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Eixo temático 3 - Currículo, Ensino, Aprendizagem e Avaliação. O TRATAMENTO DA ANÁLISE LINGUÍSTICA EM LIVROS DIDÁTICOS DE LÍNGUA PORTUGUESA APROVADOS PELO PNLD/2014 Taíza Ferreira de S. Cavalcanti CAA/UFPE Alexsandro da Silva CAA/UFPE Resumo: O campo de estudos relacionados ao ensino da língua portuguesa tem apresentado perspectivas teóricas e metodológicas que buscam romper com atividades de características predominantemente transmissivas, propondo práticas que favoreçam a análise e reflexão sobre a língua. Ao reconhecermos a necessidade de investigar essas mudanças, objetivamos, nesse trabalho, analisar como as coleções de LDP aprovadas no PNLD/2014 tem tratado o eixo de ensino referente à análise linguística. Para tanto, nosso corpus de investigação consistiu nas resenhas das coleções apresentadas no Guia de Livros Didáticos daquele PNLD. Como procedimentos de produção de dados, utilizamos a análise documental, e, ao analisarmos os dados, utilizamos a análise de conteúdo. Os resultados nos permitiram visualizar que os LDP têm buscado aderir às novas perspectivas de ensino, porém a perspectiva tradicional esteja presente em algumas coleções, havendo também aquelas cujo tratamento dos conteúdos tanto incluía a reflexão quanto a transmissão. Palavras-chaves: Ensino de língua portuguesa. Análise linguística. Livros didáticos de língua portuguesa. Introdução O campo de estudos relacionado ao ensino de língua portuguesa tem sido foco de intensos debates, os quais incidem, por exemplo, sobre os limites do ensino tradicional de gramática e a “nova” proposta de análise e reflexão sobre a língua. Essa “nova” perspectiva demanda que, ao invés de aulas compartimentadas de leitura, produção e gramática, sejam propostas atividades que, além de articularem esses eixos de ensino, favoreçam a reflexão sistematizada sobre o uso dos recursos normativos e textuais da língua, possibilitando melhor compreensão e domínio do uso da linguagem em diversas situações comunicativas vivenciadas na escola e nos demais ambientes sociais. Essa mudança fez emergir a necessidade de os documentos curriculares, professores e livros didáticos investirem em outras práticas de ensino, de modo que, ao invés de propor metodologias transmissivas, buscassem conduzir o estudo da língua por meio de um viés reflexivo.

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O TRATAMENTO DA ANÁLISE LINGUÍSTICA EM LIVROS DIDÁTICOS DE LÍNGUA PORTUGUESA APROVADOS PELO PNLD/2014

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  • Eixo temtico 3 - Currculo, Ensino, Aprendizagem e Avaliao.

    O TRATAMENTO DA ANLISE LINGUSTICA EM LIVROS DIDTICOS DE

    LNGUA PORTUGUESA APROVADOS PELO PNLD/2014

    Taza Ferreira de S. Cavalcanti CAA/UFPE Alexsandro da Silva CAA/UFPE

    Resumo: O campo de estudos relacionados ao ensino da lngua portuguesa tem apresentado perspectivas tericas e metodolgicas que buscam romper com atividades de caractersticas predominantemente

    transmissivas, propondo prticas que favoream a anlise e reflexo sobre a lngua. Ao reconhecermos a

    necessidade de investigar essas mudanas, objetivamos, nesse trabalho, analisar como as colees de LDP

    aprovadas no PNLD/2014 tem tratado o eixo de ensino referente anlise lingustica. Para tanto, nosso corpus

    de investigao consistiu nas resenhas das colees apresentadas no Guia de Livros Didticos daquele PNLD.

    Como procedimentos de produo de dados, utilizamos a anlise documental, e, ao analisarmos os dados,

    utilizamos a anlise de contedo. Os resultados nos permitiram visualizar que os LDP tm buscado aderir s

    novas perspectivas de ensino, porm a perspectiva tradicional esteja presente em algumas colees, havendo

    tambm aquelas cujo tratamento dos contedos tanto inclua a reflexo quanto a transmisso.

    Palavras-chaves: Ensino de lngua portuguesa. Anlise lingustica. Livros didticos de lngua

    portuguesa.

    Introduo

    O campo de estudos relacionado ao ensino de lngua portuguesa tem sido foco de

    intensos debates, os quais incidem, por exemplo, sobre os limites do ensino tradicional de

    gramtica e a nova proposta de anlise e reflexo sobre a lngua.

    Essa nova perspectiva demanda que, ao invs de aulas compartimentadas de leitura,

    produo e gramtica, sejam propostas atividades que, alm de articularem esses eixos de

    ensino, favoream a reflexo sistematizada sobre o uso dos recursos normativos e textuais da

    lngua, possibilitando melhor compreenso e domnio do uso da linguagem em diversas

    situaes comunicativas vivenciadas na escola e nos demais ambientes sociais.

    Essa mudana fez emergir a necessidade de os documentos curriculares, professores e

    livros didticos investirem em outras prticas de ensino, de modo que, ao invs de propor

    metodologias transmissivas, buscassem conduzir o estudo da lngua por meio de um vis

    reflexivo.

  • No entanto, apesar dessa orientao ter sido muito difundida, as antigas

    metodologias e abordagens epistemolgicas, por serem mais conhecidas, encontram-se

    arraigadas nas prticas de ensino de lngua demonstradas por professores e colees de livros

    didticos de lngua portuguesa (LDP), conforme apontam as pesquisas desenvolvidas por

    Aparcio (2009), Morais e Silva (2009) e Silva (2012).

  • 3

    Diante disso, sentimo-nos mobilizados a investigar como o Guia de Livros Didticos

    de lngua portuguesa, apresentado pelo PNLD/2014, tem abordado os aspectos referentes ao

    ensino de AL, pois compreendemos que esse catlogo apresenta um panorama geral de como

    as obras didticas esto se apropriando das atuais perspectivas de ensino, ao mesmo tempo em

    que orienta ao professor/a quanto a como avaliar e escolher o livro didtico (LD). Por isso,

    consideramos que conhecer as informaes constantes no Guia pode aprofundar nossos

    conhecimentos acerca de como os LDP tm incorporado as novas orientaes.

    Para tanto, ao abordarmos tpicos referentes ao ensino da anlise lingustica (AL) e

    sobre como o LDP tem tratado essa perspectiva, buscamos nos apoiar teoricamente nas

    discusses tericas desenvolvidas por Mendona (2006), Geraldi (1996), Neves (2009),

    Rangel (2005), Lerner (2004), entre outros. Logo depois, exporemos aspectos metodolgicos,

    dados analisados e resultados obtidos.

    Anlise Lingustica

    O ensino de lngua portuguesa, ao orientar-se pelo paradigma sociointeracionista,

    requer uma mudana nas metodologias de ensino em relao aos modelos tradicionais, e, em

    contraposio a esses, enfatiza a necessidade de prticas de anlise lingustica, nas quais o

    estudante desenvolva um conhecimento adequado acerca dos usos dos recursos lingusticos

    nas atividades de leitura, escrita ou oralidade. Esse encaminhamento , portanto, distinto das

    prticas de exerccio e memorizao de regras que faziam com que os estudantes repugnassem

    o estudo da lngua.

    Sob essa tica, Mendona (1996, p. 204) observa que a

    AL surge como alternativa complementar s prticas de leitura e produo

    de textos, dado que possibilitaria a reflexo consciente sobre os fenmenos

    gramaticais e textual-discursivos que perpassam os usos lingusticos, seja no

    momento de ler/escutar, de produzir textos ou de refletir sobre os mesmos

    usos da lngua.

    No entanto, enfatizamos que essa prtica no pretende excluir o ensino da gramtica,

    visto que a AL inclui tanto o trabalho sobre questes tradicionais da gramtica quanto

    questes amplas a propsito do texto (GERALDI, 1996, p.74).

    Todavia, importante compreender que o ensino da gramtica no pode ser visto com

    um fim em si mesmo, mas necessita realizar-se por meio de atividades que permitam

    reflexes acerca dos usos que constroem os sentidos do texto. E sobre isso convm considerar

  • 4

    a observao de Neves (2009, p. 85), que argumenta que o tratamento da gramtica num

    espao escolar h de respeitar a natureza da linguagem, sempre ativada pela produo de

    sentidos.

    Seguindo esses princpios, AL consiste em tomar os aspectos normativos e textuais da

    lngua como objetos de reflexo coerente e sistematizada, de forma que o estudante

    compreenda o uso de determinados recurso, seja ele referente ortografia, concordncia,

    regncia, pontuao, coeso e coerncia textual ou figura de linguagem, entre outros, que so

    indispensveis para a construo e entendimento dos enunciados (MELO; SILVA, 2007;

    ANTUNES, 2009).

    Nesse sentido, entendemos que o ensino de lngua portuguesa, ao priorizar prticas de

    AL, est contribuindo para que o estudante possa desenvolver um conhecimento mais

    consistente sobre os aspectos normativos e discursivos da lngua, de modo que, ao estud-los

    ou empreg-los nas situaes de leitura, escrita ou oralidade, os estudantes compreender os

    seus usos. Salientamos ainda que tais prticas constituem uma ferramenta para o letramento

    dos estudantes, visto que elas podem favorecer o desenvolvimento das habilidades de leitura e

    escrita, propiciando a formao do/a aluno/o enquanto leitor/a e escritor/a autnomo/a

    (MENDONA, 2006).

    A partir dessas discusses, comungamos com o argumento defendido por Costa Val

    (2002, p. 118), ao dizer que antes da conceituao e anlise gramatical, os recursos

    lingusticos cujo emprego e compreenso se que ensinar devem ser motivo de utilizao

    intencional, observao deliberada, reflexo pessoal e interessada, descoberta por parte dos

    alunos.

    Isto posto, compreendemos que, bem mais que uma outra concepo de ensino, a

    perspectiva da AL vem propor a efetivao de prticas que no restrinjam o estudo da lngua

    imitao de modelos previamente estabelecidos pelas gramticas ou obras clssicas, mas, sim,

    a conceba como uma estrutura que est a servio dos interlocutores. Por isso, suas normas

    ampliam, no restringem suas formas de uso, em funo da intencionalidade que pretende

    expressar no contexto comunicativo. Em outros termos, compreendemos que o estudo das

    regras gramaticais precisa direcionar o estudante a compreender a lngua como instrumento

    que ir expandir suas possibilidades de participao nos contextos sociocomunicativos.

    Em face dessas consideraes, pressupomos que aderir a essa perspectiva no tem sido

    simples para professores e LDP, pois, conforme a pesquisa desenvolvida por Silva (2012),

    que buscou analisar o depoimento de professoras dos anos iniciais do ensino fundamental

    sobre o ensino de gramtica/AL, as docentes participantes da pesquisa, mesmo demostrando

  • 5

    tentativas de mudanas em suas prticas de ensino, no tinham se desvencilhado

    completamente das metodologias tradicionais.

    Na mesma direo, em estudo desenvolvido por Morais e Silva (2009), abordando o

    tratamento dado ao ensino de gramtica ou AL em LDP que foram aprovados pelo PNLD

    2007, observou-se que os LD tm buscado se apropriar das novas perspectivas de ensino de

    lngua. No entanto, apontam que essa apropriao no uma reproduo dos que defendido

    pelos discursos acadmicos e oficiais, uma vez que tradio e inovao encontram-se neles

    presentes.

    Ao refletir sobre tais dados, entendemos que no possvel romper com determinadas

    tradies consolidadas nas culturas de ensino de um momento para outra, visto que essas,

    embora conceitualmente frgeis, esto ancoradas nos conjuntos de saberes que regem as

    prticas consolidadas na sala de aula, sendo, portanto, natural os professores vivenciarem

    gradativo processo de apropriao (no imposio) dos novos discursos. Esse processo ser

    marcado pelas experincias profissionais e pr-profissionais dos professores, o que explicita o

    porqu de nem sempre as prticas de ensino corresponderem ao que est prescrito nos

    discursos hegemnicos.

    O livro didtico de lngua portuguesa diante das prticas da anlise lingustica

    Ao situarmos nossas discusses em questes relacionadas ao livro didtico de lngua

    portuguesa e ao ensino da anlise lingustica, abordaremos alguns tpicos referentes s

    inovaes tericas e metodolgicas que o LDP tem sofrido em consequncia das mudanas

    paradigmticas que permearam o ensino de lngua portuguesa, no percurso dos ltimos trinta

    anos, como tambm observaremos os critrios que o PNLD definiu para analisar e avaliar o

    LDP em virtudes dessas transformaes.

    Conforme o exposto na seo anterior, compreendemos que as novas abordagens

    tericas que permeiam o campo de estudos relacionados ao ensino de lngua materna

    requerem que outras propostas de atividades sejam efetivadas nas prticas dos professores e

    atividades sugeridas pelos LDP.

    No entanto, ao se referir ao modo como os LD estavam aderindo a essas mudanas,

    Marcuschi (2003) observou que a maioria dos LDP publicados at a dcada de 1990 no se

    preocupava em vincular o ensino da lngua materna s situaes de uso cotidiano. Para esse

    estudioso, os livros tratavam a lngua como se fosse desvinculada dos usurios, deslocada da

    realidade, semanticamente autnoma e a-histrica (p.23).

  • 6

    Sob essa tica, Albuquerque e Coutinho (2006) tambm constataram que, ainda nos

    anos 1990, existiam LPD que optavam por propostas didticas que no se coadunavam s

    inovaes que emergiam do campo da lingustica, psicolingustica, sociolingustica, anlise

    do discurso, entre outras.

    Buscando reverter essa realidade e ao mesmo tempo disponibilizar livros didticos de

    melhor qualidade, o Programa Nacional do Livro Didtico (PNLD), que se tornou um

    instrumento de suma importncia para a melhoria do LDP, definiu alguns critrios avaliativos

    que tm contribudo para a incorporao das novas orientaes tericas e metodolgicas no

    LDP. Isso direcionou um novo tratamento didtico para os objetos de ensino da lngua

    portuguesa (BUNZEN, 2009).

    Nesse sentido, Bunzen (2009) observa que, ao invs de valorizar abordagens

    transmissivas, props-se a adequao das atividades dos LDP s metodologias de carter

    reflexivo e crtico, por considerar que essas so mais significativas para a formao de leitores

    e escritores proficientes do que um trabalho dedicado essencialmente nomenclatura e

    categorizao de palavras e estruturas sintticas descontextualizadas, distantes dos usos da

    lngua escrita e falada dos textos que circulam na sociedade (p.93).

    Diante dos critrios avaliativos definidos pelo PNLD, os autores dos LDP tiveram que

    adequar o tratamento didtico dos contedos aos critrios estabelecidos, que objetivam, entre

    outros aspectos, que os estudantes ampliassem as habilidades de uso da lngua nos diversos

    contextos interativos, bem como aperfeioassem suas habilidades de leitura e escrita.

    Ao considerarmos tais pressupostos, cabe salientar a necessidade de o professor

    analisar esses aspectos no momento da escolha do LDP, para que, assim, possa avaliar quais

    so os manuais mais adequados sua prtica, como tambm aos requisitos apontados a seguir,

    que so mencionados por Rangel (2005, p.19):

    Oferece ao aluno textos diversificados e heterogneos, do ponto de vista do gnero e do tipo de texto, de tal forma que a coletnea seja o mais

    possvel representativa do mundo da escrita;

    Prev atividades de leitura capazes de desenvolver no aprendiz as competncias leitoras implicadas no grau de proficincia que se pretende

    aprender lev-lo a atingir;

    Ensina a produzir textos, por meio de propostas que contemplam tanto os aspectos envolvidos nas condies de produo, quanto os procedimentos e

    estruturas prprias da textualizao;

    Mobiliza corretamente a lngua oral, quer para o desenvolvimento da capacidade de falar/ouvir, quer para a explorao das muitas interfaces entre

    oralidade e escrita;

  • 7

    Desenvolve os conhecimentos lingusticos de forma articulada com as demais atividades.

    Destacamos que, ao observar tais critrios, o LDP necessita privilegiar tanto o

    tratamento dos aspectos da textualidade, observando a coeso e coerncia textual, suporte,

    finalidade, linguagem prpria de cada gnero textual, como tambm o ensino dos aspectos

    normativos da lngua e recursos lingusticos, que so usados para produzir e para

    compreender cada texto que se faz presente nas esferas sociais. Em relao a esse aspecto,

    Lerner (2004, p.133) destaca o seguinte:

    Hoje, sabemos que no suficiente organizar situaes de aprendizagem nas

    quais os alunos enfrentam diferentes problemas; sabemos que no

    suficiente no caso especfico do ensino de lngua exercer as prticas de leitura e escrita. Alm disso, necessrio refletir sobre o que se faz, ir

    conceituando de maneira explcita os conhecimentos lingusticos e

    discursivos que esto em prtica, enquanto se l ou escreve, e sistematizar os

    conhecimentos que vo sendo explicados; necessrio que o professor

    convalide os conceitos que se aproximam dos saberes socialmente vlidos.

    Diante disso, percebemos a necessidade dos LDP apresentarem sugestes de

    atividades que contribuam efetivamente para a consolidao dessas prticas, de modo que, ao

    tratarem os contedos curriculares, direcionem cada estudante a compreender onde, como e

    por que utilizar cada recurso lingustico, o que requer o desenvolvimento de atividades cujo

    foco seja a reflexo coerente e sistematizada sobre a lngua.

    Para compreendermos como essas metodologias tm sido apropriadas pelos LDP

    recorremos pesquisa de Aparcio (2009), que teve como objetivo desenvolver uma anlise

    descritiva sobre como as propostas de inovao para o ensino de gramtica esto sendo

    incorporadas por uma coleo de LDP. Para tal propsito, foi analisada a coleo Tecendo

    Textos - Ensino de Lngua Portuguesa atravs de projetos recomendada e avaliada pelo

    PNLD/2002. Essa autora observou que, em geral, na coleo analisada, havia mais nfase no

    desenvolvimento de atividades de leitura, e que as atividades de produo textual

    representavam somente quase metade das atividades dedicadas leitura. J as atividades de

    ensino da anlise lingustica apareciam em nmero pouco menor que as propostas de

    produo de textos.

    Na pesquisa supracitada, emergiu uma questo a respeito do ensino da anlise

    lingustica que merece ser destacada: a coleo analisada promovia tanto atividades de anlise

    e reflexo sobre a lngua, quanto abordava os contedos de acordo com os modelos

  • 8

    tradicionais do ensino de lngua. Para Aparcio (2009), a utilizao das duas abordagens pode

    representar uma tentativa de atender a duas expectativas do professor (do editor, do prprio

    aluno e da sociedade): a de um ensino inovador e produtivo de gramtica e da no excluso,

    na escola, do ensino de gramtica tradicional (p.87).

    Outro estudo mais recente, desenvolvido por Cavalcanti (2013), objetivou analisar,

    atravs de anlise documental, como as atividades de anlise lingustica em livros didticos de

    lngua portuguesa contribuam para apropriao dos gneros textuais escritos. Sob essa tica,

    foram analisadas duas colees de LDP aprovadas no PNLD/2011 e que foram adotadas nas

    cidades de Caruaru-PE e Tupanatinga- PE no PNLD/2011. Os resultados dessa pesquisa

    evidenciaram que as colees analisadas apresentavam um material diversificado para o

    desenvolvimento do trabalho com os gneros textuais, porm cada uma das colees

    desenvolveu o trabalho de modo especfico.

    Diante dos dados apresentados nessa pesquisa, percebemos que as colees de LDP

    analisadas buscavam inovar no trabalho com os gneros textuais, como, tambm,

    apresentavam atividades que articulavam o tratamento da anlise lingustica com o dos

    gneros textuais, embora uma das colees apresentasse atividades reflexivas com uma

    frequncia menor que a outra. Isso nos mostra uma tentativa de mudana em relao

    didatizao dos objetos de ensino da lngua materna.

    Ao observamos os dados apontados nessas pesquisas percebemos que os LDP

    analisados apresentaram mudanas significativas em relao ao ensino dos eixos didticos da

    lngua portuguesa. Os livros investigados nesses trabalhos apresentavam uma postura

    diferenciada no tratamento dos eixos de ensino ao oferecer atividades que envolviam a leitura

    e produo de gneros textuais, embora as atividades de gramtica/AL ora tendessem

    reflexo, ora identificao e classificao.

    Isso nos faz pressupor que os LDP no adotam os modelos acadmicos imediatamente

    a partir do momento que so validados no campo terico e nas prticas curriculares, mas,

    gradativamente, buscam se apropriar das novas perspectivas, antes de apresentarem caso

    venham apresentar - propostas que realmente contemplem as mudanas mais radicais. Em

    nossa compreenso, isso pode representar um processo de adaptao s inovaes. Nessa

    mesma direo, Morais e Silva (2009) argumentam que as atividades propostas nos LDP no

    representam uma transposio didtica direta dos discursos acadmicos, mas uma espcie de

    acomodao dos discursos inovadores aos antigos modos de ensinar gramtica (p. 17).

    Ao refletir sobre esse movimento e sobre como os LDP tm se apropriado das

    mudanas tericas relacionadas ao ensino da AL, buscamos investigar o tratamento dado

  • 9

    anlise lingustica nas colees de LDP aprovadas pelo PNLD/2014, por meio da anlise das

    resenhas contidas no Guia do Livro Didtico.

    Metodologia

    Ao realizarmos esse estudo, utilizamos a anlise documental, que, segundo Laville e

    Dione (1999), possibilita que o pesquisador rena, descreva e transcreva as informaes

    contidas num documento, de modo que possa selecionar aquelas que interessam ao estudo

    proposto. Para anlise de anlise de dados, utilizamos a anlise de contedo, abordagem que

    tem por finalidade efetuar dedues lgicas e justificativas, referentes origem das

    mensagens tomadas em considerao (BARDIN, 2011, p.48).

    Para realizamos o levantamento dos dados, elegemos como corpus da nossa

    investigao o Guia do PNLD/2014, visto que esse catlogo apresenta informaes

    importantes acerca de como as colees didticas tem abordado o tratamento dos

    conhecimentos lingusticos. Em face das informaes apresentadas no Guia, direcionamos

    nosso olhar para a seo que apresenta as resenhas das colees aprovadas no PNLD/2014, na

    qual analisamos as informaes que diziam respeito, especificamente, ao tratamento dado ao

    eixo da anlise lingustica, que, no guia, est nomeada por conhecimentos lingusticos.

    Desse modo, analisamos as resenhas das seguintes colees:

    A Aventura da Linguagem (Luis Carlos Travaglia, Maura Alves de Freitas Rocha,

    Vania Maria B. A. Fernandes);

    Jornadas Port Lngua Portuguesa (Dileta Antonieta Delmanto, Franklin de Matos,

    Laiz Barbosa de Carvalho);

    Tecendo Linguagens (Tania Amaral Oliveira, Elizabeth Gavioli de Oliveira Silva,

    Ccero de Oliveira Silva, Lucy Aparecida Melo Arajo);

    Para Viver Juntos (Greta Marchetti,Cibele Lopresti Costa, Jairo J. Batista

    Soares,Mrcia Takeuchi);

    Coleo Perspectiva: lngua portuguesa (Norma Discini, Lcia Teixeira);

    Portugus Linguagens (Thereza Anlia Cochar Magalhes, William Roberto Cereja);

    Portugus Nos Dias de Hoje (Carlos Emlio Faraco, Francisco Marto de Moura);

    Portugus: uma lngua brasileira (Regina Figueiredo Horta, Lgia Menna, Graa

    Proena);

  • 10

    Projeto Telris Portugus (Vera Lcia de Carvalho Marchezi,Terezinha Costa

    Bertin, Ana Maria Trinconi Borgatto);

    Singular & Plural Leitura Produo e Linguagem (Laura de Figueiredo, Marisa

    Balthasar, Shirley Goulart);

    Universos Lngua Portuguesa (Rogrio de Arajo Ramos, Mrcia Takeuchi);

    Vontade de Saber Portugus (Tatiane Brugnerotto, Rosemeire Alves).

    Antes de apresentarmos nossa anlise sobre os dados, importante destacar que, no

    Guia, a seo que versa sobre as resenhas das colees est dividida em quatro tpicos, os

    quais abordam os seguintes tpicos: a) Viso geral; b) Descrio da coleo; c) Anlise da

    obra; d) Em sala de aula.

    Ao analisarmos os tpicos apresentados, examinamos as informaes referentes

    abordagem metodolgica que predominava em cada coleo ao desenvolver o trabalho sobre

    a AL. Nesse sentido, ao identificarmos a abordagem desenvolvida, agrupamos as colees em

    categorias distintas, o que no implica dizer que essas categorias so totalmente excludentes,

    uma vez que categorizamos as colees considerando a abordagem predominante, o que no

    excluiu, portanto, totalmente as outras.

    Anlise e discusso dos resultados

    Ao realizarmos a anlise sobre as resenhas colees de LDP dos anos finais do ensino

    fundamental, apresentadas no PNLD/2014, identificamos as seguintes categorias referentes

    abordagem metodolgica adotada: a) colees cujo tratamento dos contedos converge,

    predominantemente, para as tendncias tradicionais de ensino; b) colees nas quais

    predominam o tratamento dos contedos pelo vis reflexivo; c) colees que apresentam um

    tratamento hbrido, ora adotando uma postura tradicional, ora optando pela reflexo.

    Quadro 1 - Distribuio das colees de LPD conforme a abordagem utilizada ao tratar o

    eixo da AL.

    Abordagem

    Colees de LDP

    Frequncia Percentual

    Predominncia das tendncias

    tradicionais 4 33,3%

    Predominncia do tratamento

    reflexivo 5 41,6%

  • 11

    Tratamento hbrido reflexo e tradio

    3 25%

    Total 12 100%

    Ao refletirmos sobre esses dados, podemos observar que, embora na maior parte das

    colees de LDP predomine um tratamento reflexivo da AL (41,5%), h um quantitativo

    significativo de obras que adotam a perspectiva tradicional (33,35%). Isso aponta que, apesar

    das discusses acadmicas apresentarem as fragilidades dessa perspectiva, ela ainda est

    presente de maneira intensa nas propostas de ensino de lngua materna contidas nos livros

    didticos analisados e aprovados pelo PNLD.

    Nesse sentido, pressupomos que essa intensidade deve-se ao fato de que a abordagem

    tradicional orientou o ensino de lngua portuguesa durante muito tempo, o que pode sugerir

    que essa abordagem seria mais segura para promover o aprendizado sobre a lngua. Por isso,

    no seria to simples investir em outra orientao de ensino de uma hora para outra, mesmo

    que essa demostre ser mais apropriada, do ponto de vista terico, pois antes se faz necessrio

    um processo de reflexo e apropriao gradativa sobre as novas perspectivas.

    No entanto, ao consideramos o quantitativo de colees em que predominam

    atividades de cunho reflexivo, percebemos uma mudana significativa em relao adeso s

    novas perspectivas de ensino. Isso, no entanto, no significa uma simples transposio das

    discusses acadmicas, mas demostra que a prtica da AL parece estar se firmando nos livros

    didticos, o que pode estar contribudo para que os estudantes desenvolvam um conhecimento

    mais eficaz sobre o uso e o funcionamento da linguagem.

    Nessa direo, quando consideramos as colees que apresentam uma abordagem

    hbrida (25%) que tanto se orientam para a reflexo quanto para as prticas tradicionais ,

    pressupomos que esse tratamento duplo dos contedos indica um processo de transio entre

    novas e antigas abordagens de ensino de lngua. Na realidade, os dados demonstram que, nos

    livros analisados, h certo equilbrio entre trs abordagens identificadas, com predominncia

    da abordagem reflexiva.

    Desse modo, observamos que as novas abordagens de ensino esto sendo difundidas

    nos livros didticos. Ao compararmos esses aos dados aos apresentados na pesquisa

    desenvolvida por Cavalcanti (2012), na qual analisou as resenhas das colees de LDP

    apresentadas no Guia do PNLD/2011, percebemos uma mudana: no estudo realizado por

    essa autora, verificou-se que em 37,5% das colees predominava um tratamento transmissivo

    dos contedos e em apenas 25% era predominante uma abordagem reflexiva. A autora

  • 12

    tambm constatou que 37,5% das colees optavam pela mescla de abordagens, conciliando

    reflexo e transmisso Desse modo, percebemos que ocorreram mudanas em relao ao

    tratamento didtico da AL no LDP.

    A seguir, discutiremos mais detalhadamente cada uma das categorias identificadas na

    anlise das resenhas.

    Predominncia do tratamento reflexivo

    Entre as colees identificadas nessa categoria, percebemos uma forte tendncia em

    desenvolver atividades que promovem a anlise e reflexo sobre a lngua, que, nesse caso, ao

    invs de apresentar conceituaes pr-estabelecidas, induzem o estudante a observar os fatos

    lingusticos, analisando-os conforme a situao de uso, e, favorecendo a sistematizao dos

    conhecimentos sobre os aspectos normativos e textuais da lngua, como podemos observar na

    anlise, respectivamente, das colees Universos: lngua portuguesa e Perspectiva: lngua

    portuguesa:

    As atividades seguem uma metodologia indutiva e reflexiva, pois solicitam

    ao aluno a observao e a anlise dos recursos e/ou categorias da lngua.

    (BRASIL, 2013, p. 110).

    Procura levar o aluno a refletir sobre aspectos da lngua relevantes tanto para

    o desenvolvimento da proficincia em leitura e produo de textos quanto

    para a capacidade de anlise de fenmenos lingusticos e discursivos. (p. 80-81).

    Nesse sentido, ressaltamos que as atividades propiciam ao estudante um conhecimento

    mais produtivo sobre os tpicos referentes concordncia, pontuao, coeso, coerncia,

    semntica, entre outros, que so indispensveis para a compreenso do funcionamento dos

    enunciados, bem como para o melhor desenvolvimento das habilidades de leitura e escrita.

    Predominncia de tendncias tradicionais

    As colees nas quais predominavam atividades pautadas nas prticas tradicionais de

    ensino apresentavam, geralmente, dificuldades em promover articulao entre os eixos da

    leitura, escrita e AL. Por isso, ao sugerir as atividades, por vezes, insistiam em prticas

    fragmentadas de ensino, nas quais leitura, escrita e AL eram compreendidas como

    conhecimentos distintos, conforme demonstra, por exemplo, a anlise da coleo Portugus:

  • 13

    uma lngua brasileira: O trabalho com os conhecimentos lingusticos pouco articulado com

    os demais eixos (BRASIL, 2013, p. 96).

    Quanto ao tratamento dos contedos, foi observado que as atividades privilegiaram, na

    maioria das vezes, o estudo dos conceitos dos termos morfossintticos, parecendo objetivar a

    fixao deles como princpio para o aprendizado da norma lingustica de maior prestgio,

    conforme podemos visualizar na anlise da coleo: Tecendo Linguagens No tratamento dos

    conhecimentos lingusticos, predominam atividades que levam construo dos conceitos

    gramaticais, e o recurso frequente a nomenclatura (p.70).

    No entanto, importante ressaltar que, apesar de apresentar tais caractersticas, as

    colees que se identificaram nessa categoria, por vezes, apresentavam boa qualidade do

    material textual, e as atividades desenvolvidas por meio desse material tendiam ao

    favorecimento da reflexo no tratamento dos aspectos referentes textualidade.

    Tratamento Hbrido

    As colees que se agruparam nessa categoria apresentaram uma duplicidade de

    abordagem ao tratar os contedos, de modo que as atividades propostas no se caracterizaram

    como puramente transmissivas, nem reflexivas, mas ora tendiam para a reflexo, ora

    privilegiavam a transmisso.

    Desse modo, as resenhas das colees indicaram que elas tm buscado investir na

    adeso de novas perspectivas, no entanto no excluem as prticas tradicionais de ensino, e,

    nesse caso, tentam conciliar o tratamento de ambas as abordagens, como podemos visualizar

    na anlise da coleo A Aventura da Linguagem: Verifica-se que a coleo ora opta por

    uma explicao que parece bastar-se por si mesma, ora se volta para a reflexo sobre as

    estratgias com que os conceitos so propostos (BRASIL, 2013, p.62).

    Diante das informaes expostas, compreendemos que o tratamento do ensino da AL

    ou conhecimentos lingusticos, segue, nessa abordagem, perfil semelhante ao apontado nas

    pesquisas de Morais e Silva (2011) e Aparcio (2009), ou seja, ora os LDP apresentavam ora

    uma postura reflexiva, ora um tratamento mais aproximado das abordagens tradicionais do

    ensino de lngua.

    Consideraes finais

  • 14

    A anlise dos dados permitiu reconhecer, no que se refere AL, que, embora

    existissem colees que optavam pelo tratamento transmissivo dos contedos, havia outras

    que apresentam indcios de mudana, uma vez que, ao invs de apresentarem conceitos

    prontos e exemplificaes descontextualizadas das situaes de uso da lngua, propiciavam

    aos estudantes a anlise e reflexo sobre a lngua.

    Sob esse aspecto, relevante mencionar tambm aquelas colees que ora tratavam os

    conhecimentos atravs do vis tradicional, ora pelo vis reflexivo, o que nos permite perceber

    que os livros didticos tm sugerido atividades que mesclam as abordagens tericas, ou seja,

    mesmo buscando aderir s inovaes, no eliminaram totalmente a abordagem transmissiva

    ao tratarem os contedos.

    Desse modo, a leitura desses dados nos faz perceber que os LDP tm buscado, sim,

    inovar, embora essa inovao no tenha atendido integralmente ao que est sendo proposto

    pelos especialistas e documentos normatizadores do ensino. Isso nos permite perceber o

    caminho que determinadas discusses acadmicas percorrem at chegarem aos livros

    didticos e s salas de aula.

    E nesse sentido enfatizamos que se faz necessrio uma reflexo acerca das atividades

    que esto sendo propostas pelos LDP, de modo que autores, professores, pesquisadores e

    avaliadores reflitam sobre a pertinncia das atividades que esto sendo sugeridas.

    Pressupomos que essa reflexo pode favorecer o desenvolvimento de atividades que

    contribuam para efetivao de prticas mais exitosas de ensino e aprendizagem acerca do uso

    dos recursos normativos e textuais oferecidos pela lngua.

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