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ISSN 1808-1436 SOCIEDADE BRASILEIRA BOLETIM DE ICTIOLOGIA JOÃO PESSOA SETEMBRO - 2006 Utilidade Pública Municipal: Decreto Municipal 36.331, São Paulo Utilidade Pública Estadual: Decreto Estadual 42.825, São Paulo Utilidade Pública Federal: Portaria Federal 373 de 12 de maio de 2000 84 Nesta edição: Peixe da Vez Peixe da Vez Utilização do ECOPATH em ambientes aquáticos, p.3; Marcadores de DNA aplicados à conservação de tubarões, p.5; Utilização do ECOPATH em ambientes aquáticos, p.3; Marcadores de DNA aplicados à conservação de tubarões, p.5; Zungaro jahu (Ihering, 1898) Larvas recém eclodidas - 4,3 mm CT Foto: Hugo Godinho Zungaro jahu (Ihering, 1898) Larvas recém eclodidas - 4,3 mm CT Foto: Hugo Godinho Desenvolvimento e crescimento do músculo estriado em peixes, p.7; A tilápia X Rio Paranapanema, p.7; Projeto Peixes-Meninos, p.8. Desenvolvimento e crescimento do músculo estriado em peixes, p.7; A tilápia X Rio Paranapanema, p.7; Projeto Peixes-Meninos, p.8.

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ISSN 1808-1436

SOCIEDADE BRASILEIRAB

OLETIM

DE ICTIOLOGIA

JOÃO PESSOASETEMBRO - 2006

Utilidade Pública Municipal: Decreto Municipal 36.331, São PauloUtilidade Pública Estadual: Decreto Estadual 42.825, São PauloUtilidade Pública Federal: Portaria Federal 373 de 12 de maio de 2000

Nº84

Nesta edição:Peixe da VezPeixe da VezUti l ização do ECOPATH em

amb ien tes aquá t i cos , p .3 ;

Marcadores de DNA aplicados àconservação de tubarões, p.5;

Ut i l ização do ECOPATH emamb ien tes aquá t i cos , p .3 ;

Marcadores de DNA aplicados àconservação de tubarões, p.5;

Zungaro jahu (Ihering, 1898)

Larvas recém eclodidas - 4,3 mm CT

Foto: Hugo Godinho

Zungaro jahu (Ihering, 1898)

Larvas recém eclodidas - 4,3 mm CT

Foto: Hugo Godinho

Desenvolvimento e crescimento domúsculo estriado em peixes, p.7;

A tilápia X Rio Paranapanema, p.7;

Projeto Peixes-Meninos, p.8.

Desenvolvimento e crescimento domúsculo estriado em peixes, p.7;

A tilápia X Rio Paranapanema, p.7;

Projeto Peixes-Meninos, p.8.

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Editorial

Sociedade Brasileira de IctiologiaC.N.P.J. :53.828.620/0001-80

Dra. Ierecê Maria de Lucena Rosa([email protected])

Dra. Ana Lúcia Vendel ([email protected])Dra. Renata Guimarães Moreira

([email protected])

DIRETORIA (BIÊNIO 2005-2007)

CONSELHO DELIBERATIVO

Presidente:

Secretária:Tesoureira:

Presidente: Dr. Roberto Esser dos Reis ([email protected])Membros: Dr. José Sabino ([email protected]);Dra. Marisa Narciso Fernandes ([email protected]);Dr. João Paes Vieira ([email protected]);Dr. Ricardo Macedo Correa e Castro ([email protected]);Dr. Luiz Roberto Malabarba ([email protected]);Dr. Thomaz Lipparelli ([email protected]).

Boletim Sociedade Brasileira de Ictiologia Nº 84

Elaboração Editoração

Os conceitos, idéias e comentários expressos noBoletim Sociedade Brasileira de Ictiologia são deinteira responsabilidade da Diretoria da SBI ou de

quem os assinam.

: Diretoria SBI - : Ana L. Vendel eIerecê L. Rosa - Assistentes: Eugenio Pacelli N. P. Junior eAndré L.C. Castro

Secretaria da SBI, Depto. de Sistemática e Ecologia -CCEN,Universidade Federal da Paraíba, Campus I, João Pessoa - PB,5 8 0 5 9 - 9 0 0 . E m a i l : c o n t a t o . s b i @ g m a i l . c o mhttp://www.sbi.bio.br

Caso não queira receber futuras edições deste boletim,envie um email para [email protected] com a palavra

REMOVER no campo assunto

Boletim Sociedade Brasileira de Ictiologia, João Pessoa, setembro de 2006, nº84Boletim Sociedade Brasileira de Ictiologia, João Pessoa, setembro de 2006, nº84

Boletim Sociedade Brasileira de Ictiologia, João Pessoa, setembro de 2006, nº84Boletim Sociedade Brasileira de Ictiologia, João Pessoa, setembro de 2006, nº84

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Caros(as) associados(as),

Como andam os preparativos para participar doXVII Encontro Brasileiro de Ictiologia? Esperamos quede vento em popa......

Temos certeza que a Comissão Organizadoranão poupará esforços para que o XVII EBI seja umsucesso e para que todos(as) os(as) participantessejam recebidos(as) da melhor maneira possível.

Por isso, desde já, anotem na agenda: de 28 dejaneiro a 01 de fevereiro/2007, Itajaí será o nosso pontode encontro, de troca de experiências, vivências, e,também, o lugar perfeito para rever colegas/amigos ecolocar os “assuntos ictiológicos” em dia.

Enviem trabalhos, se inscrevam. A participaçãode todos é fundamental para o sucesso do Encontro.

Nossa expectativa é de uma participaçãoexpressiva de alunos, professores, pesquisadores,gestores, etc, refletindo o conjunto dos associados daSBI, tanto em termos geográficos quanto de temasabordados.

Para um(a) “ictiólogo(a) de coração” , existe programamelhor do que conversar horas a fio sobre....Peixes????

SBImural da

Pesquisa e ConservaçãoPesquisa e Conservação

Participe doParticipe do

UNIVALI - Itajaí - SC - Brasil28 de Janeiro a 01 de Fevereiro de 2007

UNIVALI - Itajaí - SC - Brasil28 de Janeiro a 01 de Fevereiro de 2007

Data Limite de Submissãode Trabalhos - 15/10/2006

Data Limite de Submissãode Trabalhos - 15/10/2006

http://www.ebi2007.com/

INFORMATIVO ICTIOLÓGICO 2007INFORMATIVO ICTIOLÓGICO 2007

O prazo para envio de dados é de03 de outubro a 10 de dezembro de 2006

O prazo para envio de dados é de03 de outubro a 10 de dezembro de 2006

Para maiores informações acesse:http://www.sbi.bio.br/informativo.htm

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BOLETIM SOCIEDADE BRASILEIRA DE ICTIOLOGIABOLETIM SOCIEDADE BRASILEIRA DE ICTIOLOGIA

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Utilização do ECOPATH na construção de teias alimentares em ambientes aquáticos

Eucilene Alves Santana Porto & Izabel de Fátima Andrian1 2

1,2 - Pós Graduação em Ecologia de Ambientes Aquáticos Continentais/UEM. E-mail: [email protected]

No Brasil, poucos são os estudos que têm comoobjetivo a construção de teias alimentares nos ambientesaquáticos principalmente em águas continentais, no intuitode despertar o interesse de jovens pesquisadores pelo tema,buscou-se divulgar um instrumento ainda pouco utilizado noPaís, que são os softwares que possibilitam a construção deteias tróficas.

O programa aqui proposto para utilização foidesenvolvido pela ICLARM (International Center of LivingAquatic Resourcs Management, Manila, Philippins), epreviamente aplicado a mais de oitenta sistemas aquáticosna década de 80 com o objetivo de validá-lo. Posteriormente,os resultados foram publicados com o título de TrophicModels of Aquatic Ecosystems por Christensen & Pauly(1993). Mais de dez anos se passaram, e o programaECOPATH continua sendo utilizado mundialmente paradescrever a estrutura trófica e fluxo de energia emecossistemas aquáticos, menos no Brasil, restringindoapenas a alguns trabalhos iniciados na década de 90(Angelini e Petrere,1996; Silva Jr., 1998; Rocha,1998).

O ECOPATH foi desenvolvido a partir da teoriaproposta por Polovina (1984), para sistemas em equilíbrioproporcionando informações eficazes para comparação deredes tróficas, que vão desde a análise de fluxo de energia àde análise de estoques pesqueiros.

A análise de estoque pesqueiro é possível a partir daaplicação do modelo trófico em uma versão mais nova, oECOPATH/ECOSIM. As informações necessárias são obtidaspelo método de avaliação rápida de campo, incluindo asistematização do conhecimento ecológico tradicional e aelaboração de experimentos específicos com marcação erecaptura integrado através do ECOPATH com resultadospositivos (Klippel et al., 2003), podendo ser utilizado porgestores no setor de ordenamento pesqueiro do país.

A equação básica do modelo adotado pelo ECOPATHé a de um sistema balanceado, ou seja, o consumo de umpredador (ou grupos) gera mortalidade de sua presa (ougrupos). Cuja equação é descrita a seguir:

Ressalta-se que na elaboração do modelo não énecessária a determinação de todos os parâmetros deentrada para os compartimentos do modelo, uma vez que oECOPATH liga a produção de um grupo com a dos outros eusa essas ligações para estimar os parâmetros que faltam,baseado na suposição de que: a produção de um grupo temque finalizar em algum lugar do sistema.

Para a aplicação do ECOPATH, é necessária aidentificação das espécies ou famílias, que formaram oscompartimentos baseados em afinidade taxonômica ouecológica, ou em dietas similares ou ainda em característicascomuns do ciclo em questão. Após a formação doscompartimentos, a biomassa de cada grupo ou a dosindivíduos dos compartimentos deve ser fornecida aoprograma, incluindo as estimativas de captura ou deemigração, caso ocorram.

Quando a biomassa (Bi) desses compartimentos nãoé conhecida tem-se como opção utilizar a eficiênciaecotrófica (EE), que é definida como a fração da produçãototal consumida pelos predadores ou exportada do sistema.Por exemplo, para os compartimentos formados por peixesusualmente assume-se que a EE pode variar entre 0,7 a 0,9(Polovina, 1984). Lembrando que, caso haja detrítivoros noambiente estudado faz se necessário estimar também abiomassa de detrito do ambiente, conforme a equaçãoempírica fornecida por Pauly et al. (1993).

A produção por biomassa (PBi) requerida naequação, é igual à mortalidade total (taxa instantânea=Z)para os sistemas em equilíbrio, e pode ser obtida pelosmétodos de Ricker (1979) ou Gulland (1983) e Lafontaine ePeters (1986).

O outro parâmetro, consumo por unidade debiomassa e tempo (QBi), é calculado a partir da eficiênciabruta de conversão alimentar. Essa eficiência representa ataxa de produção do grupo ou da espécie analisada emrelação ao consumo, calculado conforme Pauly e Palomares(1998).

Os dados referentes à composição da dieta (Dcji),como a proporção dos diferentes grupos de presas ingeridospor cada compartimento de predadores expressos emporcentagem de volume total, peso ou conteúdo energético,os quais são também requeridos pelo programa, são obtidospela análise do conteúdo estomacal das espécies presentesno ambiente.

Bi*PBi*Eei – Σj(Bj*QBj*Dcji) – Exi=0

Onde: Bi = biomassa da presa (i);

PBi = produção/biomassa de (i);

Bj=biomassa do predador (j)

Eei = eficiência ecotrófica de (i);

QBj = consumo/biomassa do predador (j);

Dcji = fração da presa (i) na dieta do predador ( j);

Exi = export de (i).

COMUNICAÇÕES DOS SÓCIOSCOMUNICAÇÕES DOS SÓCIOS

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Depois de fornecidos esses dados ao programa, asinformações referentes ao nível trófico, conectância e daomnivoria, energia, respiração, biomassa e produção eoutras são estabelecidas. Sendo possível a visualização dateia com todos os componentes do sistema (figura 1).Informações essas importantes para a análise da teia trófica.

O ECOPATH descreve ainda o estado de umecossistema a partir dos dados de transferência;ascendência; e capacidade de desenvolvimento(Ulanowicz,1986).

Ao analisar alguns artigos sobre o tema verificou-se,em todos eles, a unanimidade na utilização de informaçõesdisponíveis na literatura cientifica de: Bi, PBi, Qbi e Dcji, osquais são requeridos pelo ECOPATH (Wolff, 1994; Carrer eOpitz, 1999; Wolff et al., 2000; Angelini, 2001; Angelini,2002; Arias-Gonzales et al., 2003; Rybarczyk e Elkaim, 2003;Rybarczyk et al., 2003), sendo justificado pela ausência depesquisas integradas nos ambientes aquáticos, ou seja, amaioria das pesquisas realizadas principalmente no Brasil emáguas continentais ocorrem de forma isoladas, nãoenvolvendo a comunidade aquática como um todo(fitoplâncton, zooplâncton, zoobentos, ictiofauna) e aprodução de detrito do ambiente, com exceção dosProgramas de Estudos de Longa Duração financiadas peloConselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico eTecnológico-CNPq.

Por outro lado, mesmo com dados obtidos a partir deoutros trabalhos é possível obter os fluxos de energia entreos grupos, bem como informações do número total deligações dos fluxos (caminhos), e o tamanho médio deles.Apesar, de algumas restrições na utilização do modelo, o

Figura 1. Diagrama do fluxo de energia dateia alimentar de noreservatório do Manso no primeiro ano deimplantação - Chapada dos Guimarães -MT. (B = Biomassa, P = produção, Q =consumo) t/km (Santano-Porto, 2005).

Brycon hilarii

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ECOPATH é um instrumento útil para a determinação e aanálise da teia trófica em ecossistemas.

As restrições de sua aplicabilidade consistem hoje,na transformação dos dados disponíveis em unidades aceitaspelo programa. Um outro problema ou restrição refere-se aossoftwares disponíveis no site cujas versõesatualizadas constantemente diminuem o interesse dautilização dos mesmos por um maior número depesquisadores, sendo necessário empregar um tempomaior para familiarizar-se com essas novas versões. Porém,depois de superados tais obstáculos, o programa respondesatisfatoriamente a sua aplicabilidade nos estudos deecossistemas e no conhecimento da trofodinâmica dosambientes aquáticos, proporcionando a identificação deáreas que necessitam de mais informações, que vão desde onível de coleta de dados ao grau de conhecimento dosmesmos, a integração entre os principais componentes dossistemas e também entres os grupos de pesquisadores, eainda o entendimento dos aspectos quantitativos dosambientes aquáticos em estudo.

ANGELINI, R. 2001.

. Maringá, PR, Brasil: Programa de PósGraduação em Ecologia de Ambientes Aquáticos,Universidade Estadual de Maringá. Monografia.

ANGELINI, R. 2002.

. Maringá, PR, Brasil: Programade Pós Graduação em Ecologia de Ambientes Aquáticos,Universidade Estadual de Maringá. Tese.

ANGELINI, R; PETRERE, M. JR. 1996.The ecosystem of BroaReservoir, São Paulo Sate, Brazil, as described usingECOPATH. ., Manila, v. 19, n. 2, p. 36-41.

ARIAS-GONZALES J. E. 2003. Trophic models forinvestigation of fishing effect on coral reef ecosystems.

. [S.I.]: n. 172, p. 2-4.CARRER, S.; OPITZ, S. 1999. Trophic network of a shallow

water area in the northern part of the Lagoon of Venice.[S.I.]: n. 124, p. 193-219.

CHRISTENSEN, V.; PAULY, D. 1993. On Steady-StateModelling of Ecosystems. In: Christensen, V; Pauly, D.(eds.) .ICLARM, Conf. Proc. 26, p. 14-19.

GULLAND, J. A. 1983. Fish stock assessment: a manual ofbasic methods, New York:

.KLIPPEL, S.; PERES, M. B. P. & CARVALHO, R. V. 2003. Modelo

alternativo para avaliação e gestão da pesca artesanal noentorno da Estação Ecológica do Taim, Rio Grande do

www.ecopath.org

Referências

Bases para a Aplicação da Teoria daInformação em Ecossistemas, com Ênfase àAscendência

Desenvolvimento de Ecossistemas:a planície de inundação do alto do rio Paraná e oreservatório de Itaipu

Naga. ICLARM Q

Ecological Modelling

Ecological Modelling

Trophic models of aquatic ecosystems

Wiley-IntersciencePublication

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PAULY, D.; PALOMARES, M. L. 1998. Predicting foodconsumption of fis populations as functions of mortality,food type, morphometrics, temperature and salinity.

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RICKER, W. E. 1979. Effects of size-selection mortality andsampling bias on estimates of growth, mortality,production and yield. [S.I.]: 26,p.479-541.

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, São Paulo, SP, Brasil. IO/USP. Tese.RYBARCZYK, H. et al. 2003. Analysis of the trophic network of

II Congresso sobrePlanejamento e Gestão das Zonas Costeiras dosPaíses de Expressão Portuguesa

Oceanol. Acta

Mar. Freshwater Res

Trophic Models of AquaticEcosystem Models

Coral Reefs

J. Fish. Res. Bd. Can

Quantitative models of trophicinteractions on the continental shelf off Ubatuba,using ecopath

a macrotidal ecosystem: the Bay of Somme. (EasternChannel).[S.I.], n.58. p.405-421.

RYBARCZYK, H; ELKAIM, B. 2003. An analysis of the trophicnetwork of a macrotidal estuary: the Seine Estuary(Eastern Channel, Normandy, France).

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, [S.I.]: n.182, p. 149168.WOLFF, M.; KOCH, V.; ISAAC, V. 2000. A Trophic Flow Model

of the Caeté Mangrove Estuary (North Brazil) withConsiderations for the Sustainable Use of its Resources.

. [S.I.] n.50.:p.789-803.

Estuarine, Coastal and Shelf Science

Estuarine,Coastal and Shelf Science

Utilização do ecopath paradeterminação da teia trófica em ambientesaquáticos

Análise da produção pesqueirade um lago de várzea do Baixo Amazonas, atravésde um modelo de balanço de massas

Growth and development:ecosystems phenomenology

Journal of Experimental Marine Biology andEcology

Estuarine Coastal and Shelf Science

Marcadores de DNA Aplicados à Conservação de Tubarões

Danillo Pinhal , Fernando Mendonça , Otto Bismarck Fazzano Gadig , Fausto Foresti , Claudio Oliveira eCesar Martins

1 1 2 1 1

1

1- Laboratório de Biologia e Genética de Peixes, Departamento de Morfologia, Instituto de Biociências, UNESP - Campusde Botucatu, SP. 2- Campus Litoral Paulista, UNESP - Campus de São Vicente, SP. E-mail: [email protected]

Os tubarões estão dentre as muitas espécies quehabitam os oceanos, e por serem demasiadamenteexplorados pela pesca comercial e esportiva e estigmatizadoscomo potenciais predadores dos seres humanos têm sofrido,nas últimas décadas, um rápido declínio de suas populações,com muitas espécies já ameaçadas de extinção. A falta depolíticas governamentais adequadas que regulamentem econtrolem a atividade pesqueira, bem como a ineficiência nacriação de áreas de conservação prioritárias, podemcontribuir para a diminuição das populações. Além dessesfatores, o alto valor comercial obtido na comercialização desuas nadadeiras, utilizadas para fins gastronômicos e oestereotipo extremamente negativo adquirido ao longo dosanos devido aos casos de ataques a banhistas,mergulhadores e surfistas, reúnem os principais eventosresponsáveis pela atual situação de risco dedesaparecimento que atinge boa parte das espécies detubarões.

Exemplares do cação-frango ( ),espécie mais representativa no comércio pesqueiro no Brasil.Foto: Cesar Martins.

Rhizoprionodon lalandii

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Considerando as características biológicas, suasinterações ecológicas no ambiente marinho e a importânciacomercial como fonte de alimento, está mais do que evidentea necessidade de se buscar meios que possibilitem apreservação destes animais. Para isso é necessária aobtenção de informações em nível espécie-específico, postoque as espécies e suas populações apresentampeculiaridades que as tornam singulares na natureza.

Marcadores morfogenéticos, geralmente associadosa caracteres fenotípicos, e marcadores enzimáticos oubioquímicos, associados a múltiplas formas moleculares deproteínas, representaram as abordagens iniciais que foramusadas para analisar características que refletem acomposição genética das espécies de peixes. A simplicidade eo baixo custo da análise por eletroforese fizeram com queesta ferramenta fosse amplamente utilizada paracaracterização genética de espécies, populações e/ouestoques de cultivo de diferentes organismos. Da mesmaforma, marcadores cromossômicos têm sido tambémutilizados com grande sucesso em estudos de populaçõesnaturais, assim como no manejo de estoques em cultivo.

Os conhecimentos sobre marcadores de DNAevoluíram do seu estado experimental e estão sendoatualmente incorporados à conservação de espécies e àaqüicultura, de forma prática e eficiente. Recentemente,marcadores moleculares do genoma nuclear (nDNA) juntocom padrões de DNA mitocondrial (mtDNA), têm sidoconsiderados ferramentas importantes e potenciais emestudos relacionados à identificação de espécies e daestrutura de populações de peixes, uma vez que estes tiposde análises são úteis na detecção de polimorfismos efornecem informações seguras sobre os níveis devariabilidade e similaridade entre distintas espécies,populações ou estoques. A detecção de variabilidade atravésdo genoma nuclear começou com o uso da restriçãoenzimática, através das análises de polimorfismo defragmentos de DNA gerados pelo uso de enzimas de restrição(RFLP, do Inglês Restriction Fragment LengthPolymorphism). Posteriormente, com o advento da reaçãoem cadeia da polimerase (PCR, do inglês Polymerase ChainReaction), diversos outros marcadores molecularestornaram-se disponíveis, incluindo seqüências repetitivas deDNA como os DNAs ribossomais, minissatélites emicrossatélites ou repetições de seqüência simples (SSR, doInglês Simple Sequence Repeats), e amplificação ao acaso depolimorfismo de DNA (RAPD, do Inglês Random AmplifiedPolymorphic DNA). Os marcadores de microssatélites eRAPD, por apresentarem altos níveis de polimorfismo, têmsido rotineiramente utilizados em estudos genéticosenvolvendo diferentes espécies de peixes.

Através de técnicas moleculares é possível superaros maiores problemas quando se trabalha com manejo dapesca de tubarões, como no caso da identificação dasespécies. Isso se deve ao fato das principais espécies alvo dapesca industrial (e por conseqüência as mais atingidas)

Marcadores de DNA e conservação das espécies

serem bastante semelhantes em sua morfologia externa, oque por si só dificulta a identificação dos animais. Há tambémo problema da prática de remoção pelos pescadores, nopróprio local da pesca, de partes dos tubarões como cabeça,cauda e a maioria das nadadeiras, que são os principaiscaracteres morfológicos utilizados para identificação dasespécies e, na conservação de estoques geneticamentediferenciados e adaptados ao seu habitat. A conservação dasespécies representa um ponto fundamental para o setorpesqueiro, pela sua relação direta com a produtividade total eo uso sustentável dos recursos. Com o advento de novastécnicas de análises genéticas, as taxas de migração,movimentos de dispersão e padrões de fluxo gênico tambémpuderam ser revistos e então, melhor caracterizados.

Assim, vem à tona a seguinte questão: comofiscalizar e estimar taxas de captura das diferentes espécies eelaborar um plano de manejo para os tubarões, se nãosabemos de qual espécie provém a carne vendida e osderivados comercializados? Para tentar resolver esseproblema, estão sendo conduzidas na UNESP (UniversidadeEstadual Paulista) análises de marcadores molecularesutilizando seqüências de DNA nuclear e DNA mitocondrial.Estes trabalhos estão sendo realizados através de parceriaentre o Laboratório de Biologia e Genética de Peixes (UNESP-Campus de Botucatu) e o Campus Experimental do LitoralPaulista (UNESP-Campus de São Vicente). Dessa forma,estão sendo geradas informações que poderão auxiliar nacorreta identificação de espécies e no estabelecimento ecaracterização da variabilidade genética e da estruturapopulacional de espécies de tubarões do litoral brasileiro. Taisinformações poderão ser utilizadas para a formulação deprogramas que visem o manejo adequado das populaçõesnaturais existentes.

Padrões eletroforéticos de segmentos de DNA para diferentesespécies de tubarões. Os padrões de bandas mostramdiferenças no DNA em espécies distintas. Foto: Cesar Martins.

Os recursos pesqueiros constituem um meio de grande

importância para a sobrevivência do homem em quase

todo o globo terrestre. Em todo o mundo, populações

inteiras de tubarões e raias estão sofrendo declínio

importante, com algumas espécies já ameaçadas de

extinção, sem que nada, ou quase nada seja feito.

Ferramentas mais refinadas para a compreensão de

aspectos populacionais importantes representam mais

um passo estratégico em direção ao manejo e

preservação destes magníficos predadores.

Boletim Sociedade Brasileira de Ictiologia, João Pessoa, setembro de 2006, nº84Boletim Sociedade Brasileira de Ictiologia, João Pessoa, setembro de 2006, nº84 Página 6Página 6

Boletim Sociedade Brasileira de Ictiologia, João Pessoa, setembro de 2006, nº84Boletim Sociedade Brasileira de Ictiologia, João Pessoa, setembro de 2006, nº84 Página 6Página 6

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Boletim Sociedade Brasileira de Ictiologia, João Pessoa, setembro de 2006, nº84Boletim Sociedade Brasileira de Ictiologia, João Pessoa, setembro de 2006, nº84 Página 7Página 7

Antes de qualquer consideração a respeito deintrodução de espécies deve-se ter clara a definição do querealmente é uma espécie estabelecida em um ambiente.Segundo Fuller et al. (1999) a espécie estabelecida é aquelaintroduzida com uma ou mais populações auto-sustentáveisaptas a completar o seu ciclo de vida no novo ambiente(reprodução e recrutamento). A falta de compreensão (creioeu) desse simples conceito ecológico, como de outrosconceitos simples de biogeografia (barreira geográfica efísica), vem ocasionando um grave processo de liberação delicenças ambientais a aquicultores que pretendem criar

(Hasselquist, 1757) em tanques-rede nos reservatórios do rio Paranapanema.

Os problemas ambientais e ecológicos decorrentesdessa atividade aquícola já são conhecidos na literatura, enos dão a idéia de propiciar um freqüente mecanismo desolturas acidentais de indivíduos ao ambiente. Fato esse queos próprios produtores relatam como natural à atividade nostanques-rede. Justamente nesse sentido é que nospreocupamos com a criação de no rioParanapanema, pois recentemente em estudos de longaduração realizados na bacia, Hoffmann et al. (2005) e Orsi(2005) relatam que a citada espécie é apenas detectada emraras coletas, e que os indivíduos capturados são todosadultos, provavelmente oriundos de escapes e que nãoapresentam características biológicas de estabelecimento noambiente, provavelmente e felizmente por haver ainda umaresistência ecológica.

A celeuma criada em relação a esse assunto, não érecente, em 2001 o Ministério Público do Estado do Paraná foipioneiro e sensível à questão e pediu o embargo da atividadecom tanques-rede, baseado no não estabelecimento datilápia no reservatório de Capivara e na potencialidade deintroduções e poluição orgânica no manancial. Infelizmentedecisões políticas obscuras da esfera federal e estadual

Oreochromis niloticus

O. niloticus

(Paraná e São Paulo), interromperam o embargo e sob opretexto de um laudo fictício emitido por um pesquisador quesequer trabalhou no rio Paranapanema estão recebendolicenças de implantação de médios e grandesempreendimentos aquícolas com tanques-rede somente detilápias e seus híbridos, e surpreendentemente com o avaldos órgãos de fiscalização ambiental.

As conseqüências desses atos são, de certa forma,previsíveis, e quisera estarmos equivocados e que arepetição de enormes escapes de peixes, não seja um dosprincipais fatores de estabelecimento de tilápias no sistema,a exemplo do ocorrido na bacia do rio Tietê. Portanto o intuitodesse texto é apenas alertar os colegas ictiólogos para o fato,e que os mesmos possam se antecipar e tomar atitudespreventivas quanto a essa questão.

Que a tilápia é um excelente produto zootécniconinguém pode questionar, mas a forma irresponsável ecriminosa, como vem sendo imposta a sua criação emsistemas de águas públicas é temerosa e deve serquestionada, pois estaremos dessa forma evitandoproblemas futuros que podem se tornar irreversíveis.

Fuller, P.L., L.G. Nico & J.D. Willams. 1999. Nonindiginousfishes introduced into inland waters of the United States.

, NewYork, 613p.

Hoffmann, A.C.; M.L. Orsi & O.A. Shibatta. 2005. Diversidadeda ictiofauna do reservatório da UHE Escola Mackenzie(Capivara), rio Paranapanema. , Série Zoologia,Porto Alegre, 95(3): 319-325.

Orsi, M.L. 2005.

. Tese de Doutorado,Universidade Estadual Paulista, Botucatu. 134p.

Literatura consultada

American Fishes Society Special Publication

Iheringia

Caracterização Das EstratégiasReprodutivas Na Assembléia De Peixes DoReservatório De Capivara, Rio Paranapanema,Região Sudeste, Brasil

A TILÁPIA versus RIO PARANAPANEMAMário Luís Orsi ([email protected])

Laboratório pesquisa os mecanismos celulares e moleculares envolvidos com odesenvolvimento e crescimento do músculo estriado em peixes.

Fernanda Losi Alves de Almeida, Fernanda Regina Carani, Aline C. Michelin, Henrique Santos Gonçalves, DaniloHenrique Aguiar, Robson F. Carvalho e Maeli Dal Pai Silva*.

O grupo de pesquisadores do Laboratório de Biologiado Músculo Estriado (LBME) do Instituto de Biociências daUNESP, Campus de Botucatu, estuda os aspectos celulares emoleculares do músculo estriado esquelético visandocompreender os mecanismos responsáveis pela manutençãoda estrutura normal desse tecido e o seu comportamento emdiferentes situações onde ocorrem modificações dessaestrutura, tais como: exercício físico, doenças musculares edesenvolvimento do músculo em diferentes espécies animais.

Dentre essas espécies, destacam-se os peixes deimportância econômica para a piscicultura. Nesses animais, amaior parte da massa corporal é representada pelo tecidomuscular esquelético, extensivamente utilizado como fontede proteínas na alimentação humana. O desenvolvimentodesse tecido ocorre por dois mecanismos principais: aumentodo número (hiperplasia) e volume (hipertrofia) de suascélulas. Esses mecanismos são regulados por diversasproteínas contidas no próprio músculo, dentre elas, os fatores

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de regulação miogênica, que controlam a expressão dosgenes responsáveis pelo desenvolvimento muscular. Osfatores de regulação miogênica são influenciados por váriascondições ambientais, como temperatura, fotoperíodo,regime alimentar e composição da dieta, as quais podemalterar a taxa de crescimento do animal e seu tamanho.Atualmente, o estudo de como tais condições ambientaisinfluenciam o desenvolvimento e o crescimento muscular dospeixes, tem sido objeto de estudo de pesquisadoresvinculados ao LBME, analisando espécies de peixes como atilápia do Nilo ( ), o pacu (

) e o pirarucu ( ), os quaisapresentam grande potencial para a aqüicultura mundial.Interessantemente, a análise dos fatores de regulaçãomiogênica durante o desenvolvimento muscular emdiferentes espécies animais tem demonstrado que muitosmecanismos celulares e moleculares que ocorrem nesses doisprocessos, se reproduzem de forma semelhante em situações

Oreochromis niloticus Piaractus

mesopotamicus Arapaima gigas

de treinamento físico e em doenças que induzem alteraçõesno músculo.

Os projetos desenvolvidos no Laboratório de Biologiado Músculo Estriado contam com a colaboração depesquisadores do Departamento de Morfologia, Instituto deBiociências, UNESP, Botucatu, do CAUNESP, Jaboticabal, SP,CEPTA, IBAMA, Pirassununga e da Piscicultura Águas Clarasde Mococa, SP, alunos de Doutorado, Mestrado e IniciaçãoCientífica.

Os Projetos de Pesquisa em andamento possuemfinanciamento das agências de Fomento FAPESP, CNPq eFUNDUNESP.

Profa. Dra. Maeli Dal Pai Silva.Profa. Adjunto do Departamento de Morfologia, Instituto deBiociências, UNESP, Campus de Botucatu. Fone: 14-3811-6264 (Ramal 117). E-mail: [email protected].

* Responsável pelo LBME:

PROJETO PEIXES MENINOS: Pesquisa Científica e Responsabilidade Social

Luisa Maria Sarmento-Soares & Ronaldo Fernando Martins-Pinheiro*

Um dos princípios éticos do ensino superior e daresponsabilidade social é, segundo Delors (2000),proporcionar uma educação voltada para o desenvolvimentohumano. Conforme Ashley (2002) parece lícito afirmar que,hoje em dia, as organizações precisam estar atentas não sóas suas responsabilidades econômicas e legais, mas tambémas suas responsabilidades éticas, morais e sociais. Assim,como o conceito de Responsabilidade Social busca criar nasempresas a noção de que o poder econômico “precisar serredistribuído”, dentro das Universidades e entre osacadêmicos precisamos desenvolver a noção de que o “poderdo conhecimento” precisa ser compartilhado.

Figura 1 - Identificando peixes

Com esta preocupação o projeto BioBahia emparceria com o Núcleo de Estudos do Meio Ambiente deCumuruxatiba, vem realizando o Projeto Peixes Meninos.

Figura 2 - Jovens aprendendo uso do GPS

Cumuruxatiba é uma pequena vila de pescadores noextremo sul da Bahia, no município do Prado. O acesso porprecária estrada de chão permitiu a região conservar ascaracterísticas de vilarejo até os dias de hoje. Cumuruxatibaencontra-se na zona de amortecimento do Parque Nacionaldo Descobrimento e da Reserva Extrativista Marinha doCorumbau, ou seja, é uma área cercada por reservas, tantoem terra, como no mar. A região é entrecortada por váriossistemas hídricos que dão abrigo a uma rica e diversificadafauna de peixes de água doce, incluindo espécies endêmicas.A riqueza hidrológica é contrastante em relação à aindapouco conhecida fauna ictiológica de água doce, queimpressiona pela presença de espécies ainda desconhecidasda ciência. O Projeto “Peixes Meninos” foi estabelecido com ointuito de proporcionar a um grupo de jovens de

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Cumuruxatiba um maior e melhor conhecimento sobre ospeixes de água doce no extremo sul da Bahia.

Esperamos que com este conhecimento eles possamter uma maior preocupação com a manutenção da boaqualidade das águas doces dos rios e riachos da área.

A proposta é estudar a ictiofauna da regiãocompartilhando os conhecimentos adquiridos pela pesquisacientífica acadêmica, através do Projeto Biobahia, com acomunidade da vila de Cumuruxatiba.

Através da iniciação científica voluntária, estesjovens desenvolvem o espírito da pesquisa tanto no âmbitocientífico - com o estudo dos peixes da região - como noâmbito social - pela interação com personagens do lugar. Aatividade de estágio permite desenvolver a prática deliderança e trabalho cooperativo, por meio de distribuição dasdiversas atividades do Projeto. Introduz ainda noções no usoda informática, com atividades de elaboração dos textos eimagens para a produção de material escrito. Já passaramoito estudantes matriculados entre a sétima série e o terceiroano do ensino médio, todos oriundos da Escola EstadualAlgeziro Moura, em Cumuruxatiba. As atividades sãodesenvolvidas duas vezes por semana incluindo palestras,trabalhos e atividades de campo.

O projeto teve início em 2005, quando os jovensaprenderam a conhecer a diversidade de peixes na região,identificando os diferentes grupos de peixes de riacho atravésde chaves dicotômicas. Com base no aprendizado que vemsendo adquirido, no período de 2006, o grupo estátrabalhando na elaboração de um livreto com uma chave deidentificação visual de peixes de água doce do Extremo Sul daBahia. Visando dar uma boa qualidade informativa ao futuro

Figura 3 - Noções de formação de coleções

livreto, foi preparada uma planilha para entrevista com osmoradores tradicionais da região acerca dos nomespopulares dos peixes de riacho. As atividades de pesquisa,coletânea e resumo de informações sobre os peixescatalogados, digitação do material e preparação gráfica dolivreto vem sendo desenvolvida pelos estudantes no meio dasemana, em turnos alternados (manhã e tarde) para nãoprejudicar o horário escolar. As atividades de campo paraentrevistas e observações são realizadas nos finais desemana.

Esta é uma pequena contribuição que podemos dar.É demonstração do respeito que temos pela gente de nossopaís. Os grandes centros não podem reproduzir o modelo dasnações colonialistas, que sempre combatemos. Ospesquisadores não podem chegar em regiões mais pobres dopaís, retirar o que necessitam para suas pesquisas e levarpara as capitais, ignorando as populações locais e seu direitoao saber.

Ashley, Patrícia Almeida. (coordenação). 2002.. São Paulo:

Saraiva.Delors, Jacques Delors. 2000.

. Relatório para a UNESCO da ComissãoInternacional sobre Educação para o século XXI. SãoPaulo: Cortez

* - Alto do Rio do Peixe Pequeno, Q.2L.14 Cumuruxatiba, Prado, BA 45983-000. E-mail:[email protected]

Referências:

Ética eresponsabilidade social nos negócios

Educação: Um tesouro adescobrir

Projeto BioBahia

Figura 4 - Entrevista de moradores

Envie as suas contribuições para os próximos números.Seus artigos, fotos para o contribuições, notícias e outras informações de interesse da Sociedade podem

ser enviados diretamente para a secretaria <[email protected]>, preferencialmente em anexo.Peixe da vez,

Contamos com a sua participação!

PARTICIPE DO BOLETIM SBIPARTICIPE DO BOLETIM SBI

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Publicamos na edição 83 do Boletim SBI uma comunicaçãosobre o . A ilustração presente na mesma é deautoria do artista Álvaro Evandro Xavier Nunes e suautilização é permitida através de contrato.

Zungaro jahu

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NOTÍCIASConvocação

Errata

XVI Assembléia Geral Ordinária da SBI

A convocação para a XVI Assembléia Geral Ordináriada Sociedade Brasileira de Ictiologia e a pauta da referidaassembléia estão sendo enviadas aos associados por viaeletrônica, bem como divulgadas aqui no Boletim SBI, deforma que todos tenham conhecimento do seu conteúdo;estamos veiculando esta documentação também através doda homepage da SBI (http://www.sbi.bio.br).

Convocação

A Diretoria da SOCIEDADE BRASILEIRA DEICTIOLOGIA, cumprindo norma estatutária, convoca todosos seus associados a comparecerem à XVI ASSEMBLÉIAORDINÁRIA da SBI, a ser realizada no dia 31 de Janeiro de2007, às 19 horas, no Campus da UNIVALI, em Itajaí, SantaCatarina, durante a realização do XVII Encontro Brasileiro deIctiologia.

Pauta da XVI Assembléia Geral ORDINÁRIA da SociedadeBrasileira de Ictiologia

Data da realização: 31 de Janeiro de 2007Local: Campus da UNIVALI, em Itajaí, SC.1. Informes.2. Apreciação da Ata da XV Assembléia Geral Ordinária daSociedade Brasileira de Ictiologia.3. Apreciação da Ata da Reunião do Conselho Deliberativo(avaliação do Relatório de Atividades e Financeiro daDiretoria da SBI no Biênio 2005/2007).4. Homologação dos nomes dos novos sócios por parte daAssembléia.5. Escolha de uma nova logomarca para a SBI.6. Eleição da nova Diretoria da SBI e dos Membros doConselho Deliberativo.7. Apresentação de moções.8. Comissões da SBI.9. Escolha do local do XVIII EBI.10. Comitês e Grupos temáticos: situação atual e novasperspectivas.11. Outros assuntos: alteração de responsável pelo CNPJ daSBI; parceria entre sociedades científicas.12. Encerramento da XVI Assembléia da SBI.

Informações e pedidos: O livro possui 244 páginas ecusta 80 pesos argentinos. Pedidos podem ser feitosdiretamente aos autores: Jorge Casc iotta([email protected]) ou Dra. Adriana Almirón([email protected])

Informações e pedidos: O livro foi publicado em 2006 epossui 48 págs. Solicitações sem custo podem ser feitasatravés do seguinte email: [email protected]

Informações e pedidos: O Guia faz parte dos projetosambientais desenvolvidos pela CEMIG, em parceria com aeditora Empresa das Artes. Quem tiver interesse ema d q u i r i r o l i v r o p o d e a c e s s a r o s i t ewww.empresadasartes.com.br

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litoral sul do Paraná enorte de Santa Catarina

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Novas publicaçõesNovas publicações

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NOTÍCIASDesovas no períodoDesovas no período

Alves, R.R.N

,

Bizzotto, P.M.

Lôbo, A.V.P.

Montag, L.F.A

Orrico, K. M. E.

Ribeiro, J.

Sampaio, C.L.S

Santos, A.C.

. Uso e comércio de animais para finsmedicinais e mágico-religiosos no Norte e Nordeste do Brasil.Doutorado em Zoologia Universidade Federal da Paraíba,253p. E-mail:

Trânsito de peixes na escada da UHE-Igarapava, Rio Grande, Alto Paraná. Dissertação deMestrado. Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais,52pp. E-mail:

Avaliação da comunidade de peixes do RioParaitinga (Alto Tietê, SP) em um mosaico de condiçõesambientais. Dissertação de Mestrado, Universidade de Mogidas Cruzes, SP. E-mail:

. Ecologia, pesca e conservação dos peixes naFloresta Nacional de Caxiuanã (Municípios de Melgaço ePortel - Pará - Brasil). Tese de doutorado, Museu ParaenseEmílio Goeldi. E-mail:

Pescadores e Pescarias de Tainha (spp.) na Baía de Todos os Santos, Bahia - Brasil. Graduação,União Metropolitana de Educação e Cultura, BA. E-mail:

Filogeografia de(Teleostei, Characidae, Glandulocaudinae) de riachos daplanície costeira e do primeiro planalto paranaense, baseadaem marcadores moleculares RAPD (Randon AmplifiedPolymorphic DNA). Mestrado em Zoologia, UniversidadeFederal do Paraná. E-mail:

. Monitoramento da atividade de coleta deorganismos ornamentais marinhos na cidade de Salvador,Bahia, Brasil. Doutorado em Zoologia, Universidade Federalda Paraíba, 260p. E-mail:

Caracterização cromossômica de espécies deacarás da subfamília Cichlasomatinae (Perciformes:Cichlidae) da Amazônia Central. Dissertação de mestrado,Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, UniversidadeFederal do Amazonas. E-mail:

[email protected]

[email protected]

[email protected]

[email protected]

Mugil

[email protected].

Mimagoniates microlepis

[email protected]

[email protected]

[email protected]

Xavier, J.H.A. Distribuição espacial do cavalo-marinhono Estuário do Rio Mamanguape,

Paraíba, Brasil. Graduação em Ciências Biológicas,Universidade Federal da Paraíba, 54p. E-mail:

Hippocampus reidi

[email protected]

Envie dados da sua monografia, dissertação ou tesedefendida entre Outubro e Dezembro/2006 para que

a divulguemos no próximo Boletim

Envie dados da sua monografia, dissertação ou tesedefendida entre Outubro e Dezembro/2006 para que

a divulguemos no próximo Boletim

� ISABR 2006: International Symposium on AnimalBiology of Reproduction.

A ser realizado em Belo Horizonte, de 15 a 18 denovembro de 2006.

http://www.cbra.org.br/isabr2006

� WORKSHOP ICTIOLOGIA NO RIO GRANDE DO SUL

Local: PUCRS - Anfiteatro do Prédio 50Data: 27 e 28 de outubro de 2006

Informações: [email protected]

� SIMPÓSIO INTERNACIONAL MECANISMOS DETRANSPOSIÇÃO DE PEIXES NA AMÉRICA DO SUL

A ser realizado na Universidade Federal de Lavras (MinasGerais) entre os dias 30 de julho e 03 de agosto de 2007

Informações: [email protected]

� II SIMPÓSIO DE ECOLOGIA TEÓRICA

A ser realizado na Universidade Federal do Rio de Janeiro,nos dias 21, 22 e 23 de Novembro de 2006.

Informações: www.ecoteorica.biologia.ufrj.br

� IX ENCONTRO BRASILEIRO DE PATOLOGISTAS DEORGANISMOS AQUÁTICOS

A ser realizado na cidade de Maceió - Alagoas, no períodode 23 a 27 de Outubro de 2006

Http://www.abrapoa.org.br/programa2.htm

Adriana SaccolAlexandre P. MarceniukCarlos do NascimientoÉder André GubianiIlana FichbergJane SerraJean Carlos M. da SilvaJosé NovaesMarcelo ViannaMichael SchlüterMorevy CheffeNeuza Lima

Nidia Noemi FabréPaulo LucindaPedro Américo de CarvalhoRamiro Barriga SalazarRicardo BenineRodrigo GobboSérgio R. FloeterTomas HrbekUrsulla Pereira SouzaVandick da Silva BatistaYzel Rondon Suarez

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