substituição tributária - dra sandra alencar

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Substituio TributriaImpactos da nova tributao em cosmticos para farmcias e drogarias(Produtos de Perfumaria e Higiene Pessoal)

Sandra Regina Alencar Bezerra

Definio

Lei determina que terceiro vinculado a operao, passe a ser responsvel pelo recolhimento do imposto.

LegislaoArt. 150, 7 da Constituio Federal de 1988; Arts. 7 a 10 da Lei Complementar 87/1996; Convnio ICMS 81/93 (normas gerais); Arts. 261 a 288 do RICMS/00 (regras gerais); Arts. 289 a 313-Z e 411 a 424-D do RICMS/00 (normas especficas) Decreto n 52.364/2007 (substituio tributria); Decreto n 52.515/2007 (antecipao); Portaria Cat n 15/2008 (base de clculo); Portaria CAT 17/99.(ressarcimento)

Figuras Contribuinte aquele que d causa ao fato gerador.

Responsvel no d causa ao fato gerador, mas a lei determina que recolha o tributo no lugar do contribuinte. Substituto aquele que recolhe o tributo no lugar do contribuinte. Substitudo o contribuinte, aquele que mesmo dando causa ao fato gerador no recolhe o ICMS, porque a lei determina que terceiro deva fazer.

Substituio Tributria para frente

Base de clculoSer o preo final a consumidor, nico ou mximo, autorizado ou fixado por autoridade competente. Na falta desse valor, ser aplicado o preo praticado pelo sujeito passivo, includos os valores correspondentes a frete, carreto, seguro, impostos e outros encargos transferveis ao adquirente, acrescido da margem de valor agregado valor resultante da aplicao de percentual (MVA) estabelecido na forma da legislao em cada caso. Em caso de inexistncia do preo final o percentual de margem de valor agregado (MVA) ser o ndice de Valor Adicionado Setorial (IVA-ST), calculado e divulgado pela Secretaria da Fazenda com base nas informaes prestadas pelos contribuintes.

Clculo do imposto

Clculo da STA regra bsica para o clculo da substituio tributria a seguinte:ICMS-ST = ICMS presumido - ICMS op.prpriaICMS presumido = B.c.ST x alquota ICMS op.prpria = B.C (valor da mercadoria + frete + despesas) x aliq. Interna B.c.ST = (valor da mercadoria + frete + IPI + outras despesa + Margem de Lucro)

Art. 8 da Lei 6.374/89(acrescentados pela Lei n 12.681/2007)Art. 8 inciso XXIX XXX Produto Perfumaria produtos de higiene pessoal Previsto no RICMS/SP A partir de 01/02/08 A partir de 01/02/08

XIV

Produtos farmacuticos

A partir de 01/02/08

Produtos de PerfumariaArt. 313-E - Produtos de Perfumaria:1 - perfumes (extratos), 3303.00.10; 2 - guas-de-colnia, 3303.00.20; 3 - produtos de maquilagem para os lbios, 3304.10.00; 4 - sombra, delineador, lpis para sobrancelhas e rmel, 3304.20.10; 5 - outros produtos de maquilagem para os olhos, 3304.20.90; 6 - preparaes para manicuros e pedicuros, 3304.30.00; 7 - ps, includos os compactos, para maquilagem, 3304.91.00; 8 - outros produtos de beleza ou de maquilagem preparados e preparaes para conservao ou cuidados da pele, 3304.99.90; 9 - preparaes para ondulao ou alisamento, permanentes, dos cabelos, 3305.20.00; 10 - laqus para o cabelo, 3305.30.00; 11 - cremes de beleza, cremes nutritivos e loes tnicas, 3304.99.10; 12 - outras preparaes capilares, 3305.90.00.

Produtos de Higiene PessoalArt. 313-G - Produtos de Higiene Pessoal 1 - xampus para o cabelo, 3305.10.00; 2 - dentifrcios, 3306.10.00; 3 - fios utilizados para limpar os espaos interdentais (fio dental), 3306.20.00; 4 - outras preparaes para higiene bucal ou dentria, 3306.90.00; 5 - preparaes para barbear (antes, durante ou aps), 3307.10.00; 6 - desodorantes corporais e antiperspirantes, lquidos, 3307.20.10; 7 - outros desodorantes corporais e antiperspirantes, 3307.20.90; 8 - sais perfumados e outras preparaes para banhos, 3307.30.00; 9 - outros produtos de perfumaria ou de toucador preparados, 3307.90.00; 10 - outros sabes, produtos e preparaes, em barras, pedaos ou figuras moldados, 3401.19.00.

Responsvel (substituto)Na sada dos produtos mencionados, com destino a estabelecimento localizado em territrio paulista, fica atribuda a responsabilidade pela reteno e pelo pagamento do imposto incidente nas sadas subseqentes: a estabelecimento de fabricante ou de importador ou a arrematante de mercadoria importada do exterior e apreendida, localizado neste Estado; a qualquer estabelecimento localizado em territrio paulista que receber mercadoria diretamente de outra Unidade da Federao, sem a reteno antecipada do imposto.(RICMS-SP/2000, art. 313-E, caput, I e II, art. 313-G, caput, I e II)

Base de Clculo desses produtosSer o preo praticado pelo sujeito passivo, includos os valores correspondentes a frete, carreto, seguro, impostos e outros encargos transferveis ao adquirente, acrescido do valor adicionado calculado mediante a multiplicao do preo praticado pelo ndice de Valor Adicionado Setorial (IVA-ST). O ndice de Valor Adicionado Setorial (IVA-ST) ser de: a) 71,60%, nas operaes com mercadorias sujeitas alquota de 25%; b) 38,90%, nas operaes com mercadorias sujeitas alquota de 12% ou de 18%. Nota: Nos termos do 2 da Portaria Cat n 15/2008 (alterada pela Portaria CAT n 17/2008) , as operaes realizadas entre estabelecimentos de empresas interdependentes, o ndice de Valor Adicionado Setorial (IVA-ST) ser de 165,55%.

AlquotasPara os produtos de perfumaria e cosmticos classificados nas posies 3303, 3304, 3305 e 3307 a alquota interna 25%;Para as posies 3305.10 e 3307.20; os cdigos 3307.10.0100 e 3307.90.0500; as preparaes antisolares e os bronzeadores, ambos da posio 3304, que tero alquota de 18%.

Substituio TributriaRecolhido pelo Substituto1) ICMS prprio 2) ICMS ST

VendaICMS tributado

VendaICMS retido

VendaICMS retido

Indstria Contribuinte Substituto

Atacadista

Varejista

Consumidor final

Contribuintes Substitudos

Exemplo operao internaFabricante de produtos de perfumaria em operao dentro do Estado de So Paulo.

Exemplo operao internaAdmitindo-se que o produto seja tributado alquota de 18%, com base de clculo, includos os valores correspondentes a frete, carreto, seguro, impostos e outros encargos transferveis ao adquirente com margem de valor agregado (MVA) correspondente ao ndice de Valor Adicionado Setorial (IVA-ST) de 38,90%:

Industria Nota fiscal Valor da mercadoria R$ 1.000,00 IPI (10%) R$ 100.00 ICMS prprio (1.000 X 18%) = R$ 180,00 Total da operao R$ 1.100,00

Clculo da Base de clculo da retenoB.c.ST = (valor da mercadoria+frete+IPI+outras despesa + IVA) ndice de Valor Adicionado Setorial (IVA-ST): R$ 1.100,00 38,90% = R$ 427,90 B.c.ST = (1.100,00 + 427,90) = R$ 1.527,90

ICMS presumido = B.c.ST X AlquotaICMS presumido = R$ 1.527,90 18% = R$ 275,02 (devido pelo varejista)

Clculo do ICMS - STICMS-ST= ICMS presumido - ICMS op.prpriaICMS-ST= 275,02 - 180,00 = R$ 95,02

Indstria nota fiscalMercadoria R$ 1.000,00 IPI R$ 100,00 Imposto retido R$ 95,02 (vedado o destaque) Total $ 1.195,02

Obrigao acessriaIndstriaNota fiscal do substituto (art. 273)Indicar nos Dados Adicionais da nota fiscal BC da op.prpria CMS da op. prpria - No destacar no campo prprio (art. 273, 1) imposto retido antecipadamente nos termos do artigo 313-E do RICMS-SP/00

Escriturao pelo substituto (arts. 275 a 277)ICMS prprio nas colunas prprias ICMS - ST em Observaes (possvel na linha seguinte no caso de processamento de dados)

Obrigao acessria Atacadista / Varejista Livro de EntradasICMS VC BC Aliq. ICMS Outras Observaes Imp. Ret. / IPI 95,02 / 100,00

1.195,02

-

-

-

1.000,00

Obrigao acessriaTanto no ato do recebimento quanto da sada da mercadoria sujeita ao regime de substituio tributria, o substitudo dever escriturar no livro registro de entradas e de sada nas colunas "Valor Contbil" e "Outras", bem como indicar no campo "Observaes" o valor do ICMS substituio tributria.

Obrigao acessriaAtacadista / Varejista nota fiscalNota fiscal do substitudo (art. 274)Indicar nos Dados Adicionais da nota fiscal Base de clculo ICMS-ST Valor do imposto retido Imposto retido antecipadamente nos termos do artigo 313-E do RICMS-SP

Escriturao pelo substitudo (arts. 278 a 280)Ultilizar as colunas Valor Contbil e Outras ICMS - ST em Observaes

Protocolos ICMSO Regimento do Conselho de Poltica Fazendria (Confaz), a duas ou mais Unidades da Federao a realizao deste tipo de acordo para estabelecer procedimentos comuns, visando: implementar polticas fiscais definidas em convnio; estabelecer permuta de informaes e fiscalizao conjunta; fixar ou estabelecer critrios para fixao de pautas fiscais.

Os Protocolos so de natureza fiscalizatria, procedimental e no podem estabelecer normas relativas ao aumento, diminuio, instituio ou revogao de benefcios fiscais, cuja matria reservada aos Convnios. O Protocolo destina-se a estabelecer procedimentos fiscais comuns entre as Unidades da Federao, visa otimizar o controle e a fiscalizao de determinadas operaes.

Protocolos ICMSProdutofarmacuticos, soros e vacinas

Protocolo12/07 35/07 68/07 07/08 23/08

EstadosMS 01/07/07 AL 01/08/07 RJ MT CE 01/09/08 RS MT

cosmticos, perfumaria, artigos e de higiene pessoal e de toucador

101/07 10/08

13/0825/91

CE 01/09/08RR

Casos de no aplicao(art. 264 do RICMS-SP/00)

Integrao ou consumo em processo de industrializao; Mercadoria utilizada no processo industrial.

Casos de no aplicao Estabelecimento paulista, quando a operao subseqente estiver amparada por iseno ou noincidncia; Exportao;

Casos de no aplicao Transferncia para outro estabelecimento do mesmo titular, desde que no varejista;

Industria de produtos de perfumaria

Atacado de produtos de perfumaria

Casos de no aplicao Remessa para outro estabelecimento responsvel pelo pagamento do imposto por sujeio passiva por substituio, em relao mesma mercadoria ou a outra mercadoria enquadrada na mesma modalidade de substituio;

Industria de perfume X

Industria de produtos de perfumaria Y

Casos de no aplicao Estabelecimento situado em outro Estado.Se houver previso em Convnio ou Protocolo ICMS a substituio tributria aplicvel.

Possibilidade de crditoSubstituio tributria - ressarcimento no realizao do fato gerador presumido (art. 269, II do RICMS); valor da operao menor que a base de clculo da reteno(art. 269, I do RICMS);

valor do imposto retido, quando de vendas para outro Estado(art. 269, IV do RICMS);

valor do imposto retido, quando a operao subseqente for amparada por iseno ou no-incidncia (art. 269, III do RICMS);

Possibilidade de crditoPara disciplinar toda essa sistemtica foi publicada a Portaria CAT 17/99, estabelecendo a forma como a empresa deve fazer o controle de seus estoques para comprovar os valores passveis de ressarcimento. Segundo essa Portaria, o contribuinte substitudo exclusivamente varejista, que tenha auferido durante o exerccio imediatamente anterior receita bruta inferior a R$ 3.600.000,00 (trs milhes e seiscentos mil reais), poder optar por no adotar a sistemtica prevista na Portaria CAT 17/99, ou seja, no teria que fazer os ajustes decorrentes das suas operaes, portanto, no ficaria sujeito a ressarcimentos ou complementos. Aos que adotarem os procedimentos previstos na Portaria CAT 17/99 podem optar pelos mtodos Permanente ou Anual, efetuando o lanamento do imposto a ser ressarcido ou complementado diretamente no livro Registro de Apurao.

Antecipao tributriaLei 6.374/89Artigo 2 -.......................................................... 3-A - Poder ser exigido o pagamento antecipado do imposto, conforme disposto no regulamento, relativamente a operaes, prestaes, atividades ou categorias de contribuintes, na forma estabelecida pelo Poder Executivo. (NR)(acrescentado pela Lei n 12.785/2007)

Antecipao tributriaEntrada interestadualAquisio com ICMS de 12%

Venda ICMS Contribuinte tributado de outra UF

Venda ICMS retido DistribuidorRecolhimento antecipado1) ICMS prprio 2) ICMS ST

Venda ICMS retido Atacadista Varejista Venda Contribuintes Substitudos

Aspectos da implementao da ST Maior controle por parte do Fisco, por auditoria fiscal, sobre o correto recolhimento do tributo que passa a ser feito sobre um nmero reduzido de contribuintes e no nos pontos-de-venda; Pagamento do ICMS antecipado ao fabricante, ao importador ou na entrada do territrio do Estado; Dbito do ICMS sobre o valor do estoque com base de clculo presumida no preo do varejo; Aumento da carga tributria para empresas comerciais do Simples Nacional; e, Forma definitiva de tributao para atacado e varejo, no admitindo crdito nem dbito de ICMS nas operaes subseqentes, salvo raras excees.

Principais pontos de impacto Modificao da forma de cobrana do ICMS; A margem de lucro presumida pelo Fisco para clculo da antecipao do pagamento do ICMS superior a efetivamente praticada pelo comerciante atacadista e varejista; A indstria passa a ser responsvel pelo recolhimento antecipado dos impostos e ter que disponibilizar mais recurso financeiros para cumprir suas obrigaes; Os clientes, no geral, tero prazos mais enxutos e o crdito ficar mais limitado;

Principais pontos de impacto No incio, alguns fabricantes e/ou distribuidores, resistiram em informar na nota fiscal emitida ao substitudo, o valor sobre o qual foi recolhido o imposto antecipado, por receio de exporem o lucro obtido na venda; Os atacadistas tiveram as operaes comerciais inviabilizadas com a diferena do IVA sendo necessrio negociar com as indstrias e operacionalizar os sistemas;

Algumas distribuidoras cativas recorreram ao Fisco e ingressaram com pedido de regime especial, como alternativa de escapar da margem atribuda s empresas interdependentes; O varejo foi obrigado a se adaptar a nova sistemtica, negociar com seus fornecedores e reajustar os preos aos seus compradores;

Principais pontos de impacto Pode ocorrer que as redes de farmcia tenham o fluxo de caixa afetados de forma significativa, devida a obrigatoriedade de recolhimento do ICMS-ST relativo s mercadorias existentes em estoque; No caso dos medicamentos, cujos preos so controlados pelo governo federal, a soluo encontrada pelas farmcias tem sido diminuir a margem de descontos que costumavam oferecer para evitar prejuzos. J nos produtos com preos no controlados, como os de perfumaria e higiene pessoal, os aumentos do ICMS sero repassados ao consumidor conforme os estoques forem sendo repostos; As empresas optantes pelo Simples Nacional no entram no clculo do Simples e a empresa tem que seguir as regras normais do recolhimento do regime da sujeio passiva de substituio, sem possibilidade de crdito do imposto. Com isso esses estabelecimentos ficam em desvantagem relativa a concorrncia comercial e perdem mercado em razo do aumento do preo de seus produtos;

Principais pontos de impacto Reviso da deciso de permanecer no Simples Nacional por conta da majorao da alquota; Criao da Operao ST Fronteira 2008, pela Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz), que vai fiscalizar estabelecimentos comerciais que operam com produtos sob o regime da Substituio Tributria, provenientes de operaes interestaduais. Uma ao que tem como objetivo combater a concorrncia desleal e fraudulenta de indstrias e de atacadistas instalados em outras unidades da Federao ou mesmo de comerciantes paulistas que adquirem mercadorias em outros estados.