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Sumário Entrevista Frei Betto, consultor do programa Fome Zero “Mais importante é distribuir renda” .................................... 6 e 7 Notícias do Crea Estudo comprova viabilidade de refinaria de petróleo no ES ........ 5 Crea é recomendado para recertificação de qualidade ................. 8 ART Off-line facilita a vida do profissional ................................ 9 Cabeamento estruturado em versão doméstica ........................ 10 Dertes dirigido por ex-conselheira do Crea ............................. 11 Vitória Baja participa de competição nacional .......................... 12 Feira de Agronegócios movimenta o estado ............................. 13 De volta ao passado ............................................................... 14 Entidades AEFES, IAB, IBAPE, SEE, SEEA, SENGE, SINTAES, SINTEC .............. 15 Matéria de Capa Pesca à espera de incentivo ............................................. 16 a 19 Águas Degradação marca o Rio Doce ................................................. 20 Boa Idéia Dos teodolitos à estação total ................................................. 21 Matéria Especial Tesouro Colonial restaurado ........................................... 22 e 23 Saneamento Seminário define metas de saneamento para o ES ..................... 24 Caderno Técnico Legislação .............................................................................. 25 Artigo .................................................................................... 26 sumário

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MAIO/JUNHO-2003 T ó p i c o s -3

SumárioEntrevista

Frei Betto, consultor do programa Fome Zero“Mais importante é distribuir renda” .................................... 6 e 7

Notícias do CreaEstudo comprova viabilidade de refinaria de petróleo no ES ........ 5Crea é recomendado para recertificação de qualidade ................. 8ART Off-line facilita a vida do profissional ................................ 9Cabeamento estruturado em versão doméstica ........................ 10Dertes dirigido por ex-conselheira do Crea ............................. 11Vitória Baja participa de competição nacional .......................... 12Feira de Agronegócios movimenta o estado ............................. 13De volta ao passado ............................................................... 14

EntidadesAEFES, IAB, IBAPE, SEE, SEEA, SENGE, SINTAES, SINTEC .............. 15

Matéria de CapaPesca à espera de incentivo ............................................. 16 a 19

ÁguasDegradação marca o Rio Doce ................................................. 20

Boa IdéiaDos teodolitos à estação total ................................................. 21

Matéria EspecialTesouro Colonial restaurado ........................................... 22 e 23

SaneamentoSeminário define metas de saneamento para o ES ..................... 24

Caderno TécnicoLegislação .............................................................................. 25Artigo .................................................................................... 26

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editorial

CAROS SENHORES,Sou ex-aluno da Universidade Federal do Espírito

Santo - UFES, onde me formei em Engenharia Civil e fizdois cursos de Pós-Graduação: "Engenharia de Segurança doTrabalho" e "Planejamento e Gerência de Operações noCorredor Centroleste".

(...) Foi com imensa surpresa que recebi a revista doCREA-ES de março/abril de 2003, em que consta matéria dedivulgação do trabalho vencedor feito por estudantes deEngenharia Mecânica da UFES tendo como tema o projetoempreendedor "Empresa Reciclo-Reciclagem de Pneus".

(...) Porém, é com muita tristeza que vejo o"descaso" dos administradores e professores da universidadeem que me graduei e pós-graduei, ao tratar os trabalhos járealizados pela sua própria instituição.

(...) Devo lembrar ao Senhor Reitor e ao SenhorPró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, que assinaram meuhistórico e diploma de Pós-Graduação em "Planejamento eGerência de Operações no Corredor Centroleste", do tema,por mim desenvolvido, como Monografia de fim de cursoem 2000, qual seja (sic): "RECICLAGEM DE PNEUS COMOOPORTUNIDADE DE NEGÓCIOS".

Acho que não é exagero ressaltar novamente quetal monografia foi apresentada em 2000. Uma vez que nãohouve nenhuma referência à minha Monografia notrabalho dos novos alunos, me sinto no direito de fazer talcrítica.(...)

Luis Claudio Santana MontenegroAgência Nacional de Transportes Terrestres -

ANTT - Gerência de Transporte Multimodal

O Espírito Santo possui 411 kmde litoral, com uma diversidade depeixes e frutos do mar das maiores dopaís. Além disso, o Estado vive uma“onda” de projetos de piscicultura emágua doce, como a criação de camarãoda malásia, peixes do pantanal, trutas eaté mariscos, como o Cocquile de SaintJean, em Guarapari. Com um perfildesses, as perguntas que mais nosincomodam são: por que então se produztão pouco pescado no Estado e a preçostão altos? Por que se consome tão poucopeixe e marisco em nosso Estado, que temcomo carros chefes da sua culinária doispratos feitos a base de peixe e frutos domar: a torta e a moqueca capixabas?

Infelizmente essa situação não étípica apenas do Espírito Santo, mas detodo o país. A orla marítima brasileirapossui 8,5 mil km de mar, e o país aindaé dono de 12% das reservas de água docedo mundo. Mesmo assim, somos apenaso 27º colocado em nível mundial naprodução pesqueira, com 17,2 toneladas/ano. A situação é ainda mais paradoxal,se considerarmos que essa produçãosequer consegue dar conta do consumo

Tópicos

CREA-ESDIRETORIA

PRESIDENTE:Engº Eletricista Silvio Roberto Ramos

VICE-PRESIDENTE:Engº Civil Paulo Roberto Santos

1º TESOUREIRO:Arquiteta Patrícia Cordeiro

2º TESOUREIRO:Téc. Agrícola Dario Antonio de Almeida

1º SECRETÁRIO:Engº Civil Marco Antonio Barbosa da Silva

2º SECRETÁRIO:Engº Agrônomo Paulo César da Silva Lima

CÂMARASENGENHARIA CIVIL

Engº Civil Radegaz Nasser JuniorENGENHARIAAGRONÔMICA

Engº Florestal Álvaro GarciaARQUITETURA

Arquiteto Alexandre Cypreste AmorimENGENHARIAINDUSTRIAL

Engº Ind. Mecânico José Carlos de AssisENGENHARIA

ELÉTRICAEngº Eletricista Antonio Carlos

Camara de BakkerCOMISSÃO DE ÉTICA

Arquiteto Alexandre Cypreste Amorim

INSPETORIASCachoeiro de Itapemirim (28) 3522-2373

Colatina (27) 3721-0657Linhares (27) 3264-1781

POSTOS DE ATENDIMENTOVila Velha (27) 3239-3119

Campo Grande (27) 3343-7423São Mateus (27) 3763-5929

REVISTA DO CREACONSELHO EDITORIALSilvio Roberto Ramos

Ronaldo OakesAlcione VazzolerFábio Pimentel

Alexandre Cypreste AmorimÁlvaro Garcia

José Antonio do Amaral FilhoPaulo Roberto Santos

Ruth Reis

GERENTE DE COMUNICAÇÃO IMAGEM ERELACIONAMENTOS

Jornalista Ronaldo Oakes de OliveiraCONSULTORA DE COMUNICAÇÃO IMAGEM

E RELACIONAMENTOSJornalista Alcione Vazzoler

REPORTAGEM:Alcione Vazzoler, Gláucio Rodrigues,

Izabella Salazar, Fabrício Ribeiro,Paula Stange, Fernando Abreu,

Flávio Gonçalves, André Taquetti,Geovana Florinda, Iara Bragato

FOTO DA CAPASérgio CardosoEDITORAÇÃO

Equipe de Comunicação do CREA-ESFOTOLITOS

TraçolitoGRÁFICAGrafitusaTIRAGEM

16,5 mil exemplares

REVISTA DO CONSELHO REGIONAL DEENGENHARIA, ARQUITETURA E

AGRONOMIA DO ESPÍRITO SANTOEndereço: Av. Cesar Hilal, 700, 1º andar,

Bento Ferreira, Vitória-ES - CEP29052.232 - Tel. (27) 3334-9900

Fax: (27) 3324-3644E-mail: [email protected]

www.creaes.org.br

Editorial

EM REPOSTA às observações contidas no e-mail doengenheiro Luiz Claudio Santana Montenegro, apresento osdevidos esclarecimentos, na condição de pró-reitor de Pesquisa ePós-Graduação da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).

1. JÚRI FINAL – EMPREENDEDORISMOA última edição da revista Tópicos, do Crea, fez a

divulgação do resultado do Júri Final realizado na disciplinaEmpreendedorismo, optativa do curso de graduação emEngenharia Mecânica da UFES. Para tal, os grupos de alunosapresentaram os respectivos Planos de Negócios e ocorreu anegociação dos produtos (simulação), sendo estes avaliados porjurados externos. É verdade que para a elaboração de umtrabalho acadêmico, mesmo se tratando de um simples trabalhode uma disciplina de graduação, devem ser consultadas as fontesde divulgação de trabalhos técnicos e científicos.

2. BIBLIOGRAFIA – CONSULTAS E REFERÊNCIASPor outro lado, não é necessário o esgotamento de

todas as fontes possíveis (grifo do autor) como no caso daelaboração de teses de doutorado. Certamente seria umerro consultar um trabalho, utilizar as informações nelecontidas e não citá-las nas suas referências bibliográficas.

Cabe ressaltar, porém, que não é de responsabilida-de da administração da UFES (grifo do autor) a verificação dabibliografia consultada para a elaboração de trabalhoscientíficos, técnicos ou acadêmicos.

(...) Por fim, esperando ter apresentado osesclarecimentos necessários, nos colocamos à inteira disposição.Aproveitamos para desejar sucesso ao colega engenheiro, naapresentação de seu trabalho no Congresso Internacional de“Asfalt Rubber”, e demonstramos a nossa satisfação em saberque o engenheiro, como ex-aluno da UFES, ocupa um cargoimportante no cenário nacional junto à ANTT.

Prof. Luiz Herkenhoff Coelho, Dr. IngPró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação - Ufes

CARTA DO LEITOR

interno, o que leva o país a importar porano mais de U$ 450 milhões em pescado.

A realidade que o Brasil vive emrelação a esse setor da economia é umreflexo dos anos e anos de falta de umapolítica adequada, faltando investimentosno setor por parte dos governos edesinteresse de parcerias do mundofinanceiro/empresarial.

Agora, vislumbram-se algumaspossibilidades de melhoria, com adecisão do Governo Federal de criar umPlano Nacional de DesenvolvimentoSustentável da Agüicultura e da Pesca ecom a possibilidade de investimentosda ordem de R$ 2 bilhões. Esses recursospoderão criar uma nova “onda” decrescimento e desenvolvimento.

É necessário criar mecanismospara que o setor possa se auto-sustentare ter uma completa renovação do parqueindustrial pesqueiro brasileiro, cominvestimentos na construção de barcos,postos e compra de equipamentos emaquinários. Esses são apenas osprimeiros passos e muito ainda há a serfeito. Basta apenas que seja respeitado eutilizado o potencial pesqueiro do país.

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O estudo sobre a viabilidade daimplantação de uma refinaria de petróleo noEspírito Santo foi apresentado à sociedadecapixaba pelo Secretário de DesenvolvimentoEconômico e Turismo Júlio Bueno, no últimodia 14 de maio, no Auditório do Crea-ES.

A apresentação fez parte do encerra-mento do 1° Ciclo de Debates Técnicos sobrePlanejamento Energético, organizado peloCrea-ES, em parceria com a Federação dasIndústrias do Espírito Santo (Findes),Federação do Comércio, Serviço Brasileiro deApoio a Micro e Pequenas Empresas(Sebrae) e Banco de Desenvolvimento doEspírito Santo (Bandes).

No momento está em evidência adiscussão nacional dos critérios técnicos,econômicos e sociais para implantaçãodas refinarias de petróleo necessáriaspara o desenvolvimento do país. “A refi-naria é viável e estamos provando issoaos nossos possíveis investidores”, afir-mou Júlio Bueno que disse ainda estarconfiante na opção do Governo Federalde instalar a refinaria no Espírito Santo.

Em janeiro deste ano, o Crea-ESpromoveu uma reunião, iniciando omovimento que mais tarde resultaria na

primeira iniciativa de debate sobre o as-sunto no Estado. Com a realização dociclo de debates, empresários, lideran-ças políticas, parlamentares e a popula-ção tiveram acesso a conceitos, experi-ências e análises de especialistas na áreade refino de petróleo e assuntos afins àimplantação de uma refinaria de petró-leo no Espírito Santo.

Segundo o Eng. Eletricista SilvioRamos, Presidente do Crea-ES, o objeti-vo principal do ciclo de debates foi “bus-car argumentos técnicos para subsidiar osestudos que vão embasar, junto ao Gover-no Federal, a defesa da implantação deuma refinaria de petróleo no Estado”.

Esta mobilização dos diversos seto-res da sociedade capixaba gerou um do-cumento técnico entregue ao Governa-dor Paulo Hartung, à Ministra das Minase Energia, Dilma Rousseff, e ao Presiden-te Lula, expondo razões técnicas e sócio-econômicas que comprovam a viabilida-de de uma refinaria no Espírito Santo.

ESTUDOO conteúdo do estudo reafirma a

necessidade de construção no Brasil deaté três refinarias de 190 mil barris/dia

Estudo comprova viabilidade derefinaria de petróleo no Estado

cada uma, até 2010 - já sinalizada peloestudo “Perspectivas para o desenvolvi-mento do refino de petróleo no Brasil”,encomendado pela Agência Nacional dePetróleo - ANP à consultora Booz Alen -Hamilton em 2002 - e mostra que o paísterá uma crescente dependência por de-rivados de petróleo a partir de 2010, senão fizer investimentos na área de refi-no, devido à defasagem entre a evoluçãoda demanda de derivados desse recursoe os investimentos em refino no país.

Com as recentes descobertas jáquantificadas de grandes volumes depetróleo na parte capixaba da Bacia deCampos, o Espírito Santo será o segun-do maior produtor do país – prevendo-se que venha a responder por cerca de20% - até o final desta década.

No Bloco exploratório BC-60, aPetrobras já declarou a comercialidadede 2 milhões de barris, que deverão atin-gir a vazão de 280 mil barris/dia no picoda produção, um volume suficiente paradar sustentação à necessidade de umarefinaria para suprir parte do déficit dederivados previstos para o país.

Dentro desta ótica, o Crea, a Fin-des, a Fecomercio, o Bandes e o Sebraese uniram aos esforços do Governo Es-tadual organizando, além do ciclo dedebates, dois grupos de trabalho (GT) quedesenvolveram estudos complementares.

O primeiro GT tratou especifica-mente da instalação da refinaria e tevecomo incumbência aprofundar um pri-meiro documento produzido. O segun-do tratou dos demais assuntos, como asoportunidades de negócios relaciona-dos com a cadeia produtiva do petróleoe gás natural do Espírito Santo.

Os ciclos de palestras irão conti-nuar, segundo Edivaldo Sposito, consul-tor contratado da Assessoria de Proje-tos Especiais do Crea-ES. “O próximociclo terá como tema central a EnergiaElétrica, com o objetivo de contribuirpara a elaboração de um planejamen-to energético para o Espírito Santo”, in-formou.

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O SECRETÁRIO ESTADUAL DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E TURISMO, JÚLIO BUENO, ACREDITA QUE OGOVERNO FEDERAL PODE INSTALAR UMA REFINARIA NO ESTADO

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Como o Governo tem recebido ascríticas ao Fome Zero?

Como contribuição, aquelas vin-das de quem tem experiência em segu-rança alimentar. Outras são críticas nãoao Fome Zero, mas a um programa queestava na cabeça desses críticos, e quenão é o que estamos implantando. Porexemplo, discutia-se muito como iriaser a logística do programa na distri-buição de alimentos. No entanto, parao Fome Zero, mais importante do quedistribuir alimento é distribuir renda,trabalho, resgatar a auto-estima das pes-soas e a consciência cidadã. Ou seja, oFome Zero, ao contrário da maioria dasações de combate à fome no país, não éassistencialista, ele é um programa deinclusão social.

Qual a importância dos conselhosestaduais, os Conseas, para o sucessodo Fome Zero?

Agilizando o Consea, torna-se maisfácil a expansão do Fome Zero a todo opaís. O programa reúne políticas locais,políticas específicas, que é o caso do car-tão alimentação, e políticas estruturais,como reforma agrária, economia solidá-ria, entre outras.

Além dos governos estaduais, quemmais vai integrar o Consea?

O governo é minoritário. Os con-selhos estaduais serão integrados em suamaioria por movimentos sociais, enti-dades, igrejas, sindicatos, associações,clubes de serviços, de preferência aque-

les que trabalham com população caren-te. Eles serão integrantes na proporçãode 2/3, enquanto o poder público entracom 1/3. Isso torna o conselho mais re-presentativo e menos vulnerável a umapossível manipulação política eleitoral.Também queremos incentivar todas asprefeituras dos estados a formataremseus respectivos Conseas. Os estados emunicípios deverão implantar o seu per-fil do Fome Zero, em parceria com oGoverno Federal. Eles formarão gruposde trabalho para, entre outras açõesprioritárias, fazer um mapeamento dafome na região, agilizando o trabalhopara a vinda dos recursos federais.

Quais, entre as cinco áreasprioritárias, o programa vai atender noES?

O ES só não se enquadra em umadas cinco prioridades, que é o semi-ári-do nordestino, que se estende para mu-nicípios do Vale do Jequitinhonha, emMinas Gerais. Mas nas outras quatro seenquadra: os acampamentos e assenta-mentos rurais; as comunidadesquilombolas; e população que vive nos edos lixões e as aldeias indígenas em es-tado de subnutrição.

Que avaliação o Governo Federal fezdas primeiras experiências do progra-ma?

Para se ter uma idéia, posso citar ocaso do Piauí, um dos pioneiros. Nósesperávamos implantar o programa noPiauí com mil famílias, em 120 dias. Mas

já são 13 mil famílias recebendo o cartãoalimentação. Esperávamos que o progra-ma chegasse a cerca de 80 municípios, jásão 193. No município de Guaribas (PI),outra experiência piloto, uma populaçãode pouco mais de 4 mil habitantes, temagora um ingresso mensal de R$ 5 mil.Isso é uma revolução naquele municípiotão pobre, que tem um dos mais baixosíndices de desenvolvimento humano dopaís. O programa permite a reativaçãoda economia local, a valorização da pro-dução dos pequenos e médios produto-res. Em todo o país, nós já temos 34 milpostos de coleta de alimentos nas agên-cias do Banco do Brasil, da CEF, Correi-os, etc. Essas doações serão transforma-das em cestas básicas para os segmentosalvos do Fome Zero que não podem pro-duzir renda como os acampamentos ru-rais e de índios, que estão numa situaçãode penúria.

Como evitar o clientelismo?Podemos evitar na medida em que

os alimentos não são entregues direta-mente às famílias beneficiárias, mas àsentidades que trabalham para essas fa-mílias. Essas entidades são capacitadaspara não fazerem trabalhosassistencialistas. Na hora de entregar oalimento, o beneficiário será questiona-do sobre seus vínculos familiares, pro-fissão, se é alfabetizado, se precisa de tra-tamento dentário, enfim, a idéia éconsiderar a dignidade da pessoa, tor-nando-a cidadã, tirando-a da rua. O pro-

“Mais importante édistribuir renda”

O Assessor Especial da Presidência da República, Frei Betto, responsá-vel por acompanhar o programa Fome Zero, um dos focos do Governo Federal,esteve em Vitória no dia 28 de maio para participar de um Seminário realiza-do pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Frei Betto, que já morouem Vitória durante a década de 70, falou com exclusividade para a revistaTópicos sobre o Fome Zero.

Frei Betto, consultor do

programa Fome Zero

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A Central Telefônica do Fome Zero funciona de 8h às 20h, ligação gratuita pelo telefone 0800-707-2003ou pela internet no endereço www.fomezero.gov.br

grama implantará cursos de alfabetiza-ção para jovens e adultos, com duraçãode três meses. Ainda teremos hortas co-munitárias, cooperativas, agricultura fa-miliar, micro crédito, programa de saú-de, construção de cisternas de captaçãoda água da chuva, entre outras políticaspúblicas para estimular a geração derenda.

As empresas estão, de um modogeral, mais interessadas em investir naárea social. Instituições como o Creatambém vêm promovendo ações de res-ponsabilidade social. Que importânciao senhor vê na participação dessasempresas, entidades e da sociedadecivil no Programa e no crescimento dopaís?

O Presidente Lula deixou claro queo programa não terá êxito se a sociedadecivil não se assumir como protagonista.Nós já temos cerca de 400 empresas queestão conveniadas como parceiras doFome Zero para o próximos quatro anos.Não aceitamos por menos tempo, sãotodos por quatro anos. Isso revela umaconsciência cívica e cidadã mais profun-

da das empresas, não só as brasileiras.Mas é preciso que nos estados e municí-pios outras empresas procurem os mo-vimentos sociais ou a prefeitura parasaber como podem contribuir com aerradicação da fome no Brasil. Esse é umdesafio de todos os brasileiros, indepen-dente de condição religiosa, de partido eideologias.

O Brasil está na lista dos paísesque mais esbanjam comida no mun-do devido, entre outros fatores, à ar-mazenagem e transporte inadequa-dos. Como o Governo pretende en-frentar o problema do desperdício dealimentos?

Estamos desenvolvendo uma li-nha de educação nutricional, paraalertar não só os produtores, mas tam-bém os consumidores. Há muito des-perdício nas casas, nos locais de traba-lho, daí a importância de se realizar essetrabalho junto aos Bancos de Alimen-tos, que são bancos nos municípios en-carregados de recolher alimentos pere-cíveis de açougues, supermercados,restaurantes, e no mesmo dia fazer com

que esses produtos cheguem à mesa daspessoas. O desperdício é algo que nósprecisamos combater, a partir da edu-cação nas famílias, nas escolas, qualquerforma de desperdício. Essa consciênciaprecisa ser criada, ligada a uma educa-ção nutricional que infelizmente o bra-sileiro ainda não tem. Nós comemosmal, movidos pelos olhos, sem consci-ência sobre os componentes químicosdos alimentos e que tipo de reação elesprovocam no nosso organismo.

O ES é destaque na agricultura fa-miliar, um setor que apesar de ser bas-tante produtivo nunca recebeu muitaatenção do Governo Federal. Agora,dentro dos projetos do Fome Zero, oplantio familiar vai receber ser benefi-ciado?

Sim. o Governo está preparandouma série de ações para privilegiar o cré-dito à agricultura familiar, estabelecer oseguro safra para algumas regiões doBrasil. Essa e outras medidas estão sen-do manejadas dentro do PPA - PlanoPlurianual, que vai ser aprovado em agos-to deste ano.

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A agricultura capixaba vem sendoameaçada por práticas agrícolas incompatí-veis com as características dosagroecossistemas tropicais, o que reduzaceleradamente a fertilidade natural dossolos, compromete a qualidade e a disponi-bilidade hídrica dos mananciais e suprimenossa biodiversidade. Sabendo da importân-cia de realizar uma ampla reflexão sobrecaminhos alternativos para um desenvolvi-mento que preserve o meio ambiente, o Creae o Sindicato dos Engenheiros no Estado doEspírito Santo (Senge-ES) estarão promoven-do nos dias 17 e 18 de setembro, no HotelPathernon Pasárgada, em Vila Velha, oSeminário Interestadual de AgriculturaSustentável.

O evento terá como temática “Aagroecologia como referência para o exer-cício da cidadania no campo” e pretendedesencadear e aprofundar o debate técni-co-científico sobre a proposta de desenvol-vimento sustentável para a agricultura doEspírito Santo, tendo como base as inicia-

tivas já existentes, para consolidar osideais de transformação e evolução domodelo agrícola do Estado.

O evento contará com aproxima-damente trezentos participantes entreEngenheiros Agrônomos, Florestais eAgrícolas, além de Técnicos Agrícolas,

produtores, empresários rurais, mem-bros de ONGs, lideranças políticas e co-munitárias, estudantes e outros profissi-onais de Ciência e Tecnologia.

O Eng. Agrônomo Cledson de SousaFelippe considera importante a realiza-ção do Seminário, pois “hoje não há ummarco separador do que é desenvolvimen-to sustentável e do que não é sustentá-vel”. O Engenheiro informa que para umprojeto de desenvolvimento ser conside-rado sustentável, deve obedecer a quatrocritérios fundamentais: ser economica-mente viável, ecologicamente sustentável,energeticamente equilibrado e socialmen-te aceitável. Por isso, o seminário serátambém um espaço de discussão para ten-tar resolver esses problemas conceituais.

Serão três painéis com eixostemáticos distintos. O primeiro terá umeixo político, no qual um representantedo Ministério do Meio Ambiente e daAmazônia Legal explicará a política naci-onal de desenvolvimento sustentável; umrepresentante do Ministério da Agricul-

tura falará sobre a política nacional deagricultura; e um representante do Mi-nistério de Desenvolvimento Agrárioabordará o projeto de reforma agrária.Ainda haverá a palestra de um represen-tante da Secretaria de Estado da Agricul-tura sobre a política estadual de agricul-tura.

No segundo painel, com um eixoconceitual, serão discutidos o desenvol-vimento local e regional, bases técnicas ecientíficas da agricultura sustentável e osimpactos ambientais e reflexos na saúdedos agricultores e consumidores devidosao uso indiscriminado de agrotóxicos.

O último painel terá um eixooperativo, em que será abordado o pla-nejamento estratégico e sua viabilidadede aplicação à realidade do campo. Alémdisso, será apresentado o projeto desen-volvido pela Associação dos Agriculto-res Agroecológicos da Serra Geral -Agreco, uma experiência bem sucedidade agricultura sustentável realizada emSanta Rosa de Lima, Santa Catarina. Se-gundo Cledson Felippe, tráta-se de umaexperiência pioneira, na qual organiza-ções sociais urbanas adquirem de gru-pos organizados de agricultores produ-tos alimentícios cultivados dentro dospadrões de qualidade estabelecidos pelaagroecologia.

Crea é recomendado pararecertificação de qualidade

O Crea-ES está recomendado parareceber a recertificação da qualidade ISO9001:2000. A auditoria de recertificação foirealizada no dia 11 de julho pela empresaDet Norske Veritas Certificadora Ltda. Brasil.

O Comitê de Apoio à Gestão - Cagejunto com o Escritório da Qualidade con-duziram os trabalhos e incentivaram aparticipação de todos os funcionários noprocesso de recertificação, que será váli-da por três anos.

O Administrador Aluyr CarlosZon Júnior, Gerente da Unidade deControladoria, destaca que a certificação

consolida uma prática que já vinha sendoadotada. “O tema qualidade já faz parteda cultura do nosso Conselho e quem tema ganhar são os profissionais, as empre-sas e a sociedade”, ressalta o Gerente.

Os auditores avaliaram que a im-plantação e implementação do Sistemade Gestão da Qualidade estão de acordocom os padrões da Norma ISO. Segundoeles, o resultado positivo na auditoriacomprova que os funcionários e a dire-ção do Crea-ES estão comprometidoscom a melhoria contínua dos serviçosofertados.

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Desde que foi lançada, em abril de2002, a ART Online fornece aos profissionaisuma boa alternativa ao tradicional formulá-rio de papel que é retirado nos postos einspetorias. Para os profissionais que nãodispõem de uma boa conexão para acesso aInternet ou simplesmente acham maisprático preencher a ART fora da rede, masnão gostariam de perder a praticidadeoferecida pelo computador, o Crea lançou noinício de junho a ART Off-line.

O novo sistema permite que osprofissionais façam o download de umprograma a partir da página do Crea-ES(www.creaes.org.br) e preencham a ARTno próprio computador sem a necessi-dade de estarem conectados à Internet,num sistema parecido com o do Im-posto de Renda.

Após conferir as informações, oprofissional as envia para o Crea pelaInternet e imprime a guia que deve serpaga no banco. Após efetuar o paga-mento, basta enviar a ART assinadapara o Crea. O envelope também é im-presso pelo programa e já vem comPorte Pago. Não é necessário enviar aguia de pagamento, pois a partir domomento em que o documento é pago,

ART Off-line facilita avida do profissional

o sistema automaticamente éinformado.

Para copiar o arquivo, oprofissional deve ser registradono Crea e acessar a área restritado site. Segundo o Consultor deInformática, Kleyson Musso, aprocura pelo programa superouas expectativas, pois em duas se-manas já havia sido copiado porcem profissionais apenas com aexposição do link no site e semqualquer divulgação extra.

Com a nova ART Off-line,os profissionais agora podemescolher entre três maneiras depreenchimento: manualmente,através dos formulários dispo-níveis nos Postos de Atendimen-to e Inspetorias, utilizando a ART Online ou com o novo programa.

Além de serem muito fáceis de serusados, os sistemas eletrônicos de gera-ção de ARTs garantem muita comodida-de ao usuário, que pode preenchê-las desua própria casa ou escritório. Porém,no caso da ART Online existem algunscuidados que devem ser tomados paraque ela seja utilizada corretamente.

O envio da ART Online funcionaatravés do sistema de Porte Pago dosCorreios. Após a impressão do docu-mento em duas vias, o profissional viraa folha e solicita a impressão do verso,que contém as informações necessáriaspara a postagem.

Com os dois lados da folha impres-sos, ela deve ser dobrada e colada con-forme indicações, evitando-se passar colaem cima do número do documento quefica no canto superior direito. Segundoo líder da equipe de ART do Crea-ES, Mar-cos Perini, quando há cola em cima donúmero, há risco de ele ser rasgado etornado ilegível no momento da abertu-ra do documento.

Alguns profissionais resolvem esseproblema ao imprimir as informaçõespara postagem numa folha separada.Então essa folha é dobrada e colada deforma que faça um envelope e a outra

Cuidados com a ART Onlineparte, com a ART, é colocada ali dentro.Outra dica é utilizar um mesmo envelo-pe para enviar duas ou três ARTs. Alémde diminuir o volume de correspondên-cias, essa prática garante que todos osdocumentos que um determinado pro-fissional emita em um mesmo dia fi-quem juntos.

Antes de colocar a carta no correio, éimportante verificar se os documentos es-tão assinados. Algumas ARTs estão chegan-do ao Conselho sem assinaturas, o que podecausar a nulidade do documento, confor-me determina Resolução do Confea.

ATAES

CooperativismoCapacitar técnicos em Cooperativismo e Associativismo, com enfoque no

meio rural. Esta é a proposta de um projeto, implantado em maio deste ano,pela Associação Estadual dos Técnicos Agrícolas do Espírito Santo - Ataes, emparceria com o Sindicato dos Técnicos Agrícolas do Espírito Santo - Sintaes. Oprojeto recebeu apoio financeiro do Crea-ES.

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Informações: Equipe de ART (27) 3334-9923

A ART OFF-LINE SURGE COMO UMA NOVA OPÇÃO PARA

OS PROFISSIONAIS DO CREA-ES

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T ó p i c o s -10 MAIO/JUNHO-2003

Com objetivo de promoveruma maior inserção do conhecimen-to geográfico na sociedade, o CentroAcadêmico de Geografia da Ufesorganizou entre os dias 26 e 30 demaio, a Semana de Geografia 2003.O evento, que contou com o apoiodo Crea-ES, debateu temas comoMercado de Trabalho do Geógrafo,Cartografia e Geoprocessamento,Ensino de Geografia no século XXI,Geografia Agrária e Geografia eGuerra.

Entre estudantes, professores eprofissionais da área, participaramda semana mais de 200 pessoas. Naprogramação estavam, além dastradicionais mesas redondas,palestras, mini-cursos, apresentaçãode trabalhos científicos e apresenta-ções culturais.

Para o Vice-Presidente doCrea-ES, Engenheiro Civil PauloRoberto Santos, que participou daabertura da Semana, o evento “foiimportante pois discutiram-seaspectos da profissão dos Geógrafose o apoio do Crea representa ummarco para outras iniciativas comoessa”.

Segundo o Diretor do CentroAcadêmico de Geografia, AlessandroBayer, a semana foi fundamental.“Houve discussões relacionadas àsdiversas formas de intervenção dohomem no espaço, no contextocontemporâneo do capitalismo e desuas metamorfoses, promovendo areflexão da própria ciência geográfi-ca e de seu propósito específico”.

Semana deGeografia na Ufes

O Programa de Educação Continuada(PEC) promoveu no dia 19 de março apalestra “Cabeamento Estruturado”, com oespecialista Gilberto Sudré. O evento, queocorreu no auditório do Crea, contou com apresença de mais de cem Engenheiros,Técnicos e estudantes. Em duas horas deapresentação, o público pôde conhecer umpouco mais sobre esta nova tecnologia norte-americana, que já está presente eminúmeros escritórios e salas comerciais e jáingressa em ambientes residenciais.

Segundo a norma 14565 da ABNT,um projeto de cabeamento estruturadodeve integrar, num só equipamento, di-

ferentes tiposde redes de si-nal em baixatensão, comocabos de telefo-ne, vídeo, com-putador, siste-ma de alarme,entre outros.

Q u e maderiu à técnicainovadora ga-rante que os in-convenientestrazidos commudanças delayout em escri-tórios e mora-dias ficaram nopassado. Entreas vantagens

A Associação dos Geógrafos do Bra-sil / Espírito Santo - AGB-ES instituiu emmaio o Conselho Técnico Científico daentidade. Formado por Geógrafos, pro-fessores e pesquisadores da área de Geo-grafia, o Conselho tem como objetivoprestar assessoria técnica junto a AGB. Ainiciativa partiu da necessidade de reali-zar pareceres em áreas como transpor-tes, recursos hídricos e planejamento ur-bano, que vêm sendo solicitados à AGB.

AGB cria Conselho Técnico Científico

Cabeamento Estruturado emversão doméstica

trazidas pela nova técnica, que chegou aoBrasil na década de 90, destacam-se a fle-xibilidade e a redução de custos, além denovas oportunidades de trabalho para osprofissionais especializados natecnologia. O espaço de atuação no mer-cado estende-se a empresas de prestaçãode serviços em cabeamentos, empresasespecializadas em alarmes, além de fir-mas especializadas na manutenção dasempresas que já possuem a rede.

O prolongamento do escritório paradentro dos lares, o mercado autônomo e ainformatização das residências indicam umaumento significativo na procura do servi-ço de redes domésticas. “É uma tecnologiaque sai dos ambientes de trabalho e se es-tende para dentro dos lares”, informaSudré.

No entanto, devem-se tomar algumasprecauções na hora de contratar os servi-ços de empresas do gênero. Conforme Gil-berto Sudré, é preciso se certificar quantoa qualidade do material fornecido pelofabricante e a capacitação do profissionalque irá executar os serviços. O processo decertificação dos serviços vai desde a fasede formulação e execução do projeto, até aescolha de materiais de qualidade que se-rão utilizados. “A boa escolha possibilitapara o consumidor uma garantia de atévinte anos por parte das empresas forne-cedoras”, acrescenta o especialista.

O resultado positivo da palestramotivou o PEC a estudar a possibilidadede realizar um curso sobre esse tema nosegundo semestre deste ano.

ABES

V SesmaDe 11 a 15 de agosto de 2003 acontecerá o V Seminário Estadual sobre

Saneamento e Meio Ambiente (V SESMA), na Faesa Campus II, em Vitória.A iniciativa é da Associação Brasileira de Engenharia Ambiental - SeçãoEspírito Santo - Abes. O V SESMA traz como novidade as apresentações deexperiências desenvolvidas em saneamento e meio ambiente no ES.Inscrições: (27) 3324-5211.

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MAIO/JUNHO-2003 T ó p i c o s -11

Reestruturação, informatização,capacitação e treinamento dos servido-res do Departamento de Edificações,Rodovias e Transportes do Espírito San-to (Dertes) são as principais metas danova diretora geral do órgão, Eng. CivilLucia Vilarinho Ramos, que iráimplementar e modernizar novos pro-cedimentos, a fim de melhorar o atendi-mento e a capacidade de resposta à soci-edade.

Além desses projetos, a nova dire-tora, que foi conselheira do Crea, pre-tende ampliar o nível de integração einteração com as demais Secretarias doGoverno Estadual, recuperar e conservaras rodovias estaduais e elaborar umdossiê completo da situação das pontesexistentes no Espírito Santo.

Lucia Vilarinho garante que “ser aprimeira mulher a assumir a direção do

Dertes e conduzir um órgão que é resul-tado da fusão de dois importantes de-partamentos do Estado, o Departamen-to de Edificações e Obras - DEO/ES e oDepartamento de Estradas de Rodagem- DER/ES, estão sendo os principais de-safios”.

A nova diretora, que ocupou atémaio deste ano o cargo de Sub-Secretá-ria de Controles Urbanos da PrefeituraMunicipal de Vitória, tomou posse dadiretoria geral do Dertes no dia 27 demaio, no Palácio Anchieta. Participaramda solenidade o Governador PauloHartung, o Secretário Estadual de Desen-volvimento, de Infra-Estrutura e de Trans-portes, Eng. Eletricista Silvio RobertoRamos, o Presidente da AssembléiaLegislativa, Cláudio Vereza, o Presiden-te do PT, João Coser e o Prefeito de Vitó-ria, Luiz Paulo Veloso Lucas.

Ex-conselheira do Crea-ES é aprimeira mulher a dirigir o Dertes

Convênios entre Mútua e CEF facilitam compra deimóveis e equipamentos

Imóvel na Planta e/ou em Construção - Em-préstimos concedidos a grupos de pessoas fí-sicas para construções em terreno próprio oupara construções e aquisição de terreno. Olimite de recursos disponíveis pelo FAT é deaté R$ 350 mil e de R$ 80 mil pelo FGTS.

Os recursos do Proger serão destinados para ofinanciamento da compra de equipamentospara escritório e capital de giro, com juros de6% ao ano. Para pessoa física, os valores dispo-níveis são de R$10 mil para profissionais comaté quatro anos de formado e R$20 mil para osdemais profissionais. Já para pessoa jurídicacom mais de um ano no mercado, o valor é deaté R$50 mil.

Profissional:Isso é importante pra você!

A MÚTUA – Caixa de Assistência dos Profissionais do Crea/ESe a Caixa Econômica Federal apresentaram no dia 10 de junho,no auditório do Conselho, convênios que disponibilizarão car-tas de crédito para os profissionais do Sistema Confea/Crea/Mutua.

O Gerente Geral da Caixa Econômica Federal, Carlos Guima-rães Cerqueira e o Diretor da MÚTUA Caixa/ES, Demilson Gui-lherme Martins, explicaram aos profissionais, conselheiros eentidades as vantagens dos novos benefícios.

Os projetos serão destinados ao programa de Imóvel na Plantae/ou em Construção e a financiamentos através do Proger - Pro-grama de Geração de Emprego e Renda. Para isso, poderão serutilizados recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço- FGTS e do Fundo de Amparo ao Trabalhador - FAT.

Os interessados nos projetos podem contatar a Mútua (tel.:3334-9942; [email protected]).

O Instituto Idéias informa exclusivamente sobre o programaImóvel na Planta e/ou em Construção (tels.: 3315-5305; 3324-3983; [email protected]).

LUCIA ACREDITA QUE ENFRENTARÁ MUITOS DESAFIOS,MAS PROMETE MODERNIZAR O ÓRGÃO

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T ó p i c o s -12 MAIO/JUNHO-2003

Inspetores Adjuntos do Crea-ESNa última edição da Revista Tópicos informamos que durante os meses de março e abril foram eleitos em todo Estado,

os novos Inspetores Adjuntos do Crea-ES. Nesta edição, apresentamos a lista completa dos Inspetores Adjuntos, que a partirde agora, juntamente com os Inspetores Regionais, representam política e institucionalmente o Conselho junto aos profis-sionais e à comunidade, de acordo com as diretrizes gerais estabelecidas pelo planejamento estratégico em vigor.

Conceição da Barra

Jaguaré

Pedro Canário

Mucurici

Ponto Belo

Pinheiros

Montanha

Sooretama

São Gabriel da Palha

Vila Valério

Nova Venécia

Pancas

Marilândia

Ecoporanga

Água Doce do Norte

Águia Branca

Barra de São Francisco

Santa Tereza

Itarana

Itaguaçu

Santa Leopoldina

Santa Maria de Jetibá

Arq. Joanea Penna De Oliveira

Eng. Civil Eliezer Biancardi

Eng. Civil Walmor A. Cabral Filho

Arq. e Urbanista Gleice Alcino

Téc. em Agropecuária H. de Sena Rocha

Eng. Civil Luciana M. Santos Zanoni

Eng. Agrônomo S. F. de Brito Junior

Eng. Civil Celso Antônio Ribeiro

Eng. Civil Aline Antônia Castro Binda

Eng. Civil Neivaldo Fregona

Arq. André Luiz Mello Araújo

Eng. Civil Jovino Sergio Viana de Castro

Arq. Kelly Guariento Marques

Eng. Agrônomo Luiz Rogério Lessa Santos

Eng. Civil Jorge Luiz Lopes Boren

Eng. Agrônomo Cristiano N. S. da Silva

Eng. Civil Raphael R. de Araújo e Silva

Eng. Agrônomo Julio Magevski

Eng. Florestal César Santos Carvalho

Téc. em Agropecuária V. Primo Delboni

Eng. Agrônomo Arlindo Stange

Eng. Agrônomo Edegar A. Formentini

Venda Nova do Imigrante

Brejetuba

Conceição do Castelo

Guarapari

Anchieta

Piúma

Castelo

Muqui

Atílio Vivácqua

Mimoso do Sul

Presidente Kennedy

Iúna

Ibitirama

Irupi

Muniz Freire

Ibatiba

Guaçuí

Divino de São Lourenço

Dores do Rio Preto

Alegre

Bom Jesus do Norte

Arq. Carolina Haddad S. D. Vieira

Eng. Civil Eymard Minette

Arq. João Lucas Ribeiro Borges

Eng. Agrônomo Luiz José A. de Carvalho

Eng. Civil Manoel Mendes da Rocha Neto

Arq. Manoel M. P. Gatto

Eng. Civil Maurício Mendes Júnior

Eng. Civil Marco Aurélio Sobrinho

Eng. Civil Zilmar Geaquinto Filho

Eng. Civil Vicente de Paula Guedes Vivas

Eng. Civil Zilmar Geaquinto Filho

Eng. Civil Denis Antônio de Oliveira

Arq. Jone Rodrigues Gonçalves

Eng. Civil Laurismar Miguel da Silva

Eng. Agrônomo Helder Braz Scarpi

Eng. Agônomo Geraldo Costa Lima

Eng. Civil Mauro Lúcio de Campos Ferraz

Eng. Civil Anderson Luiz Emerly dos Santos

Eng. Civil Heliege de Barros C. Couzzi

Eng. Agrônomo Venilton Santos Barbosa

Eng. Agrônomo Carlos S. Lazarine Tebaldi

A equipe Vitória Baja, da Ufes,conquistou o 1º lugar nas categoriasmanutenção e estilo slalon, na IXCompetição da Sociedade dos Enge-nheiros Automotivos Brasil -Petrobras de Mini-Baja - SAE.

Formada por estudantes docurso de Engenharia Mecânica daUfes, a equipe participou da com-petição realizada em Piracicaba (SP),no último mês de abril.

Sob orientação do professorEngenheiro Mecânico Elias Dalvi, aequipe capixaba também foi a 2ª me-lhor entre todas as universidades fe-derais que participaram do evento.

A disputa contou com 77 equi-pes de todo o país e a Vitória Bajaterminou a competição em 7º lu-gar, à frente de instituições como aUSP, ITA, UFMG e UFRJ.

“O valor do projeto era deR$ 26 mil, mas devido à falta deoutros patrocínios tivemos que re-duzir os custos para R$ 15 mil, edesenvolver o carro em apenasdois meses. Mesmo assim, o re-sultado foi muito bom”, afirmaAllan Bragato, estudante do 4ºperíodo de Engenharia Mecânica.

Além dos oito estudantes docurso de Engenharia Mecânica, alu-nos dos cursos de Engenharia Civil,Elétrica e da Computação estão par-ticipando do projeto do carro parao próximo ano.

Com o objetivo de melhoraro desempenho nas próximas com-petições está sendo construída, nocampus de Goiabeiras da Ufes, umapista de treinos para os carrosprojetados.

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Vitória Baja participa decompetição nacionalVitória Baja participa decompetição nacional

EM BREVE OS CARROS DA EQUIPE VITÓRIA BAJA PRODERÃO

TREINAR DENTRO DO CAMPUS DE GOIABEIRAS

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MAIO/JUNHO-2003 T ó p i c o s -13

Feira de Agronegóciosmovimenta Espírito Santo

Para mostrar a realidade e aspotencialidades do agronegócio capixabae criar um ambiente favorável para ne-gócios entre os diferentes setores agríco-las, será realizada de 17 a 19 de julho, nasede da Faculdade Unilinhares, no mu-nicípio de Linhares, no norte do Espíri-to Santo, a 4ª Feira de Agronegócios doEspírito Santo-Feagro e a 3ª Feira deAgronegócio Frutas-Agrifruti.

Com expectativa de público dedez mil pessoas e uma movimentaçãofinanceira em torno de R$ 5 milhões, oevento reunirá cerca de 100 empresasexpositoras, que apresentarão as maisnovas tecnologias, produtos e serviçosdo setor.

A Feira é aberta a Técnicos ligadosàs ciências agrárias, órgãos públicos depesquisa e assistência técnica, instituiçõesde ensino, produtores rurais, profissio-nais ligados ao negócio agrícola, secretá-rios municipais de agricultura, federaçõesde agricultura, líderes rurais, dirigentesde cooperativas e associações, empresári-os rurais e a sociedade de modo geral.

A 4ª FEAGRO é uma promoção daSociedade Espíritossantense de Enge-nheiros Agrônomos - SEEA, PrefeituraMunicipal de Linhares, Secretaria de Es-tado da Agricultura - SEAG e vinculada eDelegacia Federal da Agricultura - DFA,tendo como organizadora a empresaMidas Workshop Bureau.

No dia 21 de maio, o CentroRegional de Desenvolvimento Rural doInstituto Capixaba de Pesquisa,Assistência Técnica e Extensão Rural(Incaper) e o Instituto Histórico eGeográfico do Espírito Santo - SeccionalLinhares (Serlinges) prestaram umahomenagem ao Engenheiro AgrônomoDanilo Milanez, dando o nome dele aoprédio onde funciona o Incaper, noqual trabalhou por 27 anos. Falecido emfevereiro deste ano, Milanez foi oresponsável pela introdução da culturade pimenta-do-reino no Espírito Santo.

A implantação do sistema telefô-nico de Hora Certa e a ativação da pri-meira central analógica na região nortedo Espírito Santo, em Colatina, são al-guns dos assuntos do livro “Pessoas es-peciais em momentos especiais”, escritopelo Técnico em Telecomunicações Do-mingos Sávio Giacomeli.

Ele narra fatos e curiosidades en-volvendo profissionais do SistemaConfea/Crea no desempenho de suas fun-ções. Sem utilizar termos técnicos, o au-tor relata fatos da história de uma classeprofissional com um texto leve edescontraído. São histórias trágicas, cô-micas e até de heroísmo. Entre os casosestá o da criação do Bina, equipamentopara identificar chamadas telefônicas,contada pelo seu próprio inventor, NélioJosé Nicolai.

“É uma forma de mostrar que o paíscresce graças ao trabalho de muitos. Gran-de parte desses trabalhadores é desconhe-cida e esta é a forma que encontrei de va-lorizar o trabalho deles e de demonstrarreconhecimento à família daqueles outrosque já partiram”, afirma o autor.

A maior parte das histórias desselivro tem como cenário o Espírito Santo,mas Domingos Sávio pretende estenderseu trabalho a todo o Brasil e para talpede a colaboração de qualquer pessoainteressada em ajudar na divulgação dehistórias de profissionais em qualquerregião do país. O telefone para contato é(27) 3385-4619.

Livro narra históriasde profissionais

Agrônomo éhomenageado peloIncaper

No dia 5 de junho, o Movimento deCidadania pelas Águas participou de umamanifestação cultural em comemoraçãoao Dia Mundial do Meio Ambiente, reali-zada na Praça Costa Pereira, em Vitória.Além do Movimento, o evento contoucom a presença do Presidente do Sindica-to dos Engenheiros do ES, Eng. LuisFernando Fiorotti.

O principal momento da manifes-tação foi a apresentação do grupo de tea-tro Rádio Planeta Terra, que fez uma en-

Dia Mundial do Meio Ambientecenação de conscientização quanto à eco-nomia de água, chamando a atenção detodos que passavam pelo local. O Movi-mento de Cidadania aproveitou a opor-tunidade para fazer a distribuição deadesivos e folhetos.

Ao final, os populares que esta-vam presentes foram convidados a rea-lizar um abraço simbólico em torno deuma árvore da Praça e receberam mu-das de árvores distribuídas pelo Movi-mento.

FERNANDO ABREU

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T ó p i c o s -14 MAIO/JUNHO-2003

A Associação dos Ex-Alunos da Es-cola Agrotécnica Federal de Santa Teresa- Aesa realizará entre os dias 18 e 20 dejulho o VI Encontro “De Volta ao Passa-do”, na Escola Agrotécnica, situada nodistrito de São João de Petrópolis. A As-sociação, fundada há mais de quinzeanos, reúne cerca de quinhentos ex-alu-nos. Atualmente sua administração é for-mada por 23 membros eleitos em outu-bro de 2002 com as propostas depromover e participar de eventos de con-fraternização e de valorizar o patrimôniohistórico e cultural da Escola.

Ao assumir a Associação, a direto-ria realizou uma atualização do estatutoda entidade. Segundo a Presidente,Jussara Dalcolmo, a medida modernizoua administração e as formas de captaçãode recursos. Com as mudanças, os ex-alu-nos passarão a pagar uma taxa de anui-dade de 10% do valor do salário mínimovigente, com vencimento em 30 de ju-nho de cada ano. Além disso, os sócios

que estavaminadimplentes fo-ram anistiados até31 de dezembro doano passado. Esteano, excepcional-mente, os sócios po-derão pagar a anui-dade no dia doEncontro, devido àsua proximidade.

Quem estiverinteressado em par-ticipar do evento deve entrar em contatocom os organizadores para saber sobreo valor da taxa de inscrição. A taxa serádiferenciada para ex-alunos associadosquites e não quites com a anuidade e paraos não associados. O último encontrocontou com a participação de 450 ex-alu-nos. Mais informações com JussaraDalcolmo, Presidente da Associação, notelefone (27) 3223-0611, e no e-mail:[email protected]

PROGRAMAÇÃO:18/07 – seresta de confraternização19/07 – recepção, visita às instalações, tardeesportiva, abertura oficial, hora social e noitedançante20/07 – alvorada festiva, café da manhã,exposição de fotografias da escola e dos ex-alunos, churrasco e músicas

setembro

Simpósio Nacional de Arquitetura e Urbanismo para o TurismoOrganizado pelo IAB, de 19 a 22, no Centro de Convenções de Vitória, em Vitória.

julho

www.creaes.org.br / e-mail: [email protected] / Tel: 3334-9925www.creaes.org.br / e-mail: [email protected] / Tel: 3334-9925www.creaes.org.br / e-mail: [email protected] / Tel: 3334-9925www.creaes.org.br / e-mail: [email protected] / Tel: 3334-9925www.creaes.org.br / e-mail: [email protected] / Tel: 3334-9925

Encontro Capixaba de Produtores de MaracujáOrganizado pela SEEA, no dia 17, a partir das 11h, em Linhares.IV Feira de Agronegócios do Estado do Espírito Santo - IV FeagroOrganizada pela SEEA, nos dias 17, 18 e 19, na Unilinhares, em Linhares.

Seminário Interestadual de Agricultura SustentávelOrganizado pelo Crea e Senge, de 17 a 19, Hotel Pathernon Paságada, em Vila Velha.Curso de Manejo de Recursos Hídricos e IrrigaçãoOrganizado pela SEEA, nos dias 03, 04 e 05, no Auditório do Crea, em Vitória.

II Seminário Espírito-Santense de Recursos HídricosOrganizado pela GEARH, Ufes, Seama, ANA, dias 08 e 09, Hotel Porto do Sol - Vitória.II Simpósio Rumos da Agricultura CapixabaOrganizado pela SEEA, no dia 10, no Auditório do Crea.Simpósio Brasileiro da Cultura do MamoeiroOrganizado pela SEEA, entre os dias 29 e 31, no Hotel Porto do Sol - Vitória.IV Simpósio "Recuperação de Áreas Degradadas"Organizado pela SEEA, no dia 31, de 8 às 18 horas, no Auditório do Crea.

Projeto de Lei sobrecercas elétricas

De volta ao passado

COMISSÃO ORGANIZADORA DO EVENTO COM FAMÍLIA

ARQUIVO PESSOAL

Calendário do PEC 2003 - 2º semestre

O Crea-ESencaminhou

no dia 02 dejulho àAssembléiaLegislativado EspíritoSanto, um

projeto de leique trata da

instalação emanutenção de cercas elétricas noEstado.

O documento foi elaboradopelo Consultor Técnico, EngenheiroEletricista Ernani de Castro Gama,que considera preocupante a formacomo esses equipamentos estãosendo instalados .

O projeto de lei alerta para aimportância da participação deprofissionais e empresashabilitados na instalação desse tipode sistema de proteção.

setembro

outubro

novembro

agostoCurso de Gerenciamento Eletrônico de Documentos (GED)Organizado pelo SINTEC, nos dias 07 e 08, no Auditório do Crea, em Vitória.Curso de Fibras ÓpticasOrganizado pelo SINTEC, no dia 30, no Auditório da Fetrabalho, em Vitória.

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MAIO/JUNHO-2003 T ó p i c o s -15

entid

adesAEFES

Jubileu de prataEm comemoração aos 25 da Aefes,

a entidade realiza no mês de julho even-tos como palestras, lançamento de Séri-es Técnicas, placas e selos comemorati-vos. Será lançada, ainda, a homepage daAssociação e feitas homenagens a ex-pre-sidentes, empresas do ramo florestal,instituições e entidades de classe, Enge-nheiros Florestais e não-Florestais. Tam-bém merece registro o livro de contos “Amedida de Todas as Coisas”, de autoriado Engenheiro Florestal Marco Berger,que se encontra à venda em várias livra-rias da Grande Vitória.

Informações: (27) 3233-3066

SEEA

Prêmio para profissionaisA partir deste ano, a SEEA oferece-

rá aos profissionais o Prêmio de Honraao Mérito e o Prêmio Engenheiro Agrô-nomo do Ano, nas categorias de Pesqui-sa, Extensão Rural, Ensino, Fiscalização,Defesa Vegetal e Iniciativa Privada. Aentrega das premiações acontecerá du-rante a Festa de Confraternização peloDia do Engenheiro Agrônomo, em outu-bro, e representa mais uma ação da SEEApara valorizar e reconhecer o trabalhodo Engenheiro Agrônomo capixaba.

Informações: 3223 1441/

3233 0101

SENGE

Planejamento estratégicoO Senge-ES realizou no mês de maio o Seminário de Planejamento Estratégico

da entidade que definiu os objetivos estratégicos e as diretrizes gerais para o mandato2003/2005:

Diretriz 1 : Construir continuamente a organização sindical – Objetivo: Manu-tenção e ampliação dos postos de trabalho; Reestruturação interna; Aprofundar asrelações com as entidades

Diretriz 2: Integrar-se aos movimentos sociais – Objetivos: Manter umainterlocução permanente com os movimentos sociais; Participar de fóruns de ela-boração e proposição de políticas públicas

Diretriz 3: Participar organizada e institucionalmente do sistema Confea/Crea– Objetivos: qualificar o profissional; fortalecer a entidade sindical; fortalecer osistema eleitoral do sistema Confea/Crea.

Informações www.senge-es.org.br ou [email protected]

SINTAES

Faltam empregosDurante os dias 28 e 29 de março de 2003, o Sintaes promoveu o 8º Encontro

Estadual de Lideranças dos Técnicos Agrícolas, que discutiu a redução de oportuni-dades de trabalho. O Sintaes alega que apesar da falta de empregos, as escolasagrícolas e o próprio Estado não têm demonstrado interesse em discutir a questão,colocando cada vez mais profissionais no mercado sem criar mecanismos que pos-sibilitem sua inserção no setor produtivo. O Presidente da Assembléia Legislativa,Deputado Cláudio Vereza, participou do evento e comprometeu-se em agendar umaaudiência com o Governador Paulo Hartung para discutir a questão.

Informações: (28) 3521-2098

SEE

Atividades No dia 25 de setembro a SEE co-

memora 53 anos de fundação. Na oca-sião, profissionais serão homenageados.

Com desconto de 50% sobre o va-lor da anuidade de 2003, os sócios da SEEpoderão se filiar à Caixa de Assistênciados Profissionais (Mútua), mediante pa-gamento único de R$ 60,00.

Os profissionais que desejaremcomplementar e inovar conhecimentoscom ênfase em visão de negócios, poderãoparticipar dos cursos de especialização emEngenharia de Custos com modulação emGestão de Obras, Custos e Projetos, ofere-cidos pelo IBEC/SEE. A SEE informa que aprocura por esses cursos é grande e que osinteressados devem contatar a entidade.

Informações: (27) 3223-0322

IBAPE

Cursos para associadosO IBAPE está programando a reali-

zação dos seguintes cursos: Perícias emestruturas de concreto armado (16 horas);Avaliação ambiental (16 horas);Inferência estatística (20 horas); Engenha-ria econômica (20 horas); Contabilidadepara não contadores (16 horas); Marketingpara profissionais engenheiros e Arquite-tos (16 horas); Avaliação de imóveis (16horas).

Informações: (27) 3345-6760

IAB

Conselho de ArquiteturaAs Entidades Nacionais de Arquitetos e Urbanistas elaboraram um anteprojeto de lei para regulamentação de um Conse-

lho próprio para a área de Arquitetura e Urbanismo. A proposta discutida entre os Arquitetos brasileiros prevê a criação de umórgão exclusivo gerenciador da profissão, desvinculado do Sistema Confea/Crea, que possa cuidar de questões relativas àformação, registro, fiscalização e atuação junto ao poder público.

No último Congresso Brasileiro de Arquitetos, realizado em maio deste ano, os Arquitetos aprovaram a “Declaração do Rio",um documento no qual os profissionais apóiam abertamente a criação do novo Conselho e delegam às entidades a incumbênciado imediato encaminhamento do anteprojeto aos poderes Executivo e Legislativo. O documento pode ser lido no site www.iab.org.br

Informações: (27) 3235-1460

SINTEC

RepresentanteA última plenária do Crea-ES, refe-

rendou a indicação do Conselheiro Titu-lar Técnico da Área de Meio Ambiente,Pedro Sergio Bicudo Filho, para comporo Conselho de Meio Ambiente deCariacica representando o Crea. A indi-cação foi feita pelo Sintec.

Informações: (27) 3223-0598

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ço dos vinte quilos recomendados pelaONU, Organização das Nações Unidas.

Há mais de quinze anos sem umapolítica nacional para a cadeia produti-va, o Governo Federal deverá anunciarem breve o lançamento do Plano Nacio-nal de Desenvolvimento Sustentável daAqüicultura e da Pesca, que pretende ti-rar o Brasil do amadorismo, dotando-ode uma melhor infra-estrutura.

Já estão previstos investimentos demais de R$ 2 bilhões para o segmento,com financiamentos para construção debarcos oceânicos e incentivos para a cri-ação de ostras, camarões e tilápias. Ameta da Secretaria Especial deAqüicultura e Pesca - Seap/PR é dobrar aprodução e aumentar o consumo anualde sete para doze quilos de peixe por ha-bitante até 2006. A previsão é de gerarmais de 800 mil empregos diretos e 2,5milhões de indiretos. Outros projetos doGoverno para a pesca deverão ser anun-ciados durante a 1ª Conferência Nacio-nal de Aqüicultura e Pesca, que acontece-rá em setembro.

AQÜICULTURAO Brasil é considerado a grande

fronteira de desenvolvimento daaqüicultura mundial, atividade que vem

PAULA STANGE

O escritor Ernest Hemingway, noclássico “O Velho e o Mar”, narrava a re-lação do homem com o mar e a luta pelasobrevivência. A vida do pescador conti-nua a mesma, e a imagem da pesca noBrasil é a imagem da paciência e da espe-rança. A orla marítima brasileira é umadas maiores do mundo. São 8,5 mil qui-lômetros de litoral, onde se estendemdezenas de cidades e aldeias de pesca,12% da água doce disponível no planeta,distribuída em uma vasta malha fluvial,dois milhões de hectares de terrasalagadas, clima favorável para o cultivode espécies aquáticas e abundância deterras propícias à implantação de empre-endimentos aqüícolas.

Na classificação dos maiores pro-dutores de pescado do mundo, o Brasilocupa o 27º lugar, com uma média de980 mil toneladas/ano. A China é a lídercom 17,2 milhões de toneladas, seguidapor Peru, com 8,4 milhões, Japão (5,1milhões), Chile (5 milhões) e EstadosUnidos (4,7 milhões). Porém, o país ain-da não consegue atender ao próprio con-sumo, tendo que importar anualmentemais de US$ 450 milhões. É verdade queo brasileiro come pouco peixe: são 6,8quilos/ano per capita, menos de um ter-

registrando nos últimos anos um cresci-mento acima de 25% ao ano e respondepor 26,4% da produção nacional, confor-me dados da Seap. No Espírito Santo, aaqüicultura tem participado cada vezmais do dia-a-dia de muitos trabalhado-res rurais e pescadores artesanais. Mes-mo sem apoio, eles atuam como verda-deiros desbravadores, investindo emprojetos de piscicultura, carcinicultura emaricultura de ostras e mexilhões.

Para o Engenheiro AgrônomoCledson Felippe, Chefe do Escritório Es-tadual da Secretaria Especial deAqüicultura e Pesca, a aqüicultura está seconstituindo além de uma rica fonte paraconsumo próprio, uma alternativa viá-vel para geração de emprego e renda.Porém, diz, a falta de tecnologias acessí-veis para o pequeno aqüicultor e o custoda ração servem de entraves para o de-senvolvimento da atividade no Estado.“No caso da piscicultura, cerca de 70% docusto da produção é gasto em ração”, cita.

Atualmente a atividade envolvemais de 150 mil produtores no país. Noentanto, dificuldades como carência demão-de-obra capacitada, técnicas de ma-nejo rudimentares, falta de procedimen-tos sanitários e ambientais,comercialização desorganizada, entre

PESCA À ESPERO setor pesqueiro brasileiro

celebra a criação da SecretariaEspecial de Aqüicultura e Pesca,que tem a missão de tirar o paísdo amadorismo e inserí-lo nomercado mundial. O Brasil ocupao 27º lugar, com uma média de980 mil toneladas/ano depescado. O Espírito Santo, comseus 411 km de litoral, apresentatodas as condições favoráveispara a atividade pesqueira, masa falta de um plano de desenvol-vimento faz com que o Estadoresponda por apenas 7,5% daprodução nacional.

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outros, impedem seu desenvolvimento.O Presidente da Associação dos

Engenheiros de Pesca, Ângelo Ramalhoacredita que a intensificação da pesca nãoserá suficiente para manter aempregabilidade no setor. Ele cita pro-blemas como exclusão dos pescadoresda rede de proteção social; inexistênciade vínculos empregatícios; precarieda-de da legislação trabalhista específicapara o setor pesqueiro e limitação daslinhas de crédito como fatores de entra-ve para o desenvolvimento daaqüicultura marinha e continental nãosó no Espírito Santo, mas em todo o país.

Um protocolo assinado este anoentre o Espírito Santo e a Bahia prevêum intercâmbio visando à promoção dodesenvolvimento técnico, econômico efinanceiro das atividades de aqüiculturae pesca. O Secretário Estadual de Agri-cultura, Ricardo Ferraço, explica que asexperiências bem sucedidas no estadobaiano serão adequadas à realidade doEspírito Santo. “O objetivo é implantarprojetos que contemplem toda a cadeiaprodutiva do setor de aqüicultura e pes-ca, beneficiando diretamente os peque-nos produtores rurais e comunidades depescadores artesanais”, afirma.

Outro passo importante para o fo-mento da pesca e aqüicultura no Estadofoi a assinatura, em junho, de um proto-colo de intenções que prevê, entre ou-tras metas, a organização das cadeias pro-dutivas e elevação das áreas alagadaspara piscicultura e carcinicultura paracerca de dois mil hectares, o que repre-senta um incremento de 185% das áreasalagadas. A iniciativa deve gerar cerca decinco mil postos de trabalho,correspondendo a um crescimento daordem de 300%.

O documento prevê ainda a elevaçãoda produção aqüícola média anual para cin-co mil toneladas, representando um cresci-mento de 400%, e o aumento da renda anualdos aqüicultores de 235%, correspondendoa R$ 8 milhões. Serão privilegiadas áreascomo: ostreiculturas, miltilicultura,carcinicultura, piscicultura e pesca.

Pesca capixaba à derivaDono de uma zona costeira de 411

km, o Espírito Santo apresenta todas ascondições favoráveis para a atividade pes-queira. No entanto, a falta de um planode desenvolvimento faz com que o Esta-do responda por apenas 7,5% da produ-ção nacional de pescado, de acordo com oúltimo levantamento do Instituto Brasi-leiro do Meio Ambiente e Recursos Natu-rais Renováveis - Ibama/2003. Mesmo comabundância em recursos hídricos, a costacapixaba é pouco explorada.

Além disso, a infra-estrutura decomercialização insuficiente, dificulda-des de crédito ao pescador e suas insti-tuições, baixo nível tecnológico dos pes-cadores artesanais e carência depesquisas básicas, são pontos estrangu-ladores do desenvolvimento do setor noEspírito Santo.

Especialistas no setor de pesca es-tão otimistas com a nova Secretaria Es-pecial de Pesca e Aqüicultura. “Pela pri-meira vez no Brasil a estrutura daaqüicultura e pesca tem lugar no Gover-no Federal, deixando de ser apenas umapêndice do Ministério da Agricultura”,comemora o Presidente da Federação dosPescadores do Espírito Santo,Nabucodonozor Brito.

A expectativa de quem atua noramo é de que a Secretaria trabalhe dire-tamente com as colônias de pescadores.“Nós temos uma infra-estrutura muitoboa, que poderia ser aproveitada em ter-mos de estatísticas, pesquisas do estadofísico das espécies capturadas, estudosobre períodos de defeso, enfim, a colô-nia poderia fornecer amostragens diári-as de tudo o que acontece”, sugere Brito,que diz que a desorganização no setorimpede que o Governo tenha dados einformações seguras sobre a situação dapesca no país.

À frente do Escritório Estadual daSecretaria Especial de Aqüicultura e Pes-ca, o Engenheiro Agrônomo CledsonSouza Felippe garante que o governo estásensível à questão. “O que se está pro-pondo é um novo modelo de gestão, queestamos chamando de gestão comparti-lhada”, explica. Segundo ele, o novo re-gistro geral da pesca será informatizado,o que vai permitir o registro on line debarcos e pescadores de todo o territórionacional.

Para Felippe, a Secretaria Especialterá papel indutor e modernizador dacadeia produtiva da aqüicultura e pescaem estados e municípios, através de in-

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vestimentos no cooperativismo e noassociativismo, na indústria debeneficiamento e pescado, na moderni-zação da frota pesqueira, e apoio às ex-portações.

A pesca no Espírito Santo movi-menta em torno de R$ 130 milhões porano, mas 90% do pescado é exportado,principalmente para São Paulo. No sul,a atividade está mais desenvolvida, des-tacando-se em municípios comoItapemirim, que possui a maior frota depesca do Estado e, junto com Marataízes,é responsável por quase metade do que éproduzido, o que corresponde a mais de500 toneladas por mês. “A pesca é muitoimportante para o município. Além dosempregos diretos, gera centenas de indi-retos, como peixarias, frigoríficos, fábri-cas de gelo, oficinas mecânicas, etc”, dizo Chefe do Departamento de Pesca daPrefeitura de Itapemirim, Gilberto Ro-cha Raposo.

A Secretaria de Estado da Agricul-tura deverá implantar em breve o Pro-grama de Desenvolvimento Sustentáveldas Atividades de Aqüicultura e Pesca,com a finalidade de desenvolver proje-tos com fins comerciais e esportivos, aolongo da região costeira, de águas interi-ores e pioneiramente no alto mar.

Segundo o Secretário da Agricultu-ra Ricardo Ferraço, os projetos proporci-onarão emprego e renda em diversosmunicípios capixabas que, dentro dosprincípios de desenvolvimento susten-

tável, terão que estar inseridos num pla-nejamento que compreenda todos os elosda cadeia produtiva, dando suporte téc-nico e infra-estrutura operacional à pro-dução, aos setores produtivos (engordae produção de sementes) e aos setoresde processamento, distribuição ecomercialização.

Para o Coordenador Temático dePesca do Incaper – Instituto Capixaba dePesquisa, Assistência Técnica e ExtensãoRural, Engenheiro de Pesca AntônioCarlos Cavalcanti, mais do que aumentode produção, a atividade pesqueira noEstado precisa de planejamento. “A agri-cultura evoluiu, as atividades agrícolasevoluíram, mas a pesca estagnou. A cul-pa não é do setor de pesca, mas do poderpúblico, que se desorganizou frente aosetor de pesca”, afirma. Ele espera que,com a criação da Secretaria Especial deAquicultura e Pesca, os estados e municí-pios se estruturem para que as propos-tas saiam do papel e a atividade final-mente cresça. “A pesca é fonte de rendapara mais de cinquenta mil famílias noEspírito Santo e não pode ser relegada àsegundo plano, como foi até agora”.

As propostas para o setor poderãoser formuladas durante a ConferênciaEstadual de Aqüicultura e Pesca, que de-verá ser realizada até o fim de setembro.As decisões serão levadas à discussão paraa elaboração do Plano Nacional de de-senvolvimento Sustentado daAquicultura e Pesca.

Engenheiros de Pesca lutam pelavalorização da profissão

Atuando desde 1992 no Estado, aAssociação dos Engenheiros de Pescado Espírito Santo está em fase de re-gistro do Crea-ES. Com 44 integrantes,a associação luta pelo reconhecimen-to da profissão. Para o Presidente daentidade, Angelo Ramalho, as empre-sas que atuam na área de pesca eaqüicultura não sabem da importân-cia desses profissionais. Ele ressalta anecessidade de essas empresas obte-rem o registro no CREA e contrataremprofissionais igualmente habilitados.

O profissional da Engenharia de

Pesca tem, entre outras funções, atuarno planejamento e gerenciamento deempresas pesqueiras; em pesquisas deoceanografia e no controle sanitário einspeção da conservação e da industri-alização de pescados.

No final da década de 80, os En-genheiros de Pesca trabalhavam nasantigas Emater e Emcaper, onde, se-gundo Ramalho, desenvolveram todaa base de associativismo em relação àpesca no estado. Atualmente a maio-ria desses profissionais atua como au-tônomos ou são empresários.

Jogar a rede no mar e pescar umavida digna está se tornando uma possi-bilidade cada vez mais longínqua paramilhares de famílias capixabas que de-pendem exclusivamente da pesca. A mi-séria, sempre ligada à falta de oportuni-dades no campo, também se alastra pelascolônias de pescadores.

O Presidente da Federação dos Pes-cadores do Espírito Santo,Nabucodonozor Brito, afirma que a mai-oria dos pescadores tira entre um e trêssalários mínimos por mês. Muitos pas-sam quinze ou vinte dias no mar, e o má-ximo que conseguem trazer é três tone-ladas de peixe.

Pescador há treze anos, AntonioChaves dos Santos conta que a concor-rência com outras embarcações aumen-tou nos últimos anos. Ele passa cerca devinte dias em alto-mar, em Abrolhos, nolitoral sul da Bahia, e ganha pouco maisde R$ 500 por mês. “Quando a gente vol-ta, o peixe não vale quase nada, pagammuito pouco por ele”, desabafa.

Para o consumidor, contudo, o pei-xe custa caro. Para comprar três quilosde Dentão, a dona de casa Agda MariaGomes teve que pagar R$ 32,00. “Só com-pro de vez em quando, em ocasiões espe-ciais. No dia-a-dia, comemos frango mes-mo, que é mais barato”, comenta.

A cadeia de intermediação existen-te pode fazer com que o produto chegue arestaurantes, bares, peixarias e mercados

Vitória dos tuba

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Lagosta proibidaA partir de 1º de janeiro de 2004,

estará proibida a pesca de lagosta coma chamada rede caçoeira em todo ter-ritório nacional. A medida do Ibamatem como objetivo controlar os esto-ques do crustáceo que, a cada ano, vêmreduzindo na costa litorânea brasilei-ra, do Amapá ao Espírito Santo.

A caçoeira é uma rede caseiracujas malhas estreitas acabam trazen-do, junto com as lagostas maduras, es-pécies miúdas e o substrato que garan-te a reprodução. De acordo com dadosdo Ministério da Agricultura, a produ-ção de lagosta no país caiu de 7,8 milpara 2,8 mil toneladas entre 1991 e 2001.

“Nós temos mais de duzentas em-barcações que utilizam a caçoeira hámais de cinquenta anos e só agora elaestá sendo considerada predatória”,

públicos com preço até dez vezes maiordo que aquele em que o peixe sai do bar-co. O pescador, sem meios para estocarou beneficiar o peixe, vê-se obrigado acomercializá-lo a qualquer preço.

Cada uma das dez colônias de pes-cadores do Estado tem, em média, 2.500pescadores registrados, embora a maio-ria não esteja em dia. A realidade é quecerca de 90% dos pescadores capixabasatuam na informalidade. Sem dinheiro,eles se arriscam mar a dentro com em-barcações inadequadas e equipamentosrudimentares, correndo risco de morte.De acordo com o Ministério do Traba-lho, a pesca é uma das áreas mais perigo-sas de se trabalhar.

Presente na vida de 70% dos pesca-dores brasileiros, o analfabetismo serácombatido no Espírito Santo, com a im-plantação de um programa de alfabeti-zação pelo Escritório Estadual da Secre-taria Especial de Aqüicultura e Pesca,adianta Cledson Felippe.

A frota capixaba atual é de 1.660embarcações motorizadas, dos quais 40%não dispõem de urnas isotérmicas, o quecompromete a qualidade do produto. Asexigências para financiamentos específi-cos para a pesca dificultam a aquisiçãode embarcações e equipamentos moder-nos. Para comprar um barco de 14metros, o mais recomendado para a prá-tica de pesca em alto mar, o pescadortem que desembolsar cerca de R$ 170 mil.

critica Nabucodonozor Brito, da Fede-ração dos Pescadores do Espírito San-to, lembrando que a pesca com a redefoi liberada pelo Ibama em 1995. Eleacredita que a decisão tenha sido re-sultado de uma manobra de grandesarmadores de pesca de lagosta do Cea-rá, que forçam o Instituto a proibir apesca em todo o Brasil. “Estão queren-do acabar com a concorrência!”

A pesca da lagosta no EspíritoSanto é auto-sustentada e praticada emapenas 40% da costa capixaba. Segun-do Brito, 60% da plataforma continen-tal fica para a reposição do crustáceo,que não tem seu ciclo afetado. “Essalei vai afetar centenas de famílias, porisso estamos lutando com toda a ban-cada do Espírito Santo para acabar comesse fantasma”.

PETRÓLEO NÃO RIMACOM PESCA FARTA

A exploração petrolífera é outraatividade promissora no Espírito San-to. No entanto, especialistas alertamque sua expansão pode afetar a pescamarinha capixaba. “Apesar de sua im-portância para o Estado, o petróleo nãopode ser privilegiado, em detrimentoda pesca”, afirma o Coordenador dePesca do Incaper, Antonio CarlosCavalcanti.

Ele chama à atenção para a necessi-dade de se adotar medidas ambientaispara a prática da pesca marítima. "O se-tor petrolífero vem tomando grande par-te do parque pesqueiro, e por isso é pre-ciso definir quais são as áreas destinadasà extração de petróleo e as áreas destina-das à pesca", recomenda.

As pesquisas sísmicas realizadaspela Petrobras podem estar afugentan-do algumas espécies marinhas da costacapixaba, como é o caso do peroá, alertao Presidente da Federação dos Pescado-res, Nabucodonozor Brito. Ele explica quedurante a prospecção, são utilizados air-gun - canhões de ar comprimido que pro-movem explosões de cerca de 250decibéis no fundo do mar. “A conseqüên-cia disso é que, se antes descarregávamosde quinze a vinte toneladas por dia de

peroá, hoje esse número não passa dequatro. É prejuízo para o pescador deplataforma continental”.

O Secretário Estadual de Agricul-tura, Ricardo Ferraço afirma que o órgãoestá procurando obter o maior númerode informações possíveis para definiruma estratégia de atuação. “Esta é umaquestão muito delicada, pois envolvedois setores de grande potencial para oEstado e deve ser tratada com bastantecuidado”, pondera.

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Diagnóstico realizadopelo Incaper identificou 48comunidades litorâneas,distribuídas em dez colônias,nove associações depescadores e duas cooperati-vas mistas de pesca. Apesardas dificuldades encontradas,é possível estabelecer umaprojeção da produção depescado no Espírito Santo,que gira em torno de 13 miltoneladas/ano, movimentandocerca de R$ 130 milhões porano. No total, são 1.666embarcações cadastradas.

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Maior manancial de águas do Estado,rio Doce há anos agoniza em decorrência dadegradação da sua bacia hidrográfica, quesofre com desmatamentos, queimadas,assoreamentos, despejo de esgotos domésti-cos e industriais, contaminação poragrotóxicos da agricultura e pecuária. 147km do leito do rio estão em territóriocapixaba, atravessando os municípios deBaixo Guandu, Colatina e Linhares.

O empobrecimento do rio afetacomunidades ribeirinhas como a deMaria Ortiz, uma vila de pescadores si-tuada entre o rio Doce e a Estrada deFerro Vitória Minas (EFVM), emColatina. Sem água encanada para con-sumo humano, os moradores dependemda que é fornecida por meio de carros-pipas, nem sempre suficiente. Os pesca-dores revelam que é comum beberemágua do rio sem nenhum tipo de trata-mento.

O pescador João Arlindo conta queo rio Baunilha, que deságua no rio Doce,próximo à vila, está longe da fartura depeixes que tinha no passado. “É muitadestruição na região. Até no rio Doce ospeixes vão desaparecendo. A fiscalizaçãoé muito rigorosa com os pescadores, maso que acaba mesmo com os peixes é oveneno (agrotóxicos) usado nos pastospróximos às margens, que acaba chegan-do ao rio, contaminando tudo”, afirma.

Para reverter esse quadro, o poder

público e a sociedade civil se mobilizam,cada um à sua maneira e ritmo. EmColatina não é diferente. O Prefeito deColatina, Guerino Balestrassi (PSB), Vice-Presidente do Comitê Gestor da Bacia doRio Doce formado por representantes doES e MG, explica que o papel do Comitêé formular políticas para o manejo e de-senvolvimento da bacia, que congrega230 municípios dos dois estados. “Paraessa realidade tão ampla, projetos ouprogramas só serão eficazes se foremintegrados”, afirma.

DESPOLUIÇÃOBalestrassi, porém, reconhece os

problemas específicos da bacia emColatina, tais como, a poluição por esgo-tos e o assoreamento. "Temos investidoem programas de despoluição de aflu-entes, como o córrego São Silvano e rioscomo o Baunilha e o Santa Maria. Pro-gramas de educação ambiental tambémestão em andamento", informou.

Sediado em Colatina, o 2º Pelotãoda Companhia de Polícia Ambientalconta com um efetivo de 27 homenspara cobrir 21 municípios da regiãonoroeste do Estado. O comandante, Ca-pitão Taciano Grampinha, destaca que,além do pequeno efetivo, o 2º Pelotãotambém sofre com a carência de recur-sos para sua atuação na fiscalização erepressão à pesca e caça predatórias,

bem como aosdesmatamentos e quei-madas clandestinos.

“Contamos comcinco veículos, porém,só três estão em condi-ções de uso. Temos umúnico e pequeno barco, com capacidade paratrês pessoas, que utili-zamos para as ações norio Doce e seus afluen-tes, além das outras ba-cias”, disse.

CONSCIENTIZAÇÃOO ativista ambiental Nilo

Tardin admite que houve avançosem relação à conscientização

ambiental em Colatina, mas denunciaque a situação de degradação do rio Docepiorou.

"Desmatamentos constantes, riossecando, períodos de seca cada vez maisprolongados, queimadas sem controles,venda e uso indiscriminados deagrotóxicos, lançamento de esgotos do-mésticos e industriais são as marcas coti-dianas na bacia do rio Doce. Diante dessequadro, o poder público é incapaz e a so-ciedade é negligente", protesta o ativista.

Apesar de destacar o fortalecimen-to do movimento ambiental e as oportu-nidades de avanço das políticas para abacia, através do Comitê Gestor - instân-cia que integra a sociedade civil, o poderpúblico e usuários - o Diretor da Associ-ação Colatinense de Defesa Ecológica -Acode, Daniel Araújo, demonstra preo-cupação. "A situação do rio Doce é críti-ca. A degradação é visível, colocando emrisco um dos mais importantes manan-ciais de água para o estado. A alternativaé a implementação de programas de re-cuperação que considerem as realidadessociais, culturais e econômicas das po-pulações da bacia", frisou.

O rio Doce ainda espera a aprova-ção de uma lei federal, apresentada em1999, que prevê reflorestar, despoluir edesassorear a bacia, transformando o rionuma hidrovia, nos seus últimos 147 qui-lômetros, já em território capixaba.

Degradação marca o rio DoceFA

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A CIDADE DE COLATINA, QUE É CORTADA PELO RIO DOCE, TAMBÉM SOFRE COM A DEGRADAÇÃO DOS MANANCIAIS

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GLÁUCIO RODRIGUES

Durante a Guerra do Iraque, umatecnologia amplamente utilizada pelos norte-americanos praticamente desnudou o país,revelando ao mundo cada metro quadrado do paísde Saddam Hussein: o sensoriamento remoto,realizado por sensores instalados em satélites naórbita terrestre. Mas, ao contrário das finalidadesbélicas, o uso civil desta tecnologia auxiliar daGeomática vem oferecendo ao homem dadosestratégicos para o combate aos mais variadosproblemas modernos, como os desmatamentosflorestais e o surgimento de áreas de risco nasaglomerações urbanas.

No Espírito Santo, a primeira turmado curso técnico em Geomática se formouno ano passado. O curso, que substitui ocurso técnico de Agrimensura, é oferecidopelo Centro Federal de EducaçãoTecnológica do Espírito Santo (Cefetes)com 22 vagas anuais de nível médio.

Para o professor de Geomática doCefetes, Adelson Azevedo, apesar da ver-satilidade e da precisão dosensoriamento remoto, este não impli-cará o fim da topografia tradicional como uso dos teodolitos. “Ao contrário, issotrouxe à Topografia uma qualidade amais. Antes, era preciso ir a campo comuma equipe grande de técnicos. Utiliza-va-se o teodolito para ler o ângulo, me-dia-se a distância, anotava-se, transcre-via-se para uma planilha, calculava-se e,depois, passava-se para o papel com otransferidor. Ao final, ainda havia a pro-babilidade de erro”, relembra.

“Mesmo assim, ainda continua-mos utilizando o teodolito, a trena e to-das as ferramentas tradicionais no ensi-no aos nossos alunos, pois não bastaapenas se apropriar da tecnologia e aper-tar um botão de computador para obteros dados. É primordial que o aluno co-nheça os fundamentos da Agrimensurae da Topografia para criticar os resulta-dos que o computador está lhe oferecen-do”, conclui.

Com o desenvolvimentotecnológico, gerou-se um equipamentoeletrônico para medir o ângulo e outropara medir a distância, chamado Esta-ção Total. Além de realizar a mensuração,

o aparelho armazena osdados coletados. No le-vantamento topográfico, oprofissional leva a Estaçãoa campo, coleta os dadose armazena na memória;no laboratório, transfereas informações ao compu-tador e processa os dadospara realizar a representa-ção dos gráficos.

No entanto, o profes-sor de Geomática doCefetes, José Aguiar Pilon,alerta para a importãnciade escolher empresas eprofissionais habilitadospara a realização do levan-tamento. “Como exemplo,posso citar o caso das jazi-das de pedras ornamen-tais. De posse das coorde-nadas concedidas peloDepartamento Nacional deProdução Mineral(DNPM), de latitude e lon-gitude para exploração das jazidas, é pre-ciso ir ao local para marcar a posição noterreno. Entretanto, este é um trabalhoque exige uma precisão, pois qualquermargem de erro pode colocar em litígioduas jazidas vizinhas”, explica.

NO MERCADONo Espírito Santo uma das empre-

sas que têm atuado no setor de Geomáticaé a Maplan Aerolevantamentos S.A., es-pecializada principalmente emaerofotogrametria (mensuração e estudode área por fotografia aérea) para produ-ção cartográfica.

“No final do ano passado, realiza-mos um levantamento ambiental aéreode Angra dos Reis, no Estado do Rio deJaneiro, onde, infelizmente, dias depois,várias pessoas morreram vítimas de des-moronamentos de terras após uma chu-va torrencial. Este estudo vai permitir aidentificação de outros pontos de fragi-lidade na região para que sejam feitos osdevidos investimentos pelo poder públi-co”, relata o eng. cartógrafo Roberto F.Tavares, diretor-técnico da Maplan.

Por dentro da GeomáticaO TÉCNICO EM GEOMÁTICA realizaatividades de produção, aquisição,armazenagem, análise, disseminação egerenciamento de informações espaciaisrelacionadas com o ambiente e com osrecursos terrestres. Também executaatividades de levantamento emapeamento, integrando elementoscomo topografia, cartografia, hidrografia,geodésia, fotogrametria e agrimensuracom as novas tecnologias e os novoscampos de aplicação, como osensoriamento remoto, o mapeamentodigital, os sistemas de informaçõesgeográficas e os sistemas deposicionamento por satélite.

Dos teodolitos à estação total

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APESAR DOS AVANÇOS TECNOLÓGICOS OS TRADICIONAIS TEODOLITOS

NÃO DEIXARÃO DE SER USADOS TÃO CEDO

Situação no Crea-ESO curso técnico de Geomática ainda nãoestá registrado no CREA. Porém, oCefetes já está preparando adocumentação necessária para ocadastramento no Conselho emcumprimento à Resolução 261/79 doConfea. Após ser analisado pela CâmaraEspecializada no Crea, o processo seráencaminhado ao Confea para o possívelestabelecimento das atribuições legaisdos profissionais.

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Um dos mais importantes monumen-tos históricos capixabas foi entregue àpopulação em junho completamenterestaurado. Construída entre 1580 e 1615, aIgreja dos Reis Magos, em Nova Almeida, naSerra, guarda ainda hoje a configuraçãobásica característica do traçado primitivo,condição que motivou seu tombamento, em1943, pelo Instituto do Patrimônio Histórico eArtístico Nacional - Iphan.

Em 2001, uma equipe de doze pro-fissionais deu início às obras de restau-ração do imóvel, que contemplaram todoo conjunto edificado, formado pela Igre-ja e a antiga residência anexa. Além desete Arquitetos, duas Arqueólogas e trêsEngenheiros, o projeto também envol-veu trainees, estagiários, encarregados,operários e outros profissionais doIphan - da 6ª Sub-Regional de Vitória eda Superintendência Regional do Rio deJaneiro.

O projeto de restauração tomoucomo princípio básico recuperar ao má-ximo o partido arquitetônico original dasedificações, identificar e preservar asmarcas das suas diferentes ocupações aolongo dos tempos: a jesuítica e a da ins-talação da câmara e da cadeia, quando a

aldeia passou a ser Vila Nova de Almeida.“O maior desafio de uma restauração érespeitar as técnicas e os elementos cons-trutivos e, ao mesmo tempo, inserir noprédio instrumentos que garantam con-forto aos visitantes, sem que isso odescaracterize”, explica a Diretora da 6ªSub-Regional de Vitória do Iphan, Tere-za Carolina Frota de Abreu.

Ela destaca como os principais tra-balhos executados a recuperação comple-ta dos telhados, forros, pisos, escadas,portas e janelas da Igreja e da Residên-cia, bem como a substituição das antigasinstalações elétricas e sanitárias e amelhoria das condições de drenagem,circulação, acesso e segurança. As obrascustaram em torno de R$ 640 mil, recur-so obtido junto ao Banco Nacional de De-senvolvimento Econômico e Social -BNDES, através do Programa Nacionalde Apoio à Cultura, do Ministério daCultura - Pronac.

O coordenador do projeto foi oArquiteto carioca Paulo Vidal, mas asobras foram acompanhadas pela Arqui-teta capixaba Dárlem Machado Martins,que enviava relatórios periódicos aoIphan do Rio de Janeiro.

Dárlem diz que o acompanhamen-

to do Arquiteto desde o iní-cio da investigação do edifí-cio possibilitou chancesmaiores de acerto durante asreformas. “O Arquiteto par-ticipa de todas as etapas detrabalho, recolhendo as in-formações dos profissionaisenvolvidos para então tomaras decisões finais”, conclui aArquiteta.

A ArqueólogaChristiane Lopes Machadotambém participou da equi-pe e destaca a importânciados profissionais da área emprojetos de restauração e re-cuperação de bens dopatrimônio histórico. “A Ar-queologia permite conheceraspectos da edificação que

de outra forma não seriam descobertos.Além de elementos arquitetônicos, quepodem ou não ser recuperados pela res-tauração, há a construção do conhecimen-to sobre o surgimento desse assentamen-to humano e sua evolução através dotempo, o que é fundamental para a com-preensão de sua história”.

TESOURO COLONIALRESTAURADO

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A PESQUISA ARQUEOLÓGICA IDENTIFICOU OUTRAS

FORMAS DE USO E FASES DE REFORMAS ANTERIORES.COMO EXEMPLO, A JANELA CONVERSADEIRA QUE UM

DIA JÁ TEVE GRADES QUANDO A SALA ERA UMA CELA.

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Restaurações deverão teracompanhamento de Arquitetos

Visando fixar critérios eparâmetros para as atividades de re-forma e restauro em bens e monumen-tos, a Câmara Especializada de Arqui-tetura do Crea-ES aprovou, no dia 31de março, a norma 04/03 que exigiráque os projetos tenham obrigatoria-mente a aprovação e o acompanhamen-to de Arquitetos (ver norma na íntegrana página 25). Além disso, firmas e pro-fissionais que atuarem nessa área de-verão ser registrados no Conselho.

“A intervenção sem critérios nes-ses bens de interesse de preservação his-tórica, cultural, social ou arquitetônica,podem comprometer a integridade daedificação, descaracterizando-a”, expli-ca a Arquiteta e Consultora Técnica doCrea-ES Clemir Regina Pela Meneghel.De acordo com a nova norma, apenasos profissionais da Arquitetura, porconta de sua grade curricular, possuema formação adequada para a prática derestauros e reformas em edificaçõeshistóricas, tombadas ou não.

O Professor do Curso de Arqui-tetura da Universidade Federal do Es-pírito Santo, o Arquiteto Nelson Por-to Ribeiro, explica que, além depossuir uma matéria específica sobreintervenções em patrimônios histó-ricos e culturais, o curso apresenta

outras disciplinas correlacionadas,como História da Arquitetura e His-tória da Arte. “Em equipes de restau-ro deve haver Engenheiros, Geólogos,Historiadores, Arqueólogos etc, maso Arquiteto é o mais indicado paracoordená-las, devido ao seu currícu-lo”, comenta o professor.“

A resolução do Confea número218/73 diz que compete somente ao Ar-quiteto ou ao Engenheiro-Arquiteto otrabalho em conjuntos arquitetônicose monumentos, lembra o Coordena-dor da Câmara Especializada de Arqui-tetura do Crea-ES, o Arquiteto Alexan-dre Cypreste Amorim.

A participação de profissionaisda Arquitetura em projetos de recupe-ração de bens patrimoniais é valoriza-da pela Prefeitura de Vitória. “Não háobras sem projeto. Nossas equipes sãoformadas por profissionais que conhe-cem as questões do centro, sua proble-mática, e têm por formação fazer pes-quisas nessa área”, afirma aAdministradora Regional do Centro,Lilia Mello. Para ela, o Arquiteto quetrabalha em centros históricos, comoo Centro de Vitória, muitas vezes temque “abrir mão do impulso de recriara realidade em favor da memória, dosregistros de uma época”.

Primeira etapa: Consistiu no levan-tamento arquitetônico integral e deta-lhado do conjunto

Segunda Etapa: Foi feita a pesqui-sa histórica - bibliográfica e documen-tal.

Terceira etapa: Pesquisa arqueoló-gica, iniciada com uma sondagematravés de Ground Penetration Radar- GPR, e que foi realizada em três fa-ses, incluindo o interior da Residênciae as áreas de entorno imediato.

Quarta etapa: Recuperação dos te-lhados e forros, concomitantementecom a desinfestação e imunização detodo o madeiramento conservado edas peças trocadas. A seguir restau-rou-se o piso do pavimento superior,foram iniciadas as instalações elétri-cas e detalhados os projetosarquitetônicos das áreas a serem adap-tadas, como a da copa, dos sanitári-os e da reserva técnica. Prontos ospisos, foram recuperadas todas asesquadrias - quadros, tampos e ferra-gens - e os guarda-corpos da varan-da.

Quinta etapa: Depois de realizar asprospecções de cor, a equipe iniciou apintura dos elementos restaurados, se-guida da recuperação das escadas, jáem função dos níveis de piso que seri-am adotados no térreo, a partir dasindicações da pesquisa arqueológica.As prospecções também evidenciaramas formas curvas originais nas basesdas colunas, que haviam sidoretificadas em outras intervenções.

Sexta etapa: Após a restauraçãodos elementos decorativos, foi execu-tada então toda a instalação hidro-sa-nitária e o sistema de drenagem dopátio interno. Em seguida, foram en-tão instaladas três salas de exposições,sendo duas para exposições temporá-rias e duas permanentes.

Sétima etapa: A última etapa foi ado tratamento interpretativo dessepatrimônio, com informações reunidasnas pesquisas históricas e nasprospecções arqueológicas earquitetônicas.

Etapas

A RESIDÊNCIA ANEXA TEVE SUA CONFIGURAÇÃO ORIGINAL RESGATADA COM RETIRADA DE MURETAS QUE

CERCAVAM O CENTRO DO PÁTIO E COM REPLANTIO DA GRAMA

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Trabalhadores, Técnicos eprofissionais do setor de saneamen-to, além de representantes decomunidades locais, estiverampresentes no último dia 25 de junho,no Hotel Pasárgada, em Vila Velha,no Seminário Interestadual deSaneamento Ambiental. Foramabordados no evento assuntos comoos direitos do consumidor emrelação ao serviço de saneamentobásico e a adoção de uma políticanacional de saneamento sob a óticado Governo Federal.

Durante o evento, o titularda Secretaria Nacional de Sanea-mento, órgão vinculado ao Minis-tério das Cidades, Abelardo deOliveira Filho, reafirmou a im-portância da realização da Confe-rência Nacional das Cidades, que acon-tecerá entre os dias 23 e 26 de outubro.A conferência pretende discutirsetorialmente uma política universalnas áreas de saneamento, habitação,transportes e demais aspectos dos de-senvolvimento urbano.

“Tudo se dará de forma bastantedemocrática e participativa, já que ha-verá uma etapa municipal, onde as ci-dades poderão levar seus principais de-safios, e uma etapa estadual, onde aspropostas serão mais amplas. Estamosconvocando o Governo Estadual, os Go-vernos Municipais, as Entidades e a po-pulação em geral a participarem ativa-mente da Conferência das Cidades paraque, dessa maneira, possam contribuirde uma forma efetiva para a constru-ção da política nacional de saneamen-to ambiental e também construir pro-postas de política estadual emunicipal”, explicou o representantedo Ministério.

O Presidente da Companhia Es-pírito Santense de Saneamento - Cesan,Paulo Ruy Carnelli Valin, afirmou quea empresa pretende firmar parceriascom diversas prefeituras para renova-

Seminário define metas desaneamento para o ES

ção de contratos de concessão que defi-nam regras e parâmetros da prestadorados serviços ao poder concendente. Elelembrou que 26 municípios capixabasainda não são atendidos pela Cesan, emsua maioria os localizados no interiordo Estado. “Temos que cumprir nossopapel de abastecer e garantir o sanea-mento básico a todos”.

Também participou do Seminárioo representante do Instituto de Defesado Consumidor - Idec, Leo Sztutman. Eleexplicou que a entidade é uma associa-ção sem fins lucrativos, que atua no es-clarecimento dos consumidores sobrequestões como a privatização e a quali-dade dos serviços de saneamento e oaumento das tarifas no setor. Sztutmanapresentou dados preocupantes sobre oserviço de saneamento. Segundo umapesquisa feita pelo Idec, 22% das residên-cias de todo o Brasil não contam com

abastecimento de água e 54%não possui rede de tratamentode esgoto.

À frente da SecretariaEstadual de Desenvolvimen-to, Infra-Estrutura e Transpor-

te, o Presidente do Crea-ES, SilvioRoberto Ramos destacou a importân-cia da participação de todas as secreta-rias nos projetos do Ministério das Ci-dades, do Governo Federal.

Os projetos de saneamento desen-volvidos pela Prefeitura de Vila Velhaforam apresentados pelo Prefeito MaxFilho, que ressaltou as dificuldades en-contradas devido à falta de uma políticaespecífica para o setor e a importânciade discussões permanentes que resultemna apresentação de propostas para amelhoria da qualidade de vida da popu-lação e preservação e recuperação domeio ambiente.

O Seminário Interestadual de Sa-neamento Ambiental foi realizado peloCrea-ES e organizado pelo Sindicato dosEngenheiros do Espírito Santo - Senge-ES e Sindicato dos Trabalhadores emÁgua, Esgoto e Meio Ambiente no Esta-do do Espírito Santo - Sindaema-ES.

BETH NADER

ANDRÉ TAQUETTI

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A CÂMARA ESPECIALIZADA DE ARQUITETURADO CREA-ES ATRAVÉS DA NF-04-03 DE MARÇO DE2003 FIXA CRITÉRIOS, PARÂMETROS E ATRIBUIÇÕESPARA PROJETO, EXECUÇÃO, FISCALIZAÇÃO E ANOTAÇÃODE RESPONSABILIDADE TÉCNICA – A.R.T., NO CREA –ES, PARA ATIVIDADES DE REFORMA E RESTAURO BEM

COMO A CONSERVAÇÃO DE OBRAS E MONUMENTOS

I – OBJETIVOI – OBJETIVOI – OBJETIVOI – OBJETIVOI – OBJETIVOEsta norma tem como objetivo, fixar os

critérios e parâmetros para o registro no CREA-ES e Anotação de Responsabilidade Técnica - ARTpara as atividades de reforma e restauro bemcomo a conservação de obras e monumentos.

II - FUNDAMENTOS JURÍDICOS E TÉCNICOSII - FUNDAMENTOS JURÍDICOS E TÉCNICOSII - FUNDAMENTOS JURÍDICOS E TÉCNICOSII - FUNDAMENTOS JURÍDICOS E TÉCNICOSII - FUNDAMENTOS JURÍDICOS E TÉCNICOSA Câmara Especializada de Arquitetura

do CREA-ES, no uso das atribuições que lheconferem os artigos 1º, 6º, 7º, 8º e 46, letra "g"da Lei nº 5.194/66, bem como, os artigos 1º e 3ºda Lei nº 6.496/77, e da Lei nº 5.524/68 de 05/11/68, a Resolução Nº 218/73, do CONFEA eDecreto Federal nº 23.569/33 de 11/12/33, e,considerando as competências dos Engenhei-ros Arquitetos, Arquitetos, Urbanistas, Arqui-tetos e Urbanistas dispostos no artigo 30 doDecreto 23.569/33 e nos artigos 2º e 21 da Reso-lução Nº 218/73, do CONFEA, e considerando:

1. o disposto no art. 2º da Resolução218, de 29 de junho de 1973 e artigo 30 do Decre-to 23.569 de 11 de dezembro de 1933;

2. que apenas o currículo mínimo dosCursos de Arquitetura, fixado pelo ConselhoFederal de Educação, oferece aos profissionaisegressos destes, a formação adequada para aprática neste domínio;

3. a definição de MONUMENTO, redigidae expressa no Artigo 1º da CARTA DE VENEZA(1933), da Carta Internacional sobre Conserva-ção e Restauração dos Monumentos e Lugares,no qual “a noção de monumento compreendenão só a criação arquitetônica isolada; mas tam-bém a moldura em que ela está inserida. O mo-numento é inseparável do meio onde se encon-tra situado e, bem assim, da história da qual étestemunho. Reconhece-se consequentemente,um valor monumental tanto aos grandes con-juntos arquitetônicos, quanto às obras modes-tas que adquiriram, no decorrer do tempo, signi-ficação cultural e humana. Daí advém, para efeitoda presente norma, a necessidade de fixar comotal, o conjunto de edificações ou as edificaçõesisoladas, ou ainda os lugares de interesse histó-rico e/ou cultural, tombados ou não, mas reco-nhecidos pelo significado às gerações presentese futuras, pelo poder público, em seus diversosníveis através de mecanismos legais de preser-vação dos mesmos”;

4. que PÓRTICO, do latim Porticus, sig-nifica “Galeria aberta de um dos lados, ou pas-sadiço coberto, que ostenta uma colunata. GaliléPortal alpendrado. Em tal sustentada por doisesteios, ou pés direitos”. Daí, no linguajar téc-nico contemporâneo, o emprego da palavra paradesignar o elemento estrutural, que pode serarticulado, composto de dois elementos traba-lhando à compressão que sustentam um tercei-

ro, que trabalha à flexão vencendo um vão.Então a necessidade de separar o significadoda raiz latina, que contempla os pórticos en-quanto monumentos de acesso à cidades ou alocais públicos, portanto, elementoarquitetônico, da ampliação do conceito, ordi-nariamente empregado à construção, este simobjeto vinculado a todas as categorias habilita-das ao exercício da construção;

5. a necessidade de estabelecer critériospara definir a Responsabilidade Técnica (R.T.)das atividades de projeto, reforma e restaurona área dos monumentos e imóveis dopatrimônio histórico.

6. que os projetos e execuções nestas ati-vidades estão sujeitas à Anotação de Responsa-bilidade Técnica – ART conforme as disposiçõesda Lei nº 6496 de 27 de dezembro de 1977;

que REFORMA segundo Aurélio: “ Atoou efeito de reformar, mudança, modificação,reformação, forma nova”;

7. que RESTAURAÇÃO segundo Aurélio:“Conjunto de intervenções técnicas e científi-cas, de caráter intensivo, que visam a garantir,no âmbito de uma metodologia crítico estética,a perenidade de um patrimônio cultural”;

8. que RESTAURAÇÂO segundo a Cartade Lisboa: “Obra especializada que tem porfim a consolidação conservação e consolida-ção de uma construção, assim como a preserva-ção total ou reposição de parte de sua concep-ção original, correspondente aos momentosmais significativos da sua história”;

9. que uma reforma é dado nova forma aum edifício ou objeto, sem nenhum compromis-so com a forma ou uso original; não sendo consi-derados valores estéticos, históricos ou cultu-rais, não havendo portanto compromisso comtécnicas, formas ou materiais usados na obra;

10. que a restauração é uma intervençãoque tem objetivo a consolidação e revalorizaçãode uma obra de arte ou histórica, que representaestágios vividos, por uma determinada socieda-de, respeitando as marcas deixadas pelo tempo.

Resolve, adotar os parâmetros e proce-dimentos constantes da SEÇÃO III, como basepara o exercício da fiscalização, na área decompetência do CREA-ES, das atividades pro-fissionais mencionadas na SEÇÃO I.

III – PIII – PIII – PIII – PIII – PARÂMETROS E PROCEDIMENTOSARÂMETROS E PROCEDIMENTOSARÂMETROS E PROCEDIMENTOSARÂMETROS E PROCEDIMENTOSARÂMETROS E PROCEDIMENTOSBÁSICOS PBÁSICOS PBÁSICOS PBÁSICOS PBÁSICOS PARARARARARA A FISA A FISA A FISA A FISA A FISCCCCCALIZAÇÃOALIZAÇÃOALIZAÇÃOALIZAÇÃOALIZAÇÃO

A Câmara de Arquitetura, no uso de suasatribuições, conferidas pela letra “e” do art. 46da Lei n.º 5.194/66 e, tendo em vista ao que dis-põe os artigos 1º e 3º da Lei 6.496/77, resolveadotar os seguintes parâmetros e procedimen-tos para o exercício da fiscalização na área decompetência do CREA-ES, das atividades profis-sionais mencionadas no item I desta Norma:

1. Estão obrigadas a registro no Conse-lho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agro-nomia–CREA-ES:

- O projeto arquitetônico de Restauro deImóvel (edificação) ou de monumento dopatrimônio histórico, privado, ou imóvel de inte-resse de preservação, tombado ou não é de com-petência exclusiva do profissional da área de Ar-

quitetura, face aos conhecimentos por ele adqui-ridos em sua formação profissional, tanto naelaboração dos projetos complementares comona execução da obra ou serviços de Restauro.

Ao profissional Arquiteto autor do pro-jeto arquitetônico de Restauro é facultada a ins-tituição de equipes de profissionais que, de acor-do com as características da obra ou serviço, setornem necessárias a seu acompanhamento.

Cabe ao Arquiteto a aprovação final dosprojetos complementares, especificações demateriais e técnicas propostas por estas equi-pes, cabendo ainda, neste caso, a gerência, su-pervisão, coordenação, fiscalização e execuçãoda obra ou serviço.

2. Estão obrigados ao registro no ConselhoRegional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia,os profissionais e firmas que se dediquem ao pro-jeto, reforma, restauração, execução e conservaçãode qualquer atividade relacionada a monumento,devendo apresentar Arquiteto o Arquiteto e Urba-nista como Responsável Técnico.

- A noção de monumento aplicável a esteitem engloba os conceitos tradicionais,complementados pelo Artigo 1º da CARTA DEVENEZA, incluindo-se, a noção de pórtico naraiz do latim (notadamente os de acessos àscidades, parques, exposições, etc). Excluem-seneste artigo os bustos, as esculturas, os mar-cos, os painéis, as placas e os artefatos, ineren-tes também aos Artistas Plásticos. A estes évedado, entretanto, a realização de obras queimpliquem em edificações/construções, atribui-ção exclusiva do Arquiteto ou Arquiteto e Ur-banista, em se tratando de monumentos, con-forme artigo 2º da Resolução 218/73 do CONFEA.

IV – INFORMAÇÕES COMPLEMENTIV – INFORMAÇÕES COMPLEMENTIV – INFORMAÇÕES COMPLEMENTIV – INFORMAÇÕES COMPLEMENTIV – INFORMAÇÕES COMPLEMENTARESARESARESARESARES1- Definições:1- Definições:1- Definições:1- Definições:1- Definições:

1.1- Projeto: Atividade técnica que envolve cál-culos ou dimensionamento, plantas, desenhos,pareceres, relatórios análises, normas eespecificações, formuladas através de princípi-os técnicos e científicos;

2- Abreviaturas:2- Abreviaturas:2- Abreviaturas:2- Abreviaturas:2- Abreviaturas:2.1- ART: Anotação de Responsabilidade Técnica;2.2- CREA-ES: Conselho Regional de Engenha-ria, Arquitetura e Agronomia;2.3- CEAR: Câmara Especializada de Arquitetura;2.4- CONFEA: Conselho Federal de Engenha-ria, Arquitetura e Agronomia.

V - APROVV - APROVV - APROVV - APROVV - APROVAÇÃO E REVISÕESAÇÃO E REVISÕESAÇÃO E REVISÕESAÇÃO E REVISÕESAÇÃO E REVISÕES1- Aprovação:1- Aprovação:1- Aprovação:1- Aprovação:1- Aprovação:

A presente norma foi aprovada na 203ª Sessãoda CÂMARA DE ESPECIALIZADA DE ARQUITE-TURA DO CREA-ES, realizada em 31/03/03 ehomologada na 834ª Sessão Plenária do Crea-ES realizada em 08/07/03.

Arq. ALEXANDRE CYPRESTE AMORIMCoordenadorArq. EDUARDO SIMÕES BARBOSASecretário em exercícioArq. APARECIDA MARIA DA SILVA BORGESConselheiraEng. Industrial JOSÉ CARLOS DE ASSISRep. Plenário na Câmara

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Ser e não ser: Refletindo sobre alguns dilemascontemporâneos do Sistema Confea/Creas

Shakespeare, há alguns séculos,lançava à humanidade a instigante ques-tão de “ser ou não ser”. Hoje em dia, estamesma humanidade, impregnada de va-lores culturais marcados pela era daglobalização, das crises e conflitos de(múltiplas) identidades, se vê diante deuma nova questão: “ser e não ser”.

Mais do que em qualquer outroperíodo histórico, na atualidade acaba-ram-se as verdades absolutas. Tudo é, nãoapenas relativo, mas dúbio, ambivalente.Cada um tem sua verdade, seu modo (le-gítimo) de interpretar e encarar o mun-do. E esses modos são cada vez mais fa-cilmente traduzidos em vontadespolíticas, em impulsos transformadoresda realidade – tão numerosos quanto osinteresses em jogo em cada situação.

Esta nova realidade coloca em xe-que o monolitismo das razões, e abalaos sustentáculos das instituições funda-das e cristalizadas sob a égide deracionalidades absolutizadas. E dentreestas instituições, está o nosso SistemaConfea/Creas.

O Sistema foi criado dentro do cru-zamento entre duas razões estruturantesdo Estado Brasileiro, uma razãotecno(buro)crática e outra razãopatrimonialista, amplamente amparadaspela regulação autoritária que se implan-tou na década de 60, e que lhe legaramdiversas heranças, das quais podemos ci-tar: um minucioso e elogiável rigor técni-co na estruturação da sua apreciação dascompetências profissionais à luz da divi-são do trabalho da época - ainda quepermeado por disputas políticas; um for-mato institucional que, assim como emoutras instâncias da administração públi-ca geradas sob a mesma racionalidade,deixa brechas para aproveitamentos pes-soais políticos e/ou pecuniários da má-quina, lamentáveis episódios que nos cons-trangem de tempos em tempos.

Esta estrutura autárquica é agora,mais do que nunca, alvo de pressões eseveras críticas por parte dos diversossegmentos de alguma forma implicados

na sua atuação. A tendênciadesregulamentadora de tom neoliberalque vem sendo exercida sobre todas asestruturas estatais, desmantelando lógi-cas e razões pretéritas, vem desferindoduros golpes no Sistema.

Primeiramente, a própria estrutu-ra do Estado que geriu o Confea/Creastambém geriu outras esferas de regula-mentação, tão próximas em suas compe-tências quanto autarquicamente indepen-dentes e distantes entre si em sua atuação.Esta independência gerava, até poucotempo, alguns conflitos pelasobreposição de atribuições, mas, fun-damentalmente, uma soberania cuja in-terpretação às vezes beirava a onipotên-cia. Por exemplo, muito se defendeu – ese fez – que nosso Sistema deveria atuarnão somente como fiscalizador do exer-cício profissional, mas também comodefinidor de atribuições e, por conseqü-ência, definidor da formação profissio-nal. Como a antiga estrutura preconiza-va a vinculação entre a formaçãoacadêmica e a formação profissional –convergentes através dos currículos mí-nimos -, em não raras situações se viuatritos por ingerências de instâncias doSistema junto às Universidades.

De outro lado, na última década asreformas na educação empreendidas poroutras esferas do Estado, competentespara legislar sobre a formação acadêmi-ca, simplesmente acabaram com os currí-culos mínimos – instituindo as diretrizescurriculares -, desvincularam assim a for-mação acadêmica da formação profissio-nal – o que acaba com a garantia automá-tica da competência profissional para oexercício das atribuições até então pré-estabelecidas -, e abalaram um dos pila-res do Sistema, obrigando-o a uma indi-gesta – e protelada – auto-crítica.

Em segundo lugar, a divisão técni-ca do trabalho já não é mais a mesma, eEngenheiros, Arquitetos, Agrônomos,Geógrafos, Geólogos e demais profissio-nais do Sistema já não fazem o mesmoque faziam décadas atrás. Mais do queisso, as novas divisões técnicas do traba-

lho – flexíveis, e não mais taylorista-fordistas – confundem as identidades nomundo do trabalho, ao conferir múlti-plas atribuições aos trabalhadores.

É preciso ajustar a regulamentaçãoe fiscalização a estas mudanças no mun-do da formação e no mundo do exercí-cio profissional, sob risco de ampliar oanacronismo e a incompatibilidade en-tre o Sistema e as esferas da sociedadediretamente implicadas a ele. MuitosCreas vêm apontando para mudanças noperfil de suas atuações, alguns se aproxi-mando de lutas e de movimentos soci-ais, outros buscando oferecer serviços deinteresse de seus filiados, e há até aque-les que vêm assumindo responsabilida-des na formação continuada e na atuali-zação de conhecimentos dosprofissionais – iniciativas louváveis, masque não evitam a necessidade de umaprofunda reflexão acerca do que o Siste-ma deve ser e o que não deve ser.

Tais questionamentos são apenasalguns exemplos do dilema do “ser e nãoser” que o Sistema vive nacontemporaneidade. Sua legitimaçãosocial sempre partiu de um princípioinquestionável: a sociedade precisa dealgum tipo de proteção e segurança daqualidade na aplicação de determinadosconhecimentos. O que fica cada vez me-nos claro para a sociedade é se esta pro-teção vêm sendo satisfatória e, se a me-lhor maneira de garanti-la é através deuma estrutura autárquica como o Siste-ma Confea/Creas.

Então, como ser a instância de prote-ção da sociedade, e não ser interpretadocomo um resquício burocrático que ape-nas penaliza os profissionais através demúltiplas cobranças (anuidade, ARTs)?Como ser instrumento de garantia da fun-ção e da valorização social do profissionale não ser um instrumento decorporativismos, ou instância de captaçãoe gestão de polpudos recursos financeiros?

Com certeza, a auto-crítica pode serindigesta, mas é urgente, fundamental eserá saudável para a sobrevivência do Sis-tema.

RENATO EMERSON DOS SANTOS (*)

* Representante da Associação dos Geógrafos Brasileiros (AGB) no Confea e Vice-Diretor da AGB-Rio de Janeiro