sofri, giani. o modo de produção asiático história de uma controvérsia marxista
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SOFRI, Giani. O Modo de Produção Asiático: história de uma controvérsia marxista.
- Tem apresentação de Philomena Gebran.
- Tal conceito foi utilizado por Marx para explicar o aparecimento do Estado e a exploração de classe a
partir da comunidade primitiva.
- Esse conceito foi aplicado a diferentes formações sociais, não somente as encontradas na Ásia. Foi usada
para classificar as sociedades pré-colombianas na América. OBS: a ciência classifica, o que é pior, com
instrumentos europeus.
- A idéia do DESPOSTIMO ORIENTAL era uma forma de justificar a opressão civilizatória dos europeus
sobre a região.
- A escravidão existia, mas não era generalizada. Também não era característica somente dessa região.
- A história de como a cultura ocidental encarou a Ásia.
- Depois da pesquisa que Marx e Engels fez sobre as sociedades antigas partindo de Morgan, não citou mais
o termo.
CAP. 1 – Marx e Engels e a Sociedade Asiática.
- A primeira referência que Marx faz sobre a Ásia é bem sedo, está em seus primeiros escritos em 1841-3
(Crítica à filosofia de Hegel), nele já faz referência do “Despotismo Asiático”. Marx olhava a Ásia sobre
uma ótica Hegeliana.
- Hegel afirmava que a Ásia era o berço milenar do despotismo. Hinus, Chineses, indianos, etc.
- Sociedade divida em castas – imobilidade social.
- Marx pretendeu comparar a oposição entre a estagnação oriental e o progresso ocidental (burguês). Disso
resulta o julgamento DEPRECIATIVO.
- Marx disse que a China era o berço milenar do conservadorismo.
- O jovem Marx tentou descrever os estágios de desenvolvimento da Divisão do Trabalho. Para isso, narrou
três diferentes formas de propriedades pré-capitalistas: a tribal; a da comunidade antiga, a do Estado; feudal.
Fala nela em seqüência, como se uma sucedesse a outra.
- Não se fala muito dos povos do ORIENTE. “Pode-se deduzir disto que Marx e Engels pensavam nos povos
do Oriente como catalogáveis em um dos três estágios mencionados?” p. 23.
“Marx tinha uma visão da história rigidamente dividida em estágios” p. 24.
- Sabe-se muito pouco o que realmente Marx pensava sobre a Ásia naquele momento.
- Não é possível colocar no mesmo degrau chineses e indianos, tribos primitivas africanas e da Europa
neolítica.
“As três formas não podiam esgotar a história universal, nem apresentar-se como etapas necessárias,
inevitáveis e exclusivas na história de cada povo”.
- A descrição feita referia-se à Europa.
- Marx tentou explicar a estagnação dos orientais.
“A ausência da propriedade privada é a chave para todo o oriente” Marx.
- Características: miríades aldeias auto-suficientes que se unem em torno de um governo central.
“A exigência de vastas obras públicas, sobretudo de irrigação era a base do extraordinário poder do governo
central – do despotismo oriental”.
- Marx acompanhava a invasão inglesa na índia.
- As aldeias seriam as bases do despotismo.???
“O caminho da revolução num país colonial tem que passar pelo capitalismo” p. 32.
- Marx pareceu otimista quanto aos efeitos ocidentais sobre as colônias orientais. A longo prazo favoreceria
a revolução mundial.
- A Índia foi o principal observatório de Marx e Engels no que se refere a Ásia.
- Marx atribui importância aos mercados asiáticos para o desenvolvimento do capitalismo internacional.
- As obras hidráulicas são muito mais evidentes na China do que na Índia.
- Marx nunca chamou a china de Modo de Produção Asiático.
AS FORMAS ECONÔMICAS PRÉ-CAPITALISTAS
- Os Grundisses eram a gama de documentos escritos por Marx como esboço da grande obra O Capital.
Parte deles foi publicada em Crítica da Economia Política. Outra parte ficou inédita até o início dos anos 40,
do século XX.
- Parte do Grundisse era dedicada às formas pré-capitalistas de produção. Esse trabalho só veio ao
conhecimento de todos em 1939, portanto, era desconhecido à discussão soviética imposta por Stalin.
- O livro foi na verdade apontamentos não destinados à publicação.
“Marx perguntava-se em que momento a economia burguesa volta a ligar-se aos modos de produção que
historicamente a precederam”. P. 37.
- Marx não está nele, interessado em construir uma teoria dos estágios de desenvolvimento histórico,
nem tentando periodizar a história universal pré-burguesa.
- Tentava encontrar nessas formações as categorias que o capital lhe fornecia no presente. A anatomia do
homem deveria explicar a do macaco. “Esta investigação permite-lhe descobrir a genealogia do capital”.
Foram sobre as ruínas dessas sociedades que o capitalismo se ergueu.
- O trabalho livre era o pré-requisito para a realização do CAPITAL, mas para isso, foi preciso se desfazer
uma série de formas econômicas em que o trabalhador não era “livre” para vender sua força de trabalho.
- Encarava aqueles Modos de Produção como a PRÉ- HISTÓRIA DO CAPITAL.
“Em TODAS as formas pré-burguesas, a propriedade fundiária e agricultura constituem a base da ordem
econômica, cujo objetivo é a produção de valores de uso” p. 39.
- O MPA representa várias comunidades que não são proprietárias da terra sendo administrada por um
Estado dono de tudo (O déspota era o pai de todas as comunidades). Os déspota pertencia o excedente.
- Forma Antiga de Produção ou Escravagista: cidade\ campo; propriedade privada separada do Estado; o
indivíduo era proprietário como membro da comunidade-Estado. Proteger a terra: fazer guerra era o grande
dever coletivo. A escravidão é a conseqüência mais natural.
- Outra FORMA DE PROPRIEDADE era a germânica: qualquer um poderia usar as terras de caça, que
pertenciam à comunidade. Propriedade individual. Maior individualismo. A unidade econômica não é a
aldeia, mas cada casa isoladamente. As unidades se reúnem somente em caso de guerra e atos religiosos.
- Para Marx, a propriedade privada surgiu da propriedade comunal.
- O MPA apresenta-se como “matriz original da forma antiga e germânica” p. 43.
- O termo Asiático nem sempre se refere ao sentido geográfico, ou evoque o despotismo oriental, ou as
grandes obras públicas, ou a estagnação. O que ela quer se referir é a propriedade comum do solo.
- O MPA está muito próximo das comunidades primitivas.
“Em RESUMO, pode-se dizer que ele DIVIDE as formações pré-capitalistas em dois grandes grupos. O
PRIMEIRO compreende as mais primitivas, aquelas que mesmo já estando bastante diferenciadas,
caracterizando-se de alguma forma, pela persistência da comunidade primitiva. Assim são a ASIÀTICA e
suas variações (eslava, céltica, etc.), a antiga e a germânica. Um SEGUNDO grupo, ao contrário, engloba as
formações caracterizadas pela servidão, quer no aspecto de servidão da gleba ou no de verdadeira
escravidão” p. 46.
- O CAPITAL nasce da dissolução de todas as formações históricas precedentes.
- No PREFÁCIO diz que “os MP asiático, antigo, feudal e burguês moderno podem ser designados como
épocas que marcam o progresso da formação econômica da sociedade”. Marx.
“É EVIDENTE que aqui o termo ASIÁTICO significa COMUNIDADE PRIMITIVA” p. 46.
- Seria Marx um historiador unilinear? De que a história de todos os povos passaria por essas fases? Cada
uma delas surgindo no interior da precedente?
- Em O CAPITAL Marx não afirma em nenhuma parte que o feudalismo é pré-requisito do Capitalismo.
- O livro A ORIGEM DA FAMÍLIA, DA PROPRIEDADE e DO ESTADO (1884). Marx já era morto,
Engels fez uso de suas anotações. O impacto dos escritos de Morgan é evidente. O livro tenta estabelecer as
FASES de um desenvolvimento típico da humanidade. Desde o estado selvagem, passando pela barbárie, até
a civilização. A ausência do MPA talvez seja devido aos objetivos limitados da obra.
- O livro foi base para toda visão ETAPISTA\ UNILINEAR da história.
“É inegável que está presente no pensamento de Marx a aspiração de estabelecer LEIS GERAIS do
desenvolvimento histórico” p. 61.
- A sucessão foi um modelo para a Europa. Os marxistas foram quem tentaram adaptá-la em outros
continentes.
- Plekanov aproximou a Rússia das sociedades orientais (MPA). Para Lênin, a Rússia já tinha lançado as
bases capitalistas. Trotski: a Rússia parece ser metade asiática, metade européia.
- O que era a Rússia pré-revolucionária? Era preciso primeiro desenvolver as contradições capitalistas para
depois vim o socialismo?
- Na época da Rússia pré-revolucionária, o MPA não era negado pelos teóricos de lá.
- Houve um período em que os Marxistas via feudalismo em todos os lugares.
ANEXOS
FORMAÇÕES SOCIAIS
- Surgiu como crítica ao conceito unilinear de MP. Este conceito era muito estreito para caber em todas as
realidades concretas.
- Diz que o conceito é de difícil definição em Marx.
- Chama Maurício Godelier de pseudo-marxista. “O que ele fez foi uma aventura teórica”p. 178.