socialização e formas de intervençao ufcd3251

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  • 7/25/2019 Socializao e Formas de Intervenao UFCD3251

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    Acompanhante de crianas IV

    Mdulo: Socializao Desenvolvimento eformas de interveno

    UFCD 3251 Carga horria 50h

    Formadora: Telma Ferreira

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    Socializao -Desenvolvimento

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    Socializao definio de conceito

    Processo que, desenvolvendo-se no interior de umadada cultura, consiste na aprendizagem de valores,normas, e padres de comportamento caractersticos

    de uma determinada sociedade ou de um grupo socialcom objetivos de facilitar a integrao do indivduo nacomunidade a que pertence.

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    Socializao definio de conceito

    O nosso comportamento socializado, ou seja,adaptado ao meio ambiente a que pertencemos e emque vivemos, durante toda a nossa vida. No obstante,

    muito mais intenso durante os primeiros anos de vida(sobretudo na infncia).

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    Socializao definio de conceito

    Atravs deste processo, e sob a influncia de agentessocializadores significativos (famlia, escola, grupos depares, meios de comunicao social, entre outros) o

    individuo interioriza os padres culturais do meio a quepertence, adaptando-se a este meio, de modo aconstituir a sua personalidade.

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    O conceito de cultura

    Conjunto de valores, crenas, conhecimentos,instituies, normas, comportamentos, produesartsticas e tcnicas, partilhados pelos membros de um

    sociedade, transmissveis s geraes seguintes eresultantes da interao social.

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    O conceito de cultura

    Contedo materialCondio de vida(alimentao, vesturio,habitao, instrumentos detrabalho, meio delocomoo.

    Contedo espiritualCrenas, valores, hbitos,costumes, ideias, normas,lngua.

    O conceito de cultura compreende dois tipos deelementos:

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    Socializao primria e secundria

    Socializao primria

    Realiza-se essencialmenteno seio da famlia, das

    escolas e dos grupos depares, durando desde osprimeiros meses de vida at adolescncia e consistena adaptao aos padresculturais fundamentais dasociedade em que nosinserimos.

    Socializao secundria

    Comea com a idade adulta,pode durar o resto da vida e

    verifica-se sempre que hmudanas significativas nanossa condio social Sosituaes novas que implicamuma ADAPTAO pautada emgrande parte por valores,normas e concees da culturaa que pertencemos.

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    Vrios nveis da socializao Primria

    So-nos transmitidas normas respeitantes aosgestos e atitudes corporais, aos horrios dasrefeies, aos regimes alimentares, forma deenfrentas o calor e o frio, etc.

    Nvelbiolgico epsicomotor

    Aprendemos a expressar sentimentos deforma considerada apropriada e a reprimir erecalcar aqueles que no so socialmentepermitidos ou estimulados.

    Nvelafetivo

    Interiorizamos concees, valores, ideias,

    preconceitos e esteretipos prprios da cultura emque nascemos marcando progressivamente, emmuitos casos, um distanciamento crtico em relaoao que nos transmitido.

    Nvelideolgico

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    Socializao

    Aprendemos a aceitar uma determinada ordem social, um sistemade relaes hierarquizadas e a reconhecer a autoridade imitandoos mais velhos, assumindo papeis fictcios, praticando desporto,frequentando a escola

    A socializao primria visa a adaptao bsica dos indivduos sociedade de modo a que na sua forma de pensar, agir e sentirhaja um mnimo denominador comum que os torne elementos deum mesmo meio sociocultural.

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    Mecanismos de socializaoAtuam em simultneo e ao longo da vida dos indivduos.Imitao:As crianas imitam os outros que para elas somodelos sociais, reproduzindo os seus comportamentos eatitudes.

    Aprendizagem: Os indivduos adquirem reflexos, hbitos,atitudes e interiorizam conhecimentos atravs do processode aprendizagem.

    Identificao:Desde crianas que nos identificamos commodelos de comportamento, este processo deidentificao complexo porque pertencemos a vrios

    grupos e queremos vir a pertencer a outros. Este processodecorre atravs do desejo de ser como os outros, de seraceites pelo grupo, etc.

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    Desenvolvimento SocialEvoluo etria da conduta social

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    Desenvolvimento socialEvoluo em termos de adaptao ao meio, da relaocada vez mais complexa que vai estabelecendo com ooutro; o modo como algum age perante determinadapessoa ou situao. Refere-se capacidade deinterao social

    Padresde comportamento, sentimentos, atitudes econceitos que as crianas manifestam em relao soutras pessoas.

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    Desenvolvimento socialO percurso de desenvolvimento dos 0 aos 6 anos temcaractersticas e necessidades especficas diferentes dasoutras faixas etrias, sendo muito importante naeducao da infncia organizar e dinamizar contextoseducacionais que proporcionam situaes de interao

    social que promovam o desenvolvimento socio-afetivo erelacional das crianas.

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    Desenvolvimento social

    Qu

    alidadederelao

    me/b

    ebno1anodevida Desenvolvimento dapersonalidade

    Autoestima

    Autoconfiana

    Relacionamento interpessoal

    Capacidade de adaptao anovas situaes

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    Desenvolvimento social dos 0 aos 6 mesesDistingue a figura cuidadora das restantes pessoas comquem se relaciona, estabelecendo com ela uma relaoprivilegiada;

    Imita os movimentos, fixa os rostos e sorri (aparecimentodo 1 sorriso social por volta das 6 semanas);

    Por volta dos 4 meses:capacidade de reconhecimentodas pessoas mais prximas, o que influencia a formacomo se relaciona com elas, tendo reaesdiferenciadas consoante a pessoa com quem interage.

    capaz de reconhecer pessoas conhecidas deestranhos, revelando preferncia por rostos familiares.

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    Desenvolvimento social dos 6 aos 12 mesesCada vez mais socivel, procura ativamente a interaocom quem o rodeia (atravs de vocalizaes, dos gestose das expresses faciais);

    Manifesta comportamento de imitao, relativamente apequenas aes que v os adultos fazer.

    A partir dos 10 meses, maior interesse pela interaocom os outros bebs.

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    Desenvolvimento social de 1 a 2 anosAprecia a relao com adultos que lhe sejam familiares,imitando e copiando os comportamentos que observa.

    Maior autonomia: sente satisfao por estarindependente dos pais quando inserida num grupo decrianas, necessitando apenas de confirmarocasionalmente a sua presena e disponibilidade estenecessidade aumenta em situaes novas, surgindo umamaior dependncia quando necessrio uma novaadaptao.

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    Desenvolvimento social de 1 a 2 anosAs suas interaes com outras crianas so aindalimitadas: as suas brincadeiras decorrem sobretudo emparalelo e no em interao com elas.

    A partir dos 20-24 meses, e medida que comea a termaior conscincia de si prpria, fsica epsicologicamente , comea a alargar os seussentimentos sobre si prpria aos outros desenvolvimento da empatia.

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    Desenvolvimento social dos 2 aos 3 anosA me ainda uma figura muito importante para asegurana da criana, no gostando de estranhos. Apartir dos 32 meses, a criana j deve reagir melhorquando separada da me, para ficar guarda de outrapessoa, embora algumas crianas consigam este

    progresso com menos ansiedade do que outras.Imita e tenta participar nos comportamentos dosadultos;

    capaz de participar em outras atividades com crianas,como por exemplo ouvir histrias.

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    Desenvolvimento social dos 3 aos 4 anos bastante sensvel aos sentimentos dos que a rodeiamrelativamente a si prpria;

    Tem dificuldade em partilhar e cooperar;

    Preocupa-se em agradar os adultos que lhe so

    significativos, sendo dependente da sua aprovao eafeto;

    Comea a aperceber-se das diferenas doscomportamentos dos homens e das mulheres;

    Comea a interessar-se mais pelos outros e a integrar-seem atividades de grupo com outras crianas.

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    Desenvolvimento social dos 4 aos 5 anosGosta de brincar com outras crianas; quando est emgrupo poder ser seletiva acerca dos seuscompanheiros;

    Gosta de imitar as atividades dos adultos;

    Est a aprender a partilhar, a aceitar as regras e arespeitar as vezes do outro.

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    Desenvolvimento social dos 5 aos 6 anosMais calma brinca com outras crianas;

    Mais independente e sem necessidades de constantesuperviso;

    No gosta de ser beijada em pblico;

    Identifica-se com adultos fora dos seio familiar;

    As relaes com os pares so instveis;

    Quer sempre ganhar nas atividades em que participa,tentando modificar as regras para satisfazer as suas

    necessidades.

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    Desenvolvimento social dos 5 aos 6 anos capaz de esperar pela sua vez e de partilhar;

    Conhece as diferenas de sexo;

    Aprecia conversas durante as refeies;

    Comea a interessar-se por saber de onde vm osbebs;

    Est numa fase de maior conformismo, sendo crticarelativamente aqueles que no apresentam o mesmocomportamento.

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    Como os bebs adquiremconfiana e formam laossocioafetivos?

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    Desenvolvimento socioafetivoO desenvolvimento social e afetivo refere-se aocrescendo de competncias e de habilidades quecapacitam o indivduo para se relacionar afetiva esocialmente com os outros, isto , para interagir.

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    Interao me/filho

    A relao entre a me e o beb inicia-se muito antes donascimento, pois assim que descobre que est grvidacomea a fantasiar com o beb, comunicando com ele,e, estabelecendo desde logo uma relao, embora noreal. Gradualmente, esta relao torna-se real e criam-se

    expectativas para com o beb que lhe serocomunicadas desde o nascimento.

    Ser me e ser pai so marcados por uma relaosimblica, um jogo de fantasia: Ser menino ou menina?Com quem se vai parecer? Como ser a nossa relao?Que tipo de pessoa se ir tornar?

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    Processo de vinculao - BowlbyEsta relao primria entre a me e o beb tambmdenominada porvinculao.

    Este conceito foi introduzido por J. Bowlby para designaruma necessidade de estabelecimento de contacto e delaos emocionais entre o beb e a me e outras pessoasprximas. Segundo este investigador, a necessidade devinculao no fruto da aprendizagem, mas umanecessidade bsica do mesmo tipo que a alimentao ea sexualidade.

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    A importncia da vinculao

    A vinculao um processo de regulao mtua quedepende da capacidade da me comunicar eficazmenteos seus afetos ao beb e responder de forma adequadas suas solicitaes.

    Assim, comportamentos desencadeados por uminfluenciam o comportamento do outro, sendo essencialpara o bom desenvolvimento do beb, a relao sermutuamente satisfatria

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    A importncia da vinculaoSe a me no responder positivamente s solicitaesdo beb, podem desenvolver-se sentimentos dedesconfiana que se manifestam por medos e receios. Aboa me comunica poeticamente com o beb.Transforma as inquietaes em segurana, o desconforto

    em bem estar, torna tolervel a angstia, faz o bebsentir-se amado, compreendido e protegido.

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    A importncia da vinculaoAs relaes precoces do beb so muito importantesporque os primeiros anos so decisivos, no sentido deque certos padres sociais tm muito maisprobabilidades de ser adquiridos nesta altura, como acapacidade de criar vnculos com outras pessoas.

    Crianas que nunca foram amadas pelos pais, terodificuldades no futuro, no que respeita s suas relaesntimas.

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    Desenvolvimento Afetivo/Emocional

    Evoluo em termos deAfetos/Emoes atravs da relao afetiva/emocional, cadavez mais complexa, que a criana mantmcom os outros que lhe permitir conhecer o

    mundo que a rodeia mais e melhor aintegrao de experincias, o sentir.O ser humano manifesta desde sempre uma

    necessidade de apoio afetivo para seconstruir como pessoa, para se tornarindependente e autnoma.

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    Primeiros sinais de emooOs recm-nascidos demonstram abertamente quandoesto infelizes.

    Saber quando esto felizes j mais difcil. Durante oprimeiro ms, acalmam-se com o som da voz humana ouquando so tomados nos braos e podem sorrir quandomexemos os seus braos para brincar.

    No decorrer do tempo, os bebs respondem mais spessoas com sorrisos, estendendo os braos e,posteriormente, indo at elas.

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    Primeiros sinais de emooEsses primeiros sinais ou indcios dos sentimentos dosbebs so passos importantes no desenvolvimento.Quando os bebs querem algo ou precisam de algumacoisa, choram; quando se sentem sociveis, sorriem ouriem.

    Quando as suas mensagens trazem uma resposta, o seusentimento de ligao com as outras pessoas cresce. Osentimento de controle sobre o seu mundo tambmcresce quando percebem que os seus gritos trazemajuda e conforto e que os seus risos e sorrisos provocamrisos e sorrisos em retribuio.

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    Primeiros sinais de emoo

    No decorrer do tempo, o significado dos sinaisemocionais dos bebs muda.

    Inicialmente, chorar significa desconforto fsico;posteriormente, expressa sofrimento

    psicolgico.O sorriso surge de modo espontneo comoexpresso de bem-estar; em torno de 3 a 6semanas, um sorriso pode demonstrar prazer

    no contato social.

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    Desenvolvendo os laos afetivosO apego um vnculo emocional recproco e duradouroentre um beb e um cuidador, cada um delescontribuindo para a qualidade do relacionamento. Oapego tem valor adaptativo para os bebs, assegurandoque as suas necessidades psicossociais, bem como

    fsicas sejam atendidas.Praticamente qualquer atividade por parte do beb queprovoca uma resposta de um adulto pode ser umcomportamento de busca de apego.

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    Ainsworth as etapas do apego1. Aproximadamente da oitava at a dcima segunda

    semana, os bebs choram, sorriem e balbuciam maispara a me do que para qualquer outra pessoa, mascontinuam a responder aos outros.

    2. Aos 6 ou 7 meses, os bebs apresentam um apegobem-definido me. O medo de estranhos podeaparecer entre 6 e 8 meses.

    3. Enquanto isso, os bebs desenvolvem apego por umou mais membros da famlia, como o pai e os irmos.

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    Situao Estranha

    Comportamento e reao de crianas dos 10-24 meses

    Presena de uma pessoa estranha

    Ambiente desconhecidoCom ou sem a presena da me

    Reflexos do sentimento de segurana e de confiana de

    acordo com a vinculao estabelecida com a me.

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    Aspetos observadosQuase todas as crianas exploram a sala na presena dame;

    A explorao diminui bastante com a presena doestranho;

    Cerca de metade das crianas choram com a sada dame;

    A maioria dos bebs sadam a me no seu regresso ecerca de metade procura contacto fsico;

    O estranho tem uma eficcia muito reduzida a consolar acriana.

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    Categorias de Ainsworth

    Situaoestranha

    Apegoseguro

    Apegoevitativo

    Apegoambivalente

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    Categorias de apegoApego seguro - Padro de apego em que o beb choraou protesta quando o principal cuidador ausenta-se eativamente se aproxima quando ele retorna.

    Apego evitativo - Padro de apego em que o bebraramente chora quando separado do principal cuidadore evita o contato quando ele retorna.

    Apego ambivalente - Padro de apego em que o bebfica ansioso antes de o principal cuidador sair, ficaextremamente perturbado durante a sua ausncia etanto procura quanto rejeita o contato quando ele

    retorna.

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    Como se estabelece o apego

    Igualmente importantes so outros aspetos damaternidade, como:

    interao mtua,estimulao,

    uma atitude positiva,afetividade,aceitaoapoio emocional

    Nota: Entretanto, o apego seguro ao pai, s vezes, pode

    compensar um apego inseguro me

  • 7/25/2019 Socializao e Formas de Intervenao UFCD3251

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    Ansiedade Ante Estranhos e Ansiedade de

    Separao

    A ansiedade de separao e a ansiedade ante estranhoscostumavam ser consideradas marcos emocionais ecognitivos da segunda metade do primeiro ano de vida,refletindo o apego me.

    A ansiedade de separao pode dever-se no s

    prpria separao, mas qualidade do cuidadosubstituto. Quando cuidadores substitutos so calorosose responsivos e brincam com crianas de 9 mesesantesque elas chorem, os bebs choram menos do quequando esto com cuidadores menos responsivos

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    Efeitos do Apego a Longo Prazo

    Quanto mais seguro o apego da criana a umcuidador, mais fcil parece ser para a crianaposteriormente tornar-se independente daquele adulto edesenvolver boas relaes com os outros.

    O relacionamento entre o apego no primeiro ano de vida

    e as caractersticas observadas anos depois ressaltam acontinuidade do desenvolvimento e o inter-relacionamento dos diversos aspetos dodesenvolvimento.

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    Crianas com apego seguro

    So mais sociveis com seus pares e com adultosdesconhecidos. Dos 18 aos 24 meses, tm mais interaespositivas com os pares.

    So mais curiosas, competentes, empticas, resilientes eautoconfiantes, relacionam-se melhor com outras crianas etm mais chances de formar amizades ntimas

    Interagem mais positivamente com pais, professores da pr-escola e pares e so mais capazes de resolver conflito.Tambm so mais independentes, procurando auxlio dosprofessores apenas quando o necessitam.

    Na pr-escola, tendem a ter uma imagem mais positiva de si

    mesmas.Essas vantagens continuam na terceira infncia e naadolescncia.

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    Crianas com apego inseguroInversamente, crianas com apego inseguro, muitasvezes, apresentam problemas posteriores:

    Inibies aos 2 anos;

    Hostilidade para com outras crianas aos 5 anos;Dependncia durante os anos escolares

    Aquelas com apego desorganizado tendem a terproblemas de comportamento em todos os nveisescolares

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    Comunicao Emocional com Cuidadores:Regulao MtuaA interao entre beb e cuidador que influencia aqualidade do apego depende do quanto ambos socapazes de responder adequadamente aos sinais dosestados emocionais um do outro. Esse processo denominado regulao mtua.

    Os bebs assumem um papel ativo nesse processo deregulao. Mais do que recetores passivos das aesdos cuidadores, os bebs influencia ativamente como oscuidadores agem em relao a eles.

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    Comunicao Emocional com Cuidadores:Regulao MtuaOcorre interao saudvel quando um cuidadorinterpreta os sinais do beb de maneira correta eresponde adequadamente. Quando os objetivos de umbeb so atendidos, o beb fica feliz ou ao menosinteressado.

    Se o cuidador ignora um convite para brincar, ou insisteem brincar quando o beb j sinalizou que "no estcom vontade", o beb pode sentir-se frustrado ou triste.Quando os bebs no alcanam os resultadosdesejados, continuam enviando sinais para corrigir ainterao.

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    Comunicao Emocional com Cuidadores:Regulao MtuaNormalmente a interao oscila entre estados bem e malregulados e, a partir dessas variaes, os bebsaprendem a enviar sinais e o que fazer quando seussinais iniciais no resultam em um equilbrio emocionalconfortvel.

    Os relacionamentos com pais e outros cuidadoresajudam os bebs a aprender a interpretar ocomportamento dos outros e desenvolver expectativassobre isso. At bebs muito novos so capazes deperceber as emoes expressadas pelos outros econseguem adaptar seu prprio comportamento emconformidade com isso.

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    Primeiros comportamentos sociais

    Fase de pr-socializaoRelaes sociais no seio de um grupo

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    Primeiros comportamentos sociais

    Na primeira infnciaas primeirasexperincias scias da crianaacontecemna famlia.

    Os relacionamentos formados durante a primeira

    infncia afetam a capacidade de formar relacionamentosntimos durante toda a vida.

    E as crianas, da mesma forma que so afetadas, afetamos sujeitos e o meio humor, prioridades, planos e atmesmo relacionamento conjugal dos pais.

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    Primeiros comportamentos sociais

    Segunda infnciaEsta fase do desenvolvimento tratada enquanto:O autoconceito,A autoestima.

    nesta fase tambm que possvel observar o quanto aidentificao de masculino e feminino afeta ocomportamento das crianas.

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    Primeiros comportamentos sociais

    "Quem sou eu neste mundo? Ah, eis o grande enigma",disse Alice no Pas das Maravilhas, depois de mudar detamanho mais uma vez. Resolver o "enigma" de Alice oprocesso vitalcio de conhecer a si mesmo.

    O senso de identidade possui um aspeto social: as

    crianas incorporam na sua autoimagem, a suacrescente compreenso de como os outros as veem.

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    Primeiros comportamentos sociais

    este juzo que o sujeito faz de si prprio, que se liga adeterminados sentimentos de vergonha ou de orgulhoque podero ser facilitadores ou inibidores docomportamento e do desempenho social.

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    Primeiros comportamentos sociais

    O modo como nos descrevemos tem a ver com umconjunto de fatores:

    A apreciao que os outros nos fazem.

    Os filhos que so bem aceites pelos pais desenvolvem

    um autoconceito valorizado e tm facilidade noscontactos interpessoais.

    O significado atribudo ao comportamento e ao que osoutros dizem de si.

    O que ns pensamos acerca de ns mesmos uma

    consequncia do modo como os outros nos veem.

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    Primeiros comportamentos sociais

    Fazendo uma retrospetiva de sua vida, de quemodo voc acha que os seus pais ou outrosadultos o ajudaram a desenvolver o seu

    autoconceito e a sua autoestima?

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    Primeiros comportamentos sociais

    Um grande contribuinte para a autoestima o apoiosocial - primeiro dos pais e dos colegas, depois dosamigos e dos professores.

    Gostam da criana e importam-se com ela? Tratam-nacomo uma pessoa que importa e que tem coisas valiosas

    a dizer?

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    Primeiros comportamentos sociais

    medida que o autoconceito das crianas se fortalece,elas aprendem que gnero so e comeam a agir emconcordncia.

    Depois de descobrirem de que sexo so, as crianascomeam a assumir papis de gnero, desenvolvendo

    um conceito do que significa ser do sexo masculino oufeminino na sua cultura.

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    Primeiros comportamentos sociais

    Organizam as informaes com base nisso porque veem que asua sociedade classifica as pessoas dessa maneira: homens emulheres vestem roupas diferentes, brincam com brinquedosdiferentes e usam casas de banho separadas. As crianasdepois combinam o seu prprio comportamento ao esquemado gnero da sua cultura - o que "se supe" que os meninos e

    as meninas devem ser e fazer. O que estimula as crianas a expressar papis de gnero emseus atos e por que algumas crianas tornam-se maisintensamente tipificadas em gnero do que outras? Asrespostas, segundo alguns pesquisadores, est nasocializao.

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    Primeiros comportamentos sociais

    O seu comportamento tambm se torna maissocialmente dirigido. A vida social ampliase medidaque amigos e parceiros de jogo desempenham um papelmais importante.

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    Relacionamento com outras crianasEmbora as pessoas mais importantes na vida das crianaspequenas sejam os adultos que cuidam delas, osrelacionamentos com os irmos e com os amigos tornam-semais importantes na segunda infncia.

    Os relacionamentos com os irmos e com os amigos oferecemum modo de medir a autoeficcia, ou seja, o crescenteentendimento das crianas sobre sua capacidade de enfrentardesafios e de alcanar suas metas.

    Ao competirem com outras crianas, ao compararem-se comelas, podem aferir a sua competncia fsica, social, cognitiva elingustica e adquirir uma ideia mais realista sobre si mesmas

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    Irmos e Irms

    " meu!"

    "No, meu!"

    "Bom, mas eu estava a brincar com isso antes!"

    As primeiras disputas mais frequentes e mais intensas entreirmos envolvem o direito propriedade e algumas dessas

    brigas tornam-se to srias, que os pais ou cuidadoresprecisam intervir.

    Embora adultos exasperados nem sempre o vejam assim, asdisputas entre irmos e sua resoluo podem ser vistas comooportunidades de socializao, nas quais as crianasaprendem a defender princpios morais.

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    Irmos e Irms

    Apesar da frequncia dos conflitos, a rivalidade entreirmos no o principal padro entre irmos e irms nosprimeiros anos de vida.

    Embora exista alguma rivalidade, tambm existe afeto,interesse, companheirismo e influncia. comportamentos

    pr-sociais e orientados ao divertimento so maiscomuns do que a rivalidade, a hostilidade e acompetio.

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    Irmos e Irms

    Os irmos mais velhos iniciam mais comportamentos,amistosos ou no; os irmos menores tendem a imitar osmais velhos. Os irmos relacionam-se melhor quando ospais no esto.

    Quando as crianas mais jovens chegam ao quinto

    aniversrio, os irmos tornam-se menos fsicos e maisverbais, tanto nas demonstraes de agresso como deconsiderao e de afeio.

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    Irmos e Irms

    Irmos de mesmo sexo, principalmente do sexo feminino,so mais prximos e brincam juntos com maistranquilidade do que pares mistos.

    A qualidade dos relacionamentos com irmos e irms,muitas vezes, estende-se aos relacionamentos com

    outras crianas.Geralmente as crianas so mais pr-sociais ebrincalhonas com os amigos do que com os irmos.

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    Parceiros e amigos

    As crianas pequenas brincam em conjunto ou perto

    umas das outras, mas s depois dos 3 anos comeam ater amigos. Atravs de amizades e de interaes comparceiros mais casuais, as crianas pequenas aprendem:

    a relacionar-se com os outros;

    que para ter um amigo preciso ser amigo;a resolver problemas nos relacionamentos,a colocar-se no lugar de outra pessoa e identificam

    modelos de diversos tipos de comportamento.valores morais e normas relativas aos papeis de gnero e

    praticam papis adultos.

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    Escolhendo Parceiros e Amigos

    Os pr-escolares so seletivos em relao aos parceirospara brincar.

    Nas salas de aula de pr-escolares, as crianas tendema passar a maior parte do tempo com outras crianas -geralmente aquelas com as quais j tiveram experincias

    positivas e cujo comportamento parecido com o seu.As crianas que tm experincias positivas frequentesumas com as outras tendem a tornar-se amigas.

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    Escolhendo Parceiros e Amigos

    As caractersticas que as crianas pequenas procuram numparceiro para brincar so semelhantes quelas que procuramnum amigo.

    Num estudo, crianas de 4 a 7 anos consideraram que ascaractersticas mais importantes das amizades eram fazercoisas juntos, ter afeto, importar-se um com o outro,

    compartilhar e ajudar-se mutuamente e, em menor medida,morar perto ou frequentar a mesma escola.

    Crianas de menos idade davam mais considerao acaractersticas fsicas, como aparncia e tamanho, do quecrianas com mais idade, dando menos considerao afeio e ao apoio.

    Crianas pr-escolares preferem parceiros pr-sociais.Rejeitam crianas destrutivas, exigentes, intrometidas ouagressivas e ignoram as tmidas, retradas ou hesitantes.

    Caractersticas e Consequncias das

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    Caractersticas e Consequncias dasAmizades

    Os pr-escolares no agem da mesma forma comamigos e com outras crianas.

    Com os amigos, tm interaes mais positivas e pr-sociais, mas tambm mais disputas e brigas.

    As crianas podem ficar to bravas com um amigoquanto com algum de quem no gostam; porm,tendem a controlar sua raiva e a express-la de maneiraconstrutiva.

    Ser capaz de confiar nos amigos e receber ajuda deles menos importante nessa idade do que quando ascrianas ganham idade.

    Caractersticas e Consequncias das

  • 7/25/2019 Socializao e Formas de Intervenao UFCD3251

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    Caractersticas e Consequncias dasAmizades

    As crianas com amigos gostam mais da escola.As crianas cujas amizades so fonte de auxlio e devalidao de si mesmas so mais felizes, tm atitudesmais positivas em relao escola e sentem que podemprocurar apoio nos colegas.

  • 7/25/2019 Socializao e Formas de Intervenao UFCD3251

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    Educao e Popularidade

    Os estilos e prticas educativas podem influenciar osrelacionamentos com os pares. Crianas popularesgeralmente possuem relacionamentos afetuosos epositivos tanto com a me quanto com o pai.

    Os pais tendem a ser do tipo democrtico, e as crianas

    a ser tanto assertivas como cooperativas.As crianas que tm apego inseguro ou cujos pais soseveros, negligentes ou deprimidos ou possuemcasamentos perturbados esto em risco de desenvolverpadres sociais e emocionais pouco atraentes e de

    serem rejeitadas pelos pares.

  • 7/25/2019 Socializao e Formas de Intervenao UFCD3251

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    Educao e Popularidade

    Relacionamentos negativos entre me e filha ou entre paie filho so especialmente danosos, pois servem demodelo para interaes com amigos do mesmo sexo. Ascrianas cujos pais utilizam disciplina de assero depoder tendem a utilizar tticas coercivas nas relaescom os pares; aquelas cujos pais utilizam a troca deideias tendem mais a resolver os conflitos com osamigos dessa forma.

  • 7/25/2019 Socializao e Formas de Intervenao UFCD3251

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    Educao e Popularidade

    As crianas cujos pais expressam com clareza a suadesaprovao em vez de raiva, assim como sentimentospositivos fortes, so mais pr-sociais, menos agressivase mais estimadas.

    As crianas cujas brincadeiras fsicas com os seus pais

    se caracterizam - de ambas as partes - por beios,choramingos, raiva, provocaes, gozo ou tdio tendema compartilhar menos do que as outras crianas, a sermais agressivas verbal e fisicamente e a evitar o contatosocial.

  • 7/25/2019 Socializao e Formas de Intervenao UFCD3251

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    A criana na Famlia

    Terceira infnciaDurante a terceira infncia o relacionamento entre pais efilhos muda. As crianas passam mais tempo na escola adesenvolver atividades organizadas.

    A terceira infncia a idade da co-regulao, em quepais e filhos dividem o poder.

  • 7/25/2019 Socializao e Formas de Intervenao UFCD3251

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    Relacionamento entre irmos

    Os irmos so obrigados a reconciliar-se depois debrigas, pois sabem que tero de se ver todos os dias.

    Os primognitos tendem a ser "dominadores" e maispropensos a agredir, a ignorar ou a subornar os seusirmos ou a interferir na sua vida. Os irmos mais novos

    suplicam, argumentam e lisonjeiam para persuadir;costumam desenvolver bastante a capacidade deidentificar as necessidades dos outros, de negociar e deconciliar interesses.

  • 7/25/2019 Socializao e Formas de Intervenao UFCD3251

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    Relacionamento entre irmos

    As crianas so mais propensas a brigar com irmos domesmo sexo.

    Os irmos influenciam-se mutuamente, no apenas deforma direta, atravs de suas prprias interaes, masindiretamente, atravs de seu impacto sobre os

    relacionamentos uns dos outros com os pais.Inversamente, os padres de comportamentoestabelecidos com os pais tendem a "transbordar" parao comportamento com os irmos.

  • 7/25/2019 Socializao e Formas de Intervenao UFCD3251

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    A criana no grupo de amigos

    na terceira infncia que o grupo de amigos se revela. Osgrupos formam-se naturalmente entre crianas que moramperto umas das outras ou que frequentam a mesma escola.

    Os grupos geralmente so s de meninas ou s de meninos.

    Crianas de mesmo sexo possuem interesses comuns; as

    meninas geralmente so mais maduras do que os meninos, emeninas e meninos brincam e conversam entre si de maneiradiferente. Os grupos de mesmo sexo ajudam as crianas aaprender comportamentos apropriados ao gnero e aincorporar papis de seu gnero no seu autoconceito.

  • 7/25/2019 Socializao e Formas de Intervenao UFCD3251

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    A criana no grupo de amigos

    Como o grupo de amigos influencia ascrianas? O que determina a sua aceitaopelos amigos e a sua capacidade de fazeramigos?

  • 7/25/2019 Socializao e Formas de Intervenao UFCD3251

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    A criana no grupo de amigos

    Aspetos positivos

    As crianas desenvolvem as habilidades necessrias para asociabilidade e a intimidade, promovem os relacionamentos eadquirem um senso de afiliao. So motivadas a realizar,alm de adquirirem um senso de identidade. Tambmadquirem habilidades de liderana e de comunicao, decooperao, de papis e de regras.

    medida que as crianas se vo afastando da influncia dospais, o grupo de amigos abre novas perspetivas e liberta-aspara fazerem julgamentos independentes.

    Pr prova valores que anteriormente aceitaram semquestionamento, comparando-os com os dos amigos, ajuda as

    crianas a decidir que valores manter e quais descartar.

  • 7/25/2019 Socializao e Formas de Intervenao UFCD3251

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    A criana no grupo de amigos

    Aspetos positivosO grupo de amigos ajuda as crianas a aprender arelacionar-se em sociedade - como adaptar as suasnecessidades e os seus desejos aos dos outros, quandoceder e quando permanecer firme.

    O grupo de amigos tambm oferece seguranaemocional. tranquilizador para as crianasdescobrirem que no so as nicas a possuirpensamentos que poderiam ofender um adulto.

  • 7/25/2019 Socializao e Formas de Intervenao UFCD3251

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    A criana no grupo de amigos

    Aspetos negativos

    Para ser parte de um grupo de amigos, uma criana deveaceitar os seus valores e as suas normas de comportamento;ainda que estes possam ser indesejveis, as crianas podemno ter fora para resistir.

    Geralmente, na companhia de amigos que as crianas furtamobjetos de lojas, comeam a usar drogas e agem de outrasformas antissociais.

    Pr-adolescentes so especialmente suscetveis presso paraagir conforme o grupo age, e essa presso pode transformaruma criana problemtica num delinquente.

  • 7/25/2019 Socializao e Formas de Intervenao UFCD3251

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    A criana no grupo de amigos

    Terceira infnciaAs crianas que j possuem inclinaes antissociais so as quemais tendem a sentir atrao por outros jovens antissociais eserem mais ainda influenciadas por eles.

    A influncia do grupo de amigos particularmente forte

    quando existe incerteza. Evidentemente, alguma medida deobedincia aos padres grupais saudvel. Ela insalubrequando se torna destrutiva ou quando estimula as pessoas aagirem contra seu prprio juzo.

    Atitudes desfavorveis em relao a membros de outros gruposdiferentes, principalmente membros de determinados gruposraciais ou tnicos.

  • 7/25/2019 Socializao e Formas de Intervenao UFCD3251

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    Popularidade

    As crianas passam mais tempo com outras crianas, esua autoestima bastante afetada pelas opinies dosamigos. Os relacionamentos entre amigos na terceirainfncia prognosticam sua posterior adaptao

    As crianas populares geralmente possuem boas

    habilidades cognitivas e bom desempenho, so boas naresoluo de problemas sociais, ajudam outras crianase so assertivas sem serem destrutivas ou agressivas.So dignas de confiana, leais e abertas e oferecemapoio emocional. Suas habilidades sociais superioresfazem com que os outros gostem de estar em sua

    companhia.

  • 7/25/2019 Socializao e Formas de Intervenao UFCD3251

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    Amizade

    Um amigo algum por quem a criana sente afeto ecom o qual se sente bem, gosta de fazer coisas e podepartilhar sentimentos e segredos. As crianas buscamamigos que sejam como elas: da mesma idade, domesmo sexo e grupo tnico, com interesses comuns.

    Amigos pr-escolares brincam juntos, mas a amizadeentre crianas em idade escolar mais profunda e maisestvel.

  • 7/25/2019 Socializao e Formas de Intervenao UFCD3251

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    Amizade

    Meninas em idade escolar preocupam-se menos em termuitas amizades do que em ter algumas amizadesntimas com as quais possam contar; os meninos tmmais amizades, mas elas tendem a ser menos ntimas ecarinhosas.

    A amizade parece ajudar as crianas a se sentirem bemconsigo mesmas, embora tambm seja provvel que ascrianas que se sentem bem a seu prprio respeitotenham mais facilidade para fazer amigos.

  • 7/25/2019 Socializao e Formas de Intervenao UFCD3251

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    Amizade

    Amigos conhecem-se bem, confiam um no outro, tm umsentimento de comprometimento um com o outro etratam-se como semelhantes. Podem ajudar-semutuamente a passar por transies stressantes.

    Evidentemente, o lao necessita ser forte o suficiente

    para suportar as inevitveis brigas. Aprender a resolverconflitos uma funo importante da amizade.

    Os amigos geralmente cooperam melhor do que simplesconhecidos.

  • 7/25/2019 Socializao e Formas de Intervenao UFCD3251

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    Amizade

    As amizades entre criana antissociais so maisconflituosas, e os problemas de comportamentoaumentam quando as crianas possuem amigosantissociais.

    Mesmo crianas impopulares podem fazer amigos.

    Entretanto, tm menos amigos do que crianaspopulares e tendem a encontr-los entre crianas maisnovas, outras crianas impopulares ou crianas deoutras turmas ou de outra escola.

    A rejeio dos amigos e a falta deles na terceira infncia

    podem influenciar a adaptao a longo prazo.

  • 7/25/2019 Socializao e Formas de Intervenao UFCD3251

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    Desenvolvimento dojuzo moral

    Piaget e Kohlberg

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    Aspetos Morais do Desenvolvimento

    Piaget e Kohlberg foram os primeiros psiclogos ainteressar-se pelo desenvolvimento da moralidade nacriana e no homem adulto.

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    Aspetos Morais do Desenvolvimento

    Piaget viu que crianas de 0 a 12 anos passam por duasgrandes orientaes da moralidade:

    a heteronomia- isto , as regras so leis externas,sagradas, imutveis, porque so impostas pelosadultos.

    a autonomia- as regras so vistas como resultado deuma deciso livre e digna de respeito, aceitas pelogrupo.

  • 7/25/2019 Socializao e Formas de Intervenao UFCD3251

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    Aspetos Morais do Desenvolvimento

    Para Piaget, toda a moral formada por um sistema deregras e a moralidade consiste no respeito que oindivduo nutre por estas regras. Partindo desseprincpio, Piaget props estudar esse problema em dois

    nveis:

    a conscincia que se tem das regras,a sua colocao em prtica.

  • 7/25/2019 Socializao e Formas de Intervenao UFCD3251

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    Aspetos Morais do Desenvolvimento

    1 Estdio -crianas at 2 anos

    Neste estgio as crianas simplesmente jogam, no h

    nenhuma regra ou lei, puramente uma atividademotora, no h nenhuma conscincia de regras.

    Aspetos Morais do Desenvolvimento

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    Aspetos Morais do Desenvolvimento

    2 Estdio -crianas de 2 a 6 anosNeste estdio a criana observa os maiores jogarem ecomea a imitar o ritual que observa. A criana percebeque existem regras que regulam a atividade e consideraas regras sagradas e inviolveis.

    Ainda que nesse estdio a criana saiba as regras dojogo, ela no joga "com os outros", ela joga como quesozinha, uma atividade egocntrica, ainda que esteja ajogar com outros companheiros. uma atividade queproduz prazer psicomotor.

    Aspetos Morais do Desenvolvimento

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    Aspetos Morais do Desenvolvimento

    3 Estdio -entre os 7 e 10 anosNeste estdio a criana passa do prazer psicomotor dosestdios anteriores ao prazer da competio segundouma srie de regras e um consenso comum.

    Esse estdio est ainda dominado pela heteronomiamoral,as regras so sagradas mas j so reconhecidascomo necessrias para bem dirigir o jogo. H um fortedesejo de entender as regras e de jogar respeitando ocombinado. As crianas vigiam-se mutuamente para secertificarem de que todos jogam respeitando as regras.

    Aspetos Morais do Desenvolvimento

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    Aspetos Morais do Desenvolvimento

    4 Estdio -entre 11 e 12 anos

    a passagem para a autonomia moral.O adolescentedesenvolve a capacidade de raciocnio abstrato e asregras j so bem assimiladas. H um grande interesseem estudar as regras em si mesmas, discutem muitasvezes sobre quais as regras que vo ser estabelecidaspara o jogo.

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    Aspetos Morais do Desenvolvimento

    Para Piaget o desenvolvimento da moralidade d-seprincipalmente atravs da atividade de cooperao, docontacto com iguais, da relao com companheiros e dodesenvolvimento da inteligncia.

  • 7/25/2019 Socializao e Formas de Intervenao UFCD3251

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    Aspetos Morais do Desenvolvimento

    Para Kohlberg existem seis estgios no desenvolvimentomoral, dividido em trs nveis. Kohlberg no d muitaimportncia ao comportamento moral externo.

    Kolhberg baseia a sua classificao no nvel deconscincia que se tem das regras e normas, das suasrazes e motivaes, da conscincia da sua utilidade enecessidade.

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    Julgamento Moral: A teoria de Kolhberg

    DILEMA :Uma mulher est prxima da morte por cancro. Umfarmacutico descobriu um remdio que os mdicosacham que poderia salv-la. Este cobra 2 mil dlares poruma pequena dose do remdio - 10 vezes mais do que lhe

    custa para fabric-lo. O marido da mulher, Heinz, pededinheiro emprestado a todos os que conhece, mas sconsegue reunir mil dlares. Ele implora ao farmacuticoque lhe venda o remdio por mil dlares ou que lhepermita pagar o resto posteriormente. O farmacuticorecusa, dizendo: "Eu descobri o remdio e pretendo lucrar

    com ele". Em desespero, Heinz arromba a loja do homem erouba o remdio. Heinz deveria ter feito isso? Por que simou por que no? (Kohlberg, 1969).

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    Aspetos Morais do Desenvolvimento

    1 Nvel Pr-convencional 4 a 10 anos)

    A moralidade da criana marcada pelas consequnciasdos seus atos: punio ou recompensa, elogio ou castigo,e baseia-se no poder fsico (de punir ou recompensar)daqueles que estipulam as normas.

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    Aspetos Morais do Desenvolvimento

    Estdio 1

    Orientao para a punio e obedincia

    O que determina a bondade ou maldade de um ato soas consequncias fsicas do ato (punio). Respeita-se aordem apenas por medo punio, e no se tem

    conscincia nenhuma do valor e do significado humanodas regras.

  • 7/25/2019 Socializao e Formas de Intervenao UFCD3251

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    Aspetos Morais do Desenvolvimento

    Respostas ao dilema:

    A favor: Ele deve roubar o remdio. No est erradofaz-lo. No como se no tivesse primeiro pedido parapag-lo.

    Contra:Ele no deve roubar o remdio. um crimeterrvel. Ele no tinha permisso; usou a fora, arromboue entrou. Ele causou muitos estragos.

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    Aspetos Morais do Desenvolvimento

    Estdio 2

    Individualismo e troca instrumental

    A ao justa aquela que satisfaz as minhasnecessidades, a que me gera recompensa e prazer, e,ocasionalmente aos outros. As relaes humanas sovistas como trocas comerciais. Mais ou menos assim "Tugratificas-me e eu gratifico-te". A pessoa tenta obterrecompensas pelas suas aes.

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    Aspetos Morais do Desenvolvimento

    Respostas ao dilema:A favor: "Est certo roubar o remdio porque a suaesposa necessita dele e porque ele quer que elasobreviva. No que ele queira roubar, mas isso queprecisa fazer para obter o remdio e salv-la."

    Contra:Ele no deve roub-lo. O farmacutico no esterrado, nem mau; ele apenas quer ter lucro. para issoque servem os negcios - para ganhar dinheiro".

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    Aspetos Morais do Desenvolvimento

    2 Nvel Convencional depois dos 10 anos)

    Neste nvel a manuteno das expectativas da famlia, dogrupo, da nao, da sociedade vista como vlida em simesma e sem muitos questionamentos ou porqus. uma atitude de conformidade com a ordem social, mastambm uma atitude de lealdade e amor famlia, aogrupo, ao social.

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    Aspetos Morais do Desenvolvimento

    Estgio 3 -Expectativas interpessoais mtuas,relacionamento e conformidade interpessoal

    bom aquele comportamento que agrada aos outros epor eles aprovado. De certa forma, bom o que socialmente aceite, aquilo que segue o padro. Ocomportamento muitas vezes julgado com base nainteno, e a inteno torna-se pela primeira vezimportante. a busca do desejo de aprovao familiar esocial.

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    Aspetos Morais do Desenvolvimento

    Respostas ao dilema:A favor: "Ele deve roubar o remdio. Ele s est a fazer oque natural, o que um bom marido faz. No se podeculp-lo por fazer algo por amor sua esposa. Ele seriaculpvel se no amasse a sua esposa o suficiente para

    salv-la."Contra:"Ele no deve roubar. Caso a sua esposa venhaa morrer, a culpa no lhe pode ser atribuda. No queele no tenha corao ou que no a ame o suficientepara fazer tudo o que legalmente possa fazer. O

    farmacutico que egosta ou sem sentimentos".

  • 7/25/2019 Socializao e Formas de Intervenao UFCD3251

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    Aspetos Morais do Desenvolvimento

    Estgio 4

    Sistema e conscincia social, manuteno dalei e da ordem

    H o desenvolvimento da noo de dever, decomportamento correto, de cumprir a prpria obrigao.H o desejo de manter a ordem social especificamentepelo desejo de mant-la, isto , por que isso justo.

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    Aspetos Morais do Desenvolvimento

    Respostas ao dilema:A favor:Deve roubar. Se no fizesse nada, estaria adeixar a esposa morrer. da responsabilidade dele seela morrer. Deve levar o remdio com a ideia de pagar ofarmacutico.

    Contra: natural que Heinz queira salvar a esposa, mas sempre errado roubar. Ele sabe que est a roubar e alevar um remdio valioso do homem que o fabricou.

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    Aspetos Morais do Desenvolvimento

    3 Nvel Ps-convencional a partir da adolescncia)

    H um esforo do indivduo para definir os valoresmorais, para definir consciente e livremente o que certoe o que errado, e porqu... Prescinde-se muitas vezesda autoridade dos grupos e das pessoas que mantm a

    autoridade sobre os princpios morais.

  • 7/25/2019 Socializao e Formas de Intervenao UFCD3251

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    Aspetos Morais do Desenvolvimento

    Estgio 5

    Contrato social ou direitos individuaisdemocraticamente aceites

    a tomada da conscincia da existncia do outro, damaioria, do bem comum, dos direitos humanos... A aojusta a ao que leva em conta os direitos gerais doindivduo, isto , o bem comum. Valores pessoais soclaramente considerados relativos, a lei da maioria eda utilidade social.

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    Aspetos Morais do Desenvolvimento

    Respostas ao dilema:A favor:A lei no foi feita para estas circunstncias.Roubar o remdio, nesta situao, no realmentecorreto, mas tem sua justificao.

    Contra:No se pode culpar algum totalmente porroubar, mas circunstncias extremas no justificam fazerjustia com as prprias mos. No possvel permitirque as pessoas roubem quando esto desesperadas. Oobjetivo pode ser bom, mas os fins no justificam osmeios.

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    Aspetos Morais do Desenvolvimento

    Estgio 6

    Princpios ticos universais

    O justo e o correto so definidos pela deciso daconscincia de acordo com os princpios ticosescolhidos e baseados na compreenso lgica,universalidade, coerncia, solidariedade universal. Guia-se por princpios universais de justia, de reciprocidade,de igualdade de direitos, de respeito pela dignidade dosseres humanos, por um profundo altrusmo, pelafraternidade. Os padres prprios de justia tm maispeso do que as regras e leis existentes na sociedade.

  • 7/25/2019 Socializao e Formas de Intervenao UFCD3251

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    Aspetos Morais do Desenvolvimento

    Respostas ao dilema:A favor:Esta uma situao que o obriga a escolherentre roubar e deixar a esposa morrer. numa situaoonde a escolha deve ser feita, moralmente corretoroubar. Ele deve agir em termos do princpio de

    preservar e de respeitar a vida.Contra:Heinz est diante da deciso de considerar ouno as outras pessoas que precisam do remdio tantoquanto a esposa. Heinz deveria agir no de acordo comos seus sentimentos particulares em relao esposa,mas considerando o valor de todas as vidas envolvidas.

  • 7/25/2019 Socializao e Formas de Intervenao UFCD3251

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    Concluso

    Tanto no modelo de Piaget como no de Kohlberg, amoralidade de um indivduo depende tanto de fatorespsicolgicos e biolgicos como de elementos sociais eculturais.

    Torna-se claro que diferentes situaes sociais, culturais,

    psicolgicas e biolgicas iro propiciar diferentescomportamentos, diferentes moralidades.

    http://www.youtube.com/watch?v=xy8IdA3uyYUhttp://www.youtube.com/watch?v=xy8IdA3uyYU
  • 7/25/2019 Socializao e Formas de Intervenao UFCD3251

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    Conceito de respeito pelos outros

    O tema respeito central na moralidade. E tambm complexo, pois remete a vrias dimenses de relaesentre os homens, todas respeitosas,mas em sentidosmuito diferentes. Pode-se associar respeito ideia :

    De submisso.De admiraoDe venerao

    http://www.youtube.com/watch?v=xy8IdA3uyYUhttp://www.youtube.com/watch?v=xy8IdA3uyYU
  • 7/25/2019 Socializao e Formas de Intervenao UFCD3251

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    Conceito de respeito pelos outros

    Nesses exemplos, o respeito compreendido de formaunilateral: considerao, obedincia, venerao de umpelo outro, sem reciprocidade

    Sabe com quem est a falar?

    Essa expresso traduz uma exigncia de respeitounilateral: Eusou mais que voc, portanto, respeite-me. a frase que muitas autoridadesgostam de empregar

    quando se sentem, de alguma forma, desobedecidas.

  • 7/25/2019 Socializao e Formas de Intervenao UFCD3251

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    Conceito de respeito pelos outros

    Porm, outra expresso popular tambm conhecidaapresenta uma dimenso diferente do respeito:

    Quem voc pensa que ?

    Essa expresso a afirmao de um ideal de igualdade,ou melhor, de reciprocidade: se devo respeit-lo, voctambm me deve respeitar; no a falta de respeito, massim a negao de submisso. Trata-se de respeitomtuo.

  • 7/25/2019 Socializao e Formas de Intervenao UFCD3251

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    Conceito de respeito pelos outros

    Ora, claro que tanto a dignidade do ser humanoquanto o ideal democrtico de convvio socialpressupem o respeito mtuo, e no o respeitounilateral.

    A criana pequena (at sete ou oito anos em mdia)

    concebe o respeito como unilateral, portanto, dirigido apessoas prestigiadas, vistas por ela como poderosas.

  • 7/25/2019 Socializao e Formas de Intervenao UFCD3251

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    Conceito de respeito pelos outros

    Com a socializao, e a aprendizagem essa assimetriatende a ser substituda pela relao de reciprocidade: aodever de respeitar o outro, articula-se o direito (e aexigncia) de ser respeitado. Considerar o respeitomtuo como dever e direito importante, pois aopermanecer apenas um dos termos, volta-se ao respeito

    unilateral:Devo respeitar, mas no tenho o direito de exigir o

    mesmo

    Ou

    Tenho o direito de ser respeitado, mas no o dever derespeitar os outros

  • 7/25/2019 Socializao e Formas de Intervenao UFCD3251

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    Conceito de respeito pelos outros

    O respeito mtuo expressa-se de vrias formascomplementares. Uma delas o dever dorespeito peladiferena e a exigncia de ser respeitado na suasingularidade.

    Tal reciprocidade tambm deve valer entre pessoas que

    pertenam a um mesmo grupo. Deve valer quando sefazem contratos que sero honrados, cada umrespeitando a palavra empenhada.

    O respeito pelos lugares pblicos, como ruas e praas,tambm deriva do respeito mtuo. Como tais espaospertencem a todos, preserv-los, no suj-los dever decada um, porque tambm direito de cada um poderdesfrut-los.

    Conceito de respeito pelos outros

  • 7/25/2019 Socializao e Formas de Intervenao UFCD3251

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    Conceito de respeito pelos outrosConvvio escolar

    A escola, costuma receber um pblico heterogneo Paramuitas crianas, a escola a primeira oportunidade deconviver com pessoas diferentes.

    Todos os alunos esto na sala de aula usufruindo domesmo direito educao.

    uma excelente oportunidade para que aprendam quetodos so merecedores de serem tratados comdignidade, cada um na sua singularidade.

    Conceito de respeito pelos outros

  • 7/25/2019 Socializao e Formas de Intervenao UFCD3251

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    Conceito de respeito pelos outros

    Para isso, necessrio, antes de mais nada, que assimsejam tratados pelos professores e outros funcionriosda escola. Isso traduz-se tanto pelo tratamentorespeitoso que recebem quanto pelo empenho para queaprendam os contedos das diversas matrias.

    Para crianas que, talvez, no recebam o mesmotratamento em outros lugares, a vivncia de umrelacionamento respeitoso, sem discriminaes, seruma riqussima aprendizagem: dar-lhes- conscincia efora para se indignarem quando porventura foremdesrespeitadas na vida cotidiana.

  • 7/25/2019 Socializao e Formas de Intervenao UFCD3251

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    Conceito de respeito pelos outros

    O sentimento de que as diversas origens sociais no setraduzem por discriminaes de todo tipo tender afazer com que os alunos tambm ajam de acordo com ovalor da dignidade humana.

    Porm, inevitvel acontecer que, inspirados por

    preconceitos expressos aqui e ali, alguns alunos semostrem agressivos e desrespeitosos com colegasdiferentes deles.

    Aqui, deve ser feito um destaque para preconceitos edesrespeitos frequentes entre alunos, em geraltraduzidos por apelidos pejorativos.

  • 7/25/2019 Socializao e Formas de Intervenao UFCD3251

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    Conceito de respeito pelos outros

    Nesses casos, o professor no deve admitir tais atitudes.No se trata de punir os alunos; trata-se de explicar-lhescom clareza o que significa dignidade do ser humano,demonstrar a total impossibilidade de se deduzir quealguma raa melhor que outra, que um sexo superiorao outro, que determinada cultura a nica vlida, que

    atributos fsicos determinam personalidades, e assim pordiante.

  • 7/25/2019 Socializao e Formas de Intervenao UFCD3251

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    Conceito de respeito pelos outros

    Trata-se de fazer os alunos pensarem, refletirem arespeito de suas atitudes.

    Os alunos devem perceber que a dignidade do serhumano no mera opinio, mas princpio fundamentalda tica e do convvio democrtico.

  • 7/25/2019 Socializao e Formas de Intervenao UFCD3251

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    Conceito de respeito pelos outros

    O conceito de ser humano, compreendido para alm desuas especificidades culturais, demasiadamenteabstrato para ser assimilado pelos alunos mais novos. com exemplos concretos, nomeadamente aquelesretirados de suas experincias de vida, que a ideia dedignidade poder, pouco a pouco, tomar lugar.

    Portanto, com crianas menores, no se trata de daraulas filosficas a respeito do tema, mas de faz-lasexperienciar o respeito decorrente do princpio dadignidade.

  • 7/25/2019 Socializao e Formas de Intervenao UFCD3251

    127/186

    Conceito de respeito pelos outros

    A qualidade do convvio escolar para a compreenso evalorizao da dignidade, evidentemente vale para orespeito mtuo: o aluno deve sentir-se respeitado etambm sentir que dele exigem respeito.

    O convvio respeitoso na escola a melhor experincia

    moral que o aluno pode viver.

  • 7/25/2019 Socializao e Formas de Intervenao UFCD3251

    128/186

    Conceito de respeito pelos outros

    Algumas normas de condutas, tanto de professores como dealunos, tm a finalidade de garantir que o processo de ensino eaprendizagem ocorra com sucesso.

    Por exemplo, no falar ou falar baixo pode, em certascircunstncias, ser conduta necessria para que colegaspossam concentrar-se, refletir, estudar. Se alunos estiverem no

    ptio, sem aula, pode-se exigir deles que no gritem ou faamalgum tipo de barulho alto, porque, do contrrio, atrapalhariamos colegas.

    Fazer silncio no , portanto, um imperativo absoluto, e osalunos podem perfeitamente compreender que assim respeitamas atividades dos outros e so respeitados nas suas.

  • 7/25/2019 Socializao e Formas de Intervenao UFCD3251

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    Conceito de respeito pelos outros

    O erro didtico seria o professor exigir silncio porque elequerou porque ele mandou,como se a sua vontade pessoallegitimasse tal exigncia.

    Diz-se que erro didtico porque no revela ao aluno a razode ser da regra e, pior ainda, desperta nele o desejo dedesobedec-la.

    Basta que o professor deixe clara tal razo de ser dessasregras, ou seja, deixe claro que no caemdo cu,que norepresentam uma tirania de algum que quer impor a suavontade

  • 7/25/2019 Socializao e Formas de Intervenao UFCD3251

    130/186

    Conceito de respeito pelos outros

    Algumas regras disciplinares referem-se ao convvio emgrandes grupos: por exemplo, fazer fila. Tal regra no fazsentido em casa, com a famlia, mas pode fazer na escola, se onmero de alunos for grande e se os espaos, pela suaconfigurao, ocasionarem riscos para as crianas menores ouum atraso no incio das aulas.

    Portanto, os alunos devem compreender que fazer filapossibilita o convvio respeitoso e pacfico em grandes grupos.Alis, essa aprendizagem de grande importncia, pois emvrias ocasies os alunos se encontraro em situaosemelhante.

  • 7/25/2019 Socializao e Formas de Intervenao UFCD3251

    131/186

    Conceito de respeito pelos outros

    Finalmente, h regras cuja finalidade preservar os espaosescolares. Mais uma vez, essas regras no devem ser vistas,pelo alunos, como imposies arbitrrias, mas sim comotraduo do respeito mtuo: cuidar do que de todos.

    Tal aprendizagem ajudar a criana a construir o conceito depatrimnio pblico, coletivo, to importante para o exerccio da

    cidadania.O zelo pela conservao dos espaos escolares um dosprimeiros passos a serem dados. medida que crescerem, oconceito de espao pblicoser generalizado a espaosmais amplos.

  • 7/25/2019 Socializao e Formas de Intervenao UFCD3251

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    Conceito de respeito pelos outros

    Em suma, a escola pode trabalhar o respeito mtuo nassuas tradues especficas do convvio escolar, e isso,evidentemente, sem prejuzo de se trabalharem regrasgerais de convvio, como, por exemplo, no bater nocolega, no insult-lo, no humilh-lo.

  • 7/25/2019 Socializao e Formas de Intervenao UFCD3251

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    Conceito de respeito pelos outros

    Estudos recentes tm mostrado claramente que ossentimentos de humilhao e vergonha podem serextremamente fortes, levando a problemas psicolgicosgraves.

    A decorrncia pedaggica bvia: deve-se ter muito

    cuidado em no despertar esses sentimentos nosalunos. Infelizmente, a prtica da humilhao frequente, no apenas quando se praticam formas dehumilhao, mas tambm nas atitudes, s vezes seminteno explcita, que magoam.

  • 7/25/2019 Socializao e Formas de Intervenao UFCD3251

    134/186

    Conceito de respeito pelos outros

    Tais atitudes que alguns acreditam ser inofensivas podem trazer resultados nefastos. Em primeiro lugar paraas vtimas das humilhaes, cujo respeito prprio fragilizado; e, em segundo lugar, para os restantes alunosque acabam por pensar que humilhar os outros formanormal de relacionamento.

    No h dvidas de que as atitudes respeitosas devempartir do professor, pois sero vistas como modelos,sobretudo pelas crianas menores. A virtude dos modelosno est na possibilidade de cpia por parte dos alunos,mas sim na concretizao dos discursos que ouvem em

    condutas adultas.

    N d l b

  • 7/25/2019 Socializao e Formas de Intervenao UFCD3251

    135/186

    Noo de cooperao e colaborao

    Um tipo essencial a cooperao, como trabalhar em grupo.Trabalhando em grupo na sala de aula, as crianas - que seconcebem como iguais entre si - aprendem a fazer contratos, ahonrar a palavra empenhada, a comprometer-se na elaboraode projetos coletivos, a estabelecer relaes de reciprocidade.

    Trabalhos em grupo podem ser realizados em qualquer matria

    ou rea de conhecimento. Trata-se de uma orientao didticageral cujos efeitos no apenas so ricos do ponto de vista daaprendizagem dos diversos contedos, como tambm nodesenvolvimento do respeito mtuo: s h possibilidade detrabalho em grupo se cada um levar em conta o ponto de vistado outro e coorden-lo com o seu prprio

    N d l b

  • 7/25/2019 Socializao e Formas de Intervenao UFCD3251

    136/186

    Noo de cooperao e colaborao

    No se deve pensar que a capacidade de cooperar espontnea na criana. Crianas dos dois primeiros ciclosaprendem gradativamente a participar desse tipo de relaosocial.

    Portanto, uma interveno do professor importante. Se ele selimitar a propor aos alunos que trabalhem em grupo e se

    ausentar, bem provvel que os alunos se dispersem ou quealguns deixem o trabalho para os outros ou se submetam liderana de um colega.

    Portanto, o professor deve intervir explicando as regras de umarelao de cooperao, em que todos devem participar, opinar,perguntar, ouvir, ajudar.

    N d bilid d

  • 7/25/2019 Socializao e Formas de Intervenao UFCD3251

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    Noo de responsabilidade

    A criana no nasce responsvel ou irresponsvel. O sentidoda responsabilidade no se transmite geneticamente, masaprende-se com a experincia. A ao dos pais bsica e avida em famlia constitui a principal escola.

    Um erro muito frequente de muitos pais pretender prolongarmais alm do devido a infncia das crianas impedindo-lhes naprtica que assumam responsabilidades.

    A RESPONSABILIDADEAPRENDE-SE NA VIDAFAMILIAR

    N d bilid d

  • 7/25/2019 Socializao e Formas de Intervenao UFCD3251

    138/186

    Noo de responsabilidade

    A melhor idade para estabelecer o sentido da responsabilidade entre os 6 e os 11 anos. Neste momento vivem-se PerodosSensitivos que facilitam o cumprir com o dever assumido ouescolhido:

    O amor justia.A disposio de ajudar.

    O desejo de ficar bem.O pressa de superao.

    O que a criana adquire nesta idade sobre o sentido daresponsabilidade essencial j que o preparar para enfrentaras crises que acontecem na puberdade e na adolescncia.

    N d bilid d

  • 7/25/2019 Socializao e Formas de Intervenao UFCD3251

    139/186

    Noo de responsabilidade

    Certamente, pode comear muito antes. Uma criana quallhe permitem fazer de tudo no mais feliz que aquela qualse lhe exigem com amor.

    NUNCA MUITO CEDOPARA EDUCAR PARA ARESPONSABILIDADE

    N d bilid d

  • 7/25/2019 Socializao e Formas de Intervenao UFCD3251

    140/186

    Noo de responsabilidade

    Para que uma criana aprenda a ser responsvel, os pais devem:DESTACAR-LHES RESPONSABILIDADES: Se os pais fazem tudopela criana e tomam todas as decises, a criana nuncaaprender a ser responsvel.

    COMEAR MUITO CEDO: Durante a infncia. A seguir, na

    puberdade, a delegao de responsabilidades ir aumentando.INFORMAR SOBRE A EFICCIA DAS SUAS RESPOSTAS: A crianadeve saber como se est desenvolvendo e h de aprender comos seus erros.

    DAR-LHES APROVAO E RECONHECIMENTO:Quando atuamde forma responsvel. Isto proporcionar-lhes- confiana esegurana em si prprios.

    N d bilid d

  • 7/25/2019 Socializao e Formas de Intervenao UFCD3251

    141/186

    Noo de responsabilidade

    s enc rgos ou respons bilid des f mili res

    comum que em muitos lares os pais, e com frequncia apenasa me, carreguem sobre seus ombros todos os trabalhos.

    Entretanto, os pequenos encargos ou responsabilidadesconstituem uma forma maravilhosa de educar a

    responsabilidade.Alm disso, contribuem para que todo o trabalho no recaiasempre nas mesmas pessoas. Ter um encargo concreto aos 4 ou5 anos torna possvel que aos 15 ou 16 anos seja lgico ocolaborar no lar. Pelo contrrio, se esperar que seu filho fiquemaior para exigir-lhe responsabilidade, isso vai ser difcil.

    N d bilid d

  • 7/25/2019 Socializao e Formas de Intervenao UFCD3251

    142/186

    Noo de responsabilidade

    Do mesmo modo que desde muito pequeno habituamosnossos filhos a que comam e se vistam sozinhos, devemosacostuma-los a ir fazendo por si prprios o que,razoavelmente, e de acordo com sua idade, so capazes defazer.

    OS FILHOS DEVEMCOLABORAR NO BOMANDAMENTO DO LAR

    N d bilid d

  • 7/25/2019 Socializao e Formas de Intervenao UFCD3251

    143/186

    Noo de responsabilidade

    Nunca muito cedo para ensinar ao filho a ser responsvel. Nosprimeiros anos de vida pode faz-lo como um jogo. Enquantoseu beb comea a engatinhar pode estimularlhe para querecolha seus jogos. Desde que seu filho tem 2 ou 3 anos podeassumir pequenas responsabilidades:

    Ajudar colocar a mesa.Tirar os guardanapos.Regar as plantas.Ajudar mame a fazer as camas nos dias que no h colgio.Preparar sua roupa para o dia seguinte.Apagar as luzes.Recolher seus objetos pessoais.

    Noo de responsabilidade

  • 7/25/2019 Socializao e Formas de Intervenao UFCD3251

    144/186

    Noo de responsabilidade

    Entre os 5 - 7 anos pode assumir responsabilidades maiorescomo, por exemplo:

    Atender o telefone.Tomar banho e vestir-se sozinho.Cuidar de algum animal.

    Despejar o lixo.Comprar diariamente produtos como: o po, o leite ...Varrer o cho.Passar o aspirador.Limpar os seus sapatos...

    Noo de responsabilidade

  • 7/25/2019 Socializao e Formas de Intervenao UFCD3251

    145/186

    Noo de responsabilidade

    Pouco a pouco, a criana ter que ir aprendendo a deixar defazer por divertimento ainda que nesse momento no lhe sejaapetecvel. Dever aprender, que na vida, h coisasdesagradveis ou aborrecedoras e que no h mais remdioque aceitar se se quer crescer. Se a criana observa que osseus pais e irmos maiores realizam estas tarefas de formaregular compreender que h certas tarefas necessrias que

    deve fazer.Para que um dever desenvolva a responsabilidade, a crianadeve ser consciente de que tem que responder ante algumpelos trabalhos realizados. Os pais devero, portanto, avaliarperiodicamente o seu cumprimento.

    Noo de responsabilidade

  • 7/25/2019 Socializao e Formas de Intervenao UFCD3251

    146/186

    Noo de responsabilidade

    importante que a criana entenda bem em que consiste oseu dever, para que possa cumpri-lo. Alm disso, deveentender o propsito da tarefa: isto , por que importanteque o faa.

    Na hora de distribuir as tarefas convm respeitar as iniciativasda criana: no que diz respeito tarefa escolhida, ou melhor

    quanto forma de cumpri-la. Se puder escolher livrementeestar a exercitar a sua responsabilidade. Deve-se procurarque cada criana tenha uma tarefa que possa cumprir bem.Desta forma poder experimentar a satisfao do trabalho bemfeito e ver reforado o seu prprio sentimento de autoestima.

    Noo de responsabilidade

  • 7/25/2019 Socializao e Formas de Intervenao UFCD3251

    147/186

    Noo de responsabilidade

    Para isso importante que os pais recompensemperiodicamente o comportamento responsvel. Pelo contrriose continuamente forem criticadas, ridicularizadas ouapelidadas de irresponsveis, as crianas acabaro poracreditar que o so e comportar-se-o como tal.

    ELOGIE O SEU FILHOQUANDO SE COMPORTADE FORMA RESPONSVEL

    Noo de responsabilidade

  • 7/25/2019 Socializao e Formas de Intervenao UFCD3251

    148/186

    Noo de responsabilidade

    A medida que vo crescendo, deve-se procurar que amotivao para cumprir com as suas responsabilidadesprovenha delas. Para isso deve-se conversar muito com ascrianas e fomentar a sua capacidade de reflexo. Devemosajuda-las a considerar as coisas e argumentar, examinando asrazes ou motivos que aconselham atuar de um modo ououtro; a prever as consequncias de suas decises livre e a

    atuar em consequncia disso.Entre os 6 e os 11 anos esto em pleno perodo sensitivo daresponsabilidade. Podemos estimular a sua responsabilidadedas seguintes formas:

    Mediante as tarefas ou responsabilidades familiares.

    Ensinando-as a tomar decises.

    Noo de responsabilidade

  • 7/25/2019 Socializao e Formas de Intervenao UFCD3251

    149/186

    Noo de responsabilidade

    Habituando-a a:Prestar contas de seu trabalho e das tarefas que lhe foramincutidas.

    Prestar contas do dinheiro que utiliza.

    Realizar bem os seus trabalhos sem interrupes.

    Terminar as atividades que comea.

    Valorizar a qualidade do trabalho realizado.

    Usar responsavelmente seu material e cuid-lo.

    Aceitar a responsabilidade de seus erros.

    Noo de responsabilidade

  • 7/25/2019 Socializao e Formas de Intervenao UFCD3251

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    Noo de responsabilidade

    J na adolescncia h poucas coisas nas quais no devemosresponsabiliz-lo. Podemos, por exemplo, encarrega-lo de querealize por si prprio os procedimentos para se matricular, tiraro documento de identidade ... A esta idade deve-se informa-lodo problemas familiares, das necessidades econmicas e pedira sua opinio hora de tomar decises que afetem todos.

    Assim, se desde pequenos se habituarem a assumirresponsabilidades, quando se tornarem mais independentes,estaro preparados para enfrentar a sua prpria vida.

    Desenvolvimento da autonomia

  • 7/25/2019 Socializao e Formas de Intervenao UFCD3251

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    Desenvolvimento da autonomia

    medida que amadurecem - fsica, cognitiva eemocionalmente - as crianas procuram independnciados prprios adultos aos quais esto apegadas.

    Ocorre um desenvolvimento na personalidade marcadopela mudana do controlo externo para o autocontrolo.

    Os "terrveis 2 anos" so uma manifestao normal danecessidade de autonomia.

    As crianas nessa idade precisam testar a nova ideia deque so indivduos, que possuem algum controle sobre oseu mundo e que possuem novas e empolgantescapacidades.

    Desenvolvimento da autonomia

  • 7/25/2019 Socializao e Formas de Intervenao UFCD3251

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    Desenvolvimento da autonomia

    So impulsionadas a experimentar a suas novas ideias,exercitar as suas prprias preferncias e tomar as suasprprias decises. Esse impulso normalmentemanifesta-se na forma de negativismo, a tendncia deexclamar "No!" apenas para se opor autoridade.

    As expresses de vontade prpria das crianas tm deser encaradas como um esforo normal e saudvel porindependncia, e no como teimosia, os pais e outroscuidadores podem ajud-las a adquirir autocontrole,contribuir para seu senso de competncia e evitar

    conflitos excessivos.

    comportamento pessoal e social

  • 7/25/2019 Socializao e Formas de Intervenao UFCD3251

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    comportamento pessoal e social

    O desenvolvimento pessoal e social das crianas estintimamente ligado ao desenvolvimento da suapersonalidade, implicando o desenvolvimento das suascapacidades;

    E, ainda, pelo estabelecimento de parmetros de relaoentre a criana e os outros, o que pressupe aaprendizagem de valores, normas e regras de conduta,modos de pensar e de agir e a apropriao decapacidades expressivas e comunicativas.

    Comportamento pessoal e social

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    Comportamento pessoal e social

    A educao deve organizar-se em torno de quatroaprendizagens fundamentais que, ao longo de toda avida, sero de algum modo para cada indivduo, ospilares do conhecimento:

    aprender a conhecer;aprender a fazer;aprender a viver juntos;aprender a ser.

    Comportamento pessoal e social

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    Comportamento pessoal e social

    Odesenvolvimento pessoal e socialabrange as aptidesnecessrias para a criana compreender e lidar com osseus sentimentos, interagir com outras pessoas eafirmar-se como pessoa.

    Esse desenvolvimento baseia-se no seu relacionamentocom os pais e outras pessoas, abrange o que ela pensade si mesma, como aprendiz, e o seu sentido deresponsabilidade perante si e os outros.

    Comportamento pessoal e social

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    Comportamento pessoal e social

    As relaes com pares assumem um papelparticularmente relevante no domnio da competnciasocial na medida em que contribuem ativamente para odesenvolvimento de um comportamento socialmenteadaptado.

    A forma como a criana assume comportamentos sociaisadaptados e inibe os comportamentos aversivosdetermina a qualidade das relaes com pares.

    Componentes da competncia social

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    Componentes da competncia social

    Existem dois indicadores que parecem determinar acompetncia social das crianas. Um deles refere-se qualidade do comportamento social exibido pela crianaem determinado contexto sociale um outro aoestatutosocial que a criana adquire no grupo de pares.

    Comportamento social

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    Comportamento social

    A competncia social encarada como umconstructo multidimensional e interativo queintegra trs componentes:Habilidades sociais eficazes,

    Ausncia de comportamentos inadaptadosNveis de realizao acadmica apropriados escolaridade.

    Habilidades sociais

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    Habilidades sociaisDestacam-se as suas principais caractersticas:

    So os comportamentos adquiridos fundamentalmente atravsda aprendizagem,

    Integram os aspetos verbais e no verbais;

    Incluem iniciativas e respostas adequadas;

    Implicam o reforo social;

    Tm uma natureza recproca e heterognea,

    Dependem das caractersticas do meio;

    Esto orientadas para a consecuo de objetivos.

    Habilidades sociais

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    Habilidades sociais

    As habilidades sociais assumem funes importantes nodesenvolvimento social, de entre as quais se destaca:a aprendizagem da reciprocidade,

    a adoo de papis,

    o controlo das situaes,

    a promoo de comportamentos de cooperao e deregulao de conduta,

    o apoio emocional,

    aprendizagem do papel sexual.

    Problemas de comportamento

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    Problemas de comportamento

    Destacaremos agora uma outra dimenso dacompetncia social, o ajustamento comportamental,manifesto atravs de problemas de comportamentointernalizados e/ou externalizados.

    Os problemas internalizados manifestam-se atravs deum conjunto de sintomas como a timidez, o isolamentosocial, a ansiedade, as perturbaes somticas, atristeza e o humor deprimido.

    Problemas de comportamento

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    Problemas de comportamento

    Os comportamentos hostis, a agressividade, aimpulsividade, o desafio e comportamentos anti-sociaisso os sintomas que caracterizam os problemasexternalizados.

    Estes so o resultado de capacidades de regulaoinadequadas, que impedem a internalizao e odesenvolvimento de um sistema de valores que oriente ocomportamento da criana, sendo esta governada pelassuas prprias necessidades.

    Validao social

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    Validao socialCrianas rejeitadas:caracterizadas por agressividade, violao de regras,hiperatividade e disruptividade. A agresso e oscomportamentos disruptivos parecem estar associados rejeio, sobretudo nos rapazes.

    ausncia de competncias pr-sociais, que os impede de

    estabelecer relaes positivas com os pares.Verifica-se que estas crianas apresentam, no incio doestabelecimento de relaes sociais, elevados nveis deprocura de contactos. No entanto, elas so na maior parte doscasos, afastadas pelos seus colegas, diminuindoprogressivamente o nmero e a frequncia dos contactos.

    As crianas rejeitadas, sobretudo as raparigas, apresentamelevados ndices de isolamento social.

    Validao social

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    Crianas negligenciadas:raramente se envolvem em comportamentos antissociais. Ospares no as encaram como agressivas mas apenas comotmidas

    So crianas que evitam tambm as relaes didicas, o quepode sugerir uma certa dificuldade em estabelecer relaes demaior profundidade

    No entanto, tambm se verificou que estas crianas quandocolocadas em grupos novos, podem acabar por estabelecerrelao mais adequadas e atingir at estatutos mais elevados.Mesmo nessas situaes, elas continuam a ser as crianas que

    apresentam menores ndices de agressividade.

    Validao Social

  • 7/25/2019 Socializao e Formas de Intervenao UFCD3251

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    Crianas Controversas

    Estas crianas podem ser extremamente agradveis comalguns pares e extremamente desagradveis com outros.

    Estas so as crianas socialmente mais ativas, envolvem-sefrequentemente em interaes sociais e raramente aparecemsozinhas. Falam frequentemente com os pares e com osadultos e fazem-nos rir com o seu humor.

    Esto tambm entre o conjunto de crianas mais agressivas edevido aos seus comportamentos so as mais repreendidaspelos adultos. Enfurecem-se facilmente, e curiosamentesurgem frequentemente como lderes dos seus grupos.

    Validao social

  • 7/25/2019 Socializao e Formas de Intervenao UFCD3251

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    Crianas populares

    apresentam-se como as mais agradveis, mais cooperantes ede bom trato; as menos agressivas e as menos difceis, passampouco tempo em atividades solitrias ou inapropriadas e maistempo a conversar.

    Este grupo de crianas apresenta tambm maiscomportamentos assertivos e de liderana do que asrestantes.

    Aparecem menos sujeitas a comportamentos agressivos porparte dos colegas, facilitando a sua permanncia nesseestatuto, pois desta forma no necessitam de apresentar

    comportamentos aversivos.

    Validao social

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    So mais desejadas/escolhidas para participar na interaocom pares, porque esto mais expostas ao contacto com osoutros (e aos seus pontos de vista), tendo mais oportunidadesde considerar outras perspetivas para alm da sua.

    Envolvem-se mais em interaes positivas do que as restantescrianas, parecendo que, para elas, a qualidade da interao

    mais importante do que a frequncia.Finalmente, de realar que os comportamentos quedistinguem uma criana popular de uma no popular, novariam muito entre a idade escolar e os perodos anteriores, exceo da maior importncia atribudas s competnciasatlticas e acadmicas na idade escolar.

    Bandura e a Aprendizagem social

  • 7/25/2019 Socializao e Formas de Intervenao UFCD3251

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    p g

    A aprendizagem social porOBSERVAO ou porMODELAO, foi desenvolvida porAlbert Bandura.

    Desenvolveu um conjunto de

    experincia para fundamentar asua teoria.

    Algumas ideias sobre este modelo

  • 7/25/2019 Socializao e Formas de Intervenao UFCD3251

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    gDescobriu que a experincia dos outros pode conduzir aquisio de novos comportamentos. Assim, um individuopode adquirir um novo comportamento a partir da observaode um modelo.

    Seria atravs de um processo - que o psiclogo designa porMODELAO que envolve aobservao, a imitao e a

    integrao. Em que a pessoa aprende um comportamento quepassa a integrar o seu quadro de respostas.

    A aprendizagem processa-se atravs da socializao, queacontece desde o nascimento at morte do individuo.

    Aprendizagem social

  • 7/25/2019 Socializao e Formas de Intervenao UFCD3251

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    p gUm comportamento pode tambm ser adquirido atravsde um conjunto deinstrues fornecidas ao sujeito.

    Ex. podemos aprender a utilizar o programa de umcomputador atravs da descrio dos procedimentos quedevemos seguir (que podem estar registados num manualou ser transmitidos por uma pessoa).

    Aprendizagem social

  • 7/25/2019 Socializao e Formas de Intervenao UFCD3251

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    p gBandura refora a importncia doreforoneste tipo deaprendizagem, distinguindo:

    REFORO DIRETO

    DeREFORO VICARIANTE

    Aprendizagem social

  • 7/25/2019 Socializao e Formas de Intervenao UFCD3251

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    Reforo direto

    A seguir ao comportamentodesejado, o sujeito reforado.EX. a criana que segura bemo lpis quando comea aescrever ouve um elogio, reforada

    Reforo vicariante

    O reforo recebido pelomodelo.

    EX. a criana observa queuma pessoa, por terdeterminado comportamento, recompensada. Este factoestimula-a a imitar este

    comportamento.

    Fatores que influenciam a Aprendizagem social

  • 7/25/2019 Socializao e Formas de Intervenao UFCD3251

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    Fatores queinfluenciam a AS

    Caractersticas domodelo

    Proximidadeafetiva;Gnero;Idade;

    Estatuto.

    Caratersticaspessoais de quem

    aprende

    Ateno;

    Motivao;

    Expetativas;Noo de eficcia.

    Experimentao de Bandura

  • 7/25/2019 Socializao e Formas de Intervenao UFCD3251

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    Aprendizagem observacional do comportamentoagressivo.

    Bandura mostrou a crianas com 4 anos de idade umfilme em que um adulto esmurrava e pontapeava umboneco insuflvel.

    Bandura dividiu o grupo de 66 crianas em 3 grupos de22 elementos cada.

    Experimentao de Bandura

  • 7/25/2019 Socializao e Formas de Intervenao UFCD3251

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    No filme um modelos adulto encaminhava-se na direodo boneco insuflvel (de grande dimenso) e ordenava-lhe que sasse da sua frente.

    Como facilmente se compreendo boneco no obedeciae era vitima de uma serie de atos agressivos.

    Todas as crianas assistiram ao filme, mas este teve umfinal diferente por cada grupo de crianas, ou seja, 3verses diferentes das consequncias docomportamento do adulto eram exibidas.

    Experimentao de Bandura

  • 7/25/2019 Socializao e Formas de Intervenao UFCD3251

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    1 Grupo

    O adulto agressivoera recompensadopor outro adulto

    que o elogiava edava-lhe uma

    grande quantidadede doces

    GRUPO DE MODELORECOMPENSADO

    2 Grupo

    O adulto agressivofoi asperamente

    censurado poroutro adulto que ochamou de m

    pessoa

    GRUPO DE MODELOPUNIDO

    3 Grupo

    No foram

    exibidasconsequncias

    GRUPO DE MODELONEUTRO

    Experimentao de Bandura

  • 7/25/2019 Socializao e Formas de Intervenao UFCD3251

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    Depois de visionarem o filme, foi permitido s crianasdos vrios grupos brincarem com o boneco insuflvel eoutros brinquedos.

    As crianas do grupo que viram o adultos a serrecompensado pelo seu comportamento agressivomostraram maior ndice de agressividade do que as

    outras, imitando os atos dos adultos.

    Concluses de Bandura

  • 7/25/2019 Socializao e Formas de Intervenao UFCD3251

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    As crianas de todos os grupos tinham aprend