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Page 1: Sumário€¦ · De fato, o caligrama, por ser escrita-imagem (uma mistura de caligrafia e ideograma), lembra os primeiros passos voltados para a alfabetização, quando a criança
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Sumário

prefácio – Véronique Dahlet . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9

prefácio à segunda edição – Álvaro Faleiros . . . . . . . . . . . . . . . . . 13

apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19

introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23 O Espaço Gráfico e a Tradução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23 Os Poemas Plásticos de Guillaume Apollinaire e sua Tradução . . . . . . . . . . 30 Os Poemas Plásticos e a Composição da Obra . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55 A Importância dos Poemas Plásticos de Apollinaire . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56

caligramas puros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61 Cœur Couronne et Miroir / Coração, Coroa e Espelho . . . . . . . . . . . . . . . . . 62 La Gravate et la Montre / A Gravata e o Relógio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64 La Colombe Poignardée et le Jet d’Eau / A Pomba Apunhalada e o Chafariz . . . 66 Il Pleut / Chove . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68 Paysage / Paisagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70 Éventail des Saveurs / Leque dos Sabores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72 Voyage / Viagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74

caligramas inseridos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77 Fumées / Fumadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 78 La Petite Auto / O Pequeno Automóvel . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80

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| 8 G u i l l a u m e A p o l l i n a i r e |

2o Canonnier Conducteur / 2o Artilheiro Condutor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88

caligramas manuscritos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95 La Mandoline l’œillet et le Bambou / O Bandolim o Cravo e o Bambu . . . . 96 1915 / 1915 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 98 Carte Postale / Cartão-Postal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 100 Madeleine / Madeleine . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 102 Venu de Dieuze / Vindo de Dieuze . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 104

jogos no espaço . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 107 Oracles / Oráculos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 108 Échelon / Escalão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .110 Saillant / Posto Avançado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .114 Visée / Pontaria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 118 SP / SP . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 120 Aussi Bien que les Cigales / Assim como as Cigarras . . . . . . . . . . . . . . . . . . 122 Loin du Pigeonnier / Longe do Pombal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 124 Lettre-Océan / Carta-Oceano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 126 Du Coton dans les Oreilles / Algodão nas Orelhas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 130

outros caligramas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .143

comentários . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 179

bibliografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 189

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Há algo de infantil no caligrama, e disso não escapam os Caligramas do poe-ta francês Guillaume Apollinaire, escritos durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e publicados em 1918 . De fato, o caligrama, por ser escrita-imagem (uma mistura de caligrafia e ideograma), lembra os primeiros passos voltados para a alfabetização, quando a criança desenha e, gradativamente, introduz nos seus desenhos letras, e depois palavras . Entretanto, longe de voltar para uma certa in-genuidade que remeteria ao desejo de uma inocência perdida, o caligrama possui o inigualável poder de erupção .

Erupção dentro da unidade da palavra, cujo desmantelamento ocorre em prol da materialidade tipográfica; erupção na linearidade narrativa do discurso, criando ilhas textuais circundadas pelos brancos que preenchem o papel de sin-taxe; erupção, enfim, da visibilidade na legibilidade e do figurativo na ordem do signo linguístico .

Em relação a essas explorações poéticas que juntam o legível com o visível, quebrando a linearidade da escrita e fazendo da página um espaço reinventado ao se tornar multidirecional, o livro muito bem-vindo de Álvaro Faleiros, Caligra-mas, oferece aos leitores uma tradução (e uma visão também) belíssima dos cali-gramas do poeta francês .

Prefácio

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Três objetivos norteiam a obra: propor uma tipologia dos caligramas de Guillaume Apollinaire, traduzi-los e, enfim, finalizar o percurso mediante comen-tários que possibilitam aos leitores a abordagem dos caligramas no seu contexto histórico, cultural e literário .

A tipologia dos caligramas, elaborada principalmente em diálogo com o tra-dutor espanhol de Apollinaire, J . I . Velazquéz, e o escritor e crítico francês M . Butor, possibilitou classificar a variedade dos caligramas em quatro categorias, em função da combinação de critérios formais (os caligramas puros, os inseridos, os manuscritos e, enfim, os jogos no espaço) . Entendeu-se que a classificação se fez necessária, não só para o próprio entendimento do leitor, como, também, para uma organização inicial propícia à tradução .

Não há dúvida de que Álvaro Faleiros é um tradutor que se destaca pelo ri-gor da análise, aliado a uma grande sensibilidade quanto ao valor poético . Para traduzir textos poéticos, e singularmente caligramas – o que remete a uma dupla especificidade – sua reflexão se enquadra na descrição do espaço gráfico elaborada pelo linguista do escrito, J . Anis . Essa descrição levanta os componentes que po-dem entrar na composição do espaço escrito, no intuito de demonstrar que estes últimos veiculam sentido, por si só como também pelas várias combinações que podem formar entre eles . Assim, Álvaro Faleiros mostra claramente o efeito expo-nencial da significância nos caligramas, em que se acrescentam, aos componentes em questão, a espacialização do espaço gráfico e a inserção do figurativo . Seria errado acreditar que, paralelamente à tradução do verbal, bastaria reproduzir os traçados (linhas escritas, linhas desenhadas, formas figurativas) do caligrama de partida . Pois traduzir não consiste em importar de uma língua para outra, e sim em transpor . O que está em jogo aqui é a questão do ritmo que, por dar forma “a um certo modo de dizer” (Meschonnic), configura crucialmente o poema . Ora, entre duas línguas, é raro que haja biunivocidade em nível do significado (por exemplo, de um dado termo ou de uma dada expressão); tampouco existe isocro-nia em nível do ritmo, de modo que o tradutor depara muitas vezes com deslizes rítmicos, quando não descompassos, ao passar para a língua de tradução .

Por isso, não raras foram as situações em que Álvaro Faleiros teve que achar soluções no intuito de manter os equilíbrios do espaço gráfico tais como conce-

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bidos por Apollinaire . Por dar a primazia da significância sobre o sentido literal, lembrando nisso o parentesco com o tradutor Mario Laranjeira, Álvaro Faleiros fez escolhas ousadas, porém, sempre justificadas, que conseguiram alcançar a exa-ta justeza da ritmicidade da versão original .

Enfim, o grande mérito desse estudo reside tanto na qualidade das traduções, como também no fato de levar o leitor aos bastidores da tradução, cruzando as respectivas indagações com as da poética e da semiótica do espaço gráfico . Mas tudo isso, com uma elegância de estilo que torna a leitura ao mesmo tempo ins-tigante e prazerosa .

O autor de Caligramas conseguiu com muita felicidade transpor para os lei-tores brasileiros a força de erupção propiciada pelos Caligramas de Apollinaire, trazendo através de sua tradução a visão desta erupção . De fato, a estética dos cali-gramas se lê também como metáfora das grandes mudanças que perpassam a épo-ca de Apollinaire, e foi crucial o tradutor possibilitar ao leitor se tornar espectador dessas mudanças: mudanças do olhar – fotografia, cinema, propaganda; mudan-ças na experiência do tempo e do espaço – telefone, trem, avião; mudanças geopo-líticas, enfim, no plano internacional, com a primeira guerra na escala mundial .

Véronique Dahlet

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