super intensivo curcep 2017 filosofia · o que há de mais forte na filosofia de sócrates é o seu...
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SUPER INTENSIVO
CURCEP 2017
FILOSOFIA
PROF. HALLEN SANTOS
#partiuENEM
#avagaéminha
AULA 01
Os Pré-Socráticos
Antes de Sócrates
Por volta do século VI a.C., surgiu um grupo de pensadores conhecidos como pré-socráticos, que são
considerados os fundadores da filosofia ocidental. Eles se preocupavam com questões relacionadas à natureza
e ao cosmos, buscando explicações que não se vinculavam a mitos, autoridades ou religião. Direcionados
exclusivamente pela razão, a fim de compreender a natureza do Universo, esses filósofos elaboraram questões
a respeito do princípio de todas as coisas, além da tentativa de refletir o que são as coisas e o que elas parecem
ser. Um bom exemplo é o de Tales de Mileto, que buscou explicar o cosmos através da água.
Questão 01
Sobre o princípio básico da filosofia pré-socrática, é correto afirmar que:
Os Sofistas
Os sofistas perceberam as mudanças políticas atenienses e iniciaram um processo de inclusão do homem na
pauta filosófica. Percebamos quais as principais características do pensamento sofista e como se apresentou a
mudança – do grego guerreiro para o grego cidadão – responsável pelo nascimento da discussão e do debate
entre os homens, esse considerado um dos elementos fundadores da democracia.
Questão 02
Leia o texto:
É no plano político que a Razão, na Grécia, primeiramente se exprimiu, constituiu-se e formou-se. A
experiência social pôde tornar-se entre os gregos o objeto de uma reflexão positiva, porque se prestava, na
cidade, a um debate público de argumentos. O declínio do mito data do dia em que os primeiros Sábios
puseram em discussão a ordem humana, procuraram defini-la em si mesma, traduzi-la em fórmulas
acessíveis a sua inteligência, aplicar-lhe a norma do número e da medida. Assim se destacou e se definiu um
pensamento propriamente político, exterior à religião, com seu vocabulário, seus conceitos, seus princípios,
suas vistas teóricas. Esse pensamento marcou profundamente a mentalidade do homem antigo; caracteriza
uma civilização que não deixou, enquanto permaneceu viva, de considerar a vida pública como o
coroamento da atividade humana.
Considerando a citação acima, extraída do livro As origens do pensamento grego, de Jean Pierre Vernant, e
os conhecimentos da relação entre mito e filosofia, é incorreto afirmar que
A maiêutica socrática e a epistemologia e política platônicas
A pólis grega (Atenas) era formada basicamente pela Acrópole, sua parte mais elevada, onde existiam
templos dedicados aos deuses, e pela Ágora, a praça pública.
"A Escola de Atenas" é um afresco de Rafael Sanzio, pintado entre 1509-1510, no Palácio Apostólico, no Vaticano.
Mostra um grupo de filósofos de várias épocas históricas junto a Aristóteles e Platão (ao centro), ilustrando a
continuidade do pensamento desses pensadores gregos.
Sócrates inaugura essa nova fase do pensamento filosófico através de um método dialético, que se baseia no
diálogo a fim de conduzir o cidadão a um processo de reflexão e descoberta de seus próprios valores, por
meio de conceitos. Com perguntas simples e objetivas, tornava-se possível identificar as contradições
presentes na forma de pensar a vida. Essa é a essência da prática socrática: convidar o sujeito a conhecer por
si mesmo, via maiêutica – o parto das ideias.
Sócrates é uma figura enigmática na história da filosofia. Seus feitos, provocações e diálogos foram
registrados principalmente por dois de seus discípulos, Platão e Xenofonte, além de aparecer também em
algumas peças teatrais de seu contemporâneo Aristófanes.
Na tela A morte de Sócrates, pintada por Jacques-Louis Davi, em 1787, representa-se Sócrates proferindo seu último
discurso.
E é na República de Platão que Sócrates aparece narrando uma das passagens mais clássicas da história da
filosofia, conhecida como o mito ou “alegoria” da caverna.
Essa alegoria é uma representação metafórica da condição humana perante o mundo. Platão acredita que a
realidade está no mundo das ideias – real e verdadeiro –, mas a maioria da humanidade vive apenas no
mundo das coisas sensíveis. Para o filósofo, só saberemos o que é imutável e verdadeiro através da razão –
afinal, os sentidos podem nos enganar.
“O Filósofo”. Veremos que Sócrates, que discordava dos sofistas, se propõe à incessante busca do
conhecimento imutável e universal. Em praça pública, o filósofo indaga as pessoas. Após seus muitos
"porquês”, a tarefa torna-se visivelmente simples e brilhante. Vamos acompanhar a trajetória do “parteiro
das ideias”, que, mesmo sendo condenado a morrer por envenenamento, viveu pela filosofia e se tornou
mártir dela.
Questão 03
Após as primeiras discussões dos filósofos “pré-socráticos” no século VI a.C. (período cosmológico), surge
outro movimento muito importante na história da filosofia. Passa a ser abordado uma nova modalidade de
problemas e discussões (período antropológico), e assim teremos não só as figuras principais do novo
cenário da filosofia grega, mas de toda a história da razão ocidental: Sócrates, Platão e Aristóteles. Com
Sócrates, a filosofia ganha uma nova “roupagem”. Sócrates viveu em Atenas no momento de apogeu da
cultura grega, o chamado período clássico (séculos V e IV a.C.), fase de grande expressão na política, nas
artes, na literatura e na filosofia. O que há de mais forte na filosofia de Sócrates é o seu método e a maneira
pela qual ele buscava discutir os problemas relacionados à filosofia.
A partir desta informação, e de seus conhecimentos sobre a filosofia socrática, analise as assertivas e
assinale a alternativa que aponta as corretas.
I. Sócrates sempre buscava pessoas em praça pública para dialogar e questionar sobre a realidade de
seu tempo
II. A célebre frase de Sócrates, que caracterizava parte de seu método, é: “só sei que nada sei”, por isso
questionava as ideias de seus interlocutores.
III. Sócrates oferecia grande importância às experiências sensíveis, o que caracterizou fortemente o seu
método filosófico.
IV. Para fazer com que os seus interlocutores enxergassem a verdade por si próprios, Sócrates elaborou
um método composto de duas partes centrais: a ironia e a maiêutica.
Questão 04
Para Platão, o mundo sensível, que se percebe pelos sentidos, é o mundo da multiplicidade, do movimento,
do ilusório, sombra do verdadeiro mundo, isto é, o mundo inteligível das ideias. Sobre a filosofia de Platão,
assinale o que for correto.
I. É com a teoria da reminiscência que Platão explica como é possível ultrapassar o mundo das aparências;
essa teoria permite explicar como os sentidos servem apenas para despertar na alma as lembranças
adormecidas do mundo das ideias.
II. Para Platão, um homem só é um homem enquanto participa da ideia de homem.
III. A epistemologia e a filosofia política são, para Platão, duas áreas de conhecimento dissociadas, pois a
política deve se submeter à realidade dos acontecimentos e não pode ser orientada por um mundo ideal.
IV. A teoria cosmológica do primeiro motor imóvel e a teoria estética da mimeses, de Aristóteles,
fundamentam-se na teoria platônica da participação entre o mundo fenomênico e o mundo das ideias.
V. Platão distingue quatro graus de conhecimentos: crença, opinião, raciocínio e intuição intelectual. O
raciocínio, que se realiza de maneira perfeita na matemática, purifica o pensamento das crenças e opiniões e
o conduz à intuição intelectual, ao verdadeiro conhecimento, isto é, às essências das coisas – às ideias.
Questão 05
Conosco homens, aí se diz, se passa o mesmo que com prisioneiros, que se achassem numa caverna
subterrânea, encadeados, desde o nascimento, a um banco, de modo a nunca poderem voltar-se, e assim só
poderem ver a parede oposta à entrada. Por detrás deles, na entrada da caverna, corre por toda a largura dela
um muro da altura de um homem, e por trás deste arde uma fogueira. Se entre esta e o muro passarem
homens transportando imagens, estátuas, figuras de animais, utensílios, etc., que ultrapassem a altura do
muro, então as sombras desses objetos, que o fogo faz aparecerem, se projetam na parede da caverna, e os
prisioneiros também percebem, além da sombra, o eco das palavras pronunciadas pelos homens que passam.
Como esses prisioneiros nunca perceberam outra coisa senão as sombras e o eco, têm eles essas imagens
pela verdadeira realidade. Se eles pudessem, por uma vez, voltar-se e contemplar, a luz do fogo, os próprios
objetos, cujas sombras foram apenas o que até agora viram; e se pudessem ouvir diretamente os sons, além
dos ecos até então ouvidos, sem dúvida ficariam atônitos com essa nova realidade. Mas se além disso
pudessem, fora da caverna e à luz do sol, contemplar os próprios homens vivos, bem como os animais e as
coisas reais, de que as figuras projetadas na caverna eram apenas cópias, então ficariam de todo fascinados
com essa realidade de forma tão diversa.
PLATÃO, 7.º livro da República.
Relacionando o fragmento de texto de Platão e a tirinha da Turma da Mônica, de Maurício de Sousa, com os
seus conhecimentos sobre o mito da caverna, assinale a alternativa incorreta.
A metafísica de Aristóteles
Aristóteles, o filho de Nicômaco, nascido em 384 a.C., não era grego de nascimento; mas, tendo se mudado
aos 18 anos para Atenas, onde ingressou seus estudos na academia platônica, permanecendo lá por 20 anos,
tornou-se um dos pontos altos da filosofia grega. Por seu prestígio, chegou a ser preceptor de Alexandre, o
grande.
Nessa foto da tela de Jean Leon Ferris, pintada em 1895, vemos Alexandre, o
grande, ouvindo conselhos de Aristóteles.
Aristóteles sistematiza as ciências, iniciando algumas desde os primeiros fundamentos, organizando outras.
Como é possível perceber, falamos de uma mente que percebe a essência das coisas nas próprias coisas.
Questão 06
Em primeiro lugar, é claro que, com a expressão “ser segundo a potência e o ato”, indicam-se dois modos de
ser muito diferentes e, em certo sentido, opostos. Aristóteles, de fato, chama o ser da potência até mesmo de
não-ser, no sentido de que, com relação ao ser-em-ato, o ser-em-potência é não-ser-em-ato.
REALE, G. História da Filosofia Antiga. Vol. II. Trad. de Henrique Cláudio de Lima Vaz e Marcelo Perine. São Paulo: Loyola, 1994.
A partir da leitura do trecho acima e em conformidade com a Teoria do Ato e Potência de Aristóteles,
assinale a alternativa correta.
AULA 02
As formas de conhecimento
Nós nos conhecemos de algum lugar?
Ao estudarmos a trajetória da filosofia, podemos acompanhar os resultados de uma constante busca pelo
conhecimento, na acepção mais ampla do termo. Na Antiguidade podemos perceber diversos movimentos
que se dedicam a explicar fenômenos e pensar o ser pela busca do saber: o filosofar.
Agora, vamos avançar a fim de compreender o conhecimento como problema, por meio das ideias de
Sócrates, Platão e Aristóteles, de suas perspectivas, métodos e ferramentas acerca do saber filosófico.
Os procedimentos adotados pelos filósofos, como o debate, a reflexão, a intuição, a crença e o raciocínio,
serão elementos fundamentais para essa nova etapa evolutiva do pensamento.
Questão 07
Leia o texto de Platão a seguir:
“Logo, desde o nascimento, tanto os homens como os animais têm o poder de captar as impressões que
atingem a alma por intermédio do corpo. Porém, relacioná-las com a essência e considerar a sua utilidade, é
o que só com tempo, trabalho e estudo conseguem os raros a quem é dada semelhante faculdade. Naquelas
impressões, por conseguinte, não é que reside o conhecimento, mas no raciocínio a seu respeito; é o único
caminho, ao que parece, para atingir a essência e a verdade; de outra forma é impossível.”
PLATÃO. Teeteto. Tradução de Carlos Alberto Nunes. Belém: Universidade Federal do Pará, 1973.
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a teoria do conhecimento de Platão, assinale a alternativa
correta.
Questão 08
A filosofia de Aristóteles representou uma nova interpretação sobre o problema do ser. Nesse sentido,
Aristóteles define a ciência como
Em busca do conhecimento: Bacon e Descartes
E se o conhecimento estiver errado?
Essa aula se propõe a discutir a nova etapa da incessante investigação sobre o conhecimento. Vamos
adentrar no período em que o realismo metafísico grego passa a ser criticado por filósofos da Idade
Moderna, sobretudo Bacon e Descartes.
Francis Bacon estava convencido de que era possível, pela ciência, vencer os efeitos do erro.
Esses filósofos se dedicavam a compreender os limites assertivos do pensamento, propondo uma análise de
todo “conhecimento” até então produzido. Bacon acreditava que, para se chegar ao conhecimento
verdadeiro, era preciso libertar-se dos “ídolos”, engodos que levam a falsas noções, ao passo que Descartes
estabelecia o “método” como uma ferramenta primordial para se chegar à verdade.
Não foi à toa que a famosa frase de Descartes ecoou por toda a ciência.
Nesta aula iremos conhecer a trajetória percorrida pela teoria do conhecimento e seu o estabelecimento
nessa nova fase, Moderna, que traz o “erro” como peça fundamental para a compreensão da verdade. É
possível chegar ao conhecimento verdadeiro através de um Método?
Questão 09
São de quatro gêneros os ídolos que bloqueiam a mente humana. Para melhor apresentá-los, assinalamos os
nomes: Ídolos da Tribo, Ídolos da Caverna, Ídolos do Foro e Ídolos do Teatro.
BACON, K. Novum Organum... São Paulo: Nova Cultural, 1999.
É correto afirmar que para Bacon
Questão 10
No livro Discurso do método (1537), Descartes estabeleceu algumas regras para bem conduzir a razão.
Assinale a alternativa que não contenha uma dessas regras.
Empirismo x racionalismo – A razão crítica
O que podemos conhecer?
O debate entre o empirismo e o racionalismo e a crítica à razão são importantes momentos da filosofia e da
história do conhecimento, pois vão impulsionar os avanços científicos, desafiando a capacidade de o homem
se reinventar diante dessas revelações.
Será que finalmente vamos descobrir o sentido da vida?
O empirismo considera como fonte de nossas representações os dados fornecidos pelos sentidos. Já o
racionalismo defende que a verdade já está em nós, nascemos com as ideias.
Vamos estudar a mudança do pensamento filosófico em relação à ciência, ao homem e, sobretudo, àquilo
que se pensava sobre o conhecimento. A crítica à razão e a relação entre empirismo e racionalismo são
centrais para a compreensão dessa problemática. Vamos lá!
Questão 11
Esclarecimento é a saída do homem de sua menoridade, da qual ele próprio é culpado. A menoridade é a
incapacidade de fazer uso de seu entendimento sem a direção de outro indivíduo. O homem é o próprio
culpado dessa menoridade se a causa dela não se encontra na falta de entendimento, mas na falta de decisão
e coragem de servir-se de si mesmo sem a direção de outrem. Tem coragem de fazer uso de teu próprio
entendimento, tal é o lema do esclarecimento. A preguiça e a covardia são as causas pelas quais uma tão
grande parte dos homens, depois que a natureza de há muito os libertou de uma condição estranha,
continuem, no entanto, de bom grado menores durante toda a vida.
KANT, I. Resposta à pergunta: o que é esclarecimento? Petrópolis: Vozes, 1985. Adaptado.
Kant destaca no texto o conceito de esclarecimento, fundamental para a compreensão do contexto filosófico
da modernidade. Esclarecimento, no sentido empregado por Kant, representa
Questão 12
Tendo em conta o texto acima e a teoria do conhecimento de Locke, é incorreto afirmar que
A solução hegeliana – História e dialética
Conhecimento é história?
No momento em que a crítica kantiana se estabelece como elemento esclarecedor diante da problemática do
conhecimento, o filósofo Hegel propõe um modelo que investigue a razão como obra racional da própria
razão, isto é, o real é racional e o racional é real.
A “solução hegeliana” para o problema do conhecimento parte de uma visão histórica dialética, que nos
conduz a um movimento capaz de compreender a história e seu papel na construção do conhecimento. Esse
movimento se apresenta em tese, antítese e síntese – afirmação, negação, superação (negação da negação) –,
servindo de sustentação para o filósofo justificar que a razão é histórica.
Questão 13
A dialética idealista de G. W. F. Hegel opõe-se à concepção de uma razão intemporal; na filosofia hegeliana,
a racionalidade não é mais um modelo a ser aplicado, mas é o próprio tecido do real e do pensamento.
Contra a concepção intemporal da razão, Hegel afirma:
I. Sendo a razão história, ela se torna relativa, isto é, o que vale hoje não vale mais amanhã, e nenhuma
época pode, portanto, alcançar verdades universais.
II. O movimento dialético da razão se realiza em três momentos, na apresentação de uma tese, enquanto
afirmação, na constituição de uma antítese, como negação da tese, e na formulação de uma síntese,
como superação da antítese.
III. A história não é a simples acumulação e justaposição de fatos e de acontecimentos no tempo, mas
resulta de um processo cujo motor interno é a contradição dialética.
Questão 14
A dialética de Hegel
AULA 03
Ética e moral no pensamento filosófico
O bem e o mal, o certo e o errado
Ética e moral são dois conceitos que atravessaram o tempo e desafiam até hoje o pensamento filosófico.
Como podemos avaliar o que é permitido e o que é proibido? Nossos valores e costumes são universais? É
possível julgar o certo e o errado?
Somos responsáveis por nossas decisões?
A fim de buscar respostas para algumas dessas perguntas, retornaremos ao pensamento socrático. Como se
inicia a filosofia moral? Como podemos entender a decisão de um sujeito?
Questão 15
O brasileiro tem noção clara dos comportamentos éticos e morais adequados, mas vive sob o espectro da
corrupção, revela pesquisa. Se o país fosse resultado dos padrões morais que as pessoas dizem aprovar,
pareceria mais com a Escandinávia do que com Bruzundanga (corrompida nação fictícia de Lima Barreto).
FRAGA, P. Ninguém é inocente. Folha de S.Paulo. 4 out. 2009. Adaptado.
O distanciamento entre “reconhecer” e “cumprir” efetivamente o que é moral constitui uma ambiguidade
inerente ao humano, porque as normas morais são
Questão 16
Na ética contemporânea, o sujeito não é mais um sujeito substancial, soberano e absolutamente livre, nem
um sujeito empírico puramente natural. Ele é simultaneamente os dois, na medida em que é um sujeito
histórico-social. Assim, a ética adquire um dimensionamento político, uma vez que a ação do sujeito não
pode mais ser vista e avaliada fora da relação social coletiva.
Desse modo, a ética se entrelaça, necessariamente, com a política, entendida está como a área de avaliação
dos valores que atravessam as relações sociais e que interliga os indivíduos entre si.
SEVERINO. A. J. Filosofia. São Paulo: Cortez, 1992. Adaptado.
O texto, ao evocar a dimensão histórica do processo de formação da ética na sociedade contemporânea,
ressalta
A ética aristotélica e os princípios da vida moral
A vida ética – busca racional da felicidade
A filosofia de Aristóteles apresenta a ética como principal ferramenta humana para a busca da felicidade.
Para ele, a ética implica uma vida equilibrada, em que se busca o bem como caminho para a plenitude da
vida humana.
Qual é a importância de combinar a virtude com o saber prático? Existe relação entre ética, felicidade e
política? Somos realmente capazes de controlar nossos impulsos visando ao bem comum?
iremos abordar os fundamentos da ética aristotélica e como o filósofo entende a relação entre ética e
felicidade. Vamos comentar ainda a importância de se estabelecerem princípios que guiam o ser humano a
partir de seus desejos, impulsos visando ao estabelecimento de uma conduta moral.
Questão 17
O cauim é uma bebida produzida a partir da mastigação da mandioca ou do milho por mulheres cuja saliva
contribui para o seu fabrico. A preparação dessa bebida consiste em três estágios básicos: fermentação,
amadurecimento e azedamento. Assim, em todos os rituais de passagem, em determinadas tribos indígenas,
a presença do cauim é imprescindível.
SZTUTMAN, R. Cauinagem, uma comunicação embriagada – apontamentos sobre uma festa tipicamente
ameríndia. Disponível em: www.antropologia.com.br/tribo. Acesso em: 17 jul. 2008. Adaptado.
Nos rituais indígenas, a ingestão do cauim evoca a busca de um estado de prazer e de felicidade. Na tradição
filosófica, a ideia de felicidade foi abordada por Aristóteles, na obra Ética a Nicômaco.
Considerando o pensamento ético de Aristóteles, assinale a alternativa correta.
A ética cristã e a razão kantiana
Obedecer implica ser livre?
O cristianismo vai conceber a ética e a moral por meio da relação do homem com Deus, introduzindo o
conceito de “dever”. Desse modo, organiza, por meio da fé e das noções de livre arbítrio e bem e mal, a vida
ética.
Veremos a dimensão da lei divina diante das decisões e escolhas do homem. Quais as consequências de
usufruir do livre arbítrio? Os homens são capazes de discernir entre bem e mal, certo e errado?
Vamos também discutir como o pensamento kantiano se aproxima e se afasta do pensamento cristão e
encontra no dever um fio condutor para a construção da ética.
Questão 18
O cristianismo introduz algo novo na ética dos antigos gregos, que podemos identificar na seguinte afirmação:
Questão 19
Leia o fragmento:
Tudo na natureza age segundo leis. Só um ser racional tem a capacidade de agir segundo a representação
das leis, isto é, segundo princípios, ou: só ele tem uma vontade. Como para derivar as ações das leis é
necessária a razão, a vontade não é outra coisa senão razão prática. Se a razão determina infalivelmente a
vontade, as ações de um tal ser, que são conhecidas como objetivamente necessárias, são também
subjetivamente necessárias, isto é, a vontade é a faculdade de escolher só aquilo que a razão,
independentemente da inclinação, reconhece como praticamente necessário, quer dizer bom.
KANT, I. Fundamentação da metafísica dos costumes. Trad. de Paulo Quintela. Lisboa: Edições 70, 1995.
Assinale a alternativa correta.
Ética, moral e vontade no pensamento hegeliano
A ética está nas coisas?
Nesta aula vamos acompanhar o pensamento do filósofo Hegel acerca da ética, a crítica elaborada ao
pensamento kantiano e as formulações a respeito das noções de vontade objetiva e vontade subjetiva. Para
esse filósofo, não bastava apenas considerar a intenção do indivíduo para se realizar um julgamento ético;
também era necessário avaliar todos os elementos que estão relacionados à situação: a relação com o Estado,
as regras morais estabelecidas e toda a história que cerca determinada ação.
A deusa da justiça é cega.
Abordaremos as formulações de Hegel sobre ética, além das críticas ao pensamento cristão e às concepções
kantianas. Também veremos a construção cultural da moral e as dimensões objetivas e subjetivas da
vontade, assim como a avaliação do filósofo sobre o papel das instituições na cultura, bem como a
transmissão de valores e regras, imprescindíveis à construção da ética, segundo o filósofo.
Questão 20
Uma instituição social ou política, uma obra de arte, uma religião e um sistema filosófico existem e operam
como partes integrantes do próprio ser humano, como produtos de um sujeito racional que neles prolonga
sua vida. Como produtos, que são, constituem um domínio objetivo; mas são, ao mesmo tempo, subjetivos,
criados pelos seres humanos.
MARCUSE, 1978.
O trecho acima fala da formação das instituições culturais sob a ótica do pensamento hegeliano, que
identifica a vontade objetiva como:
A moral nietzschiana: a crítica ao Ocidente
Deus morreu?
O filósofo alemão Nietzsche, que se dedica a criticar profundamente o pensamento filosófico ocidental (a
começar por Sócrates), considera que a verdade não é produto da curiosidade humana, mas sim fruto do
medo da morte e do desconhecido. E é dessa forma que o filósofo identifica uma moral ressentida, que surge
através da incapacidade do homem fraco de viver impulsionado pelos sentidos.
Nietzsche propõe a mudança da moral do escravo à moral aristocrática, como uma saída para o homem
tornar-se um “super-homem”.
Veremos como Nietzsche faz uso do irracionalismo para contrabalancear o dionisíaco e o apolíneo, além de
repensar o entendimento de bem e mal, uma vez que, para o filósofo, não há valores absolutos, tampouco
verdades sobrenaturais. Fica então a pergunta: Deus realmente está morto?
Questão 21
A ideia do “martelo” de Nietzsche é entendida como
Questão 22
Assinale a alternativa que expressa o pensamento de Nietzsche sobre a origem do bem.
Você viu nesta aula
A crítica nietzschiana à filosofia socrática e ao pensamento cristão.
O irracionalismo – instintos, sentimentos e vontades opondo-se à razão.
A relação entre as ideias que remetem aos deuses Dionísio e Apolo: a força instintiva e passional contrabalanceando-se à estrutura equilibrada e moderada.
A ética tradicional em xeque: necessidade constante de submeter os valores a reavaliações.
A moral escrava e a moral aristocrática. A igualdade negada. Uma nova ideia acerca da dicotomia entre dominantes e dominados.
A morte de Deus e seus significados: o fim da providência, o fim da ordem cósmica, a ideia de que nada mais existe em termos absolutos, de que o sobrenatural não mais existe, o surgimento do “super-homem”.
AULA 04
Cidadania e política
Você odeia a política?
Antes de responder a essa pergunta, considere: o que, afinal, é a política?
A palavra política veio do grego, precisamente da palavra politikos, que designava, já na Antiguidade,
aquele que hoje, em português, chamamos de cidadão.
Politikos, por sua vez, deriva de polis, palavra que, ainda em grego, designa a cidade, o espaço público.
Nesta aula, damos início aos nossos estudos sobre a política apresentando a trajetória percorrida pelo
indivíduo até alcançar o status de cidadão.
Questão 23
Para os gregos da Antiguidade, a palavra “idiota” era usada para representar o cidadão que não se
preocupava com a vida política da cidade-estado. Portanto, de acordo com essa acepção grega, poderia ser
considerado um “idiota”.
Questão 24
Amy Gutmann e Dennis Thompson, em texto intitulado “Why Deliberative Democracy?”, conceituam
democracia deliberativa como: “uma forma de governo na qual cidadãos livres e iguais (e seus
representantes) justificam suas decisões, em um processo no qual apresentam uns aos outros motivos que
são mutuamente aceitos e geralmente acessíveis, com o objetivo de atingir conclusões que vinculem no
presente todos os cidadãos, mas que possibilitam uma discussão futura.”
GUTMANN, A.; THOMPSON, D. O que significa democracia deliberativa. Revista Brasileira de Estudos
Constitucionais – RBEC. Belo Horizonte: Editora Fórum. jan./mar. 2007.
Sobre o conceito de democracia, analise as afirmativas.
I. A democracia é a forma de organização do Estado que assegura maior participação formal dos
cidadãos por meio da possibilidade periódica de aprovação ou reprovação dos governos.
II. A democracia assegura a possibilidade de expressão do pensamento sem quaisquer limites.
III. Governos democráticos não são pautados por regras e submetem todas as suas ações à deliberação
pública.
Está(ão) correta(s) a(s) afirmação(ões):
Dos deuses ao Príncipe
A reinvenção da política
Agora que você já sabe um pouco mais sobre a política, considere: para que ela serve? E mais: será que a
política deve promover a justiça na pólis? Como se procede para que ela atenda à vontade da maioria?
Nesta aula, você verá que as concepções políticas de Maquiavel (à direita) eram bem distintas das concepções de
Platão.
Nesta aula estudaremos os conceitos de cidadania e democracia em Platão e veremos como, na Renascença,
deu-se a ruptura da política com o pensamento antigo. Nessa viagem, buscaremos no pensamento de Nicolau
Maquiavel (1469-1527) um entendimento moderno sobre a política e sua instrumentalização.
Questão 25
A República de Platão consiste na busca racional de uma cidade ideal. Sua intenção é pensar a política para
além do horizonte da decadência da cidade-estado no século de Péricles. O esquema a seguir mostra como se
organizam as classes, segundo essa proposta.
]
Com base na obra de Platão e no esquema, assinale a alternativa correta.
Questão 26
Nasce daqui uma questão: se vale mais ser amado que temido ou temido que amado. Responde-se que
ambas as coisas seriam de desejar; mas porque é difícil juntá-las, é muito mais seguro ser temido que amado,
quando haja de faltar uma das duas. Porque dos homens se pode dizer, duma maneira geral, que são ingratos,
volúveis, simuladores, covardes e ávidos de lucro, e enquanto lhes fazes bem são inteiramente teus,
oferecem-te o sangue, os bens, a vida e os filhos, quando, como acima disse, o perigo está longe; mas
quando ele chega, revoltam-se.
MAQUIAVEL, N. O príncipe. Rio de Janeiro: Bertrand, 1991.
A partir da análise histórica do comportamento humano em suas relações sociais e políticas, Maquiavel
define o homem como um ser
A era da razão
E se fez a luz!
No século XVIII, surgiu um movimento cultural e intelectual da sociedade europeia chamado de
Iluminismo. No século das luzes, organizou-se o saber racional alcançado até então, compilado em uma
grande obra batizada de Enciclopédia.
Frontispício da primeira edição, de 1751, do primeiro tomo da Enciclopédia (em francês, Encyclopedie) editada por
Denis Diderot e Jean dAlembert. A última parte dessa grande obra foi publicada em 1772.
Nesta aula, veremos o nascimento desses novos ideais, que repensaram o homem e a sociedade. Veremos
também a contribuição da Enciclopédia para o avanço do Iluminismo por toda a Europa, além do
nascimento de uma nova concepção de poder, elaborada por Montesquieu (1689-1755).
Questão 27
Coordenada por Denis Diderot, a Enciclopédia, cuja primeira edição é de 1751, representa a caracterização
das ideias iluministas, que exerceram uma influência sobre a Revolução Francesa de 1789.
Sobre o enciclopedismo, assinale o que for correto.
Questão 28
De acordo com o filósofo iluminista Montesquieu, no livro clássico O espírito das leis, quando as mesmas
pessoas concentram o poder de legislar, de executar e de julgar, instaura-se o despotismo, pois, para que os
cidadãos estejam livres do abuso de poder, é preciso que “o poder freie o poder”.
Identifique a sentença que melhor resume esse pensamento de Montesquieu.
Homem, Estado e Política
A política iluminada
Os ideais iluministas contribuíram para a eclosão da Revolução Francesa.
Como os pensadores iluministas formularam suas teorias acerca do homem e da política? Como Thomas
Hobbes (1588-1679) chega à máxima de que “o homem é o lobo do homem”? Por que Jean-Jacques
Rousseau (1712-1778) elabora o “contrato social”? As instituições podem realmente corromper os homens?
E John Locke (1632-1704), como chega às percepções que tanto contribuíram para uma nova concepção de
Estado e de governo?
Nesta aula, tratamos do percurso desses três importantes pensadores iluministas e vemos suas propostas e
ideais acerca dos paradigmas sociais da época.
Você verá que, com eles, as noções de política, Estado, governo, soberania, democracia e autoridade
ganham uma nova perspectiva.
Questão 29
Leia o seguinte texto de Rousseau e responda à questão.
[...] só a vontade geral pode dirigir as forças do Estado de acordo com a finalidade de sua instituição, que é o
bem comum, porque, se a oposição dos interesses particulares tornou necessário o estabelecimento das
sociedades, foi o acordo desses mesmos interesses que o possibilitou. O que existe de comum nesses vários
interesses forma o liame social e, se não houvesse um ponto em que todos os interesses concordassem,
nenhuma sociedade poderia existir. Ora, somente com base nesse interesse comum é que a sociedade deve
ser governada.
ROUSSEAU, J. J. Do contrato social. São Paulo: Nova Cultural, 1991.
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a relação entre contrato social e vontade geral no pensamento
de Rousseau, é correto afirmar:
Questão 30
Em sua obra Leviatã, o filósofo inglês Thomas Hobbes (1588-1679) descreveu uma sociedade marcada pela
ausência de uma liderança que se mostrasse capaz de reunir os indivíduos sob um comando soberano.
Hobbes constatou a falência do Estado monárquico absolutista e reconheceu que da anarquia da guerra civil
deveria se erguer uma sociedade de normas, regida por leis comuns, e sob a liderança de uma autoridade
soberana que não conheceria limites para o exercício de seu poder. A vantagem evidente da passagem do
estado de natureza ao estado civil, segundo Thomas Hobbes, estava no fato de que a nova ordem pública, a
ser instituída por meio de um contrato social (entre todos os indivíduos) e por um pacto político (entre os
indivíduos e o governante), levaria à completa superação de aspectos peculiares à vida precária no estado de
natureza como, por exemplo, a morte prematura e violenta.
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o tema, é correto afirmar que a nova forma de representação
do poder político proposta por Hobbes
Questão 31
Leia o texto a seguir:
Em Locke, o contrato social é um pacto de consentimento em que os homens concordam livremente em
formar a sociedade civil para preservar e consolidar ainda mais os direitos que possuíam originalmente no
estado de natureza. No estado civil os direitos naturais inalienáveis do ser humano à vida, à liberdade e aos
bens estão melhor protegidos sob o amparo da lei, do árbitro e da força comum de um corpo político
unitário.
MELLO, L. I. A. John Locke e o individualismo liberal. In: WEFFORT, F. C. (Org.). Os Clássicos da
Política. 3ª ed. São Paulo: Ática, 1991.
Com base no texto e nos seus conhecimentos sobre a filosofia política de Locke, assinale a afirmativa
correta.
Você viu nesta aula
Thomas Hobbes e a natureza humana: a guerra de todos contra todos; o corpo político: o Leviatã.
Jean-Jacques Rousseau e a natureza humana: o homem natural é o bom selvagem; a propriedade privada e a desigualdade entre os homens.
A vontade geral como resultado da consciência: o público acima do privado; a função do contrato social; o povo soberano.
John Locke e o Estado Liberal: vida, liberdade e propriedade – direitos naturais do homem.
Os limites do Estado Liberal: a conservação dos direitos do homem.
AULA 05 – TEMAS DIVERSOS
A Patrística
O homem de fé é um filósofo?
Em seus primeiros séculos, a Igreja Cristã irá elaborar doutrinas a respeito das verdades da fé para se
defender dos ataques pagãos e de possíveis heresias. Esse discurso apologético dá origem à filosofia
patrística.
Nesta aula, veremos qual caminho a filosofia percorreu com a ascensão da doutrina cristã. Que valores
foram repensados, julgados ou esquecidos?
Veremos também os temas abordados por Santo Agostinho, além do debate entre fé e razão e a discussão
dos problemas universais na perspectiva de conceptualistas e nominalistas.
Questão 32
A patrística (séculos II ao V d.C.) é o movimento intelectual dos primeiros padres da Igreja, destinado a
justificar a fé cristã, tendo em vista a conversão dos pagãos. Sobre a patrística pode-se afirmar que
A Escolástica e o pensamento de Tomás de Aquino
Está provado: Deus existe!
Entre os séculos VIII e XIV, a Igreja Romana se tornou muito poderosa na Europa. Nessa época a doutrina
cristã era ensinada nas escolas, numa tentativa de conciliação da fé ao pensamento racional, pautado mais
uma vez pela filosofia grega.
Tomás de Aquino, maior representante do período, cristianiza o pensamento de Aristóteles e elabora as
cinco vias que provavam a existência de Deus através da razão.
Vamos entender como o pensamento cristão surge nas escolas e universidades em meio ao período de maior
poder da Igreja. Poderemos observar como se apresentam alguns dos temas centrais no pensamento
escolástico, como fé e razão, infinito e finito, hierarquia dos seres e o poder espiritual, além de mergulhar no
pensamento de São Tomás de Aquino e sua vasta contribuição à história do pensamento filosófico e
teológico.
Questão 33
A teologia natural, segundo Tomás de Aquino (1225-1274), é uma parte da filosofia, é a parte que ele
elaborou mais profundamente em sua obra e na qual ele se manifesta como um gênio verdadeiramente
original. Se se trata de física, de fisiologia ou dos meteoros, Tomás é simplesmente aluno de Aristóteles,
mas se se trata de Deus, da origem das coisas e de seu retorno ao Criador, Tomás é ele mesmo. Ele sabe,
pela fé, para que limite se dirige; contudo, só progride graças aos recursos da razão.
GILSON, Et. A Filosofia na Idade Média, São Paulo: Martins Fontes, 1995.
De acordo com o texto acima, é correto afirmar que
Questão 34
Uma das tendências fundamentais de pensamento da Idade Média é a escolástica. A escolástica caracteriza-
se por vários elementos, tais como
O nascimento da ciência moderna
De repente, tudo mudou!
O surgimento da ciência moderna está associado ao momento em que ocorre a transição da filosofia natural
da antiguidade para o método científico que conhecemos hoje. Foi o nascimento de uma nova concepção de
mundo que fez a vida ganhar novo sentido, por causa das descobertas científicas.
Mas qual o papel da filosofia diante de um mundo que avança na direção do pensamento científico? Será
mesmo possível fazer desaparecerem nossas crenças e ideias sobre o mundo e o Universo?
Veremos esse fantástico mundo da nova ciência. Como Copérnico “parou o Sol e moveu a Terra”? Como o
ser humano deixou de ser o centro do Universo e da criação?
Questão 35
Em 2012, o Vaticano permitiu o acesso do público a vários documentos, entre eles o “Sumário do
julgamento de Giordano Bruno” e os “Atos do processo de Galileu”. As teorias desses estudiosos,
juntamente com o Homem Vitruviano, são exemplos de uma profunda transformação no modo de conceber e
explicar o conhecimento da natureza.
Com base nos conhecimentos sobre a investigação da natureza no início da ciência moderna,
particularmente em Galileu, assinale a alternativa correta.
Questão 36
[...] Depois de longas investigações, convenci-me por fim de que o Sol é uma estrela fixa rodeada de
planetas que giram em volta dela e de que ela é o centro e a chama. Que, além dos planetas principais, há
outros de segunda ordem que circulam primeiro como satélites em redor dos planetas principais e com estes
em redor do Sol. [...] Não duvido de que os matemáticos sejam da minha opinião, se quiserem dar-se ao
trabalho de tomar conhecimento, não superficialmente mas duma maneira aprofundada, das demonstrações
que darei nesta obra. Se alguns homens ligeiros e ignorantes quiserem cometer contra mim o abuso de
invocar alguns passos da Escritura (sagrada), a que torçam o sentido, desprezarei os seus ataques: as
verdades matemáticas não devem ser julgadas senão por matemáticos.
COPÉRNICO, N. De Revolutionibus orbium caelestium.
Aqueles que se entregam à prática sem ciência são como o navegador que embarca em um navio sem leme
nem bússola. Sempre a prática deve fundamentar-se em boa teoria. Antes de fazer de um caso uma regra
geral, experimente-o duas ou três vezes e verifique se as experiências produzem os mesmos efeitos.
Nenhuma investigação humana pode se considerar verdadeira ciência se não passa por demonstrações
matemáticas.
VINCI, Leonardo da. Carnets.
O aspecto a ser ressaltado em ambos os textos para exemplificar o racionalismo moderno é
Você viu na aula
A trajetória da ciência antiga até a concepção da ciência moderna.
Nicolau Copérnico e o heliocentrismo. “Parando o Sol e movendo a Terra”. Uma mudança na concepção de “centro do Universo”.
A importância do telescópio de Galileu. O movimento dos corpos e a geometrização do Universo.
René Descartes e a descoberta do método. A dúvida metódica como elemento de investigação filosófica e científica.
O pensamento de David Hume e a experiência que comprova. O empirismo como método – o princípio da causalidade.
O falseacionismo de Karl Popper e a possibilidade de submeter a ciência a uma comprovação.
GABARITO
QUESTÃO RESPOSTA
1 A
2 B
3 B
4 E
5 C
6 B
7 B
8 B
9 E
10 C
11 A
12 A
13 D
14 C
15 D
16 D
17 C
18 A
19 B
20 A
21 B
22 B
23 C
24 A
25 E
26 C
27 D
28 C
29 D
30 C
31 C
32 A
33 D
34 D
35 B
36 D