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termo de ajustamento de conduta, aula

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  • TERMO DE AJUSTAMENTO DE CONDUTAASPECTOS GERAIS E POLMICOS

  • TERMO DE AJUSTAMENTO DE CONDUTA

    Histrico: ECA (art. 211) , CDC (arts. 82, 2 e 113) e LACP (art. 5, 6).

    Natureza Jurdica: 1) Sob o aspecto de contedo, um acordo em sentido estrito (arts. 840 e 841, CC). O PL n 5.139/09 expressamente o trata como transao, mas no admite que a transao no se aplica aos direitos indisponveis (art. 49 e seu n.); 2) Quanto sua eficcia, um ttulo executivo extrajudicial (art. 5, 6 c.c. art. 585, inc. VIII, CPC).

  • Objeto: Obteno de toda e qualquer medida necessria para a total proteo dos direitos e interesses difusos e coletivos, nos exatos termos do que dispe o art. 83, CDC. Alis, no se deve admitir TAC que no alcance a excelncia na tutela dos direitos difusos e coletivos (Smula 4 do CSMP/SP).

    O TAC se traduz em garantia mnima para este desiderato, motivo pelo qual no pode estabelecer clusulas limitativas de responsabilidade, e nem impeditivas de acesso dos lesados ou demais legitimados jurisdio (art. 5, CF).

  • Legitimidade:

    O art. 5, 6, LACP prev que aquela repousa nos rgos pblicos legitimados propositura da ACP. O PL n 5.139/09 mantm a mesma regra (art. 47).

    Polmica com relao interpretao do termo rgos pblicos, notadamente em relao aos entes paraestatais. A proposta do MP/SP resolvia a questo, mas no foi adotada no PL n 5.139/09, qual seja, legitimar as empresas pblicas e de economia mista que fossem prestadoras de servios pblicos, e no legitimar as que sejam meras exploradoras de atividades econmicas.

  • Cominaes: Requisito essencial do TAC, sem o qual o ato nulo. Deve ser estabelecida de forma a gerar no devedor das obrigaes contidas no ttulo o temor necessrio, que o afaste do inadimplemento. As cominaes podem ser pecunirias ou no. O PL n 5.139/09 s prev a sano pecuniria (arts. 47 e 48). Trata-se de clusula penal especial, e que no substitui a execuo especfica, sendo, portanto, moratria, e no compensatria (Smula 23 do CSMP/SP). Inaplicabilidade do art. 412, CC.

    Eficcia e Reexame do TAC pelo CSMP: Omisso da LACP e do PL n 5.139/09 - Leis Orgnicas com diferentes posies, causando desconforto.

  • EFICCIA E REVISO DO TAC PELO CSMPTtulo executivo extrajudicial, cuja eficcia s pode ser tratada por lei federal (art. 22, inc. I, da CF), e no por ato normativo inferior (lei estadual, decreto, resoluo, etc.).

    Posio majoritria (Mazzilli e outros) que sofre excees doutrinrias (Nelson Nery Jnior e Fernando Grella Vieira), tambm refletidas em algumas legislaes (LOMP de SP e BA, v.g.).

    Posio majoritria que ocorre na forma de simples omisso, por determinar que do TAC se deve apenas dar cincia ao CSMP ou por determinar que o arquivamento deve ocorrer apenas depois do cumprimento das obrigaes assumidas.

  • Adotam o posicionamento majoritrio os seguintes Ministrios Pblicos: CNMP (art. 14, Res. n 23/2007), MPF (art. 21, 4 e 5, Res. N 87/2006 CSMP), MP/GO (art. 19, Res. n 09/95), MP/MT (art. 16, caput, Res. n 003/2007 CSMP), MP/PB (art. 19, Res. n 02/2005 CPJ), MP/PE (art. 6, 6, inc. IV, LOMP), MP/PR (art. 14, 2, 6 e 7, Res. N 1928 PGJ, de 25.09.2008), MP/RN (art. 41, 2, Res. N 002/2008 CPJ), MP/RO (arts. 29, caput e 33, Res. n 01/2004 CPJ), MP/RS (art. 27, 1, Res. n 26/2008), MP/SC (art. 21, Ato n 135/2000 PGJ) e MP/SE (arts. 25, caput e 30, Res. n 002/2008 CPJ).

  • Publicidade: Como ato administrativo que , o TAC submete-se regra geral contida no art. 37, caput, CF, que consagra o princpio da publicidade dos atos daquela natureza.

    Mutabilidade: O compromisso de ajustamento de conduta no se submete imutabilidade, como a coisa julgada material, motivo pelo qual, verificando-se, pragmaticamente, que seus termos no esto atendendo aos interesses da coletividade, poder ser tomado outro TAC em substituio ou complementao, desde que haja fundamentos tcnicos e/ou jurdicos para tanto, e que no haja reformatio in pejus, devendo o novo ttulo ser encaminhado ao CSMP.

  • Efeitos: Se o TAC for obtido antes do ajuizamento da ACP, poder levar falta de interesse processual aos legitimados (desde que os pedidos sejam adequados), e, se a ACP j estiver tramitando, levar carncia superveniente, pelo mesmo fundamento. Caso algum dos legitimados entenda que o TAC no atende aos interesses da coletividade, dever incluir nos pedidos de sua ACP o de desconstituio do ttulo extrajudicial.

    Compromisso de ajustamento de conduta preliminar: Criao do MP/SP, atravs da Smula 20 do CSMP/SP, ou seja, quando sejam necessrias outras diligncias para uma soluo definitiva. Tem sido utilizado em duas situaes: a) quando haja acordo parcial; b) quando haja necessidade de acordo preliminar para que se viabilize a continuidade da investigao.

  • ASPECTOS FORMAIS DO TACAdmisso da ocorrncia do dano ou risco de dano ao interesse difuso ou coletivo tutelado Necessidade em face da possibilidade de descumprimento das obrigaes assumidas, e da possibilidade de embargos de devedor Importncia probatria da confisso.

    Consequncias para o caso de inadimplemento Smula n 9 do CSMP/SP Obrigaes certas quanto sua existncia e determinada quanto ao seu objeto (arts. 586 e 618, CPC).

    Indicao da destinao das quantias em dinheiro porventura arrecadadas em razo do TAC.

    Quem deve assinar o TAC. E o MP, na condio de fiscal da lei?

  • EXECUO DO TAC

    Considerando que o bem jurdico protegido no de titularidade exclusiva do autor da demanda coletiva, a legitimidade ativa repousa sobre qualquer legitimado propositura da ao civil pblica, poder qualquer um deles se valer do instrumento de efetivao do ttulo extrajudicial obtido em favor do interesse difuso ou coletivo. Portanto, no h aplicao subsidiria do art. 566 do CPC. O PL n 5.139/09 j prev est situao (art. 3, art. 50).

    No obstante as associaes e fundao privadas no possuam legitimidade para obteno de compromissos de ajustamento de conduta, certo que podero execut-los, quando obtidos pelos rgos pblicos.

    Quanto legitimidade passiva, em regra aquela prevista no art. 568 do CPC, mas poder ser alterada, quando a executada seja pessoa jurdica, e haja a despersonalizao daquela (art. 4, LF 9.605/98 e art. 50, CC).

  • A extino da execuo somente dever ocorrer nos termos do inc. I, do art. 794 do CPC, ou seja, mediante a satisfao da obrigao, sendo vedada a remisso da dvida (inc. II) ou a renncia ao crdito (inc. III), na medida em que os autores no so os titulares daqueles direitos, que, em regra, so inclusive indisponveis.

    A extino se dar mediante sentena, conforme disposio do art. 795 do CPC, sendo certo que a doutrina e jurisprudncia tm fixado o entendimento de que esta deciso no faz coisa julgada material, dando oportunidade ao credor de, aps a extino do processo executivo, e verificado que a obrigao no foi satisfeita, poder reiniciar a execuo, em outro processo, visando a obteno do integral cumprimento do comando judicial prolatado.

  • TAC E AO PENALTAC e Ao Penal: a conciliao pelo termo de ajustamento de conduta induz em falta de justa causa para a tomada de providncias no mbito criminal, caso a conduta seja tpica e antijurdica? Ou, constitui causa supralegal de extino da punibilidade?

    Interveno mnima do Direito Penal Inexistncia de notcia no sentido de que esteja havendo descumprimento das clusulas de reparao do dano acordadas em TAC Falta de justa causa - Concesso da segurana (TJMG MS n 1.0000.03.400377-2/00 Rel. Des. Jane Silva J. 25.06.2004).

    Efetiva reparao do dano ambiental antes do oferecimento da denncia extino da punibilidade (posio do Des.Gilberto Passos de Freitas TJSP).

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