sobre os faróis

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A partir da história “Um Farol só Meu”, escrita e ilustrada por Chico, nasceu, numa colaboração entre a Sala Amarela e a turma do 1º Ano, um projeto de trabalho e de pesquisa sobre Faróis.

Desenhámos Faróis, escrevemos sobre Faróis, visitámos (virtualmente) um farol e aprendemos muitas coisas sobre a importância destes instrumentos de apoio à navegação.

A partir dos desenhos feitos por todos os alunos, elegemos (por votação de braço no ar) o melhor “desenho de arquitetura” e lançámo-nos na construção de uma maquete que tenta mostrar uma parte da função destes edifícios.

Para nós, importante foi também perceber a importância da Luz no funcionamento destes equipamentos usados desde há muitos séculos.

Juntámos também a informação mais pertinente e deixamos, para visita, o nosso trabalho.

Esperamos que gostem!

Um farol é uma estrutura elevada, habitualmente uma torre, dotada de um potente aparelho ótico com potentes lâmpadas e espelhos refletores, cujo facho de luz é visível a longas distâncias.

Utilizados desde a Antiguidade, quando eram acesas fogueiras ou grandes luzes de azeite (de oliveira ou de baleia), os faróis foram concebidos para avisar os navegadores que se estavam a aproximar da terra, ou de porções de terra que irrompam pelo mar adentro.

Um farol é também o nome dado aos dispositivos luminoso s colocados em automóveis e em outros veículos para iluminar o local por onde circulam.

As fontes de alimentação de luz foram melhorando, tendo sido o azeite substituídopelo petróleo e pelo gás, e posteriormente pela eletricidade.

Paralelamente, foram inventados vários aparelhos óticos, que conjugavam espelhos, refletores e lentes, montados em mecanismos de rotação, não só para melhorar o alcance da luz, como para proporcionar os períodos de luz e obscuridade, que permitiam distinguir um farol de outro.

Frequentemente associado aos faróis e aos faroleiros surge um outro personagem: os afundadores. Este termo designa aqueles que criavam falsos faróis com o intuito de atrair os navios para zonas perigosas, causando o seu afundamento, para posteriormente saquearem os destroços.

Em Portugal esta prática nunca assumiu a dimensão que teve no norte da Europa, pois ao contrário do que aí acontecia, os salvados de um naufrágio em Portugal pertenciam à Coroa e não a quem os recuperasse.

O primeiro farol de que se tem registo é o farol de Alexandria, construído em 280 a.C. na ilha de Faros. Os romanos também construíram diversos faróis ao longo do Mar Mediterrâneo, Mar Negro e até o Oceano Atlântico.

O termo farol deriva da palavra grega Faros, nome da ilha próxima à cidade de Alexandria onde, no ano 280 a.C., foi erigido o farol de Alexandria — uma das sete maravilhas do mundo antigo. Faros deu origem a esta denominação em várias línguas românicas; como em francês (phare), em espanhol e em italiano (faro) e em romeno (far).

Historicamente, este tipo de construções ganhou características temporais e sociais, sendo dotados de características distintas de zonas para zonas.

Com a queda do Império Romano do Ocidente, o comércio marítimo diminuiu e os faróis romanos desapareceram. Somente no século XI os faróis passariam a renascer na Europa Ocidental e, com a expansão marítima das grandes navegações, para o novo mundo. Um dos faróis dessa nova era dos faróis era a Lanterna de Gênova, cujo faroleiro era António Colombo tio do navegador Cristóvão Colombo por volta de 1450.

Atualmente são construções de alvenaria que incluem para além da torre (geralmente redonda para minimizar o impacto do vento na estrutura), a habitação do faroleiro, armazéns, casa do gerador de emergência, a "casa da ronca" (onde estão instalados os dispositivos de aviso sonoro que são utilizados em dias de nevoeiro).

EM PORTUGAL

As primeiras referências ao uso de fogueiras mantidas em pontos conspícuos ou em torres pelas comunidades piscatórias para referência dos navegantes e, mais tarde, pelas irmandades religiosas, remontam ao início do século XVI.

A primeira estrutura classificável como farol, terá sido mandado erigir em 1528 na foz do Rio Douro pelo Bispo D. Miguel da Silva, em S. Miguel o Anjo, junto ao local onde, até ao ano de 2008, se encontrou em funcionamento o farolim da Cantareira. Existem também referências a um farol mandado erguer pelo Bispo do Algarve, D. Fernando Coutinho, no convento de S. Vicente, entre 1515 e 1520, e que em 1537, os frades da Irmandade de Nossa Senhora da Guia de Cascais terão construído uma torre para servir de farol.

Só em 1 de Fevereiro de 1758 por alvará do Marquês de Pombal, passou o “Serviço de farolagem” a ser uma organização oficial, cometida à Junta do Comércio, na sequência do qual foi ordenada a construção de faróis, dos quais o primeiro foi o de Nossa Senhora da Luz em 1761 .

O Serviço de Faróis constituiu inicialmente a 3ª Secção da 6ª Repartição do Conselho do Almirantado, competindo-lhe o “serviço de iluminação e respectivo material, e o de marcas, balizas e sinais sonoros na costa do continente e ilhas adjacentes”. Em 1907 o Serviço de Faróis passou a constituir uma Repartição própria, directamente dependente da Direcção-Geral da Marinha.

Com o aumento significativo do número de faróis e dispositivos de assinalamento implantados, foi então criada a Direcção de Faróis, por decreto datado de 23 de Maio de 1924, com o objectivo de concentrar numa única entidade a responsabilidade por todas as Ajudas à Navegação em Portugal Continental e ilhas, assim como pela gestão do pessoal faroleiro.

Em 1926 foram construídos em Caxias, uma oficina, um depósito de material e um edifício para receber a estrutura organizacional da direcção, mas só vinte anos mais tarde, em 8 de Julho de 1946, é que a Direcção de Faróis foi transferida para as instalações do extinto Grupo de Defesa Submarina da Costa, em Paço de Arcos, local onde permanece até aos dias de hoje, complementadas em 25 de Agosto de 1961, com a inauguração do Edifício do Comando e da Escola de Faroleiros.

Portugal tem uma notável história marítima. Velejadores Portugueses, lançaram e lideraram a Idade das Descobertas Europeias, e navios Portugueses, têm vindo a encontrar o seu caminho de regresso a casa a partir dos longínquos cantos do mundo desde à cerca de 600 anos. Não surpreende que os faróis tenham desempenhado um papel importante na cultura Portuguesa, e que sejam hoje monumentos nacionais muito acarinhados.

Desde 1892 que está atribuída à Marinha Portuguesa a responsabilidade pela manutenção da rede de faróis na costa de Portugal.

A Direcção de Faróis (DF) foi criada em 1924. É o organismo da DGAM que tem por missão a direcção técnica das ajudas à navegação, coordenando o estudo, instalação, manutenção e extinção das mesmas a nível nacional.

Ao lado:Rede de Faróis de Portugal

FUNCIONAMENTO

A luz emitida pelos faróis pode ser de vários tipos:

Fixa (F) - Luz contínua com intensidade e cor constante

Ocultações (Oc) - A duração da luz é maior que a duração da obscuridade

Isofásica (Is) - A duração da luz e da obscuridade são iguais

Relâmpagos (R) - A duração da luz e menor que a duração da obscuridade

Cintilante (Ct) - A duração da luz e da obscuridade são iguais, mas com relâmpagos muito rápidos, (mais de 50 relâmpagos/minuto)

Alternada (Alt) - Luz que apresenta alternadamente cores diferentes

O alcance da luz dos faróis varia de acordo com vários fatores, tais como a potência do aparelho ótico, localização do observador, pelo que é expresso de três formas diferentes:

Alcance geográfico - distância máxima a que a luz do farol pode ser visto, dada a curvatura da terra. Depende da altitude (distância entre o nível médio da maré e o centro do foco) do farol e da altitude do observador em relação ao nível mar;Alcance luminoso - distância máxima que a luz pode ser vista em função da potência da luz do aparelho, da transparência atmosférica e da capacidade óticado observador;Alcance nominal - é o alcance "oficial" do farol, aquele que vem indicado nas carta hidrográfica, Lista de Faróis e outras publicações oficiais (Expresso em milhas - M ). É o alcance luminoso de um farol verificado num determinado momento de homogeneidade atmosférica e com visibilidade média de 10 milhas.

Para o cálculo do alcance é fundamental ter conhecimento da altura (a distância entre a base e a luz) e a altitude (a diferença entre o nível médio do mar e o plano focal da luz).

A cor da luz dos faróis pode variar de acordo com convenções:

Branco (br) - é a cor tradicional, mais usada, na luz dos faróis

Vermelha (vm) - o vermelho é utilizado em faróis na entrada de barras, canais, rios, portos e docas, indicando que a embarcação tem de dar bombordo à luz

Verde (vd) - o verde é utilizado em faróis na entrada de barras, canais, rios, portos e docas, indicando que a embarcação tem de dar estibordo à luz

Cor (código de cores)Amarela (Y) - YellowAzul (Bu) - BlueBranca - (W) - WhiteLaranja (Or) - OrangeVerde (G) - GreenVermelha - (R) - RedVioleta (Vi) - Violet

NA ARTE

Ao longos dos anos muitas têm sido as representações de Faróis nas diversas artes representativas: desde quadros e pinturas à utilização de imagens de faróis como ícones para diversos fins, como selos, postais e outros documentos de uso corrente.

Fontes

Direção de Faróis: http://direccaofarois.marinha.pt/PT/Paginas/home.aspx

Wikipédiahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Far%C3%B3is_de_Portugal

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