soldador de solda elétrica e oxiacetileno
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Soldador de Solda Elétrica e OxiacetilenoTRANSCRIPT
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Soldador de solda eltrica e oxiacetileno
So Paulo
2010
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2010 - SENAI So Paulo - Departamento Regional Qualquer parte desta obra poder ser reproduzida, desde que citada a fonte.
Equipe responsvel
Diretor da Escola Nivaldo Silva Braz
Coordenao Pedaggica Osris Medeiros Neri
Coordenao Tcnica Antonio Varlese
Organizao do contedo Augusto Toshio Mashiba
Escola SENAI Humberto Reis Costa
Rua Aracati Mirim n 115
So Paulo - SP CEP 03227-160 Fone/fax: (011) 2154-1300 www.sp.senai.br/vilaalpina
SENAI.SP.
Soldador de solda eltrica e oxiacetileno SENAI So Paulo:
Escola SENAI Humberto Reis Costa, 2010.
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Sumrio
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INTRODUO .............................................................................................................. 5
TERMINOLOGIA DE SOLDAGEM ................................................................................ 7
ORIGEM DAS SOLDAS ............................................................................................. 31
METAIS FERROSOS .................................................................................................. 35
METAIS NO-FERROSOS E LIGAS .......................................................................... 37
ESTRUTURA CRISTALINA DOS METAIS .................................................................. 51
SOLDABILIDADE DOS MATERIAIS METLICOS E SUAS LIGAS ............................ 59
CORROSO DOS METAIS ........................................................................................ 85
EQUIPAMENTO DE PROTEO INDIVIDUAL E COLETIVA ................................... 101
NORMAS DE SEGURANA ..................................................................................... 107
DESCONTINUIDADE E DEFEITOS NA SOLDAGEM ............................................... 117
ENSAIOS DESTRUTIVOS E NO DESTRUTIVOS.................................................. 125
CONTROLE DE TEMPERATURA ............................................................................ 139
LIXAS E REBOLOS .................................................................................................. 141
TCNICAS DE LIXAMENTO, ESMERILHAMENTO E ESCOVAO ....................... 163
PREPARAO DOS MATERIAIS ............................................................................. 173
A SOLDAR ................................................................................................................ 173
SIMBOLOGIA DE SOLDAGEM ................................................................................ 181
EQUIPAMENTO DE SOLDAGEM OXIACETILNICO .............................................. 187
VARETAS DE SOLDA............................................................................................... 207
PROCESSO DE CORTE .......................................................................................... 211
ELETRICIDADE BSICA .......................................................................................... 247
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MQUINAS, EQUIPAMENTOS E ACESSRIOS DE SOLDAGEM .......................... 255
ELETRODO .............................................................................................................. 285
CLASSIFICAO DE ELETRODOS REVESTIDOS ................................................. 287
SOLDAGEM MIG MAG ............................................................................................. 295
SOLDAGEM TIG ...................................................................................................... 307
EWP ......................................................................................................................... 312
CONCLUSO ........................................................................................................... 319
ANEXOS ................................................................................................................... 321
REFERENCIAS BIBLIOGRFICAS .......................................................................... 329
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Introduo
No mundo mecnico, umas das atividades desenvolvidas pelos profissionais
especializados que nele atuam reside em cortar, aquecer e/ou unir peas, barras e
chapas metlicas com o uso do equipamento de soldagem.
Contudo, os demais profissionais do setor, tambm precisam dominar os princpios
bsicos do corte e da soldagem com o uso do equipamento de soldagem, pois nem
sempre haver a presena do especialista para resolver os problemas das unies
soldadas e de corte.
O objetivo desta unidade de instruo habilit-lo a utilizar corretamente o equipamento
de soldagem e aplicar, na sua futura vida profissional, os princpios bsicos da
soldagem. Tais princpios envolvem as operaes ilustradas a seguir:
Solda executada na posio plana
Solda executada na posio horizontal
Solda executada na posio vertical
Conjunto soldado sem
adio de material
Conjunto com solda forte
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Terminologia de soldagem
Objetivos:
Definir os principais termos e expresses usadas nos processos de soldagem. Aps o
estudo deste mdulo, o aluno dever estar apto a:
saber os termos de soldagem mais usuais
identificar os vrios tipos de juntas
identificar os vrios tipos de soldas
identificar os vrios tipos de chanfros
identificar as vrias zonas de junta soldada
saber os termos de descontinuidades
identificar os vrios tipos de descontinuidades
Nota: Os termos relacionados a seguir so apenas alguns dos mais usuais:
Abertura da raiz: separao entre os membros a serem unidos na raiz da junta (fig.
2.1).
Amanteigamento ou Revestimento do chanfro: revestimento com uma ou mais
camadas de solda depositado na face do chanfro, destinado principalmente a facilitar
as operaes subsequentes de soldagem, de forma a permitir uma transio
metalrgica favorvel entre o metal base e o metal de solda.
ngulo do bisel: ngulo formado entre a borda preparada do componente e um plano
perpendicular superfcie do componente. Ver figura 2.1.
ngulo do chanfro: ngulo integral do chanfro entre as partes a serem unidas por
uma solda. Ver figura 2.1.
ngulo de deslocamento ou de inclinao do eletrodo: ngulo que o eletrodo
forma com uma reta de referncia, perpendicular ao eixo da solda, no plano comum ao
eixo da solda e ao eletrodo. Ver figura 2.2.
ngulo de trabalho: ngulo que o eletrodo forma com relao superfcie do metal
base numa plano perpendicular ao eixo da solda. Ver figura 2.2.
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Atmosfera protetora: envoltrio de gs que circunda a parte a ser soldada, sendo o
gs protetor controlado na sua composio qumica, ponto de orvalho, presso vazo,
etc. Como exemplo temos os gases inertes (Argnio e Hlio) e os ativos (CO2).
Brazagem: processo de unio de materiais onde apenas o metal de adio sofre
fuso, ou seja, o metal de base no participa da zona fundida. O metal de adio se
distribui por capilaridade na fresta formada pelas superfcies da junta aps fundir-se.
Camada: conjunto de passes depositados e situados aproximadamente num mesmo
plano. Ver figura 2.3.
Certificado e Qualificao de Soldador: documento escrito certificando que o
soldador est habilitado a executa soldas de acordo com padres ou cdigos
preestabelecidos.
Chanfro: abertura ou sulco na superfcie de uma pea ou entre dois componentes,
que determina o espao para conter a solda. Ver figura 2.4. Os principais tipos de
chanfros so os seguintes:
chanfro em J
chanfro em duplo J
chanfro em U
chanfro em duplo U
chanfro em V
chanfro em X
chanfro em meio V
chanfro em K
chanfro reto, ou sem chanfro
Chapa de teste de produo: chapa soldada como extenso de uma das juntas
soldadas do equipamento, com a finalidade de executar ensaios mecnicos, qumicos
ou metalogrficos.
Chapa ou tubo de teste: pea soldada para qualificao de procedimento de
soldagem ou de soldadores ou de operadores de soldagem.
Cobre junta: material (metal base, solda, material granulado, cobre, material cermico
ou carvo) colocado na raiz da junta soldada, com a finalidade de suportar o metal
fundido durante a da soldagem.
Consumvel: material empregado na deposio da solda, tais como eletrodos, vareta,
arame, anel consumvel, gs e fluxo.
Cordo de solda: depsito de solda resultante de um passe. Ver figura 2.3.
Corpo de prova: amostra da chapa ou tubo de teste para executar ensaios
mecnicos, qumicos ou metalogrficos.
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Corrente de soldagem: corrente eltrica num circuito de soldagem, durante a
execuo de uma solda.
Corte com eletrodo de carvo: processo de corte a arco eltrico no qual metais so
separados por fuso devido ao calor gerado pelo arco voltaico formado entre um
eletrodo de grafite e o metal base.
Dimenso da solda:
para solda em chanfro: a penetrao da junta (profundidade do bisel mais a
penetrao da raiz, quando esta especificada). A dimenso de uma solda em
chanfro e a garganta efetiva deste tipo de solda so a mesma coisa.
para solda em ngulo de pernas iguais: o comprimento dos catetos do maior
tringulo retngulo issceles que pode ser inscrito dentro da seo transversal da
solda. Ver figura 2.10.
para solda em ngulo de pernas desiguais: o comprimento dos catetos do maior
tringulo retngulo que pode ser inscrito dentro da seo transversal da solda.
Eletrodo de carvo: eletrodo usado em corte ou soldagem a arco eltrico, consistindo
de uma vareta de carbono ou grafite, que pode ser revestida com cobre ou outro
revestimento.
Eletrodo nu: metal de adio consistindo de um metal ligado ou no, em forma de
arame, tira ou barra, e sem nenhum revestimento ou pintura nele aplicado alm
daquele concomitante sua fabricao ou preservao.
Eletrodo revestido: metal de adio formado por uma alma de eletrodo nu sobre o
qual um revestimento aplicado, de modo a produzir uma camada de escria sobre o
metal de solda. O revestimento pode conter materiais que formam uma atmosfera
protetora, desoxidam o banho, estabilizam o arco, podendo contribuir com adies
metlicas ao metal de solda.
Eletrodo para solda a arco: um componente do circuito de solda atravs do qual a
corrente conduzida entre o eletrodo e o arco.
Eletrodo tubular: metal de adio composto de um tubo de metal ou outra
configurao com uma cavidade interna, contendo produtos que formam uma
atmosfera protetora, desoxidam o banho, estabilizam o arco, formam escria ou que
contribuam com elementos de liga para o metal de solda. Proteo adicional externa
pode ser usada.
Eletrodo de tungstnio: eletrodo metlico usado em soldagem ou corte a arco
eltrico, feito principalmente do elemento Tungstnio.
Equipamento de soldagem: mquinas, ferramentas, instrumentos, estufas e
dispositivos empregados na operao de soldagem.
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Escama de solda: aspecto da face da solda semelhante escamas de peixe. Em
deposio sem oscilao transversal, assemelha-se a uma fileira de letras V. Em
deposio com oscilao transversal, assemelha-se a escamas entrelaadas. Fig. 2.5.
Face do chanfro: superfcie de um membro que faz parte do chanfro. Ver figura 2.6.
Face de fuso: superfcie do metal de base que ser fundida na soldagem. Ver fig.
2.7.
Face de raiz: poro da face do chanfro adjacente raiz da junta. Ver figura 2.6.
Face da solda: superfcie exposta da solda, pelo lado por onde a solda foi executada.
Ver figura 2.8.
Fluxo: material usado para prevenir, dissolver ou facilitar a execuo de xidos e outra
substncias superficiais indesejveis, ou proteger a poa de fuso no processo arco
submerso.
Gabarito de solda: dispositivo para verificar a forma e a dimenso da solda.
Garganta efetiva: distncia mnima da raiz da solda sua face menos qualquer
reforo. Ver figuras 2.9 e 2.10.
Garganta de solda: dimenso de uma solda em ngulo que determina a distncia
entre:
a raiz da junta e a hipotenusa do maior tringulo inscrito na seo transversal da
solda: garganta terica. Ver figura 2.10.
a raiz e a face da solda, inclusive reforo : garganta real. Ver figura 2.10.
a raiz e a face da solda, menos qualquer reforo: garganta efetiva. Ver figuras 2.9
e 2.10.
Gs de proteo: gs utilizado para prevenir contaminao indesejada pela
atmosfera.
Gs inerte: gs que normalmente no combina quimicamente com o metal de base ou
metal de adio.
Geometria da junta: forma e dimenses da seo transversal de uma junta antes da
soldagem.
Goivagem: operao de fabricao de um bisel ou chanfro pela remoo de material.
Goivagem a arco: processo a arco usado para fabricar um bisel ou chanfro.
Goivagem por trs: remoo do metal de solda e do metal de base pelo lado oposto
de uma junta parcialmente soldada, para assegurar penetrao completa pela
subsequente soldagem pelo lado onde foi efetuada a goivagem.
Inspetor de soldagem: profissional qualificado, empregado pela executante dos
servios, para exercer as atividades de controle de qualidade relativos soldagem.
Junta: regio onde duas ou mais peas sero unidas por soldagem.
Junta de aresta: junta em que, numa seo transversal, as bordas dos componentes
a soldar formam, aproximadamente, um ngulo de 180o. Ver figura 2.11.
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Junta de ngulo: junta em que, numa seo transversal, os componentes a soldar
apresentam-se sob forma de um ngulo. Ver figura 2.13. As juntas podem ser:
junta de ngulo em quina,
junta de ngulo em L,
junta de ngulo em T e
junta em ngulo.
Junta dissimilar: junta soldada, cuja composio qumica dos metais de base da
peas envolvidas diferem entre si significativamente.
Junta sobreposta: junta formada por dois componentes a soldar, de tal maneira que
suas superfcies sobrepem-se. Ver figura 2.14.
Junta soldada: unio, obtida por soldagem, de dois ou mais componentes, incluindo
zona fundida, zona de ligao, zona afetada termicamente e metal de base nas
proximidade da solda.
Junta de topo: junta entre dois membros alinhados aproximadamente no mesmo
plano. Ver figura 2.12.
Margem da solda: juno entre a face de solda e o metal de base. Ver figura 2.8.
Martelamento: trabalho mecnico aplicado zona fundida da solda por meio de
impactos, destinado a controlar deformaes da junta soldada.
Metal de adio: metal a ser adicionado na soldagem de uma junta.
Metal de base: metal a ser soldado, brazado ou cortado.
Metal depositado: metal de adio que foi depositado durante a operao de
soldagem.
Metal de solda: poro da solda que foi fundida durante a soldagem.
Operador de soldagem: indivduo capacitado a operar mquina ou equipamento de
soldagem automtica.
Passe: progresso unitria da soldagem ao longo de uma junta, depsito de solda ou
substrato. O resultado de um passe um cordo de solda que pode tambm se
constituir numa camada de solda. Ver figura 2.3.
Passe estreito: depsito efetuado seguindo a linha de solda, sem movimento lateral
aprecivel. Ver figura 2.5A.
Passe oscilante: depsito efetuado com movimento lateral em relao linha de
solda. Ver figura 2.5B.
Passe de revenimento: passe ou camada depositada em condies que permitam a
modificao estrutural do passe ou camada anterior e de suas zonas afetadas
termicamente.
Passe de solda: ver definio de cordo de solda.
Penetrao: distncia que a fuso atinge no metal de base ou no passe anterior a
partir da superfcie fundida durante a soldagem.
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Penetrao da junta: profundidade mnima da solda em juntas com chanfro ou da
solda de fechamento medida entre a face da solda e sua extenso na junta, excluindo
o reforos. A penetrao da junta pode incluir a penetrao da raiz. Ver figuras 2.9 e
2.15.
Penetrao da raiz: profundidade com que a solda se prolonga na raiz da junta
medida na linha de centro da seo transversal da raiz. Ver figuras 2.9 e 2.15.
Penetrao total da junta: penetrao da junta na qual o metal de solda preenche
totalmente o chanfro, fundindo-se completamente ao metal de base em toda a
extenso das faces do chanfro.
Perna da solda: distncia da raiz da junta margem da solda em ngulo. Ver fig.
2.10.
Poa de fuso: zona em fuso, a cada instante, durante uma soldagem, ou poro
lquida de uma solda antes de solidificar-se.
Polaridade direta: tipo de ligao para soldagem com corrente contnua, onde os
eltrons deslocam-se do eletrodo para a pea (a pea considerado como polo
positivo e o eletrodo como polo negativo).
Polaridade inversa: tipo de ligao para soldagem com corrente contnua, onde os
eltrons deslocam-se da pea para o eletrodo ( a pea considerada como polo
negativo e o eletrodo como polo positivo).
Ps aquecimento: aplicao de calor na junta soldada, imediatamente aps a
deposio da solda, com a finalidade principal de remover hidrognio difusvel.
Posio horizontal: em soldas em ngulo, posio na qual a soldagem executada
na pare superior de uma superfcie aproximadamente horizontal e contra uma
superfcie aproximadamente vertical Ver figura 2.16A.. Em solda em chanfro, posio
de soldagem na qual o eixo da solda est num plano aproximadamente horizontal e a
face da solda fica num plano aproximadamente vertical. Ver figuras 2.16B e 2.20.
Posio plana: posio de soldagem usada para soldar a parte superior da junta. A
face da solda aproximadamente horizontal. Ver figuras 2.17 e 2.20.
Posio vertical: posio de soldagem na qual o eixo da solda aproximadamente
vertical, sendo que para tubos a posio da junta na qual a soldagem executada
na posio horizontal, sendo o tubo rotacionado ou no. Ver figuras 2.18 e 2.20.
Posio sobrecabea: posio na qual a soldagem executada pelo lado inferior da
junta. Ver figuras 2.19 e 2.20.
Pr aquecimento: aplicao de calor no metal de base imediatamente antes da
soldagem (para soldar com menor energia), da brazagem (para fundir a vareta de
solda) ou do corte (para iniciar o corte).
Pr aquecimento localizado: pr aquecimento de uma poro especfica de uma
estrutura.
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Procedimento de soldagem: documento emitido pela executante dos servios,
descrevendo todos os parmetros e as condies da operao de soldagem.
Processo de soldagem: processo utilizado para unir materiais pelo aquecimento
destes temperaturas adequadas, com ou sem aplicao de presso, ou pela
aplicao de presso apenas e com ou sem participao de metal de adio.
Qualificao de procedimento de soldagem: demonstrao pela qual soldas
executadas por um procedimento especfico podem atingir requisitos pr
estabelecidos.
Qualificao de soldador: demonstrao da habilidade de um soldador em executar
soldas que atendam padres pr estabelecidos.
Raiz da junta: poro da junta a ser soldada onde os membros esto o mais prximo
possvel entre si. Em seo transversal, a raiz pode ser um ponto, uma linha ou uma
rea. Ver figura 2.21.
Raiz da solda: pontos nos quais a parte posterior da solda intersecta as superfcies do
metal de base. Ver figuras 2.8A e 2.20.
Reforo da solda: metal de solda em excesso alm do necessrio para preencher a
junta. Excesso de metal depositado nos ltimos passes ou ltima camada. Ver figura
2.8B.
Registro da qualificao de procedimento: documento emitido pela executante dos
servios, nos quais esto registrados os parmetros da operao de soldagem da
chapa ou tubo de teste e os resultados ou exames de qualificao.
Seqncia de passes: ordem pela qual os passes de uma solda multi-passes so
depositados com relao seo transversal da junta. Ver figura 2.3.
Seqncia de soldagem: ordem pela qual so executadas as soldas de um
equipamento.
Solda: unio localizada de metais ou no-metais, produzida pelo aquecimento dos
materiais a temperatura adequada, com ou sem aplicao de presso, ou pela
aplicao de presso apenas, e com ou sem a participao de material de adio.
Solda em ngulo: solda da seo transversal aproximadamente triangular que une
duas superfcies aproximadamente em ngulo reto. Ver figuras 2.2B, 2.8A, 2.16A,
2.17A, 2.18A, 2.19A e 2.20.
Solda de aresta: solda executada numa junta de aresta. Ver figura 2.28.
Solda autgena: solda de fuso sem a participao de metal de adio.
Solda automtica: soldagem com equipamento que executa toda a operao sob
observao de um operador de soldagem.
Solda em cadeia: solda em ngulo usada nas juntas de cordes intermitentes (trechos
de cordo igualmente espaados) que coincidem entre si, de tal modo que a um trecho
de cordo sempre se ope outro. Ver figura 2.24A.
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Solda em chanfro: solda executada em um chanfro.
Solda costura: solda contnua executada entre ou em cima de membros sobrepostos. A
solda contnua pode consistir de um nico passe ou de uma srie de soldas por pontos.
Ver figura 2.23.
Solda descontnua: solda na qual a continuidade interrompida por espaamentos sem
solda. Ver figura 2.24.
Solda descontnua coincidente: ver definio de solda em cadeia.
Solda descontnua intercalada: ver definio de solda em escalo.
Solda em escalo: solda em ngulo, usada nas juntas em T, composta de cordes
intermitentes que se alternam entre si, de tal modo que a um trecho do cordo se ope
uma parte no soldada. Ver figura 2.24B.
Solda heterognea: solda cuja composio qumica da zona fundida difere
significativamente da do(s) metal(is) base(s), no que se refere aos elementos de liga.
Solda homognea: solda cuja composio qumica da zona fundida prxima a do
metal de base.
Solda por pontos: solda executada entre ou sobre componentes sobrepostos nos quais
a fuso se inicia e ocorre nas superfcies em contato ou se inicia pela superfcie externa
de um dos membros. A seo transversal da solda no plano da junta aproximadamente
circular. Ver figura 2.27.
Solda provisria: solda destinada a manter membros ou componentes adequadamente
ajustados at a concluso da soldagem.
Solda de selagem: qualquer solda estabelecida com a finalidade principal de impedir ou
diminuir vazamentos.
Solda tampo: solda executada atravs de um furo normalmente circular ou oblongo,
num membro de uma junta sobreposta ou em T, unindo um membro ao outro. As
paredes do furo podem ser ou no paralelas e o furo pode ser parcial ou totalmente
preenchido com metal de solda. Ver figura 2.25.
Solda de topo: solda executada em uma junta de topo.
Soldabilidade: capacidade de um material ser soldado, sob condies de fabricao
obrigatrias a uma estrutura especfica adequadamente projetada, e de apresentar
desempenho satisfatrio em servio.
Soldador: indivduo capacitado a executar soldagem manual e/ou semi automtica.
Soldagem: processo utilizado para unir materiais por meio de solda.
Soldagem a arco: grupo de processos de soldagem que produz a unio de metais
pelo aquecimento destes por meio de um arco eltrico, com ou sem a aplicao de
presso e com ou sem o uso de metal de adio.
Soldagem manual: processo no qual toda a operao executada e controlada
manualmente.
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Soldagem com passe a r: soldagem na qual trechos do cordo de solda so
executados em sentido oposto ao da progresso da soldagem, de forma que cada
trecho termina no incio do anterior, formando ao todo um nico cordo. Ver figura
2.26.
Soldagem automtica: soldagem a arco com equipamento que controla somente o
avano do metal de adio. O avano da soldagem controlado manualmente.
Sopro magntico: deflexo de um arco eltrico de seu percurso normal, devido a
foras eletromagnticas.
Taxa de deposio: peso de material de solda depositado por unidade de tempo.
Tcnica de soldagem: detalhamento de um procedimento de soldagem que so
controlados pelo soldador ou operador de soldagem.
Temperatura de interpasse: em soldagem multi passe, temperatura (mxima ou
mnima como especificado) do metal de solda depositado antes do passe seguinte ter
comeado.
Tenso de arco: tenso atravs do arco eltrico utilizado na soldagem.
Tenso residual: tenso remanescente numa estrutura ou membro como resultado de
tratamento trmico ou mecnico, ou de ambos os tratamentos. A origem da tenso na
soldagem deve-se principalmente contrao do material fundido ao resfriar-se at a
temperatura ambiente.
Tenses trmicas: tenses no metal resultantes da distribuio no uniforme de
temperatura.
Tratamento trmico: qualquer tratamento trmico subsequente soldagem destinado
a aliviar tenses residuais ou alterar propriedades mecnicas ou caractersticas
metalrgicas da junta soldada. Consiste de aquecimento uniforme da estrutura ou
parte dela a uma temperatura adequada, seguido de esfriamento uniforme.
Vareta de solda: tipo de metal de adio utilizado para soldagem ou brazagem, o
qual no conduz corrente eltrica durante o processo.
Zona afetada termicamente: poro do metal de base que no foi fundido, mas cujas
propriedades mecnicas ou microestrutura foi alterada pelo calor da soldagem,
brazagem ou corte. Ver figura 2.29.
Zona de fuso: rea do metal de base fundida, determinada na seo transversal da
solda. Ver figura 2.7.
Zona fundida: regio da junta soldada que esteve momentaneamente no estado
lquido e cuja solidificao resultou da cessao ou do afastamento da fonte de calor.
Pode ser obtida em um ou em vrios passes. Ver figura 2.29.
Zona de ligao: regio da junta soldada que envolve a zona fundida. a regio que
durante a soldagem foi aquecida at a fase lquida e esfriou at a solidificao. Para
os metais puros se reduz a uma superfcie. Ver figura 2.29.
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Origem das soldas
As mais antigas notcias que se tem sobre a soldagem esto em uma pea do Museu
do Louvre em Paris, um pingente de ouro com indicaes de solda, feito na Prsia
(4.000 AC).
Temos tambm a soldagem por forjamento da Espada de Damasco (1.300 AC), e a
utilizao de uma espcie de maarico soprado pela boca usando lcool ou leo como
combustvel que os egpcios usavam para fundir e soldar bronze, tcnica legada a
gregos e romanos.
A arqueologia tem revelado obras metlicas soldadas de difcil aplicao operacional
tendo em vista as poucas disponibilidades tcnicas daqueles tempos: o caso dos
pilares de ao de vinte metros de altura e 0,40 cm de descoberto na cidade de Delhi
(Dalle) na ndia, com trabalho de forjamento soldado da seguinte maneira: os blocos
eram aquecidos ao rubro (cor avermelhada), colocava-se areia entre eles e martelava-
se at a formao da solda.
A fase propriamente histrica comea no sculo XIX.
Eis algumas datas ligadas a essa histria:
1801 Sir Humphrey Davis cria um arco eltrico entre terminais de um circuito.
1836 Edmund Davi descobre o gs acetileno, e mais tarde Wohler descobre a forma
de obteno desse mesmo gs, com a mistura de carbureto de clcio e gua.
1837 Richemont estuda a chamada aerohdrica (ar + hidrognio).
1847 Hare funde 1 kg. de platina com um maarico oxihdrico (oxignio +
hidrognio).
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SENAI - SP 32
1850 Sainte Clair Deville estuda a chama oxi hdrica.
1856 Joule, acidentalmente realiza uma soldagem por resistncia de fios de ao.
1877 Johnson sistematiza e estuda a soldagem por resistncia eltrica com auxlio
de presso mecnica, e considerado o pai da soldagem por resistncia (primeira
patente em maro de 1886, seguida de 150 outras). O campo de utilizao era
especificamente de fios metlicos.
1880 Maissan estuda o arco eltrico para fornos em 92 fbricas, e carbureto de
clcio no forno eltrico.
1885 Bernardos usa o eletrodo de carvo para fuso localizada no ao.
Como curiosidade interessante lembrar que a tenso do arco varia de 100 a 300 V. A
corrente de 600 a 1.000 A. Iniciava - se a passagem da corrente em curto - circuito e
em seguida o operador estabelece um arco de 5 a 10 cm. de dimetro do eletrodo indo
de 5 a 35 cm. com porta eletrodo de quase 50 cm. de comprimento. Bernardos realiza
tambm a primeira soldagem a ponto por resistncia com eletrodo de carvo.
1887 Fletcher realiza os primeiros ensaios de perfurao de ao sob jato de
oxignio.
1891 Slavianott realiza a primeira soldagem de chapas de ao com eletrodo metlico
nu.
1895 Le Chatelier estuda a chama oxiacetilnica.
1898 Linde produz o oxignio industrialmente.
1901 Fouche e Picard apresentam o primeiro maarico oxiacetilnico industrial.
1902 Claude aperfeioa a unidade de produo de oxignio.
1904 Picard apresenta o maarico de corte.
1907 Knellerg aplica um revestimento ao eletrodo de soldagem a arco.
1924 Langmuir prope a soldagem ao hidrognio atmico.
-
Soldador de solda eltrica e oxiacetileno
SENAI - SP 33
1935 desenvolvido o processo TIG.
1936 Soldagem sob - fluxo.
1938 Soldagem de materiais plsticos.
O QUE SOLDAGEM?
A definio da American Welding Society nos diz:
Processo de unio de materiais usado para obter coalescncia (aderncia) localizada
de metais e no-metais, produzidos por aquecimento at uma temperatura adequada,
com ou sem a utilizao de presso e / ou material de adio.
-
Soldador de solda eltrica e oxiacetileno
SENAI - SP 34
-
Soldador de solda eltrica e oxiacetileno
SENAI - SP 35
Metais Ferrosos
Objetivos
Ao final desta unidade o participante dever:
Conhecer
Estar informado sobre:
Classificao dos materiais naturais, artificiais, ferrosos e no-ferrosos;
Propriedades dos materiais.
Saber
Reproduzir conhecimentos sobre:
Estrutura dos metais;
Formao da estrutura na solidificao;
Componentes da estrutura: tomo, cristais, gro, contorno do gro;
Propriedades fsicas dos metais.
Introduo
Quando da confeco de um determinado produto, deve-se, como um dos fatores
prioritrios, selecionar o material adequado que o constituir.
Para tanto, o material deve ser avaliado sob dois aspectos: suas qualidades
mecnicas e seu custo.
Classificao de materiais
Apresentamos a seguir uma classificao dos materiais mais comumente utilizados,
tendo cada um sua importncia e emprego definidos em funo de suas
caractersticas e propriedades.
-
Soldador de solda eltrica e oxiacetileno
SENAI - SP 36
materiais
metlicos no metlicos
ferrosos no ferrosos sintticos naturais
ao
FoF
o
pesa
dos
leve
s
pl
stic
os
resi
nid
es
madeira
mouro
etc
.
Conhecidas as classes dos materiais passemos agora a especific-los por grupos e
emprego a que se destinam, pois todos os materiais possuem caractersticas prprias
que devemos conhecer para podermos empreg-los mais adequadamente.
Materiais metlicos
Ao estudarmos a classe dos materiais metlicos podemos dividi-los em dois grupos
distintos: os ferrosos e os no-ferrosos.
Materiais metlicos ferrosos
Desde sua descoberta os materiais ferrosos tornaram-se de grande importncia na
construo mecnica.
Os materiais ferrosos mais importantes so:
Ao liga de Fe e C com C < 2% - material tenaz, de excelentes propriedades, de fcil
trabalho, podendo tambm ser forjvel.
Ferro fundido liga de Fe e C com 2 < C < 5% - material amplamente empregado na
construo mecnica, e que, mesmo no possuindo a resistncia do ao, pode
substitu-lo em diversas aplicaes, muitas vezes com grande vantagem.
Como esses materiais so fceis de serem trabalhados, com eles construda a maior
parte de mquinas, ferramentas, estruturas, bem como instalaes que necessitam
materiais de grande resistncia.
-
Soldador de solda eltrica e oxiacetileno
SENAI - SP 37
Metais no-ferrosos e ligas
Introduo
Os metais no-ferrosos tm aumentado cada vez mais a sua importncia no mundo
moderno, quer substituindo o ferro, quer formando ligas com o ferro para melhorar as
suas caractersticas.
Podemos classific-los em dois grandes grupos:
Metais pesados cuja densidade maior ou igual a 5kg/dm3.
Metais leves cuja densidade menor que 5kg/dm3.
A maioria dos metais puros so moles e tm baixa resistncia a trao. Mas essas
propriedades podem ser melhoradas pela adio de elementos de liga.
Pela adio de elementos de liga quase sempre aumentam-se a dureza e a resistncia
a trao, diminui-se o alongamento, e a condutibilidade eltrica piora.
-
Soldador de solda eltrica e oxiacetileno
SENAI - SP 38
A obteno dos metais
Os minrios de onde so retirados os metais, alm do prprio metal, contm tambm
impurezas, tais como: oxignio, hidrognio e enxofre. A quantidade (porcentagem) de
metal varia em funo do tipo de minrio.
O quadro abaixo mostra esquematicamente o processo de obteno da maioria dos
metais.
Para obter um metal quase que totalmente puro (99,99%) usam-se normalmente
outros processos alm do processo normal de obteno do metal siderrgico, os quais
dependem do tipo de metal.
Normalizao
Segundo DIN 1700
Para metais puros escreve-se o smbolo do elemento qumico seguido do grau de
pureza.
Designao de metais puros
Zn
smbolo
99,99
grau de pureza
Para ligas adota-se a seguinte forma:
-
Soldador de solda eltrica e oxiacetileno
SENAI - SP 39
Produo ou
aplicao
Composio
Propriedades
especiais
G = Fundido
GD = Fundido a
presso
GK = Fundido
em coquilha
Gz = Fundido por
centrifugao
V = Liga prvia de
adio
Gl = Met. antifrico
para mancais
L = Metal para
solda
Smbolo qumico do
metal base
Smbolo qumico dos
elementos de liga
seguidos de seu teor
em porcentagem
F-40 = Resistncia a
trao em
kgf/mm2
W = mole
h = duro
Wh = dureza de
laminado
Zh = dureza de
trefilado
P = dureza de
prensagem
150Hv = dureza
vickers
bk = brilhante
gb = decapado
g = recozido
dek = oxidvel
com efeito
decorativo
Exemplos:
GD-Zn A 4 Cu1 Liga de zinco fundido sob presso com 4% de A , 1% de Cu.
A Cu Mg1 F40 Liga de alumnio com 1% de Cu e resistncia a trao de 40kfg/mm2
390N/mm2.
Exerccio
Explique as denominaes das ligas abaixo:
G Sn80
A Cu Mg1 W
A Mg Si1 dek F28
Gk Cu A 10 Ni
-
Soldador de solda eltrica e oxiacetileno
SENAI - SP 40
Metais no-ferrosos pesados
Cobre(Cu)
Propriedades: um metal de cor avermelhada, bom condutor de eletricidade e calor,
resistente a corroso, dctil e malevel (pode atingir mais de 90% de deformao a
frio, sem recozimento intermedirio).
Propriedades do cobre
Densidade 8,96g/cm3
Ponto de fuso 1 0830C
Resistncia a trao 200...360N/mm2
Alongamento 50...35%
Coeficiente de dilatao
trmica
16,5X10-6cm/cm/0C
(200C)
utilizado para transmisso de energia eltrica (fios, chaves, conexes) e energia
trmica (trocadores de calor).
Quando so necessrias propriedades mecnicas mais elevadas, usam-se ligas de
cobre.
Liga cobre-zinco (lates)
So ligas de cobre e zinco onde o teor de zinco varia de 5 a 50%, podendo ainda
conter outros elementos de liga como o chumbo, estanho e alumnio em pequenos
teores.
Exemplos de liga cobre-zinco
Cu Zn30 F43
Cu Zn20 Al F35
Cu Zn39 Sn F35
Liga cobre-estanho (bronzes)
Os bronzes so ligas de cobre com estanho (2 a 16%). medida que cresce o teor de
estanho, aumenta a resistncia mecnica e diminui a ductilidade. As propriedades
-
Soldador de solda eltrica e oxiacetileno
SENAI - SP 41
mecnicas podem ser melhoradas com a adio de at 0,4% de fsforo que atuar
como desoxidante, dando origem ao chamado bronze fosforoso.
O chumbo adicionado para melhorar as propriedades de antifrico, a usinabilidade
e a estanqueidade (de peas fundidas); o zinco adicionado para atuar como
desoxidante (nas peas fundidas) e melhorar a resistncia mecnica.
Exemplos de liga cobre-estanho
Cu Sn8 F53
Cu Sn6 Zn F70
Liga cobre-nquel e liga cobre-nquel-zinco (alpacas)
As alpacas contm de 45 a 70% de cobre, 10 a 30% de nquel e o restante de zinco.
Exemplo de alpaca
Cu Ni25 Sn5 Zn2 Pb2
So utilizadas para confeco de peas decorativas, talheres e utenslios
semelhantes, molas de contato de equipamentos eltricos e telefnicos, arames de
resistores eltricos, vlvulas hidrulicas.
Liga cobre-alumnio
So utilizadas para confeco de cestos de decapagem, sapatas de laminador,
engrenagens internas, bombas resistentes a lcalis, assentos de vlvulas, hastes,
hlices navais, mancais, buchas.
Exemplos de liga cobre-alumnio
Cu A 10 Fe1
Cu A 11 Fe5 Ni5
-
Soldador de solda eltrica e oxiacetileno
SENAI - SP 42
Liga
Propriedades mecnicas
Uso
Limite de
resistncia
a trao
kgf/mm2
Alongamento
% Dureza brinell
Cu ETP*
22 45 48 6 45 105
Cabos condutores de
eletricidade, motores, geradores,
transformadores, bobinas.
(lates)
CuZn30
33 85 62 3 65 160
Tubos de trocadores de calor
para gua no poluda, cpsulas
e roscas de lmpadas,
cartuchos, instrumentos
musicais, carcaas de extintores
de incndio, componentes
estampados e conformados (tais
como rebites, pinos e
parafusos).
CuZn9Pb2
27 40 45 12 55 105
(Boa usinabilidade e
condutibilidade eltrica).
Parafusos, componentes
rosqueados de dispositivos
eltricos, conectores fmea-
macho para computadores.
(bronzes)
CuSn6
37 100 60 2 80 225
(Possui pequeno teor de fsforo
0,02 0,40%). Tubo de
conduo de guas cidas de
minerao, componente para a
indstria qumica, txtil e de
papel, engrenagens,
componentes de bombas, molas
condutoras de eletricidade,
eletrodos de soldagem.
CuSn10Pb10
18 28 69
Mancais para altas velocidades
e grandes presses, mancais
para laminadores.
*Cu ETP cobre eletroltico tenaz
-
Soldador de solda eltrica e oxiacetileno
SENAI - SP 43
Chumbo
um metal com aspecto exterior caracterstico, pois apresenta uma cor cinza azulada.
Sua superfcie de ruptura (recente) de uma cor branca prateada muito brilhante.
fcil de conhec-lo pelo peso: um material muito denso e macio.
Propriedades do chumbo
Densidade 11,3 3dm
kg
Ponto de fuso 0C 3270C
Resistncia a trao 15...20 2mm
N
Alongamento 50...30%
O chumbo muito dctil, fcil de dobrar, laminar, martelar (a frio). Os tubos so
curvados com auxlio de uma mola, ou enchendo-os de areia fina e seca, ou com
ajuda de um aparelho de curvar.
Liga-se com dificuldades a outros metais, exceto com o estanho, com o qual se produz
a solda de estanho.
bem resistente a corroso, pois, quando exposto ao ar, recobre-se de uma camada
protetora de xido.
Designao do chumbo
Denominao Norma Impureza
Chumbo fino Pb 99,99 0,01%
Chumbo siderrgico Pb 99,9 0,1%
Chumbo refundido Pb 98,5 1,5%
Precauo
Partculas de chumbo que aderem s mos podem penetrar no organismo e provocar
uma intoxicao; por isso indispensvel lavar bem as mos aps o trabalho.
-
Soldador de solda eltrica e oxiacetileno
SENAI - SP 44
Aplicao
utilizado no revestimento de cabos eltricos subterrneos e no revestimento de
recipientes para cidos usados na indstria qumica.
O chumbo fino aplica-se em placas de acumuladores, cristais ticos e proteo contra
raios X.
Zinco (Zn)
um metal branco azulado. Sua superfcie de ruptura formada de cristais que se
distinguem facilmente.
Entre os metais, o que tem maior coeficiente de dilatao trmica (0,000029/0C).
Exposto umidade do ar, combina-se com o bixido de carbono (CO2), formando uma
capa cinzenta de carbonato de zinco (Zn+CO2) que protege o metal.
muito sensvel aos cidos, que o atacam e destroem, sendo portanto, impossvel
conservar cidos em recipientes de zinco.
Propriedades do zinco
Densidade 7,1 3dm
kg
Ponto de fuso 4190C
Resistncia trao 20...36 2mm
N
Alongamento 1%
As propriedades do zinco podem ser sensivelmente melhoradas por adio de outros
metais.
Designao do zinco
Denominao Norma Impureza
Zinco fino Zn 99,95 0,005%
Zinco siderrgico Zn 99,5 0,5%
Zinco fundido G-Zn.A 6.Cu 1%
Com liga de alumnio se torna mais resistente, com liga de cobre, mais duro. O
magnsio compensa as impurezas existentes e igualmente o torna mais duro.
Tambm o bismuto, o chumbo e o tlio melhoram consideravelmente as propriedades
do zinco para sua usinagem.
-
Soldador de solda eltrica e oxiacetileno
SENAI - SP 45
Aplicao
Peas de ao, que estejam sujeitas a oxidao do tempo, devem receber uma
zincagem (banho de zinco) para sua proteo.
As ligas de zinco, tambm chamadas de zamac, so muito utilizadas para obter peas
complicadas atravs de fundio por injeo. Esse processo facilita a fabricao em
srie e aumenta a preciso das peas.
Nome comercial Norma
Zamac 2
Zamac 3
Zamac 5
Zamac 610
Zn A 4 Cu3
Zn A
Zn A 4 Cu
Zn A 6 Cu
Essas ligas so usadas na confeco de maanetas, componentes de relgio, botes
de controle, brinquedos (particularmente em miniaturas), componentes de mquinas
de escrever, de calcular e de eletrodomsticos.
Estanho (Sn)
um metal branco azulado e macio que se funde facilmente e resistente a corroso.
Dobrando-se uma barra de estanho, ouve-se um rudo como se o metal estivesse
trincado. Esse rudo produzido em conseqncia do deslizamento dos cristais, que
atritam entre si (grito do estanho).
No se altera quando em contato com cidos orgnicos ou quando exposto s
intempries.
Propriedades do estanho
Densidade 7,3kg/dm3
Temp. de liquefao 2320C
Resistncia a trao 40...50N/mm2
Ductilidade 40%
Em temperaturas inferiores a 150C, o estanho se decompe formando um p de cor
cinzenta.
-
Soldador de solda eltrica e oxiacetileno
SENAI - SP 46
O estanho puro no empregado em construes de peas devido a sua pequena
resistncia a trao.
Graas a sua grande ductilidade podem-se laminar folhas muito delgadas, de at
0,008mm de espessura.
O estanho muito fluido no estado fundido e adere muito bem ao ao. Liga-se
perfeitamente com outros metais, tais como: cobre, chumbo e antimnio.
A solda de estanho possvel sobre lato, ao e ao fundido.
Smbolo Aplicao
Sn 99,9 Para revestir ao usado para embalar alimentos (folha de
flandres).
L Sn50 Pb Sb Solda para indstria eltrica (temperatura de fuso
1830C..2150C).
L Sn60 Pb Ag Solda para a indstria eletrnica (temperatura de fuso
1780C..1800C).
Metais leves
Alumnio puro
A figura seguinte mostra o
processo de obteno do alumnio
por meio da energia eltrica. A
matria-prima o minrio bauxita,
que submetido a diversos
processos para secagem,
separao das impurezas e
transformao em xido de
alumnio puro.
Obteno do alumnio
-
Soldador de solda eltrica e oxiacetileno
SENAI - SP 47
O xido de alumnio transformado em alumnio puro por eletrlise (decomposio
por corrente eltrica em alumnio e oxignio). Pode ser transformado em produtos
fundidos ou laminados.
Propriedades
um metal muito macio e muito dctil. Pode ser identificado pela sua cor branca
prateada. bom condutor de calor e de corrente eltrica. Tem uma grande resistncia
a corroso e liga-se muito bem a outros metais.
Propriedades do alumnio puro
Densidade 2,7kg/dm3
Ponto de fuso 6580C
Resistncia a trao 90 230N/mm2
Ductilidade 20%...35%
Em contato com o ar se recobre de uma camada muito delgada de xido que protege
o metal (A +O2 A 2O3).
Por causa de sua capacidade de alongamento fcil de dobrar, trefilar e repuxar.
Pode ser usinado com grandes velocidades de corte e grandes ngulos de sadas na
ferramenta ( ).
Velocidade de corte do alumnio em m/min
Ferramenta/
Operao
Ao rpido
= 350 a 400
Metal duro
= 300 a 350
Tornear
Furar
Fresar
120 180
50 200
200 380
250 700
90 300
at 1 200
Aplicaes do alumnio puro (em funo da pureza)
Denominao Designao Impurezas
em % Formas Emprego
Alumnio puro
99,8
Al 99,8 0,2 Em semi-
produtos
como:
chapas, tiras,
tubos, perfis,
Produtos qumicos para
altas exigncias.
Alumnio puro
99,5
Al 99,6 0,5 Eletrotcnica, produtos
qumicos, construes
navais.
-
Soldador de solda eltrica e oxiacetileno
SENAI - SP 48
Alumnio puro
99
Al 99 1 peas
prensadas,
arames e
barras.
Usos gerais, exceto
peas sujeitas ao de
agentes qumicos, por
exemplo: baterias de
cozinha.
Alumnio extra-
puro
99,99
Al 99,99 0,01 Usos qumicos, joalheria.
Ligas de alumnio
Quando o alumnio ligado a outros metais, obtm-se ligas de alta resistncia e
dureza, enquanto que suas maleabilidade e condutibilidade eltrica diminuem. As ligas
de alumnio com cobre, zinco, magnsio e silcio podem ser submetidas a um
tratamento especial de tmpera. Esse processo aumenta a dureza e mais ainda a
resistncia a trao (duas vezes).
As ligas podem ser classificadas em:
Ligas de laminao
Ligas de fundio
Ligas de alumnio de laminao
So transformadas por laminao, trefilao e trabalhos com prensa em chapas, tiras,
barras, tubos e perfis.
Ligas de alumnio fundido
So fundidas em areia, coquilha e sob presso.
-
Soldador de solda eltrica e oxiacetileno
SENAI - SP 49
As peas moldadas sob presso so obtidas injetando-se o metal lquido a alta
presso em moldes de ao. Esse processo aplicado para peas de alta preciso e
boa resistncia a trao.
Ligas de alumnio Norma DIN 1725
Ligas laminadas Composio Usos
A CuMg 4% Cu
0,2 0,8% Mg
Peas leves para alto esforo
mecnico.
A MgSi 0,6 1,6% Mg
0,6 1,6% Si
Presta-se para soldar e polir e possui
alta resistncia a corroso.
Ligas fundidas
G-A Si10Mg 9 11% Mg
0,2 0,4% Mg
Usada em carcaas e engrenagens.
Possui alta resistncia a trao (220
N/mm2) e soldvel.
G-A Mg10 9 11% Mg Para peas da indstria qumica e
aeronutica.
Oxidao andica
Permite melhorar a resistncia a corroso de certas ligas de alumnio. Na oxidao
andica, as peas de alumnio recebem, depois de sua elaborao, uma camada
protetora de xido reforado por oxidao eltrica. Essa camada muito dura e resiste
muito bem a intempries.
As chapas das ligas Al Cu Mg so recobertas por uma fina camada de alumnio puro
ou por uma liga isenta de cobre, por laminao a quente, para que no escurea.
Ligas de magnsio
O magnsio um metal leve ( = 1,74kg/dm3). O magnsio puro no pode ser
empregado como material para construo, somente suas ligas encontram aplicaes
industriais.
As ligas so obtidas com resistncia satisfatria com adies de alumnio, zinco e
silcio. Podem ser soldadas e se fundem facilmente.
Ligas de magnsio
Liga Composio
G Mg Al 9 Zn1 8,3 a 10% A
0,3 a 1,0% Zn
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Soldador de solda eltrica e oxiacetileno
SENAI - SP 50
0,15 a 0,3% Mn
Propriedades
Densidade 1,8kg/dm3
Resistncia a trao 24 a 28 kp/mm2
Alongamento 10 a 6%
Para melhorar a resistncia a corroso, as peas de ligas recebem um tratamento
depois de usinadas: um banho de cido ntrico e dicromato de lcalis, que forma em
sua superfcie uma capa amarelada.
Aplicaes
As ligas de magnsio so utilizadas na confeco de carcaa de motores e
mecanismos portteis que devem ser leves, tais como, serras e roadeiras portteis.
Precaues
Os cavacos finos que so produzidos durante a usinagem podem inflamar-se e
provocar incndio. Para esfriar os cavacos de magnsio usa-se areia, cavacos de
ferro-fundido, jamais gua.
-
Soldador de solda eltrica e oxiacetileno
SENAI - SP 51
Estrutura cristalina dos metais
A maioria dos metais ao se solidificar experimenta uma contrao de volume, o que
indica uma menor separao entre os tomos no estado slido.
Nesse estado, os tomos animados de pequena energia cintica no conseguem
deslizar livremente uns em relao aos outros.
No estado slido, os tomos no esto em repouso, mas vibram em torno de
determinadas posies de equilbrio assumidas espontaneamente por eles ao se
solidificarem.
Arranjo dos tomos
Essas posies no so assumidas ao acaso, pelo contrrio, apresentam uma
ordenao geomtrica especial caracterstica, que uma funo da natureza do metal.
Essa disposio ordenada, caracterstica dos metais slidos e de outros materiais no-
metlicos, denomina-se estrutura cristalina.
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Soldador de solda eltrica e oxiacetileno
SENAI - SP 52
Tipos de estruturas cristalinas
Dentre as estruturas destacamos trs tipos:
Rede cbica de faces centradas
Metais: Ni, Cu, Pb, Al e tipo de ferro que se chama ferro .
Rede cbica de corpo centrado
Metais: V, Cr, Mo, W e tipo de ferro que se chama ferro .
Hexagonal compacta
Metais: Mg, Zn, Cd, Ti.
- a dimenso da rede varia de tipo para tipo.
A transformao mecnica dos metais (tais como laminao, dobramento,
estampagem) depende do tipo da estrutura cristalina.
Nas estruturas do tipo (1) a transformao ocorre facilmente, enquanto na estrutura (3)
a transformao mais difcil de ser verificada.
No processo de dobramento de metais que possuem o tipo (3) exemplo: Mg e Zn, a
pea pode quebrar mais facilmente do que nos metais que possuem estrutura do tipo
(1) exemplo: ao ou Al.
-
Soldador de solda eltrica e oxiacetileno
SENAI - SP 53
Formao da estrutura na solidificao
A estrutura cristalina, formada na solidificao atravs do resfriamento, ir definir a
estrutura do material, os seus constituintes e propriedades.
No estado lquido os tomos metlicos se movem livremente. Com a queda da
temperatura, diminui a energia de movimento dos tomos e passa a predominar a
fora de atrao entre eles. Por isto os tomos vo se unindo uns aos outros, em
determinadas posies, formando os cristais (embries). Essa formao orientada
segundo direes preferenciais, denominadas eixo de cristalizao.
medida que esses cristais crescem em direes definidas, encontram-se e
estabelecem uma superfcie de contato que chamamos de limite ou contorno de gros.
Observe a seguir o processo de formao da estrutura cristalina na solidificao.
O tamanho do gro na estrutura do metal varia de acordo com o nmero de embries
formados e com o tipo de metal.
Num mesmo metal podem-se formar gros pequenos ou grandes, se modificarmos o
tempo de solidificao (velocidade de resfriamento e presso).
Se diminuirmos o tempo de solidificao, teremos uma estrutura formada por maior
nmero de gros (estrutura fina). Caso contrrio, ocorre o inverso (estrutura grossa).
As estruturas de gros muito grandes possuem baixa resistncia trao.
A figura abaixo apresenta no diagrama de solidificao como se processa a formao
dos metais durante o resfriamento
-
Soldador de solda eltrica e oxiacetileno
SENAI - SP 54
Diagrama de solidificao
Propriedades dos materiais
Na construo de peas e componentes, devemos observar se os materiais
empregados possuem as diversas propriedades fsicas e mecnicas que lhe sero
exigidas pelas condies e solicitaes do trabalho a que se destinam. A seguir
mostraremos algumas dessas propriedades.
Elasticidade
Uma mola deve ser elstica. Por ao de uma fora, deve se deformar e, quando
cessada a fora, deve voltar posio inicial.
-
Soldador de solda eltrica e oxiacetileno
SENAI - SP 55
Para comprovarmos a elasticidade do ao para molas, prendemos a mola na morsa
por um lado e a estiramos pelo outro lado at que se estique.
Quando a soltamos, se a mola voltar posio inicial porque o ao possui boa
elasticidade.
Fragilidade
Materiais muito duros tendem a se quebrar com facilidade, no suportando choques,
enquanto que os materiais menos duros resistem melhor aos choques. Assim, os
materiais que possuem baixa resistncia aos choques so chamados frgeis.
Exemplos: FoFo, vidro, etc.
Ductilidade
Pode-se dizer que a ductilidade o oposto da fragilidade. So dcteis os materiais que
por ao de fora se deformam plasticamente, conservando a sua coeso, por
exemplo: cobre, alumnio, ao com baixo teor de carbono, etc.
Na figura seguinte temos um fio de cobre de 300mm de comprimento. Se puxarmos
este fio, ele se esticar at um comprimento de 400 a 450mm sem se romper porque
uma das qualidades do cobre ser dctil.
Ductilidade
Tenacidade
Se um material resistente e possui boas caractersticas de alongamento para
suportar um esforo considervel de toro, trao ou flexo, sem romper-se,
chamado tenaz.
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Soldador de solda eltrica e oxiacetileno
SENAI - SP 56
A chave da figura seguinte pode ser tracionada e flexionada sem romper-se facilmente
porque de um material tenaz.
Tenacidade
Dureza
As ferramentas devem ser duras para que no se desgastem e possam penetrar em
um material menos duro.
A dureza , portanto, a resistncia que um material oferece penetrao de outro
corpo.
Resistncia
Resistncia de um material a sua oposio mudana de forma e ao cisalhamento.
As foras externas podem exercer sobre o material cargas de trao, compresso,
flexo, cisalhamento, toro ou flambagem.
Flexo
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Soldador de solda eltrica e oxiacetileno
SENAI - SP 57
Cisalhamento
Toro
Trao
Flambagem Compresso
Toda fora externa gera no material tenses de acordo com o tipo de solicitao.
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Soldador de solda eltrica e oxiacetileno
SENAI - SP 58
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Soldador de solda eltrica e oxiacetileno
SENAI - SP 59
Soldabilidade dos materiais Metlicos e suas Ligas
Objetivos
Ao final desta unidade o participante dever:
Conhecer
Estar informado sobre:
Aspectos da metalurgia referentes a soldagem;
Diferentes estruturas e transformaes metalogrficas do material soldado;
Soldabilidade dos materiais ferrosos e no - ferrosos.
Saber
Reproduzir conhecimentos sobre:
Estruturas metalogrficas desejveis no cordo de solda no estado slido;
Influncia do tipo de estrutura nas propriedades do cordo de solda;
Diferentes testes de soldabilidade e suas aplicaes;
Mecanismo de formao de trincas nos materiais soldados;
Aspectos negativos do superaquecimento das junes soldadas.
Ser capaz de
Aplicar conhecimentos para:
Avaliar a soldabilidade de um material;
Orientar corretamente a execuo de uma solda em funo do superaquecimento;
Evitar fragilidade das junes soldadas em funo da formao de uma estrutura
indesejvel.
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Soldador de solda eltrica e oxiacetileno
SENAI - SP 60
Metalurgia da soldagem
Uma liga metlica ocorre se a fuso de dois ou mais elementos metlicos produzir um
outro elemento. A fuso dilui os elementos, como a gua dilui o acar. O elemento
adicionado na composio da liga metlica pode tambm ser no metlico.
So exemplos de ligas:
Cobre + zinco = lato
Alumnio + magnsio = liga A Mg
Ferro + carbono = ao ou FoFo
Cromo + nquel + cobalto = liga metlica, CrNiCo
Tipos de ligaes
Os elementos de uma liga podem estar unidos por trs diferentes formas, aps a
solidificao:
Como mistura
As partculas cristalinas misturadas e ligadas umas com as outras s so
reconhecidas com o uso de microscpios. As propriedades do elemento principal A so
mantidas.
Mistura de elementos
Como ligao qumica
Os elementos A e B so ligados quimicamente
entre si formando um novo material C, com
propriedades completamente diferentes da
prpria ligao qumica. Com o microscpio,
pode-se reconhecer apenas um tipo de cristal.
Ligaes qumicas
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Soldador de solda eltrica e oxiacetileno
SENAI - SP 61
Como soluo em estado slido
Os elementos de liga encontram-se
solubilizados no elemento principal,
tanto no estado lquido como no estado
slido. O elemento principal s
reconhecido atravs de microscpio.
Soluo slida
As propriedades caractersticas do elemento principal A so mantidas. O ao e o ferro
fundido so constitudos basicamente de ferro e carbono. O elevado teor de carbono
provoca uma substancial influncia em todas as propriedades importantes.
Fuso dos aos
Ao medir a temperatura de fuso, obtm-se dados importantes para a compreenso
de seu comportamento. Atravs disso, para todo material ferro - carbono, so
encontradas duas distintas e marcantes temperaturas: a temperatura inferior, na qual o
material comea a fuso, e a temperatura superior, na qual toda a massa slida
encontra-se em estado lquido. Entre as duas temperaturas, encontra-se o intervalo de
fuso.
As temperaturas de fuso so registradas no grfico, em funo do teor de carbono.
Diagrama de fuso
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SENAI - SP 62
Como mostra o grfico, para um ao com 1,0% de carbono encontra-se uma
temperatura inferior de fuso igual a 1 350C e uma superior de fuso igual a 1 465C,
que so pontos de cruzamento da reta perpendicular de 1,0%C com as curvas de
fuso respectivas, transportadas na horizontal para a linha das temperaturas.
Entre as curvas inferior e superior de fuso, forma-se uma zona intermediria onde o
material se encontra no estado pastoso.
No processo inverso, partindo da temperatura superior para a inferior, por
resfriamento, encontra-se praticamente a mesma curva.
Para qualquer tipo de liga, podem ser determinadas as temperaturas de fuso e
solidificao, atravs de diagramas chamados diagramas de estados da liga.
Por exemplo, um material ferro - carbono com
0,8% de carbono, na temperatura entre 720 e
1 350C, forma um nico tipo de cristal. A
quantidade de carbono contida no
reconhecida, pois se encontra diluda no
cristal de ferro no estado slido.
Estrutura austentica
temperatura ambiente, os materiais ferro - carbono com 0,8% so constitudos de
dois diferentes tipos de cristais chamados ferrita e perlita.
Estrutura do ao com 0,8%C
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Soldador de solda eltrica e oxiacetileno
SENAI - SP 63
A ferrita uma estrutura metalogrfica clara, constituda de cristais de ferro e ser
tanto mais predominante quanto menor for o teor de carbono.
Nos aos com 0,8% so formados cristais mais escuros chamados perlita.
A perlita uma ligao qumica de ferro puro com carboneto de ferro. O carboneto de
ferro (Fe3C) uma ligao qumica entre o ferro e o carbono, e muito duro e frgil.
A figura a seguir apresenta uma estrutura ampliada, onde se v a constituio da
perlita, contendo o carboneto de ferro em forma de lamelas, numa matriz de ferro puro
Cristal de perlita
Nos aos com teores acima de 0,8 at 2,1%C, a estrutura encontrada composta
apenas de carboneto de ferro, denominada cementita.
temperatura ambiente, os materiais ferro - carbono tm uma estrutura
completamente diferente do que tm alta temperatura.
No resfriamento da alta temperatura, a estrutura transforma-se completamente.
Semelhante fuso, no resfriamento encontram-se duas temperaturas para cada teor
de carbono: a temperatura superior, na qual a transformao se inicia, e a inferior,
onde as transformaes terminam. Entre as duas temperaturas situa-se a zona de
transformao da estrutura.
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SENAI - SP 64
Zona de transformao
A figura a seguir apresenta as temperaturas de fuso e de transformao de estruturas
em funo do teor de carbono.
Diagrama ferro - carbono
Apresenta ainda o grfico completo, com as zonas de fuso e de transformao da
estrutura e suas respectivas temperaturas.
representado tambm o ponto - limite entre o ao e o ferro fundido (2,06%C).
Temperabilidade do ao
Os aos que sofrem um aquecimento, atingindo a zona de transformao (750 at
850C), podem adquirir uma dureza elevada se expostos a um resfriamento em gua,
em leo ou at mesmo em ar.
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SENAI - SP 65
Os aos no ligados adquirem dureza se resfriados em gua; porm os ao de alta
liga podem adquirir dureza at com resfriamento a ar, por exemplo, ao com Cr Ni
18.8.
importante tal conhecimento, pois nas operaes de soldagem trabalha-se nessa
faixa de temperatura, podendo ocorrer o endurecimento da junta, o que altamente
prejudicial e perigoso.
Nos aos em geral, quanto maior for o teor de carbono, maior ser a temperabilidade e
dureza aps o resfriamento brusco e menor ser a tenacidade do material ou da junta.
A figura a seguir mostra a reao entre o teor de carbono e a dureza que se pode
obter.
A figura apresenta um cordo de solda
com suas regies de influncia trmica e
respectivas temperaturas, e tambm
como se processa a distribuio trmica
na junta.
A figura a seguir apresenta vrios tipos de juntas, numa seqncia crescente do
aumento da velocidade de resfriamento, que depende do tipo de junta, pois as
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SENAI - SP 66
distribuies trmicas no resfriamento so diferentes tambm do tipo de chanfro e da
qualidade de material depositado no cordo em relao espessura das peas
soldadas.
No ltimo exemplo de tipo de junta encontra-se um cordo de solda com elevada
velocidade de resfriamento e muito suscetvel queima, temperabilidade e
conseqente fragilidade.
Surgimento de trincas
As regies das juntas soldadas onde ocorre endurecimento esto sujeitas,
especialmente, a trincas ocasionadas pela contrao ocorrida no resfriamento.
A figura apresenta alguns exemplos de trincas que podem surgir. Para durezas at
300HV, no existe perigo para a juno, porm acima de 400HV j causa
preocupaes e, em certos casos, convm executar um recozimento pleno ou de alvio
de tenses.
Trincas de soldagem
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Soldador de solda eltrica e oxiacetileno
SENAI - SP 67
Os aos com at 0,25%C (St 33, St 34, St 37, St 42, HI, HII, StE 26, StE 29, StE 32),
bem como os de baixa liga, com at 0,20%C e com espessura at 30mm, por
exemplo, St 52-3, 15Mo3, 17Mn4, StE 36, so adequados soldagem, sem a
necessidade de procedimentos especiais, por no existir perigo de endurecimento. Os
demais aos, os aos cromo-nquel, bem como o St 52-3 e o StE 36, de espessuras
superiores a 30mm, devem ser preaquecidos para a soldagem, evitando assim o
perigo de trincas.
Freqentemente, tambm necessrio um tratamento posterior para alvio de tenses.
Superaquecimento nos aos
Quando um ao com 0,2%C aquecido a uma temperatura de 1 400C, ocorre um
crescimento dos cristais de austenita, formando uma estrutura de granulao
grosseira.
Aps o resfriamento, os gros grossos de austenita cristalizam-se, formando uma
estrutura granular grosseira quanto maior for o tempo de aquecimento.
Esse fenmeno denominado superaquecimento.
A temperatura de fuso do ao aproximadamente 1 500C.
O cordo de solda, no momento de sua execuo, encontra-se no estado fundido
lquido.
A temperatura do cordo de solda cai dos 1 500C para o estado pastoso at a
temperatura da pea. Junto ao cordo, o material possui consistncia, uma vez que
no est em estado lquido, mas extremamente superaquecido, portanto com
granulao grosseira.
Quanto mais grosseira for a granulao, menor ser a tenacidade do material. Por isso
o soldador deve observar que a juno soldada no seja aquecida por muito tempo.
Nos aos de boa soldabilidade e utilizando processos mais convenientes, consegue-se
manter as propriedades do cordo de solda, bem como uma zona e superaquecimento
completamente satisfatria.
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Soldador de solda eltrica e oxiacetileno
SENAI - SP 68
Na soldagem de aos com tendncia tmpera, ocorrer uma fragilidade nessa zona,
provocada pelo superaquecimento, pois gros grosseiros so favorveis fragilizao.
A figura a seguir apresenta um diagrama referente a zonas do cordo de solda e suas
transformaes pelo efeito trmico de soldagem.
Soldabilidade das construes metlicas
Existem alguns fatores fundamentais que devem ser observados na execuo de uma
construo soldada.
Primeiro fator
A construo deve ser satisfatoriamente elaborada, observando-se as normas de
execuo, tais como processo, posio e execuo dos cordes de solda
propriamente ditos.
Segundo fator
As junes, sempre que possvel, devem oferecer possibilidade de acesso para a
execuo dos cordes, com processo de soldagem satisfatrio s exigncias da
construo.
Terceiro fator
O material deve ser apropriado para a soldagem, ou seja, possuir boa soldabilidade.
Convm salientar que nem todos os aos, bem como outros materiais, so iguais
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Soldador de solda eltrica e oxiacetileno
SENAI - SP 69
quanto soldabilidade, pois o teor de carbono e a estabilidade das ligas metlicas
influem consideravelmente.
Soldabilidade dos materiais
O conceito de soldabilidade abrange muitos detalhes. So consideradas,
principalmente, as dificuldades encontradas durante a soldagem e o comportamento
do material soldado. Materiais que possuem boa soldabilidade asseguram
caractersticas mecnicas iguais ou at melhores que as do material - base, sem a
necessidade de providncias especiais.
No decorrer da unidade, o tema ser abordado de forma mais detalhada.
Soldabilidade dos aos de baixa e alta ligas
Os aos com teores de carbono de at 1,5%, com outros elementos de liga, tais como
cromo, nquel, cobalto, vandio, etc., com teores abaixo de 5%, so considerados
aos de baixa liga.
Os aos com teores de carbono de at 2,2% e que, ao mesmo tempo, apresentem em
sua composio outros elementos de liga (um ou mais), com teores superiores a 5%,
so chamados aos de alta liga.
Tabela: Classificao dos aos quanto ao teor de carbono
Classificao %Carbono Dureza
brindell Aplicao
aos de baixo carbono de 0,08 a 0,20 de 95 a 130 folhas, barras, arames,
estruturas em geral
aos de mdio
carbono
de 0,20 a 0,40 de 112
a 170
componentes de
mquinas - ferramentas
aos de alto carbono de 0,40 a 0,95 de 160 a 250 trilhos, molas, matrizes,
cordas de piano, etc.
Soldabilidade dos aos ao carbono
Nos aos ao carbono com teores entre 0,08 e 0,3% a soldabilidade muito boa. Esses
aos podem ser soldados por qualquer mtodo usado atualmente.
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Soldador de solda eltrica e oxiacetileno
SENAI - SP 70
Uma solda de boa qualidade pode ser sempre obtida atravs da escolha adequada do
processo de soldagem e de sua correta preparao. Entre todos os aos, os de baixos
teores de carbono so os mais facilmente soldveis.
Os aos de mdio e alto teores contm grandes quantidades de carbono e de
elemento endurecedores. Sendo assim, esses aos apresentam maiores tendncias
de endurecimento na zona termicamente afetada, ou seja na regio da solda, podendo
ocorrer tambm a formao de trincas.
Para evitar as fraturas durante a soldagem, normalmente ser necessrio um
preaquecimento que se estabelece em funo do teor de carbono ou do carbono
equivalente.
As temperaturas recomendadas para o preaquecimento so apresentadas na tabela.
Tabela: Temperaturas para o preaquecimento
% Carbono Temperatura (C)
de 0,20
0,20 a 0,30
0,30 a 0,45
0,45 a 0,90
90 (mx)
90 a 150C
150 a 260C
260 a 420C
Soldabilidade dos aos de baixa liga
Os aos de baixa liga possuem no s um contedo de carbono equivalente ao dos
aos doces, mas tambm outros elementos de liga, igualmente em baixas
porcentagens.
Durante a soldagem desses aos, a zona termicamente afetada pode vir a sofrer um
endurecimento devido a mudanas em sua microestrutura, causadas pelas variaes
trmicas que lhe so impostas. O nvel final de dureza depende da velocidade de
resfriamento e tambm da composio qumica do ao.
Carbono equivalente (CE)
Deve ser observado, a respeito dos aos de baixa liga, que a soldabilidade depende
do carbono equivalente (CE).
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Soldador de solda eltrica e oxiacetileno
SENAI - SP 71
Trata-se de um nmero obtido por frmulas desenvolvidas por vrios metalurgistas,
onde cada elemento de liga recebe um valor determinado, correspondente a uma
porcentagem de carbono.
Norma BS - 968
CE = %C + % 15
Cu
4
V
4
Mo
13
Ni
5
Cr
24
Si
Esse nmero caracteriza principalmente a resistncia formao de trincas, que
dependem da formao da martensita. A martensita em si j dura e frgil. Juntando-
se a isso a insolubilidade no hidrognio na estrutura martenstica, haver
provavelmente fissuras e incios de trincas na soldagem.
Soldabilidade dos aos fundidos
O ao fundido o produto da fundio do ao e sua composio qumica quase a
mesma do ao laminado.
Sua resistncia, dureza e soldabilidade so maiores do que as do ferro fundido.
Existem vrios tipos de ao fundido, em funo dos elementos de liga que lhe so
adicionados.(Tabela a seguir)
Classificao dos aos ao carbono fundido
Tipos Elementos de liga
Resistentes ao
desgaste
C ~ 0,40% (min.)
outros: Cr, A , NiCr ou Cr, Mn, V
Resistentes
corroso Cr, Ni ou Cu
Resistentes ao
calor
(mx. 540C)
CrNiSi, Cr, W, Mo e Ti
Na soldagem dos aos fundidos, consideram-se os seguintes casos possveis:
Soldagem de ao fundido com ao fundido;
Soldagem de ao fundido com laminado;
Soldagem para reparo do ao fundido
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Soldador de solda eltrica e oxiacetileno
SENAI - SP 72
A soldagem pode ser efetuada atravs do mesmo processo utilizado em aos ao
carbono ou em aos de baixa liga, de mesma composio qumica.
Na soldagem de aos fundidos, o preaquecimento, ps - aquecimento ou a
manuteno da temperatura entre passes (quando a solda for de mltiplos passes)
so de grande importncia para prevenir o endurecimento da zona afetada e a
formao de trincas.
A tabela a seguir apresenta as temperaturas de preaquecimento recomendadas para
a soldagem de peas de ao ao carbono fundido.
C (%) C
0,28
0,35
0,45
0,50
a
a
a
a
0,38
0,45
0,55
0,60
120
150
260
260
a
a
a
a
200
260
360
370
Soldabilidade do ferro fundido
A soldagem de ferros fundidos um processo tpico de manuteno, usado em
produo praticamente apenas para recuperar peas com falhas de fundio.
O ferro fundido cinzento pode ser soldado a quente com as propriedades
equivalentes ao do material - base, com eletrodos ou varetas de ferro fundido e
preaquecimento (lento) prximo temperatura de fuso, podendo conseguir um
depsito homogneo e usinvel.
A soldagem em mdia temperatura de aquecimento, com eletrodo de alma de ao o
mais dctil possvel, oferece uma junta resistente e sem trincas, mas dura e no
usinvel.
A soldagem a frio, com eletrodo de nquel ou ferro - nquel, oferece uma junta usinvel,
mas de cor brilhante.
A soldagem de ferro fundido branco no segura. A tentativa de recuperao pode
ser feita com varetas de ferro fundido.
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Soldador de solda eltrica e oxiacetileno
SENAI - SP 73
A soldagem de ferro fundido malevel pode ser feita a quente, com eletrodo de ferro
fundido, desde que se faa um novo tratamento aps a soldagem, para lhe devolver as
caractersticas de maleabilidade.
A soldagem de ferro fundido nodular feita, de preferncia, com eletrodos de ferro -
nquel, com preaquecimento de 288C. A soldagem oxiacetilnica j exige um
preaquecimento maior (~510C).
Soldabilidade dos aos inoxidveis
Classificao dos aos inoxidveis
Os aos inoxidveis so aos de alta liga, com excelente resistncia corroso, sendo
tambm empregados em altas temperaturas ou em servios criognicos. Possuem,
alm disso, boas propriedades de resistncia propagao de trincas e boa
usinabilidade, sendo classificados como martenstico, ferrtico e austentico.
Martenstico
autotempervel.
Possui boa resistncia corroso.
Possui baixa soldabilidade.
Ferrtico
No tempervel.
Possui alta resistncia corroso.
Possui sofrvel soldabilidade.
Austentico
No tempervel.
Possui alta resistncia corroso.
Possui excelente soldabilidade.
Soldagem dos aos inoxidveis.
Os aos inoxidveis contm altas porcentagens de diferentes elementos de liga. Sua
soldagem torna-se muitas vezes crtica porque os referidos elementos podem influir
diretamente na formao de fases frgeis ou alterar as propriedades originais do
metal-base.
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Soldador de solda eltrica e oxiacetileno
SENAI - SP 74
Os principais processos utilizados na soldagem incluem a solda manual com eletrodos
revestidos, a MIG e TIG e arco submerso. Alm desses, aplicada em menor escala a
soldagem por feixe de eletrodos.
Soldabilidade dos aos inoxidveis
Tipo martenstico
Este tipo de ao gera uma estrutura martenstica dura e frgil, devido ao rpido ciclo
de aquecimento e resfriamento provocado pelos processos usuais de soldagem.
A soldabilidade desse ao exige cuidados especiais, uma vez que a martensita est
intimamente ligada a fenmenos de gerao de trincas.
Precaues na soldagem:
Preaquecer entre 200 e 400C e manter a temperatura entre os passes;
Manter a temperatura entre 700 e 800C logo aps a soldagem.
Tipo ferrtico
Na soldagem, praticamente inexiste o perigo de endurecimento da zona termicamente
afetada. Porm, sua resistncia a ductilidade podem ser alteradas em funo do
crescimento exagerado de gros.
Precaues na soldagem:
Preaquecer a pea a uma temperatura entre 70 e 100C para prevenir a ocorrncia de
trincas a frio;
A junta deve ser resfriada rapidamente de 600 a 400C para evitar a fragilizao a
475C;
Deve ser evitado um preaquecimento excessivo.
Tipo austentico
o tipo que apresenta melhor soldabilidade em comparao aos j mencionados.
Entretanto, se resfriado lentamente, entre 680 e 480C aps a soldagem, poder
ocorrer uma precipitao de carbonetos de cromo nos espaos intergranulares da
matriz cristalina.
A corroso intergranular provoca um decrscimo da resistncia corroso e das
propriedades mecnicas.
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Soldador de solda eltrica e oxiacetileno
SENAI - SP 75
Precipitao intergranular de um ao inoxidvel 18.8
As propriedades mecnicas e a resistncia do metal depositado na soldagem dos aos
inoxidveis so bastante influenciadas pela composio qumica e pela estrutura
cristalina. Os diferentes tipos de estruturas, que podem ser encontrados nos aos
inoxidveis em funo da composio qumica, podem ser traduzidos em termos
percentuais de nquel e cromo.
Precaues na soldagem:
Reduzir o insumo de calor, sem preaquecer a junta, de modo a evitar precipitao de
carbonetos;
Utilizar aos que contenham nibio e titnio ou com teores ultrabaixos de carbono (C
0,0,3%);
Selecionar o eletrodo de tal maneira que a estrutura do metal depositado e diludo
corresponda a uma estrutura resistente a trincas e fragilizao.
A figura a seguir apresenta alguns tipos de defeitos mais comuns nas soldagens de
ao austentico (18.8) AISI 347 (ver diagrama de Schaefler, sobre a influncia do
nquel e do cromo equivalente nas estruturas de peas soldadas).
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Soldador de solda eltrica e oxiacetileno
SENAI - SP 76
Defeitos na soldagem
Soldabilidade dos aos ao cromo martenstico e ferrtico
Os aos com teor de cromo entre 12 e 15%, com ou sem molibdnio, so temperveis
com resfriamento ao ar, e sua dureza tanto maior quanto maior for o teor de carbono
existente neles.
A figura mostra a influncia do teor de carbono - aquecido a uma temperatura de
980C, com uma permanncia de 30min e resfriado ao leo - na temperabilidade dos
aos ao cromo com teores de 12 a 13% de Cr.
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Soldador de solda eltrica e oxiacetileno
SENAI - SP 77
A presena do carbono provoca uma dilatao na estrutura do ao quando esta se
encontra na fase gama, e, ao ser resfriado, mesmo que seja ao ar, adquire uma
formao martenstica, produzindo uma camada endurecida no contorno dos gros, a
qual, aps o aquecimento provocado pela soldagem, adquire tmpera.
J nos aos ao cromo ferrticos o aquecimento provoca um crescimento de gros em
sua estrutura, que permanece mesmo aps o tratamento trmico. Esse aumento dos
gros, provocado pelo aquecimento na regio soldada, reduz a ductilidade do material
e sua resistncia contra a corroso intercristalina.
Uma vez que o xido de cromo se forma a uma temperatura elevada (temperatura de
fuso 1 970C), os aos ao cromo devem ser protegidos durante a soldagem.
O clcio e o fluoreto de sdio reagem ativamente com o xido de cromo durante a
soldagem e, por isso, so elementos essenciais nos revestimentos dos eletrodos, bem
como o p utilizado no processo de solda por arco submerso.
Como os aos ao cromo (13%Cr) sofrem uma transformao em sua estrutura em
funo do aquecimento (de austentica para ferrtica ou martenstica), antes de efetuar
a sua soldagem, necessrio um preaquecimento entre 150 e 200C, com o objetivo
de reduzir essa transformao e as tenses internas provenientes do calor da
soldagem. Aps a soldagem, deve-se, mais uma vez, fazer um aquecimento
temperatura de 700C.
Tambm para os aos ao cromo com um teor de 17% (uma vez que parte da estrutura
tambm se transforma), recomenda-se um preaquecimento, no caso de soldagem de
chapas grossas, em torno de 150C, e um ps - aquecimento de 750 a 800C. No caso
de chapas finas no necessrio aquecimento prvio nem posterior.
Soldabilidade e soldagem de aos cromo - nquel resistentes a corroso e altas
temperaturas.
A estrutura austentica do metal-base determinada pelo teor de nquel e ferro
temperatura ambiente, assim como a determinadas temperaturas.
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Soldador de solda eltrica e oxiacetileno
SENAI - SP 78
Enquanto que na laminao e forjaria os aos resistentes corroso apresentam uma
composio austentica homognea, quando soldados ou fundidos, parte da austenita
se transforma em ferrita.
Zona de solda de um ao
O principal objetivo da formao da ferrita na soldagem impedir a formao de
trincas na solda. Quando maior for o teor de ferrita, maior ser a resistncia corroso
nas possveis fissuras, formadas pelas tenses na soldagem.
A ferrita nos materiais austenticos soldados aumenta a resistncia mas diminui a
ductilidade.
Nos aos resistentes a altas temperaturas e com alta resistncia ao calor, a presena
da ferrita indispensvel, principalmente quando esses aos so submetidos a uma
faixa de temperatura entre 500 e 925C.
Os aos cromo - nquel austenticos com teor de carbono acima de 0,03% separam-se
e, quando aquecidos a uma faixa de temperatura entre 425 e 870C, formam
carboneto de cromo, pela existncia de carbono no contorno do gro.
Esse fenmeno provoca um sensvel empobrecimento do cromo no contorno do gro e
com isso pode ocorrer uma corroso intercristalina sob determinadas condies.
Quanto menor o teor de carbono, melhor ser a formao de carbonetos. Abaixo de
0,02%, o carbono permanece dissolvido na austenita.
Aumentando esse teor at 0,07C, comea a surgir uma precipitao de solicitaes e
sua resistncia corroso ser reduzida.
Acima de 0,07C, a formao de carbonetos rpida e em grande quantidade.
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Soldador de solda eltrica e oxiacetileno
SENAI - SP 79
Titnio e nibio tm uma afinidade com o carbono bem maior do que com o cromo.
Atravs desses elementos de liga em quantidade satisfatria (titnio 5 vezes o teor de
carbono e nibio 8 vezes o teor de carbono, no mnimo), para os aos inoxidveis
austenticos, consegue-se a formao de carbonetos de nibio ou de titnio, na
maioria dos casos antes que o carboneto de cromo possa se formar. Esse fenmeno
definido como estabilizao. Por outro lado, o nibio favorece a tendncia de trincas a
quente.
Dessa forma, o contedo de nibio em materiais de adio na soldagem deve ser
limitado a um teor mximo de 1%.
Soldabilidade e soldagem dos aos austenticos ferrticos
Os aos austenticos - ferrticos devem ser soldados de forma adequada, utilizando-se
tipos de materiais de adio com caractersticas semelhantes. Podem ser soldados ao
arco eltrico, com eletrodo revestidos, ou tambm pelos processos de soldagem MIG
e TIG.
Apresentam uma boa resistncia contra a corroso provocada e localizada nas trincas,
resultante dos efeitos das tenses, e uma elevada resistncia alternativa corroso.
Os aos resistentes corroso e ao desgaste so aplicados, por exemplo na indstria
de alimentos, fabricao de fibras plsticas, suportes de barcos e para trem de
aterrissagem de hidroavies.
O fenmeno da corroso em funo da soldagem
Nos aos ao cromo fer