solidão

4
SOLIDÃO... O DESEJO DO SOLITÁRIO? Sabrina Guedes

Upload: sabrina-guedes

Post on 15-Apr-2017

84 views

Category:

Education


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Solidão

SOLIDÃO... O DESEJO DO SOLITÁRIO?

Sabrina Guedes

Page 2: Solidão

SOLIDÃO... O DESEJO DO SOLITÁRIO?

Sabrina Guedes

A humanidade passa há algum tempo por uma crise existencial, que na prática significa a perda da identidade.

O homem que criou e convive com a ótica do consumo, cobriu-se da armadura do eu solitário, independente, que necessita jogar seus interesses e desejos naquilo que monetariamente pode adquirir e/ou comprar. Isolou-se nos sentimentos e nas emoções e fechou-se num campo intransponível e doentio, onde o fator mais degradante chama-se solidão.

Brincando com as palavras e parafraseando Bituca, “o solitário não quer solidão”, ou será que quer?

Page 3: Solidão

SOLIDÃO... O DESEJO DO SOLITÁRIO?

Sabrina Guedes

Encerrar-se em si mesmo é constitutivo da insensibilidade consigo mesmo e com outro, deixando de reverenciar o autoria criadora, onde a máxima humana passaria pela integração ao cosmo, ao coletivo, conjugado no “nós” da relação.

Os campos de convivência são retratos muito fortes de uma espécie que ilhada, sofre calada e gesta com sangue o desencontro da vida, permitindo que neste cenário, a morte encarne o desamor como personagem principal, levando-nos a loucura e a perda de conectividade com a realidade.

Somos produtos dessa engenharia maquiavélica que roubando nossas almas, usurpou o tesouro da vida.

Page 4: Solidão

SOLIDÃO... O DESEJO DO SOLITÁRIO?

Sabrina Guedes

Desaprendemos o sentido do amor, do doar-se e bebemos do “bom” veneno que nós mesmos produzimos.

Chegamos no limite. O outro é um eu insuportável, pois revela o lado mais sombrio e desafiador do (in)constitutivo humano.

Seria então, caríssimos, mais fácil jogar-se num nada, num vazio e idolatrar o nosso próprio reflexo e sermos arquétipos de Narciso. “É que Narciso acha feio o que não é espelho”. (Caetano Veloso)

O solitário quer solidão! Potência máxima do egocentrismo!