sustentabilidade na exposibram amazÔniaibram.org.br/sites/700/784/00001819.pdfminas gerais (ufmg),...

20
outubro de 2008 Ano III - nº 20 Mineradoras de vários países discutem novos critérios para contratos comerciais em BH V Congresso Brasileiro de Mina a Céu Aberto, V Congresso Brasileiro de Mina Subterrânea e Workshop Barragens de Rejeito superam expectativas Competição Melhor Motorista de Caminhão de Minério incentiva segurança no transporte de minério em MG IBRAM APRESENTA BALANÇA COMERCIAL MINERAL DA AMAZÔNIA Dos US$ 57 bilhões de investimentos da mineração no Brasil até 2012, 41% irão para o Estado do Pará SUSTENTABILIDADE NA EXPOSIBRAM AMAZÔNIA Simultaneamente acontece o I Congresso de Mineração da Amazônia Eny Miranda

Upload: others

Post on 25-Jul-2020

0 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: SUSTENTABILIDADE NA EXPOSIBRAM AMAZÔNIAibram.org.br/sites/700/784/00001819.pdfMinas Gerais (UFMG), o V Congresso Brasileiro de Mina a Céu Aberto, o V Congresso Brasileiro de Mina

outubro de 2008Ano III - nº 20

Mineradoras de vários países discutem novos critérios para contratos comerciais em BH

V Congresso Brasileiro de Mina a Céu Aberto, V Congresso Brasileiro de Mina Subterrânea e Workshop Barragens de Rejeito superam expectativas

Competição Melhor Motorista de Caminhão de Minério incentiva segurança no transporte de minério em MG

IBRAM APRESENTA BALANÇA COMERCIAL

MINERAL DA AMAZÔNIA Dos US$ 57 bilhões de

investimentos da mineração no Brasil até 2012, 41% irão

para o Estado do Pará

SUSTENTABILIDADE NA EXPOSIBRAM AMAZÔNIASimultaneamente acontece o I Congresso de Mineração da Amazônia

Eny

Mira

nda

Page 2: SUSTENTABILIDADE NA EXPOSIBRAM AMAZÔNIAibram.org.br/sites/700/784/00001819.pdfMinas Gerais (UFMG), o V Congresso Brasileiro de Mina a Céu Aberto, o V Congresso Brasileiro de Mina

Indústria da Mineração Ano III - nº 20, outubro de 20082

Mineradoras de vários países discutem novos critérios para contratos comerciais em BH

O Brasil sediou, pela primeira vez, a Reunião Internacional do Comitê Técnico da ISO de Minérios e Concentrados de Cobre, Chumbo, Zinco e Níquel (ISO/TC 183 - Copper, lead, zinc and nickel ores and concentrates). O evento aconteceu em Belo Horizonte (MG), entre os dias 19 e 23 de outubro.

As atividades do ISO/TC 183 tiveram início na década de 80. Desde então, já ocorreram 12 reuniões internacionais, tendo sido as três últimas em Portugal

(2002), no Japão (2004) e na China (2006).

A iniciativa de realizar a reunião no Brasil partiu do IBRAM, por meio de seu Comitê para a Normalização Internacional em Mineração – IBRAM-CONIM, com apoio da

Vale e da SGS Geosol (associadas ao IBRAM).

EDITORIAL

Agora, em novembro, o IBRAM promove mais dois eventos de envergadura para a indús-tria da mineração: a EXPOSIBRAM Amazônia e o I Congresso de Mineração da Amazônia, em Belém (PA). São duas oportunidades para que o Brasil discuta com a profundidade necessária o desenvolvimento da atividade produtiva sustentável na Amazônia.

O Estado do Pará tem sido destaque na economia mineral brasileira, como mostra a Balança Comercial Mineral da Amazônia, apresentada pelo IBRAM (veja matéria nesta edição). É o segundo maior Estado brasileiro exportador de minérios – após Minas Gerais. Na Amazônia Legal outros Estados também se destacam: Maranhão e Amapá, que ocupam, respectivamente, a quinta e a sétima posição entre os maiores exportadores minerais.

O IBRAM comemora as realizações de sucesso que contribuem muito para o setor mi-

neral. Os eventos atraem desde estudantes até empresários do ramo. Recentemente, promo-veu, em parceria com o Departamento de En-genharia de Minas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o V Congresso Brasileiro de Mina a Céu Aberto, o V Congresso Brasileiro de Mina Subterrânea e o Workshop Barragens de Rejeito, em Belo Horizonte (MG).

Na ocasião, o Instituto lançou o Programa de Gestão e Segurança das Barragens de Rejeito, que consiste em promover uma série de cursos para Diretores, Gerentes, Engenheiros e Super-visores de Operação das mineradoras, focados na de menor porte, uma vez que as grandes empresas já vêm investindo em programas semelhantes em suas operações.

Esta edição traz também as colunas Gestão de Recursos Hídricos e Saúde e Segurança. Lembrando que sugestões são sempre bem-vindas pelo e-mail [email protected].

Mais dois eventos inéditos: EXPOSIBRAM Amazônia e I Congresso de Mineração da Amazônia

Mineração Caraíba investe em tecnologia

inovadora para extração de cobreA Mineração Caraíba S.A. (asso-

ciadas ao IBRAM) colocará em fun-cionamento, em 2010, uma unidade industrial de biolixiviação de extração de cobre a partir de concentrado dos sulfetos do metal. A nova etapa do processo, que consiste na utilização de uma pilha de demonstração da tec-nologia nas instalações da Mineração Caraíba, já entrou em operação na Bahia. Durante o experimento, a mi-neradora irá utilizar 2,5 mil toneladas de concentrado de cobre. A operação organizará e selecionará dados e infor-mações técnicas para a consolidação da unidade industrial, daqui a dois anos. A Caraíba está investindo R$ 3,7 milhões na nova unidade.

O processo desta nova tecnologia vem sendo desenvolvido desde o iní-cio de 2006. O Centro de Tecnologia Mineral (CETEM), sob o patrocínio da Mineração Caraíba, iniciou a parceria com a empresa americana Geobiotics LLC para a construção de uma uni-dade semi-piloto de biolixiviação e o desenvolvimento de um processo de extração de cobre de concentra-dos de flotação dos sulfetos deste metal. A inovadora tecnologia, além de cortar custos, tem como objetivo reduzir sensivelmente as emissões de gases poluentes oriundos da prática pirometalúrgica de transformação desses sulfetos minerais em cobre me-tálico (cobre blister). O novo processo consiste na lixiviação bacteriana, ou biolixiviação, processo bio-hidrometa-lúrgico que visa aportar alternativa ao tradicional método pirometalúrgico.

O Centro testou o novo processo em outubro de 2006 e colocou em operação a Unidade Semi-Piloto de Biolixiviação dotada de controle computacional. Projetada pelos pes-quisadores do CETEM, a unidade é a primeira construída no Brasil a utilizar essa tecnologia.

EXPEDIENTE Indústria da Mineração - Informativo do Instituto Brasileiro de Mineração

DIRETORIA EXECUTIVA: Presidente: Paulo Camillo Vargas Penna / Diretor de Assuntos Minerários: Marcelo Ribeiro Tunes / Diretor de Assuntos Ambientais: Rinaldo César MancinCONSELHO DIRETOR: Presidente: Roberto Negrão de Lima / Vice-Presidente: César Weinschenck de Faria

Produção: Profissionais do Texto – [email protected] / Jorn. Resp.: Sérgio Cross (MTB3978) Tiragem: 10 mil

Sede: SHIS QL 12 Conjunto 0 (zero) Casa 04 – Lago Sul – Brasília/DF – CEP 71630-205Fone: (61) 3364.7272 / Fax: (61) 3364.7200 – E-mail: [email protected] – Portal: www.ibram.org.br

IBRAM-Amazônia: Av Gov. José Malcher, 815 s/ 313/14 – Ed. Palladium Center – CEP: 66055-260 – Belém/PAFone: (91) 3230.4066/55 – E-mail: [email protected]

IBRAM - MG: Rua Alagoas, 1270, 10º andar, sala 1001, Ed. São Miguel, Belo Horizonte/MG – CEP 30.130-160 – Fone: (31) 3223.6751 – E-mail: [email protected]

Page 3: SUSTENTABILIDADE NA EXPOSIBRAM AMAZÔNIAibram.org.br/sites/700/784/00001819.pdfMinas Gerais (UFMG), o V Congresso Brasileiro de Mina a Céu Aberto, o V Congresso Brasileiro de Mina

Indústria da Mineração Ano III - nº 20, outubro de 2008 3

Samarco receberá troféu do Programa Benchmarking Ambiental

A Samarco (associada ao IBRAM) rece-beu, em 25 de setembro, em São Paulo, um troféu pela classificação do case Projeto Salvamar na 6ª Edição do Programa Ben-chmarking Ambiental. Além da premiação, o case de sucesso vai integrar o ranking dos melhores trabalhos em excelência de gestão socioambiental e será publicado no banco de boas práticas da BenchAmis e FNQ – Fun-dação Nacional da Qualidade.

O Programa Benchmarking Ambiental Bra-sileiro é uma iniciativa independente apoiada por entidades representativas e corpo técnico internacional que, há seis anos, seleciona e apresenta o Ranking Benchmarking dos Me-lhores da Gestão Socioambiental do País. Na edição 2008, foram classificadas 30 instituições que, pela excelência de suas práticas, apre-sentaram soluções inovadoras em benefício ao meio ambiente natural, as comunidades e competitividade da organização.

Nesse contexto, desde maio de 2000, a Samarco apóia o Projeto Salvamar. Trata-se de um programa de educação ambiental que se baseia na conscientização da comunidade pesqueira e na instalação de coletores de óleo

nas praias de Guarapari e Anchieta (ES), a fim de permitir o recolhimento do material. A idéia é simples e, por isso mesmo, eficiente: o óleo queimado pelos barcos, que antes era despejado no mar, passou a ser depositado em coletores instalados na beira da praia - cerca de 500 litros são coletados por ano em cada base. Obedecendo a portaria da Agência Nacional do Petróleo (ANP) sobre o assunto, o óleo é encaminhado para a reciclagem por meio de refino.

O Salvamar concilia a preservação am-biental à garantia das atividades econômicas locais (pesca e turismo). Além disso, contribui para despertar uma consciência ecológica e promover o envolvimento da comunidade em ações coletivas responsáveis. Uma destas ações gerou a criação da Associação Salvamar, que atende mais de 250 crianças e que conta com a participação voluntária de empregados da Samarco, oferecendo aulas de reforço escolar, horta comunitária, informática, artesanato, acompanhamento psicológico e estrutura para a prática de esportes.

Reconhecimento – O Salvamar já recebeu vários prêmios, tendo sido apresentado no semi-

Case sobre o Projeto Salvamar foi classificado para o ranking dos melhores trabalhos em excelência em gestão socioambiental

nário internacional do Global Compact - acordo internacional proposto pela Organização das Nações Unidas (ONU), do qual a Samarco tornou-se signatária em julho de 2002. Por esse acordo, as empresas signatárias comprometem-se a respeitar os princípios universais dos direitos humanos, do trabalho e de desenvolver inicia-tivas de proteção ao meio ambiente.

A Votorantim Metais (associada ao IBRAM) patrocina a exposição cultural Paracas: Te-souros Inéditos do Peru Antigo, inaugurada em setembro e que vai até 2 de novembro. A mostra faz parte do Encontro Empresarial de Investimento, Comércio, Turismo e Cultural do Peru (Expo Peru), que aconteceu também em setembro, na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). O evento teve como objetivo promover o Peru como centro de investimentos para o Brasil.

Participam da Expo Peru, o Presidente peruano, Alan García, e o Presidente da Fiesp, Paulo Skaf, além de Ministros, empresários e dirigentes de associações de classe dos dois países.

A Votorantim Metais, também apoiadora da Expo Peru, incentiva iniciativas que geram a integração do Brasil com o Peru, seja por meio de ações econômicas ou culturais. A atuação da empresa no Peru já completa quatro anos. Esta possui uma unidade de metalurgia de zinco, com capacidade de produzir 160 mil toneladas por ano.

Votorantim Metais traz ao Brasil exposição cultural peruana

Além do projeto Salvamar, os pescadores da região do entorno da Samarco participam de outras ações

socioambientais desenvolvidas pela empresa, como a participação ativa nas simulações de

derramamento de óleo no Porto de UbuSa

mar

co

Shut

ters

tock

Page 4: SUSTENTABILIDADE NA EXPOSIBRAM AMAZÔNIAibram.org.br/sites/700/784/00001819.pdfMinas Gerais (UFMG), o V Congresso Brasileiro de Mina a Céu Aberto, o V Congresso Brasileiro de Mina

Indústria da Mineração Ano III - nº 20, outubro de 20084

Mineração Vale Verde pede apoio ao Governador de ALO Presidente da Aura Minerals e o Diretor-Presidente da Mineração

Vale Verde (associada ao IBRAM), Carlos Bertoni, se reuniram, em ou-tubro, com o Governador de Alagoas, Teotônio Vilela Filho. Durante o encontro, foram discutidas as necessidades do projeto da mineradora, no município de Craíbas, tais como a construção de uma adutora, uma nova linha de transmissão de energia e a qualificação de pessoas daquele município para trabalharem durante o funcionamento da indústria.

De acordo com Bertoni, ainda não há energia suficiente no local para que a mineradora possa entrar em atividade. Também foi exposta durante a reunião a necessidade de se construir uma adutora. “Preci-

samos de mais água para o fornecimento de energia, para que, após a instalação da mineradora, não haja falta de água para o uso da popu-lação”, explicou Bertoni.

Teotonio Vilela sugeriu que os empresários se reunissem com o Mi-nistro de Minas e Energia, Edison Lobão. Sobre a construção da adutora, o Governador disse que o assunto dever ser discutido com gestores da Agência Nacional de Águas (ANA). “Temos um bom relacionamento com a Presidência da ANA e podemos avaliar uma parceria nesse sen-tido”, afirmou o Governador, colocando-se à disposição para acelerar o processo de instalação da mineradora.

Em mais uma ação da campanha Educação para a Segurança, a Scania lança, em parceria com a mineradora Vale, a competição Me-lhor Motorista de Caminhão de Minério, voltada exclusivamente para os motoristas que transportam minérios nas regiões dos Inconfidentes e Alto do Paraopeba, em Minas Gerais.

O objetivo da competição é avaliar, por meio de provas teóricas e práticas, qual motorista tem a condução mais segura, levando em consideração a habilidade, o conhecimento do veículo e da legislação, a preocupação ambiental e a condução responsável e defensiva.

“Nossa parceria com a Vale, uma das empresas de maior impor-tância na economia brasileira, comprova a seriedade e eficiência das ações em prol do treinamento de motoristas desenvolvidas pela Scania desde 2005. Com a competição Melhor Motorista de Caminhão de Minério, nosso objetivo é valorizar o motorista de caminhão como agente fundamental para a redução de acidentes e aplicar treinamentos que promovam a capacitação e a conscientização dos competidores”, revela João Miguel Capussi, Diretor de Marketing e Comunicação Comercial da Scania Brasil.

As inscrições vão até 31 de outubro. Para participar, os motoristas precisam possuir Carteira Nacional de Habilitação Categoria E, além de transportar minério exclusivamente nas regiões dos Inconfidentes e Alto do Paraopeba. Quem estiver dentro dos requisitos pode retirar o formulário de inscrição que estará disponível na Casa Scania Itaipu,

Melhor Motorista de Caminhão de Minério incentiva segurança no transporte de minério em MG

Caminhão que será utilizado na competição

Scania e Vale lançam competição para valorizar motoristas como agente na redução de acidentes nas rodovias

Rodr

igo

Mac

hado

em Contagem, nas balanças das minas do Pico e Fábrica, ambas da Vale, e na balança de Vargem Grande, também da mineradora.

Após avaliação teórica, os mais bem classificados serão convoca-dos a participar das provas práticas que compõem a segunda fase da competição, a ser realizada entre os dias 14 e 30 de novembro. Os finalistas serão premiados com cursos de treinamento no Caminhão Escola Avançado da Fabet (Fundação Adolpho Bósio de Educação no Transporte) e um kit da Scania. Os três primeiros colocados receberão aparelhos eletroeletrônicos e terão direito a uma visita técnica ao Porto de Tubarão, da Vale, no Espírito Santo. A grande final acontecerá nos dias 5 e 6 de dezembro.

Para a realização da competição Melhor Motorista de Caminhão de Minério, a Scania conta com o patrocínio master da Vale, além do patrocínio da fabricante de implementos Rossetti. A montadora terá também o apoio das Casas Itaipu, do SindiExtra (Sindicato das Indústrias Extrativas de Minas Gerais), da fabricante de componentes hidráulicos Hyva, do Sest / Senat (Serviço Social do Transporte / Serviço Nacional de Aprendizagem no Transporte), da Polícia do Estado de Minas Gerais, da gerenciadora de riscos Pamcary e do Governo Federal.

Page 5: SUSTENTABILIDADE NA EXPOSIBRAM AMAZÔNIAibram.org.br/sites/700/784/00001819.pdfMinas Gerais (UFMG), o V Congresso Brasileiro de Mina a Céu Aberto, o V Congresso Brasileiro de Mina

Indústria da Mineração Ano III - nº 20, outubro de 2008 5

A mineração é uma das atividades econô-micas que mais investem no Brasil. Em 2007, a produção mineral brasileira foi de R$ 46 bilhões (bens primários, excluídos petróleo e gás). Em 2008, deverá registrar nova ascensão e chegar a R$ 54 bilhões, aumento de 18% devido à elevação de produção e reajuste no preço dos minérios. “Teremos um quadro ascendente na mineração, pelo menos, nos próximos 15 anos”, declarou Paulo Camillo Penna, Presidente do IBRAM, em coletiva à imprensa no início de outubro, em Belém (PA), durante o lançamento da Balança Co-mercial Mineral da Amazônia, levantamento inédito dos indicativos do setor mineral na região amazônica realizado de janeiro a agosto de 2008.

A publicação mostra que, neste período, a exportação brasileira atingiu US$ 130 bilhões e que, juntas, as indústrias extrativas e de transfor-mação mineral contribuíram com 20% deste va-lor. O estudo também destaca que na Amazônia Legal a indústria extrativa e a de transformação mineral têm uma participação maior nas expor-tações. A primeira responde por 25% do total da exportação da região, enquanto a segunda, por 21%. Comparativamente ao mesmo período do ano passado, observa-se um crescimento de 48% na exportação da indústria extrativa e de 21% na de transformação mineral.

De acordo com a Balança Comercial Mi-neral da Amazônia, Pará e Maranhão respon-deram por 26% da exportação da indústria extrativa e de transformação mineral da Ama-zônia Legal, cujo saldo da balança comercial foi superavitário em US$ 6,6 bilhões neste período. Na pauta mineral, destacaram-se as exportações de ferro, cobre e manganês, que representam 89% da comercialização de minérios da Amazônia ao exterior.

Nacionalmente, o Pará destaca-se como o segundo maior Estado exportador de minérios – após Minas Gerais e seguido na Amazônia Legal pelo Maranhão e Amapá, que ocupam, respectivamente, a quinta e a sétima posição entre os maiores exportadores minerais do Brasil.

Na pauta de transformação, destacaram-se as exportações de ferro gusa, alumínio e alumina, que representam 88% da expor-tação deste segmento na Amazônia Legal. China, Japão e Alemanha são os principais mercados consumidores, recebendo 49% do total das vendas externas. As importações de minérios atingiram US$ 630 milhões e se restringiram basicamente a compras de carvão mineral, fosfato de cálcio, cimento, derivados de ferro e aço.

Crise

Nem a atual crise financeira originada nos Estados Unidos deve afetar diretamente o setor: até o final de 2008, os investimentos minerais na Amazônia Legal devem atingir US$ 24,8 bilhões. Em 2012, devem chegar a US$ 57 bilhões. “Não acredito em redução de investimentos por conta da crise, pois o setor mineral tem demanda alta e oferta apertada. Além disso, esses valores de investimentos já estão fechados e os contratos firmados a longo prazo tendem a proteger as empresas do setor”, comentou Paulo Camillo.

Desses US$ 57 bilhões, 41% estão previs-tos para o Estado do Pará, 30% para Minas Gerais e o restante para os demais. O Pará tem papel de destaque nos projetos de minério de

Os números da exportação da industrial mineral desta região foram revelados à

imprensa local em outubro

Balança Comercial Mineral da Amazônia é divulgada pelo IBRAM no PA

Da esquerda para direita: André Reis (Coordenador do IBRAM-AM), Eugênio Victorasso (Gerente Geral de Representação Institucional da Vale), Rinaldo Mancin (Diretor de Assuntos Ambientais do IBRAM), Paulo Camillo Penna (Presidente do IBRAM), Sidney Rosa (Vice-Presidente da FIEPA), Ivan Costa (Diretor de Desenvolvimento Econômico da

Secretaria de Dsenvolvimento Tecnológico do Governo do Pará), Alberto Rogério (Consultor do IBRAM)

Yuri

Age

Page 6: SUSTENTABILIDADE NA EXPOSIBRAM AMAZÔNIAibram.org.br/sites/700/784/00001819.pdfMinas Gerais (UFMG), o V Congresso Brasileiro de Mina a Céu Aberto, o V Congresso Brasileiro de Mina

Indústria da Mineração Ano III - nº 20, outubro de 20086

ferro, bauxita, caulim, cobre, níquel, logística e geração de energia.

Paulo Camillo também sinalizou que o setor precisa vencer desafios como a moder-nização da legislação ambiental, melhorias na logística, principalmente dos portos e garantir oferta de energia para dar suporte à atividade no estado. “Podemos perder investimentos estrangeiros para países como a África. Pre-cisamos resolver a questão da energia, que é crescente no Brasil. Temos como suprir essa demanda, mas precisamos da celeridade de órgãos ambientais para implantar os proje-tos”, relatou.

A balança mineral da Amazônia é um indicador econômico com periodicidade trimestral.

Debate

Os resultados do setor mineral mostram a importância de o Pará sediar o I Congresso de Mineração da Amazônia, evento que será realizado pelo IBRAM – com apoio da Federação das Indústrias do Estado do Pará e do Governo do Estado – paralelamente à Exposição Internacional de Mineração da Amazônia (EXPOSIBRAM Amazônia), de 10 a 13 de novembro, no Hangar – Centro de Feiras e Convenções da Amazônia, em Belém (PA).

Durante estes eventos, o público terá a oportunidade de conhecer melhor a evolu-ção tecnológica da indústria da mineração, que é um dos setores que mais investe em

sustentabilidade, e de que forma a atua-ção empresarial do setor leva em conta a preservação do meio ambiente, a saúde e segurança de seus trabalhadores e a respon-sabilidade social junto às comunidades com que se relaciona.

Questões como globalização, mão-de-obra, ciência e tecnologia, mercado, eco-nomia emergente e conservação ambiental serão tratadas em palestras e painéis temá-ticos por autoridades conceituadas no setor de mineração como Evando Mirra de Paula e Silva (Gerente de Tecnologia e Inovação da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial), que vai palestrar sobre “Necessi-dades de formação de mão-de-obra para o setor mineral”; o economista Paulo Haddad (ex-Ministro da Fazenda e do Planejamento), que vai tratar sobre as exigências do mercado mineral na palestra “Novas externalidades e barreiras não-alfandegárias para a mineração brasileira”; e Anthony Hodge, Presidente do Conselho Internacional de Mineração e Metais (ICMM – International Council on Mining and Metals), que terá no Congresso seu primeiro grande compromisso oficial à frente do conselho. Ele vai proferir a palestra “Mineração na era da sustentabilidade”. O ICMM também participará do workshop so-bre as melhores práticas sustentáveis do setor mineral para a região.

Empresários e representantes de associa-ções do Canadá, Austrália, Chile e Peru, que têm forte economia mineral, já confirmaram presença na EXPOSIBRAM Amazônia. Entre os 121 expositores, 36 são empresas paraen-

ses. Também já garantiram participação, no evento, grandes mineradoras que atuam na região como Alcoa e Alubar, e as associadas ao IBRAM: Globe Metais, Imerys, MRN e Vale.

Contribuição

Em 2007, a indústria da mineração no Brasil (extrativa e de transformação mineral – metálicos e não-metálicos) contribuiu com US$ 65 bilhões (5%) para o Produto Interno Bruto (PIB), total de US$ 1,3 trilhão. Para 2008, a previsão é de US$ 90 bilhões, 12% superior (variação nominal em reais).

O setor também representou 44% do saldo da Balança Comercial em 2007, sendo US$ 8,6 bilhões (22% do saldo) de bens primários. Em 2008 esta participação deve ultrapassar 50% do saldo total brasileiro (estimado em US$ 30 bi), sendo que US$ 10 bilhões (34% do saldo) de bens primários.

Empregos

A mineração gerou, em 2007, 1 milhão e 800 mil empregos diretos no País, sendo 145 mil da indústria de extração mineral; em 2008, a previsão é que esse número ultrapasse 2 milhões (sendo 160 mil na indústria de extração). Considerando essa taxa de crescimento para os próximos quatro anos, podemos prever que o setor mineral criará 75 mil novos empregos diretos até 2012. “Quase 30 mil empregos devem ser gerados entre 2008 e 2012 no Pará”, adian-tou Paulo Camillo.

Sustentabilidade é palavra de ordem na mineração. A foto mostra o viveiro de mudas da Reserva Natural da Vale, Linhares (ES). Acima, reserva florestal da companhia

Eny

Mira

nda

Vale

Page 7: SUSTENTABILIDADE NA EXPOSIBRAM AMAZÔNIAibram.org.br/sites/700/784/00001819.pdfMinas Gerais (UFMG), o V Congresso Brasileiro de Mina a Céu Aberto, o V Congresso Brasileiro de Mina

Shut

ters

tock

Indústria da Mineração Ano III - nº 20, outubro de 2008 7

O IBRAM aponta, em estudo, que a China importou US$ 964 milhões em minérios da Amazônia Legal no período de janeiro a agosto de 2008. De acordo com André Reis, Coordenador do IBRAM-Amazônia, esse volume de negócios corresponde a 25% das exportações minerais da Amazônia. Os outros mercados consumidores são o Japão (15%) e a Alemanha (9%).

A diversificação da indústria de base e de transformação, que reúne minérios e produtos como bauxita, cobre, ferro, ouro, manganês, níquel, alumina, alumínio, caulim e silício metálico, é um dos atrativos do mercado mineral na Amazônia Legal.

“A verticalização da cadeia produtiva começou em 1985. Naquele momento havia, de um lado, a demanda por alumínio por parte do Japão, principalmente. E, do lado do Brasil, a oferta de ener-gia, por meio da Usina Hidrelétrica de Tucuruí, além, logicamente, da abundância de minério no subsolo paraense, disponível para a transformação. Com isso, foi possível a produção de alumínio e silício metálico”, relata o Consultor do IBRAM-Amazônia Alberto Rogério da Silva, que falará sobre “Potencialidades Minerais na Amazônia” na palestra que vai proferir no I Congresso Internacional de Mineração da Amazônia.

Estão em andamento no Pará projetos de extração de ouro em Itaituba, ferro e manganês em Parauapebas, ferro em Floresta do Araguaia, bauxita em Paragominas e Oriximiná, cobre em Canaã dos Carajás, caulim em Ipixuna do Pará, ferro-gusa em Marabá, silício metálico em Breu Branco, alumina, alumínio e fio de cabos de alumínio em Barcarena.

O aumento na receita do Produto Interno Bruto (PIB) é um dos benefícios da presença destes empreendimentos nestes municípios. Em 2007, o PIB do Pará foi de US$ 30 bilhões e a participação da indústria mineral representou 26,7%. “As indústrias de base e de transformação mineral proporcionam o crescimento e uma reoxigenação na economia destes municípios e do estado”, destaca Rogério, ressaltando que até 2012 devem estar em funcionamento novos projetos minerais em oito municípios paraenses.

Impulso

A cadeia de fornecedores locais também se bene-ficia com os empreendimentos minerais. De acordo com dados do Programa de Desenvolvimento de Fornecedores (PDF), da Fiepa, a indústria de base mineral efetivou compras no valor de US$ 790 milhões no Pará em 2007, representando um avanço de 25% em relação a 2006.

Produção mineral diversificada aumenta receita do ParáVerticalização da indústria mineral inclui investimentos em municípios, trabalhadores e fornecedores da região

Page 8: SUSTENTABILIDADE NA EXPOSIBRAM AMAZÔNIAibram.org.br/sites/700/784/00001819.pdfMinas Gerais (UFMG), o V Congresso Brasileiro de Mina a Céu Aberto, o V Congresso Brasileiro de Mina

Shut

ters

tock

Indústria da Mineração Ano III - nº 20, outubro de 20088

Cobre mostra potencial na produção mineral da Amazônia

Até 2012 estarão em implantação cinco novos projetos de extração deste minério no Pará

A participação do cobre vem crescendo no mercado mundial, respondendo por uma fatia generosa das exportações na Amazô-nia Legal. “De janeiro a agosto de 2008, a exportação de cobre desta região atingiu US$ 515 milhões. Pará e Mato Grosso são os Estados exportadores de cobre da Amazônia Legal”, completa André Reis, Coordenador do IBRAM – Amazônia. Os maiores mercados consumidores do cobre exportado pela Ama-zônia, em especial pelo Pará, são Alemanha, Coréia do Sul, Suécia, Índia e China.

Por conta deste cenário, de acordo com estudos do IBRAM, o Brasil avançará na pro-dução mundial de cobre em 2012, assumindo a oitava posição – atrás da Rússia, e o Pará será responsável pela maior parte desta produção, com 700 mil toneladas por ano.

Performance

O cobre ocupa hoje a quarta posição (11,3%) no ranking dos minérios mais extra-ídos na Amazônia, atrás do ferro (35,2%), alumina (17,6%) e alumínio (15,1%). O Pará é o Estado da região amazônica que mais

produz este minério. Desde 2007, mantém produção em torno de 120 mil toneladas, o que corresponde a US$ 900 milhões. “Hoje, o valor da tonelada de cobre metálico é US$ 7 mil nas bolsas de valores”, comenta Alberto Rogério, Consultor do IBRAM na Amazônia.

As variações deste e de outros bens mi-nerais no mercado mundial serão discutidas no I Congresso de Mineração da Amazônia, que será realizado pelo IBRAM, com apoio do Governo do Estado e da Federação das Indústrias do Pará (Fiepa), entre os dias 10 e 13 de novembro, em Belém (PA).

Dentre os atuais investimentos voltados para este minério no Pará, se destaca a im-plantação do projeto Sossego (na região de Carajás), que envolve US$ 400 milhões. Os demais somarão algo em torno de US$ 2,.5 bilhões. Hoje, o cobre é extraído apenas em Canaã dos Carajás. No futuro, haverá projetos nos municípios de Marabá (Salobo), Paraua-pebas (Alemão), Cristalino (Curionópolis), 118 (Canaã), desenvolvidos pela Vale; e Boa Esperança (Tucumã), da Caraíba Mineração (associada ao IBRAM).

O engenheiro de minas José Gregório Ferreira da Mata assumiu o cargo de Di-retor de Operações da Anglo American Brasil (associada ao IBRAM). Com este novo posto, o executivo, até então Dire-tor Técnico da empresa, será responsável por todas as unidades do Negócio Metais Básicos no Brasil, ou seja, pelas operações de níquel, nióbio e fosfatados. Com isso, todos os diretores industriais passarão a se reportar à pasta de Gregório.

“Este cargo, criado para melhorar ainda mais os resultados operacionais da companhia, tem como objetivo promover o cuidado mais específico às operações já existentes, contribuindo para o cresci-mento e desenvolvimento dos negócios da empresa”, explica José Gregório. Enquanto o cargo de Diretor Técnico não for preen-chido, Gregório acumulará também as res-ponsabilidades referentes a esta posição.

Graduado pela Universidade Federal de Minas Gerais, Gregório atua no Grupo Anglo American há 27 anos. Antes de assumir o cargo de Diretor Técnico, em janeiro de 2008, foi, até o final de 2007, o Vice-Presidente de Operações e Projetos da AngloGold América do Sul. Durante a sua carreira profissional, o executivo foi Diretor-Presidente da Mineração Serra Grande, Diretor da Mineração Morro Velho e Conselheiro da Mineração Cerro Vanguardia, na Argentina.

O novo Diretor de Operação está na Anglo American há 27 anos

Anglo American Brasil apresenta Novo Diretor de Operações

Angl

o Am

eric

an

Page 9: SUSTENTABILIDADE NA EXPOSIBRAM AMAZÔNIAibram.org.br/sites/700/784/00001819.pdfMinas Gerais (UFMG), o V Congresso Brasileiro de Mina a Céu Aberto, o V Congresso Brasileiro de Mina

Indústria da Mineração Ano III - nº 20, outubro de 2008 9

Estudos do IBRAM apontam que o seg-mento extrativo representou 59,2% dos US$ 8 bilhões produzidos pela indústria mineral do Pará em 2007. A projeção para 2012 é que esse valor se eleve para US$ 31,7 bilhões, representando avanço de cerca de 300%. Até lá, o setor extrativo terá percen-tual de 82,1%.

No cenário de 2007, dos US$ 8 bilhões produzidos, o município de Parauapebas contribuiu com 35,8%, puxado pelo miné-rio de ferro. O segundo pólo, Barcarena, teve participação de 33,3% (com alumina e alumínio); o terceiro, Canaã dos Carajás, con-tribuiu com 10% (com o cobre). Depois vem Marabá (7,1% com o ferro-gusa e manganês), Oriximiná (6,3% com a bauxita) e os demais. Paragominas aparece com 0,8%, representan-do o início do projeto Bauxita, da Vale.

Mina de Carajás, localizada no município de Parauapebas (PA)

Parauapebas lidera ranking da produção de bens minerais no Pará

Três municípios participam da indústria de transformação mineral: Barcarena – per-tencente à Região da Grande Belém, que completa a cadeia do alumínio (bauxita-alu-mina-alumínio, primário-cabos e vergalhões de alumínio), cujo minério vem de Oriximiná (Porto Trombetas); e outros dois municípios do Sudeste do Pará: Marabá, que é abastecido por minério de ferro de Parauapebas e Flo-resta do Araguaia, principal matéria-prima do ferro-gusa e ferro-liga (produzidos no Distrito Industrial de Marabá); e Breu Branco, que transforma quartzo em silício metálico.

Em 2012, o pólo de Parauapebas continu-ará liderando o ranking da produção extrativa mineral com 34,1%; e Canaã dos Carajás ocupará a segunda posição com 31,6%, Barcarena responderá por 15,6%, São Felix do Xingu (8%), Marabá (4%), Ourilândia do

Norte (1,7%) e Oriximiná (1,6%). Os demais não vão superar 1%. O responsável pelo bom desempenho do setor será, principalmente, o minério de ferro, cuja produção saltará para 200 milhões de toneladas/ano e responderá por mais da metade de tudo o que for pro-duzido, em função da entrada em produção do projeto Serra Sul.

O níquel, com os projetos Onça Puma, Níquel do Vermelho e Jacaré, os dois primei-ros da Vale e o último da Anglo American (associadas ao IBRAM), ocupará a segunda posição (14,2%). A alumina, com a conclusão de expansões e o início de uma nova refinaria em Barcarena, responderá por 11,1%. O cobre será responsável pela fatia de 8,5%, o alumínio (4,3%), a bauxita (2,5%), o ferro-gusa (2,1%), o ouro (1,7%), o caulim (1%) e os demais bens minerais com menos de 1% cada.

VALE

Serviço

As inscrições para o I Congresso de Mineração da Amazônia estão sendo realizadas com desconto até o dia 30 de outubro no site www.exposibram.org.br

Page 10: SUSTENTABILIDADE NA EXPOSIBRAM AMAZÔNIAibram.org.br/sites/700/784/00001819.pdfMinas Gerais (UFMG), o V Congresso Brasileiro de Mina a Céu Aberto, o V Congresso Brasileiro de Mina

Indústria da Mineração Ano III - nº 20, outubro de 200810

ENTREVISTA

Por que promover um workshop sobre as potencialidades minerais na Amazônia?

É importante fazer destaque ao workshop “Potencialidades minerais na Amazônia” por-que é onde se encontram grandes potenciais minerais. Aqui estão 30% das reservas de mi-nério de ferro do Brasil, 80% das de bauxita, 50% das de caulim, 75% das de cobre e 87% das de estanho.

Quem poderá participar do workshop?

Profissionais ligados à área de mineração e convidados especiais.

Que discussões serão propostas e qual a finalidade destas discussões?

Primeiro, vamos discutir a interação entre os diversos atores do setor com troca de experiência entre as ações praticadas na Amazônia com as de outras regiões. Nossos projetos são modernos e competitivos, pois

são recentes e implantados com engenha-rias atualizadas, tanto na área econômica quanto na ambiental. O grande desafio é a engenharia social, mas isso não é peculiaridade da Amazônia. Em todos os países existem questões semelhantes. En-tão, o intercâmbio nesse sentido é muito bem-vindo.

Alberto Rogério Benedito da Silva é geólogo formado pela Universidade Federal do Pará no ano 1975. Atualmente é Consultor do IBRAM –

Amazônia e Diretor-Executivo da ARBS Consultoria, por meio da qual presta consultoria ao Instituto. É especializado em Economia e Legislação Mineral. Alberto Rogério contabiliza 30 anos de experiência no setor, envolvendo pla-nejamento, elaboração e articulação de projetos institucionais no Brasil e no exterior. Além disso, é autor e co-autor de livros e artigos técnicos sobre meio ambiente, mineração, economia mineral, política mineral e aspectos sociais da mineração. Já foi colunista de jornais de Belém e proferiu conferências sobre o setor em vários países.

O especialista ministrará durante o I Congresso de Mineração da Amazônia o workshop “Potencialidades minerais na Amazônia”, ao lado do Diretor de Relações Institucionais, Fernando Carvalho, do Serviço Geológico do Brasil (CPRM). A atividade será realizada no dia 11 de novembro.

Na entrevista a seguir, ele comenta como será o workshop e fala sobre a importância da região amazônica em sediar o Congresso e a EXPOSIBRAM Amazônia (Exposição Internacional de Mineração).

“Sem dúvida nenhuma, o cenário mineral na Amazônia

também está vivendo um grande boom. Vejo atualmente

com bastante otimismo o setor nesta região.”

“É na amazônia que se encontram grandes potenciais minerais. aqui, estão 30% das reservas de minÉrio de ferro do Brasil, 80% das de Bauxita, 50% das de

caulim, 75% das de coBre e 87% das de estanho”.

Alberto Rogério tem 30 anos de experiência no setor mineral

ALbERTO ROgéRIO bENEDITO DA SILVA – CONSuLTOR DO IbRAM-AMAzôNIA

Fábi

o Pi

na

Page 11: SUSTENTABILIDADE NA EXPOSIBRAM AMAZÔNIAibram.org.br/sites/700/784/00001819.pdfMinas Gerais (UFMG), o V Congresso Brasileiro de Mina a Céu Aberto, o V Congresso Brasileiro de Mina

Shut

ters

tock

Indústria da Mineração Ano III - nº 20, outubro de 2008 11

Depois, vamos colocar os projetos da indús-tria mineral em pauta para serem avaliados por outros players dentro do foco do mer-cado globalizado. E ainda, evidenciar nossas potencialidades existentes em uma região onde o desafio é compatibilizar a exploração de recursos naturais com a última das fron-teiras verdes do planeta, tendo como meta o desenvolvimento e o benefício social das comunidades que gravitam em torno dos empreendimentos. Serão envolvidos temas regionais, nacionais e globais, que possam contribuir para o desenvolvimento sustentá-vel da mineração.

Como você observa o atual cenário mineral na região amazônica?

Sem dúvida nenhuma, o cenário mineral na Amazônia também está vivendo um grande boom. Vejo atualmente com bas-tante otimismo o setor nesta região. Mesmo com a crise, deverão ser investidos cerca de US$30 bilhões até 2012, envolvendo tanto projetos novos como ampliação dos já existentes.

Quantos projetos estão em andamento e quantos estão sob estudos na região?

Doze projetos estão em andamento. São eles: Projeto Carajás-Vale (minério de ferro e manganês), Sossego-Vale (cobre), Trombetas-MRN (bauxita), Caulim-Imerys, em Ipixuna do Pará e Caulim-PPSA, também em Ipixu-na, Bauxita-Vale em Paragominas, Ouro em Itaituba (Serabi Mineração). Em implantação: Bauxita-Juruti (Alcoa), Níquel-Onça Puma (Vale), em Ourilândia do Norte, Níquel Ver-melho (Vale), em Canaã dos Carajás.

Destes doze projetos, seis estão sob estu-dos na Amazônia. São projetos minerais de cobre, bauxita, ferro-gusa, caulim, calcário, manganês, ouro, níquel e ferro, alumínio e silício metálico.

Qual a posição atual da Amazônia no mundo enquanto região estratégica para implantar projetos minerais?

A Amazônia tem posição estratégica, pois, além de deter ambientes favoráveis a depósitos significativos para entrar no mercado interna-

cional, há ainda a sua localização em relação aos principais mercados consumidores.

Quais estados da Amazônia estão na mira de investidores?

Principalmente o Pará, devido ao grande po-tencial mineral. O Amapá também está na mira com projetos de minério de ferro (MMX) e ouro (MPBA-Mineração Pedra Branca do Arapari).

Qual o perfil dos investidores que atualmente pesquisam áreas para instalar projetos na região?

Há dois tipos de investidores: aqueles que visam depósitos de classe internacional, ou seja, grandes projetos. Eles são desenvolvidos por empresas consideradas de grande porte. Este tipo de projeto passa ao largo da crise, com maturação no médio e longo prazo. E ainda, existem as empresas juniors - aquelas que captam dinheiro em bolsas de valores, principalmente em bolsas canadenses. Ao avaliarem seus depósitos, estes são nego-ciados com empresas maiores. As empresas juniors estão sendo afetadas diretamente pela crise, pois a valorização do dólar os afastou do mercado.

Na sua opinião, quais os principais desafios a serem superados para os atuais projetos de mineração garantirem a sustentabilidade de suas operações?

Mercado, infra-estrutura e licenciamentos. No mercado, há uma tendência em se con-tinuar consumindo bens minerais, haja visto que a humanidade depende desses bens no seu dia-a-dia. Todavia, o mercado sempre vai direcionar para maior demanda ou não. Hoje, a crise está afetando aquelas empresas que dependem de captar dinheiro em bolsas.

Em relação à infra-estrutura, o minério tem localização rígida e só pode ser explorado próximo a sua ocorrência. Desse modo, há necessidade de mais infra-estrutura para aten-der sua comercialização, haja visto que o mer-cado consumidor nem sempre está próximo às minas, principalmente o minério do Pará, que é direcionado para o mercado externo (Ásia e União Européia, principalmente). Por exemplo, Carajás tem boa infra-estrutura:

“o minÉrio tem localização rígida

e só pode ser explorado próximo a sua ocorrência.

desse modo, há necessidade de mais

infra-estrutura para atender sua comercialização, haja visto que o

mercado consumidor nem sempre está

próximo às minas”

mina, ferrovia e porto. Assim, qualquer de-pósito ali localizado pode ser colocado facil-mente em qualquer mercado. O mesmo não ocorre em Tapajós, onde o acesso não é bom, a BR-163 (Santarém-Cuiabá) até hoje não foi asfaltada, e isso dificulta a viabilização de projetos que poderiam lá ser implantados.

Outra questão é energia: a transformação de nossos minérios depende de energia (alumínio e silício, por exemplo) e não há energia disponível no mercado. A usina de Belo Monte até hoje não está totalmente equacionada. Sobre os licenciamentos, há, de modo geral, uma certa morosidade nos licenciamentos ambientais e isso prejudica os projetos que são globalizados e disputam com projetos de outros países.

Page 12: SUSTENTABILIDADE NA EXPOSIBRAM AMAZÔNIAibram.org.br/sites/700/784/00001819.pdfMinas Gerais (UFMG), o V Congresso Brasileiro de Mina a Céu Aberto, o V Congresso Brasileiro de Mina

Indústria da Mineração Ano III - nº 20, outubro de 200812

bOAS PRÁTICAS

RIO PARACATU MINERAÇÃO É PREMIADAA Rio Paracatu Mineração S.A (associada ao IBRAM) recebeu, em setembro, o Prêmio Proteção Brasil 2007 pelos Melhores Cases da Região

Sudeste e de Ações Preventivas de SST. A implementação, em 2005, da planilha para Avaliação de Desempenho de Área (ADA) foi um dos motivos que levou a empresa a ganhar o Prêmio. Além de gerenciar cada setor, a iniciativa gerou uma sadia competição interna entre as diferentes áreas da organização. A disputa reuniu grupos de categorias similares na empresa que buscam se destacar como o melhor setor dentro dos parâmetros de Saúde e Segurança do Trabalho.

ATuALIDADES

UE LANÇA CAMPANHA PARA AVALIAR RISCOS NO TRABALHO

A Agência Européia para Segurança e Saúde no Trabalho (EU-OSHA) lançou a campanha Lo-cais de trabalho sadios. Bom para você. Bom para os negócios. O objetivo é alertar para a necessida-de da avaliação dos ris-cos do trabalho no velho continente, onde, a cada ano, 5.720 pessoas mor-rem em conseqüência de acidentes trabalhistas, e outras 159.500 ficam inativas devido a doen-

ças profissionais, segundo dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT). De acordo com a Agência, a avaliação do risco é a primeira etapa do processo de gestão de risco, que, bem adotada, poderia evitar a maioria desses acidentes.

A campanha - que acontece em 2008/2009 - é voltada aos setores que envolvem grandes riscos – como a construção civil, a agricultura e setores ligados à saúde – e às pequenas e médias empresas. Esta campanha também vai atribuir o prêmio de Boas Práticas em reconhecimento às empresas e organizações que fizerem contribuições significativas para a promoção da avaliação de risco nos locais de trabalho.

A ação conta com o apoio das Presidências da UE, do Parla-mento Europeu, da Comissão Européia e dos parceiros sociais europeus. A OSHA-EU tem sede em Bilbao, na Espanha, e foi criada para atender às necessidades de informação no campo da segurança e saúde ocupacionais.

NOVAS NORMAS PARA CALÇADOS DE SEGURANÇA

A partir do dia 15 de março de 2009 entrarão em vigor quatro novas normas para calçados de segurança, de acordo com publica-ção da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), editada em 15 de setembro deste ano, no âmbito do Comitê Brasileiro de Equipamentos de Proteção Individual (ABNT/CB-32). O pró-ximo passo da Comissão de Estudo de Calçados de Segurança do ABNT/CB-32 será a elaboração de um Guia para seleção, uso e manutenção de calçados de segurança, proteção e ocupacional, com base no relatório técnico ISO/TR 18690:2006.

SEGURANÇA E SAÚDE

PROgRAMA ESPECIAL DE SEguRANÇA E SAÚDE OCuPACIONAL NA MINERAÇÃO

NOVA LEGISLAÇÃO Atentos à nova realidade o GTT01 – LEGISLAÇÃO, se antecipou

e promoveu palestra para as empresas participantes do Programa MinerAÇÃO sobre as mudança ocorridas na ligistação previden-ciária (INSS) no que se refere ao Fator Acidentário de Prevenção (FAP) e ao Nexo Técnico Epidemiológico (NTEP). A nova legislação entrará em vigor a partir de 1º de janeiro de 2010, alterando a responsabilidade das empresas quanto à caracterização do acidente de trabalho, invertendo o ônus da prova.

Saiba mais sobre o assunto lendo o resumo da palestra no site do IBRAM www.ibram.org.br

PROCESSOS CRíTICOS EM AÇÃOO GTT04 - Processos Críticos definiu nove temas que mais

contribuem para a geração de acidentes na mineração e está tra-balhando em parceria com a empresa Uzeda Eng. e Segurança, especializada em serviços elétricos. O objetivo é apresentar até o final do ano o primeiro produto do grupo: um protocolo contendo os requisitos sobre “Serviços em Eletricidade”.

GESTÃO DE CONTRATADASO Programa MinerAÇÃO contará em breve com um trabalho -

consistente e fundamentado, preparado pelo GTT06 – Gestão de Contratadas. O Grupo vem se antecipando ao cronograma e prevê para o início de 2009 a finalização dos requisitos que irão constar no Protocolo específico para esta Gestão. Além disso, o GTT06 vem utilizando o sistema de reuniões virtuais – uma ação eficaz que facilita a participação dos integrantes do grupo, proporcionando agilidade e eficiência dos trabalhos.

WORKSHOP SEGURANÇA COMPORTAMENTAL: VISõES CRíTICAS

O Programa MinerAÇÃO realizará, em Belo Horizonte (MG), para as empresas participantes do Programa, o Workshop Segurança Comportamental: visões críticas. O evento – que acontecerá no dia 25 de novembro - tem como objetivo proporcionar a Diretores, Gerentes e Supervisores, reflexões sobre questões relacionadas a acidentes do trabalho.

Mais informações, ou para participar, basta entrar em contato com o IBRAM – MG: (31) 3223-6751

Shut

ters

tock

Page 13: SUSTENTABILIDADE NA EXPOSIBRAM AMAZÔNIAibram.org.br/sites/700/784/00001819.pdfMinas Gerais (UFMG), o V Congresso Brasileiro de Mina a Céu Aberto, o V Congresso Brasileiro de Mina

Indústria da Mineração Ano III - nº 20, outubro de 2008 13

Paulo Camillo (Presidente do IBRAM) discursa durante solenidade de abertura do evento. Da esquerda para direita à mesa: Wilfred Bruijn (Diretor do Departamento de Projetos de Ferrosos da Vale), Sérgio Augusto Damaso de Sousa (Chefe do 3º Distrito do DNPM), Raphael Guimarães Andrade (Secretário Interino de Estado de

Desenvolvimento Econômico de MG), Cláudio Scliar (Secretário de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do MME), Roberto Galery (Chefe do Departamento de Engenharia de Minas da UFMG), Marcelo de Araújo Vieira (Superintendente Regional de Belo Horizonte da CPRM), Paulo Sérgio Machado Ribeiro (Subsecretário de

Desenvolvimento Mínero-Metalúrgico e Política Energética da Secretaria de Desenvolvimento Econômico de MG)

O setor mineral discutiu, entre os dias 23 e 25 de setembro, os desafios e o futuro da atividade, no V Congresso Brasileiro de Mina a Céu Aberto, no V Congresso Brasileiro de Mina Subterrânea e no Workshop Barragens de Rejeito, em Belo Horizonte (MG) – uma realização do IBRAM em parceria com o De-partamento de Engenharia de Minas da Uni-versidade Federal de Minas Gerais (UFMG). No total, 534 pessoas se inscreveram para parti-cipar das apresentações e trabalhos técnicos. Deste número, 113 eram estudantes.

No discurso de abertura do Presidente do IBRAM, Paulo Camillo Vargas Penna, o diri-gente salientou que o setor mineral, de forma crescente, continua contribuindo na formação do Produto Interno Bruto e para o superávit da balança comercial do Brasil. “A mineração tem papel importantíssimo também na criação de empregos diretos e indiretos, ao longo de toda a cadeia produtiva”, afirmou.

Segundo Paulo Camillo, a quinta edição do evento – que agora recebe também o Workshop Barragens de Rejeito – nunca es-teve tão adequado e propício para se fazer comparações com os temas discutidos na edição anterior, em 2006.

“Um primeiro aspecto a ser considera-do é o de que, globalmente, a indústria da mineração está atravessando, quase ilesa, a retração de crédito ou crise de liquidez gera-da pela chamada ‘crise do subprime’. Aliás, as conseqüências mais graves, vivenciadas

nos últimos dias nos mercados financeiros mundiais, deverão ser muito atenuadas ou contidas”, disse Paulo Camillo.

De acordo com o Diretor de Assuntos Minerários do IBRAM, Marcelo Ribeiro Tu-nes, deve-se reconhecer que, em termos de preços, para algumas commodities, tais como chumbo, níquel, urânio e zinco, após os gran-des picos de 2006/2007, houve acomodação em valores menores, porém, superiores, aos praticados quando do início do atual boom mineral. Para outros minérios, segundo ele, em especial o alumínio, o cobre e o ferro, as respectivas curvas de crescimento mantive-ram-se ascendentes e sem perspectivas de quedas bruscas.

A Indústria Mineral no brasil

Sob o tema “A Indústria Mineral: o presente e perspectivas para o futuro”, o Secretário de

V Congresso Brasileiro de Mina a Céu Aberto, V Congresso Brasileiro de Mina Subterrânea e Workshop Barragens

de Rejeito superam expectativas

Der

mev

al F

ilho

“não dá para pensar em inovação sem

pensar na competência tecnológica”

Page 14: SUSTENTABILIDADE NA EXPOSIBRAM AMAZÔNIAibram.org.br/sites/700/784/00001819.pdfMinas Gerais (UFMG), o V Congresso Brasileiro de Mina a Céu Aberto, o V Congresso Brasileiro de Mina

Indústria da Mineração Ano III - nº 20, outubro de 200814

Geologia, Mineração e Transformação Mine-ral do Ministério de Minas e Energia (MME), Cláudio Scliar, analisou sobre alguns pontos e desafios do setor. Segundo ele, 60% do território brasileiro são formado por rochas ácidas e é, por isso, que o País precisa tanto de fertilizantes. “Precisamos muito de potássio e fosfato”, revela.

Scliar fez uma breve exposição também so-bre os acidentes de trabalho em vários segmen-tos. E, constatou que a mineração apresenta o maior nível de risco para a segurança e saúde do trabalhador (nível 3 em uma escala de 1 a 3) liderando em número de mortes e acidentes no trabalho. Mas, segundo dados do Anuário Estatístico da Previdência Social de 2005, os números negativos vêm diminuindo: em 1998, foram registradas 56 mortes, e em, 2000, esse registro caiu para 29.

Estudantes de Engenharia de Minas da Universidade do Rio Grande do Sul posam para foto junto ao Presidente do IBRAM, Paulo Camillo Penna

Der

mev

al F

ilho

1 - Estande do DNPM (da esquerda para direita): Sérgio Augusto Damaso de Sousa (Chefe do 3º Distrito do

DNPM), Cláudio Scliar (Secretário de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do MME), Paulo Santana

(Assessor do Diretor-Geral do DNPM), Marcelo de Araújo Vieira (Superintendente Regional de Belo Horizonte da

CPRM), Paulo Camilo Penna (Presidente do IBRAM), Ernesto Von Sperling (Gerente da Divisão de Marketing e

Divulgação da CPRM)

2 - No total, foram 534 pessoas inscritas no evento

3 - Cláudio Scliar (Secretário de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do MME) representou Márcio

Zimmermann (Secretário Executivo do MME)

Por outro lado, a mineração apresenta resultados muito positivos e de peso na estrutura do setor: as pequenas e as mé-dias empresas representam quase 73% do número de empresas de mineração ativas no País. E é grande empregadora de mão-de-obra. As pequenas são responsáveis por cerca de 25% do total de empregos formais na atividade mineral. Se forem considerados os empregos oriundos da informalidade, este número pode atingir 40%.

“Não dá para pensar em inovação sem pensar na competência tecnológica”

Para o Secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Minas Gerais, Alberto Duque Portugal, o Brasil tem crescido espetacularmente nos últimos anos, principalmente na área de produção científica e inovação. “Não dá para pensar em inovação sem pensar a competência tecnológica”, afirmou.

Uma situação que o País enfrenta e que deve começar a mudar, segundo Portugal, é o fato de os grandes pesquisadores estarem concentrados nas Universidades e não nas empresas. “Minas Gerais está trabalhando mais na área da inovação para atender à grande demanda. Devemos prestar atenção na economia do conhecimento. Quanto mais conhecimento, mais oportunidades e alternativas”, revelou.

DN

PMD

erm

eval

Filh

o

Marcelo Ribeiro Tunes (Diretor de Assuntos Minerários do IBRAM) abordou, entre outros temas, o preço

dos minérios e convidou a todos a participarem do VI Congresso Brasileiro de Mina a Céu Aberto e VI

Congresso Brasileiro de Mina Subterrânea

1

2

3

Der

mev

al F

ilho

Der

mev

al F

ilho

Page 15: SUSTENTABILIDADE NA EXPOSIBRAM AMAZÔNIAibram.org.br/sites/700/784/00001819.pdfMinas Gerais (UFMG), o V Congresso Brasileiro de Mina a Céu Aberto, o V Congresso Brasileiro de Mina

Indústria da Mineração Ano III - nº 20, outubro de 2008 15

O IBRAM lançou, durante o Workshop Barragens de Rejeito, no dia 24 de setem-bro, o Programa de Gestão e Segurança das Barragens de Rejeitos. A ação consiste em promover um conjunto de cursos para Dire-tores, Gerentes, Engenheiros e Supervisores de Operação nas mineradoras, focados nas mineradoras de menor porte, uma vez que as grandes empresas já vem investindo em programas semelhantes em suas operações.

Outra grande inovação do Programa será uma iniciativa paralela, em parceria com a Fundação Estadual do Meio Ambien-te – FEAM, por meio da qual cerca de 200 barragens de rejeitos da classe III, localizadas em Minas Gerais serão monitoradas, com o objetivo de produzir um diagnóstico preciso da sua situação nesse Estado.

O Programa utilizará ferramentas moder-nas para a condução dos treinamentos, como o “ensino à distância”, quando os profissionais poderão ser capacitados pela internet, por intermédio do site canadense www.edumine.com, outra parceria negociada pelo Instituto para o Programa. Além de aulas presenciais e ainda de visitas “in loco” a diversas barragens. As aulas serão presenciais (16 horas.aula) e à distância (8 horas.aula), incluindo também as visitas técnicas (8 horas.aula).

Os programas de treinamento serão caracterizados pela utilização de uma lin-guagem simples, dentro de roteiros técnicos bem objetivos, acessíveis a profissionais de diversas formações, informou o Diretor de Assuntos Ambientais do IBRAM, Rinaldo Mancin, porém ressaltará as atividades mais relevantes para a implantação, abordando características mínimas de qualidade dos projetos e as necessidades de investigações geológico-geotécnicas.

Programa de Treinamento e Educação

A capacitação para diretores e gerentes visa motivar o compromisso da adminis-tração das empresas para o problema da

segurança de barragens, mostrando o signifi-cado e extensão dos custos de indenizações, perda de prestigio junto à sociedade e de valor de mercado.

Esta fase mostrará a situação de segurança de barragens no mundo, como estatísticas de rupturas com mortes e graves impactos ambientais e o panorama brasileiro, como também as conseqüências, financeiras, ambientais, de perda de imagem, de difi-culdades adicionais para o licenciamento de novos projetos. Exemplos por meio de “cases” de boas práticas de gestão também serão abordados.

Para os engenheiros de operação, a apli-cação do Programa se atentará à necessidade de implantar procedimentos de segurança,

IBRAM lança Programa de Barragens de Rejeitos

Workshop Barragens de Rejeito (da esquerda para direita): Joaquim Pimenta de Ávila (Coordenador do Programa do IBRAM), Paulo Franca (Gerente de área de Geotec da Vale) e

Paulo César Abrãao (Diretor da Geoconsultoria S/C Ltda)

controle de qualidade, treinamentos e me-canismos de controle. Para o Coordenador do Programa do IBRAM, Joaquim Pimenta de Ávila, é essencial, nesta etapa, uma aborda-gem sobre os principais problemas na gestão nas fases de estudos e projetos, contratação de construção, operação, monitoramento e gestão de segurança.

Já o objetivo deste treinamento aos su-pervisores de operação é garantir o entendi-mento detalhado das técnicas de disposição de rejeitos, requisitos de projeto, construção e operação, como também o entendimento sobre o funcionamento, a operação e manu-tenção dos instrumentos de monitoramento, estabelecimento de rotinas de inspeção re-latos e registros diários, semanais e mensais dos eventos relevantes.

Der

mev

al F

ilho

Page 16: SUSTENTABILIDADE NA EXPOSIBRAM AMAZÔNIAibram.org.br/sites/700/784/00001819.pdfMinas Gerais (UFMG), o V Congresso Brasileiro de Mina a Céu Aberto, o V Congresso Brasileiro de Mina

Indústria da Mineração Ano III - nº 20, outubro de 200816

“Tudo tem que ser sustentável. O que não for tem que ser reformulado”. As palavras foram ditas pelo Coordenador do Programa Especial “Segurança de Barragens de Rejei-tos” do IBRAM, Joaquim Pimenta de Ávila, durante o Workshop Barragens de Rejeito. Para ele, a boa engenharia para o fecha-mento de mina garante a futura estabilidade física, química e ambiental.

“Barragens de rejeito representam uma das ‘heranças’ mais visíveis e contenciosas da atividade de lavra”, afirmou. Segundo Pimenta de Ávila, a boa engenharia ou design for closure diminui os custos e garante a sustentabilidade. “Temos que pensar no fechamento da mina antes de tudo. E, a barragem de rejeito tem que se integrar com a paisagem futura. A barra-gem pós-fechamento precisa ser segura e estável”, disse.

Pimenta de Ávila lembra que até pouco tempo atrás, muitos denominavam fechamen-to de mina como abandono, o que é errado, segundo ele. Paulo César Abraão, Diretor da Geoconsultoria S/C Ltda. concorda e, explica que o fechamento representa a etapa em que cessam as atividades dos empreendimentos e

função do tipo de rejeito. “Não existe prazo genérico aplicável a todos os casos. A neutra-lização, por exemplo, depende do material depositado. Um material radioativo pode levar milhares de anos. E uma drenagem ácida pode levar de 10 a 100 anos”, explicou.

Para que a barragem não fique instável após ser monitorada, especialistas explicam que é preciso prepará-las para diversos fatores como enchentes, terremotos, ero-são pela água, agentes biológicos (raízes, animais etc).

“Quando falamos de barragens de rejeito falamos de disposição de rejeitos. A barra-gem é apenas a estrutura de contenção dos rejeitos”, disse Paulo Abraão. Ele expôs, em sua palestra “Estabilidade Física de Longo Prazo”, o ciclo da vida das barragens que consiste em três fases: projetar, operar e reavaliar com os objetivos do fechamento de mina, sob experiência da operação. O fechamento também consiste em três fases: descomissionamento, remediação e monito-ramento e controle. Quanto à estabilidade física de longo prazo deste, ele revelou que no Brasil, há menção de 5 a 10 anos de monitoramento. E, em outros países, esse prazo pode chegar até 50 anos.

Barragens de rejeito: a boa engenharia garante a sustentabilidade

se inicia a transição da área impactada para uma área estável em longo prazo.

Ciclo da vida das barragens de rejeitos

De acordo com Joaquim Pimenta de Ávila, não há sentido em estabelecer prazos genéricos para aplicação em barragens de rejeito. O horizonte do projeto deve ser em

Barragens de Rejeito da Mina Cuiabá da AngloGold Ashanti

divu

lgaç

ão

Encerramento do evento (da esquerda para direita): Cláudio Lúcio Lopes Pinto (Coordenador Técnico do evento / Departamento de Engenharia de Minas da UFMG), Décio Casadei (Diretor da Casadei Engenharia Mineral S/C Ltda);

Marcelo Ribeiro Tunes (Diretor de Assuntos Minerários do IBRAM)

Der

mev

al F

ilho

Page 17: SUSTENTABILIDADE NA EXPOSIBRAM AMAZÔNIAibram.org.br/sites/700/784/00001819.pdfMinas Gerais (UFMG), o V Congresso Brasileiro de Mina a Céu Aberto, o V Congresso Brasileiro de Mina

Shut

ters

tock

Indústria da Mineração Ano III - nº 20, outubro de 2008 17

O Brasil vive um período de desequilí-brio entre demanda e oferta de fertilizantes, como o maior crescimento da demanda que a oferta, a redução da oferta alguns países (inclusive de produtos) e o grande cresci-mento da demanda em países exportadores como os EUA e a China. Para que essa si-tuação seja revertida, é preciso, segundo o Diretor de Mineração e Projetos da Bunge Fertilizantes, Vicente Humberto Lôbo Cruz, adotar políticas voltadas para sustentabilidade e investir em estruturas básicas. Ele anunciou que a empresa – que comprou recentemente reservas da Companhia Brasileira de Meta-lurgia e Mineração (CBMM) - está investindo US$ 120 milhões de reais, em Araxá (MG). A expectativa é que a produção de fertilizantes aumente de 750 mil toneladas por ano para 1,650 milhões de toneladas por ano.

“Hoje, a nossa produção, em Araxá, já está na ordem de um milhão de toneladas. A primeira etapa das nossas obras já está concluída”, revelou. Vicente Lôbo ministrou a palestra “O Mercado e o Desafio da Indús-tria de Fertilizantes”, durante o V Congresso Brasileiro de Mina a Céu Aberto, V Congresso Brasileiro de Mina Subterrânea e Workshop Barragens de Rejeito.

Nesta exposição, ele explicou a importân-cia dos nutrientes que compõem os fertilizan-tes: potássio, fósforo e nitrogênio.

Fosfato

Segundo Lôbo, 85% da produção mine-ral de fosfato provém de rochas fosfáticas e que, quase 85% da produção desse setor é destinada ao mercado de fertilizantes. A de-manda da América Latina (mais basicamente o Brasil) cresce quase o dobro da demanda mundial. O País é responsável por 90% desta procura. Outro dado interessante é que 35% da demanda por rocha fosfática esperada, na próxima década, está localizada na China.

Potássio

Cerca de 95% da produção comercial de potássio é utilizada na agricultura como fertilizantes. Geralmente, as reservas estão localizadas a 400 ou 100 metros de profun-didade. Pouquíssimos países – apenas 12 – produzem potássio no mundo. “O que é um contraste pois mais de 150 países consumem o nutriente”, afirmou Lôbo.

Segundo os dados apresentados, a Améri-ca do Sul consome 8 milhões de toneladas por ano e produz apenas 1,4 milhão. Em virtude da densidade demográfica, a Ásia é o grande consumidor, com 18, 7 milhões, produzindo apenas 2,9 milhões.

Produção brasileira

O quarto consumidor de fertilizantes do mundo é o Brasil, representando apenas 2% da produção global. “O País é notadamente grande importador de fertilizantes”, revelou Lôbo.

Em primeiro lugar está a China com o consumo mundial de 32%. Em seguida, com 13%, vêm a China. E, em terceiro lugar, está os EUA consumindo 12%.

No Brasil, o maior uso de fertilizantes foi um dos grandes responsáveis pelo ex-pressivo crescimento da produção brasileira de grãos. “A presença mundial é grande: o mercado nacional de fertilizantes é o que vem apresentando a maior taxa de crescimento no mundo”, disse Lôbo. Mas, em 2007, as importações representaram 74% do supri-mento de fertilizantes – o que representa um grande salto pois, em 1990, a estatística apontou 36%.

Investimentos da Bunge Fertilizantes somam US$ 120 mi em Araxá (MG)

Page 18: SUSTENTABILIDADE NA EXPOSIBRAM AMAZÔNIAibram.org.br/sites/700/784/00001819.pdfMinas Gerais (UFMG), o V Congresso Brasileiro de Mina a Céu Aberto, o V Congresso Brasileiro de Mina

Indústria da Mineração Ano III - nº 20, outubro de 200818

Evento da Frente Parlamentar (da esquerda para a direita): Claudio Scliar (Secretário Nacional de Geologia e Mineração do MME), Helio Janny Teixeira (Diretor da FIA - Fundação Instituto de Administração da USP), Deputado Vicente Cândido, Deputado João Caramez (Coordenador da Frente), Claudio Marques (representante da Secretária de Energia e Saneamento), Miguel

Nery (Diretor-Geral do DNPM), Tasso de Toledo Pinheiro (Coordenador do Comin - Comitê da Mineração da FIESP) e Rinaldo Mancin (Diretor de Assuntos Ambientais do IBRAM)

Está em tramitação na Assembléia Legisla-tiva do Estado de São Paulo, o Projeto de Lei (PL) 620/2008, de autoria do Deputado João Caramez (PSDB) que institui o Dia Estadual da Mineração como o dia 09 de setembro.

“Ao instituir esse dia, procuramos deixar registrada essa importante data, quando os poderes públicos federal, estadual e municipal, executivo e legislativo, se uniram aos setores produtivos e técnicos do setor mineral, na busca de soluções para os problemas que têm dificul-tado o seu pleno desenvolvimento”, afirmou em sua justificativa o Deputado Caramez.

A Frente, composta por mais de 30 de-putados e entidades públicas e privadas do setor, entregou, em setembro, o primeiro relatório dos trabalhos desenvolvidos des-de a sua constituição em março de 2007, que apresenta um panorama atualizado da mineração paulista, os principais entraves que afetam o setor e as propostas para o seu

desenvolvimento sustentável. Na ocasião, o evento reuniu representantes do Ministério de Minas e Energia, da FIESP e das Secretarias de Estado de Desenvolvimento, Meio Ambiente e de Saneamento e Energia.

Os dados apresentados no PL, que re-produzem trechos do relatório, demonstram a importância da mineração paulista que é voltada, essencialmente, para o consumo interno, respondendo pelo abastecimento da indústria de transformação, agricultura e, principalmente, construção civil. Ela é consti-tuída basicamente de minerais não metálicos, extraídos em pequenas e médias minerações (cerca de 2500 lavras em atividade) e co-mercializados ou utilizados pelos próprios produtores, predominantemente, dentro dos limites do território do Estado.

Outro ponto relevante destacado é a pro-dução cerâmica. O Estado de São Paulo é o maior produtor de revestimentos cerâmicos

das Américas. Sua produção corresponde a mais de 60% da produção brasileira e é res-ponsável pela geração de 25 mil empregos diretos e 250 mil indiretos.

Toda água mineral consumida pelos pau-listas é produzida no próprio Estado, que é responsável por mais de 33% da produção nacional, respondendo pela geração de 200 mil empregos em toda cadeia produtiva.

“Por tudo isso, nada mais justo que no dia 9 de setembro possa ser comemorado o Dia Estadual da Mineração, para que nessa data se redobrem as atenções para este se-tor, tão fundamental para a nossa população quanto é a urbanização, a agricultura, a in-dustrialização, a geração de energia elétrica e a preservação ambiental, garantindo o seu desenvolvimento, seguro e continuo, dentro de sua nobre função de supridora de insumos minerais vitais para a sociedade”, conclui o Deputado em sua justificativa.

Projeto de Caramez institui o Dia da Mineração

Nilt

on R

amos

Page 19: SUSTENTABILIDADE NA EXPOSIBRAM AMAZÔNIAibram.org.br/sites/700/784/00001819.pdfMinas Gerais (UFMG), o V Congresso Brasileiro de Mina a Céu Aberto, o V Congresso Brasileiro de Mina

Indústria da Mineração Ano III - nº 20, outubro de 2008 19

A norma IEC 61850, que já foi definida como padrão para os setores de energia e petroquímico no Brasil, vem se tornando uma tendência nas áreas de siderurgia, cimento e mineração. Exemplo disso foi o Seminário “Introdução da Norma IEC 61850 – Aplicações Industriais”, promovido pela multinacional americana Schweitzer Engineering Laboratories (SEL), que reuniu no final de setembro, em Belo Horizonte (MG), cerca de 130 engenheiros e técnicos de renomadas empresas, como Vale, Usiminas, Samarco, Orteng, Magnesita, Miner-consult, Petrobrás, Gerdau, Holcim e CSN.

Para o Engenheiro Eletricista da Orteng, Philippe Maurin, a norma deixou de ser apenas uma tendência e já se tornou realidade. Ela cria um protocolo para padronizar a comu-nicação em subestações de energia elétrica, promovendo a interoperabilidade dos sistemas de controle e proteção. Os resultados são simplificação da engenharia, confiabilidade das informações e redução de custos.

De acordo com o Engenheiro e Diretor Co-mercial e de Marketing da multinacional SEL, Fernando Pettinati Ayello, as informações que antes eram obtidas por fios e cabos conven-cionais passam a trafegar em velocidades de transmissão de 100 Mbit/s pela rede Ethernet, meio padrão de comunicação já consolidado e disponível no mercado.

O Engenheiro Eletricista Anderson Vargas, da unidade da Vale, em Vitória (ES), afirmou que “o protocolo é uma novidade no merca-

gestão de Recursos Hídricos

Encontro da ANA na CNIO Secretário de Recursos Hídricos e de •

Meio Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente, Vicente Andreu, o Diretor-Presidente da Agência Nacional das Águas (ANA), José Machado, participaram, no dia 07/10, do primeiro encontro dos Usuários de Recursos Hídricos da Indústria, na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília.

Os principais temas da pauta foram a •articulação do setor privado na implementa-ção do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos no Brasil, os desafios e oportunidades proporcionados pela gestão compartilhada das águas e ainda o processo de implementação da cobrança pelo uso da água. Foram apresentadas as experiências de quem já paga pelo uso da água nas bacias dos rios Paraíba do Sul e Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ).

Prêmio ANA 2008Com o tema “Conservação e Uso Ra-•

cional da Água”, a premiação teve mais de 270 concorrentes.

O Prêmio ANA 2008 chega à reta final •com 18 projetos concorrendo em seis ca-tegorias: governo, empresas, organizações não-governamentais, organismos de bacia, imprensa e academia. São iniciativas que buscam a excelência e a originalidade na conservação e no uso sustentável da água. Os finalistas são de oitos estados brasileiros: Bahia, Ceará, Goiás, Paraná, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.

A premiação, promovida pela ANA •com o patrocínio da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil, contou com 273 inscritos de quase todos os Estados do Brasil. Apenas Alagoas e Rondônia não tiveram concorrentes.

do e a Vale tem projetos de substituição de relés já nesses padrões. O momento exige que se conheça mais a fundo essa nova tecnologia”, explica. Para ele, a maior vanta-gem é a padronização dos equipamentos de diferentes fabricantes.

Os relés, “vigilantes” do sistema elétrico, quando “sentem” que algum problema está ocorrendo, iniciam ações para os desliga-mentos da energia, de forma a evitar que os problemas se propaguem para outras áreas não afetadas. “Existe uma grande responsabilida-de por trás do engenheiro encarregado pela configuração dos relés de proteção, pois, em caso de erros de cálculos ou de implementação dos parâmetros, o equipamento poderá atuar de forma errada e causar enormes prejuízos à sociedade”, ressalta Fernando.

O Engenheiro Eletricista da Usiminas, José César Campos, conta que a idéia da Usiminas é implantar a norma IEC 61850 nas novas usinas que serão construídas, como a de Santana do Paraíso, próxima a Ipatinga (MG). O objetivo é padronizar e facilitar a manutenção no seu sistema de automação.

relés: “vigilantes” do sistema elétrico

Ass

esso

ria /

Opi

nião

For

mad

a

Ass

esso

ria /

Opi

nião

For

mad

a

Norma padroniza comunicação em subestações de energia elétrica Empresas siderúrgicas, mineradoras e cimenteiras

tendem a adotar o novo padrão

Participantes do Seminário

Page 20: SUSTENTABILIDADE NA EXPOSIBRAM AMAZÔNIAibram.org.br/sites/700/784/00001819.pdfMinas Gerais (UFMG), o V Congresso Brasileiro de Mina a Céu Aberto, o V Congresso Brasileiro de Mina

Shut

ters

tock

Indústria da Mineração Ano III - nº 20, outubro de 200820

O Ministro do Meio Ambiente (MMA), Carlos Minc anunciou o Plano Nacional sobre Mudança do

Clima – PNMC. Esta iniciativa entrou para consulta pública em 29 de setembro e, está

disponível para comentários até 31 de outubro na página eletrônica do MMA.

Estas sugestões serão analisadas e in-corporadas pelo MMA e o Ministério da Ciência e Tecnologia. E, só um

ano depois, o Plano será revisado e o inventário de emissões, atualizado.

O Plano – que reproduz um conjunto de ações que vêm sendo conduzidas

no País - é fruto do trabalho de treze mi-nistérios e mais de três anos de pesquisa.

Esta versão, elaborada no âmbito do Comitê Interministerial sobre Mudança do Clima e

de seu Grupo Executivo, instituídos por meio do Decreto n° 6.263, de 2007, baseia-se em

consultas a órgãos públicos e setores da sociedade envolvidos na III Conferência Nacional do Meio Am-

biente e nos Diálogos Setoriais promovidos pelo Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas (FBMC).

O CONAMA, no âmbito da Câmara Técnica de Gestão Territorial e Biomas, criou um Grupo de Trabalho para fazer o monitoramento e análise dos efeitos da Resolução nº 369/2006, que dispõe sobre os casos excepcionais de utilidade pública, interesse social ou baixo impacto ambiental, que possibilitam a intervenção ou supressão de Vegetação em Áreas de Preservação Permanente - APPs. Este GT já realizou três reuniões, abordando como tema a compre-ensão da real efetividade da Resolução.

Há cerca de um ano, o IBRAM realizou uma pesquisa junto a seus associados e, naquele momento, detectou que o nível de conhecimento sobre os órgãos ambientais e a legislação e sua conseqüente aplica-ção, ainda se encontravam em um estágio inicial. Desta forma, faz-se necessária uma nova consulta, que está em sendo providenciada pelo Instituto, cujos dados serão tabulados e encaminhados ao CO-NAMA. Esta pesquisa vem sendo realizada também nos órgãos licenciadores federal, estaduais e municipais sobre a aplicação desta Resolução.

Dentre as empresas associadas ao IBRAM que responderam às perguntas houve consenso que a criação da Resolução CONAMA 369/06 representou um grande avanço nas leis brasileiras, uma vez que, caracterizando a atividade de mineração como utilidade pública ou interesse social, esclareceu uma questão que desde muito complicava o processo de licenciamento ambiental para atividades minerárias.

As ressalvas que são feitas se relacionam às dificuldades encontradas na aplicação dos dispositivos desta Resolução no que tange ao desalinhamento interpretativo dos empreendedores, técnicos e entidades do próprio setor minerário. Ocorrem desde conflitos de entendimento sobre os con-ceitos de APPs até resistência em cumprir minimamente algumas das condicionantes para se obter as autorizações para interven-ções nessas áreas.

Para acompanhamento deste GT, acesse: http://www.mma.gov.br/port/conama/ctgt/

gt.cfm?cod_gt=141

CONAMA finaliza estrutura de Áreas de Preservação Permanente

Nos dias 02 e 03 de outubro aconteceu a 7ª reunião do Grupo de Trabalho sobre Res-tauração e Recuperação de Áreas de Preservação Permanente - APP da Câmara Técnica de Gestão Territorial e Biomas-CTGTB. No encontro, foi finalizada a estruturação da resolução quanto à área urbana. Salienta-se que previamente definiu-se que a resolução seria dividida em dois temas relacionados à localização, se urbanas ou rurais.

Os próximos passos para a conclusão dos trabalhos se relacionam a avaliação final da minuta e definição dos termos da resolução. Na próxima reunião, prevista para o inicio de novembro, o GT avaliará as contribuições dos participantes e dará como encerrado os trabalhos. Na seqüência, a minuta de Resolução segue para o Departamento Jurídico do Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA (órgão do Ministério do Meio Ambiente) para avaliação e depois, para Câmara Técnica para aprovação. Só depois é levada à plenária do CONAMA para ser aprovada e transformada em Resolução.

O Grupo de Trabalho sobre Restauração e Recuperação de Áreas de Preservação Perma-nente, criado com a finalidade de atender o artigo 17 da resolução 369, tem caráter normativo, ou seja, tem por objetivo a proposição de um marco regulatório que defina metodologias, instrumentos e ações direcionadas a estimular a restauração e recuperação de APPs, urbanas e rurais. O IBRAM participa do GT na condição de titular, representando a CNI. O GT tem caráter interinstitucional é composto por atores do setor púbico, privado e terceiro setor.

Para conhecer a minuta que vem sendo elaborada, acesse:http://www.mma.gov.br/port/conama/reunalt.cfm?cod_reuniao=1078

Ministro anuncia Plano Nacional sobre mudança do clima

Monitoramento e Análise dos Efeitos da Resolução CONAMA nº 369/2006