sociologia da educação - rodrigues, alberto tosi (1)

Upload: joao-paulo-alcantara

Post on 05-Jul-2018

217 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • 8/16/2019 Sociologia Da Educação - RODRIGUES, Alberto Tosi (1)

    1/42

    Sociologia   da Edtlca~ao

    Al ber w   Tosi R od r igues

    Colc~ao

    [0 que  v oce pr eciSJ  s Jber sab re ...]

    COOI\DEN A

  • 8/16/2019 Sociologia Da Educação - RODRIGUES, Alberto Tosi (1)

    2/42

    . J r  . "

    I

    I, .I

    i

    I  I

    I:i,

    IJ   . ,

    ! " f    . . . • . . -. ~.,'i   I,

    .; I jI

    I:, :!~ I

     j IJ

      I

    I

    1",II

    [

    II- l';

    l

      ~'

    i!- i1

    C APiTULO   II

    -~   So ciedade, e du ca c;ao   e   v ida moral

     N   Ukl   IIISLUS  S /\~lI\/\S,   P ..\UI.Ii'Jlll)   11:\ V  I ( 11.:\  11:IIT:1   ;\   I r ;ljcI (')r i;\   de   IIIll

    l11a bndro do   1110r r o,   Chico   Br iw.   N:l   C

  • 8/16/2019 Sociologia Da Educação - RODRIGUES, Alberto Tosi (1)

    3/42

    investiga

  • 8/16/2019 Sociologia Da Educação - RODRIGUES, Alberto Tosi (1)

    4/42

    ,"

    ;. : . /'

    neces saria",   com o a   clesco ber ta   cia   logica   inscrita   no pr opr io r eal

    e   apresentacl

  • 8/16/2019 Sociologia Da Educação - RODRIGUES, Alberto Tosi (1)

    5/42

    . . .'..· ;· ; ; i ~ '1 . f t :~ ;:~ .·

    . : ! A ·

    se jam ou u m   ideal   que   diga res peito ao   modo como d ever iam   ser.

    Em   outr as   palavras,   e ger ando uma   r e j J r esc nt m; ao   mental,   uma

    especie d  e chav e i nterpretativa q ue construim os p ar a   lid ar com. aquilo que a   princi pio   na o c onhecemos.

    A sociedacl e n a c abe

  • 8/16/2019 Sociologia Da Educação - RODRIGUES, Alberto Tosi (1)

    6/42

  • 8/16/2019 Sociologia Da Educação - RODRIGUES, Alberto Tosi (1)

    7/42

    socied ad e possa e xistir    c   a presenr;:a de um conscnso.   Pois semconsenso nao h c'i cooper aS;ao entre os   indivf duos e, portzll1to,

    nao hc'i vida social.

    Quand o os hom ens possuem pouca divisao do trabalho em

    • sua vida em   comum, existe entre eles um ti po de solidariecbde

     baseaclo na semelhanr;:;1   entre ;1Spessoas. NUIl1;1 tr iho de fndios,

     por    exelllplo, toclas   as pcssoas   (azclll pralicamc·nlc :IS mcsmas

    tarefjls: car;:am,   pescam, fazem cestos de vime,   par tici pam de

    rituais religiosos ele.   A liniel   d ivisau llUC gcr:dmcl1L

  • 8/16/2019 Sociologia Da Educação - RODRIGUES, Alberto Tosi (1)

    8/42

    seus semelhantes   na   luta   pela   so brevivencia,   os   ser es   humanos

    diferenciam-se.   Nas   socicd ades   humanas   e   posslvel   a   11111nllmer o

    maior d e pessoas   so br evivcr , d ifcrenciand o-sc   Ul113Sd as Outras,f azend o   coisas   q ue   as   outr as   n50   f azem   p3ra   tOr J1d r -se   par te   cia

    socied ad e,   e   par consegllinte substituind o a s()lid ar icd ~ld e

     basead a   na s~melh3n·ltl   ,IL -

    inter esses   que SClOcad a   ve:   mais   pessoais c «,da   \'c   mcnos

    coletivos,   na   luta p c b   so br e\'ivC:ncia q ue   ;l pr end em   n:l  s ucied Clde

    com plexa   em  q ue   nasccm.   tassim que   Dur k heim   vt? um (en()menoextrcmamente   c!isseminad o   nos   d i;IS  e 1e ho je:o.   il1llivid u:d ismo.

    E   a c1ivisao   d o   tr aGal ho cad i(ercnci

  • 8/16/2019 Sociologia Da Educação - RODRIGUES, Alberto Tosi (1)

    9/42

    a ausencia   de   r egr as, 0 caos . Se   isso   nao   oco ne por   com pleto   e por que a conscicnc ia   colctiva   ain c h se   m:1ntcm   ele ;l lgum

  • 8/16/2019 Sociologia Da Educação - RODRIGUES, Alberto Tosi (1)

    10/42

    e   edu cada, insistiu 0   soc i6!ogo fr ances, Assim como   e'fundamen tal   par a ele q ue, a   partir    d e c er to   pomo,   ;'1 edU C1C)O

    se difer encie,   pilr a adeq uar    as   cI'ian ~as a seus   meias es pec fficm

    d e v ida,

    Cr \PiTULO   III

    -~   Sociedade, edU G1

  • 8/16/2019 Sociologia Da Educação - RODRIGUES, Alberto Tosi (1)

    11/42

    Seu o bjeto de   pesquisa   fund\lmenral, para n: io dizer    U  l ll1ico, f ui

    a   soc iedade capi talism de seu tem po. Ele   olhou 8   sua   volta e

     per cebeu q ue,' par a'   alem   clos   sinais aparentes   de   miscri~1 e

    sof rimento   das classes t rabalhado r as   -   esses   q ualq ucr um   q ue

    cam inhasse   pcb s   ruas   das gr an des   cidades i nd ustr iais   podi~1 ver 

    -   havia   u m p r  ocesso   hist6rico em   curso que,   enq uanto   levava a

     b\lr g\lesi~1   ~I   cllndi~ ;iu d e   CLISS Cd\)lllin:1I1Il:, CX pr\)11I'i;\v;\ d\IS

    tr abaihaclor es   manuais seus   instr umen tos   de   pr oduc;:ao e   seus

    sab er es,   'tr ansmitidos   com   zelo de   gewc;:ao par a gcr ac;:50 ~:ltravcs

    c10ss~q *)s,   ao   tem po da velha ordem f eudal.   Per ceber    este ponto

    talv ez s e ja,o gr and e d if  er encial   cia sociologia de M~1rx.

    Mas   devo adver ti-lo   desde   logo ,   car o   Icitor, q ue   0 pcnsamen to

    de   K ar l   Mar x nao s e adapta   fac ilme nte ao r  6tulo   de   "soc iologia".

    Pois   a sociologia   e   u ma disci p!in a c iemf f ica e  e mpfr ica, de   car 5te r ana lf tico.   E M ar x   combi noll   em   se u p ensam cnto   duas

     perspectivas dif e~entes,   dois   mod os d iv er  sos   de   cncar ;H   a

    r eaJidad~.   Por um lado   s~.~ pens~~er \.t?   .L~n~Ut.ic

  • 8/16/2019 Sociologia Da Educação - RODRIGUES, Alberto Tosi (1)

    12/42

    E   atr aves   do   tr aba lho ~c   0 homcm mllda   ~1natur cZ'lcolocal.:!d~=-a a  S ~U.Ji~!:,::, js;; ;· ~lc1;1;:;,'1ta ,c~'~'I;~',:C'~~:lLl~~~CI j~~l(i I ; ; :vive   aU'aves   de   sell tr  a ball~o.   Na   mcclicla   em   q ue   (l   scr   hU lllano

    se   r e pr oduz,   aU'aves   das   r el:l\ocs sexuais entr e   homem   e   mu lher ,

    ~Q!:2cesso   se ex pande~lo   aumentQ.   natlII~,l   popula

    hllm:lna   de   r :lCiunZlli::ar    clr cLls nu scntidu   do   :llImcnto   d,l

     pr odlltivic bcle   social,   Zldivisao   do t r8blho   C tam bcm   pZlrte   do

    con jun to cbs   f or

  • 8/16/2019 Sociologia Da Educação - RODRIGUES, Alberto Tosi (1)

    13/42

    na medida em que   a divisao   do tr a balho possi bilitou   a  c xistencia

    de homens que   tr a balham par a os   outros,   porque 0   f azem com

    os meios   de   outr ?s; e d  e   homens   que   nao   tr a balham porquc

    tem·   meios e pod  emf azer    com que   OlltFOS tr a balhem   par a   si.

    A esses   modos es pedficos   d e   or ganiza~ao   do   tr abalho   e cia

     proprier  bd e   M;1r x   c Engels   d CFall1  0 nOIl\{' d c   "rd :l\'-'CS   SO,i:lis

    de pr od uC;;JO".f    .

    . C::ld a e poca   hist6rica   possui um   conjunto   d e   for ~as   produtivas

    d esenv,'?~v j~l()s, so b   0connole   d os   homens   que   nesta e poca   vivem

    e, ao   mesmo tc.m po, um   conjunto   institufd o   d e   re b~6es   sociais

    de pr odu~ao: que   san   0modo pelo·   qual   os   homcns assumem   0

    contr ole so br e   as   for ~as   pr odutivas, isto   C ,   as   r clacoes   d e

     propried ad e.   A   este conjunto total Ma r  x   e   Engels ch;mar am

    "mod o   d e   produ~ao".

    Assim, as gr and es tr ansf or ma~6es   pelas   q uais   passou   J hist6ri::l

    da I:umal;id a.d e   foram   as   tr ansf or ma~6es   d e   um   mod o d e

     produ~50   a outr o. Sim plif icadamente, pod emos   dizer   q ue   nossos

    autor es   descr evem tres   dif er cntes   mod os d e   pr odu~8.o ;10 longo

    d a   hist6r ia:   0   mod o d e   pr oc!u

  • 8/16/2019 Sociologia Da Educação - RODRIGUES, Alberto Tosi (1)

    14/42

  • 8/16/2019 Sociologia Da Educação - RODRIGUES, Alberto Tosi (1)

    15/42

    duvidas sobre isso.   A   forma de produ~ao de mercaclorias no

    mundo feudal er~   0 artesanato. Como resultado de uma enorme

    gama de transforma~6es ocorriclas entre os scculos XVI e XIX,

    o artesanato s~ transformou em grande inclustri::l. Como isso se

    deu, do ponto de ,vista clas rela~6es de proprieclacle? No

    artesanato,   0 Mestre de Offcio - por exemp]o, lI!11s:lpateiro   -

    reaHzava tad as as etapas cia produc;:ia de seu produto.   0Mestrc

    Sapate(ro curtia   0couro clos animais, cortava, tingia, construfa

    as f6rmas de madeira para a fabrica~ao dos sapatos, casturava-os,

     pregava-6s"'s6Iados, fazia   0 acabamento e, aincb, os vendia em

    seu estabelecimcnto.   E   claro que esre era um processo lento, elIm numero reduzido de pares de sapatos era produzido. Mas   0

    Mestre Sapateiro tinha   0controle de cacla detalhe. Eie, como

     pessoa,   sabia fazcr     sapatos e era este saber (somado aos meios

    materiais necess5.rios para a fabrica~ao de sapatos) que determinava

    o lugar que este homem ocupava no mundo e suas rela~6es com

    sells contemporaneos. E de onde veio este saber? Ele aprendeu

    de um outro Mestre, muitas vezes seu pai, com   0qual exercitou

    o offcio desde crian~a, na condi~ao de aprendiz. Do mesmo modo

    ele ensinaria, depois de Mestre formado,   0 offcio a seus

    aprendizes" muitas vezes seus mhos.

    Com   0 desenvolvimento do comcrcio, no entanto, uma

    nascente classe de comerciantes come~ou a ter pressa. Quanto

    mais sapatos vendidos, mais luero. Os comerciantes passaramentao a contratar fabricantes de sapatos e reuni-los en'.   galp6es

    onde pudessem fiscalizar a produ~ao e cobrar    a acrilidade, 0

    necessaria. Ao fazerem isso, come~aram a entender    0  processo

    de fabrica~ao do sapato e perceberam que seria possive! agilizar 

    a produ

  • 8/16/2019 Sociologia Da Educação - RODRIGUES, Alberto Tosi (1)

    16/42

    d e   suas   conseq uencias   para cad a   um fica bloqueacla   pdo   modo

    como   0   indivfduo aclquir e   conscicncia   do munclo social   em que

    nasce   c no   quai   cresce e   morre.   Ele   s6 a pr encle que   cleve

    tr a balhar par a   r ece ber    0 salo1rio e   viver, pois esta c   a pcr cep~50

    .  'que tem d a   r ealiclacle na   vicla coticliana. Existem   as f  jbr icas   cstus   clonos.   E   ao   tr Zlbalh;1clor, que   nao   C   clcl110d e c.nisa   ~d glIm;l,

    ca be   tr a bZllhZlr nelas   e ponto-f inal. Por causa   clo saL.lrio pago;   0

    tr a balh~, que   co br a d e   cad a ser humano,   c   compr eendiclocom'o   algo que nao   pertence a este ser humano. Qtrab31h9,

    9.l:!esemp1'~'  f oi 0 meio £

  • 8/16/2019 Sociologia Da Educação - RODRIGUES, Alberto Tosi (1)

    17/42

    ·:: ; ~r ~f~t.·.",J

    Mas   Mar x e   Engels   nao   f aziam fic

  • 8/16/2019 Sociologia Da Educação - RODRIGUES, Alberto Tosi (1)

    18/42

    utH a atm osf era viciada e f ctieb exer ce efci tO deprimcntc s obl 'c a s inf clizes

    crian

  • 8/16/2019 Sociologia Da Educação - RODRIGUES, Alberto Tosi (1)

    19/42

    ,} ;; ,y { ; _ _ ___r '

    :.   ~ ,t .~'...

    trabalho deve obedecer   a   lei ger al da natureza, a sa ber :   tr abalh;:lr  par a

     poder comer, e trabalhar nao s6 com a cabe

  • 8/16/2019 Sociologia Da Educação - RODRIGUES, Alberto Tosi (1)

    20/42

    tal concep~ao, as escolas politecnicas e as escolas agronomicas

    e ram c ons id er adas al iad as im por ta nte s do pr oc es so de

    transforma~ao, assim como as escolas profissionais da cpoca, que

    davam algum ensino tecnol6gico aos filhos de oper6rios, e nas

    qu ai s er am ii li ci ados no m an ejo pr 6t ic o d  e   diferentes

    'instrumentos de prodll

  • 8/16/2019 Sociologia Da Educação - RODRIGUES, Alberto Tosi (1)

    21/42

    supressao da   f amilia   pr oletaria, mergulhada na   clesag regac;ao

    causacla p el a   miseria,   p do v icio   e pela   prostitui~fio. A f ;1mf lia C

    o   luga r p or   excclencia   cia clifusao   e do enraizamento   clos  v alor es

    ca pitali sta s e bu rg ueses,   e   0 e s pac; o s ocial   onde   as   crianc;as° aiJr endem   clesde a terl'r a   idack    a   pensar com a ca bec:;a  c ia  c lasse

    d ~min an te , achavam.   E   0  lugar    oncle   oc on e a ex plor ac:;ao   c10sfilhos   pcl os pais, repr oduzil1du   :\ CXpIOL1

  • 8/16/2019 Sociologia Da Educação - RODRIGUES, Alberto Tosi (1)

    22/42

    C APiTULO   IV

    -[ISoc ied ad e,   ed u c a

  • 8/16/2019 Sociologia Da Educação - RODRIGUES, Alberto Tosi (1)

    23/42

    Entao, vamos'la. Respirc fundo, rcgulc 0 scu grau de aten

  • 8/16/2019 Sociologia Da Educação - RODRIGUES, Alberto Tosi (1)

    24/42

    Assim como   Ourkheim, We ber d estaca   0  p ape! dc

    dcs'vend ament o   do rea! desempenhad o   pelo pensamento   cientffico,

    que segundo cle faz aquilo   que   e   cvidente por    conVCl1Cl0 ser vis to como   um problema.   0tr a balho cicntffico   c   ~assim

    ii1esgotavel, pQrqueo'   r ea!   0   e ,   bem como fr  agmel~t

  • 8/16/2019 Sociologia Da Educação - RODRIGUES, Alberto Tosi (1)

    25/42

    Mas voce pod e   calcular tambem com base, por exemplo, na

    satisfaC;ao ou no   conforto   pessoal que sente em ir  a   escola, mesmoque essa sa tisf ac;ao nao es te j  a   ligada direta men te a s u as

    atividad es estud antis. Voce   pod e   gostar da escob por que   tem

    ~l1nizad e   con1'   pr of essor es   e colegas, ou por que a rr  a n jou um a

    n:.l111orad a ou namorad o   la.

    A~ir    em   sociedade, por tanto,   implica em ~d gum   gl'

  • 8/16/2019 Sociologia Da Educação - RODRIGUES, Alberto Tosi (1)

    26/42

    seria uma   "sociedade perr eita".   Significa apenas q ue voce

    escolhe as   car acterfsticas   mais   "pur as" d os   tipos,   e   \Veber 

    achava   que   os  ti ' pos de conduta   malS  puros S:10os  11 1;1is r ;lcionais,

    no   sen'tid o   d e ad equ,a~50   entr e   meios   e fins,

    4u. A   medida   q~ie voce d escr eve   0q uanto a r  ealiclacle sc  c l /  J r ox im aou se  c 1 is w llc ia   d o   ti po " pur o" q ue voce   construiu,   eSS;l r ealichd e

    se   apresenta a   voce, se   r eve b   el11 seu CH;\ter    l11ais Clll11 p!cXO;

    :  os CO(11 portamentos vcm   a   [uz   r evelando   a   r acionaliJade e   airr acionalid ad e   que   os   tor nou possf veis.

    E   as'si~1~'q ~e a a~ao social   r aetonal   com   re b

  • 8/16/2019 Sociologia Da Educação - RODRIGUES, Alberto Tosi (1)

    27/42

    d eterminada pessoa e   pOl'q ue   es per amos   que cia   r es ponda   "bom-

    dia" tambem.   Sc 0   com portamento d  os outr os   f ossc totalmente

    impr cvislvel par a   'n6s,   seria   diffeil viver. a   agir em   comunidacle

    explica-se   pela existe, pcia ob jetiva de   uma   maior ou menor 

     pr o ba bilid ade d e   que   ta is ex pectativas se jam f undamcmad as

    (algo   q ue   We ber    chama d e "julzo   d c   possi bilicbd c   objetiva"),

    Quando agimos   r acion::llmcntc,   CS per ~111l0Sq ue   os GU'u'os   t;\ln bcm

    a jam   as~im, par a   q ue possamos   calcular    as   possi bilid ad es   r eais

    de   lCvar mos   nosso s o b jetiv os a te   0   f im,   EJ   assim   como no   caso

    d os   tipos'-d'e a~ao   comentad os   acima, essa   r acionalidade   n50

     pr ecisa ser af Jena s c om   r ela~ao aos   fins d o   atar .   0agir    em

    cbmunid ade   tan~ bem   pode   se   f undamentar    na expectativa   d e

    que os outros   d eem   d eter minad o   peso   a cer r os valor es   e cren~as,

    ou   en,tao   na   expectativa de q  ue   os outr os   se   com porr em   de   umnlodo   r egular, na   med ia   d os com por r amentos ger almente   usad os

     par a aqucla   situa~ao. au, ainda, d e   que se com por tem   dc   modo

    emotivo, i-rr aciona!.   Em r esumo:   agir    em comunidade   ccompar t~r -se com base   na ex pectativa   d e que   os outr os tambcm

    se, com por r em   d e   um   d eterminado   modo.

    ]a   0  a gir   em   sociedade   e   um conceito   mais especffico.   0agir 

    em   socied ade   e   um   agir   em   comunidad e   no   q ual   as   e x! )cctat ivasse   basciam   no s r e gulam ent os   sociais   vigentes,   Eu   acr edito   que

    voce   nao   vai matar    sua   mae,   nao a penas   porque imagino ,que

    voce gosta   d eb, ma s p Ol'que   tenho certeza cIe que   voce sabe

    que   os assassinos   s50 cond en::ld os e pr esos   pelo   sistcma   legal

    vigente. Alem de p ouco   af etivo,   praticar este   ato   seria   bastante

    irracional.   No agir em socied aelc,   ::llcm d o   indivf eluo   or iemar -se

     por este   ti po   d e   expectativa   baseada   nos   r egulamentos,   su p6e-se

    q ue   tais   r egulamentos   tenham   sielo   fcitos   justamente com   0

    ob jetivo   d e   que   os   homcq s a jam   segundo   suas   c1eter mina~6es, e

    nao   d e ou tra m::lneira. Se'voce   que   c   homem pr aticar    scxo comuma   menor d e   14   anos,' nao   'apen::ls   pod er a ser    m::llvisro na

    vizinhanc;a,   mas   pod e se~. pr eso, pOl'q ue f oi feim   uma   lei   par a

    oriental'   seu   comporr amento   de tal mod o   que   voce   nao   pr atiq ue

    estc   ;lto.

    Pois   bem.   A   lei   pr ofbe e   voce   evit;l   eleso beclecc-la   par a   naosof r er    as   consequcncias. Mas   q U;lndo   0 inclivf eluo calcula q ue   cmelhor    agir    com b;1SC :1;1S regr ;ls   t;lmhcl1l   111m/lie 0., ()lams

    igl{{(/mCll1C   (lgC:Ill   Sc:.l;ll1l1/()   (IS   rcgr m,   cle   cst;',   ;lf ~il1d ()cm   SOCiClhdc.

    Ve ja hcm;   n:io estou   dizend o   que   11

  • 8/16/2019 Sociologia Da Educação - RODRIGUES, Alberto Tosi (1)

    28/42

    Assim,   em busca   d e seus o bjetivos e   [evando em

    consider a~ao   a   existencia   d as   nor m   as   -   se jam   cssas   normas

    entendid as   como'   a   cond ensa~ao   de   cxpectativas   r eci pr ocas

    (c9nven~5oo)   ou   como   im posi~.6es   med iante   san~ao   (d ir eito) -

    o;;ltor    social pocle   d eliber ad amente   f azer    par te   d e   uma

    coletivid ad e orientad a   d e   modo   comum   pOl' estes   r ef er enciais.

    A esta   coktivid aJe Weber    lL't 0  nOll1e   d e   u~~()ciu~(l()   r UCir)lllL!

    com   fi n ;.   Os   pr o prios   mcm br os   d a associa

  • 8/16/2019 Sociologia Da Educação - RODRIGUES, Alberto Tosi (1)

    29/42

     pais escravocrata ate outro dia.   Negros pOl'aqui cr am v alorizad os

    a penas   enquanto investimento   'privado de c om pr a   e vend a, ou

    enquanto insumo agrf cola. Hoje, se voce chamaI' sua empr egacla

    d e   "negrinha " e mand ~-Ia entrar no predi o pd  o elevador de

    servi~o   pode ser- pr eso   com base   na   lei que profbe   cliscrimina~ao

    de   r a~ a. Este   c   um   exemplo de extraordinari::l tr ;1\1s(or l11a

  • 8/16/2019 Sociologia Da Educação - RODRIGUES, Alberto Tosi (1)

    30/42

      ! l '.

    .'

    A   hist6ria   humana,   segund o   ele,   e   um processo de cr escenteracionaliza~ao   d a   vida,   de abandono   c\as   concep~6es m:lgicas e

    tr ad icionai s com'o   justif ic at iva s p ar  a   0  comportamento d  os

    homens   "e para   a   ad ministr a~ao   social.   Pod c-se   com pr eend er 

    aq ui   0sentid o de u ma outra ti pologia   muito   conhecid a d e  \V'e ber,

    a das   for mas   de   dominat ;iio   legit ima.   Par a   Weber    h;1   tr es   tipos

     puros de   d omina

  • 8/16/2019 Sociologia Da Educação - RODRIGUES, Alberto Tosi (1)

    31/42

    A logica   d a   r acionalidad e,   c h i  o bed iencia   a   lei  e  clo t r einamentod as pessoas   par a administr ar    as   tar ef as   burocr aticas   d o   Estaclo

    f oi  a os poucos   se   disseminand o.   Na   f ormac;ao   clo Estad o   moclemo

    e   do capitalismo   mod em o, q ue sac   inse paraveis   um   clo   outro,W eb er d  a es pecial atenc;ao   3 d ois   aspectos: d e   um lacl o, a

    constituic;ao   cle   um dirciw   r acional ,   um dos   pilares   clo   pr ocesso

    de   racionalizac;ao   ci a vi da , e d  e outro, a constitui~,-IO   d e   lima

    administlaqao   r ac ional   em mold es   burocr citicos.   0c1ir eito r aclonal

    of er ece   as  gar antias   contratuais e   a codiflcac;ao   basica   clas r clac;6es

    d e   troca-ec6n6mica   e troca   politica q ue   sustentam   0 capitalismo

    e   0  Estad o   n\,Odemos, enquanto   que   0 clesenvolvimento   cia

    empresa   capita'lista mod  er na of erece   0   mod elo   para a

    constituic;ao   d a   empresa   d e   clominac;ao politica   pr opria do

    ca pitalismo,   0 Estad o   bur ocd ltico,

    E aqui   e   q ue se   toma mais   clar o   0 mod o como   \Veber pensaa   educac;ao.   A ed ucac;ao   sistematica, a na li sa   ele, passou a ser  

    um "p-acote" d e   conteud os e   d e   dis posic;6es   voltad os   para   0

    tr einamento d e   inclivfduos   que   tivessem   cle   f ato cond ic;6es   d e

    opera r essas   novas   func;6es, d e   " pilotar"   0Estad o, as   em presas c

    a   pr6 pria politica,   de   um mod o"   r aciona !". Um d  os elementos

    essenciais   na constituic;ao d o   Estad o   moclerno   c   a   f ormJc;ao   de

    uma   administr ac;ao   burocratica em moldes racionais.   Tal pr ocesso

    s6   ocorr eu   'd e   modo   completa   no   Ocidcnte,   ond e   houve   a

    substituic;aopaulatina   de um   f uncionalismo nao especializado   e

    r e bdo por    orientac;6es mais ou menos   cliscricionar ias   (nao baseadas em r egr as) por um funcionalismo cs pccif icamente

    tr einado   e   politicam'ente   orientaclo   com b ase   em r egul"mencosr acionais.

    f or mac;ao   humanf stiGl inclicaclos   par :,   0   posto, mas sem

     pr e par ac;ao   especfficJ   pJr ~1 a administr a~;1\; e sem conhecimento

    cia   juris pruclcncia.   Uma   vez   que   nao   d :wam impartancia as

    r ealizac;6es   politicas, nao ad ministr avam d e   f ata, ficand o   a  ges taoef etiva   em maos   d e auxiliares. Os   mand arins   cram tr  ansf erid os

    d e   um lugar p ar  a outr o,   nunca atuand o em   sua   pr ovfnci,1 nat;l!,

    c   mUll

  • 8/16/2019 Sociologia Da Educação - RODRIGUES, Alberto Tosi (1)

    32/42

    que   nao se ja a o beclienciaao   clir cito   racional.   Para estc   homcm,

    o munclo pcrclcu   0 encant::lm cnto. Nao   c   mais 0   Illunclo   closobr enatural   e   dos   dcsf gnios   de   Deus   ou dos   Impe r aclor es.   E   0mun clo clo imperio clq  lei e   cia razao. E ducar num munclo assim,

    certamcntc 11ao  e   0   me smo   que   ecIucar    antes   eles sa gr andetr ansf orma

  • 8/16/2019 Sociologia Da Educação - RODRIGUES, Alberto Tosi (1)

    33/42

     polf tica   e dos aparatos   pr 6 pr ios as   gr andes c or po r  a

  • 8/16/2019 Sociologia Da Educação - RODRIGUES, Alberto Tosi (1)

    34/42

    (,\PiT U1.0   V

    ---I-~Tr -~; visoes so br e   0 processo   educacional~   no   seculo XX

    CREIO   QUE   VIMOS   ACIM A   OS   FUNDAMENTOS   ma is   basicos c b teoria

    sociologi ca e 0   modo   pelo q ual des   resultaram   em   concep

  • 8/16/2019 Sociologia Da Educação - RODRIGUES, Alberto Tosi (1)

    35/42

    educa~ao muito influente ao longo do scculo XX. Um clos mais

    importantes soci6logos a analisar a educa~ao contemporanea

    sob a influencia 'cIo modelo de Durkheim   e   0 tambem francesPierre Bourdieu.

    Para levar'a cabo a ambi~50 de Durkheim de unificar as

    cicncias humanas em tomo da sociologia, Bour clicu introduziu

    uma Sfl}tesc tcorica entre   0 moddo durkheil11i~\l1oC0 CSLllllUmlis))l().

    o estruturalismo se conecta   a   sociologia c1eDurkheim na meclidaem 'que pret,ende desvendar justamente 0 peso das cstruturas

    socia is po('tras das a~6es dos sujeitos. Na verdadc, trata-se aqui

    de uma vers~o inais radical do modclo de Durkheim, que leva

    a s   ultimas conseqiiencias 0 ponto de partida segundo 0 qual osindivfcluos estao submetidos ao controle das estruturas da

    sociedade.Para   0 estruturalismo   em geral, e tambem   0 de Bourclicu na

     primcira fase ~e sua produ~50, publicada por volta da decada

    de   1960,   os sujeitos sociais s50 vistos   -   para simplificar a questao

    - como uma especie de marionetes c\as estruturas dominantes.

    Para 0 soci610go frances, a teoria clurkheimiana e   0estruturalismo

     permitem demonstrar como os individuos, em sua a~50, apenas

    rC j)T O du zcm   as orienta~6es determinadas pela estrutura social

    vigente.

    Segundo ele, os agentes sociais, mesmo aqueles que pensam

    estar liberados dascletermina~6es socia is, s50 na verclademovidos por, digamos assim, for~as ocultas, que os estimu\am a

    agir, mesmo que nao tenham consciencia disso. Sao essas

    "condi~6es objetiv~s" que 0 investigador cleve desvendar, pois

    nelas e que residem as explica~6es. Os sujeitos da ac;50 estao

    ausentes claquele nivel cia sociedacle em que sao objetivamente

    cleterminaclas as suas a~6es.  0sujeito cle fato nao existe.   0que

    chamamos de ac;ao, para ,Bourdieu,   Ii  n a v c r d a d c   0   p ro c c s s o j JC l o

    q u a l a s c s t ru t u ra s   sc   rcpT O dL 1zcm .   0sujeito esta simplesmente

    submeticlo aos clesfgnios l!Iasocieclade, faz 0 que suas estruturas

    determinam, n50 sabe clisso e ainda   c   iludido pelos discursos

    dominantes, que 0 fazem pensar que   SU;\   aC;:lo e resultante de

    vontacle propria.

    Em 1964, Bour clieu publicou um livro, em coIaboraC;ao com

    Jean-Claude Passeron, que pretendia combater uma ideia muito

    comum na r:ranc:a   cla [poel, segundo ;1 CjlJ:l1os cstlllhntcs   C 0

    mcio cstulbntil SCri~1I111I111;1cLIssc soci~d   ; 1   p:\rtc n:1 socicd:\dc.

    E scriam rcspons:1veis, em raz50 de sua juvcntudc e de sua

    disposi~50 pJra a ac;50, pcb lideranc;a da trans(ormac;50 social.

    Apenas quatro anos depois, no celebr e mcs de maio de 1968 em

    Paris, os estudantes de fata sairiam as ruas, culminando um

     proccsso de mobilizaC;ao que teria um alcance   bem maior do

    que a capital francesa. Mas para Bourdieu, em s eu l ivro, a

    explica~ao dos processos eclucacionais real mente importantesresiele em Olltra parte. Nas estruturas, e claro. A ironia   c   quc 0livro serviu como combustivel, por seu aspecco crftico as bases

    do sistema dc ensino, para essas mesmas revoltas estudantis.

     Neste livro, chamado Os   hcrdciros,   os Zlutores atacam 0

    discurso dominantc segundo 0 qual a conquista de uma "escob

     para todos", de carater igualitario, tornaria possfvel a realizac;:ao

    c\as potencialicbdes humanas. Eo (a::em colocanclo em evidcncia

    o que a instituic;50 escolar dissimula pOl' tras de sua aparente

    neutralidade, ou seja, justamente a repr oduc;50 c!as relac;6cs

    sociais e de poder vigentes. Encobertos sob as aparencias c1e

    criterios puramente esco\ares, cst50 critcrios sociais de triagem

    e de sele~50 dos indivfduos   pZHZIocupar deterI11inaclos   postos   na

    vida.

    Ao mesmo tempo em ljuc e:;pClcm   :l   (;lce acult:1 do sistema

    de ensinG, Bourdieu e Passeron negz1m qualquer possibiliclade

    de romper com as estruturas de rcprocluc;50 e a(irmam que as

    teorias pedagogicas na verdacle 550 uma cortin" de fuma~a que

     procura ocultar 0 poder reproclutor clo sistema que est:1 nas maos

    dos cducadores.   Simplesmente nao h{l safcb: 0 sistema de ensino

  • 8/16/2019 Sociologia Da Educação - RODRIGUES, Alberto Tosi (1)

    36/42

  • 8/16/2019 Sociologia Da Educação - RODRIGUES, Alberto Tosi (1)

    37/42

  • 8/16/2019 Sociologia Da Educação - RODRIGUES, Alberto Tosi (1)

    38/42

    comoclemonstr ar a   Mar x   no   seculo   anterior .   E   pr eciso   tam bcmIutar contr a   a   aJ) r oJ)Ti a~ /io   J)r ivacla,   Oll   clicisw ,   cIa s aber   c c Ia cldwr a.

    Com isso,   cliz  d e, a meta   ser ia aca bar com   a   clivisao   entre

    "inte!ectuais"   e   " p~s:oas   sim ples". E isso c   fundamental por q ue

    apenas aq uele   q ue   c tid o   como   inte[ectual   ocupa os   postos   d a

    aclministr a

  • 8/16/2019 Sociologia Da Educação - RODRIGUES, Alberto Tosi (1)

    39/42

    in telectual   e   0   inc eleccua l   tradiciona l ,   ou   se ja,   um a   classe   deintelectuais   que,   e m e pocas   pass adas, f ora m   intelectuai s

    orga nicos das   classes   que er~m   entao domi nantes.   0exemp lo

    classico deste   ti po   e   0 clew, po is   os padr es deram   coe r encia eorga nicid ade-.a   dO;11fna< ;ao da   no br eza   aristocrat ica, na c poc a

    do   f eudalismo. Ma s atualmente, de poi s do   clcsa par ccimcnto   da

    class e   a q ue   cstav ;1   ligaclo,   ess e   ti po   tr ;ldicion: l!'dc intclcclll:li

    contil)U a agindo politicamentc, de modo   indep ende ntc e  s em pre

    .nu ma d ire< ;ao   con scrvadora,   podendo   vir   a   tr a

  • 8/16/2019 Sociologia Da Educação - RODRIGUES, Alberto Tosi (1)

    40/42

    Desenvolveu-se ao lac!o  c !

  • 8/16/2019 Sociologia Da Educação - RODRIGUES, Alberto Tosi (1)

    41/42

  • 8/16/2019 Sociologia Da Educação - RODRIGUES, Alberto Tosi (1)

    42/42

    r es ponsaveis   pelo   desenv olvimento   de   um idea l   de   homem

    "sincero",   interessado numa   r elac; :ao   mais alltcntica com   a

    natur eza e   co m   os outr os;   apo nta a   psicancllise como   r es ponsave l

     por u m novo padr ao de   vid a , c om   saude   mental,   ca pa:   de   deixar 

    o   homem livr e   das '   r~press6es   adq uir ida s   na   f or mac;:~o; aponta

    ate   mesmo 0 "novo   hom em" f  or  jado   na R llss ia c O I11\ lI)ist;l como

    1I1 1\pr olllti po   de   el1 lllSi;\SI\Hl   e   de   dedic:\,:Jltl ;\   \'id;i   (tH\\Ul liL-ll'i;1.

    Enf imr    par a   Mannh eim, a   modernidade   nao   tem ap enas   custos,

    ouameac;:as   a   liberdade .   A   mode r nidade tr az   tam bem   espe r anc;:ase valOfeS-{iociais solidarios,   abertos,

     A   principal   contr i bui