solidão
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SOLIDÃO... O DESEJO DO SOLITÁRIO?
Sabrina Guedes
SOLIDÃO... O DESEJO DO SOLITÁRIO?
Sabrina Guedes
A humanidade passa há algum tempo por uma crise existencial, que na prática significa a perda da identidade.
O homem que criou e convive com a ótica do consumo, cobriu-se da armadura do eu solitário, independente, que necessita jogar seus interesses e desejos naquilo que monetariamente pode adquirir e/ou comprar. Isolou-se nos sentimentos e nas emoções e fechou-se num campo intransponível e doentio, onde o fator mais degradante chama-se solidão.
Brincando com as palavras e parafraseando Bituca, “o solitário não quer solidão”, ou será que quer?
SOLIDÃO... O DESEJO DO SOLITÁRIO?
Sabrina Guedes
Encerrar-se em si mesmo é constitutivo da insensibilidade consigo mesmo e com outro, deixando de reverenciar o autoria criadora, onde a máxima humana passaria pela integração ao cosmo, ao coletivo, conjugado no “nós” da relação.
Os campos de convivência são retratos muito fortes de uma espécie que ilhada, sofre calada e gesta com sangue o desencontro da vida, permitindo que neste cenário, a morte encarne o desamor como personagem principal, levando-nos a loucura e a perda de conectividade com a realidade.
Somos produtos dessa engenharia maquiavélica que roubando nossas almas, usurpou o tesouro da vida.
SOLIDÃO... O DESEJO DO SOLITÁRIO?
Sabrina Guedes
Desaprendemos o sentido do amor, do doar-se e bebemos do “bom” veneno que nós mesmos produzimos.
Chegamos no limite. O outro é um eu insuportável, pois revela o lado mais sombrio e desafiador do (in)constitutivo humano.
Seria então, caríssimos, mais fácil jogar-se num nada, num vazio e idolatrar o nosso próprio reflexo e sermos arquétipos de Narciso. “É que Narciso acha feio o que não é espelho”. (Caetano Veloso)
O solitário quer solidão! Potência máxima do egocentrismo!