sofrendo em silêncio · 1988. 1. 20. · na verdade, os répteis são seres muito mais complexos...

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Sofrendo em silêncio A crueldade do comércio global de serpentes píton bola

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  • Sofrendo em silêncioA crueldade do comércio global de serpentes píton bola

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    Sumário

    Sumário executivo 5

    Introdução 6

    Píton bola: o animal silvestre vivo mais comercializado da África 9

    Exportação de Pítons bola: crueldade e comércio 11

    Preocupações com o bem-estar 12

    Preocupações com a conservação 14

    Ranching: isso realmente protege a espécie? 15

    O problema dos morfotipos 17

    Transmissão de doenças aos humanos 18

    Reduzindo a aceitação ao redor do mundo 19

    Conclusão 21

    Referências 22

    Foto à esquerda: Píton bola, República Checa.

    Foto da capa: Píton bola após a captura, Gana.

    * Segundo as espécies listadas na base de dados da Convenção sobre Comércio Internacional das Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção (CITES).

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    Sumário ExecutivoCentenas de milhões de aves, mamíferos, peixes e répteis são comercializados atualmente no mundo todo como animais de estimação. A campanha da Proteção Animal Mundial “Animal silvestre não é pet” (Wildlife. Not Pets) tem como objetivo interromper essa indústria para proteger os animais silvestres de serem caçados, retirados da natureza ou criados em cativeiro de forma cruel apenas para se tornarem animais de estimação.

    Em 2019, a Proteção Animal Mundial expôs a caça ilegal de papagaios-cinzentos na República Democrática do Congo e os abusos ao bem-estar impostos a essas aves para satisfazer a demanda internacional do comércio de animais silvestres como animais de estimação. Como resultado da pressão pública exercida pelos apoiadores da Proteção Animal Mundial, a companhia aérea Turkish Airlines, identificada como uma das principais empresas de transporte de papagaios traficados, anunciou um embargo global ao transporte de papagaios-cinzentos africanos em suas aeronaves.

    Mas essa é apenas uma espécie em um país. O rápido crescimento do uso de animais silvestres como animais de estimação requer soluções globais. As plataformas de comércio eletrônico e as mídias sociais são os principais fatores que impulsionam o comércio de animais da fauna silvestre para esse fim, pois aumentam a acessibilidade e aceitação de se ter um animal silvestre em casa. A campanha “Animal silvestre não é pet” trabalha para reverter essa tendência e, desta forma, acabar com a crueldade e o abuso sofrido por esses animais.

    O recente surto do novo e letal coronavírus evidencia como as doenças podem ser transmitidas aos seres humanos por animais submetidos à crueldade do comércio de fauna silvestre. É necessário agir para pôr fim a esse mercado, não apenas para proteger o bem-estar animal e a biodiversidade, mas também a saúde humana.

    De várias maneiras, as serpentes píton bola são o melhor exemplo desse comércio. Entre os animais vendidos vivos na África, elas são a espécie mais exportada legalmente no país1. O presente relatório destaca todas as falhas do sistema global que permitem seu comércio

    Acredita-se que os répteis representam aproximadamente 20% do comércio global de animais silvestres como animais de estimação, embora sejam, provavelmente, uma das espécies mais incompreendidas, com a ampla e falsa ideia de que não são seres sencientes. Com frequência, isso leva os tutores desses animais a julgar incorretamente o nível de cuidados que eles necessitam e a chegar a conclusões erradas sobre os requisitos mínimos em termos de espaço, nutrição, ambiente e enriquecimento ambiental.

    Problemas globais exigem soluções globais A Proteção Animal Mundial pede aos seguintes atores para protegerem essas serpentes e deterem o comércio internacional de animais silvestres.

    Pedimos:

    • Aos países da África Ocidental - Benin, Togo e Gana, principais exportadores de píton bola, para introduzir a suspensão da exportação global desses animais.

    • Aos Estados Unidos, Europa, Canadá e China, principais importadores de píton bola, para proibirem a importação desses animais e revisarem seus programas locais de criação em cativeiro.

    • Ao público, para se unir ao nosso pedido de acabar com o comércio de animais silvestres, incluindo as serpentes píton bola, em todo o mundo.

    Foto à esquerda: Fêmea de serpente píton bola capturada durante a temporada de caça em Gana. Ela é uma das dezenas de milhares de serpentes dessa espécie exportadas da África Ocidental todos os anos para satisfazer a demanda internacional do comércio de animais silvestres.

    Esses mitos resultam em crueldade e negligência involuntárias e são usados para justificar um gigantesco comércio global que ameaça a sobrevivência desses animais na natureza.

    É chegada a hora de mudar o rumo do comércio de animais silvestres como animais de estimação e mantê-los na natureza, onde eles pertencem.

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    Os répteis representam aproximadamente 20% do comércio global de animais vivos2 3. Embora os dados sejam insuficientes, acredita-se que há dezenas de milhões de répteis utilizados como animais de estimação no mundo todo - ou até mais. Uma estimativa de 2017-2018 indicou aproximadamente 9,4 milhões de répteis presentes em residências nos Estados Unidos4 e dados de 2018-2019 reportaram aproximadamente 800 mil répteis mantidos como animais de estimação no Reino Unido5 (embora esses números possam ser muito maiores devido aos registros incompletos e à atividade ilegal extensamente presente em todo esse setor) 6.

    Historicamente, os répteis são um dos animais menos compreendidos e estão sujeitos a muitas ideias erradas sobre eles. Embora sejam amplamente reconhecidos como seres sencientes (capazes de sentir e experimentar estados e emoções positivas e negativas7), as pessoas tendem a se relacionar ou a se identificar com esses animais de forma diferente8. Isso acontece pelo fato de os répteis serem menos parecidos com os humanos, tanto em sua biologia como em seu comportamento - se comparados com cães, gatos ou outros mamíferos. Por esse e outros motivos, há uma percepção geral no comércio e entre os tutores - com frequência, baseada em mitos9 - de que os répteis não precisam de muito espaço ou ambientes estimulantes, quando comparados a outros tipos de animais de estimação.

    Entretanto, a pesquisa científica apresenta inúmeras referências à capacidade dos répteis de sentirem ansiedade, estresse, angústia, agitação, medo, frustração, dor e sofrimento, assim como evidências diretas da capacidade desses animais de sentirem prazer e emoção10.

    Na verdade, os répteis são seres muito mais complexos do que as pessoas geralmente imaginam. Por exemplo, algumas espécies são muito mais sociáveis do que se pensava até agora – um fato cada vez mais reconhecido em diferentes espécies de répteis, como alguns lagartos australianos 11. Também é excessiva a noção de que os répteis são naturalmente sedentários. Devido às grandes dimensões do habitat natural de muitos répteis, as limitações de espaço em cativeiro representam um grande problema para esses animais. Da mesma forma, as falsas alegações sobre as limitações de inteligência, capacidade emocional e mínimas necessidades de bem-estar desses animais podem significar um grande sofrimento em cativeiro12.

    O resultado dessa desconexão entre essas afirmações e a realidade é que frequentemente estamos menos propensos ou dispostos a considerar seu bem-estar ao longo de todas suas etapas de vida, a partir do momento em que são capturados até se tornarem animais de estimação na residência dos seus tutores. As taxas de mortalidade são difíceis de determinar e são objeto de discussão. Por exemplo, estima-se que a taxa geral de mortalidade de répteis em residências no Reino Unido esteja entre 4%13 e 75%14. Entretanto, é importante destacar que mesmo uma taxa de mortalidade de 1% durante o transporte equivale a milhões de animais, dado o tamanho e a escala da indústria 15,16.

    Introdução

    ... mesmo uma taxa de mortalidade de 1% equivale a milhões de animais, dado o tamanho e a escala da indústria.

    Foto à direita: A píton bola é frequentemente indicada como o primeiro animal de estimação e é comum ver crianças segurando uma delas em feiras de animais na América do Norte.

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    Foto à esquerda: Caçadas, capturadas, nascidas em cativeiro e vendidas. Os países da África Ocidental Benin, Togo e Gana são a principal fonte das exportações de espécies criadas em cativeiro (ranched).

    A píton bola, assim chamada por seu comportamento de se enrolar quando está sob estresse, representa atualmente a espécie africana mais comercializada viva legalmente no âmbito da Convenção sobre Comércio Internacional das Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção (CITES)17. Mais de três milhões desses animais foram exportados do continente africano desde 1975.

    Também conhecidas de píton-real, essas serpentes relativamente pequenas estão presentes do leste ao oeste da África e a maior parte do comércio internacional da espécie tem origem em Benin, Togo e Gana 18. Elas são animais terrestres e noturnos que vivem em tocas e soben em árvores durante a noite 19, 20. Em geral, as fêmeas põem ovos entre meados de fevereiro e início de abril, durante a segunda metade da estação seca, e os ovos tendem a eclodir aproximadamente dois meses mais tarde21. As fêmeas incubam os ovos enroladas em volta deles até o nascimento dos filhotes 22 ,23.

    A píton bola é um predador de emboscada que se alimenta principalmente de pássaros e roedores, motivo pelo qual serve para o controle de pragas em muitas comunidades rurais24. Na natureza, o tempo de vida da píton bola é de aproximadamente 10 anos 25. Em cativeiro, podem viver até 20 anos, com um recorde de longevidade de 47 anos26.

    Píton bola: o animal silvestre vivo mais comercializado da África

    Além de ser caçada para a venda internacional como animal de estimação, a píton bola também é capturada e morta por sua carne e couro, bem como para uso na medicina tradicional27 28. Atualmente, ela é uma das espécies listada na categoria de ‘pouco preocupante’ (Least Concern, em inglês) pela União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN), embora o grande número de animais capturados para satisfazer as diversas demandas dos consumidores seja considerado uma ameaça em potencial29. Segundo o CITES, mais de três milhões de pítons bola já foram exportadas da África Ocidental desde o primeiro registro de exportação comercial de animais vivos em 197530. As exportações anuais atingiram um máximo de aproximadamente 250.000 animais em 2005, com uma média de 100.000 desde 200731. No total, entre as décadas de 1980, 1990 e 2000, mais de 99% das exportações provinham de apenas três países: Togo, Benin e Gana32.

    Os caçadores capturam as serpentes quebrando os troncos ocos de palmeiras ou cupinzeiros, escavando as tocas achadas em pilhas de folhas ou capim ou rastreando os animais33.

    A píton bola é muito popular ao redor do mundo como animal de estimação exótico, especialmente na Europa e América do Norte34. Entretanto, a preocupação quanto ao impacto desse comércio na conservação da espécie está aumentando cada vez mais, assim como o impacto no bem-estar desse animal devido à captura, comercialização e uso como animal de estimação.35 36

    O tamanho pequeno e a natureza relativamente dócil da píton bola a torna popular, sendo considerada erroneamente como um bom “primeiro animal de estimação”37 38. Também contribui para a popularidade da espécie a ideia equivocada, embora bastante generalizada, de que esses animais requerem relativamente poucos cuidados especializados.39

    De acordo com o CITES, mais de três milhões de pítons bola já foram exportadas da África Ocidental desde o primeiro registro de exportação comercial de animais vivos em 1975.

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    De muitas maneiras, as pítons bola são as preferidas do comércio de animais silvestres exóticos. Milhões desses animais têm sido exportados da África nos últimos 40 anos, sendo a América do Norte (Estados Unidos e Canadá) o maior mercado importador, seguida da Europa (Alemanha, Reino Unido e França) e países asiáticos, especialmente o Japão 40, 41.

    Exportação de Pítons bola: crueldade e comércioFoto à esquerda: Serpentes expostas em feira de animais em Memphis, Estados Unidos.

    Foto abaixo: Vendedor com uma píton bola “especial”.

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    Figura 1. Avaliação do alojamento de 4.855 serpentes píton bola observadas em feiras de animais de estimação silvestres e exóticos na América do Norte e na Europa durante o estudo. A pontuação dos critérios (ver Figura 2) é baseada nos requisitos mínimos recomendados (1-2 = abaixo dos requisitos mínimos; 3 = adequado – por exemplo, necessidades mínimas atendidas).

    EUA 1.364

    Canadá 1.245

    Espanha 221

    Holanda 1.598

    Reino Unido 427

    TOTAL 4.855

    Número de serpentes

    0

    Categoria de avaliação do alojamento

    Porc

    enta

    gem

    de

    serp

    ente

    s obs

    erva

    das

    Higiene Mobilidade Abrigo Substrato Água

    25

    50

    75

    100

    Pontuação 1 2 3

    Para as pítons bola de origem selvagem que se tornam um animal de estimação, a preocupação com o bem-estar começa no momento em que são capturadas42.

    O estresse e o potencial risco de doenças e ferimentos estão presentes em cada uma das etapas: captura, transporte e manipulação prévios à exportação e posteriores à importação, até os animais chegarem às mãos do criador ou fornecedor/vendedor43. A partir desse momento, a qualidade de vida dos animais pode diminuir ainda mais - eles geralmente enfrentam longos períodos guardadas de forma inapropriada, a reprodução intensiva em cativeiro, o estresse do próprio cativeiro, bem como o risco adicional de ferimentos e doenças44.

    Infelizmente, um dos fatores que contribuem para a popularidade da espécie é a ideia equivocada de que esses animais precisam relativamente de poucos cuidados especializados45, 46. Mas a verdade é que serpentes, incluindo a pítons bola, têm exigências complexas e específicas para satisfazer suas necessidades mais básicas em cativeiro47, 48. A maioria dos tutores dessa espécie têm pouco conhecimento sobre as necessidades de fornecimento

    de água, abrigo, material do piso do terrário, níveis de higiene, enriquecimento ambiental, lugares de esconderijo/tocas e espaço para movimentação, incluindo a possibilidade de estenderem completamente o corpo49. Se uma dessas necessidades básicas não for atendida, o sofrimento da píton aumentará, resultando em possíveis ferimentos, doenças ou até mesmo morte. É importante destacar que o único habitat que satisfaz completamente todas as necessidades biológicas e comportamentais desses animais é a natureza.

    De forma geral, aconselha-se que as serpentes, especialmente as mais reclusas, possam contar com vários espaços cobertos onde possam se esconder para evitar o estresse51.

    Um estudo recente sobre as condições de alojamento de mais de 5.000 serpentes píton bola em seis feiras de animais de estimação

    Preocupações com o bem-estar

    Para as pítons bola em especial, a tendência de se enrolar formando uma bola apertada e de esconder a cabeça indica o comportamento recluso desse animal50.

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    No. Categoria/Pontuação

    1 2 3

    1 Mobilidade/ EspaçoComprimento do terrário

    = inferior ao comprimento da serpente

    Comprimento do terrário = comprimento da serpente

    Comprimento do terrário = aprox. 1,5 vezes o

    comprimento da serpente

    2 Abrigo Sem a presença de abrigo Presença de abrigo que não

    cobre 100% do corpo da serpente quando enrolada

    Presença de abrigo que cobre 100% do corpo da serpente quando enrolada

    3 Água Sem fornecimento de água

    Água potável disponível. Recipiente de água muito

    pequeno para que o animal possa mergulhar o corpo

    inteiro

    Água potável disponível. Recipiente de água de

    tamanho correto para que o animal possa mergulhar o

    corpo inteiro

    4 SubstratoSem presença de substrato

    (cobre 0% do piso do terrário)

    Presença inadequada de substrato (cobre < 75% do

    piso do terrário)

    Presença adequada de substrato (cobre > 75% do

    piso do terrário)

    5 HigieneNível inaceitável de higiene. Presença de muitos detritos

    Nível intermédio entre 1 e 3Nível aceitável de higiene. Presença mínima/ausência

    de detritos

    Figura 2. Critérios de avaliação do ambiente da píton bola, desenvolvidos com base nos requisitos mínimos recomendados para a espécie.

    exóticos realizadas no Canadá, Holanda, Espanha, Estados Unidos e Reino Unido, além de 113 vídeos na rede social YouTube, mostrou que a maioria dos criadores e fornecedores/vendedores utiliza terrários muito pequenos que restringem muito o movimento dos animais e não permitem que estendam o corpo completamente no espaço52.

    Especificamente no caso das feiras de animais de estimação exóticos, entre os quase 5.000 animais avaliados, todos se encontravam em condições abaixo do padrão em termos de mobilidade, abrigo e água. Apenas quatro animais, ou seja, menos de 0,1%, tinham acesso a enriquecimento ambiental (por exemplo, material para escalada).

    São pouquíssimos os vendedores que, de fato, fornecem aos compradores as instruções corretas de cuidado para que possam preencher os requisitos mínimos de bem-estar das serpentes. Assim, é bem possível que a falta de cuidados adequados continuará quando o animal estiver em seu lar definitivo e sob os cuidados do seu mais novo e bem intencionado tutor. Um estudo de 57 sites de

    internet e vendedores no Facebook mostrou que apenas oito deles ofereciam instruções online para o cuidado dos animais.

    • Apenas dois vendedores ofereciam informações sobre tempo de vida e tamanho em cativeiro

    • Apenas três informavam sobre como alimentar as serpentes

    • Somente sete davam instruções sobre fornecimento de água

    • Apenas cinco indicavam que as serpentes precisam de água suficiente para tomarem banho

    • Só quatro informavam sobre níveis de umidade

    • Nenhum deles fornecia informação sobre iluminação

    • Somente sete informavam sobre os níveis mínimos e máximos de temperatura

    • Apenas um deles sugeria o enriquecimento ambiental para que os animais possam escalar superfícies verticais

    • Somente dois deles indicavam que as serpentes deveriam poder estender completamente seu corpo53

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    Caça

    Não há estimativas oficiais da população de pítons bola na natureza na África Ocidental, o que praticamente nos impede de estabelecer exatamente qual é o impacto da caça desses animais na conservação das populações selvagens de serpentes54. Entretanto, crescem as preocupações nesse sentido. Em um estudo recente no Togo, a maioria dos caçadores consultados disse que havia menos serpentes do que há cinco anos55. Para piorar ainda mais a situação, o uso adicional em larga escala desses animais como carne de caça e para fins da medicina tradicional poderia aumentar o número de animais capturados para muito além dos números reportados às autoridades56, 57.

    Também é preocupante que esse tipo de caça não esteja ocorrendo conforme disposto na legislação vigente local e internacional para a proteção dessas serpentes. Por exemplo, no Togo, a caça não regulamentada na fronteira, a falta de conscientização dos caçadores quanto às cotas e a ambiguidade sobre o número de caçadores portadores de licenças geram dúvidas se os relatórios oficiais de exportações fornecem uma visão precisa do escopo e da magnitude desse comércio58, 59, 60.

    Há também importantes questões de bem-estar animal relacionadas às práticas de caça. Sabemos que os répteis são seres sencientes, ou seja, capazes de sentir estresse, medo e dor61. Assim, é seguro presumir que sofrem estresse durante a captura (quando são retirados das tocas) e durante o transporte (guardados vivos em sacos e misturados com outras espécies) e que podem se ferir. Tanto o estresse quanto os ferimentos podem resultar na morte do animal ou em maior susceptibilidade a doenças e/ou infecções62.

    O uso de serpentes píton bola na medicina tradicional, tanto para fins espirituais como medicinais, também é um fator de pressão para essa população de animais silvestres. Um estudo sobre o mercado de medicina tradicional no Togo revelou que as pítons bola são a fonte de derivados de animais silvestres mais lucrativa desse mercado. Essas serpentes são vendidas inteiras ou em partes: sangue, intestino, escamas e caudas, cada uma delas para uma finalidade específica. Segundo os vendedores, as partes do corpo da píton bola são eficazes na proteção contra o vudu e servem também como terapia antiveneno63.

    Preocupações com a conservação

    Foto superior: Píton bola no seu habitat natural.Foto inferior: Cabeças de píton bola utilizadas em vudu em Benin.

    Foto acima: Recinto de criação de píton bola em sistema de ranching em Gana.

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    Talvez na tentativa de reduzir os impactos negativos do comércio de pítons bola capturadas na natureza em conservação e bem-estar animal, surgiu o sistema de criação de répteis em cativeiro de ciclo aberto, conhecido como ranching 64. Nesses programas de manejo, os caçadores trazem fêmeas prenhes, ovos ou filhotes capturados na natureza até “fazendas” (ranches), onde os ovos são chocados e os filhotes criados para que possam ser vendidos no mercado internacional de animais de estimação exóticos.

    Pelo menos em teoria, os animais de estimação exóticos exportados a partir de um dessas “fazendas” deveriam ser excedentes de populações selvagens, já que provavelmente estariam sujeitos a taxas de mortalidade mais altas na natureza. Alguns desses programas de manejo exigem a soltura de todas as fêmeas adultas e de uma parte dos filhotes na natureza, para proteger as populações nativas. Em Togo, por exemplo, reporta-se que, do total de serpentes exportadas anualmente, aproximadamente 20% são devolvidas à natureza 65. Teoricamente, algumas pessoas consideram essa abordagem a “bala de prata” para combater a sobre-exploração insustentável das populações de répteis silvestres.

    Caçadores e donos desse “criadouros” ou ranches devem ter percebido muito cedo os grandes benefícios dessa abordagem, já que houve uma verdadeira explosão desse tipo de manejo, como indicam os seguintes números: entre 1996 e 2012, ocorreu um aumento global extraordinário de 50 vezes na importação de répteis declarados como provenientes de ranching, dominado pelo comércio de pítons bola oriundas da África Ocidental66. Da mesma forma, desde o início da década de 2000, a maioria das exportações de pítons bola provenientes de Togo, Benin e Gana foram declaradas como sistema de ranching67.Nos últimos 10 anos, 95% das exportações de animais vivos do Togo foram declaradas pelos países importadores como originárias de sistemas de ranching, sendo a maioria delas com destino aos Estados Unidos68, 69 ,70.

    Infelizmente, na realidade, esse tipo de gestão de sistema de produção está longe de ser perfeito e não há uma solução rápida para isso. Teoricamente, os programas de manejo de pítons bola na África Ocidental devem auxiliar na conservação das populações locais de animais silvestres71, mas, aparentemente, vários fatores estão comprometendo os benefícios pretendidos.

    Na medida em que a demanda dos consumidores de píton bola em mercados-chave como os Estados Unidos não inclua serpentes oriundas da África Ocidental, a procura por alternativas sustentáveis de subsistência72, para auxiliar os caçadores a gerar novas fontes viáveis de renda, pode ser útil. Embora se saiba que os caçadores atualmente se beneficiam financeiramente da venda das pítons bola, uma compensação monetária direta (por exemplo., pagamento por serviços ambientais)73 também poderia ajudar a minimizar os impactos econômicos negativos impostos não intencionalmente às comunidades locais. Em última análise, o benefício econômico nunca deveria resultar da crueldade. A procura de soluções tanto para os animais quanto para os seres

    *Observe que, atualmente, as definições de ranching e os critérios específicos que devem ser atingidos para que um sistema de criação possa receber a qualificação formal nesse sentido variam nos diferentes âmbitos locais e internacionais e estão sujeitos à revisão das políticas estabelecidas por CITES.

    Ranching: isso realmente protege a espécie?humanos é o melhor caminho para as comunidades e o meio ambiente.

    Pesquisas recentes realizadas na região mostram que: Coleta e Exportação • Alguns caçadores relatam que coletam todas as serpentes e não

    apenas fêmeas, filhotes e ovos.

    • Muitos caçadores não sabem que a caça comercial está regida por um sistema de cotas locais, deixando em dúvida a exatidão dos dados sobre cotas.

    • Alguns caçadores atravessam as fronteiras para a captura e comercialização em países vizinhos. Essa atividade ilegal e não regulamentada compromete ainda mais a precisão dos relatórios de cotas.

    • Há provas circunstanciais de caçadores indicando que algumas exportações declaradas como provenientes de ranching, de fato, incluem outros animais silvestres capturados. Ou seja, o sistema de ranching poderia estar sendo utilizado para acobertar práticas menos sustentáveis de manejo.

    • Estudos recentes alertam no sentido de que pítons bola exportadas para uso como animais de estimação exóticos e declaradas como provenientes de ranching podem estar vinculadas ao comércio de partes dos corpos desses animais para fins de medicina tradicional e consumo de carne de caça.74 75

    Soltura inadequada de animais silvestres• Estudos recentes também indicam que a soltura de todas as

    fêmeas de píton bola, além de uma parte dos filhotes criados em cativeiro, não se realiza de forma segura e responsável.76

    • Serpentes que forem devolvidas à natureza de forma incorreta, longe do lugar onde foram capturadas, também podem ter menos possibilidades de sobrevivência, contribuindo para a redução de população reportada por muitos caçadores77. Os motivos podem ser: habitat desconhecido e inóspito; introdução de doenças por falta de medidas adequadas de biossegurança; ou a presença, no local da soltura, de animais com características ou perfis genéticos diferentes aos que as pítons bola encontrariam naturalmente.

    Em geral, há poucos dados que demonstrem claramente que o sistema de ranching representa uma alternativa eficaz e sustentável aos animais coletados na natureza. Também não há indicações de que os criadouros de serpentes têm sucesso na prevenção da sobre-exploração das populações selvagens.78

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  • 17

    Foto acima: Variação genética especial de píton bola exposta em feira de animais de estimação exóticos em Memphis, Estados Unidos.

    Foto à esquerda: : Um criador na Europa inspecionando sua píton bola. O sistema de prateleiras onde se encontram as serpentes recebe o nome de racking.

    Como se não bastassem as questões de bem-estar dos animais criados em sistemas de ranching, as pítons bola com características específicas de cor ou padrão – frequentemente denominadas morfotipos ou morfos - são cada vez mais populares entre os potenciais tutores e muitos criadores estão dispostos a criar serpentes de forma seletiva em cativeiro para satisfazer à essa demanda.

    Aumentam as preocupações, entretanto, com relação a vários transtornos genéticos severos associados à essas seleções genéticas que trazem diferentes padrões de coloração. Por exemplo, a síndrome wobble head é um transtorno do sistema nervoso que atinge as serpentes pítons bola do morfotipo spider79, 80, 81, 82. Tremores laterais de cabeça, falta de coordenação, movimentos erráticos de cabeça e pescoço, problemas de tônus muscular e falta de força na cauda são alguns dos sintomas83, 84.

    Outros transtornos resultantes da criação seletiva incluem deformidades vertebrais e do crânio e exoftalmia (olhos esbugalhados)85, 86, 87, 88.

    Nas feiras de animais de estimação exóticos investigadas, nas quais foram registrados animais morfotipos, 94% dos casos tratavam-se, aparentemente, de animais de cativeiro com variações genéticas especiais (designer) em vez de indivíduos do tipo selvagem (wild-type)89.

    A criação e venda dessas variações genéticas é uma atividade muito lucrativa e, dependendo das características dos animais, a venda pode render dezenas de milhares de dólares.

    Conversas com vendedores indicam a possibilidade de que criadores estejam comprando uma grande quantidade de pítons bola exportadas da África para produzirem variações genéticas. Muitos tutores desavisados podem pensar que adquiriram uma serpente de cativeiro, sem perceber que seu “animal de estimação” possivelmente vem diretamente da natureza ou foi criado em uma operação de ranching na África Ocidental. Os vendedores consultados por nossos pesquisadores pareciam reforçar a noção infundada de que os animais de cativeiro são animais de estimação com origem mais ética e sustentável. Eles também utilizam outros argumentos de venda como, por exemplo, que esses animais têm maior tempo de vida e são mais saudáveis90.

    O problema dos morfotipos

    O que é um morfo?

    A palavra morfo se refere ao tipo de aparência ou fenótipo de um organismo. No caso da píton bola, refere-se às variações de cor e padrão de escama que podem surgir da criação seletiva em cativeiro para fins comerciais.

    Uma píton-bola de morfo especial é o resultado do trabalho de um criador que combinou dois ou mais fenótipos selvagens (wild morph) para gerar um animal que não existe na natureza91. Alguns criadores consideram as serpentes píton bola silvestres da África como “estoque genético” novo potencialmente valioso para seu trabalho de criação em cativeiro.

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    Além dos impactos na conservação e no bem-estar, outra grande preocupação do uso de répteis como animais de estimação se refere à sua capacidade de se tornarem vetores de doenças, incluindo aquelas que podem ser transmitidas dos animais aos seres humanos, denominadas doenças zoonóticas. Os répteis em cativeiro são reportados como potenciais portadores de patógenos, como parasitas e vírus e, principalmente, de bactérias causadoras de doenças em humanos. A via de transmissão pode começar no próprio criadouro ou no transporte até essas instalações, quando os animais são armazenados em sacos após a captura. Nos criadouros, os animais também são alojados em galpões onde muitas espécies diferentes de répteis são misturadas92 sem protocolos de biossegurança adequados.

    Epidemias globais anteriores também foram associadas aos mercados que comercializam animais silvestres. A Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), que vitimou mais de 8.000 pessoas em 26 países entre os anos de 2002 e 2003 (segundo dados da OMS), propagou-se entre os seres humanos a partir de mamíferos silvestres vendidos vivos em mercados da China93. Acredita-se também que as epidemias do vírus Ebola nas regiões da África Ocidental e Central tiveram origem em morcegos, sendo os primatas e outros mamíferos silvestres os hospedeiros intermediários que infectaram os seres humanos posteriormente. Muitos desses animais também são comercializados vivos em mercados de animais silvestres nos países onde apareceram os primeiros surtos da doença94.

    Entre as 20 amostras coletadas durante um estudo exploratório em um criadouro de píton bola na África Ocidental, a maioria - exceto uma - apresentou ao menos um tipo de bactéria com potencial zoonótico95.

    Em resumo, há o risco de que as condições intensivas de criação em cativeiro possam fomentar a transmissão de doenças e a evolução de patógenos mais virulentos, que seriam transferidos a outros répteis também em cativeiro ou a populações selvagens, caso os animais fossem liberados na natureza sem as devidas medidas de quarentena 96. É importante destacar que as serpentes e outros répteis podem ser vetores de doenças zoonóticas que afetam seres humanos enquanto esses animais estão em perfeita saúde e não são afetados.

    Entretanto, as condições que propiciam a transmissão e evolução de doenças infecciosas não surgem apenas nos criadouros de animais. Nossa equipe de investigação encontrou entre 200 e 300 pítons bola, além de outras espécies de serpente, em uma sala de tamanho médio dentro de um depósito comercial. No mesmo local, foram achados dezenas de milhares de répteis armazenados em uma sala do depósito principal 97. A ocorrência de doenças e as taxas de mortalidade associadas a todas as fases do comércio da píton bola são uma prioridade urgente para pesquisa.

    Quando esses animais são vendidos como animais de estimação, seus tutores e todos aqueles que entrarem em contato com eles correm o risco de contraírem doenças como a salmonelose. Um surto recente no Canadá levou as autoridades sanitárias do país a revelarem que várias pessoas tiveram contato com serpentes utilizadas como animais de estimação antes de ficarem doentes98.

    Transmissão de doenças aos humanos

    CoronavírusEmbora ainda não exista confirmação, suspeita-se que o comércio de serpentes possa estar vinculado ao mais recente surto na China e ter contribuído para a transmissão do vírus entre animais da fauna silvestre e humanos99.

    As serpentes vendidas em mercados como o reportado na cidade de Wuhan sofrem terríveis maus-tratos antes de chegarem a esses locais. Podem ter sido capturadas na natureza, armazenadas em sacos ou pequenas gaiolas para o transporte até o mercado ou também serem produto da criação intensiva em criadouros, onde são mantidas em recintos superlotados. De qualquer forma, trata-se de condições propícias para a transmissão de doenças e a evolução de patógenos mais virulentos.

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    Dada a complexidade da cadeia de comércio de pítons da África Ocidental para outras partes do mundo, é necessário interromper esse comércio em várias frentes - das empresas de transporte e as agências governamentais às vendas online e os pet shops.

    Nos Estados Unidos, maior importador de serpentes píton bola provenientes da África Ocidental e onde já existe um programa local cada vez maior para a criação em cativeiro, estima-se que nas 9 milhões de residências que têm animais de estimação exóticos, 14,6% deles são serpentes100. A UPS é uma das maiores empresas transportadoras do mundo, motivo pelo qual deveria ser líder na proteção dos animais silvestres. Entretanto, a UPS é um elo importante da cadeia de suprimentos que transporta animais silvestres por todo o território dos Estados Unidos, condenando esses animais a uma vida de sofrimento em cativeiro. Estamos pedindo à UPS que deixe de transportar animais silvestres vivos.

    Plataformas de mídias sociais na China são um dos maiores e mais convenientes canais para comercialização de animais de estimação exóticos. Em uma rápida pesquisa, é possível encontrar serpentes píton bola à venda no Baidu. Os anúncios são gratuitos e as vendas acontecem de forma reservada. Estabeleceremos um diálogo com os mercados online e as plataformas de mídias sociais para reduzir o número de animais silvestres vendidos online como animais de estimação.

    Os répteis são os principais animais silvestres vendidos como animais de estimação no Reino Unido. Estima-se que 800.000 répteis são mantidos como animais de estimação exóticos, entre os quais aproximadamente 200.000 são serpentes 101. As reuniões da Sociedade de Herpetologia, que acontecem a cada três meses no hipódromo de Doncaster, são parte de um relevante canal de compra de pítons bola no Reino Unido e representam um importante evento para a comunidade de criadores que mantêm essa atividade como um hobby. Pedimos ao hipódromo de Doncaster que não

    Foto à esquerda: Serpentes mantidas durante dias em pequenos recipientes plásticos para exibição em uma feira de animais de estimação exóticos.

    Foto à direita: Nas feiras de animais de estimação exóticos, as serpentes píton bola são mantidas em pequenas caixas e manuseadas por muitos visitantes. Um verdadeiro pesadelo para seu bem-estar.

    Reduzindo a aceitação ao redor do mundo permita que suas instalações sejam utilizadas como mercado de venda de répteis.

    Em Gana, Quênia e Uganda trabalhamos com grupos de jovens para educá-los sobre os problemas do comércio de serpentes píton bola e a importância de interromper as exportações provenientes de África. Pedimos que esses jovens se juntem a nós para deter a exportação de pítons bola vivas oriundas da África Ocidental. A mudança de atitudes e crenças ao redor dessa espécie tão comercializada é fundamental para a proteção das serpentes e de sua sobrevivência a longo prazo.

    No Canadá, estima-se que há 28.000 pítons bola mantidas em residências como animais de estimação102.A popularidade desses animais no setor pet é impulsionada, em parte, pelos pet shops que alimentam a percepção de que manter serpentes em casa é fácil e seguro. Essa ideia resulta em terrível sofrimento para os animais. A maioria das pessoas que compra um animal de estimação exótico pela primeira vez faz isso em um pet shop e 43% dos compradores de primeira viagem declararam que a compra do animal foi feita por impulso103. Por isso, é fundamental que essa jornada de compra seja interrompida do primeiro passo.

    O Brasil é o terceiro país do mundo em diversidade de répteis.104 Estima-se que, nos últimos cinco anos, mais de 18.000 foram vendidos legalmente como animais de estimação105.. As serpentes são os répteis prediletos entre as pessoas que mantêm esse tipo de animal em casa106. Além das píton bola, serpentes nativas como a jiboia e a jiboia arco-íris são comuns no comércio de animais silvestres. Estamos trabalhando com os governos locais para combater o comércio e o tráfico de animais silvestres e informando os brasileiros sobre a importância de manter os animais silvestres na natureza, desincentivando, assim, sua compra.

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    O comércio da píton bola como animal de estimação faz parte de um imenso mercado global que tem impactado milhões de animais nas últimas décadas. Cresce a preocupação no sentido de que a exportação dessas serpentes provenientes da África Ocidental é insustentável e que o sistema de ranching não teve o efeito positivo esperado em termos de conservação. Para piorar ainda mais a situação, as condições de bem-estar animal impostas a essas serpentes por parte dos donos de sistemas de ranching, criadores comerciais e fornecedores/vendedores em feiras de animais de estimação exóticos são inaceitáveis.

    As pítons bola sofrem em cada uma das etapas da jornada entre a captura e o resto da sua vida em cativeiro. Os animais podem experimentar:

    • Estresse• Ferimentos• Má nutrição• Doenças• Morte prematura• Deformidades e anomalias resultantes da criação

    seletiva de variações genéticas ou morfos • Não cumprimento de padrões mínimos de cativeiro (ou

    seja, espaço, enriquecimento ambiental, água)

    As pressões sobre o habitat natural da píton bola vão continuar aumentando. De acordo com dados das Nações Unidas, estima-se que mais da metade do crescimento global da população humana até 2050 ocorra na África, com um ritmo anual de 2,55% entre 2010 e 2050107.

    Diante dessa tendência prevista apenas para a população humana, fica claro que o continente africano terá um papel cada vez mais central na configuração do escopo e da escala do comércio de fauna silvestre e de seu impacto nas espécies envolvidas nas próximas décadas.

    Sejam elas roubadas da natureza ou criadas em cativeiro, as pítons bola sentem prazer, estresse, agitação, medo e dor. Transformá-las em animais de estimação significa condená-las a uma vida de inteira de sofrimento. As serpentes píton bola são animais silvestres e devem estar na natureza, não em nossos lares.

    Conclusão

    A hora de agir é agora

    A Proteção Animal Mundial pede aos seguintes atores para protegerem essas serpentes e interrompam o comércio internacional de fauna silvestre:

    Aos países da África Ocidental Benin, Togo e Gana, principais exportadores de pítons bola, para introduzir a suspensão da exportação global desses animais.

    Aos Estados Unidos, Europa, Canadá e China, principais importadores de pítons bola, para proibirem a importação dessa espécie e revisarem seus programas locais de criação em cativeiro.

    Às pessoas, para se unirem ao nosso pedido de pôr fim ao comércio de animais silvestres, incluindo as pítons bola, em todo o mundo.

    Foto à esquerda: Cor natural das escamas da píton-bola do tipo selvagem (wild-type).

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    24 Toudonou CAS (2015) Ball python (Python regius). Species trade and conservation. Snake trade and conservation management (Serpentes spp.). An assessment of the impact of the pet trade on five CITES-Appendix II case studies. AC28 Inf. 4. https://cites.org/sites/default/files/eng/com/ac/28/Inf/E-AC28-Inf-04.pdf

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    52 IBID53 IBID54 World Animal Protection (2020) A review of cross border Ball python trade in

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    Crédito das fotografias Todas as fotos pertencem à Proteção Animal Mundial/Aaron Gekoski

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