subjetividade e engenharia

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  Nome: Thays Oliveira Costa Curso: Engenharia Civil Disciplina: Psicologia Professor(a): May Guimarã es A Subjetividade e a Construção Civil A subjetividade permeia o dia-a-dia das pessoas sem que estas, em sua maioria, consigam perceber a influência que exerce em sua vida, em seu comportamento e relacionamento com o outro. Entrar no mercado de trabalho configura, além da garantia de um salário, a conquista de uma identidade social pela qual o reconhecimento surge, possibilitando ao individuo pertencer a uma comunidade, a um mundo cultural e nele definir um “lugar ao sol”. Muito além de aspectos fisiológicos e biológicos, o indivíduo dotado de suas capacidades mentais normais, possui formas distintas de transformar o seu meio e também o seu trabalho, ou então ser modificado por ele, dependendo do nível de sublimação a que se submete. Em qualquer período histórico considerado, as relações sociais estabelecidas na esfera do trabalho são produtoras de vivências. Com isso, as condições objetivas de trabalho contribuem para o desenvolvimento de subjetividades. Na construção civil, a consciência do que é subjetividade é de extrema importância. É essencial para o profissional da área, principalmente os engenheiros civis e técnicos, dominar o raciocínio para ter sequência lógica e não se perder em meio a tantos detalhes numéricos e construtivos, assim como é imprescindível ter sempre bom senso. Além disso, o profissional deve se conhecer muito para poder interagir bem com pessoas de diferentes tipos todos os dias, delegar funções adequadamente, traçar metas de organização, entre outros, para ter uma boa produtividade. Porém, se não houver controle, a área pode ser bastante desgastante e contribuir para a supressão da subjetividade, o que é um dos produtos da nova lógica capitalista que inaugurou a centralidade do trabalho na vida de homens e mulheres ao redor do mundo. Aponta-se, há várias décadas, para os custos humanos advindos de uma racionalidade puramente instrumental que percebe o trabalhador como instrumento, deixando de lado a dimensão humana, psicológica e, muitas vezes, social do mesmo. As empresas, ainda hoje, concebem o ser humano como um “recurso” para obtenção de seus objetivos, retirando do mesmo sua capacidade de criar, recriar, enfim de transformar o ambiente no qual se insere. Não há tempo para se pensar e refletir no que se está fazendo. Fica evidente a interferência do trabalho na vida pessoal e a distância infinitesimal ou a inexistência do tempo de trabalhar e tempo de viver a vida. Em outras palavras, para assumir o papel exigido pela empresa, um processo de despersonificação é iniciado pelo indivíduo para que o exercício da função proposta pela empresa seja cumprido, gerando assim um comportamento modelado e adaptado. Pode-se considerar que a perda ou anulação da subjetividade pode afetar a saúde do trabalhador, gerando principalmente ansiedade e/ou insatisfação.

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5/17/2018 Subjetividade e Engenharia - slidepdf.com

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Nome: Thays Oliveira Costa

Curso: Engenharia CivilDisciplina: Psicologia

Professor(a): May Guimarães 

A Subjetividade e a Construção Civil

A subjetividade permeia o dia-a-dia das pessoas sem que estas, em sua maioria,

consigam perceber a influência que exerce em sua vida, em seu comportamento e

relacionamento com o outro. Entrar no mercado de trabalho configura, além da garantia

de um salário, a conquista de uma identidade social pela qual o reconhecimento surge,

possibilitando ao individuo pertencer a uma comunidade, a um mundo cultural e nele

definir um “lugar ao sol”. Muito além de aspectos fisiológicos e biológicos, o indivíduo

dotado de suas capacidades mentais normais, possui formas distintas de transformar o seu

meio e também o seu trabalho, ou então ser modificado por ele, dependendo do nível de

sublimação a que se submete. Em qualquer período histórico considerado, as relações

sociais estabelecidas na esfera do trabalho são produtoras de vivências. Com isso, as

condições objetivas de trabalho contribuem para o desenvolvimento de subjetividades.

Na construção civil, a consciência do que é subjetividade é de extrema

importância. É essencial para o profissional da área, principalmente os engenheiros civis e

técnicos, dominar o raciocínio para ter sequência lógica e não se perder em meio a tantosdetalhes numéricos e construtivos, assim como é imprescindível ter sempre bom senso.

Além disso, o profissional deve se conhecer muito para poder interagir bem com pessoas

de diferentes tipos todos os dias, delegar funções adequadamente, traçar metas de

organização, entre outros, para ter uma boa produtividade.

Porém, se não houver controle, a área pode ser bastante desgastante e contribuir

para a supressão da subjetividade, o que é um dos produtos da nova lógica capitalista que

inaugurou a centralidade do trabalho na vida de homens e mulheres ao redor do mundo.

Aponta-se, há várias décadas, para os custos humanos advindos de uma racionalidade

puramente instrumental que percebe o trabalhador como instrumento, deixando de ladoa dimensão humana, psicológica e, muitas vezes, social do mesmo. As empresas, ainda

hoje, concebem o ser humano como um “recurso” para obtenção de seus objetivos,

retirando do mesmo sua capacidade de criar, recriar, enfim de transformar o ambiente no

qual se insere. Não há tempo para se pensar e refletir no que se está fazendo. Fica

evidente a interferência do trabalho na vida pessoal e a distância infinitesimal ou a

inexistência do tempo de trabalhar e tempo de viver a vida. Em outras palavras, para

assumir o papel exigido pela empresa, um processo de despersonificação é iniciado pelo

indivíduo para que o exercício da função proposta pela empresa seja cumprido, gerando

assim um comportamento modelado e adaptado. Pode-se considerar que a perda ouanulação da subjetividade pode afetar a saúde do trabalhador, gerando principalmente

ansiedade e/ou insatisfação.

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