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TABERNÁCULO | FÁTIMA | 27 MAIO 2017 7 maravilhas à luz de 2 candeias

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7 maravilhas à luz de 2 candeias Tabernáculo | 27 de maio | Fátima

Programa:

08h45 – Concentração

09h00 – Visita à Casa das Candeias

10h00 – Oração da manhã e organização das patrulhas

10h15 – Jogo “7 maravilhas à luz de 2 candeias”

12h30 – Almoço

13h30 – Partilha e avaliação

15h00 – Conselho Regional

17h00 – Lançamento do livro “O teu caminho”

ORAÇÃO DA MANHÃ

1. Cântico (Hino dos Pastorinhos)

Cantemos, alegres, a uma só voz: Francisco e Jacinta rogai por nós

Salve, salve, Pastorinhos Nosso encanto e alegria Salve, salve, pastorinhos Prediletos de Maria

2. Saudação e introdução

3. Texto bíblico (Mt 18, 1-5.10)

Naquele tempo, os discípulos aproximaram-se de Jesus e perguntaram-Lhe: «Quem é o maior no reino dos Céus?». Jesus chamou uma criança, colocou-a no meio deles e disse-lhes: «Em verdade vos digo: Se não vos converterdes e não vos tornardes como as crianças, não entrareis no reino dos Céus. Quem for humilde como esta criança esse será o maior no reino dos Céus. E quem acolher em meu nome uma criança como esta acolhe-Me a Mim. Vede bem. Não desprezeis um só destes pequeninos. Eu vos digo que os seus Anjos veem continuamente o rosto de meu Pai que está nos Céus».

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4. Reflexão e partilha

5. Preces espontâneas

6. Hino bíblico (Lc 1, 46-52)

T: O Senhor exaltou os humildes

a) A minha alma glorifica o Senhor, e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador.

b) Porque pôs os olhos na humildade da sua serva, de hoje em diante me chamarão bem-aventurada todas as gerações.

O todo-poderoso fez em mim maravilhas: Santo é o seu nome.

A sua misericórdia se estende de geração em geração sobre aqueles que O temem.

Manifestou o poder do seu braço e dispersou os soberbos.

Derrubou os poderosos de seus tronos e exaltou os humildes.

T: O Senhor exaltou os humildes

7. Cântico

Cantemos, alegres, a uma só voz: Francisco e Jacinta rogai por nós

Vossos olhos inocentes Contemplaram a Senhora Dos seus filhos peregrinos Carinhosa protetora

7 MARAVILHAS À LUZ DE 2 CANDEIAS

Nota: o primeiro posto do percurso de cada patrulha é a Capelinha (Lei e Promessa).

O último posto é na Capela da Santíssimo Sacramento (Relação Educativa), no

complexo da Basílica da Santíssima Trindade. Os restantes postos serão realizados

de forma aleatória, sendo decidido o percurso por cada patrulha.

Ao longo do percurso há postos para realizar individualmente, e outros para fazer

em patrulha. Nos postos individuais, deve ser combinado, em conjunto, o horário

para retomar o percurso em patrulha.

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Casa das Candeias

NSª Rosário

M. Berlim

Exposição

SS Trindade

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Lei e Promessa | individual Capelinha das Aparições (1º posto)

1. Para ler individualmente

Das «Memórias da irmã Lúcia»:

– Quereis oferecer-vos a Deus para suportar todos os sofrimentos que Ele

quiser enviar-vos, em ato de reparação pelos pecados com que Ele é ofendido e

de súplica pela conversão dos pecadores?

– Sim, queremos!

– Ides, pois, ter muito que sofrer, mas a graça de Deus será o vosso conforto.

Foi ao pronunciar estas últimas palavras (a graça de Deus, etc.) que abriu pela

primeira vez as mãos, comunicando-nos uma luz tão intensa, como que reflexo

que delas expedia, que penetrando-nos no peito e no mais íntimo da alma,

fazendo-nos ver a nós mesmos em Deus, que era essa luz, mais claramente que

nos vemos no melhor dos espelhos.

2. Para pensar diante de Deus e das Candeias:

Para cada Escuteiro a Lei do Escuta é um apelo positivo a fazer melhor e a

desenvolver-se a si próprio. A Promessa, por sua vez, é a resposta pessoal do

jovem a este apelo. Assim, é uma dádiva de si mesmo e implica um compromisso

livremente aceite.

Também foi assim na vida dos Pastorinhos. Nossa Senhora apareceu nas suas

vidas com um apelo muito concreto: pediu que oferecessem as suas vidas a

Deus, que viessem todos os dias 13 à Cova da Iria, que rezassem o terço todos

os dias, que aprendessem a ler, que fizessem sacrifícios e os oferecessem pelos

pecadores… Face a este apelo os pastorinhos oferecem a Sua vida por meio do

seu frágil SIM, dito em conjunto. A promessa estava feita. Ao aprofundarmos a

sua vida vemos como os seus gestos foram sempre coerentes com o seu SIM,

com a sua promessa.

A Promessa e a fidelidade à mesma implicam que saibamos olhar a nossa vida e

identificar os momentos em que temos sido fieis à Lei a que aderimos pela

Promessa e aqueles em que não o fomos. Este pode ser um momento oportuno

para o fazer. Inspirados pela vida dos Pastorinhos que se ofereceram sem

reservas face ao convite de Nossa Senhora, olhemos a nossa vida de dirigentes.

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3. Para pensar e responder

Tenho sido fiel à minha promessa? Quais têm sido as minhas falhas mais

comuns? Que propósito quero fazer para cumprir a Lei a que aderi livremente

por meio da minha promessa?

Mística e Simbologia | em patrulha Imagem Papa João Paulo II (recinto) 1. Para ler em patrulha

Das «Memórias da irmã Lúcia»:

A pequenita [Jacinta] gostava também muito de ir, à noitinha, para uma eira

que tínhamos em frente da casa, ver o lindo pôr do sol e o céu estrelado que se

Ihe seguia. Entusiasmava-se com as lindas noites de luar. Porfiávamos a ver

quem era capaz de contar as estrelas que dizíamos serem as candeias dos

Anjos. A lua era a de Nossa Senhora e o sol a de Nosso Senhor, pelo que a

Jacinta dizia, às vezes:

– Ainda gosto mais da candeia de Nossa Senhora, que não nos queima nem

cega; e a de Nosso Senhor, sim.

Na verdade, o sol, em alguns dias de verão, faz-se sentir bem ardente; e a

pequenina, como era de compleição muito fraca, sofria muito com o calor.

(…)

A Jacinta gostava também muito de agarrar os cordeirinhos brancos, sentar-se

com eles no colo, abraçá-los, beijá-los e, à noite, trazê-los ao colo para casa,

para que não se cansassem. Um dia, ao voltar para casa, meteu-se no meio do

rebanho.

– Jacinta – perguntei-lhe – para que vais aí, no meio das ovelhas?

– Para fazer como Nosso Senhor, que, naquele santinho que me deram,

também está assim, no meio de muitas e com uma ao colo.

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2. A mística e a simbologia à luz das Candeias:

Ao criar o Escutismo, BP cria um movimento baseado no Jogo, onde abundam

histórias, ambientes, pessoas/heróis, símbolos. Numa palavra: cria um

Imaginário. Este Imaginário não tem apenas uma intenção lúdica, de jogo. Busca

também educar. E esta intenção educativa faz despontar a Mística, que constitui

a expressão do ideal espiritual a transmitir. Em favor da mística, vem a

simbologia que materializa o ideal proposto por cada secção e, por isso, nos

unem e aproximam desse ideal. Mas para que esse ideal não possa parecer algo

desencarnado e impossível de atingir, temos os patronos: Santos ou Beatos da

Igreja que, no decurso da sua vida, encarnaram na plenitude os valores que se

pretendem transmitir através da Mística e do Imaginário de uma determinada

secção, sendo por isso escolhido como intercessor e exemplo de vida para os

elementos dessa mesma secção.

Imaginário, mística, simbologia, patronos… nada disto era estranho na vida dos

pastorinhos. Em torno dos acontecimentos das aparições e daquilo que Nossa

Senhora lhes pedia e lhes revelava também eles criaram uma mística e

simbologia que os ajudava a penetrar no mais íntimo de Deus. O sol passava a

significar a candeia de Jesus; a lua a de Nossa Senhora. A própria Jacinta, na

imagem de Jesus Bom Pastor, vê um modelo a seguir e a imitar. Aquela criança,

que tanta pena tinha dos pecadores, via em Jesus que ia ao encontro da ovelha

perdida o ideal a imitar e corria em volta das ovelhas agarrando-as ao colo.

3. Responder em patrulha:

O recinto do Santuário também está cheio de símbolos que procuram

materializar a mística que envolve os acontecimentos de Fátima. Procurem

alguns deles e apontem o seu significado:

- Porta principal da Basílica da Santíssima Trindade

- Muro de Berlim

- Arco de ferro à entrada do recinto (arco jubilar)

- Terço pendurado nos pilares da Basílica

- Imagens dos Pastorinhos, Francisco e Jacinta, penduradas na Basílica de

Nossa Senhora do Rosário

- Outros…

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Vida na Natureza | em patrulha Basílica da Santíssima Trindade (Porta)

1. Para ler em patrulha

Das «Memórias da irmã Lúcia»:

[O Francisco gostava muito dos passarinhos]; não podia ver que lhes

roubassem os ninhos. Migava sempre parte do pão que levava para a

merenda, no cimo das pedras, para que eles o comessem; e afastando-se,

chamava por eles, como se o entendessem, e não queria que ninguém se

aproximasse, para não lhes meter medo.

– Coitadinhos! Estão cheios de fome – dizia, falando com eles. – Venham,

venham comer!

E eles, com o olho vivo que têm, não se faziam rogar; e lá vinham em grandes

ranchos. Era, então, a sua alegria, vê-los voar para o cimo das árvores, com o

papinho cheio, a cantar, numa chilreada medonha que ele imitava com arte,

fazendo coro com eles.

Um dia encontramos um pequeno que trazia na mão um passarinho que tinha

apanhado. Cheio de pena, o Francisco prometeu-lhe dois vinténs, se o deitasse

a voar. O rapaz aceitou o contrato, mas, antes, queria o dinheiro na mão. O

Francisco voltou, então, a casa, da Lagoa da Carreira, que fica um pouco

abaixo da Cova da Iria, a buscar os dois vinténs, para dar liberdade ao

prisioneiro. Quando, depois, o viu voar, batia as palmas de contente e dizia:

– Tem cautela! não te tornem a apanhar.

2. As Candeias e a vida na natureza

O contacto com a Natureza como forma de educar as crianças, os adolescentes

e os jovens é uma característica do escutismo e um dos elementos fundamentais

do método escutista. De facto, para um escuteiro, o contacto com a Natureza é

condição imprescindível para um crescimento pessoal e coletivo. Neste sentido,

é importante que a criança, o adolescente e o jovem cresçam sentindo-se parte

integrante da Natureza. Só assim perceberão que se deve velar por ela não

apenas porque é necessário preservar os recursos naturais disponíveis, mas

porque, ao cuidar dela, estão a cuidar da sua própria 'casa', ou seja, de si

próprios e de todos os outros (irmãos escutas, família, amigos, colegas…).

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Os pastorinhos aparecem como modelos da vida na natureza e do respeito pela

mesma. Os seus dias eram passados nos campos, guardando as ovelhas e havia

uma grande harmonia entre eles e os espaços envolventes. Os jogos que

jogavam à sua altura também eram feitos na natureza, por meio dos campos de

Aljustrel e da Cova da iria.

3. Para partilhar em patrulha:

A vida na natureza, o cuidado da terra e as questões ecológicas tem sido uma

realidade na vida dos nossos escuteiros?

Num momento de partilha, e com exemplos de atividades, exponham (e

registem) as potencialidades educativas da vida na Natureza, com uma

referência especial para as possibilidades que esta “maravilha” oferece na

educação para a fé.

Aprender fazendo | patrulha/individual Exposição «As cores do sol» (Convívio de Santo Agostinho)

1. Para ler antes de entrar na exposição

Das «Memórias da irmã Lúcia»:

Depois de rezar o terço com a Jacinta e o Francisco e mais pessoas que

estavam presentes, vimos de novo o reflexo da luz que se aproximava (a que

chamávamos relâmpago) e, em seguida, Nossa Senhora sobre a carrasqueira,

em tudo igual a Maio.

– Vossemecê que me quer? – perguntei.

– Quero que venhais aqui no dia 13 do mês que vem, que rezeis o terço todos

os dias e que aprendam a ler. Depois direi o que quero.

2. Nossa Senhora convida os Pastorinhos a aprender fazendo

Ao olhar os encontros de Nossa Senhora com os Pastorinhos encontramos uma

autêntica pedagogia do aprender fazendo: as idas cíclicas à Cova da Iria, a

oração diária do terço até que se tornasse uma rotina que fazia

verdadeiramente parte das suas vidas, a exortação a aprender a ler. Nossa

Senhora pediu aos Pastorinhos para aprenderem fazendo, para, por meio da sua

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entrega decidida e da adesão às propostas Sua propostas prepararem o coração

para que Nossa Senhora, por fim, lhes pudesse dizer o que queria. De facto, a

Mãe do Céu, verdadeira Mestra, bem sabia que eles não estavam preparados

para tudo logo ao início. Haviam de ser iniciados. E como? Fazendo o que Lhes

ia pedindo.

A 'Educação pela Ação' é uma das características do Método Escutista. No

Escutismo, para aprender é necessário experimentar, sentir, estar nas situações.

Isto porque a aprendizagem é um processo dinâmico e ativo e o exemplo dos

dirigentes deve estar impregnado deste dinamismo. Desde sempre, então, que

o Aprender Fazendo reflete a visão do Escutismo como método educativo ativo

para crianças e jovens. Estes possuem, naturalmente, desejo de aventuras, de

desafios e de ação e as atividades escutistas devem conter oportunidades de

satisfazer esses anseios, permitindo-lhes descobrir, experimentar e explorar

novos mundos, com vista ao seu próprio desenvolvimento.

3. Para visitar | são dados guias à entrada para a visita à exposição

A exposição temporária «As cores do sol: a luz de Fátima no mundo

contemporâneo» pode ser uma excelente forma de nos aproximarmos à

mensagem de Fátima a partir da arte. Somos então convidados a visitá-la

como forma de aprofundamento da Mensagem de Fátima.

Sistema de Patrulhas | em patrulha Monumento do Muro de Berlim

1. Para ler em patrulha

Das «Memórias da irmã Lúcia»:

Andando com as ovelhas, na companhia de Francisco e seu irmão João, num

lugar chamado Valinhos, e sentindo que alguma coisa de sobrenatural se

aproximava e nos envolvia, suspeitando que Nossa Senhora nos viesse a

aparecer e tendo pena que a Jacinta ficasse sem A ver, pedimos a seu irmão

João que a fosse a chamar. Como ele não queria ir, ofereci-lhe, para isso, dois

vinténs e lá foi a correr. Entretanto, vi, com o Francisco, o reflexo da luz a que

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chamávamos relâmpago; e chegada a Jacinta, um instante depois, vimos

Nossa Senhora sobre uma carrasqueira.

(…)

Aproximava-se o dia 13 de Julho e eu duvidava se lá iria. Pensava: se é o

Demónio, para que hei-de ir vê-lo? Se me perguntam por que não vou, digo que

tenho medo que seja o Demónio quem nos aparece e que por isso não vou. A

Jacinta e o Francisco que façam como quiserem; eu não volto mais à Cova de

Iria. A resolução estava tomada e eu bem resolvida a pô-la em prática.

No dia 12, pela tarde, começou a juntar-se o povo que vinha para assistir aos

acontecimentos do dia seguinte. Chamei então a Jacinta e o Francisco e

informei-os da minha resolução. Eles responderam-me:

– Nós vamos. Aquela Senhora mandou-nos lá ir.

A Jacinta prontificou-se a falar ela com a Senhora, mas custava-lhe que eu não

fosse e começou a chorar. Perguntei-lhe por que chorava.

– Por tu não quereres ir.

(…)

No dia seguinte, ao aproximar-se a hora em que devia partir, senti-me de

repente impelida a ir, por uma força estranha, a que não me era fácil resistir.

Pus-me, então, a caminho e passei por casa de meus tios a ver se ainda lá

estava a Jacinta. Encontrei-a no quarto, com seu irmãozinho Francisco, de

joelhos ao pé da cama, chorando.

– Então vocês não vão? – Ihes perguntei.

– Sem ti não nos atrevemos a ir. Anda, vem.

– Já cá vou – Ihes respondi.

Então, com um semblante já alegre, partiram comigo. O povo esperava-nos em

massa pelos caminhos e a custo conseguimos lá chegar.

2. Os pastorinhos e a vida em patrulha

O sistema de Patrulhas, na sua essência, atribuí a cada um o seu papel, de modo

a que pela vivência conjunta e pela prática da Lei do Escuta, cada um aprenda

que o seu valor individual deve estar sempre ao serviço do Bando/

Patrulha/Equipa/Tribo e, consequentemente, da Unidade, sendo que cada um

trabalha segundo as suas forças e recebe segundo as suas necessidades.

É impressionante como aquelas três crianças viveram tão unidas os

acontecimentos da Cova da Iria. Viviam em autêntica patrulha. Debaixo da

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mesma Lei (a proposta de Nª Senhora) e da mesma promessa (o sim uníssono

dos três) viveram juntos experiências que os marcaram para sempre pelo que a

vida, a missão e especificidade de cada um só pode ser entendida no conjunto.

3. Fazer entrevistas, partilhar e responder em patrulha

Procurem saber o papel de cada um dos pastorinhos nomeadamente

descobrindo os traços principais da personalidade e espiritualidade de cada

um e, a partir daqui, a importância de cada um para o conjunto.

Para completar este posto, cada elemento da patrulha deverá fazer pelo

menos uma entrevista de rua a um peregrino. As questões poderão ser:

- O que mais o/a impressiona na vida do Francisco? E da Jacinta?

- Qual terá sido a missão mais importante da vida da Irmã Lúcia?

- Recorda algum acontecimento da vida dos Pastorinhos que revele como ele

procuravam decidir e/ou fazer as coisas em conjunto?

Sistema de Progresso | individual Túmulo dos Pastorinhos (Basílica do Rosário)

1. Para refletir individualmente, dento da basílica, depois de visitar os túmulos

Das «Memórias da irmã Lúcia»:

Andando a brincar com a Jacinta e o Francisco, no cimo da encosta da Cova da

Iria, a fazer uma paredita em volta duma moita, vimos, de repente, como que

um relâmpago. – É melhor irmos embora para casa, – disse a meus primos –

que estão a fazer relâmpagos; pode vir trovoada.

– Pois sim.

E começamos a descer a encosta, tocando as ovelhas em direção à estrada. Ao

chegar, mais ou menos a meio da encosta, quase junto duma azinheira grande

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que aí havia, vimos outro relâmpago e, dados alguns passos mais adiante,

vimos, sobre uma carrasqueira, uma Senhora, vestida toda de branco, mais

brilhante que o Sol, espargindo luz, mais clara e intensa que um copo de cristal,

cheio d’água cristalina, atravessado pelos raios do sol mais ardente. Parámos

surpreendidos pela aparição. Estávamos tão perto, que ficávamos dentro da

luz que A cercava ou que Ela espargia, talvez a metro e meio de distância, mais

ou menos. Então Nossa Senhora disse-nos:

– Não tenhais medo. Eu não vos faço mal.

– De onde é Vossemecê? – lhe perguntei.

– Sou do Céu.

– E que é que Vossemecê me quer?

– Vim para vos pedir que venhais aqui seis meses seguidos, no dia 13 a esta

mesma hora. Depois vos direi quem sou e o que quero. Depois voltarei ainda

aqui uma sétima vez.

2. O sistema de progresso na escola de Maria

A partir da primeira Aparição de Nossa Senhora aos Pastorinhos, estes entraram

num verdadeiro sistema de progresso, já anunciado pelo Anjo, nas aparições de

1916, que tinha como primeiro objetivo sintonizar os seus corações com o coração

de Deus. Ao irem à Cova da iria durante seis meses seguidos, os pastorinhos

aprenderam na Escola de Maria a deixar que Deus moldasse os seus corações, aos

poucos, ao ritmo de cada um, marcado pelo ritmo do próprio Deus. As

“oportunidades educativas” iam surgindo: o apelo a oferecer sacrifícios, cada vez

maiores; o convite à oração do terço, cada vez mais intensa; o apelo a desejar a

conversão dos pecadores, cada vez mais marcado. Os pastorinhos, ao ritmo de cada

um, iam dizendo sim a estas oportunidades e, na simplicidade da sua vida entregue,

iam moldando as suas vidas de acordo com os desígnios de Deus.

Ao entrarmos a fundo na mensagem de Fátima vemos um profundo respeito de

Deus pelo ritmo de cada uma destas crianças assim como a progressão decidida de

cada uma delas. Na simplicidade e na alegria.

O sistema de progresso continua muitas vezes a ser uma grande dificuldade para as

equipas de animação. Nem sempre se consegue atender à especificidade de cada

elemento, nem sempre se consegue uma verdadeira personalização de cada

objetivo aplicada à vida e ao ritmo de cada um.

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3. Para responder individualmente e partilhar, depois, no percurso para o posto

Quais são as maiores dificuldades que o sistema de progresso coloca às

equipas de animação a que pertencem?

E que iniciativas já houve que tivessem tido sucesso e fossem ao encontro da

verdadeira essência do sistema de progresso?

Partilhem!

Relação Educativa | individual Capela do Santíssimo Sacramento (último posto)

1. Para ler individualmente

Das «Memórias da irmã Lúcia»:

Um dia, perguntei-lhe:

– Francisco, sentes-te muito mal?

– Sinto; mas sofro para consolar a Nosso Senhor.

Ao entrar, um dia, com a Jacinta, no seu quarto, disse-nos:

– Hoje falem pouco, que me dói muito a cabeça.

– Não te esqueças de oferecer por os pecadores – Ihe disse a Jacinta.

– Sim. Mas primeiro ofereço para consolar a Nosso Senhor, a Nossa Senhora e

depois, então, é que ofereço por os pecadores e por o Santo Padre.

Desde que Nossa Senhora nos ensinou a oferecer a Jesus os nossos sacrifícios,

sempre que combinávamos fazer algum ou que tínhamos alguma prova a sofrer,

a Jacinta perguntava:

– Já disseste a Jesus que é por Seu amor?

Se Ihe dizia que não...

– Então digo-Lho eu. E punha as mãozinhas, levantava os olhos ao Céu e dizia:

– Ó Jesus, é por Vosso amor e pela conversão dos pecadores.

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2. Os pastorinhos em relação educativa permanente

Planear, animar, motivar, gerar compromissos são funções do dirigente do CNE

e que têm como objetivo central educar. O dirigente estabelece assim uma

relação educativa com os jovens aos quais presta serviço.

É impressionante ver como entre os pastorinhos se estabeleceu também uma

verdadeira relação educativa. É certo que, entre eles, estamos no contexto dos

pares, mas impressiona ver como, muitas das vezes, na relação entre eles, nos

mostram algumas facetas que dizem respeito às funções do dirigente no CNE. A

motivação e o ânimo que davam uns aos outros, o apelo ao compromisso uns

aos outros, o compromisso pelo cuidado do outro são traços que estão

presentes na vida dos pastorinhos. Quantas vezes não se incentivavam uns aos

outros a rezar ou a oferecer sacrifícios?! Quantas vezes não recordavam uns aos

outros aquilo que Nossa Senhora lhes tinha pedida animando-se mutuamente?!

A relação educativa que se estabelece entre o dirigente e o jovem implica que o

dirigente conheça pessoalmente cada um daqueles que lhe foi confiado, de

modo a dar espaço e tempo ao seu ritmo pessoal, sendo capaz de observar cada

elemento e reagir serena e ponderadamente manifestando abertura à partilha,

ao diálogo e à aprendizagem. Muitas vezes, no meio dos afazeres e da correria

desenfreada não somos capazes de o fazer com o devido cuidado…

3. Para rezar individualmente

A oração diante de Deus pode ser um dos lugares privilegiados para olhar

atentamente a vida daqueles que nos foram confiados pedindo que Deus nos

ajude a perceber as suas potencialidades e também as suas necessidades, de

modo a sermos capazes de dar a resposta devida a cada um.

Diante de Jesus, na capela do Santíssimo Sacramento, recordo aquele(s)

elemento(s) que mais me desafia(m)… E serenamente, diante de Jesus,

comprometo-me a dar-lhe a devida atenção de modo a potenciar os seus

talentos e a gerir as suas limitações.

O que posso fazer para ser cada vez mais o dirigente que Deus e o CNE

esperam de mim, e que os meus elementos necessitam? O que me pode

ajudar/ensinar a vida e testemunho dos pastorinhos para a minha missão?

Faço então o meu compromisso de forma concreta.

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Notas/apontamentos

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