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SumárioAtividade física e suplementação ........................................................................3HMB (Hidroximetilbutirato) .................................................................................. 6Creatina .............................................................................................................. 8L-Alanina ............................................................................................................. 10L-Arginina ............................................................................................................. 11L-Carnitina .......................................................................................................... 12L-Taurina .............................................................................................................. 13L-Tirosina ............................................................................................................. 14Magnésio Dimalato ............................................................................................. 15Extrato de Café Verde ......................................................................................... 17Energy ATP .......................................................................................................... 18Referências Bibliográficas: .................................................................................. 19

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Atividade física e suplementação A cada dia mais, ocorre o aumento da preocupação pelo aumento da qualidade de vida pela população

em geral. Nutrição e atividade física estão diretamente ligadas, é interessante que as duas estejam juntas. A prática regular de atividade física em níveis adequados assegura diversos benefícios para o indivíduo a curto, médio e longo prazo, o que determina sua importância na promoção de saúde (BERTOLUCCI, 2002). A falta de atividade física regular constitui-se em um dos quatros de maiores fatores de risco para doenças cardíacas coronarianas, doenças estas amplamente preveníveis. A prática regular de atividade física ajuda a prevenir e reduzir os riscos associados a doenças isquêmicas, além de produzir efeitos benéficos em outras condições de saúde como a osteoporose, diabetes, hipertensão e depressão (KASSIM, FERNANDES, RODRIGUES, 2009).

A massa magra representa os músculos constituintes de nosso corpo e manter bons valores é importante não apenas para conquistar uma aparência definida. A força corporal depende diretamente disso, ou seja, a facilidade com que as atividades do dia a dia são realizadas depende diretamente da quantidade de tecido muscular magro. Uma pessoa com uma boa quantidade de massa magra nas pernas, por exemplo, sofrerá lesões mais dificilmente do que uma pessoa com menos massa magra. Por isso, ela influencia diretamente a resistência dos músculos frente a impactos e outros movimentos. A postura e os problemas na coluna vertebral também são diretamente afetados pela quantidade de massa magra que o corpo possui. Além disso, o ganho de massa magra é um aliado para a perda de gordura, pois acelera o metabolismo, aumentando o gasto energético.

A construção da massa magra traz inúmeros benefícios para a nossa saúde a longo prazo, que vão muito além dos benefícios estéticos, como por exemplo, o fortalecimento dos ossos, melhora da imunidade, prevenção da resistência à insulina e auxílio no combate a diversas doenças como a osteoporose e osteoartrite. Além de suas principais tarefas de manutenção da postura, respiração e locomoção, o músculo esquelético também representa uma importante reserva de nutrientes e um excelente regulador metabólico. Quanto mais músculos tivermos, melhor será o nosso envelhecimento, principalmente porque é nessa idade que se acentua a perda de massa magra e massa óssea, e para que tenhamos uma longevidade saudável, com independência e funcionalidade, é muito importante que desde a juventude sejam adotadas medidas que contribuam para a manutenção da integridade muscular. (WOLFE, 2006; MCLEOD, BREEN, HAMILTON, 2016).

As mitocôndrias são as organelas que geram energia para nosso organismo (Fig.1). Elas convertem todos os nutrientes, como proteínas, gorduras e carboidratos em ATP, nossa principal forma de energia celular. As mitocôndrias são organelas que contém as enzimas envolvidas no ciclo de Krebs. Elas são responsáveis pela geração de mais de 90% da energia necessária para o corpo estimular o crescimento e manter a vida. As mitocôndrias têm sido descritas como “os motores da célula” porque ligam as atividades de energia, liberação de transporte de elétrons e bombeamento de prótons, com o processo de conservação de energia da fosforilação oxidativa, a fim de aproveitar o valor dos alimentos, na forma de ATP. Uma função mitocondrial adequada é necessária para a homeostase metabólica, e envolve regulação cuidadosa da atividade metabólica de múltiplas enzimas. A perda de função das mitocôndrias, pode resultar em excesso

de fadiga e outros sintomas que são queixas frequentes em muitos indivíduos (JUNQUEIRA, CARNEIRO, 2005).

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Figura 1: Estrutura esquemática da mitocôndria, principal organela geradora de energia celular (ATP), necessária para realização de atividades. São consideradas as “usinas de energia” ou os “motores” da célula, quebrando moléculas de combustível e capturando

energia na respiração celular.

Fonte: JUNQUEIRA, CARNEIRO, 2005.

A capacidade de manter um alto nível de atividade física, com fadiga muscular e recuperação adequadas, depende da capacidade de integração de diferentes sistemas fisiológicos (respiratório, circulatório, muscular, endócrino) e da capacidade das células musculares específicas de gerar ATP de modo aeróbio. No trabalho mecânico de contração muscular, que ocorre em atividades de performance, a energia necessária para fosforilar o ADP em ATP é proporcionado pela degradação aeróbia de carboidratos, gorduras e proteínas. Caso não se consiga um ritmo estável entre a fosforilação oxidativa e as necessidades energéticas da atividade, desenvolve-se um desequilíbrio anaeróbio-aeróbio, acumula-se ácido láctico, a acidez nos tecidos aumenta e sobrevém rapidamente a fadiga (ROSSI, TIRAPEGUI,1999).

A fadiga, representada na figura 2, pode ser inicialmente definida como o conjunto de manifestações produzidas por trabalho, ou exercício prolongado, tendo como consequência a diminuição da capacidade funcional de manter, ou continuar o rendimento esperado. Fisiologicamente, o termo fadiga vem sendo definido, em inúmeros trabalhos da área, como a “incapacidade para manter o poder de rendimento”, tanto em exercícios de resistência, como em estados de hiper treinamento (ROSSI, TIRAPEGUI,1999).

O acúmulo de lactato durante o exercício intenso e prolongado ocasiona no músculo uma diminuição do pH, fato associado com à inibição da enzima PFK (fosfofrutoquinase), e redução na glicólise. Nesse mecanismo de inibição da glicólise, pelo decréscimo do pH, previne-se a acidez dentro da célula, que pode

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ser letal para a mesma ou contribuir com o processo de fadiga precoce. O aumento na concentração de

íons hidrogênio, posterior à atividades intensas também pode trabalhar interferindo diretamente no processo de contração, ou no processo acoplado de excitação e contração. Nesses casos, a avaliação do lactato plasmático, é uma das ferramentas utilizadas para avaliar a transição do trabalho aeróbio para o anaeróbio,

e a percepção da fadiga. A amônia, produzida pelas reações celulares durante o exercício, vem sendo associada tanto com a fadiga central, quanto a periférica. Entre os fatores que influenciam a taxa de produção de amônia no músculo, durante o exercício podemos citar a composição relativa das fibras musculares; a intensidade e duração do exercício (ROSSI, TIRAPEGUI,1999; CHAVES et. al, 2019).

Figura 2: Fisiologia da fadiga muscular

Fonte: Adaptado de BROWN et al., 2016

Segundo as investigações concentradas no efeito do exercício, cada vez mais renova-se o interesse na tendência de que o exercício intenso afeta o metabolismo de proteínas e aminoácidos, e que esses contribuem, com parcela significativa no rendimento de exercícios prolongados e performance, sendo essencial uma reposição ideal dessas substâncias a fim de fornecer ao nosso organismo substratos suficientes, reduzindo a perda de massa, aumentando performance e reduzindo o processo de fadiga (LUCÀ-MORETTI et al., 2003).

A síndrome de overtraining tem sido um fenômeno cada vez mais observado entre atletas, sendo caracterizada por um excesso de treinamento capaz de promover diferentes sintomas indesejáveis, sendo a diminuição de desempenho o principal deles. Inúmeros estudiosos têm se dedicado exaustivamente a elucidar os mecanismos responsáveis pelo desenvolvimento dessa síndrome para que medidas preventivas possam ser elaboradas, afinal, a recuperação de um atleta acometido por essa síndrome pode demorar cerca de seis meses, o que pode encerrar, precocemente, carreiras consideradas promissoras (WAGENMAKERS, 2008).

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Os suplementos normalmente são indicados para indivíduos fisicamente ativos ou que pretendem iniciar a atividade física, com o intuito de aumentar sua performance, que por consequência traz benefícios como melhorar a saúde e reduzir efeitos negativos provenientes da prática de exercício físico, como por exemplo, fadigas, supressão da função imune, entre outros. Constituídos muitas vezes por vitaminas, minerais, aminoácidos, metabólitos e extratos vegetais, os suplementos nutricionais não podem ser considerados como um alimento convencional da dieta dos indivíduos. Para potencializar os treinos, e consequentemente as competições, atletas vêm buscando utilizar de todos os recursos possíveis que os suplementos nutricionais

possam beneficiar na atividade física, para que possam juntamente com o treinamento alcançar o mais rápido possível o seu objetivo (BERTOLUCCI, 2002).

Atletas e adeptos de atividades físicas consomem regularmente suplementos devido aos seus potenciais efeitos ergogênicos que têm atraído a atenção de muitos atletas competitivos e recreativos. Há estudos que demonstram que os suplementos nutricionais tem características positivas em relação a diminuição nos desgastes causados por exercícios de alta intensidade, reposições musculares e energéticas e logicamente aumento de performance (ROCHA, PEREIRA, 1998).

Em um estudo de RASMUSSEN et al., os participantes realizaram duas sessões de exercícios de resistência e consumiram um suplemento contendo aminoácidos e carboidrato, uma e três horas após o final do esforço. Os pesquisadores observaram que a taxa de proteólise não foi alterada, mas sim a taxa de síntese, o que proporcionou o anabolismo muscular durante a recuperação. Os suplementos contendo aminoácidos promovem anabolismo proteico muscular, reduzem a fadiga central, favorecem a secreção de insulina, ativam a produção de anticorpos, diminuem o índice de lesão muscular e aumentam a performance, o que favorece a obtenção de resultados muito mais rápidos e satisfatórios (RASMUSSEN, 2000).

Uma meta-análise de NISSEN & SHARP encontraram na literatura registro de mais de 200 suplementos nutricionais que prometiam aumento da massa magra e ganhos de força durante o treinamento contra-resistência. Os autores concluíram que as suplementações contendo creatina e HMB demonstraram efeitos sobre a otimização dos ganhos de força e massa muscular em indivíduos praticantes de treinamento contra-resistência (NISSEN, SHARP, 2003).

HMB (Hidroximetilbutirato)Há várias categorias de suplementos nutricionais comercializadas atualmente. Entre elas estão

aquelas para ganho de massa muscular, perda de gordura corporal, os energéticos etc. NISSEN & SHARP

apontaram o β-hidroxi-β-metilbutirato (HMB) como um dos suplementos comercializados com eficácia apoiada por vários estudos publicados. Seu mecanismo de ação proposto é o efeito anticatabólico, o qual, como consequência, proporciona aumento da massa isenta de gordura (NUNES, FERNANDES, 2008; NISSEN, 1996).

O Hidroximetilbutirato ou HMB é um metabólito do aminoácido leucina. Acredita-se que a leucina seja o aminoácido essencial de maior importância para a recuperação muscular. É responsável pela recuperação da síntese proteica muscular após o exercício tanto de resistência quanto de força. Conforme demonstrado na Fig.3, através do metabolismo da leucina o HMB pode ser convertido a colesterol por meio da ação da HMG-CoA redutase, ou a acetil-CoA via enzima HMG-CoA sintetase. Foi demonstrado em estudos que a leucina e os metabólitos da leucina são fundamentais para a ativação da via de sinalização mTOR (mammalian target of rapamycin) e de fatores de iniciação de transdução que, por sua vez, são responsáveis pela recuperação da síntese proteica muscular após o exercício tanto de resistência quanto de força (GALLAGHER, et al., 2000).

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Figura 3: Visão geral do metabolismo da leucina e do hidroximetilbutirato (HMB) em mamíferos. O metabolismo do HMB demonstra que sua molécula é convertida em HMG-CoA no citosol e, finalmente, em colesterol e acetil-CoA, um substrato para geração de energia.

Fonte: Adaptado de NISSEN & ABUMRAD, 1997

Quando há grande demanda para a síntese de colesterol, tal como ocorre nos períodos de rápido crescimento celular ou reconstituição de membranas, o HMG-CoA pode estar limitado. As células musculares estressadas ou danificadas não são capazes de produzir quantidades suficientes de HMG-CoA, comprometendo a síntese de colesterol adequada para as funções celulares. Desse modo, o HMB poderia fornecer a quantidade necessária de HMG-CoA para a síntese de colesterol e a subsequente reparação de membrana durante os períodos de estresse muscular aumentado. Embora seja claro que o HMB possa ser convertido em colesterol, sua suplementação tem demonstrado ser capaz de reduzir as concentrações sanguíneas do mesmo, mas o mecanismo ainda não é conhecido (ALVARES, MEIRELLES, 2008).

Estudos demonstram que o HMB retém o nitrogênio prevenindo dano muscular pós exercício, além de destacar na diminuição da gordura corporal, e do colesterol total sérico, onde este parece ocorrer induzido

por β-oxidação dos ácidos graxos. Foi relatado que a suplementação da dieta com HMB aumenta a massa

e a força muscular, principalmente entre os indivíduos não treinados que iniciam o treinamento e idosos (GALLAGHER, et al., 2000).

As alterações no desempenho e na força muscular após ingestão oral de 1,5g e 3,0g de HMB estão listadas no gráfico 1. Todos os indivíduos aumentaram a quantidade de peso levantada em cada exercício e aumentou também o número total de repetições abdominais durante o período de avaliação. A força muscular aumentou 8% nos indivíduos não suplementados durante o período de 3 semanas, enquanto nos grupos suplementados com 1,5 e 3,0 g de HMB, a força total aumentou 13 e 18,4%, respectivamente (NISSEN, 1996).

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Gráfico 1: Mudança na força muscular (total de exercícios na parte superior e inferior do corpo) da semana 1 à semana 3 em indivíduos suplementados com HMB. Cada conjunto de barras representa um conjunto completo de exercícios da parte superior e

inferior do corpo. *** P, 0,01; ** P, 0,02; * P, 0,03 (efeito linear significativo da suplementação de HMB).

Fonte: NISSEN, 1996.

O turnover das proteínas musculares é resultado da síntese proteica e da degradação proteica do músculo esquelético. Quando a síntese proteica excede a degradação proteica ocorre síntese de proteínas no músculo, ou anabolismo proteico. Entretanto, quando a degradação proteica excede a síntese de proteínas, há uma quebra de proteínas do músculo esquelético, que denominamos catabolismo. O HMB tanto aumenta o anabolismo quanto diminui o catabolismo, acelera a capacidade de regeneração muscular em exercícios de alta intensidade e de longa duração, aumenta a oxidação de gorduras e estimula a biogênese mitocondrial, melhorando o desempenho aeróbico, metabolismo energético e a perda de gordura. O HMB aumenta o volume muscular através da inibição da degradação proteica via influência no metabolismo dos aminoácidos de cadeia ramificada. Em suma, o HMB é utilizado como suplemento alimentar, em situações específicas, com o intuito de aumentar ou manter a massa magra, um recurso ergogênico, ou seja, visando à melhora da performance, por suas propriedades anticatabólicas após exercícios físicos, regulando o metabolismo proteico (NUNES, FERNANDES, 2008; NISSEN, 1996).

Creatina A creatina é uma amina de ocorrência natural sintetizada endogenamente a partir dos aminoácidos

glicina e arginina. É encontrada no corpo humano nas formas livre e fosforilada. Na célula muscular, a creatina em sua forma fosforilada, creatina-fosfato, constitui uma reserva de energia para a rápida regeneração do trifosfato de adenosina (ATP) sendo considerada um “pool de fosfato” para formação rápida de ADP em ATP, em exercícios de alta intensidade e curta duração. A creatina, sob o estímulo da atividade física, favorece a biogênese das mitocôndrias, desse modo, participa diretamente da geração de energia (PERALTA, AMANCIO, 2002).

Desde que foi demonstrado que a suplementação de creatina promove aumento de 20% nas concentrações de creatina muscular, diversos estudos passaram a investigar o efeito dessa suplementação no rendimento físico-esportivo. Os efeitos ergogênicos da suplementação de creatina em atividades

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intermitentes, como o treinamento de força, são bem descritos. De fato, diversos estudos, incluindo duas meta-análises, demonstram que a suplementação de creatina pode promover ganhos de força e massa magra (BRANCH, 2003; NISSEN, SHARP, 2003).

Recentes achados têm indicado que a suplementação de creatina pode alterar a transcrição de fatores miogênicos regulatórios e aumentar a eficiência de tradução proteica através da via hipertrófica PI3K-AKT/PKB-mTOR e controlar a ativação, proliferação e diferenciação de células satélites, como demonstrado na Fig. 4. A suplementação de creatina sabidamente salienta a provisão de energia em atividades de alta intensidade e curta duração, como o treino de força. Um aumento no volume de treino pode resultar em maiores ganhos de força e massa muscular em longo prazo. (GUALANO et al., 2010).

Figura 4: Mecanismos moleculares que supostamente explicariam os efeitos da suplementação de creatina na força e hipertrofia. A suplementação de creatina pode aumentar a expressão/fosforilação de genes envolvidos diretamente na síntese de proteínas e, consequentemente, hipertrofia, como IGF1-AKT/PKB e seus efetores p70s6k, GSK3 e 4-EBP1. Além disso, a creatina, via p38 e ERK1/2, pode aumentar a expressão de fatores de transcrição (MEF2 e MyoD) capazes de regular a ativação e diferenciação de

células satélites (CS), necessárias para o processo hipertrófico.

Fonte: GUALANO et al., 2010.

A creatina é um nutriente responsável pela produção de energia que serve as células musculares. Esse tipo de suplementação tem como finalidade ajudar a célula muscular a desempenhar, da melhor maneira, as suas funções durante o treinamento. Além disso, a creatina auxilia o aumento da eficiência da síntese proteica. A creatina é um dos suplementos mais utilizados por aqueles que buscam o melhor desempenho em treinos intenso. Como a produção natural da creatina é limitada, a suplementação garante uma quantidade melhor para que ela possa gerar ainda mais energia para os treinos diários. Sua associação com o HMB é bastante utilizada por atletas e demais praticantes de atividade física. Esses dois ativos juntos promovem um ganho de energia que leva a uma melhora no desempenho durante a atividade física.

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L-AlaninaL-alanina é um aminoácido utilizado pelo organismo para a produção de energia, especialmente

durante crises de hipoglicemia. É utilizado para a síntese de glicose no fígado e nos músculos, quando é necessário produzi-la rapidamente, sendo, portanto, considerado um aminoácido glicogênico, desempenhando um importante papel como fornecedor de energia para os músculos. É um dos aminoácidos mais empregados na síntese de proteínas.

A L-alanina participa da via glicose alanina, que trata-se de uma via metabólica utilizada por vários tecidos, como o fígado e músculos, para a obtenção contínua da glicose. Desempenha importante função metabólica, onde se observa a degradação de aminoácidos nos tecidos para a obtenção de energia. A L-alanina é um aminoácido glicogênico que constitui uma alta porcentagem de aminoácidos na maioria das proteínas. É facilmente convertida no fígado pela ação catalítica da glutamato-piruvato transaminase (GPT),

também conhecida como alanina transaminase, ALT com β-cetoglutarato para formar glutamato e piruvato.

O piruvato é convertido em glicose pela via gluconeogênica. A glicose hepática assim formada pode acessar (via transportador de glicose 2 (GLUT2)) a corrente sanguínea e ser absorvida pelo músculo e usada como energia. O grupo amino da alanina, transportado inicialmente para o fígado, é convertido em ureia no ciclo da ureia e excretado. Essas reações são mostradas na Fig.5 (LITWACK, 2018).

Figura 5: O ciclo da alanina. À esquerda estão as reações que ocorrem no músculo esquelético. A alanina é um produto importante da quebra do músculo esquelético durante o jejum ou outras tensões. Também alguns outros produtos de aminoácidos dessa decomposição podem ser convertidos em alanina. A alanina acessa a corrente sanguínea e é transportada para o fígado, onde, pela ação da glutamato-piruvato aminotransferase (ALT), é convertida em piruvato. O piruvato pode então ser convertido em glicose através da via gliconeogênica. O grupo amino da alanina é convertido em ureia, pelo ciclo da ureia, e excretado. A glicose formada no fígado a partir da alanina pode então entrar novamente no músculo esquelético através da corrente sanguínea e servir como

suprimento de energia. Glu, glutamato; α-KG, alfa-cetoglutarato; GPT, glutamato-piruvato aminotransferase (ou ALT).

Fonte: LITWACK, 2018.

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L-ArgininaA L-arginina é um aminoácido necessário para o metabolismo muscular e para a síntese de proteínas,

participando do metabolismo do nitrogênio e do ciclo do ácido cítrico. Precursora da L-ornitina, L-citrulina,

óxido nítrico, da ureia e da creatina, nos rins dará origem à creatinina e à vasopressina. Participa também da espermatogênese e estimula a liberação do hormônio do crescimento (GH). Por facilitar a secreção do GH, auxilia também no ganho de massa muscular de atletas, na queima da gordura corporal e na cicatrização de queimaduras e outras lesões (CURTO, 2015).

Nos últimos anos, muitos suplementos com propriedades ergogênicas foram desenvolvidos para otimizar ganhos de força muscular e hipertrofia durante o treinamento de resistência, entre eles estão os suplementos contendo o aminoácido L-arginina. Estima-se que os efeitos agudos da suplementação de

L-arginina promovem vasodilatação devido ao aumento da síntese de óxido nítrico (NO) no músculo ativo durante o exercício. Conforme demonstrado na figura 6, a L-arginina é considerada o único substrato para síntese endógena de NO. A vasodilatação de arteríolas músculo-esqueléticas em resposta ao exercício aumenta o fornecimento de nutrientes e oxigênio aos músculos que estão sendo solicitados durante a movimentação. Estudos avaliando a ação da suplementação com L-arginina como determinante da capacidade de executar uma atividade física específica tem mostrado melhoria na capacidade de execução

da atividade devido ao aumento sistêmico da produção de óxido nítrico derivado do endotélio (ÁLVARES, 2011).

Figura 6: Síntese enzimática endógena do óxido nítrico (NO). É sintetizado a partir do oxigênio molecular e do nitrogênio guanidino da L-arginina em uma reação catalisada por uma família de enzimas conhecidas como óxido nítrico sintases (NOS)

Fonte: MONCADA, PALMER, HIGGS, 1991.

Estudos ressaltam que a suplementação de L-arginina ajuda a reduzir a fadiga fisiológica, mediante a redução da concentração de amônia após certo tempo da administração oral. Em termos gerais, a Arginina tem uma importante função na oxigenação celular, promovendo uma maior vasodilatação, fundamental para melhores ganhos de hipertrofia e recuperação muscular. Desta forma, ela pode ser uma grande aliada no

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ganho de massa magra e perda de gordura. Outro ponto importante, no que se refere a função da L-Arginina, é a melhoria na produção de força e potência muscular. A arginina é um dos intermediários nas sínteses do fosfato e da proteína muscular. Com a devida suplementação, o praticante de atividade física pode ter uma

melhora na performance e rendimento (ÁLVARES, 2011).

L-CarnitinaA L-carnitina é uma amina quaternária com função fundamental na geração de energia pela célula,

pois age nas reações transferidoras de ácidos graxos livres de cadeia longa do citosol para mitocôndrias, facilitando sua oxidação e geração de adenosina trifosfato (ATP). A principal função da L-carnitina é o transporte de ácidos graxos para o interior da mitocôndria (Fig.7), onde servirão de matéria-prima para o fornecimento de energia, especialmente no coração, nos músculos esqueléticos e na gordura marrom. Já foram descritas diversas situações de insuficiência de L-carnitina, muitas delas de etiologia genética, e os principais sintomas desta deficiência são fraqueza muscular, confusão mental e insuficiência cardíaca (CURTO, 2015).

Figura 7: Entrada de ácido graxo na mitocôndria pelo transportador acil-carnitina/carnitina. Após a formação da acil-carnitina-graxo na membrana externa ou no espaço intermembrana, ela se desloca para a matriz pela difusão facilitada por meio do transportador na membrana interna. Na matriz, o grupo acila é transferido para a coenzima A mitocondrial, tornando a carnitina livre para retornar

ao espaço intermembrana pelo mesmo transportador.

Fonte: NELSON, COX, 2014.

A popularidade da L-carnitina se dá devido ao seu potencial ergogênico, que associa-se à melhora da performance em indivíduos fisicamente ativos que suplementam o composto. A L-carnitina proporciona resultados benéficos para atletas devido ao seu papel no metabolismo dos lipídios, relacionando-se com a redução da gordura corporal e aumento da massa muscular. Além disso, a substância é indicada para praticantes de endurance, a fim de aumentar a oxidação de gordura durante o exercício e poupar glicogênio muscular. A atuação da L-carnitina na oxidação mitocondrial de ácidos graxos favorece a obtenção de mais energia disponível no corpo, além de retardar o desenvolvimento da fadiga e reduzir o dano tecidual após o treino. É uma substância retratada como um fat burner, sendo muitas vezes recomendada para condições nas quais deseja-se perder peso ou reduzir o percentual de gordura do corpo.

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L-TaurinaA L-taurina é um aminoácido abundante no meio intracelular, principalmente no músculo esquelético,

no músculo cardíaco e cérebro. É o aminoácido livre mais abundante no músculo cardíaco. O estresse e o exercício intenso aumentam o consumo de L-taurina pelo organismo. Este fato foi demonstrado em trabalhos que confirmaram a diminuição significativa do teor de L-taurina em todos os músculos submetidos ao exercício, independentemente da duração do esforço (CURTO, 2015).

Diversos estudos mostram o efeito aditivo e benéfico da taurina quando associado à prática de

exercícios físicos. Pacientes com insuficiência cardíaca suplementados com 500mg de taurina, três vezes por dia, por duas semanas, mostraram que os indivíduos suplementados realizaram o exercício por maiores tempo e distância, possivelmente pelo papel da taurina na regulação do cálcio intracelular, já que concentrações fisiológicas de taurina aparentemente aumentam a sensibilidade de cálcio nas proteínas de contração (BEYRANVAND et al., 2011).

GONZALEZ et al. testaram o efeito pré-exercício em homens treinados que receberam um suplemento energético contendo taurina combinada com outras substâncias. Os resultados mostraram que o consumo desse suplemento dez minutos antes de um exercício de resistência melhorou significantemente a performance por aumentar o tempo de exaustão e também aumentar a produção de força nas fibras de contração rápida (Gráfico 2) (GONZALEZ et al., 2011).

Gráfico 2: Resposta das repetições durante as sessões de exercício físico, por indivíduo. S = Suplemento; P = placebo. O número total de repetições realizadas durante os quatro conjuntos de exercícios multiarticulares foi significativamente maior durante a

suplementação contendo L-taurina. Seis dos oito indivíduos executaram mais repetições durante o uso da suplementação.

Fonte: GONZALEZ et al., 2011.

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Estudos indicam que a taurina pode ter efeitos benéficos no músculo esquelético por reduzir estresse oxidativo por meio de vários mecanismos. A associação de taurina com exercício físico vem sido estudada,

mostrando benefícios resultantes da suplementação deste aminoácido. É muito comum ser utilizada como suplemento energético devido ao seu efeito desintoxicante e por promover o aumento do consumo máximo de oxigênio (VO2max). Além disso, intensifica os efeitos da insulina, sendo responsável por um melhor funcionamento do metabolismo de glicose e aminoácidos, podendo auxiliar o anabolismo

(BARBOSA, et al., 2016).

L-TirosinaA L-tirosina é precursora do hormônio tiroidiano e dos neurotransmissores adrenalina, noradrenalina

e dopamina. Sabe-se que animais submetidos ao estresse apresentam níveis cerebrais de noradrenalina diminuídos e que, quando alimentados previamente com uma dieta rica em L-tirosina, esta redução da noradrenalina é prevenida. A partir daí, passou-se a observar o efeito da L-tirosina nos seres humanos (CURTO, 2015).

Em um desses experimentos, com militares, simularam-se as condições de uma marcha rápida, em subida a 5.000 metros, com roupas leves. Este tipo de exercício, em grandes altitudes, estressa sobremaneira a mente e o corpo dos soldados e diminui, significativamente, a oxigenação cerebral. Parte desta tropa fez uso de um suplemento alimentar de L-tirosina, previamente ao exercício de guerra, a outra metade não. Aqueles que ingeriram a L-tirosina obtiveram um desempenho muito melhor que os do grupo-controle, foram mais eficientes, estiveram mais alertas e menos ansiosos e queixaram-se menos das agruras da subida íngreme, como as dores musculares, a cefaleia e o frio (CURTO, 2015).

A dopamina tem sido chamada de nossa “molécula da motivação.” Ela aumenta o direcionamento, foco e concentração. Por ser uma molécula precursora de Dopamina, estudos indicam que a L-tirosina pode ajudar a aumentar a energia e o desempenho físico e mental (Fig. 8). Enquanto o triptofano é conhecido por induzir a sonolência, a tirosina estimula o foco e o desempenho (WATSON, 2016).

Figura 8: Uma visão geral dos principais eventos propostos envolvidos na síntese de DA e NE em repouso, em jejum (8.A) e após a ingestão de um suplemento de Tirosina (8.B).

8.A (Antes da suplementação com L-tirosina)

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8.B (Após suplementação com L-tirosina)

TYR - tirosina; LNAA - aminoácido neutro grande; PHE - Fenilalanina; DA - dopamina;NE - noradrenalina. Fonte: Adaptado de WATSON, 2016.

Estudos demonstram que o aumento da neurotransmissão catecolaminérgica estimulado através da administração de tirosina, pode produzir melhorias no desempenho do exercício. Evidências demonstram o papel da dopamina para evitar o desenvolvimento da fadiga central. Ao estimular as áreas cerebrais dopaminérgicas, resultados de estudos feitos em animais demonstram a motivação dos mesmos para executar uma grande variedade de tarefas, incluindo a execução de 50% mais tempo quando comparado com técnicas motivacionais alternativas (WATSON, 2016).

Magnésio DimalatoOs minerais são elementos inorgânicos essenciais ao organismo, necessários não somente como

constituintes estruturais moleculares, mas também como catalisadores de inúmeras reações bioquímicas. Todos os seres vivos necessitam do magnésio como coenzima em diversos processos bioquímicos, inclusive para a síntese dos ácidos nucleicos. Para a produção da energia celular, são necessárias numerosas enzimas dependentes do magnésio. Entre elas o trifosfato de adenosina, o popular ATP mitocondrial, que é essencial para prover a energia necessária para quase todos os processos metabólicos. A adenosina trifosfato ativa é formada por um complexo proteico composto com o magnésio, ou com o manganês. O magnésio desempenha um papel central na função muscular, na produção de energia, na absorção de oxigênio e no balanço eletrolítico, fatores importantes na hora do exercício. Vários estudos mostram que tomar suplementos de magnésio pode aumentar o desempenho físico (CURTO, 2015).

O efeito combinado do magnésio com o ácido málico, conforme alguns estudos, poderia ajudar a diminuir a fadiga e aumentar a resistência durante o exercício físico. Isto acontece devido ao aumento da biodisponibilidade do magnésio e devido ao papel do ácido málico no ciclo de Krebs, no qual o ácido málico se converte em oxalacetato, produzindo uma molécula de NADH. Através do ciclo de Krebs são produzidas até 38 moléculas de ATP e na glicólise anaeróbica apenas 2 ATP’s. Por esta razão, na presença do magnésio dimalato, o músculo poderia gerar mais energia de forma aeróbica e necessitaria produzir menos energia de forma anaeróbica, gerando menos ácido láctico, aumentando a resistência e diminuindo a fadiga.

A mobilização e utilização de glicose na periferia e no sistema nervoso central são importantes

durante o exercício e são responsáveis pela eficácia do exercício. O magnésio está envolvido na produção

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de energia e exerce um papel no desempenho do exercício. Um estudo de CHEN et al, 2014 avaliou os efeitos do magnésio nos níveis de glicose e lactato no músculo, sangue e cérebro de ratos em exercício. Os resultados, demonstrados no gráfico 3, indicaram que os níveis de glicose foram significativamente aumentados para aproximadamente duas vezes no grupo magnésio. Os níveis de lactato diminuíram significativamente durante e após o exercício se comparado ao grupo controle. Em conclusão, o magnésio melhorou o desempenho do exercício, aumentou a disponibilidade de energia para as células e ajudou a eliminar o lactato dos músculos. O lactato pode se acumular com o exercício e contribuir para a dor muscular (CHEN et. Al., 2014).

Gráfico 3: Perfis temporais do efeito do Magnésio (Mg) nas concentrações de glicose e lactato no músculo. Nos grupos Mg, no período do exercício, a glicose aumentou acentuadamente em relação ao nível basal. Após o exercício, as concentrações de glicose em ambos os grupos foram diminuídas durante o período de recuperação (3.A) No grupo Mg, o aumento do lactato foi atrasado em 45 minutos em comparação com o grupo controle após o início do exercício (3.B). O lactato diminuiu rapidamente para os níveis

basais, demonstrando a importância do magnésio para retardar a fadiga muscular durante os exercícios físicos.

3.A

3.B

Fonte: Adaptado de CHEN et al, 2014.

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Extrato de Café VerdeUm estudo publicado no The Journal of International Medical Research investigou os benefícios do

extrato de grãos de café verde e descobriu que a versão instantânea da bebida fez pacientes perderem três vezes mais peso do que um café instantâneo comum. Em outra pesquisa mais recente, trinta indivíduos com excesso de peso foram acompanhados durante 12 semanas para o ensaio, publicado no Jornal Internacional de Pesquisas Médicas. Metade consumia café regular, o restante um café instantâneo enriquecido com 200mg de extrato de grão de café verde. O estudo descobriu que o grupo que tomou o café instantâneo com extrato de grão de café verde perdeu 5,4kg, em média. Isso foi três vezes mais do que o grupo que consumiu café instantâneo simples, que perdeu, em média, 1,7 kg. A dosagem recomendada é entre 200-400mg de pó de café verde diariamente devido ao seu teor de cafeína (THOM, 2007).

Coffea canephora (Coffea robusta) é uma espécie de café originária da África Ocidental, cultivado principalmente na África e no Brasil. O extrato de grãos de café verde é um estimulante natural que é uma

versão menos processada do café. A cafeína é encontrada amplamente no café torrado, porém o ato de torrar reduz a quantidade no produto final, portanto o café verde é uma opção de concentrar em um mesmo extrato os 2 ativos, ácido clorogênico e cafeína. O ácido clorogênico é o principal ingrediente dos grãos de café verde, possuindo propriedades antioxidantes que favorece a eliminação de radicais livres.

O café verde, devido ao seu alto teor de antioxidantes, pode contribuir para a prevenção ou redução do desenvolvimento de patologias associadas ao estresse oxidativo, melhora a função cardiovascular e combate sinais do envelhecimento. O ácido clorogênico auxilia na redução das lipoproteínas de baixa

densidade (colesterol LDL), enquanto contribui para a manutenção de níveis saudáveis de pressão arterial e homocisteína. Também protege o coração com antioxidantes completamente naturais. Estudos sugerem que o ácido clorogênico contribui para o emagrecimento. Os resultados clínicos obtidos para a diminuição do peso corpóreo estão relacionados a dois mecanismos de ação sinérgicos: a diminuição da absorção de glicose intestinal e à atividade lipolítica, ou seja, a redução da taxa de glicogenólise hepática, induzindo a utilização de gordura como fonte de energia. Além disso, o café verde tem característica termogênica, favorecendo a ativação do metabolismo.

Um estudo de DELLALIBERA, LEMAIRE, LAFAY, avaliou o impacto da suplementação com extrato de café verde em 50 voluntários de ambos os sexos, com sobrepeso, divididos randomicamente em dois grupos, no qual em um grupo utilizou suplementação contendo extrato de café verde e o outro grupo, apenas placebo. O estudo teve duração de 60 dias, e os resultados finais (Fig.9) demonstraram que o grupo que utilizou o suplemento contendo extrato de café verde, apresentou uma redução na gordura corporal, provavelmente devido à estimulação da utilização da gordura como fonte de energia, impedindo acúmulo de depósitos de gordura no organismo.

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Figura 9: Relação entre massa muscular magra e gordura corporal. Os participantes que ingeriram suplementação com extrato de café verde apresentaram ao final do estudo uma porcentagem maior de massa magra.

Fonte: DELLALIBERA, LEMAIRE, LAFAY, 2006.

Embora não haja consenso sobre a necessidade de suplementação antioxidante para os atletas que têm uma dieta equilibrada, o treinamento físico associado a uma baixa ingestão de nutrientes antioxidantes pode representar um período de maior vulnerabilidade ao estresse oxidativo. Assim, uma dieta rica em antioxidantes ainda é a recomendação mais prudente para minimizar as ações deletérias dos radicais livres resultantes do exercício (PANZA et al, 2007).

Energy ATPO Energy ATP é um suplemento pré-treino contendo 8 importantes ativos, incluindo os aminoácidos

L-alanina, L-arginina, L-carnitina, L-taurina e L-tirosina, o mineral Magnésio dimalato, além da Creatina, extrato de café verde e o nosso grande diferencial que é a presença do HMB em sua composição. Juntos esses 8 ativos atuam com sinergia no organismo, proporcionando uma ativação mitocondrial que favorece a produção de ATP, nossa moeda energética, contribuindo para a redução de fadiga, aumento de energia e melhora da performance. Ideal para atletas e praticantes de atividades físicas, que buscam um treino com resultados cada vez mais satisfatórios, com ganho de força e de massa magra, e consequentemente maior qualidade de vida.

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