sustentabilidade das cooperativas de crédito rural …siaibib01.univali.br/pdf/greice...
TRANSCRIPT
GREICE FIAMONCINI
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE ESTÁGIO
A SUSTENTABILIDADE DAS COOPERATIVAS DE CRÉDITO RURAL
COM INTERAÇÃO SOLIDÁRIA DA AGRICULTURA FAMILIAR - UM CASO NA
CRESOL LUIS ALVES
Trabalho de conclusão de estágio desenvolvido para o Estágio Supervisionado do Curso de Administração do Centro de Ciências Aplicadas - Gestão da Universidade do Vale do Itajaí.
ITAJAÍ – SC, 2008
Dedico este trabalho com imenso amor aos meus pais Admir e Tânia, meus irmãos Cristian e Ralf, meu namorado Maikon, e a todos familiares e amigos, que me acompanharam nesta trajetória
Agradeço primeiramente a Deus pela vida. Ao meu pai e minha mãe, meus irmãos, meu namorado, amigos e familiares pela compreensão e força nos momentos difíceis, ao longo da formação universitária. Agradeço também ao professor Edemir meu Orientador e a Claudirene minha Supervisora de Campo e à CRESOL Luis Alves pelo auxílio e participação na execução deste trabalho.
“Somente alguém plenamente feliz e em paz é capaz de gerenciar seus pensamentos e fazer de uma pequena flor um espetáculo aos seus olhos.” Augusto Cury
EQUIPE TÉCNICA
a) Nome do estagiário
Greice Fiamoncini
b) Área de estágio
Administração Geral
c) Supervisor de Campo
Claudirene Costa Mittelmann
d) Orientador de estágio
Prof. Edemir Manoel dos Santos, M. Eng.
e) Responsável pelo estágio supervisionado em Administração
Prof. Marcos Antônio Hans Dias, M.Sc
DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DA EMPRESA
a) Razão Social
Cooperativa de Crédito Rural com Interação Solidária de Luis Alves –
CRESOL Luis Alves
b) Endereço
Rua Leopoldo Hess, n. 144, Sala 02, Bairro Vila do Salto – Luis Alves – SC.
c) Setor de desenvolvimento do estágio
Crédito e Caixa
d) Duração do estágio
240 horas
e) Nome e cargo do supervisor de campo
Claudirene Costa Mittelmann – Presidente
f) Carimbo e visto da empresa
AUTORIZAÇÃO DA EMPRESA
ITAJAÍ, 27 de Outubro de 2008.
A Empresa Cooperativa de Crédito Rural com Interação Solidária de Luis
Alves – CRESOL Luis Alves, pelo presente instrumento, autoriza a Universidade do
Vale do Itajaí – UNIVALI, a publicar, em sua biblioteca, o Trabalho de Conclusão de
Estágio executado durante o Estágio Supervisionado, pela acadêmica GREICE
FIAMONCINI.
___________________________
Claudirene Costa Mittelmann
RESUMO
Com as mudanças na agricultura, com a era da tecnologia os números que compõe o êxodo rural são cada vez mais altos. Os agricultores passavam por dificuldades para encontrar mão-de-obra rural, portanto para substituir e continuar no interior, necessitavam equipar adequadamente a substituição da mão-de-obra por máquinas agrícolas. Nesta corrida surgiam empecilhos na hora de fazer financiamentos junto aos bancos para a compra de insumos e máquinas para a lavoura. Neste contexto surgiu em Luis Alves, a necessidade de criar-se uma cooperativa de crédito rural, a CRESOL Luis Alves é o objeto de estudo deste trabalho. Por ser uma cooperativa e ter regras a serem seguidas, bem diferentes dos Bancos Financeiros, ela precisa posicionar-se no mercado prestando bons serviços e tornando-se sustentável e desenvolvendo sustentabilidade para os agricultores familiares que nela investem. Com isso, obteve-se como objetivo deste estudo identificar quais serviços prestados pela CRESOL Luis Alves promovem sua sustentabilidade. Para o levantamento destes dados utilizou-se a aplicação de questionários. Pelo tipo de pesquisa usou-se o método quantitativo e qualitativo, a apuração dos dados foi feita por meio do software Sphinx Léxica 2000. Foram distribuídos 205 questionários, que tiveram retorno na integra. Os resultados obtidos foram satisfatórios. Concluindo, os resultados obtidos nos permitem avaliar que existem três serviços que tornam sustentáveis os serviços da cooperativa CRESOL Luis Alves. Estes serviços são os pagamentos de títulos, o talão de cheques e as aplicações.
PALAVRAS-CHAVE: Cooperativismo, Sustentabilidade, CRESOL, Serviços.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Quadro 1 - Critérios competitivos para operações de serviços................... 20
Figura 1 - Ciclo PDCA para melhorias....................................................... 22
Figura 2 - Representação da Ancosol........................................................ 28
Figura 3 - Abrangência das Cooperativas da Agricultura Familiar e
Economia Solidária no Brasil Ramo de Crédito.........................
29
Figura 4 - Fachada da Cooperativa sede CRESOL Luis Alves................. 35
Figura 5 - Organograma Funcional CRESOL Luis Alves........................... 37
Figura 6 - Fluxograma de Serviços............................................................ 57
Tabela 1 - Taxas para aplicação Programa Poupe Cre$ol......................... 41
Tabela 2 - Taxas de juros para o PRONAF Custeio................................... 49
Tabela 3 - Taxas de juros para o PRONAF Investimento........................... 49
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ANCOSOL : Associação Nacional do Cooperativismo de Crédito de Economia
Familiar e Solidária
ANTEAG : Associação Nacional de Trabalhadores em Empresas
Autogestionárias e de Participação Acionária
BACEN : Banco Central
BB : Banco do Brasil
BESC : Banco do Estado de Santa Catarina
CRESOL : Cooperativa de Crédito Rural com Interação Solidária
DAP : Declaração de Aptidão ao PRONAF
GCB : Gerenciador de Correspondente bancário
INFOCOS : Instituto de Formação do Cooperativismo Solidário
OCB : Organização das Cooperativas do Brasil
OSM : Organização Sistemas e Métodos
PROGER : Programa de Geração de Emprego e Renda
PRONAF : Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar
SISCLAF : Sistema de Cooperativas de Leite da Agricultura Familiar
SITRULA : Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Luis Alves
SPC : Sistema de Proteção ao Crédito
UNICAFES : União Nacional das Cooperativas da Agricultura Familiar e
Economia Solidária
SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO................................................................................. 13
1.1 Problema de Pesquisa/Justificativa............................................... 14
1.2 Objetivos do Trabalho.................................................................... 15
1.3 Aspectos Metodológicos................................................................ 16
1.3.1 Caracterização da Pesquisa....................................................... 16
1.3.2 Contexto e participação do trabalho de estágio.......................... 17
1.3.3 Procedimentos e instrumentos de coleta de dados.................... 18
1.3.4 Tratamento e análise dos dados................................................. 18
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA........................... ................................. 20
2.1 Contexto da Administração............................................................ 20
2.2 Áreas da Administração................................................................. 21
2.2.1 Recursos Humanos..................................................................... 21
2.2.2 Administração de Marketing........................................................ 22
2.2.3 Administração da Produção........................................................ 25
2.2.4 Administração de Materiais......................................................... 25
2.2.5 Organização Sistemas e Métodos.............................................. 26
2.2.6 Administração Financeira............................................................ 26
2.3 O processo da Tomada de Decisão............................................... 28
2.4 Cooperativismo de Crédito............................................................. 32
2.4.1 Primeira Cooperativa – Associação de Caixas Rurais................ 33
2.4.2 Cooperativismo como agente de desenvolvimento.................... 35
2.4.3 Cooperativismo de Crédito no Brasil........................................... 36
2.4.4 Cooperativismo na Agricultura Familiar e a Economia Solidária 40
3. A SUSTENTABILIDADE DAS COOPERATIVAS DE CRÉDITO
RURAL COM INTERAÇÃO SOLIDÁRIA DA AGRICULTURA
FAMILIAR – UM CASO NA CRESOL LUIS ALVES............ ...............
44
3.1 O SISTEMA CRESOL.................................................................... 44
3.1.1 CRESOL Luis Alves.................................................................... 47
3.2 Serviços prestados pela CRESOL Luis Alves................................ 52
3.2.1 Descrição dos serviços da CRESOL Luis Aves.......................... 52
3.2.2 Serviços do departamento de caixa............................................ 54
3.2.3 Serviços do departamento de crédito......................................... 57
3.3 Aplicação do Questionário............................................................. 64
3.4 Resultado da Pesquisa.................................................................. 65
4. SUGESTÕES PARA A EMPRESA........................ ......................... 74
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS............................ ................................. 75
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................... .......................... 77
APÊNDICES......................................................................................... 80
Questionário......................................................................................... 81
ANEXOS............................................................................................... 83
Capítulo X, do Regimento Interno da CRESOL Luis Alves.................. 84
DECLARAÇÃO......................................... ........................................... 90
ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS........................ ........................ 91
1 INTRODUÇÃO
De acordo com Benetti (1994), o contexto sócio econômico da constituição
das primeiras cooperativas de crédito com interação solidária, em meados do século
90, era a ausência de um programa de apoio aos agricultores familiares, que no
momento de acessar recursos nas instituições financeiras tradicionais enfrentavam
os mesmos critérios dos grandes produtores.
Segundo a Lei 5.764/71, a cooperativa é: “Uma sociedade de pessoas, com
forma e natureza jurídica próprias, de natureza civil não sujeita a falência,
constituída para prestar serviços aos associados”.
O cooperativismo de crédito solidário ganhou projeção em todo o país nos
últimos dois anos, resultado de maior articulação entre as demandas e negociações,
tanto na área de crédito como na capacitação dos técnicos e dirigentes.
O setor cooperativista é de singular importância para a sociedade, na medida
em que promove a aplicação de recursos em favor de sua própria comunidade.
Principalmente, por representar iniciativas diretamente promovidas pelos cidadãos
de diferentes classes sociais e pela participação dos agricultores nos processos
gerenciais o que resulta no aumento do número de cooperados e
conseqüentemente, o de cooperativas.
Por representar iniciativas diretamente promovidas pelos cooperados, é
importante para o desenvolvimento sustentável local, especialmente nos aspectos
de formação de poupança e de financiamento os quais trazem benefícios evidentes
como a geração de empregos e o aumento na distribuição da renda produzida.
Apesar do crescimento contínuo do número de cooperativas registradas desde
os primeiros anos, do quadro social e dos montantes de envolvidos, procura-se
aprimorar cada vez mais a sustentabilidade das cooperativas perante a nova
situação econômica e social brasileira.
De acordo com Soares (2007), na medida em que há mudanças na
conjuntura econômica do país, há mudanças também dentro do sistema
cooperativista. O produto que demonstrar ser o melhor será o mais procurado.
O desenvolvimento de bens ou serviços exigirá maiores investimentos em
pesquisa e desenvolvimento, no aperfeiçoamento, na dissolução e criação de novos
produtos e na busca de algo novo no mercado, para a sustentabilidade das
organizações entre elas as cooperativas de crédito da agricultura familiar com
interação solidária, objeto de estudo da presente pesquisa.
Segundo informações do Banco Central (2007), as cooperativas conseguem
manter os empregos nas pequenas comunidades e ofertar serviços mais adequados
às necessidades locais, principalmente em cidades onde prevalece a agricultura
familiar, o que evita, de certa forma o êxodo rural. Assim, para os agricultores
envolvidos, os quais, entre outras funções participam da gestão, precisam
desenvolver novos serviços para a sustentabilidade dessas organizações, diante das
dificuldades apresentadas pela conjuntura econômica mundial.
Também, a unidade-caso: COOPERATIVA DE CRÉDITO RURAL COM
INTERAÇÃO SOLIDÁRIA DE LUIS ALVES, doravante CRESOL Luis Alves,
necessita estar atualizada em relação aos serviços que garantem sua
sustentabilidade. Atualmente, ela possui cinco Postos de Atendimento, nas cidades
de São João do Itaperiú, Massaramduba, Ilhota, Imbituba e Joinville, e um exclusivo
para aposentados e pessoas jurídicas na cidade sede, em Luis Alves. Portanto, a
unidade-caso é importante para o desenvolvimento dos municípios do seu entorno, e
por isso, a presente pesquisa pretende estudar sua sustentabilidade em relação a
prestação dos seus serviços.
1.1 Problema de Pesquisa / Justificativa
De acordo com Marconi (2002), problema de pesquisa é a dificuldade teórica
ou prática, no conhecimento de alguma coisa de real importância, para qual se deve
encontrar uma solução.
Ainda o mesmo autor, cita que a caracterização do problema define e
identifica o assunto em estudo, quando bem delimitado, simplifica e facilita a maneira
de conduzir a investigação.
Com o intuito de auxiliar a CRESOL Luis Alves, sugere-se estudar sua
sustentabilidade, a partir dos seus serviços prestados, melhorando-os em relação
aos cooperados e para isso delineou-se como problema de pesquisa:
Quais serviços prestados pela CRESOL Luis Alves promovem sua
sustentabilidade?
Segundo Roesch (1999), “[...] é possível justificar um projeto através de sua
importância, oportunidade e viabilidade”.
O resultado desta pesquisa consiste em conhecer os serviços prestados pela
unidade-caso, como também a importância dos que promovem sua sustentabilidade.
Quanto à oportunidade, é interessante lembrar a nova era no setor financeiro
em que se encontra o país. Novas modalidades de crédito, novas instituições e com
isso a concorrência se torna um foco indispensável na vida das empresas. A
empresa que possui os melhores serviços são as que prevalecem e crescem no
mercado. Sendo assim, este é um momento oportuno para verificar a
sustentabilidade nos serviços prestados pela unidade-caso.
Roesch (1999), afirma que para evitar desapontamentos futuros é essencial
refletir sobre a viabilidade do trabalho ainda na fase de projeto.
A presente pesquisa foi desenvolvida pela pesquisadora em seu próprio
ambiente de trabalho, não havendo assim gastos com transporte e telefone. As
informações em geral sobre os serviços prestados foram coletadas no próprio local
de trabalho também.
1.2 Objetivos do Trabalho
Para responder ao problema de pesquisa, identificou-se o seguinte objetivo
geral: Identificar quais serviços prestados pela CRESOL Luis Alves promovem sua
sustentabilidade. E como específicos delineou-se:
• Descrever os serviços prestados na unidade-caso.
• Desenhar os processos necessários na prestação de serviços.
• Verificar quais os serviços que são mais utilizados pelos sócios
• Relacionar quais serviços promovem sua sustentabilidade.
1.3 Aspectos Metodológicos
Este item trata da metodologia utilizada no desenvolvimento do trabalho de
pesquisa, onde se especifica o seu desenvolvimento, suas características e análises
utilizadas no tratamento dos dados coletados.
Segundo Marconi (2002) toda pesquisa deve basear-se em uma teoria, que
serve como ponto de partida para investigações bem sucedidas de um problema, e
para ser válida deve apoiar-se em fatos observados aprovados, resultantes da
pesquisa.
1.3.1 Caracterização da Pesquisa
Para a realização desta pesquisa foi utilizado o método quantitativo com um
aporte ao método qualitativo.
O método quantitativo de acordo com Oliveira:
significa quantificar opiniões, dados, nas formas de coleta de informações, assim como também o emprego de recursos e técnicas estatísticas desde as mais simples, como percentagem, média, moda, mediana e desvio padrão, até as de uso mais complexo, como coeficiente de correlação, análise de regressão etc. OLIVEIRA (1997, p. 115).
Já, o método qualitativo é caracterizado por Richardson (1999) como um
“método que não emprega um instrumental estatístico como base do processo de
análise de um problema, [ele] não pretende numerar ou medir unidades ou
categorias homogêneas”. Considera-se a utilização do método quantitativo com
aporte qualitativo, como a melhor metodologia a ser empregada, pois para o
problema estudado na unidade-caso, será necessário além das fontes numéricas, o
emprego de analises de processos para resolver o problema de pesquisa.
Por outro lado, em relação aos objetivos propostos, quanto ao tipo de
pesquisa, ela pode ser classificada de pesquisa-diagnóstico. Segundo Roesch
(1999), é o tipo de pesquisa que visa uma situação organizacional com o objetivo de
explorar o ambiente, levantar e definir problemas, pois se pretende identificar os
serviços prestados na unidade-caso que promovem sua sustentabilidade.
1.3.2 Contexto e participação do trabalho de estágio
Por se tratar de um estudo de caso com o intuito de perceber a
sustentabilidade a pesquisa tem como participantes apenas os cooperados do
quadro social da sede da CRESOL Luis Alves .
Segundo Roesch (1999), o estágio pode ser concentrado em um
departamento da empresa. O presente estágio foi realizado na unidade-caso nos
setores de crédito e caixa.
Foi utilizado como critério para a escolha dos participantes do trabalho de
estágio, a amostra probabilística, uma amostragem aleatória simples que segundo
Roesch (2006, p.139) “... a escolha dos elementos é feita através de uma tabela de
números aleatórios, de modo que cada membro da população tenha a mesma
chance de ser incluído na amostra”.
Para determinar a amostra e o erro amostral, utilizou-se para a aplicação da
presente pesquisa a fórmula de Barbetta (2007):
E =Erro máximo admitido (em percentual) 7% N =Tamanho da população 138 no =Tamanho aproximado da amostra 204,08 n =Tamanho da amostra 82,329
Figura 1: Cálculo de amostra e erro amostral.
Fonte: Estatística Aplicada às Ciências Sociais. (Barbetta, 2007).
Na base de dados de cadastro da cooperativa em setembro existiam 1674
agricultores associados, de acordo com esses dados, utilizou-se 7% para o erro
amostral, sendo assim, ao aplicar a fórmula, obteve-se uma amostra aproximada de
205 questionários.
20
1
En = Nn
Nnn
+=
0
0 .
1.3.3 Procedimentos e instrumentos de coleta de dados
Segundo Roesch (1999) as principais técnicas para a coleta de dados são as
seguintes: entrevista, questionário, testes e observações.
Para a coleta dos dados da pesquisa foi utilizada a técnica por meio de
questionários, com perguntas fechadas. De acordo com Lakatos (2001), questionário
define-se como sendo:
... um instrumento de coleta de dados constituído por uma série ordenada de perguntas, que devem ser respondidas por escrito, e sem a presença do entrevistador. Em geral, o pesquisador envia o questionário ao informante, pelo correio ou por um portador; depois de preenchido, o pesquisador devolve-o do mesmo modo. (LAKATOS, 2001, p. 59).
Para a coleta de dados foram utilizadas fontes primárias que narram
diretamente o objeto de estudo e secundárias que transmitem indiretamente a
informação, que são segundo Mattar definidas como:
...dados primários são aqueles que não foram coletados antes, estando ainda em posse dos pesquisados, e que são coletados com o propósito de atender as necessidades específicas em andamento; dados secundários são aqueles que já foram coletados, tabulados, ordenados, e às vezes, até analisados e que estão catalogados a disposição dos clientes. (MATTAR, 1996, p.48).
Nesse sentido, exemplifica-se dado secundário o demonstrativo de resultados
do exercício e demais dados de documentos internos da CRESOL Luis Alves e
como dado primário as respostas do questionário aplicado.
1.3.4 Tratamento e análise dos dados
Para esta etapa, análise e tratamento de dados foram feitos através de
conteúdos obtidos com documentos, anotações, aplicação dos questionários e
pesquisas bibliográficas feitas pela Acadêmica.
A pesquisa foi elaborada entre março e novembro de 2008. Os questionários
foram entregues para os sócios da carteira ativa da sede em Luis Alves, em
setembro de 2008.
As respostas foram analisadas e apresentadas através de gráficos, seguidos
de textos explicativos para melhor visualização.
Para fundamentar a pesquisa utilizou-se de conceitos inerentes abordados
por vários autores, entre eles destacam-se Chiavenatto nos assuntos que tratam da
Administração Geral; para falar sobre serviços e marketing Kotler, Las Casas e
Cobra e por último dos temas acerca do cooperativismo Singer e Pinheiro.
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Este capítulo mostra os estudos feitos pelos autores da administração, e
áreas afins da pesquisa e apresenta maiores informações sobre o contexto do
trabalho.
2.1 Contexto da Administração
O mundo em que se vive é uma sociedade composta por organizações, por
isso, as atividades relacionadas à produção de bens (produtos) ou prestações de
serviços (atividades especializadas) são planejadas, coordenadas, dirigidas,
executadas e por elas controladas. Este processo faz parte da Administração.
Segundo Chiavenato (2003), a Administração é a condução racional das
atividades de uma organização seja ela lucrativa ou não-lucrativa. A administração
trata do planejamento da organização, direção e controle de uma organização.
Chiavenato diz que organização significa o conjunto de órgãos e pessoas que
constituem o aparato administrativo da organização. Significa também o mesmo que
formato ou desenho organizacional.
De acordo com Robbins (2000), organização significa um arranjo sistemático
de duas ou mais pessoas que cumprem papéis formais e compartilham um propósito
comum.
Para que estas organizações obtenham o resultado esperado, e se
mantenham no mercado, com um quadro de clientes, e com um aceite de seus
produtos ou serviços, é necessária a ajuda da ciência que através de suas teorias
ajude a gerir estas empresas, seguem-se alguns conceitos da administração:
De acordo com Chiavenato (2003) pode-se entender a origem desta palavra:
A palavra administração tem sua origem do latim (ad, direção para, tendência; minister, comparativo de inferioridade; e sufixo ter, que serve como termo de comparação; significando subordinação ou obediência, isto é, aquele que realiza alguma função abaixo do comando de outro, aquele que presta um serviço a outro) e seu significado original implica subordinação e serviço. Em sua origem, a palavra administração se refere a uma função que se desenvolve sob o comando de outro de um serviço que se presta a outro. (CHIAVENATO, 1994, P.3)
Segundo Chiavenato (2003) sem a administração, as organizações jamais
teriam condições de existir e de crescer.
Para que a empresa tenha o desempenho previsto, é necessário que o
administrador saiba conduzi-la.
Chiavenato (2003) identifica atualmente o ato de administra funções como
sendo:
• Prever, visualizar o futuro e programar a ação.
• Organizar, constituir o duplo organismo material e social da empresa.
• Comandar, dirigir e orientar as pessoas.
• Coordenar, unir os atos e esforços coletivos.
• Controlar, monitorar para que tudo ocorra de acordo com o estabelecido.
A união de todas as funções administrativas gera o conceito de Tarefa da
Administração sendo o seguinte:
Interpretar os objetivos propostos pela empresa em ação empresarial por meio de planejamento, organização e controle de todos os esforços realizados em todas as áreas e em todos os níveis da empresa, a fim de atingir seus objetivos de maneira eficiente e eficaz. (CHIAVENATO, 2000, p.3).
2.2 Áreas da administração
A administração é dividida em seis áreas: Recursos Humanos, Marketing,
Produção, Materiais, Organização Sistemas e Métodos e Administração Financeira
Independente do tamanho da empresa, dentro dela existe a presença de
algumas dessas áreas.
2.2.1 Recursos Humanos
A Administração de Recursos Humanos tem como função gerir pessoas.
Segundo Chiavenato (2004), Administração de Recursos Humanos é o
conjunto de políticas e práticas necessárias para conduzir os aspectos de posição
gerencial relacionados às pessoas, incluindo recrutamento, seleção, treinamento,
recompensas e avaliação de desempenho.
Esta área da administração procura manter o equilíbrio entre colaboradores e
organização.
2.2.2 Administração de Marketing
A administração de marketing envolve análise, planejamento, implementação
e controle. Existe uma relação de troca que satisfaz as partes envolvidas.
Kotler (1998) define administração de marketing como sendo o processo
social e gerencial onde indivíduos e grupos o que necessitam e desejam através da
criação, oferta e troca de produtos de valor com outros.
Para Las Casas Marketing:
Marketing é a área do conhecimento que engloba todas as atividades concernentes às relações de troca, orientadas para a satisfação dos desejos e necessidades dos consumidores, visando alcançar determinados objetivos de empresas ou indivíduos e considerando sempre o meio ambiente de atuação e o impacto que essas relações causam no bem-estar da sociedade. Las Casas (1997, p. 27)
O marketing começa com necessidades e desejos humanos. O mesmo autor
ainda diz que é importante distinguir entre necessidades, desejos e demandas.
Necessidade humana é um estado de privação de alguma satisfação básica.
Desejos são carências por satisfações específicas para atender às
necessidades. Embora as necessidades das pessoas sejam poucas, seus desejos
são muitos.
Demanda são desejos por produtos específicos, respaldados pela habilidade
e disposição de comprá-los. Os desejos tornam-se demanda quando apoiados por
poder de compra.
As pessoas satisfazem as suas necessidades e desejos com produtos.
Kotler (1998) afirma que um produto é algo que pode ser oferecido para
satisfazer a uma necessidade ou desejo.
Um produto pode se consistir em três componentes: bem físico, serviço e
idéia.
A administração de marketing possui uma combinação de ferramentas que
são usadas quando uma empresa lançar um produto ou serviço no mercado, e visa
atender as necessidades dos consumidores. Essa combinação envolve as seguintes
variáveis: produto, preço, praça e promoção e são denominadas composto de
marketing. Segundo Kotler (1998) "composto de marketing é o conjunto de
ferramentas que a empresa usa para atingir seus objetivos de marketing no
mercado-alvo".
Uma das ferramentas do composto de marketing é o produto, que deve ser
desenvolvido de maneira assertiva para o mercado-alvo, porque precisa satisfazer
algumas necessidades do consumidor. Para Kotler (1998) "produto é a oferta
tangível da empresa para o mercado, que inclui qualidade, design, características,
marca e embalagem". Segundo Cobra (1997) um produto ou serviço é dito certo ao
consumo quando atende às necessidades e desejos de seus consumidores alvo.
A composição de preço é feita depois de estimar a reação dos consumidores
em relação à oferta e aos custos da produção e comercialização do produto.
Conforme Kotler (1998) "preço é quantidade de dinheiro que os consumidores
pagam pelo produto". Para Cobra (1997) "o produto deve ser certo, deve estar no
ponto certo e deve transferir a posse no preço certo".
Praça ou distribuição consiste na escolha de canais para distribuir o produto,
a ligação entre produto e consumidor ou as atividades assumidas pela empresa para
tornar o produto acessível e disponível aos consumidores. Conforme Cobra (1997) o
produto ou serviço só tem utilidade se posicionado ao seu mercado consumidor.
A quarta ferramenta é a promoção. Constitui as atividades promocionais,
propaganda, publicidade e venda pessoal, que estimulam interesse, experimentação
ou compra por consumidores finais. Kotler (1998) "promoção é a ferramenta do
composto de marketing, que inclui todas as atividades desempenhadas pela
empresa para comunicar e promover seus produtos ao mercado-alvo". De acordo
com Cobra (1997) o composto promocional do produto ou serviço compreende a
publicidade, as relações públicas, promoção de vendas, a venda pessoal e o
merchandising.
Essas ferramentas representam um sistema que visa um fim específico, que é
o consumidor, atendendo suas necessidades e desejos, de forma que os serviços ou
produtos oferecidos possuam qualidade e características que o atendam.
Uma das maiores tendências na atualidade é o crescimento dos serviços. A
prestação de serviços não inclui apenas pessoas que trabalham em empresas de
serviços, mas abrange também pessoas que prestam serviços dentro das indústrias.
Para Kotler (1998), serviço é qualquer ato ou desempenho que uma parte oferece a
outra, que seja essencialmente intangível e resulte na propriedade de nada. Sua
produção pode ou não estar vinculada a um produto físico. A diferenciação na
prestação de serviços pode ser, por exemplo, a contratação de funcionários mais
hábeis do que os concorrentes para o atendimento aos consumidores.
Kotler (1998) considera que os serviços possuem quatro características que
afetam os programas de marketing: intangibilidade, inseparabilidade, variabilidade e
perecibilidade. A intangibilidade indica que serviços que não podem ser vistos,
cheirados, tocados ou provados. Para Cobra:
A natureza do serviço é sua intangibilidade, ou seja, não pode ser tocado, armazenado, transportado. No caso de um serviço o consumidor não pode guardar como faz o objeto, ele apenas pode reter o serviço na memória, com uma vaga lembrança. Cobra (1997, p. 234)
Um dos principais desafios do gestor de marketing é tornar o serviço tangível,
através da localização física das pessoas que podem ser associadas ao serviço, de
equipamentos e máquinas, de símbolos, entre outros. Para Churchill (2000), o
profissional de marketing deve saber o que o que o mercado considera importante,
como, por exemplo, as credenciais do prestador de serviços, aparência da pessoa
que fornece o serviço ou o ambiente em que o serviço é oferecido.
A característica da inseparabilidade está no fato de que a execução e o
consumo de serviços se dão simultaneamente, pois na maior parte dos casos, os
clientes participam do processo. Conforme Cobra (1992), na inseparabilidade, os
serviços são feitos e consumidos ao mesmo tempo, não podendo ser estocados
para venda ao consumidor posterior. Ou, conforme Hoffmann e Batenson:
A inseparabilidade é uma característica distinta de serviços que reflete nas interconexões entre o provedor de serviços, o cliente envolvido no recebimento do serviço e outros clientes que compartilham a experiência do serviço. Hoffmann e Batenson (2003, p.35).
A variabilidade é uma outra característica dos serviços e está ligada
diretamente às pessoas. É difícil padronizar a prestação de serviços, pois
dificilmente um serviço será executado de forma igual ao outro. Essa falta de padrão
torna mais difícil evitar erros, principalmente ocultá-los. Segundo Kotler (1998), os
serviços são altamente variáveis, uma vez que dependem de quem os executa e de
onde são prestados. A variabilidade é a parte do serviço decorrente especialmente
das pessoas.
A quarta característica é a perecibilidade, pois um desempenho, um serviço
não pode ser estocado. Ao contrario dos bens, que podem ser armazenados e
vendidos depois, os serviços que não são vendidos quando disponíveis deixam de
existir. Segundo Churchill:
“A estratégia de distribuição para serviços precisa ser eficiente. Dependendo da natureza do serviço e o que os clientes valorizam, estes podem ir até a organização para receber o serviço, a organização pode ir até os clientes ou eles podem completar as transações a distância.” Churchill (2003, p. 42)
Para Cobra (1997), nos serviços em geral, todos os conceitos de marketing,
são aplicáveis seja em serviços de lazer como clubes, hotéis, seja em serviços em
geral, desde serviços públicos de profissionais liberais até de consertos, reparos,
instalações, como oficinas de automóveis, bancos, seguros etc.
2.2.3 Administração da Produção
Segundo Slack (2006) a administração da produção trata da maneira que as
empresas produzem bens e serviços. Ela trata de problemas reais, é usada pelos
gerentes de produção.
A produção é a geração de produtos, que tanto podem ser tangíveis ou
intangíveis. Para Erdmann (2000) é o resultado prático, material ou imaterial, gerado
intencionalmente por um conjunto organizado de fatores, para ter alguma utilidade.
2.2.4 Administração de Materiais
A administração de materiais trata da logística da empresa, o controle dos
materiais, estoque e administração de venda e compra de materiais.
Segundo Dias (1995) o sistema logístico começa no planejamento das
necessidades de materiais e termina com o produto acabado no cliente final. Assim,
o sistema de materiais deve estabelecer uma integração desde a previsão de
vendas, passando pelo planejamento de programa-mestre de produção, até a
entrega do produto acabado.
Portanto a administração de materiais esta diretamente ligada com o
planejamento do controle de estoque e controle da vendas. Está ligada a produção.
Para Dias (1995) o objetivo da administração de materiais é, portanto a
otimização do investimento em estoques, aumentando o uso eficiente dos meios
internos da empresa, minimizando as necessidades de capital neles investidos.
2.2.5 Organização Sistemas e Métodos
Segundo Rocha (1998), OSM é uma função mista de organização e
Planejamento desenvolvendo-se na construção da estrutura de recursos e de
operações de uma instituição, assim como na determinação de seus planos,
principalmente na definição dos procedimentos, rotinas e métodos.
O atual conceito de OSM é o desenvolvimento organizacional, que envolve a
atuação do consultor em planos estratégicos, projetos de mudança organizacional,
gestão de negócios, qualidade total e educação empresarial.
2.2.6 Administração Financeira
A administração Financeira esta ligada à parte de gerenciamento dos ativos e
passivos da organização. Gitman (1997) define a Administração Financeira da
seguinte forma:
A administração financeira tem como responsabilidade administrar ativamente as finanças de todos os tipos de empresas, financeiras ou não financeiras, privadas ou públicas, grandes ou pequenas, com ou sem fins lucrativos. Desempenha-se uma variedade de tarefas, tais como orçamentos, previsões financeiras, administração do caixa, administração do crédito, análise de investimentos e captação de fundos. (GITMAN, 1997, p.04).
A área da administração financeira é de suma importância para a existência
de uma organização.
Ross (2002) comenta que a função do administrador financeiro está
frequentemente associada a um alto executivo da empresa, geralmente denominado
diretor financeiro ou vice-presidente de finanças.
O administrador possui uma responsabilidade de gerenciamento e
planejamento. Dentro dessas decisões o administrador de preocupar-se com três
fatores principais.
Primeiramente diz-se respeito aos investimentos a longo prazo da empresa:
O processo de planejamento e gerência dos investimentos a longo prazo é denominado orçamento de capital. Nessa função, o administrador financeiro procura identificar oportunidades de investimento que possuem valor superior a seu custo de aquisição. Em termos gerais, isso significa que o valor dos fluxos de caixa gerados pelo ativo excede o custo de tal ativo. (ROSS, 2002, p. 39).
Ross ainda conclui que independentemente do investimento em
consideração, o administrador precisa analisar o montante do fluxo de caixa que
espera receber, quando e qual probabilidade de recebê-lo. Pois quando se avalia
decisões empresariais, a magnitude, a distribuição no tempo e o risco do fluxo de
caixa serão fatores importantes a serem considerados.
A segunda questão diz respeito a como a empresa obtém os financiamentos
necessários para sustentar os investimentos a longo prazo.
A estrutura de capital (ou estrutura financeira) refere-se à combinação específica entre capital de terceiros a longo prazo e capital próprio que a empresa utiliza para financiar suas operações. (ROSS, 2002, p. 39).
A terceira questão diz respeito à administração do capital de giro:
A expressão capital de giro refere-se aos ativos a curto prazo da empresa, tais como estoques, e os passivos a curto prazo, tais como pagamentos devidos a fornecedores. (ROSS, 2002, p. 40).
A administração do capital de giro é uma atividade cotidiana que assegura
que os recursos sejam o suficiente para continuar a operação, visando evitar
interrupções dispendiosas. Envolvendo atividades relacionadas aos recebimentos e
desembolsos da empresa.
Dentre estas atividades está também relacionado à atividade da empresa o
concedimento de crédito a seus clientes. As empresas concedem crédito como
sendo uma forma de estimular as vendas.
De acordo com Ross (2002) quando um crédito é concedido, cria-se uma
conta a receber.
O mesmo autor ressalta que se as empresas decidirem fornecer crédito a
seus clientes, precisaram criar procedimentos de concessão de crédito e cobrança.
Dentro desses procedimentos estão as condições de venda, a análise de
crédito e a política de cobrança:
Condições de venda são as condições palas qual a empresa vende seus produtos e serviços em troca de pagamento à vista ou a prazo. Análise de crédito é o processo pelo qual é determinada a probabilidade de que o cliente não pague. Política de cobrança são os procedimentos adotados pela empresa pra cobrar as contas a receber. (ROSS, 2002, p.446).
Para as empresas que fornecem crédito para seus clientes, existem os
instrumentos de crédito que são a evidência de endividamento, do cliente com a
empresa.
Ross (2002) cita que a maior parte dos créditos concedidos pelas empresas
são liberados em conta corrente. Em algumas empresas existe a exigência de que o
cliente assine uma nota promissória, que significa uma promessa de pagamento.
Varia de empresa para empresa a forma de liberação de crédito. Uma vez
decidido que será concedido crédito os seus clientes, a empresa passa a
estabelecer regras para determinar quem pode e quem não poderá comprar a
crédito.
Ainda, dentro da administração financeira são conhecidos alguns relatórios
contábeis que abordam indicadores econômicos, patrimoniais e financeiros. Entre
eles, destaca-se o Demonstrativo do Resultado do Exercício, que apresenta índices
de rentabilidade e produtividade das organizações.
2.3 O processo da Tomada de Decisão
Lacombe e Heilborn (2006) apontam que o ato de decidir é ao mesmo tempo
a atividade mais importante de um executivo e a mais difícil e arriscada.
São as pessoas que tomam decisões. Ao longo da carreira de administrador é
necessário que se saiba como tomar decisões. Nada acontece em uma organização
sem que pessoas tomem decisões.
Segundo Robbins (2000) a pessoa que toma decisões é racional, que faz
escolhas consistentes, maximizando o valor dentro de limitações específicas.
O administrador deve estar ciente de suas limitações.
Lacombe e Heilborn (2006), falam que toda decisão e todo investimento
envolvem riscos, e todo investimento requer um grau de especulação.
A principal preocupação das empresas, tanto de manufatura como de
serviços, é como gerenciar operações para manter e ampliar seu poder competitivo.
As áreas de decisão são conjuntos relacionados a decisões gerenciais a
respeito dos recursos operacionais e sistemas que influenciam o desempenho do
sistema de operações em relação ao atingimento de seus objetivos.
Gianesi e Corrêa (2007) os objetivos da estratégia de operações referem-se
aos critérios competitivos que devem ser estabelecidos e priorizados pela
necessidade do mercado, o sistema de operações deve atingir excelência. Atingir
excelência é ser seguramente melhor que a concorrência nos critérios.
Na qualidade dos serviços prestados para satisfação dos clientes e para a
competitividade uma empresa de serviços, alguns critérios devem ser atendidos.
Critérios Significado Consistência Conformidade com experiência anterior; ausência de
variabilidade no resultado ou processo Competência Habilidade e conhecimento para executar o serviço.
Relaciona-se com as necessidades “técnicas” dos consumidores.
Velocidade de atendimento
Prontidão da empresa e seus funcionários em prestar serviço. Relaciona-se com o tempo de espera (real ou percebido)
Atendimento/ atmosfera Atenção personalizada ao cliente; boa comunicação; cortesia; ambiente.
Flexibilidade Ser capaz de mudar e adaptar a operação, devido a mudanças nas necessidades dos clientes, no processo ou no suprimento de recursos.
Credibilidade/Segurança Baixa percepção de risco; habilidade de transmitir confiança
Acesso Facilidade de contato e acesso; localização conveniente; horas de operação.
Tangíveis Qualidade e/ou aparência de qualquer evidência física (bens facilitadores, equipamentos, instalações, pessoal, outros consumidores).
Custo Fornecer serviço de baixo custo. Quadro 1. Critérios competitivos para operações de serviços. Fonte: Administração Estratégica de Serviços. (Gianesi e Corrêa, 2007).
No Quadro 1, pode-se perceber os critérios competitivos através dos quais os
clientes avaliam o desempenho do serviço.
Os tipos de critérios apresentados variam de acordo com o desejo do cliente
em relação ao serviço, e também de acordo com o tipo de segmento a empresa
prestadora de serviços atua.
Para que o desempenho do serviço seja favorável e bem visto pelos clientes,
é necessário adotar estratégias em serviços.
Segundo Spiller (2006), estratégia é arte de empregar com eficácia os meios
e recursos de que se dispõe, ou de explorar as condições existentes de maneira
favorável, visando alcançar os objetivos determinados.
Podem-se estabelecer diversos objetivos, isoladamente ou em conjunto,
conforme as possibilidades e as conveniências. As possibilidades dependem da
disponibilidade de meios e recursos, enquanto as conveniências dependem da
vontade do responsável pela decisão de agir ou não.
O tempo também é um fator de dimensão determinante, a decisão pode ser
precipitada ou retardada.
O mesmo autor cita que entre os muitos objetivos devem se destacar os
seguintes:
• Padronizar um serviço;
• Reduzir os custos de um serviço existente;
• Personalizar um serviço;
• Melhorar a qualidade de um serviço;
• Reposicionar um serviço;
• Criar um novo serviço;
Para atingir esses objetivos, deve-se considerar as diferentes áreas de
decisão estratégica de serviços e suas características.
Spiller (2006) cita que as principais áreas dizem respeito à identificação e ao
mapeamento do mercado-alvo, à segmentação e ao posicionamento, ao composto
de serviços, à intensidade de investimentos em capital, aos aspectos tecnológicos e
a localização do ponto de prestação de serviço. Ou seja, na formulação das
estratégias de serviço, para poder atingir os objetivos fixados, deve-se considerar
cada aspecto pertinente a essas áreas.
Existe um modelo de gestão que auxilia a melhoria e o aprendizado contínuo.
É o PDCA ou ciclo de Deming. O ciclo PDCA, foi desenvolvido por Walter A. Shewart
na década de 20, mas começou a ser conhecido como ciclo de Deming em 1950,
por ter sido amplamente difundido por este. É uma técnica simples que visa o
controle do processo, podendo ser usado de forma contínua para o gerenciamento
das atividades de uma organização.
Para Deming (1990) o ciclo PDCA (Plan, Do, Check, Act) é um método que
visa controlar e conseguir resultados eficazes e confiáveis nas atividades de uma
organização. É um eficiente modo de apresentar uma melhoria no processo.
Padroniza as informações do controle da qualidade, evita erros lógicos nas análises,
e torna as informações mais fáceis de entender. Pode também ser usado para
facilitar a transição para o estilo de administração direcionada para melhoria
contínua.
Segundo o mesmo autor este ciclo está composto em quatro fases básicas:
Planejar, Executar, Verificar e Atuar corretivamente.
Figura 02: Ciclo PDCA para melhorias. Fonte: Qualidade: A Revolução da Administração. DEMING (1990).
O aumento da eficiência é alcançado com a integração das ferramentas da
qualidade e do conhecimento técnico ao método.
Ao longo dos anos muitas técnicas surgiram para auxiliar a gestão
empresarial. Algumas técnicas trouxeram contribuições significativas para a
administração das empresas. Mas recentemente destaca-se o ABC – Activity Based
Costing.
Conforme Ching (2001), o ABC:
...é um método de rastrear os custos de um negócio ou departamento para as atividades realizadas e de verificar como estas atividades estão relacionadas para a geração de receitas e consumo dos recursos. O ABC avalia o valor que cada atividade agrega para a performance do negócio ou departamento. (CHING, 2001, p. 41).
Porém, não basta apenas produzir um resultado qualquer, é preciso um
resultado que agregue valor ao cliente. O conjunto de atividades estruturadas e
inter-relacionadas e que produzem um resultado de valor para o cliente segundo
Ching (2001), chama-se processo de negócios.
Conforme o mesmo autor a gestão eficaz de processos pode contribuir
significativamente para a melhoria do desempenho nas seguintes áreas:
• Melhoria da qualidade para o cliente final, e será medida pela satisfação do
cliente.
• Melhoria da eficácia através do entendimento dos processos, e medida pela
redução de custo e tempo do ciclo do processo.
• Vantagem competitiva por meio da gestão de processos, onde os funcionários
visualizem a empresa como processos e não como funções, e é medida pela
participação da empresa no mercado.
Ching (2001) mostra que, o modelo de Custeio Baseado em Atividades deve
seguir três passos. O mapeamento das atividades, onde se mapeia as atividades
desenvolvidas em um processo. A análise das atividades, que envolve definir
direcionadores de recurso para cada atividade. E por fim o custeio das atividades,
onde se gera o custo de cada atividade.
2.4 Cooperativismo de Crédito
Segundo o autor Pinheiro (2005), a chamada Revolução Industrial (a partir da
metade do século XVIII) dá inicio a um processo de produção coletiva em massa,
gerando lucro e acúmulo de capital. A burguesia assume o controle econômico e
político. Surgem as teorias econômicas, entre elas o liberalismo. Adam Smith, na
Inglaterra (1723-1790) é um dos precursores do liberalismo defendendo a livre-
iniciativa e não-intervenção do estado na economia.
Nesta época os países onde a revolução industrial foi mais intensa
apresentavam os piores indicadores sociais. Os campos estavam pobres, as cidades
eram imundas, as condições de trabalho eram desumanas. Neste contexto ainda
não existia energia elétrica, nem rádio, nem automóvel. As tecnologias inovadoras
da época eram a máquina a vapor e o tear mecânico.
Holyoake (2001) mostra que segundo os pensadores da época, empenhados
em construir bases teóricas para a superação dos problemas sociais verificadas são
divididas e citadas pelo mesmo autor em três grandes blocos.
De um lado os liberais clássicos (Adam Smith e seguidores), empenhados em
melhorar a gestão da economia capitalista. Um estado onde o mercado dirige a
sociedade.
De outro os socialistas empenhados em construir um Estado Socialista. Marx
e Engels publicam o Manifesto Comunista em 1848. Um estado capaz de dirigir o
mercado e a sociedade.
Ainda um terceiro grupo, que não estando contemplado nas duas correntes
acima, passou a sintetizar o que veio a ser chamado de Doutrina Cooperativista.
A divergência entre os pensadores do Cooperativismo e os Liberais era
explícita, no sentido de que se precisava criar organizações onde o Homem fosse
mais importante do que o Capital. Já em relação aos Socialistas estava em que a
iniciativa precisava ser do Homem e não do Estado.
Holyoake (2001) define que é nesses três contextos de idéias que nasce o
cooperativismo.
2.4.1 Primeira Cooperativa – Associação de Caixas Rurais
De acordo com Holyoake (2001), vinte e oito trabalhadores ingleses, de
diversos ofícios como alfaiates, guarda livros, impressor, marceneiros, chapeleiros,
tamanqueiros, etc., na época, denominados genericamente de tecelões. Era um
grupo com diversas ideologias e vivências. De vários ideais que os conduziu à
constituição da primeira cooperativa do moderno cooperativismo.
Eles habitavam a periferia de Manchester, uma grande cidade industrial. E
diferentemente de outras experiências pioneiras, registraram em 24 de outubro de
1844, a cooperativa de consumo que criaram com o nome de “Sociedade dos
Probos Pioneiros de Rochdale”. Pois em seguida, no dia 21 de dezembro de 1844,
na Travessa do Sapo, no vizinho município de Rochdale, inauguraram a mesma com
a entrada em operação do armazém cooperativo.
Foram então os socialistas, sem deixar de defender também outras idéias,
propuseram que os tecelões se unissem, numa ação conjunta, e procurassem os
meios ao seu alcance para melhorar sua situação.
Considerando também experiências anteriores, os 28 tecelões definiram
seguir os princípios:
• A sociedade seria governada democraticamente, cada sócio dispondo
de um voto;
• A sociedade seria aberta a quem quisesse participar desde que
integrasse um quota de capital mínima e igual para todos;
• Qualquer dinheiro a mais, investido na cooperativa seria remunerado
por uma taxa de juro, mas não daria ao seu possuidor qualquer direito
adicional de decisões;
• Tudo o que sobrasse da receita deduzida todas as despesas, inclusive
juros, seria distribuída entre os sócios em proporção às compras que
fizessem da cooperativa;
• Todas as vendas seriam à vista;
• Os produtos vendidos seriam sempre puros e de boa qualidade;
• A Sociedade deveria promover a educação dos sócios nos princípios
do cooperativismo;
• A Sociedade seria neutra política e religiosamente;
Continua o mesmo autor informando que após aplicarem estes princípios a
Sociedade dos Pioneiros de Rochdale cresceu. Dez anos depois, já eram 1400
cooperados. Vinte anos depois, na Inglaterra existiam mais de 500 armazéns
cooperativos.
A primeira cooperativa de crédito não demorou a surgir. Três anos depois em
1847, Friedrich W. Raiffeisen criou a primeira associação de apoio para a população
rural que embora não fosse ainda uma cooperativa, serviria de modelo para a futura
atividade cooperativa.
Segundo Holyoake (2001), a primeira cooperativa fundada por ele no ano de
1864, chamava-se: Associação de Caixas Rurais de Heddesdorf. As cooperativas
criadas Raiffeisen, tipicamente rurais e destinadas a financiar a produção rural,
tinham como principais características: a responsabilidade ilimitada e solidária dos
associados, a singularidade de votos dos sócios, independente do número de quotas
partes, a área de atuação restrita, a ausência de capital social e a não distribuição
de sobras, excedentes ou dividendos.
Outra experiência inspirada nos pioneiros alemães, o italiano Luigi Luzzatti
organiza a constituição, em 1865, na cidade de Milão, a primeira cooperativa cuja
modelo herdaria seu nome, a cooperativa do tipo Luzzatti que passaram a ser
chamadas de bancos Populares. Tinha com principais características a não
exigência de vinculo para associação, exceto algum limite geográfico, cotas de
capital de pequeno valor, concessão de crédito de pequeno valor sem garantias
reais, não remuneração dos dirigentes e responsabilidade limitada ao valor do
capital subscrito.
O mesmo autor diz que nas Américas, o jornalista Alphonse Desjardins
idealizou a constituição de uma cooperativa com características distintas, embora,
inspirada nos modelos de Raiffeisen e Luzzatti. A primeira cooperativa criada por
Desjardins foi a província canadense de Quebec, em 06 de dezembro de 1900.
Tinha como principal característica a existência de alguma espécie de vinculo entre
os sócios, reunindo grupos homogêneos como sócios de clubes, trabalhadores de
uma fábrica, funcionários públicos, etc..
2.4.2 Cooperativismo como agente de desenvolvimento
A natureza é fundamental para a agricultura familiar e suas organizações,
pois a produção depende totalmente de recursos naturais, solo e água
principalmente. Mudanças nas condições do meio ambiente afetam totalmente a
gestão financeira de um sistema de produção. Por esse motivo é muito importante
que a gestão financeira tenha em seu planejamento estratégico, medidas que visem
reduzir os danos e medir os riscos ambientais.
Conforme Couto (2005), as cooperativas de crédito são uma das referências
mais promissoras quando se pensa em desenvolvimento da vida financeira de um
município ou de um território. Uma das grandes vantagens, em relação aos demais
tipos de organizações microfinanceiras brasileiras, é que elas podem captar
depósitos à vista e a prazo, instrumentos chaves nos processos de empoderamento
e de sustentabilidade das iniciativas sociais no campo financeiro.
Cooperativas de crédito precisam, portanto ser adequadas as condições
locais do meio ambiente para que a agricultura possa ter uma relação sustentável
com os recursos naturais.
Segundo o Dicionário Aurélio Sustentar significa, segurar para que não caia;
suster, suportar, o mesmo que sustentável ou sustentação.
Segundo Basso (2004), a sustentabilidade não é, portanto o resultado apenas
de mudanças tecnológicas, mas de um conjunto de transformações no contexto
institucional que redefinem as condições sociais de produção, financiamento e
comercialização da produção. Uma cooperativa só contribuirá efetivamente com o
desenvolvimento sustentável se considerar de forma adequada essas condições.
2.4.3 Cooperativismo de Crédito no Brasil
Segundo Pinheiro (2005) no Brasil, o cooperativismo surgiu no começo do
século XX, com envolvimentos principalmente, em São Paulo e no Rio Grande do
Sul. Foi em 1901, na cidade de Nova Petrópolis no bairro de Linha Imperial no
estado do Rio Grande do Sul, que surgiu a primeira cooperativa de crédito na
América Latina, criada pelo padre suíço Theodor Amstad, a Caixa de Economia e
Empréstimos Amstad, posteriormente batizada de Caixa Rural de Nova Petrópolis.
Segundo o mesmo autor, o sacerdote, mesmo transferido várias vezes,
continuou levando o cooperativismo nas cidades em que passava. Várias Caixas
Rurais foram criadas, entre elas: Caixa Rural União Porto Novo em Itapiranga SC
em 1932, Caixa Rural União Mondai SC em 1933, Caixa Rural União São Carlos SC
em 1934 e Caixa Rural União Blumenau SC em 1935.
Essas cooperativas mantiveram-se em atividade até 1954, quando foram
compradas pelo Banco Indústria e Comércio de Santa Catarina – INCO em 1955,
posteriormente vendido para o Banco Bradesco.
As cooperativas são sociedades de pessoas físicas, com forma e natureza
jurídica própria, constituídas para prestar serviços aos associados, cujo regime
jurídico, atualmente, é instituído pela Lei 5.764 de Dezembro de 1971.
Tem como princípios a adesão voluntária e livre, abertas a todas as pessoas
aptas a utilizar os seus serviços e assumir as responsabilidades como membro, sem
discriminação social, cultural, religiosa, étnica, política e sexual.
Gestão democrática e livre pelos membros, que participam ativamente na
formulação das suas políticas e na tomada de decisão. Os homens e mulheres,
eleitos como representantes dos demais membros, são responsáveis perante estes.
Nas cooperativas de primeiro grau os membros têm direito de voto (um membro um
voto), as cooperativas de grau superior são também organizadas de maneira
democrática.
No Brasil o sistema cooperativo organiza-se da seguinte forma:
Cooperativas Singulares ou de 1° grau, quando desti nadas a prestar serviços diretamente a seus associados. Cooperativas Centrais e federações cooperativas, ou de 2° grau, aquelas constituídas p or singulares e que objetivam organizar, os serviços econômicos e assistenciais de interesses das filiadas... Confederação de Cooperativas, ou de 3° grau, as constituídas por centrais e federações de cooperativas e que tem por objetivo orientar e coordenar as atividades das filiadas, nos casos em que o vulto dos empreendimentos transcenderem o âmbito da capacidade ou convênio de atuação das centrais ou federações. (Informativo INFOCOS, 2006, p. 21.).
Pinheiro (2005) enfatiza que as cooperativas de crédito têm como objetivo a
prestação de serviços financeiros a seus cooperados, como concessão de crédito,
captação de depósitos a vista e a prazo, cheques, prestação de serviços de
cobrança, de custódia, de recebimento e pagamento por conta de terceiros sob
convênio com instituições financeiras públicas e privadas, além de outras operações
específicas e atribuições estabelecidas na legislação em vigor.
As cooperativas de crédito, cujo funcionamento está regulado na resolução n.
2.771/00 do Banco Central – Bacen, não participam diretamente do serviço de
compensação de cheques e outros papéis, dependendo de outra instituição
participante para integrar o sistema de pagamentos.
De acordo com dados obtidos através da Organização das Cooperativas do
Brasil – OCB, os números de registros de cooperativas feitos nas juntas comerciais
nos Estados e na OCB nos dão uma idéia de como o cooperativismo necessita de
um novo marco legal. O registro nas juntas comerciais dos Estados passou de 4.666
em 1990, para 20.579 em 2002, um crescimento de 331% em uma década. Destas
apenas 7.026 estavam filiados a OCB.
Mesmo com a nova Constituição federal a legislação cooperativa (Lei
5764/71) continua a mesma. Os limites dessa legislação são decorrentes do fato de
ter sido escrito e aprovada dentro de um contexto completamente diferente do vivido
no Brasil. Por isso, acima de qualquer conceituação ou cunho ideológico, a realidade
do fato se tratando de Marco Legal do Cooperativismo, vive-se ainda os reflexos da
lei escrita e determinada pelo Regime da Ditadura Militar.
Hoje a organização das pequenas cooperativas no Brasil, ainda constrói sua
representação, por não sentir-se contemplada na OCB. Então, a partir de 2002 o
cooperativismo de crédito brasileiro gerou por meio de maior articulação entre as
experiências cooperativistas do país. Assim, criou-se o Fórum nacional de
Cooperativas de Economia Familiar Solidária, onde as cooperativas passaram a se
reunir em seminários. Os vários assuntos e várias discussões levaram a criação, em
junho de 2004, da Ancosol – Associação nacional do Cooperativismo de crédito de
Economia Familiar e Solidária, como forma de ampliar os poderes políticos e
jurídicos, objetivando contribuir para o desenvolvimento dos agricultores familiares e
criar através dos recursos obtidos alternativas econômicas para as famílias
agricultoras. (fonte: www.ancosol.org.br, acesso em 29/05/2008).
A Ancosol compõe-se atualmente pelos sistemas Ecosol, Crehnor, Integrar,
Creditag, Ascoob e SISTEMA CRESOL.
Em dezembro de 2006 essas organizações estavam presentes em 15
Estados, representando 175 cooperativas de crédito e juntos possuíam em torno de
163 associados. A figura 02 a seguir mostra os números representados pela
Ancosol:
Figura 03: Representação da Ancosol Fonte: Expansão do setor de Microfinanças no Brasil. (Mesquita, 2003)
Pelo fato das cooperativas da agricultura familiar e economia solidária
precisarem estar representadas politicamente no cenário nacional, foi organizada
uma rede de sistemas de cooperativas e constituíram a União Nacional das
Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária - Unicafes. A qual possui
como missão: “tornar o cooperativismo um instrumento popular de desenvolvimento
popular local sustentável e social dos produtores e agricultores familiares,
articulando iniciativas econômicas que ampliem as oportunidades de trabalho, de
distribuição de renda, de produção de alimentos e melhoria de qualidade de vida.”.
A Unicafes foi constituída em junho de 2005 para ser uma entidade de
representação e de fortalecimento das cooperativas da agricultura familiar e
solidária, em âmbito nacional.
Em julho de 2004, Brasília/DF, representantes de cooperativas da agricultura
familiar, Organizações Não Governamentais e entidades sindicais, reuniram-se para
debater sobre rumos do cooperativismo brasileiro. Com a promulgação da
Constituição Federal de 1988, foi resgatado um direito fundamental da sociedade
que é a livre organização. Com essa abertura houve um grande crescimento de
cooperativas no Brasil.
É a partir os anos 1990 que emergem as cooperativas da agricultura familiar e
economia solidária. No Paraná surgem vários sistemas. Sistema de Cooperativas de
Crédito Rural com Interação Solidária – SISTEMA CRESOL; Sistema de
Cooperativas de Leite da Agricultura Familiar – Sisclaf na região Sudoeste, Cooplaf
no Oeste e Coorlaf no Centro do Estado; Sistema de cooperativas de
Comercialização da Agricultura Familiar – Coopafi, e cooperativas de trabalho a ela
associadas.
A seguir pode-se perceber a abrangência das Cooperativas da Agricultura
Familiar (dados de 2006):
Figura 03: Abrangência das Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária no Brasil Fonte: www.ancosol.org.br, acesso em 25 de junho de 2008.
2.4.4 Cooperativismo na Agricultura Familiar e a Economia Solidária
Benetti (1994) fundamenta que no Brasil, antes da chegada dos portugueses,
as populações indígenas que viviam no litoral alimentavam-se, basicamente, de
peixes e crustáceos, abundantes na costa brasileira. Esses restos alimentares
deram origem aos fósseis chamados de sambaquis. Além disso, consumiam raízes
(mandioca, cará) e praticavam a caça de pequenos animais nas áreas próximas à
Mata Atlântica.
Os colonizadores europeus, desde o século XVI, realizaram a devastação das
vegetações litorâneas brasileiras, iniciadas com a exportação do pau-brasil como
matéria-prima para tingir tecidos. Posteriormente, através das culturas de exportação
("plantations"), como a cana-de-açúcar seguida pela pecuária extensiva, passando
pelos ciclos do ouro, para chegar à exploração do café. Toda a economia era
voltada para a exportação. Um continente com terras inexploradas a milhões de
anos seria extremamente fértil a qualquer tipo de exploração agrícola. Até porque,
conforme escreveu Pero Vaz de Caminha: “... em se plantando tudo dá...".
Em meados do século XVIII e no século XIX, após um crescimento contínuo
da grande lavoura de exportação (cana-de-açúcar), que se confundiu com a
expansão do café pelas serras e vales do interior da província do Rio de Janeiro,
começaram a aparecer sinais evidentes de que a agricultura brasileira vivia uma
profunda crise. Esta crise era atribuída, sobretudo, à falta de braços (pelo fim da
escravidão) e de capitais, além do atraso técnico e administrativo na condução das
lavouras.
A maioria dos grandes proprietários acreditava na exploração extensiva dos
sistemas de produção, através da expansão das fronteiras agrícolas, abandonando
as lavouras atuais quando estas não tivessem mais produtividade satisfatória e indo
a busca de novas áreas reiniciando, assim, o ciclo de exploração da fertilidade dos
solos. Esta era a cultura nômade de expropriação do solo brasileiro, na qual pouco
se pensava nas conseqüências negativas dos manejos agropecuários empregados,
especialmente no que diz respeito à destruição florestal.
Um dos grandes desafios que a história coloca é a necessidade de promover
o crescimento econômico com distribuição de renda e geração de oportunidades de
trabalho. Neste contexto, a popularização do cooperativismo representa um
importante instrumento de inclusão social para milhões de brasileiros que buscam
novas oportunidades de trabalho e melhores condições de vida, inclusive na
agricultura.
Por meio do cooperativismo estes trabalhadores estão construindo a
cidadania e avançando democraticamente na construção de processos de
desenvolvimento local, que ao se integrarem nos seus respectivos territórios,
possibilitam a construção de um novo desenvolvimento, mais humano e solidário.
Conforme Singer (2003), economia solidária surge como modo de produção
e distribuição alternativo ao capitalismo, pelos que se encontram à margem do
mercado de trabalho. A economia solidária junta o principio da posse e do uso dos
meios de produção e distribuição (da produção simples de mercadorias) com o da
socialização destes meios só operáveis por grande número de pessoas, cooperando
entre si. Ainda para Singer:
O modo solidário de produção e distribuição parece, à primeira vista, um híbrido entre o capitalismo e a pequena produção de mercadorias, mas, na realidade, ele constitui uma síntese que supera ambos. [...] A cota básica do capital de cada cooperador não é remunerada, somas adicionais emprestadas à cooperativa proporcionam a menor taxa de juros do mercado. Singer (2003, p.13).
A auto-gestão de uma empresa solidária é, ou deveria ser totalmente
diferente da gestão capitalista, em primeiro lugar porque os conflitos entre interesses
seccionais devem ser muito menores, e em segundo, porque podem ser travados
abertamente e resolvidos por negociações em que todos tomam parte. Numa
empresa solidária todas as informações relevantes estão disponíveis aos
interessados. A contabilidade e os mais sistemas de controle são desenhados para
que a transparência impere, de modo que a participação de todos nas decisões
possa acontecer.
Segundo Singer (2003), a economia solidária começou a ressurgir, no Brasil,
de forma esparsa na década de 1980 e tomou impulso crescente a partir da segunda
metade dos anos 1990. Ela resulta de movimentos sociais que reagem à crise de
desemprego em massa, que teve seu inicio em 1981 e se agrava com a abertura do
mercado interno às importações, a partir de 1990. Em 1991, tem inicio o apoio de
assessores sindicais a operários que conseguem se apossar da massa falida da
empresa que antes os empregava, formando uma cooperativa de produção, que
retoma as operações e assim “salva” os postos de trabalho até então ameaçados de
fechamento. Três anos depois, diversas empresas autogestionárias com esta origem
fundam a Associação Nacional de Trabalhadores em Empresas Autogestionárias e
de Participação Acionária (ANTEAG).
Economicamente, a situação de cooperativas e grupos de produção
associada é muito variada, desafiando generalizações, mesmo porque há apenas
levantamentos parciais em alguns estados, mas duas tendências podem ser
apontadas como prováveis:
• A maioria das cooperativas sobrevive por anos, apesar da extrema
debilidade do que chamamos bases de sustentação;
• A maioria das cooperativas ainda depende muito do apoio das
entidades que as gestaram e as continuam acompanhando.
Em todos esses sentidos, é possível considerar a organização de
empreendimentos solidários como o inicio de revoluções locais, que mudam o
relacionamento entre os cooperadores e destes com a família, vizinhos, autoridades
públicas, religiosas, intelectuais etc. Trata-se de revoluções, tanto no nível individual
como no social. A cooperativa passa a ser um modelo de organização democrática e
igualitária que contrasta com modelos hierárquicos e autoritários, como os da policia
e dos contraventores, por exemplo.
Para Singer (2003), o caráter revolucionário da economia solidária abre-lhe a
perspectiva de superar a condição de mero paliativo contra o desemprego e a
exclusão. Para os que desconhecem este caráter, as cooperativas são meros
substitutos dos empregos com carteira assinada, que as recessões vêm aniquilando.
Se a retomada do crescimento fizer o número de empregos formais voltarem a
crescer, os que têm este ponto de vista esperam que as cooperativas deixem de ser
necessárias e entrem num processo de definhamento.
3. A SUSTENTABILIDADE DAS COOPERATIVAS DE CRÉDITO
RURAL COM INTERAÇÃO SOLIDÁRIA DA AGRICULTURA
FAMILIAR – UM CASO NA CRESOL LUIS ALVES
Este tópico é reservado para a apresentação dos resultados da pesquisa.
Inicia-se com um breve histórico do SISTEMA CRESOL em seguida a
caracterização da unidade-caso e após apresentam-se os serviços prestados pela
CRESOL Luis Alves.
3.1 O SISTEMA CRESOL
De acordo com o Livro I do Infocos – Instituto de Formação do
Cooperativismo Solidário, a origem do SISTEMA CRESOL, apenas como introdução
deu-se no ano de 1989, na região Sudoeste do Paraná, por meio da criação de um
Fundo Rotativo de Crédito, que surgiu de um convênio entre a Misereor (Alemanha)
e Assesoar (ONG sediada em Francisco Beltrão, fundada em 1966). Por meio deste
Fundo eram financiados pequenos investimentos. Foram realizadas mais de 300
operações de crédito em sacas de milho. O poder era dominado pelos comerciantes, os agricultores tinham que
recorrer na sua maioria ao escambo. Tinham que adquirir insumos trocando por
produtos da próxima safra. Foram anos muito difíceis para os agricultores familiares,
muitos tinham perdido suas terras, devido a dívidas que tinham feito em bancos.
Na região Centro-Oeste do Paraná, outras experiências com Fundos
Rotativos de crédito estavam sendo implementados. Passou-se então a discutir,
cada vez mais, a sustentabilidade dos projetos e auto-sustentação das entidades.
Conforme está no contexto do mesmo livro anteriormente citado, em
dezembro de 1999, em Guarapuava, foi criado o seminário “Cooperativas de Crédito
e Fundos Rotativos”. Por meio dele se destacou dois processos que seriam
fundamentais para a criação do Sistema de crédito Cresol.
Primeiro as cooperativas de crédito criavam a possibilidade de reter e aplicar
a renda agrícola no meio rural, reinvestir as sobras, que seriam os lucros dos
Bancos, em programas de crédito de investimento, na forma de Fundos Rotativos.
Segundo, a nova Constituição de 1988 previa a participação de cooperativas
de crédito no Sistema Financeiro Nacional.
Após um ano de avaliações, surgiu a idéia de ser criado um sistema de
cooperativas de crédito, partindo-se de cinco cooperativas singulares e uma central
de serviços (não de crédito), que seria uma base de racionalização e redução de
custos de serviço das cooperativas filiadas a ela. Daí o nome Baser (Base de
Serviços).
Em 1995, foi solicitado junto ao Banco Central do Brasil autorização para o
funcionamento da primeira Cooperativa de Crédito com Interação Solidária Ltda. –
Cresol. O Banco Central autorizou a criação de Cooperativas de Crédito da
Agricultura Familiar. A partir daí o Brasil passou a construir uma outra agricultura, a
dos que vivem da terra, que trabalham com a mão-de-obra da sua família.
O SISTEMA CRESOL é um sistema integrado de cooperativas de crédito rural
com interação solidária. As cooperativas de crédito são instituições financeiras
amparadas por lei federal, devidamente autorizadas pelo Banco Central e
conveniadas ao Banco do Brasil (através da Lei 5.764/71), pelas resoluções do
Banco Central números 2.554 (relativamente a controles, responsabilidade e
auditoria) e 2.608 (quanto à função e funcionamento). Cada Cresol tem autonomia e
vida própria, mas se integram por meio da Cooperativa Cresol de Serviços (Cresol-
Baser). As cooperativas são criadas e compostas por agricultores familiares, sendo
fortalecidas por sindicatos, associações e outras formas de organizações dos
agricultores. Funcionam com uma diretoria eleita pelos seus associados, com
estatuto e regimento próprios.
É função de cada cooperativa: organizar os associados; efetuar um
levantamento socioeconômico da propriedade de cada um; buscar recursos dos
próprios associados e de outras fontes, além de fazer o atendimento na agencia e
nos postos de serviços.
A cooperativa é representada e dirigida pelos seguintes órgãos: Assembléia
Geral, Pré-assembléias, Conselho de administração e Conselho fiscal.
O conselho de administração é responsável pelo gerenciamento da
cooperativa e a comissão de crédito, composta por delegados eleitos e designados
pelo conselho de administração, tem a finalidade de acompanhar, auxiliar no
controle e na boa aplicação dos créditos aos associados.
Os Conselhos Fiscais são também compostos de agricultores familiares, que
foram especificamente treinados para este fim. Cada nota é checada pelo conselho
fiscal. Caso haja alguma irregularidade é solicitada à auditoria da Base regional.
Podem ser associados todos os agricultores familiares com mais de 18 anos,
além das pessoas físicas que desempenham funções técnicas voltadas ao meio
rural e os funcionários ou colaboradores da cooperativa. Também podem se
associar pessoas jurídicas, desde que desenvolvam atividades agropecuárias ou
agroindustriais e cuja maior fonte de renda provenha de atividades agropecuárias.
O Banco do Brasil atua com as Cresol na forma de parceiro/intermediário
operacional, pois as cooperativas não podem fazer a compensação de cheques e
outros papéis. Também atua como intermediário de recursos oficiais de crédito
destinadas aos cooperados Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura
Familiar - PRONAF e Programa de Geração de Emprego e renda – Proger, ambos
exclusivamente para crédito de custeio.
A Central CRESOL Baser abrange dois Estados do Sul do Brasil, Paraná e
Santa Catarina, através de 70 cooperativas. A carteira fica relativamente repartida
entre todas as cooperativas. A maior cooperativa em termos de carteira é a
Cooperativa de Luis Alves, no Estado de Santa Catarina, com 7,7% da carteira ativa.
As dez maiores cooperativas concentram 38,2% da carteira. (www.planetrating.com,
acesso em 02/06/2008).
Mesquita (2003) fala sobre a contabilidade das singulares que é feita pelas
bases regionais a partir das informações enviadas pelas singulares, mas sem ter
acesso a nenhum documento – estes ficam todos nas cooperativas singulares.
O Software utilizado pelo SISTEMA CRESOL é o Coopcred e Coopcaixa, que
foram desenvolvidos por uma empresa junto com a Cresol. Esta empresa (Leosoft),
localizada na cidade de Francisco Beltrão até hoje faz o acompanhamento e as
atualizações do sistema quando necessárias.
O sistema foi desenvolvido com foco no cruzamento das informações para a
contabilidade. Por meio desses sistemas são emitidos os relatórios exigidos pelo
Banco Central e pela Receita Federal.
Por meio do Coopcred são realizados todos os processos para a abertura de
conta dos cooperados, cadastro de informações bancárias, contratos de
empréstimos e demais serviço do departamento de crédito. O sistema Coopcaixa, é
utilizado exclusivamente pelo departamento de caixa, este é utilizado para as
transações realizadas nas contas correntes.
3.1.1 CRESOL Luis Alves
De acordo com o Estatuto Social e Regimento Interno a CRESOL Luis Alves
foi constituída na Assembléia Geral em 16 de fevereiro de 2001, por 25 cooperados
fundadores, tendo iniciado as suas atividades, efetivamente, em 9 de junho daquele
mesmo ano. Melchioretto (2007) cita em seu livro Luis Alves: O Paraíso do Verde
Vale, que a idéia de criar-se uma cooperativa surgiu da necessidade de agricultores
terem acesso ao crédito rural, a realidade de crédito rural para os mesmos era muito
difícil. Para os agricultores que quisessem obter crédito específico para o meio rural
na área da agricultura familiar, precisavam procurar em municípios vizinhos a uma
distância superior a 40 km. A iniciativa da entidade coube à organização de um
grupo de agricultores que apoiados pelo sindicato local onde através de Claudirene
Costa Mittelmann e Jacson José Hess, nasceu à discussão de uma cooperativa de
crédito rural. Para consolidar a sua idéia foram a cidade de Francisco Beltrão (PR),
conhecer a Central do SISTEMA CRESOL. Entusiasmados com o resultado da
visita, convidaram outros interessados e implantaram a Cooperativa de Crédito Rural
de Luis Alves, inicialmente com 25 cooperados. Em 07/05/2005, a Cresol contava
com 940 cooperados, sendo 908 pessoas físicas e 32 pessoas jurídicas, sendo o
montante de seu capital social de R$ 1.695.802,65. Em 01/09/2008, a Cresol
contava com 2.653 cooperados, sendo que deste total 1.674 são sócios da
cooperativa sede em Luis Alves, sendo também que o capital total era de R$
5.039.820,42.
Ainda o mesmo autor indica que, no início de suas atividades a cooperativa
dividia o espaço de operação com o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Luis
Alves – SITRULA. Isto ocorreu até 15/05/2002 quando, com o crescimento dos
negócios houve a necessidade de transferir suas instalações para uma sala maior
com 180 m², hoje localizada no Bairro Vila do Salto, à Rua Leopoldo Hess, 144, Luis
Alves - SC.
Figura 04: Cooperativa sede CRESOL Luis Alves Fonte: Capturada pela Acadêmica.
A CRESOL Luis Alves, tem nas cidades de São João do Itaperiú,
Massaramduba, Ilhota, Imbituba, Joinville e Corupá, postos de atendimento. Os
postos de atendimento têm a necessidade de abertura devido à demanda de
agricultores familiares em busca de crédito para a área rural. A abertura destes
postos de atendimento é de suma importância para a sustentabilidade não só da
cooperativa, mas dos municípios onde o SISTEMA CRESOL se instala.
Por ser uma cooperativa de crédito rural, a CRESOL Luis Alves precisa estar
diretamente vinculada à agricultura. Seu quadro atual é composto por 62
funcionários. A cooperativa tem estrutura própria de informática, buscando um
diferencial no atendimento personalizado, segurança em suas transações como uma
instituição financeira de ponta. No ranking nacional das Cresol’s ocupa, atualmente,
a primeira posição de um total de 100 cooperativas participantes do sistema.
Podem se filiar a CRESOL Luis Alves todos os agricultores (as) familiares,
maiores de 18 anos emancipados, que desenvolvam sua atividades agropecuárias
e/ou agro-industriais, que residam na propriedade ou em vila/cidade próxima; que
explorem sua atividade produtiva com mão-de-obra familiar, podendo ter mão-de-
obra contratada de forma permanente e que atenda a pelo menos dois dos quatro
critérios seguintes:
1. possua vínculo associativo local.
2. possua qualquer título, área igual ou superior a 12 (doze) módulos fiscais na
área de atuação;
3. possua renda líquida agrícola monetária não superior a R$ 150.000,00;
4. tenha vínculo com o cooperado, mesmo não sendo agricultor, ou seja, pais,
filhos e cônjuges, desde que residam na área de atuação da cooperativa.
Conforme o Artigo 4° do Regimento Interno, respeit ando-se os princípios de
adesão voluntária a uma sociedade de pessoas, onde necessariamente se constrói
uma relação de conhecimento e confiança entre cooperados, o pretendente ao
associar-se terá que cumprir os seguintes requisitos/critérios:
• Estar organizado em um grupo comunitário reconhecido pela CRESOL.
• Preencher uma proposta de adesão;
• Não estar cadastrado no CCF, SPC, SERASA, etc.;
• Participar de cursos de cooperativismo oferecidos pela Cooperativa;
• Preencher o Cadastro Sócio Econômico;
• Ter sua associação aprovada pelo Comitê Ampliado de Crédito;
Ainda o mesmo artigo, em seu primeiro parágrafo menciona que o pretendente que
não pertence a grupo comunitário ou associações terá que ser apresentado
formalmente por um cooperado em pleno gozo de seus direitos estatutários.
A Figura n° 05 mostra o organograma da cooperativa , este que faz parte do
regimento interno. A discriminação de cargos e funções estão de acordo com as
normativas internas, aprovadas pelo Conselho de Administração.
Fonte: Documentos internos CRESOL Luis Alves
Figura n° 06: Organograma Funcional CRESOL Luis Alv es Fonte: Documentos internos CRESOL Luis Alves
Existem diversos cargos no organograma da cooperativa, dentre eles
destacam alguns.
A AGO – Assembléia Geral Ordinária, é o órgão máximo da cooperativa.
Deve ser realizada anualmente nos 3 (três) primeiros meses após o término do
exercício social, deliberará sobre os seguintes assuntos:
• Prestação de contas
• Demonstrativo das sobras apuradas ou das perdas
• Eleição dos componentes dos órgãos de administração, do Conselho
Fiscal e de outros, quando for o caso
O Conselho de Administração é composto pela presidência e por conselheiros
de Administração, deverão ser compostos exclusivamente por associados eleitos
pela AGO.
O comitê de crédito é formado por alguns funcionário do departamento de
crédito e por conselheiros administrativos, estas pessoas se reúnem uma vez por
semana para verificar as propostas de abertura de conta e as propostas de
financiamento solicitadas durante a semana.
O Coordenador de PAC coordena o posto de atendimento. Cada posto possui
um coordenador. O coordenador é responsável pelo andamento das atividades no
PAC.
A supervisão Administrativa e Operacional é composta por funcionários que
possuem amplo conhecimento sobre o funcionamento da cooperativa, e das
operações que são realizadas. Estes funcionários controlam a parte financeira da
cooperativa, contas a pagar, contas a receber, controles, como a emissão de
talonário por cooperados e demais controles necessários no dia a dia.
A CRESOL Luis Alves tem como fonte de recursos para realizar sua
operações ativas o Patrimônio Líquido ajustado e constituído pelo capital social,
mais fundos, receitas e sobras não atribuídas menos despesas e eventuais perdas.
Depósitos à vista, à prazo fixo, de curto prazo, de aviso prévio. “Float” decorrente de
prestação de serviço de cobranças, conveniados e repasses financeiros de longo
prazo.
A cooperativa poderá praticar as operações Ativas, que são destinadas a
prover de recursos financeiros, exclusivamente aos cooperados que solicitarem.
Para tanto a cooperativa para as operações ativas segue as orientações do Manual
do Crédito Rural.
Compreendem-se por operações ativas empréstimos, desconto de títulos,
cheque especial, adiantamento a depositante, antecipação de produção e repasses
de recursos de instituições financeiras.
A cooperativa poderá praticar as operações Passivas, que são destinadas à
busca de recursos financeiros entre o quadro social e com terceiros, como BNDS,
BRDE, Banco Safra, e outros sob a forma de depósito à vista em conta corrente,
depósito a prazo, depósito de aviso prévio e repasses interbancários.
Como operações acessórias, a cooperativa pratica a prestação de serviços
que se referem à cobrança, recebimento e pagamento, ordens de pagamento,
débitos em conta corrente e custódia. E por último as operações ativas deverão ser
realizadas somente com seus próprios cooperados.
3.2 Serviços prestados pela CRESOL Luis Alves
Na cooperativa, o capital social deve ser um fator de produção e não de renda
financeira. O capital em uma cooperativa é um meio e não uma finalidade. Portanto,
a avaliação econômico-financeira de uma cooperativa está atrelada a sua
capacidade de prestar os serviços necessários e solicitados pelo seu quadro social.
Na CRESOL Luis Alves, o que é oferecido aos cooperados em forma de
serviços, sempre estará em primeiro lugar como uma forma de interação entre o
quadro social e a própria CRESOL Luis Alves. Seja por meio do atendimento, seja
pelo processo de participação dos cooperados nos encaminhamentos dados pela
cooperativa. A CRESOL Luis Alves cria serviços conforme a necessidade observada
nas regiões onde atua, proporcionando assim uma participação maior do quadro
social na cooperativa.
3.2.1 Descrição dos serviços da CRESOL Luis Alves
Araújo (2001) considera que o fluxograma procura apresentar de maneira
geral o processo passo a passo, ação por ação. Toda ocorrência num determinado
processamento deve merecer registro na folha de fluxograma.
O fluxograma adiante mostra os processos realizados dentro da Cooperativa,
a partir do momento que o cooperado entra na Cresol para utilizar de algum serviço
da cooperativa.
Figura 06: Fluxograma de Serviços Fonte: Elaborado pela acadêmica. Ao entrar na cooperativa o cooperado passa pela recepção. Na recepção ele
pode realizar pedidos de talão de cheques, pegar seu talão que já foi solicitado
anteriormente. Assinar contratos que ficaram pendentes por insuficiência de
assinaturas, criar sua senha para utilizar o terminal de extratos. Caso não seja
alguns destes serviços o interesse do cooperado, ele informa a recepcionista se é
serviço de caixa ou de crédito.
Sendo um serviço de caixa o cooperado é encaminhado para a fila de espera
onde aguardará seu atendimento. No caixa é possível realizar pagamentos de títulos
bancários, transferências eletrônicas entre bancos, aplicações, saques, recebimento
de aposentadoria, e demais movimentações em sua conta corrente.
Sendo um serviço de crédito a recepcionista verifica por quais dos atendentes
ele poderá ser atendido, enquanto isso o cooperado aguarda na recepção. No
crédito é possível, tirar dúvidas sobre empréstimos, realizar solicitações de
financiamento, cartão de crédito, encaminhar documentação de PRONAF ou
Início
Recepção
É serviço de crédito?
Atendimento
Caixa
Fim
S
N Serviços Abertura de Conta Cartão de Crédito Financiamentos Pronaf
Serviços Pagamento de Títulos Saque Extratos Depósitos Transferências Recebimento de Aposentadoria
liquidação deste. Também podem ser realizados descontos de cheque, e demais
movimentações em sua conta corrente.
3.2.2 Serviços do departamento de Caixa
Pagamento de títulos: a cooperativa recebe boletos de todos os bancos até a data
de seu vencimento, após a data de vencimento são aceitos apenas títulos do Banco
do Brasil, salvo suas instruções de pagamento. Este procedimento é feito via
Gerenciador de Correspondente Bancário – GCB. Os caixas do SISTEMA CRESOL
possuem um limite de disponibilidade por título no GCB de R$ 1.500,00, acima deste
valor o título é recebido no caixa com outro histórico e pago pelo Gerenciador
Financeiro do Banco do Brasil. O recebimento de GCB na cooperativa, da a ela um
retorno de R$ 0,40 a cada título recebido independente de qual for o valor dele.
Existem dentro do software CoopCaixa vários históricos de recebimento, estes
históricos estão de acordo com cada tipo de lançamento feito no caixa. O GCB é
recebido pelo caixa no histórico 150. Já os títulos com valor superior com código de
barras, são recebidos no histórico 17. Boletos de outros bancos, com desconto ou
sem código de barras são recebidos no histórico 19. Também são recebidos neste
histórico impostos que não possuem código de barras, como GPS, Darf sem código
de barras, FGTS entre outros. Os boletos recebidos nos históricos 19 e 17 deverão
ser liquidados via Gerenciador Financeiro, estes não geram receita para a
cooperativa. Existe o histórico 38 que se refere aos títulos de convênio que são:
água, luz, telefone, Darf com código de barras, Dare com código de barras, taxas do
Detran e multas de trânsito, os convênios recebidos no caixa da cooperativa rendem
R$ 0,30 por título recebido, independente do valor do valor do título. As cooperativas
singulares que desejam oferecer este serviço aos seus cooperados solicitam junto
ao seu banco de relacionamento. O pagamento de títulos é um serviço oferecido
pela cooperativa para cooperados e não cooperados, sem cobrança de taxa alguma,
sendo sócio ou não.
Saque e demais serviços: a cooperativa não possui caixa eletrônico, possui
apenas um terminal de extrato que fica localizado dentro da mesma. Portanto, para
saques, consulta de saldos, transferências, aplicações, resgates e demais
movimentos na conta corrente o sócio deverá dirigir-se ao caixa. A movimentação é
feita pelo primeiro e segundo titular da conta, ou uma terceira pessoa mediante
apresentação de autorização por escrito do titular. As cooperativas do SISTEMA
CRESOL não cobram taxa de manutenção de conta corrente.
Transferência, TED e DOC: através do Gerenciador Financeiro a cooperativa
consegue realizar transações bancárias. Este serviço é oferecido tanto para
cooperados quanto para não cooperados. A única taxa cobrada neste serviço é para
as transações de TED e DOC, um valor de R$ 10,00, independente do valor do
montante. Esta cobrança é feita, mas não gera receita, pois a mesma taxa é
debitada da conta corrente da cooperativa no momento da movimentação. Essas
transações feita via Gerenciador Financeiro são aceitas apenas em dinheiro, pois os
valores efetuados são debitados da conta da cooperativa.
Depósito à vista: o sócio informa o número de sua conta e entrega ao caixa o valor
desejado para depósito, para depósito em uma conta de outro cooperado basta
apenas informar ao caixa o nome completo do titular da conta onde deverá ser feito
o depósito. Para depósito em cheques este respeita as normas do Banco Central.
Todo cheque igual ou superior a R$ 100,00 deverá estar nominal ao titular da conta
que receberá o depósito, ou se estiver nominal a outro favorecido o mesmo deverá
estar endossado (com a assinatura da mesma pessoal no qual o cheque está
nominal). Atrás dos cheques deverá constar o número da conta em que será feito o
depósito.
Depósito a prazo: a cooperativa oferece taxas diferenciadas para a aplicação em
poupança. Estas taxas são um incentivo para os cooperados investirem na CRESOL
Luis Alves, afinal eles são os próprios donos. No ato da aplicação o cooperado
ganha a cada R$ 50,00 aplicado 1 cupom para concorrer a prêmios mensais,
sorteados na CRESOL Luis Alves. Ganha também 1 cupom para concorrer a um
prêmio do dia da Assembléia Geral Ordinária – AGO, o cupom sorteado só terá
validade se o sócio estiver presente na AGO. Este serviço tem o nome de Poupe
Cre$ol. Para este cooperativa oferece as seguintes opções de aplicação:
• Poupe Cre$ol 30 - código 09
• Poupe Cre$ol 90 - código 10
• Poupe Cre$ol 180 - código 11
• Poupança Cre$ol Família - código 12
E as taxas para estas aplicações são de acordo com a Tabela 01:
TAXAS PARA APLICAÇÃO CRESOL LUIS ALVES
Código Descrição Carência Taxa
Mínima Taxa Máxima ATÉ
R$1.000,00 9 DEPOSITO A PRAZO COOP. FIXO - SOB AVISO 30 0,87% 0,92% 0,87%
10 DEPOSITO A PRAZO COOP. FIXO - 90 DIAS 90 2,9383% 3,3978% 2,9383% 11 DEPOSITO A PRAZO COOP. FIXO - 180 DIAS 180 6,2782% 7,5469% 6,2782% 12 DEPOSITO A PRAZO COOP. FIXO - 360 DIAS 360 14,2996% 16,3509% 14,2996%
Código Descrição Carência Taxa
Mínima Taxa Máxima ATÉ
R$1.000,00 9 DEPOSITO A PRAZO COOP. FIXO - SOB AVISO 30 0,87% 0,92% 0,87%
10 DEPOSITO A PRAZO COOP. FIXO - 90 DIAS 90 2,9383% 3,3978% 0,97% 11 DEPOSITO A PRAZO COOP. FIXO - 180 DIAS 180 6,2782% 7,5469% 1,02%
12 DEPOSITO A PRAZO COOP. FIXO - 360 DIAS 360 14,2996% 16,3509% 1,12%
...
Código Descrição Carência Taxa
Mínima Taxa Máxima ACIMA
R$20.000,00 9 DEPOSITO A PRAZO COOP. FIXO - SOB AVISO 30 0,87% 0,92% 0,92%
10 DEPOSITO A PRAZO COOP. FIXO - 90 DIAS 90 2,9383% 3,3978% 3,3978% 11 DEPOSITO A PRAZO COOP. FIXO - 180 DIAS 180 6,2782% 7,5469% 7,5469% 12 DEPOSITO A PRAZO COOP. FIXO - 360 DIAS 360 14,2996% 16,3509% 16,3509%
Código Descrição Carência Taxa
Mínima Taxa Máxima ACIMA
R$20.000,00 9 DEPOSITO A PRAZO COOP. FIXO - SOB AVISO 30 0,87% 0,92% 0,92%
10 DEPOSITO A PRAZO COOP. FIXO - 90 DIAS 90 2,9383% 3,3978% 1,12% 11 DEPOSITO A PRAZO COOP. FIXO - 180 DIAS 180 6,2782% 7,5469% 1,22%
12 DEPOSITO A PRAZO COOP. FIXO - 360 DIAS 360 14,2996% 16,3509% 1,27%
Tabela 01: Taxas para aplicação Programa Poupe Cre$ol (tabela completa Anexo) Fonte: Documentos da Cooperativa CRESOL Luis Alves
Pagamento de Benefícios com cartão Banco do Brasil : o beneficiário do INSS,
sendo ele cooperado ou não, que recebe todo e qualquer tipo de benefício pelo
Banco do Brasil, tendo em mãos o cartão para saque, poderá sacar o valor do
benefício na cooperativa. Este procedimento é feito via GCB usando o histórico 180
que refere-se a pagamento de aposentados pelo caixa. Quando a cooperativa
realiza este tipo de serviço ela tem um retorno de R$ 0,30, pois trata-se de um
convênio. No caixa da cooperativa existe uma máquina onde o cooperado passa o
cartão e informa sua senha, e em seguida aparece na tela do computador do caixa o
valor do saque.
Pagamento de Benefícios em conta corrente: o cooperado que recebe algum tipo
de benefício, porém em outro banco (não sendo o Banco do Brasil), deverá solicitar
na cooperativa a transferência de seu Benefício. O cooperado deverá informar seu
código de integração (ligação da conta corrente que possui na cooperativa em
relação à agência de relacionamento BB), seu número de benefício, cópia do CPF e
RG. O caixa fará uma declaração de transferência, solicitando o benefício para
recebimento na agência de relacionamento BB, (no caso da CRESOL Luis Alves a
agência BB é a 4229-3 – Navegantes – SC), esta declaração é assinada pelo
cooperado e encaminhada, através do banco do Brasil, para o INSS. A transferência
leva em torno de 30 a 40 dias para ser feita, após realizada o beneficio de acordo
com a tabela de pagamento de benefícios é creditado na conta do solicitante, como
um depósito on-line Banco do Brasil. Este serviço não trás para a cooperativa
retorno imediato, apenas de longo prazo, pois novas pessoas desejam receber na
CRESOL Luis Alves, abrem a conta, depositam a cota capital, e acabam utilizando
de outros serviços prestados, principalmente no setor caixa, pois acabam pagando
suas contas no ato do saque.
3.2.3 Serviços do departamento de Crédito
Contrato de abertura de crédito fixo: é um empréstimo individual que tem como
objetivo atender necessidades diversas que dispensam comprovação de destinação
específica do recurso. É utilizado de recursos próprios da cooperativa. São
beneficiários apenas agricultores familiares associados. Não possui valor específico,
porém deve ser observada a finalidade do empréstimo, e a alçada de liberação da
cooperativa. Os juros são fixos de 12% ao ano, com 24% fixo ao ano para a
comissão de permanência. As formas de amortização podem ser mensal, trimestral,
semestral ou parcela única. O empréstimo deste modelo não poderá comprometer
mais de 30% da renda líquida familiar.
Contrato de abertura de crédito: é um empréstimo individual que tem como
objetivo atender necessidades diversas que dispensam comprovação de destinação
específica do recurso. É utilizado de recursos próprios da cooperativa. São
beneficiários apenas agricultores familiares associados. Não possui valor específico,
porém deve ser observada a finalidade do empréstimo, e a alçada de liberação da
cooperativa. Os juros são de 12% ao ano, com 24% ao ano para a comissão de
permanência. As formas de amortização podem ser mensal, trimestral, semestral ou
parcela única. O empréstimo deste modelo não poderá comprometer mais de 30%
da renda líquida familiar.
CRE$OL Educação – Pessoa Física: financiamento para pagamento de despesas
com educação – matrícula, refinanciamento de mensalidades, uniforme, material
escolar. Esta linha de crédito exige comprovação, através de nota fiscal ou recibo,
com prazo de 90 dias anteriores ao contrato, em nome do associado, esposa ou
filho. Carência de 30 dias de associação para concessão do
empréstimo/financiamento. Limite de crédito a ser concedido depende da análise do
cadastro do associado. Para solicitação de crédito, será necessário apresentar ficha
cadastral atualizada do associado (e avalista, quando necessário). Conforme a
análise do cadastro e do valor solicitado, poderão ser solicitadas garantias
suplementares ao aval. O cônjuge do aval deverá assinar, conjuntamente, o
contrato, de acordo com o Código Civil Brasileiro. Cônjuge não será aceito como
avalista.
CRE$OL Saúde/Estética – Pessoa Física: financiamento com recursos próprios
para tratamento médico, odontológico e para procedimentos estéticos. Esta linha de
crédito exige comprovação, através de nota fiscal ou recibo, com prazo de 30 dias
anteriores ao contrato, em nome do associado, esposa ou filho. Carência de 30 dias
de associação para concessão do empréstimo/financiamento. Limite de crédito a ser
concedido depende da análise do cadastro do associado. Para solicitação de
crédito, será necessário apresentar ficha cadastral atualizada do associado (e
avalista, quando necessário). Conforme a análise do cadastro e do valor solicitado,
poderão ser solicitadas garantias suplementares ao aval. O cônjuge do aval deverá
assinar, conjuntamente, o contrato, de acordo com o Código Civil Brasileiro. Cônjuge
não será aceito como avalista.
CRE$OL Família – Pessoa Física: financiamento com recursos próprios para
aquisição de terreno, construção ou reforma de residência e ainda aquisição de
móveis e aparelhos eletro-eletrônicos. Apresentação de projeto com estudo de
viabilidade econômica/financeira. Carência de 30 dias de associação para
concessão do empréstimo. Limite de crédito a ser concedido depende da análise do
cadastro do associado e avalista, quando solicitado. Para solicitação de crédito, será
necessário apresentar ficha cadastral atualizada do associado (e avalista, quando
necessário). Conforme a análise do cadastro e do valor pedido, poderão ser
solicitadas garantias suplementares ao aval. O cônjuge do aval deverá assinar,
conjuntamente, o contrato, de acordo com o Código Civil Brasileiro. Cônjuge não
será aceito como avalista. Linha de crédito rotativo, com liberações programadas,
conforme a necessidade do associado e mediante apresentação de comprovantes.
Prazo de até 120 dias para utilização total do recurso aprovado. Durante o período
de construção, a CRE$OL fará visitas periódicas ao local.
CRE$OL Aposentadoria – Pessoa Física: Empréstimo para aposentados.
Critérios: Apresentação de comprovação da aposentadoria. Carência de 30 dias de
associação para concessão do empréstimo. Liberação sujeito à análise cadastral.
Para solicitação de crédito, será necessário apresentar ficha cadastral atualizada do
associado (e avalista, quando necessário).
CRE$OL Viagem/Férias – Pessoa Física: Financiamento para pagamento das
viagens/férias dos (as) cooperados (as) e seus dependentes. Esta linha de crédito
exige comprovação, através de nota fiscal ou recibo, com prazo de 30 dias
anteriores ao contrato, em nome do associado, esposa ou filho. Carência de 30 dias
de associação para concessão do empréstimo/financiamento. Limite de crédito a ser
concedido depende da análise do cadastro do associado. Para solicitação de
crédito, será necessário apresentar ficha cadastral atualizada do associado (e
avalista, quando necessário). Conforme a análise do cadastro e do valor solicitado,
poderão ser solicitadas garantias suplementares ao aval. O cônjuge do aval deverá
assinar, conjuntamente, o contrato, de acordo com o Código Civil Brasileiro. Cônjuge
não será aceito como avalista.
CRE$OL Cartão CDC – Pessoa Física: financiamento para parcelamento da fatura
do Cartão de Crédito Cre$ol. Carência de 30 dias de associação para concessão do
empréstimo. Limite de crédito a ser concedido depende da análise do cadastro do
associado. Para solicitação de crédito, será necessário apresentar ficha cadastral
atualizada do associado (e avalista, quando necessário). O cônjuge do aval deverá
assinar, conjuntamente, o contrato, de acordo com o Código Civil Brasileiro. Cônjuge
não será aceito como avalista.
CRE$OL Inclusão Digital – Pessoa Física E Jurídica: financiamento para
aquisição de equipamentos de informática. Esta linha de crédito exige comprovação,
através de nota fiscal ou recibo, com prazo de 90 dias anteriores ao contrato, em
nome do associado, esposa ou filho. O equipamento deve ser adquirido em loja
conveniada pela Cresol Luís Alves.Este produto implica em cobrança de 2% de tarifa
para o conveniado. Carência de 30 dias de associação para concessão do
empréstimo/financiamento. Limite de crédito a ser concedido depende da análise do
cadastro do associado. Para solicitação de crédito, será necessário apresentar ficha
cadastral atualizada do associado (e avalista, quando necessário). O cônjuge do
aval deverá assinar, conjuntamente, o contrato, de acordo com o Código Civil
Brasileiro.
CRE$OL Obrigações Legais – Pessoa Física e Jurídica : financiamento para
pagamento de obrigações devidas pelo cooperado, tais como: IPVA, férias coletivas
quando ocorridas no mês de dezembro, 13º salário de empregados, ITR. Esta linha
de crédito exige comprovação, através de nota fiscal ou recibo, com prazo de 90
dias anteriores ao contrato, em nome do associado, esposa ou filho. Carência de 30
dias de associação para concessão do empréstimo/financiamento. Limite de crédito
a ser concedido depende da análise do cadastro do associado. Para solicitação de
crédito, será necessário apresentar ficha cadastral atualizada do associado e
avalista. Conforme a análise do cadastro e do valor solicitado, poderão ser
solicitadas garantias suplementares ao aval. O cônjuge do aval deverá assinar,
conjuntamente, o contrato, de acordo com o Código Civil Brasileiro. Cônjuge não
será aceito como avalista.
CRE$OL Veículo – Pessoa Física e Jurídica: financiamento com recursos próprios
para aquisição de veículo novo ou usado. Valor do Financiamento: CARROS
NOVOS: 100% CARROS USADOS: 90% para carros com ano anterior ao atual;
80% para carros com 2 anos anteriores ao atual; 70% para carros com 3 anos
anteriores ao atual; 60% para carros com 4 anos anteriores ao atual. Carência de 30
dias de associação para concessão do financiamento. Limite de crédito a ser
concedido depende da análise do cadastro e de seu avalista. Para solicitação de
crédito, será necessário apresentar ficha cadastral atualizada. Conforme a análise
do cadastro e valor solicitado, poderão ser solicitadas garantias suplementares à
alienação. É necessário apresentar cópia da APÓLICE DE SEGURO em nome do
associado. Comprovação de que o veículo esteja assegurado.
CRE$OL Empreendimento – Pessoa Jurídica: financiamento de reforma ou
compra de equipamento para propriedade rural ou estabelecimento comercial. Linha
de crédito rotativo com liberações programadas, conforme a necessidade do
associado e mediante apresentação de comprovantes. Prazo de até 120 dias para
utilizar o total do recurso aprovado.
CRE$OL Duplicatas – Pessoa Jurídica: Desconto de duplicatas. As duplicatas
deverão estar endossadas à CRE$OL.
CRE$OL Capital de Giro – Pessoa Jurídica: empréstimo para suprir a empresa de
recursos financeiros necessários para a realização das suas operações, ou seja,
comprar e vender mercadorias/produtos. Carência de 30 dias para concessão do
empréstimo. Limite de crédito a ser concedido depende da análise do cadastro do
associado. Para solicitação de crédito, será necessário apresentar ficha cadastral
atualizada do associado (e avalista, quando necessário). Conforme a análise do
cadastro e do valor solicitado, poderão ser solicitadas garantias suplementares ao
aval. O cônjuge do aval deverá assinar, conjuntamente, o contrato, de acordo com o
Código Civil Brasileiro. Cônjuge não será aceito como avalista.
CREDICOOP – Pessoa Jurídica: financiamento para fortalecer as parcerias e
apoiar o desenvolvimento das cadeias produtivas da agricultura familiar, tendo como
objetivo suprir a empresa de recursos financeiros necessários para a realização das
suas operações, ou seja, comprar e vender mercadorias/produtos.
Modalidades:
Credicoop I - Associados
� Beneficiários - agricultores familiares associados da Cre$ol e também das
cooperativas e associações conveniadas
� Itens financiáveis - todos os itens de custeio e investimento da(s) cadeia(s)
produtiva(s) previstos no convênio de cooperação entre as entidades
� Critérios - a cooperativa e/ou associação deve firmar convênio com a Cre$ol;
esta linha prevê a consignação do financiamento, ou seja, o pagamento da produção
será através da conta corrente na Cre$ol, a qual fará o débito automático das
parcelas; a proposta terá como avalista a cooperativa e/ou associação, aprovado em
assembléia ou órgão deliberativo equivalente
� Valores - conforme a proposta (não pode comprometer mais que 30% da receita
bruta do agricultor na atividade)
Credicoop II – Parcerias
� Beneficiários - cooperativas e/ou associações da agricultura familiar que sejam
cooperadas a Cre$ol
� Itens financiáveis - formação de estoque de insumos e produtos para revenda e
capital de giro para agroindustrialização e comercialização de produtos de seus
associados
� Critérios - a cooperativa e/ou associação deve firmar convênio com a Cre$ol; a
tomada de crédito deve ser aprovada em Assembléia Geral ou órgão deliberativo
equivalente; a cooperativa ou associação deve apresentar a projeção de receitas
para o período do financiamento; a garantia é através de aval solidário de todos os
membros do conselho administrativo da cooperativa e/ou associação
� Valores - formação de estoque para venda: até o limite de R$ 50.000,00; capital de
giro: até o limite de R$ 20.000,00.
PRONAF – Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar:
Normatizado pelo BACEN, o PRONAF criado em 1995, foi criado com o intuito de
financiar as atividades agropecuárias e não-agropecuárias exploradas mediante
emprego direto da força de trabalho do produtor rural e de sua família, entendendo-
se por atividades não-agropecuárias os serviços relacionados com turismo rural,
produção artesanal, agronegócio familiar e outras prestações de serviço no meio
rural, que sejam compatíveis com a natureza da exploração rural e com o melhor
emprego da mão-de-obra familiar. Os cooperados interessados em contratar o
PRONAF, devem solicitar a emissão da Declaração de Aptidão ao PRONAF – DAP,
que deve ser apresentada na cooperativa no momento da solicitação do crédito. A
renda bruta da unidade familiar, para poder se enquadrar a uma das linhas do
PRONAF, deverá ser não menos que R$ 5.000,00 e no máximo R$ 110.000,00.
Existem várias linhas de do PRONAF. O grupo A, referente a crédito para a reforma
agrária. A linha B para o microcrédito rural. As linhas especiais, PRONAF Floresta e
PRONAF Jovem, PRONAF Agroecologia, PRONAF Agroindústria e PRONAF
Mulher.
Abaixo a Tabela 02, mostra as taxas de juros para a o PRONAF Custeio:
Valor Financiado Taxa de Juros
Até R$ 5.000,00 1,5% a.a
De R$ 5.000,00 a R$ 10.000,00 3,0% a.a
De R$ 10.000,00 a R$ 20.000,00 4,5% a.a
De R$ 20.000,00 a R$ 30.000,00 5,5% a.a
Tabela 02: Taxas de Juros para o PRONAF Custeio Fonte: Informativo Cresol Baser – Mudanças no PRONAF para Safra 2008-2009
Abaixo a Tabela 03, mostra as taxas de juros utilizadas para o PRONAF
Investimento:
Tabela 03: Taxas de Juros para o PRONAF Investimento Fonte: Informativo Cresol Baser – Mudanças no PRONAF para Safra 2008-2009
Ambas as linhas para serem aprovadas devem seguir os seguintes passos:
• Solicitar emissão da DAP no Sindicato ou na Emater;
• Conversar com o técnico da cooperativa Cresol;
Valor Financiado Taxa de Juros
Até R$ 7.000,00 1,0% a.a
De R$ 7.000,00 a R$ 18.000,00 2,0% a.a
De R$ 18.000,00 a R$ 28.000,00 4,0% a.a
De R$ 28.000,00 a R$ 36.000,00 5,0% a.a
• Providenciar documentos: escritura ou contrato da terra e documentos
pessoais (CPF, RG, e Registro Civil);
• Apresentar avalista ou outra forma de garantia (penhor ou hipoteca);
• Fazer a proposta de financiamento baseado no orçamento de custos do
projeto;
• Projetos com valor igual ou superior a R$ 8 mil devem apresentar análises
física e química do solo;
• Assinar a cédula;
• Aguardar a liberação que acontecerá na conta corrente;
• Adquirir ou pagar os insumos;
Guardar as notas fiscais de aquisição dos insumos.
3.3 Aplicação do Questionário
Conforme identificado no item 1.3.2 desta pesquisa, o público alvo para a
aplicação dos questionários foram apenas os cooperados pessoas físicas ativos da
carteira da sede.
Foram entregues por meio dos agentes comunitários, dentro dos jornais que
são entregues mensalmente aos cooperados, os questionários, com 10questões
cada, que foram elaborados para esta pesquisa. Além dos questionários entregues
pelos agentes, foram distribuídos alguns dentro da cooperativa, nas mesas de
atendimento do departamento de crédito e nas mesas de atendimento dos caixas.
Depois de respondido o questionário, os cooperados encaminhavam para a
cooperativa pelo próprio agente, ou levavam pessoalmente até a CRESOL. Vale a
pena ressaltar, que a presidente Claudirene Costa Mittelmann, no dia da reunião em
primeiro de setembro, pediu aos agentes que ao entregarem os jornais explicassem
que dentro havia um questionário, e falassem da importância do retorno destes
dados para a cooperativa, para que acontecesse um retorno significativo para os
resultados desta pesquisa.
A tabulação dos dados foi feita com a ajuda do programa chamado Sphinx
Léxica 2000, que proporciona mais agilidade e fidelidade na apuração das
informações, e ainda, auxilia na construção dos gráficos.
O questionário aplicado nesta pesquisa, e os gráficos estão disponíveis no
apêndice II.
3.4 Resultado da Pesquisa
A questão número 01 do questionário trata da classificação dos cooperados
em masculino ou feminino. Foi possível identificar que 62% dos cooperados que
participaram da pesquisa são do sexo masculino, e os demais participantes 38% do
sexo feminino.
feminino 39%
masculino 62%
feminino
masculino
Gráfico 01: Classificação dos Cooperados da CRESOL Luis Alves Fonte: Elaborado pela Acadêmica
Na questão 02 sobre o tempo que o cooperado possui conta na
CRESOL Luis Alves, no gráfico a seguir, pode-se perceber que os questionários
foram respondidos por cooperados que possuem conta há pouco tempo, e
cooperados que foram sócios fundadores da CRESOL Luis Alves. Com conta há
menos de um ano, responderam ao questionário uma parcela de 25% dos
participantes. Cerca de 21% são cooperados de 2 a 3 anos. Os cooperados que
possuem conta de 4 a 5 anos também representam 25% dos participantes da
pesquisa. A opção que teve mais escolha, com 29%, são das pessoas que fazem
parte da CRESOL Luis Alves a mais de 6 anos. Estes participam ativamente das
operações, e grande parte destes 29% são os sócios fundadores da cooperativa.
menos de 1 ano 25%
de 2 a 3 anos 21%de 4 a 5
anos 25%
de 6 anos ou mais 29% menos de 1 ano
de 2 a 3 anos
de 4 a 5 anos
de 6 anos ou mais
Gráfico 02: Há quanto o cooperado possui conta na CRESOL Luis Alves
Fonte: Elaborado pela Acadêmica
Na questão número 03, pergunta-se se o cooperado além de sua conta na
cooperativa possui conta em algum banco. Responderam que possuem conta na
cooperativa 63% dos participantes, e os demais 37% não possuem conta em algum
banco. Para a interpretação destes dados vale a pena ressaltar que em Luis Alves,
estão instalados dois bancos. O Banco do Estado de Santa Catarina – BESC, que
foi o primeiro banco da cidade, e a uns 2 anos um Posto de Atendimento do Banco
Bradesco surgiu na cidade.
sim 63%
não 37%
sim
não
Gráfico 03: Cooperados que possuem conta em algum além da cooperativa Fonte: Elaborado pela Acadêmica
A questão número 04 trata do principal motivo que levou o cooperado a
tornar-se um membro da cooperativa. Esta pergunta possui quatro opções de
resposta, porém o cooperado poderia assinalar apenas uma delas. Com a tabulação
dos dados foi possível observar que 32% do resultado ficaram na opção outros,
nesta opção o cooperado poderia escrever o motivo que o levou a associar-se a
CRESOL Luis Alves, dentre as respostas explicando esta opção as que mais se
destacaram foi o ótimo atendimento, e o serviço de pagamento de benefícios, isso
também explica o número alto de cooperados com conta em algum banco, pois
nesta pesquisa houve uma grande parcela dos novos cooperados que transferiram
seu benefício de algum banco para a Cresol Luis Alves. Na opção facilidade ao
crédito uma parcela de 30% dos cooperados, lembrando que a cooperativa é para
agricultores, e por este motivo consegue emprestar a juros menores que alguns
bancos, e também a liberação é feita com mais agilidade nos processos. Para a
opção juros mais baixos 20% dos participantes, e 18% escolheram pela localização
da cooperativa.
20%
18%
30%
32% juros mais baixos
localização
facilidade ao crédito
outros
Gráfico 04: Principal motivo de associar-se a CRESOL Luis Alves Fonte: Elaborado pela Acadêmica
A próxima questão a de número 05, fala sobre a freqüência dos cooperados
nos departamentos de crédito e caixa.
No departamento de caixa 35% responderam que utilizam os serviços de
caixa todos os dias, uma grande parcela destes são as empresas da cidade, onde
um de seus funcionários leva o malote do dia, e retira o do dia anterior. Também
com 35% responderam que utilizam mensalmente dos serviços do caixa,
principalmente os aposentados fazem parte desta porcentagem, pois vão até a
cooperativa somente no dia do recebimento do benefício. Existem 25% que utilizam
o caixa semanalmente, 2% que nunca utilizam, são os cooperados que somente têm
PRONAF e que fazem sua renovação a cada ano, porém todos os passos para este
serviço são feitos apenas no departamento de crédito e 1% não responderam a
nenhuma das opções.
1%
36%
26%
35%
2%Não resposta
diária
semanal
mensal
nunca utilizo
Gráfico 05: Freqüência na utilização do departamento de caixa Fonte: Elaborado pela Acadêmica
Já no departamento de crédito, 37% responderam que utilizam o crédito
mensalmente, 32% disseram que nunca utilizam. Vale a pena lembrar que algumas
amortizações de empréstimos podem ser realizadas nos caixas, e o cooperado não
precisa passar por um atendente do departamento de crédito. Dos participantes da
pesquisa 22% utilizam semanalmente, 8% vão ao crédito diariamente, no dia a dia
da cooperativa, pode-se perceber que os cooperados que utilizam do departamento
de crédito diariamente, utilizam ainda mais do serviço de desconto de cheque,
grandes partes destas liberações são para pagamento de títulos, grande parte
destas pessoas são pessoas jurídicas. E por fim 1% dos participantes não
respondeu a esta questão.
1% 8%
22%
37%
32%Não resposta
diária
semanal
mensal
nunca utilizo
Gráfico 06: Freqüência na utilização do departamento crédito Fonte: Elaborado pela Acadêmica
Perguntou-se na questão número 06 dentre os serviços prestados pela
CRESOL Luis Alves, quais o cooperado que estava respondendo ao questionário
utilizava. Sendo que nesta questão haveria possibilidade de escolher mais de uma
opção de resposta. Na opção pagamento de títulos 26% dos pesquisados
responderam que utilizam deste serviço que pertence ao departamento de caixa.
Com 16% ficou a opção de aplicação (poupança), serviço prestado também pelo
caixa. Talão de cheques com 15% das respostas. O cartão de crédito surge com
13% de utilização pelos participantes. Já no desconto de cheques uma porcentagem
de 11%, nos empréstimos pessoais 8%, para PRONAF 6%, e recebimento de
aposentadoria 5% dos participantes. Tanto talão de cheques, cartão de crédito,
desconto de cheque, empréstimos e PRONAF, são serviços realizados no
departamento de crédito. Já o recebimento de aposentadoria é um serviço realizado
pelo departamento de caixa. Todas estas respostas podem ser melhor visualizadas
por meio do gráfico 07 a seguir.
0%26%
16%5%11%6%
8%
13%
15%
Não resposta
pagamento de titulos
aplicação(poupança)
recebimento deaposentadoriadesconto de cheque
Pronaf
empréstimo pessoal
cartão de crédito
talão de cheques
Gráfico 07: Utilização pelos cooperados dos serviços da CRESOL Luis Alves Fonte: Elaborado pela Acadêmica
Na questão 07 pedia-se a opinião dos cooperados em relação aos serviços,
sendo que deveriam assinalar com um “X”, classificando na tabela do questionário
como serviços muito importantes para a cooperativa, ou pouco importantes para a
cooperativa. Classificado como um serviço de grande importância o pagamento de
títulos. Em segundo lugar com 75,50%o as aplicações com sendo muito importante,
e em terceiro lugar o talão de cheques. A tabela 4 a seguir mostra melhor como ficou
o resultado desta questão
Serviços Muito Importante Pouco Importante Não responderam
Pagamento de Títulos 88,80% 10,20% 1,00%
Aplicação (poupança) 78,50 20,50 1,00%
Recebimento de Aposentadoria 66,80% 32,70% 0,50%
Desconto de Cheques 65,90% 34,10% 0,00%
PRONAF 62,90% 37,10 0,00%
Empréstimo Pessoal 63,40% 36,10% 0,50%
Cartão de Crédito 66,80% 32,70% 0,50%
Talão de Cheques 74,10% 25,90% 0,00%
Tabela 4: Grau de importância dos serviços, na visão dos cooperados. Fonte: Elaborada pela acadêmica
Uma questão que é muito importante para a cooperativa é a questão número
8 onde se perguntou aos cooperados sobre sua satisfação em relação aos serviços
oferecidos pela CRESOL Luis Alves. E de acordo com o gráfico 08 pode-se perceber
que 90% responderam que sim, que estão satisfeitos com os serviços prestados
pela unidade-caso. E 10% responderam que não estão satisfeitos com a prestação
dos serviços.
0%
90%
10%
Não resposta
sim
não
Gráfico 08: Satisfação dos cooperados perante aos serviços prestados Fonte: Elaborado pela Acadêmica
Na penúltima questão a de número 9, perguntou-se aos cooperados no seu
entendimento se as campanhas publicitárias promovidas pela CRESOL Luis Alves
traziam retorno para a cooperativa. Acredita-se ser importante esta questão para os
gestores da CRESOL Luis Alves, pois através dela poderão saber a opinião dos
cooperados em relação as propagandas feitas, para criar novas estratégias para
divulgação dos serviços da cooperativa. Responderam sim 72% dos participantes da
pesquisa, afirmaram que as campanhas publicitárias trazem sim o retorno esperado.
E 27% responderam que não, acreditam que as campanhas não trazem um retorno
significativo para a CRESOL Luis Alves. Os demais 1% não responderam a esta
questão.
1%
72%
27%
Não resposta
sim
não
Gráfico 9: Opinião dos cooperados em relação ao retorno da publicidade Fonte: Elaborado pela Acadêmica
E por fim na última questão, perguntou-se aos cooperados, se a cooperativa
deveria oferecer outros serviços, tanto no departamento de crédito, quanto no
departamento de caixa, e também um espaço para poderem sugerir algum tipo de
serviço em ambos os departamentos. Responderam que não há a necessidade de
criar novos serviços 52% dos pesquisados, e 47% responderam que sim que seria
bom à criação de novos serviços nos departamentos de crédito e caixa. E 1% dos
participantes não responderam a esta pergunta. Dentre os que responderam e
deixaram suas sugestões de novos serviços destacaram-se alguns, foi deixada
como sugestão em alguns questionários a criação de se ter resgate automático das
aplicações para a conta corrente. Por exemplo, quando a conta corrente não tem
saldo o suficiente para a compensação de um cheque, porém o cooperado possui
dinheiro aplicado, o resgate deveria ser automático na hora da compensação, ou
seja, o resgate deveria ser automático na hora da conciliação bancária. Outras
sugestões foram à criação de caixas eletrônicos, no centro da cidade para saque e
depósito, para facilitar as transações nos finais de semana, e evitar filas no
departamento caixa, assim quando alguém deseja somente sacar não precisará
enfrentar fila na cooperativa. Outra sugestão que foi deixada por vários cooperados
foi a criação de um site da CRESOL Luis Alves para a consulta de saldos e extrato
da conta corrente via Internet.
1%
47%
52%
Não resposta
sim
não
Gráfico 10: Opinião dos cooperados sobre a possibilidade de novos serviços Fonte: Elaborado pela Acadêmica
Todas as questões foram trabalhadas, por entender-se que eram de suma
importância para verificação da sustentabilidade dos serviços, perante a visão dos
sócios da CRESOL Luis Alves.
4. SUGESTÕES PARA A EMPRESA
Recomenda-se aplicar o mesmo questionário nos postos de atendimento da
CRESOL Luis Alves, para identificar a opinião dos cooperados de outras localidades
em relação a prestação de serviços da cooperativa. Recomenda-se também aplicar
o questionário com os 62 funcionários da CRESOL Luis Alves, para verificar se
todos estão de acordo com o que está sendo seguido na cooperativa.
Os resultados obtidos na pesquisa servem como material de apoio para a
solução de problemas, e elaboração de novas estratégias de crescimento e
expansão do SISTEMA CRESOL, nas regiões onde a CRESOL Luis Alves atua. Os
resultados aqui apresentados também poderão ser utilizados, no curso de
planejamento estratégico, que visa criar as novas metas da cooperativa para 2009.
Analisando a questão número 6, pode-se deixar aqui como sugestão para a
CRESOL Luis Alves, a criação de uma estratégia para diminuir a utilização dos
cheques substituindo-os pelo uso do cartão de crédito. Criar uma promoção para o
uso do cartão. Assim será evitado ainda mais a devolução de cheques e a
adimplência da cooperativa será ainda maior do que já é, em relação as devoluções.
A criação de um caixa eletrônico, e de um site da CRESOL Luis Alves,
também evitará o uso de folhas de cheques, e ainda diminuirá a quantidade de
pessoas na fila de atendimento dos caixas e do crédito.
Durante a elaboração deste trabalho foi possível perceber que uma grande
parte dos sócios não conhece todos os serviços apresentados. Como sugestão
deviria ser criado um Portifólio de Serviços da CRESOL Luis Alves, e deixá-los nos
Postos de Atendimento e na sede da cooperativa, onde os sócios possam tomar
conhecimento de todos os serviços que podem usufruir ns cooperativa. Talvez
muitos dos sócios não utilizam determinados serviços, pois não sabem que existe ou
não sabem como funcionam.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao final deste trabalho, concluiu-se que os serviços apontados pelos
cooperados como serviços mais utilizados, são os pagamentos de títulos, o talão de
cheques e as aplicações.
Também se concluiu que o Departamento de Crédito sustenta a cooperativa.
Pois, seu retorno financeiro é maior, porém o Departamento Caixa é indispensável
para manter a carteira de cooperados, que não utilizam do crédito, mas pagam suas
contas e conseqüentemente trazem algum retorno.
A sustentabilidade dos serviços se dá pela confiança depositada pelos
integrantes da cooperativa, afinal de contas, os cooperados são os próprios donos
deste negócio. Para que a cooperativa continue crescendo e tornando-se cada vez
mais sustentável, é necessário a fidelidade e a adimplência de seus cooperados.
Pode-se confirmar por meio desta pesquisa o quanto é importante a
cooperativa conhecer a sustentabilidade de seus serviços, perante a opinião de seus
cooperados. A opinião dos cooperados é de suma importância para a elaboração de
estratégias.
O estudo realizado revelou grande satisfação pelos cooperados em relação à
prestação de serviços na cooperativa, e ainda, muitos dos sócios que estão
satisfeitos acreditam que a CRESOL Luis Alves deve criar novos serviços. Uma
cooperativa prestadora de serviços deve estar atenta as novidades do mercado, pois
a competitividade entre instituições financeiras não é apenas pelos juros mais
baixos, mas também pela quantidade de atividades a serem desenvolvidas em um
único local, visando para seus clientes agilidade nos processos.
Um grande diferencial do SISTEMA CRESOL é ser cooperativa. O
cooperativismo vem surgindo em diversos setores da economia.
Gostaria de ressaltar a minha satisfação em estudar e poder aprender sobre
esta nova tendência que é o cooperativismo solidário.
O resultado da pesquisa serve para manter a qualidade no atendimento, a
qualidade nos serviços, e também como ferramenta auxiliar para a elaboração das
metas de 2009, e avaliação do ano de 2008 em relação ao portfólio de serviços da
CRESOL Luis Alves.
A realização deste trabalho proporcionou grande aprendizado. Para a
CRESOL Luis Alves foi muito importante saber a opinião de seus cooperados sobre
a prestação de serviços. Foi gratificante saber da grande responsabilidade atribuída.
E por último para a Universidade a pesquisa é fonte de estudo para os demais
acadêmicos.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARAÚJO, Luis César G. de. Organização, sistemas e métodos e as tecnologias de gestão organizacional . São Paulo: Atlas, 2005. BARBETTA, Pedro Alberto. Estatística Aplicada às ciências sociais . 7. ed. Florianópolis: Ed. da UFSC, 2007. BASSO, Dirceu. A produção e gestão das políticas públicas de desenvolvimento rural . Porto Alegre: UFRGS, 2004. BENETTI, Maria Domingues. Sistema de Crédito Rural e o Financiamento da Agricultura na Década de 90 . Brasília: IPEA, 1994. CHIAVENATO, Idalberto. Introdução a Teoria Geral da Administração. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003. ______. Administração : Teoria, processo e prática. 3. ed. São Paulo: Makron Books, 2000. ______. Teoria Geral da Administração . 5. ed. São Paulo: Makron Books, 1998. CHING, Hong Yuh. Gestão baseada em custeio por atividades . 3. ed. São Paulo: Atlas, 2001. CHURCHILL, R. Gilbert e PETER, J. Paul. Marketing criando valor para os clientes . São Paulo, Saraiva, 2003. ______. Marketing: criando valor para os clientes. São Paulo: Saraiva, 2000. COBRA, Marcos; MORSE, Stephen P. Administração de marketing . 2. ed. São Paulo: McGraw Hill, 1992 ______. Administração de marketing . 4.ed. São Paulo: Atlas, 1997. COUTO, Assis Miguel do. UNICAFES. Brasília, Senado Federal – Secretaria Especial de Editoração e Publicações, 2005. DEMING, W. E. Qualidade: A Revolução da Administração . Rio de Janeiro: Marques Saraiva, 1990. DIAS, Marco Aurélio P.. Administração de Materiais . São Paulo: Atlas, 1995. ERDMANN, Rolf Hermann. Administração da Produção : planejamento, programação e controle. Florianópolis: Papa Livro, 2000.
GIANESI, Irineu G. N. CORRÊA, Henrique Luiz. Administração estratégica de serviços . São Paulo: Atlas 2007. HOFFMAN, K. Dougal. BATENSON, John E. G. Princípios de marketing de serviços . 2. ed. São Paulo: Thomson, 2003. HOLYOAKE, George Jacob. Os Pioneiros de Rochdale : Os 28 Tecelões de Rochdale. Porto Alegre: WS Editor, 2001. JAFFE, Jeffrey F. ROSS, Stephen A. WESTERFIELD, Randolph W. . Administração Financeira . São Paulo: Atlas, 2002. ______. Princípios da Administração Financeira . 2. ed. São Paulo: Atlas, 2002. KOTLER, Philip. Administração de Marketing : análise, planejamento, implementação e controle. São Paulo: Atlas, 1998. LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de Metodologia Científica . São paulo: Atlas, 2001. LAS CASAS, Alexandre L. Marketing : conceitos, exercícios, casos. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1997. MARCONI, Marina de Andrade. Técnicas de Pesquisa . São Paulo: Atlas, 2002. MATTAR, Frauze N. Pesquisa de Marketing : metodologia planejamento. São Paulo: Atlas, 1996. MELCHIORETTO, Joaquim. Luis Alves: o paraíso verde do vale . Rio Grande do Sul: Passografic, 2007. OLIVEIRA, Silvio Luiz de. Tratamento de metodologia cientifica : projetos de pesquisa, TGI, TCC, monografias, dissertações e teses. São Paulo: Pioneira, 1997. PINHEIRO, Marcos Antônio Henrique. Cooperativas de Crédito História da evolução normativa no Brasil . Brasília: Banco Central do Brasil, 2005. RICHARDSON, Roberto Jarry. Pesquisa social : métodos e técnicas. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1999. RICCIARDI, Luiz. Cooperativa, a empresa do século XXI: como os países em desenvolvimento podem chegar a desenvolvidos. São Paulo: LTr, 2000. ROBBINS, Stephen Paul. Administração : Mudanças e Perspectivas. São Paulo: Saraiva, 2000. ROCHA, Luiz Oswaldo Leal da. Organização e Métodos . São Paulo: Atlas, 1998. ROESCH, Sylvia Maria Azevedo. Projetos de estágio e de Pesquisa em Administração . São Paulo: Atlas, 2006.
______. Projetos de estágio do curso de Administração . 2. Ed. São Paulo: Atlas, 1999. SANTI FILHO, Armando de. Avaliação de Riscos de Crédito . São Paulo: Atlas, 1997. SINGER, Paul. SOUZA, André R. A economia solidária no Brasil: a autogestão como resposta ao desemprego . 2. Ed. São Paulo: Contexto, 2003 SPILLER, Eduardo Santiago. Gestão de serviços e marketing interno . 2. ed. Rio de Janeiro: FGV, 2006. MESQUITA, Ângela M.. A expansão de microfinanças no Brasil . Rio de Janeiro: IBAM/Fundação Ford, 2003.
APÊNDICES
APÊNDICE I Questionário Aplicado
Prezado Cooperado, para melhor satisfazê-lo, gostaríamos que respondesse este questionário. Não é necessário identificação. 1- Sexo: ( )feminino ( ) masculino 2- Há quanto tempo você possui conta na Cresol? ( ) menos de 1 ano ( ) de 2 a 3 anos ( ) de 4 a 5 anos ( ) de 6 anos ou mais 3- Além da sua conta na cooperativa, você possui conta em algum banco? ( ) Sim ( ) Não 4- Cite qual foi o principal motivo que o levou a associar-se a Cresol? (assinale apenas 1 opção) ( ) juros mais baixos ( ) localização ( ) facilidade ao crédito
( ) outros_________________
5- Em relação aos serviços oferecidos pela Cresol, com que freqüência você utiliza os seguintes
setores? Caixa ( ) diária ( ) semanal ( ) mensal ( ) nunca utilizo Crédito ( ) diária ( ) semanal ( ) mensal ( ) nunca utilizo 6- Dos serviços abaixo prestados pela Cresol, quais você utiliza? (poderá assinalar mais de uma
opção). ( ) Pagamento de títulos ( ) Aplicação (poupança) ( ) Recebimento de Aposentadoria ( ) Desconto de Cheque
( ) Pronaf ( ) Empréstimo Pessoal ( ) Cartão de Crédito ( ) Talão de Cheques
7- Dos serviços descritos abaixo, assinale com um X, na sua opinião, o grau de importância que cada
um tem para a cooperativa. Serviços Muito Importante Pouco Importante
Pagamento de títulos
Aplicação (poupança) Recebimento de Aposentadoria
Desconto de Cheque
Pronaf
Empréstimo Pessoal Cartão de Crédito
Talão de Cheques
8- Você está satisfeito com os serviços prestados pela Cresol? ( ) Sim ( ) Não 9- No seu entendimento as campanhas publicitárias promovidas pela Cooperativa, trazem retorno
para a Cresol? ( ) Sim ( ) Não 10- Em sua opinião, a cooperativa deve oferecer outros serviços? ( ) Sim ( ) Não Qual, se for no caixa:__________________________________ Qual, se for no crédito: ________________________________
Após respondido, favor entregar na Cresol, ou ao seu agente. OBRIGADO!
83
ANEXOS
84
ANEXO I Copia (parte) do Regimento Interno da
CRESOL Luis Alves
85
CAPÍTULO X
DO AGENTE COMUNITÁRIO DE
DESENVOLVIMENTO E CRÉDITO
Art. 29 - O Agente de Desenvolvimento e Crédito tem como papel ser o elo de
ligação e representação da Cooperativa e de seus cooperados.
Art. 30 - Os agentes, preferencialmente, deverão assumir as seguintes
funções auxiliares ao Conselho de Administração e Comitê de Crédito:
a) Coletar e Organizar propostas de crédito;
b) Aplicar e Atualizar o Cadastro dos cooperados;
c) Apresentação de propostas de novos cooperados;
d) Organizar, em parceria com outras entidades, compras e vendas
coletivas;
e) Emitir parecer sobre propostas de novos cooperados;
f) Participar quando convocados pelo Conselho de Administração das
reuniões do Comitê de Crédito;
g) Organizar unidades de referência de produção agroecológica;
h) Organizar grupos de base, cursos de formação, reuniões de trabalho,
dias de campo e visitas de estudos.
i) Entrega de Jornais, convites, editais e outros.
86
CAPÍTULO X
DAS OPERAÇÕES DA COOPERATIVA
SESSÃO I
FONTES DE RECURSOS
Art. 31 - A CRESOL LUÍS ALVES tem como fontes de recursos para realizar suas
operações ativas:
a) patrimônio líquido ajustado e constituído pelo capital social, mais
fundos, receitas e sobras não distribuídas menos despesas e eventuais
perdas;
b) depósitos à vista;
c) depósitos à prazo fixo;
d) depósitos de Curto Prazo;
e) depósitos de aviso prévio;
f) “Float” decorrente de prestação de serviços de cobranças,
conveniados;
g) repasses financeiros de longo prazo.
SESSÃO II
DAS OPERAÇÕES ATIVAS
Art. 32 - A cooperativa poderá praticar as operações ATIVAS, aquelas destinadas a
prover de recursos financeiros, exclusivamente aos cooperados (pessoas físicas ou
jurídicas) que solicitarem. Para tanto a Cooperativa deve organizar seu regulamento
87
atentando para os princípios e condições gerais aqui expostos, aliados às
peculiaridades de seu Quadro Social;
Art. 33 - As operações ativas compreendem:
a) Empréstimos;
b) Descontos de títulos;
c) Cheque especial;
d) Adiantamento a depositantes;
e) Antecipação de produção;
f) Repasses de recursos de instituições financeiras.
Art. 34 - As operações ativas acima citadas seguem as orientações do Manual do
Crédito Rural.
DAS OPERAÇÕES PASSIVAS
Art. 35 - A cooperativa poderá praticar as operações PASSIVAS, aquelas
destinadas a busca de recursos financeiros entre o quadro social e com terceiros
sob a forma de:
a) depósito à vista em conta corrente;
b) depósito à prazo - RDC;
c) depósito de aviso prévio;
d) repasses interbancários.
DAS OPERAÇÕES ACESSÓRIAS
Art. 36 - A cooperativa poderá praticar as operações ACESSÓRIAS, aquelas que
visam a prestação de serviços a cooperados, ou não, dentre elas:
88
a) cobrança;
b) recebimentos e pagamentos;
c) ordens de pagamento;
d) débitos em conta corrente;
e) custódia;
SESSÃO III
DOS BENEFICIÁRIOS
Art. 37 - A cooperativa somente poderá efetuar operações ativas com seus próprios
cooperados.
Art. 38 - O cooperado, para obter empréstimos deverá preencher os seguintes
requisitos:
a) estar cooperado há mais de 30 (trinta) dias;
b) fornecer informações cadastrais para a confecção de sua ficha,
comprovando rendimentos e bens com documentos válidos;
c) apresentar a proposta de empréstimo;
d) Descriminar as garantias necessárias.
Art. 39 - Se o cooperado faltar duas assembléias consecutivas sem justificativa
formal, será enviado uma notificação. No caso da terceira ausência será penalizado
não podendo mais ter acesso ao crédito, até a participação da próxima Assembléia.
Parágrafo Único – Fica dispensado o artigo 39 para o cooperado com idade
superior a 65 (sessenta e cinco) anos de idade.
89
Art. 40 - Nenhum cooperado isoladamente poderá ser contemplado com
empréstimos que ultrapasse a 10 % (dez por cento) do Patrimônio Líquido da
Cooperativa.
SESSÃO IV
ALÇADAS OPERACIONAIS
Art. 41 - O Conselho de Administração da Cooperativa deverá fixar em reunião
especialmente convocada para tal fim, as alçadas para deferimento de pedidos de
empréstimos e fixação de limites obedecendo ao seguinte:
O Comitê de Crédito obedecerá as seguintes alçadas de liberações:
90
DECLARAÇÃO
A Cooperativa de Crédito Rural com Interação Solidária de Luis Alves –
CRESOL declara, para os devidos fins que a Estagiária Greice Fiamoncini, aluna do
Curso de Administração do Centro de Ciências Aplicadas - Gestão da Universidade
do Vale do Itajaí, cumpriu com a carga horária prevista para o período de 01/03/2008
a 27/10/2008, seguiu o cronograma de trabalho estipulado no Projeto de Estágio e
respeitou nossas normas internas.
Luis Alves (SC), 27 de outubro de 2008.
___________________________________
Claudirene Costa Mittelmann
91
ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS
___________________________________
Greice Fiamoncini
Estagiária
____________________________________
Claudirene Costa Mittelmann
Supervisora de Campo
____________________________________
Edemir Manoel dos Santos, M. Eng
Orientador de estágio
____________________________________
Prof. Marcos Antônio Hans Dias, M.SC
Responsável pelos Estágios em Administração