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. 1 STM 1 Ética e moral. ................................................................................................................................... 1 2 Ética, princípios e valores. ............................................................................................................... 9 3 Ética e democracia: exercício da cidadania. .................................................................................. 11 4 Ética e função pública. ................................................................................................................... 14 5 Ética no setor público. 5.1 Lei nº 8.429/1992 e suas alterações: disposições gerais; atos de improbidade administrativa. 5.2 Código de Ética dos Servidores da Justiça Militar da União aprovado pela Resolução STM nº 159/2009 e suas alterações. ................................................................................... 17 Candidatos ao Concurso Público, O Instituto Maximize Educação disponibiliza o e-mail [email protected] para dúvidas relacionadas ao conteúdo desta apostila como forma de auxiliá-los nos estudos para um bom desempenho na prova. As dúvidas serão encaminhadas para os professores responsáveis pela matéria, portanto, ao entrar em contato, informe: - Apostila (concurso e cargo); - Disciplina (matéria); - Número da página onde se encontra a dúvida; e - Qual a dúvida. Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhá-las em e-mails separados. O professor terá até cinco dias úteis para respondê-la. Bons estudos! 1395196 E-book gerado especialmente para EDUARDO MACHADO RAMOS

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STM

1 Ética e moral. ................................................................................................................................... 1 2 Ética, princípios e valores. ............................................................................................................... 9 3 Ética e democracia: exercício da cidadania. .................................................................................. 11 4 Ética e função pública. ................................................................................................................... 14 5 Ética no setor público. 5.1 Lei nº 8.429/1992 e suas alterações: disposições gerais; atos de

improbidade administrativa. 5.2 Código de Ética dos Servidores da Justiça Militar da União aprovado pela Resolução STM nº 159/2009 e suas alterações. ................................................................................... 17

Candidatos ao Concurso Público,

O Instituto Maximize Educação disponibiliza o e-mail [email protected] para dúvidas

relacionadas ao conteúdo desta apostila como forma de auxiliá-los nos estudos para um bom

desempenho na prova.

As dúvidas serão encaminhadas para os professores responsáveis pela matéria, portanto, ao entrar

em contato, informe:

- Apostila (concurso e cargo);

- Disciplina (matéria);

- Número da página onde se encontra a dúvida; e

- Qual a dúvida.

Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhá-las em e-mails separados. O

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Caro(a) candidato(a), antes de iniciar nosso estudo, queremos nos colocar à sua disposição, durante

todo o prazo do concurso para auxiliá-lo em suas dúvidas e receber suas sugestões. Muito zelo e técnica foram empregados na edição desta obra. No entanto, podem ocorrer erros de digitação ou dúvida conceitual. Em qualquer situação, solicitamos a comunicação ao nosso serviço de atendimento ao cliente para que possamos esclarecê-lo. Entre em contato conosco pelo e-mail: professores @maxieduca.com.br

Ética: Ética é uma palavra de origem grega – ethos – que significa caráter. Diferentes filósofos tentaram conceituar o termo ética: Sócrates ligava-o à felicidade de tal sorte que afirmava que a ética conduzia à felicidade, uma vez que

o seu objetivo era preparar o homem para o autoconhecimento, conhecimento esse que constitui a base do agir ético.

A ética socrática prevê a submissão do homem e da sua ética individual à ética coletiva que pode ser traduzida como a obediência às leis.

Para Platão a ética está intimamente ligada ao conhecimento dado que somente se pode agir com

ética quando se conhece todos os elementos que caracterizam determinada situação posto que somente assim, poderá o homem alcançar a justiça.

Para José Renato Nalini1 “ética é a ciência do comportamento moral dos homens em sociedade.2 É

uma ciência, pois tem objeto próprio, leis próprias e método próprio, na singela identificação do caráter científico de um determinado ramo do conhecimento.3 O objeto da Ética é a moral. A moral é um dos aspectos do comportamento humano. A expressão moral deriva da palavra romana mores, com o sentido de costumes, conjunto de normas adquiridas pelo hábito reiterado de sua prática.

Com exatidão maior, o objeto da ética é a moralidade positiva, ou seja, "o conjunto de regras de

comportamento e formas de vida através das quais tende o homem a realizar o valor do bem".4 A distinção conceitual não elimina o uso corrente das duas expressões como intercambiáveis. A origem etimológica de Ética é o vocábulo grego "ethos", a significar "morada", "lugar onde se habita". Mas também quer dizer "modo de ser" ou "caráter". Esse "modo de ser" é a aquisição de características resultantes da nossa forma de vida. A reiteração de certos hábitos nos faz virtuosos ou viciados. Dessa forma, "o ethos é o caráter impresso na alma por hábito".5”

Perla Müller6 explica vários aspectos da ética, quais sejam: ética especulativa que é aquela que busca responder, de forma não definitiva, indagações acerca da moral e de seus princípios de sorte que, utilizando-se de investigação teórica é possível à ética explicar algumas realidades sociais.

Para a mesma, a ética é ainda pedagogia do espírito, posto que é o estudo dos ideais da educação moral. A ética pode ser vista também como a medida que o indivíduo toma de si, portanto, é pessoal e voluntária.

Em suma: “ser ético significa conhecer e cumprir o dever; a ética é a condição que possibilita o

conhecimento do dever. O ‘dever’ repousa, antes de qualquer coisa, no reconhecimento da necessidade de respeitar a todos como fins em si mesmos e não como meios para qualquer outro objetivo”.

A ética guarda estreita relação com a moral e os princípios, porém com esses não se confunde. A ética é a ciência que busca estudar a melhor forma de convívio humano. No convívio social se faz

necessário a obediência de certas normas que visam impedir conflitos e promover a paz social, essas são as normas éticas.

1 NALINI, José Renato. Conceito de Ética. Disponível em: www.aureliano.com.br/downloads/conceito_etica_nalini.doc. 2 ADOLFO SÁNCHEZ V ÁZQUEZ, Ética, p. 12. Para o autor, Ética seria a teoria ou ciência do comportamento moral dos homens em sociedade. 3 Ciência, recorda MIGUEL REALE, é termo que "pode ser tomado em duas acepções fundamentais distintas: a) como 'todo conjunto de conhecimentos ordenados coerentemente segundo princípios'; b) como 'todo conjunto de conhecimentos dotados de certeza por se fundar em relações objetivas, confirmadas por métodos de verificação definida, suscetível de levar quantos os cultivam a conclusões ou resultados concordantes'" (Fílosofia do direito, p. 73, ao citar o Vocabulaire de Ia phílosophie, de LALANDE). 4 EDUARDO GARCÍA MÁYNEZ, Ética - Ética empírica. Ética de bens. Ética formal. Ética valorativa, p. 12. 5 ADELA CORTINA, Ética aplicada y democracia radical, p. 162. 6 MÜLLER, Perla. Noções de Ética no Serviço Público. Salvador: Jus Podivm, 2014.

1 Ética e moral.

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Toda sociedade possui preceitos éticos e esses baseiam-se nos valores e princípios dessa mesma sociedade e influenciam a formação do caráter individual do ser humano que nessa convive.

Os valores de uma sociedade são baseados no chamado senso comum, ou seja, nos conceitos aceitos e sentidos por um número indeterminado de pessoas.

Quando se fala em valores, necessariamente deve-se tratar de juízo de aprovação ou reprovação, ou seja, para determinada sociedade um comportamento pode ser tido como bom e, portanto, aprovado, enquanto outro é reprovado por ser considerado ruim.

O ser humano é influenciado por esses valores estabelecidos no meio social em que convive de sorte que passa a adotá-los ainda que inconscientemente. Contudo, para agir com ética é preciso que o homem reflita sobre seus passos, de forma a adotar determinado comportamento porque, após a devida reflexão, considerou-o justo. Não existe ética onde há ausência de pensamento.

Tem-se como valores éticos aqueles sobre os quais o homem exerceu atividade intelectual. Ao estabelecer juízo de valores sobre determinadas situações ou coisas o homem está atribuindo a essas conceitos morais.

A moral, portanto, é o fator que determina se algo é bom ou ruim. Pertence à ética mas, com essa não se confunde, haja vista que a ética tem como objeto de estudo o comportamento humano em sua forma mais abrangente e a moral é uma expressão dos valores humanos, ou seja, quando o homem classifica algo como bom ou como ruim, está expressando seus valores. São esses valores que vão pautar seu comportamento.

Os atos morais possuem dois aspectos, quais sejam: o aspecto normativo que se traduz nas normas e imperativos que revelam o dever ser e o aspecto factual que é a aplicação dessas normas no convívio social.

Os princípios são as regras de boa conduta, ou seja, são os conceitos estabelecidos que regem o comportamento humano por serem aceitos como bons, portanto, refletem a moral social.

Características da Ética: . Imutabilidade: a mesma ética de séculos atrás está vigente hoje; . Validade universal: no sentido de delimitar a diretriz do agir humano para todos os que vivem no

mundo. Não há uma ética conforme cada época, cultura ou civilização. A ética é uma só, válida para todos eternamente, de forma imutável e definitiva, por mais que possam surgir novas perspectivas a respeito de sua aplicação prática.

Para melhor compreensão, elencamos demais definições de Ética: - Ciência do comportamento adequado dos homens em sociedade, em consonância com a virtude. - Disciplina normativa, não por criar normas, mas por descobri-las e elucidá-las. Seu conteúdo mostra

às pessoas os valores e princípios que devem nortear sua existência. - Doutrina do valor do bem e da conduta humana que tem por objetivo realizar este valor. - Saber discernir entre o devido e o indevido, o bom e o mau, o bem e o mal, o correto e o incorreto, o

certo e o errado. - Fornece as regras fundamentais da conduta humana. Delimita o exercício da atividade livre. Fixa os

usos e abusos da liberdade. - Doutrina do valor do bem e da conduta humana que o visa realizar. “Em seu sentido de maior amplitude, a Ética tem sido entendida como a ciência da conduta humana

perante o ser e seus semelhantes. Envolve, pois, os estudos de aprovação ou desaprovação da ação dos homens e a consideração de valor como equivalente de uma medição do que é real e voluntarioso no campo das ações virtuosas”7.

Podemos dizer, de um modo geral, que ética é o conhecimento que oferta ao homem critérios para a eleição da melhor conduta, tendo em conta o interesse de toda a comunidade humana.8

Perla Müller disponibilizou um quadro – resumo sobre Ética:9

7 SÁ, Antônio Lopes de. Ética profissional. 9ª. ed. São Paulo: Atlas, 2010. 8 ALMEIDA, Guilherme de Assis; CHRISTMANN, Martha Ochsenhofer. Ética e direito: uma perspectiva integrada. 3ª edição, São Paulo: Atlas, 2009, p.4. 9 BORTOLETO, Leandro; e MÜLLER, Perla. Noções de Ética no Serviço Público. Salvador: Editora Jus Podivm, 2014, p. 15.

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ÉTICA

Ethos (grego): caráter, morada do ser;

Disciplina filosófica (parte da filosofia);

Os fundamentos da moralidade e princípios ideais da ação humana;

Ponderação da ação, intenção e circunstâncias sob o manto da liberdade;

Teórica, universal (geral), especulativa, investigativa;

Fornece os critérios para eleição da melhor conduta.

Ética e Moral: Entre os elementos que compõem a Ética, destacam-se a Moral e o Direito. Assim, a Moral não é a

Ética, mas apenas parte dela. Neste sentido, Moral vem do grego Mos ou Morus, referindo-se exclusivamente ao regramento que determina a ação do indivíduo.

Assim, Moral e Ética não são sinônimos, não apenas pela Moral ser apenas uma parte da Ética, mas principalmente porque enquanto a Moral é entendida como a prática, como a realização efetiva e cotidiana dos valores; a Ética é entendida como uma “filosofia moral”, ou seja, como a reflexão sobre a moral. Moral é ação, Ética é reflexão.

Em resumo: - Ética - mais ampla - filosofia moral – reflexão; - Moral - parte da Ética - realização efetiva e cotidiana dos valores – ação. No início do pensamento filosófico não prevalecia real distinção entre Direito e Moral, as discussões

sobre o agir ético envolviam essencialmente as noções de virtude e de justiça, constituindo esta uma das dimensões da virtude. Por exemplo, na Grécia antiga, berço do pensamento filosófico, embora com variações de abordagem, o conceito de ética aparece sempre ligado ao de virtude.

O descumprimento das diretivas morais gera sanção, e caso ele se encontre transposto para uma norma jurídica, gera coação (espécie de sanção aplicada pelo Estado). Assim, violar uma lei ética não significa excluir a sua validade. Por exemplo, matar alguém não torna matar uma ação correta, apenas gera a punição daquele que cometeu a violação. Neste sentido, explica Reale10: “No plano das normas éticas, a contradição dos fatos não anula a validez dos preceitos: ao contrário, exatamente porque a normatividade não se compreende sem fins de validez objetiva e estes têm sua fonte na liberdade espiritual, os insucessos e as violações das normas conduzem à responsabilidade e à sanção, ou seja, à concreta afirmação da ordenação normativa”.

Como se percebe, Ética e Moral são conceitos interligados, mas a primeira é mais abrangente que a segunda, porque pode abarcar outros elementos, como o Direito e os costumes. Todas as regras éticas são passíveis de alguma sanção, sendo que as incorporadas pelo Direito aceitam a coação, que é a sanção aplicada pelo Estado. Sob o aspecto do conteúdo, muitas das regras jurídicas são compostas por postulados morais, isto é, envolvem os mesmos valores e exteriorizam os mesmos princípios.

Sobre o tema Ética e Moral concordamos com Perla Müller:11 Enquanto a ética está contida na reflexão, a moral está contida na ação. A moral, verificada na

ação reiterada no tempo e espaço (costume, hábito), é tida como particular. A ética, de cunho filosófico, é tida como universal.12

A palavra ‘moral’ vem do latim mos (cujo plural é mores) e significa costume, ou seja, uma longa e inveterada repetição de atos consagrados como necessários ao bom conviver, como muito bem lembrado por Elcias Ferreira da Costa ao citar Ulpiano.13

Enquanto a ética, como disciplina filosófica, é especulativa, a moral, seu objeto de estudo, é normativa.

A moral, portanto, é influenciada por fatores sociais e históricos (espaço – temporais), havendo diferenças entre os conceitos morais de um grupo para outro (relativismo), diferentemente da ética que, como dito linhas acima, pauta-se pela universalidade (absolutismo), valendo seus princípios e valores para todo e qualquer local, em todo e qualquer tempo.

10 REALE, Miguel. Filosofia do direito. 19ª. ed. São Paulo: Saraiva, 2002. 11 BORTOLETO, Leandro; e MÜLLER, Perla. Noções de Ética no Serviço Público. Salvador: Editora Jus Podivm, 2014, páginas 16 – 17. 12 A ética tem a pretensão de ser universal, já que quer estabelecer valores e princípios que possam ser considerados universais. Mas sua universalidade não ultrapassa esta pretensão de encontro de valores e princípios universais, ou seja, válidos e obrigatórios para todo ser racional. Isto porque, como fonte perene, incessante de investigação e indagação, a ética transforma-se a cada crítica e reflexão posta a si mesmo. 13 In Deontologia Jurídica: ética das profissões jurídicas. Rio de Janeiro: Forense, 2013, p. 04.

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A moral constitui-se como conjunto de normas de conduta que se apresentam como boas, corretas, ou seja, como expressão do ‘bem’.

A experiência humana cotidiana, responsável pela construção do hábito e do costume, é fonte das normas morais. A moral é, portanto, pragmática. As normas morais são fórmulas elaboradas pelo homem para ordenar, regular seu comportamento.

Moral é a característica do comportamento que é conforme as normas morais, assim como legal é p comportamento que é conforme as normas legais jurídicas.

Observe que a simples existência da moral não significa a presença explícita de uma ética (...), isto é, uma reflexão que discuta, problematize e interprete o significado dos valores morais.14

E assim Müller conclui:15 Quer isto dizer que a ética, enquanto disciplina filosófica, pode modificar, refinar ou aprimorar valores

morais, ou seja, pode incidir para alterar as regras morais enraizadas na sociedade através da avaliação que faz de princípios e valores morais até então estabelecidos.

A moral, no serviço público, aplica-se às relações de comando e obediência, já que é normativa. E finaliza com o quadro – resumo de Moral:

MORAL

Mos (latim, plural mores): costume;

Regulação (normatização), comportamentos considerados como adequados a determinado grupo social;

Prática (pragmática), particular;

Dependência espaço – temporal (relativa); caráter histórico e social.

Questões

01. (SEGEP/MA – Agente Penitenciário – FUNCAB/2016) A Moral: (A) no sentido prático, tem finalidade divergente da ética, mas ambas são responsáveis por construir

as bases que vão guiar a conduta do homem. (B) determina o caráter da sociedade e valores como altruísmo e virtudes, ensina a melhor forma de

agir e de se comportar em sociedade, e capacita o ser humano a competir com os antiéticos, utilizando os mesmos meios destes.

(C) diferencia-se da ética no sentido de que esta tende a julgar o comportamento moral de cada indivíduo no seu meio. No entanto, ambas buscam o bem-estar social.

(D) é o conjunto de regras aplicadas no cotidiano, usadas eventualmente por cada cidadão, que orientam cada indivíduo, norteando as suas ações e os seus julgamentos sobre o que é moral ou imoral, certo ou errado, bom ou mau.

(E) é um conjunto de conhecimentos extraídos da investigação do comportamento humano ao tentar explicar as regras morais de forma racional, fundamentada, científica e teórica.

02. (FUNPRESP/EXE – Conhecimentos Básicos – CESPE/2016) Acerca da ética e da função pública

e da ética e da moral, julgue o item que se segue. Os termos moral e ética têm sentidos distintos, embora sejam frequente e erroneamente empregados

como sinônimos. (....) Certo (....) Errado 03. (SEDUC/PI – Professor de Filosofia – NUCEPE/2015) Sobre as éticas deontológicas, marque a

alternativa INCORRETA. (A) Para uma ética deontológica, o conceito central é o de Dever. (B) Em sua formulação contemporânea, uma ética deontológica assume a prioridade do justo sobre o

bem. (C) Em Kant, a ética deontológica preconiza uma razão prática autônoma em relação às inclinações

naturais, de caráter universal. (D) Para uma ética deontológica, o único sentimento apropriado é o de respeito à lei moral, dada a

precedência das normas sobre os desejos. (E) Para uma ética deontológica, o conteúdo do dever universal é configurado a partir das

consequências do curso de ação escolhido.

14 CHAUÍ, Marilena. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 2012, p. 386. 15 BORTOLETO, Leandro; e MÜLLER, Perla. Noções de Ética no Serviço Público. Salvador: Editora Jus Podivm, 2014, p. 17.

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04. (TCE/RN – Conhecimentos Básicos – CESPE/2015) Com relação à ética e à moral, julgue o item seguinte.

A ética é um conjunto de regras e preceitos de ordem valorativa e moral de um indivíduo, de um grupo social ou de uma sociedade.

(....) Certo (....) Errado 05. (TCE/RN – Conhecimentos Básicos – CESPE/2015) Com relação à ética e à moral, julgue o item

seguinte. A efetivação da cidadania e a consciência coletiva da cidadania são indicadores do desenvolvimento

moral e ético de uma sociedade. (....) Certo (....) Errado 06. (MPU – Técnico do MPU – CESPE/2015) Com relação a moral e ética, julgue o item a seguir. A ética é um ramo da filosofia que estuda a moral, os diferentes sistemas públicos de regras, seus

fundamentos e suas características (....) Certo (....) Errado 07. (DEPEN – Agente e Técnico – CESPE/2015) Acerca da ética e da moralidade no serviço público,

julgue o item subsecutivo. Ética e moral são termos que têm raízes históricas semelhantes e são considerados sinônimos, uma

vez que ambos se referem a aspectos legais da conduta do cidadão. (....) Certo (....) Errado 08. (CRN/3R/SP e MS – Assistente Administrativo – Quadrix) O ramo da filosofia que trata dos

costumes ou dos deveres do homem para com seus semelhantes e para consigo, sobre como se deve viver e, portanto, sobre a natureza de certo e errado, bem e mal, dever e obrigação, faz parte dos conceitos da:

(A) dialética (B) estética. (C) essência. (D) ética. (E) teologia. 09. (CNEN – Assistente Administrativo – IDECAN) “A ética é o campo do conhecimento que trata

da definição e avaliação do comportamento das pessoas e organizações. A ética lida com a aprovação ou reprovação do comportamento observado em relação ao comportamento ideal, sendo este definido por meio de um código de conduta, implícito ou explícito.” Segundo o conceito de Maximiano, a afirmativa anterior é

(A) verdadeira. (B) falsa, pois o código de conduta é sempre explícito. (C) falsa, pois a ética limita-se ao comportamento das pessoas. (D) falsa, pois a ética restringe-se à reprovação do comportamento. (E) falsa, pois a ética limita-se ao comportamento das organizações. 10. (SEDS/TO – Assistente Socioeducativo – FUNCB) Em busca do comprometimento com o

cidadão usuário e com a eficiência, a Administração Pública vem realizando esforços para que seus agentes conheçam a ciência que teoriza sobre as condutas humanas e sobre o conjunto de valores que devem orientar o comportamento dos homens em relação aos seus semelhantes. Tal ciência denomina-se:

(A) moral (B) ética (C) reflexologia. (D) principiologia. 11. (SEDS/TO – Assistente Socioeducativo – FUNCB) A ética se apresenta como uma reflexão

crítica sobre: (A) política. (B) moralidade. (C) ação.

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(D) trabalho. 12. (ANTAQ – Conhecimentos Básicos – CESPE) Considerando os conceitos de ética e moral,

julgue o item abaixo. A ética é a ciência do comportamento moral dos homens em sociedade. (....) Certo (....) Errado 13. (Prefeitura de Paranaguá/PR – Economista – FAFIPA/2016) Sobre a ética, assinale a alternativa

INCORRETA. (A) O objeto principal da ética, como ramo da filosofia, é a reflexão do comportamento humano através

da análise dos valores e normas sociais vigentes em determinado lugar. (B) Ética e moral nem sempre são sinônimos; a moral seria um conjunto de normas que podem variar

com o momento histórico e cultural de cada sociedade, sendo, na verdade, o objeto de estudo da ética. (C) Ética vem da palavra romana ethos, que vem de mos ou mores do grego, que significa moral,

caráter ou costumes. (D) Muitos dividem a ética didaticamente em dois campos: o primeiro cuida dos problemas gerais e

fundamentais relacionados aos valores e normas da sociedade e o segundo, de áreas específicas, como a ética profissional etc.

14. (SEJUC/RN – Agente Penitenciário – IDECAN/2017) “Toda cultura e cada sociedade institui uma

moral, isto é, valores concernentes ao bem e ao mal, ao permitido e ao proibido, e à conduta correta. No entanto, a simples existência da moral não significa a presença explícita de uma ética, entendida como filosofia moral, isto é, uma reflexão que discuta, problematize e interprete o significado dos valores morais.”

(CHAUI, Marilena – Convite à filosofia.) A partir do trecho anterior, pode-se concluir que: (A) Ética é o estudo dos valores morais. (B) Ética e moral são conceitos sinônimos. (C) Tanto a moral quanto a ética são universais. (D) Moral é uma ciência, enquanto ética é a conduta humana.

Respostas 01. Resposta: C. Moral - é o conjunto de regras que orientam o comportamento humano dentro de uma sociedade. As

regras definidas pela moral regulam o modo de agir das pessoas. Está associada aos valores e convenções estabelecidos coletivamente por cada cultura ou por cada sociedade a partir da consciência individual, que distingue o bem do mal, ou a violência dos atos de paz e harmonia. A moral orienta o comportamento do homem diante das normas instituídas pela sociedade ou por determinado grupo social. Diferencia-se da ética no sentido de que esta tende a julgar o comportamento moral de cada indivíduo no seu meio. No entanto, ambas buscam o bem-estar social.

02. Resposta: Certo. A moral incorpora as regras que temos de seguir para vivermos em sociedade, regras estas

determinadas pela própria sociedade. Quem segue as regras é uma pessoa moral; quem as desobedece, uma pessoa imoral.

A ética, por sua vez, é a parte da filosofia que estuda a moral, isto é, que reflete sobre as regras morais. A reflexão ética pode inclusive contestar as regras morais vigentes, entendendo-as, por exemplo, ultrapassadas.

03. Resposta: E. A deontologia também se refere ao conjunto de princípios e regras de conduta — os deveres —

inerentes a uma determinada profissão. Assim, cada profissional está sujeito a uma deontologia própria a regular o exercício de sua profissão, conforme o Código de Ética de sua categoria.

04. Resposta: Certo. A ética é a parte da filosofia que se ocupa do comportamento moral do homem. Ela engloba um

conjunto de regras e preceitos de ordem valorativa, que estão ligados à prática do bem e da justiça, aprovando ou desaprovando a ação do homem, de um grupo social ou de uma sociedade.

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Para Aurélio Buarque de Holanda, ética é "o estudo dos juízos de apreciação que se referem à conduta humana susceptível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente à determinada sociedade, seja de modo absoluto”. Enquanto a ética trata o comportamento humano como objeto de estudo, procurando tomá-lo o mais abrangente possível, a moral se ocupa de atribuir um valor à ação. Esse valor tem como referências o bem e o mal, baseados no senso comum.

05. Resposta: Certo. "A cidadania nem sempre é uma realidade efetiva, nem para todos. A efetivação da cidadania e a

consciência coletiva dessa condição são indicadores do desenvolvimento moral e ético de uma sociedade. Para a ética não basta que exista um elenco de princípios fundamentais e direitos definidos nas Constituições. O desafio ético para uma nação é o de universalizar os direitos reais, permitindo a todos as cidadanias plenas, cotidianas e ativas".

06. Resposta: Certo. A ética é uma ciência de estudo da filosofia. A ética serve para que haja um equilíbrio e bom

funcionamento social, possibilitando que ninguém saia prejudicado. Neste sentido, a ética, embora não possa ser confundida com as leis, está relacionada com o sentimento de justiça social.

A ética é construída por uma sociedade com base nos valores históricos e culturais, ou seja, antecede qualquer lei ou código. Do ponto de vista da Filosofia, Ética é a parte da filosofia que estuda os fundamentos da moral e os princípios ideais da conduta humana, ou seja, tem como objeto de estudo o estímulo que guia a ação: os motivos, as causas, os princípios, as máximas, as circunstâncias.

Sócrates, considerado o pai da filosofia, dizia que a obediência à lei era o divisor entre a civilização e a barbárie. Segundo ele, as ideias de ordem e coesão garantem a promoção da ordem política. A ética deve respeitar às leis, portanto, à coletividade.

A ética refere-se a um conjunto de conhecimentos advindos da análise do comportamento humano e dos valores morais, enquanto a moral tem por base as regras, a cultura e os costumes seguidos ordinariamente pelo homem. Assim, podemos concluir que a ética é uma ciência sobre o comportamento moral dos homens em sociedade e está relacionada a filosofia. Além disso, A ética pode levar a modificações na moral, com aplicação universal, guiando e orientando racionalmente e do melhor modo a vida humana.

Podemos concluir que a ética pode ser normativa, em uma tentativa de alcançar padrões morais que guiam as nossas atuações da vida. Estuda o certo e o errado, os deveres e assim, propõe códigos morais ou regras de comportamento.

07. Resposta: Errado. Da análise do discurso das pessoas participantes da enquete e de alguns formadores de opinião no

Brasil, depreende-se que as palavras ética e moral frequentemente são usadas como sinônimos. Esse fato igualmente se comprova na revisão bibliográfica.

GOLDIM, J.R., citando Robert Veatch, diz que esse dá uma boa definição operacional da ética ao propor que ela é a “realização de uma reflexão disciplinada das intuições morais e das escolhas morais que as pessoas fazem”.

Em realidade, Ética e Moral são duas posturas do pensamento metafórico (LAKOFF & JONHSON) humano. Ambas são geradoras de comportamentos, os quais em determinados momentos se sobrepõem e que, em outros, atuam em campos opostos.

A Ética está a serviço do pensamento metafórico (predominantemente inconsciente) e do comportamento de todos os humanos; desde o ateu ou agnóstico até o mais convicto religioso. A laicidade confere para a Ética um caráter de unicidade.

Por outro lado, a Moral é uma escala dinâmica de valores psicossociais (costumes) interligados e fundamentados em raízes psicológicas e religiosas. Prova desse fato está na inexistência de uma moral dos ateus ou dos agnósticos, pois esses devem se orientar por parâmetros éticos.

08. Resposta: D. Dialética - Dialética é uma palavra com origem no termo em grego dialektiké e significa a arte do

diálogo, a arte de debater, de persuadir ou raciocinar. Estética - Estética é uma palavra com origem no termo grego aisthetiké, que significa “aquele que nota,

que percebe”. Estética é conhecida como a filosofia da arte, ou estudo do que é belo nas manifestações artísticas e naturais.]

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Essência - Essência é o substantivo feminino com origem no latim essentia e que indica a natureza, substância ou característica essencial de uma pessoa ou coisa. Também pode se referir a um aroma ou perfume.

CORRETA - ÉTICA - Ética é o nome dado ao ramo da filosofia dedicado aos assuntos morais. A palavra ética é derivada do grego, e significa aquilo que pertence ao caráter.

Teologia - Teologia é o estudo da existência de Deus, das questões referentes ao conhecimento da divindade, assim como de sua relação com o mundo e com os homens. Do grego “theos” (deus, termo usado no mundo antigo para nominar seres com poderes além da capacidade humana) + “logos” (palavra que revela), por extensão “logia” (estudo).

09. Resposta: A. O dicionário de Sérgio Ximenes (2002, pg. 409), define ética como ciência que estuda os juízos moral

referente à conduta humana, virtude caracterizada pela orientação dos atos pessoais segundo os valores do bem e da decência pública, e a moral conjunto de regras de conduta baseadas nas noções de bem e de mal, Os estudos de Maximiano (1974, p.294) demonstram que a ética tem sido entendida sob várias concepções. Assim, a concepção de ética tratada pelo autor afirma que.

“A ética é como a disciplina ou campo do conhecimento que trata da definição e avaliação de pessoas e organização, e a disciplina que dispõe sobre o comportamento adequado e os meios de implementá-lo levando-se em consideração os entendimentos presentes na sociedade ou em agrupamentos sociais particulares”.

Na interpretação de Maximiano (1974, p.371) os valores éticos podem ser absolutos, baseia-se na premissa de que as normas de conduta são válidas em todas as situações, ou relativa, que as normas dependem da situação.

Para melhor entender, fez-se um estudo mais aprofundado onde os orientais entendem a ética relativa de forma que os indivíduos devem dedicar-se inteiramente à empresa, que constitui uma família à qual pertence à vida dos trabalhadores. Já, para os ocidentais, o entendimento é de que há diferença entre a vida pessoal e a vida profissional. Assim, encerrado o horário normal do trabalho, o restante do tempo é do trabalhador e não do patrão. Em relação à ética absoluta, parte-se do princípio de que determinadas condutas são intrinsecamente erradas ou certas, qualquer que seja a situação, e, dessa maneira, devem ser apresentadas e difundidas como tal.16

10. Resposta: B. A ética está associada ao estudo fundamentado dos valores morais que orientam o comportamento

humano em sociedade, enquanto a moral são os costumes, regras, tabus e convenções estabelecidas por cada sociedade.

Moral é o conjunto de regras aplicadas no cotidiano e usadas continuamente por cada cidadão. Essas regras orientam cada indivíduo, norteando as suas ações e os seus julgamentos sobre o que é moral ou imoral, certo ou errado, bom ou mau.

No sentido prático, a finalidade da ética e da moral é muito semelhante. São ambas responsáveis por construir as bases que vão guiar a conduta do homem, determinando o seu caráter, altruísmo e virtudes, e por ensinar a melhor forma de agir e de se comportar em sociedade.

11. Resposta: B. Ética é um conjunto de conhecimentos extraídos da investigação do comportamento humano ao tentar

explicar as regras morais de forma racional, fundamentada, científica e teórica. A Ética é a parte da filosofia que estuda a moralidade das ações humanas, isto é, se são boas ou más.

É uma reflexão crítica sobre a moralidade. 12. Resposta: Certo. A Ética é um ramo de estudo que tem por objetivo o estudo do comportamento humano dentro de cada

sociedade. Ética - é uma ciência sobre o comportamento moral dos homens em sociedade e está relacionada à

filosofia. Moral - um conjunto de normas, aceitas livre e conscientemente, que regulam o comportamento

individual do homem.

16 MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Teoria Geral da Administração. São Paulo: Atlas, 1974, p. 371; MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Teoria geral da administração. São Paulo: Atlas, 1974, p. 294. Disponível em: http://www.webartigos.com/artigos/etica-etica-empresarial-moral-e-responsabilidade-social/1700/.

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13. Resposta: C. Ética é uma palavra de origem grega – ethos – que significa caráter. 14. Resposta: A. A ética está associada ao estudo fundamentado dos valores morais que orientam o comportamento

humano em sociedade, enquanto a moral são os costumes, regras, tabus e convenções estabelecidas por cada sociedade. A palavra “ética” vem do Grego “ethos” que significa “modo de ser” ou “caráter”.

Ética, virtudes, valores e princípios Se a ética é disciplina filosófica que lança esforço e olhares, de forma reflexiva e profundamente crítica,

sobre o comportamento humano, afim de valorá-lo como bom, justo (ou mau, injusto), fazendo-o através da tentativa, perene, de compreensão do sentido da vida e da existência humana, buscando, inclusive, fornecer elementos para correção moral da ação, de imperiosa necessidade o entendimento do que sejam virtudes, princípios e valores.

Aristóteles, já na Grécia antiga (por volta do século V a. C.), dedicou um livro inteiro ao problema ético: sua filosofia, em especial no plano da ética, tentou aliar o horizonte teórico-filosófico à dimensão prática expressa no agir. Em Aristóteles, não é suficiente apenas conhecer, compreender e contemplar a verdade sobre o bom, o justo, o correto; é necessário fazê-la atuar, agir segundo a verdade conhecida.

A ética – e toda a filosofia, deve expressar-se no agir humano. Por exemplo, de nada adianta saber fazer fogo, se não se sabe para que e como usá-lo! Quer isto dizer que, nada adianta saber o que é bom, justo, certo não significa que seremos, em nossas ações, bons, justos, corretos se assim não agirmos. A ciência nos ensinou a fazer o fogo; mas é nossa consciência moral que nos orientará a como devemos usá-lo: se para saciar adequada e dignamente a fome aquecendo o alimento, ou para causar dano a integridade física ou patrimonial alheia incendiando deliberadamente!

O comportamento ético, já dizia Aristóteles, é o agir repetido em conformidade com as respectivas virtudes (do grego areté). Mas o que são virtudes? Virtudes são excelências, são, no campo ético, disposições do caráter, ou seja, a propensão (inclinação) a nos comportarmos bem relativamente àquilo que nos afeta. Ora, as disposições do caráter podem nos levar a comportamentos bem ou mal diante um sentimento que nos afeta, por exemplo. Mas este comportamento só será virtuoso, se for o bem comportar-se. Assim, as disposições do caráter podem constituir virtudes ou perversões: se nos comportarmos bem diante determinada situação, praticamos a virtude (excelência); se nos comportarmos mal, praticamos a perversão (vício).

Apenas para melhor elucidação: quando somos magoados ou maltratados por uma pessoa, somos tomados por um sentimento de raiva ou mesmo de ira. Imaginemos que somos um servidor público responsável pela expedição de certidões que comprovam a existência ou inexistência de ações ajuizadas em face dos cidadãos. Imaginemos então que aquela pessoa que nos magoou ou maltratou dias antes vá até a repartição pública onde servimos e precise, com urgência, de uma certidão comprobatória de inexistência de ações contra ela ajuizadas, para que consiga, rapidamente, vender um imóvel para levantar dinheiro para fazer frente a despesas com sua saúde debilitada, diante deste quadro podemos agir de duas formas: ou demoramos, deliberadamente, par expedir a dita certidão, como forma de causar-lhe dor e sofrimento, e assim irmos à forra com quem nos magoou ou maltratou e neste caso nos inclinaremos a um comportamento mau (viciado); ou atuaremos com presteza e agilidade, fornecendo-lhe quanto antes a certidão buscada, tornado eficaz o serviço público e excelente nosso labor, inclinando-os, assim, a um comportamento bom ,(virtuoso). Veja que nossas disposições de caráter podem pender para a virtude ou para o vício, sendo tal a escolha ´tica que devemos fazer!

O comportamento ético é, por essência, virtuoso. A virtude, assim, é a potência moral do homem, a realização mais perfeita de um modo de agir; e o hábito é que torna o homem virtuoso pela prática reiterada de virtudes, de modo que a virtude é a disposição firme e constante para o que tem valor.

Em um sentido vulgar, “valor” é o preço (ou utilidade) dos bens materiais ou a dignidade (ou mérito) das pessoas (o valor de um carro ou o mérito de um servidor público).

No campo ético, valores são objetos da escolham oral, os fins da ação ética; é o predicado, a qualidade que torna algo estimável; é o preferível, o objeto de uma antecipação ou de uma expectativa normativa (de um dever ser); é, enfim, possibilidade de escolha, já que nem sempre é escolhido. Ora, a vida é um bem a que atribuímos altíssima estima; desta forma, a vida é um valor!

2 Ética, princípios e valores.

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Ora, vimos acima que as disposições de caráter do homem podem orienta-lo para a prática do bem (do que tem valor moral) ou para o mal (do que não tem valor moral); desta forma, de fato o valor é preferível e uma possibilidade de escolha nem sempre escolhida, já que, como dito, o homem pode inclinar-se para a perversão, para o vício. Portanto, o valor é objeto de uma escolha moral, de uma escolha positivamente moral.

No exemplo anterior, do “servidor magoado”, se escolher o caminho virtuoso”, ou seja, cumprir com presteza e agilidade seu labor ainda que em favor de quem lhe tenha magoado e maltratado, resta evidente que escolheu o que tem valor positivo, o que deve ser moralmente estimado, já que escolheu como valores a eficiência e excelência do serviço público em detrimento de qualquer interesse eu pessoal. E a escolha do que tem valor, deve ser uma constante, deve orientar toda e qualquer de nossas ações, porque só assim implementaremos o que de fato nos exige a ética.

É o habito, dessa forma, que, orientando o comportamento para a prática de virtudes, nos leva à observância o valor.

Mas como fazer a escolha entre valores ou entre o que tem e o que não tem valor? O processo de escolha, como todo processo, se faz por princípios. Princípios, assim, são, de forma geral, pontos de partida ou fundamentos de um processo. Do ponto de vista filosófico, princípio é o fundamento do ser, do devir (do vir a ser), do conhecer. Sob a perspectiva especificamente ética, princípio é a fonte, o substrato em que se funda a ação.

Deste modo, por princípio, deve-se optar pela prática de virtudes, ou seja, inclinar-se para o que tem valor moral, como forma de implementar o comportamento ético.

Os princípios que pomos, estabelecemos para nós mesmos, como vetores, guias do nosso comportamento, nos são dados por nosso senso moral, ou seja, “pela maneira como avaliamos nossa situação e a de nossos semelhantes segundo ideias como as de justiça e injustiça” e eleitos por nossa consciência moral, ou seja, por nossa faculdade de estabelecer julgamento morais acerca de nossas próprias escolhas.

Assim, o senso moral nos permite distinguir o justo do injusto, o certo do errado, o bom do mau; mas é nossa consciência moral que nos torna responsável, perante nós mesmos e os outros, por nossas escolhas. Nosso senso e nossa consciência moral nos auxiliam a definir, para nós mesmos, os valores que iremos salvaguardar através de nosso comportamento individual e social.

Finalmente, parece desnecessário destacar que, do servidor público, espera-se a prática de virtudes, a escolha do que vale moralmente, a orientação do comportamento segundo princípios que o dirijam ao bem.

VIRTUDES (ARETÉ) VALORES PRINCÍPIOS

- excelências; - disposição do caráter para o bem

- objeto de escolha moral; - o preferível

- ponto de partida; - fundamento da ação

Questões

01. (MME – Nível Médio – CESPE) Quando a distribuição de bens por determinado agente público

resulta em benefícios aos desfavorecidos, é correto afirmar que os princípios e valores que regem a conduta desse agente se baseiam em uma abordagem

(A) com ênfase na garantia de oportunidades a todos. (B) convencional da ética e do direito público. (C) utilitária da ética e da justiça social. (D) moralista dos direitos dos cidadãos. (E) individualista da ética. 02. (MPOG – Atividade Técnica – FUNCAB/2015) A ética pode ser definida como: (A) um conjunto de valores genéticos que são passados de geração em geração. (B) um princípio fundamental para que o ser humano possa viver em família. (C) a parte da filosofia que estuda a moral, isto é, responsável pela investigação dos princípios que

motivam, distorcem, disciplinam ou orientam o comportamento humano em sociedade. (D) um comportamento profissional a ser observado apenas no ambiente de trabalho. (E) a boa vontade no comportamento do servidor público em quaisquer situações e em qualquer tempo

de seu cotidiano.

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03. (EMBASA – Agente Administrativo – IBFC/2017) Assinale a alternativa que preenche corretamente a lacuna. _______________ constitui o conjunto de valores ou princípios morais que definem o que é certo ou errado para uma pessoa, grupo ou organização

(A) Comportamento (B) Atitude (C) Ética (D) Responsabilidade

Respostas 01. Resposta: C. As decisões éticas podem ser guiadas usando uma abordagem normativa, isto é, usando um conjunto

de normas e valores explícitos ou implícitos. Diante de um problema, a decisão ética pode ser tomada sob uma abordagem utilitarista, individualista, dos direitos morais e da justiça:

a) Utilitarismo: Basicamente, significa tomar a decisão que traga o maior bem para o maior número de pessoas, ou seja, para a coletividade. b) Individualismo: considera que as ações são morais quando promovem os interesses individuais a longo tempo e, em última instância, o maior bem. c) Direitos Morais: Os indivíduos têm direitos e liberdades fundamentais, que não podem ser retiradas por uma decisão: livre consentimento, privacidade, liberdade de consciência, liberdade de expressão, direito a tratamento imparcial e justo e direito à vida e segurança. d) Justiça: pauta-se estritamente por princípios de justiça, sendo um conceito ético de que as decisões morais são pautadas pela verdade e pela lei, com integridade, equidade, impessoalidade e imparcialidade.

02. Resposta: C. A ética é a parte da filosofia que estuda a moral, (filosofia moral ou de costumes), reflete sobre os

valores em sociedade na busca da moralidade e consciência para alcançar esses valores morais, porém a ética inicialmente não estabelece regras.

A ética, portanto, é um termo grego “ETHIKÓS” que significa “modo de ser”, que em aspectos filosóficos traduz-se o estudo dos juízos na conduta do ser, que é passível do bem e o mal, presente neste único ser ou em grupo e/ ou sociedade. Está presente em todas as ordens vigentes no mundo, na escola, na política, no esporte, nas empresas e é de vital importância nas profissões, principalmente nos dias atuais.17

03. Resposta: C. A palavra ética é de origem grega derivada de ethos, que diz respeito ao costume, aos hábitos dos

homens. Teria sido traduzida em latim por mos ou mores (no plural), sendo essa a origem da palavra moral. Uma das possíveis definições de ética seria a de que é uma parte da filosofia (e também pertinente às ciências sociais) que lida com a compreensão das noções e dos princípios que sustentam as bases da moralidade social e da vida individual. Em outras palavras, trata-se de uma reflexão sobre o valor das ações sociais consideradas tanto no âmbito coletivo como no âmbito individual.

Ética e Democracia: Exercício da Cidadania Já Aristóteles, portanto já nos anos que antecederam a Cristo, não separava ética e política (como

aquilo que se refere ao poder, cuja finalidade deve ser a vida justa e feliz): vislumbrou, com perspicácia, a indissolubilidade entre virtude moral e atividade cívica.

Cidadão é o indivíduo que, dentro de um Estado, goza de direitos (civis e políticos) e desempenha deveres (civis e políticos). Assim, a cidadania, ou seja, a qualidade de quem é cidadão, se exerce no campo associativo (da associação civil), pela cooperação de homens reunidos no Estado. Desta forma, a sobrevivência e harmonia da sociedade – como grupo, associação ode homens que é – depende da vida cooperativa de seus cidadãos.

As atribuições cívico-políticas do cidadão dependem da conformação do Estado a que pertence, ou seja, da forma de governo por este adotada.

17 Fonte: http://www.acervosaber.com.br/trabalhos/chs1/etica_2.php

3 Ética e democracia: exercício da cidadania.

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Sendo a democracia a forma de governo eleita pelo Estado, a cidadania retrata a qualidade dos “sujeitos politicamente livres, ou seja, cidadãos que participam ada criação e concordam com a ordem jurídica vigente”.

Por democracia entende-se, de forma geral, o governo do povo, como governo de todos os cidadãos. Para que a democracia se estabeleça, necessário o respeito à pluralidade, à transparência e à rotatividade: a democracia caracteriza-se pelo respeito à divergência (heterogeneidade), pela publicidade do exercício do poder e pela certeza de que ninguém ou grupo nenhum tem lugar cativo no poder, acessível a todos e exercido precária e transitoriamente.

Curioso o conceito de democracia dado por Norberto Bobbio, para quem a democracia é o poder em público. E, de fato, a participação do povo no exercício do poder somente se viabiliza através da transparência, da publicidade, da abertura, quando decisões são tomadas de forma clara e a todos acessíveis. Somente desta forma, o povo, titular de todo poder, pode eficazmente intervir nas tomadas de decisões contestando-as, pelos meios legais, quando delas discordarem.

Sendo assim, o exercício da cidadania, como gozo de direitos e desempenho de deveres, deve pautar-se por contornos éticos: o exercício da cidadania deve materializar-se na escolha da melhor conduta tendo em vista o bem comum, resultando em uma ação moral como expressão do bem.

A sobrevivência e harmonia da vida associativa, como já dito, dependem do nível cooperativo dos homens reunidos em sociedade: há uma expectativa generalizada a respeito das ações humanas e, em especial, das ações daqueles que desempenham funções públicas.

O servidor público, antes de sê-lo, é cidadão do Estado e, como tal, tem interesse na sobrevivência e harmonia da sociedade como qualquer outro cidadão. O bom, correto, justo, enfim, ético desempenho de suas funções à frente da coisa pública não beneficia apenas toa a sociedade, mas antes a ele mesmo. A conduta desvencilhada dos pilares éticos e violadoras das normas morais podem até trazer algum benefício temporário ao seu executor, mas as consequências danosas de tal comportamento para si mesmo se farão sentir com o desenvolver do tempo, já que nenhum Estado pode crescer, desenvolver e aprimorar-se sob a ação corrupta de seus governantes, gestores e servidores e um Estado assim falido, inclusive moralmente, retrata a falência mesma dos homens nele reunidos em sociedade.

Desta forma, o servidor que se desvia do comportamento ético, atenta contra si e toda a sociedade, violando, em especial, a própria dignidade, já que o trabalho realizado com excelência é o mais caro patrimônio humano.

Referências Bibliográficas: BORTOLETO, Leandro; MÜLLER, Perla. Noções de Ética no Serviço Público. Editora Jus Podivm,

2014.

Questões

01. (LIQUIGÁS – Profissional Júnior – CESGRANRIO) Na medida em que é editada uma lei, regularmente votada pelo Congresso Nacional, a qual protege as pessoas com certo grau de deficiência física, ofertando oportunidades de inserção no mercado de trabalho, está sendo realizado o princípio da

(A) cidadania (B) organização (C) proteção (D) democracia (E) república 02. (FSC – Advogado – CEPERJ) Dentre os fundamentos da República Federativa do Brasil está

aquele que não está limitado por nenhum outro na ordem interna. Trata-se da: (A) democracia (B) cooperação (C) dignidade (D) cidadania (E) soberania 03. (MPOG – Atividade Técnica – FUNCAB/2015) Sobre os direitos políticos, é correto afirmar que: (A) são inelegíveis, de acordo com o art. 14, § 4º, da Constituição Federal, os inalistáveis e os

analfabetos. (B) a idade mínima de vinte e um anos é requisito de elegibilidade para candidatura a vereador.

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(C) o alistamento eleitoral e o voto são facultativos para os maiores de setenta anos e para os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos, mas não para os analfabetos.

(D) para concorrer a outro cargo, prefeitos devem renunciar ao mandato até três meses antes do pleito. (E) não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e os brasileiros naturalizados. 04. (DEPEN – Técnico de Apoio – CESPE) No que se refere à ética e ao exercício da cidadania,

julgue o próximo item. Configura um dos elementos indispensáveis para o exercício da cidadania o efetivo conhecimento a

respeito dos direitos (....) Certo (....) Errado 05. (INES - Assistente Social – AOCP). Preencha a lacuna e assinale a alternativa correta. “A revisão do texto de 1986 processou-se em dois níveis. Reafirmando os seus valores fundantes - a

liberdade e a justiça social -, articulou-os a partir da exigência democrática: a _______________ é tomada como valor ético-político central, na medida em que é o único padrão de organização político-social capaz de assegurar a explicitação dos valores essenciais da liberdade e da equidade. É ela, ademais, que favorece a ultrapassagem das limitações reais que a ordem burguesa impõe ao desenvolvimento pleno da cidadania, dos direitos e garantias individuais e sociais e das tendências à autonomia e à autogestão social."

(A) ética (B) cidadania (C) democracia (D) sociedade (E) justiça social 06. (Prefeitura de Cuiabá – Técnico em Administração Escolar – FGV/2015) Segundo os princípios

éticos e da cidadania, assinale a afirmativa correta. (A) O servidor público deve proceder de forma diligente no exercício de sua função. (B) O servidor público pode ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização. (C) O servidor público pode recusar fé a documentos públicos. (D) O servidor público pode opor resistência injustificada ao andamento de um documento. (E) O servidor público pode coagir os subordinados no sentido de filiarem-se a um partido político. 07. (CRO/PR – Recepcionista – Quadrix/2016) Ética e cidadania são dois conceitos cruciais na

sociedade humana. A ética e a cidadania estão relacionadas com as atitudes dos indivíduos e a forma como estes interagem uns com os outros na sociedade. A cidadania pode ser compreendida a partir de duas categorias, que são:

(A) Cidadania Ética e Cidadania Formal. (B) Cidadania Formal e Cidadania Substantiva. (C) Cidadania Substantiva e Cidadania Construtiva. (D) Cidadania Ética e Cidadania Construtiva. (E) Cidadania Qualitativa e Cidadania Formal.

Respostas

01. Resposta: A. Cidadania é o exercício dos direitos e deveres civis, políticos e sociais estabelecidos pela CF. 02. Resposta: E. A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos estados e Municípios e do

Distrito Federal, constitui-se em Estado democrático de direito e tem como fundamentos: I - Soberania: Na definição de Marcelo Caetano, soberania é "um poder político supremo e independente,

entendendo-se por poder supremo aquele que não está limitado por nenhum outro na ordem interna e por poder independente aquele que, na sociedade internacional, não tem de acatar regras que não sejam voluntariamente aceitas e está em pé de igualdade com os podres supremos dos outros povos".

É a capacidade de editar suas próprias normas, sua própria ordem jurídica (a começar pela Lei Magna), de tal modo que qualquer regra heterônoma só possa valer nos casos e nos termos admitidos pela própria Constituição. A Constituição traz a forma de exercício da soberania popular no art. 14.

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03. Resposta: A. a) CORRETA. Art. 14 § 4º São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos. b) ERRADA. VI - a idade mínima de: a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador; b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal; c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-Prefeito e juiz

de paz; d) dezoito anos para Vereador. c) ERRADA. II - facultativos para: a) os analfabetos; b) os maiores de setenta anos; c) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos. d) ERRADA § 6º Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado e do

Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito. e) ERRADA § 2º Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do serviço militar

obrigatório, os conscritos. Brasileiro naturalizado, por óbvio, podem alistar-se como eleitores. 04. Resposta: Errado. Muito embora o exercício efetivo da cidadania seja potencializado nas pessoas que conhecem seus

próprios direitos, e que, por isso mesmo, dispõem de melhores condições para fazê-los valer, não se pode desprezar, por completo, a possibilidade de um indivíduo, mesmo que desconheça a existência e a extensão de seus próprios direitos, acabar por praticar atos que configurem o exercício da cidadania.18

05. Resposta: C A democracia é tomada como valor ético político central, na medida em que é o único padrão de

organização político-social capaz de assegurar a explicitação dos valores essenciais da liberdade e da equidade. É ela, ademais, que favorece a ultrapassagem das limitações reais que a ordem burguesa impõe ao desenvolvimento pleno da cidadania, dos direitos e garantias individuais e sociais e das tendências à autonomia e à autogestão social. Em segundo lugar, cuidou-se de precisar a normatização do exercício profissional de modo a permitir que aqueles valores sejam retraduzidos no relacionamento entre assistentes sociais, instituições, organizações e população.

06. Resposta: A. São um dos Principais Deveres do Servidor Público: b) exercer suas atribuições com rapidez, perfeição

e rendimento, pondo fim ou procurando prioritariamente resolver situações procrastinatórias, principalmente diante de filas ou de qualquer outra espécie de atraso na prestação dos serviços pelo setor em que exerça suas atribuições, com o fim de evitar dano moral ao usuário.

07. Resposta: B. A cidadania formal é, conforme o direito internacional, indicativo de nacionalidade, de pertencimento a

um Estado-Nação, por exemplo, uma pessoa portadora da cidadania brasileira. Em segundo lugar, na ciência política e sociologia o termo adquire sentido mais amplo, a cidadania substantiva é definida como a posse de direitos civis, políticos e sociais.

Ética e Função Pública De fato, não se pode negar que o desenvolvimento, retificação e refinamento moral da sociedade

impõem que “todas as instituições sociais (públicas e privadas), ao lado dos indivíduos, devem se afinar no sentido da conquista da cultura da moralidade”. Ora, a reverência da moralidade nas relações entre

18 Autor: Rafael Pereira, Juiz Federal - TRF da 2ª Região.

4 Ética e função pública.

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particulares, no âmbito individual e privado, é forma de cultivo da futura moralidade na administração da coisa pública (res publica).

Da mesma forma, a sobrevivência (individual e coletiva) e harmonia social dependem do eficaz e satisfatório desempenho moral de todas as atividades do homem. É lugar mais que comum ouvir-se debates a respeito da ética médica, ética econômica, ética esportiva, e, em especial, ética na gestão da res publica. E, de fato, a relação entre ética e política é tema dos mais árduos na contemporaneidade.

Historicamente sustentou-se uma distinção entre a “moral comum” e a “moral política”, chegando Maquiavel a afirmar que o homem político poderia comportar-se de modo diverso da moral comum, como se o homem comum e aquele que gere a coisa pública ou exerce função pública obedecessem a “códigos” de ética distintos.

Todavia, atualmente não se duvida da necessária integração ou “afinamento” entre a moral comum e a moral política. Não se pode imaginar a existência de uma absoluta distinção entre a ética almejada pelos indivíduos que compõem a sociedade e aquela esperada dos órgãos do Estado, que exercem a função pública.

Justamente por representarem a coletividade, as instituições públicas devem se pautar, de forma mais eficaz, pela ética, posto que devem assumir uma posição de espelho dos anseios da sociedade. Para que o Estado possa gerir a res publica, de forma democrática e não autoritária, este deve gozar de credibilidade, a qual somente pode ser conquistada com a transparência e a moralidade de seus atos, para que não seja necessário o uso excessivo da força, o que transformaria um Estado democrático em uma nefasta tirania.

Cumpre lembrar que, quando se fala em agir ético do Estado, ou das instituições públicas que o compõem, na realidade devemos nos atentar que o agir ético é sempre exercido por pessoas físicas, já que o Estado, como uma ficção jurídica que é, não goza de vontade própria. Estas pessoas físicas incumbidas, definitiva ou transitoriamente, do exercício de alguma função estatal, a quem chamamos de agentes públicos, é que devem, em última análise, pautar-se pela ética, já que expressam, com seus atos, a vontade do Estado.

A vontade do Estado é, pois, materializada através dos atos e procedimentos administrativos executados pelos agentes públicos. Estes atos e procedimentos administrativos que dão forma e viabilizam a atuação da Administração Pública devem ser entendidos como foco de análise da ética, constituindo-se seu objeto, quando a questão se refere à ética na Administração Pública.

Embora emanados por ato de vontade dos agentes públicos, os atos e procedimentos administrativos não podem expressar a vontade individual do agente que os exterioriza. Isto porque os atos e procedimentos administrativos estão submetidos ao princípio da moralidade administrativa, o que equivale dizer que o “interesse público está acima de quaisquer outros tipos de interesses, sejam interesses imediatos do governante, sejam interesses imediatos de um cidadão, sejam interesses pessoais do funcionário.

Apesar de se reconhecer que a moralidade sempre foi um traço característico necessário ao ato administrativo, já que não se pode supor a legitimidade de um Estado que não se amolde ao que moralmente é aceito pela sociedade que o constitui, é com a Constituição Federal de 1988, que o princípio da moralidade é expressamente elevado à categoria de princípio essencial da administração pública, ao lado dos princípios da legalidade, da impessoalidade e da publicidade dos atos administrativos, conforme dispõe seu artigo 37.

Os atos e procedimentos administrativos, portanto, além de se submeterem a requisitos formais e objetivos para que possam gozar de validade e legalidade (competência, finalidade, fora, motivo, objeto), devem também se apresentar como moralmente legítimos, sob pena de serem anulados.

Veja-se que neste ponto, aliás, a Constituição Federal também trouxe importante avanço, quando em seu artigo 5º, inciso LXXIII, inclui a moralidade administrativa dentre os motivos que ensejam a vida da ação popular a ser proposta por qualquer cidadão que constate uma postura imoral praticada por qualquer entidade da qual o Estado participe.

É justamente neste ponto que a ética exerce seu papel, permitindo realizar ponderações sobre a moralidade da vontade expressa em determinado ato ou procedimento administrativo praticado por uma agente público. Assim, não basta quer o agente público seja competente para emanar o ato administrativo ou conduzir um procedimento de sua alçada, nem que seja respeitada a forma prescrita em lei, devendo, antes de tudo, corresponder a uma conduta eticamente aceitável e, sobretudo, pautar-se pela preponderância do interesse público sobre qualquer outro.

Desta forma, com a finalidade de amoldar a conduta dos agentes públicos dentro do que eticamente se espera da Administração Pública, visando compeli-los a absterem-se de práticas que não sejam moralmente aceitáveis, é que surgem as normas deontológicas, ou seja, as regras que definem condutas correlatas a serem seguidas, positivadas através dos Códigos de Ética.

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Referências Bibliográficas: BORTOLETO, Leandro; MÜLLER, Perla. Noções de ética no serviço público. Editora Jus Podivm,

2014. Questões

01. (SAPeJUS/GO – Agente de Segurança Prisional – FUNIVERSA/2015) Com relação às

obrigações éticas do servidor público, assinale a alternativa incorreta. (A) Os servidores públicos deverão tratar seus concidadãos com urbanidade, cordialidade e educação. (B) Os servidores públicos deverão satisfazer suas obrigações perante os cidadãos de boa-fé. (C) Os servidores públicos não podem incidir em conflitos de interesse que afetem o desempenho de

sua função (D) Os mandamentos da ética e do direito não se confundem. A única diferença entre eles consiste na

coercibilidade. Logo, os servidores públicos vinculam-se às leis, não podendo ser responsabilizados por condutas imorais que não lhes sejam expressamente vedadas.

(E) Os servidores públicos estão eticamente obrigados a guardar sigilo de informações obtidas por meio da função, não lhes sendo permitido utilizar dessas informações para seu próprio interesse.

02. (MPU – Técnico do MPU – CESPE/2015) Acerca de ética e função pública, julgue o item que se

segue. Decoro, por ser uma disposição interna para agir corretamente, não é passível, para o servidor público,

de ser aprendido ao longo de sua carreira. (....) Certo (....) Errado 03. (MPU – Técnico do MPU – CESPE/2015) Acerca de ética e função pública, julgue o item que se

segue. Para que a conduta do servidor público seja considerada irrepreensível é suficiente que ele observe

as leis e as regras imperativas. (....) Certo (....) Errado 04. (FUNPRESP/EXE – Conhecimentos Básicos – CESPE/2016) Acerca da ética e da função pública

e da ética e da moral, julgue o item que se segue. Ainda que a função pública integre a vida particular de cada servidor, os fatos ocorridos no âmbito de

sua vida privada não influenciam o seu bom conceito na vida funcional. (....) Certo (....) Errado 05. (FUNPRESP/EXE – Conhecimentos Básicos – CESPE/2016) Acerca da ética e da função pública

e da ética e da moral, julgue o item que se segue. O servidor está desobrigado de ter conhecimento das atualizações legais pertinentes ao órgão onde

exerce suas funções. (....) Certo (....) Errado

Respostas

01. Resposta: D. Regras Deontológicas (D 1171/94) II - O servidor público não poderá jamais desprezar o elemento ético de sua conduta. Assim, não terá

que decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas principalmente entre o honesto e o desonesto, consoante as regras contidas no art. 37, caput, e § 4°, da Constituição Federal.

III - A moralidade da Administração Pública não se limita à distinção entre o bem e o mal, devendo ser acrescida da ideia de que o fim é sempre o bem comum. O equilíbrio entre a legalidade e a finalidade, na conduta do servidor público, é que poderá consolidar a moralidade do ato administrativo.

02. Resposta: Errado. Das Regras Deontológicas I - A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência dos princípios morais são primados maiores

que devem:

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Nortear o servidor público, seja no exercício do cargo ou função, ou fora dele, já que refletirá o exercício da vocação do próprio poder estatal. Seus atos, comportamentos e atitudes serão direcionados para a preservação da honra e da tradição dos serviços públicos.

É disposição interna e externa para agir corretamente. 03. Resposta: Errado. Decreto 1.171/94. II - O servidor público não poderá jamais desprezar o elemento ético de sua conduta.

Assim, não terá que decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas principalmente entre o honesto e o desonesto, consoante as regras contidas no art. 37, caput, e § 4°, da Constituição Federal.

III - A moralidade da Administração Pública não se limita à distinção entre o bem e o mal, devendo ser acrescida da ideia de que o fim é sempre o bem comum. O equilíbrio entre a legalidade e a finalidade, na conduta do servidor público, é que poderá consolidar a moralidade do ato administrativo.

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998).

§ 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.

04. Resposta: Errado. Decreto 1171/94: Regras Deontológicas: VI - A função pública deve ser tida como exercício profissional e, portanto, se integra na vida particular

de cada servidor público. Assim, os fatos e atos verificados na conduta do dia-a-dia em sua vida privada poderão acrescer ou diminuir o seu bom conceito na vida funcional.

05. Resposta: Errado: D1171 - XIV - São deveres fundamentais do servidor público: q) manter-se atualizado com as instruções, as normas de serviço e a legislação pertinentes ao órgão

onde exerce suas funções.

Ética no Setor Público A questão ética é um fator imprescindível para uma sociedade e por isso sempre encontramos diversos

autores tentando definir o que vem a ser ética e como ela se interfere em uma sociedade. O tema: Ética é por si só polêmico, entretanto causa ainda mais inquietação quando falamos sobre a

ética na administração pública, pois logo pensamos em corrupção, extorsão, ineficiência, etc., mas na realidade o que devemos ter como ponto de referência em relação ao serviço público, ou na vida pública em geral, é que seja fixado um padrão a partir do qual possamos em seguida julgar a atuação dos servidores públicos ou daqueles que estiverem envolvidos na vida pública, entretanto não basta que haja padrão, tão somente, é necessário que esse padrão seja ético, acima de tudo.

Assim, ética pública seria a moral incorporada ao Direito, consolidando o valor do justo. Diante da relevância social de que a Ética se faça presente no exercício das atividades públicas, as regras éticas para a vida pública são mais do que regras morais, são regras jurídicas estabelecidas em diversos diplomas do ordenamento, possibilitando a coação em caso de infração por parte daqueles que desempenham a função pública.

5 Ética no setor público. 5.1 Lei nº 8.429/1992 e suas alterações: disposições gerais; atos de improbidade administrativa. 5.2 Código de Ética dos Servidores da Justiça Militar da União aprovado pela

Resolução STM nº 159/2009 e suas alterações.

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Todas as diretivas de leis específicas sobre a ética no setor público partem da Constituição Federal, que estabelece alguns princípios fundamentais para a ética no setor público. Em outras palavras, é o texto constitucional do artigo 37, especialmente o caput, que permite a compreensão de boa parte do conteúdo das leis específicas, porque possui um caráter amplo ao preconizar os princípios fundamentais da administração pública. Estabelece a Constituição Federal:

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: [...]

São princípios da administração pública, nesta ordem: Legalidade Impessoalidade Moralidade Publicidade Eficiência Para memorizar: veja que as iniciais das palavras formam o vocábulo LIMPE, que remete à limpeza

esperada da Administração Pública.

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988

CAPÍTULO VII DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Seção I DISPOSIÇÕES GERAIS

Artigo 37- A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,

do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (...)

Princípio da Legalidade: O princípio da legalidade, um dos mais importantes princípios consagrados no ordenamento jurídico

brasileiro, consiste no fato de que o administrador somente poderá fazer o que a lei permite. É importante demonstrar a diferenciação entre o princípio da legalidade estabelecido ao administrado e ao administrador. Como já explicitado para o administrador, o princípio da legalidade estabelece que ele somente poderá agir dentro dos parâmetros legais, conforme os ditames estabelecidos pela lei. Já, o princípio da legalidade visto sob a ótica do administrado, explicita que ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa, senão em virtude lei. Esta interpretação encontra abalizamento no artigo 5º, II, da Constituição Federal de 1988.

Para o particular, legalidade significa a permissão de fazer tudo o que a lei não proíbe. Contudo, como a administração pública representa os interesses da coletividade, ela se sujeita a uma relação de subordinação, pela qual só poderá fazer o que a lei expressamente determina (assim, na esfera estatal, é preciso lei anterior editando a matéria para que seja preservado o princípio da legalidade). A origem deste princípio está na criação do Estado de Direito, no sentido de que o próprio Estado deve respeitar as leis que dita.19

Princípio da Impessoalidade: Posteriormente, o artigo 37 estabelece que deverá ser obedecido o princípio da impessoalidade.

Este princípio estabelece que a Administração Pública, através de seus órgãos, não poderá, na execução das atividades, estabelecer diferenças ou privilégios, uma vez que deve imperar o interesse social e não o interesse particular. De acordo com os ensinamentos de Maria Sylvia Zanella Di Pietro, o princípio da impessoalidade estaria intimamente relacionado com a finalidade pública. De acordo com a autora “a Administração não pode atuar com vista a prejudicar ou beneficiar pessoas determinadas, uma vez que é sempre o interesse público que deve nortear o seu comportamento”.20

Em interessante constatação, se todos são iguais perante a lei (art. 5º, caput) necessariamente o serão perante a Administração, que deverá atuar sem favoritismo ou perseguição, tratando a todos de modo

19 SPITZCOVSKY, Celso. Direito Administrativo. 13. ed. São Paulo: Método, 2011. 20 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. São Paulo: Atlas, 2005.

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igual, ou quando necessário, fazendo a discriminação necessária para se chegar à igualdade real e material.

Nesse sentido podemos destacar como um exemplo decorrente deste princípio a regra do concurso público, onde a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e complexidade do cargo ou emprego.

Por força dos interesses que representa, a administração pública está proibida de promover discriminações gratuitas. Discriminar é tratar alguém de forma diferente dos demais, privilegiando ou prejudicando. Segundo este princípio, a administração pública deve tratar igualmente todos aqueles que se encontrem na mesma situação jurídica (princípio da isonomia ou igualdade). Por exemplo, a licitação reflete a impessoalidade no que tange à contratação de serviços. O princípio da impessoalidade correlaciona-se ao princípio da finalidade, pelo qual o alvo a ser alcançado pela administração pública é somente o interesse público. Com efeito, o interesse particular não pode influenciar no tratamento das pessoas, já que deve-se buscar somente a preservação do interesse coletivo.21

Princípio da Moralidade Administrativa: A Administração Pública, de acordo com o princípio da moralidade administrativa, deve agir com

boa-fé, sinceridade, probidade, lealdade e ética. Tal princípio acarreta a obrigação ao administrador público de observar não somente a lei que condiciona sua atuação, mas também, regras éticas extraídas dos padrões de comportamento designados como moralidade administrativa (obediência à lei).

Não basta ao administrador ser apenas legal, deve também, ser honesto tendo como finalidade o bem comum. Para Maurice Hauriou, o princípio da moralidade administrativa significa um conjunto de regras de conduta tiradas da disciplina interior da Administração. Trata-se de probidade administrativa, que é a forma de moralidade. Tal preceito mereceu especial atenção no texto vigente constitucional (§ 4º do artigo 37 CF), que pune o ímprobo (pessoa não correto -desonesta) com a suspensão de direitos políticos. Por fim, devemos entender que a moralidade como também a probidade administrativa consistem exclusivamente no dever de funcionários públicos exercerem (prestarem seus serviços) suas funções com honestidade. Não devem aproveitar os poderes do cargo ou função para proveito pessoal ou para favorecimento de outrem.

A posição deste princípio no artigo 37 da CF representa o reconhecimento de uma espécie de moralidade administrativa, intimamente relacionada ao poder público. A administração pública não atua como um particular, de modo que enquanto o descumprimento dos preceitos morais por parte deste particular não é punido pelo Direito (a priori), o ordenamento jurídico adota tratamento rigoroso do comportamento imoral por parte dos representantes do Estado. O princípio da moralidade deve se fazer presente não só para com os administrados, mas também no âmbito interno. Está indissociavelmente ligado à noção de bom administrador, que não somente deve ser conhecedor da lei, mas também dos princípios éticos regentes da função administrativa. Todo ato imoral será diretamente ilegal ou ao menos impessoal, daí a intrínseca ligação com os dois princípios anteriores.22

Princípio da Publicidade: O princípio da publicidade tem por objetivo a divulgação de atos praticados pela Administração

Pública, obedecendo, todavia, as questões sigilosas. De acordo com as lições do eminente doutrinador Hely Lopes Meirelles, “o princípio da publicidade dos atos e contratos administrativos, além de assegurar seus efeitos externos, visa a propiciar seu conhecimento e controle pelos interessados e pelo povo em geral, através dos meios constitucionais...”.23

Complementando o princípio da publicidade, o art. 5º, XXXIII, garante a todos o direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado, matéria essa regulamentada pela Lei nº 12.527/2011 (Regula o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do art. 5o, no inciso II do § 3o do art. 37 e no § 2o do art. 216 da Constituição Federal; altera a Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990; revoga a Lei no 11.111, de 5 de maio de 2005, e dispositivos da Lei no 8.159, de 8 de janeiro de 1991; e dá outras providências).

Os remédios constitucionais do habeas data e mandado de segurança cumprem importante papel enquanto garantias de concretização da transparência.

21 SPITZCOVSKY, Celso. Direito Administrativo. 13. ed. São Paulo: Método, 2011. 22 SPITZCOVSKY, Celso. Direito Administrativo. 13. ed. São Paulo: Método, 2011. 23 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo: Malheiros, 2005.

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A administração pública é obrigada a manter transparência em relação a todos seus atos e a todas informações armazenadas nos seus bancos de dados. Daí a publicação em órgãos da imprensa e a afixação de portarias. Por exemplo, a própria expressão concurso público (art. 37, II, CF) remonta ao ideário de que todos devem tomar conhecimento do processo seletivo de servidores do Estado. Diante disso, como será visto, se negar indevidamente a fornecer informações ao administrado caracteriza ato de improbidade administrativa. Somente pela publicidade os indivíduos controlarão a legalidade e a eficiência dos atos administrativos. Os instrumentos para proteção são o direito de petição e as certidões (art. 5°, XXXIV, CF), além do habeas data e - residualmente - do mandado de segurança.24

Princípio da Eficiência: A administração pública deve manter o ampliar a qualidade de seus serviços com controle de gastos.

Isso envolve eficiência ao contratar pessoas (o concurso público seleciona os mais qualificados ao exercício do cargo), ao manter tais pessoas em seus cargos (pois é possível exonerar um servidor público por ineficiência) e ao controlar gastos (limitando o teto de remuneração), por exemplo. O núcleo deste princípio é a procura por produtividade e economicidade. Alcança os serviços públicos e os serviços administrativos internos, se referindo diretamente à conduta dos agentes.25

Por derradeiro, o último princípio a ser abarcado pelo artigo 37, da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 é o da eficiência.

Se, na iniciativa privada, se busca a excelência e a efetividade, na administração outro não poderia ser o caminho, enaltecido pela EC n. 19/98, que fixou a eficiência também para a Administração Pública.

De acordo com os ensinamentos de Hely Lopes Meirelles, o princípio da eficiência “impõe a todo agente público realizar as atribuições com presteza, perfeição e rendimento funcional. É o mais moderno princípio da função administrativa, que já não se contenta em ser desempenhada apenas com legalidade, exigindo resultados positivos para o serviço público e satisfatório atendimento das necessidades da comunidade e de seus membros”.26

Outrossim, DI PIETRO explicita que o princípio da eficiência possui dois aspectos: “o primeiro pode ser considerado em relação ao modo de atuação do agente público, do qual se espera o melhor desempenho possível de suas atribuições, para lograr os melhores resultados, e o segundo, em relação ao modo de organizar, estruturar e disciplinar a Administração Pública, também com o mesmo objetivo de alcançar os melhores resultados na prestação do serviço público”.27

Por sua atualidade merece especial referência a questão do nepotismo, ou seja, a designação de cônjuge, companheiro e parentes para cargos públicos no órgão. A lei proíbe o nepotismo direto, aquele em que o beneficiado deve estar subordinado a seu cônjuge ou parente, limitado ao segundo grau civil, por consanguinidade (pai, mãe, avós, irmãos, filhos e netos) ou por afinidade (sogros, pais dos sogros, cunhados, enteados e filhos dos enteados).

O Supremo Tribunal Federal ampliou essa vedação, por meio da Súmula Vinculante nº 13, onde proíbe o nepotismo em todas as entidades da Administração direta e indireta de todos os entes federativos, enquanto que a Lei 8.112/90 veda apenas para a Administração direta, às autarquias e fundações da União; estende a proibição aos parentes de terceiro grau (tios e sobrinhos), que alcançava apenas os parentes de segundo grau; e proibiu-se também o nepotismo cruzado, aquele em que o agente público utiliza sua influência para possibilitar a nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em cargo em comissão ou de confiança ou função gratificada não subordinada diretamente a ele.

A vedação do nepotismo representa os princípios da impessoalidade, moralidade, eficiência e isonomia, de acordo com o decidido na Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC nº 12). A partir de agora, temos a palavra da Suprema Corte, dizendo que o nepotismo ofende os princípios republicanos, previstos nos arts. 5º e 37 da Constituição Federal.

Neste contexto, podemos verificar que a ética está diretamente relacionada ao padrão de comportamento do indivíduo, dos profissionais e também do político. O ser humano elaborou as leis para orientar seu comportamento frente as nossas necessidades (direitos e obrigações) e em relação ao meio social, entretanto, não é possível para a lei ditar nosso padrão de comportamento e é aí que entra outro ponto importante que é a cultura, ficando claro que não a cultura no sentido de quantidade de conhecimento adquirido, mas sim a qualidade na medida em que esta pode ser usada em prol da função social, do bem estar e tudo mais que diz respeito ao bem maior do ser humano, este sim é o ponto fundamental, a essência, o ponto mais controverso quando tratamos da questão ética na vida pública.

24 SPITZCOVSKY, Celso. Direito Administrativo. 13. ed. São Paulo: Método, 2011. 25 SPITZCOVSKY, Celso. Direito Administrativo. 13. ed. São Paulo: Método, 2011. 26 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo: Malheiros, 2005. 27 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. São Paulo: Atlas, 2005.

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Frequentemente constatamos a opinião pública desabonar o comportamento ético no serviço público. A crítica feita pela sociedade, decerto, como todo senso comum é imediatista e baseada em uma visão superficial da realidade, que entre outras coisas, trabalha com generalizações, colocando no mesmo “rol” servidores, gerentes e políticos. De fato, sabe-se que essa é uma realidade complexa e que precisa ser analisada com cautela e visão histórica, recomendando-se tratar cada situação separadamente, dentro de seu contexto e não de forma simplista e apressada.

É verdade que aquilo que a sociedade fala sobre o serviço público é o que se vê na prática através da morosidade, do descaso, do empreguismo, improbidade administrativa, má conservação dos bens públicos é motivo de descrédito da sociedade. A sociedade não tem condições de saber de quem é a responsabilidade, na ausência de tais esclarecimentos faz generalizações distorcidas, impregnadas por preconceitos que definem os funcionários públicos como preguiçosos, incompetentes e procrastinadores, quando, de fato, existem pessoas que agem dessa forma, assim como em qualquer empresa, mas existem também pessoas altamente qualificadas e preocupadas com o serviço público e com o bem comum.

Diferente do que vem sendo posto em prática, as empresas éticas devem estimular e oportunizar o advento da consciência crítica de seus colaboradores, clientes e parceiros, e não impor que eles aceitem o que lhes é apresentado. É um ato humano e ético não aceitar verdades prontas, de forma imposta, mas aquelas que a consciência crítica aponta como aceitáveis. É o ser humano quem deve decidir em quem acreditar. As organizações éticas buscam na prática, se tornar honestas, justas, verdadeiras e democráticas, por uma questão de princípio e não de conveniências na maioria das vezes muito embora esse tipo de agir também traga sucesso e reconhecimento. As empresas éticas devem escolher seus líderes e colaboradores considerando tanto suas qualidades técnicas, quanto éticas. Mesmo sabendo-se que o ser humano está suscetível à falhas, uma boa política de Recursos Humanos, ou uma ótima empresa e banca examinadora no caso dos órgãos públicos diminuem os riscos de práticas lesivas ao patrimônio público.

Além da ética individual a empresa que almeja ser ética deverá refletir seu modo de ser, pois quando se conquista a consideração e a confiança dos colaboradores desenvolve a lealdade e compromisso necessários ao crescimento e estabilidade da organização.

Quando a empresa conquista a confiança e o respeito de seus empregados desenvolve a lealdade e o compromisso com ela. Estudos confirmam que as empresas mais éticas são as mais bem-sucedidas, pois nas últimas décadas elas vêm tomando consciência disso e descobrindo que o ser humano, ou seja, os clientes, colaboradores, sociedade, fornecedores, etc., são as coisas mais importantes na organização, portanto devem agir de forma a fazer com que eles as admire, respeite, ame e não queira substituí-las por outras empresas.

Em meio a tantas altercações em relação à ética na política, a generalização da corrupção tornou-se evidente no setor público, um exemplo recente é a máfia das sanguessugas, mas não se deve esquecer que existem pessoas muito éticas e conscientes em todas as organizações. Como se percebe, há uma cobrança cada vez maior nos últimos anos por parte da sociedade por transparência e probidade, tanto no trato da coisa pública, como no fornecimento de produtos e serviços ao mercado. A legislação constitucional e a infraconstitucional têm possibilitado um acompanhamento mais rigoroso da matéria, permitindo que os órgãos de fiscalização e a sociedade em geral adotem medidas judiciais necessárias para coibir os abusos cometidos pelas empresas, espera-se que a impunidade não impere nas investigações de ilicitudes.

A falta de ética nasce nas estruturas administrativas devido ao terreno fértil encontrado ocasionado pela existência de governos autoritários, no qual são regidos por políticos sem ética, sem critérios de justiça social e que, mesmo após o aparecimento de regimes democrático, continuam contaminados pela doença da desonestidade, dos interesses escusos geralmente oriundos de sociedades dominadas por situações de pobreza e injustiça social, abala a confiança das instituições, prejudica a eficácia das organizações, aumenta os custos, afeta o bom uso dos recursos públicos e compromete a imagem da organização e ainda castiga cada vez mais a sociedade que sofre com a pobreza, com a miséria, a falta de sistema de saúde, de esgoto, habitação, ocasionados pela falta de investimentos financeiros do Governo, porque os funcionários públicos priorizam seus interesses pessoais em detrimento dos interesses sociais.

A mudança que se deseja na Administração pública sugere numa gradativa, mas necessária transformação cultural dentro da estrutura organizacional da Administração Pública, isto é, uma reavaliação e valorização das tradições, valores morais e educacionais que nascem em cada um de nós e se forma ao longo do tempo criando assim um determinado estilo de atuação no seio da organização baseada em valores éticos.

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Além destes cinco princípios administrativo-constitucionais diretamente selecionados pelo constituinte, podem ser apontados como princípios de natureza ética relacionados à função pública a probidade e a motivação:

a) Princípio da probidade: um princípio constitucional incluído dentro dos princípios específicos da licitação, é o dever de todo o administrador público, o dever de honestidade e fidelidade com o Estado, com a população, no desempenho de suas funções. Possui contornos mais definidos do que a moralidade. Diógenes Gasparini28 alerta que alguns autores tratam veem como distintos os princípios da moralidade e da probidade administrativa, mas não há características que permitam tratar os mesmos como procedimentos distintos, sendo no máximo possível afirmar que a probidade administrativa é um aspecto particular da moralidade administrativa.

b) Princípio da motivação: É a obrigação conferida ao administrador de motivar todos os atos que edita, gerais ou de efeitos concretos. É considerado, entre os demais princípios, um dos mais importantes, uma vez que sem a motivação não há o devido processo legal, uma vez que a fundamentação surge como meio interpretativo da decisão que levou à prática do ato impugnado, sendo verdadeiro meio de viabilização do controle da legalidade dos atos da Administração.

Motivar significa mencionar o dispositivo legal aplicável ao caso concreto e relacionar os fatos que concretamente levaram à aplicação daquele dispositivo legal. Todos os atos administrativos devem ser motivados para que o Judiciário possa controlar o mérito do ato administrativo quanto à sua legalidade. Para efetuar esse controle, devem ser observados os motivos dos atos administrativos.

Em relação à necessidade de motivação dos atos administrativos vinculados (aqueles em que a lei aponta um único comportamento possível) e dos atos discricionários (aqueles que a lei, dentro dos limites nela previstos, aponta um ou mais comportamentos possíveis, de acordo com um juízo de conveniência e oportunidade), a doutrina é uníssona na determinação da obrigatoriedade de motivação com relação aos atos administrativos vinculados; todavia, diverge quanto à referida necessidade quanto aos atos discricionários.

Meirelles29 entende que o ato discricionário, editado sob os limites da Lei, confere ao administrador uma margem de liberdade para fazer um juízo de conveniência e oportunidade, não sendo necessária a motivação. No entanto, se houver tal fundamentação, o ato deverá condicionar-se a esta, em razão da necessidade de observância da Teoria dos Motivos Determinantes. O entendimento majoritário da doutrina, porém, é de que, mesmo no ato discricionário, é necessária a motivação para que se saiba qual o caminho adotado pelo administrador. Gasparini30, com respaldo no art. 50 da Lei n. 9.784/98, aponta inclusive a superação de tais discussões doutrinárias, pois o referido artigo exige a motivação para todos os atos nele elencados, compreendendo entre estes, tanto os atos discricionários quanto os vinculados.

Improbidade Administrativa

Improbidade administrativa é a falta de probidade do servidor no exercício de suas funções ou de

governante no desempenho das atividades próprias de seu cargo. Os atos de improbidade administrativa importam a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento do Erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.

A matéria é regulada no plano constitucional pelo art. 37, §4º, da Constituição Federal, e no plano infraconstitucional pela Lei Federal Nº 8.429, de 02.06.1992, que dispõe sobre “as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego ou função na administração pública direta, indireta ou fundacional.”

Há dois princípios que se confundem, segundo a maior parte da doutrina, que diz respeito ao princípio

da probidade administrativa e da moralidade administrativa. Alguns entendem que a probidade é um subprincípio da moralidade, outros entendem que a probidade é mais ampla que a moralidade, pois o que leva à violação da moralidade é a prática dos atos de improbidade.

A Lei 8.429/1990 é utilizada na maioria das disposições, sejam civis, processuais e políticas, valendo

pra a União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Para Maria Sylvia Zanella Di Pietro, em sua obra Direito Administrativo, 27ª edição, editora Atlas, 2014.

28 GASPARINI, Diógenes. Direito Administrativo. 9ª ed. São Paulo: Saraiva, 2004. 29 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. São Paulo: Malheiros, 1993. 30 GASPARINI, Diógenes. Direito Administrativo. 9ª ed. São Paulo: Saraiva, 2004.

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“A improbidade administrativa, como ato ilícito, vem sendo prevista no direito positivo brasileiro desde longa data, para os agentes políticos, enquadrando-se como crime de responsabilidade. Para os servidores públicos em geral, a legislação não falava em improbidade, mas já denotava preocupação com o combate à corrupção, ao falar em enriquecimento ilícito no exercício do cargo ou função, que sujeitava o agente ao sequestro e perda de bens em favor da Fazenda Pública.”

A referida lei pune os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, servidor ou não,

contra a administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de empresa incorporada ao patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual.

Pune ainda, os atos de improbidade praticados contra o patrimônio de entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo fiscal ou creditício, de órgão público bem como daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual, limitando-se, nestes casos, a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos.

Agente público, para os efeitos desta lei, é todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades já mencionadas. Contudo, a lei também poderá ser aplicada, àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta.

IMPORTANTE: As entidades públicas mencionadas são as referidas no artigo 1º da Lei nº 8.429/92:

Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, servidor ou não, contra a administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de empresa incorporada ao patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual, serão punidos na forma desta lei.

Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades desta lei os atos de improbidade praticados contra o patrimônio de entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público bem como daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual, limitando-se, nestes casos, a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos.

O agente que comete ato de improbidade está sujeito às sanções penais, civis e administrativas cabíveis ao caso concreto, além das seguintes cominações, que podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato:

Sujeitos dos Atos de Improbidade O art. 1º da Lei de Improbidade elenca os sujeitos passivos dos atos de improbidade, a saber, as

pessoas jurídicas que sofrerão as consequências desses atos. Essas pessoas jurídicas devem pertencer à Administração Direta ou Indireta de qualquer dos poderes, seja da União, dos Estados ou dos Municípios, bem como a empresa incorporada ao patrimônio público ou a entidade em cuja criação ou custeio haja concorrido o erário público com mais de 50% do patrimônio ou da receita anual.

O parágrafo único do mesmo artigo determina que também são puníveis os atos de improbidade praticados contra o patrimônio de entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo fiscal ou creditício de órgão público, assim como contra aquelas em que o erário público tenha concorrido ou concorra com mais de 50% do patrimônio.

Deve-se ter em mente que é imprescindível a determinação do sujeito passivo, haja vista que somente os atos cometidos contra as pessoas descritas no art. 1º e em seu parágrafo único podem ser tipificados como de improbidade e, portanto, gerar a aplicação da Lei nº 8.429/92.

Os sujeitos ativos são as pessoas que praticam os atos de improbidade, podendo ser agentes

públicos ou terceiros. O art. 2º da Lei em estudo traz a conceituação de “agente público” para fins dessa lei. Já os terceiros

estão conceituados no art. 3º.

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Ocorrendo o enriquecimento ilícito, o agente público ou terceiro beneficiário perderá os bens ou valores acrescidos ao seu patrimônio. Vamos observar o teor do art. 7º da Lei de Improbidade:

Art. 7° Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público ou ensejar enriquecimento ilícito, caberá a autoridade administrativa responsável pelo inquérito representar ao Ministério Público, para a indisponibilidade dos bens do indiciado.

Parágrafo único. A indisponibilidade a que se refere o caput deste artigo recairá sobre bens que assegurem o integral ressarcimento do dano, ou sobre o acréscimo patrimonial resultante do enriquecimento ilícito.

O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente está sujeito

às cominações da Lei de Improbidade, até o limite do valor da herança. Os atos que constituem improbidade administrativa podem ser divididos em três espécies: 1) Ato de improbidade administrativa que importa enriquecimento ilícito; 2) Ato de improbidade administrativa que importa lesão ao erário; 3) Ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública. Vamos analisar as três espécies. 1. Ato de improbidade administrativa que importa enriquecimento ilícito (art. 9º): No artigo 9º, desta lei, constitui ato de improbidade administrativa auferir, qualquer tipo de vantagem

patrimonial indevida, por meio do exercício do cargo, mandato, função, emprego ou atividade da Administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da Administração direta, indireta ou fundacional, de empresa incorporada ao patrimônio público ou de entidade, cuja criação ou custeio, tenha o erário concorrido com mais de 50% do patrimônio ou da receita federal.

Para a tipificação deste artigo é necessário que exista: - dolo do agente; - Obtenção de vantagem patrimonial pelo agente; - Ilicitude da vantagem obtida; - Existência de nexo causal entre o exercício funcional e a vantagem indevida. As 12 condutas ilícitas seguem abaixo na disposição da lei, em seu artigo 9º. Lembrando que trata-se

de rol exemplificativo, desta maneira, as 12 condutas não são as únicas. 2) Ato de improbidade administrativa que importa lesão ao erário (art. 10). Constitui ato de improbidade administrativa que importa lesão ao erário, qualquer ação ou omissão,

seja culposa ou dolosa, desde que enseje desvio, perda patrimonial, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no artigo 1º da citada lei.

São requisitos necessários para a configuração deste artigo: - Conduta dolosa ou culposo do agente; -Conduta ilícita; - Existência de lesão ao erário ou perda patrimonial, desvio, apropriação...; - - Não exigência de obtenção de vantagem patrimonial pelo agente; -Existência de nexo causal entre a função do agente e o prejuízo causado ao erário. O rol do artigo 10 é não-taxativo e portanto não se esgota apenas no que consta aqui, como exemplos. 2. 1) Atos de Improbidade Administrativa Decorrentes de Concessão ou Aplicação Indevida de

Benefício Financeiro ou Tributário (Art. 10-A) Esse ato foi acrescentado em 2016, de modo que qualquer ação ou omissão para conceder, aplicar

ou manter benefício financeiro ou tributário contrário ao que dispõem o caput e o § 1º do art. 8º-A da Lei Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003, constitui ato de improbidade administrativa.

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3) Ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública: (art. 11).

No artigo 11, a Lei no 8.429/92 dispõe constituir ato de improbidade administrativa qualquer ação ou

omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade e lealdade às instituições que atentem contra os princípios que compõem a Administração Pública.

Portanto, para a tipificação de uma das condutas previstas no artigo 11, falamos em alguns requisitos: - Conduta dolosa do agente; - Conduta comissiva ou omissiva ilícita que, em regra, não gere enriquecimento ilícito ou não cause

lesão ao patrimônio público; - Violação dos deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade e lealdade às instituições. - Atentado contra os princípios da Administração; - Existência de nexo causal entre o exercício funcional e o desrespeito aos princípios da administração. No mesmo sentido, o rol do artigo 11 é exemplificativo. Prescrição Existe prazo prescricional descrito no art. 23 da Lei de Improbidade Administrativa, prazo esse que

deve ser considerado para a aplicação das sanções para faltas funcionais cometidas pelos servidores públicos.

Ressalte-se que o art. 37, § 5º da Constituição determina que são imprescritíveis as ações que tem por objetivo o ressarcimento dos danos causados ao erário.

Em relação ao agentes ocupantes de cargo efetivo ou empregos públicos deve-se aplicar os prazos prescricionais descritos me lei específica.

Procedimento O procedimento administrativo que se destina a apurar a existência de atos de improbidade no âmbito

interno da Administração Pública está descrito no capítulo V da Lei nº 8.429/92. Segundo norma do art. 14, qualquer pessoa pode representar à autoridade administrativa com vistas

a ser instaurada investigação cuja finalidade será apurar a prática de ato de improbidade. A representação, contudo, deve ser feita por escrito ou reduzida a termo e deve ser assinada pelo representante, devidamente qualificado. Deve-se apresentar as informações sobre o fato, sobre a autoria e as provas.

Deve a autoridade administrativa competente pronunciar-se sobre o conteúdo da representação, podendo inclusive, rejeitá-la através de um despacho devidamente fundamentado. Uma vez tendo sido rejeitada, a autoridade administrativa poderá averiguar a prática dos referidos atos de ofício, bem como caberá nova representação ao Ministério Público.

O Ministério Público, por sua vez, é competente para a instauração de inquérito civil, caso não possua todos os elementos necessários para o ajuizamento da ação de improbidade.

Uma vez sendo instaurado o processo administrativo, deverá a comissão processante, notificar o fato ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas, para que tenham a oportunidade de indicar representantes que acompanharão o procedimento administrativo.

Em havendo comprovação da existência de fundados indícios de responsabilidade, a Comissão tem o dever de representar o Ministério Público ou a Procuradoria para que seja ajuizada ação cautelar com pedido de sequestro de bens do sujeito passivo.

Uma vez ajuizada a medida cautelar, deve o Ministério Público ou a pessoa jurídica interessada propor a ação principal dentro do prazo de trinta dias, contados da efetivação da medida.

No intuito de preservar a indisponibilidade dos interesses públicos, prevê a Lei, no art. 17 a proibição da realização de transação, acordo ou conciliação nesse tipo de ação. Assim, também não é possível a desistência da ação, segundo posicionamento doutrinário.

Fase Preliminar: é realizada antes do recebimento da petição inicial e está prevista no § 7º do art. 17

da Lei de Improbidade Administrativa. A primeira regra diz respeito ao juízo de admissibilidade em que o juízo notifica o requerido para que apresente, no prazo de 15 dias, manifestação escrita que pode ser instruída com documentos. O descumprimento dessa regra acarreta a nulidade do processo.

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Uma vez tendo sido recebidas as manifestações do requerido, pode o juiz rejeitar a ação de improbidade, por decisão fundamentada em que demonstre a caracterização da inexistência do ato de improbidade, ou a inadequação dessa via, bem como a impossibilidade de julgamento.

De outra banda, se houver indícios da existência da prática de atos de improbidade, o juiz receberá a petição inicial, determinando a citação do réu para que, querendo apresente contestação.

Aqueles que apresentarem representações sem fundamento sujeitam-se à penalidades cíveis e penais, essas últimas descritas no art. 19 da lei em comento, sujeitam a pessoa a pena de detenção de seis a dez meses e multa, bem como ao pagamento de danos morais e materiais.

E respeito ao princípio do contraditório e da ampla defesa somente poderá ocorrer a perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos após o trânsito em julgado da sentença condenatória. É possível, contudo, a autoridade administrativa ou judicial determinar o afastamento do agente do cargo, emprego ou função, sem prejuízo de sua remuneração, desde que essa medida seja necessária para a instrução processual.

Aplicação de Sanções As penalidades impostas pela prática de atos de improbidade administrativa não depende das sanções

penais, cíveis e administrativas, podendo as mesmas serem aplicadas de forma isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato.

Dessa feita, é possível ao agente ser responsabilizado individualmente em cada esfera, recebendo assim as punições previstas.

A posse e o exercício do agente público é condicionado à apresentação de declaração dos bens e valores que compõem o seu patrimônio privado, a fim de ser arquivada no serviço de pessoal competente.

Qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa competente para que seja instaurada investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade.

Vamos conferir o artigo 23 da Lei de Improbidade, que trata da prescrição:

Art. 23. As ações destinadas a levar a efeitos as sanções previstas nesta lei podem ser propostas: I - até cinco anos após o término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou de função de

confiança; II - dentro do prazo prescricional previsto em lei específica para faltas disciplinares puníveis com

demissão a bem do serviço público, nos casos de exercício de cargo efetivo ou emprego. III - até cinco anos da data da apresentação à administração pública da prestação de contas final

pelas entidades referidas no parágrafo único do art. 1o desta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014)

Vamos acompanhar em seguida o que dispõe a Lei nº 8.429/92 que versa sobre o tema:

LEI Nº 8.429, DE 2 DE JUNHO DE 1992.

Dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no

exercício de mandato, cargo, emprego ou função na administração pública direta, indireta ou fundacional e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a

seguinte lei: CAPÍTULO I

Das Disposições Gerais

Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, servidor ou não, contra a administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de empresa incorporada ao patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual, serão punidos na forma desta lei.

Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades desta lei os atos de improbidade praticados contra o patrimônio de entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público bem como daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos de cinquenta por cento do patrimônio ou da receita anual, limitando-se, nestes casos, a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos.

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Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior.

Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente

público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta.

Art. 4° Os agentes públicos de qualquer nível ou hierarquia são obrigados a velar pela estrita

observância dos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade no trato dos assuntos que lhe são afetos.

Art. 5° Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, dolosa ou culposa, do agente ou

de terceiro, dar-se-á o integral ressarcimento do dano. Art. 6° No caso de enriquecimento ilícito, perderá o agente público ou terceiro beneficiário os bens ou

valores acrescidos ao seu patrimônio. Art. 7° Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público ou ensejar enriquecimento

ilícito, caberá a autoridade administrativa responsável pelo inquérito representar ao Ministério Público, para a indisponibilidade dos bens do indiciado.

Parágrafo único. A indisponibilidade a que se refere o caput deste artigo recairá sobre bens que assegurem o integral ressarcimento do dano, ou sobre o acréscimo patrimonial resultante do enriquecimento ilícito.

Art. 8° O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente está

sujeito às cominações desta lei até o limite do valor da herança.

CAPÍTULO II Dos Atos de Improbidade Administrativa

Seção I Dos Atos de Improbidade Administrativa que Importam Enriquecimento Ilícito

Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito auferir qualquer

tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1° desta lei, e notadamente:

I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou qualquer outra vantagem econômica, direta ou indireta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou presente de quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público;

II - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem móvel ou imóvel, ou a contratação de serviços pelas entidades referidas no art. 1° por preço superior ao valor de mercado;

III - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a alienação, permuta ou locação de bem público ou o fornecimento de serviço por ente estatal por preço inferior ao valor de mercado;

IV - utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidores públicos, empregados ou terceiros contratados por essas entidades;

V - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para tolerar a exploração ou a prática de jogos de azar, de lenocínio, de narcotráfico, de contrabando, de usura ou de qualquer outra atividade ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem;

VI - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para fazer declaração falsa sobre medição ou avaliação em obras públicas ou qualquer outro serviço, ou sobre quantidade, peso, medida, qualidade ou característica de mercadorias ou bens fornecidos a qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei;

VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato, cargo, emprego ou função pública, bens de qualquer natureza cujo valor seja desproporcional à evolução do patrimônio ou à renda do agente público;

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VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consultoria ou assessoramento para pessoa física ou jurídica que tenha interesse suscetível de ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público, durante a atividade;

IX - perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou aplicação de verba pública de qualquer natureza;

X - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indiretamente, para omitir ato de ofício, providência ou declaração a que esteja obrigado;

XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta lei;

XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta lei.

Seção II

Dos Atos de Improbidade Administrativa que Causam Prejuízo ao Erário Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou

omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente:

I - facilitar ou concorrer por qualquer forma para a incorporação ao patrimônio particular, de pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei;

II - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;

III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente despersonalizado, ainda que de fins educativos ou assistências, bens, rendas, verbas ou valores do patrimônio de qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem observância das formalidades legais e regulamentares aplicáveis à espécie;

IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de bem integrante do patrimônio de qualquer das entidades referidas no art. 1º desta lei, ou ainda a prestação de serviço por parte delas, por preço inferior ao de mercado;

V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preço superior ao de mercado;

VI - realizar operação financeira sem observância das normas legais e regulamentares ou aceitar garantia insuficiente ou inidônea;

VII - conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;

VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou dispensá-lo indevidamente; (Vide Lei nº 13.019, de 2014)

IX - ordenar ou permitir a realização de despesas não autorizadas em lei ou regulamento; X - agir negligentemente na arrecadação de tributo ou renda, bem como no que diz respeito à

conservação do patrimônio público; XI - liberar verba pública sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer forma

para a sua aplicação irregular; XII - permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça ilicitamente; XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou

material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidor público, empregados ou terceiros contratados por essas entidades.

XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por objeto a prestação de serviços públicos por meio da gestão associada sem observar as formalidades previstas na lei;

XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público sem suficiente e prévia dotação orçamentária, ou sem observar as formalidades previstas na lei.

XVI - facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a incorporação, ao patrimônio particular de pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores públicos transferidos pela administração pública a entidades privadas mediante celebração de parcerias, sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie; (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014).

XVII - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou valores públicos transferidos pela administração pública a entidade privada mediante celebração de

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parcerias, sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie; (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014).

XVIII - celebrar parcerias da administração pública com entidades privadas sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie; (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014).

XIX - agir negligentemente na celebração, fiscalização e análise das prestações de contas de parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas; (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014).

XX - liberar recursos de parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação irregular. (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014).

XXI - liberar recursos de parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação irregular. (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014).

Seção II-A

(Incluído pela Lei Complementar nº 157, de 2016) Dos Atos de Improbidade Administrativa Decorrentes de Concessão ou Aplicação Indevida de

Benefício Financeiro ou Tributário Art. 10-A.Constitui ato de improbidade administrativa qualquer ação ou omissão para conceder, aplicar

ou manter benefício financeiro ou tributário contrário ao que dispõem o caput e o § 1º do art. 8º-A da Lei Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003. (Incluído pela Lei Complementar nº 157, de 2016)

Seção III

Dos Atos de Improbidade Administrativa que Atentam Contra os Princípios da Administração Pública

Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração

pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente:

I - praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele previsto, na regra de competência;

II - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício; III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que deva permanecer

em segredo; IV - negar publicidade aos atos oficiais; V - frustrar a licitude de concurso público; VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo; VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da respectiva divulgação oficial,

teor de medida política ou econômica capaz de afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço. VIII - descumprir as normas relativas à celebração, fiscalização e aprovação de contas de parcerias

firmadas pela administração pública com entidades privadas. (Redação dada pela Lei nº 13.019, de 2014). IX - deixar de cumprir a exigência de requisitos de acessibilidade previstos na legislação. (Incluído pela

Lei nº 13.146, de 2015).

CAPÍTULO III Das Penas

Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e administrativas previstas na legislação

específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, que podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato:

I - na hipótese do art. 9°, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, ressarcimento integral do dano, quando houver, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos, pagamento de multa civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de dez anos;

II - na hipótese do art. 10, ressarcimento integral do dano, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta circunstância, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de cinco a oito anos, pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do dano e

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proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de cinco anos;

III - na hipótese do art. 11, ressarcimento integral do dano, se houver, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos, pagamento de multa civil de até cem vezes o valor da remuneração percebida pelo agente e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de três anos.

V - na hipótese prevista no art. 10-A, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de 5 (cinco) a 8 (oito) anos e multa civil de até 3 (três) vezes o valor do benefício financeiro ou tributário concedido. (Incluído pela Lei Complementar nº 157, de 2016)

Parágrafo único. Na fixação das penas previstas nesta lei o juiz levará em conta a extensão do dano causado, assim como o proveito patrimonial obtido pelo agente.

CAPÍTULO IV

Da Declaração de Bens

Art. 13. A posse e o exercício de agente público ficam condicionados à apresentação de declaração dos bens e valores que compõem o seu patrimônio privado, a fim de ser arquivada no serviço de pessoal competente. (Regulamento) (Regulamento)

§ 1° A declaração compreenderá imóveis, móveis, semoventes, dinheiro, títulos, ações, e qualquer outra espécie de bens e valores patrimoniais, localizado no País ou no exterior, e, quando for o caso, abrangerá os bens e valores patrimoniais do cônjuge ou companheiro, dos filhos e de outras pessoas que vivam sob a dependência econômica do declarante, excluídos apenas os objetos e utensílios de uso doméstico.

§ 2º A declaração de bens será anualmente atualizada e na data em que o agente público deixar o exercício do mandato, cargo, emprego ou função.

§ 3º Será punido com a pena de demissão, a bem do serviço público, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, o agente público que se recusar a prestar declaração dos bens, dentro do prazo determinado, ou que a prestar falsa.

§ 4º O declarante, a seu critério, poderá entregar cópia da declaração anual de bens apresentada à Delegacia da Receita Federal na conformidade da legislação do Imposto sobre a Renda e proventos de qualquer natureza, com as necessárias atualizações, para suprir a exigência contida no caput e no § 2° deste artigo.

CAPÍTULO V

Do Procedimento Administrativo e do Processo Judicial Art. 14. Qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa competente para que seja

instaurada investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade. § 1º A representação, que será escrita ou reduzida a termo e assinada, conterá a qualificação do

representante, as informações sobre o fato e sua autoria e a indicação das provas de que tenha conhecimento.

§ 2º A autoridade administrativa rejeitará a representação, em despacho fundamentado, se esta não contiver as formalidades estabelecidas no § 1º deste artigo. A rejeição não impede a representação ao Ministério Público, nos termos do art. 22 desta lei.

§ 3º Atendidos os requisitos da representação, a autoridade determinará a imediata apuração dos fatos que, em se tratando de servidores federais, será processada na forma prevista nos arts. 148 a 182 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990 e, em se tratando de servidor militar, de acordo com os respectivos regulamentos disciplinares.

Art. 15. A comissão processante dará conhecimento ao Ministério Público e ao Tribunal ou Conselho

de Contas da existência de procedimento administrativo para apurar a prática de ato de improbidade. Parágrafo único. O Ministério Público ou Tribunal ou Conselho de Contas poderá, a requerimento,

designar representante para acompanhar o procedimento administrativo. Art. 16. Havendo fundados indícios de responsabilidade, a comissão representará ao Ministério Público

ou à procuradoria do órgão para que requeira ao juízo competente a decretação do sequestro dos bens do agente ou terceiro que tenha enriquecido ilicitamente ou causado dano ao patrimônio público.

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§ 1º O pedido de sequestro será processado de acordo com o disposto nos arts. 822 e 825 do Código de Processo Civil.

§ 2° Quando for o caso, o pedido incluirá a investigação, o exame e o bloqueio de bens, contas bancárias e aplicações financeiras mantidas pelo indiciado no exterior, nos termos da lei e dos tratados internacionais.

Art. 17. A ação principal, que terá o rito ordinário, será proposta pelo Ministério Público ou pela pessoa

jurídica interessada, dentro de trinta dias da efetivação da medida cautelar. § 1º É vedada a transação, acordo ou conciliação nas ações de que trata o caput § 2º A Fazenda Pública, quando for o caso, promoverá as ações necessárias à complementação do

ressarcimento do patrimônio público. § 3º No caso de a ação principal ter sido proposta pelo Ministério Público, aplica-se, no que couber, o

disposto no § 3o do art. 6º da Lei nº 4.717, de 29 de junho de 1965. § 4º O Ministério Público, se não intervir no processo como parte, atuará obrigatoriamente, como fiscal

da lei, sob pena de nulidade. § 5º A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo para todas as ações posteriormente

intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o mesmo objeto. § 6º A ação será instruída com documentos ou justificação que contenham indícios suficientes da

existência do ato de improbidade ou com razões fundamentadas da impossibilidade de apresentação de qualquer dessas provas, observada a legislação vigente, inclusive as disposições inscritas nos arts. 16 a 18 do Código de Processo Civil.

§ 7º Estando a inicial em devida forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a notificação do requerido, para oferecer manifestação por escrito, que poderá ser instruída com documentos e justificações, dentro do prazo de quinze dias.

§ 8º Recebida a manifestação, o juiz, no prazo de trinta dias, em decisão fundamentada, rejeitará a ação, se convencido da inexistência do ato de improbidade, da improcedência da ação ou da inadequação da via eleita.

§ 9º Recebida a petição inicial, será o réu citado para apresentar contestação. § 10. Da decisão que receber a petição inicial, caberá agravo de instrumento. § 11. Em qualquer fase do processo, reconhecida a inadequação da ação de improbidade, o juiz

extinguirá o processo sem julgamento do mérito. § 12. Aplica-se aos depoimentos ou inquirições realizadas nos processos regidos por esta Lei o

disposto no art. 221, caput e § 1º, do Código de Processo Penal. § 13. Para os efeitos deste artigo, também se considera pessoa jurídica interessada o ente tributante

que figurar no polo ativo da obrigação tributária de que tratam o § 4º do art. 3º e o art. 8º-A da Lei Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003. (Incluído pela Lei Complementar nº 157, de 2016).

Art. 18. A sentença que julgar procedente ação civil de reparação de dano ou decretar a perda dos

bens havidos ilicitamente determinará o pagamento ou a reversão dos bens, conforme o caso, em favor da pessoa jurídica prejudicada pelo ilícito.

CAPÍTULO VI

Das Disposições Penais Art. 19. Constitui crime a representação por ato de improbidade contra agente público ou terceiro

beneficiário, quando o autor da denúncia o sabe inocente. Pena: detenção de seis a dez meses e multa. Parágrafo único. Além da sanção penal, o denunciante está sujeito a indenizar o denunciado pelos

danos materiais, morais ou à imagem que houver provocado. Art. 20. A perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só se efetivam com o trânsito

em julgado da sentença condenatória. Parágrafo único. A autoridade judicial ou administrativa competente poderá determinar o afastamento

do agente público do exercício do cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida se fizer necessária à instrução processual.

Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta lei independe: I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo quanto à pena de ressarcimento;

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II - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou pelo Tribunal ou Conselho de Contas.

Art. 22. Para apurar qualquer ilícito previsto nesta lei, o Ministério Público, de ofício, a requerimento de

autoridade administrativa ou mediante representação formulada de acordo com o disposto no art. 14, poderá requisitar a instauração de inquérito policial ou procedimento administrativo.

CAPÍTULO VII Da Prescrição

Art. 23. As ações destinadas a levar a efeitos as sanções previstas nesta lei podem ser propostas: I - até cinco anos após o término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou de função de

confiança; II - dentro do prazo prescricional previsto em lei específica para faltas disciplinares puníveis com

demissão a bem do serviço público, nos casos de exercício de cargo efetivo ou emprego. III - até cinco anos da data da apresentação à administração pública da prestação de contas final pelas

entidades referidas no parágrafo único do art. 1o desta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014) CAPÍTULO VIII

Das Disposições Finais Art. 24. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. Art. 25. Ficam revogadas as Leis n°s 3.164, de 1° de junho de 1957, e 3.502, de 21 de dezembro de

1958 e demais disposições em contrário.

Rio de Janeiro, 2 de junho de 1992; 171° da Independência e 104° da República.

FERNANDO COLLOR

Prezado candidato segue o Código de Ética dos Servidores da Justiça Militar da União aprovado pela Resolução STM nº 159/2009 e suas alterações.

CÓDIGO DE ÉTICA DOS SERVIDORES DA

JUSTIÇA MILITAR DA UNIÃO CAPÍTULO I

DAS DISPOSIÇÕES INICIAIS Art. 1º Fica instituído o Código de Ética dos Servidores da Justiça Militar da União e criadas a Comissão

de Ética e a Comissão Especial de Ética da Justiça Militar da União, com o objetivo de: I – estabelecer as regras éticas de conduta dos servidores; e II – preservar a imagem e a reputação do servidor da JMU, cuja conduta esteja de acordo com as

normas éticas previstas neste Código.

CAPÍTULO II DAS NORMAS DE CONDUTA ÉTICA

SEÇÃO I DAS REGRAS GERAIS

Art. 2º A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia, a preservação do patrimônio, da honra e da tradição

dos serviços públicos e a conduta ética devem ser observados pelos servidores da Justiça Militar da União com vistas ao atendimento do princípio da moralidade da Administração Pública.

Art. 3º O servidor deve abster-se de manter relações oficiais, financeiras, profissionais ou pessoais

que possam prejudicar ou criar restrições à sua atuação profissional. Art. 4º Salvo os casos previstos em lei, a publicidade dos atos administrativos constitui requisito de

eficácia e moralidade, ensejando sua omissão comprometimento ético.

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Art. 5º O servidor não pode omitir ou falsear a verdade, ainda que contrária à pessoa interessada ou à Administração Pública, sendo condenável a prática habitual da opressão, da mentira e do erro

Art. 6º São deveres fundamentais do servidor da Justiça Militar da União: I – desempenhar, com zelo e eficácia, as atribuições do cargo ou função de que seja titular; II – ser probo, reto, leal e justo, escolhendo sempre, quando estiver diante de duas opções, a que

melhor atenda ao interesse público; III – apresentar prestação de contas sob sua responsabilidade no prazo determinado; IV – tratar os usuários do serviço público com cortesia, urbanidade, disponibilidade e atenção,

respeitando a condição e as limitações de cada qual, sem qualquer espécie de preconceito ou distinção de raça, sexo, nacionalidade, cor, idade, religião, cunho político e posição social, abstendo-se, dessa forma, de causar-lhes dano moral;

V – representar contra comprometimento indevido da estrutura da Administração Pública, independentemente da hierarquia a que esteja subordinado;

VI – resistir a pressões de superiores hierárquicos, de contratantes e de outros que visem a obter favores, benesses ou vantagens indevidas em decorrência de ações imorais, ilegais ou aéticas, e denunciá-las;

VII – zelar, no exercício do direito de greve, pela defesa da vida e da segurança coletiva; VIII – ser assíduo e frequente ao serviço; IX – comunicar imediatamente a seus superiores todo ato contrário ao interesse público; X – participar dos movimentos e estudos que se relacionem com a melhoria do exercício de suas

funções; XI – apresentar-se para o trabalho adequadamente trajado; XII – manter-se atualizado com a legislação, as instruções e as normas de serviço editadas no âmbito

da JMU; XIII – cumprir, de acordo com as normas de serviço e as ordens e instruções superiores, as tarefas de

seu cargo ou função; XIV – colaborar com a fiscalização dos atos ou serviços por quem de direito; XV – abster-se de exercer sua função, poder ou autoridade com finalidade estranha ao interesse

público, mesmo que observando as formalidades legais e não cometendo violação expressa à lei; e XVI – prestar, no ato da posse, compromisso de cumprimento das normas de conduta ética. Art. 7º É vedado ao servidor da Justiça Militar da União: I – usar cargo ou função, facilidades, amizades, tempo, posição e influências para obter favorecimento

para si ou para outrem; II – prejudicar deliberadamente a reputação de outros servidores ou de cidadãos; Código de Ética dos Servidores da Justiça Militar da União 11 III – ser conivente com erro ou infração a este Código de Ética ou ao Código de Ética de sua categoria

profissional; IV – usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exercício regular de direito por qualquer pessoa,

causando-lhe dano moral ou material; V – perseguir jurisdicionados administrativos ou servidores do Tribunal por motivos de ordem pessoal; VI – alterar ou deturpar o teor de documentos que deva encaminhar para providências; VII – desviar servidor da JMU para atendimento a interesse particular; VIII – fazer uso de informações privilegiadas obtidas no âmbito interno de seu serviço, em benefício

próprio, de parentes, de amigos ou de terceiros; IX – apoiar instituição que atente contra a moral, a honestidade ou a dignidade da pessoa humana; X – deixar, injustificadamente, qualquer pessoa à espera de solução na unidade em que exerça suas

funções, permitindo a formação de longas filas, ou outra espécie de atraso na prestação do serviço; XI – ausentar-se injustificadamente de seu local de trabalho; XII – divulgar informação de caráter sigiloso; XIII – atribuir a outrem erro próprio; XIV – submeter servidor a situação humilhante; e XV – manter sob subordinação hierárquica cônjuge ou parente, em linha reta ou colateral, até o 3º

grau.

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SEÇÃO II DAS REGRAS ESPECÍFICAS PARA A ALTA

ADMINISTRAÇÃO DA JMU Art. 8º Os servidores nomeados para o exercício dos cargos em comissão de níveis CJ-1 a CJ-4, tendo

em vista a natureza das atribuições, obedecerão a regras específicas, além das demais normas constantes deste Código.

Art. 9º No exercício de suas funções, as autoridades investidas na JMU deverão pautar-se pelos

padrões de ética, sobretudo no que diz respeito à integridade, à moralidade, à transparência e ao decoro, com vistas a motivar o respeito e a confiança do público em geral.

Parágrafo único. Os padrões éticos de que trata este artigo são exigidos da autoridade na relação entre suas atividades públicas e privadas, de modo a prevenir eventuais conflitos de interesses.

Art. 10. As alterações relevantes no valor ou na natureza do patrimônio das autoridades deverão ser

imediatamente comunicadas à Comissão de Ética da JMU, especialmente quando se tratar de atos de gestão patrimonial que envolvam:

I – transferência de bens a cônjuge, ascendente, descendente ou parente na linha colateral; II – aquisição, direta ou indireta, do controle de empresa; e III – alteração substancial do valor por decisão ou política governamental. § 1ºEm caso de dúvida, a Comissão poderá solicitar informações adicionais e esclarecimentos à

autoridade sobre as alterações patrimoniais comunicadas ou conhecidas por outro meio. § 2º A autoridade poderá consultar previamente a Comissão de Ética a respeito de ato específico de

gestão de bens que pretenda realizar. § 3º A fim de preservar o caráter sigiloso das informações pertinentes à situação patrimonial da

autoridade, as comunicações e consultas, após conferidas e respondidas, serão acondicionadas em envelope lacrado, que somente poderá ser aberto por determinação da Comissão.

Art. 11. A Diretoria de Pessoal disponibilizará, em caráter reservado, quando solicitado pela Comissão

de Ética ou pela Comissão Especial de Ética, a declaração de bens e rendas da autoridade, visando a prestar esclarecimentos sobre situação patrimonial que, real ou potencialmente, possa suscitar conflito com o interesse público.

Art. 12. A autoridade que mantiver participação superior a cinco por cento do capital de sociedade de

economia mista, de instituição financeira ou de empresa que negocie com o Poder Público deve comunicar o fato à Comissão de Ética da JMU.

Art. 13. A autoridade não poderá receber: I – salário ou qualquer outra remuneração de fonte privada que esteja em desacordo com a lei; e II – transporte, hospedagem ou favores de particulares, de forma a permitir situação que possa gerar

dúvida sobre a sua probidade ou honorabilidade. Parágrafo único. É permitida a participação em seminários, congressos e eventos semelhantes, desde

que tornada pública eventual remuneração, bem como o pagamento das despesas de viagem pelo promotor do evento, o qual não poderá ter interesse em decisão a ser tomada pela autoridade.

Art. 14. É vedado aceitar presentes, salvo de autoridades estrangeiras nos casos protocolares em que

houver reciprocidade. § 1ºNão se consideram presentes para os fins deste artigo os brindes que: I – não tenham valor comercial; ou II – distribuídos por entidades de qualquer natureza a título de cortesia, propaganda, divulgação

habitual ou por ocasião de eventos especiais ou datas comemorativas, não ultrapassem o valor de R$ 100,00 (cem reais).

§ 2ºOs presentes que, por alguma razão, não possam ser recusados ou devolvidos sem ônus para a autoridade, serão doados a entidades de caráter filantrópico ou cultural.

Art. 15. No relacionamento com outros órgãos e funcionários da Administração, a autoridade deverá

esclarecer a existência de eventual conflito de interesses, bem como comunicar circunstância ou fato impeditivo de sua participação em decisão coletiva ou em órgão colegiado.

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Art. 16. As divergências entre autoridades públicas serão resolvidas internamente, mediante coordenação administrativa.

Art. 17. É vedado à autoridade: I – abster-se de cientificar o servidor, previamente, sobre a exoneração do cargo em comissão ou

dispensa da função comissionada; II – decidir contrariamente às provas constantes dos autos de sindicância ou de processo

administrativo disciplinar; e III – opinar publicamente a respeito: a) da honorabilidade e do desempenho funcional de outra autoridade da JMU; b) do mérito de questão que lhe for submetida, para decisão individual ou em órgão colegiado, salvo

aquelas de conhecimento geral. Art. 18. As propostas de trabalho ou de negócio futuro no setor privado, bem como negociação que

envolva conflito de interesses deverão ser imediatamente informadas pela autoridade à Comissão de Ética da JMU, independentemente de aceitação ou rejeição.

Art. 19. Na ausência de lei sobre prazo diverso, será de quatro meses, contados da exoneração, o

período de interdição para atividade incompatível com o cargo anteriormente exercido, obrigando-se a autoridade a observar, neste prazo, as seguintes regras:

I – não aceitar cargo de administrador, consultor ou conselheiro, ou estabelecer vínculo profissional com pessoa física ou jurídica com a qual tenha mantido relacionamento oficial direto e relevante nos seis meses anteriores à exoneração; e

II – não intervir, em benefício ou em nome de pessoa física ou jurídica, junto a órgão ou entidade da Administração Pública Federal com que tenha tido relacionamento oficial direto e relevante nos seis meses anteriores à exoneração.

CAPÍTULO III

DA COMISSÃO DE ÉTICA E DA COMISSÃO ESPECIAL DE ÉTICA SEÇÃO I

DA COMPOSIÇÃO Art. 20. A Comissão de Ética da Justiça Militar da União será composta por três membros e respectivos

suplentes, todos servidores efetivos e estáveis, designados pelo Presidente do Tribunal dentre aqueles que nunca sofreram punição administrativa, civil ou penal. (Redação dada pela Resolução no 200, de 20 de março de 2014)

§ 1º O Presidente da Comissão será indicado pelo Presidente do Tribunal dentre os membros designados. (Redação dada pela Resolução no 200, de 20 de março de 2014)

§ 2º O mandato dos membros da Comissão será de dois anos, permitida a recondução da totalidade de seus membros. (Redação dada pela Resolução no 200, de 20 de março de 2014)

§ 3º Servidores que estejam respondendo a processo civil, penal ou administrativo ficam impedidos de compor a Comissão.

Art. 21. Ficará suspenso das atividades da Comissão, até a conclusão do processo, o servidor que vier

a ser indiciado civil, penal ou administrativamente. Parágrafo único. Caso o servidor venha a ser responsabilizado, será automaticamente excluído da

Comissão. Art. 22. Quando o assunto a ser apreciado envolver parentes ascendentes, descendentes ou colaterais

até o 3º grau de integrante titular da Comissão de Ética, este ficará impedido de participar do processo, assumindo automaticamente o respectivo suplente.

Art. 23. Quando a infração ética for imputada ao Diretor-Geral do STM, essa será apreciada por

Comissão Especial de Ética, presidida pelo Ministro Vice-Presidente do STM e integrada por dois Ministros escolhidos pelo Ministro-Presidente. (Redação dada pela Resolução no 200, de 20 de março de 2014)

Art. 24. Os integrantes das Comissões desempenharão suas atribuições sem prejuízo daquelas

inerentes a seus cargos efetivos, cargos em comissão ou funções comissionadas.

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Parágrafo único. Eventuais conflitos de interesse que possam surgir em função do exercício das atividades profissionais dos componentes das Comissões deverão ser informados aos demais membros.

Art. 25. Não haverá remuneração pelos trabalhos desenvolvidos na Comissão de Ética e na Comissão

Especial de Ética, os quais serão considerados prestação de relevante serviço público e constarão na ficha funcional do servidor.

SEÇÃO II

DAS COMPETÊNCIAS

Art. 26. Compete à Comissão de Ética da Justiça Militar da União: I – supervisionar a observância do Código de Ética dos Servidores da JMU; II – orientar e recomendar questões que envolvam a ética profissional do servidor, no tratamento com

as pessoas e com o patrimônio público; III – divulgar o Código de Ética, bem como as ações empreendidas; IV – conhecer de denúncias ou representações formuladas contra servidor e/ou unidade da JMU, nas

quais, mediante identificação do denunciante, se apresente ato contrário à ética; V – instaurar, de ofício ou em razão de denúncia fundamentada, desde que haja indícios suficientes,

processo sobre conduta que considerar passível de violação às normas éticas; VI – manter banco de dados de sanções aplicadas pela Comissão Especial de Ética e de suas próprias

sanções, para fins de consulta pela Diretoria de Pessoal, pelos órgãos ou entidade da administração pública federal, em casos de designação de função comissionada, nomeação para cargo em comissão ou de alta relevância pública;

VII – dirimir as dúvidas a respeito da aplicação do Código de Ética; VIII – submeter ao Ministro-Presidente do STM sugestões de aprimoramento do Código de Ética e de

normas complementares; IX – apresentar relatório de atividades ao final da gestão do Presidente do Tribunal; e X – aplicar a sanção de censura quando a conclusão for pela existência de falta ética. Art. 27. Cabe ao Presidente da Comissão: I – determinar a instauração de processo de apuração de prática de desrespeito ao preceituado no

Código e a execução das respectivas diligências; II – convocar e presidir as reuniões; III – orientar os trabalhos da Comissão, ordenar os debates e iniciar e concluir as deliberações. Art. 28. Cabe aos membros da Comissão: I – apreciar as matérias que lhes forem submetidas; e II – solicitar informações a respeito de matérias submetidas a sua apreciação. Art. 29. As disposições contidas nesta Seção serão aplicadas, no que couber, à Comissão Especial de

Ética e a seus respectivos membros.

SEÇÃO III DO FUNCIONAMENTO DAS COMISSÕES

Art. 30. Os trabalhos das Comissões devem ser desenvolvidos com celeridade e observância dos

seguintes princípios: I – proteção à honra e à imagem da pessoa investigada; II – proteção à identidade do denunciante, que deverá ser mantida sob reserva, se este assim o

desejar; e III – independência e imparcialidade dos seus membros na apuração dos fatos, com as garantias

asseguradas neste Código. Art. 31. As reuniões da Comissão de Ética e da Comissão Especial de Ética ocorrerão por iniciativa de

seus respectivos Presidentes. Art. 32. As matérias em exame nas reuniões das Comissões serão consideradas de caráter sigiloso.

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Art. 33. Os integrantes das Comissões não poderão se manifestar publicamente sobre situação específica que possa vir a ser objeto de deliberação formal do Colegiado.

Art. 34. Eventuais ausências às reuniões deverão ser justificadas pelos integrantes das Comissões.

CAPÍTULO IV DOS PROCEDIMENTOS APURATÓRIOS

Art. 35. A apuração da conduta em desacordo com as normas éticas será realizada com base nas

orientações constantes deste Código de Ética. Art. 36. Os procedimentos adotados para verificação de descumprimento a este Código serão

promovidos, respeitando-se, sempre, as garantias do contraditório e da ampla defesa, e terão rito sumário.

Art. 37. Será mantido com a chancela de “reservado”, até que esteja concluído, qualquer procedimento

instaurado para apuração de prática em desrespeito às normas éticas. § 1º Concluída a investigação e após a deliberação das Comissões, os autos do procedimento deixarão

de ser reservados. § 2º Na hipótese de os autos estarem instruídos com documento acobertado por sigilo legal, o acesso

a esse tipo de documento somente será permitido a quem detiver igual direito perante o órgão ou entidade originariamente encarregado da sua guarda.

§ 3º Para resguardar o sigilo de documentos que assim devam ser mantidos, as Comissões, depois de concluído o processo de investigação, providenciarão para que tais documentos sejam desentranhados dos autos, lacrados e acautelados.

Art. 38. A qualquer pessoa que esteja sendo investigada é assegurado o direito de saber o que lhe

está sendo imputado, de conhecer o teor da acusação e de ter vista dos autos, no recinto das Comissões, mesmo que ainda não tenha sido notificada da existência do procedimento investigatório.

Parágrafo único. O direito assegurado neste artigo inclui o de obter cópia dos autos e de certidão do seu inteiro teor.

Art. 39. Instaurado o processo, as Comissões notificarão o investigado para manifestar-se, por escrito,

no prazo de dez dias e, nessa mesma oportunidade, dar-se-á imediata ciência ao: I – Ministro-Presidente do STM, quando se tratar de servidores nomeados para cargos em comissão

ou designados para funções comissionadas; II – Diretor-Geral, quando se tratar de servidores vinculados à Secretaria do STM; III – Juízes-Auditores, quando se tratar de servidores do Quadro Permanente das Auditorias da JMU. § 1º O investigado poderá produzir a prova documental necessária à sua defesa. § 2º As Comissões poderão requisitar os documentos que entenderem necessários à instrução

probatória e, também, promover diligências e solicitar parecer de especialista. § 3º Se após a manifestação referida no caput deste artigo, novos elementos de prova forem juntados

aos autos de investigação, o investigado será notificado para nova manifestação, no prazo de dez dias. Art. 40. As unidades administrativas da Justiça Militar da União ficam obrigadas a prestar

esclarecimentos necessários em apoio ao desempenho das atividades das Comissões. Art. 41. É irrecusável a prestação de informações por parte de servidor convocado pela Comissão, sob

pena de abertura de sindicância ou instauração de processo administrativo disciplinar, nos termos da Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990.

Art. 42. A Comissão de Ética e a Comissão Especial de Ética não poderão escusar-se de proferir

decisão sobre matéria de sua competência alegando omissão desse Código, que, se existente, será suprida pela analogia e invocação aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, eficiência, razoabilidade e proporcionalidade.

Art. 43. Se a conclusão for pela existência de falta ética, além das providências previstas neste Código,

as Comissões tomarão as seguintes providências, no que couber:

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I – encaminhamento de sugestão de exoneração de cargo em comissão ou dispensa de função comissionada ao Ministro-Presidente ou, conforme o caso, devolução do servidor ao órgão de origem; e

II – encaminhamento à autoridade competente, quando a conduta apurada for tipificada como infração disciplinar, a fim de que seja provocada a Comissão Permanente Disciplinar, para exame de eventuais transgressões disciplinares.

Art. 44. A pena aplicável ao servidor pelas Comissões é a de censura e sua fundamentação constará

do respectivo parecer, assinado por todos os seus integrantes, com ciência ao servidor responsabilizado pela falta ética.

Art. 45. O prazo da apuração não excederá quarenta dias, contados da data de instauração do

processo, admitida a sua prorrogação por igual período. § 1ºDas decisões das Comissões cabe recurso, no prazo de dez dias. § 2ºO recurso será dirigido à Comissão que proferiu a decisão, a qual, se não a reconsiderar no prazo

de cinco dias, o encaminhará ao Ministro-Presidente do STM. § 3º Admitir-se-á o trâmite do recurso administrativo na terceira instância administrativa, observadas

as disposições regimentais do STM. CAPÍTULO V

DAS DISPOSIÇÕES FINAIS Art. 46. A penalidade decorrente da aplicação deste Código, após o trânsito recursal, será publicada

no Boletim da Justiça Militar - BJM. Art. 47. Todo ato de posse em cargo efetivo ou em cargo em comissão deverá ser acompanhado da

prestação de compromisso solene de acatamento e observância das regras estabelecidas pelo Código de Ética da JMU.

§1º O servidor designado para ocupar função comissionada assinará declaração sobre a observância dessas regras.

§ 2º O Código de Ética dos Servidores da Justiça Militar da União integrará o conteúdo Programático do Edital de Concurso Público para provimento de cargos na Justiça Militar da União.

Art. 48. Aplicam-se, subsidiariamente, aos trabalhos da Comissão de Ética e da Comissão Especial de

Ética, no que couber, as normas relativas aos processos administrativos disciplinares constantes na Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990.

Art. 49. Os casos omissos serão dirimidos pelo Ministro-Presidente do Superior Tribunal Militar

Questões 01. (IF/CE – Administrador – IF/CE/2016) Em relação à ética na administração pública, é correto

afirmar-se que (A) o funcionário público deve prestar toda a sua atenção às ordens legais de seus superiores, velando

atentamente por seu cumprimento e evitando a conduta prudente. Os inúmeros erros e o acúmulo de desvios tornam-se difíceis de corrigir e caracterizam até mesmo prudência no desempenho da atividade pública.

(B) a função pública deve ser tida como exercício profissional, portanto não se integra na vida particular do servidor público.

(C) inclusive nos casos de segurança nacional, a publicidade de qualquer ato administrativo constitui requisito de eficácia, eficiência, moralidade e legalidade, ensejando sua omissão e comprometimento ético contra o senso comum, imputável a quem denegá-lo.

(D) toda ausência injustificada do servidor de seu local de trabalho é fator de desmoralização do serviço público, o que quase sempre conduz à desordem nas relações humanas.

(E) o funcionário público não deve falsear a verdade, apenas omiti-la quando contrária aos interesses da administração.

02. (ANS – Técnico em Regulação – FUNCAB/2016) Com relação à ética no setor público, e de

acordo com os termos do Decreto n° 1.171/1994 (Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal), é correto afirmar que:

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(A) o trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a comunidade deve ser entendido como acréscimo ao seu próprio bem-estar, já que, como cidadão, integrante da sociedade, o êxito desse trabalho pode ser considerado como seu maior patrimônio.

(B) o servidor público não poderá jamais desprezar o elemento ético de sua conduta, devendo decidir apenas entre a legal e o ilegal.

(C) não é dever do servidor público zelar, no exercício do direito de greve, pelas exigências específicas da defesa da vida e da segurança coletiva.

(D) salvo os casos de segurança nacional, investigações policiais ou interesse superior do Estado e da Administração Pública, a publicidade do ato administrativo não constitui requisito de eficácia e moralidade.

(E) com relação à Administração Pública, a moralidade limita-se à distinção entre o bem e o mal. 03. (TRF - 4ª REGIÃO - Analista Judiciário - Oficial de Justiça Avaliador Federal - FCC) O princípio

que traduz a ideia de que a Administração tem que tratar a todos os administrados sem discriminações, benéficas ou peculiares denomina-se princípio da:

(A) responsabilidade. (B) moralidade. (C) publicidade. (D) supremacia do interesse público. (E) impessoalidade. 04. (SEFAZ/RS - Técnico Tributário da Receita Estadual - FUNDATEC) São Princípios da

Administração Pública, expressos na Constituição Federal, exceto: (A) Legalidade (B) Probidade (C) Impessoalidade. (D) Eficiência. (E) Publicidade. 05. (TRE/MG – Técnico Judiciário – CONSULPLAN/2015) Os mais modernos postulados da gestão

administrativa, tanto no setor privado quanto no âmbito dos órgãos públicos, determinam que os atos administrativos observem os padrões usuais de moralidade que estão indissociavelmente vinculados a critérios de escolha pautados pela

(A) ética (B) avaliação. (C) subordinação. (D) estandardização. 06. (ANS – Técnico em Regulação em Saúde Complementar – FUNCAB/2016) Com relação à ética

no setor público, e de acordo com os termos do Decreto n° 1.171/1994 (Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal), é correto afirmar que:

(A) o trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a comunidade deve ser entendido como acréscimo ao seu próprio bem-estar, já que, como cidadão, integrante da sociedade, o êxito desse trabalho pode ser considerado como seu maior patrimônio.

(B) o servidor público não poderá jamais desprezar o elemento ético de sua conduta, devendo decidir apenas entre a legal e o ilegal.

(C) não é dever do servidor público zelar, no exercício do direito de greve, pelas exigências específicas da defesa da vida e da segurança coletiva.

(D) salvo os casos de segurança nacional, investigações policiais ou interesse superior do Estado e da Administração Pública, a publicidade do ato administrativo não constitui requisito de eficácia e moralidade.

(E) com relação à Administração Pública, a moralidade limita-se à distinção entre o bem e o mal. 07. (CREA/SP - Analista Advogado - NR/2017) A administração pública, a teor do que dispõe o art.

37 da Constituição Federal, deve atender aos seguintes princípios nele contidos: (A) Legalidade, impessoalidade, moralidade, celeridade, eficiência. (B) Legalidade, pessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. (C) Legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. (D) Legalidade, impessoalidade, contraditório, publicidade e eficiência.

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(E) Legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e isonomia. 08. (IBGE - Analista - Processos Administrativos e Disciplinares – FGV/2016). De acordo com a

Lei nº 8.429/92, que dispõe sobre os atos de improbidade administrativa, a prescrição para a pretensão de aplicação aos agentes das sanções pessoais pela prática de ato de improbidade ocorre em:

(A) oito anos após o término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou de função de confiança, incluindo as ações de ressarcimento ao erário;

(B) oito anos após o término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou de função de confiança, sendo que o ressarcimento ao erário é imprescritível;

(C) cinco anos após o término do exercício de mandato eletivo e dois anos após o fim da investidura de cargo em comissão ou de função de confiança;

(D) cinco anos após o término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou de função de confiança, incluindo as ações de ressarcimento ao erário;

(E) cinco anos após o término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou de função de confiança, sendo que o ressarcimento ao erário é imprescritível.

09. (Prefeitura de Barbacena/MG - Advogado – FCM/2016). No tocante à Lei n.º 8.429/92, sobre

improbidade administrativa: (A) As sanções, previstas na Lei de Improbidade Administrativa, são privativamente de caráter penal. (B) A ocorrência de prejuízo ao erário é uma condição precípua para a configuração de improbidade

administrativa. (C) A perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só se efetivam com o trânsito em

julgado da sentença condenatória. (D) As ações destinadas a levar a efeitos as sanções previstas nesta lei devem ser propostas no

máximo até o término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou de função de confiança, sob pena de prescrição.

10. (Prefeitura de Chapecó/SC - Engenheiro de Trânsito – IOBV/2016). Constituem atos de

improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública, exceto: (A) Frustrar a ilicitude de concurso público. (B) Deixar de prestar contas quando estiver obrigado a fazê-lo. (C) Negar a publicidade dos atos oficiais. (D) Retardar, ou deixar de praticar indevidamente ato de ofício. 11. (DER/CE - Procurador Autárquico – UECE-CE/2016). É exemplo de ato de improbidade

administrativa que importa enriquecimento ilícito (A) permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preço superior ao de

mercado. (B) realizar operação financeira sem observância das normas legais e regulamentares ou aceitar

garantia insuficiente ou inidônea. (C) retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício. (D) aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consultoria ou assessoramento para pessoa

física ou jurídica que tenha interesse suscetível de ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público, durante a atividade.

12. (Prefeitura de Rio Grande da Serra/SP - Procurador - CAIP-IMES/2016). No que tange à

improbidade administrativa, pode ser afirmado que: (A) o sucessor daquele que causou lesão ao patrimônio público não está sujeito às cominações da lei

de improbidade administrativa. (B) quando o ato de improbidade ensejar enriquecimento ilícito, a autoridade administrativa

responsável pela apuração deverá representar à Polícia Federal, a quem caberá indisponibilizar os bens do indiciado.

(C) ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, dolosa ou culposa, do agente ou de terceiro, deve ocorrer o ressarcimento parcial do dano.

(D) as disposições da lei de improbidade administrativa são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente público, tenha concorrido para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficiado sob qualquer forma direta ou indireta.

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13. (UFRB - Assistente em Administração – FUNRIO/2015). No tocante a improbidade administrativa, nos termos da Lei nº 8.429/92, é correto afirmar o seguinte:

(A) o sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente está sujeito às cominações desta lei até o limite do valor da herança.

(B) os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, servidor ou não, contra a administração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de empresa incorporada ao patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de sessenta por cento do patrimônio ou da receita anual, serão punidos.

(C) ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão culposa do agente ou de terceiro, dar-se-á o parcial ressarcimento do dano.

(D) quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público ou ensejar enriquecimento ilícito, poderá a autoridade administrativa responsável pelo inquérito, a seu juízo, representar ao Ministério Público, para a indisponibilidade dos bens do indiciado.

(E) reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que exerce, desde que não transitoriamente e sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função.

14. (PC/AC- Perito Criminal – Contabilidade – FUNCAB/2015). Com relação aos atos de

improbidade administrativa, pode-se afirmar que: (A) constituem atos de improbidade que atentam contra os princípios da Administração Pública

qualquer ação ou omissão que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação ou dilapidação de bens e haveres.

(B) nos atos de improbidade administrativa que causam prejuízos ao erário, o elemento subjetivo da conduta restringe-se ao dolo.

(C) constituem atos de improbidade que importam em enriquecimento ilícito qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade e lealdade às instituições.

(D) constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função ou emprego.

(E) constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da Administração Pública liberar verba pública sem a estrita observância das normas pertinentes.

15. (TRE-AC - Analista Judiciário - Área Judiciária – AOCP/2015). É ato de improbidade

administrativa que causa prejuízo ao erário (A) receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou qualquer outra vantagem

econômica, direta ou indireta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou presente de quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público.

(B) perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem móvel ou imóvel, ou a contratação de serviços pelas entidades referidas no art. I o, da Lei n.° 8.429/92, por preço superior ao valor de mercado.

(C) perceber vantagem econômica, direta ou Indireta, para facilitar a alienação, permuta ou locação de bem público ou o fornecimento de serviço por ente estatal por preço inferior ao valor de mercado.

(D) utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas no art. 1º da Lei n.° 8.429/92, bem como o trabalho de servidores públicos, empregados ou terceiros, contratados por essas entidades.

(E) permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preço superior ao de mercado.

Respostas 01. Resposta: D. Regras Deontológicas, XII, Decr. 1171/94. Toda ausência injustificada do servidor de seu local de

trabalho é fator de desmoralização do serviço público, o que quase sempre conduz à desordem nas relações humanas.

02. Resposta: A. a) Certo. Das regras Deontológicas. V - O trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a

comunidade deve ser entendido como acréscimo ao seu próprio bem-estar, já que, como cidadão, integrante da sociedade, o êxito desse trabalho pode ser considerado como seu maior patrimônio.

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03. Resposta: E. O princípio da impessoalidade estabelece que a Administração Pública, através de seus órgãos, não

poderá, na execução das atividades, estabelecer diferenças ou privilégios, uma vez que deve imperar o interesse social e não o interesse particular.

04. Resposta: B. Pelo disposto no artigo 37, caput, da CF/88, a administração pública direta e indireta de qualquer dos

Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.

05. Resposta: A. O princípio da moralidade revela-se intimamente ligado à ideia de honestidade, de probidade

administrativa, de ética. Na linha do exposto, confira-se a seguinte lição de José dos Santos Carvalho Filho:

"O princípio da moralidade impõe que o administrador público não dispense os preceitos éticos que devem estar presentes em sua conduta." (Manual de Direito Administrativo, 26ª edição, 2013, p. 21)

06. Resposta: A. a) Das regras Deontológicas. V - O trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a comunidade

deve ser entendido como acréscimo ao seu próprio bem-estar, já que, como cidadão, integrante da sociedade, o êxito desse trabalho pode ser considerado como seu maior patrimônio.

07. Resposta: C. Segundo o caput do art. 37, da CF/88, a Administração Pública direta e indireta de qualquer dos

Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.

08. Resposta: E Lei nº 8429/92 Art. 23. As ações destinadas a levar a efeitos as sanções previstas nesta lei podem ser propostas: I - até cinco anos após o término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou de função de

confiança. 09. Resposta: C Lei nº 8429/92 Art. 20. A perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só se efetivam com o trânsito

em julgado da sentença condenatória. 10. Resposta: A Lei nº 8429/92 Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração

pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente:

( ) V - frustrar a licitude de concurso público. 11. Resposta: D Lei nº 8429/92 Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito auferir qualquer

tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1° desta lei, e notadamente:

( ) VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consultoria ou assessoramento para pessoa

física ou jurídica que tenha interesse suscetível de ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público, durante a atividade.

12. Resposta: D Lei nº 8429/92 Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente

público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta.

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13. Resposta: A Lei nº 8429/92 Art. 8° O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente está

sujeito às cominações desta lei até o limite do valor da herança. 14. Resposta: D Art. 9°, Lei 8429/92 “Constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito

auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1° desta lei”.

15. Resposta: E Art. 10, Lei 8429/92 “Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer

ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei, e notadamente:

(...) V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preço superior ao de

mercado.

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