social shopping em redes sociais - run: página principal · de redes sociais que atrai muitos...

102
i Social Shopping em redes sociais Joana Filipa da Silva Ferreira Potencial e vantagens do social shopping em Portugal Dissertação apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Gestão de Informação

Upload: others

Post on 21-Jul-2020

0 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

i

Social Shopping em redes sociais

Joana Filipa da Silva Ferreira

Potencial e vantagens do social shopping em Portugal

Dissertação apresentada como requisito parcial para

obtenção do grau de Mestre em Gestão de Informação

Page 2: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

ii

NOVA Information Management School

Instituto Superior de Estatística e Gestão de Informação

Universidade Nova de Lisboa

SOCIAL SHOPPING EM REDES SOCIAIS

por

Joana Filipa da Silva Ferreira

Dissertação apresentada como requisito parcial para a obtenção do grau de Mestre em Gestão de

Informação, Especialização em Gestão do Conhecimento e Business Intelligence

Orientador: Professor Doutor Vítor Santos

Agosto 2018

Page 3: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

iii

AGRADECIMENTOS

Um grande obrigado

aos meus pais,

ao meu tio Pedro,

à minha família,

aos meus amigos,

e ao Professor Doutor Vítor Santos.

Joana Ferreira, Agosto de 2018

Page 4: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

iv

RESUMO

As redes sociais estão cada vez mais presentes no nosso dia-a-dia com influência tanto na vida pessoal

como profissional. Dada a sua omnipresença, é importante perceber como afectam o consumidor nas

suas compras, quer online quer presencialmente, através do estudo dos comportamentos e atitudes

do consumidor que despoletam as compras.

Devido ao interesse neste tema, foi realizada uma investigação sobre social shopping nas redes

sociais, tendo como foco os consumidores portugueses. O resultado da investigação permitiu

compreender que as compras por impulso no comércio eletrónico e tradicional são influenciadas por

recomendações de “amigos” e que as comunidades virtuais não afectam as compras efectuadas online.

PALAVRAS-CHAVE

Redes sociais; Social Shopping; Recomendações online; Social media; Comunidades virtuais ou online.

Page 5: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

v

ABSTRACT

Social networks are increasingly present in our day-to-day life with influence both in personal and

professional life. Given its ubiquity, it is important to understand how consumers affect their

purchases, both online and in person, through the study of consumer behaviors and attitudes that

trigger purchases.

Due to the interest in this theme, an investigation was carried out on social shopping in social networks,

focusing on Portuguese consumers. The research results showed that impulse purchases in e-

commerce are influenced by recommendations from "friends" and that virtual communities do not

affect purchases made online.

KEYWORDS

Social networks; Social Shopping; Online recommendations; Social media; Virtual communities or

online.

Page 6: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

vi

ÍNDICE

1. Introdução .................................................................................................................. 10

1.1. Enquadramento ................................................................................................... 10

1.2. Motivação ............................................................................................................ 12

1.3. Objectivo.............................................................................................................. 12

2. Comportamentos do consumidor nas compras online .............................................. 13

2.1. Psicologia do consumidor .................................................................................... 13

2.1.1. Despoletadores do Consumidor ................................................................... 14

2.1.2. Compra por impulso ..................................................................................... 28

2.1.3. Psicologia e marketing social........................................................................ 33

2.2. Social Media/Comunidades online ...................................................................... 38

2.2.1. Web 3.0 – A Web Social ............................................................................... 42

2.2.2. Redes Sociais ................................................................................................ 47

2.2.3. Redes Sociais e Business............................................................................... 49

2.2.4. Social Shopping ............................................................................................. 51

3. Metodologia ............................................................................................................... 57

3.1. Questionário (Survey) .......................................................................................... 57

3.2. Estratégia de investigação ................................................................................... 58

4. Estudo ......................................................................................................................... 60

4.1. Premissas da investigação ................................................................................... 60

4.2. Realização do estudo ........................................................................................... 60

4.2.1. Caracterização da amostra ........................................................................... 61

4.3. Análise ................................................................................................................. 63

4.3.1. Análise descritiva .......................................................................................... 63

4.3.2. Análise correlacional .................................................................................... 69

4.3.3. Análise por regras de associação ................................................................. 73

4.4. Discussão de resultados ...................................................................................... 75

5. Conclusões .................................................................................................................. 77

5.1. Síntese do trabalho desenvolvido ....................................................................... 77

5.2. Limitações ............................................................................................................ 77

5.3. Trabalho Futuro ................................................................................................... 78

Bibliografia ...................................................................................................................... 79

Page 7: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

vii

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 - O conceito fundamental de rede social ................................................................... 11

Figura 2 - Evolução dos utilizadores das redes sociais a nível mundial ................................... 11

Figura 3 – Framework de crenças e intenções de compra ...................................................... 18

Figura 4 - Modelo de pesquisa ................................................................................................. 33

Figura 5 - Comparação da Web 1.0 & Web 2.0 ........................................................................ 43

Figura 6 - Página de documento (Berners-Lee & Fischetti, 2014) ........................................... 44

Figura 7 - Dados da web (Berners-Lee & Fischetti, 2014) ........................................................ 45

Figura 8 - O favo de mel dos social media ............................................................................... 50

Figura 9 - Modelo de Social Shopping com “basket” de compras autodefinido ..................... 56

Figura 10 - Questão "Qual o seu sexo?" ................................................................................... 61

Figura 11 - Questão "Qual a sua faixa etária?" ........................................................................ 61

Figura 12 - Questão "Qual o seu grau de escolaridade completo?" ........................................ 62

Figura 13 - Questão "É utilizador de redes sociais?" ............................................................... 63

Figura 14 - Questão "Costuma realizar compras online?" ....................................................... 63

Figura 15 - Questão "Quais os factores que tem em conta quando navega no site para fazer a

compra? (Indique os 3 mais importantes)” ..................................................................... 64

Figura 16 - Questão "Quando está a efectuar uma compra online o que mais valoriza? (Indique

os 3 mais importantes)" ................................................................................................... 65

Figura 17 - Questão "Quando faz um comentário sobre um produto quais as suas motivações?

(Indique os 3 mais importantes)" ..................................................................................... 65

Figura 18 - Questão "Quando pesquisa por um produto que factores tem em conta para o

comprar? (Indique os 3 mais importantes)" .................................................................... 66

Figura 19 - Questão "Se tivesse que avaliar as suas compras por impulso diria que estas

acontecem quando:" ........................................................................................................ 66

Figura 20 – Questão “Faz parte de alguma comunidade online? (ex: OLX, eBay, LinkedIn, etc)"

.......................................................................................................................................... 67

Figura 21 - Questão "Quais os factores que tem em conta na construção da sua confiança em

relação aos social media? (Indique os 3 mais importantes)" .......................................... 67

Figura 22 - Questão "Nos últimos 3 meses fez uma compra que teve como ponto de partida as

redes sociais?" .................................................................................................................. 68

Figura 23 - Questão "Confia em comentários efectuados pelos seus "amigos" nas redes

sociais?" ............................................................................................................................ 68

Page 8: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

viii

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1 - Comércio tradicional & Comércio electrónico ........................................................ 20

Tabela 2 - Motivos de Word-Of-Mouth ................................................................................... 23

Tabela 3 - Comparação da Web 1.0, Web 2.0 e Web 3.0 ......................................................... 46

Tabela 4 - Compras por impulso no comércio electrónico ...................................................... 70

Tabela 5 - Compras por impulso no comércio electrónico - variáveis socioeconómicas ........ 71

Tabela 6 - Compras por impulso no comércio tradicional ....................................................... 71

Tabela 7 - Compras por impulso no comércio tradicional - variáveis socioeconómicas ......... 72

Tabela 8 - Regra de associação de compras por impulso no comércio electrónico ................ 73

Tabela 9 - Compras por impulso no comércio electrónico ...................................................... 74

Tabela 10 - Regra de associação de compras por impulso no comércio tradicional ............... 74

Page 9: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

ix

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

eWOM Electronic word-of-mouth

FAQ Frequent Asked Questions

HTML HyperText Markup Language

HTTP Hypertext Transfer Protocol

PT Portugal Telecom

RDF Resource Description Framework

RSS Really Simple Syndication

Saas Software as a service

SNS Social Network Service

TAP Tap Air Portugal

TRA Teoria da acção fundamentada

URL Uniform Resource Locator

WOM Word-of-Mouth

WWW World Wide Web

Page 10: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

10

1. INTRODUÇÃO

Neste capítulo é exposto o enquadramento, a motivação e o objectivo desta investigação que tem

como premissa as compras dos consumidores no e-commerce.

1.1. ENQUADRAMENTO

O termo “Web 2.0”, segundo Tim O’Reilly, define-se pela existência de sites e serviços que dependem

da criação de conteúdo por parte dos utilizadores (Newman, Chang, Walters, & Wills, 2016). Passados

dois anos, Murugesan, definiu Web 2.0 como uma introdução de “links entre pessoas” online, além

dos links da Web estabelecidos entre documentos (Newman et al., 2016). Este conceito traduz-se na

possibilidade de os utilizadores não só de se conectarem com amigos, colegas e família, mas também

com eventos, grupos de interesse, empresas e outras entidades. Esta nova realidade permite aos

utilizadores receber actualizações de multimédia por outras entidades e de, livremente, criar um perfil

online.

Em 2010, segundo Berners-Lee, surgiu um novo conceito, “user tie-in”, que afirma que é menos

provável os consumidores associarem-se a um serviço social se os amigos não o estiverem a usar

(Newman et al., 2016). Uma vez que, o serviço social não é lucrativo se operar sem utilizadores, as

empresas tiveram que adequar o seu modelo de negócio, direccionando campanhas de marketing nas

redes sociais de maneira a tornar o seu serviço lucrativo. Assim, estas são agora, tipicamente,

direccionadas a pessoas e conteúdos das redes sociais aos “amigos” que estão associados a

promoções, levando os “amigos dos amigos” a ter uma actualização da promoção que vêem como

recomendação de quem confiam e que vão prestar atenção (Newman et al., 2016).

Jin et al. (2013), referem que as redes sociais, tal como, o Facebook, Twitter, Google+, LinkedIn

e FourSquare começaram a ser extremamente populares em todo o mundo e têm um papel

significante no dia a dia das pessoas. Também Rathore et al. (2017) afirmam que as redes sociais

definem-se como um tipo de serviço web para estabelecer uma conexão virtual entre pessoas com

interesses, origens e actividades similares. Estas permitem que os utilizadores encontrem amigos e

que expandam o seu círculo de amizades, partilhando os seus interesses através de vídeos, fotos e

actividades, entre outros. O conceito fundamental dos serviços de redes sociais pode ser resumido na

Figura 1.

Page 11: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

11

Nos últimos anos, o Facebook e o Twitter constituíram-se como o meio de comunicação online

para biliões de utilizadores. Estes serviços permitem a criação de um perfil e um mecanismo de

comunicação que permite a conexão com amigos, famílias e até desconhecidos devido à partilha de

informação pessoal, interacção com outros utilizadores e pesquisa de outros perfis online do seu

interesse. Também podem ser utilizadas para atingir objectivos no mundo profissional, no

entretenimento e educação dos utilizadores (Rathore et al., 2017).

Um dos desenvolvimentos mais importantes nas plataformas de e-Commerce nas décadas

Um dos desenvolvimentos mais importantes nas plataformas de e-Commerce nos últimos anos tem

sido o aumento explosivo das recomendações sociais, isto é, as recomendações do produto feitas por

outros consumidores, resultado do aumento da colaboração entre plataformas de e-Commerce e redes

sociais que permitiram aos consumidores aceder a recomendações de diferentes pessoas nas suas

redes sociais (Song, Yi, & Huang, 2017). Essas recomendações podem ter génese em amigos e

Figura 1 - O conceito fundamental de rede social

Figura 2 - Evolução dos utilizadores das redes sociais a nível mundial

Page 12: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

12

familiares com quem interagem frequentemente, ou através de relações socias distantes e interacções

não frequentes (i.e. conhecidos ou pessoas estranhas, designando-se por laços fracos) (Granovetter,

1973). Deste modo, é importante para o negócio, nomeadamente para fornecedores de plataformas

e empresas online, entender como os utilizadores são afectados enquanto consumidores por

recomendações de diferentes tipos laços de proximidade afectiva.

1.2. MOTIVAÇÃO

Tal como afirma Guo et al. (2017), assiste-se na actualidade a uma maior partilha de conteúdos de

multimédia. Por outro lado, os autores Chang et al. (2017) apontam para a disponibilidade de serviços

de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes

viabilizam a criação de conteúdos de informação para a sua publicação em blogs, sites de redes sociais

e plataformas de partilha online. Também, os social network system, são benéficos para o negócio,

facilitando a pesquisa de produtos e serviços, vendas e marketing. Nesse sentido, a adopção de social

network system facilita a colaboração entre amigos, aumenta a produtividade de empregados na

empresa e potencia a relação com os seus clientes (Chang et al., 2017).

Segundo Kim et al. (2013), o utilizador dá uma maior enfase às compras em conjunto, referindo

que a compra colaborativa online cresceu com a omnipresença das redes sociais, sendo assim

relevante perceber quais os meios de informação e as redes sociais que influenciam as compras dos

utilizadores. Este foi o ponto de partida para motivar o estudo deste fenómeno no presente trabalho.

1.3. OBJECTIVO

O objectivo principal desta investigação é contribuir para a compreensão do potencial benefício das

redes sociais para o consumidor, nomeadamente, permitindo-lhe adquirir bens e serviços melhores e

mais económicos. Para tal, consideram-me os seguintes objectivos intermédios:

• Compreender os mecanismos psicossociais associados ao tema;

• Compreender qual o papel das redes sociais na compra dos consumidores;

• Identificar se as recomendações dos “amigos” e familiares influenciam as decisões dos

consumidores;

• Identificar se a participação em comunidades virtuais modifica as compras dos consumidores

portugueses;

Page 13: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

13

2. COMPORTAMENTOS DO CONSUMIDOR NAS COMPRAS ONLINE

2.1. PSICOLOGIA DO CONSUMIDOR

As formas tradicionais de compreender o comportamento do consumidor, segmentar mercados,

definir políticas e estratégias de marketing têm sofrido mudanças significativas ao longo do século XXI.

De acordo com Almeida et al. (2011), a influência dessas mudanças deve-se à abertura de mercados,

às mudanças no capitalismo e, principalmente, à forma como as novas tecnologias têm modificado o

modo como as pessoas trabalham, se relacionam e compram, permitindo criar sinergias entre

consumidores e organizações. Com efeito, a Internet tem alterado a maneira como os consumidores

interagem entre si e com as empresas, utilizando uma relação directa, eliminando intermediários nos

processos de compra e na comunicação. A mudança de foco gerou novas perspectivas, que se

delineiam a partir do uso da Internet como veículo de comunicação e meio da interactividade.

Um consumidor é definido como sendo um individuo que compra bens e serviços disponíveis

no mercado. Por um lado, existe o estudo do comportamento do consumidor que se caracteriza por

analisar as várias etapas que este alcança até adquirir produtos ou serviços para consumo final (“What

is Consumer Behaviour - Meaning, Concepts, PPT,” n.d.); por outro, existe o interesse em estudar o

comportamento de como determinados clientes, grupos ou organizações seleccionam, compram,

usam, dispõem as ideias, bens e serviços para satisfazer as suas necessidades e desejos, tendo como

objectivo referir-se às acções dos consumidores no mercado e aos motivos subjacentes a essas acções

(Consumer Behaviour: Meaning/Definition and Nature of Consumer Behaviour, 2014).

Houston (1986), definiu o marketing como um estado de espírito empresarial que insiste na

integração e coordenação de todas as funções de marketing que, por sua vez, são combinadas com

outras funções empresariais, para o objectivo básico de produzir o máximo lucro empresarial de longo

alcance. Por outro lado, o marketing definiu-se como orientação do consumidor externo, em contraste

com a preocupação e orientação interna em torno da função de produção; metas de lucro como

alternativa aos objectivos de volume de vendas e completa integração do esforço organizacional e

operacional. Ao longo dos anos, a definição de marketing evoluiu numa orientação para o cliente, ou

seja, uma organização apura todos os seus esforços para satisfazer os seus clientes, tendo sempre em

vista o lucro (Houston, 1986). O conceito de marketing sustenta a chave para atingir os objectivos

organizacionais, determinando as necessidades e desejos dos mercados alvos, isto é, exigindo que a

maior parte do esforço seja dedicado a descobrir os desejos de um público-alvo e, em seguida, criar os

bens e serviços para satisfazê-los (Houston, 1986).

Page 14: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

14

2.1.1. Despoletadores do Consumidor

De acordo Kim et al. (2008), o comércio na Internet assiste a uma taxa de crescimento constante, o

que torna um modo de compras escolhido para muitos consumidores. O ambiente de comércio

electrónico permite aos consumidores pesquisar por informação e comprar produtos ou serviços

através de interacção directa com a loja online (Park & Kim, 2003). Um consumidor baseia-se, acima

de tudo, na aparência do ciberespaço, como por exemplo, fotografias, imagens, qualidade da

informação e vídeo clips do produto, em vez da experiência real (Kolesar & Galbraith, 2003; Lohse &

Spiller, 1998). Deste modo, comprar na loja online é como comprar num centro comercial através de

um catálogo, em ambos os casos, o consumidor não pode ter uma relação directa com os produtos

(tocar ou sentir o cheiro, por exemplo) (Spiller & Lohse, 1997). Portanto, a promessa de um comércio

electrónico e do comércio online depende, em grande extensão, das interfaces dos utilizadores e como

interagem com outros meios digitais (Griffith, Krampf, & Palmer, 2001; Hoque & Lohse, 1999a). Além

disso, as características da apresentação de informações, navegação, realização de pedidos nas

compras interactivas são consideradas mais importantes na construção da confiança do comércio

electrónico do que no tradicional (Alba et al., 1997a; Reynolds, 2000).

Segundo Park & Kim (2003), vários estudos classificaram as principais características de lojas

online em quatro categorias: mercadoria, serviço ao cliente e promoções, navegação e conveniência,

e segurança. A mercadoria, inclui características relacionadas com o produto, tais como, variedade e

informações sobre o mesmo. De acordo com o estudo de Lohse & Spille (1998), as grandes lojas online

são menos eficazes do que as pequenas na conversão do tráfego do site em vendas devido à

dificuldade do consumidor em encontrar os produtos que deseja. Argumenta-se que, uma vez que o

papel principal de uma loja online é fornecer informações sobre preços e detalhes do produto para

ajudar a reduzir o custo de procura dos consumidores (Bakos, 1997), as informações mais amplas e de

maior qualidade disponíveis online levam a melhores decisões de compra e níveis mais altos de

satisfação do consumidor (Peterson, Balasubramanian, & Bronnenberg, 1997). As lojas de compra

online podem oferecer hiperligações para informações de produtos mais extensas, como comparação

de preços, testemunhos de produtos (por exemplo, revisões em lojas online) e demonstrações de

produtos (por exemplo, downloads de software) (Park & Kim, 2003).

Em relação à segunda característica, serviço ao cliente e promoções, os clientes procuram

cuidado e comunicação útil através de barreiras geográficas (Lohse & Spiller, 1998). Deste modo Park

& Kim (2003), caracterizam o serviço de atendimento ao cliente, como sendo o atendimento de vendas

para selecção de mercadorias e políticas de crédito, devolução e pagamento. Os clientes requerem

ajuda com selecção de produtos, informações de contacto para representantes de vendas, uma secção

de perguntas frequentes (FAQ) para respostas rápidas e informações sobre o custo de envio e apoio.

Page 15: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

15

As promoções envolvem eventos de publicidade e vendas que atraem clientes, tais como esquemas

de compradores frequentes e dicas relacionadas ao produto (Park & Kim, 2003).

A navegação e conveniência, terceira característica, está relacionada com a interface do

utilizador na loja online (Park & Kim, 2003). Uma vez que a interface influencia a experiência dos

utilizadores interagindo com a oferta de produtos e serviços do retalhista (Griffith et al., 2001), um

sistema de interface bem desenhado pode reduzir o custo de pesquisa dos consumidores e o tempo

necessário para o processamento de informações (Park & Kim, 2003). Por conseguinte, irá minimizar

o esforço necessário para efectuar uma escolha e as tarefas de compra (Hoque & Lohse, 1999b). As

compras online são consideradas agradáveis e satisfatórias para os consumidores quando os sites são

rápidos, organizados e fáceis de navegar (C. Park & Kim, 2003), que economizam o tempo de compra

e o esforço cognitivo que os consumidores gastam para descobrir como comprar efectivamente online

(Szymanski & Hise, 2000). As funções gerais de ajuda incluem informação sobre navegação na loja ou

o uso de pedidos, como a função do carrinho de compras disponível (Park & Kim, 2003). Por último, a

segurança das transacções online foi sempre uma preocupação no comércio electrónico (Elliot &

Fowell, 2000; Liao & Cheung, 2001; Szymanski & Hise, 2000). Os consumidores estão preocupados com

a divulgação das suas informações privadas e financeiras (Park & Kim, 2003). Assim, apesar de a

maioria dos sites de compras online fornecer políticas de protecção de privacidade de informações

pessoais e garantia de segurança na transacção essa informação não é esclarecedora., não oferecem

informações detalhadas sobre como a transacção e os dados pessoais são garantidos (Elliot & Fowell,

2000). Os clientes tendem, assim, a ter comportamentos relacionais com outros consumidores de

modo a alcançar uma maior eficiência nas suas decisões, nomeadamente, reduzir o processamento de

informação, alcançar uma maior consistência cognitiva nas decisões e reduzir os riscos associados ao

futuro das escolhas (Sheth & Parvatlyar, 1995)(C. Park & Kim, 2003)(C. Park & Kim, 2003)(C. Park &

Kim, 2003)(C. Park & Kim, 2003)(C. Park & Kim, 2003)(C. Park & Kim, 2003)(C. Park & Kim, 2003)(C. Park

& Kim, 2003)(C. Park & Kim, 2003)(C. Park & Kim, 2003)(C. Park & Kim, 2003)(C. Park & Kim, 2003)(C.

Park & Kim, 2003). Após um número pequeno de transacções efectuadas com sucesso, o cliente

começa a sentir-se seguro com o serviço prestado e com o vendedor (Ravald & Grönroos, 1996).

Quando esta confiança é conquistada, assumem que a empresa vai satisfazer as suas necessidades no

futuro, ficando assim comprometidos com a empresa (Park & Kim, 2003).

Vários estudos demonstraram assim que a confiança é um pré-requisito para o comércio bem-

sucedido, uma vez que os consumidores hesitam em que fazer as compras se não confiarem no

vendedor (Gefen, 2002a; Sirkka Jarvenpaa, Tractinsky, & Saarinen, 1999; Kim, Song, Braynov, & Rao,

2005; Urban, Sultan, & Qualls, 2000), sendo ainda mais importante nas transacções electrónicas

(cibernéticas) do que nas tradicionais devido à periodicidade em que ocorrem e ao pagamento não ser

instantâneo (Kim et al., 2008). A confiança no comércio electrónico é focada nos processos de

Page 16: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

16

transacção (Kim et al., 2005), contrariamente ao comércio tradicional que se foca nos relacionamentos

pessoais presenciais. Kim et al. (2008), enfatizam que a chave para o sucesso do comércio electrónico

é a criação de processos de transacções confiáveis, onde os vendedores criam um ambiente em que o

potencial consumidor pode estar confiante sobre quaisquer transacções.

Sendo este sentimento essencial nas relações de intercâmbio, o orçamento é um elemento

chave e está relacionado com desempenho da empresa, satisfação, vantagem competitiva e custos de

transacções, tal como a redução de custos de pesquisa do produto (Balasubramanian, Konana, &

Menon, 2003; Cummings & Bromiley, 1996; Gulati, 1995; Review & June, 1995). Contudo, as diferentes

“lentes” disciplinares da confiança tendem a ser desarticuladas, específicas para cada caso e/ou pouco

integradas (Kim et al., 2008). Por exemplo, a confiança tecnológica centra-se em questões de

privacidade, segurança, infra-estrutura pública e outros aspectos técnicos de confiança (Benantar,

2001; Hsiung, Scheurich, & Ferrante, 2001; Manchala, 2000; The, 1996), enquanto outros estudos

centram-se nos elementos sociais e comportamentais da confiança no contexto de comércio

electrónico. Nesse sentido, a investigação ainda não desenvolveu uma compreensão abrangente e

articulada dos factores que prevêem a confiança dos consumidores no contexto de comércio

electrónico. Dado o constante crescimento de Business-to-Commerce, há uma necessidade urgente de

analisar o processo de tomada de decisão do consumidor online do ponto de vista holístico,

fornecendo uma compreensão dos fenómenos complexos e dinâmicos de confiança nas trocas online

(Kim et al., 2008).

Algumas pesquisas anteriores sobre comércio tradicional focam-se na confiança interpessoal,

tal como, a confiança do consumidor no vendedor (Kim et al., 2008). À semelhança, no contexto do

comércio electrónico, os investigadores definiram a confiança como sendo uma crença. Logicamente,

esta confiança é transposta, na prática, para o Website e para a marca como um todo (Ba, Whinston,

& Zhang, 2003; Beatty, Mayer, Coleman, & Lee, 1996; Bhattacherjee, 2002; Brynjolfsson & Smith, 2000;

Czepiel, 1990; Gefen, 2002a, 2002b; Hoffman, Novak, & Peralta, 1999; D. H. McKnight, Choudhury, &

Kacmarc, 2002; D. Harrison McKnight & Chervany, 2001). Assim, a confiança pode ser definida como

uma crença subjectiva de um consumidor de que a parte ou entidade vendedora cumprirá as suas

obrigações transaccionais como o consumidor os entende (Kim et al., 2008).

Com base no modelo de aceitação da tecnologia, Davis (1989), na teoria da acção

fundamentada (TRA) (Hill, Fishbein, & Ajzen, 1977) e na teoria do comportamento planeado (The

theory of planned behavior, Organizational Behavior and Human Decision Processes), muitos estudos

de comércio electrónico enfatizam que as intenções dos consumidores em se envolverem nas

transacções online são um despoletador significativo para as suas participações no comércio

electrónico. A relação entre intenção e comportamento baseia-se no pressuposto de que os seres

humanos tentam tomar decisões racionais com base nas informações que têm ao seu dispor. Assim, a

Page 17: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

17

intenção de uma pessoa realizar ou não um comportamento é o determinante imediato do seu

comportamento real (Understanding Attitude and Predicting Social Behavior). Com base na relação

intenção-comportamento, argumenta-se que a intenção comportamental, mais concretamente, a

intenção de compra de um determinado comprador através da web, é um preditor para o consumidor

ou decisão de compra (Kim et al., 2008).

A percepção do risco por parte do consumidor é uma importante barreira para os

consumidores online quando consideram se devem comprar online (Kim et al., 2008), sendo a

percepção do risco definida como a crença que um consumidor desenvolve sobre os possíveis

resultados negativos e incertos da transacção online (Kim et al., 2008). Assim, Kim et al. (2008),

definem o risco do produto associado ao defeito que este pode ter; o risco financeiro inclui o custo de

oportunidade e o tempo, não estando relacionado com o produto, mas com o canal de marketing (a

internet) e o risco de informação, que está associado à segurança e privacidade das transacções. Por

exemplo, a exigência do envio de informações sobre o cartão de crédito do consumidor através da

internet pode provocar apreensão devido à possibilidade de fraude (Kim et al., 2008).

Desta forma, é comum um consumidor sentir-se relutante para comprar online devido à

percepção de o risco ser maior. No caso de uma loja física, os consumidores podem caminhar pela loja,

tocar e sentir os produtos antes da sua tomada de decisão. Esta sensação táctil reduz imediatamente

a percepção de risco e, provavelmente, fortalece as opiniões positivas dos clientes sobre as lojas físicas.

Em contraste, no comércio electrónico, o cliente tem que fornecer informações pessoais, tais como, o

endereço, número de telefone e informações confidenciais do cartão de crédito (Kim et al., 2008).

Por outro lado, Kim et al. (2008), afirmam que a percepção do beneficio por parte do

consumidor faz com que a sua decisão de compra possa beneficiar o comércio online em detrimento

do comércio tradicional. Contrariamente à percepção do risco, que despoleta uma potencial barreira

às compras online, um consumidor da internet que prevê o benefício fornece um maior incentivo em

fazer uma compra online. Nessas situações, quando os consumidores têm de agir, a confiança

adquirida vem como a solução para os problemas específicos de risco (Barber & Gambetta, 1992).

Assim, a confiança é particularmente relevante em condições de ignorância ou incerteza em relação a

acções desconhecidas ou incognoscíveis (Barber & Gambetta, 1992). Segundo Mayer et al. (1995), a

confiança baseia-se na crenças formadas por um indivíduo sobre as características de outra pessoa.

Com base nesta definição, Mayer et al. (1995) propuseram um modelo de confiança didáctica nas

relações organizacionais que inclui características tanto do consumidor como do vendedor que

influenciam a formação da confiança. Essas características são a habilidade, benevolência e

integridade. Assim que o consumidor sentir que as três características estão satisfeitas a confiança será

estabelecida.

Page 18: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

18

A confiança é, assim, a chave determinante para a acção em situações onde o risco de um

resultado negativo é percebido (Kim et al., 2008). Esta pode operar de dois modos para aliviar o efeito

do risco em decisões de compra online. Por um lado, a confiança é relevante em situações em que é

preciso aceitar os riscos, mas que tem um controlo incompleto sobre os mesmos (Deutschi, 1960;

Ratnasingham, 1998; Rousseau, Sitkin, Burt, & Camerer, 1998); Por outro lado, estabelece a confiança

na relação directa das compras online aos seus vendedores (Bhattacherjee, 2002; Gefen, 2002a;

Mcknight, Cummings, Chervany, Mcknight, & Chervany, 2008). A confiança deve estar directa e

positivamente relacionada com as intenções de compras (Kim et al., 2008).

A Figura 3 ilustra a lógica de compra de um consumidor: um consumidor toma uma decisão de

compra com base na intenção de compra. A intenção do consumidor é afectada pela percepção de

benefício, risco e confiança em prol da entidade de venda na internet. Assim, o consumidor terá maior

probabilidade de comprar na internet se a percepção de risco for baixa e se a percepção de benefício

e confiança for elevada (efeito directo). Quando a confiança do consumidor na parte vendedora

também for elevada, a sua intenção de compra aumentará indirectamente, reduzindo as percepções

de risco (efeito indirecto) (Kim et al., 2008).

Figura 3 – Framework de crenças e intenções de compra

Desta forma, compreender os antecedentes da confiança do consumidor e da percepção do

risco podem fornecer aos gerentes de negócios online conhecimentos e ferramentas úteis para

construir a confiança dos consumidores e geri-la na experiência de compra online (Belanger, Hiller, &

Smith, 2002). No comércio tradicional, o processo de construção de confiança é afectado pelas

características dos clientes, vendedores, empresa e interações entre ambas as partes envolvidas

(Fenneteau, I, & Ii, n.d.; Shapiro, Sheppard, & Cheraskin, 1992; Swan, Bowers, & Richardson, 1999). No

contexto de comércio electrónico, existem quatro categorias de antecedentes que influenciam a

confiança e percepção de risco dos consumidores em relação às entidades vendedoras (McKnight et

al., 2002; Walczuch, Seelen, & Lundgren, 2001). Estas categorias são baseadas na cognição

(observação), no afecto, na experiência e na personalidade (Kim et al., 2008). Os antecedentes de

confiança baseados na cognição estão associados às observações e percepções dos consumidores

Page 19: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

19

quanto às características do vendedor, como por exemplo, qualidade de informação, percepção de

protecção da privacidade, protecção de segurança, imagem de marca e design. Os antecedentes

baseados no afecto estão relacionados com as interacções indirectas com o vendedor, como o

feedback de outros, recomendações, etc (Chen et al., 1998; McAllister, 1995). Os antecedentes

baseados na experiência estão associados a experiências pessoais dos consumidores com o vendedor

e com compras online em termos gerais (Kim et al., 2008). Por último, Kim et al. (2008), menciona que

os antecedentes baseados na personalidade estão associados às características disposicionais dos

consumidores e aos hábitos de compras, que, na sua génese, são bastante estáveis pelos vendedores

online.

Segundo Alba et al. (1997b), uma das vantagens do ambiente de compras online é permitir a

redução de tempo na tomada de decisão pelos consumidores, fornecendo uma ampla selecção,

informação, confiabilidade e comparação de produtos. Visto que os compradores online tomam

decisões baseadas na informação disponível na Web, o reflexo da sua satisfação ou insatisfação

reflecte-se numa reacção emocional proveniente do serviço prestado (Park & Kim, 2003). Por

conseguinte, o sucesso de uma loja online será determinado pela existência de informações

personalizadas para ir ao encontro das necessidades do consumidor (Kolesar & Galbraith, 2003).

Deste modo, os benefícios do utilizador ao encomendar online são a performance, a poupança

de tempo, aumento de conveniência e a redução de risco de insatisfação (Wolfinbarger & Gilly, 2001).

Em suma, o serviço ao cliente e a promoção dos produtos são críticos para a concepção de uma loja

online (Jarvenpaa & Todd, 1996; Lohse & Spiller, 1998).

Na Tabela 1, tendo como base doze factores essenciais, é apresentada uma comparação entre

o comércio tradicional e o comércio electrónico.

Page 20: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

20

Tabela 1 - Comércio tradicional & Comércio electrónico

Base para a

comparação

Comércio tradicional Comércio electrónico

Significado O comércio tradicional concentra-se na troca

de produtos e serviços.

O comércio electrónico centra-se na realização de

transacções comerciais ou informações

electronicamente.

Processamento das

transacções

Manual Automático

Acessibilidade Tempo limitado 24h×7d×365d

Inspecção física Os produtos podem ser inspeccionados

fisicamente antes da compra.

Os produtos não podem ser inspeccionados

fisicamente antes da compra.

Interacção com o

cliente

Directa Indirecta

Âmbito do negócio Limitado a uma área especifica Mundial

Intercâmbio de

informações

Nenhuma plataforma uniforme para a troca de informações

Disponibiliza uma plataforma uniforme para a troca de informações.

Foco dos recursos Lado da oferta Lado da procura

Relação comercial Linear End-to-end

Marketing Unidireccional Coloca o cliente no centro das acções

Pagamento Dinheiro, cheque, cartão de crédito, etc. Cartão de crédito, transferência de fundos, etc.

Entrega de

mercadorias

Imediatamente Leva tempo

Fonte: Difference Between Traditional Commerce and e-Commerce - Comparison Chart, (2016)

A informação prestada numa loja online pode ser divida entre produto e serviço. A primeira

inclui atributos do produto, recomendações e avaliação, enquanto a informação do serviço incluí

informação do membro, FAQs, informação da encomenda e entrega e da promoção (Park & Kim,

2003). Para avaliar a informação proveniente do produto e do serviço, existem seis componentes da

qualidade de informação da pesquisa e da informação do utilizador: relevância, frequência, suficiência,

diversão, consistência e compreensão (DeLone & McLean, 1992; Moon & Kim, 2001; Wang & Strong,

1996). A informação apresentada nas lojas online deve ajudar o cliente e a pesquisa de produto.

Qualquer informação deve ser útil e relevante de modo a prever a qualidade e a utilidade do produto

ou serviço (Wolfinbarger & Gilly, 2001). De maneira a satisfazer as necessidades do consumidor,

segundo Wang & Strong (1996), a informação deve estar actualizada na apresentação de produtos e

serviços, de modo a ser suficiente para os consumidores tomarem uma decisão, consistente na

apresentação do conteúdo e compreensível. Também a diversão, entretenimento e humor são

dimensões importantes na formação da atitude e intenção comportamental em relação ao site

(Agarwal & Karahanna, 2000; Moon & Kim, 2001). A qualidade da interface do utilizador está

relacionada com o layout, a sequência de navegação e a conveniência em pesquisar um produto ou a

sua informação (Lohse & Spiller, 1998; Szymanski & Hise, 2000). As lojas online facilitam a navegação

dos clientes ao disponibilizar ferramentas, tais como, funções de pesquisa, guias de navegação e mapas

do site (Park & Kim, 2003). Outros dos factores que preocupam o cliente é a segurança do pagamento

Page 21: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

21

online, confiabilidade e a política de privacidade da loja online (Gefen, 2000). Esta preocupação divide-

se em autenticação e os dados que são fornecidos na transacção (Ratnasingham, 1998; Rowley &

Rowley, 2006). De acordo com pesquisas realizadas, à medida que a percepção de risco de segurança

decresce, a satisfação com o serviço de informações das lojas online deve aumentar (Elliot & Fowell,

2000; Szymanski & Hise, 2000).

Numa relação de serviço comercial, o benefício relacional é um antecedente da construção de

uma relação a longo prazo (Gwinner, Gremler, & Bitner, 1998; Patterson & Smith, 2001; Ravald &

Grönroos, 1996). De acordo com Gwinner et al., um benefício relacional é definido como “o benefício

que os clientes recebem de relacionamentos de longo prazo para além do desempenho do serviço

principal”. Para além disso, a literatura sugere que uma parte fulcral do benefício de relacionamento

é um decréscimo no sentimento de ansiedade e aumento da confiança dos clientes (Park & Kim, 2003).

Assim, a confiança é a chave nas trocas relacionais e a redução do risco é o resultado dessas relações

(Berry, 1995). Embora este sentimento de confiança possa estar intrinsecamente ligado à qualidade

do serviço, é percebido como sendo o benefício independente de uma relação de longo prazo (Ravald

& Grönroos, 1996).

Na literatura relacionada com o serviço de marketing, uma fonte de informação externa sobre

a empresa, a imagem empresarial, a reputação e a consciência da compra são identificadas como um

factor importante na informação geral da empresa e do serviço (Park & Kim, 2003). Além da imagem

empresarial em função das compras/consumo ao longo do tempo, a maioria das empresas também

fornece eventos informativos externos, como por exemplo, publicidade ou relações públicas, com o

objectivo de atrair novos clientes e manter os clientes existentes (Wallin Andreassen & Lindestad,

1998). Assim, a consciência do site através da percepção dos consumidores sobre as compras online é

baseada em eventos de informação externa como publicidade e comunicação boca-a-boca. O

marketing tradicional boca-a-boca (offline) tem vindo a desempenhar um papel importante nas

decisões de compra dos consumidores (Richins & Root-Shaffer, 1988) e está intimamente relacionado

com a parte social. O aparecimento da internet ampliou as opções dos consumidores para reunir

informações imparciais sobre os produtos de outros consumidores e oferecer conselhos relacionados

através do marketing boca-a-boca electrónico (Electronic Word-of-Mouth) (Lee & Youn, 2009).

Pesquisas anteriores referem-se a este tipo de marketing como “marketing viral”, exemplificando, que

o consumidor utiliza a comunicação para multiplicar a popularidade de uma marca através de clientes

que divulgam o nome da marca de um produto ou o nome de uma empresa (Lee & Youn, 2009). Mais

contribuições teóricas abordam o tema dos clientes em comunidades online com o objectivo de

interagirem uns com os outros para partilhar interesses e paixões (Granitz & Ward, 1996).

Page 22: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

22

Deste modo, a utilidade das comunidades virtuais engloba várias vertentes, entre elas, a

comunicação dos comportamentos do consumidor (Hennig-Thurau, Gwinner, Walsh, & Gremler,

2004).

De acordo com Hennig-Thurau et al. (2004), a comunicação EWOW, positiva ou negativa feita

por potenciais clientes, actuais ou anteriores, sobre um produto ou empresa, está disponível para uma

infinidade de pessoas e entidades via Internet. Esta comunicação pode ser realizada via web ou fóruns

de discussão. As opiniões baseadas em plataformas são as mais utilizadas no formato de comunicação

boca-a-boca (Hennig-Thurau et al., 2004). São publicados comentários relacionados com a empresa ou

produto da empresa em plataformas de opinião na web, oferecendo aos consumidores a oportunidade

de ler as suas opiniões e experiências de consumo de outros consumidores, bem como escrever

contribuições. Acresce que a comunicação boca-a-boca em plataformas baseadas na opinião de

consumidores pode exercer um maior impacto sobre os consumidores do que a comunicação boca-a-

boca por outros meios. Isto acontece devido à fácil operabilidade das plataformas por parte de

utilizadores que têm menos conhecimento relacionado com a Internet. Além disso, em vez de se

centrar em pequenos grupos de consumidores com experiência em campos específicos de consumo,

estas fornecem informações sobre quase todas as áreas de consumo.

Também, vários autores enfatizam que a comunicação EWOM ocorre quando as expectativas

relacionadas com o consumo são desconhecidas (Anderson, 1998), enquanto outros afirmam que os

motivos para se comprometer com a comunicação positiva podem divergir dos motivos da

comunicação negativa (Sundaram, Mitra, & Webster, 1998a). Contudo, apenas alguns estudos

abordam explicitamente os motivos subjacentes ao comportamento de comunicação da WOM como

é apresentada na Tabela 2 (Sundaram et al., 1998a).

Page 23: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

23

Tabela 2 - Motivos de Word-Of-Mouth

Autor Motivo Descrição

Dichter (1966) Envolvimento com o

produto

Um cliente sente-se fortemente ligado ao produto que acumula a

pressão em querer fazer algo; recomendar o produto a outros reduz a

tensão causada pela experiência de consumo

Auto-envolvimento O produto serve como um meio para o cliente satisfazer certas

necessidades emocionais

Outro envolvimento A actividade boca-a-boca aborda a necessidade de dar algo ao receptor

Envolvimento com a

mensagem

Refere-se a discussões que são estimuladas por propagandas,

comerciais ou relações públicas

Engel, Blackwell

& Miniar (1993)

Envolvimento O nível de interessse ou envolvimento no tópico em questão serve para

estimular a discussão

Auto-envolvimento As recomendações permitem que a pessoa preste atenção, mostre-se

conhecedor, sugira o estado, dê a impressão que possuí informações

privilegiadas e afirme a superioridade

Preocupação com

outros

Um desejo genuíno de ajudar um amigo ou parente a tomar uma

decisão de compra melhor

Intriga na mensagem Entretenimento resultante de falar sobre certos anúncios ou vender

apelos

Dissonância cognitiva Reduz a dissonância cognitiva (dúvidas) após uma importante decisão

de compra

Sundaram, Mitra,

Webster (1998)

Altruísmo (WOM

positiva)

O acto de fazer algo para os outros sem antecipar qualquer

recompensa

Envolvimento com o

produto

Interesse pessoal no produto, excitação que resulta da propriedade do

produto e uso do produto

Auto-envolvimento Aprimorando imagens entre os outros consumidores projectando-se

como compradores inteligentes

Ajudar a empresa Desejo em ajudar a empresa

Altruísmo (WOM

negativo)

Evitar que outros experimentem os problemas que encontram

Redução da ansiedade Alivia a raiva, ansiedade e a frustração

Vingança Retaliar contra a empresa associada a uma experiencia de consumo

negativo

Procura de conselho Obtendo conselhos sobre como resolver os problemas

Fonte: Electronic word-of-mouth via consumer-opinion platforms: What motivates consumers to

articulate themselves on the Internet?, Hennig-Thurau et al. (2004)

Foram identificadas três categorias motivacionais de comunicação positiva da WOM:

envolvimento com o produto, auto-envolvimento e envolvimento com a mensagem (Hennig-Thurau

et al., 2004). Também outros autores renomearam as categorias e apresentaram uma redução de

motivação-dissonância, considerando que este motivo apenas é referido na comunicação negativa de

WOM. Deste modo, o estudo mais abrangente sobre motivos de comunicação WOM pertence a

Sundaram et al.(1998a). Foram identificados quatro motivos para a comunicação positiva do WOM,

tais como, altruísmo, envolvimento com o produto, auto-envolvimento e ajudar a empresa. Enquanto

que para a comunicação negativa de WOM foram encontrados quatro motivos que se denominam por

altruísmo, redução de ansiedade, vingança e procura de conselhos.

Page 24: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

24

Sridhar Balasubramanian (2001) construíram três tipos de utilidades para identificar os

motivos que despoletam a comunicação eWOM baseada na web: utilidade relacionada ao foco,

utilidade de consumo e aprovação da utilidade. A utilidade relacionada ao foco refere-se à utilidade

que o consumidor recebe ao agregar valor à comunidade através das contribuições. Num contexto em

que as opiniões são baseadas na web, tais contribuições incluem comentários sobre os produtos e

serviços de interesse para com outros membros da comunidade. Esta utilidade tem como premissa

“adicionar valor” à comunidade, um factor importante para o individuo (Sridhar Balasubramanian,

2001). Tendo por base a revisão de literatura da comunicação tradicional de WOM, identificam-se

quatro motivos que se enquadram no conceito de utilidade relacionada com o foco: preocupação com

outros consumidores, ajudar a empresa, benefícios sociais e exercer poder.

A comunicação de eWOM nas plataformas de comunicação baseadas na web pode ser iniciada

pelo desejo de ajudar outros consumidores nas decisões de compra, de modo a precaver outros

consumidores de experiências negativas ou contribuir para experiências mais positivas. Esta

preocupação por outros consumidores está intimamente relacionada com o conceito de altruísmo

(Hennig-Thurau et al., 2004). A motivação em ajudar a empresa é o resultado da satisfação do

consumidor com o produto (Sundaram et al., 1998a). O consumidor está motivado para se envolver

na comunicação eWOM para dar à empresa “algo em troca” devido à sua boa experiência (Hennig-

Thurau et al., 2004).

Assim, segundo Hennig-Thurau et al. (2004), este motivo pode ser apoiado pela teoria da

equidade, que consiste na troca de mercadorias equitativa e justa entre indivíduos. Por exemplo, se

um consumidor sente que recebeu um maior feedback da empresa, então ajudar a empresa a igualar

o feedback torna-se um objectivo. A afiliação com uma comunidade virtual pode representar um

beneficio social para um consumidor por razões de identificação e integração social. Conclui-se que os

consumidores envolvem-se na comunicação eWOM para participar ou pertencer a comunidades

sociais (Oliver, 2015). Especificamente, os consumidores podem escrever comentários nas plataformas

de opinião, pois tais comportamentos denotam a sua participação e presença na comunidade virtual

e permite-lhes receber benefícios sociais da mesma (Hennig-Thurau et al., 2004).

Deste modo, e dado o grande número de potenciais receptores da comunicação da eWOM, a

disponibilidade a longo prazo dos comentários e a sua acessibilidade por parte das empresas a um

comentário negativo pode contribuir para o poder (colectivo) sobre as empresas, influenciando a

forma como a empresa e a marca são apresentadas perante os social media (Hennig-Thurau et al.,

2004). A comunicação da eWOM fornece, assim, um mecanismo de transferência de poder das

empresas para os consumidores, particularmente nos casos em que a crítica é articulada por muitos

consumidores simultaneamente, fenómeno que ocorre com frequência nas plataformas de opinião

baseadas na Web (Hennig-Thurau et al., 2004). Por outro lado, a utilidade de consumo, segundo

Page 25: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

25

motivo, refere-se aos consumidores que obtêm valor através do consumo directo das contribuições

de outros membros da comunidade (Sridhar Balasubramanian, 2001).

Hennig-Thurau et al. (2004) afirmam que no contexto de plataforma de opinião baseada na

web, o consumo ocorre quando os indivíduos lêem as revisões e comentários dos produtos escritos

por outros. Assim, espera-se que os consumidores articulem as suas experiências online com o produto

e que solicitem que enviem informações sobre a resolução de problemas. Ao escrever e/ou solicitar

informações sobre as plataformas de opinião baseada na web aos consumidores online pode permitir

ao colaborador obter feedback mais específico e útil do que simplesmente ler comentários anónimos.

Deste modo, o motivo de procura de aconselhamento da compra preocupa-se com a aquisição das

capacidades necessárias para melhor compreender, usar, operar, modificar e/ou reparar um produto

(Hennig-Thurau et al., 2004).

Por fim, a aprovação da utilidade, terceiro motivo, baseia-se na preocupação com a satisfação

dos consumidores que advém “quando outros membros consomem e aprovam as suas contribuições”

(Balasubramanian, 2001). Hennig-Thurau et al. (2004) afirmam que num contexto de plataformas de

opinião esse feedback pode ter duas géneses: formal ou informal. A aprovação informal é realizada

quando um utilizador elogia publicamente as suas contribuições no grupo ou comunica de forma

privada a utilidade das informações recebidas; a aprovação formal provem de “rankings de

contribuição” implementados pelos operadores das plataformas. Por exemplo, ciao.com

(http://www.ciao.com/) disponibiliza um mecanismo que permite que as revisões de produtos sejam

avaliadas por outros utilizadores para auxiliar eventuais compradores. Esta informação é usada para a

criação de rankings que identifica os “top reviewers”. Foram identificados dois motivos concretos que

estão associados com a aprovação da utilidade: auto-aprimoramento (self enhancement) e

recompensas económicas. A motivação do auto-aprimoramento é impulsionada pelo desejo de um

reconhecimento positivo por parte dos outros (Sundaram, Mitra, & Webster, 1998b). Deste modo,

neste contexto, Hennig-Thurau et al. (2004) afirmam que isto pode ser visto como um especialista de

consumo ou comprador inteligente por outros consumidores. Este motivo refere-se à existência de

certas necessidades de socialização por parte do consumidor. Deste modo, a comunicação electrónica

que é lida por outros permite aos consumidores apreender um tipo de conhecimento ou nível de

estatuto social que é importante para o conceito.

Seguidamente, são apresentadas duas fontes de utilidade adicionais para o consumidor pelo

Hennig-Thurau et al. (2004): utilizador relacionado ao moderador e utilizador homeostase. O primeiro

refere-se às características especificas das plataformas de opinião, enquanto o outro baseia-se na

literatura tradicional da WOM. A utilidade é relacionada com o moderador, quando uma terceira parte

torna o acto de reclamação mais fácil para o membro da comunidade. A utilidade desta categoria

decorre na existência de uma interação da plataforma com uma empresa em nome do cliente. A

Page 26: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

26

existência de um moderador na comunicação eWOM tem como benefícios a conveniência e a

resolução de problemas através do operador da plataforma. A existência destes benefícios facilita o

processo de reclamação (Hennig-Thurau et al., 2004).

A utilidade da homeostasia baseia-se na noção das pessoas adquirirem equilíbrio nas suas

vidas (Robert B. Zajonc, 1960). A teoria do equilíbrio sugere que os indivíduos irão esforçar-se para

recuperar o seu equilíbrio, depois de perdido (Heider, 1946; Newcomb, 1953). Com base na literatura

de comunicação eWOM, identificam-se dois motivos associados à utilidade da homeostasia: expressão

de emoções positivas e ventilação de sentimentos negativos (Hennig-Thurau et al., 2004). Assim, o

equilíbrio pode ser restabelecido através de emoções positivas provenientes da experiência de

consumo bem-sucedida (Sundaram et al., 1998b). Segundo Hennig-Thurau et al. (2004), a razão por

detrás da necessidade do consumidor em expressar emoções positivas contribuem para uma tensão

psicológica por causa de um forte desejo de querer partilhar a alegria da experiência com alguém. Esta

tensão pode ser reduzida ao escrever comentários nas plataformas de opinião online, um

comportamento que permite ao utilizador partilhar a experiência (Hennig-Thurau et al., 2004).

Relativamente à ventilação de sentimentos negativos nas plataformas de opinião provenientes

das experiências insatisfatórias do consumidor, esta pode diminuir a frustração e reduzir a ansiedade

associada ao evento (Sundaram et al., 1998b). O desejo do consumidor de catarse é a força motriz

principal por trás da articulação de experiências pessoais negativas (Berkowitz, 1970). Por conseguinte,

partilhar uma experiência de consumo negativo através da publicação de comentários online pode

ajudar o consumidor a reduzir o descontentamento associado às suas emoções negativas (Hennig-

Thurau et al., 2004).

Desta forma, pode concluir-se, que a disposição do consumidor em confiar na reputação, a

preocupação pela privacidade e segurança, a qualidade da informação do site e a reputação da

empresa têm fortes efeitos sob a confiança dos consumidores nas suas compras online (Kim et al.,

2008). O consumidor na altura da escolha de um produto em detrimento de outro tem três factores

em conta: pessoais, sociais e prazer (“The Complete Guide to Understand Customer Psychology –

Chapter 1,” n.d.). Os pessoais que consistem em opiniões e interesses, tal como, a idade, género,

cultura, profissão e antecedentes; psicossociais que correspondem à resposta a uma campanha de

marketing especifica baseada nas percepções e atitudes. Este factor culmina na capacidade de uma

pessoa compreender a informação, a percepção da necessidade e a atitude perante a mesma (“The

Complete Guide to Understand Customer Psychology – Chapter 1,” n.d.).

A influência social é caracterizada pela confiança nas perspectivas dos nossos familiares e

amigos na aquisição de bens e produtos do nosso interesse. Tem como premissa ter em conta

recomendações pessoais mais do que iniciar pesquisas de produtos a partir do zero (“The Complete

Guide to Understand Customer Psychology – Chapter 1,” n.d.). Estes desempenham um papel crucial

Page 27: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

27

nas decisões dos consumidores, uma vez que este está disponível para escolher em grupo, em família

e amigos, sob influência dos media, incluindo a classe social, renda e nível de escolaridade (“How to

Understand and Influence Consumer Behavior,” 2016). A familiaridade, conceito aplicado a pessoas

que se guiam por experiências passadas para a aquisição de produtos (“The Complete Guide to

Understand Customer Psychology – Chapter 1,” n.d.). Mesmo quando procuram experimentar algo

novo, recorrem a memórias para fazer a escolha correcta sobre o que devem ou não comprar. Assim,

ao ver um anúncio mais do que uma vez sobre um produto as hipóteses de compra aumentam (“The

Complete Guide to Understand Customer Psychology – Chapter 1,” n.d.).

Actualmente, os consumidores demonstram preferência pela novidade em vez de

familiaridade (Sung, Vanman, Hartley, & Phau, 2016). Segundo Sung et al. (2016), este comportamento

denomina-se por paradoxo omnívoro, definindo os consumidores como neófilos e neofóbicos, ou seja,

que desejam, simultaneamente, aproximar-se e evitar a novidade. No marketing o objectivo é alcançar

a familiaridade, pois tem sido demonstrada que aumenta a recordação da marca, o comprometimento

do consumidor, perceber a qualidade do produto, preferência da marca, intenção de compra e

repetição das compras. A familiaridade da marca promove a intenção de compra aumentando a

resistência dos consumidores à publicidade competitiva e reduzindo a probabilidade de preço de

referência. Portanto, é através do anúncio que se aumenta o alcance, a consciência e a familiaridade

da mensagem anunciada. No entanto, a investigação tem demonstrado que os consumidores preferem

novidades em vez de familiaridade em certos contextos motivacionais. Por exemplo, os consumidores

tendem a escolher a novidade em vez da familiaridade quando estão preparados para se focarem no

crescimento e no avanço em vez da segurança. Contudo, os consumidores também são conhecidos

por se envolverem activamente em comportamentos de mudança de variedade e de marca por causa

da novidade, mesmo quando as experiências são pouco atractivas (Sung et al., 2016).

De acordo com Sung et al. (2016), a novidade também é considerada uma chave determinante

para o sucesso na inovação de produtos. Esta aproximação da novidade por parte dos consumidores

veio dar resposta ao paradoxo omnívoro. Propõe-se que a tendência de conflito em abordar o familiar

e a novidade seja explicada por dois estados afectivos distintos: o gosto (contentamento) que motiva

os consumidores a favorecer a familiaridade; e interesse que motiva os consumidores a optar pela

novidade (Sung et al., 2016). Estes dois estados afectivos são denominados por emoções positivas

(Allen & Parsia, 2000; Giles, 2007). Assim, na aplicação da estrutura de diferenciação de emoção em

psicologia e comportamento dos consumidores, propõe-se que a familiaridade evoca o gosto e a

novidade evoca o interesse. O gosto foi amplamente definido como um estado emocional positivo e

está intimamente relacionado com a emoção do contentamento e alegria (Fang, Singh, & Ahluwalia,

2007; Ferraro, Bettman, & Chartrand, 2009; R.B. Zajonc, 2001). Por outro lado, o interesse é definido

como uma emoção evolucionariamente adaptativa que motiva as pessoas a desenvolver um amplo

Page 28: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

28

conjunto de novos conhecimentos, capacidades e experiência, possuindo diferentes estruturas de

avaliação e funções de motivação, experiências subjectivas, expressões e consequências fisiológicas

(Sung et al., 2016). Em suma, o paradoxo omnívoro, definido por Sung et al. (2016), sugere que os

consumidores preferem ambas as emoções, familiaridade e novidade, pois a relevância de ambos na

psicologia e comportamento do consumidor assume um papel decisivo na compra ou não do produto.

Por fim, o prazer que se baseia na procura de pequenos prazeres em que cinco minutos podem

parecer cinco fantásticas horas (“The Complete Guide to Understand Customer Psychology – Chapter

1,” n.d.). Estas funcionalidades de compras ou atributos são tanto factores utilitários (funcionalidade,

conveniência, segurança, etc.) como factores hedónicos (lazer, atmosféricos, auto-identificação, etc.).

Contudo, não é claro se o bem-estar das compras é mais influenciado por factores hedónicos ou

utilitários (El Hedhli, Zourrig, & Chebat, 2016). Por exemplo, o género do consumidor é um moderador

entre o valor hedónico e a satisfação das compras (Chang, Burns, & Francis, 2004).

El Hedhli et al. (2013) introduziram o conceito “shopping well-being at the mall” para explicitar

o impacto positivo que as compras têm no bem-estar das pessoas. O conceito de bem-estar tem

génese no conceito de estabelecimento de bem-estar da qualidade de vida, nomeadamente, no

conceito de bem-estar do consumidor. Deste modo, apresentam cinco factores de previsão que

influenciam o bem-estar das compras: funcionalidade, conveniência, segurança, lazer, atmosféricos.

Desta forma, argumentam que fazer compras pode contribuir para a satisfação de uma variedade de

necessidades do desenvolvimento humano, por exemplo, económicas, sociais, estima e necessidades

estéticas que são fundamentais para a satisfação da vida no seu global. Assim, definem o bem-estar

em fazer compras como “o impacto percebido para um consumidor em contribuir para a satisfação

em diferentes e importantes domínios de vida, como por exemplo, vida do consumidor, vida social,

vida de lazer e vida comunitária, resultando num julgamento global em que todos contribuem para a

qualidade de vida no seu global” (El Hedhli et al., 2013).

2.1.2. Compra por impulso

Segundo Wu, Chen, & Chiu (2016), com a proliferação do comércio electrónico (e-commerce), uma

grande parte das compras online são atribuídas a compras impulsivas. Consequentemente, existe a

particular necessidade de compreender os factores explicativos associados às compras impulsivas no

contexto de compras online. Define-se compra por impulso quando um consumidor experimenta uma

vontade repentina, que a maior parte das vezes, é poderosa e persistente em comprar algo

imediatamente (Liu, Li, & Hu, 2013).

Wu et al. (2016) afirmam que os compradores impulsivos sentem-se incapazes de controlar a

sua vontade devido a diversos estímulos. As compras de impulso online implicam dois factores

principais, o uso da tecnologia e a confiança, tendo como mediador a experiência de navegação.

Page 29: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

29

Comprar é considerada uma parte importante da vida quotidiana. No entanto, muitas compras podem

ser imprevisíveis e repentinas, estando indissociáveis do forte desejo e sentimentos de prazer e

emoção. Este tipo de compra é geralmente conhecido como compra impulsiva. Os vendedores têm

tentado entender as compras online impulsivas para proporcionar maiores oportunidades de atrair e

reter clientes. Assim, é imperativo responder à questão - Quais são os despoletadores que dão origem

às compras impulsivas? Na perspectiva do consumidor por impulso, estes são envolvidos num estado

psicológico individual de comportamento súbito e não planeado aquando da sua decisão de compra,

denominando-se por obscuro e difícil de compreender (Floh & Madlberger, 2013). Os consumidores

online são utilizadores do sistema web para executar/interagir com todas as funções da loja

electrónica, nomeadamente na pesquisa de informações relevantes sobre o produto, o sistema de

pagamento e assistência na entrega do produto.

Desta forma o uso da tecnologia e a confiança nas lojas electrónicas são duas preocupações

importantes para a compra por impulso online (Wu, 2013; Wu, Li, & Fu, 2011). Estas preocupações são

importantes para determinar as compras impulsivas dos consumidores online (Wu et al., 2016). Alguns

estudos indicaram a diversidade de compras como mediador da compra por impulso online, através

do site (cognitivas) e experiência de interação com um site (afectivo) (Koufaris, 2002; Parboteeah,

Valacich, & Wells, 2009). Outros autores enfatizaram a importância dos recursos disponíveis

(conteúdo, design e navegação) como sendo propiciadores do comportamento de compra por impulso

online através do mediador de percepção afectiva e diversão em fazer compras (Floh & Madlberger,

2013). Em suma, esses estudos apontam para o valor hedónico das compras online por impulso em

termos de uma estrutura de relação da percepção afectiva individual como um mediador importante

para alcançar o comportamento (Wu et al., 2016).

Em relação ao estado psicológico, a experiência de navegação tem sido amplamente utilizada

para apreender as reacções ou motivações emocionais dos consumidores em relação às compras

online (Lin, Fernandez, & Gregor, 2012; Lu, Zhou, & Wang, 2009). Ambas as motivações intrínsecas e

extrínsecas são actualmente os principais despoletadores do comportamento da compra online. Os

desafios intrínsecos e capacidades externas na web são assim os principais antecedentes na

formulação experiência de navegação. Além disso, a experiência de navegação é definida com três

subconceitos: concentração, percepção do controlo e percepção do prazer (Jiang & Benbasat, 2004;

van Noort, Voorveld, & van Reijmersdal, 2012). Estes estímulos podem ter génese quer no produto

actual ou de atributos extrínsecos ao produto, tais como, mecanismos de pesquisa e informação do

produto (Wu et al., 2016). Complementando, a compra impulsiva é influenciada pela posição

económica, personalidade, pressão do tempo, visibilidade social, localização e factores culturais (Yu &

Bastin, 2010). Na perspectiva psicológica, compra impulsiva é muitas vezes irresistível devido ao

impulso psicológico que ocorre espontaneamente e de repente (Sharma, Sivakumaran, & Marshall,

Page 30: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

30

2010). Frequentemente, os compradores altamente impulsivos são mais propensos a experimentar

compras espontâneas e tornam a sua lista de compras aberta para compras inesperadas (Park, Kim,

Funches, & Foxx, 2012).

Em conclusão, para uma definição mais abrangente, este conceito é visto como uma compra

súbita e não planeada, conduzida a partir dos estímulos/sugestões ambientais especificas do local, e

são acompanhadas por fortes sentimentos de prazer e emoção (Wu et al., 2016). Em contraste, o

comportamento planeado é intencional, tal como o nome indica, é conduzido pela formação de

intenções e estruturadas cognitivas, e é provável que seja capturado através de modelos de

atitude/intenções, tendo como base o Modelo de Aceitação da Tecnologia ou a Teoria do

Comportamento Planeado (Verhagen & van Dolen, 2011) .

Existem quatro tipos de compra impulsiva (Madhavaram & Laverie, 2004) sendo o primeiro, a

compra puramente por impulso com o intuito quebrar a rotina. O segundo, a compra por impulso

“reminder” ocorre quando um consumidor vê um produto e recorda-se que o stock está no final ou

quando recorda um anúncio ou outra informação sobre o produto. O terceiro, a compra por impulso

sugestiva ocorre quando um individuo vê uma mercadoria pela primeira vez e atribui a necessidade de

a obter. Por último, a compra por impulso planeada ocorre quando os consumidores fazem decisões

de compra especificas para produto/serviços dependentes do preço especial, ofertas de casal e

similares (Wu et al., 2016).

A experiência de navegação enquanto mediador da compra impulsiva, define-se como o

estado psicológico de profundo envolvimento global na sua acção (Csikszentmihalyi, 2014). Com a

experiência de navegação, denota-se que as pessoas estão envolvidas numa actividade de tal maneira

que se alheiam do que está ao seu redor. Esta experiência é caracterizada por uma redução do foco

da consciência em filtrar a percepção e pensamentos irrelevantes, como por exemplo, perda de

autoconsciência, capacidade de resposta a alvos claros e aos comentários inequívocos, e por último,

falta de controlo emocional sobre o meio ambiente (Lee, Kang, & McKnight, 2007). A

Tendo esta premissa como ponto de partida, existem estudos que discutem os termos em duas

crenças, cognitivo e afectivo (Wu et al., 2016). Por exemplo, Guo & Poole (2009) indicam que a

diversidade e concentração são dois atributos de experiência de navegação nas compras online. Por

outro lado, Koufaris (2002) considera que o ambiente de compras, percepção de controlo e

concentração em experiência de navegação para explicar as compras online não planeadas. Jiang &

Benbasat (2004) sugerem que a experiência de navegação é composta por três dimensões: diversão,

controlo e foco de atenção, para examinar a experiência de produtos virtuais nas compras online.

Pesquisas anteriores descobriam que a experiência de navegação do consumidor online pode ser

medida através do prazer, da concentração, da distorção de tempo e da telepresença (Wu et al., 2016).

Van Noort et al. (2012) explorou a interactividade nos sites das marcas para considerar os atributos de

Page 31: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

31

experiência de navegação, percepção de controlo, atenção, curiosidade e interacção, na previsão de

respostas cognitivas, afectivas e comportamentais do consumidor (van Noort et al., 2012).

Posteriormente, a experiência de navegação foi definida por Wu et al. (2016) como uma

estrutura formativa com três indicadores. Estes indicadores podem não ter correlações entre si, isto

é, multi-colinearidade, pois parecem indicar diferentes problemas (Wu et al., 2016). Existe a

necessidade de compreender os traços pessoais da experiência de navegação para perceber como a

actividade é conduzida na experiência de navegação. Entre eles, as capacidades individuais e desafios

são duas características importantes que influenciam a experiência de navegação ao usar a tecnologia

(Hausman & Siekpe, 2009). As capacidades referem-se ao julgamento individual dessas em usar um

computador (Keller & Bless, 2008). Os desafios positivos num ambiente de trabalho incentivam a

motivação psicológica de uma reposta individual a essa experiência (Thatcher, Wretschko, & Fridjhon,

2008). Basicamente, a pré-condição para a experiência de navegação é um equilíbrio entre a

percepção dos desafios para com uma determinada situação e as capacidades individuais para a

superar (Csikszentmihalyi, 2014). Por outras palavras, a experiência de navegação ocorre quando

existe uma correspondência entre as capacidades e a percepção dos desafios (Wu et al., 2016). Deste

modo, nas compras online os consumidores exigem boas capacidades na web de modo a descobrir as

suas necessidades reais e, além disso, eles podem experimentar os desafios das actividades das

compras, especialmente nas lojas web desconhecidas (Teng, 2011).

Usar a tecnologia tem como preocupação o estudo de dois elementos, o desenho do website

e percepção da utilidade. O desenho do website desempenha um papel vital na forma como os

consumidores localizam várias informações para a compra por impulso online. Facilitar o acesso a essas

informações faz com que a pesquisa de informações ou a capacidade de navegação pelos

consumidores também seja facilitada (Wu et al., 2016). A percepção da utilidade é proposta no modelo

de confirmação de expectativa (ECM) como comportamento pós-compra (Bhattacherjee, 2001).

Baseia-se na confirmação entre a expectativa e o desfecho de desempenho real da utilidade de um

sistema de informação, levando a um comportamento pós-adopção para encontrar a utilidade desse

sistema auxiliando os utilizadores a realizar a sua tarefa (Wu et al., 2016). Assim, a percepção da

utilidade levou à investigação dos comportamentos dos consumidores no comércio electrónico como

comportamentos pós-adopção, tal como, recompra e recomendação (Finn, Wang, & Frank, 2009). Em

suma, o desenho do website é definido numa perspectiva de usabilidade para o utilizador; o seu foco

principal é projectar uma interface fácil de usar para aprimorar a experiência de compras online do

consumidor (Luo, Ba, & Zhang, 2012). Isto levará o consumidor a ter uma percepção da utilidade

notória na pesquisa de informações úteis sobre os produtos e se são adequados à sua pesquisa (Wu

et al., 2016).

Page 32: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

32

Desta forma, a confiança é vista como um mecanismo comum para reduzir a complexidade

social e a percepção de risco das transacções através do aumento da expectativa de um resultado

positivo e da certeza em relação ao comportamento dos consumidores (Kim et al., 2009). Contudo, o

comércio electrónico é um ambiente menos verificável e controlável em que as transacções online são

realizadas sem contacto físico cara-a-cara e troca simultânea de produtos e dinheiro. Sem reduzir a

percepção da incerteza com os comportamentos oportunistas dos vendedores electrónicos, as

transacções online não seriam possíveis entre consumidores e fornecedores (Hsu, Chuan-Chuan Lin, &

Chiang, 2013). Como a confiança é uma estrutura de crenças, vários autores definiram-na como uma

construção multidimensional (Wu et al., 2016).

Kim et al. (2009) examinaram o papel da confiança e os seus antecedentes num ambiente de

conhecimento baseado na comunidade e propuseram ainda a confiança como sendo a construção de

segunda ordem formada por três atributos: benevolência, competência e integridade.

Deste modo, a benevolência é descrita como uma crença que o vendedor não age de uma

forma oportunista, mesmo que tenha hipótese (Flavián, Guinalíu, & Gurrea, 2006; “Understanding and

Predicting Electronic Commerce Adoption: An Extension of the Theory of Planned Behavior,” 2006); é

também a percepção de uma orientação positiva do vendedor em relação ao consumidor (Wu, 2013).

Contudo, no contexto online, a benevolência garante que as lojas online actuem de forma justa e que

dão todo o apoio necessário na troca do seu produto, mesmo que surjam nova condições (Wu & Tsang,

2008). Já a competência é a crença na capacidade de o vendedor em executar como o esperado pelo

cliente (“Understanding and Predicting Electronic Commerce Adoption: An Extension of the Theory of

Planned Behavior,” 2006). O conceito também indica o grau em que os consumidores percebem que

os fornecedores possuem os conhecimentos necessários para completar a troca (Flavián et al., 2006).

No contexto online, os consumidores acreditam que os vendedores electrónicos devem ser capazes de

ajudar a satisfazer as suas necessidades(Wu & Tsang, 2008). Por último, a integridade é a crença de

que o vendedor é sincero e cumpre o que anuncia e é esperado (Flavián et al., 2006). No contexto

online, a integridade indica a percepção dos consumidores na forma como os vendedores electrónicos

garantem as suas promessas nas transacções aquando da compra de um produto e na privacidade e

protecção dos seus dados pessoais (“Understanding and Predicting Electronic Commerce Adoption: An

Extension of the Theory of Planned Behavior,” 2006).

Page 33: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

33

Figura 4 - Modelo de pesquisa

2.1.3. Psicologia e marketing social

Segundo Scrivens (1984), no último século as sociedades ocidentais familiarizaram-se com as práticas

de marketing usadas pelas empresas, que envolvem planeamento, preço, promoção e publicidade, e

distribuição dos produtos aos consumidores. Cada produto é cuidadosamente adaptado para

despertar a procura em certos tipos de pessoas, se não em todas, que são criadas e encorajadas pela

promoção dos media de modo a provocar o consumo (Scrivens, 1984).

Nas décadas mais recentes, os especialistas em técnicas de marketing desenvolveram a noção

de que não é apenas a procura de produtos comerciais que podem ser influenciados por abordagens

de marketing, mas também a procura de serviços de assistência social, estilos de vida e até a procura

por liderança politica (Scrivens, 1984). Isto deu base à teoria de marketing, conhecida como marketing

social, cujo principal objectivo é incentivar as pessoas a realizar acções que, segundo Scrivens (1984),

serão benéficas para si mesmas, ao invés de simplesmente aumentar os lucros das empresas

comerciais. O marketing social pode ser definido como “o desenho, implementação e controlo de

programas que influenciam a receptividade das ideias sociais e considerações de planeamento de

produtos, preços, comunicação, distribuição e pesquisa de marketing”(Kotler & Zaltman, 1971). É o

uso explícito das capacidades do marketing para ajudar a traduzir os actuais esforços de acção social

em programas desenhados e comunicados de forma eficaz que provocam a resposta desejada do

público (Scrivens, 1984).

Kotler & Zaltman (1971) foram os primeiros a inventar o termo de marketing social e, desde

então, os investigadores começaram um debate sobre a cobertura precisa, o impacto, a eficácia e a

Page 34: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

34

ética do marketing social. Encorajar o uso de serviços e melhorias nos estilos de vidas envolveu,

recentemente, os media via posters e publicidade televisiva. Este é um atributo do marketing social,

conhecido como “publicidade social” que se tornou uma forma familiar de comunicar informações aos

cidadãos (Kotler & Zaltman, 1971). A publicidade é usada tanto no sector comercial como no bem-

estar social de maneira a atingir dois objectivos. O primeiro assenta na comunicação de informação

aos potenciais consumidores e, assim, aumenta o conhecimento sobre o produto ou o assunto

promovido. O segundo, reforça a confiança daqueles que foram persuadidos a agir sobre o

conhecimento adquirido e assegurar-lhes que fizeram a escolha certa. Primeiramente, quando a

informação e práticas precisam de ser disseminadas, especialmente quando a informação provém de

pesquisa científica, tais como novos padrões para comer melhor ou a prevenção de comportamentos

nocivos para a saúde. Em segundo lugar, o marketing social é muitas vezes necessário para combater

as influências do marketing comercial. O último está a tentar vender produtos que possam ser nocivos

para a saúde ou bem-estar e é necessário combater os efeitos da sua promoção em grande escala,

enumerando os potenciais perigos causados pelo produto, como por exemplo, o consumo de tabaco

(Scrivens, 1984). Por exemplo para Scrivens (1984), as empresas de tabaco utilizam fortunas

financeiras para anunciar os seus produtos e o Conselho de Educação em Saúde tenta promover um

equilíbrio demonstrando os efeitos nocivos de tabagismo. Esta forma de publicidade é referida como

sendo contrapropaganda, e é a forma mais corrente de publicidade social. Em terceiro lugar, há

momentos em que não é necessário divulgar informações, mas também motivar as pessoas a agir.

Assim, Fox & Kotler (1980) afirmaram que em algumas situações, a tarefa do marketing social

é levar as pessoas da intenção à acção. Os marketers estudaram vários factores que afectam a

prontidão das pessoas para agir e desenvolveram várias abordagens para motivar e facilitar a acção.

Desta forma, Scrivens (1984) , define publicidade social como sendo um meio bastante

limitado de comunicação com o público em geral. Assume-se que o produto vendido é aceitável para

o sector da população a quem é dirigido e que responderão à “sedução intelectual” da propaganda.

Por vezes, a publicidade simples não é suficiente para criar uma procura pelo produto e são necessárias

técnicas de marketing mais intensivas. Como complemento ao marketing social, as técnicas de

marketing comercial consistem em dividir os consumidores em grupos de segmentos, pesquisando

pelas necessidades e preferências dos grupos por um produto especifico e depois adaptam o produto,

nomeando-o e embalam-no de maneira a aumentar a aceitabilidade e a promoção com o objectivo de

despertar o interesse ao mercado identificado. Por outro lado, no marketing comercial aqueles que

não têm interesse a consumir o produto não são encorajados a fazê-lo. O segmento da população que

está relutante em consumir o produto será investigado através de uma pesquisa de mercado e o

produto será adaptado de modo a suscitar interesse. Isto significa que no sector comercial, o produto,

deve ser adaptado para atender às preferências dos potenciais consumidores (Scrivens, 1984).

Page 35: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

35

Os criadores do termo do marketing social explicam que o social marketer deve permanecer

consciente do produto principal e tenta criar vários produtos e serviços tangíveis que são comparáveis

e promovem o objectivo social. Deve segmentar, significativamente, os mercados alvo. E projectar

produtos sociais para cada mercado que são “compráveis” e que servem instrumentalmente a causa

social (Kotler & Zaltman, 1971). Deste modo, o marketing social é um refinamento no mercado

comercial comum e tem vários elementos ligeiramente diferentes (Fox & Kotler, 1980). Este tem como

base a transferência de informações através de publicidade social, utilizando os meios de comunicação

para comunicar a mensagem ao público (Scrivens, 1984). A comunicação social visa influenciar aqueles

com quem o público em geral tem contacto, como por exemplo, médicos, enfermeiros e assistentes

sociais, de modo a que a mensagem seja reforçada através destes (Scrivens, 1984).

Por último, Scrivens (1984), enfatiza que o marketing social envolve ajudar as pessoas a mudar

o seu comportamento e promover o reforço desse comportamento. Contudo, Bloom & Novelli (1981)

identificaram uma série de problemas que tornam o marketing social diferente na prática se não for

incluído na essência do marketing social. No marketing comercial, o marketer constrói o programa de

marketing com base em pesquisas sobre consumidores ou potenciais consumidores para projectar a

estratégia do marketing mais efectiva. No entando, os marketer sociais geralmente têm apenas dados

limitados sobre os seus consumidores e têm dificuldade em obter medidas válidas e confiáveis sobre

a opinião dos consumidores (Bloom & Novelli, 1981). A ideia de segmentação no marketing é

fundamental para as estratégias e é de difícil aplicação para os marketeres sociais (Scrivens, 1984).

Desta forma, os marketers sociais são muitas vezes desencorajados pela segmentação, pois pode levar

a que certos grupos sejam ignorados, o que leva a uma estratégia muito selectiva e à estigmatização

de certos grupos (Bloom & Novelli, 1981).

Outro dos problemas, é a identificação de indivíduos que estão predispostos à não utilização

de serviços ou se comportam de forma prejudicial para o seu bem-estar. Contudo, expondo-os

publicamente pode gerar um sentimento social de desfavorecimento ou inadequado face aos mesmos

(Scrivens, 1984). Além disso, o objectivo do marketing social é direcionar a mensagem para os grupos

que são hostis às ideias que lhes são apresentadas. O sucesso do marketing comercial é conseguido

através da adaptação de produtos para ir de encontro às necessidades dos consumidores alvo

(Scrivens, 1984). Assim Scrivens (1984), declara que esta adaptação no marketing social às vezes não

é possível, ficando assim com o ónus de não mudar o produto, mas as atitudes do público face ao

mesmo, exigindo essa mudança. Por exemplo, renomear os pagamentos de assistência social para

“benefícios suplementares” para incentivar a aceitação do público (Scrivens, 1984). Para além disso,

as estratégias de preços que são importantes na venda de qualquer produto comercial não existem

em muitos mercados sociais (Scrivens, 1984). Portanto, há uma série de áreas onde o marketing social

Page 36: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

36

enfrenta muitos problemas. No entanto, as reivindicações dos marketers pelo sucesso das suas

capacidades são fortes e exigem mais investigação (Scrivens, 1984).

Para além dos problemas levantados anteriormente, assiste-se ao aumento das técnicas de

marketing que estão a ser utilizadas. Por exemplo, tem existido campanhas televisivas para encorajar

certos benefícios; para prevenir acidentes do lar; para proteger contra o crime; conduzir em segurança;

racionalizar a água em vez de desperdiçar; e poupar energia (Scrivens, 1984). Os profissionais estão

constantemente informados sobre os últimos resultados das pesquisas e as deliberações de comités

profissionais sobre informações que devem ser transmitidas aos seus clientes (Scrivens, 1984).

No entanto, o marketing é uma espada de dois gumes, tal como afirma Scrivens (1984). Se por

um lado exige que o produto promovido seja adaptado às necessidades das pessoas e à sua procura,

também pode influenciar atitudes e comportamentos que não são desejados. Assim, qualquer técnica

de marketing que permita aos indivíduos alinhar melhor as suas percepções das necessidades e

condições com os serviços de assistência social pode ser vista como uma grande vantagem (Scrivens,

1984).

White & Rosenberg (1957) sentiram que a propaganda dos meios de comunicação não poderia

funcionar por dois motivos. Em primeiro lugar, para ser bem-sucedido, é necessário não ter

contrapropaganda. Isso pode explicar porque as ideias podem ser tão bem manipuladas no tempo de

guerra, mas na era do pós-guerra há tanta informação direcionada aos indivíduos que a força de

qualquer campanha de informação será diluída. Em segundo lugar, acreditavam que nenhum

anunciante nunca tentaria incutir uma atitude completamente nova nas pessoas. As empresas

comerciais actuam sobre atitudes e predisposições de compra que já existem. Este ponto é discutível.

Existem muitos novos produtos em torno dos quais os marketers estão envolvidos na venda ao público

(White & Rosenberg, 1957).

A principal divisão na literatura parece ser na relação entre atitudes e comportamento e entre

sugestão e mudança de atitude (Scrivens, 1984). Deste modo, Jagdish N. Sheth & Frazier (1982),

reforçam que existem situações em que as atitudes e comportamento das pessoas estão em

desacordo. Os autores sugerem estratégias diferentes que devem ser projetadas para grupos

diferentes que mostram relações especificas no comportamento e atitudes. Isto significa, portanto,

segmentar a sociedade em diferentes grupos de pessoas e depois tentar manipular os

comportamentos e atitudes em conformidade para alcançar o mesmo resultado em cada grupo

(Jagdish N. Sheth & Frazier, 1982). Sendo o marketing e a psicologia dissociáveis em relação às teorias

de atitude e comportamento, os autores expõem outra sugestão que assenta na seguinte afirmação

“Quanto menor for o valor pessoal, mais difícil é apelar à mudança de comportamento e a

probabilidade de sucesso das comunicações de marketing é menor” (Rothschild, 1979).

Page 37: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

37

Embora a forma com o marketing funciona não é totalmente compreendida, as técnicas que

oferece são cada vez mais assertivas (Scrivens, 1984). Além disso, as técnicas de marketing estão-se a

tornar mais comuns na promoção de serviços e assistência social e comportamento social desejável.

Sumarizando, o marketing social é uma área em crescimento e merece muito mais atenção dos

analistas de politicas sociais. O marketing social é suficientemente diferente do marketing comercial e

requer pensamento novo e novas abordagens.

Page 38: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

38

2.2. SOCIAL MEDIA/COMUNIDADES ONLINE

Dholakia, Bagozzi, & Pearo (2004) definem as comunidades virtuais como sendo espaços

sociais em ambiente digital que permitem a formação de grupos e estimulam meios contínuos de

comunicação. Estas também se podem definir como grupos de consumidores diversificados que se

encontram e interagem online com o propósito de atingir objectivos pessoais e que sejam comuns aos

membros. Por outro lado, alguns autores, caracterizam comunidade virtual como uma agregação de

indivíduos ou parceiros de negócios que interagem em torno de um interesse comum, onde a interação

é apoiada e/ou mediada pela tecnologia e guiada por alguns protocolos e normas (de Almeida et al.,

2011). As comunidades virtuais têm como suporte a confiança, o compromisso e a sua estrutura das

relações dos consumidores com a organização e entre si (Almeida et al., 2011). Os consumidores que

fazem parte de comunidades virtuais são membros activos e tendem a ser leais e comprometidos com

os produtos e marca, dando à empresa a oportunidade única de interagir com este grupo seleto

(Almeida et al., 2011).

É importante ressalvar o papel importante dos social media na interacção das comunidades

sociais. Deste modo Jue, Marr, & Kassotakis (2010) definem os social media como baratos e facilmente

acessíveis através das ferramentas electrónicas, permitindo partilhar e aceder a informação, que

cooperam num objectivo comum ou na criação de amizades ou relações. Este conceito também inclui

sites de redes sociais que são definidos como serviços baseados na web que permitem: criar um perfil

público ou sem-público dentro de um sistema limitado; articula uma lista de outros utilizadores com

os quais partilha uma conexão; transfere a sua lista de conexões e aquelas feitas por terceiros dentro

do sistema (Boyd & Ellison, 2007). Há uma pluralidade de plataformas de redes sociais, tais como,

Facebook, Twitter, Instagram, LinkedIn, entre outras. Estas plataformas tornam-se canais essenciais

de negócios e marketing (Herrero, San Martín, & Garcia-De los Salmones, 2017). Um dos problemas

associado ao uso intensivo dos social media é o ser difícil distinguir os sites que são confiáveis dos que

não são (Hagar, 2013). De acordo com Hagar (2013), a crise da informática é a interconectividade de

pessoas, organizações, informações e tecnologia durante as crises e o fluxo de informação nos social

media, tornando difícil decifrar as mensagens confiáveis das que não são. Gefen (2000) estudou a

confiança e como os indivíduos geralmente assumem melhores resultados se forem percebidos como

bem-intencionados e confiáveis. E concluiu que a confiança é crucial para alguém conseguir interagir

no mundo social.

O comportamento social e as interações desempenham um papel importante nas nossas vidas

quotidianas, onde os social media se tornaram uma ferramenta cada vez mais utilizada para a

comunicação e para obter informações. Deste modo, as redes sociais são utilizadas como meio de

Page 39: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

39

comunicação que pode afectar a percepção das pessoas aquando partilhada informação (Warner-

Søderholm et al., 2017).

De acordo com Warner-Søderholm et al. (2017), a confiança é fulcral no estabelecimento de

relações. Assim, ao longo da história foi parte integrante da nossa vida privada e comercial tanto na

internet como fora dela. De facto, aprender a confiar nos outros e em si próprio é tão importante

quanto o ar que respiramos: todos os relacionamentos dependem da confiança. Contudo, as

perspectivas psicológicas da confiança digital e do comportamento confiável na internet são

fenómenos recentemente novos na pesquisa do comportamento humano. À medida que o uso dos

social media cresceu exponencialmente ao longo da última época, as pessoas passaram a poder aceder

a sites de redes sociais em qualquer dispositivo independentemente da sua localização geográfica. Na

verdade, os utilizadores teriam dificuldade em imaginar uma vida sem essa facilidade, pois o mundo

está na ponta dos dedos (Warner-Søderholm et al., 2017). Em vez de esperar para ler o jornal ou assistir

às notícias na televisão, as pessoas podem obter actualizações instantâneas, implicando estar

actualizadas e pesquisar nos sites da web e dos social media. No entanto, como existem centenas de

milhares de sites de redes sociais com pontos de vista diferentes sobre uma pluralidade de assuntos,

pode ser difícil distinguir quais as informações que são consideradas precisas e confiáveis das que não

são. Denota-se, que apenas 20% dos entrevistados acreditados que podem confiar incontestavelmente

nas notícias que lêem nos social media. Isso sugere que a compreensão de quem confia nos social

media será fulcral para as empresas e política (Warner-Søderholm et al., 2017). De modo a preencher

esta “lacuna” na literatura em relação à percepção de confiança em relação aos social media, realizou-

se um estudo exploratório que combinou cinco diferentes métricas: integridade (Mayer & Davis, 1999),

competência e benevolência (D. Harrison McKnight, Choudhury, & Kacmar, 2002), preocupação e

identificação (Shockley-Zalabak, Ellis, & Cesaria, 2000).

De acordo com Harrison McKnight et al. (2002), benevolência é definida como “a que se

preocupa com o bem-estar da outra pessoa e, portanto, está motivada para actuar no interesse da

outra pessoa”. Deste modo, a benevolência, como uma dimensão de confiança inclui a noção de que

duas partes servem voluntariamente o interesse uns dos outros (Eid, 2013). Deste modo, quando as

pessoas se juntam nas comunidades virtuais estas, muitas vezes, procuram apoio social e amizades

nessas comunidades. Estes reconhecem apoio emocional, moral, social e informativo (Liang & Turban,

2011; Ridings & Gefen, 2004). Consequentemente, em redes sociais, os indivíduos que permitem que

outros se baseiem em recursos de outros membros, estão, de facto, a mostrar amabilidade e a formar

um relacionamento. Podem assumir a forma de partilha de informações úteis (Ellison, Steinfield, &

Lampe, 2007). Assim, Lee et al. (2008) sugerem que a benevolência pode aumentar a qualidade das

relações, ao incentivar comportamentos específicos e motivar relações sociais a desenvolverem-se e

a fortalecerem-se. Urbano et al. (2013) apresentam duas visões diferentes de benevolência. Cada

Page 40: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

40

pessoa tem a sua visão de benevolência e isso reflecte os traços da sua personalidade e,

consequentemente, os relacionamentos próximos e de longo prazo, tendo um impacto positivo no

tempo e no compromisso (Warner-Søderholm et al., 2017). Portanto, a benevolência é importante no

cenário de partilha de noticias dos social media, pois se esta não existisse, a partilha não seria possível

(Warner-Søderholm et al., 2017).

A integridade é uma característica básica da natureza humana social. Uma manifestação mais

precisa de integridade é quando há uma exibição consistente entre valores sociais e comportamentos

na vida comum, especialmente em contextos difíceis. Desta maneira, a integridade pode ajudar a

construir e/ou a reforçar a sensação de autoestima do individuo e o orgulho nas suas conquistas

pessoais (Tullberg, 2012).

Segundo Miller & Schlenker (2011), as ideologias éticas das pessoas são retratadas por

compromissos e moral. Estas ideologias formam um sistema integrado complexo que ajuda a formar

a decisão de uma pessoa em relação ao que é certo ou errado. Além disso, a integridade desempenhou

um papel histórico importante na natureza humana e ajudou a construir relacionamentos sociais nas

comunidades (Miller & Schlenker, 2011). No contexto de redes sociais, esta aplica-se à partilha de

informação nas redes sociais que sem tais princípios éticos em comunidades online, esta partilha não

seria sustentável (Warner-Søderholm et al., 2017).

A terceira dimensão de confiança, a competência, de acordo com Shockley-Zalabak et

al.(2000), é definida como a capacidade ou poder de fazer o que precisa de ser feito para alguém. Esta

tem como palavras-chave habilidade, realização e capacidade. Deste modo, se a confiança é ter a

capacidade ou o poder de fazer o que necessita de ser feito, é crucial que cada utilizador mostre

competência na partilha de informações que escrevem ou partilham (Warner-Søderholm et al., 2017).

De seguida, Shockley-Zalabak et al. (2000), refere-se à identificação como um estabelecimento

de objectivos, normas, valores e crenças comuns associados a um grupo ou organização. De acordo

com Foote (2013), as relações são formadas através de interações que influenciam a forma como nos

identificamos num grupo ou organização. Os seres humanos identificam-se com as pessoas da sua rede

e categorizam o mundo social em seu redor para “regularizar as suas acções” (Publications, 2013). A

forte identificação com um grupo, por exemplo rede social, é significativa para estabelecer a confiança

(Ole Borgen, 2001). Deste modo, Edwards (2005) afirma que indivíduos que se identificam com uma

organização ou grupo sentem que as experiências partilhadas ajudam a estabelecer relacionamentos.

Assim Warner-Søderholm et al. (2017) afirmam que sem este vínculo, alguns aspectos do mundo social

seriam vistos com algum cepticismo. Portanto, a confiança pode resultar de uma dependência alta e

formação de identidade entre indivíduos, tanto online como offline.

Deste modo Lim, Osman, Salahuddin, Romle, & Abdullah (2016), descobriram que as pessoas

com alta identidade social, maior altruísmo e maior presença online tendem a ser pessoas com a

Page 41: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

41

necessidade de se juntar a um grupo social. Consequentemente, usam as redes sociais porque

percebem o incentivo que estas oferecem consoante a sua participação (Rondán-Cataluña, Arenas-

Gaitán, & Ramírez-Correa, 2015). A identificação tem como premissa medir se os objectivos, normas,

valores e crenças são comuns a um determinado grupo ou organização torna-se relevante para as

comunidades online que esta medida de confiança seja assegurada (Warner-Søderholm et al., 2017).

Por fim, a preocupação é a última das cinco métricas associadas à percepção de confiança de

um indivíduo. Esta é definida como um sentimento de preocupação, empatia, tolerância e segurança

que são demonstrados quando os outros estão vulneráveis (Shockley-Zalabak et al., 2000). Assim, os

laços emocionais que ligam os indivíduos podem construir a base da confiança (McAllister, 1995). Ao

investir em relações de confiança, as pessoas expressam cuidados genuínos e preocupação com o bem-

estar do outro. As interações frequentes e de longo prazo, criam emoções entre as partes, levando à

formação de vínculos baseados em sentimentos de cuidado interpessoal e preocupação (McAllister,

1995). Deste modo, ciclos repetidos de troca de informações, comunicação e cumprimento das

expectativas reforçam a confiança (Rousseau et al., 1998). Contudo, tanto os indivíduos como as

organizações devem estar cientes e protegerem-se contra qualquer uso indevido de tal confiança nas

redes sociais (Warner-Søderholm et al., 2017).

Consequentemente, como a preocupação é a exibição de sentimentos de carinho, empatia,

tolerância e segurança que são mostrados quando os outros estão vulneráveis (Shockley-Zalabak et

al., 2000) essa construção de confiança aplica-se à partilha de noticias nas redes sociais, pois precisam

mostrar empatia e tolerância em espaços virtuais de modo a se comprometerem com a comunidade

online (Warner-Søderholm et al., 2017).

Page 42: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

42

2.2.1. Web 3.0 – A Web Social

A evolução das capacidades da World Wide Web foi expressa por três inovações: a web de documentos

(Web 1.0), a web de documentos (Web 2.0) e a web de dados (Web 3.0) (Anderson, 2007). A World

Wide Web é um sistema de documentos interligados que se acede via Internet (“World Wide Web

Consortium (W3C),” n.d.); com um navegador da web, pode-se visualizar páginas web que podem

conter texto, imagens, vídeo e outros tipos de multimédia e navegar entre as páginas através de

hiperlinks. A 12 de Maço de 1989, Tim Berners-Lee, um cientista informático britânico e ex-funcionário

do CERN, escreveu uma proposta para o que acabaria por se tornar a World Wide Web (Berners-Lee &

Fischetti, 2014).

A web 1.0 foi a primeira implementação da web e durou de 1989 a 2005. Esta foi definida como

web de conexões de informações (Berners-Lee & Fischetti, 2014). De acordo com o inovador da World

Wide Web, Tim Berners-Lee, considerava a web “apenas de leitura” (“The World Wide Web: A very

short personal history,” n.d.), pois esta fornecia muita informação onde o consumidor podia trocar as

informações, mas não era possível interagir com o site, considerando-se uma web de natureza passiva

(Berners-Lee & Fischetti, 2014). A web 1.0 consiste num espaço de informação no qual os itens de

interesse referidos como recurso são identificados pelo identificador global apelidado por

Identificador de Recursos Uniformes (URL). A tecnologia Web 1.0 inclui os principais protocolos web:

HTML, HTTP e URL. As características da web 1.0 são as seguintes:

• Possuem conteúdo apenas de leitura;

• Estabelece uma presença online e torna as suas informações disponíveis para qualquer pessoa

a qualquer momento;

• Inclui páginas web estáticas e usa a linguagem HTML.

As maiores limitações da web 1.0 são:

• As páginas web 1.0 apenas são interpretáveis por humanos;

• O proprietário é o único responsável por actualizar os utilizadores e gerir o conteúdo do site;

• Falta de representação dinâmica.

A web 2.0 é a segunda geração da web e foi definida como uma web de leitura e gravação (“The

World Wide Web: A very short personal history,” n.d.). Berners-Lee & Fischetti (2014) indicam que as

tecnologias da web 2.0 permitem colocar e gerir grandes multidões globais com interesses comuns nas

interações sociais. Assim, Tim O’Reilly define a web 2.0 no seu website como (“What Is Web 2.0,” n.d.):

A web 2.0 é a revolução do negócio na indústria de computadores causada pela mudança para a

internet como plataforma e uma tentativa de entender as regras para o sucesso nessa nova

plataforma: O principal entre essas regras é a criação de aplicações que aproveitem os efeitos da rede

para melhorarem quanto mais as pessoas as usarem (“What Is Web 2.0,” n.d.). Em suma, a maior

Page 43: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

43

característica da web 2.0 inclui a “relação” das tecnologias, participação nos meios de comunicação e

na tecnologia digital social que também pode ser definida como a rede de sabedoria (Berners-Lee &

Fischetti, 2014). Por outras palavras, o utilizador da web 2.0 tem mais interacção com menos controlo.

A web 2.0 não é apenas uma nova versão da web 1.0, implicando também um design flexível,

reutilização de efeitos criativos, actualizações, criação e modificação colaborativa de conteúdo da web

2.0, conseguindo assim reunir inteligência colectiva, em contraste com web 1.0 (Berners-Lee &

Fischetti, 2014).

Figura 5 - Comparação da Web 1.0 & Web 2.0

A categorização pode ser usada para a compreensão da web 2.0 através das variadas definições

que seguidamente são apresentadas (Berners-Lee & Fischetti, 2014):

• Definição centrada na tecnologia: A web tornou-se uma plataforma com software para mais

do que um dispositivo. Tecnologia associada a blogs, wikis, podcasts, feeds RSS, etc;

• Definição centrada no negócio: uma maneira de arquitectar software e empresas. A revolução

do negócio na indústria de computadores tem génese na mudança da internet como

plataforma para uma tentativa de entender as regras para o sucesso na plataforma nova;

• Definição centrada no utilizador: A web social é frequentemente usada para caracterizar sites

que consistem em comunidades. Trata-se, então, da gestão de conteúdo e novas formas de

comunicação e na interação entre utilizadores. Aplicações da web que facilitam a produção

colectiva de conhecimento, as redes sociais que aumentam o intercâmbio de informações

entre utilizadores.

Como limitação, se a nova tecnologia atender às expectativas do utilizador em grande número,

pode haver uma hipótese de que essas tecnologias enfrentem muitas consequências de ambiente

externo, tais como, suprimir ou limitar o fluxo da tecnologia na apresentação de resultados que podem

Page 44: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

44

não ser viáveis e pode levar a degradar o desempenho da tecnologia (Berners-Lee & Fischetti, 2014).

As limitações da web 2.0 para Anderson (2007) são então:

• Ciclo de iteração constante de mudança e actualizações dos serviços;

• Questões éticas relativas ao uso e construção da web 2.0;

• A interconectividade e a partilha de conhecimento entre plataformas em todos os espaços da

comunidade ainda são limitados.

A web 3.0 é um dos tópicos modernos e evolutivos associados às iniciativas da web 2.0 (Spivack,

2006). Foi inventada pelo John Markoff do New York Times, sugerindo que a web 3.0 seja a terceira

geração da web em 2016 (Spivack, 2006). Berners-Lee & Fischetti (2014), afirmam que a web 3.0 foca-

se em definir os dados de estrutura e conectá-los de maneira a descobrir, automatizar, integrar e

reutilizar as aplicações de maneira mais eficaz. Esta geração web tem a capacidade de melhorar a

gestão dos dados, suportar a acessibilidade da internet móvel, simular a criatividade e a inovação,

incentivar os fenómenos de globalização, dando origem à melhoria da satisfação dos clientes e ao

auxílio da organização da colaboração na web social. Deste modo, existe uma equipa no consórcio

World Wide Web que trabalha para melhorar, ampliar e padronizar o sistema, idiomas, publicações e

ferramentas que já foram desenvolvidas (“The Semantic Web: An Introduction,” n.d.).

Assim Berners-Lee & Fischetti (2014), apontam que a web 3.0 é onde o conceito de website ou

página web onde os dados não são propriedade mas sim partilhados e onde os serviços exibem

diferentes visualizações para a mesma web ou dados. Esses serviços podem ser aplicativos, tais como,

browsers ou mundos virtuais. A web de documentos foi desenhada para consumo humano em que

objectos primários são documentos e a ligações que estão presentes entre os documentos, tal como a

Figura 6 ilustra (Aghaei, 2012).

Figura 6 - Página de documento (Berners-Lee & Fischetti, 2014)

Desta forma, os proponentes de dados da web imaginam que grande parte dos dados do

mundo estão inter-relacionados e abertamente acessíveis ao público em geral. Esta visão é análoga à

web de documentos de conhecimento, em vez de tornar os documentos e media acessíveis, o foco é

tornar os dados acessíveis. Os dados na web hospeda uma panóplia de conjuntos de dados que incluem

factos enciclopédicos, dados de produtos farmacêuticos e proteínas, dados de músicas, livros, artigos

Page 45: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

45

académicos, representações de redes sociais, informações geoespaciais e muitos outros tipos de

informação (Berners-Lee & Fischetti, 2014).

Figura 7 - Dados da web (Berners-Lee & Fischetti, 2014)

A web 3.0 é conhecida como uma web semântica que fornece uma estrutura comum que

permite que os dados sejam partilhados e reutilizados entre aplicações, empresas e comunidades

como é apresentado na Figura 7 (“World Wide Web Consortium (W3C),” n.d.).

Segundo Berners-Lee & Fischetti (2014), a web semântica não se limita a publicar dados na web,

cria laços para conectar os dados relacionados. De acordo com Bizer, Heath, & Berners-Lee (2009) foi

introduzido um conjunto de regras pelo que se tornaram conhecidos pelos princípios “Linked Data”

para publicar e conectar os dados na web em 2007:

• Usar URL’s como nomes para as coisas;

• Usar URL’s para procurar esses nomes;

• Fornecer informações úteis, usando padrões (RDF) procurando um URL;

• Incluir ligações para outros URL de modo a descobrir mais coisas.

As características da web 3.0 são as seguintes(Spivack, 2006):

• Modelo de negócio SaaS;

• Plataforma de software Open source;

• Base de dados distribuída ou “World Wide Web Database”;

• Personalização da web;

• Agrupamento de recursos;

• Web Inteligente.

A web semântica apresenta vário desafios, tais como:

• Vastness (Imensidão);

• Vagueness (Imprecisão);

• Inconsistência;

• Engano.

Page 46: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

46

Em conclusão, é apresentada a Tabela 3 com as principais diferenças entre as diferentes web.

Tabela 3 - Comparação da Web 1.0, Web 2.0 e Web 3.0

Web 1.0 Web 2.0 Web 3.0

1996-2004 2004-2016 2016+

A web de hiperligações (The Hypertext

Web) A web social (The Social Web) A web semântica (The Semantic Web)

Tim Berners Lee Tim O’Reilly, Dale Dougherty

Tim Berners Lee

Apenas de leitura Wen de leitura e escrita Web executável

Milhões de utilizadores Biliões de utilizadores + de triliões de utilizadores

Sistema de economia (Echo system) Participação e interação (Participation

and Interaction) Auto compreensão (Understanding

self)

Unidirecional (One directional) Bidirecional (Bi-Directional) Ambiente virtual multiutilizador (Multi-user virtual envrionment)

Empresas publicam conteúdos (Companies Publish Content)

Os utilizadores publicam conteúdos (People publish content)

As pessoas criam aplicações através das quais interagem e publicam conteúdos (People build application though which

people interact and publish content)

Conteúdo estático (Static content) Conteúdo dinâmico (Dynamic content) Web 3.0 é indefinida. Inteligência artificial e 3D (Web 3.0 is curiously undefined. AI and 3D, The we learning)

Websites pessoais (Personal Websites) Blog e perfis sociais (Blog and Social

profile) Semiblog (Semiblog, Haystack)

Exposição de mensagens (Message

board)

Portais de comunicação (Community

portals)

Fóruns semânticos (Semantic Forums)

Lista de amigos, livro de endereços (Buddy list, address book)

Redes sociais online (Online social

networks)

Informações sociais semânticas (Semantic social information)

A web 4.0 pode ser considerada como um agente electrónico ultra inteligente, web simbólica

e ubíqua (Rodd, 2013). A interação entre humanos e máquinas foi motivação por trás da rede

simbiótica (Berners-Lee & Fischetti, 2014). Por outras palavras, as máquinas seriam inteligentes ao ler

o conteúdo da web e reagir na forma de execução e decisão no que executar em primeiro para carregar

os sites com rapidez superior, qualidade e contruir mais interfaces (Schnurr & Witt, n.d.). Isto garante

transparência global, distribuição, participação, colaboração em comunidades-chave, como industria,

politicas sociais e outras comunidades (Berners-Lee & Fischetti, 2014).

Page 47: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

47

2.2.2. Redes Sociais

Os social network services (SNS) surgiram como uma ferramenta com a qual os utilizadores

podem estabelecer e manter relacionamentos com os seus parentes, amigos e ou agentes (Hennig-

Thurau et al., 2010). Os SNS são definidos como aplicativos que permitem ao utilizador conectar-se

criando perfis de informações pessoais e também fornecem perfis específicos de organizações onde

os utilizadores podem construir e manter relacionamentos uns com os outros (Zaglia, 2013). Assim,

quando uma pessoa decide aderir a uma rede social é lhe solicitado que crie um perfil em que podem

incluir informações como o nome, aniversário, fotografias, cidade natal e interesses sociais, entre

outras (Strater & Lipford, 2008). Após a criação do perfil, estes podem fazer conexões com amigos e

outros que estão registados no site. A criação do perfil tem como propósito conectar-se com a família

e/ou amigos ou pessoas que partilhem as mesmas ideologias e interesses, criando relacionamentos

(Dwyer, Hiltz, & Passerini, 2007). Contudo, para que as conexões e interacções ocorram a confiança é

importante (Coppola, Hiltz, & Rotter, 2004).

Boyd & Ellison (2007) avaliaram o uso das redes sociais de estudantes universitários e

concluíram que estes passaram mais tempo a visualizar as publicações, ler perfis individuais, ler feeds

de notícias e fotografias, do que a publicar informações e a falar com familiares. Também Sponcil &

Gitimu (2013) descobriram recentemente que os comportamentos dos visualizadores das redes sociais

estão a aumentar. Para além disso, as pessoas que estão a usar as redes sociais para ler noticias estão

a aumentar, isto é motivo de preocupação devido ao número de pessoas que utilizam as redes sociais

não ser real (Tsikerdekis & Zeadally, 2014).

Nesta perspectiva, os utilizadores podem aprender uns com os outros, gerar novas ideias e

obter feedback importante do SNS (Dholakia et al., 2004). Assim, no contexto do SNS, os utilizadores

estabelecem relações ao longo de um período de tempo que permitem o intercâmbio de informações,

mas, ao invés de serem meros destinatários de informações, usam o SNS para recomendar produtos e

serviços a outros ou expressar e divulgar as experiências e opiniões sobre amigos, parentes ou notícias,

criando novos conhecimentos no processo (de Valck, van Bruggen, & Wierenga, 2009). Embora as

revisões e comentários no SNS se tornem os primeiros pontos de referência para os utilizadores

quando pesquisam informação sobre produtos, deve notar-se que o “conhecimento” gerado no SNS

pode não ser bom conhecimento (Sánchez-Casado, Cegarra-Navarro, & Tomaseti-Solano, 2015). Por

exemplo, explicações e justificações não fundamentadas no SNS levam a que utilizadores criem crenças

inapropriadas ou falsas (Sánchez-Casado et al., 2015). Em relação a isso, os blogs mal escritos podem

ter efeitos prejudiciais óbvios nas habilidades de escrita (Holman Rector, 2008), enquanto que a falta

de informações e a ausência de conhecimento relevante pode dificultar decisões efectivas de compra

Page 48: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

48

(Lewandowsky, Ecker, Seifert, Schwarz, & Cook, 2012). Assim, o contra conhecimento é criado quando

as pessoas desenvolvem interpretações incorrectas de certos eventos ou sequências de factos.

É observado que, os wikis, blogs e as tecnologias web 2.0 são quase tão confiáveis como os

meios impressos e os utilizadores podem criar contra conhecimento como consequência dessas fontes

não confiáveis ou imprecisas (Sánchez-Casado et al., 2015). Os exemplos expostos anteriormente

ilustram a capacidade dos utilizadores para criar conhecimento ao usar plataformas de redes sociais e

dispositivos de alta tecnologia, como tablets ou smartphones (“Internet Research Volume 18 issue 2

2008 Kato, Yoshikiyo; Hirose, Yayoi; Sonehara, Noboru -- Management of information-credibility.pdf,”

n.d.). Por outro lado, o contra conhecimento gerado através do SNS nem sempre é necessariamente

mau. Baumeister et al. (2004) sugerem que o conhecimento mesmo que seja falso pode ser uma ajuda.

Outro exemplo tem a ver com as pessoas puderem aprender muito sobre os utilizadores que estão a

espalhar ou a iniciar a rumores ou boatos, e isso sim é bom conhecimento. Os boatos também podem

fortalecer o trabalho em equipa, a empatia e os vínculos entre colegas de trabalho e que podem levar

à compreensão da realidade ao examinar todos os factos e elaborar um bom plano para que os

membros da equipa possam realizar com sucesso as tarefas após se depararem com erros ou

informações imprecisas (Serap Kurbanoglu, 2003; Serap Kurbanoglu, Akkoyunlu, & Umay, 2006). Deste

modo, podemos concluir que as redes sociais são simultaneamente um impedimento (efeitos

negativos) e um desafio (efeito positivo), devido ao conteúdo nas redes sociais ser um factor

importante que contribui para o desempenho positivo. Em contraste, esse conteúdo pode ter

consequências negativas induzindo suposições erradas ao atender às necessidades das pessoas e como

melhora as relações pessoais (Sánchez-Casado et al., 2015).

Nos últimos anos, assistiu-se ao crescimento explosivo de várias comunidades online, tais

como, Facebook, Twitter e Tuenti, são a última ferramenta de comunicação online que permite aos

utilizadores conectarem-se e interagirem com centenas de milhões de utilizadores em todo o mundo

(Hossain & de Silva, 2009; Kaplan & Haenlein, 2010; Katona, Zubcsek, & Sarvary, 2011). Por um lado,

autores como Ellison et al. (2007) argumentam que o social network services proporcionam

oportunidades para novos relacionamentos, fortalecimento de relacionamentos existentes

independentemente da localização geográfica. Por outro lado, os utilizadores também podem utilizar

as redes sociais de forma cruel ou prejudicial (Ybarra, Mitchell, Wolak, & Finkelhor, 2006).

Segundo Pempek, Yermolayeva, & Calvert (2009), a comunicação pode ser facilitada através da

publicação no SNS das seguintes informações:

• Informações pessoais do utilizador, incluindo fotos sobre a sua vida, férias ou seus filhos;

• Publicações criadas pelo o utilizador no seu perfil opiniões sobre religião, economia ou política;

• Publicações criadas para outro no seu perfil.

Page 49: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

49

Estas considerações acima referenciadas implicam que o SNS constituia um contexto para partilhar

mentiras, exageros ou verdades parciais (Ybarra et al., 2006), pelo o qual o conhecimento não é apenas

“descoberto”, mas também socialmente contruído. Assim, este tópico promove o envolvimento em

actividades sociais derivadas de rumores. Partindo desta premissa, o contra conhecimento pode ser

adquirido involuntariamente pelo SNS (Sánchez-Casado et al., 2015).

2.2.3. Redes Sociais e Business

Segundo Vendemia (2017), as redes sociais permitiram aos utilizadores ver como as empresas

interagem com os seus seguidores em diferentes formas. Este estudo procura clarificar como as

relações empresa-consumidor podem influenciar significativamente as interacções dos espectadores

da empresa e dos seus produtos. Por exemplo, através de uma página do Facebook, os consumidores

vêem como a empresa respondeu a outros consumidores, ficando com uma percepção da capacidade

de resposta e personalização da empresa, com base em interacções frequentes dos consumidores,

afectando a forma como os participantes avaliam a qualidade da empresa, bem como, a qualidade das

interacções e a probabilidade em comprarem produtos da empresa. Uma das estratégias mais

efectivas para atrair o consumidor é marketing boca a boca, pois molda atitudes e comportamentos,

especialmente em transacções comerciais. (Vendemia, 2017).

Segundo Huberman et al. (2009), as redes sociais representam um antigo mecanismo para a

medição das interacções distal entre utilizadores. As empresas encontram nas redes sociais um meio

perfeito para propagar informações de marketing, atrair novos clientes ou apenas obter feedback

valioso de clientes insatisfeitos.

O Twitter avalia que há 310 milhões de utilizadores, (“Twitter - Empresa,” n.d.). Os hashtags

são o que tornam a rede social especifica, para que as empresas possam promover os seus eventos e

promoções com sucesso. Por outro lado, o Youtube é conhecido como site de partilha de vídeos usado

principalmente por músicos e bloggers (Ioanid & Scarlat, 2017).

No entanto, os autores consideram que o YouTube pode ser utilizado com sucesso para fins de

marketing, juntamente com qualquer outra rede social (Ioanid & Scarlat, 2017). As estatísticas do site

www.youtube.com mostram que há mais de um milhão de utilizadores registados no YouTube, o

número é bastante baixo em comparação com outras redes, mas para visualizar matérias de vídeo as

pessoas não necessitam de se registar, apenas aceder. Do total de jovens utilizadores, 81% acedem ao

YouTube diariamente (“Press - YouTube,” n.d.).

Os utilizadores do Facebook tendem a dar mais atenção a uma publicação que contém, além

do texto, uma foto ou vídeo anexados (Ioanid & Scarlat, 2017). Assim, as empresas podem maximizar

o alcance das publicações se se associarem a um vídeo que contém informações sobre um produto,

como usar tutoriais ou quaisquer outros dados atraentes para potenciais utilizadores, como

Page 50: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

50

depoimentos de outros clientes, entrevistas com pessoas famosas que recomendam esses produtos

(Ioanid & Scarlat, 2017).

Os sites das redes sociais utilizam tecnologias móveis baseadas na web e criam plataformas

interactivas onde os utilizadores comunicam, colaboram e partilham informações e modificam o

conteúdo gerado pelo utilizador (Kietzmann, Hermkens, McCarthy, & Silvestre, 2011). Assim, de

acordo com Ioanid & Scarlat (2017), permite às empresas mostrarem o valor e pode, até, ser visto

como garantia para potenciais clientes da qualidade dos produtos ou serviços oferecidos pela empresa

Esta confiança aumenta se um amigo do utilizador seguir uma página de negócio, esse utilizador

também a seguirá e tornar-se-á cliente da empresa. Esta é a razão pela qual as empresas acham

necessário ter o maior número possível de seguidores, organizando concursos onde a participação

baseia-se em tornar um membro e a partilhar isso na página de perfil pessoal (Ioanid & Scarlat, 2017).

Também Kietzmann et al. (2011), afirmam que os utilizadores de sites de redes sociais

comunicarão sobre marcas, com ou sem a permissão das respectivas empresas. De qualquer forma, se

a empresa participar nesta comunicação ou se a ignorar, os social media terão um enorme impacto no

negócio. Desta forma, muitos estudos afirmam a importância de estas serem activas nas redes sociais,

mas não há evidências dos benefícios obtidos de cada rede (Ioanid & Scarlat, 2017).

Desta forma, foi proposto por Kietzmann et al. (2011), um modelo de sete blocos funcionais

dos social media: identidade, conversações, partilha, presença, relação, reputação e grupos. Esses

blocos permitem que os investigadores determinem a experiência do utilizador das redes sociais e as

implicações para a empresa.

Figura 8 - O favo de mel dos social media

O bloco central, a identidade, permite ao utilizador autopromover-se (via Facebook) ou à

marca (via LinkedIn) (Kietzmann et al., 2011). Contudo, segundo Ioanid & Scarlat (2017), deve haver

Page 51: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

51

um equilíbrio entre a partilha de detalhes pessoais e a protecção da privacidade, a utilização errada de

ambos pode levar ao roubo de informações, ao ciber-bullying ou ao engano.

O segundo bloco, as conversas, podem ser analisadas pelas empresas através de ferramentas

complexas para determinar o quão favorável ou desfavorável são os utilizadores para os negócios ou

produtos/serviços oferecidos. A discussão entre os utilizadores também oferece às empresas valiosos

comentários que de outra forma seriam desafiadores e caros de obter (Ioanid & Scarlat, 2017). A

partilha permite que o utilizador distribua conteúdo.

Segundo Ioanid & Scarlat (2017), o bloco de presença fornece informações do modo como a

empresa pode ser alcançada, com uma ligação para o site da empresa ou o endereço dos escritórios.

De acordo com Kaplan & Haenlein (2010), um maior grau de presença torna a conversa mais influente.

Desta forma, este bloco tornou-se crítico após os smartphones aparecerem e permitirem localizar os

utilizadores perto dos negócios das empresas.

De seguida, o bloco de relações oferece valor a uma rede, dependendo do número de relações

e da sua densidade, um utilizador pode ser considerado influente ou não. Este bloco é especialmente

valioso para as empresas, pois podem alcançar as mensagens para grandes públicos (Ioanid & Scarlat,

2017).

Por fim, Ioanid & Scarlat (2017), afirmam que o bloco de grupo é influenciado pela forma como

os utilizadores que se expõem nas comunidades. Na maioria dos casos, os interesses, passatempos e

aspirações dos participantes reúnem-nos em grupos. As empresas podem aproveitar isso promovendo

eventos nesses grupos, onde os membros foram infiltrados anteriormente pelo interesse de se

juntarem à equipa para que as empresas possam orientar melhor os seus potenciais clientes.

Sumariamente, os grupos atribuem a vários funcionários a tarefa de maximizar o uso das redes sociais

a fim de realizar negócios e conhecer melhor os clientes.

2.2.4. Social Shopping

Com a mudança do comportamento de compra do consumidor e a popularidade das redes sociais, um

novo tipo de comércio electrónico conhecido como “social shopping” está a emergir (Hsiao, Chuan-

Chuan Lin, Wang, Lu, & Yu, 2010). Este método de comércio electrónico combina redes sociais e

compras que podem satisfazer as necessidades de pesquisa antes de comprar e partilhar experiências

pessoais online após o uso (“Like Shopping? Social Networking? Try Social Shopping - The New York

Times,” n.d.; “Social shopping,” 2018). Assim, Hsiao et al. (2010), afirmam que ao contrário de muitas

lojas online que exibem produto para venda, alguns sites de compras online fornecem blogs ou

comunidades virtuais com o objectivo dos utilizadores partilharem ideias de compras, trocar opiniões

sobre produtos específicos e recomendá-los. Desta forma para os consumidores, essas opiniões ou

recomendações podem ajudá-los a encontrar informações sobre novos produtos e auxiliá-los na

Page 52: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

52

tomada de decisão. Além disso, constatou-se que as pessoas são mais propensas a confiar nas

informações fornecidas por outros compradores do que pelas empresas (“The Growing Influence of

Online Social Shoppers - eMarketer,” n.d.).

Vários autores, afirmam que a confiança tem sido estudada como um factor importante no

comércio electrónico e descobriu-se que a maioria dos consumidores usa sites confiáveis ao comprar

online (Hoffman et al., 1999; Nöteberg, Christiaanse, & Wallage, 1999). No entanto, Hsiao et al. (2010),

afirmam que embora a confiança dos consumidores nas recomendações de outros consumidores nos

websites possa afectar as decisões de compra online dos consumidores, poucos estudos examinaram

quais os factores que influenciam a confiança nas informações sobre recomendações de produtos. Esta

questão é importante, uma vez que o fenómeno das compras sociais está a aumentar e os

consumidores online estão a partilhar cada vez em maior escala as observações detalhadas, bem como

as opiniões pessoais sobre um produto especifico (Hsiao et al., 2010).

Devido à ascensão das compras sociais, as lojas online estão a desenvolver funções de compras

sociais ou iniciar redes sociais no seu site, como afirma Hsiao et al. (2010). Também as redes de

compras sociais envolvem a criação de lugares onde as pessoas podem colaborar online, obter

conselhos de pessoas confiáveis, encontrar produtos e serviços para depois comprá-los (Hsiao et al.,

2010). Assim, os conselhos ou recomendações de outras pessoas sobre os produtos desempenham um

papel importante nas compras sociais. Uma vez que os consumidores confiam nas recomendações de

produtos nas redes sociais de compras, a sua intenção de comprar um produto socialmente

recomendado é estimulada e, portanto, podem comprar a partir do mesmo website (Gordon, 2007).

Como Hsiao et al. (2010) exemplificam, o eBay iniciou mais de 600 redes micro-sociais

chamadas eBay Neighborhoods em 2007 para melhorar as compras sociais no site

(http://neighborhoods.eBay.com/). Cada um é organizado em torno de um produto diferente. O

conteúdo do eBay.com, incluindo blogs, guias, análises e pesquisa de produtos do eBay, está integrado

em cada neighbourhood. Os compradores podem participar em discussões, conhecer outras pessoas

que partilhem interesses e, assim, possam encontrar facilmente as páginas de leilões de produtos

(Hsiao et al., 2010). Se os compradores quiserem comprar o produto recomendado, podem

simplesmente participar no leilão do produto (Hsiao et al., 2010).

Outros dois exemplos de sites de compras sociais são Crowdstorm (www.crowndstorm.co.uk)

e Stylehive (www.stylehive.com) fornecidos por Hsiao et al. (2010). O primeiro caracteriza-se por uma

mistura de compras com um sistema de votação, comentários de produtos, blogs e redes sociais e os

rankings dos produtos mais recomendados serem constantemente actualizados. Desta forma, os

utilizadores podem ver qual o produto mais falado e quais as opiniões dos “amigos” de confiança. O

segundo permite que os utilizadores marquem os seus produtos favoritos, adicionem imagens e

partilhem com os compradores, familiares e “amigos”. Os utilizadores também podem criar listas de

Page 53: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

53

desejos pessoais que podem ser categorizadas ou partilhadas com a família e “amigos” (Hsiao et al.,

2010). Deste modo, H. Kim et al. (2013), refere que a compra online colaborativa é uma actividade na

qual o consumidor comercializa online com parceiros de compras localizados remotamente, como são

exemplo, amigos ou familiares.

O rápido desenvolvimento e permeabilidade das tecnologias da informação mudaram muitas

práticas de negócios. A Amazon (http://www.amazon.com) e sites semelhantes de comércio

electrónico, onde os clientes compram produtos e pagam por eles na web, cresceram rapidamente e

tornaram-se canais críticos para chegar aos consumidores (Kim et al., 2013). De acordo com o

Departamento de Comércio dos EUA totalizaram US$ 193,8 biliões em 2011, 15,2% acima de 2010 e

69,2% em relação a 2006 e representam 4,7% do volume total de retalho em 2011 (Release, 2013).

Uma experiência de compra pode ser influenciada por perspectivas sociais, relacionais e individuais

(Evans, Christiansen, & Gill, 1996; Release, 2013). Por exemplo, os consumidores podem partilhar as

opiniões sobre produtos, solicitar opiniões diversas de amigos, familiares e outros clientes que pode

levar à diversão através de interacções com pessoas que tenham interesses semelhantes (Pfeiffer &

Benbasat, 2012). Além disso, os consumidores gastam mais tempo a comprar quando fazem compras

com familiares ou amigos (Hopper & McCarlnielsen, 1991). Em particular, Evan et al. (1996) mostraram

que o comportamento de compras faz parte do processo social de estar com os familiares ou amigos

e discutir a necessidade de abordar as experiências de compras e o comportamento do consumidor a

partir de perspectivas sociais e relacionais. Desta forma, afirmam que um meio de comunicação com

outros consumidores é um elemento social no sucesso de um site de comércio electrónico e afirmam

que as perspectivas sociais e relacionais são tão importantes como quando estão offline (Kim et al.,

2013).

Este modelo de negócio é um subtipo de eCommerce que usa social media para apoiar e

melhorar a interacção social entre clientes (Marsden, 2010; Owyang, Bernoff, & Pflaum, 2009).

Exemplificando, Kim et al. (2013), expõe o eBay (http://www.ebay.com), um dos principais sites do

eCommerce, com o lançamento de uma função chamada “Help Me Shop”, que ajuda os clientes a

partilhar a opinião de um produto com seus parceiros de redes sociais e a solicitar a opinião dos seus

membros. Outro exemplo, é a empresa Groupon (http://www.groupon.com), que comprou uma

plataforma de compras sociais, o Mertado, que ajuda assinantes a criar a sua própria comunidade e

encontrar ofertas e sugestões que correspondam aos requisitos personalizados. Além disso, os sites

tradicionais de serviços de redes sociais, como o Google Plus (plus.google.com) e o Facebook

(http://www.facebook.com) também estão a tentar encorajar os utilizadores a interagir nas redes

sociais quando compram um produto. Desta forma, as sugestões sobre os possíveis componentes de

design dos sites de comércio electrónico possam influenciar as perspectivas sociais e relacionais

podem ter implicações teóricas e práticas (Kim et al., 2013).

Page 54: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

54

Desta forma, vários autores, referem o social shopping como um subtipo do eCommerce com

base na interacção social e relacional entre as relações humanas na web (Marsden, 2010; Owyang et

al., 2009). Em suma, as compras sociais são uma forma de comércio electrónico baseada em relações

sociais em que os amigos influenciam as experiências de compra e o comportamento de compra na

web (Lee, Shi, Cheung, Lim, & Sia, 2011; Liben-Nowell & Kleinberg, 2003).

Assim, o social shopping usa tecnologias para mitigar as interacções sociais encontradas em

shopping e lojas físicas, tal como afirma Kim et al. (2013). Por exemplo, o eBay (http://www.ebay.com)

e a Groupon (http://www.groupon.com) ajudam os clientes a partilhar as suas opiniões de produtos

e encontrar ofertas ou sugestões que correspondam às suas necessidades personalizadas. Em

semelhança, as compras colaborativas online podem ser consideradas um tipo de social shopping que

se define como a actividade de comercialização de um produto num site de comércio electrónico com

parceiros de compras localizados remotamente, como amigos ou familiares (Kim et al., 2013).

Actualmente, existe uma rede social criada exclusivamente para esse fim, chamada Frugar

(http://my.frugar.com.br). Frugar é definida, por Santos & Gonçalves (2012), como uma rede social

brasileira de compras sociais onde se pode encontrar opiniões dos membros sobre os produtos e

serviços que eventualmente podem adquirir. É uma rede social cujo objectivo é ser uma referência às

pessoas que desejam comprar algo. Basta registar-se no Frugar e criar uma lista de produtos,

contribuindo para o desenvolvimento da comunidade comentando sobre eles. Também é possível

adicionar amigos ou conhecer novas pessoas com gosto semelhante e segui-las para ver o que

compram ou quais os seus comentários.

Segundo Santos & Gonçalves (2012), algumas lojas virtuais usam API de redes sociais para

interagir com o cliente, sob a forma de compras sociais, como a Levi’s Friend Store, que criou um canal

de compras sociais destinado essencialmente a uma audiência com idades compreendidas entre os 18

e 34 anos. O canal pretende ser complementar à plataforma electrónica Levi.com. Os visitantes da

plataforma de comércio electrónico Levi.com podem ver convidados o usar o Facebook Connect e a

fazer “Like” na marca.

Em Portugal, “TAP” e “Coca-Cola” mostram-se em redes sociais com o objectivo de mostrar

aos seus clientes os produtos/serviços e promoções (“Os trabalhadores da minha empresa têm

Facebook. E agora?,” n.d.). A empresa “PT” usa as ferramentas da web 2.0 para disponibilizar suporte

online aos seus clientes, permitindo de forma rápida e efectiva o esclarecimento em desperdícios

(SAPO, n.d.). O grupo “Sol Mélia” recorreu a ferramentas da Web 2.0 para obter mais informações

sobre os seus clientes, e assim, manter actualizado e preparado para as suas pesquisas (Santos &

Gonçalves, 2012).

Assim, Santos & Gonçalves (2012) definem uma nova abordagem de compras sociais, onde a

própria comunidade determina no que eles estão interessados em comprar (basket) e, em algumas

Page 55: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

55

situações. Desta forma, em vez de permitir que uma marca ou produto crie a necessidade ou a vontade

de comprar nos utilizadores, será a comunidade, através de um efeito de rede para se auto influenciar,

definindo o que eles querem comprar, garantindo a isenção relacionada com as marcas, produtos e

serviços. A gestão da comunidade tem como principais tarefas propor produtos e serviços e lidar com

todo o processo, desde a escolha do cliente até à entrega e o devido pagamento. Essa comunidade

permite duas coisas importantes: por um lado, é a própria comunidade que define o “basket” de

produtos e serviços que quer adquirir, traduzida numa especificação para potenciais fornecedores e

acordo contratual posterior; por outro lado, depois de um tempo, será possível, recorrendo às técnicas

de Data Mining, criar um conceito que efectivamente represente a comunidade (Santos & Gonçalves,

2012).

Este modelo baseia-se numa comunidade de membros, interessada num certo conjunto de

produtos, juntam-se para determinar um certo período de tempo, um “basket” de produtos e serviços

a serem adquiridos, tal como explica Santos & Gonçalves (2012). Seguidamente, os membros destacam

as suas preferências e fazem comentários sobre os produtos e serviços no “basket”, o que influenciará

a escolha de outros membros. Quando o momento ou a data pré-determinada é atingida, eles definem

os produtos baseados nesse período de tempo, com base nas preferências dos membros da

comunidade. Este processo de escolha de produtos pode ser alcançado com base na análise de

comentários ou simplesmente através do voto. Quando o cesto está configurado, o custo é igual, e um

período de pedido/pagamento é aberto. No final deste período, as encomendas são entregues aos

fornecedores da loja de compras sociais e aos operadores de logística, responsável pela escolha e

embalagem do produto (Santos & Gonçalves, 2012). Este processo encontra-se na Figura 9.

Page 56: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

56

Figura 9 - Modelo de Social Shopping com “basket” de compras autodefinido

Simultaneamente, a gestão da comunidade terá que garantir a isenção total relacionada com as

marcas ou produtos que tentem influenciar directa ou indirectamente a variedade dos produtos no

“basket” (Santos & Gonçalves, 2012).

Page 57: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

57

3. METODOLOGIA

Este capítulo explicita qual a metodologia de investigação, bem como a amostra e a estratégia de

investigação seguida.

3.1. QUESTIONÁRIO (SURVEY)

O questionário é uma técnica de investigação composta por um conjunto de questões apresentadas

por escrito. O questionário deverá ser efetuado a pessoas que propiciem determinado conhecimento

ao investigador. Por forma a obter dados relevantes é necessário definir os objectivos à priori da

definição das perguntas que irão ser realizadas. Após saber o que está à procura começa-se a

estruturar as questões que ajudarão a capturar a informação. De modo a elaborar um questionário

assertivo e direcionado existem dicas que podemos seguir, tais como (“Designing a Survey,” n.d.):

• Indicar claramente as intenções de pesquisa;

• Incluir instruções no questionário;

• Não solicitar informações pessoais, a não ser que seja estritamente necessário;

• Manter as perguntas curtas e concisas;

• Perguntar apenas questão por vez;

• Certificar de que as perguntas são imparciais;

• Ordenar/agrupar perguntas de acordo com o assunto;

• Apresentar as questões com layout limpo e organizado;

• Testar o questionário.

Segundo Almeida & Pinto (1973), são consideradas algumas vantagens sobre este tipo de técnica

de recolha de dados, tais como: a possibilidade de atingir grande número de pessoas, garantir o

anonimato das respostas, permitir que as pessoas respondam no momento que lhes pareça mais

apropriado e não expõe os questionados sob influência do questionador. Sempre que um investigador

elabora e administra um inquérito por questionário, e não esquecendo a interação indireta que existe

entre ele e os inquiridos, verifica-se que a linguagem e o tom das questões que constituem esse mesmo

questionário, são de elevada importância. Assim, é necessário ser cuidadoso na forma como se

formulam as questões, bem como na apresentação do questionário. As questões devem ser reduzidas

e adequadas à pesquisa em questão. Devem ser desenvolvidas tendo em conta três princípios básicos:

o Princípio da Clareza (devem ser claras, concisas e unívocas), Princípio da Coerência (devem

corresponder à intenção da própria pergunta) e Princípio da Neutralidade (não devem induzir uma

dada resposta, mas sim libertar o inquirido do referencial de juízos de valor ou do preconceito do

próprio autor). Por outro lado, esta técnica de investigação tem desvantagens, tais como Kelley, Clark,

Brown, & Sitzia (2003) expõem:

Page 58: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

58

• O significado dos dados pode ser negligenciado se o investigador se concentrar demais no

alcance da cobertura para a exclusão de uma conta adequada das implicações desses dados

para questões, problemas ou teorias relevantes;

• Os dados que são produzidos provavelmente não terão detalhes ou profundidade no tópico

em questão;

• Garantir uma alta taxa de resposta à pesquisa pode ser difícil de controlar, especialmente

quando é realizada por mensagem (correio electrónico), mas também é difícil que a pesquisa

seja realizada pessoalmente ou por telefone.

Almeida & Pinto (1973) enumeram mais limitações em relação a esta técnica de investigação,

como o facto de excluir pessoas analfabetas, de impedir o auxílio ao questionado quando este não

entende determinada pergunta, de impedir o conhecimento das circunstâncias em que o questionário

foi respondido, não oferecer garantia de que a maioria das pessoas o devolva preenchido

completamente, de envolver geralmente um número pequeno de perguntas e de proporcionar

resultados bastante críticos em relação à objetividade.

A construção do questionário terá grande influência nos resultados que serão obtidos por ele, por

isso, são importantes alguns cuidados a ter como a forma das perguntas, o conteúdo das mesmas, a

escolha das perguntas e a sua formulação, o número de perguntas e a sua respetiva ordem.

3.2. ESTRATÉGIA DE INVESTIGAÇÃO

Tal como mencionado, a informação será recolhida através da elaboração de um inquérito por

questionário aplicado a utilizadores de redes sociais com o propósito de apreender os seus

comportamentos e atitudes em termos de utilização e o modo como influenciam as suas decisões

enquanto consumidores.

Para atingir este objectivo, foi desenvolvido um questionário através do formulário da Google com

trinta e duas perguntas (ver anexo). De forma a medir os diferentes pontos abordados na revisão de

literatura, este questionário está divido em 8 capítulos que se enumeram por: variáveis

sociodemográficas (3 perguntas), os despoletadores de consumo (12 perguntas), compras por impulso

(3 perguntas), a confiança nos social media (2 perguntas), a inclusão ou não das comunidades virtuais

na vida dos consumidores (3 perguntas), as redes socias (4 perguntas) e o impacto destas no negócio

das empresas (2 perguntas), e por fim, o social shopping em redes sociais (3 perguntas). O questionário

é composto por cinco perguntas em que em cada uma é possível escolher três hipóteses de resposta,

uma pergunta de escolha múltipla, oito perguntas de resposta fechada (sim ou não), sendo que duas

são eliminatórias, pois se os utilizadores não fazem parte de redes sociais e se não fazem compras

online serão excluídos desta pesquisa. Por fim, as restantes perguntas (18) são medidas pela escala de

Page 59: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

59

Likert de cinco pontos, variando de “discordo totalmente” (1) para “concordo totalmente” (5), tendo

a opção de N/A (não aplicável) no final da escala.

Page 60: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

60

4. ESTUDO

Este capítulo apresenta os pressupostos da investigação, a realização do estudo e a análise e

discussão de resultados.

4.1. PREMISSAS DA INVESTIGAÇÃO

Após a realização da revisão de literatura, face aos objectivos da investigação é possível definir as

seguintes premissas:

• Quais os depoletadores de consumo nas compras online nos consumidores portugueses;

• Como as redes sociais afectam as compras nos consumidores portugueses;

• Como os consumidores vêem os social media no século XXI;

• Qual o canal de compras que os consumidores portugueses utilizam para fazer as compras por

impulso;

4.2. REALIZAÇÃO DO ESTUDO

Tendo por base os objectivos da investigação e as premissas resultantes da revisão de literatura foi

construído um questionário e a selecção de um público alvo.

A população alvo deste estudo foram os consumidores portugueses que utilizam as redes sociais e que

efectuam compras online. O questionário ficou disponível para resposta desde 12 de fevereiro de 2018

a 4 de Março de 2018. As primeiras duas perguntas do questionário são consideradas eliminatórias,

pois questionam o indivíduo se é utilizador das redes sociais e se faz compras online. As três perguntas

seguintes têm como foco nos factores sociodemográficos, tais como, qual o género, faixa etária e o

grau de escolaridade completo do inquirido. Seguidamente, as perguntas do questionário foram

dividas em seis categorias, que se denominam por: despoletadores do consumo, compras por impulso,

social media, redes sociais, redes sociais e business, e social shopping.

Assim, na primeira categoria, despoletadores de consumo numa compra online, são elaboradas

seis perguntas que respondem às premissas “Quais os depoletadores de consumo nas compras online

nos consumidores portugueses” e “As “reviews” dos produtos nos sites afectam positiva ou

negativamente as compras dos consumidores portugueses”. Na segunda categoria, compras por

impulso, são realizadas duas perguntas para esclarecer qual o canal em que as compras por impulso

são realizadas e quando é que estas acontecem na vida dos consumidores portugueses. Na terceira

categoria interroga-se os consumidores sobre a sua visão sobre os social media de modo a responder

à pergunta de investigação “Como os consumidores veem os social media no século XXI”.

Seguidamente, para averiguar a influência das redes sociais nas compras online foram realizadas

duas perguntas no questionário que visam responder à premissa de investigação “Como as redes

Page 61: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

61

sociais afectam as compras dos consumidores portugueses?”. Por fim, a última categoria, tem como

objectivo perceber qual a influência de “amigos”, familiares e comunidades virtuais nas compras online

dos consumidores. Assim, foram elaboradas cinco perguntas no questionário que visam responder às

premissas de investigação “As comunidades virtuais afectam as compras online dos consumidores

portugueses” e “As compras dos consumidores portugueses são afectadas pelos “amigos””.

4.2.1. Caracterização da amostra

Para a elaboração deste questionário foram efectuadas três questões socio-económicas de forma a

caracterizar os inquiridos.

A partir da observação da Figura 10 conclui-se que o género “Feminino” predominou nas respostas a

este questionário com 59,7% em oposição ao género “Masculino” que obteve 40,3%. Na Figura 11

conclui-se que a faixa etária entre os 26 anos e os 36 anos tem uma maior percentagem do que as

restantes com 38,3%. De seguida, temos a faixa etária dos 37 anos aos 45 anos com 26%, dos 18 anos

aos 25 anos com 19,5% e, por fim, com idade superior aos 45 anos apresenta o valor de 16,2%. No

grau de escolaridade, Figura 12, a “Licenciatura” tem a maior percentagem com 45,5% em relação às

restantes, contudo a opção “Mestrado” está em segundo lugar com 34,4%. As restantes apresentam

uma percentagem pouco significativa, “Ensino Secundário” com 11,7%, “Doutoramento” com 5,2% e,

por fim, 3,2% para a opção “Ensino básico”.

Figura 10 - Questão "Qual o seu sexo?"

Figura 11 - Questão "Qual a sua faixa etária?"

59.7

40.3

Feminino Masculino

Page 62: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

62

Figura 12 - Questão "Qual o seu grau de escolaridade completo?"

19.5

38.3

26

16.2

18-25 26-36 37-45 > 45

3.211.7

45.5

34.4

5.2

Ensino básico Ensino secundário Licenciatura Mestrado Doutoramento

Page 63: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

63

4.3. ANÁLISE

4.3.1. Análise descritiva

O questionário obteve 198 respostas à primeira questão, 189 respostas à segunda e 154 respostas às

restantes. Isto ocorreu devido às duas primeiras perguntas do questionário serem eliminatórias (Figura

13 e Figura 14), ou seja, se a resposta fosse “Não” o questionário acabaria para o inquirido. O

questionário é composto por seis perguntas com variáveis qualitativas nominais, ou seja, não possuem

qualquer ordem das categorias e das quais vai ser elaborada uma estatística descritiva, de modo a

apurar qual a média, mediana e a moda de cada questão.

Figura 13 - Questão "É utilizador de redes sociais?"

Figura 14 - Questão "Costuma realizar compras online?"

Na Figura 15 observa-se o resultado à questão "Quais os factores que tem em conta quando

navega no site para fazer a compra? (Indique os 3 mais importantes)”. Podendo-se concluir que os três

factores que o consumidor tem em conta são: “Segurança no pagamento online” (99 respostas),

“Qualidade das opiniões sobre os produtos (“Reviews”)” (73 respostas) e “Detalhe nas características

Page 64: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

64

dos produtos” (70 respostas), respectivamente. A opção “Segurança no pagamento online” é a moda

de resposta, visto que tem 99 respostas num total de 154 respostas e uma percentagem de 64,3. A

média de respostas é de 58,4 que se denomina pela opção “Fotografias do produto”. Seguidamente, a

mediana tem o valor de 48 respostas e a opção correspondente é “Comparação de Preços”. Assim,

conclui-se que os utilizadores apesar de darem muita importância à segurança no pagamento, as

informações e detalhes gerais do produto são um factor que se tem em conta quando se efectua a

navegação no site para concluir a compra.

Figura 15 - Questão "Quais os factores que tem em conta quando navega no site para fazer a compra? (Indique os 3 mais importantes)”

Na Figura 16 ilustra-se o resultado à questão "Quando está a efectuar uma compra online o que

mais valoriza? (Indique os 3 mais importantes)". Assim, observa-se que os três factores que utilizador

valoriza são o “Preço” (135 respostas), “Poupança de tempo” (105 respostas) e “Segurança” (74

respostas), respectivamente. Por outro lado, os três factores que o utilizador valoriza menos são:

“Redução do custo de insatisfação” (16 respostas), “Performance” (22 respostas) e “Aumento da

conveniência” (47 respostas). A moda de resposta assenta na opção “Preço” com 135 repostas e com

um valor de 87,7%, a mediana tem o valor de 57 e pertence à opção “Funcionalidade”, e por fim, a

média tem o valor 65,14 e denomina-se pela opção “Segurança”.

Em suma, o utilizador valoriza muito o preço na sua compra online, contudo poupar tempo,

segurança e funcionalidade do produto são factores que valoriza.

Organização

Fotografias do produto

Qualidade das opiniões sobre os prod. (“Reviews”)

Rapidez

Fácil navegação

Facilidade na pesquisa

Comparação de preços

Detalhe nas características dos produtos

Segurança no pagamento online

Nº de respostas

Page 65: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

65

Figura 16 - Questão "Quando está a efectuar uma compra online o que mais valoriza? (Indique os 3 mais importantes)"

A Figura 17 apresenta os resultados à questão “"Quando faz um comentário sobre um produto quais

as suas motivações? (Indique os 3 mais importantes)". Denota-se que as três motivações do utilizador

quando efectua comentário sobre o produto denominam-se por “Ajudar as pessoas que possam estar

em dúvida para comprar o produto” (121 respostas), “Envolvimento com o produto” (77 respostas) e

“Preocupação com os outros” (62 respostas). Por outro lado, as motivações que são menos levadas

em conta são “Outro envolvimento” (9 respostas), Vingança (10 respostas) e “Autoenvolvimento” (17

respostas). A moda de resposta é “Ajudar as pessoas que possam estar em dúvida para comprar o

produto” (121 respostas) com uma percentagem de 78,6. A média tem o valor 46.1 respostas que

corresponde à opção “Procura por conselho” (50 respostas) e a mediana assume o valor de 38

respostas que corresponde à opção denominada por “Dúvida” (38 respostas). Assim, o utilizador

assume maioritariamente um perfil altruísta quando efectua comentários sobre o produto.

Figura 17 - Questão "Quando faz um comentário sobre um produto quais as suas motivações? (Indique os 3 mais importantes)"

Na Figura 18 observa-se o resultado à questão "Quando pesquisa por um produto que factores tem

em conta para o comprar? (Indique os 3 mais importantes)". Assim, visualiza-se os três factores em

Dúvida

Performance

Poupança de tempo

Preço

Aumento da conveniência

Redução do custo de insatisfação

Funcionalidade

Segurança

Nº de respostas

Ajudar as pessoas que possam estar em dúvida para comprar o produto

Envolvimento com o produto

Autoenvolvimento

Outro envolvimento

Preocupação com os outros

Ajudar a empresa

Vingança

Procura de conselho

Nº de respostas

Page 66: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

66

conta para concluir a compra são “Preço” (132 respostas), “Qualidade” (112 respostas) e “Utilidade e

utilização” (111 respostas). Por oposição, “Humor” (4 respostas), “Diversão” (9 respostas) e “Prazer”

(20 respostas) são os factores que menos são tidos em conta para o utilizador quando está a

pesquisar por um produto. Assim a moda é atribuída à opção “Preço” com 132/154 respostas e com

85.7%, a média tem o valor de 66.4 e a mediana de 77 que correspondem à opção “Criticas sobre o

produto (“Reviews”) com 77 respostas. Desta forma, o factor “Preço” é o mais tido em conta quando

uma compra está prestes a ser efectuada.

Figura 18 - Questão "Quando pesquisa por um produto que factores tem em conta para o comprar?

(Indique os 3 mais importantes)"

Na Figura 19 visualiza-se os resultados à questão "Se tivesse que avaliar as suas compras por

impulso diria que estas acontecem quando:". A moda de resposta à questão é quando “Existem

promoções” com um valor de 53,9%. A média apresenta o valor de 25% e a mediana de 15,9%.

Figura 19 - Questão "Se tivesse que avaliar as suas compras por impulso diria que estas acontecem quando:"

Diversão

Humor

Utilidade e utilização

Prazer

Críticas sobre o produto (“Reviews”)

Preço

Qualidade

Nº de respostas

Page 67: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

67

Na Figura 20 observa-se uma resposta “Sim” como moda à questão “Faz parte de alguma

comunidade online? (ex: OLX, eBay, LinkedIn, etc)" com o valor de 57,8%. A média e a mediana

apresentam o valor de 50%.

Figura 20 – Questão “Faz parte de alguma comunidade online? (ex: OLX, eBay, LinkedIn, etc)"

A Figura 21 apresenta os resultados à questão "Quais os factores que tem em conta na construção

da sua confiança em relação aos social media? (Indique os 3 mais importantes)", sendo a “Integridade”

(119 respostas), a “Competência” (106 respostas) e a “Identificação” (103 respostas) os três factores

mais importantes para o utilizador. A “Integridade” é a moda de respostas que o utilizador tem em

conta para construir a sua confiança dos social media com um valor de 119 respostas e 77,3%. A média

tem um valor de 87 respostas e a mediana de 103 respostas correspondendo à opção “Identificação”.

Figura 21 - Questão "Quais os factores que tem em conta na construção da sua confiança em relação aos social media? (Indique os 3 mais importantes)"

Benevolência

Integridade

Competência

Preocupação

Identificação

Nº de respostas

Page 68: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

68

A Figura 22 apresenta os resultados à questão "Nos últimos 3 meses fez uma compra que teve como

ponto de partida as redes sociais?". A moda de resposta é “Não” com 61%. A mediana e a média

assumem o valor de 50%.

Figura 22 - Questão "Nos últimos 3 meses fez uma compra que teve como ponto de partida as redes sociais?"

Na Figura 23 ilustram-se os resultados à questão "Confia em comentários efectuados pelos seus

"amigos" nas redes sociais?" e a resposta predominante é “Sim” com 74,7%. A média e a mediana têm

o valor de 50%.

Figura 23 - Questão "Confia em comentários efectuados pelos seus "amigos" nas redes sociais?"

Page 69: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

69

4.3.2. Análise correlacional

O coeficiente de correlação de postos de Spearman, que recebe este nome em homenagem ao

psicólogo e estatístico Charles Spearman, é uma medida não paramétrica de correlação de postos

(dependência estatística entre a classificação de duas variáveis). O coeficiente de Spearman é

apropriado tanto para variáveis contínuas, como para variáveis discretas, incluindo variáveis ordinais

(“Coeficiente de correlação de postos de Spearman,” 2017).

Este coeficiente, normalmente representado por � assume apenas valores entre -1 e 1.

• � = 1: significa uma correlação perfeita positiva entre as duas variáveis.

• �= -1: significa uma correlação negativa perfeita entre as duas variáveis - Isto é, se uma

aumenta, a outra sempre diminui.

• �= 0: significa que as duas variáveis não dependem linearmente uma da outra. No entanto,

pode existir uma dependência não linear. Assim, o resultado �=0 deve ser investigado por

outros meios.

Page 70: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

70

4.3.2.1. Compras por impulso no comércio electrónico

A Tabela 4 espelha a correlação positiva da variável X com as variáveis K, Q, S, T, W, Y e Z. As correlações que são mais relevantes para o estudo são as de valor

0.323, entre a variáveis X e K, e 0.325, entre as variáveis X e Y. Deste modo, mostra-se que as compras por impulso no comércio electrónico aumentam quando

a confiança nos sistemas de pagamento online também aumenta. No entanto, os “amigos” têm um papel significativo nas compras por impulso no comércio

electrónico, pois devido à sua correlação positiva de 0.325, as compras por impulso aumentam se um “amigo tiver feito uma compra na empresa também

aumenta. Também, com uma correlação positiva de 0.207, as compras por impulso aumentam se o “amigo” aconselhar o produto também aumentar.

Por outro lado, as compras por impulso não têm relação com as variáveis Q, S e T, “As "reviews" sobre os produtos ajudam-no a decidir se efectua uma

compra?”, “Faz parte de alguma comunidade online? (ex: OLX, eBay, LinkedIn, etc)” e “As informações apresentadas nos social media são totalmente

confiáveis?”, respectivamente.

Tabela 4 - Compras por impulso no comércio electrónico

Correlação de variáveis de Spearman

Variável K Variável Q Variável S Variável T Variável W Variável Y Variável Z

Confia nos sistemas de pagamento

online?

As "reviews" sobre os produtos ajudam-

no a decidir se efectua uma

compra?

Faz parte de alguma comunidade online?

(ex: OLX, eBay, LinkedIn, etc)

As informações apresentadas nos social media são

totalmente confiáveis?

Se um "amigo" seguir uma

página é provável que

também a siga?

Se um "amigo" tiver feito uma

compra na empresa é

provável que também a

faça?

É provável que compre um

produto se o "amigo" o

aconselhou?

Variável X

Sente que faz compras por impulso no comércio

electrónico?

0.323 0.167 0.171 0.164 0.243 0.325 0.207

Page 71: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

71

4.3.2.2. Compras por impulso no comércio electrónico - Variáveis socioeconómicas

Tabela 5 - Compras por impulso no comércio electrónico - variáveis socioeconómicas

Correlação de variáveis de Spearman

Variável K Variável Q Variável T

Género Faixa etária Grau de escolaridade

Variável X Sente que faz compras por

impulso no comércio electrónico?

-0.102 -0.129 0.162

4.3.2.3. Compras por impulso no comércio tradicional

Na Tabela 6 ilustra-se a correlação positiva da variável X, compras por impulso no comércio tradicional, com as variáveis K, Q e T. O valor, 0.154, da correlação

das variável X com a variáveis Q não é significativa para o estudo efectuado, ou seja, as informações dos social media não influenciam as compras por impulso

no comércio tradicional. Por outro lado, a correlação da variável X com as variáveis K e T, têm valores muito significantes, 0.327 e 0.382, respectivamente.

Assim, quando as compras por impulso no comércio tradicional aumentam dependem do aumento da visualização das “reviews” sobre os produtos antes de

efectuar a compra. Também se verifica o aumento das compras por impulso no comércio tradicional se o “amigo” aconselhar um produto para compra ao

consumidor. Tabela 6 - Compras por impulso no comércio tradicional

Correlação de variáveis de Spearman

Variável K Variável Q Variável T

As "reviews" sobre os produtos ajudam-no a decidir se efectua

uma compra?

As informações apresentadas nos social media são totalmente

confiáveis?

É provável que compre um produto se o "amigo" o aconselhou?

Variável X

Sente que faz compras por impulso no comércio tradicional?

0.327 0.154 0.382

Page 72: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

72

4.3.2.1. Compras por impulso no comércio tradicional - Variáveis socioeconómicas

Tabela 7 - Compras por impulso no comércio tradicional - variáveis socioeconómicas

Correlação de variáveis de Spearman Variável K Variável Q Variável T

Género Faixa etária Grau de escolaridade

Variável X Sente que faz compras por impulso

no comércio tradicional? 0.089 -0.207 0.082

Page 73: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

73

4.3.3. Análise por regras de associação

A análise das regras de associação foi efectuada no SPSS Modeler, tendo como target as compras por

impulso no comércio electrónico e tradicional. Para esta análise foi utilizado o algoritmo a priori para

ambas.

Para a análise do modelo das compras por impulso no comércio electrónico foram definidas as

seguintes variáveis como consequente e antecedentes:

• Consequente: “Compras por impulso no comércio electrónico”;

• Antecedentes:

1. “As "reviews" sobre os produtos ajudam-no a decidir se efectua uma compra?”;

2. “As informações apresentadas nos social media são totalmente confiáveis?”;

3. “Se um "amigo" seguir uma página é provável que também a siga?”;

4. “Se um "amigo" tiver feito uma compra na empresa é provável que também a faça?”;

5. “A maioria das compras são "recomendadas" pelos seus amigos?”.

A partir da execução do algoritmo apriori, obteve-se os seguintes resultados:

Tabela 8 - Regra de associação de compras por impulso no comércio electrónico

Consequente Antecedente Suporte % Confiança

%

Compras por impulso no comércio electrónico

“As "reviews" sobre os produtos ajudam-no a decidir se efectua uma compra?”

75,49 100%

"As informações apresentadas nos social media são totalmente confiáveis?”

“Se um "amigo" seguir uma página é provável que também a siga?”

“Se um "amigo" tiver feito uma compra na empresa é provável que também a faça?"

“A maioria das compras são "recomendadas" pelos seus amigos?”

Na Tabela 8 observa-se que existem relações com suporte forte de valor 75,49%. Assim, pode-se

assumir que as compras por impulso no comércio electrónico acontecem em conjunto quando o

consumidor identifica “As "reviews" sobre os produtos ajudam-no a decidir se efectua uma compra”,

"As informações apresentadas nos social media são totalmente confiáveis”, “Se um "amigo" seguir

uma página é provável que também a siga?”, “Se um "amigo" tiver feito uma compra na empresa é

provável que também a faça?" e “A maioria das compras são "recomendadas" pelos seus amigos?”com

uma confiança de 100%.

Page 74: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

74

Tabela 9 - Compras por impulso no comércio electrónico

Consequente Antecedente Suporte % Confiança

%

Compras por impulso no comércio electrónico

“As "reviews" sobre os produtos ajudam-no a decidir se efectua uma compra?”

56,373 100%

"As informações apresentadas nos social media são totalmente confiáveis?”

“Se um "amigo" seguir uma página é provável que também a siga?”

“Se um "amigo" tiver feito uma compra na empresa é provável que também a faça?"

“Confiança dos comentários dos amigos nas redes sociais"

“A maioria das compras são "recomendadas" pelos seus amigos?”

Na Tabela 9 observa-se relações com suporte de 56,373%, i.e., as compras por impulso no comércio

electrónico acontecem sempre em conjunto com “As "reviews" sobre os produtos ajudam-no a decidir

se efectua uma compra?”, "As informações apresentadas nos social media são totalmente

confiáveis?”, “Se um "amigo" seguir uma página é provável que também a siga?”, “Se um "amigo" tiver

feito uma compra na empresa é provável que também a faça?", “Confiança dos comentários dos

amigos nas redes sociais" e “A maioria das compras são "recomendadas" pelos seus amigos?” com

uma confiança de 100%.

Posteriormente, para a análise do modelo das compras por impulso no comércio tradicional foram

definidas as seguintes variáveis como consequente e antecedentes:

• Consequente: “Compras por impulso no comércio tradicional”;

• Antecedentes:

1. “As "reviews" sobre os produtos ajudam-no a decidir se efectua uma compra?”;

2. “As informações apresentadas nos social media são totalmente confiáveis?”;

3. “A maioria das compras são "recomendadas" pelos seus amigos?.

A partir da execução do algoritmo apriori, obteve-se os seguintes resultados:

Tabela 10 - Regra de associação de compras por impulso no comércio tradicional

Consequente Antecedente Suporte

% Confiança

%

Compras por impulso no comércio tradicional

“As "reviews" sobre os produtos ajudam-no a decidir se efectua uma

compra?”

75,49 100% “As informações apresentadas nos

social media são totalmente confiáveis?”

“A maioria das compras são "recomendadas" pelos seus amigos?

Page 75: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

75

A partir da Tabela 10 conclui-se que todos os inquiridos que fazem compras por impulso no

comércio tradicional têm um suporte de 75,49% para “As "reviews" sobre os produtos ajudam-no a

decidir se efectua uma compra”, “As informações apresentadas nos social media são totalmente

confiáveis” e ““É provável que compre um produto se o "amigo" o aconselhou?” com uma confiança

de 100%.

4.4. DISCUSSÃO DE RESULTADOS

Tendo por base as análises efectuadas nos pontos 4.3.2 e 4.3.3 é possível concluir que o

consumidor português é influenciado pelas recomendações dos “amigos” para efectuar as suas

compras, quer online como presencialmente.

Para responder aos objectivos do ponto 1.3, foram efectuadas a análise descritiva, correlacional

e por regras de associação.

Após as análises, foram retiradas as seguintes conclusões para as compras por impulso no comércio

electrónico:

• Estas acontecem, maioritariamente, na mesma empresa que o “amigo” a realizou;

• Estas acontecem, maioritariamente, quando o “amigo” aconselha a compra de um produto

e na página que foi aconselhada;

• A confiança nos sistemas de pagamento online aumenta quando as compras por impulso

no comércio electrónico também aumentam;

• A participação em comunidades online não influencia as compras por impulso no comércio

eletrónico, bem como, as “reviews” de um determinado produto e a informação

apresentada nos social media.

Em relação às compras por impulso no comércio tradicional, as conclusões são as seguintes:

• A decisão de compra é apoiada nas “reviews” de um determinado produto;

• Uma recomendação da compra de um produto por parte de um “amigo” também

influencia a compra;

• A faixa etária tem uma influência descendente nas compras por impulso no comércio

tradicional, pois à medida que a idade aumenta as compras por impulso diminuem e o

inverso também acontece.

Após análise dos resultados é possível concluir o seguinte:

• As recomendações dos “amigos” são utilizadas como suporte às compras por impulso quer

no comércio tradicional como no comércio electrónico;

• Fazer parte de uma comunidade online não está ligado às compras por impulso no

comércio electrónico;

Page 76: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

76

• A confiança nos pagamentos online tem um suporte forte com a compra por impulso no

comércio electrónico.

Sumariamente, quer com a análise de correlação de Spearman quer com a análise das regras de

associação, conclui-se que as compras por impulso em ambos os comércios são apoiadas por

recomendações de “amigos” e que a confiança dos consumidores nas suas compras aumenta com

essas recomendações.

Page 77: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

77

5. CONCLUSÕES

Este capítulo visa fazer uma síntese do trabalho desenvolvido e apresentar as limitações e o trabalho

futuro.

5.1. SÍNTESE DO TRABALHO DESENVOLVIDO

De modo a responder aos objectivos referidos no ponto 1.3 foi efectuada uma revisão de leitura que

tem como tópicos principais Psicologia do consumidor e Social Media/Comunidades online.

Assim, para responder ao objectivo, compreender os mecanismos psicossociais da psicologia foi

efectuada a revisão de literatura que é composta por três subtópicos: (1) Despoletadores do

Consumidor, (2) Compra por impulso e (3) Psicologia e marketing social.

Seguidamente, foi elaborada uma revisão da literatura com o propósito de dar resposta ao

seguinte objectivo: compreender qual o papel das redes sociais na compra dos consumidores. Esta

elaboração tem como subtópicos: (1) Web 3.0 – A Web Social, (2) Redes Sociais, (3) Redes Sociais e

Business e (4) Social Shopping.

Após a revisão de literatura efectuada, foi elaborado um questionário aos consumidores que

utilizam as redes sociais e que realizam compras online e aferidas as conclusões com base na análise

descritiva, correlacional e por regras de associação.

5.2. LIMITAÇÕES

Sendo o estudo desta tese apenas focado em consumidores portugueses que utilizam redes sociais,

não podemos aferir se existem consumidores portugueses que não as utilizem e que efectuem

compras online com base em recomendações de amigos via outra tecnologia. Outra limitação é a

população alvo, o questionário apenas foi apresentado aos consumidores residentes em Portugal.

Page 78: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

78

5.3. TRABALHO FUTURO

Ao reflectir sobre a análise descritiva do ponto 4.3.1, é importante investigar o porquê de existir

consumidores portugueses que não efectuam compras online (18,5%) e que não participam em

comunidades virtuais (42,2%).

Realizar um estudo mais específico em relação ao Social Shopping, por forma a apurar se as

compras online em grupo é uma realidade em detrimento das compras em lojas físicas, pois já aferimos

que as recomendações de “amigos” e familiares têm muita influência nos consumidores portugueses

quer online como presencialmente.

Page 79: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

79

BIBLIOGRAFIA

Agarwal, R., & Karahanna, E. (2000). Time flies when you’re having fun: Cognitive absorption and beliefs about information technology usage. MIS Quarterly, 665–694.

Aghaei, S. (2012). Evolution of the World Wide Web : From Web 1.0 to Web 4.0. International Journal

of Web & Semantic Technology, 3(1), 1–10. https://doi.org/10.5121/ijwest.2012.3101

Alba, J., Lynch, J., Weitz, B., Janiszewski, C., Lutz, R., Sawyer, A., & Wood, S. (1997a). Interactive Home Shopping: Consumer, Retailer, and Manufacturer Incentives to Participate in Electronic Marketplaces. Journal of Marketing, 61(3), 38. https://doi.org/10.2307/1251788

Alba, J., Lynch, J., Weitz, B., Janiszewski, C., Lutz, R., Sawyer, A., & Wood, S. (1997b). Interactive Home Shopping: Consumer, Retailer, and Manufacturer Incentives to Participate in Electronic Marketplaces. Journal of Marketing, 61(3), 38. https://doi.org/10.2307/1251788

Allen, N. B., & Parsia, P. (2000). The Role of Positive Emotions and Clinical Psychology: Vital but Undervalued. Clinical Psychologist, 5(2), 33–40.

Almeida, J. F. De, & Pinto, J. M. (1973). Condições E Problemas Genéricos Da Investigação Empírica 1. Condições Teóricas Da Produção Científica. Análise Social, 9, 365–445.

Almeida, S. O. de, Mazzon, J. A., Dholakia, U. M., & Muller Neto, H. F. (2011). Os efeitos da participação em comunidades virtuais de marca no comportamento do consumidor: proposição e teste de um modelo teórico. Revista de Administração ContemporâNea. Curitiba. Vol. 15, n. 3 (Maio/Jun.

2011), p. 366-391.

Anderson, E. W. (1998). Customer satisfaction and word of mouth. Journal of Service Research, 1(1), 5–17. https://doi.org/10.1177/109467059800100102

Anderson, P. (2007). All That Glisters Is Not Gold’—Web 2.0 And The Librarian. Sage Publications Sage UK: London, England.

Ba, S., Whinston, A. B., & Zhang, H. (2003). Building trust in online auction markets through an economic incentive mechanism. Decision Support Systems, 35(3), 273–286. https://doi.org/10.1016/S0167-9236(02)00074-X

Bakos, J. Y. (1997). Reducing Buyer Search Costs: Implications for Electronic Marketplaces. Management Science, 43(12), 1676–1692. https://doi.org/10.1287/mnsc.43.12.1676

Balasubramanian, S., Konana, P., & Menon, N. M. (2003). Customer Satisfaction in Virtual Environments: A Study of Online Investing. Management Science, 49(7), 871–889. https://doi.org/10.1287/mnsc.49.7.871.16385

Barber, B., & Gambetta, D. (1992). Trust: Making and Breaking Cooperative Relations. Contemporary

Sociology, 21(3), 401. https://doi.org/10.2307/2076328

Barney, J. A., & Hansen, M. H. (1994). Trustworthiness as a source of competitive advantage. Strategic

Management Journal, 15(5), 175–190. https://doi.org/10.5465/APBPP.2002.7519517

Baumeister, R. F., Zhang, L., & Vohs, K. D. (2004). Gossip as cultural learning. Review of General

Psychology, 8(2), 111–121. https://doi.org/10.1037/1089-2680.8.2.111

Beatty, S. E., Mayer, M., Coleman, J. E., & Lee, J. (1996). Customer-Sales Associate Retail Relationships, 72(3), 223–247.

Page 80: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

80

Belanger, F., Hiller, J. S., & Smith, W. J. (2002). Trustworthiness in Electronic Commerce : The Role of Privacy , Security , and Site Attributes Trustworthiness in electronic commerce : the role of privacy , security , and site attributes, 11(July 2016), 245–270. https://doi.org/10.1016/S0963-8687(02)00018-5

Benantar, M. (2001). The Internet public key infrastructure. IBM Systems Journal, 40(3), 648–665. https://doi.org/10.1147/sj.403.0648

Berkowitz, L. (1970). Experimental investigations of hostility catharsis. Journal of Consulting and

Clinical Psychology, 35(1p1), 1.

Berners-Lee, T., & Fischetti, M. (2014). Weaving the Web: the original design and ultimate destiny of

the World Wide Web by its inventor (1st ed). San Francisco: HarperSanFrancisco.

Berry, L. L. (1995). Relationship Marketing of Services - Growing Interest, Emerging Perspectives. Journal of the Academy of Marketing Science, 23(4), 236–245. https://doi.org/10.1177/009207039502300402

Bhattacherjee, A. (2001). Understanding Information Systems Continuance: An Expectation-Confirmation Model. MIS Quarterly, 25(3), 351. https://doi.org/10.2307/3250921

Bhattacherjee, A. (2002). Individual Trust in Online Firms: Scale Development and Initial test. Journal

of Management Information Systems, 19(1), 211–242. https://doi.org/Article

Bizer, C., Heath, T., & Berners-Lee, T. (2009). Linked data-the story so far. International Journal on

Semantic Web and Information Systems, 5(3), 1–22. https://doi.org/10.4018/jswis.2009081901

Bloom, P. N., & Novelli, W. D. (1981). Problems and challenges in social marketing. The Journal of

Marketing, 79–88.

Boyd, D. M., & Ellison, N. B. (2007). Social Network Sites: Definition, History, and Scholarship. Journal

of Computer-Mediated Communication, 13(1), 210–230. https://doi.org/10.1111/j.1083-6101.2007.00393.x

Brynjolfsson, E., & Smith, M. D. (2000). Frictionless Commerce? A Comparison of Internet and Conventional Retailers. Management Science, 46(4), 563–585. https://doi.org/10.1287/mnsc.46.4.563.12061

Chang, E., Burns, L. D., & Francis, S. K. (2004). Gender Differences in the Dimensional Structure of Apparel Shopping Satisfaction Among Korean Consumers: The Role of Hedonic Shopping Value. Clothing and Textiles Research Journal, 22(4), 185–199. https://doi.org/10.1177/0887302X0402200404

Chang, S. E., Liu, A. Y., & Shen, W. C. (2017). User trust in social networking services: A comparison of Facebook and LinkedIn. Computers in Human Behavior, 69, 207–217. https://doi.org/10.1016/j.chb.2016.12.013

Chen, C. C., Chen, X.-P., & Meindl, J. R. (1998). How Can Cooperation Be Fostered? The Cultural Effects of Individualism-Collectivism. The Academy of Management Review, 23(2), 285. https://doi.org/10.2307/259375

Coeficiente de correlação de postos de Spearman. (2017, July). In Wikipédia, a enciclopédia livre.

Consumer Behaviour: Meaning/Definition and Nature of Consumer Behaviour, Your Article Library (2014).

Page 81: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

81

Coppola, N. W., Hiltz, S. R., & Rotter, N. G. (2004). Building Trust in Virtual Teams. IEEE Transactions on

Professional Communication, 47(2), 95–104. https://doi.org/10.1109/TPC.2004.828203

Csikszentmihalyi, M. (2014). Toward a Psychology of Optimal Experience. In Flow and the Foundations

of Positive Psychology (pp. 209–226). Dordrecht: Springer Netherlands.

Cummings, L., & Bromiley, P. (1996). The Organizational Trust Inventory (OTI): Development and validation. Trust in Organizations: Frontiers of Theory and Research, (January 1996), 261–287. https://doi.org/10.4135/9781452243610

Czepiel, J. A. (1990). Service encounters and service relationships: Implications for research. Journal of

Business Research, 20(1), 13–21. https://doi.org/10.1016/0148-2963(90)90038-F

Davis, F. D. (1989). Perceived Usefulness, Perceived Ease of Use, and User Acceptance of Information Technology. MIS Quarterly, 13(3), 319. https://doi.org/10.2307/249008

de Valck, K., van Bruggen, G. H., & Wierenga, B. (2009). Virtual communities: A marketing perspective. Decision Support Systems, 47(3), 185–203. https://doi.org/10.1016/j.dss.2009.02.008

DeLone, W. H., & McLean, E. R. (1992). Information systems success: The quest for the dependent variable. Information Systems Research, 3(1), 60–95.

Designing a Survey. (n.d.).

Deutschi, M. (1960). The Effect of Motivational Orientation upon Trust and Suspicion. Human

Relations, 13(2), 123–139. https://doi.org/10.1177/001872676001300202

Dholakia, U. M., Bagozzi, R. P., & Pearo, L. K. (2004). A social influence model of consumer participation in network- and small-group-based virtual communities. International Journal of Research in

Marketing, 21(3), 241–263. https://doi.org/10.1016/j.ijresmar.2003.12.004

Difference Between Traditional Commerce and e-Commerce (with Comparison Chart), Key Differences (2016).

Dwyer, C., Hiltz, S., & Passerini, K. (2007). Trust and privacy concern within social networking sites: A comparison of Facebook and MySpace. AMCIS 2007 Proceedings, 339.

Edwards, M. R. (2005). Organizational identification: A conceptual and operational review. International Journal of Management Reviews, 7(4), 207–230. https://doi.org/10.1111/j.1468-2370.2005.00114.x

Eid, R. (2013). Managing customer trust, satisfaction, and loyalty through information communication

technologies. IGI Global.

El Hedhli, K., Chebat, J.-C., & Sirgy, M. J. (2013). Shopping well-being at the mall: Construct, antecedents, and consequences. Journal of Business Research, 66(7), 856–863. https://doi.org/10.1016/j.jbusres.2011.06.011

El Hedhli, K., Zourrig, H., & Chebat, J.-C. (2016). Shopping well-being: Is it just a matter of pleasure or doing the task? The role of shopper’s gender and self-congruity. Journal of Retailing and

Consumer Services, 31, 1–13. https://doi.org/10.1016/j.jretconser.2016.03.002

Elliot, S., & Fowell, S. (2000). Expectations versus reality: A snapshot of consumer experiences with Internet retailing. International Journal of Information Management, 20(5), 323–336. https://doi.org/10.1016/S0268-4012(00)00026-8

Page 82: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

82

Ellison, N. B., Steinfield, C., & Lampe, C. (2007). The Benefits of Facebook “Friends:” Social Capital and College Students’ Use of Online Social Network Sites. Journal of Computer-Mediated

Communication, 12(4), 1143–1168. https://doi.org/10.1111/j.1083-6101.2007.00367.x

Evans, K. R., Christiansen, T., & Gill, J. D. (1996). The Impact of Social Influence and Role Expectations on Shopping Center Patronage Intentions. Journal of the Academy of Marketing Science, 24(3), 208–218. https://doi.org/10.1177/0092070396243002

Fang, X., Singh, S., & Ahluwalia, R. (2007). An examination of different explanations for the mere exposure effect. Journal of Consumer Research, 34(1), 97–103.

Fenneteau, H., I, U. M., & Ii, U. M. (n.d.). TRUST IN BUYER-SELLER RELATIONSHIPS : TOWARDS A DYNAMIC CLASSIFICATION OF THE ANTECEDENTS, 217–248.

Ferraro, R., Bettman, J. R., & Chartrand, T. L. (2009). The Power of Strangers: The Effect of Incidental Consumer Brand Encounters on Brand Choice. Journal of Consumer Research, 35(5), 729–741. https://doi.org/10.1086/592944

Finn, A., Wang, L., & Frank, T. (2009). Attribute Perceptions, Customer Satisfaction and Intention to Recommend E-Services. Journal of Interactive Marketing, 23(3), 209–220. https://doi.org/10.1016/j.intmar.2009.04.006

Flavián, C., Guinalíu, M., & Gurrea, R. (2006). The role played by perceived usability, satisfaction and consumer trust on website loyalty. Information & Management, 43(1), 1–14. https://doi.org/10.1016/j.im.2005.01.002

Floh, A., & Madlberger, M. (2013). The role of atmospheric cues in online impulse-buying behavior. Electronic Commerce Research and Applications, 12(6), 425–439. https://doi.org/10.1016/j.elerap.2013.06.001

Fox, K. F. A., & Kotler, P. (1980). The Marketing of Social Causes: The First 10 Years. Journal of

Marketing, 44(4), 24. https://doi.org/10.2307/1251226

Gefen, D. (2000). E-commerce: the role of familiarity and trust. Omega, 28(6), 725–737. https://doi.org/10.1016/S0305-0483(00)00021-9

Gefen, D. (2002a). Reflections on the dimensions of trust and trustworthiness among online consumers. ACM Sigmis Database, 33(3), 38–53.

Gefen, D. (2002b). Reflections on the dimensions of trust and trustworthiness among online consumers. ACM SIGMIS Database, 33(3), 38–53. https://doi.org/10.1145/569905.569910

Giles, D. (2007). Exploring the psychology of interest. Paul J. Silvia. Oxford University Press, New York, 2006. No. of pages 276. ISBN 0-19-515855-5. Applied Cognitive Psychology, 21(3), 407–408. https://doi.org/10.1002/acp.1310

Gordon, K. T. (2007, March). The Power of Social Shopping Networks.

Granitz, N. A., & Ward, J. C. (1996). Virtual Community: a Sociocognitive Analysis. ACR North American

Advances, NA-23.

Granovetter, M. S. (1973). The strength of weak ties. American Journal of Sociology, 78(6), 1360–1380.

Griffith, D. a, Krampf, R. F., & Palmer, J. W. (2001). The Role of Interface in Electronic Commerce: Consumer Involvement with Print Versus On-Line Catalogs. International Journal of Electronic

Commerce, 5(4), 135–153. https://doi.org/10.1080/10864415.2001.11044219

Page 83: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

83

Gulati, R. (1995). Does Familiarity Breed Trust? the Implications of Repeated Ties for Contractual Choice in Alliances. Academy of Management Journal, 38(1), 85–112. https://doi.org/10.2307/256729

Guo, D., Xu, J., Zhang, J., Xu, M., Cui, Y., & He, X. (2017). User relationship strength modeling for friend recommendation on Instagram. Neurocomputing, 239, 9–18. https://doi.org/10.1016/j.neucom.2017.01.068

Guo, Y. M., & Poole, M. S. (2009). Antecedents of flow in online shopping: a test of alternative models. Information Systems Journal, 19(4), 369–390. https://doi.org/10.1111/j.1365-2575.2007.00292.x

Gwinner, K. P., Gremler, D. D., & Bitner, M. J. (1998). Relational Benefits in Services Industries: The Customer’s Perspective. Journal of the Academy of Marketing Science, 26(2), 101–114. https://doi.org/10.1177/0092070398262002

Hagar, C. (2013). Crisis informatics: Perspectives of trust–is social media a mixed blessing? SLIS Student

Research Journal, 2(2), 2.

Hausman, A. V., & Siekpe, J. S. (2009). The effect of web interface features on consumer online purchase intentions. Journal of Business Research, 62(1), 5–13. https://doi.org/10.1016/j.jbusres.2008.01.018

Heider, F. (1946). Attitudes and Cognitive Organization. The Journal of Psychology, 21(1), 107–112. https://doi.org/10.1080/00223980.1946.9917275

Hennig-Thurau, T., Gwinner, K. P., Walsh, G., & Gremler, D. D. (2004). Electronic word-of-mouth via consumer-opinion platforms: What motivates consumers to articulate themselves on the Internet? Journal of Interactive Marketing, 18(1), 38–52. https://doi.org/10.1002/dir.10073

Hennig-Thurau, T., Malthouse, E. C., Friege, C., Gensler, S., Lobschat, L., Rangaswamy, A., & Skiera, B. (2010). The impact of new media on customer relationships. Journal of Service Research, 13(3), 311–330. https://doi.org/10.1177/1094670510375460

Herrero, Á., San Martín, H., & Garcia-De los Salmones, M. del M. (2017). Explaining the adoption of social networks sites for sharing user-generated content: A revision of the UTAUT2. Computers

in Human Behavior, 71, 209–217. https://doi.org/10.1016/j.chb.2017.02.007

Hill, R. J., Fishbein, M., & Ajzen, I. (1977). Belief, Attitude, Intention and Behavior: An Introduction to Theory and Research. Contemporary Sociology, 6(2), 244. https://doi.org/10.2307/2065853

Hoffman, D. L., Novak, T. P., & Peralta, M. (1999). Building Consumer Trust in Online Environments: The Case for Information Privacy. Communications of the ACM, 42(4), 80–85. https://doi.org/10.1145/299157.299175

Holman Rector, L. (2008). Comparison of Wikipedia and other encyclopedias for accuracy, breadth, and depth in historical articles. Reference Services Review, 36(1), 7–22. https://doi.org/10.1108/00907320810851998

Hopper, J., & McCarlnielsen, J. (1991). from the SAGE Social Science Collections . All Rights Reserved . SAGE Social Science Collections.

Hoque, A. Y., & Lohse, G. L. (1999a). An Information Search Cost Perspective for Designing Interfaces for Electronic Commerce. Journal of Marketing Research, 36(3), 387. https://doi.org/10.2307/3152084

Page 84: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

84

Hoque, A. Y., & Lohse, G. L. (1999b). Information Search Designing Cost for Perspective Electronic for Interfaces Commerce. Journal of Marketing Research, 36(3), 387–394.

Hossain, L., & de Silva, A. (2009). Exploring user acceptance of technology using social networks. Journal of High Technology Management Research, 20(1), 1–18. https://doi.org/10.1016/j.hitech.2009.02.005

Houston, F. S. (1986). The Marketing Concept: What It Is and What It Is Not. Journal of Marketing, 50(2), 81. https://doi.org/10.2307/1251602

How to Understand and Influence Consumer Behavior. (2016, October).

Hsiao, K., Chuan-Chuan Lin, J., Wang, X., Lu, H., & Yu, H. (2010). Antecedents and consequences of trust in online product recommendations. Online Information Review, 34(6), 935–953. https://doi.org/10.1108/14684521011099414

Hsiung, H., Scheurich, S., & Ferrante, F. (2001). Bridging E-Business and Added Trust: The Keys to E-Business Growth. Cutter IT Journal, 14(2), 24–30. https://doi.org/10.1109/6294.918219

Hsu, C., Chuan-Chuan Lin, J., & Chiang, H. (2013). The effects of blogger recommendations on customers’ online shopping intentions. Internet Research, 23(1), 69–88. https://doi.org/10.1108/10662241311295782

Huberman, B. a., Romero, D. M., & Wu, F. (2009). Social networks that natter: Twitter under the microscope. First Monday, 14(1), 1–9. https://doi.org/10.2139/ssrn.1313405

Internet Research Volume 18 issue 2 2008 [doi 10.1108%2F10662240810862202] Kato, Yoshikiyo; Hirose, Yayoi; Sonehara, Noboru -- Management of information-credibility.pdf. (n.d.).

Ioanid, A., & Scarlat, C. (2017). Factors Influencing Social Networks Use for Business: Twitter and YouTube Analysis. Procedia Engineering, 181, 977–983. https://doi.org/10.1016/j.proeng.2017.02.496

Jarvenpaa, S. L., & Todd, P. A. (1996). Consumer Reactions to Electronic Shopping on the World Wide Web. International Journal of Electronic Commerce, 1(2), 59–88. https://doi.org/10.1080/10864415.1996.11518283

Jarvenpaa, S. L., Tractinsky, N., & Saarinen, L. (1999). Consumer Trust in an Internet Store: A Cross-Cultural Validation. Journal of Computer-Mediated Communication, 5(2), 0–0. https://doi.org/10.1111/j.1083-6101.1999.tb00337.x

Jiang, Z., & Benbasat, I. (2004). Virtual product experience: Effects of visual and functional control of products on perceived diagnosticity and flow in electronic shopping. Journal of Management

Information Systems, 21(3), 111–147.

Jin, L., Chen, Y., Wang, T., Hui, P., & Vasilakos, A. V. (2013). Understanding user behavior in online social networks: A survey. IEEE Communications Magazine, 51(9), 144–150.

Jue, A. L., Marr, J. A., & Kassotakis, M. E. (2010). Social media at work: how networking tools propel

organizational performance (1st ed). San Francisco, CA: Jossey-Bass.

Kaplan, A. M., & Haenlein, M. (2010). Users of the world, unite! The challenges and opportunities of Social Media. Business Horizons, 53(1), 59–68. https://doi.org/10.1016/j.bushor.2009.09.003

Katona, Z., Zubcsek, P., & Sarvary, M. (2011). Network effects and personal influences: The diffusion of an online social network. Journal of Marketing Research, XLVIII(June), 425–443.

Page 85: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

85

https://doi.org/10.1509/jmkr.48.3.425

Keller, J., & Bless, H. (2008). Flow and Regulatory Compatibility: An Experimental Approach to the Flow Model of Intrinsic Motivation. Personality and Social Psychology Bulletin, 34(2), 196–209. https://doi.org/10.1177/0146167207310026

Kelley, K., Clark, B., Brown, V., & Sitzia, J. (2003). Good practice in the conduct and reporting of survey research. International Journal for Quality in Health Care, 15(3), 261–266. https://doi.org/10.1093/intqhc/mzg031

Kietzmann, J. H., Hermkens, K., McCarthy, I. P., & Silvestre, B. S. (2011). Social media? Get serious! Understanding the functional building blocks of social media. Business Horizons, 54(3), 241–251. https://doi.org/10.1016/j.bushor.2011.01.005

Kim, D. J., Ferrin, D. L., & Rao, H. R. (2008). A trust-based consumer decision-making model in electronic commerce: The role of trust, perceived risk, and their antecedents. Decision Support Systems, 44(2), 544–564. https://doi.org/10.1016/j.dss.2007.07.001

Kim, D. J., Ferrin, D. L., & Rao, H. R. (2009). Trust and Satisfaction, Two Stepping Stones for Successful E-Commerce Relationships: A Longitudinal Exploration. Information Systems Research, 20(2), 237–257. https://doi.org/10.1287/isre.1080.0188

Kim, D. J., Song, Y. I., Braynov, S. B., & Rao, H. R. (2005). A multidimensional trust formation model in B-to-C e-commerce: a conceptual framework and content analyses of academia/practitioner perspectives. Decision Support Systems, 40(2), 143–165. https://doi.org/10.1016/j.dss.2004.01.006

Kim, H., Suh, K.-S., & Lee, U.-K. (2013). Effects of collaborative online shopping on shopping experience through social and relational perspectives. Information & Management, 50(4), 169–180. https://doi.org/10.1016/j.im.2013.02.003

Kolesar, M. B., & Galbraith, R. W. (2003). Internet Research A services-marketing perspective on e-retailing: implications for e-retailers and directions for further research. Internet Research. https://doi.org/10.1108/10662240010349444

Kotler, P., & Zaltman, G. (1971). Social Marketing: An Approach to Planned Social Change. Journal of

Marketing, 35(3), 3. https://doi.org/10.2307/1249783

Koufaris, M. (2002). Applying the Technology Acceptance Model and Flow Theory to Online Consumer Behavior. Information Systems Research, 13(2), 205–223. https://doi.org/10.1287/isre.13.2.205.83

Lee, K. C., Kang, I., & McKnight, D. H. (2007). Transfer From Offline Trust to Key Online Perceptions: An Empirical Study. IEEE Transactions on Engineering Management, 54(4), 729–741. https://doi.org/10.1109/TEM.2007.906851

Lee, M. K. O., Shi, N., Cheung, C. M. K., Lim, K. H., & Sia, C. L. (2011). Consumer’s decision to shop online: The moderating role of positive informational social influence. Information and

Management, 48(6), 185–191. https://doi.org/10.1016/j.im.2010.08.005

Lee, M., & Youn, S. (2009). Electronic word of mouth (eWOM): How eWOM platforms influence consumer product judgement. International Journal of Advertising, 28(3), 473–499. https://doi.org/10.2501/S0265048709200709

Lewandowsky, S., Ecker, U. K. H., Seifert, C. M., Schwarz, N., & Cook, J. (2012). Misinformation and Its

Page 86: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

86

Correction: Continued Influence and Successful Debiasing. Psychological Science in the Public

Interest, Supplement, 13(3), 106–131. https://doi.org/10.1177/1529100612451018

Liang, T.-P., & Turban, E. (2011). Introduction to the Special Issue Social Commerce: A Research Framework for Social Commerce. International Journal of Electronic Commerce, 16(2), 5–14. https://doi.org/10.2753/JEC1086-4415160201

Liao, Z., & Cheung, M. T. (2001). Internet-based e-shopping and consumer attitudes: An empirical study. Information & Management, 38(5), 299–306. https://doi.org/10.1016/S0378-7206(00)00072-0

Liben-Nowell, D., & Kleinberg, J. (2003). The Link Prediction Problem for Social Networks. Proceedings

of the Twelfth Annual ACM International Conference on Information and Knowledge

Management (CIKM), (November 2003), 556–559. https://doi.org/10.1002/asi.v58:7

Like Shopping? Social Networking? Try Social Shopping - The New York Times. (n.d.).

Lim, Y. J., Osman, A., Salahuddin, S. N., Romle, A. R., & Abdullah, S. (2016). Factors Influencing Online Shopping Behavior: The Mediating Role of Purchase Intention. Procedia Economics and Finance, 35(October 2015), 401–410. https://doi.org/10.1016/S2212-5671(16)00050-2

Lin, A. C. H., Fernandez, W. D., & Gregor, S. (2012). Understanding web enjoyment experiences and informal learning: A study in a museum context. Decision Support Systems, 53(4), 846–858. https://doi.org/10.1016/j.dss.2012.05.020

Liu, Y., Li, H., & Hu, F. (2013). Website attributes in urging online impulse purchase: An empirical investigation on consumer perceptions. Decision Support Systems, 55(3), 829–837. https://doi.org/10.1016/j.dss.2013.04.001

Lohse, G. L., & Spiller, P. (1998). Electronic shopping. Communications of the ACM, 41(7), 81–87. https://doi.org/10.1145/278476.278491

Lu, Y., Zhou, T., & Wang, B. (2009). Exploring Chinese users’ acceptance of instant messaging using the theory of planned behavior, the technology acceptance model, and the flow theory. Computers

in Human Behavior, 25(1), 29–39. https://doi.org/10.1016/j.chb.2008.06.002

Luo, J., Ba, S., & Zhang, H. (2012). The effectiveness of online shopping characteristics and well-designed websites on satisfaction.

Madhavaram, S. R., & Laverie, D. A. (2004). Exploring impulse purchasing on the internet. ACR North

American Advances.

Manchala, D. W. (2000). E-commerce trust metrics and models. IEEE Internet Computing, 4(2), 36–44. https://doi.org/10.1109/4236.832944

Marsden, P. (2010). Social commerce : Monetizing Social Media. Syzygy Group, 27.

Mayer, R. C., & Davis, J. H. (1999). The effect of the performance appraisal system on trust for management: A field quasi-experiment. Journal of Applied Psychology, 84(1), 123.

Mayer, R. C., Davis, J. H., & Schoorman, F. D. (1995). An Integrative Model of Organizational Trust. The

Academy of Management Review, 20(3), 709. https://doi.org/10.2307/258792

McAllister, D. J. (1995). AFFECT- AND COGNITION-BASED TRUST AS FOUNDATIONS FOR INTERPERSONAL COOPERATION IN ORGANIZATIONS. Academy of Management Journal, 38(1), 24–59. https://doi.org/10.2307/256727

Page 87: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

87

McKnight, D. H., & Chervany, N. L. (2001). What trust means in e-commerce customer relationships: An interdisciplinary conceptual typology. International Journal of Electronic Commerce, 6(2), 35–59. https://doi.org/10.1080/10864415.2001.11044235

McKnight, D. H., Choudhury, V., & Kacmar, C. (2002). Developing and Validating Trust Measures for e-Commerce: An Integrative Typology. Information Systems Research, 13(3), 334–359. https://doi.org/10.1287/isre.13.3.334.81

McKnight, D. H., Choudhury, V., & Kacmarc, C. (2002). The impact of initial consumer trust on intentions to transact with a web site: A strust building model. Journal of Strategic Information

Systems, 11, 297–323.

Mcknight, D. H., Cummings, L. L., Chervany, N. L., Mcknight, D. H., & Chervany, N. L. (2008). Initial Trust Formation in New Relationships, 23(3), 473–490.

Miller, M. L., & Schlenker, B. R. (2011). Integrity and identity: Moral identity differences and preferred interpersonal reactions. European Journal of Personality, 25(1), 2–15. https://doi.org/10.1002/per.765

Moon, J. W., & Kim, Y. G. (2001). Extending the TAM for a World-Wide-Web context. Information and

Management, 38(4), 217–230. https://doi.org/10.1016/S0378-7206(00)00061-6

Newcomb, T. M. (1953). An approach to the study of communicative acts. Psychological Review, 60(6), 393.

Newman, R., Chang, V., Walters, R. J., & Wills, G. B. (2016). Web 2.0—The past and the future. International Journal of Information Management, 36(4), 591–598. https://doi.org/10.1016/j.ijinfomgt.2016.03.010

Nöteberg, A., Christiaanse, E., & Wallage, P. (1999). The role of trust and assurance services in electronic channels: an exploratory study. Proceeding ICIS ’99 Proceedings of the 20th

International Conference on Information Systems, (Aicpa 1998), 472–478. https://doi.org/10.1.1.201.3146

Ole Borgen, S. (2001). Identification as a Trust-Generating Mechanism in Cooperatives. Annals of Public

and Cooperative Economics, 72(2), 209–228. https://doi.org/10.1111/1467-8292.00165

Oliver, R. L. (2015). Whence Consumer Loyalty ?, 63(May), 33–44.

Os trabalhadores da minha empresa têm Facebook. E agora? (n.d.). Retrieved January 27, 2018, from https://www.publico.pt/2010/04/03/jornal/os-trabalhadores-da-minha-empresa--tem-facebook-e-agora-19121634

Owyang, J., Bernoff, J., & Pflaum, C. (2009). The future of the social web. Forrester Report, April, 18. Retrieved from http://www.pacoprieto.com/wp-content/uploads/futureofthesocialweb.pdf

Parboteeah, D. V., Valacich, J. S., & Wells, J. D. (2009). The Influence of Website Characteristics on a Consumer’s Urge to Buy Impulsively. Information Systems Research, 20(1), 60–78. https://doi.org/10.1287/isre.1070.0157

Park, C., & Kim, Y. (2003). Identifying key factors affecting consumer purchase behavior in an online shopping context. International Journal of Retail & Distribution Management, 31(1), 16–29. https://doi.org/10.1108/09590550310457818

Park, E. J., Kim, E. Y., Funches, V. M., & Foxx, W. (2012). Apparel product attributes, web browsing, and

Page 88: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

88

e-impulse buying on shopping websites. Journal of Business Research, 65(11), 1583–1589. https://doi.org/10.1016/j.jbusres.2011.02.043

Patterson, P. G., & Smith, T. (2001). Relationship benefits in service industries: a replication in a Southeast Asian context. Journal of Services Marketing, 15(6), 425–443. https://doi.org/10.1108/EUM0000000006098

Pempek, T. A., Yermolayeva, Y. A., & Calvert, S. L. (2009). College students’ social networking experiences on Facebook. Journal of Applied Developmental Psychology, 30(3), 227–238. https://doi.org/10.1016/j.appdev.2008.12.010

Peterson, R. A., Balasubramanian, S., & Bronnenberg, B. J. (1997). Exploring the Implications of the Internet for Consumer Marketing. Journal of the Academy of Marketing Science, 25(4), 329–346. https://doi.org/10.1177/0092070397254006

Pfeiffer, J., & Benbasat, I. (2012). Social Influence in Recommendation Agents : Creating Synergies Between Multiple Recommendation Sources for. Ecis, (2012).

Press - YouTube. (n.d.).

Publications, S. (2013). Identification as the Basis for a Theory of Motivation Author ( s ): Nelson N . Foote Source : American Sociological Review , Vol . 16 , No . 1 ( Feb ., 1951 ), pp . 14-21 Published by : American Sociological Association Stable URL : http://www.jstor.org/, 16(1), 14–21.

Rathore, S., Sharma, P. K., Loia, V., Jeong, Y.-S., & Park, J. H. (2017). Social network security: Issues, challenges, threats, and solutions. Information Sciences, 421, 43–69. https://doi.org/10.1016/j.ins.2017.08.063

Ratnasingham, P. (1998). The importance of trust in electronic commerce. Internet Research, 8(4), 313–321.

Ravald, A., & Grönroos, C. (1996). The value concept and relationship marketing. European Journal of

Marketing, 30(2), 19–30. https://doi.org/10.1108/03090569610106626

Release, F. O. R. I. (2013). QUARTERLY RETAIL E-COMMERCE SALES 4 th QUARTER 2012 Estimated Measures of Sampling Variability for Quarterly U . S . Retail Sales Estimates : Total and E-commerce, (301), 10–12.

Review, H. B., & June, M. (1995). Trust and the Virtual Organization Total Quality--Systems Survive , Cultures Change Changing the Role of Top Management : Beyond Systems to People Levi ’ s is Leaving China Creating Industry Breakpoints : Changing the Rules of the Game More Boycotts Ahead, 28(April), 1995.

Reynolds, J. (2000). eCommerce: a critical review. International Journal of Retail & Distribution

Management, 28(10), 417–444. https://doi.org/10.1108/09590550010349253

Richins, M. L., & Root-Shaffer, T. (1988). The role of involvement and opinion leadership in consumer word-of-mouth: An implicit model made explicit. Advances in Consumer Research, 15(September), 32–36.

Ridings, C. M., & Gefen, D. (2004). Virtual Community Attraction: Why People Hang Out Online. Journal

of Computer-Mediated Communication, 10(1), 00–00. https://doi.org/10.1111/j.1083-6101.2004.tb00229.x

Rodd, J. F. and E. (2013, March). Web 4.0: The Ultra-Intelligent Electronic Agent is Coming.

Page 89: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

89

Rondán-Cataluña, F. J., Arenas-Gaitán, J., & Ramírez-Correa, P. (2015). Travel Buying Behavior in Social Network Site Users: to Buy Online vs. Offline. Journal of Theoretical and Applied Electronic

Commerce Research, 10(1), 49–62. https://doi.org/10.4067/S0718-18762015000100005

Rothschild, M. L. (1979). Marketing Communications in Nonbusiness Situations or Why It’s So Hard to Sell Brotherhood like Soap. Journal of Marketing, 43(2), 11. https://doi.org/10.2307/1250737

Rousseau, D. M., Sitkin, S. B., Burt, R. S., & Camerer, C. (1998). Not so different after all: A cross-discipline view of trust. Academy of Management Review, 23(3), 393–404. https://doi.org/10.5465/AMR.1998.926617

Rowley, J., & Rowley, J. (2006). Retailing and shopping, 6(1), 81–91.

Sánchez-Casado, N., Cegarra-Navarro, J. G., & Tomaseti-Solano, E. (2015). Linking social networks to utilitarian benefits through counter-knowledge. Online Information Review, 39(2), 179–196. https://doi.org/10.1108/OIR-12-2014-0307

Santos, V., & Gonçalves, R. (2012). A Social Shopping Model Proposal.

SAPO. (n.d.). PT atende clientes no Facebook e no Twitter.

Schnurr, R. S., & Witt, A. (n.d.). Lessons Learned from Applying AI to the Web.

Scrivens, E. (1984). The Role of Social Marketing in Influencing Consumer Behaviour. Social Policy &

Administration, 18(2), 179–188.

Serap Kurbanoglu, S. (2003). Self-efficacy: a concept closely linked to information literacy and lifelong learning. Journal of Documentation, 59(6), 635–646. https://doi.org/10.1108/00220410310506295

Serap Kurbanoglu, S., Akkoyunlu, B., & Umay, A. (2006). Developing the information literacy self-efficacy scale. Journal of Documentation, 62(6), 730–743. https://doi.org/10.1108/00220410610714949

Shapiro, D. L., Sheppard, B. H., & Cheraskin, L. (1992). Business on a handshake. Negotiation Journal, 8(4), 365–377. https://doi.org/10.1007/BF01000396

Sharma, P., Sivakumaran, B., & Marshall, R. (2010). Exploring impulse buying and variety seeking by retail shoppers: towards a common conceptual framework. Journal of Marketing Management, 26(5–6), 473–494. https://doi.org/10.1080/02672570903485097

Sheth, J. N., & Frazier, G. L. (1982). A Model of Strategy Mix Choice for Planned Social Change. Journal

of Marketing, 46(1), 15. https://doi.org/10.2307/1251156

Sheth, J. N., & Parvatlyar, A. (1995). Relationship Marketing in Consumer Markets: Antecedents and Consequences. Journal of the Academy of Marketing Science, 23(4), 255–271. https://doi.org/10.1177/009207039502300405

Shockley-Zalabak, P., Ellis, K., & Cesaria, R. (2000). Measuring organizational trust: a diagnostic survey

and international indicator. San Francisco, CA: International Association of Business Communicators.

Social shopping. (2018, February). In Wikipedia.

Song, T., Yi, C., & Huang, J. (2017). Whose recommendations do you follow? An investigation of tie strength, shopping stage, and deal scarcity. Information & Management.

Page 90: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

90

https://doi.org/10.1016/j.im.2017.03.003

Spiller, P., & Lohse, G. L. (1997). A classification of Internet retail stores. International Journal of

Electronic Commerce, 2(2), 29–56.

Spivack, N. (2006). Web 3.0: The third generation web is coming. Retrieved from https://lifeboat.com/ex/web.3.0

Sponcil, M., & Gitimu, P. (2013). Use of social media by college students: Relationship to communication and self-concept. Journal of Technology Research, 4, 1.

Sridhar Balasubramanian, V. M. (2001). The economic leverage of the virtual community. International

Journal of Electronic Commerce, 5(3), 103–138.

Strater, K., & Lipford, H. (2008). Strategies and struggles with privacy in an online social networking community. Proceedings of the 22nd British HCI Group Annual Conference on People and

Computers: Culture, Creativity, Interaction, 111–119. https://doi.org/10.1145/1531514.1531530

Sundaram, D. S., Mitra, K., & Webster, C. (1998a). Word-Of-Mouth Communications: a Motivational Analysis. ACR North American Advances, NA-25. Retrieved from http://acrwebsite.org/volumes/8208/volumes/v25/NA-25

Sundaram, D. S., Mitra, K., & Webster, C. (1998b). Word-Of-Mouth Communications: a Motivational Analysis. ACR North American Advances, NA-25.

Sung, B., Vanman, E. J., Hartley, N., & Phau, I. (2016). The emotion of interest and its relevance to consumer psychology and behaviour. Australasian Marketing Journal (AMJ), 24(4), 337–343. https://doi.org/10.1016/j.ausmj.2016.11.005

Swan, J. E., Bowers, M. R., & Richardson, L. D. (1999). Customer Trust in the Salesperson: An Integrative Review and Meta-Analysis of the Empirical Literature. Journal of Business Research, 44(97), 93–107. https://doi.org/10.1080/00420989420080671

Symmetry, E., Lee, D., Park, J. Y., Lee, H. T., Yu, B. H., Lee, D., … Soman, D. (2008). The Effects of Trust Dimensions on Relationship Commitment : The Relative Efficacy and, 35, 457–466.

Szymanski, D. M., & Hise, R. T. (2000). E-satisfaction: an initial examination. Journal of Retailing, 76(3), 309–322.

Teng, C.-I. (2011). Who are likely to experience flow? Impact of temperament and character on flow. Personality and Individual Differences, 50(6), 863–868. https://doi.org/10.1016/j.paid.2011.01.012

Thatcher, A., Wretschko, G., & Fridjhon, P. (2008). Online flow experiences, problematic Internet use and Internet procrastination. Computers in Human Behavior, 24(5), 2236–2254. https://doi.org/10.1016/j.chb.2007.10.008

The Complete Guide to Understand Customer Psychology – Chapter 1. (n.d.).

The Growing Influence of Online Social Shoppers - eMarketer. (n.d.).

The, S. (1996). Commercial Internet, 39(6), 29–35.

The Semantic Web: An Introduction. (n.d.).

The World Wide Web: A very short personal history. (n.d.).

Page 91: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

91

Tsikerdekis, M., & Zeadally, S. (2014). Online deception in social media. Communications of the ACM, 57(9), 72–80.

Tullberg, J. (2012). Integrity—Clarifying and upgrading an important concept for business ethics. Business and Society Review, 117(1), 89–121.

Twitter - Empresa. (n.d.).

Understanding and Predicting Electronic Commerce Adoption: An Extension of the Theory of Planned Behavior. (2006). MIS Quarterly, 30(1), 115. https://doi.org/10.2307/25148720

Urban, G. L., Sultan, F., & Qualls, W. J. (2000). Placing trust at the center of your Internet strategy. MIT

Sloan Management Review, 42(1), 39.

Urbano, J., Rocha, A. P., & Oliveira, E. (2013). The impact of benevolence in computational trust. In Agreement Technologies (pp. 210–224). Springer.

van Noort, G., Voorveld, H. A. M., & van Reijmersdal, E. A. (2012). Interactivity in Brand Web Sites: Cognitive, Affective, and Behavioral Responses Explained by Consumers’ Online Flow Experience. Journal of Interactive Marketing, 26(4), 223–234. https://doi.org/10.1016/j.intmar.2011.11.002

Vendemia, M. A. (2017). When do consumers buy the company? Perceptions of interactivity in company-consumer interactions on social networking sites. Computers in Human Behavior, 71, 99–109. https://doi.org/10.1016/j.chb.2017.01.046

Verhagen, T., & van Dolen, W. (2011). The influence of online store beliefs on consumer online impulse buying: A model and empirical application. Information & Management, 48(8), 320–327. https://doi.org/10.1016/j.im.2011.08.001

Walczuch, R., Seelen, J., & Lundgren, H. (2001). Psychological Determinants for Consumer Trust in e-retailing. Eighth Research Symposium on …, 2001(Rseem 01), 1–21. Retrieved from http://citeseerx.ist.psu.edu/viewdoc/download?doi=10.1.1.64.9004&rep=rep1&type=pdf

Wallin Andreassen, T., & Lindestad, B. (1998). Customer loyalty and complex services: The impact of corporate image on quality, customer satisfaction and loyalty for customers with varying degrees of service expertise. International Journal of Service Industry Management, 9(1), 7–23.

Wang, R. Y., & Strong, D. M. (1996). Beyond Accuracy: What Data Quality Means to Data Consumers. Journal of Management Information Systems, 12(4), 5–33. https://doi.org/10.1080/07421222.1996.11518099

Warner-Søderholm, G., Bertsch, A., Sawe, E., Lee, D., Wolfe, T., Meyer, J., … Fatilua, U. N. (2017). Who trusts social media? Computers in Human Behavior. https://doi.org/10.1016/j.chb.2017.12.026

What is Consumer Behaviour - Meaning, Concepts, PPT. (n.d.).

What Is Web 2.0. (n.d.).

White, D., & Rosenberg, B. (1957). Mass Culture. Glencoe: The Free Press.

Wolfinbarger, M., & Gilly, M. C. (2001). Shopping online for freedom, control, and fun. California

Management Review, 43(2), 34–55.

World Wide Web Consortium (W3C). (n.d.).

Wu, I.-L. (2013). The antecedents of customer satisfaction and its link to complaint intentions in online

Page 92: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

92

shopping: An integration of justice, technology, and trust. International Journal of Information

Management, 33(1), 166–176. https://doi.org/10.1016/j.ijinfomgt.2012.09.001

Wu, I.-L., Chen, K.-W., & Chiu, M.-L. (2016). Defining key drivers of online impulse purchasing: A perspective of both impulse shoppers and system users. International Journal of Information

Management, 36(3), 284–296. https://doi.org/10.1016/j.ijinfomgt.2015.11.015

Wu, I.-L., Li, J.-Y., & Fu, C.-Y. (2011). The adoption of mobile healthcare by hospital’s professionals: An integrative perspective. Decision Support Systems, 51(3), 587–596. https://doi.org/10.1016/j.dss.2011.03.003

Wu, J.-J., & Tsang, A. S. L. (2008). Factors affecting members’ trust belief and behaviour intention in virtual communities. Behaviour & Information Technology, 27(2), 115–125. https://doi.org/10.1080/01449290600961910

Ybarra, M. L., Mitchell, K. J., Wolak, J., & Finkelhor, D. (2006). Examining Characteristics and Associated Distress Related to Internet Harassment: Findings From the Second Youth Internet Safety Survey. Pediatrics, 118(4), e1169–e1177. https://doi.org/10.1542/peds.2006-0815

Yu, C., & Bastin, M. (2010). Hedonic shopping value and impulse buying behavior in transitional economies: A symbiosis in the Mainland China marketplace. Journal of Brand Management, 18(2), 105–114. https://doi.org/10.1057/bm.2010.32

Zaglia, M. E. (2013). Brand communities embedded in social networks. Journal of Business Research, 66(2), 216–223. https://doi.org/10.1016/j.jbusres.2012.07.015

Zajonc, R. B. (1960). The concepts of balance, congruity, and dissonance. Public Opinion Quarterly, 24(2), 280–296.

Zajonc, R. B. (2001). Mere Exposure: A Gateway to the Subliminal. Current Directions in Psychological

Science, 10(6), 224–228. https://doi.org/10.1111/1467-8721.00154

Zucker, L. G. (1986). Production of trust: Institutional sources of economic structure, 1840-1920. Research in Organizational Behavior, 8(1), 53–111. https://doi.org/http://dx.doi.org/10.1037/0022-3514.43.6.1306

Page 93: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

93

ANEXO

ANEXO - QUESTIONÁRIO

Page 94: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

94

Page 95: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

95

Page 96: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

96

Page 97: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

97

Page 98: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

98

Page 99: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

99

Page 100: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

100

Page 101: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

101

Page 102: Social Shopping em redes sociais - RUN: Página principal · de redes sociais que atrai muitos utilizadores a partilharem os seus sentimentos e opiniões. Estes viabilizam a criação

102