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Superintendência Regional no Estado do Rio de Janeiro
RelatórioAnálise deMercados deTerras
Rio de Janeiro
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária Superintendência Regional no Estado do Rio de Janeiro
Divisão de Obtenção de Terras
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Relatório de Análise de Mercados de
LAGOS
Rio de Janeiro - 2017
Reforma Agrária – INCRA Superintendência Regional no Estado do Rio de Janeiro – SR(07)
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Relatório de Análise de Mercados de Terras
na Zona Homogênea Lagos
Aprovado pela Câmara Técnica em ___ de ____________de 2017.
Aprovado pelo Comitê de Decisão Regional em ___ de __________de 2017.
Equipe Responsável pela pesquisa de campo:
Perito Federal Agrário Carlos Magno Magalhães da Silva
Equipe Responsável pela elaboração do Relatório:
Perito Federal Agrário Asélio Vieira Passos
Perito Federal Agrário Carlos Magno Magalhães da Silva
Perito Federal Agrário Luiz Felício Palermo
Rio de Janeiro Junho-2017
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Sumário
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................. 5
2. CARACTERÍSTICAS DA ZONA HOMOGÊNEA LAGOS .................................................... 5
2.1. Abrangência geográfica ........................................................................................................... 5
2.2. Histórico da ocupação .............................................................................................................. 7
2.2.1. Ciclos econômicos ............................................................................................................ 7
2.2.2. Relações Campo X Cidade e Socioeconomia ................................................................ 11
2.2.3. Qualidade de vida da população ..................................................................................... 14
2.2.4. Políticas públicas ............................................................................................................ 15
2.2.5. Conflitos agrários ........................................................................................................... 17
2.3. Clima e recursos naturais ....................................................................................................... 18
2.3.1. Clima .............................................................................................................................. 18
2.3.2. Recursos Naturais ........................................................................................................... 20
2.3.2.1. Relevo ......................................................................................................................... 22
2.3.2.2. Hidrologia ................................................................................................................... 22
2.3.2.3. Flora e Fauna .............................................................................................................. 25
2.3.2.4. Áreas de Lavras .......................................................................................................... 28
2.4. Áreas legalmente protegidas .................................................................................................. 29
2.5. Infraestruturas viárias ............................................................................................................ 33
2.6. Principais atividades econômicas .......................................................................................... 35
2.6.1. Setor Agrícola ................................................................................................................. 36
2.6.2. Setor Pecuário ................................................................................................................. 39
3. PREÇOS DE TERRAS SEGUNDO A INFORMA ECONOMICS/FNP ............................... 41
4. MERCADO DE TERRAS NA REGIÃO .................................................................................. 41
5. PREÇO DA TERRA E REFORMA AGRÁRIA ...................................................................... 42
6. MÉTODOS .................................................................................................................................. 43
6.1. Pesquisas em campo .............................................................................................................. 43
6.2. Tipologias .............................................................................................................................. 43
6.3. Homogeneização dos Elementos Amostrais .......................................................................... 44
7. RESULTADOS ............................................................................................................................ 46
8. ANÁLISE DOS INDICADORES DO COMPORTAMENTO DE MERCADO ................... 48
9. CONCLUSÕES ........................................................................................................................... 49
10. LITERATURA CONSULTADA ............................................................................................... 51
ANEXO 1 - MEMORIAL DE CÁLCULOS ...................................................................................57
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Índice de Figuras
Figura 1 – Mapa de situação da Zona Homogênea Lagos .................................................................... 6
Figura 2 – Distribuição climática na Zona Homogênea Lagos ........................................................... 18
Figura 3 – Variação espacial da precipitação pluvial anual (mm) na Zona Homogênea Lagos ......... 19
Figura 4 – Mapa de solos da Zona Homogênea Lagos ....................................................................... 21
Figura 5 – Regiões Hidrográficas na Zona Homogênea Lagos .......................................................... 23
Figura 6 – Mapa temático de Uso e Cobertura do Solo do estado do Rio de Janeiro (2013) ............. 26
Figura 7 – Mapa do Uso e Cobertura do Solo na Zona Homogênea Lagos ........................................ 28
Figura 8 – Mapa das áreas de Lavra na Zona Homogênea Lagos....................................................... 29
Figura 9 – Mapa Multimodal da Zona Homogênea Lagos ................................................................. 34
Figura 10 – Localização das amostras coletadas em campo no Mercado Regional de Terras na Zona
Homogênea Lagos ................................................................................................................................ 45
Índice de Tabelas Tabela 1 – Municípios pertencentes à Zona Homogênea Lagos. .......................................................... 6
Tabela 2 – Dados populacionais na Zona Homogênea Lagos entre 1940 e 2010 ............................... 11
Tabela 3 – Distribuição percentual da população na Zona Homogênea Lagos em 2016 .................... 12
Tabela 4 – Nível de urbanização e população residente total, urbana e rural nas zonas homogêneas
do estado do Rio de Janeiro .................................................................................................................. 13
Tabela 5 – População por situação de domicílio em 1991, 2000 e 2010 na Zona Homogênea Lagos13
Tabela 6 – Lista de municípios da Zona Homogênea Lagos por IDH ................................................ 14
Tabela 7 – População em situação de extrema pobreza na Zona Homogênea Lagos e no estado em
2010 ...................................................................................................................................................... 15
Tabela 8 – População em situação de extrema pobreza na Zona Homogênea Lagos em 2010 .......... 16
Tabela 9 – Projetos de reforma agrária na Zona Homogênea Lagos................................................... 17
Tabela 10 – Unidades de Conservação localizadas na Zona Homogênea Lagos ................................ 31
Tabela 11 – Valor Adicionado Bruto por atividade econômica, Produto Interno Bruto e Produto
Interno Bruto per capita nas zonas homogêneas do estado do Rio de Janeiro em 2013 ...................... 35
Tabela 12 – Valor Adicionado Bruto por atividade econômica, Produto Interno Bruto e Produto
Interno Bruto per capita nos municípios da Zona Homogênea Lagos em 2013 .................................. 36
Tabela 13 – Produção leiteira nas Zonas Homogêneas do estado do Rio de Janeiro em 2014 ........... 37
Tabela 14– Produção agrícola na Zona Homogênea Lagos em 2015 ................................................. 38
Tabela 15 – Lavouras temporárias e permanentes que apresentaram maior rentabilidade na Zona
Homogênea Lagos em 2015 ................................................................................................................. 39
Tabela 16 – Produção leiteira na Zona Homogênea Lagos em 2014 .................................................. 40
Tabela 17 – Número de elementos, porcentagem de elementos em relação ao total destes, média dos
valores (R$/ha) e média dos valores com elasticidade de 20% (R$/ha), por tipologia, para o Mercado
Regional de Terras na Zona Homogênea Lagos .................................................................................. 46
Tabela 18 – Planilha de Preços Referenciais de Terras (PPRT) na Zona Homogênea Lagos ............ 48
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RELATÓRIO DE ANÁLISE DE MERCADO DE TERRAS DA ZONA HOMOGÊNEA LAGOS
1. INTRODUÇÃO
Este documento atende à ORDEM DE SERVIÇO nº 15/2015/INCRA/SR(07)G, de 04 de
maio de 2015, publicada no Boletim de Serviço nº 20, de 18 de maio de 2015, assim como o disposto
no Regimento Interno do INCRA, anexo à Portaria no 49, de 31 de janeiro de 2017. A Norma de
Execução 112, de 12 de setembro de 2014, estabelece procedimentos técnicos para elaboração do
Relatório de Análise de Mercados de Terras (RAMT).
Inicialmente, apresenta-se um breve diagnóstico socioeconômico da Zona Homogênea
Lagos (ZH Lagos) do estado do Rio de Janeiro, assim denominada conforme deliberação na Câmara
Técnica da SR(07), em reunião ordinária no dia 17/08/2015, enfatizando-se o mercado de terras, com
base em dados secundários, e a Planilha de Preços Referenciais de Terras (PPRT), a qual oferece
subsídios à tomada de decisão de engenheiros agrônomos e demais gestores da instituição, em
trabalhos diversos onde o valor da terra é relevante.
2. CARACTERÍSTICAS DA ZONA HOMOGÊNEA LAGOS
2.1. Abrangência geográfica
A Zona Homogênea (ZH) definida neste relatório como Lagos é, de acordo com a Divisão
Territorial Brasileira (DTB) do IBGE (2014), composta das microrregiões Bacia de São João (com os
municípios de Casimiro de Abreu, Rio das Ostras e Silva Jardim) e Lagos (Araruama, Armação de
Búzios, Arraial do Cabo, Cabo Frio, Iguaba Grande, São Pedro da Aldeia e Saquarema) (Tabela 1).
A ZH Lagos possui área total de 3.673,70 km2, abrangendo 10 municípios, confrontando
com as Zonas Homogêneas Metropolitana (Sudoeste-Noroeste), Serrana (Norte), Leste (Nordeste) e
com o Oceano Atlântico no sentido Sul/Leste.
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Figura 1 – Mapa de situação da Zona Homogênea Lagos
Fonte: CEPERJ (2016a) - adaptado (http://www.ceperj.rj.gov.br/ceep/info_territorios/divis_politico_administrativo.html)
Tabela 1 – Municípios pertencentes à Zona Homogênea Lagos.
Município Módulo Fiscal (ha) FMP (ha) Superfície Territorial (km2)
Araruama 14 2 638,023
Armação de Búzios 14 2 70,278
Arraial do Cabo 14 2 160,276
Cabo Frio 14 2 410,418
Casimiro de Abreu 18 3 460,771
Iguaba Grande 14 2 51,945
Rio das Ostras 18 3 229,044
São Pedro da Aldeia 14 2 332,792
Saquarema 14 2 353,566
Silva Jardim 16 3 937,547
Total --- --- 3.644,660 Fonte: SNCR/INCRA (2015). Nota: FMP – Fração Mínima de Parcelamento.
A ZH Lagos apresenta a segunda maior densidade populacional do estado (221,06
hab./km2), o que corresponde a 4,84% do total do número de habitantes. A cidade de Cabo Frio
apresenta 26,35% da população desta Zona Homogênea (212.289 habitantes).
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Verificam-se reduções no contingente populacional à medida que se caminha em direção à
ZH Nordeste Fluminense, o que confere ao estado uma desuniformidade da distribuição da
população no seu território. Há vários fatores, inclusive históricos, que contribuem para esta
ocupação desequilibrada do solo fluminense. Contudo, neste relatório, serão elencados alguns que
contribuíram, e ainda contribuem, para os movimentos ocupacionais na ZH Lagos.
2.2. Histórico da ocupação
2.2.1. Ciclos econômicos
A ZH Lagos, no contexto histórico brasileiro, foi o cenário do primeiro assentamento europeu
em 1503. Isto ocorreu quando Américo Vespúcio, vindo de Fernando de Noronha, desembarcou em
Cabo Frio. Esta expedição portuguesa ergueu a primeira feitoria na região e permaneceu por cinco
meses. Neste período pôde fazer incursões pelo canal de Itajurú acessando a Lagoa de Araruama. Estas
incursões possibilitaram a descoberta de enorme reserva de pau-brasil existente na região. As
excelentes condições de navegabilidade da Lagoa e do canal de Itajurú permitiam o fácil transporte da
madeira até as naus portuguesas fundeadas no mar, iniciando-se o ciclo do pau-brasil. O interesse pelo
comércio desta árvore que acontecia nesse local o tornou palco de disputas territoriais por outros
europeus, sobretudo, franceses. (HANSEN, 1993; SOUZA & MENEZES, 2011). O confronto teve seu
principal capítulo em 1575, quando os portugueses reuniram um poderoso exército com apoio de tribos
indígenas. O objetivo era acabar com o domínio francês. Para isso, os índios Tamoios, que eram
aliados dos franceses, foram dizimados na região (G1, 2017a).
Durante o ciclo extrativista econômico do pau-brasil (século XVI), o qual era monopólio
real necessitando de concessão da Coroa Portuguesa, Cabo Frio se destacou como o principal ponto
de carregamento de madeira para a Europa, além da localização privilegiada nas proximidades da
cidade do Rio de Janeiro. Esse intenso comércio que ali se estabeleceu atraía os interesses de outras
nações européias que começaram a disputar com os portugueses o domínio da região, apesar das
frequentes visitas das naus lusitanas. Ressalta-se a marcante presença de contrabandistas holandeses
e franceses, que estabeleceram um comércio ilegal de madeiras com os povos nativos (PRADO
JÚNIOR, 2006; SOUZA & MENEZES, 2011; SAYD, 2014).
A partir do final do século XVI, a Coroa portuguesa começa a temer o risco de esgotamento
do produto e em 1605 tenta regulamentar a exploração editando o Regimento do Pau-Brasil
(ALTOÉ, 2008). Em 1615 a Coroa Portuguesa delibera o povoamento da “Paragem do Mukié”, a fim
de impedir a entrada de piratas ingleses e, sobretudo, a possibilidade deles ali se fixarem com o
auxílio de mamelucos (LAMEGO, 2007a). Em 1632, uma expedição oficial portuguesa, hoje
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denominada expedição dos sete capitães, parte por terra de Cabo Frio para estabelecer o domínio
português sobre o território da atual Zona Homogênea Leste Fluminense, conquistando não apenas os
entrepostos costeiros como toda a planície fértil habitada pelos índios Goitacazes (LAMEGO,
2007b).
Com o fim da exploração econômica do pau-brasil a região tornou-se eminentemente
agrícola, destacando-se as produções de café, cana-de-açúcar e cereais, sobretudo milho e farinha de
mandioca (PINTO, 1984), uma vez que não havia como separar a questão da imigração europeia da
questão agrícola, da ocupação do território e do branqueamento da população.
No Brasil colonial coexistiram dois tipos de agricultura de produtos alimentícios. Uma de
caráter camponês voltado para a subsistência com a venda do seu reduzido excedente no mercado
local, caracterizada pelas pequenas propriedades com restrita, ou nula, utilização de mão de obra
escrava, com uma produção extremamente baixa. Um segundo tipo seria formado por grandes
unidades especializadas na produção de farinha de mandioca que era vendida tanto para os engenhos
quanto para as cidades litorâneas (CORRÊA, 2012).
Paralelamente à cultura da mandioca ocorre o desenvolvimento da cultura açucareira na
região de Campos dos Goytacazes, a qual, no final do século XVIII possuía cerca de 324 engenhos,
enquanto os engenhos de todo estado de São Paulo somavam 400, Pernambuco possuía 296 e Bahia
260, caracterizando-se então, o início do que chamamos de “ciclo dominante da cana” na região
fluminense (RODRIGUES, 1988). A partir de 1763, quando o Rio de Janeiro passou a sediar a
capital do Vice-Reino, o comércio do açúcar da ZH Leste Fluminense para a capital foi intensificado,
sendo uma das rotas a ZH Lagos.
Com a consolidação da agricultura canavieira, pequenos núcleos populacionais se
desenvolveram e se transformaram em várias cidades que antes pertenciam ao território de Cabo Frio
e hoje são emancipadas, como é o caso de Araruama, Armação de Búzios, Iguaba Grande, Arraial do
Cabo e Saquarema (CORDEIRO, 2012). Em 1888 ocorre a abolição da escravatura1, porém nessa
época os engenhos já haviam incorporado todas as inovações tecnológicas do setor ocorridas no
mundo até então e, com a abolição, passou a contar com os recursos financeiros necessários ao
pagamento de mão de obra. Uma nova fase na indústria açucareira brasileira surgiu com a construção
dos “Engenhos Centrais”, precursores das atuais usinas de açúcar (AZEVEDO, 2002).
Concomitantemente, surgem os problemas relacionados ao domínio das áreas agrícolas,
cuja maioria era utilizada no cultivo da cana-de-açúcar sob o sistema de plantation2. Esse quadro
1 Campos dos Goytacazes foi a última cidade brasileira a abolir a escravatura (MORETO, 2011). 2 É um tipo de sistema agrícola baseado na monocultura de exportação mediante a utilização de latifúndios e mão de obra escrava.
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levou a ações governamentais para discriminar as terras públicas estaduais, como a promulgação da
Lei no 810, de 05/10/1907.
Ao final do ciclo da cana, em paralelo, desenvolveu-se na ZH Lagos a extração do sal
marinho. Após obter uma concessão de terras devolutas em área de marinha, feita por D. Pedro I, em
1828, o alemão Luís Linderberg, chegado ao Brasil em 1808, construiu a Salina Grande, em Perynas,
Cabo Frio, primeira grande empresa produtora de sal no país (PEREIRA, 2010). A Coroa Portuguesa
baixou uma lei garantindo para a Metrópole todo monopólio do comércio de sal, não apenas pelo
aspecto financeiro, mas por temer que, se o mesmo fosse controlado por nativos, poderia se
transformar em sementes de movimento emancipacionista. Houve então o sequestro de algumas
salinas que poderiam prejudicar os interesses da Coroa Portuguesa. A Câmara Municipal mantinha a
"Salina do Povo" com a finalidade de distribuir gratuitamente o sal para os nativos. A extração de sal
foi de vital importância para o desenvolvimento de Araruama (PMA, 2017).
Após o declínio do ciclo econômico da cana-de-açúcar, inicia-se o da cultura do café no
estado do Rio de Janeiro, ainda na metade do século XIX, espalhando-se e desenvolvendo-se
extraordinariamente na ZH Vale do Paraíba (BENTES, 2010) e com menor expressividade na ZH
Lagos. Contudo, segundo LAMEGO (1974), a lavoura de café teria retardado a expansão da
salicultura, uma vez que foi somente em decorrência da crise da economia cafeeira fluminense que os
interesses mercantis se voltaram para as águas salgadas da Baixada Litorânea.
Todavia, ambos os ciclos proporcionaram a abertura de novas rotas comerciais ligando o
interior ao litoral para o escoamento da produção e núcleos urbanos surgiram a partir dos
entroncamentos e entrepostos comerciais.
A sintonia entre o tempo e o espaço, que envolvia a economia do sal, da cana-de-açúcar e
do café tendia a uma racionalização do trabalho de uma forma singular na ZH Lagos: na seca, dos
planaltos e planícies, os trabalhadores desciam dos cafezais e dos canaviais para as bordas da laguna
e vice-versa na época das águas. Sendo assim, a economia nesta zona homogênea não se reduziu a
um circuito fechado, submetida exclusivamente a condições naturais próprias, o que importa pensar a
história regional como um objeto de análise ampliada, onde o desenvolvimento acentuado da
extração de sal nas bordas da laguna tenha se acelerado em meados do século XIX, por uma suposta
transferência de capitais mercantis dos cafezais para as salinas fluminenses (LAMEGO, 1974).
Dada a dinamização da produção salineira local, o governo da República autorizou a
Companhia Salinas Perynas, em 1929, a construir, em Arraial do Cabo, o Porto do Forno, além de
uma linha férrea que levasse o escoamento da produção de sal até o porto, para a utilização de
embarcações de maior calado, tornando mais ágil a comercialização do sal (PEREIRA, 2010).
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A industrialização da região salineira do estado a partir da década de 1950 possibilitou a
formação de fortes ondas migratórias internas, notadamente originárias das zonas homogêneas
Nordeste e Leste Fluminenses para os municípios que circundam a Lagoa de Araruama (PEREIRA,
2010).
Ao longo do ciclo de extração do sal houve ambiente favorável para instalação de uma
infraestrutura mais atraente à região. A Estrada de Ferro Maricá – E.F.M., idealizada em 1887, pelo
Barão de Inoã e por uma comissão de fazendeiros da região, avançava em direção aos municípios que
circundavam a Lagoa, para cobrir o percurso de Niterói à Cabo Frio. Em 1902, a ferrovia chegaria a
Maricá; em 1913, a Araruama; em 1914, a Iguaba Grande e em 1937, Cabo Frio (PEREIRA, 2010).
Além do sal, pelo caminho de ferro eram transportados os seguintes produtos: cal, areia,
resíduos de salinas como o gesso, e mais, couro, aves, ovos, porcos, algodão, urucum, peixes e frutos
do mar. Posteriormente, a E.F.M. seria incorporada à Estrada de Ferro Central do Brasil e por último
à Estrada de Ferro Leopoldina, integrante da malha da Rede Ferroviária Federal S/A, acabando por
ser uma das primeiras ferrovias a serem extintas no país, totalmente desmontada em 1964. A conexão
entre os meios de transportes envolvidos no escoamento do sal implicava uma ação modernizante
para a economia salineira (PEREIRA, 2010).
Em 1974 é construída a Ponte Rio/Niterói e acontece a fusão do estado da Guanabara com o
do Rio de Janeiro favorecendo investimentos públicos no litoral norte do estado, tais como o início
da exploração petrolífera na Bacia de Campos e o incremento da indústria do turismo na Baixada
Litorânea (GOMES & QUINTO JUNIOR, 2010). O turismo se constitui em uma grande fonte de
divisas para os municípios litorâneos, que tem na Lagoa de Araruama e nas praias o seu maior
atrativo. A indústria hoteleira e as atividades similares são responsáveis pela geração de milhares de
empregos diretos.
Com a descoberta do campo de Garoupa (1974), no que viria a ser a Bacia de Campos, a
Petrobrás trouxe consigo altos investimentos para as zonas homogêneas Leste Fluminense e Lagos
(LUCCHESI, 1998), iniciando o ciclo do petróleo. As perfurações em águas ultraprofundas do
campo de Tupi (2007), na Bacia de Santos, a qual abrange a maioria dos municípios da ZH Lagos,
começaram a se destacar nos cenários nacional e internacional devido às descobertas de óleo e gás
natural (DIEESE, 2013).
Paralelamente à atração de empresas do setor e geração de divisas e impostos para a ZH
Lagos, os royalties do petróleo passaram a compor a principal fonte de renda dos municípios
confrontantes à área extratora, proporcionando melhorias na infraestrutura, educação e economia da
região (GOMES, 2007; GOMES & QUINTO JUNIOR, 2010). Entretanto, em função da crise
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econômica pela qual passa o País atualmente e, em especial, o estado do Rio de Janeiro, a
arrecadação dos royalties reduziu drasticamente nos municípios das bacias de Santos e Campos,
acarretando em reduções de postos de trabalho, investimentos públicos e privados, além de recursos
para ações sociais (COSTA, 2015a, 2015b; VIEIRA, 2017).
2.2.2. Relações Campo X Cidade e Socioeconomia
Partindo do pressuposto de que o dinamismo econômico pode influenciar a decisão de um
indivíduo de migrar ou permanecer em uma região, verificamos que esse comportamento se aplica na
ZH Lagos, a qual ocupa uma posição de destaque na atração de pessoas para o seu território, dado o
investimento de empresas e dos governos ao longo do tempo, principalmente nos setores de turismo e
de petróleo e gás.
A relação campo/cidade é uma variável muito interessante quando se pretende analisar as
transformações socioeconômicas, dentro de um intervalo de tempo e para uma determinada região.
Obviamente não é a única, mas o movimento da população deve-se a um fator isolado ou uma série
de fatores envolvidos e que culminam com o deslocamento de pessoas.
Os dados populacionais com discriminação por município e áreas rural e urbana só estão
disponíveis a partir de 1940, dados estes apresentados na Tabela 2, onde se verifica que a população
rural na ZH Lagos representava 85,1% do total em 1940. Já em 1980 essa participação decaiu para
30,6%; em 2000, a apenas 11,7% e em 2010, para 11,2%. Em oposição, em 1940 a população urbana
era de 14,9% e, em 2010, acima de 88%.
Tabela 2 – Dados populacionais na Zona Homogênea Lagos entre 1940 e 2010
Número total de habitantes na ZHL entre 1940 e 2010
1940 1950 1960 1970 1980 1991 2000 2010
Hab. % Hab. % Hab. % Hab. % Hab. % Hab. % Hab. % Ha b. %
TOTAL 99.487 100,0 99.486 100,0 125.955 100,0 170.498 100,0 225.485 100,0 304.153 100,0 462.325 100,0 700.842 100,0
URBANA 14.801 14,9 18.511 18,6 38.230 30,4 72.856 42,7 156.527 69,4 260.042 85,5 408.162 88,3 622.249 88,8
RURAL 84.686 85,1 80.975 81,4 87.725 69,6 97.642 57,3 68.958 30,6 44.111 14,5 54.163 11,7 78.593 11,2
Fonte: IBGE - Evolução da Divisão Territorial do Brasil 1872-2010
Os dados acima indicam um processo acentuado de desterritorialização da população rural,
associado a uma urbanização significativa. Em 1940, em números absolutos, a população regional
era de 99.487 habitantes enquanto que a estimativa para 2016 chegou a 805.702 (Tabela 3), um
crescimento próximo a 810% em 76 anos.
Verificou-se, no interior da própria região, uma transferência de população do campo para a
cidade, sobretudo a partir da década de 1980 quando a velocidade da urbanização aumentou
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significativamente, devido à descoberta de petróleo na Bacia de Campos (PIQUET, 2003), às
indústrias de petróleo e gás e às de turismo (GOMES & QUINTO JUNIOR, 2010). Esse
esvaziamento das áreas rurais aliados à distribuição de royalties influenciou no surgimento de novos
municípios na região, tais como Quissamã, Carapebus e Rio das Ostras (NETO & AJARA, 2006).
A ZH Lagos revela-se como uma área de forte absorção migratória quando as trocas
acontecem no âmbito intraestadual. O fato desta ser uma zona homogênea com forte apelo turístico,
certamente contribui para a formação deste fluxo, exercendo atração sobre os moradores da ZH
Metropolitana e de seus arredores. O crescimento do turismo, investimentos habitacionais, de
infraestrutura, aeroportos, além da melhoria substancial das principais rodovias de acesso ligando a
ZH Metropolitana à Lagos certamente constituem fatores determinantes dessa corrente migratória
(ERVATTI, 2004).
Outro fluxo importante para esta região são aqueles vindos da ZH Leste Fluminense, onde
se localiza a cidade de Macaé, que fica a poucos quilômetros desta região e onde está localizada a
base operacional da Petrobrás. Uma das hipóteses para esta corrente seria os custos de moradia mais
acessíveis nesta região, o que poderia estar provocando uma mobilidade pendular, ou seja, pessoas
que teriam optado por morar na ZH Lagos e trabalhar em Macaé (ERVATTI, 2004).
Tabela 3 – Distribuição percentual da população na Zona Homogênea Lagos em 2016
Descrição – 2016 (estimativa) Números absolutos % em relação ao estado % em relação a Zona
Homogênea Lagos
Estado 16.635.996
Zona Homogênea Lagos 805.702 4,84
Araruama 124.940 0,75 15,51
Armação dos Búzios 31.674 0,19 3,93
Arraial do Cabo 29.077 0,17 3,61
Cabo Frio 212.289 1,28 26,35
Casimiro de Abreu 41.167 0,25 5,11
Iguaba Grande 26.430 0,16 3,28
Rio das Ostras 136.626 0,82 16,96
São Pedro da Aldeia 98.470 0,59 12,22
Saquarema 83.750 0,50 10,39
Silva Jardim 21.279 0,13 2,64
Fonte: IBGE – Estimativa Populacional, 2016.
A ZH Lagos apresenta o quarto índice de urbanização da população dentre as demais zonas
homogêneas (88,79% de seus habitantes residentes nas cidades) e a quinta menor proporção de
habitantes entre as zonas rurais (14,95%), ou seja, 78.593 pessoas residem no campo, o que
corresponde a 0,5% da população total do estado (Tabela 4).
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Tabela 4 – Nível de urbanização e população residente total, urbana e rural nas zonas homogêneas do estado do Rio de Janeiro
Zonas Homogêneas de Análise
População residente em 2010 Nível de Urbanização
Total % Urbana % Rural % %
Nordeste Fluminense 367.636 2,30 300.771 1,94 66.865 12,72 81,81
Lagos 700.842 4,38 622.249 4,02 78.593 14,95 88,79
Leste Fluminense 799.372 5,00 710.244 4,59 89.128 16,95 88,85
Serrana 831.986 5,20 710.170 4,59 121.816 23,17 85,36
Vale do Paraíba 1.344.561 8,41 1.255.105 8,12 89.456 17,02 93,35
Metropolitana 11.945.532 74,71 11.865.700 76,73 79.832 15,19 99,33
Estado 15.989.929 100 15.464.239 100 525.690 100 96,71
Fonte: IBGE: Censo Demográfico, 2010 (*) % População Urbana / População Total
As elevadas taxas de urbanização na ZH Lagos indicam que a população rural vem
sofrendo quedas constantes, principalmente devido à substituição crescente dos meios produtivos
rurais, reforçada pelas limitações nas cadeias produtivas, especialmente nos processos de
comercialização das produções locais, resultando no êxodo rural e em uma urbanização crescente,
principalmente a partir da década de 80.
A tabela 5 retrata a distribuição da população na ZH Lagos mostrando forte urbanização na
maioria dos municípios. Em 1991, o estado apresentou taxa de urbanização de 95,25%, enquanto a
ZH Lagos atingiu 85,50%. Em 2000 e 2010, os níveis estaduais foram de 96,04 e 96,71%,
respectivamente; enquanto que para a ZH Lagos, 88,28% (2000) e 88,79% (2010), indicando uma
estagnação do processo de urbanização nestas últimas mensurações tanto no nível regional, quanto
estadual.
Tabela 5 – População por situação de domicílio em 1991, 2000 e 2010 na Zona Homogênea Lagos
Município Urbana Rural Taxa de Urbanização (%)
1991 2000 2010 1991 2000 2010 1991 2000 2010
Araruama 43.373 75.088 106.486 15.651 7.715 5.522 73,48 90,68 95,07
Armação dos Búzios 18.204 27.560 100,00 100,00
Arraial do Cabo 19.866 23.877 27.715 100,00 100,00 100,00
Cabo Frio 79.217 106.237 140.486 5.698 20.591 45.741 93,29 83,76 75,44
Casimiro de Abreu 30.386 18.337 28.521 3.459 3.815 6.826 89,78 82,78 80,69
Iguaba Grande 15.089 22.851 100,00 100,00
Rio das Ostras 34.552 99.905 1.867 5.771 94,87 94,54
São Pedro da Aldeia 42.144 52.141 82.148 8.330 11.086 5.727 83,50 82,47 93,48
Saquarema 35.263 50.422 70.456 2.625 2.039 3.778 93,07 96,11 94,91
Silva Jardim 9.793 14.215 16.121 8.348 7.050 5.228 53,98 66,85 75,51
Total 260.042 408.162 622.249 44.111 54.163 78.593 85,50 88,28 88,79
Estado 12.199.641 13.821.466 15.464.239 608.065 569.816 525.690 95,25 96,04 96,71
Fonte: IBGE – Censos demográficos, 2010.
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Em 1991, a população urbana nesta zona homogênea foi de 260.042 habitantes e aumentou
para 622.249 habitantes em 2010, um acréscimo de 239,29%. Neste período, a população rural
cresceu de 44.111 para 78.593 habitantes, isto é, um aumento de 178,17%.
O estudo dos processos de dispersão urbana é fundamental para buscar meios de trabalhar com
a realidade da urbanização contemporânea. Conhecer e analisar o quadro atual da urbanização tornou-se
indispensável para o entendimento das transformações que compõem essa realidade, como também para
a elaboração e aplicação de políticas e instrumentos de gestão urbana e rural mais eficazes.
2.2.3. Qualidade de vida da população
Um aspecto a ser considerado dentro de uma visão geral da ZH Lagos refere-se à qualidade
de vida da população. Para tanto, considera-se um indicador que busca medir a qualidade de vida da
população em escala municipal: o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M), que
contempla variáveis relacionadas à renda (IDH-R), educação (IDH-E) e longevidade (IDH-L). Este é
expresso através de um valor que varia entre 0 a 1 e, quanto mais próximo de 1, maior o
desenvolvimento humano de um município. Dentro desse intervalo são estabelecidas as faixas de
IDH, sendo que de 0 a 0,499 o IDH é muito baixo; de 0,500 a 0,599, baixo; de 0,600 a 0,699, médio;
de 0,700 a 0,799, alto e; de 0,800 a 1, muito alto (PNUD, 2013).
O IDHM populariza o conceito de desenvolvimento centrado nas pessoas, e não na visão de
que desenvolvimento se limita a crescimento econômico. Este índice é divulgado pelo Programa das
Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Na Tabela 6 é apresentado o IDH, referente ao ano
de 2010, para os municípios da ZH Lagos. Este índice é construído, levando em consideração os
elementos renda (IDH-R), longevidade (IDH-L) e educação (IDH-E).
Tabela 6 – Lista de municípios da Zona Homogênea Lagos por IDH
Posição do município no ranking estadual
Município IDH-M IDH-R IDH-L IDH-E
35 Araruama 0,718 0,714 0,839 0,617
28 Armação dos Búzios 0,728 0,750 0,824 0,624
20 Arraial do Cabo 0,733 0,722 0,805 0,677
19 Cabo Frio 0,735 0,743 0,836 0,640
29 Casimiro de Abreu 0,726 0,734 0,811 0,624
8 Iguaba Grande 0,761 0,744 0,841 0,704
3 Rio das Ostras 0,773 0,784 0,854 0,689
47 São Pedro da Aldeia 0,712 0,721 0,801 0,626
52 Saquarema 0,709 0,714 0,804 0,621
87 Silva Jardim 0,654 0,657 0,793 0,539
Média 0,725 0,728 0,821 0,636 Fonte: Atlas Brasil 2013 Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento.
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O IDHM médio da ZH Lagos é de 0,725, ou seja, de padrão alto de desenvolvimento
humano, contudo é o maior IDHM entre as zonas homogêneas do estado, com dois municípios entre
os 10 com maiores índices de desenvolvimento humano (Rio das Ostras e Iguaba Grande). É
importante destacar que todos os municípios da ZH Lagos exibem nível de desenvolvimento alto,
com exceção de Silva Jardim, que está na faixa média.
2.2.4. Políticas públicas
Como consequência da estagnação econômica, do êxodo rural, da ausência de planejamento
dos instrumentos urbanos, redução dos royalties do petróleo, dentre outros fatores, tem-se a elevação
da situação de pobreza na ZH Lagos, com maior intensidade nas áreas urbanas. Quando se analisa
esta variável a nível estadual, esta zona homogênea apresenta o segundo maior índice de população
total em situação de extrema pobreza (4,36%). Contudo, na zona rural os números foram menos
expressivos dentro do universo estadual, uma vez que, das 78.593 pessoas residentes no campo
(Tabela 5), 4.372 se encontravam em condições de extrema pobreza, ou seja, 5,56% (Tabela 7).
Tabela 7 – População em situação de extrema pobreza na Zona Homogênea Lagos e no estado em 2010
Zonas Homogêneas de Análise
Números Absolutos Participação Estadual (%) Índice de Extrema Pobreza
(*)
Total Urbana Rural Total Urbana Rural Total Urbana Rural
Estado 586.585 550.596 35.989 100,0 100,0 100,0 3,67 3,56 6,85
Nordeste 13.691 8.590 5.101 2,3 1,6 14,2 3,72 2,86 7,63
Serrana 26.322 19.345 6.977 4,5 3,5 19,4 3,16 2,72 5,73
Lagos 30.575 26.203 4.372 5,2 4,8 12,1 4,36 4,21 5,56
Vale do Paraíba 38.737 33.245 5.492 6,6 6,0 15,3 2,88 2,65 6,14
Leste Fluminense 44.562 36.231 8.331 7,6 6,6 23,1 5,57 5,10 9,35
Metropolitana 432.698 426.982 5.716 73,8 77,5 15,9 3,62 3,60 7,16
Fonte: IBGE – Censo Demográfico, 2010 (*) Percentual da População em extrema pobreza / População Total
Há diferentes conceitos para pobreza extrema, contudo OSÓRIO et al. (2011),
pesquisadores do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), consideram que seja o
rendimento médio domiciliar per capita de até um quarto do salário mínimo mensal e, sob esta
condição, na ZH Lagos existia em 2010 mais de 30.000 pessoas. De forma geral, a ZH Lagos
registrou municípios com índices reduzidos de pobreza da população rural, à exceção de Silva Jardim
(14,00%), conforme Tabela 8. Araruama é um município que apresenta situação de pobreza mediana
na área rural. Podemos considerar com baixos índices de extrema pobreza na área rural os municípios
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de São Pedro da Aldeia (5,40%), Rio das Ostras (5,23%), Cabo Frio (4,78%), Saquarema (4,47%) e
Casimiro de Abreu (3,69%).
Tabela 8 – População em situação de extrema pobreza na Zona Homogênea Lagos em 2010
Unidades Espaciais de Análise
Números Absolutos Participação Regional (%) (*) Índice de Pobreza (**)
Total Urbana Rural Total Urbana Rural Total Urbana Rural
Araruama 6.003 5.580 423 19,60 21,30 9,7 5,36 5,24 7,66
Armação dos Búzios 704 704 0 2,30 2,70 0 2,55 2,55 0
Arraial do Cabo 1.072 1.072 0 3,50 4,10 0 3,87 3,87 0
Cabo Frio 7.939 5.754 2.185 26,00 22,00 50,0 4,26 4,10 4,78
Casimiro de Abreu 884 632 252 2,90 2,40 5,8 2,50 2,22 3,69
Iguaba Grande 745 745 0 2,40 2,80 0 3,26 3,26 0
Rio das Ostras 3.424 3.122 302 11,20 11,90 6,9 3,24 3,12 5,23
São Pedro da Aldeia 3.638 3.329 309 11,90 12,70 7,1 4,14 4,05 5,40
Saquarema 4.233 4.064 169 13,80 15,50 3,9 5,70 5,77 4,47
Silva Jardim 1.933 1.201 732 6,30 4,60 16,7 9,05 7,45 14,00
ZH Lagos 30.575 26.203 4.372 100 100 100 4,36 4,21 5,56
Fonte: IBGE – Censo Demográfico, 2010 (*) Percentual da População em extrema pobreza / População Total
(**) Percentual da População em extrema pobreza / População Total
Segundo o Consórcio Rionor3 (2011), outro indicador utilizado na compreensão da situação
econômica das populações foi a distribuição do “Bolsa Família”, programa do Governo Federal que
auxilia o grupo da população mais necessitado economicamente.
Na ZH Lagos, em março de 2017, foram 41.193 famílias beneficiadas pelo Bolsa Família,
5,23% do total de beneficiários no estado, sendo que 70% do total de beneficiários nesta zona
homogênea são pertencentes aos municípios de Araruama (com 10.016 famílias), Cabo Frio (8.799),
Rio das Ostras (5.161) e São Pedro da Aldeia (5.041). Os outros 30% estão divididos entre os
municípios de Saquarema (com 3.490 famílias), Silva Jardim (2.340), Iguaba Grande (1.834), Arraial
do Cabo (1.680), Casimiro de Abreu (1.620) e Armação dos Búzios (1.212) (CAIXA, 2017).
Havia no estado do Rio de Janeiro até maio de 2016 o Programa Renda Melhor, elaborado
pela Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos, o qual era parte integrante do Plano de
Erradicação da Pobreza Extrema no Rio de Janeiro e tinha como objetivo assistir com benefício
financeiro as famílias que eram integrantes do Programa Bolsa Família. Os benefícios variavam de R$
30 a R$ 300, de acordo com a condição de vida de cada família. Em complemento a este programa
existia o Programa Renda Melhor Jovem, no qual todo jovem, cuja família recebia os benefícios do
Renda Melhor e esteja matriculado na rede estadual de Ensino Médio Regular, faria jus ao valor de R$
3 Plano de Desenvolvimento Sustentável do Norte e Noroeste do Estado do Rio de Janeiro.
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3.800,00 em depósitos em poupança ao final de três anos, caso concluísse com êxito todos os anos do
ensino médio (SEASDH/SEEDUC, 2017). Todavia, em função da crise econômica do país e do
estado, o Governo do Rio de Janeiro suspendeu esses Programas por tempo indeterminado4.
2.2.5. Conflitos agrários
A ZH Lagos é a terceira região com maior número de projetos relacionados à reforma
agrária, em diferentes modalidades, principalmente em função do histórico de ocupação do estado do
Rio de Janeiro e da baixada litorânea, além do reconhecimento por parte do INCRA de uma área
pertencente ao ICMBio5. Ao todo são 10 projetos, sendo 07 Projetos de Assentamentos Federais
(PA), um Projeto Integrado de Colonização (PIC), uma Reserva Extrativista (Resex) e um Projeto de
Desenvolvimento Sustentável (PDS). Na Tabela 9 são apresentados estes projetos, assim como a área
e o número de famílias beneficiadas quando da criação do assentamento.
Com relação às famílias acampadas na área de abrangência da ZH Lagos, até março de
2017, havia 785 famílias cadastradas em três acampamentos: um no município de Rio das Ostras
(Acampamento Nelson Mandela – Fazenda Três Marias), com 105 famílias; um em Casimiro de
Abreu (Acampamento Terra Nossa – Fazenda Santa Edwirges), com 500 famílias; e um em Silva
Jardim (Acampamento Fidel Castro – Fazenda Santa Maria), com 180 famílias.
Tabela 9 – Projetos de reforma agrária na Zona Homogênea Lagos
Projeto Fazenda Data do Decreto Município Área Famílias
Resex Mar. Arraial do Cabo * 03/01/1997 Arraial do Cabo 51.601,4600 834
PA Campos Novos Cia Agr. Campos Novos 11/09/1986 Cabo Frio 3.107,0400 292
PA Rem. Campos Novos Fazenda Campos Novos 02/09/1992 Cabo Frio 1.828,7700 178
PA Visconde Fazenda Visconde 19/01/1999 Casimiro de
Abreu 1.284,7369 90
PA Cantagalo Fazenda Cantagalo 17/09/1987 Rio das Ostras 1.749,0000 207
PA Ademar Moreira Fazenda Negreiros 29/09/2004 São Pedro da
Aldeia 1.351,3456 40
PA Cambucaes Fazenda Cambucaes 20/11/1995 Silva Jardim 1.588,4200 106
PA Sebastião Lan Faz. Poço das Antas 26/07/1999 Silva Jardim 520,6049 33
PDS Sebastião Lan II Fazenda Poço das Antas 24/01/2012 Silva Jardim 1.541,6144 44
PIC Aldeia Velha Fazenda Aldeia Velha 08/06/1981 Silva Jardim 362,6000 41
TOTAL 64.935,5918 1.865
* compreendendo um cinturão pesqueiro entre a praia de Massambaba, na localidade de Pernambuca e a praia do Pontal, na divisa com Cabo Frio, incluindo a faixa marinha de três milhas da costa de Arraial do Cabo.
4 Decreto n. 45.684 de 08 de junho de 2016. 5 Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade.
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2.3. Clima e recursos naturais
2.3.1. Clima
Segundo a classificação climática de Köppen é do tipo Aw (BARBIÉRE, 1975),
caracterizado por tropical quente e úmido sem inverno pronunciado, com período chuvoso no verão e
uma estiagem não muito rigorosa no inverno. Caracteriza-se por fracas precipitações (em média em
torno de 770 a 854 mm/ano) e por uma taxa de evaporação compreendida entre 1200 e 1400 mm/ano
(BARBIÉRE, 1984), notadamente em período estival. A temperatura média é ligeiramente superior a
21 ºC de junho a setembro e varia entre 23 e 25 ºC de novembro a abril, não apresentando, portanto,
grande amplitude térmica anual. A insolação varia entre 200 e 240 h/mês (BARBIÉRE, 1984), com
exceção do período entre setembro e novembro, quando varia de 150 a 190 h/mês.
Na Figura 2 é apresentada a classificação climática proposta por THORNTHWAITE (1948),
onde se tem as tipologias Mesotérmico Brando (temperatura média entre 10 e 15 oC), Subquente (entre
15 e 18 oC, em pelo menos 1 mês do ano) e Quente (temperaturas médias acima de 18 oC).
Figura 2 – Distribuição climática na Zona Homogênea Lagos
Fonte: IBGE, 2015.
O regime anual de chuvas é bem definido, com menos intensidade pluviométrica na área
próxima ao mar da ZH Lagos, tendo volumes próximos a 800 mm/ano. O baixo índice pluviométrico
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nessa região litorânea (próxima ao município de Cabo Frio) é sui generis à região, configurando
características de clima semi-árido quente (uma variação do Bsh de Köppen (BARBIÉRE, 1975)), e é
devido à presença de uma ressurgência costeira e ao regime de ventos da região, o qual pode ser
perturbado por eventos El Niño (COE & CARVALHO, 2013).
À medida que se caminha na direção noroeste desta zona homogênea (onde se tem relevo
mais acidentado – confrontante com a ZH Metropolitana) o volume anual de chuvas aumenta,
chegando a 2.600 mm (Figura 3). Observa-se ainda que a pluviosidade é sempre maior nas escarpas
das serras, onde ocorre a condensação (e precipitação) resultante do encontro dos ventos úmidos do
mar com as temperaturas mais frias.
Figura 3 – Variação espacial da precipitação pluvial anual (mm) na Zona Homogênea Lagos
Fonte: Adaptado de CPRM, 2017
É esperado que variabilidades e mudanças climáticas tenham impactos significativos sobre o
ciclo da água, agravando antigos problemas e trazendo novas dificuldades. A ZH Lagos do Rio de Janeiro
apresenta uma série de características sociais, ambientais e institucionais que a tornam particularmente
vulnerável aos impactos dessas mudanças. LINS-DE-BARROS & MUEHE (2010) verificaram que, à
época, mais de 75 mil habitantes viviam em áreas consideradas vulneráveis a alagamentos, transposição
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ou erosão costeira, e destes cerca de 3 mil sob péssimas condições de acesso à água e destinação do
esgoto, indicando áreas com elevado potencial de risco de poluição e deficiência de acesso à água.
2.3.2. Recursos Naturais
2.3.2.1. Solos
Do ponto de vista geotectônico, a ZH Lagos é o prolongamento da linha de afundamento
tectônico que formou a Baía da Ilha Grande e da Guanabara, além de ressalto abrupto das escarpas da
Serra do Mar. RUELLAN (1944) denomina este trecho litorâneo de depressão de ângulo de falha, a
faixa deprimida das baixadas que ocorrem no litoral do estado de Rio de Janeiro, entre a Serra do
Mar e os Maciços Costeiros. O relevo atual deste trecho do litoral fluminense sofreu grande
influência das variações eustáticas nos seus modelados durante o Quaternário (LAMEGO, 1944).
Baseando-se nos levantamentos de solos do estado do Rio de Janeiro, elaborado pela
EMBRAPA-CNPS (CARVALHO FILHO et al., 2003), na escala de 1:250.000 e nível de intensidade
exploratório de alta densidade, tem-se que na Zona Homogênea Lagos os ARGISSOLOS
VERMELHO-AMARELO Distróficos (24,20% dos solos da região), LATOSSOLOS VERMELHO-
AMARELO Distróficos (11,25%), GLEISSOLOS HÁPLICO Ta Eutrófico (8,73%) e
CAMBISSOLO HÁPLICO Tb Distrófico (8,08%) ocupam mais que 50% da área (Figura 4).
Os solos na região apresentam considerável variabilidade vertical e horizontal de
propriedades pedológicas, sendo fortemente influenciados pelos fatores climáticos e,
subsidiariamente, topográficos. Estas diferenças estão associadas aos diferentes materiais que deram
origem a eles e bem como ao fator climático. Nas áreas escarpadas ao Noroeste da zona homogênea e,
que apresentam clima mais úmido, predominam solos rasos, coexistindo também, solos mediamente
profundos em alguns pontos a depender do relevo. No compartimento de transição entre as serras
escarpadas e a planície propriamente dita, predominam solos mais profundos, representados pelos
LATOSSOLOS e pelos ARGISSOLOS de textura média a argilosa, sempre álicos ou distróficos.
No restante da área onde predomina relevo suave colinoso e planícies, os solos apresentam
maior variação. São solos originados a partir de colúvios e alúvios. Os solos nesta área são
LATOSSOLOS, ARGILOSSOS, CAMBISSOLOS, PLANOSSOLOS, GLEISSOLOS,
NEOSSOLOS FLÚVICOS e ESPODOSSOLOS, cuja textura varia de arenosa a argilosa, sendo na
maior parte álicos e distróficos, mas podem ser eutróficos. Nas planícies que recebem influência do
mar aparecem solos com características solódicas e tiomorfismo.
Um fato que deve ser observado aqui é a presença significativa de solos hidromórficos, que
somados, ocupam aproximadamente 25% da região. Os solos enquadrados nessas características
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naturalmente apresentam restrições ao uso agrícola devido à deficiência de drenagem e/ou a presença
de sais. Além disso, cerca de 60% dos solos na ZH Lagos são distróficos, ou seja, com saturação de
bases e de alumínio trocável menores que 50%, implicando em média ou baixa fertilidade natural
(CAVELON & SHINZATO, 2000).
IBRAIMO et al. (2004) verificaram que há uma tendência à formação e à migração de
complexos orgânicos mais solúveis por soluções ricas em sódio, como fulvatos e humatos de sódio,
confirmada por altas correlações, com elevada significância, entre teores de sódio e as frações
fúlvicas e húmicas em solos coletados entre Cabo Frio/Búzios e Arraial do Cabo, em presença da
Laguna de Araruama. Além disso, observaram que teores elevados de sódio e potássio trocáveis
foram atribuíveis a sprays salinos da laguna nos horizontes superficiais, além do intemperismo de
plagioclásios de sódio e cálcio e feldspatos potássicos em subsuperfície.
O ambiente em questão caracteriza-se por uma elevada salinidade (35 %, em média), que
aumenta para o lado voltado ao Atlântico. A hipersalinidade se deve não só à baixa pluviosidade
regional e à reduzida quantidade de água doce de origem fluvial, mas também à intensa evaporação,
superando a precipitação.
Figura 4 – Mapa de solos da Zona Homogênea Lagos
Fonte: EMBRAPA-CNPS (CARVALHO FILHO et al., 2003)
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2.3.2.1. Relevo
A paisagem costeira da região, na sua porção compreendida entre os municípios de Maricá e
Cabo Frio, é marcada pela presença de extensos arcos praiais, associados a cordões litorâneos arenosos
marinhos que frequentemente ocorrem em forma de duplos cordões, intercalados por depressões e
recobertos por vegetação de restinga. Na parte nordeste da região, que abrange a parte norte de Cabo
Frio, Casemiro de Abreu e Rio das Ostras, a paisagem se transforma em uma planície fluviomarinha
com destaque para a foz do rio São João, na divisa dos municípios de Rio das Ostras e Casemiro de
Abreu (MUEHE & VALENTINI, 1998).
As baixadas litorâneas são planas, apenas entalhadas pelos rios, e mais para o interior
sobressaem terrenos colinosos de baixa amplitude topográfica, onde as rochas do cristalino se acham
profundamente decompostas. Os maciços litorâneos estendem-se desde Cabo Frio até a porção
oriental da Baía de Guanabara em meio à Baixada Fluminense, formando um alinhamento com 200 a
500 m de altitude (DAVIS & NAGHETTINI, 2001).
Segundo SILVA & CUNHA (2001), os gnaisses do Complexo Região dos Lagos possuem
origem magmática, e os ortoanfibolitos parecem corresponder a duas gerações de paleodiques
deformados. Apresenta foliações mergulhando ora para nordeste, ora para sudeste, e uma lineação de
estiramento indicando direção de transporte para NW. O Alinhamento Magmático de Cabo Frio é
uma faixa de aproximadamente 60 km de largura e 1150 km de extensão, que contém 26 corpos
intrusivos, cinco extrusivos, e numerosos diques, de rochas predominantemente félsicas, e
subordinadamente máficas, posicionadas entre 87 e 43 milhões de anos (ALMEIDA, 1991).
2.3.2.2. Hidrologia
Os rios mais representativos da ZH Lagos são: o São João (120 km de extensão, sendo 55 km
das nascentes até a represa de Juturnaíba e 65 km desta até a foz), o Una (6,4 km a partir da junção do
dos afluentes Iriri e Jundiá) e o rio Macaé (parte confrontante entre Casimiro de Abreu e Macaé).
Para fins de planejamento e gestão das águas e do meio ambiente, a Resolução CERHI n°
18, de 08 de novembro de 2006, dividiu o território do estado do Rio de Janeiro em 10 Regiões
Hidrográficas (RH), sendo que a ZH Lagos contempla duas destas, uma quase na sua totalidade (a
RH VI – Lagos São João) e a outra parcialmente (a RH VIII – Macaé e das Ostras) (Figura 5).
A RH VI (Lagos São João) abrange os contribuintes ao Complexo Lagunar de Saquarema,
Jaconé e Araruama, além das bacias dos rios São João e Una, e do litoral de Búzios, enquanto a RH
VIII abrange, na ZH Lagos, contribuintes das bacias do rio Macaé e da Lagoa de Imboassica.
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Os ecossistemas aquáticos da bacia do rio São João foram muito alterados pelas obras
hidráulicas executadas pelo DNOS (Departamento Nacional de Obras de Saneamento), com
interrupções, entre 1950 e 1985, as quais compreenderam a retificação e canalização dos principais
rios, a drenagem de brejos e a construção da represa de Juturnaíba (PEREIRA, 2003).
Figura 5 – Regiões Hidrográficas na Zona Homogênea Lagos
Fonte: UDOP, 2017
Ainda na década de 1980, o DNOS construiu a jusante da barragem um canal reto de 24,5
km, rasgando a baixada para escoar as águas da represa. Aprofundou, alargou e retificou o baixo
curso dos rios Aldeia Velha, Indaiassu, Lontra e Dourado e ainda construiu inúmeras valas para
dessecamento da imensa área de brejo a jusante da barragem. A eliminação de curvas acelerou o
escoamento, facilitando a erosão de margens e o transporte de sedimentos, causando mudanças na
qualidade da água. A alteração do habitat e a maior velocidade da água causaram efeitos adversos
sobre os peixes (PEREIRA, 2003).
ABRANGÊNCIA DAS REGIÕES HIDROGRÁFICAS
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Enfim, segundo PEREIRA (2003), as obras do DNOS reduziram os brejos e quase
eliminaram as matas ribeirinhas; prejudicaram o curso dos rios e canais e diminuíram os cardumes.
Além disso, o escoamento foi acelerado, os rios ganharam maior capacidade de arrastar sedimentos e
houve um aprofundamento e alargamento da calha. Os efeitos danosos mais evidentes da conjugação
das obras já citadas com a retirada de areia é o afundamento do leito do rio principal e de alguns
afluentes. Os córregos tributários a estes também afundaram para se ajustar, reentalhando a calha.
Cabe assinalar ainda que a drenagem dos brejos acarretou a secagem da turfa ao rebaixar o lençol
freático, tornando determinadas áreas altamente suscetíveis ao fogo.
O projeto final da represa da Lagoa de Juturnaíba foi concluído por volta de 1976, tendo
sido planejada para possibilitar o abastecimento público dos municípios da ZH Lagos e a irrigação
das áreas planas a jusante, que para tanto teriam que ser drenadas. Em 1982 iniciou-se o enchimento
da represa, cujo nível de água operacional foi atingido em 1984, ano em que as obras foram dadas
por concluídas (PEREIRA, 2003). A represa de Juturnaíba e os canais retificados, segundo
PEREIRA (2003), são um fracasso social e comercial e um grande problema do ponto de vista
ambiental, uma vez que o projeto jamais atingiu um de seus principais objetivos, ou seja, a irrigação
de terras a jusante. Sob o ponto de vista do abastecimento humano ele não se justifica, pois para
atender a demanda futura da ZH Lagos e dos municípios da bacia não seria necessário construir um
reservatório tão volumoso.
O estado do Rio de Janeiro possui uma série de lagoas costeiras, inseridas entre os costões
rochosos e cordões arenosos de seu litoral, formadas a partir de variações em escala geológica do
nível do mar. Entre elas, destaca-se a Lagoa de Araruama por suas grandes dimensões e uma
característica peculiar: a hipersalinidade. A salinidade média da Lagoa é de 52 (SOUZA, 1993), a
qual é resultado da interação entre o clima semiárido, a pequena bacia de drenagem e a ligação
restrita com o mar.
Desde o século XVI, a evolução da ZH Lagos dependeu, direta ou indiretamente, da Lagoa
de Araruama, que fornecia o pescado e o sal, além de facilitar o comércio do pau-brasil, realizado por
intermédio dos veleiros que entravam no canal do Itajuru. A partir de 1939 passou a ocorrer a
extração de conchas para fins industriais, incrementada após 1951 com a concessão de lavra à
Companhia Nacional de Álcalis, dividindo então com a atividade salineira a responsabilidade de
desenvolvimento da região (HANSEN, 1993). A partir da década de 1970 o turismo expandiu-se,
passando a polarizar as atividades econômicas desenvolvidas pela população, principalmente para o
setor terciário, com forte pressão da área imobiliária (MELO, 2011).
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O crescimento da população ao redor da Lagoa contribuiu para diversos problemas
ambientais com o aporte artificial de água doce e o lançamento de efluentes domésticos, sem
tratamento prévio, provocando modificações nos gradientes de densidade da fauna e da flora e
mudanças no seu balanço hídrico. A qualidade da água foi, então, prejudicada, ameaçando todo o
sistema lagunar e as atividades nele desenvolvidas (BERTUCCI at al., 2016).
O grande problema nesse caso é o fato de que a densidade populacional próxima à Lagoa
está associada a um contexto sociocultural: ela apresenta uma sazonalidade em virtude da época
(temporada de verão e feriados prolongados) e locais específicos (porção norte da Lagoa e áreas
próximas ao canal do Itajuru) (SILVA, 2008).
Além da fragilidade física de alguns solos, a disposição destes no perfil, aliado ao
adensamento populacional acarretaram assoreamento de alguns cursos d’água, com consequente
inundações (LINS-DE-BARROS & MUEHE, 2010), assim como a poluição de muitos destes
recursos hídricos (TEIXEIRA JÚNIOR et al., 2012).
2.3.2.3. Flora e Fauna
Os processos de mudança na cobertura vegetal no planeta vêm ocorrendo de forma mais
intensa, nas últimas décadas, principalmente nos trópicos. Mudanças rápidas e intensas no uso das
terras que aconteceram e acontecem no estado do Rio de Janeiro têm produzido impactos ambientais
significativos como a erradicação e degradação da vegetação nativa – Mata Atlântica e ecossistemas
associados, a erosão hídrica e eólica, a diminuição na vazão dos rios que drenam a região, os
assoreamentos e aumento das queimadas, as perdas de habitats, as alterações em povoamentos e
populações faunísticas, a erosão genética e a redução da biodiversidade, dentre outros (INEA, 2016).
Por volta do século XVI, o estado do Rio de Janeiro possuía cobertura vegetal de 97% de
sua área, porém atualmente esta cobertura está representada por 30,2% de remanescentes, em
diferentes estágios sucessionais, dos quais quase 24,7% são florestas, o que implica em 11.015 km2
(Figura 6). Tais fragmentos encontram-se em locais de maiores declividades das elevações que
compõem a Serra do Mar e os Maciços litorâneos, assim como em propriedades particulares (GOMES
et al., 2009). As principais ameaças à Mata Atlântica no estado do Rio de Janeiro são a especulação
imobiliária, a expansão a agropecuária, as queimadas, a presença de dutos para transporte de minério e
gases, as espécies invasoras, o extrativismo, dentre outras (LOBÃO et al., 2016).
Segundo GOMES et al. (2009), municípios com menos de 20% de remanescentes florestais
são os que merecem maior atenção do Poder Público e de iniciativas quanto à preservação,
principalmente os que sofrem “maior pressão antrópica”, pois são nestas que os remanescentes do
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bioma estão mais propensos a desaparecer, e por isso essas áreas devem ter prioridade nas políticas
de formação de Unidades de Conservação.
Figura 6 – Mapa temático de Uso e Cobertura do Solo do estado do Rio de Janeiro (2013)
Fonte: INEA, 2016
A história da devastação da Mata Atlântica está intrinsicamente associada à história
econômica do Brasil. A primeira espécie a ser explorada na floresta foi o pau-brasil (sob concessão da
Coroa) até 1530. Em seguida vieram outros ciclos econômicos como o da cana-de-açúcar e do café
(ambos sob o sistema de plantation), da mineração e da pecuária (abertura de áreas para as pastagens).
O impacto da exploração econômica dessas atividades causou danos ambientais quase que irreversíveis
à área florestada. Os métodos destrutivos não se restringiram aos momentos de decadência, implicando
que a destruição ambiental não foi algo de fortuito e pontual, mas sim um elemento constitutivo da
própria lógica da ocupação colonial do Brasil. Assim, com a independência do Brasil em 1822, muitos
pensavam que o Brasil se livraria das práticas ambientais devastadoras (PÁDUA, 2002).
O extrativismo predatório do pau-brasil na região, a extração industrial do sal e as obras de
retificação de canais e rios, bem como a construção da represa de Juturnaíba, aliados à ocupação
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desordenada do solo e a pressão imobiliária, exerceram e ainda exercem (no caso destes dois últimos)
influência sobre a cobertura florestal na ZH Lagos.
Alguns fatores como as taxas de crescimento populacional e econômico são tidos como
balizadores no estudo de remanescentes de florestas, às vezes numa relação de inversibilidade entre eles.
Contudo, para a ZH Lagos, verifica-se que nos últimos 76 anos houve crescimento populacional
expressivo (809,86%), mas com decréscimo pequeno da população no meio rural entre 1940 e 2010
(apenas 7,2%) (Tabelas 2 e 3).
O quadro atual do uso do solo da ZH Lagos mostra uma cobertura vegetal bastante alterada
pela ação antrópica e pelo uso e ocupação inadequadas do solo. Da conjugação destes fatores resulta
a aceleração dos processos erosivos que incluem as margens do rio (PEREIRA, 2003; LINS-DE-
BARROS & MUELE, 2010).
Em função das atividades da pecuária extensiva, 42,28% das terras estão cobertas por
pastos e pastagens, deterioradas por queimadas e pisoteio do gado. A agricultura ocupa somente
cerca de 1,28% da área física da região (Figura 7).
Apesar do elevado crescimento populacional, esta região apresenta mais de ¼ do seu
território coberto com remanescentes florestais da Mata Atlântica, o que corresponde a cerca de 25%
desse tipo de cobertura no estado (Figura 6 e 7).
Por causa desse histórico de desmatamento e as consequências ambientais desta e de outras
intervenções antrópicas, além da mobilização do Conselho de Secretários Municipais de Meio
Ambiente e do forte apelo turístico da região, a ZH Lagos recebe atenção especial do núcleo de
elaboração dos Planos Municipais da Mata Atlântica – os PMMA. Segundo relatório da ONG SOS
Mata Atlântica, os PMMAs de todos os municípios da ZH Lagos estão em fase de elaboração (SOS
MATA ATLÂNTICA, 2017).
Com relação à fauna, a ocorrência das espécies na região varia de acordo com a proximidade
do mar, as condições de cobertura do solo e a disponibilidade hídrica.
Dada a diversidade de ambientes componentes da ZH Lagos, desde serras até áreas
costeiras, passando pelos sistemas lagunares, essa zona homogênea é rica em aves, mamíferos (como
o mico-leão-dourado) e peixes, com algumas espécies endêmicas de áreas de restingas, como é o caso
do sabiá-da-praia, espécie ameaça de extinção (PFALTZGRAFF, 1994; SANTANA, 2005; PAESE et
al., 2012; LACERDA et al., 2014).
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Figura 7 – Mapa do Uso e Cobertura do Solo na Zona Homogênea Lagos
Fonte: INEA, 2016.
2.3.2.4. Áreas de Lavras
O estado do Rio de Janeiro já foi grande produtor de rochas ornamentais, principalmente na
capital, onde teve início a produção do setor no Brasil, durante as décadas de 1940 até 1960. Apesar de
o Espírito Santo iniciar a produção de mármores, a partir da década de 1960, e a produção de granitos
na década seguinte, até os anos 90, o Rio de Janeiro continuou processando granitos nas serrarias
localizadas no estado e virou o milênio como o segundo exportador nacional de chapas processadas,
atrás do Espírito Santo. Com a falta de licenciamento de pedreiras ao longo de toda a década passada,
no entanto, e pela dificuldade logística para o transporte de blocos de outros estados, as empresas
fluminenses acabaram migrando para o Espírito Santo visando mais ao mercado interno, que sofre
grande concorrência com os porcelanatos (produto cerâmico em grande ascensão) (SEDEIS, 2016).
Verifica-se na Figura 8 que 2,26% do território na ZH Lagos (8.244,9 ha) é composto por
áreas de lavra (em diferentes estágios de exploração e registro junto ao Departamento Nacional de
Produção Mineral - DNPM), sendo que a área de exploração de calcário a partir de conchas
corresponde a cerca de 45% deste total.
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As conchas, retiradas da Lagoa de Araruama, transformadas em calcário constituíam-se, segundo
PEREIRA (2010), matéria-prima para a fabricação de cal, soda cáustica e barrilha, insumos fundamentais
na fabricação de vidros, material de limpeza e higiene, papel e outros produtos químicos derivados no início
do século XX na ZH Lagos, sendo de suma importância para economia regional à época.
Figura 8 – Mapa das áreas de Lavra na Zona Homogênea Lagos
Fonte: DNPM, 2016
2.4. Áreas legalmente protegidas
No Brasil as áreas legalmente protegidas podem ser públicas, quando administradas e
manejadas diretamente por órgãos governamentais ou instituições credenciadas por estes, e privadas
ou particulares, quando geridas diretamente pelos proprietários da área, porém com fiscalização e
monitoramento dos órgãos públicos competentes.
Quanto à tipologia podem ser: Áreas de Preservação Permanente, Reservas Legais, Terras
Indígenas, Territórios Remanescentes de Comunidades de Quilombos, Unidades de Conservação,
Reserva da Biosfera, Sítios Ramsar6, Sítios do Patrimônio Natural, dentre outras7.
6 Zonas úmidas de importância internacional 7 Jardins botânicos, jardins zoológicos, hortos florestais, estações florestais experimentais, estações de pesquisa, florestas protetoras,
parques ecológicos, viveiros, herbários, estradas-parque, criadouros de fauna, reservas ecológicas, estâncias hidrominerais e bancos de germoplasma e corredores ecológicos.
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A criação de Unidades de Conservação (UC) é o principal instrumento de proteção legal de
áreas naturais no Brasil. Esta denominação foi dada pelo Sistema Nacional de Unidades de
Conservação da Natureza (SNUC) (Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000), o qual estabelece os
objetivos, diretrizes e categoriza as UC.
As unidades de conservação integrantes do SNUC dividem-se em dois grupos: as Unidades
de Proteção Integral (UPI) e as Unidades de Uso Sustentável (UUS). O grupo das UPIs é composto
pela Estação Ecológica, Reserva Biológica, Parque Nacional, Monumento Natural e Refúgio de Vida
Silvestre. Enquanto que o grupo das UUSs é composto por Área de Proteção Ambiental, Área de
Relevante Interesse Ecológico, Floresta Nacional, Reserva Extrativista, Reserva de Fauna, Reserva
de Desenvolvimento Sustentável e Reserva Particular do Patrimônio Natural8.
A ZH Lagos apresenta diferentes tipos de UC e sob diversos estágios de conservação e de
uso (Tabela 9). Ressalta-se ainda que nem todas as áreas de florestas da região estão delimitadas
dentro de espaços territoriais especialmente protegidos classificados como unidades de conservação.
Com relação às terras indígenas, não se verifica a ocorrência de áreas regularizadas,
homologadas, declaradas, delimitadas ou área em estudo na ZH Lagos (FUNAI, 2017).
Todavia, verificam-se duas áreas remanescentes de quilombolas com processos de
regularização junto ao INCRA: Comunidade Preto Fôrro9 (no município de Cabo Frio), com área de
90,5403 ha e beneficiando 12 famílias; e a Comunidade Botafogo-Caveira10 (em São Pedro da
Aldeia), com área de 220,8422 ha e atendendo 163 famílias (INCRA, 2017a). Ainda há sete
processos abertos, junto ao INCRA, para reconhecimento de comunidade quilombola: dois em
Armação de Búzios (Rasa11 e Baía Formosa12), dois em Araruama (Sobara13 e Prodígio14) e três em
Cabo Frio (Botafogo15, Maria Romana16 e Maria Joaquina17) (INCRA, 2017b). Todas estas áreas, à
exceção da Comunidade Prodígio, foram certificadas na Fundação Cultural Palmares pela Portaria n.
104 de 20/05/2016 (PALMARES, 2017).
8 Lei n. 9.985, de 18 de julho de 2000. 9 Esta comunidade se encontra titulada. 10 Com portaria no DOU. 11 Processo n. 54180.001112/2004-78 12 Processo n. 54180.001138/2012-26 13 Processo n. 54180.001502/2006-18 14 Processo n. 54180.000680/2009-66 15 Processo n. 54180.000515/2007-42 16 Processo n. 54180.001440/2011-00 17 Processo n. 54180.000419/2013-42
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Tabela 10 – Unidades de Conservação localizadas na Zona Homogênea Lagos
Unidades de conservação
situadas no município (2012)
Parcela de área
protegida (ha)
Dependência
administrativa Ato Legal Municípios que abrange
APA Municipal do Morro de
Igarapiapunha 58,9900 Municipal
Araruama
APA Municipal Morro da Boa Vista 385,6000 Municipal
Araruama
RESEX Marinha Arraial do Cabo 51.602,0000 Federal Decreto de 26/06/1997 Araruama e Arraial do Cabo
Parque Estadual da Costa do Sol 9.841,0000 Estadual Decreto Estadual 42.929
de 18/04/2011
Araruama, Armação de Búzios, Arraial do Cabo,
Cabo Frio, São Pedro da Aldeia e Saquarema
APA de Massambaba 9.134,0000 Estadual Decreto 9529-C de
16/12/1986 Araruama, Arraial do Cabo e Saquarema
APA da Bacia do Rio São João - Mico-
Leão 150.375,0000 Federal Decreto de 27/06/2002
Araruama, Casimiro de Abreu, Cabo Frio,
Cachoeiras de Macacu, Macaé, Nova Friburgo, Rio
Bonito e Rio das Ostras
APA Azeda-Azedinha 14,0000 Municipal
Armação de Búzios
Parque Municipal Lagoa de Geribá 22,0000 Municipal
Armação de Búzios
Parque Municipal Lagoinha 5,0000 Municipal
Armação de Búzios
Parque Natural Municipal dos Corais de
Armação dos Búzios 57,1000 Municipal
Decreto 135 de
13/11/2009 Armação de Búzios
APA do Pau Brasil 10.564,0000 Estadual Decreto 31346 de
06/06/2011 Armação de Búzios e Cabo Frio
APA Municipal de Arraial do Cabo
Municipal
Arraial do Cabo
ARIE Municipal do Morro do Forno
Municipal
Arraial do Cabo
ARIE Municipal do Morro do Miranca 110,5500 Municipal
Arraial do Cabo
ARIE Municipal do Morro do Telégrafo
Municipal
Arraial do Cabo
ARIE Municipal do Morro do Vigia
Municipal
Arraial do Cabo
ARIE Municipal Ponta da Massambaba 602,5600 Municipal
Arraial do Cabo
Parque Municipal da Fábrica
Municipal
Arraial do Cabo
Parque Municipal da Praia do Forno
Municipal
Arraial do Cabo
Parque Municipal da Praia do Pontal 20,7200 Municipal
Arraial do Cabo
Parque Natural Municipal da Restinga
de Massambaba 476,0000 Municipal
Arraial do Cabo
REBIO da Ilha de Cabo Frio
Arraial do Cabo
REBIO Municipal das Orquídeas 142,3100 Municipal
Arraial do Cabo
REBIO Municipal do Brejo do Espinho 64,2600 Municipal
Arraial do Cabo
REBIO Pontal do Atalaia 18,1000 Municipal
Arraial do Cabo
REBIO de Massambaba 1.680,0000 Estadual Decreto 9529-B de
15/12/1986 Arraial do Cabo
RPPN Marie Camille 4,2800 Federal Portaria 13 de 19/03/2009 Bom Jardim
APA de Macaé de Cima 35.038,0000 Estadual Decreto 29213 de
14/09/2011
Bom Jardim, Cachoeiras de Macacu, Casimiro de
Abreu, Nova Friburgo, Silva Jardim e Trajano de
Morais
Parque Municipal Dormitório das
Garças Municipal
Cabo Frio
Parque Natural Muncipal do Mico-Leão-
Dourado 645,4200 Municipal
Cabo Frio
(Continua)
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Tabela 10 (Cont.) - Unidades de Conservação localizadas na Zona Homogênea Lagos
Unidades de conservação
situadas no município (2012)
Parcela de área
protegida (ha)
Dependência
administrativa Ato Legal Municípios que abrange
APA da Bacia do Rio Macacu 19.508,0000 Estadual Lei Estadual 4018 de
05/12/2002
Cacho. de Macacu, Guapimirim, Itaboraí, Magé,
Nova Friburgo, Silva Jardim e Teresópolis
APA do Rio Bonito 35.037,0000 Municipal Decreto Municipal 443 de
06/07/1996
Cachoeiras de Macacu, Nova Friburgo e Silva
Jardim
Parque Natural Municipal Córrego da
Luz 107,2900 Municipal
Casimiro de Abreu
RPPN Fazenda Córrego da Luz 20,0000 Federal Portaria 16-N de
24/02/1993 Casimiro de Abreu
RPPN Matumbo 29,8400 Federal Portaria 13 de 15/10/2007 Casimiro de Abreu
RPPN Morro Grande 192,3400 Federal Portaria 27 de 17/05/2011 Casimiro de Abreu
RPPN Sítio da Luz 41,1800 Estadual Portaria INEA/RJ/PRES
228 de 11/05/2011 Casimiro de Abreu
RPPN Três Morros 508,7800 Federal Portaria 27 de 09/03/2004 Casimiro de Abreu
REBIO União 2.923,0000 Federal Decreto de 22/04/1998 Casimiro de Abreu, Macaé e Rio das Ostras
APA Androrinhas 27,0000 Municipal
Iguaba Grande
APA Canellas 23,0000 Municipal
Iguaba Grande
APA Guimarães 42,0000 Municipal
Iguaba Grande
APA Igarapiapunha 68,6300 Municipal
Iguaba Grande
APA Morro do Governo 58,0000 Municipal
Iguaba Grande
APA Peró 23,2700 Municipal
Iguaba Grande
APA da Serra de Sapiatiba 5.967,0000 Estadual Decreto 15136 de
23/07/1990 Iguaba Grande e São Pedro da Aldeia
APA Municipal Serra do Sambe 3.150,0000 Municipal
Rio Bonito
Parque Embratel 21 3,1000 Municipal
Rio Bonito
Parque Municipal Três Coqueiros 26,0800 Municipal
Rio Bonito
Parque Natural Muncipal da Caixa
D'Água 0,7800 Municipal
Rio Bonito
Parque Natural Muncipal Rio dos Índios 4,2600 Municipal
Rio Bonito
Parque Natural Municipal Morada dos Corrêas
6,1200 Municipal
Rio Bonito
Parque Natural Municipal Verde Vale 12,7100 Municipal
Rio Bonito
APA Lagoa de Iriry 76,0000 Municipal
Rio das Ostras
ARIE Itapebussus 986,0000 Municipal
Rio das Ostras
Monumento Natural Costões Rochosos 36,8000 Municipal
Rio das Ostras
Parque Natural Municipal dos Pássaros 6,8800 Municipal
Rio das Ostras
RPPN Mato Grosso 26,1100 Federal Portaria 72 de 04/06/2001 Saquarema
RPPN Mato Grosso II 53,5000 Estadual Portaria 63 de 16/08/2009 Saquarema
Parque Natural Municipal da Biquinha-
Gruta Santa Edwirges 0,6800 Municipal
Silva Jardim
REBIO de Poço das Antas 5.053,0000 Federal Decreto 7379 de 11/03/1974
Silva Jardim
RPPN Águas Vertentes 12,5700 Estadual Portaria INEA/RJ/PRES 49 de 01/07/2009
Silva Jardim
(Continua)
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA Superintendência Regional no Estado do Rio de Janeiro – SR(07)
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SR-07/RJ-fls.
Rubrica:
Tabela 10 (Cont.) - Unidades de Conservação localizadas na Zona Homogênea Lagos
Unidades de conservação
situadas no município (2012)
Parcela de área
protegida (ha)
Dependência
administrativa Ato Legal Municípios que abrange
RPPN Boa Esperança 39,8900 Estadual Portaria INEA/RJ/PRES
21 de 20/10/2009 Silva Jardim
RPPN Cachoeirinha 23,5800 Estadual Portaria INEA/RJ/PRES
19 de 12/03/2009 Silva Jardim
RPPN Cisne Branco 5,5200 Estadual Portaria INEA/RJ/PRES
18 de 12/03/2009 Silva Jardim
RPPN Estância Rio do Ouro 7,0700 Estadual Portaria 467 de
05/08/2013 Silva Jardim
RPPN Fargo 11,8000 Estadual Portaria INEA/RJ/PRES
180 de 14/12/2010 Silva Jardim
RPPN Fazenda Arco-Íris 45,8600 Federal Portaria 103 de
30/09/1994 Silva Jardim
RPPN Fazenda Bom Retiro 472,0000 Federal Portaria 47-N de
16/04/1993 Silva Jardim
RPPN Floresta Alta 380,9000 Federal Portaria 153 de 25/10/201 Silva Jardim
RPPN Gaviões 117,3900 Federal Portaria 104 de
20/12/2006 Silva Jardim
RPPN Granja Redenção 33,8000 Federal Portaria 72 de 06/09/1996 Silva Jardim
RPPN Lençóis 17,3300 Estadual Portaria INEA/RJ/PRES
72 de 20/10/2009 Silva Jardim
RPPN Mico Leão Dourado 22,1700 Federal Portaria 26 de 17/05/2011 Silva Jardim
RPPN Neiva, Patrícia, Cláudia e
Alexandra 10,6400 Federal Portaria 20 de 22/04/2009 Silva Jardim
RPPN Quero-Quero 16,2000 Estadual Portaria INEA/RJ/PRES
20 de 20/10/2009 Silva Jardim
RPPN Rabicho da Serra 62,7800 Estadual Portaria INEA/RJ/PRES
22 de 12/03/2009 Silva Jardim
RPPN Serra Grande 108,0000 Federal Portaria 18 de 08/03/2004 Silva Jardim
RPPN Sítio Cachoeira Grande 14,0000 Federal Portaria 171-N de
30/12/1997 Silva Jardim
RPPN Sítio Santa Fé 14,3100 Estadual Portaria 110-N de
03/12/1996 Silva Jardim
RPPN Taquaral 16,8300 Estadual Portaria INEA/RJ/PRES
206 de 12/03/2011 Silva Jardim
RPPN União 343,1000 Federal Portaria 68 de 18/10/2000 Silva Jardim
Fonte: CEPERJ, 2016. Obs.: alguns dados referentes às UCs não estão disponíveis na rede mundial de computadores
2.5. Infraestruturas viárias
A principal comunicação entre a cidade de Niterói e a ZH Lagos no século XIX era a linha
ferroviária Niterói-Maricá, que ligava as cidades da costa fluminense até Cabo Frio, para a exploração e
a comercialização de sal, a produção agrícola e o transporte de passageiros. Em 1964, uma política do
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA Superintendência Regional no Estado do Rio de Janeiro – SR(07)
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SR-07/RJ-fls.
Rubrica:
governo federal de erradicação de ferrovias consideradas como antieconômicas, promoveu a desativação
da Estrada de Ferro Maricá e seus trilhos foram retirados (MARGARIT, 2009). Atualmente, operando
na região, há a Ferrovia Centro-Atlântica, originária da antiga Estrada de Ferro Leopoldina (BUZELIN
& SETTI, 2001), com pouco mais de 80 km interligando os municípios de Silva Jardim, Casimiro de
Abreu e Rio das Ostras, com transporte principalmente de cimento e calcário.
No tocante a malha rodoviária, a ZH Lagos é composta por 11 rodovias estaduais (RJ102,
106, 118, 124, 126, 128, 136, 138, 140, 142 e 162) e duas federais (BR101 e 120), totalizando pouco
mais de 645 km de estradas (Figura 9). Contudo, devido ao crescimento e desenvolvimento regional
nos últimos anos, dado pelos setores de turismo e de petróleo e gás, o fluxo de veículos tem aumentado
consideravelmente e, consequentemente, algumas dessas rodovias têm sido estranguladas com relação
à fluidez do trânsito, haja vista, que as mesmas cortam áreas urbanas de alta densidade populacional,
afetando não só o trânsito de veículos de passageiros como os de carga.
Figura 9 – Mapa Multimodal da Zona Homogênea Lagos
Fonte: TRANSPORTES, 2016
O transporte aéreo na ZH Lagos se restringe à Base Aeronaval de São Pedro da Aldeia, o
aeroporto Umberto Modiano (em Arraial do Cabo), Aeroporto Brigadeiro Francisco Pinto de Moura
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Rubrica:
(Casimiro de Abreu), o Campo de Pouso da Fazenda Tosana (em Cabo Frio), além do Aeroporto
Internacional de Cabo Frio, com transporte diário de passageiros. Este último possui a 4ª maior pista
do Brasil em comprimento efetivo com infraestrutura para receber os maiores aviões cargueiros do
mundo (AICF, 2017).
2.6. Principais atividades econômicas
A agricultura representa um setor estratégico para o crescimento, tendo em vista a
interdependência com os demais segmentos da economia e o seu papel na produção de alimentos
para o consumo. Essa interdependência faz o desenvolvimento agrícola exercer um papel ativo no
desenvolvimento econômico e, desse modo, estimular a indústria, o comércio e os serviços
(PEREIRA, 1995). Logo, pode-se relacionar a perda do controle econômico-industrial do Rio de
Janeiro ao momento em que não soube atrelar sua indústria à agricultura, ou seja, ao não
desenvolvimento de um complexo agrícola moderno, produtor de alimentos e gerador de rendas, que
pudesse impulsionar e diversificar o mercado intra-regional (MELO & CONTRERAS, 1988).
Fruto histórico desse processo pode ser visualizado na Tabela 11 onde, independentemente
da Zona Homogênea, verifica-se predominância dos setores de serviços e industrial sobre o setor
agropecuário na formação do Produto Interno Bruto (PIB).
Tabela 11 – Valor Adicionado Bruto por atividade econômica, Produto Interno Bruto e Produto Interno Bruto per capita nas zonas homogêneas do estado do Rio de Janeiro em 2013
Zonas Homogêneas
Valor (R$)
PIB
Valor Adicionado Bruto
PIB per capita (R$)
Participação no PIB em relação ao estado
(%) Agropecuária Indústria Serviços (1)
Estado 629.395.177.000 100,00 2.348.235.000 164.910.551.000 273.976.064.000 45.164,03
Metropolitana 405.065.173.000 64,36 278.600.000 61.183.402.000 200.024.565.000 23.123,99
Nordeste Fluminense 10.328.538.000 1,64 357.385.000 3.509.697.000 3.519.316.000 22.626,55
Leste Fluminense 92.026.920.000 14,62 502.647.000 53.679.666.000 26.603.643.000 106.924,76
Serrana 20.254.199.000 3,22 628.047.000 4.413.298.000 8.367.274.000 20.494,38
Lagos 46.325.926.000 7,36 154.885.000 25.438.475.000 14.374.439.000 55.019,17
Vale do Paraíba 55.394.421.000 8,80 426.671.000 16.686.013.000 21.086.827.000 42.795,36
Fonte: IBGE
O somatório do Produto Interno Bruto dos 10 municípios pertencentes à ZH Lagos
corresponde a 7,36% do PIB estadual, ou seja, terceiro menor do estado. Todavia, apresenta o
segundo maior PIB per capita do estado, R$ 55.019,17, mesmo sendo a zona homogênea com a
segunda maior densidade populacional no Rio de Janeiro.
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Rubrica:
Praticamente 55% do PIB da ZH Lagos é formado pelo setor industrial, o qual é cerca de 10
vezes superior ao PIB estadual do setor de agropecuária. Fica notória a importância deste setor para a
ZH Lagos, assim como na composição do PIB estadual.
Verifica-se na Tabela 12 que comportamento similar dos setores econômicos pode ser
observado para os municípios de Armação dos Búzios, Arraial do Cabo, Cabo Frio, Casimiro de
Abreu e Rio das Ostras e que, no que tange ao setor industrial, o município de Cabo Frio é o que
apresenta maior PIB do setor na região.
Tabela 12 – Valor Adicionado Bruto por atividade econômica, Produto Interno Bruto e Produto Interno Bruto per capita nos municípios da Zona Homogênea Lagos em 2013
Regiões de Governo
Valor (R$)
PIB per capita(R$)
Valor Adicionado Bruto
PIB Participação no
PIB em relação a região (%)
Agropecuária Indústria Serviços(1)
Zona Homogênea Lagos 46.325.926.000 100 154.885.000 25.438.475.000 14.374.439.000 55.019,17
Araruama 2.068.226.000 4,46 26.092.000 321.225.000 909.695.000 17.385,31
Armação dos Búzios 3.439.080.000 7,42 7.059.000 1.885.436.000 1.197.218.000 115.444,11
Arraial do Cabo 1.125.604.000 2,43 11.777.000 533.651.000 350.532.000 39.319,65
Cabo Frio 16.877.141.000 36,43 27.872.000 10.095.492.000 5.003.030.000 84.225,68
Casimiro de Abreu 4.068.376.000 8,78 9.768.000 2.572.634.000 1.110.265.000 105.694,07
Iguaba Grande 320.505.000 0,69 1.787.000 25.998.000 121.713.000 12.929,86
Rio das Ostras 14.883.443.000 32,13 9.459.000 9.482.138.000 4.101.827.000 121.799,76
São Pedro da Aldeia 1.460.032.000 3,15 20.667.000 235.176.000 579.594.000 15.588,81
Saquarema 1.745.319.000 3,77 18.798.000 251.479.000 901.145.000 21.975,53
Silva Jardim 338.200.000 0,73 21.606.000 35.246.000 99.420.000 15.828,89
Fonte: Produto Interno Bruto por Municípios no ano de 2013 (IBGE)
O governo do estado, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico Energia
Indústria e Serviços (SEDEIS), vem apoiando o desenvolvimento regional por meio de APLs18
(Arranjo Produtivos Locais), com o intuito de estimular o crescimento econômico e criar vantagens
competitivas para os pequenos negócios. Na ZH Lagos foram propostos os APLs de petróleo, gás e
energia (Rio das Ostras) e APL de confecção de moda praia (Cabo Frio) (SEDEIS, 2016).
2.6.1. Setor Agrícola
Com a crise do café no final do século XIX e o consequente declínio desta cultura no estado
do Rio de Janeiro, o setor agrícola passou por um momento de adaptação de atividades. As culturas
18 Os Arranjos Produtivos Locais (APLs) constituem empresas organizadas em uma lógica própria de cadeia produtiva e mercado, articuladas para
ações de cooperação, capacitação e desenvolvimento mútuo integrado, com apoio de instituições diversas conforme as competências básicas necessárias a esse desenvolvimento. Microempresas e empresas de pequeno porte que participam de APLs têm acesso facilitado a mão-de-obra, novas tecnologias, fornecedores e distribuidores
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Rubrica:
da cana-de-açúcar e da mandioca (dentre outras) surgiram, diversificando a economia dos municípios
(PINTO, 1984). Com a queda da produção de açúcar, a grande propriedade deu lugar a um crescente
número de pequenos proprietários e lavradores, quando as grandes fazendas foram subdivididas.
A abolição da escravatura levou a região a um refluxo econômico. Neste contexto os
empresários de Maricá, no final do século XIX, iniciaram a construção da Estrada de Ferro Maricá,
que ajudou na integração da região com a capital. A crise econômica foi superada pela exploração do
sal, e na reconversão das fazendas para a cultura de cítricos, estas já no século XX (1940). Todavia,
por problemas relacionados ao combate de pragas e ao mercado internacional – interstícios de
guerras mundiais e crise financeira global – esta produção teve seu declínio (CASSINO &
RODRIGUES, 2005; SOUZA et al., 2014).
Ao longo dos últimos 70 anos a ZH Lagos vem apresentando um esvaziamento
populacional na zona rural, contudo, desde a década de 1990, a proprocionalidade desta população
vem se mantendo praticamente constante (Tabela 2). A expansão dos núcleos urbanos, o uso
inadequado das áreas produtivas e, ainda, a especulação imobiliária de áreas do entorno das cidades é
reflexo do crescimento do número de habitantes nas zonas urbanas.
Apesar da região ser polo de citricultura no estado, a pecuária é a atividade predominante,
seja para corte ou para leite, com ênfase para a produção destinada aos laticínios.
O Rio de Janeiro figura na 12ª posição entre os estados produtores de leite, com cerca de
540 milhões de litros ao ano, e precisa importar perto de 70% das necessidades do setor. Apesar de
ter registrado, nos últimos anos, grande incremento na instalação de unidades processadoras, a
produção não acompanhou, nem de longe, esse crescimento. Contudo, a produção leiteira na ZH
Lagos representa 2,3% do estado (Tabela 12).
Tabela 13 – Produção leiteira nas Zonas Homogêneas do estado do Rio de Janeiro em 2014
Zonas Homogêneas Produção leiteira (1.000 L) Percentagem em relação ao estado
Vale do Paraíba 189.627 35,18
Nordeste Fluminense 163.905 30,41
Leste Fluminense 85.899 15,94
Serrana 68.246 12,66
Metropolitana 19.158 3,55
Lagos 12.126 2,25
Estado 538.961 100,00 Fonte: IBGE, 2014
Com relação às lavouras, levantamento realizado pelo IBGE em 2015 (Tabela 13) sobre a
produção agrícola no estado do Rio de Janeiro mostra que, na modalidade de lavoura temporária (cana-
de-açúcar, feijão, mandioca e milho) a participação da ZH Lagos no estado, quanto à área colhida, foi
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de 6,46%, enquanto na modalidade da lavoura permanente (banana, coco, laranja, limão e tangerina), a
participação da região representou 11,01%.
O IBGE trabalha com o conceito de Valor Bruto da Produção (VBP), o qual considera as
produções físicas estimadas no Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) e os preços
médios recebidos pelos produtores rurais de janeiro a outubro de cada ano, segundo pesquisa da
Fundação Getúlio Vargas (BANCO CENTRAL, 2011).
Avaliando a produtividade de cada município, por meio dos indicadores de área plantada,
valor monetário da produção e renda gerada por hectare por ano, o município de Cabo Frio
apresentou o melhor resultado, na modalidade lavoura temporária, com rentabilidade estimada de R$
22.777,78/ha/ano, e Armação dos Búzios ficou em segundo lugar com R$ 14.500,00/ha/ano,
conforme se observa na Tabela 13.
Tabela 14– Produção agrícola na Zona Homogênea Lagos em 2015
Descrição
Lavoura Temporária Lavoura Permanente
Área Valor VBP* (R$/ha/ano)
Área Valor VBP* (R$/ha/ano) (ha) (R$1.000) (ha) (R$1.000)
Estado 101.506 834.212,00 8.218,35 48.725 436.642,00 8.961,35
Zona Homogênea Lagos 6.561 106.926,00 16.297,21 5.365 22.840,00 4.257,22
Araruama 3.372 68.890,00 20.430,01 1.934 9.961,00 5.150,47
Armação dos Búzios 37 459,00 12.405,41 6 87,00 14.500,00
Arraial do Cabo -- -- -- -- -- --
Cabo Frio 18 410,00 22.777,78 2.456 5.468,00 2.226,38
Casimiro de Abreu 227 2.314,00 10.193,83 254 1.813,00 7.137,80
Iguaba Grande 21 375,00 17.857,14 20 276,00 13.800,00
Rio das Ostras 39 396,00 10.153,85 71 324,00 4.563,38
São Pedro da Aldeia 122 2.155,00 17.663,93 298 3.441,00 11.546,98
Saquarema 1.434 23.869,00 16.645,05 127 945,00 7.440,94
Silva Jardim 1.291 8.058,00 6.241,67 199 525,00 2.638,19
Fonte: IBGE, 2015 VBP* = Valor Bruto da Produção, considerando janeiro a outubro de 2015
Dentre as lavouras temporárias e permanentes destacam-se as culturas que apresentaram
maior rentabilidade, ou seja, maior VBP (R$/ha/ano), a saber: banana, cana-de-açúcar, coco, laranja,
limão, mandioca e tangerina (Tabela 14). Percebe-se que alguns municípios apresentaram VBP maior
do que a média da ZH Lagos ou do estado.
Algumas tentativas para aumentar a produção agrícola na região próxima à capital do
estado tem sido feitas, tanto com a agroecologia, com as agriculturas orgânica (CONLESTE, 2017;
SEAPEC, 2017a) e convencional. Todavia, a descapitalização e a falta de capacitação da maioria dos
pequenos agricultores, aliadas às dificuldades de comercialização direta da produção, ao forte apelo
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Rubrica:
imobiliário sobre as áreas de plantio e a sanilinzação dos solos (G1, 2017b), tem sido entraves ao
crescimento do setor de produção de alimentos na ZH Lagos, principalmente nas regiões mais
próximas aos núcleos urbanos.
A redefinição das áreas rurais na confecção e atualização dos planos diretores municipais
deve ser levada em consideração, uma vez que estas são fundamentais para amortecer o avanço da
expansão urbana. A agricultura periurbana também é considerada uma atividade com essa função nas
bordas das estradas e rodovias (MACHADO, 2010).
Tabela 15 – Lavouras temporárias e permanentes que apresentaram maior rentabilidade na Zona Homogênea Lagos em 2015
Descrição
Valor Bruto da Produção (R$/ha/ano)
Lavoura Temporária Lavoura Permanente
Cana-de-açúcar
Mandioca Banana Coco Laranja Limão Tangerina
Estado 2.571,43 13.727,99 6.974,26 14.912,37 11.867,09 15.450,89 21.349,37
Zona Homogênea Lagos 2.747,90 12.529,63 6.010,01 34.695,37 13.373,52 20.998,37 33.380,49
Araruama 3.600,00 18.930,00 -- 33.200,00 15.925,00 34.772,00 36.957,14
Armação dos Búzios -- 14.800,00 10.866,67 18.000,00 -- 19.400,00 --
Arraial do Cabo -- -- -- -- -- -- --
Cabo Frio 1.850,00 20.400,00 17.500,00 38.666,67 12.000,00 15.000,00 --
Casimiro de Abreu 2.083,33 8.252,38 10.000,00 10.800,00 10.800,00 10.000,00 --
Iguaba Grande -- 17.266,67 10.571,43 40.000,00 19.000,00 17.000,00 18.000,00
Rio das Ostras 2.166,67 7.700,00 10.050,00 10.533,33 -- 9.250,00 --
São Pedro da Aldeia 10.588,89 16.607,84 14.723,08 15.812,50 21.153,85 35.000,00 15.000,00
Saquarema 2.153,85 8.801,98 3.535,54 37.000,00 8.308,06 22.433,33 12.279,07
Silva Jardim 3.300,00 3.125,00 5.570,00 7.500,00 6.385,94 6.824,00 9.875,00
Fonte: IBGE, 2015 VBP = Valor Bruto da Produção, considerando janeiro a outubro de 2015
2.6.2. Setor Pecuário
Segundo SOUSA (2010), um dos grandes entraves das pequenas unidades produtoras de
leite no estado é a questão sanitária. Na maioria dos fatores analisados, as regiões avaliadas não
apresentaram os requisitos mínimos de qualidade determinados pela legislação vigente, aliado ainda,
à necessidade de capacitação das pessoas envolvidas com a atividade leiteira. Este aspecto é contrário
a um dos requerimentos atuais da sociedade, que é a disponibilidade de alimentos seguros, saudáveis
e nutritivos de todos os segmentos da rede de empresas, organizações, aparelhos reguladores do
estado e instituições que constituem a cadeia produtiva do leite.
Todavia, inserida no atual contexto de mudanças pelo qual vem passando o setor leiteiro no
país, esta atividade no estado do Rio de Janeiro passa a sofrer uma série de transformações no que diz
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respeito às novas condições de produção e comercialização impostas aos produtores, o que contribui
em grande parte na definição e conformação do papel desempenhado pelas cooperativas do estado.
Com o objetivo de estimular a produção interna, o governo estadual criou o Programa Rio
Leite, que consiste em promover a industrialização de leite por meio de incentivos fiscais. Um
decreto estadual zerou o ICMS para indústrias e cooperativas, o que proporcionou uma vantagem
competitiva, sendo que na maioria das demais unidades da Federação, a cadeia do leite é onerada em
12% por este tributo. Ou seja, para uma indústria estadual processar leite de outro estado, ela paga
12% a mais por este produto (LIMA JR., 2016). Segundo dados da Secretaria de Estado de
Agricultura e Pecuária, de 2006 a 2010 a produção de leite no estado subiu de 420 milhões para 570
milhões de litros/ano em função da implantação do Projeto (SEAPEC, 2017b).
Essa medida, associada à importância que o mercado estadual representa para o setor tem
estimulado muitas empresas a se estabelecerem no Rio de Janeiro. No que tange às usinas de
beneficiamento de laticínios, a ZH Lagos apresenta uma unidade em Casimiro de Abreu, a Indústria
de Alimentos Ouro Verde de Casimiro Ltda (MDA, 2016).
Em 2014, a produção leiteira na ZH Lagos foi de 12.126.000 litros, gerando R$
11.585.000,00 (Tabela 15), o que correspode a 0,002% do PIB estadual e a 7,48% do Valor
Adicionado Bruto do setor agropecuário da região (Tabelas 10 e 11). Apesar de 52% da zona
homogênea ser coberta por pastagem (Figura 7), a produção leiteira é pequena e de baixo impacto na
formação do produto interno bruto do estado.
Tabela 16 – Produção leiteira na Zona Homogênea Lagos em 2014
Municípios Produção leiteira (1.000 L) % em relação ZHL Valor da Produção (R$)
Araruama 3.055 25,19 2.750.000,00
Armação dos Búzios 104 0,86 104.000,00
Cabo Frio 1.950 16,08 1.755.000,00
Casimiro de Abreu 1.094 9,02 1.203.000,00
Iguaba Grande 340 2,80 340.000,00
Rio das Ostras 680 5,61 680.000,00
São Pedro da Aldeia 702 5,79 702.000,00
Saquarema 829 6,84 746.000,00
Silva Jardim 3.372 27,81 3.305.000,00
Zona Homogênea Lagos 12.126 100,00 11.585.000,00
Estado 538.961 527.468.000,00
Fonte: IBGE, Pecuária, 2014 (site: http://www.sidra.ibge.gov.br/bda/tabela/listabl.asp?z=t&o=1&i=P&e=l&c=74)
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3. PREÇOS DE TERRAS SEGUNDO A INFORMA ECONOMICS/FNP
O preço médio de terras no Brasil no bimestre março-abril de 2017 ficou em R$ 11.075,13/ha.
Houve valorização média de 2,1 e 14,0% em relação aos últimos 12 e 36 meses, respectivamente, quando
o hectare custava R$ 10.847,34 (no primeiro período) e R$ 9.715,03 (no segundo) (FERRAZ et al.,
2017).
Quando se avaliam as valorizações por região, de março-abril de 2016 ao mesmo bimestre
de 2017, verifica-se que na região Sul do Brasil as terras foram valorizadas em 3,0%, em média,
seguida da região Sudeste com ganhos médios de 2,1%. Na sequência, a região Centro-Oeste, com
2,0% de valorização e as regiões Nordeste e Norte, com 1,2 e 0,8%, respectivamente, todas estas com
valorização aquém do índice de inflação e dos principais indicadores econômicos no período. Para o
estado do Rio de Janeiro a desvalorização média foi de 2,1%, considerando o mesmo período
(FERRAZ et al., 2017).
Quanto à valorização de terras, dadas as próprias características de cada região, como o
nível de urbanização, a proximidade de mercados consumidores, a infraestrutura disponível, o nível
de desenvolvimento econômico e estoque disponível de terras, dificilmente se alterará em futuro
previsível. Salienta-se que áreas sob pressão urbana fogem da lógica estrita do mercado de terras para
a produção agropecuária (FERRAZ et al., 2017), e no caso em específico da ZH Lagos, há forte
apelo turístico, o que eleva consideravelmente o valor das áreas.
Os municípios da ZH Lagos estão contidos na região denominada “Macaé” (iFNP 52)19, pelo
Informa Economics/FNP. Contudo, nos relatórios apresentados por esta consultoria de mercado de
terras, para esta região em específico, somente há dados para os municípios de Macaé e Rio Bonito.
Pelo trabalho de campo realizado pelo INCRA, afirma-se que o fator regional que está
influenciando o aumento no preço da terra é a forte especulação exercida pelos detentores de áreas na
ZH Lagos, em função da demanda por estas áreas pelos setores em expansão, principalmente o
turístico e industrial, além da própria expansão urbana.
4. MERCADO DE TERRAS NA REGIÃO
A exploração econômica de terras na ZH Lagos, nas condições atuais, requer altos
investimentos em recuperação, dessalinização e conservação de solos, reflorestamento de nascentes,
obras de contenção de enchentes e tudo isso justificaria um mercado de terras com preços baixos (se
pensarmos em terra como um fator de produção), na contramão do que vem ocorrendo.
19 Denominação dada pela consultoria em agronegócio Informa Economics/FNP
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Os movimentos especulativos no preço de terras já foram bastante estudados no Brasil.
Embora não caiba detalhar nem reproduzir partes dos estudos mais importantes, por fugir aos objetivos
deste trabalho, as referências trazidas a este documento servem para balizar o critério adotado, ao
escolher o parâmetro de 20% na elasticidade oferta no preço de terra. Desse modo, considera-se que
ficou representada a intensidade do fator de corretagem que está ocorrendo na região.
SAYAD (1982) argumentou que o processo especulativo no mercado de terras dependia de
características especiais da economia brasileira e do mercado financeiro, prevendo que no futuro, o
mercado de terras devia apresentar crescimento de preços mais lento do que ocorrera no passado
recente. Segundo este autor, a terra também funciona como reserva de valor e os movimentos
especulativos são comuns no Brasil, levando a concluir que a terra assumiu, historicamente, papel
importante na economia brasileira. Entre os motivos para ter este bem como reserva de mercado
estariam a instabilidade do mercado financeiro e a herança cultural, uma vez que, ter um imóvel rural
seria a “garantia” de um bem em crescente valorização.
5. PREÇO DA TERRA E REFORMA AGRÁRIA
A concentração urbana no litoral não é um fenômeno recente, considerando a exploração
dos recursos naturais da costa, sobretudo pela presença de múltiplas atividades econômicas que
atraem a ocupação humana. Algumas zonas litorâneas agregam características agrícolas, atividades
pesqueiras, de extração salineira, atividades portuárias e turísticas, como é o caso da ZH Lagos.
As dinâmicas de aprovação de projetos de loteamentos contribuíram para a extensão urbana
e consequente redução de zonas naturais e antropo-naturais nas áreas litorâneas da ZH Lagos
(TEIXEIRA, 2015). A falta de controle sobre a ocupação urbana acarreta problemas de ordem social
e de cunho ambiental, pois algumas áreas ocupadas irregularmente são extremamente frágeis, como
por exemplo, as áreas de encosta e de restinga (PINTO et al., 2011).
Outro problema da ZH Lagos é o fato de que sua densidade populacional está associada a
um contexto sociocultural nas áreas litorâneas; ela apresenta uma sazonalidade em virtude da época
(temporada de verão e feriados prolongados) e locais específicos (porção norte da Lagoa de
Araruama e áreas próximas ao canal do Itajuru). Esses fatores contribuem para o aumento da
especulação imobiliária sobre essas áreas.
Nos municípios mais afastados do mar, como é o caso de Casimiro de Abreu (maior parte
deste) e Silva Jardim, a influência da especulação imobiliária para o turismo praiano é menor. Todavia
há fatores como a presença da BR101 (e sua duplicação recente) e a proximidade com as zonas
homogêneas Serrana e Metropolitana, podem exercer interferência na formação do preço das áreas.
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Desta forma, no contexto regional, considerando a reduzida fertilidade dos solos, os
processos de salinização dos mesmos, assim como a disposição desses no relevo, aliado ao fator
especulativo das áreas, devem estar analisados potenciais sistemas de produção agropecuária que
possam viabilizar os assentamentos rurais, gerando renda para as famílias e sua sustentação. Sendo
assim, deve ser minuciosamente observado o custo/família assentada antes da tomada de decisão de
desapropriar imóveis na ZH Lagos.
6. MÉTODOS
6.1. Pesquisas em campo
Para o estabelecimento de preços referenciais de terras para a ZH Lagos procedeu-se ao
levantamento in loco junto aos agentes do mercado imobiliário, corretores, agrônomos da EMATER
e das Secretarias de Agricultura encontrados nos municípios, além dos meios de divulgação em
massa, de imóveis ofertados e negociados na região de estudo, com o objetivo de compor um
universo amostral com qualidade e número suficientes de elementos que fossem representativos da
região, e que, consequentemente, reflitam um resultado confiável. Dentro deste contexto, foram
pesquisados imóveis com área superior a 10 ha e que exerçam atividade rural.
Todos os elementos pesquisados foram consignados em Fichas de Pesquisas, sendo que dos 73
elementos amostrais coletados, 43 foram visitados para a qualificação das informações necessárias à
classificação quanto a tipologia de uso do imóvel (Figura 12).
6.2. Tipologias
Entende-se “tipologia de uso de imóvel” como determinado tipo de destinação econômica
adotada em um dado segmento de imóveis do Mercado Regional de Terras (MRT), classificado conforme
uma sequência de níveis categóricos: 1) o uso do solo predominante nos imóveis; 2) características do
sistema produtivo em que o imóvel esta inserido ou condicionantes edafoclimáticas; e 3) localização.
Quanto às tipologias para a ZH Lagos foram elencadas, previamente, as seguintes (por nível
categórico):
1o Nível Categórico:
- Agricultura : imóvel rural com produção vegetal oriunda de plantio de qualquer cultura
agrícola com fins comerciais;
- Pecuária: imóvel rural com produção animal com fins comerciais;
- Mata: imóvel rural com Mata Atlântica nativa e sem culturas implantadas;
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- Exploração mista: imóvel rural com produção vegetal oriunda de plantio de qualquer cultura
agrícola (agricultura) concomitante com produção animal (pecuária), com fins comerciais; e
- Silvicultura: imóvel rural com plantios florestais com fins comerciais.
2o Nível Categórico:
- Agricultura - fruticultura : imóvel rural com produção de culturas perenes (frutas), sem
predominância de uma espécie, com fins comerciais;
- Agricultura - olerícola : imóvel rural com produção de culturas temporárias (olerícolas), sem
predominância de uma espécie, com fins comerciais;
- Pecuária bovina em pastagem de baixo suporte: imóvel rural com produção animal
predominante de bovinos em sistema de manejo extensivo, com lotação igual ou inferior a 0,8 unidade
animal por hectare, com fins comerciais;
- Pecuária bovina em pastagem de alto suporte: imóvel rural com produção animal
predominante de bovinos em sistema de manejo intensivo ou semi-intensivo, com lotação superior a
0,8 unidade animal por hectare, com fins comerciais;
- Exploração mista (Pecuária + eucalipto): imóvel rural com plantio florestal de eucalipto
concomitante com produção animal, com fins comerciais; e
- Exploração mista (Pecuária + piscicultura): imóvel rural com produção de peixes
concomitante com produção bovina, com fins comerciais.
3o Nível Categórico:
- Pecuária bovina em pastagem de baixo suporte (Araruama): imóvel rural, localizado no
município de Araruama, com produção animal predominante de bovinos em sistema de manejo
extensivo, com lotação igual ou inferior a 0,8 unidade animal por hectare, com fins comerciais;
- Pecuária bovina em pastagem de baixo suporte (Casimiro de Abreu): imóvel rural, localizado
no município de Casimiro de Abreu, com produção animal predominante de bovinos em sistema de
manejo extensivo, com lotação igual ou inferior a 0,8 unidade animal por hectare, com fins comerciais; e
- Pecuária bovina em pastagem de baixo suporte (Silva Jardim): imóvel rural, localizado no
município de Silva Jardim, com produção animal predominante de bovinos em sistema de manejo
extensivo, com lotação igual ou inferior a 0,8 unidade animal por hectare, com fins comerciais.
6.3. Homogeneização dos Elementos Amostrais
Os elementos amostrados foram classificados quanto à tipologia de uso, conforme
preconizado na NE no 112, de 12 de setembro de 2014, até o 3o nível categórico, sendo então
calculadas a média de preços de cada uma e a porcentagem relativa de cada tipologia em relação ao
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número total de elementos amostrais, com a segregação entre negócios realizados (NR) e ofertas (OF).
A partir dos elementos amostrados calculou
geral, assim como o desvio padrão (
O valor médio geral do
ZHL) e das tipologias com me
usando o saneamento das amostras pelo desvio padrão. O saneamento foi realizado pelo método da
média ( ± s). Os elementos com valores acima do limite superior (
inferior ( - s) foram expurgados da composição amostral. Novos saneamentos foram realizados até
que o coeficiente de variação fosse
O campo de arbítrio tem a amplitude de 30% em torno da média geral do MRT
como para cada tipologia de mercado definido/consolidado, configurando assim, os limites superior e
inferior, os quais foram estabelecidos pelas seguintes equações:
Limite inferior =
Figura 10 – Localização das aZona Homogênea
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número total de elementos amostrais, com a segregação entre negócios realizados (NR) e ofertas (OF).
strados calculou-se o valor médio () e o campo de arbítrio para a amostra
geral, assim como o desvio padrão ( s ) e o coeficiente de variação (CV).
O valor médio geral do Mercado Regional de Terras na Zona Homogênea
) e das tipologias com mercado definido/consolidado em cada nível categórico foi calculado
usando o saneamento das amostras pelo desvio padrão. O saneamento foi realizado pelo método da
± s). Os elementos com valores acima do limite superior (
s) foram expurgados da composição amostral. Novos saneamentos foram realizados até
que o coeficiente de variação fosse ≤ 30%.
CV% = (S / ).100
O campo de arbítrio tem a amplitude de 30% em torno da média geral do MRT
tipologia de mercado definido/consolidado, configurando assim, os limites superior e
inferior, os quais foram estabelecidos pelas seguintes equações:
. 0,85 Limite superior =
Localização das amostras coletadas em campo no Mercado omogênea Lagos
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número total de elementos amostrais, com a segregação entre negócios realizados (NR) e ofertas (OF).
) e o campo de arbítrio para a amostra
erras na Zona Homogênea Lagos (MRT-
rcado definido/consolidado em cada nível categórico foi calculado
usando o saneamento das amostras pelo desvio padrão. O saneamento foi realizado pelo método da
+ s) ou abaixo do limite
s) foram expurgados da composição amostral. Novos saneamentos foram realizados até
O campo de arbítrio tem a amplitude de 30% em torno da média geral do MRT-ZHL, assim
tipologia de mercado definido/consolidado, configurando assim, os limites superior e
Limite superior = . 1,15
ercado Regional de Terras na
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7. RESULTADOS
Para o MRT-ZH Lagos foram obtidos 73 (setenta e três) elementos amostrais ofertados, os
quais foram enquadrados dentro das tipologias de uso de imóvel. Na Tabela 17 são apresentados o
número e o percentual de elementos encontrados para cada tipologia, bem como a média dos valores
por tipologia e para o mercado regional de terras na ZH Lagos, considerando o fator de elasticidade
de 20% sobre os mesmos, sendo este o valor especulativo do corretor no início da negociação.
Tabela 17 – Número de elementos, porcentagem de elementos em relação ao total destes, média dos valores (R$/ha) e média dos valores com elasticidade de 20% (R$/ha), por tipologia, para o Mercado Regional de Terras na Zona Homogênea Lagos
MERCADO REGIONAL DE TERRAS - ZONA HOMOGÊNEA LAGOS
TIPOLOGIA No de elem.
% rel. ao total
Valor Médio (R$/ha)
Valor Médio c/elasticidade (R$/ha)
Pecuária bovina em pastagem de baixo suporte (Araruama) 7 9,6 33.792,62 27.034,10
Pecuária bovina em pastagem de baixo suporte (Casimiro de Abreu) 6 8,2 27.571,32 22.057,06
Pecuária bovina em pastagem de baixo suporte (Rio das Ostras) 2 2,7 59.128,47 47.302,78
Pecuária bovina em pastagem de baixo suporte (Saquarema) 3 4,1 50.584,85 40.467,88
Pecuária bovina em pastagem de baixo suporte (Silva Jardim) 29 39,7 17.732,26 14.185,80
Haras (Casimiro de Abreu 1 1,4 20.661,16 16.528,93
Haras (Iguaba Grande) 1 1,4 69.444,44 55.555,56
Haras (Silva Jardim) 1 1,4 16.762,83 13.410,26
Lavoura Permanente (Casimiro de Abreu) 1 1,4 48.758,87 39.007,09
Silvicultura (eucalipto) – Araruama 1 1,4 34.843,21 27.874,56
Silvicultura (eucalipto) – Silva Jardim 2 2,7 10.454,02 8.363,22
Exploração Mista (Pecuária + Lavoura Temporária) (Casimiro de Abreu) 3 4,1 18.596,31 14.877,05
Exploração Mista (Pecuária + Lavoura Temporária) (Silva Jardim) 2 2,7 15.082,64 12.066,12
Exploração Mista (Pecuária + Lavoura Temporária + Silvicultura) (Silva Jardim)
1 1,4 32.921,81 26.337,45
Exploração Mista (Pecuária + Lavoura Permanente + Silvicultura + Ranicultura) (Silva Jardim)
1 1,4 57.928,48 46.342,78
Exploração Mista (Pecuária + Silvicultura) (Araruama) 1 1,4 19.354,84 15.483,87
Exploração Mista (Pecuária + Equinocultura) (Araruama) 1 1,4 20.661,16 16.528,93
Exploração Mista (Pecuária + Avicultura) (Silva Jardim) 1 1,4 21.809,00 17.447,20
Ovinocultura (Araruama) 1 1,4 38.709,68 30.967,74
Piscicultura (Silva Jardim) 1 1,4 20.661,16 16.528,93
Mata (Casimiro de Abreu) 2 2,7 18.904,96 15.123,97
Mata (Saquarema) 2 2,7 18.827,07 15.061,65
Mata (Silva Jardim) 3 4,1 7.751,29 6.201,04
TOTAL 73 100 29.606,19 23.684,95
Em pesquisa in loco não obtivemos negócios realizados, o que indica baixa liquidez do
mercado regional de terras atualmente nessa zona homogênea. Não tivemos opiniões fundamentadas
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dado à resignação dos formadores de opinião em assinar e preencher os itens componentes da ficha
disponível no Anexo C do Módulo V20, do Manual de Obtenção de Terras.
As tipologias que apresentaram o maior número de elementos amostrais foram: “Pecuária
bovina em pastagem de baixo suporte (Silva Jardim)”, com 29 elementos (39,7%); “Pecuária bovina
em pastagem de baixo suporte (Araruama)”, com sete elementos (9,6%); e “Pecuária bovina em
pastagem de baixo suporte (Casimiro de Abreu), com seis elementos (8,2%)”. Essas três tipologias
correspondem a mais de 55% dos elementos amostrados para o MRT-ZH Lagos.
A pecuária bovina em pastagem de baixo suporte é a atividade rural que predomina na ZH
Lagos, desta forma, era de se esperar que a maior parte dos elementos ofertados ou negociados fosse
pertencente a esta tipologia.
Para determinação do valor médio e do campo de arbítrio para a amostra geral (73 elementos)
do MRT-ZH Lagos procedeu-se ao saneamento pelo desvio padrão. Após o segundo saneamento a
amostra foi reduzida para 41 elementos resultando em valor médio para a ZH Lagos de R$
13.730,48/ha (treze mil, setecentos e trinta reais e quarenta e oito centavos), com coeficiente de
variação de 22,14% e limites inferior e superior de R$ 11.670,91 e R$ 15.790,05, respectivamente.
Considerando o uso do solo predominante nos imóveis (primeiro nível categórico), após os
saneamentos amostrais, verificou-se a existência de mercado definido21 para as tipologias “Pecuária” e
“Exploração Mista”, com valor médio (por hectare) de R$ 13.878,95 e R$ 16.062,31, respectivamente.
Para as tipologias “Haras”, “Silvicultura” e “Mata”, no primeiro nível categórico, não foi
possível se estabelecer um mercado definido após o saneamento, dado a insuficiência de elementos
amostrais homogêneos para as mesmas. Já as tipologias “Lavoura Permanente”, “Ovinocultura” e
“Piscicultura” apresentaram menos de três elementos amostrais, número insuficiente para determinação
de um mercado definido.
No segundo nível categórico, as tipologias “Exploração Mista (Pecuária + Lavoura
Temporária + Silvicultura)”, “Exploração Mista (Pecuária + Lavoura Permanente + Silvicultura +
Ranicultura)”, “Exploração Mista (Pecuária + Silvicultura)”, “Exploração Mista (Pecuária +
Equinocultura)” e “Exploração Mista (Pecuária + Avicultura)” não forneceram elementos amostrais
suficientes para determinação de um mercado definido.
A tipologia “Pecuária” foi composta por elementos amostrais caracterizados como
pertencentes somente a tipologia “Pecuária bovina em pastagem de baixo suporte”, sendo esta a
classificação do segundo nível categórico. Desta forma esta tipologia apresentou valores iguais aos
20 Aprovado pela Norma de Execução/INCRA/DT/No 112, de 12 de setembro de 2014. 21 Mercado definido - quando apresentar pelo menos três elementos validos (efetivamente utilizados após o saneamento) (n ≥ 3) para cada nível
categórico.
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da “Pecuária” (primeiro nível categórico), ou seja, média de R$ 13.878,95/ha e limites inferior e
superior de R$ 11.797,10/ha e R$ 15.960,79/ha, respectivamente, caracterizando um mercado
definido neste nível categórico também.
Ainda no segundo nível categórico houve mercado definido para a tipologia “Exploração
Mista (Pecuária + Lavoura Temporária)”, com valor médio de R$ 13.752,67 e limites inferior e
superior de R$ 11.689,77/ha e R$ 15.815,57/ha, respectivamente.
Já para o terceiro nível categórico, há três mercados definidos, sendo dois deles relacionados
à tipologia “Pecuária bovina com pastagem de baixo suporte”, contudo, diferindo com relação à
localização, a saber: em Araruama (valor médio de R$ 16.844,70/ha) e em Silva Jardim (R$
13.754,17/ha). O outro mercado definido é para a tipologia “Exploração Mista (Pecuária + Lavoura
Temporária) em Casimiro de Abreu” com valor médio de R$ 14.877,05/ha.
As respectivas memórias de cálculos das tipologias apresentadas na Tabela 18 estão
dispostas no Anexo 2.
Tabela 18 – Planilha de Preços Referenciais de Terras (PPRT) na Zona Homogênea Lagos
PPR/SR07/RJ/No 02/2017/MRT-ZHL
TIPOLOGIAS No de elem.
Média (R$/ha) CV%
L.inf. (15%)
L.sup. (15%)
Todas as Tipologias 41 13.730,48 22,14 11.670,91 15.790,05
1º Nível Categórico
Pecuária 26 13.878,95 21,45 11.797,10 15.960,79
Exploração Mista 9 16.062,31 27,94 13.652,97 18.471,66
2º Nível Categórico
Pecuária bovina em pastagem de baixo suporte 26 13.878,95 21,45 11.797,10 15.960,79
Exploração Mista (Pecuária + Lavoura Temporária) 5 13.752,67 18,66 11.689,77 15.815,57
3º Nível Categórico
Pecuária bovina em pastagem de baixo suporte (Araruama) 6 16.844,70 26.51 14.318,00 19.371,41
Pecuária bovina em pastagem de baixo suporte (Silva Jardim) 22 13.754,17 28,69 11.691,05 15.817,30
Exploração Mista (Pecuária + Lavoura Temporária) em Casimiro de Abreu
3 14.877,05 19,24 12.645,49 17.108,60
8. ANÁLISE DOS INDICADORES DO COMPORTAMENTO DE MERCADO
A análise comparativa quanto à liquidez do mercado não foi realizada em virtude da
indisponibilidade de informações quanto à velocidade de venda (VV), que é a média de meses para
realizar a venda dos imóveis transacionados.
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Verifica-se, analisando o 1º nível categórico, que o maior valor do mercado foi para as áreas
com a tipologia “Exploração Mista” (R$ 16.062,31/ha), 15,73% maior do que o encontrado para a
tipologia “Pecuária” (R$ 13.878,95/ha).
O fator localização influenciou nos preços de terras no 3º nível categórico, haja vista que
houve maior valoração de áreas com a tipologia “Pecuária bovina em pastagem de baixo suporte” no
município de Araruama, em comparação à Silva Jardim, provavelmente em função da maior vocação
turística do primeiro em relação ao segundo, o que aumenta a especulação das áreas para fins não
agrícolas.
Considerando este mesmo nível categórico, o menor valor por unidade de área foi obtido no
município de Silva Jardim para a tipologia “Pecuária em pastagem de baixo suporte” (13.754,17/ha).
9. CONCLUSÕES
A história de ocupação das terras da ZH Lagos começou com o um evento em águas
pernambucanas, quando em 1503 um naufrágio em Fernando de Noronha levou uma expedição naval
portuguesa a seguir em direção ao sul do litoral brasileiro e chegar a terras cabofrienses, instalando a
primeira feitoria portuguesa no país.
Durante o ciclo econômico do pau-brasil (século XVI), a região do entorno de Cabo Frio se
destacou como o principal ponto de carregamento de madeira para a Europa. Esse intenso comércio
que ali se estabeleceu atraía os interesses de outras nações européias que começaram a disputar com
os portugueses o domínio da região.
Outros ciclos econômicos se sucederam e novas demandas por áreas e disputas por
territórios também. Contudo, a partir da descoberta de petróleo na Bacia de Campos houve intenso
crescimento na demanda por áreas na ZH Lagos, tanto para empreendimentos de logística quanto os
ligados ao setor de turismo. A proximidade com a ZH Metropolitana e a interligação por rodovias
estaduais e federais de grande fluxo também interferem na demanda por terras.
Devido ao inchaço dos tecidos urbanos ao longo do tempo houve e ainda ocorre crescente
demanda por espaços municipais anteriormente enquadrados como zonas rurais, o que, dentre outras
consequências, resulta no abandono das atividades agropecuárias por parte de produtores devido à
forte especulação imobiliária, acentuando a migração para a periferia da ZH Lagos. Este fato fica
evidenciado pelo maior número de imóveis rurais ofertados encontrados justamente nos municípios
não banhados pelo mar.
O forte caráter especulativo sobre as áreas urbanas e também rurais reflete em maior
valoração das áreas “disponíveis” para o mercado imobiliário. Isso reflete na divergência entre o
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valor mercadológico da terra e o seu valor real de produção, ou seja, o valor atribuído a uma área em
função do retorno econômico que a mesma pode proporcionar se cultivada.
Esta característica, o aumento do preço da terra em função basicamente de especulação,
pode exercer influência sobre as ações do INCRA no quesito obtenção de áreas para reforma agrária,
uma vez que a Autarquia deve primar pela melhor relação custo-benefício.
O aumento no preço da terra encarece o custo por família, sendo que toda a base legal que
suporta a fixação das áreas destinadas às famílias aponta para que as mesmas proporcionem
condições de sustentabilidade destas famílias nos seus lotes, gerando renda e melhorias na qualidade
de vida do beneficiário.
Outra questão importante é como levar adiante propostas de aproveitamento agropecuário
para agricultores familiares nos assentamentos rurais do INCRA em uma região impactada
fortemente por uma política predominantemente voltada ao crescimento dos setores do turismo, de
logística e de serviços.
O aumento das demandas pelas ações do INCRA se dará pela necessidade de áreas por
parte de agricultores sem terra, posseiros ou arrendatários. O êxito do assentamento de tais
beneficiários passará também pela anulação do fator especulativo sobre as áreas destinadas à reforma
agrária.
Continuam escassas as pesquisas de viabilidade econômica de exploração agropecuária nas
áreas de assentamento rural do INCRA/RJ resultando na orientação de cautela. A superação deste
problema deve partir da própria Autarquia, que poderá deliberar pela realização desses estudos, tão
necessários, principalmente na ZH Lagos.
A seleção de imóveis rurais na ZH Lagos deve se pautar em estudos rigorosos, tomando
como base o contexto regional apresentado e as possibilidades de intervenção visando à melhor
relação custo-benefício para a Autarquia.
Rio de Janeiro, 30 de junho de 2017.
Carlos Magno Magalhães da Silva Perito Federal Agrário
SIAPE no 1551746
Asélio Vieira Passos Perito Federal Agrário
SIAPE no 1472712
Luiz Felício Palermo Perito Federal Agrário
SIAPE no 1326889
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TEIXEIRA, V. M. L. Dispersão e extensão urbana no município de Araruama: uma análise da implantação de loteamentos residenciais voltados à atividade turística. Cadernos do Desenvolvimento Fluminense, n. 8, p. 23-36, 2015.
TEIXEIRA JÚNIOR, L. C. et al. Avaliação da produção e gestão dos resíduos sólidos de municípios da Região dos Lagos do estado do Rio de Janeiro. Boletim do Observatório Ambiental Alberto Ribeiro Lamego, Campos dos Goytacazes/RJ, v. 6 n. 1, p. 11-27, 2012.
THORNTHWAITE, C. W.; MATHER, J. R. The water balance. Centerton: Drexed Institute of Technology, 1955. 104 p. (Publications in Climatology, v.8, n.1).
TRANSPORTES. Base de Dados Georreferenciados: PNLT 2010. Disponível em: http://www.transportes.gov.br/index/conteudo/id/36604. Acesso em: 09/2016.
UDOP. Bacias Hidrográficas: Rio de Janeiro. Disponível em: http://www.udop.com.br/index.php?item=bacias_hidrog. Acesso em: 17/03/2017.
VIEIRA, I. Queda nos royalties leva calamidade financeira a cidades do Rio. Disponível em: http://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2017-01/queda-nos-royalties-leva-calamidade-financeira-cidades-do-rio. Acesso em: 09/03/2017.
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ANEXO 1
MEMORIAL DE CÁLCULOS
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Rubrica:
Amostra Geral - Zona Homogênea Lagos
No do
elem. Tipologia Município Área (ha)
Valor com elasticidade
(R$/ha)
1o
Saneamento 2
o
Saneamento
1 Pecuária de Baixo Suporte Araruama 13,61 88.170,46
2 Pecuária de Baixo Suporte Araruama 19,36 20.661,16 20.661,16
3 Pecuária de Baixo Suporte Araruama 20,81 23.065,83 23.065,83
4 Pecuária de Baixo Suporte Araruama 29,04 17.906,34 17.906,34 17.906,34
5 Pecuária de Baixo Suporte Araruama 96,80 11.570,25 11.570,25 11.570,25
6 Pecuária de Baixo Suporte Araruama 179,08 13.401,83 13.401,83 13.401,83
7 Pecuária de Baixo Suporte Araruama 193,60 14.462,81 14.462,81 14.462,81
8 Pecuária de Baixo Suporte Casimiro de Abreu 46,23 60.566,73
9 Pecuária de Baixo Suporte Casimiro de Abreu 48,40 24.793,39 24.793,39
10 Pecuária de Baixo Suporte Casimiro de Abreu 242,00 13.223,14 13.223,14 13.223,14
11 Pecuária de Baixo Suporte Casimiro de Abreu 256,52 8.264,46 8.264,46 8.264,46
12 Pecuária de Baixo Suporte Casimiro de Abreu 1.597,20 4.007,01 4.007,01
13 Pecuária de Baixo Suporte Casimiro de Abreu 2.274,80 21.487,60 21.487,60
14 Pecuária de Baixo Suporte Rio das Ostras 242,00 82.644,63
15 Pecuária de Baixo Suporte Rio das Ostras 266,20 11.960,93 11.960,93 11.960,93
16 Pecuária de Baixo Suporte Saquarema 82,28 68.060,28
17 Pecuária de Baixo Suporte Saquarema 106,48 12.021,04 12.021,04 12.021,04
18 Pecuária de Baixo Suporte Saquarema 169,40 41.322,31
19 Pecuária de Baixo Suporte Silva Jardim 18,00 24.444,44 24.444,44
20 Pecuária de Baixo Suporte Silva Jardim 24,20 21.487,60 21.487,60
21 Pecuária de Baixo Suporte Silva Jardim 24,20 39.669,42
22 Pecuária de Baixo Suporte Silva Jardim 33,88 21.251,48 21.251,48
23 Pecuária de Baixo Suporte Silva Jardim 38,72 10.847,11 10.847,11 10.847,11
24 Pecuária de Baixo Suporte Silva Jardim 48,40 11.570,25 11.570,25 11.570,25
25 Pecuária de Baixo Suporte Silva Jardim 48,40 12.396,69 12.396,69 12.396,69
26 Pecuária de Baixo Suporte Silva Jardim 48,40 14.049,59 14.049,59 14.049,59
27 Pecuária de Baixo Suporte Silva Jardim 65,00 9.846,15 9.846,15 9.846,15
28 Pecuária de Baixo Suporte Silva Jardim 72,00 11.111,11 11.111,11 11.111,11
29 Pecuária de Baixo Suporte Silva Jardim 77,44 15.495,87 15.495,87 15.495,87
30 Pecuária de Baixo Suporte Silva Jardim 82,28 8.750,61 8.750,61 8.750,61
31 Pecuária de Baixo Suporte Silva Jardim 111,32 17.966,22 17.966,22 17.966,22
32 Pecuária de Baixo Suporte Silva Jardim 138,91 14.397,81 14.397,81 14.397,81
33 Pecuária de Baixo Suporte Silva Jardim 145,20 16.528,93 16.528,93 16.528,93
34 Pecuária de Baixo Suporte Silva Jardim 145,20 16.528,93 16.528,93 16.528,93
35 Pecuária de Baixo Suporte Silva Jardim 145,20 19.283,75 19.283,75 19.283,75
36 Pecuária de Baixo Suporte Silva Jardim 145,20 16.528,93 16.528,93 16.528,93
37 Pecuária de Baixo Suporte Silva Jardim 193,60 14.462,81 14.462,81 14.462,81
38 Pecuária de Baixo Suporte Silva Jardim 235,00 13.617,02 13.617,02 13.617,02
39 Pecuária de Baixo Suporte Silva Jardim 242,00 16.528,93 16.528,93 16.528,93
40 Pecuária de Baixo Suporte Silva Jardim 266,20 18.031,56 18.031,56 18.031,56
41 Pecuária de Baixo Suporte Silva Jardim 387,20 5.785,12 5.785,12
42 Pecuária de Baixo Suporte Silva Jardim 401,72 8.364,03 8.364,03 8.364,03
43 Pecuária de Baixo Suporte Silva Jardim 416,24 7.687,87 7.687,87
44 Pecuária de Baixo Suporte Silva Jardim 421,08 6.649,57 6.649,57
45 Pecuária de Baixo Suporte Silva Jardim 571,12 7.003,78 7.003,78
46 Pecuária de Baixo Suporte Silva Jardim 1.064,80 3.756,57 3.756,57
(Continua na página seguinte)
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No do
elem. Tipologia Município Área (ha)
Valor com elasticidade
(R$/ha)
1o
Saneamento 2
o
Saneamento
47 Pecuária de Baixo Suporte Silva Jardim 1.306,80 7.346,19 7.346,19
48 Haras Casimiro de Abreu 48,40 16.528,93 16.528,93 16.528,93
49 Haras Iguaba Grande 43,20 55.555,56
50 Haras Silva Jardim 256,52 13.410,26 13.410,26 13.410,26
51 Lavoura Permanente Casimiro de Abreu 56,40 39.007,09
52 Silvicultura (eucalipto) Araruama 28,70 27.874,56 27.874,56
53 Silvicultura (eucalipto) Araruama 31,50 8.888,89 8.888,89 8.888,89
54 Silvicultura (eucalipto) Silva Jardim 56,14 7.837,55 7.837,55
55 Exploração Mista1 Casimiro de Abreu 193,60 13.223,14 13.223,14 13.223,14
56 Exploração Mista1 Casimiro de Abreu 242,00 18.181,82 18.181,82 18.181,82
57 Exploração Mista1 Casimiro de Abreu 2.613,00 13.226,18 13.226,18 13.226,18
58 Exploração Mista1 Silva Jardim 242,00 11.570,25 11.570,25 11.570,25
59 Exploração Mista1 Silva Jardim 242,00 12.561,98 12.561,98 12.561,98
60 Exploração Mista2 Silva Jardim 243,00 26.337,45 26.337,45
61 Exploração Mista3 Silva Jardim 258,94 46.342,78
62 Exploração Mista4 Araruama 21,70 15.483,87 15.483,87 15.483,87
63 Exploração Mista5 Araruama 242,00 16.528,93 16.528,93 16.528,93
64 Exploração Mista6 Silva Jardim 43,56 17.447,20 17.447,20 17.447,20
65 Ovinocultura Araruama 15,50 30.967,74 30.967,74
66 Piscicultura Silva Jardim 48,40 16.528,93 16.528,93 16.528,93
67 Mata Casimiro de Abreu 19,36 23.966,94 23.966,94
68 Mata Casimiro de Abreu 24,20 6.280,99 6.280,99
69 Mata Saquarema 26,60 9.323,31 9.323,31 9.323,31
70 Mata Saquarema 50,00 20.800,00 20.800,00
71 Mata Silva Jardim 256,20 10.928,96 10.928,96 10.928,96
72 Mata Silva Jardim 580,80 4.132,23 4.132,23
73 Mata Silva Jardim 1.016,40 3.541,91 3.541,91
ESTATISTÍCAS Amostra Geral do MRT
Média 19.663,78 14.283,07 13.730,48
Desvio Padrão Amostral 16.748,80 6.205,72 3.039,80
Coeficiente de Variação 85,18 43,45 22,14
Média menos um Desvio Padrão 2.914,98 8.077,35 10.690,68
Média mais um Desvio Padrão 36.412,58 20.488,79 16.770,29
Número de Elementos 73 64 41
Campo de Arbítrio Inferior 16.714,21 12.140,61 11.670,91
Campo de Arbítrio Superior 22.613,35 16.425,53 15.790,05
1 - Pecuária + Lavoura Temporária 2 - Pecuária + Lav. Temporária + Silvicultura 3 - Pecuária + Lav. Perm. + Silv. + Ranicultura 4 - Pecuária + Silvicultura 5 - Pecuária + Equinocultura 6 - Pecuária + Avicultura
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1º Nível Categórico
Tipologia Pecuária - Zona Homogênea Lagos
No do
elem. Tipologia Município Área (ha)
Valor com elasticidade (R$/ha)
1o
Saneamento 2
o
Saneamento
1 Pecuária Araruama 13,61 88.170,46
2 Pecuária Araruama 19,36 20.661,16 20.661,16
3 Pecuária Araruama 20,81 23.065,83 23.065,83
4 Pecuária Araruama 29,04 17.906,34 17.906,34 17.906,34
5 Pecuária Araruama 96,80 11.570,25 11.570,25 11.570,25
6 Pecuária Araruama 179,08 13.401,83 13.401,83 13.401,83
7 Pecuária Araruama 193,60 14.462,81 14.462,81 14.462,81
8 Pecuária Casimiro de Abreu 46,23 60.566,73
9 Pecuária Casimiro de Abreu 48,40 24.793,39 24.793,39
10 Pecuária Casimiro de Abreu 242,00 13.223,14 13.223,14 13.223,14
11 Pecuária Casimiro de Abreu 256,52 8.264,46 8.264,46
12 Pecuária Casimiro de Abreu 1.597,20 4.007,01 4.007,01
13 Pecuária Casimiro de Abreu 2.274,80 21.487,60 21.487,60
14 Pecuária Rio das Ostras 242,00 82.644,63
15 Pecuária Rio das Ostras 266,20 11.960,93 11.960,93 11.960,93
16 Pecuária Saquarema 82,28 68.060,28
17 Pecuária Saquarema 106,48 12.021,04 12.021,04 12.021,04
18 Pecuária Saquarema 169,40 41.322,31
19 Pecuária Silva Jardim 18,00 24.444,44 24.444,44
20 Pecuária Silva Jardim 24,20 21.487,60 21.487,60
21 Pecuária Silva Jardim 24,20 39.669,42
22 Pecuária Silva Jardim 33,88 21.251,48 21.251,48
23 Pecuária Silva Jardim 38,72 10.847,11 10.847,11 10.847,11
24 Pecuária Silva Jardim 48,40 11.570,25 11.570,25 11.570,25
25 Pecuária Silva Jardim 48,40 12.396,69 12.396,69 12.396,69
26 Pecuária Silva Jardim 48,40 14.049,59 14.049,59 14.049,59
27 Pecuária Silva Jardim 65,00 9.846,15 9.846,15 9.846,15
28 Pecuária Silva Jardim 72,00 11.111,11 11.111,11 11.111,11
29 Pecuária Silva Jardim 77,44 15.495,87 15.495,87 15.495,87
30 Pecuária Silva Jardim 82,28 8.750,61 8.750,61 8.750,61
31 Pecuária Silva Jardim 111,32 17.966,22 17.966,22 17.966,22
32 Pecuária Silva Jardim 138,91 14.397,81 14.397,81 14.397,81
33 Pecuária Silva Jardim 145,20 16.528,93 16.528,93 16.528,93
34 Pecuária Silva Jardim 145,20 16.528,93 16.528,93 16.528,93
35 Pecuária Silva Jardim 145,20 19.283,75 19.283,75 19.283,75
36 Pecuária Silva Jardim 145,20 16.528,93 16.528,93 16.528,93
37 Pecuária Silva Jardim 193,60 14.462,81 14.462,81 14.462,81
38 Pecuária Silva Jardim 235,00 13.617,02 13.617,02 13.617,02
39 Pecuária Silva Jardim 242,00 16.528,93 16.528,93 16.528,93
40 Pecuária Silva Jardim 266,20 18.031,56 18.031,56 18.031,56
41 Pecuária Silva Jardim 387,20 5.785,12 5.785,12
42 Pecuária Silva Jardim 401,72 8.364,03 8.364,03 8.364,03
43 Pecuária Silva Jardim 416,24 7.687,87 7.687,87
(Continua na página seguinte)
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Rubrica:
No do
elem. Tipologia Município Área (ha)
Valor com elasticidade
(R$/ha)
1o
Saneamento 2
o
Saneamento
44 Pecuária Silva Jardim 421,08 6.649,57 6.649,57
45 Pecuária Silva Jardim 571,12 7.003,78 7.003,78
46 Pecuária Silva Jardim 1.064,80 3.756,57 3.756,57
47 Pecuária Silva Jardim 1.306,80 7.346,19 7.346,19
ESTATISTÍCAS Nível Categórico 1
Média 20.191,03 13.866,94 13.878,95
Desvio Padrão Amostral 18.731,16 5.546,13 2.977,32
Coeficiente de Variação 92,77 40,00 21,45
Média menos um Desvio Padrão 1.459,87 8.320,81 10.901,63
Média mais um Desvio Padrão 38.922,19 19.413,07 16.856,26
Número de Elementos 47 41 26
Campo de Arbítrio Inferior 17.162,38 11.786,90 11.797,10
Campo de Arbítrio Superior 23.219,69 15.946,99 15.960,79
Tipologia Haras - Zona Homogênea Lagos N
o do
elem. Tipologia Município Área (ha)
Valor com elasticidade (R$/ha)
1o Saneamento
48 Haras Casimiro de Abreu 48,40 16.528,93 16.528,93
49 Haras Iguaba Grande 43,20 55.555,56
50 Haras Silva Jardim 256,52 13.410,26 13.410,26
ESTATISTÍCAS Nível Categórico 1 Média 28.498,25 Mercado não
Definido Desvio Padrão Amostral 23.484,14
Coeficiente de Varição 82,41
Média menos um Desvio Padrão 5.014,10
Média mais um Desvio Padrão 51.982,39
Número de Elementos 3
Campo de Arbítrio Inferior 24.223,51
Campo de Arbítrio Superior 32.772,98
Tipologia Agricultura - Zona Homogênea Lagos N
o do
elem. Tipologia Município Área (ha)
Valor com elasticidade (R$/ha)
1o Saneamento
52 Silvicultura Araruama 28,70 27.874,56
53 Silvicultura Araruama 31,50 8.888,89 8.888,89
54 Silvicultura Silva Jardim 56,14 7.837,55 7.837,55
ESTATISTÍCAS Nível Categórico 1 Média 14.867,00 Mercado não
Definido Desvio Padrão Amostral 11.277,14
Coeficiente de Variação 75,85
Média menos um Desvio Padrão 3.589,86
Média mais um Desvio Padrão 26.144,14
Número de Elementos 3
Campo de Arbítrio Inferior 12.636,95
Campo de Arbítrio Superior 17.097,05
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Rubrica:
Tipologia Exploração Mista - Zona Homogênea Lagos
No do
elem. Tipologia Município Área (ha)
Valor com elasticidade
(R$/ha) 1
o Saneamento
55 Exploração Mista Casimiro de Abreu 193,60 13.223,14 13.223,14
56 Exploração Mista Casimiro de Abreu 242,00 18.181,82 18.181,82
57 Exploração Mista Casimiro de Abreu 2.613,00 13.226,18 13.226,18
58 Exploração Mista Silva Jardim 242,00 11.570,25 11.570,25
59 Exploração Mista Silva Jardim 242,00 12.561,98 12.561,98
60 Exploração Mista Silva Jardim 243,00 26.337,45 26.337,45
61 Exploração Mista Silva Jardim 258,94 46.342,78
62 Exploração Mista Araruama 21,70 15.483,87 15.483,87
63 Exploração Mista Araruama 242,00 16.528,93 16.528,93
64 Exploração Mista Silva Jardim 43,56 17.447,20 17.447,20
ESTATISTÍCAS Nível Categórico 1 Média 19.090,36 16.062,31
Desvio Padrão Amostral 10.468,43 4.487,15
Coeficiente de Variação 54,84 27,94
Média menos um Desvio Padrão 8.621,93 11.575,16
Média mais um Desvio Padrão 29.558,79 20.549,47
Número de Elementos 10 9
Campo de Arbítrio Inferior 16.226,81 13.652,97
Campo de Arbítrio Superior 21.953,91 18.471,66
Tipologia Mata - Zona Homogênea Lagos
No do
elem. Tipologia Município Área (ha)
Valor com elasticidade
(R$/ha)
1o
Saneamento 2
o
Saneamento 3
o
Saneamento
67 Mata Casimiro de Abreu 19,36 23.966,94
68 Mata Casimiro de Abreu 24,20 6.280,99 6.280,99 6.280,99 6.280,99
69 Mata Saquarema 26,60 9.323,31 9.323,31 9.323,31
70 Mata Saquarema 50,00 20.800,00
71 Mata Silva Jardim 256,20 10.928,96 10.928,96
72 Mata Silva Jardim 580,80 4.132,23 4.132,23 4.132,23 4.132,23
73 Mata Silva Jardim 1.016,40 3.541,91 3.541,91
ESTATISTÍCAS Nível Categórico 1 Média 11.282,05 6.841,48 6.578,84 Mercado
não Definido Desvio Padrão Amostral 8.077,74 3.217,46 2.608,32
Coeficiente de Variação 71,60 47,03 39,65
Média menos um Desvio Padrão 3.204,31 3.624,02 3.970,52
Média mais um Desvio Padrão 19.359,79 10.058,95 9.187,17
Número de Elementos 7 5 3
Campo de Arbítrio Inferior 9.589,74 5.815,26 5.592,02
Campo de Arbítrio Superior 12.974,36 7.867,70 7.565,67
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA Superintendência Regional no Estado do Rio de Janeiro – SR(07)
Divisão de Obtenção de Terras
Página 63 de 67
SR-07/RJ-fls.
Rubrica:
2º Nível Categórico
Tipologia Pecuária de Baixo Suporte - Zona Homogênea Lagos
No do
elem. Tipologia Município Área (ha)
Valor com elasticidade
(R$/ha)
1o
Saneamento 2
o
Saneamento
1 Pecuária de Baixo Suporte Araruama 13,61 88.170,46
2 Pecuária de Baixo Suporte Araruama 19,36 20.661,16 20.661,16
3 Pecuária de Baixo Suporte Araruama 20,81 23.065,83 23.065,83
4 Pecuária de Baixo Suporte Araruama 29,04 17.906,34 17.906,34 17.906,34
5 Pecuária de Baixo Suporte Araruama 96,80 11.570,25 11.570,25 11.570,25
6 Pecuária de Baixo Suporte Araruama 179,08 13.401,83 13.401,83 13.401,83
7 Pecuária de Baixo Suporte Araruama 193,60 14.462,81 14.462,81 14.462,81
8 Pecuária de Baixo Suporte Casimiro de Abreu 46,23 60.566,73
9 Pecuária de Baixo Suporte Casimiro de Abreu 48,40 24.793,39 24.793,39
10 Pecuária de Baixo Suporte Casimiro de Abreu 242,00 13.223,14 13.223,14 13.223,14
11 Pecuária de Baixo Suporte Casimiro de Abreu 256,52 8.264,46 8.264,46
12 Pecuária de Baixo Suporte Casimiro de Abreu 1.597,20 4.007,01 4.007,01
13 Pecuária de Baixo Suporte Casimiro de Abreu 2.274,80 21.487,60 21.487,60
14 Pecuária de Baixo Suporte Rio das Ostras 242,00 82.644,63
15 Pecuária de Baixo Suporte Rio das Ostras 266,20 11.960,93 11.960,93 11.960,93
16 Pecuária de Baixo Suporte Saquarema 82,28 68.060,28
17 Pecuária de Baixo Suporte Saquarema 106,48 12.021,04 12.021,04 12.021,04
18 Pecuária de Baixo Suporte Saquarema 169,40 41.322,31
19 Pecuária de Baixo Suporte Silva Jardim 18,00 24.444,44 24.444,44
20 Pecuária de Baixo Suporte Silva Jardim 24,20 21.487,60 21.487,60
21 Pecuária de Baixo Suporte Silva Jardim 24,20 39.669,42
22 Pecuária de Baixo Suporte Silva Jardim 33,88 21.251,48 21.251,48
23 Pecuária de Baixo Suporte Silva Jardim 38,72 10.847,11 10.847,11 10.847,11
24 Pecuária de Baixo Suporte Silva Jardim 48,40 11.570,25 11.570,25 11.570,25
25 Pecuária de Baixo Suporte Silva Jardim 48,40 12.396,69 12.396,69 12.396,69
26 Pecuária de Baixo Suporte Silva Jardim 48,40 14.049,59 14.049,59 14.049,59
27 Pecuária de Baixo Suporte Silva Jardim 65,00 9.846,15 9.846,15 9.846,15
28 Pecuária de Baixo Suporte Silva Jardim 72,00 11.111,11 11.111,11 11.111,11
29 Pecuária de Baixo Suporte Silva Jardim 77,44 15.495,87 15.495,87 15.495,87
30 Pecuária de Baixo Suporte Silva Jardim 82,28 8.750,61 8.750,61 8.750,61
31 Pecuária de Baixo Suporte Silva Jardim 111,32 17.966,22 17.966,22 17.966,22
32 Pecuária de Baixo Suporte Silva Jardim 138,91 14.397,81 14.397,81 14.397,81
33 Pecuária de Baixo Suporte Silva Jardim 145,20 16.528,93 16.528,93 16.528,93
34 Pecuária de Baixo Suporte Silva Jardim 145,20 16.528,93 16.528,93 16.528,93
35 Pecuária de Baixo Suporte Silva Jardim 145,20 19.283,75 19.283,75 19.283,75
36 Pecuária de Baixo Suporte Silva Jardim 145,20 16.528,93 16.528,93 16.528,93
37 Pecuária de Baixo Suporte Silva Jardim 193,60 14.462,81 14.462,81 14.462,81
38 Pecuária de Baixo Suporte Silva Jardim 235,00 13.617,02 13.617,02 13.617,02
39 Pecuária de Baixo Suporte Silva Jardim 242,00 16.528,93 16.528,93 16.528,93
40 Pecuária de Baixo Suporte Silva Jardim 266,20 18.031,56 18.031,56 18.031,56
41 Pecuária de Baixo Suporte Silva Jardim 387,20 5.785,12 5.785,12
42 Pecuária de Baixo Suporte Silva Jardim 401,72 8.364,03 8.364,03 8.364,03
43 Pecuária de Baixo Suporte Silva Jardim 416,24 7.687,87 7.687,87
(Continua na página seguinte)
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA Superintendência Regional no Estado do Rio de Janeiro – SR(07)
Divisão de Obtenção de Terras
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SR-07/RJ-fls.
Rubrica:
No do
elem. Tipologia Município Área (ha)
Valor com elasticidade
(R$/ha)
1o
Saneamento 2
o
Saneamento
44 Pecuária de Baixo Suporte Silva Jardim 421,08 6.649,57 6.649,57
45 Pecuária de Baixo Suporte Silva Jardim 571,12 7.003,78 7.003,78
46 Pecuária de Baixo Suporte Silva Jardim 1.064,80 3.756,57 3.756,57
47 Pecuária de Baixo Suporte Silva Jardim 1.306,80 7.346,19 7.346,19
ESTATISTÍCAS Nível Categórico 2
Média 20.191,03 13.866,94 13.878,95
Desvio Padrão Amostral 18.731,16 5.546,13 2.977,32
Coeficiente de Variação 92,77 40,00 21,45
Média menos um Desvio Padrão 1.459,87 8.320,81 10.901,63
Média mais um Desvio Padrão 38.922,19 19.413,07 16.856,26
Número de Elementos 47 41 26
Campo de Arbítrio Inferior 17.162,38 11.786,90 11.797,10
Campo de Arbítrio Superior 23.219,69 15.946,99 15.960,79
Tipologia Exploração Mista (Pecuária + Lavoura Temporária) - Zona Homogênea Lagos
No do
elem. Tipologia Município Área (ha)
Valor com elasticidade (R$/ha)
55 Expl. Mista (Pecuária + Lavoura Temporária) Casimiro de Abreu 193,60 13.223,14
56 Expl. Mista (Pecuária + Lavoura Temporária) Casimiro de Abreu 242,00 18.181,82
57 Expl. Mista (Pecuária + Lavoura Temporária) Casimiro de Abreu 2.613,00 13.226,18
58 Expl. Mista (Pecuária + Lavoura Temporária) Silva Jardim 242,00 11.570,25
59 Expl. Mista (Pecuária + Lavoura Temporária) Silva Jardim 242,00 12.561,98
ESTATISTÍCAS Nível Categórico 2 Média 13.752,67
Desvio Padrão Amostral 2.566,89
Coeficiente de Variação 18,66
Média menos um Desvio Padrão 11.185,79
Média mais um Desvio Padrão 16.319,56
Número de Elementos 5
Campo de Arbítrio Inferior 11.689,77
Campo de Arbítrio Superior 15.815,57
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA Superintendência Regional no Estado do Rio de Janeiro – SR(07)
Divisão de Obtenção de Terras
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SR-07/RJ-fls.
Rubrica:
3º Nível Categórico
Tipologia Pecuária de Baixo Suporte (Araruama) - Zona Homogênea Lagos
No do
elem. Tipologia Município Área (ha)
Valor com elasticidade (R$/ha)
1o Saneamento
1 Pecuária de Baixo Suporte Araruama 13,61 88.170,46
2 Pecuária de Baixo Suporte Araruama 19,36 20.661,16 20.661,16
3 Pecuária de Baixo Suporte Araruama 20,81 23.065,83 23.065,83
4 Pecuária de Baixo Suporte Araruama 29,04 17.906,34 17.906,34
5 Pecuária de Baixo Suporte Araruama 96,80 11.570,25 11.570,25
6 Pecuária de Baixo Suporte Araruama 179,08 13.401,83 13.401,83
7 Pecuária de Baixo Suporte Araruama 193,60 14.462,81 14.462,81
ESTATISTÍCAS Nível Categórico 3
Média 27.034,10 16.844,70
Desvio Padrão Amostral 27.265,18 4.466,35
Coeficiente de Variação 100,85 26,51
Média menos um Desvio Padrão -231,08 12.378,35
Média mais um Desvio Padrão 54.299,27 21.311,05
Número de Elementos 7 6
Campo de Arbítrio Inferior 22.978,98 14.318,00
Campo de Arbítrio Superior 31.089,21 19.371,41
Tipologia Pecuária de Baixo Suporte (Casimiro de Abreu) - Zona Homogênea Lagos
No do
elem. Tipologia Município Área (ha)
Valor com elasticidade
(R$/ha)
1o
Saneamento 2
o
Saneamento 3
o
Saneamento
8 Pecuária de Baixo Suporte Casimiro de Abreu 46,23 60.566,73
9 Pecuária de Baixo Suporte Casimiro de Abreu 48,40 24.793,39 24.793,39
10 Pecuária de Baixo Suporte Casimiro de Abreu 242,00 13.223,14 13.223,14 13.223,14 13.223,14
11 Pecuária de Baixo Suporte Casimiro de Abreu 256,52 8.264,46 8.264,46 8.264,46 8.264,46
12 Pecuária de Baixo Suporte Casimiro de Abreu 1.597,20 4.007,01 4.007,01
13 Pecuária de Baixo Suporte Casimiro de Abreu 2.274,80 21.487,60 21.487,60 21.487,60
ESTATISTÍCAS Nível Categórico 3
Média 22.057,06 14.355,12 14.325,07 Mercado não
Definido Desvio Padrão Amostral 20.420,01 8.736,28 6.680,09
Coeficiente de Variação 92,58 60,86 46,63
Média menos um Desvio Padrão 1.637,04 5.618,84 7.644,98
Média mais um Desvio Padrão 42.477,07 23.091,40 21.005,15
Número de Elementos 6 5 3
Campo de Arbítrio Inferior 18.748,50 12.201,85 12.176,31
Campo de Arbítrio Superior 25.365,61 16.508,39 16.473,83
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA Superintendência Regional no Estado do Rio de Janeiro – SR(07)
Divisão de Obtenção de Terras
Página 66 de 67
SR-07/RJ-fls.
Rubrica:
Tipologia Pecuária de Baixo Suporte (Saquarema) - Zona Homogênea Lagos
No do
elem. Tipologia Município
Área (ha)
Valor com elasticidade (R$/ha)
1o Saneamento
16 Pecuária de Baixo Suporte Saquarema 82,28 68.060,28 68.060,28
17 Pecuária de Baixo Suporte Saquarema 106,48 12.021,04
18 Pecuária de Baixo Suporte Saquarema 169,40 41.322,31 41.322,31
ESTATISTÍCAS Nível Categórico 3
Média 40.467,88 Mercado não Definido
Desvio Padrão Amostral 28.029,39
Coeficiente de Variação 69,26
Média menos um Desvio Padrão 12.438,49
Média mais um Desvio Padrão 68.497,27
Número de Elementos 3
Campo de Arbítrio Inferior 34.397,70
Campo de Arbítrio Superior 46.538,06
Tipologia Pecuária de Baixo Suporte (Silva Jardim) - Zona Homogênea Lagos
No do
elem. Tipologia Município Área (ha)
Valor com elasticidade (R$/ha)
1o
Saneamento
19 Pecuária de Baixo Suporte Silva Jardim 18,00 24.444,44
20 Pecuária de Baixo Suporte Silva Jardim 24,20 21.487,60
21 Pecuária de Baixo Suporte Silva Jardim 24,20 39.669,42
22 Pecuária de Baixo Suporte Silva Jardim 33,88 21.251,48 21.251,48
23 Pecuária de Baixo Suporte Silva Jardim 38,72 10.847,11 10.847,11
24 Pecuária de Baixo Suporte Silva Jardim 48,40 11.570,25 11.570,25
25 Pecuária de Baixo Suporte Silva Jardim 48,40 12.396,69 12.396,69
26 Pecuária de Baixo Suporte Silva Jardim 48,40 14.049,59 14.049,59
27 Pecuária de Baixo Suporte Silva Jardim 65,00 9.846,15 9.846,15
28 Pecuária de Baixo Suporte Silva Jardim 72,00 11.111,11 11.111,11
29 Pecuária de Baixo Suporte Silva Jardim 77,44 15.495,87 15.495,87
30 Pecuária de Baixo Suporte Silva Jardim 82,28 8.750,61 8.750,61
31 Pecuária de Baixo Suporte Silva Jardim 111,32 17.966,22 17.966,22
32 Pecuária de Baixo Suporte Silva Jardim 138,91 14.397,81 14.397,81
33 Pecuária de Baixo Suporte Silva Jardim 145,20 16.528,93 16.528,93
34 Pecuária de Baixo Suporte Silva Jardim 145,20 16.528,93 16.528,93
35 Pecuária de Baixo Suporte Silva Jardim 145,20 19.283,75 19.283,75
36 Pecuária de Baixo Suporte Silva Jardim 145,20 16.528,93 16.528,93
37 Pecuária de Baixo Suporte Silva Jardim 193,60 14.462,81 14.462,81
38 Pecuária de Baixo Suporte Silva Jardim 235,00 13.617,02 13.617,02
39 Pecuária de Baixo Suporte Silva Jardim 242,00 16.528,93 16.528,93
40 Pecuária de Baixo Suporte Silva Jardim 266,20 18.031,56 18.031,56
41 Pecuária de Baixo Suporte Silva Jardim 387,20 5.785,12
42 Pecuária de Baixo Suporte Silva Jardim 401,72 8.364,03 8.364,03
43 Pecuária de Baixo Suporte Silva Jardim 416,24 7.687,87 7.687,87
44 Pecuária de Baixo Suporte Silva Jardim 421,08 6.649,57
45 Pecuária de Baixo Suporte Silva Jardim 571,12 7.003,78
46 Pecuária de Baixo Suporte Silva Jardim 1.064,80 3.756,57
(Continua na página seguinte)
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA Superintendência Regional no Estado do Rio de Janeiro – SR(07)
Divisão de Obtenção de Terras
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SR-07/RJ-fls.
Rubrica:
No do
elem. Tipologia Município Área (ha)
Valor com elasticidade (R$/ha)
1o
Saneamento
47 Pecuária de Baixo Suporte Silva Jardim 1.306,80 7.346,19 7.346,19
ESTATISTÍCAS Nível Categórico 3
Média 14.185,80 13.754,17
Desvio Padrão Amostral 7.138,27 3.945,76
Coeficiente de Variação 50,32 28,69
Média menos um Desvio Padrão 7.047,54 9.808,41
Média mais um Desvio Padrão 21.324,07 17.699,93
Número de Elementos 29 22
Campo de Arbítrio Inferior 12.057,93 11.691,05
Campo de Arbítrio Superior 16.313,68 15.817,30
Tipologia Exploração Mista (Pecuária + Lavoura Temporária) em Casimiro de Abreu - Zona Homogênea Lagos
No do
elem. Tipologia Município Área (ha) Valor com elasticidade (R$/ha)
55 Exploração Mista Casimiro de Abreu 193,60 13.223,14
56 Exploração Mista Casimiro de Abreu 242,00 18.181,82
57 Exploração Mista Casimiro de Abreu 2.613,00 13.226,18
ESTATISTÍCAS Nível Categórico 3 Média 14.877,05
Desvio Padrão Amostral 2.862,02
Coeficiente de Variação 19,24
Média menos um Desvio Padrão 12.015,03
Média mais um Desvio Padrão 17.739,06
Número de Elementos 3
Campo de Arbítrio Inferior 12.645,49
Campo de Arbítrio Superior 17.108,60
Tipologia Mata (Silva Jardim) - Zona Homogênea Lagos
No do
elem. Tipologia Município Área (ha)
Valor com elasticidade (R$/ha)
1o Saneamento
71 Mata Silva Jardim 256,20 10.928,96
72 Mata Silva Jardim 580,80 4.132,23 4.132,23
73 Mata Silva Jardim 1.016,40 3.541,91 3.541,91
ESTATISTÍCAS Nível Categórico 3 Média 6.201,04 Mercado não
Definido Desvio Padrão Amostral 4.105,13
Coeficiente de Variação 66,20
Média menos um Desvio Padrão 2.095,91
Média mais um Desvio Padrão 10.306,16
Número de Elementos 3
Campo de Arbítrio Inferior 5.270,88
Campo de Arbítrio Superior 7.131,19