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B4 | CIDADES | SEXTA-FEIRA, 5 DE SETEMBRO DE 2014 Folha de Alphaville Segurança Número de ocorrências diminuiu no bairro, mas tipo de crimes é preocupante para as autoridades A reunião do Conselho Co- munitário de Segurança de Alphaville e Tamboré de Ba- rueri (Conseg), que aconteceu na última quarta (3), revelou dados preocupantes sobre os tipos de crimes que vêm sido cometidos na região. Estiveram presentes o se- cretário de Transporte e Mobili- dade Urbana, João Amâncio; o capitão Theodoro, comandante da 5ª Cia da Polícia Militar; a presidente do Conseg, Gislane Gandra; o delegado do 2º DP de Barueri, Alexandre Palermo, e o supervisor Stramantino, re- presentando a Guarda Munici- pal Comunitária de Barueri. De acordo com informações disponibilizadas pelos agen- tes de segurança, os números referentes à criminalidade di- minuíram – de 42 para 35 os casos de furtos de veículos de agosto de 2013 para o mesmo mês de 2014; de 94 para 34 os casos de roubo a transeuntes, de 5 para 0 em roubo de carga e de 15 para 8 em roubos de veí- culos (os dados englobam toda a região atendida pela 5ª Cia.) –, mas a natureza do crime tem assustado as autoridades. Foi em agosto que os novos casos de furto e invasão a resi- denciais verticais aconteceram. Segundo o delegado Palermo, foram dois os casos, mas ape- nas um boletim de ocorrência (BO) foi registrado. “O primei- ro caso temos ciência por con- ta do relatório da Associação Residencial e Empresarial Al- phaville (Area). Aconteceu no dia 22 de agosto, quando dois indivíduos tentaram arrombar um apartamento na alameda Itapecuru. O morador flagrou os criminosos e eles fugiram. O segundo, no dia 28, teve BO re- gistrado. Aconteceu às 10h30. Dois indivíduos entraram em um prédio na alameda Grajaú e furtaram dois apartamentos de senhoras que estavam via- jando.” Os relatórios da Area e do 2º DP mostram que ambas ocorrências foram consequên- cia de falha na segurança dos prédios. No primeiro caso, o porteiro deixou a mulher en- carregada da faxina para tomar conta da portaria e, no segun- do, a portaria recebeu uma ligação de uma pessoa que se passou por morador. “Ele ligou e, se dizendo morador, liberou a entrada de dois rapazes. O encarregado da portaria então liberou os criminosos.” Invasões a casas e prédios e sequestros alarmam Alpha AUTORIDADES. Da esq., Capitão Theo- doro, Gislane, dr. Palermo e supervisor Stramantino É preciso criar grupo para propor reforma legislativa, porque temos enxugado gelo” Alexandre Palermo Delegado, sobre problema de impunidade Fotos: Sandro Almeida / Folha de Alphaville Ana Carolina Pereira repor [email protected] Também relacionados a furto e invasão a resi- dências, outro crime que preocupa os moradores é a reincidência de invasão a ca- sas no Residencial Villa Ve- lha, em Santana de Parnaíba. No dia 17 de junho, a casa do morador Gutho Galiano foi in- vadida e furtada enquanto a família estava fora. Na segun- da ação dos bandidos, na terça (2), o caso foi ainda pior por- que na casa estava presente a empregada doméstica, que foi amarrada em uma beliche. Es- pecula-se que o bandido tenha cortado uma cerca de arame e pulado o muro do condomí- nio. Ele fugiu levando joias e um videogame. A polícia fez e segue fazendo buscas no lo- cal, mas a falta de câmeras no condomínio e ao redor dele dificulta a investigação. Gutho conta que depois do furto de sua casa, o condomínio não considerou aumentar a segu- rança, mas agora o desenrolar da história deve ser diferente. Procurada pela reportagem, a administração do Villa Velha não quis se manifestar sobre o tema. Sequestros Considerados crimes que fogem à normalidade do bair- ro, de fácil cometimento e de difícil esclarecimento, os se- questros, que infelizmente têm se tornado mais frequentes no bairro, alertam para a necessi- dade de mudança de compor- tamento de moradores e tran- seuntes em Alphaville: o bairro é mais visado e não mais tão seguro como antes. No dia 1º, de acordo com boletim de ocorrência regis- trado, dois homens – de 28 e 29 anos de idade – foram abordados quando pararam para comprar sorvete, cada um em um carro, em uma banca de jornal localizada em frente ao Residencial 4 e ao lado do Tamboré 3. Eles foram abordados por três criminosos quando estavam indo embora. Os amigos fo- ram levados a agências ban- cárias para efetuar saques e para fazer compras em um shopping em Osasco. Três horas depois, os reféns fo- ram libertados em Alphavil- le. O trio fugiu em um BMW, um dos carros das vítimas. O outro veículo, um Hyundai Veloster, foi devolvido. Até o momento, os criminosos não foram encontrados e a inves- tigação está sendo feita. Dois dias depois, ao chegar a uma academia em Alphavil- le, um morador foi surpreendi- do por bandidos que o levaram a uma agência bancária em Itapevi para sacar cerca de R$ 2 mil. Felizmente, o sequestrado conseguiu fazer um sinal para o vigia do banco, que imediata- mente acionou a polícia. Dois criminosos foram presos e um terceiro bandido conseguiu fu- gir com R$ 1.500. Na reunião do Conseg, o delegado aproveitou para apresentar Cassio Borba, o novo investigador-chefe que acompanhará os casos que chegam ao 2º DP. Borba tem mais de 25 anos de experiência policial e, acompanhado de mais três novos investigado- res, chegou justamente para dar mais atenção aos crimes mais difíceis de resolver. Mal chegou e o investigador já resolveu um antigo caso de homicídio em Barueri. A ex- pectativa de sua parceria com Palermo é a melhor possível. ONDA DE SEQUESTROS. Foi na banca de jornal que o sequestro relâmpago de dois amigos aconteceu no dia 1º. Eles foram levados a Osasco para compras e liberados três horas depois. No dia 3, um homem foi abordado ao chegar a uma academia. Um vigia de banco percebeu a ação. INVASÕES. É a segunda vez que o condomínio Vila Velha, em Parnaíba, é invadido. Na primeira vez, em julho, a família não estava em casa. Na segunda invasão, a uma casa diferente, a empre- gada doméstica foi rendida e amarrada a uma beliche. O criminoso levou joias e um videogame. 64 PORCENTO É a diminuição registrada no número de roubos em Barueri em comparação entre os meses de agosto de 2013 e 2014 Alphaville ainda está bem aquém, em criminali- dade, de outros bairros de Barueri” Superior Stramantino Da GMC DICA DE APP O Governo Federal liberou a consulta de número de RG, nomes e placas de veículos em seu sistema. Por meio do aplicativo Sinesp Cidadão, é possível consultar antecedentes criminais de pessoas físicas e situação de veículos. Ao observar um motorista agindo de maneira suspeita, o cidadão pode checar se trata-se de um carro roubado ou regular. Caso o veículo seja fruto de roubo, o cidadão é instruído a afastar-se do veículo e acionar o 190. O APP é gratuito. Barueri adquire novas armas não letais COMBATE. Guarda Civil está munida de gás de pimenta e arma de choque Dois automóveis tipo sedã, duas motocicletas, um ônibus adaptado para moni- toramento, 75 espargidores de agente lacrimogêneo (gás de pimenta) e 50 armas de condutividade elétrica (ACE) são alguns dos equipamen- tos cedidos pelo Governo Federal para a cidade de Ba- rueri por meio do programa “Crack, é Possível Vencer”. De acordo com Gilberto Pereira de Brito, secretário de Assuntos de Segurança, o município aderiu ao progra- ma em abril deste ano e esta nova aquisição fará toda a di- ferença no combate ao tráfico e ajuda a usuários. “Antes, tí- nhamos apenas duas formas de defesa para a comunidade e dos próprios guardas civis: porrada e tiro. Com o uso de arma não letal, utilizamos a força progressiva.” As armas não serão usadas exclusivamente no combate ao uso da droga, mas em ou- tras ocorrências e apreensões. Julia Bernardo, gestora de projetos da Coordenado- ria da Juventude e Políticas sobre Drogas, da secretaria de Governo, explica que não existe uma “cracolândia” em Barueri, mas usuários espa- lhados pela cidade. Faz par- te dos objetivos do programa mapear o municípios para identificar os principais pon- tos de uso e venda da droga. Todo o equipamento re- cém-adquirido passará a ser utilizado nas ruas assim que a documentação que caracte- riza doação do governo seja regularizada, enquanto isso, as expectativas são altas. “Es- tamos cada vez mais buscan- do soluções que funcionem, para melhorar cada vez mais a cidade”, garante Brito. O munícipe pode denun- ciar uso de drogas ou tráfico pelo número 153.

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B4 | CIDADES | SEXTA-FEIRA, 5 DE SETEMBRO DE 2014 Folha de Alphaville

Segurança Número de ocorrências diminuiu no bairro, mas tipo de crimes é preocupante para as autoridades

Areunião do Conselho Co-munitário de Segurança

de Alphaville e Tamboré de Ba-rueri (Conseg), que aconteceu na última quarta (3), revelou dados preocupantes sobre os tipos de crimes que vêm sido cometidos na região.

Estiveram presentes o se-cretário de Transporte e Mobili-dade Urbana, João Amâncio; o capitão Theodoro, comandante da 5ª Cia da Polícia Militar; a presidente do Conseg, Gislane Gandra; o delegado do 2º DP de Barueri, Alexandre Palermo, e o supervisor Stramantino, re-presentando a Guarda Munici-pal Comunitária de Barueri.

De acordo com informações disponibilizadas pelos agen-tes de segurança, os números referentes à criminalidade di-minuíram – de 42 para 35 os casos de furtos de veículos de agosto de 2013 para o mesmo mês de 2014; de 94 para 34 os casos de roubo a transeuntes, de 5 para 0 em roubo de carga e de 15 para 8 em roubos de veí-culos (os dados englobam toda a região atendida pela 5ª Cia.) –, mas a natureza do crime tem assustado as autoridades.

Foi em agosto que os novos casos de furto e invasão a resi-denciais verticais aconteceram. Segundo o delegado Palermo, foram dois os casos, mas ape-nas um boletim de ocorrência (BO) foi registrado. “O primei-ro caso temos ciência por con-ta do relatório da Associação Residencial e Empresarial Al-phaville (Area). Aconteceu no dia 22 de agosto, quando dois indivíduos tentaram arrombar um apartamento na alameda Itapecuru. O morador fl agrou os criminosos e eles fugiram. O segundo, no dia 28, teve BO re-gistrado. Aconteceu às 10h30. Dois indivíduos entraram em um prédio na alameda Grajaú e furtaram dois apartamentos de senhoras que estavam via-jando.”

Os relatórios da Area e do 2º DP mostram que ambas ocorrências foram consequên-cia de falha na segurança dos prédios. No primeiro caso, o porteiro deixou a mulher en-carregada da faxina para tomar conta da portaria e, no segun-do, a portaria recebeu uma ligação de uma pessoa que se passou por morador. “Ele ligou e, se dizendo morador, liberou a entrada de dois rapazes. O encarregado da portaria então liberou os criminosos.”

Invasões a casas e prédiose sequestros alarmam Alpha

AUTORIDADES. Da esq., Capitão Theo-doro, Gislane, dr. Palermo e supervisor Stramantino

É preciso criar grupo para propor reforma legislativa, porque temos enxugado gelo”Alexandre PalermoDelegado, sobre problema de impunidade

Fotos: Sandro Almeida / Folha de Alphaville

Ana Carolina [email protected]

Também relacionados a furto e invasão a resi-dências, outro crime que preocupa os moradores é a reincidência de invasão a ca-sas no Residencial Villa Ve-lha, em Santana de Parnaíba. No dia 17 de junho, a casa do morador Gutho Galiano foi in-vadida e furtada enquanto a família estava fora. Na segun-da ação dos bandidos, na terça (2), o caso foi ainda pior por-que na casa estava presente a empregada doméstica, que foi amarrada em uma beliche. Es-pecula-se que o bandido tenha cortado uma cerca de arame e pulado o muro do condomí-nio. Ele fugiu levando joias e

um videogame. A polícia fez e segue fazendo buscas no lo-cal, mas a falta de câmeras no condomínio e ao redor dele difi culta a investigação. Gutho conta que depois do furto de sua casa, o condomínio não considerou aumentar a segu-rança, mas agora o desenrolar da história deve ser diferente. Procurada pela reportagem, a administração do Villa Velha não quis se manifestar sobre o tema.

SequestrosConsiderados crimes que

fogem à normalidade do bair-ro, de fácil cometimento e de difícil esclarecimento, os se-questros, que infelizmente têm se tornado mais frequentes no bairro, alertam para a necessi-dade de mudança de compor-tamento de moradores e tran-seuntes em Alphaville: o bairro é mais visado e não mais tão seguro como antes.

No dia 1º, de acordo com boletim de ocorrência regis-trado, dois homens – de 28 e 29 anos de idade – foram abordados quando pararam para comprar sorvete, cada um em um carro, em uma banca de jornal localizada em frente ao Residencial 4 e ao lado do Tamboré 3. Eles foram abordados por três criminosos quando estavam indo embora. Os amigos fo-ram levados a agências ban-cárias para efetuar saques e

para fazer compras em um shopping em Osasco. Três horas depois, os reféns fo-ram libertados em Alphavil-le. O trio fugiu em um BMW, um dos carros das vítimas. O outro veículo, um Hyundai Veloster, foi devolvido. Até o momento, os criminosos não foram encontrados e a inves-tigação está sendo feita.

Dois dias depois, ao chegar a uma academia em Alphavil-le, um morador foi surpreendi-do por bandidos que o levaram a uma agência bancária em Itapevi para sacar cerca de R$ 2 mil. Felizmente, o sequestrado conseguiu fazer um sinal para o vigia do banco, que imediata-

mente acionou a polícia. Dois criminosos foram presos e um terceiro bandido conseguiu fu-gir com R$ 1.500.

Na reunião do Conseg, o delegado aproveitou para apresentar Cassio Borba, o novo investigador-chefe que acompanhará os casos que chegam ao 2º DP. Borba tem mais de 25 anos de experiência policial e, acompanhado de mais três novos investigado-res, chegou justamente para dar mais atenção aos crimes mais difíceis de resolver. Mal chegou e o investigador já resolveu um antigo caso de homicídio em Barueri. A ex-pectativa de sua parceria com Palermo é a melhor possível.

ONDA DE SEQUESTROS. Foi na banca de jornal que o sequestro relâmpago de dois amigos aconteceu no dia 1º. Eles foram levados a Osasco para compras e liberados três horas depois. No dia 3, um homem foi abordado ao chegar a uma academia. Um vigia de banco percebeu a ação.

INVASÕES. É a segunda vez que o condomínio Vila Velha, em Parnaíba, é invadido. Na primeira vez, em julho, a família não estava em casa. Na segunda invasão, a uma casa diferente, a empre-gada doméstica foi rendida e amarrada a uma beliche. O criminoso levou joias e um videogame.

64PORCENTOÉ a diminuição registrada no número de roubos em Barueri em comparação entre os meses de agosto de 2013 e 2014

Alphaville ainda está bem aquém, em criminali-dade, de outros bairros deBarueri” Superior StramantinoDa GMC

DICA DE APP

O Governo Federal liberou a consulta de número de RG, nomes e placas de veículos em seu sistema. Por meio do aplicativo Sinesp Cidadão, é possível consultar antecedentes criminais de pessoas físicas e situação de veículos. Ao observar um motorista agindo de maneira suspeita, o cidadão pode checar se trata-se de um carro roubado ou regular. Caso o veículo seja fruto de roubo, o cidadão é instruído a afastar-se do veículo e acionar o 190. O APP é gratuito.

Barueri adquire novas armas não letais

COMBATE. Guarda Civil está munida de gás de pimenta e arma de choque

Dois automóveis tipo sedã, duas motocicletas, um ônibus adaptado para moni-toramento, 75 espargidores de agente lacrimogêneo (gás de pimenta) e 50 armas de condutividade elétrica (ACE) são alguns dos equipamen-tos cedidos pelo Governo Federal para a cidade de Ba-rueri por meio do programa “Crack, é Possível Vencer”.

De acordo com Gilberto Pereira de Brito, secretário

de Assuntos de Segurança, o município aderiu ao progra-ma em abril deste ano e esta nova aquisição fará toda a di-ferença no combate ao tráfi co e ajuda a usuários. “Antes, tí-nhamos apenas duas formas de defesa para a comunidade e dos próprios guardas civis: porrada e tiro. Com o uso de arma não letal, utilizamos a força progressiva.”

As armas não serão usadas exclusivamente no combate

ao uso da droga, mas em ou-tras ocorrências e apreensões.

Julia Bernardo, gestora de projetos da Coordenado-ria da Juventude e Políticas sobre Drogas, da secretaria de Governo, explica que não existe uma “cracolândia” em Barueri, mas usuários espa-lhados pela cidade. Faz par-te dos objetivos do programa mapear o municípios para identifi car os principais pon-tos de uso e venda da droga.

Todo o equipamento re-cém-adquirido passará a ser utilizado nas ruas assim que a documentação que caracte-riza doação do governo seja regularizada, enquanto isso, as expectativas são altas. “Es-tamos cada vez mais buscan-do soluções que funcionem, para melhorar cada vez mais a cidade”, garante Brito.

O munícipe pode denun-ciar uso de drogas ou tráfi co pelo número 153.