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PROJETO GESTÃO INTEGRADA E SUSTENTÁVEL DOS RECURSOS HÍDRICOS TRANSFRONTEIRIÇOS NA BACIA DO RIO AMAZONAS CONSIDERANDO A VARIABILIDADE E AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS OTCA / GEF / PNUMA GEF-AMAZONAS Subprojeto III. 2. Prioridades Especiales sobre la Adaptación Atividade III.2.3. Adaptation to Sea Level Rise in the Amazon Delta Relatório Produto 3: Levantar informações sobre as Políticas de adaptação às mudanças nos países na América Latina, exclusivamente aqueles banhados pelas águas do Oceano Atlântico Colaborar nas entrevistas de comunidades costeiras sobre o tema subida do nível do mar e o seu impacto na região da Ilha de Marajó Belém/PA Janeiro 2014 Fundo para o Meio Ambiente Mundial Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente Organização do Tratado de Cooperação Amazônica Grupo de Estudos Marinhos e Costeiros Universidade Federal do Pará

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PROJETO GESTÃO INTEGRADA E SUSTENTÁVEL DOS

RECURSOS HÍDRICOS TRANSFRONTEIRIÇOS NA BACIA DO

RIO AMAZONAS CONSIDERANDO A VARIABILIDADE E AS

MUDANÇAS CLIMÁTICAS

OTCA / GEF / PNUMA

GEF-AMAZONAS

Subprojeto III. 2. Prioridades Especiales sobre la Adaptación

Atividade III.2.3. Adaptation to Sea Level Rise in the Amazon Delta

Relatório Produto 3:

Levantar informações sobre as Políticas de adaptação às mudanças nos

países na América Latina, exclusivamente aqueles banhados pelas águas

do Oceano Atlântico

Colaborar nas entrevistas de comunidades costeiras sobre o tema subida

do nível do mar e o seu impacto na região da Ilha de Marajó

Belém/PA

Janeiro – 2014

Fundo para o Meio

Ambiente Mundial

Programa das Nações Unidas

para o Meio Ambiente Organização do Tratado de

Cooperação Amazônica

Grupo de Estudos

Marinhos e Costeiros

Universidade Federal

do Pará

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PROJETO GESTÃO INTEGRADA E SUSTENTÁVEL DOS

RECURSOS HÍDRICOS TRANSFRONTEIRIÇOS NA BACIA DO

RIO AMAZONAS CONSIDERANDO A VARIABILIDADE E AS

MUDANÇAS CLIMÁTICAS

OTCA / GEF / PNUMA

GEF-AMAZONAS

Subprojeto III. 2. Prioridades Especiales sobre la Adaptación

Atividade III.2.3. Adaptation to Sea Level Rise in the Amazon Delta

Relatório Produto 3:

Levantar informações sobre as Políticas de adaptação às mudanças nos

países na América Latina, exclusivamente aqueles banhados pelas águas

do Oceano Atlântico

Colaborar nas entrevistas de comunidades costeiras sobre o tema subida

do nível do mar e o seu impacto na região da Ilha de Marajó

Coordenador

Maâmar El Robrini

Consultor (a)

Melissa do Socorro Fonsêca da Silva

Belém/PA

Janeiro – 2014

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PROJETO GESTÃO INTEGRADA E SUSTENTÁVEL DOS

RECURSOS HÍDRICOS TRANSFRONTEIRIÇOS NA BACIA DO

RIO AMAZONAS CONSIDERANDO A VARIABILIDADE E AS

MUDANÇAS CLIMÁTICAS

OTCA / GEF / PNUMA

GEF-AMAZONAS

Subprojeto III. 2. Prioridades Especiales sobre la Adaptación

Atividade III.2.3. Adaptation to Sea Level Rise in the Amazon Delta

OBJETIVO GERAL DO SUBPROJETO:

- Elaborar estudos sobre as Técnicas de adaptação à subida do nível do mar aplicada no

mundo.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS DO SUBPROJETO:

- Criar um banco de dados e de referências bibliográficas sobre as Técnicas de

adaptação.

- Verificar quais as medidas que estão sendo tomadas.

- Avanços sobre a subida do nível do mar no Atlântico Sul (Brasil e outros).

- Políticas de adaptação às mudanças no Brasil.

- Políticas de adaptação às mudanças na América Latina.

OBJETIVO DO PRESENTE DOCUMENTO:

• Apresentação do PRODUTO 3: Levantar informações sobre as Políticas de

adaptação às mudanças nos países na América Latina, exclusivamente aqueles banhados

pelas águas do Oceano Atlântico; Colaborar nas entrevistas de comunidades costeiras

sobre o tema subida do nível do mar e o seu impacto na região da Ilha de Marajó, e

Contribuir na elaboração do Relatório Técnico.

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I. APRESENTAÇÃO

Este relatório faz referência ao Produto 3 da atividade III.2.3. Adaptação à

subida do nível do mar no Delta do Amazonas que faz parte do projeto GEF Amazonas:

Gestão Integrada e Sustentável dos Recursos Hídricos Transfronteiriços da Bacia do Rio

Amazonas considerando a Variabilidade e a Mudança Climática.

O objetivo geral desta atividade é elaborar estudos sobre as diversas Técnicas de

adaptação à subida do nível do mar aplicada no mundo, o qual faz parte do relatório

sobre as informações sobre as Políticas de adaptação às mudanças nos países na

América Latina, exclusivamente aqueles banhados pelas águas do Oceano Atlântico.

Com isso o objetivo específico deste produto 3 foi o levantamento de informações sobre

o avanço do nível do mar no Atlântico Sul, em particular no Brasil e nos países

banhados pelas águas do Oceano Atlântico Sul, a organização das entrevistas de

comunidades costeiras sobre o tema subida do nível do mar e o seu impacto na região

da Ilha de Marajó, bem como a consolidação do relatório final.

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1. O AVANÇO DO NÍVEL DO MAR NA AMÉRICA LATINA

O Oceano Atlântico, um importante reservatório de calor para o sistema

climático (Levitus, 1984), abriga o ramo de maior extensão meridional da circulação

termohalina global (Gordon & Greengrove 1986) que, por transportar grandes

quantidades de calor, regula o clima terrestre. O Atlântico Sul desempenha um papel

fundamental na transferência inter-hemisférica de calor e possui um forte impacto no

clima da América do Sul.

A América Latina é altamente heterogênea em termos de clima, ecossistemas,

distribuição da população humana e tradições culturais. Uma grande parte da região está

localizada nos trópicos, mostrando um clima dominado por zonas de convergência,

como a Zona de Convergência Inter-tropical (ZCIT) e a Zona de Convergência do

Atlântico Sul (ZCAS) (Satyamurty et al., 1998). Vale afirmar que a América do Sul é

heterogênea em termos climáticos, isto se deve a sua grande amplitude latitudinal, que

se estende da região tropical do Hemisfério Norte até altas latitudes no Hemisfério Sul.

Globalmente, tem-se definido as características das mudanças climáticas

observadas e apontado suas possíveis consequências. Cada região do globo apresenta

mudanças distintas, com variações no volume e distribuição espacial da precipitação,

aumento da temperatura, elevação do nível do mar e demais efeitos causados pelas

mudanças climáticas.

Na América Latina, de um modo geral, tem-se observado uma grande

variedade de alterações que podem ser resultantes não só da variabilidade climática

natural como da interferência humana no sistema. As principais variações são no ciclo

hidrológico e na temperatura média.

Aparentemente o ciclo hidrológico tem apresentado variações no decorrer dos

anos nessa região. De acordo com Marengo et al. (1998), a precipitação na região

Amazônica (parte norte e sul) apresenta variações multidecadais. Os autores comentam

ainda que desde 1977 tem ocorrido uma diminuição na umidade a qual não parece estar

relacionada aos efeitos do desmatamento ocorridos na região, podendo ser resposta de

variação climática mais profunda.

A América do Sul está inserida na América Latina, que por sua vez, é uma das

regiões mais propensas a acidentes relacionados ao clima no planeta, devido às suas

características geográficas e topográficas (Samaniego, 2009).

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As enchentes e os deslizamentos são comuns na região, além de tempestades

tropicais e furacões, formados tanto no Oceano Atlântico quanto no Pacífico. A

variabilidade climática, que se apresenta na forma de secas, enchentes e fortes ventos, é

constantemente agravada pelo fenômeno El Niño (Rossing & Rubin, 2010) e La Niña

como se verifica nos eventos.

O relatório do IPCC (Intergovernmental Panel on Climate Change) sobre a

região da América do Sul e Caribe mostra uma série de evidências do aumento de

eventos climáticos extremos e de mudanças no clima. Segundo o IPCC, a temperatura

na América do Sul subiu em média de 0.2 a 1.0°C no período de 1970-2004. A elevação

da temperatura é atribuída ao aumento da concentração de CO2 (dióxido de carbono) na

atmosfera terrestre (IPCC, 2002). Este aumento de temperatura pode estar associado à

rápida variação da climatologia do Oceano Pacífico (Tremberth, 1990).

Estudos sobre as mudanças climáticas na América do Sul mostram que nos

últimos 50 anos as temperaturas em superfície aumentaram em 0.75ºC, enquanto que as

temperaturas mínimas têm aumentado em até 1ºC. Eles também mostram um aumento

na frequência de ondas de calor e uma diminuição na frequência de noites frias.

Em muitas regiões do sul de América do Sul, onde estão disponíveis longos

registros climáticos, têm-se observado um aumento na frequência de eventos de chuva

intensa, que em parte explicam o número crescente de desastres naturais como

deslizamentos de terras e inundações. Os dias frios, as noites frias e as geadas ficaram

menos frequentes, no entanto os dias quentes, as noites quentes, e as ondas de calor

ficaram bem mais frequentes (Vincent et al. 2005, Haylock et al. 2006, Caesar et al.

2006, Alexander et al. 2006, Tebaldi et al. 2006, Rusticucci & Barrucand 2004, Dufek

& Ambrizzi 2007, Marengo et al. 2009).

As mudanças climáticas observadas durante a segunda metade do século XX

(1961-2007) mostram que até o final do século houve menos dias frios, o que se reflete

em um aumento na temperatura mínima de 0,27°C a 0,33°C por década. A temperatura

máxima também aumentou, embora a um ritmo mais lento de 0,10°C por década. O

número de dias frios no inverno foi claramente diminuindo, enquanto a pluviosidade

baixa relatou também uma tendência de queda, especialmente se comparada com as

décadas 1930-1950, que viu mais precipitação do que hoje.

De acordo com as projeções regionais de várias partes do mundo, as projeções

para as sub-regiões da América Latina indicam mudanças representadas pelas faixas de

temperatura e precipitação para vários anos (2020, 2040, 2080) Tabela 1.

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Para 2020, mudanças de temperatura variam de um aquecimento de 0,4°C a

1,8°C, e para 2080, de 1,0°C a 7,5°C. Os maiores valores de aquecimento são

projetados para ocorrer ao longo de América do Sul tropical (Amazônia). O caso de

mudanças de precipitação é mais complexo, uma vez que as projeções climáticas

regionais mostram um grau muito mais elevado de incerteza. Para a América Central e

América do Sul tropical, variam de uma redução de 20% a 40% a um aumento de 5% a

10% para 2080 (IPCC, 2007).

Tabela 1. Projeção de mudanças de temperatura (°C) e precipitação (%) para grandes sub-

regiões da América Central e do Sul com base em Ruosteenoja et al. (2003).

DJF= December/January/February, JJA= June/July/August.

Modelos de alta resolução que cobrem a América Latina indicam tanto uma

intensificação das chuvas e um prolongamento dos períodos secos. Por exemplo, as

simulações do rio Magdalena, na Colômbia indicam mudanças na amplitude das

variações sazonais, como consequência das mudanças climáticas (Nakaegawa &

Vergara 2010). Simulações da bacia amazônica indicam que a hidrologia dos principais

rios torna-se menos estável, com probabilidades de picos mais altos e nós inferiores

(Vergara & Scholz 2011). O México reportou uma intensificação das inundações na

bacia do Grijalva, com custos atingindo 30% do PIB da região em 2007, o que equivale

a aproximadamente US$ 250 milhões (Conagua, 2009). Eventos de inundações

incomuns também têm sido relatados no Estado do Rio de Janeiro, no Brasil e em todo

o território da Colômbia.

As atuais projeções de mudanças climáticas globais indicam que, assim como a

maioria das regiões do mundo, o Brasil também estará vulnerável aos efeitos das

mudanças climáticas.

A região Norte do Brasil apresenta significativa heterogeneidade espacial e

sazonal da pluviosidade (Nimer, 1979). Esta é a região com maior total pluviométrico

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anual do país e da América do Sul, sendo que o maior volume é observado no litoral do

Amapá, na foz do rio Amazonas e no setor ocidental da região, onde a precipitação

excede 5.000 mm/ano.

Para a região Sudeste do Brasil, Paraguai, Uruguai, Pampas Argentinos e

algumas partes da Bolívia prevê-se um aumento na precipitação, com o impacto direto

no uso da terra, culturas agrícolas e na frequência e intensidade das inundações. Estudos

utilizando cenários A21 para o período de 2071-2100 mostram o aumento da

precipitação na região sudeste da América do Sul em todas as estações do ano e uma

redução de precipitação ao sul dos Andes do outono até a primavera (Grimm & Natori,

2006).

O Relatório Especial sobre Gerenciamento de Riscos de Eventos Extremos e

Desastres para Promover Adaptação à Mudança do Clima (SREX) fornece informações

científicas sobre o que pode ser esperado das mudanças das condições meteorológicas e

extremos climáticos em várias regiões e sub-regiões da América Latina e do Caribe.

As regiões próximas ao litoral atlântico da América Central e da América do

Sul são as mais expostas aos riscos de inundação e infiltração de água salgada. Isso diz

respeito, em particular, ao Golfo do México, bem como à foz de grandes rios como o

Amazonas no Brasil, o Orinoco, na Venezuela e o Paraná entre Argentina e Uruguai.

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1.1 IMPACTOS DO AVANÇO DO NÍVEL DO MAR NOS PAÍSES DA

AMÉRICA LATINA

1.1.1 América do Norte

México

A elevação do nível do mar acarretará inundação de terras costeiras e erosão de

solos susceptíveis no México. Kennedy et al. (2002) explicam que em habitats de

pântanos salinos e manguezais, o aumento do nível do mar poderá submergir terras

úmidas, solos alagados e causar a morte de plantas por causa do estresse salino. Estes

autores citam as terras úmidas de gradientes rasos no Atlântico Sul e Médio e no Golfo

do México com exemplos onde esse impacto pode se tornar real.

Pesquisas mostram que a mudança climática será ainda mais pronunciada em

zonas de montanha de alta altitude e que cadeias de montanhas que se estendem para a

troposfera foram aquecendo mais rápido do que as planícies adjacentes (Bradley et al.

2006; Ruiz et al. 2012). Os impactos visíveis das mudanças causadas por estes novos

padrões climáticos já são evidentes nos Andes.

No México poderão ocorrer perdas de até 60% na produção de milho irrigado

pelas chuvas, da qual dependem milhões de agricultores, além do desaparecimento das

geleiras, responsáveis pelo fornecimento de 80% da água que abastece as cidades.

Será ainda agravada por impactos climáticos como grandes mudanças nos

padrões de chuva. O que se espera para a cidade do México é que ocorra um mais

intenso ciclo hidrológico gerando precipitação mais intensa, e também períodos de

secas. Isso significa mais run-off e aumento da evapotranspiração por um determinado

tempo, e posteriormente um aumento das inundações, enquanto, ao mesmo tempo,

haverá um aumento da escassez de água.

A elevação do nível do mar causará danos econômicos nas áreas costeiras de

várias formas. Os meios de sustento, a infraestrutura socioeconômica e a biodiversidade

nas áreas de baixa altitude do México serão afetados com o avanço do nível do mar e

pela crescente salinidade das lagoas costeiras, como a Laguna Madre. A salinização

causada pelo aumento do nível do mar, combinada a um menor índice pluviométrico na

região da costa do Golfo do México, provocará maiores danos aos pântanos nessa área,

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reduzindo os seus diversos serviços ambientais, entre os quais a proteção dos

assentamentos humanos contra enchentes e tempestades repentinas (UNFCCC, 2004).

A zona costeira do México contém uma grande variedade de características

morfológicas e climáticas, e, portanto, produz uma infinidade de ecossistemas costeiros.

De acordo com a divisão regional das principais atividades econômicas, a bacia do

Golfo do México, é a região que acomoda importantes portos e cidades costeiras como

Tampico, Tuxpan, Veracruz, Poza Rica, Coatzacoalcos, Ciudad del Carmen, e

Progreso, que foram desenvolvidas em torno da pesca, extração de petróleo, refino e

atividades de transporte (Rivera-Arriaga & Villalobos, 2001).

O México identificou as medidas mais específicas para o estado de Campeche,

tais como: manter o fluxo de água e sedimentos dos rios para evitar a erosão costeira;

zonas-tampão naturais estendendo para áreas urbanas e turísticas contra furacões e

inundações; deslocalização de assentamento humanos em áreas vulneráveis; gestão

sustentável do solo e uso da água em deltas de rios; proteção das zonas úmidas

costeiras, proporcionando espaço para mudanças de ecossistemas; reflorestamento com

espécies resistentes; e fortalecimento dos controles sobre a contaminação de corais e

manguezais (Semarnat, 2010).

1.1.2 América Central

A América Central é simultaneamente uma das regiões mais expostas às

consequências das mudanças climáticas e um dos menores colaboradores à produção de

gases de efeito estufa que ocasionam as mudanças climáticas. Assim, ao formar um

estreito istmo localizado entre dois continentes e limitado pelos oceanos Pacífico e

Atlântico, representa uma zona afetada principalmente na forma recorrente de secas,

ciclones e o fenômeno de El Niño (CEPAL, 2011). A seguir serão levantadas

informações sobre o avanço do nível do mar nos países pertencentes à região da

América Central.

Bahamas

Ao considerar as mudanças climáticas em Bahamas é importante destacar que

o país é um arquipélago de ilhas pequenas. O aumento do nível do mar provocaria a

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erosão de praias e costas, afetando também as barreiras físicas como os arrecifes de

corais, bem como os recursos hídricos.

Os principais ecossistemas costeiros nas Bahamas incluem mangues e outras

áreas úmidas, recifes de coral, “blue holes”, leitos de algas marinhas e baías.

O impacto maior com o avanço do nível do mar em Bahamas seria de

experimentar o grande percentual de terras impactadas: mesmo com um aumento do

nível do mar em 1m, aproximadamente 11% da área de terra das Bahamas seria

impactado. Esse percentual chega a mais de 60% em um cenário de aumento do nível do

mar de 5m. Cuba e Belize também experimentam impactos significativos, embora a

uma escala muito reduzida quando comparada com a Bahamas, como é rigorosamente

revelada na Figura 1 (Dasgupta et al. 2007).

Figura 1. América Latina e Caribe: área impactada por países com destaque para o Bahamas.

Fonte: Dasgupta et al. 2007.

A Figura 2 mostra o impacto do aumento do nível do mar por população. Com

um aumento do nível do mar 1m, as populações do Suriname, Guiana, Guiana Francesa

e Bahamas seriam mais afetadas (em percentagem da população nacional): 7,0%, 6,3%,

5,4% e 4,5%, respectivamente. Esses percentuais aumentam rapidamente, atingindo

30% no Suriname e de 25% na Guiana para um aumento do nível do mar de 3m.

Aproximadamente metade da população destes países seria impactada com aumento do

nível do mar de 5m (Dasgupta et al. 2007).

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Figura 2. América Latina e região do Caribe: população exposta (aumento do nível do mar

de 5m).

Fonte: Dasgupta et al. 2007.

Belize

Belize tem um clima tropical com estação chuvosa e estação seca, embora

ocorram variações significativas nos padrões climáticos por região. As temperaturas

variam de acordo com a proximidade da elevação, para a costa, e os efeitos de

moderação da circulação dos ventos do nordeste ao largo do Caribe.

O aumento do nível do mar intensificaria as inundações, marés de tempestades,

a erosão e outros fenômenos na zona costeira e marinha, ameaçando a infraestrutura e,

os assentamentos, e afetando também a subsistência das comunidades insulares. A

deterioração das condições costeiras, por erosão das praias, o branqueamento dos corais,

afetaria os recursos locais de Belize (Ramirez et al. 2010).

A maior consequência do avanço do nível do mar em Belize afeta diretamente

a produtividade agrícola, já que as inundações e a salinização das terras agrícolas

provocaria uma infiltração de água salgada nos rios de onde se extraem água para

irrigação. Com isso a intrusão salina é uma grande preocupação na maioria das ilhas e

em várias comunidades de planícies costeiras (Ramirez et al. 2010).

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A sua área tem 60% de cobertura por florestas e abriga a maior barreira de

recifes do Hemisfério Ocidental. Estendendo-se pelos litorais de Honduras, Guatemala,

Belize e México, o Recife Mesoamericano é o maior recife de barreira do Hemisfério

Ocidental. Dois milhões de pessoas dependem de um recife saudável para obter

alimentos, água e tirar sua subsistência, incluindo a indústria de pesca e de turismo.

Porém, o excesso de pesca, a poluição, a sedimentação e o turismo

insustentável ameaçam o recife. As mudanças climáticas estão elevando a temperatura

da água, aumentando o nível do mar e causando tempestades tropicais cada vez mais

fortes levando a esses sistemas naturais ao limite. A The Nature Conservancy (TNC)

está trabalhando com governos, comunidades locais e grupos de conservação para:

I. Criar uma rede de parques costeiros e marinhos na Riviera Maya, Cozumel e

Mahahual;

II. Estabelecer zonas marinhas sem captura e sistemas de controle de pesca para

salvar populações de peixe em declínio em Sian Ka’an e Banco Chinchorro;

III. Implementar zoneamento costeiro e regulamentações sobre o uso da terra,

abordando os impactos do turismo que estão destruindo mangues, dunas de

areia, lagoas, pântanos e recifes de corais off-shore.

Costa Rica

A Costa rica tem realizado ações concretas no Quadro de Convenções das

Nações Unidas sobre Mudança do Clima desde 1994, sendo este os principais

instrumentos internacionais legalmente vinculadas ao tema mudanças climáticas a fim

de formular, executar e dar seguimento a projetos que contribuam com a mitigação da

emissão de gases.

Costa Rica é um país vulnerável aos eventos extremos do clima cujas

condições hidrometeorológicas extremas têm causado danos e desastres em diversos

setores do país (Figura 3).

A interação dos fatores geográficos locais, atmosféricos e oceânicos são os

critérios principais para regionalizar o país. A orientação noroeste-sudeste do sistema

montanhoso divide a Costa Rica em duas vertentes: Pacífico e Caribe. Cada uma das

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vertentes apresenta seu próprio regime de precipitação com características particulares

de distribuição espacial e temporal (Manso et al. 2005). Na região da vertente do Caribe

se observa um aumento da precipitação no setor costeiro, mais acentuado no setor

central e sul.

Figura 3. Vulnerabilidade ao avanço do nível do mar de 0-1 m de elevação na América Central.

Fonte: PNUMA et al. (2008).

De acordo com as comunicações nacionais de Costa Rica do Quadro de

Convenções das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, os impactos das mudanças

climáticas frente a um aumento do nível do mar de 13 a 110 cm acarretariam em perdas

de 10 a 27,6% de terras produtivamente agrícolas situadas em zonas costeiras (MARN,

2000).

O PNUMA et al. (2008) publicou uma série de dados e cenários entre os quais

se encontram o aumento do nível do mar analisado a partir de um modelo de elevação

digital de 90 m para a cidade de Puntarenas (Figura 4). Este mapa mostra que, devido

às mudanças climáticas, com um aumento do nível do mar de 1 m, todas as costas da

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América Central seriam afetadas trazendo consequências graves para as populações que

vivem nestas áreas e principalmente as ilhas pequenas ficariam susceptíveis.

Figura 4. Vulnerabilidade ao aumento do nível do mar na cidade de Puntarenas, Costa Rica.

Fonte: Corrales, 2010.

Drews & Fonseca (2009) realizaram um trabalho mais detalhado sobre as

implicações do aumento do nível do mar na Playa Grande no Parque Nacional Las

Baulas na Costa Rica, um local de nidificação importante do Pacífico Oriental para

tartarugas de couro. Com isso um aumento do nível do mar de 1 m implicaria numa

redução de aproximadamente 50 m de praia (Figura 5).

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Figura 5. Ortofotografia inclinada da Playa Grande ilustrando no atual nível do mar

correspondente a 1 m de elevação.

Fonte: Drews & Fonseca (2009).

Nicarágua

A probabilidade que os aumentos previstos do nível do mar, das mudanças

climáticas bem como dos fenômenos extremos de afetar as zonas costeiras de Nicarágua

é bem grande. As projeções de que a subida do nível do mar aumente os riscos de

inundações em zonas baixas podem ser observados efeitos adversos em:

I. Zonas baixas na costa Pacífica de Nicarágua na região ocidente (desde Salinas

Grande até o Golfo de Fonseca);

II. Infraestruturas e turismo (por exemplo, em San Juan Del Sur, Corn Island, Bilwi

e Bluefields);

III. Danos aos mangues (no Atlântico e no Pacífico);

IV. Falta de disponibilidade de água potável na costa do Pacífico, na região do

ocidente e no Atlântico.

As áreas dos ecossistemas de mangue e dos pântanos têm sido fortemente

deterioradas pelo uso inadequado, especialmente pelas más práticas dos produtores de

indústria do camarão em áreas protegidas de Nicarágua. De acordo com os impactos

observados e previstos, o aumento da temperatura da superfície do mar devido às

mudanças climáticas nos arrecifes coralinos do Atlântico de Nicarágua pode acarretar

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uma redução drástica da lagosta (INPESCA, 2008). A pesca artesanal também está

sendo afetada pelas mudanças das correntes no mar que estão produzindo o fenômeno

do El Niño, alterando as áreas de afloramentos.

As principais ameaças naturais que ocasionam de forma direta as mudanças

climáticas são: furacões, intensas precipitações, inundações, secas, incêndios, ondas de

calor, avanço do nível do mar. As ameaças por inundações são o resultado de fortes

chuvas que são superiores a capacidade de absorção do solo (Figura 6). De acordo com

o INETER (2001) foi criado uma classificação do nível de ameaça de inundação por

município em uma escala de 1 a 10, onde os valores de ameaça são ascendentes (Figura

7).

Figura 6. Imagem que mostra as inundações originadas pelo Furacão Félix no setor costeiro da

região autônoma do Atlântico Norte (RAAN).

Fonte: Perez, 2010.

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Figura 7. Níveis de ameaça de inundação por município na Nicarágua.

Fonte: INETER, 2001.

Com relação à elevação do nível do mar tem sido pouco estudada na Nicarágua.

Por exemplo, no Atlântico não tem uma rede de mareógrafos para monitoramento da

altura do mar. As zonas conhecidas como as mais ameaçadas são aquelas cujos níveis

de costas são muito baixas e onde existem zonas úmidas em cujos territórios o mar

penetrou historicamente. Como é o caso da Costa Atlântica desde Lagunas de Perlas até

o Cabo Gracias a Dios (Perez, 2010) (Figura 8).

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Figura 8. Mapa de relevo de Nicarágua delimitando os setores mais ameaçados das zonas de

costas que possuem mais baixa elevação sobre o nível do mar.

Fonte: Perez, 2010.

As ameaças e os riscos nas costas de Nicarágua necessitam ser estudados com

mais profundidade. A avaliação de diferentes tipos de ameaças para o país se pode

afirmar que os municípios particularmente em risco frente a todos os eventos

relacionados às mudanças climáticas são: San Francisco Libre, Matagalpa, Somotillo,

Villanueva, El Viejo, Chinandega, Villa Carlos Fonseca, Tola, Estelí, Ciudad Dário

(Perez, 2010).

Dentre os impactos mais esperados para a região do Atlântico Norte na

Nicarágua pelos efeitos das mudanças climáticas através da elevação do nível do mar

estão (Mc Carthy et al. 2001):

I. Aumento da erosão costeira;

II. Inundações costeiras mais intensas;

III. Intrusão da água do mar em estuários e aquíferos;

IV. Temperaturas mais altas da superfície do mar;

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V. Aumento dos danos causados pelos ventos e chuvas em regiões com tendências

a ciclones tropicais;

VI. Intrusão salina na água doce continental;

VII. Alterações de marés em rios e baías;

VIII. Mudanças nos padrões de sedimentação.

Em todos os cenários futuros, as mudanças climáticas poderão ocasionar

impactos ambientais negativos nos recursos costeiros marinhos (Figura 9), que

constituem a base principal das comunidades da costa. Por isso, se torna essencial

trabalhar pela diversificação das populações da costa Atlântica de Nicarágua de forma

acelerada antes que os impactos das mudanças climáticas produza uma maior redução

dos recursos marinhos costeiros na região (Perez, 2010).

Figura 9. Imagem do setor da costa do mar no Atlântico. Observe a baixa altura da costa, em

comparação com o nível do mar.

Fonte: Perez, 2010.

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Haiti

O Haiti é composto por cinco ilhas, com um território principal localizado na

segunda maior ilha do caribe, depois de Cuba, com 27.750Km² de extensão, e limitado

ao norte pelo Oceano Altântico (REPÚBLICA DO HAITI, 2003).

Este país, como afirmam Pacífico et al. (2013), tem como desafio a própria

natureza, pois seu território está localizado no cinturão de furacões das Américas,

sofrendo com terremotos, inundações ocasionais, secas periódicas e fortes tempestades

entre junho e outubro.

Segundo Astrel (2004), os ciclones são uma das principais ameaças naturais

sofridas pelo Haiti. Existem registros de que nos últimos 50 anos o país foi atingido por

cerca de vinte e sete ciclones, dos quais oito causaram imensa devastação. Os efeitos

podem ser diretos, por meio de chuvas e fortes ventos, ou indiretos, causando efeitos

secundários como inundações, deslizamentos de terra, epidemias de doenças tropicais

etc. Este mesmo autor afirma ainda que as inundações e as enchentes, também são

problemas graves enfrentados pelo país e acontecem devido às chuvas excessivas ou

pelo avanço das marés.

O risco de erosão também aumentou em muitas áreas do Haiti decorrente do

avanço do nível do mar. Em outras áreas ocorreu o avanço do nível do mar da costa para

o interior e em outras ocorreu o inverso colocando em risco áreas de corais que

emergiram do mar.

El Salvador

Na costa do pacífico centro-americano pertencente ao compartimento de El

Salvador reúne uma grande diversidade de habitat marinhos e costeiros, tais como

manguezais, lagunas, pântanos e ilhas. Os potenciais impactos que poderiam se

manifestar associados às mudanças climáticas estão concentrados nesses sistemas

(PROARCA, 2001).

El Salvador tem um clima relativamente homogêneo. No entanto, existem

riscos climáticos, que incluem secas, inundações (permanente e sazonal) e furacões

(MARN, 2000).

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A temperaturas têm aumentado na região de El Salvador em cerca de 0,35 °C

por década, os modelos climáticos preveem que as temperaturas aumentarão em 2,5 ° a

3,7 °C até 2100. As projeções são muito menos certo no que diz respeito à chuva; o país

tem experimentado uma redução estatisticamente insignificante em precipitação nas

últimas décadas, e as projeções variam de quedas de 36,6% para aumentos de 11,1% no

final do século, de acordo com o Ministério do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais

(MARN, 2000). Por fim, as zonas costeiras do país também são esperadas para ser

afetada pela elevação do nível do mar.

Em El Salvador as medidas de adaptação são praticamente inexistentes. No

entanto o que há são planos para expandir a programação de adaptação no país e

algumas ações-chave em particular para o setor agrícola, incluindo: a geração e cultivo

de novas variedades de culturas; melhoria do abastecimento de água e irrigação;

cobertura vegetal do solo; sistemas de alerta precoce; previsões de colheita; sistemas de

vigilância alimentar; agricultura de investimento; regimes de seguros; pesquisa e

desenvolvimento; medidas de política econômica para estimular a produção de grãos;

práticas agrícolas mais sustentáveis; programas de zoneamento agrícola; e instituições

que promovem o desenvolvimento humano e segurança alimentar (MARN, 2000).

O PNUD & GEF (2007) também identificaram um conjunto de medidas de

adaptação relacionadas com os meios de subsistência rurais, focando mais na

agricultura.

A produção de sal e camarão em El Salvador poderá ser afetada negativamente

devido a inundações. Ecossistemas, em especial os manguezais, também são fortemente

ameaçados, não menos importante por causa de um aumento da salinidade (MARN,

2000).

A ocorrência do furacão Mitch, em 1998, que afetou a América Central, foi

decisivo para a definição, por parte da Oikos (Associação de Cooperação e

Desenvolvimento) de uma estratégia de intervenção na região. A primeira representação

da Oikos na América Central foi estabelecida no sul de Honduras, em 1998. Já em El

Salvador intervém fundamentalmente desde 2001, em resposta a um terremoto.

O Programa DIPECHO, através do primeiro projeto da Oikos em El Salvador,

tem o objetivo geral de “contribuir para uma melhor preparação ao nível da comunidade

e redução do impacto das inundações e deslizamentos de terra sobre as famílias mais

vulneráveis na região sul de Auachapán, El Salvador” (Oikos, 2008).

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Panamá

Como a maioria dos países da região da América Latina, o Panamá apresentou

no ano de 2000 uma Comunicação Nacional à Convenção-Quadro das Nações Unidas

sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC) que define as ações já tomadas pelo governo e

pela base analítica para a resposta política à mudança climática e os seus compromissos

para tomar ações futuras dentro de um quadro internacional oficial.

A Comunicação Nacional estabeleceu o Inventário Nacional de GEE em 1994

como o ano base, que inclui estudos de vulnerabilidade e adaptação às mudanças

climáticas nos recursos hídricos, zona costeira e mitigação agrícola para o setor

florestal. Conclui ressaltando a necessidade de desenvolvimento de uma estratégia

nacional sobre mudança do clima.

O Panamá também está em processo de desenvolvimento de uma Estratégia

Nacional para as Alterações Climáticas, que incluem o estabelecimento de um programa

responsável pela atualização periódica das comunicações nacionais, uma estratégia de

mitigação das alterações climáticas nacionais e estratégia de adaptação às alterações

climáticas, bem como um programa de fomento pesquisa científicas nacionais sobre

mudanças climáticas.

O Panamá é periodicamente afetado por secas (muitas vezes ligadas a eventos

de El Niño), tempestades tropicais e furacões (embora em muito menor grau do que as

partes mais ao norte da América Central) e inundações. Projeções climáticas para o

Panamá estimativa de que temperaturas médias anuais poderia aumentar em 1,2 °C e 1,5

°C até 2050, e de 2,2 °C a 3,6 °C até 2100. As projeções de precipitação têm margens

de incerteza muito mais amplas; em média, modelos de redução de 2 a 6% para 2100,

muito menos do que em outros países da região. Todos os valores estão de acordo com

as médias de três modelos e comparado a uma baseline de 1980-2000 (CEPAL, 2010).

O Panamá tem desenvolvido a nível nacional políticas e estratégias que

abordam vulnerabilidades nos setores prioritários. Por exemplo, o governo estabeleceu

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uma "Política Nacional de Mudanças Climáticas", em 2007 (República de Panamá,

2007), que propõe um quadro geral para ações de mitigação e adaptação no Panamá.

O seu governo diz que um plano de ação participativo sobre as alterações

climáticas deve ser elaborado e que as considerações de vulnerabilidade e adaptação

devem ser incluídas nos planos nacionais de ambiente. Além disso, um "Plano de Ação

para as Alterações Climáticas" está em preparação com o apoio do Banco

Interamericano de Desenvolvimento (BID). No entanto, o "Plano Estratégico de

Governo" do Panamá para o período 2010-2014 está prevista a identificação logística,

turismo, agricultura e serviços financeiros como setores econômicos prioritários, mas

não menciona a mudança climática ou adaptação (República de Panamá, 2010).

Existe um número moderado de projetos de adaptação às mudanças climáticas

no Panamá, a maioria é direcionada para a construção da capacidade do governo para

responder aos impactos previstos das mudanças climáticas. Necessidades de gestão das

zonas costeiras também estão a ser tratadas através de mais de um projeto. No geral, a

programação adaptação no Panamá permanece focada principalmente na capacitação

e/ou de pesquisa política.

Honduras

Honduras é considerado altamente vulnerável a uma série de riscos climáticos

atuais e futuros. O país da América Central já está experimentando o aumento das

temperaturas e o aumento da variabilidade na precipitação. A atividade ciclônica no

Oceano Atlântico tem aumentado e os níveis do mar estão subindo. A maioria dessas

tendências é esperada para agravar ainda mais as mudanças climáticas em curso

(PNUD, 2010).

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Para o período entre 1995 e 2020, estima-se que a elevação do nível do mar

causará uma perda de 62.185 m2 de erosão do solo e com um total de 1.276 km

2 de

inundação nas áreas mais vulneráveis (SERNA, 1995). Com isso o avanço do nível do

mar em Honduras é preocupante, pois ocasionará com a perda de praias e ameaças à

biodiversidade costeira e marinha (SERNA, 2011). Além disso, com a subida do nível

do mar, o setor de turismo seriam diretamente afetados, com as consequentes

implicações para a economia.

A mudança no nível do mar ao largo da costa de Honduras foi medida em

Puerto Castilla e Puerto Cortes. O caso mais grave é Puerto Castilla, com quase 1 cm

por ano na década de 1950 e 1960 (Figura 10).

Figura 10. Aumento do nível do mar da costa de Honduras, no Puerto Castilla.

Fonte: USAID, 2012.

Guatemala

Os impactos das mudanças climáticas já são evidentes, e terá consequências

drásticas em curto e médio prazo (2020, 2050 e 2080) principalmente sobre os

ecossistemas e biodiversidade na Guatemala.

Os principais efeitos negativos do clima sobre os ecossistemas são relacionados

com o aumento da temperatura, o que implica maior evapotranspiração, e uma

diminuição drástica na disponibilidade de água devido à seca e os padrões de chuvas

irregulares. É altamente provável que estas alterações das condições bioclimáticas sejam

mais rápidas do que a capacidade de adaptação dos ecossistemas.

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A infraestrutura urbana, o transporte e o turismo na costa serão gravemente

afetados por inundações, elevação do nível do mar e tempestades mais intensas. Além

de sistemas de proteções naturais da costa, como praias e mangues serão severamente

afetados pelo aumento do nível do mar e tempestades mais intensas. (USAID, 2013).

O país da Guatemala tem atualmente um excedente de água (maior

precipitação e potencial evapotranspiração), tornando um país com déficit hídrico

acentuado (mais de 65% da área de terra), com o aumento da evapotranspiração

potencial de precipitação. Consequentemente, os efeitos catastróficos não só na

biodiversidade, mas também em sistemas de produção e de abastecimento de água para

todos os usos da sociedade.

Porto Rico

As florestas tropicais, os mangues e as praias de Porto Rico são altamente

vulneráveis às mudanças climáticas. A grande parte da população vive em zonas

costeiras, onde as maiorias das atividades econômicas e turísticas estão concentradas. A

cidade costeira de San Juan é uma área metropolitana muito próxima do nível do mar,

com um aumento de 1 m do nível do mar inundaria grande parte da cidade (Bueno et al.

2008).

De acordo com o Conselho das Mudanças Climáticas de Porto Rico (CCCPR),

as análises dos dados de marégrafos mostram um aumento de pelo menos 1.4 mm/ano,

o qual se espera que continue a aumentar. Como resultado das mudanças observadas do

nível do mar e práticas de manejo das costas, a erosão costeira está ocasionando um

recuo da linha de costa em alguns setores de Porto Rico, como é o caso de Rincón.

O principal efeito das mudanças climáticas de Porto Rico com relação aos

ecossistemas será sinérgico, resultando na perda generalizada de habitat, mudanças

desfavoráveis na sua estrutura e função. O aumento da temperatura, por exemplo,

causaria mudanças nos habitats costeiros de acordo com a tolerância da vegetação nas

barreiras costeiras.

Outro impacto relevante das mudanças climáticas em Porto Rico é o

branqueamento dos organismos marinhos, como por exemplo, o branqueamento dos

corais. Estas estruturas ajudam também a diminuir a energia da água e como

consequência protege a costa.

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Cuba

O clima de Cuba é hoje mais variável e quente. A temperatura média anual

aumentou 0.6 °C desde meados do século passado. O nível do mar tem subido cerca de

8.56 cm nos últimos 40 anos. A atividade ciclônica tem sido muito variável, a

frequência dos períodos de seca tem apresentado um aumento desde 1960.

Em torno de 84% das praias são afetadas pela erosão gerada pela ação humana

e ondas intensas de ciclones tropicais e frente fria, entre outras causas. E 71% das

cristas dos recifes de corais tem um alto nível de deterioração. As costas baixas também

serão mais afetadas pela inundação decorrente do avanço do nível mar (CITMA, 2011).

De acordo com o projeto de Desenvolvimento das Capacidades para a

Adaptação às Mudanças Climáticas na América Central, México e Cuba são elaborados

estudos de vulnerabilidade atual, de vulnerabilidade futura e identificação de medidas e

estratégias de adaptação às mudanças climáticas (MARN, 2007).

República Dominicana

A República Dominicana é fortemente afetada por padrões marítimos, devido à

insularidade e extenso litoral. Além disso, ele está localizado em uma das faixas

preferidas de ciclones tropicais na bacia do Atlântico Norte, motivo pelo qual é

anualmente ameaçado por tempestades tropicais e furacões.

Como consequência das mudanças climáticas, os principais impactos esperados

são: o aumento do nível do mar, o aumento da frequência e intensidade dos fenômenos

hidrometeorológicos, escassez de água, entre outros (SEMARENA, 2009).

O avanço do nível do mar alterará os ecossistemas emergidos e a morfologia

costeira, afetando infraestruturas, recursos naturais e sistemas humanos. Os impactos

maiores são nos recifes de corais, mangues, praias, zonas úmidas e estuarinas.

Os resultados das projeções climáticas realizadas no quadro da Segunda

Comunicação Nacional sobre Mudança do Clima, indicam um aumento do nível do mar

de 25,9 cm para o ano de 2030 na zona turística de Bávaro e Punta Cana

(SEMARENA, 2009).

1.1.3 América do Sul

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Colômbia

Ampliação da praia de Cartagena frente às mudanças climáticas, Colombia.

Fonte: http://crisisambiental-cambioclimatico.blogspot.com.br/2013/02/cartagena-colombia-

amplia-playa-y.html

A Colômbia é um país que tem uma elevada vulnerabilidade aos impactos

esperados da mudança climática e variabilidade climática.

De acordo com UNEP (2009) os principais impactos do avanço do nível do mar

na região da Colômbia seria nos ecossistemas coralinos do Caribe, além de perdas da

biodiversidade e redução na disponibilidade hídrica. Contudo a nível regional se

observam maiores impactos nas florestas da Amazônia, degelo de glaciares na região

andina, aumento do risco de desertificação ao sul da Bolívia e ao norte do Chile e

Argentina, perda da produtividade pesqueira no Pacífico, entre outros impactos (Figura

11).

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Figura 11. Impactos esperados das mudanças climáticas na América Latina.

Fonte: UNEP, 2009.

A cidade de Bogotá está localizada no cinturão equatorial, e seu clima é

influenciado por ventos alísios e da zona de convergência intertropical. A temperatura

média anual é de 13,5 °C e precipitação anual variam entre 600 milímetros e 1200

milímetros, dependendo da localização. A característica central de Bogotá é a sua

localização em 2600 metros acima do nível do mar, nas proximidades da faixa oriental

do norte dos Andes.

A região onde está localizado Bogotá é recorrentemente afetada por eventos

climáticos extremos relacionados com a variabilidade climática associada a fenômenos

El Niño e La Niña. O El Niño traz consigo um aumento da temperatura do ar e

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precipitação reduzida, enquanto que o La Niña leva a uma descida da temperatura e um

aumento na precipitação (Krellenberg et al. 2014).

O principal impacto da mudança climática em Bogotá é uma alteração nos

padrões de precipitação, e as implicações disso para os riscos de inundação. No lado da

bacia do rio Bogotá, onde se localiza a cidade, os cenários preveem precipitação

reduzida; no entanto, do outro lado da bacia, onde há maior fluxo de água, as chuvas são

esperados para aumentar. Apesar disso, não se espera que as secas, mesmo que haverá

períodos de seca mais frequentes o que resulta em um aumento da possibilidade de

incêndios, o que poderia ter um impacto sobre os ecossistemas e, em certa medida, o

sistema socioeconômico da cidade. No entanto, períodos de chuvas fortes são sempre de

se esperar e estes irão levar o rio transbordar periodicamente. Colinas do leste da cidade

podiam ver eventos de chuva um pouco mais extrema, que podem levar a episódios de

inundações em larga escala.

De acordo com Barajas (2012) a Colômbia tem uma vulnerabilidade moderada

com altos riscos de desastres climáticos. Para Kniveton & Potilla (2012) a relação entre

mudança climática e a migração no país afetam principalmente as regiões como Valle

Del Cauca, Eje Cafetero e a Costa Atlântica. Entre os fenômenos estão os episódios de

fortes chuvas, secas extremas, deslizamento de terra, ondas de calor, bem como o

aumento do nível do mar, o qual representa um risco de aproximadamente 1,7 milhões

de habitantes na Costa Atlântica.

A Costa Atlântica, a segunda região mais importante da Colômbia em termos

de experiência de migração é muito sensível ao aumento do nível do mar.

O fenômeno migratório é praticamente irreversível e se manifesta de forma

mais ou menos linear durante um longo período de tempo. Na ausência de novas

infraestruturas, tais como barragens ou elevações, o fenômeno torna a emigração

definitiva e inevitável, mesmo permitindo saídas graduais e planejadas.

Como verificado pelo IPCC o aumento da temperatura média do planeta, pode

provocar um aumento significativo nos oceanos, tal processo pode afetar sensivelmente

as áreas costeiras e ilhas da Colômbia. Por exemplo, com um aumento médio do nível

do mar, o IDEAM estabeleceu os seguintes efeitos:

I. Inundação permanente de 4.900 km2 de terras baixas costeiras;

II. Forte alagamento de áreas costeiras moderadamente suscetíveis no total de 5.100

km2;

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III. A formação de lagoas de cercar áreas e aprofundamento de corpos d'água

localizados na zona costeira e da plataforma continental;

IV. Os sistemas naturais, como praias e pântanos seriam mais afetados pela erosão e

inundações costeiras;

V. Um número estimado de 1,4 milhões de pessoas afetadas é a população estimada

assentado, principalmente nas áreas urbanas (85%).

As geleiras colombianas são sensíveis e vulneráveis a pequenas variações no

clima e esse reflexo tem sido observado durante os períodos de El Niño e La Niña.

Durante o El Niño, onde as temperaturas são mais altas e a precipitação diminui

sensivelmente na região andina colombiana, encontraram-se perdas quase o dobro do

normal, enquanto que em períodos de La Niña, com condições contrárias, tem havido

uma diminuição da taxa de perda e, em alguns casos, pequenos ganhos.

Portanto, o sistema de geleira reflete não apenas a sua dinâmica, como resultado

das alterações climáticas, mas também na mesma variabilidade climática, tornando-o

um dos melhores indicadores para a compreensão das transformações.

A Colômbia tem uma área costeira diversificada e dinâmica sobre 3.340 km de

comprimento em duas costas, no Caribe, 1.818 km de costa e as do Pacífico 1.522

milhas. Tanto a sua linha costa, quanto as planícies costeiras e os ecossistemas costeiros

e insulares serão afetados pela mudança climática atual e, em particular, com a rápida

subida do nível do mar.

Prova disso é o aumento generalizado do litoral da Colômbia (Ardila et al. 2005;

Robertson et al. 2003; IDEAM & National University, 1998), que já está causando

erosão de praias, falésias e terraços, com a consequente destruição de aldeias e perda de

ecossistemas. No longo prazo, as possíveis variações físicas de áreas costeiras e

insulares associados com a rápida subida do nível do mar são dadas pela perda de terras

devido à erosão e inundações costeiras, o que irá gerar impactos socioeconômicos e

ecológicos.

Na Colômbia, a estação maregráfica de Cartagena (Bolívar) tem um número de

registros históricos relevante para a análise de tendências, incluindo um aumento

evidenciado do nível do mar no Caribe cerca de 3,5 mm/ano, possivelmente atribuída a

mudança climática global, entre outros fatores. Medições no porto de Cristobal (Colon)

no Panamá, mostrar resultados de elevação do nível semelhante, porém menor. A

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tendência, calculado sobre o conjunto de dados feita no porto de Cristobal dá um valor

de 2,3 mm/ano.

Com o aumento do nível do mar de 1 m poderia causar uma estimativa de

grandes inundações de 10% da ilha de San Andrés, representada em áreas de pântano,

cordões de praia, enchimentos artificiais e alguns terraços baixos cobertos por

manguezais.

Argentina

Imagem histórica do Glaciar Upsala, Patagonia, Argentina. Acima imagem de 1928, abaixo

tomada no ano de 2004.

Fonte: http://www.greenpeace.org/argentina/es/campanas/cambio-climatico/energias-

limpias/no-al-carbon/glaciers/glaciares/

A Argentina será afetada pelas mudanças climáticas de maneira positiva e

negativa. Invernos mais amenos reduzirão os gastos com aquecimento dos habitantes da

Patagônia, mas o aumento de precipitações associado aos problemas já existentes neste

local e erosão, só agravarão ainda mais a situação. Algumas regiões, antes pouco

produtivas, poderão ser beneficiadas pelo aumento de precipitações.

Entretanto, regiões como Pampa sofrerão de inundações constantes e mais

frequentes e a capital do país terá maior quantidade de precipitação e, por outro lado,

verões mais quentes e sufocantes (FRERS, 2005).

Estudos recentes realizados na zona costeira do país apontam para um provável

aumento do nível do mar, modificando assim, todas as características físico-químicas e

biológicas dos estuários. Na zona costeira do rio da Plata, estes estudos estimaram um

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aumento de 30 milhões de dólares anuais para custos relacionados as inundações

recorrentes neste local (Argentina, 2009).

Com o aumento do nível do mar estimado entre 9 e 88 centímetros, a capital do

país poderá sofrer com problemas de abastecimento de água potável (FRERS, 2005). A

elevação do nível do mar causada pelos ciclones identificados nos polos faz com que as

regiões de Puna Piedras e Punta Rasa (Buenos Aires), Comodoro Rivadavia (Chubut),

Monte León e Sul de Loyola (Santa Cruz) já apresentem claros indícios de erosão

costeira (CODIGNOTTO, 2009).

Buenos Aires é caracterizada por um clima temperado, com forte influência

oceânica, e marcada pela topografia predominantemente plana da região. Tem invernos

suaves (média baixa em Junho e Julho de cerca de 7°C) e verões quentes (entre

novembro e março a cidade registra uma temperatura média máxima de 25°C); e recebe

chuvas durante todo o ano, embora menos durante o inverno.

As condições atuais do clima na região de Buenos Aires incluem ondas de

calor, não só no verão, mas também no inverno. Houve períodos com temperaturas

acima de 34ºC durante o inverno (agosto) em Buenos Aires. Houve chuvas torrenciais

que provocaram inundações, bem como inundações costeiras devido aos níveis elevados

de água do Rio da Prata.

De acordo com SADS (2007), nas últimas décadas foi registrada na Argentina

uma série de tendências climáticas que afetaram o território do país e que muito

provavelmente tem a ver com a mudança climática global. Algumas dessas tendências

são:

I. Aumento das precipitações médias anuais em quase todo o país, especialmente

no Nordeste e na zona Oeste periférica à região úmida tradicional;

II. Aumento da frequência das precipitações extremas em grande parte do Leste e

centro do país;

III. Aumento de temperatura na zona da cordilheira da Patagônia e Cuyo com

retrocesso de geleiras;

IV. Aumento nos caudais dos rios e da frequência de inundações em todo o país,

exceto em San Juan, Mendoza, Comahue e Norte da Patagônia;

V. Retrocesso dos caudais dos rios que tem origem na cordilheira em San Juan,

Mendoza e Comahue.

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Peru

O Peru é o terceiro maior país da América do Sul contendo a cordilheira dos

Andes, fenômeno geológico que divide o país em três regiões geográficas: costa, serra e

selva. A presença da cordilheira dos Andes e a corrente costeira peruana determinam e

modificam as condições ecológicas e climáticas do país. Em virtude destes fatores, o

Peru possui quase todas as variações climáticas que se apresentam no mundo, com um

regime pluviométrico que varia tanto em tempo como em espaço (SENAMHI, 2007,

Ávalos, 2005).

A diversidade climática prevalecente no Peru pode ser visualizada na Figura

12, onde se apresenta a precipitação média e a temperatura média anual para o cenário

climático de referência para o período de 1970 a 1999 (CEPAL, 2014).

Figura 12. Linha de base climática (precipitação e temperatura) no Peru, 1970 a 1999.

Fonte: CEPAL, 2014.

Os fenômenos El Niño e La Niña são exemplos climáticos importantes que,

embora não seja único, demonstram a grande vulnerabilidade das populações às

variações climáticas drásticas, como eventos extremos de chuvas e de temperaturas, que

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tem causado grandes perdas econômicas por seus impactos diretos e indiretos, como

foram o El Niño de 1982 – 1983 bem como o de 1997 – 1998 (SENAMHI, 2005).

Em Lima as características climáticas são muito específicas. É um clima de

deserto, mas com alta umidade, e uma influência pela interação direta, dentro de uma

área muito restrita, entre o oceano e a alta Cordilheira dos Andes. O impacto da

mudança do clima em Lima é geralmente relacionado com a temperatura da superfície

do mar.

As temperaturas mais quentes têm causado rápido recuo das áreas de glaciares,

e variabilidade e extremos em condições meteorológicas já começaram a afetar os

ecossistemas andinos e atividades humanas. Por exemplo, as temperaturas mais

elevadas estão afetando as taxas de evaporação, o armazenamento de água em lagos e

reservatórios, a umidade do solo, e as taxas de evapotranspiração de montanha

vegetação. Estas mudanças deverão ter repercussões significativas para a regulação da

água e do abastecimento de energia.

A redução no tamanho das geleiras é evidente no Peru. A área das geleiras

tropicais nos Andes diminuiu em mais de 15% no período 1970-2002 (Kaser 2005;

INRENA 2006). Análises recentes indicam uma perda de 45% da superfície da geleira

na Cordilheira Real, na Bolívia ao longo dos últimos 25 anos (Ramírez 2012). Uma

redução substancial da área da superfície das geleiras menores e uma perda significativa

das reservas hídricas durante os últimos 50 anos também foram registradas no Peru

(Comunicación Nacional – PERU, 2001).

Para estimar os potenciais impactos das mudanças climáticas no Peru é

necessário contar com representações de mudanças nas condições futuras de variáveis

climáticas como temperatura, precipitação, mudanças na sazonalidade e na

probabilidade de ocorrência de eventos extremos (CEPAL, 2014).

Com isso o Peru se enquadra entre os 10 países mais vulneráveis às mudanças

climáticas por possuir condições desfavoráveis. Os impactos seriam o desaparecimento

de glaciares andinos, aumento e severidade do fenômeno El Niño e elevação do nível do

mar.

Brasil

Erosão costeira em Salinópolis, Pará.

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No Brasil, a mudança do clima e as vulnerabilidades existentes implicam num

aumento na frequência de secas e enchentes, impactando na agricultura e na

biodiversidade, mudança no regime hidrológico e nas zonas costeiras pelo aumento do

nível do mar, principalmente em grandes regiões metropolitanas litorâneas.

De acordo com Belém (2007), no Brasil várias cidades encontram-se na situação

em que 60% da população residem na faixa de 60 quilômetros da costa, entre elas

temos: Rio Grande (RS), Laguna (SC), Florianópolis (SC), Paranaguá (PR), Santos

(SP), Rio de janeiro (RJ), Vitória (ES), Salvador (BA), Maceió (AL), Recife (PE), São

Luís (MA), Fortaleza (CE), Belém (PA).

O mesmo autor afirma que quando comparado os diferentes pontos da costa

brasileira, a tendência de aumento do nível do mar é clara, mas em taxas variáveis, de 8

cm em alguns pontos a 10 cm no sul do país, considerando os dados dos últimos 10

anos. O autor revela que o significado disto é que nos próximos 50-100 anos, podemos

estimar que o nível do mar ao longo da costa brasileira, poderá subir em cerca de 0,5 m.

Belém (2007), afirma ainda que com o aumento decadal observado no nível do

mar, estima-se que uma faixa considerável da costa pode ser atingida em cerca de 50

anos. O autor exemplifica o fenômeno com as ressacas sofridas pela cidade de Santos

(SP), e suas consequências catastróficas para orla da mesma.

Em relação à elevação do nível do mar, com um aumento de 1 m, serão

observados os seguintes impactos: alagamento de diversos portos em todo o litoral

brasileiro, a maioria deles importantes para a economia; problemas de salinização de

lagos e solo; destruição em larga escala de manguezais na frente oceânica, que já é

relatada na Região Norte; processo de erosão de falésias; problemas sérios em cidades

costeiras como Recife, Aracaju e Maceió onde a urbanização se expandiu para áreas

baixas, nas quais alagamentos já ocorrem, especialmente quando chuvas fortes

coincidem com marés de primavera; e problemas de drenagem e de inundação que

afetarão áreas baixas das planícies costeiras (MCT, 2004).

Segundo Marengo (2008) os possíveis impactos do avanço do nível do mar por

região no Brasil estão descritos abaixo:

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AMAZÔNIA

Perda nos ecossistemas e biodiversidade da

Amazônia; mais eventos extremos de

chuvas e secas; baixos níveis dos rios;

condições favoráveis de mais queimadas;

impactos sobre a saúde e o comércio;

efeitos sobre o transporte de umidade para

S e SE do Brasil;

NORDESTE

Mais verão; tendência para aridização; alta

taxa de evaporação pode afetar o nível dos

açudes e a agricultura de subsistência;

escassez de água; migração do campo para

as cidades (refugiados do clima);

CENTRO-OESTE

Mais eventos extremos de chuva e seca;

impactos sobre o Pantanal e o cerrado;

altas taxas de evaporação e verões com

ondas de calor que podem afetar a saúde, a

agricultura e a geração de hidroenergia;

SUDESTE Similar ao Centro-Oeste; possível elevação

no nível do mar;

SUL

Mais eventos intensos de chuva; aumento

da frequência de noites quentes; altas

temperaturas e chuvas intensas podem

afetar a saúde.

No entendimento de Muehe (2001), para a definição do limite em função de uma

elevação do nível do mar, poderá ser adotado o cenário mais pessimista elaborado

pelo Intergovernmental Panel of Climate Change (IPCC), o de uma elevação de 1 m,

até o ano 2.100, devendo a faixa de absorção de tal impacto ser estabelecida no sentido

de evitar a perda de propriedades em função desta elevação. Mesmo que esse cenário

não venha a se concretizar até aquela data, conforme sugerem às projeções mais

recentes, a adoção de uma elevação de 1 m ainda é bastante razoável, considerando o

elevado grau de incerteza relativo às tendências climáticas de longo prazo.

Segundo os cenários para as mudanças climáticas no Brasil, na região Norte um

aumento de 4,8 °C somado a uma redução de 15% a 20% do volume de chuvas bem

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como a um atraso na estação chuvosa os impactos afetariam principalmente a

biodiversidade e deixaria o nível do dos rios mais baixo. Mudanças na Amazônia

influenciariam no transporte de umidade para as regiões Sul e Sudeste.

Marengo & Soares (2003), em síntese do terceiro relatório do IPCC nos

aspectos respectivos ao Brasil, para toda a região Norte, no caso de uma elevação do

nível do mar aumentaria significativamente a propagação das marés nos rios.

Inundações ao longo dos vales dos rios seriam lateralmente confinadas pelas áreas

elevadas adjacentes. Dependendo da quantidade de sedimento, áreas baixas de aluvião,

como na Ilha de Marajó, na foz do Rio Amazonas pode ser inundada.

No Nordeste, manguezais localizados nas áreas baixas das planícies costeiras,

em estuários, ao redor de lagoas costeiras e em áreas agrícolas em vales ribeirinhos

temporariamente alagados, serão afetados. Problemas mais sérios aparecerão em

cidades costeiras como Recife, Aracaju e Maceió, onde a urbanização se expandiu para

áreas baixas e os alagamentos já ocorrem nestes locais, especialmente quando chuvas

fortes coincidem com as ocorrências de sizígia Marengo & Soares (2003).

Com relação aos eventos extremos e seus impactos, o Brasil vivenciou o

primeiro furacão já observado no Atlântico Sul, o furacão Catarina, que atingiu a costa

sul do Brasil em março de 2004. Considerado possivelmente possíveis efeitos do

aquecimento global. Entretanto, ainda existem incertezas no meio científico quanto à

confiabilidade na associação do aumento da frequência e na intensidade dos furacões

estarem relacionadas às mudanças climáticas (Marengo et al. 2007). E no Sul-Sudeste

do Brasil as chuvas intensas têm sido mais frequentes nos últimos 50 anos.

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Bolívia

Tuni-Condoriri, Bolívia.

Fonte: Ramirez, 2011.

O derretimento da geleira dos Andes e os consequentes danos aos ecossistemas

associados vêm ocorrendo há alguns anos, causados pelo aumento das taxas de

aquecimento que tem sido observada em altitudes mais elevadas como a Bolívia (Figura

13). Uma análise das tendências nas temperaturas Ruiz-Carrascal et al. (2008) indicam

possíveis aumentos da ordem de 0,6 °C por década, que afetarão a parte Norte, uma

região mais úmida dos Andes. Muitas geleiras menores estão tendo sua superfície

reduzida. Por exemplo, a geleira Chacaltaya da Bolívia tem perdido a maior parte da

sua área (82%) desde 1982 (Francou et al. 2003).

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Figura 13. Evolução da geleira de Chacaltaya na Bolívia desde 1940. Fonte: Ramirez, 2008.

A Bolívia torna-se extremamente vulnerável pela diminuição de seus glaciares,

computados em cerca de 20% dos glaciares tropicais do mundo, uma vez que a parcela

significativa de água potável vem destes glaciares em cidades como La Paz e El Alto.

Estes glaciares também provêm água para os campesinos andinos, que dependem do

desgelo para irrigação de seus cultivos.

De acordo com Cáritas (2013), as consequências sofridas pelo país envolvem

geadas, inundações e escassez de água, o autor ressalta ainda as consequências do

processo de derretimento das geleiras topicais de altitudes baixas e médias.

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Uruguai

O litoral uruguaio será afetado pelas mudanças climáticas devido à sua

vulnerabilidade às mudanças na precipitação, descargas de afluentes do Rio de la Plata,

alterações nos ventos e a localização do anticiclone subtropical do Atlântico Sudoeste.

As principais condições climáticas adversas no Uruguai estão ligadas a eventos

hidrometeorológicos ocasionais, como secas, inundações, geadas, ondas de calor,

granizo, tornados, rajadas de vento, impactos ambientais, sociais e econômicos em

diferentes regiões, dependendo da intensidade do fenômeno. Nos últimos anos tem

havido situações de enchentes e secas extremas que têm sido de maior magnitude e mais

frequentes do que os fenômenos a que está acostumado no país.

Os estudos sobre projeções climáticas para o Uruguai afirmam que com um

alto nível de incerteza, é previsível um aumento das temperaturas médias, períodos

geadas menos graves, e aumento precipitação média, especialmente durante períodos de

primavera e verão. Entre outros efeitos, essas mudanças implicam maior suscetibilidade

da pecuária e culturas a doenças e pragas, aumento de vetores de doenças humanas e

mudanças na distribuição de espécies e características dos ecossistemas (MVOTMA,

2010).

Entre outros efeitos, essas mudanças afetariam a regularidade da produção

agrícola entre anos e um impacto mais grave de lidar com eventos extremos. Também

com um nível relativamente baixo de incerteza, é esperado um aumento do nível do

mar.

Outras consequências são as alterações significativas nos ecossistemas

costeiros e as condições de vida para as espécies que se desenvolvem e afetam as

populações humanas costeiras. Este aspecto merece um cuidado especial com relação à

distribuição da população, o qual é concentradamente alta na zona costeira. Mais ou

menos diretamente, essas mudanças também afetam o turismo, devido à alta proporção

localizada na costa.

As residências privadas assim como os empreendimentos do setor de turismo

do estuário do Rio de la Plata poderão ser afetadas pelo aumento do nível das águas.

70% da população do país vivem na região costeira. A agricultura do país também é

vulnerável às mudanças climáticas.

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A costa do Uruguai é fortemente afetada pela dinâmica do mar, a qual tem a

capacidade de ser modificada por processos atmosféricos relacionados às mudanças

climáticas (López & Perdomo 1999). As praias são a forma dominante na costa

uruguaia, com a presença de barras, cordões de praia e dunas, existem áreas com

encostas e barrancos em diversas formações geológicas e, em muitos casos

desenvolvidos, com grandes seções de frente para a praia (Ecoplata, 2001).

Com base no cálculo dos impactos na zona costeira foi possível determinar

uma curva correspondente a 1 m de elevação do nível do mar e com isso delimitou-se as

áreas afetadas pela inundação. De acordo com o desenvolvimento deste modelo e da

combinação de informações georreferenciadas, foram classificados dois grupos: Zonas

Costeiras Urbanizadas e Zonas Costeiras Não urbanizadas. As informações foram em:

A) Bacias: Rio de la Plata, Rio Santa Lucia e Oceano Atlântico. B) Departamentos:

Colonia, San José, Montevidéu, Canelones, Maldonado e Rocha.

No caso dos efeitos da erosão, a informação calculada pelos métodos da Regra

Brunn e do Modelo Equilíbrio Dinâmico a avaliação dos impactos das mudanças

climáticas foram feitas para 14 locais na costa do Uruguai cujos cenários de crescimento

utilizados significaria um aumento do nível do mar de 0,30 m; de 0,50 m e de 1 m

(CNCG, 1997), sobre uma área de 577 km de praias analisadas.

Para um aumento do nível do mar de 0,3 m, eles estariam perdendo um total de

1.876 ha, enquanto que para 1 metro, a erosão afetaria 11.254 ha de praia, ou 19,5 ha

por km de praia. Os impactos médios da erosão pelos métodos da Regra Brunn e do

Modelo Equilíbrio Dinâmico por sítio costeiro podem ser vistos na tabela 2.

Tabela 2. Impactos médios da erosão por sítio costeiro.

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Fonte: CNCG, 1997.

Segundo a Divisão de Mudanças Climáticas do Ministério da Habitação,

Ordenamento do Planejamento e Meio Ambiente, entre as medidas implementadas

destacam-se as adaptação costeiras e recuperação do ecossistema costeiro, que tem uma

grande relevância para a melhoria da qualidade de praias e dunas de conservação do

ecossistema.

A recuperação da duna favorece amortecimento e dissipação da energia das

ondas durante os eventos climáticos extremos e, assim, ajudar a reduzir a

vulnerabilidade da zona costeira contra as alterações climáticas. Em Kiyu, San Jose,

1.400 metros lineares de cerca que atraiu 7.000 m3 de areia foram realizados (SNRCC,

2014).

Um resumo que sintetiza graficamente os impactos das mudanças climáticas

para a região costeira do Uruguai, dividido em quatro regiões: a costa, o litoral o centro

e o norte, estão representados na figura 14 de acordo com as oscilações das variáveis

analisadas para 2030, 2050, 2070 e 2100 (CEPAL, 2010).

Figura 14. Resumo dos impactos das mudanças climáticas na região costeira do Uruguai.

Fonte: CEPAL, 2010.

Venezuela

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Na Venezuela as mudanças climáticas provocariam precipitações, aumento da

temperatura e interrupções no abastecimento de água, afetando principalmente a

produção agrícola (IICA, 2013).

A linha de costa venezuelana tem um comprimento de 4.000 km, apresentando

vários tipos de ambientes: zonas úmidas (pântanos, brejos, manguezais), lagoas

costeiras, praias, falésias, recifes de coral. O país é altamente vulnerável à elevação do

nível do mar no litoral de regressão e a consequente perda de terras, inundações, afetam

potenciais centros populacionais e atividades turísticas.

A elevação do nível do mar de 0.5 m significaria um montante total de área

costeira de 31,84 km2 afetadas. Uma das áreas mais afetadas seria o Lago de

Maracaibo, onde grande parte da extração de petróleo está concentrada. Menção

especial merece o número de ilhas que tem Venezuela no Caribe, o que significa para o

país quase tanto em espaço marítimo, e em terra, que seriam afetados de forma

significativa (IICA, 2013).

Para as áreas propensas a inundação pelo efeito das mudanças climáticas na

zona costeira venezuelana com um aumento do nível do mar de 0.517 m significaria

uma perda estimada da superfície (República Bolivariana de Venezuela, 2013) (Figura

15).

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Figura 15. Estimativa de perda de superfície associado ao aumento do nível do mar 0,517 m na

Venezuela.

Fonte: República Bolivariana de Venezuela, 2013.

O delta Amacuro cobre grande parte da costa Atlântica de Venezuela. Este é

considerado uma das áreas mais propensas a inundações na zona costeira, a perda

estimada da superfície é de mais de 10.000 Km2 (República Bolivariana de Venezuela,

2013).

As inundações são esperadas nas zonas de terras baixas existentes em

diferentes partes da costa. Por exemplo, a costa do lago Maracaibo é considerado mais

vulnerável por ser topograficamente baixa e pela subsidência causada pelas explorações

de petróleo.

A costa de Guajira é exposta tanto pelo fenômeno de inundação como o de

erosão costeira. A Fundación La Salle (2004) relatou um processo ativo de retirada da

linha de costa em várias praias na ilha de Margarita devido ao aumento dos níveis do

mar e outras causas de caráter antropogênico.

Um dos recursos mais afetados pelas alterações climáticas são os recursos

hídricos, que por sua vez, afetará praticamente todas as áreas da economia. O Plano

Nacional de Recursos Hídricos foi concluído pelo Ministério do Meio Ambiente e sua

principal linha de ação fornece gerenciamento dos recursos hídricos em áreas de

especial interesse ambiental, através de programas, tais como: recuperação de áreas

degradadas, de gestão da água em áreas de interesse especial, declaração e gestão de

bacias hidrográficas como novo, a gestão da água em áreas indígenas e proteção de

zonas ribeirinhas.

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Paraguai

As mudanças climáticas também é uma realidade no Paraguai. As projeções do

clima para o país realizadas em 2000 mostram que o clima sofrerá um incremento geral

em seus valores médios mensais.

Segundo um novo ranking que calculou a vulnerabilidade de 170 países do

mundo aos impactos das mudanças climáticas nos próximos 30 anos (MAPLECROFT,

2010), o Paraguai está entre os países mais vulneráveis as mudanças climáticas globais.

As consequências que as mudanças climáticas ocasionaria no país são várias,

como: aumento de chuvas e de temperatura; ondas de calor; tempestades e inundações

em várias zonas do país.

Assim, foi realizado um primeiro esforço de mapear estas alterações com a

elaboração da Primeira Comunicação de Mudanças Climática no país, com uma

simulação de cenários futuros da variação climática e suas consequências. Entre os

principais resultados verificou-se um aumento da temperatura latitudinal e de

precipitações, sendo elevado na região Sul, mas com diminuição de chuvas na região

norte.

Chile

O Chile se caracteriza pela existência e manifestação de uma extensa variedade

de climas que são influenciados por inúmeros fatores ambientais, imprimindo-lhe

características peculiares à climatologia do país. Em termos gerais pode-se afirmar que

o território chileno apresenta traços de clima temperado, com algumas variações

essenciais. As variedades climáticas mais importantes se produzem fundamentalmente

por efeito da latitude e altura, dando origem aos sistemas climáticos desértico, tropical,

subtropical, temperado e polar, principalmente (CEPAL, 2009).

Além disso, o clima possui forte influência oceânica, sendo um agente

modulador importante da amplitude térmica na zona costeira do país. Nas zonas de

menor influência costeira, a variabilidade e oscilação térmica tendem serem maiores,

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observando um ciclo anual de temperaturas que seguem o padrão estacional de

declinação polar com meses de invernos frios e verões quentes (CEPAL, 2009).

No Chile as projeções futuras que indicam aumentos alimentados pelo nível do

mar tem que ser contrastada com os efeitos da elevação costeira ou subsidência causada

por processos tectônicos, que apesar de atuar a nível local, pode produzir efeitos

semelhantes aos causados pelo nível do mar, especialmente em um país com forte

atividade sísmica (CEPAL, 2012) (Figura 16).

Figura 16. Representação esquemática dos impactos das mudanças climáticas e sua relação com

as projeções futuras.

Fonte: CEPAL, 2012.

Análise prospectiva das tendências no nível do mar nas proximidades da costa

chilena apresenta resultados ambíguos, com diminuição do nível ao norte do país e

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aumento na zona sul. Em lugares como Arica e Antofagasta, aparentemente, diminuiu,

enquanto em Caldera e Talcahuano tem apresentado um aumento.

Embora o comportamento principal do nível do mar na costa do Chile parece

não ter grandes flutuações no tempo, tem-se evidências de mudanças cíclicas associados

ao fenômeno como El Niño onde o nível do mar pode alcançar um aumento de 0.3 m

(CEPAL, 2012).

Equador

As condições climáticas do Equador são influenciadas por vários fatores, tais

como sua localização na zona equatorial, a presença da Cordilheira dos Andes, a

Amazônia e o oceano Pacífico.

Os principais problemas sofridos pelo Equador são os processos de degradação

ambiental gradativo provocado principalmente pelo El Niño e pela La Niña. A elevação

do nível do mar e as inundações prejudicam fortemente as atividades comerciais como a

pesca e o turismo.

Com isso o Equador além de enfrentar problemas socioeconômicos que

incentivam a busca por melhores condições de vida em outros países, as consequências

problemáticas decorrentes das mudanças climáticas tem provocado e incentivado esses

deslocamentos por parte dos equatorianos.

1.2 VULNERABILIDADE DOS PAÍSES AOS IMPACTOS DO AVANÇO DO

NÍVEL DO MAR

Vários países latino-americanos desenvolveram medidas de adaptação em

resposta ao clima atual e aos impactos da variabilidade em suas costas. A maioria deles

(por exemplo, Argentina, Colômbia, Costa Rica, Uruguai e Venezuela) o centro de sua

adaptação é na gestão costeira integrada (Hoggarth, et al. 2001; UNEP, 2003, Natenzon

et al. 2005, Nagy et al. 2006). No Caribe, o projeto de Planejamento para Adaptação às

Mudanças Climáticas Globais é de promover ações para avaliar a vulnerabilidade

(especialmente em relação à elevação do nível do mar), e os planos para a adaptação e o

desenvolvimento de capacidades adequadas (Cathalac, 2003).

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Os resultados da avaliação de vulnerabilidade preparados pelo IDEAM (2010)

mostra que 75 municípios do litoral da Colômbia com uma área total de cobertura de

9440 km2, estão atualmente em risco de inundação das marés altas extremas. E ainda

51% das áreas urbanas pertencentes à costa caribenha poderiam sofrer os efeitos da

subida do nível do mar de qualquer maneira e 3,1% da população estão em risco de

inundação de marés altas e escoamento.

As projeções demográficas, estima-se que a população que vive em áreas

costeiras em 2030 será de cerca de 9 milhões de habitantes, dos quais 4% poderá ser

deslocado pelos efeitos das inundações.

Os extremos climáticos que poderiam afetar a América Latina, como por

exemplo, na Argentina a elevação do nível do mar foi ligada a um aumento no número e

duração de surtos positivos de tempestades na década de 1996 a 2005, quando

comparados comm registros de décadas anteriores. No Caribe o aumento do nível do

mar pode levar a uma redução no tamanho de ilhas, aumento de Ciclones Tropicais,

neste caso o agravamento seriam de deslizamentos (Rede de Conhecimento de Clima e

Desenvolvimento, 2012).

Vale salientar que os efeitos biogeofísicos do nível do mar irão variar muito em

diferentes zonas costeiras em todo o mundo, porque as formas das linhas costeiras e

ecossistemas são dinâmicos e ambos respondem e modificam uma variedade de

processos. Por exemplo, as condições de alagamento em Pampas, na província de

Buenos Aires, seriam acentuadas por qualquer aumento do nível do mar, devido ao fato

do Rio Salado ser o único sistema de drenagem para tal planície (Rede de

Conhecimento de Clima e Desenvolvimento, 2012).

Costas de baixa altitude em vários países latino-americanos (por exemplo,

partes da Argentina, Belize, Colômbia, Costa Rica, Equador, Guiana, México, Panamá,

El Salvador, Uruguai e Venezuela) e grandes cidades (por exemplo, Buenos Aires, Rio

de Janeiro e Recife) estão entre os mais vulneráveis à mudança climática e eventos

hidrometeorológicos extremos, como chuvas e tempestades de vento, e ciclones

subtropicais e tropicais (ou seja, furacões).

De acordo com CEPAL (2014), o Peru é considerado um país altamente

vulnerável ao avanço do nível do mar, principalmente por ter sete das nove

características de vulnerabilidade reconhecidas pela Convenção-Quadro das Nações

Unidas sobre Mudanças Climáticas, relacionadas com:

I. Possuir áreas costeiras baixas;

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II. Zonas áridas e semiáridas;

III. Áreas susceptíveis ao desmatamento e erosão;

IV. Desastres naturais;

V. Seca e desertificação;

VI. Áreas urbanas altamente contaminadas, e

VII. Ecossistemas frágeis.

Os efeitos biofísicos mais importantes pelo avanço do nível do mar nas zonas

costeiras são, geralmente, funções lineares da elevação do nível do mar (Nicholls &

Lowe, 2004). Outros impactos são sobre o sistema socioeconômico, tais como: perda de

bens e habitats costeiros, aumento do risco de inundações e possível perda de vidas,

danos às obras de proteção costeira e outras infraestruturas, energia renovável e perda

de recursos de subsistência, perda em atividades de turismo, lazer e transporte, perda de

bens e serviços e os valores dos recursos culturais, impactos na agricultura e aquicultura

(Nicholls & Lowe, 2004).

Algumas áreas costeiras na América Latina, América Central e da costa

atlântica da América do Sul estaria sujeito a um elevado risco de inundação com o

aumento do nível do mar. Áreas planas, como deltas do Amazonas, Orinoco e Paraná e

as bocas de outros rios, como o Magdalena, na Colômbia, será afetada pela elevação do

nível do mar (IPCC, 1990). Estuários, como o Río de la Plata sofrem cada vez mais a

intrusão de água salgada, criando problemas no abastecimento de água. Estes efeitos

dependem do nível e características das circulações atmosféricas e oceânicas.

Um fator que agrega dramatismo às vulnerabilidades na Argentina é o fato de

que a maior parte das grandes cidades está localizada na beira de algum rio, fato que

coloca uma boa porcentagem da população do país em condições de sofrer inundações e

alagamentos como produto da severidade crescente do regime de precipitações (SADS,

2007).

Assim, o problema das enchentes é vital na hora de considerar as

vulnerabilidades climáticas da Argentina, haja vista que os últimos anos têm sido

testemunhas de um aumento na frequência e profundidade dos danos desse tipo de

fenômenos, e paralelamente tem evidenciado a falta de capacidade institucional para

administrar riscos e integrar ferramentas de adaptação (Fundación Bariloche, 2008).

O aumento do nível do mar (dentro da faixa de 10-20 cm/século) ainda não é

um grande problema, mas a evidência de uma aceleração da subida do nível do mar (até

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2-3 mm/ano) ao longo da última década sugere um aumento da vulnerabilidade das

costas baixas, que já estão sujeitos a tempestades crescentes (Grasses et al. 2000; Kokot,

2004; Kokot et al. 2004; Miller, 2004; Barros, 2005). Além disso, algumas áreas

costeiras são afetadas pelos efeitos combinados de precipitação intensa, ventos em

direção a terra, como já foi observado na cidade de Buenos Aires (EPA, 2001; Bischoff,

2005).

Com relação a algumas regiões do Brasil poderão apresentar alterações na

temperatura e precipitação com o aquecimento global. Deverão ocorrer intensificações

dos eventos severos ocasionando impactos em cidades e áreas vulneráveis às mudanças

climáticas. No setor agropecuário, as consequências do aquecimento global serão

inúmeras.

Junto com a mudança dos padrões anuais de chuva, ou mesmo onde não houver

alteração do total anual, deverão ocorrer intensificações dos eventos severos. Poderá

ocorrer aumento de eventos extremos, principalmente de chuvas, nas grandes cidades

brasileiras vulneráveis às mudanças climáticas como São Paulo e Rio de Janeiro.

Um estudo realizado pela ECLAC (2011) indica que México e Brasil têm as

maiores áreas de terras costeiras num raio de 10 m do nível do mar (Figura 17), pelo

menos 40% das populações que vivem nas zonas costeiras do Chile e Uruguai seriam

afetados por um aumento de 1 m do nível do mar.

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Figura 17. Distribuição da superfície terrestre entre nível do mar e 10 metros acima do nível do

mar nos países da América Latina (em milhares de hectares).

Nota: ARG: Argentina, BHS: Bahamas, BRA: Brazil, CUB: Cuba, CHL: Chile, COL:

Colombia, ECU: Ecuador, GUY: Guyana, HND: Honduras, NIC: Nicaragua, PAN: Panama,

PER: Peru, SUR: Suriname, VEN: Venezuela.

Fonte: ECLAC (2011).

O aumento do nível do mar constitui uma ameaça para diversas regiões do

Golfo do México e também do Mar do Caribe. Os destaques maiores são para as zonas

mais vulneráveis: o estado de Quintana Roo, e as baías de Sian Ka’na e Chetumal. Em

Tabasco, a zona deltaica dos rios Grijalva, Mazcapala e Usumacinta é considerada de

alta vulnerabilidade em decorrência do aumento do nível do mar, devido as fortes e

drásticas modificações como a mudança acelerada da linha de costa pela erosão e

inundação das terras baixas; alteração do uso do solo; expansão da atividade pecuária

com substituição de zonas de pântanos e marismas por pastagens (Sánchez & Soria

2008).

De acordo com INE-SEMARNAT (1997) em Tamaulipas e Veracruz os

gradientes da linha de costa serão mais pronunciados devido à presença de barreiras

arenosas e de dunas que modificam o avanço e penetração da cunha salina.

A elevação do nível do mar afetará a Laguna de Alvarado, em Veracruz, e a

Los Petenes, em Yucatán. Este aumento poderá afetar o uso do solo e a infraestrutura

destas zonas e também a dos arrecifes coralinos mexicanos (INE-SEMARNAT, 1997).

Com isso os países da América do Sul devem preparar-se para possíveis

impactos das mudanças climáticas e eventos extremos, tanto do tempo quanto de clima,

a fim de desenvolver avaliações de vulnerabilidade e fornecer dados para propor

medidas de adaptação, como (Marengo, 2009):

I. Melhorar modelos de clima regionais e globais, incluindo análises de tendências

históricas;

II. Reunir modelos integrados abrangentes de impactos das mudanças climáticas;

III. Criar uma métrica de vulnerabilidade para entender a vulnerabilidade dos países

aos impactos das mudanças climáticas;

IV. Preparar e testar respostas de adaptação para dirigir e se preparar para eventos

inevitáveis causados pelo clima tais como uma migração massiva e falta de

distribuição de água e comida;

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V. Explorar implicações locais das mudanças climáticas e extremos em áreas

urbanas e rurais, e desenvolver estimativas de danos econômicos. O manejo dos

riscos pode ser aplicado em todos esses contextos;

VI. Futuros planos de desenvolvimento sustentável devem incluir estratégias de

adaptação para realçar a integração das mudanças climáticas nas políticas de

desenvolvimento.

A avaliação dos efeitos das mudanças climáticas realizado pelo IPCC por

regiões e, na América Latina, região com países em desenvolvimento e economia

preponderantemente agrícola, prevê-se, nas áreas mais secas, que as mudanças do clima

acarretem a salinização e a desertificação das terras cultivadas. Além disso, o nível do

mar na região também pode provocar maior risco de inundações nas áreas de baixa

altitude.

As regiões próximas ao litoral atlântico da América Central e da América do

Sul são as mais expostas aos riscos de inundação e infiltração de água salgada,

decorrente do avanço do nível do mar. Isso diz respeito, em particular, ao Golfo do

México, bem como às fozes dos grandes rios como o Amazonas no Brasil, o Orinoco,

na Venezuela e o Paraná entre Argentina e Uruguai. Na costa do Pacífico, o Equador

representa a única região que corre riscos de ser significativamente atingida (Anthoff et

al. 2006).

A zona costeira é afetada diretamente pelo nível do mar, inundações, atividades

litorâneas e erosão do solo. Depois de três anos de estudo desses efeitos no litoral de

países da América Latina e Caribe, o professor da Universidade de Cantabria

(Espanha), Iñigo Losada Rodriguez, apresentou, em seus resultados as alterações

detectadas na dinâmica costeira e a influência da variabilidade climática na

vulnerabilidade costeira da América Latina e Caribe, com a previsão dos impactos e

riscos previstos para o futuro da região.

Segundo o autor, a proposta do estudo é fornecer informações para elaboração

de políticas de desenvolvimento econômico e sustentável para a região que considerem

a análise de riscos das mudanças climáticas.

Ele apresentou ainda os impactos considerados, que foram: inundação

permanente e temporária, erosão, atividade portuária, segurança de obras,

branqueamento dos corais, entre outros. “Para inundação, por exemplo, o desafio era

obter uma série temporal horária de nível do mar”, citou. Assim, foi feita uma análise de

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componentes e a partir dela, calculou-se a cota de inundação para um nível da água com

período de recorrência de 500 anos. Os resultados principais incluíram a inundação

costeira em função do aumento do nível do mar, para a qual a distribuição de população

na costa foi o fator de maior peso.

Outra verificação da pesquisa é que o peso relativo da franja costeira é maior

em países insulares, enquanto que em número de pessoas destacam-se o Brasil, o

México e a Argentina. “Quanto à erosão de praias, apesar de se mostrar generalizada,

foi observado que a diversidade de praias gera potenciais impactos distintos”,

acrescentou Iñigo Losada Rodriguez.

Em geral, as observações dos impactos mais sérios correlacionam-se com as

previsões dos cenários de concentrações mais elevadas de gases de efeito estufa (GEE),

uma vez que as maiores mudanças no clima são associadas à potencialidade dos

impactos. Uma das causas das mudanças climáticas para as regiões da América Latina

estão:

I. Diminuição das geleiras na América Latina onde são fonte de água para a

agricultura e produção de energia, assim como para uso doméstico e industrial;

II. Enchentes e secas se tornarão mais frequentes. As enchentes podem aumentar a

deposição de sedimentos no solo, interrompendo o fornecimento de água em

algumas áreas;

III. Maior intensidade de ciclones tropicais com aumento dos riscos para a vida,

propriedade e ecossistemas, além de prejuízos causados por fortes chuvas,

enchentes, tempestades e ventos;

IV. A segurança alimentar pode se tornar um sério problema para muitos países

latino-americanos, ameaçando a cultura de subsistência em algumas regiões. A

previsão é de queda no rendimento de muitas safras da América Latina, mesmo

quando os efeitos do CO2 forem considerados;

V. Incidência de doenças como a malária, febre amarela e cólera poderia aumentar.

Os problemas que a América Latina enfrenta com doenças de ambientes quentes

poderão ser exarcebados;

VI. Desaparecimento de recursos de ecossistemas, aumentando a perda da

biodiversidade.

O conjunto das alterações das dinâmicas marinhas fruto das mudanças

climáticas e das altas condições de vulnerabilidade da região sugerem que os principais

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impactos incidirão nas inundações, erosão de praias e incidência sobre a infraestrutura

costeira e portuária (CEPAL, 2013).

Com isso é importante destacar que os impactos das mudanças climáticas

frente ao avanço do nível do mar na zona costeira da América Latina ocorrem em um

contexto de vulnerabilidade preexistente, e tem-se observado alguns desses impactos,

tais como os já mencionados anteriormente na região, como os diversos eventos de

branqueamento de corais na zona mesoamericana, especialmente associados ao aumento

da temperatura e o nível de acidificação do mar, e a perda de mangues na América

Central e América do Sul (Magrin et al. 2014).

A figura 18 apresenta um resumo das dinâmicas costeiras e os possíveis

impactos de suas alterações devido às mudanças climáticas.

Figura 18. Os impactos sobre as áreas costeiras e dinâmicas costeiras na América Latina e no

Caribe.

Fonte: Magrin et al. (2014).

Os manguezais da América Latina e Caribe constituem 58.310 quilômetros

quadrados, 35,27% da área total ocupada pela distribuição deste ecossistema no mundo

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(FAO, 1994). As maiores extensões de bosques de manguezais encontram-se no Brasil

(25.000 km2) e no México (6.600 km

2) como estão apresentados na tabela 3.

Tabela 3. Distribuição de manguezais na América Latina e Caribe.

Fonte: FAO, 1994.

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Olson (1996), em trabalho realizado sobre a conservação dos manguezais da

América Latina e Caribe, avaliou os sistemas costeiros, onde podem ser observadas as

áreas assinaladas nas imagens constantes da figura 19, correspondentes ao litoral

paulista.

Figura 19. Estado de conservação, tendências de vulnerabilidade e nível de ameaças sobre os

manguezais da América Latina.

Fonte: Richieri, 2006.

Considerando‐se as características dos manguezais existentes na região

metropolitana do Rio de Janeiro e os pontos levantados no modelo conceitual proposto

por Soares (2009), podemos prognosticar a possível resposta desses manguezais à

elevação do nível médio relativo do mar.

Nessa região, a presença de planícies hipersalinas associadas às florestas de

mangue, bem como de uma ampla planície costeira quaternária, permite que os

manguezais se acomodem e migrem progressivamente em direção ao continente. Nesse

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processo de acomodação frente às novas condições, o sistema manguezal avança

ocupando áreas disponíveis, que antes eram ocupadas por sistemas terrestres ou de água

doce, que progressivamente serão invadidos por água salgada, favorecendo a migração

dos manguezais. Esse comportamento já foi identificado pelo NEMA/UERJ na área da

Reserva Biológica Estadual de Guaratiba (Soares et al. 2005).

De acordo com Ellison & Stoddart (1991) afirmam que os manguezais

resistirão a taxas de elevação do nível do mar entre 8 e 9 cm/100 anos, além disso

ficarão sob estresse com taxas entre 9 e 12 cm/100 anos e não existirão de forma ampla

(somente em refúgios) com taxas acima destes valores.

Mesquita (2000) e Harari et al. (2004) apresentaram estimativas de que esteja

ocorrendo uma elevação de 50,0 cm/100 anos e 40,0 cm/100 anos, respectivamente, no

nível médio do mar para a costa sudeste brasileira.

As faixas de mangue inseridas na categoria de alta vulnerabilidade à elevação

do nível médio do mar se devem basicamente a dois fatores:

I. As regiões de terra firme adjacentes ao manguezal se caracterizam por uma alta

urbanização ou;

II. Os manguezais possuem seu limite interno com relevo íngreme, uma barreira

natural à sua migração.

A presença de barreira natural à migração dos manguezais pode ser observada

em alguns manguezais com baixa a moderada taxa de ocupação, tais como na Ilha de

Itacuruçá (baía de Sepetiba), Grumari e na baía de Guanabara nas regiões de Piedade,

rio Iriri e rio Surui.

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1.3 ESTRATÉGIAS DE ADAPTAÇÃO ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS

A variabilidade climática e os eventos extremos vêm afetando severamente a

região da América Latina durante os últimos anos (Magrin et al. 2007), as chuvas na

Venezuela (1999, 2005), inundação dos Pampas argentinos (2000-2002); seca na

Amazônia (2005); tempestade de granizo na Bolívia (2002) e em Buenos Aires (2006);

o furacão Catarina no Atlântico Sul (2004) e vários furacões na Bacia do Caribe (2005)

foram os mais relatados na região da América Latina.

Na América Latina alguns países vêm promovendo esforço para se adaptar,

particularmente por meio de: conservação de ecossistemas importantes; sistemas de

alerta rápido; gerenciamento de riscos na agricultura; estratégias de gestão de

inundações e secas; gestão costeira; e sistemas de vigilância para doenças.

Contudo, a eficácia desses esforços é superada por: falta de informação básica

e de sistemas de observação e monitoramento; falta de capacitação; falta de estruturas

políticas, institucionais e tecnológicas adequadas; baixa renda; e assentamentos

humanos em áreas vulneráveis, entre outros (IPCC, 2007). Diante disso o que ainda se

percebe é uma dificuldade no desenvolvimento da capacidade adaptativa nos países da

América Latina.

As estratégias de adaptação buscam diminuir os riscos apresentados pelas

diversas consequências da mudança climática. As medidas de adaptação podem ser

planejadas com antecedência ou criadas espontaneamente em resposta a um evento local

para se proteger contra a subida do nível do mar.

Espera-se que as mudanças climáticas modifiquem a frequência, intensidade e

duração dos eventos extremos em muitas regiões (Christensen et al. 2007). As

mudanças climáticas bem como a degradação ambiental estão avançando rapidamente e

já estão afetando muitas comunidades em países em desenvolvimento, como os da

América Latina.

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Na Argentina, uma vez identificados os impactos na região, foram utilizados

diferentes métodos de recuperação econômica, selecionados de acordo a cada caso,

principalmente nos métodos baseados nos custos (Sejenovich & Gallo Mendoza 1996).

De acordo com o CEPAL – Argentina (2014) a respeito das estratégias de

medidas de adaptação correspondente à margem do Rio da Prata, no que diz respeito às

inundações foi selecionada dois tipos de medidas de adaptação a fim de determinar seu

custo: construções de obras de defesa e relocação de assentamentos em zonas não

inundadas.

Um projeto piloto executado no Uruguai visou promover a implementação de

medidas de adaptação às alterações climáticas no setor dos recursos costeiros, um setor

particularmente vulnerável aos efeitos adversos da mudança do clima e inclui as

comunidades que vivem no litoral.

Este projeto permitiu internalizar o conceito de adaptação entre os gestores

locais, através de ações concretas coordenadas com todos os governos estaduais

costeiros. Entre as medidas de adaptação implementadas pelo projeto incluem os

relacionados com a recuperação dos serviços dos ecossistemas, como a reconstrução e

conservação do ecossistema de dunas. Essas ações são consideradas altamente

relevantes para a melhoria da qualidade das praias e ecossistemas costeiros.

Por sua vez, essas ações favorecem o amortecimento e dissipação da energia

das ondas durante os eventos climáticos extremos e, assim, contribuir para reduzir a

vulnerabilidade da zona costeira contra as alterações climáticas.

De acordo com o Programa de Medidas Gerais de Mitigação e Adaptação das

Mudanças Climáticas no Uruguai (2002), a gestão costeira integrada, o monitoramento

e as áreas costeiras degradadas foram abordados as seguintes ações:

I. Promover a gestão de forma integrada da zona costeira baseada na coordenação

das diversas agências e as suas responsabilidades, a partir da análise da

vulnerabilidade da zona costeira às mudanças climáticas;

II. Estabelecer um sistema de monitoramento sistemático da evolução de ressacas e

perfis de praias para complementar as medições do nível do mar e os recursos

bióticos;

III. Estudar as áreas costeiras degradadas com a finalidade de aportar as soluções

necessárias para superar os problemas atuais destas zonas e os futuros impactos

das mudanças climáticas nas praias.

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Um exemplo de uma adaptação à degradação ambiental e à mudança climática

muito bem-sucedida é o caso de replantio de mangue no litoral de Honduras onde a

vegetação de uma estreita faixa de terra ao longo do litoral era removida para ser usada

como lenha e para abrir espaço para casas e outros fins ocasionando uma significativa

erosão costeira. Isto expôs as comunidades aos impactos de marés meteorológicas e

furações (CEDRA, 2009).

Além disso, moradias, infraestrutura e meios de sobrevivência estão sendo

perdidos com resultado. Os suprimentos de água foram afetados, causando impacto na

saúde das pessoas. Embora esta degradação ambiental tivesse sido reconhecida há muito

tempo, foi somente com a utilização de ferramentas participativas comunitárias que a

natureza e a escala da ameaça foram claramente definidas. Os mangues, então, foram

replantados por pequenos grupos de vizinhos e familiares para proteger o litoral de

Honduras contra uma erosão maior e criar uma barreira contra as marés meteorológicas

(CEDRA, 2009).

Os planos contra as mudanças climáticas na América Latina começam a se

transformar em legislação concreta, afirma o estudo da Globe International, que reúne

parlamentares de mais de 80 países comprometidos com a publicação de leis para

aproveitar racionalmente os recursos do planeta. Dentre os avanços legislativos de

alguns dos países latino-americanos temos:

I. México: Anuncia a adoção da estratégia nacional de mudança climática, que

enfoca na redução de emissões e políticas públicas climáticas em vários setores

da sociedade;

II. Costa Rica: O congresso adota a lei da mudança climática, que garante que a

matéria seja ensinada em escolas de forma obrigatória. Um decreto ministerial

cria os mercados de carbono voluntários;

III. Equador: Estratégia nacional da mudança climática entre os setores da

sociedade. O Plano Nacional de Viver Bem estimula o desenvolvimento

sustentável;

IV. Bolívia: A Lei da Terra Mãe é uma ampla reformulação da gestão nacional dos

recursos naturais, do clima e do ecossistema;

V. El Salvador: Se adota a estratégia nacional da mudança climática para reduzir o

impacto social e econômico, fruto do aquecimento global.

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A região de Eje Cafetero na Colômbia e de outros departamentos da região

Andina têm mostrado uma capacidade muito baixa para se adaptar aos impactos das

mudanças climáticas em comparação com outras regiões país (IDEAM, 2010).

A adaptação às mudanças climáticas no Peru consiste no processo de ajuste a

condições climáticas atuais ou esperadas e os seus efeitos. A aplicação das capacidades

adaptativas é um processo que demanda recursos, mas se estes não forem

implementados, os custos dos impactos poderia até mesmo ultrapassar essas medidas de

adaptação.

As mudanças climáticas apresenta uma série de desafios para o Peru,

vinculados principalmente para reduzir a vulnerabilidade, com isso a gestão das

mudanças climáticas integrada se torna necessária no planejamento do desenvolvimento

e as decisões de investimento do país (MINAM, 2012).

Segundo os estudos do Ministério do Ambiente MINAM (2012) existem

diferentes mecanismos de adaptação, entre os mais utilizados no Peru são:

I. Orçamento público;

II. Projetos de investimento público, considerando a gestão de riscos no contexto

das mudanças climáticas;

III. Instituições multilaterais provedoras de fundos de desenvolvimento, e

IV. Cooperação bilateral.

Como fortalecimento das capacidades locais para adaptação às alterações

climáticas surge um projeto regional, que abrange três estados centro-americanos:

Nicarágua, Honduras e El Salvador.

O intuito deste projeto é conhecer mais sobre a vulnerabilidade e o impacto

potencial das alterações climáticas, e desenvolver capacidades locais de adaptação à

realidade das mudanças climáticas no Golfo de Fonseca. Com isso o grande objetivo é

contribuir para a redução do risco de catástrofes nesta zona, fortalecendo neste caso as

capacidades locais de adaptação às mudanças climáticas e mitigação de emissões de

CO2 no Golfo de Fonseca.

A ação propõe introduzir uma nova abordagem, baseada em projeções

científicas e econômicas sobre a vulnerabilidade da região, que apoia o desenho e

implementação de planos de ação, a tomada de decisões adequadas e o estabelecimento

de prioridades em termos de respostas adaptativas aos efeitos da mudança climática,

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particularmente em comunidades mais ameaçadas. Dentre as estratégias a serem

desenvolvidas incluem:

I. Reforço das capacidades institucionais para a observação e interpretação dos

fenômenos climáticos;

II. Sensibilização do setor empresarial relativamente a esta temática;

III. Atualização de mapas de risco;

IV. Validação e promoção de sistemas de incentivos financeiros e não financeiros

para a adoção de práticas tecnológicas de produção;

V. Validação de sistemas de alerta precoce;

VI. Campanhas de reflorestamento dos mangues.

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www.maplecroft.com/portfolio/climate_change/index_analysis/2010/ccvi_2010