sobre a renovação do conceito de projeto arquitetônico e sua didática elvan silva acadêmicas:...
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Sobre a Renovação do Conceito de Projeto Arquitetônico e sua Didática
Elvan Silva
Acadêmicas: Cristiana Trichez e Vanessa Casarin
IDÉIA, MÉTODO E LINGUAGEMProf. Sônia Afonso
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Primeiro Encontro Nacional sobre Ensino de Projeto Arquitetônico – crise e renovação:
• Crise – aceitável dentro de um contexto bem preciso;
• Renovação – adequado e aceitável.
Crise no ensino de Projeto Arquitetônico: não se deve aumentar a área de localização do problema – sem solução por estar fora do alcance.
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E Crise
“alteração, desequilíbrio repentino, estado de dúvida e incerteza, tensão
ou conflito”Cunha, A.G. – Dicionário etimológico
Conceituação aceitável, porém a questão REPENTINA é questionável.
A crise existe desde que o projeto arquitetônico não acompanhou a evolução doutrinária que ocorreu no pensamento arquitetural contemporâneo.Hoje: projeto arquitetônico = produção pictórica, poética ou musical. 3/17
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A origem da crise está no emprego insistente de uma didática ultrapassada = em muitos casos torna-se antididática.
Problema fundamental, segundo o autor, inexistência na disciplina de projeto, de um corpo pedagógico extenso e explicitamente
codificado.
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A omissão da doutrina modernista em relação à pratica do projeto.
Atraso:
Difusão do movimento moderno – 1918
Escolas de arquitetura aderiram – 1945Resultado:
negligencia do processo projetual. Preocupação com a forma e não com a concepção (posicionamento ideológico
e pragmático)
A revisão deste ponto data de 1960 – raízes do modernismo arquitetônico: século XVIII 5/17
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A composição elementar na tradição acadêmica.
O que é compor, na arquitetura?
“É por juntas, unir, com as partes de um todo. Essas partes, por sua vez, são os
Elementos da Composição”.Segundo Guadet em Elements et Theories del’Architecture.
Proposta que formou o clima mental, onde metade dos arquitetos do século XX cresceu.
Resultado:
compor era combinar elementos selecionados dentro de um repertório finito obedecendo regras/cânones. A composição não era sinônimo de criatividade projetual. 6/17
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Conceito de composição depois da tradição acadêmica.
Arquitetura acadêmica e composição elementar – aceitável dentro do seu contexto histórico.
Modernismo – sem renovação no processo projetual – idéia e composição como algo inquestionável e permanente.
Ensino atual – simbiose École Nationale des Beaux-Arts e Bauhaus = “monstrinho
pedagógico” – hibridismo didático.
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Como ensinar uma competência considerada insuscetível de ser ensinada?
A habilitação projetual é ensinável, ou não?Na concepção acadêmica - não.
Como conviver dentro da sala de aula: estudantes que querem
aprender e professores que não precisam ensinar?
Sugestão:aulas de projeto – exercícios de treinamento da criatividade, aperfeiçoamento de capacidades tidas como preexistente no psiquismo do aluno.
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CarênciaInexistência de um disciplina projetual
cientificamente estruturada
“ é mais importante ensinar um método de raciocínio que meras habilidades”
“ o livro e a prancheta não podem substituir a experiência no canteiro” (Gropius)
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Fig 01: Duas concepções da prática projetual; Fonte: Silva, 1986.
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...a preparação para o exercício projetual requer a aquisição tanto de conhecimento quanto de habilidades, o que só pode se realizar, dentro de bases eficientes, quando se
conta com um programa organizado e se dispõe de pessoal docente especializado em cada campo
específico...
...é inevitável a organização da transmissão do conhecimento... (Silva)
A caracterização do ensino em domínios teóricos e práticos não é apenas inevitável mas mais racional....equívoco forçar distinção rígida entre teoria e prática e a prática no
ateliê.
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...a projetação arquitetonica é uma atividade de resolução de problemas para a qual a
criatividade é um componente valioso mas não o único.
A projetação arquitetônica envolve técnicas e rotinas instrumentais
que são perfeitamente codificáveis e transmissíveis por intermédio da
abordagem teórica.
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O contexto hipotético é sujeito a desvios conceituais atenuados pela orientação individual corretiva.
Confere ao docente apenas papel
reativo.
Situação insatisfatório pois cabe ao docente também um papel
ativo.
Fig 02: Duas modalidades do ensino do projeto. Fonte: Silva, 1986.
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JETO As exigências social contemporâneas se
exprimem em tipologias arquitetônicas nas quais a excelência arquitetônica é aferida em atributos com funcionalidade, economia e modéstia. Tal arquitetura não pode ser produzida dentro de uma concepção que data do renascimento.
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Fig.03: Caixa preta. Fonte: Silva, 1986.
Simboliza um dispositivo do qual se desconhece o funcionamento. O projeto visto como inspiração, talento ou intuição; fatores não ensináveis.
(Entrada) (Saída)
A busca pela racionalidade deve orientar esforços em prol da renovação do ensino do projeto arquitetônico... 15/17
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(Entrada) (Saída)
Fig 04: Caixa de vidro. Fonte: Silva, 1986.
Simboliza o mecanismo o qual se pode conhecer o funcionamento e que pode ser reproduzido. Um processo projetual respaldado num método explícito, codificável e transmissível.
...cumpre substituir a “caixa preta” pela “caixa de vidro”.
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A doutrina modernista não produziu uma teoria da projetação arquitetônica, diferente da legada pelo academismo...
...ocorreu a partir da década de 60 e é encarada com curiosidade e resistência.
Concepção tradicional resiste, por ser mais confortável?
...atitude tomada por profissionais, tão difundida quanto errônea, talvez na tentativa de se preponderar sobre os subalternos...
...não pode ser imputada a professores que encontram na docência oportunidade de absorver e compartilhar experiências.
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ASILVA, Elvan. Sobre a Renovação do Conceito de Projeto Arquitetônico e sua Didática. In. COMAS, Carlos Eduardo, org. Projeto arquitetônico. Disciplina em crise, disciplina em renovação. Projeto Editores associados, São Paulo, 1986.