SUPERINTENDÊNCIA DE PORTOSGerência de Meio Ambiente - GMA

Relatório de Vistoria nº /2007–GMA Brasília, 14 de agosto 2007.

1. DADOS DO DESLOCAMENTO

Tipo de Ação: Levantamento da Gestão Ambiental e de Segurança Ocupacional no Porto de Porto Velho Rondônia, administrado pela Sociedade de Portos do Estado de Rondônia – SOPH.

Participantes Órgão de OrigemCLELIA MAROUELLI GMA / ANTAQMARIA LUIZA ALMEIDA GUSMÃO GMA / ANTAQORLANDO MELO DE CARVALHO UARRO/ ANTAQ

CONTATOSLeandra Fátima Viviam- Administradora do PortoMauricio Ferreira da Silva- Supervisor de Operação

2. CONTEXTUALIZAÇÃOCom base no disposto nos arts. 27 e 51-A da Lei nº 10.233, de 05 de junho de 2001, procedeu-se a vistoria de inspeção no Porto do Porto Velho.

3. OBJETIVOA vistoria teve como objetivo realizar um levantamento das conformidades constantes no formulário do Sistema Integrado de Gestão Ambiental (SIGA) e vistoria ao cais público e visita ao arrendatário.com a Administração do Porto-

4. DESCRIÇÃO SUCINTA DAS ATIVIDADESA seguir é apresentada uma descrição diária sucinta das atividades realizadas:

− 27 de julho: Visista à Unidade Administrativa Regional de Rondônia, Reunião com o Sr Paulo Sergio da Silva Cunha e demais servidores daquela Unidade para apresentação do Formulário Siga. Visita ao Terminal irregular do Cai n'água.

− 28 de julho:Visita ao porto público onde nos reunimos com a Presidente do Porto e o Senhor Márcio Freitas Martins, Consultor da Diagnóstico Consultoria.

− Aplicação do SIGA e visita às instalações do SOPH

− ´29 de julho: Visita ao Arrendatário Hermasa.

5. VERIFICAÇÕESA seguir são enumeradas algumas informações relevantes observadas no preenchimento do formulário SIGA e em vistoria realizada em campo:

1) A Sociedade de Portos e Hidrovias do Estado de Rondônia que administra o porto de Porto Velho é uma Empresa Pública – S.A. e foi criada pela Lei Estadual nº729 de 14/7/97. Tem acesso Rodoviário pela BR 312 Manaus Porto Velho, BR 364 Cuiabá Porto Velho e BR 425 Porto Velho Guajará Mirim.

2) O porto movimenta principalmente granéis sólidos, especificamente soja do estado do Mato Grosso. A Hermasa é a arrendatária que transporta essa carga sendo responsável pela quase totalidade da receita do porto.

3) O porto obtém também, receitas provenientes de operadores sazonais que operam sem contrato de arrendamento. Estes operadores movimentam cargas diversas tais como: madeira, açucar, milho e telha por períodos de 40 dias a três meses.

4) No organograma da SOPH não consta um núcleo ambiental, e também não existe em seu quadro de pessoal, qualquer profissional treinado para lidar com as questões ambientais. Existe um contrato com a empresa Diagnóstico Consultoria que presta serviços de acompanhamento ambiental para elaboração de planos e resolução de questões ambientais emergenciais. O porto não possui convênios técnicos com qualquer entidade e também não existe técnico ou um funcionário treinado para avaliar os serviços da Consultoria.

5) O porto não acompanha as atividades de seu arrendatário, não tem conhecimento se os arrendatários possuem algum convênio com entidades ou pessoas treinadas no atendimento à acidentes ambientais.

6) O Plano de Gerenciamento de Resíduos Solidos PGRS não foi aprovado pela ANVISA e segundo o consultor foi aprovado pela SEDAM , em 2002 e foi convalidado por mais 2 anos, porém não foi implantado ainda.

O porto não dispõe de instalações próprias e meios adequados para o recebimento e tratamento dos diversos tipos de resíduos das embarcações e para o combate da poluição previsto na lei 9.966/00 e nem qualquer atividade de educação ambiental. Os resíduos do porto são recolhidos pela prefeitura que os leva ao lixão municipal, sem qualquer segregação.

7) O porto não dispõe de “Manual de Procedimento Interno” para o gerenciamento dos riscos de poluição, previsto na Lei 9.966/0 e também não conta com normas internas que disciplinem procedimentos ;

8) O PEI - Plano de Emergência Individual foi elaborado por consultoria externa - empresa PETCON, foi encaminhado para o Órgão ambiental para análise, e não houve manifestação do mesmo até a data desta visita. O porto não tem nenhum plano para o caso de acidente e também não existe na área um Plano de Ajuda Mutua PAM.

9) O porto possui Licença de Operação fornecida pela SEDAM Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental - com data de vencimento para 26/07/2009. Na referida Licença o Órgão Ambiental estabelece condições e exigências a serem cumpridas de forma muito genérica (destacada abaixo), o que não nos permitiu avaliar quais são as condicionantes da licença, tendo em vista que as conformidades mínimas que deveriam estar implantadas não estão.

10) “Determinações técnicas constantes nos Estudos Ambientais apresentados e Relatório de Monitoramento Ambiental Trimestral”

11)Existe a necessidade da execução dos serviços de “desbarrancamento” do Rio Madeira que deve-se exclusivamente ao fator climático da região amazônica, que se caracteriza em dois regimes, a saber por um período de elevadíssimo índice de precipitações precipitação pluviométricas (Inverno Amazônico) e outro periodo com baixíssimo indice de precipitação pluviométricas (verão Amazônico). O Rio Madeira nas fases de enchente e vazante, transporta sob suspensão materiais orgânicos (principalmente madeira) e inorgânico (Silte Argiloso), que se acumulam na base das rampas ro-ro e cais flutuantes causando o assoreamento dos berços de atracação e consequentemente dificultando a aproximação das embarcações.

12)O Porto não realizou auditorias ambientais, nos termos da Lei 9.966/2000 e da resolução CONAMA 306/200.

13)O Plano de Controle de Emergência -PCE, segundo fomos informados está sendo feito pelo OGMO e o porto.

14)Não existe Serviço Especializado em Segurança e Saúde do Trabalhador Portuário (SESSTP) previsto na Norma Regulamentadora 29 (NR 29) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Não existe nenhuma unidade responsável por atividades relacionadas à segurança e saúde do trabalho.

15)O fornecimento de água ao porto se dá através de dutos da companhia de águas de Rondônia CAERD.

16)Não há abastecimento de combustível no porto.

17)O porto foi liberado da implantação do ISPS Code, uma vez que não opera com embarcação de longo curso..

6 CONCLUSÃO

Tendo em vista o acima exposto concluimos que a gestão ambiental e de segurança do porto em questão deve ser reavaliada pela autoridade portuária que apesar de ser detentora de um Licença de Operação não apresentou as condicionantes constantes em seus “Estudos Ambientais” e não atende à seguintes conformidades legais:

- Implantação de um núcleo ambiental, como preconiza a Agenda Ambiental Portuária, formalizado no organograma da SOPH, com suas atribuições regimentais e pessoal técnico em quantidade suficiente para tratar das questões relacionadas ao meio ambiente;

− Acompanhar e fiscalizar a gestão ambiental dos arrendatários, conforme determina o Convênio de Delegação;

− elaborar “Manuais de Procedimento Interno” gerenciamento dos riscos de poluição, bem como para a gestão dos diversos resíduos gerados ou provenientes das atividades de movimentação e armazenamento de óleo e substâncias nocivas ou perigosas, como previsto na Lei nº 9.966/00;

- Implantar do Plano de Emergência Individual (PEI);

- Realizar auditoria ambiental, de acordo com a Lei 9.966/00 e a Resolução 306/02 do CONAMA.

- Implantar o Setor de Segurança e Mediciana do Trabalho SESSTP, de acordo com o que estabelece a NR 29/MTE

Elaboração do PCE e PPRA, de acordo com a NR 29/MTE.

Clelia Marouelli Maria Luiza Almeida Gusmão Orlando Melo de CarvalhoEconomista Analista de Sistemas Técnico em Regulação

Resíduos no Rio Madeira

Terminal do Cai N'água