série acadêmica, puc-campinas, n. 24, p. 1- 82, jan./dez. 2009 · 2016. 6. 23. · 3 série...
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Série Acadêmica, PUC-Campinas, n. 24, p. 1- 82, jan./dez. 2009
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Série Acadêmica. Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Pró-Reitoria de Graduação. – v.1 n.1 (1994)- Campinas, SP: PUC-Campinas/PROGRAD, 1994-
n. 24, 2009
AnualISSN 1980-3095
1. Educação – Periódicos. 2. Ensino superior – Periódicos. I. Pontifícia
Universidade Católica de Campinas. Pró-Reitoria de Graduação.
CDD 370
FICHA CATALOGRÁFICA
Elaborada pelo Sistema de Bibliotecas eInformação - SBI - PUC-Campinas
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SUMÁRIO
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Artigo
Apresentação
Monitoria: alguns indicadores de acompanhamento e avaliaçãoProfª Elisabete Matallo Marchesini de PáduaProf. Pedro de Miranda Costa
Formação de Monitores de Cursos de Graduação: da teoria práticaProfª Isabel Cristina Dib Bariani
Programa Permanente de Capacitação Pedagógica (PPCP)Profª Silvia Cristina Soares de Matos
Caos, ordem e verdade: breves notas sobre a evolução da ciência, de Tales de Miletoa Albert Einstein.Prof. Tadeu Fernandes de CarvalhoProf. Júlio César Penereiro
Entrevista Prof. Dr. Renan Severo Teixeira da Cunha
Baú de Preciosidades
Textos Didáticos
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APRESENTAÇÃO
Mais um número da Revista SérieAcadêmica é apresentado à ComunidadeUniversitária, que tem buscado, juntamentecom a Prograd, desenvolver propostaspedagógicas inovadoras, que permitamenfrentar os desafios da formação nagraduação, nestes tempos de grandes e rápidasmudanças em todos os campos doconhecimento.
A Monitoria, uma atividade importantepara a formação na graduação, ganha espaçoneste número da Revista, que conta com doisartigos da maior relevância: O primeiro resgataos momentos mais importantes da construçãodo Programa Institucional de Monitoria, em suas4 dimensões: 1) a gestão administrativa, 2) oacompanhamento e a avaliação dasatividades, 3) a capacitação dos monitorespara o exercício da monitoria e 4) a avaliaçãosistemática das atividades e apresentaresultados da gestão do Programa e daAvaliação realizada pelos alunos monitores.
O segundo, nos traz uma análise dasPráticas de Formação voltadas à capacitaçãodos alunos para o exercício da Monitoria, umadas vertentes do Programa Institucional.
A seguir o artigo sobre o PPCP - ProgramaPermanente de Capacitação Pedagógica,mostra a evolução, os avanços e as conquistasno plano interno da capacitação de docentes,
que, no âmbito do Programa, busca criar umacultura de participação e troca deexperiências entre os docentes dos diferentescursos de graduação, seja do ponto de vistadaqueles que ministram oficinas, mini-cursos,palestras, seja do ponto de vista dos professoresque participam das atividades.
Ademais, é com muita satisfação quetrazemos para inaugurar a seção TextosDidáticos, artigo que se apresenta comocomemorativo do Ano Internacional daAstronomia.
Finalizando, nossa seção Baú dePreciosidades, voltada às questões daMonitoria como atividade de iniciação àdocência, entrevistou o Prof. Renan SeveroTeixeira da Cunha, docente da Faculdade deDireito, que conta um pouco de sua trajetóriae vivência no desenvolvimento de projetosdesta natureza.
Portanto, mais uma vez, a Revista SérieAcadêmica possibil ita a socialização deresultados dos projetos da Prograd que visamimplementar a Política de Graduação, esobretudo, que visam a construção coletivade práticas pedagógicas inovadoras.
Prof. Dr. Germano Rigacci JúniorPró-Reitor de Graduação
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Série Acadêmica, PUC-Campinas, n. 24, p. 7-24, jan./dez. 2009
MONITORIA: ALGUNS INDICADORES DE ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO
MONITORIA: ALGUNS INDICADORES DEACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO
Elisabete Matallo Marchesini de PÁDUA1Pedro de Miranda COSTA2
Introdução
A PUC-Campinas vem, de longa data,investindo na qualificação das atividades deMonitoria, tendo já uma trajetória de discussãoe um conjunto de ações desencadeadas quenos permitem afirmar, hoje, que a Monitoria éuma atividade estratégica para a melhoria doensino de Graduação.
É Importante registrar que, por ocasiãoda construção do Planejamento Estratégico2003-2010, esta atividade de iniciação àdocência foi discutida no âmbito do objetivo 5do Plano Estratégico: “Consolidar a Graduaçãoe melhorar a qualidade dos cursos”, comoatividade importante para se aprimorar osprocessos didático–pedagógicos e o própriodesenvolvimento curricular dos cursos deGraduação.
Em 2004 e 2005, por meio da constituiçãode um Grupo de Trabalho voltado especifica-mente para a Monitoria, a Pró-Reitoria deGraduação buscou qualificar ainda mais, estaatividade acadêmica.
Num primeiro momento este GT-Monitoriadedicou-se à revisão das normativas internasque regulamentam o encaminhamento deprojetos dos docentes para as disciplinas quenecessitam da Monitoria, bem como à revisãodas orientações para o exercício destaatividade por parte dos alunos-monitores. Aindaneste primeiro momento foi desenvolvido o SIM– Sistema Informatizado de Monitoria, para darconta do fluxo interno e do acompanhamentoe gestão das atividades3
Um segundo momento deste processoconfigura-se a partir de 2006, quando tambémcom apoio de Grupos de Trabalho se buscouarticular o conjunto de atividades da Monitoriaem um Programa Institucional, abrangendo:
1. a gestão administrativa;
2. o acompanhamento e avaliação dasatividades;
3. a capacitação de monitores para oexercício da Monitoria;
4. a avaliação sistemática das ativida-des: 1) pelos alunos monitores e 2) pelosprofessores que apresentam projetosde Monitoria.
1 Doutora em Filosofia e História da Educação, pela USP, Assessora Pedagógica da Pró-Reitoria de Graduação da PUC-Campinas2 Economista pela UNESP, mestre em Engenharia de Produção pela UFSCar, Professor do Centro de Economia e Administração da PUC-Campinas3 Para complementação de dados dos processos desenvolvidos ver: Revista Série Acadêmica números 9 (1998) e 20 (2006).
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Paralelamente, a Prograd desenvolveuações voltadas ao fomento, incentivando osdocentes a apresentarem projetos de monitoriapara as disciplinas que requerem este apoiopara o seu desenvolvimento e promovendoeventos para dar maior visibilidade aosresultados alcançados.
O I Encontro de Monitoria (setembro/07)apresentou os resultados da avaliação queprofessores e alunos monitores fizeram dasatividades desenvolvidas no 1º semestre/07.Nesse evento os docentes puderam apresentaro resumo de seus projetos, que foramdisponibilizados on-line à comunidadeuniversitária na forma de Caderno de Resumos;foi organizada também exposição de pôsterescom a síntese dos trabalhos.
Para o II Encontro de Monitoria (setembro/08) foram mantidos os Resumos em forma deCadernos de Resumos e a exposição de pôsteresfoi descentralizada, ocorrendo nos Campus I, II eCentral, conforme sugerido pelos professores ealunos na avaliação do I Encontro4.
Para 2009 foram programados doisEncontros Temáticos com professores queapresentam projetos de Monitoria para suasdisciplinas, tanto para socialização dos dadosglobais de implementação do ProgramaInstitucional, quanto para se discutir resultadose expectativas quanto a avaliação econtinuidade do projeto.
Este artigo apresenta alguns dados degestão, que podem trazer subsídios para aavaliação do Programa como um todo, bemcomo uma análise dos resultados da avaliaçãorealizada pelos alunos monitores no 2ºsemestre/08 e 1º semestre/095
1 - A Monitoria na PUC-Campinas: Gestãodo Programa Institucional
Para a Universidade,
“A Monitoria é uma atividade discente,de âmbito acadêmico, vinculada ao
desenvolvimento curricular e à formaçãodo graduando. Desenvolve-se como umconjunto de atividades teóricas epráticas de caráter pedagógico, quepode se expressar por meio do ensino,da pesquisa e da extensão, sob aorientação docente, favorecendo aaprendizagem cooperativa e, ao mesmotempo, a autonomia do aluno6”
Os objetivos desta atividade acadêmicaestão consolidados nas Diretrizes Institucionaispara a Monitoria (2005) das quais se destacam:
• O estímulo à dinamização dosprocedimentos relacionados aoensino e à aprendizagem, a partir daelaboração e desenvolvimento deprojetos de monitoria;
• O estímulo à formação do alunomonitor, pelo oferecimento deatividades que contribuam para suaqualificação;
• O incentivo à discussão e àpromoção de reflexões sobre asexperiências de monitoria;
• A promoção de formas desocialização do conhecimento edas experiências entre monitores;
• O incentivo ao desenvolvimento deestratégias e instrumentos deacompanhamento e avaliação damonitoria;
• O estímulo ao desenvolvimento daautonomia intelectual do alunomonitor nos diferentes aspectos edimensões da vida universitária.
As principais atividades hoje desenvol-vidas pelos monitores são:
• Acompanhamento das atividadesacadêmicas previstas no plano e nocronograma da disciplina;
• Organização de plantão presencialpara esclarecimento de dúvidas e
4 No CD-ROM anexo podem ser acessados os Cadernos de Resumo e o Álbum de Pôsteres dos dois Encontros5 Artigo sobre a capacitação de monitores se encontra a seguir6 Revista Série Acadêmica nº 9, pg. 23
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MONITORIA: ALGUNS INDICADORES DE ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO
divulgação do cronograma, local ehorários dos atendimentos;
• Organização de plantão on-line e/ou via e-mail para esclarecimentode dúvidas;
• Participação na organização ecoordenação de atividadesindividuais e grupais em sala de aula;
• Apoio aos professores e alunos nasatividades práticas de campo e delaboratório
• Apoio ao docente no desenvolvi-mento de: materiais pedagógicos,estratégia de motivação dosalunos, pesquisa bibliográfica,outros.
Em termos de gestão de todo o processoas ações da Prograd, conforme objetivos do PDIe do Plano Estratégico, estão voltadas para:
acompanhar e consolidar aimplementação do ProgramaInstitucional de Monitoria;
aprimorar os mecanismos de gestãodo projeto, por meio do SIM –Sistema Informatizado de Monitoria;
promover avaliação semestral doPrograma por meio de questionárioa ser respondido on-line por alunosmonitores e professores que desen-volvem projetos de monitoria nasdisciplinas da Graduação.
A partir da publicação da ResoluçãoNormativa PUC-013/06, foram estabelecidosnovos critérios e fluxos operacionais para odesenvolvimento das atividades, que envolvem:
apresentação de Projeto deMonitoria nas disciplinas em quefavorecem o Plano de Disciplina,seja em relação ao acompanha-mento de alunos com dificuldade,seja em relação ao desenvol-vimento de metodologias de ensinoadequadas às disciplinas;
aprovação do Projeto de Monitoriapelo Conselho de Faculdade e Pró-Reitoria de Graduação;
processo de seleção dos monitores;
procedimentos operacionais rela-tivos às cotas de monitoria paracada Faculdade, Curso, registros defrequência, termos de cessão debolsa monitoria e/ou monitoriavoluntária, avaliação, módulo paraelaboração de Projeto de Monitoria,instrumento de avaliação, módulopara eventos, entre outros.
Ao mesmo tempo, foram ampliadas asfuncionalidades do SIM - Sistema Informatizadode Monitoria, como suporte on-line a todo ofluxo; foram estruturados vários relatórios paragestão do Programa, de tal forma que hojepodemos ter um acompanhamento dia a diada evolução do Programa, pelos Centros eFaculdades e pela Prograd.
A seguir apresentamos os principais dadosque nos permitem fazer uma avaliação tantoda evolução quanto dos pontos que precisamainda ser aprimorados no Programa. Os quadrosforam construídos tomando como base os dadosdo SIM em agosto/09, dados estes que podemvariar em 2009, tendo em vista a dinâmica deentrada e saída dos alunos no Programa.
Quadro 1 – Número total de alunos em atividades de Monitoria Remunerada e Voluntária: 2007-2009
Voluntária
277
Remunerada
846
Voluntária
247
Remunerada
814
Voluntária
262
Remunerda
755
2007 2008 2009
1.123 1.061 1.017
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1 01 01 01 01 0
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O que se pode observar é que, embora seconstate um ligeiro declínio no número total dealunos de 2007 para 2009, é muito significativo,que no período, se tenha mantido o número dealunos envolvidos acima de 1.0007 ; no entanto,em que pese a importância da função social que
a Universidade atende por meio da Monitoriaremunerada, seria desejável que, pela suarelevância para a formação profissional, ummaior número de alunos se envolvesse com estasatividades voluntárias de Iniciação à docência,em especial alunos dos cursos de Licenciatura.
Quadro 2 – Número total de Projetos de Monitoria dos professores: 2007-2009
1º Sem.
369
2º Sem.
379
1º Sem.
358
2º Sem.
343
1º Sem.
305
2º Sem.
298
2007 2008 2009
748 701 603
Quadro 3 – Número total de alunos inscritos para seleção
1º Sem.
1.836
2º Sem.
1.323
1º Sem.
1.725
2º Sem.
1.060
1º Sem.
1.049
2º Sem.
906
2007 2008 2009
3.068 3.795 1.955
7 O número total inclui monitorias de 6,12 ou 18 horas semanais, conforme fracionamento permitido pela Resolução Normativa PUC – 013/06.8 Práticas de Formação: previstas no Projeto Pedagógico dos Cursos de Graduação e indicadas na matriz curricular, são atividades obrigatórias, com pelo
menos 17 horas em cada semestre de duração do curso; foram criadas para possibilitar ao aluno da PUC-Campinas a ampliação e enriquecimento de suaformação por meio de atividades desportivas, artísticas, lingüísticas, instrumentais, de estudo, de extensão, de complementação específica ou decomplementação profissional
O que se pode observar no quadro 2 étambém uma diminuição do número de projetosde monitoria apresentados pelos docentes,mantendo-se uma média acima dos 300 projetosem cada semestre do período 2007-2009, ouseja, como fator positivo, constatamos quepraticamente 1/3 dos docentes daUniversidade tem se envolvido com estaatividade.
A resposta dos alunos tem sido tambémmuito relevante (quadro 3), observando-se que,no geral, para os primeiros semestres há umaprocura maior dos alunos, elevando o númerode inscritos para seleção, ou seja, maior
“disputa” pelas vagas que cada projetooferece. Aspecto relevante a ser registrado éque, com média aproximada de 2.600 alunos/ano que se interessam pela Monitoria e seinscrevem para seleção, vai se construindo uma“cultura de engajamento” dos alunos ematividades didático-pedagógicas, bem comouma postura de ajuda a colegas comdificuldades nos processos de aprendizagem.
No que se refere à capacitação dosalunos para o exercício da Monitoria, tem sidooferecidas Práticas de Formação8 específicas,desde 2006, exceto em 2007, quando não houveoferecimento, conforme dados do quadro 4.
Quadro 4 – Práticas de Formação para capacitação de Monitores 2006-2009: número total de alunos participantes
1º Sem.
58
2º Sem.
Nãooferecida
1º Sem.
Nãooferecida
2º Sem.
Nãooferecida
2º Sem.
136
2º Sem.
36
2007 2008 2009
2 turmas
2006
1º Sem.
Nãooferecida
1º Sem.
125
4 turmas 4 turmas 1 turma
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1 11 11 11 11 1
Série Acadêmica, PUC-Campinas, n. 24, p. 7-24, jan./dez. 2009
MONITORIA: ALGUNS INDICADORES DE ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO
No período foram capacitados 355alunos, independentemente se já erammonitores ou se desejavam ser capacitadospara vir a ser monitores. Este é um dadoimportante para a qualificação do Programa,uma vez que aos poucos vai se formando a idéiade que a Monitoria, como iniciação à docência,não é “qualquer atividade”, mas requer uma
disponibilidade dos alunos para seu exercício euma disponibilidade dos professores paraorientação e acompanhamento das atividades,isto é, requer preparação e acompanhamento.
Quanto à avaliação (on-line) daMonitoria, temos os seguintes dados referentesà participação de alunos e docentes:
Quadro 5 - Número total de alunos respondentes na Avaliação Institucional da Monitoria
1º Sem.
297
2º Sem.
286
1º Sem.
199
2º Sem.
165
1º Sem.
231
2º Sem.
-
2007 2008 2009
Quadro 6 - Número total de docentes respondentes na Avaliação Institucional da Monitoria
1º Sem.
86
2º Sem.
42
1º Sem.
51
2º Sem.
31
1º Sem.
68
2º Sem.
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2007 2008 2009
Ainda consideramos aquém dasexpectativas a participação dos alunos e dosprofessores na avaliação da monitoria conformedados dos quadros 5 e 6, quando comparadosao número total de alunos participantes(quadro 1) e o número total de projetosapresentados pelos professores (quadro 2).
Esta é uma dimensão do Programa queprecisa ser mais trabalhada, uma vez que aavaliação é de fundamental importância parao aprimoramento das atividades, como se podeconstatar no item a seguir.
2. Avaliação Institucional da Monitoria
Conforme apontado nos quadros 5 e 6,desde 2007 a PUC-Campinas implantou aavaliação institucional semestral dasatividades de monitoria, por meio do SIM -Sistema Informatizado de Apoio à Monitoria.
A seguir apresentam-se resultados eanálises feitas a partir das avaliaçõesrespondidas pelos alunos monitores, referentesao 2º semestre do ano de 2008. Sãoapresentados os resultados quantitativos das
questões objetivas da avaliação, extraídosdiretamente do SIM- Sistema Informatizado deMonitoria. Além disso, para o 2º semestre de2008, é apresentada também uma análisequalitativa dos campos dissertativos dasquestões que compõem a avaliação dosmonitores. Foram incorporados também osdados quantitativos das avaliações referentesao 1º semestre de 2009. Para cada questão daavaliação são apresentados os resultadosquantitativos, em quadros, seguidos da analisequalitativa das respostas dissertativas, quandohouver.
No que se refere à analise qualitativa, foifeita para o conjunto de respostas, umacategorização, com o objetivo de facilitar asistematização da análise. No entanto, dentroda proposta de análise qualitativa, há tambémalgumas observações acerca do que sepercebeu de relevante (tanto de aspectospositivos como negativos) das respostas,independentemente da freqüência observada.
Esta parte do artigo apresenta então aseguinte estrutura, seguindo a ordem dasquestões da avaliação respondida pelos alunosmonitores:
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1 21 21 21 21 2
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- enunciado da questão e tabela quan-titativa;
- análise qualitativa dos campos disser-tativos (quando houver);
- registro de respostas dissertativas se-lecionadas.
No 2º semestre de 2008, do universo de504 monitores 165 responderam a avaliação,ou seja, 33% dos monitores.
No 1º semestre de 2009, do universo de473 monitores 231 responderam a avaliação,ou seja, 49% dos monitores.
Questão 1: “Esta Monitoria contribuiu para suaformação acadêmica?”
Questão somente com respostas fechadas.Segue tabela com dados quantitativos:
O que se pode observar é o percentualsignificativo, superior a 80% dos respondentes,tanto em 2008 como em 2009, que entenderamo desenvolvimento das atividades como forma
de qualificação de sua formação acadêmica,justamente um dos objetivos do Programa.
Questão 2: “Quais dos seguintes aspectos vocêdesenvolveu em sua Monitoria?”
Levantamento bibliográfico
Esclarecimento de dúvidas
Desenvolvimento de materiais
Orientação no desenvolvimento de exercícios/
atividades
Outros. Cite:
Não Respondeu
Total
78
140
77
119
20
0
434
17,97%
32,26%
17,74%
27,42%
4,61%
0,00%
100%
90
193
116
170
29
0
598
15,05%
32,27%
19,4%
28,43%
4,85%
0%
100%
2008 - 2º sem. 2009 - 1º sem.
TotalRespostas %
TotalRespostas %
Questão 2 – “Quais dos seguintes aspectos vocêdesenvolveu em sua Monitoria?”
Tabela 2: Questão 2 - Dados quantitativos, questões fechadas
Tabela 1: Questão 1 - Dados quantitativos, questões fechadas
Plenamente
Regularmente
Minimamente
Não contribuiu
Não Respondeu
Total
136
26
2
1
0
165
82,42%
15,76%
1,21%
0,61%
0,00%
100%
189
36
4
1
1
231
81,82%
15,58%
1,73%
0,43%
0,43%
100%
2008 - 2º sem. 2009 - 1º sem.
TotalRespostas %
TotalRespostas %
Questão 1 – “Esta Monitoria contribuiu para suaformação acadêmica?”
-
1 31 31 31 31 3
Série Acadêmica, PUC-Campinas, n. 24, p. 7-24, jan./dez. 2009
MONITORIA: ALGUNS INDICADORES DE ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO
Nota-se que, para o 2º semestre de 2008,das alternativas oferecidas pelo instrumento deavaliação 32,36% e 27,42% são, respectiva-mente, atividades voltadas a esclarecimentode dúvidas e orientação no desenvolvimento deexercícios/atividades, as características maistradicionais da Monitoria.
No entanto, respeitando as caracterís-ticas das áreas específicas, embora só com4,61%%, foram registradas atividades diversifi-cadas, conforme segue:
Depoimentos selecionados - Questão 2 – “Quaisdos seguintes aspectos você desenvolveu emsua Monitoria?”
“acompanhamento de estágio em campo”
“Acompanhamento em sala de aula durante aaula prática”
“A aplicação de um novo questionário com aspacientes, elaboração de pôster”
“Apoio a seminários”
“auxilio ao professor nos momentos deavaliação”
“Auxilio durante as aulas”
“Auxílio no sistema contmatic, paralançamentos e consultas.”
“Busquei aprofundamento de materiaisreferentes ao temas que seriam abordados emaula pelo docente. Isto foi”
“Confecção de protocolos e estudo dosmesmos para avaliar sua eficácia”
“Correção de relatórios, auxílio em aulaspráticas”
“Debate sobre tema com alunos (comparandoautores clássicos, e relação com crise atual).”
“Discussão de filmes e documentários”
“Exposição de novos temas não abordados emaula.”
“Organização do laboratório de geografia”
“Orientação dos alunos sobre perspectivas naárea de economia.”
“Relacionamento entre os alunos, já que omonitor não deixa de ser um.”
“Relacionei A Economia Brasileira Com TemasDa Atualidade”
“suporte para preparação e montagem deexposição da disciplina”
Questão 3 – “Você considera que os alunosmonitorados foram beneficiados com as açõesda Monitoria?”
Tabela 3.1: Questão 3 - Dados quantitativos, questões fechadas
Sim. Por quê?
Não. Por quê?
Em parte. Por quê?
Não Respondeu
Total
145
2
17
1
165
87,88%
1,21%
10,30%
0,61%
100%
215
3
13
0
231
93,07%
1,3%
5,63%
0%
100%
2008 - 2º sem. 2009 - 1º sem.
TotalRespostas %
TotalRespostas %
Questão 3 – “Você considera que os alunosmonitorados foram beneficiados com as ações daMonitoria?”
Questão 3 - Campo Dissertativo: Sim. Por quê?
Entende-se que, em princípio, a perguntade forma aberta procura permitir ao monitorrespondente manifestar-se mais livremente
fornecendo uma informação qualitativa. Destamaneira torna-se relativamente menosimportante a exata interpretação da pergunta,que parece, de fato, ter sido interpretada demaneira diversa.
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Partindo-se de uma interpretaçãosomente quantitativa, as respostas esperadasseriam indícios, observados pelo monitor, que ofaria considerar que a monitoria foi benéfica aosalunos monitorados. Ainda dentro destainterpretação quantitativa, a observação, porparte do monitor, do benefício gerado aomonitorado seria independente das atividadesdesenvolvidas. Alguns exemplos de respostasseriam então relativos ao desempenho domonitorado, às manifestações do monitorado oua mudanças da atitude. As respostas não tiveramexclusivamente este caráter, mas também os deapresentar descrições das atividades realizadase atividades demandadas pelos monitorados. Ouseja, deduz-se que a crença no benefício vempredominantemente pelas demandaspercebidas e pelas ações tomadas e menos pelaobservação direta dos benefícios.
Tal fato é perfeitamente compreensívele sequer deve ser considerado como uma falhado monitor, mas sua consideração é relevantepara o acompanhamento e aprimoramento dasavaliações.
Algumas respostas, provavelmente porleitura desatenta da pergunta, parecem fazerreferência a benefícios do próprio monitor e nãodos monitorados.
Há também relatos fazendo referência àmaior liberdade e conforto do monitorado emrelação ao monitor, comparativamente aoprofessor.
As respostas foram organizadas eclassificadas nas seguintes categorias, com asrespectivas freqüências apresentadas natabela a seguir.
Tabela 3.2: Questão 3 - “Você considera que os alunos monitorados foram beneficiados com as ações daMonitoria? – Sim. Por quê?”
Complemento à aula e facilitador do aprendizado
Aprofunda ou amplia conhecimentos da disciplina
Auxílio durante a realização de atividades práticas
Observação de melhoria no desempenho acadêmico
Auxílio nos relacionamentos, com professor ou com demais alunos
Retorno positivo
Mudança no comportamento dos alunos
Não Apropriado
Outros
Total
84
21
7
6
2
2
1
14
8
145
Freq. - 2008Categoria
Depoimentos selecionados - Questão 3 - “Vocêconsidera que os alunos monitorados forambeneficiados com as ações da Monitoria? Sim.Por quê?”
“Foram orientados na execução de trabalhos,esclarecendo assim dúvidas com alguém quefala uma linguagem mais próxima da realidadedeles.”
“Muitas vezes o professor não pode dar a devidaatenção a todos os alunos, o monitor supre essacarência”
“O conteúdo dado em sala de aula pode ficardifícil e na monitoria os alunos tem maisliberdade para perguntar”
“Os alunos monitorados foram beneficiados,pois puderam contar com a experiência dealunos que já tiveram tal disciplina e queprogrediam no curso, podendo auxiliar nasquestões mais relevantes da disciplina ecorrelacionando-as com a carreira médica.”
“Sim, pois muitos alunos que tiveram boas notasnas provas disseram que a monitoria foi um fatorde contribuição para isso.”
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1 51 51 51 51 5
Série Acadêmica, PUC-Campinas, n. 24, p. 7-24, jan./dez. 2009
MONITORIA: ALGUNS INDICADORES DE ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO
“Porque a monitoria consegue apresentá-los àmatéria de uma forma mais simples, acessível,haja vista ser um outro aluno quem explica amatéria, o que acredito diminuir a distânciaexistente na relação aluno/professor.”
“Porque puderam ampliar seus conhecimentos,aprimorando técnicas de ensino e aprendiza-gem, contribuindo plenamente no processo deformação dos alunos.”
Questão 3 - Campo Dissertativo: Não. Por quê?
Houve apenas duas respostas neste item,relatando não ter havido contato entremonitores e monitorados por estes não teremquerido ser monitorados - possivelmente nãocomparecimento às atividades de monitoria.Pelo número reduzido de respostas não houvecategorização.
Depoimentos - Questão 3 - “Você considera queos alunos monitorados foram beneficiados comas ações da Monitoria? Não. Por quê?”
“Não houve muito contato”
“Não quiseram ser monitorados”
Questão 3 - Campo Dissertativo: Em parte. Porquê?
A maioria das respostas refere-se à baixaparticipação/comparecimento dos alunos àsatividades de monitoria (8 em 17). Outrasrespostas (talvez oferecendo explicação)citam um entendimento equivocado, por partedos monitorados, das atividades de monitoria(2 em 17). Segue tabela de categorização:
Tabela 3.3: Questão 3 – “Você considera que os alunos monitorados foram beneficiados com as açõesda Monitoria? Em parte. Por quê?”
Pouco comparecimento, pouco interesse dos monitorados
Houve má condução das atividades de monitoria
Faltou entendimento, por parte dos monitorandos, do papel da monitoria
Complemento à aula e facilitador do aprendizado
Horário desestimulou presença
Não houve bom desempenho do monitor
Não Apropriado
Total
8
3
2
1
1
1
1
17
Freq. - 2008Categoria
Depoimentos selecionados - Questão 3 - “Vocêconsidera que os alunos monitorados forambeneficiados com as ações da Monitoria? Não.Por quê?”
“Alguns alunos não compreendiamexatamente a função do monitor.”
“Muitos não aceitavam o auxílio e nãoprocuravam interagir com o Monitor mesmoquando oferecido mais de uma vez.”
“O horário da monitoria (7h às 8h) faz com queos alunos fiquem menos motivados paraparticipar. Além disso, o fato de a sala de
computação abrir às 07h30min faz com quemuitos alunos fiquem apenas até este horáriona monitoria; das 07h30min às 8h, ficam na salade informática (não todos os alunos)”
“Pois o professor não deu o apoio necessáriopara o desenvolvimento pleno da mesma”
“Porque poderia ter havido maior diálogo entrea monitoria e a aula.”
Embora a maioria dos respondentes tenhaconsiderado que os alunos monitores forambeneficiados com as atividades da monitoria,questões importantes podem ser levantadas apartir da fala dos monitores:
-
1 61 61 61 61 6
Série Acadêmica, PUC-Campinas, n. 24, p. 7-24, jan. /dez. 2009
E.M.M. PÁDUA & P.M. COSTA
Qual o papel do monitor?
Como se dá a interação monitor -monitorando?
Como organizar melhor os horáriosdas monitorias e os horários doslaboratórios?
Esta análise nos indica a necessidade deuma ação voltada ao esclarecimento aosmonitores, do papel da Monitoria, para quepossam, junto aos monitorados, tambémesclarecer limites e objetivos de sua atuação;por meio de encontros, seminários, debates,
professores e alunos-monitores podem construir,na prática e levando em conta as especifi-cidades dos cursos, dos projetos pedagógicose dos planos de disciplinas, uma nova visãosobre o papel da Monitoria para aaprendizagem colaborativa e para odesenvolvimento curricular.
Questão 4 – “A orientação do professor foiadequada para o desenvolvimento daMonitoria?”
Esta questão não possuía campos abertos.Segue tabela com dados quantitativos:
As respostas dos monitores indicamque há necess idade em reforçar asorientações de caráter pedagógico aosmonitores, uma vez que, tanto em 2008(2ºsem.) como em 2009 (1ºsem.), apro-ximadamente 15% indicaram fragil idade
nestas or ientações, o que reforça asobservações da questão anterior.
Questão 5 – “A infra-estrutura (local,equipamentos etc.) oferecida facilitou odesenvolvimento das atividades da monitoria?”
Tabela 4: Questão 4 - Dados quantitativos, questões fechadas
Plenamente
Regularmente
Minimamente
Não suficiente
Não Respondeu
Total
131
24
6
3
1
165
79,39%
14,55%
3,64%
1,82%
0,61%
100%
189
37
2
3
0
231
81,82%
16,02%
0,87%
1,3%
0%
100%
2008 - 2º sem. 2009 - 1º sem.
TotalRespostas %
TotalRespostas %
Questão 4 – “A orientação do professor foi adequadapara o desenvolvimento da Monitoria?”
Tabela 5.1: Questão 5 - Dados quantitativos, questões fechadas
Sim. Por quê?
Não. Por quê?
Em parte. Por quê?
Não Respondeu
Total
137
6
22
0
165
83,03%
3,64%
13,33%
0,00%
100%
181
7
43
0
231
78,35%
3,03%
18,61%
0%
100%
2008 - 2º sem. 2009 - 1º sem.
TotalRespostas %
TotalRespostas %
Questão 5* - “A infra-estrutura (local, equipamentosetc.) oferecida facilitou o desenvolvimento dasatividades da Monitoria?”
* Para a avaliação do 1º semestre de 2009 o enunciado foi alterado para: “A infra-estrutura (local, equipamentos etc.) oferecida foi adequada aodesenvolvimento das atividades da monitoria?”
-
1 71 71 71 71 7
Série Acadêmica, PUC-Campinas, n. 24, p. 7-24, jan./dez. 2009
MONITORIA: ALGUNS INDICADORES DE ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO
Questão 5 - Campo Dissertativo: Sim. Por quê?
Houve, como é percebido no âmbitoquantitativo, em 2008, 83% de respostaspositivas, passando a 78,4% em 2009, indicandoinfra-estrutura adequada. As respostasqualitativas corroboram esta adequação. Deveser considerado também que a questão dainfra-estrutura tem especificidades em cadacurso. Alguns deles têm uma maior demandapor equipamentos enquanto que outros não. Emmuitos casos, pela própria resposta foi possívelidentificar qual era o tipo de demanda dorespondente, mas em outros não. Optou-se
então por fazer esta categorização: em “altademanda”; “baixa demanda” e “demanda nãoidentificada, mas resposta corrobora aadequação”; “demanda não identificada eresposta evasiva. “Em geral as respostas indicamque a infra-estrutura, além de facilitadora, foiadequada às atividades desenvolvidas.Algumas poucas respostas, apesar de positivas,indicam necessidade de melhoria da infra-estrutura. Outras (28) são positivas mas nãopermitem identificar claramente se apenasfacilitou ou se foi também adequada. Seguetabela das categorias:
* Para a avaliação do 1º semestre de 2009 o enunciado foi alterado para: “A infra-estrutura (local, equipamentos etc.) oferecida foi adequada aodesenvolvimento das atividades da monitoria?”
Tabela 5.2: Questão 5 – “A infra-estrutura (local, equipamentos etc.) oferecida facilitou o desenvolvimento dasatividades da monitoria?” Sim. Por quê?
Estrutura facilitou, demanda não identificada, resposta corrobora adequação.
Estrutura facilitou, demanda não identificada, resposta evasiva.
Estrutura facilitou sendo a demanda elevada
Estrutura facilitou, sendo a demanda baixa
Resposta positiva porém relato de infra-estrutura abaixo do adequado
Não Apropriado
Total
55
29
23
25
3
2
137
Freq. - 2008Categoria
Depoimentos selecionados – “A infra-estrutura(local, equipamentos etc.) oferecida facilitou odesenvolvimento das atividades da monitoria?Sim. Por quê?”
“A biblioteca e laboratório de informática nospermitem estudar os assuntos abordados, alémde ter um espaço adequado para atender osalunos”
“A clinica de fonoaudiologia da PUC-Campinaspossui uma super infra-estrutura, o que favorecea pratica da monitoria.”
“A estrutura era totalmente adequada para asatividades, no caso do meu curso, não énecessário laboratórios de informática, etc...,portanto uma sala padrão atende asnecessidades.”
“A sala aonde acontecem as aulas deGinecologia e Obstetrícia tem tudo quenecessitamos para atender bem os paciente;
desde espaço, bolas, espelhos e aparelhos paraavaliação e para tratamento.”
“As salas de aula comportam bem os alunos, aúnica dificuldade foi em tirar xerox dos livros daMonitoria de Economia”
“Nas aulas que estavam reservados estúdio,cinegrafista e ilha tudo ocorreu normalmente.”
“O laboratório de dietética tem uma boa infra-estrutura”
“Para a disciplina de Jornalismo On-line,principalmente, os equipamentos dolaboratório de informática foram essenciais”
“Por que de forma organizada o Centro deEconomia e Administração ofereceu salas/laboratório para realizarmos a monitoria e fazerpesquisas se necessário.”
“Propiciou tão somente um lugar para osencontros e debates”
-
1 81 81 81 81 8
Série Acadêmica, PUC-Campinas, n. 24, p. 7-24, jan. /dez. 2009
E.M.M. PÁDUA & P.M. COSTA
Questão 5 - Campo Dissertativo: Não. Por quê?
Apenas 6 respostas neste item, relatandoequipamentos insuficientes, destas 2 relacio-nadas a equipamentos de informática (1 solici-
tando cota de impressão para monitores) outras3 relacionadas à falta de equipamentos na áreade saúde, equipamentos de fisioterapia e depeças anatômicas. Segue tabela:
Tabela 5.3: Questão 5 – “A infra-estrutura (local, equipamentos etc.) oferecida facilitou o desenvolvimento dasatividades da monitoria?” Não. Por quê?
Relato de Falta de equipamentos de informática
Relato de Falta de equipamentos na área de saúde
Não Apropriado
Total
2
3
1
6
Freq. - 2008Categoria
Depoimentos – “A infra-estrutura (local,equipamentos etc.) oferecida facilitou odesenvolvimento das atividades da monitoria?Não. Por quê?”
“Falta cota de impressão para monitores, bemcomo o aumento da bolsa auxílio. É necessáriomaior rapidez nos descontos nos boletos”
“Pois para a correta prática da monitoria sãonecessárias peças anatômicas novas, quepossam ser dissecadas por monitores e alunoscom auxílio do docente, o que falta nolaboratório e prejudica intensamente amonitoria e a prática da disciplina em si,comprometendo a formação de inúmerosgraduandos da área de biológicas.”
Questão 5 - Campo Dissertativo: Em parte. Porquê?
Total de 15 respostas neste item. De formasemelhante às respostas negativas, algumasmanifestações quanto à insuficiência deequipamentos de informática (5 respostas).Chamou a atenção manifestações relacio-nadas ao local da monitoria. Algumas rela-cionadas à distância em relação à sala de aulae outras relacionadas a uma demora paradefinição do local de monitoria. Ainda houveuma manifestação em relação à insuficiênciade equipamento para gravação de programa.Segue tabela.
Tabela 5.4: Questão 5 – “A infra-estrutura (local, equipamentos etc.) oferecida facilitou o desenvolvimento dasatividades da monitoria? Em parte. Por quê?”
Problemas com o local
Relato de insuficiência de equipamentos
Não Apropriado
Outros
Total
10
77
1
4
22
Freq. - 2008Categoria
Depoimentos selecionados “A infra-estrutura(local, equipamentos etc.) oferecida facilitou odesenvolvimento das atividades da monitoria?Em parte Por quê?”
“A disposição das turmas deAdministração (Log. e Comex) não ajuda muitopor estarem em prédios diferentes, assim como
a sala dos professores e laboratórios estaremlonge de ambos!”
“A prática da monitoria foi realizada nolaboratório de geografia, este está munido delivros importantes para a monitoria; além doslivros há também um mapa geológico, muitoimportante para consulta dos alunos. A única
-
1 91 91 91 91 9
Série Acadêmica, PUC-Campinas, n. 24, p. 7-24, jan./dez. 2009
MONITORIA: ALGUNS INDICADORES DE ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO
coisa que faltou foi ter no laboratório degeografia computadores.”
“Definição do local demorou a se concluir,os alunos que necessitavam de esclarecimento,ficaram confusos”
“Durante a monitoria de AutoCAD eradifícil conseguir um horário livre em comumentre o monitor e a sala de informática parapoder dar a monitoria aos alunos.”
“Faltou Material Adequado Para AlunaQue É Deficiente Visual”
Ainda com relação ao espaço físico e àinfra-estrutura, vale registrar a necessidade de
se rever a adequação dos equipamentos e aquestão de alunos com necessidades especiais,que precisam de material especializado – nestecaso, há necessidade de maior articulação, dodocente da disciplina e Direção do Curso, como Proaces - Programa de Acessibilidade.
Embora cerca de 80% dos alunos tenhamconsiderado a infra-estrutura oferecida comofacilitadora para o exercício da monitoria,questões mais pontuais ainda precisam serresolvidas e demandam adequação e melhoriado espaço físico e disponibilização deequipamentos.
Questão 6: “Você pretende continuar exercendoatividades de Monitoria em outro semestre?”
Questão 6 - Campo Dissertativo: Sim. Por quê?
Grande número de respostas positivas(76,4 % em 2008 e 88,9% em 2009) ressaltando-se que grande parte das respostas negativas édevida à conclusão do curso.
Questão em que número significativo derespostas apontava mais de uma razão. Devidoa este fato optou-se por fazer umacategorização admitindo até duas razões. Poreste motivo, na tabela, o número total demanifestações é superior ao número derespondentes.
Cabe destacar a preocupação com aformação, tanto do ponto de vista de formaçãode currículo como de exercício deresponsabilidade e de convivência com outrosalunos. As respostas apontam também para amonitoria como uma forma de rever ou reforçaros conteúdos vistos anteriormente pelo monitorquando fora aluno.
Há razoável número de manifestaçõesrelacionando o exercício da monitoria compretensões futuras de exercício da docência.Outro motivo citado foi o de ajudar omonitorado. Segue tabela:
Tabela 6.1: Questão 6 - Dados quantitativos, questões fechadas
Sim. Por quê?
Não. Por quê?
Não Respondeu
Total
126
38
1
165
76,36%
23,03%
0,61%
100%
203
26
2
231
87,88%
11,26%
0,87%
100%
2008 - 2º sem. 2009 - 1º sem.
TotalRespostas %
TotalRespostas %
Questão 6 – “Você pretende continuar exercendoatividades de Monitoria em outro semestre?”
-
2 02 02 02 02 0
Série Acadêmica, PUC-Campinas, n. 24, p. 7-24, jan. /dez. 2009
E.M.M. PÁDUA & P.M. COSTA
“Além da bolsa estimulo, a atividade demonitoria contribui para carreira profissional,proporcionado pela experiência do contatocom as dúvidas e atividades dos alunos”.
“Contribui para a minha formação comofuturo docente na área de filosofia; é uma boaprática de ensino, ótima para praticar adidática e o ensino”.
“Creio que a atividade de monitoria metorna um aluno mais responsável e focado, jáque atuo como aluno e monitor ao mesmotempo, transmitindo conhecimento adquiridoe fixando esses conceitos, revendo atitudes,opiniões e assim por diante”.
“Desenvolve a disciplina, a didática ealém das vantagens que traz na formaçãoacadêmica, foi importante para poderconhecer um pouco mais dos colegas de cursoe dividir experiências novas com os que um diaserão meus futuros colegas de trabalho”.
“Devido à remuneração que é bastantesignificativa nos descontos da mensalidade”.
“Por que acho uma forma de praticar,ampliar e debater os temas da disciplina. Alémde seguir aprendendo a ensinar, para que eupossa seguir no caminho que escolhi para metornar um pesquisador/educador”.
“Porque acho que é interessante paraminha formação, me ajuda a desenvolver
Tabela 6.2: Questão 6 – “Você pretende continuar exercendo atividades de Monitoria em outro semestre?Sim. Por quê?”
Melhora a formação do monitor, de forma geral, contribui para o currículo
Reforça a aprendizagem/atualiza conhecimentos do monitor
Tem pretensões de seguir carreira acadêmica e vê monitoria como elemento importante.
Ajudar os monitorados/ou ao professor
Bolsa
Acrescenta como vivencia com outros alunos
Não Apropriado
Outros
Total
63
39
23
14
12
7
1
13
Freq. - 2008Categoria
Observando-se a freqüência de respostados dois primeiros itens da tabela acima, pode-se constatar que a percepção dos alunos sobrea contribuição da Monitoria para sua formaçãose refere tanto ao currículo como à aprendiza-gem, em consonância com os objetivos e asDiretrizes Institucionais para a Monitoria, quevisam a qualificação dos monitores/moni-torados e o desenvolvimento gradativo da suaautonomia intelectual, aspectos reforçados nosdepoimentos selecionados.
Depoimentos Selecionados - “Você pretendecontinuar exercendo atividades de Monitoria emoutro semestre? Sim. Por quê?”
“A experiência foi muito importante paramim. O contato com os alunos, a respon-sabilidade de preparar materiais e o desenvol-vimento em razão das questões feitasaumentaram muito o meu interesse pelamatéria”.
“A monitoria proporciona maioraprendizagem, tanto nas relações pessoaiscomo também na constante leitura daquelamatéria que já fora lecionada. E ainda, servecomo “treinamento” para aquelas que seidentificam com a carreira acadêmica”.
“Acredito que além de ajudar os alunosmonitorados é um aprendizado muito grandepara o monitor”.
Série Acadêmica, PUC-Campinas, n. 24, p. 7-24, jan. /dez. 2009
-
2 12 12 12 12 1
Série Acadêmica, PUC-Campinas, n. 24, p. 7-24, jan./dez. 2009
MONITORIA: ALGUNS INDICADORES DE ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO
habilidades necessárias em minha carreira,também pelos créditos que ganho paraAtividades Complementares e pelo descontonas mensalidades”.
Questão 6 - Campo Dissertativo: Não. Por quê?
Grande número aponta como razão o fatode estarem concluindo o curso. Detalhe importanteé que o questionário é respondido em épocaposterior ao prazo de inscrição para o semestreseguinte. Houve também o entendimento de que apergunta seria referente exclusivamente aosemestre imediatamente posterior.
Algumas respostas interessantesapontavam como motivo dar oportunidade aoutros alunos de exercer a monitoria.
Dado que houve grande número derespostas positivas e que dentre as negativaspredominaram o motivo formal da conclusãodo curso, associado ainda ao fato de que nãohouve relatos de decepção ou frustraçãoquando ao desenvolvimento das atividades,podemos considerar como muito bemavaliada pelos monitores a sua participaçãonos projetos.
Tabela 6.3: Questão 6 – “Você pretende continuar exercendo atividades de Monitoria em outro semestre? Não.Por quê?”
Conclusão do curso
Outras prioridades/ Falta de tempo para monitoria
Oportunidades a outros
Perdeu Prazo/Não se inscreveu
Falta de interesse entre as disciplinas disponíveis
Total
18
4
2
2
1
27
Freq. - 2008Categoria
Depoimentos Selecionados - “Você pretendecontinuar exercendo atividades de Monitoria emoutro semestre? Não. Por quê?”
“Pois estou no último ano da faculdade,não sendo mais aluna no próximo semestre. Seeu fosse continuar na PUC, adoraria exercermonitoria novamente”.
“Pois pretendo dar chance aos quequerem ser monitores ano que vem, creio que
1 ano de experiência foi muito bom e válidopara mim”.
“Porque já exerci por três anos, ano quevem é o último ano de Faculdade e pretendome dedicar a outras coisas”.
Questão 7 – “Você considera que os objetivosdefinidos para esta Monitoria foram cumpridos?”
Esta questão não possuía campos abertos.Segue tabela com dados quantitativos:
Tabela 7: Questão 7 - Dados quantitativos, questões fechadas
Plenamente
Regularmente
Minimamente
Não foram cumpridos
Não Respondeu
Total
130
31
4
0
0
165
78,79%
18,79%
2,42%
0,00%
0,00%
100%
189
37
2
2
1
231
81,82%
16,02%
0,87%
0,87%
0,43%
100%
2008 - 2º sem. 2009 - 1º sem.
Total % Tota %Questão 7 – “Você considera que os objetivos
-
2 22 22 22 22 2
Série Acadêmica, PUC-Campinas, n. 24, p. 7-24, jan. /dez. 2009
E.M.M. PÁDUA & P.M. COSTA
Espaço para sugestões
Espaço concedido para que os monitoresdessem sugestões de forma aberta
Houve boa diversidade e riqueza nasmanifestações. Há uma maioria de manifes-tações claramente positivas. Há tambémmanifestações entendendo que a monitoriadeveria ser estimulada e ampliada, seja viamaior divulgação aos potenciais monitores, sejavia maior número de projetos a seremapresentados pelos professores, seja de ummelhor e mais freqüente uso que os alunospoderiam fazer da monitoria.
Há manifestações também quanto aovalor da remuneração e à necessidade de secapacitar e dar mais autonomia ao monitor.
Há também manifestações quanto àcarência de estrutura, necessidade de melhoralocação da atividade, melhor planejamentopor parte dos professores ou acompanhamentomais próximo da instância superior responsávelpelo projeto.
A respeito da qualificação dos monitoresé relevante observar que vem sendo oferecida,desde 2006, prática de formação cuja propostaé exatamente fornecer subsídios para ummelhor desenvolvimento das atividades dosalunos monitores9.
Seguem transcrições de algumas dasmanifestações,
“A monitoria devia ser melhor remune-rada, devido à qualidade e necessidadedo trabalho prestado. O aluno monitorse beneficia, o aluno monitoradotambém. Auxílio na vivência prática e naorientação dos alunos mais novos”.
“A universidade poderia através de suaPró-Reitoria de graduação, estimular maisos diretores e professores da universidade,a fazerem projetos de monitorias, uma vezque há interesse da parte de alunos,porém no CEA há poucos projetos demonitoria comparando-se com outrasfaculdades como exemplo a de Direito que
lá a monitoria acontece de fato e seus ex-monitores tornam-se professores. Etambém estimular os alunos a exercermonitoria, tornando a bolsa auxílio maisestimulante”.
“Acredito que a monitoria aproxima osalunos da matéria inserida em sala deaula, permitindo o debate, a discussãoe o esclarecimento de dúvidas, assim,como o crescimento acadêmico dosalunos monitores, visto que deixamos deser meros espectadores para nos tornarum elo entre o aprendizado em sala e osalunos.”
“Eu fiquei muito satisfeito com a minhamonitoria neste semestre, pude desen-volver tudo que foi proposto e aprimoreimeus conhecimentos na matéria e aresposta dos alunos foi muito positiva,sempre agradeceram muito pela ajuda.Porém houve em alguns momentos umasobrecarga em cima da monitoria, muitosalunos para auxiliar e eu me desdobreiinclusive em horários que não eramdesignados para dar monitoria parapoder ajudar os alunos. Por esse mesmomotivo acho que a divisão de trabalho(divisão do numero de monitores) foitotalmente equivocada, eu fiz o meumelhor para poder atender os alunosenquanto em outros turnos da monitoriamal havia alunos interessados e, portantoacredito que para os outros monitores nãofoi possível atingir seus objetivos. Nãochamo de prejuízo, mas com certeza aminha bolsa fiz por merecer e fiz valertambém por toda a minha determinaçãoque poderia ser estendida para outrasturmas sem problema algum, porém, poropção do professor, foi decidido dividiruma turma para cada monitor semanalisar a necessidade dos alunos e muitomenos a qualidade de didática edinâmica dos monitores, eu atrai alunospara aprenderem mais e para viremmesmo na monitoria e tirar as dúvidascomigo, mas não acho que tenha sido emvão, mesmo sem ter tido a bolsa merecidaeu acredito ter sido muito importante esseesforço, que foi recompensador tantopara mim na minha formação acadê-mica, quanto para os alunos na formaçãoacadêmica deles.”
9 Ver artigo “Formação de Monitores de Cursos de Graudação: da Teoria à Prática”, neste número da Série Acadêmica.
-
2 32 32 32 32 3
Série Acadêmica, PUC-Campinas, n. 24, p. 7-24, jan./dez. 2009
MONITORIA: ALGUNS INDICADORES DE ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO
“Os alunos devem ser orientados damelhor forma a procurarem e buscaremauxílio com os monitores. As atividadesque estes monitores podem e devemdesenvolver fora da sala de aula devemser listadas, esclarecidas para seremmelhor compreendidas. Deve havermelhor organização por parte dosprofessores quanto a locais de aula,tarefas atribuídas a nós monitores(detalhar e colaborar com materialorganizado), material utilizado, como porexemplo os Casos, que somente em um
módulo da matéria chegaram comantecedência em nossas mãos”
“Um ponto cuja importância vemcrescendo é o diálogo entre as disciplinas.Acho que antes do começo do semestreos monitores de todas as matériasdeveriam se reunir e determinar algunspontos em comum para as discussões. Issoé particularmente importante no primeiroano, quando os pontos de ligação entreas disciplinas ainda não são nada nítidospara os alunos.”
Tabela 8: Observações e sugestões
Observações claramente positivas quanto à atividade de monitoria
Professores deveriam submeter mais projetos (gerando mais vagas) para a monitoria
Mais divulgação para melhor uso da monitoria pelos alunos
Necessárias melhorias nos horários ou locais
Valorização da monitoria, por meio de capacitação de monitores e incremento da sua
autonomia.
Monitoria poderia ter maior remuneração
Necessárias melhorias na estrutura
Monitoria deveria ser mais divulgada, permitindo maior participação dos potenciais
monitores
Relativo à organização das atividades por parte do professor
Deveria haver maior acompanhamento das atividades de monitoria
Outros
Total
7
6
5
5
5
4
4
3
3
3
6
51
Freq. - 2008Categoria
Pode-se apreender, pelas análises atéentão realizadas das avaliações dos alunos nosdois últimos semestres, que as atividades demonitoria vêm sendo bem desenvolvidas. Como objetivo de aprimorá-las, algumas dasmanifestações apresentadas devem sersistematizadas, de forma que possam originarações que resultem num aprimoramentoefetivo.
A partir das avaliações qualitativas,algumas modificações poderão ser feitas noinstrumento de avaliação, aprimorando-o semcomprometer a comparação com avaliaçõesanteriores.
Conclusão
Com relação à primeira parte desteartigo, que se refere aos aspectos da gestão doPrograma Institucional de Monitoria, podemosdestacar alguns avanços em seudesenvolvimento:
A organização e implantaçãogradativa do SIM - SistemaInformatizado de Monitoria – quefornece informações, por meio derelatórios quantitativos, mostrandoa evolução do número de projetosdos docentes e de alunos
-
2 42 42 42 42 4
Série Acadêmica, PUC-Campinas, n. 24, p. 7-24, jan. /dez. 2009
E.M.M. PÁDUA & P.M. COSTA
envolvidos, de forma voluntária ouremunerada com as atividades, tempossibilitado tanto uma visão globalda Monitoria na Universidade,quanto detalhamentos por Centroou por Faculdade. Em decorrência,pela primeira vez tem sido possívelacompanhar o desenvolvimento doPrograma de forma sistemática, comdados concretos que nos auxiliam aavaliar a implementação daPolítica de Graduação, no que serefere ao aprimoramento dosprocessos didático-pedagógicos naGraduação.
Quanto às atividades de capacita-ção de Monitores, proposta quevem sendo implementada desde2006, nota-se que em 2008 e 2009foram melhor estruturadas; noentanto, acreditamos que hánecessidade de maior divulgaçãojunto aos docentes, para que maisdestas Práticas de Formaçãopossam ser oferecidas aos alunos eas atividades de Monitoria possamser permanentemente qualificadase contribuam para a melhoria doensino de Graduação.
Na segunda parte deste artigo foramabordados aspectos da Avaliação Institucionalda Monitoria realizada pelos alunos monitoresao final do 2º semestre de 2008 e do 1º semestre
de 2009. A avaliação realizada pelos docentes,no mesmo período, será objeto de análiseposterior.
O que se pode observar é que, no geral, aMonitoria tem contribuído para a formaçãoacadêmica dos alunos-monitores e tembeneficiado os alunos-monitorados. A mesmaavaliação positiva encontramos no que serefere à infra-estrutura de apoio aodesenvolvimento das atividades, ou seja, locale equipamentos à disposição dos monitores têmfacilitado as atividades.
Alguns depoimentos dos alunos monitoresapontam a necessidade de maior integraçãoentre docentes, monitores e grupo classe, nosentido de se ampliar a compreensão do papelda Monitoria no processo ensino-aprendizagem,ponto que deve merecer mais atenção noPrograma, com fomento de atividades deintegração (encontros, seminários, outros) porparte da Prograd, das Direções de Centro eFaculdade e mesmo por iniciativa dos docentesque desenvolvem Projetos de Monitoria em suasdisciplinas.
Finalmente, cabe ponderar que tanto asestratégias de acompanhamento do Programa,quanto os instrumentos de avaliação devem serpermanentemente revistos, aprimorados earticulados com outros indicadores dequalidade, para que os dados da avaliaçãopossam subsidiar a implementação de açõesque resultem na efetiva melhoria dos processosde ensino e de aprendizagem.
“A monitoria desenvolve a disciplina, a didática e alémdas vantagens que traz na formação acadêmica, foi importantepara poder conhecer mais dos colegas de curso e dividirexperiências novas com os que um dia serão meus futuroscolegas de trabalho”
(aluno-monitor, avaliação 2008)
-
2 52 52 52 52 5
Série Acadêmica, PUC-Campinas, n. 24, p. 25-31, jan./dez. 2009
FORMAÇÃO DE MONITORES DE CURSOS DE GRADUAÇÃO:...
FORMAÇÃO DE MONITORES DE CURSOS DE GRADUAÇÃO:DA TEORIA À PRÁTICA
Isabel Cristina Dib BARIANI 1
Neste artigo é relatada a experiência deprofessores responsáveis por uma oficinaplanejada com o objetivo de oferecer umespaço de reflexão e vivência para capacitare promover o desenvolvimento do estudanteuniversitário para o exercício da monitoria emdisciplinas de cursos de graduação.
A monitoria, no contexto educacional,pode ser definida como um procedimentopedagógico no qual um estudante que tem maisconhecimento ou mais habilidade oferecesuporte para os colegas realizarem atividadesacadêmicas, no sentido de contribuir com oprocesso de aprendizagem, seja fornecendoesclarecimentos e informações relacionadas aoconteúdo do curso, ou ensinando a utilizar osmateriais e equipamentos, ou ainda orientandosobre a realização de atividades específicas.
Embora seja bastante valorizadaatualmente pelas escolas, especialmente pelasInstituições de Ensino Superior (IES), a monitorianão é um recurso novo. A tradicional EscolaMonitorial teve origem na Inglaterra, no final doséculo XVIII, devido à carência de professoreshabilitados. O sistema funcionava com criançasmais velhas ensinando as mais novas, nãorecebendo remuneração. No Brasil, temosregistros de funcionamento de monitoria em
1823, subordinada ao Ministério da Guerra. Noensino superior só foi regulamentada em 1968,com a Lei da reforma universitária (Bello, 1945;Barnard, 1969; Federeghi, 1989).
Na PUC-Campinas, historicamente, amonitoria tem sido util izada como umimportante recurso para o desenvolvimento dosprojetos pedagógicos dos diferentes cursos.Atualmente, são desenvolvidos, em cadasemestre letivo, mais de 300 projetos demonitoria nos diferentes cursos, com cerca de500 estudantes monitores envolvidos em quase4000 horas de atividades relativas a essesprojetos.
Embora haja pouca literatura referente aesse assunto, estudiosos concordam quanto àgrande relevância dessas atividades, quetrazem benefícios para os diferentes segmentosenvolvidos, para os professores e o desenvolvi-mento dos programas das disciplinas e osprojetos pedagógicos dos cursos e para osalunos - os monitores e os alunos monitorados(Federighi, 1989; Ventura e Bariani, 1996; Guedes,1998, Natário, 2001 e Bariani, 2007).
Assim, se a monitoria surgiu para suprir ainsuficiência de professores, hoje, a monitoriaacadêmica nas IES é tida como um proce-dimento que contribui para a melhoria do ensino
1 Doutora em Educação pela Unicamp; Professora da Faculdade de Psicologia da PUC-Campinas.
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de graduação, além de ser um importanteespaço para a formação do futuro professoruniversitário. No entanto, embora sejareconhecida como uma iniciação à docência,como sustentado por Nunes (2007), nem sempreas funções exercidas pelo aluno-monitor sãoapropriadas. Mesmo em situações em que asnormas institucionais para tal estão claramentedeterminadas, na prática, acontecem desviose pode-se ver o monitor sendo subestimado emseu papel e funções, sendo-lhe atribuídasapenas tarefas muito simples. Por outro lado,ele pode ser superestimado e solicitado aexecutar algumas tarefas que não lhecompetem e que são específicas do professor(Nunes, 2007 e Dias, 2007).
Nesse sentido, apesar de haver consensosobre a grande importância da monitoria, nemsempre essa prática ocorre a partir de umplanejamento específico para o seufuncionamento, em especial no que concerneao preparo do estudante para o seu exercício.Os monitores são aprendizes e como tal devemser cuidadosamente instruídos para assumir opapel e as funções próprias da monitoria,conforme asseveram Abreu e Masetto (1989),Natário (2001), Dias (2007), Nunes (2007), eBariani, (2007).
Mediante esse contexto, considerando arelevância e a necessidade de habilitar oestudante para o exercício eficaz na monitoria,em 2008, o Grupo de Trabalho sobre Monitoria2,vinculado à Pró-Reitoria de Graduação da PUC-Campinas, se dedicou ao planejamento de umaOficina destinada ao preparo do monitor.
Essa Oficina foi concebida aos moldes deuma proposta similar que funcionou naUniversidade em 2006, ou seja, como umaPrática de Formação. Assim, para entender oseu funcionamento, é necessário que secompreenda esta proposta, que passa a serbrevemente descrita.
As Práticas de Formação foram criadasem 2000, com a reestruturação curricular doscursos de graduação da PUC-Campinas,visando oferecer ao aluno ampliação eenriquecimento de sua formação acadêmica,acrescentar conteúdos e experiências dediversas áreas do conhecimento, além depropiciar convivência entre alunos de várioscursos e a oportunidade para desenvolvernovas habilidades e competências. As Práticasde Formação são parte integrante doscurrículos dos cursos de graduação daUniversidade, portanto, devem ser cursadasjunto com os demais componentes curriculares.São escolhidas dentre um extenso rol deatividades, oficinas e cursos propostos porprofessores dos diferentes cursos dauniversidade e o aluno se matricula naquelasque considerar que melhor enriquecerão suaformação humana, universitária e profissional.No decorrer da graduação, todos os estudantesdevem cumprir um número determinado decréditos de Práticas de Formação equivalenteao de semestres do curso frequentado - cada17 horas-aula de Práticas de Formaçãocorrespondem a 1 crédito3.
A Proposta de Formação de Monitores
A Prática de Formação denominada“Formação de Monitores de Cursos deGraduação: da Teoria à Prática” é uma oficinaque, em um espaço dinâmico, ofereceinstrumentos ao aluno que desempenha oupretende desempenhar o papel de monitor emdisciplinas do seu curso de graduação. Oferecea oportunidade de se adquirir conhecimentossobre a monitoria no contexto da universidade,considerando as diferentes modalidades (aulaspráticas, teóricas e de estágio), o papel e as
2 À época esse grupo era composto por professores dos diferentes Centros da Universidade, a saber, Isabel Cristina Dib Bariani – Centro de Ciências da Vida,Julio Diniz Júnior – Centro de Economia e Administração, Nelson de Carvalho Mendes – Centro de Ciências Exatas Ambientais e de Tecnologias, NivaldoDoro Jr – Centro de Ciências Humanas, Roberto Silva Junior – Centro de Ciências Sociais Aplicadas, Simone Cecília Pelegrini da Silva – Centro de Linguageme Comunicação.
3 Para complementação das informações sobre as Práticas de formação ver Ventura, C. S. et al. Série Acadêmica. PUC-Campinas, n. 22, p. 65-82, jan./dez.2007.
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funções do monitor, além de desenvolver um“novo” olhar crítico a respeito do processoensino-aprendizagem. Busca propiciar odesenvolvimento de habilidades ecompetências, instrumentalizando o aluno parao desempenho dessa atividade acadêmica.
Especificamente, os conteúdostrabalhados durante as aulas são os seguintes:
- Universidade - ensino, pesquisa eextensão;
- O Projeto Pedagógico da PUC-Campinas;
- Portaria sobre Monitoria na PUC-Campinas;
- Papel e funções do monitor - aspectosteóricos e conceituais;
- Monitoria - suas relações com asquestões do currículo e do Projeto Pedagógicodos cursos de graduação;
- Relações interpessoais e o processo deensino e de aprendizagem;
- Dificultadores e facilitadores doexercício da monitoria - possíveis soluções eencaminhamentos para as dificuldadesencontradas;
- Elementos para elaboração de umaproposta de trabalho de monitoria.
A Oficina é desenvolvida em grupos commódulo de 36 alunos, em 17 horas-aula e utilizacomo metodologia a exposição dialogada, adiscussão, a problematização, a vivência emgrupo e a elaboração de uma proposta detrabalho, sendo a avaliação realizada de modoprocessual. É interessante mencionar que têmsido oferecidas turmas nos três campi daUniversidade4, de modo a favorecer aparticipação dos alunos dos diferentes cursos.
No primeiro dia de aula há a aplicaçãode um questionário de sondagem, que foi
elaborado tendo como base o que Natário(2001) construiu para o seu estudo, que tevecomo propósito testar as contribuições de umprograma de capacitação de monitores, noqual é perguntado: motivos para a escolhadesta Prática de Formação; experiências emmonitoria; motivos considerados maisrelevantes para se querer ser monitor;características ou atributos necessários para oexercício das funções de monitor; principaisdificuldades enfrentadas no desempenho damonitoria; aspectos em que a monitoria maispode auxiliar na formação profissional domonitor; importância das atividades demonitoria para o processo ensino-aprendiza-gem na Universidade; procedimentos a seremadotados quando o monitor se depara com umaluno que não quer aprender; pretensão emseguir carreira acadêmica.
Ao longo das aulas, sempre quepertinente ao conteúdo planejado, as respostasao questionário são objeto de análise ediscussão. No último dia de aula, é solicitadoque os alunos novamente se manifestem sobreos mesmos aspectos, havendo o acréscimo deuma questão para avaliar a oficina, ou seja, épedido que redijam um depoimento avaliativosobre a Prática de Formação “Formação deMonitores de Cursos de Graduação: da Teoria àPrática”.
A maioria dos estudantes que cursou aOficina indica que pretende ser monitorfuturamente e uma grande quantidade afirmaque já foi monitor em semestre(s) anterior(es) econtinua sendo. Os que já são monitoresapontam que escolheram a oficina com aexpectativa de melhoria da atuação comomonitor, de aperfeiçoamento da didática e detécnicas, para aprender e aprimorar osconhecimentos sobre a função do monitor,melhorar a formação e superar a timidez. Os quepretendem ser monitores no futuro sustentamque fizeram a escolha para conhecer comofunciona a atividade de monitoria, desinibir eaprender a falar diante de pessoas, melhorar o
4 Atualmente, os professores responsáveis são Iracema Linek Vidigal, Isabel Cristina Dib Bariani e Nivaldo Doro Junior.
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relacionamento com os alunos e com afaculdade.
Dentre os motivos alegados para quererser monitor, o mais frequentemente mencio-nado é a afinidade com a disciplina. Mas sãocitados, também, o desenvolvimento pessoal,a atividade extracurricular e o interesse pelacarreira universitária. É interessante destacarque a remuneração financeira é indicada poruma parcela bastante pequena de estudantescomo um motivador para a monitoria.
De um modo geral, tanto no início daOficina quanto no final, são indicados os mesmosatributos ou características como importantespara o exercício da função de monitor, nãohavendo nenhum aspecto notadamentedestacado. São apontados como necessáriosao monitor: interesse pela disciplina e domíniodo seu conteúdo; interesse na carreira docente;ter didática, saber e gostar de explicar e detirar dúvidas, ter interesse no processo ensino-aprendizagem e motivação para colaborarcom esse processo; estudar muito e ter interesseem buscar conhecimento; ser dinâmico,disciplinado, pró-ativo; ser sociável, gostar delidar com pessoas, ter boa relação com osalunos e professor; ser desinibido para falar empúblico, comunicativo; não ter preconceitos,ter respeito, ser educado, empático, paciente,prestativo, responsável, dedicado, esforçado,comprometido, receptivo, prestativo, crítico,curioso, criativo; gostar de desafios; ser seguroe maduro; exercer liderança; ser flexível eexigente ao mesmo tempo; aceitar críticas eestar disposto a mudar; ter disposição edisponibilidade de horário; procurar sempresaber sobre o que é a monitoria.
A falta de conhecimento teórico e/ouprático, a falta de orientação do professorresponsável pela monitoria, as dificuldades derelacionamento interpessoal e a solicitaçãoexcessiva dos alunos são as principaisdificuldades mencionadas como as maisfrequentemente enfrentadas ou que poderãoocorrer no desempenho da Monitoria.
Os aspectos mais indicados sobre amonitoria como aqueles que podem auxiliar aformação profissional são: possibilidade derever e aprofundar os conteúdos aprendidos,aprimoramento didático-pedagógico, enrique-cimento de currículo e incentivo à carreiradocente.
A totalidade dos alunos frequentadoresda oficina considera que as atividades demonitoria são importantes para o processoensino-aprendizagem na Universidade. Sãoapresentadas justificativas relacionadas aopróprio monitor, ao aluno monitorado, aoprofessor e ao processo ensino-aprendizagem,dentre as quais: o monitor pode rever eaprofundar conteúdos, ter mais empenho ao sededicar aos estudos; abre as portas para acarreira docente, enriquece o currículo, ajudao desenvolvimento da habilidade para lecionar;ajuda os alunos que têm dificuldades,esclarecendo dúvidas, auxilia na aprendizagemdos alunos, o conhecimento é tratado com umalinguagem mais simplificada, o aluno não temvergonha do monitor, nem sempre o professorestá disponível para atender aos alunos; auxiliao professor; a relação entre os alunos aumentae eles aprendem juntos, há relação de troca deaprendizagem, o monitor ensina e aprende. Sãoexemplos dos relatos dos estudantes:
“Possibilita um maior contato com o sistemada faculdade e com os conteúdos da matéria”;
“O monitor, por estar mais próximo ao aluno,compreende melhor suas dificuldades”;
“Com a monitoria, tanto o monitorado quantoo monitor aprendem algo novo”;
“É uma troca mútua aluno-monitor-professor”.
Ao término da Oficina, de um modo geral,são apontados os mesmos aspectos já mencio-nados no momento inicial. Percebe-se, noentanto, que as justificativas apresentadas sãomais elaboradas e enfáticas. São desta-cadosos benefícios para o próprio monitor que sedesenvolverá, terá crescimento pessoal e a suaformação acadêmica favorecida. É dito que a
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experiência em monitoria impulsiona para acarreira acadêmica. É salientado que, por sermais próximo dos alunos, o monitor pode ajudá-los na mediação com o professor, além deoferecer mais assistência e atenção. Algunsalunos enfatizam a importância da monitoriaalegando vários aspectos, como aparece nosseguintes fragmentos:
“Com a Monitoria, a Universidade oferecea oportunidade de o aluno monitor auxiliaro professor, se ‘especializar’ na disciplina,ajudar os colegas com o conteúdo”;
“Para o monitor é possível fixar, aprofundaros conceitos anteriormente aprendidos,para os monitorados é possível contarcom a ajuda extra de um colega maisexperiente na matéria e, para o professor,contar com a ajuda do monitor paradesenvolver seu trabalho de maneiramais dinâmica e melhor”.
Nos casos em que o monitor se depara,na monitoria, com um aluno que não queraprender são indicadas as seguintes alterna-tivas a serem adotadas: conversar sobre osmotivos e o interesse pela matéria e pelo curso;demonstrar a importância do aprendizado;buscar novos métodos e uma maneira maisdinâmica de ensinar; dedicar atenção especialao aluno; tentar se aproximar mais do aluno;mostrar que ele é capaz de aprender; incentivara estudar; conversar com os amigos do aluno,para que o incentivem; deixar o aluno cientede que se não se esforçar será reprovado;comunicar ao professor; conversar com oprofessor para juntos tomarem uma decisão. Háainda uma minoria que sugere que nada deveser feito, ou que o aluno deve ser ignorado, poiso aluno deve se esforçar.
A maioria dos estudantes sustenta quegostaria de ser professor universitário apósconcluir o seu curso de graduação. Consi-derando que esses alunos são monitores, ou têminteresse em ser monitor, pode-se afirmar que,de fato, a monitoria funciona como umainiciação à carreira docente, o que vai ao
encontro da literatura que sustenta haver umaestreita relação entre o exercício da monitoriae a formação do professor universitário.
Os depoimentos avaliativos sobre estaPrática de Formação sugerem que a Oficina tematingido seus objetivos. Os alunos sinalizam quea Prática de Formação é bem dinâmica einteressante; é estimulante ter alunos-monitorese não monitores, para troca de experiências;propicia o relacionamento aluno-aluno e aluno-professor; contribui para o autoconhecimento;propicia a aquisição de conhecimento sobre oprocesso de Monitoria, as funções do monitor(direitos e deveres) e sobre a Universidade;serve para conhecer melhor o porque dasmonitorias e como elas funcionam nos“bastidores” das faculdades; ajuda a superarinseguranças em relação à monitoria; incentivapara se querer ser monitor; contribui muito paraa formação e capacitação do monitor; contribuipara a formação profissional. Nos relatosapresentados a seguir aparecem alguns dosaspectos destacados.
“Esta prática de formação foi de grandeimportância para mim, ajudando muitono meu desempenho como monitora”;
“A prática de formação foi importantepara mim pois, além de convívio compessoas de vários cursos, aprendi osdireitos dos monitores e o que realmenteé ser monitor”;
“A prática de formação atendeu àsminhas expectativas, de modo queabordou sobre o propósito de umamatéria ter monitor, como este monitordeve se comportar em relação aosalunos, quais são suas funções e etc. Tudoisso foi mostrado a partir de muitasdinâmicas que fizeram refletir quais ascaracterísticas necessárias para se obterum bom relacionamento entre monitor-aluno, monitor-professor. Também acheiagradável o modo como a sala todainteragiu, se relacionou e discutiu váriasquestões”.
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Além disso, é destacada por alguns alunosa necessidade de replanejamento da propostada Oficina para atender mais aprofun-dadamente algumas de suas necessidades,nomeadamente dos que já são monitores,quanto ao enfrentamento das dificuldades nocotidiano do desenvolvimento da monitoria. Háa expectativa de que as deficiências do aluno-monitor sejam identificadas para que sejamindicados caminhos para suplantá-las; que hajapropostas voltadas à aprendizagem deestratégias e ao desenvolvimento dehabilidades para o enfrentamento de dificul-dades, especialmente aquelas relativas àaprendizagem dos alunos.
De um modo geral, os dados apontadospelos estudantes frequentadores da Oficina vãoao encontro daqueles encontrados na pesquisade Natário (2001), como resultado da aplicaçãodo seu Programa de Monitoria. As contribuiçõesmais reconhecidas pelos alunos-monitores comoganhos advindos da participação no programade intervenção de Natário são referentes àinteração social, ao aprimoramento didáticopedagógico, ao aprofundamento nos estudose ao incentivo à carreira docente. Ainda édestacado pela autora, que os participantesapontam, como sugestão para trabalhos futuros,a inclusão de discussões sobre as estratégiasde ensino, da mesma forma que proposto naOficina.
Considerações finais
Após o desenvolvimento dessa Práticade Formação com oito grupos de estudantes,os resultados obtidos sugerem aos seusprofessores que a proposta tem se mostradobastante eficaz e, portanto, o seu oferecimentodeve ser mantido. Depreende-se, a partir dasexperiências, que a frequência a essa oficina éa oportunidade para os alunos - tanto os que jásão monitores como os que ainda não o são -adquirirem ou aprofundarem seus conhecimen-
tos sobre o Programa Institucional de Monitoriae sobre o papel e as funções desempenhadospelo monitor, a partir de documentaçõesnormativas. Pelo caráter da oficina, sãoproporcionadas ao estudante discussões evivências que visam o aprimoramento dodesempenho das atividades do cotidiano domonitor.
Essas experiências, ao favorecerem aidentificação das dificuldades que impedem oestudante de exercer suas potencialidades,propiciam uma participação mais ativa noprocesso de transformação do espaçoacadêmico. Ademais, é oferecida a possibili-dade de aprimoramento didático-pedagógicoe a reflexão sobre as relações humanas quepermeiam o processo educativo e, de um modogeral, a vida em sociedade. Além disso, a oficinatem oportunizado o contato entre alunos dediferentes cursos, ampliado as amizades, oconhecimento da realidade de cada curso e asuperação de estereótipos sobre os estudantesde determinados cursos.
Nesse contexto, pode-se sugerir que osprofessores recomendem aos seus monitores eaos alunos interessados em monitoria afrequência a essa oficina. Ademais, ocumprimento da Prática de Formação“Formação de Monitores de Cursos deGraduação: da Teoria à Prática” poderia seradotado como um critério prioritário de seleçãodos candidatos à monitoria.
Apesar de considerar a frequência a essaoficina um elemento importante no processode instrumentalização do monitor, a suacapacitação não se encerra com isso. Éimprescindível que o estudante receba doprofessor do qual é monitor as devidasorientações sobre as atividades que podem seriniciadas com a leitura e a discussão do projetode monitoria da disciplina. Igualmente, oprofessor deve esclarecer as funções eobrigações específicas do aluno-monitor,preparar para a realização das atividades e,continuamente, avaliar e dar feedback.
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Finalizando, convém ressaltar que éimprescindível que as IES zelem atentamentepor seus programas de monitoria, não somentecom vistas aos seus futuros quadros dedocentes, uma vez que a monitoria éreconhecida como a oportunidade deiniciação à docência, mas pelo que representano cotidiano do desenvolvimento dos projetospedagógicos dos cursos de graduação. Emespecial, há de se incentivar a aprendizagemcolaborativa entre universitários, que torna oprocesso educativo menos ameaçador e maisdivertido e desafiador (Damon e Phelps, 1989,apud Fior, 2008). Ademais, como destacado porChickering e Reisser (1993, apud Fior, 2008, p. 2),“de uma maneira direta o professor maisimportante do universitário é o outroestudante”.
Referências
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GUEDES, M. L. Monitoria: uma questão curriculare pedagógica. Série Acadêmica, n. 6, 03-09,PUC-Campinas, 1998
NATÁRIO, E. G. Programa de Monitores paraAtuação no Ensino Superior: Proposta deIntervenção. Tese de Doutorado. Faculdade deEducação, UNICAMP, 2001.
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VENTURA, C. S. C. E BARIANI, I. C. D. A Monitoriano Curso de Psicologia da PUCCAMP:Descrição do Funcionamento e Opiniões deProfessores, Monitores e Alunos sobre estaPrática. Anais do III Congresso Nacional dePsicologia Escolar, 203-206. ABRAPEE / UERJ. Riode Janeiro, RJ, 1996.
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PROGRAMA PERMANENTE DE CAPACITAÇÃO PEDAGÓGICA (PPCP)...
PROGRAMA PERMANENTE DECAPACITAÇÃO PEDAGÓGICA (PPCP)
1º SEMESTRE DE 2009
Profa Ms. Sílvia Cristina de Matos SOARES1
1. Introdução
Atualmente vivemos uma realidade emque a busca por conhecimento para oaprimoramento profissional é uma necessidadeconstante. A atualização profissional é parteintegrante do processo de desenvolvimentotecnológico e sociocultural do país.
A PUC-Campinas sempre atuou de modoa proporcionar o desenvolvimento de seu corpodocente da graduação. Quando sua estruturaorganizacional ainda era organizada emInstitutos, até 2000, o Instituto de Filosofiaoferecia diversas capacitações aos docentesde Graduação da Filosofia. Essas capacitaçõeseram abertas a docentes de outros Institutos/Cursos e eram oferecidas por meio demodalidades como, por exemplo, oficinas,cursos, palestras, debates, minicursos, entreoutras.
Os temas envolviam aspectos filosóficose pedagógicos e tinham o objetivo de atualizaros docentes envolvidos no processo de ensino-aprendizagem, com ênfase nas disciplinas deMetodologia do Trabalho Científico, Meto-dologia da Pesquisa e Iniciação Filosófica.
Ainda que de modo pontual, outrasFaculdades/Cursos tem oferecido capacitação
pedagógica sobre temas específicos e deinteresse de seus docentes
Diante da necessidade do aprimo-ramento profissional, que percebemos serconstante no mundo de trabalho, seja eleacadêmico ou não, em 2005, a PUC-Campinas,por meio da Pró-Reitoria de Graduação(Prograd), lançou o Programa Permanente deCapacitação Pedagógica (PPCP), visandocontribuir com o aprimoramento pedagógicode seu corpo docente da Graduação eenfrentar os desafios atuais impostos àUniversidade. A PUC-Campinas estruturou umprojeto permanente para atender àsnecessidades de seus Centros. A coordenaçãodo programa está sob a responsabilidade daPrograd e também conta com o envolvimentode profissionais que atuam nos Centros daUniversidade para a identificação dasdemandas e para ministrar as modalidadesoferecidas. O programa também tem aparticipação de profissionais externos àUniversidade, sempre que necessário.
O PPCP possui os seguintes objetivos:
1. Apoiar a implementação da Política deGraduação da Universidade, no que serefere à qualificação pedagógica docorpo docente;
1 Mestre em Ciência da Computação, Professora da Faculdade de Análise de Sistemas, da PUC-Campinas,Coordenadora do PPCP no ano de 2009
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2. Atender as demandas de capacitaçãopedagógica, detectadas pelaPrograd;
3. Realizar oficinas pedagógicas para oatendimento de necessidades decapacitação didático-pedagógicado corpo docente da Graduação;
4. Subsidiar, com elementos teórico-práticos, o processo de reflexão doProjeto Político Pedagógico dosCursos;
5. Criar uma cultura de discussão daprática pedagógica e valorização dasiniciativas dos docentes quecontribuam para a formação dosestudantes;
6. Socializar experiências pedagógicasque contribuam para a melhoria daqualidade da prática educativa nosCursos de Graduação;
7. Consolidar canais de comunicação ecooperação entre a Prograd e asDireções de Centros e Cursos, asAssessorias Pedagógicas e osDocentes da Universidade.
Atualmente, o programa apresenta asse