sumÁrio - seade.gov.br€¦ · neide saraceni hahn ruben cesar keinert conselho fiscal eunice...

28
SUMÁRIO PRINCIPAIS RESULTADOS 3 MERCADO DE TRABALHO 4 DESEMPREGO 7 OCUPAÇÃO 13 RENDIMENTOS 16

Upload: others

Post on 15-Oct-2020

3 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: SUMÁRIO - seade.gov.br€¦ · Neide Saraceni Hahn Ruben Cesar Keinert Conselho Fiscal Eunice Barboza Machado Fábio Alonso Ironice da Rocha Silva Diretoria Adjunta de Análise Socioeconômica

1

SUMÁRIO

PRINCIPAIS RESULTADOS 3

MERCADO DE TRABALHO 4

DESEMPREGO 7

OCUPAÇÃO 13

RENDIMENTOS 16

Page 2: SUMÁRIO - seade.gov.br€¦ · Neide Saraceni Hahn Ruben Cesar Keinert Conselho Fiscal Eunice Barboza Machado Fábio Alonso Ironice da Rocha Silva Diretoria Adjunta de Análise Socioeconômica

2

Governador do Estado

Geraldo Alckmin

Vice-Governador

Cláudio Lembo

Secretário de Economia e Planejamento

Andrea Sandro Calabi

SEADEFundação Sistema Estadual de Análise de Dados

Diretora Executiva

Felícia Reicher Madeira

Diretor Adjunto Administrativo e Financeiro

Marcos Martins Paulino

Diretor Adjunto de Análise Socioeconômica

Sinésio Pires Ferreira

Diretor Adjunto de Produção de Dados

Vivaldo Luiz Conti

Chefia de Gabinete

José Max Reis Alves

Conselho de Curadores

Andrea Sandro Calabi (Presidente)

Ana Maria Afonso Ferreira Bianchi

Carlos Antonio Luque

Hélio Nogueira da Cruz

Luiz Antonio Vane

Maria Coleta Ferreira Albino de Oliveira

Maria Fátima Pacheco Jordão

Neide Saraceni Hahn

Ruben Cesar Keinert

Conselho Fiscal

Eunice Barboza Machado

Fábio Alonso

Ironice da Rocha Silva

Diretoria Adjunta de Análise Socioeconômica

Gerência de Análise Socioeconômica

e Estudos Especiais

Paula Montagner (gerente)

Leila Luiza Gonzaga (técnica)

Gerência de Métodos Quantitativos

Nádia Dini (gerente)

Susana Maria F. Pereira, Edna Y. Taira,

Antonio E. Teixeira Júnior, Silvia R. Mancini e

Neuci Arizono (equipe técnica)

Diretoria Executiva

Coordenação de Relações Institucionais

Maria Cecília Comegno

Assessoria de Editoração e Arte

J. B. de Souza Freitas

(MTE 10.477)

Programação Visual

Cristiane de Rosa Meira, Icléia Alves Cury e

Ivana B. Ruiz Toniato

Preparação de Texto

Vania Regina Fontanesi

Revisão de Texto

Maria Aparecida Andrade

Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados – SEADE

Avenida Cásper Líbero 478 CEP 01033-000

São Paulo SP Fone (11) 3224.1600 Fax (11) 3224.1700

www.seade.gov.br

[email protected] [email protected]

Fundação Sistema Estadual

de Análise de Dados – SEADE

Felícia Reicher Madeira

(Diretora Executiva)

Departamento Intersindical

de Estatística e Estudos Sócio-

Econômicos – Dieese

Clemente Ganz Lúcio

(Diretor Técnico)

Conselho Estadual da

Condição Feminina – CECF

Aparecida Maria de Almeida

(Presidente)

Secretaria do Emprego e

Relações do Trabalho – Sert

Francisco Prado de

Oliveira Ribeiro

(Secretário)

Page 3: SUMÁRIO - seade.gov.br€¦ · Neide Saraceni Hahn Ruben Cesar Keinert Conselho Fiscal Eunice Barboza Machado Fábio Alonso Ironice da Rocha Silva Diretoria Adjunta de Análise Socioeconômica

3

PRINCIPAIS RESULTADOS

O Mercado de Trabalho Feminino na Região

Metropolitana de São Paulo em 2003

A taxa de participação das mulheres que residem na Região Metropolitana deSão Paulo manteve crescimento, alcançando 55,1% em 2003, o maior patamar para osegmento desde 1985. Já entre os homens, essa taxa diminuiu para 73,0%.

A taxa de desemprego das mulheres aumentou de 22,2%, em 2002, para 23,1% daPopulação Economicamente Ativa feminina (PEA) em 2003. Esse crescimento (4,1%),semelhante ao verificado para os homens (4,9%), tornou a taxa feminina no ano emanálise a maior da série da pesquisa e, a dos homens (17,2% da PEA masculina), asegunda mais elevada.

O aumento da taxa de desemprego feminina deveu-se ao fraco desempenho donível ocupacional, que gerou ocupações em número insuficiente para incorporar asmulheres que passaram a fazer parte da força de trabalho em 2003. Entre os homens,o comportamento foi mais desfavorável, visto que houve decréscimo do nívelocupacional.

A criação de ocupações entre as mulheres (1,9%) foi verificada no Comércio(5,1%), nos Serviços Domésticos (3,5%) e nos Serviços (1,6%) e, segundo a posiçãoocupacional, principalmente entre as assalariadas com carteira assinada no setorprivado, assalariadas no setor público e trabalhadoras autônomas para empresas. Opequeno declínio do nível de ocupação dos homens (0,7%) decorreu do comporta-mento negativo em praticamente todos os setores de atividade econômica analisa-dos e especialmente entre os assalariados sem carteira de trabalho assinada nosetor privado.

Em 2003, o rendimento médio por hora trabalhada das mulheres ocupadas naRMSP manteve-se em decréscimo pelo sexto ano consecutivo, passando a equivalera R$ 4,30. Esse valor corresponde a 78,6% daquele recebido pelos homens (R$ 5,47),interrompendo a tendência de aproximação desses valores observada nos anos ante-riores.

Na distribuição da massa de rendimento familiar, que apresentou redução similarà observada para os rendimentos por hora, a contribuição do rendimento das cônjugesaumentou, enquanto a dos filhos decresceu e a dos chefes permaneceu estável.

Considerada a raça/cor dos indivíduos na análise de gênero, as reduções dorendimento por hora, embora tenham ocorrido para a maioria dos segmentos popu-lacionais analisados, foram mais intensas para os negros: 7,2% para as mulheres e11,4% para os homens, enquanto para os não-negros as reduções corresponderama 5,1% entre as mulheres e 2,9% entre os homens.

Page 4: SUMÁRIO - seade.gov.br€¦ · Neide Saraceni Hahn Ruben Cesar Keinert Conselho Fiscal Eunice Barboza Machado Fábio Alonso Ironice da Rocha Silva Diretoria Adjunta de Análise Socioeconômica

4

MERCADO DE TRABALHO

Taxa de participação feminina mantém crescimento

e passa para 55,1%

A taxa de participação feminina naRegião Metropolitana de São Paulo,1

indicador que representa a participaçãodas mulheres com dez anos ou mais nomercado de trabalho regional inseridascomo ocupadas ou desempregadas, au-mentou de 54,4% em 2002 para 55,1%em 2003, maior patamar da série da pes-

1. As estimativas foram atualizadas com base nas projeções populacionais da Fundação Seade a partir do Censo Demográfico de 2000 (vernota técnica no 9). Alguns dados de 2002 apresentam pequenas diferenças em relação aos publicados no Boletim no 11, em razão do períodode abrangência, ampliado, de janeiro a novembro, para janeiro a dezembro no atual número. Quanto aos anos anteriores, alguns resultadosforam compatibilizados com estudos já divulgados.

quisa partir de 1985. Mantendo trajetóriade crescimento desde 1995, a elevaçãode 1,3% do indicador foi similar à re-gistrada em 2002 (1,1%). Entre os ho-mens, a taxa de participação ficou 0,5%inferior em relação à do ano anterior,atingindo 73,0% em 2003, nível seme-lhante aos observados desde 1998.

Gráfico 1Taxas de Participação, por Sexo

Região Metropolitana de São Paulo1996-2003

Fonte: SEP. Convênio Seade – Dieese. Pesquisa de Emprego e Desemprego – PED.

Os movimentos da taxa de partici-pação feminina foram diferenciados por

faixa etária, com crescimento nos gruposde mulheres adultas (3,0% entre as de

Page 5: SUMÁRIO - seade.gov.br€¦ · Neide Saraceni Hahn Ruben Cesar Keinert Conselho Fiscal Eunice Barboza Machado Fábio Alonso Ironice da Rocha Silva Diretoria Adjunta de Análise Socioeconômica

5

25 a 39 anos e 1,7% para as de 40 a 59anos), redução nos de crianças e adoles-centes (12,7% para aquelas com 10 a 14anos e 3,4% para as de 15 a 17 anos),relativa estabilidade no de jovens (0,4%entre as de 18 a 24 anos) e sem alteraçãono de idosas. Note-se que os níveis al-cançados pelas mais jovens foram osmenores da série e os registrados paraos grupos a partir de 18 anos foram osmais altos.

A retração da taxa de participaçãodos homens deveu-se à saída do mer-cado de trabalho das crianças de 10 a14 anos (-16,9%), adolescentes de 15 a17 anos (-4,4%) e jovens de 18 a 24 anos(-0,9%). Para os homens de 25 a 39 anose de 60 anos e mais, houve relativaestabilidade (0,1% e 0,3%, res-pectivamente) e pequena variação po-sitiva entre aqueles com 40 a 59 anos(0,6%).

Tabela 1Taxas de Participação, por Sexo, segundo Faixas Etárias

Região Metropolitana de São Paulo2002-2003

Em %

Mulheres Homens Variações 2003/2002Faixas Etárias

2002 2003 2002 2003 Mulheres Homens

Total 54,4 55,1 73,4 73,0 1,3 -0,5

10 a 14 Anos 5,5 4,8 8,9 7,4 -12,7 -16,9

15 a 17 Anos 41,7 40,3 47,2 45,1 -3,4 -4,4

18 a 24 Anos 75,1 75,4 89,0 88,2 0,4 -0,9

25 a 39 Anos 73,3 75,5 94,3 94,4 3,0 0,1

40 a 59 Anos 59,3 60,3 84,8 85,3 1,7 0,6

60 Anos e Mais 12,9 12,9 34,6 34,7 0,0 0,3

Fonte: SEP. Convênio Seade – Dieese. Pesquisa de Emprego e Desemprego – PED.

Quanto à posição das mulheres nodomicílio, a taxa de participação dascônjuges mostrou o maior aumento(1,7%), diferencial observado na maioriados anos da década de 90. As taxas daschefes e filhas apresentaram pequenasvariações positivas de 0,7% e 0,8%, res-pectivamente, alcançando, tais grupos,

os patamares mais elevados da pesquisa.Os homens cônjuges também registraramaumento (2,2%), enquanto para os filhoshouve decréscimo (1,7%) e para os che-fes relativa estabilidade (0,1%). Ressalte-se que, em razão do comportamentodiferenciado entre homens e mulheresque ocupam a posição de filho no domi-

MERCADO DE TRABALHO

Page 6: SUMÁRIO - seade.gov.br€¦ · Neide Saraceni Hahn Ruben Cesar Keinert Conselho Fiscal Eunice Barboza Machado Fábio Alonso Ironice da Rocha Silva Diretoria Adjunta de Análise Socioeconômica

6

cílio em que residem, a taxa de partici-pação das filhas, que correspondia a89,5% da dos filhos em 2002, passou para91,7% em 2003 – essa proporção, dentre

todos os grupos de característicaspessoais analisados, mostra que a taxade participação dos filhos são as maispróximas entre homens e mulheres.

Na análise segundo raça/cor,2 as ne-gras entraram no mercado de trabalhocom mais intensidade (1,6%) do que asnão-negras (0,9%) no ano em análise,contrapondo-se à relativa estabilidadeapresentada em 2002 entre as negras. Oshomens negros e não-negros saíram domercado de trabalho em proporções iguaisentre eles (-0,7% e -0,4%, respecti-vamente).

Por nível de escolaridade, apenas ataxa de participação das mulheres comensino fundamental completo ou mé-dio incompleto diminuiu (3,2%). Nos de-mais grupos femininos houve relativa

estabilidade. A taxa de participação doshomens decresceu para aqueles comensino fundamental incompleto (2,8%)e para os que concluíram esse nível deescolaridade e não completaram o ensi-no médio (2,7%), observando-se relati-va estabilidade para os demais.

No ano em análise, continuou a me-lhora do nível de escolaridade da Popu-lação em Idade Ativa (PIA), representadapela expansão do percentual de pessoascom pelo menos o ensino médio completo,que, entre 2002 e 2003, passou de 31,7%para 34,1% da PIA feminina e de 30,5%para 33,4% da PIA masculina.

2. O segmento de indivíduos negros consiste em negros e pardos e o de não-negros, em brancos e amarelos.

Tabela 2Taxas de Participação, por Sexo, segundo Posição no Domicílio

Região Metropolitana de São Paulo2002-2003

Em %

Mulheres Homens Variações 2003/2002Posição no Domicílio

2002 2003 2002 2003 Mulheres Homens

Total 54,4 55,1 73,4 73,0 1,3 -0,5

Chefe 59,9 60,3 83,0 83,1 0,7 0,1

Cônjuge 54,5 55,4 76,0 77,7 1,7 2,2

Filho 52,9 53,3 59,1 58,1 0,8 -1,7

Outros 49,5 50,0 71,0 70,2 1,0 -1,1

Fonte: SEP. Convênio Seade – Dieese. Pesquisa de Emprego e Desemprego – PED.

MERCADO DE TRABALHO

Page 7: SUMÁRIO - seade.gov.br€¦ · Neide Saraceni Hahn Ruben Cesar Keinert Conselho Fiscal Eunice Barboza Machado Fábio Alonso Ironice da Rocha Silva Diretoria Adjunta de Análise Socioeconômica

7

DESEMPREGO

Taxa de desemprego feminina em 2003 é a

maior da pesquisa

A taxa de desemprego total femininaaumentou de 22,2%, em 2002, para 23,1%da PEA feminina, em 2003, atingindo omaior patamar da série da pesquisa. A taxade desemprego dos homens ampliou-sequase na mesma proporção, passando de16,4% para 17,2% da PEA masculina. Parao contingente feminino, esse aumento(4,1%) reflete a insuficiência de postoscriados em relação à quantidade de mu-lheres que entraram no mercado de tra-balho em 2003 e, para o masculino, o cres-cimento da taxa (4,9%) resultou da eli-minação de ocupações.

As mulheres representavam 52,6%do total de desempregados na RMSP em2002 e passaram para 53,1% em 2003, man-tendo-se como maioria, em relação aoshomens, desde 2000.

O aumento da taxa de desempregodas mulheres decorreu, segundo suascomponentes, do crescimento verificadona taxa de desemprego aberto, que pas-sou de 15,2% para 16,0% entre 2002 e 2003,enquanto a de desemprego oculto per-maneceu praticamente estável (de 7,0%para 7,1%) – comportamento observadonas taxas de desemprego oculto pelo tra-

Tabela 3Taxas de Participação, por Sexo, segundo Nível de Escolaridade

Região Metropolitana de São Paulo2002-2003

Em %

Mulheres Homens Variações 2003/2002Nível de Escolaridade

2002 2003 2002 2003 Mulheres Homens

Total 54,4 55,1 73,4 73,0 1,3 -0,5

Analfabeto/Fundamental Incompleto 37,8 37,9 60,5 58,8 0,3 -2,8

Fundamental Completo/Médio

Incompleto 59,4 57,5 78,7 76,6 -3,2 -2,7

Médio Completo/Superior Incompleto 76,0 76,1 90,2 89,9 0,1 -0,3

Superior Completo 82,9 82,5 91,1 91,6 -0,5 0,5

Fonte: SEP. Convênio Seade – Dieese. Pesquisa de Emprego e Desemprego – PED.

Page 8: SUMÁRIO - seade.gov.br€¦ · Neide Saraceni Hahn Ruben Cesar Keinert Conselho Fiscal Eunice Barboza Machado Fábio Alonso Ironice da Rocha Silva Diretoria Adjunta de Análise Socioeconômica

8

balho precário (de 4,0% para 4,1%) e pelodesalento (inalterado em 3,1%). Para oshomens, também houve expansão mais

intensa da taxa de desemprego aberto (de9,6% para 10,1%) do que de desempregooculto (de 6,9% para 7,1%).

Tabela 4Taxas de Desemprego, por Sexo, segundo Tipos

Região Metropolitana de São Paulo2002-2003

Em %

Mulheres Homens Variações 2003/2002Tipos de Desemprego

2002 2003 2002 2003 Mulheres Homens

Total 22,2 23,1 16,4 17,2 4,1 4,9

Aberto 15,2 16,0 9,6 10,1 5,3 5,2

Oculto 7,0 7,1 6,9 7,1 1,4 2,9

Pelo Trabalho Precário 4,0 4,1 5,7 5,9 2,5 3,5

Pelo Desalento 3,1 3,1 1,2 1,2 0,0 0,0

Fonte: SEP. Convênio Seade – Dieese. Pesquisa de Emprego e Desemprego – PED.

Gráfico 2Taxas de Desemprego Total, por Sexo

Região Metropolitana de São Paulo1996-2003

Fonte: SEP. Convênio Seade – Dieese. Pesquisa de Emprego e Desemprego – PED.

DESEMPREGO

Page 9: SUMÁRIO - seade.gov.br€¦ · Neide Saraceni Hahn Ruben Cesar Keinert Conselho Fiscal Eunice Barboza Machado Fábio Alonso Ironice da Rocha Silva Diretoria Adjunta de Análise Socioeconômica

9

De acordo com as faixas etárias, ataxa de desemprego das mulheres cres-ceu para os grupos de 18 a 24, 25 a 39 e40 a 59 anos em aproximadamente 7%,elevando suas respectivas taxas para as

maiores já registradas. Entre as adoles-centes de 15 a 17 anos, houve relativaestabilidade. Para os homens, verificou-se comportamento semelhante ao dasmulheres, por grupos de idade.

Tabela 5Taxas de Desemprego Total, por Sexo, segundo Faixas Etárias

Região Metropolitana de São Paulo2002-2003

Em %

Mulheres Homens Variações 2003/2002Faixas Etárias

2002 2003 2002 2003 Mulheres Homens

Total 22,2 23,1 16,4 17,2 4,1 4,9

10 a 14 Anos 48,2 (1) 50,8 49,4 - -2,8

15 a 17 Anos 57,3 57,4 46,4 46,5 0,2 0,2

18 a 24 Anos 33,2 35,4 23,9 25,4 6,6 6,3

25 a 39 Anos 18,3 19,5 11,9 13,0 6,6 9,2

40 a 59 Anos 13,3 14,2 11,9 12,8 6,8 7,6

60 Anos e Mais (1) (1) 9,8 9,7 - -1,0

Fonte: SEP. Convênio Seade – Dieese. Pesquisa de Emprego e Desemprego – PED.(1) A amostra não comporta a desagregação para esta categoria.

Houve crescimento da taxa de de-semprego em todas as posições no do-micílio, embora mais intenso entre oschefes homens (7,6%) e as mulheres emoutras posições no domicílio – paren-tes, agregadas, pensionistas e empre-gadas que trabalham e residem no do-micílio pesquisado (19,0%). Para as côn-juges registrou-se o segundo maior au-mento entre as mulheres (3,6%).

As mulheres não-negras tiveramcrescimento da taxa de desemprego maiordo que o das negras (4,6% e 3,0%, respec-tivamente), comportamento também ob-

servado entre os homens (6,5% não-ne-gros e 3,4% negros). O aumento gene-ralizado entre os sexos por raça/cor tor-nou a taxa de homens e mulheres não-negros menos distantes, visto que a doshomens correspondia a 70,9% da taxa dasmulheres em 2002, passando para 72,2%em 2003. Tradicionalmente, há maior pro-ximidade entre as taxas de homens e mu-lheres negros, mantendo-se a relação en-tre os dois grupos quase inalterada em2003 (a taxa masculina correspondia a77,6% da feminina em 2002, passando para77,9% no ano em análise).

DESEMPREGO

Page 10: SUMÁRIO - seade.gov.br€¦ · Neide Saraceni Hahn Ruben Cesar Keinert Conselho Fiscal Eunice Barboza Machado Fábio Alonso Ironice da Rocha Silva Diretoria Adjunta de Análise Socioeconômica

10

Fonte: SEP. Convênio Seade – Dieese. Pesquisa de Emprego e Desemprego – PED.

Gráfico 3Taxas de Desemprego Total, por Sexo, segundo Posição no Domicílio

Região Metropolitana de São Paulo1996-2003

Tabela 6Taxas de Desemprego Total, por Sexo, segundo Raça/Cor

Região Metropolitana de São Paulo2002-2003

Em %

Mulheres Homens Variações 2003/2002Raça/Cor

2002 2003 2002 2003 Mulheres Homens

Total 22,2 23,1 16,4 17,2 4,1 4,9

Negros 26,8 27,6 20,8 21,5 3,0 3,4

Não-Negros 19,6 20,5 13,9 14,8 4,6 6,5

Fonte: SEP. Convênio Seade – Dieese. Pesquisa de Emprego e Desemprego – PED.

DESEMPREGO

Page 11: SUMÁRIO - seade.gov.br€¦ · Neide Saraceni Hahn Ruben Cesar Keinert Conselho Fiscal Eunice Barboza Machado Fábio Alonso Ironice da Rocha Silva Diretoria Adjunta de Análise Socioeconômica

11

Os acréscimos da taxa de desempre-go, verificados em todos os níveis de ins-trução analisados, atingiram de formamais intensa os homens com ensino su-perior completo (13,2%) e os homens emulheres com ensino fundamental com-pleto ou médio incompleto (10,0% e7,7%, respectivamente). Como houvedecréscimo da taxa de participação parao último grupo de instrução, seja do con-

tingente feminino ou do masculino, asaída de parte desse grupo para a inati-vidade e o aumento do desemprego paraos que continuaram no mercado de tra-balho indicam condições especialmen-te desfavoráveis dos indivíduos com en-sino fundamental completo ou médio in-completo em 2003, acrescentando-se quesuas taxas de desemprego são as maio-res entre as dos grupos de instrução.

Tabela 7Taxas de Desemprego Total, por Sexo, segundo Nível de Escolaridade

Região Metropolitana de São Paulo2002-2003

Em %

Mulheres Homens Variações 2003/2002Nível de Escolaridade

2002 2003 2002 2003 Mulheres Homens

Total 22,2 23,1 16,4 17,2 4,1 4,9

Analfabeto/Fundamental Incompleto 22,3 23,4 18,6 19,2 4,9 3,2Fundamental Completo/MédioIncompleto 31,1 33,5 21,0 23,1 7,7 10,0Médio Completo/Superior Incompleto 22,0 22,7 13,4 14,6 3,2 9,0

Superior Completo 7,5 7,9 5,3 6,0 5,3 13,2

Fonte: SEP. Convênio Seade – Dieese. Pesquisa de Emprego e Desemprego – PED.

O tempo médio de desemprego dasmulheres com experiência anterior de tra-balho diminuiu pelo segundo ano con-secutivo, passando de 23 para 22 me-ses, entre 2002 e 2003. Essa média, noentanto, continua bastante superior àdos homens, mesmo com o aumento ve-rificado para esse contingente (de 14para 15 meses). Num período de com-paração um pouco mais extenso, como

1996 e 2003, fica mais evidente a inten-sificação das dificuldades em se encon-trar uma ocupação, dada a ampliação decinco meses no tempo médio de desem-prego para mulheres e homens.

O tempo de procura por trabalho émenor do que o tempo em desemprego,principalmente entre as mulheres, fenô-meno que pode estar relacionado àsinterrupções de procura provocadas

DESEMPREGO

Page 12: SUMÁRIO - seade.gov.br€¦ · Neide Saraceni Hahn Ruben Cesar Keinert Conselho Fiscal Eunice Barboza Machado Fábio Alonso Ironice da Rocha Silva Diretoria Adjunta de Análise Socioeconômica

12

Fonte: SEP. Convênio Seade – Dieese. Pesquisa de Emprego e Desemprego – PED.

Gráfico 4Tempo Médio de Desemprego, por Sexo

Região Metropolitana de São Paulo1996-2003

pelas dificuldades em transferir as ativi-dades tradicionalmente vinculadas aelas, como o cuidado com a casa e osfilhos, além das despesas geradas pelaprópria procura de trabalho (transporte,elaboração de currículo, etc.). Prova-velmente, a necessidade premente dabusca por uma fonte de renda – sejaesta principal ou complementar –, deforma conjunta ou separada da soluçãoda transferência do cuidado com os fi-lhos para equipamentos públicos oucomunitários gratuitos ou, ainda, sob

pagamento a terceiros, permite às mu-lheres o retorno à procura por trabalho,estimada em cerca de um ano (53 sema-nas) em 2003. Para os homens, esse pe-ríodo foi praticamente o mesmo (52 se-manas), tendo aumentado em duassemanas para os dois contingentes, emrelação a 2002. Note-se que a diferençaentre os períodos de procura por tra-balho e de desemprego corresponde a41 semanas para as mulheres, quasequatro vezes maior que a verificada entreos homens (12 semanas).

DESEMPREGO

Page 13: SUMÁRIO - seade.gov.br€¦ · Neide Saraceni Hahn Ruben Cesar Keinert Conselho Fiscal Eunice Barboza Machado Fábio Alonso Ironice da Rocha Silva Diretoria Adjunta de Análise Socioeconômica

13

OCUPAÇÃO

Cresce ocupação das mulheres e

diminui a dos homens

O nível ocupacional feminino expan-diu-se em 1,9% em 2003, mantendo o cres-cimento dos quatro anos anteriores,embora em intensidade menor que a de2000 e 2001. Entre os homens, o nívelocupacional apresentou variação nega-tiva de 0,7%, repetindo o fraco desem-

penho observado na maioria dos anosda segunda metade da década de 90. Osmovimentos distintos entre homens emulheres resultaram no aumento da par-ticipação feminina no total de ocupados(de 43,3% em 2002 para 43,9% no anoem análise).

Gráfico 5Índices do Nível de Ocupação, por Sexo

Região Metropolitana de São Paulo1996-2003

Fonte: SEP. Convênio Seade – Dieese. Pesquisa de Emprego e Desemprego – PED.

Em 2003, o crescimento do nível ocu-pacional das mulheres deveu-se ao de-sempenho positivo no Comércio(5,1%), nos Serviços Domésticos (3,5%)e nos Serviços (1,6%), observando-sedecréscimo na Indústria (1,3%). Entre os

homens, houve diminuição em pratica-mente todos os setores de atividade ana-lisados: 4,6% na Indústria, 1,6% no Co-mércio, 1,4% na Construção Civil e 7,0%nos Serviços Domésticos, enquanto nosServiços registrou-se aumento de 1,5%.

Page 14: SUMÁRIO - seade.gov.br€¦ · Neide Saraceni Hahn Ruben Cesar Keinert Conselho Fiscal Eunice Barboza Machado Fábio Alonso Ironice da Rocha Silva Diretoria Adjunta de Análise Socioeconômica

14

Gráfico 6Índices do Nível de Ocupação, por Sexo, segundo Setor de Atividade

Região Metropolitana de São Paulo1996-2003

Fonte: SEP. Convênio Seade – Dieese. Pesquisa de Emprego e Desemprego – PED.

Os Serviços, que agregam metade dasmulheres ocupadas na Região (50,4%),mantiveram o crescimento dos últimosanos, apresentando aumento em 2003(1,6%) semelhante ao de 2002 (1,3%). En-tre os ramos com elevação, destacam-seos serviços Especializados (13,5%) e deAdministração e Utilidade Pública (5,4%).As mulheres que conseguiram se ocuparno setor foram contratadas principalmen-te como assalariadas com e sem carteirade trabalho assinada no segmento priva-do (2,2% e 1,6%, respectivamente), nosetor público (1,9%) ou se inseriram comoautônomas para empresas (6,9%) ou pro-fissionais universitárias autônomas e do-nas de negócio familiar (11,2%).

Ao contrário do comportamento nega-tivo do ano anterior, no Comércio, setorem que atuam 15,2% das mulheres ocupa-das, houve o maior aumento de 2003 (5,1%).Foram criadas ocupações especialmente

entre as assalariadas com carteira de tra-balho assinada no setor privado (8,2%),trabalhadoras autônomas para empresas(22,8%) e empregadoras (20,6%).

Os Serviços Domésticos, queocupam 19,2% das mulheres da RMSP,registraram desempenho positivo (3,5%),também observado nos quatro anos ante-riores. Em 2003, tal comportamento re-sultou do crescimento entre as diaristas(12,2%) e, em menor intensidade, entreas mensalistas (0,9%).

O desempenho negativo da ocupa-ção na Indústria (1,3%), responsável por14,4% das mulheres ocupadas, deveu-seàs retrações nas indústrias Têxtil e de Ves-tuário (13,1%) e de Alimentação (2,9%),ramos em que há a maior e a menor parti-cipação feminina no setor, respectivamen-te. As trabalhadoras assalariadas sem car-teira de trabalho assinada no setor priva-do tiveram retração de 16,5%, explican-

OCUPAÇÃO

Page 15: SUMÁRIO - seade.gov.br€¦ · Neide Saraceni Hahn Ruben Cesar Keinert Conselho Fiscal Eunice Barboza Machado Fábio Alonso Ironice da Rocha Silva Diretoria Adjunta de Análise Socioeconômica

15

do, por posição ocupacional, o compor-tamento desfavorável no setor indus-trial.

Por tipos de inserção, o assalaria-mento total feminino retomou trajetó-ria de crescimento interrompida em 2002,com variação de 1,6% no ano em análi-se. Tal desempenho decorreu do au-mento nos setores público (1,8%) e pri-vado (1,6%). Nesse último, apenas oassalariamento com carteira de traba-lho assinada apresentou crescimento(3,1%), já que entre as empregadas semcarteira assinada houve decréscimo de

2,7%. O nível de ocupação das traba-lhadoras autônomas aumentou 2,3%,devido exclusivamente ao comporta-mento entre as que trabalhavam paraempresas (10,0%), visto que entre asque trabalhavam para o público em ge-ral registrou-se decréscimo de 2,4%.Destaca-se, ainda, o crescimento de12,1% no segmento que agrega as pro-fissionais universitárias autônomas e asdonas de negócio familiar. Houve retra-ção entre as trabalhadoras familiares semremuneração salarial (5,7%) e as empre-gadoras (0,8%).

Tabela 8Índices do Nível de Ocupação, por Sexo, segundo Posição na Ocupação

Região Metropolitana de São Paulo2002-2003

Base: média de 1996 = 100

Mulheres Homens Variações(%) 2003/2002Posição na Ocupação

2002 2003 2002 2003 Mulheres Homens

Total 114,3 116,5 106,1 105,4 1,9 -0,7

Assalariados (1) 112,1 113,9 106,2 105,0 1,6 -1,1

Setor Privado 114,9 116,6 107,4 106,1 1,6 -1,2

Com Carteira Assinada 107,6 110,8 101,3 100,9 3,1 -0,4

Sem Carteira Assinada 142,0 138,2 130,3 125,4 -2,7 -3,8

Setor Público 102,2 104,0 95,4 95,9 1,8 0,6

Autônomos 125,2 128,0 115,9 115,6 2,3 -0,3

Trabalham para Empresa 133,4 146,7 127,1 128,8 10,0 1,3

Trabalham para o Público 120,7 117,8 109,1 107,6 -2,4 -1,4

Empregadores 98,4 97,6 84,8 84,2 -0,8 -0,7

Trabalhadores Domésticos 118,4 122,5 95,8 89,1 3,5 -7,0

Mensalistas 123,4 124,6 (2) (2) 0,9 -

Diaristas 104,0 116,7 (2) (2) 12,2 -

Trabalhadores Familiares 89,4 84,3 73,8 71,5 -5,7 -3,1

Demais 114,6 128,4 101,6 121,8 12,1 19,9

Fonte: SEP. Convênio Seade – Dieese. Pesquisa de Emprego e Desemprego – PED.(1) Inclusive os assalariados que não sabem o tipo de empresa em que trabalham.(2) A amostra não comporta a desagregação para esta categoria.

OCUPAÇÃO

Page 16: SUMÁRIO - seade.gov.br€¦ · Neide Saraceni Hahn Ruben Cesar Keinert Conselho Fiscal Eunice Barboza Machado Fábio Alonso Ironice da Rocha Silva Diretoria Adjunta de Análise Socioeconômica

16

RENDIMENTOS

Persiste trajetória de queda dos rendimentos,

com mais intensidade para mulheres

O rendimento anual médio das mu-lheres ocupadas na Região Metropolita-na de São Paulo decresceu 65% em 2003,mantendo a tendência de declínio dosúltimos seis anos, ao passar de R$ 767,em 2002, para R$ 717, em 2003. Para oshomens ocupados, também registrou-seredução nesse valor (6,1%), que pas-sou de R$ 1.171 para R$ 1.100, no mesmoperíodo.

A extensão da jornada semanal mé-dia de mulheres e homens permanecesubstancialmente diferente, repetindo em2003 as mesmas médias de 2002 (respecti-vamente 39 e 47 horas semanais). Comisso, o decréscimo do rendimento por hora,que permite uma comparação mais ade-quada dos rendimentos recebidos por ho-mens (R$ 5,47) e mulheres (R$ 4,30), foiigual ao verificado para o rendimento mé-dio total (6,1% e 6,5%, respectivamente).

Observou-se ainda interrupção da grada-tiva aproximação dos rendimentos mas-culino e feminino em 2003, uma vez queo valor por hora recebido pelas mulherespassou a equivaler a 78,6% do registradopara os homens.

A redução dos rendimentos paraambos os sexos, em 2003, decorreu dequedas nos rendimentos em todos ossetores de atividade. Entre as mulhe-res, o rendimento médio por hora dimi-nuiu mais para aquelas que trabalha-vam nos Serviços Domésticos (8,0%) eno Comércio (7,4%), embora tambémtenha ocorrido para aquelas que atua-vam nos Serviços (5,6%) e na Indústria(3,4%). Para os homens, registrou-semaior declínio no rendimento por horados ocupados na Indústria (7,4%), noComércio (7,1%), Serviços (6,5%) eConstrução Civil (6,2%).

O assalariamento masculino dimi-nuiu 1,1%, em conseqüência da retraçãoentre os assalariados sem carteira detrabalho assinada no setor privado(3,8%). O trabalho autônomo manteve-se relativamente estável no período (-0,3%), enquanto o nível de ocupaçãodos trabalhadores familiares sem remu-neração salarial decresceu 3,1%. Da

mesma maneira que o ocorrido entre asmulheres, o agregado de profissionaisuniversitários autônomos e donos denegócio familiar apresentou comporta-mento positivo no período (19,9%),devendo-se ressaltar, no entanto, queesse grupo representa apenas cerca de1% do total de ocupados em cadasegmento.

Page 17: SUMÁRIO - seade.gov.br€¦ · Neide Saraceni Hahn Ruben Cesar Keinert Conselho Fiscal Eunice Barboza Machado Fábio Alonso Ironice da Rocha Silva Diretoria Adjunta de Análise Socioeconômica

17

Gráfico 7Percentagem do Rendimento Médio Real por Hora de Mulheres Ocupadasem Relação ao Rendimento Médio Real por Hora de Homens Ocupados(1)

Região Metropolitana de São Paulo1989-2003

Fonte: SEP. Convênio Seade – Dieese. Pesquisa de Emprego e Desemprego – PED.(1) Inflator utilizado: ICV do Dieese.

RENDIMENTOS

Tabela 9Rendimento Médio Real (1) por Hora dos Ocupados no Trabalho Principal,

por Sexo, segundo Setor de AtividadeRegião Metropolitana de São Paulo

2002-2003

Em reais de outubro de 2003

Mulheres Homens Variações 2003/2002 (%)Setor de Atividade

2002 2003 2002 2003 Mulheres Homens

Ocupados (2) 4,60 4,30 5,82 5,47 -6,5 -6,1

Indústria 4,23 4,08 6,76 6,26 -3,4 -7,4

Comércio 3,29 3,05 4,13 3,84 -7,4 -7,1

Serviços 5,94 5,61 6,29 5,89 -5,6 -6,5

Construção Civil (3) (3) 4,72 4,42 - -6,2

Serviços Domésticos 2,34 2,15 (3) (3) -8,0 -

Fonte: SEP. Convênio Seade – Dieese. Pesquisa de Emprego e Desemprego – PED.(1) Inflator utilizado: ICV do Dieese. Exclusive os assalariados e empregados domésticos assalariados que não tiveram remuneração no mês, ostrabalhadores familiares sem remuneração salarial e os trabalhadores que ganharam exclusivamente em espécie ou benefício. Exclusive os que nãotrabalharam na semana.(2) Inclui os demais setores de atividade.(3) A amostra não comporta a desagregação para esta categoria.

Page 18: SUMÁRIO - seade.gov.br€¦ · Neide Saraceni Hahn Ruben Cesar Keinert Conselho Fiscal Eunice Barboza Machado Fábio Alonso Ironice da Rocha Silva Diretoria Adjunta de Análise Socioeconômica

18

O declínio observado nos valorespor hora recebidos por homens e mu-lheres, nos principais setores de ativi-dade, pouco alterou as diferenças derendimentos entre ambos os sexos. Em2003, as mulheres recebiam o equivalentea 95,3% do valor recebido por hora peloshomens nos Serviços (pouco mais queos 94,4% registrados em 2002) e 65,2%no setor industrial (2,7 pontos percen-tuais a mais do que no ano anterior), en-

quanto no Comércio mantiveram prati-camente a mesma proporção: 79,4%, em2003, e 79,7%, em 2002.

Segundo posição na ocupação, asmaiores reduções do rendimento porhora das mulheres e dos homens ocu-pados ocorreram para os trabalhadoresautônomos: entre as mulheres, 12,2%para aquelas que trabalhavam para em-presas e 10,2% para as que trabalhavamcomo autônomos para o público e, para

Tabela 10Rendimento Médio Real (1) por Hora dos Ocupados no Trabalho Principal,

por Sexo, segundo Posição na OcupaçãoRegião Metropolitana de São Paulo

2002-2003

Em reais de outubro de 2003

Mulheres Homens Variações 2003/2002 (%)Posição na Ocupação

2002 2003 2002 2003 Mulheres Homens

Ocupados 4,60 4,30 5,82 5,47 -6,5 -6,1

Assalariados (2) 5,37 5,13 5,65 5,38 -4,4 -4,8

Setor Privado 4,69 4,43 5,40 5,14 -5,6 -4,8

Com Carteira Assinada 5,07 4,91 5,92 5,62 -3,1 -5,1

Sem Carteira Assinada 3,25 3,08 3,84 3,64 -5,2 -5,4

Setor Público 8,65 8,09 9,53 9,07 -6,5 -4,8

Autônomos 2,97 2,65 4,47 3,84 -10,6 -14,1

Trabalham para Empresa 3,55 3,12 5,39 4,62 -12,2 -14,3

Trabalham para o Público 2,59 2,33 3,80 3,33 -10,2 -12,5

Empregadores 9,40 (3) 12,04 12,35 - 2,5

Trabalhadores Domésticos 2,34 2,15 (3) (3) -8,0 -

Mensalistas 2,18 1,97 (3) (3) -9,4 -

Diaristas 3,56 3,23 (3) (3) -9,2 -

Fonte: SEP. Convênio Seade – Dieese. Pesquisa de Emprego e Desemprego – PED.(1) Inflator utilizado: ICV do Dieese. Exclusive os assalariados e empregados domésticos assalariados que não tiveram remuneração no mês, ostrabalhadores familiares sem remuneração salarial e os trabalhadores que ganharam exclusivamente em espécie ou benefício. Exclusive os que nãotrabalharam na semana.(2) Inclusive os assalariados que não sabem o tipo de empresa em que trabalham.(3) A amostra não comporta a desagregação para esta categoria.

RENDIMENTOS

Page 19: SUMÁRIO - seade.gov.br€¦ · Neide Saraceni Hahn Ruben Cesar Keinert Conselho Fiscal Eunice Barboza Machado Fábio Alonso Ironice da Rocha Silva Diretoria Adjunta de Análise Socioeconômica

19

os homens as reduções foram de 14,3%e 12,5%, respectivamente. Houve tam-bém expressiva redução no valor porhora recebido pelas empregadas do-mésticas (9,4% para as mensalistas e9,2% para as diaristas).

Entre os assalariados o declínio foimenor, correspondendo a 4,4% para asmulheres e a 4,8% para os homens, sen-do mais intensa a redução para as mu-lheres que trabalhavam no setor públi-co (6,5%), enquanto para os homens amaior retração ocorreu para os que eramassalariados sem carteira assinada nosetor privado (5,4%).

Considerado o tamanho das empre-sas, no setor privado, houve decrésci-mo mais intenso para as mulheres em-pregadas em estabelecimentos com 100a 499 funcionários (10,3%) e com até cin-co empregados (7,5%), registrando-sepequena variação positiva para as queatuavam em empresas com 6 a 49 empre-gados (1,3%) e estabilidade naquelas de50 a 99 empregados. Já entre os homensassalariados, houve redução dos valo-res pagos por hora em todos os tama-nhos de empresa .

Em 2003, o valor por hora recebidopelas mulheres assalariadas com carteiraassinada do setor privado passou a cor-responder a 87,4% daquele referente aoshomens com esse tipo de vínculo, maiorque o observado em 2002 (85,6%), umavez que o rendimento médio delas sofreuredução menor que a observada entreos homens. Para as assalariadas sem car-teira de trabalho assinada no setor pri-

vado, esse valor é equivalente a 84,8%daquele recebido pelos homens. Já paraas assalariadas no setor público, em queo decréscimo foi mais intenso entre asmulheres, verificou-se pequena diminui-ção dessa proporção passando de 90,8%para 89,2%.

Houve uma aproximação desse indi-cador entre homens e mulheres quandoconsiderados os trabalhadores autôno-mos, uma vez que as quedas do valorpor hora foram maiores para os homens:o rendimento por hora das mulheres quetrabalhavam como autônomas para o pú-blico passou a corresponder a 70,0% dorecebido pelos homens com esse víncu-lo e o daquelas que eram autônomaspara empresas equivalia a 67,5% daque-le referente aos homens. Em ambos oscasos, essas proporções estão com cer-ca de dois pontos percentuais a mais doque no ano anterior.

Vale notar que os valores por horarecebidos pelas trabalhadoras autônomaspara empresas (R$ 3,12) é bastante simi-lar àquele alcançado pelas trabalhadorasdomésticas diaristas (R$ 3,23), que sãosuperiores àqueles recebidos pelas tra-balhadoras autônomas junto ao público(R$ 2,33) e empregadas domésticas men-salistas (R$ 1,97). No entanto, a principaldiferença nessas formas de inserção podeser encontrada na extensão das jornadasassociadas a cada tipo de inserção. En-quanto as trabalhadoras autônomas paraempresas e para o público mantiveram amesma jornada observada em 2002, res-pectivamente 36 e 38 horas por semana,

RENDIMENTOS

Page 20: SUMÁRIO - seade.gov.br€¦ · Neide Saraceni Hahn Ruben Cesar Keinert Conselho Fiscal Eunice Barboza Machado Fábio Alonso Ironice da Rocha Silva Diretoria Adjunta de Análise Socioeconômica

20

as trabalhadoras domésticas diaristas tra-balharam, em média, 19 horas por semanae, as mensalistas, 42 horas.

Apenas para os empregadores nãose observou decréscimo nas retiradasanuais médias, registrando-se pequenavariação positiva de 2,5% entre 2002 e2003, o que elevou seu rendimento porhora de R$ 12,04 para R$ 12,35, ao mesmotempo em que passou de 57 para 56 horasa sua jornada semanal média.

Comparados a 1998, quando os ren-dimentos iniciaram sua recente tendênciaao declínio, registraram-se quedas subs-tanciais nos valores médios por hora rece-bidos por mulheres (28,4%) e homens(32,2%). Em alguns setores de atividade,a redução para as mulheres foi mais intensaque essa média: 31,9% na Indústria; 30,7%no Comércio e 29,9% nos Serviços. NosServiços Domésticos a diminuição (26,4%)foi um pouco abaixo da média. Já entre oshomens, foi na Construção Civil (36,0%) eno Comércio (35,8%) que se observaramos maiores decréscimos, sendo menoresou similares à média na Indústria (32,5%)e nos Serviços (30,3%).

Por posição na ocupação, os rendi-mentos por hora registraram maiores re-duções, em relação a 1998, para as mulhe-res que trabalhavam como autônomas(39,8%) e as trabalhadoras domésticas dia-ristas (37,1%), sendo um pouco menorespara as assalariadas (25,9%) e a emprega-das domésticas mensalistas (23,1%). En-tre os homens, também se destaca o maiordecréscimo para os autônomos (37,4%) doque para os assalariados (29,5%).

Vale destacar, no entanto, que entreos assalariados do setor privado há per-das diferenciadas segundo o tamanhoda empresa em que atuavam, entre 1998e 2003. Para as mulheres, verificaram-seretrações maiores do que a média (28%)nos rendimentos hora pago por empre-sas com 100 a 499 empregados (31,4%) emenos intensas nas empresas com 50 a99 empregados (16,2%) e naquelas commais de 500 empregados (24,1%). Paraos homens, também houve menores per-das para aqueles que trabalhavam em em-presas com 50 a 99 empregados (22,4%),oscilando entre 29,0% e 31,0% as redu-ções registradas nesse período para osdemais tamanhos de empresa estudados.

Em relação à escolaridade dos ocupa-dos da Região, observou-se que, entre2002 e 2003, houve reduções maiores norendimento por hora das mulheres comensino superior completo (10,8%) do quedos homens ocupados com o mesmo nívelde instrução (7,0%). Para as mulheres comensino médio completo ou superior in-completo, no entanto, o decréscimo(9,2%) foi menor do que o dos homens(13,1%), o mesmo ocorrendo para aquelascom fundamental completo ou médio in-completo (10,0% e 12,1%) ou ainda aque-las com fundamental incompleto ou semqualquer escolaridade (9,7% e 10,8%, res-pectivamente).

Comparados os valores por hora pa-gos em 2003 com aqueles de 1998, veri-fica-se que para os segmentos com me-nos escolaridade, a redução para as mu-lheres é menor à dos homens. Para os

RENDIMENTOS

Page 21: SUMÁRIO - seade.gov.br€¦ · Neide Saraceni Hahn Ruben Cesar Keinert Conselho Fiscal Eunice Barboza Machado Fábio Alonso Ironice da Rocha Silva Diretoria Adjunta de Análise Socioeconômica

21

que não completaram o ensino funda-mental, houve redução de 29,0% para asmulheres e de 30,9% para os homens epara os que tinham o fundamental com-pleto ou o ensino médio incompleto,34,6% e 35,7%, respectivamente. Essasreduções foram acompanhadas, para oshomens de ambos os segmentos, de au-mento de uma hora nas jornadas sema-

nais, que atingiram 48 e 47 horas em 2003,respectivamente. Para as mulheres comos mesmos níveis de escolaridade, a jor-nada de trabalho fora do âmbito familiarnão se alterou no período analisado, sen-do de 39 horas para aquelas com funda-mental incompleto e de 40 horas paraaquelas com fundamental completo ouensino médio incompleto.

Gráfico 8Rendimento Médio Real (1) por Hora dos Ocupados no Trabalho Principal,

por Sexo, segundo Nível de InstruçãoRegião Metropolitana de São Paulo

1996-2003

Fonte: SEP. Convênio Seade – Dieese. Pesquisa de Emprego e Desemprego – PED.(1) Inflator utilizado: ICV do Dieese. Exclusive os assalariados e empregados domésticos assalariados que não tiveram remuneração no mês, ostrabalhadores familiares sem remuneração salarial e os trabalhadores que ganharam exclusivamente em espécie ou benefício. Exclusive os que nãotrabalharam na semana.

Para as mulheres ocupadas com en-sino médio completo ou superior incom-pleto, embora a redução do valor por horapago entre 1998 e 2003 seja um poucomenor que a observada para os homens(37,7% e 40,7%, respectivamente), hou-ve ampliação da jornada semanal média

de 38 para 40 horas, enquanto a dos ho-mens manteve-se constante (45 horas).Para as ocupadas com o nível superiorcompleto, além do aumento da jornadasemanal de 37 para 38 horas, o decréscimodo rendimento por hora (29,6%) foi maiordo que para os homens ocupados com

RENDIMENTOS

Page 22: SUMÁRIO - seade.gov.br€¦ · Neide Saraceni Hahn Ruben Cesar Keinert Conselho Fiscal Eunice Barboza Machado Fábio Alonso Ironice da Rocha Silva Diretoria Adjunta de Análise Socioeconômica

22

Gráfico 9Distribuição da Massa de Rendimento Familiar (1), segundo Posição na Família

Região Metropolitana de São Paulo1995-2003

Fonte: SEP. Convênio Seade – Dieese. Pesquisa de Emprego e Desemprego – PED.(1) Inflator utilizado: ICV do Dieese. O rendimento familiar total consiste na soma de rendimentos de aposentadorias e pensões do trabalho principal eadicional (só de ocupados), de trabalhos ocasionais precários (só de inativos com trabalho ocasional e de desempregados com trabalho precário) e doseguro-desemprego (só de desempregados e de inativos) recebidos pelos indivíduos maiores de 10 anos, cuja posição na família seja chefe, cônjuge,filho, outro parente ou agregado.

essa escolaridade (28,5%), tendo estesmantido a mesma jornada semanal de 44horas.

Cônjuges ampliam participação

no rendimento familiar3

Em 2003, a taxa de participação doscônjuges no mercado de trabalho me-tropolitano, pela primeira vez, foi maiorque a observada para os filhos. Alémdisso, o rendimento por hora das cônju-ges decresceu 4,1%, menos do que o dasfilhas (8,5%), dos filhos (11,3%) e doshomens chefes de domicílio (5,3%).

Em conseqüência, os cônjuges au-mentaram sua contribuição para o ren-

dimento familiar em 2003, passando de16,5% para 17,1%, enquanto os filhosdiminuíram de 14,5% para 13,8% e oschefes de domicílio mantiveram em65,5%. Comparados a 1998, verifica-sedecréscimo de dois pontos percentuaispara os chefes de domicílio e aumentode 1,8 ponto percentual para cônjuges ede 0,5 ponto percentual para os filhos.

Ainda assim, o resultado combina-do desse esforço familiar, que envolveuma presença mais ativa da mulher notrabalho remunerado, além daquele querealiza no âmbito familiar, não foi sufi-ciente para atenuar a redução do rendi-mento familiar, que combina os rendi-mentos do trabalho dos ocupados, as

RENDIMENTOS

3. Para maiores informações, ver Boletim Mulher & Trabalho no 10 (Arranjo Familiar e Inserção Feminina no Mercado de Trabalho na Décadade 90).

Page 23: SUMÁRIO - seade.gov.br€¦ · Neide Saraceni Hahn Ruben Cesar Keinert Conselho Fiscal Eunice Barboza Machado Fábio Alonso Ironice da Rocha Silva Diretoria Adjunta de Análise Socioeconômica

23

Gráfico 10Rendimento Médio Familiar (1), segundo Tipo de Arranjo Familiar

Região Metropolitana de São Paulo1995-2003

Fonte: SEP. Convênio Seade – Dieese. Pesquisa de Emprego e Desemprego – PED.(1) Inflator utilizado: ICV do Dieese. O rendimento familiar total consiste na soma de rendimentos de aposentadorias e pensões do trabalho principal eadicional (só de ocupados), de trabalhos ocasionais precários (só de inativos com trabalho ocasional e de desempregados com trabalho precário) e doseguro-desemprego (só de desempregados e de inativos) recebidos pelos indivíduos maiores de 10 anos, cuja posição na família seja chefe, cônjuge,filho, outro parente ou agregado.Nota: Nos arranjos familiares formados por casais com chefia masculina, os dados referem-se às cônjuges e naqueles com chefia feminina, às chefes.

RENDIMENTOS

Em reais de outubro de 2003

aposentadorias e pensões e de toda sor-te de trabalho eventual e “bicos” reali-zados até mesmo por membros do domi-cílio que estavam desempregados.

Com efeito, em 2003, o rendimentofamiliar decresceu 6,6%, na mesma pro-porção que o rendimento dos ocupa-dos (6,5%). Comparado a 1998, o rendi-mento familiar diminuiu 28,8% e passoude R$ 2.056 para R$ 1.464, entre os me-nores da série. Entre os grupos familia-res mais atingidos pelo decréscimo dorendimento do trabalho, principal fon-te de renda das famílias, destacam-seas reduções um pouco mais intensaspara os grupos familiares em que háchefia feminina, sem a presença de côn-

juge, com filhos (30,7%), que passouno período em análise de R$ 1.454 paraR$ 1.008. Os grupos com reduções me-nores foram aqueles em que há casaissem filhos, que acumulam decréscimode 22,3%, entre 1998 e 2003, e aquelesformados por chefe mulher, sem filhosou cônjuge (24,1%).

Vale notar que o papel da mulherem diferentes grupos familiares tambémmodificou-se com sua maior participa-ção na renda dos casais com chefia mas-culina e filhos (de 19,0%, em 2002, para20,2%, em 2003), das famílias em que ochefe é mulher com filhos e sem a pre-sença de cônjuge (de 50,5% para 51,8%)e daquela em que o chefe é mulher com

Page 24: SUMÁRIO - seade.gov.br€¦ · Neide Saraceni Hahn Ruben Cesar Keinert Conselho Fiscal Eunice Barboza Machado Fábio Alonso Ironice da Rocha Silva Diretoria Adjunta de Análise Socioeconômica

24

RENDIMENTOS

a presença de cônjuge (de 45,5% para47,4%).

Rendimentos dos negros apresentam

maiores reduções

Nos anos 90, os estudos realizadoscom o objetivo de incentivar a igualdadede oportunidades entre homens e mu-lheres mostraram que, embora tenham di-minuído as desigualdades quantitativasconstatadas na inserção feminina naRMSP, quando as informações eramdesagregadas por atributos raça/cor, adesigualdade encontrada em muitas for-mas de inserção não só haviam permane-cido, como muitas vezes, se aprofundava,explicitando situações discriminatóriasque não eram quantificáveis anterior-mente.

Na RMSP, pouco mais de 34% dosocupados foram classificados na cor ne-gra ou parda, havendo sobre-represen-tação de mulheres negras nas formas deinserção que apresentam menores ren-dimentos, quando considerada a médiado total de ocupados. Esse é o caso dosServiços Domésticos, que representa-vam, em 2003, 30,1% da ocupação dessegrupo de mulheres. Para as não-negras,a distribuição é menos desigual, pois,embora também haja alguma sobre-repre-sentação dos Serviços Domésticos(13,3% das ocupadas), a parcela de em-pregadoras (3,8%) é apenas pouco me-nor que a média do total de ocupados(4,6%), havendo sobre-representação demulheres não-negras no emprego públi-

co (12,5%), enquanto para as negras essepercentual (8,8%) é apenas pouco su-perior à média (8,3%).

Considerados os principais setoresde atividade, há sub-representação dasmulheres negras em todos os setores deatividade, dada sua elevada concentra-ção nos Serviços Domésticos. Já entreas não-negras, há sub-representaçãoapenas na Indústria.

Como resultado dessa distribuiçãodiferenciada de oportunidades ocupa-cionais, verificam-se, reiteradas vezes,médias de rendimento por hora muito me-nores para as mulheres negras do quepara os demais segmentos. Em 2003, orendimento médio por hora delas eraR$ 2,71, menor que o observado para oshomens negros (R$ 3,42) e para mulhe-res e homens não-negros (R$ 5,19 e R$6,76, respectivamente).

Comparados esses valores aos de2002, verifica-se que as maiores redu-ções ocorreram entre os ocupados deraça/cor negra: 7,1% para as mulheres e11,5% para os homens. Para os não-ne-gros, o decréscimo atingiu mais as mu-lheres (5,1%) do que os homens (2,9%).Com isso, o rendimento por hora dasmulheres negras passou a equivaler a79% daquele recebido pelos homensnegros, cerca de três pontos percentuaisa mais do que em 2002, enquanto entreas não-negras verificou-se movimentocontrário, passando seu rendimento aequivaler a 77% daquele dos homensnão-negros, cerca de dois pontos per-centuais a menos que no ano anterior.

Page 25: SUMÁRIO - seade.gov.br€¦ · Neide Saraceni Hahn Ruben Cesar Keinert Conselho Fiscal Eunice Barboza Machado Fábio Alonso Ironice da Rocha Silva Diretoria Adjunta de Análise Socioeconômica

25

Gráfico 11Distribuição de Mulheres e Homens Ocupados, segundo Raça/Cor

Região Metropolitana de São Paulo1996-2003

Fonte: SEP. Convênio Seade – Dieese. Pesquisa de Emprego e Desemprego – PED.

RENDIMENTOS

Em 2003, praticamente não se alte-rou a situação verificada na maioria dossetores de atividade, em que as mulheresnegras recebem substancialmente menosdo que as mulheres não-negras. O rendi-mento das primeiras equivalia a 54,4% naIndústria; 51,8% nos Serviços e 70,0%no Comércio, em comparação ao das não-negras. Verifica-se situação ainda maisdesfavorável para o homem negro em re-lação ao não-negro: 52,1%, 50,3% e54,1%, respectivamente.

Outro aspecto que deve ser obser-vado é que as diminuições do rendimen-to por hora foram acompanhadas de au-mento das jornadas semanais no casodos homens negros na Indústria (de 44para 45 horas) e nos Serviços (de 46 para47 horas), registrando-se decréscimo noComércio (de 51 para 49 horas). Para asmulheres negras, houve aumento da jor-

nada no Comércio (de 43 para 44 horas)e nos Serviços (38 para 39 horas) e redu-ção na Indústria (43 para 42 horas). Jápara os homens não-negros houve esta-bilidade em todos os setores, enquantopara as mulheres não-negras verificou-se aumento na Indústria (de 41 para 42horas), decréscimo no Comércio (de 45para 44 horas) e estabilidade nos Servi-ços (38 horas).

Por posição na ocupação, tambémverifica-se substantiva desigualdade derendimentos entre os grupos analisados.Entre os assalariados, as reduções forammaiores para os negros do que para osnão-negros, sendo estas superiores paraos homens em relação às mulheres. Orendimento por hora diminuiu 8,7% parahomens negros assalariados comcarteira de trabalho assinada, 5,8% paraas mulheres negras com o mesmo tipo

Page 26: SUMÁRIO - seade.gov.br€¦ · Neide Saraceni Hahn Ruben Cesar Keinert Conselho Fiscal Eunice Barboza Machado Fábio Alonso Ironice da Rocha Silva Diretoria Adjunta de Análise Socioeconômica

26

Tabela 11Rendimento Médio Real (1) por Hora dos Ocupados no Trabalho Principal,por Raça/Cor e Sexo, segundo Setor de Atividade e Posição na Ocupação

Região Metropolitana de São Paulo2002-2003

Em reais de outubro de 2003

Negros Não-NegrosMulheres Homens Mulheres Homens

2002 2003 2002 2003 2002 2003 2002 2003

Ocupados 2,92 2,71 3,86 3,42 5,47 5,19 6,96 6,76

Indústria 2,74 2,65 4,27 3,97 5,11 4,87 7,98 7,62

Comércio 2,33 2,38 2,85 2,52 3,70 3,39 4,80 4,65

Serviços 3,66 3,39 4,16 3,56 6,87 6,55 7,40 7,09

Construção Civil (2) (2) 3,34 3,31 (2) (2) 6,07 5,84

Serviços Domésticos 2,29 2,09 (2) (2) 2,37 2,22 (2) (2)

Assalariados com Carteira 3,34 3,15 4,01 3,66 5,87 5,71 6,99 6,74

Assalariados sem Carteira 2,22 2,14 2,62 2,42 3,86 3,50 4,66 4,49

Autônomos para Empresa (2) 1,91 3,39 2,89 4,40 3,80 6,61 5,47

Autônomos para o Público 1,70 1,48 3,04 2,70 3,08 2,86 4,28 3,70

Fonte: SEP. Convênio Seade – Dieese. Pesquisa de Emprego e Desemprego – PED.(1) Inflator utilizado: ICV do Dieese. Exclusive os assalariados e empregados domésticos assalariados que não tiveram remuneração no mês, ostrabalhadores familiares sem remuneração salarial e os trabalhadores que ganharam exclusivamente em espécie ou benefício. Exclusive os que nãotrabalharam na semana.(2) A amostra não comporta a desagregação para esta categoria.

RENDIMENTOS

Setor de Atividade ePosição na Ocupação

de vínculo empregatício, 3,6% parahomens não-negros com posse decarteira assinada e 2,6% para mulheresnão-negras com carteira assinada. Paraaqueles sem carteira de trabalhoassinada, os decréscimos foram de 7,6%,3,6%, 3,6% e 9,3%, respectivamente.

Já entre os trabalhadores autôno-mos há inversão de situação, com oshomens não-negros apresentandomaiores reduções de rendimento: 17,3%

para os que eram autônomos para em-presa e 13,6% para aqueles que traba-lhavam com o público, enquanto paraos homens negros os decréscimos fo-ram um pouco menores (14,6% e 11,1%,respectivamente). Para as trabalhado-ras autônomas para o público, as ne-gras registraram maior declínio (12,6%)do que as não-negras (7,2%). Entre asassalariadas com carteira de trabalhoassinada, a retração foi maior para as

Page 27: SUMÁRIO - seade.gov.br€¦ · Neide Saraceni Hahn Ruben Cesar Keinert Conselho Fiscal Eunice Barboza Machado Fábio Alonso Ironice da Rocha Silva Diretoria Adjunta de Análise Socioeconômica

27

Gráfico 12Variação do Rendimento Médio Real (1) por Hora dos Ocupados

no Trabalho Principal, por Sexo e Raça/Cor, segundo Posição na OcupaçãoRegião Metropolitana de São Paulo

1996/2003

Fonte: SEP. Convênio Seade – Dieese. Pesquisa de Emprego e Desemprego – PED.(1) Inflator utilizado: ICV do Dieese. Exclusive os assalariados e empregados domésticos assalariados que não tiveram remuneração no mês, ostrabalhadores familiares sem remuneração salarial e os trabalhadores que ganharam exclusivamente em espécie ou benefício. Exclusive os que nãotrabalharam na semana.

RENDIMENTOS

negras (5,8%) do que para as não-ne-gras (2,6%) e entre aquelas sem cartei-ra assinada, o declínio para as negras(3,6%) foi inferior ao obsevado para asnão-negras (9,3%).

Comparados os valores recebidosem 2003 com os de 1996, os maiores de-créscimos ocorreram para os trabalha-dores autônomos para o público, varian-

do entre 40,6% para as não-negras a48,8% para as mulheres negras. Entre osassalariados sem carteira assinada, noentanto, a menor redução ocorreu paraas mulheres negras (14,0%), mas a maiorfoi a observada para os homens negros(25,0%) e, entre os assalariados com car-teira assinada, as diminuições forammaiores para os homens (29,5% para os

não-negros e 26,0% para os negros) doque para as mulheres (23,2%, para asnão-negras e 18,3%, para as negras).

Em 2003, a maior retração do rendi-mento por hora, segundo nível de esco-laridade, ocorreu para os homens negroscom fundamental completo ou ensinomédio incompleto (16,7%), enquanto paraos não-negros o decréscimo foi de11,7%, diminuindo de 83,6% para 76,3%

o valor do rendimento dos negros emrelação ao dos não-negros.

As reduções do rendimento por horapara as mulheres não-negras oscilaramde 6,3% para aquelas com ensino fun-damental completo ou médio incomple-to a 10,3% para as que completaram en-sino superior. Entre as ocupadas negras,os decréscimos variaram de 6,6% paraas que não haviam concluído o ensino

Page 28: SUMÁRIO - seade.gov.br€¦ · Neide Saraceni Hahn Ruben Cesar Keinert Conselho Fiscal Eunice Barboza Machado Fábio Alonso Ironice da Rocha Silva Diretoria Adjunta de Análise Socioeconômica

28

Gráfico 13Variação do Rendimento Médio Real (1) por Hora dos Ocupados

no Trabalho Principal, por Sexo e Raça/Cor, segundo Nível de InstruçãoRegião Metropolitana de São Paulo

1996/2003

Fonte: SEP. Convênio Seade – Dieese. Pesquisa de Emprego e Desemprego – PED.(1) Inflator utilizado: ICV do Dieese. Exclusive os assalariados e empregados domésticos assalariados que não tiveram remuneração no mês, ostrabalhadores familiares sem remuneração salarial e os trabalhadores que ganharam exclusivamente em espécie ou benefício. Exclusive os que nãotrabalharam na semana.Nota: A amostra não comporta a desagregação do rendimento por hora de mulheres e homens negros com o ensino superior.

RENDIMENTOS

Este estudo, acrescido de tabelas, encontra-se disponível no site www.seade.gov.br

fundamental a 9,3% para aquelas comfundamental completo ou ensino médioincompleto.

O rendimento por hora dos ocupa-dos negros é tanto mais próximo da-quele recebido pelos ocupados não-negros quanto menor o nível de esco-laridade. Com o desempenho mais des-favorável para os homens com menorescolaridade do que para as mulherescom a mesma escolaridade, verificou-se que, entre 2002 e 2003, para o seg-mento masculino decresceu a percen-tagem de rendimento por hora dos ne-gros em relação aos não-negros: de 84%para 82%, para aqueles com fundamen-tal incompleto; e de 84% para 76% paraaqueles com fundamental completo ouensino médio incompleto. Para as mu-

lheres com o mesmo nível de escolari-dade, os percentuais passaram de 88%para 91%, para o grupo com menor es-colaridade e diminuiu de 86% para 84%no segundo grupo. Quanto àquelescom pelo menos o ensino médio com-pleto ou o superior incompleto, prati-camente não há alterações nessas pro-porções, equivalendo a 73% para asmulheres e 68% para os homens.

Comparados aos valores por horarecebidos em 1996, os homens negros enão-negros com ensino médio completoou superior incompleto foram os queapresentaram as maiores reduções (cer-ca de 46%). Para as mulheres, essa si-tuação se repete para as não-negras(41,5%), enquanto para as negras a re-tração foi um pouco menor (36,1%).