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SOMATIZAÇÃO SOMATIZAÇÃO NA PRÁTICA NA PRÁTICA MÉDICA MÉDICA Aula de Qualificação: Celina Dias e Santos Lazzaro Orientador: Prof. Dr. Lazslo Antonio Ávila São José do Rio Preto, 11 de março de 2005 Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto Pós-Graduação em Ciências da Saúde

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Page 1: SOMATIZAÇÃO NA PRÁTICA MÉDICA Aula de Qualificação: Celina Dias e Santos Lazzaro Orientador: Prof. Dr. Lazslo Antonio Ávila São José do Rio Preto, 11 de

SOMATIZAÇÃOSOMATIZAÇÃO NA PRÁTICA NA PRÁTICA

MÉDICAMÉDICA

Aula de Qualificação: Celina Dias e Santos LazzaroOrientador: Prof. Dr. Lazslo Antonio Ávila

São José do Rio Preto, 11 de março de 2005

Faculdade de Medicina de São José do Rio PretoPós-Graduação em Ciências da Saúde

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SOMATIZAÇÃO: SOMATIZAÇÃO:

“Tendência para experimentar e

comunicar desconforto somático e

sintomas que não podem ser explicados

pelos achados patológicos, atribuí-los a

doenças físicas e procurar ajuda médica

para eles”.

Lipowski,1988

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Os somatizadores são convencidos, por

seus sintomas, de que seu sofrimento provém de algum tipo de distúrbio físico presumivelmente não descoberto e intratável.

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PrevalênciaPrevalência

Serviços de atenção primária:

prevalência de somatizações entre

16 a 50% dos atendimentos.

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PrevalênciaPrevalência

Não se encontrou causa orgânica em mais de 80% das consultas de atendimento primário para avaliação de sintomas comuns como:

tonturas dor no peito cansaçotonturas dor no peito cansaço

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Dinamarca 1999: clínicos gerais identificaram somatização em 50 a 71% dos pacientes, seguindo os critérios da CID-10.

PrevalênciaPrevalência

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Em algumas situações:

O médico sente-se incomodado

dispensa rapidamente o paciente que“não tem nada”

ou cujo problema“não está no corpo, mas na cabeça”.

Diagnóstico: “Distonia neuro-vegetativa” (DNV)

Rótulos pejorativos: “Peripaque”, “Piti” ou“Paciente poliqueixoso”.

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Em outras situações, as queixas somáticas produzem:

Múltiplos encaminhamentos para especialidades

Exames e hospitalizações desnecessárias

Exposição dos pacientes a riscos

Tratamentos equivocados (iatrogenia, cronificação)

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Somatização = processo (espectro):

- sintomas leves (muito freqüentes)

respondem à simples tranqüilização

- diagnóstico psiquiátrico:

“Transtornos somatoformes”

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Pesquisas da OMS

Transtornos Somatoformes: o,9% de prevalência - variando de 0 e 3,8% (dependendo do local pesquisado)

Transtorno de somatização : 19,7% de prevalência - entre 7,6 e 36,8%(conceito ampliado – subsindrômico)

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Transtornos Somatoformes” (F45) (CID-10) 1992

Transtorno hipocondríaco

Disfunção autonômica somatoforme

Transtorno de somatização

Transtorno doloroso somatoforme persistente

Transtorno somatoforme indiferenciado

Outros transtornos somatoformes

Transtorno somatoforme não especificado

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Transtornos Somatoformes (diagnóstico)

Sintomas físicos

que persistem por meses ou anos que sugerem a presença de doenças clínicas

ou cirúrgicas mas que não são totalmente explicados: - por nenhuma das patologias orgânicas conhecidas - nem por outro transtorno mental - nem pelo efeito do uso de substâncias (álcool, drogas)

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Transtornos Somatoformes (critérios de diagnóstico)

Mesmo quando houver uma doença orgânica confirmada, não há explicação lógica para a natureza e intensidade das queixas referidas.

Outra característica é a negativa do paciente em aceitar a possibilidade de que suas doenças tenham uma origem psicológica.

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Transtornos Somatoformes (diagnóstico)

Os sintomas

não são produzidos de forma intencional

devem ter uma intensidade suficiente para provocar uma perturbação clinicamente significativa

ou deterioração no desempenho social, no trabalho e na convivência familiar

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COMORBIDADESCOMORBIDADES

A presença de somatizações não

exclui o diagnóstico de outras

doenças psiquiátricas e pode ser uma

pista para o diagnóstico

Depressão e Ansiedade estão

freqüentemente associados com

Somatização

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COMORBIDADESCOMORBIDADES

Pacientes com transtorno de somatização comumente têm depressão coexistente

(até 60% )

Transtornos ansiosos, como transtorno do pânico ou o transtorno obsessivo-compulsivo (até 50%)

Transtornos de personalidade (até 60%)

Transtorno por abuso de substâncias psicoativas também são freqüentes.

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EtiologiaEtiologia

Fatores predisponentes:

Fatores genéticos

Antecedentes familiares de somatização

Antecedentes de alguma doença pessoal ou familiar na infância

Características de personalidade (Alexitimia)

Associação entre somatização e uma história de abuso sexual ou físico significativa

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EtiologiaEtiologia

Fatores desencadeantes

Situações de vida estressantes como medo de “não corresponder às expectativas”

Dificuldades no trabalho ou econômicas, perdas, desavenças, doença ou morte

“Dor psíquica”, sob a forma de queixas corporais, em pessoas que não têm vocabulário para apresentar seu sofrimento de outra forma

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Origem dos sintomasOrigem dos sintomas

Sensações corporais amplificadas. (interpretadas erroneamente)

Manifestações somáticas das emoções

Pessoas preocupadas com doença e que se sentem vulneráveis, costumam procurar anomalias no corpo, detectando sensações que se identifiquem com sintomas de doença.

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EtiologiaEtiologia

Fatores de manutenção

Não se trata de simulação. O paciente não está “fingindo” o sintoma: não tem controle sobre o processo e sofre

queixas persistentes = meio eficiente para expressar a raiva e castigar

A possibilidade de ganhos psicossociais ou econômicos pode ser um estímulo para desempenhar o “papel de doente” indefinidamente.

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EtiologiaEtiologia

Fatores de manutenção:

“necessidade de estar doente”-

O papel de doente propicia:

alívio de expectativas interpessoais estressantes libera o sujeito de suas obrigações (ganho primário) geralmente proporciona atenção, cuidados em algumas situações, compensações financeiras (ganho secundário)

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Características de diagnóstico sugerindo somatização

Múltiplos sintomas, muitas vezes ocorrendo em diferentes sistemas orgânicos

Sintomas vagos ou que excedam os achados objetivos

Evolução crônica Presença de um transtorno psiquiátrico História de extensos exames para

diagnóstico Rejeição de médicos anteriores

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Na prática, a somatização costumaNa prática, a somatização costuma

ser um diagnóstico de exclusãoser um diagnóstico de exclusão

Há vantagens em se estabelecerHá vantagens em se estabelecer

um um diagnóstico positivodiagnóstico positivo

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DIAGNÓSTICODIAGNÓSTICO

Duas condições são necessárias para se

estabelecer o diagnóstico:

Presença de vários (mais de 3) sintomas vagos ou exagerados em sistemas orgânicos diferentes.

Que essas queixas tenham uma evolução crônica de mais de 2 anos.

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DIAGNÓSTICODIAGNÓSTICO

Os sintomas ocorrem em pacientes com patologia orgânica

e justificariam uma investigação médica completa.

Porém, o paciente somatizador tem: muitos sintomas, em sistemas diversos que persistem por tempo demais chamam a atenção do médico por apresentarem

uma intensidade desproporcional com relação ao aspecto saudável do paciente

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Sintomas e Síndromes comumente relatados por pacientes com

somatização.

Sintomas gastrointestinais: Vômitos Dor abdominal Náuseas Distensão abdominal e excesso de gases Diarréia Intolerância alimentar

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Sintomas e Síndromes comumente relatados por pacientes com

somatização.

Sintomas dolorosos:

Dor difusa (“sou inteiramente dolorido”) Dor nas extremidades Dor nas costas Dor articular Dor durante a micção Cefaléia

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Sintomas e Síndromes comumente relatados por pacientes com

somatização.

Sintomas cardiorespiratórios:

Falta de ar em repouso Palpitações Dor no peito Tonturas

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Sintomas e Síndromes comumente relatados por pacientes com

somatização.

Amnésia

Dificuldade para deglutir

Perda de voz

Surdez

Visão dupla ou borrada

Cegueira

Desmaios

Dificuldade para

caminhar

Pseudocrises epilépticas

Fraqueza muscular

Dificuldade para urinar

Sintomas pseudoneurológicos:

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Sintomas e Síndromes comumente relatados por pacientes com

somatização.

Síndromes:

Precordialgia atípica Síndrome da articulação temporomandibular “Hipoglicemia” Síndrome da fadiga crônica Fibromialgia “Alergias alimentares” vagas “Deficiência vitamínica” vaga Síndrome pré-menstrual Múltipla hipersensibilidade química.

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Sintomas e Síndromes comumente relatados por pacientes com

somatização

Sintomas dos órgãos reprodutivos:

Dispareunia Menstruação dolorosa Sensações de queimação nos órgãos

sexuais Ciclos menstruais irregulares Sangramento sexual excessivo Vômitos durante toda a gravidez

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Características de diagnóstico sugerindo somatização

Sintomas que sejam vagos ou que excedam os achados objetivos

Múltiplos sintomas, muitas vezes ocorrendo em diferentes sistemas orgânicos

Evolução crônica

Presença de um transtorno psiquiátrico

História de extensos exames para diagnóstico

Rejeição de médicos anteriores

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RecomendaçõesRecomendações

Primeiro desafio na relação médico-paciente:a investigação inicial não identificou umapatologia orgânica A conclusão do médico costuma ser:

“você não tem nada” “está tudo na sua cabeça”

(questionar a realidade dos sintomas)

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RecomendaçõesRecomendações

Este tipo de observação pode provocar

-revolta, descrédito, sentimento de rejeição

-aumentar ainda mais os sintomas e a

angústia do paciente

O paciente costuma achar que o médico é

incompetente , inexperiente ou desinteressado

e que deve procurar outro profissional

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TratamentoTratamento

A abordagem deve:

- Tranqüilizar o paciente

- Reconhecer o sofrimento e

- As limitações do tratamento

- Evitar a rejeição

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TratamentoTratamento

Atribuir um nome ou um “rótulo” para a doença, como “fibromialgia” ou “síndrome da fadiga crônica”:

- O paciente se identifica com o modelo

tradicional de doença

- Melhora a relação médico-paciente

- Concentra esforços em um melhor

funcionamento global

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TratamentoTratamento

Consultas breves, marcadas regularmente a cada quatro a seis semanas, sempre com o mesmo médico (evitar consultas “conforme necessário”)

Realizar curto exame físico em cada consulta

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TratamentoTratamento

Dar aos sinais físicos, maior peso do que aos sintomas relatados

Evitar procedimentos e hospitalizações, a menos que claramente indicados

Compreender que o desenvolvimento de sintomas é inconsciente

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Sugestões para tratar pacientes com preocupação

somática

Cuidar, não procurar curar Não tente eliminar completamente os sintomas Concentre-se na convivência e nas funções

Validação do sofrimento Não refute ou negue os sintomas Não baseie a relação médico-paciente nos

sintomas Concentre-se na história social

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Sugestões para tratar pacientes com preocupação

somática

Conservadorismo diagnóstico terapêutico

Responda a solicitações como para os que não têm preocupações somáticas

Analise fichas antigas antes de pedir exames Marque consultas e exames físicos freqüentes Uma vez estabelecida, tente não alterar a

freqüência das consultas Pense em remédios benignos

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Sugestões para tratar pacientes com preocupação

somática

Dando um diagnóstico Enfatize a disfunção, e não a patologia

estrutural Descreva o processo de amplificação e forneça

exemplo específico Tranqüilize com cautela

Consulta psiquiátrica Diagnostique comorbidade psiquiátrica Recomende opções de farmacoterapia Providencie psicoterapia

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O tratamento

pode ser considerado

bem sucedido se o

paciente for mantido fora do hospital e

do pronto-socorro e se diminuir sua

exposição a complicações iatrogênicas