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  • 7/24/2019 SPD ModeloFTR Vpublica10julho2014

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    JULHO 2014

    VERSO PBLICA

    SENTIDO PROVVEL DE DECISO

    MERCADOS GROSSISTAS DE TERMINAO DE

    CHAMADAS VOCAIS EM REDES FIXAS

    INDIVIDUAIS

    MODELO DE CUSTEIO DE TERMINAO FIXA

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    ndice

    1 INTRODUO ................................................................................................. 1

    1.1 Os mercados grossistas de terminao de chamadas de voz em redes telefnicas

    pblicas individuais num local fixo Obrigao de controlo de preos ................................... 1

    1.2 Desenvolvimento e implementao de um modelo de custeio de terminao fixa ...... 2

    2 CONCEITOS E PRESSUPOSTOS DO MODELO DE CUSTEIO

    DESENVOLVIDO ................................................................................................... 4

    2.1 Caractersticas inerentes ao modelo .................................................................................. 4

    2.2 Descrio genrica do modelo............................................................................................ 5

    2.3 Caractersticas do operador hipottico modelado............................................................ 7

    2.3.1 Operador ......................................................................................................................... 8

    2.3.1.1 Tipo de Operador ........................................................................................................ 8

    2.3.1.2 Cobertura da rede do operador a modelar ............................................................... 11

    2.3.1.3 Escala mnima eficiente ............................................................................................ 13

    2.3.1.4 Obteno da escala mnima eficiente....................................................................... 18

    2.3.2 Tecnologia .................................................................................................................... 19

    2.3.2.1 Desenho da rede ...................................................................................................... 20

    2.3.2.1.1 Rede de acesso a modelar ................................................................................. 20

    2.3.2.1.2 Rede core a modelar .......................................................................................... 22

    2.3.2.1.3 Rede de transmisso a modelar ......................................................................... 24

    2.3.2.2 Demarcao das camadas de rede .......................................................................... 25

    2.3.2.3 Desenho dos ns da rede ......................................................................................... 272.3.3 Servios disponibilizados .............................................................................................. 31

    2.3.3.1 Servios modelados.................................................................................................. 31

    2.3.3.2 Perfil de Trfego da rede do operador a modelar .................................................... 32

    2.3.3.3 Custos retalhistas e grossistas ................................................................................. 36

    2.3.4 Implementao do modelo ........................................................................................... 38

    2.3.4.1 Incremento relevante ................................................................................................ 38

    2.3.4.2 Metodologia de depreciao de ativos ..................................................................... 43

    2.3.4.3 Horizonte temporal.................................................................................................... 44

    2.3.4.4 Remunerao do custo de capital ............................................................................ 46

    2.3.4.5 Calibrao do modelo ............................................................................................... 49

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    2.4 Resultados do modelo ....................................................................................................... 50

    2.5 Apresentao do modelo ................................................................................................... 51

    3 DECISO ....................................................................................................... 52

    ANEXO A: LISTA DE ACRNIMOS E ABREVIATURAS ................................... 53

    ANEXO B: LISTA DE OUTRAS ENTIDADES/ORGANIZAES ....................... 55

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    ndice de figuras

    Figura 1 Descrio genrica do funcionamento do modelo ............................................ 6

    Figura 2: Geotipos ........................................................................................................... 15

    Figura 3: Evoluo da escala do operador modelado em cada um dos geotipos ............ 17

    Figura 4:Evoluo do nmero de DSLAMs e OLTs ao longo do tempo ........................... 21

    Figura 5: Evoluo da interligao IP e TDM .................................................................. 23

    Figura 6: Opes das camadas de rede no modelo ........................................................ 26

    Figura 7: Ns do operador modelado por camada de rede ............................................. 30

    Figura 8: Minutos por subscritor ...................................................................................... 33

    Figura 9: Fluxograma utilizado no clculo do custo do LRIC puro ................................. 39

    Figura 10: Perodo de antecipao para compra de ativos .............................................. 41

    Figura 11: Variao do nmero de equipamentos ao longo dos anos ............................. 42

    Figura 12: Metodologia utilizada na calibrao do modelo .............................................. 49

    Figura 13: Resultados produzidos pelo modelo ............................................................... 50

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    1 Introduo

    1.1 Os mercados grossistas de terminao de chamadas de voz em redes

    telefnicas pblicas individuais num local fixo Obrigao de controlo de

    preos

    Na sequncia do Sentido Provvel de Deciso (SPD) sobre a definio e anlise dos

    mercados grossistas de terminao chamas em redes telefnicas pblica individuais num

    local fixo, foram identificados com Poder de Mercado Significativo (PMS) todos os

    operadores de rede fixa que atuam nos mercados em causa.

    Esta deliberao elenca as obrigaes a impor nos referidos mercados, de entre as quais

    se reala a obrigao de controlo de preos, a qual fundamenta extensivamente (ver

    seco 5.3.4.3) a necessidade de adotar preos de terminao fixados com base nos

    custos obtidos pela aplicao de modelo de custeio LRIC puro, entendendo-se que a

    metodologia em causa adequada realidade nacional, atendendo nomeadamente a que

    na perspetiva da eficincia esttica, implica a menor distoro sobre os preos de retalho

    e, na perspetiva da eficincia dinmica, a que contribui para proporcionar melhores

    condies concorrenciais nos mercados retalhistas a jusante entre operadores com quotasde mercado diferentes, assim como para aumentar o bem-estar dos consumidores.

    Relativamente escolha do modelo LRIC puro, para alm de se caraterizar como uma

    prtica adotada por outras autoridades reguladoras nacionais (ARN) quer para terminaes

    fixas quer mveis, tambm encontra sustentao na aplicao da Recomendao1 da

    Comisso Europeia (CE) sobre o tratamento regulamentar das tarifas da terminao de

    chamadas em redes fixas e mveis na UE (doravante Recomendao da CE), no se

    identificando razes objetivas nem circunstncias especficas nacionais para uma

    aproximao distinta da que j aplicada nas terminaes das redes mveis.

    Assim, o ICP-ANACOM concluiu que a metodologia de custeio LRIC "puro" a opo de

    custeio mais adequada para determinar os preos de terminao fixa em Portugal,

    assegurando-se tambm deste modo a consistncia com a abordagem implementada

    aquando do desenvolvimento do modelo de custeio para a aferio dos custos de

    terminao mvel, sendo que, naturalmente, o desenvolvimento do modelo e dos

    1 Recomendao da Comisso de 7 de Maio de 2009 sobre o tratamento regulamentar das tarifas daterminao de chamadas em redes fixas e mveis na UE, http://eur-lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=OJ:L:2009:124:0067:0074:PT:PDF

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    respetivos parmetros tiveram em considerao as especificidades nacionais e a

    informao solicitada aos operadores nacionais, sem prejuzo das preocupaes de

    eficincia que foram naturalmente incorporadas no modelo, conforme decorre da aplicao

    da Recomendao da CE que constitui a referncia para a implementao do modelo LRIC

    puro

    De facto a referida Recomendao visa harmonizar a nvel da UE a aplicao dos princpios

    da contabilizao de custos nos mercados de terminao, estabelecendo uma abordagem

    comum para a terminao de chamadas vocais em redes individuais de comunicaes

    eletrnicas (fixas e mveis), que promova a eficincia e a concorrncia sustentvel,maximizando os benefcios para os consumidores em termos de preos e de ofertas de

    servios.

    Para efeitos do modelo LRIC desenvolvido, a Recomendao da CE considera que o

    servio de terminao fornecido a terceiros o incremento relevante para o apuramento

    do custo de terminao das chamadas vocais em redes fixas individuais.

    As ARN devem assim apurar a diferena entre os custos totais de longo prazo de um

    operador hipottico eficiente que preste a totalidade dos servios considerados e os custos

    totais de longo prazo incorridos por um operador hipottico eficiente que preste a totalidade

    dos servios considerados, com exceo do servio de terminao de chamadas de voz a

    terceiros. Esta diferena traduz o custo incremental (ou evitvel) associado prestao

    do servio de terminao de chamadas, que dividido pelo nmero de minutos de

    terminao resulta no valor do custo unitrio. A aplicao da Recomendao da CE exclui

    do clculo os custos comuns incorridos pelos operadores no mbito das suas atividades,

    bem como qualquer outro tipo de incrementos que permita a recuperao de custos no

    relacionados com o trfego de terminao.

    importante notar que a implementao de modelos de custeio para a terminao fixa em

    conformidade com as orientaes da Recomendao da CE est a ser concretizada em

    diversos Estados-membros, sendo vrias as ARN que tomaram medidas (definitivas ou em

    sentido provvel) com recuso a modelos de custeio coerentes e compatveis com a

    Recomendao da CE, como desenvolvido no documento de anlise de mercado.

    1.2 Desenvolvimento e implementao de um modelo de custeio de terminao fixa

    Tendo em conta a obrigao de controlo de preos a que os operadores com PMS nosmercados grossistas de terminao de chamadas de voz em redes telefnicas pblicas

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    num local fixo esto sujeitos e o contexto aqui sumariado, o ICP-ANACOM lanou, em

    09/10/2012, um concurso pblico com vista ao desenvolvimento e implementao de um

    modelo de custeio de terminao fixa, tendo esse projeto sido adjudicado consultora

    Analysys Mason Limited (adiante designado por consultor) em 05/03/2013.

    Importa assinalar que no hiato temporal que mediou entre a adjudicao deste trabalho ao

    consultor e o SPD agora colocado a consulta, o ICP-ANACOM promoveu diversas

    interaes com as entidades interessadas, por forma a colher as respetivas opinies. Em

    particular, destaca-se a recolha de informao necessria ao modelo junto dos operadores

    e a realizao a 13/12/2013 de uma sesso de trabalho informal (workshop), aberta generalidade da indstria, para a apresentao e explicao preliminar das caractersticas

    do operador hipottico que esta Autoridade se props modelar e discusso aberta sobre

    as mesmas. Adicionalmente, a generalidade das caractersticas do modelo que se

    desenvolveu foram tambm objeto de uma consulta pblica especfica, que decorreu entre

    29/11/2013 e 15/01/20142, visando a recolha de contributos no s dos operadores fixos,

    como tambm do resto da indstria e de outras entidades interessadas, tendo sido

    recebidos cinco contributos, que foram devidamente integrados no respetivo relatrio

    aprovado em simultneo com o presente documento e publicado no stio do ICP-ANACOMna Internet.

    Ainda sobre a consulta pblica, importa salientar que ao longo do presente documento

    invocar-se-o alguns dos comentrios escritos pelas partes interessadas no mbito dessa

    consulta, no se pretendendo, de todo, replicar integral e fielmente esses contributos. Para

    os interessados, o relatrio dessa consulta pblica, bem como os contributos no

    confidenciais recebidos, podem ser consultados no stio do ICP-ANACOM na Internet.

    Nesse sentido, o modelo de custeio para a terminao fixa que vinha sendo desenvolvido

    com base nos pressupostos colocados a consulta, beneficiou da anlise dos contributos

    entretanto recebidos, por forma a chegar a um resultado mais robusto.

    Pretende o ICP-ANACOM que o modelo agora disponibilizado, para o qual os operadores

    fixos contriburam com informao relevante, sirva de suporte concretizao para o ano

    de 2014 da obrigao de controlo de preos que impende sobre os operadores com PMS

    2Consulta pblica sobre a definio metodolgica relativa ao desenvolvimento e implementao de um modelode custeio de terminao fixa, disponvel em http://www.anacom.pt/render.jsp?contentId=1182536

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    nos Mercados grossistas de terminao de chamadas em redes telefnicas pblicas

    individuais num local fixo (Mercado 3).

    Para este efeito, o ICP-ANACOM apresenta o modelo de custeio LRIC puro, desenvolvido

    em colaborao com o consultor (ver anexo 1) que entende ser o mais adequado para

    auxiliar a definio dos preos mximos de terminao fixa, no mbito da obrigao de

    controlo de preos. Em simultneo, tambm facultado o documento Documentation

    accompanying the fixed BU-LRIC model (ver anexo 2) no sentido de permitir, quer aos

    operadores fixos, quer aos interessados em geral, uma adequada compreenso dos

    diversos parmetros tcnicos que caracterizam o hipottico operador eficiente modelado.Adicionalmente, e para alm da componente mais tcnica do modelo, o consultor elaborou

    um relatrio Conceptual approach for a fixed BU-LRIC (ver anexo 3) no sentido de permitir

    uma compreenso do racional que esteve na gnese dos diferentes pressupostos em que

    se alicera a implementao deste modelo.

    2 Conceitos e pressupostos do modelo de custeio desenvolvido

    2.1 Caractersticas inerentes ao modelo

    As redes de comunicaes eletrnicas desenvolvidas por um operador caracterizam-se por

    serem sistemas complexos, os quais vo sendo desenvolvidos ao longo do tempo, de

    forma incremental, sempre que tal se revele necessrio. Nesse sentido, o desenho de uma

    rede depende de diversos fatores como, por exemplo, os valores de procura de mercado,

    os servios que se pretendam disponibilizar, as caractersticas da tecnologia disponvel ou

    as especificidades demogrficas, geogrficas e orogrficas da rea que se pretende servir.

    Assim, um exerccio de modelizao que pretenda assimilar os principais traos das

    caractersticas anteriores ter necessariamente de envolver algum grau de simplificao

    da realidade subjacente, embora sem se afastar do objetivo ltimo de que seja, o mais

    possvel, representativo da realidade nacional.

    Neste sentido, ao longo deste processo, o ICP-ANACOM, em estreita colaborao com o

    consultor escolhido, teve sempre presente a preocupao de equilibrar as vantagens

    obtidas pelo aumento do grau de detalhe e preciso incutidos no modelo, com os custos

    inerentes ao seu desenvolvimento, nomeadamente em termos da necessria recolha,

    validao e tratamento de dados adicionais e da maior complexidade do prprio modelo.O ICP-ANACOM considera que o modelo agora colocado a consulta reflete um bom

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    equilbrio entre os custos de desenvolvimento e manuteno do modelo e o nvel de detalhe

    e preciso modelados.

    2.2 Descrio genrica do modelo

    O ICP-ANACOM, conjuntamente com o consultor, desenvolveu um modelo de custeio com

    vista a aplicar a Recomendao da CE na regulao do preo mximo a aplicar ao servio

    grossista de terminao chamadas em redes telefnicas pblicas individuais num local fixo

    (Mercado 3).

    A Recomendao da CE considera que a imposio de controlo de preos por parte das

    ARN relativamente ao servio grossista de terminao de chamadas de voz em redes

    individuais (mveis e fixas) deve basear-se nos custos incorridos por um operador eficiente

    na prestao desse mesmo servio. Este custo eficiente dever ser obtido com recurso a

    um modelo de custeio de custos prospetivos de longo prazo (LRIC) assente na metodologia

    bottom-up, o qual dever ter como incremento relevante o servio de terminao fixa

    fornecido a terceiros.

    As ARN devero assim desenvolver um modelo de custeio bottom-up LRIC que permita

    apurar os custos totais de longo prazo de um operador hipottico eficiente que preste a

    totalidade dos servios considerados e bem assim os custos totais de longo prazo

    incorridos por um operador hipottico eficiente que preste a totalidade dos servios

    considerados, com exceo do servio de terminao de chamadas de voz a terceiros. A

    diferena apurada entre estes dois valores calculados pelo modelo, representa assim o

    custo incremental (ou evitvel) associado prestao do servio de terminao fixa, que

    dividido pelo nmero de minutos de terminao resulta no valor do custo unitrio da

    prestao desse mesmo servio.

    De forma sucinta, o modelo (ver Figura 1) calcula os custos de um operador eficiente em

    Portugal, modelando a rede que seria necessria dispor para o fornecimento da totalidade

    dos servios tradicionalmente oferecidos pelos operadores neste mercado.

    Posteriormente o modelo calcula os custos do operador eficiente, considerando o trfego

    da totalidade dos servios oferecidos pelo operador eficiente, com exceo do servio de

    terminao fixa prestado a terceiros.

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    Figura 1 Descrio genrica do funcionamento do modelo

    Fonte: Documentation accompanying the fixed BU-LRIC model preparado pela Analysys Mason

    Genericamente o modelo desenvolvido subdivide-se em trs mdulos principais: (i) Market

    module; (ii) Network design module, e (iii) Service costing module.

    O market module tem como objetivo calcular o nmero de assinantes e o trfego para o

    operador modelado. No processo de determinao do nmero de assinantes e do trfego

    por servio e geotipo (market volumes) so utilizados dados histricos e projees, assim

    como a quota de mercado definida para o operador modelado (market share).

    O network design module calcula o nmero de ativos da rede que vo ser adquiridos

    durante o perodo modelado. Este mdulo utiliza informao geogrfica de modo a analisar

    e otimizar as rotas (Network geodata), utilizando para o efeito um conjunto de parmetros

    (Network design parameters) relacionados com a cobertura, trfego de hora de pico,

    capacidade de comutao, topologia da rede, etc. Refira-se ainda que este mdulo utiliza

    nos clculos acima descritos os resultados obtidos no market module, ou seja o nmero de

    assinantes e o trfego do operador modelado.

    Por sua vez, o service costing modulecalcula os custos unitrios na variante LRIC puro

    e/ou LRAIC+, com base no nmero de ativos da rede calculados pelo network design

    module, bem como nos custos unitrios dos equipamentos, WACC, custos incrementais erouting factors.

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    A diferena entre os custos apurados pelo modelo (service costing module), para os

    cenrios com e sem terminao, tendo em considerao a depreciao econmica, a

    evoluo estimada do trfego de terminao fixa e a evoluo estimada do custo dos

    equipamentos, reflete o custo incremental do servio de terminao fixa prestado a

    terceiros, que dividido pelo volume de minutos do trfego do servio de terminao fixa

    traduz o custo por minuto desse servio.

    importante realar que no geralmente possvel analisar aprofundadamente cada uma

    das caractersticas tcnicas implementadas no modelo de uma forma isolada uma vez que

    no se tratam normalmente de variveis independentes, antes exibindo forte correlaocom uma ou mais variveis. Nesse sentido, a descrio do funcionamento do modelo

    construdo e agora colocado a consulta, deve ser objeto de anlise integrada.

    Adicionalmente, dada a complexidade e profundidade tcnica de alguns dos fatores chave

    modelados poderem dificultar a fluidez de leitura do documento de consulta, sempre que

    para a descrio do modo de operar do modelo seja necessrio recorrer a uma descrio

    mais detalhada, remete-se para os documentos tcnicos elaborados pelo consultor, anexos

    a este SPD:

    Anexo 1- o modelo de custeio LRIC desenvolvido em colaborao com o consultor

    que se considera como sendo o mais adequado para auxiliar a regulao dos

    preos a ser fixados no mbito da obrigao de controlo de preos;

    Anexo 2- o documento Documentation accompanying the fixed BU-LRIC model

    que possui informao mais detalhada para permitir uma adequada compreenso

    dos diversos parmetros tcnicos considerados que caracterizam o hipottico

    operador eficiente modelado;

    Anexo 3 - o documento Conceptual approach for the fixed BU-LRIC model,preparado pelo consultor, que apresenta o racional que esteve na gnese dos

    diferentes pressupostos em que se alicera a implementao deste modelo e a

    posio face s preocupaes evidenciadas na anterior consulta pblica

    relativamente ao modelo de custeio para a terminao mvel.

    2.3 Caractersticas do operador hipottico modelado

    Os diferentes princpios a considerar no desenvolvimento do modelo de custeio para a

    terminao fixa presentemente colocado a consulta podem ser agregados em quatrodimenses distintas, j objeto da consulta pblica referida na seco 1.2

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    Desenvolvimento e implementao de um modelo de custeio de terminao fixa, as quais

    esto relacionadas com:

    Operador;

    Tecnologia;

    Servios;

    Implementao.

    2.3.1 Operador

    2.3.1.1 Tipo de Operador

    A definio do tipo de operador a considerar no modelo de custeio de terminao fixa

    assume particular importncia na determinao subsequente, quer da estrutura do modelo,

    quer dos parmetros a utilizar.

    Neste sentido, foram avaliados quatro opes quanto ao tipo de operador a considerar no

    modelo de custeio de terminao fixa, correspondendo resumidamente a:

    Opo 1 Operadores existentes no mercado: O modelo de custeio de

    terminao fixa a desenvolver considera as caractersticas particulares dos

    operadores fixos designados com PMS no mercado grossista de terminao fixa,

    simulando para cada um desses operadores o custo da prestao deste servio;

    Opo 2 Operador mdio existente no Mercado: O modelo de custeio de

    terminao fixa considera as caractersticas particulares dos operadores fixos

    designados com PMS no mercado nacional de comunicaes fixas com vista a

    modelar um operador representativo;

    Opo 3 Operador hipottico existente: O operador modelado definido com

    base em caractersticas semelhantes, ou derivadas, dos operadores reais

    existentes no mercado, exceto nos aspetos hipotticos especficos, que so

    ajustados (por exemplo, a data de entrada). Assim, o modelo de custeio de

    terminao fixa considera um operador hipottico existente em 2013 caracterizado

    pelo desenvolvimento da infraestrutura de rede corebaseada na tecnologia NGN/IP

    em 2009 (data em linha com os elementos conhecidos sobre a implementao

    desse tipo de infraestrutura pelas redes nacionais), assente numa arquitetura de

    rede moderna e eficiente, iniciando a disponibilizao de servios aos clientes em

    2010;

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    Opo 4 Novo operador hipottico: O modelo de custeio de terminao fixa

    considera um novo operador hipottico, caracterizado por entrar no mercado das

    comunicaes fixas em 2013, assente numa arquitetura de rede baseada na

    tecnologia mais eficiente existente data da sua entrada.

    O documento Conceptual approach for the fixed BU-LRIC model(ver anexo 3, captulo

    3.1) preparado pelo consultor apresenta com mais detalhe diversos aspetos considerados

    relevantes quanto ao tipo de operador a considerar no modelo de custeio de terminao

    fixa.

    Face s opes mencionadas, o ICP-ANACOM considera que a Opo 1 Operadoresexistentes no mercado,que tem subjacente o desenvolvimento de um modelo de custeio

    de terminao fixa, associado a cada um dos atuais operadores fixos com PMS no Mercado

    3, os quais por inerncia estariam influenciados por dados e decises de investimento

    histricos, bem como eventuais ineficincias que possam existir, no consistente com a

    Recomendao da CE que preconiza a modelizao de um operador hipottico eficiente,

    pelo que esta opo foi liminarmente rejeitada para efeitos de desenvolvimento do modelo

    de custeio em curso.

    Relativamente Opo 2 Operador mdio existente no mercado, o ICP-ANACOM

    considera muito improvvel que um operador mdio, tendo por base os dados e as

    decises histricas dos operadores fixos designados com PMS, fosse representativo de

    um operador hipottico eficiente, tal como preconizado pela Recomendao da CE, motivo

    pelo qual esta opo foi tambm desconsiderada no desenvolvimento do modelo em curso.

    Quanto Opo 4 Novo operador hipottico, o ICP-ANACOM entende que esta opo

    no dever ser adotada no modelo a desenvolver, na medida em que tem como

    pressuposto um operador hipottico que inicie desde logo a atividade com um volume detrfego correspondente escala mnima eficiente, pressuposto esse que se considera no

    possuir aderncia realidade inerente entrada de um novo operador no mercado de

    comunicaes fixas.

    Importa salientar que a maioria das respostas recebidas no mbito da consulta pblica

    realizada sobre este tema, ainda que ressalvando a possibilidade de uma eventual

    alterao de posio no futuro, mostrou-se favorvel opo proposta por esta Autoridade

    (Opo 3).

    Em sentido contrrio, foi recebido um contributo que expressou no concordar com essa

    opo, considerando que a opo por um operador hipottico existente apresenta algumas

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    limitaes no que se refere (i) sensibilidade data de roll-outda rede e incio de atividade

    comercial; (ii) considerao, por efeito da evoluo tecnolgica, de ativos redundantes; (iii)

    incluso de depreciaes econmicas o que implica que o resultado estar completamente

    dependente da utilizao anterior a 2013. Nesse sentido recomenda ao regulador a

    alterao da proposta apresentada no mbito da consulta pblica para a de um novo

    operador hipottico (Opo 4).

    O ICP-ANACOM considera que um novo operador hipottico deve de alguma forma ter

    aderncia realidade dos operadores fixos presentes no mercado portugus. Nesse

    sentido, considera-se que sem a modelao de um operador hipottico existente, que podeser comparado com os atuais operadores, um novo operador hipottico seria mais

    especulativo e tornaria mais difcil a modelao em termos dos dados a fornecer ao modelo.

    Desse modo, a adoo por um novo operador hipottico resultaria numa aproximao mais

    desfasada da realidade, face abordagem do operador hipottico existente, dado que: (i)

    no iria refletir a evoluo da tecnologia dos ltimos anos; (ii) apenas iria modelar o futuro;

    (iii) seria mais difcil de justificar o uso de todos os ns existentes nas redes fixas, e (iv)

    seria projetado para iniciar os clculos de custeio numa data especfica. Deste modo, a

    modelao de um operador hipottico existente, utilizando para o efeito um mixeficientede tecnologias e implementaes atualmente disponveis, garante uma maior aderncia

    realidade.

    Face ao exposto, o ICP-ANACOM mantm a sua posio no sentido da considerao da

    Opo 3 Operador hipottico existente, por entender que esta opo ser aquela que

    permite uma melhor aderncia realidade nacional, sendo consubstanciada num operador

    que inicie o desenvolvimento da sua rede NGN/IP em 2009 (data em linha com os

    elementos conhecidos sobre a implementao desse tipo de infraestrutura pelas redes

    nacionais), assente numa arquitetura de rede moderna e eficiente e iniciando a

    disponibilizao de servios aos clientes em 2010.

    Tipo de operador

    Aps a avaliao das opes acima mencionadas e, levando em conta os contributos

    recebidos no mbito da consulta pblica sobre a definio metodolgica do modelo a

    desenvolver, o ICP-ANACOM entende optar pela modelizao de um operador

    hipottico existente (Opo 3), o qual inicia, em 2009, o desenvolvimento da sua rede

    e, em 2010, disponibiliza servios aos seus clientes. Decorridos cinco aps o incio da

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    sua atividade alcanada a escala mnima eficiente (ver seco 2.3.1.4 - Obteno da

    escala mnima eficiente), permitindo uma abordagem consistente com o

    desenvolvimento histrico dos operadores fixos em Portugal.

    Esta opo caracteriza-se por uma rede assente primordialmente em critrios de

    eficincia, baseados em tecnologia atual e disponvel, comparativamente a critrios

    baseados em custos histricos e passveis de integrar eventuais ineficincias,

    permitindo ainda uma abordagem consistente com os operadores fixos designados com

    PMS em Portugal.

    Considerando que o modelo a desenvolver consubstancia necessariamente umasimplificao da realidade, o ICP-ANACOM entende que este deve preconizar um

    operador hipottico existente que inicie o desenvolvimento de uma rede core, com

    cobertura nacional, assente na tecnologia IP NGN, refletindo a tecnologia disponvel

    em 2009 de modo a suportar o trfego de voz e o aumento rpido do trfego de dados.

    Face ao referido, o operador modelado ser um operador fixo baseado numa rede core

    nacional baseada em IP NGN, iniciada em 2009 e com o lanamento de servios de

    voz em 2010, estando o projeto da rede core ligado a uma escolha especfica da

    tecnologia de acesso. Adicionalmente, considera-se que a rede core IP NGN ir estar

    operacional a longo prazo, pelo que a migrao para outra tecnologia no ser

    modelada

    Refira-se que se procurou modelar um operador eficiente na perspetiva da definio

    dos custos de terminao no horizonte a partir de 2013, sendo que no futuro no de

    excluir a possibilidade de se avaliar a necessidade de se proceder a modificaes ou

    ajustes ao modelo. Desta forma, no se considera necessrio que, na verso agora em

    discusso, se equacionem hipteses detalhadas sobre a evoluo tecnolgica, cujoimpacte til na definio dos preos que se pretende controlar seria reduzido.

    2.3.1.2 Cobertura da rede do operador a modelar

    A construo e a implementao de uma qualquer rede de comunicaes tem associado

    um dado nvel de investimento necessrio para garantia da cobertura geogrfica que

    permita iniciar e/ou receber chamadas em qualquer ponto dessa rede, custos esses que

    no esto, partida, diretamente relacionados com o volume de trfego da rede.

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    12

    A Recomendao da CE considera que o clculo do custo de terminao de chamadas de

    voz em redes de comunicaes fixas deve considerar uma segregao dos custos (fixos e

    variveis) diretamente associados ao trfego de terminao fixa, isto , entre os custos que

    so decorrentes de um aumento do trfego de terminao, e os restantes custos cuja

    variao no est dependente do aumento do trfego de terminao fixa.

    Importa assim para efeitos do modelo desenvolvido que apenas os custos relacionados

    com volumes de trfego e mais especificamente os diretamente associados ao servio de

    terminao fixa sejam considerados na regulao do preo mximo deste servio.

    O ICP-ANACOM entende que o modelo de custeio dever repercutir a atual cobertura darede fixa de mbito nacional, atendendo a que historicamente a generalidade do territrio

    nacional tem beneficiado de servios de comunicaes eletrnicas, prestados sobre redes

    fixas, cuja ubiquidade fomentada quer por via dos naturais incentivos comerciais, quer

    por via dos incentivos regulatrios em vigor. Releva-se tambm que nenhum operador em

    Portugal est limitado quanto extenso da cobertura da sua rede, pelo que o ICP-

    ANACOM considera que modelar um operador hipottico com cobertura nacional a opo

    que garante a melhor aderncia realidade nacional.

    Nesse sentido, importa salientar que todas as respostas obtidas no mbito da consulta

    pblica referente definio metodolgica do modelo, ainda que ressalvando a

    possibilidade de uma eventual alterao de posio no futuro, mostraram-se favorveis

    opo proposta por esta Autoridade no sentido de se considerar uma cobertura da rede

    fixa de mbito nacional.

    Face ao exposto, o ICP-ANACOM mantm a sua posio no sentido de que para efeitos

    do modelo de custeio para a terminao fixa, a cobertura a modelar dever ser de mbito

    nacional, por entender que esta opo ser aquela que permite uma melhor aderncia realidade nacional.

    Cobertura modelada

    Considerando os contributos recebidos no mbito da consulta pblica sobre a definio

    metodolgica do modelo a desenvolver, o ICP-ANACOM entende que, para efeitos do

    modelo de custeio para a terminao fixa, a cobertura a modelar dever ser de mbito

    nacional.

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    2.3.1.3 Escala mnima eficiente

    A Recomendao da CE no respeitante quota de mercado no to taxativa para a

    modelizao de redes fixas quanto o para o caso das redes mveis em que a abordagem

    recomendada fixar essa escala em 20 % de quota de mercado.

    Um dos parmetros que contribui para o custo de terminao do operador modelado a

    sua quota de mercado, razo pela qual importante determinar a evoluo dessa quota

    de mercado e o perodo em que esta evoluo ocorre. A escolha de como a quota de

    mercado do operador evolui ao longo do tempo ter necessariamente influncia nos

    resultados produzidos pelo modelo.

    No mbito da consulta pblica efetuada relativa definio metodolgica do presente

    modelo, o ICP-ANACOM colocou apreciao as seguintes alternativas a considerar no

    modelo para o operador eficiente:

    Opo 1:quota de mercado de 1/n para todos os servios de retalho e grossistas

    em Portugal, onde n igual ao nmero de redes fixas operadas no mercado

    portugus;

    Opo 2:quota de mercado 1/n por geotipo3, onde na definio do valor de n se

    tem em conta a diversidade de redes com penetrao significativa a atuar em cada

    um dos geotipos;

    Opo 3:tomar a escala do operador incumbente como uma aproximao escala

    do operador modelado.

    Tendo em conta as opes estudadas, o ICP-ANACOM considera que a Opo 1no

    representativa do estado atual de desenvolvimento do mercado de comunicaes, dado

    que a grande maioria dos operadores de redes fixas nacionais no optou, at ao momento,por estar fisicamente presente na totalidade do territrio nacional. Nesse sentido, uma

    quota de mercado de 1/n, onde n representa o nmero de redes fixas operadas no

    mercado portugus, modelaria um cenrio onde o nmero de operadores a atuar seria

    3 A utilizao de geotipos permite que cada regio (concelho), com caractersticas semelhantes, sejacategorizada como parte de um geotipo. Tal permite considerar diferentes graus de carga da rede e deconcorrncia de acordo com os diferentes geotipos modelados. Por exemplo, em Lisboa e Porto o trfego e onmero de assinantes por central muito maior do que em reas rurais, pelo que o nmero mdio de DSLAMe OLTs por n maior neste tipo de geotipo do que em outros geotipos. Para o modelo em causa, aclassificao dos concelhos, ou seja, os geotipos a definir no modelo, ser baseada nos seguintes critrios:

    Geotipo 1:Grande Lisboa e Porto; Geotipo 2: Concelhos com um ou mais operadores fixos e um ou maisoperadores de cabo; Geotipo 3: Concelhos com um ou mais operadores fixos e sem operador de cabo; Geotipo4: Concelhos localizados nas Ilhas. Nota-se que no Geotipo 2 e 3 no esto includos os concelhos da GrandeLisboa e do Grande Porto (Geotipo 1) nem os concelhos das Regies Autnomas da Madeira e Aores.

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    uniforme em todo o territrio nacional, situao que se entende no corresponder

    realidade observvel.

    Na Opo 2, a utilizao do conceito de geotipo pretende agrupar concelhos com

    caractersticas similares com o propsito de simplificar a modelao do operador hipottico

    existente e dessa forma tornar o modelo mais gil. Em particular, esta opo permitiria

    modelar diferentes nveis de intensidade concorrencial no territrio nacional, aproximando

    o modelo realidade verificvel.

    Relativamente Opo 3, o ICP-ANACOM considera que ao tomar-se a escala do

    operador incumbente, como uma aproximao escala do operador modelado, incorria-seno erro de estar-se a aproximar o modelo a este operador especfico, o que no de todo

    o objetivo do modelo em causa. Ademais, tal no seria representativo da realidade atual,

    uma vez que consideraria que a quota de mercado do operador modelado fosse uniforme

    em todo o territrio, no modelando os diferentes nveis de concorrncia existentes em

    diferentes zonas do pas.

    Nas respostas recebidas consulta pblica anteriormente lanada, estas mostram uma

    concordncia genrica quanto adoo por uma quota de mercado 1/n por geotipo (Opo

    2), no obstante terem sido levantadas algumas dvidas sobre aspetos relacionados com

    esta abordagem. Em particular, foi referido que a granularidade da delimitao geogrfica

    das regies Grande Lisboa e Grande Porto deveria ser revista e adequada a uma anlise

    em maior detalhe, considerando-se as anlises ao nvel do municpio ou ao nvel de

    freguesias como as mais adequadas para determinar quais as quotas de mercado

    necessrias para a obteno de uma escala eficiente.

    Adicionalmente, foi argumentado que a Opo 2no seria compatvel com as restantes

    opes ento sugeridas, nomeadamente no que diz respeito quota de mercado propostapara o geotipo 3 (100%). Releva-se ainda que foi sugerido que as quotas de mercado

    deviam refletir o nmero de operadores presentes em cada geotipo e no apenas o nmero

    de redes.

    Foi referido ainda por outro dos respondentes que os valores da escala mnima

    apresentados pelo ICP-ANACOM so irrealistas tendo em conta o desenvolvimento

    histrico do setor das comunicaes eletrnicas em Portugal, uma vez que todos juntos,

    os operadores alternativos aos dois maiores operadores s atingem uma quota conjunta

    de 12,8% do total de trfego de voz fixa em minutos. Por sua vez, isto implica que apenas

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    os dois maiores operadores cabem dentro das escalas mnimas de eficincia

    consideradas no modelo.

    Relativamente ao conceito de geotipo (Figura 2), na consulta pblica realizada surgiram

    alguns comentrios que indiciam que este conceito no foi completamente compreendido

    por todos os intervenientes. Assim sendo, releva-se que os concelhos foram classificados

    em quatro grupos de geotipos:

    Geotipo 1: Grande Lisboa, Grande Porto e algumas reas da Pennsula de Setbal

    com maior densidade populacional;

    Geotipo 2: Portugal Continental exceo das zonas pertencentes ao geotipo 1,

    onde pelo menos um operador de cabo est presente;

    Geotipo 3: Portugal Continental exceo das zonas pertencentes ao geotipo 1,

    onde operadores de cabo no esto presentes;

    Geotipo 4: Regies Autnomas da Madeira e dos Aores.

    Figura 2: Geotipos

    Fonte: Documentation accompanying the fixed BU-LRIC model, Analysys Manson

    A incluso de cada um dos concelhos no respetivo geotipo teve por base os seguintes

    critrios:

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    Nmero de redes fixas por concelho (p.ex. o geotipo 1 abrange as reas com maior

    nmero de operadores fixos);

    Tecnologias de acesso por concelho (p.ex. operadores de cabo no esto

    presentes no geotipo 3);

    Migrao de cobre para fibra (p.ex. 83% das casas passadas por fibra em Portugal

    esto localizados no geotipo 1);

    Diversidade geogrfica de Portugal (esta abordagem permitiu implementar uma

    arquitetura diferente nas Regies Autnomas).

    Relativamente ao aspeto da granularidade da delimitao geogrfica das regies da

    Grande Lisboa e do Grande Porto e ao facto de as anlises ao nvel do municpio ou ao

    nvel de freguesias serem as mais adequadas para determinar quais as quotas de mercado

    necessrias para a obteno de uma escala eficiente, releva-se que na categorizao

    acima referida, a anlise efetuada realizada ao nvel do municpio, j que dificilmente se

    obteria para as redes fixas informaes desagregadas por freguesia. Efetivamente, o que

    o modelo preconiza, uma classificao idntica para os concelhos com caractersticas

    similares entre si.

    Relativamente questo de nunca ser possvel a obteno de uma quota de 100% no

    geotipo 3, dado que por definio j existir nesse mercado um operador incumbente que

    disponibiliza a rede de acesso, o ICP-ANACOM considerou que este argumento tem

    mrito, pelo que reviu a abordagem apresentada em sede de Consulta Pblica. Nesse

    sentido, a escala mnima eficiente a utilizar na modelao do operador hipottico existente

    para o geotipo 3 ser de 50%, de modo a considerar a presena de um operador

    incumbente. A quota de mercado de 50% reflete a situao em que, para alm da rede do

    operador incumbente, existe tambm um operador com uma oferta grossista nos

    municpios abrangidos pela NGN rurais, pelo que se considera que esta quota de mercado

    razovel a longo prazo.

    No que respeita afirmao de que apenas os dois maiores operadores cabem dentro

    das escalas mnimas de eficincia consideradas no modelo, recorda-se que, como a

    Recomendao da CE refere, os novos operadores nos mercados fixos, tm em

    contrapartida a possibilidade de conseguir custos unitrios baixos concentrando as suas

    redes em rotas de elevada densidade em determinadas zonas geogrficas e/ou alugandorecursos pertinentes da rede aos operadores histricos no havendo assim e partida

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    razes para seguir aproximao distinta da referida Recomendao e a que subjaz, tal

    como nas terminaes mveis, uma lgica de simetria.

    Considerando a alterao mencionada, apresenta-se na Figura 3 a evoluo da escala

    mnima eficiente para cada um dos geotipos, relevando-se o facto de se considerar que

    para o geotipo 3 necessrio um ano adicional para a obteno dessa escala, devido ao

    facto de a rea considerada ser bastante superior s restantes e a uma menor densidade

    populacional, o que leva a que o tempo necessrio para atingir a escala mnima seja maior

    relativamente aos restantes geotipos.

    Figura 3: Evoluo da escala do operador modelado em cada um dos geotipos

    Fonte: Modelo das FTR desenvolvido pela Analysys Mason

    Face ao exposto o ICP-ANACOM considera que a posio expressa sobre este conceito

    (Opo 2- quota de mercado 1/n por geotipo) aquando da consulta relativa definio

    metodolgica do modelo adequa-se situao portuguesa, tendo em considerao as

    caractersticas do mercado nacional de comunicaes fixas, para efeitos do modelo de

    custeio de terminao fixa a desenvolver, onde na definio do valor de n se tem emconta a diversidade de operadores e redes a atuar em cada um dos geotipos.

    Em futura reviso do modelo e face evoluo que se venha a verificar no mercado

    portugus esta questo poder ser objeto de reviso.

    Escala mnima eficiente

    Aps a avaliao das opes acima mencionadas e, levando em conta os contributos

    recebidos no mbito da consulta pblica sobre a definio metodolgica do modelo a

    desenvolver, o ICP-ANACOM considera que a escolha da Opo 2 - quota de mercado

    % % % % % % % %

    % % % % % % % %

    % % % % % % % %

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    1/n4por geotipo, onde na definio do valor de n se tem em conta a diversidade de

    operadores e redes com presena significativa a atuar em cada um dos geotipos a

    opo que melhor se enquadra o contexto atual. Nesse sentido o ICP-ANACOM para

    efeitos do modelo de custeio para a terminao fixa, considera que a escala mnima

    eficiente a modelar assume os seguintes valores para cada um dos geotipos

    considerados:

    Uma quota de mercado 33% (n=3) para o geotipo 1;

    Nos restantes geotipos uma quota de mercado de 50% (n=2).

    Salienta-se que esta opo permitir de alguma forma modelar regies caracterizadas

    por nveis de intensidade concorrencial diferenciados e, no sendo esta a opo

    seguida na larga maioria dos modelos LRIC recentemente desenvolvidos, no de todo

    uma opo sem paralelo, como atesta o caso do modelo recentemente desenvolvido

    pelo regulador francs.

    2.3.1.4 Obteno da escala mnima eficiente

    Associado escala mnima eficiente do operador hipottico est o horizonte temporalnecessrio para que este operador consiga atingir essa escala (ver seco 2.3.1.3

    Escala mnima eficiente). O horizonte temporal necessrio para obter a escala mnima

    eficiente est diretamente relacionado com o tipo de operador a considerar (ver seco

    2.3.1.1-Tipo de Operador), razo pela qual se considera que a opo por um operador j

    existente implicar sempre um perodo durante o qual a quota de mercado do operador

    aumenta progressivamente at atingir a quota de mercado considerada como escala

    mnima eficiente.

    Atendendo a que a observao do mercado das comunicaes fixas demonstra que a

    obteno de quota de mercado de um operador concretizada de forma progressiva, o

    ICP-ANACOM entendeu, no mbito da consulta pblica efetuada relativa definio

    metodolgica do presente modelo, que deveria ser considerado um perodo temporal em

    que o operador acumula quota de mercado e adquire escala, tendo optado por considerar

    para o efeito um perodo de quatro anos para os geotipos 1,2 e 4 e de cinco anos para o

    geotipo 3 (ver Figura 3). Acresce que o modelo pretende simular um operador hipottico

    existente, no pressuposto que este opere num mercado competitivo, razo pela qual se

    4n=1 quota de mercado (QM) =100%; n=2 QM =50%; n=3 QM =33,3%.

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    considera que a quota de mercado definida (ver seco 2.3.1.3 - Escala mnima eficiente)

    seria passvel de ser atingida no perodo temporal considerado.

    Relativamente ao horizonte temporal avanado pelo ICP-ANACOM na referida consulta

    sobre a obteno da escala mnima eficiente e, apesar de alguns contributos recebidos

    terem concordado com a opo proposta (perodo de cerca de quatro anos), houve

    respostas recebidas consideraram que que um prazo de cerca de 4 anos parece ser,

    partida, demasiado curto, especialmente considerada a escala mnima eficiente proposta

    para o geotipo 3, tendo inclusive havido um respondente afirmado que o perodo de tempo

    considerado para atingir a escala mnima eficiente completamente irrealista face realidade histrica do Sector em Portugal

    O ICP-ANACOM tendo por base a experincia do consultor nesta matria, prope uma

    reduo de 50% da escala mnima no geotipo 3 face ao anteriormente proposto em sede

    de consulta pblica e considerando-se a presena no mercado de um operador

    incumbente, entende que a evoluo da escala mnima eficiente nos intervalos de tempo

    referidos anteriormente realista. Assim e de forma mais concreta, modelado um

    operador hipottico existente em que a escala mnima eficiente obtida em 2013 para os

    geotipos 1, 2 e 4 e em 2014 para o geotipo 3. Considerou-se um intervalo de tempo mais

    alargado para o geotipo 3, uma vez que expetvel que a rede se desenvolva, para os

    concelhos pertencentes a este geotipo, a um ritmo mais lento por exibirem uma densidade

    populacional mais baixa relativamente aos restantes.

    Obteno da escala mnima eficiente

    O ICP-ANACOM levando em conta os contributos recebidos no mbito da consulta

    pblica sobre a definio metodolgica do modelo a desenvolver, decidiu que a obteno

    da escala mnima eficiente, para efeitos do modelo a desenvolver de um operador

    hipottico existente, corresponde a um prazo de quatro anos para os geotipos 1,2 e 4 e

    de cinco anos para o geotipo 3, ao longo do qual a quota de mercado do operador

    aumenta progressivamente at que a escala mnima eficiente seja atingida.

    2.3.2 Tecnologia

    O ICP-ANACOM entende que o modelo de custeio para a terminao fixa dever, tanto

    quanto possvel, ser baseado nas opes tecnolgicas eficientes e disponveis no horizonte

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    temporal considerado, posio tambm adotada na Recomendao da CE5, razo pela

    qual foram tidas em considerao as tecnologias disponveis no perodo 2009 a 2013.

    2.3.2.1 Desenho da rede

    2.3.2.1.1 Rede de acesso a modelar

    De acordo com a Recomendao, o ponto de demarcao entre os custos que devem ser

    associados ao trfego e os no associados ao trfego tipicamente o primeiro ponto de

    concentrao do trfego. Ainda segundo a Recomendao, numa rede telefnica pblica

    comutada, esse ponto situar-se- normalmente a montante do carto de linhas do cartode linha do DSLAM/MSAN6localizado nos concentradores (remotos), enquanto no caso de

    uma rede NGA/GPON estar a montante do carto de linha OLT7.

    Nesse sentido, uma vez que o objetivo do modelo BU-LRIC determinar os custos

    incrementais de longo prazo dos servios de terminao de voz fixa, desnecessrio

    modelar a prpria rede de acesso do operador, j que o impacto desta no valor da

    terminao fixa ser nulo. Contudo, o projeto da rede coreestar ligado a uma escolha

    especfica da tecnologia de acesso, pelo que esta dever ser considerada na medida em

    que defina a tecnologia a ser considerada no primeiro ponto de agregao da rede.

    A rede de acesso considerada para efeitos da contabilizao do trfego e do tipo de

    equipamentos no primeiro ponto de concentrao do trfego, teve por base o atual estado

    de desenvolvimento das redes em Portugal, tendo sido tambm modelada a migrao das

    redes de cobre para redes de nova gerao em consonncia com as evidncias atuais e

    as expectativas de evoluo a mdio e longo prazo. A Figura 4 exemplifica essa migrao,

    constatando-se que a partir de 2014 o modelo assume um nmero menor de DSLAMs

    devido migrao para redes de acesso de nova gerao.

    5Considerando (12) da Recomendao da CE: O modelo de clculo dos custos deve basear-se mas escolhastecnolgicas eficientes disponveis no perodo de tempo considerado pelo modelo, na medida em que possamser identificadas. Assim, um modelo ascendente elaborado hoje poder, em princpio, assumir que o ncleo

    das redes fixas uma rede de prxima gerao (RPG).6Digital Subscriber Line Access Multiplexer/Multi-Service Access Node.

    7Optical Line Terminal

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    Figura 4:Evoluo do nmero de DSLAMs e OLTs ao longo do tempo

    Fonte: Documentation accompanying the fixed BU-LRIC model, preparado pela Analysys Mason

    Releva-se que todas as respostas obtidas no mbito da consulta pblica referente rede

    de acesso a modelar, mostraram-se favorveis opo proposta por esta Autoridade.

    Adicionalmente, uma das respostas considerou que o modelo deveria incluir a existnciade um operador hipottico com uma estratgia convergente fixo-mvel, atravs da qual as

    tecnologias de acesso rdio mvel seriam igualmente consideradas na determinao do

    custo incremental do servio grossista de terminao fixa, que segundo essa mesma

    resposta, era j uma realidade em Portugal em 2009.

    Reconhece-se que sob determinadas condies uma rede de acesso baseada em

    tecnologias mveis poderia eventualmente ser mais eficiente de implementar em algumas

    reas rurais especficas. No entanto, no caso especfico de Portugal, a grande maioria das

    habitaes so atualmente cobertas por operadoras de redes fixas, assumindo-se que a

    tecnologia de acesso que um operador hipottico modelado escolheria seria fibra

    (considerando-se uma migrao das linhas de cobre para fibra). Acresce que, a evidncia

    atualmente disponvel mostra que nos anos em discusso os principais operadores fixos a

    atuar no mercado portugus disponibilizaram preferencialmente acessos fixos (cobre ou

    fibra) em prejuzo de uma estratgia fixo-mvel.

    Face ao exposto, o ICP-ANACOM mantm a sua posio no sentido de que para efeitos

    do modelo de custeio para a terminao fixa a rede de acesso a modelar baseada emtecnologia de cobre e fibra, sendo considerada a migrao das redes de cobre para redes

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    de nova gerao em consonncia com as atuais expectativas de evoluo a mdio e longo

    prazo. Em futura reviso do modelo e face evoluo que se venha a verificar no mercado

    portugus esta questo poder ser objeto de reviso.

    2.3.2.1.2 Rede core a modelar

    A Recomendao considera que o modelo de clculo dos custos deve basear-se nas

    escolhas tecnolgicas eficientes disponveis no perodo de tempo considerado pelo

    modelo, na medida em que possam ser identificadas. Assim, um modelo ascendente

    elaborado hoje poder, em princpio, assumir que o ncleo das redes fixas uma rede denova gerao (RPG).

    No operador modelado assume-se que o nmero de ns da rede core igual a cinco,

    localizados respetivamente em Lisboa (trs) e no Porto (dois), sendo que cada um dos ns

    contm uma plataforma de interligao com outras redes. Dois dos ns da rede core

    tambm suportam interligao internacional. O operador modelado utiliza dois tipos de

    recursos de acordo com o tipo de trfego de interligao, nomeadamente:

    Trunking gateway(TGW)

    : Converte Voz tradicional TDM para voz sobre IP ou

    vice-versa dependendo do sentido do trfego e das redes interligadas;

    Session border controller(SBC): Monitoriza o trfego de interligao IP e gere a

    qualidade de servio (QoS) do trfego de interligao. Neste cenrio a interligao

    baseada em IP.

    Relativamente s respostas recebidas em sede de consulta pblica, releva-se o facto de

    uma delas no concordar com o facto de o modelo incorporar a interligao por Time

    Division Multiplexing(TDM). O ICP-ANACOM considera que a incorporao da interligao

    TDM no presente modelo refora a aderncia deste realidade nacional, uma vez que

    mesmo que um operador optasse pela interligao baseada exclusivamente em tecnologia

    Rede de acesso a modelar

    O ICP-ANACOM, levando em conta os contributos recebidos no mbito da consulta

    pblica sobre a definio metodolgica do modelo a desenvolver, entende que a rede de

    acesso considerada para efeitos da contabilizao do trfego e do tipo de equipamentos

    no primeiro ponto de concentrao do trfego baseada emtecnologia de cobre e fibra,sendo considerada a migrao das redes de cobre para redes de nova gerao em

    consonncia com as atuais expectativas de evoluo a mdio e longo prazo.

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    IP, esse operador teria sempre que suportar interligao por TDM devido ao trfego

    originrio do exterior, como por exemplo de frica ou da Amrica Latina. Acresce que no

    presente modelo a tecnologia TDM apenas transitoriamente considerada para propsito

    de interligao e no de encaminhamento (routing) ou comutao (switching) na prpria

    rede, atendendo a que o modelo considera uma migrao gradual de interligao TDM

    para IP.

    Face ao exposto, o ICP-ANACOM mantm a sua posio no sentido de que para efeitos

    do modelo de custeio para a terminao fixa a rede core a modelar baseada em IP BAP

    NGN, garantindo-se simultaneamente a interligao por TDM e IP com outras redes.Considera-se que no arranque comercial da rede em 2010 a interligao baseada

    unicamente em TDM, iniciando-se em 2015 a transio para a interligao IP a uma taxa

    constante at 2019, ano em que a interligao ser baseada totalmente em IP (ver Figura

    5). Assume-se que neste perodo temporal as redes na sua generalidade vo evoluir para

    uma interligao baseada apenas em IP.

    Figura 5: Evoluo da interligao IP e TDM

    Fonte: Modelo das FTR desenvolvido pela Analysys Mason

    8 Broadband Access Point

    %

    %

    %

    %

    %

    %

    ( ) ( )

    Rede core a modelar

    O ICP-ANACOM, levando em conta os contributos recebidos no mbito da consulta

    pblica sobre a definio metodolgica do modelo a desenvolver e de forma a ir ao

    encontro da Recomendao, considera que ser modelada uma arquitetura de rede core

    baseada em IP BAP8 NGN, garantindo-se simultaneamente a interligao por Time

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    2.3.2.1.3 Rede de transmisso a modelar

    A rede de transmisso a modelar poderia ser partida realizada atravs de um conjunto

    de tecnologias alternativas9, sendo que a soluo IP/MPLS10 considerada a tecnologia

    atual mais evoluda, apresentando-se como a melhor soluo para redes core NGN-IP. Noentanto, por forma a garantir que o operador modelado mantenha aderncia realidade

    nacional e dado o estado atual de transio das redes em Portugal, entende-se oportuno

    considerar igualmente a existncia de redes de transmisso suportadas por solues

    SDH11em algumas partes da rede que ainda no tenham evoludo para a soluo IP/MPLS

    sobre Ethernet.

    Relativamente s respostas recebidas no mbito da consulta pblica, regista-se a

    discordncia de uma entidade quanto incluso de tecnologia SDH na modelizao da

    rede de transmisso. No obstante reconhecer-se que IP/MPLS sobre Ethernet a

    tecnologia mais recente e eficiente, dado que a grande maioria dos operadores presentes

    no mercado portugus ainda utiliza IP/MPLS sobre SDH, o ICP-ANACOM considera que o

    operador a modelar dever suportar ambas as tecnologias com vista a manter o presente

    modelo ancorado minimamente nas evidncias observveis.

    Rede de transmisso a modelar

    O ICP-ANACOM considera que o modelo de custeio de terminao fixa a desenvolver,

    no obstante procurar repercutir a realidade nacional, ter necessariamente de refletir

    as opes que um operador hipottico eficiente teria adotado nos ltimos anos tendo em

    vista o desenvolvimento de uma rede baseada em tecnologia atual e eficiente.

    Nesse sentido e levando em conta os contributos recebidos no mbito da consulta

    pblica sobre a definio metodolgica do modelo a desenvolver, o operador a modelar

    9Por exemplo, NG-SDH; Ethernet/WDM; ATM sobre SDH, Micro-ondas STM de ponto a ponto, IP/MPLS sobre

    SDH e IP/MPLS sobre a Ethernetnativa.10Internet Protocol/Multi-Protocol Label Switching

    11 Synchronous Digital Hierarchy

    Division Multiplexing(TDM) e Internet Protocol(IP) com outras redes. Adicionalmente foi

    considerada a transio da interligao de TDM para IP, a iniciar-se em 2015 e evoluindo

    a uma taxa constante at 2019, momento em que toda a interligao a basear-se- em

    IP.

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    ir suportar uma rede de transmisso baseada em IP/MPLS sobre Ethernet12etambm

    IP/MPLS sobre SDH dado que uma tecnologia ainda em utilizao pelos operadores

    presentes no mercado portugus. Deste modo o modelo permitir modular uma rede que

    opere com as duas tecnologias, permitindo considerar diferentes percentagens de

    utilizao para cada uma delas, por forma a aproximar-se da realidade observvel e

    expectvel.

    2.3.2.2 Demarcao das camadas de rede

    A Recomendao refere que por defeito, o ponto de demarcao entre os custosassociados ao trfego e os no associados ao trfego tipicamente o primeiro ponto de

    concentrao do trfego. Numa rede telefnica pblica comutada, esse ponto situar-se-

    normalmente a montante do carto de linha do DSLAM/MSAN13 localizado nos

    concentradores (remotos), enquanto no caso de uma rede NGA/GPON estar a montante

    do carto de linha OLT14. O ICP-ANACOM concorda com este entendimento e colocou-o

    consulta aquando da consulta pblica sobre este tema.

    Releva-se que que todas as respostas obtidas no mbito da consulta pblica referente

    demarcao das camadas de rede, mostraram-se favorveis opo proposta por esta

    Autoridade. Adicionalmente uma das respostas solicitou esclarecimentos, considerando

    que a figura 4.1 do documento da Analysys Mason (Conceptual approach for the fixed BU-

    LRIC model) no se encontrava totalmente correta, carecendo igualmente de uma legenda

    e/ou explicao da simbologia das linhas a cheio e das linhas a tracejado. Considerava a

    resposta que caso se pretendesse representar os pontos de demarcao entre a rede de

    acesso e a rede de agregao/concentrao de trfego, ento o caso (d) da figura referida

    FTTH/GPON deveria estar representado com linha a cheio at ao city node e o caso (a)

    Traditional copperdeveria estar tambm representado com linha a cheio igualmente at ao

    city node. No caso (b) Cable o segmento entre o metro node e o local fibre node

    deveria ser fibra tica e no cabo coaxial.

    12

    Tipo de rede local (LAN). Tambm designa o tipo de cabo e o modo de acesso.13Digital Subscriber Line Access Multiplexer/Multi-Service Access Node.

    14Optical Line Terminal

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    Confrontados os consultores com os esclarecimentos solicitados, estes reconheceram um

    lapso na figura apresentada, tendo a mesma sido objeto de correo conforme

    apresentado de seguida na Figura 6.

    Figura 6: Opes das camadas de rede no modelo

    Fonte: Conceptual approach for the fixed BU-LRIC model preparado pela Analysys Mason

    Face ao exposto, o ICP-ANACOM mantm a sua posio no sentido de que para efeitos

    do modelo de custeio para a terminao fixa o ponto de demarcao entre os custos

    relacionados com o trfego e os custos relacionados com o acesso coincide com o primeiroponto de concentrao do trfego.

    City node

    (DSLAM)

    Metro core

    location

    Metro nodeCity node

    (OLT)

    City node

    (OLT)

    MDF

    Cabinet

    NTP

    Local fibre

    node(s)

    NTP

    Cabinet

    (a) Traditionalcopper

    (b) Cable(b) FTTN/

    VDSL(b) FTTH/

    GPON(b) FTTH/

    P2P

    NTP NTP NTP

    Splitter

    Splitter

    copper

    copper

    fibre

    coax

    copper

    fibre

    copper

    fibre

    fibre

    fibre

    fibre

    Legend: subscriber-driven traffic-driven

    Demarcao das camadas de rede

    Aps a avaliao das opes acima mencionadas e, levando em conta os contributos

    recebidos no mbito da consulta pblica sobre a definio metodolgica do modelo a

    desenvolver, o ICP-ANACOM entende que ponto de demarcao entre os custos

    relacionados com o trfego e os custos relacionados com o acesso coincide com o

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    2.3.2.3 Desenho dos ns da rede

    A modelao de uma rede hipottica de comunicaes fixas eficiente envolve, entre outros,

    a identificao do tipo de equipamentos a instalar, bem como a sua quantidade e

    localizao a qual, para efeitos do modelo de custeio de terminao fixa a desenvolver,

    deve atender metodologia expressa na Recomendao da CE, que advoga a adoo de

    uma metodologia bottom-up baseada em custos incrementais e prospetivos de longoprazo.

    As redes de comunicaes eletrnicas caracterizam-se por serem sistemas complexos que

    vo sendo desenvolvidos pelos operadores ao longo do tempo, de forma incremental,

    sempre que se revele a necessidade da sua adaptao face a eventuais alteraes da

    procura, razo pela qual dificilmente se poder considerar que as redes atuais se

    encontram perfeitamente otimizadas.

    O desenho de uma rede depende, entre outras coisas, das especificidades do terreno, pelo

    que nem sempre a localizao dos seus elementos a ideal do ponto de vista terico. No

    entanto, considerando que um modelo uma simplificao da realidade e pretendendo-se

    que o modelo de custeio de terminao fixa seja, tanto quanto possvel, representativo da

    realidade nacional, a quantificao e qualificao dos diferentes componentes de rede ser

    efetuada por referncia melhor informao disponvel sobre as redes fixas nacionais,

    podendo as mesmas serem objeto de otimizao com vista a garantir o necessrio

    equilbrio entre a procura de eficincia que, partida, caracterizar um novo entrante e as

    especificidades e condicionantes nacionais, de algum modo refletidas nas atuais redesfixas. partida, identificaram-se as opes metodolgicas abaixo apresentadas, como

    passveis de serem consideradas para efeitos de desenho dos ns da rede. Este tema est

    tambm desenvolvido no documento preparado pelo consultor em anexo 3 (pgina 20).

    Opo 1 Rede atualmente instalada

    A conceo da rede do operador hipottico a modelar, baseada nesta abordagem, consiste

    em modelar a rede considerando a dimenso e estrutura de um operador fixo real, sem

    qualquer tipo de ajustamento no que respeita a aspetos relacionados com o nmero,

    localizao ou o desempenho dos ns da rede.

    primeiro ponto de concentrao do trfego (figura 4.2 do Anexo 3 Conceptual approach

    for the fixed BU-LRIC model)

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    Opo 2 Metodologia scorched node

    Para efeitos da conceo da rede a modelar, a metodologia scorched node assume a

    quantidade e a localizao fsica dos diferentes componentes de rede existentes, deixando

    em aberto as decises quanto tecnologia (equipamentos a utilizar em cada uma das

    localizaes e as ligaes entre si) no sentido de implementar uma rede otimizada.

    Opo 3 Metodologia scorched nodemodificada

    A metodologia scorched nodemodificada tem como base a metodologia scorched node, a

    qual ajustada, apresentando a mesma topologia de rede existente mas eliminando

    ineficincias existentes, permitindo a simplificao da hierarquia de comutao, ou

    alterando a sua funcionalidade e a dos ns da rede.

    Opo 4 Metodologia scorched earth

    A metodologia scorched earth determina a configurao de uma rede ideal hipottica

    estabelecida de raiz com capacidade para a prestao de todos os servios

    disponibilizados pelo operador a modelar, assumindo que todos os componentes da rede

    so variveis a considerar, isto , sem constrangimentos relativos sua configurao ou

    localizao.

    O ICP-ANACOM considera que a Opo 1 Rede atualmente instalada deve ser

    excluda na medida em que no plausvel que a modelizao de um operador hipottico

    eficiente de comunicaes fixas, no mbito do modelo de custeio de terminao fixa a

    desenvolver, resultasse numa topologia de rede idntica, quer a qualquer uma das redes

    dos operadores fixas designados com PMS, quer a uma rede equivalente mdia das

    redes existentes.

    Relativamente Opo 2 Metodologia scorched node, o ICP-ANACOM consideratambm que esta opo deve ser excluda, nomeadamente porque esta metodologia muito

    dificilmente poderia resultar numa configurao de rede otimizada, dado que se baseia na

    quantidade e na localizao dos equipamentos de redes j existentes, os quais tm

    inerente um legado histrico.

    Uma opo mais adequada, passar por, partindo da metodologia scorched node,

    possibilitar algumas alteraes, como a simplificao da hierarquia de comutao e

    alterao das funcionalidades dos ns, com vista ao aumento de eficincia da rede e,

    finalmente, reconciliar os resultados obtidos com os elementos fornecidos pelos

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    operadores fixos designados com PMS (Opo 3 Metodologia scorched node

    modificada).

    Esta Opo 3equilibra a necessidade de incutir parmetros de eficincia no modelo em

    desenvolvimento e a preocupao de garantir que o modelo mantm, tanto quanto

    possvel, a aderncia realidade nacional.

    A Opo 4 Metodologia scorched earth, frequentemente reconhecida em abstrato

    como a opo que melhor incorpora a noo de eficincia no desenvolvimento deste tipo

    de modelos no entanto uma abordagem mais conceptual e terica, caracterizada por

    nveis de complexidade elevados no dimensionamento da rede. Neste sentido, por foradas suas caractersticas, esta aproximao tambm a que mais se afasta da realidade,

    justamente por no considerar diversas condicionantes prticas ao desenvolvimento das

    redes, como por exemplo: i) condicionantes relacionadas com a dificuldade do trajeto das

    condutas; ii) disperso dos aglomerados populacionais; iii) condicionamentos de natureza

    arquitetnica; e, iv) coexistncia de equipamentos de outros operadores na mesma

    localizao com eventual partilha de infraestruturas. Adicionalmente, esta abordagem

    caracteriza-se por grandes exigncias em termos de informao necessria, a qual poderia

    eventualmente no se encontrar disponvel em tempo til.

    Os contributos expressos em sede de consulta pblica relativamente a este princpio foram

    favorveis em termos gerais opo prevista no documento de consulta.

    Face ao exposto, o ICP-ANACOM mantm a sua posio de que a opo pela metodologia

    scorched nodemodificada,, tal como adotado no caso do modelo de terminao mvel,

    a abordagem metodolgica que melhor equilibra a necessidade de incutir preocupaes

    de eficincia no modelo a desenvolver e no introduzir excessiva complexidade no

    desenvolvimento prtico do modelo.

    Neste sentido, considerando que se pretende modelar uma rede com cobertura nacional,

    o nmero de ns de acesso a incorporar no modelo 1669 (Figura 7), ligados entre si

    numa topologia em rvore ou anel, tendo em vista a configurao de um operador fixo com

    uma cobertura nacional. Para o nvel L1 e L2 da rede de agregao foram considerados

    respetivamente 166 e 25 ns. Para o nvel da rede core e como j referido em 2.3.2.1.2 o

    nmero de ns da rede core igual a cinco.

    Salienta-se que embora o nmero de ns de acesso modelados seja fortementeinfluenciado pelo desenho da rede do operador incumbente em estreita relao com a

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    cobertura de ndole nacional exibida, os nveis de agregao L1 e L2 considerados no

    modelo foram objeto de alterao por forma a refletir um nvel de eficincia superior.

    Figura 7: Ns do operador modelado por camada de rede

    [iic]

    [fic]

    Desenho dos ns da rede

    Aps a avaliao das opes acima mencionadas e, levando em conta os contributos

    recebidos no mbito da consulta pblica sobre a definio metodolgica do modelo a

    desenvolver, o ICP-ANACOM entende que a abordagem descrita na Opo 3

    Metodologia scorched node modificada, , tal como adotado no caso do modelo determinao mvel, a abordagem metodolgica que melhor equilibra a necessidade de

    incutir preocupaes de eficincia no modelo a desenvolver e no introduzir excessiva

    complexidade no desenvolvimento prtico do modelo. Adicionalmente, esta metodologia

    permitir manter, tanto quanto possvel, a aderncia realidade nacional, tendo em

    considerao diversas restries dos operadores fixos no desenvolvimento das suas

    redes.

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    2.3.3 Servios disponibilizados

    Esta seo aborda os aspetos conceptuais relacionados com os servios a incluir no

    modelo de custeio. Est estruturada da seguinte forma:

    Servios a modelar;

    Perfil de trfego da rede do operador a modelar;

    Custos retalhistas e grossistas.

    2.3.3.1 Servios modelados

    A definio da gama de servios a considerar no modelo a desenvolver est diretamenterelacionada com o modo como o modelo em causa determinar o custo incremental da

    prestao do servio de terminao de chamadas.

    A Recomendao da CE refere que o apuramento do custo do servio de terminao fixa

    deve ser efetuado de forma incremental, traduzido pela diferena entre os custos totais a

    longo prazo de um operador eficiente que fornece toda a sua gama de servios e os custos

    totais a longo prazo desse operador caso no fornea o servio de terminao de

    chamadas.

    A este respeito, importa salientar que aquando da consulta pblica relativa definio

    metodolgica do modelo de custeio para a terminao fixa, as respostas recebidas foram

    no sentido de concordncia genrica com a abordagem ento proposta pelo ICP-

    ANACOM.

    Face ao exposto, o ICP-ANACOM mantm a sua posio de que a gama de servios do

    operador hipottico a modelar dever compreender, necessariamente, todos os servios

    atualmente disponibilizados pelos operadores fixos designados com PMS.

    Servios Modelados

    O ICP-ANACOM, levando em conta os contributos recebidos no mbito da consulta

    pblica sobre a definio metodolgica do modelo a desenvolver e atendendo a que o

    objetivo expresso do modelo desenvolvido passa pela simulao de um operador

    hipottico, considera que a gama de servios do operador hipottico a modelar deve

    compreender, necessariamente, todos os servios atualmente disponibilizados pelos

    operadores fixos designados com PMS.

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    2.3.3.2 Perfil de Trfego da rede do operador a modelar

    O volume de trfego dos servios a modelar assume particular importncia no

    desenvolvimento do modelo, influenciando decisivamente o dimensionamento da rede

    modelada e, consequentemente, os custos unitrios dos servios, sendo por isso um fator

    importante na repartio dos custos da rede modelada.

    A estimativa do volume de trfego global ter como base a evoluo efetiva registada nas

    comunicaes fixas nos exerccios conhecidos, estimando-se para o restante perodo uma

    taxa de crescimento por forma a caracterizar a sua evoluo futura, sendo o trfego de

    terminao de chamadas em redes fixas do operador modelado uma proporo do volumeglobal desse servio.

    A metodologia utilizada para estimar o trfego de voz considera que o valor mdio de

    trfego de voz por ligao derivado dos dados histricos, assumindo-se para o futuro um

    declnio do valor mdio de trfego on-net e off-net por assinante fixo, em linha com a

    observao recente, prevendo-se um aumento do trfego de entrada com origem nas redes

    mveis e das ligaes internacionais durante o perodo modelado (Figura 8). O trfego total

    de voz fixa em Portugal obtido da multiplicao do trfego mdio por ligao pelo nmero

    de ligaes fixas de voz. O modelo assume ainda um ligeiro aumento no trfego mvel-

    fixo, em linha com as tendncias do mercado e as previses da indstria. Adicionalmente,

    o modelo assume um declnio na penetrao do servio mvel, em linha com as previses

    da Analysys Mason Research.

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    Figura 8: Minutos por subscritor

    Fonte: Documentation accompanying the fixed BU-LRIC model, preparado pela Analysys Mason

    Relativamente estimativa do nmero de ligaes de voz fixa, o modelo utilizado considera

    que o nmero de ligaes impulsionado pelo nmero de agregados familiares e pelo nvel

    da penetrao dos servios de voz fixa em Portugal. Em concreto, o modelo assume um

    declnio na penetrao de voz fixa, de acordo com as previses da Analysys Mason

    Research.

    Em relao ao trfego de banda larga, a metodologia utilizada para estimar o nmero de

    ligaes de banda larga por tecnologia teve em considerao as previses do Euromonitor

    International com vista a estimar o crescimento do nmero de domiclios no perodo 2011-

    2026, tendo sido assumido algum crescimento na penetrao da banda larga, em linha

    com as previses Analysys Mason Research. O modelo pressupe que a quantidade mdiade dados consumidos por subscritores NGA maior do que para os subscritores de banda

    larga tradicional.

    A Metodologia utilizada para estimar o nvel mdio de trfego de dados em banda larga

    considerou que os requisitos do backhaul,em termos de dados, so conduzidos quer pelo

    nmero de ligaes no NGA e NGA, quer pelo trfego mdio por tipo de assinante, ou

    seja, no-NGA ou NGA. Releva-se que o trfego por tipo de assinante derivado de dados

    histricos.

    No que respeita aos servios multimdia, o modelo estima o nmero de assinantes de TV

    paga por tecnologia considerando que os drivers principais para o crescimento deste

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    servio so o nmero de domiclios e a penetrao do servio. Tal como no servio de

    banda larga foram utilizadas estimativas do Euromonitor International para o crescimento

    do nmero de domiclios no perodo modelado. J as estimativas em termos de

    subscritores deste servio foram obtidas a partir das previses da Analysys Mason

    Research, que foram divididas em quatro categorias: 1) TV por cabo; 2) direct-to-home

    (DTH); 3) fiber-to-the-home(FTTH) IPTV e 4) IPTV xDSL. Aps esta abordagem o nmero

    de assinantes de TV paga por tecnologia calculado multiplicando-se o nmero total de

    assinantes de TV paga pela quota de assinantes de TV por cabo, FTTH e xDSL. O nmero

    de subscritores VoD e OTT em Portugal durante o perodo modelado obtido a partir de

    previses Analsysys Mason Research.

    Como j referido acima, aps a determinao do trfego dos diferentes servios, foi criado

    um perfil de trfego com vista a dimensionar o operador modelado em termos de

    equipamentos necessrios de modo suportar o respetivo trfego. Este tema encontra-se

    mais desenvolvido no documento preparado pelo consultor no anexo 2 (pgina 19).

    Relativamente ao perfil de trfego, importa salientar que aquando da consulta pblica

    relativa definio metodolgica do modelo de custeio para a terminologia fixa, a maioria

    das respostas recebidas foram no sentido de concordncia genrica com a abordagem

    ento proposta pelo ICP-ANACOM, embora tenha sido suscitada uma questo relacionada

    com os valores apresentados relativos ao ano de 2012, dado que existiam algumas

    discrepncias entre a informao apresentada no documento em consulta e a informao

    constante nas estatsticas de STF publicadas no stio do ICP-ANACOM na Internet,

    nomeadamente no que respeita aos canais fixos de voz e ao trfego total originado.

    O ICP-ANACOM reconhece que existiam algumas discrepncias motivadas pela utilizao

    de informao no atualizada, pelo que os valores utilizados para popular o modelo foram

    atualizados de modo a refletir os valores atuais.

    Adicionalmente, o ICP-ANACOM reconhece que existe necessariamente alguma incerteza

    quanto evoluo futura dos servios modelados, particularmente quando essa evoluo

    projetada para o longo prazo. alis justamente por esse motivo que se optou

    deliberadamente por incorporar estimativas de trfego consistentes com as observaes

    do passado recente e incorporando estimativas de crescimento conservadoras.

    Sobre este tema, importa referir que expectativa do ICP-ANACOM que numa futura

    atualizao do modelo de custeio, no s os conceitos e parmetros atuais possam ser

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    objeto de reviso, como tambm as estimativas de trfego e respetiva evoluo sero

    seguramente atualizados luz dos desenvolvimentos que entretanto forem registados.

    Relativamente s preocupaes suscitadas nas respostas consulta pblica no

    respeitante converso de quantidades de trfego de voz e de dados em unidades

    comparveis, importa referir que esta questo foi tida em considerao no desenvolvimento

    do presente modelo. Assim, o algoritmo de compresso de voz utilizado pelo modelo,

    Recomendao ITU-T G.711 com pacotes de 20ms de durao, implica uma largura de

    banda por uma chamada de voz de 95Kbps.

    Em termos genricos, o modelo considera que o trfego a cursar em cada perodo obtidoem funo da quota de mercado do operador hipottico e do perfil de consumo mdio

    considerado.

    Face ao exposto, o ICP-ANACOM reviu os valores anteriormente apresentados mantendo

    a sua posio quanto ao trfego do operador hipottico, a considerar para efeitos do

    modelo dever ser estimado tendo em considerao os atuais volumes mdios e perfis de

    trfego.

    Perfil de Trfego

    O ICP-ANACOM entende assim, com base na informao coligida pelo consultor e sua

    proposta, que o volume de trfego global e, consequentemente, o trfego do operador

    hipottico, a considerar para efeitos do modelo deve ser estimado tendo em

    considerao os atuais volumes mdios e perfis de trfego.

    Em termos do trfego servido pelo operador modelado, foram utilizadas as seguintes

    estimativas de trfego para o perodo a partir de 2013, considerando clientes subscritores

    de NGA e de DSL. Aps 2025 assume-se que o consumo de trfego estabiliza.

    2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018Trfego de

    voz porsubscritor

    (milhares deminutos/subs)

    2,00 1,98 1,95 1,93 1,91 1,89 1,87

    Canais fixosde voz

    4.557.974 4.539.044 4.522.894 4.504.972 4.490.721 4.478.884 4.444.115

    Trfego totalde originao(milhares de

    minutos)

    9.136.707 8.976.848 8.831.263 8.690.376 8.564.131 8.449.419 8.298.299

    Trfego determinaogrossista

    5.373.215 6.154.270 6.180.892 6.201.530 6.264.108 6.284.346 6.283.267

  • 7/24/2019 SPD ModeloFTR Vpublica10julho2014

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    36

    (milhares de

    minutos)

    2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018

    Consumo porsubscritor debanda larga

    DSL (GB/subs)

    302,5 361,5 424,5 491,8 563,8 640,8 723,1

    Consumo desubscritor debanda larga

    NGA (GB/subs.)

    559,6 668,7 785,3 909,9 1.043,1 1.185,5 1.337,7

    Nmero desubscritores de

    banda largaDSL

    1.309.393 1.256.451 1.255.141 1.251.407 1.246.025 1.240.108 1.230.415

    Nmero desubscritores de

    banda largaNGA

    1.007.489 1.195.214 1.315.954 1.433.022 1.546.159 1.655.781 1.756.458

    Trfego totalde banda larga

    fixa (TB)937.447 1.224.034 1.529.477 1.874.418 2.261.113 2.692.975 3.163.402

    2.3.3.3 Custos retalhistas e grossistas

    A Recomendao da CE refere que o apuramento do custo do servio de terminao fixa

    deve ser efetuado de forma incremental, traduzido pela diferena entre os custos totais a

    longo prazo de um operador que fornece toda a sua gama de servios e os custos totais a

    longo prazo desse operador caso no preste o servio de terminao de chamadas de voz.

    No mbito da consulta pblica sobre este tema, a generalidade dos interessados concorda

    com a posio expressa pelo ICP-ANACOM no sentido de concluir que custos retalhistas

    no contribuem para a aferio dos custos incrementais do servio grossista de terminao

    fixa.

    Embora havendo uma concordncia genrica sobre o tema, foi considerado por um dos

    respondentes que h que definir, com todo o rigor, quais os custos que devem ser

    considerados na terminao fixa. Tal deve-se a que no entendimento desse respondente

    existem diversos custos que podem parecer, primeira vista, desligados do servio de

    terminao fixa ou estar apenas associados s atividades retalhistas, mas que, na verdade,

    esto relacionados com este servio, pelo que devem ser considerados no modelo decusteio em desenvolvimento. Tal o caso, por exemplo, dos sistemas de monitorizao e

    controlo de trfego, plataformas de extrao, tratamento e contabilizao de CDRs ou das

  • 7/24/2019 SPD ModeloFTR Vpublica10julho2014

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    taxas do ICP-ANACOM devidas pelos proveitos relevantes associados ao servio de

    terminao fixa.

    No respeitante eventualidade de poderem existir diversos custos que podem parecer,

    primeira vista, desligados do servio de terminao fixa ou estar apenas associados s

    atividades retalhistas, mas que podem estar relacionados com este servio, o modelo

    desenvolvido no processo de aferio dos custos evitveis, tais como os sistemas de

    faturao relacionados com a componente grossista, tem em considerao estes custos

    sempre que o volume do trfego de terminao grossista suficiente para implicar um

    dimensionamento de um ou mais sistemas superior ao dimensionamento considerado semo servio de terminao. Caso em que o custo adicional gerado pelo dimensionamento de

    um sistema com mais capacidade concorrer para a formao do custo LRIC do servio

    grossista de terminao fixa.

    Relativamente questo da incluso no modelo dos custos resultantes das taxas de

    regulao, devidas pelos proveitos relevantes associados ao servio de terminao fixa, o

    ICP-ANACOM considera que a incorporao destas taxas no teria impacto significativo

    no valor final da terminao a determinar. Sendo o custo de regulao independente dos

    proveitos relevantes do sector, a variao dos proveitos implica por sua vez a variao da

    taxa a aplicar sobre esses mesmos proveitos, pelo que o montante a suportar por cada

    operador seria sensivelmente o mesmo especialmente considerado o peso reduzido que

    os proveitos do servio grossista de terminao fixa tem na totalidade dos proveitos

    relevantes.

    Face ao exposto, o ICP-ANACOM mantm a sua posio de que que todos os custos

    suportados com atividades retalhistas tero necessariamente de ser excludos da formao

    dos custos de terminao fixa.

    Custos retalhistas e grossistas

    Neste contexto, o ICP-ANACOM entende que todos os custos suportados com

    atividades retalhistas tero necessariamente de ser excludos da formao dos custos

    de terminao fixa. Em concreto, apenas sero considerados custos incrementais

    associados com a prestao do servio grossista de terminao fixa. Assim, todos os

    custos que no vari