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Sonia Hirsch - Almanaque de Bichos Que Dão Em Gente - Vermes Protozoários Fungos Bactérias Vírus e Outros Bichos - Como Reconhecer, Evitar e TratarTRANSCRIPT
Tat twam asi
fórmula sânscrita
que quer dizer Tu és este,
e que expressa a identidade
fundamental de todos os seres
por trás da aparente multiplicidade;
fusão do mundo interior
com o mundo visível
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No princípio era a ameba.
E a ameba criou bracinhos,
criou perninhas,
desenvolveu a cabeça,
cresceu e virou um monte
de outros bichos maiores,
gigantescos mesmo,
onde ela ameba
e sua tribo de parasitas
puderam entrar, morar,
comer e procriar em paz,
vivendo felizes assim
para todo o sempre.
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Claro que a vida não é só isso,
mesmo para uma ameba. Como toda criatura
viva, ela tem que lutar pela sobrevivência –
tanto no plano imediato, que é arranjar abrigo
e comida, quanto a longo prazo, garantindo a
continuação da espécie.
– E daí?, pergunta aquela senhora, já com
desgosto de tanta ameba logo na abertura,
parece que nem leu o título, mas, enfim, tem
todo o direito de perguntar: – E daí?
Bem, daí que nós humanos somos o que
se chama polidamente de “hospedeiros” de
criaturas primitivíssimas como as amebas,
ou protozoários, e também de vermes, como
lombrigas e tênias. É em nós, graças a nós e
ao nosso sangue que eles sobrevivem.
– Ha!, faz ela com um muxoxo. – Mas isto é
coisa do passado. Antigamente sim tinha-se
muitos vermes, as crianças, os adultos, todo
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ano tomávamos vermífugos e laxantes para
eliminar parasitos, mas isso mudou!
A medicina progrediu muito!
Bom, mas há quanto tempo a senhora não
faz um exame para conferir?
– Ora, e para que é que eu vou fazer?
Na televisão, no Fantástico, apareceu uma
reportagem mostrando que a maioria
dos resultados dá negativo. Se é assim,
nem adianta...
É verdade. A maioria dos resultados dá
negativo. Culpa dos planos de assistência,
dizem; que pagam uma mixaria por cada
exame realizado, então os encarregados
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também só dão uma olhadinha. Assim
fica difícil achar alguma coisa, mesmo na
era do microscópio computadorizado.
E acontece que é muito comum termos
não só um, mas dois, quatro, cinco ou mais
tipos diferentes de parasitas. São milhões
de anos de adaptação recíproca. Por isso
mesmo, embora sempre nos causem
pequenos danos, se não conseguirem
colonizar completamente nossas entranhas,
sua passagem será discreta e perfeitamente
suportável.
– Eu, hem? Bichos nojentos...
Ué, minha senhora, e as baratas?
E as aranhas, lagartas e lesmas?
E os piolhos e pulgas e carrapatos?
Também são desagradáveis, mas a gente
encara. Quer coisa mais chata do que
chato? E mosquito?
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– Ah, mas vermes são diferentes. Vermes
estão dentro!
Justamente, minha senhora. Não podem
ser vistos, e o que os olhos não veem,
o coração não sente. Já a barriga...
– Outro dia esteve no programa do Jô
uma moça, uma jovem bailarina, que ficou
tetraplégica porque teve vermes na coluna.
Justamente, minha senhora, justamente. Eles
podem fazer coisas inacreditáveis.
– E a minha sobrinha, dia destes, botou
uma lombriga imensa, nem sei bem se era
lombriga ou solitária, coisa louca, sabe?
Pois é, então...
– Tenho pavor dessas coisas. Imagine, um
bicho dentro!... Me contaram uma história...
um rapaz... no hospital...
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Vermes?
Melhor não tê-los!
Tem toda a razão aquela senhora: melhor não
tê-los. Além de contrariarem profundamente nosso
ideal de limpeza, o fato é que vermes pintam e
bordam dentro do hospedeiro. Andam para cima e
para baixo como se estivessem em casa, e quando
as verminoses
podem
querem se fixar usam ganchos, ventosas e dentes
prejudicar
para se agarrar em nós. Machucam e destroem
não só os
tecidos, invadem a corrente sanguínea e viajam
intestinos,
mas também
pelo corpo inteiro, produzem toxinas ruins para
o fígado,
nós, um horror. Alguns têm boca, aparelho diges-
os pulmões
e o cérebro
tivo e ânus; outros absorvem todos os nutrientes
pela própria superfície do corpo, feito esponjas.
Com petem conosco pela comida, já que precisam
das mesmas coisas para viver: proteínas, vitami-
nas, minerais, gordura – e glicose, muita glicose,
que armazenam em forma de glicogênio e vão
gastando em sua exaustiva vida de parasitas.
Causam não poucos danos, assim como as pragas
de um jardim. Do mesmo jeito que uma planta
cria fungos ou é comida por uma lagarta ou abriga
centenas de ovinhos do que quer que seja e fica
doente e morre, nossos tecidos externos e internos
podem abrigar um sem-fim de parasitas. E não é
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qualquer sem-fim de parasitas não, é uma comu-
nidade muito sofisticada que passa por vários muitas
estágios difíceis antes de conseguir se estabelecer associações são possíveis entre
direito. Como não tem proteção corporal contra organismos
agressões externas, precisa de um lugar quentinho vivos numa
e úmido para viver – de preferência com comida, e comunidade
biológica:
melhor: mastigada, engolida e digerida, fast-food amensalismo,
de parasitas.
carnivorismo,
comensalismo,
Agora, uma notícia boa e outra ruim. A ruim é que, competição,
do milhão e meio de espécies vivas iden tificadas herbivorismo,
mutualismo,
até agora, mais de 2/3 são parasitas. A boa é que parasitismo,
nenhum parasita tem interesse em matar o hos- predação,
pedeiro, porque estaria inviabi lizando a própria simbiose; são
as chamadas
existência.
interações
bióticas
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Os vermes andavam meio
sumidos, recentemente
voltou-se a falar deles.
Raul Barcellos, médico carioca que desenvolveu
câncer e alergias
uma dieta contra o câncer e as alergias, acreditava
firmemente que vermes são os grandes causadores
de alergias e câncer.
Hulda Clark, cientista canadense cheia de títulos,
mais câncer
assegura que 100% dos portadores de câncer têm
uma baratinha no fígado, a Fasciolopsis buski.
Na Internet proliferam os sites sobre parasitas,
a maioria gerada por universidades norte-
-americanas e japonesas. Em Parasites, Parasites
and Parasites from Japan, os médicos elegem o
parasita do mês; é lá que está a inacreditável foto
larva no seio
de uma larva de Spirometra saindo viva do seio
de uma mulher que se julgava ter câncer. Em
Wellness Web, Michael Biamonte, nutró logo em
Nova York, afirma que vários pacientes ficaram
curados de diabetes depois de uma vermi fugação
diabetes
completa.
A National Geographic Magazine publica 18
páginas sobre parasitas na edição de outubro/97.
Comenta que cada vez mais cientistas veem esses
organismos como criaturas complexas e sutis,
admiráveis à sua maneira e muito mais poderosas
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do que se poderia imaginar. “Eles inspiram em
nós um saudável respeito pelo poder das peque-
o poder do
nas coisas”, comenta Daniel Brooks, zoólogo da pequeno
Universidade de Toronto.
Quem de nós sabe alguma coisa sobre esses
inquilinos que jamais pedem licença? Quase
ninguém. A maioria, como aquela senhora, acha
que o assunto já foi resolvido há muito tempo, que vermes?
verme é coisa de cachorro, de criança, de roça.
quem, eu?!
Não deixa de ter razão; certos vermes atacam mais
quem anda descalço, toma banho de rio e tem
pouca higiene. Mas mesmo a mais cosmopolita
das cidades modernas possui um vasto repertó-
rio de verminoses, afetando no mínimo 30% de
qualquer população do mundo e pegando adultos
assim como crianças e animais. Por uma razão
muito simples: a transmissão geralmente se dá
através dos ovos dos parasitas, que são minúscu-
los – e muitos, milhares, milhões.
Por exemplo: você vai num restaurante de luxo e parece
resolve lavar as mãos antes de comer, cumprindo terrorismo
um preceito universal de higiene. Lavou, secou
naquela maquininha de ar quente, abriu a porta
do banheiro para voltar ao salão e já está carre-
gando nos dedos um ou mais ovinhos que alguém
deixou na maçaneta. O rico pãozinho com patê
e trufas que você come em seguida já leva para
dentro quem sabe uma lombriguinha, quem sabe
uma solitária...
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atualmente
E a verdade verdadeira é que, mesmo esterilizando
se divide o
tudo em volta, um parasita sempre vai dar gar-
mundo das
coisas vivas
galhadinhas. Pela simples razão de que ninguém
em seis reinos:
pode se esterilizar por dentro nem impedir a vida
plantas, animais,
de seguir seu curso.
fungos,
bactérias,
protistas e
arqueias
protistas são
um grupo
disparatado
de organismos
Mas não são só vermes que
singulares
arqueas são
parasitam seres humanos –
primas das
bactérias que
sobrevivem
proto zoá rios, bactérias,
em situações
extremamente
fungos, vírus, rickéttsias e
hostis
príons também vivem
às nossas custas.
protozoários
Protozoários são uma coleção de organismos
muito diferentes entre si, e não um grupo bioló-
gico. O que os classifica juntos é o fato de serem
dotados de uma célula só que faz tudo – come,
excreta, respira, se move e se reproduz sozinha.
Entre eles estão parasitas intestinais como amebas
e giárdias, abundantes em todos os lugares do
mundo. Pertencem ao reino dos protistas, junto
com as algas (não todas) e o limo.
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Vermes, ou melhor, helmintos, são animais de vermes
todos os tipos e tamanhos. Podem viver livre-
mente, como as minhocas, ou parasitar vegetais
e animais. Podem ser redondos como as lombri-
gas, chatos como as fascíolas, minúsculos como
os rotíferos ou enormes como as tênias. Alguns
têm sistemas digestivo e circulatório, outros não
têm cavidades nem orifícios, uns se reproduzem
sozinhos, outros já gostam de sexo, uns vivem
muito, outros pouco, enfim: monotonia, jamais.
Bactérias já não são animais, mas moneras ou bactérias
eucariotas, organismos uni celulares primitivos,
simples e flexíveis, geralmente parasitas, que
crescem e se reproduzem muito rapidamente.
Estão na Terra há 3,5 bilhões de anos e parecem
ser as formas iniciais da vida, a partir das quais
tudo se desenvolveu. Pasme: diz a Encyclopaedia
Britannica que em qualquer corpo humano há mais
bacté rias do que células humanas.
Com necessidades nutri cionais refinadas, bac-
térias só conseguem viver parasitando animais,
plantas ou ambientes ricos como o leite, e
geralmente colaboram em nossos processos nutri-
cionais e digestivos. Acontece que, em certas
situações, uma bactéria amiga se torna agressiva.
A Escherichia coli, por exemplo, mora no intes-
tino e fabrica as preciosas vitaminas K e D; mas,
se entra acidentalmente no sangue, pode colonizar
o corpo inteiro e levar à morte.
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fungos
Fungos são criaturas um pouco mais estranhas,
que vão do bolorzinho do pão aos mais raros cogu-
melos. Sua nutrição é totalmente obtida de matéria
orgânica, viva ou morta, com preferência decla-
rada por carboidratos, isto é, açúcares. Há fungos
de vida livre e fungos parasitários. Os fermentos
do pão, da cerveja, do vinho e do iogurte são
fungos; a monília e a micose, também. Existem até
mesmo fungos que armam arapucas para vermes.
Estimulados por um sinal químico da presença da
caça, secretam uma substância grudenta em toda
a superfície de seus corpinhos. Verme encostou
ali, ficou – e imediatamente o fungo cria uma
tromba que penetra nas carnes moles do verme,
ramifica lá dentro, mata o infeliz e fica mamando
seu citoplasma. Mudemos de assunto.
vírus
Vírus continuam sendo os mais incompreen-
síveis organismos infectantes; ainda se sabe
muito pouco sobre sua estrutura e repli cação.
São simplesmente um ácido nucleico, DNA ou
RNA, com uma capinha de proteína. Parasitas
compulsórios, pois não têm as enzimas neces-
sárias para produzir componentes celulares, os
vírus se apossam da estrutura das células para se
reproduzir, destruindo-as ou não.
rickéttsias
Rickéttsias são algo minúsculo, entre a menor
bactéria e o maior vírus, que se transmite pela
mordida do carrapato. Infectam humanos e
animais causando febres importantes, às vezes
mortíferas.
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E, finalmente, temos também os príons, a última
príons
novidade em matéria de agente infeccioso. Esses
não têm núcleo, ou seja, não têm a molécula que
contém a informação genética, como é normal
em todas as células e vírus; são apenas proteínas
infectantes, responsáveis pelo mal da-vaca-louca
na vaca e nas pessoas.
Essa grande comunidade
que nos habita só não fica
mais à vontade porque
nosso organismo também
precisa sobreviver,
portanto se defende.
Um intrincado sistema bioquímico mantém o que
chamamos de imunidade natural. Ela está pre-
imunidade
sente em todos os fluidos do corpo e em todos os
tecidos, sob diversas formas, de modo que pode
responder rapidamente a alterações no equilíbrio
entre nós e os parasitas, e é o que nos mantém
saudáveis.
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Esse sistema também pode atacar e destruir ovos
e larvas. Mas às vezes só consegue prendê-los
dentro de cápsulas que se alojam em algum tecido.
Aí, de duas, uma: ou a larva continua viva e cre-
scendo, ou morre lá dentro e acaba calcifi cando
ou virando coisa pior, a menos que seja absorvida
pelas células fagócitas. Na página 129 e em http://
larva com
correcotia.com/vermes/larva.htm está a incrível
endereço na
foto de uma jovem Spiro metra erinaceieuropaei,
rede
parasita de gatos e cachorros, saindo viva do seio
de uma mulher de 46 anos que foi operada porque
tinha um caroço crescendo, supostamente câncer.
Quando cortaram o cisto, a larva de uns 8 ou 9
centímetros saiu correndo.
Um consolo: bactérias, fungos e vírus também
parasitam os vermes, assim como pulgas e car-
rapatos parasitam os cachorros e gatos da casa.
cupim
Há parasitas onde a gente menos espera. Nos
cupins, por exemplo. Você sabia que alguns
deles só comem madeira porque têm, dentro de
sua minúscula barriga, protozoários parasitas
que digerem a celulose? Sim, e esse protozoário
é notável pela rapidez com que se dirige aos
pedacinhos de madeira mastigados por seu hospe-
deiro. Pois bem: sabe quem acelera o movimento?
Bactérias espiroquetas que se agarram nele feito
per ninhas. Já não é mais um inseto, é um condo-
mínio completo...
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Na escala biológica o
modelinho parasita-hospedeiro
se reproduz na proporção
de dois para um, e no final
nós humanos parasitamos
a Terra, sem a qual
não podemos viver.
E então tudo bom, tudo lindo, tudo é perfeito na
natureza e não há nada a fazer? Bem...
vermes são
só 648 milhões
Há dois milhões de anos enfrentamos os mesmos de anos mais
desafios para sobreviver: comida, abrigo, saúde. experientes
Antes da injeção de penicilina (que, aliás, é um do que nós,
humanos
fungo que destrói bactérias), morria-se de qual-
quer infecção. A higiene, a medicina, a química
e a tecnologia avançaram muito, mas doenças
infecciosas e parasitárias continuam sendo a
maior causa de morte no planeta. E sempre que se
tem uma doença dessas é porque o organismo foi
tomado por uma multiplicação de criaturas, vindas
de fora ou presentes em nós há muito tempo, que
encontraram condições de se desenvolver além do
razoável e acabam nos ameaçando a vida.
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O desafio, portanto, continua.
Impossível evitar a aquisição de micróbios, porque
eles estão em todos os lugares e nós somos seu
habitat natural.
Impossível combatê-los radicalmente, porque esta-
ríamos nos intoxicando em níveis insuportáveis.
Nosso conceito de saúde é que precisa
ser mais ecológico. Aceitar a
ideia de que somos hospedeiros
potenciais e habituais das
coisas mais incômodas,
agres sivas, esqui sitas
e irritantes, e brigar
todos os dias pela
parcela diminuta
de bem-estar que
nos dá a vitória
sobre elas.
Ainda que
não cheguem ao
ponto de causar
doenças graves,
o desgaste gerado
pelo con junto
de sin tomas
é um tremendo
redutor da nossa
qualidade de vida.
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A vida
comendo solta
O alimento mais importante do planeta Terra é
a luz do sol. A clorofila dos vegetais a absorve e princípio
universal:
usa para converter dióxido de carbono em carboi- tudo o que
dratos simples, que por sua vez viram proteínas, é vivo tem que
lipídios e amidos que formam e nutrem as células comer para
continuar vivo
vegetais que constroem as plantas. A partir daí, primeira
todo mundo se dá bem: plantas são comidas por lei da selva: ser
animais herbívoros, que por sua vez são comidos feliz –porque,
por animais carnívoros e onívoros, que depois se você está
meio jururu,
de mortos terão a carniça disputada por hienas, vem uma
urubus, vermes e outros bichos de gosto duvidoso, proteína mais
e ao mesmo tempo todos dão de comer àquele feliz e come
você (PPL)
sem-fim de parasitas que já conhecemos. No final,
o que resta são compostos químicos, devolvidos
à terra por fungos e bactérias característicos
da putrefação e novamente aproveitados pelas
plantas.
Parasitas são muito gulosos. Consomem tecidos,
sangue, outros fluidos e o conteúdo intestinal
nobre do hospedeiro, incluindo secreções digesti-
vas. Quase todos dependem de glicose para obter
energia, exatamente como nós. Tênias, fas cíolas e
lombrigas em geral podem armazenar até 60% de
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seu peso em glicogênio, fazendo reservas que duram
até 24 horas caso o hospedeiro não lhes forneça
nenhum carboidrato. Por isso é que a pessoa com
vermes sente tanta atração por doces, que são uma
forma rápida de conseguir glicose – parte do açúcar
Diphy llo -
é absorvida pelas paredes do estômago e entra logo
bothrium latum
é um verme
na corrente sanguínea.
que adora
vitamina B12;
Em termos de comida, o que os parasitas roubam
vive num ponto
de nós é relativamente pouco. Como são animais
do intestino
pequenos, a quantidade de nutrientes de que pre-
delgado onde
pode interceptar
cisam para viver não significa grande coisa. O
a B12 da comida
problema é outro: eles atrapalham a digestão e a
antes que ela
assimilação de nutrientes.
chegue ao
local onde
Atrapalham a digestão porque ficam grudados
normalmente
o humano
nos órgãos que produzem substâncias digestivas,
a absorve, no
como fígado e pâncreas, ou nos canais por onde
íleo, e acumula
tanto dessa
essas substâncias chegam ao intestino delgado;
vitamina que fica
afetam a atividade das enzimas; os que vivem no
todinha
intestino provocam alterações em sua estrutura,
cor-de-rosa
danificando as pequenas saliências por onde os
nutrientes são absorvidos; provocam diarreia e
vômitos que jogam fora a comida que já estava
lá dentro.
Um fator agravante nas infecções parasitárias é
que geralmente elas são múltiplas – vários tipos
de vermes, cada um com suas bactérias, fungos
e vírus, todos brigando pelo seu pedacinho de
alguma coisa e produzindo toxinas sem parar.
Como a fome e o apetite também diminuem
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em determinados momentos da infecção, o
final da história é sempre o enfraquecimento do
hospedeiro.
Temos três tipos de necessidades nutricio-
nais: perma nentes, vege ta tivas e eventuais. nas infecções
Permanentes para o dia a dia do organismo em por giárdia
situações normais; vegetativas para fases cresci- também há
mento e gestação; eventuais quando há infecção deficiência de
B12, mas é
ou dano aos tecidos, como cortes, queimaduras e por causa das
lesões causadas por parasitas.
bactérias que
acompanham
Se o hospedeiro não estiver com as duas primeiras a giárdia e se
necessidades nutricionais atendidas, dificilmente apropriam da
vitamina
vai sobrar alguma coisa para a terceira.
a giardíase
Fora o fato de que desencadear uma resposta também dificulta
a absorção de
imunológica à infecção tem um custo nutricional vitamina A
considerável, mexe com o metabolismo das pro-
teínas para liberar aminoácidos e geralmente
utiliza as reservas do organismo. Se é que elas
existem, já que nesses momentos o hospedeiro
padrão se alimenta mal, digere pior e assimila
quase nada.
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Nós, eles,
sintomas e
parasitas não
produzem reações
sensações boas
Mal-estar, dor de cabeça, vertigem, desconforto
e fraqueza podem facilmente ser sintomas de
parasitose leve ou moderada
Dores ao redor do umbigo, principalmente quando
se aperta
Orelhas e nariz coçando, nariz escorrendo
Lábios úmidos à noite e secos durante o dia
Unhas roídas, em mau estado, ou com afundamento
no meio da unha do polegar
Coloração amarelada no branco dos olhos junto
ao nariz
Dores articulares nos adultos
Dores na altura do coração
Engasgos inexpli cáveis indicando possível obstrução
passageira nos tubos respiratórios
Reflexos lentos, letargia, mãos muito desajeitadas
Pupilas sempre dilatadas, principalmente em pessoas
de cabelo claro
Rosto amarelado
Taquicardia
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Secreção excessiva de saliva (ptialismo), inclusive
dormindo
Dentes trincados ou rangendo à noite (bruxismo)
Coceira anal: sintoma detestável produzido
somente por oxiúros – a zelosa parasita-mãe,
que é branquinha, fina como fio de linha e mede
1 centímetro de comprimento, deixa milhares de
ovinhos ao redor do ânus do hospedeiro para ter
certeza de que eles vão sair e tentar a vida
Deu no jornal: uma pesquisa
entre crianças atendidas por
problemas psiquiátricos no
Instituto Pinel do Rio de
Janeiro mostrou que 74%
tinham parasitoses intestinais.
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A incidência é alta tanto entre as que apresentam os
distúrbios de aprendizagem e comportamento mais
comuns, como agitação e agres si vidade, quanto entre
as crianças autistas e psicóticas
O desenvolvimento da criança que tem vermes
é muito prejudicado em altura e musculatura,
e o aproveitamento escolar é baixo
A criança geralmente tem olheiras e pele seca
Queixa-se de distúrbios visuais
Tem diarréias e prisão de ventre alternadas
e crises de dor que acabam passando sozinhas
Faz xixi na cama, fala dormindo, range ou trinca os
dentes? Podem ser sintomas
A barriga é grande quando há muitas lombrigas
adultas
Irrita bilidade, muitas vezes acompanhada por
histeria, manha, mau humor e agitação, também faz
pensar em vermes e na perturbação que eles podem
estar causando ao hospedeiro
Anemia periódica é o grande indício das verminoses:
elas dificultam os processos de digestão e assimilação
da comida, e o sangue sofre as consequências.
Aspecto da pessoa anêmica: pálida, pele desidratada,
com olheiras. Quando estica o braço e a mão, as
unhas ficam brancas ou azuladas
amigdalótomo:
instrumento
de cortar
amígdalas fora,
quando isso era
moda porque
elas inflamavam
muito
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Sintomas digestivos
Desejo intenso por vários tipos de comida, com uma
sensação de fome que é difícil satisfazer; comer mais
que o normal e ainda sentir fome
Falta súbita de apetite
Arrotos, gases intestinais, indigestão, sensação
de ardência no estômago
Sensação de enjoo, algumas horas depois de comer,
acompanhada ou não por uma dor tipo cólica logo
abaixo do estômago
Várias evacuações pequenas em vez de uma grande,
ou fezes esfaceladas
Diarréia alternando com prisão de ventre
Áscaris e giárdia afetam a atividade da lactase,
a enzima que ajuda a digerir lactose, o açúcar
do leite
Giárdia também gera má digestão de gorduras
Problemas de digestão e absorção são iípicos
de infecção por estron gi loides
Vários vermes adultos vivem nos dutos biliares –
Fasciola hepatica, Clonorchis sinensis, Strongiloides
Stercoralis, Opistorchis viverrini e O. felineus
A fascíola migra pelo fígado durante várias semanas
até chegar aos dutos e aí pode querer alimentar-se
de seu revestimento, que vai engrossando cada vez
mais em resposta à agressão; o resultado é que a
passagem tende a fechar, impedindo a bile de chegar
ao intestino para ajudar na digestão das gorduras
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Ascaris, clonorchis e opistorchis também podem
invadir e bloquear os dutos pancreáticos, causando
pancreatite aguda
O euritrema é um verme que come o pâncreas
Outra que de vez em quando invade o pâncreas é
a giárdia
Amebas necrosam os tecidos do fígado, do pulmão,
do cérebro
Esquis tos somas são especialistas em provocar
hemorragias, tanto nas paredes intestinais quanto
nas da bexiga
Sintomas psíquicos
Memória ruim
Pensamentos confusos
Inquietação, agitação contínua
Dificuldade de concentração
Constrangimento, timidez excessiva, vergonha
Insônia, agitação noturna, pesadelos
Depressão, negatividade
Apatia
Angústia, sensação de opressão no peito
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Sintomas pulmonares
Toda perturbação respiratória sem causa óbvia
deveria levar à investigação das parasitoses.
Veja só que coleção de sintomas possíveis:
Entamoeba hystolitica: derrame pleural e abscesso
pulmonar
Toxoplasma gondii: pneumonia difusa
Leishmania donovani e Plasmodium: infiltrações
pulmonares pequenas
Paragonimus westermani e P. kellacotti: tosse,
hemoptise, bronquiectasias císticas
Schistossoma mansoni e japonicum: infiltração em
placas e hipertensão pulmonar
Echinococcus granulosus: purulência, infiltração em
placas, cistos hidáticos
Strongyloides stercoralis: infiltração em placas
Ancylostoma duodenale e Necator americanus:
infiltração em placas
Ascaris lumbricoides, Toxocara canis, cati: infiltrações
migratórias e broncoespasmo
Dirofilaria immitis: infiltração, lesões em forma
de moeda
Trichinella spiralis: dores torácicas e sensibilidade
intercostal.
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Onde é a festa
e quem faz
INTESTINOS
Nematódeos: Anisakis sp., Ascaris lumbricoides, Ancylostoma duodenale, Capillariaphilippinensis, Enterobius vermicularis,
Necator americanus, Strongyloides stercoralis,
Trichuris trichiuria
Cestódeos: Diphyllobothrium latum,
Dipylidium caninum, Hymenolepis nana,
Taenia solium, Taenia saginata
Trematódeos: Clonorchis sinensis,
Echinostoma ilocanum, Fasciola
hepatica, Fasciolopsis buski,
Opistorchis viverrini, Paragonimus
westermani, Schistosoma mansoni,
S. japonicum, S.intercalatum
Protozoários: Endolimax nana,
Entamoeba coli, Entamoeba
hartmanni, Entamoeba
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histolytica, Iodamoeba butschlii; Cryptospori dium parvum, Cyclospora cayetanensis, Isosporabelly, Sarcocystis spp; Chilomastix
mesnili, Giardia intestinalis (Giardia lamblia),
Trichomonas intestinalis
SANGUE
Nematódeos: Brugia malayi, Wuchereria bancrofti, Loa loa, Mansonella ozzardi, Mansonellaperstans
Protozoários: Plasmodium falciparum,
Plasmodium malariae, Plasmodium ovale,
Plasmodium vivax, Toxoplasma gondii,
Babesia sp. (inclui Lyme)
SANGUE, MEDULA ÓSSEA, BAÇO
Protozoários: Trypanosoma cruzi, Trypanosoma
brucei rhodesiense / gambiense, Leishmania
donovani
SISTEMA NERVOSO CENTRAL
Cestódeos: Echinococcus granulosus (hidatidose), Taenia solium (cisticercose), Taenia multiceps(coenurose)
Nematódeo: Angiostrongilus cantonensis
Protozoários: Toxoplasma gondii, Trypanosoma
brucei rhodesiense / gambiense
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CORAÇÃO E MÚSCULOS
Nematódeo: Trichinella spiralis
Cestódeo: Taenia solium (cisticercose)
Protozoário: Trypanosoma cruzi
PULMÕES
Cestódeo: Echinococcus granulosus
Trematódeo: Paragonimus westermani
Incertae sedis: Pneumocystis carinii
FÍGADO E ÁRVORE BILIAR
Cestódeos: Echinococcus granulosu,
Echinococcus vogeli
Trematódeos: Schistosoma japonicum,
Schistosoma mansoni, Fasciola hepatica,
Clonorchis sinensis, Opistorchis viverrini
Protozoários: Cryptosporidium parvum,
Entamoeba hystolitica, Leishmania donovani,
Enterocitozoon bienensi
TRATO GENITURINÁRIO
Trematódeo: Schistosoma haematobium
Protozoário: Trichomonas vaginalis
32
OLHOS
Nematódeos: Dirofilaria
spp., Onchocerca volvulus, Toxocara canis
Protozoários:
Acanthamoeba sp.,
Toxoplasma gondii
PELE
Nematódeos: Dirofilaria spp, Loa
loa, Onchocerca volvulus, Larva
Migrans cutânea
Protozoários: Acanthamoeba sp.,
Leishmania (Viannia) braziliensis,
L. mexicana, L. tropica, L. major, L.
donovani (infantum), L. aethiopica
Insetos: Sarcoptes scabiei (sarna),
Pediculus humanus (piolho),
Pthirus pubis (chato), Cimex lectularius e hemipterus (mosquitos), Pulex irritans, Xenopsyllacheopis, Tunga penetrans
(pulga e família) e inúmeras espécies de
moscas de todos os tipos e tamanhos:
Auchmeromyia, Calliphora, Callitroga,
Crysomyia, Cordylobia, Lucilia, Phormia,
Dermatobia, Gasterophilus, Hypoderma,
Sarcophaga, Wohlfahrtia, Collembola
33
QUALQUER LUGAR
Cistos e larvas que, por alguma razão,
não conseguem completar o ciclo
e tornar-se vermes adultos
Além disso, não confundir...
amebíase intestinal aguda com disenteria bacilar, retocolite
hemorrágica, diarréias bacterianas ou virais
colite pós-amebiana com câncer cólon-retal, colites, outras
patologias do cólon
aspergilose com broncopatias bacterianas, tuberculose,
câncer do pulmão
amebíase hepática com abscessos bacterianos, cirrose,
câncer primário de fígado, cistos hidáticos superinfectados
fasciolose hepática multilocular com câncer de fígado
cisto hidático com cisto biliar, doença policística, cisto
ovariano, abscesso
toxoplasmose com mal de Hodgkin
síndrome de Loefler com pneumonia
34
Anemia
Anemia é sempre sinal de que há alguma coisa a célula é a
menor unidade
errada. Indica que o sangue tem menos células estrutural
vermelhas – eritrócitos – e está deficiente em de matéria
viva capaz
he mo globina, o pigmento que transporta oxigênio. de funcionar
Isso afeta o organismo inteiro, debilitando todos sozinha;
os sistemas.
pode ser um
organismo
Existem cerca de 100 variedades de anemia, mas completo, como
as bactérias e
as causas se resumem a três. A primeira é a perda protozoários
de sangue aguda ou crônica, comum quando há todas as células
ver minoses intestinais, já que os parasitas per- são parecidas
furam constantemente o revestimento interno do em composição,
forma e função
intestino e de outros órgãos para se agarrar e/
ou se alimentar de sangue, e quando mudam de
lugar deixam pequenas hemorragias acontecendo.
A segunda causa de anemia é um aumento da
35
destruição de células vermelhas. E a terceira é a
redução na produção de células vermelhas, por
uma das seguintes causas: deficiência de um ou
mais nutrientes (sobretudo vitamina B12, ácido
fólico e ferro, que são necessários para a síntese
das células vermelhas, e que os vermes adoram);
células são
desordens na medula óssea; deficiência de certos
formadas por
hormônios; inibição da formação das células
moléculas
devido a certas drogas, ou devido a toxinas pro-
molécula
é um grupinho
duzidas por doe n ça – particularmente infecção
de átomos,
crônica, câncer generalizado e falência renal.
iguais ou
não, ligados
Na anemia o sangue leva muito pouco oxigênio
por agentes
aos tecidos, o que estimula o pulmão a aumentar
químicos,
grupinho esse
a taxa respiratória para colher mais oxigênio, e o
que constitui a
coração a pulsar mais para aumentar o volume de
menor partícula
sangue circulante (o que faz com que seu tamanho
em que um
elemento ou
também aumente). A aceleração do fluxo de
composto
sangue costuma provocar dor de cabeça. Sintomas
pode ser
dividido
de deficiência de oxigênio nos tecidos incluem
sem perder suas
latejamento nos ouvidos, tontura, desmaios e
características
respiração curta. Psicoses e alucinações podem
físicas e
químicas
ocorrer quando as deficiências do sangue reduzem
a oxigenação do cérebro.
Parasitas competem com o hospedeiro por
nutrien tes importantes para o sangue, como ferro
e vitamina B12, entre outros. No começo isso faz
a pessoa ter mais fome, depois o organismo não
faz força nem para comer. Outro sintoma carac-
terístico é a perversão do paladar – os anêmicos
lambem cal, comem papel e terra; antigamente as
36
feiras do nordeste vendiam tabletes de barro para
satisfazer esses apetites.
Anemia ferropriva, ou por deficiência de ferro,
é a mais comum. O ferro vem da alimentação
e é absorvido no intestino. Um adulto precisa
de menos de 4 gramas de ferro em circulação, as maiores
e deve repor 10 a 15 mg por dia. A deficiência moléculas que
ocorre quando não há ferro suficiente na comida, existem são as
ou não há boa absorção pelos intestinos, ou há que transmitem
o código
perda anormal de sangue – em parasitoses intesti-
genético, as
nais, mulheres com menstrua ções hemorrágicas e características
homens com úlcera péptica, por exemplo. Língua hereditárias,
aquilo que
lisa, unhas fracas e quebradiças, cabelo sem faz com que
brilho. Trata-se facilmente com sulfato ferroso.
um humano
permaneça
A anemia perniciosa tem esse nome porque se humano e
um vegetal
desenvolve lentamente, como resultado de uma permaneça um
deficiência de vitamina B12 – que é vermelha e se vegetal, ainda
encontra em animais, mas não em vegetais.
que as células
se renovem o
A deficiência de B12 é mais comum em vegetaria-
tempo todo
nos mal nutridos, em pessoas parasitadas pelo esse código
Diphy llobothrium latum (parasita de peixes), nas está contido no DNA, ácido
que sofrem de má absorção no intestino delgado e desoxirribo–
nas que têm divertículos intestinais ou obstruções nucleico, ou
no RNA, ácido
parciais onde haja pouca oferta de B12 para muita ribonucleico
demanda de vermes e/ou bactérias.
Os sintomas de anemia perniciosa incluem
fraqueza, palidez de cera, língua lisa e brilhante,
distúrbios gastrointestinais e problemas neuroló-
gicos. Pode atingir um ponto muito grave antes
37
de ser diagnosticada, porque vai aumentando com
o tempo. Se houver danos neurológicos, serão
irreversíveis; se não for tratada, mata.
A tolerância de cada pessoa à
anemia varia muito, e depende
em parte da velocidade com que
ela se desenvolve. Se for lenta-
mente, a pessoa pode resistir a
estágios graves de anemia com
pouca ou nenhuma queixa,
enquanto a anemia galopante
provoca sintomas fortes
e pode ser fatal.
O tratamento depende
do diagnóstico. Vai
detectar e remover
fatores tóxicos,
suprir nutrientes
que faltam,
impedir a
destruição das
células vermelhas
e às vezes restaurar
o volume de sangue
com transfusões.
38
Infecção
Infecção é a presença exacerbada, dentro do corpo,
de um ou vários agentes infecciosos (bacté rias, o DNA
determina a
vírus, fungos, protozoários e vermes), e a con- composição
se qüente reação do corpo a eles e às toxinas que das proteínas,
produzem. Muitas vezes a saúde não é alterada que são
combinações de
pela infecção; quando é, o conjunto de sintomas aminoácidos
passa a ser considerado doença infecciosa. Ao cada tipo
mesmo tempo em que é prejudicado, o corpo do de tecido do
hospedeiro serve de território para o hóspede se nosso corpo e
milhares
multiplicar e infectar outras pessoas.
de funções
são exercidas
Agentes infecciosos entram pelo ar, pela água, por proteínas
pela comida, pela saliva de mosquitos, carrapatos diferentes,
e animais raivosos, pelas feridas abertas, pelas das quais só 500
foram estudadas
trocas sexuais. Há reservatórios inesgotáveis deles até agora
em todos os animais. É impossível evitá-los, e síntese de
também não há por que – afinal, ter contato com proteína significa
os outros habitantes do planeta faz parte da vida, e escalação de
aminoácidos:
nem tudo é um conto de fadas: a praia mais mara- forma-se um
vilhosa tem mosquitos, a maioria dos buracos tem time e e ele
minhoca, a maioria das goiabas também, dentes entra em campo
ficam cariados, chove de repente, o trânsito é vio- outro ácido
nucléico
lento e quem a gente queria não veio. A vida está é o RNA,
sempre sujeita a riscos, infectar-se é só mais um. que traduz as
informações
Os parasitas passaram milhões de anos batalhando genéticas para
seu lugarzinho à sombra e desenvolveram métodos as proteínas
sensacio nais de se acomodar ao hospedeiro. Tanto
assim que a doença parasitária propriamente dita,
39
que causa sintomas e prejuízos evidentes para a
saúde, só acontece por um dese qui líbrio na relação
hospedeiro-parasita: é quando a pensão vira casa
da sogra, geralmente porque a gente vai deixando,
vai deixando... E aí fica difícil de lidar. Há tênias
que duram muito mais que o casamento, amebas
de uma vida inteira, giárdias de estimação...
Mas vírus, vermes, fungos, bactérias, rickéttsias,
príons, todos eles têm que enfrentar opositores
naturais dentro do corpo. Anticorpos e antitoxinas
são formados especificamente para interagir com
aquele invasor naquele momento, e é muito raro
a infecção virar doença infecciosa numa pessoa
saudável. Na infecção, o que conta é simplesmente
a capacidade de reação do organismo. Tudo pode
se resumir a muito pouco, se o organismo está
forte; ou levar à morte, se não está.
40
Inflamação
O lugar fica quente, vermelho, endurecido e dói? existem dois
Temos uma inflamação. Seja devido a infecção, tipos de células:
frio ou calor excessivos, contusões, ácidos, alca- procariontes,
linos, irradiação, a causa não importa: qualquer mais simples,
que formam
alteração do tecido pode provocar inflamação.
as bactérias e
as microalgas
Ela tenta destruir, diluir ou isolar tanto o agente verdeazuis, e
agressivo quanto o tecido lesado. O calor vem do eucariontes, que
fluxo de sangue aumentado; o rubor é dos vasos compõem todas
as outras formas
sanguíneos dilatados; o entumes cimento é gerado de vida
por essa dilatação mais a formação de exsu dato, têm a mesma
que é uma mistura de líquido, células e fragmentos composição
celulares; e a dor é consequência da pressão do molecular e
atividades muito
edema e das substâncias químicas liberadas nos semelhantes:
processos inflamatórios.
todas trocam
substâncias com
Inflamação crônica é aquela em que a causa do o ambiente para
dano ao tecido, seja lá qual for, nem mata a vítima se manterem
vivas
nem se deixa neutralizar pelas defesas do corpo. o espaço
Acaba havendo uma relação simbió tica entre entre elas é
invasor e hospedeiro, porque os fagócitos não preenchido por
conseguem digerir e eliminar os irritantes que uma geléia de
polissacarídeos
engoliram.
e água na
qual estão
Muitas vezes há lesão dos tecidos; é preciso que suspensas fibras
a inflamação cesse para que possam entrar os de proteína
mecanismos de regeneração e organização que que mantêm as
células juntas
compõem a cura. Na regeneração, as células para formar
sobreviventes ficam se dividindo até fechar a tecidos
ferida; na organização, novos vasos sanguíneos
41
e células formadoras de tecido conectivo crescem
na área danificada para produzir tecido conectivo
vascularizado e tecido cicatricial. Até mesmo
células
lesões mínimas como acne infectada produzem
geralmente se
organização e cicatrização.
reproduzem
dividindo-se
em duas outras
células idênticas
morrem de
morte natural,
com o tempo,
Febre
ou necrosadas,
quando há
doença, acidente
A febre é a forma mais comum de reação do orga-
ou lesão
nismo a uma infecção. A presença de uma grande
a necrose
população de micróbios desencadeia intenso
é causada
movimento no corpo inteiro, em todos os tecidos.
por enzimas
intracelulares
O calor interno aumenta e acelera a produção, cir-
que são
culação e atividade das células brancas, de defesa.
ativadas pela
Basta uma pequena elevação da temperatura para
própria lesão
para destruir
acabar com a maioria dos vírus e bactérias – e é
as células
por isso que não se deveria dar nada para baixar
danificadas
a febre abaixo de 38,5 graus nos primeiros 3 dias,
só chá e mais chá e compressas frias ou rodelas
de batata crua na cabeça para absorver a quentura.
Febre preo cupante, só se for alta ou durar mais
que três dias.
42
Mas e a
imunidade, nada?
Tudo! As infecções parasitárias estimulam todos os
mecanismos de defesa do corpo, que vão ser mais ou
menos eficientes dependendo do parasita, do estágio
da infecção e da saúde do hospedeiro.
43
– Se encontrarem o inimigo,
comam-no!
É com essa ordem que o time das células fagócitas
entra em campo. Anticorpos, células macró fagas,
basófilas, eosi nófilas, neutrófilas, plate le tas, imu-
no globulinas, interferon, citoquinas, inter leu cinas
e muitas outras percorrem o sangue e comem os
seres indesejáveis, assim mesmo: nhac! Quando
fazem contato com algo que precisa ser destruído,
seja uma bactéria ou um material inerte como
poeira, seu citoplasma envolve a partícula e forma
uma bolsinha, que se funde com outro saquinho
que contém enzimas digestivas. Se a composição
química da substância estranha permite sua degra-
dação pelas enzi mas, ela é destruída; se não, é retida
no fagó cito e impedida de maiores contatos com
o hospedeiro; mais tarde será despejada na linfa.
Os tecidos que formam baço, fígado, nódulos
linfáticos e medula óssea são especialmente ricos
em fagócitos.
Entre as células brancas do sangue há fagócitos
capazes de migrar através dos vasos sanguíneos
para áreas de inflamação ou infecção. Lá se
multiplicam de acordo com a necessidade. Mas
também existem fagócitos de plantão em todos os
tecidos, formando um sistema chamado reti cu-
loendotelial. Isso faz com que possam con trolar
44
uma invasão bacteriana em qualquer lugar, se
ela não for muito grande nem muito virulenta.
Também são eles que engolem as células verme-
lhas cansadas ao fim de suas vidi nhas de cento
e vinte dias.
Nas verminoses, os leucócitos que aparecem mais
são os eosinófilos.
Eles se multiplicam para destruir a cutícula que eosinófilos
reveste os vermes grandes. Geralmente o exame
de sangue acusa uma taxa mais alta de eosinófilos
no início da infecção, que depois vai caindo; a
duração da fase alta e da volta ao normal depende
do parasita, do paciente, da circunstância, e são
necessários vários exames de sangue seguidos
para entender o que está acontecendo.
Segundo o professor J.-J. Rousset, em seu livro
Maladies Parasitaires, uma pequena elevação
da taxa de eosinófilos remete a oxiúros (banais,
diz ele), enquanto a elevação súbita e expressiva
faz pensar numa tênia; e aí começa toda uma oxiúros, tênias,
estratégia de exames de sangue e fezes, repetidos, fascíolas, cistos, para achar ovos, eliminar aspossibilidades de fas- larvas, triquinas, estrongiloides
cíolas, cistos hidáticos, larva migrans, triquinas. & eosinófilos Quando há estron gi loi des as taxasficam subindo
e descendo feito um ioiô.
A presença de vermes significa que boa parte do
potencial orgânico de defesa está mobilizada em
uma guerra sem fim, deixando talvez de cumprir
outras tarefas imunitárias – como, por exemplo,
45
identificar e destruir células cancerosas para
evitar o crescimento de tumores, ou simplesmente
funcionar como barreira contra as gripes, viroses,
alergias e dengues da vida.
A pele, o sistema respiratório
e o tubo gastrointestinal são
as três barreiras do corpo
contra invasores de todo tipo
– vermes, protozoários,
fungos, bactérias, vírus,
produtos químicos,
toxinas, resíduos
sólidos e proteínas
estranhas de
qualquer origem.
46
A pele tem uma camada externa de matéria morta e
duas internas bem vivinhas, profusamente irrigadas
pelo sangue e visitadas por uma intrin cada rede de
vasos linfáticos.
A linfa é um fluido clarinho que banha os tecidos existem cinco
variedades de
do organismo, regulando o teor de líquidos, devol- imunoglobulina:
vendo proteínas ao sangue e removendo bactérias, IgA, IgM, IgG,
partículas estranhas e células anômalas; muito rica IgD e IgE
em linfó citos e células macrófagas que identificam IgA é a mais
presente no
e comem substâncias indesejáveis; ou seja, a linfa é intestino, onde a linha de frente da defesaimunológica. O mate- adere aos vírus
rial apreendido vai dar nos gânglios linfáticos, e bactérias
limitando seu
de onde é encaminhado para fora do corpo pela crescimento e
corrente sanguínea. Gânglios inchados mostram sua capacidade
que há infecção em algum lugar e que a linfa está de invadir
os tecidos,
agindo.
ao mesmo
tempo em
O sistema respiratório, além de também ser prote- que neutraliza
gido pela ação da linfa, tem no seu revestimento substâncias
tóxicas
interno uma camadinha de células cheias de cílios,
recobertas por um muco altamente viscoso onde
ficam presas as partículas indesejáveis; esse muco
é empurrado para a faringe pelo movimento dos
cílios, e de lá é engolido ou tossido.
O grande tubo gastrointestinal é uma das partes
mais complexas do organismo. Para começar,
é parte externa – assim como quintal, área de
serviço, depósito, lavanderia, portão dos fundos.
Parte externa que foi se virando para dentro, se
invaginando e formando um túnel por onde as
47
coisas entram e saem. Florestinha tropical sofis-
ticada, reserva extrativista da vida microbiana,
nosso trato gastrointestinal começa no nariz e
na boca, inclui n do adenoides, sínus e amígdalas;
termina no ânus.
nariz
O nariz é a entrada e saída dos gases (oxigênio,
dióxido de carbono) que formam e sustentam o
pulmão, que produz oxigênio para o sangue.
boca
A boca é entrada (eventualmente saída) de alimen-
tos e bebidas que formam o sangue e renovam as
células. Em caso de necessidade, a boca também
respira.
amígdalas
Amígdalas são duas estruturas linfáticas ovaladas,
uma de cada lado da garganta, que produzem
anti corpos contra invasores que entram pela
boca e pelo nariz. São ajudadas pelas ade noides,
estruturas semelhantes que ficam atrás do nariz.
estômago
Aí vêm o estômago, um meio tão ácido que
poucos micróbios sobreviveriam nele, e o intes-
tino delgado, com sete metros de comprimento,
onde o sistema imunológico mantém cerca de 40
pequenos territórios, as placas de Peyer.
placas de Peyer
Essas placas, visíveis a olho nu, são pedacinhos
de tecido redondos ou ovais que não apresentam
o relevo característico da mucosa intestinal.
Pertencem ao conjunto linfático e sua função é
armazenar células linfoides. Que, verdade seja
dita, são o máximo. Produzidas pelo timo e pela
medula óssea, elas viajam para os tecidos lin-
48
foides e permanecem imaturas até reconhecerem
alguma substância a combater. Aí amadurecem
instantaneamente. Se forem células T, produzidas
pelo timo, proliferam e se dividem em três catego- células T
rias: as supressoras, as matadoras e as auxiliares
(estas em maioria). Se forem células B, produzidas
pela medula óssea, ao reconhecerem o invasor células B
elas também amadurecem – e se tornam capazes
de fabricar imunoglobulinas, que são proteínas
especia lizadíssimas em lutar pelo organismo, imunoglobulinas
tanto que se chamam anti corpos.
O apêndice é considerado um nódulo linfático
que virou uma estrutura fixa. Pertence ao intestino apêndice
grosso, que tem cerca de metro e meio e é a parte
final do tubo gastrointestinal.
intestino grosso
O sistema linfático inclui o timo, a medula óssea,
o baço, gânglios espalhados nas axilas, no mesen- e mais...
tério e nas virilhas, amígdalas, adenoides, tecidos
linfoides bronquiais, intestinais e uro genitais, e
uma rede de vasos comparável à do sangue. Você
acha pouco?
49
50
Bactérias
B A C T É R I A S
Escherichia coli
sífilis
tuberculose
São as criaturas vivas predominantes no planeta.
Existem bactérias de todo tipo em todos os
lugares do mundo, do alto dos picos nevados às
pro fundezas do mar.
bactérias:
organismos
Algumas precisam de oxigênio para viver, outras unicelulares
utilizam gases, e para um terceiro grupo tanto faz. extremamente
Essa versatilidade faz com que as bactérias sejam simples
e flexíveis,
muito presentes no ecossistema; elas é que reci-
que crescem e
clam, enquanto comem e descomem, nutrien tes
se reproduzem
fundamentais como carbono, nitrogênio e enxofre. muito depressa
São mesmo as grandes responsáveis pela renovação se forem
esféricas,
da vida e estão na base de toda a cadeia alimentar.
são coccus
E, se antiguidade é posto, bactérias merecem res-
se forem como
peito: o fóssil mais velho já encontrado é de uma bastões, são
bactéria e tem 3,5 bilhões de anos.
bacilos
se forem
Embora as bactérias sejam mais conhecidas pelas em curva,
infecções graves, como sífilis, cólera e tubercu-
são vibriões,
lose, a grande maioria das que habitam o corpo espirilos ou espiroquetas
humano é de simples comensais.
Comensais são micróbios que comem conosco
e geralmente não criam problemas. Às vezes
resolvem problemas. Vivem nas partes externas
do corpo, isto é: a pele e mais o nariz, a garganta,
a boca, os sínus e todo o canal gastrointestinal,
também considerados parte externa.
51
Na pele, as bactérias ajudam a degradar as células
mortas e destruir os resíduos eliminados por poros
e microglândulas. Nos intestinos transformam
resíduos complexos em substâncias simples e parti-
cipam da geração de compostos químicos essenciais
à vida humana, como as vitaminas D, K e B12.
nas interações
A questão é que as bactérias nem sempre estão só
comensais,
comendo. Basta o ambiente do corpo ficar mais
uma espécie
poluído e as defesas orgânicas falharem que elas
se beneficia
e a outra
começam a se reproduzir desenfreadamente. Um
não é afetada;
estrep to coco fica anos na garganta, quietinho, e
o organismo
de repente explode numa amigdalite aguda; um
comensal
depende do
pneumo coco pelo qual ninguém dava nada detona
hospedeiro
uma pneumonia. Rompeu-se o equilíbrio de forças
para comida,
abrigo, suporte
entre parasita e hospedeiro.
e transporte,
O que foi, o que não foi – qualquer fator coad-
juntos ou não
juvante serve de gota d’água: mudanças de
temperatura ou grau de umidade, alimentação
deficien te durante alguns dias, stress, outros para-
sitas competindo por alguma vitamina importante,
problemas emocionais, fungos no ar-condicio-
nado, via gens. Gripes são típicas – sempre incluem
alguma forma de infecção, leve ou grave, que
aproveita a vulnerabilidade do hospedeiro.
Quando são as bactérias que mudam de ambiente,
o desacerto é total. Infecções urinárias e renais
em mulheres, por exemplo, quase sempre são
causadas por uma bactéria do intestino que entra
na uretra por falta de higiene adequada.
52
Na boca vivem bactérias muito nossas conhecidas,
B A C T É R I A S
as que fazem os dentes ficarem peludos quando
não são limpos. Elas amam açúcar e amidos em ataques
geral, e, como todas as bactérias, precisam de cardíacos e
glicose como fonte de energia. São capazes de se derrames:
bactérias?
multiplicar muito mais rapidamente se tiver algum
restinho de doce por ali.
A famosa placa bacteriana, que causa cáries o ambiente
e enfraquece a gengiva, é um aglomerado de da boca
estrepto cocos e vários oportunistas; eles conver- não é ácido nem
tem açúcar e outros carbo i dratos em ácido lático, alcalino, mas neutro, com pH
que vai esburacando o esmalte e o tecido dos em torno de 7;
dentes. Se não for retirada com escova e fio dental, depois de
a placa bac teriana endurece e vai aumentando; comer açúcar
o pH cai
irrita e inflama as gengivas, penetrando entre a para 5,5
carne e a raiz dos dentes, até que eles ficam fracos quem
e amolecem. Se os predominantes Streptoco ccus não come
san guis entrarem na corrente sanguínea, através açúcar
tem 90% menos
de ferimentos nas gengivas, podem até provocar cáries do que
formação de coágulos, apontados como o fator quem come
principal de ataques cardíacos e derrames.
O estômago quase não abriga bactérias porque seu
nível de acidez é muito alto, devido aos ácidos que
produz para digerir a comida. Mas tem um lugar-
zinho chamado antro que não é ácido; ali podem
viver bactérias como a Helicobacter pylori, que
se envolve nos processos de úlcera.
Nos intestinos mora uma quantidade incalculável
de bactérias. Basta dizer que um dedal de matéria
53
B A C T É R I A S
intestinal, pesando apenas um grama, contém dez
trilhões de micróbios.
Agitadíssimos, por sinal. Alguns até fabricando
conviver com
vitaminas K e B, como Escherichia coli, a bactéria
micróbios,
mais popular da modernidade. Sabe-se mais deta-
em tempos
lhes sobre a biologia molecular da E. coli (não
de saúde, é
bom: ganha-se
confundir com Entamoeba coli, uma ameba que
imunidade
também se abrevia E. coli) do que sobre qualquer
para lidar com
eles quando a
outro organismo, inclusive humano. É que ela é
infecção for mais
muito fácil de reproduzir – em 20 minutos vira
virulenta
duas – e na biotecnologia industrial usa-se E. coli
tábuas de
para várias coisas, inclusive produção de enzimas.
cortar carne e
Habita normalmente o intestino grosso; só quando
vegetais retêm
menos bactérias
se desenvolve no intestino delgado ou passa para
se forem de
uretra, bexiga e rins é que precisa ser combatida.
madeira
O organismo reage logo, aumentando as secreções
animais
e produzindo febre, e se estiver sadio pode comba-
microscópicos
vivem em sofás
ter a infecção. Mas o que se teme numa infecção
e colchões,
persistente é que ela se torne generalizada, com-
alimentando-se
de floquinhos de
prometendo o sangue e todos os tecidos; por isso
pele seca
é que se recorre aos antibióticos, que matam esta
aqueles sujinhos
ou aquela bactéria.
na cortina do
chuveiro são
Os Lactobacillus acidophillus são as bactérias
muito mais do
mais simpáticas do intestino. Crescem mais
que sujinhos:
depressa que as outras e dominam o ambiente,
são pequenas
gangues de
impedindo que bactérias nocivas provoquem
micróbios
tormentas intestinais como prisão de ventre e
diarreia. Klebsiella e Bifidobacterium são outras
bacté rias muito úteis. Gases? Uma pessoa normal
solta en tre dez e quinze puns por dia por causa
54
da Me tha no bacterium smithii, que produz gás B A C T É R I A S
metano nos intestinos a partir das fibras dos puns
cereais e vegetais que digere para nós.
Carnívoros hospedam mais bactérias do que
vege tarianos. Pseudomonas, Acinetobacter
e Mora xella são bactérias de putrefação a
quem a carne diz: Comei e multiplicai-vos.
55
B A C T É R I A S
Microrganismos que podem causar intoxicações
estão sempre presentes – Clostridium perfringens
cozinhar a carne
em carnes que não foram cozidas, guardadas ou
até ela soltar um
caldinho branco,
rea que cidas na temperatura certa, Staphylococcus
e não rosa –
au reus nas carnes curadas e Clos tridium botu li
isso vale muito
contra todos
num nas carnes enlatadas. Outras bactérias que
os parasitas,
podem criar problemas em carnes contaminadas
bacterianos
ou mal cozidas são Salmonella, Escherichia coli,
ou não, se
houver razões
Campy l o bacter jejuni e Listeria monocytogenes.
para desconfiar
Importante: nenhuma delas nasce da carne, todas
da carne
são adquiridas no manuseio.
lidar com
carnes e peixes
A pele humana não é um lugar bom para as bacté-
em primeiro
rias. Elas gostam de ambientes úmidos, escuros, e
lugar, lavar a
pia e todos os
a pele é seca e exposta. Então existem apenas cem
utensílios e só
bactérias por centímetro quadrado de pele, a não
então pegar
ser em dias quentes e úmidos, quando a população
nos vegetais da
salada
aumenta alegremente.
Vacas e outros animais herbívoros como cabras,
ovelhas, veados, alces, gazelas, girafas, antílopes,
caribus, cangurus, camelos e lhamas dependem de
micróbios para se nutrir. São equipes de fungos,
a quantidade
de bactérias
bactérias, protistas e vírus que vivem numa parte
num único
especial do estômago chamada rúmen, que só
rúmen é maior
os ruminantes têm, por isso são ruminantes; tais
do que toda
a população
micróbios pré-digerem o capim e a palha para seu
da terra
hospedeiro, cortando-os em pedacinhos e acres-
centando enzimas. Só depois disso é que o animal
regurgita a comida de volta à boca, mastiga mais
um pouco e engole definitivamente.
56
Lactobacillus acidophillus ajudam a preservar
B A C T É R I A S
alimentos, e fazem isso fermentando e acidi fi-
cando-os de tal modo que outros micróbios não suplementos
conseguem sobreviver. Chucrute, por exemplo: de Lactobacillus
o repolho fermentado se mantém comestível por acidophillus
são importantes
todo o inverno. Além disso, os lactobacilos vão para restaurar
fazer no intestino o que fizeram na comida – a flora
bacteriana
controlar bactérias de putrefação. Isso significa intestinal
intestinos mais limpos.
depois de um
tratamento
Outra maravilha que não existiria sem os com antibióticos
micróbios é o chocolate. As sementes de cacau receita de
fermentam dentro da fruta até ficarem no ponto; lactobacilos
o trabalhinho é feito espontaneamente por bactérias caseiros na
página 187
e fungos como Lactobacillus e Ace to bacter; só
depois disso é que as sementes são torradas.
O leite é riquíssimo em açúcar, e bactérias amam
açúcar, portanto leite é seu paraíso. Tanto que uma leite cru e
tigela de leite largada na pia acidifica naturalmente queijo fresco sob a ação de Strep tococcus lactise S. cremoris são fontes de contaminação
e produz coalhada – muito rica em ácido lático, por Listeria
o que é bom para os intestinos, mas cheia de monocytogenes, coliformes fecais, germes deputrefação e outros Campylobacter
jejuni, E. coli
bichinhos indesejáveis, o que é péssimo. O iogurte 0157:H7, é leite acidificado por bactérias de proliferação Staphylococcus aureus,
controlada, como Streptococcus ther mo philus e Salmonella, Lacto bacillus yogurtii, L. bulgaricus ou L. acido
Shigella
phillus. Queijos são feitos coagulando leite com e Yersinia enterocolitica
renina (enzima do estômago de jovens mamíferos)
ou ácido lático. Alguns ainda são fermentados
57
B A C T É R I A S
depois disso e produzem fungos, como camem-
bert, roquefort e outros.
Plantas também dependem de bactérias para
crescer. A maioria delas ajuda a enriquecer o solo,
a produção
fertilizar as plantas e eliminar os insetos daninhos.
de proteína
Por outro lado, há mais de 20.000 fungos criando
nos vegetais
ferrugem nas folhas. Outros apodrecem as raízes
depende das
bactérias
das plantas. Há vírus que atacam plantas como o
rizóbias, que
tabaco. Bactérias provocam tumores nos caules de
vivem nas
cebolas e estragam suas raízes. Em compensação,
raízes de
feijões e outras
atualmente a agricultura bio dinâmica faz um con-
leguminosas
trole orgânico das pragas usando vírus, bactérias
ao comer e
e fungos para matar ou reduzir a frequência de
descomer elas
insetos. Uma bactéria, Bacillus thuringiensis,
convertem
nitrogênio em
é best-seller no ramo: contém um veneno que
amônia, e com
parece cristal e acaba com larvas, lagartas, brocas,
amônia as
plantas podem
moscas, mosquitos e cas cudos em mais de 400
gerar proteínas
preparados industriais.
que todos os
animais vão
Os compostos orgânicos que adubam hortas e
comer
jardins são um manancial de bactérias. Basta juntar
folhas secas, restos de vegetais da cozinha e outros
lixinhos naturais num buraco escuro e abafado que
as bactérias brotam e fazem o resto: mastigam tudo,
digerem e formam húmus. Quem processa as folhas e
a madeira dos galhos são os fungos, especialistas em
tarefas rudes. Conforme o tipo de matéria orgânica e
o tipo de bactéria, os compostos podem ser frescos
ou muito quentes. Algumas bactérias aguentam uma
temperatura de 100o C!
58
Animais e plantas respiram oxigênio; micróbios
B A C T É R I A S
podem respirar oxigênio e compostos químicos
como ferro, ácido nítrico, ácido sulfúrico, dió xi do
de carbono, nitrogênio.
Por isso é que muitas toxinas orgânicas podem
ser removidas do meio ambiente por bactérias,
inclusive herbicidas e pesticidas como 2,4-D
(2,4dichlo ro phenoxyacetic acid), óleo, PCB,
DDT, plásticos e detergentes. Elas adoram o
carbono que esses compostos contêm.
Mesmo compostos inor gânicos, que não têm vasinho de
carbono, podem ser transformados em coisas transportar
menos tóxicas por alguns micróbios; neste caso sanguessugas,
muito usadas
estão o mercúrio das pilhas e baterias, nitritos, antigamente
selênio, arsênico e urânio.
para chupar o
sangue ruim em
certas doenças
E. coli O157:H7,
a bactéria da vez
A Escherichia coli se sub-
divide em muitos grupos.
O caso dessa cepa de
código O157:H7 é pito-
resco. Dizem os entendidos
que ela foi infectada por um
vírus bacteriano que conse-
59
B A C T É R I A S
guiu enfiar seu próprio DNA no cromosssomo
dela. A partir daí, cada vez que ela se dividia,
as bacterinhas seguintes já nasciam com o DNA
do vírus em seu código genético. Por isso é que
elas ganharam série e número.
só a população
humana produz
E até aí, tudo bem. O problema é que a presença
6 bilhões de
do vírus gera uma toxina proteica que devasta as
quilos de cocô
por dia
células da parede interna do intestino, provocando
30% do volume
a diar reia hemorrágica que pode ser fatal para
são bactérias,
crianças, idosos e pessoas debilitadas.
fungos e
protistas
Em 97, nos Estados Unidos, uma fábrica de ham-
transformando
búrguer teve que recolher 12 mil toneladas de
fezes em adubo
carne porque vários lotes estavam contaminados
pela E. coli O157:H7; toda a carne da fábrica foi
des truída, e a empresa fechou.
Para prevenir infecções, limpe muito bem os pratos
e utensílios que tiverem contato com a carne crua,
e lave as mãos depois de mexer com ela.
SÍFILIS
Treponema pallidum
Há registros de sífilis desde 1400. O organismo
causador é uma bactéria espiralada, a espiroqueta
Treponema pallidum, tão pequena que seriam
necessárias cinquenta, emendadas, para chegar
60
a meio centímetro de comprimento. Qualquer B A C T É R I A S
contato com ar, antissépticos ou luz do sol acaba
com ela. Umidade contínua é essencial à sobre- gonorreia é uma
vivência das bactérias, por isso elas se propagam infecção das
pelos fluidos do corpo – sêmen, secreção vaginal, mucosas genitais
e urinárias,
saliva, sangue, leite materno. Fora do corpo, em causada por
lugar úmido e escuro, vivem no máximo duas um gonococo,
horas.
Neisseria
gonorrhoeae,
O contágio mais comum é pela via sexual. A transmitido por
contato sexual
espiroqueta entra na mucosa do novo hospedeiro pode causar
e forma um cancro, onde se multiplica; quando complicações
o cancro se vai, milhares de espiroquetas são de próstata,
liberadas no organismo e vão infectar as células. uterinas e
ovarianas,
A sífilis tem quatro estágios. Os três primeiros levando à
esterilidade
são completamente curáveis, e mesmo no último
a doença pode ser controlada.
o primeiro
sintoma é, quase
No primeiro estágio, dez a dezesseis dias depois sempre, uma
urina que arde,
da infecção, aparece o tal cancro, um caroço com ou sem
pequeno, duro, levemente protuberante, em geral corrimento
no pênis, na vagina ou nos lábios, na região anor- a artrite é outro retal, na boca ou em qualquer lugarque tenha tido sintoma comum
da gonorréia
contato com a secreção infectada. Fica vermelho.
Parece uma espinha grande que ulcera e forma
uma ferida ovalada de borda vermelha – que sara
sozinha em quatro a seis semanas e deixa uma
cicatriz que dura meses. A presença do cancro é
normalmente acompanhada de gân glios inchados.
Se a sífilis não for diagnosticada agora, desaparece
por um tempinho e volta com outros sintomas.
61
B A C T É R I A S
Uma a seis semanas depois que o cancro sara, uma
erupção rosa ou vermelha aparece, normalmente
um bactéria
nas palmas das mãos ou solas dos pés, provavel-
espiroqueta
do gênero
mente acompanhada por febre, dor de garganta,
Leptospira
dor de cabeça, dor nas juntas, falta de apetite,
é o agente da
perda de peso, queda de cabelo. Nos genitais ou
leptospirose,
doença que
no ânus aparecem feridas que secretam líquidos
pode matar
muito infecciosos. Esses são os sintomas do
a leptospira
segundo estágio, que costumam durar de 3 a 6
é comum na
meses, podendo ir e voltar a qualquer momento.
urina de animais
domésticos
Se ainda aqui não houver tratamento, a sífilis
e roedores
caminha para o terceiro estágio.
como os ratos,
e sobrevive
Este é pouco contagioso, apresenta sintomas
semanas
muito vagos, perturbações visuais leves e outros
na água
desconfortos; as espiroquetas estão apenas infec-
a bactéria entra
no organismo
tando a medula óssea, os órgãos vitais, os gânglios
humano através
linfáticos e o sistema nervoso central. Muitas
da mucosa dos
vezes a doença fica aí.
olhos e do nariz
e de brechas na
Quando não fica, produz lesões na pele, nos ossos
pele em contato
com água
e/ou nos tecidos dos órgãos vitais; não é mais
contaminada
contagiosa, mas pode matar. Além das lesões,
em valas,
forma gomas, ou sifilomas, tumores causados
piscinas, lagos
e sobretudo
pela concentração de espiroquetas em determi-
enchentes
nado tecido. Os ossos vão sendo comidos, como
os sintomas são
na os teo mielite e na tuberculose óssea. Os ossos
conjuntivite,
do nariz e o palato são especialmente afetados,
dores no corpo,
diarreia, náusea,
produzindo deformações horríveis. O coração e
icterícia
o sistema nervoso podem ser tomados pelos sifi-
lomas, e ainda assim o diagnóstico não enxergar
62
sífilis, e sim doença cardio vascular, ou insanidade B A C T É R I A S
mental. Isto porque na sífilis cardio vascular as
espiroquetas se concentram na aorta, destruindo estafilococos,
estreptococos,
a elasticidade do tecido e fazendo as válvulas pneumococos,
degenerarem. Quando vão para o cérebro, afetam gonococos e
a visão e a audição e causam perda de identidade, espiroquetas
são bactérias
falta de concentração e de discer nimento, delírio, infectantes que perda de memória, desorientação,apatia ou vio- sucumbem ao
poder de fungos,
lência; podem ocorrer convulsões fatais.
como
O tratamento da sífilis geralmente é feito com a penicilina
e seus
algumas doses de penicilina injetável ou duas congêneres,
semanas de tetraciclina, e exames de sangue fre- derivados do
bolorzinho
quentes para acompanhar a melhora. Quem tem verde chamado
sífilis fica mais suscetível a infecções, aids, câncer. Penicillium notatum
contra a
tuberculose
se usa a
estreptomicina,
Sífilis não venéreas
feita a partir
do fungo
Streptomyces
Três outros tipos de sífilis são causados por trepo- griseus
nemas: bejel (sífilis endêmica), yaws (frambesia) e
pinta. A diferença é que estas raramente são trans-
mitidas através da trocas sexuais. Dão muito em
regiões tropicais e subtropicais, principalmente
em crianças, e acentuadamente no centro e no
oeste da África. Um dos grupos mais devastados
foi o dos pigmeus africanos. O sudeste asiá tico, as
ilhas do Pacífico e a Indonésia também registram
surtos de treponematose.
63
B A C T É R I A S
Os primeiros sintomas de bejel são erupções
na boca e na pele, altamente contagiosas, que
podem durar um ano ou mais; o parasita é o
mesmo Treponema pallidum da sífilis venérea;
problemas
mais comuns sem tratamento as úlceras se espalham, comem
causados por a pele, os ossos, o centro da face. Yaws, causada antibióticos: pelo Tre po nemapertenue, também infecta por intoxicação,
hiper–
erupções de pele que espalham o parasita através
sensibilidade do contato com roupas, objetos e moscas que se
e alteração da
flora microbiana alimentam das secreções. E pinta é a menos agres-normal do siva das três: seuagente é o Treponema carateum, paciente, dá lesões na pele que ficam cobertas de pintinhas
favorecendo
novas infecções, brancas, azuis, vermelhas ou cor-de-rosa, mas não
especialmente interefere com a saúde geral da vítima.
por fungos como
Candida,
e problemas na
assimilação de
nutrientes
64
TUBERCULOSE
B A C T É R I A S
Mycobacterium tuberculosis
e M. bovis
deu no jornal:
a tuberculose
Afeta a população do mundo inteiro e ainda é a causa três
maior causa de morte em muitos lugares. Sempre milhões de
mortes por
foi mais presente nas cidades do que no campo, ano, e a cada
devido à aglomeração humana em más condições segundo
alguém contrai
de higiene, habitação e saúde. Havia tuberculose a doença,
no Egito antigo e na Grécia de Hipó crates, três mil segundo
anos atrás, mas foi nos séculos 18 e 19, na Europa a OMS
e na América do Norte, que a doença alcançou até 2020,
um bilhão de
proporções quase epidêmicas. Continuou sendo a pessoas serão
maior causa de mortalidade até o início do século infectadas,
20, e declinou diante de melhores condições sani- 200 milhões
manifestarão a
tárias e do avanço da medicina.
doença e
70 milhões
Na década de 80 o número de mortes causado morrerão
por ela voltou a crescer nos países desenvolvidos. (18/2//98,
Uma das razões é que o consumo invo lun tário e O Globo)
inconsciente de antibióticos nos laticínios e pro- na pressa,
ela pode ser
dutos avícolas faz com os micróbios se tornem diagnosticada
resistentes e os antibióticos deixem de funcionar como câncer
quando precisamos deles.
de pulmão
A tuberculose é uma infecção comum na infância.
A criança infectada geralmente não tem sintomas
e pode desenvolver imunidade vitalícia contra a
doença, mesmo não sendo vacinada; além disso,
65
B A C T É R I A S
o bacilo pode ser sequestrado tão depressa pelos
agentes imunitários do corpo que a criança não
se torna transmissora. Em alguns casos, porém,
especialmente em condições de subnutrição, o
bacilo consegue chegar à corrente sanguínea, de
os fungos têm
parentesco com
onde pode alcançar qualquer órgão e também as
os bacilos da
meninges, membranas que protegem o cérebro.
tuberculose,
Mycobacterium
A transmissão se dá pelo leite de vaca cru, conta-
tuberculosis e
minado por M. bovis, e pelo contato com alguma
M. bovis, daí o
Myco no nome
pessoa infectada por ele ou pelo M. tuberculosis.
Os bacilos, que têm prenome de fungo ( myco)
podem
sobreviver
estão em todos os fluidos da boca e do nariz,
durante meses
podendo se transmitir através de partículas do
completamente
ressecados e
catarro, quando a pessoa doente tosse, e até pelos
ainda resistir
salpicos de saliva que saem quando fala: cada
à ação de
perdigoto pode conter centenas de bacilos.
desinfetantes
Sintomas: no princípio da infecção há falta de
energia, perda de peso e tosse, que vai piorando;
podem sobrevir suores intensos, e dor no peito
a lepra
(hanseníase)
devido a inflamação na pleura (membrana que
é causada
reveste os pulmões); o pior sinal é o sangue no
por um
escarro. Os bacilos podem ser encontrados no
irmão deles, o
Mycobacterium
escarro, na urina, no líquido cerebroespinhal e
leprae
no tubo gástrico. Radiografias ainda são um bom
meio de diagnóstico.
A lesão típica chamada tubérculo se forma como
resultado da reação do corpo aos bacilos instala-
dos nos tecidos. Mostra um ponto central cheio de
células e tecidos mortos, com aspecto de queijo,
66
no qual são encontrados muito bacilos; esse centro B A C T É R I A S
é rodeado por células fagócitas, arrumadas em
forma de raios, e na periferia estão células de
tecido conectivo. O tamanho é microscópico, mas
a maioria das manifestações visíveis da tubercu-
lose, desde pequenos nódulos até grandes massas, nas infecções
por M.
é de conglomerados desses tubérculos.
tuberculosis,
os bacilos
Sem tratamento, as lesões podem se espalhar normalmente
muito e destruir aos poucos os pulmões, reduzindo provocam
cada vez mais a quantidade de tecido disponível tuberculose
pulmonar;
para a renovação de oxigênio; isso pode causar quando o bacilo
morte por falta de ventilação, toxemia geral e é do tipo bovino, afeta mais ossos
exaustão. Mas qualquer outro lugar do corpo e articulações
pode ser afetado pelas lesões, inclusive nódulos nos humanos,
linfáticos, ossos, articulações, intestino, órgãos 9 entre 10
genitais, pele, bexiga e rins.
casos são de
tuberculose
pulmonar
67
68
Fungos
Existem por todo o planeta e, conforme o caso, fungos surgem
se chamam fermento, levedo, ferrugem, mofo, em todo tipo
bolor, cogumelo, trufa. Muitos são comestíveis. de ambiente,
mesmo em
O reino dos fungos reúne milhares de organismos extremos:
muito diversos entre si e pouco compreendidos. desertos,
100 mil foram classificados. Nascem do ar e se salinas,
fontes de
alimentam de matéria orgânica, animal ou vegetal, radiação
viva, morta ou em estado de decomposição. São ionizante e
meio animais, meio vegetais, meio mutantes. sedimentos do
fundo do mar
Propagam-se através do talo, ou micélio, feito
de filamentos, ou hifas – o talo e o chapeu dos
cogumelos são estruturas de hifas/micélios para
propagar esporos, que são as sementes dos fungos.
Alguns vivem livremente no solo ou na água;
outros formam relações parasitárias ou simbió- a penicilina,
ticas com plantas e animais. Podem apro veitar primeira droga
uma variedade de carboidratos solúveis como antibiótica
glicose, xilose, sacarose e frutose, mas também da história,
é produzida
são bem equipados para usar carboidratos inso- a partir de
lúveis como amidos, celulose, hemice lulose e um fungo
( Penicillium
lignina. Carboidratos são sua comidinha preferida, chrysogenum) e açúcar é a glória.
que afeta a
parede celular
Fungos sapróbios obtêm sua comida de material de algumas
orgânico morto. Fungos parasitários atacam orga- bactérias; foi
isolado no mofo
nismos vivos. Certas espécies armam arapucas de um melão
para caçar microrganismos como amebas, vermes maduro demais
69
F U N G O S
nemató deos e rotíferos – secre tam uma cola
fortíssima na superfície de suas hifas, de modo
que encostou, ficou; da hifa cresce uma espécie
de tromba que invade a presa, ramifica lá dentro,
produz enzimas letais para a vítima e suga seu
aflatoxinas
citoplasma. Dactylella e Dactylaria, fungos de
são um grupo
dentro da terra, fazem outro tipo de armadilha:
de toxinas
cancerígenas
detectando a presença de nematódeos, produzem
formadas por
uma porção de anéis através dos quais o verme
Aspergillus
flavus,
mediano é capaz de passar. Quando um deles roça
um fungo
a parede interna de um anel, as células incham e
muito comum
prendem a criatura; a hifa penetra, se ramifica,
que contamina
grãos, farinhas,
mata o bicho e almoça.
nozes,
amendoins
Fungos garantem comida secretando enzimas
e outros
na superfície em que estão vivendo. As enzimas
alimentos mal
digerem os tecidos e o fungo os absorve, já em
armazenados
forma líquida, diretamente pelas paredes da hifa.
câncer de fígado
e alta presença
Elementos químicos como fósforo, enxofre,
de aflatoxinas
potássio, magnésio e pequenas quantidades de
andam juntos
ferro, zinco, manganês e cobre são nutrientes
impor tantes para várias espécies de fungos; cálcio,
molibdênio e gálio são necessários a algumas; oxi-
gênio e hidrogênio são fundamentais, fornecidos
em forma de água ou retirados dos carboidratos.
Muitos fungos retiram tiamina e biotina do
ambiente e parecem ser capazes de sintetizar todas
as outras vitaminas necessárias à sua vida.
Também há fungos na maioria das raízes, inclu-
sive de árvores. Eles ajudam as raízes na absorção
70
de água e nutrientes como fósforo e nitrogênio; F U N G O S
elas, em troca, dão aos fungos o açúcar produ-
zido por fotos sín tese, e assim vão vivendo em
perfeita harmonia. São os fungos que garantem a
sobrevivência das árvores em solos pobres e até
mesmo nas florestas tropicais, onde a competição alguns fungos
crescem muito
por nutrientes é muito grande.
e viram trufas
A cerveja é produzida pela fermentação da cevada e outros
cogumelos
(da qual também se faz o malte) com o fungo deliciosos,
Saccharomyces cereviceae, que produz álcool como
o shiitake
(etanol) quando não encontra oxigênio. O sabor
amargo característico da cerveja vem das flores actinomicetos
produzem
de lúpulo, que são acrescentadas para impedir o antibióticos
crescimento de micróbios indesejados. O vinho valiosos, como
estreptomicina
fermenta por processo igual: frutas maduras, e nocardicina
pisadas, e fungo. O mesmo Saccharomyces,
adicio nado à farinha, nos dá o pão. Sovar a massa
ativa o glúten e põe o fermento em contato com
o oxigênio do ar; assim se produz dióxido de gás
carbônico (CO2), que faz o pão crescer, e álcool
etanol (CH2OH), que evapora no forno.
Candida albicans é o fungo que infecta humanos
com mais frequência. Vive na superfície da pele
e nas mucosas da boca, da vagina e do trato
71
F U N G O S
o fungo
Malassezia
Pachydermatis
vem causando
inúmeras
infecções em
berçários,
principalmente
no sangue
e nas vias
intestinal. Ele é que dá sapinho e corrimento
urinárias dos
vaginal parecendo leite talhado, que coça muito.
recém-nascidos
Candidíase na pele é a assadura que dá nas dobri-
um hospital
verificou que
nhas, especialmente em áreas úmidas como axilas,
várias de suas
entre as nádegas, no umbigo, nos testículos e nas
enfermeiras
bundinhas dos bebês. A pele entre os dedos e
tinham cães
infectados
em torno das unhas pode ser atacada se a pessoa
pelo mesmo
estiver sempre com as mãos úmidas. Nos pés,
fungo – que elas
dá frieira entre os dedos (pé-de-atleta). Boqueira
provavelmente
estavam
pode ser a infecção por cândida nos cantos da
trazendo para
boca. Ocasionalmente o fungo invade o sistema
o hospital nos
sapatos e nas
respiratório, produzindo uma infecção bronco-
roupas
pulmonar que simula a tuberculose miliar. A
infecção raramente é sistêmica, mas se for pode
afetar o revestimento do coração e as meninges.
Em pacientes cuja resistência a infecções é
reduzida, C. albicans pode entrar na corrente san-
guínea e causar doença generalizada. Tratamentos
72
longos ou frequentes à base de antibióticos de F U N G O S
largo espectro, como tetraciclina e cloran fenicol,
podem predispor ao desenvolvimento da candi-
díase, provavelmente porque matam micróbios
normalmente antagonistas dos fungos. Na quimio-
terapia e nos tratamentos de aids a proliferação de
cândida é um dos efeitos colaterais mais delicados,
pois impede o paciente até de se alimentar direito.
A candidíase é mais fácil de tratar no começo,
quando os fungos ainda não desenvolveram micé- mais
lios; quando desenvolvem, entram na corrente informação
no livro
sanguínea e nos tecidos, se espalham e a erradi- Candidíase,
-cação fica cada vez mais difícil.
a praga –
e como
Uma série de sintomas pode ser consequência de can- se livrar dela didíase crônica – alergia, doresabdominais, gases, comendo bem, desta autora
irregularidade intestinal, garganta seca, insônia,
queda de cabelo, estragos nas unhas, enxaqueca,
infecções urinárias, problemas menstruais, depres-
são, irritabilidade, dificuldade de concentração,
sensibilidade exagerada a produtos químicos, função
imunológica diminuída, falta de energia, mal-estar,
fadiga crônica, perda da libido.
Depois de Candida albicans, a infecção por As pergillus é a que mais maltrata humanos debilitados.
Às vezes nem produz sintomas, mas na maio ria
dos casos dá pneumonia e infecção generalizada.
O fungo entra pelo ar ou através de algum corte
ou ferida. Se for num portador de câncer, ele se
espalha na pele e domina o fígado, os rins e o
73
F U N G O S
cérebro. O diagnóstico é difícil, porque as culturas
realizadas em laboratório raramente dão resultado
positivo; e as drogas anti fún gicas não conseguem
deter a velocidade com que a infecção avança.
Coccidioides immitis e Histo plasma cap su latum
dentro de
qualquer
também provocam sintomas de infecção respi-
espécie,
ratória. Galinhas, pom bos, cães, ratos, mor ce gos
os mais fortes
e outros bichos costumam ser infectados por
predominam
enquanto os
histoplasma; usar esterco de galinha no jardim ou
fracos morrem
na horta frequentemente faz com que os humanos
ou são forçados
a viver num
da casa sejam contaminados.
lugar pior
Dentre os cogumelos, muitos são tóxicos e
os membros
alguns podem matar. Outros, como shiitake,
mais jovens de
uma população
shimeji e reishi, têm efeitos regenerativos sobre
são sempre
o organismo, especialmente em casos de câncer
os mais
e candidíase crônica.
prejudicados
74
Vírus
Entre todos os microrganismos infecciosos, vírus
ainda são os menos compreendidos e mais difíceis
de controlar. São microscópicos, o maior deles é
igual à menor das bactérias, e sua composição é
tão precária que eles só conseguem se multipli-
car usando células vivas de animais, plantas ou
bactérias como se fossem seu corpo.
75
V
Í
R
U
S
Sua origem é misteriosíssima; a hipótese mais
provável é de que sejam fragmentos genéticos ou
O cientista e
versões reduzidas de cromos somos, plasmí deos ou
pesquisador
ácidos nucleicos, provenientes: a) do hospedeiro
Royal Rife
descobriu,
ou semelhante, b) de não semelhante, c) resultantes
ainda nos
de alguma associação ou d) de parasitas maiores
anos 20, que
dentro ou fora do hospedeiro.
um aumento
de toxinas
São formados por um ácido nu cleico, que pode ser
no organismo
pode modificar
DNA ou RNA, e uma proteí na dentro de uma cara-
bactérias e
paça proteica; alguns vírus têm uma segunda capinha
produzir vírus
de gordura e proteína.
que geram
câncer
Podem ser varetas, ou poliedros de 20 faces, ou
formas complexas que parecem vagamente uma
cabeça com um rabinho. A classificação é feita
pelo tipo de ácido nucleico, tamanho, formato do
capsídeo e presença do envelope de lipoproteína.
qualquer
O ácido nucleico carrega as informações genéticas
exercício
do vírus e força a célula hospedeira a produzir
aeróbico que
provoque um
componentes virais, o que o transforma em vírus
aumento da
infectante. Vírus bacterianos aderem à superfície da
temperatura
bactéria e penetram, transmitindo o ácido nucleico.
do corpo é um
bom modo de
Vírus animais entram nas células por endocitose,
acabar com vírus
isto é: são absorvidos por elas. Vírus vegetais só
que estejam
entram nas plantas por brechas já existentes, pro-
querendo
ocupar espaço
vocadas por insetos ou outros fatores externos,
como o vento.
Em geral, uma infecção viral produz um de quatro
efeitos numa planta ou numa célula animal: efeito
não aparente, quando o vírus fica dormindo na
76
célula; efeito citopático, quando a célula morre;
V
Í
R
U
S
efeito hiperplásico, quando a célula é estimulada
a se dividir antes de morrer; e transformação da
célula, em que ela é estimulada a se dividir e
assumir padrões anormais de crescimento.
vírus se
Os sintomas costumam ser febre e secreção de propagam
interferon. Febre é a reação natural do organismo,
através de
já que muitos vírus são inativados a temperatu-
bactérias,
protozoários,
ras apenas ligeiramente superiores ao normal;
vermes,
e o interferon é uma substância que estimula as
insetos e
células infectadas e as vizinhas a produzir prote-
comidas
contaminados
ínas que interferem com a replicação dos vírus.
biólogos
O sistema imunológico produz anti cor pos e
moleculares
adoram
células sensibilizadas sob medida para neutralizar
trabalhar com
o vírus infectante. Esses defensores imunes ficam
vírus porque eles
circulando pelo corpo muito tempo depois do são facílimos
de produzir em
vírus ter sido neutralizado, dando assim proteção
laboratório
a médio e longo prazo contra reinfecções. Nas
vacinas, uma variedade fraca ou inativada de um
vírus infeccioso é introduzida no corpo. Isso não
provoca a doença, mas estimula a produção de
células imunes e anticorpos que ficam de plantão
contra as formas mais agressivas do vírus.
Um grande problema no tratamento de algumas
doenças é que vírus latentes podem ser ativados
quando o hospedeiro está estressado, piorando e
ampliando o quadro clínico.
Desenvolover terapias específicas contra vírus é
complicado, devido às mudanças periódicas na
77
V
Í
R
U
S
proteína que os reveste. Além disso, cada tipo
de vírus tem uma estrutura diferente; e o fato de
que ele está dentro da célula também dificulta o
tratamento, porque a droga teria que agir sem fazer
mal às células do paciente.
Fora de uma célula viva, um vírus é uma partícula
dormente.
DENGUE
o Elixir
Infecção virótica que faz doer o corpo inteiro,
de Inhame
especialmente as juntas, e dá muita febre; deixa
Goulart foi
usado por quase
a pessoa fora de combate por algum tempo mas
um século como
raramente mata. É transmitida pelos mosquitos
depurativo
Aedes aegypti e A. albopictus, que se infec tam
do sangue e
auxiliar no
sugando sangue de algum humano ou macaco
tratamento
infectado nos três primeiros dias da febre. Depois
da dengue
e da sífilis,
de 8 a 11 dias de incubação, o mosquito começa a
mas perdeu
transmitir vírus infectantes a humanos no almoço
a licença da
e macacos no jantar – eles saem nas minúsculas
Anvisa
gotinhas de saliva que o mosquito usa como anti-
78
coagulante durante a picada. Atualmente se diz que
V
Í
R
U
S
há quatro variedades de dengue; quem teve uma
pode ter as outras três.
O tratamento médico é paliativo – descanso, muita
água, banhos mornos, compressas de batata crua
ou tofu na cabeça para puxar o calor.
para quem gosta
de medidas:
O tratamento natural é comer inhame. Simples 1 mícron
assim. Inhame em vez de batata, duas ou três vezes é 0,001 mm
por semana, previne contra dengue. Em situações o esperma
humano mede
de epidemia, comer um inhame por dia é mais que 60 mícrons
bastante – em sopa, purê, ensopadinho, pastinha linfócitos medem
com alho e outras receitas que você encontra em 5 a 8 mícrons
www.correcotia.com/inhame. Mesmo já estando células
com dengue, tomar sopa de inhame costuma ace-
vermelhas,
lerar muito a recuperação. Também é importante 5 mícrons
usar o inhame depois da dengue, para eliminar os bactérias,
0,5 a 1,5
resíduos do sangue que tornam mais dramática a mícrons
recaída.
vírus,
0,05 a 0,1
mícron
O inhame é depurativo
do sangue e protege contra
doenças transmitidas
por mosquitos: dengue,
malária, febre amarela
79
Rickéttsias
Não é bactéria, não é vírus, é o quê? Com esse
nome curioso, herdado do Rickett que a desco-
briu, a rickéttsia é um parasita intracelular tão
minúsculo que quase não se vê no microscópio.
Vive no tubo intestinal de artrópodes como carra-
patos, piolhos e pulgas; alguns gostam de humanos
também – o que é péssimo, porque a infecção por
rickéttsia pode provocar febres devastadoras.
tifo
Alguns tipos de tifo são causados por rickéttsias.
O mal de Lyme, transmitido pelo carrapato e
muito temido atualmente nos Estados Unidos, é
uma rickettsiose crônica, debilitante, que pode
prejudicar o sistema nervoso central, o coração e
todo o conjunto musculoesquelético do humano.
Começa com uma erupção redonda e avermelhada
na pele, chamada Erythema migrans, acompa-
nhada por fadiga e/ou calafrios, febre, dor de
cabeça, gânglios linfáticos inchados. O eritema
aparece entre 3 e 30 dias depois da mordida do
carrapato, no lugar onde ele mordeu, e se alastra,
especialmente no tronco, axilas, coxas e virilha;
aparece um relevo nas bordas à medida que o
primeiro eritema aumenta, e podem surgir vários
outros, redondos ou não.
80
Se a infecção não for tratada, deixa para algum R I C K É T T S I A S
momento do futuro a perspectiva de dores artrí-
ticas nas grandes juntas do corpo, como ombros e
joelhos, e ainda torpor, paralisia facial, meningite.
Algumas pessoas com mal de Lyme nem tiveram
o eritema.
Para saber se o que você vai sentir nas juntas conexão
depois de ter alimentado um carrapato na Disney- carrapato
lândia é mal de Lyme, só há um jeito: guarde o
carrapato e investigue o bicho para ver se é um
Ixodes scapu laris parasitado por uma Borrelia
burg doferri. Mais detalhes na web – dezenas,
centenas, milhares de sites sobre o mal de Lyme.
Outra variedade de rickettsiose made in USA é a
febre pintada das Montanhas Rochosas, em que
os parasitas invadem e matam as células do reves-
timento interno dos vasos sanguíneos e causam
hemorragia, inflamação, coágulos e morte dos
tecidos; se a doença não for tratada, é fatal em
20 a 30% dos casos.
No Brasil, a rickettsiose mais comum é a febre
maculosa, transmitida pelo Amblyomma caje nnense, o carrapato-estrela dos cavalos. Pega umapessoa aparentemente sã e mata em semanas.
81
Outras febres
Febre amarela – transmissão por vírus na saliva
estafilococos
dos mosquitos em lugares quentes; também
existem por
chamada de tifo icteroide
toda parte,
fora e dentro
Febre palustre – é a malária, transmitida por
de pessoas e
parasita através do mosquito
animais
podem produzir
Febre Q – é a infecção dos pulmões pela rickét-
envenenamento
tsia C. burnetti, transmitida por via aérea
alimentar,
geralmente
Febre tifoide – infecção por Salmonella typhi,
quando carnes,
com febre, dor de cabeça, apatia, baço aumen-
aves, peixes,
ovos, laticínios,
tado e erupções na pele; há casos de perfuração
massas,
intestinal; pode durar semanas
tortas, pizzas,
maionese,
Todas dão muito mal-estar, dor de cabeça,
sanduíches e
dores articulares, suores, nevralgias, demoram a
pastelaria são
mantidos na
passar e produzem anemia.
estufa, ou outro
lugar aquecido,
Muitas febres acontecem devido a infecções
entre 7oC e
passageiras, não identificadas, de que o orga-
60oC, por mais
nismo se recupera em alguns dias ou horas. São
de duas horas
os andaços, as viroses, indisposições que pedem
furúnculos
também são
um chá quente, uma cama, uma coberta. – e
causados por
depois uma sopinha bem santa.
estafilococos
Quando há febre é porque o organismo está
enfrentando os invasores com todo o seu poder
de fogo, literalmente. É bom tomar chás e
caldos, agasalhar-se e suar bastante.
82
Gripes
Segundo Michel Biamonte, nutrólogo em NY, o Echinnacea e
que acontece nos bastidores das gripes e resfriados Oscillococcinum têm sido usados
é que um vírus invadiu as células de uma área e com muito
começou a se reproduzir em alta velocidade. Mais sucesso
ou menos depois de uma semana, alguma bactéria no início de
estados gripais
que já estava na área, geralmente estafilococo ou e resfriados;
estreptococo, começa a parasitar as células dani- contribuem para
ficadas pela invasão do vírus enquanto ele vai aumentar a
imunidade
terminando seu ciclo de vida. Aí já temos uma
infecção bacteriana secundária.
– Um vírus pode ficar infectando de 10 a 14 dias,
diz Biamonte. Se o sistema imunológico estiver
muito devagar, fica durante meses, muitas vezes
junto com a infecção bacteriana.
algumas
E dá a dica:
variedades de
estreptococos
– Um indicador de atividade viral é que a descarga são úteis na
de muco será clarinha. Quando fica amarela ou elaboração de
laticínios;
esverdeada já está mostrando a carga de bactérias. outras causam
febre reumática,
Mais? No site dele, http://www.healthtruth.com escarlatina, e no meu livrinho chamado Atchiiim! .
erisipela,
amigdalite
e infecções
respiratórias
83
Príons
São novidade absoluta. Como se já não bastassem
proteínas
vermes, protozoários, fungos, bactérias, vírus e
tresloucadas
ainda rickét tsias, um novo tipo de agente infeccioso
foi identificado recentemente: o príon, proteína
que existe normalmente nas células e pode sofrer
modificações estruturais capazes de produzir
doenças degenerativas chamadas encefalopatias
espon gi formes transmissíveis, fatais em animais
e humanos. Essa hipótese, embora ganhadora
do prêmio Nobel de Fisiologia e Medicina em
1997, tem causado a maior polêmica: os príons
seriam os primeiros agentes infecciosos a não
conter material genético (DNA ou RNA). O mal
da vaca-louca, em que o cérebro dos animais fica
esponjoso, seria causado pelos príons.
Príon é abreviatura de “proteinaceous infectious
particle”, partícula proteinácea infecciosa. Em
sua forma normal, essa proteína, cuja função é
desconhecida, se localiza na superfície das células
no cérebro de mamíferos e pássaros. Só quando
está na configuração aberrante é que causa doença,
infectando o cérebro, onde se multiplica aliciando
proteínas benignas. Como? Bem, isso ainda não
está claro para os bioquímicos – talvez contando
com algum fator adicional, possivelmente outra
proteína presente.
84
Até onde se sabe, a proteína é feita de uma série P R Í O N S
de espirais flexíveis chamadas hélices alfa. Na
proteína aberrante, algumas dessas hélices estão
completamente alteradas e não podem ser dige-
ridas pelas enzimas celulares; acumulam-se nas
células nervosas e as destroem.
Quatro infecções humanas por príons foram estu-
dadas até agora: mal de Creutzfeldt-Jakob, mal o conceito
de Gerstmann-Sträussler-Scheinker, demências de partícula
infecciosa
e insônias familiares fatais, oriundas de dege- sem ácido
neração do tálamo. Hoje em dia certos sintomas nucleico
psiquiátricos estão sendo observados à luz dos não tem
precedentes
príons: mudanças súbitas de comportamento e na biologia
per sonalidade, estados emocionais alterados,
depressão, dificuldade para dormir, retração, medo
e paranoia, por exemplo, podem ser causados por
uma infecção cerebral. Na versão humana do mal
da vaca-louca, que deixa o cérebro esponjoso e
esbu racado como um queijo suíço, as pessoas
desenvolvem anomalias motoras, não conseguem
manter o equilíbrio; às vezes sentem muita dor
só de serem tocadas no rosto, nos braços ou nas
pernas; os pés podem doer muito; não há trata-
mento, e as vítimas morrem em média um ano
depois dos primeiros sintomas.
O príon pode ser adquirido por contágio ou emergir
de uma mutação hereditária. Os pesquisadores
suspeitam de que desordens neurovegetativas
como mal de Alzheimer e Parkinson podem ter
origem em processos moleculares semelhantes.
85
O verme,
esse desconhecido
O que normalmente chamamos de verme
é qualquer parasita intestinal.
Mas nem todos os parasitas intestinais
são vermes, e nem todos os vermes são
intestinais: também há deles no corpo
inteiro, de todos os tipos e tamanhos, vermes
propriamente ditos e protozoários como a
ameba.
Vermes são animais relativamente complexos,
grandes ou pequenos, compridos feito
minhocas ou em formato de folha, redondos
ou achatados, cujos ovos e larvas também
causam problemas. Nome científico dos
vermes? Helmintos.
Proto zoários são organismos primários,
microscópicos, de uma célula só que faz tudo:
respira, come, excreta, se move, se reproduz.
Gostam de andar em bando com bactérias e se
dão bem com vermes.
88
89
90
LOMBRIGA
ASQUELMINTOS
NEMATÓDEOS
Ascaris lumbricoides
áscaris
oxiúros
Lombrigas são cobrinhas redondas, leitosas ou ancilóstomos
(amarelão)
rosadas, que medem 20 a 40 centímetros, têm vida
sexual, liberam até 200.000 ovos por dia e duram larva migrans
em média um ano. Vivem no intestino delgado filárias
(jejuno e íleo) e se alimentam do quimo intestinal, dirofilárias
isto é, daquilo em que se transformou a comida oncocercos
depois de sair do estômago. O diagnóstico é feito anisakis
pela presença de ovos nas fezes. A transmissão triquinas
se dá pelos ovos, que saem de um hospedeiro e tricuros
entram em outro através de água, mãos, comida estrongiloides
ou poeira contaminadas; moscas e baratas ajudam
no transporte
rotíferos
Ciclo de vida: os ovos se abrem no intestino
delgado e liberam larvas, que logo penetram
nas paredes intestinais, mergulham na corrente
sanguínea e seguem nela até os pulmões; ali
desembarcam e passam a percorrer as vias respi-
ratórias até atingir a traqueia e a faringe, por onde em 1998 eram
descem até chegar de novo ao intestino delgado, 400 milhões
onde em 60 dias se tornam sexualmente ativas e de casos de
começam a reprodução.
ascaridíase
por ano
Os sintomas só aparecem quando a infecção é na Índia,
100 milhões
média (30 a 40 lombrigas) ou grande (mais de na China e no
100), e são: irritabilidade, desconforto, indi- Oriente Médio,
gestão e fraqueza; olheiras, ranger de dentes à 200 milhões
na África
91
ASQUELMINTOS
NEMATÓDEOS
noite, babar dormindo, coceira no nariz, edema,
urticária, manchas claras circulares (panos) na
pele, convulsões epilep tiformes e alergias diver-
sas; irritação na parede intestinal; inquietação
e sobressaltos no sono, apetite irregular, perda
de peso, cólicas súbitas ou desconforto intesti-
nal, às vezes diarreia; tosse e coriza; anemia e
desnutrição.
Sem tratamento, a população de lombrigas
pode crescer a ponto de obstruir o intestino (é o
chamado “bolo de lombrigas”). A passagem das
larvas pelos pulmões provoca hemorragia nos
delicados vasos sanguíneos, o que gera uma res-
posta inflamatória com edema, e a consequência
provável é acúmulo de líquido nos pulmões e
pneumonia, muitas vezes fatal. Mais: lombrigas
invadem e bloqueiam os dutos pancreáticos ou
biliares, causando pancreatite e hepatite agudas;
perfuram o intestino delgado e provocam peri-
tonite de consequências imprevisíveis.
Saem pelas fezes ou pela boca quando a criança
leitura
tem febre. Às vezes sobem até os tubos respirató-
desaconselhável
para quem
rios e provocam engasgo. Também são sensíveis
enjoa fácil
a anestesia – há pacientes cirúrgicos que, na sala
de recuperação, botam pela boca e até pelo nariz
os vermes que abandonam o corpo.
Intestino preso pode fazer os ovos amadurecerem e
eclodirem dentro do próprio hospedeiro, multipli-
cando por milhares as chances de problemas graves.
92
ASQUELMINTOS
Quando o vermífugo é impróprio ou a dose é NEMATÓDEOS
muito pequena as lombrigas fogem pelo pri-
meiro buraco que aparece: vão para o apêndice
cecal, causando apendicite aguda; obstruem o
canal-colédoco (que liga o fígado ao duodeno), Ascaris suum
causando hepatite aguda; entopem o canal de é a lombriga
Wirsung, causando pancreatite aguda; ou saem dos porcos. Se
um humano
pelos orifícios da cabeça, que Deus nos livre.
ingere seus
ovos, as larvas
todas migram
logo para os
pulmões e
morrem, o que
provoca uma
OXIÚRO
pneumonia
gravíssima
Enterobius vermicularis
Oxiúros são brancos, finos como fios de
linha, medem 1 centímetro de comprimento.
Normalmente vivem no intestino grosso (ceco
e apêndice), mas também são encontrados na
vagina, no útero e na bexiga das mulheres.
As fêmeas deixam milhares de ovos ao redor do
ânus, causando coceira e prurido, principalmente oxiúros são os
vermes mais
à noite. A autorreinfestação e infestação geral da populares nos
família acontecem pelas mãos, e principalmente Estados Unidos:
unhas, que vão lá coçar e voltam cheias de ovinhos 50 milhões de
casos por ano
invisíveis que se espalham no ar, nos objetos, na
tampa do vaso sanitário; podem ser ingeridos
ou inalados; amadurecem no intestino delgado
e abrem-se soltando larvas que viajam para o
93
ASQUELMINTOS
NEMATÓDEOS
cécum, no intestino grosso; as larvas adultas
copulam, põem ovos e repetem o ciclo.
oxiúros,
macho e fêmea
Outros sintomas: sono agitado, palidez, falta de
apetite, dor de estômago e corrimento vaginal
com intensa coceira se os vermes conseguirem
migrar para a vulva. Provocam alterações súbitas
de humor durante a lua nova.
Não se faz exame de fezes para oxiúros; o teste é
feito com uma fita adesiva – apertar um pedaço da
fita sobre o ânus durante alguns segundos; retirar,
colar na lâmina e olhar no microscópio. Usar um
plástico na mão para evitar (re)infecção.
Se alguém da casa tem oxiúros, é provável que
todos tenham. O tratamento deve ser coletivo, e é
importante fazer uma higiene radical no banheiro,
bem como em lençóis, toalhas, assentos e roupas.
Como sempre, é fundamental lavar as mãos antes
de comer, usar unhas curtas, não roê-las...
Vaselina pura, dentro e ao redor do ânus, melhora
a coceira, e dizem que a aplicação do vermífugo
é mais eficiente no último quarto de lua.
Dientamoeba fragilis
É um protozoário minúsculo, muito difícil de
dia gnosticar, que entra no organismo junto com
94
ASQUELMINTOS
os ovos de oxiúros. Provoca cólicas frequentes, NEMATÓDEOS
dores abdominais, fezes pastosas uma ou mais
vezes por dia e intolerância a alimentos como intolerância
chocolate e cerveja, o que pode levar o diagnóstico a chocolate e
cerveja
para o fígado. Para confirmar suspeitas de Dientamoeba é preciso colher as fezes no laboratório eexaminá-las ainda quentes.
ANCILÓSTOMO
(Amarelão)
Necator americanus
Ancylostoma duodenale
Esta é a verminose dos que andam descalços, e o
apelido de Amarelão descreve a situação de uma quem tinha
criança anêmica, que provavelmente come terra amarelão era
e é barriguda porque também tem lombrigas. O o Jeca Tatu,
caipira mole,
amarelão é causado principalmente por Necator preguiçoso
americanus e Ancylostoma duodenale, cujas e amarelo inventado por
larvas entram pelos pés ou pernas do hospedeiro, Monteiro Lobato
provocando uma coceirinha na hora. Levam de
cinco a trinta minutos para entrar e mais alguns
dias para viajar até os pulmões pela circulação
sanguínea. Nesse estágio o sintoma é uma tosse
95
ASQUELMINTOS
NEMATÓDEOS
seca, com ou sem sangue. As larvas saem das
vias respiratórias com a tosse e são engolidas,
pelo próprio hospedeiro ou por quem recebe os
perdigotos. Quando chegam ao intestino delgado
se tornam adultas. Medem 1 centímetro e têm na
boca vários dentes em forma de gancho, que usam
para perfurar a mucosa intestinal e se alimentar de
sangue. O macho e a fêmea copulam e ela pode
produzir de 10 mil a 25 mil ovos por dia, que
saem com as fezes e se abrem dois dias depois,
liberando as larvas.
Calcula-se em 800 milhões o número de pessoas
infectadas atualmente no mundo. Cada uma
hospeda mil ou mais vermes do amarelão,
podendo perder para eles até um copo (200 ml)
de sangue por dia. O resultado disso é uma grave
anemia, que mata crianças e pode levar adultos a
muitas outras complicações.
As larvas das espécies A. caninum e A. braziliense infectam, respectivamente, cães e gatos.
Podem penetrar nos tecidos humanos, mas não
conseguem virar vermes adultos. Ficam migrando
nos tecidos durante semanas ou meses, caracteri-
zando, junto com a Toxocara, o que se chama de
Larva migrans ou bicho geográfico.
96
ASQUELMINTOS
NEMATÓDEOS
LARVA MIGRANS
Toxocara canis, T. cati,
Dipylidium caninum,
Ancylostoma caninum,
A. braziliense
A Larva migrans é exatamente o que o nome
sugere, uma larva migrando pelo corpo do hos-
pedeiro errado; só viraria adulta nos intestinos cães e gatos
de cães e gatos. O contágio se dá através de ovos domésticos
têm que tomar
em solos contaminados pelas fezes dos animais. vermífugos
O período de incubação dentro do corpo humano desde as
primeiras
varia de semanas a meses após a ingestão do ovo.
semanas de
A larva migrans cutânea invade só a pele, vida, pois muitas vezes
causando erupções geralmente nos pés, pernas já nascem
e nádegas; os primeiros sinais são irritação ou contaminados
e a lambeção
bo lhinhas a partir das quais vão surgindo túneis constante
subcutâneos bem visíveis, de diferentes desenhos provoca
e comprimentos, que aumentam um centímetro reinfecções
por dia e motivam o apelido de bicho geográfico.
A larva migrans visceral se aprofunda e afeta os
pulmões, provocando sintomas tipo bronquite,
asma, tosse, coriza e febre; o fígado aumenta de
tamanho e a eosinofilia vai de moderada a impor-
tante; as larvas podem invadir olhos, coração e
sistema nervoso central.
97
ASQUELMINTOS
NEMATÓDEOS
Os sintomas são perda de apetite, febre, tosse,
nariz escorrendo, erupções na pele, fígado e baço
aumentados, dores abdominais, lesões oculares e
problemas de visão.
FILÁRIA
Wuchereria bancrofti
Há vários tipos de filárias, vermes fininhos que
parasitam os sistemas circulatório e linfático, os
músculos e as cavidades serosas. W. bancrofti
é a filária que causa a doença conhecida como
elefantíase. O verme adulto mora nos gânglios
linfáticos dos humanos, e a fêmea produz e libera
no sangue microfilárias, que são embriões avança-
dos. Quando algum mosquito transmissor pica o
hospedeiro ingere as microfilárias, que dentro dele
se transformam em larvas infectantes e invadem
outro humano através da pele quando o mosquito
pousa. Entram no sistema linfático, vão para os
nódulos e repetem o ciclo.
Os principais mosquitos transmissores são os
anofelinos, também vetores da malária, e o Culex
pipiens fatigans. O diagnóstico é feito através de
exame de sangue, colhido à noite.
Infestações repetidas podem bloquear os dutos e
98
ASQUELMINTOS
gânglios linfáticos, levando a acúmulo de linfa e NEMATÓDEOS
edema dos tecidos. Os vermes adultos tendem a
preferir os gânglios da virilha, então a doença é
frequentemente marcada por grande desfiguração
dos genitais e das pernas.
a disposição
O parasita Brugia malayi é muito semelhante à física diminui muito na pessoa
Wuchereria bancrofti e também causa elefantíase. parasitada, A ocorrência maior da doença é naÁfrica central dando lugar
a cansaço e
e no sul e sudeste da Ásia.
preguiça;
a produtividade
despenca
quando se trata
de população
DIROFILÁRIA
da baixa renda,
a infecção
crônica impede
Dirofilaria immitis
o trabalho na
produção de
comida ou
É um verme canino por excelência, mas dá em em outras
outros animais e é frequente em humanos.
atividades que
dêm dinheiro
O ciclo de transmissão depende de mosquitos de para comprar
comida
muitas espécies, entre elas Aedes, Culex e Mansonia. Os parasitas adultos são grandes, medindo issovai afetar também os
até 25 cm de comprimento; vivem tipicamente na dependentes
artéria pulmonar de cães e gatos e no lado direito da pessoa
parasitada
do coração, provocando insuficiência respiratória,
tosse crônica, vômitos e inflamação do músculo
cardíaco; podem matar. As micro filárias são
encontradas no sangue.
Nos humanos, a dirofilária é considerada um
dos mais importantes parasitas zoonóticos (que
99
ASQUELMINTOS
NEMATÓDEOS
transmitem doenças de outros animais). Um
caso recente, publicado na Internet, conta de um
homem de 40 anos que foi para o hospital com
dores muito fortes do lado esquerdo do peito. Os
exames mostraram uma massa isolada do tamanho
de uma bola de tênis na parte de baixo de seu
não era câncer
pulmão esquerdo, que à primeira vista foi consi-
no pulmão
derada um tumor. Abriu-se e era uma dirofilária.
ONCOCERCO
Onchocerca volvulus
É a filária da pele e dos olhos, e a doença, onco-
cercose, tem o nome popular de “cegueira dos
rios”. Dá em muitas partes do mundo – África,
Arábia, América Central, México e norte da
América do Sul, e só na África se calcula que 18
milhões de pessoas estejam infectadas. O trans-
missor é o borrachudo, um mosquitinho preto
da espécie Simulium, que ganha as microfilárias
quando pica um humano doente. Dentro dele
elas se desenvolvem e já são larvas infectantes
quando ele pica o próximo humano. Ao contrário
da maio ria, estas não migram: ficam ali mesmo,
no lugar da picada, e vão crescendo. A resposta
do hospedeiro vem rápida e forma uma cápsula
100
ASQUELMINTOS
fibrosa em volta dos vermes, que assim mesmo NEMATÓDEOS
podem chegar a 50 cm de comprimento. Essa
cápsula tem a aparência de um nódulo subcutâ-
neo; lá dentro a fêmea produz microfilárias, que
se morrerem na pele causam dermatite severa
acompanhada de despigmentação, e se morrerem
nos olhos, para onde migram frequentemente,
causam cegueira. Em regiões onde a doen ça é
endêmica, 30 a 40% da população não enxergam.
O apelido de cegueira dos rios se deve ao fato de
que os mosquitos borrachudos se desenvolvem
nas margens dos rios.
cegueira
dos rios
ANISAKIS
Anisakis spp.
Estes são parasitas do estômago, às vezes do
intestino, de mamíferos marinhos. Produzem ovos
que saem nas fezes do hospedeiro e são ingeridos
por um crustáceo, dentro do qual soltam larvas. O
hospedeiro definitivo é infectado de duas formas: vermes do mar
quando ingere crustáceos infectados, ou quando
come o peixe que ingeriu o crustáceo – as larvas
se hospedam temporariamente no peixe.
Para os humanos, o perigo é ingerir as larvas junto
com o peixe cru, salgado ou marinado. Congelar
101
ASQUELMINTOS
NEMATÓDEOS
mata as larvas, cozinhar também, mas se o peixe
não for bem cozido, as larvas continuam vivas.
Anisakíase gástrica ou intestinal pode dar sinto-
mas como dor aguda, náusea e vômito. Dor de
estômago logo depois de comer peixe cru pode
ser uma larva penetrando nas mucosas estomacais,
onde vai causar úlcera e hemorragia. Às vezes
ela desce e penetra na parede do íleo, que é a
última parte do intestino delgado. Há casos em
dor de estômago
no restaurante?
que o verme adulto perfurou o intestino delgado,
causando peritonite fatal.
Quando for comer sushi e sashimi, olho no peixe.
Colocando os filezinhos contra a luz você veria
muitas espécies
as larvas, mas também estragaria o prato. Que
de vermes foram
fazer? Comer bastante wasabi (pasta de raiz-
descobertas no
mar; uma delas,
forte) e gengibre: são substâncias quentes, fortes e
espantosa,
tóxicas para as larvas. Sem falar no sal do shoyu,
se alimenta de gás
que desidrata os tecidos. Dela e seus.
metano misturado
com água,
provavelmente
com a ajuda de
alguma bactéria
102
ASQUELMINTOS
NEMATÓDEOS
TRIQUINA
Trichinella
spiralis
Este é um verme comum
em muitos animais.
A contaminação de
humanos se dá quando
as larvas são ingeridas
junto com carne crua
ou mal cozida. Em
poucas semanas elas se
tornam vermes adultos;
os machos morrem depois
de fertilizar as fêmeas, que
também morrem depois
de parirem as larvinhas.
Estas entram na corrente
sanguínea do hospedeiro e elas vivem
acabam chegando aos mús-
assim,
culos, onde ficam vivendo aninhadas
nos músculos
até serem comidas por
alguém, e repete-se o ciclo.
Sua presença nos múscu-
los incomoda muito e dói,
embora não seja grave. Com
frequência instalam-se no
dia fragma, grande músculo
103
ASQUELMINTOS
NEMATÓDEOS
que separa a cavidade torácica da cavidade abdo-
minal, provocando um mal-estar insuportável
que acaba exigindo hospitalização. A dra. Clark
suspeita de que as larvas da triquina na pele é
que dão acne.
No Brasil, a contaminação costuma se dar pela
o único parasita
vertebrado
carne de porco mal cozida (incluindo salsichas,
dos humanos
linguiça, patês, salgados e defumados).
é um peixinho
do Amazonas
Os primeiros sintomas, sete a dez dias após a
chamado
infecção: perda de apetite, náusea, vômitos, diar-
candiru, que
entra pela
reia e cólicas abdominais.
uretra e se
instala no trato
Nos estágios posteriores, rosto e pálpebras incha-
urinário, onde
dos, dores musculares, pele ardendo e coçando,
fica mamando
sangue
suores, febre alta com calafrios, pequenas
manchas pretas ou azuis na pele, hemorragia no
branco dos olhos.
No estágio final os sintomas regridem, mas alguns
tecidos musculares permanecem infectados por
cistos minúsculos.
Nas crianças, a infecção avançada pode provocar
perturbações cardíacas, respiratórias e do sistema
nervoso.
104
ASQUELMINTOS
NEMATÓDEOS
TRICURO,
TRICOCÉFALO
Trichuris trichiura e T. vulpis
Existem mais ou menos 60 espécies de tricurídeos
que infectam mamíferos; dentre eles, o Trichuris
trichiura afeta especialmente humanos e o Trichuris vulpis prefere os caninos, embora infectehumanos também. Ambos são pareci díssimos e qualquer
verminose
têm os ovos idênticos. Seu corpo mais fino na obriga o
porção anterior se enterra nas células do intestino organismo
a uma luta
grosso do hospedeiro; vivem vários anos; a fêmea, semelhante à
que cresce até 50 cm, pode pôr mais de 10 mil ovos que ele trava
por dia. Esses ovos saem nas fezes do hospedeiro e contra a fome,
o frio e as
se tornam infectantes três semanas depois, mas só agressões
se abrem no intestino delgado de alguém, deixando
sair as larvas que migram para o intestino grosso e
se tornam vermes adultos.
Produzem sintomas leves, como disenteria ou
diar reia ocasionais, e graves, como anemia e
prolapso retal. Infestações grandes em crianças
atrasam o desenvolvimento físico e mental.
tricuro
105
ASQUELMINTOS
NEMATÓDEOS
ESTRONGILOIDE
Strongyloides stercoralis
uma mulher de
Este é diferente: parasita o intestino delgado
48 anos deu
humano mas pode ter vida livre e procriar na terra.
entrada no
hospital devido
As larvas saem de um hospedeiro junto com as
a uma diarréia
fezes e entram em outro pela pele dos pés. São
crônica com
anemia;
carregadas pela corrente sanguínea até a região
a colonoscopia
dos pulmões, invadem a traqueia, migram para o
revelou
trato digestivo e se instalam no intestino delgado
múltiplas
erosões da
para amadurecer e produzir ovinhos.
membrana
mucosa do
Somente fêmeas são encontradas nos tecidos
cólon, com
superficiais do intestino delgado humano. Elas
infiltração
produzem outras larvas por parteno gênese, sem
celular
inflamatória
fertilização, e estas saem nas fezes do hospedeiro.
predominante
A presença de uma larva nema tódea nas fezes é
o exame de
que caracteriza a estrongiloidíase. Uma vez do
lâmina num
lado de fora, algumas larvas se desenvolvem para
microscópio
poderoso
a vida livre e outras se reafirmam parasitárias.
mostrou
As livres vão completar seu desenvolvimento no
pedacinhos
solo e amadurecer como machos e fêmeas que
de larvas de
estrongilóides
copulam e produzem mais larvas, algumas livres
no escarro da
e outras parasitárias.
boa senhora,
muitas larvinhas
Quando o hospedeiro tem o intestino preso, as
também foram
larvinhas que já iam sair permanecem no trato
detectadas
intestinal tempo bastante para se desenvolver até
o estágio infectante; atravessam as paredes do
intestino, entram na circulação e se desenvolvem
106
ASQUELMINTOS
como se tivessem penetrado na pele. Essa auto-
NEMATÓDEOS
-infecção pode provocar sintomas fortíssimos, já a pesquisa
que o número de larvas é sempre muito grande.
de ovos de
estrongiloides
nas fezes
exige método
específico
ROTÍFERO
infecção por
estrongiloides
é diagnóstico
Rotatório, troquelminto
diferencial de
úlcera gástrica
Vermezinho insignificante.
Mede apenas um milímetro
de comprimento e usa seus
magníficos cílios para comer
e se locomover.
Vive livremente,
sozinho ou em
comunidades, e
de vez em quando
parasita humanos.
Que se saiba, não faz
mal a ninguém. Entrou
no livro somente pela contri-
buição estética.
107
ESQUISTOSSOMA
Schistosoma spp.
A doença é conhecida como xistose e
bilharziose. São várias espécies de esquis-
tossomas, todas muito semelhantes. No
Brasil, geralmente a esquistos-somose
é causada pelo Schistosoma mansoni,
que mede 1 cm de comprimento, vive
em média 4 anos (mas pode chegar aos
30) nas veias intestinais e produz centenas
de ovinhos por dia. Estes escapolem pelas
paredes dos vasos sanguíneos e chegam ao
intestino ou à bexiga, em geral saindo com
as fezes ou a urina, e só amadurecem na
água do rio – onde vão dar através
do esgoto, da chuva ou de fezes
perto das margens.
A í o s e m b r i õ e s
invadem seu anfitrião
108
PLATELMINTOS
intermediário, necessariamente um caramujinho TREMATÓDEOS
do gênero Biomphalaria, e saem de lá como cer- esquistossomas cárias, milhares delas, prontinhaspara penetrar fascíolas
em humanos através da pele dos pés e da perna clonorquis
quando entramos em algum laguinho, vala de paragonimus
irrigação ou córrego onde o ninho de caramujos euritremas
possa se fixar, ou então através das mucosas da
boca se bebermos a água. Uma vez dentro do
corpo, as cercárias encontram a circulação sanguí-
nea, passam pelo coração, pelos pulmões e caem
no chamado sistema porta intra-hepático, conjunto
de vasos sanguíneos que leva ao fígado o sangue
que vem dos intestinos. Em 30 a 45 dias atingem
a maturidade plena, copulam (como na ilustração
ao lado, a fêmea por dentro) e começam a produzir
ovinhos. Pior: são capazes de incorporar antígenos
com características do hospedeiro, de modo a não
serem mais reconhecidos como invasores pelo
nosso sistema imunológico; isso gera um quadro
de imuno de pressão depois de 4 ou 5 meses.
A passagem dos ovos através das veias, do intes-
tino delgado e da bexiga é um desastre. Os tecidos
sangram, e o avanço da infecção faz com que se
tornem permanentemente inflamados, fibrosos o Schistosoma
e anormais. Muitos dos ovos vão para o fígado hematobium
em vez de sair do corpo e acabam encapsu lados é reconhecido
em granulomas fibrosos que afetam as funções como fator
de risco para
hepáticas e chegam a obstruir a veia porta. Fígado câncer de bexiga e baço aumentam de tamanho, hábarriga-d’água
e surge uma circulação de sangue colateral, para
109
PLATELMINTOS
compensar o bloqueio da veia porta. Os rins ficam
TREMATÓDEOS
comprometidos. O corpo todo pode inchar. O
hospedeiro fica mais propenso a tuberculose e
hepatite viral, e qualquer infecção bacteriana será
mais grave e resistente à medicação.
Granulomas também podem formar-se nos
pulmões, pâncreas, testículos, ovários, baço e
apêndice. Se não for tratada logo, a esquistosso-
mose vira uma doença crônica, ou mesmo fatal. A
presença de muitos granulomas em determinado
lugar pode inflamar os tecidos e causar tumo-
rações, muitas vezes diagnosticadas e tratadas
como câncer.
Dez por cento da população brasileira têm
esquis tossomose, distribuída pelo país inteiro;
atualmente há 200 milhões de pessoas infectadas
no mundo, e ela mata um milhão de pessoas por
ano, tanto por infecção de Schis tosoma mansoni
quanto por S. hae matobium e S. japonicum. Suas
regiões preferidas são África, sudeste da Ásia,
noroeste da América do Sul e algumas ilhas do
Caribe. Há 5 crianças infectadas para cada adulto.
A sintomatologia varia muito conforme a resis-
tência do hospedeiro. Os sintomas iniciais, que
podem nem existir, costumam ser mal-estar,
tosse, dores musculares e abdominais, urticá-
ria, fraqueza generalizada, hepatite aguda. Na
segunda fase, quando começa a postura de ovos,
110
PLATELMINTOS
há aumento do baço, diarreia, indisposição, perda TREMATÓDEOS
de peso, febre, tosse e outros sintomas alérgicos.
Os sintomas da fase crônica vão variar conforme
a incidência de granulomas nos órgãos envolvi-
dos. O tratamento deve ser feito por um médico
experiente e pode incluir cirurgia.
FASCÍOLA
Baratinha-do-fígado
Existem várias fascíolas: a hepá–
tica humana, a intestinal humana,
a hepática ovina, a pancreática
bovina, a hepática do gato, e todas
elas parasitam humanos.
São vermes chatos, em forma de folha.
Passam por vários estágios durante seu crescimento.
O verme adulto produz ovos que saem nas fezes
do hospedeiro. A chuva ou o esgoto primitivo
os levam para os rios. Em contato com a água
eles liberam miracídios, que têm cílios com os
quais se movimentam à procura do primeiro
hospedeiro – um caramujo, camarão ou peixinho
de água doce. Uma vez dentro, os miracídios se
subdividem internamente em bolinhas chamadas
111
PLATELMINTOS
rédias, que produzem outras rédias, que produ-
TREMATÓDEOS
zem cercárias – que são larvinhas com rabo, ou
melhor, nadadeira, pois serve para que saiam do
hospedeiro e nadem até uma plantinha qualquer.
Ali se agarram, a boca feito ventosa, e começam
imediatamente a se encistar – ou seja, a formar
uma carapaça em volta de si mesmas – enquanto
o rabo cai, esperneia e se dissolve na água. A
futura fascíola é agora uma meta cercária, cisto de
paredes duplas, sendo a de fora muito grudenta e
a de dentro quase inquebrável.
Aí alguém come a plantinha, digamos um pé de
agrião e
agrião, na salada. A parede externa do cisto se
outras folhas
rompe à menor pressão dos dentes, mas a interna
de beira de rio
resiste à mastigação e ao suco gástrico e só se
dissolve no duodeno. A larvinha que sai de dentro
corre então para a parede intestinal e começa
a virar adulta, para viver muitos anos e pôr no
mundo até mil ovos a cada movimento intestinal
do hospedeiro.
Fasciola hepatica
No intestino delgado, os cistos da fascíola hepá-
tica humana se abrem e o vermezinho vai viajando
pela corrente sanguínea até o fígado, penetra nos
tecidos e chega aos dutos biliares, onde se instala.
112
PLATELMINTOS
(Esses dutos são os que levam a bile do fígado TREMATÓDEOS
para a vesícula.) Sua presença ali e as andanças
predatórias pela árvore biliar fazem o hospedeiro a fascíola
emagrecer e ficar fraco.
hepática já foi
cientificamente
A fascíola hepática apodrece o fígado de ovelhas, classificada
animais domésticos e humanos. Em muitos países como fator
de risco para
a fasciolíase em ovinos e bovinos torna a carne câncer de fígado
imprópria para consumo humano.
a fasciolíase
pode ser
detectada
através
de ovos e
indivíduos
nas fezes
Fascioloides
e no duto
biliar, mas
magna
só quando a
infecção já
está em fase
avançada
É a fascíola hepática ovina,
parasita muito comum nos
Estados Unidos. Pode medir
até 2,5 cm de largura por 10 cm
de comprimento. Os parasitas
são encontrados no fígado e nos
dutos biliares do hospedeiro defi-
nitivo. Quando estão nos dutos
biliares, os ovos saem pelas fezes;
quando estão no fígado, os ovos
ficam presos nos tecidos e causam
problemas graves.
113
PLATELMINTOS
TREMATÓDEOS
Fasciolopsis buski
Essa é a tal da fascíola intestinal
humana, que vive no intestino
delgado humano e suíno.
Mede até 8 cm de compri-
mento – um dos maiores
trematódeos encontrados
em humanos. É muito
um raro caso
de achados
comum no Oriente e
radiológicos
seu maior propa gador é
de fasciolíase
o porco. Seu ciclo de vida
hepática das
brabas em
é semelhante ao da Fasciola
http://www.
hepatica. As fêmeas adultas
jstage.jst.
produzem até 25.000 ovos por dia,
go.jp/article/
internal
que saem com as fezes e amadurecem
medicine
num cara mujo, do qual nascem larvas
/47/5/449/_pdf
que se encistam na vegetação ribeirinha, e
humanos se contaminam comendo a folhagem.
A fascio líase se caracteriza por sintomas
graves no intestino delgado: inflamação,
úlceras, hemorragia e finalmente
abscessos, que podem ser fatais.
114
PLATELMINTOS
TREMATÓDEOS
CÂNCER:
FASCÍOLAS?
A cientista canadense Hulda Clark, Ph.D., N.D.,
bióloga especialista em biofísica e fisiologia
celular, pesquisou durante 21 anos para o governo
americano e resolveu prosseguir sozinha. Tem seu
próprio laboratório e atende pacientes de câncer,
afirmando que já obteve a reversão de centenas de
casos. Ela diz em seus artigos que cem por cento
de todos os portadores de câncer têm Fasciolopsis
buski, a fascíola intestinal humana, só que no
fígado em vez do habitat natural, o intestino.
Segundo ela, esse deslocamento anômalo e fatal é
possível graças à presença de poluentes químicos
no organismo e à debilidade do sistema imunoló-
gico. E sustenta que basta acabar com a fascíola
para acabar com o câncer.
As notícias do trabalho da dra. Clark estão em sites em
torno da dra.
www.drhuldaclark.org e www.drhuldaclark.com, Hulda Clark,
bem como a venda de livros e os tratamentos.
falecida em
2009
Ela diz que os ovos da fascíola entram na corrente
sanguínea por minúsculos machucados na parede
intestinal, causados pelos mecanismos de fixação
do verme adulto, e chegam ao fígado já conver-
-tidos em miracídios, que normalmente seriam
engolidos pelas células macrófagas. O desastre
ocorre quando, por alguma razão, a pessoa tem
115
PLATELMINTOS
álcool isopropil circulando; ele neutraliza a
TREMATÓDEOS
capacidade protetora do fígado, os miracídios
se instalam e produzem rédias com alto poder
de multiplicação espontânea – 40 novas rédias
por cabeça, que também podem se deslocar para
outros tecidos imunolo gi camente debilitados,
como o pulmão dos fumantes, por exemplo,
ou o colo do útero ferido. Depois de algum
tempo, essas rédias se transformam em
cercárias; constroem um cisto em torno
de si mesmas e ali vive riam fechadas
para sempre, não fosse pela presença
no organismo de solventes, como
benzeno, que dissolvem o cisto.
Pronto: a fascíola está livre para
comer nossos tecidos, crescer, casar
e ter muitos filhinhos.
O problema, porém, não fica aí. Essa
multiplicação dentro do organismo
põe em circulação um agente químico,
a ortofosfotirosina, que só a Fascio lopsis
buski produz. Trata-se de um fator de cresci-
mento que o verme fabrica para si mesmo nos
estágios iniciais, mas que serve igualmente para
multiplicar as células cancerosas. E, segundo a
dra. Clark, esse fator é amplamente reconhecido
como sinal de atividade do tumor.
Em suas pesquisas, ela detectou a presença
anormal de álcool isopropil no fígado e/ou
116
PLATELMINTOS
intestino em 100% dos casos de câncer (mais TREMATÓDEOS
de 500 casos), com fascíolas se desenvolvendo
em vários órgãos e neles produzindo tumores, e
também encontrou o solvente benzeno associado
com 100% de casos de HIV (mais de 100 casos),
com fascíolas intestinais se desenvolvendo
no timo. Encontrou ainda aflatoxina B,
produzida por fungos, e reconhecidamente
cancerígena, na maioria dos pacientes.
Esta cientista se convenceu de que nós,
humanos, só temos dois problemas
de saúde: parasitas e toxinas. Diz
que a fascíola, quando se instala nas
paredes do útero, provoca cólicas e
san gramento menstrual fora de época;
se sair, pode levar pedaços do endo-
métrio para a cavidade abdominal e
gerar endome triose. Nos rins causa
lúpus e mal de Hodgkin. Se comple-
tar seu ciclo no cérebro, causa mal de
Alzheimer e escle rose múltipla. Se for no
pâncreas, dá diabete. No timo, vai produzir
baixa imunidade e favorecer doenças oportu-
nistas. Se invadir os músculos causa distrofias.
No intestino é responsável pelo mal de Crohn,
e o sarcoma de Kaposi também seria obra dela.
A dra. Clark tem uma ideia surpreendente sobre
as pedras da vesícula: que elas se formam em
torno de parasitas do sistema hepático, mortos e
117
PLATELMINTOS
já apinhados de bactérias. Essas figurinhas carim-
TREMATÓDEOS
badas não aparecem nos raios-x e ultra-sons
porque, em sua maioria, não são calcificadas. Vão
entupindo os dutos biliares, impedem a bile de
fluir, e isso faz aumentar o nível de colesterol no
sangue. Em seu livro The cure of all diseases ela
mostra fotos dessas pedras que lembram a forma
das fascíolas.
Sobre câncer, o cenário que a dra. Clark desenha
não é menos dramático: como o tecido invadido
pela fascíola não recupera mais sua imunidade,
vira albergue para todo tipo de parasitas e o tumor
canceroso é um foco de vermes, bacté rias, fungos
e vírus, cheio de toxinas, álcool isopropil, fréon,
metais pesados como cobre, mercúrio e níquel,
venenos como arsênico e componentes de agrotó-
xicos e pesticidas. E os cistos de seios e ovários,
diz ela, são cheios de micélios, a forma avançada
dos fungos.
Muito enfática em suas afirmações, a dra. Clark
deixa de lado o rigor científico quando divulga
seus achados, o que cria uma enorme margem
de dúvidas quanto à seriedade do seu trabalho.
Sofreu vários processos nos EU e refugiou-se
em Tijuana, México. Divulgou aos quatro ventos
sua fórmula para acabar com vermes, que está no
capítulo sobre tratamentos.
Mas acentua que, depois da limpeza, o mais
importante é recuperar a imunidade, banindo
118
PLATELMINTOS
da alimentação fontes de álcool isopropil como TREMATÓDEOS
bebidas gaseificadas, café descafeinado, sucos de
fruta engarrafados e açúcar branco. Esse álcool
também é muito presente em cosméticos, xampus
e outros produtos para cabelo; ela diz para não
usar nada que tenha “propil” no meio.
Há nos Estados Unidos uma crescente mania
de limpeza intestinal através de colonics, lava-
gens intestinais em que água e outros produtos
penetram profundamente no cólon. Síndrome de
um país onde a prisão de ventre se tornou regra.
Pessoas que trabalham com isso dão testemunho
de uma enormidade de vermes intestinais saindo
da maioria dos clientes, todos adultos, urbanos,
de primeiro mundo e sem sintomas claros de
verminose, mas cheios de problemas de saúde.
Diz o parasitologista americano Geoffrey Lapage,
em seu livro Animals parasitic in man: “Não há
parte do corpo humano, bem como de outro hos-
pedeiro qualquer, que não seja visitada por algum
tipo de animal parasitário em algum momento de
caramujos são
sua história de vida.”
hospedeiros
intermediários
de vários
trematódeos;
tilápias e peixes
dourados
ajudam a reduzir
os caramujos
119
PLATELMINTOS
TREMATÓDEOS
VERME HEPÁTICO
CHINÊS/ORIENTAL
Clonorchis sinensis
Ele mede entre 10 e 25 mm e vive nos dutos
biliares de humanos e outros mamíferos. A
clonorquíase é uma doença comum na China,
Vietnã, Coreia e Japão, e é adquirida comendo
peixe de água doce contaminado pela larva.
Estima-se em 30 milhões o número de pessoas
infectadas. O verme vive de 10 a 20 anos no
hospedeiro e faz com que o revestimento interno
dos dutos biliares fique grosso, o que provoca
uma inflamação nos tecidos hepáticos adja-
centes; pode haver degeneração do tecido dos
dutos e os ovos do parasita entrarem no tecido
hepático; nesse caso as defesas do hospedeiro
providen ciam uma cápsula fibrosa, um granu-
loma, em torno dos ovos. Pode haver bloqueio
total ou estreitamento dos dutos biliares. Como
os parasitas vivem muitos anos, o dano causado
ao fígado e seus dutos tende a se acumular e pode
matar. O diagnóstico depende da identificação
dos ovos nas fezes.
Peixe cru, defumado, salgado ou seco: em qual-
quer um destes pode estar a larva. Logo em seguida
à infecção podem aparecer sinais de indigestão,
mais tarde seguidos por aumento e sensibilidade
120
PLATELMINTOS
do fígado e uma leve icterícia. Frequente mente TREMATÓDEOS
não há sintomas. Infestações grandes (a partir de
20.000 vermes) podem envolver o pâncreas e a
vesícula biliar e estar associadas ao acúmulo de
fluido no abdome e sinais de intoxicação geral.
Não existe tratamento satisfatório contra clonor-
quíase; algum sucesso foi obtido com agentes
como cloroquina, que são tóxicos para o verme.
A prevenção se faz cozinhando bem os peixes de
água doce e tomando cuidado para não contaminar
nada durante o preparo.
VERME
DO PULMÃO
Paragonimus westermani
Há muitas variedades de Paragonimus, mas a que
normalmente infesta os humanos é a P. westermani, encontrada nos pulmões.
São vermes robustos, medindo 10 mm de compri-
mento, 5 mm de largura e 5 mm de profundidade,
e parecem grãos de café. Produzem ovos que
vão para as passagens de ar dos pulmões e saem
junto com a tosse e o escarro, ou são engolidos e
saem pelas fezes. Os ovos amadurecem e soltam
larvas, e o primeiro hospedeiro intermediário é
121
PLATELMINTOS
um caramujo. As larvas, já no estágio de cercárias,
TREMATÓDEOS
infectam um segundo hospedeiro, caranguejo
ou camarão-de-água-doce (pitu), e o hospedeiro
definitivo é infectado quando come a carne com
o cisto do verme. O cisto se abre no intestino
delgado, a larva imatura penetra na parede intes-
tinal, migra pela cavidade abdominal, atravessa
o diafragma e finalmente chega aos pulmões. As
infecções pulmonares raramente são fatais, mas
os vermes são encontrados fre quentemente em
lugares estranhos como cérebro, coração e medula
espinhal, e aí podem matar.
Não se costuma comer caranguejo e camarão-de-
-água doce crus, mas a metacercária permanece
viva em conservas tipo picles ou marinada, e é
assim que se dá a transmissão – além, é claro, de
mãos e utensílios de cozinha contaminados.
No Japão não é raro encontrar pessoas infectadas
por Paragonimus westermani e P. miyazakii;
o diagnóstico geralmente aponta câncer de
pulmão ou tuberculose. No pulmão, o verme fica
encap sulado num cisto produzido pela reação
imuno lógica do hospedeiro. Eventualmente
invade o cérebro. Na radiografia aparece uma
massa calcificada.
122
PLATELMINTOS
TREMATÓDEOS
EURITREMA
Eurytrema pancreaticum
Esse parasita vive nos dutos pancreáticos e gosta
de humanos, bovinos, ovinos, suínos, macacos
e camelos. É encontrado em muitos lugares do
Oriente e algumas áreas da América do Sul. Seu
ciclo de vida envolve dois hospedeiros intermedi-
ários, o caramujo e o gafanhoto, num processo de
amadurecimento que leva dois anos. A infecção
do hospedeiro definitivo se dá quando ele come o
gafanhoto ou algum hospedeiro infectado.
Vários pesquisadores, entre eles a dra. Hulda
Clark, afirmam que a infestação do pâncreas
por vermes causa diabete. O Eurytrema cava
caminhos nos próprios tecidos pancreáticos,
produzindo neles uma verdadeira devastação.
Segundo o médico Michel Briamonte, em seu
site WellnessWeb, alguns pacientes diabéticos
puderam normalizar totalmente suas taxas de
glicose e suspender os remédios depois de fazer
um programa completo de vermi fugação. O ideal
seria que exames de fezes detalhados pudessem
apontar a existência do parasita, mas isso é difícil;
a melhor maneira de saber se eles são os culpados
é fazer uma limpeza parasitária rigorosa e checar
os resultados.
123
esta linda
paisagem
oriental
é uma
proglote madura
de tênia
124
TÊNIA, SOLITÁRIA PLATELMINTOS
C E S T Ó D E O S
tênia
Taenia solium
equinococos:
cistos hidáticos
Taenia saginata
esparganas
A primeira notícia é que a solitária costuma estar diplogonoporus
acompanhada, portanto não faz jus ao nome. A dipilídios
segunda é que existem várias tênias. Algumas himenolepis
infestam cães e gatos, mas só duas, e das maiores, botriocéfalos
adotam humanos como hospedeiros definitivos – a
T. solium, que tem o porco como intermediário, e
a T. saginata, cujo ciclo é feito através do boi. As
larvas penetram na carne desses bichos, formam
em torno de si uma carapaça durís sima chamada
cisticerco e ficam esperando. O capítulo seguinte
se dá quando o humano come essa carne de boi
ou de porco, crua ou mal cozida, contendo o tal
do cisticerco. Ele resiste à mas tigação e ao suco
gástrico mas se rompe alegremente assim que
chega ao intestino delgado do hospedeiro, dei-
xando sair o projeto de verme, que ali se instala
para crescer, amadurecer, produzir mais ovos,
causar obstruções intestinais, apendicite, anemia,
fraqueza, fome absurda, etc.
As tênias são achatadas, podem medir de 1 milí-
metro a 15 metros e colonizam humanos, animais
domésticos, peixes e todos os tipos de vertebrados,
além de alguns invertebrados. A cabeça, ou escó-
lex, é minúscula e tem ganchos e ventosas que ser-
vem para ela se agarrar na parede intestinal, mas
125
PLATELMINTOS
C E S T Ó D E O S
não tem boca nem sistema digestivo. A absorção
de nutrientes é feita por pequenas saliên cias em
seu tecido externo, muito semelhante em estru-
tura e função ao revestimento do nosso intestino
delgado. A tênia também não tem propria mente
o que a ciência
um corpo: de sua cabeça vão nascendo inúmeras
reconhece
como substância
partes autodestacáveis chamadas proglotes, na
tóxica natural
verdade ovários, cada qual com um kit sexual
contra
completo. As proglotes vão saindo do hospedeiro
platelmintos
(tênia, fascíola
aos poucos, inteiras ou desmanchadas, junto com
e outros
as fezes ou sozinhas. Cada uma pode conter até
vermes chatos):
sementes
40.000 ovinhos fecundados, que se espalham por
de abóbora
onde der – chão, móveis, roupas, utensílios do-
( Cucurbita
mésticos, lençóis, tapetes, banheiros, maçanetas,
maxima),
rizomas de
mãos, boca , dinheiro e sabe-se lá o que mais – na
feto-macho
esperança de um intermediário que os engula.
(Dryopteris
filix-mas),
Quem come peixe cru, sobretudo salmão, peixe-
óleo de erva-
-espada, truta e perca, também corre riscos: cos-
de-santa-maria
(Chenopodium
tumam ter cistos de Dibothriocephalus latus ou
ambrosiodes var.
Diphyllobothrium latum, cestódeos dos peixes.
anthelminticum),
Daí a importância de comer a conserva de gen-
cascas e raízes
de romãzeira
gibre e a pasta de wasabi junto com os sushis e
( Punica
sashimis: além de aquecerem a digestão com seu
granatum)
sabor picante, ambos têm substâncias teoricamen-
te capazes de aniquilar larvas e cisticercos.
Muitas vezes a pessoa infectada não apresenta
sintomas. Alguns sinais importantes são: dores na
parte superior da barriga, diarreia, perda de peso
inexplicável, fraqueza, fadiga, respiração curta,
126
PLATELMINTOS
anemia – e proglotes, mais raramente ovos, nas CESTÓDEOS
fezes ou na roupa íntima.
Quando se usa um vermífugo contra ela, a tênia
deve sair inteira – se a cabecinha ficar lá dentro,
o processo de crescimento começa de novo.
para achar
um cisticerco
no corpo,
só fazendo
tomografias
Cisticercose
ou o teste
bidigital ou
bioenergético:
Embora a tênia não incomode tanto quanto outros um é muito caro,
vermes, há sempre a ameaça de gerar cisticerco- o outro muito
barato
se, ou seja, a infecção da carne do hospedeiro
humano. Acontece porque às vezes as proglotes
erram o caminho e sobem para o estômago, depois
descem de novo para o intestino delgado e isso
amadurece os ovos, que liberam larvas. Ou então
a pessoa, inadvertidamente, ingere um minúsculo
ovo, oriundo de sua própria tênia, que também se
abre e libera larvas. Estas penetram nas paredes cisticerco
do intestino delgado e entram na corrente san-
guínea, seguindo viagem para qualquer órgão do
corpo, onde se estabelecem e passam ao estágio
de cisticercos, chegando a um tamanho que varia
de meio a vinte centímetros de diâmetro. O que
isso acarreta? Depende da quantidade, do tamanho
dos hóspedes e de onde eles vão parar. No olho,
um só pode causar cegueira. Na espinha dorsal,
paralisia. No cérebro, a neurocisticercose pode virando gente,
fazer lesões irreparáveis.
digo, verme
127
PLATELMINTOS
C E S T Ó D E O S
CISTO HIDÁTICO
Echinococcus granulosus
Ele é um cestódeo, como a tênia, de meio centí-
metro de comprimento, que tem três pro glotes e
vive no intestino delgado do cão, e até aí tudo bem.
Os ovos saem pelas fezes e são ingeridos pelo
hospedeiro intermediário, que pode ser qualquer
vertebrado de sangue quente, incluindo humanos;
abrem-se no intestino delgado e liberam larvas
que atravessam as paredes intestinais e entram
no sistema circulatório, por onde podem chegar a
qualquer lugar do corpo, mas preferem o fígado,
os pulmões e o sistema nervoso central.
Aí tudo mal: instalam-se e crescem até formar o
que se chama de cisto hidático.
Cistos hidáticos podem crescer até 15 cm de diâ-
metro. No seu interior vivem milhares de projetos
de escólex (a locomotiva do verme), cada qual
com a capacidade de tornar-se um verme adulto
se for ingerido pelo cachorro.
Um ou vários cistos pequenos no fígado podem
cestódeo quer
passar despercebidos durante muitos anos, mas
dizer em forma
de fita ou cinto
um grande leva à morte. No cérebro, as conse-
quên cias são graves e irreversíveis. Se por azar
um cisto se rompe dentro do humano, durante uma
cirurgia ou numa contusão, por exemplo, milhares
128
PLATELMINTOS
C E S T Ó D E O S
de novos cistos hidáticos vão surgir, espalhados
por todos os lugares do corpo.
A doença se chama hidatidose.
ESPARGANA
Spirometra erinaceieuropaei
O problema aqui é com a larva (plerocercoide) do o que pulou
bicho, chamada espargana, que dá no mundo intei- pra fora do
ro. A transmissão acontece quando o humano bebe seio da paciente
na cirurgia
água contaminada por microscópicos crustáceos era uma
infectados ou come a carne mal cozida de algum epargana,
hospedeiro secundário, que pode ser mamífero, larva de
Spirometra
anfíbio ou réptil: engole a larvinha junto.
foto do dr.
Uma vez no humano, a espargana migra para Nobuaki Akao,
Universidade
qualquer tecido do corpo e cresce até 12 cm. Se de Tóquio
for perto da superfície, o caroço aparece; se não...
A patologia associada depende dos órgãos envol-
vidos, do tamanho e do número de esparganas.
Infecções consistindo de uma ou duas esparganas
na musculatura profunda podem não provocar
maiores sintomas e passar despercebidas. In-
fecções nos olhos podem cegar, e nos tecidos
sub dérmicos resultam em dolorosos caroços com
falso diagnóstico de câncer.
129
PLATELMINTOS
C E S T Ó D E O S
Nos Estados Unidos foram regis trados vários
casos de esparganose ocular em mulheres que,
lidando com peixe, coçaram os olhos com as mãos
contaminadas.
um homem de
55 anos chegou
ao Hospital da
Universidade
de Nara,
no Japão, com a
HIMENOLEPIS
barriga enorme
e sintomas de
Hymenolepis nana e
teníase
400 ml de uma
H. diminuta
droga foram
introduzidos em
Os ovos dessas senhoras saem nas fezes de ra-
seu duodeno
tos, camundongos e humanos, seus hospedeiros
através
de um tubo
definitivos, e são comidos por larvas de pulgas
o verme em
e carunchos, que por sua vez reinfectam ratos,
forma de fita
camundongos e humanos que engolirem as pulgas
moveu-se
e os carunchos.
rapidamente
para o cólon
Diferente das outras espécies de cestódeos, o ciclo
descendente e
saiu com tudo
de vida das himenolepis não depende de hospe-
media 273 cm
deiro intermediário. Se os ovos forem ingeridos
e o escólex
por um hospedeiro definitivo apropriado, vão
tinha cara
amadurecer no intestino delgado e liberar uma
de ET
larva (hexa canto) que vai formar um cisticerco
aninhado na mucosa intestinal; este, quando
pronto, move-se para a superfície do intestino
(chamada de luz ou lúmen intestinal), cresce e
se reproduz.
130
PLATELMINTOS
As infecções ocorrem principalmente em crianças, CESTÓDEOS
provocando irritação, ansiedade, insônia, dores
abdominais, perda de peso, eosinofilia e mais ra-
ramente sintomas nervosos, como cianose, perda
de consciência e convulsões.
DIPILÍDIO
Dipylidium caninum
Você reconhece o Dipylidium quando vê nas fezes
do gato ou do cachorro uma coisinha que parece
um grão de arroz e se mexe por contrações. A
coisinha não é o verme, é a proglote de um cestó-
deo que, cheia de ovinhos, vai pela estrada afora
conquistar a vida. Larvas de pulgas e carunchos
(insetos da farinha e dos cereais) comem os ovi-
nhos, aí o cachorro ou o gato ou a criança engolem
as pulgas e os carunchos e se reinfestam.
O verme pode crescer até 20 cm e se desenvolve
em humanos também.
cabeças,
ganchos e ovo
de T. saginata
e T. solium
131
PLATELMINTOS
C E S T Ó D E O S
DIPLOGONOPORO
Diplogonoporus grandis
É uma tênia de baleias e outros mamíferos
marinhos, que passa através de peixe cru ou
mal cozido e se desenvolve em humanos.
Um diplogonoporus adolescente pode ter uns
3 metros. Foram relatados mais de 200 casos
recentes no Japão.
BOTRIOCÉFALO
Diphyllobothrium latum
Esta é a tênia dos lagos, que pode medir de dois
a vinte metros. Seus ovos liberam larvas que são
engolidas pelos ciclopes, minúsculos crustáceos
das águas paradas; em vinte dias já viraram larvas
infectantes. Um peixe come o ciclope e a larva
cresce dentro dele. Se outro maior comê-lo, ela
continuará crescendo e se enquistando dentro do
novo hospedeiro até atingir um mamífero num
peixe mal cozido, para virar adulta em cinco ou
seis semanas.
botriocéfalo
132
133
abscessos
amebianos
no fígado,
pulmão,
cérebro
AMEBA
e intestino
podem ser
diagnosticados
Entamoeba histolytica
como câncer
As amebas são uma grande família de unice-
lulares que gostam de humanos. Entamoeba
hart manni, Entamoeba coli e Endolimax nana são
134
P R O T O Z O Á R I O S
comensais do intestino grosso;
Entamoeba gingivalis vive amebas
serenamente nas gengivas e no giárdia
tártaro dentário de macacos, cães tricomonas
e humanos; e Entamoeba histolytica é o tripanossomas
parasita intestinal que causa problemas sérios leishmania
– pode destruir os tecidos que revestem o intestino malária
grosso e provocar lesões graves em
toxoplasma
vários órgãos.
criptosporídeos
P a s s a
coccídeos
de pessoa para pessoa através de cistos e é
sarcocistos
disseminada também por moscas e
baratas. Frutas e vegetais crus, clamídia
manipulados por pessoas infecta-
balantídeos
das, lavados em água contaminada
ou fertilizados com fezes
humanas, certamente
estão cheios de amebas;
elas também podem vir
dos canos de banheiro velhos artrite, lúpus,
e sujos, do dinheiro, do papel do pão. esclerose
múltipla
Muita gente hospeda amebas sem sentir nada. e outras
Quando há sintomas, os mais comuns são diarreia doenças ditas
reumatóides,
que para e volta, podendo alternar com prisão tidas como
de ventre; cólicas e vontade de evacuar, mas incuráveis,
não sai nada; fezes moles e fedidas, com muito são ligadas
a amebas
muco, às vezes com sangue; gases, fadiga, dores e fungos
musculares; raramente, febre. A infecção é mais em www.
arthritistrust.
virulenta se o hospedeiro estiver subnutrido e se org
consumir muito amido (cereais, mesmo integrais,
135
PROTOZOÁRIOS
pão, massas, farinhas, batatas). A presença de
o leite materno
bactérias também é um fator fundamental para o
contém uma
enzima capaz
desenvolvimento da doença.
de matar formas
vegetativas de
A fase minuta das amebas , em que são muito
Giardia lamblia
pequenas, é aguda e se caracteriza por diarreia
e Entamoeba
com sangue e muco. Isso porque, quando o
hystolitica
hospedeiro está fragilizado ou há alterações na
flora intestinal, as amebas começam a comer a
dor, febre e
sub mucosa do intestino grosso, geralmente as
fígado inchado
podem indicar
curvinhas do cólon de um lado e outro da cintura.
abscessos
de amebas
Essa fase aguda dá lugar a outra, magna, crônica,
no fígado
em que as amebas vão continuamente formando
cistos em torno de si mesmas e se dividindo
amebas também
em quatro outras amebas, todas instaladas na
produzem
abscessos
sub mucosa intestinal, abrindo úlceras de vários
cutâneos
tamanhos que só cicatrizam depois de longo
tratamento. Na fase crônica há poucos sintomas,
amebas de
geralmente vagas dores abdominais, com ou sem
vida livre, como
diarreia de vez em quando; essa fase pode durar
Acanthamoeba
muitos anos, com a ameba produzindo enorme
culbertsoni
e Naegleria
quantidade de cistos – quatro que vão se multi-
fowleri, dão
plicando por quatro infinitamente e muito rápido.
dor de cabeça,
nasofaringite,
Não raro as amebas entram na circulação san-
sangramento
guínea e acabam invadindo pâncreas, pulmões,
nasal e podem
afetar os olhos,
cérebro, fígado e pele; deixam áreas necrosadas
além de causar
conhecidas como “abscessos amebianos”. As
meningite
e artrite
sequelas podem incluir ainda infecção do peri-
reumatóide
cárdio, a membrana que reveste o coração,
e infestação do períneo.
136
PROTOZOÁRIOS
Como a disenteria amebiana é muito parecida com
a bacteriana, o diagnóstico costuma ser difícil. Na Entamoeba
gingivalis e
dúvida, é bom tratar ambos. A recomendação para Streptococcus
fases agudas é seguir uma dieta rica em proteínas sanguis infectam e pobre em fibras e carboidratos,e tomar muito as gengivas,
entram na
líquido.
corrente
sanguínea
Detalhe: quando o hospedeiro está tomando e entopem
antibióticos, a produção de cistos amebianos artérias,
desaparece e só volta algum tempo depois, quando provocando
infarto
a flora bacteriana é restabelecida.
os bons médicos
não desprezam
nenhuma
ameba, mesmo
GIÁRDIA
as que têm fama
de não produzir
sintomas: vão
logo tratando
Giardia intestinalis
Atende também por Giardia lamblia e Lamblia
intestinalis e é um parasita muito comum no
intestino humano. Pudera: uma pessoa infectada
elimina, pelas fezes, entre 300 milhões e 14 dor de cabeça
bilhões de cistos infectantes por dia. Sempre? crônica é um
Não. Há períodos de 7 a 10 dias em que não sai sintoma de
giardíase
nada, justamente quando o hospedeiro resolve
fazer um exame de fezes. Daí a importância de
repetir exames que dão resultado negativo.
A giárdia se transmite através de água contaminada
por fezes que contêm cistos; estes amadu recem
no intestino delgado e os parasitas se agarram na
137
PROTOZOÁRIOS
mucosa. Embora não invadam os tecidos, como as
amebas fazem no intestino grosso, se a infestação
for grande os parasitas vão cobrir grande parte do
revestimento intestinal.
Se o hospedeiro já tiver alguma imunidade desen-
volvida contra giárdia, pode viver infectado para
sempre sem desenvolver a giardíase. Que geral-
mente surge de uma a três semanas após a ingestão
dos cistos e apresenta diarreia amarelada (com
eliminação de gordura), dores abdominais, falta
de apetite, insônia, irrita bilidade, emagrecimento
e sinais de deficiên- cia de vitaminas A, E, D
e K. Segundo Nilo
Cairo, médico, em
seu Guia de Medicina
Homeopática, a dor de cabeça
é um sintoma constante da
giar díase. Ele observa que “há
diarreia quando os flagelados
multiplicam-se rapidamente sob forma vegeta-
tiva, e, ao contrário, uma prisão de ventre quando
enquistados. As fezes são enver nizadas por um
muco tanto mais abundante quanto mais intensa
a infestação”.
A giárdia afeta mais crianças e adolescentes do
que adultos. Ferver a água e cozinhar os alimen-
tos destrói os cistos, e filtros de vela conseguem
retê-los.
138
PROTOZOÁRIOS
TRICOMONA
Trichomonas vaginalis
Tricomoníase é uma infecção ou inflamação
causada por um minúsculo parasita, Trichomonas as medidas de prevenção à
vaginalis, que vive no trato geniturinário infe rior tricomoníase de homens e mulheres e é transmitidopor contato incluem usar
somente
sexual. Afeta vagina, uretra, bexiga e próstata. Os calcinhas
homens em geral não apresentam sintomas; nas de algodão,
mulheres o sinal mais evidente de inflamação evitar jeans
apertados e
é um corrimento fedido que costuma aparecer calças grossas
alguns dias depois da menstruação. Também durante o verão,
surgem dores, coceira e vermelhidão em toda a evitar piscinas
e banhos de
vulva, e urinar pode ser doloroso. O parasita banheira,
pode viver anos a fio na pessoa sem causar não ficar de
maiô molhado
incômodo, desde que as defesas do orga-
nismo estejam bem. Quando há alguma
queda nas taxas de imunidade ele cresce
e aparece.
Em 1995, um estudo da Universidade
de Cinga pura constatou uma fortís-
tricomonas e
câncer de colo
sima relação entre tricomonas e câncer. Entre 121 de útero
mulheres com câncer de colo de útero, 50 tinham
tido ou estavam com tricomoníase; entre 242 sem
câncer, apenas 12 tinham história de tricomonas.
139
PROTOZOÁRIOS
MAL DE CHAGAS
Trypanosoma cruzi
Existem várias espécies de tripanossomas, mas
só o T. cruzi causa a tripanossomíase ou mal de
Chagas, que tem esse nome por ter sido estudado
por um cientista brasileiro, Carlos Chagas. Ataca
1 colher de chá
humanos, caninos, felinos e roedores, e pode viver
do sumo da
erva-de-
dentro das células (amastigota) ou livre no sangue
santa-maria
(tripomastigota).
(Chenopodium
album),
É transmitido por cerca de 30 besouros da
misturado com
mel e tomado
subfamília Triatoma, o barbeiro, bicho-barbeiro,
durante 15 dias,
bicho-de-frade, bicho-de-parede, bicudo, cas cudo,
já mostrou ser
chupança, chupão, chupa-pinto, fincão, furão,
um remédio
poderoso contra
gaudério, percevejão, percevejo-do-sertão, per-
mal de Chagas
cevejo-gaudério, procotó, rondão, vunvum, que
se alimenta de sangue e ao mesmo tempo defeca
em quem lhe dá de comer. Junto com o sangue
ele ingere os projetos de parasita, que dentro do
besouro se reproduzem assexuadamente e saem
pelas fezes enquanto o besouro se alimenta no
hospedeiro.
As tripomastigotas metacíclicas entram no
corpo do hospedeiro através do buraquinho que
o besouro faz ou pelas membranas mucosas da
boca, do nariz e dos olhos. No hospedeiro, o mal
de Chagas afeta primeiro o sistema nervoso e
o coração. Infecções crônicas produzem várias
140
PROTOZOÁRIOS
desordens neurológicas, incluindo demência, além
de danificar o músculo cardíaco e provocar grande
dilatação do cólon e do esôfago. Sem tratamento,
a infecção é fatal.
Um primo africano do T. cruzi, T. gambiense,
causa a doença do sono, transmitida pela mosca
tsé-tsé, uma dentre muitas Glossinae, quase todas
transmissoras de parasitas.
MALÁRIA
Plasmodium vivax, P. ovale,
P. falciparum e P. malariae
contra
malária,
Infecção importante e difícil de tratar, recorrente, dengue e
típica de regiões tropicais e subtropicais, carac-
febre amarela,
terizada por ataques periódicos de calafrios e os nativos das
regiões tropicais
febre, anemia, aumento do baço e complicações onde há muito
frequentemente fatais. Afeta as células e os vasos mosquito
simplesmente
sanguíneos, o fígado, o sistema nervoso central comem inhame
(incluindo cérebro, meninges e medula espinhal) no Havaí o
e nervos periféricos. Dá também em gorilas, inhame é
macacos, ratos, pássaros e répteis. É causada por cozido, depois
várias espécies de plasmódios, parasitas do gênero fermentado;
chama-se
Plasmodium, que são transmitidos aos humanos poi poi
por mosquitos Anofeles, dos quais existem mais
141
PROTOZOÁRIOS
de 60 tipos pelo mundo afora; distingue-se o
anofelino dos outros mosquitos porque ele pousa
como se fosse um prego espetado, o que lhe vale
o nome de mosquito-prego. Plasmo dium vivax
produz a forma mais disseminada da doença,
e P. falciparum é o que causa os sintomas mais
severos.
Malária é uma das infecções mais antigas do
mundo. Seu território, bem delimitado: lugares
quentes e úmidos da América Latina, Ásia e
África, onde o mosquito tem facilidade de
se desenvolver. Cinco mil anos atrás já era
conhecida no Egito, e até hoje não se conse-
guiu grandes avanços contra ela. Estimativas
recentes apontam 1,5 bilhão de pessoas
vivendo em áreas onde a doença é endêmica,
500 milhões de pessoas infectadas e 1 a 2 milhões
de mortes por ano. No Brasil ela é comum na
região norte, sobretudo na Amazônia.
O ciclo da malária exige um hospedeiro interme-
diário específico, que é a mosquita anofelina. Ela
precisa de sangue para fertilizar seus ovos, e ao
sugar uma pessoa infectada ingere os plasmódios.
Alguns deles são sexuados e se acoplam dentro
do estômago da mosquita, formando um ovo
cheio de larvinhas que nascem e passam através
da saliva (da mosquita) para a pessoa seguinte
que ela picar.
Nessa vítima as larvas têm um outro ciclo de repro-
142
PROTOZOÁRIOS
dução, assexuado. Depois de atravessar a
pele o parasita entra na corrente sanguínea,
invade um glóbulo vermelho do sangue,
sofre duas transformações e se divide
em formas menores chamadas mero zoítos.
Aí a célula sanguínea se rompe, soltando
os merozoítos no sangue e causando a febre
e os calafrios. Os merozoítos invadem
outros glóbulos vermelhos e o ciclo se
repete.
O primeiro ataque acontece entre 8
e 25 dias após a picada. Os ataques
de malária duram poucas horas ou
até um dia inteiro e têm três está-
gios: primeiro tremores e calafrios
(quando os glóbulos vermelhos estão
arrebentando), depois febre altíssima
e finalmente um suor abundante, que
faz a temperatura voltar ao normal.
Nos primeiros dias da infecção há
ataques todos os dias, depois a cada dois
ou três dias, e podem continuar por anos
a fio se não for feito o tratamento.
As pessoas ficam anêmicas e
muito fracas, o baço aumenta (é o
órgão responsável por eliminar do
sangue as células degeneradas) e muitas outras
complicações afetam a pessoa. Por exemplo,
os glóbulos parasitados tendem a se aglomerar
143
PROTOZOÁRIOS
e bloquear pequenos vasos sanguíneos. Outros
sintomas são dor de cabeça, fadiga, náusea.
Crianças e adultos subnutridos ou de baixa imu-
nidade não sobrevivem à malária.
O tratamento, à base de quinina, é extremamente
tóxico mas costuma dar resultado em duas
semanas – o que não impede a infecção de voltar
mais tarde. A quinina, extraída da casca de uma
árvore chamada cinchona, é usado desde 1700
para aliviar as febres da malária. Outras drogas
foram desenvolvidas neste século, mas o parasita
desenvolveu resistência a todas elas e a incidência
de malária vem aumentando continuamente.
A prevenção externa se faz combatendo o
mosquito com inseticidas, secando pântanos e
evitando águas paradas de qualquer tamanho (de
lagos e piscinas a pratinhos de plantas); o mosqui-
teiro e as telas de janela também são importantes,
pois a mosquita pica mais à noite.
A prevenção interna se faz comendo inhame (o
pequeno, cabeludo, também chamado de inhami-
nho ou inhame chinês), que tem uma substância
que impede a sobrevivência do parasita no sangue.
O inhame é nativo dos mesmos lugares quentes
e úmidos da América Latina, Ásia e África onde
a malária é endêmica. Em suas diversas formas,
era alimento cotidiano da maioria da população
que sobreviveu nessas paragens. Aldeias inteiras
144
PROTOZOÁRIOS
da África morreram de malária quando os ingleses
foram lá plantar seringueiras para fazer borracha
e acabaram com as roças de inhame.
LEISHMÂNIA
Leishmania spp.
São protozoários que infectam muitos vertebra-
dos, incluindo humanos, cachorros e roedores.
Quem transmite o parasita é uma mos quinha do
gênero Lutzomyia, dentro da qual o parasita se
reproduz assexuada mente; já no humano, entra
numa célula e se reproduz de novo, e quando essa
célula morre os parasitas são liberados e infec-
tam muitas outras. Os sintomas e a patologia da
leishmaniose resultam dessa matança de células.
Há três formas principais de leishmaniose, que
dependem tanto da espécie que ataca quanto das
defesas do hospedeiro. Uma é cutânea, produz
erupções pequenas ou grandes na pele dos pés,
pernas, mãos ou rosto, e geralmente sara sozinha
em alguns meses. Outra é mucocutânea, também
chamada espúndia. Pode afetar as membranas
mucosas da boca e do nariz destruindo lábios, gar-
ganta, palato e laringe e produzindo deformações
horríveis. A terceira é visceral, também chamada
145
PROTOZOÁRIOS
calazar; invade fígado, baço, medula óssea; os
sintomas aparecem dois meses ou mais depois
calazar
da infecção e incluem febre, redução na taxa de
glóbulos brancos, perda de peso e aumento do
fígado e do baço.
Se não forem tratadas, tanto a forma visceral
quanto a mucocutânea podem matar.
A ocorrência é principalmente nas Américas
Central e do Sul, África Central e partes do sul e
do centro da Ásia, mas pode dar no mundo inteiro.
No Brasil, a doença já foi conhecida como úlcera
de Bauru.
TOXOPLASMA
Toxoplasma gondii
Toxoplasma gondii existe em todos os
lugares do mundo e infecta a grande
maioria dos mamíferos e das aves. Como a
maioria dos api complexos, toxoplasma é um
parasita intracelular compulsório. Seu ciclo
de vida tem duas fases. A primeira é intestinal,
só ocorre em gatos (selvagens ou domésticos)
e produz oocistos. A segunda é extraintestinal,
ocorre em todos os animais infectados (inclusive
146
PROTOZOÁRIOS
gatos) e produz taquizoítos, bradizoítos ou zoi-
tocistos que infectam a carne.
Pode ser transmitida através de alimentos con-
taminados por oocistos presentes nas fezes dos
gatos ou, mais frequentemente, por bradizoítos em
carne crua ou mal cozida. Na maioria dos humanos
infectados a toxo plasmose não produz sintomas.
Entretanto, em determinadas condições, pode
resultar em sérias patologias, incluindo hepatite,
pneumonia, cegueira e desordens neu-
rológicas severas. Isso é mais
verdadeiro para pessoas
cujo sistema imuno lógico
esteja muito debilitado,
mas também adultos
sadios podem pro-
duzir sintomas.
A toxo plasmo se
também passa
a t r a v é s d a
placenta, cau-
sando aborto
espontâneo ou
d e g e n e r a ç õ e s
físicas e men tais
no bebê.
147
PROTOZOÁRIOS
CRIPTOSPORÍDEO
Cryptosporidium parvum
Os membros do gênero Cryptosporidium são
parasitas do trato intestinal de peixes, répteis,
pássaros e mamíferos. Eram conhecidas as infec-
ções em animais selvagens e domésticos, mas de
alguns anos para cá cresceram de modo gritante
as infecções em humanos, incluindo epidemias
em várias cidades populosas dos Estados Unidos.
em estudos
Atualmente, a criptosporidíase é reconhecida
recentes, a
como importante infecção oportunista, especial-
nitazoxanida
mente quando o hospedeiro tem aids.
apresentou
resultados
Criptosporídeo é um parasita mínimo que vive
positivos
na superfície ou dentro do tecido que reveste
internamente o intestino delgado; sua reprodu-
ção é assexuada e os oocistos saem nas fezes. A
transmissão se dá quando o humano ingere água
contaminada (inclusive de piscina) ou comida
feita com ela. Uma pessoa infectada é capaz de
eliminar pelas fezes até 20 bilhões de oocistos
em 24 horas. Cada nova geração de parasitas leva
apenas 12 horas para amadurecer, e poucos dias
bastam para que o trato intestinal esteja inteira-
mente colonizado.
A gravidade da infecção varia de acordo com
o estado imunológico da pessoa. Na maioria
dos pacientes há diarreia moderada, aquosa, de
curta duração. Isso muitas vezes não preocupa o
148
PROTOZOÁRIOS
hospedeiro, que continua infectado e ignorando
o fato. Mas em crianças, idosos e pessoas imuno-
deficientes o parasita pode causar uma diarreia
forte e crônica, acompanhada ou não de perda de
peso, cólicas abdominais, náusea, vômitos e febre
durante semanas ou meses, o que acaba tendo
consequências importantes e até mesmo fatais.
COCCÍDEO
Eimeria e Isospora spp.
Membros desses dois gêneros são conhecidos
como coccídeos e infectam animais por todo o
mundo. As doenças são chamadas coletivamente
de coccidioses, e variam tremendamente em viru-
lência. Algumas espécies de coccídeos produzem
sintomas que podem passar despercebidos (por
exemplo, diarreia aguda) e eventualmente desa-
parecem, enquanto outras causam infecções muito
violentas que são rápidas e fatais.
O hospedeiro é infectado quando ingere oocistos
que saíram das fezes de outro hospedeiro. O cisto
se abre no intestino delgado e libera esporo zoítos,
que penetram nas células das paredes intestinais
e se reproduzem assexuadamente, formando
múltiplos merozoítos que são liberados das
149
PROTOZOÁRIOS
células-mães e infectam novas células. É esse
estágio da infecção que pode resultar em destrui-
ção maciça de células e levar à morte. Alguns dos
merozoítos que entram nas células se transformam
em gametócitos e logo em gametas, que se fundem
num zigoto que vai virando oocisto; que escapole
da célula e sai nas fezes do hospedeiro, para ama-
durecer e tornar-se infectante em dias ou semanas.
Após várias gerações de multiplicação assexuada,
o parasita simplesmente para de se dividir e já não
há mais oocistos saindo pelas fezes. O portador
está livre da infecção.
O diagnóstico depende de encontrar oocistos nas
fazes do hospedeiro.
150
PROTOZOÁRIOS
SARCOCISTO
Sarcocystis spp.
Há numerosas espécies de Sarcocystis, todas com
dois hospedeiros obrigatórios em seus ciclos de
vida. S. cruzi, por exemplo, escolhe a vaca como
hospedeiro intermediário e um canino como
definitivo. O hospedeiro intermediário se infecta
ingerindo oocistos que saíram nas fezes do hos-
pedeiro definitivo; no intestino delgado os cistos
liberam as larvas, que perfuram a parede intestinal
e vão para os tecidos do corpo, onde invadem
as células e se reproduzem assexuadamente. As
células cheias de parasitas se chamam sarcocistos,
e os parasitas dentro são bradizoítos.
Humanos são hospedeiros definitivos de S.
hominis e S. suihominis, cujos hospedeiros inter-
mediários são, respectivamente, bovinos e suínos;
a infecção acontece quando a carne de boi ou de
porco cheia de sarcocistos é mal cozida.
Os sintomas da infecção costumam aparecer no
mesmo dia, ou no dia seguinte – cólica, diarreia,
náusea, dores e anorexia, e desaparecem dois ou
três dias depois.
151
PROTOZOÁRIOS
CLAMÍDIA
Chlamydia trachomatis
Clamídia é um parasita intracelular com muitas
características físicas próprias de um vírus. A
inflamação da clamídia aparece em todo o sistema
geniturinário do homem e da mulher – uretra,
a clamídia é
responsável
vulva, vagina, o útero e seu colo, as trompas e
também pelo
os ovários, a cabeça do pênis, o epidídimo do
tracoma, doença
testículo. Passa por contato genital, inclusive na
que
faz lesões
hora do parto, infectando o bebê através dos olhos
na córnea e
ou do nariz e podendo dar pneumonia. Pega mais
na membrana
conjuntiva
entre diabéticos e os de saúde mais fraca. Crianças
e pode levar
pequenas podem ter otite, laringite ou infecções
à cegueira;
respiratórias devido a clamídia. Ela prospera no
é a causa
mais comum
calor, principalmente das roupas de tecidos sin-
de cegueira
téticos como lycra, poliéster e similares, que não
no mundo,
deixam a pele respirar; o calor úmido assanha
sobretudo no
Oriente médio;
os parasitas, sejam eles fungos, bactérias, vírus
os primeiros
(como o da herpes) ou clamídia. Maiô molhado e
sintomas são
lacrimejamento,
roupas justas pouco arejadas, como calças jeans,
dor e extrema
também são cúmplices.
sensibilidade
à luz
Olho vivo! Corrimentos, inchaço e secreção anal,
vermelhidão na cabeça do pênis ou na entrada
da vagina, desconforto genital (especialmente ao
urinar), febre, dores abdominais e mal-estar geral
são sintomas de clamídia. Se ela não for impedida
vai se complicando e pode causar esterilidade nas
mulheres e infecções bacterianas importantes nos
152
PROTOZOÁRIOS
órgãos pélvicos, genitais e no reto. O tratamento
costuma exigir antibióticos.
BALANTÍDEO
Balantidium coli
É um parasita de muitas espécies de animais,
inclusive humanos, que são infectados ingerindo
cistos através de comida ou água contaminada por
material fecal. Mora no intestino grosso e costuma
invadir a mucosa onde houver lesões provocadas
por outros organismos, causando séria patologia.
Também pode causar infecções fora do intestino.
É muito semelhante à Entamoeba hystolitica em
vários aspectos.
A transmissão para humanos se dá a partir das
fezes do porco – os cistos de B. coli podem con-
taminar a água, a comida ou as mãos das pes soas.
Os sintomas se parecem com os da infecção por
amebas: dores abdominais, cólicas, diarreia, falta
de apetite, cansaço. Raramente, febre.
O tratamento se resume a matar o balantídeo de
fome: como ele só se alimenta de amidos, uma
dieta à base de carnes bem cozidas e vegetais não-
-amiláceos resolve o problema em poucos dias.
153
154
Resumo da
ópera: como
nos infectamos
Amebas, giárdia, cisticercose, cistos hidáticos,
himenolepis, criptosporídeos, equinococos,
oxiúros, dientamebas, dipilídeos, tricocéfalos,
áscaris: ingestão de cistos e ovos através
de mãos, água, leite, comida ou utensílios
contaminados
Coccídeos, sarcocistos, toxoplasma, tênia,
triquina: ingestão de carnes mal cozidas,
de boi ou porco
Tricomonas: contato genital ou umidade
prolongada
Clamídia: contato genital
Leishmânia, calazar: picada de mosquito flebó-
tomo fêmea
Doença do sono: picada de mosca glossina
macho ou fêmea (tsé-tsé)
Mal de Chagas: picada do barbeiro,
que deixa suas fezes infectadas no local
155
Malária: picada das mosquitas anofelinas
Oncocercos: picada de mosquito simulie fêmea
Filarioses: picada de vários mosquitos fêmeas
Espargana, anisakis, diplogonoporus: ingestão
protozoários,
de peixes de água salgada mal cozidos
rotavirus e
norovirus
Fascíolas: ingestão de agrião e outras folhas
passam com
o resto da
ribeirinhas, ou crustáceos de água doce
turma através
mal cozidos
das mãos
e nas águas
Botriocéfalo: ingestão de peixe de água doce,
de enchentes,
sobretudo dos lagos, mal cozido
banheiras,
tanques,
Clonorchis sinensis, Opistorchis felineus e
piscinas
viverrini, Paragonimus: ingestão de peixes
e crustáceos de água doce mal cozidos
Esquistossomose: banhos de rio ou lago, sobre-
tudo em águas paradas
Ancilóstomos, estrongiloides: penetração
através da pele em contato com o solo.
Mas não é só
Se as larvas – de lombrigas, por exemplo –
estiverem na fase viajante, passando pela gar-
ganta, podem infectar outra pessoa através da
tosse, do beijo na boca, até do beijo na mão.
Banheiros públicos, encanamentos velhos,
banheiras, piscinas, lagos e riachos:
em tudo se pode ver o inimigo e ficar
paralisada de medo, passando germicida até
nos pensamentos.
– Mas não é o caso?, pergunta aquela
senhora, já de luvas.
Não, minha senhora, absolutamente
não é o caso. A ideia de higiene, levada
ao extremo, dá na utopia nazista –
uma raça pura, perfeita, saudável, da qual
todos os seres defeituosos estariam excluídos.
Acontece que a vida, a obra e a própria natureza
são cheia de defeitos. O tucano come os
passarinhos, a tiririca invade os canteiros,
a enxurrada destrói as casas, o sol deixa a
terra crestada e não se pode plantar, pessoas e
animais morrem de fome, frio e sede. A imper-
feição, o contágio, a sujeira fazem parte.
A melhor praia do mundo tem mosquitos.
Manter a casa limpa não é varrer uma vez
na vida, é varrer todo dia.
Simplesmente estar atenta aos contatos e
contágios já é uma grande coisa, porque
em seguida se pode tomar as providências
necessárias – que sempre deram certo,
e não teriam razão para não dar agora.
158
Para acabar
com eles
é impossível
impedir que
(Hahaha)
parasitas
domésticos
como baratas,
formigas, pulgas
e camundongos
Infelizmente, a ideia de um remédio fácil, nos visitem de
polivalente e na dose certa para acabar com os vez em quando,
parasitas pode não corresponder à verdade. atrás de comida
Como acentua o professor J.-J. Rousset em
seu livro Maladies para si taires, nenhuma também é
droga consegue a façanha de ser total-
impossível
mente eficaz, válida contra todos os tipos acabar de vez
de hóspedes e sem efeitos tóxicos para com a placa
bacteriana
o hospedeiro.
na boca,
então usamos
Os vermes do intestino são mais fáceis de escova, pasta
tratar porque não precisam ser mortos. A de dente
piperazina e o pamoato de pirví nio, por e fio dental todos os dias:
exemplo, simplesmente relaxam a mus-
pense nisso
culatura de lombrigas e oxiúros, de modo
que eles escorregam direitinho junto
com o primeiro laxante. Os vermes que
estão no fígado, pâncreas e outros órgãos
precisam ser atingidos por substân cias
que circulem no sangue. Outro problema
é que na maioria das vezes há diferentes
tipos de vermes e protozoários infec tando,
159
geralmente também infectados por outros parasi-
tas, e as drogas aparentemente apropriadas podem
não dar resultado. Havendo lombrigas no meio,
o método de
dizem algumas fontes que é preciso tratar primeiro
desinfecção
delas para que não fujam pelos canais afora.
da água pela
energia solar,
Também é preciso ver como é que o hospedeiro
divulgado pela
adquire os parasitas. Na China, há alguns anos,
Unesco, consiste
em expô-la
realizou-se um programa gigantesco de vermi-
ao sol durante
fugação. Parecia assunto de segurança nacional.
duas horas
Tudo foi muito bem conduzido, com exames
(sol forte do
meio-dia)
acurados antes e depois; vermifugou-se a popu-
ou oito horas
lação com êxito e o resultado final teria sido
(sol fraco),
dentro de
maravilhoso – se o índice de reinfecção não fosse
plástico ou vidro
altíssimo. As fontes de contaminação não haviam
transparente ou
sido eliminadas.
azulado
os raios
ultravioleta
do sol matam
a maio ria das
bactérias,
vírus e fungos
causadores
Lavar as mãos ao chegar
de diar reia,
mas não
eliminam
da rua, depois de brincar
cistos de
protozoários
nem ovos
com animais estranhos,
de vermes
depois de pegar em dinheiro,
depois de ir ao banheiro,
160
antes de comer e antes
de escovar os dentes
é uma coisa simples
que ajuda muito.
Manter as unhas curtas
e escovadas evita
ovinhos escondidos.
Não ficar pondo
a mão na boca,
não roer unhas,
não morder a pele dos dedos,
não comer nada cru sem lavar
em água limpa –
para não engolir ovinhos.
161
As folhas, segundo o médico e parasitologista
Helio Copelman, devem ser sempre cozidas. E a
água de beber? Para ele, só é totalmente segura
se for fervida durante cinco minutos – porque,
mesmo sendo tratada com cloro ou ozônio,
dr. Helio
qualquer caixa-d’água com a tampa rachada ou
Copelman é
contra usar água
entreaberta está exposta a insetos, ratos, pássaros
sanitária
e outras visitas. A rede de água também pode ser
e outros
contaminada por esgoto onde a tubulação esteja
desinfetantes
na água de
falha. Até mesmo a água que é captada na mina
beber, porque
pode ter contato com insetos, animais silvestres,
o benefício
pássaros e caramujos transmissores de parasitas.
é perverso
– intoxica e
Por isso tudo, o mínimo a fazer é filtrar a água
prejudica a
flora bacteriana
através de vela, de preferência dentro de talha de
normal
barro simples ou revestida com prata coloidal,
que elimina uma série de bactérias.
Cozinhar sempre,
nunca cozinhar
muito:
esta é uma regra de cozinha chinesa
explícita, estabe lecida a partir
da consta tação de que a vida
162
humana melhorou muito com os alimentos
cozidos. Um dos nossos maiores problemas, matar
a fome, passou a ser resolvido por pães, mingaus
e sopas que utilizavam ingredientes duros demais
para serem comidos crus – arroz, trigo, milho,
feijão. Conseguimos assim satisfazer melhor a caixas-d’água
nossa grande necessidade de carboidratos, que devem ser
inspecionadas
dentro do corpo se transformam rapidinho na e lavadas ao
glicose de que nossas células precisam para viver. menos uma vez
por ano, com
Ganhamos também uma forma de diminuir o frio, água sanitária
já que comida quente esquenta, reanima.
e esfregão,
para tirar todo
Também por ser quente, a comida é digerida com o limo – geleia
mais facilidade pelo estômago; o alimento frio de algas que vai
crescendo
rouba calor da nossa reserva para chegar à tem-
peratura em que o estômago começa a digestão.
Os sábios chineses dizem que viver é ter Chi em
todas as partes do corpo, morrer é perder o Chi.
O conceito de Chi harmonioso engloba todos os
contrastes, e este equilíbrio interno, completado
pela boa relação com o meio externo, gera uma
vitalidade positiva que protege o corpo dos fatores
negativos. As doenças seriam resultado dos confli-
tos entre o Chi e esses fatores. Pois bem: comida
quente reforça o Chi. Reconforta. Trata o corpo
e a alma com delicadeza e consideração, e isso
produz resultados.
Reforça igualmente o sistema triploaquecedor,
que nos mantém quentinhos por dentro. Todos
os órgãos ficam animados. Quando estamos com
163
muita fome sentimos frio – faltam calorias por
dentro, ou seja, o corpo não está produzindo
calor a partir da glicose dos alimentos. Metade
do valor de uma boa comida, principalmente
quando estamos com fome, é o fato de ser quente.
água de poço
O mesmo vale para os chás, esses aquecedo-
geralmente
não precisa ser
res rápidos que tantas vezes restauram a nossa
tratada, já foi
energia. (Bebidas alcoólicas também aquecem
filtrada pelo
depressa, já que são carboidratos fermentados e/
terreno
ou destilados, mas não alimentam. Doces, idem.)
não pode é ter
fossa sanitária
E cozinhar tem uma vantagem evidente no
perto do poço –
ele tem que ser
contexto deste papo – acaba com a maioria dos
sanitariamente
parasitas presentes nos alimentos. Isto é impor-
correto
tante principalmente no caso das carnes, onde
é impossível ver os cistos, dos laticínios, que,
segundo a dra. Clark, são uma tremenda fonte de
infecção, e das folhas, frequentemente regadas
com águas sujas. O dr. Copelman conta o caso de
um feirante vendedor de alfaces que estava sendo
investigado por um colega parasitologista. Pegou
as alfaces no mercado, acondicionadas direitinho
na caixa, levou para casa. Era preciso regar para
elas não murcharem. Como? Um pouco abaixo
do banheiro da casa, pelo lado de fora. Cada vez
que alguém ia ao banheiro e puxava a descarga,
aaargh
regava as alfaces.
No caso das carnes, manda o bom senso que sejam
assadas, cozidas, ensopadas ou fritas em óleo bem
quente. Rosbife, carpaccio, filé sangrento, quibe
cru, peixe cru? Olho vivo.
164
As folhas ficam deliciosas quando são refogadas
com um dentinho de alho em azeite de oliva, ou
cozidas no vapor, ou mesmo aferventadas – o
agrião, por exemplo, perde o gosto picante, a
chicória deixa de ser amarga, a rúcula e o espina-
fre dão graça ao macarrão. Alface cozida é uma
iguaria finíssima, assim como acelga, repolho,
couve então nem se fala...
Exame de fezes:
o x da questão
Apenas um, negativo, não sig-
nifica ausência de vermes;
é indispensável repetir o exame
pelo menos três vezes, com
intervalos de sete a dez dias, e
com quatro métodos de exame,
para confirmar que não há nada.
by Robert Crumb
O ideal, segundo o professor Helio Copelman,
seria cada pessoa ter um cadastro coprológico, isto
é: cadastro de fezes, uma ficha onde iriam sendo
anotados os resultados de exames periódicos
das fezes. Isso poderia representar uma grande
economia em tratamentos de saúde, uma forma
de combate permanente às parasitoses.
165
Ele recorda que, até 1980, o governo mantinha
excelentes serviços de laboratório. Os postos que
faziam exames eram apelidados de “malária”,
porque existiam desde a época em que a malária
ainda representava uma preocupação constante
no Rio de Janeiro, e funcio navam muito bem. “–
Mandei muitos pacientes para lá e os resultados
vinham certinhos”, diz ele.
O professor examina pessoalmente todas as
lâminas em seu laboratório de Copacabana. Seus
microscópios contam muitas histórias. Uma delas:
em 1977, o time do Flamengo ia muito mal. O
jogadores se arrastavam em campo, a defesa
não defendia, o ataque não atacava, e o médico
do clube procurou o professor. Ele examinou
as fezes de titulares e reservas e não deu outra:
achou parasitas em todos, com vários casos de
parasitose múltipla. Tratou, constatando que
1977: houve acentuada melhora do estado físico e da
Flamengo produção durante os jogos. E, Fluminense doente,
campeão
ainda sofreu a dor de ver o Flamengo ganhar o
campeonato.
Exames de fezes devem ser realizados com todo o
rigor da técnica, usando pelo menos três métodos
diferentes, para minimizar os riscos de falsos
negativos. É claro que, nesse caso, o paciente
depende muito da exigência do médico e de seu
próprio empenho em se tratar.
Esse é outro ponto nevrálgico da questão: todo
166
mundo prefere achar que não tem bicho nenhum
lá dentro, na intimidade da sua barriguinha. E
é disso mesmo que estamos falando, afinal: de
manobrar para não ter bicho nenhum na intimi-
dade da barriguinha!
Só a bailarina
muito aqui
é que não tem
pra nós,
uma bailarina
me contou
que tem fungos
Qualquer um pode ter vermes. Pessoas impor- – nas costas,
tantíssimas no cenário local, nacio nal e mundial de esfregá-las
no chão; nos
têm vermes. Reis e rainhas têm vermes. Cantores, pés, do suor nas
sapatilhas;
palhaços e artistas têm vermes. Só a bailarina é na xoxota, da
que não tem...
malha de helanca
por cima da
E além dela algumas pessoas muito sortudas que meia-calça...
são completamente imunes, mesmo comendo
linguiça crua e agrião de beira de vala sem lavar.
167
Para se tratar,
a primeira coisa é encontrar um bom médico,
que tenha estudado as parasitoses, já que elas
são a causa de muitos sintomas que
podem ser confundidos com outras
doenças – e encontrar um bom labora-
tório de análises clínicas, o que pode ser mais
difícil ainda
ou procurar agentes
da Pastoral da Saúde,
ou algum terapeuta holístico, talvez
acupunturista, que saiba diagnosticar
através do teste bioenergético, “do ferrinho”,
ou BiDigital O-Ring-Test, que consegue
detectar bichos em qualquer parte do corpo
desintoxicar o organismo
beber álcool
durante enquanto faz o tratamento, comer e dormir
o tratamento
impede o fígado direito, beber muita água, caldos, sucos, chá;
de filtrar evitar álcool durante algumas semanas, porque
as toxinas ele nocauteia as células macrófagas do fígado,
produzidas pelo
extermínio
justamente as que filtram toxinas; caminhar
diariamente ou manter outra atividade física
168
dizem que...
tratar de novo
...é bom fazer
exame nas luas
crescente e
se ainda encontrar bichinhos. Não encontrou?
cheia, quando há
Parabéns, você zerou! Nesse caso, basta
mais ovos
e cistos,
e tratar nas luas
minguante e
pensar neles se tiver motivos nova, quando
os bichos estão
e tomar alguma coisa que os incomode, dentre
mais fracos
as muitas que as páginas seguintes oferecem.
dizem também
que é bom tratar
Por exemplo, comeu salada crua e depois teve
nos meses que
uma evacuação mole, esquisita, com mau
não têm “r” –
cheiro, ou a barriga doeu – não vale ficar
maio, junho,
julho e agosto
paranoico, mas é como escovar os dentes
todo dia: impede que os bichinhos se instalem
informação
científica sobre o
ajudar a cicatrização do
teste bidigital, ou
bioenergético:
A Medicina do
intestino, evitando:
Século XXI, do
Prof. dr. Paulo L.
fritura, pimenta, molhos gordurosos ou
Farber, Editora
picantes, conservas salgadas, bacalhau,
Roca, e também
www.baobab.
feijoada, chocolate, folhas cruas, casca
or.jp/~oring/e_
e bagaço de frutas, abacate, manga, mamão,
index.html
melão, camarão, bebida alcoólica, café,
bebidas muito quentes ou geladas, doces.
as folhas
verdes devem
Esta dieta produz calma e bem-estar.
ser levemente
cozidas ou
refogadas com
azeite e alho
169
170
Do que eles
e o que eles
adoram?
não gostam
tudo o que
a gente não
consegue digerir,
assimilar ou
eliminar direito:
leite e derivados,
pães, bolos,
ALHO
biscoitos e
massas, carne
e frutas em
Allium sativum
excesso, toxinas,
Se você quer falar bem de alguma coisa e não
aditivos químicos
sabe o que eleger, experimente o alho. Ele só
não tem uma virtude, que é perfumar o hálito;
em todas as outras é insuperável.
o muco
resultante
Para começar, o tempero. Alho socado e refo-
da comida
mal digerida,
gado dá vida à maioria dos pratos, as sopas
especialmente
modestas que o digam. Fatiado e cozido, na
de farinhas, leite,
água, no azeite ou no vinho, acompanha altos
queijos e outros
lácteos,
pratos de carnes, frango, peixe, vegetais, cogu-
é um habitat
melos. Uma vinha-d’alhos é fundamental para
maravilhoso para
micróbios
purgar carnes mais pesadas antes de assar ou
de toda espécie
cozinhar. Um pão de alho para abrir os traba-
lhos da mesa é sempre bem-vindo. Qualquer
patê que se preze leva um dentinho de alho.
“meu corpo
Uma conserva de alho no molho de soja – basta pede um doce”,
diz a moça,
descascar, cobrir com o molho escuro e deixar
mas quem está
alguns dias – acompanha bem qualquer prato
louco por uma
e é um tira-gosto delicioso. Dentes grandes
glicose rápida
são os bichinhos
podem ser assados no espeto.
dentro dela
171
receita tibetana
Para temperar o feijão, pode-se colocar uma
para limpar e
renovar todo o
cabeça de alho inteira, sem descascar, e depois
organismo:
espremer o creme com uma colher de pau, reti-
350 g de alho
picadinho
rando a palha.
e 275 ml
de álcool de
Consta que a primeira greve da história acon-
cereais em vidro
teceu quando os escravos que construíam as
tampado, na
pirâmides do Egito deixaram de receber sua
geladeira; coar
após 10 dias
porção diária de alho, que estava em falta
e começar a
no mercado. “Assim não é possível traba-
usar no 13o dia,
lhar”, resolveram eles, e cruzaram os braços.
mantendo na
geladeira.
Atribuíam ao alho seu vigor, sua disposição.
Tomar com
água, sempre
Não é para estranhar. Há milênios que o alho
antes das
afasta vampiros, vermes e parasitas em geral,
3 refeições,
é antiespasmódico, neutraliza gases, estimula
começando
com 1 gota de
a secreção de bile, é digestivo, diurético, toni-
manhã,
ficante, expectorante, baixa a febre. Usado
2 no almoço,
3 no jantar,
constantemente na alimentação, cru e cozido,
4 na manhã
equilibra as taxas de colesterol e triglicerí-
seguinte, e ir
deos; reduz a hipertensão, regula a glicose
aumentando
1 gota até
do sangue, previne contra tumores malignos,
chegar a 15;
relaxa os vasos sanguíneos evitando a arterios-
reduzir então
clerose. Descongestiona as vias respiratórias
as gotas, de
uma em uma,
e trata a bronquite. Ajuda a eliminar toxinas,
até voltar a 1;
pois contém muito enxofre. Também contém
tomar então
uma vez 15
germânio, que facilita a absorção de oxigê-
e depois 25
nio pelas células. Preserva vitaminas; contém
de cada vez,
B6 e selênio, facilita o aproveitamento da B1.
até terminar
o vidro; repetir a
Desintoxica, acalma e aumenta a capacidade do
cada 5 anos
organismo de resistir ao frio e ao calor.
172
Combina muito com carnes e feijões,
mas pode ser comido com outros alimentos
mais leves em quantidade menor.
somente
O extrato de alho é usado atualmente como
o alho cru,
o extrato
antibiótico em infecções importantes, princi-
e o óleo
palmente por fungos; funciona contra vírus da
de alho
herpes e outros relacionados; aumenta a ativa-
funcionam como
antibióticos
ção das células T e acentua a função antitumoral
das macrófagas; aumenta a imunidade contra
uma série de agentes infecciosos.
Num estudo de 1944 a conclusão era de que o
alho tinha um poder maior e mais abrangente
do que todos os outros antibióticos por ser ao
mesmo tempo bactericida, fungicida, vermí-
fugo, antiviral e antiprotozoário. Atualmente, 72
diferentes infecções
podem ser evitadas usando alho.
Na Rússia é o remédio mais comum contra
gripes, resfriados, tosse e desordens intestinais.
Na Polônia é usado contra gastroenterocolite,
dispepsia, pneumonia, nefrose e septicemia.
Na China, doses altas de alho têm sido empre-
gadas no tratamento da meningite criptocóccica,
infecção fúngica que não
cede a antibióticos comuns.
O cheiro do alho, que fica no corpo durante
várias horas, diminui bastante se ele for inge-
rido junto com um alimento proteico – carnes,
lácteos, ovo, feijões; está ligado à alicina, o
173
poderoso princípio ativo, e não há como obter
os bons efeitos sem pagar o preço. Mastigar uns
raminhos de salsa depois de ingerir o alho pode
ajudar a reduzir o hálito. Tomar um copinho
o cheiro
de vinho tinto, segundo os franceses, também.
Chupar um ou dois cravos-da-índia. Beber
extrato de clorofila.
Para fazer óleo de alho em casa, soque uns dois
dentes de alho bem socados (dizem que espre-
óleo de alho
mer não serve, socar é que libera os agentes
importantes), misture com azeite de oliva, deixe
três dias na temperatura ambiente, coe e guarde
na geladeira. Amorne quando for usar para dor
de ouvido em bebezinhos e crianças maiores,
pingue duas ou três gotinhas e tampe com um
pedaço de algodão.
Um extrato frio de alho se faz deixando vários
dentes de alho de molho em meia xícara de
extrato
água durante 8 horas.
Água de alho: socar 2 a 4 dentes de alho,
colocar num copo de água quente e deixar
água de alho
durante a noite. De manhã coar e beber; repetir
durante vários dias.
Manteiga de alho: socar alguns dentes de alho
e misturar bem com azeite de oliva e salsinha
manteiga
picada. Passar no pão para comer de manhã ou
a qualquer hora.
174
O suco de alho: socar alguns dentes, espremer
o suco
num pano, usar meia colher de chá diluída em
água e beber 2 ou 3 vezes por dia.
Contra tosse, misturar alho socado com mel.
tosse
Tintura: deixar 200 gramas de dentes de alho
tintura
descascados em um litro de brandy ou conha-
(veja também a
receita tibetana,
que de boa qualidade durante 9 a 14 dias,
página 172)
numa temperatura de 30o C, em garrafa arro-
lhada. Coar e guardar até um ano, tomando 5
a 25 gotas, várias vezes por dia, conforme a
necessidade.
Chá de alho: 25 gramas de alho fervidos em
chá
um copo grande de água ou leite durante vinte
minutos, tomar duas vezes ao dia contra todos
os vermes. Oxiúros: fazer esse tratamento na
lua minguante, durante três ou quatro dias. Uma
variação: macerar 2 dentes de alho sem casca
numa tigela de leite durante 24 horas, e tomar
tudo, pela manhã, em jejum, 3 dias seguidos.
Cápsulas de alho: tomar duas, três vezes ao dia,
com a comida.
cápsulas
Contra vermes em crianças, colocar alguns
dentes de alho nos bolsos da roupa, fazer um
na pele
colar zinho com dentes de alho ou colocar fatias
finas de alho nos sapatos para a alicina ser
absorvida através da pele (cuidado: peles muito
sensíveis podem ser afetadas e formar bolhas).
175
ABACAXI
Ananas sativus
Fatias ou sucos, várias vezes ao dia, para quem
não tem problemas com a acidez do abacaxi.
ABÓBORA: SEMENTES
Cucurbita moschata
Comer apenas sementes de abóbora o dia
inteiro, até a solitária sair.
PASTA TENÍFUGA
50 gramas de sementes de abóbora sem casca,
2 colheres de sopa de mel, 150 ml de água
filtrada em que ficou de molho, durante 5 ou 6
horas, um pedaço de casca de laranja ou limão.
Ficar em jejum durante 12 horas. Socar bem as
sementes de abóbora com o mel; misturar com a
água, beber; seis horas depois tomar uma colher
de sopa de óleo de rícino. A tênia deve sair inteira.
Se não der certo, repetir no dia seguinte.
AMÊNDOA
Amygdalus communis
Comer 10 amêndoas em jejum.
176
AMORA
Morus nigra, Morus alba
Fazer um chá fervendo a casca da raiz e
tomar 3 a 5 xícaras por dia.
AGRIÃO
Nasturtium officinale
Socar e espremer folhas e talos do agrião, tomar
uma xícara das de café duas vezes ao dia.
ARTEMÍSIA
Artemisia vulgaris
Verter um litro de água quase fervendo
sobre 4 colheres de sopa de folhas e raízes
secas; beber feito água durante o dia.
ANDIRA
Andira anthelmintica
Também chamada de angelim-amargo;
é tóxica, por isso os adultos podem tomar
no máximo 3 gramas das sementes moídas
pela manhã, em jejum, em meia xícara
de leite ou água adoçada, durante 3 dias.
177
BATATA-DE-PURGA
Ipomoea altissima e Ip. operculata
Ralar e misturar com açúcar, fazer o doce,
comer uma colher de sopa em jejum e logo
depois tomar banho.
BELDROEGA: SEMENTES
Portulaca oleracea
Comer um punhado de sementes em jejum
ou preparar um chá, fervendo 50 a 100 gramas
de sementes em um litro de água durante
15 minutos. É poderoso vermífugo e também
faz descer a menstruação atrasada.
CARQUEJA
Baccharis trimera
Usar a folha e a raiz para fazer uma infusão e
tomar 3 a 5 xícaras por dia. Muitos diabéticos
conseguiram normalizar sua taxa de glicose
tomando carqueja. O sabor, muito amargo, pode
afugentar o paciente; é bom começar com um
chá mais fraquinho e ir aumentando a dose. Em
muitas pessoas parece que a carqueja aumenta o
desejo por doces.
178
CENOURA
Daucus carota
Misturar um pires de cenoura ralada com dois
dentinhos de alho picados e uma colherinha de
sementes de erva-doce; comer de manhã, em
jejum, durante 3 a 5 dias.
Consta que a cenoura, comida crua antes de tomar
um vermífugo, aumenta muito seu efeito.
CEBOLA
Allium cepa
Foi Louis Pasteur em pessoa quem disse
que a cebola, prima do alho, mata bactérias,
e ninguém até hoje desmentiu – inclusive
com relação a Escherichia coli, Salmonella
e bacilos da tuberculose. A cebolinha verde
( Allium schoeno pra sum), prima da cebola,
também é fortemente bactericida. Inflamações
de garganta não resistem a uma cebola crua. Ela
também atua sobre pulmões congestionados,
fazendo o catarro subir para a garganta, de onde
pode ser cuspido. Para a tosse dos bebês, cortar
uma cebola e deixar uma noite coberta por mel;
dar como xarope.
Contra vermes, suco de cebola com um pouqui-
nho de mel, 1 colher de sobremesa
de manhã, em jejum.
179
CHÁ
Camellia sinensis
Banchá, chá verde e chá preto são folhas dessa
camélia famosa. O preto, as folhinhas novas;
o verde, as maduras; e o banchá, as que já
viveram três anos. O que dá ao chá seu sabor
levemente acre é o tanino, presente em raízes,
cascas, folhas e frutos de muitas plantas. Suas
qualidades antissépticas e adstringentes fazem
do tanino um agente bactericida e antiviral por
excelência. É muito eficaz no tratamento de
amigdalite, faringite, hemorroidas, erupções
cutâneas, diarreia, sangramento intestinal.
O chá também contém flúor, que se junta ao
tanino numa boa barreira contra a placa bac-
teriana e as cáries dentárias. Vários estudos
apontam o hábito de tomar chá verde como um
poderoso trunfo contra o câncer. Ele impede a
formação de nitrosaminas, um grupo de carci-
nogênicos poderosos, e nesse sentido parece
que age melhor que a vitamina C.
Mas há contraindicações: o chá tem estimu-
lantes, pode tirar o sono; excita a mucosa
estomacal e aumenta a produção de suco gás-
trico, não serve para quem tem o estômago
sensível; escurece os dentes;
e em excesso impede a absorção de ferro
e outros minerais.
180
CIDRA: SEMENTES
Citrus medica
Tostar ligeiramente as sementes, junto com
sementes de outros cítricos; moer e fazer uma
infusão com água quase fervendo; tomar 1
xícara pela manhã, em jejum.
COCO
Cocos nucifera
Comer 1 colher das de sopa da polpa do coco
verde, diariamente, em jejum, como preventivo.
Para eliminar tênias, comer somente a polpa do
coco, verde ou maduro, durante um dia inteiro.
CORAÇÃOZINHO
Acharia babata
Contra amebas: socar e espremer a rama para
fazer um suco e tomar de manhã cedo, em
jejum, com mel de abelhas.
ERVA-MOURA
Solanum nigrum
Socar, espremer e tomar 1 xícara do
sumo, durante 4 dias, em jejum.
181
FIGO
Ficus carica
Extrair o suco das folhas e dos talos, diluir em
igual quantidade de água e tomar 2 colheres de
sopa em jejum, durante 1 semana.
CHICÓRIA, ESCAROLA
Chicorium endivia
Chá por infusão, 3 a 5 xícaras por dia.
COUVE
Brassica oleracea acephala
Socar dentro de um pano, espremer, tomar
5 colheres de sopa por dia.
ERVA-DE-SANTA-MARIA
Chenopodium ambrosioides
Usar 10 gramas de folhas, flores e sementes e 1
litro de água quase fervendo para fazer o chá;
tomar 1 colher das de sopa de hora em hora, por
1 a 3 dias; terminar com 2 colheres de sopa de
óleo de rícino.
Também se usa socar bem a erva, tirar o suco e
tomar uma colher de chá depois de cada refei-
ção, durante 7 dias.
182
É um remédio poderoso e, em doses excessivas,
pode ser tóxico.
HORTELÃ-PIMENTA
Mentha piperita
Chá por infusão, 1 xícara em jejum, diariamente
por uma semana. Ou óleo de menta, 1 a 3 gotas
por xícara de água quente.
HORTELÃ COM ALHO
Fazer uma infusão com 20 folhinhas de hortelã
fresca e dois ou três dentes de alho e tomar uma
xícara por dia, enquanto saírem lombrigas.
HORTELÃ COM MEL
Mentha viridis
Contra amebas: socar, espremer e beber meia
xícara do sumo com mel de abelha em jejum.
LIMÃO, ALHO
E SEMENTE DE ABÓBORA
Tomar três colheres de sopa de sumo de limão
misturadas com um dente de alho socado
e comer um punhado de sementes de abóbora,
vários dias seguidos, de manhã, em jejum.
183
LIMÃO: CAROÇOS
Esmagar os caroços de um limão da melhor
maneira possível, misturar com mel e dar às
crianças durante vários dias contra oxiúros.
o website
kitchendoctor.
com
LOSNA
menciona um
estudo da
Artemisia absinthium
Universidade
Fazer uma infusão com 20 gramas de losna para
de Washington
apontando
1 litro de água e tomar 2 colheres das de sopa
significativas
de hora em hora. Não usar qualquer preparado
propriedades
anticancerígenas
de losna além de 7 dias.
na losna
(Artemisia
absynthium),
LOSNA: VINHO
especialmente
em casos de
Macerar 30 gramas da planta em 60 ml de
câncer no seio
álcool de cereais a 60o durante 24 horas;
juntar um litro de vinho branco e deixar
macerar durante dez dias; coar espremendo bem
as folhas. Tomar um cálice antes ou depois
a losna é
das refeições, durante uma semana.
essencial na
composição
do vermute,
bebida feita
LOSNA: CERVEJA
com vinho e
ervas amargas,
Deixar macerar, durante 4 dias, 30 gramas
muito apreciada
de losna dentro de 1 litro de cerveja;
pelos efeitos
contra áscaris e oxiúros, tomar um copinho
benéficos sobre
o apetite e a
(50 ml) de manhã, em jejum, por 4 dias,
digestão
meia hora antes de comer.
184
LOSNA: CATAPLASMA
Socar um punhado de folhas fescas com um
pouquinho de leite e um dente de alho; aplicar
sobre o ventre contra áscaris e oxiúros.
MAMÃO: LEITE
Carica papaya
Tomar 3 colheres de chá do leite que sai quando
se corta a fruta verde ou o tronco do mamoeiro,
com igual quantidade de mel e um laxante, em
jejum, pela manhã.
MANDACARU
Cereus jamacaru
Descascar a fruta, cobrir com açúcar, colocar no
sereno e comer de manhã cedo.
MASTRUZ
Senebiera pinnatifida
Socar as folhas, espremer e misturar
1 colher de sopa do sumo
a 1 xícara de leite;
tomar em jejum.
185
MAXIXE
Cucumis anguris
Fruto ao natural, em saladas cruas.
OLIVEIRA
Olea europea
Usar as folhas e a casca do tronco para fazer um
chá e tomar 3 a 5 xícaras por dia.
PÊSSEGO
Prumus persica
Usar as flores para fazer uma infusão e
tomar 3 a 5 xícaras por dia.
PICÃO
Bidens pilosa
Usar as folhas numa infusão e tomar 3 a 5
xícaras por dia. Muito eficiente contra vermes
do fígado e para tratar hepatites.
PITANGA
Stenocalyx pitanga
Ferver as folhas durante 15 minutos
e tomar 3 a 4 xícaras ao dia.
186
RABANETE: SEMENTES
Raphanus sativus
Ferver 1 colher de sopa de sementes
em 1 litro de água durante 20 minutos;
tomar ao longo dia.
REPOLHO
repolho
é a fonte
Brassica oleracea, var. capitata
mais rica e fácil
de lactobacilos
Cortar, socar, espremer num pano e extrair
acidófilos
o sumo; tomar, em jejum, uma xicrinha de café o chucrute,
(crianças) ou duas (adultos), durante três dias.
repolho
fermentado,
é famoso
por ajudar
LACTOBACILOS DE REPOLHO a digestão
das carnes
De manhã, bater no liquidificador durante
meio minuto, primeiro devagar depois em alta
água comum,
tratada com
velocidade, 1 3/4 copos (420 ml) de água pura
flúor ou cloro,
ou destilada com 3 copos (720 ml) de repolho
mata os
lactobacilos
cortado bem fininho e não muito apertado.
Colocar a mistura num vidro, cobrir com um
pano fino e deixar à temperatura ambiente
durante exatas 72 horas; coar e jogar fora o
bagaço. Do líquido, apelidado Rejuvelac,
1/4 de copo (60 ml) são o fermento: reservar.
Bater novamente no liquidificador
3 copos de repolho cortado fininho com
1 1/2 copo (360 ml) de água pura, colocar no
vidro, juntar os 60 ml do primeiro Rejuvelac.
187
Chacoalhar o vidro, cobrir e deixar à tempera-
tura ambiente durante 24 horas
(o processo vai mais rápido agora porque já tem
o fermento).
no iogurte,
Guardar o resto do Rejuvelac na geladeira e
os lactobacilos
tomar 1/2 copo (120 ml) três vezes ao dia,
declinam após
junto com as refeições. Jogar fora qualquer
24 horas;
nas cápsulas,
resto de Rejuvelac depois de 24 horas.
ninguém
Usar diariamente de um a três meses.
garante que
estão vivos
O sabor do bom Rejuvelac é ácido e ligeira-
mente gasoso, lembrando iogurte
natural ou água mineral gasosa forte.
Se o gosto for podre, jogue fora
no iogurte, e comece de novo.
os lactobacilos
declinam após
24 horas;
nas cápsulas, ROMÃ
ninguém Punica granatum
garante que
estão vivos
Ferver a casca do tronco e tomar meia xícara
de 3 em 3 horas, durante alguns dias.
SAPOTI
Achras sapota
Ferver a casca do tronco e tomar
3 a 4 xícaras por dia.
188
TAMARINDO
Tamarindus indica
Fazer uma infusão com as folhas e tomar
3 xícaras por dia.
POÇÃO VERMÍFUGA CEARENSE
Maria Odete Uchoa,
“A natureza a serviço da vida”
50 gramas de argila em pó
5 gramas de sementes de mastruz (Senebiera
pinnatifida)
5 gramas de hortelã rasteira
5 gramas de sementes de mamão
5 gramas de sementes de bucha (maxixe-do-pará)
1 colher (chá) de batata-de-purga
1 colher (chá) de carvão vegetal
Tudo deve ser seco e transformado em pó; mis-
turar bem e passar na peneira; tomar
uma colher (chá) dessa mistura
com água ou leite durante 7 dias.
Depois, tomar uma vitamina de jatobá
com cajueiro.
189
TEMPERO CONTRA VERMES
dra. Clara Brandão,
“Alimentação alternativa”
Temperar os alimentos
cada dia com um tipo de planta:
segunda-feira, hortelã
terça-feira, alho
quarta-feira, mastruz
quinta-feira, coentro
sexta-feira, salsa ou cebolinha.
GELEIA CONTRA VERMES
também da dra. Clara Brandão
4 bananas maduras com casca
1 maço de mastruz com semente
1/2 maço de hortelã
1 1/2 copo de açúcar
Socar bem o mastruz com a hortelã e o açúcar,
acrescentar as bananas. Levar ao fogo até dar
ponto de geleia e comer 1 colher (chá) duas
vezes ao dia, ou passar no pão, na bolacha,
na mandioca, no beiju, etc.
190
ARGILA
contra giárdia
Colocar, à noite, uma colher de sopa de argila
em pó num copo d’água, mexendo bem; de
manhã, quando a argila já assentou no fundo,
beber a água em jejum e repetir durante dez
dias. Emplastros de argila na barriga também
são úteis contra parasitas.
191
Da homeopatia
Cina (Artemísia austríaca)é indicada para
sintomas de lombrigas como coceira no nariz,
fome canina, ranger de dentes, cólicas, gritos,
estrabismo, cor azulada em torno da boca,
tosse, coqueluche, enurese noturna, pulsação
do músculo superciliar; para “crianças imperti-
nentes, mal-humoradas, irritáveis, que querem
tudo e rejeitam tudo quanto se lhes dá, que não
querem ser tocadas nem acariciadas” (Nilo
Cairo).
Cina TM (tintura-mãe), 10 a 15 gotas em um
pouco d’água, de manhã e à noite, durante 4
dias. Para crianças, 2 gotas por cada ano de
idade, até um máximo de 7 gotas diárias. Allium
sativum TM, 20 a 50 gotas à noite durante 4
dias.
Silicea e Cina para fazer a prevenção, sempre
melhor
prevenir
nos 3 primeiros dias da lua minguante: antes do
que
meio-dia 5 gotas de Cina CH12 e às 19 horas
remediar
5 gotas de Silicea CH12.
Contra tênia, Filix mas como remédio principal ;
Mercurius corrosivus, Stannum, Cuprum aceticum e Kali iodatum também têm sido usados.
Teucrium marum verum é receitado contra
oxiúros como principal remédio, mas Cina,
192
Sinapis nigra, Aesculus, Rathania, Aconitum,
Lycopodium e Ipeca também são indicados.
O uso de nosódios homeopáticos, feitos a partir
do próprio parasita que se quer combater, têm
dado bons resultados. Entre eles, Ameba 30CH.
Da acupuntura
Citado por Marguerite de Surany, Le Perpetuel
Devenir: “A bexiga regula e estabiliza a atitude
da pessoa. O meridiano da Bexiga elimina tudo o
que é turvo. Responde à tensão nervosa. É ativo
para os vermes intestinais: expulsa a tênia. (...)
É o 67 da Bexiga que trata dos vermes parasitas
de toda variedade. (...) Assim como o veneno dos
vermes no vinho o transforma em vinagre, no
corpo o veneno dos vermes também age.”
“Abundância de saliva pelos três vermes
intestinais.” A saliva é tratada pelo 10 da
Bexiga, que dispersa os excessos. Tratar três
dias antes e três dias depois do começo da lua
nova, já que “é nesse período que eles
acasalam e botam ovos”. Fazer 3 vezes,
ao longo de três meses.
193
Da macrobiótica
ARROZ INTEGRAL CRU
Esta é a principal estratégia macrobiótica para
acabar com os vermes: ficar em jejum até a hora
do almoço, e aí comer um bom punhado de
arroz integral cru, meio punhado de sementes
de abóbora descascadas e outro meio punhado
de alho, cebola e alho-poró ou cebolinha verde
picadinhos. Uma hora depois tomar um chá
de artemísia bem forte, ou de losna. Esperar
duas horas antes de fazer uma refeição normal.
Repetir durante 3 dias, descansar uma semana e
fazer mais 3 dias. A explicação é que os vermes
ficam intoxicados e vão abandonando o navio,
digo, o corpo.
Se não for possível ficar em jejum até a hora do
almoço, o tratamento deve ser feito de manhã.
Na hora em que dá uma fome súbita e incon-
trolável, característica de algumas verminoses,
também é útil comer
um punhado de arroz integral cru ou de semen-
tes de abóbora descascadas.
Quem não tem dentes fortes para
triturar o arroz pode socar os grãos
no pilão e comer salivando bem.
194
TRIGO-SARRACENO
Pode-se comer o macarrão, chamado soba, ou
simplesmente misturar a farinha com água,
fazer rolinhos e comer, crus mesmo. Para obter
uma farinha mais fresca, moer os grãos no
liquidificador e peneirar.
CHÁ DE HABU
Cassia torosa
Tostar ligeiramente 1 colher de sopa de semen-
tinhas de habu até começarem a pular; ferver
durante 3 minutos com meio litro de água;
deixar esfriar e beber ao longo do dia.
CHÁ DE ARTEMÍSIA
Artemisia vulgaris
Fazer uma infusão vertendo meio litro de água
quase fervendo sobre duas colheres de sopa
de artemísia fresca (folhas, talos e flores, se
houver); tomar 3 xícaras por dia.
SUMO DE ARTEMÍSIA CRUA
Socar e espremer um punhado de folhas frescas
de artemísia; tomar o sumo em jejum, pela
manhã, e continuar sem comer até o almoço.
195
SEMENTES DE ABÓBORA
EM PASTA
Secar ao sol ou no forno as sementes de uma
abóbora japonesa (hokkaido), que é arredon-
dada e tem a casca verde-escura brilhante.
Descascar então as sementes, abrindo-as com a
ponta da faca. Socar no pilão 1 colher de sopa
das sementes descascadas até virarem pasta,
comer e ficar em jejum até o almoço. Repetir
durante um mês, alternando
a cada semana com o chá de sementes de
abóbora tostadas.
CHÁ DE SEMENTES DE
ABÓBORA TOSTADAS
Tostar as sementes no forno ou na frigideira e
ferver 1 colher de sopa delas com 1 1/2 copo
de água, durante 20 minutos. Tomar em jejum,
pela manhã, e não comer até a hora do almoço.
Repetir durante um mês, alternando a cada
semana com as sementes de abóbora em pasta.
CALDO DE DOKUDAMI
Hontuyinia cordata
40 gramas de folhas de dokudami, socadas e
espremidas; tomar meia xícara de café desse
sumo, duas ou três vezes ao dia.
196
CALDO DE ALHO
Cozinhar 7 dentes médios de alho em meio
copo d’água até ficarem macios; coar e beber,
uma ou duas vezes ao dia.
CEBOLINHA VERDE OU NIRÁ
São tóxicas para os vermes e devem estar
sempre acompanhando a comida, cruas ou
cozidas.
MESMO SEM FAZER NADA
CONTRA ELES,
o simples fato de comer no estilo
macrobiótico já faz a bicharada desanimar.
Isto porque a alimentação se torna
mais saudável, o que melhora as defesas;
os alimentos costumam ser cozidos,
portanto menos sujeitos a contaminação;
missô, shoyu e gersal, muito usados nessa
dieta, são salgados, e os bichinhos gostam
é de doces; e quanto a estes, a ordem
é evitar ao máximo.
Também não entram leite e laticínios,
gorduras, café e outros estimulantes,
temperos fortes, álcool, gorduras,
enfim – a vidinha dos bichos fica
muito monótona, tadinhos.
197
Da dra. Clark
Ela adotou dois ingredientes que temos aqui,
losna e cravo-da-índia, e um que só existe nos
Estados Unidos, a tintura extraforte de
para obter
black walnut hull, a capinha verde da noz
as ervas da
dra. Clark,
de Juglans nigra. Dizia que essa combinação
o melhor é
acaba com 120 tipos de vermes e protozoários.
acessar o
site www.
A losna (Artemisia absynthium) deve ser seca,
drhuldaclark
triturada e colocada em cápsulas contendo
.com
200 a 300 mg de erva.
outro site
Os cravos (Dianthys caryophyllus) devem ser
interessante
moídos e imediatamente colocados em
que também
cápsulas de gelatina tamanho 00 (se não tiver,
vende fórmulas
herbais contra
servem os tamanhos 0 e 000); o princípio ativo
parasitas,
do cravo é muito volátil e se perde em poucos
junto com muita
informação,
minutos, e a dra. Clark afirmava que é a única
é www.
substância capaz de atingir os ovos dos parasi-
kitchendoctor
tas em qualquer lugar do corpo.
.com
O tratamento começa usando os três produtos
ao mesmo tempo, sempre de estômago vazio,
antes de comer. A dose vai aumentando E con-
tinua pelo resto da vida, uma vez por semana,
com doses de manutenção.
198
Dia 1
Extrato: 1 gota em 1/2 xícara de água antes do almoço
Losna: 1 cápsula de losna antes do jantar
Cravo: 1 cápsula de cravo antes das 3 refeições
Dia 2
Extrato: 2 gotas em 1/2 xícara de água antes do almoço
Losna: 1 cápsula de losna antes do jantar
Cravo: 2 cápsulas de cravo antes das três refeições
Dia 3
Extrato: 3 gotas em 1/2 xícara de água antes do almoço
Losna: 2 cápsulas de losna antes do jantar
Cravo: 3 cápsulas de cravo antes das três refeições
Dia 4
Extrato: 4 gotas em 1/2 xícara de água antes do almoço
Losna: 2 cápsulas de losna antes do jantar
Cravo: 3 cápsulas de cravo antes das três refeições
Dia 5
Extrato: 5 gotas em 1/2 xícara de água antes do almoço
Losna: 3 cápsulas de losna antes do jantar
Cravo: 3 cápsulas de cravo antes das três refeições
Dia 6
Extrato: 2 colheres de chá em 1/2 xícara de água antes
do almoço (fim da série; repetir uma vez por semana)
Losna: 3 cápsulas de losna antes do jantar
Cravo: 3 cápsulas de cravo antes das três refeições
Dias 7 e 8
Losna: 4 cápsulas de losna antes do jantar
Cravo: 3 cápsulas de cravo antes das três refeições
Dias 9 e 10
Losna: 5 cápsulas de losna antes do jantar
Cravo: 3 cápsulas de cravo antes das três refeições
199
Dia 11
Losna: 6 cápsulas de losna antes do jantar
Cravo: 3 cápsulas de cravo antes do almoço (fim da série;
repetir a dose uma vez por semana)
Dia 12
Losna: 6 cápsulas de losna antes do jantar
Dia 13
Losna: 7 cápsulas de losna antes do jantar
Extrato: 2 colheres de chá em 1/2 xícara de água antes
do almoço (repetição uma vez por semana)
Dias 14, 15 e 16
Losna: 7 cápsulas de losna antes do jantar
(fim da série; repetir a dose uma vez por semana).
Dizia a dra. Clark que tanto a presença de parasitas
quanto seu extermínio causam perturbação no
sono, mesmo em quem nunca teve problemas de
ornitina insônia, porque eles produzem muita amônia; por
para dormir bem
isso recomendava tomar suplementos de ornitina
durante o programa de vermifugação. Ornitina é
um aminoácido que reduz o nível de amônia no
organismo e aprofunda o sono sem gerar efeitos
colaterais. Dica: experimentar três dias seguidos,
2, 4 e 6 cápsulas, e ver qual é a melhor dosagem.
200
ZAP NELES!
Essa dra. Clark foi uma pesquisadora incansável
e inventou coisas dignas de Professor Pardal –
como um aparelhinho que mata vermes, fungos,
bactérias e vírus através de radiofrequência. É o
zapper.
Primeiro inventou outro, que mede as ondas de
radiofrequência que cada animal emite, vivo ou
morto. Aí começou a procurar dentro do corpo
ressonâncias para amostras de laboratório com
parasitas de humanos, como por exemplo a fas-
cíola, e descobriu um meio de irradiar de volta,
na mesma frequência, de modo a interferir ener-
geticamente no verme de forma mortal. Com o
tempo foi aprimorando a coisa e até construir
um aparelhinho muito simples,
o zapper: um gerador de frequência com dois
cabos de cobre que a pessoa segura nas mãos
enquanto recebe uma corrente energética de 9
volts durante alguns minutos.
Num primeiro momento, dizia, isso mata todos
os vermes. Mas joga em circulação as bactérias
e vírus e fungos que estavam parasitando esses
vermes. Então é preciso outras aplicações, que
vão dando cabo deles, das larvas e ovos. No total
são 10 dias de tratamento, com três aplicações
diárias de 7 minutos cada, com intervalos de 20
minutos, num aparelhinho simples e barato que
qualquer um pode ter.
201
Feita a faxina, é fundamental limpar o corpo das
toxinas remanescentes. A dra. Clark indica no livro
a maior parte
uma limpeza completa de rim e fígado, para a qual
das drogas
também dá receitas, e prega um lembrete:
contra vermes,
protozoários
e fungos não
é indicada
para grávidas,
especialmente
“O verdadeiro desafio
no primeiro
trimestre da
não é matar nossos invasores,
gravidez
usar temperos
vermífugos
mas recuperar a saúde
como hortelã
e alho e evitar
e a imunidade”.
as comidas
que ajudam
os vermes
pode ser a
melhor atitude
na gestação
olho vivo:
artemísia,
plantinha
vermífuga
irmã da
losna,
é também
abortiva
202
Da farmácia
O termo “vermífugo” se refere mais à droga que
bota os vermes para fora sem matar – a substân-
cia age por contato com o freguês.
Mas os parasitas que estão em outros órgãos
precisam ser atingidos através do sangue,
o que aumenta a intoxicação do hospedeiro.
Por isso nunca é bom tomar remédios por conta
própria; doses e substâncias inadequadas não
adiantam e fortalecem os bichos. Se for impos-
sível fazer exames e receber orientação médica,
o conselho do dr. Copelman (– “Não tem outro
jeito! ”) é apelar a um farmacêutico experiente e
tomar uma droga polivalente.
Albendazol: áscaris, oxiúros, tricocéfalos,
ancilóstomos, equinococos, estrongiloides,
larva migrans cutânea e visceral, cisticercose
Bitionol: fascíola hepática e paragonimus
westermani
Cambendazol: estrongiloides
Dietilcarbamazine: filárias
Ditiazanine: estrongiloides e tricocéfalos
Flubendazol: áscaris, oxiúros, tricocéfalos,
ancilóstomos e triquinose
Hidroxinaftoato de befênio: ancilóstomos
203
anti-helmíntico
Ivermectin: larva migrans cutânea
é o preparado
que afugenta
Levamisol: áscaris, ancilóstomos, oxiuros
ou destrói os
Mebendazol: áscaris, oxiúros, ancilóstomos,
vermes, tanto
triquinas, larva migrans visceral
do intestino
quanto dos
Mentha crispa: hortelã da folha miúda é a base do
outros órgãos,
Giamebil, usado contra giárdias e amebas
mas não os
protozoários
Metrifonato: esquistossomas
Metronidazol, secnidazol, tinidazol, ornidazol:
a piperazina,
amebas, giárdia, tricomonas
que pegava
áscaris
Niclosamida: tênia, himenolépis, botriocéfalo,
e oxiúros,
fascíola intestinal
saiu do
mercado
Nitazoxanida: helmintos nematódeos, cestódeos e
trematódeos; protozoários; larvas, ovos e cistos
Oxamniquina: esquistossomas (S. mansoni)
extrato de
Praziquantel: tênia e outros cestódeos,
silimarina, ou
cardo mariano
esquistossomas, cisticercos e todas as fascíolas
( Silibum
Pirantel: áscaris, oxiúros, ancilóstomos
marianum),
é excelente
Pirvínio: oxiúros
para proteger
o fígado antes
Quinacrine: cestódeos
e depois
Tetramisol: nematódeos intestinais, e parece que
do bota-fora dos
dá conta das larvas também
bichos; pode ser
homeopático,
Tetracloretilene: ancilóstomos e fascíola intestinal
manipulado
ou comprado
Tiabendazol: estrongiloides, áscaris, triquina, larva
em farmácia
migrans cutânea e visceral.
como Legalon e
Silimalon
204
A dieta
o que têm os
vermes a ver
com isso?
do dr. Barcellos
contra o câncer
e todas as alergias
Raul Barcellos foi um médico carioca que lá
pelos anos 1950 constatou o seguinte:
o lugar onde os vermes se alojam vira uma
terra-de-ninguém e acaba degenerando.
Os tecidos ficam sensíveis, frágeis,
têm reações inflamatórias, deficiências estrutu-
rais e pouca capacidade de regeneração – e é aí
que começam a acontecer coisas como o câncer,
com sua proliferação de células anormais, que
consomem sangue e nutrientes
e transpiram toxinas.
Observando e testando, inclusive em si mesmo,
desenvolveu uma dieta que resolve a maioria
dos casos de reação alérgica e muitas vezes
faz estacionar ou regredir o câncer, que
o dr. Barcellos considerava uma forma avan-
çada de reação alérgica.
205
Essa dieta suprime totalmente leite e deriva-
dos, feijão de qualquer tipo (incluindo vagem,
ervilha, lentilha e grão-de-bico), tubérculos
(batata-inglesa, batata-doce, batata-baroa/
mandioquinha, inhame, cará, aipim/mandioca,
farinha de mandioca), aveia, carnes de porco,
lagosta e camarão, abacate, castanha portuguesa
e vitamina C sintética.
– Em suma, não se pode comer nada!
Muito prática, esta dieta...
Claro que pode, minha senhora.
Sobram arroz, trigo, milho, centeio, painço,
carnes vermelhas, peixes, aves, cenoura,
bardana, nabo, beterraba, aipo, funcho, raba-
nete, abóbora, abobrinhas, pepino,
chuchu, maxixe, quiabo, jiló, berinjela, pimen-
tão, tomate, alface, cebola, alho,
chicória, rúcula, agrião, acelga, couves, bróco-
lis, salsa, cebolinha, tomilho,
manjericão, gengibre, cogumelos, algas mari-
nhas, gelatinas, etc., e todas as frutas menos
abacate, e isso tudo se pode comer
com pão, macarrão, massa de torta...
A função dessa dieta é deixar de fornecer aos
tecidos orgânicos, e especialmente ao tumor,
determinadas proteínas muito tóxicas que,
segundo ele, seriam as principais causas das
reações teciduais indesejáveis. Promovendo
a desintoxicação, recupera-se a saúde dos
206
tecidos. Para isso o dr. Barcellos acrescentava
suplementos de metionina (um aminoácido
desintoxicante) e também de ferro, porque
“o paciente em geral tem uma anemiazinha”,
como dizia ele. Pedia exames de sangue e fezes.
No sangue, acompanhava a alteração da eosi-
nofilia – quando há mais eosinófilos presentes é
sinal de que podem estar atacando algum verme
grande. Nas fezes, tentava descobrir quais eram
os parasitas: “Tem que fazer o exame de dez
em dez dias até dar positivo!”, ordenava. E aí,
quando a pessoa estivesse mais fortalecida,
dava o vermífugo.
Acabaram os vermes? Acabou-se a dieta,
o paciente está livre. Os tecidos já podem se
refazer sozinhos.
A dra. Clark não conhecia o dr. Barcellos,
mas também dizia que um tumor canceroso
é o maior antro de vermes, protozoários e
fungos. ‘Simples demais para ser bom,
simples demais para dar certo, simples
demais para não tentar.
207
Da tradição
chinesa
A acupunturista Susana Gigo Ayres, que chegou
à medicina tradicional chinesa pela porta da
fisioterapia, fala do que vem observando no
tratamento das parasitoses:
ACRÉSCIMO
“Antes de fazer a vermifugação é preciso levar
DA 3A EDIÇÃO:
em conta que 1) o indivíduo está intoxicado e,
por isso, facilita a instalação do parasita;
PÁGINAS
2) o indivíduo está intoxicado pela presença
207.1 A 207.12
do parasita; 3) o sistema de defesa está fraco,
pois permite a estada do parasita;
4) os parasitas enfraquecem o organismo
do hospedeiro, pois roubam nutrientes.
“Isto, sem considerar a associação com outros
distúrbios muito freqüentes, como alergias,
gastrites, colites, constipação, câncer, depressão e
primeiro,
anemia, que enfraquecem ainda mais o indivíduo.
desintoxicar
“Minha sugestão é começar por uma dieta de
desintoxicação. Isso promove uma limpeza
nas paredes intestinais que possibilita melhor
assimilação de nutrientes e também de
vermífugos. Crianças respondem bem a pequenos
ajustes alimentares – tirando leite e derivados,
207. 1
bolachinhas, açúcar e doces em geral, e se
Um estudo
japonês sobre
possível aumentando o consumo de verduras,
invasão de
legumes e frutas. Adultos precisam de uma
áscaris nos
órgãos reporta
mudança mais profunda, por isso proponho o
ter encontrado
seguinte:
as seguintes
lombrigas nos
seguintes locais:
“No primeiro dia eliminar todo alimento de
1 nos sínus
origem animal, os doces e açúcares, os produtos
esfenóides,
industrializados, os que são feitos com farinha
5 nos ouvidos,
2 no nariz,
refinada e as frituras.
6 nos brônquios,
17 no fígado,
66 na vesícula e
“No segundo dia tomar uma colher de sopa de
no canal biliar,
óleo de rícino, com a mesma medida de água
40 no apêndice,
morna, em jejum, ao acordar. Se após 3 horas
8 no pâncreas,
22 na cavidade
nada acontecer, repetir a dose. Neste dia é bom
peritoneal,
ficar em casa e beber chás desintoxicantes,
3 na cavidade
comer papa de arroz integral e frutas.
pleural,
21 em abscessos
subcutâneos,
“Nos dias seguintes fazer dieta à base de arroz
3 em hérnias,
5 em órgãos
integral com verduras como chicória , acelga,
urinários e
almeirão, couve, repolho, agrião. Incluir muito
1 em órgão
chá, água e algumas frutas nos intervalos.
sexual.
(Citado por
Pouco a pouco acrescentar legumes, outros
Katsuzo Nishi em
cereais, feijões e até alguns produtos animais
“Princípios de
como peixe ou ovos.
saúde prática”)
“O tempo da dieta desintoxicante varia de
acordo com o quadro do paciente, mas será
de no mínimo 15 dias. A partir de então, com
o aparelho digestivo mais limpo e o sangue
com menos impurezas, o organismo estará
207.2
deu no
mais receptivo aos fitoterápicos e chás para
British Journal
realização da vermifugação; e o sistema
of Cancer:
estudos recentes
imunológico também estará fortalecido.”
sugerem que o
câncer cerebral
Susana comenta que os animais, quando estão
infantil está
doentes, fazem jejum e repouso. “Quando
ligado a um
podem procuram ervas do mato que provoquem
ou mais tipos
de infecção
a limpeza estomacal, através do vômito, e do
intestino, pela diarréia purgativa. Dá a sensação
de que o animal sabe que a maioria dos nossos
males se processa no sistema digestivo e, ao
jejuar, repousar e desintoxicar, ele melhora.”
Para apoiar a dieta, Susana utiliza chás de
bardana, dente-de-leão, banchá e raiz-de-lótus,
além de caldo de rã e sementes de Psyllium.
“O chá da raiz de bardana (Arctium lappa)
bardana
é um dos mais depurativos. Tem ótima ação
nos distúrbios de pele como furunculose, acne,
abscessos, dermatoses, eczema. Tem também
ação fungicida, boa contra transtornos genitais.
Diurético e sudorífero, ajuda na eliminação
de gotas e reumatismos. É também excelente
depurativo do sangue e tem ação sobre o fígado
e a vesícula biliar. Auxilia ainda no tratamento
do diabetes, por sua ação hipoglicemiante.
Para fazer o chá: lavar 10 cm de bardana,
sempre com casca, picar e ferver por
3 minutos em 1 litro de água. Coar.
dente-de-leão
“O dente-de-leão (Taraxacum officinale) é
depurativo do sangue e excelente diurético,
207. 3
com alto teor de potássio. Evita a formação
de cálculos biliares e é considerado tônico
hepático. Seu sabor amargo favorece
a digestão e estimula a secreção gástrica.
“O banchá (Camellia sinensis, folha de 3 anos)
banchá
é digestivo e estabilizador ácido-alcalino.
“O Psyllium (Plantago psyllium) é um laxativo
muito especial. Rico em fibras, estimula
psyllium
o peristaltismo e seus óleos favorecem
a evacuação. Ele tem uma propriedade peculiar:
normaliza o tempo de trânsito intestinal,
aumentando ou diminuindo conforme a
necessidade. Além de todas essas maravilhas,
ainda reduz o colesterol e pode diminuir a
sensação de fome quando ingerido antes
das refeições.
raiz-de-lótus
“O chá de raiz-de-lótus (Lutea nelumbo) é
apropriado nos casos de muito muco, além de
bastante diurético. Deve ser tomado ao longo
do dia com exclusão de qualquer outro líquido.
“O caldinho de rã age beneficamente sobre
caldo de rã
pulmões e intestinos, restaurando a flora
intestinal e fortalecendo a imunidade. Deve
ser tomado de manhã em jejum, uma xícara
bem quentinha, durante uma semana.”
Para fazer o caldo, use uma rã pequena para
dois litros de água, ferva até o líquido se reduzir
à metade, coe e guarde em geladeira.”.
207. 4
Do saber popular
Os teólogos Alda e Geraldo Granja
coordenavam cursos da Pastoral da Saúde.
Ficaram tão interessados no tema que foram
estudar terapias alternativas, fitoterapia e
acupuntura, além do método bidigital, muito
eficiente para abordagem das parasitoses.
Geraldo conta que na Pastoral da Saúde a
grande maioria dos tratamentos é à base de
chás que combinam diferentes ervas: “Para
quem busca a autocura essa é uma prática
muito simples, que só depende do empenho da
da arte
pessoa.” E explica: “ O bom resultado do chá
de fazer chá
depende da quantidade de cada erva, do correto
preparo da infusão e de uma boa combinação.”
quantidade
Quantidade: dividir a palma da mão em 4 partes
de erva
iguais – o que couber em 1/4 da palma da mão
é a quantidade correta de ervas para um litro de
chá para aquela pessoa.
Se forem folhas estreitas, cascas ou raízes,
mede-se pelo tamanho de duas falanges do dedo
indicador.
infusão
Preparo da infusão: juntar as ervas numa vasilha
de vidro ou louça e jogar água quase fervendo
por cima (nunca usar recipientes de alumínio
ou ferro). Deixar tampado por 20 minutos,
207. 5
coar e tomar aos goles, ao longo do dia. No dia
seguinte preparar outro chá.
Preparo de cascas e raízes (decocção): ferver
decocção
durante 3 a 5 minutos, apagar o fogo e deixar
quando há
em infusão durante 20 minutos. Coar.
mistura de
cascas e raízes
Combinação: Geraldo observa que as ervas
com folhas,
medicinais, quando bem combinadas, tratam o
a água em que
organismo todo. “Podemos combinar até sete
foram fervidas
as cascas e/ou
ervas, que sejam: duas depurativas, uma para
raízes é jogada
os rins, uma para o fígado e três para condições
sobre as folhas,
especiais do organismo que precisem de ação
ficando todas
em infusão
calmante, digestiva, respiratória, etc.
Como depurativas, Geraldo indica bardana,
depurativas
tanchagem, chapéu-de-couro, sabugueiro,
salsaparrilha, alho. Para os rins, quebra-pedra,
para os rins
assa-peixe, cavalinha, cana-de-macaco,
cabelo-de-milho. Para o fígado, dente-de-leão,
para o fígado
gervão, carqueja, picão-preto, erva-macaé,
caapeba (pariparoba), alcachofra.
– Para quem não gosta de chá, existe a
garrafada
alcoolatura ou vinho medicinal, a popular
garrafada, que é feita com vinho ou cachaça
e as plantas desejadas. As ervas devem estar
secas e picadas em pedacinhos. A quantidade é
medida no oco da mão: para 1 litro de bebida,
junta-se uma mão de cada erva escolhida.
Tampar e deixar 21 dias num armário escuro;
coar, guardar em local fresco ou geladeira,
tomar 1 colher de sopa 3 vezes ao dia.
207. 6
A prática da medicina popular mistura
intuição, informação e bom senso para tratar
parasitoses: usa ervas comprovadamente
eficientes em doses que intoxicam os hóspedes,
não o hospedeiro. Faz isso com chás, tinturas
e folhas fervidas no leite ou socadas com mel,
como as da erva-de-santa-maria.
Uma tintura se obtém colocando 2 medidas
de material sólido (erva fresca ou alho socado,
por exemplo) num vidro escuro ou embrulhado
em papel, que se completa com 8 medidas
de álcool de cereais ou uma bebida de alto teor
alcoólico; deixa-se no armário de 9 a 21 dias;
aí basta coar e guardar novamente no vidro.
Enquanto a garrafada se toma às colheradas,
a tintura se poupa em gotas.
A microdose
Apenas 4 gotas, pingadas na língua 4 vezes
por dia: esta é a microdose, simples e eficiente
contra a maioria dos parasitas.
Uma fórmula polivalente junta tinturas de
alho (contra fungos, vírus e bactérias),
losna (contra helmintos), hortelã (contra
protozoários) e dente-de-leão (para ajudar o
fígado). Um vidrinho de 30 ml contém
24 gotas de tintura de alho, 30 de losna,
12 de hortelã e 36 de dente-de-leão. O resto
é água, filtrada ou fervida.
207. 7
Se houver suspeita de tênia, além das sementes
coco e sementes
de abóbora
de abóbora (página 176) também é eficiente
a dieta de coco: comer só a polpa branca
durante um dia inteiro. Geralmente a tênia fica
desesperada e sai. Outra solução popular
muito difundida é tomar duas gotas de creolina,
creolina
dissolvidas em água ou leite, depois do almoço,
durante cinco dias.
Para tratar a cisticercose (larvas de tênia),
cisticercose:
compressas de
é muito usado colocar compressas grossas
argila e gotas de
de argila no local durante 2 horas (na cabeça
creolina,
se faz um capacete), durante 3 dias seguidos,
ou sementes
de abóbora
e em seguida tomar as gotas de creolina ou
comer a pasta de sementes de abóbora.
o creosoto,
A argila faz as larvas fugirem para o intestino
principal
e as sementes de abóbora, ou a creolina,
componente
da creolina,
dão conta do resto.
é uma
substância
orgânica
“Veja, ilustre passageiro, destilada do
alcatrão;
os japoneses
o belo tipo faceiro usam pílulas
de creosoto
(Seirogan ou
que tem agora a seu lado! Mont Serrat)
quando têm
dor de barriga,
E no entanto, acredite, por sua ação
contra micróbios
em geral
quase morreu de bronquite:
salvou-o o Rum Creosotado!”
207. 8
Da clínica geral:
amebas &
depressão
A dra. Beatriz Brandão Guerra tem uma longa
experiência com parasitoses. Atende pessoas das
mais variadas classes sociais, e todas ganham
Yellow Kid,
na primeira consulta um pedido de exame de
desenhado por
Richard Outcault
fezes. Os resultados podem surpreender, frustrar
em 1895,
ou confirmar suspeitas. Mas, como ela diz, “a
é considerado
o personagem
clínica é soberana: se o médico acha que deve
inaugural das
tratar, mesmo o exame dando negativo ele trata”.
histórias em
quadrinhos;
Ela vem fazendo descobertas. Por exemplo:
o texto,
úlceras no trato digestivo – estômago, duodeno
geralmente
crítico, aparecia
– quase sempre estão ligadas a estrongiloides.
escrito em sua
Mas sua constatação mais impressionante é a
camisola
depressão causada pela presença de amebas:
– O paciente chega reclamando da vida
e de si mesmo, negativo, vendo sempre o lado
ruim: isso é típico do portador de amebas.
Umas mais, outras menos, todas produzem
esse efeito. Dificuldade em executar tarefas que
antes executava bem, dificuldade até de gozar
as coisas boas da vida, uma conduta típica da
207. 9
depressão: o paciente é o vitorioso que se torna
derrotado por causa de uma amebinha.
É só tratar dela que a depressão desaparece.
Beatriz imagina que as amebas produzam
algum tipo de toxina que age diretamente
sobre o psiquismo.
– Mas toda verminose é toxica. No primeiro
momento isso aparece como uma pequena
perturbação digestiva e você não liga; a
perturbação está lá e produz uma ligeira
variação para o lado negativo, um pequeno
desconforto. Como um pedacinho de carne
entre os dentes – não é nada, mas incomoda.
O mal é que com o tempo você acostuma.
viciados no
desconforto?!
E nós estamos tão viciados no desconforto que
nem percebemos as variações, não imaginamos
que a vida poderia ser melhor.
Ela considera que cada pessoa é um
ecossistema, que vive e interage com outros
ecossistemas. Se há uma parasitose instalada,
é porque aquele ecossistema se desequilibrou.
Como poderia não produzir mal estar?
– A presença do parasita não é inócua.
Todas as células do organismo têm
toxinas
representação cerebral. O mecanismo que
derrubam
capta estímulos produzidos pelo próprio corpo
sentimentos
está registrando o incômodo. Se você
gentis
tem toxinas, os seus sentimentos gentis
se alteram – e isso pode ser um aviso.
207. 10
Seu arsenal médico para enfrentar parasitoses
é vasto: vai dos quimioterápicos mais fortes
à suavidade das dinamizações homeopáticas.
chá de alho:
– Quando o paciente com amebíase não aguenta
3 dentes para
um secnidazol, por exemplo, que é violento,
cada 200 ml
dou chá de alho. Três dentes de alho de bulbo
de água, fazer
fresco todo dia
roxo, fervidos durante 3 minutos e deixados em
infusão por mais 20: tomar por
7 dias, em qualquer horário. A eficácia como
amebicida é de 88%.
Como estratégia preventiva, Beatriz recomenda
aos pacientes o uso de antiparasitários no último
período de cada estação: de 1 a 20 de março, 1 a
20 de junho, 1 a 20 de setembro
e 1 a 20 de dezembro.
– Durante esses 20 dias, digo para tomarem
diariamente alguma coisa que pode até
ser a microdose de alho, losna, hortelã
e dente-de-leão (página 204.7). Terminado
esse período, fazer manutenção repetindo
o tratamento uma vez por semana, tipo toda
segunda-feira. Se sentirem algum sintoma
esquisito, tratar durante uma semana inteira.
Dinamização é o método de concentração
ou elevação da energia terapêutica dos
medicamentos pelo sistema da homeopatia.
Para dinamizar uma fórmula de ervas
medicinais, por exemplo alho/losna/hortelã/
207. 11
dente-de-leão, depois de fazer a mistura das
tinturas na proporção adequada, sem água,
microdose
deve-se tirar 6 gotas, juntar num vidrinho com
polivalente:
20 ml de brandy, tampar, bater o fundo do vidro
24 gotas de
100 vezes na palma da mão; a dinamização
tintura de alho,
30 de losna,
estará pronta. Daí em diante, para fazer um
12 de hortelã
vidrinho de microdose dinamizada, basta tirar 6
e 36 de
gotas e diluir em 20 ml de água.
dente-de-leão
em 30 ml de
água
Ela lembra que a doença e a saúde vão depender
sempre do grau de imunidade
do hospedeiro, da virulência do ataque,
da quantidade de agentes patogênicos
e do ambiente em que ele está.
O resultado é a soma dos fatores.
– Felizmente, muitas vezes
a pessoa se livra da parasitose
porque a condição psíquica melhora.
Alguém que se apaixona, por exemplo:
o amor tem uma tradução bioquímica.
Ou alguém que começa a meditar:
a meditação modifica o ritmo
do cérebro, que passa a trabalhar
em ondas diferentes, e com isso muda
o metabolismo e toda a economia
do organismo, o que vai melhorar
o nível de defesa. Harmoniza
o ecossistema, onde o verme
já não fica à vontade.
207. 12
208
Outros bichos
Insetos (baratas, moscas, formigas,
mosquitos, besouros e outros), crustáceos
(caranguejos, lagostas, camarões & Cia.)
e aracnídeos (aranhas, carrapatos e ácaros)
são todos artrópodes, e os artrópodes são o
maior e mais avançado grupo de animais
invertebrados do bioma
terrestre. Em matéria de evolução,
eles excedem os vertebrados –
são os mais bem-sucedidos
competidores ecológicos do ser humano.
As bactérias fotossintetizadoras surgiram
há 3,5 bilhões de anos. Unicelulares
eucariontes, há 2 bilhões de anos. Primeiros
animais: vermes, medusas e esponjas,
há 650 milhões de anos. Primeiros
artrópodes, há 440 milhões de anos,
junto com as primeiras plantas.
Como, minha senhora? Nós, humanos?
Surgimos outro dia mesmo,
há apenas 2 ou 3 milhões de aninhos...
209
BARATA
Periplaneta americana
Com sua mania de testemunhar tudo há quase
meio milhão de anos, baratas enfiam suas pati-
nhas em qualquer lugar e assim espalham uma
quantidade enorme de doenças parasitárias. Ovos
de vermes e protozoários, por exemplo, elas car-
regam do esgoto sem qualquer proveito próprio,
largando-os em lugares inimagináveis. Servem
só como transporte, não são vetores biológicos
para qualquer das doenças parasitárias humanas;
mas servem como hospedeiras intermediárias de
Mo ni liformis moniliformis, parasita do intestino
caruncho
delgado do rato.
CARUNCHO
Tribolium confusum
O caruncho é uma praga comum em celeiros de
grãos e sacos de farinha. Pode servir de hospe-
deiro intermediário para vários tipos de parasitas,
incluindo Himenolepis spp.
210
PIOLHO E CHATO
Pediculus capitis, P.
piolhos:
de cabeça
humanus
e de corpo
e Phthirus pubis
São parasitas universais dos humanos, ocorrendo
em todas as regiões do globo e classes socio-
-econômicas onde haja pouca higiene. Todos
transmitem rickéttsias causadoras de febres, entre
elas a tifoide, a das trincheiras e recorrente.
O piolho do corpo (P. humanus) é mais comum
nos lugares frios, onde as pessoas ficam tempos
com a mesma roupa. O piolho de cabeça (P. capitis) é mais popular por aqui, sobretudo em criançasque se infestam na escola; as fêmeas põem até
dez ovos (lêndeas) por dia, que ficam grudados
chato
nos cabelos e em 9 dias já são um piolho adulto.
O chato (Phthirus pubis) é transmitido entre
humanos geralmente por contato direto, mas
também através de roupas, toalhas e estofa mentos
contaminados. Prefere cabelinhos de púbis, axilas,
barbas, sobrancelhas e cílios.
outros piolhos:
de cavalo,
galinha, pombo
e peru
211
BARBEIRO
Triatoma infestans
Esse é o mais conhecido transmissor do mal de
Chagas, ou Tripanossomíase americana, junto
com mais trinta espécies e gêneros relacionados;
inseto cascudo, alimenta-se de sangue, tem há-
bitos noturnos e é chamado de bicho-barbeiro,
bicho-de-frade, bicho-de-parede, bicudo, cas-
cudo, chupança, chupão, chupa-pinto, fincão,
furão, gaudério, percevejão, percevejo-do-sertão,
percevejo-gaudério, procotó, rondão, vunvum.
percevejo-
de-cama
PERCEVEJO
Cimex lectularius
C. hemipterus
percevejo-
do-mato
Alimentam-se obrigatoriamente de sangue e
(maria-fedida)
podem transmitir alguma doença, mas isso não é
frequente. Sua presença demonstra falta de higie-
ne na casa. As fêmeas vivem um ano e podem
botar mais de quinhentos ovos.
212
PULGA
Siphonapterae
A classificação científica separa as pulgas, mas
cães e gatos as juntam: tanto a Ctenocephalides
felis quanto a C. canis são encontradas pulando
alegremente em ambos, e servem igualmente de
hospedeiras intermediárias para os cestódeos
Dipy lidium caninum, Hymenolepis nana e H.
diminuta. Humanos, principalmente crianças, são
infectados quando engolem uma pulga. Também
podem transmitir tifo murino ( Rickettsia mooseri
e R. typhi) e peste bubônica ( Yersinia pestis).
Existem muitas espécies de pulgas: a humana,
Pulex irritans, a das galinhas, Ceratophyllus
gallinae, a das galinhas americanas, C. niger, a
famosa Tunga penetrans, que é o bicho-do-pé,
a dos ratos orientais, Xenopsylla cheopis, a dos
brasileiros, X. brasiliensis, e mais 100 variedades.
A mordida da pulga geralmente inflama, coça e
de vez em quando produz uma reação cutânea
grande, chamada pulicose. As pulgas dos ratos
só atacam humanos se estiverem passando fome,
mas as de cães e gatos não têm preconceito. Todas
elas são parasitadas por bichos menores: ácaros,
vermes nematódeos, bactérias, fungos, vírus e
sabe Deus o que mais.
213
BICHO-DO-PÉ
Tunga penetrans
Também chamado bicho-de-porco, espinho-de-
-bananeira, jatecuba, nígua, pulga-da-areia, sico,
taçura, taçuru, tunga, xiquexique, zunge, zunga
e zunja, o bicho-do-pé não passa de uma pulga
fêmea de 1 milímetro que vive na areia e, depois
de fertilizada, gruda na pele do pé humano e in-
vade o tecido subcutâneo formando um cisto. Lá
dentro sua barriga de grávida cresce até ficar com
0,5 a 1 cm de diâmetro, com cerca de cem ovos
dentro. A lesão, geralmente nos dedos ou embai-
xo do pé, coça muito, é dolorosa e sensível, com
um ponto preto no centro. O tratamento consiste
em tirar o inseto inteiro, do contrário pode haver
inflamação e infecção.
MOSQUITO
Existem muitas espécies de mosquitos, entre elas
as que transmitem o parasita da malária, os vírus
da dengue e da febre amarela, o verme cardíaco
canino Dirofilaria immitis e o parasita da leish-
maniose. Na verdade, quem pica mais são as
mos quitas, que precisam de sangue para fertilizar
seus ovos. Ao fisgar a vítima elas injetam na pele
214
uma saliva anticoagulante, para poderem mamar à
vontade, e é nessa carona que o agente infectante
vai. A melhor prevenção continua sendo evitar
águas paradas e comer inhame.
ÁCARO
Ácaros são criaturas que se adaptam muito bem às
circunstâncias mais diversas. Parasitam animais
por fora e por dentro, plantas, solo, água fresca e
salobra, fontes quentes. Podem viver no nariz, nos
sínus, pulmões, estômago ou tecidos profundos
do corpo, causando uma série de mazelas. Os que
comem plantas danificam as folhas e transmitem
doenças virais.
Medem de 0,1 a 6 milímetros, têm quatro pares
de pernas e respiram por uma traqueia ou através
da pele. Os ácaros das aves, dos ratos, dos gatos,
pássaros e macacos são parasitas da subordem
Me sos tigmata. A classificação dos ácaros é tão
numerosa quanto surpreendente. Os Acaridae ata-
cam grãos e queijos, e as larvinhas de Trombi cula
berlese são os minúsculos carrapatos micuins. Os
ácaros cascudos, Oribatida, são importantes no
desenvolvimento da fertilidade do solo e trans-
mitem parasitas aos animais domésticos.
215
CRAVOS
CUTÂNEOS?
Demodex folliculorum, ou não
Aqui existe uma certa contro vérsia: como o peque-
no e alongado ácaro Demodex folli cu lorum gosta de
viver nos folícu-
los pilosos onde
sur gem os cravos,
vários autores di-
zem que ele é o
vilão da história;
sua presença seria
responsável pelo
desastre. Outros
acham que sua pre-
sença ali não in-
flui em nada, uma
vez que há Demodex em folículos
sem cravos e cra-
vos sem Demodex
dentro. O que se
sabe com certeza
é que o cravo é
um saquinho mais
cheio de sebo que
o normal, e que
os pontos pretos
são sinal de que
o poro está aberto
e o sebo superficial
oxidou. A acne, que é uma multidão de cravos,
geralmente povoa o rosto dos adolescentes; pode
atacar adultos, sobretudo quando há instabilidade
hormonal em jogo. Também está ligada à bactéria
Propioni bacterium acne, de alguma forma que
ainda não foi suficientemente esclarecida . E, se-
gundo a atenta dra. Hulda Clark, poderia resultar
de larvas de triquina que se alojam na pele...
216
CARRAPATO
Eles são parasitas importantes, tanto nos gran-
des animais selvagens quanto nos domésticos;
transmitem agentes infecciosos e, embora não carrapato
morram de amores por humanos, volta e meia
atacam algum.
Existem carrapatos moles e carrapatos duros. A
maio ria mede menos de 1,5cm. Uns têm olhos,
outros não.
Carrapatos duros como o Dermacentor varabilis
grudam no hospedeiro e se alimentam continua-
mente durante vários dias. Então a fêmea, satis- a diferença
feita, larga o hospedeiro e procura um lugarzinho entre carrapatos
confortável para descansar, pôr seus ovinhos e e ácaros é
simplesmente
morrer em paz.
um orifício
sensor no
Suas pimpolhas são larvas de seis perninhas que segmento final
nascem, sobem nas folhas de capim e ficam espe- do primeiro par
rando um hóspede apetitoso passar. O cheiro de de perninhas
ácido butírico, que emana de todos os mamíferos,
estimula as larvinhas e elas caem de boca: grudam.
Depois de se encherem de sangue fresco elas se
soltam e mudam de estágio, tornando-se ninfas de
oito pernas – que, por sua vez, também esperam
um sanguíneo apetitoso passar, vão em cima,
se empapuçam, se soltam e amadurecem como
adultos machos e fêmeas, que podem viver até
três anos sem comer de novo.
217
A maioria dos carrapatos duros vive nas matas,
mas uns poucos, como o carrapato marrom dos
cachorros ( Rhipicephalus sangui neus), são pragas
caseiras. O Amblyomma cajennense (carrapato-
cachorros
-estrela) pode causar reações alérgicas sérias
através da saliva e é o principal transmissor da
febre macu losa (Rickettsia rickettsi). Suas larvas
também são conhecidas como micuins, mordendo
homens e animais entre agosto e outubro e cau-
micuins
sando uma comichão intensa (micuim-amarelo,
timicuí, timi cuim, bicho-colorado).
Carrapatos duros lesam o hospedeiro porque
sugam grandes quantidades de sangue, secretam
neurotoxinas que envenenam os nervos (às vezes
levando a paralisia e morte) e transmitindo doen-
ças como febre maculosa, mal de Lyme, febre do
gado do Texas, anaplasmose, febre Q, tularemia,
febre hemorrágica e uma forma de encefalite.
Carrapatos moles também podem transmitir essas
doenças. Comem intermitentemente, põem várias
séries de ovos, passam através de diversos está-
gios ninfoides e se desenvolvem dentro de casa,
não no mato.
218
SARNA
Sarcoptes scabiei hominis
Este é o ácaro da sarna, ou escabiose, uma infecção Sarcoptes scabiei humana contagiosa e muitoantiga, caracterizada
por erupções pruriginosas. O parasita é ovalado,
mole, sem olhos nem órgãos respiratórios, com
quatro pernas. Abre canais na epiderme, que as
fêmeas vão enchendo de ovos. São minúsculos:
o macho mede 0,2 mm, a fêmea 0,4 mm. A
transmissão se dá geralmente por contato direto,
mas também por lençóis, roupas e outros objetos
contaminados, onde os ácaros podem viver dois
dias sem comer.
S. scabiei canis e outras variedades infestam ca-
chorros, gatos e outros animais e não gostam de
humanos – podem até tentar, mas desistem logo.
MOSCA
Existem três tipos de moscas: as que ficam voan-
do em volta dos animais, as que picam e assim
transmitem agentes infecciosos, e as que gostam
de uma comida azeda, uma lata de lixo, uma car-
ninha podre, uns excrementos.
219
Uma das mais comuns é a Calliphora erytrocepha la, a mosca azul da carne. Ela cospe um líquidoque ativa a decomposição da carne e ali põe
até 200 ovinhos de cada vez, de onde sairão larvas
que rapidinho se tornarão moscas. Cada mosca é
mosquinha azul
capaz de produzir cinco trilhões de mosquinhas,
da carne
todas pondo ovos em comidas humanas e ativando
a corrupção e a infecção.
Miíase (bicheira, berne)
berne
Moscas de pelo menos 14 variedades depositam
seus ovos na pele de humanos, como se fôssemos
meras goiabas, e as larvas que saem de dentro
cavam um buraquinho ou penetram em feridas e
se aninham nos tecidos subcutâneos de qualquer
lugar do corpo, inclusive nas cavidades nasais,
auditivas, nos sínus, nos tratos gastro intes tinal e
geniturinário. A pele é a vítima predileta; o bicho
crescendo parece um furúnculo ou uma erupção
latejante; coça e pode dar febre.
Duas dessas moscas são Cochliomya macellaria
e C. omnivorax, as populares varejeiras, respon-
sáveis por bicheira de cachorros ( C. omnivorax) e
bernes. A bicheira se alimenta de tecidos mortos,
os bernes de tecidos vivos. Outra mosca desse tipo
é a Dermatobia hominis, que, em pleno voo, põe
220
seus ovos em outro inseto; as larvas entram na
pele dos mamíferos, ficam 45 dias e viram bernes;
saem e ficam 70 dias no chão, como pupas, antes
de virar moscas.
MOSCA TSÉ-TSÉ
Glossina spp.
Das vinte e poucas espécies de moscas glossina
reconhecidas, apenas três não transmitem os tri- tsé-tsé
panossomas humanos. Várias delas são vetores
muito importantes da tripanossomíase africana,
ou doença do sono.
Todas as moscas podem servir de meio de trans-
porte involuntário para ovos de parasitas que
ficam grudados em suas patinhas.
MOSCA &
FORMIGA
Sempre se desconfiou de que as formigas lava-
-pés fossem parasitadas por alguma criatura, e
finalmente isto se confirmou: colônias da formiga
(espécie Solenopsis saevissima) foram expostas
221
às moscas do gênero Pseudacteon, e as operárias
mudaram imediatamente de postura: assumiram
uma atitude de defesa, patas dianteiras levantadas
e mandíbulas abertas. Mas não conseguiram impe-
dir a mosca de atacar violentamente as operárias
maiores, depositando um ovo no tórax de cada
uma delas. Geralmente ela tem centenas deles para
botar. Bem; alguns dias depois a larva sai do ovo,
fica três dias no tórax da formiga e migra para a
cabeça, onde passa a consumir todos os tecidos e a
crescer até ficar do mesmo tamanho da cabeça da
hospedeira. A qual ainda está viva, naturalmente.
Quando a pobre cabeça cai do pescoço, vazia, a
larva forma ali o seu pupário e deita para virar
pupa; quando finalmente sai, algumas semanas
depois, virou mosca.
Não tem nada a ver com parasitas humanos, mas
é uma boa história.
222
Contra eles?
SARNA
Na Bahia, a sarna, dita quipã, é tratada com pó
de enxofre misturado a óleo de coco. A fórmula
serve para qualquer coceira.
FUNGOS NA CASA
Passar formol nos rodapés e nos cantos. Queimar
folhas de capim-limão e eucalipto num defuma-
dor.
Há no mercado um aparelhinho elétrico que de-
sumidifca e elimina fungos e ácaros.
PULGAS
Colocar inseticida em pó dentro do saco do as-
pirador e aspirar regularmente a casa, inclusive
o assoalho, pois elas gostam de botar ovos nas
frestas. Limpar o chão com aparelho a vapor.
Repetir tudo em intervalos de no máximo cinco
dias, que é o tempo que os ovinhos levam para se
abrir. Espalhar erva-de-santa-maria pelos cantos.
Produtos com óleo de neem têm sido bem recomen-
dados. Importante para quem mora em casa: talvez
outros mamíferos estejam trazendo as pulgas.
223
CARRAPATOS
Em caso de ataque de micuins, entrar numa ba-
nheira cheia de água onde tenham sido dissolvidas
duas ou três pedrinhas de anil; faz os micuins se
soltarem do corpo. Para os cachorros: glóbulos
homeopáticos BioCão, feitos com os próprios
carrapatos.
MOSCAS
Misturar 1,5 partes de formol com 2 partes de
leite e 6,5 partes de água; distribuir em cumbu-
-quinhas pela casa.
BARATAS
Misturar açúcar branco e ácido bórico (pó) em
partes iguais; encher tampinhas de garrafa e
espalhar por baixo dos móveis. As que comem,
morrem, e as outras se afastam. Renovar a cada
2 ou 3 semanas. É uma solução completamente
inofensiva para crianças e animais domésticos – a
não ser, claro, pelo açúcar.
224
225
Índice agrião 112, 177
agricultura biodinâmica 58
agrotóxicos 118
água 162
água contaminada 148
A
águas paradas 132
aids 63, 73, 117, 148
aborto espontâneo 147
alcalino 53
abscesso pulmonar 29
álcool 71, 169
abscessos 34, 114
álcool isopropil 116
abscessos amebianos 136
alergias 12, 73, 92, 202
abscessos bacterianos 34
alfaces 164
ácaros 215
alho 171, 207.11
Acetobacter 57
alicina 174
Acharia babata 181
alimentação deficiente 52
Achras sapota 188
Allium cepa 179
acidez 53
Allium sativum 171
ácido bórico 224
alterações de humor
ácido butírico 217
na lua nova 94
ácido desoxirribonucléico 37
alucinações 36
ácido fólico 36
amarelão 95
ácido lático 53
Amblyomma cajennense 81, 218
ácido nítrico 59
amebas 28, 69, 134, 136, 207.9
ácido nucléico 40, 76
amebíase hepática 34
ácido sulfúrico 59
amebíase intestinal aguda 34
Acinetobacter 55
amendoins 70
acne 104, 216
amidos 21, 53, 69, 135, 153
Aconitum 193
amígdalas 48
açúcar 53, 57, 69, 70, 119
amigdalite 52
adenóides 48
aminoácidos 23
adubo 58
amônia 200
Aedes aegypti 78, 99
Amygdalus communis 176
Aedes albopictus 78
Ananas sativus 176
Aesculus 193
ancilóstomos 95
aflatoxinas 70, 117
Ancylostoma braziliense 96, 97
agentes infecciosos 39
Ancylostoma caninum 96, 97
agitação 26, 28
Ancylostoma duodenale 95
agressividade 26
228
Andira anthelmintica 177
aspergilose 34
anemia 26, 35, 37, 38, 82, 92,
asquelmintos nematódeos
96, 105, 125, 127, 141
91 a 107
anestesia 92
assadura 16, 72
angústia 28
ataques cardíacos 53
anisakíase 102
auto-infecção 93, 107
Anisakis spp. 101
axilas 72, 211
Anofeles 142
Ayres, Susana Gigo 207.1
anofelinos 98
azeite de oliva 165
anomalias motoras 85
anorexia 151
B
ansiedade 131
Baccharis trimera 178
antibióticos 54, 62, 65, 71,
Bacillus thuringiensis 58
73, 137, 173
bacilos 50
anticorpos 40, 44, 48, 49, 77
baço 31, 49, 82, 98, 110, 141,
antiprotozoário 173
143, 146
antiviral 173
bactérias 15, 21, 51, 52, 53,
ânus 48, 62, 93
55, 57, 136, 209
aorta 63
bactericida 173
apatia 28, 63, 82
banchá 207.4
apêndice 49, 93, 110, 125
balantídeos 153
apetite 22, 92
Balantidium coli 153
aracnídeos 209
banheiros 126, 160
ardência no estômago 27
baratas 135, 210, 224
áreas necrosadas 136
baratinhas-do-fígado 111
arsênico 59, 118
barbeiro 140, 212
Artemisia absinthium 184
Barcellos, Raul 12, 205
Artemisia vulgaris 177
bardana 207.3
artéria pulmonar 99
basófilas 44
arteriosclerose 172
beijo 157
articulações 67
bejel (sífilis endêmica) 63
artrite reumatóide 135
berçários 72
artrópodes 80, 209
bernes 220
áscaris 27, 91, 207.2
bexiga 54, 67, 93, 108, 139
Ascaris lumbricoides 91
bicheira 220
asma 97
bicho geográfico 96, 97
Aspergillus flavus 70, 73
bicho-do-pé 214
Bidens pilosa 186
229
Bifidobacterium 54
camarão-de-água-doce 122
bile 28, 118
Camellia sinensis 180
bilharziose 108
camelos 123
Biomphalaria 109
Campylobacter jejuni 56
biotina 70
camundongos 130
black walnut hull 198
câncer 12, 34, 36, 63, 70, 74, 110,
boca 48, 71, 126, 140, 145
113 117, 118, 130, 139, 184
bolor 69
cancro 61
borrachudo 100
Candida albicans 71, 73
Borrelia burgdoferri 81
candidíase 72, 73
botriocéfalos 132
candiru 104
bradizoítos 147, 151
canos de banheiro 135
Brandão, Clara 190
cansaço 153
Brassica oleracea 182, 187
caramujo 109, 111, 119, 122, 123
Briamonte, Michel 12, 83, 123
caranguejo 122
broncoespasmo 29
carboidratos 21, 53, 69, 137, 163
broncopatias bacterianas 34
carbono 59
bronquiectasias císticas 29
Carica papaya 185
bronquite 97, 172
cáries 53
Brooks, Daniel 13
carne 56, 60, 103, 104, 125, 164
Brugia malayi 99
carpaccio 164
bruxismo 25
carrapatos 80, 81, 217, 218, 223
C
carunchos 130, 210
Cassia torosa 195
cabelo sem brilho 37
cavidades auditivas 220
cacau 57
cavidades nasais 220
cadastro de fezes 166
cavidades serosas 98
cães 72, 74, 96, 97, 99, 128,
cegueira 130, 147, 152
131, 135, 140, 145, 151,
cegueira dos rios 100
213, 219
células 35, 36, 41, 145, 150, 151
Cairo, Nilo 138, 192
células B 49
calafrios 80, 104, 141
células brancas 42
calazar 146
células fagócitas 44, 67
calcinhas de algodão 139
células linfóides 48
cálcio 70
células macrófagas 44
caldo de rã 207.4
células mortas 52
Calliphora erytrocephala 220
células T 49, 173
camarão 111
230
células vegetais 21
citoplasma 44
células vermelhas 36
Citrus medica 181
Ceratophyllus gallinae 213
clamídia 152
Ceratophyllus niger 213
Clark, Hulda 12, 115, 198
cereais 131, 135
Clonorchis sinensis 120
cérebro 63, 74, 84, 117,
clonorquíase 121
122, 128, 136, 141
clorofila 21
Cereus jamacaru 185
Clostridium botulinum 56
cerveja 71, 95
Clostridium perfringens 56
cestódeos 125, 132
coágulos 53, 81
cevada 71
cobre 70, 118
Chagas, Carlos 140
coccídeos 149
chato 211
Coccidioides immitis 74
Chenopodium ambrosioides 182
coccidioses 149
Chi 163
coccus 50
Chicorium endivia 182
coceiras 25, 92, 93, 139, 223
Chlamydia trachomatis 152
Cochliomya macellaria 220
chocolate 57, 95
Cocos nucifera 181
chucrute 57
cogumelos 69, 71
cicatrização intestinal 169
colesterol 172
ciclopes 132
cólicas 27, 92, 95, 104, 149, 151,
cílios 111, 211
135, 153
Cimex lectularius 212
colites 34
Cina (Artemísia austríaca) 192
colo do útero 116
cinchona 144
cólon 34, 136, 141
circulação colateral 110
comensais 51, 135
circulação sanguínea 109
competição 36, 52, 71
cirrose 34
controle orgânico das pragas 58
cirurgia 111
convulsões 63, 92, 131
cisticercose 125, 130, 202
Copelman, Helio 162, 164, 165
cisto biliar 34
coração 24, 32, 36, 62, 72, 80,
cisto hidático 29, 34, 128
98, 122, 136, 141
cisto ovariano 34
coraçãozinho 181
cistos 116, 122, 135, 136,
coriza 92, 97
137, 153
corrimentos 72, 94, 139, 152
cistos de seios 118
cravos cutâneos 216
cistos de seios e ovários 118
cravo-da-índia 198
231
creolina, creosoto 207.8
desorientação 63
criptosporídeos 148
despigmentação 101
criptosporidiose 149
detergentes 59
crustáceos 101, 129, 132, 209
diabéticos 123, 152
Cryptosporidium parvum 148
diafragma 103
Ctenocephalides canis 213
Dianthys caryophyllus 198
Ctenocephalides felis 213
diarreia 22, 26, 27, 34, 54, 60, 92,
Cucumis anguris 186
104, 105, 111, 126,
Cucurbita moschata 176
135, 136, 138, 149, 151, 153
Culex pipiens fatigans 98
Dibothriocephalus latus 126
cupins 18
Dientamoeba fragilis 94
Cuprum aceticum 193
dieta 137
D
dificuldade de concentração 73
dificuldade para dormir 85
Dactylaria 70
digestão 22, 56
Dactylella 70
dinamização 207.11
danos neurológicos 38
dióxido de carbono 21, 59
Daucus carota 179
Diphyllobothrium latum 126, 132
decocção
dipilídios 131
deficiência de vitaminas A, E,
Dipylidium caninum 97, 131, 213
D e K 138
diplogonoporus 132
defumados 104
Diplogonoporus grandis 132
delírio 63
Dirofilaria immitis 99, 214
demência 85, 141
dirofilárias 99
Demodex folliculorum 216
disenteria 34, 105
dengue 78, 214
disenteria amebiana 137
dente-de-leão 207.4
dispepsia 173
depressão 28, 73, 85, 207.9
distúrbios de aprendizagem 26
Dermacentor varabilis 217
distúrbios de comportamento 26
dermatite 101
distúrbios gastrintestinais 37
Dermatobia hominis 220
distúrbios visuais 26
derrames 53
divertículos intestinais 37
descarga de muco 83
DNA 37, 39, 76, 84
desintoxicação 207, 207.1
doces 22, 53
desmaios 36
doença cardiovascular 63
desnutrição 92
doença do sono 141
desordens intestinais 173
doença infecciosa 19, 39
desordens neurológicas 141, 147
232
doença parasitária 40
153
doença policística 34
Enterobius vermicularis 93
dokudami 196
enxaqueca 73
dor de cabeça 24, 36, 62, 80,
enxofre 70
82, 138, 144
enzimas 22, 70
dor de estômago 94, 102
eosinófilos 44, 45, 97, 131
dor de garganta 62
eritema 80
dor na vulva 139
erupções na pele 82, 97, 98
dor nas juntas 62
ervas medicinais 207.5
dor no peito 66
Erythema migrans 80
dores 85, 151
escabiose 219
dores abdominais 73, 95, 98,
Escherichia coli 54, 56
110, 131, 138, 152, 153
esclerose múltipla 117
dores ao redor do umbigo 24
escólex 126, 128
dores articulares 24, 82
esmalte dos dentes 53
dores artríticas 81
esôfago 141
dores musculares 104, 110, 135
espargana 129
dores torácicas 29
espirilos 50
dutos biliares 27, 113, 120
espiroquetas 50, 60, 63
dutos e gânglios linfáticos 99
esponjas 209
E
esporozoítos 150
espúndia 145
E. coli O157:H7 59
esquistossomas 28, 108
Echinnacea 83
estados emocionais alterados 85
Echinococcus granulosus 128
estafilococos 63, 83
ecossistema 51
esterco de galinha 74
edema 92, 99
esterilidade 152
Eimeria 149
estômago 48, 53, 215
elefantíase 98
estragos nas unhas 73
encefalite 218
estreptococos 53, 63, 83
Endolimax nana 134
estreptomicina 71
endometriose 117
estrongiloides 27, 45, 106, 207.9
engasgo 92, 94
eucariontes 41
enjôo 27
euritrema 28, 123
Entamoeba coli 54, 134
Eurytrema pancreaticum 123
Entamoeba gingivalis 135
evacuações pequenas 27
Entamoeba hartmanni 134
exame de sangue 99
Entamoeba histolytica 134, 135,
233
exames de fezes 95, 165
121, 128, 136, 141, 146, 159
exaustão 67
filárias 98
F
filé malpassado 164
Filix mas 192
fadiga 80, 127, 135, 144
filtrar 138, 162
fadiga crônica 73
flagelado 94
falar dormindo 26
flora bacteriana 162, 166
falência renal 36
flora intestinal 136
falta de apetite 62, 94, 138, 153
flora microbiana 64
falta de concentração 63
fluido vaginal 61
falta de discernimento 63
folhas 164
falta de energia 66, 73
folículos pilosos 216
falta de ventilação 67
fome absurda 125
falta súbita de apetite 27
formigas lava-pés 221
farinhas 70, 131, 136
formol 223
Fasciola hepatica 112
fósforo 70
fascíola hepática humana 112
fotossíntese 71
fascíola hepática ovina 113
frambesia 63
fascíola intestinal 12
fraqueza 24, 37, 91, 110,
fascíola intestinal humana, 114
110, 125, 127
fascíolas 111
frieira 16, 72
Fascioloides magna 113
fungicida 173
Fasciolopsis buski 114, 115
fungos 16, 21, 52, 58, 63, 69,
febre 42, 54, 62, 77, 80, 81, 82,
72, 118, 167, 173, 223
92, 97, 98, 111, 135, 141,
146, 149, 152, 153, 214,
G
218, 220
gafanhoto 123
feridas 61, 62
galinhas 74
fermento 16, 69
gálio 70
ferro 36, 37, 59, 70
gânglios 49, 99
ferrugem 58, 69
gânglios linfáticos 47, 62,
Ficus carica 182
80, 98
fígado 22, 27, 28, 32, 70, 74,
garganta 73, 146
95, 97, 98, 108, 114, 115,
garrafada 207.6
gás metano 55
gases intestinais 27, 73, 135
gastroenterocolite 173
234
gatos 96, 97, 99, 131, 140,
Histoplasma capsulatum 74
146, 213, 215, 219
homeopatia 192
gengibre 102, 126
Hontuyinia cordata 197
gengivas 53, 135
húmus 58
genitais 62
Hymenolepis nana 130, 213
Giardia intestinalis 137
giárdias 23, 27, 28, 191,
I
137, 138
icterícia 121
glicogênio 22
IgA 47
glicose 21, 53, 69, 163, 172
IgE 47
glóbulos brancos 146
íleo 91, 102
Glossina spp. 141, 221
imunidade 17, 43, 54, 65,
gonococos 63
138, 139, 173
Granja, Alda e Geraldo 207.5
imunoglobulinas 44, 47, 49
granulomas 109, 110, 120
indigestão 27, 91, 121
grãos 70, 210
indisposição 82, 111
gripes 52, 83, 173
infecção 39
Guerra, Beatriz Brandão 207.9
infecção bacteriana
secundária 83
H
infecção broncopulmonar 72
Hymenolepis diminuta 213
infecção cerebral 85
Helicobacter pylori 53
infecção crônica 36
helmintos 15
infecção do pericárdio 136
hemorragias 28, 81, 92,
infecção generalizada 54, 73
102, 114
infecção oportunista 148
hemorragia nos olhos 104
infecção virótica 76, 78
hepatite 92, 110, 111, 147
infecções passageiras não-indenti-
herbicidas 59
ficadas 82
herbívoros 21, 56
infecções pulmonares 122, 152
hidrogênio 70
infecções urinárias 52, 73
hifas 69
infestação do períneo 136
higiene 52, 157
infiltrações pulmonares 29
Himenolepis 130
inflamação 41, 81, 114
Hymenolepis spp. 210
inflamação do coração 99
hipersensibilidade 64
inflamação na pleura 66
hipertensão 172
informações genéticas 76
hipertensão pulmonar 29
infusão 207.5
histeria 26
inhame 79, 144
235
inquietação 28
L
inquietação e sobressaltos
lábios 24, 145
no sono 92
lactase 27
insanidade mental 63
Lactobacillus acidophillus 54, 57
insetos 58, 209
Lactobacillus bulgaricus 57
insônia 28, 73, 131,
Lactobacillus yogurtii 57
138, 200
lactobacilos 57
insônias familiares fatais 85
lactobacilos de repolho 187
insuficiência respiratória 99
lactose 27
interações comensais 52
lagos 132, 144
interferon 44, 77
Lamblia intestinalis 137
intestinos 30, 52, 57, 67, 108
Lapage, Geoffrey 119
intestino delgado 22, 48,
laringe 146, 152
54, 106, 125, 138, 148
Larva migrans 96, 97
intestino grosso 49, 54,
larva migrans cutânea 97
105, 135
larva migrans visceral 97
intestino preso 92
larva nematódea nas fezes 106
intolerância a chocolate
larvas 18, 92, 95, 125,
e cerveja 95
129, 130, 132
intoxicação 64, 121
laticínios 65, 164
Ipeca 193
leishmânia 145
Ipomoea altissima 178
Leishmania spp. 145
irregularidade intestinal 73
leite 57, 171
irritabilidade 26, 73, 91, 131, 138
leite materno 61
irritação na parede intestinal 92
lêndeas 211
isospora 149
leptospirose 62
Ixodes scapularis 81
lesões oculares 98
J
letargia 24
J.-J. Rousset 159
leucemia 73
jeans 139
leucócitos 44
Jeca Tatu 95
levedo 69
jejuno 91
lignina 69
Juglans nigra 198
limpeza intestinal 119
linfa 47
K
linfa acumulada 99
Kali iodatum 192
língua lisa e brilhante 37
klebsiella 54
lingüiça 104
236
lipídios 21
medula espinhal 122, 141
líquido cérebro-espinhal 66
medula óssea
Listeria monocytogenes 56
31, 36, 49, 62, 146
lombrigas 91, 159
medusas 209
lua nova 94, 193
memória ruim 28
lúpulo 71
meninges 66, 72, 141
lúpus 117, 135
meningite 81, 173
Lutzomyia 145
menstruações hemorrágicas 37
Lycopodium 193
Mentha crispa 204
lycra 152
Mentha piperita 183
M
Mentha viridis 183
mercúrio 59, 118
má digestão de gorduras 27
Mercurius corrosivus 192
macacos 78, 123, 135, 141, 215
merozoítos 143, 150
macrobiótica 197
metacercária 112, 122
macrófagas 18, 173
Methanobacterium smithii 55
magnésio 70
micélio 69, 118
maiô molhado 139, 152
micose 16
mal da vaca-louca 17, 84
microalgas 41
mal de Alzheimer 85, 117
microdose 207.7
mal de Chagas 140
microfilárias 100
mal de Creutzfeldt-Jakob 85
micuins 218, 223
mal de Crohn 117
miíase 220
mal de Gerstmann-Sträussler-
miracídios 111, 116
-Scheinker 85
mofo 69
mal de Hodgkin 34, 117
molibdênio 70
mal de Lyme 80, 218
monília 16
mal-estar 24, 73, 82 110, 152
Moniliformis moniliformis 210
malária 98, 141, 214
Moraxella 55
Malassezia Pachydermatis 72
morcegos 74
manchas na pele 92, 104
Morus alba 177
manganês 70
Morus nigra 177
manha 26
mosca tsé-tsé 141, 221
Mansonia 99
moscas 135, 219, 220, 224
mãos 93, 126
mosquitos 78, 98, 100, 142, 214
mau humor 26
muco 135, 171
medicina popular 207.5
mucosa intestinal 48, 96
medo e paranóia 85
237
mucosas estomacais 102
oocistos 146, 148, 150, 151
mudanças súbitas de comporta-
opressão no peito 28
mento e personalidade 85
orelhas 24
músculos 32, 98, 103, 117, 141
órgãos genitais 67
Mycobacterium bovis 65
Oribatida 215
Mycobacterium
ornitina 200
tuberculosis 65
Oscillococcinum 83
N
ossos 62, 67
osteomielite 62
nádegas 72
otite 152
nariz 48, 140, 145, 152, 215
ovários 110, 152
nariz coçando 24
ovos de parasitas 198
nariz escorrendo 24, 98
oxigênio 51, 59, 70
Nasturtium officinale 177
oxiúros 25, 45, 93, 159, 175, 184
náusea 102, 104, 144, 149, 151
Necator americanus 95
P
necessidades nutricionais 23
palato 146
nefrose 173
palidez 37, 94
nematódeos 91 a 107
pâncreas 22, 28, 110, 117,
nervos periféricos 141
121, 123, 136, 159
neutrófilos 44
pancreatite 92
nevralgias 82
pancreatite aguda 28
ninfas 217
pão 71, 136
níquel 118
Paragonimus miyazakii 122
nitritos 59
Paragonimus westermani 121
nitrogênio 59, 70
paralisia facial 81
nocardicina 71
parasitas intestinais 37, 88
nódulos linfáticos 49, 67
parasitas zoonóticos 100
nozes 70
partícula proteinácea
nutrientes fundamentais 51
infecciosa 84
O
pássaros 141, 148, 215
pasta de raiz-forte 102
obstruções intestinais 125
Pastoral da Saúde 168
Olea europea 186
pé-de-atleta 72
olheiras 26, 91
Pediculus capitis 211
olhos 33, 24, 98, 100, 101, 130
Pediculus humanus 211
Onchocerca volvulus 100
pedras da vesícula 117
oncocercose 100
peixe 102, 119, 120, 126, 130,
238
132, 148, 164
placenta 147
pele 26, 33, 47, 52, 56, 67, 71,
plantas 21, 58
72, 74, 97, 100, 104,
plasmódios 141
106, 109, 216, 220
Plasmodium falciparum 141
penicilina 19, 63
plásticos 59
Penicillium chrysogenum 69
plateletas 44
pênis 61
platelmintos cestódeos 125
pensamentos confusos 28
a 132
perca 126
platelmintos trematódeos 108
percevejos 212
a 123
perda da libido 73
plerocercóide 129
perda de apetite 98, 104
pneumococos 63
perda de consciência 131
pneumonia 52, 73, 92, 147,
perda de identidade 63
152, 173
perda de peso 62, 66, 92,
pneumonia difusa 29
111, 126, 131, 146, 149
pó de enxofre 223
perfuração intestinal 82
poliéster 152
Periplaneta americana 210
poluentes químicos 115
peritonite 92, 102
poluição 117
perturbações cardíacas 104
Portulaca oleracea 178
perturbações do sistema nervoso
potássio 70
104
prevenção da parasitose 207.11
perturbações respiratórias 29, 104
príons 17, 84
perversão do paladar 36
prisão de ventre 26, 27, 54,
pés 106
106, 135
pêssego 186
problemas de visão 98
pesticidas 59, 118
problemas menstruais 73
pH 53
problemas neurológicos 38
Phthirus pubis 211
problemas psiquiátricos 25
picles 122
procariontes 41
pigmeus africanos 63
proglotes 126, 131
pinta 63
prolapso retal 105
piolhos 80, 211
Propionibacterium acne 216
próstata 139
piscinas 139, 144, 148
proteínas 21, 39, 49, 84, 137
placa bacteriana 53
protozoários 14, 134
placas de Peyer 48
Prumus persica 186
239
prurido 93
repolho fermentado 57
Pseudacteon 222
répteis 129, 141, 148
Pseudomonas 55
resfriados 83, 173
psicoses 36
resistência ao frio e ao calor 173
ptialismo 25
respiração curta 36, 127
púbis 211
resposta imunológica 23
Pulex irritans 213
retocolite hemorrágica 34
pulgas 80, 130, 131, 213, 223
retração 85
pulmões 32, 36, 48, 116, 122,
Rhipicephalus sanguineus 218
92, 110, 128, 136, 215
Rickettsia mooseri 213
Punica granatum 188
Rickettsia rickettsi 218
puns 55
Rickettsia typhi 213
pupilas dilatadas 24
rickéttsias 16, 80, 211
purulência 29
rins 54, 67, 74, 110
Q
RNA 40, 76, 84
roedores 140, 145
queda de cabelo 62, 73
rosbife 164
queijos 57
rosto amarelado 24
quibe cru 164
rosto e pápebras inchados 104
quimioterapia 73
rotíferos 69
quimo 91
roupas 126
R
Royal Rife 76
raiz-de-lótus 207.4
rúmen, ruminantes 56, 57
ranger ou trincar dentes 26, 91
S
Raphanus sativus 187
sacarose 69
Rathania 193
Saccharomyces cereviceae 71
ratos 74, 130, 141, 215
sacos de farinha 210
reações alérgicas 47
salada 112
recém-nascidos 72
salgados 104
rédias 112, 116
saliva 25, 61, 78
reflexos lentos 24
salmão 126
regeneração 41
Salmonella 56
região anorretal 61
Salmonella typhi 82
reinfecção 160
salsichas 104
reishi 74
sangue 31, 61
Rejuvelac 187
sangue nas fezes 135
renina 57
sangue no escarro 66
240
sapinho 16, 72
sistema geniturinário 152
sarcocistos 151
sistema imunológico 77, 109
Sarcocystis hominis 151
sistema linfático 48, 49, 98
Sarcocystis spp. 151
sistema nervoso 62, 140
Sarcocystis suihominis 151
sistema nervoso central 31, 62,
sarcoma de Kaposi 117
80, 98, 128, 141
Sarcoptes scabiei canis 219
sistema respiratório 47
Sarcoptes scabiei hominis 219
sistema reticuloendotelial 45
sarna 219, 223
sobrancelhas 211
sashimi 102
Solanum nigrum 181
Schistosoma mansoni 108
Solenopsis saevissima 222
Schistosoma spp. 108
solitária 125
secreção anal 152
solventes 116
selênio 59
sono agitado 94
sêmen 61
Spirometra 12
Senebiera pinnatifida 185
Staphylococcus aureus 56
sensação de ardência no estômago
Stenocalyx pitanga 186
27
Streptococcus cremoris 57
sensibilidade a produtos químicos
Streptococcus lactis 57
73
Streptococcus sanguis 53
sensibilidade intercostal 29
Streptococcus thermophilus 57
septicemia 173
Strongyloides stercoralis 106
shiitake 74
submucosa intestinal 136
shimeji 74
suco gástrico 112
sífilis 60
suínos 114, 123, 151
sífilis não-venéreas 63
suores 66, 82, 104
sifilomas 62
sushi 102
Silicea 192
Simulium 100
T
Sinapis nigra 193
Toxocara cati 97
sintomas alérgicos 111
tabletes de barro 37
sintomas digestivos 27
Taenia saginata 125
sintomas psíquicos 28
Taenia solium 125
sintomas pulmonares 29
Tamarindus indica 189
sínus 215, 220
tapetes 126
Siphonapterae 213
taquicardia 25
sistema circulatório 98
tártaro dentário 135
tecidos sintéticos 152
241
Tênia, solitária 45, 125, 181
Trichomonas vaginalis 139
teste bidigital 168
Trichuris trichiura 105
testículos 72, 110
Trichuris vulpis 105
tetraciclina 63, 73
tricocéfalos 105
Teucrium marum verum 193
tricomonas 139
tiamina 70
tricomoníase 139
tifo 80, 82
tricuros 105
tilápias 119
triglicerídeos 172
timidez excessiva 28
trigo-sarraceno 195
timo 49, 117
tripanossomas 140, 221
tinturas 207.7
tripanossomíase 140
tontura 36
triquina 103, 216
torpor 81
Trombicula berlese 215
tosse 29, 66, 92, 97, 98,
trompas 152
110, 111, 157, 173, 175
trufa 69
tosse crônica 99
truta 126
tosse seca 95
Trypanosoma cruzi 140
toxemia 67
Trypanosoma gambiense 141
toxinas 22, 118, 169, 172
tubérculo 66
toxocara 96
tuberculose 34, 65, 110
Toxocara canis 97
tubo gastrointestinal 47, 66
Toxoplasma gondii 146
tularemia 218
toxoplasmose 34
tumores 110, 117, 172
tracoma 152
Tunga penetrans 213, 214
trato gastrointestinal 220
trato geniturinário 32, 139, 220
U
trematódeos 108, 114, 123
Uchoa, Maria Odete 189
tremores 143
úlceras 37, 53, 102, 114, 136
Treponema carateum 64
úlceras e estrongilóides 207.9
Treponema pallidum 60, 64
úlcera de Bauru 146
Treponema pertenue 64
umbigo 24, 72
treponemas 63
umidade 52
treponematose 63
unhas 24, 26, 37, 72, 93, 161
Triatoma 140
unicelulares 209
Triatoma infestans 212
urânio 59
Tribolium confusum 210
uretra 54, 139, 152
Trichinella spiralis 103
242
urina 66
vômitos 22, 99, 102, 104, 149
urticária 92, 110
vulva 94, 139, 152
utensílios 126
útero 93, 117, 152
W
wasabi 102, 126
V
WellnessWeb 123
vaca 151
wellweb.com 83
vacinas 77
Wuchereria bancrofti 98
vagina 61, 71, 93, 139, 152
Vampirolepis nana 130
X
vaselina 94
Xenopsylla brasiliensis 213
vegetais crus 135
Xenopsylla cheopis 213
vegetarianos 37
Xistosa 108
verme do pulmão 121
xixi na cama 26
verme encapsulado 122
Y
verme hepático chinês/oriental
yaws (frambesia) 63
120
Yersinia pestis 213
vermes nematódeos 69
vermífugo 93, 169, 173,
Z
203
zigoto 150
verminoses intestinais 35
zinco 70
vertigem 24
zoitocistos 147
vesícula biliar 121
viagens 52
vinho 71, 174
viroses 82
vírus 16, 58, 75, 76, 83, 152
vírus animais 76
vírus bacterianos 76
vírus latentes 77
vírus vegetais 76
visão 63
vitamina A 23
vitamina B1 172
vitamina B12 23, 36, 37, 52
vitamina B6 172
vitamina D 52
vitamina K 52
243
Bibliografia
Nosso quintal, nossa farmácia – Conselho dos
moradores do Córrego do Jenipapo, Casa Amarela,
Recife
Autocuraterapia, Tomio Kikuchi, Musso 1981
Maladies Parasitaires, J.-J. Rousset, Masson, Paris,
1995
Maladies Parasitaires, J.-P. Nozais, M. Danis, M.
Gentilini, Editions ESTEM, 1996
Parasitologia humana, David Pereira Neves,
Atheneu, 1986
Nos grand-mères savaient, Jean Palaiseul, Robert
Laffont, 1995
L’argile qui guérit, Raymond Dextreit, Éditions Vivre
en harmonie, 1997
A field guide do germs, Wayne Biddle, Anchor Books,
Bantam Doubleday, 1995
Macrobiotic home remedies, Michio Kushi, Japan
Publications, 1986
Plantas que ajudam o homem, José Caribé e José
Maria Campos, Editora Pensamento, 1992
The complete book of chinese health and healing,
Daniel Reid, Shambhala Publications, Boston, 1994
Solar disinfection of drinking water, A. Acra, Z.
Raffoul e Y. Karahagopian, UNICEF 1984
244
A coprologia e sua aplicação em clínica do aparelho
digestivo, Helio Copelman, Rio de Janeiro, 1971
Gastrenterologia clínica e cirúrgica, Helio Copelman e
outros, Ed. Cultura Médica, Rio de Janeiro, 1988
Pulmon, Clarence A. Guenter e Martin H. Welch,
Editorial Medica Panamericana, Bs. Aires, 1976
Encyclopaedia Brytannica CD98
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ftp.cdc.gov/pub/EID/vol3no3/ascii/hotez.txt ou http://
www.cdc.gov/ncido/EID/vol3no3/ascii/hotez.htm
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http://www.wellweb.com/altern/diseases/diabetes.htm
http://www.mad-cow.org/
http://www.usp.br/
Pedro Paulo Lomba é o autor do enunciado da
primeira lei da selva.
A maioria das ilustrações saiu do Larousse du
XXe Siècle, edição de 1928, e do catálogo da Sears,
Roebuck, edição de 1927. Também contribuem a
Encyclopaedia Britannica, edição de 1967, o catálogo
Vinhetas e Ornatos Tipográficos da Imprensa
Nacional portuguesa, de 1838, e o volume 11 de The
Complete Crumb Comics. A revoada de inhames é de
Cesar Lobo e Murilo de Almeida, em concepção
de Newton Montenegro de Lima.
A todos os desenhistas, cujo traço se
renova no tempo e refina nosso
repertório de emoções estéticas,
minha homenagem e gratidão.
247
248
Sumário
Vermes? Melhor não tê-los....................................10
A vida comendo solta...........................................21
Nós, eles, sintomas e reações...................................24
Sintomas digestivos........................................27
Sintomas psíquicos...............................................28
Sintomas pulmonares...................................29
Intestino........................................................30
Sangue...........................................................31
Sangue, medula óssea, baço..........................31
Sistema nervoso central........................................31
Coração e músculos.............................................32
Pulmões...............................................................32
Fígado e árvore biliar...........................................32
Trato geniturinário.........................................32
Olhos..............................................................33
Pele................................................................33
Qualquer lugar............................................34
Além disso, não confundir..............................34
Anemia................................................................35
Infecção................................................................39
Inflamação...........................................................41
Febre.. . . . . .... . . . . . . ... . . . . ... . . . . . . ... . . . . 42
Mas e a imunidade, nada?.............................43
Pele.................................................................47
Linfa...............................................................47
Sistema respiratório.......................................47
Tubo gastrointestinal.....................................47
249
Nariz............................................................48
Boca................................................................48
Amígdalas.......................................................48
Placas de Peyer..............................................48
Apêndice.........................................................48
Bactérias.........................................................51
E. coli O157:H7.............................................59
Sífilis...............................................................60
Sífilis não-venéreas........................................63
Tuberculose ...................................................65
Fungos............................................................69
Vírus...............................................................75
Dengue...........................................................78
Rickéttsias............................................................80
Outras febres..................................................82
Gripes.............................................................83
Príons..................................................................84
O verme, esse desconhecido....................................88
Asquelmintos nematódeos.. . . . . . . . . . . . . . . . . . 91
Lombrigas............................................................91
Oxiúros...............................................................93
Dientamoeba fragilis............................................94
Ancilóstomos (amarelão).....................................95
Larva migrans.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 97
Filárias.. . .... .... .... ... .... .... . . . . . . . . . . . . . . . 98
Dirofilárias.........................................................99
Oncocercos...................................................100
Anisakis.........................................................101
Triquina.........................................................103
Tricuros, tricocéfalos....................................105
Estrongilóides..............................................106
250
Rotífero.........................................................107
Platelmintos trematódeos............................108
Esquistossomas............................................108
Fascíolas........................................................111
Câncer: fascíolas?......................................115
Verme hepático chinês/oriental ............................120
Verme do pulmão...................................................121
Euritremas....................................................123
Platelmintos cestódeos.................................125
Tênia, solitária.............................................125
Cisticercose..................................................127
Cistos hidáticos............................................128
Esparganas...................................................129
Himenolepis..................................................130
Dipilídios......................................................131
Diplogonoporus............................................132
Botriocéfalos................................................132
Amebas.........................................................134
Giárdias........................................................137
Tricomonas...................................................139
Mal de Chagas.............................................140
Malária.........................................................141
Leishmânia...................................................145
Toxoplasma..................................................146
Criptosporídeos............................................148
Coccídeos.....................................................149
Sarcocistos....................................................151
Clamídia.......................................................152
Balantídeos...................................................153
Como nos infectamos....................................155
Para acabar com eles...................................159
251
Cozinhar sempre....................................................162
Exames de fezes.....................................................165
Para se tratar.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .168
Do que eles não gostam....................................171
Alho...............................................................171
Abacaxi...........................................................176
Abóbora: sementes................................................176
Pasta tenífuga...............................................176
Amêndoa.......................................................176
Amora..............................................................177
Agrião...........................................................177
Artemísia.......................................................177
Andira...........................................................177
Batata-de-purga...........................................178
Beldroega: sementes..............................................178
Carqueja.......................................................178
Cenoura........................................................179
Cebola..........................................................179
Chá...............................................................180
Cidra: sementes............................................181
Coco..............................................................181
Coraçãozinho................................................181
Erva-moura..................................................181
Figo...............................................................182
Chicória, escarola........................................182
Couve............................................................182
Erva-de-santa-maria....................................182
Hortelã-pimenta...........................................183
Hortelã com alho...................................................183
Hortelã com mel....................................................183
Limão, alho e semente de abóbora...............183
252
Limão: caroços.....................................................184
Losna............................................................184
Losna: vinho........................................................184
Losna: cerveja...................................................184
Losna: cataplasma... . . ... . .... . .... . . ... . . ... . .... 185
Mamão: leite.................................................185
Mandacaru...................................................185
Mastruz.........................................................185
Maxixe..........................................................186
Oliveira........................................................186
Pêssego.........................................................186
Picão.............................................................186
Pitanga.........................................................186
Rabanete: sementes......................................187
Repolho.........................................................187
Lactobacilos de repolho......................................187
Romã.............................................................188
Sapoti............................................................188
Tamarindo.....................................................189
Poção vermífuga cearense.....................................189
Tempero contra vermes........................................190
Geléia contra vermes...........................................190
Argila............................................................191
Da homeopatia.............................................192
Cina (Artemísia austríaca)...........................192
Teucrium marum verum................................192
Filix mas.........................................................193
Da acupuntura.............................................193
Da macrobiótica...........................................194
Arroz integral cru.........................................194
Trigo-sarraceno............................................195
253
Chá de habu.......................................................195
Chá de artemísia................................................195
Sumo de artemísia crua.........................................195
Sementes de abóbora em pasta..............................196
Chá de sementes de abóbora.................................196
Caldo de dokudami................................................197
Caldo de alho........................................................197
Cebolinha verde ou nirá........................................197
A receita da dra. Clark.........................................198
Da farmácia..........................................................203
Da tradição chinesa..................................207.1
Do saber popular.....................................207.5
Da clínica geral: amebas & depressão................ 207.9
A dieta do dr. Barcellos........................................205
Outros bichos........................................................209
Baratas.........................................................210
Caruncho......................................................210
Piolho e chato...............................................211
Barbeiro........................................................212
Percevejos.....................................................212
Pulgas..........................................................213
Bicho-do-pé.................................................214
Mosquitos....................................................214
Ácaros..........................................................215
Cravos cutâneos.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .216
Carrapatos...................................................217
Sarna............................................................219
Moscas.........................................................219
Miíase (bicheira, berne)....................................220
Moscas tsé-tsé .............................................221
Contra eles?.................................................223
Acréscimo da 3a. edição........................207.1 a 207.12
254
Este livro é dedicado a Claudia Rego e Julia Santos,
que gostam de todos os bichos
Agradecimentos sinceros ao dr. Raul Barcellos,
que me despertou para o tema, e a Carô Murgel,
Susana Gigo Ayres, Mimi e Miguel Zwi, Maria
Néo, Ozéas, Maria Antonia, Miriam Lane, Bete
Esteves, Fátima Esteves, Aradhan, Carla Saboya,
Bia Paes Leme, Mirian Moreira, Silvia Sobreira,
Beatriz B. Guerra, José Luiz Costa Lyra, Paula De
Luca, Helio Copelman, Monica Lacombe Camargo,
Stella Marina, Marita Tomassini, Zyg e Bel Mauad,
Angela Mascelani e Maria Elisa Freire pelas muitas
formas de apoio
Clare Isabella Paine deu o título, Cesar Lobo
desenhou a capa, Maria de Fátima Barbosa
reviu o texto.
Quinta edição atualizada para eBook, 2015
© Sonia Hirsch, 1998, 2015
Informação liberada para reprodução
CorreCotia
Petrópolis RJ Brasil
www.correcotia.com
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