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O empresário alemão Karl Heinz Stock, fundador da iniciativa “Deixem-nos Respirar” , estima que o novo sistema de guias de transporte, que vai vigorar a partir de 1 de maio de 2013, no qual cada guia de transporte de mercadoria está associada eletronicamente a uma fatura, incluindo um número de código emitido pela autoridade fiscal, custará o equivalente a entre 1,5% e 2% do PIB português. Pág. 14 IMOBILIÁRIO Sobretributação dos imóveis inviabiliza investimento Pág. 8 MERCADOS INDICADOR FEUC/VE REVELA Recessão está a agravar-se Pág. 42 FISCALIDADE Governo quer retomar descida das taxas do IRC Pág. 6 AGRICULTURA Portugal garante financiamento do regadio do Alqueva na nova PAC Pág. 26 ARAN Tecnologias de informação SUPLEMENTOS NESTA EDIÇÃO www.vidaeconomica.pt Nº 1484 / 15 de março 2013 / Semanal / Portugal Continental J 2,20 www.vidaeconomica.pt DIRETOR João Peixoto de Sousa PRESIDENTE DA LIBERTY PORTUGAL AFIRMA “Seguradoras diretas são globalmente deficitárias” Págs. 4 e 5 9 720972 000037 01484 PUB PUB PUB MOVIMENTO “DEIXEM-NOS RESPIRAR” DENUNCIA Novo sistema de guias de transporte é arcaico e impraticável NOVAS REGRAS JÁ SE APLICAM AO ORÇAMENTO DE ESTADO Portugal passa a estar com supervisão reforçada pela Comissão Europeia Pág. 3

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Page 1: SUPLEMENTOS NOVAS REGRAS JÁ SE APLICAM AO … · FMI defende redução das taxas de juro ... muitas voltas e, por isso, ... dos políticos de vários quadrantes. Ora a defendem,

O empresário alemão Karl Heinz Stock, fundador da iniciativa “Deixem-nos Respirar”, estima que o novo sistema de guias de transporte, que vai vigorar a partir de 1 de maio de 2013, no qual cada guia de transporte de

mercadoria está associada eletronicamente a uma fatura, incluindo um número de código emitido pela autoridade fi scal, custará o equivalente a entre 1,5% e 2% do PIB português.

Pág. 14

IMOBILIÁRIO

Sobretributação dos imóveis inviabiliza investimento

Pág. 8

MERCADOSINDICADOR FEUC/VE REVELARecessão está a agravar-se

Pág. 42

FISCALIDADE

Governo quer retomar descida das taxas do IRC

Pág. 6

AGRICULTURA

Portugal garante fi nanciamento do regadio do Alqueva na nova PAC

Pág. 26

ARANTecnologias de informação

SUPLEMENTOS

NESTA EDIÇÃO

www.vidaeconomica.pt

Nº 1484 / 15 de março 2013 / Semanal / Portugal Continental J 2,20

www.vidaeconomica.pt

DIRETORJoão Peixoto de Sousa

PRESIDENTE DA LIBERTY PORTUGAL AFIRMA

“Seguradoras diretas são globalmente defi citárias” Págs. 4 e 5

9 720972 000037

0 1 4 8 4

PUB

PUB

PUBMOVIMENTO “DEIXEM-NOS RESPIRAR” DENUNCIA

Novo sistema de guias de transporte é arcaico e impraticável

NOVAS REGRAS JÁ SE APLICAM AO ORÇAMENTO DE ESTADO

Portugal passa a estar com supervisão reforçada pela Comissão Europeia

Pág. 3

Page 2: SUPLEMENTOS NOVAS REGRAS JÁ SE APLICAM AO … · FMI defende redução das taxas de juro ... muitas voltas e, por isso, ... dos políticos de vários quadrantes. Ora a defendem,

ÁLVARO SANTOS PEREIRA

A economia nacional não vê sinais ao fundo do túnel. Bem pelo contrário, o desemprego continua

a crescer e a taxa nacional é mais do dobro da média europeia. O que acontece é que este é um Governo de Vítor Gaspar e o ministro da Economia não consegue fazer valer os seus pontos de vista. A conclusão é simples e não deixa de ser trágica, não existe qualquer estratégia económica, o país vai navegando ao sabor dos ventos que sopram dos lados do Ministério das Finanças. Santos Pereira é um ministro cada vez mais sem pasta.

2 SEXTA-FEIRA, 15 DE MARÇO 2013

ABERTURA

Top da semana

PIRES DE LIMA

O responsável da Unicer tem razão ao afirmar que é um erro pensar que as exportações, por

si só, vão salvar as empresas. Pires de Lima não deixa de criticar o Governo quando acha que o deve fazer e agora está a sentir “na pele” que a fiscalidade pode ter consequências muito graves, quando aplicada de forma indiscriminada. É normal e salutar que venha juntar a sua voz aos críticos e apresentar alternativas. O caso do aumento do IVA é encarado como um erro político e económico sem precedentes, especialmente no que toca à restauração. A crise e a tributação estão a penalizar fortemente o setor cervejeiro no mercado interno.

BAGÃO FÉLIX

Da mesma área política de Pires de Lima, Bagão Félix é um técnico reconhecido pela sua

competência. E intervém sempre que acha apropriado. Desta vez, veio a público lamentar a aridez e a insensibilidade sociais do Governo, o que não deixa de ser uma realidade e é revelador que exercer a profissão de governante é uma arte que nem todos dominam. Ainda que admita que os políticos, na sua maioria, não tenham a intenção de fazer o mal, não deixa de transmitir a mensagem que há alguma falta de competência para resolver os problemas.

THE WALL STREET

JOURNAL

Empresas norte-ame-

ricanas tributadas no

exterior

As empresas dos Estados Unidos estão a realizar ganhos recordes. Muito do dinheiro está a ficar fora do país, com uma tributação mais baixa. Das 60 maiores empresas, mais de 40% dos lucros anuais foram taxados “offshore”. No entanto, muito desse dinheiro não deixa de ser aplicado no pagamento de dividendo ou para fazer investimentos nos Estados Unidos. Esta prática é um resultado da fiscalidade dos Estados Unidos que cria incentivos para as empresas maximizarem os seus ganhos das subsidiárias no estrangeiro, desde que os mesmos regressem ao país de origem.

EXPANSIÓN

OCDE vê indícios

de recuperação

nos países

desenvolvidos

Os indicadores económicos avançados pela OCDE mostram ligeiros indícios de recuperação nos países desenvolvidos, com uma melhoria na Zona Euro.

O indicador que mede a tendência de recuperação subiu 0,10 pontos em janeiro passado, relativamente ao mês anterior, para se situar em 100,4 pontos, de acordo com aquela organização.Tomando como referência o ano de 2009, verificou-se uma estabilização, depois de uma descida acentuada. Os EUA, em particular, tiveram uma progressão mais marcada, o mesmo sucedendo com o Japão e a Alemanha.

LES ECHOS

Alemanha aumenta

excedente comercial

A Alemanha continua a surpreender pela positiva. Depois de um enfraquecimento em dezembro, o excedente comercial voltou a acelerar em janeiro. A União Europeia ainda é o principal parceiro comercial de Berlim, mas o crescimento das exportações não vem do Velho Continente.Mesmo que a economia alemã sofra desde há vários meses um abrandamento, o comércio externo continua a revelar um desempenho consistente, tendo em conta os principais parceiros comerciais. O excedente comercial atingiu os 13,7 mil milhões de euros, em janeiro, contra 12,1 no último mês do ano passado. Os países terceiros continuam a ganhar peso na balança comercial germânica.

ImprensaEM REVISTA

Atualidade ................ Pág. 7

Compromisso para a competitividade sustentável da construção e do imobiliário

Atualidade ................ Pág. 9

Dinamismo de Paços de Ferreira é “um bom exemplo”

Internacional .......... Pág. 10

FMI defende redução das taxas de juro

OutCome ................ Pág. 13

Empresa dá apoio psicológico a profissionais que decidam emigrar

Empresas ................ Pág. 20

Tnl coloca contentores no Peru

PME ......................... Pág. 22

Fator diferenciador reside no lado prático e orientação para o quotidiano

Associativismo ....... Pág. 29

NERSANT apresenta solução digital de apoio à gestão

Fiscalidade ............. Pág. 37

Simplificado o reporte ao Banco de Portugal

Seguro Direto ......... Pág. 42

Portugueses revelam desconhecimento sobre o seguro automóvel

Nesta edição

06 Atualidade

Corte de 30% na tarifa recebido com alívio pelo setor fotovoltaico

38 Mercados

Imposto sobre transações financeiras é negativo para o mercado

43 Mercados

Código de Governo das Sociedades é alternativa da sociedade civil ao regulamento da CMVM

Humor económico

EDITOR E PROPRIETÁRIO Vida Económica Editorial, SA DIRETOR João Peixoto de Sousa COORDENADORES EDIÇÃO João Luís de Sousa e Albano Melo REDAÇÃO Virgílio Ferreira (Chefe de Redação), Adérito Bandeira, Ana Santos Gomes, Aquiles Pinto, Fernanda Teixeira, Guilherme Osswald, Marta Araújo, Patrícia Flores, Rute Barreira, Susana Marvão e Teresa Silveira; E-mail [email protected]; PAGINAÇÃO Célia César, Flávia Leitão, José Barbosa e Mário Almeida; PUBLICIDADE PORTO

PUBLICIDADE LISBOA [email protected]; ASSINATURAS IMPRESSÃO Naveprinter, SA - Porto DISTRIBUIÇÃO

TIRAGEM CONTROLADA TIRAGEM DESTA EDIÇÃO

4000 Município (Porto) TAXA PAGA

R

MEMBRO DA EUROPEAN BUSINESS PRESS

Poucos se surpreenderão ao verificar o título desta crónica. Sonho antigo, defendi-o com quantas forças pude e ao lado dos grandes homens que, então, partilhavam, no seio do Forum Portucalense, tais ideais. Mas a vida dá muitas voltas e, por isso, essa ambição foi metida na gaveta.

Há dias, porém, fui inquietado por um brasileiro, Cássio Rolim, professor universitário, grande entusiasta da “Construção do Grande Norte” nas suas próprias palavras. Fiquei surpreendido, tanto mais que nos juntámos na presença de um homem do Norte, o Sr. Prof. José Silva Costa. Uns dias depois desse encontro, o Prof. Rolim escreveu-me umas linhas, poucas mas profundas, onde fundamentava uma proposta para o seu projecto de conferências: “A região Norte de Portugal vive uma situação paradoxal. Nela está instalado grande parte do parque produtivo, uma parcela importante da população universitária, e o segundo aglomerado urbano do país. Além disso, mantém importantes relações económicas com as regiões espanholas vizinhas, o que possibilita a consolidação de um amplo espaço económico transnacional. No entanto, apesar de todas essas vantagens, vem perdendo participação no PIB português ao mesmo tempo em que tem elevados índices de pobreza.”.

Com tantos autoproclamados “notáveis”

no Norte – pensei eu –, como é que tem de vir alguém do outro lado do Atlântico para nos chamar à pedra?! Eu senti-me interpelado, desafiado, envergonhado e aqui estou de novo, pois, para convocar os que ainda não desistiram de viver a sua (e na sua) terra para esse combate do futuro: fazer do Porto e da sua região a capital da fachada atlântica da Europa. E devo dizer que o facto de o país estar a atravessar uma gravíssima crise me dá ainda mais alento.

A regionalização do país – que, no transe, seria um instrumento adequado – não tem sido mais do que uma brincadeira na mão dos políticos de vários quadrantes. Ora a defendem, ora a repudiam, conforme os seus interesses de ocasião, que nunca são, porém, os interesses de Portugal nem os da democracia. A criação das regiões está, desde sempre, prevista na Constituição da República, mas, apesar de tantos defensores desta (e dos direitos adquiridos), tal previsão não preocupa os partidos. E até se compreende, pois, nos jogos palacianos das suas ditaduras internas, aqueles têm mais com que se preocupar, ou não fossem hoje essas entidades funestas os líderes da corrupção em todas as dimensões da palavra.

A regionalização, como caminho para se alcançar uma nova sociedade de onde a crise possa ser desalojada, é, porém, um imperativo que só não é compreendido na capital – que

ainda se tem por capital de um império colonial e onde, agora, as colónias são as regiões deste maltratado país.

Regiões e cidades estão, porém, no mapa de um outro possível futuro. Já lá vai o tempo dos Estados-nação e não é possível ignorar mais as cidades e as regiões mundo deste tempo global.

O Porto e a sua região, no contexto da fachada atlântica da Europa, constitui-se num território de novas conquistas, de um outro futuro, de maior dignidade cívica. É notório que, para tal, tem qualidades humanas e materiais, muitas delas, porém, desperdiçadas até agora por invejas e egoísmos de autarcas autistas. O tempo exige austeridade mas não proíbe a reflexão e, por aqui, é fácil de concluir que acabou o tempo do cimento e, agora, é o tempo do conhecimento.

Criar valor é o que o Porto e a sua região pode e deve fazer. E é nas PME, que marcam o seu tecido económico, que residem os melhores espaços para desenvolver a economia do futuro que em breve não será mais a de produção em massa. A escala das regiões será a potenciadora maior das inovações tecnológicas que se adivinham, em novos produtos e outros serviços.

Quer queiram, quer não, o Porto e a sua região, na fachada atlântica da Europa, estão no caminho do futuro. Vamos demonstrá-lo.

O Porto e a sua região – capital da fachada atlântica da EuropaO Porto e a sua região no contexto da fachada atlântica da Europa constitui-se num território de novas conquistas, de um outro futuro,

de maior dignidade cívica.

Causas do dia-a-diaANTÓNIO VILAR [email protected]

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O Orçamento de Estado vai estar sob uma vigilância mais apertada da Comissão Europeia. O novo pacote legislativo que acaba de ser aprovado pelo Parlamento Europeu reforça a supervisão orçamental na zona euro e prevê medidas especiais para os países sob assistência externa como é o caso de Portugal.Além de atribuir um papel crescido de controlo à Comissão Europeia, as normas aprovadas estabelecem um maior controlo sobre os novos poderes. O Parlamento Europeu introduziu garantias para que a disciplina orçamental não ponha em causa o crescimento e o emprego.

JOÃO LUÍS DE [email protected]

O reforço de supervisão da Co-missão Europeia em relação a Por-tugal vai ter aplicação imediata.

Designado por “two pack”, o pacote legislativo aprovado esta semana pelo Parlamento Europeu inclui dois regulamentos. O pri-meiro conjunto de normas reforça a supervisão das políticas orça-mentais de todos os países da zona euro. O segundo conjunto cria as disposições específicas para os que recebem ou podem vir a receber assistência financeira, como acon-tece com Portugal, ou que sejam afetados por graves dificuldades financeiras. Para evitar o contágio ao resto da zona euro, estes países passam a estar sujeitos a uma su-pervisão reforçada.

O acréscimo de controlo por parte da Comissão Europeia vai manter-se para lá do termo do pro-grama de ajuda externa. Portugal, Grécia e Irlanda ficarão sujeitos a uma supervisão pós-programa até

que tenham sido reembolsados, no mínimo, 75% da assistência financeira.

Os novos poderes da Comis-são serão monitorizados de per-to pelo Parlamento Europeu e pelos Estados-Membros, para garantir um maior controlo de-mocrático, responsabilidade e legitimidade.

Graças às alterações negociadas pelo Parlamento Europeu, “intro-duz-se um maior controlo sobre os novos poderes de intervenção da Comissão Europeia nos processos orçamentais nacionais, inicia-se uma discussão séria sobre a mu-tualização da dívida dos países da zona euro e abre-se espaço para a conciliação do investimento públi-co produtivo – indispensável para o crescimento e emprego – com os objetivos de disciplina orçamen-tal”, disse Elisa Ferreira (S&D), re-latora sobre o regulamento relativo ao acompanhamento e à avaliação dos projetos de planos orçamen-tais.

“Um Estado-Membro sujeito a uma supervisão reforçada deve também adotar medidas destina-das a eliminar as causas ou poten-ciais causas das suas dificuldades. Para tal, devem ser levadas em linha de conta todas as recomen-dações que lhe foram dirigidas no decurso de um procedimento rela-tivo ao défice excessivo ou de um procedimento por desequilíbrio

macroeconómico excessivo” – pre-vê o regulamento.

Se a fiscalização revelar desvios significativos em relação ao pro-grama de ajustamento macroeco-nómico, o Conselho, deliberando por maioria qualificada, sob pro-posta da Comissão, pode decidir que o Estado-Membro em causa não respeita as exigências constan-tes do programa. O regulamento refere que a proposta da Comissão deve expressamente avaliar se esse desvio significativo se deve a ra-zões que estão fora do controlo do Estado-Membro em causa.

Por outro lado, os esforços de consolidação orçamental expos-tos no programa de ajustamento macroeconómico devem ter em conta as necessidades de assegurar recursos suficientes para políticas fundamentais, como a educação e os cuidados de saúde.

Setor financeiro na mira da Comissão Europeia

O novo regulamento estabelece

que um Estado-Membro com pro-grama de ajuda externa deve ser sujeito a avaliações regulares da sua capacidade de supervisão do setor financeiro.

Os Estados-Membros sujeitos a uma supervisão reforçada ou a um programa de ajustamento macroe-conómico que beneficiem de apoio financeiro para a recapitalização das suas instituições financeiras devem informar duas vezes por ano das condições impostas a essas instituições financeiras, incluindo no que se refere à remuneração dos gestores. Os Estados-Membros devem comunicar as condições de crédito propostas pelo setor finan-ceiro à economia real.

Assistência técnica pode envolver equipas de apoio em Portugal

Nos casos mais complexos, a su-pervisão reforçada inclui uma ação mais abrangente, conforme prevê o regulamento.

Um Estado-Membro sujeito a um programa de ajustamento ma-croeconómico deve realizar uma auditoria exaustiva às suas finanças públicas, a fim de, designadamen-te, avaliar os motivos que levaram à acumulação de níveis excessivos

de dívida, bem como detetar even-tuais irregularidades.

Se o Estado-Membro revelar capacidade administrativa insufi-ciente ou problemas significativosna aplicação do seu programa de ajustamento, deve solicitar a assis-tência técnica da Comissão, que pode constituir, para este efeito, grupos de peritos com instituiçõesdos Estados-Membros e outras instituições da União e/ou inter-nacionais relevantes. Os objetivose os meios de assistência técnica devem ser delineados explicita-mente nas versões atualizadas doprograma de ajustamento macro-económico e incidir no domínioem que são identificadas as neces-sidades mais fortes. A assistênciatécnica pode incluir a nomeaçãode um representante residente e de pessoal de apoio para aconselhar as autoridades sobre a execução do programa de ajustamento.

Investimento público produtivo deve seguir disciplina orçamental

A Comissão deverá clarificar, até

31 de julho deste ano, a forma de compatibilizar o investimento pú-blico produtivo com a disciplinaorçamental, de maneira a permitirque o relançamento da economia e do emprego não fique anulado pelo esforço de reequilíbrio das contas públicas.

Fundo europeu de amortização pode ser criado

A Comissão deverá também

constituir um grupo de trabalho que terá a missão de estudar a via-bilidade legal, financeira e institu-cional para a emissão de obrigações comuns de dívida dos Estados--Membros da zona euro, quer de longo prazo (constituição de um fundo de amortização/”redenção”)quer de curto prazo (“eurobills”). As conclusões deste grupo de tra-balho deverão ser apresentadas até março de 2014 e poderão ser se-guidas de propostas legislativas.

O “two pack” vem juntar-se ao “six pack” sobre o reforço da go-vernação económica, que entrou em vigor em dezembro passado.As novas regras complementam também as disposições do Pactode Estabilidade e Crescimento.

As novas regras entram em vi-gor 20 dias após a publicação no Jornal Oficial.

NOVAS REGRAS JÁ SE APLICAM AO PRÓXIMO ORÇAMENTO

Portugal passa a estar com supervisão reforçada pela Comissão Europeia

“Um Estado-Membro sujeito a uma supervisão reforçada deve também adotar medidas destinadas a eliminar as causas ou potenciais causas das suas dificuldades”

Deloitte disponibiliza publicações para facilitar obrigações fiscaisA consultora Deloitte publicou dois guias, os quais pretendem facilitar o eficaz cumprimento das obri-gações fiscais durante este ano. O Guia Fiscal 2013 cobre as questões tributárias mais relevantes, in-cluindo as alterações introduzidas pelo Orçamento do Estado. O Guia do IRS 2012 é uma publicação que esclarece e sistematiza as questões relevantes para o preenchimento da declaração de rendimentospessoais referentes ao ano passado. Tendo em conta as muitas alterações fiscais, as duas publicações revelam-se muito úteis a profissionais e público em geral.

ATUALIDADE

SEXTA-FEIRA, 15 DE MARÇO 2013 3

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ATUALIDADE

4 SEXTA-FEIRA, 15 DE MARÇO 2013

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JOÃO LUÍS DE [email protected]

Vida Económica - As possí-veis poupanças no seguro au-tomóvel foram o tema de uma reportagem divulgada por uma estação de televisão que agitou a atividade seguradora. Há um défice de informação quanto aos custos e condições dos se-guros neste ramo?

José de Sousa - A peça que passou na SIC está muito mal montada, cheia de erros crassos na descrição de coberturas, e na comparação de preços de cobertu-ras que não são comparáveis (Res-ponsabilidade Civil versus Danos Próprios, por exemplo), e focaliza apenas o fator preço.

Um bom serviço público teria sido o de aconselhar os telespec-tadores a dirigir-se ao agente de uma qualquer companhia de se-guros mais próximo às suas casas para verificar as suas apólices, falar sobre as coberturas que estão am-paradas, falar sobre a tolerância individual da pessoa ao risco, e o que está disposta a pagar pela sua cobertura, etc. Disso, nada é dito.

Preço, preço, preço, e muito mal explicado. Depois critica-se levia-namente as seguradoras quando há sinistros, e não estão cober-tos. Aí vem a “lengalenga” do costume, de que as companhias de seguros se baseiam em letras pequenas para não pagar, que “os seguros”, como disse recentemen-te uma deputada do partidos Os Verdes no parlamento, ao referir--se, sem especificar, aos seguros agrícolas, não servem para nada, etc.! “Sound bites” pouco profis-sionais, e que prestam um péssimo serviço ao consumidor.

VE - Na sequência desta re-

portagem, decidiu tomar uma posição pública sobre o tema das seguradoras diretas. A Li-berty está em guerra com esse canal, conforme tem sido noti-ciado?

JS - A posição pública que eu tomei na sequência da reportagem da SIC foi o envio de uma mensa-gem aos nossos parceiros estratégi-cos, os agentes ou intermediários de seguros, para que reagissem com força e contundência, de forma direta, ou através das suas organizações representativas de classe, contra a mensagem contida na já mencionada peça jornalísti-

ca. A Liberty Seguros, companhia que eu com muito orgulho repre-sento, não está em guerra aberta com absolutamente ninguém em concreto. Estamos em guerra permanente no mercado contra a concorrência, como qualquer outra companhia, em sentido figurado, isso sim! O modelo de negócios de uma seguradora direta é tão legítimo quanto o nosso, que optamos em Portugal por distribuir os nossos produ-tos através de um agente, corre-tor ou intermediário de seguros. Alguns jornalistas, ou melhor, alguns funcionários dos jornais que são responsáveis por escrever os títulos, gostam de gerar confu-são, e pô-los a “escorrer sangue”. Muitas vezes os títulos não têm qualquer ligação com o conteúdo ou o contexto da notícia. Foi o caso aqui, claramente.

Não sou eu ou a Liberty Se-

guros que temos de criticar o modelo das seguradoras diretas, ou estar em guerra contra esse modelo ! São aqueles cujo ganha--pão é ameaçado pelas segurado-ras diretas, os agentes, corretores e intermediários de seguros, que devem tirar as devidas ilações, e defender-se! Até agora, as segura-doras diretas concorriam exclu-sivamente na base do preço. Essa continua a ser, aliás, a mensagem que veiculam maciçamente na televisão. Agora começam a dizer no que claramente parecem ser “publirreportagens” disfarçadas de notícias que, além do preço, ofere-cem conveniência, bom serviço e flexibilidade. Estas são, no entan-to, as três principais características diferenciadoras que os agentes de seguros podem reclamar como va-lor agregado para si próprios, para contrapor ao argumento do preço puro e duro.

JOSÉ ANTÓNIO DE SOUSA, PRESIDENTE DA LIBERTY PORTUGAL, VALORIZA INTERVENÇÃO DOS AGENTES PROFISSIONAIS

“Seguradoras diretas são

“Uma verdadeira análise de risco e das necessidades de cobertura de cada cliente só pode ser feita de maneira profissional por um agente de seguros, que trabalha para várias seguradoras de forma independente” – afirma José António de Sousa.

À medida que as diretas crescem, as suas casas-mãe, que distribuem através de agentes, perdem quota de mercado

Os seguros diretos respondem mal ao perfil de risco e às necessidades específicas de cada cliente – considera José António de Sousa. Em entrevista à “Vida Económica”, o presidente da Liberty Portugal aponta mais inconvenientes do que vantagens às seguradoras diretas. Este canal provoca a degradação dos resultados do ramo automóvel e não favorece a informação dos segurados quanto às coberturas, nem a correta avaliação dos custos. E existe um efeito de canibalização e perda de quota de mercado nas seguradoras que optaram por criar um canal direto em alternativa à distribuição através dos agentes. José António de Sousa afasta a hipótese de a Liberty criar um canal direto no mercado português e afirma ser um defensor acérrimo do papel do intermediário de seguros.

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SEXTA-FEIRA, 15 DE MARÇO 2013 5

globalmente deficitárias” VE - Em sua opinião, os me-

diadores profissionais criam va-lor para os segurados e para as seguradoras, prestando um ser-viço que as seguradoras diretas não podem dar?

JS - Acredito que os agentes são, e continuarão a ser, por muitos e muitos anos, um elemento indis-pensável e insubstituível na cadeia de valor dos seguros, até porque o agente é independente da se-guradora, e portanto é um repre-sentante dos interesses do cliente. Quando um cliente se relaciona diretamente com uma seguradora ,fica sem conhecer as alternativas do mercado, apenas o que a se-guradora lhe vende através do seu call center. O relacionamento pes-soal, uma verdadeira análise de ris-co e das necessidades de cobertura de cada cliente, só pode ser feita de maneira profissional por um agente de seguros, que trabalha para várias seguradoras de forma independente.

VE - O peso das seguradoras diretas é relevante em alguns ramos, como o automóvel?

JS - Em nenhum mercado, mesmo no inglês, conseguiu ultra-passar a fasquia dos 25%-30% de quota de mercado no ramo mais comum, que é o automóvel, que eu saiba. Em Portugal, da última vez que vi, andava pelos 5% de quota de mercado no automóvel.

Certamente que ainda terá al-gum espaço para crescer, mas não nos esqueçamos de que algumas das diretas já existem há 15 ou 16 anos no mercado, e que o mercado hoje está saturado de diretas a dis-putar a mesma franja de clientes. Há mesmo clientes, dos que não se importam de comprar através de call center, que mudam de uma direta para outra com frequência, tratando de explorar o sistema para embaratecer os custos da sua cobertura a cada mudança de se-guradora que fazem. A um desses deu-se um destaque enorme na reportagem da SIC. Um dia terão uma surpresa.

Ou seja, sim, trata-se de um mo-delo de negócios que tem clientela específica e que estará certamente por aí no mercado a tratar de cres-cer e de ganhar quota de mercado aos agentes de seguros, mas que na minha ótica terá um teto natural, como em outros mercados, e nun-ca substituirá o papel preponde-rante que um agente profissional de seguros tem para que se esta-beleça um relacionamento verda-deiramente independente de uma seguradora com o cliente.

VE - Para as seguradoras di-

retas o custo de aquisição de clientes é mais elevado?

JS - O resultado melhor ou pior do modelo direto depende, como sabemos, do investimento que se faça essencialmente em te-

levisão. Aliás, os call centers estão sempre de sobreaviso no horário em que sai o anúncio na televisão, pois, por via de regra é só nesses momentos que as chamadas co-meçam a cair com força. Ou seja, para obter “leads” (contactos) de potenciais clientes é preciso inves-tir agressivamente em publicidade maciça, preferentemente em tele-visão. Aquilo que um agente de seguros faz, olhar para quem o vi-sita (ou para quem ele visita), ava-liar a pessoa, falar com ela, ver se a mensagem é coerente e séria, se não se trata de algum aproveitador “à pesca”, ou de alguém a tentar fazer uma fraude, analisar as ne-cessidades concretas do cliente, oferecer-lhe várias alternativas de coberturas em função do apetite do cliente para assumir mais ris-co, pagando menos prémio, nada disso acontece numa chamada de call center. No call center vendem ao cliente um pacote pré-desenha-do já existente, com muito poucas opções, se é que as tem, de confi-gurar o produto ao que realmente necessita, e ao seu poder económi-co efetivo.

VE - Várias seguradoras tra-

dicionais têm também segu-radoras diretas. Nestes casos, surgem conflitos entre os vários canais de distribuição?

JS - Ambos os modelos são uma forma legítima de chegar aos clientes. Em Portugal são es-sencialmente os bancos, para tra-tar de controlar a relação com os clientes, da mesma maneira que o fazem no negócio bancário, as en-tidades que estão por detrás da di-retas (entretanto há uma exceção, a AXA).

Isto causa necessariamente con-flitos, porque historicamente são também os bancos que, no pro-cesso de nacionalização e posterior desnacionalização do setor finan-ceiro, acabaram também por ficar com muitas companhias de segu-ros cujo modelo de distribuição assenta nos agentes / intermediá-rios. E portanto passaram a ter o conflito de canais de distribuição, que lá fora, por via de regra, não existe, dentro das próprias portas.

Em Portugal, pela reduzida di-mensão do mercado nacional, no entanto, este tema das diretas assume outra escala, outra dimen-são. Isto porque as pessoas, que não estavam habituadas a ver pu-blicidade maciça de companhias de seguros na televisão, de repente passaram a ser bombardeadas com milhentos anúncios em “prime--time” focalizados no preço dos seguros automóveis. Com o re-sultado de que, sendo certo que as diretas foram ganhando quota de mercado, essa quota está-se a fazer à custa da canibalização das carteiras tradicionais das casas--mãe das próprias diretas. São nú-meros públicos, à medida que as diretas crescem, as suas casas-mãe, que distribuem através de agentes, perdem quota de mercado, e os re-sultados deterioram-se para todo o coletivo do mercado, direto ou via agente.

VE - Considera que o canal direto cria valor ou destrói valor na atividade seguradora?

JS - Em Portugal, uma vez mais, as coisas nunca são tão taxa-

tivas, tão preto no branco, como resulta da forma em que a pergun-ta está formulada. É relativamente difícil, porque as diretas estão as-sociadas a uma casa-mãe, muitas vezes a um grupo financeiro.

Se fossem operações “stand--alone” as diretas ou fechavam as portas, ou teriam de ser sucessi-vamente capitalizadas. Isso sig-nifica que o modelo que têm é insustentável, que estão a praticar preços tecnicamente insuficientes, e a gastar operativamente demais também.

O rácio combinado (gastos to-tais de operação mais sinistros incorridos, que são os pagos e os reservados, medidos em per-centagem dos prémios auferidos) excede em todas elas os 100%, nalguns casos largamente. Como estão inseridas num grupo finan-ceiro, os deficits de exploração são cobertos pelo acionista, que por sua vez ganha dinheiro com a operação de seguros vendidos através da rede de agentes. Ou seja, apesar de esta afirmação ter causado muita polêmica, porque nem os de um lado nem alguns

do outro gostaram de a ouvir, o facto nu e cru é que os prejuízos das diretas estão a ser financiados ou com capital dos acionistas gerado por outros negócios, ou pelos lucros obtidos no negócio segurador tradicional, gerado através dos agentes. Podem di-zer o que quiserem, chamar-me um exótico e perigoso demago-go, mas a conclusão só pode ser mesmo essa, gostem ou não de a ouvir nua e crua ! Portanto posso sem qualquer hesitação dizer que a deterioração dos resultados no Ramo Automóvel, e muito em breve no Saúde e possivelmente no Lar também, é derivado da divulgação maciça do fator preço no único meio de comunicação a que as pessoas realmente ligam, a televisão. Portanto, em Portugal, este minúsculo mercadozinho em que há diretas a encher a televisão maciçamente com uma mensa-gem focalizada no preço, as di-retas foram também diretamen-te responsáveis pela degradação a que assistimos nos resultados operacionais do Ramo Automó-vel. Esta é a minha opinião.

Os prejuízos das diretas estão a ser financiados com capital dos acionistas gerado por outros negócios ou pelos lucros obtidos no negócio segurador tradicional

Liberty não equaciona canal direto em Portugal

VE - Da mesma forma que a Liberty opera com seguradoras diretas no estrangeiro, não o pode vir a fazer em Portugal?JS - Fico extraordinariamente grato por me fazer esta pergunta, pois permite-me esclarecer um tema em que a demagogia no tratamento da questão não é minha, acredite. Deixe-me começar por explicar um pouco a principal razão que me levou apaixonar-me pelo Liberty Mutual Group, e aceitar, já lá vão 10 longos anos, sair de outro grupo multinacional onde fiz, ao longo de 15 anos, uma carreira brilhante, para aceitar o desafio de liderar o projeto em Portugal. Vou-lhe contar uma história. Há mais de 300 testemunhas daquilo que lhe vou contar, todos os assistentes ao President’s Meeting mundial de 2007. O Liberty Mutual Group tinha acabado de lançar o projeto de uma

companhia de seguros diretos na Polónia, que arrancou em Setembro de 2007. Nesta conferência internacional de quadros de topo do grupo toda a gente estava eufórica com o êxito do lançamento na Polónia, e o presidente mundial do grupo, Ted Kelly, pegou no microfone, e perguntou ao chefe da região europeia naquela altura: “então e em Portugal, quando teremos uma companhia direta?”. O homem, um brilhante profissional e um grande amigo meu, sem olhar para mim, saltou da cadeira e respondeu publicamente que no final de 2008 ela estaria montada! Só depois olhou para mim, e viu-me com o braço estendido e o dedo esticado a dizer-lhe que não. No final da reunião eu fui ter com ele e disse-lhe taxativamente que se quisesse ter uma operação de direto em Portugal, à semelhança do que existe em outros mercados, teria que ser sobre o meu cadáver, ou seja, teriam que me pôr a andar. E portanto que na primeira oportunidade corrigisse o compromisso que tinha assumido com o presidente do Liberty Mutual Group, porque comigo esse compromisso não valia nada. Seis anos depois deste acontecimento, eu ainda cá estou, não há uma direta Liberty Seguros em Portugal, e eu e e a pessoa em causa somos amicíssimos. Em Portugal também distribuímos produtos por formas alternativas, mas tudo aquilo que fazemos é através de um intermediário reconhecido e validado no ISP. Mesmo aquilo que fazemos em termos de internet acaba sempre canalizado para um dos nossos parceiros da rede. O importante a

reter desta história é o seguinte. Em cada mercado o Liberty Mutual Group opta pela estratégia que é a mais correta para esse mercado. Não importamos modelos de lado nenhum. O CEO de cada mercado, enquanto os acionistas estiverem contentes, tem o poder de vetar projetos ou iniciativas que lhe querem ser impostos de fora, não importando de onde venha. Não há multinacional no mundo que funcione assim, e é este espírito de fomento ao empreendedorismo que me cativou no Liberty Mutual Group. Toda a minha vida fui um acérrimo defensor do valor do intermediário de seguros na cadeia de valor do nosso setor. Em qualquer mercado que esteja sob a minha alçada, a distribuição através de parceiros, para mim, é absolutamente inquestionável, inabalável e inatacável. Não por demagogia, mas por crença pessoal. Aquilo que os meus colegas fazem em Espanha ou na China é lá com eles. São outros mercados, outras mentalidades, outras filosofias de trabalho, outras dimensões, outra tolerância dos consumidores e dos próprios distribuidores a canais alternativos. Portugal é um país minúsculo, um mercado perfeitamente marginal, que já quase nem aparece nas estatísticas. Há uma camada grande de profissionais que diariamente lutam por se manter atualizados, por formar-se e vender aos clientes um traje feito à medida das necessidades de cada um e das suas famílias. Olho no olho. Este é o único modelo em que eu acredito. E, portanto, é o modelo pelo qual eu luto, sem quartel.

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“A modernização e competitividade de um imposto passa pela redução efetiva das taxas aplicadas para que sejam competitivas a nível europeu”, afi rmou Paulo Núncio. “Logo que possível, Portugal deverá retomar a trajetória de redução progressiva das taxas nominais de IRC para se afi rmar como um país fi scalmente competitivo no panorama europeu”, acrescentou o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais.

DORA TRONCÃ[email protected]

O secretário de Estados dos Assuntos Fiscais, Paulo Núncio, afi rmou, numa conferência re-centemente realizada pela Ernst & Young, subordinada ao tema “Reforma do IRC: Uma oportu-nidade única para Portugal”, que a reforma do IRC é “uma das mais relevantes” no seu mandato.

No início de 2013, o Governo decidiu nomear uma Comissão de Reforma “para transformar o sistema de tributação das empre-sas num sistema mais estável, mais moderno e competitivo”, segun-do Paulo Núncio. E o secretário dos Assuntos Fiscais reforçou esta ideia, dizendo que “só uma refor-ma global do sistema de IRC per-mitirá cumprir o objetivo estraté-gico de posicionar Portugal como um país fi scalmente competitivo no panorama internacional”.

“Para modernizar este imposto”, Paulo Núncio falou da necessida-de de “reformar profundamente quatro elementos essenciais do sistema fi scal: redefi nição das ba-ses tributáveis, a redução das taxas nominais, simplifi cação das obri-gações declarativas e restruturação da política fi scal internacional do Estado português. Este são os qua-tro vetores da matriz principal do

mandato que conferi à Comissão de Reforma”, afi rmou.

A modernização do sistema fi s-cal português passa pela “redefi -nição da base tributável” do IRC que se traduz no “alargamento sig-nifi cativo da sua incidência através da eliminação, ou redução, das exceções, benefícios ou incentivos fi scais que hoje já não se justifi cam e contribuem para o incremento da despesa fi scal”, afi rmou Paulo Núncio, durante uma conferên-cia organizada pela Ernst Young, subordinada ao tema “Reforma do IRC: Uma oportunidade única para Portugal”.

O secretário de Estado dos As-suntos Fiscais entende que “é ne-cessário proceder a uma profunda reavaliação dos benefícios fi scais existentes, revisitando os respeti-vos fundamentos e opções políti-cas, que estiveram na base da sua criação e da sua efi ciência econó-mica”.

“O alargamento da base pres-supõe ainda a necessidade de prosseguir com fi rmeza o esforço de combate à fraude fi scal, a eco-nomia paralela e às situações de subfaturação para que cada vez mais empresas sejam incluídas no

sistema e paguem os seus impos-tos devidos pelos proveitos efeti-vamente realizados. É importante que a reforma promova uma sim-plifi cação do imposto através de uma melhor articulação do regime do IRC com as regras da contabi-lidade.”

“Portugal deverá retomar a trajetória de redução progressiva das taxas nominais de IRC”

Para Paulo Núncio, “a moder-nização e competitividade de um imposto passa pela redução efetiva das taxas aplicadas para que se-jam competitivas a nível europeu, logo que possível Portugal deverá retomar a trajetória de redução progressiva das taxas nominais de IRC para se afi rmar como um país fi scalmente competitivo no pano-rama europeu”.

“Urge ainda redefi nir a estrutura de taxas atualmente existentes em Portugal de forma a promover a simplifi cação do imposto, evitan-do que sobre o mesmo rendimento incidam três taxas diferente. Cum-pre simplifi car e eliminar obriga-

ções declarativas que atualmente impendem sobre os contribuintes e dessa forma reduzir signifi cati-vamente os custos de contexto”, acrescentou.

Segundo o mesmo responsável, as obrigações do sistema fi scal deverão ser de fácil apreensão e cumprimento. Defende, por isso,

o preenchimento simplifi cado das declarações de forma a tornar “efi -ciente o controlo e reduzir os en-cargos burocráticos das empresas” assim como “a simplifi cação do sis-tema e das obrigações declarativas é também um vetor determinante no que concerne à diminuição de confl itos entre administração fi scal e contribuintes”.

Paulo Núncio frisou ainda a necessidade de segurança judicial como uma das formas de atrair in-vestimento e nesta matéria o Go-verno criou uma equipa especial de juízes “para agilizar a resolução e processos fi scais de maior valor e está empenhado ao mesmo tempo em promover arbitragem tributá-ria com mecanismos de resolução de confl itos típico de um estado de direito democrático dos cidadãos próprio do século XXI”.

Por fi m, Paulo Núncio acha que a reforma nacional do sistema fi s-cal ao nível global é “uma obriga-ção do Governo”. Para “proteger as empresas portuguesas e promover a sua internacionalização designa-damente em mercados interna-cionais considerados prioritários para o investimento português, o Governo pretende alargar sig-nifi cativamente a rede de trata-dos internacionais a novos países assim como renegociar os trata-dos existentes para a melhorar as condições de competitividade das empresas portuguesas que se inter-nacionalizam”.

SECRETÁRIO DE ESTADO DOS ASSUNTOS FISCAIS DÁ PRIORIDADE À REFORMA FISCAL

Governo quer retomar descida das taxas do IRC

FEP realiza feiras de emprego e mestradosA Faculdade de Economia da Universidade do Porto (FEP) promoveu, de 11 a 14 de março, a Feira Porto de Emprego, em simultâneo com a Feira de Mestrados da FEP. Participaram na “Porto de Emprego”, cerca de 30 empresas, como a Galp, Deloitte, REN, Sonae, PwC e outras. O evento foi visitado por cerca de seis mil pessoas.

Compromisso para a Competitividade Sustentável da Construção e Imobiliário Reis Campos, presidente da CPCI - Confederação Portuguesa da Construção e Imobiliário e os Ministros da Economia e Emprego, Álvaro Santos Pereira e da Agricultura, Mar, Ambiente e Ordenamento do Território, Assunção Cristas, assinaram o Compromisso para a Competi-tividade Sustentável da Construção e Imobiliário.

ATUALIDADE

6 SEXTA-FEIRA, 15 DE MARÇO 2013

O secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Paulo Núncio, assumiu a reforma do IRC como uma das mais relevantes do seu mandato.

“Para captar investimentos é necessário melhorar o sistema

fi scal”

Durante a conferência subordinada ao tema da reforma do IRC, José Gonzaga Rosa, “partner” Ernst & Young, fez uma intervenção em que falou do exemplo do sistema fi scal americano como um sistema atrativo para as empresas europeias que acabam por se instalar naquele continente e exportar par a Europa. José Gonzaga Rosa acredita que é possível à Europa caminhar para um sistema tão competitivo quanto aquele e recorda que na Europa temos inclusive exemplos “até mais competitivos, como é o acesso do Reino Unido”, sendo “possível e desejável, nem é uma opção é uma inevitabilidade caminhar para um sistema tão competitivo quanto o britânico. Como é possível fazer isso? Reduzindo as taxas, diminuindo as isenções fi scais e aumentando a base de tributação. Não há segredo, não há, digamos, uma bala de prata é a forma de fazer”. Segundo o “partner” Ernst & Young, os sinais que temos até agora por parte da Comissão criada pelo Governo para levar a cabo as reformas necessárias no sistema de IRC apontam para a reformulação do sistema fi scal atual para um sistema mais competitivo.

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O Governo assinou recentemente com a CPCI – Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário o Compromisso para a Competitividade Sustentável da Construção e Imobiliário. O acordo contempla 52 medidas concretas que, sendo implementadas, poderão não só salvar 140 mil postos de trabalho em risco como também criar 85 mil novos empregos.A alocação de 3,7 mil milhões de euros de fundos comunitários para investimento em infraestruturas, medida prevista no acordo, se forem efetivamente direcionados para o setor e executados nos próximos dois anos e meio, como previsto representaria, já em 2013, um aumento de 85% nas adjudicações”, afirma Reis Campos, presidente da CPCI. Entretanto, o pagamento das dívidas do Estado às empresas de construção, que ascende a 1,6 mil milhões de euros, continua por resolver. VIRGILIO [email protected]

Vida Económica - Tendo em conta as intenções que um qualquer compromis-so envolve, para quando são de esperar medidas concretas?

Reis Campos - O setor espera ver mui-to rapidamente concretizadas as iniciativas previstas e recordo que o Governo não só assumiu o cumprimento integral das 52 medidas constantes no compromisso como, reconhecendo que a atividade da Constru-ção e do Imobiliário atravessa uma situação sem paralelo na sua história, uma vez que foi uma das mais afetadas pela crise que atravessamos, afirmou que este acordo é es-sencial para evitar o colapso das empresas e para estancar o desemprego. Neste contexto, é de esperar uma resposta rápida por parte do Executivo, o qual, tanto quanto sabe-mos, está já a trabalhar na implementação das medidas acordadas.

VE - Ao nível do atraso de pagamento do Estado ao setor privado vai haver mu-

dança? Qual é a situação do momento?RC - Para haver mudança, bastará que o

Estado cumpra a promessa de pagamento das dívidas em atraso, o que, reconhecida-mente, tarda em acontecer. Sabe-se que, à linha de crédito de mil milhões de euros, lançada pelo Governo, não obstante se te-nham candidatado 115 autarquias, só terão sido efetivamente formalizados 84 contratos de financiamento no valor de 457 milhões de euros. Até ao momento, já terão recebido visto do tribunal de contas 37 contratos to-talizando 198 milhões de euros, que supos-tamente já terão começado a chegar aos co-fres das autarquias. Espera-se que o processo de liquidação destas dívidas às empresas de construção esteja já em curso, na certeza, porém, de que se trata apenas de uma pe-quena parte do valor total em dívida que, no caso do setor, ascende aos 1,6 mil milhões de euros.

VE - Que outras medidas são de espe-rar relativamente à melhoria da liquidez financeira das empresas?

RC - Temos a garantia que o setor será beneficiado com 200 milhões de euros nas linhas de crédito PME investimento, lança-das em 2012 e que a linha de 2013 também estará à disposição das nossas empresas. Mas existem outras medidas, como a criação de instrumentos de financiamento, tanto ao nível dos processos de reestruturação de empresas, como no âmbito da reabilitação

urbana. Para além destas iniciativas, estão ainda

previstas várias medidas, como o regime de caixa do IVA, a extensão dos prazos das li-cenças de construção, programas específicos para a formação e estágios profissionais, que também poderão dar um contributo im-portante para a melhoria da tesouraria das empresas.

Mas é evidente que é por via da aposta na recuperação da atividade e da dinamização do investimento, princípios que estão na base deste acordo, que se pode inverter a si-tuação difícil que se vive ao nível do tecido empresarial.

VE - Vai haver mais fundos europeus para apoiar as empresas e o investimen-to?

RC - Ao nível do QREN, não está em causa a alocação de mais fundos, mas sim garantir que os 3,7 mil milhões de euros em fundos comunitários que estão destinados ao investimento em infraestruturas são efe-

tivamente direcionados para o setor e execu-tados nos próximos dois anos e meio, como previsto.

Pelos nossos cálculos, a concretização des-ta medida representaria, já em 2013, um au-mento de 85% nas adjudicações.

Já no que diz respeito ao novo período de programação estratégica de fundos comuni-tários 2014-2020, existe o compromisso de envolver o setor e, em especial, a Confedera-ção, no processo de definição estratégica que irá ocorrer.

VE - No que toca à reabilitação urbana, que medidas vão ser criadas?

RC - Para além da criação da taxa autó-noma para os rendimentos prediais, medida que já foi concretizada no Orçamento do Estado para 2013 e que era essencial para eliminar uma discriminação negativa face a outros investimentos como os depósitos bancários, é agora necessário garantir a se-gurança e a atratividade do mercado da re-abilitação.

A eficácia da Lei das Rendas, designada-mente no que diz respeito aos despejos por incumprimento, a simplificação e redução dos custos do licenciamento, a criação de instrumentos de financiamento específicos para a reabilitação urbana, no quadro de uma revisão dos incentivos existentes, bem como a promoção da eficiência energética, são outras medidas que estão contempladas no Compromisso agora assinado.

REIS CAMPOS, PRESIDENTE DA CPCI, AFIRMA

Execução do QREN pode aumentar adjudicações em 85% já em 2013

ATUALIDADE

SEXTA-FEIRA, 15 DE MARÇO 2013 7

António Nunes deixa a ASAEDesde o início de março que a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) tem um novo dirigente, em regime de substituição de António Nunes, por motivo de aposentação. Francisco Lopes é o novo inspetor-geral da ASAE, tendo ocupado o cargo de subinspetor-geral desde 2007, no mesmo ano em que António Nunes assumiu o cargo máximo da instituição. Está a decorrer um concurso público que vai determinar o nome do novo inspetor-geral da entidade inspetiva, fez saber o Ministério da Economia.

Terceiro Simpósio de Investimentos da Mercer Portugal A Mercer realiza hoje, 15 de março, a terceira edição do Simpósio de Investimentos. O evento decorre no Hotel Tivoli Lisboa, pelas 9h, e conta com a participação de especialistas nacionais e internacionais. Este evento tem como tema “Putting all the pieces together – completing the puzzle”. O encontro é dirigido a fundos de pensões, fundações, gestores de ativos e outros investidores institucionais nacionais e internacionais.

“O setor espera ver muito rapidamente concretizadas as iniciativas previstas no compromisso”, afirma Reis Campos.

Linha de crédito de mil milhões de euros para as autarquias tem taxa de execução inferior a 20%

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A “sobretributação” dos imóveis criada nos últimos anos “desincentiva totalmente o investimento na área”, afirma o presidente da Associação Lisbonense de Proprietários (ALP). “Não faz sentido fixar uma taxa liberatória sobre as rendas e depois subir de forma exagerada os VPT dos prédios, subir a taxa do IMI para 0,5% e ainda acrescentar um imposto de selo de 1% para imóveis de luxo”, acrescenta Luís Menezes Leitão.“Enquanto se mantiver este enquadramento fiscal, estamos convencidos que o investimento no arrendamento e na reabilitação urbana será uma miragem”, conclui.

VIRGÍLIO [email protected]

Vida Económica - Como comenta e avalia o Compro-misso para a Competitivida-de Sustentável da Constru-ção e Imobiliário?

Luís Menezes Leitão - A nos-so ver todo e qualquer compro-misso do Estado é importante, sendo a reabilitação urbana absolutamente essencial para a retoma do crescimento econó-mico do país.

VE - Tendo em conta que estamos perante um compromisso, que medidas

concretas deveriam ser to-madas?

LML - A principal medida passa pelo descongelamento das rendas antigas, já parcialmente iniciado pela Lei das Rendas. Os proprietários estiveram décadas sem poder retirar re-torno dos imóveis sujeitos ao congelamento, pelo que apenas depois de descongeladas as ren-das haverá condições para obter financiamento para reabilitar os imóveis. Para além disso, seria importante que o Estado abolis-se a sobretributação dos imóveis que instituiu nos últimos anos, e que desincentiva totalmente o investimento na área.

Não faz sentido fixar uma taxa liberatória sobre as ren-das e depois subir de forma exagerada os VPT dos prédios, subir a taxa do IMI para 0,5% e ainda acrescentar um impos-

to de selo de 1% para imóveis de luxo, sabendo-se que nem sequer estes impostos podem ser deduzidos se o rendimento não for englobado. Enquanto se mantiver este enquadramen-to fiscal, estamos convencidos que o investimento no arren-damento e na reabilitação ur-bana será uma miragem.

VE - Que apoios à reabili-tação poderão dinamizar o mercado de arrendamento?

LML - Os apoios à reabili-tação só permitirão dinamizar o mercado de arrendamento se o imóvel depois de reabilitado puder ser lançado de novo no mercado, o que não sucede nos casos em que existe obrigação de realojamento dos inquilinos, como se verifica nos contratos antigos. No caso de imóveis devolutos, o apoio à reabilita-

ção é importante, mas a elevada tributação continua a ser um enorme desincentivo ao inves-timento neste mercado.

VE - A atualização das ren-das ao abrigo da nova lei das rendas está a ser pacífica?

LML - Nos processos que temos tido actualização das rendas tem decorrido pacifi-camente, embora grande parte do inquilinos com rendimen-tos mais baixos ainda esteja a aguardar a emissão da decla-ração das Finanças. Sabemos que houve algumas manifes-tações públicas contra a lei, mas na maioria dos casos que conhecemos a actualização tem decorrido sem nenhum proble-ma. As cláusulas de salvaguarda previstas na lei protegem ade-quadamente os inquilinos de menores rendimentos.

LUÍS MENEZES LEITÃO, PRESIDENTE DA ALP, CONSIDERA

Sobretributação dos imóveis inviabiliza investimento no arrendamento e na reabilitação urbana

DescréditoUltimamente a reputação dos bancos

anda pelas ruas da amargura. Os bancos são maus hoje porque não emprestam dinheiro às empresas e assim estrangulam a economia. Foram maus ontem porque emprestaram tanto e tão facilmente que afogaram a economia com crédito. Estamos como estamos porque os bancos, na sua cupidez e rapina, acumularam lucros obscenos que expropriaram às empresas, na agricultura e na indústria, que realmente sustentam a economia. A nossa situação atual é o que é porque os bancos são tão mal geridos que acumulam prejuízos em cima de prejuízos, ficam sem dinheiro para emprestar, e o Estado ainda tem de injetar capital para lhes tapar os buracos. Isto para já não falar das burlas cometidas na banca que todos conhecemos e quem paga impostos acaba por suportar. O descrédito da indústria do crédito não podia pois ser maior.

Os bancos são instituições humanas e como tal estão sujeitas a erros humanos. No entanto, é curioso que os erros e desastres na indústria financeira atraiam muito mais atenção que noutros sectores de atividade. Isto deve-se a vários fatores. Um é a centralidade do dinheiro e do crédito na nossa economia. Uma economia moderna poderia funcionar sem televisão e sem comboios, sem eletricidade e sem betão, mas não sem dinheiro nem crédito. Poderíamos encontrar sucedâneos para informação e locomoção, para energia e construção, mas não podemos passar sem uma unidade de conta nem sem um meio de transação. Nem até o desaparecimento dos computadores afetaria tanto a nossa economia como o desaparecimento do dinheiro.

Outro fator deve-se à quase universal tendência de considerar o empréstimo oneroso como uma atividade parasítica. Aristóteles e Confúcio consideraram o juro imoral, o Levítico impôs-lhe condições, o Corão proibiu-o e Lutero consignou-o aos poderes infernais. A imagem do usurário explorador do produtor e opressor dos fracos é uma arma poderosa pronta a ser usada por uma vasta gama de demagogos, desde o soft-Obama ao hard-Hitler.

Ainda outro encontra-se na desproporção que existe entre os números de credores e de devedores. Estes são sempre mais que aqueles, os bancos são sempre menos que os endividados, e mesmo juntando os bancários aos banqueiros, os que vivem diretamente ou indiretamente da onzena, são sempre menos que os que a suportam. E esta desproporção alavanca a demagogia referida acima.

Tal como em todas as atividades humanas, há quem cometa mais ou menos erros. Mas o maior erro seria pensar que um dia iremos ter um sistema financeiro perfeito, em que os erros não sejam possíveis ou, se tal não for viável, que poderemos viver sem bancos e sem dinheiro.

Exportações cresceram 5,6% em janeiroAs exportações de bens registaram um crescimento de 5,6%, em janeiro, enquanto as im-portações caíram 6,9%, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística. Um desempe-nho que permitiu reduzir o défice da balança comercial em cerca de mil milhões de euros. Em termos homólogos, as exportações apresentaram uma quebra de quase 3%, mas a queda foi bastante superior nas importações, tendo-se traduzido em cerca de 6,7%, refere aquele instituto.

Crédito às famílias mantém tendência de quedaO crédito concedido às famílias voltou a cair em janeiro. Foram menos 654 milhões de euros, face a dezembro. O que fez com que o valor fosse reduzido para 5576 milhões de euros, com-parativamente a igual mês do ano passado. A tendência tem sido de queda sucessiva, o que revela a dificuldade de acesso ao crédito junto das entidades financeiras, bem como o receio de contração de empréstimos por parte das famílias.

ATUALIDADE

8 SEXTA-FEIRA, 15 DE MARÇO 2013

JOSÉ MIGUEL PINTO DOS SANTOSProfessor de Finanças, AESE

“Seria importante que o Estado abolisse a sobretributação dos imóveis”, afirma Luís Menezes Leitão.

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“Paços de Ferreira é um bom exemplo na região Norte”, afir-mou o secretário de Estado do Emprego, considerando que este sucesso se deve à indústria, ao se-tor empresarial e à iniciativa pri-vada localizada neste concelho.

Pedro Roque falava na inaugu-ração da 40ª Capital do Móvel - Feira de Mobiliário e Decoração de Paços de Ferreira, que estará patente até 17 de março, no Par-que de Exposições Capital do Móvel.

Segundo o governante, o con-

celho de Paços de Ferreira apos-tou naquela que é a estratégia do atual Governo, de “fomento industrial”, considerando que “a

Europa tem perdido o seu fulgor industrial”.

O presidente da AEPF destacou o papel da associação empresarial

no desenvolvimento socioeconó-mico da região, nomeadamente na área da formação e da inter-nacionalização das empresas. Em 2012, afirmou Hélder Moura, “bateram-se todos os recordes” quer em volume de formação, quer no número de formandos

que passaram pela instituição. E do ponto de vista da internacio-nalização, a AEPF desenvolveu,desde 2000, várias ações desde missões empresariais a mercados emergentes, a missões invertidase participações coletivas em feirasno estrangeiro.

Dinamismo industrial de Paços de Ferreira é “um bom exemplo”

Hélder Moura, presidente da AEPF, Pedro Roque, secretário de Estado doEmprego, e Pedro Pinto, presidente da CMPF, inauguraram a 40ª Capitaldo Móvel.

SEXTA-FEIRA, 15 DE MARÇO 2013 9

MSC inicia serviço direto para África do Sul A MSC – Mediterranean Shipping Company SA, operador mundial de transporte marítimo de carga contentorizada, vai reformular o seu serviço para África do Sul, com a intro-dução de escalas semanais regulares a partir do porto de Si-nes. A primeira escala directa para África do Sul será realiza-da pelo navio “MSC Lisbon”, no dia 20 de Março de 2013.

Viana do Castelo será uma “Slow City” até ao verãoA adesão de Viana do Castelo à rede internacional de “Slow Cities” deverá ser concretizada este verão. O pedido formal foi ontem apresentado, no arranque do congresso interna-cional “Cittaslow – Ambiente Favorável para a Criatividade”, que decorre na cidade de 14 a 16 de março para debater os ambientes favoráveis à criatividade nas cidades.

ATUALIDADE

Estádio Capital do Móvel

Câmara Municipal, Associação Empresarial e FC Paços de Ferreira assinaram um protocolo de cooperação que alterou o nome do complexo desportivo onde joga a principal equipa do concelho. A partir de agora, o

estádio passa a ostentar o nome da marca Capital do Móvel, alteração que “servirá, também, de apoio à principal atividade económica do concelho, que é o primeiro de Portugal na produção e comercialização de mobiliário”.

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O Fundo Monetário Internacional está a pressionar o Banco Central Europeu a considerar a possibilidade de reduzir as taxas de juro de referência. As palavras de Christine Lagarde surgem numa altura em que as medidas de austeridade estão a ser cada vez mais postas em causa, tendo em conta a retração económica que a Eu-ropa atravessa.

A matéria orçamental está a tornar-se um sério problema de caráter económi-ca para os Estados-Membros, inclusiva-mente para um país como a Alemanha. Considera a responsável do FMI que o sentimento do investidor está a tardar em se transmitir à economia da Zona Euro. A realidade é que o emprego continua a não crescer, o mesmo sucedendo com a criação de riqueza. A resolução orçamen-tal poderá estar a ajudar os mercados, mas o mesmo não acontece com as pessoas. Christine Lagarde mostra-se preocupada com o facto de o BCE prever nova con-tração económica para este ano.

Interessa é o que se está a passar na prática. A política monetária poderá es-tar acomodada, mas o FMI acredita que ainda há algum espaço de manobra para ajudar a economia real. Christine Lagar-de aludiu à necessidade de países como Portugal e Irlanda serem ajudados, já que estão no caminho certo, à custa de ele-vados esforços por parte dos cidadãos. Tem de ser dado acesso aos mercados.

Por outro lado, avisa que estão a ser alar-gadas as diferenças entre as regiões mais pobres e mais ricas, o que leva a dispari-dades sociais cada vez maiores. Ou seja, o FMI defende claramente que a prioridade agora deve ser no sentido de impulsio-nar o crescimento económico, ao mesmo tempo que é incentivada a solidariedade. Lagarde está certa que sem mais medidas

para recuperar as economias não é possí-vel garantir uma recuperação sustentada. O que significa que é essencial dar um novo vigor à máquina produtiva. O FMI também torna a insistir na necessidade de os governos avançarem com os planos para ser criado um supervisor financeiro e que os bancos em problemas sejam da res-ponsabilidade de todo o setor financeiro.

A debilidade das finanças públicas nal-guns países da Zona Euro está a colocar em risco a sustentabilidade. Devido aos efeitos da crise, está a surgir uma nova classe média na Europa, especialmente nos países do Sul. Os postos de trabalho estão a deslocar-se para os países emergentes. A classe média europeia está a perder muito do seu peso aos níveis económico e social.

Os empregos que estão a deslocar-se para os países emergentes integram atividades que antes davam trabalho à classe média euro-peia, com especial destaque para a América Latina e a Índia, designadamente na área das novas tecnologias. Basta ter em conta que, na última década, a classe média cresceu cer-ca de 50% na América Latina. Em contra-partida, se as desigualdades se atenuam nas regiões emergentes, aumentam na Europa e nos EUA. Neste último país, a classe mé-dia recuperou mais rapidamente do que na Europa, mas perdeu muito da sua relevância económica. Ainda assim, os países emergen-tes ainda não conseguiram atingir os níveis de bem estar da Europa ou dos EUA.

Graças ao crescimento das exportações

das matérias-primas e a um crescimento económico sustentado, a crise está a ter um impacto menor em todos os grupos sociais das nações emergentes. Estes países

têm agora muito melhores condições para amortizar a crise. E está a captar cada vez mais a mão-de-obra qualificada de muitas economias desenvolvidas.

FMI defende redução das taxas de juro e maior produtividade

Crise está a criar uma nova classe média na Europa

Europa perde peso na nova ordem mundialAs alterações na ordem mundial estão a registar uma clara aceleração. A crise está a impulsio-nar mais rapidamente do que o esperado os países emergentes, enquanto a Europa perde peso económico em termos mundiais. A China tende a converter-se na primeira potência mundial já em 2017, de acordo com um estudo da PwC. A Índia vai passar para a terceira posição, de-pois dos Estados Unidos. A Alemanha e a França, dentro de alguns anos, arriscam ficar nos dois últimos lugares do ranking dos dez países mais desenvolvidos. Em 2020, é muito possível que a Rússia fique à frente da Alemanha. Esta a realidade da nova ordem mundial.

China reforça liderança na produção automóvelA China tornou a garantir o primeiro lugar da tabela dos construtores automóveis, no ano pas-sado, com quase 19,3 milhões de unidades vendidas. A produção mundial ascendeu a 84,1 mi-lhões de veículos. A Europa foi a região que mais sofreu o impacto da crise, com a maior descida em termos de produção. Os Estados Unidos consolidaram a segunda posição e o Japão mante-ve-se o terceiro maior produtor. A Alemanha ocupou a quarta posição, seguindo-se a Coreia do Sul, a Índia, o Brasil e o México. A principal novidade é que a Espanha foi ultrapassada na nona posição pela Tailândia. A Ásia é um mercado que ganha cada vez mais interesse.

Grandes bancos norte-americanos mais sólidos do que antes da crise

Os grandes bancos dos Estados Unidos têm uma posição de capital mais sólida do que antes da crise financeira, como se deduz das provas de resistência realizada pela Reserva Federal. Todos os maiores bancos, à exceção do Ally Financial, supe-raram as exigências requeridas.

Trata-se de uma boa notícia para o setor financeiro a nível global, com os grandes bancos a melhorarem a sua capacidade para suportarem um hipotético cenário económico extremamente adverso. Num cenário adverso, que inclui uma taxa de desemprego superior a 12%, uma queda nas ações de mais de 50%, uma descida nos preços da habitação de mais de 20% e um forte impacto nas maiores empre-sas comerciais, as 18 entidades analisadas perderiam um total de 462 mil milhões de dólares, durante nove trimestres deste eventual cenário de crise. O Ally Financial foi o único banco que não conseguiu atin-gir um rácio de capital Tier 1 superior a 5%, o nível considerado aceitável. O me-lhor resultado coube ao Bank of New York Mellon, com um rácio superior a 13%.

Recessão espanhola abranda no primeiro trimestre

A economia espanhola vai sofrer uma contração entre 0,2% e 0,3%, no primei-ro trimestre do ano, relativamente aos três últimos meses do ano passado. Ainda assim, menor do que a quebra de 0,8%, em termos homólogos, de acordo com o BBVA.

A menor deterioração é o resultado de uma esperada desaceleração no ritmo de consolidação orçamental, depois do esfor-ço realizado no trimestre anterior. Na sua base também estará o previsível retorno do crescimento das exportações. Já os in-dicadores de emprego, consumo e inves-timento confirmam que a procura interna continuou a baixar no primeiro trimestre. O banco adianta ainda que a redução do défice público para 6,7% do PIB, no ano passado, representou um importante es-forço que deve ser reconhecido. Por ou-tras palavras, o relatório do BBVA admite que estão a funcionar instrumentos como a Lei de Estabilidade Orçamental ou o Fundo de Liquidez Autonómico. Caso as medidas anunciadas sejam colocadas em prática este ano, é possível que se verifi-que uma redução para 6% do défice or-çamental. Em contrapartida, a entidade financeira não deixa de chamar a atenção para a necessidade de controlar o impor-tante desvio nas contas da Segurança So-cial.

A responsável do Fundo Monetário Internacional acredita que o Banco Central Europeu tem margem para aliviar a política monetária.

Os países emergentes estão a absorver muita da mão-de-obra qualificada proveniente dos países europeus, especialmente do Sul.

ATUALIDADE/Internacional

10 SEXTA-FEIRA, 15 DE MARÇO 2013

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ATUALIDADE/Opinião

SEXTA-FEIRA, 15 DE MARÇO 2013 11

Governo vende BPN Cabo Verde ao BIC AngolaO Governo vendeu o BPN Cabo Verde ao BIC Angola, numa operação avaliada em cerca de30 milhões de euros, refere o Ministério das Finanças em comunicado. A venda foi realizadaatravés da Parparticipadas, um dos instrumentos criados para absover ativos do BPN. “A con-clusão do negócio está dependente da obtenção das autorizações administrativas aplicáveis.Com esta alienação dá-se continuidade ao processo de venda das participações sociais queforam transferidas do BPN para o Estado português”, conclui o mesmo comunicado.

Depósitos bancários dispararam em janeiroOs Portugueses realizaram depósitos no valor de oito mil milhões de euros, em janeiro, o que se traduziu num aumento de cerca de 30%, relativamente ao mês anterior. Desde agosto que o montante não era tão elevado e os depósitos permitiram estabilizar o saldo dos bancos. Já nas empresas, a tendência foi a inversa, com os depósitos a recuarem 2,3%, face a dezembro, para 26,5 mil milhões de euros. Um sinal claro das dificuldades que atravessam as empresas nacionais, em resultado da crise.

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Portugal vai ter que apostar muito rapidamente na implantação de uma verdadeira economia inteligente. Discutir e avaliar hoje a dimensão estrutural da aposta da transformação de Portugal numa verdadeira economia inteligente é de forma clara antecipar com sentido de realismo um conjunto de compromissos que teremos que ser capazes de fazer para garantir o papel do nosso país num quadro competitivo complexo mas ao mesmo tempo altamente desafiante. Uma economia inteligente é um dos fatores centrais para dinamizar novas soluções estratégicas para a nossa economia e sociedade, num tempo global complexo e exigente.

Tem que se ser capaz de desde o início incutir nos jovens uma capacidade endógena de “reação empreendedora” perante os desafios de mudança suscitados pela “sociedade em rede”; os instrumentos de modernidade protagonizados pelas TIC são essenciais para se desenvolverem mecanismos autossustentados de adaptação permanente às diferentes solicitações que a globalização das ideias e dos negócios impõe. Esta nova dimensão da educação configura desta forma uma abordagem proactiva da sociedade abordar a sua própria evolução de sustentabilidade estratégica.

Os “centros de competência” do país (empresas, universidades, centros de I&D) têm que ser “orientados” para o valor. O seu objetivo tem que ser o de induzir de forma efetiva a criação, produção e sobretudo comercialização nos circuitos internacionais de produtos e serviços com “valor” acrescentado suscetíveis de endogeneizar “massa crítica” no país. Só assim a lição de

“Porter” entra em ação. A “internalização” e adoção por parte dos “atores do conhecimento” de práticas sustentadas de racionalização económica, aposta na criatividade produtiva e sustentação duma “plataforma de valor” com elevados graus de permanência é decisiva.

A “cooperação” estratégica entre setores, regiões, áreas de conhecimento, campos de tecnologia, não pode parar. Vivemos a era da cooperação em competição e os alicerces da “vantagem competitiva” passam por este caminho. Sob pena de se alienar o “capital intelectual” de construção social de valor de que tanto nos fala Anthony Giddens neste tempo de (re)construção. Na economia global das nações, os “atores do conhecimento” têm que internalizar e desenvolver de forma efetiva práticas de articulação operativa permanente, sob pena de verem desagregada qualquer possibilidade concreta e efetiva de inserção nas redes onde se desenrolam os projetos de cariz estratégico estruturante.

Importa fazer da economia inteligente o “driver” da mudança no território. A desertificação do interior, a incapacidade das cidades médias de protagonizarem uma atitude de catalisação de mudança, de fixação de competências, de atração de investimento empresarial são realidades marcantes que confirmam a ausência duma lógica estratégica consistente. Não se pode conceber uma aposta na competitividade estratégica do país sem entender e atender à coesão territorial, sendo por isso decisivo o sentido das efetivas apostas de desenvolvimento regional de consolidação de “clusters de conhecimento” sustentados.

UMA ESTRATÉGIA QUE MOBILIZE UNIVERSIDADES E EMPRESAS PARA A CRIAÇÃO DE VALOR

A economia inteligente

FRANCISCO JAIME QUESADOEspecialista em Estratégia, Inovação e Competitividade

Peter Drucker, um dos gurus da gestão e do marketing, afirmou:

“Existe o risco que você não se pode dar ao luxo de assumir, e o risco que você não se pode dar ao luxo de não assumir.”

A capacidade de assumir riscos, e definir um rumo e persistir nele, é uma característica mental do empresário de sucesso. É necessário a força mental para combater e ultrapassar todos os obstáculos com que se depara e que fazem parte do trajeto para o seu sucesso.

Há uma característica que Napoleon Hill destaca — a capacidade de persistir:

“Pode não existir nenhuma conotação heroica na palavra persistência, mas essa qualidade está para o seu caráter como o carbono está para o aço.”

Reflita sobre isso. A persistência tem um elevado impacto no rumo dos seus negócios.

Napoleon Hill salienta-nos que a única qualidade que encontrou em Henry Ford, Thomas Edison e em muitos outras personalidades notáveis (que não encontrava frequentemente nas pessoas comuns) era a persistência.

A sua capacidade intelectual, tal como

da sua equipa estratégica, acrescenta um enorme potencial aos seus negócios, quando aplicada corretamente. Contudo, o empresário tem que estar atento, porque, por vezes, você ou a sua equipa são persistentes a fazer aquilo que não deve ser feito. A persistência imponderada, cega ou mesmo errada faz com que a sua empresa alcance os resultados que não quer.

Quando sua atuação (ou da sua empresa) não é acompanhada de um racional estratégico, a falta de persistência não constitui o problema, porque, neste

caso, a persistência está a ser utilizada em detrimento da sua empresa.

A ignorância e os preconceitos são os inimigos dos seus negócios. O empresário deve ser persistente, mas deve juntar à persistência a inteligência, uma visão do negócio e uma mente aberta a novas ideias.

O empresário tem de ser capaz de assumir risco, de traçar um plano e de ter a capacidade de persistir de forma a ultrapassar todos os desafios que se lhe depararem.

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O empresário enfrenta dois tipos de risco: o que não se pode dar ao luxo de assumir e o que não se pode dar ao luxo de não assumir…

AZUIL BARROSEspecialista no Crescimento de NegóciosPartner&Diretor Geral www.QuantumCrescimentoNegocios.com

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Bruxelas propõe mais um ano para Portugal cumprir déficeA Comissão Europeia vai propor ao Conselho Europeu a concessão a Portugal de mais um ano para atingir a meta definida em termos de défice orçamental. Foi o próprio presidente da Comissão, Durão Barroso, quem o afirmou, tendo em conta o esforço que está a ser desen-volvido pelo país nesse sentido. Também argumenta que Portugal tem sofrido o impacto da deterioração das condições externas.

Desemprego atinge novos máximos na construçãoO ano de 2013 começou da pior maneira para o setor da construção, tendo-se mesmo acentuado os problemas registados no exercício precedente. Verificou-se um novo máximo histórico, em sentido negativo, com o número de desempregados a ascender a 110 522, em janeiro, mais 20 100 pessoas do que em período homólogo do ano passado. A área licenciada em habitação continua a tendência de quebra e, no segmento das obras públicas, o destaque vai para a quebra homóloga de quase 76% no valor das adjudicações, adianta a Federação Portuguesa da Indústria da Construção (FEPICOP).

ATUALIDADE/Opinião

12 SEXTA-FEIRA, 15 DE MARÇO 2013

Há anos que, de vez em quando, tra-balho na carga e descarga no porto de Leixões. Agora, uma empresa que não conheço, mas que afirma que se dedica a essa atividade, pretende que eu ce-lebre um contrato “a prazo” de 3 me-ses, renovável. Como posso garantir que a empresa presta trabalho no porto? E quanto ao contrato, é possível? Quais as suas especificidades?

O trabalho portuário sempre teve importância na economia nacional e, cada vez mais, deve ser observado como uma área de atividade fulcral para o nosso país. Mas sendo uma atividade singular, sempre se entendeu que merecia uma regulamentação própria, mais específica que a estabelecida no Código do Trabalho (CT). Ora, nesta senda, no dia 14 de janeiro foi publicada a Lei n.º 3/2013, que alterou o Decreto-Lei n.º 280/93 e estabeleceu um “novo” regime do trabalho portuário (doravante RJTP), que regula as relações laborais que se dedicam a essa atividade.

Conforme estabelece o artigo 1.º do atual regime jurídico, considera-se trabalho portuário “o prestado nas diversas tarefas de movimentação de cargas nas áreas portuárias (…)”. O mesmo artigo esclarece o que se entende por atividade de movimentação de cargas a estiva, desestiva, conferência, carga, descarga, transbordo, movimentação e arrumação de mercadorias em cais, parques e terminais. O contrato de trabalho portuário deve ser estabelecido entre uma empresa de trabalho portuário e um trabalhador ou, então, através de uma empresa de trabalho temporário que, posteriormente, ceda o trabalhador a uma daquelas empresas.

Nos termos do disposto nos artigos 8.º

e s. do RJTP, o exercício da atividade de cedência de trabalhadores para a realização de operações portuárias depende de licenciamento, devendo o Instituto da Mobilidade e dos Transportes, IP manter os registos das empresas de trabalho portuário que atuam em cada porto. Este registo tem caráter público, podendo qualquer interessado consultá-lo.

Assim, no caso em apreço, o candidato ao emprego poderá consultar se a empresa de trabalho portuário que pretende contratá-lo se encontra licenciada. Note-se que, por força dos artigos 17.º e 18.º do RJTP, o exercício de atividade de empresa de trabalho portuário por entidade não licenciada constitui contraordenação e, bem assim, o encerramento do estabelecimento até à regularização da situação e pagamento da coima.

Quanto à hipótese de celebração de um contrato de trabalho a termo por 3 meses, o artigo 7.º n.º 1 e 2 do RJTP admitem a sua aplicação à atividade de movimentação de cargas. Inclusivamente, como esclarece o n.º 3 do predito artigo, este tipo de contrato de trabalho não tem limite de

renovações – ao invés do que sucede no regime previsto no Código do Trabalho –, não podendo, contudo durar mais de três anos. À semelhança do que sucede com a generalidade dos contratos de trabalho a termo, também este só é admissível se houver motivo justificativo para a sua celebração e, bem assim, se o contrato for celebrado por escrito.

Por fim, note-se que, durante a execução do contrato de trabalho portuário, a entidade empregadora deve assegurar a manutenção das condições de segurança e saúde em todos os aspetos relacionados com a movimentação de cargas, como a instalação e manutenção da sinalização de segurança.

Em conclusão, se a empresa se encontrar licenciada para a atividade de trabalho portuário, e desde que haja motivo justificativo, nada obsta a que se celebre um contrato de trabalho a termo certo por um período de três meses. Este contrato poderá ser renovado diversas vezes, desde que se mantenham os factos que fundamentaram a sua celebração e não se exceda a duração máxima de 3 anos.

As notícias da debilidade da nossa economia acompanham-nos há décadas. Recuemos a 2005, a 1995 ou a 1985 e verificamos, numa rápida consulta aos jornais da época, que a palavra crise económica pairou sempre sobre a nossa vida.

Uns dizem que é o fado lusitano. Outros que é o destino. Eu limito-me a dizer que é tudo fruto da nossa incompetência. Incompetência principalmente dos poderes públicos, de quem nos governa e tem governado.

Há quase 30 anos, a agricultura era o parente pobre da economia nacional. Pior, era uma espécie de lepra noticioso. Falar em agricultura, em projetos agrícolas, era coisa de marcianos, de extraterrestres.

Quando os órgãos de comunicação social abordavam o assunto, era para denegrir o

setor e quem lá trabalha e trabalhava. Era assunto de país de Terceiro Mundo, quem se dedicava à agricultura era visto quase como um pária social.

E no entanto, sob o anonimato e o desprezo, muitos e muitos agricultores foram construindo um setor inovador, resiliente, moderno e capaz de suster qualquer crise. Hoje, a depauperada economia nacional, e os milhares que são lançados no desemprego, viram-se para a agricultura.

Porquê? Porque contra os governos que tudo fizeram para destruir a agricultura, os agricultores portugueses conseguiram criar as condições para que hoje este setor possa absorver milhares de jovens, apostar em criar riqueza e emprego.

Quando se fala em exportações como o motor da nossa recuperação económica,

é de bom tom salientar que no setor agrícola conseguimos exponenciar nestes últimos anos o volume de exportações, nomeadamente nos pequenos frutos, através da capacidade de colocar nos mercados externos um produto nacional altamente qualificado.

Isto é assim porque, agarrando o legado que os agricultores semearam no passado, os jovens agricultores portugueses têm tido a perspicácia de se valorizarem através da presença em feiras internacionais onde vão buscar conhecimento e contactos.

A agricultura portuguesa é um setor que merece mais e melhor dos nossos governantes, porque soube resistir às políticas erradas e à crise endémica. O exemplo dos nossos agricultores devia servir para construirmos um país mais competitivo.

O trabalho portuário

O exemplo da agricultura

JOSÉ MARTINOengenheiro agrónomojosemartino.blogspot.com

NOVOS ARTIGOS DISPONÍVEIS

NO SITE VIDA ECONÓMICA

www.vidaeconomica.pt

A SITUAÇÃO DE INSOLVÊNCIA E A RECUPERAÇÃO DE CRÉDITO

Na análise de uma dívida para iniciar a recuperação de créditos o primeiro passo será verificar se o devedor se encontra insolvente.O número de Insolvências decretadas nos Tribunais aumentou 76,8% no primeiro trimestre de 2012, face ao mesmo período de 2011, totalizando-se em 3900 Insolvências.Só no primeiro trimestre de 2012 deram entrada nos Tribunais 5506 novos processos, encontrando-se já pendentes 3832 processos.

SÍLVIA VILAS [email protected](Advogada responsável pelo Departamento de Recuperação de Crédito na Gali Macedo & Associados)

PORTUGAL E A ATRAÇÃO SÉNIOR

Posição geográfica, clima, história, património, diversidade paisagística, gastronomia, hospitalidade, segurança, infraestruturas de qualidade (aeroportos internacionais, vias de comunicação, rede de hotéis e restaurantes, redes de telecomunicações, hospitais públicos e privados) e mão de obra qualificada, constituem fatores diferenciadores que Portugal deve explorar na atração de empresas multinacionais, de outras formas de investimento estrangeiro, e do designado turismo residencial.

PAULO J. S. BARATAMembro da Direção do FRES – Fórum de Reflexão Económica

e Social

NOVAS TECNOLOGIAS ENERGÉTICAS BENEFICIAM ECONOMIA GLOBAL

O gás de xisto tem sido fundamental na reindustrialização dos EUA com a “gaseificação da economia” (conversão dos transportes e da produção de eletricidade) e no repatriamento de indústrias e empregos, que se deslocalizaram para outros países na procura de energia mais barata.Não faz a reindustrialização e o repatriamento de emprego quem quer, mas quem tem argumentos económicos para isso. E os americanos têm agora um: energia barata. Tem-se observado, por exemplo, o regresso de algumas indústrias americanas, que deixaram a América do Sul e o Oriente e regressaram aos EUA.

PAULO C. SEABRAAguadoiro

A CRISE – UMA RETROSPETIVA DAS SUAS ORIGENS

Já com quase quatro anos, a atual crise – através das suas características nos diversos países e períodos pelos quais tem passado – começa a proporcionar-nos uma perspetiva na qual podemos divisar alguns aspectos que vale a pena ter em consideração, não só para melhor podermos enfrentar a situação atual como até para vislumbrar a sua possível evolução futura, pelo menos a mais curto prazo.

MANUEL JOAQUIM MONTEIRO DE BARROSCounselor of real estate (CRE)

RICARDO MEIRELESadvogadoGabinete de Advogados António Vilar & Associadosricardomeirelesvieira@antoniovilar.ptwww.antoniovilar.pt

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NEGÓCIOS E EMPRESAS

Os profissionais que sejam convidados pelas empresas a trabalhar num país estrangeiro podem recorrer a um programa de orientação psicológica e suporte ao expatriamento. A outCOme, empresa criada em 2003 e especializada nesta área, presta apoio psicológico, presencial ou à distância nestes casos, com o objetivo de ajudar as pessoas a desenvolverem “estratégias de gestão de stress, isolamento, depressão, sentimentos de desajustamento social, revolta, agressividade e apatia”, explica Sandra Monteiro à “Vida Económica”.

TERESA [email protected]

A transição de um colaborador para uma função no exterior do país acarreta riscos de incapacidade de adaptação, o que se torna um revés no percurso pro-fissional do indivíduo e implica custos acrescidos para a organização, explica Sandra Monteiro, responsável da out-COme, empresa pioneira em Portugal na disponibilização de ‘Employee Assis-tance Programs’ (EAP).

Em declarações à “Vida Económica”, esta responsável revela que, “quando um profissional é convidado ou se pro-põe a trabalhar pela empresa num país estrangeiro, é realizada uma avaliação dos motivos, recursos e condicionantes promotores do processo”. E que esta eta-pa pressupõe uma “avaliação e orienta-ção psicológica, a qual poderá envolver a família, e tem por objetivo identificar os recursos psicológicos, particularmen-te os emocionais, de ajustamento a um novo contexto familiar, cultural e profis-sional”.

O principal objetivo deste serviço, acrescenta Sandra Monteiro, é “dispo-nibilizar a profissionais e a organizações ferramentas no momento de enfrentar as maiores mudanças no mercado de tra-balho nas últimas décadas em Portugal”. Isto porque a necessidade de colocar profissionais portugueses em projetos

desenvolvidos no exterior faz com que “cada vez mais esta tipologia de servi-ços ganhe relevância no contexto atual, em que a crise diminui a capacidade de cometer erros e em que se verifica mais maturidade das organizações em termos de gestão de recursos humanos”.

Todos os profissionais expatriados podem ser apoiados

Uma vez reunidas as condições psicos-sociais, o profissional é expatriado. Mas isso não implica o fim do acompanha-mento pela outCOme, uma vez que, se este assim o desejar, “são planeados mo-mentos de avaliação e acompanhamen-to intermédios que permitem validar o grau de ajustamento e adaptação do in-divíduo à nova cultura”.

Além disso, o acompanhamento du-rante o expatriamento não se circuns-creve somente ao profissional. O apoio também “poderá envolver sessões de su-porte à família que ficou em Portugal, uma vez que, mesmo à distância, o con-texto e bem-estar familiar influenciam fortemente o processo de adaptação do profissional ao novo contexto”, afirma

Sandra Monteiro à “Vida Económica”.Questionada sobre que quais são as

faixas etárias e grupos profissionais que poderão usufruir mais deste serviço, a responsável da outCOme diz que “todos os profissionais expatriados, indepen-dentemente da idade e faixa etária”, po-derão ser apoiados, mas que o apoio está, à partida, “mais indexados aos profissio-nais que estão a ser expatriados”, como é o caso dos quadros superiores, entre eles encontrando-se os engenheiros, os ges-tores de projetos e outros profissionais especializados.

Recorde-se que reiniciar o processo de expatriamento e encontrar uma nova so-lução com o colaborador implica gastar tempo e recursos vitais num momento como o atual, em que Portugal já é o ter-ceiro país da UE com a mais elevada taxa de emigrados entre os licenciados (13%).

Estas alterações do contexto do merca-do de trabalho ajudam, aliás, a explicar as perspetivas de crescimento da out-COme, que espera crescer 25% a curto prazo e internacionalizar a sua operação, direcionada essencialmente para a Bélgi-ca, o Canadá, o Brasil e os EUA, sendo a expetativa de alcançar 50% de faturação vinda do exterior até 2015.

NEGÓCIOS

E EMPRESAS

ACOMPANHAMENTO TAMBÉM PODE ENVOLVER SESSÕES DE SUPORTE À FAMÍLIA

OutCOme dá apoio psicológico a profissionais que decidam emigrar

Portugal Foods cria ‘hubs’ para a internacionalização do agroalimentarTERESA [email protected]

O pólo de competitividade Portugal Foods, marca-chapéu do setor agroalimentar que agrega hoje mais de uma centena de empresas e entida-des nacionais, identificou oito HUB (High and Unique Brands) - Microempresas, Private Label, Frozen, Chilled, Fish, Meat, Sweets, Tech e Halal & Kosher -, no sentido de reunir as empresas em redor de produtos e/ou necessidades comuns.

A decisão do pólo, liderado por Amândio San-tos, CEO da Derovo, surge na sequência da apre-sentação da estratégia de internacionalização do setor agroalimentar entregue ao Governo e que em breve será divulgada publicamente pelo Mi-nistério de Assunção Cristas.

Estes HUB “são grupos de interesse comum, que visam fomentar a cooperação entre as empre-sas portuguesas e desenvolver massa crítica para responder eficazmente aos desafios da interna-cionalização do setor”, revela a Direção do pólo, explicando que, com a estratégia de internacio-nalização do agroalimentar desenvolvida pela Portugal Foods, “foram estabelecidos os objeti-vos setoriais a alcançar num universo temporal de cinco anos e identificados os eixos estratégicos de desenvolvimento a implementar e respetivas dimensões de atuação e taxa de crescimento anu-al para o mesmo período”.

“Alinhar a oferta nacional às reais necessida-des de um mercado global pela reorganização dos modelos de negócio” é uma das priorida-des traçadas para o período 2013-2017 a partir de um estudo desenvolvido pela Portugal Foo-ds que conclui que “as empresas portuguesas necessitam de trabalhar mais em rede, ganhar dimensão e mostrar-se mais competitivas nos mercados externos”. Só assim, diz a Portugal Foods, as empresas nacionais desenvolverão “massa crítica para responder, com sucesso e eficácia, aos desafios da internacionalização do agroalimentar”.

O objetivo da outCOme é ajudar a desenvolver “estratégias de gestão de stress, isolamento, depressão, sentimentos de desajustamento social, revolta, agressividade e apatia”, explica San-dra Monteiro à “Vida Económica”.

Rita Pereira com a Seaside na primavera da modaRita Pereira é a Imagem Seaside nesta Primavera / Verão, mar-cada pela exuberância das tendências florais e pela inspiração das décadas de 60 e 70, com os delicados tons pastel mas tam-bém as cores enérgicas e luminosas - como a tangerina, o ama-relo, o verde-lima e o azul intenso.

SEXTA-FEIRA, 15 DE MARÇO 2013 13

Portugal Foods no Sial China 2013

O pólo Portugal Foods está a preparar uma participação conjunta de empresas portuguesas na feira Sial China 2013, que terá lugar em Xangai até 9 de maio de 2013 e que é tida como o evento mais representativo do setor alimentar e bebidas em toda a China, atuando como plataforma para introduzir marcas e produtos internacionais no mercado chinês. A operação é financiada pelo QREN e as empresas podem inscrever-se até 22 de março.A China é um dos maiores mercados mundiais de consumo de alimentos e bebidas e a indústria de alimentos e bebidas tornou-se um grande acelerador da economia nacional, com uma taxa de crescimento anual de mais de 10%, lembra o pólo Portugal Foods, frisando que, até 2016, “perspetiva-se que o retalho alimentar na China cresça 30,6%, com as principais cadeias de distribuição e os grandes grupos nacionais a expandirem-se a uma velocidade vertiginosa”. Razões para acreditar que a participação das empresas portuguesas no Sial China 2013 pode “ajudar a introduzir marcas e produtos internacionais no mercado chinês”.

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Normas laborais em debate no “Café com Lei”

As relações laborais vão ser o tema em debate no “Café com Lei” marcado para 20 de Mar-ço, no Café Guarany, no Porto. A iniciativa é da TCBB Advo-gados e conta com o apoio da “Vida Económica”.

Luís Amorim Teixeira vai abordar os impactos do OE para 2013 nas relações laborais. Alberto de Sousa Basto e Luís Couto analisam a flexibilização das relações laborais e investi-mento.

As inscrições são gratuitas e limitadas e devem realizar-se através do e-mail [email protected] <mailto:[email protected]> ou do telefone 222 085 316.

NEGÓCIOS E EMPRESAS

14 SEXTA-FEIRA, 15 DE MARÇO 2013

MOVIMENTO “DEIXEM-NOS RESPIRAR” DENUNCIA

Novo sistema de guias de transporte é arcaico e impraticável“Porquê impor medidas que custam dinheiro ao país?” é o tema da iniciativa “Deixem-nos Respirar”, lançada na região do Algarve em resposta aos regulamentos governamentais, cada vez mais burocráticos e contraproducentes, prejudicando a atividade das empresas.

O novo e arcaico sistema de guia de trans-porte vai vigorar a partir de 1 de Maio de 2013, a menos que o Governo escute os agentes económicos e reveja esta decisão.

Para os mentores do movimento, o novo regime irá custar certamente muito mais ao país comparativamente com as receitas gera-das e as multas arrecadadas.

Uma vaga de críticas legítimas disseminou--se rapidamente em Portugal, à medida que as empresas têm vindo a aderir à campanha com a intenção de influenciar a política do Governo, no sentido de permitir que estas possam competir, exportar e incrementar o emprego – objetivos-chave do Governo.

Até ao momento 240 empresas, com in-vestimentos conjuntos de 750 milhões de euros e um volume de negócios anual de mais de 300 milhões de euros, aderiram à campanha.

O objetivo é conseguir a adesão de mais empresas em Portugal, por forma a alcançar um volume de negócios anual conjunto de mil milhões de euros ou, alternativamente, terem investimentos efetuados em Portugal superiores a mil milhões de euros. Assim sen-do, o Governo terá que dar ouvidos à razão e não “impor um sistema que vai custar di-nheiro ao país”.

A evasão fiscal em Portugal constitui ainda um problema, tal como em outros Estados--membros da União Europeia. No entanto, a campanha pretende provar que o aumento do envolvimento burocrático nos sistemas de

distribuição de negócios não é a resposta - na verdade, é contraproducente, pois retarda a reação das empresas aos mercados e impede--as de funcionar com eficiência.

“Uma simples atualização das metodolo-gias já existentes na administração fiscal – o cruzamento de dados - iria reduzir esta fuga aos impostos, mais do que qualquer incon-veniente ação fiscalizadora levada a cabo pela GNR” – afirmam.

Na opinião dos empresários, este novo sis-tema de “guia de transporte” custará ao país dois mil milhões de euros em custos adicio-nais e perda de competitividade / produtivi-dade. Este é o exemplo mais óbvio de um sistema que virá onerar e atrapalhar em vez ajudar as empresas, muitas das quais passam dificuldades para manter postos de trabalho e os seus compromissos.

O empresário alemão Karl Heinz Stock, fundador da campanha, estima que o novo sistema de guias de transporte, no qual cada guia de transporte de mercadoria está asso-ciada eletronicamente a uma fatura, incluin-do um número de código emitido pela au-toridade fiscal, custará o equivalente a entre 1,5% e 2% do PIB português.

Para o fundador do movimento, os incon-venientes do novo regime são óbvios: “Não apenas as atividades de transportes serão afe-tadas mas – mais ainda – qualquer empresa de serviços que visite entre 10 e 15 clientes por dia. Com cada cliente as viaturas de ser-viço terão números diferentes de materiais e consumíveis. Cada alteração a estas quanti-dade requer novos procedimentos de comu-nicação que resultarão, na maioria dos casos, em perdas de produtividade superiores às margens realizáveis através dos serviços pres-tados. Consequentemente, será mais rentá-vel cessar serviços em vez de os ‘oferecer’ aos clientes. Duvido, no entanto, que seja este o objetivo que o Governo português pretendia alcançar”.

O empresário alemão tem uma recomen-dação simples: “Veja-se o exemplo de outras economias desenvolvidas. Na Alemanha, por

exemplo, o sistema de guias de transporte não existe”.

A resposta e a solução é bastante fácil: o sistema das guias é inútil e contraproducente e o melhor a fazer é revogá-lo. Se outros pa-íses não precisam dele, Portugal não deveria também tentar incrementar a produtivida-de eliminando esses ineficientes sistemas de controlo”.

Novo regime é desmedido e ambíguo

A Presidente da Associação Portuguesa de Operadores Logísticos (APOL) contesta o novo sistema de guias de transporte: “Este aviso prévio e sistema de codificação, ao qual ficam obrigados os produtores, pode causar demoras nos transportes e aumentar os pra-zos de entrega em toda a cadeia de abasteci-mento regular, aumentando os custos, tanto mais que a introdução destas medidas está fora de contexto e é injustificadamente buro-crática. O resultado inevitável desta medida será o aumento do preço dos bens de consu-

mo” – afirma Carla Fernandes.Os rígidos regulamentos a que as empresas

e os cidadãos não atingem os objectivos e, inclusivamente, correm o risco de transfor-mar boas empresas, que ainda são capazes de sobreviver apesar da crise, em negócios con-denados ao insucesso.

Carla Fernandes, da APOL, acrescenta: “Não sabemos de que forma os nossos asso-ciados irão movimentar bens em Portugal a partir de 1 de Maio. As mercadorias podem estar na estrada, legalmente ou ilegalmente, dada a complexidade do sistema que nos é apresentado. É uma lei, mas é uma lei desmedi-da. São igualmente ambíguos os procedimen-tos a aplicar em situações em que a quantidade emitida/transportada é diferente da quantidade comunicada às Autoridades Fiscais”.

Centenas de empresas, independente-mente da sua dimensão, têm vindo a unir as suas vozes através do registo on-line na cam-panha “Deixem-nos Respirar”.

A adesão a este movimento pode ser feita através do endereço http://deixemnosrespi-rar.com/en.

Em escritura celebrada an-tes do casamento, decidimos, eu a minha mulher, casar com separação de bens.

Quando casei, já era pro-prietário da casa onde sempre morei com a minha família e que, por motivos de ordem vária, gostaria que passasse a ser só da minha mulher.

Poderei fazer uma doação? Caso a doação seja possível,

gostaria de saber se, depois de a minha mulher se tornar pro-prietária da casa, poderá dis-por dela sem que eu saiba e se herdarei o imóvel caso ela ve-nha a falecer antes de mim.»

Por definição legal, doação é o contrato pelo qual uma pessoa, por espírito de liberalidade e à

custa do seu património, dispõe gratuitamente de uma coisa ou de um direito, ou assume uma obrigação, em benefício de outro contraente.

Atendendo ao regime de bens do casamento e ao facto de a casa de morada de família já ser do leitor quando o mesmo se casou, tudo indica que se trata de um bem próprio deste e como tal poderá doá-la ao seu cônjuge desde que o referido regime de separação de bens não seja imperativo, o que acontece nos casos em que o casamento é celebrado sem precedência do processo de publicações ou em que um dos nubentes já tenha completado sessenta anos de idade quando o casamento foi celebrado. Presume-se, contudo,

que o caso do leitor não será nenhum dos que se mencionaram em que o regime da separação de bens não pode ser afastado, pois pelo que referiu no enunciado da questão o mesmo terá sido estipulado em escritura de convenção antenupcial, pelo que se depreende que tal regime foi voluntariamente decidido pelo leitor e respetivo cônjuge.

Quanto à hipótese de a mulher do leitor poder vir a dispor da casa sem lhe dar conhecimento de tal facto, há que esclarecer que, ainda que vigore entre os cônjuges o regime da separação de bens que, em princípio, permite que cada um possa dispor daquilo que é seu sem necessidade de consentimento do outro cônjuge, o certo é

que a alienação, oneração, arrendamento ou constituição de outros direitos pessoais de gozo sobre a casa de morada de família carece sempre de consentimento de ambos os cônjuges. Por este motivo, quer a casa de morada de família seja do leitor quer seja da sua mulher, para que um deles possa, validamente, dispor do imóvel é sempre necessário o consentimento do outro cônjuge.

Na hipótese de o leitor (doador) sobreviver ao seu cônjuge (donatário), a doação também caduca, pelo que sem que seja propriamente através de herança, a casa voltará a ser sua. Só assim não acontecerá se o doador confirmar a doação nos três meses posteriores ao decesso do donatário.

Doação da casa de morada de família ao cônjuge

MARIA DOS ANJOS GUERRA [email protected]

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A França é o maior exportador mundial de produtos agro- -alimentares, superando os Estados Unidos – afirmou António Silva, num debate promovido pela “Vida Económica” com um grupo visitantes no SIMA, em Paris. O adido comercial em França destacou a importância deste mercado como destino para os produtos agro-alimentares portugueses. Apesar de França ser um grande exportador, é o terceiro maior mercado para os vinhos portugueses.

A França, com 60 milhões de consumidores, é também um dos principais parceiros comerciais para Portugal. Exportamos para a Alemanha 1600 milhões de euros, em 2012, 1600 milhões de euros para Espanha, 570 milhões de euros para Angola e 480 milhões para França.

“No Aicep temos sentido neste último ano um interesse crescen-te pelas empresas do setor agro--alimentar. No princípio de 2012, tínhamos 900 empresas da área agro-alimentar que estavam a ser acompanhadas por esses gestores de clientes, ou seja, empresas que tinham ido à Aicep dizer “Nós queremos exportar”. Acabámos o ano com 1600 empresas, o que é

impressionante. Quase duplicamos num ano o número de empresas do setor agro-alimentar que mostraram interesse em exportar.” - referiu.

O interesse acrescido pela ex-portação não pode ser dissociado dos atuais problemas no mercado interno e no mercado espanhol, que também importa produtos portugueses. Há problemas em praticamente toda a Europa e por-tanto há uma diminuição da capa-cidade das empresas de venderem sobretudo no mercado interno. Quando não vendem no mercado interno, nem na Espanha, pensam logo na França.

Há muito boas relações e comu-nicações entre os dois países. Há voos de 16 cidades francesas para Portugal, ou seja, há 48 voos por dia para Portugal desde França e ao longo da semana há voos das 16 cidades diferentes para Portu-gal, o que dá bem a ideia da in-tensidade de relações entre os dois países.

“Há bons transportes, há uma confiança e uma boa imagem dos portugueses em França, os france-ses gostam dos portugueses, têm os portugueses em boa conta. Em geral, os portugueses têm boa imagem. As pessoas apreciam o português, que é trabalhador, sé-rio e corajoso” – referiu António Silva.

Independentemente de ser um grande país importador, há aqui um conjunto de fatores que levam a que se importe muito para Fran-ça. “Tenho a certeza, daquilo que já pude observar e falar com as pessoas, que o peso da França nas nossas exportações é muito maior, há é muito compra que não é con-tabilizada. Sei de comerciantes portugueses que vivem aqui e que todas as semanas se deslocam até Trás-os-Montes e ao Minho para carregar produtos” - afirmou.

É verdade que uma grande par-te dos produtos é comprada por portugueses. Mas há 10 anos ía-

mos a um Carrefour e não víamos um produto português. Hoje já se vê em muitos um espaço com produtos portugueses. Esses es-paços são orientados a pensar no mercado dos portugueses. Só que há muitos franceses que também compram.

“Como o mercado tende a alar-gar aos franceses, obriga a uma atenção muito grande à qualidade e à apresentação.

Mas não é só por causa dos franceses, é também pelos por-tugueses. Os portugueses que cá estão têm uma história inte-ressantíssima e riquíssima e que

deve ser motivo de orgulho para todos” – disse António Silva.

Presença crescente no SIAL

Ao nível de produtos alimen-

tares, há aqui uma grande feira que é o SIAL – Salão Interna-cional da Industria Alimentar que constitui o maior salão do mundo de empresas da indústria alimentar.

“Para quem tem um bom pro-duto, é um bom sítio para expor atendendo à dimensão e aos cus-tos do mercado. Se eu fosse em-presário do setor agro-alimentar e estivesse a pensar em sair pro-curava associar-me a mais qua-tro ou cinco empresas, porque saindo em conjunto é mais fácil” – disse António Silva. Em con-junto é possível apresentar um projeto à Aicep ou ao Ministério da Agricultura, diminuindo os custos de participação em feiras. “Tudo se torna mais simples ao trabalhar em conjunto” - referiu.

O agro-alimentar é um dos se-tores em que há mais empresas em França dirigidas por portu-gueses. Do total de 45 mil em-presas francesas dirigidas por portugueses, os dois principais sectores de atividade são a cons-trução e o agro-alimentar.

AICEP acompanha e apoia exportadores

Em Portugal, a Aicep tem um

esquema de acompanhamento tipo gestor de conta. “Dispomos de um conjunto de apoios úteis, aconselhamento, quais os países prioritários, que produto é que têm. Há um conjunto de indica-ções que podemos dar com recur-

Dreambooks chega ao mercado francêsA portuguesa Dreambooks, empresa produtora e de comercialização de álbuns digitais, está a desenvolver esforços para expandir o seu negócio a nível internacional, tendo iniciado a sua ati-vidade no mercado francês. A França é um dos mercados da Europa ocidental que mais consome álbuns digitais de fotografia, facto que justifica o interesse estratégico da Dreambooks naquele país. Apesar da crise, mantém-se o interesse em investir na expansão deste negócio web, referem os responsáveis da empresa.

ANTÓNIO SILVA, ADIDO COMERCIAL EM PARIS, AFIRMA NO SIMA

França é um mercado prioritário pa

16 SEXTA-FEIRA, 15 DE MARÇO 2013

“As pessoas apreciam o português, que é trabalhador, sério e corajoso” – referiu António Silva.

A França, com 60 milhões de consumidores, é também um dos principais parceiros comerciais para Portugal. A atual conjuntura é favorável aos equipamentos agrícolas.

Comunidade Portuária de Sines recebe sindicatos como associadosA Comunidade Portuária de Sines (CPSI) contou com três novas admissões na sua estrutura, o Sindicato XXI e a Sinporsines, os dois sindicatos dos trabalhadores portuários do Porto de Sines. Também recebeu a Svitzer, a empresa de reboques que começou a operar em Sines. A CPSI consi-dera esta adesão muito importante, tendo em conta que os trabalhadores portuários têm um papel essencial no desenvolvimento do porto e para o progresso deste.

NEGÓCIOS E EMPRESAS

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NEGÓCIOS E EMPRESAS

SEXTA-FEIRA, 15 DE MARÇO 2013 17

Schumacher é embaixador da marca HörmannO piloto de Fórmula 1 Michael Schumacher é agora embaixador da marca de portas e automa-tismos Hörmann, numa parceria que se estenderá até ao fi nal do próximo ano. “Acreditamos que vamos reforçar a notoriedade da empresa em todos os mercados que acompanham o fenómeno da Fórmula 1 e contribuir para o nosso posicionamento de excelência no domínio da inovação e da fi abilidade tecnológicas”, de acordo com Henrique Lehrfeld, CEO da fi lial portuguesa da multinacional de origem germânica. A marca está presente em 80 países.

ra os produtos agro-alimentares

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O mundo está cada vez mais global e os mercados internacionais mais abertos e acessíveis. Neste seminário serão discutidas as principais formas de abordagem aos mercados externos bem como as vantagens e desvantagens relevantes de cada uma delas, os principais tipos e fontes de informação relevante a recolher sobre os mercados para se tomarem decisões com maior confiança. O que leva consigo:

externos

interessantes

poderão gerar negócios interessantes

DESTINATÁRIOS:

Formador: Dr. António Paraíso - de mercados externos, durante 18 anos, onde coordenou processos de internacionalização.

Programa:

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Larus ganha projeto em MarrocosA Larus, empresa nacional de mobiliário urbano, ganhou um projeto em Marrocos, no valor de 1,3 milhões de euros. Trata-se de mobilar o troço rodoviário que liga a capital Rabat à cidadede Agadir, um dos mais importantes projetos rodoviários do Magrebe. A empresa já tinha ga-nho um anterior projeto neste país, pelo que reforça a sua presença no mercado marroquino erepresenta mais um passo importante no seu processo de internacionalização, o qual foi iniciadohá cerca de três anos.

so aos nossos técnicos em Lisboa e no Porto e depois com recurso à rede, que tem 47 delegações, sendo que algumas cobrem vá-rios países. Por exemplo, o meu colega da Bélgica cobre também o Luxemburgo e a Suíça. O con-junto funciona como uma equipa de apoio às empresas” – explicou António Silva.

A AICEP tem também avalia-ção e apreciação dos programas de apoios que há à internacionaliza-ção das empresas. “Por exemplo, se houver um grupo de empresas que se organize e se associe para vir a esta feira e se fi zerem um programa e uma proposta de internacionali-zação, terão de colocar à apreciação da AICEP para participar nestes programas que também são fi nan-ciados pela União Europeia.

Recorde de visitantes em Paris

Com cerca de 1700 empresas de

40 países representados, o SIMA--SIMAGENA, que se realizou em Paris-Nord Villepinte, registou um número recorde de visitantes.

Na atual conjuntura favorável ao setor dos equipamentos agríco-las, o SIMA teve 248.800 visitan-tes (dos quais 25% foram estran-geiros), um aumento de 18% em relação à edição anterior. O salão foi visitado por vários membros do Governo, 30 delegações ofi -ciais internacionais e mais de 330 delegações estrangeiras, entre as quais o grupo de visitantes profi s-sionais da Vida Económica, com o apoio da Promosalons Portugal..Os visitantes tiveram oportunida-de de conhecer as últimas inova-ções para uma agricultura efi cien-te e sustentável.

“O SIMA-2013 SIMAGENA afirmou mais do que nunca a sua verdadeira vocação de salão de negócios e referência para todo o mundo agrícola. Além disso, esta 75.ª edição decorreu num clima de confiança e de partilha notáveis. O próximo encontro está marcado para o SIMA-SIMAGENA em 2015 “, afrima Martine Degremont, di-retora do salão.

Grupo de visitantes da Vida Económica reuniu empresas, associações e cooperativas

A Vida Económica levou ao

SIMA um conjunto de profi ssio-nais do setor agrícola, numa ini-

ciativa que contou com o apoio da Promosalons Portugal.

O potencial do mercado fran-cês para os produtos agrícolas foi o tema do debate que reuniu no Club d`Affaires do SIMA o grupo de visitantes portugueses e António

Silva, adido comercial em França.A Associação Portuguesa de

Criadores de Raça Frísia teve uma presença forte no grupo de visitan-tes, que incluiu também a Coope-rativa Agrícola dos Olivicultores de Vila Flor e Ansiães e a Cooperativa

Agrícola de Arcos de Valdevez e Ponte da Barca. Entre as empre-sas que participaram no grupo da Vida Económica estiveram a Ceifa Girassol, Agridistribuição, Barão eBarão, Lda e a José Ribeiro Chula & Filho.

SIMA reuniu quase 250 mil profi ssionais do setor agrícola

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Rui Rio na Casa de Espanha Rui Rio será o convidado do próximo almoço de negócios organizado pela Casa de Espanha e pelo Hotel Carrís Porto Ribeira, que decorre no dia 21 de março, às 12h30. O presidente da Câmara Municipal do Porto escolheu o tema “Reabilitação Urbana” para o debate com em-presários, políticos e outras personalidades, portuguesas e espanholas.

Lidl abre no Évora ShoppingA cadeia internacional de supermercados Lidl é a mais recente marca a apostar no projeto Évora Shopping, com inauguração prevista para o próximo outono. O complexo comercial, propriedade da EVRET, representa um investimento de 60 milhões de euros, sendo o Évo-ra Shopping a última fase em construção, um imóvel de cerca de 20 mil m2 de área de cons-trução com 16 400 m2 de área bruta locável, distribuídos por dois pisos.

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Para Portugal e Espanha, a abertura dos Pirenéus à passa-gem de eletricidade e gás, pro-movida pelo novo regulamento para as infraestruturas energéti-cas europeias, votado esta sema-

na em Estrasburgo, “permite a exportação para a Europa Cen-tral e a garantia de um mercado mais seguro, mais transparente, mais competitivo e com condi-ções para que baixem os preços ao consumidor”, refere o euro-deputado António Correia de

Campos, autor do documento. A par disso, refere ainda o depu-tado, o regulamento agora apro-vado “promoverá o investimento público e privado, ajudando ao crescimento económico e à cria-ção do emprego, que tanta falta fazem à Europa de hoje”.

O Parlamento Europeu apro-vou esta semana “por larga maio-ria” o novo regulamento para as infraestruturas energéticas euro-peias, que defi ne 12 corredores geográfi cos prioritários e acelera o licenciamento de projetos de interesse comum.

Criação de infraestruturas energéticas europeias pode baixar o preço da energia

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A nova legislação, apresentada pelo deputado Correia de Cam-pos, é “de importância-chave na construção de um mercado europeu de energia, aceleran-do procedimentos, removendo barreiras e promovendo a cons-trução de infraestruturas essen-ciais para a interligação entre Estados-membros”, frisa o euro-deputado.

Para além de assegurar que “nenhum Estado-Membro fi ca isolado da rede europeia”, o re-gulamento prevê “a moderni-zação e interconexão de redes energéticas, identifi cando 12 corredores transeuropeus prio-ritários que devem abranger as redes de eletricidade e de gás, bem como as infraestruturas de transporte de petróleo e de dió-xido de carbono”.

E, ao consegui-lo, abrindo os Pirenéus à passagem de eletri-cidade e gás, promovida pelo novo regulamento, permite-se a exportação para a Europa Cen-tral e “a garantia de um mercado mais seguro, mais transparente, mais competitivo e com condi-ções para que baixem os preços ao consumidor”, referiu Correia de Campos.

Portugal pode otimizar as infraestruturas de receção e armazenamento em Sines

Associado a um “investimen-to previsto de 200 mil milhões de euros”, o novo regulamento para as infraestruturas energéti-cas europeias é, assim, “um im-pulso adicional ao investimento privado, à criação de emprego e ao crescimento económico eu-ropeu”. E permitirá ainda a Por-tugal “otimizar as infraestrutu-ras de receção e armazenamento existentes em Sines, apoiar a exportação de energia renová-vel eólica e garantir um ‘hub’ ibérico de gás natural, com capacidade para proporcionar uma fonte de diversifi cação do abastecimento de gás à Europa Central”.

“Esta é uma iniciativa positiva e importante”, diz o eurodepu-tado, uma vez que “visa acelerar o estabelecimento do mercado energético interno e obter re-sultados concretos da política energética da UE e dos objetivos climáticos”, ajudando ao cresci-mento económico e à criação do emprego “que tanta falta fazem à Europa de hoje”, concluiu.

NEGÓCIOS E EMPRESAS

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DORA TRONCÃ[email protected]

Sonae e EDP juntam-se num projeto que António Mexia, CEO EDP, classificou como “a parceria de dois líderes nacionais, aprovei-tando aquilo que é português”.

O projeto de minigeração solar fotovoltaica da Sonae em “roof top” é o maior em Portugal, o 6º a nível europeu entre as empresas do retalho (em comparação com empresas 10 vezes maiores do que a Sonae) e o 15º nas empresas em geral também a nível europeu. A Sonae MC (área de retalho ali-mentar da Sonae) passa a ter 15 867 painéis solares fotovoltaicos, em parceria com a EDP, em cerca

de 50 mil m2 que vão produzir 125 GWh de energia limpa de origem solar ao longo de 25 anos, o equivalente para abastecer mais de 40 mil lares/habitações du-rante um ano e evitar a emissão de mais de 42 mil toneladas de CO2.

Este acordo prevê, numa primeira fase, a instalação de 24 centrais de minigeração nas coberturas das lojas Continente e, numa segunda fase, a instalação de mais 22 centrais.

“Os sistemas combinados trou-xeram uma poupança extrema-mente significativa de 10% em 2012 além de uma componente ambiental muito importante: a redução de emissão de CO2 de

12 700 toneladas por ano, algoque dá muita satisfação”, afirmaPaulo Azevedo, CEO da Sonae.

A Sonae torna-se líder nacional na produção fotovoltaica em mi-nigeração e cumpre a sua missão de desenvolvimento sustentável. Paulo Azevedo lembrou, aliás, que a Sonae foi “a primeira empresa portuguesa a participar no World Business Council of Sustainable Development quando ainda nãose sabia bem o que era o concei-to da sustentabilidade. A área do Ambiente sempre teve grande importância para Belmiro de Aze-vedo numa altura em que nós, osgestores, ainda não sabíamos bemo impacto que iria ter”.

Minigeração EDP ajuda a reduzir consumo de energia em 10% nas lojas Continente

SEXTA-FEIRA, 15 DE MARÇO 2013 19

NEGÓCIOS E EMPRESAS

Adega Cooperativa de Borba liga vinhos ao futebol DORA TRONCÃ[email protected]

A Adega de Borba acaba de lançar no mercado uma edição especial de mil garrafas do vinho tinto Eusébio 2008 (J37,5), cria-do em homenagem ao “Pantera Negra”, celebrando o melhor

marcador de sempre do Sport Lisboa e Benfica (SLB), Eusé-bio da Silva Ferreira.

Recorde-se que a Adega de Borba criou também re-centemente o vi-nho da Taça dos Campeões 1961-2011, um DOC Alentejano com colheita de 2007 (J49,95), cujo in-tuito era assinalar o 50º aniversário da conquista da primeira Taça dos Campeões Euro-peus em 1960/61 do SLB. Ambos os

lançamentos estão integrados na categoria “ACB” (Adega Coope-rativa de Borba), onde constam as edições “especialíssimas” da Adega como o vinho dos também agora celebrados 50 anos da Adega de Borba, o Cinquentenário 2003 (J28,31) - do qual foram lançadas 18 mil garrafas de 0,75 l; três mil de 1,5 l; 300 de 3 l e 200 de 5 l –, e o Garrafeira 2002 (J12,49) do qual foram produzidas 29 000 garrafas, sempre com assinatura do enólogo Óscar Gato.

Para degustar e assistir a um jogo de futebol fica a sugestão: Adega de Borba Montes Claros Espumante Bruto 2010 (J7,32). Todos os preços indicados neste artigo referem-se à loja virtual www.adegadeborba.pt

António Mexia, CEO EDP, e Paulo Azevedo, CEO Sonae, estabeleceram uma parceria no âmbito dos sistemas de energia fotovoltaica que, já em 2012, contribuiu para reduzir os consumos de eletricidade em cerca de 10% nas lojas Continente.

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um leque alargado de serviços de apoio aos proprietários

Os proprietários de imóveis estão confrontados com o aumento do IMI, taxas camarárias, os encargos inerentes à sua habitação e as alterações legislativas que regulam os seus direitos e obrigações.

A Aprenor – Associação de Proprietários do Norte de Portugal é uma nova estrutura associativa que lhe proporciona um conjunto único de serviços: gestão de condomínios, aconselhamento jurídico, atualização de rendas, arrendamento de imóveis, obtenção de benefícios fiscais em IMT, IMI, IVA, apoio à conservação de imóveis, assistência técnica.

Ao fazer a sua pré-inscrição na associação pode começar já a beneficiar dos serviços sem qualquer compromisso, tendo a opção de se tornar posteriormente associado, em condições preferenciais, com isenção de joia.

Pode efetuar a sua pré-inscrição por telefone

(tel. 223399492) ou por e-mail [email protected].

Aprenor – Associação de Proprietários do Norte de Portugal

Rua Gonçalo Cristóvão, 14, 6.º - 4000-263 Porto

A Tnl, empresa portugue-sa especializada no desen-volvimento de soluções para recolha e contentorização de resíduos sólidos urbanos, instalou em Lima, no Peru, o primeiro contentor com-pactador enterrado do país, com capacidade para 17 me-tros cúbicos de resíduos.

Denominado Bigtainer OT, está situado no mercado municipal, mesmo no centro da capital peruana, e vai per-mitir acumular e retirar de forma fácil as cerca de sete toneladas de resíduos que diariamente são produzidos em redor da zona comercial onde está implantado.

Com capacidade para ar-

mazenar até 10 toneladas de resíduos, o Bigtainer, quando chega a 90% da sua capacidade, emite um sinal à central. Acto contínuo, o contentor eleva-se, sendo re-tirado por um camião que o substitui por outro vazio.

Este é mais um passo da operação da Tnl na América Latina, mercado estratégico para a empresa e que é ope-rado a partir da filial em S. Paulo, Brasil. O volume de negócio desta primeira ope-ração no Peru atinge os 400 mil euros, estando ainda em perspetiva a instalação de equipamentos para trata-mento de resíduos em outros municípios do país.

Tnl coloca contentores no Peru

IAPMEI promove encontros de negócio na Alimentaria 2013 O IAPMEI, através da Enterprise Europe Network em Portugal, promove, por ocasião da Fei-ra Alimentaria & Horexpo Lisboa 2013, que se realiza a 15 e 16 de abril, na FIL, Parque das Nações, Lisboa, um evento de “brokerage”, que pretende fomentar encontros de negócio en-tre empresas portuguesas, polacas, italianas, do Reino Unido, da Finlândia e de outros países, a desenvolver a sua atividade no setor da alimentação e bebidas.

Exponor acolhe Normédica e AjutecA Exponor acolhe, de 9 a 12 de maio, dois eventos dedicados à fileira da saúde: a Normédica – 13ª Feira da Saúde e a Ajutec – 14ª Feira Internacional de Tecnologias de Apoio para Ne-cessidades Especiais. Segundo uma projeção económica recente do Health Cluster Portugal, a fileira da saúde poderá chegar a 2020 com um volume de exportações próximo dos quatro mil milhões de euros.

NEGÓCIOS E EMPRESAS

20 SEXTA-FEIRA, 15 DE MARÇO 2013

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TERESA [email protected]

O livro “Gestão em Saúde em Portu-gal - uma década perdida”, editado pela “Vida Económica” e da autoria do pro-fessor universitário, formador e ex-admi-nistrador do hospital de S. João, Mário Jorge Carvalho, “tem a grande qualidade de apontar caminhos que merecem abso-lutamente a nossa reflexão”, afirmou Luís Portela, chairman da Bial, durante a apre-sentação da obra.

Frisando que o tema é “atual” e é tra-tado “com independência, frontalidade e coragem”, o também presidente do Heal-th Cluster Portugal assumiu publicamen-te na sessão o que era para si desconhe-cido até então e que o autor afirma no seu livro: “a grande maioria dos gestores da saúde em Portugal nunca foi avaliada”.

Ora, para Luís Portela, tal não faz senti-do, sendo de opinião que “tem de haver avaliação” e “controlo de objetivos”, pois, “se assim não for, será muito mau”.

Esta é, por sinal, uma das razões por que o autor do livro diz que “perdemos uma década na gestão da saúde em Por-tugal”. E quando questionado pela “Vida Económica” sobre o porquê dessa afirma-ção, Mário Jorge Carvalho não hesita na resposta: quando a ‘troika’ cá chegou, não fez mais do que fazer quase um copy/paste do que, no setor da saúde, estava detetado,

diagnosticado e perfeitamente definido há muito tempo”, diz o autor do livro.

Na verdade, acrescenta o gestor, “nós tínhamos em número e qualidade sufi-ciente um número de profissionais para poder levar por diante um processo de re-cuperação da saúde ao nível da gestão”. O problema é que “a saúde é um campo ide-al para a politiquice e para a burocracia” e “enquanto os políticos procurarem fazer na saúde aquilo que pensam como mi-nistros e não como políticos (falando de política pura), e enquanto os burocratas

concentrarem e absorverem tudo aquilo que se passa na saúde, não vamos a lado nenhum”.

Para Mário Jorge Carvalho, não há dú-vidas: em Portugal a gestão das unidades de saúde “não tem sido feita por profis-sionais da saúde”. Ao contrário, “tem pre-valecido a partidocracia; muda o governo e aparecem sempre os ‘boys’ a substituir quem lá está”. E, a proceder assim, “não vamos lá”.

É por estas e outras as razões que tam-bém Miguel Guimarães, presidente da secção regional do Norte da Ordem dos Médicos, recomenda o livro de Mário Jorge Carvalho. É que “o autor tem um pensamento estratégico e coloca as ques-tões de uma forma extraordinariamente prática”, o que também lhe advém da experiência de gestor e formador. É que, para Miguel Guimarães, “não há susten-tabilidade na saúde sem uma boa gestão”.

VIDA ECONÓMICA LANÇA LIVRO “GESTÃO EM SAÚDE EM PORTUGAL”

“Perdemos uma década na gestão da saúde em Portugal”

Mário Jorge Carvalho (à direita) apresentou o seu livro na presença de Miguel Guimarães (Ordem dos Médicos Norte), Miguel Peixoto (VidaEconómica) e Luís Portela (Bial).

O livro “Gestão em Saúde em Portugal” foi apresentado na Ordem dos Médicos (secção regional do Norte).

Mário Jorge Carvalho (à direita), autor do livro, conversa com Luís Portela, chairman da Bial e presidente do Health Cluster Portugal.

NEGÓCIOS E EMPRESAS/PME

SEXTA-FEIRA, 15 DE MARÇO 2013 21

Católica lança Pós-Graduação em Direito e Prática da Contratação PúblicaA Faculdade de Direito da Universidade Católica Portuguesa (Escola de Lisboa) lança, em Abril, a 6ª edição da Pós-Graduação em Direito e Prática da Contratação Pública. Tendo em conta o tempo de experiência já decorrido desde a entrada em vigor do Código dos Contratos Públicos, este curso foca-se, com um sentido de especialização, nas matérias que têm merecido mais aten-ção na prática e na jurisprudência da contratação pública.

Embaixada britânica promove reuniões entre empresáriosNa terceira edição do “Low Carbon Technologies Exhibition”, realizada esta semana em Lisboa, decorreram 80 reuniões entre empresários britânicos e portugueses, que abriram portas a inves-timentos no Reino Unido, em Portugal e nos países de expressão portuguesa. O encontro foi organizado pela equipa UK Trade & Investment (UKTI), da Embaixada Britânica, e juntou oito empresas britânicas e 65 portuguesas.

“O problema é que ‘a saúde é um campo ideal para a politiquice e para a burocracia”’

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RESPOSTAA mera integração da empresa num grupo empresarial não é impeditiva da candidatura da empresa portuguesa; contudo, se o grupo empresarial possui uma grande dimensão, é provável que a sua empresa não se enquadre nos critérios de PME.Tratando-se de uma não PME, a sua empresa não poderá candidatar-se ao Sistema de Incentivos à Qualificação e Internacionalização de PME, programa de apoio no qual melhor se enquadram as despesas referidas e onde poderia obter um apoio a fundo perdido. Contudo, estas despesas também são elegíveis no Sistema de Incentivos à Inovação, ao qual se podem candidatar as empresas não PME.No SI Inovação, além de investimentos de

natureza produtiva, são elegíveis os mesmos investimentos que no SI Qualificação, com a exceção do apoio à contratação de dois técnicos qualificados durante 24 meses.Para se candidatarem ao SI Inovação, deverão incluir mais investimentos, nomeadamente os de natureza produtiva. O SI Inovação visa promover os projetos de investimento produtivo pela via da produção de novos bens e serviços, da adoção de novos processos tecnológicos, organizacionais ou de inovação de mercados. Para tal, deverá prosseguir uma lógica de projeto, que inclua equipamentos produtivos e fatores dinâmicos de competitividade (investimentos não produtivos que contribuem de forma indireta para a inovação do projeto e/ou a competitividade da empresa), estes últimos

elegíveis no SI Qualificação.Acresce que, de acordo com o regulamento do SI Inovação, as despesas com ativo intangível, constituído por transferência de tecnologia através da aquisição de direitos de patentes, licenças, «saber-fazer» ou conhecimentos técnicos não protegidos por patente não poderão exceder 50% das despesas elegíveis do projeto, no caso de empresas não PME.No que respeita aos restantes fatores dinâmicos de competitividade, no caso de projetos promovidos por não PME, o respetivo apoio é concedido ao abrigo do regime de auxílios de minimis, o qual limita o apoio relativo a estas despesas a 200 000 euros durante um período de três anos.De realçar, ainda, que para candidaturas deste tipo de empresas, deve ainda ser

apresentada informação adicional contendo demonstração do efeito de incentivo, sendo que a avaliação do grau de inovação é aferida em função da dimensão das empresas. Assim, para as Grandes Empresas deve ser comprovada a existência de inovação ao nível do Setor e ou Região, sendo desejável que possua impacto inovador ao nível do País.

[email protected]

228 348 500

Airfree com sucesso entre continentesComo finalista ao Prémio Inovação na IHA, em Chicago, e integrando a comitiva empresarial do Ministro dos Negócios Estrangeiros à India, a marca nacional Airfree, liderada por Carlos Matias, reforça a sua posição em dois continentes, com os seus aparelhos purificadores do ar.

Efapel com nova linha AnimatoA Efapel lançou a nova linha de espelhos Animato, enriquecen-do a sua Série Logus 90 com 14 novos acabamentos de cor, mas mantendo o “design” intemporal que a carateriza. Esta novidade destina-se ao mercado residencial, nacional e estrangeiro. A Ser-pins (Coimbra) exporta cerca de 30% da produção da Efapel.

NEGÓCIOS E EMPRESAS/PME

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DORA TRONCÃ[email protected]

“Comunicar com Impac-to” foi o tema escolhido para o workshop, organizado pela “Vida Económica”, a Powercoaching e a Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE) que contou com 10 participantes, procu-rando “melhorar os resultados a nível profissional, capacidade de comunicar com clientes, equi-pas e colegas”, segundo Sérgio Almeida, diretor-geral da Power-coaching. “Todas as dinâmicas práticas são recebidas com grande entusiasmo pelos participantes. Como estamos a falar de temas ligados à comunicação, o treino do storytelling é do agrado de to-dos.”

O formato destes workshops é usualmente de seis horas, com 12 a 15 participantes cujas ida-des estão entre os 30 e os 50 anos. “Todos aqueles que partici-pam tiram imenso partido deste workshop ‘Comunicar com Im-

pacto’, sobretudo porque é muito prático, convida à participação de todos e a treinar a comunicação num ambiente “friendly”, sem-pre orientados pelos formadores. As principais mais-valias passam pela capacidade de se autoava-liarem enquanto comunicadores de uma forma consciente; por aprender a utilizar ferramentas essenciais na comunicação; por se sentirem mais motivados para assumir “o palco” no dia-a-dia pessoal e profissional; trocar ex-periências com outros partici-pantes e identificar o seu estilo de comunicação e quais os pontos fortes e os que devem melhorar.” A formação ministrada pela Po-

wercoaching diferencia-se, se-gundo Sérgio Almeida, por ser “muito prática e orientada para o dia-a-dia profissional e pesso-al dos participantes. No fundo, “aprender fazendo” é o grande objetivo das nossas ações por acreditarmos não ter nem o tem-po nem a disponibilidade mental para formação teórica. O facto de cada pessoa poder participar à “velocidade própria”, usufruindo da orientação do formador e da constante interação com os cole-gas, é um fator muitas vezes refe-renciado nos nossos inquéritos de satisfação”.

A Powercoaching cresceu em 2012, “conquistando alguns clientes de elevada dimensão e que claramente nos alavancaram o negócio”. Sérgio Almeida espe-ra, em Abril de 2013, “iniciar ati-vidade em Luanda, em parceria com a 3.ª maior Universidade de Angola”, e, em maio, “inaugurar a Powercoaching – Brasil, em São Paulo”.

FORMAÇÃO “COMUNICAR COM IMPACTO” DA POWERCOACHING

Fator diferenciadorreside no lado prático e orientação para o dia a dia

Sérgio Almeida, diretor-geral da Powercoaching, teve em 2012 um ano de alavancagem da empresa e, já em abril de 2013, inicia uma parceria com uma universidade angolana e, em maio, inaugura em São Paulo a Powercoaching Brasil.

CONSULTÓRIO DE FUNDOS COMUNITÁRIOS

SI qualificação para não PME

Sou gestor de uma fábrica de componentes em plástico, que integra um grupo empresarial de grande dimensão com sede em França. Para o ano de 2013 temos prevista a realização de várias ações de investimento, nomeadamente, ao nível de certificações no âmbito da Qualidade e do Ambiente, bem como inves-timentos ao nível das energias renováveis e da formação dos nossos colaboradores. Também pretendemos efetuar visitas de prospeção de mercado.

Tenho conhecimento de que estes investimentos são elegíveis no QREN; contudo, não sei quais as limitações existentes à candidatura de empresas integradas em grupos empresariais?

As principais mais-valias passam pela capacidade de se autoavaliarem enquanto comunicadores de uma forma consciente

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No âmbito do próximo qua-dro comunitário de apoio para 2014/2020, cerca de 3700 mi-lhões de euros de fundos serão dirigidos a investimentos de proximidade, ao apoio à inter-nacionalização e a um programa de reconversão de desemprega-dos. Os dados foram avançados publicamente, esta semana, pelo

secretário de Estado Adjunto da Economia e do Desenvolvimento Regional, Almeida Henriques.

Como principais destinatá-rios destas verbas está o setor da construção civil e obras públicas. Foi neste sentido que o Governo assinou um documento de com-promisso com a Confederação da Construção e Imobiliário,

cuja premissa passa por destinar grande parte daqueles valores a investimentos me infraestruturas. Os setores das águas e resíduos e ainda a reabilitação urbana terão uma fatia de mil milhões de euros daquele montante global.

De acordo com o governante, o fundo Jessica devera sofrer al-terações em termos de metodolo-

gia, permitindo aos particulares usarem estes fundos. Este instru-mento deverá disponibilizar mais 188 milhões de euros até finaldeste ano para reabilitação urba-na. Entretanto, o setor da cons-trução e imobiliário vai passar a ter acesso às linhas PME Cresci-mento com cerca de 200 milhões de euros alocados.

Investimentos de proximidade e infraestruturas vão receber 3700 milhões de euros

Empresas e municípios assinam protocolo de 256 milhões para preparar novo QREN

No âmbito do programa “Va-lorizar”, a Confederação Em-presarial de Portugal (CIP), a Confederação do Comércio e Serviços de Portugal, a Confe-deração do Turismo Português e a Associação Nacional de Mu-nicípios (ANMP) assinaram um documento, dotado de 256 mi-lhões de euros, enquadrado já no próximo quadro comunitário de apoio para 2014/2020.

O programa já tinha sido apro-vado pelo Governo em dezembro último, tem como meta incenti-var o investimento e a atividade produtiva no interior. Para An-tónio Marques, representante da Confederação Empresarial de Portugal, o programa “peca por tardio”, porque “o país só sai da crise se tivermos melhores em-presas e mais empresas e, às vezes, parte da classe política de Portu-gal passa ao lado disto”.

João Vieira Lopes, presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal, alerta para a necessidade de “mudar de mode-lo económico, para não se voltar a ter outra fase [de ajustamento] como esta”. Já Joaquim Moura, da Confederação do Turismo Português, pede atenção aos gas-tos, pois há “recursos que custam caro em duplicação de iniciativas e investimentos que não acres-centam valor”.

O presidente da Associação Nacional de Municípios, Fernan-do Ruas, por seu turno, acredita que o programa pode ser efetivo para “acabar com a fatalidade de que as gentes do interior tenham sempre que ir para o litoral”.

SEXTA-FEIRA, 15 DE MARÇO 2013 23

Mais financiamento para empresas europeiasO Parlamento Europeu votou esta semana uma mudança nas regras co-munitárias que visa a implementação de facilidades no acesso de novas empresas a capital de risco por todo o bloco da União Europeia. A al-teração introduz um passaporte comunitário para os fundos que inves-tem em pequenas empresas e pretende fomentar o nascimento de certos grupos de investidores e de fundos por toda a União Europeia.

QREN cofinanciou 150 milhões de euros num total de 313 projetos na região CentroO programa Mais Centro, promovido pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), “financiou um total 313 projetos com cofinanciamento de 159 milhões de euros”. Só para a região do Oeste, as candidaturas aprovadas no âmbito do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) ascenderam a 290 milhões de euros até setembro de 2012, revela um estudo da CCDRC.

NEGÓCIOS E EMPRESAS/QREN

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NEGÓCIOS E EMPRESAS/Empresas Familiares

Grupo Urbanos aposta na distribuição editorial O grupo Urbanos adquiriu a Logista Publicações, operador logístico nacional na área da distribuição editorial. A empresa de transportes fica detentora de 75% da Logista Publicações, sendo a restante participação distribuída pelos novos órgãos sociais “Público”, “A Bola” e o “Económico”. O negócio é reflexo da estratégia de crescimento orgânico da Urbanos, permitindo à empresa aumentar o seu leque de serviços.

Knauf lança soluções de isolamento acústico para edifícios residenciaisA Knauf Insulation lançou uma solução para o isolamento acústico para edifícios administra-tivos e residenciais. Trata-se de um produto em lã mineral e chama-se Barreira Acústica DP8 2 AluR. Depois de ter apostado em soluções para outros tipos de edifícios e para barcos, a empresa aposta, em 2013, em soluções que atenuem a transmissão de som entre escritórios ou salas adjacentes. O produto é instalado entre o teto falso e a laje.

24 SEXTA-FEIRA, 15 DE MARÇO 2013

A histórica marca familiar portuguesa aposta no lançamento de novas marcas próprias, quer conquistar mais mercado no estrangeiro e prepara-se para alargar a sua área de atuação e de produtos. A Firmo quer entrar em setores como brindes promocionais, artigos publicitários, comunicação visual, artes gráficas, embalagem e sinalética.MARTA ARAÚ[email protected]

De olhos postos na “internacionaliza-

ção” e na “forte implementação das marcas próprias”, a Firmo, empresa portuguesa de material escritório e escolar, fez questão de marcar presença na Papergift – Salão Pro-fissional de Papelaria, Escritório, Material Escolas, Brinquedo, Brinde e Artigos de Fes-tas, que é a única feira do setor na Península Ibérica e que este ano decorre em Portugal.

O certame decorre até domingo, 17 de março, na Feira Internacional de Lisboa (FIL) e, para Rui Santos Carvalho, adminis-trador da empresa, trata-se de um momen-to ímpar para a Firmo apresentar as suas

marcas próprias. “Consideramos que este é o momento certo para apresentarmos, pela primeira vez em Portugal, as nossas coleções para 2013”, afirma à “Vida Económica”. O mesmo responsável explica ainda que “em destaque estão as coleções escolares para 2013/2014 e as nossas marcas próprias, como a Timeoffice e a Timestudent”.

Rui Santos Carvalho sublinha ainda que “é importante que, sendo líder de mercado nos setores onde atua, a Firmo se associe a este grande evento, dando-lhe assim mais impacto, num momento em que também as feiras vivem dias difíceis no nosso país”.

Marca alarga-se a novos mercados

Desta feita, a empresa familiar portugue-sa aposta num evento que procura impor-se nas suas áreas mais tradicionais – papelaria, escritório, escrita e desenho, didático e pe-dagógico, gift e serviços – e que, ao mesmo tempo, tenta neste momento renovar-se, alargando-se progressivamente aos setores de brinde promocional, artigos publicitá-rios, comunicação visual, artes gráficas, em-balagem e sinalética.

A internacionalização, que vem sendo um dos principais focos da marca portuguesa, é um dos objetivos também da Papergift, tendo como prioridade a projeção das em-presas nacionais no exterior. Nesse sentido, a AIP-FCE irá promover diversas acções de

participação em feiras, missões de prospeção e organização de bolsas de importadores ao longo do ano de 2013.

Com 60 anos de história, a Firmo foi in-crementando, ao longo da sua evolução, a gama de produtos que fábrica e comercia-liza, dispondo hoje de um vasto leque de

linhas e coleções de material escolar, de es-critório e papelaria em geral. Atualmente a Firmo dispõe da sua sede, no Porto, onde existe um cash & carry, de um armazém e uma fábrica em Vila Nova de Gaia com sho-wroom, e de um cash & carry em Alfragide, Lisboa.

Não é necessário qualquer esforço para se reconhecer que o empresário familiar é uma pessoa com talento para os negócios. Mas em que é que se traduz esta habilidade?

De uma forma muito simplista, podemos dizer que o empresário é alguém que tem um sonho, de certa forma a visão empresarial, que pretende ver concretizado. Para isso tem de reunir um conjunto de recursos financei-ros e pessoas que, de uma forma concertada, deverão exercer um conjunto de atividades que permitirão satisfazer as necessidades de um determinado conjunto de clientes.

A forma como todos estes elementos vão interagir, no sentido de assegurarem a capta-ção e manutenção de fluxos contínuos entre a organização e os seus clientes, gerando um determinado conjunto de receitas e assegu-rando assim a sua perenidade e alcance da visão, pode ser apelidada de uma estratégia.

Como é natural, existem milhares de op-ções de combinação dos distintos fatores, pelo que, mesmo que com os mesmos re-

cursos, basta um líder distinto, num distinto momento, para se ter uma diferente via de alcançar o sonho.

Qual será então a melhor estratégia?Não existem respostas únicas, nem fiabi-

lidade em determinar se uma estratégia é ou não errada, pois na realidade só saberemos qualificá-la no futuro, quando se for anali-sar se ela permitiu ou não alcançar o objetivo para o qual foi implementada.

Aliás, facilmente se conseguem identificar empresas, a atuar teroricamente na mesma área de negócio, com estratégias completa-mente opostas e ambas a terem sucesso: ves-tuário de baixo ou de alto custo; restaurantes de chefe vs comida rápida; etc.

O empresário familiar possui uma excelente capacidade estratégica

ANTÓNIO NOGUEIRA DA COSTAConsultor Empresas [email protected]

REFLEXÕES SOBRE EMPRESAS FAMILIARES

Especialistas na consultoria a Empresas Familiares e elaboração de Protocolos Familiares Santiago – Porto www.efconsulting.es

Firmo aposta em marcas próprias e entra em novos segmentos

“Meu filho o plástico não tem futuro!”Foi esta a frase do pai de Marcel Botton, quando este lhe propôs fundir o negócio de ampolas de vidro (Sotancro) com o de embalagens (Titan). A sua decisão foi dedicar-se de corpo e alma ao “não futuro: os plásticos”.O resultado, depois de muitas peripécias, não podia ser mais brilhante – concebeu e desenvolveu o conceito inovador in-house production que levou ao arranque da Logoplaste. Esse modelo, baseado no conceito hole in wal”, pressupõe instalar as unidades de produção de embalagens ao lado das fábricas para as quais as fornecem, mantendo-se, contudo, juridicamente independentes. Estava assim criado um novo modelo de negócio que não só reduzia os riscos como também contribuía para um aumento significativo de eficácia, instalando as unidades de produção junto dos clientes, reduzindo ou eliminando as questões logísticas ligadas à entrega de produtos acabados.Hoje gere mais de 60 fábricas em 4 continentes e 18 países, e é a nº 1 nas operações hole-in-wall na Europa e Brasil.

Rui Santos Carvalho, administrador da Firmo, explica que o foco da empresa está na divulgação das marcas próprias Timeoffice e Timestudent.

Temas para reflexão:

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NEGÓCIOS E EMPRESAS

SEXTA-FEIRA, 15 DE MARÇO 2013 25

POLÍTICA AGRÍCOLA COMUM VAI FINANCIAR SEGUROS AGRÍCOLAS

Portugal garante financiamento do regadio do Alqueva na nova PACO Parlamento Europeu aprovou esta quarta-feira, em Estrasburgo, a reforma da Política Agrícola Comum (PAC) para o período 2014-2020. Em entrevista à “Vida Económica” no final da votação, Luís Capoulas Santos, autor dos relatórios “Pagamentos Diretos” e “Desenvolvimento Rural”, que representam cerca de 90% do orçamento total da PAC, explicou que Portugal sai a ganhar, sobretudo em duas matérias importantes: assegurou o financiamento destinado a concluir o regadio do Alqueva e poderá agora aceder a cofinanciamento comunitário, até 95%, para o sistema de seguros agrícolas, que vai passar a ser financiado pela União Europeia, em vez de o ser, como até aqui, por cada Estado-membro.TERESA SILVEIRA, EM [email protected]

Vida Económica – Quais foram as matérias concretas que estiveram em discussão em Estrasburgo esta semana no que diz respeito ao futuro da PAC?

Luís Capoulas Santos – A questão fundamental é o orça-mento. O da União Europeia e o da PAC. O orçamento para a PAC não foi discutido hoje [quarta-feira], pois é discutido fora da Comissão da Agricultura. É a comissão dos orçamentos que vai preparar a decisão e é depois o Plenário que se vai pronunciar. O que o Parlamento já disse é que não aceita a decisão do Conselho de 8 de fevereiro [que assegurou para Portugal um envelope finan-

ceiro global para a Agricultura no valor de 8,1 mil milhões de euros (4,5 mil milhões para primeiro pilar e 3,6 mil milhões de euros para o segundo) para os próximos sete anos (2014-2020)]. Vamos ver agora o que é possível nego-ciar.

Não acredito, sinceramente, que o Parlamento tenha con-dições para alterar substancial-mente isto, porque a maioria dos deputados que aqui estão perten-cem aos governos que subscre-veram o acordo. Pergunta-me se estou a imaginar que os deputa-dos portugueses vão aqui votar contra o acordo que o Primeiro--Ministro de Portugal subscreveu a 8 de fevereiro e que disse que foi um bom acordo. Pois, não é suposto que isso aconteça.

VE – No entanto, o Parla-mento tomou uma posição de força ao rejeitar o acordo ob-tido no Conselho.

LCS – Tomou uma posição de rejeição do acordo tal como ele está. Acredito que o alterará, mas

não acredito que o altere substan-cialmente. Por outro lado, mes-mo com este orçamento mais re-duzido, nós temos, na Comissão de Agricultura, a possibilidade de alterar ligeiramente as coisas para melhor para Portugal.

Como sabe, na chave de re-partição dos apoios, o Parlamen-to propõe uma fórmula que eu próprio propus que é mais van-tajosa para Portugal. E se essa fórmula for aplicada mesmo ao orçamento que o doutor Passos Coelho aceitou no Conselho, ela melhorará um pouco a situação portuguesa, uma vez que o que o doutor Passos Coelho subscreveu é que os países que estão abaixo da média europeia nos pagamen-tos diretos, como é o caso de Por-tugal, devem convergir para 90% da média até 2020. E a proposta

do Parlamento diz que esses paí-ses devem convergir para 100% da média.

Isto significa uma alteração substancial nos pagamentos. No caso de Portugal, significa qual-quer coisa como mais 100 mi-lhões de euros, o que quer dizer que, mesmo com um orçamento mais reduzido, a Comissão de Agricultura pode melhorar a si-tuação financeira portuguesa.

VE – Com a aprovação desta medida Portugal pode contar com esse ganho financeiro?

LCS – A partir daqui, esta pas-sará a ser, não a posição do de-putado Capoulas Santos relator, mas a posição de todo o Parla-mento Europeu. E constituirá um mandato de negociação do Parlamento. E é evidente que, en-

quanto chefe de fila dessa nego-ciação, irei ser intransigente nessa questão. E qualquer recuo nessamatéria terá de ter compensações muito elevadas noutro tabuleiro.Como calculará, esta será umadas questões em que, em nego-ciação, mais intransigente serei.

VE – Concretamente em re-lação aos pagamentos diretosaos agricultores, com que po-demos contar na nova PAC?

LCS – Aqui, ao fim e ao cabo, estamos a falar da forma como osagricultores vão receber o mon-tante do orçamento de que es-tivemos a falar. O que propus e foi aprovado é que os agricultores recebam um pagamento por hec-tare e que esse pagamento deve convergir para a média nacional até 2020, ou seja, os agricultores que em Portugal estão acima damédia devem baixar um pouco ospagamentos para que os que estão abaixo da média subam. Em todo caso, introduz-se um mecanismo para que certos sectores sensíveis sejam protegidos de descidas mui-to drásticas, como é o caso dossectores do leite, do tomate e do arroz. Em suma, há uma maiorjustiça entre agricultores, mas com alguns mecanismos travãoque impedem descidas brutais empouco tempo em alguns sectores que as não poderiam suportar.

VE – Concluída esta vota-ção, qual é agora o calendá-rio? Teremos uma nova PAC em 1 de janeiro de 2014?

LCS – A partir de agora conse-guimos um mandato de negocia-ção. E é com este caderno de en-cargos que eu vou para a mesa das negociações. Naturalmente que o Conselho de Ministros irlandêstrará o caderno de encargos doConselho que, nalguns aspectos, é divergente. Teremos de che-gar a acordo. E o objetivo é quecheguemos a acordo até ao final de junho sob a presidência irlan-desa, porque se isto passa para a presidência seguinte será impos-sível que a reforma da PAC en-tre em vigor em janeiro de 2014,como queremos..

VE – E há condições para haver esse acordo até ao final de junho?

LCS – A presidência irlandesa está muito empenhada nisso e eu,enquanto relator do Parlamento Europeu, não o estou menos.

Parlamento Europeu aprova continuidade da elegibilidade de Portugal no financiamento de novos regadios

O objetivo é que cheguemos a acordo até ao final de junho sob a presidência irlandesa, para que a reforma da PAC entre em vigor em janeiro de 2014”, explicou Capoulas Santos.

Fábrica de chocolates Avianense passa a hotel temáticoA centenária fábrica de chocolates Avianense, situada no centro de Viana do Castelo, vai ter uma nova vida por via da sua reconversão num hotel temático de quatro estrelas. Trata-se de um investimento privado de mais de 3,4 milhões de euros. O empreendimento conta com 19 quartos e vários outros espaços, estando a abertura prevista para abril do próximo ano, altura em que a fábrica de chocolates comemoraria o seu centenário. A obra recupera o património construído e classificado, num projeto que se carateriza pela sua inovação.

Rede Energia reforça presença no NorteA Rede Energia abriu um novo posto em Vila Nova de Gaia. Aumentou para 10 o númerototal de postos de abastecimento da marca em território nacional. A principal aposta da empresa é sua expansão no país e em apenas um ano foram abertos oito postos de abasteci-mento e as previsões apontam para a possibilidade de um aumento da penetração da marca no mercado nacional, tendo em conta as atuais condições, de acordo com os responsáveisda Rede Energia.

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Mary Kay Portugal, empresa marcadamente feminina, en-trou em 2013 a crescer a dois dígitos, tendo em 2012 a taxa de crescimento mais elevada de sempre. Em dezembro de 2012 existiam 3169 consultoras de beleza, uma forma de criar o próprio emprego/negócio, so-bretudo para mulheres, com um investimento inicial muito re-duzido, apoio na formação, no marketing e garantia a 100% da eficácia dos produtos. Atualmen-te, cerca de 200 mulheres entram no negócio da marca todos os meses em Portugal. O modelo de negócio é simples, as consultoras de beleza adquirem os produ-tos da marca a preços grossitas e depois vendem diretamente ao consumidor a preços suge-ridos. As histórias de sucesso são numerosas, mas cada uma é diferente pelos objetivos das mulheres que vão desde ser o próprio chefe, passar mais tem-po com a família, ter horários flexíveis a mudar de carreira ou ter um rendimento extra. Exis-tem mulheres que optaram por trabalhar como consultoras, abandonando parcial ou total-mente as profissões anteriores tão diversas como bancárias, gestoras e relações públicas.

Para as mais ambiciosas, exis-tem outras categorias profissio-nais que se podem conquistar: diretoras de venda com maio-res prémios e com comissões. Após uma primeira fase em que como consultora de vendas ga-

nha confiança e uma carteira de clientes, é possível começar a recrutar outras mulheres, che-gando em último caso à posi-ção de diretora de vendas onde as comissões são mais elevadas e existem prémios mais signi-ficativos. Por fim, é possível alcançar a posição de diretora de vendas nacional, que por sua vez já dá formação a outras mulheres, viajando pelo mun-do, sendo atualmente mais de 600 as mulheres que ocupam este cargo ao nível global. Mary Kay vende anualmente mais de 3 mil milhões de euros em mais de 35 países no mundo e apesar de ser uma empresa “pink”, que desde a fundação, em 1963, por Mary Kay Ash, incenti-va as mulheres a alcançarem o êxito pessoal e financeiro, atu-almente mais de 2,4 milhões de pessoas de todas as origens usufruem das vantagens de ser consultor (a) Mary Kay.

Mary Kay é uma das empre-sas de vendas diretas líderes mundiais. A indústria de venda direta emprega cerca de 75% de mulheres e as vendas anu-ais provenientes desta indústria representam mais de 100 mil milhões de dólares (mais de 76 mil milhões de euros).

3 LEITURAS DE 3 MULHERES “Como vencer num mundo de homens”, Gail Evans, Lua de Papel (J4,90)“As boas raparigas não sobem na vida”, Lois P. Frankel, Lua de Papel (J14,5)“Mulheres Livres”, Maria de Belém Roseira, Esfera dos Livros (J18)

L DERANÇA

NO FEM N NO

26 SEXTA-FEIRA, 15 DE MARÇO 2013

200 Mulheres por mês querem ser consultoras de beleza Mary Kay

Mary Kay oferece às mulheres, mediante um pequeno investimento, o kit inicial para começar a vender, formação e apoio de marketing e garante a 100% a eficácia dos seus produtos

DORA TRONCÃ[email protected]

Sandra Correia, CEO Pelcor, empresa do setor da cortiça, foi considerada a Melhor Empre-sária da Europa em 2011 pelo Conselho Europeu das Mulheres Empresárias, assim como pelo Parlamento Europeu, e agraciada com o Prémio Máxima Mulher de Negócios 2012. O seu “clique” aconteceu quando apresentou o guarda-chuva de cortiça numa feira internacional em 2002, o ob-jeto que marcou indelevelmente todo o percurso de sucesso que se seguiria a partir de então graças ao seu espírito visionário. Para San-dra Correia, “ser mulher na área de negócio da Pelcor é uma mais--valia porque estamos a falar de moda e em pegar numa matéria--prima em bruto e transformá-la num apetecível e bonito acessório de moda. Isso tem a ver com a intuição feminina e com a “vari-nha mágica” que nós, mulheres, temos. Este foi um momento feliz e, no fundo, foi um ver mais lon-ge, um pensar out of the box, um momento visionário. Talvez o fa-tor mais curioso na minha evolu-ção fosse o de ser muito jovem e já ter os prémios e reconhecimentos que tenho. Na minha área de ne-gócio, o sector corticeiro, sempre fui a mais jovem e, hoje em dia, continuo a sê-lo.”

SANDRA CORREIA, CEO PELCOR, A

“Os lobbies deixarão de

GESTORA PORTUGUESA DE FORTU

“Business é ou é bom ou DORA TRONCÃ[email protected]

Domitília dos Santos é filha de agricultores de Estói (Algarve) que emigraram para os Estados Unidos. Aos 14 anos dobrava lençóis numa fábrica, formou-se em Direito e, aos 24 anos, cum-priu o sonho de trabalhar nas Na-ções Unidas. Detestou e foi para a área financeira, onde está, até hoje, em Wall Street, mais pre-cisamente como Senior Portfolio Management Director; Senior Vice President – Private Wealth Advisor e Senior Investment Ma-nagement Consultant, dito de forma simplista , como gestora de fortunas da Morgan Stanley. Tra-ta-se de uma empresa de serviços financeiros, fundada em 1935, que em 2009 através de uma fu-

ESTUDO EUROPEAN PROFESSIONAL NETWORK APONTA

Apenas 5% das mulheres estão nas empresas

do PSI 20

The Lisbon MBA junta-se à Eu-ropean Professional Women’s Ne-twork (EPWN) numa conferência subordinada ao tema “Como com-petir profissionalmente numa orga-nização dirigida por homens”. Te-resa Oliveira, especialista em gestão de mudança, coaching e motivação de equipas The Lisbon MBA, falou do papel das mulheres dentro das empresas de forma a ajudar a traçar o caminho daquelas que pretendem evoluir na sua carreira profissional. Alguns dados são de alguma forma surpreendentes numa altura em que consideramos que pelo menos ao ní-vel dos países ditos industrializados, modernos e nos quais as mulheres supostamente ganharam direitos equitativos em relação aos homens. De acordo com estudos efetuados EPWN, existe uma diferença abis-mal na composição de conselhos de administração de Gestão nos Estados Unidos e na União Euro-peia, a saber: nos EUA, em 2011, 3% de mulheres eram CEO na lista “Fortune 500” e 10 % de mulheres estavam em lugares executivos en-quanto, em 2012, na UE, apenas 9% de mulheres ocupavam lugares executivos. A diferença entre géne-ros no que respeita às posições de gestão de topo também são extre-mamente contrastantes: perto de 80% de homens para cerca de 20% de mulheres. A percentagem de membros do conselho de adminis-tração das vinte maiores empresas cotadas na Bolsa de Valores- PSI-20 rondará os 95% no sexo masculino enquanto menos de 5% serão do feminino. Para esta situação con-tribuem em muito os estereótipos associados a mulheres e a homens, sendo que os estereótipos são co-muns a países tão diferentes como os Estados Unidos, Reino Unido, Japão e China, como, por exemplo, as mulheres não se autopromovem e só se candidatam se preencherem 100% dos requisitos. As mulheres que têm sucesso em lugares tradi-cionalmente ocupados por homens são geralmente classificadas nega-tivamente a nível pessoal e classi-ficadas como desagradáveis a nível interpessoal (Heilman & Okimoto, 2005). Apesar de os dados aponta-rem sempre para as mulheres como candidatas ao middle-management e não ao top management, a con-versa entre toda uma plateia de mulheres que ouviu Teresa Oliveira chegou à conclusão: o preconceito é o principal inimigo da mulher. Fica a citação de Eleanor Roosevelt: “Ninguém a pode fazer sentir infe-rior sem o seu consentimento”.

A indústria de venda direta emprega cerca de 75% de mulheres e as vendas anuais provenientes desta indústria representam mais de 76 mil milhões de euros.

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LIDERANÇA NO FEMININO

SEXTA-FEIRA, 15 DE MARÇO 2013 27

Lide Mulher promove complementaridade para maior efi cácia

Margarida Sá Costa, Presidente do Lide Mulher, assume a “impor-tância do contributo de todos na construção da sociedade, em ter-mos globais, mas sobretudo em termos económico-empresariais, pois é pela complementaridade e diversidade de pensamentos e atitudes que se solidifi cam empresas e organizações e se conseguem obter res-

postas mais efi cazes e mais completas”. Integrado nos objetivos de ne-tworking empresarial do Lide Portugal, o Lide Mulher tem como foco principal potenciar e divulgar a necessidade de maior intervenção de competências femininas na vida empresarial e desenvolver a respetiva rede.

Explica o percurso de suces-so sobretudo por “acreditar no que faz, ter objetivos bem de-lineados e trabalhar a tempo inteiro”. Vê nas mulheres por-

tuguesas “muita vontade de fa-zer carreira, simplesmente por vezes, baixamos os braços cedo de mais e há que ser persistentes e não desistirmos de alcançar os

nossos objetivos”. A CEO con-sidera que a nível europeu to-das as mulheres têm as mesmas difi culdades e por isso apresen-tam traços comuns em termos

de empreendedorismo. “As dis-tinções ocorrem pela própria cultura de cada país e algo que distingue a mulher portuguesa das restantes mulheres euro-peias é a garra, algo que vem de dentro. Quando as mulheres portuguesas acreditam nas suas ideias e nas suas causas, conse-guem concretizá-las e torna-las realidade. Esta garra é muito portuguesa, faz parte das nos-sas características”. Aliás, para a empresária, “mais mulheres na política poderiam ser uma so-lução não só para sair da crise, mas para reabilitar todo o sis-tema económico e político, não só de Portugal, mas do mundo. O fundamental não é só termos mais mulheres ou menos ho-mens, mas sim termos pessoas que conheçam ambas as esferas pública e privada e que tenham experiência prática para deline-ar métodos que possam gerar soluções para sairmos deste mo-mento menos bom em que todos nos encontramos”. As mulheres não chegam a postos-chave por-que não querem e porque não as deixam: “porque isso não faz parte dos seus objetivos ou das suas ambições e por outro lado porque não as deixam. Existem ainda muitos lobbies, que não permitem o acesso das mulheres a postos-chave, mas com a atual

mudança do mundo, sobretudo a nível energético, estes lobbies deixarão de existir e a igualda-de será permanente para todos. Depois, só cabe às mulheres de-cidirem para onde querem ir”.

Para já, Sandra Correia quer ir até à 5ª Avenida em Nova Iorque para abrir uma loja Pe-lcor. “Estamos a trabalhar para isso, já estamos a criar as bases e penso que num prazo máximo de 3 anos, teremos a loja na 5ª Avenida em NY. Um sonho a realizar.”

são com o Citigroup se tornou o maior banco de investimento do mundo, o Morgan Stanley Smith Barney, com 18.000 corretores de valores e ativos superiores a 1,7 triliões de dólares.

Domitília dos Santos é clara, assertiva e prática e não vê na condição de mulher nenhuma vantagem ou desvantagem. “Os objetivos profi ssionais que conse-gui foram consequência do meu esforço e não do facto de ser mu-lher. O business não é específi co do género. O business é business e do meu ponto de vista um pro-fi ssional ou é bom ou não é. Só isso.”

Apadrinhou recentemente a criação do Lide Mulher, subco-mité do Lide Portugal, centrado nas questões do universo femi-

nino e nas áreas em que acredita que o papel da mulher poderá ser determinante para a construção da sociedade do século XXI, com repercussão na sociedade em ge-ral como, por exemplo, no con-texto empresarial e na economia. Domitília dos Santos acredita

no espírito empreendedor das mulheres portuguesas e apesar de não ter fi lhos, também acre-dita que uma mulher ou homem com família podem chegar ao seu “patamar” e até “patamares supe-riores”. Para chegar aos lugares de topo, aponta qualidades ne-cessárias, segundo a gestora, em qualquer parte do mundo: “per-severança, tenacidade, confi ança e grande capacidade de traba-lho”. Ambições e sonhos futuros? “Formar um think tank para re-fl etir sobre os problemas sociais; ajudar a construir e a gerir escolas em África; ajudar a obra fundada pela Irmã Teresa de Calcutá; fazer mais trabalho de voluntariado; servir os outros mais intensamen-te e correr maratonas até aos 86 anos de idade”.

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que não permitem acesso das mulheres a postos-chave existir no futuro”

NAS EM WALL STREET AFIRMA:

business, um profi ssional não é”

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Sandra Correia, CEO Pelcor, acredita que o facto de ser mulher foi decisivo quando se tratou de criar objetos de moda na área da cortiça

Domitília dos Santos, corretora de Wall Street na Morgan Stanley Wealth Management, acredita acima de tudo no trabalho e na resiliência como for-mas de alcançar sucesso na carreira

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Pelcor Fullcolor é uma linha com uma seleção de bolsas para com-putador e outros pequenos objetos essenciais do dia-a-dia que combi-nam o aspeto natural da cortiça com as cores vibrantes do neoprene

“Servir os outros mais intensamente” é um dos objetivos futuros de Domitília dos Santos.

Agenda Lide MulherMaio de 2013: Girls in ICT Day – Fundação Portuguesa das ComunicaçõesJunho 2013: I Grande Fórum LIDE MULHER Portugal.

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Arranque do evento em Lisboa com Alves/Gonçalves, Fátima Lopes e os jovens designers Susana Bettencourt, Hugo Costa, Andreia Lexim, Estelita Mendonça e Daniela Barros

Quando já todos suspiram pelo fim da chuva e do frio, o 32.º Portugal Fashion Vibe cumpre a natureza visionária da moda e antecipa as tendências Outono-Inverno 2013-14 em quatro dias de desfiles – 20, 21, 22 e 23 de março. No dia 20, o arran-que do evento tem lugar em Lisboa, à seme-lhança das edições transatas. Para a capital do país, estão programados dois desfiles de jovens criadores do Espaço Bloom (de-dicado a designers emergentes) – Susana Bettencourt e Hugo Costa, às 18h30, e An-dreia Lexim, Estelita Mendonça e Daniela Barros, às 19h30, no Carpe Diem Arte e Pesquisa (Rua de O Século, 79, antigo Pa-lácio Pombal) –, seguindo-se os desfiles dos consagrados Alves/Gonçalves (às 21h30, na Brand Gallery – Largo Vitorino Damásio, 1) e Fátima Lopes (às 22h30, no Convento do Beato).

A 32.ª edição do Portugal Fashion, cujo tema é Vibe, prossegue nos dias 21, 22 e 23 de março no Edifício da Alfândega do Porto, com um total de 26 desfiles de jovens desig-ners (Espaço Bloom), estilistas consagrados e marcas de vestuário e calçado. Vão ser apre-sentadas as novas coleções de Luís Buchinho (com a sua marca Knitwear), Felipe Oliveira Batista, Anabela Baldaque, Miguel Vieira, Katty Xiomara, Júlio Torcato, Ricardo Preto (com a marca Meam), Diogo Miranda, Te-resa Martins (para a TM Collection), Carlos Gil e Luís Onofre, a quem cabe encerrar o 32.º Portugal Fashion Vibe. Também mere-cem destaque os desfiles das marcas de ves-tuário Vicri, Lion of Porches e Dielmar, bem como as apresentações das marcas de calça-do Nobrand, Fly London, Cohibas, Dkode, Goldmud + Alexandra Moura, J. Reinaldo e Silvia Rebatto.

Para o presidente da Comissão Executiva da ANJE, entidade organizadora do evento, “o 32.º Portugal Fashion é uma demonstra-ção de força e resiliência da Fileira Moda portuguesa. Numa conjuntura económica tão adversa, o Portugal Fashion mantém um nível elevado de qualidade segundo os padrões internacionais e um programa de desfiles muito diversificado, que permite ao evento abarcar diferentes nichos da Fileira Moda. Por outro lado, continua a ser dada a oportunidade a jovens criadores de apre-

sentarem os seus trabalhos, naquilo que é um contributo claro para a renovação ge-racional da moda portuguesa”, garante Ma-nuel Lopes Teixeira. O mesmo responsável sublinha, ainda, que “a opção pela repar-tição dos desfiles entre Lisboa e Porto é o renovar da aposta num modelo ganhador”. De facto, acrescenta, “a presença na capi-tal do país tem permitido uma visibilidade acrescida a novos criadores e um reforço da notoriedade internacional da marca Portu-

gal Fashion, sem beliscar a histórica ligação do evento ao Porto – centro nevrálgico da Fileira Moda no nosso país”.

O Portugal Fashion é um projeto da res-ponsabilidade da ANJE – Associação Na-cional de Jovens Empresários, desenvolvido em parceria com a ATP – Associação Têxtil e Vestuário de Portugal, sendo atualmente financiado pelo QREN, no âmbito do Pro-grama Compete – Programa Operacional Fatores de Competitividade.

DIA 20 DE MARÇO, EM LISBOA, E DIAS 21, 22 E 23 DO MESMO MÊS, NO PORTO

Vibrações outonais no 32º Portugal Fashion

Programa de desfiles

quarta-feira, 20 março[ LISBOA ]

18H30 Bloom: Susana Bettencourt / Hugo Costa - Carpe Diem Gallery -19H30 Bloom: Andreia Lexim / Estelita Mendonça / Daniela Barros - Carpe Diem Gallery 21h30 Alves / Gonçalves - Brand Gallery - 22h30 Fátima Lopes - Convento do Beato -

quinta-feira, 21 março[ ALFÂNDEGA DO PORTO ]

20H30 Katty Xiomara 21H30 Júlio Torcato 22H30 Anabela Baldaque

sexta-feira, 22 março[ ALFÂNDEGA DO PORTO ]

18H30 Bloom: Cláudia Garrido19H00 Meam by Ricardo Preto19H30 Bloom: Carla Pontes20H00 Diogo Miranda21H30 Luís Buchinho Knitwear22H00 Bloom: Stefano Ficetola22H30 Miguel Vieira23H00 Bloom: Joana Ferreira23H30 TM Collection by Teresa Martins

sábado, 23 março[ ALFÂNDEGA DO PORTO ]

15H00 Industry: Concreto by Helder Baptista / Cheyenne /Mad Dragon Seeker, by Alexandrine Cadilhe & Daniel Simões / Dom Colletto15H30 Bloom: Teresa Abrunhosa16H00 Shoes: Cohibas/Dkode/ Fly London /Goldmud + Alexandra Moura / J. Reinaldo / Nobrand / Silvia Rebatto16H30 Bloom: Carlos Couto17H00 Carlos Gil17H30 Bloom: Mafalda Fonseca18H00 Vicri18H30 Bloom: Diana Matias19H00 Lion of Porches21H30 Felipe Oliveira Baptista22H00 Bloom: João Melo Costa22H30 Dielmar23H00 Bloom: Klar23H30 Luís Onofre

“Good vibes”VIBE é o tema deste 32.º Portugal Fashion. Ao escolher este tema para a sua 32.ª edição, o Portugal Fashion pretende celebrar a sensação de vi-bração que a moda pode provocar com as suas formas inusitadas, os seus equilíbrios precários, as suas combinações inspiradoras, as suas cores esti-mulantes. Trata-se de exaltar a diversidade de maneiras como as pessoas se deixam impressionar com as criações de moda.

ANJE

28 SEXTA-FEIRA, 15 DE MARÇO 2013

Novos talentos no Espaço Bloom

Pela 6.ª edição consecutiva, o Portugal Fashion proporciona a jovens designers a oportunidade de mostrarem as suas criações no Es-paço Bloom – uma plataforma des-tinada a promover criadores ainda em processo de afirmação. No Edi-fício da Alfândega do Porto, serão dez os jovens designers a apresen-tarem as suas coleções numa pas-serelle alternativa. Em Lisboa, no dia 20, cinco novos criadores farão desfilar as suas propostas.

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SEXTA-FEIRA, 15 DE MARÇO 2013 29

ASSOCIATIVISMO

A AIMMAP – Associação dos Indus-triais Metalúrgicos, Metalomecânicos e Afins de Portugal – promove hoje, 15 de março, às 16 horas, a conferência “À Des-coberta do Futuro – Apoio à Inovação”, no âmbito do Ciclo de Conferências “À Des-coberta do Futuro”, sobre as perspetivas e oportunidades do próximo período de programação europeu de apoio à Investi-gação, Desenvolvimento e Inovação.

O evento tem como oradora convidada a eurodeputada Maria da Graça Carvalho.

A competitividade e sustentabilidade da indústria estão fortemente associadas à capacidade de inovação e internaciona-lização, exigindo estas áreas um esforço de investimento significativo e continuado. Assim, esta conferência pretende discutir novas formas de mobilização e procura de financiamento, sobretudo internacional.

O ciclo de conferências “À descoberta do futuro” tem como objetivo compre-ender e antecipar o futuro da economia e ajudar as empresas a posicionarem-se no mundo global em que vivem. Além de Ma-ria da Graça Carvalho, o evento conta com a participação de José Carlos Caldeira e Fer-nando Sousa, que vão abordar as condições para uma participação efetiva da indústria nos programas europeus de apoio à IDI.

Maria da Graça Carvalho é atualmente seputada do Parlamento Europeu, membro efetivo na Comissão da Indústria, Investi-gação e da Energia, nomeada relatora do programa específico de execução do pro-grama Horizonte 2020 e membro suplente na Comissão Especial temporária do Parla-mento Europeu sobre os Desafios Políticos e os Recursos Orçamentais para uma União Europeia Sustentável Após 2013.

A Associação Empresarial da Região de Santarém criou o NERSANT Digital, um projeto que apresenta diversas soluções di-gitais de apoio à gestão das empresas e que está disponível para todas as empresas do Ribatejo interessadas em transformar o seu sistema de gestão documental numa ferra-menta em prol dos negócios.

Tendo em conta que vivemos atual-mente na chamada ‘era digital’, a NER-SANT desenvolveu um projeto que tem como objetivo adaptar a organização das empresas, à época atual, de informação e informatização. No âmbito do NER-SANT Digital, foram desenvolvidas vá-rias aplicações de gestão e organização a diversos níveis para as empresas e que contribuem em grande escala para a orga-nização e para o melhor funcionamento das mesmas. Este projeto, que a associa-ção tem divulgado às empresas da região,

contempla, assim, diversos pacotes de serviços, como a presença na web e loja online, arquivo digital, classificação e dis-tribuição de documentos, gestão de orça-mentos e de projetos, organização interna e, por fim, comunicação com clientes e colaboradores. Os pacotes de serviços po-dem ser adquiridos isoladamente ou na sua totalidade (cinco serviços a um preço muito competitivo).

A gestão documental é uma solução de arquivo, organização e consulta de docu-mentos em formato eletrónico onde existe toda a informação de natureza documental trocada entre os utilizadores da aplicação, bem como com o exterior.

Para mais informações, as empresas inte-ressadas podem contactar o Departamento de Apoio Técnico, Inovação e Competiti-vidade da NERSANT, através dos contac-tos 249 839 500 ou [email protected].

Maria da Graça Carvalho debate apoios à inovação com industriais da metalurgia

NERSANT apresenta solução digital de apoio à gestão das empresas

Maria da Graça Carvalho, deputada do Parlamento Europeu.

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SISAB Portugal bate recorde de expositoresO SISAB Portugal (Salão Internacional do Setor Alimentar e Bebida) que se realizou recentemente em Lisboa bateu em 2013 todos os recordes. As 550 empresas produtoras nacio-nais e mais de 1600 importadores vindos de 110 países dos cinco continentes fi zeram da décima oitava edição a maior de sempre em espaço de exposição e número de participantes, quer nacionais quer internacionais.

Promoção externa sob responsabilidade do Turismo de Portugal A APHORT e a Associação Comercial do Porto congratulam-se com o resultado da votação da lei das entidades regionais de turismo ocorrida no dia 8 março, que colocou sob a respon-sabilidade do Turismo de Portugal a promoção externa, revelando um recuo perante a últi-ma proposta apresentada pelo Governo que sugeria que as entidades regionais acumulassem a promoção em Portugal e junto dos mercados internacionais.

“Projetos de Futuro” é tema de congresso em Aveiro FERNANDA SILVA [email protected]

Debater os “Projetos de Futuro” para a região de Aveiro é o princi-pal objetivo da edição deste ano do Congresso da Região de Aveiro, que decorre hoje, sexta-feira, no Auditó-rio do Parque de Feiras e Exposições da cidade aveirense.

Em declarações à “Vida Econó-mica”, Ribau Esteves garante que o Congresso da Região de Aveiro “des-tina-se a todos os cidadãos interessa-dos em serem parte ativa na prepa-ração do futuro da sua região” e que estes terão aqui uma “oportunidade

singular de conhecer todo o trabalho que está a ser desenvolvido”. Ainda segundo o presidente da Comuni-dade Intermunicipal da Região de Aveiro (CIRA), a organização de um evento como o Congresso da Região de Aveiro “é desde logo importante pelo envolvimento que potencia” e “necessário para a afi rmação de um projeto de desenvolvimento regional diferenciador”.

Recordando que as principais conclusões do congresso poderão ser “um importante contributo para a preparação da Região de Aveiro para a conquista de Fundos Comunitários para 2014/2020”, o

dirigente associativo salienta que o evento prevê ainda a primeira apresentação pública do Quadro de Investimentos da Região de Aveiro (QCIRA) para o período 2014/2020, assim como do gran-de investimento de ampliação do Sistema de Abastecimento de Água do Carvoeiro, da Rede de Ciclovias da Região de Aveiro, da Revisão do Plano de Ordenamento da Orla Costeira Ovar-Marinha Grande, da apresentação do Roteiro da Região de Aveiro com os projetos financiados pelo Programa Mais-Centro e da nova Campanha de Marketing “Ria de Aveiro”.

ASSOCIATIVISMO

30 SEXTA-FEIRA, 15 DE MARÇO 2013

O Movimento Associativo de Pesca Portuguesa, composto por mais de duas dezenas de organizações, quer reunião ur-gente com a ministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território, na sequência da reunião deste movimento no dia 7 de Março.

As organizações estão preocupadas com o estado do setor, e acreditam que o for-necimento de pescado a Portugal pode es-tar comprometido, se não forem tomadas medidas imediatas.

Alguns dos motivos que levam ao pe-dido urgente de reunião: completa des-valorização do papel das organizações do

setor; minimização da pesca portuguesa no contexto das linhas de orientação de-fi nidas para a Estratégia Nacional para o Mar; incumprimento do Governo na apresentação ao setor de um plano de re-estruturação de segmentos da frota que enfrentam graves difi culdades; a intenção do Governo, “que se divisa na Portaria 82/2013, de tornar obrigatório o Diário de Pesca Electrónico para embarcações de comprimento inferior a 15 metros”; “in-compreensível” falta de comunicação da posição do Governo sobre a proposta de alteração do regulamento das pescas de profundidade.

Movimento Associativo de Pesca Portuguesa quer reunião com o Governo

A Associação das Ligas Europeias de Fute-bol Profi ssional (EPFL) realizaram ontem, no Sheraton Lisboa Hotel, a sua Conferên-cia Internacional sobre “Proteção dos Direi-tos de Proteção Intelectual no Desporto”.O encontro congregou conceituados espe-cialistas e altos representantes de diversos organismos desportivos internacionais.

O programa arrancou com as interven-ções do CEO da EPFL, o português Ema-nuel Macedo de Medeiros, e do presidente da Liga de Portugal, Mário Figueiredo.

Após a sessão de abertura, teve lugar um debate sobre os principais problemas com que o Desporto se confronta. Em jogo esteve um “plantel” de luxo composto por Nic Coward (secretário-geral da Pre-mier League Inglesa e antigo presidente da “Sports Rights Owners Coalition” e da “British Horseracing Authority”), Jérôme

Perlemuter (diretor de Assuntos Jurídicos da Liga Francesa de Futebol e Chairman do Comité de Assuntos Europeus e Diá-logo Social da EPFL), Mark Lichtenhein (CIO e Director de Televisão e Media da European Tour de Golfe) e Simon Drake, diretor de “Business Affairs” da UEFA.

Ligas europeias de futebol realizam conferência sobre propriedade intelectual

Ribau Esteves, presidente da CIRA, enquadra congresso na pre-paração da região de Aveiro para o novo QCA 2014-2020.

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Entre os dias 17 e 23 de março, um con-junto de empresários da região de Santa-rém vão ter a possibilidade de alavancar negócios em Cabo Verde. A missão em-presarial em causa é organizada pela Asso-ciação Empresarial da Região de Santarém (Nersant) e tem como meta facilitar o re-forço da internacionalização às empresas portuguesas, permitindo que as mesmas

adquiram ou aprofundam “conhecimen-tos sobre o mercado, de forma a detetar oportunidades de negócio ou projetos de parceria local”, explica a associação, através de comunicado.

Neste sentido, a Nersant preparou um plano de atuação no terreno que se mate-rializa na realização de reuniões institucio-nais e de encontros com empresários locais.

A Associação Empresarial de Viana do Castelo (AEVC) está disponível para gerir o multiusos da cidade, obra desenhada por Souto Moura e que custou 13,1 milhões de euros, com inauguração prevista para junho. “Queremos ser parte da solução, intervir se possível na gestão. Se houver al-guma concessão, a associação está em con-dições de ir a jogo”, assegura o presidente da AEVC, Luís Ceia.

O pavilhão multiusos, cujo nome oficial é Centro Cultural de Viana do Castelo e anteriormente denominado de “Coliseu”, terá capacidade máxima para 4000 pesso-as. Apesar de desconhecer o futuro modelo a adotar pela autarquia, detentora do equi-pamento, Luís Ceia assume que o interesse da AEVC em ficar com a gestão será ofi-cializado nos próximos dias ao município, tendo em conta os 162 anos de trabalho realizado pela instituição.

“Não será uma gestão fácil”

“Sabemos que não será uma gestão fácil, mas entendemos ter condições para encon-trar uma solução que sirva a cidade. Não queremos ficar de fora do processo, tudo

depende do futuro modelo”, sublinha, ad-mitindo estabelecer parcerias externas para concretizar esse objetivo.

Lançada em 2007, esta obra, inicialmente denominada de pavilhão multiusos, já viveu várias peripécias e a construção chegou a ser suspensa, durante alguns meses, em 2011, por falta de financiamento. Foi entretanto alvo de uma candidatura à Bolsa de Méri-to da Comunidade Intermunicipal do Alto Minho, que garantiu 85 % da verba neces-sária através de fundos comunitários.

Entre arranjos exteriores e a construção propriamente dita, vai custar mais de 13,1 milhões de euros. O edifício tem uma área de implantação de 3792 metros quadrados com 70,1 metros de comprimento, 54,1 metros de largura e 9,12 metros de altura. Estará preparado para acolher eventos de grande dimensão como festivais de músi-ca, concertos, cinema, congressos, exposi-ções e feiras.

A autarquia já admitiu estar à procura de “parceiros externos” para definir a progra-mação do equipamento e “reduzir custos de produção”, nomeadamente com re-curso a eventos nacionais e internacionais “distribuídos em rede”.

Empresários de Santarém exploram oportunidades de negócios em Cabo Verde

As reuniões com empresas cabo-verdianas foram já agendadas, assegura a associação, tendo em conta os objetivos das empresas ribatejanas participantes. A missão empre-sarial vai estar na ilha de Santiago até 20 de março, sendo que nos dias posteriores estará na ilha de S. Vicente.

Cada empresa tem o seu próprio plano de reuniões

Para a Nersant, a missão empresarial a Cabo Verde é “um serviço de internaciona-lização à medida, uma vez que cada empre-sa participante tem o seu próprio plano de reuniões e contactos, agendados pela Ner-sant, que detém um conjunto de parceiros

no terreno”.Para além do agendamento de reuniões

institucionais e com empresas, cabe à asso-ciação garantir toda a logística da iniciativa.

A participação nesta missão empresarial “constitui uma vantagem óbvia para as empresas da região, que têm a oportuni-dade de internacionalizar os seus negócios com um serviço chave na mão e com pre-ços bastante competitivos”, argumenta a associação.

As missões empresariais fazem parte de um projeto mais amplo de apoio à inter-nacionalização das PME, o que significa que as empresas participantes na missão a Cabo Verde poderão vir a beneficiar de apoio a fundo perdido.

ASSOCIATIVISMO

SEXTA-FEIRA, 15 DE MARÇO 2013 31

AIP partilha com empresas estudos de mercado sobre Golfo da Guiné e Timor-LesteNo âmbito do seu Projeto de Internacionalização, a Fundação AIP vai apresentar, na próxima terça-feira, dia 19 de março, os estudos de mercado desenvolvidos pela AIP-Feiras Congressos e Eventos com enfoque no Golfo da Guiné e Timor Leste. A sessão terá lugar no Auditório III do Centro de Reuniões da FIL.

Associação empresarial de Leiria exige presença de António Mexia no distritoA Associação Empresarial da Região de Leiria, enviou uma carta ao presidente executivo da EDP, António Mexia, a exigir a presença do responsável no distrito e explicações sobre os “pre-juízos enormes” causados pelas falhas no sistema de eletricidade. “Mais uma vez, bastou um dia de inverno mais rigoroso, com ventos um pouco mais fortes, mas perfeitamente normais para esta época do ano, para que várias empresas do distrito de Leiria vissem o seu normal funcionamento afetado”, diz a Nerlei em comunicado.

Associação Empresarial de Viana disponível para gerir pavilhão multiusos

COMO ULTRAPASSAR AS DIFICULDADES E ATINGIR O SUCESSOEMPRESARIAL NO ACTUAL CONTEXTO ECONÓMICO MUNDIAL.

Carlos Daniel

António GodinhoMarcelo Rebelo de Sousa

Mário Costa

Diogo Araújo

Moderador

Administrador NBBOrador

Administrador Believe

Presidente Executivo SOFID

CASTELO BRANCO

Conferências

Ciente das dificuldades que o nosso tecido empresarial atravessa a Believe propôs-se a realizar um ciclo de conferências, a nível nacional, com o intuito de esclarecer os empresários sobre formas, mecanismos e orientações disponíveis para enfrentar as dificuldades com que se deparam. Neste seguimento, reuniu um leque de oradores de excelência analisando o tema sob várias vertentes.

6 DE ABRIL, 14H00

www.believe.ptInscrição obrigatória:www.believe.pt/conferencias

PAINEL DE COMENTADORESJosé Ribeiro Gonçalves (Presidente Associação Portuguesa de Administradores Judiciais)João Ermida (Administrador da Sartorial)João Luis (Diretor do Jornal Vida Económica)António Pimenta (Montepio)

CINE-TEATRO AVENIDAAvenida General Humberto Delgado

6000-081 Castelo Branco

ORGANIZAÇÃO: PARCEIROS: MEDIA PARTNERS: APOIO:

CÂMARA MUNICIPAL DE CASTELO BRANCO

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FERNANDA SILVA [email protected]

“A sustentabilidade faz parte integrante do nosso modelo de gestão” e “toda a atividade da empresa é baseada nesta premissa”. É desta forma que Luis Hagatong, “energy effi-ciency manager” da Schneider Electric Portugal, resume a im-portância atribuída à susten-tabilidade pela multinacional francesa que recentemente dis-tinguida com o 13º lugar no ranking elaborado pela revista “corporate knights” que apre-sentou as 100 empresas mais sustentáveis do mundo.

Assumindo-se como “espe-cialista em gestão de energia sustentável”, a marca dispo-nibiliza soluções e produtos “desenvolvidos e concebidos de modo a causar o menor im-pacto no meio ambiente” e que vão desde sistemas de medição de gastos energéticos à gestão da iluminação, passando pela conceção dos próprios produ-tos, assim como dos sistemas de produção próprios da mar-ca, entre outros.

Garantindo que a aposta na construção sustentável é já reconhecida em determina-dos nichos de mercado, Luis

Hagatong admite porém que “existe ainda um trabalho de fundo a desenvolver para que o reconhecimento generaliza-do das suas vantagens seja uma realidade”.

“Atualmente, em Portugal, estamos mais despertos para a importância da eficiência energética. Muitas pessoas e organizações já se encontram sensibilizadas e comprometi-das com objetivos de eficiência energética, contudo não creio que o conceito se encontre definitivamente enraizado na forma de viver e de atuar dos mesmos”, refere.

Hagatong reconhece, assim, que “há ainda um grande ca-minho a percorrer na cons-ciencialização, na alteração de hábitos de utilização da ener-gia e no comprometimento das pessoas para a redução efetiva dos consumos energéticos nas organizações, pois continua-se a verificar desperdícios desne-cessários”.

Aposta na sustentabilidade poderá “consolidar os lucros de uma empresa”

Questionado pela “Vida Económica” se lucro e susten-tabilidade são valores conciliá-veis, o responsável da Schnei-der Electric Portugal garante que “sim” e explica que “a efi-ciência energética poupa ener-gia, poupa dinheiro e reduz as emissões de carbono”.

“Uma empresa que pretende garantir uma presença no mer-cado ao longo dos anos tem que ter presente que os crité-rios de sustentabilidade eco-nómica, ambiental e social são fundamentais”, pois o investi-mento em “critérios sustentá-

Sustentabilidade é aposta estra Seguindo o exemplo da casa-mãe, recentemente classificada pela revista Corporate Knights no 13º lugar das empresas mais sustentáveis do mundo, a Schneider Electric Portugal é um caso de estudo no âmbito da sustentabilidade, tendo já sido galardoada com o Energy Efficiency Award devido ao seu desempenho energeticamente eficiente na sua sede portuguesa.Em entrevista à “Vida Económica”, Luis Hagatong, “energy efficiency manager” da Schneider Electric Portugal, garante que a aposta na construção sustentável “é já reconhecida em determinados nichos de mercado”, mas admite que “existe ainda um trabalho de fundo a desenvolver para que o reconhecimento generalizado das suas vantagens seja uma realidade”.

32 SEXTA-FEIRA, 15 DE MARÇO 2013

Minipreço lança aplicação para smartphoneNuma estratégia de proximidade com os seus clientes, o Mi-nipreço lançou uma aplicação para smartphone, disponível para Android e iOS que permite consultar promoções em destaque, localizar a loja mais próxima, encontrar receitas, fazer listas de compras e aceder a jogos. Com esta aposta, a marca pretende o “Superpoder de Compra esteja literalmente na mão dos portugueses”.

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Luis Hagatong, ,“energy efficiency manager” da Schneider Electric Portugal, garante que a aposta na construção sustentável “é já reconhecida em determinados nichos de mercado”.

229 404 025

A Schneider Electric Portugal pretende continuar a apostar na “e-learning” Energy University.

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tégica da Schneider Electricveis consolidará e melhorará os lucros de uma empresa”. Por essa razão, é com agrado que Luis Hagatong vê que hoje em dia “quase todos os sectores estão despertos para a questão da sustentabilidade” e que “já é bastante usual encontrarmos empresas que optam por esco-lher apenas fornecedores que respondam a determinados cri-térios de sustentabilidade, por exemplo, o que tem impacto direto no negócio e, neste caso, no lucro de fornecedores”.

Da mesma forma, o repre-sentante da Schneider Electric assegura que, apesar da atual

conjuntura económica, “assis-timos a uma crescente procura dos produtos mais ecológicos”, isto ainda que, em alguns ca-sos, o “custo inicial do inves-timento possa ser ligeiramente mais elevado”, o que, na rea-lidade que atravessamos, pode ser um fator de “desaceleração da referida preferência”. No entanto, já existe uma maior “perspetivação daquilo que será um retorno deste inves-timento em apenas um a dois anos, dependendo, obviamen-te, do setor. E esta é uma ou-tra forma de analisar o peso dos atributos ecológicos que

importa incutir nas empresas aquando o processo de decisão de compra”, explica.

Energy University, plataforma de “e-learning” ao serviço da eficiência energética

As empresas têm vindo a apostar cada vez mais em ações de sensibilização e educação do consumidor para as ques-tões ecológicas. A este nível a Schneider Electric Portugal pretende, num futuro próxi-mo, continuar a apostar na “e--learning” Energy University,

lançado em Portugal há cerca de dois/três anos com o obje-tivo de oferecer uma formação “online” e gratuita. O objetivo é ajudar os formandos a desen-volverem soluções de eficiência energética e de conservação de energia, permitindo alcançar uma maior poupança, conhe-cimento aplicável a cada área e, no caso de empresários, pro-porcionar formação que per-mita desenvolver práticas con-ducentes a um retorno mais rápido dos seus investimentos, à redução dos custos de capital e dos custos operacionais.

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como forma de motivação e dedar bases aos nossos colabora-dores e parceiros para conhe-cerem ainda mais o mercado”, esta plataforma permite que algum tempo livre das pessoaspossa ser ocupado na sua for-mação, de uma forma rápida e simples, sem necessidade decustos adicionais, uma vez queesta é uma plataforma gratuita,modular, acessível a qualquerhora do dia ou da noite e em qualquer lugar, com acesso à internet. Os cursos estão dis-poníveis 24 horas por dia, sete-dias por semana, em qualquerlugar.

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SEXTA-FEIRA, 15 DE MARÇO 2013 33

Ronaldo volta a ser a personalidade escolhida pelo BES para produtos de poupançaEm equipa que ganha não se mexe e, por isso, o BES continua a apostar em Cristiano Ronaldo enquanto protagonista das suas campanhas. Esta semana, o banco lançou uma nova comu-nicação com a assinatura “Soluções de Poupança BES, mais do que poupar, poupar bem”. A campanha foi desenvolvida pela BBDO, com adaptação digital da BY e produção do Ministério dos Filmes, sob a realização de José Pedro Sousa.

Inesting promove formação em “Search Engine Marketing”A agência de marketing digital Inesting promove, de 20 a 22 deste mês, uma formação intensiva em “Search Engine Marke-ting”. A decorrer em Lisboa, aborda técnicas de “Search Engi-ne Advertising” e “optimization”, técnicas de “copywrite” para a “web” e “link building” e é dirigida a profi ssionais de marketing “com pouca ou nenhuma” experiência naquelas matérias.

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Portugal recebeu pela primeira vez a rede de agências de comuni-cação “27 Names” no âmbito de uma conferência subordinada ao tema “Events in Europe – Win-ning in Time of Crisis” (“Eventos na Europa – Vencer em Tempos

de Crise”), uma iniciativa da Up Partner - a agência portuguesa filiada e representante exclusiva desta “live network”.

Rui Baptista, “events diretor” da Up Partner, apontou como objetivo deste encontro “apresen-tar a rede ao país e simultanea-mente expor Portugal como um

excelente palco para o turismo de negócios e, portanto, o lugar ide-al para muitos dos seus eventos”. Este último aspeto foi salientado pela WRG, a maior agência de comunicação que integra a rede “27 Names”, à “Vida Económi-ca”, reforçando a ideia de Portu-gal como “um ótimo local para os

Portugal palco de excelência para o turismo de negócios

Lisboa recebeu conferência de rede europeia de agências de comunicação “27 Names”.

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clientes virem porque sentimo--nos em casa por cá”.

Durante três dias, 60 profissio-nais de 17 países europeus pro-curaram sinergias no sentido de trabalhar em conjunto com mais qualidade. Foi também apresen-tado, em primeira mão, o mais recente projeto da rede: uma pro-va citadina de triatlo para uma re-conhecida marca na área de bebi-das, um evento à escala europeia, com um investimento superior a 550 mil euros, sendo Portugal um dos países que o vão receber já em setembro de 2013. Mais pormenores serão divulgados a 20 de março.

Para a WRG, “a comunicação é a chave para todos os negócios bem sucedidos, pelo que tem existido uma mudança crescen-te no panorama das agências de eventos, o nosso ‘core business’, e no setor da comunicação em ge-ral. Na comunicação, é cada vez mais importante ser-se criativo, cativante, e é isto que tentamos fazer enquanto agência, tentamos sempre criar memórias fortes que gerem ligações entre marcas e consumidores”. Para a WRG, “o tamanho da marca é por vezes importante, mas o que realmente interessa é a ideia. Uma ideia for-te, inteligente e cativante deve ser capaz de ser trabalhada, qualquer que seja o budget existente”.

Avaliação “standard” de todas as agências

A Karpa, a agência represen-tante da “27 Names” em Espa-nha, acentuou, em declarações à “Vida Económica”, a necessidade “de medir resultados em todas as etapas de um projeto, desde o briefing à operacionalização, tornando-o assim quantificável, através do uso do ROI (Return On Investment – Retorno do in-vestimento). O objetivo da Kar-pa é implementar o ROI como a medida standard de todas a agên-cias da rede.

A “27 Names” agrega mais de 500 profissionais e é responsável por vendas conjuntas superiores a 100 milhões de euros.

Autoestradas passam a ser todas pagasO Governo está a estudar a possibilidade de cobrar todos os troços de autoestrada. O que sig-nifica que todas as entradas e saídas serão debitadas, através de um sistema eletrónico do tipo Via Verde. Deixam de existir os pórticos e desaparecem todos os troços que ainda são gratui-tos. Os veículos vão pagar os quilómetros que percorrem, deixando da haver zonas livres de portagens ou com mais pórticos. O Governo diz que pretende uniformizar os custos para os automobilistas, sendo os preços fixados todos os anos.

ÓCIO E NEGÓCIOS

34 SEXTA-FEIRA, 15 DE MARÇO 2013

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O Dia Internacional da Mulher, a 8 de março, foi celebrado com o toque do sino no encerramento do mercado da Euronext Lisboa, com Anabela Chambuca, presi-

dente da Bolsa de Moçambique.A cerimónia contou ainda

com a presença do Embaixa-dor de Moçambique em Por-tugal, Jacob Jeremias Nyambir.

Presidente da Bolsa

de Moçambique celebrou

Dia Internacional

da Mulher

Belmiro de Azevedo no Clube dos Pensadores

Belmiro de Azevedo vai ser o

próximo convidado de Joaquim Jorge na próxima segunda feira, 18 de março, às 21h30, no Hotel Holiday Inn, em Gaia.

O tema do debate promovido pelo Clube de Pensadores incide sobre as opções para criar empre-gos a baixo custo, tirando partido sobretudo dos sectores primários (floresta, agricultura, mar, turis-mo, sol, clima), com valor acres-centado por mão-de-obra ainda muito útil para o sector primário e mesmo primeira transformação de produtos do sector primário.

Belmiro de Azevedo é conheci-do pelo carácter empreendedor, pela sua ousadia e pela frugali-dade que cultiva pessoalmente e que se estende à gestão e à cul-tura do Grupo Sonae. Faz parte das personalidades mais ricas do Mundo, sendo uma referência em termos de iniciativa em Por-tugal e no Mundo. Durante anos foi considerado o cidadão mais rico de Portugal.

Recentemente, Belmiro de Azevedo deixou de integrar a comissão executiva da Sonae In-dústria, mas mantendo-se como presidente do conselho de admi-nistração da empresa.

O Clube dos Pensadores tem pugnado por uma nova forma de intervenção cívica, em que a de-mocracia não se esgota nos par-tidos políticos. Os cidadãos têm que perceber que votar é impor-tante, mas não chega.

No ano passado, o Clube de Pensadores recebeu como con-vidados o empresário Alexandre Soares dos Santos, a ministra da Justiça, Paula Teixeira da Cruz, e o constitucionalista Jorge Miran-da, entre outros.

SEXTA-FEIRA, 15 DE MARÇO 2013 35

Flor Guerreiro embaixadora do concurso Nespresso DesignersA Nespresso volta, este ano, a promover a moda nacional através do Nes-presso Designers Contest, um concurso realizado em parceria com a Moda-Lisboa e que tem por objetivo promover talentos emergentes do estilismo nacional. Para a segunda edição, a manequim Flor Guerreiro foi escolhida pela marca para ser a embaixadora do concurso.

Homelidays apoia Terra dos SonhosNo âmbito da política de responsabilidade social, a Homelidays aca-ba de formalizar uma parceria com a Associação Terra dos Sonhos que tem como objetivo a realização dos sonhos de crianças e jovens. O apoio consiste na disponibilização de alojamentos particulares, em Portugal ou no estrangeiro, a todas as crianças e familiares que, du-rante o período de realização do sonho, precisem de estadia.

ÓCIO E NEGÓCIOS

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As taxas de imposto aplicáveis à gasoli-na e ao gasóleo foram só marginalmente atualizadas, no âmbito do Orçamento do Estado, o que permite aproximar o nível da tributação portuguesa do vigente em Espanha. No entanto, nem por isso deixará de se verificar um agravamento da fiscali-dade no que toca aos combustíveis, como explicam o fiscalista da Rogério Fernandes Ferreira (RFF).

Uma das caraterísticas do regime fiscal aplicável aos produtos petrolíferos e ener-géticos consiste no facto de, relativamente aos carburantes para automóveis, os valores das taxas do respetivo imposto especial – conhecido pela sigla ISP – serem fixados por portaria dos membros do Governo responsáveis pelas áreas das Finanças e da Economia, dentro dos intervalos fixados pela Assembleia da República e constantes no Código dos Impostos Especiais de Con-sumo (IEC). Para este ano, no que respeita ao Continente e para a generalidade dos combustíveis e carburantes, mantêm-se em vigor as taxas fixadas em portaria datada de dezembro de 2011.

Pode-se deduzir que se registam atualiza-ções marginais nas taxas aplicáveis às gasoli-nas e aos gasóleos que têm “uso rodoviário”, as quais, em sede do Orçamento do Estado, foram agravadas por via da atualização da chamada Contribuição de Serviço Rodovi-ário, consignada como receita à Estradas de Portugal (EP) e que constitui uma das com-ponentes da tributação especial que incide sobre os referidos produtos. “Esta compo-nente passou de 65,47 para 66,32 euros, na gasolina, e de 87,98 para 89,12, no gasóleo.”

Quanto ao gasóleo de aquecimento, pros-seguiu-se a aproximação da taxa do ISP que lhe é aplicável (330 euros/1 000 litros), no sentido da sua convergência com a taxa

do ISP aplicável ao gasóleo rodoviário (367,53 euros por mil litros), movimento este que deverá ficar completo no próximo ano. “Em termos de maior novidade, re-fere-se que a tributação do gás natural em uso combustível, que agora se inicia por imposição do direito comunitário, é feita com a aplicação da taxa de 0,30 euros por gigajoule, quer aos consumos das empre-

sas, quer aos consumos das famílias.”No que se refere às famílias, a taxa agora

fixada assume o valor mínimo permitido pelo direito comunitário. Já no que incide sobre as empresas, o valor da taxa fixada (0,30 euros por gigajoule) é considera-velmente superior à taxa mínima prevista comunitariamente, que não vai além de metade daquele valor.

EM RESULTADO DE UMA ATUALIZAÇÃO APENAS MARGINAL

Tributação aplicada à gasolina e ao gasóleo aproxima-se da espanhola

MARÇO

Até ao dia 15

- Entrega da Declaração Modelo 11, pelos Notários e outros funcionários ou entida-des que desempenhem funções notariais, bem como as entidades ou profissionais com competência para autenticar docu-mentos particulares que titulem actos ou contratos sujeitos a registo predial, das re-lações dos actos praticados no mês ante-rior, susceptíveis de produzir rendimentos.

- Envio à AT, pelos notários, bem como as entidades e profissionais com competên-cia para autenticar documentos particula-res que titulem atos ou contratos sujeitos a registo predial, dos seguintes elemen-tos: a) Em suporte eletrónico (Modelo11), uma relação dos atos ou contratos sujei-tos a IMT, ou dele isentos, efetuados no mês antecedente; b) Cópia das procura-ções que confiram poderes de alienação de bens imóveis com renúncia ao direito de revogação, bem como dos respetivos substabelecimentos, referentes ao mês anterior; c) Cópia das escrituras ou docu-mentos particulares autenticados de divi-sões de coisa comum e de partilhas de que façam parte bens imóveis.

Até ao dia 20

- Entrega das importâncias retidas, no mês anterior, para efeitos de Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (IRS).

- Entrega das importâncias retidas, no mês anterior, para efeitos de Imposto so-bre o Rendimento das Pessoas Coletivas

- Entrega das importâncias retidas, no mês anterior, para efeitos de Imposto do Selo.

- Declaração recapitulativa – Entrega da Declaração Recapitulativa, por transmis-são eletrónica de dados, pelos sujeitos que, no mês anterior, tenham efetuado transmissões intracomunitárias de bens e/ou prestações de serviços noutros Estados Membros,

Até ao dia 25

Comunicação dos elementos das faturas emitidas no mês anterior pelas pessoas singulares ou coletivas que tenham sede, estabelecimento, estável ou domicílio fis-cal em território português e que aqui pra-tiquem operações sujeitas a IVA.

MODELO 3 IRSCriado um novo anexo

Foi publicada no Diário da República do dia 11 de Março, a Portaria 103/2013 que aprova um anexo à modelo 3 da decla-ração do imposto sobre o rendimento das pessoas singulares, designado “ANEXO SS” (Modelo RC 3048-DGSS) e as respe-tivas instruções de preenchimento.Este anexo resulta da alteração introduzi-da ao artigo 152.º do Código dos Regimes Contributivos pela Lei n.º 20/2012, de 14 de maio, que veio prever que os tra-balhadores independentes são obrigados a declarar à Segurança Social o valor da atividade desenvolvida, com discrimina-ção dos rendimentos anuais ilíquidos ob-tidos no âmbito do exercício da respetiva atividade no ano civil anterior, através do preenchimento de um anexo próprio ao modelo 3 do IRS.O anexo agora aprovado destina-se a decla-rar os rendimentos respeitantes aos anos de 2012 e seguintes, sendo o conteúdo da informação dele constante posteriormente remetido pela Autoridade Tributária e Adu-aneira aos serviços da Segurança Social.

AGENDA FISCAL

FISCALIDADEO Observatório da Fiscalidade vai debater a tributação do património imobiliário, num evento que decorre no dia 9 de abril, no Museu do Oriente, em Lisboa. O evento surge na sequência das duas conferências que ocorreram no ano passado, em Lisboa e no Porto, alusivas ao mesmo observatório, a propósito da justiça tributária. Trata-se de uma realização da Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas (OTOC) e da Associação Fiscal Portuguesa (AFP), sendo que as inscrições estão abertas ao público em geral, mediante o pagamento de 20 euros. Os técnicos oficiais de contas podem averbar seis créditos.

36 SEXTA-FEIRA, 15 DE MARÇO 2013

O Sindicato dos Trabalhado-res dos Impostos (STI) insiste na necessidade da direção-geral da AT avançar com vários pro-cessos pendentes, com especial destaque para o movimento de transferências, o concurso para IT e a sempre muito desejada negociação de carreiras. Consi-deram os trabalhadores dos im-postos que é importante resol-ver estas situações, no sentido de um melhor funcionamento dos serviços de Finanças.

Relativamente ao movimen-to de transferências, o STI diz

que reclamou a urgência de proceder à sua publicação com a maior das celeridades, mas a realidade é que ainda não exis-te qualquer data para que tal aconteça. “Continuaremos a insistir junto da direção-geral da Autoridade Tributária para que a legítima expetativa dos trabalhadores e a legalidade sejam alcançadas e cumpri-das. Quando de facto ocorrer a anunciada fusão/extinção de serviços da AT, tornar-se-á também obrigatória a abertura de um movimento extraordi-

nário de transferências”, refere aquele sindicato.

Quanto ao concurso para IT, aguarda-se a lista de candidatos admitidos e excluídos de exame, o que deverá ocorrer em breve. Mais uma vez, o STI apela à tu-tela: “É importante a celeridade deste processo, tendo em conta que a maior parte dos candida-tos está, neste momento, a fazer um enorme investimento, quer em termos de tempo dispendi-do, quer financeiros, no que diz respeito à formação.”

Outro aspeto que os trabalha-

dores dos impostos querem ver resolvido é aquele que respeita à negociação de carreiras. “Aguar-damos a entrega, por parte do Governo, da proposta negocial, já com o articulado definido. Assim que nos for entregue o documento, procederemos à sua divulgação e iniciaremos o processo de auscultação e de re-colha de contributos dos traba-lhadores, o que será indispensá-vel para se elaborar e apresentar a necessária contra-proposta”, conclui o Sindicato dos Traba-lhadores dos Impostos.

Trabalhadores dos impostos querem resposta sobre o movimento de transferências

Uma parte considerável da tributação aplicada aos combustíveis rodoviários destina-se à Estradas de Portugal.

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Em termos tributários, o registo dos não residentes divide-se em não residentes com estabelecimento estável e não residentes sem estabelecimento estável.Com o Orçamento do Estado para 2012 deixou de existir a obrigação de designação de representante fiscal em relação aos não residentes de Estados-membros da União Europeia e também do espaço económico europeu. A figura do representante fiscal é sobretudo utilizada para os não residentes sem estabelecimento estável que muitas vezes apenas aqui possuem armazém de recolha e entrega de bens.O não residente – que não obtenha rendimentos tributados em IRS a título definitivo – está obrigado a possuir caixa postal electrónica, sendo que o domicílio fiscal passa a integrar a caixa postal eletrónica.As dúvidas que se têm colocado ao longo dos anos são ao nível das funções/direitos e da responsabilidade do representante fiscal. O representante fiscal pode, de facto, exercer todos os direitos de que é titular o representado na relação com a Autoridade Tributária (AT), designadamente, direitos de reclamação, impugnação e recurso.Em matéria de responsabilidades, é preciso distinguir a figura do representante fiscal da figura do gestor de negócios.

Processo de reversão

A figura de gestor de negócios de não residentes sem estabelecimento estável em território português encontra-se prevista no artigo 27.º da Lei Geral Tributária e implica a responsabilidade solidária em relação a estes e entre si por todas

as contribuições e impostos do não residente relativos ao exercício do seu cargo.Significa isto que pode ser aplicado o processo de reversão a um gestor de bens ou direitos de um não residente em território português.Ainda de acordo com esta norma da Lei Geral Tributária, o representante fiscal do não residente, quando pessoa diferente do gestor dos bens ou direitos, deve obter a identificação deste e apresentá-la à administração tributária, bem como informar no caso da sua inexistência, presumindo-se, salvo prova em contrário, gestor dos bens ou direitos na falta destas informações. As obrigações de representante fiscal limitam-se ao cumprimento dos deveres tributários acessórios, não compreendendo a responsabilidade pelo pagamento do imposto. Esses deveres compreendem todas as obrigações declarativas (declarações periódicas de IVA, modelo 22, IES, entre outras). Fica igualmente obrigado a prestar à AT os esclarecimentos que lhe sejam pedidos, ficando responsável por eventuais infracções fiscais decorrentes da sua acção ou omissão.O responsável pela alteração do seu representante legal ou gestor de negócios é o sujeito passivo não residente,mas o representante fiscal tem direito jurídico à renúncia.Esta matéria reveste-se de particular importância sobretudo tendo em conta as diferenças substanciais de responsabilidades entre o mero representante fiscal e o gestor de negócios dos não residentes.

O representante fiscal

JOÃO ANTUNESCONSULTOR DA ORDEM DOS TÉCNICOS OFICIAIS DE CONTAS

O representante fiscal pode, de facto, exercer todos os direitos de que é titular o representado na relação com a Autoridade Tributária (AT), designadamente, direitos de reclamação, impugnação e recurso.

Simplificado reporte ao Banco de PortugalO Banco de Portugal aceitou as sugestões de simplificação, por parte dos TOC, de algumasdas operações de reporte. Foi aumentado o limiar de isenção de reporte de 10 para 100 mil eu-ros, considerando o total anual de operações económicas e financeiras com o exterior. Ficam também isentas as entidades singulares, incluindo neste conceito os empresários em nomeindividual. Por estas vias, possibilita-se que um grande número de agentes económicos fique dispensado deste novo tipo de reporte.

Comunicação dos documentos de transporte a partir de maioOs contribuintes de IVA passam a ter de comunicar à Autoridade Tributária e Aduaneira, a partir de maio, os seus documentos de transporte. A par das faturas, já em vigor, a comunica-ção dos documentos de transporte poderá ser efetuada por transmissão eletrónica, em tempo real, pelo SAFT exportado pelo programa informático e recorrendo à aplicação no site do “e--fatura” para o envio dos dados ou através de inserção direta no portal das Finanças.

FISCALIDADE

SEXTA-FEIRA, 15 DE MARÇO 2013 37

CONTAS & IMPOSTOS

Trespasse implica cedência definitiva

do estabelecimento comercial

como um todo

Não constituirá trespasse quando a transmissão do direito ao arrendamento não seja acompanhada de transferência, em conjunto, das instalações, utensílios, mercadorias ou outros elementos que integram o estabelecimento.

Uma sociedade por quotas, para além de outras atividades, explora um café/pastelaria em edifício próprio e pretende passar este estabelecimento recebendo a quantia de 20 mil euros, sendo 16 mil pelo equipamento e quatro mil pela existência de mercadorias. Qual o nome que se poderá dar atualmente a esta transmissão? Trespasse, cedência de exploração ou cedência de estabelecimento?Quais as contas a movimentar pelo recebimento dos 20 mil euros? Esta transmissão está ou não sujeita a IVA?Acrescente-se ainda que o novo proprietário vai pagar mensalmente uma renda pela ocupação das instalações (prédio) com um contrato de cinco anos, renovável se ambas as partes estiverem de acordo.

O que caracteriza um contrato de trespasse será a cedência definitiva do estabelecimento comercial como um todo, como uma universalidade, como uma unidade económica mais ou menos complexa, incluindo a transmissão do direito ao arrendamento desse estabelecimento. O artigo 1, 112.º do Código Civil estabelece as condições em que a transmissão não poderá constituir um trespasse. Não constituirá trespasse quando a transmissão do direito ao arrendamento não seja acompanhada de transferência, em conjunto, das instalações, utensílios, mercadorias ou outros elementos que integram o estabelecimento. Ora, no caso em análise, estamos perante a cedência do estabelecimento comercial, da unidade económica, como um todo, pois são cedidos os bens patrimoniais que a constituem assim como é celebrado um contrato de arrendamento, uma vez que o edifício é do próprio. No que se refere ao registo contabilístico, este deve acompanhar as diversas operações que estarão implícitas: a venda dos inventários, que originará o apuramento do custo das mercadorias vendidas; a alienação dos diversos itens do ativo fixo tangível, que poderá resultar em mais-valias e menos-valias, conforme os valores individuais praticados; posteriormente o rendimento proveniente da prestação de serviços de aluguer do imóvel. De referir que os resultados apurados concorrem normalmente (face ao disposto no Código do IRC) para a determinação do resultado tributável do período. Reunindo tal operação as condições previstas no n.º 4 do art.º 3.º do Código do IVA, então estaremos perante uma operação afastada da incidência deste imposto. O n.º 4 do art.º 3.º do Código do IVA estabelece que «… não são consideradas

transmissões as cessões a título oneroso ou gratuito do estabelecimento comercial, da totalidade de um património ou de uma parte dele, que seja suscetível de constituir um ramo de atividade independente, quando, em qualquer dos casos, o adquirente seja, ou venha a ser, pelo facto da aquisição, um sujeito passivo do imposto de entre os referidos na alínea a) do n.º 1 do artigo 2.º…». Esta norma estabelece uma não sujeição em sede de IVA quando está em causa a transmissão da totalidade ou parte de um património, suscetível do desenvolvimento de um ramo de atividade autónomo. Este conceito assenta no caráter de universalidade do património, competindo ao sujeito passivo transmitente a análise objetiva sobre se os requisitos são cumpridos para que a transmissão possa ficar afastada da sujeição a IVA. Assim, poderá ficar afastada de tributação em IVA, mas apenas no caso em que este constitua uma «universalidade», ou seja, uma certa unidade funcional (constituída, por exemplo, por itens do ativo fixo tangível, inventários, carteira de clientes, fornecedores, que sustentam o desenrolar daquela atividade económica), de modo a proporcionar um ramo de atividade autónomo e independente, e que o adquirente seja, ou venha a ser, pelo ato de aquisição, um sujeito passivo do imposto. Apenas se poderá aplicar o disposto naquele artigo quando cumpridas cumulativamente as exigências aí estipuladas. Fora desta circunstância, existe sempre sujeição a IVA. Estando-se na presença de um contrato de trespasse nos termos do artigo 1, 112.º do Código Civil, deverá aplicar-se a verba 27.1 da Tabela Geral do Imposto do Selo. Pelo parecer n.º 522 da Direção de Serviços Jurídicos e do Contencioso, que mereceu a concordância do diretor-geral em despacho de 21 de maio de 2007, resulta que: «(…) a) A verba 27.1 da Tabela Geral apenas abrange a transmissão da universalidade de estabelecimento comercial ou industrial quando na transmissão seja incluído o direito a arrendamento. b) O imposto incide sobre o valor contabilístico do trespasse deduzido do valor dos diferentes elementos constitutivos do estabelecimento comercial ou industrial. c) Esse valor inclui o do arrendamento, mas abrange também outras mais-valias resultantes da agregação no estabelecimento da soma dos elementos que o compõem.»

Colaboração elaborada pela Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas, segundo o Novo Acordo Ortográfico

As obrigações de representante fiscal limitam-se ao cumprimento dos deveres tributários acessórios, não compreendendo a responsabilidade pelo pagamento do imposto.

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AQUILES [email protected]

Vida Económica – O Banco Best teve bons resultados na negociação de obrigações em 2012. O facto de as mais-va-lias das obrigações serem, des-de o fim do ano passado, taxa-das em IRS como rendimento de capitais (a exemplo de ou-tros investimentos) pode ser um obstáculo a este produto?

Carlos Almeida – A oferta do Banco Best caracteriza-se pela sua diversidade a nível de classe de ativos e pela independência na apresentação de soluções adequa-das ao perfil do investidor, tendo por base a lógica de arquitetura aberta. Foi neste contexto que verificámos uma forte procura de obrigações em 2012, quer no mer-cado primário quer no mercado secundário. As ofertas públicas de subscrição efetuadas por parte de

empresas nacionais de grande di-mensão criaram um maior ímpeto neste segmento de mercado, ten-do a generalidade dos investidores adquirido as obrigações numa ló-gica de “buy and hold”, com o ob-jetivo obterem o rendimento pe-riódico decorrente do pagamento de juros semestrais e manterem o seu investimento até à maturida-de da obrigação (prazo médio de três anos). Ao mesmo tempo, face à diminuição do prémio de risco associado aos emitentes nacionais – com maior ênfase na segunda metade do ano passado – e à con-sequente subida dos preços, obser-vámos um maior ritmo de vendas por parte de alguns investidores, no sentido de realizarem mais-va-lias. A este propósito, é de referir que as mais-valias em obrigações decorrentes de alienações estão sujeitas a imposto desde 2010, tal como acontece nas ações.

VE – O imposto sobre tran-sações financeiras que a Co-missão Europeia pretende lan-çar (e Portugal será um dos 11 aderentes) pode ser um obstá-culo à atividade do banco?

CA – A introdução do impos-to sobre transações financeiras irá onerar de forma muito expressiva os investidores finais. Tomando em consideração que ordens na bolsa nacional têm um montante médio de 11 mil euros (segundo dados da CMVM sobre a ativi-dade em 2012), a aplicação de uma taxa de 0,3% sobre a tran-sação, implica um acréscimo de 33 euros por cada 11 mil euros. Tomando como referência o preçário do Banco Best para o investidor português – comissão de 6,9 euros – o custo adicional de 33 euros corresponde a um acréscimo de 478% dos custos de transação. Assim, para uma tran-

MERCADOS

CARLOS ALMEIDA, HEAD OF TRADING DO BANCO BEST, AVISA

Imposto sobre transações é negativo para o mercado

ESTUDO DA E.LIFE

BES é o banco mais comentado no Twitter

O BES é o banco português mais comentado no Twitter, de acordo com um estudo da E.Life, empre-sa especializada em monitorização, análise e relacionamento nas re-des sociais. Durante o período da análise (entre 1 e 28 de Fevereiro), foram registadas 2239 publicações feitas por 1122 utilizadores sobre 12 bancos - Banco Popular, Banif, Barclays, BBVA, BES, BPI, Caixa de Crédito Agrícola, CGD, Deuts-che Bank, Millennium BCP, Mon-tepio e Santander – o que reflete uma média de 81 tweets por dia.

Ao longo do estudo foram ava-liados indicadores como o “enga-gement” dos utilizadores com a marca/banco, quais os bancos mais falados, o que foi dito sobre cada um, bem como a quantidade de tweets replicados (RT).

O BES foi o banco que gerou mais buzz (24,4%), com destaque para menções ao crescimento e lu-cros, despedimento de trabalhado-res ou a compra do banco Gallego. O Banco Popular e o Montepio foram os menos falados durante o mês, com 27 (1,2%) e 23 (1%) tweets respetivamente. O BPI, com 21,5% dos tweets, foi o mais visado de forma negativa, com crí-ticas e protestos contra o banco e o seu presidente.

No caso da CGD, a quem se dirigiram 14% dos depoimentos, destaca-se a partilha de notícias so-bre a perda de 395 milhões de euros em 2012 ou os cortes salariais aos trabalhadores. Os prejuízos do Banif (10,2%) foram comentados pelos utilizadores, assim como o investi-mento que o Estado fez no banco. Do Santander, que contou com 9,5% dos depoimentos, destacam--se os depoimentos sobre os lucros quadruplicados e comentários sobre as campanhas publicitárias da insti-tuição.

Com especial destaque para a partilha pelo Twitterfeed (35%) e pela web (15,5%), esta análise reforça a importância do Twitter como uma plataforma de partilha de opinião, experiências, assim como meio de veicular notícias.

Nove anos de existência

A E.life nasceu no Brasil em 2004, chegando a Portugal em 2007. Pioneiros em monitorização, análise e relacionamento nas redes sociais no Brasil e em Portugal, atu-almente, o E.Life Group tem cerca de 200 colaboradores, 70 clientes ativos, 15 dos quais em Portugal. O E.Life Group lançou este ano o Buzzmonitor, disponível para free trial em www.buzzmonitor.pt.

Dow Jones 13/Mar .......14464,8

Var Sem ................................1,18% Var 2013 ..............................10,38%

Nasdaq 13/Mar ...........3249,429

Var Sem ................................0,84% Var 2013 ................................ 7,62%

IBEX 35 13/Mar .............8498,30

Var Sem ................................1,67% Var 2013 ................................4,05%

DAX 13/Mar...................7970,91

Var Sem ................................0,65% Var 2013 ................................4,71%

CAC40 13/Mar ...............3836,04

Var Sem ................................1,65% Var 2013 ................................5,36%

COLABORAÇÃO: BANCO POPULAR

“Esta medida irá colocar uma barreira à entrada de novos investidores”, avisa Carlos Almeida.

O imposto sobre transações financeiras que a Comissão Europeia pretende lançar, sendo que Portugal será um dos 11 Estados-membros aderentes, “colocará o mercado nacional num ambiente adverso, dada a necessidade emergente de captação de capitais”, de acordo com head of trading do Banco Best. Carlos Almeida dá como exemplo o caso francês, onde o imposto já foi introduzido em agosto. “A atividade em torno das ações das empresas sujeitas a imposto registou uma descida de 20%. No entanto, no mesmo mercado, para as ações não sujeitas, o volume aumentou 2%”, explica, em entrevista à “Vida Económica”.

PSI-20 (13.03) 6066,66

1,62% Var. Semana

5980

6000

6020

6040

6060

6080

6100

07 Mar 08 Mar 11 Mar 12 Mar 13 Mar

7,28% Var. 2013

38 SEXTA-FEIRA, 15 DE MARÇO 2013

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financeiras

MERCADOS

Em artigo anterior argumentei que o sistema legal e o sistema de justiça são factores maiores de impedimento ao florescimento de uma verdadeira economia de mercado em Portugal. Num estudo de opinião conduzido recentemente pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, não chega a 30% a percentagem de portugueses que acredita no sistema de justiça.

Muitas têm sido as razões apontadas para as dificuldades em que se encontra o sistema de justiça no país, mas todas elas se resumem numa só – falta de julgamento. Não existe tradição de julgamento popular e público em Portugal. Essa é uma tradição dos países do Norte da Europa que, desde há pelo menos cinco séculos, se habituaram a ler, a discutir e a interpretar leis – em primeiro lugar, as Escrituras.

Na cultura católica do Sul da Europa, a que pertence Portugal, o povo nunca foi chamado a interpretar, nem sequer a ler, as Escrituras. Essa era uma tarefa que, nesta cultura, cabia a um grupo restrito de homens – os padres, que são os antecessores dos modernos professores. Eram estes homens que depois comunicavam a interpretação da Lei ao povo.

Por isso, quando o sistema legal e o sistema de justiça são entregues, por via democrática, aos homens do povo e aos seus representantes, aquilo que se pode esperar é um mau sistema legal – leis para tudo e para nada e que se contradizem umas às outras – e um mau sistema de justiça – cada lei tem uma interpretação e a sua contrária, e ainda interpretações em todos os graus intermédios entre os anteriores. Este ambiente jurídico-legal é radicalmente adverso à necessidade de certeza, de cumprimento das promessas e dos contratos exigido por um sistema de economia de mercado.

A falta de julgamento é uma característica da cultura popular de matriz católica. E se, em democracia, é esta característica cultural que explica a degradação do sistema de justiça, ela não é menos importante para explicar a degradação daquela área da vida social que, a seguir à justiça, costuma ser a segunda a colapsar em regime democrático. Refiro-me à área económica.

Noutra ocasião, tive oportunidade de argumentar que a crise económica em que nos encontramos é largamente o resultado de excessos e, portanto, de falta de julgamento – excessos de despesa pública, excessos de auto-estradas, excessos de importações, excessos de crédito, excessos de leis, etc.

Procurarei agora ilustrar com o tema que voltou recentemente para o debate público – o aumento do Salário Mínimo Nacional (SMN). Aumentar o SMN

quando o desemprego sobe de forma galopante no país, e já passa os 17%, é literalmente deitar gasolina para a fogueira. Porém, uma das características de uma cultura que não possui julgamento é admitir tudo à discussão – outra é discutir questões laterais, deixando de lado as principais.

O SMN causa desemprego – é uma das poucas certezas que os economistas possuem. Muito embora seja provável que, se um economista sénior for à televisão afirmar isto, e ao lado estiver um estudante do primeiro ano de Letras a dizer o contrário, a audiência caia maioritariamente para o mais simpático – e este é bem capaz de ser o estudante de Letras. A cultura popular portuguesa decide pela emoção, não pela razão, e aí está a raiz da sua irreformável falta de julgamento.

Discutir o aumento do SMN quando o desemprego no país atinge níveis históricos e continua a subir sem parar ainda se poderia compreender se o SMN em Portugal fosse baixo. Mas não é. É elevadíssimo. Quando referido à realidade económica do país, exprimindo-se em percentagem do salário mediano vigente na economia portuguesa, é o quinto mais elevado do mundo. Trata-se de mais um excesso, um exagero, uma enorme falta de julgamento de que os portugueses fizeram prova nas últimas décadas, e pelos quais estão agora a pagar.

O SMN em Portugal representa 56% do salário mediano no país e, no mundo, só tem à sua frente a Turquia (67%), a França (60%), a Nova Zelândia (59%) e a Eslovénia (58%) (Fonte: The Economist, Pocket World in Figures, 2013 Edition, p. 64). Ao seu nível actual, o SMN é um factor extremamente adverso ao emprego em Portugal, de que estamos imensamente carecidos, e à competitividade, de que não estamos menos necessitados. Aumentá-lo ainda mais é empurrar para cima aquele indicador económico que, nos últimos anos em Portugal, não pára de subir – a taxa de desemprego – e para baixo um outro que não pára de cair – a competitividade face aos nossos parceiros comerciais.

Os principais problemas de Portugal, na justiça, na economia, em muitos outros sectores, resultam de mera falta de julgamento, porque a cultura popular não tem tradição de julgar. O povo julga mal no nosso país. Exagera, umas vezes por excesso, outras por defeito. E, no entanto, a maior parte desses problemas resolviam-se precisamente com isso – com bom julgamento, o que normalmente significa julgamento equilibrado.

POR INDICAÇÃO DO AUTOR, ESTE ARTIGO NÃO SEGUE AINDA O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO

Salário mínimo

Fidelidade Mundial considerada marca de confiança

A Fidelidade Mundial, do grupo Caixa Geral de Depósitos, voltou a ser eleita marca de confiança na categoria de seguradoras na inicia-tiva promovida pelas Seleções do Reader’s Digest. A seguradora foi a escolhidas dos assinantes da revis-ta pela 12ª vez, tendo recolhidos 21% dos votos. Os parâmetros em análise incluem fatores como a qualidade, o custo/benefício, a imagem, as necessidades do clien-te a política de responsabilidade

social, sendo que no caso da Fide-lidade Mundial, o mais valorizado foi a qualidade.

Jorge Magalhães Correia, pre-sidente da Fidelidade Mundial, recorda que a empresa “conseguiu subir em todos os parâmetros face ao ano passado”, em que também obteve o primeiro lugar. “É algo que nos dá especial alegria porque os clientes estão cada vez mais aten-tos e exigentes e, no nosso caso, isso é extremamente positivo porque

significa que estamos no caminho certo. Os nossos clientes aumen-taram a confiança na Fidelidade Mundial, na nossa capacidade de responder de forma positiva e cé-lere aos problemas, com produtos e serviços que são em simultâneo, facilitadores e inovadores. Na nossa atividade, estes são fatores prepon-derantes, prova disso é que mais de 70% dos inquiridos respondeu que recomendaria os nossos serviços e produtos”, disse.

SEXTA-FEIRA, 15 DE MARÇO 2013 39

-1,02% Var. Semana 0,004% Var. Semana -2,33% Var. Semana

-1,77% Var. 2013 -0,899% Var. 2013 -2,38% Var. 2013

Euro/Libra 13/Mar ....0,8686

Var Sem .........................0,34% Var 2013 ........................ -6,46%

Euro/Iene 13/Mar .124,5540

Var Sem ........................ -0,22% Var 2013 ........................ -8,23%

Euribor 3M 13/Mar ...0,2030

Var Abs Sem ................... 0,003 Var 2013 ......................... -0,798

Euribor 1Y 13/Mar ....0,5420

Var Abs Sem ................... 0,004 Var 2013 ......................... -0,962

Ouro 13/Mar .........1588,77

Var Sem ...................... 0,77% Var 2013 ..................... -5,22%

Prata 13/Mar ............28,92

Var Sem ...................... 0,42% Var 2013 ..................... -4,38%

COLABORAÇÃO: BANCO POPULAR

EURODÓLAR (13.03) 1,2964 EURIBOR 6M (13.03) 0,3250 PETRÓLEO BRENT (13.03) 108,51

1.29

1.292

1.294

1.296

1.298

1.3

1.302

1.304

1.306

1.308

1.31

1.312

07 Mar 08 Mar 11 Mar 12 Mar 13 Mar0.318

0.319

0.32

0.321

0.322

0.323

0.324

0.325

0.326

0.327

07 Mar 08 Mar 11 Mar 12 Mar 13 Mar107

107.5

108

108.5

109

109.5

110

110.5

111

111.5

07 Mar 08 Mar 11 Mar 12 Mar 13 Mar

sação de 11 mil euros, o investi-dor incorreria num encargo total de 40,18 euros, em que 83% são relativos a impostos e 17% refe-rentes à comissão relativa à nego-ciação, compensação e liquida-ção da operação. Este acréscimo dos encargos nesta magnitude obviamente colocará o mercado nacional num ambiente adverso, dada a necessidade emergente de captação de capitais. A este pro-pósito, tomemos como referência os dados já disponibilizados pela introdução deste imposto em França (recorde-se que França introduziu este imposto, de for-ma isolada, em agosto de 2012): a atividade em torno das ações das empresas sujeitas a imposto registou uma descida de 20%. No entanto, no mesmo merca-do, para as ações não sujeitas, o volume aumentou 2%. Assim, para o mesmo período, para o mesmo mercado, mas para con-dições de imposto diferentes, a atividade foi diferente, registan-do-se uma menor procura por parte dos investidores nos ativos sujeitos a imposto. Importa rea-firmar que este novo imposto, ao vigorar num subgrupo de países da União Europeia, irá criar uma distorção do mercado, levando a uma menor atratividade no in-vestimento nos países que irão aplicar a nova taxa. Por memória, veja-se o que aconteceu em 1984, na Suécia, com a introdução de um imposto sobre as transações financeiras: a negociação de fu-turos caiu 98% e as transações de obrigações diminuíram 80%, tendo Londres recebido de bra-ços abertos os investidores sue-cos. E esta migração de capitais ocorrida na década de 1980 ga-nha uma preponderância ainda maior importância no contexto atual, onde a livre de movimen-tação de capitais é uma evidência à luz das liberdades fundamentais da União Europeia (mercadorias, serviços, pessoas e capitais). Esta medida irá colocar uma barreira à entrada de novos investidores e, no caso de Portugal, esta situação é mais premente num contexto onde se advoga a necessidade de recapitalização das empresas e di-versificação das fontes de finan-ciamento, tendo em vista a cria-ção de políticas que permitam o crescimento económico.

VE – Têm registado mais procura de ativos ibéricos des-de que Portugal emitiu dívida?

CA – O aumento da procura por ativos portugueses, nomea-damente obrigações, antecedeu a emissão de dívida portuguesa a cinco anos realizada no final de janeiro deste ano. A forte perfor-mance da bolsa nacional, que já era sentida nos últimos meses de 2012 e continuou em janeiro do corrente ano, fez efetivamente au-mentar o interesse dos clientes na transação de ações nacionais. Em janeiro de 2013, o volume ne-gociado em ações do Banco Best registou um aumento de 144% face ao mês homólogo, superando largamente a subida registada no pelo mercado (no mesmo perí-odo, o crescimento do volume negociado subiu 26%).

VE – No que se refere à eco-nomia real, acredita que, como defende o Governo, 2013 pode ser o início na viragem face à recuperação de Portugal?

CA – O Governo reviu recen-temente as previsões macroe-conómicas para o ano de 2013, sendo esperada atualmente uma queda do PIB na ordem dos 2% durante o ano. Essa revisão está mais em linha com o que são as expectativas dos principais agentes financeiros, levando uma eventual recuperação para 2014. No entanto, mesmo essa recu-peração estará tendencialmente dependente do comportamento da economia global e também do impacto que mais medidas recessivas, caso estas se venham a concretizar, possam vir a ter.

VE – O setor financeiro pare-ce-lhe com robustez suficien-te para os desafios com que se vai deparar nos próximos anos?

CA – Os reforços de capital re-alizados durante o ano de 2012 pela generalidade do setor bancá-rio colocam os rácios de solvabi-lidade em níveis historicamente elevados e que parecem ser bas-tante prudenciais. Mesmo tendo em conta uma continuação da deterioração do crédito malpa-rado, os níveis atuais de capital aparentam ser adequados às ex-pectativas atuais sobre a evolução da economia global e nacional.

EspeculaçãoPEDRO ARROJAPedro Arroja Gestão de Patrimónios, SAwww.pedroarroja.com

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Fevereiro foi um mês genericamente negativo para os mercados acionistas. Com exceção dos mercados americanos, a generalidade dos índices acionistas corrigiu os ganhos de Janeiro e Março está a ser marcado por uma toada de alta. Na Europa, as eleições italianas afugentaram os investidores. Nos EUA, apesar de algumas declarações contraditórias a meio do mês, a impressora da FED vai continuar a funcionar, o que nos leva a questionar: que mercado é este que precisa de estar ligado à máquina para sobreviver?

A taxa de desemprego nos EUA recuou dos 7,9% para os 7,7% no mês de fevereiro (mínimos dos últimos quatro anos). A criação de postos de trabalho no setor não-agrícola saiu muito acima do que era esperado pelos analistas. Esta recuperação no mercado de trabalho é muito positiva, uma vez que nos próximos sete meses a economia americana lidará com cortes significativos na

despesa pública (no valor de 85 mil milhões de dólares).

O Banco Central Europeu (BCE) deixou inalterada a taxa de juro de referência. Mario Draghi referiu que a confiança está de volta aos mercados financeiros.

Com o aproximar da Primavera, os mercados têm sido vulneráveis a uma espécie

de gripe sazonal (ver quadro abaixo): repetir-se-á o fenómeno este ano? Julgamos que sim. Mas nunca da mesma forma do que no passado. A verdade é que se vive uma certa complacência face aos riscos que não augura nada de bom.

Bons Investimentos!

Nos últimos dias muito se tem falado sobre o salário mínimo. Uns falam sobre a sua diminuição e outros sobre a necessidade da sua subida, mas todos usam e abusam da retórica e do populismo.

É inegável que o salário mínimo, português é baixo e que não é essa a política que devemos adoptar como instrumento de competitividade da nossa economia a longo prazo, mas também não podemos cair na tentação de compararmos o incomparável.

Ao compararmos o salário mínimo caímos sempre na tentação de o comparar com o espanhol, irlandês ou francês, mas não o fazemos relativamente ao salário mínimo de países em que este é mais baixo (porque não o comparamos com os salários búlgaros, húngaros ou romenos?). Comparamos sempre com aqueles que têm os valores mais altos, mas

esquecemo-nos sempre dos que têm valores mais baixos. Começa aqui o populismo.

Mas o pior destas análises é que são muitas vezes feitas por quem tem voz ativa na sociedade e capacidade para influenciar os portugueses, passando para a comunidade a ideia errada de que ganhamos menos que os outros e que vivemos pior e não atendendo a que tais diferenças podem existir em função do nível de vida.

Na realidade, ao fazerem esta análise, deveriam também esclarecer os portugueses que a forma correta de comparar salários não é esta, mas sim a Paridade do Poder de Compra. De facto, o salário reflete o nível de bem-estar de cada país e assim sendo a mera comparação de salários não pode ser feita como tem vindo a ser.

O Eurostat utiliza, aliás, dois indicadores

no que a esta temática se refere: o PPS - PurchasingPower Standard (Paridade de Poder de Compra Padrão) e o PPP-PurchasingPowerParities (Paridade do Poder de Compra). O primeiro mais não é do que uma unidade monetária artificial que permite comprar a mesma quantidade de bens e serviços em todos os países da União. No entanto, e como existem diferenças de preços para se comprarem os mesmos bens e serviços, são necessárias quantidades diferentes de moeda.

O PPS é o termo técnico utilizado pelo Eurostat para nomear a moeda comum nas quais as contas nacionais agregadas são apresentadas quando ajustadas pelas diferenças de preços que resultam da aplicação do PPP. Assim, as PPP mais não são do que a taxa de câmbio da moeda artificial PPS em

relação ao euro. Assim, e pese embora em Portugal que os

salários sejam menores, compará-los com os salários irlandeses ou franceses, sem a devida explicação, não faz sentido porque induz em erro os portugueses e passa a ideia de perpétua inferioridade.

Quando me dizem que lá fora se ganha mais, respondo invariavelmente o mesmo, que também se gasta mais. Quem nunca viajou por essa Europa fora e não ficou surpreendido pelos preços que lhe pedem por uma simples bebida? Ou pela renda das casas? Ou pelo custo dos transportes?

Para contrariarmos ideias, não devemos recorrer ao meio mais fácil, mas ao meio mais honesto e em Portugal continuamos a insistir sempre no mais fácil. Foi assim que aqui chegámos.

Ligados à máquina

O salário mínimo e o populismo

ALEXANDRE MOTAdiretor executivo da Golden Brokerhttp://bgoldenbroker.blogspot.com/www.goldenbroker.com

BRUNO CARNEIROCEO da Servdebt

NBB M&A Advisors reforça presença na República ChecaA portuguesa NBB M&A Advisors abriu mais um escritório na República Checa, elevando para três os espaços naquele país. Localizada em Praga, a nova unidade NBB Praga vai ser res-ponsável pela implementação dos serviços de aconselhamento financeiro especializado para PME em Praga e na região da Boémia Central. A gerir a nova unidade, e como Partner da NBB, está Marek Guth.

Sonae apoia mais de 3200 instituiçõesA Sonae prosseguiu o seu compromisso com a comunidade em 2012, alargando a sua ação a 3228 instituições de apoio a crianças, jovens e famílias em todo o país, mais 177 do que no período homólogo do ano anterior. O grupo fundado por Belmiro de Azevedo dedicou uma atenção especial a instituições e projetos nas áreas do ambiente, cultura, educação, saúde, ciên cia e inovação e solidariedade social.

MERCADOS

40 SEXTA-FEIRA, 15 DE MARÇO 2013

valores em %índices 2010 2011 2012 Jan-13 Fev-13

1º trim. 2º trim 1º trim. 2º trim 1º trim. 2º trimMundo MSCI world 2,74 -13,26 4,29 -0,28 10,94 -5,81 5 -0,02Emergentes MSCI Emerg. Market

1,5 -11,4 2,16 -2,2 13,19 -8,87 -0,3 -2,28

EUA e EuropaS&P 500 4,87 -11,86 5,42 -0,39 12 -3,29 5,04 1,11Eurostoxx 50 -1,14 -12,21 4,23 -2,14 6,94 -8,58 2,54 -2,57IbériaIBEX 35 -8,95 -14,79 7,28 -2,05 -6,52 -11,31 2,39 -1,58PSI 20 --4,27 -12,79 2,18 -5,54 1,14 -15,46 9,66 -3,45

Lucro da Sonae cai 70%

O lucro líquido da Sonae desceu, em 2012, 69%, para 33 milhões de euros. O principal motivo para aquela quebra fo-ram os prejuízos de 46 milhões da Sonae Sierra, a gestora de centros comerciais do grupo.

“Como esperado, a combinação entre desalavancagem do setor privado e conso-lidação das contas públicas conduziu Por-

tugal e Espanha a uma recessão económi-ca em 2012, caracterizada pelo crescente nível de desemprego e por uma significa-tiva redução do poder de compra das fa-mílias”, considera Paulo Azevedo. “Tendo em conta este contexto adverso, estamos satisfeitos com a performance operacional e financeira alcançada pelas nossas áreas de negócio ao longo de 2012, que se tradu-ziu num volume de negócios consolidado praticamente estável e numa melhoria da rentabilidade operacional e da geração de cash-flow”, acrescentou o CEO da Sonae.

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“Quando confrontado com o desafio de resumir em três palavras o segredo do investimento seguro, arrisco o lema: Margem de Segurança”

Esta frase foi proferida por Benjamin Graham, o conhecido fundador da filosofia de Investimento em Valor, professor e mentor de Warren Buffett que, em 1934, no rescaldo da Grande Depressão e depois de ter perdido quase todo o seu património na crise de 1929, juntamente com David Dodd escreveu o livro “Security Analisys”.

Hoje, como na altura, investir em valor é comprar excelentes ativos a preços substancialmente abaixo do seu valor. Esta filosofia de investimento, simples e intuitiva, realça a necessidade de:

profunda dos ativos para sabermos o que eles valem,

longo,

barato,

multidões.Esta sabedoria intemporal exige

aos gestores de dinheiro ceticismo, capacidade de julgamento, disciplina e paciência, para que apenas comprem

ao preço justo; ou seja, quando o preço a que o ativo cota iguala o seu valor.

Para nós, investidores em valor, investir em ações é comprar ”pequenas frações” de empresas com negócios maravilhosos, negócios que compõem retornos a taxas excecionais, com grandes vantagens competitivas nos seus setores de actividade e que vendem em todo o mundo os seus produtos ou serviços.

1. O passado recente

Na sequência da crise financeira de 2008, os mercados financeiros desvalorizaram para níveis que ninguém

havia previsto. As ações caíram de forma generalizada e as grandes empresas mundiais vieram cotar para preços muito abaixo do seu valor. No início de 2009, pudemos comprar

dinheiro vieram cotar para 40 ou 50% do seu valor justo. Em muitos casos, o desconto foi ainda maior. O medo generalizado dos investidores, a ideia que “desta vez é diferente” e o mercado nunca mais voltaria a recuperar, era o discurso mais ouvido nos canais de televisão especializados: Bloomberg News, CNBC, Fox News. Os “media”, de forma generalizada, davam muito mais

pessimistas. Muitos contribuíram para engrossar as fileiras dos vendedores nos mercados financeiros.

Em 6 de março de 2009, o S&P500, índice que reflete a cotação das 500 maiores empresas americanas, cotou o

mínimo de 666.79 pontos. Esta cotação refletia uma perda de cerca de 58%, a maior queda desde 1929.

Infelizmente, muitos perderam muito, motivados pelo medo e também pela ganância de alguns que deviam ter zelado pelos seus interesses.

Quando na altura queríamos apresentar a proposta de investimento em ações a alguns potenciais clientes, poucos nos receberam e muitos menos conseguimos convencer de que esta era a melhor altura para investir.

Perder dinheiro pode ser psicologicamente devastador. A ansiedade resultante do prejuízo financeiro causado pela recente perda ou pelo medo de perdas adicionais pode obstruir a nossa capacidade de tomar partido da próxima oportunidade que apareça.

Para nós, investidores em valor, se uma ação subavaliada cai para metade do seu preço mas os fundamentos económicos

inalterados, devemos acolher de braços abertos a oportunidade de comprar mais ações em saldo. Entendemos, no entanto, que, para a esmagadora maioria dos investidores, se a sua posição líquida caiu juntamente com o preço da ação,

Na passada terça-feira, dia 12 de

5 anos, cotando a 1556,77. Desde o mínimo de de 2009, este índice subiu 133%.

O gríndice desde 2001, os lucros das empresas que o compõem, que como podemos

dos PER das empresas no período. O PER de uma empresa é a relação do preço a que cota a ação relativamente aos lucros que a empresa gera. Nesta altura,

histórica. Os lucros das empresas estão 5% acima

do que estavam em 2007 – nos anteriores

dividendo estão 19% acima. Atualmente, as taxas de dividendo são superiores às taxas de juro das obrigações de baixo risco de alguns países e de muitas empresas seguras. Grandes empresas mundiais têm, nos seus balanços,

históricos e apresentam dívida limitada. Boas razões para manter e reforçar investimentos em empresas de elevada

qualidade que transacionam a desconto significativo do seu valor.

2. “Deeds, NOT words” – Feitos, NÃO palavras

excelentes oportunidades de investimento e seguramente com maior margem de segurança. Dito isto, devemos acrescentar que o processo de investimento deve ser contínuo e consistente na procura de valor.

Da mesma forma que os investidores têm que lidar com ciclos negativos, em que os resultados das empresas se deterioram e as ações baratas se tornam ainda mais baratas, também têm que lidar com ciclos positivos, em que as pechinchas são raras e o capital para investir mais abundante.

Recentemente entrevistado na CNBC,

Warren Buffett afirmou que continuava a comprar ações, não porque espera que subam de imediato, mas porque acredita

com muito dinheiro para investir, prefere comprar ações de boas empresas, em vez de investir em produtos de taxa fixa, obrigações de longo prazo do governo americano ou terra agrícola.

Magazine” publicado sob o título “Warren Buffett: Why stocks beat gold and bonds”, explicou de forma simples porque são as ações o melhor investimento para proteger as poupanças da inflação.

Ao longo das últimas décadas, em

fazer. Ao longo de mais de cinco décadas como investidor, tem ganho, em média 20,2% ao ano. Esta é a razão que nos motiva a segui-lo: feitos, não palavras.

3. Como investir com os índices em máximos?

O facto de os mercados estarem em

significa que não existam oportunidades de investimento. Na verdade, quando investimos, não compramos um índice ou centenas de empresas. Devemos analisar profunda e individualmente as empresas e determinar o seu valor justo. Confrontado com a cotação de mercado, devemos exigir uma margem

desconto do valor. Geralmente, as empresas que

apresentam os resultados abaixo das expectativas e desapontam os investidores, que têm alterações de gestão, processos de reestruturação, redução do rating ou notas negativas de grandes bancos, são muitas vezes fontes de oportunidade para investir e obter boas rentabilidades. Os investidores em valor são bons a avaliar ações uma por uma, baseadas nos seus fundamentos económicos. Precisam apenas de 15 ou 20 boas empresas que estejam baratas.

O verdadeiro risco que os investidores enfrentam no mercado financeiro é não saberem o que estão a fazer.

MERCADOS

SEXTA-FEIRA, 15 DE MARÇO 2013 41

O verdadeiro risco é não saber o que se está a fazer

EMÍLIA O. VIEIRAPresidente do Conselho de Administração

Casa de Investimentos – Gestão de Patrimónios, SA

www.casadeinvestimentos.pt

Investimento

em valor

Atualmente, as taxas de dividendo são superiores às taxas de juro das obrigações de baixo risco de alguns países e de muitas empresas seguras. Grandes empresas mundiais têm, nos seus balanços, montantes em dinheiro em máximos históricos e apresentam dívida limitada

Perder dinheiro pode ser psicologicamente devastador. A ansiedade resultante do prejuízo financeiro causado pela recente perda ou pelo medo de perdas adicionais pode obstruir a nossa capacidade de tomar partido da próxima oportunidade que apareça

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JOÃO VERÍSSIMO LISBOAMÁRIO GOMES AUGUSTO

O indicador da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra/Vida Económica mantém uma tendência decres-cente no quarto trimestre de 2012, contrariando o ligeiro abrandamento do cenário re-cessivo que se tinha observado no terceiro trimestre de 2012.

A Figura 1 mostra a evolução deste indicador desde 1996 até ao 4º trimestre de 2012.

Da análise do gráfico pode-mos observar uma quebra no crescimento da economia a par-tir do ano 2001 que se prolon-ga até 2003 e a sua estagnação até 2008. A partir desta data tem-se verificado um decrésci-mo deste indicador.

Da análise comparativa en-

tre o 4º trimestre de 2012 e o trimestre anterior, podemos observar uma queda acentuada do indicador (-7,18%). Quan-do comparado com o trimes-tre homólogo do ano anterior, registamos um decréscimo de 17,45% (Quadro 1). Em qual-quer destas comparações é de notar um decréscimo acentua-do do indicador tanto em rela-ção ao trimestre anterior como em relação ao trimestre homó-logo. De notar que o decrés-cimo observado no indicador relativamente ao trimestre an-terior é dos mais elevados desde

que temos vindo a publicar esta análise.

Para este cenário recessivo continua a contribuir o au-mento da taxa de desemprego, a diminuição do PIB (-1,98%), a quebra nas vendas de cimen-to (o que reflete o acentuar da crise no setor da construção), a diminuição do investimento (-6,21%) e do indicador de sen-timento económico (-3,01%). Observa-se ainda pela primeira vez, desde que publicamos este indicador, uma contração das

exportações (-2,4%). Este com-portamento recessivo é apenas contrariado pelo crescimen-to ligeiro das vendas a retalho (+1,98%), reflexo da sazonali-dade inerente à época natalícia, e pelo acentuado crescimento das vendas dos veículos comer-ciais pesados (+13,65%).

O indicador da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra/Vida Económica (FEUC/VE) é construído com base na opinião de oito econo-mistas de reconhecido prestígio e nas estatísticas definitivas dis-ponibilizadas no início da se-mana pelo INE/Banco Portugal (Produto Interno Bruto, taxa de desemprego, índice de pre-ços no consumidor, exportação de bens e serviços, indicador de sentimento económico, vendas a retalho, vendas de viaturas comerciais pesadas, vendas de cimento e investimento).

Lucros da Cofina caem 17%A Cofina obteve um resultado líquido de quatro milhões de euros, no ano passado, o que se traduziu numa quebra de 17%. As receitas operacionais desceram 11%, para cerca de 113,3 milhões de euros. “As medidas de controlo e racionalização de custos que têm sido adotadas permitiram continuar a acomodar, ao nível do EBITDA, uma parte muito significativa das quedas registadas nas rubricas de receitas”, refere a empresa.

Inapa ganha prémio Best Corporate GovernanceA Inapa foi considerada pela revista “World Finance” a melhor empresa em Portugal no domínio da governação corporativa pelo terceiro ano consecutivo. “Este é um dos mais importantes reconhecimentos do esforço que a gestão da Inapa tem feito no sentido de defender os interesses dos seus acionistas”, explica José Morgado, presidente-executivo do grupo Inapa.

MERCADOS

42 SEXTA-FEIRA, 15 DE MARÇO 2013

AQUILES [email protected]

Os portugueses revelam igno-rância sobre os seguros automó-veis que contratam, de acordo com os dados do estudo a GfK desenvolvido para a Seguro Di-recto com o objetivo de carac-terizar a relação dos portugueses com o seguro automóvel. A aná-lise indica que apenas 39% dos condutores portugueses de auto-móveis afirmam ler a informação enviada pela sua seguradora, 66% não sabem o que é o prémio de seguro e só 38% sabem a quem recorrer em caso de acidente se o outro condutor não tiver seguro (ver mais pormenores na caixa).

Sandra Moás, diretora-coor-denadora da Seguro Directo, considera que “estes dados vêm confirmar aquilo” que a empresa constata diariamente. “Por um lado, verifica-se ainda um des-conhecimento significativo dos portugueses relativamente ao setor segurador, o que dificulta o relacionamento dos segurados com as seguradoras, que veem os seguros como algo standard e sem grandes diferenciações”, explica Sandra Moás.

Sandra Moás, diretora-coordenadora da Seguro Directo, considera que “estes dados stata diariamente.

ESTUDO DA GFK PARA A SEGURO DIRECTO INDICA

Portugueses revelam desconhecimento so automóvel

Não sabem a quem recorrer em caso de acidente com carro sem seguro

Quando questionados sobre a quem recorrer no caso de ter um acidente e do outro condutor circular sem seguro automóvel, verifica-se um claro desconhecimento da proteção do Instituto de Seguros de Portugal (ISP). Apenas 38% refere que recorreria ao ISP, enquanto 14% afirmam que contactariam a Direção-Geral de Viação, 11% a Associação Portuguesa de Seguradoras e 4% o Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres. De salientar que 33% dos entrevistados não sabem ou não respondem a esta questão.Apenas 39% dizem ler sempre a informação enviada pela sua companhia de seguros, 31% afirmam ler às vezes e 30% nunca leem. Dos que revelam ler, sempre ou às vezes, a maioria diz esclarecer o que não entende com a sua seguradora.Além disso, só 44% dos entrevistados sabem que “prémio” de seguro significa o preço pago pelo seguro. Para 38%, “prémio” é o valor pago pela seguradora na ausência de sinistros e para 13% é o valor pago pela seguradora em caso de sinistro.Apesar de a maioria (60%) saber que o “tomador do seguro” é o titular da apólice, 25% diz ser o

condutor e 6% a companhia de seguros. Nas classes sociais D e E, assim como na faixa etária entre os 18 e os 24 anos, este desconhecimento é mais acentuado.Para 22% dos inquiridos o termo “franquia” é o valor a cargo da seguradora em caso de danos e não o valor a cargo do segurado. Ainda que a maioria saiba o que é uma “participação” (81%), apenas 66% sabem ter oito dias para a fazer, 10% dos entrevistados referem um limite de 15 dias e 11% de 30 dias.Quando questionados sobre o que mais valorizam num seguro automóvel, 41% referem o preço, 35% a qualidade e 14% a rapidez. Para os inquiridos entre os 35 e os 44 anos o preço é mesmo o item que mais importância tem. Já para os entrevistados com mais de 65 anos a qualidade é o fator mais valorizado.A maioria dos entrevistados, 53%, afirma renegociar o seu seguro automóvel. Destes, 67% fazem-no anualmente e 17% de dois em dois anos. Dos que indicam fazer a renegociação anual, 79% pertence à classe C e tem entre os 25 e os 34 anos.

INDICADOR FEUC/VE REVELA

Recessão está a agravar-se

Figura 1: Evolução da situação económica por trimestres

(1/01/1996 — 31/12/2012)

Indicador de conjuntura

0

10

20

30

40

50

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70

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90

100

trimestres2001 2003 2008 4º trim. 2011 4º trim. 2012

Quadro 1: Análise comparativa

Valor do indicador Variação (%)

4º trimestre de 2012

2º trimestre de 2012

Trimestre homólogo do ano anterior

Em relação ao trimestre

anterior

Em relação ao trimestre homólogo do ano anterior

40,60 43,74 49,18 -7,18 -17,45

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“É essencial continuar a desmistificar o ‘segurês’”

Para Sandra Moás, “é essen-cial continuar a apostar na sim-plificação da linguagem e nos próprios conteúdos das mensa-gens, desmistificando o ‘segurês’ e construindo novos modelos de relacionamento” com os clientes. “Por outro lado, verificamos que o binómio qualidade/preço é dos aspetos mais valorizados pelos clientes, pelo que também aqui vamos continuar com a nossa po-lítica”, acrescenta a mesma fonte.

Contactada pela “Vida Econó-mica”, a diretora-coordenadora da Seguro Directo acredita que tanto o setor como a empresa por que é responsável estão já a dar resposta à falta de conhecimento constata-da pelo estudo. “Relativamente ao mercado segurador, temos assisti-do a uma preocupação por parte do ISP no sentido de aumentar a literacia dos portugueses neste se-

tor, através de deliberações especí-ficas que visem a transparência, ou mais recentemente, através de ini-ciativas de cariz pedagógico, como é o caso do seu envolvimento no projeto Todos Contam, desenvol-vido em parceria com o Banco de Portugal e CMVM. Este tipo de iniciativas é de louvar e devem continuar a ser uma aposta e alvo do envolvimento de todo o merca-do”, refere.

No que se refere à Seguro Di-recto, Sandra Moás salienta a op-ção da seguradora direta do grupo AXA “por uma estratégia de clare-za e objetividade” na comunica-ção para tornar o seguro automó-vel mais fácil para o cliente. “Essa estratégia é notória na publicida-de em TV, rádio e internet e na própria comunicação direta com o cliente – cuja linguagem é revis-ta periodicamente, assim como os guiões dos nossos agentes do con-tact center – sempre com o obje-tivo de desconstruir os conceitos técnicos em linguagem acessível. Ainda assim, esta é uma preo-cupação premente por parte da Seguro Directo, razão pela qual pedimos este estudo, que natu-ralmente terá seguimento através de um grupo de trabalho específi-co. Adicionalmente, já tínhamos incluído como objetivo para este ano algumas iniciativas sobre este tema e que esperamos ajudem a melhorar estes resultados de for-ma significativa”, explica a nossa fonte.

MARC [email protected]

A criação do Código de Gover-no das Sociedades do Instituto Português de Corporate Gover-nance (IPCG) pretende oferecer às empresas emitentes, cotadas ou não em bolsa, uma alternati-va ao código de governo proposto pela CMVM. Este código preten-de constituir, antes de mais, um “instrumento de promoção de boas práticas de governo socie-tário, correspondendo ao apelo de empresas nacionais e de uma vasta comunidade de interessados nas matérias de corporate gover-nance”, como disposto no seu preâmbulo.

Em entrevista à “Vida Econó-mica”, o diretor-geral do IPCG, Manuel Agria, referiu que aquilo que “a CMVM fez foi preencher um vazio do nosso enquadramen-to”, uma vez que não existia, até agora, um código de boas práticas “emanado da sociedade civil” dis-ponível para as empresas.

Assim, “o Código de Governo das Sociedades inscreve-se no âm-bito da chamada ‘soft law’, asso-ciada a um certo voluntarismo”. Ou seja, trata-se de “um regula-mento, mas não há instrumentos para ‘enforcement’” do disposto.

Manuel Agria recorda que o instituto tomou a iniciativa de desenvolver este código, com uma primeira tentativa “em 2009 que não teve sucesso” e que “foi agora concluída com a aprovação deste código”. Assim, prossegue, “o expectável é que agora, dentro de um prazo razoável, a CMVM deixe cair o seu código”.

Apesar de “não se circunscrever a aplicação do Código a um con-junto determinado de sociedades, os seus destinatários naturais são as sociedades abertas, particular-mente as emitentes de ações ad-mitidas à negociação em mercado regulamentado, obrigadas, através de Regulamento da CMVM, a adoptarem um código de governo das sociedades”, pode ainda ler-se na introdução do documento.

Auto-regulação não significa menos regulação

O propósito do código de Go-verno das Sociedades é “valori-zar a auto-regulação”, entendida como a “capacidade das empresas em adaptarem o código à sua di-

mensão e realidade”, explica Ma-nuel Agria.

A filosofia subjacente ao enun-ciado no código é a de ‘comply and explain’, ou seja, “se a empre-sa cumpre ou não cumpre, tem o mesmo valor, desde que devida-mente explicado”, bem como “a alternativa que a empresa encon-trou para se adaptar à sua própria realidade”.

Este responsável frisa que “au-to-regulação não significa menos regulação, pois não é um sistema frouxo”. “O nosso código não dá total liberdade, pois tem um con-junto de princípios e recomen-dações que as empresas devem seguir”, resume.

E dá um exemplo: “A CMVM diz que um quarto dos adminis-tradores não executivos deve ser independente; o nosso dá liber-dade às empresas nessa escolha, até porque estas podem ter 16 administradores não-executivos ou apenas dois, ou seja, deixamos que as empresas adequem o dis-posto à sua realidade”.

Manuel Agria ressalva que Por-tugal tem 47 empresas cotadas, mas “com uma heterogeneidade muito vasta”. Assim, esta auto-

-regulação “aplica-se nas áreas emque as empresas criam o seu mo-delo de governo em função da sua realidade” e, salienta, “sem preju-ízo da heterofiscalização”, ou seja,a fiscalização a cargo da entidade reguladora.

Questionado se a adopção deste código poderá levantar eventuais conflitos com a entidade regu-ladora, Manuel Agria sublinha que, caso existam, “a CMVM serájuiz em causa própria”. Certo é que não são ainda conhecidas asempresas que pretendem aderir a este instrumento, uma vez que “a aprovação do código é recente” e o IPCG está ainda “em fase de contratualização” com as empre-sas.

No final, o IPCG pretende com o Código do Governo das Sociedades “uma gestão mais transparente em benefício dosacionistas das empresas emiten-tes”. Também a responsabilidade corporativa surge como um dos capítulos do governo societário, pois “nenhum governo societá-rio pode esquecer os três pilares– social, económico e ambiental - da responsabilidade corporati-va”.

MANUEL AGRIA (INSTITUTO PORTUGUÊS DE CORPORATE GOVERNANCE), EXPLICA

Código de Governo das Sociedades é alternativa da sociedade civil ao regulamento da CMVM

Nos últimos cinco anos, o valor de capitais angolanos investidos em Portugal aumentou de 6,3 para 114 milhões de euros.

Apenas 39% dos portugueses leem a informação enviada pela sua seguradora, 66% não sabem o que é o prémio de seguro e só 38% sabem a quem recorrer em caso de acidente se o outro condutor não tiver seguro

MERCADOS

SEXTA-FEIRA, 15 DE MARÇO 2013 43

União bancária pode evitar fragmentação do mercado financeiroO Banco Central Europeu considera que a união bancária prevista para a Zona Euro poderá repre-sentar uma solução de longo prazo para evitar a fragmentação do mercado financeiro. O BCE admite que essa fragmentação está a “perturbar seriamente” a sua política monetária. O que acontece, neste momento, é que o crédito está muito difícil ou excessivamente caro em algumas partes da Zona Euro.

Moody´s admite que prolongamento de prazos é positivoA Moody´s assume que o prolongamento do prazo dos empréstimos de assistência financeira a Portugal e à Irlanda vai reforçar a possibilidade de acesso aos mercados e facilitar o sucesso dos resgates. O acordo alcançado terá como consequência um aumento da confiança dos investido-res e um desenvolvimento económico mais consistente. Ou seja, desta vez a agência de rating dá uma perspetiva positiva dos dois países, ao contrário do que sucedeu num passado recente.

vêm confirmar aquilo” que a empresa con-

bre seguro

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O Crédito Agrícola lançou um conjunto de soluções de poupança a pensar nos jovens entre os 18 e os 30 anos. São quatro opções em que o cliente pode investir a partir de 25 euros e os reforços são opcionais. Flexibilidade é a palavra de ordem e a remuneração, em alguns casos, premeia a permanência anual.

MARTA ARAÚ[email protected]

“Entra na onda e começa a poupar”As contas Poupança Futuro, Poupança

Geração Jovem e Poupança CA Aforro são os produtos propostos pelo Crédito Agrícola nesta campanha que está disponível até ao dia 5 de abril. Sem risco, com montantes míni-mos de abertura que variam entre os 25 euros e os 250 euros, existem opções com reforços opcionais mínimos de 10 euros ou obriga-tórios de 25 euros por mês. Mas vamos por partes, e analisar um por um.

A Poupança Futuro consiste, como o pró-prio nome indica, numa conta poupança a um ano, renovável automaticamente por igual pe-ríodo de tempo e com capitalização de juros. O produto pode ser subscrito com 25 euros e permite reforços, pontuais ou programados, sempre que o cliente desejar, com um montan-te mínimo de 10 euros. De salientar que esta conta oferece prémios de permanência anuais de 0,2%, a incidir sobre a taxa de juro base em vigor a cada renovação, podendo alcançar uma bonificação máxima de 1% (TANB), desde que seja feito, pelo menos, um reforço por pe-ríodo e não existam levantamentos.

Já a Poupança Geração Jovem é composta por uma conta poupança a seis meses ou um ano, renovável automaticamente por igual período de tempo e com capitalização opcio-nal de juros. Esta solução pode ser subscrita com 25 euros e permite reforços, pontuais ou programados, se o cliente desejar, com um montante mínimo de 10 euros. É uma conta

remunerada por escalões de saldo, cuja TANB varia entre os 0,6% e os 0,95% dependendo do valor investido e do prazo contratualizado, e admite levantamentos totais ou parciais em qualquer altura.

“O Crédito Agrícola é o spot perfeito para poupar”

No que diz respeito à Poupança CA Afor-ro, trata-se de uma conta poupança a um ano, renovável automaticamente por igual período de tempo, com pagamento de ju-ros semestral e capitalização opcional. Pode ser constituída com 250 euros, sendo que o

cliente deverá efetuar reforços mensais de, pelo menos, 25 euros. Por fim, o Depósito a Prazo Normal são contas de curto prazo sem risco, cujas entregas e mobilizações de fundos (sem penalização) só são possíveis na data do seu vencimento. Estas contas permitem os seguintes prazos: 30, 60, 90, 120, 181, 270, 365, 455, 545, 635, 730 ou 731 dias. Podem ser constituídas com 250 euros e se o cliente optar pela renovação automática da conta, esta permite reforços na data do vencimento com um depósito mínimo de 250 euros. O subscritor pode escolher se prefere capitalizar ou não os juros.

CMVM coloca para consulta pública projetos regulamentaresA Comissão do Mercado de Valores Mobiliário submeteu a consulta pública um projeto de regula-mento sobre o governo das sociedades cotadas – que revoga o regulamento da CMVM nº 1/2010) e um projeto de alteração ao código do governo das sociedades. Os documentos em consulta são o anteprojeto de regulamento sobre o governo das sociedades cotadas, o anexo ao referido antepro-jeto, o anteprojeto do código do governo das sociedades e ainda o relatório de análise de impacto do regime regulamentar e recomendatório do governo das sociedades cotadas.

SOFID e Ricardo & Barbosa com primeira operação no MéxicoA SOFID – Sociedade para o Financiamento do Desenvolvimento assinou com a Ricardo & Barbosa (empresa de produção de peças de precisai) um contrato de financiamento de um projeto de investimento no México. O projeto apresentado à SOFID tem como principal objetivo a produção para aquele mercado, abrindo a possibilidade futura de alargamento da “atuação à totalidade do continente americano”.

O Espírito Santo Euro Bond foi premiado pela Lipper, uma empresa Thomson Reu-ters, pelo segundo ano consecutivo, como o melhor fundo de obrigações de taxa fixa da Europa, na categoria Bond Euro. O prémio reconhece “a consistência da performance do fundo Espírito Santo Euro Bond nos prazos de três, cinco e 10 anos”, segundo o banco.

De acordo com o gestor do fundo da Esaf, Vasco Teles, “este prémio é fruto de uma

estratégia de gestão dinâmica, que procura identificar a todo o momento oportunidades de investimento, o que foi crítico em perío-dos-chave da crise de dívida pública nestes últimos anos”.

O Espírito Santo Euro Bond é um fundo de obrigações de taxa fixa Euro, que investe em divida pública europeia, denominada em euros.

Vasco Teles, gestor da ESAF especializado

em dívida pública, com mais de 14 anos de experiência, este ano também já foi premiado por outras entidades especializadas. De referir que o Espírito Santo Euro Bond obteve tam-bém os prémios “Lipper Spain 2013” como

melhor fundo de taxa fixa euro a três, cinco e 10 anos. A Esaf gere os fundos de investimen-to do grupo BES e registou no final de 2012 um volume total de ativos sob gestão de 15,8 mil milhões de euros.

Espírito Santo Euro Bond é o melhor fundo de obrigações de taxa fixa euro

A NOSSA ANÁLISE

Crédito Agrícola aposta em poupanças para jovens entre os 18 e os 30 anos

CONSELHOS

MERCADOS

44 SEXTA-FEIRA, 15 DE MARÇO 2013

YTD 2012 2011 2010 2009 2008

Rendibilidade 4,92% 32,8% 8,4% 52% 4,0% 10,6%

Fonte: ESAF, dados a 01/03/2013. Rendibilidades passadas não garantem rendibilidades futuras.

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Fixing13.mar.13

Variação semanal (%)

Variação no mês (%)

Desde 1 jan. (%)

EUR/USD 1.2981 -0.22% -3.06% -1.61%

EUR/JPY 124.59 1.46% -0.42% 9.66%

EUR/GBP 0.8678 0.32% 1.68% 6.34%

EUR/CHF 1.2319 0.01% 0.20% 2.05%

EUR/NOK 7.4430 0.36% 0.86% 1.29%

EUR/SEK 8.2931 -0.01% -3.29% -3.37%

EUR/DKK 7.4570 0.03% -0.06% -0.05%

EUR/PLN 4.1385 -0.31% -0.37% 1.58%

EUR/AUD 1.2573 -0.88% -3.50% -1.09%

EUR/NZD 1.5730 0.17% -2.18% -1.96%

EUR/CAD 1.3304 -0.88% -1.41% 1.27%

EUR/ZAR 11.9595 0.21% 0.21% 7.04%

EUR/BRL 2.5440 -0.67% -3.74% -5.90%

Euro/Gbp em mínimos do ano

PSI-20 - ANÁLISE DE LONGO PRAZO

O índice nacional afastou-se progressivamente do limite superior do canal ascendente de médio prazo, tendo na semana passada recuado até aos 6000 pontos. No entanto, o PSI-20 ressaltou com força do limite inferior do canal, mantendo-se a tendência ascendente. Os 5788 pontos são o suporte relevante mais próximo. Em caso de quebra a tendência de alta registada desde meados de Julho será invalidada e um recuo até os 5558 pontos será possível.

DAX 30 - ANÁLISE DE LONGO PRAZO

O DAX mantém a forte tendência de alta observada desde finais de 2012, tendo esta semana registado máximos de Dezembro de 2007. Este evento sinaliza a continuação do forte momentum ascendente do índice e afasta, para já, um recuo até à linha ascendente de curto prazo nos 7600 pontos. Caso estes valores sejam quebrados, os 6900 pontos serão o próximo suporte, pondo em risco a linha de tendência ascendente observada desde o terceiro trimestre de 2011.

A recente acalmia nos mercados europeus está longe de indicar um fim da crise na zona euro. Os países enfrentam dificuldades em termos económicos em resposta às medidas de austeridade em aplicação, principalmente nos países do Sul. Na semana passada, o BCE discutiu um corte nas taxas de juro, mas decidiu mantê-las inalteradas tendo em conta a expectativa de melhoria no crescimento na segunda metade do ano. Os depósitos diários no BCE continuam a cair, estando agora perto de 131 mil milhões de euros, já bem distantes dos 600 mil milhões que se observavam em 2012. As taxas Euribor mantêm-se sem alterações importantes, sobretudo após o BCE dar a entender que não alterará a taxa de referência nos tempos mais próximos e que estabilizou o ritmo das amortizações antecipadas de financiamentos concedidos pelo banco central. O presidente do BCE indicou que a possibilidade de o banco colocar os depósitos com margens negativas está afastada por agora, pois poderia levar a graves e inesperadas consequências. A liquidez “em

excesso” no sistema bancário da zona euro é de 383 mil milhões de euros, está perto do menor valor desde que começou o programa de empréstimo a 3 anos por parte do BCE, mas persiste elevada.A Alemanha não escapou totalmente à crise da zona euro, mas o crescimento pode “engrenar” ainda este ano. A economia alemã expandiu fortemente nos dois primeiros anos da crise, mas recuou 0,6% no último trimestre de 2012. Mesmo assim, deverá escapar a uma recessão. O crescimento da Alemanha é crucial para “puxar” por toda a zona euro. O governo alemão pretende reduzir as necessidades líquidas de financiamento para J 6,4 mil milhões em 2014, o que, a verificar-se, significará o menor endividamento anual dos últimos 40 anos(!). Para 2015, o objetivo será não emitir dívida em termos líquidos e para 2016 de abater J 5 mil milhões ao “stock” de dívida acumulada. De realçar que dos J 6,4 mil milhões previstos para 2014, J 4,25 mil milhões são para a construção do mecanismo ESM.

Irlanda anunciou esta semana uma emissão de dívida a 10 anos. Esta foi a primeira nova emissão nessa maturidade desde que o país recorreu à ajuda da “troika”, uma vez que a ida ao mercado em janeiro se fez através do reforço de uma emissão já existente. O facto de no mercado secundário as obrigações deste país estarem já a pagar menos que as de Espanha e Itália terá ajudado à decisão. Itália colocou esta semana sem dificuldades, embora pagando um pouco mais que em fevereiro, obrigações a 3 e 15 anos. Tendo em conta a crise política que o país atravessa, e a recente baixa do “rating” pela Fitch, percebe-se que os investidores não estão particularmente sensíveis a más notícias. Parecem estar criadas condições para Portugal sair com uma emissão a 10 anos em breve. Tendo em conta a instabilidade política e social que se vive nalguns países europeus, as actuais condições poderão não se manter durante muito mais tempo...

ANÁLISE PRODUZIDA A 13 DE MARÇO DE 2013

Alemanha pretende reduzir “stock” de dívida pública

MERCADO MONETÁRIOINTERBANCÁRIO

FILIPE [email protected]

YIELD 10 ANOS PORTUGAL

Eur/Usd A quebra da linha de tendên-

cia ascendente abriu espaço para mais quedas no Eur/Usd. Esta semana o câmbio desceu até no-vos mínimos do ano, cotando em valores abaixo dos 1,30 dólares. Neste momento o câmbio “ame-aça” mais quedas, com a figura do tipo “head and shoulders”, que actualmente se está a formar, a sugerir objetivos técnicos na zona 1,20-1,23. No entanto, es-tes são ainda valores distantes do cenário actual.

Eur/JpyO Eur/Jpy quebrou no final

de fevereiro a linha de suporte ascendente que se registava desde novembro, recuando para míni-mos de um mês. No entanto, este

foi um recuo temporário, tendo nas duas últimas semanas sido anulado. O câmbio subiu esta semana para valores não muito distantes dos máximos de quase 3 anos, podendo nas próximas semanas ultrapassar estes níveis.

Eur/GbpDepois de há duas semanas o

Eur/Gbp ter registado novos má-ximos de 16 meses, subindo para valores acima das 0,88 libras, esta semana o câmbio fez uma tentativa para subir para valores acima destes níveis. Apesar de esta, ainda, não ter tido sucesso, uma visita a valores mais altos e talvez às 0,9 libras não deve ser posta de lado, pois o momentum ascendente do câmbio está ainda presente.

EVOLUÇÃO EURIBOR (EM BASIS POINTS)13.março13 31.outubro12 10.outubro12

1M 0.118% 0.118% inalterada 0.000 0.121% -0.003

3M 0.203% 0.200% 0.003 0.226% -0.023

1Y 0.542% 0.540% 0.002 0.602% -0.060

TAXAS EURIBOR E REFI BCE

CONDIÇÕES DOS BANCOS CENTRAIS Minium Bid* 0,75%BCE Lending Facility* 1,50% Deposity Facility* 0,00%

*desde 5 de julho 2012

EUA FED Funds 0,25%R.Unido Repo BoE 0,50%Brasil Taxa Selic 7,25%Japão Repo BoJ 0,10%

EUR/USD

CARLOS BALULA [email protected]

FUTUROS EURIBORData 3 Meses Implícita

April 13 0.210%May 13 0.210%June 13 0.215%

September 13 0.225%December 14 0.495%

June 16 1.035%

EURO FRA’SForward Rate Agreements

Tipo* Bid Ask1X4 0.204 0.2143X6 0.210 0.2201X7 0.308 0.3583X9 0.318 0.368

6X12 0.350 0.39012X24 0.690 0.730

*1x4 - Período termina a 4 Meses, com início a 1M

EURO IRSInterestSwapsvs Euribor 6M

Prazo Bid Ask2Y 0.416 0.4463Y 0.532 0.5825Y 0.895 0.9158Y 1.439 1.459

10Y 1.727 1.747

Obrigações 5Y 10Y 4.64 5.93

3.48 4.750.96 2.100.45 1.473.38 4.660.83 1.960.89 2.050.13 0.63

Fontes: Reuters e IMF

SEXTA-FEIRA, 15 DE MARÇO 2013 45

MERCADOS

4.420

5.160

5.5585.788

6.2006.350 Pric e

EUR

4.500

5.000

5.500

6.000

16 23 30 06 13 20 27 04 11 18 25 01 08 15 22 29 05 12 19 26 04 11 18 25 01 08 15 22 29 06 13 20 27 03 10 17 24 01 08 15 22 29 05 12 19 26 02 09 16 23 30 07 14 21 28 04 11 18 25 02 09 16 23 30 06 13 20 27 03 10 17 24 03 10 17 24 31 07 14

Q4 2011 Q1 2012 Q2 2012 Q3 2012 Q4 2012 Q1 2013

5.900

5.000

8.115 Price

EUR

4.000

5.000

6.000

7.000

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

2000 2010

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Novos máximos são positivos ... estatisticamente

Os mercados, na sua maioria, continuam a demonstrar bastante força, nomeadamente os americanos.

Com alguns dos índices já muito próximos de máximos absolutos, começam a proliferar opiniões de que, pelo facto, de estarmos próximo de níveis que no passado foram um topo nos mercados, esse facto por si só, acaba por ser negativo. Mas será mesmo assim?

Estas opiniões usam exemplos como 1987, 2000 ou 2007 para validarem o seu ponto de vista, de que quando o mercado faz um novo máximo absoluto estes apresentam uma performance negativa posteriormente. Tal é uma falácia, dado que um grande factor dessa perspectiva se baseia na validação após o acontecimento, o que facilita exponencialmente a verificação destes casos extremos. Sem dúvida alguma que um topo nos mercados vai sempre coincidir com um novo máximo absoluto, contudo o contrário não se verifica. Nem sempre um novo máximo absoluto coincide com um topo nos mercados. Na verdade, diria que esta última afirmação tem mais validade que a primeira.

Ora, o que estas opiniões falham em demonstra, é que no espaço existente entre os exemplos apresentados existiram centenas de pontos que constituíram também novos máximos absolutos quando foram pela primeira vez alcançados. Por exemplo, no grande “Bull Market” da década de 90, e segundo os dados de que disponho, entre 1989 e o ano 2000 temos mais de 300 observações diárias que constituiram novos máximos absolutos naquela data. Para ser mais preciso, 326 observações. Foram estas observações um factor negativo para o mercado? A avaliar pela performance da década de 90, a conclusão a apresentar seria de que não.

Um mercado que apresente força é indício de que continua a haver interesse comprador que sustente os preços, logo, qual o motivo para o contrariarmos? Novos máximos são sempre factores positivos, mais ainda se estivermos a falar de máximos absolutos. Se pensarmos que, quando um mercado faz novos máximos, indica precisamente que a nossa “opinião” – que neste caso seria dado com a nossa posição efectiva no mercado – está correcta e que o mercado estáefectivamente a fazer aquilo que pretendíamos desde o início. Se expandirmos esta lógica para máximos absolutos, temos que compreender qual o impacto deste factor: não existem detentores de posições insatisfeitos, a não ser que estejamos a falar de short-sellers, e esses representam uma garantia de compradores no futuro, dado que estes para fecharem as suas posições precisam de comprar de volta o activo.

As notícias que têm vindo a proliferar do estado da economia global, as crises financeiras, políticas, ‘fiscal cliffs’, entre outras, acabam por ter pouca relevância.

A verdade é que, como diz o velho adágio, “Bull Markets climb walls of worry”, o que, numa tradução muito literal significa que mercados “bullish” sobem paredes de preocupações, dando uma ilusão de que o sentimento geral durante mercados ascendentes é o de cepticismo.

E, de facto, o actual “Bull Market” é provavelmente um dos que mais se têm caracterizado por ser dos menos participativos por parte dos investidores, como atentam os volumes médios nos últimos quatro anos.

Se este novo máximo absoluto constituirá um topo? Não o saberemos. Somente após o acontecimento, contudo, estatisticamente sabemos que um novo máximo não é por si só um factor negativo.

POR INDICAÇÃO DO AUTOR, ESTE ARTIGO NÃO SEGUE AINDA O NOVO ACOR-DO ORTOGRÁFICO

SALVADOR NOBRE DA VEIGAXTB

REN apresentou lucros de 123,9 milhões em 2012A REN - Redes Elétricas Nacionais viu os seus lucros crescerem 2,7% em 2012, face ao ano anterior, para 123,9 milhões de euros. O EBITDA ascendeu a 514,6 milhões de euros, um crescimento de 8,9% em relação a 2011, que reflete o aumento das receitas com a base de ativos regulada, que cresceu 6,1%, para 3,38 mil milhões de euros, à boleia da exploração de novas infraestruturas na eletricidade e do fim das obras no terminal de Sines.

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Malparado continua a bater recordes históricosAs famílias portuguesas têm cada vez mais dificuldades em cumprirem as suas obrigações jun-to da banca. Entre dezembro e janeiro, o malparado voltou a bater recordes históricos. O cré-dito de cobrança duvidosa atingiu 5 138 milhões de euros, o que significa que se verificou um agravamento de 35 milhões de euros. Em janeiro do ano passado, o malparado cifrava-se em cerca de 4 777 milhões de euros.

PAINEL BANCO POPULARTÍTULOS EURONEXT LISBOA

PAINEL BANCO POPULARTÍTULOS MERCADOS EUROPEUS

Este relatório foi elaborado pelo Centro de Corretagem do Banco Popular, telf 210071800, email: [email protected], com base em informação disponível ao público e considerada fidedigna, no entanto, a sua exatidão não é totalmente garantida. Este relatório é apenas para informação, não constituindo qualquer proposta de compra ou venda em qualquer dos títulos mencionados.

Título Última Cotação

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Máximo 52 Sem

Mínimo 52 Sem

EPS Est Act

EPS Est Fut

PER Est Act

PER Est Fut

Div. Yield Ind

Div. Yield Est

Data Atl Hora Atl

B.POPULAR 0,676 1,65% 1,693 0,528 0,022 0,084 30,727 8,048 -- 1,04% 13-03-2013 16:38:00

INDITEX 105,65 -0,42% 111,800 63,970 4,307 4,837 24,530 21,842 1,80% 2,45% 13-03-2013 16:38:00

REPSOL YPF 16,97 0,41% 20,465 10,900 1,649 1,723 10,291 9,849 5,73% 5,44% 13-03-2013 16:38:00

TELEFONICA 11,06 4,19% 12,793 7,900 1,145 1,205 9,659 9,178 -- 6,65% 13-03-2013 16:38:00

FRA. TELECOM 7,945 4,09% 11,720 7,203 1,100 1,069 7,223 7,432 9,82% 9,79% 13-03-2013 16:38:14

LVMH 136,05 1,34% 143,400 111,000 7,596 8,512 17,911 15,983 2,13% 2,41% 13-03-2013 16:36:30

BAYER AG O.N. 77,2 -1,32% 79,480 47,625 5,902 6,486 13,070 11,893 2,46% 2,66% 13-03-2013 16:35:06

DEUTSCHE BK 33,75 -0,69% 39,510 22,110 4,035 5,124 8,380 6,599 2,22% 2,28% 13-03-2013 16:35:24

DT. TELEKOM 8,36 0,97% 10,060 7,688 0,707 0,731 11,832 11,443 8,39% 6,39% 13-03-2013 16:35:27

VOLKSWAGEN 159,55 0,66% 175,650 108,500 22,544 25,634 7,070 6,218 2,20% 2,80% 13-03-2013 16:35:24

ING GROEP 6,39 1,25% 7,905 4,440 0,975 1,090 6,554 5,862 -- 0,27% 13-03-2013 16:39:23

Título Última Cotação

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Máximo 52 Sem

Mínimo 52 Sem

EPS Est Act

EPS Est Fut

PER Est Act

PER Est Fut

Div. Yield IndDiv. Yield Est Data Atl Hora Atl

ALTRI SGPS 1,914 4,36% 1,950 0,945 0,210 0,153 9,114 12,510 1,04% 0,52% 13-03-2013 16:35:00

B. COM. PORT. 0,109 1,87% 0,120 0,047 -0,015 0,004 -- 27,250 -- 0,00% 13-03-2013 16:35:00

B.ESP. SANTO 0,966 5,69% 1,190 0,434 0,041 0,098 23,561 9,857 -- 0,52% 13-03-2013 16:35:18

BANIF-SGPS 0,132 -1,49% 0,170 0,118 -- -- -- -- -- -- 13-03-2013 16:11:55

B. POP. ESP. 0,670 1,52% 1,663 0,520 0,022 0,084 30,455 7,976 -- 0,00% 13-03-2013 11:56:13

BANCO BPI 1,159 -1,36% 1,380 0,338 0,067 0,098 17,299 11,827 -- 0,26% 13-03-2013 16:35:00

BRISA 2,180 0,46% 2,785 1,620 0,109 0,097 20,000 22,474 -- 12,84% 13-03-2013 16:35:00

COFINA,SGPS 0,543 2,45% 0,730 0,300 0,050 0,045 10,860 12,067 1,84% 1,84% 13-03-2013 16:36:02

CORT. AMORIM 2,050 -0,97% 2,090 1,194 0,250 0,250 8,200 8,200 3,17% 4,39% 13-03-2013 14:26:53

CIMPOR,SGPS 3,410 0,29% 5,700 2,930 0,370 0,430 9,216 7,930 4,87% 5,87% 13-03-2013 16:35:00

EDP 2,360 1,86% 2,446 1,628 0,260 0,282 9,077 8,369 7,84% 7,80% 13-03-2013 16:37:42

MOTA ENGIL 1,884 -3,53% 2,400 0,951 0,185 0,230 10,184 8,191 5,84% 5,84% 13-03-2013 16:35:00

GALP ENERGIA 11,995 0,46% 13,730 8,330 0,491 0,564 24,430 21,268 2,67% 2,28% 13-03-2013 16:35:00

IMPRESA,SGPS 0,430 0,00% 0,540 0,260 0,013 0,033 33,077 13,030 -- 0,00% 13-03-2013 12:02:00

J. MARTINS 15,495 1,77% 16,660 11,071 0,723 0,841 21,432 18,424 1,90% 2,43% 13-03-2013 16:35:00

MARTIFER 0,670 4,69% 0,990 0,500 0,020 0,020 33,500 33,500 -- -- 13-03-2013 16:35:00

NOVABASE 2,980 0,68% 3,080 1,660 0,233 0,300 12,790 9,933 1,01% 2,69% 13-03-2013 16:35:00

GLINTT 0,200 5,26% 0,210 0,090 -- -- -- -- -- -- 13-03-2013 16:35:00

P. TELECOM 4,008 3,73% 4,462 3,003 0,344 0,396 11,651 10,121 8,11% 8,23% 13-03-2013 16:35:00

PORTUCEL 2,740 -0,87% 2,915 1,680 0,260 0,260 10,538 10,538 8,07% 6,50% 13-03-2013 16:35:00

REDES E. NAC. 2,227 -1,46% 2,389 1,800 0,250 0,257 8,908 8,665 7,63% 7,45% 13-03-2013 16:35:00

S. COSTA 0,220 0,00% 0,330 0,120 -0,120 0,030 -- 7,333 -- -- 13-03-2013 16:21:53

SEMAPA 6,799 2,53% 7,410 4,602 0,970 0,980 7,009 6,938 3,75% 3,80% 13-03-2013 16:35:00

SONAECOM 1,578 3,34% 1,800 1,042 0,151 0,162 10,450 9,741 4,44% 3,74% 13-03-2013 16:35:00

SONAE,SGPS 0,698 0,14% 0,759 0,366 0,049 0,065 14,245 10,738 4,74% 4,59% 13-03-2013 16:35:00

SONAE IND. 0,596 1,19% 0,685 0,384 -0,145 -0,060 -- -- -- 23,49% 13-03-2013 16:29:48

SAG GEST 0,300 -3,23% 0,480 0,270 -0,080 -0,050 -- -- -- -- 13-03-2013 16:35:00

TEIX. DUARTE 0,500 -5,66% 0,610 0,190 -- 0,020 -- 25,000 -- -- 13-03-2013 11:48:43

Z. MULTIMEDIA 3,381 -1,03% 3,635 1,977 0,143 0,190 23,643 17,795 3,55% 4,61% 13-03-2013 16:35:00

MERCADOS

46 SEXTA-FEIRA, 15 DE MARÇO 2013

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ABERTURA

A

BERTURA

14h30 - Receção aos Participantes

Luis Miguel RibeiroPresidente do Conselho

Empresarial do Tâmega e Sousa

Jorge MagalhãesPresidente da Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa

Eduardo VianaDiretor Regional

de Economia do Norte

O COACHING COMO PROFISSÃOYves Billiet-Prades

Presidente da International Community of Professional Coaches16h30 - Cooffe-break

COACHING PARA EMPREENDEDORESJosé Fontes

Coordenador da Unidade de Empreendedorismo da ANJE

PROGRAMA INTERNACIONAL CERTIFICADO ICU

Sérgio Almeida Vice-Presidente da International

Coaching University

COACHING NAS ORGANIZAÇÕES João Luis de Sousa

Director do Semanário Vida Económica

COACHING GLOBAL

Enrique Jimenez

Presidente da International Coaching University

18h30 - Encerramento

COACHING EMPREENDEDORISMO

Conselho Empresarial do Tâmega e Sousa Casa das Torres – Felgueiras

Lançamento

em Portugal

21h00 - Receção aos Participantes

Artur Neves

Presidente da Câmara Municipal de Arouca

COOPERAÇÃO LUSÓFONA Victor Mendes

Vice-Reitor do Instituto Superior Técnico de Angola

O ENSINO SUPERIOR EM ANGOLAArsénio Mateus

Presidente do Conselho de Administração do Instituto Superior Técnico de Angola

COACHING E EMPREENDEDORISMO NA LUSOFONIASérgio Almeida

Vice-Presidente da International Coaching University

O COACHING PROFISSIONALYves Billiet-Prades

Presidente da International Community of Professional Coaches

COACHING: UNINDOCONTINENTESEnrique Jimenez

Presidente da International Coaching University

Luis Brites Pereira* (a confirmar)Secretario de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação

23h30 - Encerramento

COACHING PARA A COOPERAÇÃO LUSÓFONA Mosteiro de Arouca

21 de Março

Conferência Coaching empreendedorismo: Conferência Coaching para a Cooperação Lusófona:

Certificação reconhecida

Apoios

ASSOCIAÇÃO EMPRESARIALDE FELGUEIRAS

Apoios

Parceiros

OrganizaçãoOrganização

www.icuniversity.org

Page 48: SUPLEMENTOS NOVAS REGRAS JÁ SE APLICAM AO … · FMI defende redução das taxas de juro ... muitas voltas e, por isso, ... dos políticos de vários quadrantes. Ora a defendem,

Desemprego

voltou a

aumentar

Portugal foi o terceiro país da OCDE com a maior taxa de desemprego, em janeiro. O valor cifrou-se em 17,6%, contra 17,3% no mês anterior. A taxa de desemprego jovem continua aumentar, tendo chegado a 38,6% no período em análise.

No conjunto dos 34 países da OCDE, o desemprego subiu 0,1 pontos percentuais, para 8,1%, tendo aumentado em igual percentagem na Zona Euro, para 8,1%, mantendo-se assim a tendência de subida iniciada em, junho de 2011. A taxa de desemprego jovem atingiu 24,2% na Zona Euro, mais 0,2% face a dezembro, com Portugal a posicionar-se, nesta faixa, atrás da Grécia, de Espanha e Itália. Nos Estados Unidos, o desemprego cresceu 0,1%, para 7,9%, enquanto que se verifi cou uma descida de igual percentagem no Japão e no Canadá, para 7% e 4,2%, respetivamente. A Espanha continua a liderar a tabela negra do desemprego, com 26,2% da população ativa sem trabalho.

Portugal com

terceiro maior

crescimento

da produção

industrial

A produção industrial nacional teve o terceiro maior crescimento, em janeiro e relativamente ao mês anterior, quando a Zona Euro e a União Europeia registaram um recuo de 0,4%, de acordo com dados do Eurostat.

Os crescimentos mais acentuados da produção industrial, no mês em análise, couberam à Lituânia (com mais 4,4%), à Dinamarca (4,3%) e a Portugal (3,5%). Por sua vez, as maiores descidas tiveram lugar na Finlândia (menos 4,1%), no Luxemburgo (-3,8%) e na Letónia (-3,5%). Se se tiver em conta o período homólogo do ano passado, verifi ca-se que a produção industrial apresentou quebras de 1,3% na Zona Euro, de 1,7% na União Europeia e de 1,6% em Portugal. Os números de janeiro são animadores para Portugal, tendo em conta que se tem verifi cado uma descida quase constante da produção industrial. Este aumento estará relacionado sobretudo com o crescimento das exportações.

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JORGE A. VASCONCELLOS E SÁMestre Drucker SchoolPhD Columbia UniversityProfessor Catedrático

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Vide artigos e gráficos:

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A TENDÊNCIA(?)

COMENTÁRIO: Em média, em Portugal, por ano, metade dos quartos estão desocupados. Em Lisboa mais de 1/3. E os valores de ambos tendem a diminuir. Mas Barcelona tem apenas 1/5 dos quartos desocupados e a tendência é ± estável.

Instituto de Liberdade Económica

Nota:1 Valor entre parêntesis corresponde à taxa de crescimento média anual no período representado no gráfico.Fontes: INE Portugal, 2012; e INE España, 2012.

Taxa de ocupação dos quartos (%)

Barcelona (-0,3%)1

Lisboa (-1,3%)1

Portugal (-2%)1

Uma lufada de ar fresco “Deixem-nos respirar” é o mote de um novo movimento

que se opõe ao engrossar de exigências impostas às empresas e à atividade económica. A causa direta é a aproximação do dia 1 de Maio com a entrada em vigor do novo regime de guias de transporte que obriga à comunicação prévia de qualquer mercadoria antes da sua entrada em circulação.

Da mesma forma que desde 1 de Janeiro último o Estado passou a receber muitos milhões de faturas, com todas as transações que são feitas em Portugal, pretende receber agora vários milhões de guias de transporte, criando um original de megastore de informação que em termos de conceito só tem paralelo com os enormes sistemas de escuta, vigilância e arquivo de dados através dos quais os países do ex-bloco soviético controlavam passo a passo os movimentos dos seus cidadãos para a defesa dos interesses do Estado.

Se o crescimento e a prosperidade dependessem da quantidade de obrigações e da informação a que os agentes económicos estão sujeitos, Portugal já seria o país mais rico do mundo.

O movimento “Deixem-nos respirar” foi criado em Portugal por um empresário alemão que fez uma constatação óbvia. Na Alemanha, tal como em muitos outros países, não existem guias de transporte. Será que têm que existir no nosso país e passar a ser previamente enviadas à AT, conforme determina o novo regime? Provavelmente não. As guias de transporte obrigatórias foram criadas há mais de 30 anos, quando não existiam computadores no Estado nem nas empresas. Terão cumprido o seu papel numa determinada época, mas tornaram-se obsoletas com os atuais sistemas de informação e meios de controlo a que as empresas estão sujeitas.

Apesar da evolução tecnológica, subsiste uma visão arcaica e centralista que impõe todas as obrigações do passado em embrulho contemporâneo, mesmo que não

tenham justifi cação prática, que vai sendo acrescida de novas obrigações com agravamento de custos e perdas de tempo incomportáveis para as empresas.

Até hoje a evolução tem sido sempre desfavorável e não há quaisquer sinais de mudança. O regime de fatura obrigatória com comunicação ao Estado signifi cou o fi m da atividade de milhares de empresas em todo o país, em particular de pequenos empresários com mais de 50 anos. Com uma rentabilidade reduzida, a obrigação de investir em novos equipamentos e fazer a formação necessária para dispor dos sistemas de informação exigidos não lhes deu alternativa.

O programa de ajuda externa não mudou as mentalidades nem a atitude asfi xiante da Administração Pública em relação aos operadores económicos. No atual cenário de difi culdades, o Estado devia ter como primeira prioridade reduzir as obrigações e eliminar obstáculos administrativos para que as empresas conseguissem resistir e se possível crescer, de forma a reduzir o desemprego.

Mas, em vez disso, o Estado faz praticamente tudo o que está ao seu alcance para inviabilizar as empresas.

Apesar da informação abundante sobre a enorme quantidade de empresas que encerram e os postos de trabalho que diariamente se perdem sem expetativa de serem recuperados há uma completa insensibilidade quanto aos ónus e encargos que podiam e deviam ser evitados.

Os políticos parecem ter pelas empresas a mesma consideração que alguns profi ssionais da noite têm pelas mulheres da vida. Acham normal retirar-lhes uma parte signifi cativa do rendimento e consideram que alguns excessos no trato estão sempre justifi cados: São para bem delas.

O movimento “Deixem-nos respirar” reclama uma lufada de ar fresco que parece indispensável porque não existem alternativas. É necessário eliminar obrigações, simplifi car regras e reduz custos administrativos para que menos empresas desapareçam e mais empresas se criem. Mas, na linha que vem sendo seguido pelo Estado, o “Deixem-nos respirar” pode ter como resposta “Deixem-nas asfi xiar”.

NOTA DE FECHO

O programa de ajuda externa não mudou as mentalidades nem a atitude asfi xiante da Administração Pública em relação aos operadores económicos.

JOÃO LUÍS DE SOUSA DIRETOR [email protected]

Nº 1484 / 15 de março 2013 Semanal J 2,20 Portugal Continental

OBJETIVOS GERAIS: ACTUALIZAÇÃO LEGISLATIVA.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS: Análise de todas as obrigações laborais a que estão sujeitos os empregadores. Análise da responsabilidade contra-ordenacional em caso de incumprimento dos vários procedimentos e formalidades no âmbito das relações laborais e condições de trabalho. Consequências e apreciação prática do preenchimento do Relatório Único.

DESTINATÁRIOS: Técnicos e Técnicos Superiores de Segurança do Trabalho, Contabilistas, Técnicos Oficiais de Contas, Técnicos de Contabilidade, Empregadores e Responsáveis dos Recursos Humanos.

PROGRAMA: Introdução:Enquadramento jurídico (Código do Trabalho - aprovado pela Lei n.º 7/2009 de 12 de Fevereiro; Lei n.º 105/2009 de 14 de Setembro; Lei n.º 102/2009, de 10 de Setembro).

Apreciação prática dos diversos formulários do Relatório Único:

segurança e saúde no trabalho

Contra-ordenações laborais:

PORTO 20 março 1ª edição

3 abril 2ª edição09h30-13h0014h30-18h00

Formadoras: Dra. Susana Pardilhó Ferreira,

nomeadamente em legislação laboral,

ambiente. Co-autora do livro “Relatório Único - Orientações práticas”.

Dra. Lurdes Oliveira, Licenciada

de Segurança do Trabalho. Co-autora do livro “Relatório único - orientações práticas”. Autora do livro “Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho - Manual de Apoio”. Co-autora da 4.ª edição da agenda SST anotada.

Preços (+ IVA): Geral G 75Ass. VE G 55Organização:

INFORMAÇÕES E INSCRIÇÕES: Vida Económica - Patricia Flores

[email protected]

Uma edição

livraria.vidaeconomica.pt