 11). Esse resultado era esperado uma vez que todos os participantes

do estudo receberam RAR como parte do tratamento periodontal e já está bem

demonstrado que este procedimento reduz a quantidade total de

microorganismos subgengivais (HAFFAJEE et al., 1997; CUGINI et al., 2000;

COLOMBO et al., 2005). Alterações qualitativas na composição da microbiota

subgengival também foram observadas em todos os grupos, incluindo redução

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nas proporções dos complexos vermelho e laranja (Figura 11) e nos níveis e

proporções individuais dessas espécies (Figuras 8 e 9). Contudo, os indivíduos

que fizeram uso de metronidazol ou da clorexidina, e principalmente, aqueles

que receberam as 3 terapias combinadas, mostraram alterações mais

benéficas em comparação ao grupo controle. A redução significativa dos 3

patógenos do complexo vermelho só foi mantida nos grupos T1, T2 e T3. Da

mesma forma, aos 90 dias pós-terapia esses 3 grupos mostraram proporções

significativamente menores do complexo vermelho e maiores do complexo azul

(Actinomyces) em comparação ao grupo controle.

Os benefícios dos bochechos com clorexidina na composição da

microbiota subgengival foram surpreendentes. Esse efeito já havia sido

sugerido por outros autores que utilizaram esse anti-séptico como parte da

terapia periodontal em modelos de “desinfecção total de boca” (QUIRYNEN et

al., 2000; 2006) ou em combinação com RAR por quadrante (GURSKY, 2005).

Alguns resultados inesperados foram observados no grupo de

indivíduos que recebeu RAR em combinação com metronidazol de uso

sistêmico. Apesar de no presente estudo esta forma de terapia ter levado a

reduções nos níveis de diversos patógenos periodontais, como sugerido por

outros estudos na literatura (LOESCHE et al., 1991; 1992; PAQUETE et al.,

1992; WINKEL et al., 1997), essas alterações na composição da microbiota

subgengival não foram tão profundas quanto se esperava. Em estudos

anteriores utilizando a mesma técnica de diagnóstico microbiológico e uma

dosagem de metronidazol de 250 mg, 3x/dia por 14 dias, Feres et al. (1999,

2001) notaram uma redução mais significativa nos níveis e proporções dos

patógenos do complexo vermelho e laranja e observaram que, principalmente

para os patógenos do complexo vermelho, essas reduções foram mantidas até

pelo menos 1 ano após o tratamento (Feres, 1999). A hipótese mais provável

para explicar essas diferenças diz respeito ao tipo de paciente periodontal

avaliado nos 2 estudos. A grande maioria dos pacientes do presente estudo

nunca receberam tratamento periodontal anterior e apresentavam doença

periodontal avançada. Enquanto que nos estudos de Feres et al. (1999, 2001)

grande parte dos pacientes já havia recebido algum tipo de tratamento prévio e

apresentavam doença periodontal de leve a moderada. Indivíduos que nunca

receberam tratamento, normalmente possuem uma maior quantidade de

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periodontopatógenos e um processo inflamatório mais intenso, mais difícil de

ser controlado. No estudo de Feres et al. (2001), por exemplo, os voluntários

apresentavam uma proporção inicial de 10% de complexo vermelho, enquanto

que no presente estudo essa taxa variou de 20 a 30%.

A terapia combinada do grupo T3 destacou-se das outras em relação

aos benefícios produzidos na microbiota subgengival. No início do estudo este

grupo apresentava 66,3% de patógenos (complexos vermelho + laranja) e

20,9% de espécies benéficas (complexos azul + roxo + amarelo + verde). Em

90 dias após o término da terapia mecânica, este quadro foi invertido para

20,4% de patógenos e 59,3% de espécies benéficas, um perfil de colonização

totalmente compatível com saúde periodontal. Como mencionado

anteriormente, as comparações em relação ao grupo T3 são mais difíceis de

serem realizadas, uma vez que essa terapia ainda não havia sido estudada.

Porém, pode-se estabelecer um paralelo com o estudo de Carvalho et al.

(2005) que avaliou o metronidazol e a RMPS associados à RAR em indivíduos

com periodontite crônica nunca tratados anteriormente. O metronidazol foi

utilizado na mesma dosagem do presente estudo, porém por 10 dias. Os

autores relataram que essa combinação de terapias foi muito mais efetiva em

afetar beneficamente a microbiota subgengival do que o grupo controle ou os

grupos teste que receberam apenas duas das terapias. Foi interessante

observar que essas diferenças se tornaram ainda mais evidentes ao longo de 1

ano de acompanhamento (CARVALHO, 2002).

O resultado que mais se destaca neste estudo são os efeitos clínicos

e microbiológicos benéficos, e superiores às demais terapias, observados

quando a RAR, o metronidazol e a clorexidina foram associados. A explicação

para esse efeito sinérgico está fundamentada em conceitos atuais sobre

ecologia oral. Acredita-se que a rápida redução dos níveis bacterianos

subgengivais no início da terapia periodontal e durante a fase de cicatrização

seja crucial para o sucesso clínico do tratamento e para a manutenção da

estabilidade periodontal a longo prazo (FERES et al., 2001; KANER et al.,

2007; HAFFAJEE et al., 2008). Esta seria a melhor forma de alterar a

composição da comunidade bacteriana do biofilme maduro, chamada de climax

community (SOCRANSKY & HAFFAJEE, 2005). Essa drástica redução

bacteriana permite que os colonizadores primários (espécies benéficas)

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recolonizem a superfície dental e que uma nova climax community, compatível

com saúde periodontal, se estabeleça. A combinação de terapias parece ser o

melhor caminho para se obter esse efeito. Por outro lado, se cada uma das

terapias for empregada separadamente, em diferentes tempos, esta alteração

profunda na composição do biofilme torna-se mais difícil. Esse assunto foi

abordado recentemente por Kaner et al. (2007), que mostraram resultados

clínicos melhores e mais duradouros quando antibióticos sistêmicos foram

utilizados no início do tratamento periodontal do que 3 meses após a RAR.

No protocolo terapêutico proposto neste estudo o metronidazol e a

clorexidina foram fundamentais para permitir essa adequada e rápida redução

microbiana no início da terapia. Deve-se considerar o fato de que os patógenos

periodontais não estão restritos apenas às bolsas profundas com sangramento

à sondagem. Altos níveis e proporções dessas espécies são observados em

toda a cavidade oral, incluindo sítios rasos, biofilme supragengival, mucosas

jugal e dorso da língua (XIMÉNEZ-FYVIE et al., 2000a; MAGER et al., 2003;

FAVERI et al., 2006a). Neste sentido, a clorexidina tem o papel fundamental de

impedir que os periodontopatógenos migrem do ambiente supragengival e de

outros tecidos orais para os sítios subgengivais recém-tratados durante a fase

de cicatrização; enquanto que o metronidazol atua na redução específica

desses patógenos principalmente no ambiente subgengival (biofilme e tecidos).

Certamente que o acompanhamento longitudinal dos indivíduos do presente

estudo será fundamental para se determinar a longevidade dos benefícios

clínicos e microbiológicos observados aos 3 meses pós-terapia.

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6. CONCLUSÕES

1- A combinação de RAR, metronidazol sistêmico e bochecho com

clorexidina tem um efeito benéfico clínico e na composição da placa

subgengival superior ao observado com a RAR somente ou combinada a uma

dessas terapias separadamente aos 90 dias pós-terapia.

2- A combinação da RAR com o metronidazol sistêmico ou com o

bochecho com clorexidina tem um efeito benéfico clínico e na composição da

placa subgengival superior ao observado com a RAR somente aos 90 dias pós-

terapia.

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Formatado: Português

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ANEXO A – QUESTIONÁRIO EFEITOS ADVERSOS (CÁPSULAS)

Nome:___________________________________________Data:____/_____/__

Marque um X na resposta para cada uma das perguntas abaixo:

S

NÃO

N

Ã

1) Você conseguiu tomar os medicamentos como lhe foi orientado ?

2) Você sentiu algum mal-estar devido ao medicamento que tomou?

3) Sentiu náuseas ou vômito?

4) Teve diarréia neste período?

5) Sentiu algum gosto metálico na boca?

6) Sentiu dor de cabeça ou tontura?

7) Caso tenha sentido algum dos problemas das perguntas

anteriores , isso atrapalhou o seu dia-a-dia?

8) Os medicamentos provocaram mau humor ou irritação?

09) Sentiu fraqueza ou falta de ânimo para o trabalho?

10) Teve sono excessivo devido aos medicamentos?

11) Os horários do medicamento prejudicaram o seu dia-a-dia?

12) Você tomaria os medicamentos novamente caso fosse

necessário?

Excluído: ¶¶¶¶¶¶¶¶¶¶¶¶¶¶¶¶

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ANEXO C

Tabela. RESPOSTAS POSITIVAS (SIM).

Grupos terapêuticos Perguntas

C (RAR) n= 12

T1 (RAR+C

HX) n=10

T2

(RAR + M) n=10

T3

(RAR+M+CHX) n=09

1.Você conseguiu tomar os medicamentos como lhe foi orientado?

12 10 10 09

2. Você sentiu algum mal-estar devido ao medicamento que tomou?

1 0 1 2

3. Sentiu náuseas ou vômito?

0 0 0 2

4. Teve diarréia neste período?

0 0 1 0

5. Sentiu algum gosto metálico na boca?

2 0 2 4

6. Sentiu dor de cabeça ou tontura?

0 0 1 0

7. Caso tenha sentido algum dos problemas das perguntas anteriores , isso atrapalhou o seu dia-a-dia?

0 0 0 0

8. Os medicamentos provocaram mau humor ou irritação?

0 0 0 0

9. Sentiu fraqueza ou falta de ânimo para o trabalho?

0 0 0 0

10. Teve sono excessivo devido aos medicamentos?

2 1 0 1

11. Os horários do medicamento prejudicaram o seu dia-a-dia?

0 0 0 0

12. Você tomaria os medicamentos novamente caso fosse necessário?

11 10 8 8

Excluído: ¶

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ANEXO B – QUESTIONÁRIO EFEITOS ADVERSOS (BOCHECHOS)

Nome:___________________________________________Data:____/_____/__

Marque um X na resposta para cada uma das perguntas abaixo:

S

NÃO

N

Ã

1) Sentiu gosto metálico na boca?

2) Sentiu sensação de ardência?

3) Percebeu descamação na mucosa?

4) Sentiu alteração de paladar?

5) Seus dentes mancharam?

6) Sua língua manchou?

7) O uso do bochecho provocou mau humor?

8) Os horários prejudicaram seu dia-a-dia?

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ANEXO D

Tabela. RESPOSTAS POSITIVAS (SIM).

Perguntas

Grupos terapêuticos

C

(RAR

T1

(RAR+C

T2

(RAR

T3

(RAR+M+

1) Sentiu gosto metálico na boca? 2 3 1 6

2) Sentiu sensação de ardência? 1 1 1 6

3) Percebeu descamação na mucosa? 0 2 1 2

4) Sentiu alteração de paladar? 2 6 2 5

5) Seus dentes mancharam? 0 2 0 1

6) Sua língua manchou? 0 2 0 1

7) O uso do bochecho provocou mau humor? 0 1 0 0

8) Os horários prejuducaram seu dia-a-dia? 0 0 0 0

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