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Superintendência Regional no Estado do Rio de Janeiro

RelatórioAnálise deMercados deTerras

SERRANA

Rio de Janeiro

Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária Superintendência Regional no Estado do Rio de Janeiro

Divisão de Obtenção de Terras

6

@

Relatório de Análise de Mercados de

SERRANA

Rio de Janeiro - 2017

Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA Superintendência Regional no Estado do Rio de Janeiro – SR(07)

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Relatório de Análise de Mercados de Terras

na Zona Homogênea Serrana

Aprovado pela Câmara Técnica em ___ de ____________de 2017.

Aprovado pelo Comitê de Decisão Regional em ___ de __________de 2017.

Equipe Responsável pela pesquisa de campo:

Perito Federal Agrário Carlos Magno Magalhães da Silva

Equipe Responsável pela elaboração do Relatório:

Perito Federal Agrário Asélio Vieira Passos

Perito Federal Agrário Carlos Magno Magalhães da Silva

Perito Federal Agrário Luiz Felício Palermo

Rio de Janeiro Dezembro-2017

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Sumário

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................. 5

2. CARACTERÍSTICAS DA ZONA HOMOGÊNEA SERRANA .............................................. 5

2.1. Abrangência geográfica ........................................................................................................... 6

2.2. Histórico da ocupação .............................................................................................................. 7

2.2.1. Ciclos econômicos ............................................................................................................ 7

2.2.2. Relações Campo X Cidade e Socioeconomia ................................................................ 14

2.2.3. Qualidade de vida da população ..................................................................................... 19

2.2.4. Políticas públicas ............................................................................................................ 20

2.2.5. Conflitos agrários ........................................................................................................... 22

2.3. Clima e recursos naturais ....................................................................................................... 22

2.3.1. Clima .............................................................................................................................. 22

2.3.2. Recursos Naturais ........................................................................................................... 24

2.3.2.1. Relevo .................................................................................................................... 25

2.3.2.2. Hidrologia .............................................................................................................. 26

2.3.2.3. Flora e Fauna ......................................................................................................... 28

2.3.2.4. Áreas de Lavras ..................................................................................................... 31

2.4. Áreas legalmente protegidas .................................................................................................. 33

2.5. Infraestruturas viárias ............................................................................................................ 35

2.6. Principais atividades econômicas .......................................................................................... 37

2.6.1. Setor Agrícola ................................................................................................................. 39

2.6.2. Setor Pecuário ................................................................................................................. 43

3. PREÇOS DE TERRAS SEGUNDO A INFORMA ECONOMICS/FNP ............................... 44

4. MERCADO DE TERRAS NA REGIÃO .................................................................................. 47

5. PREÇO DA TERRA E REFORMA AGRÁRIA ...................................................................... 47

6. MÉTODOS .................................................................................................................................. 48

6.1. Pesquisas em campo .............................................................................................................. 48

6.2. Tipologias .............................................................................................................................. 48

6.3. Homogeneização dos Elementos Amostrais .......................................................................... 50

7. RESULTADOS ............................................................................................................................ 51

8. ANÁLISE DOS INDICADORES DO COMPORTAMENTO DE MERCADO ................... 55

9. CONCLUSÕES ........................................................................................................................... 56

10. LITERATURA CONSULTADA ............................................................................................... 58

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Índice de Figuras Figura 1 – Mapa de situação da Zona Homogênea Serrana .................................................................. 6 Figura 2 – Distribuição climática na Zona Homogênea Serrana ........................................................ 23 Figura 3 – Variação espacial da precipitação pluvial anual (mm) na Zona Homogênea Serrana ....... 24

Figura 4 – Mapa de solos da Zona Homogênea Serrana ..................................................................... 25 Figura 5 – Regiões Hidrográficas na Zona Homogênea Serrana ........................................................ 27 Figura 6 – Mapa temático de Uso e Cobertura do Solo do estado do Rio de Janeiro (2013) ............. 29

Figura 7 – Mapa do Uso e Cobertura do Solo na Zona Homogênea Serrana ..................................... 31

Figura 8 – Mapa das áreas de Lavra na Zona Homogênea Serrana .................................................... 32

Figura 9 – Mapa Multimodal da Zona Homogênea Serrana ............................................................... 37 Figura 10 – Evolução do preço de terras (R$/ha) para a Zona Homogênea Serrana (set-out/2005 a set-out/2017) ......................................................................................................................................... 46

Figura 11 – Localização das amostras coletadas em campo no Mercado Regional de Terras na Zona Homogênea Serrana ............................................................................................................................. 51

Índice de Tabelas Tabela 1 – Municípios pertencentes à Zona Homogênea Serrana ........................................................ 7 Tabela 2 – Dados populacionais na Zona Homogênea Serrana entre 1940 e 2010 ............................ 16 Tabela 3 – Distribuição percentual da população na Zona Homogênea Serrana em 2017 ................. 17 Tabela 4 – Nível de urbanização e população residente total, urbana e rural nas zonas homogêneas do estado do Rio de Janeiro .................................................................................................................. 17 Tabela 5 – População por situação de domicílio em 1991, 2000 e 2010 na Zona Homogênea Serrana .............................................................................................................................................................. 18 Tabela 6 – Lista de municípios da Zona Homogênea Serrana por Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) ..................................................................................................................................... 19 Tabela 7 – População em situação de extrema pobreza na Zona Homogênea Serrana e no estado em 2010 ...................................................................................................................................................... 20 Tabela 8 – População em situação de extrema pobreza na Zona Homogênea Serrana em 2010 ........ 21 Tabela 9 – Projetos de reforma agrária na Zona Homogênea Serrana ................................................ 22 Tabela 10 – Unidades geradoras de energia na Zona Homogênea Serrana ........................................ 28

Tabela 11 – Unidades de Conservação localizadas na Zona Homogênea Serrana ............................. 34

Tabela 12 – Desempenho das estradas de ferro brasileiras no ano de 1867 (valores em Réis) .......... 36 Tabela 13 – Valor Adicionado Bruto por atividade econômica, Produto Interno Bruto e Produto Interno Bruto per capita nas Zonas Homogêneas do estado do Rio de Janeiro em 2014 .................... 38 Tabela 14 – Valor Adicionado Bruto por atividade econômica, Produto Interno Bruto e Produto Interno Bruto per capita nos municípios da Zona Homogênea Serrana em 2014 ................................ 39 Tabela 15 – Produção agrícola na Zona Homogênea Serrana em 2016 .............................................. 41 Tabela 16 – Lavouras temporárias e permanentes que apresentaram maior rentabilidade na Zona Homogênea Serrana em 2016 ............................................................................................................... 42 Tabela 17 – Produção leiteira nas Zonas Homogêneas do estado do Rio de Janeiro em 2016 ........... 43 Tabela 18 – Produção leiteira na Zona Homogênea Serrana em 2016 ................................................ 44 Tabela 19 – Número de elementos, porcentagem de elementos em relação ao total destes, média dos valores (R$/ha) e média dos valores com elasticidade de 20% (R$/ha), por tipologia, para o Mercado Regional de Terras na Zona Homogênea Serrana ................................................................................ 52 Tabela 20 – Planilha de Preços Referenciais de Terras (PPRT) na Zona Homogênea Serrana .......... 54

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RELATÓRIO DE ANÁLISE DE MERCADO DE TERRAS DA ZONA HOMOGÊNEA SERRANA

1. INTRODUÇÃO

Este documento atende à ORDEM DE SERVIÇO nº 15/2015/INCRA/SR(07)G, de 04 de

maio de 2015, publicada no Boletim de Serviço nº 20, de 18 de maio de 2015, assim como o disposto

no Regimento Interno do INCRA, anexo à Portaria no 49, de 31 de janeiro de 2017. A Norma de

Execução 112, de 12 de setembro de 2014, estabelece procedimentos técnicos para elaboração do

Relatório de Análise de Mercados de Terras (RAMT).

Inicialmente, apresenta-se um breve diagnóstico socioeconômico da Zona Homogênea

Serrana do estado do Rio de Janeiro, assim denominada conforme deliberação na Câmara Técnica da

SR(07), em reunião ordinária no dia 17/08/2015, enfatizando-se o mercado de terras, com base em

dados secundários, e a Planilha de Preços Referenciais de Terras (PPRT), a qual oferece subsídios à

tomada de decisão de engenheiros agrônomos e demais gestores da instituição, em trabalhos diversos

onde o valor da terra é relevante.

O INCRA adquire e difunde a pesquisa do mercado de terras veiculada pela Informa

Economics/FNP demonstrando o comportamento do mercado de terras no país. Neste trabalho,

apresentam-se os resultados publicados pela pesquisa, no período 2005-2017, em caráter ilustrativo,

que auxiliam na análise de consistência dos resultados apresentados, ainda que haja diferença entre

os métodos utilizados pela empresa supracitada e pelo INCRA.

2. CARACTERÍSTICAS DA ZONA HOMOGÊNEA SERRANA

A Zona Homogênea Serrana (ZH Serrana) é marcada por duas unidades espaciais

diferenciadas. A primeira caracteriza-se por apresentar grande dinamismo, em função das atividades

industriais e turísticas, abrangendo os municípios de Nova Friburgo, Teresópolis e Petrópolis. Nesses

municípios a produção de hortifrutigranjeiros, nos vales intermontanos, também contribui para o

expressivo desenvolvimento socioeconômico regional. Em consequência, os preços de terra são

historicamente mais altos nesses municípios, comparando-se com os demais da região.

A outra unidade é representada por municípios de base agropecuária, alguns desses com

aspectos físicos limitantes à produção agrícola por forte declividade e elevadas altitudes, desgaste do

Superintendência Regional no Estado do Rio de Janeiro

solo por ciclos históricos de produção sem conservação adequada, além de

como, por exemplo, Trajano de

2.1. Abrangência geográfica

Localizada entre as montanhas da Serra dos Órgãos, os municípios que compõe a

Serrana assemelham-se tanto pelas características físicas como pelo processo de ocupação

(MARAFON et al., 2005). Esta

(DTB) do IBGE (2014), composta d

Cantagalo, Carmo, Cordeiro e Macuco), Nova Friburgo (Bom Jardim, Duas Barras, Nova Friburgo e

Sumidouro), Santa Maria Madalena (Santa Maria Madalena, São Sebastião do Alto e Trajano de

Moraes) e Serrana (Petrópolis, Teresópolis e São José do Vale do Rio Preto), além do município de

Paty do Alferes, que pertence à microrregião de Vassouras

A ZH Serrana possui área total de

com as Zonas Homogêneas Nordeste

de Minas Gerais.

Figura 1 – Mapa de situação da Zona Homogênea

Fonte: CEPERJ (2016) - adaptado (http://www.ceperj.rj.gov.br/ceep/info_territorios/divis_politico_administrativo.html

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solo por ciclos históricos de produção sem conservação adequada, além de

como, por exemplo, Trajano de Morais, Macuco e Santa Maria Madalena.

Abrangência geográfica

Localizada entre as montanhas da Serra dos Órgãos, os municípios que compõe a

se tanto pelas características físicas como pelo processo de ocupação

Esta zona homogênea é, de acordo com a Divisão Territorial Brasileira

composta das microrregiões Cantagalo-Cordeiro

Cantagalo, Carmo, Cordeiro e Macuco), Nova Friburgo (Bom Jardim, Duas Barras, Nova Friburgo e

umidouro), Santa Maria Madalena (Santa Maria Madalena, São Sebastião do Alto e Trajano de

Moraes) e Serrana (Petrópolis, Teresópolis e São José do Vale do Rio Preto), além do município de

Paty do Alferes, que pertence à microrregião de Vassouras (Tabela 1).

ossui área total de 7.327,62 km2, abrangendo 15

Nordeste, Leste, Lagos, Metropolitana, Vale do Paraíba

Mapa de situação da Zona Homogênea Serrana

http://www.ceperj.rj.gov.br/ceep/info_territorios/divis_politico_administrativo.html

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solo por ciclos históricos de produção sem conservação adequada, além de infraestrutura precária

Localizada entre as montanhas da Serra dos Órgãos, os municípios que compõe a ZH

se tanto pelas características físicas como pelo processo de ocupação

é, de acordo com a Divisão Territorial Brasileira

Cordeiro (com os municípios de

Cantagalo, Carmo, Cordeiro e Macuco), Nova Friburgo (Bom Jardim, Duas Barras, Nova Friburgo e

umidouro), Santa Maria Madalena (Santa Maria Madalena, São Sebastião do Alto e Trajano de

Moraes) e Serrana (Petrópolis, Teresópolis e São José do Vale do Rio Preto), além do município de

5 municípios, confrontando

Lagos, Metropolitana, Vale do Paraíba e com o estado

http://www.ceperj.rj.gov.br/ceep/info_territorios/divis_politico_administrativo.html)

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Tabela 1 – Municípios pertencentes à Zona Homogênea Serrana

Município Módulo Fiscal (ha) FMP (ha) Superfície Territorial (km2)

Bom Jardim 25 2 389,25 Cantagalo 35 3 757,66 Carmo 35 3 324,62 Cordeiro 35 3 116,44 Duas Barras 26 2 379,53 Macuco 35 3 78,07 Nova Friburgo 10 2 939,89 Paty do Alferes 16 3 322,42 Petrópolis 10 2 800,41 Santa Maria Madalena 35 3 825,46 São José do Vale do Rio Preto 10 2 222,38 São Sebastião do Alto 35 3 400,21

Sumidouro 26 2 399,04

Teresópolis 10 2 777,49

Trajano de Moraes 35 3 594,65

Total --- --- 7.327,62

Fonte: SNCR/INCRA (2015). Nota: FMP – Fração Mínima de Parcelamento.

A ZH Serrana apresenta a quarta maior densidade populacional do estado (117,38

hab./km2), o que corresponde a 5,12% do total do número de habitantes. A cidade de Petrópolis

apresenta 34,88% da população desta zona homogênea (298.235 habitantes) (IBGE, 2017a).

2.2. Histórico da ocupação

2.2.1. Ciclos econômicos

A partir de 1670 houve queda na demanda do açúcar brasileiro tendo em vista a

concorrência do Caribe e a política colonial britânica e francesa de exclusividade de compras de

açúcar de suas colônias (GALLOWAY, 1974; SCHWARTZ, 1988). Essa crise foi agravada pela

descoberta do ouro em Minas Gerais (1698), causando elevação acentuada do preço dos escravos e

abandono parcial das atividades agrícolas. A escassez de escravos levou ao fechamento de 24

engenhos no país em 1723 (RUSSELL-WOOD, 1981).

Portanto, a descoberta e exploração do ouro nas Minas Gerais tiveram repercussões

imediatas e de longo alcance, não somente na sociedade e na economia do Brasil, mas também na

metrópole e em sua posição política e econômica dentro da Europa. Como um dos resultados, a

capital do vice-reinado passou de Salvador para o Rio de Janeiro, em 1763, por uma questão de

logística em relação às áreas minerárias (SILVA, 2012a). Isso implicou em que, a partir da segunda

metade do XVIII, o espaço fluminense se transformou num dos principais locais da dinâmica

econômica colonial brasileira (PESAVENTO, 2012).

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A extração aurífera aumentou o fluxo de mercadorias e serviços para a região mineira por

meio de uma verdadeira rede de estradas (consolidada ao longo dos séculos seguintes), o que

intensificou o comércio de abastecimento nas áreas de lavra de ouro, aproveitando-se do contingente

populacional sempre carente de produtos da área portuária e dos sertões interiores (NOVAES, 2008;

FRAGOSO et al., 2014). Além disso, desencadeou a formação de novos povoados, vilas e cidades,

elevando a circulação e produção de diversas mercadorias. Consequentemente tornou-se necessário

montar um aparato administrativo e fiscal para garantir a porção da Coroa, reforçando a expansão e

importância da região sudeste brasileira à época (PESAVENTO, 2012).

Uma dessas estradas ficou conhecida como “Caminho do Proença”1 e perfazia o seguinte

trajeto: do Cais dos Mineiros, hoje Praça XV de Novembro, na baía de Guanabara, subia-se o rio

Inhomirim até o Porto de Estrela, passava-se pela fazenda da Mandioca e por fazendas do Córrego

Seco (atual Petrópolis), Padre Correa, Secretário e Vila de Sebolas, encontrando-se, ao final, com o

“Caminho Novo”2 em Santo Antônio da Encruzilhada (já em Paraíba do Sul) (NOVAES, 2008). Este

caminho permitiu encurtar a viagem de 30 para apenas quatro ou cinco dias (JUNQUEIRA, 2004).

Entretanto a extração de minerais não ficou restrita ao território de Minas Gerais. Ao longo

da malha viária foram se estabelecendo pequenas lavras em alguns rios da ZH Serrana, iniciando um

processo de desbravamento de algumas áreas e fixando pequeno adensamento populacional, como é

o caso dos atuais municípios de Bom Jardim, Cantagalo, Cordeiro, Nova Friburgo, São Sebastião do

Alto e Sumidouro, onde os aventureiros em busca de ouro se estabeleceram nas nascentes do rio

Macuco e nos afluentes dos rios Macuco, Negro e Grande, afugentando da região os índios Coroados

e Goitacazes, que dominavam as áreas de relevo mais acidentado (TCE-RJ, 2016a, b, c, d, e, f).

Todavia, após um breve período de exploração, que se estenderia por aproximadamente

vinte anos, as lavras começaram a dar sinais de exaustão. Com o fim das atividades de mineração,

promoveu-se de modo mais intenso a ocupação da região, o que antes era impedido pelas autoridades

da Colônia temerosas pelo extravio do ouro. A permissão para a ocupação estimulou a formação de

fazendas, sítios, posses e chácaras no município os quais, além de alimentos para o mercado interno

da então Província do Rio de Janeiro, utilizaram a fertilidade deixada pela recente cobertura florestal

para o desenvolvimento de imensas plantações de café (GOMES, 2004).

1 Em homenagem a Bernardo Soares de Proença, o qual abriu uma variante que encurtava e facilitava o trajeto o Caminho Novo que tinha sido aberto alguns anos antes. Atualmente é a RJ-107, conhecida como Velha Estrada de Petrópolis ou Estrada Automóvel Club. 2 Nome dado ao trecho mais jovem da Estrada Real, que foi definido entre 1722 e 1725, e que vai de Ouro Preto ao Rio de Janeiro.

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A nova prioridade de exportação do Governo Colonial passou a ser o café em virtude do

esgotamento das reservas de ouro de Minas Gerais e da crise do açúcar no mercado internacional. A

atividade cafeeira desordenada foi a responsável pela devastação acelerada de áreas florestadas na

ZH Serrana, onde não se respeitou a seleção das espécies vegetais para corte e aproveitamento da

madeira de lei, tal era a ganância pela imediata transformação das terras virgens em cafezais. Para a

região migraram homens da baixada fluminense, mineiros e paulistas levando milhares de braços

escravos (JUNQUEIRA, 2004). Além destes, colonos vindos da ZH Leste, subindo o rio Paraíba do

Sul, começaram a fixar residência na região e se dedicaram ao cultivo do café.

O início do ciclo econômico do café foi responsável pelos primeiros povoamentos dos

locais onde hoje são os municípios de Carmo, Duas Barras, Macuco, Paty do Alferes, São José do

Vale do Rio Preto e Trajano de Moraes, estes ligados à migração da mão de obra escrava dos

garimpos e dos “trabalhadores livres” das áreas de cana-de-açúcar da ZH Leste.

Com a abolição da escravatura e a criação da República reduziu-se o prestígio da

aristocracia rural faltando braços para a lavoura. Muitos trabalhadores se instalavam nas fazendas de

café com direito a moradia e pequena exploração própria, contudo, sem mudança na propriedade da

terra, surgia então o colonato (MARAFON et al., 2005).

O sistema do colonato baseava-se em três pilares. O primeiro era o controle da terra pelos

fazendeiros através da propriedade privada, reconhecida pelo Estado e por outros atores, entre os

quais os colonos (MARTINS, 1979). O segundo pilar do colonato foi o uso da mão de obra

juridicamente livre que, ao contrário da mão de obra cativa, teria como possibilidade mais tangível –

embora não isenta de implicações – a opção pelo abandono da propriedade (LANNA, 1986). Por fim,

as condições da agricultura em geral e da atividade cafeeira em particular, que viabilizavam a

manutenção e reprodução do sistema enquanto este assegurasse retornos materiais e simbólicos

considerados satisfatórios tanto pelos proprietários de terras quanto pela mão de obra, mesmo que

julgados em parâmetros diferentes (SANTOS & MENDONÇA, 1986). Por tudo isso, os

trabalhadores sob o colonato3 encontravam-se numa “condição camponesa tutelada” (NEVES, 2008).

A primeira “obrigação” do colono na ZH Serrana era a meia, que correspondia à entrega ao

fazendeiro de metade da colheita de café produzida no sítio. A segunda era o trabalho nas terras e

lavouras da fazenda nas turmas, compulsórias e não remuneradas. O colono teria que, duas vezes por

3 O colono não deve ser confundido com outros trabalhadores rurais que eram empregados como campeiros, tropeiros, carreiros e candeeiros. Quem desejasse trabalhar numa fazenda só poderia se tornar colono com o aceite do administrador, que representava o fazendeiro. Caso a permissão fosse concedida, o colono recebia uma casa para residir, plantar para si e para sua família. O recebimento da casa trazia consigo a noção de que a condição da moradia estava associada à prestação de trabalho (DEZEMONE, 2015).

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semana, contribuir com atividades de preparação, plantio, trato, colheita, transporte e secagem do

café nas terras da fazenda, que não seriam terras do sítio (DEZEMONE, 2015).

A dispensa era algo comum no colonato. Se o prazo exíguo não fosse obedecido, ocorreria a

retirada das telhas da casa do colono. Assim, a expulsão significava a prevalência do desejo e do

poder pessoal dos proprietários ou prepostos, encerramento do contrato social implícito, sem

ressarcimento ou indenização de qualquer natureza pelo trabalho e pelas benfeitorias do colono.

Essas práticas marcavam ainda, na ótica dos colonos, a permanência do cativeiro para além do marco

legal da Lei Áurea, diferente dos marcos políticos tradicionais e da própria percepção da escravidão.

Seja por motivo voluntário, seja pelas expulsões, quando saídos de uma propriedade, os camponeses

encontravam abrigo noutra fazenda, recebendo obrigações (iguais ou com variações) e prestações de

natureza pessoal diante de outro fazendeiro ou administrador (DEZEMONE, 2015).

Em paralelo têm-se a entrada dos trabalhadores imigrantes estrangeiros com o aval da

Coroa, a qual, por meio de seus agentes na Europa, selecionava “a dedo” o imigrante pobre (MELO,

2008), desprovido de meios, que chegasse ao Brasil sem alternativa senão a de trabalhar em

latifúndio alheio para um dia, eventualmente, tornar-se senhor de sua própria terra. Mais de um

milhão e 600 mil imigrantes vieram para o País num período de pouco mais de 30 anos, entre 1881 e

1913, sendo a maioria para trabalhar como colonos nas fazendas de café (MARTINS, 1979).

Contrastando um pouco com esse cenário agrícola tem-se o município de Petrópolis, cuja

história está intimamente ligada a família real. Dom Pedro I, que nas viagens para Minas Gerais

pousava na fazenda de Corrêas, adquiriu uma fazenda vizinha a esta em 1830, a Fazenda do Córrego

Seco, acrescida no ano seguinte de gleba no Alto da Serra. Com sua abdicação em 1831 essas

propriedades ficaram arrendadas até 1842. No ano seguinte, Dom Pedro II, assinou

um decreto determinando o assentamento de pessoas e a construção do palácio de verão

(MESQUITA, 2012).

Graças às facilidades concedidas por Dom Pedro II, em 1845 chegaram ao Córrego Seco da

Serra Acima, denominação primitiva do Alto da Serra, os primeiros grupos de colonos alemães,

incumbidos de construir a cidade, o palácio imperial e de colonizar a região (ainda que não tenham

sido os únicos, pois outros povos possibilitaram o crescimento inicial de Petrópolis, tal como

italianos, brasileiros vindos de outras regiões e escravos). Para tanto o Governo adquiriu outras duas

fazendas, Velasco e Itamarati, e recebeu em doação a fazenda Quitandinha, com vistas a transformar

suas terras em colônia agrícola (MESQUITA, 2012).

A partir da elevação de Petrópolis a categoria de cidade em 1857, esta passou a ser um

refúgio de veraneio luxuoso para a elite econômica, além de palco de investimentos em companhias

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têxteis. Neste último caso por dois motivos principais: salários mais baixos do que os que eram pagos

na capital e as quedas d´água dos rios da cidade, que forneciam energia e cuja umidade evitava que

houvesse a formação dos “nós no tecido” (COSTA, 2014). A implantação de indústrias em Petrópolis

não se deu à custa de capitais acumulados localmente, mas ao contrário, articulou-se às atividades

comerciais da cidade do Rio de Janeiro (MARTINS, 1983).

Segundo LAMEGO (1963), não houve em Petrópolis grandes barões de café e estruturas

rurais como em outros locais do Rio de Janeiro da época, tais como Resende ou Itaperuna,

basicamente em função das escarpas íngremes e do afunilamento dos vales petropolitanos. Além

disso, Petrópolis não poderia ser um habitat adequado para a cultura do café, exceto em regiões mais

distantes da cidade, em “zonas vizinhas ao rio Paraíba”, tal como o distrito rural de Pedro do Rio.

Todavia, por cerca de oito décadas, o café prevaleceu no cenário agrícola da ZH Serrana,

tendo sua derrocada a partir de duas grandes crises: a econômica (1929) e a política (revolução de

1930). A primeira gerou acentuada queda no preço dos gêneros agrícolas em escala mundial, sendo

que no Brasil, as áreas voltadas para a lavoura de exportação (no caso, café) foram seriamente

atingidas, algumas foram à falência (GARCIA & PALMEIRA, 2001). Já a segunda, de cunho

político, promoveu cassações de mandatos e nomeações de interventores estaduais, com mudanças

que levaram ao deslocamento do eixo político fluminense da região cafeeira para o norte do estado.

Isso acarretou perda de influência e prestígio dos cafeicultores em benefício dos grandes plantadores

de cana-de-açúcar (MELO, 2008; DEZEMONE, 2015).

Concomitantemente a estes eventos, as fazendas da ZH Serrana tornaram-se cada vez

menos rentáveis e produtivas (com produtividade próxima à média estadual (MELO, 2008)), aliado

ainda a fuga de investimentos dessa cultura na região e migração para ZH Nordeste Fluminense

(PEREIRA, 1995; SANTOS & MENDONÇA, 2006).

Além disso, a substituição dos cafezais pela pecuária foi amplamente difundida na região,

entre outras coisas, com o intuito de assegurar a legitimidade da posse de grandes áreas pelos

proprietários tradicionais. Entre os desdobramentos dessa prática, destaca-se a desagregação das

relações de colonato, levando a uma grande quantidade de trabalhadores rurais que não foram

absorvidos pela pecuária (LEITE & MEDEIROS, 1999).

No distrito de São Francisco de Paula (pertencente ao município de Trajano de Moraes), por

exemplo, de 1920 a 1940, a produção de café sofreu redução de 34%. No mesmo período, a produção

bovina aumentou 45%. Quando se compara a evolução das áreas dedicadas à pecuária e aquelas

dedicadas às demais lavouras, incluindo o café, entre os anos de 1940 e 1960, constata-se que, de

32% das áreas ocupadas pela pecuária em 1940, salta-se para 43% em 1950, chegando-se a 45% em

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1960. Enquanto isso, as áreas ocupadas por lavouras, que em 1940 correspondiam a 26% do total,

diminuem para 20% em 1950 e 17% em 1960. O aumento das áreas das terras voltadas para a

pecuária se deu com o avanço diante das áreas que se dedicavam aos demais cultivos, sobretudo o

café, mas não exclusivamente: os cultivos alimentares também foram atingidos. Ao avanço da

pecuária correspondeu uma diminuição da população total, que caiu de 22.221 habitantes em 1920

para 16.771 em 1950 em meio à intensificação da urbanização (DEZEMONE, 2015).

Os antigos colonos, agora desempregados, se viram obrigados em sua maioria a migrar para

as cidades. Os que resistiam em sair de suas áreas dentro das fazendas, anteriormente ocupadas com

café, sofriam represálias constantes (DEZEMONE, 2015).

Sob a ótica da produção pecuária extensiva em si, a introdução dessa atividade nas antigas

regiões onde se plantava café acabou por aumentar a intensidade do desgaste dos solos, cuja estrutura

biológica e a fertilidade encontravam-se já bastante comprometidas com a retirada da floresta

(ERTHAL, 1992). A atividade pecuária, principalmente a leiteira, prevalece na maior parte do

território da ZH Serrana atualmente, contudo contribuindo com cerca de apenas 9,5% do PIB

agrícola (Tabelas 13 e 18).

Paralelamente a introdução da pecuária extensiva na região, após o declínio da cultura

cafeeira, houve o aporte de investimentos no setor industrial, não só na ZH Serrana, como nas regiões

próximas ao Rio de Janeiro. Segundo VERSIANI (1980), o capital gerado pelo setor da cafeicultura

não constituiu importante fonte de recursos diretos para a indústria, mas proveio principalmente do

comércio de importação e do reinvestimento de lucros do próprio setor fabril.

As companhias têxteis instaladas em Petrópolis, especificamente, representaram um grande

impulso para a formação econômica e, sobretudo, demográfica do município, que foi um importante

produtor têxtil, tendo atingido no início do século XX a formação de uma realidade operária

complexa, baseada em movimentos políticos e ações de patrões e empregados em busca de seus

interesses na rede de relações que se estabeleciam no mundo do trabalho. Nessas indústrias nascentes

foi usada não somente a mão de obra local, como foram contratados inúmeros estrangeiros,

sobretudo italianos, para formarem o operariado (MESQUITA, 2012).

No caso de Nova Friburgo, que teve o café como principal produto para região, a chegada

do trem na cidade em 1830, com o objetivo de escoar a produção proveniente da região de Friburgo e

Cantagalo, foi agente transformador da paisagem local. Foi esta técnica (plantio e escoamento) que

levou o desenvolvimento e a modernidade para região, influenciando também no surgimento das

primeiras indústrias. A ocupação territorial do município estava fundada em pequenas propriedades

com múltipla produção (principalmente agropecuária diversificada e em menor escala a pecuária e

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caprinocultura) e grandes propriedades de café (mais característico do município de Cantagalo do

que de Nova Friburgo). Este foi o padrão espacial do município até a chegada dos colonos alemães,

portugueses e libaneses no princípio do século XIX e final do século XX, quando a cidade começou a

se industrializar intensamente. Os imigrantes libaneses e portugueses estavam mais ligados ao

comércio de produtos e aos serviços em geral, enquanto os alemães se envolviam com a indústria

(DUARTE, 2009).

Verifica-se, portanto, as diferenças entre os processos de ocupação do solo na ZH Serrana,

tanto quanto à exploração do mesmo, como com relação aos colonizadores. Segundo PERREIRA

(1995), pode-se afirmar que o problema pelo qual vem passando a economia do Rio de Janeiro ao

longo dos anos relaciona-se diretamente à maneira como foi desenhada a agricultura no estado, ou

seja, com base na mão de obra escrava e na má utilização das terras agrícolas na região e, a partir

deste fato, ao comportamento econômico-industrial do estado.

Essa zona homogênea tem como característica principal o grande número de trabalhadores

posseiros, meeiros, arrendatários e que tem presença histórica na produção de hortigranjeiros.

Décadas se passaram e a produção da pequena agricultura familiar em maior parte ocorreu sem

acesso a terra.

O perfil da população “sem terra” na ZH Serrana é de pessoas que trabalham um segmento

fortemente diferenciado de hortifrutigranjeiros e de floricultura, que tem conseguido alguma

sustentação econômica por várias gerações. Isso pode ter levado a questão de ter o domínio da terra,

a segundo plano. Além disso, por se tratar de agricultores tradicionais que basicamente sobrevivem

naquele contexto, pode ter havido uma tendência de manutenção das condições de vida, já

conhecidas. Estas considerações decorrem da ausência de conflitos fundiários importantes e a escassa

demanda ao INCRA, envolvendo famílias na região, no período pós anos 80.

Contudo, entre os dias 11 e 12 de janeiro de 2011, a ZH Serrana foi atingida por grandes

acumulados de chuva (acima de 270 mm em Nova Friburgo, por exemplo (MEDEIROS &

BARROS, 2011)), que causaram a trágica perda de mais de 800 vidas, centenas de desaparecidos e

grandes prejuízos materiais para os cidadãos e a economia local (CANEDO et al., 2011).

Com relação às perdas e danos, estimativas do Banco Mundial apontaram para custos totais

da ordem de R$ 4,78 bilhões. Dentre estes custos, aproximadamente R$ 3,15 bilhões correspondem

ao setor público e R$ 1,62 bilhões são da iniciativa privada. Em relação à propriedade dos danos, o

setor habitacional foi o que registrou custos privados mais relevantes (R$ 647 milhões). Os setores

sociais foram os que mais sustentaram perdas e danos, com um custo total estimado em R$ 2,69

bilhões. Em segundo lugar, o setor de infraestrutura foi impactado em cerca de R$ 1 bilhão. Os

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setores produtivos tiveram custos diretos e indiretos estimados em R$ 896 milhões, enquanto os

impactos ambientais foram estimados em R$ 71,4 milhões (BANCO MUNDIAL, 2012).

Considerando os municípios afetados, Areal, Bom Jardim, Nova Friburgo, São José do Vale

do Rio Preto, Sumidouro, Petrópolis e Teresópolis decretaram estado de calamidade pública em

2011.

Dentro desse contexto, tem-se de imediato dois focos de ações em decorrência das fortes

chuvas ocorridas na ZH Serrana, em relação ao público-alvo para o INCRA: os assentados do Projeto

de Assentamento Alpina (em Teresópolis) e os agricultores familiares cujas propriedades tornaram-se

inviáveis ou de risco permanente. Destaca-se que esse projeto de assentamento está consolidado, mas

carece de finalização das titulações.

2.2.2. Relações Campo X Cidade e Socioeconomia

A relação campo/cidade é uma variável muito interessante quando se pretende analisar as

transformações socioeconômicas dentro de um intervalo de tempo e para uma determinada região.

Obviamente não é a única, mas o movimento da população deve-se a um fator isolado ou uma série

de fatores envolvidos e que culminam com o deslocamento de pessoas.

No caso da ocupação da ZH Serrana, a qual remonta ao século XVIII, verificam-se duas

situações bem distintas de atração de pessoas. A primeira, mais articulada à cidade do Rio de Janeiro,

concentrou-se nos atuais municípios de Petrópolis, Teresópolis e São José do Vale do Rio Preto e foi

fomentada, de certa forma, pela Coroa Portuguesa. Enquanto a segunda trajetória de ocupação está

relacionada aos garimpeiros portugueses e mineiros que, sem autorização da Coroa, tentaram

encontrar ouro ao norte e a leste da Serra de Macaé.

Contudo, com a decadência de um ciclo econômico e ascensão de outro não houve a

absorção da totalidade da mão de obra do ciclo anterior, quer em função da menor necessidade de

“braços” para a nova atividade econômica, quer à utilização de mão de obra especializada.

Quando do início da atividade cafeeira na ZH Serrana, por exemplo, muitos trabalhadores

foram necessários para o cultivo em regiões com relevo mais acidentado (ADAM, 2016), contudo

com o início da atividade de pecuária extensiva em alguns municípios, menor quantidade de mão de

obra se fazia necessária e o contingente excedente teve de migrar para outras atividades ou para

outros municípios da ZH Serrana mesmo ou fora desta.

Um fator importante com relação aos trabalhadores no ciclo do café é que a maioria era de

mão de obra escrava, a qual se adaptou ao sistema de colonato após a abolição da escravatura, mas

com pouca adaptação às indústrias têxteis alocadas na ZH Serrana. Em alguns municípios como

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Nova Friburgo, por exemplo, ainda houve a entrada de imigrantes para auxiliarem no cultivo do

“ouro verde”, contudo devido a pouca adaptação da cultura às terras friburguenses, essa mão de obra

foi deslocada para outras atividades agrícolas (MELO, 2008).

As profundas mudanças no panorama nacional após a Revolução de 1930 levaram ao

deslocamento do eixo político fluminense da região cafeeira para o norte do estado, com a perda da

influência e prestígio dos cafeicultores em beneficio dos grandes plantadores de cana-de-açúcar

(DEZEMONE, 2016), sendo agravada pela política da queima dos cafezais a partir de 1932.

Parte da mão de obra dos cafezais foi utilizada na pecuária extensiva (CANO, 1985), a qual

passou a dominar as áreas cultivadas com café na ZH Serrana. O excedente gerado nessa mudança de

atividade foi obrigado a migrar para as cidades assumindo funções braçais não agrícolas

(VERSIANI, 1996 citado por DEZEMONE, 2015), principalmente do setor industrial têxtil em

crescimento em alguns municípios (GOMES & FERREIRA, 1988).

Segundo PIGNATON (1977), a industrialização geralmente é um fenômeno urbano, mas

depende do campo com relação aos insumos, alimentos e mercado, e sua intensidade depende da

existência e do bom funcionamento dessa divisão do trabalho.

A agricultura, assim, representa um setor estratégico para o crescimento, tendo em vista sua

interdependência com os demais segmentos da economia e o seu papel na produção de alimentos

para o consumo. Essa interdependência faz o desenvolvimento agrícola exercer um papel ativo no

desenvolvimento econômico e, desse modo, estimular a indústria, o comércio e os serviços

(PEREIRA, 1995). Entretanto, na ZH Serrana ao final do ciclo do café e início da expansão da

pecuária extensiva, havia uma agricultura precária, no que tange a produção, produtividade e

distribuição para o mercado consumidor. Consequentemente, o setor agrícola foi incapaz de

responder a uma crescente demanda de alimentos, ao surgimento de um complexo agrícola moderno

e, por conseguinte, ao encarecimento do custo de sua mão de obra, provocando, desta forma, a perda

de competitividade da sua indústria (CANO, 1977).

Partindo do pressuposto de que o dinamismo econômico pode influenciar na permanência

ou na decisão de migrar de um indivíduo, verificamos que esse comportamento se aplicou na ZH

Serrana, a qual ocupava uma posição de destaque na atração de pessoas para o seu território, em um

primeiro momento, mas com o final do ciclo do café foi ponto de partida para um êxodo de mão de

obra. Atualmente, no entanto, esta zona homogênea exerce um atrativo para mão de obra ligada aos

setores do turismo e indústria têxtil.

Os dados populacionais com discriminação por município e áreas rural e urbana estão

disponíveis a partir de 1940, dados estes apresentados na Tabela 2, onde se verifica que a população

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rural na ZH Serrana representava 64,9% do total na década de 40. Já em 1980 essa participação

decaiu para 24,9%; em 2000, a apenas 17,3% e em 2010, para 14,6%. Em oposição, em 1940 a

população urbana era de 35,1% e, em 2010, acima de 85%.

Tabela 2 – Dados populacionais na Zona Homogênea Serrana entre 1940 e 2010

Número total de habitantes na Zona Homogênea Serrana entre 1940 e 2010

1940 1950 1960 1970 1980 1991 2000 2010

Hab. % Hab. % Hab. % Hab. % Hab. % Hab. % Hab. % Hab. %

TOTAL 270.902 100,0 312.639 100,0 393.040 100,0 467.159 100,0 579.484 100,0 707.867 100,0 776.933 100,0 831.986 100,0

URBANA 95.197 35,1 137.669 44,0 231.292 58,8 317.576 68,0 435.445 75,1 581.527 82,2 642.483 82,7 710.170 85,4

RURAL 175.705 64,9 174.970 56,0 161.748 41,2 149.583 32,0 144.039 24,9 126.340 17,8 134.450 17,3 121.816 14,6

Fonte: IBGE - Evolução da Divisão Territorial do Brasil 1872-2010

Os dados acima indicam um processo acentuado de desterritorialização da população rural,

associado a uma urbanização significativa. Em 1940, em números absolutos, a população regional

era de 270.902 habitantes enquanto que a estimativa para 2017 chegou a 854.970 (Tabela 3), um

crescimento próximo a 315% em 77 anos.

Verificou-se, no interior da própria zona homogênea, uma transferência de população do

campo para a cidade, com início ao final da década de 50 (com os términos das obras da Estrada do

Contorno – ligando Petrópolis à Baixada Fluminense), mas, sobretudo a partir da década de 1970

(com a conclusão das obras da construção da BR040 – ligando o Rio de Janeiro à Brasília) quando a

velocidade da urbanização aumentou significativamente.

Não somente a construção dessas rodovias, como também as de acesso às estas, necessitou

de considerável quantidade de mão de obra, parte desta deslocada de áreas rurais. Além disso,

indústrias se alocaram ao longo dessas rodovias, com isso gerando aglomerações próximas a elas,

servindo de atrativo para mão de obra campesina.

A ZH Serrana revela-se como uma área de absorção migratória quando as trocas acontecem

no âmbito intraestadual. O fato de esta ser uma zona homogênea com forte apelo turístico,

certamente contribui para a formação deste fluxo, exercendo atração sobre os moradores das zonas

homogêneas Metropolitana e Nordeste Fluminense (SIMÕES & OLIVEIRA, 2015). O crescimento

do turismo, investimentos habitacionais, de infraestrutura, além da melhoria substancial das

principais rodovias de acesso à ZH Metropolitana certamente constituem fatores determinantes dessa

corrente migratória (OLIVEIRA, 2010).

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Tabela 3 – Distribuição percentual da população na Zona Homogênea Serrana em 2017

Descrição – 2017 (estimativa) Números absolutos

% em relação ao estado % em relação a Zona

Homogênea

Estado 16.635.996

ZH Serrana 854.970 5,12

Bom Jardim 26.566 0,16 3,11

Cantagalo 19.697 0,12 2,30

Carmo 18.264 0,11 2,14

Cordeiro 21.250 0,13 2,49

Duas Barras 11.169 0,07 1,31

Macuco 5.434 0,03 0,64

Nova Friburgo 158.381 1,11 21,68

Paty do Alferes 26.991 0,16 3,16

Petrópolis 298.235 1,79 34,88

Santa Maria Madalena 10.172 0,06 1,19

São José do Vale do Rio Preto 21.114 0,13 2,47

São Sebastião do Alto 9.094 0,05 1,06

Sumidouro 15.191 0,09 1,78

Teresópolis 176.060 1,06 20,59

Trajano de Moraes 10.352 0,06 1,21

Fonte: IBGE – Estimativa Populacional, 2017a.

A ZH Serrana apresenta o segundo menor índice de urbanização da população dentre as

demais zonas homogêneas (85,36% de seus habitantes residentes nas cidades) e a maior proporção de

habitantes entre as zonas rurais (23,17%), ou seja, 121.816 pessoas residem no campo, o que

corresponde a 0,8% da população total do estado (Tabela 4).

Tabela 4 – Nível de urbanização e população residente total, urbana e rural nas zonas homogêneas do estado do Rio de Janeiro

Zonas Homogêneas de Análise População residente em 2010 Nível de Urbanização

Total % Urbana % Rural % %

Nordeste Fluminense 367.636 2,30 300.771 1,94 66.865 12,72 81,81

Lagos 700.842 4,38 622.249 4,02 78.593 14,95 88,79

Leste Fluminense 799.372 5,00 710.244 4,59 89.128 16,95 88,85

Serrana 831.986 5,20 710.170 4,59 121.816 23,17 85,36

Vale do Paraíba 1.344.561 8,41 1.255.105 8,12 89.456 17,02 93,35

Metropolitana 11.945.532 74,71 11.865.700 76,73 79.832 15,19 99,33

Estado 15.989.929 100 15.464.239 100 525.690 100 96,71

Fonte: IBGE: Censo Demográfico, 2010 (*) % População Urbana / População Total

A elevada proporção de pessoas nas áreas rurais na ZH Serrana, em comparação com as

demais zonas homogêneas, deve-se ao fato dos altos investimentos no setor agrícola nessa região,

uma vez que a mesma se configura no “cinturão verde” da ZH Metropolitana. SILVA &

MARAGON (2004) verificaram que na ZH Serrana há o predomínio da produção de hortigranjeiros

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em pequenas propriedades, a pluriatividade é adotada como alternativa de fonte de renda pelos

agricultores. Muitos, além de realizarem suas funções na propriedade agrícola, exercem atividades

não-agrícolas (como caseiros, motoristas, empregados domésticos, fiscais de rodovia etc) nas casas

de veraneio, nos hotéis e para as prefeituras da região.

A Tabela 5 retrata a distribuição da população na ZH Serrana mostrando forte urbanização

na maioria dos municípios. Em 1991, o estado apresentou taxa de urbanização de 95,25%, enquanto a

ZH Serrana atingiu 82,15%. Em 2000 e 2010, os níveis estaduais foram de 96,04 e 96,71%,

respectivamente; enquanto que para a ZH Serrana foi de 82,69% e 85,36%, respectivamente,

indicando uma estagnação do processo de urbanização nestas últimas mensurações no nível estadual

e um pequeno acréscimo na esfera regional.

Tabela 5 – População por situação de domicílio em 1991, 2000 e 2010 na Zona Homogênea Serrana

Município Urbana Rural Taxa de Urbanização (%)

1991 2000 2010 1991 2000 2010 1991 2000 2010

Bom Jardim 9.485 11.317 15.266 11.145 11.334 10.067 45,98 49,96 60,26

Cantagalo 11.890 13.698 14.022 7.782 6.137 5.808 60,44 69,06 70,71

Carmo 9.439 11.056 13.470 5.070 4.233 3.964 65,06 72,31 77,26

Cordeiro 18.491 17.756 19.862 2.290 845 568 88,98 95,46 97,22

Duas Barras 4.438 6.023 7.736 5.437 4.311 3.194 44,94 58,28 70,78

Macuco 3.925 4.593 961 676 80,33 87,17

Nova Friburgo 114.354 151.851 159.372 22.727 21.567 22.710 86,40 87,56 87,53

Paty do Alferes 12.967 16.756 18.585 8.128 8.175 7.774 61,47 67,21 70,51

Petrópolis 249.080 270.671 281.286 6.388 15.866 14.631 97,50 94,46 95,06

Santa Maria Madalena 4.627 5.530 5.932 6.223 4.946 4.389 42,65 52,79 57,48

São José do Vale do Rio Preto 7.192 9.007 9.007 8.280 10.271 11.244 46,48 46,72 44,48

São Sebastião do Alto 2.945 3.677 4.612 5.163 4.725 4.283 36,32 43,76 51,85

Sumidouro 2.011 2.334 5.440 10.966 11.842 9.460 15,50 16,46 36,51

Teresópolis 101.219 115.198 146.207 19.490 22.883 17.539 83,85 83,43 89,29

Trajano de Moraes 3.389 3.684 4.780 7.251 6.354 5.509 31,85 36,70 46,46

Total na ZH Serrana 581.527 642.483 710.170 126.340 134.450 121.816 82,15 82,69 85,36

Estado 12.199.641 13.821.466 15.464.239 608.065 569.816 525.690 95,25 96,04 96,71

Fonte: IBGE – Censos demográficos, 2010.

Em 1991, a população urbana nesta zona homogênea foi de 581.527 habitantes e aumentou

para 710.170 habitantes em 2010, um acréscimo de 122,129%. Neste período, a população rural

reduziu de 126.340 para 121.816 habitantes, uma redução de 3,71%.

O estudo dos processos de dispersão urbana é fundamental para buscar meios de trabalhar com

a realidade da urbanização contemporânea. Conhecer e analisar o quadro atual da urbanização tornou-se

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indispensável para o entendimento das transformações que compõem essa realidade, como também para

a elaboração e aplicação de políticas e instrumentos de gestão urbana e rural mais eficazes.

2.2.3. Qualidade de vida da população

Um aspecto a ser considerado dentro de uma visão geral da ZH Serana refere-se à qualidade

de vida da população. ROCHA et al. (2000) apontam vários modelos conceituais explicativos da

qualidade de vida, onde cada cenário é construído conforme sua identidade técnica (determinantes

econômicos, sociais, ambientais etc). Todavia, considera-se como um bom indicador, que busca

medir a qualidade de vida da população em escala municipal, o Índice de Desenvolvimento Humano

Municipal (IDH-M), o qual contempla variáveis relacionadas à renda (IDH-R), educação (IDH-E) e

longevidade (IDH-L). Este é expresso através de um valor que varia entre 0 a 1 e, quanto mais

próximo de 1, maior o desenvolvimento humano de um município. Dentro desse intervalo são

estabelecidas as faixas de IDH, sendo que de 0 a 0,499 o IDH é muito baixo; de 0,500 a 0,599, baixo;

de 0,600 a 0,699, médio; de 0,700 a 0,799, alto e; de 0,800 a 1, muito alto (PNUD, 2013).

O IDHM populariza o conceito de desenvolvimento centrado nas pessoas, e não na visão de

que desenvolvimento se limita a crescimento econômico. Este índice é divulgado pelo Programa das

Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Na Tabela 6 é apresentado o IDH, referente ao ano

de 2010, para os municípios da ZH Serrana. Este índice é construído levando em consideração os

elementos renda (IDH-R), longevidade (IDH-L) e educação (IDH-E).

Tabela 6 – Lista de municípios da Zona Homogênea Serrana por Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)

Posição do município no ranking estadual

Município IDH-M IDH-R IDH-L IDH-E

81 Bom Jardim 0,660 0,707 0,809 0,503 53 Cantagalo 0,709 0,705 0,822 0,614 61 Carmo 0,696 0,683 0,813 0,608 26 Cordeiro 0,729 0,724 0,826 0,649 83 Duas Barras 0,659 0,677 0,790 0,534 56 Macuco 0,703 0,687 0,801 0,631 13 Nova Friburgo 0,745 0,758 0,846 0,645 76 Paty do Alferes 0,671 0,683 0,806 0,549 11 Petrópolis 0,745 0,763 0,847 0,639 79 Santa Maria Madalena 0,668 0,672 0,797 0,556 82 São José do Vale do Rio Preto 0,660 0,670 0,806 0,533 90 São Sebastião do Alto 0,646 0,638 0,789 0,536 92 Sumidouro 0,611 0,658 0,796 0,436 25 Teresópolis 0,730 0,752 0,855 0,605 80 Trajano de Moraes 0,667 0,668 0,813 0,543

Média 0,687 0,696 0,814 0,572

Fonte: Atlas Brasil 2013 Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento.

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O IDHM médio da ZH Serrana é de 0,687, ou seja, de padrão médio de desenvolvimento

humano, contudo é o menor IDHM entre as zonas homogêneas do estado, com dois municípios entre

os 15 com maiores índices de desenvolvimento humano estadual (Petrópolis e Nova Friburgo). É

importante destacar que seis municípios da ZH Serrana exibem nível de desenvolvimento alto:

Cantagalo, Cordeiro, Macuco, Nova Friburgo, Petrópolis e Teresópolis.

Segundo SILVA et al. (2011a), após uma análise de cluster considerando 13 variáveis

relacionadas à qualidade de vida da população, os municípios do estado do Rio de Janeiro podem ser

classificados em três grupos, sendo que Cantagalo está no grupo dos municípios que apresentaram

melhor situação de saúde, educação e saneamento, porém níveis de atividades produtiva inferiores

aos municípios dos demais grupos, fato que sinaliza a necessidade de investimentos que dinamizem

suas economias locais. Enquanto Petrópolis e Teresópolis estão no grupo cujo dinamismo econômico

é intenso, mas com o desenvolvimento de atividades concentradoras de renda.

2.2.4. Políticas públicas

Como consequência da estagnação econômica geral, do êxodo rural, da ausência de

planejamento dos instrumentos urbanos, dentre outros fatores, tem-se a elevação da situação de

pobreza na ZH Serrana, com maior intensidade nas áreas urbanas. Quando se analisa esta variável a

nível estadual, esta zona homogênea apresenta o segundo menor índice de população total em

situação de extrema pobreza (3,16%). Na zona rural os números também foram pouco expressivos

dentro do universo estadual, uma vez que, das 121.816 pessoas residentes no campo (Tabela 5),

6.977 se encontravam em condições de extrema pobreza, ou seja, 5,73% (Tabela 7).

Tabela 7 – População em situação de extrema pobreza na Zona Homogênea Serrana e no estado em 2010

Zonas Homogêneas de Análise

Números Absolutos Participação Estadual (%) Índice de Extrema Pobreza

(*)

Total Urbana Rural Total Urbana Rural Total Urbana Rural

Estado 586.585 550.596 35.989 100,0 100,0 100,0 3,67 3,56 6,85

Nordeste 13.691 8.590 5.101 2,3 1,6 14,2 3,72 2,86 7,63

Serrana 26.322 19.345 6.977 4,5 3,5 19,4 3,16 2,72 5,73

Lagos 30.575 26.203 4.372 5,2 4,8 12,1 4,36 4,21 5,56

Vale do Paraíba 38.737 33.245 5.492 6,6 6,0 15,3 2,88 2,65 6,14

Leste Fluminense 44.562 36.231 8.331 7,6 6,6 23,1 5,57 5,10 9,35

Metropolitana 432.698 426.982 5.716 73,8 77,5 15,9 3,62 3,60 7,16

Fonte: IBGE – Censo Demográfico, 2010 (*) Percentual da População em extrema pobreza / População Total

Há diferentes conceitos para pobreza extrema, contudo OSÓRIO et al. (2011),

pesquisadores do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), consideram que seja o

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rendimento médio domiciliar per capita de até um quarto do salário mínimo mensal e, sob esta

condição, na ZH Serrana existia em 2010 mais de 26.000 pessoas. De forma geral, a ZH Serrana

registrou municípios com índices reduzidos de pobreza da população rural, à exceção de Sumidouro

(com 11,48%), conforme Tabela 8. Há um conjunto de municípios com situações de pobreza

mediana na área rural, como São Sebastião do Alto (9,41%), Paty do Alferes (9,07%), Trajano de

Moraes (8,89%), Macuco (6,66%) e Bom Jardim (6,03%). Podemos considerar com baixos índices

de extrema pobreza na área rural os municípios de Santa Maria Madalena (5,38%), Cordeiro

(5,11%), São José do Vale do Rio Preto (5,03%), Teresópolis (4,98%), Petrópolis (4,37%), Cantagalo

(4,06%), Nova Friburgo (3,84%), Duas Barras (3,01%) e Carmo (2,37%).

Tabela 8 – População em situação de extrema pobreza na Zona Homogênea Serrana em 2010

Unidades Espaciais de Análise

Números Absolutos Participação Regional (%) (*) Índice de Pobreza (**)

Total Urbana Rural Total Urbana Rural Total Urbana Rural

Bom Jardim 1.006 399 607 3,82 2,06 8,70 3,97 2,61 6,03

Cantagalo 682 446 236 2,59 2,31 3,38 3,44 3,18 4,06

Carmo 564 470 94 2,14 2,43 1,35 3,24 3,49 2,37

Cordeiro 365 336 29 1,39 1,74 0,42 1,79 1,69 5,11

Duas Barras 333 237 96 1,27 1,23 1,38 3,05 3,06 3,01

Macuco 196 151 45 0,74 0,78 0,64 3,72 3,29 6,66

Nova Friburgo 3.108 2.237 871 11,81 11,56 12,48 1,71 1,40 3,84

Paty do Alferes 1.564 859 705 5,94 4,44 10,10 5,93 4,62 9,07

Petrópolis 8.715 8.075 640 33,11 41,74 9,17 2,95 2,87 4,37

Santa Maria Madalena 393 157 236 1,49 0,81 3,38 3,81 2,65 5,38

São José do Vale do Rio Preto 926 360 566 3,52 1,86 8,11 4,57 4,00 5,03

São Sebastião do Alto 517 114 403 1,96 0,59 5,78 5,81 2,47 9,41

Sumidouro 1.283 197 1.086 4,87 1,02 15,57 8,61 3,62 11,48

Teresópolis 6.026 5.153 873 22,89 26,64 12,51 3,68 3,52 4,98

Trajano de Moraes 644 154 490 2,45 0,80 7,02 6,26 3,22 8,89

Zona Homogênea Serrana 26.322 19.345 6.977 100 100 100 3,16 2,72 5,73

Fonte: IBGE – Censo Demográfico, 2010 (*) Percentual da População em extrema pobreza / População Total

(**) Percentual da População em extrema pobreza / População Total

Segundo o Consórcio Rionor4 (2011), outro indicador utilizado na compreensão da situação

econômica das populações foi a distribuição do “Bolsa Família”, programa do Governo Federal que

auxilia o grupo da população mais necessitado economicamente.

Na ZH Serrana, em dezembro de 2017, foram 31.452 famílias beneficiadas pelo Bolsa

Família, 3,87% do total de beneficiários no estado, sendo que aproximadamente 61% do total de

beneficiários nesta zona homogênea são pertencentes aos municípios de Petrópolis (com 9.091

famílias), Nova Friburgo (5.190) e Teresópolis (4.764). Os outros 39% estão divididos entre os

4 Plano de Desenvolvimento Sustentável do Norte e Noroeste do Estado do Rio de Janeiro.

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municípios de Paty do Alferes (com 2.026 famílias), Carmo (1.623), Sumidouro (1.543), São José do

Vale do Rio Preto (1.236), Trajano de Moraes (1.009), Bom Jardim (1005), Cantagalo (955), Cordeiro

(783), São Sebastião do Alto (728), Duas Barras (562), Santa Maria Madalena (543) e Macuco (394)

(CAIXA, 2017).

2.2.5. Conflitos agrários

A ZH Serrana apresenta apenas dois projetos de assentamento (PA): PA Alpina e PA Santo

Inácio. Na Tabela 9 são apresentados estes projetos, assim como a área e o número de famílias

beneficiadas quando da criação do assentamento.

Na Fazenda Santo Inácio, segundo DEZEMONE (2015), ocorreram conflitos públicos de

grande visibilidade entre proprietários e colonos nos anos 1960, com uma intensa mobilização destes

últimos, tendo participado ativamente da criação do Sindicato de Trabalhadores Rurais do município

de Trajano de Moraes em 1964.

A substituição dos cafezais pela pecuária foi amplamente difundida na ZH Serrana, entre

outras coisas, com o intuito de assegurar a legitimidade da posse de grandes áreas pelos proprietários

tradicionais. Entre os desdobramentos dessa prática, destaca-se a desagregação das relações de

colonato, levando a uma grande quantidade de trabalhadores rurais que não foram absorvidos pela

pecuária. Em Trajano de Moraes, os antigos colonos, agora desempregados, se viram obrigados em

sua maioria a migrar para as cidades. A situação foi tolerada por um curto período de tempo, mas as

tensões foram se exacerbando e o conflito entre trabalhadores rurais e proprietários aumentava à

medida que os primeiros recusavam-se a deixar seus sítios (DEZEMONE, 2015).

Com relação às famílias acampadas na área de abrangência da ZH Serrana, até julho de

2017 não se verificou acampamentos na região.

Tabela 9 – Projetos de reforma agrária na Zona Homogênea Serrana

Projeto Fazenda Data do Decreto Município Área Famílias

PA Alpina Fazenda Alpina 05/03/1987 Teresópolis 1.103,20 96

PA Santo Inácio Fazenda Santo Inácio 13/07/1987 Trajano de Moraes 705,00 51

TOTAL 1.808,20 147

2.3. Clima e recursos naturais

2.3.1. Clima

Segundo a classificação climática de Köppen, o clima da ZH Serrana é Subtropical de Altitude

(Cwb), caracterizado por verões amenos e chuvas típicas da estação, sendo que nos pontos mais altos a

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estação seca é pouco pronunciada (BARRETO, 2007). Caracteriza-se por pluviosidade média entre 1.500

e 2.600 mm, com regime de distribuição periódica, com precipitação máxima entre os meses de

dezembro e fevereiro. A temperatura média anual varia, segundo a região, de 13 a 23 ºC (SILVA, 2004).

Na Figura 2 é apresentada a classificação climática proposta por THORNTHWAITE &

MATHER (1955), onde se tem as tipologias Mesotérmico Brando (temperatura média entre 10 e 15 oC)

e Mediano (temperatura média acima dos 10 oC), Subquente (entre 15 e 18 oC, em pelo menos 1 mês do

ano) e Quente (temperaturas médias acima de 18 oC em todos os meses do ano).

Figura 2 – Distribuição climática na Zona Homogênea Serrana

Fonte: IBGE, 2015.

O regime anual de chuvas é bem definido, com menos intensidade pluviométrica na área

limítrofe com o estado de Minas Gerais. A ZH Serrana apresenta volume médio anual de 1.367,6 mm

e o fator altitude tem grande importância na determinação do regime chuvoso, sendo um regime de

chuvas de verão com cerca de 80% do total anual (ANDRÉ et al., 2008).

À medida que se caminha na direção noroeste desta zona homogênea (onde se tem relevo

mais acidentado – confrontante com a ZH Metropolitana) o volume anual de chuvas aumenta,

chegando a 2.600 mm (Figura 3). Observa-se ainda que a pluviosidade é sempre maior nas escarpas

das serras, onde ocorre a condensação (e precipitação) resultante do encontro dos ventos úmidos do

mar com as temperaturas mais frias.

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Rubrica:

Figura 3 – Variação espacial da precipitação pluvial anual (mm) na Zona Homogênea Serrana

Fonte: Adaptado de CPRM, 2017

É esperado que variabilidades e mudanças climáticas tenham impactos significativos sobre o ciclo

da água, agravando antigos problemas e trazendo novas dificuldades. A ZH Serrana do Rio de Janeiro

apresenta uma série de características sociais, ambientais e institucionais que a tornam particularmente

vulnerável aos impactos dessas mudanças. De acordo com o Atlas Brasileiro dos Desastres Naturais, entre

1991 e 2010, 42% dos registros de desastres naturais (625, no total) correspondem a fenômenos de

inundações bruscas (260 registros) e 22% a movimentos de massa (140 registros).

Entre os municípios mais atingidos no estado, Petrópolis é a cidade com o maior número de

registros oficiais: foram 28 registros no período, sendo 17 movimentos de massa e 11 de inundações

(bruscas ou graduais), segundo o Atlas Brasileiro dos Desastres Naturais. Em Teresópolis, dos 13

registros oficiais de desastres, cinco são referentes a movimentos de massa e oito de inundações.

Areal, Nova Friburgo, Bom Jardim, Sumidouro, São José do Vale do Rio Preto também já sofreram

com inundações ou deslizamentos de terra no passado e, de acordo com relatório do CEPED/UFSC

sobre a região, nos últimos anos o intervalo entre esses eventos tem diminuído.

2.3.2. Recursos Naturais

2.3.2.1. Solos

Baseando-se nos levantamentos de solos do estado do Rio de Janeiro, elaborado pela EMBRAPA-

CNPS (CARVALHO FILHO et al., 2003), na escala de 1:250.000 e nível de intensidade exploratório de alta

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densidade, tem-se que na ZH Serrana os CAMBISSOLO HÁPLICO Tb Distrófico (32,52%),

LATOSSOLOS VERMELHO-AMARELO Distróficos (20,68%) e ARGISSOLOS VERMELHO-

AMARELO Distróficos (17,80% dos solos da região) ocupam mais que 70% da área (Figura 4).

Cerca de 76% dos solos na ZH Serrana são distróficos, ou seja, com saturação de bases e de

alumínio trocável menores que 50%, implicando em média ou baixa fertilidade natural (CAVELON

& SHINZATO, 2000). Todavia, cabe destaque aqui a presença de solos com caráter eutrófico, os

quais ocupam apenas 16% da área, número esse já expressivo quando comparado a outras zonas

homogêneas. Essa característica assume grande relevância quando é traduzida em área, pois

somados, os solos eutróficos perfazem quase 120 mil hectares com bom potencial de uso agrícola

(levando-se em conta apenas a disponibilidade de nutrientes que esses solos dispõem).

Figura 4 – Mapa de solos da Zona Homogênea Serrana

Fonte: EMBRAPA-CNPS (CARVALHO FILHO et al., 2003)

2.3.2.1. Relevo

Do ponto de vista geotectônico, predomina na ZH Serrana o prolongamento da escarpa da

Serra do Mar, a qual atravessa praticamente todo o território do estado do Rio de Janeiro numa direção

Sudoeste-Nordeste. Devido aos elevados gradientes de suas vertentes, amplitudes topográficas

expressivas e ocorrência frequente de depósitos de tálus, com baixa capacidade de carga, apresentam

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Rubrica:

sérias limitações frente à ocupação humana. Devido a este fato, boa parte dos escarpamentos serranos

apresenta ainda extensas áreas de mata atlântica ainda preservada (DANTAS et al., 2005).

As escarpas serranas apresentam, em geral, solos pouco espessos e se sobrepõem a um

embasamento cristalino (granito-gnáissico) impermeável, além de bastante lixiviados (CAMBISSOLOS e

LATOSSOLOS VERMELHO-AMARELOS álicos), devido a um clima bastante úmido proporcionado

pela barreira física imposta ao avanço dos sistemas frontais. Trata-se de um contato solo-rocha abrupto,

com presença de grandes matacões na matriz do solo, ou quase soltos na superfície, contribuindo

para uma maior instabilidade das encostas serranas, favorecendo a infiltração da água e

potencializando os movimentos de massa (GUERRA et al., 2007; OLIVEIRA FILHO, 2012). Sendo

assim, são áreas mais indicadas para o turismo e o incremento do sistema agroflorestal.

As atividades agrícolas, com destaque para a olericultura, ocupam as restritas planícies fluviais e

as baixas vertentes menos declivosas do domínio montanhoso. Apenas o setor oriental do domínio

montanhoso apresenta solos menos lixiviados, sob condições climáticas de menor umidade

(ARGISSOLOS VERMELHOAMARELOS e VERMELHOS eutróficos).

Há ainda as áreas de planalto, as quais se situam imediatamente ao norte do reverso

montanhoso da Serra do Mar, com declividades e amplitudes de relevo bastante inferiores aos do

setor montanhoso adjacente, principalmente, à medida que esses terrenos se aproximam da calha do

baixo-médio curso do rio Paraíba do Sul. Esse domínio, que abrange localidades, como São José do

Vale do Rio Preto, Duas Barras, Carmo, Cantagalo, Cordeiro e São Sebastião do Alto, consiste

predominantemente de morros elevados e, subordinadamente, por colinas e morros baixos. É nítida a

redução de umidade nestes terrenos, em direção a norte e a leste, marcada pela diferenciação de solos

e da cobertura florestal original. Tanto o entorno de Carmo, como o baixo vale do rio Grande

consistem em áreas menos úmidas desse planalto (DANTAS et al., 2005).

Esse conjunto de terrenos pode ser indicado tanto para atividades silvipastoris, nas mais secas,

quanto para atividades agroflorestais, nas áreas mais úmidas, adjacentes ao domínio montanhoso. As

vertentes mais íngremes e elevadas dos morros e “pães-de-açúcar” disseminados na região, assim como

as cabeceiras de drenagem, devem ser destinadas à preservação e à recomposição florestal.

2.3.2.2. Hidrologia

Para fins de planejamento e gestão das águas e do meio ambiente, a Resolução CERHI n°

18, de 08 de novembro de 2006, dividiu o território do estado do Rio de Janeiro em 10 Regiões

Hidrográficas (RH), sendo que a ZH Serrana contempla seis destas, duas na sua totalidade (RH IV e

Superintendência Regional no Estado do Rio de Janeiro

VII, respectivamente, Piabanha e Rio Dois Rios), e parcialmente as quatro outras (RH III Média

Paraíba do Sul, RH V Baía da Guanabara, RH

Sul) (Figura 5).

Figura 5 – Regiões Hidrográfi

Fonte: UDOP, 2017

Na ZH Serrana o relevo apresenta muitas encostas com declividades bastante acentuadas e

elevada densidade de redes de drenagens perenes que ocupam vales profundos e encaixados,

obedecendo a um forte controle estrutural. Vários locais dessa zona homogênea apresentam escarpas

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VII, respectivamente, Piabanha e Rio Dois Rios), e parcialmente as quatro outras (RH III Média

Paraíba do Sul, RH V Baía da Guanabara, RH VIII Macaé e das Ostras e, RH IX Baixo Paraíba do

Regiões Hidrográficas na Zona Homogênea Serrana

Na ZH Serrana o relevo apresenta muitas encostas com declividades bastante acentuadas e

elevada densidade de redes de drenagens perenes que ocupam vales profundos e encaixados,

rte controle estrutural. Vários locais dessa zona homogênea apresentam escarpas

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VII, respectivamente, Piabanha e Rio Dois Rios), e parcialmente as quatro outras (RH III Média

e, RH IX Baixo Paraíba do

Na ZH Serrana o relevo apresenta muitas encostas com declividades bastante acentuadas e

elevada densidade de redes de drenagens perenes que ocupam vales profundos e encaixados,

rte controle estrutural. Vários locais dessa zona homogênea apresentam escarpas

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Rubrica:

imponentes produzidas por falhas geológicas originárias de movimentos epirogenéticos pós-cretáceo,

responsáveis pela formação dos horsts da Mantiqueira e Serra do Mar e do graben do vale do rio

Paraíba do Sul (ROSS, 1995). Essas características conferem a esta região alta susceptibilidade aos

deslocamentos de massa de solo, aliados a situações de altos índices pluviométricos e ocupação

desordenada do solo em áreas de encostas (MEDEIROS, 2013). Consequentemente com velocidades

de média à alta de deslocamento de material (solo ou detritos e água), grandes volumes e mobilização

de blocos (pouca distância) (INEA, 2014).

Dadas as características de relevo e da rede fluvial da ZH Serrana, esta apresenta alto potencial

hidroelétrico. Atualmente há nove Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH) em operação e duas com

construção não iniciada, além de uma Usina Hidroelétrica (UHE) (Tabela 10). Somadas, as potências

outorgadas das centrais hidroelétricas na ZH Serrana chega próximo a 308 MW (ANEEL, 2017).

Tabela 10 – Unidades geradoras de energia na Zona Homogênea Serrana

Descrição Potência Outorgada

(kw) Concecionárias Municípios Rio

Pequenas Centrais Hidroelétricas – Em operação

Chave do Vaz 1.600 Quanta Geração S.A. Cantagalo Negro

Euclidelândia 1.400 Quanta Geração S.A. Cantagalo Negro

Macabu 21.000 Quanta Geração S.A. Trajano de Moraes Macabu

Xavier 6.000 Energisa Nova Friburgo Nova Friburgo Grande

Santa Rosa II 30.000 Santa Rosa S.A. Bom Jardim e Cordeiro Grande

Tudelândia 2.547 Tudelândia Central Elétrica S.A. Santa Maria Madalena Santíssimo

Caju 10.000 Energisa Geração Rio Grande S.A. Santa Maria Madalena e São Sebastião do Alto

Grande

São Sebastião do Alto 13.200 Energisa Geração Rio Grande S.A. Santa Maria Madalena e São Sebastião do Alto

Grande

Santo Antônio 8.000 Energisa Geração Rio Grande S.A. Bom Jardim Grande

Pequenas Centrais Hidroelétricas – Em construção não iniciada

Jambo 13.000 Jambo Energia S.A. Santa Maria Madalena e São Sebastião do Alto

Grande

Poço Fundo 14.000 Poço Fundo Energia S.A. São José do Vale do Rio Preto

Preto

Usina Hidroelétrica – Em operação

Ilha dos Pombos 187.169 Light Energia S.A. Além Paraíba e Carmo Paraíba do Sul

Fonte: ANEEL, 2017

2.3.2.3. Flora e Fauna

A história da devastação da Mata Atlântica está intrinsicamente associada à história

econômica do Brasil. A primeira espécie a ser explorada na floresta foi o pau-brasil (sob concessão da

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Rubrica:

Coroa) até 1530. Em seguida vieram outros ciclos econômicos como o da cana-de-açúcar e do café

(ambos sob o sistema de plantation), da mineração e da pecuária (com abertura de áreas para as

pastagens). O impacto da exploração econômica dessas atividades causou danos ambientais quase que

irreversíveis à área florestada. Os métodos destrutivos não se restringiram aos momentos de

decadência, implicando que a destruição ambiental não foi algo de fortuito e pontual, mas sim um

elemento constitutivo da própria lógica da ocupação colonial do Brasil (PÁDUA, 2002).

Por volta do século XVI, o estado do Rio de Janeiro possuía cobertura vegetal de 97% de sua

área, porém atualmente esta cobertura está representada por 30,2% de remanescentes, em diferentes

estágios sucessionais, dos quais quase 24,7% são florestas, o que implica em 11.015 km2 (Figura 6). Tais

fragmentos encontram-se em locais de maiores declividades das elevações que compõem a Serra do Mar

e os Maciços litorâneos, assim como em propriedades particulares (GOMES et al., 2009).

Figura 6 – Mapa temático de Uso e Cobertura do Solo do estado do Rio de Janeiro (2013)

Fonte: INEA, 2016

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Rubrica:

As florestas presentes na ZH Serrana sofreram intensa ação antrópica com os ciclos

econômicos, principalmente a partir do cultivo do café. As mudanças rápidas e intensas no uso das

terras que aconteceram e acontecem no estado do Rio de Janeiro têm produzido impactos ambientais

significativos como a erradicação e degradação da vegetação nativa e ecossistemas associados

(INEA, 2016). Segundo GOMES et al. (2009), municípios com menos de 20% de remanescentes

florestais são os que merecem maior atenção do Poder Público e de iniciativas quanto à preservação,

principalmente os que sofrem “maior pressão antrópica”, pois são nestas que os remanescentes do

bioma estão mais propensos a desaparecer, e por isso essas áreas devem ter prioridade nas políticas

de formação de Unidades de Conservação.

Alguns fatores como as taxas de crescimento populacional e econômico são tidos como

balizadores no estudo de remanescentes de florestas, às vezes numa relação de inversibilidade entre

eles. Contudo, para a ZH Serrana, verifica-se que nos últimos 77 anos houve crescimento

populacional (315%), mas com decréscimo expressivo da população no meio rural entre 1940 e 2010

(30,7%) (Tabelas 2 e 3). O quadro atual do uso do solo da ZH Serrana mostra uma cobertura vegetal

bastante alterada pelo crescimento urbano, pelo uso e ocupação inadequadas do solo (SILVEIRA &

SILVA, 2010; WECKMÜLLER & VICENS, 2013) e com municípios com altos índices de pressão

agropecuária, como o caso de Duas Barras, Cordeiro e Macuco (YOUNG et al., 2000). Da

conjugação destes fatores, aliados ao aumento da impermeabilização do solo e da ocupação

desordenada em grande parte da bacia hidrográfica drenante dos rios da ZH Serrana, com atuações

sem sustentabilidade ambiental, resultam no aumento do escoamento superficial de encosta, gerando

processos erosivos no solo (com o consequente assoreamento dos rios), agravando os riscos de

transbordamento hídrico de calha (SILVA, 2012b).

Apesar do crescimento populacional, esta zona homogênea apresenta aproximadamente

40% do seu território coberto com remanescentes florestais da Mata Atlântica, o que corresponde a

cerca de 25% desse tipo de cobertura no estado (Figura 6 e 7).

Em função das atividades da pecuária extensiva, 53,15% das terras estão cobertas por

pastos e pastagens, deterioradas por queimadas e pisoteio do gado. A agricultura ocupa somente

cerca de 1,53% da área física da região (Figura 7), todavia é de suma importância como cinturão

verde da capital do estado.

Com relação à fauna, segundo MALLET-RODRIGUES et al. (2007), o intenso

desmatamento na parte baixa da Serra dos Órgãos, a atividade de caçadores, a captura de pássaros

para gaiolas e o crescimento da ocupação humana na região são os fatores que mais ameaçam a

população de aves nesta serra. Estes mesmos autores verificaram que, embora várias espécies sejam

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predominantemente florestais (incluindo vários endemismos da Mata Atlântica), a maioria das aves

pode ser encontrada em ambientes secundários e borda de mata, sendo que 30% das espécies

catalogadas foram consideradas raras na Serra dos Órgãos.

A ocorrência de grande diversidade de anfíbios, répteis e mamíferos, segundo ROCHA et al.

(2004), pode ser atribuída, em grande parte, as características do relevo acidentado e da

particularidades edáficas da região. Chama a atenção, ainda, a presença de espécies ameaçadas de

extinção, de espécies raras e pouco conhecidas, de importância médica e as típicas das formações de

Mata Atlântica (GONÇALVES et al., 2007).

Figura 7 – Mapa do Uso e Cobertura do Solo na Zona Homogênea Serrana

* Correspondente a 0,0003% do total da área da ZH Serrana Fonte: INEA, 2016.

2.3.2.4. Áreas de Lavras

O setor minerário no estado do Rio de Janeiro, à exceção do ligado a extração petrolífera, ainda

apresenta-se incipiente, se circunscrevendo a umas poucas substâncias, majoritariamente destinadas à

construção civil, produzidas em empreendimentos de pequena a microescala aglomerados nos chamados

pólos minerais. Segundo SANTOS (2007), as zonas homogêneas Nordeste, Leste Fluminense e Serrana,

assim como parte da ZH Vale do Paraíba, se apresentaram como as áreas de maior favorabilidade para as

ações de fomento à produção de rochas para uso na construção civil. Já no caso das areias e argila, a ZH

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Leste Fluminense, o sul e o leste da ZH Vale do Paraíba e a ZH Metropolitana destacaram-se como as de

maior favorabilidade.

Verificam-se na Figura 8 as áreas sob lavra na ZH Serrana (em diferentes estágios de

exploração e registro junto ao Departamento Nacional de Produção Mineral - DNPM), onde as áreas

de lavra de calcário e granito correspondem a mais de 60% deste total. Há registros de uma série de

bens minerais onde despontam a exploração de água mineral além daqueles de uso direto na

construção civil (areia, brita e rocha para cantaria). Extrações paralisadas de argila e saibro estão

demonstradas no mapa.

O estado do Rio de Janeiro, apesar de ser o terceiro maior produtor nacional de águas

minerais, somente tem parte da demanda anual coberta pela produção interna, cujo consumo per

capita é de 37 L/ano e produção de 553,6 milhões de litros. A ZH Serrana é a terceira maior

produtora de água mineral natural envasada do estado (com 13% deste mercado), ficando atrás

somente das zonas homogêneas Metropolitana e Lagos, esta última com a maior produção (com

31%). Petrópolis responde por mais de 40% da produção da ZH Serrana (DRM-RJ, 2014).

Uma característica peculiar da ZH Serrana é o alto índice pluviométrico anual, o que

facilita a recomposição dos mananciais hídricos e manutenção das captações com bons níveis de

vazão.

Figura 8 – Mapa das áreas de Lavra na Zona Homogênea Serrana

Fonte: DNPM, 2016

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2.4. Áreas legalmente protegidas

No Brasil as áreas legalmente protegidas podem ser públicas, quando administradas e

manejadas diretamente por órgãos governamentais ou instituições credenciadas por estes, e privadas

ou particulares, quando geridas diretamente pelos proprietários da área, porém com fiscalização e

monitoramento dos órgãos públicos competentes.

Quanto à tipologia podem ser: Áreas de Preservação Permanente, Reservas Legais, Terras

Indígenas, Territórios Remanescentes de Comunidades de Quilombos, Unidades de Conservação,

Reserva da Biosfera, Sítios Ramsar5, Sítios do Patrimônio Natural, dentre outras6.

A criação de Unidades de Conservação (UC) é o principal instrumento de proteção legal de

áreas naturais no Brasil. Esta denominação foi dada pelo Sistema Nacional de Unidades de

Conservação da Natureza (SNUC)7, o qual estabelece os objetivos, diretrizes e categoriza as UC.

As unidades de conservação integrantes do SNUC dividem-se em dois grupos: as Unidades

de Proteção Integral (UPI) e as Unidades de Uso Sustentável (UUS). O grupo das UPIs é composto

pela Estação Ecológica, Reserva Biológica, Parque Nacional, Monumento Natural e Refúgio de Vida

Silvestre. Enquanto que o grupo das UUSs é composto por Área de Proteção Ambiental, Área de

Relevante Interesse Ecológico, Floresta Nacional, Reserva Extrativista, Reserva de Fauna, Reserva

de Desenvolvimento Sustentável e Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN)8.

A ZH Serrana apresenta diferentes tipos de UC e sob diversos estágios de conservação e de

uso (Tabela 11). Ressalta-se que na região há 30 áreas destinadas à RPPN, totalizando 820 ha, o que

é bastante interessante do ponto de vista de conservação, pois essa unidade de uso sustentável parte

da ação de um ente privado.

O turismo que dinamiza a economia de muitos dos municípios da ZH Serrana só é possível

pela proteção de paisagens proporcionada pela presença das unidades de conservação. O Parque

Nacional da Serra dos Órgãos foi a sexta unidade de conservação mais visitada no país em 2015, com

217.372 visitantes (ICMBIO, 2017). Esse número de pessoas visitando as UCs movimenta os setores

hoteleiros, restaurantes, transporte e comércio local. Segundo estimativa realizadas por MEDEIROS

et al. (2011), o gasto médio do visitante somente em Parques Nacionais gira em torno de R$ 40 (se

estes estiverem em áreas rurais), R$ 50 (em pequenas localidades), R$ R$ 72,6 (grandes localidades)

e R$ 107,4 (em grandes centros/capitais). 5 Zonas úmidas de importância internacional 6 Jardins botânicos, jardins zoológicos, hortos florestais, estações florestais experimentais, estações de pesquisa, florestas protetoras,

parques ecológicos, viveiros, herbários, estradas-parque, criadouros de fauna, reservas ecológicas, estâncias hidrominerais e bancos de germoplasma e corredores ecológicos.

7 Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000 8 Lei n. 9.985, de 18 de julho de 2000.

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Tabela 11 – Unidades de Conservação localizadas na Zona Homogênea Serrana

Unidades de conservação situadas no município

Área protegida (ha)

Dependência administrativa

Ato Legal Municípios que abrange

APA da Bacia do Rio dos Frades

7.500,00 Estadual Decreto 1.199 de 31/05/1988

Cachoeiras de Macacu, Nova Friburgo e Teresópolis

APA da Bacia do Rio Macacu 19.507,20 Estadual Decreto 4.018 de 05/12/2002

Cachoeira de Macacu, Guapimirim, Itaboraí, Magé, Nova Friburgo, Silva Jardim e Teresópolis

APA da Bacia do Rio São João/Mico-leão-dourado

150.373,03 Federal Decreto s/n de 27/06/2002 Araruama, Casimiro de Abreu, Cabo Frio, Cachoeira de Macacu, Macaé, Nova Friburgo, Rio Bonito e Rio das Ostras

APA da Floresta do Jacarandá

2.700,00 Estadual Decreto 8.280 de 23/07/1985

Cachoeiras de Macacu, Guapimirim e Teresópolis

APA de Macaé de Cima 35.037,00 Estadual Decreto 29.205 de 14/09/2001

Cachoeiras e Macacu e Nova Friburgo

APA de Petrópolis 59.618,43 Federal Decreto 87.561 de 13/09/1982

Petrópolis (68,3%), Magé (16,8%), Guapimirim (10,4%) e Duque de Caxias (4,5%)

APA do Pico Caledônia 3.400,00 Municipal Decreto Municipal 497 de 12/05/92

Cahcoeiras de Macacu e Nova Friburgo

APA do Rio Bonito 6.000,00 Municipal Decreto Municipal 443 de 06/07/96

Cachoeiras de Macacu, Nova Friburgo e Silva Jardim

APA Maravilha 1.700,00 Municipal Decreto Municipal 1.652 de 05/06/2006

São José do Vale do Rio Preto

APA Serra da Mantiqueira 422.873,00 Federal Lei 9.097 de 19/09/1995 MG, SP e RJ

APA Vista Soberbo 8,00 Municipal Decreto 1.170 de 11/03/88 Teresópolis

ESEC Montes das Flores 209,30 Municipal Decreto 1.654 de 05/06/06 São José do Vale do Rio Preto

ESEC Paraíso 4749,70 Estadual Decreto 9.803 de 12/03/87 Guapimirim, Teresópolis e Cachoeira de Macacu

MONA da Pedra das Flores 334,70 Municipal Decreto 1.651 de 05/06/06 São José do Vale do Rio Preto

MONA Pedra do Elefante 530,00 Municipal Decreto 71 de 24/07/2009 Petrópolis

PARNA da Serra dos Órgãos 11.800,00 Federal Decreto 1.822 de 30/11/1939

Guapimirim, Magé, Petrópolis e Teresópolis

Parque Estadual do Desengano

25.000,00 Estadual Decreto-Lei 250 de 13/04/1970

Santa Maria Madalena, São Fidélis e Campos dos Goytacazes

Parque Estadual dos Três Picos

46.360,00 Estadual Decreto 31.343 de 05/06/2002

Nova Friburgo, Guapimirim, Silva Jardim e Cachoeira de Macacu

PNM Araponga 1.978,90 Municipal Decreto 1.653 de 05/06/2006

São José do Vale do Rio Preto

PNM de Petrópolis 16,70 Municipal Petrópolis

PNM Montanhas de Teresópolis

4.397,00 Municipal Decreto 3.693 de 03/07/2009

Teresópolis

REBIO de Araras 2.131,00 Estadual Resolução 59 de 07/07/1977

Miguel Pereira e Petrópolis

REBIO do Tinguá 26.136,00 Federal Decreto 97.780 de 23/05/1989

Duque de Caxias, Miguel Pereira, Nova Iguaçu e Petrópolis

RPPN Águas Claras II 3,61 Estadual Portaria INEA/RJ/PRES 178 de 14/12/10

Trajano de Morais

RPPN Bacchus 101,73 Estadual Portaria INEA/RJ/PRES 81 de 01/12/09

Nova Friburgo

RPPN Bello e Kerida 13,70 Estadual Portaria INEA/RJ/PRES 06 de 18/02/09

Nova Friburgo

RPPN Caldeirão 2,18 Estadual Portaria INEA/RJ/PRES 490 de 11/09/13

Petrópolis

RPPN Canto dos Pássaros 28,07 Estadual Portaria INEA/RJ/PRES 517 de 14/03/14

Teresópolis

RPPN Canto dos Pássaros II 3,14 Estadual Portaria INEA/RJ/PRES 518 de 14/03/14

Teresópolis

RPPN Carpi 8,20 Estadual Portaria INEA/RJ/PRES 267 de 14/09/11

Nova Friburgo

RPPN Córrego Frio 21,68 Estadual Portaria INEA/RJ/PRES 09 de 18/02/09

Nova Friburgo

RPPN Da Água Boa 3,12 Estadual Portaria INEA/RJ/PRES 718 de 29/05/17

Nova Friburgo

RPPN Duas Barras 15,07 Estadual Portaria INEA/RJ/PRES 487 de 30/08/13

Duas Barras

(Continua)

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Unidades de conservação situadas no município

Área protegida (ha)

Dependência administrativa

Ato Legal Municípios que abrange

RPPN Duas Pedras 1,51 Estadual Portaria INEA/RJ/PRES 198 de 21/02/11

Nova Friburgo

RPPN Fazenda Minas Gerais 18,96 Estadual Portaria INEA/RJ/PRES 563 de 24/10/14

Santa Maria Madalena

RPPN Fazenda Miosótis 92,08 Estadual Portaria INEA/RJ/PRES 362 de 09/08/12

São José do Vale do Rio Preto

RPPN Fazenda Suspiro 18,48 Federal Portaria 3 -N, de 22/02/1999

Teresópolis

RPPN Graziela Maciel Barroso

184,00 Federal Portaria 20, de 12/04/2005 Petrópolis

RPPN Jacutinga 15,37 Estadual Portaria INEA/RJ/PRES 578 de 26/01/15

Petrópolis

RPPN Nêga Fulô 4,59 Estadual Portaria INEA/RJ/PRES 485 de 22/08/13

Nova Friburgo

RPPN Olho Dágua 7,34 Estadual Portaria INEA/RJ/PRES 144 de 30/07/10

Teresópolis

RPPN Panapaná 17,25 Estadual Portaria INEA/RJ/PRES 71 de 20/10/09

Nova Friburgo

RPPN Refúgio do Bugio 23,64 Estadual Portaria INEA/RJ/PRES 429 de 19/08/13

Santa Maria Madalena

RPPN Regina 27,14 Estadual Portaria INEA/RJ/PRES 622 de 19/08/15

Petrópolis

RPPN Rildo de Oliveira Gomes II

23,82 Estadual Portaria INEA/RJ/PRES 502 de 29/11/13

Teresópolis

RPPN São José 8,77 Estadual Portaria INEA/RJ/PRES 268 de 14/09/11

Nova Friburgo

RPPN Sitio da Luz 14,77 Estadual Portaria INEA/RJ/PRES 101 de 08/02/10

Nova Friburgo

RPPN Sítio Serra Negra 18,48 Estadual Portaria INEA/RJ/PRES 113 de 11/05/10

Teresópolis

RPPN Soledade 6,33 Estadual Portaria INEA/RJ/PRES 10 de 18/02/09

Nova Friburgo

RPPN Terra do Sol e da Lua 10,78 Estadual Portaria INEA/RJ/PRES 431 de 10/04/13

Nova Friburgo

RPPN Vale do Paraíso 84,99 Estadual Portaria INEA/RJ/PRES 77 de 12/11/09

Nova Friburgo

RPPN Verbicaro 11,62 Estadual Portaria INEA/RJ/PRES 179 de 14/12/10

Santa Maria Madalena

RPPN Woodstock 30,37 Estadual Portaria INEA/RJ/PRES 08 de 18/02/09

Nova Friburgo

Fonte: ICMBio, 2008a; ICMBio, 2008b; ICMBio, 2009; PEDREIRA et al., 2011; APN, 2012; AGEVAP, 2013; INEA, 2013.

Com relação às terras indígenas, não se verifica a ocorrência de áreas regularizadas,

homologadas, declaradas, delimitadas ou área em estudo na ZH Serrana (FUNAI, 2017).

Todavia, verifica-se um processo aberto, junto ao INCRA, para reconhecimento de

comunidade quilombola, sendo este no município de Petrópolis9 (INCRA, 2017). Esta área foi

certificada na Fundação Cultural Palmares pela Portaria n. 104 de 20/05/2016 (PALMARES, 2017).

2.5. Infraestruturas viárias

Com o intuito de ligar a cidade do Rio de Janeiro à província de Minas Gerais, passando por

Petrópolis, até chegar ao rio das Velhas, afluente do rio São Francisco, foi construída a primeira

9 Processo n. 54180.000170/2013-75

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ferrovia brasileira (Estrada de Ferro de Petrópolis10). Esta teve sua inauguração em 30 de abril de

1854, porém a chamada E. F. Mauá só se estendia por 14,5 km, compreendendo as estações de Mauá e

Inhomirim e a parada em Fragoso (Magé). Posteriormente, em 16 de dezembro de 1856, foi aberto o

tráfego até a estação de Raiz da Serra (distrito de Magé), totalizando 16,2 km (SILVA et al., 2011b).

As possibilidades de extensão dessa ferrovia até Petrópolis e daí até Minas Gerais foram

prejudicadas pela prioridade dada pelo governo imperial para a Estrada de Ferro D. Pedro II e pela

abertura da rodovia União e Indústria, que ligava Petrópolis a Juiz de Fora (SILVA et al., 2011b).

A Estrada de Ferro Cantagalo foi a quarta ferrovia brasileira e também a terceira a ser criada

na província do Rio de Janeiro. O decreto de 21/10/1857 autorizou o Barão de Nova Friburgo a

construir uma estrada de ferro ligando Porto das Caixas até a raiz da serra de Nova Friburgo, na

província do Rio de Janeiro. Os trabalhos foram iniciados em 08 de novembro de 1859, e a 23 de abril

de 1860 foi inaugurada o primeiro trecho, com cerca de 34 km, entre Porto das Caixas e Cachoeiras

(atual Cachoeiras de Macacu). Depois disso foram construídos o prolongamento até Vila Nova,

inaugurado em 1866, e até Nova Friburgo e Cantagalo; bem como a ligação com Niterói (estação de

Sant’Anna) (SILVA et al., 2011b).

Outra estrada de ferro importante para ZH Serrana no final do século XIX e início do XX foi a

Companhia Estrada de Ferro Theresópolis, a qual ligava o Porte da Piedade (na Baía de Guanabara) até

o planalto da cidade de Teresópolis. Esta estrada foi inaugurada em 1896 e começou a ser desmontada

em 1957, finalizando em 1959, com o arranquio dos trilhos (GERODETTI & CORNEJO, 2005).

Esse complexo ferroviário na ZH Serrana contribuiu para o desenvolvimento econômico à

época, tanto no deslocamento de pessoas, quanto no transporte de cargas, principalmente as

produções de café. O Relatório do Ministério de Agricultura demonstrou um superávit para as

estradas de ferro brasileiras no ano de 1867, dentre as quais, as três ferrovias fluminenses (Tabela

12). A exceção eram as ferrovias de Pernambuco e Bahia.

Tabela 12 – Desempenho das estradas de ferro brasileiras no ano de 1867 (valores em Réis11)

Estrada de Ferro Receita Despesa

Dom Pedro II 2.523:796$781 1.117:034$992

SPR (10,5 meses) 1.236:423$702 305:140$286

Pernambuco 599:331$445 414:772$537

Bahia 278:974$930 506:605$022

Mauá 709:222$555 365:839$300

Cantagalo 267:595$347 172:297$268

TOTAL 5.615:344$760 2.881:689$765

Fonte: SENACOP, 1867 (citado por SILVA et al., 2011b)

10 Decretos 641 (26/06/1852) e 987 (12/06/1852) 11 Unidade monetária portuguesa utilizada no Brasil até a década de 40

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Em 1964, uma política do governo federal de erradicação de ramais ferroviários considerados

como antieconômicos, promoveu a desativação de várias estradas de ferro da ZH Serrana

(RODRIGUEZ, 2004). Atualmente, não há eixo ferroviário operando nesta zona homogênea.

No tocante a malha rodoviária, a ZH Serrana é composta por 22 rodovias estaduais (RJ107,

116, 117, 125, 130, 134, 142, 144, 146, 148, 150, 152, 156, 158, 160, 162, 166, 174, 176, 180, 184 e

190) e quatro federais (BR040, 116, 494 e 495), totalizando pouco mais de 1300 km de estradas

(Figura 9). Contudo, devido ao crescimento e desenvolvimento regional nos últimos anos, dado pelos

setores de turismo, industrial e de serviços, o fluxo de veículos tem aumentado consideravelmente e,

consequentemente, algumas dessas rodovias têm sido estranguladas com relação à fluidez do trânsito,

principalmente em feriados, afetando não só o trânsito de veículos de passageiros como os de carga.

Figura 9 – Mapa Multimodal da Zona Homogênea Serrana

Fonte: TRANSPORTES, 2016

2.6. Principais atividades econômicas

A agricultura representa um setor estratégico para o crescimento, tendo em vista a

interdependência com os demais segmentos da economia e o seu papel na produção de alimentos

para o consumo. Essa interdependência faz o desenvolvimento agrícola exercer um papel ativo no

desenvolvimento econômico e, desse modo, estimular a indústria, o comércio e os serviços

(PEREIRA, 1995). Logo, pode-se relacionar a perda do controle econômico-industrial do Rio de

Janeiro ao momento em que não soube atrelar sua indústria à agricultura, ou seja, ao não

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desenvolvimento de um complexo agrícola moderno, produtor de alimentos e gerador de rendas, que

pudesse impulsionar e diversificar o mercado intra-regional (MELO & CONTRERAS, 1988).

Fruto histórico desse processo pode ser visualizado na Tabela 13 onde, independentemente

da zona homogênea, verifica-se predominância dos setores de serviços e industrial sobre o setor

agropecuário na formação do Produto Interno Bruto (PIB).

O somatório do Produto Interno Bruto dos 15 municípios pertencentes à ZH Serrana

corresponde a 3,80% do PIB estadual, ou seja, segundo menor do estado, atrás somente da ZH

Nordeste Fluminense. Além disso, é o menor PIB per capita estadual, R$ 22.386,79, mesmo sendo a

zona homogênea com a quarta maior densidade populacional no Rio de Janeiro.

A composição dos setores econômicos na formação do PIB na ZH Serrana tem

comportamento similar ao restante do país (SILVA et al., 2016; BARRETO FILHO, 2017), ou seja,

o setor de serviços é o que mais emprega. Este setor corresponde a cerca de 48% do PIB da ZH

Serrana, o qual é cerca de 3,7 vezes superior ao PIB estadual do setor de agropecuária.

Tabela 13 – Valor Adicionado Bruto por atividade econômica, Produto Interno Bruto e Produto Interno Bruto per capita nas Zonas Homogêneas do estado do Rio de Janeiro em 2014

Estadoe e Zonas Homogêneas

Valor (R$)

PIB per capita(R$)

Valor Adicionado Bruto

PIB

Participação no PIB em relação ao estado (%)

Agropecuária Indústria Serviços

Estado 579.338.827.363 100 2.841.308.862 171.683.729.086 301.915.183.193 40.767,26

Metropolitana 364.900.861.349 62,99 320.857.033 68.561.128.604 222.083.895.725 25.756,32

Nordeste Fluminense 7.048.446.835 1,22 456.684.843 990.097.625 3.251.802.869 19.599,80

Leste Fluminense 90.003.948.336 15,54 500.439.567 55.314.282.359 27.440.747.731 110.723,20

Serrana 22.028.145.131 3,80 877.471.499 5.340.736.049 10.538.541.854 22.386,79

Lagos 45.362.593.196 7,83 178.230.338 25.093.380.342 14.683.878.779 54.770,46

Vale do Paraíba 49.994.832.516 8,63 507.625.582 16.384.104.107 23.916.316.235 43.319,13

Fonte: IBGE, 2017b

Verifica-se na Tabela 14 que comportamento similar do setor de serviços pode ser

observado para os municípios pertencentes à ZH Serrana, à exceção de Cantagalo, o qual apresenta

maior participação do setor industrial na composição do Produto Interno Bruto, principalmente

devido às indústrias relacionadas ao setor da construção civil. A participação do setor da

agropecuária é maior que o da indústria nos municípios de Duas Barras, Santa Maria Madalena, São

José do Vale do Rio Preto, São Sebastião do Alto, Sumidouro e Trajano de Moraes. No caso de

Sumidouro, a maior composição no PIB municipal vem do setor da agropecuária.

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Tabela 14 – Valor Adicionado Bruto por atividade econômica, Produto Interno Bruto e Produto Interno Bruto per capita nos municípios da Zona Homogênea Serrana em 2014

Municípios

Valor (R$)

PIB per capita(R$)

Valor Adicionado Bruto

PIB

Participação no PIB em relação a

Região (%)

Agropecuária Indústria Serviços

ZH Serrana 22.028.145.131 100 877.471.499 5.340.736.049 10.538.541.854 22.386,79

Bom Jardim 589.563.927 2,68 62.161.225 158.825.369 203.093.514 25.171,50 Cantagalo 793.115.914 3,60 20.849.223 434.148.154 197.796.542 43.600,01

Carmo 316.613.149 1,44 13.680.069 87.914.766 96.690.603 19.289,81

Cordeiro 300.314.980 1,36 3.897.317 35.764.384 128.600.493 15.092,25

Duas Barras 182.491.533 0,83 45.874.703 11.437.858 44.884.136 17.579,91

Macuco 118.007.702 0,54 3.195.304 21.625.699 46.438.343 23.510,42

Nova Friburgo 3.727.953.075 16,92 80.248.078 581.621.801 1.957.519.076 22.112,55

Paty do Alferes 378.813.267 1,72 32.693.457 40.347.640 135.906.670 15.434,57

Petrópolis 10.152.626.369 46,09 69.390.103 3.274.206.839 4.985.240.163 38.139,11

Santa Maria Madalena 152.724.400 0,69 12.415.753 8.980.124 47.420.051 15.709,01

São José do Vale do Rio Preto 315.600.955 1,43 65.967.255 23.262.790 89.084.717 16.530,56

São Sebastião do Alto 142.140.150 0,65 31.889.906 10.047.325 32.038.727 16.924,19

Sumidouro 300.004.893 1,36 130.043.920 17.410.429 49.466.976 22.727,18

Teresópolis 4.406.747.012 20,01 282.474.842 624.357.149 2.482.532.916 28.387,36

Trajano de Moraes 151.427.805 0,69 22.690.344 10.785.722 41.828.927 15.593,44

Fonte: Produto Interno Bruto por Municípios no ano de 2013 (IBGE, 2017c,b)

O governo do estado, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico Energia

Indústria e Serviços (SEDEIS), vem apoiando o desenvolvimento regional por meio de APLs12

(Arranjo Produtivos Locais), com o intuito de estimular o crescimento econômico e criar vantagens

competitivas para os pequenos negócios. Na ZH Serrana foram propostos os APLs de moda íntima

(Bom Jardim, Duas Barras, Cordeiro, Macuco, Cantagalo, Sumidouro, São Sebastião do Alto e Santa

Maria Madalena), têxtil-vestuário (Petrópolis), agroindustrial (Teresópolis, Petrópolis e Nova

Friburgo), tecnologia da informação (Petrópolis) e turismo (MATOS, 2011; RANGEL & PAULA,

2012; ARAÚJO, 2015; SEDEIS, 2016).

2.6.1. Setor Agrícola

Com a crise do café no final do século XIX e o consequente declínio desta cultura no estado

do Rio de Janeiro, o setor agrícola passou por um momento de adaptação de atividades. As culturas

12 Os Arranjos Produtivos Locais (APLs) constituem empresas organizadas em uma lógica própria de cadeia produtiva e

mercado, articuladas para ações de cooperação, capacitação e desenvolvimento mútuo integrado, com apoio de instituições diversas conforme as competências básicas necessárias a esse desenvolvimento. Microempresas e empresas de pequeno porte que participam de APLs têm acesso facilitado a mão-de-obra, novas tecnologias, fornecedores e distribuidores

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da cana-de-açúcar e da mandioca (dentre outras) surgiram, diversificando a economia dos municípios

fluminenses (PINTO, 1984). No entanto, no caso da ZH Serrana, o café deu lugar às pastagens e a

acentuação do processo de degração dos solos nas regiões produtoras.

Paralelamente, até em função da abundante força de trabalho livre (pós-abolição da escravatura),

desenvolveu-se o sistema de colonato, o qual, dentre outros desdobramentos, alavancou a agricultura de

subsistência na região, sendo o excedente comercializado em feiras livres (DEZEMONE, 2015). Enquanto

que a mão de obra de estrangeiros europeus, presentes principalmente nos municípios de Petrópolis,

Teresópolis e Nova Friburgo, se dedicava ao setor industrial ou a agricultura voltada ao abastecimento

destas cidades, assim como da capital (MESQUITA, 2012; CAMPOS, 2015).

Um dos pontos da política econômica do governo do presidente Nilo Peçanha foi a

diversificação da agricultura no estado do Rio de Janeiro, o que levou, durante certo tempo, a um

expressivo grau de autossuficiência do estado no tocante à importação de gêneros de primeira

necessidade para o abastecimento interno, sendo a ZH Serrana responsável por boa parte desse

sucesso, principalmente com a produção de olerícolas (SANTOS & MENDONÇA, 2006).

Embora os municípios do Rio de Janeiro e Itaguaí tenham se constituído, por causas

históricas e geográficas no cinturão verde inicial, este se expandiu posteriormente pelos municípios

serranos, e no final dos anos setenta abrangia Sumidouro e Cachoeiras de Macacu, sem constituir,

todavia, espaços contínuos (UNE & FERREIRA, 1984).

A partir de então, a ZH Serrana passou a figurar como o grande cinturão verde da capital

fluminense. Atualmente é maior produtora de olerícolas e floricultura do estado, sendo Teresópolis

responsável pela produção de 90% das folhosas comercializadas no estado do Rio de Janeiro

(PAINS, 2014). Todavia, a pecuária é a atividade predominante na ZH Serrana em termos de área,

seja para corte ou para leite, com ênfase para a produção destinada aos laticínios.

Após as catástrofes de inundação e deslizamentos em 2011, que se abateram sobre a ZH

Serrana, algumas tentativas foram feitas para aumentar a produção agrícola na região próxima à

capital do estado, tanto no nível federal (PRONAF emergencial), quanto estadual (com os programas

Rio Rural emergencial e Estradas da Produção (DIA DE CAMPO, 2016)). Segundo dados da

Secretaria Estadual de Agricultura e Pecuária do estado foram degradados cerca de 2.800 hectares em

sete municípios e 2.096 hectares de lavouras ou pastagens foram afetados. Além da produção

destruída nas diversas lavouras afetadas, os municípios perderam cabeças de gado, estradas, pontes,

equipamentos e moradias na área rural (BANCO MUNDIAL, 2012).

Fruto dessas e outras ações pontuais, o setor agrícola na ZH Serrana cresceu entre 4 e 5% ao

ano, desde 2011 a 2014, em termos de valor e volume de produção (GANDRA, 2016). Segundo

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levantamento realizado pelo IBGE (2015), a produção agrícola na ZH Serrana chegou a 173.364

toneladas, considerando culturas permanentes e temporárias13. Na modalidade de lavoura temporária a

participação desta zona homogênea foi de 5,22% em área colhida, enquanto na modalidade da lavoura

permanente, 6,25%, em relação ao estado.

O IBGE trabalha com o conceito de Valor Bruto da Produção (VBP), o qual considera as

produções físicas estimadas no Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) e os preços

médios recebidos pelos produtores rurais de janeiro a outubro de cada ano, segundo pesquisa da

Fundação Getúlio Vargas (BANCO CENTRAL, 2011).

Avaliando a produtividade de cada município, por meio dos indicadores de área plantada,

valor monetário da produção e renda gerada por hectare por ano, o município de Nova Friburgo

apresentou os melhores resultados, na modalidade lavoura temporária, com rentabilidade estimada de

R$ 117.403,51/ha/ano, e para lavoura permanente, com VBP de R$ 32.450,45/ha/ano, conforme se

observa na Tabela 15.

Tabela 15 – Produção agrícola na Zona Homogênea Serrana em 2016

Estado/Zona Homogênea/Municípios

Lavoura Temporária Lavoura Permanente

Área1 Valor VBP

2

(R$/ha/ano)

Área1 Valor VBP

2

(R$/ha/ano) (ha) (R$1.000) (ha) (R$1.000)

Estado* 79.179 814.712,00 10.289,50 44.764 459.579,00 10.266,71

ZH Serrana* 2.687 148.224,00 55.163,38 5.263 100.502,00 19.095,95

Bom Jardim 731 20.832,00 28.497,95 1.303 34.143,00 26.203,38

Cantagalo 38 403,00 10.605,26 56 756,00 13.500,00

Carmo 34 261,00 7.676,47 3 47 15.666,67

Cordeiro 67 1.864,00 27.820,90 2 60,00 30.000,00

Duas Barras 171 7.307,00 42.730,99 618 11.451,00 18.529,13

Macuco 4 43,00 10.750,00 17 327,00 19.235,29

Nova Friburgo 228 26.768,00 117.403,51 222 7.204,00 32.450,45

Paty do Alferes 319 20.465,00 64.153,61 10 120,00 12.000,00

Petrópolis 35 1.567,00 44.771,43 19 294,00 15.473,68

Santa Maria Madalena 45 318,00 7.066,67 107 805,00 7.523,36

São José do Vale do Rio Preto 188 18.874,00 100.393,62 552 13.433,00 24.335,14

São Sebastião do Alto 343 28.348,00 82.647,23 7 104,00 14.857,14

Sumidouro 180 9.977,00 55.427,78 524 15.237,00 29.078,24

Teresópolis 43 2.512,00 58.418,60 350 7.130,00 20.371,43

Trajano de Moraes 261 8.685,00 33.275,86 1.473 9.391,00 6.375,42

Fonte: IBGE, 2017c,d. Nota: 1 Área colhida;

2 VBP = Valor Bruto da Produção, considerando janeiro a outubro de 2016 (valor obtido

pela razão entre o valor da produção e a área).

* Média -- (não disponível)

13 Desconsiderando a produção de folhosas e de coco, pois esta última é dada em número de frutos.

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Dentre as lavouras temporárias e permanentes destacam-se as culturas que apresentaram

maior rentabilidade (sem considerar o custeio das culturas), ou seja, maior VBP (R$/ha/ano), a saber:

banana, batata-doce, caqui, goiaba, mandioca, maracujá e tomate (Tabela 16). Percebe-se que alguns

municípios apresentaram VBP maior do que a média da ZH Serrana ou do estado.

Tabela 16 – Lavouras temporárias e permanentes que apresentaram maior rentabilidade na Zona Homogênea Serrana em 2016

Estado/Zona Homogênea/Municípios

Valor Bruto da Produção (R$/ha/ano)

Lavoura Temporária Lavoura Permanente

Batata-doce Mandioca Tomate Banana Caqui Goiaba Maracujá

Estado* 22.990,02 15.162,13 128.326,51 7.529,17 26.495,22 39.199,35 33.044,27

Zona Homogênea Serrana* 23.855,79 596,33 98.516,89 15.159,66 25.463,41 34.078,95 35.850,51

Bom Jardim 28.899,47 1.546,00 86.337,66 3.152,17 17.000,00 45.333,33 25.018,87

Cantagalo 139,00 90.000,00 13.400,00

Carmo 115,00 42.000,00 15.666,67

Cordeiro 450,00 112.500,00 30.000,00

Duas Barras 18.823,53 1.189,00 111.000,00 25.425,00 33.865,38 98.138,89

Macuco 39,00 20.000,00 13.500,00

Nova Friburgo 39.411,76 681,00 167.300,00 28.840,28 31.196,08 71.315,79

Paty do Alferes 288,00 80.000,00 12.000,00

Petrópolis 216,00 83.357,14 15.473,68

Santa Maria Madalena 224,00 5.965,12 33.000,00

São José do Vale do Rio Preto 16.333,33 554,00 130.507,14 3.250,00 8.146,67 25.233,33

São Sebastião do Alto 345,00 146.552,63 14.666,67

Sumidouro 16.000,00 1.160,00 97.355,56 23.094,12 48.535,71 5.000,00 4.000,00

Teresópolis 38,00 65.105,26

Trajano de Moraes 23.666,67 1.961,00 68.704,23 5.648,88 19.500,00 52.062,50

* Média Fonte: IBGE, 2017c,d. VBP = Valor Bruto da Produção, considerando janeiro a outubro de 2016

Desde os anos de 1940, a ZH Serrana se transforma, paulatinamente, em área de expansão

turística, favorecida pela proximidade com a capital e pelas condições ambientais – como o clima

ameno e a preservação de boa parte da Mata Atlântica – e pela construção de rodovias que a cruzam,

como a Rio/Belo Horizonte (BR040) e a Rio/Bahia (BR116) (PEREIRA, 2008). É o que

ALENTEJANO (2003) chama de avanço da desruralização, onde o ordenamento territorial é calçado

nos interesses do capital imobiliário avançando sobre as terras até então ocupadas por pequenos

produtores. Na Figura 7 verifica-se que a área sob ocupação urbana é 25% maior que o somatório de

áreas ocupadas com agricultura (inclusive com café). Mesmo assim a ZH Serrana ainda é o cinturão

verde da ZH Metropolitana.

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Desta forma, a redefinição das áreas rurais na confecção e atualização dos planos diretores

municipais deve ser levada em consideração, uma vez que estas são fundamentais para amortecer o

avanço da expansão urbana e para produção de alimentos (MACHADO, 2010).

2.6.2. Setor Pecuário

A ZH Metropolitana e o estado do Rio de Janeiro são, respectivamente, o segundo e o

terceiro maiores mercados consumidores do país (IPCBR, 2017). Dado que o Rio de Janeiro não tem

sua economia pautada na produção agropecuária e esta, no geral, apresenta baixa produtividade, o

estado se configura como um dos maiores importadores de alimentos de outras unidades da

federação. No que tange ao consumo de leite e produtos lácteos, atualmente, o estado produz 513

milhões de litros/ano, o que corresponde apenas a 22% do total consumido, ou seja, 2,9 bilhões de

litros/ano em todo o estado. A produção local supre apenas um quarto da demanda interna pelo

produto (JB, 2017).

Com o objetivo de estimular a produção interna, o governo estadual criou o programa Rio

Leite, o qual consiste em promover a industrialização de leite por meio de incentivos fiscais. Um

decreto estadual zerou o ICMS para indústrias e cooperativas, o que proporcionou uma vantagem

competitiva, sendo que na maioria das demais unidades da Federação, a cadeia do leite é onerada em

12% por este tributo. Ou seja, para uma indústria do estado processar leite de outro estado, ela paga

12% a mais por este produto (LIMA JR., 2016). Apesar de ter registrado, nos últimos anos, grande

incremento na instalação de unidades processadoras, a produção não acompanhou, nem de longe,

esse crescimento. Contudo, a ZH Serrana é a terceira maior produtora de leite do estado, responsável

por 13,68% dessa produção (Tabela 17), e possui unidades beneficiadoras de leite nos municípios de

Cantagalo (Laticínios Sertões de Cantagalo), Carmo (Cooperativa Agropecuária de Carmo), Cordeiro

(Sabores da Serra Laticínios), Duas Barras (Coop. Agropec. de Duas Barras), Macuco (Coop.

Regional Agropec. de Macuco), Nova Friburgo (CCA Laticínios), São Sebastião do Alto (Coop.

Agropec. de Itaocara) e Sumidouro (Coop. Agropec. de Sumidouro).

Tabela 17 – Produção leiteira nas Zonas Homogêneas do estado do Rio de Janeiro em 2016

Zonas Homogêneas Produção leiteira (1.000 L) Percentagem em relação ao estado

Vale do Paraíba 188.356 36,80

Nordeste Fluminense 173.841 33,96

Leste Fluminense 50.757 9,92

Serrana 70.003 13,68

Metropolitana 18.239 3,56

Lagos 10.650 2,08

Estado do Rio de Janeiro 538.961 100,00

Fonte: IBGE, 2017e

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Rubrica:

Em 2016, a produção leiteira na ZH Serrana foi de pouco mais de 70 mil litros, gerando R$

89.541.000,00 (Tabela 18), o que correspode a 0,02% do PIB estadual e a 10,20% do Valor

Adicionado Bruto do setor agropecuário para a região (Tabela 13). Apesar de 53% da zona

homogênea ser coberta por pastagem (Figura 7), a produção leiteira é pequena e de baixo impacto na

formação do produto interno bruto do estado, todavia é significativa para alguns municípios que

compõem a ZH Serrana.

Tabela 18 – Produção leiteira na Zona Homogênea Serrana em 2016

Municípios Produção leiteira (1.000 L) % em relação ZH

Serrana Valor da Produção

(R$)

Bom Jardim 2.362 3,37 2.598.000,00

Cantagalo 14.741 21,06 19.164.000,00

Carmo 10.656 15,22 14.066.000,00

Cordeiro 2.107 3,01 2.739.000,00

Duas Barras 7.253 10,36 9.719.000,00

Macuco 2.350 3,36 3.055.000,00

Nova Friburgo 1.092 1,56 1.310.000,00

Paty do Alferes 3.821 5,46 4.203.000,00

Petrópolis 216 0,31 248.000,00

Santa Maria Madalena 4.766 6,81 6.292.000,00

São José do Vale do Rio Preto 657 0,94 1.183.000,00

São Sebastião do Alto 9.850 14,07 12.313.000,00

Sumidouro 6.000 8,57 7.800.000,00

Teresópolis 540 0,77 540.000,00

Trajano de Moraes 3.592 5,13 4.311.000,00

Zona Homogênea Serrana 70.003 100,00 89.541.000,00

Estado do Rio de Janeiro 511.846

578.494.000,00

Fonte: IBGE, Pecuária, 2017e

3. PREÇOS DE TERRAS SEGUNDO A INFORMA ECONOMICS/FNP

Segundo o relatório técnico do grupo de consultoria em agronegócio, Informa Economics/FNP,

o mercado de terras no Brasil sofreu uma drástica redução em seu volume de negócios desde, pelo

menos, meados de 2014, devido a um desempenho ruim da economia, o qual já se prolongava por alguns

anos, e de uma crise política vigente naquele ano. Mesmo com a fraqueza da economia, os preços das

terras se mantiveram praticamente estáveis, em termos de preços nominais (FERRAZ et al., 2017).

O preço médio de terras no Brasil no bimestre setembro-outubro de 2017 ficou em R$

11.560,00/ha. Houve valorização média de 3,4 e 12% em relação aos 12 e 36 meses,

respectivamente, quando o hectare custava R$ 11.179,88 (no primeiro período) e R$ 10.321,43 (no

segundo) (FERRAZ et al., 2017).

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Rubrica:

Quando se avaliam as valorizações por região do Brasil, de setembro/outubro de 2016 a

setembro/outubro de 2017, verifica-se que a região Sul valorizou suas terras 5,9%, em média, seguida da

região Sudeste com ganhos médios de 4,1%. Na sequência, a região Nordeste, com 2,4% de valorização e

as regiões Norte e Centro-Oeste, com 1,5 e 1,0%, respectivamente, todas estas ficaram aquém do índice

de inflação e dos principais indicadores econômicos no período. Para o estado do Rio de Janeiro a

valorização média foi de 0,3%, considerando o mesmo período (FERRAZ et al., 2017).

Quanto à valorização de terras, dadas as próprias características de cada região, como o

nível de urbanização, a proximidade de mercados consumidores, a infraestrutura disponível, o nível

de desenvolvimento econômico e estoque disponível de terras, dificilmente se alterará em futuro

previsível. Salienta-se que áreas sob pressão urbana fogem da lógica estrita do mercado de terras para

a produção agropecuária, e no caso em específico da ZH Serrana, há forte apelo turístico, o que eleva

consideravelmente o valor das áreas.

Os municípios da ZH Serrana, sob classificação do Informa Economics/FNP, estão contidos

nas regiões denominadas “Resende” (iFNP 51)14 e em “Nova Friburgo” (iFNP 53)13. Contudo, nos

relatórios apresentados por esta consultoria de mercado de terras, abrangendo a ZH Serrana, somente

há dados para os municípios de Cantagalo, Nova Friburgo e Paty do Alferes, em diferentes tipologias

de uso (Figura 10). Nos últimos 12 meses a maior valorização de terras no estado (6%) foi para a

região “Resende”, sob a tipologia de uso do solo “Olericultura Diversos”, no município de Paty do

Alferes (FERRAZ et al., 2017).

A crise econômica estadual tem afetado os preços de terras na maior parte dos municípios

fluminenses. Na ZH Serrana pode-se verificar a estagnação dos preços de terras em Nova Friburgo a

partir do final de 2014 para as áreas com uso de olerícolas (sob alta ou baixa produtividade) ou com

mata, sendo que para esta última tipologia houve um pequeno aumento no valor das áreas em 2015,

mas em 2016 voltou aos valores praticados ao final de 2014. Somente para as terras agrícolas com

cultivo de tomate em Paty do Alferes houve incremento no valor a partir do final de 2014, mas com

estagnação nos últimos 12 meses (Figura 10).

Pelo trabalho de campo realizado pelo INCRA, afirma-se que o fator regional que está

influenciando o aumento no preço da terra é a forte especulação exercida pelos detentores de áreas na

ZH Serrana, em função da demanda por estas áreas pelos setores em expansão, principalmente o

turístico, além da própria expansão urbana.

14 Denominação dada pela consultoria em agronegócio Informa Economics/FNP.

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4. MERCADO DE TERRAS NA REGIÃO

A exploração econômica de terras na ZH Serrana, nas condições atuais, requer altos

investimentos em conservação de solos, reflorestamento de nascentes, obras de contenção de

enchentes e tudo isso justificaria um mercado de terras com preços baixos (se pensarmos em terra

como um fator de produção), na contramão do que vem ocorrendo.

Os movimentos especulativos no preço de terras já foram bastante estudados no Brasil.

Embora não caiba detalhar nem reproduzir partes dos estudos mais importantes, por fugir aos objetivos

deste trabalho, as referências trazidas a este documento servem para balizar o critério adotado, ao

escolher o parâmetro de 20% na elasticidade oferta no preço de terra. Desse modo, considera-se que

ficou representada a intensidade do fator de corretagem que está ocorrendo na região.

As áreas com maior valorização na ZH Serrana são as utilizadas com culturas olerícolas,

constituindo o cinturão verde da capital do estado (RIBEIRO, 2002), basicamente formado por

pequenas e médias propriedades e com o uso de mão de obra familiar (CORTES, 2017).

5. PREÇO DA TERRA E REFORMA AGRÁRIA

A concentração urbana nos municípios de Nova Friburgo, Teresópolis e Petrópolis não é

um fenômeno recente, considerando o deslocamento de pessoas para estes municípios à época dos

ciclos do ouro e do café e, posteriormente, quando da criação das ferrovias. Esta situação ficou mais

proeminente a partir do início das migrações sazonais (férias, feriados e finais de semana) da

população da ZH Metropolitana para a Serrana. Com o desenvolvimento local e crescimento das

cidades em direção às zonas rurais, muitas pequenas propriedades, que anteriormente produziam

gêneros alimentícios (agricultura periurbana), foram convertidas em sítios de lazer.

Problemas de ordem social e de cunho ambiental advêm da falta de controle sobre a

ocupação urbana, pois algumas áreas ocupadas irregularmente são extremamente frágeis, como por

exemplo, as áreas de encosta e cabeceiras dos rios (BARBOSA, 2011; PINTO et al., 2011).

Como visto anteriormente, o relevo acidentado, a reduzida profundidade dos solos e a

ocupação irregular de algumas áreas são fatores limitantes ao processo produtivo. Desta forma,

verifica-se que imóveis onde prevalecem essas condições tendem a apresentar menor valor por

unidade de área, desconsiderando o fator localização e a utilização do imóvel para lazer.

Áreas com potencial de utilização agrícola e servidas de vias de acesso asfaltada, com

trafegabilidade o ano todo, são mais valoradas.

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Rubrica:

Sendo assim, a eventual obtenção de imóveis na ZH Serrana deve-se pautar nos potenciais

sistemas de produção agropecuária que possam viabilizar os assentamentos rurais, gerando renda

para as famílias, sustentabilidade das mesmas e segurança. Consequentemente deve ser

minuciosamente observado o custo/família assentada antes da tomada de decisão de desapropriar

imóveis na ZH Serrana.

6. MÉTODOS

6.1. Pesquisas em campo

Para o estabelecimento de preços referenciais de terras para a ZH Serrana procedeu-se ao

levantamento in loco junto aos agentes do mercado imobiliário, corretores, agrônomos da EMATER e

das Secretarias de Agricultura encontrados nos municípios, além dos meios de divulgação em massa,

de imóveis ofertados e negociados na região de estudo, com o objetivo de compor um universo

amostral com qualidade e número suficientes de elementos que fossem representativos da região, e que,

consequentemente, reflitam um resultado confiável. Dentro deste contexto, foram pesquisados imóveis

com área superior a 10 ha e que exerçam atividade rural.

Todos os elementos pesquisados foram consignados em Fichas de Pesquisas, as quais são

apresentadas no Anexo 1, sendo que dos 118 elementos amostrais coletados, 35 foram visitados para a

qualificação das informações necessárias à classificação quanto a tipologia de uso do imóvel (Figura 12).

6.2. Tipologias

Entende-se “tipologia de uso de imóvel” como determinado tipo de destinação econômica

adotada em um dado segmento de imóveis do Mercado Regional de Terras (MRT), classificado

conforme uma sequência de níveis categóricos: 1) o uso do solo predominante nos imóveis; 2)

características do sistema produtivo em que o imóvel esta inserido ou condicionantes edafoclimáticas; e

3) localização.

Quanto às tipologias para a ZH Serrana foram elencadas, previamente, as seguintes (por nível

categórico):

1o Nível Categórico:

- Agricultura : imóvel rural com produção vegetal oriunda de plantio de qualquer cultura

agrícola com fins comerciais;

- Pecuária: imóvel rural com produção animal com fins comerciais;

- Mata: imóvel rural com Mata Atlântica nativa e sem culturas implantadas;

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Rubrica:

- Exploração mista: imóvel rural com produção vegetal oriunda de plantio de qualquer cultura

agrícola (agricultura) concomitante com produção animal (pecuária) e, ou silvicultura, com fins

comerciais; e

- Silvicultura: imóvel rural com plantios florestais com fins comerciais.

2o Nível Categórico:

- Agricultura Permanente: imóvel rural com produção de culturas perenes, sem predominância

de uma espécie, com fins comerciais;

- Agricultura Temporária (olerícolas): imóvel rural com produção de culturas temporárias

(olerícolas), sem predominância de uma espécie, com fins comerciais;

- Pecuária bovina em pastagem de baixo suporte: imóvel rural com produção animal

predominante de bovinos em sistema de manejo extensivo, com lotação igual ou inferior a 0,8 unidade

animal por hectare, com fins comerciais;

- Pecuária bovina em pastagem de alto suporte: imóvel rural com produção animal

predominante de bovinos em sistema de manejo intensivo ou semi-intensivo, com lotação superior a

0,8 unidade animal por hectare, com fins comerciais;

- Exploração mista (Pecuária + eucalipto): imóvel rural com plantio florestal de eucalipto

concomitante com produção animal, com fins comerciais; e

- Exploração mista (Pecuária + piscicultura): imóvel rural com produção de peixes

concomitante com produção bovina, com fins comerciais.

3o Nível Categórico:

- Pecuária bovina em pastagem de baixo suporte (Bom Jardim) : imóvel rural, localizado

no município de Bom Jardim, com produção animal predominante de bovinos em sistema de manejo

extensivo, com lotação igual ou inferior a 0,8 unidade animal por hectare, com fins comerciais;

- Pecuária bovina em pastagem de baixo suporte (Cantagalo): imóvel rural, localizado no

município de Cantagalo, com produção animal predominante de bovinos em sistema de manejo

extensivo, com lotação igual ou inferior a 0,8 unidade animal por hectare, com fins comerciais;

- Pecuária bovina em pastagem de baixo suporte (Cordeiro) : imóvel rural, localizado no

município de Cordeiro, com produção animal predominante de bovinos em sistema de manejo

extensivo, com lotação igual ou inferior a 0,8 unidade animal por hectare, com fins comerciais;

- Pecuária bovina em pastagem de baixo suporte (Duas Barras): imóvel rural, localizado

no município de Duas Barras, com produção animal predominante de bovinos em sistema de manejo

extensivo, com lotação igual ou inferior a 0,8 unidade animal por hectare, com fins comerciais;

Superintendência Regional no Estado do Rio de Janeiro

- Pecuária bovina em pastagem de baixo suporte (

município de Macuco, com produção animal predominante de bovinos em sistema de manejo

extensivo, com lotação igual ou inferior a

- Pecuária bovina em pastagem de baixo suporte (

localizado no município de Santa Maria Madalena

sistema de manejo extensivo, com lotação igual ou inferior a

comerciais; e

- Pecuária bovina em pastagem de baixo suporte (

localizado no município de Trajano de Moraes

sistema de manejo extensivo, com lotação igual ou inferior a

comerciais.

6.3. Homogeneização dos

Os elementos amostrados foram classificados quanto à tipologia de uso, conforme

preconizado na NE no 112, de 12 de setembro de 2014, até o 3

calculadas a média de preços de cada uma e a porcentagem relativ

número total de elementos amostrais, com a segregação entre negócios realizados (NR) e ofertas (OF).

A partir dos elementos amostrados calculou

geral, assim como o desvio padrão (

O valor médio geral do mercado regional de terras na ZH

tipologias com mercado definido/consolidado em cada nível categórico foi calculado usando o

saneamento das amostras pelo d

s). Os elementos com valores acima do limite superior (

foram expurgados da composição amostral. Novos saneamentos foram realizados até que o

coeficiente de variação fosse ≤

O campo de arbítrio tem a amplitude de 30% em torno da média geral do MRT

como para cada tipologia de mercado definido/consolidado, configurando assim, os limites superior e

inferior, os quais foram estabelecidos pelas seguintes equações:

Limite inferior =

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Pecuária bovina em pastagem de baixo suporte (Macuco): imóvel rural, localizado no

, com produção animal predominante de bovinos em sistema de manejo

extensivo, com lotação igual ou inferior a 0,8 unidade animal por hectare, com fins comerciais;

Pecuária bovina em pastagem de baixo suporte (Santa Maria Madalena

Santa Maria Madalena, com produção animal predominante de bovinos em

sistema de manejo extensivo, com lotação igual ou inferior a 0,8 unidade animal por hectare, com fins

Pecuária bovina em pastagem de baixo suporte (Traj ano de Moraes

Trajano de Moraes, com produção animal predominante de bovinos em

sistema de manejo extensivo, com lotação igual ou inferior a 0,8 unidade animal por hectare, com fins

Homogeneização dos Elementos Amostrais

Os elementos amostrados foram classificados quanto à tipologia de uso, conforme

112, de 12 de setembro de 2014, até o 3o nível categórico, sendo então

calculadas a média de preços de cada uma e a porcentagem relativa de cada tipologia em relação ao

número total de elementos amostrais, com a segregação entre negócios realizados (NR) e ofertas (OF).

A partir dos elementos amostrados calculou-se o valor médio () e o campo de arbítrio para a amostra

desvio padrão ( s ) e o coeficiente de variação (CV).

O valor médio geral do mercado regional de terras na ZH Serrana

tipologias com mercado definido/consolidado em cada nível categórico foi calculado usando o

saneamento das amostras pelo desvio padrão. O saneamento foi realizado pelo método da média (

s). Os elementos com valores acima do limite superior ( + s) ou abaixo do limite inferior (

foram expurgados da composição amostral. Novos saneamentos foram realizados até que o

≤ 30%.

CV% = (S / ).100

O campo de arbítrio tem a amplitude de 30% em torno da média geral do MRT

como para cada tipologia de mercado definido/consolidado, configurando assim, os limites superior e

foram estabelecidos pelas seguintes equações:

. 0,85 Limite superior =

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Rubrica:

: imóvel rural, localizado no

, com produção animal predominante de bovinos em sistema de manejo

unidade animal por hectare, com fins comerciais;

Santa Maria Madalena): imóvel rural,

, com produção animal predominante de bovinos em

unidade animal por hectare, com fins

ano de Moraes): imóvel rural,

, com produção animal predominante de bovinos em

unidade animal por hectare, com fins

Os elementos amostrados foram classificados quanto à tipologia de uso, conforme

nível categórico, sendo então

a de cada tipologia em relação ao

número total de elementos amostrais, com a segregação entre negócios realizados (NR) e ofertas (OF).

) e o campo de arbítrio para a amostra

Serrana (MRT-ZHS) e das

tipologias com mercado definido/consolidado em cada nível categórico foi calculado usando o

esvio padrão. O saneamento foi realizado pelo método da média ( ±

+ s) ou abaixo do limite inferior ( - s)

foram expurgados da composição amostral. Novos saneamentos foram realizados até que o

O campo de arbítrio tem a amplitude de 30% em torno da média geral do MRT-ZHL, assim

como para cada tipologia de mercado definido/consolidado, configurando assim, os limites superior e

Limite superior = . 1,15

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Figura 11 – Localização das amostras coletadas em campo no Mercado Regional de Terras na

Zona Homogênea Serrana

7. RESULTADOS

Para o Mercado Regional de Terras na Zona Homogênea Serra (MRT-ZHS) foram obtidos

118 (cento e dezoito) elementos amostrais ofertados no mercado para os saneamentos e

enquadramentos dentro das tipologias. Na Tabela 19 são apresentados o número e o percentual de

elementos encontrados para cada tipologia, bem como a média dos valores por tipologia e para o MRT-

ZHS.

A partir dos valores amostrais aplicou-se o fator de elasticidade de 20% para as ofertas,

considerando este o valor especulativo do corretor no início da negociação. Tendo-se os valores

homogeneizados por este fator calculou-se a média simples para cada tipologia (R$/ha) (Tabela 19).

As tipologias que apresentaram o maior número de elementos amostrais foram: “Mata (Nova

Friburgo)”, com 15 elementos (12,7%); “Pecuária bovina em pastagem de baixo suporte (Bom

Jardim)”, com nove elementos (7,6%); “Pecuária bovina em pastagem de baixo suporte (Trajano de

Moraes)”, com oito elementos (6,8%); “Pecuária bovina em pastagem de baixo suporte (Paty do

Alferes)”, com sete elementos (5,9%); “Lavoura Temporária (Nova Friburgo)”, com seis elementos

(5,1%); e “Pecuária bovina em pastagem de baixo suporte (Cantagalo)”, com cinco elementos (4,2%).

Essas tipologias correspondem a mais de 40% dos elementos amostrados para o MRT-ZHS.

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Tabela 19 – Número de elementos, porcentagem de elementos em relação ao total destes, média dos valores (R$/ha) e média dos valores com elasticidade de 20% (R$/ha), por tipologia, para o Mercado Regional de Terras na Zona Homogênea Serrana

MERCADO REGIONAL DE TERRAS - ZONA HOMOGÊNEA SERRANA

TIPOLOGIA No de elem.

% rel. ao total

Valor Médio (R$/ha)

Valor Médio c/elasticidade (R$/ha)

Pecuária bovina em pastagem de baixo suporte (Bom Jardim) 9 7,6 20.854,38 16.683,50

Pecuária bovina em pastagem de baixo suporte (Cantagalo) 5 4,2 10.550,59 8.440,47

Pecuária bovina em pastagem de baixo suporte (Carmo) 1 0,8 15.414,26 12.331,41

Pecuária bovina em pastagem de baixo suporte (Cordeiro) 1 0,8 15.873,02 12.698,41

Pecuária bovina em pastagem de baixo suporte (Duas Barras) 4 3,4 12.856,08 10.284,86

Pecuária bovina em pastagem de baixo suporte (Nova Friburgo) 1 0,8 10.330,58 8.264,46

Pecuária bovina em pastagem de baixo suporte (Paty do Alferes) 7 5,9 40.861,42 32.689,14

Pecuária bovina em pastagem de baixo suporte (Petrópolis) 2 1,7 20.000,00 16.000,00

Pecuária bovina em pastagem de baixo suporte (Santa Maria Madalena) 1 0,8 75.000,00 60.000,00

Pecuária bovina em pastagem de baixo suporte (São José do Vale do Rio Preto)

1 0,8 22.539,44 18.031,56

Pecuária bovina em pastagem de baixo suporte (Sumidouro) 1 0,8 14.867,34 11.893,87

Pecuária bovina em pastagem de baixo suporte (Teresópolis) 3 2,5 7.770,80 6.216,64

Pecuária bovina em pastagem de baixo suporte (Trajano de Moraes) 8 6,8 17.944,91 14.355,93

Pecuária bovina em pastagem de alto suporte (Cantagalo) 2 1,7 19.183,88 15.347,11

Pecuária bovina em pastagem de alto suporte (Duas Barras) 1 0,8 166.666,67 133.333,33

Pecuária bovina em pastagem de alto suporte (Paty do Alferes) 1 0,8 57.781,20 46.224,96

Lavoura Temporária (Bom Jardim) 1 0,8 31.818,18 25.454,55

Lavoura Temporária (Nova Friburgo) 6 5,1 27.682,87 22.146,29

Lavoura Temporária (Petrópolis) 1 0,8 15.065,43 12.052,34

Lavoura Temporária (Sumidouro) 1 0,8 37.037,04 29.629,63

Lavoura Temporária (Teresópolis) 3 2,5 24.104,55 19.283,64

Lavoura Temporária (Trajano de Moraes) 1 0,8 26.336,79 21.069,43

Lavoura Permanente (Duas Barras) 3 2,5 19.116,99 15.293,59

Lavoura Permanente (Teresópolis) 1 0,8 23.041,47 18.433,18

Silvicultura (eucalipto) (Duas Barras) 1 0,8 8.000,00 6.400,00

Silvicultura (eucalipto) (Nova Friburgo) 2 1,7 35.559,01 28.447,20

Silvicultura (eucalipto) (Trajano de Moraes) 1 0,8 2.677,94 2.142,35

Ovinocultura (Duas Barras) 1 0,8 25.657,89 20.526,32

Exploração Mista (Pecuária + Piscicultura) (Bom Jardim) 2 1,7 22.213,72 17.770,97

Exploração Mista (Equideos + Ovinos) (Teresópolis) 1 0,8 33.000,00 26.400,00

Exploração Mista (Avicultura + Silvicultura) (Duas Barras) 1 0,8 43.478,26 34.782,61

Exploração Mista (Equideos + Silvicultura) (Duas Barras) 1 0,8 33.535,35 26.828,28

Exploração Mista (Suinocultura + Lavoura Permanente) (Teresópolis) 1 0,8 25.396,83 20.317,46

Exploração Mista (Ovinocultura + Lavoura Temporária) (Teresópolis) 1 0,8 32.283,06 25.826,45

Exploração Mista (Pecuária + Lavoura Temporária) (Nova Friburgo) 1 0,8 50.167,22 40.133,78

Continua

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TIPOLOGIA No de elem.

% rel. ao total

Valor Médio (R$/ha)

Valor Médio c/elasticidade (R$/ha)

Exploração Mista (Pecuária + Lavoura Temporária) (Teresópolis) 1 0,8 13.429,75 10.743,80

Exploração Mista (Lavoura Temporária + Silvicultura) (Duas Barras) 1 0,8 21.341,46 17.073,17

Exploração Mista (Lavoura Permanente + Silvicultura) (Bom Jardim) 1 0,8 22.500,00 18.000,00

Exploração Mista (Pecuária + Silvicultura) (Bom Jardim) 1 0,8 14.973,26 11.978,61

Exploração Mista (Pecuária + Silvicultura) (Duas Barras) 3 2,5 29.624,14 23.699,31

Exploração Mista (Pecuária + Silvicultura) (Petrópolis) 1 0,8 23.172,91 18.538,32

Exploração Mista (Pecuária + Silvicultura) (Teresópolis) 1 0,8 37.500,00 30.000,00

Exploração Mista (Pecuária + Silvicultura + Piscicultura + Lavoura Temporária) (Duas Barras)

1 0,8 26.530,61 21.224,49

Mata (Bom Jardim) 1 0,8 10.833,33 8.666,67

Mata (Duas Barras) 1 0,8 12.181,30 9.745,04

Mata (Nova Friburgo) 15 12,7 28.533,21 22.826,57

Mata (Petrópolis) 2 1,7 45.629,37 36.503,50

Mata (Santa Maria Madalena) 2 1,7 13.368,26 10.694,61

Mata (São José do Vale do Rio Preto) 1 0,8 10.937,50 8.750,00

Mata (São Sebastião do Alto) 1 0,8 5.312,87 4.250,30

Mata (Sumidouro) 1 0,8 18.382,35 14.705,88

Mata (Teresópolis) 4 3,4 28.137,87 22.510,30

Mata (Trajano de Moraes) 2 1,7 11.596,82 9.277,46

TOTAL DO MRT-ZHS 118 100 27.037,60 21.630,08

A atividade agrícola que predomina na ZH Serrana é o cultivo de olerícolas, desta forma,

esperava-se que houvesse maior número de imóveis ofertados desta tipologia. Todavia, foram

verificadas mais ofertas pertencentes à tipologia pecuária bovina em pastagem de baixo suporte.

Em pesquisa aos agentes imobiliários locais não fomos informados de negócios realizados

envolvendo imóveis (acima de 10 ha) com exploração comercial de atividades agropecuárias, o que

indica baixa liquidez deste tipo de ativo atualmente. Não utilizamos opiniões fundamentadas dada à

dificuldade dos formadores de opinião em preencher os itens componentes da ficha de opinião

fundamentada, assim como, sua resignação em assinar tal ficha.

Para se obter o valor médio por hectare para o mercado regional de terras na zona homogênea

Serrana partiu-se de 118 elementos amostrais. Após o terceiro saneamento a amostra foi reduzida para

42 elementos resultando em o valor médio para a ZH Serrana de R$ 13.564,05/ha (treze mil,

quinhentos e sessenta e quatro reais e cinco centavos), com coeficiente de variação de 19,78% e

limites inferior e superior de R$ 11.529,44 e R$ 15.598,65, respectivamente.

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Após esta análise preliminar verificou-se a existência de mercado definido15 para algumas

tipologias em diferentes níveis categóricos. Dentre as quatro tipologias que formaram mercado

definido, em primeiro nível categórico, o maior valor médio (por hectare) encontrado foi para

“Exploração Mista”, com R$ 22.409,24/ha. Para as tipologias “Agricultura”, “Mata” e “Pecuária” os

valores foram R$ 20.802,39/ha, R$ 13.160,17/ha e R$ 11.042,14/ha, respectivamente (Tabela 20). Para

a tipologia “Silvicultura” não foi possível se estabelecer um mercado definido após o saneamento, dado

a insuficiência de elementos amostrais homogizados para a mesma.

No segundo nível categórico houve mercado definido para as tipologias “Lavoura

Temporária” (com valor médio de R$ 22.308,10/ha), “Exploração Mista (Pecuária + Silvicultura)” (R$

19.472,25/ha) e “Pecuária de Baixo Suporte” (10.146,42/ha), todavia as tipologias “Pecuária de Alto

Suporte” e “Lavoura Permanente”, após o saneamento amostral, não apresentaram elementos amostrais

suficientes para determinação de um mercado definido.

Tabela 20 – Planilha de Preços Referenciais de Terras (PPRT) na Zona Homogênea Serrana

PPR/SR07/RJ/No 02/2017/MRT-ZHS

TIPOLOGIAS No de elem.

Média (R$/ha) CV%

L.inf. (15%)

L.sup. (15%)

Todas as Tipologias 42 13.564,05 19,78 11.529,44 15.598,65

1º Nível Categórico

Pecuária 18 11.042,14 20,90 9.385,82 12.698,46

Agricultura 9 20.802,39 26,40 17.682,03 23.922,75

Exploração Mista 12 22.409,24 19,43 19.047,85 25.770,62

Mata 16 13.160,17 27,43 11.186,14 15.134,19

2º Nível Categórico

Pecuária bovina em pastagem de baixo suporte 15 10.146,42 19,64 8.624,46 11.668,38

Lavoura Temporária 7 22.308,10 22,64 18.961,89 25.654,32

Exploração Mista (Pecuária + Silvicultura) 3 19.472,25 15,55 16.551,41 22.393,09

3º Nível Categórico

Pecuária bovina em pastagem de baixo suporte (Bom Jardim) 4 11.394,63 27,25 9.685,43 13.103,82

Pecuária bovina em pastagem de baixo suporte (Cantagalo) 3 8.231,12 26,18 6.996,45 9.465,79

Pecuária bovina em pastagem de baixo suporte (Duas Barras) 4 10.284,86 29,41 8.742,14 11.827,59

Pecuária bovina em pastagem de baixo suporte (Paty do Alferes) 6 19.771,85 29,10 16.806,08 22.737,63

Pecuária bovina em pastagem de baixo suporte (Trajano de Moraes)

5 6.121,00 17,30 5.202,85 7.039,15

Exploração Mista (Pecuária + Silvicultura) em Duas Barras 3 23.699,31 30,11 20.144,41 27.254,21

Mata em Nova Friburgo 3 20.181,59 21,64 17.154,35 23.208,82

15 Mercado definido - quando apresentar pelo menos três elementos validos (efetivamente utilizados após o saneamento) (n ≥ 3) para cada nível

categórico.

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Já para o terceiro nível categórico, há sete mercados definidos, sendo cinco deles relacionados

à tipologia “Pecuária bovina com pastagem de baixo suporte”, contudo, diferindo com relação à

localização, a saber: em Bom Jardim (valor médio de R$ 11.394,63/ha), em Cantagalo (R$

8.231,12/ha), em Duas Barras (R$ 10.284,86/ha), em Paty do Alferes (R$ 19.771,85/ha) e em Trajano

de Moraes (R$ 6.121,00/ha). Os outros mercados definidos são para as tipologias “Exploração Mista

(Pecuária + Silvicultura) em Duas Barras” (com valor médio de R$ 23.699,31/ha) e “Mata em Nova

Friburgo” (20.181,59/ha).

As respectivas memórias de cálculos das tipologias apresentadas na Tabela 20 estão

dispostas no Anexo 2.

8. ANÁLISE DOS INDICADORES DO COMPORTAMENTO DE MERCADO

A análise comparativa quanto à liquidez do mercado não foi realizada em virtude da

indisponibilidade de informações quanto à velocidade de venda (VV), que é a média de meses para

realizar a venda dos imóveis transacionados.

Verifica-se, analisando o 1º nível categórico, que a maior valorização do mercado foi para

as áreas com a tipologia “Exploração Mista” (R$ 22.409,24/ha), 102,9% maior do que o encontrado

para a tipologia “Pecuária” (R$ 11.042,14/ha). Basicamente esta diferença no valor das áreas está

relacionada à inclusão da cultura do eucalipto na tipologia “Exploração Mista”, o que agrega valor à

propriedade em função da rentabilidade financeira da cultura frente à exploração da pecuária bovina

região.

No 2º nível categórico verifica-se a maior valorização das áreas sob a tipologia “Lavoura

Temporária”, cerca de 120% do valor ofertado para os imóveis com a tipologia “Pecuária bovina em

pastagem de baixo suporte”, basicamente em função da rentabilidade aferida (R$/ha) com as culturas

temporárias (em específico, olerícolas), em comparação com a exploração da pecuária bovina na ZH

Serrana.

O fator localização influenciou nos preços de terras no 3º nível categórico, haja vista que

houve maior valorização de áreas com a tipologia “Pecuária bovina em pastagem de baixo suporte”

no município de Paty do Alferes, em comparação a Trajano de Moraes, provavelmente em função da

maior vocação para olerícolas do primeiro em relação ao segundo, além do relevo mais acidentado

neste último.

As áreas sob a tipologia “Mata”, no município de Nova Friburgo, tiveram valorização de

80,08% (R$ 23.699,31/ha) em relação às áreas sob esta mesma tipologia no primeiro nível categórico

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(R$ 13.160,17), onde não se tem a distinção do fator localização, o que indica o forte viés de

valorização de áreas em regiões com maior apelo turístico (como é o caso de Nova Friburgo) onde a

presença da mata é uma variável bem valorada por este mercado de terras.

9. CONCLUSÕES

O mercado de terras na ZH Serrana apresenta algumas especificidades, dentre as quais, o

fato de municípios com maior apelo turístico, como é o caso de Nova Friburgo, Petrópolis e

Teresópolis, apresentarem maior valorização de suas áreas em detrimento dos municípios limítrofes

desta zona homogênea, principalmente os confrontantes com as zonas homogêneas Nordeste e Leste

Fluminense.

O forte caráter especulativo sobre as áreas urbanas e também rurais nos municípios com

maior apelo turístico repercute em maior valorização das áreas “disponíveis” para o mercado

mobiliário. Isso reflete na divergência entre o valor mercadológico da terra e o seu valor real de

produção, ou seja, o valor atribuído a uma área em função do retorno econômico que a mesma pode

proporcionar se cultivada.

Esta característica, o aumento do preço da terra em função basicamente de especulação,

pode exercer influência sobre as ações do INCRA no quesito obtenção de áreas para reforma agrária,

uma vez que a Autarquia deve primar pela melhor relação custo-benefício.

O aumento no preço da terra encarece o custo por família, sendo que toda a base legal que

suporta a fixação das áreas destinadas às famílias aponta para que as mesmas proporcionem

condições de sustentabilidade destas famílias nos seus lotes, gerando renda e melhorias na qualidade

de vida do beneficiário.

Outra questão importante é como levar adiante propostas de aproveitamento agropecuário

para agricultores familiares nos assentamentos rurais do INCRA em uma região impactada

fortemente por uma política predominantemente voltada ao crescimento dos setores do turismo,

indústria e serviços, principalmente nos municípios confrontantes às zonas homogêneas Lagos,

Metropolitana e Vale do Paraíba.

O relevo bastante acidentado, a alta proporção de cobertura vegetal e a fragilidade dos solos

em algumas áreas revelam a necessidade de muito esmero e estudos técnicos na escolha de áreas que

possam ser utilizadas em programas governamentais. O objetivo é minimizar ou anular os riscos de

eventuais catástrofes como a que acontecem em janeiro de 2011, a qual vitimou uma pessoa e causou

danos em 53 lotes (dos 92) em um assentamento do INCRA (PA Alpina).

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Continuam escassas as pesquisas de viabilidade econômica de exploração agropecuária nas

áreas de assentamento rural do INCRA/RJ resultando na orientação de cautela. A superação deste

problema deve partir da própria Autarquia, que poderá deliberar pela realização desses estudos, tão

necessários, principalmente na Zona Homogênea Serrana.

A seleção de imóveis rurais na ZH Serrana deve se pautar em estudos rigorosos, tomando

como base o contexto regional apresentado e as possibilidades de intervenção visando à melhor

relação custo-benefício para a Autarquia.

Além do mais, deve-se primar pela escolha de áreas com maior aptidão agrícola e voltadas

para exploração de culturas com boa rentabilidade por área cultivada, sem, contudo, deixar de levar

em consideração aspectos de segurança alimentar e de trabalho para os beneficiários das possíveis

ações governamentais da Autarquia.

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